Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.

Prévia do material em texto

O PROCESSO DA INTEGRAÇÃO REGIONAL NA ÁFRICA AUSTRAL: DA LINHA 
DA FRENTE À SADC 
 
 Introdução 
A África Austral tem uma história marcada pela luta pela independência, pela cooperação 
regional e pelos desafios da integração económica e política. A evolução deste processo pode 
ser compreendida em diferentes fases, desde a criação da Linha da Frente até a formação da 
Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC). Este trabalho examina o papel 
da Linha da Frente na luta pela independência, a transição da SADCC para a SADC, os desafios 
persistentes à integração regional e o impacto da SADC no desenvolvimento da região. 
Conhecer a missão especifica dos Países da Linha da Frente da SADC na Região da Africa 
Austral. 
 Objectivo Geral: 
➢ Conhecer a missão especifica dos Paises da Linha da Frente da SADC na Região da 
Africa Austral. 
 Objectivos Específicos: 
➢ Examinar o papel da Linha da Frente na libertação dos países da África Austral. 
➢ Analisar a transição da SADCC para a SADC e suas implicações económicas e 
políticas. 
➢ Identificar desafios que ainda dificultam a plena integração regional. 
➢ Avaliar o impacto da SADC no desenvolvimento da região. 
 A LINHA DA FRENTE E A LUTA PELA INDEPENDÊNCIA 
A Linha da Frente, criada nos anos 70, desempenhou um papel crucial na luta pela 
independência dos países da África Austral. Liderada por estadistas de países já independentes, 
como Zâmbia, Tanzânia e Botswana, este bloco visava apoiar os movimentos de liberação 
nacional em países ainda sob o regime colonial ou apartheid, como Angola, Moçambique, 
Namíbia, Zimbábue e África do Sul. 
A Linha da Frente proporcionou suporte diplomático, militar e logístico, além de criar uma 
plataforma para a cooperação política entre os estados membros. Este esforço culminou na 
independência de Angola e Moçambique em 1975, do Zimbábue em 1980, da Namíbia em 
1990 e no fim do apartheid na África do Sul em 1994. O sucesso da Linha da Frente demonstrou 
o poder da cooperação regional e criou as bases para a formação de uma estrutura de integração 
mais formal Da SADCC à SADC: A Transição 
A Conferência de Coordenação para o Desenvolvimento da África Austral (SADCC) foi criada 
em 1980, em Lusaka, com o objetivo de reduzir a dependência econômica dos países da região 
em relação à África do Sul e promover o desenvolvimento econômico através da cooperação. 
O foco inicial estava em projetos de infraestruturas, como transporte, energia e comunicações, 
que facilitassem a integração econômica. 
Com a queda do apartheid e a reintegração da África do Sul no contexto regional, a SADCC 
evoluiu para a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) em 1992. A 
transição representou uma ampliação dos objetivos da organização, passando a incluir não 
apenas o desenvolvimento econômico, mas também a integração política, a promoção da paz e 
segurança regional e a erradicação da pobreza. 
 DESAFIOS PERSISTENTES 
Apesar dos avanços, a SADC enfrenta diversos desafios que dificultam a plena integração 
regional. Entre os principais estão: 
▪ Disparidades Económicas: região apresenta grandes disparidades econômicas entre 
os estados membros. Países como a África do Sul possuem economias relativamente 
desenvolvidas, enquanto outros, como Malawi e Moçambique, dependem fortemente 
da agricultura de subsistência. 
▪ Falta de Infraestruturas Adequadas: Apesar dos investimentos iniciais, a 
infraestrutura na região ainda é limitada, dificultando a integração dos mercados e o 
comércio inter-regional. 
▪ Conflitos Políticos e Instabilidade: A instabilidade em alguns estados membros, 
como o Zimbábue e Moçambique, compromete os esforços de integração. 
▪ Barreiras Comerciais: As barreiras tarifárias e não tarifárias continuam a ser um 
obstáculo significativo ao comércio regional. 
 IMPACTO DA SADC NO DESENVOLVIMENTO REGIONAL 
A SADC tem desempenhado um papel importante na promoção do desenvolvimento da África 
Austral, embora os resultados sejam mistos. Alguns avanços incluem: 
1. Integração Econômica: A implementação da Zona de Livre Comércio (ZLC) em 2008 foi 
um marco importante, reduzindo tarifas em vários produtos comercializados entre os estados 
membros. 
2. Promoção da Paz e Estabilidade: A SADC tem mediado conflitos na região, como no 
Lesoto e em Moçambique, demonstrando seu compromisso com a estabilidade. 
3. Desenvolvimento de Infraestruturas: Projetos como a Southern African Power Pool 
(SAPP) têm melhorado a capacidade de geração e distribuição de energia. 
No entanto, os benefícios da integração nem sempre são distribuídos de forma equitativa, e o 
impacto no combate à pobreza e na promoção do desenvolvimento humano ainda é limitado. 
 CONCLUSÃO 
O processo de integração regional na África Austral, desde a Linha da Frente até à formação 
da SADC, representa uma trajetória de cooperação e resiliência. Embora a região tenha 
alcançado avanços significativos em áreas como integração econômica e resolução de 
conflitos, desafios persistem. Para que a SADC cumpra plenamente seu potencial, será 
necessário abordar as disparidades econômicas, melhorar as infraestruturas e promover uma 
integração mais inclusiva. 
 REFERÊNCIAS 
1. Martin, D. & Johnson, P. (1981). The Struggle for Zimbabwe. London: Faber and Faber. 
2. Saunders, C. (2000). Regional Integration in Southern Africa: The SADC Experience. 
African Affairs, 99(394), 31-47. 
3. Alden, C., & Le Pere, G. (2009). South Africa's Post-Apartheid Foreign Policy: From 
Reconciliation to Ambiguity? Review of African Political Economy, 36(119), 321-336. 
4. SADC Secretariat. (2020). Annual Report 2020. Gaborone: SADC Secretariat. 
5. Macaringue, P. (2013). Security Cooperation in Southern Africa. African Security Review, 
22(1), 19-34. 
6. Adetula, V. A. O. (2004). Regional Integration in Africa: Prospects and Challenges. UNU-
CRIS Occasional Papers. 
7. Chingono, M., & Nakana, S. (2009). The Challenges of Regional Integration in Southern 
Africa. African Journal of Political Science and International Relations, 3(10), 396-408.

Mais conteúdos dessa disciplina