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ENEM
História da Arte
IT0279 - (Enem)
A cidade
 
E a situação sempre mais ou menos,
Sempre uns com mais e outros com menos.
A cidade não para, a cidade só cresce
O de cima sobe e o de baixo desce.
CHICO SCIENCE e Nação Zumbi. In: Da lama ao caos. Rio
de Janeiro: Chaos; Sony Music, 1994 (fragmento).
 
A letra da canção do início dos anos 1990 destaca uma
questão presente nos centros urbanos brasileiros que se
refere ao(à) 
a) déficit de transporte público. 
b) estagnação do setor terciário. 
c) controle das taxas de natalidade. 
d) elevação dos índices de criminalidade. 
e) desigualdade da distribuição de renda. 
IT0176 - (Enem)
A arte pré-histórica africana foi incontestavelmente um
veículo de mensagens pedagógicas e sociais. Os San, que
cons�tuem hoje o povo mais próximo da realidade das
representações rupestres, afirmam que seus
antepassados lhes explicaram sua visão do mundo a
par�r desse gigantesco livro de imagens que são as
galerias. A educação dos povos que desconhecem a
escrita está baseada sobretudo na imagem e no som, no
audiovisual.
Kl-ZERBO, J. A arte pré-histórica africana, In: KI-ZERBO, J.
(Org.) História geral da África, I: metodologia e pré-
história da África. Brasília: Unesco, 2010.
 
De acordo com o texto, a arte mencionada é importante
para os povos que a cul�vam por colaborar para o(a) 
a) transmissão dos saberes acumulados. 
b) expansão da propriedade individual. 
c) ruptura da disciplina hierárquica. 
d) surgimento dos laços familiares. 
e) rejeição de prá�cas exógenas. 
IT0244 - (Enem)
Epitáfio
 
Devia ter amado mais
Ter chorado mais
Ter visto o sol nascer
Devia ter arriscado mais
E até errado mais
Ter feito o que eu queria fazer
 
Queria ter aceitado
As pessoas como elas são
Cada um sabe a alegria
E a dor que traz no coração
 
[...]
 
Devia ter complicado menos
Trabalhado menos
Ter visto o sol se pôr
Devia ter me importado menos
Com problemas pequenos
Ter morrido de amor
BRITTO, S. A melhor banda de todos os tempos da úl�ma
semana.
Rio de Janeiro: Abril Music, 2001 (fragmento).
 
O gênero epitáfio, palavra que significa uma inscrição
colocada sobre lápides, tem a função social de
homenagear os mortos. Nesse texto, a apropriação desse
gênero no �tulo da letra da canção cria o efeito de 
1@professorferretto @prof_ferretto
a) destacar a importância de uma pessoa falecida. 
b) expressar desejo de reversão de a�tudes. 
c) registrar as caracterís�cas pessoais. 
d) homenagear as pessoas sepultadas. 
e) sugerir notações para lápides. 
IT0287 - (Enem)
O meu pai era paulista
Meu avô, pernambucano
O meu bisavô, mineiro
Meu tataravô, baiano
Vou na estrada há muitos anos
Sou um ar�sta brasileiro
CHICO BUARQUE. Paratodos. 1993. Disponível em:
www.chicobuarque.com.br. Acesso em: 29 jun. 2015
(fragmento).
 
A caracterís�ca familiar descrita deriva do seguinte
aspecto demográfico: 
a) Migração interna. 
b) População rela�va. 
c) Expecta�va de vida. 
d) Taxa de mortalidade. 
e) Índice de fecundidade. 
IT0214 - (Enem)
Caminhando contra o vento,
Sem lenço e sem documento
No sol de quase dezembro
Eu vou
 
O sol se reparte em crimes
Espaçonaves, guerrilhas
Em cardinales bonitas
Eu vou
 
Em caras de presidentes
Em grandes beijos de amor
Em dentes, pernas, bandeiras
Bombas e Brigi�e Bardot
O sol nas bancas de revista
Me enche de alegria e preguiça
Quem lê tanta no�cia
Eu vou
VELOSO, C. Alegria, alegria. In: Caetano Veloso. São
Paulo: Phillips, 1967 (fragmento).
 
É comum coexis�rem sequências �pológicas em um
mesmo gênero textual. Nesse fragmento, os �pos
textuais que se destacam na organização temá�ca são 
a) descri�vo e argumenta�vo, pois o enunciador detalha
cada lugar por onde passa, argumentando contra a
violência urbana. 
b) disserta�vo e argumenta�vo, pois o enunciador
apresenta seu ponto de vista sobre as no�cias
rela�vas à cidade. 
c) exposi�vo e injun�vo, pois o enunciador fala de seus
estados �sicos e psicológicos e interage com a mulher
amada. 
d) narra�vo e descri�vo, pois o enunciador conta sobre
suas andanças pelas ruas da cidade ao mesmo tempo
que a descreve. 
e) narra�vo e injun�vo, pois o enunciador ensina o
interlocutor como andar pelas ruas da cidade
contando sobre sua própria experiência. 
IT0233 - (Enem)
Pequeno concerto que virou canção 
 
Não, não há por que men�r ou esconder 
A dor que foi maior do que é capaz meu coração 
Não, nem há por que seguir cantando só para explicar 
Não vai nunca entender de amor quem nunca soube
amar 
Ah, eu vou voltar pra mim 
Seguir sozinho assim 
Até me consumir ou consumir toda essa dor 
Até sen�r de novo o coração capaz de amor 
VANDRE, G. Disponível em:
h�p://www.letras.terra.com.br. Acesso em 29 jun. 2011.
 
Na canção de Geraldo Vandré, tem-se a manifestação da
função poé�ca da linguagem, que é percebida na
elaboração ar�s�ca e cria�va da mensagem, por meio de
combinações sonoras e rítmicas. Pela análise do texto,
entretanto, percebe-se, também, a presença marcante da
função emo�va ou expressiva, por meio da qual o
emissor 
a) imprime à canção as marcas de sua a�tude pessoal,
seus sen�mentos. 
b) transmite informações obje�vas sobre o tema de que
trata a canção. 
c) busca persuadir o receptor da canção a adotar um
certo comportamento. 
d) procura explicar a própria linguagem que u�liza para
construir a canção. 
e) obje�va verificar ou fortalecer a eficiência da
mensagem veiculada. 
IT0228 - (Enem)
Óia eu aqui de novo xaxando
2@professorferretto @prof_ferretto
Óia eu aqui de novo para xaxar
 
Vou mostrar pr'esses cabras
Que eu ainda dou no couro
Isso é um desaforo
Que eu não posso levar
Que eu aqui de novo cantando
Que eu aqui de novo xaxando
Óia eu aqui de novo mostrando
Como se deve xaxar
 
Vem cá morena linda
Ves�da de chita
Você é a mais bonita
Desse meu lugar
Vai, chama Maria, chama Luzia
Vai, chama Zabé, chama Raque
Diz que eu tou aqui com alegria
BARROS, A. Óia eu aqui de novo. Disponível em:
www.Iuizluagonzaga.mus.br. Acesso em: 5 maio 2013
(fragmento).
 
A letra da canção de Antônio de Barros manifesta
aspectos do repertório linguís�co e cultural do Brasil. O
verso que singulariza uma forma caracterís�ca do falar
popular regional é: 
a) “Isso é um desaforo”. 
b) “Diz que eu tou aqui com alegria”. 
c) “Vou mostrar pr'esses cabras”. 
d) “Vai, chama Maria, chama Luzia”. 
e) “Vem cá morena linda, ves�da de chita”. 
IT0286 - (Enem)
O progresso
 
Eu queria não ver todo o verde da terra morrendo
E das águas dos rios os peixes desaparecendo
Eu queria gritar que esse tal de ouro negro
Não passa de um negro veneno
E sabemos que por tudo isso vivemos bem menos.
ROBERTO CARLOS; ERASMO CARLOS. Roberto Carlos. Rio
de Janeiro: CBS, 1976 (fragmento).
 
O trecho da letra da canção avalia o uso de combus�veis
fósseis com base em sua potencial contribuição para
aumentar o(a) 
a) base da pirâmide etária. 
b) alcance da fronteira de recursos. 
c) degradação da qualidade de vida. 
d) sustentabilidade da matriz energé�ca. 
e) exploração do trabalho humano. 
IT0253 - (Enem)
Agora eu era herói 
E o meu cavalo só falava inglês. 
A noiva do cowboy 
Era você, além das outras três. 
Eu enfrentava os batalhões, 
Os alemães e seus canhões. 
Guardava o meu bodoque 
E ensaiava o rock para as ma�nês. 
CHICO DUARQUE. João e Maria, 1977 (fragmento). 
 
Nos terceiro e oitavo versos da letra da canção, constata-
se que o emprego das palavras cowboy e rock expressa a
influência de outra realidade cultural na língua
portuguesa. Essas palavras cons�tuem evidências de 
a) regionalismo, ao expressar a realidade sociocultural de
habitantes de uma determinada região. 
b) neologismo, que se caracteriza pelo
aportuguesamento de uma palavra oriunda de outra
língua. 
c) jargão profissional, ao evocar a linguagem de uma área
específica do conhecimento humano. 
d) arcaísmo, ao representar termos usados em outros
períodos da história da língua. 
e) estrangeirismo, que significa a inserção de termos de
outras comunidades linguís�cas noportugueses, par�cipando dos negócios coloniais
açucareiros. 
c) do brasileiro recep�vo, oriundo da facilidade com que
os na�vos brasileiros aceitaram as regras impostas
pelo colonizador, o que garan�u o sucesso da
colonização. 
d) da natural miscigenação, resultante da forma como a
metrópole incen�vou a união entre colonos, ex-
escravas e na�vas para acelerar o povoamento da
colônia. 
e) do encontro, que iden�fica a colonização portuguesa
como pacífica em função das relações de troca
estabelecidas nos primeiros contatos entre
portugueses e na�vos. 
IT0215 - (Enem)
Seu delegado
 
Eu sou viúvo e tenho um filho homem
Arrumei uma viúva e fui me casar
A minha sogra era muito teimosa
Com o meu filho foi se matrimoniar
Desse matrimônio nasceu um garoto
Desde esse dia que eu ando é louco
Esse garoto é filho do meu filho
E o filho da minha sogra é irmão da minha mulher
Ele é meu neto e eu sou cunhado dele
A minha nora é minha sogra
Meu filho meu sogro é
Nessa confusão já nem sei quem sou
Acaba esse garoto sendo meu avô.
TRIO FORROZÃO. Agitando a rapaziada. Rio de Janeiro:
Natasha Records, 2009.
 
Nessa letra da canção, a suposição do úl�mo verso
sinaliza a intenção do autor de 
25@professorferretto @prof_ferretto
a) ironizar as relações familiares modernas. 
b) reforçar o humor da situação representada. 
c) expressar perplexidade em relação ao parente. 
d) atribuir à criança a causa da dúvida existencial. 
e) ques�onar os lugares predeterminados da família. 
IT0264 - (Enem)
Rui Guerra e Chico Buarque de Holanda escreveram uma
peça para teatro chamada "Calabar", pondo em dúvida a
reputação de traidor que foi atribuída a Calabar,
pernambucano que ajudou decisivamente os holandeses
na invasão do Nordeste brasileiro, em 1632.
 
- Calabar traiu o Brasil que ainda não exis�a? Traiu
Portugal, nação que explorava a colônia onde Calabar
havia nascido? Calabar, mulato em uma sociedade
escravista e discriminatória, traiu a elite branca?
 
Os textos referem-se também a esta personagem.
 
Texto I: 
"... dos males que causou à Pátria, a História, a inflexível
História, lhe chamará infiel, desertor e traidor, por todos
os séculos"
Visconde de Porto Seguro, in: SOUZA JÚNIOR, A. Do
Recôncavo aos Guararapes. Rio de Janeiro: Bibliex, 1949.
 
Texto II
"Sertanista experimentado, em 1627 procurava as minas
de Belchior Dias com a gente da Casa da Torre; ajudara
Ma�as de Albuquerque na defesa do Arraial, onde fora
ferido, e desertara em consequência de vários crimes
pra�cados..." (os crimes referidos são o de contrabando e
roubo).
CALMON P. História do Brasil. Rio de Janeiro: José
Olympio, 1959.
 
Pode-se afirmar que: 
a) A peça e os textos abordam a temá�ca de maneira
parcial e chegam às mesmas conclusões. 
b) A peça e o texto I refletem uma postura tolerante com
relação à suposta traição de Calabar, e o texto II
mostra uma posição contrária à a�tude de Calabar. 
c) Os textos I e II mostram uma postura contrária à
a�tude de Calabar, e a peça demostra uma posição
indiferente em relação ao seu suposto ato de traição. 
d) A peça e o texto II são neutros com relação à suposta
traição de Calabar, ao contrário do texto I, que
condena a a�tude de Calabar. 
e) A peça ques�ona a validade da reputação de traidor
que o texto I atribui a Calabar, enquanto o texto II
descreve ações posi�vas e nega�vas dessa
personagem. 
IT0224 - (Enem)
Carta ao Tom 74
 
Rua Nascimento Silva, cento e sete
Você ensinando pra Elizete
As canções de canção do amor demais
Lembra que tempo feliz
Ah, que saudade,
Ipanema era só felicidade
Era como se o amor doesse em paz
Nossa famosa garota nem sabia
A que ponto a cidade turvaria
Esse Rio de amor que se perdeu
Mesmo a tristeza da gente era mais bela
E além disso se via da janela
Um can�nho de céu e o Redentor
É, meu amigo, só resta uma certeza,
É preciso acabar com essa tristeza
É preciso inventar de novo o amor
MORAES, V.; TOQUINHO. Bossa Nova, sua história, sua
gente. São Paulo: Universal: Philips, 1975 (fragmento).
 
O trecho da canção de Toquinho e Vinícius de Moraes
apresenta marcas do gênero textual carta, possibilitando
que o eu poé�co e o interlocutor 
a) compar�lhem uma visão realista sobre o amor em
sintonia com o meio urbano. 
b) troquem no�cias em tom nostálgico sobre as
mudanças ocorridas na cidade. 
c) façam confidências, uma vez que não se encontram
mais no Rio de Janeiro. 
d) tratem pragma�camente sobre os des�nos do amor e
da vida citadina. 
e) aceitem as transformações ocorridas em pontos
turís�cos específicos. 
26@professorferretto @prof_ferretto
IT0230 - (Enem)
Aqui é o país do futebol
 
Brasil está vazio na tarde de domingo, né?
Olha o sambão, aqui é o país do futebol
[...]
No fundo desse país
Ao longo das avenidas
Nos campos de terra e grama
Brasil só é futebol
Nesses noventa minutos
De emoção e alegria
Esqueço a casa e o trabalho
A vida fica lá fora
Dinheiro fica lá fora
A cama fica lá fora
A mesa fica lá fora
Salário fica lá fora
A fome fica lá fora
A comida fica lá fora
A vida fica lá fora
E tudo fica lá fora
SIMONAL, W. Aqui é o país do futebol. Disponível em:
www.vagalume.com.br. Acesso em: 27 out. 2011
(fragmento).
 
Na letra da canção Aqui é o país do futebol, de Wilson
Simonal, o futebol, como elemento da cultura corporal
de movimento e expressão da tradição nacional, é
apresentado de forma crí�ca e emancipada devido ao
fato de 
a) reforçar a relação entre o esporte futebol e o samba. 
b) ser apresentado como uma a�vidade de lazer. 
c) ser iden�ficado com a alegria da população
brasileira. 
d) promover a reflexão sobre a alienação provocada pelo
futebol. 
e) ser associado ao desenvolvimento do país. 
IT0206 - (Enem)
 
A série de obras produzida por Lygia Clark, com o nome
de Os bichos, evidencia uma possibilidade de expressão
da arte contemporânea, a qual 
a) solicita a interação do público com a obra. 
b) enfa�za a visão sobre os demais sen�dos corporais. 
c) privilegia a representação de elementos da
natureza. 
d) provoca o resgate de técnicas tradicionais da
escultura. 
e) requer do observador o reconhecimento do objeto
representado. 
IT0277 - (Enem)
No tempo da independência do Brasil, circulavam nas
classes populares do Recife trovas que faziam alusão à
revolta escrava do Hai�:
 
Marinheiros e caiados
Todos devem se acabar,
Porque só pardos e pretos
O país hão de habitar.
AMARAL, F. P. do. Apud CARVALHO, A. Estudos
pernambucanos. Recife: Cultura Acadêmica, 1907.
 
O período da independência do Brasil registra conflitos
raciais, como se depreende 
27@professorferretto @prof_ferretto
a) dos rumores acerca da revolta escrava do Hai�, que
circulavam entre a população escrava e entre os
mes�ços pobres, alimentando seu desejo por
mudanças. 
b) da rejeição aos portugueses, brancos, que significava a
rejeição à opressão da Metrópole, como ocorreu na
Noite das Garrafadas. 
c) do apoio que escravos e negros forros deram à
monarquia, com a perspec�va de receber sua proteção
contra as injus�ças do sistema escravista. 
d) do repúdio que os escravos trabalhadores dos portos
demonstravam contra os marinheiros, porque estes
representavam a elite branca opressora. 
e) da expulsão de vários líderes negros independen�stas,
que defendiam a implantação de uma república negra,
a exemplo do Hai�. 
IT0213 - (Enem)
TEXTO I
É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um caco de vidro, é a vida, é o sol
É a noite, é a morte, é o laço, é o anzol
É peroba-do-campo, é o nó da madeira
Caingá, candeia, é o ma�ta-pereira
TOM JOBIM. Águas de março. O Tom de Jobim e o tal de
João Bosco (disco de bolso). Salvador: Zen Produtora,
1972 (fragmento).
 
TEXTO II
A inspiração súbita e certeira do compositor serve ainda
de exemplo do lema an�go: nada vem do nada. Para
ninguém, nem mesmo para Tom Jobim. Duas fontes são
razoavelmente conhecidas. A primeira é o poema O
caçador de esmeraldas, do mestre parnasiano Olavo
Bilac: “Foi em março, ao findar da chuva, quaseà
entrada/ do outono, quando a terra em sede
requeimada/bebera longamente as águas da estação
[...]”. E a outra é um ponto de macumba, gravado com
sucesso por J. B. Carvalho, do Conjunto Tupi: “É pau, é
pedra, é seixo miúdo, roda a baiana por cima de tudo”.
Combinar Olavo Bilac e macumba já seria bom; mas o
que se vê em Águas de março vai muito além: tudo se
transforma numa outra coisa e numa outra música, que
recompõem o mundo para nós.
NESTROVSKI, A. O samba mais bonito do mundo. In: Três
canções de Tom Jobim. São Paulo: Cosac Naify, 2004.
 
Ao situar a composição no panorama cultural brasileiro, o
Texto II destaca o(a) 
a) diálogo que a letra da canção estabelece com
diferentes tradições da cultura nacional. 
b) singularidade com que o compositor converte
referências eruditas em populares. 
c) caráter inovador com que o compositor concebe o
processo de criação ar�s�ca. 
d) rela�vização que a letra da canção promove na
concepção tradicional de originalidade. 
e) o resgate que a letra da canção promove de obras
pouco conhecidas pelo público no país. 
IT0267 - (Enem)
A gente não sabemos escolher presidente
A gente não sabemos tomar conta da gente
A gente não sabemos nem escovar os dentes
Tem gringo pensando que nóis é indigente
Inú�l
A gente somos inú�l
MOREIRA, R. Inú�l. 1983 (fragmento).
 
O fragmento integra a letra de uma canção gravada em
momento de intensa mobilização polí�ca. A canção foi
censurada por estar associada 
a) ao rock nacional, que sofreu limitações desde o início
da ditadura militar. 
b) a uma crí�ca ao regime ditatorial que, mesmo em sua
fase final, impedia a escolha popular do presidente. 
c) à falta de conteúdo relevante, pois o Estado buscava,
naquele contexto, a conscien�zação da sociedade por
meio da música. 
d) a dominação cultural dos Estados Unidos da América
sobre a sociedade brasileira, que o regime militar
pretendia esconder. 
e) à alusão à baixa escolaridade e à falta de consciência
polí�ca do povo brasileiro. 
IT0217 - (Enem)
Irerê, meu passarinho do sertão do Cariri,
Irerê, meu companheiro,
Cadê viola? Cadê meu bem? Cadê Maria?
Ai triste sorte a do violeiro cantadô!
Ah! Sem a viola em que cantava o seu amô,
Ah! Seu assobio é tua flauta de irerê:
Que tua flauta do sertão quando assobia,
Ah! A gente sofre sem querê!
Ah! Teu canto chega lá no fundo do sertão,
Ah! Como uma brisa amolecendo o coração,
Ah! Ah!
Irerê, solta teu canto!
Canta mais! Canta mais!
Prá alembrá o Cariri!
28@professorferretto @prof_ferretto
VILLA-LOBOS, H. Bachianas Brasileiras n. 5 para soprano e
oito violoncelos (1938-1945). Disponível em:
h�p://euterpe.blog.br. Acesso em: 23 abr. 2019.
 
Nesses verbos, há uma exaltação ao sertão do Cariri em
uma ambientação linguis�camente apoiada no(a) 
a) uso recorrente de pronomes. 
b) variedade popular da língua portuguesa. 
c) referência ao conjunto da fauna nordes�na. 
d) exploração de instrumentos musicais eruditos. 
e) predomínio de regionalismos lexicais nordes�nos. 
IT0245 - (Enem)
Vaca Estrela e Boi Fubá
 
Seu doutô, me dê licença
Pra minha história contar
Hoje eu tô em terra estranha
É bem triste o meu penar
Eu já fui muito feliz
Vivendo no meu lugar
Eu �nha cavalo bão
Gostava de campear
Todo dia eu aboiava
Na porteira do currá
 
[...]
 
Eu sou fio do Nordeste
Não nego meu naturá
Mas uma seca medonha
Me tangeu de lá pra cá
PATATIVA DO ASSARÉ. Intérpretes: PENA BRANCA;
XAVANTINHO; TEIXEIRA, R.
Ao vivo em Tatuí. Rio de Janeiro: Kuarup Discos, 1992
(fragmento).
 
Considerando-se o registro linguís�co apresentado, a
letra dessa canção 
a) exalta uma forma específica de dizer. 
b) u�liza elementos pouco usuais na língua. 
c) influencia a maneira de falar do povo brasileiro. 
d) discute a diversidade lexical de um dado grupo
social. 
e) integra o patrimônio linguís�co do português
brasileiro. 
IT0205 - (Enem)
O rap cons�tui-se em uma expressão ar�s�ca por meio
da qual os MCs relatam poe�camente a condição social
em que vivem e retratam suas experiências co�dianas.
SOUZA, J.; FIALHO, V. M.; ARALDI, J. Hip hop: da rua para
a escola. Porto Alegre: Sulina, 2008.
 
O “relato poé�co” é uma caracterís�ca fundamental
desse gênero musical, em que o 
a) MC canta de forma melodiosa as letras, que retratam a
complexa realidade em que se encontra. 
b) rap se limita a usar sons eletrônicos nas músicas, que
seriam responsáveis por retratar a realidade da
periferia. 
c) rap se caracteriza pela proximidade das notas na
melodia, em que a letra é mais recitada do que
cantada, como em uma poesia. 
d) MC canta enquanto outros músicos o acompanham
com instrumentos, tais como o contrabaixo elétrico e
o teclado. 
e) MC canta poemas amplamente conhecidos,
fundamentando sua atuação na memorização de suas
letras. 
IT0261 - (Enem)
Mesmo tendo a trajetória do movimento interrompida
com a prisão de seus dois líderes, o tropicalismo não
deixou de cumprir seu papel de vanguarda na música
popular brasileira. A par�r da década de 70 do século
passado, em lugar do produto musical de exportação de
nível internacional prome�do pelos baianos com a
“retomada da linha evolutória”, ins�tuiu-se nos meios de
comunicação e na indústria do lazer uma nova era
musical.
TINHORÃO, J. R. Pequena história da música popular: da
modinha ao tropicalismo. São Paulo: Art, 1986
(adaptado).
 
A nova era musical mencionada no texto evidencia um
gênero que incorporou a cultura de massa e se adequou
à realidade brasileira. Esse gênero está representado pela
obra cujo trecho da letra é: 
29@professorferretto @prof_ferretto
a) A estrela d’alva / No céu desponta / E a lua anda tonta
/ Com tamanho esplendor. (As pastorinhas, Noel Rosa
e João de Barro) 
b) Hoje / Eu quero a rosa mais linda que houver / Quero
a primeira estrela que vier / Para enfeitar a noite do
meu bem. (A noite do meu bem, Dolores Duran) 
c) No rancho fundo / Bem pra lá do fim do mundo / Onde
a dor e a saudade / Contam coisas da cidade. (No
rancho fundo, Ary Barroso e Lamar�ne Babo) 
d) Baby Baby / Não adianta chamar / Quando alguém
está perdido / Procurando se encontrar. (Ovelha
negra, Rita Lee) 
e) Pois há menos peixinhos a nadar no mar / Do que os
beijinhos que eu darei / Na sua boca. (Chega de
saudade, Tom Jobim e Vinicius de Moraes) 
IT0265 - (Enem)
Ó sublime pergaminho
Libertação geral
A princesa chorou ao receber
A rosa de ouro papal
Uma chuva de flores cobriu o salão
E o negro jornalista
De joelhos beijou a sua mão
Uma voz na varanda do paço ecoou:
“Meu Deus, meu Deus
Está ex�nta a escravidão”
MELODIA, Z.; RUSSO, N.; MADRUGADA, C. Sublime
Pergaminho.
Disponível em h�p:// www.letras.terra.com.br. Acesso
em: 28 abr. 2010.
 
O samba-enredo de 1968 reflete e reforça uma
concepção acerca do fim da escravidão ainda viva em
nossa memória, mas que não encontra respaldo nos
estudos históricos mais recentes. Nessa concepção
ultrapassada, a abolição é apresentada como 
a) conquista dos trabalhadores urbanos livres, que
demandavam a redução da jornada de trabalho. 
b) concessão do governo, que ofereceu bene�cios aos
negros, sem consideração pelas lutas de escravos e
abolicionistas. 
c) ruptura na estrutura socioeconômica do país, sendo
responsável pela o�mização da inclusão social dos
libertos. 
d) fruto de um pacto social, uma vez que agradaria os
agentes históricos envolvidos na questão: fazendeiros,
governo e escravos. 
e) forma de inclusão social, uma vez que a abolição
possibilitaria a concre�zação de direitos civis e sociais
para os negros. 
IT0189 - (Enem)
TEXTO I
 
 
TEXTO II
 
Manuel da Costa Ataíde (Mariana, MG, 1762-1830),
assim como os demais ar�stas do seu tempo, recorria a
bíblias e a missais impressos na Europa como ponto de
par�da para a seleção iconográfica das suas
composições, que então recriava com inven�va
liberdade.
 
Se Mário de Andrade houvesse conseguido a
oportunidade de acesso aos meios de aproximação ó�ca
da pintura dos forros de Manuel da Costa Ataíde,
imaginamos como não teria vibrado com o mula�smodas figuras do mestre marianense, ra�ficando, ao lado de
Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, a sua percepção
pioneira de um surto de racialidade brasileira em nossa
terra, em pleno século XVIII.
FROTA, L. C. Ataíde: vida e obra de Manuel da Costa
Ataíde. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1982.
 
O Texto II destaca a inovação na representação ar�s�ca
setecen�sta, expressa no Texto I pela 
30@professorferretto @prof_ferretto
a) reprodução de episódios bíblicos. 
b) retratação de elementos europeus. 
c) valorização do sincre�smo religioso. 
d) recuperação do antropocentrismo clássico. 
e) incorporação de caracterís�cas iden�tárias. 
IT0270 - (Enem)
Ô ô, com tanto pau no mato
Embaúba* é coroné
Com tanto pau no mato, ê ê
Com tanto pau no mato
Embaúba é coroné
 
*Embaúba: árvore comum e inú�l por ser podre por
dentro, segundo o historiador Stanley Stein.
STEIN, S. J. Vassouras: um município brasileiro de café,
1850-1900. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1990
(adaptado).
 
Os versos fazem parte de um jongo, gênero poé�co-
musical cantado por escravos e seus descendentes no
Brasil no século XIX, e procuram expressar a 
a) exploração rural. 
b) bravura senhorial. 
c) resistência cultural. 
d) violência escravista. 
e) ideologia paternalista. 
IT0262 - (Enem)
O rap cons�tui-se em uma expressão ar�s�ca por meio
da qual os MCs relatam poe�camente a condição social
em que vivem e retratam suas experiências co�dianas.
SOUZA, J.; FIALHO, V. M.; ARALDI, J. Hip hop: da rua para
a escola. Porto Alegre: Sulina, 2008.
 
O “relato poé�co” é uma caracterís�ca fundamental
desse gênero musical, em que o 
a) MC canta de forma melodiosa as letras, que retratam a
complexa realidade em que se encontra. 
b) rap se limita a usar sons eletrônicos nas músicas, que
seriam responsáveis por retratar a realidade da
periferia. 
c) rap se caracteriza pela proximidade das notas na
melodia, em que a letra é mais recitada do que
cantada, como em uma poesia. 
d) MC canta enquanto outros músicos o acompanham
com instrumentos, tais como o contrabaixo elétrico e
o teclado. 
e) MC canta poemas amplamente conhecidos,
fundamentando sua atuação na memorização de suas
letras. 
IT0252 - (Enem)
Sambinha 
 
Vêm duas costureirinhas pela rua das Palmeiras. 
Afobadas braços dados depressinha 
Bonitas, Senhor! que até dão vontade pros homens da
rua. 
As costureirinhas vão explorando perigos... 
Ves�do é de seda. 
Roupa-branca é de morim. 
 
Falando conversas fiadas 
As duas costureirinhas passam por mim. 
—Você vai? 
—Não vou não? 
Parece que a rua parou pra escutá-las. 
Nem trilhos sapecas 
Jogam mais bondes um pro outro. 
E o Sol da tardinha de abril 
Espia entre as pálpebras sapiroquentas de duas nuvens. 
As nuvens são vermelhas. 
A tardinha cor-de-rosa. 
 
Fiquei querendo bem aquelas duas costureirinhas... 
Fizeram-me peito batendo 
Tão bonitas, tão modernas, tão brasileiras! 
Isto é... 
Uma era ítalo-brasileira. 
Outra era áfrico-brasileira. 
Uma era branca. 
Outra era preta. 
ANDRADE, M. Os melhores poemas. São Paulo: Global,
1988. 
 
Os poetas do Modernismo, sobretudo em sua primeira
fase, procuraram incorporar a oralidade ao fazer poé�co,
como parte de seu projeto de configuração de uma
31@professorferretto @prof_ferretto
iden�dade linguís�ca e nacional. No poema de Mário de
Andrade, esse projeto revela-se, pois 
a) o poema capta uma cena do co�diano — o caminhar
de duas costureirinhas pela rua das Palmeiras — mas o
andamento dos versos é truncado, o que faz com que
o evento perca a naturalidade. 
b) a sensibilidade do eu poé�co parece captar o
movimento dançante das costureirinhas —
depressinha — que, em úl�ma instância, representam
um Brasil de “todas as cores”. 
c) o excesso de liberdade usado pelo poeta ao
desrespeitar regras grama�cais, como as de
pontuação, prejudica a compreensão do poema. 
d) a sensibilidade do ar�sta não escapa do viés machista
que marcava a sociedade do início do século XX,
machismo expresso em “que até dão vontade pros
homens da rua”. 
e) o eu poé�co usa de ironia ao dizer da emoção de ver
moças “tão modernas, tão brasileiras”, pois faz
questão de afirmar as origens africana e italiana das
mesmas. 
IT0226 - (Enem)
Essa pequena
 
Meu tempo é curto, o tempo dela sobra
Meu cabelo é cinza, o dela é cor de abóbora
Temo que não dure muito a nossa novela, mas
Eu sou tão feliz com ela
Meu dia voa e ela não acorda
Vou até a esquina, ela quer ir para a Flórida
Acho que nem sei direito o que é que ela fala, mas
Não canso de contemplá-la
Feito avarento, conto os meus minutos
Cada segundo que se esvai
Cuidando dela, que anda noutro mundo
Ela que esbanja suas horas ao vento, ai
Às vezes ela pinta a boca e sai
Fique à vontade, eu digo, take your �me
Sinto que ainda vou penar com essa pequena, mas
O blues já valeu a pena
CHICO BUARQUE. Disponível em:
www.chicobuarque.com.br. Acesso em: 31 jun. 2012.
 
O texto Essa pequena registra a expressão subje�va do
enunciador, trabalhada em uma linguagem informal,
comum na música popular. Observa-se, como marca da
variedade coloquial da linguagem presente no texto, o
uso de 
a) palavras emprestadas de língua estrangeira, de uso
inusitado no português. 
b) expressões populares, que reforçam a proximidade
entre o autor e o leitor. 
c) palavras polissêmicas, que geram ambiguidade. 
d) formas pronominais em primeira pessoa. 
e) repe�ções sonoras no final dos versos. 
IT0242 - (Enem)
Eu não tenho hoje em dia muito orgulho do Tropicalismo.
Foi sem dúvida um modo de arrombar a festa, mas
arrombar a festa no Brasil é fácil. O Brasil é uma pequena
sociedade colonial, muito mesquinha, muito fraca.
VELOSO, C. In: HOLLANDA, H. B.; GONÇALVES, M.
A. Cultura e par�cipação nos anos 60.
São Paulo: Brasiliense, 1995 (adaptado).
 
O movimento tropicalista, consagrador de diversos
músicos brasileiros, está relacionado historicamente 
a) à expansão de novas tecnologias de informação, entre
as quais, a Internet, o que facilitou imensamente a sua
divulgação mundo afora. 
b) ao advento da indústria cultural em associação com
um conjunto de reivindicações esté�cas e polí�cas
durante os anos 1960. 
c) à parceria com a Jovem Guarda, também considerada
um movimento nacionalista e de crí�ca polí�ca ao
regime militar brasileiro. 
d) ao crescimento do movimento estudan�l nos anos
1970, do qual os tropicalistas foram aliados na crí�ca
ao tradicionalismo dos costumes da sociedade
brasileira. 
e) à iden�ficação esté�ca com a Bossa Nova, pois ambos
os movimentos �nham raízes na incorporação de
ritmos norte-americanos, como o blues. 
IT0258 - (Enem)
Metáfora
Gilberto Gil
 
Uma lata existe para conter algo,
Mas quando o poeta diz: “Lata”
Pode estar querendo dizer o incon�vel
Uma meta existe para ser um alvo,
Mas quando o poeta diz: “Meta”
Pode estar querendo dizer o ina�ngível
Por isso não se meta a exigir do poeta
Que determine o conteúdo em sua lata
Na lata do poeta tudonada cabe,
Pois ao poeta cabe fazer
Com que na lata venha caber
32@professorferretto @prof_ferretto
O incabível
Deixe a meta do poeta não discuta,
Deixe a sua meta fora da disputa
Meta dentro e fora, lata absoluta
Deixe-a simplesmente metáfora.
Disponível em: h�p://www.letras.terra.com.br. Acesso
em: 5 fev. 2009.
 
A metáfora é a figura de linguagem iden�ficada pela
comparação subje�va, pela semelhança ou analogia
entre elementos. O texto de Gilberto Gil brinca com a
linguagem remetendo-nos a essa conhecida figura. O
trecho em que se iden�fica a metáfora é: 
a) “Uma lata existe para conter algo”. 
b) “Mas quando o poeta diz: ’Lata’”. 
c) “Uma meta existe para ser um alvo”. 
d) “Por isso não se meta a exigir do poeta”. 
e) “Que determine o conteúdo em sua lata”. 
IT0207 - (Enem)
Muitos trabalhos recentes de arte digital não consistem
mais em objetos puros e simples, que se devem admirar
ou analisar, mas em campos de possibilidades, programas
geradores de experiências esté�cas potenciais. Se já era
di�cil decidir sobre a paternidadede um produto da
cultura técnica, visto que ela oscilava entre a máquina e
os vários sujeitos que a manipulam, a tarefa agora torna-
se ainda mais complexa.
Se quisermos complicar ainda mais o esquema da criação
nos objetos ar�s�cos produzidos com meios
tecnológicos, poderíamos incluir também aquele que
está na ponta final do processo e que foi conhecido pelos
nomes (hoje inteiramente inapropriados) de
espectadores, ouvintes ou leitores: numa palavra, os
receptores de produtos culturais.
MACHADO, A. Máquina e imaginário: o desafio das
poé�cas tecnológicas. São Paulo: Edusp, 1993
(adaptado).
 
O autor demonstra a crise que os meios digitais trazem
para questões tradicionais da criação ar�s�ca,
par�cularmente, para a autoria. Essa crise acontece
porque, atualmente, além de clicar e navegar, o público 
a) analisa o objeto ar�s�co. 
b) anula a proposta do autor. 
c) assume a criação da obra. 
d) interfere no trabalho de arte. 
e) impede a atribuição de autoria. 
IT0219 - (Enem)
Ó Pátria amada.
Idolatrada,
Salve! Salve!
Brasil, de amor eterno seja símbolo
O lábaro que ostentas estrelado,
E diga o verde-louro dessa flâmula
— “Paz no futuro e glória no passado.”
Mas, se ergues da jus�ça a clava forte,
Verás que um filho teu não foge à luta,
Nem teme, quem te adora, a própria morte.
Terra adorada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gen�l,
Pátria amada, Brasil!
Hino Nacional do Brasil. Letra: Joaquim Osório Duque
Estrada.
Música: Francisco Manuel da Silva (fragmento).
 
O uso da norma-padrão na letra do Hino Nacional do
Brasil é jus�ficado por tratar-se de um(a) 
a) reverência de um povo a seu país. 
b) gênero solene de caracterís�ca protocolar. 
c) canção concebida sem interferência da oralidade. 
d) escrita de uma fase mais an�ga da língua
portuguesa. 
e) artefato cultural respeitado por todo o povo
brasileiro. 
IT0212 - (Enem)
Sou o coração do folclore nordes�no
Eu sou Mateus e Bas�ão do Boi-bumbá
Sou o boneco de Mestre Vitalino
Dançando uma ciranda em Itamaracá
Eu sou um verso de Carlos Pena Filho
Num frevo de Capiba
Ao som da Orquestra Armorial
Sou Capibaribe
Num livro de João Cabral
Sou mamulengo de São Bento do Una
Vindo no baque solto de maracatu
Eu sou um auto de Ariano Suassuna
No meio da Feira de Caruaru
Sou Frei Caneca do Pastoril do Faceta
Levando a flor da lira
Pra Nova Jerusalém
Sou Luiz Gonzaga
E sou do mangue também
Eu sou mameluco, sou de Casa Forte
Sou de Pernambuco, sou o Leão do Norte
LENINE; PINHEIRO, P.C. Leão do Norte. In: LENINE;
SUZANO, M. Olho de peixe. São Paulo: Vetas. 1993
(fragmento).
33@professorferretto @prof_ferretto
 
O fragmento faz parte da canção brasileira
contemporânea e celebra a cultura popular nordes�na.
Nele, o ar�sta exalta as diferentes manifestações
culturais pela 
a) valorização do teatro, música, artesanato, literatura,
dança, personagens históricos e ar�stas populares,
compondo um tecido diversificado e enriquecedor da
cultura popular como patrimônio regional e
nacional. 
b) iden�ficação dos lugares pernambucanos,
manifestações culturais, como o bumba meu boi, as
cirandas, os bonecos mamulengos e heróis locais,
fazendo com que essa canção se apresente como uma
referência à cultura popular nordes�na. 
c) exaltação das raízes populares, como a poesia, a
literatura de cordel e o frevo, misturadas ao erudito,
como a Orquestra Armorial, compondo um rico tecido
cultural, que transforma o popular em erudito. 
d) caracterização das festas populares como iden�dade
cultural localizada e como representantes de uma
cultura que reflete valores históricos e sociais próprios
da população local. 
e) apresentação do Pastoril do Faceta, do maracatu, do
bumba meu boi e dos autos como representação da
musicalidade e do teatro popular religioso, bastante
comum ao folclore brasileiro. 
IT0204 - (Enem)
A obra do ar�sta plás�co Leonilson (1953-1993) marca
presença no panorama da arte brasileira e internacional.
Nessa obra, ele u�lizou a habilidade técnica do bordado
manual para 
a) obtenção das linhas retas paralelas. 
b) valorização do tracejado re�líneo. 
c) exploração de diferentes texturas. 
d) obtenção do equilíbrio assimétrico. 
e) inscrição homogênea das formas e palavras. 
IT0210 - (Enem)
 
A imagem reproduz a instalação da paulista Lina Kim,
apresentada na 25ª Bienal de São Paulo em março de
2002. Nessa obra, a ar�sta se u�liza de elementos
dispostos num determinado ambiente para propor que o
observador reconheça o(a) 
a) recusa à representação dos problemas sociais. 
b) ques�onamento do que seja razão. 
c) esgotamento das esté�cas recentes. 
d) processo de racionalização inerente à arte
contemporânea. 
e) ruptura esté�ca com movimentos passados. 
IT0281 - (Enem)
TEXTO I
A melhor banda de todos os tempos da úl�ma semana
O melhor disco brasileiro de música americana
O melhor disco dos úl�mos anos de sucessos do passado
34@professorferretto @prof_ferretto
O maior sucesso de todos os tempos entre os dez
maiores fracassos
Não importa contradição
O que importa é televisão
Dizem que não há nada que você não se acostume
Cala a boca e aumenta o volume então.
MELLO, B.; BRITTO, S. A melhor banda de todos os
tempos da úl�ma semana.
São Paulo: Abril Music, 2001 (fragmento).
 
TEXTO II
O fe�chismo na música e a regressão da audição
Aldous Huxley levantou em um de seus ensaios a
seguinte pergunta: quem ainda se diverte realmente hoje
num lugar de diversão? Com o mesmo direito poder-se-ia
perguntar: para quem a música de entretenimento serve
ainda como entretenimento? Ao invés de entreter,
parece que tal música contribui ainda mais para o
emudecimento dos homens, para a morte da linguagem
como expressão, para a incapacidade de comunicação.
ADORNO, T. Textos escolhidos. São Paulo: Nova Cultural,
1999.
 
A aproximação entre a letra da canção e a crí�ca de
Adorno indica o(a) 
a) lado efêmero e restri�vo da indústria cultural. 
b) baixa renovação da indústria de entretenimento. 
c) influência da música americana na cultura brasileira. 
d) fusão entre elementos da indústria cultural e da
cultura popular. 
e) declínio da forma musical em prol de outros meios de
entretenimento. 
IT0251 - (Enem)
 
A foto mostra integrantes de um grupo de choro tocando
instrumentos de diferentes classificações. Nessa
formação, o instrumento que representa a família 
a) das madeiras é a flauta transversal. 
b) das cordas friccionadas é o bandolim. 
c) dos metais é o pandeiro. 
d) das percussões com membrana é o afoxé. 
e) das cordas percur�das é o cavaquinho. 
IT0436 - (Enem PPL)
O ano de 2005 foi importante para a arte indiana em
razão das novas conjunções entre a globalização e a
economia do país. Mudanças geopolí�cas e a evolução
dos meios de comunicação intensificaram as trocas
ar�s�cas e a projeção dessa cultura, que pôde
 
a) trabalhar com novas mídias, instalações e
performances.
b) modificar a arte contemporânea com objetos
extraídos do co�diano.
c) enfa�zar a pintura e a escultura com a
desmaterialização do objeto.
d) apresentar um novo conceito de uso das formas e
materiais naturais.
e) retratar imagens múl�plas que expressam a agitação
da modernidade.
IT0437 - (Enem PPL)
Claude Monet, influenciado por Turner, passou a
pintar temas que apresentassem fluidez. Para isso, ele
fragmentou a imagem com pinceladas de cor pura,
passando a retratar a impressão captada diante do
modelo. Monet inspirava-se, por exemplo, no pôr do sol,
na luminosidade do feno ou num jardim florido. Suas
obras contêm a caracterís�ca de dissociação das cores e
gradação dos tons complementares. As �ntas não eram
misturadas na palheta, dessa forma, a luz emanada das
manchas e das pinceladas coloridas impressionava a
re�na, formando novas cores.
35@professorferretto @prof_ferretto
Disponível em:
h�p://professormarioartes.blogspot.com. 
Acesso em: 12 ago. 2012 (adaptado).
 
Diante dessa nova concepção ar�s�ca, a cor é
a) composta por uma substância químicaque, sob a
incidência de raios luminosos, absorve-os, refle�ndo
para os nossos olhos os raios de tons vermelhos.
b) formada pelo equilíbrio óp�co causado pela
impressão simultânea de cores como magenta, ciano e
amarelo, consideradas cores primárias.
c) imaterial e só se pode sen�-la, passando a ser uma
sensação provocada pela ação dos raios de luz sobre
os nossos olhos.
d) resultante da mistura óp�ca de duas outras que estão
presentes em sua composição de origem, causando
um equilíbrio entre elas.
e) �sica, presente nos raios solares e na luz branca,
sendo impossível perceber sua existência pela
decomposição da luz solar.
IT0438 - (Enem PPL)
A par�r dos anos 1970, a diversidade étnica e cultural
ganha maior reconhecimento com movimentos culturais,
tais como o “Tropicalismo”, os “Afrobahianos”, as
inserções de referências religiosas afro-brasileiras na
Bossa Nova e o “Teatro do Oprimido”. Tudo isso foi
antecipado pelo Movimento de Cultura Popular, fundado
por Paulo Freire nos anos de 1960.
MEDEIROS, B. T. F. Quilombos, polí�cas patrimoniais e
negociações. In: BARRIO, A. E.; MOTTA, A.; GOMES, M. H.
(Org.). Inovação cultural, patrimônio e educação.
Disponível em: h�p://campus.usal.es. Acesso em: 4 set.
2017 (adaptado).
 
Essa ideia nacionalista surgiu dos sonhos de Mário de
Andrade e da Semana de Arte Moderna de 1922, que
visava o(a)
a) incorporação ao patrimônio nacional das culturas
negra e portuguesa.
b) representação das realidades social e econômica do
início do século.
c) reflexo da igualdade mes�ça nos processos de
patrimonialização.
d) ideal da diversidade cultural como categoria
iden�tária nacional.
e) cons�tuição da materialidade e da mul�plicidade
socioculturais.
IT0404 - (Enem PPL)
Sob a perspec�va em que o ar�sta deve trabalhar com as
coisas que o tocam profundamente, a singularidade da
obra Bas�dores, produzida com objetos do co�diano e de
pouco valor material, mostra a boca, que expressa uma
a) situação religiosa afro-brasileira que envolve grande
parte da população.
b) condição par�cular da ar�sta, deslocada de um
contexto sociocultural.
c) situação histórica em que as mulheres ainda bordavam
em bas�dores.
d) condição vivida por parte das mulheres afro-brasileiras
trabalhadoras.
e) situação que se sugere, mas que não se aplica, a
parcelas da população.
IT0405 - (Enem PPL)
36@professorferretto @prof_ferretto
Produzidas com mais de 400 anos de diferença, as obras
de Vik Muniz e Giuseppe Arcimboldo têm em comum a
referência a alimentos. Contudo, enquanto na obra de
Arcimboldo os alimentos fazem parte de um jogo de
representação, em Muniz, são empregados como
matéria-prima, sinalizando uma
a) composição minimalista em contraposição aos
excessos do Barroco.
b) forma de ques�onar a importância do cânone na
pintura de Leonardo Da Vinci.
c) provocação sobre as mudanças de hábitos alimentares
com o passar dos séculos.
d) intenção parodís�ca, estabelecendo um diálogo entre
a Pop Art e a tradição.
e) reafirmação da esté�ca renascen�sta revisitada pela
contemporaneidade.
IT0406 - (Enem PPL)
Basquiat representa uma das classes da sociedade
americana às quais as barreiras sociais impedem,
geralmente, o acesso à arte. Os seus quadros, objetos
pictóricos e desenhos apresentam-se cheios de sinais,
transcrições de textos e elementos figura�vos,
encadeados em ritmos pictóricos de uma precisão
empolgante — um misto de pintura gráfica, símbolos
populares americanos, gírias de rua e alusões a obras de
arte famosas.
HONNEF, K. Arte contemporânea. São Paulo: 1994
(adaptado).
 
As caracterís�cas pictóricas das obras de Basquiat
apresentadas no texto aproximam-se das que
encontramos no Brasil no
a) conjunto de azulejos da arte barroca.
b) óleo sobre tela A Batalha do Riachuelo, do ar�sta
Victor Meirelles.
c) painel de pas�lhas do mural de rua Imprensa, do
ar�sta modernista Di Cavalcan�, localizado na cidade
de São Paulo.
d) óleo sobre tela in�tulado Abaporu, da ar�sta
modernista Tarsila do Amaral, em São Paulo.
e) óleo sobre tela do ar�sta modernista Alfredo Volpi.
IT0418 - (Enem PPL)
O ar�sta Wassily Kandinsky apresenta, em sua produção,
aspectos formais relacionados aos elementos
fundamentais da linguagem visual, que comprovam que a
linha é criada a par�r do(a)
a) movimento do ponto.
b) criação da textura sobre o plano.
c) cor aplicada sobre a super�cie.
d) mancha na relação formal.
e) plano visual sobre o volume.
IT0465 - (Enem PPL)
37@professorferretto @prof_ferretto
TEXTO II
Ar�sta popular, inquieta e sonhadora, mais conhecida
como a “Rainha do Papel de Bala”, Efigênia Ramos Rolim
dá vida à sua arte usando o lixo como matéria-prima para
construir objetos ar�s�cos que refletem seu olhar
fantás�co do co�diano. Sua produção inclui peças de
vestuário, carrinhos de madeira customizados e um
grande número de personagens realizados com material
reciclado que remetem a histórias irreais, surgidas da sua
imaginação. Já teve sua obra exposta ao lado de nomes
como Arthur Bispo do Rosário e recebeu a Ordem do
Mérito Cultural do Ministério da Cultura, a mais alta
honraria concedida pelo órgão aos ar�stas brasileiros.
Disponível em: h�p://bienaldecuri�ba.com.br. Acesso
em: 18 jun. 2019 (adaptado).
 
A ar�sta Efigênia Ramos Rolim destaca-se por produzir
peças que, ao serem ves�das,
a) ironizam a forma idealizada de beleza em que roupas
de grife são apresentadas por modelos.
b) refletem sua admiração pelo mundo da moda, apesar
dos limites de sua realidade financeira.
c) salientam a di�cil condição financeira dos idosos no
Brasil no acesso aos bens de consumo.
d) fazem uma crí�ca social às comunidades que vivem
nos arredores dos aterros sanitários.
e) dão sen�do esté�co a materiais do co�diano
descartados pela sociedade de consumo.
IT0466 - (Enem PPL)
TEXTO II
Arte japonesa
O zen (chán, em chinês) enfa�za a autoconfiança e a
meditação, rejeitando os estudos tradicionais das
escrituras budistas e a realização de complicados rituais.
O zen foi introduzido no Japão no século XIII por monges
japoneses que viajaram à China a fim de estudar as mais
recentes doutrinas. A simplicidade e a autodisciplina
rígida ensinadas pelos mestres zen atraíram a classe dos
samurais (guerreiros), e muitos templos zen foram
construídos no Japão entre os séculos XIII e XV.
ARICHI, M. In: FARTHING, S. (Ed.). Tudo sobre arte. Rio de
Janeiro:
Sextante, 2011 (adaptado).
 
A obra Floresta de pinheiros, do ar�sta Hasegawa
Tohaku, expressa influências do zen-budismo ao
a) apresentar uma cena completa ao espectador.
b) criar uma atmosfera propícia à contemplação.
c) transmi�r os valores de um ideal guerreiro.
d) desafiar os paradigmas esté�cos vigentes.
e) mime�zar espaços de culto religioso.
IT0467 - (Enem PPL)
A harpa congolesa representada na fotografia é um
instrumento musical que faz parte de tradições africanas.
Sua classificação acús�ca tem correspondência com o
 
a) berimbau, já que ambos produzem som por meio de
corda vibrante.
b) agogô, uma vez que a matriz africana é
comum aos
dois
instrumentos.
c) atabaque, levando em conta a pele es�cada que cobre
o corpo do instrumento.
d) reco-reco, considerando-se a madeira como elemento
de base para sua construção.
e) xilofone, em função de ser encontrado em diversas
culturas de miscigenação africana.
IT0479 - (Enem PPL)
38@professorferretto @prof_ferretto
 
Produzida em 1919, a obra O crí�co de arte, de
Hausmann, u�liza procedimentos de composição que
revelam a
 
a) visão sa�rica do ar�sta em relação às convenções da
arte burguesa.
b) necessidade de reconhecimento social de uma nova
esté�ca.
c) valorização da vanguarda ar�s�ca pelo mercado de
arte.
d) beleza da arte em meio às turbulências do pós-guerra.
e) fragilidade da formação acadêmica dos novos ar�stas. 
IT0480 - (Enem PPL)
 
 
TEXTO II
O Futurismo empreende a junção entre
instantaneidade e pregnância, pois o tema não é o
momento ou o conjunto de momentos da ação, mas a
velocidade com que essa ação se desenvolve.
Representar um pássaro evoluindo no ar não é umatarefa das mais di�ceis para um ar�sta, mas como
representar a velocidade de suas manobras em pleno
voo? Em Voo de andorinhas, de 1913, Giacomo Balla
parece buscar uma resposta.
NEVES, A. E. História da arte. Vitória: UFES, 2011.
 
Na obra de Balla, os traços das andorinhas criam com o
espaço uma ar�culação entre instantaneidade e
percepção. Esses traços são expressos pela
 
a) decomposição gradual da imagem do pássaro.
b) abstração dominante na escolha dos elementos da
pintura.
c) composição com pinceladas repe��vas que sugerem
velocidade.
d) inovação da representação da perspec�va ao explorar
o contraste de tonalidade.
e) manutenção da simetria por meio da definição dos
contornos dos pássaros representados.
IT0481 - (Enem PPL)
Vamos ao teatro para um encontro com a vida, mas,
se não houver diferença entre a vida lá fora e a vida em
cena, o teatro não terá sen�do. Não há razão para fazê-
lo. Se aceitarmos, porém, que a vida no teatro é mais
visível, mais vívida do que lá fora, então veremos que é a
mesma coisa e, ao mesmo tempo, um tanto diferente.
Convém acrescentar algumas par�cularidades. A vida, no
teatro é mais compreensível e intensa porque é mais
concentrada. A limitação do espaço e a compressão do
tempo criam essa concentração.
BROOK, P. A porta aberta. Rio de Janeiro: Civilização
Brasileira, 1999.
 
Segundo o diretor inglês Peter Brook, na passagem
citada, a relação entre vida co�diana e teatro pode ser
resumida da maneira seguinte:
a) Para assis�r a uma peça de teatro, é preciso estar
concentrado.
b) Não existe diferença entre a vida co�diana e o teatro,
eles são iguais.
c) No teatro, uma vida inteira pode acontecer e ser
compreendida em apenas duas horas sobre um palco
de dez metros quadrados.
d) No teatro, as falas são mais longas do que na vida
co�diana, e o palco é mais bonito.
e) No teatro, tudo é visível, os atores falam mais alto e
mais pausadamente do que falamos no co�diano, o
que torna a vida mais compreensível.
IT0515 - (Enem PPL)
39@professorferretto @prof_ferretto
As vanguardas europeias trouxeram novas perspec�vas
para as artes plás�cas brasileiras. Na obra O mamoeiro, a
pintora Tarsila do Amaral valoriza
a) a representação de trabalhadores do campo.
b) as retas em detrimento dos círculos.
c) os padrões tradicionais nacionalistas.
d) a representação por formas geométricas.
e) os padrões e objetos mecânicos.
IT0539 - (Enem PPL)
Para que a passagem da produção ininterrupta de
novidade a seu consumo seja feita con�nuamente, há
necessidade de mecanismos, de engrenagens. 
Uma espécie de grande máquina industrial, incitante,
tentacular, entra em ação. Mas bem depressa a simples
lei da oferta e da procura segundo as necessidades não
vale mais: é preciso excitar a demanda, excitar o
acontecimento, provocá-lo, espicaçá-lo, fabricá-lo, pois a
modernidade se alimenta disso.
CAUQUELIN, A. Arte contemporânea: uma introdução.
São Paulo: Mar�ns Fontes, 2005 (adaptado).
 
No contexto da arte contemporânea, o texto da autora
Anne Cauquelin reflete ações que explicitam
a) métodos u�lizados pelo mercado de arte.
b) inves�mentos realizados por mecenas.
c) interesses do consumidor de arte.
d) prá�cas co�dianas do ar�sta.
e) fomentos públicos à cultura.
IT0552 - (Enem PPL)
TEXTO I
 
TEXTO II
 
 
O instrumento feito de lâminas metálicas e cabaça é
comum a manifestações musicais na África e no Brasil.
Nos textos, apesar de figurarem em contextos
geográficos separados pelo Oceano Atlân�co e terem
cerca de um século de distanciamento temporal, a
semelhança do instrumento demonstra a 
a) vinculação desses instrumentos com a cultura dos
negros escravizados.
b) influência da cultura africana na construção da
musicalidade brasileira.
c) condição de colônia europeia comum ao Brasil e
grande parte da África.
d) escassez de variedade de instrumentos musicais
relacionados à cultura africana.
e) importância de registros ar�s�cos na difusão e
manutenção de uma tradição musical.
IT0566 - (Enem PPL)
40@professorferretto @prof_ferretto
 
Uma das funções da obra de arte é representar o
contexto sociocultural ao qual ela pertence. Produzida na
primeira metade do século XX, a Estrada de Ferro Central
do Brasil evidencia o processo de modernização pela
a) ver�calização do espaço.
b) descontrução da forma.
c) sobreposição de elementos.
d) valorização da natureza.
e) abstração do tema.
IT0579 - (Enem PPL)
TEXTO I
 
TEXTO II
 
TEXTO III
A arte pode estar, às vezes, muito mais preparada do
que a ciência para captar o devir e a fluidez do mundo,
pois o ar�sta não quer manipular, mas sim “habitar” as
coisas. O famoso ar�sta francês Rodin, no seu
livro L’Art (A Arte, 1911), comenta que a técnica de
fotografia em série, mostrando todos os momentos do
galope de um cavalo em diversos quadros, apesar de seu
grande realismo, não é capaz de capturar o movimento.
O corpo do animal é fotografado em diferentes posições,
mas ele não parece estar galopando: “na imagem
cien�fica [fotográfica], o tempo é suspenso
bruscamente”.
Para Rodin, um pintor é capaz, em única cena, de nos
transmi�r a experiência de ver um cavalo de corrida, e
isso porque ele representa o animal em um movimento
ambíguo, em que os membros traseiros e dianteiros
parecem estar em instantes diferentes. Rodin diz que
essa exposição talvez seja logicamente inconcebível, mas
é paradoxalmente muito mais adequada à maneira como
o movimento se dá: “o ar�sta é verdadeiro e a fotografia
men�rosa, pois na realidade o tempo não para”.
FEITOSA, C. Explicando a filosofia com arte. Rio de
Janeiro: Ediouro, 2004.
 
Observando-se as imagens (Textos I e II), o paradoxo
apontado por Rodin (Texto III) procede e cria uma
maneira original de perceber a relação entre a arte e a
técnica, porque o(a)
a) fotografia é realista na captação da sensação do
movimento.
b) pintura explora os sen�mentos do ar�sta e não tem
um caráter cien�fico.
c) fotógrafo faz um estudo sobre os movimentos e
consegue captar a essência da sua representação.
d) pintor representa de forma equivocada as patas dos
cavalos, confundindo nossa noção de realidade.
e) pintura inverte a lógica comumente aceita de que a
fotografia faz um registro obje�vo e fidedigno da
realidade.
41@professorferretto @prof_ferretto
IT0581 - (Enem PPL)
TEXTO I
TEXTO II
Manuel da Costa Ataíde (Mariana, MG, 1762-1830),
assim como os demais ar�stas do seu tempo, recorria a
bíblias e a missais impressos na Europa como ponto de
par�da para a seleção iconográfica das suas
composições, que então recriava com inven�va
liberdade.
Se Mário de Andrade houvesse conseguido a
oportunidade de acesso aos meios de aproximação ó�ca
da pintura dos forros de Manuel da Costa Ataíde,
imaginamos como não teria vibrado com o mula�smo
das figuras do mestre marianense, ra�ficando, ao lado de
Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, a sua percepção
pioneira de um surto de racialidade brasileira em nossa
terra, em pleno século XVIII.
FROTA, L. C. Ataíde: vida e obra de Manuel da Costa
Ataíde. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1982.
 
O Texto II destaca a inovação na representação ar�s�ca
setecen�sta, expressa no Texto I pela
a) reprodução de episódios bíblicos.
b) retratação de elementos europeus.
c) valorização do sincre�smo religioso.
d) recuperação do antropocentrismo clássico.
e) incorporação de caracterís�cas iden�tárias.
IT0588 - (Enem PPL)
Muitos trabalhos recentes de arte digital não
consistem mais em objetos puros e simples, que se
devem admirar ou analisar, mas em campos de
possibilidades, programas geradores de experiências
esté�cas potenciais. Se já era di�cil decidir sobre a
paternidade de um produto da cultura técnica, visto que
ela oscilava entre a máquina e os vários sujeitos que a
manipulam, a tarefa agora torna-se ainda mais complexa.
Se quisermos complicar ainda mais o esquema da
criação nos objetos ar�s�cos produzidos com meios
tecnológicos, poderíamos incluir também aquele que
está na ponta final do processo e que foi conhecido pelos
nomes (hoje inteiramente inapropriados) de
espectadores,ouvintes ou leitores: numa palavra, os
receptores de produtos culturais.
MACHADO, A. Máquina e imaginário: o desafio das
poé�cas tecnológicas. São Paulo: Edusp, 1993
(adaptado).
 
O autor demonstra a crise que os meios digitais trazem
para questões tradicionais da criação ar�s�ca,
par�cularmente, para a autoria. Essa crise acontece
porque, atualmente, além de clicar e navegar, o público
a) analisa o objeto ar�s�co.
b) anula a proposta do autor.
c) assume a criação da obra.
d) interfere no trabalho de arte.
e) impede a atribuição de autoria.
IT0600 - (Enem PPL)
Inovando os padrões esté�cos de sua época, a obra de
Pablo Picasso foi produzida u�lizando caracterís�cas de
um movimento ar�s�co que
42@professorferretto @prof_ferretto
a) dispensa a representação da realidade.
b) agrega elementos da publicidade em suas
composições.
c) valoriza a composição dinâmica para representar
movimento.
d) busca uma composição reduzida e seus elementos
primários de forma.
e) explora a sobreposição de planos geométricos e
fragmentos de objetos.
IT0610 - (Enem PPL)
Essa escultura foi produzida durante o período da
ditadura stalinista, na ex-União Sovié�ca, e representa
o(a)
 
a) luta do proletariado sovié�co para sua emancipação
do sistema vigente.
b) trabalhador sovié�co retratado de acordo com a
realidade do período.
c) exaltação idealizada da capacidade de trabalho do
povo sovié�co.
d) união de operários e camponeses sovié�cos pela volta
do regime czarista.
e) sofrimento de trabalhadores sovié�cos pela opressão
do regime stalinista.
IT0615 - (Enem PPL)
TEXTO I
 
TEXTO II
Ao ser ques�onado sobre seu processo de criação de
ready-mades, Marcel Duchamp afirmou: 
— Isto dependia do objeto; em geral, era preciso
tomar cuidado com o seu look. É muito di�cil escolher
um objeto porque depois de quinze dias você começa a
gostar dele ou a detestá-lo. É preciso chegar a qualquer
coisa com uma indiferença tal que você não tenha
nenhuma emoção esté�ca. A escolha do ready-made é
sempre baseada na indiferença visual e, ao mesmo
tempo, numa ausência total de bom ou mau gosto. 
CABANNE, P Marcel Duchamp: engenheiro do tempo
perdido.
São Paulo: Perspec�va, 1987 (adaptado).
 
Relacionando o texto e a imagem da obra, entende-se
que o ar�sta Marcel Duchamp, ao criar os ready-mades,
inaugurou um modo de fazer arte que consiste em
a) designar ao ar�sta de vanguarda a tarefa de ser o
ar�fice da arte do século XX.
b) considerar a forma dos objetos como elemento
essencial da obra de arte.
c) revitalizar de maneira radical o conceito clássico do
belo na arte.
d) cri�car os princípios que determinam o que é uma
obra de arte.
e) atribuir aos objetos industriais o status de obra de
arte.
IT0620 - (Enem PPL)
Inspiração no lixo
O paulistano Jaime Prades, um dos precursores do
grafite e da arte urbana, chegou ao lixo por sua intensa
relação com as ruas de São Paulo. “A par�r da década de
1980, passei a perceber o desastre que é a ecologia
urbana. Quando a gente fala em questão ambiental,
sempre se refere à natureza, mas a crise ambiental
urbana é forte”, diz Prades. Inspirado pela obra de Frans
Krajcberg, há quatro anos Jaime Prades decidiu construir
uma árvore gigante no Parque do Ibirapuera ou em outro
43@professorferretto @prof_ferretto
local público, feita com sobras de madeira garimpadas
em caçambas. “Elas são como os intes�nos da cidade,
são vísceras expostas”, conta Prades. “Percebi que cada
pedaço de madeira carregava a memória da árvore de
onde ela veio. Percebi que não estava só reciclando, e
sim resgatando”. Sua árvore gigante ainda não vingou,
mas a ideia evoluiu. Agora, ele pretende criar uma
plataforma na internet para es�mular outros ar�stas a
fazer o mesmo. “Teríamos uma floresta virtual planetária,
na qual se colocariam essas questões de forma poé�ca,
criando uma discussão enriquecedora.”
VIEIRA, A. Na�onal Geographic Brasil, n. 65-A, 2015.
 
O texto tema�za algumas transformações das funções da
arte na atualidade. No trabalho citado, do ar�sta Jaime
Prades, considera-se a
a) reflexão sobre a responsabilidade ambiental do
homem.
b) valorização da poé�ca em detrimento do conteúdo.
c) preocupação com o belo encontrado na natureza.
d) percepção da obra como suporte da memória.
e) reu�lização do lixo como forma de consumo.
IT0626 - (Enem PPL)
Disponível em: www.carbonoquatorze.com.br. Acesso
em: 3 mar. 2012.
 
Em 1956, o ar�sta Flávio de Resende Carvalho desfilou
pela Avenida Paulista com o traje New Look, uma
proposta tropical para o guarda-roupa masculino. Suas
obras mais conhecidas são relacionadas às performances.
A imagem permite relacionar como caracterís�cas dessa
manifestação ar�s�ca o uso
a) da in�midade, da polí�ca e do corpo.
b) do público, da ironia e da dor.
c) do espaço urbano, da in�midade e do drama.
d) da moda, do drama e do humor.
e) do corpo, da provocação e da moda.
IT0691 - (Enem PPL)
TEXTO I
 
TEXTO II
Só Deus pode me julgar
Soldado da guerra a favor da jus�ça
Igualdade por aqui é coisa fic�cia
Você ri da minha roupa, ri do meu cabelo
Mas tenta me imitar se olhando no espelho Preconceito
sem conceito que apodrece a nação Filhos do descaso
mesmo pós-abolição. 
MV BILL. Declaração de guerra. Manaus: BMG, 2002
(fragmento).
 
O trecho do rap e o grafite evidenciam o papel social
das manifestações ar�s�cas e provocam a
a) consciência do público sobre as razões da
desigualdade social.
b) rejeição do público-alvo à situação representada nas
obras.
c) reflexão contra a indiferença nas relações sociais de
forma contundente.
d) ideia de que a igualdade é a�ngida por meio da
violência.
e) mobilização do público contra o preconceito racial em
contextos diferentes.
IT0693 - (Enem PPL)
44@professorferretto @prof_ferretto
Se observarmos o maxixe brasileiro, a beguine da
Mar�nica, o danzón de San�ago de Cuba e o rag�me
norte-americano, vemos que todos são adaptações da
polca. A diferença de resultado se deve ao sotaque
inerente à música de cada colonizador (português,
espanhol, francês e inglês) e, em alguns casos, a uma
maior influência da música religiosa. 
CAZES, H. Choro: do quintal ao Municipal. São Paulo:
Editora 34, 1998 (adaptado).
 
Além do sotaque inerente à música de cada colonizador e
da influência religiosa, que outro elemento auxiliou a
cons�tuir os gêneros de música popular citados no texto?
a) A região da África de origem dos escravos, trazendo
tradições musicais e religiosas de tribos dis�ntas.
b) O relevo dos países, favorecendo o isolamento de
comunidades, aumentando o número de gêneros
musicais surgidos.
c) O conjunto de portos, que favorecem o trânsito de
diferentes influências musicais e credos religiosos.
d) A agricultura das regiões, pois o que é plantado exerce
influência nas canções de trabalho durante o plan�o.
e) O clima dos países em questão, pois as temperaturas
influenciam na composição e vivacidade dos ritmos.
IT0694 - (Enem PPL)
Sem flecha, na rima
O grupo de rap Brô MCs, criado no final de 2009, é
formado pelos pares de irmãos (daí o “bro”, de brother)
Bruno/Clemerson e Kelvin/Charles, jovens que cresceram
ouvindo hip hop nas rádios da aldeia Jaguapiru Bororo,
em Dourados, Mato Grosso do Sul.
— Desde o começo a gente não queria impor uma
cultura estranha que invadisse a cultura indígena —
afirma o produtor, chamando a atenção para o grande
destaque do Brô MCs: as letras em língua indígena.
Expressar-se em língua originária e fazer com que os
jovens indígenas percebam a vitalidade do idioma na�vo
é uma das mo�vações do grupo.
A dificuldade maior vem dos crí�cos, que não aceitam
o fato de que a cultura indígena é dinâmica e sempre
incorpora novidades.
— “Mas índio cantando rap?”, tem gente que
ques�ona. O rap é de quem canta, é de quem gosta, não
é só dos americanos — avalia Dani [o vocal feminino].
BONFIM, E. Revista Língua Portuguesa, n. 81, jul. 2012
(adaptado).
 
Considerando-se as opiniões apresentadas no texto, a
indagação “Mas índio cantando rap?” traduz um ponto
de vista que evidencia
a) desqualificação dos indígenascomo músicos,
desmerecendo sua capacidade musical devido a sua
cultura.
b) desvalorização da cultura rap em contrapar�da às
tradições musicais indígenas, mo�vo pelo qual os
índios não devem cantar rap.
c) preconceito por parte de quem não concebe que os
índios possam conhecer o rap e, menos ainda, cantar
esse gênero musical.
d) equívoco por desconsiderar as origens culturais do
gênero musical, ligadas ao contexto urbano.
e) entendimento do rap como um gênero ultrapassado
em relação à linguagem musical dos indígenas.
IT0656 - (Enem PPL)
Em 1866, tendo encerrado seus estudos na Escola de
Belas Artes, em Paris, Pedro Américo ofereceu a tela A
Carioca ao imperador Pedro II, em reconhecimento ao
seu mecenas. O nu feminino obedecia aos cânones da
grande arte e pretendia ser uma alegoria feminina da
nacionalidade. A tela, entretanto, foi recusada por imoral
e licenciosa: mesmo não fugindo à regra oitocen�sta
rela�va à nudez na obra de arte, A Carioca não pôde,
portanto, ser absorvida de imediato. A sensualidade
tangível da figura feminina, próxima do orientalismo tão
em voga na Europa, confrontou-se não somente com os
limites morais, mas também com a orientação esté�ca e
cultural do Império. O que chocara mais: a nudez frontal
ou um nu tão descolado do que se desejava como nudez
nacional aceitável, por exemplo, aquela das român�cas
figuras indígenas? A Carioca oferecia um corpo
simultaneamente ideal e obsceno: o alto — uma beleza
imaterial — e o baixo — uma carnalidade excessiva.
Sugeria uma mistura de es�los que, sem romper com a
regra do decoro ar�s�co, insinuava na tela algo
inadequado ao repertório simbólico oficial. A exó�ca
morena, que não é índia — nem mulata ou negra —
poderia representar uma visualidade feminina brasileira e
desfrutar de um lugar de destaque no imaginário da
nossa “monarquia tropical”?
OLIVEIRA, C. Disponível em: h�p://anpuh.org.br. Acesso
em: 20 maio 2015.
 
O texto revela que a aceitação da representação do belo
na obra de arte está condicionada à
45@professorferretto @prof_ferretto
a) incorporação de grandes correntes teóricas de uma
época, conferindo legi�midade ao trabalho do ar�sta.
b) atemporalidade do tema abordado pelo ar�sta,
garan�ndo perenidade ao objeto de arte então
elaborado.
c) inserção da produção ar�s�ca em um projeto esté�co
e ideológico determinado por fatores externos.
d) apropriação que o pintor faz dos grandes temas
universais já recorrentes em uma vertente ar�s�ca.
e) assimilação de técnicas e recursos já u�lizados por
movimentos anteriores que trataram da temá�ca.
IT0659 - (Enem PPL)
Síntese entre erudito e popular
Na região mineira, a separação entre cultura popular
(as artes mecânicas) e erudita (as artes liberais) é
marcada pela elite colonial, que tem como exemplo os
valores europeus, e o grupo popular, formado pela fusão
de várias culturas: portugueses aventureiros ou
degredados, negros e índios. Aleijadinho, unindo as
sofis�cações da arte erudita ao entendimento do ar�fice
popular, consegue fazer essa síntese caracterís�ca deste
momento único na história da arte brasileira: o barroco
colonial.
MAJORA, C. BrHistória, n. 3, mar. 2007 (adaptado).
 
No século XVIII, a arte brasileira, mais especificamente a
de Minas Gerais, apresentava a valorização da técnica e
um es�lo próprio, incluindo a escolha dos materiais.
Ar�stas como Aleijadinho e Mestre Ataíde têm suas obras
caracterizadas por peculiaridades que são iden�ficadas
por meio
a) do emprego de materiais oriundos da Europa e da
interpretação realista dos objetos representados.
b) do uso de recursos materiais disponíveis no local e da
interpretação formal com caracterís�cas próprias.
c) da u�lização de recursos materiais vindos da Europa e
da homogeneização e linearidade representacional.
d) da observação e da cópia detalhada do objeto
representado e do emprego de materiais disponíveis
na região.
e) da u�lização de materiais disponíveis no Brasil e da
interpretação idealizada e linear dos objetos
representados.
IT0929 - (Enem)
É fundamentalmente no Minho, norte de Portugal,
que o cavaquinho aparece como instrumento
�picamente popular, ligado às formas essenciais da
música caracterís�ca dessa província. O cavaquinho
minhoto tem escala rasa com o tampo, o que facilita a
prá�ca do “rasqueado”. O cavaquinho chega ao Brasil
diretamente de Portugal, e o modelo brasileiro é maior
do que a sua versão portuguesa, com uma caixa de
ressonância mais funda. Semelhante ao cavaquinho
minhoto, o machete, ou mache�nho madeirense, é um
pequeno cordófono de corda dedilhada, que faz parte da
grande e diversificada família das violas de mão
portuguesas. O ukulele tem a sua origem no século XIX,
tendo como ancestrais o braguinha (ou machete) e o
rajão, instrumentos levados pelos madeirenses quando
eles emigraram para o Havaí.
OLIVEIRA, E. V. Cavaquinhos e família. Disponível em:
h�ps://casadaguitarra.pt. Acesso em: 18 nov. 2021
(adaptado).
 
O conjunto dessas prá�cas musicais demonstra que os
instrumentos mencionados no texto
a) refletem a dependência da u�lização de matéria-prima
europeia.
b) adaptam suas caracterís�cas a cada cultura,
assumindo nova iden�dade.
c) comprovam a hegemonia portuguesa na invenção de
cordófonos dedilhados.
d) ilustram processos de dominação cultural,
evidenciando situações de choque cultural.
e) mantêm nomenclatura própria para garan�r a
fidelidade às formas originais de confecção.
IT0931 - (Enem)
TEXTO I
A fotografia de Regina Valkenborgh apresenta 2953
arcos de luz cruzando o céu e registra o nascer e o pôr do
sol ao longo de oito anos. Em 2012, essa estudante da
Universidade de Her�ordshire colocou uma folha de
papel fotográfico em uma lata com um pequeno ori�cio,
criando assim uma câmera pinhole de baixa tecnologia.
Porém, a lata foi esquecida em um telescópio no
observatório da universidade. Esse projeto esquecido
acabou revelando a foto do pôr do sol de maior
exposição já �rada.
SANTOS, A. Disponível em: h�ps://socien�fica.com.br.
Acesso em: 13 nov. 2021 (adaptado).
 
TEXTO II
Representação de 2.953 arcos de luz cruzando o céu,
registrando o nascer e o pôr do sol ao longo de oito anos
 
46@professorferretto @prof_ferretto
 
O experimento realizado por Regina Valkenborgh
resultou no entendimento de que a
 
a) técnica fotográfica alterna�va limita o registro de
imagens. 
b) apreciação da natureza depende de registro
fotográfico. 
c) cria�vidade ar�s�ca decorre do conhecimento
cien�fico. 
d) câmera de criação caseira tem valor tecnológico.
e) produção ar�s�ca pode ser resultado do acaso.
IT0934 - (Enem)
A leitura compara�va das duas esculturas, separadas por
mais de 2 500 anos, indica a
a) valorização da arte an�ga por ar�stas
contemporâneos.
b) resistência da arte escultórica aos avanços
tecnológicos.
c) simplificação da forma em razão do �po de material
u�lizado.
d) persistência de padrões esté�cos em diferentes
épocas e culturas.
e) ausência de detalhes como traço dis�n�vo da arte
tradicional popular.
IT0935 - (Enem)
TEXTO I
A linguagem visual dos adornos transmite
informações sobre pres�gio e transgressão, direito e
dever, pois só é permi�do ao indivíduo o uso de adornos
de sua linhagem. Quando diretamente vinculadas aos
conceitos cosmológicos, as artes indígenas convertem-se
antes em prismas que refletem as concepções acerca da
composição do universo e dos componentes que o
povoam.
AGUILAR, N. (Org.); DIAS, J. A. B. F.; VELTHEN, L. H. V.
Mostra do redescobrimento: artes indígenas. São Paulo:
Fundação Bienal de São Paulo-Associação Brasil 500
anos, 2000 (adaptado).
 
TEXTO II
 
Pela leitura desses textos, infere-se que a compreensão
da arte plumária indígena requer a consideração da
47@professorferretto @prof_ferretto
a) indis�nção hierárquica entre os membros de um
mesmo grupo social.
b) prevalência dos elementos do mundo natural sobre as
relações humanas.
c) reconfiguração constante das representações cole�vas
acerca do universo.
d) indeterminação entre as noções de iden�dade
individual e de iden�dade cultural.e) indissociabilidade entre objetos ritualís�cos e os
papéis dos indivíduos na comunidade.
IT0936 - (Enem)
Se você é feito de música, este texto é pra você
Às vezes, no silêncio da noite, eu fico imaginando: que
graça teria a vida sem música? Sem ela não há paz, não
há beleza. Nos dias de festa e nas madrugadas de pranto,
nas trilhas dos filmes e nas corridas no parque, o que
seria de nós sem as canções que enfeitam o co�diano
com ritmo e verso? Quem nunca curou uma dor de
cotovelo dançando lambada ou terminou de se afundar
ouvindo sertanejo sofrência? Quantos já cri�caram funk
e fecharam a noite descendo até o chão? Tudo bem...
Raul nos ensinou que é preferível ser essa metamorfose
ambulante do que ter aquela velha opinião formada
sobre tudo.
Já somos cas�gados com o peso das tragédias, o
barulho das buzinas, os ruídos dos conflitos. É pau, é
pedra, é o fim do caminho. Há uma nuvem de lágrimas
sobre os olhos, você está na lanterna dos afogados, o
coração despedaçado. Mas, como um sopro, da janela do
vizinho, entra o samba que reanima a mente. Floresce do
fundo do nosso quintal a ba�da que ressuscita o ânimo,
sintoniza a alegria e equaliza o fôlego. Levanta, sacode a
poeira, dá a volta por cima.
BITTAR, L. Disponível em: www.revistabula.com. Acesso
em: 21 nov. 2021 (adaptado).
 
Defendendo a importância da música para o bem-estar e
o equilíbrio emocional das pessoas, a autora usa, como
recurso persuasivo, a
a) contradição, ao associar o coração despedaçado à
alegria.
b) metáfora, ao citar a imagem da metamorfose
ambulante.
c) intertextualidade, ao resgatar versos de letras de
canções.
d) enumeração, ao mencionar diferentes ritmos
musicais.
e) hipérbole, ao falar em “sofrência”, “tragédias” e
“afogados”.
IT0941 - (Enem)
Uma definição possível para o conceito de arte afro-
brasileira pode ser: produção plás�ca que é feita por
negros, mes�ços ou brancos a par�r de suas experiências
sociais com a cultura negra nacional. Exemplos clássicos
dessa abordagem são Carybé (1911-1997), Mestre Didi
(1917-2013) e Djanira da Mo�a e Silva (1914-1979), cujas
obras emergem e ganham forma em razão do ambiente
social no qual habitaram e viveram. Se Didi era um
célebre representante da cultura religiosa nagô baiana e
brasileira, iniciado desde o ventre no candomblé, Carybé
era argen�no e, naturalizado brasileiro, envolveu-se de
tal modo com essa religião que alguns dos orixás dos
quais conhecemos a imagem visual são produções suas.
Disponível em: www.premiopipa.com. Acesso em: 13
nov. 2021 (adaptado).
 
Sob a perspec�va da mul�culturalidade e de acordo com
o texto, a produção ar�s�ca afro-brasileira caracteriza-se
pelo(a)
a) estranhamento no modo de apropriação da cultura
religiosa de matriz africana.
b) distanciamento entre as raízes de matriz africana e a
esté�ca de outras culturas.
c) visão uniformizadora das religiões de matriz africana
expressada nas diferentes produções.
d) relação complexa entre as vivências pessoais dos
ar�stas e os referenciais esté�cos de matriz africana.
e) padronização da forma de produção e da temá�ca da
matriz africana presente nas obras dos ar�stas citados.
48@professorferretto @prof_ferrettoportuguês. 
IT0255 - (Enem)
Piraí, Piraí, Piraí
Piraí bandalargou-se um pouquinho
Piraí infoviabilizou
Os ares do município inteirinho
Com certeza a medida provocou
Um certo vento de redemoinho
 
Diabo de menino agora quer
Um ipod e um computador novinho
Certo é que o sertão quer virar mar
Certo é que o sertão quer navegar
No micro do menino interne�nho
GIL, G. Banda larga cordel. Geleia Geral. 2008.
Disponível em: h�p://www.gilbertogil.com.br. Acesso
em: 24 abr. 2010 (fragmento).
 
No texto, encontram-se as expressões "bandalargou-se",
"infoviabilizou" e "interne�nho", que indicam a influência
da tecnologia digital na língua. Em relação à
dinamicidade da língua no processo de comunicação,
essas expressões representam 
3@professorferretto @prof_ferretto
a) a expansão vocabular influenciada pelo uso co�diano
de ferramentas da cultura digital. 
b) o desconhecimento das regras de formação de
palavras na língua. 
c) a derivação de palavras sob a influência de falares
arcaicos. 
d) a incorporação de palavras estrangeiras sem
adaptações à língua portuguesa. 
e) a apropriação de conceitos ultrapassados
disseminados pelas influências estrangeiras. 
IT0284 - (Enem)
"Águas de março definem se falta luz este ano".
 
Esse foi o �tulo de uma reportagem em jornal de
circulação nacional, pouco antes do início do
racionamento do consumo de energia elétrica, em 2001.
No Brasil, a relação entre a produção de eletricidade e a
u�lização de recursos hídricos, estabelecida nessa
manchete, se jus�fica porque 
a) a geração de eletricidade nas usinas hidrelétricas exige
a manutenção de um dado fluxo de água nas
barragens. 
b) o sistema de tratamento da água e sua distribuição
consomem grande quan�dade de energia elétrica. 
c) a geração de eletricidade nas usinas termelétricas
u�liza grande volume de água para refrigeração. 
d) o consumo de água e de energia elétrica u�lizadas na
indústria compete com o da agricultura. 
e) é grande o uso de chuveiros elétricos, cuja operação
implica abundante consumo de água. 
IT0192 - (Enem)
Quatro olhos, quatro mãos e duas cabeças formam a
dupla de grafiteiros “Osgemeos”. Eles cresceram
pintando muros do bairro Cambuci, em São Paulo, e
agora têm suas obras expostas na conceituada Deitch
Gallery, em Nova Iorque, prova de que o grafite feito no
Brasil é apreciado por outras culturas. Muitos lugares
abandonados e sem manutenção pelas prefeituras das
cidades tornam-se mais agradáveis e humanos com os
grafites pintados nos muros. Atualmente, ins�tuições
públicas educa�vas recorrem ao grafite como forma de
expressão ar�s�ca, o que propicia a inclusão social de
adolescentes carentes, demonstrando que o grafite é
considerado uma categoria de arte aceita e reconhecida
pelo campo da cultura e pela sociedade local e
internacional.
Disponível em: h�p://www.flickr.com. Acesso em: 10 set.
2008 (adaptado).
 
No processo social de reconhecimento de valores
culturais, considera-se que 
a) grafite é o mesmo que pichação e suja a cidade, sendo
diferente da obra dos ar�stas. 
b) a população das grandes metrópoles depara-se com
muitos problemas sociais, como os grafites e as
pichações. 
c) atualmente, a arte não pode ser usada para inclusão
social, ao contrário do grafite. 
d) os grafiteiros podem conseguir projeção internacional,
demonstrando que a arte do grafite não tem fronteiras
culturais. 
e) lugares abandonados e sem manutenção tornam-se
ainda mais desagradáveis com a aplicação do grafite.
IT0269 - (Enem)
O meu lugar,
Tem seus mitos e seres de luz,
É bem perto de Oswaldo Cruz,
Cascadura, Vaz Lobo, Irajá.
O meu lugar,
É sorriso, é paz e prazer,
O seu nome é doce dizer,
Madureira, ia, Iaiá.
Madureira, ia, Iaiá
 
Em cada esquina um pagode um bar,
Em Madureira.
Império e Portela também são de lá,
Em Madureira.
E no Mercadão você pode comprar
Por uma pechincha você vai levar,
Um dengo, um sonho pra quem quer sonhar,
Em Madureira.
CRUZ, A. Meu lugar. Disponível em:
www.vagalume.uol.com.br. Acesso em: 16 abr. 2010
(fragmento).
 
A análise do trecho da canção indica um �po de interação
entre o indivíduo e o espaço. Essa interação explícita na
canção expressa um processo de 
a) autossegregação espacial. 
b) exclusão sociocultural. 
c) homogeneização cultural. 
d) expansão urbana. 
e) pertencimento ao espaço. 
IT0271 - (Enem)
Canto dos lavradores de Goiás 
 
Tem fazenda e fazenda 
4@professorferretto @prof_ferretto
Que é grande perfeitamente 
Sobe serra desce serra 
Salta muita água corrente 
Sem lavoura e sem ninguém 
O dono mora ausente. 
Lá só tem caçambeiro 
Tira onda de valente 
Isso é que é grande barreira 
Que está em nossa frente 
Tem muita gente sem terra 
Tem muita terra sem gente. 
MARTINS, J. S. Ca�veiro da terra. São Paulo: Ciências
Humanas, 1979. 
 
No canto registrado pela cultura popular, a caracterís�ca
do mundo rural brasileiro no século XX destacada é a
a) atuação da bancada ruralista. 
b) expansão da fronteira agrícola. 
c) valorização da agricultura familiar. 
d) manutenção da concentração fundiária. 
e) implementação da modernização conservadora.
IT0232 - (Enem)
Não tem tradução 
 
[...]
Lá no morro, se eu fizer uma falseta 
A Risoleta desiste logo do francês e do inglês 
A gíria que o nosso morro criou 
Bem cedo a cidade aceitou e usou 
[...]
Essa gente hoje em dia que tem mania de exibição 
Não entende que o samba não tem tradução no idioma 
francês 
Tudo aquilo que o malandro pronuncia 
Com voz macia é brasileiro, já passou de português
Amor lá no morro é amor pra chuchu 
As rimas do samba não são I love you
E esse negócio de alô, alô boy e alô Johnny
Só pode ser conversa de telefone 
 
ROSA, N. In: SOBRAL, João J. V. A tradução dos
bambas. Revista Língua Portuguesa. Ano 4, n.54. São
Paulo: Segmento, abr. 2010 (fragmento).
 
As canções de Noel Rosa, compositor brasileiro de Vila
Isabel, apesar de revelarem uma aguçada preocupação
do ar�sta com seu tempo e com as mudanças polí�co-
culturais no Brasil, no início dos anos 1920, ainda são
modernas. Nesse fragmento do samba Não tem
tradução, por meio do recurso da metalinguagem, o
poeta propõe 
a) incorporar novos costumes de origem francesa e
americana, juntamente com vocábulos estrangeiros. 
b) respeitar e preservar o português padrão como forma
de fortalecimento do idioma do Brasil. 
c) valorizar a fala popular brasileira como patrimônio
linguís�co e forma legí�ma de iden�dade nacional. 
d) mudar os valores sociais vigentes à época, com o
advento do novo e quente ritmo da música popular
brasileira. 
e) ironizar a malandragem carioca, aculturada pela
invasão de valores étnicos de sociedades mais
desenvolvidas. 
IT0218 - (Enem)
Um amor desse
Era 24 horas lado a lado
Um radar na pele, aquele sen�mento alucinado
Coração ba�a acelerado
 
Bastava um olhar para eu entender
Que era hora de me entregar pra você
Palavras não faziam falta mais
Ah, só de lembrar do seu perfume
Que arrepio, que calafrio
Que o meu corpo sente
Nem que eu queira, eu te apago da mente
 
Ah, esse amor
Deixou marcas no meu corpo
Ah, esse amor
Só de pensar, eu grito, eu quase morro
AZEVEDO, N; LEÃO, W. QUADROS, R. Coração pede
socorro. Rio de Janeiro: Som Livre, 2018 (fragmento).
 
Essa letra de canção foi composta especialmente para
uma campanha de combate à violência contra as
mulheres, buscando conscien�zá-las acerca do limite
entre relacionamento amoroso e relacionamento
abusivo. Para tanto, a estratégia empregada na letra é a 
5@professorferretto @prof_ferretto
a) revelação da submissão da mulher à situação de
violência, que muitas vezes a leva à morte. 
b) ênfase na necessidade de se ouvirem os apelas da
mulher agredida, que con�nuamente pede socorro. 
c) exploração de situação de duplo sen�do, que mostra
que atos de dominação e violência não configuram
amor. 
d) divulgação da importância de denunciar a violência
domés�ca, que a�nge um grande número de
mulheres no país. 
e) naturalização de situações opressivas, que fazem parte
da vida de mulheresque vivem em uma sociedade
patriarcal. 
IT0234 - (Enem)
TEXTO 1 
Onde está a hones�dade? 
Você tem palacete reluzente 
Tem joias e criados á vontade 
Sem ter nenhuma herança ou parente 
Só anda de automóvel na cidade... 
 
E o povo pergunta com maldade: 
Onde está a hones�dade? 
Onde está a hones�dade? 
 
O seu dinheiro nasce de repente 
E embora não se saiba se é verdade 
Você acha nas ruas diariamente 
Anéis, dinheiro e felicidade... 
 
Vassoura dos salões da sociedade 
Que varre o que encontrar em sua frente 
Promove fes�vais de caridade 
Em nome de qualquer defunto ausente... 
ROSA. N Disponível em: h�p://www.mpbnet.com.br.
Acesso em: abr. 2010 
 
TEXTO II 
Um vulto da história da música popular brasileira,
reconhecido nacionalmente, é Noel Rosa. Ele nasceu em
1910, no Rio de Janeiro; portanto, se es�vesse vivo,
estaria completando 100 anos. Mas faleceu aos 26 anos
de idade, ví�ma de tuberculose, deixando um acervo de
grande valor para o patrimônio cultural brasileiro. Muitas
de suas letras representam a sociedade contemporânea,
como se �vessem sido escritas no século XXI. 
Disponível em: h�p://www.mpbnet.com.br. Acesso em:
abr. 2010
 
Um texto pertencente ao patrimônio literário-cultural
brasileiro é atualizável, na medida em que ele se refere a
valores e situações de um povo. A atualidade da
canção Onde está a hones�dade?, de Noel Rosa,
evidencia-se por meio 
a) da ironia, ao se referir ao enriquecimento de origem
duvidosa de alguns. 
b) da crí�ca aos ricos que possuem joias, mas não têm
herança. 
c) da maldade do povo a perguntar sobre a
hones�dade. 
d) do privilégio de alguns em clamar pela hones�dade. 
e) da insistência em promover eventos beneficentes. 
IT0211 - (Enem)
Hino à Bandeira
 
Em teu seio formoso retratas
Este céu de puríssimo azul,
A verdura sem par destas matas,
E o esplendor do Cruzeiro do Sul.
 
Contemplando o teu vulto sagrado,
Compreendemos o nosso dever,
E o Brasil por seus filhos amado,
Poderoso e feliz há de ser!
 
Sobre a imensa Nação Brasileira,
Nos momentos de festa ou de dor,
Paira sempre sagrada bandeira
Pavilhão da jus�ça e do amor!
BILAC, O.: BRAGA, F. Disponível em:
www2.planalto.gov.br. Acesso em: 10 dez. 2017
(fragmento).
 
No Hino à Bandeira, a descrição é um recurso u�lizado
para exaltar o símbolo nacional na medida em que 
a) remete a um momento futuro. 
b) promove a união dos cidadãos. 
c) valoriza os seus elementos. 
d) emprega termos religiosos. 
e) recorre à sua história. 
IT0235 - (Enem)
Carnavália
 
Repique tocou
O surdo escutou
E o meu corasamborim
Cuíca gemeu, será que era meu, quando ela passou por
mim?
[…]
ANTUNES, A.; BROWN, C.; MONTE, M. Tribalistas, 2002
(fragmento).
6@professorferretto @prof_ferretto
 
No terceiro verso, o vocábulo “corasamborim”, que é a
junção coração + samba + tamborim, refere-se, ao
mesmo tempo, a elementos que compõem uma escola
de samba e a situação emocional em que se encontra o
autor da mensagem, com o coração no ritmo da
percussão.
 
Essa palavra corresponde a um(a) 
a) estrangeirismo, uso de elementos linguís�cos
originados em outras línguas e representa�vos de
outras culturas. 
b) neologismo, criação de novos itens linguís�cos, pelos
mecanismos que o sistema da língua disponibiliza. 
c) gíria, que compõe uma linguagem originada em
determinado grupo social e que pode vir a se
disseminar em uma comunidade mais ampla. 
d) regionalismo, por ser palavra caracterís�ca de
determinada área geográfica. 
e) termo técnico, dado que designa elemento de área
específica de a�vidade. 
IT0247 - (Enem)
Frevo Nino Pernambuquinho
 
É o frevo
Arrastando a mul�dão, fervendo.
É na ponta do pé e no calcanhar
É no calcanhar e na ponta do pé com a direita
É na ponta do pé e no calcanhar com a esquerda
Saci-pererê, saci-pererê com a direita
Saci-pererê com a esquerda
Girando, girando, girando no girassol
É o frevo no pé e a sombrinha no ar.
É na ponta do pé e no calcanhar
Pisando em brasa
Pisando em brasa porque o chão está pegando fogo
Na Avenida Guararapes
Arrastando o Galo da Madrugada
Olha a tesoura, para cortar todos os males.
É o frevo no pé e a sombrinha no ar.
DUDA. Perré-bumbá. Recife: Gravadora Independente,
1998 (fragmento).
 
A letra da canção apresenta o frevo como uma expressão
da cultura corporal que pode ser reconhecida por meio
da descrição de
a) diversos ritmos. 
b) diferentes passos. 
c) dis�ntos adereços. 
d) vários personagens. 
e) uso de instrumentos. 
IT0223 - (Enem)
Querido diário
 
Hoje topei com alguns conhecidos meus
Me dão bom-dia, cheios de carinho
Dizem para eu ter muita luz, ficar com Deus
Eles têm pena de eu viver sozinho
[...]
Hoje o inimigo veio me espreitar
Armou tocaia lá na curva do rio
Trouxe um porrete a mó de me quebrar
Mas eu não quebro porque sou macio, viu
HOLANDA, C. B. Chico. Rio de Janeiro:
Biscoito Fino, 2013 (fragmento).
 
Uma caracterís�ca do gênero diário que aparece na letra
da canção de Chico Buarque é o(a) 
a) diálogo com interlocutores próximos. 
b) recorrência de verbos no infini�vo. 
c) predominância de tom poé�co. 
d) uso de rimas na composição. 
e) narra�va autorreflexiva. 
IT0243 - (Enem)
Texto I
Chão de esmeralda
 
Me sinto pisando
Um chão de esmeraldas
Quando levo meu coração
À Mangueira
Sob uma chuva de rosas
Meu sangue jorra das veias
E �nge um tapete
Pra ela sambar
É a realeza dos bambas
Que quer se mostrar
Soberba, garbosa
Minha escola é um cata-vento a girar
É verde, é rosa
Oh, abre alas pra Mangueira passar
BUARQUE, C.; CARVALHO, H. B. Chico Buarque de
Mangueira. Marola Edições Musicais
Ltda. BMG. 1997. Disponível
em: www.chicobuarque.com.br. Acesso em: 30 abr. 2010.
7@professorferretto @prof_ferretto
 
Texto II
Quando a escola de samba entra na Marquês de Sapucaí,
a plateia delira, o coração dos componentes bate mais
forte e o que vale é a emoção. Mas, para que esse
verdadeiro espetáculo entre em cena, por trás da cor�na
de fumaça dos fogos de ar��cio, existe um verdadeiro
batalhão de alegria: são costureiras, aderecistas,
diretores de ala e de harmonia, pesquisador de enredo e
uma infinidade de garantem que tudo esteja perfeito na
hora do desfile.
AMORIM, M.; MACEDO, G. O espetáculo dos
bas�dores. Revista de Carnaval 2010:
Mangueira. Rio de Janeiro: Estação Primeira de
Mangueira, 2010.
 
Ambos os textos exaltam o brilho, a beleza, a tradição e o
compromisso dos dirigentes e de todos os componentes
com a escola de samba Estação Primeira de Mangueira.
Uma das diferenças que se estabelece entre os textos é
que 
a) o ar�go jornalís�co cumpre a função de transmi�r
emoções e sensações, mais do que a letra de música. 
b) a letra de música privilegia a função social de
comunicar a seu público a crí�ca em relação ao samba
e aos sambistas. 
c) a linguagem poé�ca, no Texto I, valoriza imagens
metafóricas e a própria escola, enquanto a linguagem,
no Texto II, cumpre a função de informar e envolver o
leitor. 
d) ao associar esmeraldas e rosas às cores da escola, o
Texto I acende a rivalidade entre escolas de samba,
enquanto o Texto II é neutro. 
e) o Texto I sugere a riqueza material da Mangueira,
enquanto o Texto II destaca o trabalho na escola de
samba. 
IT0216 - (Enem)
Blues da piedade
 
Vamos pedir piedade
Senhor, piedade
Pra essa gente careta e covarde
Vamos pedir piedade Senhor, piedade
Lhes dê grandeza e um pouco de coragem
CAZUZA. Cazuza: O poeta não morreu. Rio de Janeiro:
Universal Music, 2000 (fragmento).
 
Todo gênero apresenta elementos cons�tu�vos que
condicionam seu uso em sociedade. À letra de canção
iden�fica-se com o gênero ladainha, essencialmente,
pela u�lização da sequência textual 
a) exposi�va, por discorrer sobre um dado tema. 
b) narra�va, por apresentar uma cadeia de ações. 
c) injun�va, por chamar o interlocutor à par�cipação. 
d) descri�va, por enumerar caracterís�cas de um
personagem. 
e) argumenta�va, por incitar o leitor a uma tomada de
a�tude. 
IT0194 - (Enem)
O ar�sta gráfico polonês Pawla Kuczynskiego nasceu em
1976e recebeu diversos prêmios por suas ilustrações.
Nessa obra, ao abordar o trabalho infan�l, Kuczynskiego
usa sua arte para 
a) difundir a origem de marcantes diferenças sociais. 
b) estabelecer uma postura proa�va da sociedade. 
c) provocar a reflexão sobre essa realidade. 
d) propor alterna�vas para solucionar esse problema. 
e) retratar como a questão é enfrentada em vários países
do mundo. 
IT0239 - (Enem)
O hip hop tem sua filosofia própria, com valores
construídos pela condição das experiências vividas nas
periferias de muitas cidades. Colocando-se como um
contraponto à miséria, às drogas, ao crime e à violência,
o hip hop busca interpretar a realidade social. Seu
obje�vo é justamente encontrar saídas e fornecer uma
alterna�va à população excluída.
SOUZA, J.; FIALHO, V. M.; ARALDI, J. Hip hop: da rua para
a escola.
Porto Alegre: Sulina, 2008.
 
8@professorferretto @prof_ferretto
As autoras abordam no texto um movimento cultural que
também tem caracterís�cas reconhecidas 
a) nos traços e formas que representam personagens de
olhos desproporcionalmente maiores e expressivos,
conhecidos como mangá. 
b) nas formas de se ves�r e de cortar os cabelos com
obje�vos contestadores à ordem social, próprios do
movimento punk. 
c) nas frases e dizeres de qualquer espécie, rabiscados
sobre fachadas de edi�cios, que marcam a pichação. 
d) nos movimentos leves e sincronizados com os pés que
deslocam o dançarino, denominado moonwalk. 
e) nas declamações rápidas e ritmadas de um texto, com
alturas aproximadas, caracterís�cas do rap. 
IT0363 - (Enem)
O Recife fervilhava no começo da década de 1990, e os
ar�stas trabalhavam para resgatar o pres�gio da cultura
pernambucana. Era preciso se inspirar, literalmente, nas
raízes sobre as quais a cidade se construiu. Foi aí que, em
1992, com a publicação de um manifesto escrito pelo
músico e jornalista Fred Zero Quatro, da banda Mundo
Livre S/A, nasceu o manguebeat. O nome vem de
“mangue”, vegetação �pica da região, e “beat”, para
representar as ba�das e as influências musicais que o
movimento abraçaria a par�r dali. Era a hora e a vez de
os caranguejos — aos quais os músicos recifenses
gostavam de se comparar — mostrarem as caras: o
maracatu e suas alfaias se misturaram com as ba�das do
hip-hop, as guitarras do rock, elementos eletrônicos e o
sotaque recifense de Chico Science. A busca pelo novo
rendeu uma perspec�va diferente do Brasil ao olhar para
o Recife. A cidade deixou de ser o lugar apenas do frevo e
do carnaval, transformando-se na ebulição musical que
con�nua a acontecer mesmo após os 25 anos do
lançamento do primeiro disco da Nação Zumbi, Da lama
ao caos.
FORCIONI, G. et al. O mangue está de volta. Revista
Esquinas, n. 87, set. 2019 (adaptado).
 
Chico Science foi fundamental para a renovação da
música pernambucana, fato que se deu pela
a) u�lização de aparelhos musicais eletrônicos em lugar
dos instrumentos tradicionais.
b) ocupação de espaços da natureza local para a
produção de eventos musicais memoráveis.
c) subs�tuição de an�gas prá�cas musicais, como o
frevo, por melodias e harmonias inovadoras.
d) recuperação de composições tradicionais folclóricas e
sua apresentação em grandes fes�vais.
e) integração de referenciais culturais de diferentes
origens, criando uma nova combinação esté�ca.
IT0260 - (Enem)
 
O grupo O Teatro Mágico apresenta composições
autorais que têm referências esté�cas do rock, do pop e
da música folclórica brasileira. A originalidade dos seus
shows tem relação com a ópera europeia do século XIX a
par�r da 
a) disposição cênica dos ar�stas no espaço teatral. 
b) integração de diversas linguagens ar�s�cas. 
c) sobreposição entre música e texto literário. 
d) manutenção de um diálogo com o público. 
e) adoção de um enredo como fio condutor. 
IT0238 - (Enem)
O movimento "hip-hop" é tão urbano quanto as grandes
construções de concreto e as estações de metrô, e cada
9@professorferretto @prof_ferretto
dia se torna mais presente nas grandes metrópoles
mundiais. Nasceu na periferia dos bairros pobres de Nova
lorque. É formado por três elementos: a música (o rap),
as artes plás�cas (o grafite) e a dança (o "break"). No
"hip-hop" os jovens usam as expressões ar�s�cas como
uma forma de resistência polí�ca.
Enraizado nas camadas populares urbanas, o "hip-hop"
afirmou-se no Brasil e no mundo com um discurso
polí�co a favor dos excluídos, sobretudo dos negros.
Apesar de ser um movimento originário das periferias
norte-americanas, não encontrou barreiras no Brasil,
onde se instalou com certa naturalidade - o que, no
entanto, não significa que o "hip-hop" brasileiro não
tenha sofrido influências locais. O movimento no Brasil é
híbrido: rap com um pouco de samba, "break" parecido
com capoeira e grafite de cores muito vivas.
(Adaptado de Ciência e Cultura, 2004)
 
De acordo com o texto, o "hip-hop" é uma manifestação
ar�s�ca �picamente urbana, que tem como principais
caracterís�cas 
a) a ênfase nas artes visuais e a defesa do caráter
nacionalista. 
b) a alienação polí�ca e a preocupação com o conflito de
gerações. 
c) a afirmação dos socialmente excluídos e a combinação
de linguagens. 
d) a integração de diferentes classes sociais e a exaltação
do progresso. 
e) a valorização da natureza e o compromisso com os
ideais norte-americanos. 
IT0222 - (Enem)
Fim de semana no parque
 
Olha o meu povo nas favelas e vai perceber
Daqui eu vejo uma caranga do ano
Toda equipada e o �ozinho guiando
Com seus filhos ao lado estão indo ao parque
Eufóricos brinquedos eletrônicos
Automa�camente eu imagino
A molecada lá da área como é que tá
Provavelmente correndo pra lá e pra cá
Jogando bola descalços nas ruas de terra
É, brincam do jeito que dá
[...]
Olha só aquele clube, que da hora
Olha aquela quadra, olha aquele campo, olha
Olha quanta gente
Tem sorveteria, cinema, piscina quente
[...]
Aqui não vejo nenhum clube poliespor�vo
Pra molecada frequentar nenhum incen�vo
O inves�mento no lazer é muito escasso
O centro comunitário é um fracasso
RAClONAlS MCs. Racionais MCs. São Paulo: Zimbabwue,
1994 (fragmento).
 
A letra da canção apresenta uma realidade social quanto
à distribuição dis�nta dos espaços de lazer que 
a) retrata a ausência de opções de lazer para a população
de baixa renda, por falta de espaço adequado. 
b) ressalta a irrelevância das opções de lazer para
diferentes classes sociais, que o acessam à sua
maneira. 
c) expressa o desinteresse das classes sociais menos
favorecidas economicamente pelas a�vidades de
lazer. 
d) implica condições desiguais de acesso ao lazer, pela
falta de infraestrutura e inves�mentos em
equipamentos. 
e) aponta para o predomínio do lazer contempla�vo, nas
classes favorecidas economicamente; e do prá�co, nas
menos favorecidas. 
IT0172 - (Enem)
Nessa obra, que retrata uma cena de Caramuru, célebre
poema épico brasileiro, a filiação à esté�ca român�ca
manifesta-se na 
10@professorferretto @prof_ferretto
a) exaltação do retrato fiel da beleza feminina. 
b) tema�zação da fragilidade humana diante da morte. 
c) ressignificação de obras do cânone literário nacional. 
d) representação dramá�ca e idealizada do corpo da
índia. 
e) oposição entre a condição humana e a natureza
primi�va. 
IT0268 - (Enem)
O mestre-sala dos mares
 
Há muito tempo nas águas da Guanabara
O dragão do mar reapareceu
Na figura de um bravo marinheiro
A quem a história não esqueceu
Conhecido como o almirante negro
Tinha a dignidade de um mestre-sala
E ao navegar pelo mar com seu bloco de fragatas
Foi saudado no porto pelas mocinhas francesas
Jovens polacas e por batalhões de mulatas
Rubras cascatas jorravam nas costas
dos negros pelas pontas das chibatas...
BLANC, A.; BOSCO, J. O mestre-sala dos mares. Disponível
em: www.usinadeletras.com.br. Acesso em: 19 jan. 2009.
 
Na história brasileira, a chamada Revolta da Chibata,
liderada por João Cândido, e descrita na música, foi 
a) a rebelião de escravos contra os cas�gos �sicos,
ocorrida na Bahia,em 1848, e repe�da no Rio de
Janeiro. 
b) a revolta, no porto de Salvador, em 1860, de
marinheiros dos navios que faziam o tráfico negreiro. 
c) o protesto, ocorrido no Exército, em 1865, contra o
cas�go de chibatadas em soldados desertores na
Guerra do Paraguai. 
d) a rebelião dos marinheiros, negros e mulatos, em
1910, contra os cas�gos e as condições de trabalho na
Marinha de Guerra. 
e) o protesto popular contra o aumento do custo de vida
no Rio de Janeiro, em 1917, dissolvido, a chibatadas,
pela polícia. 
IT0201 - (Enem)
A instalação Dengo transformou a sala do MAM-SP em
um ambiente singular, explorando como principal
caracterís�ca ar�s�ca a 
a) par�cipação do público na interação lúdica com a
obra. 
b) distribuição de obstáculos no espaço da exposição. 
c) representação simbólica de objetos oníricos. 
d) interpretação subje�va da lei da gravidade. 
e) valorização de técnicas de artesanato. 
IT0278 - (Enem)
No Brasil, após a eclosão da Bossa Nova, no fim dos anos
1950 – quando efe�vamente a canção popular começou
a ser objeto de debate e análise por parte das elites
culturais – desenvolveram-se duas principais vertentes
interpreta�vas da nossa música: a vertente da tradição e
a vertente da modernidade, dualismo que não surgiu
nesta época e nem se restringe ao tema da produção
musical. Desde pelo menos 1922, a tensão entre
“tradicional” e “moderno” ocupa o centro do debate
polí�co-cultural no país, refle�ndo o dilema de uma elite
em busca da iden�dade brasileira.
ARAÚJO, P. C. Eu não sou cachorro, não. Rio de Janeiro:
Record, 2013.
 
A manifestação cultural que, a par�r da década de 1960,
pretendeu sinte�zar o dualismo apresentado no texto
foi: 
11@professorferretto @prof_ferretto
a) Jovem Guarda, releitura do rock anglófono com letras
em português. 
b) Samba-canção, combinação de ritmos africanos com
tons de boleros. 
c) Tropicália, junção da música pop internacional com
ritmos nacionais. 
d) Brega, amostra do dia a dia dos setores populares com
temas român�cos. 
e) Cancioneiro caipira, retrato do co�diano do homem
do campo com melodias tristes. 
IT0257 - (Enem)
Som de preto
O nosso som não tem idade, não tem raça
E não tem cor.
Mas a sociedade pra gente não dá valor.
Só querem nos cri�car, pensam que somos animais.
Se exis�a o lado ruim, hoje não existe mais,
porque o ‘funkeiro’ de hoje em dia caiu na real.
Essa história de ‘porrada’, isto é coisa banal
Agora pare e pense, se liga na ‘responsa’:
se ontem foi a tempestade, hoje vira a bonança.
É som de preto
De favelado
Mas quando toca ninguém fica parado
Música de Mc’s Amilcka e Chocolate.
In: Dj Marlboro. Bem funk. Rio de Janeiro, 2001
(adaptado).
 
À medida que vem ganhando espaço na mídia, o funk
carioca vem abandonando seu caráter local, associado às
favelas e à criminalidade da cidade do Rio de Janeiro,
tornando-se uma espécie de símbolo da marginalização
das manifestações culturais das periferias em todo o
Brasil. O verso que explicita essa marginalização é: 
a) “O nosso som não tem idade, não tem raça”. 
b) “Mas a sociedade pra gente não dá valor”. 
c) “Se exis�a o lado ruim, hoje não existe mais”. 
d) “Agora pare e pense, se liga na ‘reponsa’”. 
e) “se ontem foi a tempestade, hoje vira a bonança”. 
IT0229 - (Enem)
Por onde houve colonização portuguesa, a música
popular se desenvolveu basicamente com o mesmo
instrumental. Podemos ver cavaquinho e violão atuarem
juntos aqui, em Cabo Verde, em Jacarta, na Indonésia, ou
em Goa. O caráter nostálgico, sen�mental, é outro ponto
comum da música das colônias portuguesas em todo o
mundo. O kronjong, a música �pica de Jacarta, é uma
espécie de lundu mais lento, tocado comumente com
flauta, cavaquinho e violão. Em Goa não é muito
diferente.
 
De acordo com o texto de Henrique Cazes, grande parte
da música popular desenvolvida nos países colonizados
por Portugal compar�lha um instrumental, destacando-
se o cavaquinho e o violão. No Brasil, são exemplos de
música popular que empregam esses mesmos
instrumentos: 
a) Maracatu e ciranda. 
b) Carimbó e baião. 
c) Choro e samba. 
d) Chula e siriri. 
e) Xote e frevo. 
IT0283 - (Enem)
SOBRADINHO
 
O homem chega, já desfaz a natureza
Tira gente, põe represa, diz que tudo vai mudar
O São Francisco lá pra cima da Bahia
Diz que dia menos dia vai subir bem devagar
E passo a passo vai cumprindo a profecia do beato que
dizia que o Sertão ia alagar.
SÁ E GUARABYRA. Disco Pirão de peixe com pimenta.
Som Livre, 1977 (adaptado).
 
O trecho da música faz referência a uma importante obra
na região do rio São Francisco. Uma consequência
socioespacial dessa construção foi 
a) a migração forçada da população ribeirinha. 
b) o rebaixamento do nível do lençol freá�co local. 
c) a preservação da memória histórica da região. 
d) a ampliação das áreas de clima árido. 
e) a redução das áreas de agricultura irrigada. 
IT0220 - (Enem)
As atrizes
 
Naturalmente
Ela sorria
Mas não me dava trela
Trocava a roupa
Na minha frente
E ia bailar sem mais aquela
Escolhia qualquer um
Lançava olhares
Debaixo do meu nariz
Dançava colada
Em novos pares
Com um pé atrás
12@professorferretto @prof_ferretto
Com um pé a fim
Surgiram outras
Naturalmente
Sem nem olhar a minha cara
Tomavam banho
Na minha frente
Para sair com outro cara
Porém nunca me importei
Com tais amantes
 
[...]
 
Com tantos filmes
Na minha mente
É natural que toda atriz
Presentemente represente
Muito para mim
CHICO BUARQUE. Carioca. Rio de Janeiro: Biscoito Fino,
2006 (fragmento).
 
Na canção, Chico Buarque trabalha uma determinada
função da linguagem para marcar a subje�vidade do eu
lírico ante as atrizes que ele admira. A intensidade dessa
admiração está marcada em: 
a) “Naturalmente/ Ela sorria/ Mas não me dava trela”. 
b) “Tomavam banho/ Na minha frente/ Para sair com
outro cara”. 
c) “Surgiram outras/ Naturalmente/ Sem nem olhar a
minha cara”. 
d) “Escolhia qualquer um/ Lançava olhares/ Debaixo do
meu nariz”. 
e) “É natural que toda atriz/ Presentemente represente/
Muito para mim”. 
IT0193 - (Enem)
 
A revolução esté�ca brasiliense empurrou
os designers de móveis dos anos 1950 e início dos 60
para o novo. Induzidos a abandonar o gosto rebuscado
pelo colonial, a trocar Ouro Preto por Brasília, eles
criaram um mobiliário contemporâneo que ainda hoje
vemos nas lojas e nas salas de espera de consultórios e
escritórios. Colada no uso de madeiras nobres, como o
jacarandá e a peroba, e em materiais de reves�mento
como o couro e a palhinha, desenvolveu-se uma
tendência feita de linhas retas e curvas suaves, nos
moldes da capital no Cerrado.
Disponível em: h�p://veja.abril.com.br. Acesso em: 29
jul. 2010 (adaptado).
 
A reportagem e a fotografia apresentam os móveis
elaborados pelo ar�sta Sérgio Rodrigues, com um es�lo
que norteou o pensamento de uma geração, desafiando
a arte a 
a) evidenciar um novo conceito esté�co por meio de
formas e texturas inovadoras. 
b) adaptar os móveis de Brasília aos modelos das escolas
europeias do início do século XX. 
c) elaborar a decoração dos palácios da nova capital do
Brasil com conceitos de linha e perspec�va. 
d) projetar para os palácios e edi�cios da nova capital do
Brasil a beleza do mobiliário �pico de Minas Gerais. 
e) criar o mobiliário para a capital do país com base no
luxo e na riqueza dos edi�cios públicos brasileiros. 
IT0237 - (Enem)
A música pode ser definida como a combinação de sons
ao longo do tempo. Cada produto final oriundo da
infinidade de combinações possíveis será diferente,
13@professorferretto @prof_ferretto
dependendo da escolha das notas, de suas durações, dos
instrumentos u�lizados, do es�lo de música, da
nacionalidade do compositor e do período em que as
obras foram compostas.
 
 
Das figuras que apresentam grupos musicais em ação,
pode-se concluir que o(os) grupo(s) mostrado(s) na(s)
figura(s) 
a) 1 executa um gênero caracterís�co da música
brasileira, conhecido como chorinho. 
b) 2 executa um gênero caracterís�co da músicaclássica,
cujo compositor mais conhecido é Tom Jobim. 
c) 3 executa um gênero caracterís�co da música
europeia, que tem como representantes Beethoven e
Mozart. 
d) 4 executa um �po de música caracterizada pelos
instrumentos acús�cos, cuja intensidade e nível de
ruído permanecem na faixa dos 30 aos 40 decibéis. 
e) 1 a 4 apresentam um produto final bastante
semelhante, uma vez que as possibilidades de
combinações sonoras ao longo do tempo são
limitadas. 
IT0290 - (Enem)
TEXTO I
Ouve o barulho do rio, meu filho
Deixa esse som te embalar
As folhas que caem no rio, meu filho
Terminam nas águas do mar
Quando amanhã por acaso faltar
Uma alegria no seu coração
Lembra do som dessas águas de lá
Faz desse rio a sua oração.
MONTE, M. et al. O rio. In: Infinito par�cular. Rio de
Janeiro: Sony: Universal Music, 2006 (fragmento).
 
TEXTO II
O atra�vo ecoturís�co não é somente o banho de
cachoeira, sentar e caminhar pela praia, cavalgar, mas
conhecer a biodiversidade, às vezes supostamente em
ex�nção. Observar baleias, nadar com o golfinho, tocar
em corais, sair ao encontro de dezenas de jacarés em seu
habitat natural são símbolos que fascinam um ecoturista.
A natureza é transformada em espetáculo diferente da
vida urbana moderna.
SANTANA, P. V. Ecoturismo: uma indústria sem chaminé?
São Paulo: Labur Edições, 2008.
 
São iden�ficadas nos textos, respec�vamente, as
seguintes posturas em relação à natureza: 
a) Exploração e roman�zação. 
b) Sacralização e profanação. 
c) Preservação e degradação. 
d) Segregação e democra�zação. 
e) Idealização e mercan�lização. 
IT0288 - (Enem)
Sozinho vai descobrindo o caminho
O rádio fez assim com seu avô
14@professorferretto @prof_ferretto
Rodovia, hidrovia, ferrovia
E agora chegando a infovia
Para alegria de todo o interior
GIL, G. Banda larga cordel. Disponível em:
www.uol.vagalume.com.br. Acesso em: 16 abr. 2010
(fragmento).
 
O trecho da canção faz referência a uma das dinâmicas
centrais da globalização, diretamente associada ao
processo de 
a) evolução da tecnologia da informação. 
b) expansão das empresas transnacionais. 
c) ampliação dos protecionismos alfandegários. 
d) expansão das áreas urbanas do interior. 
e) evolução dos fluxos populacionais. 
IT0240 - (Enem)
Texto I
Mama África
 
Mama África (a minha mãe)
é mãe solteira
e tem que fazer
mamadeira todo dia
além de trabalhar
como empacotadeira
nas Casas Bahia
Mama África tem tanto o que fazer
além de cuidar neném
além de fazer denguim
filhinho tem que entender
Mama África vai e vem
mas não se afasta de você
quando Mama sai de casa
seus filhos se olodunzam
rola o maior jazz
Mama tem calos nos pés
Mama precisa de paz
Mama não quer brincar mais
filhinho dá um tempo
é tanto contratempo
no ritmo de vida de Mama
CHICO CÉSAR. Mama África. São Paulo: MZA Music, 1995.
 
Texto II
 
 
A pesquisa, realizada pelo IBGE, evidencia caracterís�cas
das famílias brasileiras, também tema�zadas pela
canção Mama África. Ambos os textos destacam o(a) 
 
a) preocupação das mulheres com o mercado de
trabalho. 
b) responsabilidade das mulheres no sustento das
famílias. 
c) comprome�mento das mulheres na recons�tuição do
casamento. 
d) dedicação das mulheres no cuidado com os filhos. 
e) importância das mulheres nas tarefas diárias. 
IT0282 - (Enem)
O cân�co da terra
 
Eu sou a terra, eu sou a vida.
A �, ó lavrador, tudo quanto é meu.
Teu arado, tua foice, teu machado.
O berço pequenino de teu filho.
O algodão de tua veste
e o pão de tua casa.
E um dia bem distante
a mim tu voltarás.
E no canteiro materno de meu seio
tranquilo dormirás.
Plantemos a roça.
Lavremos a gleba.
CORALINA, C. Textos e contextos: poemas dos becos de
Goiás e estórias mais. São Paulo: Global, 1997
(fragmento).
 
15@professorferretto @prof_ferretto
No contexto das dis�ntas formas de apropriação da terra,
o poema de Cora Coralina valoriza a relação entre 
a) grileiros e controle territorial. 
b) meeiros e divisão do trabalho. 
c) camponeses e uso da natureza. 
d) indígenas e manejo agroecológico. 
e) la�fundiários e fer�lização do solo. 
IT0248 - (Enem)
É uma par�da de futebol
 
A bandeira no estádio é um estandarte
A flâmula pendurada na parede do quarto
O dis�n�vo na camisa do uniforme
Que coisa linda é uma par�da de futebol
 
Posso morrer pelo meu �me
Se ele perder, que dor, imenso crime
Posso chorar se ele não ganhar
Mas se ele ganha, não adianta
Não há garganta que não pare de berrar
REIS, N; ROSA. 5. Samba poconé. São Paulo: Sony, 1996
(fragmento).
 
No Brasil, além de um esporte de compe�ção, o futebol é
um meio de interação social que desperta paixão nas
pessoas. No trecho da letra da canção, esse esporte é
apresentado como um(a) 
a) modalidade espor�va técnica. 
b) forma de controle da violência. 
c) esporte organizado com regras. 
d) elemento da iden�dade nacional. 
e) fator de alienação social do povo. 
IT0175 - (Enem)
Sempre que se evoca o tema do Renascimento, a imagem
que imediatamente nos vem à mente é a dos grandes
ar�stas plás�cos e de suas obras mais famosas,
amplamente reproduzidas e difundidas até os nossos
dias, como a Monalisa e a Úl�ma ceia, de Leonardo da
Vinci, o Juízo final, a Pietá e o Moisés, de Michelangelo,
assim como as inúmeras e suaves Madonas, de Rafael,
que permanecem ainda como modelo mais frequente de
representação da mãe de Cristo. Como veremos, de fato,
as artes plás�cas acabaram se convertendo num centro
de convergência de todas as principais tendências da
cultura renascen�sta.
SEVCENKO, N. O Renascimento. Campinas: Atual, 1988
(adaptado).
 
Esse movimento cultural, inserido no processo de
transição da modernidade europeia, caracterizou-se pela
a) validação da teoria geocêntrica. 
b) valorização da integração religiosa. 
c) afirmação dos princípios humanistas. 
d) legi�mação das tradições aristocrá�cas. 
e) incorporação das representações gó�cas. 
IT0200 - (Enem)
Inspirada em fantasias de Carnaval, a arte apresentada se
opunha à concepção de patrimônio vigente nas décadas
de 1960 e 1970 na medida em que 
a) se apropriava das expressões da cultura popular para
produzir uma arte efêmera des�nada ao protesto. 
b) resgatava símbolos ameríndios e africanos para se
adaptar a exposições em espaços públicos. 
c) absorvia elementos gráficos da propaganda para criar
objetos comercializáveis pelas galerias. 
d) valorizava elementos da arte popular para construir
representações da iden�dade brasileira. 
e) o incorporava elementos da cultura de massa para
atender às exigências dos museus. 
IT0250 - (Enem)
Entrevista – Tony Bello�o
 
A língua é rock
Guitarrista do Titãs e escritor completa dez anos à frente
de programa televisivo em que discute a língua
portuguesa por meio da música
16@professorferretto @prof_ferretto
 
O que o atraiu na proposta de Afinando a Língua?
No começo, em 1999, a ideia era fazer um programa que
falasse de língua portuguesa usando a música como
atra�vo, principalmente, para os jovens. Com o passar do
tempo, ele foi se transformando num programa sobre a
linguagem usada em letras de música, no jornalismo, na
literatura de ficção e na poesia. Como não sou um cara
de TV, trago a experiência de escritor e músico, e sempre
par�cipo de forma mais a�va do que como um mero
apresentador. Estou nas reuniões de pauta e faço
sugestões nos roteiros. Mas o conteúdo é feito pelo
pessoal do Futura.
 
Quais as vantagens e desvantagens do ensino da língua
por meio das letras de música?
Não sou pedagogo ou educador, então só vejo vantagens,
porque as letras de música usam uma linguagem que é a
do dia a dia, principalmente, dos jovens. A música é algo
que lhes dá prazer e, dida�camente, pode fazer as vezes
de algo que o aluno tem a noção de ser entediante –
estudo da língua, sentar e abrir um livro. Ao ouvir uma
música, os exemplos surgem. É a grande vantagem e
sempre foi a ideia do programa.
Disponível em: h�p://revistalingua.uol.com.br. Acesso
em: 8 ago. 2012 (fragmento).
 
Os gêneros textuais sãodefinidos por meio de sua
estrutura, função e contexto de uso. Tomando por base a
estrutura dessa entrevista, observa-se que 
a) a organização em turnos de fala reproduz o diálogo
que ocorre entre os interlocutores. 
b) o tema e o suporte onde foi publicada jus�ficam a
ausência de traços da linguagem informal. 
c) a ausência de referências sobre o entrevistado é uma
estratégia para induzir à leitura do texto na íntegra. 
d) o uso do destaque gráfico é um recurso de edição para
ressaltar a importância do tema para o entrevistador. 
e) o entrevistado é um especialista em abordagens
educacionais alterna�vas para o ensino da língua
portuguesa. 
IT0199 - (Enem)
 
A origem da obra de arte (2002) é uma instalação seminal
na obra de Marilá Dardot. Apresentada originalmente em
sua primeira exposição individual, no Museu de Arte da
Pampulha, em Belo Horizonte, a obra cons�tui um
convite para a interação do espectador, ins�gado a
compor palavras e sentenças e a distribuí-las pelo campo.
Cada letra tem o fei�o de um vaso de cerâmica (ou será o
contrário?) e, à disposição do espectador, encontram-se
utensílios de plan�o, terra e sementes. Para abrigar a
obra e servir de ponto de par�da para a criação dos
textos, foi construído um pequeno galpão, evocando uma
estufa ou um ateliê de jardinagem. As 1.500 letras-vaso
foram produzidas pela cerâmica que funciona no
Ins�tuto Inho�m, em Minas Gerais, num processo que
durou vários meses e contou com a par�cipação de
dezenas de mulheres das comunidades do entorno.
Plantar palavras, semear ideias é o que nos propõe o
trabalho. No contexto de Inho�m, onde natureza e arte
dialogam de maneira privilegiada, esta proposição se
torna, de certa maneira, mais perto da possibilidade.
Disponível em: www.inho�m.org.br. Acesso em: 22 maio
2013 (adaptado).
 
A função da obra de arte como possibilidade de
experimentação e de construção pode ser constatada no
trabalho de Marilá Dardot porque 
a) o projeto ar�s�co acontece ao ar livre. 
b) o observador da obra atua como seu criador. 
c) a obra integra-se ao espaço ar�s�co e botânico. 
d) as letras-vaso são u�lizadas para o plan�o de mudas. 
e) as mulheres da comunidade par�cipam na confecção
das peças. 
IT0285 - (Enem)
Grileiro de terra
 
O jagunço falou com o caboclo
Conversando na sua varanda
Meu patrão vai tomar suas terras
17@professorferretto @prof_ferretto
Tá cercado por todas as bandas
Acho bom sair quanto antes
Pegue a sua família e se manda
Porque saibas que um mal acordo
É melhor do que boa demanda
TAVIANO & TAVARES. Disponível em: www.kboing.com.br.
Acesso em: 16 abr. 2015 (fragmento).
 
A situação de conflito descrita é caracterís�ca de espaços
rurais onde ocorre o processo de 
a) formação de sistema de parceria. 
b) homologação de reservas extra�vistas. 
c) falsificação de �tulos de propriedades. 
d) terceirização de mão de obra empregada. 
e) desagregação de organizações coopera�vistas. 
IT0236 - (Enem)
Cuitelinho
 
Cheguei na bera do porto
Onde as onda se espaia.
As garça dá meia volta,
Senta na bera da praia.
E o cuitelinho não gosta
Que o botão da rosa caia.
 
Quando eu vim da minha terra,
Despedi da parentaia.
Eu entrei em Mato Grosso,
Dei em terras paraguaia.
Lá �nha revolução,
Enfrentei fortes bataia.
 
A tua saudade corta
Como o aço de navaia.
O coração fica aflito,
Bate uma e outra faia.
E os oio se enche d´água
Que até a vista se atrapaia.
Folclore recolhido por Paulo Vanzolini e Antônio Xandó.
BORTONI-RICARDO, S. M. Educação em língua materna.
São Paulo: Parábola, 2004.
 
Transmi�da por gerações, a canção Cuitelinho manifesta
aspectos culturais de um povo, nos quais se inclui sua
forma de falar, além de registrar um momento histórico.
Depreende-se disso que a importância em preservar a
produção cultural de uma nação consiste no fato de que
produções como a canção Cuitelinho evidenciam a 
a) recriação da realidade brasileira de forma ficcional. 
b) criação neológica na língua portuguesa. 
c) formação da iden�dade nacional por meio da tradição
oral. 
d) incorreção da língua portuguesa que é falada por
pessoas do interior do Brasil. 
e) padronização de palavras que variam regionalmente,
mas possuem mesmo significado. 
IT0334 - (Enem)
Ciente de que, no campo da criação, as inovações
tecnológicas abrem amplo leque de possibilidades – ao
permi�r, e mesmo es�mular, que o ar�sta explore a
fundo, em seu processo cria�vo, questões como a
aleatoriedade, o acaso, a não linearidade e a hipermídia
–, Leo Cunha comenta que, no que tange ao campo da
divulgação, as alterna�vas são ainda mais evidentes:
“Afinal, é imensa a capacidade de reprodução,
mul�plicação e compar�lhamento das obras
ar�s�cas/culturais. Ao mesmo tempo, ganham dimensão
os dilemas envolvidos com a questão da autoria, dos
direitos autorais, da reprodução e intervenção não
autorizadas, entre outras questões”. Já segundo a
professora Yacy-Ara Froner, o uso de ferramentas
tecnológicas não pode ser visto como um fim em si
mesmo. Isso porque computadores, samplers, programas
de imersão, internet e intranet, vídeo, televisão, rádio,
GPD etc. são apenas suportes com os quais os ar�stas
exercem sua imaginação.
SILVA JR., M. G. Movidas pela dúvida. Minas faz Ciências,
n. 52, dez-fev. 2013 (adaptado).
 
Segundo os autores citados no texto, a expansão de
possibilidades no campo das manifestações ar�s�cas
promovida pela internet pode pôr em risco o(a)
a) sucesso dos ar�stas. 
b) valorização dos suportes. 
c) proteção da produção esté�ca. 
d) modo de distribuição de obras. 
e) compar�lhamento das obras ar�s�cas. 
IT0241 - (Enem)
An�ga viola
 
A minha an�ga viola
Feita de pau de pinhero
É minha eterna lembrança
Do meu tempo de violero
A saudade dos fandango
Do meu sertão brasilero.
O recortado e ca�ra
18@professorferretto @prof_ferretto
Faiz lembrá dos mu�rão
O xote alembro as gaúchas
O churrasco no galpão
As moda de viola é triste
Faiz chorá quem tem paixão.
O baião é lá do Norte
Paulista é o cateretê
Quando escuto Cana-Verde
Alembro de Tietê
Numa festa do Divino
Que me encontrei com você.
A valsa é uma serenata
Na janela das morena
O rasqueado faiz lembrá
O cantar das siriema
Do tempo de boiadero
Nas madrugada serena.
Cantei muitos desafio
Já fui cabra fandanguero
Na congada já fui rei
Em todo sertão minero
Hoje só canto a saudade
Do folclore brasilero.
TONICO E TINOCO. Cantando para o Brasil, 1963.
Disponível em: h�p://letras.terra.com.br. Acesso em: 24
set. 2011.
 
A letra da música de Tonico e Tinoco revela que, entre
tantas funções da língua, ela contribui para a preservação
da iden�dade nacional sertaneja. No texto, o que
caracteriza linguis�camente essa iden�dade? 
a) O uso de adje�vos qualificadores das experiências do
enunciador. 
b) O emprego de palavras contrárias à destruição da
natureza. 
c) As escolhas lexicais caracterizadoras da fala
coloquial. 
d) As palavras suges�vas do caráter român�co do
homem sertanejo. 
e) A marca pronominal indica�va de um interlocutor
feminino. 
IT0221 - (Enem)
TEXTO I
Terezinha de Jesus
De uma queda foi ao chão
Acudiu três cavalheiros
Todos os três de chapéu na mão
 
O primeiro foi seu pai
O segundo, seu irmão
O terceiro foi aquele
A quem Tereza deu a mão
BATISTA, M. F. B. M.; SANTOS, I. M. F. (Org.). Cancioneiro
da Paraíba. João Pessoa: Grafset, 1993 (adaptado).
 
TEXTO II
Outra interpretação é feita e par�r das condições sociais
daquele tempo. Para a ama e para a criança para quem
cantava a can�ga, e música falava do casamento como
um des�no natural na vida da mulher, na sociedade
brasileira do século XIX, marcada pelo patriarcalismo. A
música prepara a moça para o seu des�no não apenas
inexorável, mas desejável; o casamento, estabelecendo
uma hierarquia de obediência (pai, irmão mais velho,
marido), de acordo com a época e circunstâncias de sua
vida.
Disponível em: h�p://provsjose.blogspot.com.br. Acesso
em: 5 dez. 2012.
 
O comentário do Texto II sobre o Texto I evoca a
mobilização da língua oral que, em determinados
contextos,a) assegura existência de pensamentos contrários à
ordem vigente. 
b) mantém a heterogeneidade das formas de relações
sociais. 
c) conserva a influência sobre certas culturas. 
d) preserva a diversidade cultural e comportamental. 
e) reforça comportamentos e padrões culturais. 
IT0190 - (Enem)
19@professorferretto @prof_ferretto
 
O grupo O Teatro Mágico apresenta composições
autorais que têm referências esté�cas do rock, do pop e
da música folclórica brasileira. A originalidade dos seus
shows tem relação com a ópera europeia do século XIX a
par�r da 
a) disposição cênica dos ar�stas no espaço teatral. 
b) integração de diversas linguagens ar�s�cas. 
c) sobreposição entre música e texto literário. 
d) manutenção de um diálogo com o público. 
e) adoção de um enredo como fio condutor. 
IT0256 - (Enem)
TEXTO I
Cinema Novo
 
O filme quis dizer: “Eu sou o samba”
A voz do morro rasgou a tela do cinema
E começaram a se configurar
Visões das coisas grandes e pequenas
Que nos formaram e estão a nos formar
Todas e muitas: Deus e o diabo, vidas secas, os fuzis,
Os cafajestes, o padre e a moça, a grande feira, o desafio
Outras conversas, outras conversas sobre os jeitos do
Brasil
VELOSO, C.; GIL, G. In: Tropicália 2. Rio de Janeiro:
Polygram, 1993 (fragmento).
 
TEXTO II
O cinema brasileiro par�u da consciência do
subdesenvolvimento e da necessidade de superá-lo de
maneira total, em sen�do esté�co, filosófico, econômico:
superar o subdesenvolvimento com os meios do
subdesenvolvimento. Tropicalismo é o nome dessa
operação; por isso existe um cinema antes e depois do
Tropicalismo. Agora nós não temos mais medo de
afrontar a realidade brasileira, a nossa realidade, em
todos os sen�dos e a todas as profundidades.
ROCHA, G. Tropicalismo, antropologia, mito, ideograma.
In: Revolução do Cinema Novo. Rio de Janeiro: Alhambra;
Embrafilme, 1981 (adaptado).
 
Uma das aspirações do Cinema Novo, movimento
cinematográfico brasileiro dos anos 1960, incorporadas
pela letra da canção e detectáveis no texto de Glauber
Rocha, está na 
a) retomada das aspirações antropofágicas pela prá�ca
intertextual. 
b) problema�zação do conceito de arte provocada pela
geração tropicalista. 
c) materialização do passado como instrumento de
percepção do contemporâneo. 
d) síntese da cultura popular em sintonia com as
manifestações ar�s�cas da época. 
e) formulação de uma iden�dade brasileira calcada na
tradição cultural e na crí�ca social. 
IT0259 - (Enem)
Aquarela do Brasil 
 
Brasil! 
Meu Brasil brasileiro 
Meu mulato inzoneiro 
Vou cantar-te nos meus versos 
 
O Brasil, samba que dá 
Bamboleio que faz gingar 
O Brasil do meu amor 
Terra de Nosso Senhor 
Brasil! Pra mim! Pra mim, pra mim! 
 
Ah! Abre a cor�na do passado 
Tira a mãe preta do Cerrado 
Bota o rei congo no congado 
Brasil! Pra mim! 
 
Deixa cantar de novo o trovador 
A merencória luz da lua 
20@professorferretto @prof_ferretto
Toda canção do meu amor 
Quero ver a sá dona caminhando 
Pelos salões arrastando 
O seu ves�do rendado 
Brasil! Pra mim, pra mim, pra mim! 
ARY BARROSO. Aquarela do Brasil, 1939 (fragmento).
 
Muito usual no Estado Novo de Vargas, a composição de
Ary Barroso é um exemplo �pico de 
a) música de sá�ra. 
b) samba exaltação. 
c) hino revolucionário. 
d) propaganda eleitoral. 
e) marchinha de protesto. 
IT0208 - (Enem)
TEXTO I
 
TEXTO II
Os ar�stas, liberados do peso da história, ficavam livres
para fazer arte da maneira que desejassem ou mesmo
sem nenhuma finalidade. Essa é a marca da arte
contemporânea, e não é para menos que, em contraste
com o Modernismo, não existe essa coisa de es�lo
contemporâneo.
DANTO, A. Após o fim da arte: a arte contemporânea e os
limites da história. São Paulo: Odysseus, 2006.
 
A obra de Ernesto Neto revela a liberdade de criação
abordada no texto ao 
a) destacar o papel da arte na valorização da
sustentabilidade. 
b) romper com a estrutura dos referenciais esté�cos
contemporâneos. 
c) envolver o espectador ao promover sua interação com
a obra. 
d) reproduzir no espaço da galeria um fragmento da
realidade. 
e) u�lizar a linearidade de es�los ar�s�cos anteriores. 
IT0246 - (Enem)
TEXTO I
Por “complexo de vira-latas” entendo eu a inferioridade
em que o brasileiro se coloca, voluntariamente, em face
do resto do mundo. Isto em todos os setores e,
sobretudo, no futebol. Dizer que nós nos julgamos “os
maiores” é uma cínica inverdade. Em Wembley, por que
perdemos? Porque, diante do quadro inglês, louro e
sardento, a equipe brasileira ganiu de humildade. Jamais
foi tão evidente e, eu diria mesmo, espetacular o nosso
vira-la�smo [...]. É um problema de fé em si mesmo. O
brasileiro precisa se convencer de que não é um vira-
latas.
RODRIGUES, N. À sombra das chuteiras imortais. São
Paulo: Cia. das Letras, 1993.
 
TEXTO II
A melhor banda de todos os tempos da úl�ma semana
 
As músicas mais pedidas
Os discos que vendem mais
As novidades an�gas
Nas páginas dos jornais
 
Um idiota em inglês
Se é idiota, é bem menos que nós
Um idiota em inglês
É bem melhor do que eu e vocês
 
A melhor banda de todos os tempos da úl�ma semana
O melhor disco brasileiro de música americana
O melhor disco dos úl�mos anos de sucessos do passado
O maior sucesso de todos os tempos entre os dez
maiores fracassos
TITÃS. A melhor banda de todos os tempos da úl�ma
semana. São Paulo: Abril Music, 2001 (fragmento).
 
O verso do Texto II que estabelece a adequada relação
temá�ca com “o nosso vira-la�smo”, presente no Texto I,
é: 
21@professorferretto @prof_ferretto
a) “As novidades an�gas”. 
b) “Os discos que vendem mais”. 
c) “O melhor disco brasileiro de música americana”. 
d) “A melhor banda de todos os tempos da úl�ma
semana”. 
e) “O maior sucesso de todos os tempos entre os dez
maiores fracassos”. 
IT0280 - (Enem)
Par�cipei de uma entrevista com o músico Renato
Teixeira. Certa hora, alguém pediu para listar as
diferenças entre a música sertaneja an�ga e a atual. A
resposta dele surpreendeu a todos: “Não há diferença
alguma. A música caipira sempre foi a mesma. É uma
música que espelha a vida do homem no campo, e a
música não mente. O que mudou não foi a música, mas a
vida no campo”. Faz todo sen�do: a música caipira de raiz
exalava uma solidão, um certo distanciamento do país
“moderno”. Exigir o mesmo de uma música feita hoje,
num interior conectado, globalizado e rico como o que
temos, é impossível. Para o bem ou para o mal, a música
reflete seu próprio tempo.
BARCINSKI. A. Mudou a música ou mudaram os
caipiras? Folha de São Paulo, 4 jun. 2012 (adaptado).
 
A questão cultural indicada no texto ressalta o seguinte
aspecto socioeconômico do atual campo brasileiro: 
a) Crescimento do sistema de produção extensiva. 
b) Expansão de a�vidades das novas ruralidades. 
c) Persistência de relações de trabalho compulsório. 
d) Contenção da polí�ca de subsídios agrícolas. 
e) Fortalecimento do modelo de organização
coopera�va. 
IT0254 - (Enem)
Brazil, capital Buenos Aires
 
No dia em que a bossa nova inventou o Brazil
Teve que fazer direito, senhores pares,
Porque a nossa capital era Buenos Aires,
A nossa capital era Buenos Aires.
E na cultura-Hollywood o cinema dizia
Que em Buenos Aires havia uma praia
Chamada Rio de Janeiro
Que como era gelada só podia ter
Carnaval no mês de fevereiro.
Naquele Rio de Janeiro o tango nasceu
E Mangueira o imortalizou na avenida
Originária das tangas
Com que as índias fingiam
Cobrir a graça sagrada da vida.
Tom Zé. Disponível em h�p://letras.terra.com.br. Acesso
em: abr. 2010.
 
O texto de Tom Zé, crí�co de música, letrista e cantor,
insere-se em um contexto histórico e cultural que, dentro
da cultura literária brasileira, define-se como 
a) contemporâneo à poesia concre�sta e por ela
influenciado. 
b) sucessor do Roman�smo e de seus ideais
nacionalistas. 
c) expressão do modernismo brasileiro influenciado pelas
vanguardas europeias. 
d) representante da literatura engajada, de resistência ao
EstadoNovo. 
e) precursor do movimento de afirmação nacionalista, o
Tropicalismo. 
IT0249 - (Enem)
Argumento
 
Tá legal 
Eu aceito o argumento 
Mas não me altere o samba tanto assim 
Olha que a rapaziada está sen�ndo a falta 
De um cavaco, de um pandeiro e de um tamborim 
 
Sem preconceito 
Ou mania de passado 
Sem querer ficar do lado 
De quem não quer navegar 
Faça como o velho marinheiro 
Que durante o nevoeiro 
Leva o barco devagar. 
PAULINHO DA VIOLA. Disponível em:
www.paulinhodaviola.com.br. Acesso em: 6 dez. 2012.
 
Na letra da canção, percebe-se uma interlocução. A
posição do emissor é conciliatória entre as tradições do
samba e os movimentos inovadores desse ritmo. A
estratégia argumenta�va de concessão, nesse cenário, é
marcada no trecho 
a) "Mas não me altere o samba tanto assim". 
b) "Olha que a rapaziada está sen�ndo a falta". 
c) "Sem preconceito / Ou mania de passado". 
d) "Sem querer ficar do lado / De quem não quer
navega". 
e) "Leva o barco devagar". 
IT0191 - (Enem)
TEXTO I
 
22@professorferretto @prof_ferretto
 
TEXTO II
 
 
TEXTO III
A arte pode estar, às vezes, muito mais preparada do que
a ciência para captar o devir e a fluidez do mundo, pois o
ar�sta não quer manipular, mas sim “habitar” as coisas.
O famoso ar�sta francês Rodin, no seu livro L’Art (A Arte,
1911), comenta que a técnica de fotografia em série,
mostrando todos os momentos do galope de um cavalo
em diversos quadros, apesar de seu grande realismo, não
é capaz de capturar o movimento. O corpo do animal é
fotografado em diferentes posições, mas ele não parece
estar galopando: “na imagem cien�fica [fotográfica], o
tempo é suspenso bruscamente”.
Para Rodin, um pintor é capaz, em única cena, de nos
transmi�r a experiência de ver um cavalo de corrida, e
isso porque ele representa o animal em um movimento
ambíguo, em que os membros traseiros e dianteiros
parecem estar em instantes diferentes. Rodin diz que
essa exposição talvez seja logicamente inconcebível, mas
é paradoxalmente muito mais adequada à maneira como
o movimento se dá: “o ar�sta é verdadeiro e a fotografia
men�rosa, pois na realidade o tempo não para”.
FEITOSA, C. Explicando a filosofia com arte. Rio de
Janeiro: Ediouro, 2004.
 
Observando-se as imagens (Textos I e II), o paradoxo
apontado por Rodin (Texto III) procede e cria uma
maneira original de perceber a relação entre a arte e a
técnica, porque o(a) 
a) fotografia é realista na captação da sensação do
movimento. 
b) pintura explora os sen�mentos do ar�sta e não tem
um caráter cien�fico. 
c) fotógrafo faz um estudo sobre os movimentos e
consegue captar a essência da sua representação. 
d) pintor representa de forma equivocada as patas dos
cavalos, confundindo nossa noção de realidade. 
e) pintura inverte a lógica comumente aceita de que a
fotografia faz um registro obje�vo e fidedigno da
realidade. 
IT0231 - (Enem)
23@professorferretto @prof_ferretto
 
A capa do LP Os Mutantes, de 1968, ilustra o movimento
da contracultura. O desafio à tradição nessa criação
musical é caracterizado por
a) letras e melodias com caracterís�cas amargas e
depressivas. 
b) arranjos baseados em ritmos e melodias
nordes�nos. 
c) sonoridades experimentais e confluência de elementos
populares e eruditos. 
d) temas que refletem situações domés�cas ligadas à
tradição popular. 
e) ritmos con�dos e reservados em oposição aos
modelos estrangeiros. 
IT0225 - (Enem)
Yaô
 
Aqui có no terreiro
Pelú adié
Faz inveja pra gente
Que não tem mulher
 
No jacutá de preto velho
Há uma festa de yaô
 
Ôi tem nêga de Ogum
De Oxalá, de lemanjá
 
Mucama de Oxossi é caçador
Ora viva Nanã
Nanã Buruku
 
Yô yoo
Yô yooo
 
No terreiro de preto velho iaiá
Vamos saravá (a quem meu pai?)
Xangô!
VIANA, G. Agó, Pixinguinha! 100 Anos. Som Livre, 1997.
 
A canção Yaô foi composta na década de 1930 por
Pixinguinha, em parceria com Gastão Viana, que escreveu
a letra. O texto mistura o português com o iorubá, língua
usada por africanos escravizados trazidos para o Brasil.
Ao fazer uso do iorubá nessa composição, o autor 
a) promove uma crí�ca bem-humorada às religiões afro-
brasileiras, destacando diversos orixás. 
b) ressalta uma mostra da marca da cultura africana, que
se mantém viva na produção musical brasileira. 
c) evidencia a superioridade da cultura africana e seu
caráter de resistência à dominação do branco. 
d) deixa à mostra a separação racial e cultural que
caracteriza a cons�tuição do povo brasileiro. 
e) expressa os rituais africanos com maior auten�cidade,
respeitando as referências originais. 
IT0227 - (Enem)
Assum preto
 
Tudo em vorta é só beleza
Sol de abril e a mata em frô
Mas assum preto, cego dos óio
Num vendo a luz, ai, canta de dor
 
Tarvez por ignorança
Ou mardade das pió
Furaro os óio do assum preto
Pra ele assim, ai, cantá mio
 
Assum preto veve sorto
Mas num pode avuá
Mil veiz a sina de uma gaiola
Desde que o céu, ai, pudesse oiá
GONZAGA, L.; TEIXEIRA, H. Disponível em:
www.luizgonzaga.mus.br. Acesso em: 30 jul. 2012
(fragmento).
 
As marcas da variedade regional registradas pelos
compositores de Assum preto resultam da aplicação de
um conjunto de princípios ou regras gerais que alteram a
pronúncia, a morfologia, a sintaxe ou o léxico. No texto, é
resultado de uma mesma regra a 
a) pronúncia das palavras “vorta” e “veve”. 
b) pronúncia das palavras “tarvez” e “sorto”. 
c) flexão verbal encontrada em “furaro” e “cantá”. 
d) redundância nas expressões “cego dos óio” e “mata
em frô”. 
e) pronúncia das palavras “ignorança” e “avuá”. 
IT0263 - (Enem)
Good-bye
 
"Não é mais boa noite, nem bom dia
Só se fala good morning, good night
Já se desprezou o lampião de querosene
Lá no morro só se usa a luz da Light
24@professorferretto @prof_ferretto
Oh yes!"
 
A marchinha "Good-bye", composta por Assis Valente há
cerca de 50 anos, refere-se ao ambiente das favelas dos
morros cariocas. A estrofe citada mostra 
a) como a questão do racionamento da energia elétrica,
bem como a da penetração dos anglicismos no
vocabulário brasileiro, iniciaram-se em meados do
século passado. 
b) como a modernidade, associada simbolicamente à
eletrificação e ao uso de anglicismos, a�ngia toda a
população brasileira, mas também como, a despeito
disso, persis�a a desigualdade social. 
c) como as populações excluídas se apropriavam aos
poucos de elementos de modernidade, saindo de uma
situação de exclusão social, o que é sugerido pelo
�tulo da música. 
d) os resultados benéficos da polí�ca de boa vizinhança
norte-americana, que permi�a aos poucos que o Brasil
se inserisse numa cultura e economia globalizadas. 
e) o desprezo do compositor pela cultura e pelas
condições de vida atrasadas caracterís�cas do
"morro", isto é, dos bairros pobres da cidade do Rio de
Janeiro. 
IT0266 - (Enem)
Chegança
 
Sou Pataxó,
Sou Xavante e Carriri,
Ianomâmi, sou Tupi
Guarani, sou Carajá.
Sou Pancaruru,
Carijó, Tupinajé,
Sou Po�guar, sou Caeté,
Ful-ni-ô, Tupinambá
 
Eu atraquei num porto muito seguro,
Céu azul, paz e ar puro...
Botei as pernas pro ar.
Logo sonhei que estava no paraíso,
Onde nem era preciso dormir para sonhar.
 
Mas de repente me acordei com a surpresa:
Uma esquadra portuguesa veio na praia atracar.
Da grande-nau
Um branco de barba escura,
Ves�ndo uma armadura me apontou pra me pegar.
E assustado dei um pulo da rede,
Pressen� a fome, a sede,
Eu pensei: “vão me acabar”.
Levantei-me de Borduna já na mão.
Aí, sen� no coração,
O Brasil vai começar.
NÓBREGA, A.; FREIRE, W. CD Pernambuco falando para o
mundo, 1998.
 
A letra da canção apresenta um tema recorrente na
história da colonização brasileira, as relações de poder
entre portugueses e povos na�vos, e representa uma
crí�ca à ideia presente no chamado mito 
a) da democracia racial, originado das relações cordiais
estabelecidas entre portugueses e na�vos no período
anterior ao início da colonização brasileira. 
b) da cordialidade brasileira, advinda da forma como os
povos na�vos se associaram economicamente aos

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