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Livro Didático Digital
Organização do 
Trabalho Pedagógico na 
Educação Infantil
Diretor Executivo 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial 
ALESSANDRA VANESSA FERREIRA DOS SANTOS
Projeto Gráfico 
TIAGO DA ROCHA
Autoria 
JOANA ÁUREA CORDEIRO BARBOSA E 
ALINE PEDRO FEZA
AUTORIA
Joana Áurea Cordeiro Barbosa e Aline Pedro Feza
Olá. Meu nome é Joana Áurea Cordeiro Barbosa. Sou formada 
em Psicologia, especialista em Psicopedagogia, mestre e doutora em 
Ciências da Educação: formação de professores. Tenho experiência como 
professora no ensino superior há mais de dez anos. Sou apaixonada por 
educação, e por isso me interesso em pesquisas de maneira incessante 
na área de formação de professores e aprendizagem escolar. É um grande 
privilégio transmitir minha experiência àqueles que estão iniciando suas 
profissões. 
Olá. Meu nome é Aline Pedro Feza. Sou graduada em Pedagogia 
pela Universidade Estadual de Maringá (2009). Especialista em Educação 
Especial (2010), Psicopedagogia (2011) e Gestão e Tutoria em EAD (2017), 
Mestranda em Ciências da Educação pela UNISUL (turma 2019), graduanda 
em Letras-libras Licenciatura UNIOESTE (turma 2018). Atualmente 
trabalho como Professora de Educação Especial na Prefeitura Municipal 
de Maringá, como Professora Conteudista e como Psicopedagoga Clínica 
registro ABPp 312.15/PR. Experiência atendimento psicopedagógico 
clínico e institucional deste (desde 2014), assessoria em psicopedagogia 
(desde 2015), professora de educação especial (desde 2010), professora 
de ensino superior (desde 2010) e LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais) 
(desde 2006) como professora bilíngue com identidade surda. Atuações 
nas área de Educação e Educação Especial e Psicopedagogia, com 
ênfase em Métodos e Técnicas de Ensino, Formação Docente e 
Atendimentos Especializados, trabalhando principalmente nos seguintes 
temas: Língua Brasileira de Sinais, salas de recursos multifuncional, 
aquisição da linguagem, inclusão, ensino-aprendizagem de pessoas com 
necessidades educacionais especiais, neurociência, psicopedagogia, 
psicomotricidade, desenvolvimento humano.
Agradecemos à Editora Telesapiens pelo convite para integrar seu 
elenco de autores independentes e estamos muito felizes em poder 
ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte conosco!
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez 
que:
OBJETIVO:
para o início do 
desenvolvimento 
de uma nova 
competência;
DEFINIÇÃO:
houver necessidade 
de apresentar um 
novo conceito;
NOTA:
quando necessárias 
observações ou 
complementações 
para o seu 
conhecimento;
IMPORTANTE:
as observações 
escritas tiveram que 
ser priorizadas para 
você;
EXPLICANDO 
MELHOR: 
algo precisa ser 
melhor explicado ou 
detalhado;
VOCÊ SABIA?
curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo, se forem 
necessárias;
SAIBA MAIS: 
textos, referências 
bibliográficas 
e links para 
aprofundamento do 
seu conhecimento;
REFLITA:
se houver a 
necessidade de 
chamar a atenção 
sobre algo a ser 
refletido ou discutido;
ACESSE: 
se for preciso acessar 
um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO:
quando for preciso 
fazer um resumo 
acumulativo das 
últimas abordagens;
ATIVIDADES: 
quando alguma 
atividade de 
autoaprendizagem 
for aplicada;
TESTANDO:
quando uma 
competência for 
concluída e questões 
forem explicadas;
SUMÁRIO
A Didática e a Organização do Ensino na Educação Infantil ..... 12
RCNEI: Seis Eixos de Trabalho da Educação Infantil ............................................. 13
Movimento ........................................................................................................................ 14
Música .................................................................................................................................. 14
Artes Visuais ..................................................................................................................... 15
Linguagem Oral e Escrita ....................................................................................... 16
Natureza e Sociedade .............................................................................................. 17
Matemática ....................................................................................................................... 18
Base Nacional Comum Curricular: Seis Direitos de Aprendizagem e 
Desenvolvimento da Criança.................................................................................................. 21
Conviver .............................................................................................................................. 21
Brincar ..................................................................................................................................22
Participar .............................................................................................................................22
Explorar ...............................................................................................................................23
Expressar ............................................................................................................................24
Conhecer-se ....................................................................................................................25
Base Nacional Comum Curricular: Cinco Campos de Experiência ............26
O Eu, O Outro e o Nós ..............................................................................................26
Corpo, Gestos e Movimentos ..............................................................................27
Traços, Sons, Cores e Formas ............................................................................27
Escuta, Fala, Pensamento e Imaginação ....................................................28
Espaços, Tempos, Quantidades, Relações e Transformações ...29
O Brincar e a Didática Pedagógica ..................................................................................... 31
Currículo e Proposta Curricular na Educação Infantil ................. 37
A Construção do Currículo ....................................................................................................... 41
Planejamento na Educação Infantil ....................................................46
Avaliação da Aprendizagem na Educação Infantil ........................56
Avaliação X Nota Escolar .......................................................................................................... 56
A Avaliação na Base Nacional Comum Curricular ................................................. 58
9
UNIDADE
03
Organização do Trabalho Pedagógico na Educação Infantil
10
INTRODUÇÃO
A organização de todo trabalho pedagógico passa pela Didática, 
e é impossível falar sobre didática sem falar de João Amós “Comenius 
(Morávia - 28/03/1592 - 15/11/1670). Conhecido como “pai da didática”, foi 
o responsável pela instituição da pedagogia como ciência sistemática da 
educação. O princípio pansófico, “ensinar tudo a todos”, foi sua criação e 
impulsionou, especialmente, o processo de ensino na Educação Infantil, 
trazendo princípios importantes, como: democratização do ensino; 
elaboração e implementação do processo educativo a partir das coisas 
conhecidas e reais; diálogo como encontro da existência, da reflexão e ação 
humana; respeito pelo “conhecimento gradual da criança, proporcionando 
um ensino mais próxima da realidade infantil em relação à faixa etária” 
(LOPES, 2006, p.20); Educação Infantil a partir das coisas simples e 
concretas para seguir para as coisas mais complexas e abstratas. Como 
isso se deu na prática, a partir de outras teorias e metodologias ao longo 
da história? Como alinhar todas essas vertentes com a realidade da sala de 
aula, construindo um currículo relevante, um planejamento exequível e um 
processo avaliativo críticovocê espera 
desse suco: gelado, sem gelo, doce, amargo, forte, fraco?
Agora, vamos pensar em uma criança de 2 anos. É esperado para 
essa faixa etária que a criança já saiba falar? Quantas palavras? Já é 
esperado que forme frases? É esperado que ela conheça partes do corpo?
Mas, e se a criança ainda não fala aos 2 anos? O que fazer? 
A partir dessa avaliação, o professor deve ficar mais atento e propor 
atividades que estimulem essa habilidade da criança para que ela seja 
capaz de alcançar o nível esperado de desenvolvimento.
O professor de Educação Infantil deve preocupar-se com o 
satisfatório desenvolvimento de seus alunos e, para isso, deve buscar 
conhecimento constantemente.
A Avaliação na Base Nacional Comum 
Curricular
Segundo a LDB 9394/96, a Educação Infantil está organizada da 
seguinte forma: 
 • A carga horária mínima anual deve ser de 800 horas, distribuídas 
por um mínimo de 200 dias de trabalho educacional;
 • Atendimento às crianças de, no mínimo, 4 horas diárias para o 
turno parcial e 7 horas para a jornada integral;
 • Frequência mínima de 60% do total de horas, sendo controlada 
pela instituição de ensino;
Organização do Trabalho Pedagógico na Educação Infantil
59
 • A avaliação deve ser realizada mediante acompanhamento e 
registro do desenvolvimento das crianças, essa avaliação não tem 
caráter classificatório para acesso ao ensino fundamental;
 • Expedir documentação que comprove os processos de 
desenvolvimento das crianças.
Uma avaliação é um fator importante para se ressaltar na Educação 
Infantil; deve ser um instrumento norteador da aprendizagem, além de 
promoção reflexiva do educador sobre sua prática. 
Ao avaliar, o professor deve considerar as mudanças e 
transformações do educando frente ao processo educativo. Contudo, a 
avaliação na Educação Infantil não pode ter o caráter classificatório, nem 
de promoção para continuação dos estudos, mas deve ser um instrumento 
de identificação de conhecimentos para nortear o trabalho do professor.
Figura 24: Avaliação na educação
Fonte: Elaborado pelas autoras (2020).
Organização do Trabalho Pedagógico na Educação Infantil
60
Segundo a Constituição de 1988 e a LDB 9394/1996, a educação 
brasileira é composta por sistemas de ensino que serão organizados de 
modo colaborativo entre a União, os Estados e o Distrito Federal. No Brasil 
encontramos problemas na articulação entre esses órgãos em relação à 
organização do sistema, refletindo em problemas na educação e no seu 
processo avaliativo.
Sabemos que cada órgão é responsável por uma área do ensino. 
No entanto, a responsabilidade deve ser pensada levando em conta o 
bem-estar do educando, e não apenas no que tange à responsabilidade 
do órgão, devendo esses órgãos estabelecer parcerias para que de fato 
esse aluno seja tenha sua necessidade atendido. 
Nesse contexto, em 2017 surgiu a Base Nacional Comum Curricular 
(BNCC), com o objetivo de definir o que deve ser ensinado para cada 
estudante em cada ano de estudo, da Educação Infantil até o Ensino 
Médio, pontuando o que toda criança e adolescente tem o direito de 
aprender, esteja onde estiver. 
A partir da implementação da BNCC, o Brasil passou a ter uma 
referência curricular nacional obrigatória, na qual as escolas deverão 
se apoiar para desenvolver seus currículos, os quais devem ser 
personalizados a partir da realidade escolar, isto é, os currículos devem 
ser elaborados, respeitando a diversidade, particularidades e o contexto 
em que a escola está inserida. 
Figura 25: Base Nacional Comum Curriculares (BNCC)
Fonte: Elaborado pelas autoras (2020).
Organização do Trabalho Pedagógico na Educação Infantil
61
A criação da BNCC teve como objetivo contribuir para diminuir a 
desigualdade de oportunidades entre os estudantes brasileiros, devendo 
cada instituição seguir uma base comum de ensino e incluir uma base 
diversificada de acordo com as especificidades de cada localidade onde 
a escola está inserida.
A BNCC é um documento importante, em especial para o nosso 
campo de estudo que é a Educação Infantil, pois oferece uma base 
para todo trabalho realizado acerca de currículo e outras vertentes do 
planejamento educacional, a fim de nortear as ações dos professores e 
da gestão escolar como um todo.
Portanto, a avaliação na Educação Infantil serve para verificar se a 
didática trabalhada em sala de aula está ou não surtindo resultados.
Esse documento abrange todos os aspectos necessários que 
precisam ser avaliados nessa vertente da Educação Básica e, para isso, 
ele traz os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento organizados 
em três grupos por faixa etária:
 • Bebês (de 0 a 1 ano e 6 meses);
 • Crianças bem pequenas (de 1 ano e 7 meses a 3 anos e 11 meses);
 • Crianças pequenas (de 4 anos a 5 anos e 11 meses).
Considerando os direitos de aprendizagem e desenvolvimento da 
criança, o documento também estabelece cinco campos de experiências, 
que definem os objetivos de aprendizagem para cada faixa etária.
Exemplo
Dentro do campo de experiência “corpo, gestos e movimentos”, 
a criança com faixa etária de zero a um ano e seis meses precisa de 
atividades que estimulem a movimentação do corpo, expressando 
corporalmente emoções, necessidades e desejos (BRASIL, 2018).
Essas orientações nos auxiliam na construção do currículo da 
Educação Infantil, trazendo especificidades das aprendizagens e das 
conquistas do desenvolvimento de cada uma das crianças.
Organização do Trabalho Pedagógico na Educação Infantil
62
A BNCC também orienta que os professores devem observar e 
registrar o desenvolvimento das crianças individualmente, fazendo isso a 
partir dos campos de experiência e dos objetos de aprendizagem.
A avaliação nessa etapa não visa a aprovação ou reprovação do 
aluno, mas sim observar o quanto cada criança se aproximou dos objetivos 
de aprendizagem. 
A avaliação na Educação Infantil se dá de forma contínua, através 
de observação e registros. Por meio das atividades propostas, o professor 
define o que será avaliado.
Figura 26: Avaliação da Educação Infantil
Fonte: @freepik
ACESSE:
“Como fazer a avaliação na Educação Infantil seguindo as 
diretrizes da BNCC” é o tema do artigo que você não pode 
deixar de ler, para compreender as nuances que permeiam 
tal prática do professor em sala de aula, considerando 
a criança protagonista de todo o processo educativo. 
Disponível em: https://bit.ly/38JUUA0.
Organização do Trabalho Pedagógico na Educação Infantil
https://bit.ly/38JUUA0
63
Agora, veja algumas ideias práticas para avaliar as crianças da 
Educação Infantil:
 • Fichas descritivas: nessas fichas, o professor pode construir uma 
tabela os campos de experiência e os objetivos de aprendizagem 
de acordo com a faixa etária e ir assinalando os aspectos do 
desenvolvimento da criança;
 • Relatório individual: o professor, a partir dos campos de 
experiência e dos objetivos de aprendizagem, poderá descrever o 
desenvolvimento de cada criança individualmente;
 • Portfólios de atividades: esse método de avaliação é muito 
eficaz, mas exige tempo e dedicação do professor;
 • Vídeos: para observar o comportamento e desempenho dos alunos, 
o professor pode propor diferentes atividades, como brincadeiras 
em grupo, atividades com brinquedos, jogos educativos, roda 
de conversa, contação de histórias, dança, música e filmar esses 
momentos, tendo o vídeo como forma de registro para avaliar 
cuidadosamente o desempenho de cada aluno.
RESUMINDO:
Como vimos, o processo de avaliação na Educação Infantil 
deve respeitar a capacidade emocional, afetiva e cognitiva 
da criança, tendo como principal objetivo auxiliá-las no 
processo de ensino e aprendizagem, fortalecendo a 
autoestima dos pequenos. A Educação Infantil é a base para 
o processo de desenvolvimento das crianças e em como 
esse processo de formação pode ser lúdico e interessante, 
tanto para as crianças quanto para você, professor, 
dependerá daobservação do desenvolvimento da criança, 
a sua consideração no processo de planejamento escolar, 
construção curricular, na interação social diária em sala de 
aula, nas relações com a família e com a comunidade, e 
também no processo avaliativo.
Organização do Trabalho Pedagógico na Educação Infantil
64
REFERÊNCIAS
ARAÚJO, L. T. G. Afetividade na Educação Infantil. 61 f. Monografia 
(Licenciatura em pedagogia). Faculdade de Educação da Universidade de 
Brasília. Brasília, BR, 2014. 
AULA EM FOCO. Plano de aula educação infantil – planejamento de 
atividades. 2019. Disponível em: https://youtu.be/3iZTzAl_2Os. Acesso 
em: 26 out.2020.
BOCK, A.M.B., FURTADO, O., TRASSITEIXEIRA, M.L. Psicologias: uma 
introdução ao estudo de psicologia. 13ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2002.
BRASIL. Lei nº 9.394: Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 
(LDB). Diário Oficial da União, Brasília, 2017. Disponível em: https://bit.
ly/2HCaQvB. Acesso em: 27 out.2020.
MEC. Base Nacional Comum Curricular, 2018. Disponível em https://bit.
ly/34vKWCH. Acesso em: Acesso em: 27 out.2020.
Resolução CEB/CNE nº 05/09, de 18 de dezembro de 2009. Fixa as 
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. Brasília, DF. 
2009.
Lei nº 12.796, de 4 de abril de 2013. Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro 
de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para 
dispor sobre a formação dos profissionais da educação e dar outras 
providências. Brasília: DF. 2013. 
Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação. 
Fundamental. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. 
Brasília: ME; SEF, 1998. Disponível em: https://bit.ly/34t9pbO. Acesso em: 
Acesso em: 27 out.2020.
CAMPOS, M. M. Por que é importante ouvir a criança? A participação das 
crianças pequenas na pesquisa científica. In: CRUZ, Silvia Helena Vieira 
(ed.). A criança fala: a escuta de crianças em pesquisas (p.35-42). São 
Paulo: Cortez. 2008. 
CAMPOS, R. & BARBOSA, M. C. S. BNC e Educação Infantil: quais as 
possibilidades? Revista retratos da escola. Brasília, 9(17), p. 353-366. 2015. 
Organização do Trabalho Pedagógico na Educação Infantil
https://youtu.be/3iZTzAl_2Os
https://bit.ly/34vKWCH
https://bit.ly/34vKWCH
https://bit.ly/34t9pbO
65
CAVALCANTE, A. Avaliação escolar. 2014. Disponível em: https://bit.
ly/3mqT2mh. Acesso em: Acesso em: 27 out.2020.
CORRÊA, M.S. FRANCO, G., & VALE, L. (s.d.). A Importância e Influência 
do Setor de Compras nas Organizações. TecHoje. Acesso em: 04 jul. 2017. 
Disponível em: https://bit.ly/3otWOx7. Acesso em: Acesso em: 27 out.2020.
CORSARO, W. Reprodução Interpretativa e Cultura de Pares. In: MÜLLER, 
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Educação Infantil em foco. Como avaliar na educação infantil com a 
BNCC? 2019. Disponível em: https://bit.ly/31KKIWw. Acesso em: Acesso 
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FROZZA, I. Aprendizagem e Afetividade: um encontro de sucesso 
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Universidade do Oeste de Santa Catarina, Santa Catarina, SC, 2007. 
FUNÇÕES psicológicas, Portal da Educação, São Paulo. Disponível em: 
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GALVÃO, I. Henry Wallon: uma concepção dialética do desenvolvimento 
infantil. Petrópolis, RJ: Vozes, 2003.
GAMA, A. de S. FIGUEIREDO, S. A. O Planejamento no Contexto Escolar. 
Universidade Federal do Mato Grosso – UFMS. 2009. Disponível em: 
https://bit.ly/3oxQlRY. Acesso em: Acesso em: 27 out.2020.
KARL, L. Artes Plásticas na Educação Infantil 3. Disponível em: https://bit.
ly/3mhE5D4. Acesso em: Acesso em: 27 out.2020.
KISHIMOTO, T.M. Jogo, brinquedo, brincadeira e educação. Editora Cortez: 
São Paulo, 2008.
LOPES, E. P. A inter-relação da teologia com a pedagogia no pensamento 
de Comenius. São Paulo: Editora Mackenzie, 2006.
LUCKESI, C.C. Avaliação da aprendizagem na educação infantil. Revista 
Interacções, n.32, p.191-201, 2014.
MARÍN, I.; PENÓN, S. Que brinquedo escolher? Revista Pátio Educação 
Infantil, ano I, n. 3, p. 29-31, 2004.
Organização do Trabalho Pedagógico na Educação Infantil
https://bit.ly/3mqT2mh
https://bit.ly/3mqT2mh
https://bit.ly/3otWOx7
https://bit.ly/31KKIWw
https://bit.ly/3mnsEK3
https://bit.ly/3oxQlRY
https://bit.ly/3mhE5D4
https://bit.ly/3mhE5D4
66
OLIVEIRA, Z. de M. R. de; CRUZ, ISE V. O currículo na educação infantil: o 
que propõe as novas diretrizes nacionais? 2010. Disponível em: https://bit.
ly/3kxMtOm. Acesso em: Acesso em: 27 out.2020.
OSTETTO, L. E. Encontros e encantamentos na educação infantil. Papirus. 
São Paulo: 1994.
PEDAGÓGICO SMESP. SME em diálogo – Avaliação para a aprendizagem. 
2015. Disponível em: https://bit.ly/35wdf3i. Acesso em: Acesso em: 27 
out.2020.
PIAGET, J. A Construção do Real na Criança. Zahar. Rio de Janeiro: 1975.
PROFISSÃO PROFESSOR. Como fazer planos de aulas (educação infantil) 
de acordo com a BNCC. Disponível em: https://bit.ly/2TvB0Ti. Acesso em: 
Acesso em: 27 out.2020.
SACRISTÁN, J. G. O currículo: uma reflexão sobre a prática. Porto Alegre: 
Artmed. 2000.
SEIBEL, A. Planejamento na Educação Infantil. Disponível em:
https://bit.ly/3kyoQoD. Acesso em: Acesso em: 27 out.2020.
SM EDUCAÇÃO. Avaliação da aprendizagem. 2012. Disponível https://bit.
ly/3osLelO. Acesso em: Acesso em: 27 out.2020.
TAILLE, L.Y., OLIVEIRA, M. K., DANTAS, H. Piaget, Vygotsky, Wallon: teorias 
psicogenéticas em discussão. Summus Editorial. São Paulo: 1992. 
TEXEIRA, L. Como fazer a avaliação na educação infantil seguindo as 
diretrizes da BNCC. 2018. Disponível em: https://bit.ly/3mm8hwT. Acesso 
em: Acesso em: 27 out.2020.
UNIVESP. A matemática na educação infantil - pressupostos para o 
trabalho docente. Disponível em: https://bit.ly/34vp0Yx. Acesso em: 
Acesso em: 27 out.2020.
VASCONCELLOS, C. dos S. Planejamento: Projeto de ensino-aprendizagem 
e projeto político-pedagógico. São Paulo: Libertad, 2000.
VYGOTSKY, L.S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 
1994. 
Organização do Trabalho Pedagógico na Educação Infantil
https://bit.ly/3kxMtOm
https://bit.ly/3kxMtOm
https://bit.ly/35wdf3i
https://bit.ly/2TvB0Ti
https://bit.ly/3kyoQoD
https://www.amazon.com.br/s/ref=dp_byline_sr_book_2?ie=UTF8&field-author=Marta+Kohl+de+Oliveira&search-alias=books
https://bit.ly/3mm8hwT
https://bit.ly/34vp0Yx
	A Didática e a Organização do Ensino na Educação Infantil
	RCNEI: Seis Eixos de Trabalho da Educação Infantil
	Movimento
	Música
	Artes Visuais
	Linguagem Oral e Escrita
	Natureza e Sociedade
	Matemática
	Base Nacional Comum Curricular: Seis Direitos de Aprendizagem e Desenvolvimento da Criança
	Conviver
	Brincar
	Participar
	Explorar
	Expressar
	Conhecer-se
	Base Nacional Comum Curricular: Cinco Campos de Experiência
	O Eu, O Outro e o Nós
	Corpo, Gestos e Movimentos
	Traços, Sons, Cores e Formas
	Escuta, Fala, Pensamento e Imaginação
	Espaços, Tempos, Quantidades, Relações e Transformações
	O Brincar e a Didática Pedagógica
	Currículo e Proposta Curricular na Educação Infantil
	A Construção do Currículo
	Planejamento na Educação Infantil
	Avaliação da Aprendizagem na Educação Infantil
	Avaliação X Nota Escolar
	A Avaliação na Base Nacional Comum Curriculare o mais real possível? É o que você estudará a 
partir de agora!
Bons Estudos!
Organização do Trabalho Pedagógico na Educação Infantil
11
OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 3. Nosso propósito é auxiliar 
você no desenvolvimento das seguintes objetivos de aprendizagem até o 
término desta etapa de estudos:
1. Identificar a importância da didática e a organização do ensino na 
Educação Infantil.
2. Analisar os aspectos das propostas curriculares para a Educação 
Infantil.
3. Identificar a importância do Planejamento na Educação Infantil.
4. Interpretar todo o processo avaliativo aplicado na Educação 
Infantil.
Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? 
Ao trabalho! 
Organização do Trabalho Pedagógico na Educação Infantil
12
A Didática e a Organização do Ensino na 
Educação Infantil
OBJETIVO:
Bem-vindo querido(a) aluno(a). Nesse momento, você terá a 
oportunidade de refletir sobre a importância da didática, da 
arte de ensinar, de utilizar técnicas relevantes e apropriadas 
para a Educação Infantil, enquanto tema imprescindível 
para a organização do trabalho pedagógico. Vamos lá? 
Temos um caminho a percorrer! Avante! .
Para pensarmos os aspectos didáticos pedagógicos voltados para 
infância, a coordenação pedagógica e os professores devem conhecer as 
normas que regem esse sistema de ensino. Vamos começar relembrando 
o contido expressamente no Art.29 da LDB:
Art. 29. A Educação Infantil é a primeira etapa da educação 
básica e tem como finalidade o desenvolvimento integral 
da criança até seis anos de idade quanto aos aspectos 
físico, psicológico, intelectual e social, complementando a 
ação da família e da comunidade. (BRASIL, 1996)
Dessa maneira, entendemos que a Educação Infantil objetiva o 
desenvolvimento integral da criança e, por isso, o planejamento das 
atividades deve ser pensado a partir das relações que a criança estabelece 
com o meio.
Organização do Trabalho Pedagógico na Educação Infantil
13
Figura 1: Educação Infantil
Fonte: @freepik.
Em seguida, observa-se o Referencial Curricular Nacional para a 
Educação Infantil (RCNEI), que foi criado para atender as determinações 
da LDB, citada anteriormente. Esse documento traz orientações didáticas 
importantes para organização do trabalho a ser realizado com crianças de 
0 a 6 anos de idade, respeitando a especificidade de cada região do Brasil. 
Ele é dividido em seis eixos que reforçam a importância de trabalhar as 
diferentes linguagens das crianças. A seguir, vamos conhecer cada um 
deles.
RCNEI: Seis Eixos de Trabalho da 
Educação Infantil
DEFINIÇÃO:
Eixo é um conjunto de temas que orienta o planejamento 
de um determinado trabalho.
Organização do Trabalho Pedagógico na Educação Infantil
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O objetivo de trabalhar cada um desses eixos na Educação Infantil 
não é antecipar conteúdos escolares, mas sim permitir o desenvolvimento 
integral das crianças através de atividades que lhes permitam conhecer 
seu próprio corpo; explorar o meio pela sua curiosidade natural e ganhar 
confiança em suas ações e em seus movimentos; poder expressar 
honestamente seus sentimentos, desejos e emoções, utilizando as 
diferentes linguagens (BRASIL, 1998).
Movimento
O movimento faz parte do cotidiano da criança desde o 
seu nascimento e é considerado um aspecto fundamental para o 
desenvolvimento integral da criança. Dessa forma, as atividades propostas 
devem visar o desenvolvimento motor das crianças, trabalhando aspectos 
específicos de sua motricidade em suas tarefas cotidianas (BRASIL, 1998).
Para desenvolver essas atividades, é importante que o professor 
conheça os marcos do desenvolvimento de cada faixa etária para saber o 
que será trabalhado. 
ACESSE:
Assista no vídeo a seguir a demonstração de uma aula 
com atividade motora juntamente com princípios de 
musicalização infantil. A arte-educadora Margareth Darezzo, 
autora do livro “Canteiro”, mostra como é fácil trabalhar 
movimentos e a coordenação motora na Educação 
Infantil por meio de propostas lúdicas. Acesse: https://bit.
ly/2ucRPJY.
Música
A música é uma linguagem que traduz sensações, sentimentos e 
pensamentos em formas sonoras. A música estimula a sensibilidade e 
integra aspectos afetivos, estéticos e cognitivos das crianças, além de 
promover a interação social (BRASIL, 1998).
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Figura 2: Crianças cantando
Fonte: @freepik
Artes Visuais
As artes visuais também são um dos eixos do RCNEI, e é uma 
das diferentes formas de linguagem e através delas que as crianças 
expressam, comunicam e atribuem sentido a sensações, sentimentos, 
pensamentos e realidade por meio da organização de linhas, formas, 
pontos, volume, espaço e cor (BRASIL, 1998). 
As Artes Visuais expressam, comunicam e atribuem 
sentido a sensações, sentimentos, pensamentos e 
realidade por meio da organização de linhas, formas, 
pontos, tanto bidimensional como tridimensional, além 
de volume, espaço, cor e luz na pintura, no desenho, na 
escultura, na gravura, na arquitetura, nos brinquedos, 
bordados, entalhes, etc.[...] (Referencial Curricular Nacional 
para Educação Infantil, vol. 3, p.85)
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SAIBA MAIS:
Para saber mais, leia o artigo “O Ensino de Artes Visuais 
na Educação Infantil: a prática de leitura e apreciação de 
obras artísticas”, de Poliana Priscila Sousa Barbosa. Fonte: 
Disponível em: https://bit.ly/35vXBF4. Acesso em: 26 
out.2020.
Exemplo
Atividades de artes visuais: Artes Plásticas na Educação Infantil, de 
Lili Karl. Disponível em: https://bit.ly/3mhE5D4.
Linguagem Oral e Escrita
Esse eixo nos traz uma das habilidades mais importantes a serem 
trabalhadas com as crianças, pois ampliam suas possibilidades de 
inserção e de participação nas diversas práticas sociais.
O desenvolvimento da linguagem é um aspecto básico na 
Educação Infantil, dada sua importância para a formação do sujeito, para 
a interação com as outras pessoas, na orientação das ações das crianças, 
na construção de muitos conhecimentos e no desenvolvimento do 
pensamento.
Trabalhar a linguagem oral e escrita significa ampliar as capacidades 
de comunicação, expressão e de acesso ao mundo letrado pelas 
crianças. Esse trabalho está relacionado ao desenvolvimento gradativo 
das capacidades associadas às quatro competências linguísticas básicas: 
falar, escutar, ler e escrever (BRASIL, 1998).
A interação social por meio da linguagem, seja ela oral ou escrita, 
amplia os saberes das crianças, os conecta uns com os outros e com o 
mundo ao seu redor, possibilitando a construção e o desenvolvendo todo 
e qualquer conhecimento. 
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Figura 3: Desenvolvimento da linguagem
Fonte: @freepik
Natureza e Sociedade
Esse eixo trabalha os temas relacionados ao mundo social e natural, 
de forma integrada com aas abordagens e enfoques dos diferentes 
campos das Ciências Humanas e Naturais.
[...} O  mundo onde as crianças vivem se constitui em um 
conjunto de fenômenos naturais e sociais indissociáveis 
diante do qual elas se mostram curiosas e investigativas. 
Desde muito pequenas, pela interação com o meio natural 
e social no qual vivem, as crianças aprendem sobre 
o mundo, fazendo perguntas e procurando respostas 
às suas indagações e questões. Como integrantes de 
grupos socioculturais singulares, vivenciam experiências 
e interagem num contexto de conceitos, valores, ideias, 
objetos e representações sobre os mais diversos temas a 
que têm acesso na vida cotidiana, construindo um conjunto 
de conhecimentos sobre o mundo que as cerca. [...]
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ACESSE:Assista no vídeo “Natureza e Sociedade”, nome que 
expressa um dos eixos trabalhados no RCNEI, uma prática 
real aplicada em sala de aula mediada pela linguagem oral, 
uma junção de 2 eixos essenciais que devem permear o 
trabalho pedagógico na Educação Infantil. Fonte: Disponível 
em: https://bit.ly/32cK4Ak. 
Matemática
Desde muito cedo as crianças participam de uma série de situações 
que envolvem números, quantidades e noções sobre espaço. Em seu dia 
a dia, utilizam recursos próprios para resolver problemas cotidianos, como 
conferir figurinhas, marcar e controlar os pontos de um jogo, repartir as 
balas entre os amigos, mostrar com os dedos a idade etc.
O tempo todo elas observam o espaço ao seu redor e, aos poucos, vão 
organizando seus deslocamentos, descobrindo caminhos, estabelecendo 
sistemas de referência, identificando posições e comparando distâncias. 
Através dessa vivência elas adquirem conhecimentos matemáticos. 
Trabalhar matemática na Educação Infantil é atender as necessidades 
das próprias crianças de construírem conhecimentos que incidam nos 
mais variados domínios de seus pensamentos e, também, atender a uma 
necessidade social de instrumentalizá-las melhor para viver, participar 
e compreender um mundo que exige diferentes conhecimentos e 
habilidades (BRASIL, 1998).
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Figura 4: Matemática na Educação Infantil
 
Fonte: @freepik
Dentro das orientações contidas no RCNEI está a importância de se 
estabelecer uma rotina para organizar a didática do trabalho. O documento 
explica que:
A rotina representa, também, a estrutura sobre a qual 
será organizado o tempo didático, ou seja, o tempo de 
trabalho educativo realizado com as crianças. A rotina 
deve envolver os cuidados, as brincadeiras e as situações 
de aprendizagens orientadas. A apresentação de novos 
conteúdos às crianças requer sempre as mais diferentes 
estruturas didáticas, desde contar uma nova história, 
propor uma técnica diferente de desenho até situações 
mais elaboradas, como, por exemplo, o desenvolvimento 
de um projeto, que requer um planejamento cuidadoso 
com um encadeamento de ações que visam a desenvolver 
aprendizagens específicas. Estas estruturas didáticas 
contêm múltiplas estratégias que são organizadas em 
função das intenções educativas expressas no projeto 
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educativo, constituindo-se em um instrumento para o 
planejamento do professor. Podem ser agrupadas em 
três grandes modalidades de organização do tempo. São 
elas: atividades permanentes, sequência de atividades e 
projetos de trabalho (BRASIL, 1998). 
As atividades permanentes são aquelas que respondem às 
necessidades básicas de cuidados, aprendizagem e de prazer para as 
crianças, cujos conteúdos necessitam de uma constância e tem como 
objetivo principal constituir atitudes e desenvolver hábitos. Alguns 
exemplos de atividades permanentes são: os momentos de brincadeira, 
roda de história, oficinas de desenho, pintura e modelagem, cuidados 
com o corpo e música (BRASIL, 1998).
As sequências de atividades são planejadas e conduzidas com o 
intuito de promover uma aprendizagem específica e definida e devem 
ser propostas em diferentes graus de complexidade. Essas sequências 
de atividades devem ser retiradas de um dos eixos mencionados 
anteriormente (BRASIL, 1998).
O objetivo do projeto educativo é desenvolver um conjunto de 
atividades que trabalhem com os conhecimentos específicos construídos 
a partir de um dos eixos de trabalho. Esse projeto pode ser organizado 
ao redor de um problema a ser resolvido ou um produto final que se 
quer obter. Sua duração pode variar de acordo com o objetivo proposto 
(BRASIL, 1998).
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Base Nacional Comum Curricular: 
Seis Direitos de Aprendizagem e 
Desenvolvimento da Criança
Outro documento importante que aborda os aspectos didáticos 
pedagógicos para Educação Infantil é a Base Nacional Comum Curricular 
(BNCC). Este documento tem como objetivo traçar percursos de 
aprendizagem e desenvolvimento dos estudantes da educação básica. 
De acordo com a BNCC, seis direitos de aprendizagem e 
desenvolvimento devem ser garantidos a todas as crianças, para que elas 
possam aprender e se desenvolver. Vamos conhecer cada um deles?
Conviver
A criança tem o direito de conviver com outras crianças e adultos, em 
pequenos e grandes grupos, utilizando diferentes linguagens, ampliando 
os conhecimentos de si e do outro, o respeito em relação à cultura e às 
diferenças entre as pessoas. 
 Dentre esses direitos, destaca-se a questão das diferentes 
linguagens, que são potencializadas e trabalhadas a partir do direito de 
convivência. 
Figura 5: Convivência com outras crianças
Fonte: @freepik
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Brincar
A criança tem o direito de brincar cotidianamente de diversas 
formas, em diferentes espaços e tempos, com diferentes parceiros 
(crianças e adultos), ampliando e diversificando seu acesso a produções 
culturais, seus conhecimentos, sua imaginação, sua criatividade, suas 
experiências emocionais, corporais, sensoriais, expressivas, cognitivas, 
sociais e relacionais.
Perceba que, o que já era garantido nas legislações anteriores, 
permanece na Base Nacional Comum Curricular, onde o brincar continua 
sendo uma atividade essencial para o pleno desenvolvimento da criança.
Figura 6: Crianças brincando
Fonte: @pixabay
Participar
A criança tem o direito de participar ativamente, com os adultos 
e outras crianças, tanto do planejamento da gestão da escola e das 
atividades propostas pelo educador quanto da realização das atividades 
da vida cotidiana, tais como a escolha das brincadeiras, dos materiais 
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e dos ambientes, desenvolvendo diferentes linguagens e elaborando 
conhecimento, decidindo e se posicionando. 
Figura 7: Participação nas atividades
Fonte: @freepik
Explorar
A criança tem o direito de explorar movimentos, gestos, sons, formas, 
texturas, cores, palavras, emoções, transformações, relacionamentos, 
histórias, objetos e elementos da natureza na escola e fora dela, ampliando 
seus saberes sobre a cultura em suas diversas modalidades, como as 
artes, a escrita, a ciência e a tecnologia. 
A BNCC assegura às crianças o direito de serem sujeitos dentro 
do processo de construção cultural, ou seja, a partir dessa exploração a 
criança vai assimilando os elementos culturais de sua sociedade.
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Figura 8: Exploração nos elementos da natureza
Fonte: @freepik
Expressar
A criança tem o direito de se expressar como sujeito, dentro de um 
diálogo, expondo suas necessidades, emoções, sentimentos, dúvidas, 
hipóteses, descobertas, opiniões e questionamentos, por meio de 
diferentes linguagens. 
Figura 9: Expressão de sentimentos
Fonte: @freepik
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Conhecer-se
A criança tem o direito de construir sua identidade pessoal, social 
e cultural, constituindo uma imagem positiva de si e de seus grupos 
de pertencimento, nas diversas experiências de cuidados, interações, 
brincadeiras e linguagens vivenciadas na instituição escolar e em seu 
cotidiano familiar e comunitário.
Vimos até aqui diversos aspectos didáticos pedagógicos voltados 
para Educação Infantil, a partir de documentos criados com esse objetivo. 
A seguir, vamos conhecer mais a fundo o brincar de uma forma mais 
aprofundada, uma vez que essa é umaatividade fundamental para o 
desenvolvimento da criança e é uma parte imprescindível do seu dia a dia.
Figura 10: Construção da identidade e constituição de imagem
Fonte: @freepik
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26
Base Nacional Comum Curricular: Cinco 
Campos de Experiência
Os campos de experiência BNCC são cinco e são guias para compor 
o currículo das crianças que possuam faixa etária de 0 a cinco anos e 11 
meses de vida, como podemos ver as características deles a seguir:
O Eu, O Outro e o Nós
Neste campo, podemos trabalhar brincadeiras e atividades lúdicas 
para desenvolver as relações da criança com ela mesma, com o outro, 
com os colegas, com o professor, com pais e com toda a sociedade 
ao redor dela. Com isso, este campo se antecede ao desenvolvimento 
do uso completo do idioma materno e das regras gramaticais, que elas 
utilizarão mais tarde.
Vejamos o que a BNCC fala sobre este campo:
É na interação com os pares e com adultos que as 
crianças vão constituindo um modo próprio de agir, sentir 
e pensar e vão descobrindo que existem outros modos 
de vida, pessoas diferentes, com outros pontos de vista. 
Conforme vivem suas primeiras experiências sociais (na 
família, na instituição escolar, na coletividade), constroem 
percepções e questionamentos sobre si e sobre os outros, 
diferenciando-se e, simultaneamente, identificando- se 
como seres individuais e sociais. Ao mesmo tempo que 
participam de relações sociais e de cuidados pessoais, 
as crianças constroem sua autonomia e senso de 
autocuidado, de reciprocidade e de interdependência com 
o meio. Por sua vez, na Educação Infantil, é preciso criar 
oportunidades para que as crianças entrem em contato 
com outros grupos sociais e culturais, outros modos de 
vida, diferentes atitudes, técnicas e rituais de cuidados 
pessoais e do grupo, costumes, celebrações e narrativas. 
Nessas experiências, elas podem ampliar o modo de 
perceber a si mesmas e ao outro, valorizar sua identidade, 
respeitar os outros e reconhecer as diferenças que nos 
constituem como seres humanos (BRASIL, 2017, p. 38).
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Corpo, Gestos e Movimentos
As crianças exploram o mundo por meio dos sentidos, do corpo, 
dos gestos e dos movimentos, desde muito novos. Portanto, a partir de 
seu nascimento, eles têm primeiro contato com o mundo, que é diferente 
daquele da barriga de suas mães. Vejamos o que a BNCC fala sobre este 
campo:
Com o corpo (por meio dos sentidos, gestos, movimentos 
impulsivos ou intencionais, coordenados ou espontâneos), 
as crianças, desde cedo, exploram o mundo, o espaço e os 
objetos do seu entorno, estabelecem relações, expressam-
se, brincam e produzem conhecimentos sobre si, sobre 
o outro, sobre o universo social e cultural, tornando-se, 
progressivamente, conscientes dessa corporeidade. Por 
meio das diferentes linguagens, como a música, a dança, o 
teatro, as brincadeiras de faz de conta, elas se comunicam 
e se expressam no entrelaçamento entre corpo, emoção 
e linguagem. As crianças conhecem e reconhecem as 
sensações e funções de seu corpo e, com seus gestos 
e movimentos, identificam suas potencialidades e seus 
limites, desenvolvendo, ao mesmo tempo, a consciência 
sobre o que é seguro e o que pode ser um risco à sua 
integridade física. Na Educação Infantil, o corpo das 
crianças ganha centralidade, pois ele é o partícipe 
privilegiado das práticas pedagógicas de cuidado físico, 
orientadas para a emancipação e a liberdade, e não para 
a submissão. Assim, a instituição escolar precisa promover 
oportunidades ricas para que as crianças possam, 
sempre animadas pelo espírito lúdico e na interação com 
seus pares, explorar e vivenciar um amplo repertório de 
movimentos, gestos, olhares, sons e mímicas com o corpo, 
para descobrir variados modos de ocupação e uso do 
espaço com o corpo (tais como sentar com apoio, rastejar, 
engatinhar, escorregar, caminhar apoiando-se em berços, 
mesas e cordas, saltar, escalar, equilibrar-se, correr, dar 
cambalhotas, alongar-se etc.) (BRASIL, 2017, p. 39).
Traços, Sons, Cores e Formas
Neste campo as crianças deveram ter experiências pelo contato 
com manifestações artísticas, culturais e científicas para desenvolvimento 
do conhecimento sobre cultura e criação suas próprias artes, de maneira 
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cultural autônoma. Vejamos o que a BNCC educação infantil fala sobre 
este campo de experiência: 
Conviver com diferentes manifestações artísticas, culturais 
e científicas, locais e universais, no cotidiano da instituição 
escolar, possibilita às crianças, por meio de experiências 
diversificadas, vivenciar diversas formas de expressão e 
linguagens, como as artes visuais (pintura, modelagem, 
colagem, fotografia etc.), a música, o teatro, a dança e o 
audiovisual, entre outras. Com base nessas experiências, 
elas se expressam por várias linguagens, criando suas 
próprias produções artísticas ou culturais, exercitando 
a autoria (coletiva e individual) com sons, traços, gestos, 
danças, mímicas, encenações, canções, desenhos, 
modelagens, manipulação de diversos materiais e de 
recursos tecnológicos. Essas experiências contribuem 
para que, desde muito pequenas, as crianças desenvolvam 
senso estético e crítico, o conhecimento de si mesmas, 
dos outros e da realidade que as cerca. Portanto, a 
Educação Infantil precisa promover a participação 
das crianças em tempos e espaços para a produção, 
manifestação e apreciação artística, de modo a favorecer 
o desenvolvimento da sensibilidade, da criatividade e 
da expressão pessoal das crianças, permitindo que se 
apropriem e reconfigurem, permanentemente, a cultura e 
potencializem suas singularidades, ao ampliar repertórios 
e interpretar suas experiências e vivências (BRASIL, 2017, 
p. 39).
Escuta, Fala, Pensamento e Imaginação
A comunicação da criança é desenvolvida desde seu nascimento, 
por meio de seu corpo, de seu choro, de seu riso, de seu tato e de seu 
olhar. Neste campo o desenvolvimento a linguagem e da criatividade 
se desenvolvem de forma mais completa. Vamos ver o que a BNCC fala 
sobre isso:
Desde o nascimento, as crianças participam de situações 
comunicativas cotidianas com as pessoas com as quais 
interagem. As primeiras formas de interação do bebê são 
os movimentos do seu corpo, o olhar, a postura corporal, 
o sorriso, o choro e outros recursos vocais, que ganham 
sentido com a interpretação do outro. Progressivamente, 
as crianças vão ampliando e enriquecendo seu 
Organização do Trabalho Pedagógico na Educação Infantil
29
vocabulário e demais recursos de expressão e de 
compreensão, apropriando-se da língua materna – que 
se torna, pouco a pouco, seu veículo privilegiado de 
interação. Na Educação Infantil, é importante promover 
experiências nas quais as crianças possam falar e ouvir, 
potencializando sua participação na cultura oral, pois é 
na escuta de histórias, na participação em conversas, nas 
descrições, nas narrativas elaboradas individualmente ou 
em grupo e nas implicações com as múltiplas linguagens 
que a criança se constitui ativamente como sujeito singular 
e pertencente a um grupo social. Desde cedo, a criança 
manifesta curiosidade com relação à cultura escrita: 
ao ouvir e acompanhar a leitura de textos, ao observar 
os muitos textos que circulam no contexto familiar, 
comunitário e escolar, ela vai construindo sua concepção 
de língua escrita, reconhecendo diferentes usos sociais da 
escrita, dos gêneros, suportes e portadores. Na Educação 
Infantil, a imersão na cultura escrita deve partir do que 
as crianças conhecem e das curiosidades que deixamtransparecer. As experiências com a literatura infantil, 
propostas pelo educador, mediador entre os textos e as 
crianças, contribuem para o desenvolvimento do gosto 
pela leitura, do estímulo à imaginação e da ampliação 
do conhecimento de mundo. Além disso, o contato com 
histórias, contos, fábulas, poemas, cordéis etc. propicia a 
familiaridade com livros, com diferentes gêneros literários, 
a diferenciação entre ilustrações e escrita, a aprendizagem 
da direção da escrita e as formas corretas de manipulação 
de livros. Nesse convívio com textos escritos, as crianças 
vão construindo hipóteses sobre a escrita que se revelam, 
inicialmente, em rabiscos e garatujas e, à medida que 
vão conhecendo letras, em escritas espontâneas, não 
convencionais, mas já indicativas da compreensão da 
escrita como sistema de representação da língua (BRASIL, 
2017, p. 40).
Espaços, Tempos, Quantidades, Relações e 
Transformações
Neste campo as crianças terão experiências mais concretas, que 
estão relacionadas à matemática e às ciências em geral, com exploração 
de espaço, o temo, as quantidades, as relações. Vejamos o que a BNCC 
fala sobre isso:
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As crianças vivem inseridas em espaços e tempos 
de diferentes dimensões, em um mundo constituído 
de fenômenos naturais e socioculturais. Desde muito 
pequenas, elas procuram se situar em diversos espaços 
(rua, bairro, cidade etc.) e tempos (dia e noite; hoje, 
ontem e amanhã etc.). Demonstram também curiosidade 
sobre o mundo físico (seu próprio corpo, os fenômenos 
atmosféricos, os animais, as plantas, as transformações 
da natureza, os diferentes tipos de materiais e as 
possibilidades de sua manipulação etc.) e o mundo 
sociocultural (as relações de parentesco e sociais entre as 
pessoas que conhece; como vivem e em que trabalham 
essas pessoas; quais suas tradições e seus costumes; 
a diversidade entre elas etc.). Além disso, nessas 
experiências e em muitas outras, as crianças também 
se deparam, frequentemente, com conhecimentos 
matemáticos (contagem, ordenação, relações entre 
quantidades, dimensões, medidas, comparação de 
pesos e de comprimentos, avaliação de distâncias, 
reconhecimento de formas geométricas, conhecimento e 
reconhecimento de numerais cardinais e ordinais etc.) que 
igualmente aguçam a curiosidade. Portanto, a Educação 
Infantil precisa promover experiências nas quais as crianças 
possam fazer observações, manipular objetos, investigar e 
explorar seu entorno, levantar hipóteses e consultar fontes 
de informação para buscar respostas às suas curiosidades 
e indagações. Assim, a instituição escolar está criando 
oportunidades para que as crianças ampliem seus 
conhecimentos do mundo físico e sociocultural e possam 
utilizá-los em seu em seu cotidiano. (BRASIL, 2017, p. 40).
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O Brincar e a Didática Pedagógica
Diante de todos os aspectos didáticos pedagógicos voltados para 
Educação Infantil citados anteriormente, vimos que o brincar é a atividade 
principal para o pleno desenvolvimento da criança, pois é através da 
brincadeira que ela se expressa e se relaciona com o mundo ao seu redor.
TESTANDO:
Como deve ser a didática do professor na Educação Infantil? 
Olhar o brincar como forma de diversão ou como forma de 
aprendizado? 
Piaget acredita que o brincar deve ser uma ação livre e espontânea, 
partindo do próprio interesse da criança. A partir da brincadeira, a criança 
assimila determinadas informações de acordo com o seu estágio de 
desenvolvimento e se desenvolve de forma integral.
O brincar é a principal atividade da infância, pois responde 
à necessidade de meninos e meninas de olhar, tocar, satisfazer a 
curiosidade, experimentar, descobrir, expressar, comunicar, sonhar, ou 
seja, o brincar se torna uma necessidade de descobrir, conhecer, dominar 
e amar o mundo (MARIN, PENÓN, 2004).
Quais aspectos estão envolvidos no desenvolvimento integral da 
criança? Aspectos cognitivos, afetivos, físicos-motores, morais, linguísticos 
e sociais. 
É possível observar o estágio de desenvolvimento em que a criança 
está através do brincar, pois as brincadeiras tendem a evoluir conforme a 
faixa etária aumenta.
Dessa forma, Piaget acredita que o jogo pode ser estruturado de 
três maneiras: exercício, simbólico, construção e regra. Essa estrutura 
acompanha o desenvolvimento da criança.
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Entre 1-2 anos de idade a criança brinca por simples prazer. A ação 
de ver uma bola rolar, bater um objeto e perceber o som que ele produz 
etc.
Entre os 2-7 anos de idade a brincadeira já adquire um caráter 
simbólico. Nessa fase a criança representa seu mundo, usando o simbólico 
para evocar a realidade, dando asas à imaginação e expressando regras 
implícitas que se materializam nos temas de cada brincadeira. Assim que 
a brincadeira começa a se aproximar do mundo real, o símbolo começa a 
representar a realidade (KISHIMOTO, 2008).
Exemplo
Brincar de casinha, imitar animais e se fantasiar são brincadeiras de 
caráter simbólico. 
Figura 11: Brincar e o caráter simbólico
Fonte: @freepik
A partir dessas brincadeiras a criança expressa suas representações 
mentais.
O jogo com regras surge a partir dos 6 anos de idade, quando as 
crianças observam as relações sociais em que vivem e as regras são 
impostas em toda ação.
Exemplo
Brincadeira de pega-pega, jogo com bola, jogo de cartas, jogo de 
xadrez.
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33
Figura 12: Jogos com regras 
Fonte: @freepik
Vygotsky também traz grandes contribuições para área da 
educação e entende que o brincar reproduz o discurso externo e o 
internaliza, construindo seu próprio pensamento.
O autor acredita que a brincadeira tem grande influência no 
desenvolvimento da criança e vai além de uma atividade simbólica, 
pois as situações imaginárias baseiam-se em regras de comportamento 
condizentes com aquilo que está sendo representado. Essa ação 
permitirá que a criança internalize regras, valores, modo de agir e de 
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https://br.freepik.com/fotos-gratis/retrato-de-menino-jogando-xadrez_6037611.htm
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pensar de seu grupo social, o que passará a orientar seu comportamento 
e desenvolvimento cognitivo (VYGOTSKY, 1994).
Exemplo
A maneira como a criança conduz a brincadeira é a forma como as 
pessoas ao seu redor se comportam, ou seja, se ao brincar de mamãe e 
filhinho a criança der broncas na boneca ou a colocar de castigo, estará 
reproduzindo nessa ação o que vivencia diariamente.
Figura 13: Relação da brincadeira com a vida real 
Fonte: @freepik
Podemos perceber através das concepções dos autores que o 
brincar, mesmo que de forma livre e espontânea, contribui para o pleno 
desenvolvimento da criança e, por isso, é considerado como um direito.
Você deve estar pensando: “mas, e eu enquanto professor, como 
posso garantir esse direito às crianças?” 
Vou citar um exemplo: você pode disponibilizar alguns brinquedos 
selecionados para a faixa etária da criança e permitir que ela escolha com 
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35
qual deles quer brincar. O fato de você deixar os brinquedos e/ou objetos 
à disposição da criança vai permitir que ela explore, manipule, aprenda 
e tome decisão com essa experiência. Ou seja, o professor não precisa 
determinar com o que a criança vai brincar para que ela aprenda. 
Nessas ações você também vai perceber que o brincar tem uma 
grande relação com a cultura, pois transmite características próprias por 
meio das gerações que se sucedem e, com isso, tornam a brincadeira 
uma manifestação cultural presente diariamente no cotidiano das crianças 
(KISHIMOTO, 2008).
Exemplo
Nos países ocidentais, a colher é um objeto utilizado para se 
alimentar e, por isso,se um adulto der uma colher para uma criança 
pequena, ela irá utilizá-la para alimentar sua boneca, imitando a ação que 
o adulto faz com aquele objeto. E nos países orientais, como é a forma 
de se alimentar? Isso mesmo, com rachi. Ou seja, através do brincar a 
criança está conhecendo o mundo da cultura. Saiba mais sobre isso na 
entrevista concedida pela educadora Tizuko Morchida (USP) à UNIVESP. 
Fonte: Disponível: https://bit.ly/2SHusl7.
O brincar, além de proporcionar o desenvolvimento integral das 
crianças, também proporciona o contato com um aprendizado gradativo 
em todas as áreas do desenvolvimento. A criança que brinca aprende 
a tomar decisões, fazer escolhas, ter flexibilidade, enfrentar desafios 
cotidianos, raciocinar, entre outras ações importantíssimas para o futuro 
ingresso no mundo adulto.
Então, você, futuro educador, tem papel fundamental de 
proporcionar em sua didática oportunidades para as crianças brincarem e 
se desenvolverem.
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https://bit.ly/2SHusl7
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RESUMINDO:
Nesse capítulo você pode perceber a importância da 
didática e sua implicação e aplicação prática no dia a dia 
da sala de aula da Educação Infantil. Você pode conhecer 
mais sobre o Referencial Curricular Nacional para a 
Educação Infantil (RCNEI), que foi criado para atender as 
determinações da LDB, o qual é dividido em seis eixos 
que reforçam a importância de trabalhar as diferentes 
linguagens das crianças: movimento, música e artes 
visuais, linguagem oral e escrita, natureza e sociedade e a 
matemática. Sobretudo isso, você pode perceber o papel 
do brincar em todas as esferas da vida da criança, atividade 
que permeia a infância, que é simbólica, mas também 
pode ser a representação do real, dentro do processo de 
desenvolvimento infantil. É um desafio grande do educador 
de aliar momentos de prazer e de brincar, de educar e de 
cuidar, de estimular o desenvolvimento das crianças sem 
podar sua imaginação, mas incentivando sua imaginação e 
explorando as possibilidades que que a circundam.
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37
Currículo e Proposta Curricular na 
Educação Infantil
OBJETIVO:
Pronto para mais um desafio? Neste tópico de estudos 
você verá o que é currículo, o que o define, sua importância 
para a organização do trabalho pedagógica na Educação 
Infantil, quais os modelos de currículos existentes para esta 
vertente da Educação Básica. Vamos lá!.
Durante a evolução do homem é possível perceber que ele sempre 
produziu conhecimento por meio da interação com o outro, e transmitiu 
esse aprendizado aos outros integrantes da sociedade, seja pela 
comunicação ou arte, registrando suas histórias e conhecimentos
O aprendizado informal adquirido pelo contato com o outro foi 
dando lugar para o aprendizado formal, que é o acesso ao conhecimento 
estruturado dentro de uma instituição de ensino. A estruturação do 
conhecimento se dá pelo significado que a escola passa a dar para o 
conhecimento, elaborado pelo próprio homem durante a evolução da sua 
história. 
A partir desse entendimento de aprendizado formal, surgiu a 
necessidade de um currículo que estabelecesse, como e para que os 
currículos devam ser desenvolvidos. Segundo o Dicionário Aurélio (2002) 
currículo significa o ato de correr, desvio para encurtar o caminho, a 
descrição do conjunto de conteúdo ou matérias de um curso. 
NOTA:
O conceito presente no dicionário Aurélio é o que 
comumente encontramos para descrever o que seria 
currículo, mas currículo se define como algo muito mais 
amplo de que simplesmente um conjunto de conteúdo. 
Organização do Trabalho Pedagógico na Educação Infantil
38
O modo como esse currículo estará organizado será determinado 
pelo objetivo que se pretende atingir, seja para aquisição de conhecimento 
com vistas ao exercício de apenas uma função no mercado de trabalho, ou 
o objetivo de transformar o aluno em um cidadão crítico e questionador, 
para as questões que estão em torno do seu dia a dia. Sendo assim, 
compreender as questões econômicas, políticas e culturais se fazem 
necessárias, uma vez que só por meio dessa análise é possível organizar 
um currículo de acordo com os objetivos que se pretende atingir. 
A escola ao refletir sobre os objetivos que a escolarização visa 
naquele grupo, deve buscar analisar o meio em que esses alunos, que são 
os protagonistas do processo aprendizado, estão inseridos uma vez que 
a elaboração do currículo não é algo fixo, mas algo flexível que deve ser 
composto pelos participantes da vida escolar, para que esse aprendizado 
possa ter sentido. 
O currículo deve buscar propor conhecimento sobre algo 
vivenciado, ou fazê-los pensar ou agir de modo diferente pela reflexão 
de seus atos e atitudes. A Lei de Diretrizes e Bases 9394/96 determina 
que sejam desenvolvidas uma base nacional comum curricular e 
uma base diversificada, e que a escola deve elaborar sua própria 
proposta pedagógica. Com isso, nota-se a importância de analisar as 
especificidades da onde está inserida a escola, para tornar a elaboração 
da proposta pedagógica algo coerente com o seu meio.
A figura a seguir representa abstratamente que a construção do 
currículo escolar na educação infantil deve ser a partir da consideração 
de elementos próprios da criança, da família na qual está inserida, 
da sociedade e, também, da própria escola. Dessa maneira, torna-
se perceptível que não há currículo escolar adequado se não houver 
equilíbrio entre os interesses que envolvem a realidade da criança e, 
negar essa realidade, seria afastar de maneira brusca a possibilidade de 
apresentar medidas adequadas para as crianças. 
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39
Figura 14: Relação necessária na construção do currículo escolar
Fonte: Elaborada pelas autoras (2020).
O currículo escolar é um documento que ganhará vida na vivência 
pedagógica e, por isso, deve estar relacionado com o projeto político 
pedagógico da escola, e ser desenvolvido com toda comunidade escolar, 
buscando atender além do conteúdo comum, as particularidades de cada 
instituição.
Sendo assim, quando a escola quando não promove a reflexão 
do educando e busca apenas a repetição de conteúdos historicamente 
elaborados, tem como objetivo formar cidadãos aptos a apenas reproduzir, 
perpetuando a ideia de que existe somente uma sociedade ideal, e todos 
devem fazer parte dela sem promover questionamentos e aceitando sua 
condição frente a essa sociedade.
IMPORTANTE:
Ao desenvolver um currículo a escola deve refletir o tipo de 
indivíduo que pretende formar, e é por meio do professor, 
sendo um mediador do conhecimento, que se deve buscar 
recursos para atingir esse objetivo proposto.
Organização do Trabalho Pedagógico na Educação Infantil
40
A educação brasileira, ao longo da história, foi marcada por teorias 
baseadas em diferentes pressupostos, que consequentemente deram 
origem à diversos modelos de propostas curriculares. Vejamos algumas 
dessas correntes:
 • Teorias não críticas: composta pelas Tendências Tradicionais, 
Escola Nova e Escola Tecnicista, as Teorias não críticas tem 
como característica sua neutralidade diante das questões sociais 
e políticas. A função da escola é preparar o educando para 
desempenhar papeis sociais;
 • Escola tradicional: composta por disciplinas especificas e 
conteúdos isolados, tem como objetivo preparar o aluno para 
atuar na sociedade e atendê-la, sem promoção de debates ou 
reflexões;
 • Escola Nova: propõem o desenvolvimento de projetos com base 
no interesse dos alunos, ênfase no processo de aprendizagem e 
o professor é visto como um facilitador do conhecimento. Ela não 
promove a ênfase na criticidade do educando;
 • Escola Tecnicista: enfatiza a importância do desenvolvimento de 
competências e habilidades específicas e molda o comportamento 
de acordo com a técnica. O educando évisto como alguém que 
irá receber o conhecimento, desconsiderando o seu pensar, criar 
e refletir;
 • Teorias Críticas: critica a perpetuação da desigualdade social 
pelas práticas escolares. É composta pela pedagogia crítico e 
produtiva, e defende a criação de um currículo emancipador 
que faz críticas a disseminação da cultura e da língua da classe 
dominante;
 • Teorias Pós Críticas: ressalta que o currículo deve ser elaborado a 
partir dos interesses dos educandos e de acordo com os significados 
da realidade expressa pelos diálogos, mostrando a importância de 
se ouvir o aluno. Ela é composta pela Pedagogia histórico-critica, 
que propõem que os conteúdos sejam interligados de modo a 
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41
favorecer uma análise crítica dos alunos, o professor passa a ser o 
mediador do processo ensino aprendizagem.
A Construção do Currículo
Conceber a construção do currículo como ato reflexivo e crítico, a 
partir da participação direta da criança, parece ser algo indiscutível, visto 
ser importante oferecer a criança uma perspectiva mais ampliada de 
mundo, que de fato, só pode ser alcançada através da descoberta. 
Sendo assim, tendo por base o especificado na própria LDB (Lei 
de Diretrizes e Bases 9394/1996) observa-se, contudo, uma perspectiva 
exigível do cumprimento de determinados elementos para a construção 
do currículo escolar. Convém observar ainda que, ao se tratar da LDB, 
muito embora tenha uma predominância legal, não se pode esquecer da 
perspectiva de direcionamento que existe nesta norma, ou seja, o objetivo 
especificado na própria norma é tão somente o de oferecer elementos 
adequados, dentro do ambiente escolar, para que a criança possa 
desenvolver suas competências. 
Por isso, quando houver referência às diretrizes não se pode confundir 
com positivismo/cristalização, visto que a primeira apresenta direcionamentos 
para se atingir um ponto maior, que é a qualidade do ensino; o segundo diz 
respeito aquilo que não pode ser adaptado, modificado. 
E, muito embora exista a necessidade de se criar um currículo, não 
se pode esquecer a necessidade de adaptação das realidades locais, 
regionais. O que se percebe, portanto, é tão somente a coexistência entre 
ambos os instrumentos, nomeadamente currículo e LDB, visto que, na 
verdade, o currículo, apesar das suas peculiaridades, não pode deixar de 
estar conectado às diretrizes apresentadas na LDB.
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42
Figura 15: Convergência
Fonte: Elaborada pelas autoras (2020).
Exemplo
Muito embora exista a pacificação de que as festividades do carnaval 
sejam aplicadas para todas as regiões do Brasil, não se pode querer exigir que 
a forma de festejar venha a ser igual. Dessa maneira, as escolas ao desejarem 
comemorar o carnaval, o farão levando em consideração as peculiaridades 
da sua região, pois isso, inclusive, é uma maneira de que as crianças passem 
a compreender de maneira eficiente o estilo de sua cultura.
IMPORTANTE:
Os currículos da Educação Infantil, Ensino Fundamental 
e Ensino Médio, devem ter uma base nacional comum, 
a ser complementada em cada sistema de ensino e 
estabelecimento escolar por uma parte diversificada, 
exigida pelas características regionais e locais da sociedade, 
da cultura, da economia e dos educandos (BRASIL, 2013).
Dessa maneira, o currículo da Educação Infantil pode surgir em 
decorrência de uma “articulação dos saberes e das experiências das 
crianças com o conjunto de conhecimentos já sistematizados pela 
humanidade, ou seja, os patrimônios cultural, artístico, ambiental, científico 
e tecnológico” (BRASIL, 2009, p.06). Por isso, pode ser afirmado que para 
que o currículo seja construído de maneira adequada, faz-se necessário o 
contato com a prática, ou seja, a compreensão da vivência. 
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43
“A vivência é um arranjo curricular adequado à educação da criança 
de 0 a 5 anos e 11 meses quando certas experiências, por ela vivenciadas, 
promovem a apropriação de conhecimentos relevantes” (BRASIL, 2018, p. 62).
E, em se tratando de vivência no campo da experiência no âmbito 
da Educação Infantil, existe no próprio texto legal a indicação de cinco 
elementos que devem ser levados em consideração para a identificação 
da experiência, nomeadamente: o eu o outro e o nós; corpo, gesto e 
movimentos; traços, sons, cores e imagens; escuta, fala, linguagem e 
pensamento; espaços, tempos, quantidades, relações e transformações 
(BRASIL, 2018).
A questão reside tão somente na necessidade de se identificar as 
experiências das crianças para que, em conjunto com novas situações, se 
consiga viver novas experiências educacionais. 
O que se deseja a partir das novas experiências é tão somente criar 
significados no sentido de tornar a criança capaz de compreender, dentro 
da sua própria realidade, aquilo que está sendo vivenciado, descoberto. 
A proposição de um currículo por campos de experiência consiste 
em centralizar no projeto educativo de creches e pré-escolas as ações, as 
falas, os saberes e os fazeres das crianças que, interpretados e significados 
pelos (as) professores (as) de Educação Infantil, podem ser traduzidos em 
novas situações educativas. 
Sendo assim, “tanto do ponto de vista de seu desenvolvimento 
quanto de sua relação com a sociedade passam a ser pontos de 
referência dos projetos educativos” (SACRISTÁN, 2000, p.42). A figura a 
seguir apresenta o ciclo de vivência das experiências e, aponta que uma 
experiência própria a partir do momento do contato com uma experiência 
externa, irá gerar uma nova experiência. 
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44
Figura 16: Experiência construída
Fonte: Elaborado pelas autoras (2020).
NOTA:
O termo “interpretativa” captura os aspectos inovadores da 
participação das crianças na sociedade, indicando o fato 
de que as crianças criam e participam de suas culturas de 
pares singulares por meio da apropriação de informações 
do mundo adulto de forma a atender aos seus interesses 
próprios enquanto crianças. 
O termo “reprodução significa que as crianças não apenas 
internalizam a cultura, mas contribuem ativamente para a produção e a 
mudança social” (CORSARO, 2009, p. 31).
ACESSE:
Para compreender um pouco mais sobre o que propõem 
as novas diretrizes para a formação do currículo, leia o 
artigo de Zilma de Moraes Ramos de Oliveira, “O currículo 
na Educação Infantil: o que propõem as novas Diretrizes 
Nacionais”, disponível em: https://bit.ly/2SWnWpp.
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https://bit.ly/2SWnWpp
45
RESUMINDO:
Chegamos ao final de mais um tópico. Conforme você 
pôde perceber, a escola deve criar condições para que 
se desenvolva o aprendizado por meio de diferentes 
interações, conhecendo as especificidades de cada 
integrante da comunidade escolar e promovendo a 
mediação das diferentes disciplinas com o conteúdo 
básico pré-estabelecido. Deve ser analisado, além de 
quem são os personagens que compõem a comunidade 
escolar, o papel da escola naquela comunidade, e qual o 
cidadão que gostaria de formar para poder estar atuando 
na sociedade. Com base nesses questionamentos serão 
constituídos currículos que irão desenvolver cidadãos 
críticos e reflexivos, por meio de aprendizados significativas 
que promovam transformação no educando. 
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46
Planejamento na Educação Infantil
OBJETIVO:
Neste tópico de estudo você estudará as questões 
relacionadas com o planejamento da Educação Infantil. 
Ao término deste tópico deseja-se que você tenha 
compreendido a sua importância, possa identificar as 
diretrizes nacionais que tratam de planejamento e o 
impacto na sala de aula de um planejamento bem realizado. 
E, aí? Está pronto para atravessar esse novo mundo do 
planejamento na Educação Infantil? Bons estudose vamos 
lá!
Tendo por base o especificado nas diretrizes curriculares e, ainda na 
realidade em que o aluno apresenta e na que a escola está inserida, chega 
o momento de planejar as experiências da criança. Há aquela pessoa que 
pergunta: é preciso planejar uma aula mesmo a criança sendo pequena? 
Afinal de contas, será apenas brincadeira... Enganada está a pessoa que 
pensa dessa maneira. 
Ocorre que o processo de aprendizagem da criança não envolve 
apenas o conhecimento do letramento, da aplicação de conteúdo 
específico, mas existem muitas outras competências e habilidades que 
podem e devem ser trabalhadas com a criança que não especificamente 
o conteúdo concreto. 
Sendo assim, cada fase da escola, seja ela qual for, precisa passar 
pelo processo de planejamento, pois se torna de extrema importância a 
sua especificação, as intenções acadêmicas que devem ser aplicadas par 
cada fase do ensino. O objetivo é tão somente fazer com que a proposta 
estabelecida para as crianças seja, de fato, cumprida. Por isso, quando se 
menciona o ato de planejar, o objetivo é organizar o que se deseja fazer 
no futuro.
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47
Figura 17: Ciclo de construção da aprendizagem
Fonte: Elaborado pelas autoras (2020).
No ato do planejamento, o professor poderá dar os direcionamentos 
adequados a partir da realidade do aluno e o que se deseja alcançar com 
a apresentação da proposta. 
Sendo assim, o professor deverá trabalhar com determinados 
requisitos, nomeadamente: identificação de quem será a criança, 
quais as habilidades que devem ser trabalhadas em cada etapa do 
desenvolvimento, o tipo de material que irá ser utilizado para aplicar as 
estratégias no sentido de atingir as habilidades traçadas, qual a função 
do professor nesse processo de ensino-aprendizagem, a estruturação 
e adequação do espaço onde será aplicada a dinâmica da relação 
professor-aluno e, não menos importante, o período que será destinado 
para o cumprimento das diretrizes traçadas.
Figura 18: Ensino-aprendizagem
Fonte: @freepik. 
Organização do Trabalho Pedagógico na Educação Infantil
Fonte:
48
Tendo ciência da importância do planejamento das atividades 
escolares na Educação Infantil, não fazer o referido planejamento 
pode gerar um desequilíbrio no processo de aprendizagem e, 
consequentemente, gerar sobrecarga no responsável direto pela atividade 
e, ainda, desinteresse na própria turma. 
Figura 19: O não planejar
Não planejar
Credibilidade 
questionável
Desorganiza 
o processo de 
ensino- 
-aprendizagem
Fonte: Elaborado pelas autoras (2020).
ACESSE:
Quer saber mais sobre a organização do plano de aula para 
a Educação Infantil, o planejamento de atividades em sala 
de aula e as práticas que podem e devem compor sua 
rotina? Então assista ao vídeo “Plano de aula na Educação 
Infantil – planejamento de atividades” com o Programa Aula 
em foco, disponível em: https://bit.ly/2ua2Aws.
Para que o planejamento possa funcionar de maneira adequada, 
para que este plano de aula seja efetivo no dia a dia, apesar de não existir 
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https://bit.ly/2ua2Aws
49
um modelo específico, alguns requisitos, segundo Nervi (1967, p.56 apud 
GAMA, 2009, p.67), são sugeridos:
COERÊNCIA: as atividades planejadas devem manter 
perfeita coesão entre si de modo que não se dispersem em 
distintas direções, de sua unidade e correlação dependerá 
o alcance dos objetivos propostos.
SEQÜÊNCIA: deve existir uma linha ininterrupta que integre 
gradualmente as distintas atividades desde a primeira até 
a última de modo que nada fique jogado ao acaso.
FLEXIBILIDADE: é outro pré-requisito importante que 
permite a inserção sobre a marcha de temas ocasionais, 
subtemas não previstos e questões que enriqueçam os 
conteúdos por desenvolver, bem como permitir alteração, 
de acordo com as necessidades ou interesses dos alunos.
PRECISÃO E OBJETIVIDADE: os enunciados devem ser 
claros, precisos, objetivos e sintaticamente impecáveis. As 
indicações não podem ser objetos de dupla interpretação, 
as sugestões devem ser inequívocas. 
Dessa maneira, o processo de planejamento pode possuir distintas 
estruturas, pois irá depender do período, do grupo e, por fim, das 
competências que deseja alcançar. 
A verdade é que cada ato realizado em sala de aula irá depender, 
essencialmente, de uma programação prévia, no sentido de envolver 
adequadamente a criança e não gerar período de inércia e sem orientação. 
Mesmo em havendo tempo livre para que as crianças possam estar 
brincando, existirá uma proposta a ser atingir por trás dessa “brincadeira”. 
Dessa maneira, a preparação com antecedência das aulas gera 
inovação do processo de ensino-aprendizagem, mesmo que ocorra 
com os mesmos objetivos e dentro do mesmo ambiente; o que muda na 
verdade é a apenas a proposta.
Exemplo
Um determinado brinquedo pode conter várias utilidades; enquanto 
em sala de aula serve para dar suporte nas atividades acadêmicas, no 
Organização do Trabalho Pedagógico na Educação Infantil
50
parque pode servir como instrumento de auxílio no momento de diversão, 
ou seja, reveste uma característica distinta. 
Destaca-se ainda que, o ato de planejar por parte do professor não 
tornará o profissional numa pessoa inflexível, ou seja, que não poderá 
se adequar as circunstâncias que surgem no decorrer da sala de aula. 
Muito pelo contrário, com o planejamento o professor estará mais bem-
preparado para acolher determinadas adversidades que venham surgir no 
decorrer da aula.
Figura 20: O bom planejamento
Fonte: Elaborado pelas autoras (2020).
Organização do Trabalho Pedagógico na Educação Infantil
51
REFLITA:
O ato de planejar favorece o professor na tomada de 
decisões de maneira mais consciente ou o induz apenas a 
solucionar problema?
O planejamento da escola trata-se do que chamamos 
de  projeto político-pedagógico ou projeto educativo. 
Sendo esse plano integral da instituição, ele é composto 
de marco referencial, diagnóstico e programação. Este 
nível envolve tanto a dimensão pedagógica quanto a 
comunitária e administrativa da escola” (VASCONCELLOS, 
2000, p.95)
Dessa forma, toda e qualquer proposta escolar, composta pelas 
experiências de aprendizagem que se desejam realizar no dia a dia, 
deverá abarcar:
[...] os diversos componentes curriculares, sendo que a 
proposta curricular pode ter como referência os seguintes 
elementos: fundamentos da disciplina, área de estudo, 
desafios pedagógicos, encaminhamento, proposta de 
conteúdo, processos de avaliação. (VASCONCELLOS, 
2000 p.95)
Entretanto, destaca-se ainda que as propostas de planejamento 
devem seguir os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) que tem como 
pressuposto as diversidades regionais e sociais, e como objetivo principal 
o fortalecimento do sistema educacional. Nesse sentido, observe um 
trecho retirado dos PCNs (1998, p.87):
O projeto educativo precisa ter dimensão de presente, 
a criança, o adolescente, o jovem vive momentos muito 
especiais de suas vidas; vivenciam tempos específicos 
da vida humana e não apenas tempos de espera ou de 
preparação para a vida adulta. Daí a importância de a 
equipe escolar procurar conhecer, tão profundamente 
quanto possível, quem são seus alunos, como vivem, o que 
pensam, sentem e fazem. Quando os alunos percebem que 
a escola atenta às suas necessidades, os seus problemas, 
as suas preocupações, desenvolvem autoconfiança e 
confiança nos outros, ampliando as possibilidades de um 
Organização do Trabalho Pedagógico na Educação Infantil
52
melhor desempenho escolar; isso vale também para os 
adultos que trabalham na escola ou que estão de alguma 
forma, envolvidos com ela: professores, funcionários, 
diretores e pais. 
Ainda no âmbito do planejamento, o professor da Educação Infantil 
pode se valer do RCNEI (ReferencialCurricular Nacional para a Educação 
Infantil) para estruturar um planejamento com elevado grau de qualidade, 
nomeadamente (BRASIL, 1998, p.13); 
 • Respeito à dignidade e aos direitos das crianças, consideradas nas 
suas diferenças individuais, sociais, econômicas, culturais, étnicas, 
religiosas etc.;
 • Direito das crianças a brincar, como forma particular de expressão, 
pensamento, interação e comunicação infantil;
 • A socialização das crianças por meio de sua participação e inserção 
nas mais diversificadas práticas sócias, sem discriminação de 
espécie alguma;
 • Acesso das crianças aos bens socioculturais disponíveis, 
ampliando o desenvolvimento das capacidades relativas à 
expressão, a comunicação, a interação social, ao pensamento, a 
ética e a estética;
 • Atendimento aos cuidados essenciais associados à sobrevivência 
e ao desenvolvimento de sua identidade. 
E, além dos elementos referenciados, o planejamento deve conter 
outras questões de cunho mais burocrático, mas não menos importantes, 
que são justamente as questão da definição do orçamento anual e 
provisão de recursos, visto que faz parte do planejamento determinar 
o quanto será gasto e com o que será gasto os recursos financeiros da 
escola, com compra de material e sua logística etc.
Por isso, com intuito de o planejamento ser cumprido, torna-se 
imprescindível estabelecer as estratégias essenciais para se alcançar 
todos os objetivos. 
Organização do Trabalho Pedagógico na Educação Infantil
53
Como o professor pretende alcançar os objetivos de ensino 
propostos no dia a dia em sala de aula? Esse deve ser um questionamento 
diário, visto que o planejamento não é estático e, portanto, o professor deve 
estar preparado para se adequar às novas realidades que, porventura, 
possam surgir. 
Um ponto de extrema importância no ato da execução do 
planejamento é tão somente o tipo de relação que o professor terá 
com o grupo de alunos. A pergunta deve ser feita: do que adianta um 
planejamento extremamente bem realizado, mas sem relação adequada 
entre professor e aluno?
Não adianta um ‘planejamento bem planejado’, se 
o educador não constrói uma relação de respeito e 
afetividade com as crianças; se ele toma as atividades 
previstas como momentos didáticos, formais, burocráticos; 
se ele apenas age e atua, mas não interage/partilha da 
aventura que é a construção do conhecimento para o ser 
humano. (OSTETTO,1994, p.190)
Figura 21: A importância da empatia do professor em relação aos seus alunos
Fonte: Disponível em: @freepik.
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https://br.freepik.com/fotos-gratis/mulher-conversando-com-os-alunos-durante-a-aula_9571880.htm
54
REFLITA:
Como se dá a minha relação enquanto profissional 
da Educação Infantil com os meus alunos? A minha 
preocupação reside tanto no planejar que eu acabo 
esquecendo da relação com as crianças?
Uma outra estratégia bastante significativa no ato do planejamento 
é incluir a família da criança no desenvolvimento das atividades escolares, 
pois quando a família se torna membro participativo dos eventos e 
atividades acadêmicas na escola, haverá, certamente, mais empenho por 
parte das crianças. 
Entretanto, torna-se importante apresentar às famílias os objetivos 
que se desejam alcançar com o desenvolvimento da atividade. Sendo 
assim, quanto mais especificada estiver a atividade, quanto mais adequado 
for o horário para a realização do evento e, acima de tudo, quanto mais 
valorizada for a presença da família, melhores e maiores resultados a 
escola colherão. 
Figura 22: A importância da inclusão da família no planejamento escolar
Fonte: @freepik
Organização do Trabalho Pedagógico na Educação Infantil
https://br.freepik.com/fotos-gratis/desenho-de-giz-da-familia-feita-no-quadro-negro_7405107.htm
55
E, como qualquer outra atividade, a reflexão sobre a atividade 
desempenhada faz-se necessária. Não há que se falar em autopiedade, 
mas tão somente em autoconstrução e, em virtude de o indivíduo ter 
a capacidade de aprender com os erros, o processo de avaliação das 
atividades será essencial, pois a partir de então existirá a possibilidade de 
rever os erros a fim de construir um processo posterior mais adequado. 
RESUMINDO:
Chegamos ao fim de mais uma unidade e esperamos que 
você tenha compreendido de maneira clara a importância 
do processo de planejamento na Educação Infantil. Durante 
a presente unidade percebeu-se que planejar na Educação 
Infantil é também essencial, pois a criança, apesar das 
competências distintas, irá aprender de maneira mais lúdica 
o que deseja ensinar. A aprendizagem não pode ser vista 
de maneira limitada, mas de forma livre e autônoma. Você 
pôde compreender também a importância da inclusão da 
família neste planejamento, visto que haverá uma maior 
motivação por parte da criança em participar das atividades 
da escola. 
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56
Avaliação da Aprendizagem na Educação 
Infantil
OBJETIVO:
Neste tópico de estudo teremos grandes debates entre 
pesquisadores sobre como deve ser o processo de 
avaliação na Educação Infantil. Quando pensamos em 
avaliação, logo pensamos em uma tarefa em forma de 
exame para que o aluno deposite assim seu conhecimento 
sobre determinado assunto. Já parou para pensar em como 
seria esse processo de avaliação na Educação Infantil? Será 
que isso é possível? Neste tópico você terá respondido a 
todas estas dúvidas. E, aí? Está ponto para adentrar neste 
mundo da avaliação da aprendizagem na Educação 
Infantil? Vamos lá!.
Avaliação X Nota Escolar
A avaliação é uma prática presente no cotidiano de todos nós. Se 
pararmos para pensar em como é feita uma avaliação, logo pensamos 
em atribuição de uma nota que pode variar de 0 a 10. Mas, o que isso 
significa?
A nota significa apenas uma maneira de registrar a comprovação 
de que o professor acompanhou o aluno e oficializou a qualidade de sua 
aprendizagem e de seu desempenho em determinada tarefa ou conteúdo 
(LUCKESI, 2014).
ACESSE:
Para que seja possível compreender de uma melhor 
maneira o processo da avaliativo dentro da sala de aula, 
assista ao vídeo “Avaliação da Aprendizagem” com o 
professor Cipriano Luckesi, disponível em: https://bit.
ly/2wxdPjD.
Organização do Trabalho Pedagógico na Educação Infantil
https://bit.ly/2wxdPjD
https://bit.ly/2wxdPjD
57
A avaliação é uma prática presente em nosso dia a dia, e isso 
significa a busca de um resultado melhor de nossa ação. Então, ela é uma 
parceira de todos nós. Luckesi (2014, p.81) compara a avaliação como o 
“grilo no ouvido do Pinóquio”, indicando se sua atitude ou ação está ou 
não satisfatória.
Isso nos aponta que a avaliação é necessária em todos os níveis 
educacionais, inclusive na Educação Infantil. Mas, perceba que, na 
primeira etapa do ciclo educacional, não estamos nos referindo a notas e, 
sim, a avaliação.
REFLITA:
Mas afinal, qual é a diferença entre nota e avaliação?
O objetivo da avaliação é verificar a qualidade de uma ação que 
vai nos dizer se o resultado apresentado pode ser melhorado. A nota é o 
registro de quão satisfatório ou insatisfatório foi o resultado.
Figura 23: Nota e avaliação
Fonte: Elaborado pelas autoras (2020).
Organização do Trabalho Pedagógico na Educação Infantil
58
Luckesi (2014) apresenta alguns recursos metodológicos e técnicos 
para realizarmos uma avaliação da aprendizagem. Para o autor, é 
importante ter ações que antecedem a prática da avaliação. Sendo assim, 
o planejamento é fundamental para o professor estabelecer o que irá 
avaliar e qual resultado esperar dos alunos.
Também, é preciso que o professor conheça as fases de 
desenvolvimento de cada faixa etária, para que seja possível trabalhar o 
que se deseja. Ao preparar uma avaliação é preciso ter em mente quais 
resultados devem ser alcançados para que sejam aceitáveis.
Exemplo
Você compra um suco de laranja. Quais qualidades

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