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O sistema de saúde no
Brasil
Autora
Patricia Silva de Figueiredo
Objetivos
Prezado aluno, nesta unidade relembraremos a evolução dos sistemas de saúde no Brasil e
compreenderemos os passos que antecederam o SUS. Vamos explorar as principais políticas e
programas de saúde atual, reforçar o conhecimento sobre as diretrizes que norteiam o Sistema
Único de Saúde, além das declarações em saúde que norteiam as ações até os dias atuais.
Evolução histórica do sistema
de saúde
1
Evolução Histórica do Sistema de Saúde
Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou acesse o link:
"https://player.vimeo.com/video/944952995".
As Caixas de Aposentadoria e Pensões tiveram seu início a partir da Lei Elói Chaves. Contudo,
poucas categorias profissionais eram vislumbradas no referido texto, mas foi uma grande
influência para as normas referentes à previdência surgidas posteriormente. A administração
dessas caixas de assistência era realizada por meio de um colegiado integrado por
trabalhadores e empregadores, sendo mínima a interferência do Estado sobre elas naquele
momento.
Decreto n. 4.682, de 24 de janeiro de 1923
Crea, em cada uma das empresas de estradas de ferro existentes no país, uma caixa de
aposentadoria e pensões para os respectivos empregados.
Art. 1º Fica criada em cada uma das empresas de estradas de ferro existentes no país
uma caixa de aposentadoria e pensões para os respectivos empregados.
Art. 2º São considerados empregados, para os fins da presente lei, não só os que
prestarem os seus serviços mediante ordenado mensal, como os operários diaristas, de
qualquer natureza, que executem serviço de caráter permanente.
Parágrafo único. Consideram-se empregados ou operários permanentes os que tenham
mais de seis meses de serviços contínuos em uma mesma empresa.
Caixas de Aposentadorias e Pensões
(CAPs)
1.1
As CAPs perderam espaço, sendo a atribuição da questão tributária retirada deste para a
ingerência do Estado, adquirindo esta administração uma maior amplitude de âmbito nacional
e com a inclusão de diversas categorias.
Assim, o Estado torna-se responsável pela arrecadação e pela administração das entidades
previdenciárias.
Então, surgiram os Institutos de Aposentadoria e Pensões (IAPS) no Estado Novo de Getúlio
Vargas, deixando de ser o responsável pela administração previdenciária os antigos CAPs.
Havia variação no valor e não uniformidade na previdência das categorias. O benefício é
variável, conforme a contribuição, e fixado por cada categoria. Era guiado pelo princípio da
solidariedade, mas, além dos recursos daqueles que eram contribuintes, também recebia
recursos do Estado e era capitalizado por este.
Os recursos não eram utilizados na integralidade, tendo em vista serem institutos novos e a
classe assalariada da demanda da industrialização ser também recente, assim, havia mais
arrecadação que gastos nessas formas de instituição, já que a aposentadoria não estava
próxima para grande parte dos trabalhadores. Considerando a inutilização desses recursos, o
Estado passou a usá-los em outros setores, como o econômico. A previdência tornara-se um
instrumento de investimento na industrialização do país, decretos impunham investimentos e
apoio a ações de empresas como a Companhia Siderúrgica Nacional.
Neste contexto da urbanização e industrialização, as reivindicações da classe assalariada se
ampliam e a assistência médica era fornecida em grande parte como serviços do setor
privado.
Figura – Evolução histórica do sistema de saúde
Fonte: medium.com [https://medium.com/o-controle-da-saude-e-
educacao-no-brasil/sus-uma-breve-historia-de-25-anos-
5ccafa3ef86b]
Institutos de Aposentadoria e Pensões
(IAPs)
1.2
Na década de 1960, foi publicada a Lei Orgânica da Previdência Social, a qual unificou as
normas que disciplinavam a IAPS com todos os trabalhadores da iniciativa privada, que
passaram a ser guiados por um único sistema de previdência. Isso afetou o benefício de
Instituto Nacional de Previdência Social
(INPS)
1.3
https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator_realize/images/eb19599a6c817823f5d0ec6b2fdd23b0.png
https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator_realize/images/eb19599a6c817823f5d0ec6b2fdd23b0.png
https://medium.com/o-controle-da-saude-e-educacao-no-brasil/sus-uma-breve-historia-de-25-anos-5ccafa3ef86b
https://medium.com/o-controle-da-saude-e-educacao-no-brasil/sus-uma-breve-historia-de-25-anos-5ccafa3ef86b
https://medium.com/o-controle-da-saude-e-educacao-no-brasil/sus-uma-breve-historia-de-25-anos-5ccafa3ef86b
https://medium.com/o-controle-da-saude-e-educacao-no-brasil/sus-uma-breve-historia-de-25-anos-5ccafa3ef86b
alguns empregados e reduziu as desigualdades entre eles, ressaltando que isso ocorreu nos
anos em que a ditadura havia se instaurado.
Assim, o Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) era resultante de um
processo de junção e aglomeração dos IAPS. Foi uma medida que encontrou
dificuldade de ser implementada devido a institutos de previdência que eram mais
bem-sucedidos e se sentiram ameaçados com a união com outros, de condições
distintas.
A ampliação da proteção social enseja maior necessidade de uma melhor gestão. Observou-se
a imprescindibilidade da criação de um órgão que fosse responsável por esse setor. Por isso,
foi criado em 1974 o Ministério da Previdência e Assistência Social, sendo a previdência
desvinculada do Ministério do Trabalho.
Alguns anos depois, foi desenvolvido o Sistema Nacional de Previdência e Assistência –
Sinpas, cujos objetivos eram reduzir despesas e ainda promover uma melhor gestão do
sistema na totalidade. A medida adotada foi reduzir as responsabilidades e as competências
do INPS, ficando restrito a ele a gestão dos benefícios previdenciários. As questões referentes
à assistência médica seriam atribuição de outro instituto denominado Instituto Nacional de
Assistência Médica (INAMPS), responsável pela compra de serviços médicos e hospitalares do
setor privado.
Na década de 1980, com o fim do regime militar e o advento de uma nova Constituição
Federal, a proteção social amplia-se substancialmente. O bem-estar social passa a
ser prioridade, a cidadania ganha destaque e a assistência social passa a inserir-se
nesta última.
A saúde e os serviços decorrentes passam ser direito de todos e não apenas daqueles que
contribuíam para o sistema de previdência ou estavam na ativa do mercado de trabalho. Foram
igualados os direitos entre os trabalhadores urbanos e rurais, inclusive no âmbito
previdenciário e assistencial. A nova Constituição iria ser inserida em um mesmo capítulo,
denominado “Da Seguridade Social”; a previdência, a saúde e a assistência e ainda
destacariam a origem dos recursos que deveriam financiar tais direitos.
SINPAS e INAMPS1.4
Um novo programa surge na década de 1980 e foi denominado “Programa de Ações Integradas
de Saúde”, sendo uma de suas metas a integração do sistema público de saúde
independentemente da forma de governo a que este pertencesse. Objetivava promover uma
Programa de Ações Integradas de Saúde
(PAIS)
1.5
descentralização e dar mais atenção à rede primária e ambulatorial de saúde como se esta
fosse uma forma de entrar no sistema. Outra meta alcançada foi a criação de um sistema de
referência e contrarreferência.
Este programa enfatizou a importância e a prioridade da rede pública de saúde, sendo
a rede privada complementar a ele, após utilizar todas as ferramentas disponíveis.
Outras características desse programa são a descentralização de recursos, a instituição de
critérios racionais para os procedimentos, inclusive os de maior custo, a maior facilitação do
processo do pagamento de serviços prestados por terceiros, a regionalização do sistema por
meio de órgãos colegiados institucionais que privilegia a participação dos usuários do serviço.
Havia nesta organização comissões municipais, regionais e ainda uma estadual (em cada
Estado).
Em 1986, foi realizada a VIII Conferência Nacional de Saúde, sendo este um marco de grande
relevância,Atlas, 2010.
MARRARA, T.; NUNES, L. N. B. T. Reflexões sobre o controle das políticas de saúde e de
medicamentos. In: BLIACHERIENE, A. C.; SANTOS, J. S. (org.). Direito à vida e à saúde:
impactos orçamentário e judicial. São Paulo: Atlas, 2010. p. 87.
MARTINS, S. P. Direito da seguridade social. 34. ed. São Paulo: Atlas, 2014.
http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=4839&p=2
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https://www.conpedi.org.br/manaus/arquivos/anais/fortaleza/3480.pdf
https://www.conpedi.org.br/manaus/arquivos/anais/fortaleza/3480.pdf
MATTOS, R. A. A integralidade na prática (ou sobre a prática da integralidade). Cad. Saúde
Pública, Rio de Janeiro, v. 20, n. 5, set.-out. 2004.
MEDEIROS, M.; DINIZ, D.; SCHWARTZ, I. V. D. A. Tese da judicialização da saúde pelas elites: os
medicamentos para mucopolissacaridose. Ciência & Saúde Coletiva, v. 18, p. 1079-1088, 2013.
MENDES, E. V. O SUS que temos e o SUS que queremos: uma agenda. Revista Mineira de Saúde
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MENDONÇA, C. S.; REIS, A. T.; MORAES, J. C. (org.). OPAS. A política de regulação do Brasil.
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MIRANDA, J. Manual de Direito Constitucional. Tomo IV, 3. ed. Coimbra: Coimbra Editora, 2000.
ORDACGY, A. S. A tutela de direito de saúde como um direito fundamental do cidadão. 2007.
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[http://www.dpu.gov.br/pdf/artigos/artigo_saude_andre.pdf] . Acesso em: 17 mar. 2010.
PERRUSI, A. A lógica asilar acabou? Um estudo sobre as transformações na Psiquiatria
Brasileira. 2010. In: FONTES, B. A. S. M.; FONTE, E. M. M. (org.). Desinstitucionalização, Redes
Sociais e Saúde Mental: Análise de Experiências da Reforma Psiquiátrica em Angola, Brasil e
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PINTO, H. A.; SOUSA, N. A.; FERLA, A. A. O Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da
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PRATA, L. A. Um Novo Locus de Formação das Políticas Públicas de Saúde: o Diagnóstico da
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http://www.revistadoutrina.trf4.jus.br/artigos/edicao024/ingo_mariana.html
http://www.revistadoutrina.trf4.jus.br/artigos/edicao024/ingo_mariana.htmljá que apresentou as bases acerca da saúde que seria mais adiante descrita na
Constituição Federal de 1988:
A VIII Conferência, numa articulação bem diversa das anteriores, contou com a
participação de cerca de 4.500 pessoas, dentre as quais mil delegados (...). O relatório
final foi divulgado amplamente entre os participantes e delegados. O conceito de saúde
e a necessidade de reestruturação do setor com a criação do Sistema Único de Saúde
que efetivamente representasse a construção de um novo arcabouço institucional
separando saúde de previdência, com estatização progressiva através de uma ampla
reforma sanitária, foram avanços na perspectiva de acumular forças para efetivação
dessa reforma (Bravo, 2011, p. 110)
É interessante salientar que esta conferência foi a primeira aberta voltada para o tema da
saúde e esta resultou em um avanço importante, já que disseminou o movimento da reforma
sanitária e promoveu a realização de um convênio entre o Inamps e os governos dos Estados
(Suds).
VIII Conferência Nacional de Saúde1.6
Em 1987, foram criados os denominados Sistemas Unificados e Descentralizados de Saúde
(SUDS), que se pautavam por princípios muito relevantes como a universalização do acesso à
saúde e descentralização das ações de saúde. Eles enfatizavam a necessidade de equidade na
possibilidade de utilização dos referidos serviços por toda a população. Alguns autores
afirmam ser este um aprofundamento das AIS, que reforçavam a ideia de junção do Inamps às
estruturas estaduais. Assim, cada Estado teria uma gestão da saúde única. Cuidados
assistenciais de forma integral e a instalação de distritos sanitários eram algumas das
premissas desse sistema.
Sistemas Unificados e Descentralizados
de Saúde (SUDS)
1.7
Os Estados que já possuíam estruturas das Secretarias de Saúde em conjunto com o
aprendizado obtido com a implementação das AISs foram mais bem-sucedidos na experiência
com as SUDS. Pode-se dizer que as SUDS foram uma estrutura anterior ao SUS que já havia
iniciado os repasses de recursos do Governo Federal para as redes de serviços dos Estados e
Municípios.
Veja um vídeo criado pela Fiocruz, que traz, de forma ilustrativa, a história da saúde pública no
Brasil.
Essa história começa com a chegada dos colonizadores portugueses, quando os problemas
sanitários ficaram mais graves e começamos a busca de soluções para as questões de saúde dos
brasileiros. Brasil Colônia, Brasil Império, Brasil República, um passeio pela história da saúde
pública no país, sempre marcada pelas diferenças sociais e pela falta de prioridade nos
investimentos do governo. Apesar dos muitos avanços e conquistas, continuamos na busca de
soluções.
Acesse o vídeo clicando no link a seguir: youtu.be [https://youtu.be/OXaU5bULs0Q?
si=VENelcOs3mjcApjX] .
https://youtu.be/OXaU5bULs0Q?si=VENelcOs3mjcApjX
https://youtu.be/OXaU5bULs0Q?si=VENelcOs3mjcApjX
https://youtu.be/OXaU5bULs0Q?si=VENelcOs3mjcApjX
Sistema Único de Saúde (SUS)2
Sistema Único de Saúde
Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou acesse o link:
"https://player.vimeo.com/video/944953082".
No ano de 1988, um grande avanço foi a publicação da nova Constituição Federal. Neste novo
texto, a saúde é vislumbrada em um contexto amplo, sendo considerada um direito de todos e
ainda um dever do Estado.
A consolidação da saúde como um direito humano fundamental exige que o Estado se
organize para garantir os meios necessários para promoção, proteção e recuperação da
saúde do seu povo, disciplinando as ações e serviços públicos e privados de saúde. [...]
O reconhecimento do direito à saúde no Brasil é fato recente. [...] Até então, as
atividades relacionadas à saúde eram consideradas serviços públicos prestados pelo
Governo Central e se restringiam a algumas ações preventivas (como campanhas de
vacinação) e ao exercício do poder de polícia sanitária vinculado às ações de vigilância
sanitária e epidemiológica. (Dourado, 2010, p. 78-79)
Considerar um “Direito” como fundamental gera consequências no mundo jurídico e se reflete
em tal atribuição diretamente na efetividade do referido Direito, em sua força normativa.
É no título da ordem social que se encontra previsto na Constituição Federal o direito à saúde,
sendo este um direito social fundamental, e sua concepção na nova carta tem a finalidade de
promover o bem-estar coletivo e a justiça social, com a necessidade de promoção pelo Estado
de políticas públicas e ações de proteção e recuperação da saúde. A saúde engloba o bem-
estar físico, mental e social do indivíduo.
Em 1990, com a publicação da Lei n. 8.080, houve a criação do Sistema Único de Saúde, que
trata da promoção da saúde e do funcionamento dos serviços. A Lei Orgânica do SUS
especifica os objetivos e as atribuições do sistema, assim como seus princípios e diretrizes. A
referida norma também explicita competência e atribuições em relação à saúde em cada
esfera do governo e acerca da gestão financeira.
A Lei n. 8.142, de 28 de dezembro de 1990, disciplina a participação da população na
administração do SUS com a instituição de Conselhos de Saúde. A referida norma também
ressalta aspectos da questão das transferências de recursos entre os governos e legitima
organismos de representação nas esferas estaduais e municipais. No que tange à criação do
SUS e sua instituição, cabe asseverar que:
O SUS foi criado nesse contexto, fruto do reconhecimento do direito à saúde no Brasil,
como instituição de caráter federativo orientada pela descentralização político-
administrativa. A normatização constitucional e a regulamentação disposta na Lei
Orgânica da Saúde [Leis Federais n° 8.080/90 e n° 8.142/90] delimitam a expressão da
estrutura federativa nacional na área da saúde ao determinarem o dever de todos os
entes federados de atuar para a promoção, proteção e recuperação da saúde, com
autonomia de cada esfera de governo para a gestão do sistema nos limites do seu
território. Estabelece-se, assim, uma forma de organização política que pode ser
adequadamente designada federalismo sanitário brasileiro. (Brasil, 1990)
O Sistema Único de Saúde é instituído e composto por inúmeros órgãos e instituições, seja da
administração direta ou ainda da indireta, em diversas esferas de poder com atribuições
específicas e também há a participação neste processo da iniciativa privada.
É relevante ainda ressaltar que o Sistema Único de Saúde veio para implementar uma
concepção ampliada da saúde, muito mais integrada que a que se tinha deste direito outrora:
incorporação à base jurídico-legal do SUS de uma concepção ampliada de saúde que
inclui os condicionantes econômicos, sociais, culturais e bioecológicos e uma visão
abrangente e integrada das ações e serviços de saúde, busca superar a visão dominante
de enfocar a saúde pela doença, sobretudo nas dimensões biológica e individual. Sem
negar o peso e a importância das doenças na configuração de sistemas de saúde e na
consequente oferta de ações. (Vasconcelos; Pasche, 2012, p. 532)
Figura – Organização do SUS
Fonte: redehumanizasus.net [https://redehumanizasus.net/92311-
regionalizacao-sistema-unico-de-saude-sus/]
https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator_realize/images/dc94d603d55774e600f5dd303073ceff.png
https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator_realize/images/dc94d603d55774e600f5dd303073ceff.png
https://redehumanizasus.net/92311-regionalizacao-sistema-unico-de-saude-sus/
https://redehumanizasus.net/92311-regionalizacao-sistema-unico-de-saude-sus/
https://redehumanizasus.net/92311-regionalizacao-sistema-unico-de-saude-sus/
Em 1991, foi criada a Comissão de Intergestores Tripartite (CIT), que possui inúmeras
representações, como a do Ministério da Saúde e das Secretarias Estaduais de Saúde, das
Secretarias Municipais de Saúde e da Comissão de Intergestores Bipartite para a implantação
do SUS (que havia sido criado recentemente) e proporcionar a concretização de suas
operações. Essa comissão foi relevante para a gestão colegiada do SUS por várias esferas
governamentais.Esta comissão está em funcionamento até hoje, sendo considerada uma inovação no âmbito
das políticas públicas de saúde. Tornou-se um espaço de discussão e negociação sobre novas
políticas e ações de gestores das diversas esferas de governo, reforçando aspectos da
transparência e responsabilização.
Comissão de Intergestores Tripartite
(CIT)
2.1
Norma Operacional Básica do Sistema Único de Saúde – SUS (A NOB 96) significou uma
propositura de um novo modelo de atenção à saúde, que aposta na descentralização dos
recursos e na maior autonomia na gestão da saúde nas esferas estaduais e municipais.
Por meio desse modelo, foram também ofertados maiores incentivos para a implementação de
programas para pessoas vulneráveis, menos favorecidas. Esta norma possibilitou um
entendimento mais abrangente da saúde, enfatizando outras questões como a prevenção, as
condições ambientais etc.
NOB 962.2
Fonte: celsopupo / istock.com
A Norma Operacional de Assistência à Saúde/NOAS-SUS reforça a ideia da regionalização do
Sistema Único de Saúde, devido à observação de que a municipalização não estaria sendo
suficiente nem oportuna, prejudicando os instrumentos regionais voltados para a organização
dos serviços de saúde.
Portaria n. 373, de 27 de fevereiro de 2002:
Norma Operacional de Assistência à
Saúde/NOAS-SUS
2.3
CAPÍTULO I - DA REGIONALIZAÇÃO
1. Estabelecer o processo de regionalização como estratégia de hierarquização dos
serviços de saúde e de busca de maior eqüidade.
1.1. O processo de regionalização deverá contemplar uma lógica de planejamento
integrado, compreendendo as noções de territorialidade, na identificação de prioridades
de intervenção e de conformação de sistemas funcionais de saúde, não
necessariamente restritos à abrangência municipal, mas respeitando seus limites como
unidade indivisível, de forma a garantir o acesso dos cidadãos a todas as ações e
serviços necessários para a resolução de seus problemas de saúde, otimizando os
recursos disponíveis.
As dificuldades e os desafios enfrentados pelo Sistema Único de Saúde são inúmeros,
desde sua criação hoje podem ser consideradas as questões como seu subfinanciamento,
gestão local insuficiente, rede básica de serviços pouco eficiente, deficiência na formação
dos profissionais de saúde.
Os desafios enfrentados pelo SUS2.4
O Pacto pela Saúde ficou conhecido a partir da publicação da Portaria n. 399 de 2006,
consolidando o Sistema Único de Saúde e a partir de diretrizes lançadas por este plano.
Portaria nº 399 de 2006
ANEXO I
PACTO PELA SAÚDE 2006 - Consolidação do SUS
O Sistema Único de Saúde - SUS é uma política pública que acaba de completar uma
década e meia de existência. Nesses poucos anos, foi construído no Brasil, um sólido
sistema de saúde que presta bons serviços à população brasileira. Ao longo de sua
Pacto pela Saúde e as reformas
institucionais e na gestão do SUS
2.5
história houve muitos avanços e também desafios permanentes a superar. Isso tem
exigido, dos gestores do SUS, um movimento constante de mudanças, pela via das
reformas incrementais. Contudo, esse modelo parece ter se esgotado, de um lado, pela
dificuldade de imporem-se normas gerais a um país tão grande e desigual; de outro,
pela sua fixação em conteúdos normativos de caráter técnico-processual, tratados, em
geral, com detalhamento excessivo e enorme complexidade.
Faz-se mister, ainda, asseverar que este pacto seria um instrumento construído como um
compromisso dos gestores públicos, cuja finalidade seria solucionar ou amenizar as
dificuldades verificadas no Sistema Única de Saúde. Este pacto se dividiria em outros três,
denominados "Pacto pela Vida, Pacto em Defesa do SUS e o Pacto de Gestão do SUS".
Figura – Pacto pela saúde
Fonte: unasus.unifesp.br
[https://www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/esf/2/unidades_con
teudos/unidade14/p_07.htm]
Saiba na íntegra como funciona e os objetivos do pacto pela saúde.
Acesse o link abaixo e leia: unasus.unifesp.br
[https://www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/esf/2/unidades_conteudos/unidade14/p_02.ht
m]
https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator_realize/images/1ddbbc737e0c5cebc86ef730fc6e54c3.png
https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator_realize/images/1ddbbc737e0c5cebc86ef730fc6e54c3.png
https://www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/esf/2/unidades_conteudos/unidade14/p_07.htm
https://www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/esf/2/unidades_conteudos/unidade14/p_07.htm
https://www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/esf/2/unidades_conteudos/unidade14/p_07.htm
https://www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/esf/2/unidades_conteudos/unidade14/p_02.htm
https://www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/esf/2/unidades_conteudos/unidade14/p_02.htm
https://www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/esf/2/unidades_conteudos/unidade14/p_02.htm
Políticas e programas de saúde3
Políticas e Programas de Saúde
Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou acesse o link:
"https://player.vimeo.com/video/944953171".
Qual a diferença entre políticas e programas de saúde?
A política pode se apresentar em três dimensões: a institucional, a processual e a material.
A dimensão institucional refere-se à ordem do sistema político, delineada pelo sistema
jurídico. É a estrutura da instituição política e administrativa.
A dimensão processual é o processo político, frequentemente de caráter conflituoso, no que diz
respeito à imposição de objetivos.
Figura – Definição de política
Fonte: dicio.com.br [https://www.dicio.com.br/politica/]
https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator_realize/images/9d9fde8a64e042820ff80df64ee5b733.png
https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator_realize/images/9d9fde8a64e042820ff80df64ee5b733.png
https://www.dicio.com.br/politica/
https://www.dicio.com.br/politica/
A dimensão material refere-se aos conteúdos concretos, à configuração dos programas para
as políticas públicas ou propostas para resolver problemas.
Portanto, a política pública dependerá do autor, mas, de maneira geral e para compreensão, ela
se define como sistema de decisões públicas que pode modificar uma realidade, de um setor
da vida social, por meio de estratégias para se atingir um abjetivo. Podemos definir também
como um conjunto de ações do governo que irá produzir efeito específico.
Qual a diferença entre decisão pública e política pública?
Diante das demandas e dos apoios da sociedade (inputs), o sistema político gera produtos
políticos (outputs). São produtos do sistema político as decisões políticas e as políticas
públicas. Esses termos não são sinônimos. Vejamos a seguir as diferenças conceituais entre
eles.
São as escolhas feitas pelo sistema político. Nem toda decisão política é uma política pública.
Ex.: escolha de ministros pelo Presidente da República (é uma decisão política, mas não se
configura uma política pública).
Decisão política3.1
Conjunto de decisões políticas que visam organizar a ação do estado para atingir um objetivo
relevante para a sociedade.
Ex.: Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança.
O sistema político é aberto, ou seja, ele interage com a sociedade. Esse sistema recebe
apoios/estímulos e demandas de fora (inputs) e de dentro (withinputs). Como resposta, são
gerados os produtos do sistema político (outputs).
Quais são os ciclos de políticas públicas?
A política é elaborada ou decidida por autoridade formal legalmente constituída, no âmbito da
sua competência, e é coletivamente vinculante. É um conjunto de decisões, relativo à escolha
de fins e meios, de longo ou curto alcance, numa situação específica e como resposta a
problemas e necessidades. Implica ação ou inação, fazer ou não fazer, mas uma política
significa a escolha de um curso de ação. São os produtos de ações que têm efeitos no sistema
político e social.
Política pública3.2
Leia sobre o ciclo de política pública.
Ele é importante para compreender como as políticas de saúde são elaboradas.
Link: edisciplinas.usp.br
[https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4483751/mod_resource/content/1/Apresentação%20Políticas%20Públicas_Palestra%20CIA%20DO%20RISO.pdf]
Figura – Ciclo da politica pública
Fonte: app.goo.gl [https://images.app.goo.gl/wr8TXueyFYee5yWK9]
Uma das etapas do ciclo das políticas públicas é a formação da agenda.
De acordo com Kingdon (2006), há três concepções de agenda. Para um problema ser
resolvido, ou seja, para ser criada uma política pública que o resolva, ele precisa estar na
agenda decisória. Apesar da existência de inúmeros problemas de relevância pública, muitos
deles não geram políticas públicas, enquanto outros, por sua vez, levam à formulação dessas
políticas. Para tentar explicar esse fenômeno, Kingdon criou o modelo dos múltiplos fluxos.
Kingdon (2003) propõe que a convergência de três processos ou fluxos relativamente
independentes explica os motivos pelos quais certos problemas vão para a agenda de decisão,
enquanto outros, apesar de reconhecidos, não provocam, necessariamente, uma ação efetiva
do governo. Os três grandes fluxos correspondem a:
Agenda geral/ sistêmica/ não governamental
Contém a lista de assuntos que preocupa o país, mas que não
merece a atenção do governo.
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4483751/mod_resource/content/1/Apresenta%C3%A7%C3%A3o%20Pol%C3%ADticas%20P%C3%BAblicas_Palestra%20CIA%20DO%20RISO.pdf
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4483751/mod_resource/content/1/Apresenta%C3%A7%C3%A3o%20Pol%C3%ADticas%20P%C3%BAblicas_Palestra%20CIA%20DO%20RISO.pdf
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4483751/mod_resource/content/1/Apresenta%C3%A7%C3%A3o%20Pol%C3%ADticas%20P%C3%BAblicas_Palestra%20CIA%20DO%20RISO.pdf
https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator_realize/images/11828f42f19351815ea9f74c49877b60.png
https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator_realize/images/11828f42f19351815ea9f74c49877b60.png
https://images.app.goo.gl/wr8TXueyFYee5yWK9
https://images.app.goo.gl/wr8TXueyFYee5yWK9
Agenda governamental
Inclui os problemas que merecem atenção do governo.
O processo de tomada de decisão nas políticas públicas poderia ser representado pela
confluência de três grandes fluxos dinâmicos: o fluxo de problemas (problem stream), o fluxo
de soluções (policy stream) e o fluxo político (political stream).
Determinadas questões passam a fazer parte da agenda decisória quando os três fluxos
decisórios (streams), que são relativamente independentes, entram em convergência. Essa
convergência ocorre em momentos críticos, isto é, quando surgem janelas de oportunidade.
Neste momento, os empreendedores podem apresentar suas propostas.
Quem são os empreendedores? Especialistas na questão, hábeis negociadores e pessoas que
têm conexões políticas. São encontrados nos governos (dirigentes, burocratas, servidores de
carreira) e na sociedade civil (lobistas, acadêmicos, jornalistas). Por conseguinte,
desempenham papel essencial na articulação entre problemas e soluções, problemas e forças
políticas, e entre estas e as propostas existentes.
Tem o propósito de subsidiar os gestores com informações mais simples e tempestivas sobre
a operação e os efeitos do programa, resumidas em painéis ou sistemas de indicadores de
monitoramento (Jannuzzi, 2009).
Para isso, precisa-se de indicadores coletados e calculados com uma periodicidade que
permita aos gestores reagir ainda dentro de um ciclo de execução do programa. Além disso, é
preciso que as informações geradas pelos indicadores sejam apresentadas em formato de
fácil consumo pelos gestores, ou seja, para que estes tenham rápida apreensão do
desempenho do programa. Por isso, são importantes os painéis de monitoramento.
O monitoramento e a avaliação têm o propósito de subsidiar os gestores com
informações mais aprofundadas e detalhadas sobre o funcionamento e os efeitos do
programa, levantadas nas pesquisas de avaliação.
Para isso, são necessárias perguntas formuladas de forma empírica ou não sobre diagnóstico,
implantação, execução, resultados e impactos do programa, com fins de subsidiar o
aperfeiçoamento deste. O momento e o timing adequados para a realização das avaliações
dependem da etapa do ciclo da política pública a ser avaliada.
Segundo Gottems et al. (2013), as abordagens de saúde no contexto do Sistema Único de
Saúde (SUS) estão progredindo em cenários marcados pela incerteza, ambiguidade e pela
concorrência entre os valores e objetivos de diversos grupos ao tomar decisões públicas. Em
organizações de saúde complexas, onde múltiplos participantes com preferências e
Monitoramento e avaliação3.2.1
identidades diversas interagem, as dinâmicas de poder influenciam a maioria das decisões.
Ainda segundo os autores:
Em vista disso, e não por acaso, a opção por processos pactuados em arenas políticas
do SUS, ambientados em fóruns deliberativos e consultivos específicos, assumem
crescente protagonismo e relevância no processo de democratização das políticas
públicas de saúde no Brasil (Gottems et al., 2013, p. 511).
A Portaria de Consolidação n. 2, de 2017, do Ministério da Saúde, apresenta normas que visam
à consolidação das políticas nacionais de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS).
DAS POLÍTICAS DE SAÚDE
Seção I - Das Políticas Gerais de Promoção, Proteção e Recuperação da Saúde
Art. 2º São políticas gerais de promoção, proteção e recuperação da Saúde:
I - Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS), na forma do Anexo I;
II - Política Nacional de Vigilância em Saúde;
III - Política Nacional de Sangue, Componentes e Hemoderivados, instituída pela Lei nº
10.205, de 21 de março de 2001;
IV - Política de Saúde Mental, instituída pela Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001, na
forma do Anexo II;
V - Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN), na forma do Anexo III;
VI - Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, instituída pelo Decreto nº
5.813, de 22 de junho de 2006, na forma do Anexo IV;
VII - Política Nacional de Educação Popular em Saúde (PNEPS-SUS), na forma do Anexo
V.
E os programas de saúde?
São ações que englobam a resolução de problemas presentes nas políticas públicas.
Exemplos – Programa nacional de triagem neonatal, programa nacional de controle
do tabagismo, entre muitos outros.
Em 2011, o Programa Academia da Saúde foi criado a partir da implementação de polos com a
instalação de equipamentos em espaços considerados públicos, visando à promoção da saúde
da população a partir da prática da atividade física.
O Programa Academia da Saúde é atualmente disciplinado pelas Portarias n. 1.707/GM/MS, de
23 de setembro de 2016, e n. 2.681/GM/MS, de 7 de novembro de 2013.
Instituído pela Portaria MS/GM n. 509, de 10/3/2006
Programas de Saúde3.2.2
Programa Academia da Saúde
Programa de Multiplicação de Conhecimentos sobre o SUS –
MULTIPLICASUS.
A Portaria n. 509, de 2006, ressalta aspectos da implantação de um Programa denominado de
“Programa de Multiplicação de Conhecimentos sobre o SUS”:
Art. 1º Instituir, no âmbito do Ministério da Saúde, o Programa MULTIPLICASUS com a
finalidade de constituir espaços de discussão e análise sobre o SUS entre os
trabalhadores de saúde, contribuindo para o aperfeiçoamento gerencial e institucional.
Art. 2º O Programa MULTIPLICASUS se concretiza mediante a adesão de trabalhadores
de saúde, como multiplicadores, e de áreas ou órgãos da estrutura federal do SUS, que
passam a executá-lo em regime de parceria.
O tratamento das pessoas que apresentavam transtornos mentais outrora era bem
diferenciado do deferido a esses grupos contemporaneamente. Já não se propõe a exclusão e
o isolamento como antes, retirando-os da sociedade e deixando-os por longos períodos nos
hospitais psiquiátricos.
Assim, como inserir ou reintegrar essas pessoas novamente no convívio social? A Lei n.
10.708, de 2003, institui o Programa De Volta Para Casa (PVC), que disponibiliza um auxílio
para a reabilitação desse paciente e o acompanhamento para as pessoas egressas de
hospitais de tratamento psiquiátrico por um período de dois anos ou mais a fim de retornarem
a suas famílias e lares ou para residências terapêuticas. Esta éuma normativa bem relevante
na esfera do processo de desinstitucionalização e maior autonomia do antigo paciente.
Esta norma corrobora com os preceitos da Lei n. 10.216, de 2001, denominada Lei da Reforma
Psiquiátrica, que visa reduzir a ocupação em hospitais psiquiátricos e instituir ações de saúde
mental fora dessas instituições.
No site bvsms.saude.gov.br
[http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/populacao_negra_e_aids.pdf] , é apresentado o
Programa Estratégico de Ações Afirmativas: População Negra e Aids, em que são verificadas
as origens e a justificativa para sua criação, assim como a elaboração de políticas voltadas
para a redução da discriminação, visando a inclusão.
O Programa Farmácia Popular do Brasil se constitui em uma das medidas ou diretrizes
originadas da denominada Política Nacional de Assistência Farmacêutica do Poder Público
Federal.
A normativa que ensejou a sua criação foi a Lei n. 10.858, de 13 de abril de 2004, que tratava
do ressarcimento de uma fundação quando houvesse a disponibilização à população de
medicamentos. Posteriormente, o Decreto n. 5.090, de 20 de maio de 2004, regulamentou a Lei
n. 10.858 e implantou o Programa Farmácia Popular do Brasil.
Programa De volta para casa
Programa Estratégico de Ações Afirmativas: População Negra e Aids
(2005)
Programa Farmácia Popular do Brasil
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/populacao_negra_e_aids.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/populacao_negra_e_aids.pdf
Fonte: NickyLloyd / istock.com.
No endereço bvsms.saude.gov.br
[http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/BRASILAFROATITUDE.pdf] , é possível conhecer
melhor o Programa Integrado de Ações Afirmativas para Negros, inaugurado em 2004.
Este programa apresenta os seguintes objetivos:
Viabilizar, por meio de meios de recursos diversos, numa
perspectiva multidisciplinar e multissetorial, a permanência do
estudante universitário negro em seu curso.
Desenvolver e implementar ações afirmativas quanto à diversidade
cultural, social, de gênero, étnica, de orientação sexual e outros, na
perspectiva da educação de pares e de propiciar o protagonismo
dos negros no processo.
Propiciar oportunidades de participação dos estudantes negros
em projetos de pesquisa, extensão e monitoria, desenvolvidos
pelos professores e estudantes da universidade focados nas
questões específicas dessa população.
Programa Integrado de Ações Afirmativas para Negros – Brasil
Afroatitude (2004)
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/BRASILAFROATITUDE.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/BRASILAFROATITUDE.pdf
Contribuir para a formação de estudantes negros como
promotores de saúde e de qualidade de vida, e para a produção de
conhecimentos no campo da prevenção, aconselhamento e
assistência às DST/Aids etc.
A Portaria n. 300, de 2006, implantou o denominado “Ministério da Saúde Livre do Tabaco”,
cujo principal objetivo seria propor e implantar medidas educativas e curativas por meio de
processo de conscientização de funcionários e visitantes da instituição no que tange aos
males causados pela utilização do tabaco.
O Ministério da Saúde, em conjunto com o Ministério da Educação, por meio do endereço
bvsms.saude.gov.br [http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/07_0323_M.pdf] , apresenta
o denominado Programa Nacional de Reorientação da Formação Profissional em Saúde PRÓ-
SAÚDE, que define a situação atual, os objetivos gerais e específicos e a situação desejada.
O Programa Nacional de Suplementação de Ferro (PNSF) foi elaborado com objetivo mister de
combater a deficiência de ferro existente no país, prevenindo e controlando a anemia de
gestantes e crianças. Trata-se de uma das ações adotadas pela Política Nacional de
Alimentação e Nutrição. A Portaria n. 730, de 13 de maio de 2005, foi a norma responsável por
sua implementação, em 2013. Uma nova portaria é publicada, a Portaria n. 1.555, a qual
descentraliza a aquisição desses suplementos para os demais entes federativos. Em 2017,
houve também a implantação do Sistema de Micronutrientes – módulo Ferro.
É importante asseverar que há grande insuficiência de vitamina A na população brasileira,
chegando a ser considerado um problema de saúde pública. O problema é mais agravado na
Região Nordeste, mas não se restringe apenas a esta região.
A suplementação consiste em uma medida preventiva, visando à melhoria desse nutriente na
população a partir de estratégias elaboradas e colocadas em prática. O Programa Nacional de
Suplementação de Vitamina A (PNSVA) fora implementado por meio da Portaria nº 729, de 13
de maio de 2005, para reduzir a deficiência apresentada principalmente nas crianças.
A Portaria n. 2.362, publicada em 1 de dezembro de 2005, trata da questão do Programa
Nacional de Prevenção e Controle dos Distúrbios por Deficiência de Iodo – Pró Iodo, e a partir
deste foi lançado um manual específico acerca deste tema. O objetivo do manual é orientar os
profissionais de saúde e de outros setores para a operacionalização adequada e
Programa Ministério da Saúde Livre de Tabaco (instituído pela Portaria
MS n. 300, de 09/02/2006)
Programa Nacional de Reorientação da Formação Profissional em
Saúde: Pró-Saúde (2005)
Programa Nacional de Suplementação de Ferro
Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A
Programa Nacional para a Prevenção e o Controle dos Distúrbios por
Deficiência de Iodo – Manual Técnico e Operacional do Pró-Iodo (2008)
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/07_0323_M.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/07_0323_M.pdf
acompanhamento das ações destinadas à prevenção e ao controle dos Distúrbios por
Deficiência de Iodo - DDI no Brasil.
O Decreto nº 6.286/2007 se propôs a implementar o denominado “Programa Saúde na Escola
(PSE) na esfera do Ministério da Educação e da Saúde, cujo objetivo principal seria corroborar
para a formação Integral dos estudantes da rede pública por meio de medidas voltadas para a
promoção da saúde.
Programa Saúde na Escola (2007)
Diretrizes do SUS4
Diretrizes do Sus
Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou acesse o link:
"https://player.vimeo.com/video/944953257".
Diretrizes são orientações ou instruções que fornecem um conjunto de princípios ou
recomendações para guiar ações ou decisões em determinado contexto. Elas podem ser
estabelecidas por organizações governamentais, instituições de saúde, sociedades
profissionais ou grupos de especialistas, sendo baseadas em evidências científicas, melhores
práticas e consenso entre os especialistas.
As diretrizes são projetadas para auxiliar profissionais de saúde, gestores, pesquisadores e
outras partes interessadas na tomada de decisões relacionadas ao diagnóstico, ao tratamento,
à prevenção ou ao manejo de condições de saúde específicas. Elas abordam questões como
protocolos de tratamento, procedimentos cirúrgicos, prescrição de medicamentos, triagem,
prevenção de doenças, entre outros aspectos da prática clínica.
As diretrizes são frequentemente revisadas e atualizadas à medida que novas evidências e
conhecimentos emergem na área de saúde. Elas desempenham um papel crucial na promoção
da qualidade, segurança e eficiência dos cuidados de saúde, além de auxiliar na padronização
das práticas clínicas e na redução de variações na assistência a saúde.
As diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS) estão fundamentadas nos princípios
estabelecidos pela Constituição Federal de 1988 e pela Lei Orgânica da Saúde (Lei n.
8.080/1990). Essas diretrizes orientam as políticas públicas de saúde no Brasil e incluem:
O que são diretrizes?
Universalidade
Garantia de acesso igualitário e universal aos serviços de saúde,
sem qualquer forma de discriminação ou exclusão.
Integralidade
Abordagem holística da saúde que considera o ser humano em
sua totalidade e promove a oferta de serviços e ações de saúde de
forma abrangente, contemplando a prevenção, a promoção, o
tratamento e a reabilitação.
Equidade
Busca pela redução das desigualdades sociais, econômicas e
regionais no acesso ena qualidade dos serviços de saúde,
priorizando grupos populacionais mais vulneráveis e
necessitados.
Descentralização
Organização do sistema de saúde em diferentes níveis de governo
(federal, estadual e municipal), com autonomia administrativa,
política e financeira para que os entes federativos possam
planejar, executar e avaliar as ações de saúde conforme as
necessidades locais.
Participação social
Envolvimento da sociedade civil na formulação, na implementação,
no acompanhamento e na avaliação das políticas de saúde, por
meio dos conselhos de saúde e outras instâncias de participação
popular.
Além dessas diretrizes gerais, o SUS também adota outras políticas e programas específicos
voltados para áreas prioritárias de saúde, como atenção básica, saúde da mulher, saúde da
criança, saúde mental, entre outras. Essas políticas são implementadas com base nos
princípios e nas diretrizes do SUS e visam garantir o acesso equitativo e a qualidade dos
serviços de saúde em todo o país.
Essa diretriz do Ministério da Saúde para a organização da atenção à saúde bucal no âmbito
do SUS, resultante de um processo de discussões com os coordenadores estaduais de saúde
bucal e fundamentando-se nas proposições que, nas últimas décadas, foram geradas em
congressos e encontros de Odontologia e de saúde coletiva, bem como em consonância com
as deliberações das Conferências Nacionais de Saúde e da I e II Conferência Nacional de Saúde
Bucal.
Essas diretrizes constituem o eixo político básico de proposição para a reorientação
das concepções e práticas no campo da saúde bucal, capazes de propiciar um novo
processo de trabalho, tendo como meta à produção do cuidado. Desta forma, deve ser
compreendido como referência conceitual para o processo de se fazer o modelo de
atenção no espaço da micropolítica, onde ocorre, diante de diversos problemas e
demandas, o encontro dos saberes e fazeres entre sujeitos usuários e sujeitos
profissionais.
Diretrizes da Política Nacional de Saúde
Bucal
4.1
As diretrizes estratégicas do Sistema Único de Saúde (SUS) são orientações que visam guiar a
implementação e o desenvolvimento do sistema de saúde brasileiro. Elas abrangem diversos
aspectos e áreas prioritárias da saúde pública e têm o objetivo de promover a melhoria
contínua do sistema, garantindo o acesso universal, integral e equânime aos serviços de
saúde. Algumas das principais diretrizes estratégicas do SUS incluem:
Fortalecimento da Atenção Primária à Saúde (APS)
Promoção do papel central da APS na organização do sistema de
saúde, visando a prevenção, promoção, tratamento e reabilitação
da saúde, com ênfase na integralidade e na resolutividade.
Diretrizes estratégicas do Sistema
Único de Saúde
4.2
Regionalização e Hierarquização
Organização do sistema de saúde em regiões de saúde, com
definição de fluxos de referência e contra-referência entre os
diferentes níveis de atenção à saúde (primária, secundária e
terciária), garantindo o acesso equitativo e oportuno aos serviços
de saúde.
Integração da Rede de Atenção à Saúde (RAS)
Articulação e coordenação das diferentes unidades e serviços de
saúde, públicos e privados, em uma rede integrada e cooperativa,
com foco na continuidade do cuidado e na eficiência dos
processos assistenciais.
Promoção da Saúde e Prevenção de Doenças
Implementação de políticas e programas de promoção da saúde e
prevenção de doenças, com ênfase na adoção de hábitos
saudáveis, na redução dos determinantes sociais da saúde e na
redução das morbidades evitáveis.
Participação Social e Controle Social
Estímulo à participação da sociedade civil na formulação, na
implementação e na avaliação das políticas de saúde, por meio
dos conselhos de saúde e outras instâncias de participação
popular, garantindo a transparência do sistema de saúde.
Essas diretrizes estratégicas são fundamentais para orientar a gestão e a organização do SUS,
promovendo a efetividade, a eficiência e a equidade na oferta de serviços de saúde para toda a
população brasileira.
A diretriz de Fortalecimento da Atenção Primária à Saúde (APS) é uma das principais
estratégias do Sistema Único de Saúde (SUS) para garantir o acesso universal, integral e
Diretriz de Fortalecimento da Atenção
Primária à Saúde (APS)
4.3
equânime aos serviços de saúde. Ela visa promover o papel central da APS na organização do
sistema de saúde, priorizando a prevenção, a promoção, o tratamento e a reabilitação da
saúde, com ênfase na integralidade e na resolutividade.
Para que essa diretriz funcione de forma eficaz, são adotadas diversas medidas e ações, tais
como:
Estruturação da Rede de Atenção Primária
Investimento na expansão e qualificação das unidades básicas de
saúde (UBS), com oferta de serviços de saúde de qualidade e
próximos à comunidade, incluindo equipes multiprofissionais de
saúde.
Valorização e Capacitação dos Profissionais de Saúde
Incentivo à formação e à capacitação de profissionais de saúde
para atuarem na APS, reconhecendo a importância do trabalho em
equipe e a interdisciplinaridade.
Implementação de Estratégias de Promoção da Saúde e Prevenção
de Doenças
Desenvolvimento de programas e ações de promoção da saúde,
prevenção de doenças e controle de fatores de risco, com foco na
educação em saúde, na alimentação saudável, na prática de
atividade física e no combate ao tabagismo, por exemplo.
Coordenação do Cuidado e Referência e Contrarreferência
Estabelecimento de fluxos de referência e contrarreferência entre
os diferentes níveis de atenção à saúde, garantindo o
acompanhamento integral do usuário ao longo do tempo e a
articulação entre os serviços de saúde.
Articulação com a Comunidade e Participação Social
Envolvimento da comunidade na gestão e no planejamento das
ações de saúde, por meio dos conselhos de saúde e outras
instâncias de participação popular, promovendo o controle social e
a democratização das políticas de saúde.
Em resumo, o fortalecimento da APS requer uma abordagem abrangente e integrada, que
envolve tanto a melhoria da infraestrutura e dos recursos humanos das unidades básicas de
saúde quanto a implementação de estratégias de promoção da saúde e participação social,
visando garantir uma atenção primária de qualidade e acessível a toda a população.
A Regionalização e Hierarquização do Sistema Único de Saúde (SUS) é um conjunto de
estratégias fundamentais para organizar e otimizar a prestação de serviços de saúde no Brasil,
garantindo o acesso universal, integral e equânime à assistência em todos os níveis de
complexidade. Essas estratégias visam promover uma distribuição adequada e articulada dos
recursos e serviços de saúde, de acordo com as necessidades da população e a capacidade de
oferta de cada região.
A Regionalização consiste na divisão do território nacional em regiões de saúde, com base em
critérios epidemiológicos, demográficos, socioeconômicos e geográficos. Cada região de
saúde possui uma estrutura organizacional própria, que inclui hospitais, unidades básicas de
saúde, laboratórios, centros de referência e outros serviços de saúde, de acordo com a
demanda e a complexidade assistencial da população atendida.
A Hierarquização, por sua vez, estabelece uma ordenação dos serviços de saúde de acordo
com sua complexidade e capacidade resolutiva, criando uma rede integrada e coordenada de
atenção à saúde. Nesse modelo, os serviços são distribuídos em diferentes níveis de
complexidade, como a atenção primária, a atenção especializada e a atenção hospitalar, com
fluxos de referência e contrarreferência bem definidos entre eles.
Na prática, a Regionalização e Hierarquização do SUS funcionam da seguinte forma:
Atenção Primária à Saúde (APS)
Representada pelas unidades básicas de saúde (UBS), é
responsável pelo primeiro contato da população com o sistema de
saúde, oferecendo atendimento preventivo, diagnóstico e
tratamento de grande parte dos problemas de saúde, além de
coordenar o cuidado e realizar o acompanhamento de casos
crônicos.
Regionalização e Hierarquização do
Sistema Únicode Saúde (SUS)
4.4
Atenção Especializada
Compreende os serviços ambulatoriais e hospitalares que
oferecem atendimento em áreas específicas da saúde, como
Cardiologia, Ortopedia, Oncologia, entre outras. Esses serviços são
referenciados pelas Unidades Básicas de Saúde e atuam de forma
complementar à APS, realizando diagnósticos mais complexos e
tratamentos especializados.
Atenção Hospitalar
Engloba os hospitais gerais e especializados, que oferecem
internação e procedimentos de média e alta complexidade, como
cirurgias, tratamentos intensivos e terapias especializadas. Esses
hospitais atendem casos mais graves e urgentes, referenciados
pela atenção primária e especializada.
Coordenação e Articulação entre os diferentes níveis de atenção
São realizadas por meio de sistemas de informação em saúde,
redes de comunicação, protocolos clínicos e diretrizes
terapêuticas, garantindo o fluxo adequado dos pacientes e a
continuidade do cuidado ao longo da rede de serviços.
Portanto, a Regionalização e Hierarquização do SUS são estratégias fundamentais para
organizar e otimizar a prestação de serviços de saúde no Brasil, promovendo uma atenção
integral e equitativa à saúde da população. Essas estratégias visam garantir que cada
indivíduo receba o cuidado mais adequado ao seu perfil e às suas necessidades, dentro de um
sistema de saúde organizado, eficiente e acessível.
A Integração da Rede de Atenção à Saúde (RAS) é um processo que visa articular e
coordenar os diferentes pontos de atenção à saúde em uma determinada região, com o
objetivo de garantir o acesso universal, integral e equânime aos serviços de saúde. A RAS
é composta por uma variedade de serviços e unidades de saúde, que abrangem desde a
atenção primária até a atenção hospitalar de alta complexidade, incluindo também
serviços de urgência e emergência, reabilitação, saúde mental, entre outros.
O funcionamento da Integração da RAS envolve diversos aspectos, tais como:
Organização da Rede
A RAS é organizada em diferentes níveis de complexidade, com
serviços distribuídos de forma hierarquizada e regionalizada. Isso
significa que cada região de saúde possui uma estrutura própria,
que inclui unidades básicas de saúde, centros de especialidades,
hospitais e outros serviços de saúde, de acordo com as
necessidades da população atendida.
Coordenação do cuidado
A integração da RAS envolve a coordenação do cuidado ao longo
de todo o percurso do usuário dentro da rede. Isso significa que os
diferentes profissionais e serviços de saúde devem trabalhar de
forma integrada, compartilhando informações, estabelecendo
protocolos de atendimento e garantindo a continuidade do
cuidado ao longo do tempo.
Fluxos de Referência e Contrarreferência
Para garantir a integração da RAS, é fundamental estabelecer
fluxos claros de referência e contrarreferência entre os diferentes
pontos de atenção à saúde. Isso significa que os pacientes devem
ser encaminhados adequadamente entre os diferentes serviços,
com garantia de acesso oportuno e resolutivo.
Tecnologia da Informação
O uso de sistemas de informação em saúde é essencial para
apoiar a integração da RAS. Isso inclui o compartilhamento de
prontuários eletrônicos, a interoperabilidade entre diferentes
sistemas de informação, a utilização de telemedicina e outras
tecnologias que facilitam a comunicação e a troca de informações
entre profissionais e serviços de saúde.
Participação da comunidade
A integração da RAS deve contar com a participação ativa da
comunidade e dos usuários dos serviços de saúde. Isso significa
envolver os cidadãos na gestão dos serviços, ouvir suas
necessidades e demandas, e promover ações de educação em
saúde e promoção do autocuidado.
A Integração da Rede de Atenção à Saúde é um processo complexo que envolve a articulação
de diversos atores e serviços de saúde, com o objetivo de garantir uma assistência integral e
de qualidade para toda a população. Essa integração é fundamental para enfrentar os desafios
atuais em saúde e promover o acesso universal aos serviços de saúde de forma eficiente e
equitativa.
Declarações em saúde5
Declaração de Saúde
Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou acesse o link:
"https://player.vimeo.com/video/944953366".
As declarações em saúde são documentos que expressam compromissos, princípios, metas e
estratégias relacionadas à promoção, à proteção e à melhoria da saúde das populações. Esses
documentos podem ser elaborados por organizações governamentais, organismos
internacionais, sociedades científicas, organizações não governamentais (ONGs) e outros
atores envolvidos na área da saúde.
As declarações em saúde podem abordar uma variedade de temas e questões, incluindo
direitos humanos, políticas públicas, prevenção de doenças, promoção da saúde, acesso a
serviços de saúde, equidade, entre outros. Elas podem ser utilizadas como instrumentos para
orientar a elaboração e implementação de políticas, programas e intervenções em saúde, bem
como para mobilizar recursos e apoio em torno de questões específicas.
Alguns exemplos de declarações em saúde incluem a Declaração de Alma-Ata, adotada
durante a Conferência Internacional sobre Cuidados Primários de Saúde em 1978, que
destacou a importância da atenção primária à saúde como base para alcançar o mais alto nível
de saúde possível para todas as pessoas; a Declaração de Ottawa, de 1986, que definiu a
promoção da saúde como processo que permite às pessoas aumentar o controle sobre sua
própria saúde; e a Declaração dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), adotada
pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 2015, que inclui metas específicas relacionadas
à saúde, como a redução da mortalidade infantil, o combate às doenças infecciosas e o acesso
universal a serviços de saúde de qualidade.
Código de Nuremberg - Experimentação Humana (1947)
Código de Nuremberg - Experimentação Humana (1947)
Após a Segunda Guerra Mundial, inúmeros documentos internacionais foram publicados, entre
eles o denominado Código de Nuremberg, que trata das experiências com seres humanos sem
se descuidar de um olhar ético. Há uma crítica neste documento em relação a condutas
criminosas em prol de avanços médico-científicos. Poderia ser considerado um primeiro
documento de ética médica produzido naquele contexto histórico, voltado para a preservação
da dignidade humana. O código trouxe normas reguladoras, tendo sido elaborado por médicos
visando ser uma base para o julgamento dos denominados crimes de guerra sob um pretexto
de pesquisa.
Declaração da Cúpula do Milênio das Nações Unidas (2000)
Declaração da Cúpula do Milênio das Nações Unidas (2000)
A Declaração da Cúpula do Milênio traz em seu bojo princípios e valores voltados para a
construção de um mundo mais pacifico, com redução da pobreza e da miséria em geral, com
políticas voltadas para saúde e a promoção do desenvolvimento, apresentando os objetivos a
serem alcançados.
Declaração de Astana sobre Atenção Primária à Saúde: de Alma-Ata rumo à cobertura
universal de saúde e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (2018)
Declaração de Astana sobre Atenção Primária à Saúde: de Alma-Ata rumo à cobertura
universal de saúde e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (2018)
Realizada em 2018, em conjunto com a OMS e a UNICEF, a Conferência Global sobre Atenção
Primária à Saúde em Astana, no Cazaquistão apresentou uma nova declaração acerca da
atenção primária à saúde.
Declaração de Caracas (1990)
Declaração de Caracas (1990)
Em 1990, duas organizações se uniram – Organização Mundial de Saúde e Organização Pan-
Americana de Saúde – e apresentaram uma nova proposta política para os serviços referentes
à saúde mental.
Declaração de Innocenti (1990)
Declaração de Innocenti (1990) 
Esta declaração trata da proteção e da promoção do aleitamento materno, sendo este
considerado um direito da criança, corroborando para a melhoria alimentar e saúde em geral.
Declaração de Lisboa sobre a Ética da Urgência Médica (1990)
Declaraçãode Lisboa sobre a Ética da Urgência Médica (1990)
Esta declaração sobre a ética da urgência médica surgiu no âmbito das Jornadas de
Emergência Médica em 1990, por meio da qual inúmeros princípios foram instituídos acerca do
tema.
Declaração de Alma-Ata sobre Cuidados Primários de Saúde (1978)
Declaração de Alma-Ata sobre Cuidados Primários de Saúde (1978)
A Organização Mundial de Saúde (OMS) no Cazaquistão promoveu uma Conferência sobre
Cuidados Primários de Saúde tratando dos aspectos mais relevantes referentes a esses
cuidados.
Declaração do Rio (2006)
Declaração do Rio (2006)
A Declaração do Rio decorre de um contexto histórico em que a globalização promove efeitos
também negativos como o acirramento das desigualdades, sendo muitas vezes prejudicado o
acesso à saúde, afetando o desenvolvimento de forma geral.
Declaração Universal dos Direitos da Criança (1959)
Declaração Universal dos Direitos da Criança (1959)
A Declaração Universal dos Direitos da Criança de 1959 foi elaborada a fim de promover a
igualdade entre todas as crianças sem qualquer preconceito ou discriminação em função de
raça ou crença, tratando-se de direitos inerentes a elas, que devem ser promovidos e
protegidos por todos em nível governamental ou comunitário.
Declaração Universal sobre Bioética e Direitos Humanos(2005)
Declaração Universal sobre Bioética e Direitos Humanos(2005)
Em 2005, no âmbito da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura
(UNESCO), foi elaborada a Declaração Universal sobre a Bioética e os Direitos Humanos
visando orientar os países em relação a suas políticas e legislações ao tratar do tema da
Bioética, corroborando com o respeito aos direitos e à dignidade humana.
Declaração Universal sobre o Genoma Humano e Direitos Humanos (inglês)(1997)
Declaração Universal sobre o Genoma Humano e Direitos Humanos (inglês)(1997)
O fundamento maior desta declaração universal seria a proteção da dignidade humana e da
sua diversidade. A proteção ao genoma trata da preservação de um direito humano, que seria a
herança da humanidade, sendo esta medida um dever de todos.
Declaração Internacional sobre os Dados Genéticos Humanos (2004)
Declaração Internacional sobre os Dados Genéticos Humanos (2004)
A Declaração visa à proteção dos direitos humanos frente ao desenvolvimento da Genética,
afastando ameaças ou riscos ao patrimônio genético em prol de uma exploração econômica
indevida, ou inapropriada.
Instrumentos Internacionais de Direitos Humanos (2006) – Declaração Universal dos Direitos
Humanos, Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, Pacto
Internacional dos Direitos Civis e Políticos, Declaração sobre Defensores de Direitos Humanos
Instrumentos Internacionais de Direitos Humanos (2006) – Declaração Universal dos Direitos
Humanos, Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, Pacto
Internacional dos Direitos Civis e Políticos, Declaração sobre Defensores de Direitos Humanos
Inúmeros instrumentos internacionais voltados para os Direitos Humanos também foram
publicados a partir de 2006 como a Declaração Universal dos Direitos Humanos, o Pacto
Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, o Pacto Internacional dos Direitos
Civis e Políticos e a Declaração sobre Defensores de Direitos Humanos, cada uma delas com
seus objetivos gerais e específicos em prol da dignidade humana.
Protocolo de Cartagena sobre Biossegurança (2000)
Protocolo de Cartagena sobre Biossegurança (2000)
Outro evento relevante foi a Convenção sobre Diversidade Biológica, em que se firmou um
acordo denominado Protocolo de Cartagena sobre Biossegurança, que visa promover o melhor
uso e a segurança de organismos vivos, preservando sempre a diversidade biológica. O
objetivo é proteger o meio ambiente, os organismos vivos e também o comércio de forma
salutar.
Para promover o equilíbrio entre a diversidade biológica e o comércio é que foi promulgado o
Protocolo de Cartagena sobre a biossegurança, por meio do Decreto n. 5.705/2006.
Vamos compreender melhor essas duas declarações, a Declaração de Alma-Ata e a
Declaração de Ottawa
A Declaração de Alma-Ata, adotada durante a Conferência Internacional sobre Cuidados
Primários de Saúde realizada em Alma-Ata, no Cazaquistão, em 1978, foi um marco histórico
na história da saúde pública global. Esta declaração foi importante por várias razões:
Ênfase na Atenção Primária à Saúde (APS)
A Declaração de Alma-Ata destacou a importância da APS como
elemento central dos sistemas de saúde. Definiu a APS como o
cuidado essencial de saúde baseado em métodos e tecnologias
práticas, cientificamente fundamentados e socialmente aceitáveis,
tornando-a a abordagem mais eficaz e eficiente para alcançar a
saúde para todos.
Enfoque na equidade em saúde
A declaração ressaltou a importância de garantir a equidade no
acesso aos serviços de saúde, com base nas necessidades das
pessoas e comunidades, independentemente de sua renda, status
social ou localização geográfica. Isso reflete um compromisso
com a justiça social e a redução das desigualdades em saúde.
Participação comunitária
A Declaração de Alma-Ata enfatizou o envolvimento ativo das
comunidades na identificação de suas próprias necessidades de
saúde e na formulação e implementação de políticas e programas
de saúde. Reconheceu que as comunidades têm um papel crucial
a desempenhar na promoção de sua própria saúde e bem-estar.
Abordagem holística
A declaração reconheceu a interconexão entre saúde e
desenvolvimento, defendendo uma abordagem holística para a
saúde que considerasse não apenas a ausência de doença, mas
também o bem-estar físico, mental e social das pessoas. Isso
incluiu a promoção da saúde, a prevenção de doenças e o
tratamento adequado, quando necessário.
Apelo à ação global
A Declaração de Alma-Ata instou os governos, organizações
internacionais e comunidades a se comprometerem com a
implementação da APS como uma estratégia fundamental para
alcançar a saúde para todos até o ano 2000. Ela mobilizou a
comunidade global em torno de metas comuns e um compromisso
compartilhado com a saúde universal.
A Declaração de Alma-Ata foi importante porque estabeleceu uma visão abrangente e inclusiva
da saúde, com ênfase na equidade, na participação comunitária e na ação global para alcançar
a saúde para todos. Embora muitos dos objetivos originais da declaração ainda não tenham
sido totalmente alcançados, ela continua a servir como um ponto de referência e inspiração
para os esforços de saúde pública em todo o mundo.
A Declaração de Ottawa foi um marco fundamental na promoção da saúde pública global.
Adotada durante a Primeira Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde, realizada em
Ottawa, Canadá, em 1986, esta declaração foi importante por várias razões:
Definição ampla de saúde
A Declaração de Ottawa definiu a saúde como "um recurso para a
vida diária, e não o objetivo de viver". Isso ampliou a compreensão
tradicional de saúde, enfatizando não apenas a ausência de
doença, mas também o bem-estar físico, mental e social. Esta
definição holística influenciou a forma como a saúde é abordada
em níveis global, nacional e comunitário.
Enfoque na promoção da saúde
A declaração enfatizou a importância da promoção da saúde como
uma abordagem fundamental para melhorar a saúde das
populações. Em vez de focar apenas no tratamento de doenças, a
promoção da saúde visa capacitar as pessoas a assumirem maior
controle sobre sua própria saúde, adotando estilos de vida
saudáveis, criando ambientes favoráveis à saúde e fortalecendo as
comunidades.
Abordagem participativa
A Declaração de Ottawa reconheceu o papel fundamental das
comunidades na promoção da saúde. Ela destacou a importância
da participação comunitária, do empoderamento das pessoas e do
fortalecimento das capacidades individuais e coletivas para a
melhoria da saúde. Isso implica uma abordagem bottom-up, na
qual as políticas e os programas de saúde são desenvolvidos com
a contribuição ativa dascomunidades locais.
Enfoque nos determinantes sociais da saúde
A declaração reconheceu que fatores sociais, econômicos e
ambientais desempenham um papel significativo na determinação
da saúde das populações. Portanto, ela defendeu uma abordagem
intersetorial que abordasse as causas subjacentes das
desigualdades em saúde, como pobreza, desemprego, educação
inadequada e falta de acesso a serviços básicos.
Chamado à ação global
A Declaração de Ottawa chamou os governos, as organizações
internacionais, as sociedades civis e os indivíduos a se
comprometerem com a promoção da saúde como uma prioridade
de saúde pública. Ela mobilizou a comunidade global em torno de
metas comuns e ações coordenadas para abordar os desafios de
saúde enfrentados por todas as nações.
A Declaração de Ottawa foi importante porque estabeleceu uma visão ampla e inclusiva da
saúde, com ênfase na promoção da saúde, na participação comunitária e na abordagem
intersetorial. Continua a servir como um guia para os esforços de saúde pública em todo o
mundo, influenciando políticas, programas e práticas destinados a melhorar a saúde e o bem-
estar das populações.
Recapitulando
Nesta unidade, revisamos conceitos importantes como a história da saúde no Brasil, podemos
observar sua evolução ao longo dos anos até chegar aos dias de hoje onde temos o SUS, um
sistema que integra vários serviços de maneira justa e integral, porem apresenta muitas
dificuldades e desafios que sempre são discutidos através das políticas públicas de saúde.
Compreendemos qual a diferença entre política e programa de saúde, o primeiro se trata de
uma organização ampla que garante direitos de diversas maneiras, já os programas fazem
com que a política seja cumprida, através de suas diretrizes específicas e por último as
diversas declarações que trazem norte para organização da assistência a saúde utilizados até
os dias de hoje.
Autoria
Autora
Graduada em Enfermagem pela Universidade de São Paulo EERP-USP no curso de Licenciatura
e Bacharelado em Enfermagem, possui pós-graduação em centro cirúrgico, CME e SRPA. Tem
experiência assistencial em UTI de pós-operatório em cirurgia cardíaca, recuperação pós-
anestésica e CC. É enfermeira de Educação Permanente em Pronto-atendimento (UPA) e,
atualmente, docente dos cursos de Pós-graduação em Enfermagem e Técnico de Enfermagem,
e preceptora do curso de Graduação em Enfermagem.
Patricia Silva de Figueiredo
Glossário
Controle social é um processo pelo qual os cidadãos e grupos sociais participam ativamente
na monitorização, na avaliação e na influência das políticas públicas, programas e serviços,
bem como na fiscalização das ações governamentais e na defesa dos direitos coletivos. Fonte:
elaborado pelo autor.
Previdência refere-se ao sistema de proteção social que garante benefícios e serviços aos
cidadãos em situações de risco social, como idade avançada, invalidez, desemprego,
maternidade, doença, acidentes de trabalho e morte. O principal objetivo da previdência é
proporcionar segurança financeira e bem-estar aos indivíduos e suas famílias em momentos
de vulnerabilidade. Fonte: elaborado pelo autor.
Controle social
Previdência
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