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Entendido! Vou expandir o resumo com mais detalhes, explicações aprofundadas e
conexões teóricas para contemplar todos os aspectos possíveis que as questões e
comentários trazem, cobrindo nuances e exemplos práticos. Segue a versão ampliada:
Responsabilidade Civil do Estado – Teoria, Aplicações
e Jurisprudência
1. Fundamentos e Evolução Histórica
● Origem da Responsabilidade Estatal:
○ Teoria da Irresponsabilidade: Vigente em regimes absolutistas, o Estado
não podia ser responsabilizado por seus atos.
○ Transição para a Responsabilidade Subjetiva: Exigia a comprovação de
dolo ou culpa, colocando o Estado em posição de igualdade com o direito
privado.
○ Teoria do Risco Administrativo (Atual):
■ Introdução da responsabilidade objetiva: prescinde da comprovação
de dolo ou culpa, bastando a demonstração de nexo causal entre o
ato estatal e o dano.
■ Consolidação no Brasil pelo artigo 37, §6º da Constituição Federal de
1988.
● Amplo Fundamento Constitucional:
○ Art. 5º, inciso XXXV: Acesso ao Judiciário para reparação de danos.
○ Art. 5º, inciso XLIX: Garantia de integridade física e moral para detentos sob
custódia.
2. Modalidades de Responsabilidade
2.1. Objetiva (Regra Geral)
● Base Legal: Art. 37, §6º da CF/88.
● Teoria do Risco Administrativo:
○ Prescinde de dolo ou culpa do agente público.
○ Requisitos:
1. Dano: Material, moral ou estético, abrangendo prejuízos patrimoniais
ou não.
2. Conduta: Ação ou omissão estatal.
3. Nexo de Causalidade: Ligação direta entre a conduta e o dano
sofrido.
2.2. Subjetiva (Exceções)
● Casos de Omissão Estatal:
○ Aplicada quando há inércia ou falha em agir, desde que exista dever
específico do Estado de proteger determinado bem ou pessoa.
○ Exemplo: Omissão na proteção de detentos, alunos ou pessoas sob
custódia.
● Prova Necessária:
○ Dano.
○ Nexo causal.
○ Culpa ou negligência estatal (culpa administrativa).
2.3. Risco Integral (Casos Especiais)
● Características:
○ Não admite excludentes (culpa da vítima, caso fortuito ou força maior).
○ Aplicada em hipóteses previstas constitucionalmente, como acidentes
nucleares.
3. Elementos da Responsabilidade Civil
1. Dano:
○ Prejuízo efetivo ao patrimônio material ou moral da vítima.
○ Danos estéticos também são passíveis de indenização.
○ Exemplos:
■ Dano material: Veículo destruído por ação policial.
■ Dano moral: Sofrimento psicológico devido à negligência
administrativa.
2. Conduta Estatal:
○ Comissiva: Atos praticados diretamente por agentes públicos no
desempenho de suas funções.
○ Omissiva: Falta de atuação quando havia obrigação de agir.
3. Nexo de Causalidade:
○ Ligação lógica e direta entre o comportamento estatal e o dano.
○ Excludentes que rompem o nexo:
■ Culpa exclusiva da vítima.
■ Caso fortuito ou força maior.
4. Excludentes e Atenuantes
4.1. Excludentes de Responsabilidade
● Culpa Exclusiva da Vítima:
○ Ações ou omissões da vítima que são a causa única do dano.
○ Exemplo: Vítima atravessa rodovia fora da faixa e é atropelada por veículo
oficial.
● Caso Fortuito ou Força Maior:
○ Situações imprevisíveis e inevitáveis, como desastres naturais.
4.2. Atenuantes
● Culpa Concorrente da Vítima:
○ Quando tanto o Estado quanto a vítima contribuem para o dano.
○ Reduz proporcionalmente a indenização, mas não afasta a responsabilidade
do Estado.
5. Agentes Públicos e Responsabilidade
5.1. Agentes Públicos
● Ação Regressiva:
○ O Estado pode buscar ressarcimento contra o agente público causador do
dano.
○ Requisitos:
■ Dolo ou culpa do agente.
■ Não pode haver responsabilidade objetiva direta do agente.
● Teoria da Dupla Garantia:
○ Protege tanto o cidadão quanto o agente público.
○ A vítima deve demandar contra o Estado, não contra o agente.
5.2. Agentes de Fato
● Necessários: Atuam em situações excepcionais e urgentes.
● Putativos: Atuam sob aparência de legitimidade.
● O Estado responde pelos atos desses agentes, garantindo a proteção de terceiros
de boa-fé.
6. Prestadoras de Serviço Público
● Responsabilidade Objetiva:
○ Inclui empresas públicas e concessionárias de serviço público.
○ Exemplo: Transporte público que causa danos a passageiros ou terceiros.
● Responsabilidade Subsidiária do Estado:
○ O Estado responde quando a prestadora de serviços públicos se torna
insolvente.
7. Aplicações Práticas
1. Má Conservação de Rodovias:
○ A omissão em manutenção configura culpa administrativa.
○ Requisitos: Prova de negligência e relação com o dano sofrido.
2. Mortes de Detentos Sob Custódia:
○ Estado responde objetivamente pela incolumidade física de detentos.
○ Base legal: Art. 5º, XLIX da CF/88.
3. Atos Lícitos que Causam Danos:
○ Exemplo: Obras públicas que geram prejuízos a propriedades vizinhas.
○ A licitude do ato não exclui o dever de indenizar.
8. Jurisprudência Relevante
1. Teoria da Dupla Garantia (STF – RE 1.027.633):
○ A vítima não pode demandar diretamente contra o agente público.
2. Responsabilidade por Atos Lícitos:
○ Mesmo condutas legais do Estado podem causar dano e gerar
responsabilidade.
3. Culpa Concorrente da Vítima:
○ Reduz a indenização proporcionalmente à contribuição da vítima no evento.
4. Força Maior e Caso Fortuito:
○ Excludentes aceitos para afastar a responsabilidade objetiva do Estado.
9. Observações Doutrinárias
● Notários e Registradores:
○ Responderão diretamente por danos causados no exercício da função.
○ O Estado responde apenas de forma subsidiária.
● Lei de Efeitos Concretos:
○ Possui destinatários certos e enseja responsabilidade do Estado se causar
danos.
● Ato Antijurídico:
○ Não se limita a atos ilícitos, mas também a atos lícitos que causem prejuízo
anormal e específico.
10. Prescrição
● Prazo Geral: 5 anos, conforme Decreto 20.910/1932.
● Exceção: Imprescritibilidade para ilícitos de dano ao erário (conforme RE 669.069).
Se precisar de mais detalhes em tópicos específicos ou exemplos adicionais, posso
expandir ainda mais!

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