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2 
 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 3 
2 AGENTES QUÍMICOS ................................................................................ 4 
2.1 Risco químico ........................................................................................... 4 
2.2 Limites de tolerância da ACGIH ............................................................. 12 
2.3 Estratégia de amostragem dos principais agentes ................................. 13 
3 AGENTES BIOLÓGICOS ......................................................................... 18 
3.1 Classe de Risco ..................................................................................... 19 
3.2 Limites de tolerância .............................................................................. 22 
3.3 Métodos de controle ............................................................................... 27 
3.4 Conduta em caso de acidente ................................................................ 30 
4 INTRODUÇÃO À VENTILAÇÃO INDUSTRIAL ......................................... 32 
4.1 Ventilação natural ................................................................................... 35 
4.2 Ventilação mecânica geral diluidora ....................................................... 37 
4.3 Ventilação mecânica geral exaustora ..................................................... 41 
5 Referências Bibliográficas ......................................................................... 43 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
1 INTRODUÇÃO 
Prezado aluno! 
 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante 
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - 
um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum 
é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a 
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas 
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em 
tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa 
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das 
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que 
lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
2 AGENTES QUÍMICOS 
 
Fonte: shre.ink/mT3b 
Os riscos e as combinações químicas provêm dos elementos da tabela 
periódica. São 118 elementos, que, combinados, geram os mais de 125 milhões de 
agentes químicos que temos atualmente, segundo o Chemical Abstracts Service 
(CAS, 2022), instituto que realiza o registro de todos os agentes químicos conhecidos, 
no qual cada um recebe um número de registro. Apesar dessa quantidade de agentes 
existentes, apenas uma parcela possui seus efeitos catalogados no organismo. 
A Norma Regulamentadora NR 15, do Ministério do Trabalho, apresenta uma 
listagem de pouco mais de 150 substâncias que foram estudadas e que têm efeitos 
descritos na saúde, quando o trabalhador fica exposto sem a devida proteção. 
2.1 Risco químico 
O risco químico é a probabilidade de determinado indivíduo sofrer agravo de 
acordo com aquilo que está exposto ao manipular produtos químicos que podem 
causar danos físicos ou prejudicar a saúde. 
Consideram-se agentes de risco químico as substâncias, os compostos ou os 
produtos que podem penetrar no organismo do trabalhador, principalmente pela via 
respiratória, nas formas de poeira, fumo, gás, neblina, névoa ou vapor, ou pela 
natureza da atividade, de exposição, que possam ter contato ou serem absorvidos 
 
5 
 
pelo organismo através da pele, por ingestão ou inalação (BALLESTRERI, 2018). 
Observe as Figura 1, 2 e 3: 
 
Figura 1 – Via de respiratória 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Alila Medical Media (ANO). 
 
Figura 2 – Via digestiva 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Shutterstock.com. 
 
6 
 
Figura 3 – Via cutânea 
 
 
 
 
 
 Fonte: Shutterstock.com. 
A via respiratória é a principal via de ingresso dos agentes químicos, pois a 
maioria desses agentes está dispersa na atmosfera. Já a pele é relativamente 
impermeável, agindo como uma barreira de proteção, no entanto, algumas 
substâncias possuem a capacidade de penetrar através da epiderme, que é a primeira 
camada da pele. 
A via digestiva é a via de entrada dos agentes menos comum, contudo, pode 
assumir importância quando é permitido, aos trabalhadores, comer ou beber nos 
postos de trabalho, por exemplo, ou em caso de ingestão de agentes de forma 
acidental ou proposital. 
O nível de toxicidade de uma substância vai depender da sua concentração no 
ambiente, do tempo de exposição, das características do agente e da susceptibilidade 
individual de cada trabalhador (BALLESTRERI, 2018). 
A intoxicação pode ser dividida em aguda e crônica: 
 Aguda: exposição curta em altas concentrações produzidas por substâncias 
rapidamente absorvidas pelo organismo. 
 Crônica: exposição repetida em pequenas concentrações e com efeito 
acumulativo no organismo. 
 
7 
 
Para avaliar o potencial tóxico das substâncias químicas, alguns fatores devem 
ser levados em consideração: 
 Concentração: quanto maior a concentração, maiores serão os efeitos 
nocivos sobre o organismo humano. 
 Frequência respiratória e capacidade pulmonar: representa a quantidade de 
ar inalado pelo trabalhador durante a jornada de trabalho. 
 Sensibilidade individual: o nível de resistência varia de acordo com o 
indivíduo. 
 Toxicidade: é o potencial tóxico da substância no organismo, dessa forma, 
deve-se redobrar a atenção com substâncias que têm potencial tóxico mais 
elevado. 
 Tempo de exposição: é o tempo que o organismo fica exposto ao 
contaminante (BALLESTRERI, 2018). 
Os agentes químicos são classificados, segundo as suas características físico-
químicas, em aerodispersoides – partículas microscópicas que permanecem 
temporariamente em suspensão no ar, até sua deposição no solo ou em algum objeto. 
Segundo Peixoto, os aerodispersoides são definidos como partículas sólidas 
ou líquidas em suspenção no ar. Apresentam tamanho aproximado de 150 μm e são 
comumente chamados de aerossóis (PEIXOTO, 2012). 
Os aerodispersoides podem ser classificados em sólidos e líquidos. Os sólidos 
são as poeiras e fumos, e os líquidos as névoas e neblinas. Não obstantes, também 
são classificados como gases e vapores, como descritos nos seguintes esquemas: 
 
 
 
 
8 
 
Figura 4 – Aerodispersoides sólidos 
 
 Fonte: Ballestreri, 2018. 
Figura 5 – Aerodispersoides sólidos 
 
 Fonte: Ballestreri, 2018. 
 
9 
 
Figura 6 – Aerodispersoides sólidos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Fonte: Ballestreri, 2018. 
Os efeitos da exposição a esses agentes no organismo incluem: 
 Rinites; 
 Sinusites; 
 Bronquites; 
 Asmas; 
 Neoplasias; 
 Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC): grupo de doenças 
pulmonares no qual duas doenças se destacam por serem responsáveis por 
quase todos os casos; 
 Bronquite crônica e enfisema pulmonar: caracterizam-se por uma limitação 
da passagem de ar pelas vias respiratórias dentro dos pulmões, 
principalmente durante a expiração. 
 Pneumoconioses: grupo genérico de patologias que afetam o sistema 
respiratório, estando etiologicamente relacionadas à inalação de poeiras em 
 
10 
 
ambientes de trabalho. Levam a um quadro de fibrose, ou seja, ao 
endurecimento intersticial do tecido pulmonar. As mais importantes sãoaquelas causadas pela poeira de sílica, configurando a doença conhecida 
como silicose, e as causadas pelo asbesto, configurando a asbestose 
(BALLESTRERI, 2018). 
De acordo com o Conselho Regional de Química IV Região (2006), são 
produzidos milhares de produtos químicos no mundo. Alguns são padronizados e 
usados na fabricação de uma vasta gama de produtos, como é caso da amônia, 
empregada tanto para a produção de produtos de limpeza quanto para a produção de 
cosméticos. Outros são mais elaborados e visam atender determinado setor de 
produção. Como exemplo, temos as resinas termoplásticas, usadas exclusivamente 
pela indústria de tintas. Todos os setores industriais utilizam de forma direta ou indireta 
produtos químicos nocivos. Mineração, siderurgia, farmacêutica, têxtil, alimentícia, 
enfim, todas as indústrias fazem uso de produtos nocivos. Por exemplo, para a 
industrial têxtil, são utilizados diferentes tipos de tinturas que, em sua maioria, são 
altamente nocivas ao meio ambiente e a saúde humana (BALLESTRERI, 2018). 
Produtos perigosos são identificados por diferentes símbolos, que listam, de 
forma universal, as características e os perigos associados aos produtos químicos 
perigosos. A figura 7 apresenta os principais símbolos adotados para identificar 
produtos químicos nocivos: 
 
Figura 7 – Simbolos de produtos químicos nocivos 
 
 
 
 
Fonte: Shutterstock.com 
A seguir, confira uma breve descrição e exemplos de produtos químicos 
nocivos: 
 
11 
 
 
 Materiais comburentes ou inflamáveis: material com facilidade de entrar em 
combustão, ou seja, de queimar, de produzir chamas, e que, geralmente, 
ao término da combustão, deixa pouco ou nenhum resíduo sólido. 
Exemplos: petróleo, gasolina, álcool, acetona, solventes, colas de contato, 
entre outros. 
 Explosivos: são substâncias (ou um conjunto de substâncias) inflamáveis 
que, uma vez incendiadas, são capazes de liberar grande quantidade de 
gases e calor em alta velocidade. Exemplos: pólvora, dinamite, recipientes 
de aerossóis, ou seja, os sprays de qualquer gênero (desodorizantes, lacas, 
entre outros). 
 Nocivos/irritantes: substâncias que podem causar danos agudos ou 
crônicos para a saúde se forem ingeridas, inaladas ou absorvidas pela pele 
em seres humanos. Exemplos: clorato de potássio, acetaldeído (etanal), 
diclorometano, produtos de limpeza, produtos para proteção e tratamento 
da madeira, entre outros. 
 Tóxico: material descartado, geralmente, em forma química, que pode 
causar a morte ou danos aos seres vivos. São resíduos vindos da indústria 
ou do comércio, porém podem conter resíduos residenciais, da agricultura, 
militares, hospitalares, de fontes radioativas, entre outros. Exemplos: álcool 
desnaturado, tira-nódoas, desinfetantes (como a creolina), lixívia, 
amoníaco, entre outros. 
 Corrosivo: por ação química (reação de corrosão), é capaz de destruir ou 
danificar, de forma irreversível, substâncias ou superfícies com as quais 
esteja em contato. Exemplos: ácidos, alguns produtos de limpeza, 
desentupidores de canalizações, soda cáustica, entre outros. 
 Perigosos para o meio ambiente: quando, em contato com a água ou com 
o solo, podem ocasionar contaminação ambiental. Exemplos: pesticidas 
(BALLESTRERI, 2018). 
 
12 
 
2.2 Limites de tolerância da ACGIH 
É extremamente adequado o uso dos limites de tolerância aos agentes 
químicos adotados pela ACGIH e pela NR 15, pois, de acordo com Peixoto (2012), a 
capacidade de absorção de químicos pelo ser humano está relacionada ao seu tempo 
de permanência em suspensão no ar. 
Dessa forma, quanto menor o diâmetro da partícula e sua densidade maior é a 
possibilidade desse agente penetrar o organismo, e ao conhecer a quantidade 
máxima que se pode estar em contato com essas substâncias, é possível reduzir o 
tempo de exposição do trabalhador. 
Atividades ou operações insalubres são consideras aquelas que se 
desenvolvem em ambientes em que a concentração dos agentes está acima dos 
limites de tolerância previstos nos anexos da NR-15: “Entende-se por ‘Limite de 
Tolerância’, para os fins desta Norma, a concentração ou intensidade máxima ou 
mínima, relacionada com a natureza e o tempo de exposição ao agente, que não 
causará danos à saúde do trabalhador durante a sua vida laboral” (BRASIL, 2019, 
documento online). 
A NR-15 apresenta 14 anexos com diretrizes sobre a exposição a agentes 
nocivos à saúde do trabalhador. Como exemplo, o Anexo 12 apresenta equações para 
o cálculo dos limites de tolerância para poeiras minerais. Nesse caso, para obter o 
limite de tolerância (LT, em mg/m3 ) para poeira respirável contendo sílica cristalizada 
(SiO2 , dióxido de silício) com jornada semanal do trabalhador de 48 horas, a equação 
a ser aplicada é a seguinte: 
 
 
Já para obter o limite de tolerância para poeira total com jornada semanal de 
48 horas, a equação é representada por: 
 
Numa avaliação da exposição a poeiras respiráveis, cuja concentração é de 5 
mg/m3 , o teor de sílica livre cristalizada nessa poeira é de 2%. Nesse caso, o limite 
de tolerância seria de: 
 
13 
 
 
Assim, por esse resultado deve ser entendido que 2 mg/m3 de poeira respirável 
contêm 2% de sílica livre por m3 de ar. 
O exemplo anterior é uma pequena parcela do que a NR-15 pode oferecer em 
uma avaliação ambiental. A compreensão dos limites de tolerância e dos cálculos 
envolvidos é fundamental para a elaboração do Laudo Técnico das Condições do 
Ambiente do Trabalho (LTCAT). 
A finalidade desse laudo técnico é determinar o pagamento ou não de 
insalubridade. Em caso positivo, de acordo com a NR-15 (BRASIL, 2019, documento 
online): 
[...] assegura ao trabalhador a percepção de adicional, incidente sobre o 
salário mínimo da região, equivalente a: 40% para insalubridade de grau 
máximo; 20% para insalubridade de grau médio; 10% para insalubridade de 
grau mínimo. No caso de incidência de mais de um fator de insalubridade, 
será apenas considerado o de grau mais elevado, para efeito de acréscimo 
salarial, sendo vedada a percepção cumulativa. A eliminação ou 
neutralização da insalubridade determinará a cessação do pagamento do 
adicional respectivo. 
O recebimento de insalubridade não garante a segurança ao trabalhador, que 
pode continua exposto a agentes nocivos à saúde. Pois é notório que nem sempre é 
possível substituir determinado produto químico nocivo por outro menos poluente e, 
dessa forma, além do uso de EPIs adequados, cabe ao profissional de SST propor 
medidas de controle, com a finalidade de reduzir a exposição aos agentes nocivos. 
Os trabalhadores expostos aos agentes ambientais devem ser monitorados por 
avaliação clínica, abrangendo anamnese ocupacional e exame físico mental e exames 
complementares, realizados de acordo com os termos específicos da NR-7 — 
Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) (BALLESTRERI, 
2018). 
2.3 Estratégia de amostragem dos principais agentes 
Conforme Carvalho (2018), as estratégias de amostragem correspondem ao 
processo de se obter uma amostra do ar em um período de tempo específico para fins 
de determinação da concentração do agente químico. 
 
14 
 
As avaliações ambientais dos agentes químicos inseridas nos programas 
previstos pela legislação brasileira de Segurança e Saúde no Trabalho (SST) – 
principalmente o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) – e nos 
laudos técnicos periciais têm sido questionados com frequência por profissionais que 
atuam nas áreas de SST, auditores fiscais do trabalho, profissionais da vigilância da 
saúde e trabalhadores quanto à confiabilidade de seus resultados e das conclusões 
deles advindas. 
Uma das questões mais frequentemente levantadas é qual a quantidade de 
medições de concentração necessária para se chegar a um diagnóstico confiável, seja 
referente às exposições de trabalhadores ou à contaminação de locais de trabalho.É 
possível indagar: como é possível concluir sobre a exposição de um trabalhador ou a 
contaminação de um local de trabalho por um agente químico realizando-se apenas 
uma ou duas medições no ano? 
De fato, o Ministério do Trabalho (MT), através das ações de fiscalização e dos 
trabalhos desenvolvidos pela Fundacentro, tem constatado a existência de sérios 
problemas nos programas de monitoramento dos agentes químicos nos PPRA e 
também nos laudos técnicos ambientais emitidos por grande parte das empresas. 
Muitas delas nem realizam avaliações – a maioria faz apenas uma medição de 
concentração ao ano – e as poucas que se dispõem a avaliar um número mínimo de 
jornadas de trabalho apresentam incongruências na escolha dos dias e dos 
trabalhadores a serem monitorados, na interpretação de resultados e na periodicidade 
dos novos monitoramentos. As auditorias do MT têm constatado que o monitoramento 
das exposições agudas tem sido negligenciado pela maioria das empresas auditadas 
(CARVALHO, 2018) 
O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) tem o objetivo de 
preservar a saúde e segurança do trabalhador. Sua implementação e elaboração é de 
responsabilidade dos empregadores. O fundamento básico do programa é antecipar, 
reconhecer, avaliar e controlar os riscos ambientais existentes ou que podem vir a 
surgir no ambiente de trabalho. Normalmente, empresas especializadas em 
segurança e medicina ocupacional têm a permissão de realizar o programa junto com 
a empresa contratante. 
No caso de empresas que contem com o Serviço Especializado em Engenharia 
de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT,) a própria equipe poderá realizar 
 
15 
 
o programa. Para desenvolver o PPRA, a NR-9 estabelece as seguintes etapas a 
serem observadas (BRASIL, 2021, documento online): 
 
 Antecipação e reconhecimentos dos riscos; 
 Estabelecimento de prioridades e metas de avaliação e controle; 
 Avaliação dos riscos; 
 Implantação de medidas de controle e avaliação de sua eficácia e da 
exposição dos trabalhadores; 
 Monitoramento da exposição aos riscos; 
 Registro e divulgação dos dados. 
A fase de antecipação e reconhecimento é primordial para a execução do 
programa. Com base na NR-9, o reconhecimento deve conter a identificação do risco 
presente no ambiente de trabalho, a localização e determinação da fonte geradora, as 
possíveis trajetórias e meios de propagação dos agentes ambientais, a identificação 
da quantidade de trabalhadores expostos e suas respectivas funções, os tipos de 
atividades e o tipo de exposição, a obtenção de dados sobre comprometimento da 
saúde do trabalhador, possíveis danos à saúde relacionados com os riscos 
identificados disponíveis na literatura técnica, como a ACGIH, e, por fim, as medidas 
de controle já existentes (CARVALHO, 2018). 
Para a etapa de avaliação quantitativa, a NR-9 estabelece as seguintes 
diretrizes: 
 Comprovar o controle da exposição ou a inexistência dos riscos 
identificados na etapa de reconhecimento; 
 Dimensionar a exposição dos trabalhadores; 
 Subsidiar o equacionamento das medidas de controle. 
A etapa de avaliação quantitativa do programa visa comprovar a existência ou 
a inexistência dos riscos já identificados, sendo realizada pelo profissional de SST. Na 
 
16 
 
avaliação quantitativa, utiliza-se medições com os equipamentos de acordo com o 
agente a ser avaliado. 
Há inúmeros equipamentos de medições disponíveis, como o dosímetro, que 
tem a função de medir a exposição do trabalhador durante a jornada de trabalho a 
ruído, radiação, vibração e produtos químicos específicos. Outros exemplos de 
equipamento desse tipo incluem luxímetro, monitor de Índice de Bulbo Úmido e 
Termômetro de Globo (IBUTG), decibelímetro, anemômetro, medidores de vibração, 
etc. Conforme descrito na NR-9 (BRASIL, 2021, documento online): 
[...] deverão ser adotadas as medidas necessárias suficientes para a 
eliminação, a minimização ou o controle dos riscos ambientais sempre que 
forem verificadas uma ou mais das seguintes situações: a) identificação, na 
fase de antecipação, de risco potencial à saúde; b) constatação, na fase de 
reconhecimento, de risco evidente à saúde; c) quando os resultados das 
avaliações quantitativas da exposição dos trabalhadores excederem os 
valores dos limites previstos na NR-15 ou, na ausência destes, os valores-
limite de exposição ocupacional adotados pela ACGIH [...], ou aqueles que 
venham a ser estabelecidos em negociação coletiva de trabalho, desde que 
mais rigorosos do que os critérios técnico-legais estabelecidos; d) quando, 
através do controle médico da saúde, ficar caracterizado o nexo causal entre 
danos observados na saúde dos trabalhadores e a situação de trabalho a que 
eles ficam expostos. 
É de obrigação do empregador implantar, estabelecer e assegurar o 
cumprimento do PPRA, ao passo que cabe aos trabalhadores cooperar com a 
implantação e execução do programa e seguir as orientações previstas através de 
treinamentos. Num contexto industrial, deve-se avaliar o grau de exposição dos 
trabalhadores aos agentes químicos presentes no ambiente de trabalho durante a 
realização do programa, sendo necessário medir a concentração dos agentes 
químicos na zona respiratória e realizar a comparação com os limites de exposição 
disponíveis na NR-15 — Atividades e Operações Insalubres, nos valores de 
referência, ou como já visto, na ACGIH (BRASIL, 2019, documento online). 
Segundo Torloni e Vieira (2003, p. 144): 
[...] é muito trabalhoso, mas de fundamental importância, conhecer os 
produtos químicos utilizados na empresa. As informações desejadas podem 
ser obtidas na Ficha de Informação e Segurança de Produto Químico 
(FISPQ), pelo fabricante, fornecedor ou importador, e de modo mais 
completo, através do Material Safety Data Sheet (MSDS), que contém o 
resumo das informações a respeito dos efeitos sobre a saúde, segurança e 
toxicologia. Deve-se levar em conta que alguns produtos industriais podem 
ser relativamente inertes nas condições ambientais, mas quando aquecidos 
durante o processamento, podem se decompor e liberar substâncias 
altamente tóxicas. Daí a importância de se conhecer também os produtos 
gerados nessas circunstâncias. Considerar, por exemplo, que a presença de 
 
17 
 
gases biologicamente inertes, mas em alta concentração no ar, como o 
nitrogênio, podem produzir situações fatais devido à deficiência de oxigênio. 
Em relação a avalição e interpretação dos resultados da amostragem, Carvalho 
(2018, p. 99) pondera: 
Um modo mais prático de tratar os resultados obtidos, que dispensa o uso de 
calculadoras, é inserir os resultados obtidos em um dos programas ou 
planilhas disponibilizadas gratuitamente na internet [...] 
Dentre eles, o mais conhecido no Brasil é o IHStat, da AIHA, uma planilha 
Excel disponibilizada em língua portuguesa. Nela, todos os dados da 
estatística descritiva e mais o LSCLE, 95%, o P95% e o LSTP95%,95%, não 
podem ser obtidos automaticamente. A planilha permite a inserção de até 200 
resultados de uma só vez. 
Vários outros parâmetros, além dos sugeridos neste guia, são calculados na 
referida planilha e podem auxiliar o profissional na análise estatística dos 
resultados obtidos. Cada célula de cada parâmetro calculado apresenta um 
comentário contendo uma explicação resumida sobre ela. Para acessar o 
comentário, basta clicar na célula que contém uma marca vermelha em seu 
canto superior direito. Maiores informações sobre esses parâmetros podem 
ser obtidas em Hawkins et al. (1991) e Bullock e Ignacio (2006). 
O programa Hyginist está disponível apenas em inglês, enquanto que o Altrex 
Chimie está em francês. O Hyginist possibilita ao usuário realizar as análises 
estatísticas utilizando, tanto os critérios adotados pelo IHStat, como outros, 
inclusive do NIOSH. 
Por fim, para avaliação e observação detalhada das metodologias e sequências 
de amostragem dos agentes químicos,é recomendável a consulta períodica ao Guia 
técnico sobre estratégia de amostragem elaborado pela FUNDACENTRO 
(CARVALHO, 2018, p. 5), elucida que ele é: 
Guia para definição de estratégia de amostragem para a determinação de 
concentração de agentes químicos no ar dos ambientes de trabalho. Orienta 
a análise estatística dos dados obti dos e a comparação destes dados com 
os valores de referência estabelecidos pela legislação brasileira. 
Pois este só deve ser utilizado por profissionais que possuam qualificação 
apropriada para utilizar metodologias de química analítica e manipular tanto 
equipamentos de amostragem e medição de substâncias químicas no ar, quanto 
protocolos ou programas computacionais de estatística aplicados à avaliação dos 
agentes químicos no ar em ambientes de trabalho (Carvalho, 2018). 
 
18 
 
3 AGENTES BIOLÓGICOS 
 
Fonte: shre.ink/mT3p 
Entre os agentes biológicos estão os microrganismos de modo geral, as 
culturas de células, os parasitas, as toxinas e os príons que têm potencial de causar 
danos à saúde humana e animal, como infecções, intoxicações, alergias, doenças 
autoimunes, neoplasias e malformações (XAVIER; DORA; BARROS, 2011). Por meio 
do conhecimento e do gerenciamento dos riscos biológicos existentes em ambientes 
laboratoriais, é possível tomar medidas para reduzir os riscos de acidentes e aumentar 
a segurança ambiental e individual durante o exercício das atividades profissionais. 
Os acidentes envolvendo materiais biológicos podem ocorrer por via direta, 
como no caso da veiculação de agentes por meio de aerossóis e das gotículas, ou por 
via indireta, como é o caso das mãos, das luvas e dos instrumentos perfurocortantes 
contaminados com potenciais agentes biológicos (AYRES, s.d., documento online). 
A penetração dos agentes biológicos no organismo pode ocorrer por via aérea, 
intestinal, pela pele contendo lesão, pelas mucosas ou por via parenteral (é aquela 
realizada fora do trato gastrointestinal e é representada pelas vias endovenosa, 
intramuscular, subcutânea e intradérmica) (AYRES, s.d., documento online) . 
Observe no Quadro 1 as principais doenças transmitidas pela exposição a 
materiais biológicos: 
 
 
 
19 
 
Quadro 1 – Doenças transmitidas pela exposião a materiais biológicos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.1 Classe de Risco 
De acordo com o risco e a probabilidade de contágio, bem como com a 
gravidade do dano à saúde, os agentes biológicos são classificados em quatro classes 
de riscos, de acordo com a patogenicidade para o homem e para os animais, a 
virulência, o modo de transmissão, a endemicidade (localização geográfica e sua 
capacidade de disseminação) e a possibilidade de prevenção do contágio e/ou 
tratamentos disponíveis. A classe de risco biológico é sempre determinada de acordo 
com o agente de maior risco manipulado no local; por exemplo, para um local que 
manipula agentes biológicos de classe 2 e 3, o nível de biossegurança local será o 3. 
(XAVIER; DORA; BARROS, 2011). 
A seguir, é possível observar as principais características dos agentes, de 
acordo com cada nível de risco biológico, de acordo com Texeira e Valle (2010) 
 Classe de risco 1: ou nível de biossegurança 1 (NB1), estão os agentes que 
nunca foram descritos como causadores de doenças para seres humanos 
e animais e que não constituem um risco para o meio ambiente. Seu risco 
de contágio individual ou coletivo é baixo. 
 Classe de risco 2: a Classe de risco 2 (NB2) inclui agentes capazes de 
causar doenças no homem e em animais, mas com baixa probabilidade de 
 
20 
 
contaminação para os profissionais de laboratório e baixa capacidade de 
transmissão no meio ambiente. Além disso, para os agentes desta classe 
existem métodos profiláticos de contágio e tratamentos eficazes 
disponíveis. Seu risco individual é moderado e o risco coletivo é baixo. 
 Classe de risco 3: a Classe de risco 3 (NB3) estão incluídos os agentes cuja 
forma de contágio é pela via aérea e que causam doenças em homens e 
animais, porém com profilaxia e tratamento disponíveis. Apresentam risco 
de contágio de pessoa a pessoa, representando um alto risco individual e 
um moderado risco coletivo. 
 Classe de risco 4: a Classe de risco 4 (NB4) compreende os micro-
organismos com alta capacidade de contágio e alta letalidade, 
apresentando alto risco individual e coletivo e não apresentando profilaxia 
ou tratamento disponíveis. 
Para melhor entendimento observe o Quadro 2: 
Quadro 2 – Classes de risco 
 
 
 
21 
 
Para que haja um ambiente seguro e para a implementação do uso de 
equipamentos de proteção individual e coletiva nos estabelecimentos de saúde, foram 
criadas no Brasil uma série de normativas regulamentando o transporte e o descarte 
dos materiais biológicos, bem como os procedimentos de biossegurança de modo 
geral. 
De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) (BRASIL, 
2018), a regulamentação que envolve a biossegurança inclui: 
 Portaria 485, de 11 de novembro de 2005, do Ministério do Trabalho 
(MT): aprova a Norma Regulamentadora (NR) 32. 
 NR 32: trata da saúde do trabalhador em serviços de saúde. 
 Portaria de Consolidação nº 05, de 28 de setembro de 2017, do 
Ministério da Saúde (MS) (Portaria 2.914, de 12 de dezembro de 2011): 
regulamenta os requisitos para a água para consumo humano; 
 Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 52, de 22 de outubro 
de 2009: trata do controle de vetores e pragas; 
 RDC nº 50, de 21 de fevereiro de 2002: estabelece os projetos físicos de 
estabelecimentos de saúde; 
 RDC nº 222, de 28 de março de 2018: trata das boas práticas em 
gerenciamento de resíduos; 
 NR 7: estabelece o Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional; 
 NR 9: estabelece o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais; 
 NR 17: trata da ergonomia; 
 NR 26: estabelece a sinalização de segurança. 
No que se refere especificamente ao transporte e descarte de materiais 
biológicos, a regulamentação é feita pelas Normas reguladoras: NR 32, RDC 222, NR 
9 e NR 26. Em todo caso, protocolos devem ser seguidos para a diminuição de 
acidentes e de contaminações associados ao trabalho. 
Os equipamentos de proteção individual (EPIs) e os equipamentos de proteção 
coletiva (EPCs) visam a minimizar ou, até mesmo, a eliminar a exposição a agentes 
perigosos, quando manipulados. A escolha de EPIs e EPCs é baseada na avaliação 
do risco, que determina os níveis de biossegurança a serem seguidos para os 
 
22 
 
equipamentos, instalações e práticas. Dois fatores são fundamentais e deverão ser 
concomitantes para a proteção individual e do meio ambiente: 
 A correta designação dos equipamentos de acordo com a sua função; 
 As boas práticas laborais vinculadas à utilização desses equipamentos. 
3.2 Limites de tolerância 
Assim como para os agentes químicos e físicos, existem limites de exposição 
para agentes químicos, biológicos e físicos do ambiente de trabalho. Tais limites visam 
à promoção da saúde e à segurança do trabalhador. 
Em ambientes ocupacionais, a exposição é frequentemente usada como um 
substituto para a dose, que é definida como a quantidade de agente tóxico que atinge 
o tecido alvo durante um período de tempo definido. A resposta a um agente tóxico 
depende de fatores do hospedeiro e consequentemente da dose. 
O caminho da exposição à doença subclínica ou efeito adverso à saúde sugere 
que existem fatores modificadores importantes, listados a seguir (KLAASSEN; 
WATKINS III, 2012): 
 
 Exposições contemporâneas; 
 Suscetibilidade genética; 
 Idade; 
 Sexo; 
 Estado nutricional; 
 Fatores comportamentais. 
Esses fatores modificadores podem influenciar se um trabalhador permanece 
saudável, desenvolve doença subclínica que é reparada, ou progride para doença. A 
dose é uma função da concentração da exposição, duração da exposição e frequência 
da exposição.As características individuais e ambientais também podem afetar a 
dose. 
 
23 
 
Os limites de exposição ocupacional (LEOs) são expressos como níveis 
aceitáveis de concentração ambiental (OELs, occupational exposure limits) ou como 
concentração de um toxicante, de seus metabólitos ou de um marcador específico de 
seus efeitos (BEIs, biological exposure indices) (KLAASSEN; WATKINS III, 2012). 
Os OELs são estabelecidos como padrões por agências regulatórias ou como 
guias por grupos de pesquisa ou organizações privadas. Para determinar se os riscos 
advindos da exposição ocupacional são aceitáveis, é necessário caracterizar o perigo, 
identificar as potenciais doenças ou efeitos nocivos e estabelecer a relação entre 
intensidade da exposição ou dose e os efeitos adversos à saúde (KLAASSEN; 
WATKINS III, 2012). 
A Occupational Safety Health Administration (OSHA) publica OELs com valor 
legal nos Estados Unidos, denominados PEL (permissible exposure limit). Também 
utiliza a média ponderada de 8 horas de exposição (TWA-PEL, time weighted average, 
permissible exposure limit) com a mesma denominação da ACGIH (American 
Conference of Governmental Industrial Hygienists) e a define assim: “[...] o TWA-PEL 
é o nível de exposição estabelecido como o nível mais alto de exposição que um 
trabalhador pode estar exposto por 8 horas, sem incorrer o risco de efeitos adversos 
para a saúde” (OSHA, 1995). 
No Quadro 4, é possível observar, dentro de um mesmo país (Estados Unidos), 
os níveis da OSHA, com valor legal, são, em geral, maiores do que os da ACGIH — 
que são, na verdade, uma recomendação de uma organização não governamental 
(ONG). Sendo assim, as empresas são obrigadas a seguir os OELs definidos pela 
OSHA, mas podem adotar voluntariamente, ou por meio de negociações com os 
sindicatos de trabalhadores, os OELs da ACGIH, ou ainda de outras fontes 
(KLAASSEN; WATKINS III, 2012). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
24 
 
Quadro 4 – Níveis da OSHA nos Estados Unidos 
 
Fonte: Buschinelli (2014). 
No Brasil, são denominados limites de tolerância (LTs), sendo definidos como 
“a concentração ou intensidade máxima ou mínima, relacionada com a natureza e o 
tempo de exposição ao agente, que não causará danos à saúde do trabalhador, 
durante a sua vida laboral” (BRASIL, 1978, p. 1), e estão estabelecidos nos Anexos 
11 e 12 da Norma Regulamentadora (NR) 15 do Ministério do Trabalho e Emprego. 
Geralmente, os LEOs podem ser estabelecidos para uma exposição para a 
jornada inteira ou para exposições curtas. Em relação ao tempo de exposição, existem 
três tipos de LTs também denominados TLVs (threshold limit values): 
 Tempo de valor limiar–média ponderada de tempo (TLV–TWA) ou média 
ponderada no tempo: é a concentração média do agente químico que deve 
ser respeitada nas jornadas de trabalho (8 horas diárias e 40 horas 
semanais), e geralmente se modifica em função de inúmeras variáveis dos 
ciclos produtivos e ambientais. 
 Valor limiar–limite de exposição a curto prazo (TLV–STEL) ou limites de 
exposição para curto prazo: o limite de exposição média ponderada de 15 
 
25 
 
minutos; não deve ser ultrapassado em momento algum da jornada e é 
suplementar ao TLV–TWA. 
 Valor limiar–teto (TLV–C): é a concentração máxima que não deve ser 
excedida em qualquer momento da exposição no trabalho. A maioria dos 
LEOs é atualizada periodicamente, por isso deve-se procurar sempre as 
referências mais recentes em sua consulta (BUSCHINELLI, 2020). 
Por causa da existência dos limites de tolerância é preciso sempre verificar se 
as normas estão sendo cumpridas, assim é realizado o monitoramento. Neste caso, 
temos o monitoramento biológico, que é a medição de uma substância, seus 
metabólitos ou seus efeitos nos tecidos, fluidos ou ar exalado do corpo de pessoas 
expostas e este pode ser realizado por meio dos seguintes meios: 
 Marcadores biológicos de medições de exposição de toxina ou de seu 
metabólito específico em uma amostra biológica (como nível de chumbo no 
sangue; ou ácido trans, trans-mucônico (ATTM), como o metabólito de 
benzeno na urina; e etanol no ar exalado). 
 Marcador biológico de medição do efeito da resposta biológica que leva à 
lesão ou doença causada pela exposição (como a atividade da 
acetilcolinesterase (no caso de exposição a pesticidas organofosforados), 
nível de protoporfirina eritrocitária (no caso de exposição ao chumbo) e nível 
de β-2-microglobulina na urina (no caso da exposição ao cádmio). 
 Biomarcadores de suscetibilidade, indicadores que sinalizam sensibilidade 
incomumente alta a certa exposição, como atividade de enzimas envolvidas 
na biotransformação xenobiótica (como GST, glutationa estransferase, ou 
NAT, N-acetiltransferase) e atividade de mecanismos de reparo de DNA 
celular (BUSCHINELLI, 2020). 
Embora o monitoramento biológico em si não seja uma medida preventiva, a 
consideração do monitoramento biológico é interessante por ser um tema que 
exemplifica claramente a natureza interdisciplinar da proteção dos trabalhadores 
contra os efeitos deletérios da exposição a produtos químicos (WINDER; STACEY, 
2005). Já, o monitoramento ambiental consiste na avaliação da atmosfera do 
 
26 
 
ambiente de trabalho, dos agentes presentes nesse ambiente, a fim de analisar os 
riscos à saúde. 
O monitoramento ambiental pode ser realizado utilizando uma das três 
estratégias: 
 
 Monitoramento contínuo: fornece medição em tempo real da 
concentração de contaminantes no ambiente de trabalho. 
 Amostragem integrada: com base na coleta (e concentração) de 
amostras ao longo de um período de tempo para obter a 
exposição média no período de amostragem — operação, turno 
inteiro. 
 Amostragem instantânea (pontual): com base na coleta de 
amostras em um ponto no tempo para avaliar exposições de pico. 
Na avaliação da exposição à saúde ocupacional, os dois tipos de 
monitoramento (ambiental e biológico) têm seu lugar. O monitoramento ambiental é 
relativamente preciso, barato, e é uma fonte de dados amplamente disponível para 
avaliação da exposição. O monitoramento biológico é um método insuperável de 
avaliação da exposição quando a exposição cutânea é significativa, bem como nos 
casos em que a variabilidade interindividual pode ter um papel importante (KLAASEN; 
WATKINS III, 2012) . 
Além da abordagem do fator de incerteza, modelos matemáticos têm sido 
usados como um meio para se chegar a um padrão de exposição. No entanto, o uso 
de tais modelos é controverso, pois todos dependem de suposições particulares e 
podem fornecer valores finais que variam em ordens de magnitude, o que torna seu 
uso limitado. 
É importante reconhecer que os dados toxicológicos de animais experimentais 
não são a única fonte de informação usada no estabelecimento de padrões de 
exposição. Todos os dados humanos disponíveis devem ser incluídos e são de grande 
importância. Embora a utilização dessas informações tenha limitações devido à 
coexposição a diferentes agentes tóxicos no local de trabalho ou a relatórios de rigor 
científico insatisfatório, estudos epidemiológicos positivos bem conduzidos em 
humanos sempre superarão os estudos análogos em animais experimentais 
((KLAASEN; WATKINS III, 2012). 
 
27 
 
3.3 Métodos de controle 
Os métodos de controle de exposição voltados para agentes biológicos 
consistem em componentes fundamentais para a segurança laboral, sendo que 
também podem ser conhecidos pelo termo Biossegurança. 
Esses métodos, segundo Estridge e Reynolds (2011), incluem fatores como os 
descritos a seguir: 
 Precauções-padrão: são condutas adotadas pelos profissionais da saúde 
na realização de qualquer procedimento e têm por finalidade reduzir riscos 
de transmissão de agentes patogênicos. Exemplos dessas condutas são o 
uso de equipamentos de proteção individual (EPI), imunização e manejo 
adequado de resíduos dos serviços de saúde. 
Equipamentos de proteção individual (EPIs): são dispositivos e 
equipamentos especializados que devem ser utilizados pelo profissional 
para proteção contra a exposição direta a materiais potencialmente 
infectantes. Os EPIs incluem luvas, máscaras, jalecos, óculos de proteção. 
 Controles de prática de trabalho: referem-se a como a tarefa no ambiente 
de trabalho é executada. São hábitos corretos e seguros. O uso desses 
controles de práticas no ambiente de trabalho minimiza a probabilidade de 
um profissional se expor aos riscos. Exemplos dessas práticas são lavar as 
mãos antes de colocar luvas e após removê-las, e também em outros 
momentos que achar necessário; usar corretamente EPIs ao ter contato 
com fluídos biológicos; remover e descartar os EPIs ao término das 
atividades e ao deixar a área de trabalho; utilizar desinfetante para limpeza 
da área de trabalho, como água sanitária a 10%, antes e após o uso da área 
de trabalho e em momentos que houver derramamento. 
 Controles de engenharia: são dispositivos e tecnologias direcionados a 
isolar o profissional dos riscos. Recipientes resistentes a materiais 
pontiagudos e agulhas de segurança são exemplos desses dispositivos 
(Figura 8). 
 
 
 
 
28 
 
Figura 8 – Equipamentos de controle de engenharia. 
 
Fonte: Slavish (2012, p. 225). 
Os trabalhadores devem ser orientados e treinados sobre a utilização segura e 
o descarte adequado de agulhas e outros materiais perfurocortantes. Esses materiais 
devem ser descartados em recipientes próprios para perfurocortantes, que sejam à 
prova de vazamentos e apresentem resistência a furos. 
Os recipientes deverão ser mantidos em local seguro, no intuito de reduzir o 
risco de acidente, quando o recipiente estiver com seu volume preenchido, este 
deverá ser fechado com cuidado e colocado em um ponto de coleta indicado. Cabe 
salientar que os recipientes não devem ser sobrecarregados. Veja na Figura 9 as 
orientações para o adequado manuseio e descarte de perfurocortantes. 
 
29 
 
 
Figura 9 – Orientações para manuseio e descarte de perfurocortantes 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 
 
3.4 Conduta em caso de acidente 
A literatura referente a acidentes ocupacionais envolvendo materiais biológicos 
indica que os profissionais mais expostos são aqueles que prestam assistência direta 
aos pacientes, ou seja, os da área da saúde. Entretanto, cabe salientar que muitos 
outros profissionais que não são desta categoria, mas que estão em contato direto 
com fluidos corporais, também se envolvem em acidentes biológicos, como os 
profissionais de limpeza, de lavanderia, de manutenções, da coleta de lixo, entre 
outros (STAPENHORST et al., 2018).Na situação de exposição a agentes biológicos, 
consideram-se como acidentes ocupacionais com maior gravidade aqueles que: 
 
 Relacionam-se com maiores volumes de sangue; 
 Envolvem lesões profundas causadas por materiais perfurocortantes; 
 Apresentam perceptível presença de sangue, quando no material cortante; 
 Relacionam-se com acidentes com agulhas utilizadas em punções venosas 
ou arteriais. 
Após exposição a materiais biológicos, algumas medidas imediatas devem ser 
realizadas como primeira conduta. Essas medidas incluem: 
 Em casos de exposição percutâneas e/ou cutâneas, lavar exaustivamente 
o local exposto, com água e sabão. Como opção, pode-se utilizar soluções 
antissépticas degermantes; 
 Em casos de exposição de mucosas (olhos, boca e nariz), lavar 
exaustivamente com água ou solução salina fisiológica; 
 Não se recomenda realizar procedimentos que possam aumentar a área de 
exposição, como cortes e injeções; 
 Não se deve utilizar soluções irritantes, como éter e hipoclorito de sódio. 
Lembrando que a vacinação é parte importante no cenário do serviço de saúde 
ocupacional, pois objetiva a saúde dos trabalhadores. Entre as vacinas recomendadas 
para os profissionais encontram-se as contra hepatites A e B, difteria, tétano, 
coqueluche, varicela e influenza, além das vacinas meningocócica C conjugada e 
tríplice viral (contra sarampo, caxumba e rubéola) (SANTOS, 2010). 
 
31 
 
A Norma Regulamentadora nº 32, de 11 e novembro de 2005, estabelece que 
o fornecimento de vacinas aos trabalhadores dos serviços de saúde deve ser gratuito. 
Também estabelece que, sempre que existir vacinas eficazes contra agentes 
biológicos a que os trabalhadores estão, ou poderão estar, expostos, estas deverão 
ser fornecidas gratuitamente pelo empregador. 
Veja noQuadro 10, resumidamente, algumas medidas a serem tomadas frente 
a acidentes com material biológico: 
 
Quadro 10 – Medidas tomadas em acidentes com material biológico 
 
 
32 
 
É de suma importância que os casos de acidentes relacionados ao trabalho 
sejam notificados por meio da ficha de investigação de acidente de trabalho com 
exposição a material biológico. Igualmente importante é notificar os casos e 
compreender que devem ser avaliadas e planejadas ações no intuito de promover a 
prevenção. 
4 INTRODUÇÃO À VENTILAÇÃO INDUSTRIAL 
 
Fonte: shre.ink/mT3G 
Para fins conceituais entende-se que a ventilação é o sistema mecânico em um 
edifício que traz o ar externo "fresco" e remove o ar interno "contaminado", ou seja 
fazer as trocas de ar em um recinto fechado. Em um local de trabalho, a ventilação é 
usada para controlar a exposição a contaminantes transportados pelo ar. É 
comumente usado para remover contaminantes como fumos, poeiras e vapores, a fim 
de proporcionar um ambiente de trabalho saudável e seguro. A ventilação pode ser 
realizada por meios naturais (por exemplo, abrir uma janela) ou por meios mecânicos 
(por exemplo, ventiladores ou sopradores) (SOBRINHO, 1996). 
Os sistemas industriais são projetados para mover uma quantidade específica 
de ar a uma velocidade específica (velocidade), o que resulta na remoção (ou 
"exaustão") de contaminantes indesejáveis. Embora todos os sistemas de ventilação 
sigam os mesmos princípios básicos, cada sistema é projetado especificamente para 
corresponder ao tipo de atividade e à taxa de liberação de contaminantes naquele 
local de trabalho. 
 
33 
 
A ventilação industrial é considerada um "controle de engenharia" para remover 
ou controlar contaminantes liberados em ambientes internos de trabalho. É uma das 
formas preferidas de controlar a exposição dos funcionários aos contaminantes do ar. 
De acordo com a Environment, Health and Safety (EHS) (2017), outras 
maneiras de controlar contaminantes incluem: 
 
 Eliminar o uso do produto químico ou material perigoso; 
 Substituir por produtos químicos menos tóxicos; 
 Mudança de processo ou; 
 Mudança de prática de trabalho. Existem então quatros grandes objetivos 
de um sistema de ventilação: 
 Forneçer um suprimento contínuo de ar externo fresco. 
 Manter a temperatura e a umidade em níveis confortáveis. 
 Reduzir os riscos potenciais de incêndio ou explosão. 
 Remover ou diluir os contaminantes transportados pelo ar. 
Os sistemas de ventilação mecânicos são compostos de muitas partes, 
incluindo as apresentadas na seguinte figura: 
 
Figura 11 – Partes do Sistema de Ventilação 
 
Fonte: Adaptado de EHS (2017). 
 
34 
 
Em relação aos princípios básicos da ventilação para indústrias (ventilação 
industrial), será demonstrado dados da Fundacentro (2002) e outras organizações 
relacionadas à higiene do trabalho, elucidando um passo a passo bem elaborado 
sobre movimentação de ar entre dois pontos, as perdas de carga através de 
tubulações, o alcance de sucção de um captor e a reposição de ar de interiores. 
Neste capítulo então, será possível entender um pouco mais sobre o sistema 
de ventilação natural, o de ventilação diluidora e o de ventilação exaustora. E é 
puramente justificável explorar os sistemas de ventilação pois, fornecimento de ar de 
qualidade, confortável esaudável para edifícios residenciais, comerciais ou industriais 
é uma grande preocupação dos profissionais ligados à segurança do trabalho. 
Tendo em vista que exposição a poluentes internos pode ser mais séria do que 
a exposição a poluentes externos, pois as concentrações internas costumam ser mais 
altas que as externas correspondentes (VEDAVARZ; KUMAR; HUSSAIN, 2007). 
Alguns sintomas de qualidade do ar interior inaceitável são: 
 
 
Fonte: Adaptado de Molter, pág. 2, s/d. 
Lembrando que é importante não confundir climatização com ventilação. 
Ambos os conceitos estão inseridos dentro de um grupo de preocupações 
relacionadas ao conforto térmico. A ventilação diz respeito à circulação e à renovação 
 
35 
 
do ar, enquanto a climatização diz respeito à calefação e ao resfriamento do ar. Ainda 
que um ambiente tenha uma temperatura adequada, a qualidade do ar pode ser ruim; 
e o contrário também pode ser verdadeiro: o ar pode ter boa qualidade, pois o 
ambiente é ventilado, mas a temperatura pode não ser adequada, causando 
desconforto e outros problemas relacionados á saúde ocupacional (SOBRINHO, 
1996). 
Não obstante, é possível encontrar limitações em qualquer sistema de 
ventilação, estes incluem: 
 Os sistemas se deterioram ao longo dos anos devido ao acúmulo de 
contaminantes dentro do sistema, especialmente filtros; 
 Requer manutenção contínua; 
 Testes regulares e de rotina são necessários para identificar problemas 
precocemente e implementar medidas corretivas; 
 Normalmente, somente pessoas qualificadas podem fazer modificações em 
um sistema de ventilação para garantir que o sistema continue funcionando 
de forma eficaz. 
4.1 Ventilação natural 
O uso da ventilação natural é um dos princípios básicos da sustentabilidade 
das edificações de forma geral. Além de proporcionar o controle térmico do ambiente, 
ela possibilita a troca constante de ar, gerando espaços com mais conforto, 
salubridade e qualidade. Outra vantagem dessa estratégia é diminuir a necessidade 
de ventilações mecânicas ou o uso de ar-condicionado. Dessa forma, além de 
proporcionar um ambiente mais sustentável, também garante economia ao longo da 
vida útil da edificação. 
Uma estratégia de aplicação da ventilação natural é denominada ventilação 
cruzada, resultante da diferença de pressão provocada pelo vento. Assim, quanto 
maior for a diferença de pressão onde as aberturas estão localizadas, maior será o 
fluxo de ar no ambiente. Este volume de ar é diretamente influenciado pelo tamanho 
das aberturas do espaço, uma vez que, quanto maiores as aberturas, mais trocas de 
ar ocorrerão. 
 
 
36 
 
Segundo Brown e DeKay (2007, p. 205), a ventilação cruzada: 
[...] através dos recintos é incrementada com o uso de grandes aberturas nos 
lados de pressão e sucção dos ventos (esfriamento). A taxa na qual o ar flui 
através de um cômodo, retirando o calor consigo, é uma função da área das 
entradas e saídas de ar, da velocidade do vento e da direção do vento em 
relação às aberturas. A quantidade de calor removido por determinada taxa 
de fluxo de ar depende da diferença de temperatura entre o interior e o 
exterior da edificação. 
Os autores ainda acrescentam que, conforme o ar circula dentro do ambiente, 
surgem zonas de alta pressão, no lado que recebe os ventos, e zonas de sucção, no 
lado que o vento sai. Sendo que para que a ventilação cruzada seja eficaz, é 
importante que as entradas e saídas de ar estejam localizadas em lados opostos do 
ambiente. 
Veja um exemplo do funcionamento da circulação de ar em um sistema de 
ventilação natural na Figura 12: 
 
Figura 12 – Circulação do ar 
 
Fonte: Chaves (2012). 
Outra alternativa para promover a ventilação natural interna é a chamada 
ventilação por efeito chaminé. Essa estratégia funciona em locais onde se tem 
bastante vento e é utilizada como uma técnica de resfriamento. A ventilação por efeito 
chaminé promove o movimento de ar através de aberturas localizadas em diferentes 
níveis, e a saída de ar ocorre através de exautores eólicos, lanternins ou aberturas 
zenitais (normalmente usados para iluminação e neste caso, como junção à 
ventilação) (BROWN; DEKAY, 2007). 
 
37 
 
 Além disso, desconsiderando-se a orientação dos ventos em cada local, o 
melhor lugar para a saída de ar é a cumeeira. Observe na Figura 13 para melhor 
entendimento, nela já está exemplificando o sistema de ventilação cruzada, 
juntamente com o efeito chaminé. 
 
Figura 13 – Sistema de ventilação cruzada 
 
Fonte: Vita Arquitetura ( 2020). 
A ventilação natural deve ser sempre priorizada em um ambiente interno, 
porém ela nem sempre é suficiente ou, em muitos casos, não consegue ser tão efetiva 
devido a fatores externos. Tendo em vista essa situação, a ventilação mecânica pode 
se tornar um recurso complementar, a fim de proporcionar o maior conforto térmico 
nos espaços internos e a liberação de agentes causadores de riscos ocupacionais 
(BROWN; DEKAY, 2007). 
4.2 Ventilação mecânica geral diluidora 
Os sistemas de ventilação mecânica podem ser do tipo geral ou local. O 
primeiro tipo distribui o ar de forma homogênea por todo o ambiente, e costuma ser 
adotado quando não é possível diluir os contaminantes antes que se distribuam por 
https://www.facebook.com/vitarquitetura/?__tn__=-UC*F
 
38 
 
todo o ambiente. Já os sistemas locais são usados quando é preciso aspirar o ar 
contaminado gerado localmente por algum processo. A utilização de sistemas de 
ventilação mecânica geral diluidora apresenta diversos benefícios. 
A principal vantagem desse tipo de sistema é a pouca interferência na 
continuidade dos processos e operações industriais e sua eficiência em trocas 
gasosas de ambientes que possuem mais de uma fonte ou fontes dispersas de gases 
contaminantes (MACINTYRE, 1990). 
Ainda de acordo com Macintyre (1990), quando o grau de toxicidade do 
ambiente laboral permite esse tipo de solução, a ventilação diluidora apresenta um 
custo de instalação e operação menor que o de outros sistemas. Quando essa solução 
é inviável, existem alternativas, como, a captação para a exaustão de contaminantes 
de maneira local. 
A fonte poluidora no ambiente de trabalho gera um volume de contaminação a 
uma taxa q (m³ /h), ao mesmo tempo que é insuflado ar puro a uma taxa Q (m³ /h). O 
grau de contração (C) é dado pela equação apresentada a seguir: 
 
Na prática diária é comumente utilizado um fator de segurança K, pois a diluição 
não é perfeita, uma vez que existem fatores extrínsecos que dificultam esse processo, 
como correntes de vento ou perda de eficiência dos motores insufladores. Assim, 
transformando a equação anterior, temos: 
 
A qualidade aceitável do ar interno é alcançada fornecendo ventilação em 
qualidade e quantidade especifi cadas para o espaço condicionado. A taxa de 
ventilação é a vazão de ar introduzida ou retirada do ambiente, expressa em m³ /min 
ou pé³ /min. Diz-se que ocorreu uma troca de ar no ambiente quando o volume total 
de ar deste ambiente foi trocado por completo após determinado período, conforme a 
equação a seguir: 
 
39 
 
 
Já a taxa de ventilação requerida pode ser calculada por meio da equação 
apresentada a seguir: 
 
 
Onde: 
 
 TV é a taxa de ventilação (m³ /min ou pé³/min); 
 G é a taxa de geração da substância que se deseja diluir (kg/min ou lb/min); 
 f é o volume molecular de qualquer gás; 
 Pmol é o peso molecular da substância que se deseja diluir (kg ou lb); 
 VDC é a concentração máxima permitida, que deve ser retirada de tabelas 
normativas para cada tipo de agente poluidor. Por sua vez, o VDC é dado 
pela equação a seguir: 
 
Onde: 
 
 kr é a concentração permitida no ambiente, isto é, que não deve ser 
ultrapassada; 
 K é o fator de segurança, compreendido entre 3 e 10; 
 TLV é a taxa de geração de compostos considerados contaminantes e seus 
limites aceitáveis (valorestabelados nas normas). Assim, a equação de TV 
(taxa de ventilação) pode ser reescrita na forma da equação abaixo: 
 
40 
 
 
O princípio usado para ventilação de diluição de contaminantes, com relação a 
aberturas e colocação de exaustores, é sugerido pela ACGIH, comparando as formas 
possíveis, para fazer essa diluição com os ventiladores nos locais adequados, e 
também comos ventiladores nos locais inadequados (Figura 14). 
 
Figura 14 – Ventiladores em lugares adequados e inadequados 
 
 
Fonte: ACGIH, s/d. 
 
41 
 
4.3 Ventilação mecânica geral exaustora 
 
Fonte: shre.ink/m8D0 
Ventilação Local Exaustora (VLE) é um dos recursos mais eficazes para o 
controle dos ambientes de trabalho, principalmente quando aplicada em conjunto com 
outras medidas que visem a redução, ou mesmo a eliminação, da exposição de 
trabalhadores a contaminantes químicos presentes ou liberados na forma de névoas, 
gases, vapores e poeiras (SOBRINHO, 1996). Por isso, é importante que: 
Para atingir o objetivo de manter o ambiente de trabalho dentro de parâmetros 
seguros em termos de contaminação do ar e, por conseguinte, preservar a 
saúde dos trabalhadores, é indispensável que o sistema de exaustão seja 
projetado, construído, instalado, operado e mantido segundo os melhores 
preceitos da Engenharia, atendendo às necessidades específicas de cada 
processo ou operação a ser controlada. 
Um sistema de exaustão dimensionado de forma inadequada obviamente não 
cumpre o seu papel e, além do mais, induz os trabalhadores a terem a falsa 
sensação de que o sistema de VLE está protegendo o ambiente. As 
consequências são os prejuízos à saúde desses trabalhadores. Via de regra, 
o custo financeiro para a reformulação de um sistema de VLE mal 
dimensionado equivale ao custo total do sistema instalado, pois há 
necessidade de um total redimensionamento, uma vez que são sistemas 
executados sob medida (SOBRINHO, 1996, p. 13). 
Os componentes básicos de um sistema de VLE são: 
 
Fonte: Sobrinho, 1996. 
 
42 
 
O captor é o ponto de entrada dos poluentes no sistema de exaustão. A escolha 
do tipo de captor mais adequado para certo processo depende de fatores ambientais 
e da forma como é executada a tarefa pelos trabalhadores. Atualmente, na maioria 
das galvânicas no Brasil, a colocação e a retirada das peças dos banhos e feita 
manualmente, pelos trabalhadores. 
O ventilador é o equipamento responsável pelo suprimento da energia 
necessária para a obtenção do fluxo de ar ideal para o processo, por meio da geração 
de uma pressão estática suficiente para vencer as resistências, bem como de uma 
pressão de velocidade que mantenha o ar em movimento. 
Sobrinho (1996, pág. 34) pondera que: 
Na escolha do ventilador mais adequado ao projeto, devem ser considerados 
alguns fatores como: 
a) Tipo de poluente 
Materiais particulados como poeiras e fibras, podem acelerar o desgaste 
dos rotores e carcaça, por causa do atrito contínuo. Em razão disso o 
ventilador deve ser instalado após o filtro; 
Misturas gasosas inflamáveis e/ou explosivas requerem construções à 
prova de faíscas e motores à prova de explosão; 
Névoas corrosivas requerem revestimento superficial protetivo adequado. 
b) Localização Ventiladores não devem ser instalados em interiores, pois 
normalmente constituem fator de incremento de níveis de ruído, causando 
um problema de Saúde Ocupacional. Recomenda-se a instalação de 
ventiladores em casa de máquinas, fora do ambiente de trabalho. 
c) Eficiência O equipamento deve trabalhar no ponto de operação, 
atendendo às especificações com o mínimo de consumo de energia e o 
máximo de rendimento. 
d) Densidade e temperatura das misturas exauridas. Os ventiladores são 
de dois tipos básicos: 
Ventiladores axiais: normalmente aplicados em ventilação geral diluidora; 
Ventiladores centrífugos: geralmente destinados à ventilação local 
exaustora. 
Os coletores são equipamentos destinados a remover os contaminastes da 
corrente de ar exaurida do processo, antes da descarga para o ambiente externo. 34 
Existem vários tipos de coletor, e a escolha depende de fatores relativos às 
propriedades do contaminante e do gás carreador (propriedades fisico-químicas e 
temperatura) e de aspectos práticos e econômicos. 
Os dutos constituem o sistema responsável pela condução da mistura ar + 
poluentes exauridos do processo. O sistema de dutos deve ser dimensionado de 
forma a reduzir ao mínimo as perdas de carga, o que pode ser obtido mediante a 
observação criteriosa das recomendações dos manuais de ventilação industrial. O 
 
43 
 
material de construção dos dutos deve ser resistente à corrosão e à abrasão que 
possa ser provocada pelos poluentes presentes na corrente exaurida. 
A descarga da corrente de ar exaurida deve ser feita para fora do ambiente e 
de forma que ela não retorne pelas tomadas de ar e aberturas naturais do prédio. 
Neste ponto também ocorrem perdas de carga. 
A principal desvantagem desse sistema que pode ser apontada, é que os 
contaminantes podem afetar o sistema respiratório dos ocupantes do ambiente antes 
que sua concentração atinja o mínimo permitido para que seja realizado o trabalho no 
local (MACINTYRE, 1990). 
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