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2 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 3 2 AGENTES QUÍMICOS ................................................................................ 4 2.1 Risco químico ........................................................................................... 4 2.2 Limites de tolerância da ACGIH ............................................................. 12 2.3 Estratégia de amostragem dos principais agentes ................................. 13 3 AGENTES BIOLÓGICOS ......................................................................... 18 3.1 Classe de Risco ..................................................................................... 19 3.2 Limites de tolerância .............................................................................. 22 3.3 Métodos de controle ............................................................................... 27 3.4 Conduta em caso de acidente ................................................................ 30 4 INTRODUÇÃO À VENTILAÇÃO INDUSTRIAL ......................................... 32 4.1 Ventilação natural ................................................................................... 35 4.2 Ventilação mecânica geral diluidora ....................................................... 37 4.3 Ventilação mecânica geral exaustora ..................................................... 41 5 Referências Bibliográficas ......................................................................... 43 3 1 INTRODUÇÃO Prezado aluno! O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe convier para isso. A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida e prazos definidos para as atividades. Bons estudos! 4 2 AGENTES QUÍMICOS Fonte: shre.ink/mT3b Os riscos e as combinações químicas provêm dos elementos da tabela periódica. São 118 elementos, que, combinados, geram os mais de 125 milhões de agentes químicos que temos atualmente, segundo o Chemical Abstracts Service (CAS, 2022), instituto que realiza o registro de todos os agentes químicos conhecidos, no qual cada um recebe um número de registro. Apesar dessa quantidade de agentes existentes, apenas uma parcela possui seus efeitos catalogados no organismo. A Norma Regulamentadora NR 15, do Ministério do Trabalho, apresenta uma listagem de pouco mais de 150 substâncias que foram estudadas e que têm efeitos descritos na saúde, quando o trabalhador fica exposto sem a devida proteção. 2.1 Risco químico O risco químico é a probabilidade de determinado indivíduo sofrer agravo de acordo com aquilo que está exposto ao manipular produtos químicos que podem causar danos físicos ou prejudicar a saúde. Consideram-se agentes de risco químico as substâncias, os compostos ou os produtos que podem penetrar no organismo do trabalhador, principalmente pela via respiratória, nas formas de poeira, fumo, gás, neblina, névoa ou vapor, ou pela natureza da atividade, de exposição, que possam ter contato ou serem absorvidos 5 pelo organismo através da pele, por ingestão ou inalação (BALLESTRERI, 2018). Observe as Figura 1, 2 e 3: Figura 1 – Via de respiratória Fonte: Alila Medical Media (ANO). Figura 2 – Via digestiva Fonte: Shutterstock.com. 6 Figura 3 – Via cutânea Fonte: Shutterstock.com. A via respiratória é a principal via de ingresso dos agentes químicos, pois a maioria desses agentes está dispersa na atmosfera. Já a pele é relativamente impermeável, agindo como uma barreira de proteção, no entanto, algumas substâncias possuem a capacidade de penetrar através da epiderme, que é a primeira camada da pele. A via digestiva é a via de entrada dos agentes menos comum, contudo, pode assumir importância quando é permitido, aos trabalhadores, comer ou beber nos postos de trabalho, por exemplo, ou em caso de ingestão de agentes de forma acidental ou proposital. O nível de toxicidade de uma substância vai depender da sua concentração no ambiente, do tempo de exposição, das características do agente e da susceptibilidade individual de cada trabalhador (BALLESTRERI, 2018). A intoxicação pode ser dividida em aguda e crônica: Aguda: exposição curta em altas concentrações produzidas por substâncias rapidamente absorvidas pelo organismo. Crônica: exposição repetida em pequenas concentrações e com efeito acumulativo no organismo. 7 Para avaliar o potencial tóxico das substâncias químicas, alguns fatores devem ser levados em consideração: Concentração: quanto maior a concentração, maiores serão os efeitos nocivos sobre o organismo humano. Frequência respiratória e capacidade pulmonar: representa a quantidade de ar inalado pelo trabalhador durante a jornada de trabalho. Sensibilidade individual: o nível de resistência varia de acordo com o indivíduo. Toxicidade: é o potencial tóxico da substância no organismo, dessa forma, deve-se redobrar a atenção com substâncias que têm potencial tóxico mais elevado. Tempo de exposição: é o tempo que o organismo fica exposto ao contaminante (BALLESTRERI, 2018). Os agentes químicos são classificados, segundo as suas características físico- químicas, em aerodispersoides – partículas microscópicas que permanecem temporariamente em suspensão no ar, até sua deposição no solo ou em algum objeto. Segundo Peixoto, os aerodispersoides são definidos como partículas sólidas ou líquidas em suspenção no ar. Apresentam tamanho aproximado de 150 μm e são comumente chamados de aerossóis (PEIXOTO, 2012). Os aerodispersoides podem ser classificados em sólidos e líquidos. Os sólidos são as poeiras e fumos, e os líquidos as névoas e neblinas. Não obstantes, também são classificados como gases e vapores, como descritos nos seguintes esquemas: 8 Figura 4 – Aerodispersoides sólidos Fonte: Ballestreri, 2018. Figura 5 – Aerodispersoides sólidos Fonte: Ballestreri, 2018. 9 Figura 6 – Aerodispersoides sólidos Fonte: Fonte: Ballestreri, 2018. Os efeitos da exposição a esses agentes no organismo incluem: Rinites; Sinusites; Bronquites; Asmas; Neoplasias; Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC): grupo de doenças pulmonares no qual duas doenças se destacam por serem responsáveis por quase todos os casos; Bronquite crônica e enfisema pulmonar: caracterizam-se por uma limitação da passagem de ar pelas vias respiratórias dentro dos pulmões, principalmente durante a expiração. Pneumoconioses: grupo genérico de patologias que afetam o sistema respiratório, estando etiologicamente relacionadas à inalação de poeiras em 10 ambientes de trabalho. Levam a um quadro de fibrose, ou seja, ao endurecimento intersticial do tecido pulmonar. As mais importantes sãoaquelas causadas pela poeira de sílica, configurando a doença conhecida como silicose, e as causadas pelo asbesto, configurando a asbestose (BALLESTRERI, 2018). De acordo com o Conselho Regional de Química IV Região (2006), são produzidos milhares de produtos químicos no mundo. Alguns são padronizados e usados na fabricação de uma vasta gama de produtos, como é caso da amônia, empregada tanto para a produção de produtos de limpeza quanto para a produção de cosméticos. Outros são mais elaborados e visam atender determinado setor de produção. Como exemplo, temos as resinas termoplásticas, usadas exclusivamente pela indústria de tintas. Todos os setores industriais utilizam de forma direta ou indireta produtos químicos nocivos. Mineração, siderurgia, farmacêutica, têxtil, alimentícia, enfim, todas as indústrias fazem uso de produtos nocivos. Por exemplo, para a industrial têxtil, são utilizados diferentes tipos de tinturas que, em sua maioria, são altamente nocivas ao meio ambiente e a saúde humana (BALLESTRERI, 2018). Produtos perigosos são identificados por diferentes símbolos, que listam, de forma universal, as características e os perigos associados aos produtos químicos perigosos. A figura 7 apresenta os principais símbolos adotados para identificar produtos químicos nocivos: Figura 7 – Simbolos de produtos químicos nocivos Fonte: Shutterstock.com A seguir, confira uma breve descrição e exemplos de produtos químicos nocivos: 11 Materiais comburentes ou inflamáveis: material com facilidade de entrar em combustão, ou seja, de queimar, de produzir chamas, e que, geralmente, ao término da combustão, deixa pouco ou nenhum resíduo sólido. Exemplos: petróleo, gasolina, álcool, acetona, solventes, colas de contato, entre outros. Explosivos: são substâncias (ou um conjunto de substâncias) inflamáveis que, uma vez incendiadas, são capazes de liberar grande quantidade de gases e calor em alta velocidade. Exemplos: pólvora, dinamite, recipientes de aerossóis, ou seja, os sprays de qualquer gênero (desodorizantes, lacas, entre outros). Nocivos/irritantes: substâncias que podem causar danos agudos ou crônicos para a saúde se forem ingeridas, inaladas ou absorvidas pela pele em seres humanos. Exemplos: clorato de potássio, acetaldeído (etanal), diclorometano, produtos de limpeza, produtos para proteção e tratamento da madeira, entre outros. Tóxico: material descartado, geralmente, em forma química, que pode causar a morte ou danos aos seres vivos. São resíduos vindos da indústria ou do comércio, porém podem conter resíduos residenciais, da agricultura, militares, hospitalares, de fontes radioativas, entre outros. Exemplos: álcool desnaturado, tira-nódoas, desinfetantes (como a creolina), lixívia, amoníaco, entre outros. Corrosivo: por ação química (reação de corrosão), é capaz de destruir ou danificar, de forma irreversível, substâncias ou superfícies com as quais esteja em contato. Exemplos: ácidos, alguns produtos de limpeza, desentupidores de canalizações, soda cáustica, entre outros. Perigosos para o meio ambiente: quando, em contato com a água ou com o solo, podem ocasionar contaminação ambiental. Exemplos: pesticidas (BALLESTRERI, 2018). 12 2.2 Limites de tolerância da ACGIH É extremamente adequado o uso dos limites de tolerância aos agentes químicos adotados pela ACGIH e pela NR 15, pois, de acordo com Peixoto (2012), a capacidade de absorção de químicos pelo ser humano está relacionada ao seu tempo de permanência em suspensão no ar. Dessa forma, quanto menor o diâmetro da partícula e sua densidade maior é a possibilidade desse agente penetrar o organismo, e ao conhecer a quantidade máxima que se pode estar em contato com essas substâncias, é possível reduzir o tempo de exposição do trabalhador. Atividades ou operações insalubres são consideras aquelas que se desenvolvem em ambientes em que a concentração dos agentes está acima dos limites de tolerância previstos nos anexos da NR-15: “Entende-se por ‘Limite de Tolerância’, para os fins desta Norma, a concentração ou intensidade máxima ou mínima, relacionada com a natureza e o tempo de exposição ao agente, que não causará danos à saúde do trabalhador durante a sua vida laboral” (BRASIL, 2019, documento online). A NR-15 apresenta 14 anexos com diretrizes sobre a exposição a agentes nocivos à saúde do trabalhador. Como exemplo, o Anexo 12 apresenta equações para o cálculo dos limites de tolerância para poeiras minerais. Nesse caso, para obter o limite de tolerância (LT, em mg/m3 ) para poeira respirável contendo sílica cristalizada (SiO2 , dióxido de silício) com jornada semanal do trabalhador de 48 horas, a equação a ser aplicada é a seguinte: Já para obter o limite de tolerância para poeira total com jornada semanal de 48 horas, a equação é representada por: Numa avaliação da exposição a poeiras respiráveis, cuja concentração é de 5 mg/m3 , o teor de sílica livre cristalizada nessa poeira é de 2%. Nesse caso, o limite de tolerância seria de: 13 Assim, por esse resultado deve ser entendido que 2 mg/m3 de poeira respirável contêm 2% de sílica livre por m3 de ar. O exemplo anterior é uma pequena parcela do que a NR-15 pode oferecer em uma avaliação ambiental. A compreensão dos limites de tolerância e dos cálculos envolvidos é fundamental para a elaboração do Laudo Técnico das Condições do Ambiente do Trabalho (LTCAT). A finalidade desse laudo técnico é determinar o pagamento ou não de insalubridade. Em caso positivo, de acordo com a NR-15 (BRASIL, 2019, documento online): [...] assegura ao trabalhador a percepção de adicional, incidente sobre o salário mínimo da região, equivalente a: 40% para insalubridade de grau máximo; 20% para insalubridade de grau médio; 10% para insalubridade de grau mínimo. No caso de incidência de mais de um fator de insalubridade, será apenas considerado o de grau mais elevado, para efeito de acréscimo salarial, sendo vedada a percepção cumulativa. A eliminação ou neutralização da insalubridade determinará a cessação do pagamento do adicional respectivo. O recebimento de insalubridade não garante a segurança ao trabalhador, que pode continua exposto a agentes nocivos à saúde. Pois é notório que nem sempre é possível substituir determinado produto químico nocivo por outro menos poluente e, dessa forma, além do uso de EPIs adequados, cabe ao profissional de SST propor medidas de controle, com a finalidade de reduzir a exposição aos agentes nocivos. Os trabalhadores expostos aos agentes ambientais devem ser monitorados por avaliação clínica, abrangendo anamnese ocupacional e exame físico mental e exames complementares, realizados de acordo com os termos específicos da NR-7 — Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) (BALLESTRERI, 2018). 2.3 Estratégia de amostragem dos principais agentes Conforme Carvalho (2018), as estratégias de amostragem correspondem ao processo de se obter uma amostra do ar em um período de tempo específico para fins de determinação da concentração do agente químico. 14 As avaliações ambientais dos agentes químicos inseridas nos programas previstos pela legislação brasileira de Segurança e Saúde no Trabalho (SST) – principalmente o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) – e nos laudos técnicos periciais têm sido questionados com frequência por profissionais que atuam nas áreas de SST, auditores fiscais do trabalho, profissionais da vigilância da saúde e trabalhadores quanto à confiabilidade de seus resultados e das conclusões deles advindas. Uma das questões mais frequentemente levantadas é qual a quantidade de medições de concentração necessária para se chegar a um diagnóstico confiável, seja referente às exposições de trabalhadores ou à contaminação de locais de trabalho.É possível indagar: como é possível concluir sobre a exposição de um trabalhador ou a contaminação de um local de trabalho por um agente químico realizando-se apenas uma ou duas medições no ano? De fato, o Ministério do Trabalho (MT), através das ações de fiscalização e dos trabalhos desenvolvidos pela Fundacentro, tem constatado a existência de sérios problemas nos programas de monitoramento dos agentes químicos nos PPRA e também nos laudos técnicos ambientais emitidos por grande parte das empresas. Muitas delas nem realizam avaliações – a maioria faz apenas uma medição de concentração ao ano – e as poucas que se dispõem a avaliar um número mínimo de jornadas de trabalho apresentam incongruências na escolha dos dias e dos trabalhadores a serem monitorados, na interpretação de resultados e na periodicidade dos novos monitoramentos. As auditorias do MT têm constatado que o monitoramento das exposições agudas tem sido negligenciado pela maioria das empresas auditadas (CARVALHO, 2018) O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) tem o objetivo de preservar a saúde e segurança do trabalhador. Sua implementação e elaboração é de responsabilidade dos empregadores. O fundamento básico do programa é antecipar, reconhecer, avaliar e controlar os riscos ambientais existentes ou que podem vir a surgir no ambiente de trabalho. Normalmente, empresas especializadas em segurança e medicina ocupacional têm a permissão de realizar o programa junto com a empresa contratante. No caso de empresas que contem com o Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT,) a própria equipe poderá realizar 15 o programa. Para desenvolver o PPRA, a NR-9 estabelece as seguintes etapas a serem observadas (BRASIL, 2021, documento online): Antecipação e reconhecimentos dos riscos; Estabelecimento de prioridades e metas de avaliação e controle; Avaliação dos riscos; Implantação de medidas de controle e avaliação de sua eficácia e da exposição dos trabalhadores; Monitoramento da exposição aos riscos; Registro e divulgação dos dados. A fase de antecipação e reconhecimento é primordial para a execução do programa. Com base na NR-9, o reconhecimento deve conter a identificação do risco presente no ambiente de trabalho, a localização e determinação da fonte geradora, as possíveis trajetórias e meios de propagação dos agentes ambientais, a identificação da quantidade de trabalhadores expostos e suas respectivas funções, os tipos de atividades e o tipo de exposição, a obtenção de dados sobre comprometimento da saúde do trabalhador, possíveis danos à saúde relacionados com os riscos identificados disponíveis na literatura técnica, como a ACGIH, e, por fim, as medidas de controle já existentes (CARVALHO, 2018). Para a etapa de avaliação quantitativa, a NR-9 estabelece as seguintes diretrizes: Comprovar o controle da exposição ou a inexistência dos riscos identificados na etapa de reconhecimento; Dimensionar a exposição dos trabalhadores; Subsidiar o equacionamento das medidas de controle. A etapa de avaliação quantitativa do programa visa comprovar a existência ou a inexistência dos riscos já identificados, sendo realizada pelo profissional de SST. Na 16 avaliação quantitativa, utiliza-se medições com os equipamentos de acordo com o agente a ser avaliado. Há inúmeros equipamentos de medições disponíveis, como o dosímetro, que tem a função de medir a exposição do trabalhador durante a jornada de trabalho a ruído, radiação, vibração e produtos químicos específicos. Outros exemplos de equipamento desse tipo incluem luxímetro, monitor de Índice de Bulbo Úmido e Termômetro de Globo (IBUTG), decibelímetro, anemômetro, medidores de vibração, etc. Conforme descrito na NR-9 (BRASIL, 2021, documento online): [...] deverão ser adotadas as medidas necessárias suficientes para a eliminação, a minimização ou o controle dos riscos ambientais sempre que forem verificadas uma ou mais das seguintes situações: a) identificação, na fase de antecipação, de risco potencial à saúde; b) constatação, na fase de reconhecimento, de risco evidente à saúde; c) quando os resultados das avaliações quantitativas da exposição dos trabalhadores excederem os valores dos limites previstos na NR-15 ou, na ausência destes, os valores- limite de exposição ocupacional adotados pela ACGIH [...], ou aqueles que venham a ser estabelecidos em negociação coletiva de trabalho, desde que mais rigorosos do que os critérios técnico-legais estabelecidos; d) quando, através do controle médico da saúde, ficar caracterizado o nexo causal entre danos observados na saúde dos trabalhadores e a situação de trabalho a que eles ficam expostos. É de obrigação do empregador implantar, estabelecer e assegurar o cumprimento do PPRA, ao passo que cabe aos trabalhadores cooperar com a implantação e execução do programa e seguir as orientações previstas através de treinamentos. Num contexto industrial, deve-se avaliar o grau de exposição dos trabalhadores aos agentes químicos presentes no ambiente de trabalho durante a realização do programa, sendo necessário medir a concentração dos agentes químicos na zona respiratória e realizar a comparação com os limites de exposição disponíveis na NR-15 — Atividades e Operações Insalubres, nos valores de referência, ou como já visto, na ACGIH (BRASIL, 2019, documento online). Segundo Torloni e Vieira (2003, p. 144): [...] é muito trabalhoso, mas de fundamental importância, conhecer os produtos químicos utilizados na empresa. As informações desejadas podem ser obtidas na Ficha de Informação e Segurança de Produto Químico (FISPQ), pelo fabricante, fornecedor ou importador, e de modo mais completo, através do Material Safety Data Sheet (MSDS), que contém o resumo das informações a respeito dos efeitos sobre a saúde, segurança e toxicologia. Deve-se levar em conta que alguns produtos industriais podem ser relativamente inertes nas condições ambientais, mas quando aquecidos durante o processamento, podem se decompor e liberar substâncias altamente tóxicas. Daí a importância de se conhecer também os produtos gerados nessas circunstâncias. Considerar, por exemplo, que a presença de 17 gases biologicamente inertes, mas em alta concentração no ar, como o nitrogênio, podem produzir situações fatais devido à deficiência de oxigênio. Em relação a avalição e interpretação dos resultados da amostragem, Carvalho (2018, p. 99) pondera: Um modo mais prático de tratar os resultados obtidos, que dispensa o uso de calculadoras, é inserir os resultados obtidos em um dos programas ou planilhas disponibilizadas gratuitamente na internet [...] Dentre eles, o mais conhecido no Brasil é o IHStat, da AIHA, uma planilha Excel disponibilizada em língua portuguesa. Nela, todos os dados da estatística descritiva e mais o LSCLE, 95%, o P95% e o LSTP95%,95%, não podem ser obtidos automaticamente. A planilha permite a inserção de até 200 resultados de uma só vez. Vários outros parâmetros, além dos sugeridos neste guia, são calculados na referida planilha e podem auxiliar o profissional na análise estatística dos resultados obtidos. Cada célula de cada parâmetro calculado apresenta um comentário contendo uma explicação resumida sobre ela. Para acessar o comentário, basta clicar na célula que contém uma marca vermelha em seu canto superior direito. Maiores informações sobre esses parâmetros podem ser obtidas em Hawkins et al. (1991) e Bullock e Ignacio (2006). O programa Hyginist está disponível apenas em inglês, enquanto que o Altrex Chimie está em francês. O Hyginist possibilita ao usuário realizar as análises estatísticas utilizando, tanto os critérios adotados pelo IHStat, como outros, inclusive do NIOSH. Por fim, para avaliação e observação detalhada das metodologias e sequências de amostragem dos agentes químicos,é recomendável a consulta períodica ao Guia técnico sobre estratégia de amostragem elaborado pela FUNDACENTRO (CARVALHO, 2018, p. 5), elucida que ele é: Guia para definição de estratégia de amostragem para a determinação de concentração de agentes químicos no ar dos ambientes de trabalho. Orienta a análise estatística dos dados obti dos e a comparação destes dados com os valores de referência estabelecidos pela legislação brasileira. Pois este só deve ser utilizado por profissionais que possuam qualificação apropriada para utilizar metodologias de química analítica e manipular tanto equipamentos de amostragem e medição de substâncias químicas no ar, quanto protocolos ou programas computacionais de estatística aplicados à avaliação dos agentes químicos no ar em ambientes de trabalho (Carvalho, 2018). 18 3 AGENTES BIOLÓGICOS Fonte: shre.ink/mT3p Entre os agentes biológicos estão os microrganismos de modo geral, as culturas de células, os parasitas, as toxinas e os príons que têm potencial de causar danos à saúde humana e animal, como infecções, intoxicações, alergias, doenças autoimunes, neoplasias e malformações (XAVIER; DORA; BARROS, 2011). Por meio do conhecimento e do gerenciamento dos riscos biológicos existentes em ambientes laboratoriais, é possível tomar medidas para reduzir os riscos de acidentes e aumentar a segurança ambiental e individual durante o exercício das atividades profissionais. Os acidentes envolvendo materiais biológicos podem ocorrer por via direta, como no caso da veiculação de agentes por meio de aerossóis e das gotículas, ou por via indireta, como é o caso das mãos, das luvas e dos instrumentos perfurocortantes contaminados com potenciais agentes biológicos (AYRES, s.d., documento online). A penetração dos agentes biológicos no organismo pode ocorrer por via aérea, intestinal, pela pele contendo lesão, pelas mucosas ou por via parenteral (é aquela realizada fora do trato gastrointestinal e é representada pelas vias endovenosa, intramuscular, subcutânea e intradérmica) (AYRES, s.d., documento online) . Observe no Quadro 1 as principais doenças transmitidas pela exposição a materiais biológicos: 19 Quadro 1 – Doenças transmitidas pela exposião a materiais biológicos 3.1 Classe de Risco De acordo com o risco e a probabilidade de contágio, bem como com a gravidade do dano à saúde, os agentes biológicos são classificados em quatro classes de riscos, de acordo com a patogenicidade para o homem e para os animais, a virulência, o modo de transmissão, a endemicidade (localização geográfica e sua capacidade de disseminação) e a possibilidade de prevenção do contágio e/ou tratamentos disponíveis. A classe de risco biológico é sempre determinada de acordo com o agente de maior risco manipulado no local; por exemplo, para um local que manipula agentes biológicos de classe 2 e 3, o nível de biossegurança local será o 3. (XAVIER; DORA; BARROS, 2011). A seguir, é possível observar as principais características dos agentes, de acordo com cada nível de risco biológico, de acordo com Texeira e Valle (2010) Classe de risco 1: ou nível de biossegurança 1 (NB1), estão os agentes que nunca foram descritos como causadores de doenças para seres humanos e animais e que não constituem um risco para o meio ambiente. Seu risco de contágio individual ou coletivo é baixo. Classe de risco 2: a Classe de risco 2 (NB2) inclui agentes capazes de causar doenças no homem e em animais, mas com baixa probabilidade de 20 contaminação para os profissionais de laboratório e baixa capacidade de transmissão no meio ambiente. Além disso, para os agentes desta classe existem métodos profiláticos de contágio e tratamentos eficazes disponíveis. Seu risco individual é moderado e o risco coletivo é baixo. Classe de risco 3: a Classe de risco 3 (NB3) estão incluídos os agentes cuja forma de contágio é pela via aérea e que causam doenças em homens e animais, porém com profilaxia e tratamento disponíveis. Apresentam risco de contágio de pessoa a pessoa, representando um alto risco individual e um moderado risco coletivo. Classe de risco 4: a Classe de risco 4 (NB4) compreende os micro- organismos com alta capacidade de contágio e alta letalidade, apresentando alto risco individual e coletivo e não apresentando profilaxia ou tratamento disponíveis. Para melhor entendimento observe o Quadro 2: Quadro 2 – Classes de risco 21 Para que haja um ambiente seguro e para a implementação do uso de equipamentos de proteção individual e coletiva nos estabelecimentos de saúde, foram criadas no Brasil uma série de normativas regulamentando o transporte e o descarte dos materiais biológicos, bem como os procedimentos de biossegurança de modo geral. De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) (BRASIL, 2018), a regulamentação que envolve a biossegurança inclui: Portaria 485, de 11 de novembro de 2005, do Ministério do Trabalho (MT): aprova a Norma Regulamentadora (NR) 32. NR 32: trata da saúde do trabalhador em serviços de saúde. Portaria de Consolidação nº 05, de 28 de setembro de 2017, do Ministério da Saúde (MS) (Portaria 2.914, de 12 de dezembro de 2011): regulamenta os requisitos para a água para consumo humano; Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 52, de 22 de outubro de 2009: trata do controle de vetores e pragas; RDC nº 50, de 21 de fevereiro de 2002: estabelece os projetos físicos de estabelecimentos de saúde; RDC nº 222, de 28 de março de 2018: trata das boas práticas em gerenciamento de resíduos; NR 7: estabelece o Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional; NR 9: estabelece o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais; NR 17: trata da ergonomia; NR 26: estabelece a sinalização de segurança. No que se refere especificamente ao transporte e descarte de materiais biológicos, a regulamentação é feita pelas Normas reguladoras: NR 32, RDC 222, NR 9 e NR 26. Em todo caso, protocolos devem ser seguidos para a diminuição de acidentes e de contaminações associados ao trabalho. Os equipamentos de proteção individual (EPIs) e os equipamentos de proteção coletiva (EPCs) visam a minimizar ou, até mesmo, a eliminar a exposição a agentes perigosos, quando manipulados. A escolha de EPIs e EPCs é baseada na avaliação do risco, que determina os níveis de biossegurança a serem seguidos para os 22 equipamentos, instalações e práticas. Dois fatores são fundamentais e deverão ser concomitantes para a proteção individual e do meio ambiente: A correta designação dos equipamentos de acordo com a sua função; As boas práticas laborais vinculadas à utilização desses equipamentos. 3.2 Limites de tolerância Assim como para os agentes químicos e físicos, existem limites de exposição para agentes químicos, biológicos e físicos do ambiente de trabalho. Tais limites visam à promoção da saúde e à segurança do trabalhador. Em ambientes ocupacionais, a exposição é frequentemente usada como um substituto para a dose, que é definida como a quantidade de agente tóxico que atinge o tecido alvo durante um período de tempo definido. A resposta a um agente tóxico depende de fatores do hospedeiro e consequentemente da dose. O caminho da exposição à doença subclínica ou efeito adverso à saúde sugere que existem fatores modificadores importantes, listados a seguir (KLAASSEN; WATKINS III, 2012): Exposições contemporâneas; Suscetibilidade genética; Idade; Sexo; Estado nutricional; Fatores comportamentais. Esses fatores modificadores podem influenciar se um trabalhador permanece saudável, desenvolve doença subclínica que é reparada, ou progride para doença. A dose é uma função da concentração da exposição, duração da exposição e frequência da exposição.As características individuais e ambientais também podem afetar a dose. 23 Os limites de exposição ocupacional (LEOs) são expressos como níveis aceitáveis de concentração ambiental (OELs, occupational exposure limits) ou como concentração de um toxicante, de seus metabólitos ou de um marcador específico de seus efeitos (BEIs, biological exposure indices) (KLAASSEN; WATKINS III, 2012). Os OELs são estabelecidos como padrões por agências regulatórias ou como guias por grupos de pesquisa ou organizações privadas. Para determinar se os riscos advindos da exposição ocupacional são aceitáveis, é necessário caracterizar o perigo, identificar as potenciais doenças ou efeitos nocivos e estabelecer a relação entre intensidade da exposição ou dose e os efeitos adversos à saúde (KLAASSEN; WATKINS III, 2012). A Occupational Safety Health Administration (OSHA) publica OELs com valor legal nos Estados Unidos, denominados PEL (permissible exposure limit). Também utiliza a média ponderada de 8 horas de exposição (TWA-PEL, time weighted average, permissible exposure limit) com a mesma denominação da ACGIH (American Conference of Governmental Industrial Hygienists) e a define assim: “[...] o TWA-PEL é o nível de exposição estabelecido como o nível mais alto de exposição que um trabalhador pode estar exposto por 8 horas, sem incorrer o risco de efeitos adversos para a saúde” (OSHA, 1995). No Quadro 4, é possível observar, dentro de um mesmo país (Estados Unidos), os níveis da OSHA, com valor legal, são, em geral, maiores do que os da ACGIH — que são, na verdade, uma recomendação de uma organização não governamental (ONG). Sendo assim, as empresas são obrigadas a seguir os OELs definidos pela OSHA, mas podem adotar voluntariamente, ou por meio de negociações com os sindicatos de trabalhadores, os OELs da ACGIH, ou ainda de outras fontes (KLAASSEN; WATKINS III, 2012). 24 Quadro 4 – Níveis da OSHA nos Estados Unidos Fonte: Buschinelli (2014). No Brasil, são denominados limites de tolerância (LTs), sendo definidos como “a concentração ou intensidade máxima ou mínima, relacionada com a natureza e o tempo de exposição ao agente, que não causará danos à saúde do trabalhador, durante a sua vida laboral” (BRASIL, 1978, p. 1), e estão estabelecidos nos Anexos 11 e 12 da Norma Regulamentadora (NR) 15 do Ministério do Trabalho e Emprego. Geralmente, os LEOs podem ser estabelecidos para uma exposição para a jornada inteira ou para exposições curtas. Em relação ao tempo de exposição, existem três tipos de LTs também denominados TLVs (threshold limit values): Tempo de valor limiar–média ponderada de tempo (TLV–TWA) ou média ponderada no tempo: é a concentração média do agente químico que deve ser respeitada nas jornadas de trabalho (8 horas diárias e 40 horas semanais), e geralmente se modifica em função de inúmeras variáveis dos ciclos produtivos e ambientais. Valor limiar–limite de exposição a curto prazo (TLV–STEL) ou limites de exposição para curto prazo: o limite de exposição média ponderada de 15 25 minutos; não deve ser ultrapassado em momento algum da jornada e é suplementar ao TLV–TWA. Valor limiar–teto (TLV–C): é a concentração máxima que não deve ser excedida em qualquer momento da exposição no trabalho. A maioria dos LEOs é atualizada periodicamente, por isso deve-se procurar sempre as referências mais recentes em sua consulta (BUSCHINELLI, 2020). Por causa da existência dos limites de tolerância é preciso sempre verificar se as normas estão sendo cumpridas, assim é realizado o monitoramento. Neste caso, temos o monitoramento biológico, que é a medição de uma substância, seus metabólitos ou seus efeitos nos tecidos, fluidos ou ar exalado do corpo de pessoas expostas e este pode ser realizado por meio dos seguintes meios: Marcadores biológicos de medições de exposição de toxina ou de seu metabólito específico em uma amostra biológica (como nível de chumbo no sangue; ou ácido trans, trans-mucônico (ATTM), como o metabólito de benzeno na urina; e etanol no ar exalado). Marcador biológico de medição do efeito da resposta biológica que leva à lesão ou doença causada pela exposição (como a atividade da acetilcolinesterase (no caso de exposição a pesticidas organofosforados), nível de protoporfirina eritrocitária (no caso de exposição ao chumbo) e nível de β-2-microglobulina na urina (no caso da exposição ao cádmio). Biomarcadores de suscetibilidade, indicadores que sinalizam sensibilidade incomumente alta a certa exposição, como atividade de enzimas envolvidas na biotransformação xenobiótica (como GST, glutationa estransferase, ou NAT, N-acetiltransferase) e atividade de mecanismos de reparo de DNA celular (BUSCHINELLI, 2020). Embora o monitoramento biológico em si não seja uma medida preventiva, a consideração do monitoramento biológico é interessante por ser um tema que exemplifica claramente a natureza interdisciplinar da proteção dos trabalhadores contra os efeitos deletérios da exposição a produtos químicos (WINDER; STACEY, 2005). Já, o monitoramento ambiental consiste na avaliação da atmosfera do 26 ambiente de trabalho, dos agentes presentes nesse ambiente, a fim de analisar os riscos à saúde. O monitoramento ambiental pode ser realizado utilizando uma das três estratégias: Monitoramento contínuo: fornece medição em tempo real da concentração de contaminantes no ambiente de trabalho. Amostragem integrada: com base na coleta (e concentração) de amostras ao longo de um período de tempo para obter a exposição média no período de amostragem — operação, turno inteiro. Amostragem instantânea (pontual): com base na coleta de amostras em um ponto no tempo para avaliar exposições de pico. Na avaliação da exposição à saúde ocupacional, os dois tipos de monitoramento (ambiental e biológico) têm seu lugar. O monitoramento ambiental é relativamente preciso, barato, e é uma fonte de dados amplamente disponível para avaliação da exposição. O monitoramento biológico é um método insuperável de avaliação da exposição quando a exposição cutânea é significativa, bem como nos casos em que a variabilidade interindividual pode ter um papel importante (KLAASEN; WATKINS III, 2012) . Além da abordagem do fator de incerteza, modelos matemáticos têm sido usados como um meio para se chegar a um padrão de exposição. No entanto, o uso de tais modelos é controverso, pois todos dependem de suposições particulares e podem fornecer valores finais que variam em ordens de magnitude, o que torna seu uso limitado. É importante reconhecer que os dados toxicológicos de animais experimentais não são a única fonte de informação usada no estabelecimento de padrões de exposição. Todos os dados humanos disponíveis devem ser incluídos e são de grande importância. Embora a utilização dessas informações tenha limitações devido à coexposição a diferentes agentes tóxicos no local de trabalho ou a relatórios de rigor científico insatisfatório, estudos epidemiológicos positivos bem conduzidos em humanos sempre superarão os estudos análogos em animais experimentais ((KLAASEN; WATKINS III, 2012). 27 3.3 Métodos de controle Os métodos de controle de exposição voltados para agentes biológicos consistem em componentes fundamentais para a segurança laboral, sendo que também podem ser conhecidos pelo termo Biossegurança. Esses métodos, segundo Estridge e Reynolds (2011), incluem fatores como os descritos a seguir: Precauções-padrão: são condutas adotadas pelos profissionais da saúde na realização de qualquer procedimento e têm por finalidade reduzir riscos de transmissão de agentes patogênicos. Exemplos dessas condutas são o uso de equipamentos de proteção individual (EPI), imunização e manejo adequado de resíduos dos serviços de saúde. Equipamentos de proteção individual (EPIs): são dispositivos e equipamentos especializados que devem ser utilizados pelo profissional para proteção contra a exposição direta a materiais potencialmente infectantes. Os EPIs incluem luvas, máscaras, jalecos, óculos de proteção. Controles de prática de trabalho: referem-se a como a tarefa no ambiente de trabalho é executada. São hábitos corretos e seguros. O uso desses controles de práticas no ambiente de trabalho minimiza a probabilidade de um profissional se expor aos riscos. Exemplos dessas práticas são lavar as mãos antes de colocar luvas e após removê-las, e também em outros momentos que achar necessário; usar corretamente EPIs ao ter contato com fluídos biológicos; remover e descartar os EPIs ao término das atividades e ao deixar a área de trabalho; utilizar desinfetante para limpeza da área de trabalho, como água sanitária a 10%, antes e após o uso da área de trabalho e em momentos que houver derramamento. Controles de engenharia: são dispositivos e tecnologias direcionados a isolar o profissional dos riscos. Recipientes resistentes a materiais pontiagudos e agulhas de segurança são exemplos desses dispositivos (Figura 8). 28 Figura 8 – Equipamentos de controle de engenharia. Fonte: Slavish (2012, p. 225). Os trabalhadores devem ser orientados e treinados sobre a utilização segura e o descarte adequado de agulhas e outros materiais perfurocortantes. Esses materiais devem ser descartados em recipientes próprios para perfurocortantes, que sejam à prova de vazamentos e apresentem resistência a furos. Os recipientes deverão ser mantidos em local seguro, no intuito de reduzir o risco de acidente, quando o recipiente estiver com seu volume preenchido, este deverá ser fechado com cuidado e colocado em um ponto de coleta indicado. Cabe salientar que os recipientes não devem ser sobrecarregados. Veja na Figura 9 as orientações para o adequado manuseio e descarte de perfurocortantes. 29 Figura 9 – Orientações para manuseio e descarte de perfurocortantes 30 3.4 Conduta em caso de acidente A literatura referente a acidentes ocupacionais envolvendo materiais biológicos indica que os profissionais mais expostos são aqueles que prestam assistência direta aos pacientes, ou seja, os da área da saúde. Entretanto, cabe salientar que muitos outros profissionais que não são desta categoria, mas que estão em contato direto com fluidos corporais, também se envolvem em acidentes biológicos, como os profissionais de limpeza, de lavanderia, de manutenções, da coleta de lixo, entre outros (STAPENHORST et al., 2018).Na situação de exposição a agentes biológicos, consideram-se como acidentes ocupacionais com maior gravidade aqueles que: Relacionam-se com maiores volumes de sangue; Envolvem lesões profundas causadas por materiais perfurocortantes; Apresentam perceptível presença de sangue, quando no material cortante; Relacionam-se com acidentes com agulhas utilizadas em punções venosas ou arteriais. Após exposição a materiais biológicos, algumas medidas imediatas devem ser realizadas como primeira conduta. Essas medidas incluem: Em casos de exposição percutâneas e/ou cutâneas, lavar exaustivamente o local exposto, com água e sabão. Como opção, pode-se utilizar soluções antissépticas degermantes; Em casos de exposição de mucosas (olhos, boca e nariz), lavar exaustivamente com água ou solução salina fisiológica; Não se recomenda realizar procedimentos que possam aumentar a área de exposição, como cortes e injeções; Não se deve utilizar soluções irritantes, como éter e hipoclorito de sódio. Lembrando que a vacinação é parte importante no cenário do serviço de saúde ocupacional, pois objetiva a saúde dos trabalhadores. Entre as vacinas recomendadas para os profissionais encontram-se as contra hepatites A e B, difteria, tétano, coqueluche, varicela e influenza, além das vacinas meningocócica C conjugada e tríplice viral (contra sarampo, caxumba e rubéola) (SANTOS, 2010). 31 A Norma Regulamentadora nº 32, de 11 e novembro de 2005, estabelece que o fornecimento de vacinas aos trabalhadores dos serviços de saúde deve ser gratuito. Também estabelece que, sempre que existir vacinas eficazes contra agentes biológicos a que os trabalhadores estão, ou poderão estar, expostos, estas deverão ser fornecidas gratuitamente pelo empregador. Veja noQuadro 10, resumidamente, algumas medidas a serem tomadas frente a acidentes com material biológico: Quadro 10 – Medidas tomadas em acidentes com material biológico 32 É de suma importância que os casos de acidentes relacionados ao trabalho sejam notificados por meio da ficha de investigação de acidente de trabalho com exposição a material biológico. Igualmente importante é notificar os casos e compreender que devem ser avaliadas e planejadas ações no intuito de promover a prevenção. 4 INTRODUÇÃO À VENTILAÇÃO INDUSTRIAL Fonte: shre.ink/mT3G Para fins conceituais entende-se que a ventilação é o sistema mecânico em um edifício que traz o ar externo "fresco" e remove o ar interno "contaminado", ou seja fazer as trocas de ar em um recinto fechado. Em um local de trabalho, a ventilação é usada para controlar a exposição a contaminantes transportados pelo ar. É comumente usado para remover contaminantes como fumos, poeiras e vapores, a fim de proporcionar um ambiente de trabalho saudável e seguro. A ventilação pode ser realizada por meios naturais (por exemplo, abrir uma janela) ou por meios mecânicos (por exemplo, ventiladores ou sopradores) (SOBRINHO, 1996). Os sistemas industriais são projetados para mover uma quantidade específica de ar a uma velocidade específica (velocidade), o que resulta na remoção (ou "exaustão") de contaminantes indesejáveis. Embora todos os sistemas de ventilação sigam os mesmos princípios básicos, cada sistema é projetado especificamente para corresponder ao tipo de atividade e à taxa de liberação de contaminantes naquele local de trabalho. 33 A ventilação industrial é considerada um "controle de engenharia" para remover ou controlar contaminantes liberados em ambientes internos de trabalho. É uma das formas preferidas de controlar a exposição dos funcionários aos contaminantes do ar. De acordo com a Environment, Health and Safety (EHS) (2017), outras maneiras de controlar contaminantes incluem: Eliminar o uso do produto químico ou material perigoso; Substituir por produtos químicos menos tóxicos; Mudança de processo ou; Mudança de prática de trabalho. Existem então quatros grandes objetivos de um sistema de ventilação: Forneçer um suprimento contínuo de ar externo fresco. Manter a temperatura e a umidade em níveis confortáveis. Reduzir os riscos potenciais de incêndio ou explosão. Remover ou diluir os contaminantes transportados pelo ar. Os sistemas de ventilação mecânicos são compostos de muitas partes, incluindo as apresentadas na seguinte figura: Figura 11 – Partes do Sistema de Ventilação Fonte: Adaptado de EHS (2017). 34 Em relação aos princípios básicos da ventilação para indústrias (ventilação industrial), será demonstrado dados da Fundacentro (2002) e outras organizações relacionadas à higiene do trabalho, elucidando um passo a passo bem elaborado sobre movimentação de ar entre dois pontos, as perdas de carga através de tubulações, o alcance de sucção de um captor e a reposição de ar de interiores. Neste capítulo então, será possível entender um pouco mais sobre o sistema de ventilação natural, o de ventilação diluidora e o de ventilação exaustora. E é puramente justificável explorar os sistemas de ventilação pois, fornecimento de ar de qualidade, confortável esaudável para edifícios residenciais, comerciais ou industriais é uma grande preocupação dos profissionais ligados à segurança do trabalho. Tendo em vista que exposição a poluentes internos pode ser mais séria do que a exposição a poluentes externos, pois as concentrações internas costumam ser mais altas que as externas correspondentes (VEDAVARZ; KUMAR; HUSSAIN, 2007). Alguns sintomas de qualidade do ar interior inaceitável são: Fonte: Adaptado de Molter, pág. 2, s/d. Lembrando que é importante não confundir climatização com ventilação. Ambos os conceitos estão inseridos dentro de um grupo de preocupações relacionadas ao conforto térmico. A ventilação diz respeito à circulação e à renovação 35 do ar, enquanto a climatização diz respeito à calefação e ao resfriamento do ar. Ainda que um ambiente tenha uma temperatura adequada, a qualidade do ar pode ser ruim; e o contrário também pode ser verdadeiro: o ar pode ter boa qualidade, pois o ambiente é ventilado, mas a temperatura pode não ser adequada, causando desconforto e outros problemas relacionados á saúde ocupacional (SOBRINHO, 1996). Não obstante, é possível encontrar limitações em qualquer sistema de ventilação, estes incluem: Os sistemas se deterioram ao longo dos anos devido ao acúmulo de contaminantes dentro do sistema, especialmente filtros; Requer manutenção contínua; Testes regulares e de rotina são necessários para identificar problemas precocemente e implementar medidas corretivas; Normalmente, somente pessoas qualificadas podem fazer modificações em um sistema de ventilação para garantir que o sistema continue funcionando de forma eficaz. 4.1 Ventilação natural O uso da ventilação natural é um dos princípios básicos da sustentabilidade das edificações de forma geral. Além de proporcionar o controle térmico do ambiente, ela possibilita a troca constante de ar, gerando espaços com mais conforto, salubridade e qualidade. Outra vantagem dessa estratégia é diminuir a necessidade de ventilações mecânicas ou o uso de ar-condicionado. Dessa forma, além de proporcionar um ambiente mais sustentável, também garante economia ao longo da vida útil da edificação. Uma estratégia de aplicação da ventilação natural é denominada ventilação cruzada, resultante da diferença de pressão provocada pelo vento. Assim, quanto maior for a diferença de pressão onde as aberturas estão localizadas, maior será o fluxo de ar no ambiente. Este volume de ar é diretamente influenciado pelo tamanho das aberturas do espaço, uma vez que, quanto maiores as aberturas, mais trocas de ar ocorrerão. 36 Segundo Brown e DeKay (2007, p. 205), a ventilação cruzada: [...] através dos recintos é incrementada com o uso de grandes aberturas nos lados de pressão e sucção dos ventos (esfriamento). A taxa na qual o ar flui através de um cômodo, retirando o calor consigo, é uma função da área das entradas e saídas de ar, da velocidade do vento e da direção do vento em relação às aberturas. A quantidade de calor removido por determinada taxa de fluxo de ar depende da diferença de temperatura entre o interior e o exterior da edificação. Os autores ainda acrescentam que, conforme o ar circula dentro do ambiente, surgem zonas de alta pressão, no lado que recebe os ventos, e zonas de sucção, no lado que o vento sai. Sendo que para que a ventilação cruzada seja eficaz, é importante que as entradas e saídas de ar estejam localizadas em lados opostos do ambiente. Veja um exemplo do funcionamento da circulação de ar em um sistema de ventilação natural na Figura 12: Figura 12 – Circulação do ar Fonte: Chaves (2012). Outra alternativa para promover a ventilação natural interna é a chamada ventilação por efeito chaminé. Essa estratégia funciona em locais onde se tem bastante vento e é utilizada como uma técnica de resfriamento. A ventilação por efeito chaminé promove o movimento de ar através de aberturas localizadas em diferentes níveis, e a saída de ar ocorre através de exautores eólicos, lanternins ou aberturas zenitais (normalmente usados para iluminação e neste caso, como junção à ventilação) (BROWN; DEKAY, 2007). 37 Além disso, desconsiderando-se a orientação dos ventos em cada local, o melhor lugar para a saída de ar é a cumeeira. Observe na Figura 13 para melhor entendimento, nela já está exemplificando o sistema de ventilação cruzada, juntamente com o efeito chaminé. Figura 13 – Sistema de ventilação cruzada Fonte: Vita Arquitetura ( 2020). A ventilação natural deve ser sempre priorizada em um ambiente interno, porém ela nem sempre é suficiente ou, em muitos casos, não consegue ser tão efetiva devido a fatores externos. Tendo em vista essa situação, a ventilação mecânica pode se tornar um recurso complementar, a fim de proporcionar o maior conforto térmico nos espaços internos e a liberação de agentes causadores de riscos ocupacionais (BROWN; DEKAY, 2007). 4.2 Ventilação mecânica geral diluidora Os sistemas de ventilação mecânica podem ser do tipo geral ou local. O primeiro tipo distribui o ar de forma homogênea por todo o ambiente, e costuma ser adotado quando não é possível diluir os contaminantes antes que se distribuam por https://www.facebook.com/vitarquitetura/?__tn__=-UC*F 38 todo o ambiente. Já os sistemas locais são usados quando é preciso aspirar o ar contaminado gerado localmente por algum processo. A utilização de sistemas de ventilação mecânica geral diluidora apresenta diversos benefícios. A principal vantagem desse tipo de sistema é a pouca interferência na continuidade dos processos e operações industriais e sua eficiência em trocas gasosas de ambientes que possuem mais de uma fonte ou fontes dispersas de gases contaminantes (MACINTYRE, 1990). Ainda de acordo com Macintyre (1990), quando o grau de toxicidade do ambiente laboral permite esse tipo de solução, a ventilação diluidora apresenta um custo de instalação e operação menor que o de outros sistemas. Quando essa solução é inviável, existem alternativas, como, a captação para a exaustão de contaminantes de maneira local. A fonte poluidora no ambiente de trabalho gera um volume de contaminação a uma taxa q (m³ /h), ao mesmo tempo que é insuflado ar puro a uma taxa Q (m³ /h). O grau de contração (C) é dado pela equação apresentada a seguir: Na prática diária é comumente utilizado um fator de segurança K, pois a diluição não é perfeita, uma vez que existem fatores extrínsecos que dificultam esse processo, como correntes de vento ou perda de eficiência dos motores insufladores. Assim, transformando a equação anterior, temos: A qualidade aceitável do ar interno é alcançada fornecendo ventilação em qualidade e quantidade especifi cadas para o espaço condicionado. A taxa de ventilação é a vazão de ar introduzida ou retirada do ambiente, expressa em m³ /min ou pé³ /min. Diz-se que ocorreu uma troca de ar no ambiente quando o volume total de ar deste ambiente foi trocado por completo após determinado período, conforme a equação a seguir: 39 Já a taxa de ventilação requerida pode ser calculada por meio da equação apresentada a seguir: Onde: TV é a taxa de ventilação (m³ /min ou pé³/min); G é a taxa de geração da substância que se deseja diluir (kg/min ou lb/min); f é o volume molecular de qualquer gás; Pmol é o peso molecular da substância que se deseja diluir (kg ou lb); VDC é a concentração máxima permitida, que deve ser retirada de tabelas normativas para cada tipo de agente poluidor. Por sua vez, o VDC é dado pela equação a seguir: Onde: kr é a concentração permitida no ambiente, isto é, que não deve ser ultrapassada; K é o fator de segurança, compreendido entre 3 e 10; TLV é a taxa de geração de compostos considerados contaminantes e seus limites aceitáveis (valorestabelados nas normas). Assim, a equação de TV (taxa de ventilação) pode ser reescrita na forma da equação abaixo: 40 O princípio usado para ventilação de diluição de contaminantes, com relação a aberturas e colocação de exaustores, é sugerido pela ACGIH, comparando as formas possíveis, para fazer essa diluição com os ventiladores nos locais adequados, e também comos ventiladores nos locais inadequados (Figura 14). Figura 14 – Ventiladores em lugares adequados e inadequados Fonte: ACGIH, s/d. 41 4.3 Ventilação mecânica geral exaustora Fonte: shre.ink/m8D0 Ventilação Local Exaustora (VLE) é um dos recursos mais eficazes para o controle dos ambientes de trabalho, principalmente quando aplicada em conjunto com outras medidas que visem a redução, ou mesmo a eliminação, da exposição de trabalhadores a contaminantes químicos presentes ou liberados na forma de névoas, gases, vapores e poeiras (SOBRINHO, 1996). Por isso, é importante que: Para atingir o objetivo de manter o ambiente de trabalho dentro de parâmetros seguros em termos de contaminação do ar e, por conseguinte, preservar a saúde dos trabalhadores, é indispensável que o sistema de exaustão seja projetado, construído, instalado, operado e mantido segundo os melhores preceitos da Engenharia, atendendo às necessidades específicas de cada processo ou operação a ser controlada. Um sistema de exaustão dimensionado de forma inadequada obviamente não cumpre o seu papel e, além do mais, induz os trabalhadores a terem a falsa sensação de que o sistema de VLE está protegendo o ambiente. As consequências são os prejuízos à saúde desses trabalhadores. Via de regra, o custo financeiro para a reformulação de um sistema de VLE mal dimensionado equivale ao custo total do sistema instalado, pois há necessidade de um total redimensionamento, uma vez que são sistemas executados sob medida (SOBRINHO, 1996, p. 13). Os componentes básicos de um sistema de VLE são: Fonte: Sobrinho, 1996. 42 O captor é o ponto de entrada dos poluentes no sistema de exaustão. A escolha do tipo de captor mais adequado para certo processo depende de fatores ambientais e da forma como é executada a tarefa pelos trabalhadores. Atualmente, na maioria das galvânicas no Brasil, a colocação e a retirada das peças dos banhos e feita manualmente, pelos trabalhadores. O ventilador é o equipamento responsável pelo suprimento da energia necessária para a obtenção do fluxo de ar ideal para o processo, por meio da geração de uma pressão estática suficiente para vencer as resistências, bem como de uma pressão de velocidade que mantenha o ar em movimento. Sobrinho (1996, pág. 34) pondera que: Na escolha do ventilador mais adequado ao projeto, devem ser considerados alguns fatores como: a) Tipo de poluente Materiais particulados como poeiras e fibras, podem acelerar o desgaste dos rotores e carcaça, por causa do atrito contínuo. Em razão disso o ventilador deve ser instalado após o filtro; Misturas gasosas inflamáveis e/ou explosivas requerem construções à prova de faíscas e motores à prova de explosão; Névoas corrosivas requerem revestimento superficial protetivo adequado. b) Localização Ventiladores não devem ser instalados em interiores, pois normalmente constituem fator de incremento de níveis de ruído, causando um problema de Saúde Ocupacional. Recomenda-se a instalação de ventiladores em casa de máquinas, fora do ambiente de trabalho. c) Eficiência O equipamento deve trabalhar no ponto de operação, atendendo às especificações com o mínimo de consumo de energia e o máximo de rendimento. d) Densidade e temperatura das misturas exauridas. Os ventiladores são de dois tipos básicos: Ventiladores axiais: normalmente aplicados em ventilação geral diluidora; Ventiladores centrífugos: geralmente destinados à ventilação local exaustora. Os coletores são equipamentos destinados a remover os contaminastes da corrente de ar exaurida do processo, antes da descarga para o ambiente externo. 34 Existem vários tipos de coletor, e a escolha depende de fatores relativos às propriedades do contaminante e do gás carreador (propriedades fisico-químicas e temperatura) e de aspectos práticos e econômicos. Os dutos constituem o sistema responsável pela condução da mistura ar + poluentes exauridos do processo. O sistema de dutos deve ser dimensionado de forma a reduzir ao mínimo as perdas de carga, o que pode ser obtido mediante a observação criteriosa das recomendações dos manuais de ventilação industrial. O 43 material de construção dos dutos deve ser resistente à corrosão e à abrasão que possa ser provocada pelos poluentes presentes na corrente exaurida. A descarga da corrente de ar exaurida deve ser feita para fora do ambiente e de forma que ela não retorne pelas tomadas de ar e aberturas naturais do prédio. Neste ponto também ocorrem perdas de carga. A principal desvantagem desse sistema que pode ser apontada, é que os contaminantes podem afetar o sistema respiratório dos ocupantes do ambiente antes que sua concentração atinja o mínimo permitido para que seja realizado o trabalho no local (MACINTYRE, 1990). 5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARAÚJO, Eduardo, M. Introdução à higiene e segurança do trabalho. Editora Intersaberes, 2021. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 14679/ 2012: sistemas de condicionamento de ar e ventilação - execução de serviços de higienização. Rio de Janeiro, 2012. AYRES, L. Instrumentação Laboratorial. Porto Alegre: SAGAH, s.d. Documento online. BALLESTRERI, E. Biossegurança. Porto Alegre: SAGAH, 2018. unid. I, p. 56. BARSANO, Paulo R.; BARBOSA, Rildo P. Higiene e Segurança do Trabalho. Editora Saraiva, 2014. BRASIL. Norma Regulamentadora Nº 17 (NR-17) - Ergonomia. Brasília: Ministério da Economia, 2018. BRASlL. Ministério do Trabalho. 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