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Ultraestrutura e função do citoesqueleto Conjunto de fibras de natureza protéica, existente no citoplasma, responsável pela adesão, motilidade celular, forma da célula, tráfego de vesículas... Constituição ✓microfilamentos de actina ✓Microtúbulos ✓ filamentos intermédios Complexa rede de filamentos protéicos com estrutura dinâmica capaz de reorganizar-se continuamente Ultraestrutura e função do citoesqueleto Ultraestrutura e função do citoesqueleto • Ptns reguladoras: controlam os processos de alongamento e redução dos filamentos principais. • Ptns de associação: conectam os filamentos entre si ou a outros componentes celulares. • Ptns motoras: transportam macromoléculas e organelas de um ponto a outro do citoplasma. Microfilamento de actina α-actina – diferentes tipos de células musculares β e γ-actina – células não musculares Polimerização de filamentos de actina Requer ATP, K+ e Mg2+ Inibição da polimerização Hidrólise de ATP Ultraestrutura e função do citoesqueleto Ultraestrutura e função do citoesqueleto Proteínas associadas participam na regulação da dinâmica de polimerização dos microfilamentos atuando por vários mecanismos: i) Por sequestro dos monómeros de actina G, limitando a sua polimerização (ex. profilina); ii) Por ligação a uma das extremidades dos filamentos de actina F, impedindo o seu crescimento ou dissociação (ex. capping proteins, gelsolina, vilina, α-actinina); iii) Por associação lateral a segmentos dos filamentos, impedindo a sua fragmentação (ex. tropomiosinas). Ultraestrutura e função do citoesqueleto Ultraestrutura e função do citoesqueleto Filamento de actina 1. Morfologia Celular 2. Motilidade celular 4. Contração muscular 5. Separação citoplasmática durante divisão celular 3. Transporte de vesículas Participação em diferentes processos celulares Ultraestrutura e função do citoesqueleto As proteínas de ligação à actina apresentam enorme diversidade, podendo: i) Interferir com a dinâmica de polimerização e despolimerização; ii) Promover ligações entre diferentes microfilamentos influenciando a sua estabilidade estrutural (fimbrina, fodrina e filamina); iii) Mediar a interacção dos microfilamentos com membranas celulares - integrinas e caderinas (Calcium dependent adhesion molecules); iv) Funcionar como motores, família das miosinas. Proteínas associadas a actina CDH1 - E-cadherin (epithelial) CDH2 - N-cadherin (neural) CDH12 - cadherin 12, type 2 (N-cadherin 2) CDH3 - P-cadherin (placental) CDH4 - R-cadherin (retinal) Ultraestrutura e função do citoesqueleto Proteínas associadas a actina Miosina I Miosina II Ultraestrutura e função do citoesqueleto As miosinas, que não a do tipo II, atuam como motores moleculares, sobre os filamentos de actina ou sobre os microtúbulos, às custas de energia gerada pela quebra do ATP ▪ Miofibrila – Elemento contrátil básico da célula muscular Estrutura Muscular O núcleo é localizado na periferia das células musculares. A miofibrila é composta de unidades contráteis chamadas de sarcômeros O Sarcômero ▪ Filamentos finos – Actina Filamentos grossos - Miosina ▪ Filamentos finos – CapZ, tropomodulina (capeadoras) e nebulina (estabilizadora) ▪ Filamentos grosso - Titinina (domínios que dobram e desdobram) Contração muscular ▪ Proteínas sensíveis à voltagem nos túbulos T provocam a abertura de canais de cálcio no retículo sarcoplasmático. ▪ Ca2+ inicia a contração das miofibrilas ▪ Ca2+-ATPase na membrana do retículo recaptura os íons promovendo o relaxamento da miofibrila Regulação da Contração Muscular Troponina T – liga tropomiosina Troponina I – liga actina Troponina C – liga-se ao cálcio ▪ Troponina mantém a tropomiosina em uma posição de inibição do sítio de ligação entre a cabeça da miosina com a actina. O influxo de cálcio retira o impedimento imposto pelas troponinas T e I permitindo a tropomiosina voltar a seu estado natural permitindo a ligação actina/miosina. Ultraestrutura e função do citoesqueleto Ultraestrutura e função do citoesqueleto Microtúbulos Cilindros ocos de 25nm de diâmetro e cujo comprimento pode alcançar mais de 20 µm. Apresentam polaridade: extremidades [+] e [-] Paredes formadas pela agregação de proteínas globulares, com cerca 5 nm de diâmetro, as tubulinas. A tubulina é um heterodímero constituído por duas subunidades de 50 kDa, βtubulina e αtubulina. As tubulinas dispõem-se em 13 colunas longitudinais –os protofilamentos Ultraestrutura e função do citoesqueleto Participam em diversos processos celulares: 1. Morfologia celular 3. Formação do fuso acromático durante a divisão celular 2. Transporte de organelas e vesículas • Dineína • Kinesina - + Kinesinas Dineínas Proteínas Motoras A dineína citoplasmática precisa de um grande número de proteínas acessórias para ligar-se a uma vesícula ou organela. Participam o complexo dinactina (que se liga fracamente aos microtúbulos e à dineína) e inclui ARP1. Arp1 forma uma rede com espectrina e ancirina e medeia a ligação desse complexo à organela. Ultraestrutura e função do citoesqueleto Centros organizadores de microtúbulos (COMT) Locais de nucleação dos microtúbulos a partir da tubulina solúvel – representados fundamentalmente, nas células animais, pelo centrossoma. Nas células animais, o centrossoma corresponde a uma zona do citoplasma que contém um par de centríolos. Sítios de nucleação de anéis de ץ-tubulina Par de centríolos Microtúbulos crescendo do centrossoma Ultraestrutura e função do citoesqueleto Polimerização de microtúbulos • Inicia-se no centrossomo (centro organizador de microtúbulos) • Requer GTP e Mg2+ Despolimerização de microtúbulos Hidrólise de GTP • Labilidade dos microtúbulos necessária – microt. citoplasmático x fuso mitótico • A dinâmica da polimerização não depende somente da concentração de heterodímeros mas : temperatura e concentração de íons Ca2+. Favorecida pela: presença de GTP, GDP e íons Mg 2+. Ultraestrutura e função do citoesqueleto • MAPs (5-15% do conteúdo proteico dos microtúbulos) • Papel estrutural na estabilização • Proteínas motoras (motores moleculares): promoção do transporte ao longo dos microtúbulos. Proteínas associadas a microtúbulos MAPs – estabilização de microtúbulos (MAP1, MAP2 e TAU) Nos axônios os microtúbulos são responsáveis pelo rápido fluxo axônico Ultraestrutura e função do citoesqueleto Os microtúbulos entram na constituição de várias estruturas: Centríolos, fuso mitótico, raios astrais de células em divisão, elementos longitudinais dos axónios, cílios e flagelos Existem contudo diferenças na sua estabilidade: -Os microtúbulos de cílios e flagelos são muito estáveis; -Os microtúbulos do fuso mitótico são lábeis e transitórios. O padrão de distribuição dos microtúbulos oscila ao longo do ciclo celular entre uma rede complexa durante a interfase e uma distribuição restrita ao fuso durante a mitose. Fuso acromático Citocinese Ultraestrutura e função do citoesqueleto Centríolos: Estruturas cilíndricas, constituídas por 9 triplas de microtúbulos, que geralmente se encontram aos pares. Dão origem a cílios e flagelos (exceto os das bactérias), estando também relacionados com a formação do fuso acromático. Interfase Interfase: ocorre a organização dos microtúbulos de modo polarizado. As extremidades (+) apontam para a membrana plasmática (periferia da célula) e as extremidades (-) partem de uma região que as estabiliza (COMT). microtúbulos Centrossomos duplicados citosol MP Meterial genético Envelope nuclear Ultraestrutura e função do citoesqueleto Cílios e flagelos Estruturas móveis, que podem ser encontradas tantos em unicelulares como em organismos complexos. Os cílios são numerosos e curtos e os flagelos são longos , existindo um ou poucos numa célula. Papéis: Permitir a locomoção da célula ou do organismo no meio líquido · Permitir aomeio aquoso deslizar sobre a célula ou o organismo A estrutura fundamental dos cílios e flagelos é dada por uma disposição ordenada de microtúbulos denominada axonema. Ultraestrutura e função do citoesqueleto Arranjo de microtúbulos em cílios e flagelos Os cílios e os flagelos crescem a partir dos corpúsculos basais que estão intimamente relacionados com os centríolos AXONEMA forma-se a partir de um par do triplete do corpúsculo basal – proteínas associadas + microtúbulos (9+2) Dineína ciliar- proteína motora Síndrome de Kartagener O defeito na estrutura do cílio ocasiona seus batimentos incoordenados e inefetivos, alterando a remoção de secreção de muco e das partículas inaladas, culminando em rinites, sinusites, otites, bronquites e pneumonias. Ultraestrutura e função do citoesqueleto ✓O axonema é cercado pela membrana ciliar externa. ✓O comprimento do axonema é de vários micrometros nos cíl ios, podendo chegar a mais de 1 mm em certos flagelos. ✓Diâmetro de apenas 0,2 µm. No movimento ciliar, o deslizamento de pares de micrótubulos deve-se à ação da dineína. Ultraestrutura e função do citoesqueleto • As proteínas dos filamentos intermédios apresentam um domínio central em hélice α, e duas porções globulares em ambas as extremidades de dimensões e seqüência variáveis. • Formam uma rede perinuclear que se estende até à membrana plasmática. Filamentos Intermediários • As lâminas nucleares que formam a lâmina fibrosa que se estende sob o envelope nuclear constituem uma família a parte de proteínas de filamento intermediário (lamina A, B e C). • São polímeros fortes semelhantes a cabos, constituídos de polipeptídeos fibrosos que resistem ao estiramento e desempenham papel estrutural na célula, mantendo sua integridade. • Classe de filamentos com diâmetro de 10 nm Ultraestrutura e função do citoesqueleto • A organização dos filamentos i n t e r m é d i o s c o m e ç a c o m a constituição de dímeros proteicos que se agregam em complexos de 4 cadeias (tetrâmeros). • Os tetrâmeros constituem depois protofilamentos de 2 a 3 nm. • Quatro protofilamentos, enrolados helicoidalemnte,originam protofibrilas de 4 a 5 nm. • Da associação de 4 protofibrilas resulta o filamento de 10nm. Ultraestrutura e função do citoesqueleto • Existe uma grande variedade de tipos que diferem de acordo com o tipo de polipeptídeo que os forma. • Os filamentos de queratina das células epiteliais, os filamentos de desmina das células musculares, os filamentos de vimentina dos fibroblastos e de muitos tipos celulares. Tipos de proteínas constituintes dos filamentos intermédios: Ultraestrutura e função do citoesqueleto • Citoqueratinas ácidas; • Citoqueratinas básicas-neutras; • Vimentina, desmina, proteína ácida fibrilarglial e periferina; • As proteínas dos neurofilamentos, a nestina e a α-internexina; • As laminas nucleares. Ultraestrutura e função do citoesqueleto Filamentos Intermediários Citoplasma Núcleo Laminas Queratinas Vimentina e Proteínas relacionadas Neurofilamentos Células epiteliais e derivados Neurônios Lâmina nuclear Laminas A, B e C Tipo I (acídico), Tipo II (básico) vimentina, desmina, periferina, etc. NF-L, NF-M e NF-H Células musculares, gliais, e de origem mesenquimal Ultraestrutura e função do citoesqueleto Funções dos filamentos intermédios • Estabilidade mecânica das células e tecidos no seu ambiente natural de organização multicelular tridimensional. • Estabilidade estrutural, ancoragem e posicionamento do núcleo (lâminas nucleares). • Associação entre filamentos intermédios e desmossomas contribui para a arquitectura e estabilidade estrutural das células e tecidos. • A associação entre filamentos intermédios e hemidesmossomas contribui para a resistência a tracções e estabilidade estrutural da ligação entre o tecido epitelial e o mesênquima subjacente. Ultraestrutura e função do citoesqueleto Desmossomas em epitélio oral de hamster. Aumento 70 000 X. Hemidesmossomas em epiderme de larva de Ambystoma. Aumento 64 000 X Ultraestrutura e função do citoesqueleto • Lamina nuclear • No tecido epitelial As citoqueratinas apresentam a maior diversidade entre todas as proteínas dos filamentos intermédios e constituem os filamentos intermédios das células epiteliais. Ultraestrutura e função do citoesqueleto Contato Célula-Célula Junções aderentes Desmossomos Ultraestrutura e função do citoesqueleto Contato Célula-Matriz Adesão Focal Hemidesmossomos Ultraestrutura e função do citoesqueleto Mutações em genes de Filamentos Intermediários ▪ Epidermolise bolhosa simplex – defeitos em FIs da pele ▪ Distrofia muscular – defeitos em FIs musculares ▪ Neurodegeneração – defeitos em FIs de células nervosas Epitélio de rato normal (a) e com gene mutante (b) de queratina