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Tabela das doenças imunopreviníveis Doenças Agente Etiológico Modo de Transmissão Período de Incubação Período de Transmissibilidade Manifestações clínicas Diagnóstico Tratamento Prevenção Sarampo Vírus RNA, pertencente ao gênero Morbillivi- rus, família Paramyxovirid ae. Diretamente de pessoa a pessoa, através das secreções nasofaríngeas , expelidas ao tossir, espirrar, falar ou respirar. Geralmente, dura 10 dias (variando de 7 a 18 dias), desde a data da exposição à fonte de infecção até o apareci- mento da febre, e cerca de 14 dias até o início do exantema. De 4 a 6 dias antes do apareci- mento do exantema e até 4 dias após. O período de maior transmissi- bilidade ocorre 2 dias antes e 2 dias após o início do exantema. Infecções respiratórias, pneumonias, encefalites, otites médias, laringites, diarreias, panencefalite esclerosante subaguda (Peesa), dentre outras. Clínico, laboratorial e epidemiológic o. É sintomático, podendo ser utilizados antitérmicos, hidratação oral, terapia nutricional com incentivo ao aleitamento ma- terno e higiene adequada dos olhos, pele e vias aéreas superiores. As complicações bacterianas do Sarampo são tratadas especificamen te com antibióticos adequados para cada quadro clínico e, se possível, com identificação do agente bacteriano. Vacinação e distanciamento de pessoas infectadas. Caxumba A caxumba é causada por vírus da família Paramyxoviri dae, gênero Paramyxovir us. A transmissão ocorre por via aérea, por meio da disseminaçã o de gotículas, ou por contato direto com saliva de pessoas infectadas. Já a transmissão indireta é menos frequente, m as pode ocorrer pelo contato com objetos e/ou utensílios contaminado s com secreção do nariz e/ou boca. O período de incubação (até o aparecimento dos sintomas) é de 12 a 25 dias, sendo, em média, 16 a 18 dias. O período de transmissibilidade da doença varia entre 6 e 7 dias antes das manifestações clínicas, até 9 dias após o surgimento dos sintomas. Inchaço e dor nas glândulas salivares, podendo ser em ambos os lados ou em apenas um deles. Febre. Dor de cabeça. Fadiga e fraqueza. Perda de apetite. Dor ao mastigar e engolir. O diagnóstico da caxumba é basicamente clínico, com avaliação médica nas glândulas. Para confirmar, o profissional de saúde pode coletar uma amostra de sangue para confirmar a presença do vírus. A confirmação laboratorial da caxumba vem no resultado desse exame de sangue, que apresenta anticorpos contra o paramixovír us, responsável por causar a doença. Des sa forma, é possível excluir com certeza a hipótese de O tratamento da caxumba é baseado nos sintomas clínicos do paciente, com adequação da hidratação e alimentação , já que esses pacientes aceitam mal alimentos ácidos, que podem ocasionar dor, náuseas e até vômitos. Além disso, a boa higiene bucal é fundamental . Por ser uma infecção viral, a caxumba é tratada naturalment e pelo Vacinação e distanciamento de pessoas contagiadas. outras enfermidades ou doenças que tenham sintomas parecidos. organismo. A indicação é apenas de repouso, medicament os para dor e temperatura e observação cuidadosa para a possibilidad e de apareciment o de complicaçõe s. Nos casos que cursam com meningite asséptica, o tratamento também é sintomático. Nas encefalites, a orientação é tratar o edema cerebral e manter as funções vitais. Poliomielite O poliovírus pertencente ao gênero Enteroví- rus, da família Picornaviridae , composto de três sorotipos 1, 2 e 3. Principalment e por contato direto pessoa a pessoa, pelas vias fecal-oral (a principal), por objetos, alimentos e água contaminados com fezes de doentes ou de portadores, ou pela via oral- oral, por meio de gotículas de secreções da orofaringe ao falar, tossir ou espirrar. Geralmente, de 7 a 12 dias, podendo variar de 2 a 30 dias. Pode iniciar-se antes do surgimento das manifestações clínicas, sen- do o vírus encontrado nas secreções da orofaringe após 36 a 72 horas a partir da infecção. Em indivíduos infectados, a eliminação do vírus pela orofaringe persiste por um período de aproximadamente 1 sema- na e nas fezes por cerca de 3 a 6 semanas, enquanto nos indivíduos reinfectados a eliminação do vírus se faz por períodos mais reduzidos. Sequelas paralíticas. Parada respiratória devido à paralisia muscular. Isolamento do vírus - É realizado a partir de uma amostra de fezes do caso ou de seus contatos. Deve ser coletada, até o 14o dia do início do déficit motor, uma amostra de fezes em torno de 4 a 8 gramas, cor- respondente a um volume de 2/3 de um coletor padrão. As amostras deverão ser conservadas em freezer a – 200 C até o momento do envio ao laboratório de referência. Se não houver freezer, conservar em refrigerador comum de 4 a Não há tratamento específico, mas todos os casos com manifestações clínicas devem ser internados para tratamento de suporte. A doença deve ser evitada tanto através da vacinação contra poliomielite c omo também de medidas preventivas contra doenças transmitidas por contaminação fecal de água e alimentos. 80C por, no máximo, 3 dias (jamaismcoloc ar as amostras no congelador do refrigerador). • Método de PCR (Polymerase Chain Reaction) - Esta técnica permite a amplificação da sequência alvo do genoma viral em pelo menos cem mil vezes, em poucas horas, aumentando consideravelm ente a sensibilidade do diagnóstico viral, permitindo a identificação do tipo e origem do vírus isolado. O sequenciamen to dos nucleotídeos identifica a quantidade de mutações na região da proteína VP1 e as possíveis recombinaçõe s que possam ter ocorrido. O vírus é considerado como vacinal se o número de mutações na região VP1 for inferior a 1%. Quando o nível de divergência dessas mutações ocorrerem entre 1 a 15%, o vírus é considerado um Poliovírus Derivado Vacinal (PVDV), podendo adquirir neurovirulênci a sendo classificados para fins de vigilância epidemiológic a como vírus selvagem; se for superior a 15%, trata-se de um Poliovírus Selvagem. • Exames inespecíficos - Líquor, necessário para fazer o diagnóstico diferencial com a síndrome de Guillain-Barré e com as meningites que evoluem com deficiência motora. Na Poliomielite, observa-se um discreto aumento do número de células, podendo haver discreto aumento de proteínas. Na síndrome de Guillain-Barré, ocorre uma Poliomielite 330 Secretaria de Vigilância em Saúde / MS dissociação proteino- citológica (aumento acentuado de proteínas) e, nas meningites, aumento do número de células, com alterações bioquímicas. A eletroneuromi ografia pode contribuir para descartar a hipótese diagnóstica de Poliomielite. Difteria Corynebacteri um diphtheriae, bacilo gram- Positivo. Contato direto da pessoa doente ou do portador com pessoa suscetível através de gotículas de secreção elimi- De 1 a 6 dias, podendo ser mais longo. Em média, até 2 semanas após o início dos sintomas. A antibioticoterapia adequada erradica o bacilo diftérico da orofaringe, de 24 a 48 horas após a sua introdução, na maioria dos casos. O portador crônico não tratado pode transmitir a Miocardite, neurites periféricas, nefropatia tóxica, insuficiência renal aguda. Isolamento e identificação do bacilo, mesmo sem as provas de toxigenicidade , associados ao quadro clínico e epidemio- lógico. Soro antidiftérico (SAD), Antibioticoter apia e Tratamento de suporte. Vacinação e evitar contato direto da pessoa doente ou portadores.nadas por tosse, espirro ou ao falar. A transmissão por objetos recém- contaminados com secreções do doente ou de lesões em outras locali- zações é pouco frequente. infecção por 6 meses ou mais Meningites Haemophilus influenzae.; Mycobacteriu m tuberculosis; enterovírus (Echovirus e Coxsackievirus ), arbovírus (com destaque para o vírus da febre do Nilo Ocidental), vírus do Sarampo, vírus da caxumba, vírus da coriomeningit e linfocítica, HIV-1, adeno- Variam de acordo com o agente infeccioso. Variam de acordo com o agente infeccioso. Variam de acordo com o agente infeccioso. Em geral, os casos evoluem sem complicações. exame quimiocitológi co do líquor; bacterioscopi a direta; cultura; aglutinação pelo látex e Reação em Cadeia da Polimerase em Tempo Real (qPCR). O aspecto do líquor, embora não considerado um exame, funciona como um indicativo. O líquor normal é límpido e incolor, como Para tratamento das meningites bacterianas, faz-se uso de antibioticote rapia em ambiente hospitalar, com drogas de escolha e dosagens terapêuticas prescritas pelos médicos assistentes do caso. Recomenda -se ainda o Evitar contágio com pessoas infectadas e as seguintes vacinas: Vacina meningocócic a C (Conjugada); Vacina pneumocócic a 10-valente (conjugada); Pentavalente; Meningocócic a C (Conjugada); Meningocócic a ACWY (Conjugada). vírus e vírus do grupo herpes (Herpes Simples tipo 1 e tipo 2, Varicela zoster, Epstein-Barr, citomegalovír us). “água de rocha”. Nos processos infecciosos, ocorre o aumento de elementos figurados (células), causando turvação, cuja intensidade varia de acordo com a quantidade e o tipo desses elementos. tratamento de suporte, como reposição de líquidos e cuidadosa assistência. Para as meningites virais, na maioria dos casos, não se faz tratamento com medicament os antivirais. Em geral as pessoas são internadas e monitoradas quanto a sinais de maior gravidade, e se recuperam espontanea mente. Porém alguns vírus como herpesvírus pode vir a provocar meningite com necessidad e de uso de antiviral específico. A devida conduta sempre é determinada pela equipe médica que acompanha o caso. Nas meningites fúngicas o tratamento é mais longo, com altas e prolongadas dosagens de medicação antifúngica, escolhida de acordo com o fungo identificado no organismo do paciente. A resposta ao tratamento também é dependente da imunidade da pessoa, e pacientes com história de HIV/AIDS, diabetes, câncer e outras doenças imunodepre ssoras são tratados com maior rigor e cuidado pela equipe médica. Nas meningites por parasitas, tanto o medicament o contra a infecção como as medicações para alívio dos sintomas são administrad os por equipe médica em paciente internado. Rotavírus vírus RNA da família Reov iridae, do gênero Rotavírus pela via fecal-oral (contato pessoa a pessoa, ingestão de água e alimentos contaminado s, contato com objetos contaminado s, e propagação aérea por aerossóis) e é encontrado em altas concentraçõ es nas fezes de crianças infectadas. dois dias, em média. A transmissibilidade excreção viral máxima acontece nos 3º e 4º dias a partir dos primeiros sintomas. Apesar disso, é possível detectar rotavírus nas fezes de pacientes mesmo após a completa resolução da diarreia. Os sinais e sintomas clássicos do Rotavírus (rotavirose), principalme nte na faixa etária dos seis meses aos dois anos, são as ocorrências repentinas de vômitos. Na maioria das vezes, também podem aparecer, junto com os vômitos: Diarreia com aspecto aquoso, gorduroso e explosivo; Febre alta. a partir da coleta da amostra de fezes frescas (in natura), em torno de 5 a 10 ml, sem conservante s. Posteriorm ente, a amostra deve ser armazenada em frasco/pote com tampa rosqueada devidamente identificado, e enviada ao laboratório da rede de saúde pública para análise. Diant e da suspeita de rotavírus, deve ser realizado o diagnóstico diferencial considerando -se todos os microrganism os capazes o paciente deve ser tratado por meio da reposição de líquidos e minerais, para prevenir ou corrigir a desidratação, e manejo nutricional adequado vacina para rotavírus humano G1P1[8] (atenuada) e manter-se distante de pessoas infectadas. Podem ocorrer formas leves e subclínicas nos adultos e formas assintomátic as na fase neonatal e durante os quatro primeiros meses de vida. Nas formas graves, o Rotavírus (rotavirose) pode provocar: Desidrataç ão; Febre; Morte. de causar doenças diarreicas agudas. Recomenda- se, portanto, a coleta simultânea de amostras de fezes para análise viral, bacteriana e parasitológic a. HPV Papilomavír us Humano Por ato sexual ou contato entre pele. Aproximadam ente, 2 a 8 meses, mas pode demorar até 20 anos para aparecer algum sinal da infecção. Geralmente em torno de 24 meses. A infecção pelo HPV não apresenta sintomas na maioria das pessoas, mas provocar o aparecimento de lesões e o O diagnóst ico do HPV se baseia no exame clínico das lesões que ele O tratamento das verrugas anogenitais (região genital e no ânus) consiste na destruição das lesões. Independent e de realizar Vacinação e proteção e uso de preservativos nas relações sexuais. surgimento de câncer. ocasiona, como verrugas anogenitais , ou da avaliação de lesões subclínicas, que não são visíveis de forma direta, através da realização de exames como a colpocito logia oncótica (papanicol au), colposcopi a ou exame histopatol ógico. o tratamento, as lesões podem desaparecer, permanecer inalteradas ou aumentar em número e/ou volume. Rubéola Vírus RNA, gênero Rubivirus, família Togavi- ridae. Direto, pelo contato com secreções nasofa- De 14 a 21 dias, com duração média de 17 De 5 a 7 dias antes do início do exantema e de 5 a 7 dias após. Febre baixa; Linfoadenop atia retro auricular, Clínico, laboratorial e epidemiológic o. O teste mais Não há tratamento específico para a rubéola. Os sinais e A prevenção da rubéola é feita por meio da vacinação, além do distanciamento ríngeas de pessoas infectadas. dias, podendo variar de 12 a 23 dias. occipital e cervical; Exantema máculo- papular. utilizado é o ensaioimunoe nzimático (ELISA) para detecção de anti- corpos específicos IgM e IgG e/ou pela identificação do vírus a partir de secreção nasofaríngea e urina, até o 7o dia do início do exantema. A coleta de sangue deve ser feita logo no primeiro contato com caso suspeito. Aquelas coletadas após 28 dias são consideradas tardias, mas, mesmo assim, devem ser aproveitadas e encaminhadas ao laboratório sintomas apresentados devem ser tratados de acordo com a sintomatologi a e terapêutica adequada, conforme cada caso. de pessoas infectadas. de referência estadual para a realização da pesquisa de IgM. É impor- tante ressaltar que resultados não-reagentes para IgM não descartam a possibilidade de infecção recente pelo vírus da Rubéola. Doenças Agente Etiológico Modo de Transmissão Período de Incubação Período de Transmissibilidade Manifestações clínicas Diagnóstico Tratamento Prevenção Raiva Chlamydia psittaci. Via respiratória, por meio da aspiração de poeira contaminada por dejetos dos animais doentes ou portadores. Apesar de rara, é possível a transmissão via respiratória, de pessoa a pessoa, na fase aguda da doença. De 1 a 4 semanas. Dura semanas ou meses. Pericardite, miocardite, endocardite, tromboflebite superficial, hepatitese encefalopatia são complicações não muito frequentes. Clínico- epidemiológic o e sorológico, por meio da re- ação de fixação do complemento e/ou Elisa. Títulos aumentados em quatro vezes entre a fase aguda e a convalescença , obtidos com inter- Adultos: Doxiciclina, 100mg, via oral, de 12/12 horas, durante 14 a 21 dias. Em menores de 7 anos, deve ser utilizada Eritro- micina, 30 - 40mg/kg/dia, via oral, de 6/6 horas. Vacina antirrábica e distanciamento de animais portadores do vírus. valo de 2 a 3 semanas entre cada coleta, confirmam o diagnóstico. Na presença de quadro clínico sugestivo, o achado de títulos de 1:32 pode ser considerado evidência de infecção. O isolamento do agente no san- gue ou em secreções, além de cultura de tecidos, apesar de possível, é de difícil execução, requerendo laboratórios especializados para a sua realização. No exame radiográfico, observa-se pneumonia com conso- lidação de um lobo, mas pode haver padrão intersticial ou miliar com ou sem derrame pleural. Coqueluche Bordetella pertussis. Contato direto da pessoa doente com pes- soa suscetível (gotículas de secreção eliminadas por tosse, espirro ou ao falar). A transmissão por objetos recém- contaminados com secre- ções do doente é pouco frequente, em virtude da dificuldade do agente sobreviver fora do hospedeiro. Em média, de 5 a 10 dias, podendo variar de 1 a 3 semanas e, raramente, até 42 dias. Para efeito de controle, conside- ra-se que esse período se estende de 5 dias após o contato com um doente (final do período de incubação) até 3 semanas após o início dos acessos de tosse típicos da doença (fase paroxística). Em lactentes me- nores de 6 meses, o período de transmissibilidade pode prolongar-se por até 4 a 6 semanas após o início da tosse. A maior transmissibilidade ocorre na fase catarral. Pneumonia e otite média por B. pertussis, pneu- monias por outras etiologias, ativação de Tuberculose latente, atelec- tasia, bronquiectasia , enfisema, pneumotórax, ruptura de diafragma; encefalopatia aguda, convulsões, coma, hemorragias intracerebrais, he- morragia subdural, estrabismo, O diagnóstico específico é realizado mediante o isola- mento da B. pertussis por meio de cultura de material colhido de na- sorofaringe, com técnica adequada. Essa técnica é considerada como “padrão-ouro” para o diagnóstico laboratorial da Coqueluche, por seu alto grau de especificidade, embora sua sensibilidade seja variável. Administração do medicamento Eritromicina (medicamento antimicrobian o). Vacinação e evitar o contato com pessoas infectadas. surdez; hemorragias subconjuntivai s, epistaxe, edema de face, úlcera do frênulo lingual, hérnias (umbilicais, inguinais e diafragmáticas ), conjuntivite, desidratação e/ou desnutri- ção. Como a B. pertussis apresenta um tropismo pelo epitélio respiratório ciliado, a cultura deve ser feita a partir da secreção nasofaríngea. A coleta do espécime clínico deve ser realizada antes do início da anti- bioticoterapia ou, no máximo, até 3 dias após seu início. Por isso, é importante procurar a unidade de saúde ou entrar em contato com a coordenação da vigilância epidemiológic a, na secretaria de saúde do município ou estado. Febre Amarela Vírus amarílico, arbovírus do gênero Flavivírus e família Flaviviridae. Na FAS, o ciclo de transmissão se processa entre o macaco infectado → mosquito silvestre → macaco sadio. Na FAU, a transmissão se faz através da picada do mosquito Ae. aegypti, no ciclo: homem infectado → Ae. aegypti → homem sadio. Varia de 3 a 6 dias, após a picada do mos- quito fêmea infectado. O sangue dos doentes é infectan- te de 24 a 48 horas antes do aparecimento dos sintomas até 3 a 5 dias após, tempo que corresponde ao período de viremia. No mosquito Ae. aegypti, o período de incubação é de 9 a 12 dias, após o que se mantém infectado por toda a vida. Fase aguda - Este é o estágio inicial da infecção com sintomas de Febre Dor de cabeça Dores musculares Sensibilidade à luz Náusea, vômito ou ambos Perda de apetite Tontura Fase tóxica Após 3-4 dias de fase aguda, os sintomas desaparecem e a maioria dos casos se recupera nesta fase. A fase tóxica ocorre quando os sintomas reaparecem após um ou dois dias. Durante a É clínico, epidemiológic o e laboratorial. Não existe tratamento antiviral específico. É apenas sintomático, com cuidadosa assistência ao paciente que, sob hospita- lização, deve permanecer em repouso, com reposição de líquidos e das perdas sanguíneas, quando indicada. Vacinação e proteção contra os mosquitos portadores (como repelentes e telas). fase tóxica, os sintomas são mais graves e fatais, podendo incluir: amarelament o dos olhos (icterícia) e pele Dores de estômago e vômitos Redução na capacidade de urinar Frequencia cardíaca lenta Falência renal e hepática Convulsões Tuberculose M. tuberculosis, também conhecido como ba- cilo de Koch (BK). O complexo M. tuberculosis é constituído de várias espécies: M. tuberculosis, M. bovis, M. africanum e M. microti. Myco- A Tuberculose é transmitida de pessoa a pessoa, principalment e, através do ar. A fala, o espirro e, principalmen- te, a tosse de um doente de Tuberculose pulmonar bacilífera lança no Após a infecção pelo M. tuberculosis, trans- correm, em média, 4 a 12 semanas para a detecção das lesões primárias. A maioria dos novos casos de doença pulmonar ocorre em torno de 12 Enquanto o doente estiver eli- minando bacilos e não houver iniciado o tratamento. Com o início do esquema terapêutico recomendado, a transmissão é reduzida, gradati- vamente, a níveis insignificantes, ao fim de poucos dias ou semanas. As crianças, com Tuberculose pulmonar, Distúrbio ventilatório obstrutivo e/ou restritivo, infecções respiratórias de repetição, formação de bronquiectasia s, he- moptise, atelectasias, empiemas. São fundamentais os seguintes métodos: • Clínico - Baseado nos sintomas e história epidemiológic a. Os casos suspeitos de Tuberculose em crianças e adolescentes devem ser encaminhados para a unidade São utilizados quatro medicamento s para o tratamento dos casos de tuberculose que utilizam o esquema básico: rifampicina, isoniazida, pirazinamida e etambutol. Além da vacinação, é adequado seguir alguns meios de prevenção, como: Use máscara, se um membro da família estiver infectado em casa; mantenha os utensílios e o quarto separados, se possível; mantenha as crianças ou bacterium tuberculosis. ar gotículas, de tamanhos variados, contendo no seu interior o bacilo. meses após a infecção inicial. geralmente não são infectantes. de referência, para investigação e confirmação do diagnóstico. Após definição do diagnóstico e esta- belecido o tratamento, a criança deverá voltar para acompanhame nto na Unidade Básica de Saúde. • Laboratorial - Exames bacteriológico s. idosos mais vulneráveis longe da pessoa infectada Evite grandes reuniões Lave as mãos ou desinfete regularmente quando estiver fora de casa Evite usar roupas molhadas ou meio molhadas Mantenha a casa suficientemente ventilada Limpe os dutos AC do carro e da casa regularmente Siga e eduque a etiqueta para tossir e espirrar Influenza vírus da influenza A transmissão ocorre de forma direta, por meio das secreções das vias respiratórias de uma pessoa contaminada ao espirrar, tossir ou falar; e também de Dura em torno de 24 a 72 horas. por um período de até 7 dias após o início dos sintomas Febre;Dor de garganta; Tosse; Dor no corpo; Dor de cabeça. Por meio de análise clínica ou exames específicos, como o PCR. De acordo com o Protocolo de Tratamento de Influenza 2017, do Ministério da Saúde, o uso do antiviral Fosfato de Oseltamivir está indicado para todos os casos de Síndrome Vacina e distanciamento de portadores do vírus. forma indireta, quando após contato com superfícies contaminada s, a pessoa leva as mãos com o vírus até a boca, nariz e olhos. Respiratória Aguda Grave (SRAG) e casos de Síndrome Gripal (SG) com condições ou fatores de risco para complicações . O início do tratamento deve ocorrer preferencialm ente nas primeiras 48 horas após o início dos sintomas Hepatite B Vírus da Hepatite B (HBV). Um vírus DNA, da família Hepadnavirida e. O HBV é altamente infectivo e facilmente transmitido pela via sexual, por transfusões de sangue, procedimento s médicos e odontológicos e hemodiálises sem as adequadas normas de De 30 a 180 dias (em média, de 60 a 90 dias). De 2 a 3 semanas antes dos pri- meiros sintomas, mantendo-se durante a evolução clínica da doença. O portador crônico pode transmitir por vários anos. Cronificação da infecção, cirrose hepática e suas complicações (ascite, hemorragias digestivas, peritonite bacteriana es- pontânea, encefalopatia hepática) e carcinoma hepatocelular. Clínico- laboratorial e laboratorial. Apenas com os aspectos clínicos não é possível identificar o agente etiológico, sendo 228 Secretaria de Vigilância em Saúde / MS necessária a realização de exames Não existe tratamento específico para a forma aguda. Se necessário, apenas sintomático para náuseas, vômitos e prurido. Como norma geral, recomenda-se repouso relativo até, praticamente, a Evitar o contato com sangue infectado ou de quem se desconheça o estado de saúde, não partilhar objetos cortantes e perfurantes, nem instrumentos usados para a preparação de drogas injetáveis, e usar sempre preservativo nas relações biossegurança , pela transmissão vertical (mãe- filho), por contatos ín- timos domiciliares (compartilha mento de escova dental e lâminas de barbear), acidentes perfurocortan tes, compartilham ento de seringas e de material para a realização de tatuagens e piercings. sorológicos. Os exames laboratoriais inespecíficos incluem as dosagens de aminotransfer ases – ALT/TGP e AST/TGO – que denunciam lesão do parênquima hepático. O ní- vel pode estar até 25 a 100 vezes acima do normal. As bilirrubinas são elevadas e o tempo de protrombina pode estar aumentada (TP>17s ou INR>1,5), indicando gravidade. Os exames específicos são feitos por meio de métodos sorológicos e de biologia molecular. normalização das aminotransfer ases. sexuais são as principais formas de prevenir o contágio. A realização de tatuagens, a colocação de ‘piercings’ e de tratamentos com acupuntura só deve ser feita se os instrumentos utilizados estiverem adequadament e esterilizados. Hepatite A Vírus da Hepatite A (HAV). Vírus RNA, família Picornaviridae . Fecal-oral, veiculação hídrica, pessoa a pessoa (contato intrafamiliar e institucional), alimentos contaminados e objetos inanimados. Transmissão percutânea (inoculação acidental) e parenteral (transfusão) são muito raras, devido ao curto período de viremia. Varia de 15 a 45 dias, média de 30 dias. Desde a segunda semana antes do início dos sintomas até o final da segunda semana de doença. As formas prolongadas ou recorrentes são raras e caracterizam- se pela manutenção das transaminases em níveis eleva- dos por meses ou, até mesmo, 1 ano. A forma fulminante apresenta letalidade elevada (40 a 80% dos casos). Ocorre necrose maciça ou Secretaria de Vigilância em Saúde / MS 223 Hepatite A submaciça do fígado. Os primeiros sinais e sintomas são brandos e inespecíficos. Icterícia e indisposição progressivas, Pode ser clínico- laboratorial, clínico- epidemiológic o e laboratorial. Apenas com os aspectos clínicos, não é possível identificar o agente etiológico, sendo necessária a realização de exames sorológi- cos. Entretanto, pode-se confirmar clinicamente os casos secundários em um surto, no qual o caso-índice teve sorologia confirmada (anti- HAVIgM). Os exames laboratoriais inespecíficos incluem as dosagens Não existe tratamento específico para a forma aguda. Se necessário, apenas sintomático para náuseas, vômitos e prurido. Como recomendação geral, orienta- se repouso relativo até pratica- mente a normalização das aminotransfer ases. Dieta pobre em gordura e rica em carboidratos é de uso popular, porém seu maior benefício é ser mais agradável para o paciente anorético. De forma prática, deve-se Lavar as mãos (incluindo após o uso do sanitário, trocar fraldas e antes do preparo de alimentos); Lavar com água tratada, clorada ou fervida, os alimentos que são consumidos crus, deixando-os de molho por 30 minutos; Cozinhar bem os alimentos antes de consumi-los, principalment e mariscos, urina escurecida, e coagulação anormal são sinais que devem chamar atenção para o de- senvolvimento de insuficiência hepática aguda (10 a 30 dias). A dete- riorização neurológica progride para o coma ao longo de poucos dias após a apresentação inicial. de aminotransfer ases – ALT/TGP e AST/TGO – que denunciam lesão do parênquima hepático. O nível de ALT pode estar 3 vezes maior que o normal, podendo atingir até mais de 2.000UI/l. As bilirrubinas são elevadas, podendo alcançar valores vinte a vinte e cinco vezes acima do normal, sobretudo à custa da fração não conjugada (indireta) e o tempo de protrombina pode estar diminuído recomendar que o próprio paciente defina sua dieta, de acordo com seu apetite e aceitação alimentar. A única restrição relaciona-se à ingestão de álcool, que deve ser suspensa por 6 meses, no mínimo, e, preferen- cialmente, por 1 ano. Medicamentos não devem ser administrados sem recomendação médica, para não agravar o dano hepático. As drogas consideradas “hepatoprotet oras”, associadas ou não a complexos vita- frutos do mar e peixes; Lavar adequadame nte pratos, copos, talheres e mamadeiras; Usar instalações sanitárias; No caso de creches, pré- escolas, lanchonetes, restaurantes e instituições fechadas, adotar medidas rigorosas de higiene, tais como a desinfecção de objetos, bancadas e chão utilizando (TP>17s ou INR>1,5), indicando gravidade. Outros exames podem estar alterados, como a glicemia e a albumina (baixas). Os exames específicos são feitos pela identificação dos marcadores sorológicos Na infecção aguda, o anti- HAV IgM é positivo (desde o início da sinto- matologia, que, normalmente, desaparece após 3 - 6 meses do quadro clínico). Na infecção passada e na vacinação, o anti-HAV/IgG é positi- mínicos, não têm nenhum valor terapêutico. hipoclorito de sódio a 2,5% ou água sanitária. Não tomar banho ou brincar perto de valões, riachos, chafarizes, enchentes ou próximo de onde haja esgoto; Evitar a construção de fossas próximas a poços e nascentes de rios; Usar preservativos e higienização das mãos, genitália, períneo e vo (detectado 1 semana após o início dos sintomas, que se mantêm ao longo da vida) região anal antes e após as relações sexuais. Tétano Clostridium tetani. A transmissão ocorre pela introdução dos esporos em uma solução de continuidade da pele e mucosas (ferimen- tos superficiais ou profundosde qualquer natureza), contaminados com terra, poeira, fezes de animais ou humanas. Varia de 1 dia a alguns meses, mas geral- mente é de 3 a 21 dias. Quanto menor for o tempo de incubação, maior a gravidade e pior o prognóstico. O Tétano não é doença contagio- sa, portanto não é transmitida diretamente de pessoa a pessoa. Parada respiratória e/ou cardíaca, disfunção respi- ratória, infecções secundárias, disautonomia, crise hipertensiva, ta- quicardia, fratura de vértebras, hemorragias digestiva e intracraniana, edema cerebral, flebite e embolia pulmonar. Clínico- epidemiológic o, não dependendo de confir- mação laboratorial. O doente deve ser internado em unidade assistencial apropriada, com mínimo de ruído, de luminosidade, com temperatura estável e agradável. Casos graves têm indicação de terapia intensiva, onde existe suporte técnico necessário para manejo de complicações e consequente redução das sequelas e da letalidade. Os princípios bási- cos do tratamento do A principal foram de prevenção é a vacina antitetânica. tétano são: sedação do paciente; neutralização da toxina tetânica; erradicação do C. tetani do paciente, debridamento do foco infeccioso e medidas gerais de suporte. • Neutralização da toxina (Imunoglobuli na Humana Antitetânica (IGHAT) ou, na indisponibilida de, usar o Soro Antitetânico (SAT). • Erradicação do C. tetani (Penicilina G Cristalina ou Metronidazol, além de debridamento e limpeza dos focos suspeitos). • Sedação do paciente (sedativos benzodiazepíni cos e miorrelaxante s - Diazepam, Clorpromozina , Midazolan). • Debridamento do foco: limpar o ferimento suspeito com soro fisiológico ou água e sabão. - Medidas de suporte (internação em quarto silencioso, em penum- bra, com redução máxima dos estímulos auditivos, visuais, táteis e cuidados gerais no equilíbrio do estado clínico). Varicela Um vírus RNA, o Varicella- zoster, da família Herpetovirida e. Pessoa a pessoa, pelo contato direto ou por secreções respiratórias (disseminação aérea de partículas virais/aeros- sóis) e, raramente, através de contato com lesões. Também pode ser transmitida indiretamente , por objetos contaminados com secreções de vesículas e membranas mucosas de pacientes infectados. Entre 14 a 16 dias, podendo variar entre 10 a 20 dias após o contato. Pode ser mais curto em pacientes imunode- primidos e mais longo após imunização passiva. Varia de 1 a 2 dias antes da erup- ção até 5 dias após o surgimento do primeiro grupo de vesículas. Infecção bacteriana secundária de pele: impetigo, absesso, celulite, erisipela, causada por S. aureus, Streptococcus pyo- genes, que podem levar a quadros sistêmicos de sepse, com artrite, pneumonia, endocardite; encefalite ou meningite e glomerulonefri te. Pode ocorrer síndrome de Reye, caracterizado por quadro neurológico de rápida progressão e disfunção hepática, associado ao uso de ácido acetilsalicílico, principalment Principalment e, clínico- epidemiológic o. Sintomático - Antihistamínic os sistêmicos, para atenuar o prurido, e banhos de permanganato de potássio, na diluição de 1:40.000. Havendo infecção secundária, recomenda-se o uso de antibióticos sistêmicos. Varicela em crianças é uma doença benigna, que em geral não necessita de tratamento específico. • Tópico - Compressas de permanganato de potássio (1:40.000) e água boricada a 2%, várias vezes ao dia. Deve-se ter o cuidado de proteger Vacinação. Lavar as mãos após tocar nas lesões. Isolamento: crianças com varicela não complicada só devem retornar à escola após todas as lesões terem evoluído para crostas. Crianças imunodeprimi das ou que apresentam curso clínico prolongado só deverão retornar às atividades após o término da e em crianças. Infecção fetal, durante a gestação, pode levar à embriopatia, com síndrome da Varicela congê- nita (Varicela neonatal que se expressa por meio de um ou mais dos 420 Secretaria de Vigilância em Saúde / MS Doenças Infecciosas e Parasitárias seguintes sintomas: microoftalmia, catarata, atrofia óptica e do sistema nervoso central). Imunodeprimi dos podem ter a forma de Varicela dis- seminada, Varicela hemorrágica. A nevralgia os olhos quando da aplicação do permanganato • Específico - Antivirais - Crianças: quando indicado, 20mg/kg/dose , VO, 4 vezes ao dia, dose máxima 800mg/dia, durante 5 dias. - Adultos: (altas doses) - 800mg, VO, 5 vezes ao dia, durante 7 dias. Só tem efetividade quando iniciado nas primeiras 24 horas da doença, ficando a indicação a critério médico. Crianças imunocompro metidas devem fazer uso de aciclovir venoso ou erupção vesicular. Pacientes internados: isolamento de contato e respiratório até a fase de crosta. Desinfecção: concorrente dos objetos contaminado s com secreções nasofaríngea s. Imunoprofilax ia em surtos de ambiente hospitalar. pós-herpética é definida como dor persistente por 4 a 6 semanas após a erupção cutânea. Sua incidência é claramente associada à idade, atingindo cerca de 40% dos indivíduos acima de 50 anos. É mais frequente em mulheres e após comprometim ento do trigêmeo. em casos graves (adulto ou criança), na dosagem de 10mg/kg, a cada 8 horas, infundido durante 1 hora, durante 7 a 14 dias. Seu Secretaria de Vigilância em Saúde / MS 421 Varicela / Herpes Zoster uso está indicado, com restrições, em gestantes com complicações graves de Varicela. Outros antivirais têm sido indicados. A nevralgia pós-herpética (NPH) é uma complicação frequente (até 20%) da infecção pelo Herpes Zoster, que se caracteriza pela refrata- riedade ao tratamento. A terapia antiviral específica, iniciada em até 72 horas após o surgimento do rash, reduz a ocorrência da NPH. O uso de corticosteróid es, na fase aguda da doença, não altera a incidência e a gravidade do NPH, porém reduz a neurite aguda, devendo ser adotado em pacientes sem imunocompro metimento.