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Como funciona a Guarda Compartilhada em Casos de Violência Doméstica? A guarda compartilhada em casos de violência doméstica é um tema delicado e exige uma análise cuidadosa para garantir a segurança e o bem-estar da criança. Segundo dados do Conselho Nacional de Justiça, casos envolvendo violência doméstica requerem atenção especial e frequentemente resultam em decisões que limitam o contato do agressor com a família. É fundamental que a decisão judicial seja tomada levando em consideração os seguintes aspectos: Gravidade da violência: A intensidade e a frequência dos atos de violência devem ser avaliadas para determinar se a guarda compartilhada é viável. Isso inclui a análise de boletins de ocorrência, laudos médicos, testemunhos e qualquer outro documento que comprove a violência. 1. Risco para a criança: É preciso analisar se a criança está em risco de sofrer violência física, psicológica ou sexual caso o agressor tenha acesso a ela. Estudos mostram que crianças expostas à violência doméstica têm maior probabilidade de desenvolver problemas emocionais e comportamentais. 2. Plano de segurança: O juiz deve avaliar se existe um plano de segurança eficaz para proteger a criança e a mãe da violência. Este plano pode incluir medidas protetivas, monitoramento eletrônico do agressor e visitas supervisionadas. 3. Capacidade do agressor de mudar: É importante analisar se o agressor demonstra arrependimento genuíno e se há um plano de tratamento para que ele possa mudar seu comportamento. Isso pode incluir participação em programas de reabilitação e acompanhamento psicológico. 4. Interesse da criança: A decisão final deve sempre priorizar o bem-estar da criança, considerando o seu desenvolvimento físico, psicológico e social. Um laudo psicossocial pode ser fundamental nesta avaliação. 5. Em casos de violência doméstica, a guarda compartilhada pode ser concedida apenas se houver a certeza de que a criança está segura e que o agressor não terá acesso a ela. É essencial que haja um acompanhamento constante da situação por profissionais especializados. Medidas de proteção adicionais que podem ser implementadas: Visitas supervisionadas por profissionais especializados Restrição de horários e locais para as visitas Proibição de contato direto entre o agressor e a vítima Monitoramento constante por equipe multidisciplinar Avaliações psicológicas periódicas da criança É importante lembrar que a violência doméstica é um crime grave e que o agressor deve ser responsabilizado por seus atos. As vítimas podem buscar ajuda através dos seguintes canais: Disque 180 - Central de Atendimento à Mulher Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAM) Defensoria Pública Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) O acompanhamento psicológico é fundamental tanto para a criança quanto para a vítima da violência. Este suporte ajuda a processar o trauma e desenvolver estratégias de enfrentamento saudáveis para lidar com a situação. Em casos extremos, onde há risco iminente para a criança ou para a vítima, o juiz pode determinar a suspensão ou até mesmo a perda do poder familiar do agressor, priorizando sempre a segurança e o bem-estar dos envolvidos.