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O LIVRO DIDÁTICO E O ENSINO DA LITERATURA INFANTO JUVENIL NO 5° E 6° ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL II Discente: Ingrid Agna Andrade do Nascimento1 Orientadora: Profa. Dra. Maria Audirene de Souza Cordeiro2 Resumo: Este trabalho aborda aspectos sobre a literatura infanto juvenil por meio da análise de um livro didático de Lingua Portuguesa do 5º e 6º ano do Ensino Fundamental II. A pesquisa teve como objetivo verificar como a literatura infantojuvenil é trabalhada no livro didático de Lingua Portuguesa do 5º e 6º ano do Ensino Fundamental II Como base teórica, utilizou-se os estudos de COELHO (1991), COSSON (2009), dentre outros que contribuiram com a temática em questão. O presente estudo tem como énfase maior analisar como a literatura infanto juvenil é contemplada nos livros didáticos do 5º e 6º ano do EFII. Nesta perspectiva, as reflexões em torno da pesquisa em questão, serão feitas por meio de revisão bibliográfica, que busca ler e analisar artigos cientificos já publicados, para fazer o levantamento de dados a cerca do tema em quetão. Palavras-chave: Literatura infanto juvenil, Livro didático, Ensino fundamental II. Abstract: This work addresses aspects of children's literature through the analysis of a Portuguese language textbook for the 5th and 6th year of Elementary School II. The research aimed to verify how children's literature is worked on in the Portuguese Language textbook of the 5th and 6th year of Elementary School II. As a theoretical basis, studies by COELHO (1991), COSSON (2009) were used, among others that contributed to the theme in question. The main emphasis of this study is to analyze how children's literature is covered in EFII 5th and 6th grade textbooks. In this perspective. the reflections around the research in question will be made through a bibliographic review, which seeks to read and analyze scientific articles already published, to collect data about the topic in question. Key words: Children's Literature, Textbook, Elementary School II. INTRODUÇÃO 1. LITERATURA INFANTO JUVENIL Sabemos que é no ensino fundamental que os alunos precisam desenvolver o hábito da leitura, para levar isso ao longo da vida. Sobretudo porque essa fase é caracterizada por muitas mudanças, pois as crianças começam a se despedir do mundo da infância para o mundo dos adultos. Como resultado, elas desenvolvem a capacidade de ler e interpretar o mundo e passam a ter um olhar mais crítico sobre os diferentes fatos. Portanto, nesta fase, os educandos devem ser estimulados a descobrir quais gêneros mais despertaram seu interesse para que possam começar a olhar a literatura como uma nova forma de estudo, procurando livros relacionados a temas de seu interesse. Dessa forma, eles irão expandir seu vocabulário enquanto desenvolvem o autoconhecimento e uma melhor compreensão do mundo. Os interesses para com a leitura mudam à medida que os leitores desenvolvem e experimentam novas leituras e vida diária. O importante aqui é procurar na literatura infanto juvenil o que você quer aprender e saber. A própria leitura traz à tona várias possibilidades de se interessar por novos conhecimentos que antes eram desconhecidos ou irrelevantes. 1.1 conceito A literatura infanto juvenil é uma categoria textual voltada para o ensino de crianças e adolescentes entre 5 e 13 anos, com vários tipos de narrativas. Mas para falar sobre literatura infanto juvenil, precisamos voltar um pouco na historia, na antiguidade, as historias vinham da linguagem oral , não existiam escritos, então eram passadas de geração a geração contadas de forma oral. Contavam-se histórias com um fundo moral de que as crianças deveria ouvir e aprender com os erros dos outros e aprender com as situações alheias através de ouvir uma historia . As crianças eram vistas como mini adultos, e só com o passar do tempo isso foi mudando, porém a literatura infanto juvenil só surgiu a partir do século XVII, e ainda tinha uma carga muito moral inserida, um dos precursores da literatura infanto juvenil foi Monteiro Lobato. Conforme Coelho (1991, p. 28), os personagens de Monteiro Lobato seguem uma moral de situação na qual a liberdade é o grande valor, a exemplo de "Narizinho arrebitado", história das peripécias de Narizinho e sua boneca de pano Emilia, a obra foi publicada em 1921, apresentando assim, um apelo à imaginação, movimentação dos diálogos, enredo, linguagem visual, humor e a graça na expressão linguística, renovando desta forma o conceito de literatura infantil no Brasil.. “[...] em suma, o ‘livro infantil’, ainda que dirigido à criança, é de invenção e intenção do adulto. Transmite os pontos de vista que este considera mais úteis à formação de seus leitores. E transmite-os na linguagem e no estilo que o adulto igualmente crê adequados à compreensão e ao gosto do seu público”(meireles, 1984, p. 29) 1.2 função cognitiva O desenvolvimento cognitivo é decorrente do processo de aprendizagem, ou da experiência , e través da literatura, a criança descobre o mundo, onde pode viajar em sua imaginação e sonhos. A literatura permite que as crianças combinem realidade e fantasia através de sonhos e imaginação. Para Paço, a literatura permite que as crianças descubram e atuem em um mundo mágico e mudem a realidade, para melhor ou para pior. Nesse sentido, a criança é reconhecida como um ser pensante, sendo apta para vincular sua ação acerca do mundo e de sua cultura, tendo a escola como um espaço para isso e o tempo para ser vivenciado. Esse processo de aprendizagem envolve diretamente a interação entre sujeitos (RABELLO; PASSOS, 2016). 1.3 função social A secularização da literatura infanto juvenil, no período moderno, foi acompanhada pelo romantismo e como legitimação da burguesia, mudou o conceito de leitura. A influência da burguesia na literatura continua até hoje. Os novos clássicos além de atingir e influenciar o público adulto, prioriza os textos voltados ao público infantil, visando mudar o comportamento das crianças, reforçando valores sociais comuns, são apresentados como modelos a serem absorvidos e seguidos. Portanto, não é imprudente afirmar a função social da literatura infanto juvenil, como um desenvolvimento do hábito de ler livros desde criança. Originalmente, a literatura infanto juvenil, tem a função formativa, propõe um modelo comportamental que promove a integração das crianças na sociedade. Nesse contexto deve-se dizer que o movimento de literatura infanto juvenil contemporâneo, ao oferecer um novo conceito de abertura a uma variedade de textos escritos, da o suporte para transformar a literatura infantil em experiência de mundo. Dessa forma, as histórias contemporâneas, ao apresentarem as dúvidas das crianças, fazem uma relação com o mundo em que vivem, e criam um espaço aberto para questionamentos e reflexões, por outro lado, as histórias clássicas não atrapalham o raciocínio lógico porque não prejudicam a inteligência da criança. Em vez disso, elas promovem o aumento da sensibilidade. Arte e equilíbrio entre sonho e realidade, é um jogo emocionante e as crianças sabem disso, o que você lê não é verdade, mas você finge acreditar e essa é a magia da imaginação, muito necessária para o desenvolvimento infantil. Segundo Cardoso (2002), as relações sociais entre os seres humanos são capazes de proporcionar o desenvolvimento humano, no entanto este desenvolvimento só é capaz de ser concretizado com o auxílio de instrumentos técnico e psicológicos. 1.4 Importância da literatura infanto juvenil para o ensino da leitura A literatura infanto juvenil é de suma importância para o ensino da leitura, pois, é através da leitura que é feita a mudança na forma que criança pensa e vê o mundo. Porque ler é o ato de combinar significado e sentimento no texto. Esse ato de constituição de sentido dependerá da experiência histórica do sujeito. Nesse caso, a subjetividade da criança ajuda a dar sentido ao texto. Uma criança nasce sem sentira necessidade de ler/escrever porque não nasce com uma literatura pronta. Criar situações nas quais as crianças possam dar um significado positivo a um livro criará a necessidade de leitura literária da criança. Assim, a literatura em sala de aula proporciona uma experiência de leitura que estimula uma atitude em relação à leitura. Desde as origens, a literatura aparece ligada a essa função essencial: atuar sobre as mentes, nas quais se decidem as vontades ou as ações; e sobre os espíritos, nos quais se expandem as emoções, paixões, desejos, sentimentos de toda ordem […]. No encontro com a literatura (ou com a arte em geral) os homens têm a oportunidade de ampliar, transformar ou enriquecer sua própria experiência de vida, em um grau de intensidade não igualada por nenhuma outra atividade (COELHO, 2000, p. 29) Nesse sentido, quanto mais cedo as crianças são expostas aos livros, mais cedo elas experimentam o prazer de ler e maior a probabilidade de se tornarem leitores adultos. Da mesma forma, por meio da leitura, as crianças adquirem uma postura de reflexão crítica extremamente relevante para sua formação cognitiva. Segundo Abramovich (1997) quando as crianças ouvem histórias, passam a visualizar de forma mais clara, sentimentos que têm em relação ao mundo. As histórias trabalham problemas existenciais típicos da infância, como medos, sentimentos de inveja e de carinho, curiosidade, dor, perda, além de ensinarem infinitos assuntos. “É através de uma história que se pode descobrir outros lugares, outros tempos, outros jeitos de agir e de ser, outras regras, outra ética, outra ótica...É ficar sabendo história, filosofia, direito, política, sociologia, antropologia, etc. sem precisar saber o nome disso tudo e muito menos achar que tem cara de aula”. (ABRAMOVICH, 1997, p.17) Diante de todas as complexidades do desenvolvimento da leitura, a sociedade deve adotar algumas estratégias de incentivo que sejam benéficas à aprendizagem e ao desenvolvimento das crianças. Além do problema do governo em investir em verbas para a educação e valorizar os educadores, falta também o incentivo familiar , então as escolas ainda estão cultivando o melhor lugar para os leitores. Percebe-se que muitas escolas de educação infantil têm encontrado grandes dificuldades no apoio ao incentivo à leitura. Ou falta de materiais (livros), ou profissionais para a causa. O problema já está na base da escola. ”Ler sempre representou uma das ligações mais significativas do ser humano com o mundo. Lendo reflete-se e presentifica-se na história. O homem, permanentemente, realizou uma leitura do mundo. Em paredes de cavernas ou reconhecendo-se capaz de representação. Certamente, ler é engajamento existencial”. (MORAIS 1991, p. 98) Segundo (VYGOTSKY, 1978), o ato da leitura literária influencia diretamente na Zona de Desenvolvimento Proximal, levando a criança para a Zona de Desenvolvimento Real; uma vez que, além de ampliar o vocabulário, modificar a forma de ler e ver o mundo, a criança,por meio da atitude leitora,desenvolve a atividade criadora e se apropriam das funções psíquicas superiores. 2 O LIVRO DIDÁTICO E LITERATURA INFANTO JUVENIL O livro didático é um recurso que vem se modificando e mudando as expectativas de muitos. Não é apenas algo com ilustrações, coloridas ou em preto e branco. Vai mais longe porque é essencial para mudar os indivíduos ou melhorar a sua capacidade de querer estar mais perto do irreal. Nesse caso, a questão é se a materialização das obras literárias foi bem disseminada, e se um ideal de construção da boa sociedade leitora foi disseminado. Entende-se que o livro didático é um legado e deve ser sempre visto com bons olhos, pois é o meio pelo qual os alunos recebem apoio para conduzir suas atividades de forma mais eficaz. Por muito tempo, o objeto foi visualizado e rotulado como um mágico, capaz de revelar os segredos da história. Quero enfatizar a grande riqueza da literatura infantil, dos clássicos às figuras de enorme influência da cultura “popular”, da metaficção aos textos experimentais em multimídias até os mais recentes e efêmeros textos, incluindo livros-ilustrados, contos de fadas e tudo o que possa ser proveitosamente examinado. (HUNT 2010, p. 39). 2.1 Espaço da literatura infanto juvenil em livros didáticos Ao considerar a formação do leitor no campo da literatura infanto juvenil, é preciso destacar que as principais preocupações giram em torno da compreensão leitor como ferramenta de fruição, realização, formação intelectual e desenvolvimento do pensamento crítico. Questões relacionadas às primeiras áreas de formação em alfabetização e gestão de códigos escritos, apesar de sua fundamental importância na formação de crianças em seus primeiros anos de escola, são de pouco ou nenhum interesse para pesquisadores em literatura infanto juvenil. “[...] devemos compreender que o letramento literário é uma prática social e, como tal, responsabilidade da escola. A questão a ser enfrentada não é se a escola deve ou não escolarizar a literatura, como bem nos alerta Magda Soares, mas sim como fazer essa escolarização sem descaracterizá-la, sem transformá-la em um simulacro de si mesma que mais nega do que confirma seu poder de humanização” (cosson, 2009, p. 23). Sabemos que o livro didático é muito importante para a a construção do conhecimento dos educandos, no que se refere a um ser em desenvolvimento, o objeto de estudo nesse discurso é o livro didático e o ensino da literatura infanto juvenil, cujo conteúdo se dissipa da mensagem e o texto literário é colocado a serviço fragmentado. A análise linguística prova que eles nada mais são do que uma desculpa para escapar de sua função real. Podemos observar o tamanho das falhas apresentadas nos livros didáticos. Isso começa com o acesso a livros literários que muitos não têm, até a falta de profissionais qualificados para criar um bom fluxo entre livros e usuários. 2.2 Literatura infanto juvenil em livros do no 5° e 6° ano ensino fundamental II É perceptível, através de muitos estudos já analisados, que nas salas de aula do 5º e 6º ano para ser mais preciso, o que se pode notar sobre as formas de exposição e o uso da literatura infanto juvenil nas escolas, que quase não se houve falar a respeito do uso da mesma, a maioria dos docentes nunca nem ouviram falar a respeito da literatura infanto juvenil, e não há dúvida de que devemos mudar a prática docente dos professores, portanto, sabemos que a literatura é fundamental para o desenvolvimento humano, também por ser um meio de alfabetização, pois é constituída de sentido para a vida, e é elemento essencial na construção do conhecimento e da aprendizagem literária. Para Coelho (2000, p. 27) “A literatura é uma linguagem específica que, como toda linguagem, expressa uma determinada experiência humana, e dificilmente poderá ser definida com exatidão. Cada época compreendeu e produziu literatura a seu modo. Conhecer esse modo é, sem dúvida, conhecer a singularidade de cada momento da longa marcha da humanidade em sua constante evolução”. 2.3 Relação dos textos com a realidade dos alunos 3 O ENSINO DA LITERATURA INFANTO JUVENIL NO ENSINO FUNDAMENTAL II Podemos ver claramente que o Ensino Fundamental II, enfrenta uma série de situações que fragmentam a aprendizagem, e essa fragmentação vem com as crises que enfrenta e as crises que percorrem sua trajetória. Ainda enfrenta a escassez de livros didáticos e do que neles está programado, o que resulta em informações processadas e entregues de forma incoerente. Poucas informações são fornecidas sobre o conteúdo dos livros didáticos que os alunos recebem e, além disso, seu espaço explicativo é incompleto. Nesse sentido, ao discutir o que é tratado nos livros didáticos voltados para a literatura infanto juvenil, é fundamental relatar que muitas vezes eles são utilizados de forma incorreta. Como todos sabemos, os livros didáticos são uma parteimportante do processo educacional e o principal recurso para os professores trabalharem com os alunos. Na maioria das vezes, os livros didáticos são o único recurso em sala de aula. Devido a esse fator, é compreensível que ele tenha conteúdo que atenda aos requisitos de ensino esperados. Claramente, como o professor é um intermediário no processo de ensino e aprendizagem, mesmo com esses obstáculos, ele deve sempre buscar formas de interagir e se envolver com seus alunos. Portanto, os professores precisam inovar continuamente as práticas de ensino para facilitar o aprendizado do conteúdo. 3.1 A literatura infanto juvenil e a BNCC 3.2 O ensino da literatura infanto juvenil para além dos livros didáticos Um ponto importante a ser analisado é como a escola lida com a literatura e como ela é apresentada aos alunos, é imprescindível que os professores e a escola incentivem a leitura de textos literários, pois é quando o professor demonstra prazer em determinadas atividades, também desperta o mesmo sentimento nos alunos que o observam. No sentido de modelo, as ações do professor são tão importantes e valiosas quanto o que ele diz a um grupo de crianças que se inclinam para ouvi-lo. A promoção da leitura nas escolas é responsabilidade de todos os professores, não apenas de alguns professores específicos que têm a responsabilidade de incentivar a leitura. Os autores ressaltam que a ação isolada não pode superar as dificuldades. Considerações finais Acadêmica do Curso de Letras da UEA/ Boca do Acre. Professora da UFAM que atua como colaboradora da UEA nos cursos de Letras.