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Pagamento internacionais e taxa
de câmbio
O balanço de pagamento busca explicar o saldo do balanço comercial por intermédio da
microeconomia já que, na abordagem tradicional, a escolha entre bens produzidos no
mercado interno ou no externo é determinada pelos preços relativos. Portanto são
relevantes para a decisão de importar ou exportar as seguintes informações: preços
domésticos, preços externos e taxa de câmbio. Alterações na taxa de câmbio afetam os
preços relativos dos produtos entre o mercado interno e externo, e podem induzir aumento
ou redução do saldo comercial.
Nesta abordagem, para reduzir o déficit é preciso a desvalorização real da moeda visando
induzir o aumento das exportações e a redução das importações. Entretanto, a
desvalorização da moeda somente melhora o balanço de pagamento se a soma das
elasticidades-preço da demanda por importação pelos residentes e da exportação por
não-residentes for maior que um, segundo a Condição de Marshall-Lerner.
Para analisar os impactos das variações da taxa de câmbio sobre o balanço comercial, os
autores utilizam a hipótese de país pequeno para simplificar o modelo. Nessa hipótese, o
volume de comércio não afeta preços internacionais, a demanda pelas exportações é
infinitamente elástica, e uma desvalorização melhora, portanto, o balanço comercial.
● 1.1Pagamentos Internacionais
Os pagamentos internacionais são feitos em moeda, portanto é preciso haver um
mecanismo de transferência desses recursos de um país para o outro e uma taxa de
conversão de uma moeda em outra, essas taxas dependem do regime cambial adotado e da
oferta e demanda de moeda estrangeira no país. A oferta é resultado de todas as
transações econômicas que impliquem a entrada de divisas, como exportações,
investimento e financiamentos concedidos por não-residentes no país. A demanda resulta
das transações econômicas que levam à saída de divisas, como importações, remessas de
lucros para o exterior, pagamentos de juros etc.
O conjunto dos agentes econômicos que transfere recursos de um país para o outro forma o
mercado de divisas ou mercado cambial. As operações realizadas no chamado mercado
cambial não envolvem deslocamento de moeda de um país para o outro, geralmente os
países utilizam uma terceira moeda para realizar seus pagamentos. Por exemplo o Brasil
vende para a Inglaterra produtos no valor de U$ 120.000, o importador compra este valor
com libras, se a taxa de câmbio for £ 0,6024= US$ 1,00 ele irá depositar £ 72.288 em nome
do exportador brasileiro em um banco comercial que realize operações de câmbio, então o
banco credita os US$ 120.000, o Brasil “vende” esses dólares, para receber sua receita, e
saca de sua conta R$138.720 (em um taxa de câmbio de R$ 1,150 = US$ 1,00). O Banco
Central de qualquer país é a autoridade monetária que realiza, entre outras atribuições, o
controle das “entradas” e “saídas” da moeda estrangeira1, seu papel é centralizar o controle
das operações de câmbio e, portanto, deve ser notificado de todas as transações de bancos
comerciais que envolvam entrada e saída de moeda estrangeira no país.
1 entradas e saídas estão entre aspas porque os dólares não se movimentam efetivamente de um
país para outro.
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Outro exemplo, o Brasil importa mercadorias inglesas no valor de US$100.000, para pagar o
Brasil deposita R$115,600 (na mesma taxa de câmbio do exemplo anterior) no banco
comercial que, então, credita US$100.000 em nome do exportador inglês, para receber a
receita de sua exportação “vende” seus dólares e recebe £60.240. Nem o importador nem o
exportador manipulam diretamente a moeda estrangeira que serviu de base para a
transação, o dólar.
O saldo dessas entradas e saídas recebe o nome de reservas, logo o Banco Central do
Brasil credita US$120.000 das exportações em seus ativos e debita US$100.00 das
importações, o Banco Central inglês faz o inverso. Portanto as reservas brasileiras
aumentaram em US$20.000 enquanto as inglesas diminuíram na mesma proporção. Essas
operações estão esquematizadas na Figura 1.1
● 1.2 Regimes cambiais
A taxa de câmbio é uma variável econômica muito importante porque intermedeia todas as
transações entre residentes e não-residentes de um país, ou seja, todas as contas do
balanço de pagamentos são influenciadas pela taxa de câmbio, cujas alterações afetam
exportações, importações, entradas de capitais estrangeiros, rentabilidade de aplicações no
exterior, volume de reservas, etc.
Há dois tipos de arranjos cambiais: o regime cambial fixo e o flexível
Em um regime cambial fixo, o Banco Central fixa o preço de uma moeda estrangeira em
moeda nacional. A autoridade monetária garante a conversão de moeda estrangeira em
nacional, e vice-versa, àquele preço. Todas as transações com o exterior, que envolvam
entrada e saída de divisas, obedecerão à taxa de câmbio fixa para converter as moedas.
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Neste tipo de regime, em geral, a taxa de câmbio de um país é fixa em relação a outra
moeda, que pode ser considerada uma âncora. Portanto, adotar um regime de taxas fixas
significa ancorar o valor de uma moeda no de outra, ou no de uma cesta de moedas. A
ancoragem pode ocorrer de três maneiras:
No regime de ancoragem unilateral, a responsabilidade pela manutenção da paridade é do
país ancorado, e não do país-âncora.
Currency board é uma versão radical da ancoragem unilateral onde o país ancorado não só
estabelece unilateralmente uma taxa de câmbio fixa, como vincula o volume de moeda local
à quantidade da moeda estrangeira de referência existente no país. O país que adota esse
regime perde completamente a capacidade de executar política monetária.
O arranjo cambial cooperativo é um sistema de ancoragem que se distingue do unilateral à
medida que todos os países envolvidos são responsáveis pela manutenção das paridades
cambiais entre as respectivas moedas. As políticas econômicas de cada país devem estar
em conformidade com a taxa central, evitando desalinhamentos.
Em um regime de taxas de câmbio flexíveis ou flutuantes, o Banco Central permite que o
mercado cambial estabeleça o preço da moeda estrangeira. Há, de um lado, agentes que
demandam moeda estrangeira - importadores, turistas que vão ao exterior- e do outro,
aqueles que demandam moeda nacional em troca da moeda estrangeira que possuem -
exportadores, turistas estrangeiros no país, etc. Num regime cambial flutuante estrito, a
autoridade monetária nunca interfere no mercado de divisas, constituindo-se em flutuações
“limpas”. Entretanto, é comum que os Bancos Centrais intervenham no mercado cambial
quando o preço da moeda estrangeira se afaste muito de um valor que o governo julgue
conveniente, caracterizando um regime cambial de flutuações “sujas.
Alguns países que administram sua política cambial por meio de flutuações sujas
estabelecem bandas cambiais, intervalos dentro dos quais a taxa de câmbio pode flutuar
livremente.
● Paridade do poder de compra
A paridade do poder de compra da moeda é um conceito muito antigo baseado na Lei do
preço único, segundo a qual, em um mercado integrado, qualquer mercadoria tem um só
preço, ou seja, na ausência de barreiras ao fluxo de informações de mercadoria, não é
possível que um mesmo bem seja vendido a dois ou mais preços diferentes. O processo de
arbitragem assegura a “vigência” da lei do preço único.
A lei do preço único determinaria o preço doméstico como:
P= E . P*
A paridade de poder de compra pode ser apresentada mais rigorosamente como:
P = q . E . P*
onde P é o índice de preço doméstico e P* índice de preço externo, E é a taxa de câmbio e
q é a taxa de paridade real.
O que diferencia as equações em si é o termo de paridade real (q), que indica a eficácia de
preço único, um grau de arbitragem. Se q é igual a 1, logo E . P*, isso representaria uma
arbitragem perfeita, pois os preços domésticos seriam exatamente igual aos preços
internacionais multiplicados pela taxa de câmbio.
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No entanto, isso não ocorre na prática porque quando ocorre a equiparação do valor na
mesma moeda, geralmente dólar, os preçosdificilmente são iguais. Basicamente, é diferente
de 1 no mercado internacional.
Mesmo com as imperfeições que influenciam no poder de paridade de compra (PPC) que
impedem a arbitragem perfeita, alguns países tendem a administrar suas taxas de câmbio
de acordo com a versão relativa da PPC; onde as variações na taxa de câmbio devem ser
iguais à diferença entre as variações dos preços domésticos e internacionais.
Contudo, uma valorização da moeda nacional, como medida de protecionismo interno do
comércio, estimula as importações enquanto desvaloriza as exportações; o inverso, uma
forma de depreciação da moeda local, estimula as exportações enquanto inibe as
importações.
Há duas formas de avaliar a variação da taxa de câmbio: a taxa de câmbio real e a taxa de
câmbio nominal.
A taxa de câmbio real é a equivalência do câmbio nominal ajustado à inflação, seja interna
ou externa, essa taxa em si é um índice para identificar o quão caro ou barato está
verdadeiramente um produto considerando o poder de compra da moeda nacional.
e = 1/q e E
A taxa de câmbio nominal é o custo de uma moeda comprada a outra,sem considerar a
inflação.
Capitulo 9
A globalização do mercado cambial junto ao avanço das comunicações, possibilitou
realizações de arbitragem de divisas, operações de compra e venda com o objetivo de obter
lucro com a diferença das cotações de diferentes moedas em mercados internacionais. Em
um plano de longo prazo, a propensão é que os preços irão se equilibrar em cada divisa nos
diferentes mercados cambiais internacionais.
Arbitragem de divisas ocorre quando a integração dos mercados financeiros é tão global e
,quase que, unificada que o spread, diferença entre o valor de compra e venda de moeda
que os bancos intermedeiam entre os agentes, e as taxas de câmbio são tão semelhantes.
Todo este trâmite ocorre no mercado de câmbio à vista, pois as taxas de câmbio tem
entrega imediata de até dois dias úteis; já no mercado de câmbio a termo sucede da compra
e venda de divisas para pagamento com uma entrega futura como uma forma de garantia
para redução dos riscos cambiais relacionadas à transações financeiras internacionais,
também conhecido como mercado futuro.
A taxa de retorno dá-se quando um investidor aplica seus recursos em um país estrangeiro
e o retorno de seu investimento é caracterizado pela taxa de juros do país e pela variação
cambial do período que irá ocorrer, isso sucede a partir de um previsão para os valores das
taxas e do câmbio futuro, pois eles são a base de cálculo para a decisão da aplicação que
eles irão desejar realmente investir.
Já a taxa de retorno esperada a partir da expectativa de uma possível variação cambial, um
equilíbrio no mercado é possível quando as taxas de retorno esperado dos depósitos de
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todas moedas, geralmente medida em dólar, são completamente iguais. Quando isso ocorre,
a probabilidade de um agente querer efetuar compra e venda de divisas é quase que nula.
capitulo 12
A evolução das relações econômicas internacionais ao longo das décadas teve uma
inclinação marcante ao protecionismo e a formação de blocos econômicos para a facilitação
de transações financeiras, fortalecimento de relações e crescimento econômico.
Os Estados-membros dos blocos se integram por livre e espontânea vontade, devido aos
interesses recíprocos de cada um, para não ficar em desvantagem em um cenário global
onde as outras nações estão integradas.
Há diversos níveis de integração que podem ser condensados em ordem crescente de
mutualidade:
Zona de livre comércio: os países concordam em eliminar barreiras sobre comércio
recíproco.
União Aduaneira: os membros passam a adotar política comercial uniforme em relação aos
demais países.
Mercado comum: a liberdade de deslocamento não se restringe apenas aos produtos, como
também abrange os fatores de produção e a política contínua uniforme em relação a outros
países.
União Econômica: os acordos buscam a harmonia de políticas econômicas para a operação
semelhante dos agentes nos países que constituem o bloco econômico
Integração econômica total: livre deslocamento de bens, fatores de produção, serviços e
completa igualdade de condições para os agentes econômicos.
A União Europeia é considerada o bloco mais socialmente, economicamente e politicamente
integrado, pois passou pelas três primeiras etapas e atualmente se constitui em um bloco
econômico.
As teorias clássicas defendem a prática do livre comércio pois o protecionismo gera saldos
negativos e apresenta ineficiência, a integração de blocos econômicos envolve o livre
comércio entre os países constituintes por isso o bem estar das nações seria incerto e o
saldo positivo seria eventual em um possível futuro. em 1950, o economista Jacob Viner,
apresentou conceitos de criação de comércio e desvio de comércio para avaliar a eficiência
da criação de um bloco.
Criação de comércio ocorre quando a ineficiência da produção doméstica é substituída pela
importação, que tenderia a ser mais barata devido à falta de barreiras por causa do livre
comércio de um parceiro comercial. Já o desvio de comércio acontece quando há a
existência de um produto mais barato e é preterido em favor do produzido pelo país sócio;
os casos envolvendo criação de comércio e desvio de comércio dependem dos preços em
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países diferentes e as barreiras alfandegárias junto aos seus custos, se ocorrer mais criação
que desvio, cria-se um aumento no bem estar no bloco econômico.
O protecionismo tem uma caraterística de desenvolvimento de indústria interna muito
marcante, por isso foi muito defendida a integração para alguns países europeus e na
América Latina em 1950.
A América Latina foi um continente onde houve muitas tentativas de integração ao longo dos
anos, o precursor foi o Alalc, proposto pelo Cepal; as diferenças políticas e geográficas, fora
diversas diferenças entre as trocas dos produtos, distâncias, transporte, atrasos, etc, não
puderam formalizar o cumprimento do tratado em si e logo foi substituído por um novo
acordo chamado Aladi. O Tratado de Montevidéu firmado em 12 de agosto de 1980
estabelece como meta um mercado comum latino-americano, a estratégia tomada é um
mecanismo onde a tarifa regional de importação será inferior para países da região; também
ficou acordado que países considerados mais desenvolvidos, como Brasil e Argentina,
concederão um redução tarifária maior aos menos desenvolvidos, como Bolívia e Equador.
Cada país tem sua lista de exceções para produtos considerados sensíveis e o Aladi prevê a
criação de acordos parciais onde não existe a obrigatoriedade de estender aos demais
países as vantagens acordadas em tais subgrupos, como o MERCOSUL constituído em
Assunção entre o Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai que representa uma ruptura com o
processo de substituição de importações, pois visa a abertura comercial. O MERCOSUL
viveu até 1994 a fase de transição que tinha por meta a diminuição de barreiras tarifárias e
eliminação das não tarifárias, a maior parte dos objetivos não foram cumpridos e a diferença
entre os países se tornou mais eminente ainda levando em consideração as diferenças
presentes no bloco.
O Brasil tem sido bastante beneficiado nas trocas comerciais e tem uma dependência muito
baixa dos países membros, o crescimento do comércio brasileiro tem sido bastante
favorável nos últimos anos. Enquanto as importações brasileiras cresceram em 300%, as
uruguaias cresceram apenas 6,5% e as paraguaias decaíram, por isso ambos os países
ameaçam deixar o bloco já que não percebem nenhuma vantagem econômica para si.
capitulo 13
Globalização é o processo de transformação econômica, tecnológica e comercial das
comunicações e processos financeiros mundiais.Muitos acreditam que é uma nova etapa
com os grandes avanços e proximidades dos negócios firmados ao redor do globo ao ponto
da interdependência começar a realmente significar o desaparecimento dos Estados como
soberanos e nacionais; ao mesmo tempo que pensamento que esses processos ocorrem
desde o início da humanidadee apenas está sendo mais intenso pela disseminação rápida
de informações através da internet,ambas linhas de pensamento observam pensamentos
positivos e negativos da globalização em si.
Uma característica forte do processo de globalização é a intensa mobilidade de capitais
internacionais, do ponto de vista econômico, pode ser destacado os enfoques financeiros,
comerciais e produtivos que possuem reflexos em questões de governabilidade, pois o
mercado tende a ser um fator mais supremo que os Estados nacionais.
A liberdade que ocorre no momento do deslocamento de capitais remove certos níveis de
liberdade na condução de políticas públicas do governo, como por exemplo, políticas fiscais
nos moldes keynesianos e implementação de políticas protecionistas.
A empresa ao separar parte de seu capital para outro país, pode optar por:
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investimento direto: uma subsidiária no exterior exerce controle sobre a empresa estrangeira
e adquire a maior parte de suas ações.
Investimento em portfólio: envolve os ativos financeiros, como aquisição de títulos ou ações
A expansão dos investimentos diretos é uma das bases mais importantes dos processos de
globalização serem tão intensos.
Os movimentos de capitais proporcionam a escolha de exportação de bens e serviços ou o
próprio capital da empresa ao realizar investimentos diretos no exterior, a decisão se toma
por base os custos de matéria prima, salários, políticas públicas e transporte. Também há
algumas dificuldades a serem enfrentadas como problemas de adaptação, costumes, língua,
tradições e o mais preocupante, os riscos e incertezas provenientes do poder público.
O processo de determinação dos preços dos bens e serviços entre diferentes unidades de
uma mesma organização internacional é chamado de preço de transferência. Tem como
objetivo maximizar o lucro da empresa como um todo, para isso ocorrer, é importante
minimizar o montante de tributos e tarifas pagas aos governos para combater a evasão
fiscal.
capitulo 14
Os antecedentes da globalização financeira estão relacionados aos eventos que sucederam
a Segunda Guerra Mundial, o colapso do sistema de Bretton Woods fez com que as moedas
das principais economias se tornassem flutuantes.
Desde o final dos anos 50 o mercado dos eurodólares foi formado, é um depósito
contabilizado em dólar ou em outra moeda qualquer em um banco emissor fora do país. Já
no final dos anos 70, as principais economias industrializadas

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