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1 
 
GLOSSÁRIO 
Anemia - É uma redução na quantidade de hemoglobina, um pigmento presente nas células vermelhas capaz 
de carregar o oxigênio pelo organismo, no sangue circulante. 
 
Células Pluripotentes - Capazes de diferenciar-se em quase todos os tecidos humanos, excluindo a placenta 
e anexos embrionários. 
 
Células Totipotentes - São capazes de diferenciar-se em todos os 216 tecidos que formam o corpo humano, 
incluindo a placenta e anexos embrionários. 
 
Eritrócitos - Também chamados de Hemácias ou Glóbulos Vermelhos, são as células responsáveis pelo 
transporte de oxigênio. 
 
Hemoglobina - Proteína existente no interior das hemácias, que confere a cor vermelha para a célula e tem 
como principal função o transporte de oxigênio. 
 
Leucócitos - São células sanguíneas conhecidas por muitas pessoas como glóbulos brancos, realizam a defesa 
do organismo contra substâncias e agentes infecciosos. 
 
Órgãos Linfoides Primários - Os órgãos linfoides primários produzem os componentes celulares do sistema 
imunológico. Eles são (1) medula óssea e (2) o timo. 
 
Órgãos Linfoides Secundários - São órgãos onde os linfócitos existem em grande quantidade e onde exercem 
importantes funções de reconhecimento de antígenos e de desencadeamento de respostas imunitárias: 
linfonodos e baço. 
 
Placas de Peyer - Placas de Peyer ou Conglomerados Linfonodulares Ileais são agregados de nódulos 
linfáticos que constituem um componente principal do tecido linfático associado ao intestino (GALT). 
 
Plaquetas - Também conhecidas como trombócitos, são células do sangue produzidas pela medula óssea e 
que são responsáveis pelo processo de coagulação sanguínea, havendo maior produção de plaquetas quando 
há sangramentos, por exemplo, impedindo a perda de sangue excessiva. 
 
Policitemia - Pertence à categoria das chamadas doenças mieloproliferativas, que se manifestam na medula 
óssea e provocam uma produção excessiva de células sanguíneas. 
 
Porfiria - Um grupo de distúrbios herdados ou adquiridos que envolvem certas enzimas participantes do 
processo de síntese do heme. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
INTRODUÇÃO 
O sangue pode ser definido como sendo um tecido fluído circulante, constituído de células 
diferenciadas suspensas num líquido complexo. A fase líquida do sangue, denominada plasma, é formada por 
água, sais minerais, moléculas orgânicas (glicídios, proteínas e lipídios) e sais inorgânicos (principalmente o 
NaCl). Após a coagulação, o fibrinogênio plasmático transforma-se em fibrina e, o plasma sem a proteína da 
coagulação, é denominado soro. 
Uma característica importante do sangue é a constância da 
sua composição química e propriedades físicas, assegurando 
condições físicas para o funcionamento das células. Ele é 
constantemente renovado pela entrada e saída de substâncias que 
modificam discretamente sua composição. A constância da 
composição do sangue, com estreita faixa de variação, é o resultado 
mantido pela rapidez pela qual as substâncias deixam e entram no 
sangue quando estão em excesso ou em concentrações abaixo do 
normal respectivamente. 
O sangue é constituído de duas frações combinadas, sendo 
55% para o plasma e 45% para as células, onde a porção acelular ou 
plasma é constituído de 91,5% de água que serve de solvente das 
substâncias orgânicas e minerais e ainda de veículo para as células, 
moléculas e íons. Os restantes 8% são formados por proteínas, sais 
e outros constituintes orgânicos em dissolução. 
A contagem das células sanguíneas tem sido uma boa fonte de informações importantes, não somente 
para o diagnóstico de doenças, mas também para o “quadro de saúde” nos exames periódicos e no check-up. 
Isso devido ao fato de que um organismo com as contagens normais é capaz de produzir e destruir as células 
do sangue em perfeito equilíbrio, mantendo a quantidade e a qualidade das células em circulação. Esse 
processo evita infecções e sangramentos e garante o fornecimento adequado de oxigênio às células. 
De modo complexo, vários fatores podem interferir nesse equilíbrio, diminuindo a produção ou 
aumentando a destruição de eritrócitos, causando anemias. Além do que, os fatores genéticos e nutricionais, 
entre outros, interferem na síntese de hemoglobina, ocasionando, igualmente, anemias. Estas, portanto, são 
importantes indicadores de vários tipos de processos patológicos. 
A contagem das células do sangue se modernizou nas últimas décadas com a sofisticação tecnológica 
laboratorial. Exames como hemoglobina/hematócrito (Hb/Ht), eritrograma, leucograma e contagem de 
plaquetas foram substituídos pelo hemograma automatizado com contagem diferencial de leucócitos 
(neutrófilos, linfócitos, monócitos, eosinófilos e basófilos). 
 
O hemograma nada mais é que um exame para a avaliação quantitativa e qualitativa dos elementos 
figurados do sangue que visa esclarecer os mecanismos fisiopatológicos envolvidos, não só nas diversas 
doenças hematológicas, como também em doenças das mais diversas patogenias, ele constitui um dos 
principais exames solicitados na prática clínica, utilizado como um subsídio ao diagnóstico, classificação e 
 
3 
 
monitoramento de uma ampla variedade de patologias. Seja a nível ambulatorial ou hospitalar, em todos os 
níveis de atenção, sua interpretação correta é de fundamental importância para o manejo adequado do paciente. 
 
EXTENSÃO SANGUÍNEA (ESTIRAÇO SANGUÍNEO) 
O ideal é que se faça a extensão sanguínea em lâmina 
com sangue sem anticoagulante, imediatamente após a 
coleta, pois o anticoagulante pode alterar a morfologia 
leucocitária após uma hora de contato com o sangue. A 
lâmina a ser usada para extensão deve estar completamente 
limpa e desengordurada, enquanto a lâmina extensora deve 
ter uma borda uniforme e sem ranhura (o ideal). Recomenda-
se que o ângulo formado entre a lâmina e a lâmina extensora 
deve ser de 45° para que o comprimento do esfregaço 
sanguíneo não seja curto demais e nem atinja o final da 
lâmina. 
 
 
COLORAÇÃO DA EXTENSÃO SANGUÍNEA 
Para que o examinador tenha plena confiança em obter um correto diagnóstico laboratorial, é preciso 
que se faça uma boa extensão sanguínea aliada a uma boa coloração. As colorações hematológicas usuais em 
laboratórios são ditas “panópticas”, pois o material depois de corado permite a visualização de todos os 
elementos do sangue. 
Os corantes hematológicos são misturas de sais ácidos e básicos que permitem a coloração de estruturas 
citoplasmáticas e nucleares das células. No setor existem várias técnicas de coloração que podem ser utilizadas 
dependendo da necessidade, sendo os mais utilizados o Panótico Rápido, May Grunwald – Giemsa, 
Leishmann e Azul de Cresil Brilhante. 
A grande preocupação em coloração de lâminas para hematologia é a variação do pH da água nos 
diversos laboratórios, nesses casos, deve-se tamponar a água, enquanto no método de May Grunwald - 
Giemsa, por exemplo, o pH deve estar em torno de 6,8 (± 0,2). Os corantes rápidos utilizados hoje nos 
laboratórios levam a vantagem de não depender do pH da água, além da rapidez da coloração que dura em 
média 60 segundos. 
COLORAÇÃO DE GIEMSA SIMPLES 
 
4 
 
1. Cobrir a lâmina com metanol puro e deixar atuar 3 minutos; 
2. Escorrer; 
3. Cobrir com a solução de Giemsa diluída (1 gota de corante Giemsa para cada 1 mL de água destilada) e 
deixar atuar por 13-15 minutos; 
4. Lavar a lâmina em água corrente e deixá-la secar em posição vertical. 
 
AUTOMAÇÃOem crianças e adultos 
envolvem exame do esfregaço periférico, teste de solubilidade do Hb e eletroforese de Hb. 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
Diagnóstico Laboratorial em Hematologia – Teixeira. Edição: 1ª. Ano: 2006. Autor: Teixeira, José Eduardo 
Cavalcanti. 
 
Manual de Hematologia - Propedêutica e Clínica – Lorenzi. Edição: 4ª. Ano: 2006. Autor: Lorenzi, Therezinha 
L. 
 
Manual MSD (Versão para Profissionais de Saúde). Endereço: 
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/resourcespages/about-the-manuals. Acessado em 10 de Agosto 
de 2020. 
 
 
32 
 
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Especializada e 
Temática. Orientações para diagnóstico e tratamento das Talassemias Beta / Ministério da Saúde, Secretaria 
de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Especializada e Temática. – 1. ed., atual. – Brasília: Ministério 
da Saúde, 2016. 
 
Tratado de Hematologia - Zago – Atheneu. Edição: 1ª. Autor: Zago, Marco Antonio - Falcão, Roberto Passetto 
- Pasquini, Ricardo.EM HEMATOLOGIA 
A contagem manual de Eritrócitos, Leucócitos e Plaquetas em câmaras (Neubauer) está em desuso, 
para não dizer abandonada, pois os avanços tecnológicos têm proporcionado diversos benefícios e facilidades 
à área médica em seus diversos segmentos. A realização do hemograma já pode ser executada em um processo 
totalmente automatizado, diminuindo o tempo de cada procedimento, a chance de erro humano e os riscos de 
contaminação, tanto dos profissionais quanto das amostras. 
Tendo como vantagens o menor tempo, o menor custo, maior reprodutibilidade, maior acurácia, menor 
coeficiente de variação, a automação está generalizada hoje nos laboratórios. Até mesmo a avaliação 
microscópica da extensão sanguínea, que é de fundamental importância, perde em qualidade para a contagem 
diferencial automatizada, devido ao número de células contadas (100 na primeira e de 5 mil a 10 mil células 
na segunda). 
 
HEMATOPOIESE 
A palavra hematopoiese significa 
formação das células do sangue. 
Abrange o estudo de todos os fenômenos 
relacionados com a origem, com a 
multiplicação e a maturação das células 
primordiais ou precursoras das células 
sanguíneas, à nível da medula óssea. É 
um processo altamente dinâmico que 
compreende a produção, diferenciação, 
maturação e morte celular. Em 
condições normais, a medula de um 
adulto é capaz de produzir centenas de 
bilhões de células por dia, entre 
eritrócitos, leucócitos e plaquetas. Todas 
essas células são derivadas da célula 
tronco denominada “Stem Cell” pluri ou totipotente, com potencial de proliferação e diferenciação, ou seja, 
com capacidade de se renovar e de produzir células “filhas” com capacidade de diferenciação, mediado por 
fatores de crescimento é influenciado por microambientes medulares. 
Dentre os fatores temos: Eritropoietina, hormônio produzido pelas glândulas suprarrenais, que controla 
a produção dos eritrócitos; Factor de crescimento dos granulócitos – G-CSF, granulocyte-colony-stimulating-
factor – regula a produção de leucócitos e é produzido por algumas células envolvidas na defesa contra 
infecções; Trombopoietina – uma glicoproteina produzida pelo fígado e rim e que estimula a produção de 
plaquetas (produzidos em quantidade variável de acordo com as necessidades do organismo). A interação 
desses fatores com a Stem Cell leva à produção de Unidades Formadoras de Colônias - CFU - que vão dar 
origem a duas linhagens: mielóide e linfóide. 
A hematopoiese se divide em dois períodos: 
1. Período Embrionário e Fetal: Iniciando no primeiro mês de vida pré-natal, surgem as primeiras células 
fora do embrião, são os eritroblastos primitivos. Já durante a sexta semana, tem início a hematopoiese no 
fígado; o principal órgão hematopoiético nas etapas inicial e intermediária da vida fetal. Na fase 
intermediária da vida fetal, o baço e os nodos linfáticos desempenham um papel menor na hematopoiese, 
 
5 
 
mas o fígado continua a dominar essa função. Na segunda metade da vida fetal, a medula óssea torna-se 
cada vez mais importante para a produção de células sanguíneas. 
2. Período Pós-natal: Logo após o nascimento, cessa a hematopoiese no fígado, e a medula passa a ser o 
único local de produção de eritrócitos, granulócitos e plaquetas. As células-tronco e as células progenitoras 
são mantidas na medula óssea. Os linfócitos B continuam a ser produzidos na medula e órgãos linfóides 
secundários e os linfócitos T são produzidos no timo e nos órgãos linfóides secundários. Ao nascer o espaço 
medular total é ocupado pela medula vermelha; na infância apenas parte desse espaço será necessária para 
a hematopoiese; o espaço restante fica ocupado pelas células de gordura. Mais tarde apenas os ossos chatos 
(crânio, vértebras, gradil torácico, ombro e pelve) e as partes proximais dos ossos longos (fêmures e 
úmeros) serão locais de formação de sangue. 
 
HEMÁCIAS 
 As hemácias são produzidas na medula óssea e sua produção (eritropoiese) é estimulada pelo hormônio 
glicoproteico chamado de eritropoetina. Esse hormônio é produzido após o nascimento principalmente pelos 
rins, já na fase fetal é produzido no fígado. A produção de eritropoetina é afetada principalmente pelos baixos 
índices de oxigênio nos tecidos, sendo as hemácias relacionadas principalmente com o transporte de oxigênio 
para todas as células do corpo. Entretanto, elas também atuam no transporte de dióxido de carbono e no 
tamponamento dos íons de hidrogênio. 
 As funções atribuídas 
às hemácias só são possíveis 
graças à hemoglobina, uma 
substância encontrada no 
interior dessa célula que é 
formada por uma porção 
proteica e uma porção com 
ferro. Essa última porção é 
responsável por ligar-se ao 
oxigênio, garantindo, assim, o 
seu transporte. Além da função 
transportadora, a hemoglobina 
também é a responsável por 
garantir vermelha do sangue. 
 O tempo médio de vida de uma hemácia é de 120 dias, após esse período, ela é destruída no baço, onde 
aproximadamente dez milhões de hemácias são destruídas por segundo, posteriormente todos os componentes 
das hemácias são utilizados para fabricação de novas células. Estima-se que um homem apresente 
aproximadamente 5.400.000 de hemácias por milímetro cúbico de sangue, enquanto as mulheres têm em 
média 4.700.00. Vale destacar que esses valores variam de pessoa para pessoa e de acordo com os hábitos de 
vida e estado emocional. 
 Algumas vezes o valor de hemácias no sangue decai, levando a um quadro conhecido comumente 
como anemia. Esse problema de saúde pode ocorrer, além da baixa síntese, em virtude da grande destruição 
dessas células sanguíneas, produção de células deficientes, redução na produção de hemoglobina ou ainda em 
casos de perda de sangue. Vale destacar ainda que algumas anemias possuem causa genética, como é o caso 
da anemia falciforme. 
Valor de Referência 
RN: 4.0 a 5.6 milhões/ µL 
Menos de 1 ano: 4.0 a 4.7 milhões/ µL 
Criança: 4.5 a 4.7 milhões/ µL 
Mulheres: 3.9 a 5.4 milhões/ µL 
Homens: 4.2 a 5.9 milhões/ µL 
 
 
6 
 
HEMOGLOBINA 
A hemoglobina é uma proteína contida no interior do eritrócito cuja função é de transportar o oxigênio 
para os tecidos, além de facilitar a excreção do gás carbônico. Sua estrutura molecular consiste em 4 cadeias 
de globinas (cadeias de aminoácidos unidos por ligações peptídicas), e 4 grupos heme (grupo prostético ao 
qual está ligado o átomo de ferro que se liga ao oxigênio). 
 
Tipos de Hemoglobina 
Hb adulta- Hb A1: 2α e 2β (96%) 
Hb adulta- Hb A2: 2α e 2Ϫ (3%) 
Hb Fetal- HbF: 2α e 2γ (1%) 
 
Valores de Referência 
Recém-nascidos: 14 a 20 g/dl. 
1 semana de idade: 15 a 23 g/dl. 
6 meses de idade: 11 a 14 g/dl. 
Crianças de 6 meses a 18 anos: 12 a 16 g/dl. 
Homens: 14 a 18 g/dl. 
Mulheres: 12 a 16 g/dl. 
 
Significado Clínico 
A hemoglobina alta no sangue pode ser causada por: 
● Uso de tabaco; 
● Desidratação; 
● Enfisema pulmonar; 
● Fibrose pulmonar; 
● Policitemia; 
● Tumor nos rins; 
● Uso de anabolizantes ou do hormônio eritropoietina. 
 
A hemoglobina alta é caracterizada por sintomas como tontura, pele de cor azulada nos lábios e nas 
pontas dos dedos e, em casos mais raros, perda temporário de visão e de audição. Enquanto a diminuição da 
quantidade de hemoglobina pode acontecer em casos de: 
● Anemia; 
● Cirrose; 
● Linfoma; 
● Leucemia; 
● Hipotireoidismo; 
● Insuficiência renal; 
● Talassemias; 
● Porfiria; 
● Hemorragia. 
Além disso, a hemoglobina baixa também pode acontecer devido à deficiência de ferro e vitaminas, 
além do uso de medicamentos para tratar câncer e AIDS, por exemplo. O número baixo de hemoglobina no 
sanguepode causar sintomas como cansaço frequente, falta de ar e palidez, devendo ser identificada a causa 
e iniciado o tratamento de acordo com orientação médica. 
 
DEGRADAÇÃO DA HEMOGLOBINA 
O eritrócito normalmente tem uma sobrevida média de 120 dias e morre por envelhecimento devido 
ao fato de a célula anucleada ser incapaz de renovar seu estoque de enzimas que se esgota lentamente, após 
este período, é retirado de circulação pelos macrófagos do sistema mononuclear fagocitário. Os estromas são 
 
7 
 
decompostos no citoplasma dos macrófagos. A porção globina é degradada e os aminoácidos reaproveitados. 
A heme é clivada e o ferro reutilizado, sendo que os anéis pirrólicos são transformados em pigmentos, 
liberados no plasma na forma de bilirrubina, que se liga à albumina (bilirrubina indireta). No fígado, é 
conjugada com ácido glicurônico (bilirrubina direta). Parte desta bilirrubina direta é eliminada nas fezes na 
forma de estercobilinogênio, e o restante é reabsorvido e eliminado pelos rins como urobilinogênio. 
 
HEMATÓCRITO 
O exame de hematócrito (Ht) pode ser efetuado separadamente ou como parte de um hemograma. Ele 
mede a porcentagem por volume de hemácias contidas em uma amostra de sangue total – por exemplo, 40% 
de Ht indica 40 ml de hemácias contidas em uma amostra de 100ml. Essa concentração é obtida centrifugando-
se o sangue total anticoagulado em um tubo capilar, de forma que as hemácias sejam firmemente concentradas 
sem hemólise. 
O Ht é normalmente medido eletronicamente. Os resultados são até 3% mais baixos do que as medições 
manuais, que aprisionam o plasma na coluna de hemácias concentradas. Os valores de referência variam 
dependendo do tipo de amostra, do laboratório que estiver efetuando o teste e do sexo e idade do paciente. 
 
Objetivos 
● Auxiliar no diagnóstico de policitemia, anemia ou estados anormais de hidratação; 
● Auxiliar no cálculo de dois índices de hemácias: VCM e CHCM. 
 
Valores de Referência 
Recém-nascidos: 42% a 60% de Ht 
1 semana de idade: 47% a 65% de Ht 
6 meses de idade: 33% a 39% de Ht 
Crianças de 6 meses a 18 anos: 35% a 45% de Ht 
Homens: 42% a 54% de Ht 
Mulheres: 36% a 46% de Ht. 
Significado Clínico 
Um Ht baixo sugere anemia, hemodiluição ou uma perda maciça de sangue, já durante a gravidez, o 
hematócrito baixo normalmente é sinal de anemia, principalmente se o valor da hemoglobina e da ferritina 
também estiverem baixos. A anemia na gravidez é normal, no entanto, pode ser perigosa para a mãe e para o 
bebê se não for tratada corretamente. 
O aumento do hematócrito pode acontecer principalmente devido à diminuição da quantidade de água 
no sangue, havendo o aumento aparente da quantidade de hemácias e hemoglobina, sendo essa situação 
consequência de desidratação. Além disso, o hematócrito pode estar aumentado nas doenças pulmonares, 
doenças cardíacas congênitas, quando há baixos níveis de oxigênio no sangue ou nos casos de policitemia, em 
que há aumento da produção e, consequentemente, excesso de hemácias circulantes. 
 
ÍNDICES HEMATIMÉTRICOS 
VCM 
O VCM ou Volume Corpuscular Médio indica o tamanho médio dos eritrócitos, também conhecido 
por hemácias. Seu cálculo ajuda no diagnóstico de algumas doenças, como a anemia. 
 
Valores de Referência 
Os índices de referência de um VCM podem variar de acordo com o laboratório. Porém, em sua 
maioria, o valor normal é entre 80 e 100 fL (fentolitro) em adultos. 
 
Recém-nascidos: 77.0 a 101.0 fL 
Bebês até um ano: 77.0 a 95.0 fL. 
Crianças acima de 10 anos: 80.0 a 100.0 fL. 
 
8 
 
Mulheres Adultas: 80.0 a 100.0 fL. 
Homens Adultos: 80.0 a 100.0 fL. 
 
Significado Clínico 
Quando o VCM está alto, ou seja, indica que os eritrócitos estão grandes, apontando uma anisocitose 
(desproporção do tamanho das células sanguíneas). Além do que o valor alto do VCM pode indicar dois tipos 
de anemias macrocíticas: megaloblástica perniciosa, quando o trato gastrointestinal não consegue absorver a 
vitamina B12, ou a megaloblástica por deficiência de vitamina B12, que ocorre quando o indivíduo não ingere 
alimentos que contém a vitamina B12. Ele também ocorre quando o indivíduo é dependente de bebidas 
alcoólicas, ou possui síndrome mielodisplásica e hipotireoidismo. 
Um VCM baixo, ou seja, indica que o tamanho dos eritrócitos está reduzido, diagnosticando uma 
anemia microcítica, como a ferropriva, que é causada pela deficiência de ferro, apontando a necessidade de 
mudança nos hábitos alimentares, com a ingestão de alimentos ricos em ferro. 
 
RDW tem como função é avaliar a anisocitose, funcionando como um desvio padrão do VCM, 
pois se um paciente tem os eritrócitos aumentados e diminuídos ao mesmo tempo, o seu índice de 
VCM no hemograma pode ser normal. Assim, o RDW consegue indicar possíveis doenças como 
anemias, diabetes e problemas hepáticos, mesmo que o valor do VCM esteja normal frente aos 
números de referência. 
 
HCM e CHCM 
A Hemoglobina Corpuscular Média (HCM) é um dos parâmetros do exame de sangue que mede o 
tamanho e a coloração da hemoglobina dentro da célula sanguínea, que também pode ser chamada de 
hemoglobina globular média (HGM). O HCM, assim como o VCM são pedidos num hemograma a fim de 
identificar o tipo de anemia que a pessoa possui, hipercrômica, normocrômica ou hipocrômica. 
 
Valores de referência 
RN: 27 – 31 
1 a 11 meses: 25 – 29 
1 a 2 anos: 25 – 29 
3 a 10 anos: 26 – 29 
10 a 15 anos: 26 – 29. 
Homem: 26 – 34. 
Mulher: 26 – 34. 
 
Significado Clínico 
Quando os valores estão acima no adulto, isso indica anemia hipercrômica, alterações da tireóide ou 
alcoolismo. As causas do HCM alto se devem ao aumento do tamanho dos eritrócitos que são maiores que o 
desejado, levando ao surgimento de anemia megaloblástica causada pela falta de vitamina B12 e ácido fólico. 
Enquanto os valores diminuídos indicam anemia hipocrômica que pode ser causada por anemia ferropriva, 
devido à falta de ferro, e a talassemia, que é um tipo de anemia genética. 
 
RDW 
RDW é a sigla para Red Cell Distribution Width, o que em português significa Amplitude de 
Distribuição dos Glóbulos Vermelhos, e que avalia a variação de tamanho entre as hemácias, sendo essa 
variação denominada anisocitose. Dessa forma, quando o valor está elevado no hemograma significa que os 
glóbulos vermelhos têm um tamanho superior ao normal, podendo ser visto no esfregaço sanguíneo hemácias 
muito grandes e muito pequenas. Quando o valor é abaixo do valor de referência, normalmente não apresenta 
significado clínico, somente se além do RDW outros índices estiverem também abaixo do valor normal, como 
o VCM, por exemplo. 
 
9 
 
O RDW é um dos parâmetros que constituem o hemograma e, juntamente com as outras informações 
fornecidas pelo exame, é possível verificar como está a produção das células sanguíneas e o estado geral da 
pessoa. Quando o resultado do RDW se encontra alterado, é possível desconfiar de algumas situações, como 
anemia, diabetes ou problemas hepáticos, cujo diagnóstico deve ser feito a partir da análise do hemograma 
completo e de exames bioquímicos. 
 
Valores de Referência 
O valor de referência para o RDW no hemograma é de 11 a 14%, no entanto, este resultado pode variar 
de acordo com o laboratório. Assim, se o valor estiver acima ou abaixo dessa porcentagem, poderá ter 
significados diferentes e, por isso, é sempre importante que o valor seja avaliado pelo médico que pediu o 
exame. 
 
Significado Clínico 
 Anisocitose é o termo quese dá quando o RDW se encontra aumentado, podendo ser visto no esfregaço 
sanguíneo uma grande variação de tamanho entre as hemácias. O RDW pode estar aumentado em algumas 
situações, como: 
● Anemia por deficiência de ferro; 
● Anemia megaloblástica; 
● Talassemia; 
● Doenças do fígado. 
 
 Além disso, pessoas em tratamento quimioterápico ou com algum antiviral também podem apresentar 
RDW aumentado. 
 O RDW baixo normalmente não apresenta significado clínico quando interpretado isoladamente, no 
entanto caso sejam verificadas outras alterações no hemograma, pode indicar anemia causada por doença 
crônica, como doenças do fígado, problemas renais, HIV, câncer ou diabetes, por exemplo. 
 
CONTAGEM DE LEUCÓCITOS 
O diferencial de leucócitos é usado para avaliar a distribuição e morfologia dos glóbulos brancos, 
fornecendo informação mais específica sobre o sistema imune do paciente do que a contagem de leucócitos 
isoladamente. Eles são classificados de acordo com os cinco tipos principais – neutrófilos, eosinófilos, 
basófilos, linfócitos e monócitos – sendo determinada a porcentagem de cada tipo. 
A contagem diferencial é o valor percentual de cada tipo de glóbulo branco no sangue, enquanto o 
número absoluto de cada leucócito é obtido por meio da multiplicação do valor percentual de cada tipo pela 
contagem total de glóbulos brancos. Os altos níveis estão associados com diversas respostas imunes e 
anormalidades, por esse motivo algumas vezes é solicitada uma contagem de eosinófilos como um teste de 
acompanhamento, quando é relatado um nível elevado ou deprimido de eosinófilos. De forma a assegurar um 
diagnóstico preciso, os resultados de testes diferenciais devem ser interpretados em relação à contagem de 
glóbulos brancos totais (4.000 a 10.000/ml). 
Objetivos 
● Avaliar a capacidade para resistir e superar infecções; 
● Detectar e identificar diversos tipos de leucemia; 
● Determinar o estágio e gravidade de uma infecção; 
● Detectar reações alérgicas; 
● Avaliar a gravidade de reações alérgicas (contagem de eosinófilos); 
● Detectar infecções parasitárias; 
● Servir de suporte para o diagnóstico de outras doenças. 
 
10 
 
 
 
Valores de Referência 
Para adultos, os valores absolutos e porcentagens normais incluem o seguinte: 
Basófilos: 0 a 200/ml; 0 a 2% 
Eosinófilos: 40 a 500/ml; 1 a 5% 
Linfócitos: 880 a 4.000/ml; 22 a 40% 
Monócitos: 120 a 1.000/ml; 3 a 10% 
Neutrófilos: 1.800 a 7.500/ml; 45 a 75%. 
 
Para crianças: 
Basófilos: 0 a 2% 
Eosinófilos: 1 a 5% 
Linfócitos: 45 a 75% 
Monócitos: 3 a 10% 
Neutrófilos: 22 a 40%. 
 
Significado Clínico 
Os padrões diferenciais anormais fornecem evidência para uma ampla faixa de estados de doença e 
outras condições. 
 
MORFOLOGIA DA SÉRIE ERITROIDE 
Pró-eritroblasto 
É uma célula grande (14 a 19 μm de diâmetro), redondo ou oval, com núcleo grande ocupando 80% 
da célula, com nucléolos e cromatina frouxa, e um citoplasma intensamente basófilo. Neste estágio de 
maturação, pequenas quantidades de hemoglobina estão presentes, porém não evidenciáveis pela coloração 
normal. É uma célula que se prepara para um período de intensa síntese de hemoglobina e, portanto, exibe 
grande quantidade de organelas e moléculas com esta finalidade. 
 
 
11 
 
Eritroblasto basófilo 
Similar, porém menor que o pró-eritroblasto (12 a 17 μm de diâmetro), e os nucléolos nem sempre 
visíveis. Começa a condensação da cromatina nuclear. 
 
Eritroblasto policromático 
A relação núcleo/citoplasma, diminui e aparecem as primeiras zonas de hemoglobinização na região 
perinuclear de cor acinzentada resultante da acidofilia da hemoglobina. 
 
 
Eritroblasto ortocromático 
Caracteriza-se pelo núcleo picnótico, geralmente excêntrico onde a cromatina atinge o máximo de 
condensação antes de ser expulso. O citoplasma é quase que completamente hemoglobinizado. A presença 
constante desse estágio celular no sangue periférico costuma está associada a hemólise moderada ou intensa, 
principalmente se acompanha de grandes quantidade de reticulócitos. 
 
 
 
12 
 
Reticulócito 
 A célula assume esta denominação após a expulsão do núcleo, mas mantém no citoplasma vestígios 
de RNA que precipitam nas colorações supra-vitais na forma de retículos ou grumos. Permanecem por 24 a 
48 horas no sangue periférico até se transformarem em eritrócitos, porém, em quantidades acima da média 
junto de seu predecessor, são sugestivos de hemólise intensa, comuns em anemias profundas, algumas 
infecções bacterianas ou ainda parasitárias. 
 
 
Eritrócito 
É a célula mais madura da linhagem eritróide, responsável principalmente pelo transporte de oxigênio 
no corpo apresenta forma de disco bicôncavo de coloração alaranjada, com diâmetro entre 7 e 8 μm, não possui 
núcleo e é incapaz de sintetizar hemoglobina. Seu citoplasma é constituído de uma solução de proteínas, 
eletrólitos, glicose e água, sendo que mais de 95% da proteína é representada pela hemoglobina e sua 
membrana é composta por proteínas, lipídios e carboidratos. 
Entre as células sanguíneas é que está em maior quantidade no sangue, devido sua função, assim a 
diminuição na sua quantidade, deformidades e alterações morfológicas apresentam indícios clínicos de algum 
processo patológico. 
 
 
ALTERAÇÕES MORFOLÓGICAS DOS ERITRÓCITOS 
O eritrócito normalmente possui a forma de um disco bicôncavo e quando visto de frente apresenta 
uma região central mais clara (halo) do que a da zona periférica, isto decorre em virtude da distribuição da 
 
13 
 
hemoglobina em seu interior. Durante uma avaliação microscópica do estiraço sanguíneo podemos observar 
alterações de tamanho, forma, coloração e de estrutura (inclusões) nos eritrócitos. 
 
 
ALTERAÇÃO DE TAMANHO 
No hemograma, o índice que mede o tamanho médio dos eritrócitos é o VCM (volume corpuscular 
médio). A variação de tamanho das diversas populações de eritrócitos é dada pelo RDW (amplitude da 
dimensão de hemácias). Quando há uma grande variação no tamanho dos eritrócitos chamamos de anisocitose 
e o RDW estará aumentado. 
Os eritrócitos de tamanho normal são chamados de normócitos, quando o valor encontrado está abaixo 
da referência são chamados de micrócitos por apresentar a condição de microcitose, condição que pode ser 
observada em crianças, nas talassemias, nas anemias ferroprivas instaladas, nas anemias sideroblásticas e 
anemias de doenças crônicas. Valores acima indicam a presença de eritrócitos macrocíticos (macrocitose) e 
podem ser observados no alcoolismo, doenças hepáticas, anemias hemolíticas crônicas com aumento do 
número de reticulócitos ou na crise hemolítica. 
 
Macrocitose - Hemácias de tamanho aumentado, facilmente notada se o VCM > 110 costumam ser 
relacionadas a alcoolismo, sendo preciso uma atenção especial em pacientes gestantes e idosos, Além do mais, 
deve-se procurar por hipersegmentação de neutrófilos (déficit de ácido Fólico ou vitamina B12) que costuma 
ser causada por hiperregeneração da medula ou síntese alterada do DNA. 
 
 
 
14 
 
Microcitose e hipocromia - Deficiência na síntese de hemoglobina (deficiência de ferro, Talassemias, etc.). 
Hemácias de tamanho reduzido e com composição de hemoglobinamenor que um eritrócito normal. Muito 
comum em anemias por carências, como por deficiência de ferro (Anemia Ferroprivia). 
 
 
Anisocitose - Presença de macro e microcitose ao mesmo tempo, sem predominância, seu significado é incerto 
se ocorrer de forma isolada (tal qual outras alterações hematológicas), dessa forma não pode ser interpretado 
isoladamente, todavia, continua sendo um achado muito comum em casos de anemia megaloblástica e 
sobrecarga da medula óssea por fatores genéticos ou ainda externos. 
 
 
ALTERAÇÕES DE FORMAS 
Esferócitos - São células redondas, não apresentam o halo central e são menores que o eritrócito normal é 
uma anormalidade hereditária dos eritrócitos, causada por defeitos nas proteínas estruturais da membrana. É 
a forma mais comum de anemia hemolítica hereditária nos EUA e norte da Europa, sendo a hemólise resultante 
relacionada ao tipo e tamanho do distúrbio da membrana, além do que, os esferócitos são uma característica 
de muitas anemias hemolíticas, como resultado, a sua identificação no esfregaço do sangue periférico não é 
suficiente para estabelecer um diagnóstico de Esferocitose Hereditária (EH). As duas condições que se 
assemelham mais estreitamente com EH morfologicamente por causa de uma elevada percentagem de 
esferócitos no esfregaço de sangue periférico são anemia hemolítica aloimune neonatal e anemia hemolítica 
autoimune. 
 
15 
 
 
 
Eliptócitos ou ovalócitos - São hemácias de formato elíptico ou oval. Aparecem em grande quantidade na 
Eliptocitose Hereditária e podem aparecer na anemia ferropriva e anemia megaloblástica. 
 
 
Equinócito ou hemácias crenadas - Apresentam pequenos espículos ao redor da hemácia. Aparece na cirrose 
hepática pós-alcoolismo, estado de má absorção e deficiência de vitamina E, anemias hemolíticas. 
 
Codócitos ou células em alvo - Apresentam um halo central em forma de alvo e podem ser vistos em casos 
de talassemias, hemoglobinopatias. 
 
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Esquizócitos - São células pequenas e fragmentadas que podem ser vistas na anemia hemolítica 
microangiopática, na hemólise traumática e queimaduras. 
 
 
Drepanócitos: São células em forma de foice ou de meia-lua, decorrente da cristalização de hemoglobinas 
anormais, característica da anemia falciforme. Os eritrócitos adquirem essa forma devido a presença da 
Hemoglobina S, que polimeriza e se precipita na membrana da célula, ocasionando a deformação, enquanto a 
doença falciforme é um termo genérico que engloba um grupo de anemias hemolíticas crônicas hereditárias, 
dentre elas a anemia falciforme. Durante o evento de falcização a membrana da hemácia em foice enrijece, 
aumentando o contato da superfície celular com as moléculas de adesão circulantes no sangue. Essa interação 
impede a circulação adequada dessas hemácias na corrente sanguínea, fazendo com que dificulte o transporte 
de oxigênio celular e tecidual, além de contribuir para o processo de vaso-oclusão causado pela aderência 
dessas células no endotélio vascular, ocasionando os processos inflamatórios e infecciosos. 
 
17 
 
 
 
 
 
Dacriócitos - São células em forma de gota ou de lágrima, encontradas na mielofibrose e em talassemias, mas 
também pode ser devido a alterações genéticas ou relacionadas com o baço. A presença de dacriócitos 
circulantes é denominada dacriocitose e não causa sintomas e nem possui tratamento específico, sendo apenas 
identificado durante o hemograma. O aparecimento dos dacriócitos não causa nenhum sinal ou sintoma, sendo 
verificado apenas durante o hemograma quando é realizada a leitura da lâmina, sendo visualizado que a 
hemácia apresenta formato diferente do normal, o que é indicado no laudo. O aparecimento dos dacriócitos 
está na maioria das vezes relacionado com alterações na medula óssea, que é a responsável pela produção das 
células no sangue. No caso da mielofibrose, está é uma doença caracterizada por alterações neoplásicas da 
medula óssea, que fazem com que as células-tronco estimulem a produção de colágeno em excesso, resultando 
na formação de fibroses na medula óssea, o que interfere na produção das células do sangue. Assim, devido 
às alterações da medula óssea, podem ser verificados dacriócitos circulantes, além de também pode haver 
aumento do baço e sinais e sintomas de anemia. Já a talassemia é uma doença hematológica que é caracterizada 
por alterações genéticas que levam a defeitos no processo de síntese da hemoglobina, o que pode interferir na 
forma da hemácia, já que a hemoglobina compõe essa célula, podendo ser observada a presença de dacriócitos. 
 
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ALTERAÇÕES DE COLORAÇÃO DOS ERITRÓCITOS 
Policromasia - A intensidade da coloração da hemácia está relacionada à quantidade de hemoglobina nela 
contida, cuja presença de hipocromia que se caracteriza por um halo central maior e mais claro na hemácia 
com pouco conteúdo de hemoglobina. Enquanto a policromasia ou policromatofilia refere-se aos eritrócitos 
de coloração azul acinzentada devido à presença de RNA e correspondem aos reticulócitos, a frequência 
também está relacionada a processos hemolíticos intensos. 
 
 
Reticulocitose - É condição anômala do tecido sanguíneo, caracterizada pelo aumento na contagem dos 
reticulócitos circulantes, condição reputada entre os mais simples e os mais confiáveis sinais hematológicos 
da produção acelerada de eritrócitos, normalmente relacionado ao aumento da eritropoiese, como resposta 
normal à anemia e hipoxemia. Seu início ocorre no 4º dia, máximo aos 8-15 dias e depois diminui. É necessário 
fazer um cálculo (índice reticulócito) para compensar a eritrocitopenia e a liberação precoce da medula óssea, 
estimulada pela eritropoietina. 
 
Calculando o valor de reticulócitos 
O resultado é expresso em percentual e em número absoluto em relação a população de eritrócitos. Sua 
contagem serve para avaliar de forma efetiva a produção de eritrócitos, sendo útil no controle terapêutico, no 
diagnóstico diferencial e na classificação das anemias. 
 
Valores normais 
No adulto.............................0,5 a 1,5% ou 25.000 a 75.000/mm3 sangue 
 
19 
 
 
Estes valores aparecem discretamente aumentados na gravidez. 
 
Contagem de reticulócitos corrigida 
Um paciente com um determinado grau de anemia deve ter a sua contagem de reticulócitos corrigida 
para que se determine o número de reticulócitos de acordo com o grau de anemia, o que muitas vezes mostra 
que uma contagem de reticulócitos normal pode estar tendo uma representatividade baixa para o paciente. 
Veja um exemplo: 
Porcentagem de reticulócitos x hct do paciente 
Hct normal 
 
Caso 01 - Sabendo que um hematócrito considerado normal tem valor igual a 45% que representa a 
porcentagem da parte sólida do sangue e supondo que na contagem convencional a porcentagem de 
reticulócitos deste paciente tenha dado 15% e seu hematócrito 29: 
R= Índice de reticulócitos = 15 x 29/45 = 9,6% (Este valor representa que o número de reticulócitos está 
elevado). 
 
 
ALTERAÇÕES DE ESTRUTURA 
Ponteado basófilo: São pequenas inclusões dispersas no citoplasma que correspondem a agregados de 
cromossomos e precipitados de mitocôndrias. Estão presentes nas talassemias, anemia megaloblástica,alcoolismo e intoxicação pelo chumbo e arsênico. 
 
 
20 
 
Corpúsculo de Howell-Jolly - São partículas remanescentes de cromatina nuclear (DNA) que se apresentam 
como pontos redondos e densos de coloração. Aparecem nas anemias megaloblásticas, após esplenectomia, e 
em anemias hemolíticas. Estas inclusões podem aparecer na forma de anel simples ou duplo (em forma de 
oito), denominados de Anéis de Cabot. 
 
 
HEMOPARASITOS COMUMENTE ENCONTRADOS 
Trofozoíta de Plasmodium vivax 
 
 
Esquizonte com merozoítas em seu interior (Plasmodium vivax) 
 
 
 
Trofozoítas de Plasmodium falciparum no interior das hemácias 
 
21 
 
 
 
Tripomastigota de Trypanosoma cruzi 
 
 
PAPEL E MORFOLOGIA LEUCOCITÁRIA 
Leucócitos Polimorfonucleares (granulócitos) 
Os polimorfonucleares compreendem os granulócitos: neutrófilos, eosinófilos e basófilos. 
 
Neutrófilos 
Também denominados polimorfonucleares, são os leucócitos mais numerosos observados em 
esfregaços sanguíneos e têm núcleo multilobulado, formado por dois a cinco lóbulos ligados por pontes 
delgadas de cromatina. O neutrófilo maduro tem três ou quatro lóbulos nucleares, mas o neutrófilo jovem não 
tem o núcleo lobulado e é denominado neutrófilo com núcleo em bastonete ou bastonete, porque o núcleo tem 
a forma de bastonete curvo. 
O citoplasma do neutrófilo contém numerosos grânulos específicos e azurófilos. Os primeiros são 
menores, mais numerosos e possuem agentes antibacterianos, característica que indica sua função de fagócito 
ativo. Também possuem componentes para reposição da membrana e para auxiliar na proteção da célula contra 
oxidação, os grânulos azurófilos são maiores, são os lisossomos do neutrófilo, contém peptídeos, proteínas 
 
22 
 
antibacterianas e enzimas lisossomais. As demais organelas estão presentes, mas não em quantidade e tamanho 
significantes. 
Os neutrófilos são a primeira linha de defesa do organismo: fagocitam, matam e digerem fungos e 
bactérias. Os fagócitos atuam na inflamação, processo no qual há resposta do tecido no local da lesão. Na 
inflamação há aumento da permeabilidade vascular e, como consequência do aumento do líquido intersticial, 
células sanguíneas migram para o local da inflamação. Depois que o neutrófilo fagocita uma bactéria, por 
exemplo, a interação dos grânulos específicos e os azurófilos mata a bactéria e o neutrófilo morre. O acúmulo 
de neutrófilos mortos e bactérias forma o pus. 
 
 
Bastonete (bastão) 
A condensação da cromatina é intensa e o núcleo assume a forma de um bastão uniforme. 
 
 
Eosinófilo 
 Os eosinófilos, que têm o núcleo caracteristicamente bilobulado, são assim denominados porque têm, 
em seu citoplasma, grânulos grandes, corados por eosina. Quando os eosinófilos são observados em 
microscópio eletrônico, pode-se identificar um corpo cristalino ou cristalóide no centro dos grânulos. 
 
23 
 
Os grânulos são os lisossomos dos eosinófilos e 
contêm enzimas hidrolíticas (peroxidase, histaminase, 
arilsulfatase) e outras proteínas. Devido às suas 
características e à ação do conteúdo de seus grânulos, os 
mastócitos, têm atividade antiviral, promovem o 
aparecimento de poros nas células-alvo, induzem a 
degranulação dos mastócitos e basófilos; modulam 
negativamente a ação linfocitária, diminuem os efeitos 
prejudiciais dos agentes vasoativos pela ação da 
histaminase e arilsulfatase, promovem a formação de 
espécies reativas de oxigênio e fazem fagocitose de 
complexos antígeno-anticorpo. 
 
Basófilos 
Os basófilos são os leucócitos menos numerosos, constituindo, aproximadamente, 2% dos leucócitos 
do sangue e, por isso, são difíceis de serem observados nos esfregaços de sangue. O núcleo do basófilo é 
volumoso, retorcido e irregular, além de, muitas vezes, estar encoberto pelos grânulos abundantes que 
preenchem o citoplasma. A denominação de basófilos deve-se ao fato de que seus grânulos se coram por 
corantes básicos. 
Os grânulos dos basófilos são metacromáticos, maiores do que dos outros granulócitos e contêm: 
enzimas hidrolíticas, fatores quimiotáticos para neutrófilos e eosinófilos, heparina, histamina, e substância de 
reação lenta; os dois últimos são substâncias vasoativas que promovem vasodilatação, principalmente. 
Os basófilos possuem, na membrana plasmática, receptores para ligação à imunoglobulina E (IgE); em 
exposições subsequentes ao alérgeno, ocasiona a liberação dos agentes vasodilatadores de seus grânulos e 
ocorrem os fortes distúrbios vasculares associados à hipersensibilidade e à anafilaxia. 
 
 
Leucócitos Mononucleares (agranulócitos) 
Linfócitos 
O sistema linfóide é constituído por órgãos linfóides primários e secundários que estão envolvidos na 
produção de um determinado grupo de células que desempenham a mesma função: o fenômeno da imunização. 
O timo e a medula óssea são órgãos linfóides primários envolvidos com a diferenciação dos linfócitos a partir 
de precursores imaturos. No timo ocorre a diferenciação dos linfócitos T (timo-dependente) e, na medula, a 
diferenciação dos linfócitos B (bolsa-dependente). Posteriormente, estes linfócitos imunocompetentes se 
dirigem aos órgãos linfóides secundários (linfonodos, baço, placas de Peyer no intestino e as amígdalas) onde 
passam por uma diferenciação final e proliferam a partir de antígenos específicos. 
 
24 
 
Os linfócitos são células com núcleo denso e nucléolo (raramente visualizados), e citoplasma pouco 
abundante contendo poucas organelas, de coloração basófila. Os subtipos de linfócitos T e B não podem ser 
diferenciados morfologicamente pelo esfregaço de sangue. 
Os linfócitos T consistem 75% dos linfócitos do sangue e estão relacionados com a imunidade mediada 
por células (rejeição de enxertos, organismos intracelulares, células tumorais e reações de hipersensibilidade 
tardia). 
 Os linfócitos B atuam na imunidade humoral. Quando estimulados por antígenos se diferenciam em 
plasmócitos, que são células secretoras de anticorpos específicos. Os linfócitos em estágio de maturação entre 
os linfócitos B e os plasmócitos são denominados linfócitos atípicos e podem ser vistos no sangue periférico 
de pacientes com mononucleose infecciosa e outras viroses. 
 
 
 
A linfocitose ocorre nas infecções virais, principalmente mononucleose infecciosa, hepatite, 
citomegalovírus. Enquanto a linfopenia está presente nas infecções agudas, estresse agudo (queimaduras, 
traumas), síndromes de imunodeficiência, administração de corticóides e quimioterapia. 
 
Monócito 
 
25 
 
O monócito é a maior célula circulante e apresenta um 
núcleo irregular, em forma de rim, com cromatina exibindo 
aspecto reticular, o citoplasma contém finas granulações 
azurófilas e grânulos ricos em esterase. Como componente do 
sistema mononuclear fagocitário (anteriormente chamado de 
sistema retículo endotelial) tem como funções: a remoção de 
células mortas, senescentes, estranhas ou alteradas, remoção 
de partículas estranhas, destruição de microrganismos e 
células tumorais, e, principalmente, participar da imunidade 
humoral ecelular como célula apresentadora de antígenos aos 
linfócitos T. 
A monocitose pode aparecer principalmente em 
estados de recuperação de infecções agudas (bom prognóstico), infecções crônicas, processos inflamatórios 
como lúpus eritematoso e artrite reumatóide. 
 
CONTAGEM DE PLAQUETAS 
As plaquetas ou trombócitos, promovem a coagulação, ou seja, a formação de um coágulo hemostático 
em locais de comprometimento vascular. A contagem de plaquetas é o mais importante teste de rastreamento 
da função plaquetária. As contagens precisas são vitais. 
 
Objetivos 
● Avaliar a produção ou utilização de plaquetas; 
● Avaliar os efeitos da quimioterapia ou radioterapia na produção de plaquetas; 
● Diagnosticar ou monitorar trombocitose e trombocitopenia; 
● Confirmar uma estimativa visual da quantidade e morfologia da plaqueta a partir de um filme sanguíneo 
colorido. 
 
Método: automatizado, com eventual estudo morfológico com esfregaços corados. 
 
Valores de referência: As contagens normais de plaquetas variam entre 150.000 e 450.000/ml. 
 
Significado Clínico 
Uma contagem diminuída de plaquetas (trombocitopenia) pode resultar de medula óssea aplástica ou 
hipoplástica; uma doença infiltrativa de medula óssea, como, por exemplo, carcinoma ou leucemia; hipoplasia 
megacariocítica, trombopoiese infecciosa proveniente de deficiência de ácido fólico e/ou vitamina B12, 
acúmulo de plaquetas em um baço aumentado; destruição aumentada de plaquetas devido à drogas ou 
desordens imunes; coagulação intravascular disseminada; síndrome de Bernard-Soulier ou lesões mecânicas 
às plaquetas. 
Uma contagem aumentada de plaquetas (trombocitose) pode resultar em hemorragias, desordens 
infecciosas; câncer; anemia por deficiência de ferro, cirurgia recente, gravidez, ou esplenectomia e desordens 
inflamatórias. Em tais casos, a contagem de plaquetas retorna ao normal após o paciente recuperar-se da 
desordem primária. Todavia, a contagem permanece elevada em trombocitemia primária, mielofibrose com 
metaplasia mielóide, policitemia vera e leucemia mielóide crônica. Em tais desordens, as plaquetas podem 
estar disfuncionais, resultando em sangramento. 
 
COAGULAÇÃO SANGUÍNEA 
Com um processo bastante complexo, a coagulação sanguínea pode acontecer por via intrínseca, que 
ocorre no interior dos vasos sanguíneos, ou por via extrínseca, quando o sangue extravasa dos vasos para os 
tecidos conjuntivos. 
 
26 
 
• O processo por via intrínseca inicia-se quando o sangue entra em contato com regiões da parede do 
vaso com alguma lesão. Suas reações ativam o fator X que, na presença dos fosfolípides liberados pelas 
plaquetas e de cálcio, catalisa a transformação de protrombina em trombina, que catalisará a conversão do 
fibrinogênio em fibrina. 
• Por via extrínseca a tromboplastina é lançada pelos tecidos lesados e, junto com o fator VII e o cálcio, 
ativa o fator X que, catalisando a transformação da protombina em trombina. 
• A última etapa do processo é idêntica ao que ocorre por via intrínseca. 
 
A fibrina é formada por uma rede de delgados filamentos proteicos e que envolve os elementos 
figurados do sangue, contraindo-os, constituindo o coágulo, e o líquido envolvente é o soro. Na hemofilia, 
uma doença hereditária, a coagulação não ocorre por causa da deficiência na formação de uma proteína 
plasmática, o fator VIII, pelo organismo. Já em indivíduos que apresentam deficiências circulatórias 
ocasionadas por coágulos existentes na circulação, são ministradas substâncias anticoagulantes como heparina 
e dicumarol. Em laboratórios, para exames de sangue, a coagulação é inibida por meio de soluções de citrato 
e oxalato. 
Os exames laboratoriais mais comuns são o Tempo de Sangramento, Tempo de Coagulação, Tempo 
de Protrombina e Tempo de Tromboplastina Parcial Ativada. 
• Tempo de Sangramento – É utilizado um instrumento pontiagudo para perfurar o lóbulo da orelha ou 
o dedo. Esse teste tem a duração de 1 a 6 minutos, podendo variar de acordo com a profundidade do furo 
ou na ausência de fatores de coagulação, principalmente a deficiência de plaquetas. 
• Tempo de Coagulação – O método mais utilizado é a coleta de 1 ml de sangue em um tubo de vidro. 
Esse tubo quando é movido para frente e para trás a cada trinta segundos, até que se observe que o sangue 
coagulou. Esse teste dura de 6 a 10 minutos. O tempo de coagulação varia muito, dependendo do método 
utilizado, de modo que este teste já caiu em desuso em muitos serviços, pois a dosagem já pode ser feita 
por métodos mais sofisticados e precisos. 
• Tempo de Protrombina (TP) – Avalia os fatores de coagulação II, V, VII e X (via extrínseca), sendo 
que, destes, os fatores II, VII e X são vitamina K-dependentes. A determinação de TP é imprescindível na 
avaliação, no acompanhamento e na evolução de pacientes portadores de patologias variadas e no 
monitoramento de pacientes que estão em terapia com anticoagulantes orais. Logo, resultados expressos 
erroneamente irão levar à condutas clínicas inadequadas, que podem levar o paciente a distúrbios 
hemorrágicos de graves dimensões. 
• Tempo de Tromboplastina Parcial Ativada (TTPA) avalia a via intrínseca (fatores VIII, IX, XI e XII) 
e comum (fibrinogênio, protrombina, fatores V e X) da cascata da coagulação. O TTPA é relativamente 
mais sensível às deficiências dos fatores VIII e IX do que às deficiências dos fatores XI e XII ou fatores da 
via comum, mas, na maioria das técnicas, níveis de fatores entre 15% e 30% do normal prolongam o TTPA. 
 
A parede de um vaso sanguíneo lesionado ativa cada vez mais plaquetas, que vão se atraindo e 
formando um tampão plaquetário. Esse tampão pode bloquear a perda de sangue, se a lesão for pequena, e 
durante o processo subsequente de coagulação serão formados filamentos de fibrina, que se prenderão as 
plaquetas, formando assim um tampão mais compacto. 
 
Valores de referência 
O valor de referência do TAP para uma pessoa saudável deve variar entre 10 e 14 segundos, enquanto 
para o TTPa de uma pessoa saudável deve variar entre 24 a 40 segundos. 
 
Significado Clínico 
O TP pode se apresentar aumentado em algumas situações, entre elas: 
● Deficiência de fibrinogênio; 
● Deficiência de protrombina; 
 
27 
 
● Deficiência de um dos fatores de coagulação (II, V, VII ou X); 
● Deficiência associada de vários fatores, por insuficiência hepática, deficiência de vitamina K (alteração na 
absorção digestiva, antibioticoterapia prolongada, tratamento com dicumarínicos). 
 
O TP pode se apresentar diminuído em: 
● Terapia de reposição hormonal; 
● Uso de contraceptivos orais; 
● Terapia com barbitúricos (sedativos); 
● Administração de multivitamínicos ou suplementos alimentares contendo vitamina K. 
 
Distúrbios da via intrínseca da cascata da coagulação são caracterizados pelo TTPA prolongado e o 
tempo de protrombina (TP) normal. Formas hereditárias incluem a deficiência dos fatores VIII ou IX 
(hemofilias A ou B respectivamente), fator XI pré-calicreína, cininogênio de alto peso molecular e fator XII. 
A deficiência dos três últimos fatores não está associada com quadro de manifestação hemorrágica, 
constituindo-se apenas uma anormalidade laboratorial. Os distúrbios adquiridos que cursam com TP normal 
e TTPA prolongado incluem o inibidor lúpico ou inibidores dos fatores VIII, IX e XI, além do uso da heparina. 
 
HEMOGLOBINOPATIAS 
A hemoglobina é a proteína responsável pelo transporte de oxigênio dos pulmões para os tecidos, pelos 
glóbulos vermelhos. Ela é o componente mais abundante destas células, responsável por sua tonalidade 
avermelhada, por esse motivo qualquer reduçãoda hemoglobina implica em uma perda da capacidade de 
transporte de oxigênio aos tecidos, além do que, quando a quantidade de hemoglobina em um indivíduo cai 
abaixo dos valores que consideramos normais, temos o que chamamos de anemia. Uma das causas mais 
importantes de anemia são alterações nos genes que regulam a produção da hemoglobina. 
As hemoglobinopatias constituem um grupo de doenças de origem genética, em que mutações nos 
genes que codificam a hemoglobina levam a alterações nesta produção. Estas alterações podem ser divididas 
em estruturais ou de produção, sendo que as alterações estruturais são aquelas em que a hemoglobina 
produzida não funciona da forma adequada, o que leva a redução na vida útil dos glóbulos vermelhos e a 
outras complicações, enquanto as alterações de produção são aquelas que resultam em uma diminuição na 
taxa de produção da hemoglobina, o que leva a graus variados de anemia. 
A hemoglobinopatia mais frequente em nosso meio é a anemia falciforme, nela, uma mutação no gene 
que codifica uma parte da hemoglobina resulta em uma alteração estrutural em que a hemoglobina produzida 
tem uma forte tendência a se polimerizar (algo como uma formação de agregados com outras moléculas de 
hemoglobina) sempre que o sangue é exposto a menores concentrações de oxigênio. Esta tendência é 
extremamente ruim para o organismo, pois leva a ciclos repetidos de polimerização e despolimerização cada 
vez que o sangue destes pacientes navega pelos capilares onde o oxigênio é entregue aos tecidos, e onde, por 
conseguinte a quantidade de oxigênio é naturalmente menor. 
Estes ciclos repetidos de polimerização e despolimerização levam a lesões na membrana da hemácia 
que, além de gerarem algumas hemácias em forma de foice, que dão o nome à doença, também interferem em 
sua capacidade de trafegar pelos capilares (vasos finos presentes em várias partes do corpo), favorecendo a 
ocorrência de bloqueios na circulação (vasoclusão). Além disso, estas hemácias têm uma vida útil muito 
reduzida, o que contribui tanto para a anemia quanto para o estabelecimento de um estado inflamatório crônico 
em consequência da necessidade de lidar com todos os produtos liberados quando da morte precoce destas 
células. O resultado é uma doença caracterizada por redução na oxigenação de todos os tecidos de forma lenta 
e progressiva, entremeada por períodos em que estes episódios de vasoclusão se tornam mais agudos, levando 
a dor, falta de ar e outros sintomas. 
Outra hemoglobinopatia frequente em nosso meio é a talassemia, que ao contrário da anemia 
falciforme, aqui não há defeito na estrutura dos glóbulos vermelhos, mas sim uma redução na sua produção. 
A gravidade desta redução varia conforme o tipo de mutação genética, assim como o número de cópias 
presentes destas mutações. Como é de conhecimento mais geral, a maioria de nossos genes possui duas cópias 
 
28 
 
(uma em cada cromossomo), herdadas de nossos pais e mães respectivamente. No caso da talassemia, quando 
apenas uma das cópias possui a mutação, a cópia normal é suficiente para evitar uma anemia mais grave, e os 
pacientes são portadores de uma condição sem nenhuma gravidade conhecida como traço talassêmico, porém, 
quando as mutações estão presentes em ambas as cópias, a queda na produção da hemoglobina é mais intensa, 
podendo inclusive levar à morte caso o paciente não receba transfusões por toda a vida. 
 
TALASSEMIAS 
 As talassemias são um grupo heterogêneo de 
doenças genéticas causadas pela redução da síntese de 
globinas alfa e não-alfa (β, δ ou γ). Na realidade as 
formas mais comuns de talassemias se devem à redução 
de globina alfa ou de globina beta, situações que 
originam as talassemias alfa ou beta, respectivamente. 
Situações mais raras envolvem a redução de síntese 
conjunta de globinas delta e beta (talassemia δ β), ou de 
delta, beta e gama (talassemia δ β γ). Em alguns casos 
de talassemias há redução total de síntese de globina alfa 
ou de beta, caracterizando as talassemias α 0 ou β 0, 
respectivamente, por outro lado quando a redução de 
síntese é parcial denomina-se por talassemias α + ou β +. 
 
TALASSEMIA ALFA 
 Entre todas as doenças das hemoglobinas a talassemia alfa é a mais prevalente em quase todos os 
continentes. Está amplamente distribuída nos países banhados pelo mar Mediterrâneo, Oeste da África, 
Oriente Médio, Índia, sudeste da Ásia, China, Tailândia, Malásia e Indonésia. Recentemente, com a introdução 
de técnicas eletroforéticas mais sensíveis foi possível determinar que a talassemia alfa também é comum no 
Brasil. 
 
 
Variabilidade genética e laboratorial da talassemia alfa 
 Os genes que sintetizam globinas alfa estão no cromossomo 16 e são dois genes por cromossomo. As 
diferentes formas de talassemias alfa estão relacionadas com a inativação dos genes de globinas alfa: quando 
 
29 
 
os dois genes alfa do mesmo cromossomo 16 estão inativados denomina-se por talassemia α0, e quando apenas 
um gene alfa do cromossomo 16 está afetado designa-se por talassemia α+. 
 Pela análise da representação esquemática observa-se que há duas formas de traço alfa talassêmico (ou 
talassemia alfa heterozigota), ambas assintomáticas, porém caracterizadas pela presença de Hb H (tetrâmeros 
de globinas beta, ou β4) em eletroforese alcalina de hemoglobina. Da mesma forma há situações patológicas 
quando três genes alfa estão afetados pela redução de síntese de globina (doença de Hb H), ou de quatro genes 
alfa afetados (α 0 / α 0) na síndrome da hidropsia fetal, conforme mostra a tabela 1. 
 As deleções que resultam em talassemia alfa são muito variadas e, consequentemente, a base molecular 
dessas talassemias são complicadas, notadamente na talassemia α + pois a extensão desta lesão parcial do gene 
é muito variável. Sob o ponto de vista de distribuição geográfica, a talassemia α 0 é particularmente comum 
no Sudeste da Ásia e em algumas ilhas do mar Mediterrâneo, regiões em que a doença de Hb H e a síndrome 
da hidropsia fetal são mais comuns. No Brasil prevalece a talassemia α + caracterizada pelo portador silencioso 
em 10 a 20% da população e traço alfa talassêmico em 1 a 3% da população. 
 
TALASSEMIA BETA 
 A talassemia beta é a forma mais importante de talassemias devido aos graus de morbidade e 
mortalidade causadas pelas consequências das intensidades de anemia hemolítica que afeta especialmente os 
doentes com talassemias beta intermédia e maior. Os constantes avanços terapêuticos e preventivos 
direcionados aos pacientes com talassemia beta maior tem aumentado a sobrevida com qualidade, com 
políticas públicas de apoio aos doentes e familiares em vários países, inclusive, o Brasil. A talassemia beta 
está amplamente distribuída por todos os continentes, com significativa prevalência na Itália, Chipre, Grécia 
e países do Oriente Médio, locais em que a prevalência do gene beta talassêmico varia entre 2 e 30%. No 
Brasil, a talassemia beta menor oscila entre 0,5 e 1,5%, e por ano nascem entre 300 e 350 crianças com 
talassemia beta maior. 
 
 
Variabilidade genética e laboratorial da talassemia beta 
 Os genes que sintetizam globinas beta estão nos cromossomos 11, sendo um gene beta por 
cromossomo. Há dois tipos de lesões genéticas no gene da globina beta, quais sejam: 
 
a) lesão que afeta integralmente o gene de globina beta, com redução total de síntese, e denominado por 
talassemia β 0; 
b) lesão que afeta parte do gene da globina beta, com redução parcial de sua síntese, é caracterizado por 
talassemia β +. Laboratorialmente as talassemias beta homozigotas (β 0 / β 0, β + / β + ou β 0 / β +) são todas 
graves,com graus acentuados de anemia, dependentes de transfusão de eritrócitos, e muitos efeitos 
fisiopatológicos. 
 
 Por outro lado, a talassemia beta heterozigota ou menor, independente do genótipo, é clinicamente 
assintomática, e se manifesta laboratorialmente por anemia microcítica e hipocrômica de grau leve, com 
alterações morfológicas dos eritrócitos (esquizócitos, micrócitos, dacriócitos e pontilhados basófilos), e 
bilirrubina indireta com discreta elevação. A tabela 02 resume as principais alterações das talassemias beta. 
 
 
30 
 
Fisiopatologia da talassemia beta 
 O processo fisiopatológico da talassemia beta está relacionado com o desequilíbrio que se verifica 
entre a síntese de globinas alfa e beta. Com a síntese de globina beta afetada por redução parcial (β +) ou total 
(β 0), a relação α/β supera o valor de equilíbrio que é de 1,0. A globina alfa, que não teve sua síntese alterada, 
apresenta produção normal, e como não há globina beta suficiente para formar tetrâmeros α2β2 resultará na 
precipitação de globinas alfa livres nos eritroblastos. Essa precipitação causa situações patológicas intra-
eritrocitárias, deformando os eritrócitos, que são retirados precocemente da circulação pelo SRE, causando 
anemia hemolítica e esplenomegalia. A hemoglobina predominante nos eritrócitos da talassemia beta maior é 
a Hb Fetal, que tem elevada afinidade por oxigênio e por isso induz a hipóxia tecidual, fato que desencadeia 
vários efeitos patológicos orgânicos. 
 
ANEMIA FALCIFORME 
 A anemia falciforme é a doença hereditária monogênica mais comum do Brasil, sua causa é uma 
mutação de ponto (GAG->GTG) no gene da globina beta da hemoglobina, originando uma hemoglobina 
anormal, denominada hemoglobina S (HbS), ao invés da hemoglobina normal denominada hemoglobina A 
(HbA). Esta mutação leva à substituição de um ácido glutâmico por uma valina na posição 6 da cadeia beta, 
com consequente modificação físico-química na molécula da hemoglobina. Em determinadas situações, estas 
moléculas podem sofrer polimerização, com falcização das hemácias, ocasionando encurtamento da vida 
média dos glóbulos vermelhos, fenômenos de vaso-oclusão e episódios de dor e lesão de órgãos. 
 Em geral, os pais são portadores assintomáticos de um único gene afetado (heterozigotos), produzindo 
HbA e HbS (AS), transmitindo cada um deles o gene alterado para a criança, que assim recebe o gene anormal 
em dose dupla (homozigose SS). A denominação “anemia falciforme” é reservada para a forma da doença que 
ocorre nesses homozigotos SS. Além disso, o gene da HbS pode combinar se com outras anormalidades 
hereditárias das hemoglobinas, como hemoglobina C (HbC), hemoglobina D (HbD), beta-talassemia, entre 
outros, gerando combinações que também são sintomáticas, denominadas, respectivamente, 
hemoglobinopatia SC, hemoglobinopatia SD, S/beta-talassemia. No conjunto, todas essas formas sintomáticas 
do gene da HbS, em homozigose ou em combinação, são conhecidas como doenças falciformes. Apesar das 
particularidades que as distinguem e de graus variados de gravidade, todas estas doenças têm um espectro 
epidemiológico e de manifestações clínicas e hematológicas superponíveis. 
 Uma das características dessas doenças é a sua variabilidade clínica: enquanto alguns pacientes têm 
um quadro de grande gravidade e estão sujeitos a inúmeras complicações e frequentes hospitalizações, outros 
apresentam uma evolução mais benigna, em alguns casos quase assintomáticos. Tanto fatores hereditários 
como adquiridos contribuem para esta variabilidade clínica. Entre os fatores adquiridos mais importantes está 
o nível socioeconômico, com as consequentes variações nas qualidades de alimentação, de prevenção de 
infecções e de assistência médica. Três características geneticamente determinadas têm importância na 
gravidade da evolução clínica: os níveis de hemoglobina fetal (HbF), a concomitância de alfa-talassemia e os 
haplótipos associados ao gene da HbS. 
 De modo geral, além da anemia crônica, as diferentes formas de doenças falciformes caracterizam-se 
por numerosas complicações que podem afetar quase todos os órgãos e sistemas, com expressiva morbidade, 
redução da capacidade de trabalho e da expectativa de vida. Além das manifestações de anemia crônica, o 
quadro é dominado por episódios de dores osteoarticulares, dores abdominais, infecções e infartos 
pulmonares, retardo do crescimento e maturação sexual, acidente vascular cerebral e comprometimento 
crônico de múltiplos órgãos, sistemas ou aparelhos. 
 Devido ao encurtamento da vida média das hemácias, pacientes com doenças falciformes apresentam 
hemólise crônica que se manifesta por palidez, icterícia, elevação dos níveis de bilirrubina indireta, do 
urobilinogênio urinário e do número de reticulócitos. A contínua e elevada excreção de bilirrubinas resulta, 
frequentemente, em formação de cálculos de vesícula contendo bilirrubinato. Entretanto, diferente das outras 
anemias hemolíticas, pacientes com doenças falciformes não costumam apresentar esplenomegalia porque, 
repetidos episódios de vaso-oclusão determinam fibrose e atrofia do baço. 
 
 
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DIAGNÓSTICO DAS HEMOGLOBINOPATIAS 
Talassemias 
● Avaliação para anemia hemolítica, se for suspeitada; 
● Esfregaço periférico; 
● Eletroforese de hemoglobina; 
● Teste de DNA (diagnóstico pré-natal); 
 
 Traço talassêmico é comumente detectado quando o exame direto do sangue periférico de rotina e 
hemograma completo revelam anemia microcítica e alta contagem de eritrócitos. Se desejado, confirmar o 
diagnóstico de traço talassêmico beta com exames quantitativos da hemoglobina. Nenhuma intervenção é 
necessária. 
 Suspeitar de talassemias mais graves nos pacientes com história familiar, sinais ou sintomas sugestivos, 
ou anemia hemolítica microcítica. Em caso de suspeita de talassemia, fazer exames laboratoriais para anemia 
microcítica e hemolítica e exames quantitativos da hemoglobina. Os níveis séricos de bilirrubina, ferro e 
ferritina estão aumentados. 
 Nas talassemias alfas, muitas vezes o percentual de hemoglobina F e Hb A2 estão normais, e o 
diagnóstico dos defeitos genéticos das talassemias, em um gene ou dois genes, com frequência, pode ser feito 
com exames genéticos mais modernos, e normalmente como exclusão de outras causas de anemia microcítica. 
 Na talassemia beta maior, a anemia é grave, em geral com hemoglobina ≤ 6 g/dL. A contagem de 
eritrócitos é elevada em relação à Hb, pois as células são muito microcíticas. O esfregaço sanguíneo é 
praticamente diagnóstico, com vários eritroblastos nucleados; células-alvo; eritrócitos pequenos e pálidos; e 
basofilia pontilhada difusa. 
 Nos métodos quantitativos de avaliação da hemoglobina, a elevação da Hb A2 é diagnostico de 
talassemia beta menor. Na talassemia beta maior, a hemoglobina F costuma estar aumentada, algumas vezes 
chegando a até 90%, e quase sempre a hemoglobina A2 aumenta para > 3%. A doença na Hb H pode ser 
diagnosticada pela demonstração da rápida migração da Hb H ou das frações de Bart na eletroforese da Hb. 
O distúrbio molecular específico pode ser caracterizado, mas não altera a abordagem clínica. 
 
Anemia Falcirorme 
● Teste de DNA (diagnóstico pré-natal); 
● Esfregaço periférico; 
● Teste de solubilidade; 
● Eletroforese de Hb (ou focalização isoelétrica em camada fina). 
 
 O tipo de teste feito depende da idade do paciente. O teste de DNA pode ser usado para diagnóstico 
pré-natal ou confirmar diagnóstico de genótipo da doença falciforme. Os testes para neonatos estão disponíveis 
em muitos estados dos EUA e envolvem a eletroforese de Hb. Exame e diagnóstico

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