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UNIVERSIDADE PAULISTA AQUI VOCÊ PODE CURSO: BACHAREL EM ENFERMAGEM SANDRA MARIA LEOCÁDIO DE MENEZES A IMPORTÇÂNCIA DO ENFERMEIRO NA AUDITORIA EM ENFERMAGEM BOA VISTA – RR 2024 SANDRA MARIA LEOCÁDIO DE MENEZES A IMPORTANCIA DO ENFERMEIRO NA AUDITORIA EM ENFERMAGEM Trabalho de conclusão de curso para obtenção do título de Bacharel em Enfermagem apresentado à Universidade Paulista – UNIP. Orientadora: Dulcineide Aniceto dos Santos BOA VISTA – RR 2024 A IMPORTANCIA DO ENFERMEIRO NA AUDITORIA EM ENFERMAGEM. Sandra Maria Leocádio de Menezes. Boa Vista, 2024. 43 fls. Orientadora: Prof. Dulcineide Aniceto dos Santos Trabalho Monográfico (Graduação em Enfermagem) – UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA de Boa Vista/RR. 1. Auditoria. Enfermagem. Saúde. Legislação. UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA de Boa Vista/RR. ______________________________________________________________________ Sandra Maria Leocádio de Menezes A IMPORTÂNCIA DO ENFERMEIRO NA AUDITORIA EM ENFERMAGEM SANDRA MARIA LEOCÁDIO DE MENEZES Aprovado em:____/____/____ BANCA EXAMINADORA _______________________________________________ PROF. DULCINEIDE ANICETO DOS SANTOS - UNIP Graduada em enfermagem Esp. Urgência e Emergência Orientadora e Presidente da Banca ________________________________________ PROF. JAYNAH BRAGA Licenciatura em Pedagogia Coordenadora Regional - UNIP Examinadora ____________________________________________________ PROF. ZULEIDE POSSIDONIO TORRES REBOUÇAS - UNIP Graduada em Biologia Mestre em Educação para a Saúde Examinadora ___________________________________________________ MEYRE VÂNIA LIMA CARVALHO Esp. Direito Administrativo com Ênfase em Sindicância Esp. Em Segurança do Paciente Enfermeira Convidada Examinadora SANDRA MARIA LEOCÁDIO DE MENEZES A IMPORTÂNCIA DO ENFERMEIRO NA AUDITORIA EM ENFERMAGEM Com base no dispositivo da Lei Federal nº 9.160, de 19/02/1998, AUTORIZO a UNIP – Universidade Paulista de Boa Vista, sem ressarcimento dos direitos autorais, a disponibilizar na rede mundial de computadores e permitir a reprodução por meio eletrônico ou impresso do texto integral e/ou parcial da OBRA acima citada, para fins de leitura e divulgação da produção científica gerada pela instituição. Boa Vista/RR, _____/_____/_____ ____________________________________________ SANDRA MARIA LEOCÁDIO DE MENEZES Declaro que o presente Trabalho de Conclusão de Curso, foi submetido a todas as Normas Regimentais da UNIP – Universidade Paulista de Boa Vista/RR e, nesta dará, AUTORIZO o depósito da versão final desta monografia bem como o lançamento da nota atribuída pela Banca Examinadora. Boa Vista, _____/_____/_____ ___________________________________________ SANDRA MARIA LEOCÁDIO DE MENEZES RESUMO A auditoria em enfermagem é cada vez mais relevante nas instituições de saúde, pois é realizado de modo a fiscalizar a atuação profissional junto ao paciente e/ou verificar as contas correspondente neste processo por meio de controle quantitativo e qualitativo. A auditoria como ferramenta de gestão ajuda a eliminar desperdícios, simplificar tarefas e transmitir informações seguras sobre o desenvolvimento das atividades executadas. A presente pesquisa teve como objetivo compreender a importância do enfermeiro na auditoria em enfermagem, assim como conhecer a relevância do enfermeiro auditor e os aspectos éticos e legais na atuação durante a auditoria. Foi realizado pesquisa bibliográfica de natureza qualitativa, com revisão da literatura. O Trabalho de Conclusão de Curso teve como divisão, três capítulos: Fundamentação Teórica sobre Auditoria; Auditoria em Saúde, e Auditoria em Enfermagem. Diante deste estudo, conclui-se que a auditoria em saúde está formalmente incorporada nos sistemas de saúde de vários países do mundo, inclusive no Brasil, onde foi definitivamente regulamentada pelo Decreto nº 1.651/95. A auditoria em enfermagem está respaldada por uma vasta legislação, que abrange também as suas diversas áreas de atuação, subsidiando órgãos governamentais e não-governamentais, para torná-los capazes de apoiar, cada vez mais, as atividades desenvolvidas pela equipe de enfermagem, pois é da competência privativa do enfermeiro auditor no exercício de suas atividades: organizar, dirigir, planejar, coordenar e avaliar, prestar consultoria, auditoria e emissão de parecer sobre os serviços de auditoria de enfermagem. Palavras-chave: Auditoria. Enfermagem. Saúde. Legislação. ABSTRACT Nursing auditing is increasingly relevant in health institutions, as it is carried out to monitora professional performance with patients and/or verify the corresponding accounts in this process through quantitative and qualitative control. Auditing as a management tool helps to eliminate waste, simplify tasks and transmit reliable information about the development of the activities carried out. The present research aimed to understand the importance of nurses in nursing audits, as well as to understand the relevance of nurse auditors and the ethical and legal aspects of their performance during the audit. Qualitative bibliographical research was carried out, with a literature review. The Course Completion Work was divided into three chapters: Theoretical Foundation on Auditing; Health Audit, and Nursing Audit. In view of this study, it is concluded that health auditing and formally incorporated into the health systems of several countries around the world, including Brazil, where it was definitively regulated by Decree No. 1,651/95. Nursing auditing is supported by extensive legislation, which also covers its various areas of activity, subsidizing governmental and non-governmental bodies, to make them capable of increasingly supporting the activities carried out by the nursing team, as It is the exclusive responsibility of the nurse auditor in carrying out their activities: organizing, directing, planning, coordinating and evaluating, providing consultancy, auditing and issuing an opinion on nursing audit services. Keywords: Audit. Nursing. Health. Legislation. LISTA DE SIGLAS ABEA - Associação Brasileira dos Enfermeiros Auditores AM - Assistência Médica ANS - Agência Nacional de Saúde Suplementar ART - Anotação de Responsabilidade Técnica COFEN - Conselho Federal de Enfermagem GIH - Guia de Internação Hospitalar IAPB - Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Bancários IAPC - Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Comerciários IAPI - Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Industriários IAPM - Aposentadoria e Pensões dos Marítimos INPS - Instituto Nacional de Previdência Social IPASE - Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores do Estado PNHOSP - Política Nacional de Atenção Hospitalar SNA - Sistema Nacional de Auditoria SUS - Sistema Único de Saúde SUMÁRIO INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 11 CAPITULO I ........................................................................................................................... 14 1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA DE AUDITORIA ........................................................... 14 CAPITULO II .........................................................................................................................17 2 AUDITORIA NA SAÚDE ................................................................................................... 17 2.1 Tipos de Auditoria ......................................................................................................... 19 2.2 Auditoria no Sistema Único de Saúde (SUS) ................................................................ 22 2.3 Hospital Instituição de prestadora de serviços de saúde ............................................... 23 CAPÍTULO III ........................................................................................................................ 24 3 AUDITORIA EM ENFERMAGEM .................................................................................... 24 3.1 Enfermeiro auditor ........................................................................................................ 26 3.2 Legislação ..................................................................................................................... 27 3.3 Código de Ética ............................................................................................................. 31 3.4 Perfil do Enfermeiro Auditor ......................................................................................... 32 3.5 Atribuições do enfermeiro auditor ................................................................................. 32 METODOLOGIA.......................................................................................................................35 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................................. 35 REFERÈNCIAS ...................................................................................................................... 38 11 INTRODUÇÃO O presente estudo tem a finalidade de evidenciar a importância do enfermeiro na Auditoria em enfermagem, uma vez que este profissional é de grande relevância considerando que a equipe de enfermagem compreende o maior número de profissionais em um hospital. Auditoria vem do latim audire, que significa ouvir, o termo possui como definição a atividade de examinar de forma minuciosa e sistemática a adequação dos procedimentos empresariais aos padrões estabelecidos, a fim de verificar a realidade econômica e financeira. (Gonçalves, 2019) A auditoria é fundamental para o controle dos procedimentos, processos e verificar a sua adequação ou não ao padrão estabelecido nas normas técnicas do Ministério da Saúde e legislação vigente. Ela adquire maior relevância quando voltada ao setor público, visto que envolve os interesses de toda a sociedade. A auditoria é responsável pela análise e avaliação da eficiência e eficácia na aplicação dos recursos públicos, no que tange aos serviços que são prestados à população. Crepaldi (2019) apontam que a auditoria versa no levantamento, no estudo e na avaliação metódica das transações, dos procedimentos, das operações, das rotinas e das demonstrações financeiras de uma entidade. Com um enfoque mais técnico, Silva (2012) afirma que a auditoria é um processo de trabalho pautado por averiguações, realizado por meio da comparação de uma condição com determinado critério. A condição corresponde à ocorrência encontrada pelo auditor durante a execução da auditoria, não sendo a constatação em si, mas a verificação do que está ocorrendo na unidade. Já o critério consiste na base de sustentação dos trabalhos executados pelo auditado, como os manuais, as leis, os decretos, as portarias, as resoluções, as determinações por escrito, bem como outros documentos que estabelecem regras e procedimentos de observância obrigatória. Segundo Peter e Machado (2019), a auditoria governamental representa uma atividade de avaliação voltada para o exame, visando a comprovar a legalidade, a legitimidade e a adequação dos sistemas de controles internos e dos resultados obtidos, 12 considerando os aspectos da economicidade, da eficiência e da eficácia da aplicação dos recursos públicos. A auditoria no setor público abrange um conjunto de técnicas para avaliar a gestão pública nos processos e resultados gerenciais e na aplicação dos recursos públicos por entidades de direito público e privado, mediante a confrontação de uma situação encontrada com determinado critério técnico, operacional ou legal. Dessa forma, todos os responsáveis pela guarda e pelo gerenciamento de bens e valores públicos, que atuam diretamente na esfera pública ou não, estão passíveis de auditoria e terão seus atos de gestão avaliados segundo critérios técnicos. Nesse contexto, a auditoria no setor público adquire relevância ao agregar valor à gestão, por meio de uma atuação profissional independente, que contribui para a melhoria da governança. A auditoria em enfermagem na qualidade e no cuidado ao paciente é uma avaliação sistemática da qualidade da assistência de enfermagem prestada ao cliente, de forma a contribuir para melhorar a qualificação dos serviços prestados a partir da análise dos prontuários, do acompanhamento do cliente e da verificação da compatibilidade entre o procedimento realizado, o lançamento adequado dos materiais e os itens que compõem a conta hospitalar, garantindo, assim, uma cobrança adequada. A Portaria GM/MS nº 3.410 de 30 de dezembro de 2013 - Estabelece as diretrizes para a contratualização de hospitais no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) em consonância com a Política Nacional de Atenção Hospitalar (PNHOSP). Conforme Feijão (2018), a auditoria no Sistema Único de Saúde (SUS) objetiva auxiliar na qualidade da atenção à saúde prestada à população na busca da universalidade, equidade e integralidade. Esses são os princípios fundamentais do SUS, além do princípio de aproveitamento econômico dos recursos envolvidos. A Lei nº 8.080, de 19 de dezembro de 1990, regulamenta as ações e o atendimento à saúde em todo o território nacional. Essa lei institui o Sistema Nacional de Auditoria (SNA) como um meio de controle técnico e financeiro de competência do Sistema Único de Saúde e em colaboração com os estados, municípios e Distrito Federal. No entanto, foi em 27 de julho de 1993 que o SNA foi instituído, por meio do Art. 6 da Lei nº. 8.689 e tendo a regulamentação pelo Decreto nº. 1.651, de 28 de setembro de 1995. Regulamentado pela Lei nº 9.961/2000, a Agência Nacional de Saúde Suplementar 13 (ANS) busca controlar as ações e os serviços de saúde das operadoras e dos demais órgãos públicos, a fim de manter a qualidade da assistência à saúde. Justifica-se esta pesquisa, pela grande importância do enfermeiro no processo de auditoria em enfermagem, pois muitas pesquisas mostram a assistência na enfermagem, porém há pouca abordagem sobre o tema aqui exposto. A auditoria não tem apenas a função de apontar falhas ou problemas, mas também exibe sugestões e soluções, a fim de educar os profissionais envolvidos na assistência. Esta pesquisa tem como objetivo geral, conhecer a importância do enfermeiro na auditoria em enfermagem, assim como conhecer a relevância do enfermeiro auditor e os aspectos éticos e legais na atuação durante a auditoria na assistência à saúde; e como específicos: apresentar um breve panorama histórico sobre auditoria, conhecer a importância da auditoria na enfermagem, além de discorrer sobre as habilidades e competência do enfermeiro auditor. A referida pesquisa tem como problemática: De que forma o enfermeiro pode contribuir na auditoria em enfermagem? A pesquisa tem como hipótese: O enfermeiro é relevante na auditoria hospitalar? Este trabalho está dividido em 03(três) capítulos. O primeiro capítulo será explorado os conceitos fundamentais sobre auditoria, bem como a evolução histórica do tema. O segundo capítulo aborda sobre o papel do auditor e os aspectos éticos e legais, e o terceiro capítulo versa sobrea auditoria em enfermagem. 14 CAPITULO I 1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA DE AUDITORIA De acordo com Sá (2019), a auditoria teve início na era antes de Cristo, na antiga Suméria, surgindo, em seguida, nas províncias romanas do primeiro século depois de Cristo. Contudo, apenas no século XVIII, na Inglaterra, com o advento da Revolução Industrial, essa ciência teve expressivo desenvolvimento diante do surgimento de grandes corporações, pois estas começaram a apresentar necessidades, por parte dos investidores, de acompanhamento do que estava sendo apresentado pela empresa, em função do capital que estavam investindo. No Brasil, a utilização da ferramenta ocorreu em 1808, com a introdução da obrigatoriedade do uso dos serviços de auditoria independente na Real Fazenda Portuguesa. Já na área da saúde, a auditoria teve início quando o enfoque deixou de ser apenas contábil, expandindo para o restante das áreas administrativas, em que o intuito era avaliar a eficácia e a efetividade da aplicação dos controles internos. Segundo Burmester e Moraes (2018), a partir do século XX, os hospitais, além de prestar assistência à saúde, passaram a apresentar funções de ensino e aprendizagem para produzir conhecimento, causando implicações importantes para o processo de auditoria, conforme veremos adiante. De acordo com Souza, Dyniewicz e Kalinowski (2019), no Brasil, a história da auditoria na saúde teve origem na previdência em 1923, por meio da Lei Eloy Chaves, e com o advento da criação da Caixa de Aposentadorias dos Ferroviários, que oferecia proteção social, pensão, aposentadoria, assistência médica e auxílio farmacêutico. Após a década de 1930, concomitantemente às caixas, surgiram os Institutos de Aposentadoria e Pensões dos Trabalhadores Urbanos: Instituto de Aposentadoria e Pensões dos 15 Marítimos (IAPM), em 1933; Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Comerciários (IAPC), em 1933; Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Bancários (IAPB), em 1934; Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Industriários (IAPI), em 1936; Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores do Estado (IPASE), em 1938. A Lei Orgânica da Previdência Social (Lei n. 3.807, de 26 de agosto de 1960) uniu a legislação aplicável aos vários institutos. A unificação da gestão, no entanto, demoraria mais alguns anos e seria implantada com a criação do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), em 1966. As rotinas de auditoria no Instituto Nacional de Previdência Social – INPS eram executadas pelos supervisores, por meio de averiguações nos prontuários dos pacientes e em contas hospitalares. Nesse período, não havia auditorias diretas em hospitais. A partir de 1976, as contas hospitalares transformaram-se em Guia de Internação Hospitalar – GIH, momento em que as atividades de auditoria ficam estabelecidas como Controle Formal e Técnico. Nesse contexto, a assistência à saúde não era o principal objetivo do INPS, no entanto, como a sua incorporação foi fundamental, agregaram-se mais duas letras, AM (Assistência Médica), à sigla (SOUZA; DYNIEWICZ; KALINOWSKI, 2018). De acordo com o processo histórico as atividades de auditoria concentram-se nos processos e resultados da prestação de serviços e pressupõem o desenvolvimento de um modelo de atenção adequado em relação às normas de acesso, diagnóstico, tratamento e reabilitação. Consistem em controlar e avaliar o grau de atenção efetivamente prestado pelo sistema, comparando com um modelo definido. Em um conceito mais amplo, a auditoria avalia uma relação de accountability, que nada mais é do que a obrigação de responder pelos recursos colocados à disposição. Envolve a obrigação de prestar contas decorrente de uma responsabilidade que tenha sido delegada, presumindo a existência de duas partes: uma que delega a responsabilidade (principal), e a outra que a aceita, devendo relatar a forma pela qual a responsabilidade foi executada (agente). Nesse caso, a auditoria consiste na ação independente de um terceiro sobre tal relação, para expressar uma opinião e emitir comentários sobre como essa relação está sendo obedecida. A atividade de auditoria tem sua origem ligada à contabilidade, uma vez 16 que constitui uma técnica contábil. Seu enfoque era inicialmente voltado para avaliar e emitir uma opinião sobre a adequação das demonstrações contábeis avaliadas. A equipe de auditoria precisa dispor de equipamentos, pessoal qualificado e, principalmente, independência durante a sua atuação, para o melhor alcance dos seus objetivos. Para tanto, é indispensável que a alta administração tenha consciência dos seus benefícios. Em contrapartida, o produto de trabalho do auditor deve agregar valores para a tomada de decisões e, assim, garantir resultados satisfatórios na gestão do dirigente. Diversas especializações da auditoria surgiram além da contábil, como a auditoria fiscal, a auditoria hospitalar, a auditoria do terceiro setor, a auditoria de processos, a auditoria ambiental, a auditoria de qualidade, a auditoria de tecnologia da informação e, nosso objeto de estudo, a auditoria em enfermagem. Já a auditoria em saúde consiste na análise, revisão, intervenção ou exame de contas de serviços ou procedimentos prestados por profissionais da área - médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, odontólogos etc. (BERNARDO e RODRIGUES, 2018), sendo ferramenta importante para a mensuração da qualidade (auditoria de cuidados) e de custos (auditoria de custos) das instituições de saúde. 17 CAPITULO II 2 AUDITORIA NA SAÚDE André (2019), explica que a auditoria surgiu a partir da área contábil financeira, pois a finalidade era identificar erros e fraudes, e a partir do século XX, a auditoria em saúde passa a ser estudada e introduzida no sistema de saúde com objetivo de controlar o sistema nacional de saúde repleto de fraudes, e com o passar dos tempos, os serviços de auditoria passa a analisar, verificar a eficiência, a qualidade dos serviços e da gestão nos serviços de saúde. Na área da saúde, o médico estadunidense George Gray Ward aplicou a auditoria, em 1918, para avaliar a qualidade da assistência à saúde pela verificação de prontuários, bem como para analisar a assistência prestada, considerando os envolvidos no processo (paciente, hospital e operadora de saúde) e conferindo os procedimentos executados com os valores cobrados, a fim de garantir um pagamento justo (CAMELO, 2020). Ao envolver aspectos quantitativos e qualitativos da assistência, ou seja, avaliar a eficácia e eficiência do processo de atenção à saúde, a auditoria é um instrumento de gestão que colabora para a alocação adequada dos recursos (CECCON e ROSA, 2018). Por isso, a auditoria em saúde é indispensável para sistemas públicos ou privados e deve ser realizada por uma equipe multiprofissional de forma interligada. Uma importante atuação nesse campo é a auditoria em contas hospitalares, realizada em prontuários, como forma de garantir a qualidade do serviço, além de reduzir desperdício de materiais e medicamentos. Como os procedimentos geram custos, o meio mais seguro para se comprovar e receber o valor gasto da assistência prestada, evitando glosas, é o registro, principalmente em se tratando de um convênio do hospital com operadoras de saúde (ITO, 2004). 18 Considerando as atividades envolvidas na auditoria em saúde, Santos et al. (2018) destacam a função do enfermeiro auditor como aquele que controla o processo administrativo ou, como defendem alguns autores, exerce avaliação sistemática da qualidade de enfermagem prestada ao cliente, verificando os resultados da assistência, pois, a Sistematização da Assistência em Enfermagem (SAE) funciona como uma base de análise a partir da avaliação dos resultados da auditoria. A auditoriaem saúde foi estabelecida oficialmente no Brasil em 1984, por meio da Resolução n. 45, de 12 de julho de 1984, expedida pelo extinto Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS), apresentando um conjunto de ações administrativas, técnicas e observacionais, que visam à caracterização definida do desempenho assistencial realizado pelos integrantes de todos os níveis de execução, notadamente as unidades médico-assistenciais próprias, contratadas, conveniadas e em regime de cogestão (SOUZA; DYNIEWICZ; KALINOWSKI, 2010) Outro fato representativo foi a criação do Sistema Nacional de Auditoria (SNA), previsto pela Lei n. 8.080, de 19 de setembro de 1990, com a função de coordenar a avaliação técnica e financeira do Sistema Único de Saúde (SUS) em todo território nacional, em cooperação técnica com os Estados, Municípios e Distrito Federal. Após todas essas evoluções, diante da necessidade dos próprios sistemas e mercados, a auditoria passou a ter um alto grau de importância nos setores das instituições que prestam serviços à saúde, dando uma especificidade a esse termo oriundo da contabilidade, que passa a ser auditoria em saúde, realizada por profissionais qualificados nessa área e, muitas vezes, relacionada ao trabalho de outras áreas, que contribuem para a realização de um processo de auditoria bem desenvolvido. Silva (2020) afirma que a auditoria é um processo de trabalho pautado por verificações, realizado por meio da comparação de uma condição com determinado critério. A condição corresponde à situação encontrada pelo auditor durante a execução da auditoria, não sendo a constatação em si, mas a verificação do que está ocorrendo na unidade. Já o critério consiste na base de sustentação dos trabalhos executados pelo auditado, como os manuais, as leis, os decretos, as portarias, as resoluções, as determinações por escrito, bem como outros documentos que estabelecem regras e procedimentos de observância obrigatória. 19 Para Gonçalves (2018), a auditoria em saúde dedica-se ainda a contratos, com o objetivo de tomar conhecimento de todos os estabelecidos entre as partes envolvidas, exigindo o respeito e o total cumprimento do que foi acordado, mantendo o equilíbrio dos procedimentos. Também assegura a qualidade dos serviços oferecidos pela instituição e aprimora os procedimentos técnicos, administrativos e éticos dos profissionais da saúde; avalia o desempenho do serviço; promove o processo educativo aos profissionais, objetivando sempre o avanço da qualidade do atendimento a um custo compatível com os recursos financeiros disponíveis e pelo justo valor do serviço prestado. A auditoria em saúde é, portanto, um importante instrumento de gestão, uma vez que contribui diretamente para o destino e a aplicação adequados dos recursos para a qualidade de todo e qualquer serviço e procedimento oferecidos pela instituição. Outro fato representativo foi a criação do Sistema Nacional de Auditoria (SNA), previsto pela Lei n. 8.080, de 19 de setembro de 1990, com a função de coordenar a avaliação técnica e financeira do Sistema Único de Saúde (SUS) em todo território nacional, em cooperação técnica com os Estados, Municípios e Distrito Federal. Após todas essas evoluções, diante da necessidade dos próprios sistemas e mercados, a auditoria passou a ter um alto grau de importância nos setores das instituições que prestam serviços à saúde, dando uma especificidade a esse termo oriundo da contabilidade, que passa a ser auditoria em saúde, realizada por profissionais qualificados nessa área e, muitas vezes, relacionada ao trabalho de outras áreas, que contribuem para a realização de um processo de auditoria bem desenvolvido. 2.1 Tipos de Auditoria Existem muitos tipos de auditoria que podem ser indicados para diferentes segmentos e situações, conforme a necessidade. Cardoso (2013) explica que a auditoria pode ser interna e externa, conforme demonstrado no gráfico: 20 Gráfico: autoria própria Burmester e Moraes (2018), definem que para desenvolver um processo adequado de auditoria deve-se estruturar nos vários segmentos: 2.1.1 Quanto à classificação: a) Regular ou ordinária – realizada em caráter de rotina, é periódica, sistemática e previamente programada, com visitas, análise e verificação das fases específicas de uma atividade, ação ou serviço. b) Especial ou extraordinária – realizada para atender a apuração de denúncias, indícios, irregularidades ou por determinação do Secretário de Estado da Saúde e outras autoridades competentes para verificação de atividade específica. 2.1.2 Quanto ao tipo: a) Auditoria analítica – conjunto de procedimentos especializados que consistem na análise de relatórios, processos e documentos, visando avaliar se os serviços ou sistemas de saúde atendem a normas e padrões previamente definidos. O enfermeiro auditor participa também das ações da auditoria analítica, como um importante colaborador do auditor médico, principalmente no acompanhamento e monitoramento de ações, como gerenciamento de condições e doenças crônicas, gerenciamento de casos clínicos, com construção e monitoramento de planos de cuidados, processos de desospitalização, com acompanhamento da assistência domiciliar, elaboração e aplicação de programas de medicina preventiva etc.. Auditoria 21 b) Auditoria operativa – consiste na verificação de processos e documentos comparados aos requisitos legais/normativos e atividades relativas à área de saúde por meio do exame direto de fatos, documentos e situações. c) Auditoria de gestão – conjunto de atividades que abrangem área de controle, fiscalização orçamentária, financeira e contábil, avaliação técnica de atenção à saúde, avaliação de resultados e comprovação de qualidade, desempenhadas junto aos gestores, conforme requisitos mínimos estabelecidos pela legislação vigente. d) Auditoria contábil – pode ser definida como o levantamento, o estudo e a avaliação sistemática de transações, procedimentos, rotinas e demonstrações contábeis de uma entidade, com o objetivo de fornecer aos usuários uma opinião imparcial e fundamenta a em normas e princípios sobre sua adequação. A auditoria tem como conceito mais abrangente aspectos de avaliação de cumprimento de metas previstas em planos de saúde e/ou trabalho, de apuração de resultados, de comprovação de qualidade, que precisam ser considerados para o cumprimento das atividades de controle financeiro, contábil e patrimonial nas instituições conveniadas e gestores. 2.1.3 Quanto à execução: a) Auditoria prospectiva ou auditoria prévia – com caráter preventivo, procura detectar situações de alarme para evitar problemas. Apoia os processos de liberação de procedimentos, especialmente quando envolvidas tecnologias como materiais implantáveis, oncologia e curativos. A participação do enfermeiro auditor nos processos de avaliação e qualificação da rede de prestadores é fator essencial para a contratação. b) Auditoria retrospectiva – avalia resultados e corrige falhas. Atividade em que predominam profissionais de enfermagem, a auditoria retrospectiva refere-se à avaliação da qualidade do faturamento em relação à assistência prestada. Não se restringe à conferência de valores, mas busca compreender a qualidade da assistência prestada. c) Auditoria concorrente – acontece durante um fato ou processo para acompanhar a execução das atividades e garantir a qualidade do produto. A avaliação dos cuidados, a análise dos processos da assistência e as avaliações de produtividade são objetos da auditoria de enfermagem. A conciliação do faturamento pré-ajustado com o prestador é desejável e reduz eventuais contestações de glosas posteriores à apresentação do faturamento hospitalar. 22 2.1.4 Quanto à forma: a) Auditoria interna ou de 1ª parte –executada por auditores habilitados da própria organização auditada. b) Auditoria externa ou de 2ª parte – executada por auditores ou empresa independente contratada para verificar as atividades e os resultados de uma determinada organização ou sistema. c) Auditoria de 3ª parte – avaliação aplicada por uma entidade certificadora. O serviço de auditoria no ambiente hospitalar favorece uma melhor qualidade na assistência prestada aos usuários, agiliza o processo de análise de contas hospitalares, dentre outras funções. 2.2 Auditoria no Sistema Único de Saúde (SUS) A Constituinte de 1988, no capítulo VIII, da Ordem social e na secção II, referente à Saúde, define no artigo 196 que: "A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação". O SUS é definido pelo artigo 198 do seguinte modo: “As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada, e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes: I. Descentralização, com direção única em cada esfera de governo; II. Atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais; III. Participação da comunidade Parágrafo único – o Sistema Único de Saúde será financiado, com recursos do orçamento da seguridade social, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além de outras fontes. O texto constitucional deixa bem claro que o SUS estava vinculado a um sistema de direito de todos os brasileiros e lhes assegurava a assistência à saúde conforme suas necessidades. Apesar de ser criado em 1988, somente em 1990 ele foi regulamentado. 23 2.3 Hospital Instituição de prestadora de serviços de saúde Hospitais são instituições que têm como principal objetivo prestar serviços direcionados à área da saúde para a população. Tiveram origem em Roma com a intenção de abrigar e atender a doentes. As principais razões da criação foram militares e econômicas. Na área hospitalar, dos anos 30 aos 50, o conhecimento se expandiu a uma taxa acelerada, como ocorreu com os serviços de diagnóstico e tratamento, e proliferou a especialização, nos anos 60 até o início de 70; o hospital emergiu como um centro de saúde para diagnóstico e tratamento da comunidade, com uma equipe de profissionais da saúde. As duas últimas décadas foram marcadas por intensas mudanças ocorridas no âmbito institucional, e no início dos anos 80 começa o Movimento da Reforma Sanitária Brasileira, constituída inicialmente por uma parcela da intelectualidade universitária e dos profissionais da área da saúde. (BRITO e FERREIRA, 2000, p. 3). 24 CAPÍTULO III 3 AUDITORIA EM ENFERMAGEM Conforme BAZZANELLA; SLOB (2013), os primeiros registros de auditoria na enfermagem surgiram na década de 50 nos Estados Unidos da América e só a partir da década de 1980 passou a ser implementada os registros de auditoria nas unidades de enfermagem no ambiente hospitalar. O Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) aprovou a Resolução nº 585/2022, que normatiza a Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) por profissionais liberais, seja na condição de pessoa física, seja na condição de pessoa jurídica. De acordo com esta resolução, um novo ramo de atuação se abre para os empreendedores da enfermagem, pois as enfermeiras e os enfermeiros podem atuar na prestação de serviços de responsabilidade técnica com autonomia e independência, podendo atuar com segurança jurídica. Auditoria em enfermagem consiste na avaliação sistemática da qualidade da assistência de enfermagem prestada, por meio de prontuários, além do acompanhamento do cliente ‘in loco’ e da verificação da compatibilidade entre o procedimento realizado e os insumos cobrados na conta hospitalar, o que garante um pagamento justo, considerando o consumo e a cobrança (GONÇALVES, 2016). A auditoria em enfermagem na qualidade e no cuidado ao paciente é uma avaliação sistemática da qualidade da assistência de enfermagem prestada ao cliente. Ela contribui para melhorar a qualificação do serviço prestado a partir da análise dos prontuários, do acompanhamento do cliente e da verificação da compatibilidade entre o procedimento realizado, o lançamento adequado dos materiais e os itens que compõem a 25 conta hospitalar, garantindo, assim, uma cobrança adequada. A auditoria não tem apenas a função de apontar falhas ou problemas, mas também exibe sugestões e soluções, a fim de educar os profissionais envolvidos na assistência. Nos primórdios dos processos de auditoria em saúde, essa era uma tarefa exclusiva dos profissionais médicos. Uma evolução considerável nesse processo foi a incorporação dos enfermeiros e de seus conhecimentos nessas rotinas, pois trouxe otimização de processos, racionalização do tempo e, também, permitiu a divisão das tarefas de acordo com os níveis de conhecimento entre os profissionais. A formação técnica desse profissional, bem como seu conhecimento junto à assistência ao paciente, fornece habilidades para relacionar o conhecimento na área de saúde com questões administrativas em geral. Passos et al. (2012) enfatizam que a auditoria em enfermagem traz ainda benefícios como o desenvolvimento dos indicadores da assistência e o estabelecimento de critérios de avaliação e geração de conhecimentos, demonstrando sua importância nas instituições hospitalares e operadoras de serviços de saúde, além de novas dimensões. Para Morais (2014), a incorporação dos conhecimentos de enfermagem à auditoria foi um avanço considerável, pois a absorção desse profissional otimizou processos e racionalizou o tempo de auditoria, permitindo a divisão de tarefas, conforme o padrão de conhecimento, entre o auditor médico e de enfermagem. Segundo o autor, a formação técnica do enfermeiro confere a ele habilitações e competências que associam o conhecimento em saúde a funções gestoras e administrativas em geral. Sua atuação na assistência o coloca em contato direto com os processos dos diversos prestadores e com a liderança. Além disso, sua experiência em setores altamente especializados, como unidades de terapia intensiva, centros cirúrgicos hospitalares e unidades de apoio diagnóstico, sedimenta e amplia os conhecimentos adquiridos na graduação. Burmester e Moraes (2014, p. 61) apresentam as principais funções do enfermeiro auditor como sendo: Na auditoria prospectiva. Apoio aos processos de deliberação de procedimentos, especialmente quando envolvidas tecnologias como materiais implantáveis e oncologia. É de fundamental importância a avaliação do enfermeiro auditor nos processos de avaliação e qualificação da rede de prestadores, o que é fator essencial para a contratação. Na auditoria concorrente. A avaliação dos cuidados, a análise dos processos da assistência e as avaliações de produtividade são objeto da auditoria de 26 enfermagem. A conciliação do faturamento pré-ajustado com o prestador é desejável e reduz eventuais contestações de glosas posteriores à apresentação do faturamento hospitalar. Auditoria retrospectiva. Atividade em que predominam profissionais de enfermagem, a auditoria retrospectiva refere-se à avaliação da qualidade do faturamento relativamente à assistência prestada. Como já afirmamos, essa atividade não se deve restringir à conferência de valores, mas sim buscar compreender a qualidade da assistência prestada. É necessário ter claro que o enfermeiro não substitui o profissional médico e nem é seu intuito, contudo, pode auxiliá-lo significativamente em processos como o gerenciamento de doenças crônicas e de casos clínicos, nos processosde desospitalização, no gerenciamento de recursos através da avaliação de fornecedores e materiais implantáveis ou não, apoio para elaboração do custo de diárias e taxas, bem como na elaboração e aplicação de programas de medicina preventiva. Além da auditoria competente ao profissional da enfermagem, também existe campo de trabalho para outras áreas, como, por exemplo, dentistas para atuar nas avaliações relativas ao plano de saúde com cobertura odontológica; farmácia para atuação na elaboração de listas e tabelas de medicamentos para padronização em instituições; fisioterapeutas com o foco na confecção de planos de cuidados e de protocolos de indicação para o tratamento na área de fisioterapia; nutrição para atuação na seleção de dietas enterais/parenterais e na elaboração de planos de cuidados dos pacientes. SOUZA (2022) esclarece que a auditoria busca identificar o que foi realizado nos pacientes pelos profissionais de saúde, e que as anotações executadas pelos profissionais de saúde ficam registradas permanentemente em documentos conhecidos como prontuários. 3.1 Enfermeiro auditor Para Pereira et al (2011), o enfermeiro auditor deve possuir como aptidão, o senso crítico, afim de externar um dos princípios mais valorosos da auditoria, que é seu caráter educacional, bem como de orientação, agindo como orientador das equipes multidisciplinares relacionada ao processo de internação e cobrança hospitalar, aproximando-os dos processos e procedimentos envoltos na assistência hospitalar desde da internação até a alta. O principal objetivo deste estudo é elencar as principais 27 O enfermeiro auditor possui entre suas atribuições possíveis as atividades de auditor hospitalar, em operadoras de saúde; auditoria em gestão de custos e qualidade; facilitador em capacitações voltadas para auditoria e custos, é também responsável por levantar custos e pela qualidade assistencial, subsidiando o direcionamento de metas gerenciais e decisões do corpo diretivo da instituição, auxiliando também na mensuração da qualidade da assistência de enfermagem que pode incentivar pesquisas baseadas em ações para construir um saber científico. De acordo com as pesquisas, a auditoria de enfermagem atua sob duas plataformas, uma denominada operacional, que atua baseada na observação direta dos fatos, antes mesmo da verificação dos prontuários in loco, com o paciente ainda internado, a outra forma de realizar a auditoria é denominada retrospectiva, essa acontece já com o paciente de alta, através da análise do prontuário. 3.2 Legislação A auditoria em enfermagem está respaldada por uma vasta legislação, que abrange também as suas diversas áreas de atuação, subsidiando órgãos governamentais e não- governamentais, para torná-los capazes de apoiar, cada vez mais, as atividades desenvolvidas pelo setor (SANTANA e SILVA, 2009). Com destaque, o respaldo da Lei do Exercício Profissional de Enfermagem, a Resolução específica para auditoria emitida pelo Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) e, naturalmente, o próprio Código de Ética de Enfermagem. A Lei do Exercício Profissional (Lei 7.498/86), que dispõe sobre a Regulamentação do Exercício da Enfermagem e dá outras providências, regulamentada pelo Decreto 94.406/87 (BRASIL, 1987), em seu Artigo 11, inciso I, alínea h (no Decreto 94.406/87, corresponde ao Artigo 8º, inciso I, alínea d), versa que o enfermeiro exerce todas as atividades de enfermagem, cabendo-lhe privativamente a consultoria, auditoria e emissão de parecer sobre esta matéria. A atuação do enfermeiro auditor é regida pela Resolução COFEN Nº 266 de 05 de outubro de 2001, tendo como competência privativa a consultoria, auditoria e emissão de pareceres relacionados à auditoria de enfermagem (COFEN, 2001). As ações de auditoria deverão estar à luz do Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem. 28 A Resolução COFEN nº 266/2001, esclarece que os enfermeiros estão legalmente habilitados para atuar no planejamento, execução, permitindo a prestação de serviços de saúde, dos planos assistenciais assim como, em consultoria, auditoria e emissão de pareceres durante a assistência de enfermagem. No exercício da função, o enfermeiro auditor tem o direito de solicitar esclarecimentos sobre informações e clareza dos registros, com o objetivo de evitar glosas ou desconformidades infundadas (COFEN, 2001). Para fortalecer ainda mais o protagonismo do enfermeiro auditor, em 07 de julho de 2017, por meio da Decisão COFEN Nº 96/2017, foi aprovado o cadastro da Associação Brasileira dos Enfermeiros Auditores (ABEA), que tem por objetivo defender os interesses dos enfermeiros da especialidade de auditoria, como também promover o aprimoramento profissional e a estimulação de produção científica, conforme explicitado no Art. 3º do Estatuto Social da Associação (ABEA, 2016). A Resolução do COFEN nº 720/2023 (COFEN, 2023) Normatizou a a atuação do Enfermeiro em Auditoria que dispõe sobre as atividades do enfermeiro auditor em saúde: a. Enfermeiro em Auditoria – Enfermeiro generalista que atua em serviços de auditoria, conforme legislação vigente. b. Enfermeiro Auditor – Enfermeiro com titulação de especialista na área de Auditoria, conforme legislação vigente. Ainda conforme a Resolução do COFEN nº 720/2023 (COFEN, 2023), é da competência privativa do enfermeiro: a. Organizar, dirigir, planejar, coordenar, avaliar, prestar consultorias, atuar em todas as etapas do processo de auditorias e contra auditorias (recursos de glosas), além de emitir pareceres sobre os serviços de Auditoria de Enfermagem; b. Supervisionar Técnicos e Auxiliares de Enfermagem, nos casos em que estes estejam desempenhando funções auxiliares de menor complexidades que envolvam atividades de Auditoria. Como integrante da equipe multidisciplinar de Auditoria e Gestão em Saúde, cabe ao enfermeiro: a. Atuar no planejamento, execução e avaliação da proposta assistencial; 29 b. Atuar na construção de programas e atividades que visem a assistência integral à Saúde individual e de grupos específicos, particularmente daqueles prioritários e de alto risco, implementando as linhas de cuidados; c. Atuar na elaboração de protocolos e indicadores assistenciais, acompanhar a execução e avaliação da assistência, considerando as implementações e os seus desfechos; d. Atuar na elaboração de medidas de prevenção, junto aos núcleos e comissões obrigatórias de segurança do paciente, discutindo as barreiras instituídas para a prevenção de danos durante a assistência, bem como discutir os incidentes evidenciados durante o processo assistencial; e. Atuar na elaboração de programas e atividades da educação permanente, visando à melhoria da Saúde do indivíduo, da família e da população em geral; f. Atuar na elaboração de Contratos, Adendos e Pacotes para a Prestação de Serviços públicos e privados que dizem respeito à assistência, atuando também na contratualização e nas negociações técnicas e comerciais entre prestadores de serviços e operadoras de Saúde; g. Atuar em bancas examinadoras, na docência em disciplinas específicas de Auditoria e de Gestão em Saúde; nos concursos para provimentos de cargo ou contratação de Enfermeiro ou pessoal Técnico de Enfermagem, em especial Enfermeiro Auditor, bem como participar da aplicação de provas e títulos de especialização em Auditoria de Enfermagem; h. Atuar em todas as atividades de competência do Enfermeiro em Auditoria, em conformidade com o previsto na legislação vigente; Conforme consta na Resolução nº 720 do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen, 2023), a auditoria de enfermagem é o conjunto de atividades exercidas com o objetivo de promover a segurança assistencial em todos os níveis de saúde nos seus múltiplos aspectos para possam refletir de forma coesa na promoção da saúde e satisfação do paciente /cliente.No mesmo ano de 2023 o COFEN alterou a resolução 720/2023 e publicou uma nova resolução: Resolução Cofen Nº 720/2023 – Alterada Pela Resolução Cofen Nº 733/2023: 30 O CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM – COFEN, no uso das atribuições que lhe são conferidas pela Lei nº 5.905, de 12 de julho de 1973 e pelo Regimento interno da Autarquia; CONSIDERANDO a Lei nº 5.905, de 12 de julho de 1973, que dispõe sobre a criação dos Conselhos Federal e Regionais de Enfermagem e dá outras providências; CONSIDERANDO o disposto na Lei nº 7.498/86 que dispõe sobre a regulamentação do exercício da enfermagem, e dá outras providências em seu art. 11, inciso I, alínea “h”; CONSIDERANDO o Decreto nº 94.406/87, em seu artigo 8, inciso I, alínea “d”, que prevê como privativo de Enfermeiro as atividades de consultorias, auditorias e emissão de pareceres sobre matéria de enfermagem; CONSIDERANDO a Lei nº 13.709/2018 que dispõe sobre a Lei Geral de Proteção de Dados; CONSIDERANDO o Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem, aprovado pela Resolução Cofen nº 564/2017 ou outra que sobrevir; CONSIDERANDO a Resolução Cofen nº 581/2018, que atualiza, no âmbito do Sistema Cofen/Conselhos Regionais de Enfermagem, os procedimentos para Registro de Títulos de Pós- Graduação Lato e Stricto Sensu concedido a Enfermeiros e aprova a lista das especialidades ou outra que sobrevir; CONSIDERANDO que a Auditoria de Enfermagem é o conjunto de atividades exercidas com o objetivo de promover a segurança assistencial em todos os níveis de saúde nos seus múltiplos aspectos para possam refletir de forma coesa na promoção da saúde e satisfação do paciente /cliente; CONSIDERANDO as contribuições da Associação Brasileira de Enfermeiros Auditores – ABEA, constantes no PAD 0453/2018; CONSIDERANDO tudo o mais que consta nos autos do Processo Administrativo Cofen nº 0453/2018 (SEI 00196.000553/2023- 17), e a deliberação do Plenário em sua 551ª Reunião Ordinária. RESOLVE: Art. 1º Normatizar a atuação do Enfermeiro em Auditoria, conforme o anexo desta Resolução. Parágrafo Único. No âmbito da equipe de Enfermagem, a atividade de Auditoria é privativa do Enfermeiro, observadas as disposições legais da profissão. Art. 2º Os Enfermeiros Responsáveis Técnicos pelos Serviços de Auditoria de Enfermagem, preferencialmente, deverão ser especialistas na área. Art. 3º Nos casos que o Enfermeiro instituir Empresa Prestadora de Serviço de Auditoria e afins, deverá registrá-la no Conselho Regional de Enfermagem de sua jurisdição. Art. 4º Nos pareceres de Auditoria, o Enfermeiro deverá fazer constar seu número de registro no Conselho Regional de Enfermagem da jurisdição onde presta serviço. Art. 5º Os casos omissos serão resolvidos pelo Conselho Federal de Enfermagem. Art. 6º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação, revogando-se as disposições em contrário, especialmente a Resolução Cofen nº 266/2001. Brasília, 15 de maio de 2023. BETÂNIA MARIA PEREIRA DOS SANTOS Coren-PB 42.725-ENF-IR Presidente SILVIA MARIA NERI PIEDADE Coren-RO 92.597-ENF Primeira-Secretária 31 O Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) aprovou durante a 551ª Reunião Ordinária de Plenário Resolução 733/2023 que atualiza as normas sobre atuação do enfermeiro em auditoria. A aprovação tem como objetivo regularizar e aprimorar as atividades de auditoria da Enfermagem em todas as instâncias de saúde, promovendo a segurança assistencial dos pacientes (C0FEN 2023). A resolução estabelece que a auditoria é uma atividade privativa do enfermeiro e que os enfermeiros responsáveis técnicos pelos serviços devem ser, preferencialmente, especialistas na área, sendo vedado o seu exercício por outros profissionais da equipe de Enfermagem. A resolução também estabelece que enfermeiros possam supervisionar técnicos e auxiliares de Enfermagem, desde que estejam desempenhando funções auxiliares de menor complexidade relacionadas à auditoria. Com a aprovação, os enfermeiros que atuam em auditoria terão suas atividades claramente definidas e regulamentadas, o que trará maior segurança jurídica para a profissão e para os pacientes. 3.3 Código de Ética De acordo com LEITE (2007) A ética são valores e virtudes, que por sua vez refletem o comportamento humano, pois esta é constituído, de um lado por comportamentos e, de outro, por juízo de valor, pela apreciação sobre esses comportamentos. ((LEITE, 2007). A palavra ética é originada do grego ethos, (modo de ser, caráter) através do latim mos (ou no plural mores) (costumes, de onde se derivou a palavra moral). Em Filosofia, Ética significa o que é bom para o indivíduo e para a sociedade, e seu estudo contribui para estabelecer a natureza de deveres no relacionamento indivíduo com a sociedade. Conforme o código de ética do enfermeiro auditor, ao se deparar com alguma não conformidade ou dúvida em alguma conduta, ele tem o direito de questionar as partes envolvidas. Após a análise, o auditor emite um relatório de auditoria retrospectiva e o encaminha ao setor onde o paciente estava internado para solucionar as dúvidas e não conformidades encontradas. Esse processo tem a intenção de entregar o prontuário para o auditor da operadora com nenhuma não conformidade ou item/registro dúbio. 32 3.4 Perfil do Enfermeiro Auditor ✓ Respeitar, os níveis hierárquicos da organização ✓ Manter comportamento ético e sigiloso sobre informações confidenciais, conforme código de ética do exercício profissional e regulamentações vigentes ✓ Manter-se atualizado profissionalmente, buscando conhecimento técnico- científico, acompanhando todo o desenvolvimento tecnológico na saúde em geral e principalmente nas especialidades de enfermagem que audita ✓ Emitir pareceres amparado pelo conhecimento técnico, apoiando-se em evidência científicas e nas legislações vigentes ✓ Atuar de forma ética, impessoal e imparcial ✓ Manter conduta alinhada com os valores institucionais da organização a qual representa ✓ Em relação ao prontuário, manter conduta conforme Código de Ética do Exercício Profissional de Enfermagem e Resolução do COFEN nº 733/2023. ✓ Atuar junto a educação continuada, promovendo ações de atualização técnica da equipe O Código de Ética, assim como o Penal, a Constituição Federal, e conforme Art. 28º da Resolução COFEN Nº 564/2017, previsto ainda na mesma Resolução, no Art. 51º, cabe a responsabilização quando ocorra a participação ou conhecimento prévio de falhas causadas por imperícia, imprudência ou negligência, praticadas individualmente ou coletivamente. 3.5 Atribuições do enfermeiro auditor De acordo com Burmester e Moraes (2014), na história da auditoria em saúde no Brasil, as primeiras normativas foram a Resolução CFM n. 1466, que foi revogada e substituída pela Resolução CFM n. 1614, de 2001, a qual permanece em vigor. Pelo Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), houve a publicação da Resolução n. 266, de 2011, que versa sobre a regulamentação da função do enfermeiro auditor. 33 3.5.1 No convênio ✓ Avaliar a assistência de enfermagem prestada ao cliente por meio do prontuário; ✓ Verificar a pertinência dos procedimentos frente aos padrões e protocolos estabelecidos; ✓ Elaborar relatórios/planilhas por meio das quais se define o perfil do prestador: custo por dia, custo por procedimento, comparativos entre prestadores por especialidade; ✓ Participar de visitas hospitalares; ✓ Avaliar e controlar (com emissão de parecer) as empresas prestadoras de serviços, fornecendo dados para a manutenção/continuidade do convênio (assessoria ao credenciado); ✓ Exercer atividades conforme atribuído pela Resolução do COFEN nº 733/2023 3.5.2 No hospital ✓ Análise do prontuário médico, verificando se está completo e seus diversos campos - médico e de enfermagem - corretamentepreenchidos: história clínica, registro diário da prescrição e evolução médica e de enfermagem, checagem dos serviços, relatórios de anestesia e cirurgia, por exemplo ✓ Avaliar e analisar a conta hospitalar, se condiz com o evento realizado ✓ Fornecer subsídios e participar de treinamentos do pessoal de enfermagem ✓ Analisar contas e glosas, além de estudar e sugerir reestruturação das tabelas utilizadas, quando necessário ✓ Fazer relatórios pertinentes: glosas negociadas, aceitas ou não, atendimentos feitos, dificuldades encontradas e áreas suscetíveis de falhas e sugestões ✓ Manter-se atualizado em relação às técnicas de enfermagem, aos serviços e recursos oferecidos pelo hospital, colocando-se a par (inclusive) de preços, gastos e custos alcançados ✓ Utilizar, quando possível, os dados coletados para otimizar o serviço de auditoria: saber apontar custos de cada setor, indicar onde pode haver redução de gastos, perfil dos profissionais envolvidos e dados estatísticos ✓ Exercer atividades conforme atribuído pela Resolução do COFEN nº 733/2023 34 3.5.3 Geral Conhecer e identificar os aspectos que envolvem o ambiente no qual está inserido ✓ Conhecer os aspectos técnico-científicos da área que audita ✓ Conhecer os acordos e as situações que envolvem as diversas questões do trabalho ✓ Trabalhar com honestidade, ponderação e bom senso ✓ Não fazer julgamentos prévios sem ter pleno conhecimento dos fatos ✓ Trabalhar em parceria, buscando novas informações ✓ Orientar os demais colegas de trabalho quanto a novas situações e estar aberto ao diálogo como forma de aprendizado ✓ Agir sempre dentro dos preceitos éticos e legais de sua profissão Monteiro (2020) afirma que o enfermeiro auditor está se destacando como um profissional em ascensão na área da saúde. Trata-se de um profissional qualificado para desempenhar um papel crucial na gestão de instituições de saúde, tanto públicas quanto privadas, observando de perto as metas e objetivos específicos de cada unidade, os quais se distinguem em termos de metodologia de execução. 35 METODOLOGIA Esta pesquisa foi realizada de forma bibliográfica, pois esta é considerada uma fonte de coleta de dados secundária, podendo ser definida como contribuições culturais ou científicas realizadas no passado sobre um determinado assunto, tema ou problema que possa ser estudado Para Lakatos e Marconi (2020, p. 183), a pesquisa bibliográfica, “[...] abrange toda bibliografia já tornada pública em relação ao tema estudado, desde publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias, teses, materiais cartográficos, etc. [...] e sua finalidade é colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito, dito ou filmado sobre determinado assunto [...]”. Em suma, todo trabalho científico, toda pesquisa, deve ter o apoio e o embasamento na pesquisa bibliográfica, para que não se desperdice tempo com um problema que já foi solucionado e possa chegar a conclusões inovadoras. Segundo Vergara (2020), a pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído, principalmente, de livros e artigos científicos e é importante para o levantamento de informações básicas sobre os aspectos direta e indiretamente ligados à nossa temática. A principal vantagem da pesquisa bibliográfica reside no fato de fornecer ao investigador um instrumental analítico para qualquer outro tipo de pesquisa, mas também pode esgotar-se em si mesma. 36 CONSIDERAÇÕES FINAIS A pesquisa realizada durante este Trabalho de Conclusão de Curso sobre Auditoria em enfermagem, foi de grande relevância para compreender a importância do enfermeiro neste processo, assim como conhecer o processo histórico e as resoluções do Conselho Federal de Enfermagem sobre o tema, que normatizou a atuação do enfermeiro neste novo campo profissional na área da gestão e auditoria na enfermagem que vem crescendo constantemente, trazendo benefícios e cooperando na melhoria da assistência dos pacientes, além de reconhecer pontos falhos e a forma de resolver a problemática encontrada através da educação permanente em saúde. Considerando-se que a auditoria de enfermagem é de suma importância para medir a qualidade da assistência prestada ao paciente e oferecer condições para melhorias de registros e gastos desnecessário, já que a maior parte da assistência prestada na área hospitalar vem da equipe de enfermagem, envolvendo informações confidenciais dos pacientes, prontuários médicos, sendo pautado por conduta ética e a imparcialidade, assegurando que as conclusões desta, seja de forma objetiva sem o envolvimento emocional ou pessoal com os indivíduos ou processos. O enfermeiro por estar inserido no processo de treinamento de sua equipe, tem grande competência para capacitar a mesma e demais profissionais através de ações educativas visando ajustar e desenvolver melhoria na assistência de enfermagem e no ambiente de trabalho, o que reflete positivamente nos serviços prestados aos pacientes e nas contas hospitalares, tendo ainda melhor resguardo ético-legal e profissional. O presente estudo espera influenciar a reflexão dos profissionais em saúde, principalmente enfermeiros e equipe de enfermagem acerca da qualidade de seus registro durante assistência aos pacientes e como a auditoria pode ser de grande relevância para reconhecer pontos falhos e usar da educação continuada para resolução das problemáticas encontradas, espera-se também visto que, ainda há poucos estudos relacionados a temática “auditoria de enfermagem”, a continuidade desta pesquisa, pode contribuir para novos estudos acerca do assunto, pois a auditoria em saúde acompanhou a evolução do século XX e principalmente a partir do século XXI, motivada pela necessidade de 37 melhoria no controle de qualidade da gestão em saúde, especificamente na assistência à enfermagem. 38 REFERÈNCIAS ADAMI, NP. A melhoria da qualidade nos serviços de enfermagem. Acta Paul Enferm, v.13, p.190 - 6. 2000. ATTIE, W. Auditoria – Conceitos e aplicações. São Paulo: Ed. Atlas, 2011. BERNARDO, M. O.; RODRIGUES, C. I. 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