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Questões
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1. (UEM-PR) Tendo em vista os gêneros literários, assinale o que for correto.
01. Uma das principais características do gênero lírico é a tendência à obje-
tividade, encontrada na expressão do mundo exterior por parte de um eu 
lírico que dele não participa.
02. No gênero épico, verifica-se um distanciamento entre sujeito e objeto, e o 
mundo representado é trabalhado por meio de categorias como tempo, es-
paço, personagem, foco narrativo e enredo.
04. Uma vez que “drama” equivale a “ação”, o gênero dramático caracteri-
za-se por obras feitas para serem encenadas (no caso, a encenação das 
ações das personagens no palco), de modo que o espetáculo é um dos 
elementos fundamentais desse gênero.
08. O soneto, cuja composição pressupõe o acompanhamento musical e a par-
ticipação do coro, é um dos elementos expressivos do espetáculo teatral.
16. Apesar de cada gênero literário possuir características próprias, de modo 
que seja possível separá-los, essa separação não é precisa, havendo obras 
em que são notados elementos de mais de um gênero.
(PUC-MG) Para responder às questões de 2 a 4, leia o texto que segue, um 
fragmento do conto “Os dinossauros”, do escritor Ítalo Calvino.
Os dinossauros
Permanecem misteriosas as causas da extinção dos dinossauros, que ti-
nham evoluído e crescido durante todo o Triássico e o Jurássico, e foram 
por cento e cinquenta milhões de anos os dominadores incontestáveis dos 
continentes. Talvez fossem incapazes de se adaptar às grandes alterações 
do clima e das vegetações que ocorreram no Cretáceo. No fim daquela era 
haviam todos desaparecido.
Todos menos eu, precisou Qfwfq, porque fui também, em certo período, 
dinossauro – digamos, durante uns cinquenta milhões de anos; e não 
me arrependo: ser dinossauro naquela época era ter consciência de ser 
justo, fazendo-se respeitar. Depois a situação mudou, é inútil que lhe 
conte as particularidades; começaram os aborrecimentos de toda a es-
pécie, desconfianças, erros, dúvidas, traições, pestilências. Uma nova 
população crescia na Terra, e era nossa inimiga. Caíam-nos em cima 
vindos de todos os lados e não havia modo de escapar. Andavam a dizer 
agora que o gosto do declínio, a paixão de sermos destruídos, faziam 
parte de nosso espírito de dinossauros desde o princípio. Não sei: eu 
nunca provei tal sentimento, se os outros o tinham, é porque já se 
sentiam perdidos.
Prefiro não deixar a memória voltar à época da grande mortandade. 
Nunca pensei que dela pudesse escapar. A longa migração que me pôs 
a salvo, eu realizei através de um cemitério de carcaças descanadas, em 
cujo solo um cocurito, ou um chifre, ou uma lâmina da couraça, ou um 
frangalho de pele da escamada lembrava o antigo esplendor do ser vi-
vente. E ao lado desses restos trabalhavam os bicos, as presas, as patas, 
as ventosas dos novos senhores do planeta. Quando não vi mais traços 
nem de vivos, nem de mortos, parei.
Naqueles altiplanos desertos passei muitos e muitos anos. Tinha 
sobrevivido às emboscadas, às epidemias, à inanição, ao gelo, mas es-
tava só. Não podia continuar lá no alto para sempre. Pus-me a caminho 
para descer.
Calvino, Ítalo. Os dinossauros. In: As cosmicômicas. São Paulo: Companhia das Letras, 1992. 
p. 95-113.
2. Todas as considerações sobre o conto podem ser interpretadas como corretas, 
exceto:
a) O conto é introduzido por uma epígrafe de teor científico, que aborda o 
que virá a ser a narrativa, mas esta acaba por ignorar a sua explicação ob-
jetiva para dar uma abordagem mágica e fantástica ao fenômeno narrado.
1. (02 + 04 + 16) = 22
01. ERRADA – No gênero lírico, manifestam-se 
aspectos da subjetividade pela expressão de 
vivências interiores.
02. CERTA – O gênero épico manifesta-se prin-
cipalmente nas narrativas, que apresentam um 
conjunto de ações (enredo) realizadas por per-
sonagens, situadas em um tempo e um espaço 
e contadas por um narrador.
04. CERTA – Embora possa ser apenas lido, o 
texto dramático destina-se à encenação e, por 
isso, apresenta rubricas com informações so-
bre o espetáculo a ser montado.
08. ERRADA – O soneto é uma composição po-
ética de forma fixa, composta por dois quarte-
tos e dois tercetos, necessariamente nesta or-
dem.
16. CERTA – Inúmeros exemplos comprovam a 
interpenetração dos gêneros, como, por exem-
plo, a presença de monólogos que revelam vi-
vências interiores apresentados em espetácu-
los teatrais ou com partes de uma narrativa.
2. Resposta: b
A – CERTA – A epígrafe, em itálico, afirma a ex-
tinção de todos os dinossauros, enquanto o 
texto apresenta como narrador um dinossauro 
que afirma ter escapado da morte e visto a 
evolução dos seres vivos.
B – ERRADA – Não há referência à origem do 
universo no fragmento; a narrativa inicia-se 
com a identificação do narrador personagem 
como um dinossauro que teria escapado da 
extinção.
C – CERTA – O narrador personagem apresen-
ta-se como um dinossauro que conseguiu so-
breviver às causas da extinção da espécie.
D – CERTA – O narrador personagem afirma ter 
vivido como dinossauro por cinquenta milhões 
de anos e ter visto, posteriormente, “os bicos, 
as presas, as patas, as ventosas dos novos se-
nhores do planeta”. Com isso, parece compro-
var o que é afirmado pelas teorias científicas 
e antropomórficas acerca do surgimento dos 
seres vivos.
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b) O conto tem como pano de fundo a origem do universo e o desenvolvi-
mento dos primeiros seres terrestres. O narrador personagem é um ser 
cósmico, pois viveu no universo, antes mesmo da criação de qualquer 
planeta ou galáxia.
c) O herói Qfwfq é um dinossauro, que se apresenta na pele de um único 
membro dos primeiros vertebrados terrestres.
d) Qfwfq, como narrador, se desenha como uma testemunha ocular das teorias 
científicas e antropomórficas do surgimento de tudo.
3. Para o trecho em destaque, é incorreto afirmar que:
E ao lado desses restos trabalhavam os bicos, as presas, as patas, as 
ventosas dos novos senhores do planeta.
a) restos remete a um conjunto de expressões, presentes no enunciado ante-
rior, tomadas para descrever a saga do dinossauro.
b) por meio de processo metonímico, sugerem-se as novas espécies que passa-
ram a habitar o planeta.
c) em dos novos senhores do planeta subentende-se que os dinossauros perde-
ram esse status.
d) a forma verbal trabalhavam concorda com o termo restos.
4. Há no texto uma série de pistas que o caracteriza como uma narrativa de 
memória, exceto:
a) “Andavam a dizer agora [...]”
b) “[...] eu nunca provei tal sentimento [...]”
c) “[...] ser dinossauro naquela época era [...]”
d) “[...] é inútil que lhe conte as particularidades; começaram os aborreci-
mentos [...]”
5. (Uern) 
Tendo nascido para trabalhar, seria uma contradição abusarem 
do descanso. A melhor máquina é sempre a mais capaz de trabalho 
contínuo, lubrificada que baste para não emperrar, alimentada sem 
excesso, e se possível no limite econômico da simples manutenção, 
mas sobretudo de substituição fácil, se avariada está, velha outra, 
os depósitos desta sucata chamam-se cemitérios, ou então senta-se 
a máquina nos portais, toda ela ferrujosa e gemente, a ver passar 
coisa nenhuma, olhando apenas as mãos tristíssimas, quem me viu 
e quem me vê.
Saramago, José. Levantado do Chão, 18. ed. Caminho. p. 327.
A respeito do fragmento acima, é possível inferir que, ao utilizar a metáfora 
da máquina, o autor:
a) pretende exclusivamente utilizar os recursos poéticos que são comuns ao 
texto literário, provocando maior efeito de subjetividade e expressividade 
em seu discurso.
b) critica o sistema de trabalho atual que prevê muitas horas de descanso 
para o trabalhador do qual poderia ser exigido um pouco mais de esforço, 
posto que esse é comparado a uma máquina.
c) intenciona primordialmente descrever a vidado trabalhador que, sendo 
máquina, muitas vezes é necessariamente substituído por outro, comple-
tando, assim, o ciclo de sua vida útil.
d) visa refletir acerca da dura vida do homem trabalhador, de extenuante de-
dicação ao labor, com poucos recursos, sem a valorização compatível com 
seu empenho.
3. Resposta: d
A – CERTA – O termo “restos” retoma “cocurito”, 
“chifre”, “lâmina de couraça” e “frangalho de 
pele”, partes dos corpos dos dinossauros que 
se extinguiram.
B – CERTA – “Bicos”, “presas”, “patas” e 
“ventosas” são partes que aludem aos seres 
vivos que passaram a ocupar o planeta. Indicar 
a parte pelo todo é uma das possibilidades de 
construção da figura de linguagem denominada 
metonímia.
C – CERTA – O adjetivo “novos” indica que a 
expressão “senhores do planeta” deixou de se 
referir aos dinossauros, passando a aludir a 
outras espécies.
D – ERRADA – A forma verbal “trabalhavam” 
concorda com o sujeito composto que a segue: 
“os bicos, as presas, as patas, as ventosas dos 
novos senhores do planeta”.
4. Resposta: d
A, B, C - CERTAS – Os advérbios “agora” e 
“nunca” e a locução adverbial “naquela épo-
ca” revelam a distância entre o tempo da nar-
rativa e o tempo dos acontecimentos, típica da 
narrativa de memória.
D – ERRADA – Não se evidencia a distância de 
tempo entre narrativa e acontecimentos.
5. Resposta: d 
A – ERRADA – O uso da metáfora da máquina 
não cria apenas um efeito expressivo; é funda-
mental para a construção da crítica à extenuação 
do trabalhador apresentada no fragmento.
B – ERRADA – A comparação com a máquina 
revela o incômodo do autor com o trabalho 
excessivo, que desumaniza o homem, e não o 
contrário. 
C – ERRADA – O objetivo primordial do autor 
não é naturalizar a substituição de um traba-
lhador por outro, mas sim criticar a desvalori-
zação do trabalhador e sua consequente troca.
D – CERTA – A metáfora da máquina evidencia 
a redução do homem à condição de “coisa”, 
atendendo a um sistema que o extenua e des-
valoriza, situação criticada pelo autor.
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