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UNIDADE II Fisiologia da Membrana, Nervo e Músculo Mecanismos da Contração Muscular ➢ Cerca de 40% da massa corporal total são compostos por músculo esquelético e, talvez, outros 10% por músculo liso e cardíaco. ➢ Alguns dos mesmos princípios básicos de contração se aplicam a todos esses tipos de músculos. Anatomia Fisiológica do Músculo Esquelético • Os músculos esqueléticos são compostos por numerosas fibras que variam de 10 a 80 micrômetros de diâmetro. • Cada uma dessas fibras é composta por subunidades sucessivamente menores. • Na maioria dos músculos esqueléticos, cada fibra se estende por todo o comprimento do músculo. • Exceto por cerca de 2% das fibras, cada fibra geralmente é inervada por apenas uma terminação nervosa, localizada próximo ao meio da fibra. Anatomia Fisiológica do Músculo Esquelético • O músculo esquelético é formado por fascículos que por sua vez são formados pelas fibras musculares. Cada fibra muscular é revestida por um sarcolema e constituída por diversas miofibrilas. Anatomia Fisiológica do Músculo Esquelético • O sarcolema é uma membrana fina que envolve uma fibra muscular esquelética, e consiste em uma membrana plasmática e um revestimento externo formado por uma fina camada de material polissacarídeo que contém numerosas fibrilas colágenas delgadas. • Em cada extremidade da fibra muscular, essa camada superficial do sarcolema se funde com uma fibra do tendão. As fibras do tendão, por sua vez, agrupam-se em feixes para formar os tendões musculares que conectam os músculos aos ossos. Anatomia Fisiológica do Músculo Esquelético • Cada fibra muscular contém várias centenas a vários milhares de miofibrilas. Cada miofibrila é composta por cerca de 1.500 filamentos de miosina adjacentes e 3.000 filamentos de actina, que são grandes moléculas de proteínas polimerizadas responsáveis pela contração muscular. • Os filamentos espessos nos diagramas são miosina e os filamentos finos são actina. Anatomia Fisiológica do Músculo Esquelético • Os filamentos de miosina e de actina se interdigitam parcialmente e, assim, fazem com que as miofibrilas tenham bandas claras e escuras alternadas. As bandas claras contêm apenas filamentos de actina e são chamadas de bandas I porque são isotrópicas à luz polarizada. As bandas escuras contêm filamentos de miosina, bem como as extremidades dos filamentos de actina, onde se sobrepõem à miosina, e são chamadas de bandas A porque são anisotrópicas à luz polarizada. • Observe também as pequenas projeções das laterais dos filamentos de miosina. Essas projeções são as pontes cruzadas. É a interação dessas pontes cruzadas com os filamentos de actina que causa a contração Banda I Banda A Anatomia Fisiológica do Músculo Esquelético • No centro da banda A está a linha M (do alemão, Mittelscheibe - disco do meio), e a circundá-la encontra-se uma faixa estreita, mais clara, designada zona H (do alemão heller - mais clara), onde se encontram filamentos de miosina. Banda I Banda A Linha M Zona H Anatomia Fisiológica do Músculo Esquelético • As extremidades dos filamentos de actina estão ligadas a uma linha Z (do alemão Zwischenscheibe - disco entre algo, no caso entre um sarcômero e outro). A partir dessa linha, esses filamentos se estendem em ambas as direções para se interdigitarem com os filamentos de miosina. Banda I Banda A Linha Z Linha M Zona H • A linha Z é composta de proteínas filamentosas diferentes dos filamentos de actina e de miosina e passa transversalmente pela miofibrila e também transversalmente de miofibrila a miofibrila, ligando as miofibrilas umas às outras por toda a fibra muscular. Portanto, toda a fibra muscular possui bandas claras e escuras, assim como as miofibrilas individuais. Essas bandas dão aos músculos esquelético e cardíaco a sua aparência estriada. Banda I Banda A Linha Z Linha M Zona H Anatomia Fisiológica do Músculo Esquelético • A porção da miofibrila (ou de toda a fibra muscular) que fica entre duas linhas Z sucessivas é chamada de sarcômero. Anatomia Fisiológica do Músculo Esquelético Anatomia Fisiológica do Músculo Esquelético • A relação lado a lado entre os filamentos de miosina e de actina é mantida por um grande número de moléculas filamentosas de uma proteína chamada titina. • Cada molécula de titina tem um peso molecular de cerca de 3 milhões, o que a torna uma das maiores moléculas de proteína do corpo. Além disso, por ser filamentosa, é muito flexível. Essas moléculas flexíveis de titina atuam como uma estrutura que mantém os filamentos de miosina e de actina no seu devido lugar para que a maquinaria contrátil do sarcômero funcione. • Uma das extremidades da molécula de titina é elástica e está ligada à linha Z, agindo como uma mola e mudando de comprimento à medida que o sarcômero contrai e relaxa. A outra parte da molécula de titina a prende ao filamento espesso de miosina. Anatomia Fisiológica do Músculo Esquelético • Muitas miofibrilas estão suspensas lado a lado em cada fibra muscular. Os espaços entre as miofibrilas são preenchidos com líquido intracelular chamado sarcoplasma, contendo grandes quantidades de potássio, magnésio e fosfato, além de várias enzimas proteicas. • Também está presente um grande número de mitocôndrias paralelas às miofibrilas. Essas mitocôndrias fornecem às miofibrilas em contração grandes quantidades de energia, na forma de trifosfato de adenosina (ATP), formado pelas mitocôndrias. Anatomia Fisiológica do Músculo Esquelético • No sarcoplasma que circunda as miofibrilas de cada fibra muscular, existe um retículo extenso, denominado retículo sarcoplasmático. Esse retículo tem uma organização especial que é extremamente importante na regulação do armazenamento, liberação, receptação de cálcio e, portanto, da contração muscular. Os tipos de fibras musculares de contração rápida têm retículos sarcoplasmáticos especialmente extensos. Mecanismo Geral da Contração Muscular O início e a execução da contração muscular ocorrem nas seguintes etapas sequenciais: 1. Um potencial de ação viaja ao longo de um nervo motor até suas terminações nas fibras musculares. 2. Em cada terminação, o nervo secreta uma pequena quantidade do neurotransmissor acetilcolina. 3. A acetilcolina atua em uma área local da membrana da fibra muscular para abrir os canais de cátions, regulados pela acetilcolina, através das moléculas proteicas que flutuam na membrana. 4. A abertura dos canais regulados pela acetilcolina permite que grandes quantidades de íons sódio se difundam para o interior da membrana da fibra muscular. Essa ação causa uma despolarização local que, por sua vez, leva à abertura de canais de sódio dependentes de voltagem, que inicia um potencial de ação na membrana. Mecanismo Geral da Contração Muscular 5.O potencial de ação viaja ao longo da membrana da fibra muscular da mesma forma que os potenciais de ação percorrem as membranas das fibras nervosas. 6.O potencial de ação despolariza a membrana muscular, e grande parte da eletricidade do potencial de ação flui através do centro da fibra muscular. Aqui, ele faz com que o retículo sarcoplasmático libere grandes quantidades de íons cálcio que foram armazenados dentro desse retículo. 7.Os íons cálcio iniciam as forças de atração entre os filamentos de actina e de miosina, fazendo com que eles deslizem lado a lado, o que caracteriza o processo contrátil. 8.Após uma fração de segundo, os íons cálcio são bombeados de volta para o retículo sarcoplasmático por uma bomba de Ca2+ da membrana e permanecem armazenados no retículo até que surja um novo potencial de ação muscular; essa remoção de íons cálcio das miofibrilas faz com que a contração muscular cesse. Mecanismo Molecular da Contração Muscular Basicamente. a contração muscular ocorre por um mecanismo de filamentos deslizantes. • No estadorelaxado, as extremidades dos filamentos de actina que se estendem de duas linhas Z sucessivas quase não se sobrepõem. • No estado contraído, esses filamentos de actina foram puxados para dentro entre os filamentos de miosina, de modo que suas extremidades se sobrepõem ao máximo. Além disso, as linhas Z foram puxadas pelos filamentos de actina até as extremidades dos filamentos de miosina. O que faz com que os filamentos de actina deslizem para dentro entre os filamentos de miosina? O que faz com que os filamentos de actina deslizem para dentro entre os filamentos de miosina? Forças geradas pela interação das pontes cruzadas dos filamentos de miosina com os filamentos de actina (em repouso, essas forças são inativas). Potencial de ação Liberação de grandes quantidades de íons cálcio pelo retículo sarcoplasmático Ativação das forças entre os filamentos contráteis e início da contração Energia advinda das moléculas de ATP dá prosseguimento ao processo de contração Características Moleculares dos Filamentos Contráteis: Miosina Os filamentos de miosina são compostos por várias moléculas de miosina. Características Moleculares dos Filamentos Contráteis: Miosina A molécula de miosina é composta de seis cadeias polipeptídicas – duas cadeias pesadas, cada uma com um peso molecular de cerca de 200.000; e quatro cadeias leves, com pesos moleculares de cerca de 20.000 cada. Características Moleculares dos Filamentos Contráteis: Miosina As duas cadeias pesadas se enrolam em espiral para formar uma dupla-hélice, que é chamada de cauda da molécula de miosina. Características Moleculares dos Filamentos Contráteis: Miosina Uma extremidade de cada uma dessas cadeias é dobrada bilateralmente em uma estrutura polipeptídica globular chamada cabeça da miosina. Assim, existem duas cabeças livres em uma extremidade da molécula de dupla-hélice da miosina. As quatro cadeias leves também fazem parte da cabeça da miosina, duas em cada cabeça. Essas cadeias leves ajudam a controlar a função da cabeça durante a contração muscular. Características Moleculares dos Filamentos Contráteis: Miosina O filamento de miosina é composto de 200 ou mais moléculas individuais de miosina. Características Moleculares dos Filamentos Contráteis: Miosina O corpo do filamento de miosina é formado pelo agrupamento das caudas das moléculas de miosina, enquanto muitas cabeças das moléculas de miosina ficam penduradas nas laterais do corpo do filamento de miosina. Além disso, parte do corpo de cada molécula de miosina pende para o lado junto com a cabeça, proporcionando, assim, um braço que estende a cabeça para fora do corpo, Características Moleculares dos Filamentos Contráteis: Miosina As projeções dos braços e das cabeças juntas são chamadas de pontes cruzadas. Características Moleculares dos Filamentos Contráteis: Miosina Cada ponte cruzada é flexível em dois pontos chamados dobradiças – um onde o braço deixa o corpo do filamento de miosina e o outro onde a cabeça se fixa ao braço. Os braços articulados permitem que as cabeças sejam estendidas para fora do corpo do filamento de miosina ou trazidas para perto do corpo. As cabeças articuladas, por sua vez, participam do processo de contração. Características Moleculares dos Filamentos Contráteis: Miosina • O comprimento total de cada filamento de miosina é uniforme, quase exatamente 1,6 micrômetro. • Não há cabeças das pontes cruzadas no centro do filamento de miosina, a uma distância de cerca de 0,2 micrômetro, porque os braços articulados se estendem para longe do centro. • Outra característica da cabeça da miosina essencial para a contração muscular é a sua função como enzima adenosina trifosfatase (ATPase). O que permite que a cabeça clive o ATP e use a energia derivada da ligação fosfato de alta energia do ATP para energizar o processo de contração. Características Moleculares dos Filamentos Contráteis: Actina Os filamentos de actina são compostos por actina, tropomiosina e troponina. • O suporte principal do filamento de actina é uma molécula de proteína de actina F de fita dupla. As duas fitas são enroladas em uma hélice da mesma maneira que a molécula de miosina. Características Moleculares dos Filamentos Contráteis: Actina Os filamentos de actina são compostos por actina, tropomiosina e troponina. • Cada fita da dupla-hélice de actina F é composta de moléculas de actina G polimerizadas, cada uma com um peso molecular de cerca de 42.000. • Ligada a cada uma das moléculas de actina G está uma molécula de ADP. Acredita-se que essas moléculas de ADP sejam os locais ativos nos filamentos de actina com os quais as pontes cruzadas dos filamentos de miosina interagem para causar a contração muscular. Os sítios ativos nas duas fitas de actina F da dupla-hélice são escalonados: por todo o filamento de actina há um sítio ativo a cada 2,7 nanômetros. Características Moleculares dos Filamentos Contráteis: Actina Os filamentos de actina são compostos por actina, tropomiosina e troponina. • Cada filamento de actina tem cerca de 1 micrômetro de comprimento. As bases dos filamentos de actina são fortemente inseridas nas linhas Z; as extremidades dos filamentos projetam-se em ambas as direções para ficar nos espaços entre as moléculas de miosina. Características Moleculares dos Filamentos Contráteis: Actina Os filamentos de actina são compostos por actina, tropomiosina e troponina. • O filamento de actina também contém outra proteína, a tropomiosina. Cada molécula de tropomiosina tem peso molecular de 70.000 e comprimento de 40 nanômetros. • Essas moléculas são enroladas em espiral ao redor das laterais da hélice de actina F. No estado de repouso, as moléculas de tropomiosina ficam no topo dos sítios ativos das fitas de actina, de forma que a atração não pode ocorrer entre os filamentos de actina e de miosina para causar a contração. A contração ocorre apenas quando um sinal apropriado causa uma mudança de conformação na tropomiosina que “descobre” os sítios ativos na molécula de actina e inicia a contração, conforme explicado posteriormente. Características Moleculares dos Filamentos Contráteis: Actina Os filamentos de actina são compostos por actina, tropomiosina e troponina. • Ligadas intermitentemente ao longo das laterais das moléculas de tropomiosina estão moléculas de proteínas adicionais chamadas troponina. • Essas moléculas de proteína são, na verdade, complexos de três subunidades proteicas fracamente ligadas, cada uma das quais desempenha um papel específico no controle da contração muscular. Uma das subunidades (troponina I) tem forte afinidade pela actina; outra (troponina T), pela tropomiosina; e uma terceira (troponina C), pelos íons cálcio. • Acredita-se que esse complexo ligue a tropomiosina à actina. Acredita-se também que a forte afinidade da troponina pelos íons cálcio inicie o processo de contração. Inibição do filamento de actina pelo complexo troponina-tropomiosina → os sítios ativos no filamento de actina normal do músculo relaxado são inibidos ou fisicamente cobertos pelo complexo troponina-tropomiosina. Consequentemente, os sítios não podem se ligar às cabeças dos filamentos de miosina para causar a contração. Antes que a contração possa ocorrer, o efeito inibitório do complexo troponina-tropomiosina deve ser inibido. Ativação do filamento de actina pelos íons cálcio → Na presença de grandes quantidades de íons cálcio, o próprio efeito inibitório da troponina-tropomiosina nos filamentos de actina é inibido. Quando os íons cálcio se combinam com a troponina C, cada molécula da qual pode se ligar fortemente com até quatro íons cálcio, o complexo de troponina então sofre uma mudança conformacional que de alguma forma puxa a molécula de tropomiosina e a move mais profundamente no sulco entre as duas fitas de actina. Essa ação descobre os sítios ativos da actina,permitindo, assim, que esses sítios ativos atraiam as cabeças das pontes cruzadas de miosina e que a contração prossiga. Interação do filamento de actina ativado com as pontes cruzadas de miosina | O mecanismo da catraca da contração muscular → Assim que o filamento de actina é ativado pelos íons cálcio, as cabeças das pontes cruzadas dos filamentos de miosina são atraídas para os sítios ativos do filamento de actina e iniciam a contração. Interação dos Filamentos Contráteis e íons Cálcio: Contração Interação dos Filamentos Contráteis e íons Cálcio: Mecanismo da Catraca • Quando uma cabeça se liga a um sítio ativo, essa ligação simultaneamente causa profundas mudanças nas forças intramoleculares entre a cabeça e o braço de sua ponte cruzada. • O novo alinhamento de forças faz com que a cabeça se incline em direção ao braço e arraste o filamento de actina junto com ela. Essa inclinação da cabeça é chamada de força de deslocamento. • Imediatamente após a inclinação, a cabeça se separa automaticamente do sítio ativo. • Em seguida, a cabeça retorna à sua direção estendida. Nessa posição, ela se combina com um novo sítio ativo mais adiante no filamento de actina; a cabeça, então, se inclina novamente para causar um novo movimento de força e o filamento de actina dá mais um passo. • As cabeças das pontes cruzadas se dobram para a frente e para trás e, passo a passo, caminham ao longo do filamento de actina, puxando as extremidades de dois filamentos de actina sucessivos em direção ao centro do filamento de miosina. Interação dos Filamentos Contráteis e íons Cálcio: O ATP é a fonte de energia para a contração 1.Antes do início da contração, as cabeças das pontes cruzadas se ligam ao ATP. A atividade ATPase da cabeça da miosina imediatamente cliva o ATP, mas deixa os produtos de clivagem, o ADP mais o íon fosfato, ligados à cabeça. Nesse estado, a conformação da cabeça é tal que ela se estende perpendicularmente em direção ao filamento de actina, mas ainda não está ligada à actina. 2.Quando o complexo troponina-tropomiosina se liga aos íons cálcio, os sítios ativos no filamento de actina são descobertos e as cabeças da miosina então se ligam a esses locais. 3.A ligação entre a cabeça da ponte cruzada e o sítio ativo do filamento de actina causa uma mudança conformacional na cabeça, levando a cabeça a inclinar-se em direção ao braço da ponte cruzada e fornecendo a força necessária para puxar o filamento de actina. A energia que ativa a força de deslocamento é a energia já armazenada, como uma mola armada, pela mudança conformacional que ocorreu na cabeça quando a molécula de ATP foi clivada anteriormente. Interação dos Filamentos Contráteis e íons Cálcio: O ATP é a fonte de energia para a contração 4.Uma vez que a cabeça da ponte cruzada se inclina, a liberação do ADP e do íon fosfato que estavam previamente ligados à cabeça é permitida. No local de liberação do ADP, uma nova molécula de ATP se liga. Essa ligação do novo ATP causa o desprendimento entre a cabeça e a actina. 5.Depois que a cabeça se separa da actina, a nova molécula de ATP é clivada para iniciar o próximo ciclo, levando a um novo movimento de força. Ou seja, a energia volta a inclinar a cabeça novamente à sua condição perpendicular, pronta para iniciar o novo ciclo de força de deslocamento. 6.Quando a cabeça inclinada (com sua energia armazenada derivada da clivagem do ATP) se liga a um novo sítio ativo no filamento de actina, ela se destrava e mais uma vez fornece uma nova força de deslocamento. A maior parte da energia necessária para a contração muscular é usada para acionar o mecanismo da catraca, pelo qual as pontes cruzadas puxam os filamentos de actina, mas pequenas quantidades de energia são necessárias para: Energética da Contração Muscular (1) bombear íons cálcio do sarcoplasma para o retículo sarcoplasmático após o término da contração; (2) bombear íons sódio e potássio através da membrana da fibra muscular para manter um ambiente iônico apropriado para a propagação dos potenciais de ação da fibra muscular. A concentração de ATP na fibra muscular, cerca de 4 milimolares, é suficiente para manter a contração total por apenas 1 a 2 segundos no máximo. O ATP é clivado para formar o ADP, que transfere energia da molécula de ATP para o mecanismo de contração da fibra muscular. Então, o ADP é refosforilado para formar um novo ATP em outra fração de segundo, o que permite que o músculo continue sua contração. Existem três fontes de energia para essa refosforilação. Energética da Contração Muscular A primeira fonte de energia usada para reconstituir o ATP é a substância fosfocreatina, que carrega uma ligação fosfato de alta energia semelhante às ligações do ATP. A ligação fosfato de alta energia da fosfocreatina tem uma quantidade ligeiramente maior de energia livre do que cada ligação do ATP. Portanto, a fosfocreatina é instantaneamente clivada e sua energia liberada causa a ligação de um novo íon fosfato ao ADP para reconstituir o ATP. No entanto, a quantidade total de fosfocreatina na fibra muscular também é pequena, apenas cerca de 5 vezes maior que o ATP. Portanto, a energia combinada do ATP armazenado e da fosfocreatina no músculo é capaz de causar a contração muscular máxima por apenas 5 a 8 segundos. Energética da Contração Muscular A segunda fonte importante de energia, que é usada para reconstituir o ATP e a fosfocreatina, é um processo denominado glicólise – a quebra do glicogênio previamente armazenado nas células musculares. A rápida quebra enzimática do glicogênio em ácido pirúvico e ácido láctico libera energia que é usada para converter o ADP em ATP; o ATP pode então ser usado diretamente para energizar a contração muscular adicional e também para reformar os estoques de fosfocreatina. A importância desse mecanismo de glicólise é dupla: 1. As reações glicolíticas podem ocorrer mesmo na ausência de oxigênio, de modo que a contração muscular pode ser mantida por muitos segundos e às vezes até mais de 1 minuto, mesmo quando o fornecimento de oxigênio do sangue não está disponível. 2. A taxa de formação de ATP por glicólise é cerca de 2,5 vezes mais rápida do que a formação de ATP em resposta aos nutrientes celulares reagindo com o oxigênio. No entanto, tantos produtos finais da glicólise se acumulam nas células musculares que a glicólise também perde sua capacidade de sustentar a contração muscular máxima após cerca de 1 minuto. Energética da Contração Muscular A terceira e última fonte de energia é o metabolismo oxidativo, que significa combinar o oxigênio com os produtos finais da glicólise e com vários outros nutrientes celulares para liberar ATP. Mais de 95% de toda a energia usada pelos músculos para a contração sustentada por longo prazo derivam do metabolismo oxidativo. Os nutrientes consumidos são carboidratos, lipídios e proteínas. Para a atividade muscular máxima de prazo extremamente longo – muitas horas – a maior proporção de energia vem dos lipídios, mas, por períodos de 2 a 4 horas, até metade da energia pode vir dos carboidratos armazenados. Tipos de Contração Muscular Junção Neuromuscular ➢ As fibras musculares esqueléticas são inervadas por fibras nervosas mielínicas calibrosas que se originam de grandes motoneurônios nos cornos anteriores da medula espinhal. ➢ Cada fibra nervosa, após entrar no ventre muscular, normalmente se ramifica e estimula de três a centenas de fibras musculares esqueléticas. ➢ Cada terminação nervosa faz uma junção, chamada junção neuromuscular, com a fibra muscular próxima de seu ponto médio. ➢ O potencial de ação iniciado na fibra muscular pelo sinal nervoso viaja em ambas as direções até as extremidades da fibra muscular. ➢ Com exceção de cerca de 2% das fibras musculares, há apenas uma dessas junções por fibra muscular. Anatomia Fisiológica da Junção Neuromuscular– Placa Motora Perspectivas diferentes da placa motora. A. Seção longitudinal da placa terminal. B. Vista da superfície da placa terminal. C. Aspecto da micrografia eletrônica do ponto de contato entre um único terminal axonal e a membrana da fibra muscular. Anatomia Fisiológica da Junção Neuromuscular – Placa Motora Junção neuromuscular de uma fibra nervosa mielínica calibrosa com uma fibra muscular esquelética. • A fibra nervosa forma um complexo de terminais nervosos ramificados que se invaginam na superfície da fibra muscular, mas ficam fora da membrana plasmática da fibra muscular. Toda a estrutura é chamada de placa motora. Ela é coberta por uma ou mais células de Schwann que a isolam dos líquidos circundantes. Anatomia Fisiológica da Junção Neuromuscular – Placa Motora Junção entre um único terminal axonal e a membrana da fibra muscular. • A membrana invaginada é chamada de goteira sináptica (canaleta sináptica), e o espaço entre o terminal e a membrana da fibra é chamado de espaço sináptico ou fenda sináptica, que tem de 20 a 30 nanômetros de largura. Na parte inferior da goteira existem numerosas pequenas dobras da membrana muscular chamadas fendas subneurais, que aumentam muito a área de superfície na qual o transmissor sináptico pode atuar. Anatomia Fisiológica da Junção Neuromuscular – Placa Motora • No terminal axonal estão muitas mitocôndrias que fornecem trifosfato de adenosina (ATP), a fonte de energia usada para a síntese de um transmissor, a acetilcolina (ACh), que excita a membrana da fibra muscular. • A acetilcolina é sintetizada no citoplasma do terminal, mas é rapidamente absorvida em muitas pequenas vesículas sinápticas, cerca de 300.000 das quais estão normalmente nos terminais de uma única placa terminal. Na fenda sináptica estão grandes quantidades da enzima acetilcolinesterase, que destrói a acetilcolina alguns milissegundos depois de ter sido liberada das vesículas sinápticas. Secreção de Acetilcolina pelos Terminais Nervosos • Quando um potencial de ação se propaga pelo terminal, esses canais se abrem e permitem que os íons cálcio se difundam da fenda sináptica para o interior do terminal nervoso. • Os íons cálcio, ativam a calmodulina (proteinoquinase dependente de Ca2+), que, por sua vez, fosforila as proteínas sinapsinas que ancoram as vesículas de acetilcolina ao citoesqueleto do terminal pré-sináptico. • As vesículas de acetilcolina são liberadas do citoesqueleto e se movem para a zona ativa da membrana neural pré-sináptica adjacente às barras densas. • As vesículas então se encaixam nos locais de liberação, se fundem com a membrana neural e descarregam sua acetilcolina na fenda sináptica pelo processo de exocitose. • Em cada lado de cada barra densa estão os canais de cálcio dependentes de voltagem. • Na superfície interna da membrana neural estão as barras densas lineares. Canal dependente de acetilcolina. A. Estado fechado. B. Depois que a acetilcolina (ACh) se liga e uma mudança conformacional abre o canal, permitindo que íons sódio entrem na fibra muscular e excitem a contração. Observe as cargas negativas na embocadura do canal que impedem a passagem de íons negativos, como os íons cloreto. Muito mais íons sódio fluem através dos canais dependentes de acetilcolina do que quaisquer outros íons, por duas razões: 1. Existem apenas dois íons positivos presentes em grandes concentrações – íons sódio no líquido extracelular e íons potássio no líquido intracelular. 2. O potencial negativo no interior da membrana muscular, −80 a −90 milivolts, puxa os íons sódio carregados positivamente para o interior da fibra, evitando simultaneamente o efluxo dos íons potássio carregados positivamente quando eles tentam passar para fora. Canal dependente de acetilcolina. A. Estado fechado. B. Depois que a acetilcolina (ACh) se liga e uma mudança conformacional abre o canal, permitindo que íons sódio entrem na fibra muscular e excitem a contração. Observe as cargas negativas na embocadura do canal que impedem a passagem de íons negativos, como os íons cloreto. O principal efeito da abertura dos canais dependentes de acetilcolina é permitir que os íons sódio fluam para o interior da fibra, carregando cargas positivas com eles. Essa ação cria uma mudança de potencial positivo local dentro da membrana da fibra muscular, chamado de potencial da placa motora. Esse potencial da placa motora normalmente causa despolarização suficiente para abrir os canais de sódio dependentes de voltagem vizinhos, permitindo um influxo ainda maior de íons sódio e iniciando um potencial de ação que se propaga ao longo da membrana muscular e causa a contração muscular. ➢ A acetilcolina (ACh), uma vez liberada na fenda sináptica, continua a ativar os receptores de acetilcolina enquanto essa ACh permanecer no espaço. No entanto, ela é rapidamente degradada pela enzima acetilcolinesterase, que está ligada principalmente à camada esponjosa de tecido conjuntivo frouxo que preenche a fenda sináptica entre o terminal nervoso pré-sináptico e a membrana muscular pós-sináptica. Uma pequena quantidade de acetilcolina se difunde para fora da fenda sináptica e não está mais disponível para agir na membrana da fibra muscular. ➢ O curto tempo que a acetilcolina permanece na fenda sináptica – alguns milissegundos no máximo – normalmente é suficiente para excitar a fibra muscular. Então, a rápida remoção da acetilcolina evita a contínua reexcitação muscular depois que a fibra muscular se recupera de seu potencial de ação inicial. Degradação da acetilcolina liberada na fenda sináptica: o papel da acetilcolinesterase. Potencial de Ação Muscular Alguns dos aspectos quantitativos dos potenciais musculares são os seguintes: 1.O potencial de membrana em repouso é de cerca de −80 a −90 milivolts nas fibras esqueléticas, cerca de 10 a 20 milivolts mais negativo do que nos neurônios. 2.A duração do potencial de ação é de 1 a 5 milissegundos no músculo esquelético, cerca de cinco vezes mais do que nas fibras nervosas mielínicas calibrosas. 3.A velocidade de condução é de 3 a 5 m/s, cerca de 1/13 da velocidade de condução nas fibras nervosas mielínicas calibrosas que excitam o músculo esquelético. • A fibra do músculo esquelético é tão espessa que os potenciais de ação que se propagam ao longo de sua membrana superficial quase não causam fluxo de corrente no interior profundo da fibra. • A contração muscular máxima, entretanto, requer que a corrente penetre profundamente na fibra muscular até as proximidades das miofibrilas mais afastadas. • Essa penetração é obtida pela transmissão dos potenciais de ação ao longo dos túbulos transversais (túbulos T) que penetram a fibra muscular em toda a sua extensão. • Os potenciais de ação no túbulo T causam liberação de íons cálcio dentro da fibra muscular na vizinhança imediata das miofibrilas, e esses íons cálcio, então, causam a contração. O processo geral é chamado de acoplamento excitação-contração. • Os túbulos T são pequenos e se estendem transversalmente às miofibrilas. • Se comunicam com o líquido extracelular ao redor da fibra muscular e contêm líquido extracelular em seus lumens - os túbulos T são, na verdade, extensões internas da membrana celular. • Quando um potencial de ação se propaga pela membrana da fibra muscular, uma mudança de potencial também se propaga ao longo dos túbulos T para o interior profundo da fibra muscular. As correntes elétricas em torno desses túbulos T, então, provocam a contração muscular. Acoplamento Excitação-Contração • Retículo sarcoplasmático composto de duas partes principais: (1) grandes câmaras, chamadas cisternas terminais, que estão em contato com os túbulos T; e (2) túbulos longitudinais longos que circundam todas as superfíciesdas miofibrilas em contração. Acoplamento Excitação-Contração Acoplamento Excitação-Contração Potencial de ação no túbulo transversal causa mudança conformacional nos receptores de di-hidropiridina (DHP) sensíveis à tensão, abrindo os canais de rianodina (RyR) de liberação de Ca2+, nas cisternas terminais do retículo sarcoplasmático, e permitindo que o Ca2+ se difunda rapidamente no sarcoplasma e inicie a contração muscular. Durante a repolarização, a mudança conformacional no receptor de DHP fecha os canais de liberação de Ca2+, e o Ca2+ é transportado do sarcoplasma para o retículo sarcoplasmático por uma bomba de cálcio dependente de trifosfato de adenosina, chamada SERCA (Ca2+-ATPase do retículo sarcoplasmático). https://www.youtube.com/watch?app=desk top&v=-Mfo3Af5E3c Slide 1 Slide 2 Slide 3 Slide 4 Slide 5 Slide 6 Slide 7 Slide 8 Slide 9 Slide 10 Slide 11 Slide 12 Slide 13 Slide 14 Slide 15 Slide 16 Slide 17 Slide 18 Slide 19 Slide 20 Slide 21 Slide 22 Slide 23 Slide 24 Slide 25 Slide 26 Slide 27 Slide 28 Slide 29 Slide 30 Slide 31 Slide 32 Slide 33 Slide 34 Slide 35 Slide 36 Slide 37 Slide 38 Slide 39 Slide 40 Slide 41 Slide 42 Slide 43 Slide 44 Slide 45 Slide 46 Slide 47 Slide 48 Slide 49 Slide 50 Slide 51 Slide 52 Slide 53 Slide 54 Slide 55 Slide 56 Slide 57 Slide 58 Slide 59