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Prof. ME. Alex ferreira lopes Seguros Perspectivas Históricas, Conceitos e Legislação Contabilidade Atuarial Retrospectiva Histórica dos seguros Considerando o mutualismo como característica fundamental do seguro, aliado à incerteza com relação ao futuro, à previdência contra males da natureza, entre outros aspectos que norteiam o conceito do seguro, pode-se afirmar que os primeiros traços do seguro na história do homem já estavam presentes na PRÉ-HISTÓRIA. (MALACRIDA; LIMA; COSTA, 2018) Histórico geral Primeiros registros: Séc. XVIII a. C. (Babilônia) Caso dos comerciantes de camelos: Preocupados com o risco de perda dos camelos na travessia do deserto firmavam acordos de mutualismo: “quem perdesse um camelo, na travessia pelo deserto, por desaparecimento ou morte, receberia outro, pago pelos demais criadores”. ❑ Código de Hamurábi, na Babilônia (1.800 a.C.): “Os navegadores deveriam se associar para ressarcir aquele que perdesse seu navio em alguma tempestade”. Histórico geral Renascimento: Grandes Navegações É a época da grande criação intelectual no campo do contrato do seguro e do seu ordenamento; ordenações sobre seguros foram publicadas nos países de maior comércio internacional, dando a necessária cobertura instrumental e legislativa aos espetaculares resultados no campo da organização do comércio mundial. Seguro marítimo: um dos mais antigos e que serviu de base para outros. Histórico geral Primeira regulação do seguro: Seguro Marítimo Por meio das Ordenanças de Barcelona, de Jaime I de Barcelona, foi instituído o seguro marítimo, no ano de 1435. Essas leis consignavam a obrigatoriedade do pagamento antecipado do prêmio e determinavam que o contrato do seguro fosse lavrado por escrivão. Histórico geral Renascimento Com o Renascimento e sua grande contribuição para o desenvolvimento do capitalismo, através das novas perspectivas culturais e do modo como o risco passou a ser administrado, ocorreu um grande avanço no seguro, proporcionando sua consolidação. 1667 – Grande incêndio ocorrido em Londres culminou na destruição de 13 mil casas e dezenas de prédios públicos e igrejas, incluindo a Catedral de Saint Paul, fazendo com que se criasse a primeira companhia de seguros contra incêndios e o primeiro seguro incêndio no mundo. Histórico geral Renascimento O seguro era visto como um jogo de azar àquela época, o conceito de risco não era claramente definido e os cálculos de prêmios, indenizações e previsão de sinistros era feito baseado em experiências passadas e empiricamente, sem embasamento científico. Além disso, o valor do risco e o preço do prêmio não tinham a relação necessária. O setor demonstrava carência de moral e fundamentação científica. Entretanto, a matemática, que é o pilar do seguro, começava a se revolucionar com a descoberta e fundamentação da teoria das probabilidades. Histórico geral Revolução Industrial e a Fase Pós-moderna “À revolução industrial operada no século XVIII, seguiu-se um período favorável à expansão do seguro, marcado de 1770 a 1840, época em que se organizaram, em bases científicas, as primeiras instituições seguradoras.” (FREIRE, 1959, P.37) A crise de 1929 representou uma fase negra para o mercado de seguros e a economia em geral. Porém, plantou as bases para a fase moderna do seguro, com os seus quatro pilares básicos. Histórico geral “Primeiro, o estabelecimento de um marco regulatório que estimule a concorrência, corrija ou compense as falhas de mercado no tocante à informação desigual [...] e amorteça ou elimine as crises de insolvência dos mercados de seguros. Segundo, a imposição de melhores leis de proteção ao consumidor. Terceiro, o setor passou a contar com o [...] avanço da informática e das novas tecnologias da informação e comunicação [...]. E quarto, o processo de internacionalização [...] nos mercados de seguro [...]; a integração dos mercados nacionais de seguro e de ativos financeiros; rápida difusão da tecnologia de informação; troca internacional do conhecimento sobre as metodologias e técnicas de avaliação de riscos; e a integração dos mercados financeiros internacionais.” Contador (2007, p.17) Retrospectiva histórica dos seguros no brasil ➢ Seguro a partir do século XIX: Abertura dos portos por D. João VI, “Cia de Seguros Boa Fé” na Bahia, primeira seguradora do país, 1808. ➢ Em 1850: São regulamentadas todas as operações de seguros marítimos (Código Comercial Brasileiro). ➢ Em 1855: É iniciada a comercialização do seguro de vida (Cia. Tranquilidade). ➢ Em 1916/17: Regulamentação do seguro de vida e terrestre (Código Civil Brasileiro). ➢ Em 1937: Consolida-se o princípio da nacionalização do seguro (Estado Novo). ➢ Em 1939: O governo estabelece o monopólio do resseguro, criando o Instituto de Resseguros do Brasil (IRB). ➢ Em 1940: Nova reforma do regulamento das operações de seguros, é baixado o Decreto- Lei nº 2.063. ➢ Em 1966: É consolidada a legislação do seguro por meio do Decreto-Lei nº 73 de 21/11/1966, criando-se o Sistema Nacional de Seguros Privados (SNSP), com objetivo de promover a expansão do mercado de seguros. Retrospectiva histórica dos seguros no brasil O Sistema Nacional de Seguros Privados (SNSP), criado em 1966, com o objetivo de coordenar a política de seguros e preservar a liquidez das seguradoras, gerou um órgão normativo, o Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) e dois executivos: o IRB, reformulado da sua criação em 1939 e a Superintendência de Seguros Privados (SUSEP), que absorveu as funções do Departamento Nacional de Seguros Privados e Capitalização (DNSPC). Retrospectiva histórica dos seguros no brasil Sistema Nacional de Seguros Privados (SNSP) em 1966. Ponto de reflexão Diante desse apanhado histórico pode-se apontar que os SEGUROS surgiram da evolução histórica das sociedades e do comportamento humano nesse processo. Proteger e propagar a espécie Segurança e condições de sobrevivência Tomada de decisões Diminuir a pressão Contexto do mercado de seguros Antes/Início Depois/Mercado Moderno Pouca regulamentação do mercado Alta regulamentação Taxa de juros alta Taxa de juros e economia estabilizada Inflação alta Maior controle sobre os rendimentos financeiros Rendimentos financeiros altos Utilização de cálculos estocásticos Utilização de cálculos determinísticos Modelagem e projeções mais complexas Riscos não eram relevantes Necessidade de gestão de riscos Seguro e seus elementos essenciais seguros Operação que toma forma jurídica de um contrato, em que uma das partes (SEGURADOR) se obriga para com a outra (SEGURADO ou BENEFICIÁRIO), mediante o recebimento de uma importância estipulada (PRÊMIO), a compensá-la (INDENIZAÇÃO) por um prejuízo (SINISTRO), resultante de um evento futuro, possível e incerto (RISCO), indicado no contrato. seguros O propósito fundamental do seguro é reduzir a incerteza e a preocupação das pessoas provenientes da impossibilidade de evitar futuros gastos decorrentes de riscos a que estão expostas suas propriedades e elas próprias em sua vida e em sua integridade física. seguros O seguro é baseado no conceito de compartilhamento de riscos. Três elementos são essenciais ao seguro: Mutualismo Incerteza Previdência Fundamentos seguros ❑ Mutualismo: divisão de um prejuízo entre um grupo de indivíduos com interesses seguráveis afins que se reúnem para constituir uma reserva financeira que venham a suprir necessidades de um dos seus componentes. ❑ Incerteza: relacionado a eventos futuros (probabilidade). ❑ Previdência: proteção a pessoas e seus bens. Elementos básicos dos seguros Risco Representa a possibilidade de um evento inesperado ocorrer, gerando prejuízo ou necessidade econômica ou danos materiais e pessoais. Esse evento incerto, de data incerta, independe da vontade do segurado ou segurador. Assim, o risco deve ser: incerto, aleatório, possível, real e fortuito. Elementos básicos dos seguros Risco Elementos básicos dos seguros Aspectos Classificatóriosdo Risco ❑ Segurado: se faz uso do princípio da aversão ao risco, em que é preferível uma perda pequena, ainda que certa (pagamento do prêmio), a uma perda grande incerta (o sinistro sem a indenização). ❑ Empresa/Segurador: há a percepção de que a perda econômica que não pode ser evitada pode ser compartilhada. A concentração econômica do risco deve resultar em pequenas perdas para todos (pagamento do prêmio), em troca de grandes perdas para alguns poucos desafortunados (sinistros ocorridos). Segurador / seguradora ❑ O segurador é a entidade jurídica legalmente constituída para assumir e gerir os riscos especificados no contrato de seguro. ❑ É ele quem emite a apólice e, no caso da ocorrência de sinistro e de posse do pagamento do prêmio será o responsável por indenizar o segurado ou seus beneficiários de acordo com as coberturas contidas na apólice. Segurado / beneficiário ❑ O segurado é a PF ou PJ, em nome de quem se faz o seguro. Ele transfere para a seguradora, mediante pagamento do prêmio, o risco de um evento aleatório atingir o bem de seu interesse. ❑ Caso o segurado não pague o prêmio previsto, ele perde os direitos à indenização prevista no contrato. O beneficiário corresponde à quem se beneficia com o seguro, ou seja, a pessoa a quem o segurado reconhece o direito de receber a indenização, ou parte dela, prevista na apólice do seguro. prêmio ❑ Preço ou custo do seguro especificado no contrato, ou seja, a soma em dinheiro paga pelo segurado para que a seguradora assuma a responsabilidade por um determinado risco. ❑ Seu valor depende do prazo do seguro, importância segurada e exposição ao risco, além das despesas administrativas e de produção (como comissão e agenciamento), impostos e remuneração do capital dos acionistas. ❑ É usado para cobrir as indenizações, despesas administrativas, comissões e gerar lucro para a seguradora (remuneração do capital). ❑ A falta de pagamento do prêmio desobriga a seguradora a pagar a indenização. Indenização, sinistro e apólice ❑ A indenização corresponde ao que a seguradora paga ao segurado pelos prejuízos decorrentes de um sinistro. A indenização nunca é superior à importância segurada. ❑ O sinistro é a realização do risco previsto no contrato de seguro resultando em perdas para o segurado ou seus beneficiários. Ele é total quando causa a destruição ou o desaparecimento por completo do objeto segurado e parcial quando atinge somente uma parte do objeto segurado. ❑ A apólice constitui o contrato propriamente dito (emitido a partir da proposta), incluindo todas as cláusulas pactuadas. Ela é o instrumento formal necessário à prova do contrato de seguro. A apólice coletiva é o contrato de seguro que cobre um grupo de pessoas e/ou bens, enquanto uma apólice individual cobre apenas uma pessoa ou um bem. Contrato de seguro ❑ Código Civil Art. 757: “pelo contrato de seguro, o segurador se obriga, mediante o pagamento de prêmio, a garantir interesse legítimo do segurado, relativo a pessoa ou a coisa, contra riscos predeterminados”. ❑ IASB (IFRS 4) / CPC 11 “um contrato segundo o qual uma parte (seguradora) aceita um risco significativo de outra parte (segurado), aceitando em indenizar o segurado no caso de um evento específico, futuro e incerto (evento segurado) afetar adversamente o segurado”. Contrato de seguro - características Bilateral → Define as responsabilidades, direitos e obrigações para as partes. Oneroso → Considerando as despesas que a ele estão afetas; Segurado (Paga o prêmio) Segurador (Paga a Indenização) Aleatório → Resultado imprevisível no momento da formalização. Solene → O que está previsto em Lei. Real → Em virtude de necessitar, para sua perfeição e acabamento, da tradição do objeto devido (pagamento do prêmio). Contrato de seguro Pela legislação, a contratação do seguro só pode ser feita por meio de proposta assinada pelo interessado, seu representante legal ou por corretor registrado, exceto quando a contratação se dá por meio de bilhete de seguro. É o documento emitido pela sociedade seguradora que formaliza a aceitação da(s) cobertura(s) solicitada(s) pelo segurado, substitui a apólice individual e dispensa o preenchimento de proposta, nos termos da legislação específica. Formalização dos contratos Proposta → Documento cujo conteúdo representa a vontade do segurado, contendo assim as condições pretendidas. Apólice → Documento emitido pelo segurador, é o instrumento do contrato de seguros, constituindo-se de um documento escrito, datado e assinado pelo segurador ou seu representante legal, nele estão estipuladas todas as condições do segurado e do segurador. Endosso → Documento pelo qual se altera o contrato. Averbação → São anotações feitas na apólice e pelas quais se caracteriza a responsabilidade do segurador, em certos e determinados seguros. Hora da atividade! “Uma onça* de prevenção vale um quilo de cura.” (Benjamin Franklin) Para refletir... * Uma onça equivale a aproximadamente 28,35 g. OBRIGADO! alexfer@ufdpar.edu.br Slide 1: Prof. ME. Alex ferreira lopes Slide 2: Retrospectiva Histórica dos seguros Slide 3: Histórico geral Slide 4: Histórico geral Slide 5: Histórico geral Slide 6: Histórico geral Slide 7: Histórico geral Slide 8: Histórico geral Slide 9: Histórico geral Slide 10: Retrospectiva histórica dos seguros no brasil Slide 11: Retrospectiva histórica dos seguros no brasil Slide 12: Retrospectiva histórica dos seguros no brasil Slide 13: Ponto de reflexão Slide 14: Contexto do mercado de seguros Slide 15: Seguro e seus elementos essenciais Slide 16: seguros Slide 17: seguros Slide 18: seguros Slide 19: seguros Slide 20: Elementos básicos dos seguros Slide 21: Elementos básicos dos seguros Slide 22: Elementos básicos dos seguros Slide 23: Segurador / seguradora Slide 24: Segurado / beneficiário Slide 25: prêmio Slide 26: Indenização, sinistro e apólice Slide 27: Contrato de seguro Slide 28: Contrato de seguro - características Slide 29: Contrato de seguro Slide 30: Formalização dos contratos Slide 31: Hora da atividade! Slide 32 Slide 33: OBRIGADO!