Prévia do material em texto
1 EBOOK ASSISTENTE CONTÁBIL 2 Sumário ORIGEM, EVOLUÇÃO E DEFINIÇÃO DA CONTABILIDADE .................................... 3 OBJETIVOS E USUÁRIOS DA CONTABILIDADE..................................................... 4 Objetivos.................................................................................................................... 4 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA CONTABILIDADE .............................................. 6 Princípio da Oportunidade.......................................................................................... 7 Formação e Variações do Patrimônio ...................................................................... 18 MÉTODO DAS PARTIDAS DOBRADAS ................................................................. 21 Livro-Razão.............................................................................................................. 23 Lançamentos a Débito e a Crédito das Contas ........................................................ 24 PLANOS DE CONTAS............................................................................................. 32 REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 47 3 ORIGEM, EVOLUÇÃO E DEFINIÇÃO DA CONTABILIDADE É difícil saber quando surgiu a Contabilidade. Estudos sobre as civilizações antigas mostram que a Contabilidade é tão antiga quanto o homem e que os primeiros sinais de sua existência datam de, aproximadamente, 4.000 anos a.C. As necessidades de cada período histórico fizeram com que a Contabilidade fosse se aprimorando. Desde Luca Pacioli (considerado o pai da Contabilidade) até os nossos dias, foram inúmeras as obras escritas sobre a área contábil, que contribuíram para a evolução do pensamento contábil. No Brasil, a formação de profissionais na área contábil iniciou-se por volta de 1754, ainda como colônia de Portugal, com a autorização e criação do curso “Aula de Comércio” (aula tem o significado de faculdade), cuja supervisão estava sob- responsabilidade da Junta de Comércio de Lisboa. Os formandos recebiam o nome de quarda-livros, denominação dada na época para os contadores. Após o Brasil Colônia, várias escolas com cursos na área contábil foram criadas, das quais apenas a Escola do Comércio Álvares Penteado e a Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo destacaram-se, pela relevante contribuição que deram para a evolução da profissão contábil em nosso país. Com o passar do tempo, as atividades econômicas foram tornando-se mais complexas, fazendo com que o homem sentisse a necessidade do aperfeiçoamento do seu instrumento de avaliação da situação patrimonial. Definição de Contabilidade 4 Oi, você sabe qual a definição de Contabilidade? Vamos ver! Segundo Ribeiro (2011, p. 33), “Contabilidade é uma ciência que permite, através de suas técnicas, manter um controle permanente do Patrimônio da empresa.”. “Contabilidade é a ciência que estuda a prática as funções de orientação, de controle e de registro relativas à administração econômica.” (I Congresso Brasileiro de Contabilidade – RJ -1914). OBJETIVOS E USUÁRIOS DA CONTABILIDADE Objetivos Atenção O objetivo principal da Contabilidade é gerar informações necessárias para a tomada de decisões pelos usuários internos e/ou externos das informações contábeis. Usuários da Contabilidade São vários os usuários das informações contábeis, tendo cada um sua necessidade específica. Podemos destacar os seguintes: Quadro – Usuários da Contabilidade. Internos Necessidades Proprietários Obter informações sobre: os resultados globais da empresa (lucro ou prejuízo), o retorno do capital investido e a eficiência da empresa na utilização dos seus recursos, a eficácia dos gestores, o grau de endividamento, entre outros. Administradores, Obter informações para avaliar o desempenho dos seus 5 gerentes ou diretores subordinados e acompanhar a evolução da empresa frente aos objetivos traçados no planejamento global e tomada decisão. Externos Necessidades Investidores Saber sobre o retorno de seus investimentos na empresa e, principalmente, sobre a distribuição de dividendos. Também a utilizam para projetar os resultados futuros da empresa. Fornecedores Verificar o grau de endividamento da empresa e qual o seu volume de vendas. Clientes Saber se a situação econômica e financeira da empresa é equilibrada, de forma que permita a continuidade de suas operações, podendo continuar fornecendo seus produtos ou serviços; e conhecer a capacidade de estocagem e fornecimento da empresa. Instituições financeiras Conhecer a capacidade financeira e a posição de endividamento de qualquer empresa que deseje ser tomadora de empréstimos ou financiamentos. Sindicatos de empregados Verificar a situação financeira da empresa antes de reunir- se com seus dirigentes para negociar melhorias salariais para seus colaboradores. Entidades governamentais Fisco: verificar se a empresa está cumprindo os seus compromissos fiscais. Governo: pode existir o interesse em mensurar a necessidade de apoio governamental para setores estratégicos para o país. Organizações não governamentais Obtenção de informações sobre investimentos na proteção do meio ambiente ou ajuda à população menos favorecida. Fonte: Nagatsuda e Teles (2002). Essas necessidades demonstram a importância da Contabilidade no contexto 6 empresarial contemporâneo. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA CONTABILIDADE A exemplo do que ocorre com as demais atividades, a Contabilidade também possui princípios que fundamentam a execução dos trabalhos contábeis e que devem ser utilizados pelos contadores, de forma a garantir que a escrituração e as demonstrações contábeis, de qualquer tipo de empresa, reflitam de maneira adequada a sua situação patrimonial, financeira e econômica em determinado momento, possibilitando aos vários usuários a tomada de decisões com segurança. Caso o contador não obedeça tais princípios, este estará sujeito desde uma advertência até a suspensão do exercício profissional. Franco (1998, p. 13) afirma que a finalidade prática da fixação dos chamados princípios contábeis é a de servir de guia ou parâmetro para o registro de fatos e a elaboração de demonstrações dentro de regras uniformes que facilitem a função informativa da contabilidade. A profissão contábil deve observar os prin- cípios explicados a seguir, conforme determina a Resolução nº 750, de 29 de dezembro de 1993, do Conselho Federal de Contabilidade (NAGATSUDA; TELES, 2002). Princípio da Entidade Necessidade de diferenciar o patrimônio da empresa do patrimônio dos seus sócios acionistas ou proprietários (FERRARI, 2010). Exemplo: O Senhor Patinha sócio da empresa Xiririka Comércio de Alimentos, reside no mesmo prédio em que está locada a sede da empresa. A empresa utiliza o andar térreo para as suas atividades e o sócio, o andar superior como residência. Existe apenas um contrato de locação do imóvel e o valor do aluguel é de $ 2.000,00 (dois mil). De acordo com o princípio da entidade, não podemos considerar o total do aluguel ($ 2.000,00) como despesa da empresa, mas atribuir parte para a empresa e 7 parte para o proprietário. A determinação da parcela que cabe às partes deverá ser feita pelo contador, com base na área utilizada pela empresa e pelo proprietário, como veremos a seguir. Sabendo-se que a área do imóvel é de 230 m2 e que somente 70% são utilizados pela empresa para execução de suas atividades, podemos dizer que a empresa deve assumir, como despesa, apenas $ 1.400,00, conforme demonstrado a seguir. 70% => para a empresa $1.400,00 30% => para o proprietário $ 600,00 100% $2.000,00 Princípio da Continuidade O registro do contrato social da empresa na Junta Comercial e órgãos públicos caracterizam o seu nascimento, que não tem data definida para o encerramento de suas atividades. A partir deste registro, todas as suas operações(compra de mer- cadorias, vendas, contratação de financiamentos, realização de investimentos) darão sustentação à continuidade da empresa. Exemplo: A empresa Xiririka necessita contrair um empréstimo bancário para aquisição de um veículo, que será utilizado para entrega de mercadorias aos seus clientes. Considerando a continuidade da empresa, o banco concede o empréstimo, pois existe a expectativa de geração de resultados futuros, que serão capazes de honrar as parcelas. Princípio da Oportunidade Tem como preocupação básica o reconhecimento, nos registros contábeis, de todas as variações patrimoniais ocorridas na empresa, de forma que as informações contábeis representem fielmente a situação do patrimônio em determinado período, utilizando para este fim, sempre que possível, a documentação hábil e comprobatória de todas as transações. 8 Exemplo: Ao registrar todas as operações ocorridas no mês de junho na empresa Xiririka, o contador percebe a falta do recebimento do comprovante referente ao consumo de água. No entanto, sabe-se que a despesa ocorreu, não tendo apenas o documento no momento; portanto, com base neste princípio, o contador registra essa despesa pelo valor do período anterior (maio). Nesse caso, estamos considerando, em junho, a mutação do patrimônio da empresa por um valor aproximado, mas não deixaremos de registrar o fato. Após a localização do documento (conta de água), faremos o ajuste do valor. Princípio do Registro pelo Valor Original Todos os elementos patrimoniais devem ser registrados pela contabilidade, por seus valores originais (valor de aquisição), expressos em moeda corrente no país, incluindo-se, ainda, todos os gastos necessários para colocar o bem em condições de gerar benefícios para a empresa, os quais podem ser presentes ou futuros. No caso de transações em moeda estrangeira, estas devem ser transformadas em moeda nacional no momento do seu registro contábil. Exemplo: A empresa Xiririka adquiriu um terreno no valor de $ 70.000,00 (setenta mil), onde deseja construir um novo prédio com o objetivo de expandir suas operações. Passado algum tempo, a empresa recebe a informação de que, nas proximidades do terreno, será construído um centro empresarial, o que valorizou o imóvel em $ 30.000,00 (trinta mil). Embora o valor de mercado do terreno seja de $ 100.000,00 (cem mil), a contabilidade manterá seu valor em $ 70.000,00 (setenta mil), pois, de acordo com este princípio, não podemos alterar o valor desse bem que faz parte do patrimônio da empresa. Apesar de esta ser a regra, existem duas exceções no caso brasileiro, a saber: quando o valor de mercado do bem é menor que o custo histórico: o valor pode ser ajustado para o valor de mercado, desde que se tenha certeza que não conseguirá reverter essa perda de valor no futuro; 9 quando o valor de mercado do bem é maior que o custo histórico: a princípio, não se podem antecipar lucros futuros, porém existe um instrumento, chamado tecnicamente de reavaliação, utilizado somente para bens tangíveis opera- cionais. Nesse caso, a empresa contrata três peritos ou empresa especializada, com o objetivo da emissão de um laudo de avaliação, que atestará o valor do bem e a sua vida útil (tempo de duração) remanescente, possibilitando a alteração do valor do bem pela empresa contratante. Princípio da Prudência Diante de duas alternativas, igualmente válidas, para a quantificação da variação patrimonial, devemos adotar o menor valor para os bens ou direitos e o maior valor para as obrigações. Exemplo: Um colaborador da empresa Xiririka entra na justiça trabalhista pedindo $ 40.000,00 de indenização. O contador da empresa procura um advogado e solicita sua opinião sobre o processo. O advogado informa que existe a possibilidade de 50% de o colaborador ganhar a causa e de 50% de não receber nada. Seguindo o princípio da prudência, o contador resolve provisionar o valor de $ 40.000,00 como uma contingência trabalhista (exigibilidade). Princípio da Competência Todas as receitas e despesas devem ser re- gistradas de acordo com o fato gerador no período de competência, independentemente de terem sido recebidas (receitas) ou pagas (despesas). Como podemos verificar este princípio não está relacionado aos recebimentos ou pagamentos, mas ao reconhecimento das receitas geradas e das despesas incorridas (ocorridas) em determinado período. Exemplo: A empresa Xiririka emitiu uma nota fiscal de venda e entregou a mercadoria no dia 15 de janeiro de 20XX, porém essa venda foi realizada a prazo, ou seja, o seu vencimento ocorrerá somente em 15 de fevereiro de 20XX. Nesse caso, devemos registrar essa venda no mês da geração de receita (janeiro), 10 independentemente de o recebimento ser em outro período (fevereiro). Princípio da Atualização Monetária No caso de um ambiente inflacionário, refere-se ao ajuste dos valores dos componentes patrimoniais, devido à perda do poder aquisitivo, mediante aplicação de indicadores oficiais que reflitam a variação do poder aquisitivo da moeda. A aplicação deste princípio ficou prejudicada desde a publicação da Lei nº 9.249/95. NOÇÕES BÁSICAS Patrimônio Agora, vamos conhecer o patrimônio de uma empresa. Você sabe dizer qual o seu patrimônio? Percebeu que o patrimônio não é apenas os bens que possuímos. Vamos continuar! Bens São as coisas que satisfazem às necessidades do homem e são capazes de avaliação econômica. Podem ser: materiais: são os objetos que a empresa tem para uso (computadores, automóveis, mesas, cadeiras), troca (mercadorias e dinheiro) ou consumo (material de limpeza, material de escritório); imateriais: são determinados gastos que, por sua natureza e por determinação da legislação, são parte do patrimônio, como benfeitorias feitas pela empresa em bens de terceiros (reforma de imóveis alugados), direito de uso de 11 marcas etc. Direitos São todos os valores que a empresa tem para receber de terceiros, provenientes de transações de crédito, como, por exemplo, vendas a prazo: duplicatas a receber, títulos a receber, aluguéis a receber etc. Exemplos: Duplicatas a receber => Venda de um automóvel a prazo; Títulos a receber => Venda de um terreno a prazo. Observe que as contas que representam os direitos estão sempre acompanhadas da expressão ‘a receber’. É importante salientar que a conta “Duplicatas a receber” também pode ser denominada Clientes. 12 Obrigações São todos os valores que a empresa tem de pagar a terceiros, tais como: duplicatas a pagar, salários a pagar, impostos a pagar, aluguéis a pagar, títulos a pagar, contas a pagar. etc. Exemplos: Duplicatas a pagar Títulos a pagar Salários a pagar => Compra de mercadorias a prazo; => Compra de terrenos a prazo; => Salário dos colaboradores a ser pago no mês seguinte. Observe que as contas que representam as obrigações estão sempre acompanhadas da expressão “a pagar”. É importante salientar que a conta “Duplicatas a pagar” também pode ser denominada Fornecedores. Podemos constatar que determinada obri- gação num patrimônio corresponde a um direito igual em outro patrimônio e vice-versa. Exemplo: Venda de um automóvel a prazo: No patrimônio do comprador => Duplicatas a pagar ou Fornecedores => Crédito; No patrimônio do vendedor => Duplicatas a receber ou Clientes => Débito. Quadro – Patrimônio. BENS DIREITOS OBRIGAÇÕES Caixa (dinheiro) Duplicatas a receber (clientes) Duplicatas a pagar (fornecedor) 13 Aluguéis a receber Aluguéis a pagar Dividendos a receber 13º Salário a receber Títulos a receber Salários a receber Dividendos a pagar 13º Salário a pagar Títulos a pagar Salários a pagar Impostos a pagar Contribuições a recolher Dividendos a pagar Bancos: conta movimento Veículos Mercadorias Equipamentos Joias Obra de arte Vestuário Maquinaria Imóveis ESTÁTICA PATRIMONIAL Bom, agora vamos ver quais são as contas correspondentes aos bens, direitos e obrigaçõesque devem ser distribuídas entre o ativo e o passivo da entidade. Ativo Corresponde aos bens e direitos que a empresa possui: bens: caixa (valor que está no caixa da empresa), bancos: conta movimento (valor que está depositado nas conta-correntes da empresa em bancos), mercadorias, imóveis, veículos, equipamentos etc.; direitos: títulos a receber, duplicatas a receber/clientes, aluguéis a receber etc. As contas do ativo devem ser discriminadas no lado esquerdo do balanço patrimonial. PassivoCorresponde às obrigações que a empresa tem que pagar a terceiros: obrigações: duplicatas a pagar/fornecedores, contas a pagar, salários a 14 pagar, impostos a pagar etc. Patrimônio Líquido (PL) As contas do passivo devem ser discriminadas no lado direito do balanço patrimonial. É a diferença entre os valores do ativo e do passivo de uma empresa, em determinado momento. Exemplo: Ativo da empresa => $ 15.000,00 Passivo da empresa => $ 3.000,00 Patrimônio líquido => $ 12.000,00 As fontes do PL podem ser provenientes de: investimentos efetuados pelos proprietários em troca de ações, quotas ou outras participações; lucros acumulados da empresa. Representação Gráfica do Patrimônio Tabela – Exemplo de balanço patrimonial. 15 A>ou= 0 P> ou=0 PL>ou P, teremos PL > 0: Revela existência da riqueza própria. 16 Ativo Passivo Bens 50 Obrigações 50 Situação líquida 0 TOTAL 50 TOTAL 50 4. Quando P > A, teremos PL P e P = 0, teremos PL > 0: Revela inexistência de dívidas (passivo). Ativo Passivo Bens 30 Obrigações 0 Direitos 20 Situação líquida 50 TOTAL50 TOTAL50 3. Quando A = P, teremos PL = 0: Revela inexistência de riqueza própria. Podemos citar o exemplo de uma empresa que possui bens à sua disposição que ainda não foram pagos. 5. Quando P > A e A = 0, teremos PL dinheiro que está entrando na empresa; Passivo / PL Capital => obrigação da empresa para com seus acionistas. A partir de sua criação, a empresa realiza as seguintes operações: Compra de terrenos, à vista, no valor de $ 5.000,00; 19 Compra de equipamentos, à vista, no valor de $ 1.000,00; Aquisição de um caminhão, à vista, no valor de $ 1.500,00: Ativo => sofreu as seguintes alterações: => diminui o ativo com a saída de $ 7.500,00; => aumenta o ativo pela entrada do bem Terreno; => aumenta o ativo pela entrada do bem Equipamento; => aumenta o ativo pela entrada do bem Veículo. Caixa Terreno Equipamentos Veículos Passivo => não sofreu alterações Adquire mercadorias, a prazo, no valor de $ 500,00: Ativo Mercadoria => sofreu a seguinte alteração: => aumenta o ativo pela entrada do bem Mercadoria. Passivo => sofreu a seguinte alteração: 20 Fornecedores => aumenta o passivo com a dívida com Fornecedores. Poderia ser utilizada a conta: Duplicatas a pagar. Vende mercadorias, a prazo, pelo valor de $ 300,00: Ativo Mercadoria Clientes => sofreu a seguinte alteração: => diminui o ativo com a venda do bem Mercadoria; => aumenta o ativo com o direito de receber de seus clientes. Poderia ser utilizada a conta: Duplicatas a receber. Paga aos seus fornecedores, em dinheiro, o valor de $ 100,00: Ativo Caixa => sofreu a seguinte alteração: => diminui o ativo pela saída do bem Dinheiro; Passivo => sofreu a seguinte alteração: 21 Fornecedores Fornecedores. => diminui o passivo pelo pagamento aos seus Recebe de seus clientes, em cheque, o valor de $ 150,00: Ativo Passivo Bens Caixa Obrigações Terrenos 42.400,00 Fornecedores 400,00 Equipamentos 5.000,00 Veículos 1.000,00 Mercadorias 1.500,00 Bancos 200,00 150,00 Direitos PL Clientes 150,00 Capital 50.000,00 Total 50.400,00 Total 50.400,00 Ativo Clientes Bancos => sofreu a seguinte alteração: => diminui um direito da empresa; => entra, na empresa, o bem Bancos: Conta movimento. MÉTODO DAS PARTIDAS DOBRADAS Caro (a) aluno (a), você já ouviu falar em método das partidas dobradas? Não? Então vamos estudar este ponto, que é crucial para o entendimento da Contabilidade. Método universalmente aceito, criado por Luca Pacioli, no século XV, e que consiste no fato de que um débito efetuado em uma ou mais contas deve corresponder a um crédito equivalente em uma ou mais contas, de maneira que a soma dos valores dos débitos seja igual à soma dos valores dos créditos, conforme 22 exemplos a seguir: Contas É a nomenclatura que identifica um componente patrimonial (bens, direitos, obrigações ou patrimônio líquido) ou de resultado (despesa ou receita), representando, graficamente, os débitos e créditos relativos a fatos administrativos de uma empresa. Exemplos: Modelo de conta (Título da conta) Cód. ... Data Operações Débito Crédito D/C Saldo 23 CAIXA Data Operações Débito Crédito D/C Saldo 20-07-94 a Capital 17.000 D 17.000 CAPITAL Data Operações Débito Crédito D/C Saldo 20-07-94 a Caixa 17.000 C 17.000 Livro-Razão Ferrari (2010, p. 154) define o razonete como “a representação gráfica de uma conta, com utilização em ‘T’, onde do lado esquerdo é lado dos débitos e o lado direito é o lado dos créditos.” É um livro obrigatório, noqual devemos agrupar os valores em contas de mesma natureza e de forma racional. Devemos efetuar o registro, no livro razão, em contas individualizadas, para termos controle por conta. Seguindo esse critério, devemos registrar na conta Caixa todos os valores correspondentes às operações que a afetam, debitando-se ou creditando-se nesta conta, podendo a qualquer momento apurar o seu saldo. O saldo de conta é a diferença entre o total dos seus débitos e o total dos seus créditos, podendo este ser devedor ou credor, dependendo da sua natureza. 24 Independentemente da natureza da conta (devedora ou credora), os débitos efetuados do lado esquerdo e os créditos, do lado direito, conformeserão exemplificação a seguir: Título da conta Débito Crédito esquerdo direito Lançamentos a Débito e a Crédito das Contas Todas as operações ocasionam aumentos e diminuições do ativo, do passivo e do patrimônio líquido. Como falamos anteriormente, as contas possuem dois lados (esquerdo e direito); os aumentos devem ser registrados em um lado e as diminuições no outro, pois será a natureza da conta (devedora ou credora) que irá determinar o lado a ser utilizado para os aumentos e as diminuições, como veremos a seguir. 25 Contas do Ativo => Lado Esquerdo do Balanço As contas que compõem o ativo (bens e direitos) figuram do lado esquerdo do balanço. Os aumentos e diminuições devem ser registrados da seguinte maneira: Qualquer conta do passivo ou do PL D C Diminuições Aumentos ( - ) ( + ) Contas de Passivo e de Pl => Lado Direito do Balanço As contas que compõem o passivo e o PL figuram do lado direito do balanço. Os aumentos e diminuições devem ser registrados da seguinte maneira: Exemplo: Qualquer conta do ativo Quando a conta do PL for negativa, esta estará no lado direito do balanço (passivo), de forma redutora (subtraindo). Exemplos: prejuízo acumulado, capital a integralizar etc. 1. Integralização de capital no valor de $ 50.000: aumento do ativo Caixa => debita-se Caixa; aumento do PL => credita-se Capital. D C Aumentos Diminuições ( + ) ( - ) 26 Caixa Capital Se essas operações tivessem sido representadas em contas reais e não nos razonetes simplificados, teríamos o seguinte: Caixa Data Operações Débito Crédito D/C Saldo 20-07-94 a Capital 50.000 D 50.000 Capital Data Operações Débito Crédito D/C Saldo 20-07-94 a Caixa 50.000 C 50.000 2. Compra de terrenos no valor de $ 2.200,00 (à vista): aumento do ativo Terrenos => diminuição do ativo Caixa => debita-se Terrenos; credita-se Caixa. Terrenos D C (1) 50.000,00 D C 50.000,00 (1) D C (2) 2.200,00 27 D C (3) 1.100,00 D C (4) 8.800,00 D C 8.800,00 (4) 3. Venda de terrenos no valor de $ 1.100 (a prazo): Caixa D C (1) 50.000,00 2 200,00 (2) diminuição do ativo Terrenos => credita-se Terrenos; aumento do ativo Títulos a receber => debita-se Títulos a receber. Terrenos Títulos a receber 4. Compra de materiais no valor de $ 8.800 (a prazo): aumento do ativo Materiais => debita-se Materiais; aumento do passivo Duplicatas a pagar => credita-se Duplicatas a pagar. Materiais Duplicatas a pagar 5. Compra de móveis e utensílios (duas mesas, quatro cadeiras, uma máquina de escrever e uma de calcular) no valor de $ 5.000 (a prazo): D C (2) 2.200,00 1.100,00 (3) 28 D C 50.000,00 2.200,00 (6) 1.000,00 D C 1.100,00 1.000,00 (6) aumento do ativo Móveis e debita-se Móveis e > utensílios;utensílios aumento do passivo Duplicatas a pagar credita-se Duplicatas > a pagar. Móveis e utensílios D C (5) 5.000,00 6. Recebimento de dívida no valor de $ 1.000: Duplicatas a pagar aumento do ativo Caixa => debita-se Caixa; diminuição do ativo Títulos a receber Caixa => credita-se Títulos a receber. Títulos a receber D C 8.800,00 5.000,00 (5) 29 7. Pagamento de dívida no valor de $ 7.000: diminuição do passivo Duplicatas a pagar => debita-se Duplicatas a pagar; diminuição do ativo Caixa => credita-se Caixa. Caixa D C 50.000,00 2.200,00 1.000,00 7.000,00 (7) Duplicatas a pagar Diário Devemos registrar, neste livro, as operações contabilizáveis de uma empresa, em ordem cronológica e de acordo com algumas regras. Os requisitos necessários de uma partida de diário são os seguintes: D C 8.800,00 5.000,00 (7) 7.000,00 30 a) b) c) d) data da operação; conta a ser debitada; conta a ser creditada; histórico da operação, no qual devemos mencionar as principais características dos seus documentos comprobatórios; e) valor da operação. Exemplo de diário simplificado: Integralização de capital no valor de $ 50.000: Caixa a Capital Valor correspondente à integralização de capital 50.000,00 Compra de terrenos no valor de $ 2.200,00 (à vista): Terrenos a Caixa Valor correspondente à compra de um terreno 2.200,00 Venda de terrenos no valor de $ 1.100 (a prazo): Títulos a receber a Terrenos 1.100,00 Compra de materiais no valor de $ 8.800 (a prazo): Materiais a Duplicatas a pagar 8.800,00 Compra de móveis e utensílios (duas mesas, quatro cadeiras, uma 31 máquina de escrever e uma de calcular) no valor de $ 5.000 (a prazo): Móveis e utensílios a Duplicatas a pagar 5.000,00 Recebimento de dívida no valor de $ 1.000: Caixa a Títulos a receber 1.000,00 Pagamento de dívida no valor de $ 7.000: Duplicatas a pagar a Caixa 7.000,00 Balancete de Verificação Na Contabilidade, a escrituração de cada operação é efetuada sempre através de um débito e um crédito de igual valor. Assim, podemos dizer que o valor total dos saldos devedores deve ser igual ao valor dos saldos credores, cuja igualdade devemos verificar periodicamente. Para efetuarmos tal verificação, devemos relacionar todas as contas, com saldo, em demonstrativo chamado balancete de verificação. Xiririka da Serra S/A Balancete de Verificação de 31/07/19XX Saldos Contas Devedores Credores Caixa 41.800,00 Títulos a receber 100,00 Materiais 8.800,00 32 PLANOS DE CONTAS Corresponde a uma relação ordenada de todas as contas utilizadas pela empresa, tendocomo objetivo orientar o registro das operações da empresa. Importância Para que a contabilidade atinja seu objetivo, é necessário que as demonstrações contábeis sejam bem elaboradas. Modelo de Plano de Contas É importante realçar que cada empresa tem as suas necessidades particulares para a coleta de informações para a elaboração de seus relatórios descritivos; assim, apresentaremos um modelo de plano de contas didático, adaptado às particularidades e necessidades de uma empresa cujo ramo de atividade poderia ser industrial, comercial ou prestação de serviços ou, ainda, atividade mista. As contas estão elencadas no plano conforme a estrutura do balanço patrimonial, seguida pelas contas de resultado, ou seja, ativo (ativo circulante e ativo não circulante), passivo (passivo circulante e passivo não circulante), patrimônio Terrenos 1.100,00 Móveis e utensílios 5.000,00 Duplicatas a pagar 6.800,00 Capital 50.000,00 Total Os totais dos saldos devedores e credores deverão ser sempre iguais. 33 líquido, contas de receita e contas de despesa. Cabe lembrar que as contas de resultado (receitas e despesas) estão estruturadas numa ordem bem próxima à Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), para facilitar o entendimento. 1 Ativo 1. ATIVO CIRCULANTE 1. Disponibilidades 1.1.1.1 1.1.1.2 1.1.1.3 Caixa Bancos com movimento Aplicações financeiras de liquidez imediata 1.1.2 Clientes 1.1.2.1 1.1.2.2 1.1.2.3 Duplicatas a receber Duplicatas descontadas (conta credora) Provisão para dividendos duvidosos (conta credora) 1.1.3 Outros créditos 1.1.3.1 1.1.3.2 1.1.3.3 1.1.3.4 Promissórias a receber Empréstimos a receber Dividendos a receber Adiantamento de salários 1.1.4 Tributos a recuperar (ou a compensar) 1.1.4.1 1.1.4.2 ICMS a recuperar IRRF a recuperar 1.1.5 Investimentos temporários de curto prazo 1.1.5.1 1.1.5.2 1.1.5.3 1.1.5.4Aplicações financeiras com rendimentos pós-fixados Aplicações financeiras com rendimentos prefixados Ações de outras empresas Outros títulos e valores mobiliários 1.1.6 Estoques 1.1.6.1 1.1.6.2 Estoques de mercadorias, produtos e insumos Estoques de materiais de consumo 34 1.1.6.3 1.1.6.4 (-) Provisão para redução ao valor de mercado (-) Provisão para perdas em estoques 5. Despesas do exercício seguinte 1. Prêmios de seguros a apropriar 2. Encargos financeiros a apropriar 3. Assinaturas e anuidades a apropriar 4. Outras despesas pagas antecipadamente 2. ATIVO NÃO CIRCULANTE 1. Ativo realizável de longo prazo 1.2.1.10 1.2.1.11 1.2.1.20 1.2.1.21 1.2.1.22 1.2.1.23 Clientes Duplicatas a receber Outros créditos Arrendamentos ativos a receber Bancos: conta vinculada Títulos a receber 1.2.1.30 Tributos a recuperar 1.2.1.40 Investimentos temporários de longo prazo 1.2.1.50 Estoques 1.2.1.60 Despesas de exercícios futuros Investimentos 1.2.2.10 Avaliados pelo método de equivalência patrimonial 1.2.2.11 Participação na controlada A 1.2.2.20 Avaliados pelo método do custo de aquisição 1.2.2.21 Participações no capital de outras sociedades 1.2.2.22 Participações em fundos de investimento incentivados (Finor, Finam) 1.2.2.23 renda) Outros investimentos (obras de arte, antiguidades, imóveis para 2. Imobilizado 1. Operacional corpóreo (tangível) (bibliotecas, imóveis, móveis e 35 utensílios, computadores e periféricos) 2. Operacional recursos naturais 3. Imobilizado objeto de arrendamento mercantil (veículo) 4. Imobilizado em andamento 5. (-) Depreciações acumuladas 6. (-) Exaustões acumuladas 3. Intangível 1. Operacional incorpóreo (imaterial) (direitos autorais, patentes, direitos de uso de mar- cas e patentes, fundo de comércio) marcas e 1.2.4.2 (-) Amortizações acumuladas 2 Passivo 1. Passivo circulante 1. Obrigações a fornecedores 2.1.1.2 Duplicatas a pagar 2.1.2 Empréstimos e financiamentos 2.1.2.1 2.1.2.2 Promissórias a pagar Empréstimos e financiamentos bancários 2.1.3 Obrigações tributárias 2.1.3.1 2.1.3.2 2.1.3.3 2.1.3.4 2.1.3.5 2.1.3.6 2.1.3.7 PIS a recolher COFINS a recolher IRRF a recolher Provisão para imposto de renda Provisão para contribuição social ICMS a recolher ISS a recolher 2.1.4 Obrigações trabalhistas e previdenciárias 2.1.4.1 2.1.4.2 2.1.4.3 2.1.4.4 Salários a pagar Previdência social a recolher FGTS a recolher Contribuição sindical a recolher 2.1.5 Outras obrigações 36 2.1.5.1 Aluguéis a pagar 2.1.5.2 2.1.5.3 2.1.5.4 2.1.5.5 2.1.5.6 2.1.5.7 2.1.5.8 2.1.5.9 2.1.5.10 2.1.5.11 2.1.5.12 2.1.5.13 Contas a pagar Seguros a pagar Dividendos a pagar Juros sobre o capital próprio a pagar Adiantamentos de clientes Provisões diversas Provisões de férias Provisões de previdência social – Férias Provisões de FGTS – Férias Provisões de 13º salário Provisões de previdência social – 13º salário Provisões de FGTS – 13º salário Provisões para contingências 2.1.6 Participações e destinações do lucro líquido 2.1.6.1 2.1.6.2 2.1.6.3 2.1.6.4 Dividendos a pagar Dividendos propostos a pagar Juros sobre o capital próprio a pagar Participações 2. Passivo não circulante 1. Passivo exigível de longo prazo 2.2.1.10 2.2.1.11 Obrigações a fornecedores Duplicatas a pagar a terceiros 2.2.1.20 Empréstimos e financiamentos 2.2.1.30 Obrigações tributárias 2.2.1.40 Outras obrigações 2.2.1.50 Débitos com pessoas ligadas 2.2.2 Receitas diferidas 2.2.2.1 2.2.2.2 Receitas recebidas antecipadamente Despesas correspondentes às receitas (conta devedora) 37 3. Patrimônio líquido 1. Capital social 2.3.1.1 2.3.1.2 Capital subscrito Capital a integralizar (conta devedora) 2.3.2 Reservas 2.3.2.1 2.3.2.1.1 2.3.2.1.2 2.3.2.1.3 2.3.2.1.4 2.3.2.2 2.3.2.2.1 2.3.2.2.2 2.3.2.2.3 2.3.2.2.4 2.3.2.2.5 2.3.2.2.6 Reservas de capital Ágio na emissão de ações Alienação de partes beneficiárias Alienação de bônus de subscrição (-) Ações em tesouraria Reservas de lucros Reserva legal Reservas estatutárias Reservas para contingências Reserva de lucros para expansão Reserva especial para dividendo obrigatório não distribuído (-) Ações em tesouraria 7. (+ou-) Ajustes de avaliação patrimonial 8. 2.3.2.2.8 (-) Prejuízos acumulados 9. Resultado 1. Receita bruta das vendas e serviços 1. Venda de mercadorias 2. Prestação de serviços 2. Deduções das vendas 1. Devoluções sobre vendas 2. Abatimentos sobre vendas 3. ICMS sobre vendas 4. ISS sobre vendas 5. PIS sobre vendas 38 3.2.6 COFINS sobre vendas 3. Custo das vendas e serviços 1. Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) 2. Custo dos Serviços Prestados (CSP) 4. Despesas operacionais 1. Despesas administrativas 3.4.1.1 3.4.1.2 3.4.1.3 3.4.1.4 3.4.1.5 3.4.1.6 3.4.1.7 3.4.1.8 3.4.1.9 3.4.1.10 3.4.1.11 3.4.1.12 3.4.1.13 3.4.1.14 3.4.1.15 3.4.1.16 3.4.1.17 3.4.1.18 3.4.1.19 3.4.1.20 3.4.1.21 3.4.1.22 3.4.1.23 Salários Viagens e estadias Programa de alimentação do trabalhador Vale-transporte Férias 13º salário FGTS Previdência social Assistência médica Aluguel Energia elétrica Telefone Água e esgoto Consumo de material de escritório Correio Depreciação Amortização Seguros Impostos e taxas federais Impostos e taxas estaduais Impostos e taxas municipais Despesas com contingências Jornais e periódicos 2. Despesas de vendas 1. Salários 39 3.4.2.2 3.4.2.3 3.4.2.4 3.4.2.5 3.4.2.6 3.4.2.7 3.4.2.8 3.4.2.9 3.4.2.10 3.4.2.11 3.4.2.12 3.4.2.13 3.4.2.14 3.4.2.15 3.4.2.16 3.4.2.17 3.4.2.18 3.4.2.19 3.4.2.20 3.4.2.21 3.4.2.22 3.4.2.23 3.4.2.24 3.4.2.25 3.4.2.26 Comissões Viagens e estadas Programa de alimentação do trabalhador Vale-transporte Férias 13º salário FGTS Previdência social Assistência médica Aluguel Energia elétrica Telefone Água e esgoto Consumo de material de escritório Correio Depreciação Amortização Seguros Propaganda e marketing Provisão para devedores duvidosos Impostos e taxas federais Impostos e taxas estaduais Impostos e taxas municipais Despesas com contingências Jornais e periódicos 3.4.3 Resultado financeiro líquido 3.4.3.1 3.4.3.1.1 3.4.3.1.2 3.4.3.1.3 3.4.3.1.4 Despesas financeiras Despesas bancárias Descontos concedidos CPMF Juros passivos 40 5. Perda com variação cambial 6. Juros sobre o capital próprio 7. Receitas financeiras 8. Descontos obtidos 9. Juros ativos 10. Variações monetárias ativas 11. Ganho com variação cambial 3.4.4 Outras receitas e despesas operacionais 3.4.4.1 patrimonial 3.4.4.2 3.4.4.3 Ganhos/perdas em investimentos avaliados por equivalência Receita de dividendos Venda de sucatas 5. Resultados não operacionais 1. Receitas não operacionais 3.5.1.1 3.5.1.2 3.5.1.3 3.5.1.4 Venda de ativo permanente Doações recebidas Recebimento de indenizações Receita de aluguéis 3.5.2 Despesas não operacionais 3.5.2.1 3.5.2.2 Custo da venda de ativo permanente Perdas prováveis na realização de investimentos 6. Provisão para imposto de renda e contribuição social 1. Provisão para o imposto de renda 2. Provisão para a contribuição social 7. Participações 1. Debêntures 2. Empregados 3. Administradores 4. Partes beneficiárias 5. Outras participações 3.8 Lucro (ou prejuízo) líquido do exercício 41 BALANÇO PATRIMONIAL Ferrari (2010, p. 462) define balanço patrimonial como “a demonstração contábil que tem por objetivo evidenciar o patrimônio de uma entidade em dado momento (normalmente, em 31 de dezembro de cada ano). Ativo Passivo Patrimônio líquido balanço). => Bens e direitos (lado esquerdo do balanço); => Obrigações (lado direito do balanço); => Diferença entre o ativo e passivo (lado direito do Conteúdo do Balanço As contas patrimoniais classificam-se em dois grandes grupos e vários subgrupos, como segue (RIBEIRO, 2010): 42 Quadro – Grupos das contas patrimoniais. Conteúdodo Balanço ATIVO PASSIVO Ativo circulante Passivo circulante Obrigações a fornecedores Disponibilidades Clientes Empréstimos e financiamentos Obrigações Outros créditos Tributos a recuperar tributárias Invest. temporários de curto prazo Estoques Obrigações trabalhistas e previdenciárias Despesas do exercício seguinte Outras obrigações Total do ativo circulante Adiantamentos recebidos de clientes Ativo não circulante Ativo realizável de longo prazo Investimentos Participações e destinações do lucro líquido Total do passivo circulante Imobilizado Intangível Passivo não circulante Obrigações a Total do ativo não circulante fornecedores Obrigações a pessoas ligadas Total do ativo Empréstimos e financiamentos Receitas diferidas Total do passivo não circulante Patrimônio líquido Capital social Reservas - de capital - de lucros Total do patrimônio líquido Total do passivo Classificação do Ativo As contas do ativo devem ser dispostas em ordem decrescente do grau de liquidez. Segundo Ribeiro (2010), o ativo deve ser classificado como segue: a) Ativo circulante Para Ribeiro (2010, p. 393), o ativo circulante “é composto pelos bens e 43 direitos que estão em frequente circulação no Patrimônio. É o capital de giro da empresa.” Exemplos: caixa, bancos com movimento etc. Créditos com clientes: correspondem aos direitos a receber de terceiros, de- correntes de venda de mercadorias ou prestação de serviços realizados a pra- zo. Exemplos: duplicatas a receber, títulos a receber etc.; Outros créditos: créditos que a empresa tem para receber de terceiros que não correspondem a direitos provenientes de vendas a prazo de mercadorias ou serviços; Tributos a recuperar: direitos que a empresa tem com os governos muni- cipal, estadual e federal. Esses direitos são provenientes de impostos, taxas ou contribuições recolhidas antecipadamente ou indevidamente ou que, por força de lei, gerem direitos de compensação em até 12 meses; Investimentos temporários de curto prazo: referem-se às aplicações de dinheiro em títulos e valores mobiliários; investimentos com caráter especulativo e que serão convertidos em dinheiro mediante venda ou resgate, em até 12 meses; Estoques: bens destinados à produção (matéria-prima, materiais secundários etc.), à prestação de serviços (materiais diversos), à venda (mercadorias ou produtos) ou consumo (materiais de limpe- za, embalagem, etc.); Despesas pagas antecipadamente: correspondem às despesas do exercício seguinte, pagas no exercício atual. b) Ativo não circulante Ativo realizável de longo prazo: contas de bens e direitos realizáveis após o término do exercício seguinte (superior a 12 meses); Investimentos: aplicações que nada têm a ver com a atividade da empresa. Exemplos: compra de ações de outras empresas, obra de arte, terrenos para futura expansão, prédio para renda (aluguel); Imobilizado: bens corpóreos destinados à manutenção da atividade 44 principal da empresa ou exercidos com essa finalidade; Operacional corpóreo (tangível): composto pelas contas representativas dos recursos aplicados nos bens de uso da empresa (móveis e utensílios, computadores, veículos, etc.); Operacional recursos naturais: contas que representam os capitais aplicados em recursos naturais (minerais ou florestais) de exploração da empresa; Objeto de arrendamento mercantil: contas que representam os bens que estão sendo utilizados pela empresa, mas não são de sua propriedade. São bens arrendados de terceiros, que poderão ser adquiridos pela empresa no final do prazo de arrendamento; Imobilizado em andamento (bens para futuras operações): contas que representam recursos aplicados em construções ou aquisições em andamento. Representam bens que, quando estiverem concluídos ou em condições de operar, serão utilizados pela empresa no desenvolvimento de suas atividades operacionais normais; Intangível: corresponde aos recursos aplicados em bens imateriais. São direitos que tenham por objeto bens in- corpóreos destinados à manutenção das atividades da empresa ou exercidos com essa finalidade, inclusive aqueles representativos de fundo de comércio adquirido a título oneroso. Classificação do Passivo No passivo, as contas serão dispostas em ordem decrescente do grau de exigibilidade. Segundo Ribeiro (2010), o passivo deve ser classificado como segue: a) Passivo circulante Demonstra as dívidas com terceiros que serão pagas em curto prazo: dívidas com fornecedores de mercadorias, salários a pagar, impostos a pagar, empréstimos bancários a pagar, encargos a pagar, etc. 45 Obrigações a fornecedores: obrigações decorrentes da aquisição de mercadorias ou utilização de serviços a prazo; Empréstimos e financiamentos: obrigações assumidas pela empresa na captação de recursos financeiros, visando, normalmente, a financiar o seu capital de giro; Obrigações trabalhistas: obrigações assumidas pela empresa com os governos federal, municipal ou estadual. São tributos (impostos, taxas ou contribuições) que a empresa deve recolher aos cofres públicos; Obrigações trabalhistas e previdenciárias: encargos que a empresa deve pagar aos seus colaboradores ou recolher aos cofres públicos; Outras obrigações: demais obrigações de curto prazo assumidas pela empresa e que não se nos enquadram outros subgrupos do passivo circulante; Participações e destinação do lucro líquido: compromisso da empresa em função dos lucros por ela apurados. São obrigações que devem ser pagas a pessoas que tenham direito à participação nos lucros (debenturistas, empregados etc.), bem como obrigações devidas aos proprietários em forma de juros e dividendos. b) Passivo não circulante Nesse grupo, podem figurar as mesmas contas de obrigações classificadas no passivo circulante, com seus respectivos subgrupos, desde que seus vencimentos sejam após o término do exercício social seguinte. Também devemos incluir um subgrupo próprio para as receitas diferidas, no qual figurarão as contas representativas das despesas ou custos correspondentes às respectivas receitas recebidas antecipadamente. Patrimônio Líquido Demonstra o total de recursos aplicados pelos proprietários na empresa. Essas aplicações, normalmente, são compostas de capital e lucros retidos, ou seja, 46 a parte do lucro não distribuída aos donos, mas reinvestida na empresa. Segundo Ribeiro (2010, p. 398), as contas representativas dos capitais próprios são classifi- cadas da seguinte maneira: Capital Social: conta que representa os valores investidos na empresa pelos titulares e pela conta Capital a Realizar (ou Titular conta Capital a Realizar; Quotista conta Capital a Realizar; Acionista conta Capital a Realizar, etc.), que representa a parcela do capital já subscrita pelos sócios, porém ainda não realizada. Poderão figurar, ainda nesse subgrupo, as contas que representam o montante do capital autorizado, bem como da parcela desse capital ainda não subscrito; a) Reservas de Capital: contas representativas de algumas receitas que, por força do parágrafo 1º. do artigo 182 da Lei 6.404/1976, não devem transitar pelo resultado do exercício, como é o caso das receitas de- correntes de ágio na emissão de ações e na alienação de partes beneficiárias ou de bônus de subscrição; b) Ajustes de Avaliação Patrimonial: serão classificadas como ajustes de avaliação patrimonial, enquanto não computadas no resultado do exercício em obediência ao regime de competência, as contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor atribuídas a elementos do Ativo e do Passivo, em decorrência da sua avaliação a valor justo, nos caos previstos nesta Lei ou em normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários, com base na competência pelo parágrafo 3º. do art. 177. (parágrafo 3º. do art. 182 Lei 6.404/1976). c) Reservas de Lucros: contas representativas das Reservas constituídas com parte dos lucros apurados pela empresa em decorrência de lei ou da vontadedo proprietário, dos sócios ou dos administradores; d) Ações em Tesouraria: ações da própria empresa adquiridas por ela mesma; e) Prejuízos Acumulados: prejuízos apurados pela empresa no exercício atual, ou em exercícios anteriores, até que sejam compensados com lucros, saldos de reservas ou assumidos pelos sócios.