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Morfologia do Sistema Reprodutor
Masculino
-Os órgãos do sistema genital masculino
incluem os testículos, um sistema de
ductos (epidídimo, ducto deferente, ductos
ejaculatórios e uretra), glândulas sexuais
acessórias (glândulas seminais, próstata e
glândulas bulbouretrais) e várias
estruturas de apoio, incluindo o escroto e
o pênis.
-Os testículos (gônadas masculinas)
produzem espermatozoides e secretam
hormônios. O sistema de ductos transporta
e armazena os espermatozoides, auxilia em
sua maturação, e libera-os para o meio
externo. O sêmen contém espermatozoides
mais as secreções produzidas pelas
glândulas sexuais acessórias. As estruturas
de apoio têm várias funções. O pênis
entrega os espermatozoides no aparelho
reprodutivo feminino e o escroto contém os
testículos.
PÊNIS:
-O pênis contém a uretra e é uma
passagem para a ejaculação do sêmen e a
excreção de urina. Ele tem uma forma
cilíndrica e é composto por um corpo, uma
glande e uma raiz.
-O corpo do pênis é constituído por três
massas cilíndricas de tecido, cada uma
circundada por tecido fibroso chamado de
túnica albugínea. As duas massas
dorsolaterais são chamadas de corpos
cavernosos do pênis. A massa médio-
ventral menor, o corpo esponjoso do
pênis, contém a parte esponjosa da uretra e
a mantém aberta durante a ejaculação. A
pele e uma tela subcutânea envolvem todas
as três massas, que consistem em tecido
erétil.
-A extremidade distal do corpo
esponjoso do pênis é uma região um pouco
aumentada, em forma de bolota, chamada
de glande do pênis; a sua margem é a
coroa. A uretra distal aumenta no interior da
glande do pênis e forma uma abertura
terminal em forma de fenda, o óstio
externo da uretra. Recobrindo a glande
em um pênis não circuncidado está o
frouxamente ajustado prepúcio do pênis.
-A raiz do pênis é a porção de inserção
(porção proximal). Consiste no bulbo do
pênis, a continuação posterior expandida
da base do corpo esponjoso do pênis, e o
ramo do pênis, as duas porções
separadas e cônicas do corpo cavernoso
do pênis. O bulbo do pênis está ligado à
face inferior dos músculos profundos do
períneo e é fechado pelo músculo
bulboesponjoso, um músculo que auxilia
na ejaculação. Cada ramo do pênis se dobra
lateralmente para longe do bulbo do pênis
para se inserir no ísquio e ramo púbico
inferior, e é circundado pelo músculo
isquiocaverno.
-O peso do pênis é suportado por dois
ligamentos que são contínuos com a fáscia
do pênis. O ligamento fundiforme do
pênis surge a partir da parte inferior da
linha alba. O ligamento suspensor do
pênis surge a partir da sínfise púbica.
Vascularização + Inervação:
A vascularização do pênis é feita
principalmente pela artéria pudenda
interna, que se divide em três ramos:
artéria bulbouretral, artéria dorsal e
artéria cavernosa, esta última essencial
para a ereção. A drenagem venosa ocorre
pelas veias dorsal profunda e superficial.
Inervação Somática: pelo nervo pudendo,
responsável pela sensibilidade tátil e prazer.
Inervação Autônoma: fibras simpáticas
(T11-L2), que regulam a fase de emissão do
sêmen, e fibras parassimpáticas (S2-S4),
que promovem a ereção ao aumentar o
fluxo sanguíneo nos corpos cavernosos.
Histologia:
-Os componentes principais do pênis são a
uretra e três corpos cilíndricos de tecido
erétil, sendo todo esse conjunto envolvido
por pele. A maior parte da uretra peniana é
revestida por epitélio pseudoestratificado
colunar, que na glande se transforma em
estratificado pavimentoso. Glândulas
secretoras de muco (glândulas de Littré)
são encontradas ao longo da uretra peniana.
-O prepúcio é uma dobra retrátil de pele que
contém tecido conjuntivo com músculo
liso em seu interior. Glândulas sebáceas
são encontradas na dobra interna e na pele
que cobre a glande.
Tecido erétil do pênis
-Os corpos cavernosos são revestidos por
uma camada resistente de tecido
conjuntivo denso, a túnica albugínea. O
tecido erétil é formado por inúmeros
espaços venosos separados entre si por
trabéculas de tecido conjuntivo e células
musculares lisas.
-A ereção do pênis é um processo
hemodinâmico controlado por impulsos
nervosos do sistema parassimpático que
liberam acetilcolina e óxido nítrico. Essas
substâncias atuam sobre o músculo liso das
artérias do pênis e das trabéculas dos corpos
cavernosos. No estado flácido do pênis, o
fluxo de sangue é pequeno, mantido pelo
tônus intrínseco da musculatura lisa e por
impulsos contínuos de inervação simpática.
PS: Na ereção, estímulos vasodilatadores
do sistema parassimpático causam o
relaxamento da musculatura lisa dos vasos
penianos e dos corpos cavernosos.
Simultaneamente ocorre a inibição de
impulsos vasoconstritores do simpático. A
abertura das artérias penianas e dos espaços
cavernosos aumenta o fluxo de sangue, que
preenche os espaços dos corpos cavernosos,
produzindo a rigidez do pênis. A contração
e o relaxamento do músculo liso dos corpos
cavernosos dependem da taxa intracelular
de cálcio nas células musculares, que é
modulada por monofosfato de guanosina
(GMP). Após a ejaculação e o orgasmo, a
atividade parassimpática é reduzida, e o
pênis volta a seu estado flácido.
ESCROTO:
-O escroto é um saco de pele e fáscia
superficial suspenso para fora da
cavidade abdominopélvica na raiz do
pênis. Ele é coberto por pêlos esparsos e
contém um par de testículos ovais.
-Externamente, o escroto parece uma bolsa
de pele ímpar separada em porções
laterais por uma crista mediana
chamada de rafe do escroto.
Internamente, o septo do escroto divide o
escroto em dois sacos, cada um contendo
um testículo.
-O septo do escroto é constituído por uma
tela subcutânea e tecido muscular
chamado músculo dartos, que é composto
de feixes de fibras de músculo liso. O
músculo dartos também é encontrado na
tela subcutânea do escroto. Associado a
cada testículo no escroto está o músculo
cremaster, várias pequenas bandas de
músculo esquelético que descem como uma
extensão do músculo oblíquo interno do
abdome por meio do funículo espermático
para circundar os testículos.
PS: os espermatozoides viáveis não podem
ser produzidos em abundância na
temperatura corporal interna (37ºC), a
localização superficial do escroto, a qual
fornece uma temperatura cerca de 3ºC mais
baixa, é uma adaptação essencial. Além
disso, o escroto responde a alterações de
temperatura. Quando está frio, os testículos
são puxados para mais perto da parede
aquecida do corpo, e o escroto se torna
menor e muito enrugado, aumentando sua
espessura para reduzir a perda de calor.
Quando está quente, a pele do escroto fica
flácida e solta para aumentar a área de
superfície para o resfriamento (sudorese), e
o testículo desce se afastando do tronco
corporal. Essas alterações na área da
superfície escrotal auxiliam a manter uma
temperatura intra-escrotal razoavelmente
constante e refletem a atividade de dois
grupos de músculos.
Vascularização + Inervação:
O escroto é vascularizado principalmente
pelas artérias pudendas internas e pelas
artérias testiculares. A drenagem venosa é
realizada pelas veias testiculares, que
formam o plexo pampiniforme.
A inervação é fornecida pelos nervos
genitais, que incluem fibras simpáticas e
parassimpáticas.
Histologia:
Camadas do Escroto:
Pele: A pele do escroto é fina e contém
glândulas sudoríparas e sebáceas. É rica
em terminações nervosas, o que contribui
para a sensibilidade.
Tecido Subcutâneo: Abaixo da pele, há
uma camada de tecido adiposo e tecido
conectivo frouxo, que permite a
mobilidade da pele.
Musculatura: O músculo dartos ("coberto
de pele"), uma camada de músculo liso na
fáscia superficial, enruga a pele escrotal. O
músculo cremaster ("suspensório"),
bandas de músculo esqueléticoformadas a
partir do músculo oblíquo interno do
abdome, eleva os testículos.
Fáscia: A fáscia espermática externa
envolve os testículos e é composta por
tecido conectivo denso.
URETRA:
-Nos homens, a uretra é o ducto terminal
compartilhado dos sistemas reprodutivo
e urinário; serve como uma passagem
tanto para o sêmen quanto para a urina.
Medindo aproximadamente 20 cm, passa
através da próstata, dos músculos
profundos do períneo e do pênis; é
subdividida em três partes.
-A parte prostática da uretra mede 2 a 3
cm de comprimento e passa através da
próstata. Conforme esse ducto continua
inferiormente, passa através dos músculos
profundos do períneo, onde é conhecido
como parte membranácea da uretra. A
parte membranácea da uretra mede
aproximadamente 1 cm de comprimento.
Quando esse ducto passa através do corpo
esponjoso do pênis, é conhecido como
parte esponjosa da uretra, que mede
aproximadamente 15 a 20 cm de
comprimento. A parte esponjosa da uretra
termina no óstio externo da uretra.
Vascularização + Inervação:
-Recebe sangue das artérias prostáticas
(uretra prostática), ramos das artérias
pudendas internas e das artérias do bulbo do
pênis (uretra membranosa e esponjosa).
-Inervação Autônoma: Realizada por
fibras simpáticas e parassimpáticas
provenientes do plexo hipogástrico inferior.
Fibras simpáticas atuam na contração do
esfíncter uretral interno, enquanto as
parassimpáticas relaxam esse esfíncter
durante a micção.
-Inervação Somática: Principalmente pelo
nervo pudendo, que controla o esfíncter
uretral externo (voluntário),
proporcionando controle sobre a micção.
Histologia:
Uretra Prostática: epitélio de transição
(semelhante ao da bexiga).
Uretra Membranosa: epitélio colunar
pseudoestratificado.
Uretra Esponjosa: epitélio colunar
pseudoestratificado que se torna epitélio
pavimentoso estratificado na região da
glande.
TESTÍCULOS:
-Os testículos são um par de glândulas
ovais no escroto com aproximadamente 5
cm de comprimento e 2,5 cm de diâmetro.
Cada testículo tem massa de 10 a 15 g.
Vascularização + Inervação:
-As artérias testiculares longas, as quais
são ramos da parte abdominal da aorta que
se dirigem para a pelve, irrigam os
testículos. As veias testiculares que
drenam os testículos originam- se de uma
rede chamada de plexo pampiniforme
("forma de gavinha"), a qual circunda a
porção da artéria testicular que se localiza
dentro do escroto, semelhante a uma
videira.
PS: O plexo pampiniforme absorve calor do
sangue arterial, resfriando-o antes que ele
chegue aos testículos. Assim, esse plexo
fornece uma maneira adicional de manter
os testículos em sua temperatura
homeostática resfriada.
-Os testículos são inervados por ambas as
divisões do sistema neurovegetativo.
Nervos sensoriais associados transmitem
impulsos que resultam em dor pancinante e
náusea quando os testículos são atingidos
com força.
-As fibras nervosas estão localizadas ao
longo dos vasos sanguíneos e linfáticos, em
uma bainha de tecido conjuntivo chamada
de funículo espermático, o qual passa
através do canal inguinal.
Histologia:
-O testículo é circundado por duas
túnicas. A túnica mais externa é a túnica
vaginal, com duas camadas, derivada de
uma projeção do peritônio. Mais
profundamente a essa camada serosa está a
túnica albugínea (tecido conjuntivo
denso) ("casaco branco"), a cápsula fibrosa
do testículo.
-Um septo se estendendo a partir da
túnica albugínea divide o testículo em 250
a 300 lóbulos em forma de cunha, cada um
contendo 1 a 4 túbulos seminíferos
("carreadores de espermatozóides")
contorcidos, as verdadeiras "fábricas de
espermatozóides".
-Cada lóbulo é ocupado por um a quatro
túbulos seminíferos, que se alojam como
novelos envolvidos por um tecido
conjuntivo frouxo rico em vasos
sanguíneos e linfáticos, nervos e células
intersticiais (células de Leydig).
-A parede dos túbulos seminíferos é
formada por epitélio germinativo ou
epitélio seminífero, o qual é envolvido
por uma lâmina basal e por uma bainha
de tecido conjuntivo. O tecido conjuntivo,
por sua vez, é formado por fibroblastos, e
sua camada mais interna, aderida à
lâmina basal, é formada por células
mioides achatadas e contráteis e que têm
características de células musculares lisas.
-O epitélio seminífero é formado por duas
populações distintas de células: as células
de Sertoli (junções oclusivas unem células
sustentaculares vizinhas. Estas junções
formam uma obstrução conhecida como
barreira hematotesticular, porque as
substâncias devem passar primeiro pelas
células sustentaculares antes de poderem
alcançar o espermatozoide em
desenvolvimento.) e as células que
constituem a linhagem espermatogênica.
Essas duas populações têm morfologia,
origem embriológica e funções bastante
distintas.
-Em direção ao lúmen do túbulo
seminífero contorcido estão camadas de
células progressivamente mais maduras.
Da menor para a maior maturidade estão os
espermatócitos primários, espermatócitos
secundários, espermátides e
espermatozoides. Depois que um
espermatozoide é formado, ele é liberado
para o lúmen do túbulo seminífero.
SISTEMA DE DUCTOS MASCULINO
-Os espermatozóides viajam dos testículos
para o exterior do corpo por meio de um
sistema de ductos. Em ordem (proximal a
distal), os ductos acessórios são o
epidídimo, os dúctulos eferentes, o ducto
ejaculatório e a uretra:
EPIDÍMIO:
-O epidídimo é um órgão em forma de
vírgula de aproximadamente 4 cm de
comprimento que fica ao longo da margem
posterior de cada testículo. Cada
epidídimo consiste principalmente em
ductos do epidídimo bem enrolados. Os
ductos eferentes do testículo se unem aos
ductos do epidídimo na parte maior e
superior do epidídimo, chamada de cabeça
do epidídimo. O corpo do epidídimo é a
parte média estreita, e a cauda do
epidídimo é a parte inferior menor. Na
sua extremidade distal, a cauda do
epidídimo continua como o ducto
deferente. Os ductos do epidídimo
mediriam aproximadamente 6 m de
comprimento se fossem desenrolados.
- Funcionalmente, o epidídimo é o local de
maturação dos espermatozoides, processo
pelo qual o espermatozoide adquire
motilidade e a capacidade de fertilizar um
óvulo, também ajuda a impulsionar os
espermatozoides pelos ductos deferentes
durante a excitação sexual, pela contração
peristáltica do seu músculo liso. Além
disso, o epidídimo armazena
espermatozoides, que permanecem viáveis
aqui por até vários meses. Qualquer
espermatozoide armazenado que não seja
ejaculado durante esse período de tempo é,
por fim, reabsorvido.
Vascularização + Inervação:
-A vascularização do epidídimo é
principalmente fornecida pela artéria
epididimal, que é uma ramificação da
artéria testicular. A artéria testicular
origina-se da aorta abdominal e desce pelo
cordão espermático, onde se ramifica em
várias artérias menores que irrigam o
epidídimo. Além disso, a artéria
deferencial, que é uma ramificação da
artéria vesical inferior, também contribui
para a vascularização do epidídimo.
-O sangue venoso do epidídimo é drenado
pelas veias epididimárias, que se juntam
às veias testiculares, formando o plexo
pampiniforme.
-A inervação do epidídimo é realizada por
fibras nervosas simpáticas e
parassimpáticas. As fibras simpáticas
provêm do plexo hipogástrico e estão
associadas à função contrátil do epidídimo
durante a ejaculação. As fibras
parassimpáticas, que têm origem no
nervo vago e nos nervos sacrais, estão
envolvidas na regulação do fluxo sanguíneo
e na modulação da secreção epididimal.
Histologia;
-São revestidos por epitélio
pseudoestratificado, composto de células
basais arredondadas e de células colunares,
e circundados por camadas de músculo
liso. As superfícieslivres das células
cilíndricas contêm estereocílios, que
apesar de seu nome são microvilosidades
longas e ramificadas (não cílios) que
aumentam a área de superfície para a
reabsorção de espermatozoides
degenerados.
DUCTOS DEFERENTES:
-No interior da cauda do epidídimo, o
ducto do epidídimo torna-se menos
enrolado e o seu diâmetro aumenta.
Além deste ponto, o ducto é conhecido
como ducto deferente O ducto deferente,
que mede aproximadamente 45 cm de
comprimento, ascende ao longo da
margem posterior do epidídimo através
do funículo espermático e, em seguida,
entra na cavidade pélvica. Ele contorna o
uretra e passa lateralmente e desce pela face
posterior da bexiga urinária. A parte
terminal dilatada do ducto deferente é a
ampola.
-O funículo espermático é uma estrutura
de suporte do sistema genital masculino que
ascende a partir do escroto. Ele consiste na
porção do ducto deferente que ascende
através do escroto.
Vascularização + Inervação:
-Artéria do Ducto Deferente: É um ramo
da artéria vesical superior, que se dirige ao
ducto deferente, fornecendo suprimento
sanguíneo. Artéria Testicular: Embora
não seja a principal fonte de irrigação,
contribui indiretamente através de ramos
que podem anastomosar com a artéria do
ducto deferente.
-As veias do ducto deferente formam o
plexo pampiniforme, que drena para a veia
testicular, posteriormente drenando na veia
cava inferior (do lado direito) ou na veia
renal esquerda (do lado esquerdo).
Histologia:
-Os ductos deferentes são caracterizados
por um lúmen estreito e uma espessa
camada de músculo liso. Sua mucosa
forma dobras longitudinais e, ao longo da
maior parte de seu trajeto, é coberta de um
epitélio colunar pseudoestratificado com
estereocílios. A lâmina própria da
mucosa compreende tecido conjuntivo
rico em fibras elásticas, e a camada
muscular consiste em camadas
longitudinais internas e externas
separadas por uma camada circular. O
músculo liso participa do transporte do
sêmen durante a ejaculação por meio de
contrações peristálticas.
-A porção final do ducto deferente é
dilatada, chamada ampola, na qual o
epitélio é mais espesso e muito
pregueado.
DUCTO EJACULATÓRIO:
-Cada ducto ejaculatório mede
aproximadamente 2 cm de comprimento e é
formado pela união do ducto da glândula
seminal e a ampola do ducto deferente.
Os curtos ductos ejaculatórios formam-se
imediatamente superiores à base (parte
superior) da próstata e passam inferior e
anteriormente através da próstata. Eles
terminam na parte prostática da uretra, onde
ejetam os espermatozoides e secreções
das glândulas seminais pouco antes da
liberação do sêmen da uretra para o
exterior.
Vascularização + Inervação:
-Artéria Seminal: Ramo da artéria vesical
inferior, que irriga a próstata e as vesículas
seminais, contribuindo para a
vascularização do ducto ejaculatório.
Artéria Prostática: Também fornece
ramos que irrigam a região do ducto
ejaculatório.
A drenagem venosa é realizada por veias
que acompanham as artérias, formando
plexos que se conectam às veias prostáticas
e vesicais.
GLÂNDULAS SEXUAIS
ACESSÓRIAS ↠ Os ductos do sistema
genital masculino armazenam e
transportam os espermatozoides, mas as
glândulas sexuais acessórias secretam a
maior parte da porção líquida do sêmen. As
glândulas sexuais acessórias incluem as
glândulas seminais, a próstata e as
glândulas bulbouretrais:
GLÂNDULAS SEMINAIS
-O par de glândulas seminais são
estruturas enroladas em forma de bolsa
que medem aproximadamente 5 cm de
comprimento e se encontram
posteriormente à base da bexiga urinária
e anteriormente ao reto.
-Por meio dos ductos das glândulas
seminais, elas secretam um líquido
viscoso alcalino que contém frutose (um
açúcar monossacarídio), prostaglandinas
e proteínas de coagulação, que são
diferentes das do sangue. A natureza
alcalina do líquido seminal ajuda a
neutralizar o meio ácido da uretra
masculina e do sistema genital feminino,
que de outro modo inativariam e matariam
os espermatozoides.
-A frutose é utilizada para a produção de
ATP pelos espermatozoides. As
prostaglandinas contribuem para a
mobilidade e a viabilidade dos
espermatozoides e podem estimular as
contrações do músculo liso no sistema
genital feminino. As proteínas de
coagulação ajudam o sêmen a coagular
após a ejaculação. O líquido secretado pelas
glândulas seminais normalmente constitui
aproximadamente 60% do volume do
sêmen.
PRÓSTATA:
-A próstata é uma glândula única em
forma de rosca, aproximadamente do
tamanho de uma bola de golfe. Ela mede
cerca de 4 cm de um lado a outro,
aproximadamente 3 cm de cima a baixo, e
cerca de 2 cm de anterior a posterior.
-Encontra-se inferiormente à bexiga
urinária e circunda a parte prostática da
uretra. A próstata aumenta de tamanho
lentamente desde o nascimento até a
puberdade. Em seguida, se expande
rapidamente até aproximadamente os 30
anos de idade; após esse período, seu
tamanho normalmente permanece estável
até os 45 anos, quando podem ocorrer
novos aumentos.
-A próstata secreta um líquido leitoso e
ligeiramente ácido (pH de
aproximadamente 6,5) que contém diversas
substâncias:
➢ O ácido cítrico do líquido prostático é
usado pelos espermatozoides para a
produção de ATP por meio do ciclo de
Krebs.
➢ Várias enzimas proteolíticas, como o
antígeno prostático específico (PSA),
pepsinogênios, lisozima, amilase e
hialuronidase, que por fim quebram as
proteínas de coagulação das glândulas
seminais.
➢ A função da fosfatase ácida secretada
pela próstata é desconhecida.
➢ A plasmina seminal do líquido
prostático é um antibiótico que pode
destruir as bactérias. A plasmina seminal
pode ajudar a diminuir a quantidade de
bactérias que ocorrem naturalmente no
sêmen e no sistema genital inferior da
mulher. As secreções da próstata entram na
parte prostática da uretra por meio de
diversos canais prostáticos. As secreções
prostáticas constituem aproximadamente
25% do volume do sêmen e contribuem
para a motilidade e viabilidade dos
espermatozoides.
Vascularização + Inervação:
-Artéria Prostática: Principal fonte de
irrigação da próstata, originando-se da
artéria vesical inferior, que é um ramo da
artéria ilíaca interna.
Artérias Seminais: Ramo da artéria
vesical superior, que também contribui para
a vascularização das vesículas seminais e
pode fornecer ramos à próstata.
Artéria Retal Média: Em alguns casos,
pode fornecer ramos adicionais para a
irrigação prostática.
-As veias prostáticas drenam para o plexo
venoso prostático, que se conecta às veias
vesicais e posteriormente drena na veia
ilíaca interna. O plexo venoso prostático
também se comunica com o plexo
pampiniforme, facilitando a drenagem
venosa.
-A inervação simpática da próstata
provém dos gânglios lombares e sacrais,
especificamente através do plexo
hipogástrico inferior. Os nervos
simpáticos controlam a contração da
musculatura lisa da próstata e influenciam a
secreção prostática durante a ejaculação.
-A inervação parassimpática é mediada
pelos nervos pélvicos (S2-S4), que
desempenham um papel importante na
regulação da função glandular e na
facilitação da ereção, contribuindo para a
resposta sexual masculina.
-A próstata também recebe inervação
sensitiva, que é crucial para a percepção da
dor e outras sensações. Essa inervação é
realizada por fibras nervosas que se
conectam ao plexo hipogástrico e aos
nervos pélvicos.
Histologia:
-A próstata é um conjunto de 30 a 50
glândulas tubuloalveolares ramificadas que
envolvem a porção da uretra chamada
uretra prostática.
-A próstata é envolvida por c uma cápsula
de tecido conjuntivo e músculo liso.
Septos saem dessa cápsula e penetram na
glândula, dividindo-a emlóbulos, que não
são facilmente percebidos em um adulto. A
próstata tem três zonas distintas: a zona
central (cerca de 25% do volume da
glândula), a zona de transição e a zona
periférica (cerca de 70% da glândula). Os
ductos das glândulas terminam na uretra
prostática.
-As glândulas da próstata são formadas por
um epitélio cuboide alto ou
pseudoestratificado colunar. São
envolvidas por tecido conjuntivo e
músculo liso. Pequenos corpos esféricos
formados por glicoproteínas, medindo de
0,2 a 2 mm de diâmetro e frequentemente
calcificados, são comumente observados no
lúmen de glândulas da próstata de adultos.
São chamados concreções prostáticas ou
corpora amylacea. Sua quantidade
aumenta com a idade, porém seu
significado não é conhecido.
GLÂNDULAS BULBORETRAIS:
-O par de glândulas bulbouretrais mede
aproximadamente o tamanho de ervilhas.
Elas se encontram inferiormente à
próstata em ambos os lados da parte
membranácea da uretra, no interior dos
músculos profundos do períneo, e seus
ductos se abrem para dentro da parte
esponjosa da uretra.
-Durante a excitação sexual, as glândulas
bulbouretrais secretam um líquido
alcalino na uretra que protege os
espermatozoides que passam a
neutralizar os ácidos da urina na uretra.
Também secretam um muco que lubrifica
a ponta do pênis e a túnica mucosa da
uretra, diminuindo a quantidade de
espermatozoides danificados durante a
ejaculação. Alguns homens liberam uma ou
duas gotas de muco durante a estimulação
sexual e a ereção. Esse líquido não contém
espermatozoide.
Vascularização + Inervação:
-A vascularização das glândulas
bulbouretrais é feita por ramos das
artérias pudendas internas, que são
responsáveis pela irrigação da região
perineal e das estruturas associadas ao trato
urogenital. A drenagem venosa ocorre por
meio de veias correspondentes, que
drenam para o plexo venoso
periprostatico e, posteriormente, para as
veias ilíacas internas.
-A inervação das glândulas bulbouretrais é
dada principalmente por fibras do
sistema nervoso autônomo, com
destaque para os nervos do plexo
prostático (ramificações do plexo pélvico).
As fibras simpáticas e parassimpáticas
controlam a secreção glandular, sendo que
a atividade parassimpática, derivada dos
nervos esplâncnicos pélvicos, estimula a
secreção de fluido para a lubrificação da
uretra antes da ejaculação.
Histologia:
-As glândulas bulbouretrais são glândulas
tubuloalveolares compostas por epitélio
colunar ou cúbico simples, que secretam
mucina. Elas são formadas por lóbulos
rodeados por uma cápsula de tecido
conjuntivo, e os ductos glandulares drenam
o conteúdo para a uretra.
ESPERMATOGÊNESE:
-Nos seres humanos, a espermatogênese
leva de 65 a 75 dias. Começa com a
espermatogônias, que contêm o número
diploide (2n) de cromossomos. As
espermatogônias são tipos de células-
tronco; quando sofrem mitose, algumas
espermatogônias permanecem próximo da
membrana basal dos túbulos seminíferos
em um estado não-diferenciado, para servir
como um reservatório de células para a
divisão celular futura e subsequente
produção de espermatozoides.
-O restante das espermatogônias perde
contato com a membrana basal, espreme-
se através das junções oclusivas da barreira
hematotesticular, sofre alterações de
desenvolvimento e diferencia-se em
espermatócitos primários.
PS; As células-filhas podem seguir dois
caminhos: continuar se dividindo,
mantendo-se como células-tronco de outras
espermatogônias (chamadas
espermatogônias de tipo A), ou
diferenciarem-se durante sucessivos ciclos
de divisão mitótica para se tornar
espermatogônias de tipo B.
-Os espermatócitos primários, como as
espermatogônias, são diploides (2n); ou
seja, contêm 46 cromossomos. Pouco
depois de se formar, cada espermatócito
primário replica seu DNA e então
começa a meiose.
-Na meiose I, pares de cromossomos
homólogos se alinham na placa
metafásica, e ocorre o crossing-over
(promove a troca de segmentos de DNA
entre cromátides não-irmãs de
cromossomos homólogos. Esse evento cria
novas combinações de alelos, aumentando
a diversidade genética dos gametas
formados). Em seguida, o fuso meiótico
puxa um cromossomo (duplicado) de
cada par para um polo oposto da célula
em divisão.
-As duas células formadas pela meiose I
são chamadas de espermatócitos
secundários. Cada espermatócito
secundário tem 23 cromossomos, o
número haploide (n). Cada cromossomo
dentro de um espermatócito secundário, no
entanto, é constituído por 2 cromátides (2
cópias do DNA) ainda ligadas por um
centrômero. Não há replicação de DNA
nos espermatócitos secundários.
-Na meiose II, os cromossomos se
alinham em fila indiana ao longo da
placa metafásica, e as duas cromátides de
cada cromossomo se separam. As quatro
células haploides resultantes da meiose II
são chamadas de espermátides. Portanto,
um único espermatócito primário
produz quatro espermátides por meio de
dois episódios de divisão celular (meiose I
e meiose II).
-Durante a espermatogênese ocorre um
processo único. Conforme as células
espermatogênicas proliferam, elas não
conseguem completar a separação
citoplasmática (citocinese). As células
permanecem em contato por meio de pontes
citoplasmáticas ao longo de todo o seu
desenvolvimento. Este padrão de
desenvolvimento provavelmente é
responsável pela produção sincronizada de
espermatozoides em qualquer área do
túbulo seminífero. Também pode ser
importante para a sobrevivência de metade
dos espermatozoides contendo um
cromossomo X e metade contendo um
cromossomo Y. O cromossomo X maior
pode transportar os genes necessários para
a espermatogênese que estão faltando no
cromossomo Y menor.
-A fase final da espermatogênese, a
espermiogênese, consiste no
desenvolvimento de espermátides
haploides em espermatozoides. Não
ocorre divisão celular na espermiogênese;
cada espermátide se torna um
espermatozoide único. Durante este
processo, as espermátides esféricas se
transformam no espermatozoide delgado
e alongado. Um acrossomo forma-se no
topo do núcleo, que se condensa e se
alonga, um flagelo se desenvolve, e as
mitocôndrias se multiplicam.
-As células sustentaculares (Sertoli)
eliminam o excesso de citoplasma que se
desprende. Por fim, os espermatozoides
são liberados de suas conexões com as
células sustentaculares, em um evento
conhecido como espermiação. O
espermatozoide então entra no lúmen do
túbulo seminífero. O líquido secretado
pelas células sustentaculares “empurra”
os espermatozoides ao longo de seu
caminho em direção aos ductos dos
testículos. Neste momento, os
espermatozoides ainda não conseguem se
deslocam sozinhos.
CONTROLE HORMONAL DA
FUNÇÃO TESTICULAR
-Embora os fatores de iniciação sejam
desconhecidos, na puberdade,
determinadas células neurosecretoras do
hipotálamo aumentam a sua secreção de
hormônio liberador de gonadotropina
(GnRH). Este hormônio estimula, por sua
vez, os gonadotropos na adenohipófise a
aumentar sua secreção de duas
gonadotropinas.
-O LH estimula as células intersticiais
que estão localizadas entre os túbulos
seminíferos a secretar o hormônio
testosterona.
-A testosterona, via feedback negativo,
suprime a secreção de LH pelos
gonadotropos da adeno-hipófise e suprime
a secreção de GnRH pelas células
neurossecretoras do hipotálamo.
-Em algumas células-alvo, como aquelas
dos órgãos genitais externos e da próstata,
a enzima 5-alfarredutase converte a
testosterona em outro androgênio,
chamado di-hidrotestosterona (DHT).
-O FSH atua indiretamente ao estimular
a espermatogênese. O FSH e a
testosterona atuam sinergicamente nas
células sustentaculares estimulando a
secreção da proteína de ligação a
androgênios (ABP) no lúmen dos túbulos
seminíferose no líquido intersticial em
torno das células espermatogênicas. A ABP
se liga à testosterona, mantendo a sua
concentração elevada. A testosterona
estimula as etapas finais da
espermatogênese nos túbulos
seminíferos. Uma vez alcançado o grau de
espermatogênese necessário para as
funções reprodutivas masculinas, as
células sustentaculares liberam inibina,
um hormônio proteico assim chamado
por inibir a secreção de FSH pela adeno-
hipófise.
Fisiologia da Ereção (Segundo
Silverton)
1. Estimulação Sexual: Silverton
descreve que o processo da ereção é
iniciado pela estimulação sensorial
ou psicológica, com ativação dos
centros nervosos no sistema
parassimpático. Essa estimulação
ativa a liberação de óxido nítrico
(NO), um neurotransmissor
essencial para o início do processo.
2. Dilatação Arterial: O óxido nítrico
causa a dilatação das artérias
cavernosas do pênis, como descrito
por Silverton. Esse efeito de
vasodilatação ocorre por meio da
ativação da guanosina
monofosfato cíclica (GMPc), que
relaxa o músculo liso das paredes
arteriais, permitindo um maior
influxo de sangue para o tecido
erétil.
3. Enchimento dos Corpos Eréteis:
Silverton explica que o aumento do
fluxo sanguíneo leva ao enchimento
dos corpos cavernosos e do corpo
esponjoso, estruturas que
sustentam o pênis, resultando em
seu alongamento e rigidez.
4. Compressão Venosa: Com o
enchimento dos corpos eréteis, as
veias que drenam o sangue do pênis
são comprimidas contra a túnica
albugínea, limitando o fluxo de
saída e mantendo a ereção. A autora
salienta que esse mecanismo de
"trava" é fundamental para manter a
rigidez durante a ereção até o
momento da ejaculação.
Fisiologia da Ejaculação (Segundo
Silverton)
1. Controle Simpático: Segundo
Silverton, a ejaculação é
desencadeada pelo sistema nervoso
simpático, o que provoca a fase de
emissão, onde o sêmen é
transportado para a uretra
prostática. Isso é regulado pelo
centro ejaculatório localizado na
medula espinhal (T12-L2).
2. Contração Muscular: Na fase de
emissão, Silverton descreve as
contrações coordenadas dos ductos
deferentes, vesículas seminais e
próstata. Essas contrações
empurram o sêmen para a uretra
posterior, preparando-o para a fase
de expulsão.
3. Expulsão do Sêmen: Na fase de
expulsão, o sêmen é ejaculando pela
uretra com contrações rítmicas dos
músculos do assoalho pélvico e do
esfíncter uretral externo. Silverton
destaca que essas contrações são
rápidas e intensas, facilitando a
saída do sêmen.
Fisiologia da Ereção (Segundo Silverton)
Fisiologia da Ejaculação (Segundo Silverton)