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ENXAGUATÓRIOS BUCAIS Faculdade de Ciências Odontológicas Raissa Durães Nathane Lopes Thaina Rocha Isadora Almeida Levi Augusto Joao Pedro Lima Gabrielly Almeida Natalia Mendes EQUIPE: PROFESSORA: Vanessa Cristiane Araujo Oliveira O QUE É? O Enxaguatório ou Enxaguante bucal é um complemento a higiene bucal diária. É importante saber que NÃO substitui a escovação ou o fio dental! Atuam como complemento para alcançar regiões onde a escova não alcança ou para casos de tratamentos onde são indicados pelos dentistas. ENXAGUATÓRIOS BUCAIS CONTENDO SUBSTÂNCIAS ANTIMICROBIANAS: Não substituem a higienização bucal. Não eliminam biofilme já formado; é necessário desorganizar o biofilme previamente. Contraindicados para crianças menores de 7 anos . Devem ser usados apenas com recomendação profissional. Contêm diferentes princípios ativos, direcionados a tipos específicos de doenças. Podem ter efeitos adversos, que serão considerados na prescrição. Exigem posologia correta. Antes da escolha do enxaguatório, é preciso considerar, não só os dados de eficácia (beneficios), mas, também, os possíveis aspectos negativos da prescrição: Toxicidade aguda (ingestão de grande quantidade, de uma só vez). Toxicidade crônica (ingestão crônica de pequenas quantidades). Efeitos adversos inerentes ao princípio ativo. Efeitos adversos de outros componentes da formulação. Possíveis reações alérgicas. E O ÁLCOOL EM ALGUNS ENXAGUATÓRIOS? O álcool em enxaguatórios é usado como solvente ou conservante. Embora uma revisão não tenha encontrado relação entre seu uso e câncer de orofaringe, pode causar irritação, especialmente em pessoas com mucosas sensíveis ou xerostomia (Gandini et al. 2012). Não há evidências de que cause ressecamento bucal. É contraindicado para crianças e pacientes com histórico de alcoolismo. Deve ser evitado em quem tem restaurações de resina ou cimentos resinosos, pois pode deteriorar esses materiais. ALGUNS EXEMPLOS: Exemplos de produtos contendo álcool, na composição original (alguns fabricantes não especificam a concentração): Listerine Cool Mint (21,6%) Cepacol (14%) Periodefense e Periogard com álcool (11,6%) O uso indiscriminado de enxaguatórios pode comprometer restaurações estéticas, especialmente os que têm pH ácido. Produtos não fluoretados com alta acidez são mais difíceis de neutralizar pela saliva, aumentando o risco de erosão dental. Embora o pH baixo em enxaguatórios fluoretados favoreça a formação de depósitos de CaF2, ainda faltam estudos clínicos que comprovem esse benefício. Além disso, enxaguatórios ácidos ou com lauril sulfato de sódio, quando usados antes da escovação, podem desgastar o esmalte e reduzir a eficácia do flúor no combate à cárie. PH: Exemplos de produtos comerciais e valores de pH : 01 02 03 Listerine - pH 4,1 Listerine Anticárie e Listerine Cuidado Total Zero - 4,3 Orthogard - 4,45 ENXAGUATÓRIOS COM CLOREXIDINA: A clorexidina é bactericida em altas concentrações e bacteriostática em baixas, com amplo espectro de ação (Gram+/- e antifúngica). Liga-se a sítios negativos na boca e à membrana microbiana, prolongando seu efeito. Indicações: pós-operatórios cirúrgicos, tratamento periodontal, prevenção de mucosites, comprometimento motor, pré-procedimentos odontológicos, e em pacientes hospitalizados para prevenir pneumonia. Efeitos adversos: pigmentação dentária, alteração de paladar, irritação, sensação de boca seca e aumento do tártaro. Uso: 10-15 ml por 60 segundos, 2x/dia, por 1 a 4 semanas. Enxaguar bem antes do uso devido a interações com certos dentifrícios. Outros: Baixa toxicidade, efetiva contra biofilme e gengivite, mas limitada para periodontite e cáries. Também reduz halitose. ENXAGUATÓRIOS COM CLOREXIDINA: ENXAGUATÓRIOS COM ÓLEOS ESSENCIAIS: Os óleos essenciais são amplamente usados na Odontologia devido ao seu amplo espectro de ação, atuando por meio da desorganização da membrana celular. A fórmula que mais apresenta estudos clínicos é a do Listerine (Original/Cool Mint). Embora tenha eficácia moderada no controle de biofilme, seu efeito anti- inflamatório proporciona uma ação antigengivite semelhante à clorexidina. Em relação a formulação, tradicionalmente o Listerine contém mais de 20% de álcool para dissolução dos óleos essenciais, mas versões sem álcool já foram desenvolvidas, usando emulsificantes como lauril sulfato de sódio e propilenoglicol. - Exemplos de indicações: Esses enxaguantes são Indicados como complemento ao controle mecânico do biofilme, é útil na prevenção e tratamento da gengivite,na manutenção de pacientes pós-tratamento periodontal. - Efeitos adversos: alteração no paladar, sensação de ardência bucal,possível erosão dental devido ao seu Ph ácido(4,1). - Modo de usar: fazer bochechos por 30 segundos, com 20 ml do produto puro, 2x/d, após a escovação. ENXAGUATÓRIOS COM ÓLEOS ESSENCIAIS: O cloreto de cetilpiridínio (CPC) é um composto com alta capacidade antibacteriana, mas sua eficácia clínica é inferior à da clorexidina e dos óleos essenciais devido à rápida inativação na cavidade oral. Para melhorar sua ação, algumas fórmulas aumentaram a concentração para 0,07% e adicionaram sais de zinco, o que mostrou melhores resultados, inclusive no controle da halitose. ENXAGUATÓRIOS COM CLORETO DE CETILPIRIDÍNIO : Efeitos adversos: pode causar pigmentação de dentes e ardência em pessoas com sensibilidade. Modo de usar: bochechar 15-20 ml de produto puro por 30 segundos a 1 minuto, 2x/dia. Não engolir e evitar enxaguar a boca após o uso. Deve-se enxaguar com água se usado logo após a escovação. Também é indicado para reduzir a carga microbiana antes de procedimentos odontológicos. ENXAGUATÓRIOS COM CLORETO DE CETILPIRIDÍNIO : O uso de enxaguatórios bucais antes do atendimento odontológico é recomendado para reduzir a quantidade de microrganismos no aerossol. A eficácia do antimicrobiano é importante, mas seu efeito residual durante o procedimento também é crucial. Os produtos mais comuns são os que contêm clorexidina (CHX) ou cloreto de cetilpiridínio (CPC). ENXAGUATÓRIOS BUCAIS ANTES DO ATENDIMENTO EM CONSULTÓRIO: No início da pandemia de COVID-19, bochechos com peróxido de hidrogênio (1% a 1,5%) foram sugeridos pela sua ação virucida. No entanto, análises posteriores mostraram que, embora a carga viral na saliva diminua, ocorre rápida recontaminação devido à presença de vírus nas glândulas salivares e secreções. Apesar disso, o peróxido de hidrogênio ainda é parte de alguns protocolos de biossegurança, como os da ADA. Observação: Enxaguatórios com peróxido de hidrogênio têm pH ácido (3,5 a 4) e podem irritar a mucosa, sendo contraindicados para uso contínuo. Exemplos comerciais incluem Safe Smile FGM e Listerine Whiten. ENXAGUATÓRIOS BUCAIS ANTES DO ATENDIMENTO EM CONSULTÓRIO: Os enxaguatórios bucais aumentam a retenção de fluoreto no biofilme e formam depósitos de CaF2 no esmalte e dentina, sendo mais eficazes em tecidos desmineralizados. O pH ácido favorece a reatividade do fluoreto, mas mais estudos são necessários para comprovar benefícios clínicos. Esses enxaguatórios são indicados para pacientes que precisam de mais fluoreto, como usuários de aparelhos ortodônticos ou com Doença do Refluxo Gastroesofágico. Não devem ser utilizados por crianças abaixo de 7 anos, e seu efeito é modesto em pacientes que já usam dentifrício fluoretado, o que exige prescrição individualizada. ENXAGUATÓRIOS ANTICÁRIE (SOLUÇÕES FLUORETADAS): Concentrações recomendadas: Uso diário: 226 ppm (NaF 0,05%). Uso semanal: 900 ppm (NaF 0,2%). Modo de uso: Bochechar 10 ml (crianças) a 20 ml (adultos) por 1 minuto, sem engolir ou enxaguar; preferencialmente à noite. Existem produtos só com fluoreto e outros que combinam fluoretos com agentes antimicrobianos. Alguns fabricantes recomendam o uso 2x/dia para produtos com menor concentração de fluoreto, sem evidência clínica de eficácia equivalente. ENXAGUATÓRIOS ANTICÁRIE (SOLUÇÕES FLUORETADAS): REFERÊNCIAS: CARVALHOMD, TABCHOURY CM, CURY JA, TOLEDO S, NOGUEIRA-FILHO GR. Impact of mouthrinses on morning bad breath in healthy subjects. J Clin Periodont, 2004, 31(2): 85-90. Doi: 10.1111/j.0303-6979.2004.00452.x. DEL BEL CURY AA, REBELO MAB, CURY JA. Efeito do bochecho com clorexidina (CH) e flúor (F) na redução de formação de placa dental e incorporação de flúor no esmalte dental. Rev Bras Odontol, 1994, 51: 26-9 DELGADO AJ, RIBEITO APD, QUESADA A, RODRIGUES LE, HERNANDEZ R, WYNKOOP B, DILBONE DA. Potential erosive effect of mouthiness on enamel and dentin. J Dent, 2018, 66(3): 75-9. file:///C:/Users/waldi/Desktop/DENTIFRI%CC%81CIOS-E-ENXAGUATO%CC%81RIOS- BUCAIS-Final%20(1).pdf Obrigado!Obrigado!