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<p>Todo mundo ama um dia</p><p>Todo mundo chora</p><p>Um dia a gente chega</p><p>E no outro vai embora.</p><p>Cada um de nós compõe a sua história</p><p>Cada ser em si</p><p>Carrega o dom de ser capaz</p><p>E ser feliz.</p><p>Conhecer as manhas e as manhãs</p><p>O sabor das massas e das maçãs.</p><p>É preciso amor pra poder pulsar</p><p>É preciso paz pra poder sorrir</p><p>É preciso a chuva para florir</p><p>(Tocando em frente - Almir Sater/Renato Teixeira.)</p><p>APRESENTAÇÃO</p><p>A apresentação de uma obra, normalmente, é feita pelo seu autor, que conhece</p><p>melhor do que ninguém a matéria (o quê?), a finalidade (para quê?), a</p><p>justificativa (por quê?), o público-alvo (para quem?) e a metodologia (como?) do</p><p>livro que escreveu.</p><p>Por motivo de Força Maior, entretanto, apresento-lhe esta obra, uma vez que seu</p><p>autor, Antônio Roberto Pavim, ou simplesmente Pavim, partiu para o “andar de</p><p>cima”, tendo sido chamado, provavelmente, para trabalhar em edificações no</p><p>plano sideral. Antes de partir, porém, deixou este livro quase pronto, o qual tive</p><p>a imensa satisfação de estruturar e revisar, em parceria com a arquiteta Maria</p><p>Goretti Cardoso Giaquinto, amiga e colega de trabalho de Pavim, responsável</p><p>pela revisão de mérito e complementação do texto.</p><p>Neste livro, Pavim discorre, de forma prática e despretensiosa, sobre a edificação</p><p>de obras de pequeno porte (residências), traçando um roteiro seguro, que procura</p><p>seguir a ordem sequencial da construção, desde a escolha do terreno e dos</p><p>profissionais até o acompanhamento das etapas de execução: fundação,</p><p>alvenaria, cobertura, pavimentação, revestimento, marcenaria, serralharia,</p><p>vidraçaria, pintura, instalações elétricas, sistemas de automação e checklist para</p><p>recebimento do imóvel.</p><p>O sumário traz, de forma detalhada, o desdobramento de cada uma dessas</p><p>etapas, motivo pelo qual sugiro que você o examine atentamente, para ter a visão</p><p>completa do conjunto da obra, tanto desta aqui, feita de palavras e imagens,</p><p>quanto da obra de concreto e alvenaria, cuja execução, muito em breve, você</p><p>acompanhará, se partir para a construção de sua casa.</p><p>E foi principalmente para você que Pavim dedicou os últimos meses da vida</p><p>dele, escrevendo este livro, com o objetivo de “empoderá-lo”, de transmitir-lhe</p><p>conhecimentos suficientes para participar, opinar, escolher, criticar, enfim, para</p><p>poder acompanhar, ativamente, a construção de sua casa. Para tanto, o conteúdo</p><p>se apresenta com abordagem prática, imagens ilustrativas, linguagem acessível e</p><p>tom prosaico, porém não superficial. Em certas passagens, parece mesmo que</p><p>Pavim está ao nosso lado, conversando conosco, com aquele jeitinho atencioso</p><p>que lhe era tão peculiar.</p><p>A experiência de mais de quatro décadas na construção civil revela-se,</p><p>sobretudo, nas informações precisas e preciosas constantes da seção Dicas do</p><p>Engenheiro; no passo a passo das inúmeras etapas de execução; nas digressões</p><p>históricas, em que ele aproveita para demonstrar a evolução dos materiais e dos</p><p>processos de construção. Cito, como exemplo, o chuveiro de tambor, bem como</p><p>as estacas de madeira, as pedras de cantaria e tantas coisas mais que eu nem</p><p>sabia que existiam. Além de seus conhecimentos em engenharia, Pavim também</p><p>era professor de matemática, o que explica o seu jeitinho didático de discorrer</p><p>sobre o assunto e de demonstrar os cálculos e as continhas.</p><p>De tão didático e minucioso, este manual também é útil para estudantes e</p><p>profissionais da área de construção civil.</p><p>Mais do que um manual prático de construção, este livro nos auxilia na</p><p>edificação de nossa morada interior, com inúmeras lições de resiliência,</p><p>humildade e, principalmente, otimismo. E vamos “simbora” que o engenheiro</p><p>tem pressa!</p><p>Boa jornada e sucesso na empreitada!</p><p>Tatiana de Lima Nóbrega</p><p>(Escritora, revisora e cunhada de Pavim.)</p><p>PREFÁCIO</p><p>Inicialmente este manual foi preparado para você, proprietário de um terreno,</p><p>que quer acompanhar de perto sua obra e conhecer todas as etapas da construção.</p><p>Digo “inicialmente” porque os esclarecimentos e as dicas aqui contidos também</p><p>são úteis aos profissionais da construção civil.</p><p>Claro que você não vai poder dizer que “virou” arquiteto ou engenheiro depois</p><p>de ler tudo, mas terá condições de entender melhor a execução de “sua” obra, o</p><p>que fará com que adquira conhecimento suficiente para valorizar cada operário,</p><p>fornecedor, profissionais envolvidos, bem como cada “centavo” gasto na</p><p>edificação de sua morada.</p><p>O engenheiro Pavim, como todos o chamavam, escreve com a experiência de</p><p>quem passou mais de quarenta anos dedicados à construção civil, construindo</p><p>não apenas casas, mas também condomínios, prédios e edifícios comerciais.</p><p>Foram muitos sonhos realizados para clientes-amigos.</p><p>Seu maior sonho, porém, foi interrompido por um vírus que o “pegou de jeito”,</p><p>de supetão. Deu tempo de escrever, mas não de sentir suas palavras se</p><p>“esparramarem” para o deleite dos amantes de tijolos e concreto.</p><p>Neste manual, suas palavras de “engenheiro com cara de raiz quadrada elevada</p><p>ao cubo” ecoam como se ele estivesse à nossa frente, cafezinho nas mãos, com</p><p>aquele brilho inconfundível nos olhos, que transmitia a ideia de que “comigo a</p><p>coisa vai”, explicando “tintim por tintim” cada etapa. Nunca nenhum cliente teve</p><p>dúvidas disso, principalmente porque chegavam por meio de outros clientes</p><p>satisfeitos, num “boca a boca” que, mesmo em época de redes sociais digitais,</p><p>nunca deixou de funcionar.</p><p>Às vezes, as explicações seguiam noite adentro, regadas a sucos de cajá, bolo de</p><p>rolo e outras iguarias que Pavim adorava. Quantas reuniões, quantas explicações</p><p>fossem necessárias, lá estavam os esclarecimentos, para não restar dúvida por</p><p>que seria feito de um jeito em vez de outro: o melhor para a qualidade da obra e</p><p>para o “escorpião” habitante do bolso do cliente. Coisas do Pavim...</p><p>Engenheiro de raciocínio extremamente detalhista, não tinha “papas na língua”</p><p>para “puxar a orelha” do arquiteto quando achava que algo não ia ficar bom ou</p><p>que não ia dar certo (se desse certo, ele fazia). Se tinha como ser resolvido,</p><p>pronto: resolvia. A teimosia desse “engenheiro com cara de raiz quadrada</p><p>elevada ao cubo”, de linguajar da “sua época”, certamente convencia quem</p><p>quisesse aprender um pouco (ou muito) mais.</p><p>O vírus “com nome de chuveiro” derrubou o engenheiro amigo, atencioso,</p><p>teimoso, brabo, mas extremamente bondoso, prestativo, chorão; o engenheiro do</p><p>tipo “amem ou odeiem” que, no final das contas, conquistava pelo imenso desejo</p><p>de fazer direito – não porque era o seu jeito, e sim porque era o jeito certo de</p><p>fazer, até provas em contrário.</p><p>Fez muitos amigos nas várias equipes que “capitaneou” ao longo dos anos,</p><p>incluindo os arquitetos e os engenheiros com quem trabalhou no período</p><p>dedicado à engenharia do Banco do Brasil. Brigou para vencer o vírus, mas</p><p>certamente a “briga foi vencida” porque ele seria muito mais necessário no lugar</p><p>para onde foi - seu tempo não foi e nem será em vão!</p><p>Um pouquinho da experiência dele está aqui, registrada no cansaço do final do</p><p>dia, dormindo tarde e pouco, acordando “com as galinhas”, empolgado, como se</p><p>estivesse com a pressa de quem antevê como o tempo é extremamente curto,</p><p>quando o Criador quer chamar para perto dEle.</p><p>Deixou um texto que, para quem teve o prazer de conhecê-lo, é “a cara dele”,</p><p>com o seu jeitinho pacientemente explicativo, que discorria – se deixassem - por</p><p>horas, externando todo o amor pela profissão tão bem exercida.</p><p>Realizou muitos sonhos, nas inúmeras obras que executou por esse “Brasilzão”</p><p>afora, como gostava de dizer, e fez dos clientes e parceiros amigos para o resto</p><p>de sua vida.</p><p>Um beijo e um queijo para todos! É o que diria aqui, com certeza!</p><p>Maria Goretti Cardoso Giaquinto</p><p>(Arquiteta, parceira profissional e amiga de Pavim.)</p><p>SUMÁRIO</p><p>Capa</p><p>Folha de Rosto</p><p>Créditos</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>1. A ESCOLHA DO TERRENO: QUE DEVEMOS SABER?</p><p>2. A ESCOLHA DOS PROFISSIONAIS: ELABORAÇÃO DOS PROJETOS</p><p>2.1. Arquiteto: profissional responsável pelo projeto arquitetônico</p><p>2.2. Escritório de arquitetura: profissionais responsáveis pelo projeto</p><p>arquitetônico</p><p>2.3. Escritórios responsáveis pelos projetos</p><p>cimento queimado e vai por aí</p><p>afora...</p><p>As “provas” geralmente acontecem após escolhidas as cores nas lojas de tintas e</p><p>depois de aplicadas em um trecho da parede, para que o arquiteto auxilie nas</p><p>combinações - é preciso um pouco de paciência para que as escolhas realmente</p><p>agradem você.</p><p>Fonte: arquivo pessoal.</p><p>Escolher as cores é difícil....tenha calma.</p><p>O mais difícil é quando se consulta toda a família: um escolhe, o outro muda;</p><p>nova escolha, nova mudança... Ufa! Mas, uma vez aprovadas as cores, elas são</p><p>remetidas à loja que produzirá a textura ou a cor escolhida. Quando produzidas,</p><p>deverão ser enviadas amostras à obra, para aplicação de protótipo, com a</p><p>verificação de aderência com a cor enviada para a fábrica. Geralmente a amostra</p><p>é pintada em pequeno retângulo numa alvenaria que leve sol e noutra interna,</p><p>para visualização do resultado com e sem incidência da iluminação solar. Às</p><p>vezes, temos surpresas...</p><p>Lembrando sempre que hoje a maioria dos arquitetos elabora maquetes</p><p>eletrônicas da casa a ser construída. Nessa etapa, você pode começar a escolher</p><p>as cores de todos os planos de paredes, “pois o papel aceita qualquer coisa e sem</p><p>desaforo”. É muito mais fácil do que ter que mudar a cor de uma parede já</p><p>concluída, não acha? Então não se esqueça disso quando for contratar o projeto</p><p>arquitetônico e explique que você quer a maquete eletrônica. Se o projeto for</p><p>mais sofisticado, você pode encomendar visão panorâmica em 3D, com aqueles</p><p>óculos virtuais; é como diz o ditado: “quem pode, pode... quem não pode se</p><p>sacode!”.</p><p>Entendo assim: com boa interação entre as partes envolvidas - você, arquiteto e</p><p>RT - todas as dificuldades serão superadas e o propósito estabelecido estará</p><p>garantido. Desdobre-se, nessa hora: encontre tempo, vá à rua, faça boas escolhas</p><p>e depois é só se sentar na cafeteria e tomar um bom café com bolo de rolo. O que</p><p>você acha disso?</p><p>Fonte: arquivo pessoal</p><p>Bolo de rolo para comemorar a sinergia da equipe.</p><p>4.2.3. Jardineiro</p><p>Crédito da imagem: Radosław Kulupa por Pixabay.</p><p>Jardineiro: para colher, plantar é necessário.</p><p>O jardineiro (e seus auxiliares) é o profissional que prepara o terreno, planta as</p><p>gramas e as “belezuras” das plantas que o arquiteto ou o paisagista escolheram</p><p>com você e sua família.</p><p>Não é apenas o profissional que corta a grama, pois precisa conhecer as espécies</p><p>de plantas e gramas escolhidas para acomodá-las corretamente. Afinal, um</p><p>jardim bem cuidado, planejado e executado conforme o tipo de solo e a</p><p>insolação incidente (calor-sombra), com podas no tempo certo e boa irrigação,</p><p>emoldurará e transformará sua casa naquelas dignas de “capas de revista”. É o</p><p>profissional de quem você precisará regularmente para cuidar dessa “moldura” –</p><p>mesmo que você instale um sistema de irrigação automatizado, pois cuidar das</p><p>plantas não é só “matar a sede” delas.</p><p>4.2.4. Calheiro</p><p>Crédito da imagem: Petra por Pixabay.</p><p>Calheiro: para evitar que as águas de março causem problemas.</p><p>Calheiro é o profissional que executa e instala as calhas coletoras das águas</p><p>pluviais, os rufos, os contrarrufos, os chapins (ou cobre-muros). Esses termos se</p><p>referem a elementos específicos que fazem parte do telhado e dos muros -</p><p>serviços de serralheria requeridos na obra. Não se preocupe, você terá</p><p>oportunidade de conhecê-los na sua obra.</p><p>Calhas são peças metálicas que têm a função de captar as águas pluviais que</p><p>correm nas coberturas e de direcionar a água para um sistema de coleta que</p><p>permita a drenagem adequada. A colocação de calhas pode ser feita em telhados</p><p>“fechados” (protegidos por alvenarias denominadas platibandas) ou abertos.</p><p>Além da drenagem, protegem a pintura nas paredes externas e evitam respingos</p><p>em varandas ou garagens. Rufos e contrarrufos são elementos que “fecham” os</p><p>pontos de encontro do telhado com paredes, evitando a infiltração de águas</p><p>pluviais na parte superior e laterais do telhado. Chapins (cobre-muros) são</p><p>elementos metálicos em forma de “u” invertido que, dispostos na parte superior</p><p>de alvenarias, evitam a infiltração da água de chuva.</p><p>4.2.5. Impermeabilizador</p><p>Crédito da imagem: Wirestock - Freepik.com.</p><p>Impermeabilizador: evitando prejuízos futuros.</p><p>É o profissional que deixa tudo impermeável, ou seja, que prepara os pisos das</p><p>áreas molhadas, da piscina, da cisterna, de floreiras ou jardineiras dispostas em</p><p>lajes no térreo ou pavimentos superiores.</p><p>Importante não haver falhas no serviço executado pelo impermeabilizador, senão</p><p>a paz do engenheiro irá para o “espaço” com infiltrações e com as consequências</p><p>da umidade onde ela não é bem-vinda. A impermeabilização “sela” as alvenarias</p><p>e pisos para que a água não passe para ambientes (paredes e tetos).</p><p>4.2.6. Gesseiro</p><p>Fonte: arquivo pessoal.</p><p>Gesseiro: mestre do pó.</p><p>O gesseiro é aquele profissional que “acompanha a cabeça do arquiteto” e faz</p><p>coisas maravilhosas que até “Deus fica encabulado”. “Como pode? Eu queria ter</p><p>um filho assim...”.</p><p>Muitas vezes, o trabalho feito com gesso, na obra, já é “uma obra”. A sujeira é</p><p>muita, mas o final vale a pena, pois não é só para rebaixar a altura do teto que o</p><p>gesso é usado. Atualmente o uso do gesso na construção civil é muito versátil e</p><p>requer profissional específico.</p><p>4.2.7. Marceneiro</p><p>Crédito da imagem: Michel Rohan por Pixabay.</p><p>Marceneiro: mestre das esquadrias.</p><p>O marceneiro é o profissional que trabalha com tudo o que está relacionado a</p><p>madeira e materiais afins, em marcenarias, madeireiras e indústrias de móveis</p><p>planejados. Entretanto, anteriormente falei sobre outro profissional que também</p><p>trabalha com madeira: o carpinteiro. Cabe aqui uma breve explicação sobre esses</p><p>dois profissionais, muitas vezes confundidos, cujas atribuições têm algumas</p><p>diferenças.</p><p>Basicamente o carpinteiro trabalha com a madeira em seu estado natural</p><p>(madeira maciça) e atua na construção de telhados, escadas, esquadrias (portas,</p><p>janelas), pisos assoalhados etc., serviços que exigem conhecimento e precisão</p><p>técnica. Já o marceneiro trabalha com madeira e afins (compensados,</p><p>aglomerados, MDF etc.), mas em serviços referentes a criação, conservação e</p><p>restauro de objetos em madeira, tais como móveis e acabamentos finos.</p><p>Ambos são artesãos, mas os serviços que executam requerem conhecimento e</p><p>maquinaria específica. Um bom carpinteiro pode ser marceneiro e vice-versa,</p><p>mas geralmente o marceneiro se dedica aos serviços que requerem mais</p><p>detalhamento e costuma ser mais requisitado em marcenarias que trabalham com</p><p>a execução de móveis planejados e esquadrias.</p><p>Este profissional (carpinteiro ou marceneiro) chega de “mansinho” na sua obra e</p><p>vai “pegando” de porta em porta, ajustando uma por uma e, com o formão e o</p><p>martelo nas mãos, começa a assentar as dobradiças com perfeição. Tem aqueles</p><p>que levam até uma tupia de mão para agilizar o serviço e executar os ajustes no</p><p>local.</p><p>Fechadura, para ele, é “fichinha”: furou, limpou, ajustou com o formão e logo é</p><p>hora de fixar testa e contratesta. Nossa! Se a porta tem testa e contratesta, tem</p><p>cabeça também? Claro que não! É que, com a modernidade, clientes com mais</p><p>recursos financeiros adquirem o conjunto de porta-batente-guarnições pronto,</p><p>executado pela indústria de madeira. O RT só vai ter o trabalho de orientar a</p><p>execução do requadro dos vãos (aberturas) de alvenaria e contratar um</p><p>profissional especializado, recomendado pela indústria para assentar o conjunto.</p><p>Com um tubo de poliuretano expandido, vão sendo preenchidos os espaços, e</p><p>agora é só espera a “cura” (processo de secagem e endurecimento da espuma).</p><p>4.2.8. Serralheiro</p><p>Crédito da imagem: Serhii_Bobyk - Freepik.com. Crédito da imagem: Senivpetro - Freepik.com.</p><p>Serralheiro – esquadrias de ferro. Serralheiro – esquadrias de alumínio.</p><p>O serralheiro é aquele profissional habilidoso no manuseio do alumínio ou do</p><p>ferro, que produzirá, na fábrica, as esquadrias metálicas e depois, com sua</p><p>equipe, irá à obra para efetuar a montagem e a fixação nos vãos</p><p>preestabelecidos.</p><p>Com a modernização da indústria e a demanda dos clientes, o serralheiro foi</p><p>incorporando</p><p>novas tecnologias às suas peças: servomotores para abrir e fechar</p><p>venezianas, com comandos remotos ou aberturas com comando de celulares pelo</p><p>sistema de automação; escovas de nylon para diminuir atritos e ruídos; gaxetas</p><p>de neoprene para fixação dos vidros, eliminando de vez aquela terrível massa de</p><p>vidraceiro que, com o tempo, esfarelava e se desmanchava; motores duplos para</p><p>abertura de portões grandes e avantajados no peso, que permitem abertura rápida</p><p>e silenciosa... e por aí afora.</p><p>Na indústria da construção civil, foram criados ferros e aços com perfis</p><p>específicos para auxiliar os arquitetos a criarem ambientes sofisticados, com</p><p>emprego e mistura de materiais diferentes, como concreto, tijolos aparentes,</p><p>vidros etc.</p><p>4.2.9. Vidraceiro</p><p>Crédito da imagem: Freepik.com.</p><p>Vidraceiro ou profissional de vidraçaria.</p><p>Quase não existe mais aquele vidraceiro tradicional que ia à sua obra, tirava as</p><p>medidas dos vãos e tinha apenas dois tipos de vidros para lhe vender: o liso e o</p><p>tipo fantasia. Hoje as empresas especializadas vão ao canteiro para solucionar</p><p>propostas arrojadas: fechamento de grandes vãos, com abertura total ou parcial;</p><p>vidros com muita tecnologia incorporada, com o objetivo de melhorar sua</p><p>qualidade de vida, tais como vidro reflexivo, para diminuir o calor interno;</p><p>vidros jateados, para impedir a visão sem impedir a passagem da luz; vidro lisos</p><p>transparentes; vidros fumês; vidros verdes; vidros pintados...</p><p>Veja que são muitas as opções para estimular a criação dos arquitetos. Também</p><p>há os vidros temperados (que trabalham apenas com poucas peças de fixação,</p><p>permitindo vãos grandes e transparentes); vidros laminados (empregados em</p><p>locais que precisam de segurança, como guarda-corpos) e tantos outros.</p><p>E por que estou falando tanto dos tipos de vidro? Exatamente para mostrar a</p><p>você a importância que o vidraceiro assumiu com a incorporação da tecnologia</p><p>na produção desse material. Mas trabalhar com tanta tecnologia requer</p><p>profissionais treinados, conhecedores do material para prestarem informações</p><p>corretas, tanto na pré-venda como na pós-venda e, se for o caso, na manutenção.</p><p>4.2.10. Calceteiro</p><p>Crédito da imagem: Jair Amaral/EM DA Press.</p><p>Calceteiro: paciência para a perfeição.</p><p>Você já ouviu falar dessa profissão? Pode não ter ouvido, mas já viu alguns</p><p>trabalhando: é o profissional que faz a pavimentação com mosaicos de pedra,</p><p>conhecidos como calçada portuguesa ou petit pavê: aquelas pedrinhas (em</p><p>calcário, diabásio) assentadas sobre uma “farofa” de cimento e areia levemente</p><p>umedecida.</p><p>O calceteiro pega pedrinha por pedrinha e vai assentando uma ao lado da outra,</p><p>com um pequeno espaçamento, que depois receberá o rejunte. Esse trabalho é</p><p>feito “de sol a sol” sobre uma superfície normalmente irregular - uns improvisam</p><p>um chapelão bem grande de papelão, adaptado no chapéu de palha, enquanto</p><p>outros vão mudando o “chapéu de sol” para se segurar no clima inóspito. Eu</p><p>costumo levar, de quando em quando, uns refrigerantes para ajudá-lo a matar a</p><p>sede.</p><p>O calceteiro começa, então, a bater com o socador que tem uma tábua na ponta,</p><p>para fixar melhor as pedrinhas e nivelá-las no que for possível. A etapa seguinte</p><p>ao assentamento é preparar o rejunte - argamassa seca constituída de areia e</p><p>cimento - e espalhar com vassourão, molhando esse rejunte, que, ao endurecer,</p><p>dará a coesão às pedras, permitindo o tráfego de pessoas e veículos.</p><p>O bom calceteiro utiliza raspas de couro da indústria calçadista para fazer a</p><p>limpeza superficial das pedras, evitando assim o emprego de ácidos fortes para a</p><p>remoção da massa que fica impregnada nas pedras, fazendo o que é</p><p>ecologicamente correto.</p><p>Agora que você conhece bem a “dureza” dessa profissão, que tal “chorar” menos</p><p>na hora da contratação dessa mão de obra?</p><p>4.3. Etapa 3: time de instalação dos equipamentos</p><p>Os profissionais desta etapa trabalharão em momentos específicos ao longo da</p><p>obra e serão demandados conforme o que foi planejado.</p><p>4.3.1. Sistema de ar condicionado</p><p>Crédito da imagem: José-Andrés Pacheco-Cortes- por Pexels.</p><p>Instalador de ar-condicionado – porque o calor está demais!</p><p>É o profissional que faz a rede “frigorígena” - tubulação específica que interliga</p><p>a unidade evaporadora (aquele gabinete tipo split que fica dentro de casa) com a</p><p>unidade condensadora (que fica do lado de fora da casa ou, preferencialmente,</p><p>nas áreas previstas em projeto).</p><p>Numa explicação simples, a condensadora capta o ar externo e trabalha para</p><p>deixá-lo na temperatura estabelecida pelo usuário, mandando-o para a unidade</p><p>evaporadora, que fará a distribuição desse ar refrigerado (ou aquecido).</p><p>Conforme vai aquecendo, o ar do ambiente sobe para o teto e então é</p><p>recapturado pelas unidades evaporadoras – que, em outra rede “frigorígena”,</p><p>manda de volta o ar recolhido do ambiente para a condicionadora, para processar</p><p>a nova refrigeração (ou aquecimento) e devolver ao ambiente na temperatura</p><p>desejada. Esse profissional instala a tubulação e depois volta, no final da obra,</p><p>para instalar os equipamentos e fazer os testes finais das redes.</p><p>Observe a importância do instalador, que prepara toda essa “parafernália” só</p><p>para você ficar no “bem-bom”. “Cabra porreta!”. Eu já estava indo embora para</p><p>a próxima equipe, mas voltei para lembrar que, atualmente, com o custo elevado</p><p>do consumo de energia, você deve exigir, no ato da compra, que os</p><p>equipamentos sejam do tipo “inverter”, não importando de qual fabricante seja.</p><p>Essa informação precisa chegar cedo para o RT, antes que ele contrate as</p><p>instalações da rede “frigorígena”, pois a distribuição dos cabos elétricos é</p><p>diferente do sistema convencional. Ah! Tem mais uma coisinha importante: faça</p><p>tudo para que a rede seja de cobre, em vez de alumínio, e atente para que o</p><p>sistema esteja devidamente isolado.</p><p>Os canos de cobre são utilizados pela sua boa condutibilidade térmica (troca de</p><p>calor mais eficiente) e maior resistência à corrosão; requerem adequado</p><p>isolamento para que sejam eficientes nos sistemas de climatização e refrigeração.</p><p>Apesar da tubulação em alumínio ser mais barata que a de cobre, o tubo de</p><p>alumínio é mais suscetível a perfurações e amassos e, por isso, possui reduzida</p><p>vida útil: as flanges e conexões, fragilizadas com o tempo, possibilitam</p><p>vazamentos de fluidos, tornando o trabalho de instalação e manutenção menos</p><p>eficiente, uma vez que têm que ser substituídas quando avariadas (não permitem</p><p>consertos, como a tubulação de cobre).</p><p>O isolamento da tubulação “frigorígena” deve garantir o controle da</p><p>condensação e a conservação de energia, por isso é necessário ser produzida com</p><p>material resistente a temperaturas muito baixas ou muito altas – geralmente</p><p>espuma elastomérica é a mais usada.</p><p>Além da instalação dos aparelhos de ar condicionado, é possível que haja a</p><p>necessidade de contratação de profissionais para instalação dos diversos</p><p>equipamentos que você pode ter adquirido para sua futura residência... afinal,</p><p>você é moderno, quer (e merece) conforto para sua família. E são muitos</p><p>equipamentos à nossa disposição: central de aspiração de pó, sauna, elevador (ou</p><p>plataforma elevatória) etc.</p><p>4.3.2. Elevador ou plataforma elevatória</p><p>Crédito da imagem: Meruyert Gonullu por Pexels.</p><p>Elevador: necessidade para acessibilidade.</p><p>Se sua residência tiver mais de um pavimento, é importante pensar no uso de</p><p>elevador quando você ou outro familiar estiver, no futuro, com alguma</p><p>dificuldade de locomoção – por doença ou por idade, por exemplo. Por isso, é</p><p>importante conversar com o seu arquiteto sobre a possibilidade de prever um</p><p>“poço” para instalar, ainda que posteriormente, um elevador ou uma plataforma</p><p>elevatória para permitir o deslocamento entre os pavimentos de forma segura. Há</p><p>empresas no mercado com opções para “cada bolso” – lembrando que mesmo o</p><p>equipamento mais simples é caro, e a escolha é necessária para ajustar as</p><p>dimensões do “poço”, a localização do motor etc.</p><p>Convém observar as seguintes situações:</p><p>• você está no grupo dos que ainda não decidiram quando colocar o</p><p>equipamento, mas já</p><p>quer deixar tudo prontinho para, na “hora h”, não precisar</p><p>fazer quebra-quebra; ou</p><p>• você já decidiu que só irá se mudar para as novas instalações quando o</p><p>elevador estiver instalado, afinal “seu joelho não é mais o mesmo desde que se</p><p>lesionou naquela partida de tênis”.</p><p>Em ambos os casos, sugiro que você converse com o seu RT na primeira semana</p><p>da obra e que comece a pesquisar as empresas que podem vender e entregar o</p><p>equipamento até o final da edificação (normalmente as empresas pedem de oito</p><p>meses a um ano para produzir o equipamento, instalar e fazer os ajustes finais).</p><p>Já sabe em que grupo você está?</p><p>4.3.3. Automação</p><p>Crédito da imagem: Gerd Altmann por Pixabay.</p><p>Automação: facilidades da tecnologia à mão.</p><p>Esta é a equipe dos profissionais que instalarão, na sua casa, o sistema de</p><p>automação, que consiste num conjunto sofisticado de equipamentos e tecnologia</p><p>de ponta para facilitar e deixar a sua vida mais tranquila.</p><p>Imagine que você está no escritório da empresa ou ainda na estrada, retornando</p><p>para casa, e decide refrigerar o seu quarto com um comando do seu celular: isso</p><p>já é possível! Ou que está escurecendo - e você deixou toda a frente da casa</p><p>apagada - e agora quer que tudo seja aceso imediatamente a distância: também é</p><p>possível! Ou começou a chover e você se lembrou de que deixou a janela do</p><p>quarto do seu filho um pouquinho aberta para ventilar, tirar aquele cheirinho do</p><p>Golden Retriever que insiste em dormir no quarto dele, mas que agora precisa</p><p>fechar antes que molhe tudo: é possível!</p><p>Agora imagine que você quer ligar as luminárias no entorno da piscina e a luz da</p><p>cascata, antes de chegar: é possível apenas com um comando do seu celular ou</p><p>do seu tablet, de onde você estiver! Ainda... você viajou para a praia e está</p><p>preocupado com a casa, com a movimentação do pessoal que ficou de ir limpar a</p><p>piscina ou fazer a manutenção no jardim: fique tranquilo, você pode acompanhar</p><p>tudo tomando sua cervejinha gelada. Isso sem contar que a sua secretária disse</p><p>que “tá um calorão danado” na cidade e você resolve premiar suas plantinhas</p><p>comandando uma irrigação completa ao anoitecer, quando a temperatura baixar</p><p>um pouco. Tudo isso é possível!</p><p>Home theather (cinema em casa) nem se fala; sonorização espalhada por todos</p><p>os ambientes, também não. Meu Deus, que vida boa! E tudo isso graças àquela</p><p>“rapaziada” da automação .</p><p>Os eletrodomésticos “inteligentes” chegaram para facilitar ainda mais a nossa</p><p>vida. Nossa! Deu uma ventania “danada” lá em casa, mas eu nem me incomodei,</p><p>afinal instalei uma central de aspiração de pó e resíduos. A vida da minha</p><p>secretária também ficou mais fácil com a limpeza automatizada e, nos fins de</p><p>semana, quando ela está descansando, eu também posso me exercitar um pouco,</p><p>com quase nada de esforço. Você falou final de semana? Ah! Vamos pedir uma</p><p>pizza, dar uma esticada no sofá, ligar o ar, colocar a Netflix e ver um bom filme</p><p>em família... afinal a vida é boa e ninguém é de “ferro”. Eu quero é mais!</p><p>4.3.4. Móveis planejados</p><p>Fonte: arquivo pessoal.</p><p>Móveis planejados: organizar é ganhar tempo.</p><p>O time dos móveis planejados, diferentemente do que você possa imaginar, é</p><p>muito importante – e você deve pensar nesse pessoal numa fase bem precoce da</p><p>obra: exatamente antes de começar a executar as instalações elétricas e</p><p>hidráulicas, principalmente nas áreas de cozinha, área de serviço e área gourmet.</p><p>Você precisará de tempo para começar a olhar, nas lojas ou na internet, os</p><p>equipamentos da sua casa, sabendo que cada um tem características definidas, as</p><p>quais precisam ser repassadas para o projetista da empresa que fará o projeto dos</p><p>móveis planejados. O RT precisará ser informado, por exemplo, se haverá</p><p>sapatas (bases) para apoiar as pias, os lavatórios, os armários, ou se tudo será</p><p>suspenso, bem como quais equipamentos precisarão de tomadas elétricas</p><p>(externas ou embutidas).</p><p>O entrosamento com o seu RT precisa ser “afinado”; toda vez que precisar, ele</p><p>acionará o arquiteto, que o auxiliará, principalmente quando você resolver fazer</p><p>mudanças inesperadas ou necessárias. O RT conviverá muito com esse time,</p><p>sobretudo nas últimas etapas que antecedem a sua mudança para o novo lar.</p><p>4.3.5. Iluminação</p><p>Fonte: arquivo pessoal.</p><p>Iluminação é conforto!</p><p>Esse pessoal deveria ser contratado preferencialmente antes de se concretar a</p><p>primeira laje, afinal é nela que estarão embutidas todas as tubulações da parte</p><p>elétrica, telefone, internet, TV, interfone e automação. Quando falo “pessoal”,</p><p>faço referência não só ao eletricista que instalará as luminárias, mas também a</p><p>quem definirá o tipo, a quantidade e os locais onde elas serão instaladas.</p><p>A elaboração de um bom projeto de luminotécnica definirá como sua casa será</p><p>iluminada, por dentro e por fora, quando a luz natural não for suficiente para os</p><p>ambientes. Quando o teto é rebaixado com o uso de um forro falso (forro</p><p>rebaixado com gesso, por exemplo) facilita muito a vida do RT - que pode</p><p>atender várias demandas, disponibilizando, por exemplo, um ponto de luz sobre</p><p>aquela escultura que você trouxe da Índia e que lhe traz tantas lembranças</p><p>agradáveis.</p><p>A iluminação é um dos itens ao qual eu recomendo muita atenção, pois é vital</p><p>para realçar tudo que haverá de belo na casa, além do conforto visual.</p><p>Normalmente as empresas especializadas em luminárias oferecem o projeto de</p><p>luminotécnica de forma gratuita, atrelado ao compromisso de que você irá, no</p><p>futuro próximo, adquirir o material com eles - para que fiquem seguros de que</p><p>você voltará, é provável que cobrem um valor pouco significativo, a ser</p><p>devolvido como bônus no ato da compra. “Parece razoável, né?”.</p><p>4.3.6. Microgeração de energia</p><p>Crédito da imagem: Schropferoval por Pixabay.</p><p>Energia: microgeração para economia e sustentabilidade.</p><p>Você sabe que, se a sua casa for grande, tiver uma população considerável e</p><p>dispuser de muitos equipamentos, provavelmente demandará elevado consumo</p><p>de energia. A boa notícia é que, com a popularização das placas fotovoltaicas,</p><p>quem estiver com “bala na algibeira” deve considerar firmemente essa solução,</p><p>que é muito boa. Mesmo que você não pense em instalar o equipamento durante</p><p>a construção, deixando para uma etapa futura, converse com seu RT e informe</p><p>sua intenção; ele deixará toda a infraestrutura executada, e esse custo tem valor</p><p>irrisório. Pense firme nisso! Atualmente há financiamentos bancários para</p><p>possibilitar a instalação desse sistema, de forma a incentivar o uso de energia</p><p>sustentável.</p><p>Uma pergunta importante: você sabe como funciona a captação de energia solar?</p><p>É mais ou menos assim:</p><p>• O sistema é composto de placas fotovoltaicas, instaladas na cobertura da última</p><p>laje e posicionadas de forma a aproveitar o maior índice de insolação (incidência</p><p>de raios solares) sobre elas.</p><p>• Um equipamento chamado de inversor é instalado embaixo, na área de serviço,</p><p>por exemplo, o qual recebe a energia gerada pelas placas através de cabos</p><p>elétricos.</p><p>• O inversor é ligado diretamente a um relógio medidor de energia elétrica, no</p><p>quadro de entrada de energia da sua companhia fornecedora.</p><p>• A energia que entra pela rede é medida e a energia excedente “que você gerar”</p><p>é disponibilizada à concessionária, que lhe pagará por ela.</p><p>Em síntese, a concessionária de energia faz um “mata-mata” e deixa um crédito</p><p>pelo que sobrou (energia não utilizada) para você gastar nos próximos meses. É</p><p>um “negoção”, principalmente se considerarmos que, em dois a três anos, o</p><p>sistema estará pago. Como diriam meus parceiros: “A vida mudou e pra mió!”.</p><p>E eu vou parar por aqui com esse desfile de obras fashion week, senão os</p><p>apontamentos vão ficar grandes demais e você vai desanimar de continuar com a</p><p>leitura. Mas antes darei mais algumas daquelas dicas preciosas. Se anima</p><p>companheiro, que conhecimento tem seu preço (e é bom)!</p><p>DICAS DO ENGENHEIRO</p><p>Essas dicas servem para o RT e para você que deseja acompanhar de perto o</p><p>andamento de sua obra:</p><p>• Sempre que puder, leve uma garrafa de refrigerante para a “rapaziada”; você se</p><p>conectará com eles,</p><p>conquistando o coração da “moçada”.</p><p>• Se for época das festas juninas, por que não levar um bolo de milho? Eu</p><p>costumo levar com boa frequência o famoso pão quentinho com mortadela.</p><p>• A cada etapa importante concluída (primeira laje concretada, telhado pronto),</p><p>tire o “escorpião” do bolso e compre uma costela e uns “fardinhos” de cerveja</p><p>para os campeões. Envolva-se nesse dia com eles, por algumas horas, enquanto o</p><p>carvão queima e sobe aquele calor das brasas, sobe também a motivação de</p><p>todos e é você quem tem a lucrar, afinal trabalhar com um time motivado é tudo</p><p>de bom e tem reflexos imediatos na produtividade.</p><p>Tem gente que finge que não sabe de nada disso; de hoje em diante você já sabe.</p><p>Fonte: arquivo pessoal.</p><p>Ninguém é de “ferro” e assar uma “carninha” faz parte do processo.</p><p>4 O concreto pode ser produzido manualmente no canteiro, com uso de um</p><p>equipamento denominado betoneira, ou ser comprado pronto.</p><p>5. RELACIONAMENTO COMERCIAL COM O ARQUITETO</p><p>E COM O ENGENHEIRO</p><p>A insegurança é um comportamento natural do ser humano, principalmente</p><p>diante do novo, a exemplo de quando se vai iniciar um relacionamento, seja</p><p>pessoal ou profissional. E por que isso acontece conosco? É que o ser humano é</p><p>demasiadamente complexo - mas também o ser mais belo, criado à semelhança</p><p>do seu Criador - e que já vem com “um pacote” de proteção contra o que possa</p><p>lhe acontecer de errado. Mas, olha, quero reforçar que essa insegurança é natural</p><p>e que você precisa “quebrá-la” e enfrentar todas as etapas que virão “nesse</p><p>pacote”. Estou aqui para te ajudar com isso!</p><p>Os seus primeiros contatos ocorrerão com o arquiteto e com o engenheiro, que</p><p>serão seus parceiros durante essa caminhada. Ora, se é uma caminhada, e longa,</p><p>nada melhor do que encarar todos os seus medos e firmar as parcerias com</p><p>segurança.</p><p>Tanto o arquiteto como o engenheiro são profissionais acostumados com a rotina</p><p>de contratação para prestação de serviços; para eles, essa etapa transcorre de</p><p>forma tranquila e natural.</p><p>Como provável cliente, você os procurará, um por vez, cada um na ordem de</p><p>acontecimentos dos projetos e da construção. É provável que você tenha</p><p>escutado muitas “histórias” sobre o relacionamento dos seus amigos ou</p><p>conhecidos com os profissionais da construção civil, mas posso lhe garantir que</p><p>são pessoas comuns, com suas obrigações e necessidades de sobrevivência. Pois</p><p>bem, a maior parte dessas conversas são verdadeiras, mas geralmente contadas</p><p>por apenas um dos lados do relacionamento, e é quase certo que você não</p><p>procurou a outra parte para se inteirar das informações que lhe foram repassadas,</p><p>para conhecer a outra visão desse relacionamento comercial.</p><p>Fazendo uso do recurso da analogia, posso dizer a você que tanto o engenheiro</p><p>como o arquiteto podem ser comparados com o médico que irá atendê-lo para</p><p>minuciosa consulta sobre o seu estado de saúde. Como você procura um</p><p>médico? Pelo preço ou por suas habilidades conhecidas e propagadas pelos</p><p>pacientes? Você permite que um profissional inexperiente abra o seu corpo para</p><p>uma cirurgia ou sai pesquisando sobre os casos bem-sucedidos de um</p><p>especialista indicado por alguém? Aos inexperientes são dadas as oportunidades</p><p>de serem treinados e, com acompanhamento dos seus mentores, certamente</p><p>adquirirão a experiência necessária para alcançarem o “voo solo”.</p><p>Se você pode pagar o preço justo, deve procurar os profissionais certos, aqueles</p><p>que já prestaram serviços aos seus amigos, aos seus conhecidos e que foram</p><p>bem-sucedidos. Ah... você não conhece ninguém do seu círculo de amizades que</p><p>teve essa experiência? Então procure conhecer o profissional, perguntando a</p><p>quem já o contratou. Peça ao seu futuro contratado nomes de alguns de seus</p><p>clientes; visite suas obras, verifique seus projetos. Todo bom profissional tem</p><p>prazer em mostrar seus serviços.</p><p>Converse com essas pessoas que já vivenciaram essa experiência pela qual você</p><p>passará em breve; tente obter os pontos fortes e fracos desses profissionais.</p><p>Todos nós temos um pouquinho de cada coisa; certamente assim você vai</p><p>adquirindo “musculatura” e ficando mais corajoso para a etapa maravilhosa que</p><p>virá pela frente.</p><p>Siga seus instintos, eles normalmente são infalíveis, sabia? Dentro de nós foi</p><p>deixada uma “caixinha” cheia de informações para ser utilizada nos momentos</p><p>certos. Ainda que as informações recebidas sobre o profissional sejam boas, “se</p><p>o seu santo não bateu com o dele”, “caia fora” e procure outro. Segurança é tudo</p><p>para quem vai contratar!</p><p>Voltando um pouco para os preços cobrados pelos profissionais, eu diria que</p><p>cada um, seguindo certa lógica de mercado, estabelece a sua tabela de preços em</p><p>função do que entrega. “Você sabe, né?” Preço é aquilo que se paga e valor é</p><p>aquilo que se recebe. Dessa forma, você deve exigir muito valor dos serviços</p><p>que serão pagos. E vamos agora às dicas preciosas!</p><p>DICAS DO ENGENHEIRO</p><p>• Existem profissionais com portfólio respeitável de serviços prestados e que, por</p><p>essa razão, sua tabela é diferenciada da média do mercado; você vai encontrar</p><p>vários funcionários no seu escritório, num ponto de destaque na cidade, e tudo</p><p>isso tem seu preço, concorda?</p><p>• Há também aquele profissional que costumeiramente é procurado pela classe</p><p>mais abastada da sociedade e que se sente mais confortável em apresentar uma</p><p>tabela de preços que, certamente, assustará os menos abastados. Normalmente</p><p>esses profissionais se inserem na dica anterior, mas nem sempre isso acontece.</p><p>• Existem profissionais com bons serviços prestados à sociedade,</p><p>relacionamentos comerciais sólidos, dentro dos bons princípios, com pós-venda</p><p>excelente e tabela de preços acessível para muita gente. No escritório desses</p><p>profissionais (ou no home office), dificilmente você verá gente de “nariz</p><p>empinado”; muitas vezes o cafezinho é passado na hora pelo próprio profissional</p><p>que você está pretendendo contratar.</p><p>• Há os profissionais com menos experiência, com portfólio reduzido de serviços</p><p>prestados, mas cheios de boa vontade, que lhe oferecerão uma tabela de preços</p><p>que cabe na maioria dos bolsos.</p><p>• Há, ainda, aqueles com fama comprovada (fuja desses!) de não cumpridores do</p><p>acordado e dos cronogramas firmados em contrato. Perda de tempo, obra</p><p>inacabada ou projeto malfeito são uma realidade, infelizmente...</p><p>Normalmente você chegará ao engenheiro e ao arquiteto por meio de indicação</p><p>e, provavelmente, um deles lhe indicará o outro profissional com quem se afina</p><p>mais para fazer a parceria de prestação de serviços. Explico: se você foi</p><p>recomendado a um arquiteto e se, durante o desenvolvimento dos trabalhos,</p><p>percebeu que os “santos se cruzaram”, você se sentirá confortável para solicitar a</p><p>indicação de um bom engenheiro ou de uma boa construtora para construir a sua</p><p>casa.</p><p>Se o indicado a você foi o engenheiro de obras, pessoa hábil em construção civil,</p><p>uma das primeiras perguntas que ele lhe fará é se você já tem o projeto</p><p>arquitetônico; caso contrário, ele lhe indicará um arquiteto experiente com quem</p><p>já trabalhou e de quem gosta muito. Quando isso acontece, tem tudo para se</p><p>começar com o famoso “pé-direito” (coitados dos canhotos!).</p><p>Com boas informações e um pouquinho de sorte, as pessoas certas serão</p><p>encontradas e seguirão com você nessa empreitada, que poderá ser uma das</p><p>melhores da sua vida. Eu digo “um pouquinho de sorte”, porque ter sorte é bom</p><p>em tudo o que vamos fazer.</p><p>Sorriso no rosto, “força na peruca” e siga em frente. Você já é vencedor!</p><p>6</p><p>. O INÍCIO DA OBRA: EXIGÊNCIAS E LICENÇAS</p><p>Crédito da imagem: Jerzy Górecki por Pixabay.</p><p>Documentos para início da obra... sim, burocracia existe.</p><p>A incidência de obras em condomínios fechados ou em residenciais é muito</p><p>grande, fruto das políticas enfraquecidas de segurança pública e do crescimento</p><p>de problemas com assaltos e roubos em residências construídas nas vias públicas</p><p>– as “casas de rua”. É normal, em cidades de médio e grande porte, serem</p><p>encontrados esses condomínios, onde as pessoas procuram mais tranquilidade e</p><p>segurança para viver e educar seus filhos.</p><p>Por outro lado,</p><p>os condomínios e residenciais elaboram normas relativamente</p><p>rígidas para que sejam seguidas por todos que ali residem ou transitam,</p><p>proporcionando a “esperada segurança”, que não se encontra fora desses</p><p>refúgios.</p><p>Então é natural que você encontre algumas dificuldades para iniciar a construção</p><p>da sua casa nesses lugares, e é desejável que assim seja, afinal foi para isso que</p><p>as normas foram estabelecidas em assembleias com a maioria dos proprietários</p><p>dos lotes. Você decidiu comprar o terreno nesse local e é provável que tenha</p><p>recebido uma cartilha ou memorial com informações para a construção, além das</p><p>regras para os condôminos e da ata de constituição do condomínio.</p><p>Antes de sua obra ser iniciada, leia os normativos do seu condomínio, procure o</p><p>síndico e o zelador e tome ciência das exigências impostas a todos os servidores</p><p>e fornecedores durante o período da construção. Leve com você o seu RT para</p><p>esse primeiro contato, pois isso é de extrema relevância para a harmonia no</p><p>relacionamento dos dois times: o que você contratou para a construção e o time</p><p>dos que administram o condomínio onde você resolveu construir sua casa.</p><p>Somente a título de elucidação, quando se tratar de um residencial (e não</p><p>condomínio), a figura do síndico não existe, e quem exerce as suas funções é o</p><p>presidente da associação de moradores.</p><p>Observe que algumas exigências lhe serão feitas antes de ser emitida a</p><p>autorização para o início da obra. É bom saber que você deverá:</p><p>• entregar uma carta ao condomínio ou residencial, com a relação do nome dos</p><p>profissionais que trabalharão na obra e suas respectivas identificações - como</p><p>RG, CPF, bem como a profissão (ou atividade) de cada um;</p><p>• nomear o RT da obra como seu representante legal ou procurador, com poderes</p><p>para indicar novos profissionais, bem como para desautorizar a entrada de</p><p>outros; se você assim proceder, com certeza facilitará sua vida, evitando ligações</p><p>a qualquer hora do dia para tratar desse assunto;</p><p>• saber se o condomínio ou residencial exige que os prestadores de serviço</p><p>apresentem certidão de antecedentes criminais, expedida pela Polícia Federal;</p><p>• fazer cumprir a exigência do condomínio ou residencial que determina que os</p><p>prestadores de serviço devem descer de seu transporte e entrar no recinto</p><p>individualmente, mediante identificação - somente ao motorista é facultado o</p><p>direito de ingresso com o veículo para descarga do material, após o que deverá</p><p>estacioná-lo do lado de fora.</p><p>• entregar à administração do condomínio ou residencial cópia do alvará de</p><p>licença de construção emitido pela municipalidade, juntamente com o projeto</p><p>aprovado por ela – isso é praxe em todo o país para garantir a segurança de que a</p><p>obra começará de forma correta e organizada, sendo exigida, no seu término, a</p><p>apresentação do Habite-se.</p><p>Fonte: arquivo pessoal</p><p>Alvará de licença para construção.</p><p>Muitas outras exigências serão impostas ao pessoal que prestará serviços na sua</p><p>obra e é por isso que eu digo sempre: levar um refrigerante de quando em vez</p><p>para os rapazes ajuda a diminuir as tensões do dia a dia.</p><p>Fonte: arquivo pessoal.</p><p>Tratar bem faz bem.</p><p>7. ATIVIDADES PREPARATÓRIAS E PROVISÓRIAS</p><p>Antes de chegar até aqui, com os profissionais selecionados para a sua</p><p>construção, algumas providências já devem ter sido tomadas, como:</p><p>• a solicitação de ligação da água e da energia elétrica no seu terreno às</p><p>companhias do seu estado;</p><p>• o pagamento das taxas para as concessionárias e a realização dos serviços de</p><p>infraestrutura pela sua equipe, como a construção de um pequeno muro onde</p><p>será instalada a caixa que abrigará o hidrômetro. Nesse mesmo muro, também</p><p>será instalada a caixa do medidor de energia elétrica pela concessionária, com a</p><p>devida haste de aterramento, e a caixa de inspeção do esgoto, que será ligada</p><p>pela empresa de saneamento, entre outros pequenos serviços.</p><p>Não se deixe abater com pequenas “aporrinhações” que irão ocorrer nesse início</p><p>da obra, principalmente com o pessoal que administra o condomínio;</p><p>rapidamente as coisas vão “entrando nos eixos” e a partir daí é mais alegria que</p><p>tristeza. “Empurre” essas pequenas tarefas para o RT e para o construtor, afinal</p><p>eles foram contratados por você com o único intuito de deixá-lo livre para as</p><p>suas atividades rotineiras e para ver sua casa sendo construída do jeitinho que</p><p>você quer.</p><p>Entendo que você quer saber tudo o que virá pela frente, correto? Pois bem, faça</p><p>um cafezinho, acomode-se no sofá que lá vai uma série de novos conhecimentos.</p><p>7.1. Limpeza do terreno</p><p>Fonte: arquivo pessoal. Crédito da imagem: Ronald Plett por Pixabay.</p><p>Capina do terreno é necessária. Equipamento retroescavadeira.</p><p>Uma das primeiras atividades que o RT contratará é a limpeza do terreno.</p><p>Acredito que, em alguns lugares pequenos deste Brasil, ainda se faz a capina do</p><p>terreno com enxada. Entretanto, na maioria das cidades brasileiras, quer fora,</p><p>quer dentro dos condomínios, atualmente essa limpeza é feita por máquinas</p><p>(tratores), conhecidas como pá carregadeira, retroescavadeira, bobcat, entre</p><p>outras denominações. Os caminhões vão sendo carregados com o que é retirado</p><p>do local, e rapidamente seu terreno fica aquela “lindeza”.</p><p>Aqui é bom destacar a importância de contratar carretas para levar o seu descarte</p><p>a estações legalizadas de tratamento de detritos; não se aventure em contratar</p><p>aqueles carreteiros que irão descartá-lo “logo ali”, bem próximo do seu</p><p>condomínio – certamente ele será multado pela municipalidade e a</p><p>responsabilidade será sua.</p><p>Tudo raspado, tudo limpo, agora é a hora em que o RT vai iniciar a</p><p>movimentação de terra. Afinal, o que é isso?</p><p>7.2. Movimento de terra</p><p>Crédito da imagem: Paul Brennan por Pixabay.</p><p>Movimento para regularização do terreno.</p><p>Dependendo da topografia do seu terreno e da cota (altura) que o arquiteto</p><p>estabeleceu para construir sua casa em relação à altura do meio-fio, ocorrerá uma</p><p>das seguintes situações:</p><p>• Seu lote vai precisar de terra e você terá que adquiri-la para fazer a</p><p>complementação, o que comumente é chamado de aterro.</p><p>• Seu lote vai precisar de corte, com remoção de terra, que deverá ser descartada</p><p>ou vendida, conforme negociação com a empresa de terraplenagem. Nesse caso,</p><p>provavelmente estará prevista a execução de arrimo para contenção de desníveis</p><p>entre o terreno mais alto e o mais baixo – onde será instalada a obra, conforme</p><p>previsto em projeto.</p><p>Entenda o seguinte: para a execução da etapa de movimento de terra, deverá ser</p><p>contratada empresa especializada nesse tipo de serviço, que normalmente tem</p><p>caminhões basculantes e tratores a que me referi no item da limpeza. Como se</p><p>dará essa contratação? Como eles cobram? Normalmente a empresa estabelece o</p><p>preço de um caminhão-toco/2 eixos (que carrega em torno de 5 m³) ou um</p><p>caminhão truck/3 eixos (que carrega em torno de 12 m³) para fornecer ou retirar</p><p>a terra do seu terreno.</p><p>É costume das empresas de terraplenagem ficar com a terra recolhida, se for o</p><p>caso, em troca de um frete com valor menor; posteriormente ou</p><p>concomitantemente à execução da obra, elas vendem a terra para quem está</p><p>precisando de aterro. Ou seja, a terra que sairá do seu corte será usada no aterro</p><p>de outra obra; é a lei da compensação: nessa terra nada se perde, tudo é</p><p>aproveitado.</p><p>Destaco aqui informações muito importantes:</p><p>• Se precisar de aterro, exija terra limpa, isenta de material orgânico, pedras,</p><p>matacões (falarei desse termo mais adiante) e resíduos diversos.</p><p>• Se o seu terreno precisar de corte (remoção de terra para se adequar às</p><p>condições estabelecidas no projeto arquitetônico), verifique se você tem um</p><p>cantinho dentro do terreno para guardar parte dessa terra, que depois poderá ser</p><p>reaproveitada na sua construção, para aterrar ou para ajustes finos dos diversos</p><p>níveis das calçadas, na rampa de carros etc.</p><p>• Se a sua casa tiver piscina, cisterna ou casa de máquinas aterrada, lembre-se de</p><p>executar o serviço de corte antes de iniciar a construção; esse serviço</p><p>normalmente é executado com uma máquina chamada de retroescavadeira e o</p><p>seu</p><p>custo é muito inferior ao da escavação posterior com um poceiro ou</p><p>valeteiro. O RT previdente já leva em consideração o volume de terra que será</p><p>dispensada dessa escavação para utilizá-la no aterro do terreno; normalmente se</p><p>trata de terra limpa, isenta de material orgânico.</p><p>Hoje eu tenho visto, em muitas obras, a escavação do “buraco da piscina” com</p><p>minitratores conhecidos como bobcat; o trabalho é mais lento e a hora de serviço</p><p>do operador e da máquina acaba “pesando mais no seu bolso”; “fique ligado”,</p><p>pois afinal estou aqui para ajudá-lo.</p><p>Fonte: arquivo pessoal.</p><p>A areia retirada na escavação da piscina pode ser aproveitada na obra.</p><p>7.3. Serviços provisórios</p><p>Se o seu terreno foi limpo e a topografia foi regularizada de acordo com as</p><p>necessidades estabelecidas no projeto, é hora de executar “um bocado” de</p><p>serviços que chamamos de provisórios, porque posteriormente serão demolidos.</p><p>Vamos conhecê-los?</p><p>7.3.1. Barraco de obra</p><p>Fonte: arquivo pessoal.</p><p>O “barracão” da obra é ponto de apoio, mas há regras.</p><p>O barraco da obra precisa ter as dimensões mínimas para abrigar as ferramentas</p><p>do pessoal, além, é claro, de abrigar os materiais básicos que serão empregados,</p><p>tais como: o cimento, a cal, os aditivos etc.</p><p>É desejável que o barraco receba um prolongamento coberto, que pode ser</p><p>aberto, e que tenha uma mesa feita com madeira de caixaria (termo utilizado, na</p><p>construção civil, para madeiras usadas especificamente como formas para fazer</p><p>as peças de concreto) e laminado (revestimento popularmente conhecido como</p><p>fórmica), para funcionar como mesa de alimentação dos profissionais, além de</p><p>permitir a abertura dos projetos a serem consultados pelo engenheiro e pelo</p><p>construtor.</p><p>7.3.2. Instalações sanitárias</p><p>Sua obra vai precisar da instalação de um conjunto mínimo para a higiene do</p><p>pessoal, com vaso sanitário, lavatório e chuveiro; isso é o mínimo, obrigatório e</p><p>necessário. Nada de instalar uma chapa de Madeirite encostada no muro, que é</p><p>um tapume feito com um tipo de compensado empregado em várias obras, mas</p><p>que tem sido substituído por materiais mais resistente e reaproveitáveis, tais</p><p>como os tapumes ecológicos (feitos de aparas industriais, como papel, papelão,</p><p>fibras etc.), tapumes metálicos (feitos com telhas de aço galvanizado) etc.</p><p>“Tempos mudados... modos mudados...pra mió ou pra pió? Prá mió!”.</p><p>Lembre-se, ainda, de que as peças sanitárias precisam estar ligadas à galeria de</p><p>esgoto, cuja infraestrutura deve ser instalada previamente, na frente do seu</p><p>terreno.</p><p>7.3.3. Tapume</p><p>Fonte: arquivo pessoal.</p><p>O tapume acompanhará a obra por muito tempo.</p><p>A execução do tapume, ou seja, do fechamento frontal e lateral do terreno, na</p><p>maioria dos condomínios e residenciais, é exigida imediatamente após os</p><p>serviços de terraplenagem; deve preceder a perfuração das brocas (quando for o</p><p>caso) ou a escavação das sapatas – tipos de fundação que explicarei mais</p><p>adiante, ok? O fechamento evita que uma criança ou um animal caiam dentro</p><p>dos buracos escavados, bem como delimita e isola a obra durante sua execução.</p><p>É um equipamento de proteção tanto para os trabalhadores como para o público</p><p>que transita nas proximidades.</p><p>Cada condomínio estabelece, no seu regulamento de obras, o tipo do material a</p><p>ser empregado no tapume, a cor da tinta a ser usada, sua altura etc.: é só seguir</p><p>as regras e evitar aborrecimentos. Se o seu terreno estiver localizado junto à via</p><p>pública, mais importante ainda a construção do tapume bem no início da obra,</p><p>até antes das perfurações. Nesses casos, a municipalidade estabelece o quanto</p><p>você pode avançar sobre o passeio público, deixando uma passagem para os</p><p>pedestres circularem sem ter que se deslocar para o leito das ruas.</p><p>E agora? O que vem mais pela frente? Vamos ver?</p><p>8. ACOMPANHAMENTO DA OBRA: FUNDAÇÕES E</p><p>ESTRUTURA</p><p>Agora vai começar verdadeiramente a sua obra e por uma das etapas mais</p><p>significativas: a fundação, base de sustentação de uma casa. É sobre a fundação</p><p>que a casa ficará apoiada e, portanto, ela precisará de cuidados especiais.</p><p>Há milhares de anos, o Homem teria dito: “Pedro, tu és pedra e sobre a pedra</p><p>edificarei a minha igreja,”. Veja como essa fala é profunda! E, como metáfora da</p><p>segurança e solidez das construções, sabemos que, num local que abrigará</p><p>pessoas – sejam poucas, centenas ou milhares –, a edificação precisará de base</p><p>sólida de sustentação, conferida pela fundação.</p><p>8.1. Fundação dos muros</p><p>Vou começar, então, pela construção dos muros de arrimo e dos muros</p><p>divisórios.</p><p>8.1.1. Muros de arrimo</p><p>Toda vez que um terreno necessitar de aterro, antes da terraplenagem, é</p><p>necessária a execução do arrimo, que nada mais é do que um muro reforçado,</p><p>calculado para suportar o peso da terra a ser lançada sobre o terreno e que por ele</p><p>será contida, dentro de um completo equilíbrio de forças. De forma simplificada,</p><p>o muro de arrimo sustenta (contém) a terra que está em nível mais alto em</p><p>relação a outro nível subjacente, de maneira que a terra do nível mais alto não</p><p>deslize.</p><p>Fonte: arquivo pessoal.</p><p>Muro de arrimo – necessário para contenção da terra.</p><p>Então eu lhe pergunto: quem vai calcular o tal do muro de arrimo para se obter a</p><p>contenção dentro desse perfeito equilíbrio de forças? O engenheiro calculista,</p><p>uai! O profissional que foi contratado para fazer o projeto estrutural, composto</p><p>das fundações e da estrutura propriamente dita.</p><p>Pelas suas peculiaridades estruturais, o custo para execução do muro de arrimo é</p><p>superior ao da execução do muro divisório, pois, neste último, geralmente, não</p><p>há aporte de terra e não há desníveis consideráveis entre os lotes; mas, se tem</p><p>que ser feito, que se faça então!</p><p>Os muros de arrimo normalmente são feitos com vigas de concreto armado ou</p><p>blocos de concreto armado, dependendo do esforço a que estarão submetidos.</p><p>Nesse esforço, são consideradas as variáveis necessárias para que a terra seja</p><p>contida em equilíbrio, sem deformação, considerando, para o cálculo estrutural,</p><p>as condições do terreno, o escoamento de águas pluviais etc.</p><p>É importante ressaltar que o cálculo para execução do muro é de suma</p><p>importância, tendo em vista os problemas e as consequências que pode haver</p><p>não só com os lotes vizinhos (deslizamento, tombamento, infiltrações...etc.), mas</p><p>com a segurança e a solidez da construção.</p><p>Existe um muro de arrimo muito conhecido e que o vemos quando estamos</p><p>viajando por estradas sinuosas, em serras, com possibilidade de deslizamento de</p><p>terra. É o muro de arrimo conhecido como gabião: uma gaiola de contenção</p><p>construída com tela metálica galvanizada, bem reforçada, que, depois de</p><p>montada in loco, é preenchida com pedaços de pedra ou brita de graduação</p><p>elevada.</p><p>Crédito da imagem: PIRO por Pixabay.</p><p>Muro de arrimo tipo gabião.</p><p>Aqui eu tenho uma informação muito importante para você ficar atento na</p><p>construção do seu arrimo: uma vez concluída a execução do muro, é de extrema</p><p>relevância que o RT observe o tempo mínimo de cura e de resistência do</p><p>concreto utilizado nas fundações, antes de a terra ser lançada. Esse tempo é</p><p>necessário para que as ligações químicas responsáveis pela resistência do</p><p>concreto aconteçam – seu RT deve acompanhar de perto.</p><p>Após a execução do muro de arrimo, é importante que haja a impermeabilização.</p><p>O revestimento é feito com argamassa impermeável, composta de cimento, areia</p><p>média grossa e hidrófugo de massa (Vedacit, Sika 1 etc.), após o qual devem ser</p><p>aplicadas três demãos de impermeabilizante do tipo hidroasfalto (Neutrolin,</p><p>Neutroáqua etc.) ou de cimento elastomérico (Sikatop, Vedatop etc.) em demãos</p><p>cruzadas (sentidos de aplicação em “X”).</p><p>Estou explicando com informações bem técnicas, que o RT deve conhecer bem,</p><p>apenas para alertá-lo de que a execução desses dois serviços evitará que, no</p><p>futuro, você venha a ter aborrecimentos com seus vizinhos por causa de</p><p>infiltrações. Como é bom não ter problemas com vizinhos... “bora fazer, né”?</p><p>Mais adiante explicarei melhor esses termos técnicos, mas sem nenhuma</p><p>intenção de que você se torne expert: meu intuito é que você</p><p>entenda o processo</p><p>e a importância de que as etapas sejam cumpridas com profissionalismo por</p><p>todos os envolvidos.</p><p>8.1.2. Muros divisórios</p><p>Como o próprio nome já diz, trata-se do muro que separa a sua propriedade dos</p><p>lotes dos seus vizinhos (lindeiros). Esse muro normalmente é de alvenaria, com</p><p>blocos de tijolos cerâmicos furados, intercalada por pilares (ou pilaretes), a mais</p><p>ou menos 2,5 a 3 m de distância um do outro.</p><p>Fonte: arquivo pessoal.</p><p>Muro divisório – visão externa e visão interna.</p><p>Uma informação muito importante para você: tenho encontrado, com certa</p><p>frequência, a execução de muros divisórios longos, sem que o construtor tenha</p><p>executado sequer uma junta de dilatação. Mas o que é essa junta de dilatação do</p><p>muro divisório, engenheiro “com cara de raiz quadrada de 2 elevada ao cubo”?</p><p>Vou lhe responder assim, com uma regrinha prática: toda vez que um muro</p><p>divisório tiver mais de 15 m de extensão, obrigatoriamente deve ser prevista a</p><p>existência de uma junta, porque as temperaturas altas fazem com que o muro</p><p>aqueça e se dilate, precisando encontrar espaço nesse seu “espichamento”, o qual</p><p>é denominado, tecnicamente, de junta de dilatação. Mas não é um espaço vazio,</p><p>certo? Vou explicar como isso é feito.</p><p>A cada 15 m, no máximo (a extensão pode ser menor), devem ser executados</p><p>dois pilares (que nascem da viga baldrame – explicarei adiante esse termo),</p><p>distantes um do outro em torno de 2 a 3 cm. Esse espaço normalmente é</p><p>preenchido com uma placa de “isopor”, que permitirá o “efeito sanfona” do</p><p>muro, evitando que venha a trincar ou fissurar. Ou seja, o “isopor” permite que</p><p>cada parte do muro “espiche” (dilate) e volte ao normal, com as variações</p><p>térmicas que acontecem ao longo do dia. Simples, não? Nos dias frios, o muro</p><p>retrai e fica um pouquinho mais curto, e a junta trabalha mais folgada.</p><p>Desculpe-me por me alongar, mas é que dá uma “dorzinha de ver” que os</p><p>colegas se esquecem desse detalhe tão importante. E já que é tão importante, por</p><p>que não prever junta de dilatação também quando o muro chega junto à parede</p><p>da casa (da garagem, por exemplo)? Não podemos esquecer que a casa estará</p><p>apoiada sobre um tipo de fundação mais profunda, enquanto os muros</p><p>normalmente estão apoiados sobre uma fundação mais rasa. Anotou essa</p><p>informação?</p><p>8.2. Fundação da casa</p><p>Essa etapa é bastante complexa e pesada, portanto tomarei o cuidado de repassar</p><p>apenas o essencial para o seu conhecimento. É difícil resumir sem muitas</p><p>informações técnicas, mas vamos lá! Há, basicamente, dois tipos de fundação: a</p><p>rasa (ou superficial) e a profunda.</p><p>8.2.1. Fundação rasa ou superficial</p><p>É aquela que se apoia no terreno a uma pequena profundidade, entre 0,60 a 1,50</p><p>m, geralmente em forma de sapatas isoladas ou sapatas corridas, de forma que a</p><p>carga estrutural da edificação é transmitida ao solo por meio das pressões</p><p>distribuídas pela base dessa fundação.</p><p>Geralmente é utilizada quando o terreno é arenoso, que apresenta resistência</p><p>significativamente mais elevada que os terrenos argilosos ou siltosos. Num</p><p>cálculo rápido, para melhor compreender o que estou falando, essa fundação</p><p>suporta uma carga em torno de 2 kg/cm². Por exemplo, uma sapata isolada com</p><p>base de 1 x 1 m possui 10.000 cm2, certo? (100 x 100 = 10.000); então essa</p><p>sapata deve suportar uma carga de 10.000 kg ou 10 toneladas.</p><p>Fonte: arquivo pessoal.</p><p>Sapata corrida.</p><p>8.2.2. Fundação profunda</p><p>São apoiadas em camadas mais profundas do terreno. Normalmente são</p><p>conhecidas por estacas, e aqui entra uma gama de variações: estacas de concreto</p><p>armado, moldadas in loco; estacas de concreto pré-fabricadas; estacas de aço e</p><p>até estacas de madeira. De madeira, engenheiro? Mas elas não apodrecem? Não!</p><p>Não apodrecem desde que fiquem cobertas pelo lençol freático - reservatório</p><p>subterrâneo que “armazena” as águas provenientes de chuvas.</p><p>O lençol freático varia de volume conforme o índice pluviométrico, podendo</p><p>aumentar ou baixar – às vezes, baixando permanentemente. Aqui em Ribeirão</p><p>Preto, temos um reservatório natural, conhecido como Aquífero Guarani, que</p><p>acumula água em trecho do solo, muito importante para a qualidade dos recursos</p><p>hídricos da cidade.</p><p>No passado, foram empregadas muitas estacas de madeira na construção de</p><p>casas: as árvores eram ceifadas e, ainda verdes, eram cravadas com o auxílio do</p><p>equipamento chamado de bate-estacas. Isso só era viável em terrenos com lençol</p><p>freático elevado, onde se confirmava a informação de que aquele lençol d’água,</p><p>em épocas de seca, não baixaria mais do que a cota conhecida. As estacas, então,</p><p>eram cravadas, e se escavavam os buracos, mais ou menos um metro abaixo</p><p>daquela cota do período das secas, concretando-se os blocos de coroamento -</p><p>que nada mais são do que blocos de concreto armado responsáveis pela transição</p><p>entre as estacas de madeira e as vigas baldrames (conhecidas assim porque são</p><p>apoiadas sobre a terra).</p><p>https://prefaz.com.br. Crédito da imagem: Anja por Pixabay.</p><p>Estaca pré-moldada de concreto. Estacas de madeira.</p><p>As estacas transmitem ao solo, por intermédio de atrito lateral e de ponta (ponta</p><p>da estaca), os esforços a que estarão submetidas. Por exemplo, para 35 toneladas</p><p>de carga, a soma do atrito lateral da estaca junto ao solo com o atrito da ponta da</p><p>estaca apoiada no fundo do terreno terá que ser superior às 35 toneladas.</p><p>Normalmente as estacas são cravadas ou moldadas no solo argiloso ou siltoso,</p><p>que suportam carga em torno de 1 kg/cm2 - em média, metade da resistência de</p><p>suporte do solo arenoso.</p><p>Quando, no projeto estrutural, são demandadas cargas bastante elevadas (no caso</p><p>de prédios, por exemplo) e o terreno é do tipo arenoso, o projeto prevê a</p><p>cravação de estacas de concreto armado pré-moldadas ou de trilhos metálicos. E</p><p>por que pré-moldadas? Para evitar que, quando perfurada por uma broca</p><p>rotativa, a areia se desagregue e tampe os buracos escavados.</p><p>Como disse inicialmente, o assunto é complexo e aqui desdobraríamos em outras</p><p>tantas soluções, como as estacas moldadas in loco com “camisas” recuperadas –</p><p>que seria mais ou menos como moldar a estaca dentro de uma “forma” (camisa)</p><p>que será retirada posteriormente, podendo ser reaproveitada. Mas não vou me</p><p>alongar para não cansar...</p><p>Acredito ter transmitido, com certa leveza, um pouco de conhecimento sobre</p><p>essa matéria e ter desmistificado o “folclore” das estacas de madeira. Sabe, eu</p><p>conheci uma bela mansão em Floripa, em um bairro nobre da cidade, construída</p><p>sobre estacas de madeira, em uma região bastante úmida. Acontece que, com o</p><p>passar dos anos e com o preenchimento dos terrenos com várias outras</p><p>construções, ocorreu uma boa dose de impermeabilização do solo e o nível de</p><p>água do lençol baixou consideravelmente.</p><p>Imagino o que poderá ter acontecido com aquela casa tão agradável e sólida.</p><p>Fico torcendo para que o construtor tenha executado o bloco de coroamento em</p><p>uma cota mais profunda e que o lençol freático ainda esteja banhando as estacas.</p><p>8.3. Estrutura</p><p>Anteriormente expliquei a base da construção, as fundações, que têm a função de</p><p>sustentar o peso do que será construído sobre elas. Pois bem! Na construção de</p><p>uma casa ou de um prédio, ocorre o seguinte processo:</p><p>• As lajes descarregam suas cargas (peso próprio e cargas acidentais – pessoas,</p><p>móveis etc.) nas vigas de concreto armado.</p><p>• As vigas, por sua vez, descarregam sua carga (o seu peso próprio) mais as</p><p>cargas decorrentes das lajes, nos pilares de concreto armado.</p><p>• Os pilares descarregam nas sapatas ou nos blocos de coroamento das estacas.</p><p>• As estacas, por sua vez, descarregam toda a carga no terreno, por intermédio de</p><p>atrito entre a base da sapata com o solo, ou das áreas expostas da estaca (área</p><p>lateral mais a ponta).</p><p>Entenda assim: cada peça estrutural tem a sua finalidade específica no conjunto,</p><p>e todas trabalham unidas, transmitindo o peso total da construção para o solo</p><p>propriamente dito. “Ninguém solta a mão de ninguém!”.</p><p>O engenheiro calculista obtém informações sobre a resistência do solo por</p><p>intermédio da sondagem do terreno. Com as informações</p><p>sobre a capacidade de</p><p>suporte (capacidade de carga), o calculista faz “umas continhas simples” e fica</p><p>sabendo o quanto de área exposta da base da sapata - ou das áreas laterais e</p><p>ponta das estacas - será necessário para se contrapor com aquele “peso danado”</p><p>que os pilares estão transmitindo.</p><p>Ah! Apenas para lembrar que peso é igual à força multiplicada pela área, certo?</p><p>Ou seja, P = F x A, onde P é a carga que o pilar está transmitindo; F é a</p><p>capacidade de suporte (resistência) do solo; e A é a área da base da sapata ou a</p><p>área lateral da estaca somada com a ponta. Ufa!! Além de engenheiro civil, fui</p><p>professor de matemática. Você deve ter percebido como gosto de explicar “a</p><p>fundo” as continhas...</p><p>DICAS DO ENGENHEIRO</p><p>Observe que, às vezes, estendo um pouco mais a explanação. Minha intenção é</p><p>deixar o assunto mais “amarrado”... vai que um entendido resolva ler nosso</p><p>livro, não é? Bom, preciso ressaltar ainda que:</p><p>• uma estrutura bem executada (do cálculo à construção das peças) é de extrema</p><p>importância;</p><p>• a presença e o acompanhamento do engenheiro calculista e do RT são</p><p>fundamentais, principalmente nas etapas mais relevantes, como a de conferir as</p><p>armações (ferragens estruturais de peças de concreto) quando lançadas na forma,</p><p>para ver se estão na posição certa, se estão armadas corretamente e se as peças</p><p>foram “amarradas, travadas e consolidadas” entre si;</p><p>• a utilização de concreto usinado, fornecido pelas concreteiras, deve ser</p><p>priorizada, caso existam em sua cidade. Esse tipo de concreto é preparado e</p><p>misturado em uma “usina”, com controle tecnológico, que possibilita a pesagem</p><p>de todos os materiais antes da mistura, o que não é possível no canteiro de obra.</p><p>O concreto é levado até o canteiro e bombeado por uma mangueira diretamente</p><p>no local - vem em mistura fluida para tal. O engenheiro calculista deve informar</p><p>ao fornecedor a resistência necessária para o concreto suportar, considerada na</p><p>hora do cálculo, no projeto estrutural;</p><p>• o RT sabe o que fazer com aquele monte de escoramento das peças, que ficam</p><p>na obra por um bom tempo. Ele sabe exatamente quantos dias o escoramento</p><p>precisará estar presente. É preciso que o concreto atinja a resistência desejada</p><p>para que seja autorizada a retirada das escoras: no canteiro de obras, a resistência</p><p>atingida aos 28 dias da concretagem é a nossa referência;</p><p>• o consumo de água aumentará, mas não se assuste! O bom RT - presente na</p><p>obra – deve orientar o construtor, e consequentemente os pedreiros e os</p><p>serventes, a molhar as peças de concreto até encharcar, de três a quatro vezes ao</p><p>dia. Ah, engenheiro! E se o concreto for “lançado” na sexta-feira, o que pode ser</p><p>feito para regá-lo no sábado e no domingo dentro do condomínio? Peça ao seu</p><p>RT que programe com algum operário para executar essa tarefa importante, e é</p><p>claro que será necessário comunicar essa programação à administração do</p><p>condomínio ou residencial;</p><p>• o RT deve respeitar criteriosamente o momento e as ferramentas para</p><p>desformar os pilares e as vigas (tirar o madeiramento que “veste” a peça a ser</p><p>concretada), que não pode ser logo no dia seguinte ao da concretagem. Primeiro,</p><p>porque o concreto está iniciando o processo de cura, e a desforma com</p><p>ferramentas inadequadas pode alterar a sua resistência; segundo é que, a partir da</p><p>desforma, inicia-se uma evaporação mais acelerada das peças, caindo a</p><p>resistência - como você pode observar, a água não é vital apenas para os animais</p><p>e as plantas, mas também para a sua obra. “Essa H2O é porreta mesmo!”.</p><p>9. DA IMPERMEABILIZAÇÃO À ESCOLHA DO TELHADO</p><p>A impermeabilização constitui uma etapa muito importante, apesar de ficar</p><p>quase imperceptível, meio escondidinha, do tipo “me deixa quietinha aqui no</p><p>meu canto”, atuando por todo período de existência da obra.</p><p>Muitos, no intuito de economizar, desprezam a impermeabilização, deixando-a</p><p>de lado, o que fatalmente resultará em arrependimento - a ponto de “arrancar os</p><p>cabelos” quando os problemas começarem a aflorar. Eu dou muito valor aos</p><p>impermeabilizantes, afinal a indústria os desenvolveu para melhorar nossa</p><p>qualidade de vida; então por que desprezá-los? Por uma falsa economia ou por</p><p>desconhecimento dos seus benefícios? Ou só porque eles ficam lá</p><p>escondidinhos? Vamos entender um pouquinho esses amigos da obra.</p><p>Fonte: arquivo pessoal.</p><p>Não economize... impermeabilize desde a fundação!</p><p>9.1. Etapas da impermeabilização</p><p>O primeiro impermeabilizante deve ser empregado no revestimento dos muros</p><p>de arrimo e divisórios: chapisco impermeável bem fechado, argamassa</p><p>impermeável e três demãos de um hidroasfalto ou um cimento elastomérico.</p><p>Esse trabalho bem executado protegerá seus muros, bem como os dos vizinhos.</p><p>Depois de desformadas as vigas baldrames (as que ficam em contato com o solo,</p><p>lembra?), é importante serem aplicadas três demãos de hidroasfalto (Neutrolin,</p><p>Neutrol, Aqua, Sikaflex etc.) na face superior e nas laterais das peças. Também é</p><p>importante a impermeabilização na elaboração do concreto para concretagem das</p><p>vigas baldrames.</p><p>Aí as paredes (alvenaria) serão erguidas e haverá necessidade de quê? Do</p><p>impermeabilizante, para ser feita a massa de assentamento, na qual se empregará</p><p>cimento portland, areia média peneirada, água e o impermeabilizante hidrófugo</p><p>de massa (Sika 1, Vedacit, Viapol etc.).</p><p>Encontra-se uma gama enorme desses produtos no mercado, mas onde está o</p><p>segredo? O servente precisa estar treinado para trabalhar com os</p><p>impermeabilizantes. No caso do hidrófugo de massa, é fundamental que se retire</p><p>a tampa do balde e que se mexa bem a solução, até a obtenção de um produto</p><p>homogêneo, sem sedimentação no fundo do balde. O percentual desse aditivo</p><p>sobre o volume do cimento também é muito relevante - isso é como um remédio,</p><p>pôr de menos ou demais é sempre ruim. No caso da massa de assentamento, 2%</p><p>sobre o volume do cimento bastam para reprimir a subida da água de percolação</p><p>– umidade que vem do solo e quer subir para os tijolos.</p><p>Com a massa trabalhada dessa maneira, o pedreiro assenta as duas primeiras</p><p>camadas de tijolos. Ah... engenheiro! Pode colocar cal para a massa ficar mais</p><p>macia de trabalhar? Não, nunca, pois a cal é porosa e sua presença fará com que</p><p>a água de percolação suba para os tijolos, que é exatamente o que não deve</p><p>acontecer.</p><p>Observe: foi feito um concreto impermeável, depois aplicou-se hidroasfalto (que</p><p>é elástico e, portanto, acompanha as dilatações e retrações das vigas) e foram</p><p>assentadas duas fiadas de tijolos com argamassa impermeável. “Esse negócio tá</p><p>ficando bão, sô!”.</p><p>Vou acabar essa etapa da impermeabilização das baldrames, mas antes preciso</p><p>dizer que, quando as paredes forem revestidas, também precisarão receber</p><p>argamassa impermeável na parte inferior, em torno de uns 50 a 60 cm do piso.</p><p>Ah! Importante lembrar que o hidrófugo de massa deve ser incorporado à água</p><p>empregada na feitura da massa impermeável. Nunca deve ser despejada</p><p>diretamente sobre o cimento!</p><p>Pois bem, a impermeabilização segue seu fluxo na obra. Recomendo que o</p><p>concreto do piso do pavimento térreo, também conhecido como lastro, seja</p><p>empregado com impermeabilizante incorporado na argamassa. Saiba que o custo</p><p>dos impermeabilizantes é extremamente baixo se comparado com os seus</p><p>benefícios.</p><p>Da mesma forma, sugiro que o contrapiso a ser executado sobre o lastro de</p><p>concreto seja uma argamassa impermeável executada apenas com cimento, areia</p><p>média peneirada e água de amassamento (água incorporada com o hidrófugo de</p><p>massa). Os benefícios serão enormes, uma vez que essa argamassa impedirá a</p><p>subida de água de percolação. Advirto que se essa água estiver presente - pela</p><p>ausência do impermeabilizante –, pode ocorrer um processo chamado de</p><p>saponificação, que é a reação química dos elementos da água com os carbonatos</p><p>presentes no cimento e na argamassa de assentamento dos pisos cerâmicos e,</p><p>como consequência, começa a sair uma mancha branca pelas juntas de dilatação.</p><p>Todas as áreas molhadas do segundo pavimento da sua casa (banheiros, sacadas,</p><p>copa de apoio, lajes expostas ao tempo, áreas</p><p>técnicas das condicionadoras de ar</p><p>etc.) precisam receber tratamento adequado de impermeabilização das</p><p>superfícies. A contratação de uma empresa especializada é a melhor decisão a</p><p>ser tomada. Além da aplicação correta por profissionais treinados para a</p><p>atividade, certamente serão empregados os produtos adequados para cada</p><p>situação. Porém nada impede que o construtor tenha, em sua equipe, um pedreiro</p><p>bem treinado para efetuar essa atividade - o importante é saber que os</p><p>impermeabilizantes estão aí para nos ajudar a ter uma casa mais “sadia e com</p><p>vida mais longa”.</p><p>A piscina, a cisterna e o spa precisam de cuidado ainda maior, afinal de contas</p><p>essas superfícies conterão água. Sugiro a realização do teste de estanqueidade</p><p>(previsto em normas técnicas) antes da aplicação do revestimento cerâmico, para</p><p>verificar se não há vazamentos nas superfícies.</p><p>Vale destacar que, uma vez impermeabilizada a superfície, ela precisará ser</p><p>isolada e protegida, de forma a não ser danificada. Se a impermeabilização for</p><p>aplicada em uma floreira, por exemplo, é fundamental a execução da camada de</p><p>proteção contra a ação das raízes das plantas.</p><p>Importante que se exija da empresa impermeabilizadora, ao final da obra, o</p><p>certificado de garantia dos serviços executados pelo prazo de cinco anos, como</p><p>previsto em lei. Exija, também, do seu RT a impermeabilização das fachadas que</p><p>receberão revestimento cerâmico ou de pedras. Tenho visto, com frequência,</p><p>esse esquecimento que, se ocorrer com você, futuramente trará muitos</p><p>aborrecimentos com a famosa eflorescência - aquele “chorinho branco”</p><p>escorrendo pela fachada. “É de chorar”, literalmente.</p><p>Ainda preciso ressaltar que todas as áreas semienterradas (subsolo, poço de</p><p>elevador, casa de máquinas da piscina etc.) não podem ficar em segundo plano;</p><p>ao contrário, exigem especial atenção do RT. Você viu como esse profissional é</p><p>de extrema importância na sua obra? Converse bastante com ele; um “dedo de</p><p>prosa” pode render muito...</p><p>9.2. A escolha do telhado</p><p>Vamos subir? É hora de olhar lá de cima, observar os seus vizinhos, o</p><p>horizonte... então é o momento da escolha e da execução do telhado da sua casa.</p><p>Antigamente os telhados eram todos aparentes, um mais bonito que o outro,</p><p>época em que se conhecia logo o arquiteto habilidoso. As telhas eram escolhidas</p><p>com esmero, e a indústria, a cada dia, disponibilizava um produto com</p><p>qualidades superiores aos demais. “Ai que saudade da telha francesa, que</p><p>encaixava com perfeição!”. Parecia que uma tinha nascido para a outra; “dava”</p><p>uns telhados altos, com caimentos acentuados, mas eficientes. Aí veio a telha</p><p>romana, que exigia caimento menor e igualmente eficiente - uma mistura da</p><p>telha capa e canal, que ainda hoje se emprega muito, pela sua simplicidade e</p><p>custo mais baixo.</p><p>É bom destacar que as telhas cerâmicas são ecologicamente corretas, feitas do</p><p>cozimento da argila, e que possuem alta capacidade de retenção do calor. Mas aí</p><p>veio a indústria e ditou uma nova moda e todos sabem, né? Se é moda, eu quero!</p><p>Começaram, então, a produzir a telha com cimento, areia e pedrisco; quem era</p><p>chic passou a desejar a famosa telha tégula e suas variações.</p><p>Crédito da imagem: Paul Brennan por Pixabay.</p><p>Telhas cerâmicas.</p><p>Mas qual o inconveniente dessas telhas mesmo? Passa um calor danado por elas,</p><p>transmitindo para as lajes e, consequentemente, para os ambientes internos. Aí</p><p>criaram a manta de subcobertura (foils), um produto tipo manta oferecido em</p><p>rolo, para ser aplicado abaixo do telhado, com a finalidade de reduzir a</p><p>temperatura interna na edificação, ao refletir a radiação solar interceptada. E</p><p>assim nossa indústria básica da construção civil vai se modernizando... dizem</p><p>que é para os profissionais não ficarem muito entediados.</p><p>Como nova tendência, combinando com o estilo neoclássico, surgiram os</p><p>telhados “escondidos”: você passa, avista aquelas fachadas belas e não consegue</p><p>mais ver nenhuma telha sequer. Quem gosta mesmo desses telhados abrigados</p><p>são os calheiros, que se “refestelam” com a quantidade de calhas coletoras,</p><p>rufos, contrarrufos, chapins e por aí afora. Repito: que saudade da telha francesa,</p><p>meu Deus!</p><p>Fonte: arquivo pessoal.</p><p>Telhado escondido: atentar para a descida de águas pluviais.</p><p>Vieram, ainda, as telhas metálicas, com tratamento térmico e acústico (telhas</p><p>sanduíches), além das telhas de fibrocimento, preferencialmente usadas com</p><p>mantas de subcobertura (foils) para redução do calor.</p><p>Fonte: https://www.toptelhas.com.br.</p><p>Telhas termoacústicas: ajudam no isolamento térmico.</p><p>Seja exigente com seu arquiteto e não permita que ele use aquele monte de</p><p>descidas de águas pluviais aparentes, canos ou chapas fixadas na sua fachada.</p><p>Isso porque, por serem itens que interferem no visual externo, é preciso que esse</p><p>assunto seja discutido com você antes que a “surpresa” seja afixada nas suas</p><p>fachadas. Com uma boa atenção, as descidas de águas pluviais podem ser</p><p>embutidas nas paredes de sua casa, protegidas e esteticamente incorporadas.</p><p>Fonte: arquivo pessoal.</p><p>O planejamento é essencial para “esconder” o que não é para aparecer!</p><p>Mas como a indústria não dorme, já começaram a produzir telhas de</p><p>fibrocimento ou cerâmicas, com as placas fotovoltaicas incorporadas para</p><p>aproveitamento da luz solar, substituindo, até mesmo, os grandes painéis solares</p><p>colocados sobre as telhas. Esse assunto de aproveitamento da luz solar como</p><p>gerador de energia será comentado mais adiante. Uma modernidade dessas,</p><p>acredito, está para o engenheiro de obras assim como uma linha cirúrgica nova,</p><p>que o organismo absorve rapidamente, está para o médico-cirurgião: “só</p><p>alegria!”. É a vida que segue em ritmo acelerado.</p><p>10.</p><p>ALVENARIA OU CANTARIA</p><p>Essa é a hora que você, como proprietário, começa a ficar mais animado; estava</p><p>demorando para a obra sair do chão, não é? Nem me fale! Agora ela começa a</p><p>“ser vista”. Farei breve explanação do material a ser usado na execução das</p><p>paredes de sua casa.</p><p>10.1. Tijolos cerâmicos: maciços e furados</p><p>Antigamente, somente se usavam tijolos maciços - aqueles com dimensões</p><p>conhecidas de 5 x 10 x 20 cm. Depois, a indústria começou a produzir os tijolos</p><p>com 6, 8 e 9 furos. Interessante é que poucos sabem que os furos têm a</p><p>finalidade de criar uma camada de proteção acústica e térmica para os ambientes.</p><p>Outra vantagem é que eles são mais leves (quando comparados por m2 de</p><p>parede), contribuindo, assim, com uma estrutura mais leve e econômica.</p><p>Recomendo sempre o emprego dos tijolos furados, principalmente nas regiões</p><p>quentes do nosso Brasil.</p><p>Crédito da imagem: Ededchechine - Freepik.com Fonte: arquivo pessoal.</p><p>Alvenaria de tijolos maciços. Alvenaria de tijolos furados.</p><p>10.2. Tijolos de concreto: blocos ou canaletas</p><p>Infelizmente, esse material vem sendo largamente empregado na construção de</p><p>edifícios, até mesmo em regiões muito quentes. Entenda que esses blocos</p><p>aquecem muito nas estações quentes e esfriam demais nas estações mais frias.</p><p>Ora, o “danado” trabalha sempre na contramão: quando é frio, ele ajuda a esfriar</p><p>ainda mais os ambientes; quando é quente, ajuda a nos “cozinhar”. Aí eu me</p><p>pergunto: os órgãos governamentais que fomentam tanto a construção de</p><p>moradias mais populares (com nomes específicos a cada governo) não observam</p><p>isso? Não seria mais sensato estimular o uso dos tijolos cerâmicos nessas obras?</p><p>Se está frio, o tijolo cerâmico ajuda a aquecer; se está quente, o tijolo ajuda a</p><p>refrescar.</p><p>Vou falar agora um pouco dos tijolos e dos blocos sob o ponto de vista da</p><p>importante função que desempenham: vedar ambientes ou fazer parte da</p><p>estrutura da edificação.</p><p>10.3. Tijolos de vedação</p><p>Fonte: arquivo pessoal.</p><p>Paredes sendo levantadas...que satisfação!</p><p>São empregados apenas para fechar os vãos formados pelas vigas e pelos pilares;</p><p>não são empregados como elementos estruturais, pois não possuem resistência</p><p>para tal tarefa. Aqui se enquadram os tijolos furados, os blocos de concreto de</p><p>baixa qualidade, os blocos celulares, entre outros. Os blocos celulares são tijolos</p><p>feitos de cimento e areia, acrescidos</p><p>de um produto químico que incorpora ar</p><p>nessas massas. Quando curados, são serrados nas dimensões comerciais.</p><p>Bastante leves, auxiliam no alívio das estruturas e são recomendados onde é</p><p>necessário o tratamento acústico e térmico.</p><p>10.4. Tijolos estruturais</p><p>Fonte: https://www.olx.com.br.</p><p>Tijolos estruturais: analisar, decidir.</p><p>São empregados para desempenhar funções estruturais, como o próprio nome já</p><p>diz, e, por serem fabricados para suportar altas cargas, dispensam a necessidade</p><p>de pilares e vigas, que são substituídas por canaletas, com ferragem pouco</p><p>expressiva.</p><p>Aqui se enquadram os blocos estruturais de cerâmica ou blocos de concreto de</p><p>alta resistência à compressão. Tanto no uso de blocos de cerâmica como no de</p><p>concreto, reforçados com algumas barras de ferro (o que chamamos de</p><p>brotinhos), podem ser levantados prédios com alturas bastante significativas – de</p><p>15 a 20 andares.</p><p>Voltando um pouco ao “antigamente”, existia, de maneira mais farta no mercado,</p><p>um tijolo maciço construído com cimento especial de alta resistência, constituído</p><p>de sílica e calcário, conhecido como tijolo sílico-calcário. Eram muito especiais,</p><p>com alta capacidade de suporte de carga. Pena que não são mais encontrados</p><p>facilmente!</p><p>10.5. Cantaria</p><p>Ainda no tema “paredes”, cabe uma pergunta: engenheiro, o que é essa tal de</p><p>cantaria? A cantaria ou pedra de cantaria é a pedra lavrada em forma geométrica,</p><p>com a finalidade de ser empregada nas construções, podendo substituir os</p><p>tijolos, por exemplo. Trabalhei bons anos em Santa Catarina, e lá era comum o</p><p>emprego desses blocos lavrados na construção de muros de arrimo, muros</p><p>divisórios, sapatas corridas nas fundações e até mesmo para erguer paredes de</p><p>casas residenciais ou comerciais.</p><p>E aqui vai mais uma curiosidade: nos primórdios da construção da cidade de</p><p>Florianópolis, utilizou-se óleo de baleia na mistura das argamassas de</p><p>assentamento desses blocos de pedra, para funcionar como um</p><p>impermeabilizante. Entenda o porquê: o óleo fecha os poros entre os grãos de</p><p>areia e o cimento, impedindo a umidade de percolação de subir para as paredes.</p><p>Crédito da imagem: Ximena-c por Pixabay.</p><p>Casa de pedra de cantaria.</p><p>DICAS DO ENGENHEIRO</p><p>• Saiba que o tijolo, para ser assentado, deve ser molhado um pouco antes de</p><p>virar alvenaria. E por que, engenheiro? Porque se o tijolo estiver levemente</p><p>molhado, não “roubará” água da argamassa...lembra? A água é um dos</p><p>elementos mais importantes na construção; se o tijolo “puxar” umidade da</p><p>argamassa, ela se enfraquecerá porque serão reduzidas ou interrompidas as</p><p>reações químicas que levariam a massa à resistência desejada.</p><p>• Estimule o pessoal a regar a alvenaria ao entardecer, antes de fecharem a obra.</p><p>O “mantra” é: massa úmida, massa forte.</p><p>• Não esqueça que sempre devem ser assentadas as duas primeiras camadas de</p><p>tijolos junto às vigas baldrames com argamassa impermeável - cimento, areia</p><p>peneirada e água de amassamento acrescida de hidrófugo de massa. E que essa</p><p>argamassa impermeável pede rega com água, três vezes ao dia, por três dias, ok?</p><p>• Entenda que, quando a alvenaria é de vedação, recomenda-se o emprego de um</p><p>produto conhecido como expansor, que, incorporado à argamassa de</p><p>assentamento, expande e ajuda a “travar” a alvenaria junto à estrutura (viga ou</p><p>pilar). O expansor está para a argamassa assim como o fermento está para a</p><p>massa do bolo: é ele que faz a argamassa crescer e consequentemente travar os</p><p>dois materiais (tijolos e estrutura). Se não colocar o expansor para travar,</p><p>certamente haverá fissuras entre os dois materiais.</p><p>11. COBERTURA</p><p>Depois que as alvenarias são executadas, chega a hora de cobrir as paredes, para</p><p>formar os ambientes que um dia você e sua família ocuparão. O fechamento</p><p>pode ser feito com laje, acima da qual será montada a estrutura do telhado, ou</p><p>diretamente com a estrutura do telhado, se este for ficar em madeiramento</p><p>aparente.</p><p>A chegada desse momento da obra é bastante aguardada pelos profissionais. Se</p><p>você chegar e avistar um galho de árvore pendurado em cima da laje, é sinal de</p><p>que o pessoal espera que o “escorpião que habita em seu bolso” seja retirado e</p><p>que sejam todos presenteados com um churrasco regado a uma cervejinha</p><p>gelada. Foi duro chegar até aqui...muito suor foi derramado; é uma sexta-feira,</p><p>último dia da semana na obra, hora de começar a descontrair um pouco! Na</p><p>segunda, começará tudo novamente e o madeiramento começará a subir laje</p><p>acima.</p><p>Crédito da imagem: Jozsef Farago por Pixabay.</p><p>Telhado com luzernas ou lucarnas.</p><p>11.1. Etapas da cobertura</p><p>A cobertura é compreendida por duas etapas bem distintas:</p><p>• Execução da estrutura de sustentação do telhado, que poderá ser de madeira ou</p><p>mesmo de estrutura metálica.</p><p>• Execução do telhamento, que é o lançamento das telhas sobre essa estrutura,</p><p>podendo ser de diversos materiais: telhas cerâmicas, telhas de concreto, telhas de</p><p>chapa galvanizada simples, telhas de chapas galvanizadas intercaladas com placa</p><p>de poliuretano (isopor, as chamadas telhas-sanduíche), telhas de fibrocimento (as</p><p>famosas Eternit, Brasilit...), telhas de pedra (ardósia, por exemplo), entre outras.</p><p>Nessa hora, trabalham vários profissionais concatenados com um único objetivo:</p><p>encontrar a melhor solução para cada atividade.</p><p>11.2. Passo a passo da cobertura</p><p>Apresentarei, agora, um passo a passo resumido, para ajudá-lo a compreender o</p><p>processo:</p><p>• O telhadista recebe orientação do calheiro sobre a largura das calhas coletoras</p><p>de águas pluviais, o sentido de caimento das águas (planos de inclinação</p><p>necessários para o bom caimento da chuva) etc.</p><p>• O encanador informa ao telhadista e ao calheiro a altura mínima de lançamento</p><p>do telhado, de forma a obter as condições ideais (declividade) de caimento das</p><p>tubulações que conduzirão as águas pluviais.</p><p>• O profissional do sistema de ar condicionado aproveita quando a estrutura de</p><p>sustentação do telhado está pronta para passar com as redes frigorígenas, que</p><p>interligam as unidades evaporadoras às unidades condicionadoras que ficarão na</p><p>área técnica (lembra que já falei sobre esse assunto?). Dessa forma, o risco de</p><p>que essas redes sejam pisadas ou esmagadas pelo madeiramento fica</p><p>extremamente reduzido.</p><p>• O encanador entra em cena novamente, subindo com os reservatórios de água</p><p>fria (caixas d’água), bem como o boiler (reservatório de água quente), antes que</p><p>o telhadista cubra o volume do reservatório.</p><p>Importante dizer que, se o telhado for de uma casa com arquitetura pós-moderna,</p><p>onde ele fica confinado e quase ou totalmente imperceptível externamente, antes</p><p>desse pessoal todo subir na laje para começar o telhado, os pedreiros devem</p><p>revestir a caixa d’água e os oitões ou platibandas - paredes que escondem o</p><p>telhado. Se bem planejado pelo RT, até os pintores podem antes dar uma demão</p><p>de selador nas paredes.</p><p>Como você pode observar, no chão da obra há um maestro que, de quando em</p><p>vez, também sobe para confirmar se tudo está transcorrendo como planejado nos</p><p>projetos: o RT. Essa etapa exige muita coordenação desse profissional, que</p><p>harmoniza todas as equipes envolvidas, pois é quase uma “Torre de Babel” o</p><p>trabalho lá em cima.</p><p>DICAS DO ENGENHEIRO</p><p>• A cobertura da obra pode ser feita apenas com uma laje exposta ao tempo, isto</p><p>é, sem o cobrimento com telhas. Se essa for a escolha, são necessários alguns</p><p>cuidados para a proteção da laje às intempéries, além da previsão da manutenção</p><p>desses cuidados.</p><p>• A laje deve ser executada com um caimento mínimo, a fim de escoar a água da</p><p>chuva para a área externa da edificação ou ter ralos que permitam o escoamento</p><p>da água, estrategicamente colocados.</p><p>• A proteção da laje exposta (onde serão instalados os ralos para escoamento) é</p><p>conferida pelos pedreiros, que preparam uma camada de regularização com</p><p>argamassa denominada de cimentado desempenado, com caimentos bem</p><p>definidos para os ralos que coletarão as águas pluviais.</p><p>• A equipe da impermeabilização, depois de concluída a camada de</p><p>regularização, entra em ação, aplicando as mantas asfálticas pré-fabricadas ou as</p><p>de arquitetura, projetos</p><p>complementares e pela construção</p><p>3. A ELABORAÇÃO DO PROJETO ARQUITETÔNICO: ETAPAS</p><p>RELEVANTES</p><p>3.1. Briefing (entrevistas)</p><p>3.2. Estudo preliminar</p><p>3.3. O anteprojeto</p><p>3.4. Projeto para aprovação de condomínio e prefeitura</p><p>3.5. Projeto executivo</p><p>4. EXECUÇÃO DO PROJETO ARQUITETÔNICO: PROFISSIONAIS</p><p>ENVOLVIDOS</p><p>4.1. Etapa 1: time do chão às paredes e coberta... começando os trabalhos</p><p>4.1.1. Responsável técnico da obra (RT)</p><p>4.1.2. Construtor ou empreiteiro</p><p>4.1.3. Encarregado ou mestre de obras</p><p>4.1.4. Pedreiro</p><p>4.1.5. Servente de pedreiro</p><p>4.1.6. Furão</p><p>4.1.7. Armador ou ferreiro</p><p>4.1.8. Encanador</p><p>4.1.9. Ajudante de encanador</p><p>4.1.10. Eletricista</p><p>4.1.11. Auxiliar de eletricista</p><p>4.1.12. Carpinteiro</p><p>4.2. Etapa 2: Time dos acabamentos...chegando quase lá</p><p>4.2.1. Azulejista</p><p>4.2.2. Pintor</p><p>4.2.3. Jardineiro</p><p>4.2.4. Calheiro</p><p>4.2.5. Impermeabilizador</p><p>4.2.6. Gesseiro</p><p>4.2.7. Marceneiro</p><p>4.2.8. Serralheiro</p><p>4.2.9. Vidraceiro</p><p>4.2.10. Calceteiro</p><p>4.3. Etapa 3: time de instalação dos equipamentos</p><p>4.3.1. Sistema de ar condicionado</p><p>4.3.2. Elevador ou plataforma elevatória</p><p>4.3.3. Automação</p><p>4.3.4. Móveis planejados</p><p>4.3.5. Iluminação</p><p>4.3.6. Microgeração de energia</p><p>5. RELACIONAMENTO COMERCIAL COM O ARQUITETO E COM O</p><p>ENGENHEIRO</p><p>6. O INÍCIO DA OBRA: EXIGÊNCIAS E LICENÇAS</p><p>7. ATIVIDADES PREPARATÓRIAS E PROVISÓRIAS</p><p>7.1. Limpeza do terreno</p><p>7.2. Movimento de terra</p><p>7.3. Serviços provisórios</p><p>7.3.1. Barraco de obra</p><p>7.3.2. Instalações sanitárias</p><p>7.3.3. Tapume</p><p>8. ACOMPANHAMENTO DA OBRA: FUNDAÇÕES E ESTRUTURA</p><p>8.1. Fundação dos muros</p><p>8.1.1. Muros de arrimo</p><p>8.1.2. Muros divisórios</p><p>8.2. Fundação da casa</p><p>8.2.1. Fundação rasa ou superficial</p><p>8.2.2. Fundação profunda</p><p>8.3. Estrutura</p><p>9. DA IMPERMEABILIZAÇÃO À ESCOLHA DO TELHADO</p><p>9.1. Etapas da impermeabilização</p><p>9.2. A escolha do telhado</p><p>10. ALVENARIA OU CANTARIA</p><p>10.1. Tijolos cerâmicos: maciços e furados</p><p>10.2. Tijolos de concreto: blocos ou canaletas</p><p>10.3. Tijolos de vedação</p><p>10.4. Tijolos estruturais</p><p>10.5. Cantaria</p><p>11. COBERTURA</p><p>11.1. Etapas da cobertura</p><p>11.2. Passo a passo da cobertura</p><p>12. PAVIMENTAÇÃO</p><p>12.1. Lastro de concreto ou contrapiso</p><p>12.2. Cimentado desempenado</p><p>12.3. Cimento queimado ou vermelhão</p><p>12.4. Concreto magro</p><p>12.5. Argamassa impermeável</p><p>12.6. Argamassa termoacústica</p><p>12.7. Piso cerâmico</p><p>12.8. Piso de placas vinílicas ou emborrachados</p><p>12.9. Piso de madeira: tacos, parquets e tábuas corridas</p><p>12.10. Pisos de pedra</p><p>12.10.1. Mármores, granitos, basaltos, ônix</p><p>12.10.2. Pedras mineiras, Pedra Goiás e suas variações</p><p>12.10.3. Ardósias</p><p>12.10.4. Arenitos</p><p>12.10.5. Cacos de pedras</p><p>12.11. Piso calçada portuguesa ou petit pavé</p><p>12.12. Piso de elementos intertravados</p><p>12.13. Piso de seixo rolado ou concreto lavado</p><p>12.14. Piso de alta resistência: granilite e marmorite</p><p>12.15. Piso de elementos vazados: cobograma ou concregrama</p><p>12.16. Piso de tijolos de solo-cimento</p><p>12.17. Piso drenante e piso articulado ou intertravado</p><p>12.18. Piso gramado</p><p>13. REVESTIMENTOS</p><p>13.1. Chapisco</p><p>13.2. Emboço, reboco e emboço ou reboco paulista</p><p>13.2.1. Emboço</p><p>13.2.2. Reboco</p><p>13.2.3. Emboço ou reboco paulista</p><p>13.3. Revestimento impermeável</p><p>13.4. Gesso</p><p>13.4.1. Gesso liso</p><p>13.4.2. Gesso lançado à pistola</p><p>13.4.3. Gesso em placas com desenhos em alto relevo</p><p>13.5. Cimento queimado</p><p>13.5.1. Cimento queimado natural</p><p>13.5.2. Cimento queimado sintético</p><p>13.6. Cerâmicas, azulejos, pastilhas cerâmicas e de vidro</p><p>13.7. Laminado fenólico melamínico</p><p>13.8. Papel de parede</p><p>13.9. Lambri de madeira maciça ou chapa de madeira compensada</p><p>13.10. Concreto aparente: liso, rústico, jateado ou apicoado</p><p>14. FORRO FALSO, TRATAMENTOS TÉRMICOS E ACÚSTICOS</p><p>14.1. Forro falso</p><p>14.2. Tratamento térmico e acústico</p><p>15. MARCENARIA OU CARPINTARIA</p><p>15.1. Cuidados especiais que um bom marceneiro deve observar</p><p>15.2. Decks de madeira e sauna</p><p>16. SERRALHERIA E FERRAGENS</p><p>16.1. Ferro e aço</p><p>16.2. Alumínio</p><p>16.3. Ferragens</p><p>16.3.1. Fechaduras</p><p>16.3.1.1. Fechadura interna</p><p>16.3.1.2. Fechadura interna para banheiro</p><p>16.3.1.3. Fechadura de cilindro</p><p>16.3.1.4. Fechadura bico de papagaio</p><p>16.3.1.5. Fechadura elétrica</p><p>16.3.1.6. Fechadura de acesso com controle biométrico</p><p>16.3.1.7. Fechadura de rolete</p><p>16.3.2. Dobradiças</p><p>17. VIDRAÇARIA</p><p>17.1. Vidro comum</p><p>17.2. Vidro cristal</p><p>17.3. Vidro aramado</p><p>17.4. Vidro temperado</p><p>17.5. Vidro laminado</p><p>17.6. Vidro especial à prova de bala ou vidro de segurança blindado</p><p>17.7. Acabamentos da vidraçaria</p><p>17.8. Blocos ou tijolos de vidro: cobogós e lanternins</p><p>18. PINTURA</p><p>18.1. A importância das cores</p><p>18.2. Pintura: etapas e tipos</p><p>18.2.1. Pintura com verniz</p><p>18.2.2. Pintura com tinta: paredes e tetos</p><p>18.2.3. Pintura com tinta: superfícies de madeira</p><p>18.2.4. Pintura com tinta: superfícies metálicas</p><p>18.2.5. Pintura tipo textura</p><p>18.2.5.1. Pintura com granilhas</p><p>18.2.5.2. Pintura com textura acrílica</p><p>19. INSTALAÇÕES ELÉTRICAS</p><p>19.1. O projeto elétrico e a NBR-5410/90</p><p>19.2. Quadros elétricos ou de distribuição</p><p>19.3. Quadros de passagem e quadros de telefonia ou automação</p><p>19.4. Barramento</p><p>19.5. Disjuntor, dispositivo diferencial residual, disjuntor diferencial residual</p><p>19.6. Itens complementares: tomadas, interruptores, campainhas</p><p>19.7. Condutores elétricos: fios e cabos</p><p>19.7.1. Fio</p><p>19.7.2. Cabo</p><p>19.8. Lâmpadas, luminárias, acessórios</p><p>19.8.1. Iluminação interna: luminárias de teto e parede</p><p>19.8.2. Iluminação externa: luminárias de teto e parede</p><p>19.9. Fechadura elétrica, interfone, fotocélula, sensores, dimmer</p><p>19.9.1. Fechadura elétrica ou contratesteiro elétrico</p><p>19.9.2. Interfone</p><p>19.9.3. Fotocélulas e sensores</p><p>19.9.4. Dimmer ou interruptor dimmer</p><p>19.10. Chuveiro e aquecedor elétricos</p><p>19.10.1. Chuveiro elétrico</p><p>19.10.2. Aquecedor elétrico</p><p>19.10.3. Aquecedor elétrico de passagem</p><p>19.11. Sistema motor-bomba para tratamento da água da piscina</p><p>19.12. Bomba pressurizadora e bomba de recalque</p><p>19.12.1. Bomba Pressurizadora para chuveiro</p><p>19.12.2. Bomba pressurizadora para atendimento em cisterna</p><p>19.12.3. Bomba de Recalque</p><p>19.13. Caixa de luz, mangueira, kanaflex, eletroduto, canaleta</p><p>19.13.1. Caixa de Luz 4”x 2”, 4” x 4”; ou 3”x3”</p><p>19.13.2. Eletroduto, mangueira, canaleta, kanaflex</p><p>19.14. Geração de energia ou energia solar fotovoltaica</p><p>20. INSTALAÇÃO DE ÁGUA E ESGOTO</p><p>20.1. Instalação de água</p><p>20.2. Instalações de água pluvial e de esgoto</p><p>21. SISTEMA DE AUTOMAÇÃO RESIDENCIAL E PARTICIPAÇÃO NA</p><p>ESCOLHA DOS ACABAMENTOS</p><p>21.1. Sistema de automação residencial</p><p>21.2. Participação na escolha dos acabamentos</p><p>22. CONTRATAÇÕES PARALELAS À CONSTRUÇÃO</p><p>22.1. Pisos e revestimentos</p><p>22.2. Granitos, mármores, pedras e soleiras</p><p>22.3. Ferragens e louças sanitárias</p><p>22.4. Móveis planejados</p><p>22.5. Persianas e cortinas</p><p>22.6. Luminárias e itens complementares de elétrica</p><p>22.7. Equipamentos</p><p>22.8. Móveis</p><p>23. RECEBIMENTO DO IMÓVEL</p><p>23.1. Checklist para o recebimento</p><p>23.2. Mudança e ocupação do imóvel</p><p>POSFÁCIO</p><p>FOTOS DA CONSTRUÇÃO DE UMA RESIDÊNCIA UNIFAMILIAR</p><p>Landmarks</p><p>Capa</p><p>Folha de Rosto</p><p>Página de Créditos</p><p>Sumário</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>Quem nunca sonhou em ter sua casa construída de acordo com seus desejos e</p><p>com suas condições financeiras? Se você decidiu ir adiante nesse projeto e já</p><p>partiu para a compra do terreno, é bom estar preparado para as dificuldades que</p><p>poderá encontrar pela frente.</p><p>E foi pensando em ajudá-lo, que decidi escrever este livro, para que você possa</p><p>conhecer e acompanhar o processo de construção de sua casa, ficando, assim,</p><p>apto para fazer a escolhas corretas, de forma que, ao terminar a obra, esteja</p><p>satisfeito e animado – até mesmo para reprogramar muitas crenças e iniciar uma</p><p>vida mais plena e feliz.</p><p>Engenheiro civil há mais de quatro décadas, ao longo de todos esses anos, pude</p><p>auxiliar muitas pessoas na construção de sua casa “a partir do zero”. Confesso,</p><p>sem nenhum constrangimento, que costumo tirar “casquinha” da alegria dos</p><p>meus clientes, que se sentem realizados no final da jornada, com a edificação de</p><p>sua morada do jeitinho que queriam e</p><p>mantas moldadas in loco.</p><p>• O teste de estanqueidade, após a realização das etapas anteriores, é feito por 72</p><p>horas, com uma lâmina de água sobre a laje, devendo ser observada a sua</p><p>eficácia, pois não deve ocorrer vazamento.</p><p>• A estanqueidade sendo comprovada, faz-se outra camada de proteção com</p><p>cimentado desempenado e, preferencialmente, assenta-se o piso cerâmico,</p><p>quando se vai utilizar a laje para sacadas cobertas ou descobertas. A camada de</p><p>proteção descrita é que irá garantir uma vida útil mais longa da</p><p>impermeabilização.</p><p>• A primeira camada do cimento desempenado, para evitar o calor, deve ser</p><p>precedida de uma camada de tratamento térmico, com argamassa termoacústica,</p><p>que é fabricada com vermiculita ou pérolas de poliestireno, ou ainda com uma</p><p>camada de poliestireno (isopor) e uma camada de proteção com tela galvanizada</p><p>ou betumada.</p><p>• O “telhado verde”, muito em voga quando se fala em ecologia, consiste em</p><p>uma laje com capacidade para suportar o peso da quantidade de terra</p><p>determinada no projeto, na qual é feito o plantio de grama ou de vegetação de</p><p>pequeno porte. Em obras mais sofisticadas, essa opção tem ocorrido com boa</p><p>frequência.</p><p>• A laje para o “telhado verde” deve, antes de a terra ser sobre ela lançada, ter</p><p>passado pelo tratamento de impermeabilização, lembrando que a manta pré-</p><p>fabricada deve ser específica para receber plantio (4 mm de espessura), além de</p><p>que a camada de proteção precisa ser aumentada para suportar o efeito das raízes</p><p>das plantas. “Ser chic dá trabalho...”.</p><p>• O tratamento termoacústico também pode ser executado pelo lado interno da</p><p>casa, na parte inferior da laje: “fica a gosto do freguês”.</p><p>Antes de finalizar, preciso esclarecer que ainda existe o telhado</p><p>impermeabilizado, que não fica totalmente exposto ao tempo, mas sim protegido</p><p>por placas cimentícias apoiadas sobre pequenos pilaretes.</p><p>Destaco que abreviei várias etapas e orientações, pois esse não é o objetivo deste</p><p>livro, pensado, sobretudo, para ajudar você a entender e a acompanhar a</p><p>concretização do seu sonho. Agora se o seu sonho é grande e o bolso comporta,</p><p>informe à equipe, na elaboração do pacote dos projetos, que o seu telhado irá</p><p>abrigar um heliponto e aí encerramos o item. Brincadeirinha...</p><p>12. PAVIMENTAÇÃO</p><p>Esta etapa da obra empolga muita gente, pois a execução da pavimentação traz</p><p>limpeza e organização. Eu descrevi a alvenaria e a cobertura para você antes da</p><p>pavimentação, mas, na prática, uma obra organizada não acontece assim. Vamos</p><p>ver, então, como deve acontecer.</p><p>12.1. Lastro de concreto ou contrapiso</p><p>Assim que as vigas baldrames (aquelas que ficam no chão) são concretadas,</p><p>deve-se trabalhar na complementação do aterro interno do quadro da casa. O</p><p>trabalho é realizado com compactador mecânico, mais conhecido como “sapo” -</p><p>alusão por ele ficar “pulando como o bicho”. Em obras de menor porte, é comum</p><p>você encontrar o pessoal com soquetes feitos com latas de tintas ou outro</p><p>material, como um pedaço de um pilar de madeira.</p><p>Fonte: arquivo pessoal.</p><p>Contrapiso em execução.</p><p>Dando continuidade às etapas:</p><p>• Em seguida ao ajuste da altura do aterro necessário à obra, lança-se uma</p><p>camada de brita ou pedrisco sobre o terreno compactado, de forma a isolar a</p><p>terra do concreto que será lançado.</p><p>• Molha-se bem o aterro, sem encharcá-lo. A finalidade dessa operação é evitar</p><p>que o aterro “roube” água do concreto, o que o tornaria mais fraco (isso você já</p><p>aprendeu bem).</p><p>• Inicia-se, então, a operação para executar o que se chama de lastro de concreto.</p><p>Se a sua obra é grande e está localizada em uma cidade que possui concreteiras,</p><p>minha sugestão é que se faça essa operação com concreto usinado, pois ele é</p><p>mais prático e atinge resistências mais elevadas. É ilusória a informação de que</p><p>esse concreto sai mais caro do que o “caseiro”, pois quando você computar toda</p><p>a mão de obra de pedreiros e serventes na sua feitura, além do tempo envolvido,</p><p>vai chegar à conclusão de que, na melhor das hipóteses, empatou com o concreto</p><p>usinado.</p><p>• Rega-se esse lastro várias vezes por três dias, o que fará com que a qualidade</p><p>estabelecida na compra do concreto seja atingida. A falta da rega, muitas vezes,</p><p>leva o concreto a trincar bastante, pois, assim que a argamassa do concreto é</p><p>executada, começam as reações químicas necessárias à operação. Normalmente</p><p>em torno de uma hora, uma hora e meia, o concreto começa a endurecer: é o que</p><p>chamamos de “pega do concreto”. Essas reações químicas liberam muito calor,</p><p>que pode levar o concreto a trincar - daí a grande importância da água para</p><p>auxiliar, de forma que as reações não sejam interrompidas.</p><p>No dia seguinte, quando a equipe chega ao canteiro, a obra é “outra história”:</p><p>limpa e organizada. Começa, então, uma das etapas descritas anteriormente: a</p><p>impermeabilização das baldrames, deixando livres da aplicação os vãos que</p><p>receberão as portas. Então os tijolos começam a ser “esparramados” sobre o</p><p>lastro de concreto para início da alvenaria.</p><p>12.2. Cimentado desempenado</p><p>O cimentado desempenado é uma argamassa de extrema relevância na obra, e</p><p>muitos o conhecem como a argamassa de regularização do contrapiso, que se</p><p>constitui de cimento, areia média peneirada e água de boa qualidade. Para essa</p><p>etapa:</p><p>• É desejável, no cimentado desempenado empregado nos pisos do pavimento</p><p>térreo, que se utilize o hidrófugo de massa, pois, além de regularizar o piso, ele</p><p>confere impermeabilidade a essa massa, razão por que é chamada de argamassa</p><p>impermeável. O cimentado assim executado evitará a subida de água de</p><p>percolação, aquela umidade que sobe do chão de terra para o concreto e</p><p>alvenarias.</p><p>• É indispensável a rega constante desse piso, por “três santos dias”, uma vez</p><p>que, com o hidrófugo de massa, é como se a argamassa ficasse com “muita</p><p>sede”. “Dê-lhe água e ela o gratificará para sempre”.</p><p>• É importante que a execução do cimentado desempenado seja precedida de</p><p>uma lavagem muito eficiente do lastro (contrapiso) e da laje, com emprego de</p><p>lavadora de alta pressão e de ponteiros, com marretas para remoção de alguma</p><p>massa que não queira se desprender. Com essa base limpa e ainda úmida, joga-se</p><p>o cimento “aos lanços” e, com emprego de um vassourão de piaçava, cria-se</p><p>uma nata bem fina, que ajudará na fusão (emenda) entre o concreto existente e a</p><p>massa nova (cimentado desempenado). Essa operação é feita de maneira</p><p>contínua, sem interrupção.</p><p>• É imprescindível que o cimentado desempenado seja executado com cimento</p><p>novo, ou seja, nada de aproveitar aquele saco velho que sobrou e já está</p><p>querendo endurecer. E por que executar com areia média peneirada, engenheiro?</p><p>Ora, para eliminar os grãos maiores e as impurezas, como raízes, pelotas de</p><p>saibro, que comumente vêm nas cargas de areia.</p><p>• É possível dispensar o emprego do hidrófugo de massa para o cimentado</p><p>desempenado dos pavimentos superiores, porém eu também recomendo o seu</p><p>uso, porque auxilia na impermeabilização dos pisos.</p><p>Importante destacar que é sobre esse piso que serão assentados os pisos</p><p>cerâmicos e é sobre ele que será aplicada a impermeabilização dos pisos</p><p>laváveis, como os dos banheiros, das sacadas e das lajes expostas ao tempo.</p><p>Por fim, existe uma opção bastante interessante para sua casa e de custo bastante</p><p>acessível: uma vez concluído o cimentado desempenado, porém ainda “verde”</p><p>ou “fresco”, com o emprego de um vassourão novo de piaçava, esse cimentado é</p><p>“penteado” em um leve movimento como ondas do mar. Importante dizer que</p><p>não se pode pisar sobre ele durante essa operação, ok? Normalmente isso é feito</p><p>em calçadas ou no passeio público. No dia seguinte, com o emprego do</p><p>vassourão e uma mangueira de água, faz-se a lavagem para remover os grãos</p><p>soltos de areia. Pronto, está concluído o seu piso; fica bonito, é bom e barato.</p><p>Criatividade é tudo quando a meta é concluir a obra a contento.</p><p>12.3. Cimento queimado ou vermelhão</p><p>Você conheceu um piso feito no passado não tão distante, chamado de</p><p>“vermelhão”? Nada mais era do que o cimentado desempenado, queimado “a</p><p>colher” de pedreiro: o profissional preparava</p><p>uma “nata” de cimento misturado</p><p>com o “pó xadrez” vermelho e aplicava sobre o cimentado ainda “verde” (recém</p><p>executado, ainda úmido) e, com a colher de pedreiro, ia alisando, obtendo aquela</p><p>“impressão de uma cerâmica contínua e vermelha”. Trincava? Sim, trincava</p><p>bastante, mas dependendo da cura, feita na sombra e mantendo a umidade, essas</p><p>trincas quase não existiam. O mesmo procedimento poderia ser executado com o</p><p>“pó xadrez” na cor verde.</p><p>Hoje, com os aditivos encontrados no mercado, produzidos com cola de PVA</p><p>(Bianco, Viafix etc.), ficou mais fácil atender o pedido de muitos clientes que</p><p>querem pisos e paredes com aparência de cimento queimado “a colher”. Esse</p><p>aditivo, além de tornar a massa mais plástica, incorpora a capacidade de se</p><p>fundir com o substrato onde será aplicado (cimentado desempenado). Com o uso</p><p>de espátulas metálicas, o pedreiro ou o pintor vai “alisando” a superfície até ficar</p><p>uniforme. Depois de seco, lixado, e corrigidas as imperfeições com novas</p><p>operações, aplica-se um impermeabilizante acrílico ou um impermeabilizante de</p><p>silicone líquido (só para paredes).</p><p>Imagem de Fwstudio - Freepik.com.</p><p>Cimento queimado – sempre atual.</p><p>12.4. Concreto magro</p><p>O concreto magro nada mais é do que um concreto mais fraco, lançado como</p><p>base para receber o concreto final. Pode ser usado para fazer a base de uma</p><p>piscina; a base de um bloco de coroamento das fundações ou a base de uma</p><p>sapata corrida. Auxiliará na montagem de uma ferragem, na organização de um</p><p>fundo de vala etc. Mas atenção: esse concreto não pode ser empregado com a</p><p>função estrutural.</p><p>12.5. Argamassa impermeável</p><p>Essa argamassa executada no canteiro de obras tem a finalidade de reter a</p><p>passagem de água, de forma que esta não se infiltre no que está abaixo. É</p><p>largamente empregada, tanto no revestimento como na pavimentação, como</p><p>acabei agora há pouco de explicar no item Cimentado desempenado.</p><p>Uma das áreas de maior “responsabilidade” dessa massa é na execução do</p><p>revestimento de piso e paredes da piscina. O traço recomendado vem estampado</p><p>nos baldes do produto hidrófugo de massa. Vou aqui relatar:</p><p>• Para revestimento de piscinas: 4% sobre o volume empregado na argamassa.</p><p>Numa conta mais ou menos grosseira, é assim: 4 % x 50 kg (peso do saco de</p><p>cimento) = 2 litros do hidrófugo. Aqui é como se eu estivesse considerando a</p><p>densidade do Vedacit igual à da água.</p><p>• Para revestimento de paredes rentes ao chão: 2% x 50 kg = 1 litro do</p><p>hidrófugo. Recomenda a boa técnica que todas as paredes do pavimento térreo -</p><p>internas e externas - sejam revestidas com esse traço de argamassa impermeável.</p><p>Lembro que, nessa argamassa, não pode entrar cal na sua composição, pois ela é</p><p>porosa e permite a subida da água de percolação.</p><p>Destaco (principalmente na construção de piscinas, caixas d’água, cisternas,</p><p>subsolos e poços de elevadores) que a cura dessa argamassa é de grande</p><p>importância, o que obriga os profissionais a fazerem a rega das superfícies por</p><p>três dias consecutivos, em torno de três a quatro vezes por dia.</p><p>Nos casos acima explicitados, por se tratar de argamassa rígida, será exigida a</p><p>aplicação de uma impermeabilização flexível ou semiflexível, que recomendo</p><p>ser executada por mão de obra de empresa especializada.</p><p>12.6. Argamassa termoacústica</p><p>Normalmente é empregada na proteção de lajes expostas ao tempo, a exemplo</p><p>das lajes que abrigam as máquinas do sistema de ar condicionado ou dos</p><p>terraços. Essa argamassa é executada de várias formas, mas geralmente é feita</p><p>em um traço de cimento, areia média peneirada, vermiculita e água.</p><p>A vermiculita pode ser substituída por pérolas de poliestireno (assim conhecidas</p><p>porque parecem pérolas feitas de isopor). A camada deve ser de 5 a 10 cm de</p><p>espessura, conforme o cálculo do que se pretende reter de calor ou ruído, e é</p><p>lançada sobre a laje, regularizada com réguas. Após a cura, executa-se uma</p><p>argamassa de proteção (cimentado desempenado) sobre ela, já que a sua</p><p>resistência é baixa e permite a penetração de água de chuva com facilidade. Se</p><p>for o caso, impermeabiliza-se o cimentado e assenta-se piso cerâmico sobre essa</p><p>camada termoacústica.</p><p>12.7. Piso cerâmico</p><p>Um dos momentos mais aguardados por quem acompanha a construção de sua</p><p>casa é a hora da compra dos revestimentos cerâmicos. O segmento das cerâmicas</p><p>é um mundo encantado que “enche” nossos olhos com a beleza das criações ao</p><p>nosso dispor: tem para todos os gostos e para todos “os bolsos”.</p><p>Podem ser momentos relaxantes, passando ou passeando pelas gôndolas onde as</p><p>peças que “habitam” nosso imaginário são expostas, ou momentos tensos em que</p><p>o casal diverge na escolha do piso. Muita calma nessa hora! Minha sugestão é:</p><p>prudência, cautela e “caldo de galinha” nunca fizeram mal a ninguém, não é</p><p>assim que diz o ditado?</p><p>Também é o momento de “gastar a sola do sapato”: é hora de pesquisar muito.</p><p>Sabemos que a indústria tem lá as suas manias, não sabemos? Afinal por que</p><p>você acha que todos os anos ela muda as dimensões das peças, as tonalidades, as</p><p>nuanças? Observe determinada cerâmica disposta na gôndola com as dimensões</p><p>diferentes, por exemplo: 60 x 60 cm e 100 x 100 cm. O custo por metro</p><p>quadrado da peça de 100 x 100 cm provavelmente estará bem mais elevado, pois</p><p>deve ter sido um dos últimos lançamentos.</p><p>Pense muito bem na hora de comprar: a indústria dita a moda e “surfa” nela. Se</p><p>você quer ter a última tendência sob seus pés, com certeza fará a alegria do</p><p>pessoal do marketing da indústria.</p><p>Teoricamente, as dimensões de um piso cerâmico deveriam ser escolhidas de</p><p>acordo com o tamanho dos cômodos: cômodos pequenos pedem pisos menores;</p><p>cômodos grandes, cerâmicas maiores. Mas não: você “bate o pé”, “faz birra” e</p><p>quer aquela “grandona” que acabou de sair da forma, não é assim? Como</p><p>consequência, seu “bolso” se esvazia mais rápido. Como assentar um piso</p><p>cerâmico de 100 x 100 cm em um banheiro de 1,30 x 2,50 m? Fica meio</p><p>desproporcional, não é?</p><p>Assim que a indústria lança a nova linha, o comércio diminui os preços das</p><p>linhas anteriores: é a hora de aproveitar e ir às compras. E quando a indústria</p><p>resolve fazer um “retrô”? Meu Deus, “saia de baixo que lá vem pedrada!”. É</p><p>muito bom entrar na varanda gourmet e olhar para aquele porcelanato que imita</p><p>o antiquíssimo ladrilho hidráulico da casa dos nossos avós - chega até a subir um</p><p>cheirinho do franguinho caipira com polenta. Pois é! Esse é o verdadeiro</p><p>marketing a serviço da indústria. Se o dinheiro estiver curto, converse com seu</p><p>arquiteto e arrume nem que seja uma parede pequena para revestir com essas</p><p>maravilhas.</p><p>Fonte: arquivo pessoal.</p><p>Escolha do piso : dúvidas, preços, combinações...</p><p>12.8. Piso de placas vinílicas ou emborrachados</p><p>A indústria voltada para a construção civil tem andado a passos largos,</p><p>entregando quase todos os dias produtos novos e revitalizando outros existentes</p><p>com mais tecnologia. Há alguns anos, se você precisasse de um piso</p><p>emborrachado ou vinílico, cairia nas graças do Paviflex ou então do Plurigoma,</p><p>lembra?</p><p>Fonte: www.armazemcoral.com.br</p><p>Piso emborrachado.</p><p>Hoje o mercado disponibiliza uma infinidade de modelos e uma gama muito</p><p>extensa de padronagens de vinil, imitando vários tipos de madeira e em réguas</p><p>de diversos tamanhos, que podem até ser aplicadas sobre piso existente, sem</p><p>necessidade de retirar ou quebrar.</p><p>Fonte: arquivo pessoal.</p><p>Piso de placas vinílicas.</p><p>12.9. Piso de madeira: tacos, parquets e tábuas</p><p>corridas</p><p>A pressão da sociedade moderna sobre a indústria moveleira, visando à</p><p>preservação de nossas florestas, tem feito com que se busquem novos caminhos</p><p>sem, todavia, abrir mão por completo dos pisos de madeira. Surgiram então os</p><p>pisos de compensado, em que a estrutura de base é feita com madeiras menos</p><p>nobres, como virola, pinus e eucalipto, frutos de plantios bem estruturados. A</p><p>lâmina superior é produzida com madeira de qualidade, como jatobá, marfim,</p><p>amendoim, ipê, imbuia, louro etc., e é então colada sobre a base de compensado.</p><p>Normalmente tem espessura em torno de 0,5 (meio) mm, otimizando assim o</p><p>aproveitamento da</p><p>árvore.</p><p>Mas a pressão ecológica aumentou ainda mais e aí surgiu uma gama enorme de</p><p>laminados fenólicos melamínicos (conhecidos como fórmica), com perfeita</p><p>imitação das madeiras mais desejadas, normalmente aplicados sobre uma base</p><p>de MDF (madeira industrializada, resultado da moagem do pinus ou eucalipto,</p><p>com adição de resinas especiais). Apesar disso, as indústrias ainda abastecem o</p><p>mercado, mesmo em menor escala.</p><p>Falarei, agora, um pouco das madeiras propriamente ditas:</p><p>• As tábuas corridas ou assoalhos foram o sonho de muita gente e,</p><p>independentemente do tempo, são consideradas caras, afinal se trata de madeira</p><p>maciça (hoje bastante escassa) fixada sobre ganzepes (tipo de encaixe) de</p><p>madeira, chumbados ao piso com argamassa forte. Os bons assentadores ainda</p><p>fazem a fixação com pregos retorcidos, ficando invisível aos olhos; outros fixam</p><p>com parafusos no centro das réguas e fazem o acabamento com as cavilhas</p><p>(hastes ou pinos cilíndricos) da mesma madeira. Prefiro o primeiro modo de</p><p>assentar, lembrando que, com o passar dos anos, as tábuas corridas foram</p><p>ficando mais finas (em torno de 10 mm) e começaram a ser assentadas com cola</p><p>especial para madeira. E para finalizar, quem não se lembra do famoso sinteko,</p><p>aplicado depois do lixamento da madeira? Uma semana sem poder pisar até que</p><p>a resina completasse seu ciclo de cristalização.</p><p>Imagem de Rawpixel.com - Freepik.com.</p><p>Piso de madeira tipo assoalho ou tábua corrida.</p><p>• Os tacos de madeira foram os precursores na pavimentação de nossas casas.</p><p>Eram de dimensões pequenas, normalmente 7 x 21 cm, e aplicados sobre uma</p><p>camada de asfalto com pedriscos, que iria garantir vida longa e assentamento</p><p>firme e seguro na argamassa. Depois, sobre os tacos, o sinteko, substituto da</p><p>enceradeira. Com o passar dos anos, a indústria diminuiu a espessura de 20 mm</p><p>para 10 mm e então as peças passaram a ser aplicadas com cola especial de PVA</p><p>(a famosa cola branca). Mais uma evolução para preservar as nossas árvores e</p><p>surgiram, então, os parquets, com espessura aproximada de 5 a 6 mm. É claro</p><p>que perdemos muito da beleza dos pisos de assoalhos ao longo dos anos, mas</p><p>também é verdade que nossas florestas estão sendo preservadas. Faça sua</p><p>escolha.</p><p>Imagem de 99Paginas - Freepik.com. Fonte: arquivo pessoal.</p><p>Piso de madeira: tacos. Piso de madeira: parquet.</p><p>A indústria de beneficiamento de madeira é extremamente dinâmica e continua</p><p>se reinventando, procurando espaços ainda disponíveis na legislação, com</p><p>emprego de máquinas ultramodernas que fatiam nossas árvores em verdadeiras</p><p>“páginas de papel”. Não se iludam, pois nossas madeiras continuam sendo</p><p>cobiçadas e muitas vezes consumidas no exterior, sob a forma de contrabando ou</p><p>mesmo de forma legalizada, via exportação. “Eles pedem” para preservarmos</p><p>nossas árvores, mas “pedem e consomem” nossas árvores. Mas haverá um dia</p><p>em que encontraremos uma solução satisfatória para o planeta.</p><p>12.10. Pisos de pedra</p><p>Fonte: arquivo pessoal.</p><p>Piso de pedra: atentar para a porosidade.</p><p>É enorme a variedade que a natureza colocou nas nossas mãos, demonstrando a</p><p>grandeza do Criador. Se você tiver um pouquinho de paciência, vou dar uma</p><p>pincelada geral. Vamos lá?</p><p>12.10.1. Mármores, granitos, basaltos, ônix</p><p>Essas pedras são preferidas pelas pessoas, devido a sua beleza sem igual, “para</p><p>encher” os olhos de qualquer um.</p><p>As pavimentações executadas com pedras são sempre mais frias, uma vez que</p><p>absorvem a temperatura do ambiente e a retêm mais; é por esse motivo que, nas</p><p>regiões mais frias, normalmente elas são descartadas, sendo desejadas nas</p><p>regiões mais quentes, onde você se sente bem com o frescor que elas</p><p>proporcionam aos pés. São de fácil limpeza, já que, por terem densidade muito</p><p>elevada, seus poros são geralmente mais fechados (dependendo do tipo da</p><p>pedra), evitando assim a penetração da sujeira. Passou um pano úmido com um</p><p>detergente neutro, está liquidada a questão.</p><p>Fonte: arquivo pessoal. Fonte: arquivo pessoal.</p><p>Piso de granito. Piso de mármore.</p><p>12.10.2. Pedras mineiras, Pedra Goiás e suas variações</p><p>São pedras porosas, portanto absorvem mais a poeira do meio ambiente. Ideais</p><p>para os entornos de piscinas, deck, áreas onde você pode pisar com os pés</p><p>descalços despreocupadamente, dependendo do tipo escolhido.</p><p>Para a pavimentação com esses tipos de pedras, você vai necessitar de uma</p><p>máquina pressurizadora para efetuar a lavagem com qualidade. Se aplicadas em</p><p>ambientes internos, no final da aplicação, é interessante aplicar resina de</p><p>poliuretano para fechar os poros.</p><p>12.10.3. Ardósias</p><p>Dependendo da região em que você esteja - próximo a uma jazida, por exemplo -</p><p>, podem ser adquiridas com valor mais baixo. Proporcionam, nas áreas internas,</p><p>o frescor desejado nas estações mais quentes; o contrário também ocorre nas</p><p>estações mais frias. Mas atenção: você já pisou em uma ardósia exposta ao sol?</p><p>Nem pense em testar! Mas se estiver com fome, pode “estalar um ovo” e</p><p>aguardar alguns minutos, que estará frito.</p><p>Você pode escolher a ardósia para as áreas de estar e pisos de madeira... que tal?</p><p>Acho que as mais belas são as esverdeadas (é o meu gosto, claro). Lembrando</p><p>que a aparência de uma pedra mais rústica precisa estar adequada ao tipo de</p><p>arquitetura escolhido: pisos rústicos parece que pedem ambientes mais</p><p>despojados, mais descontraídos, não acha?</p><p>Já vi pisos rústicos de pedra serem polidos previamente, para aplainar a</p><p>rusticidade. Algumas pedras permitem esse trabalho, mas com as opções de piso</p><p>existentes, penso que o “custo x benefício” do polimento não compensa.</p><p>12.10.4. Arenitos</p><p>Pela sua rusticidade, eu os escolheria para os terraços externos e calçadas de</p><p>entorno da casa, rampa de automóveis e passeio público. Normalmente têm cor</p><p>amarelada, ou levemente avermelhada, e foram muito empregados nas “casas de</p><p>fazenda”. É um belo piso e pode ser aplicado internamente nos ambientes sem</p><p>muito requinte. Imagine-se num varandão, descansando numa rede depois do</p><p>churrasco. Imaginou? Dá uma vontade danada de pisar no chão de arenito.</p><p>12.10.5. Cacos de pedras</p><p>Oferecem uma opção barata e convidativa para quem está construindo. Quem</p><p>nunca esteve numa piscina rodeada de cacos de pedra mineira? Eu acho bonito e</p><p>faz um bem danado para o bolso.</p><p>Descrevi apenas as principais pedras encontradas com facilidade no nosso país</p><p>maravilhoso; passaria horas descrevendo todas as que lembrasse...</p><p>12.11. Piso calçada portuguesa ou petit pavé</p><p>Crédito da imagem: Silas Camargo Silão por Pixabay.</p><p>Piso de pedra portuguesa.</p><p>Com a grande disseminação dos residenciais e condomínios fechados, muitos</p><p>adotaram a calçada portuguesa como padrão para os passeios e, algumas vezes,</p><p>para as rampas dos carros. Eu gosto muito desse piso, pela beleza e pela</p><p>praticidade na limpeza (com emprego de uma lavadora pressurizada).</p><p>É constituído de diversos tipos de pedras, como o calcário, o diabásio, o basalto</p><p>e o granito, e chegam ao canteiro de obras já em pedras de pequenas dimensões,</p><p>variando entre 2 e 8 cm de lados bastante irregulares.</p><p>A base do assentamento desse tipo de piso é uma “farofa” de cimento e areia</p><p>média grossa, muito pouco umedecida. Os calceteiros - como são chamados</p><p>esses profissionais – sentam-se ou se agacham próximo dessa “farofa” e, com</p><p>uma marreta pequena, vão colocando “pedra ao lado de pedra”. É um trabalho</p><p>árduo, principalmente porque o sol “come solto”, já que não pode ser executado</p><p>em dias chuvosos.</p><p>Após executada uma área relativamente grande, os calceteiros vão batendo</p><p>pilões nas pedras, nivelando a superfície. Concluído o trabalho, prepara-se uma</p><p>“farofa” de cimento e areia fina e aplica-se como rejunte, ou seja, espalha-se a</p><p>“farofa” com um vassourão de piaçava nos espaços entre as pedrinhas.</p><p>Aplicando-se um chuvisco fino de água, controlado no bico da mangueira, essa</p><p>massa irá assumir consistência, interligando as pedras.</p><p>Depois de atingida a pega (início do endurecimento) dessa massa, a equipe faz</p><p>então uma limpeza da superfície com raspa de couro - subproduto da indústria</p><p>calçadista e melhor produto para</p><p>a limpeza das pedras. Outra maneira de limpar</p><p>é ir passando uma esponja úmida e retirando o excesso impregnado nas</p><p>superfícies superiores das pedras (nesse caso, a limpeza é deficiente e</p><p>demandará, depois de alguns dias, outra limpeza com solução de ácido e</p><p>máquina pressurizadora). Dou preferência aos calceteiros que limpam com raspa</p><p>de couro.</p><p>O piso é bem agradável e, em decorrência disso, ele foi entrando garagem</p><p>adentro: é bastante comum encontrar calçadas internas executadas com o petit</p><p>pavé (pequeno pavimento).</p><p>Alguns arquitetos gostam tanto dessas pedras que especificam o uso em</p><p>fachadas, sem rejunte. Dá um belo efeito de rusticidade.</p><p>12.12. Piso de elementos intertravados</p><p>Fonte: https://piso.industrialpisos.com.br.</p><p>Piso de elemento intertravado.</p><p>Apesar de os elementos intertravados constituírem um piso de excelente</p><p>qualidade, ainda é pouco utilizado no Brasil. Quando o encontramos, está</p><p>pavimentando passeios públicos, ruas internas de condomínios, mas raramente</p><p>são utilizados nas áreas de piscina ou de estacionamento (garagens) das</p><p>residências, pelo menos até o momento.</p><p>As peças são fabricadas com argamassa de cimento, areia e pedriscos e variam</p><p>em conformidade com a sobrecarga que se pretende atender (tráfego leve, médio</p><p>ou pesado). Eu detalharei o sistema de assentamento dessa pavimentação no item</p><p>de piso drenante logo mais, ok?</p><p>12.13. Piso de seixo rolado ou concreto lavado</p><p>Imagem de PublicDomainPictures por Pixabay</p><p>Piso de seixo rolado.</p><p>São duas variações desse tipo de piso cuja estrutura básica é a mesma: executa-</p><p>se o concreto com a resistência desejada e, com ele ainda “verde”, ou seja, ainda</p><p>sem passar pelo processo de cura, através do qual se torna endurecido, faz-se o</p><p>assentamento dos seixos rolados, espalhados de forma uniforme sobre a</p><p>superfície.</p><p>Com uma marreta pequena, vão sendo fixados os seixos, batidos contra o</p><p>concreto. Depois, com um pilão com uma tábua grossa na ponta, faz-se o</p><p>nivelamento dessas pedras. Aproximadamente duas horas depois da operação,</p><p>com o auxílio de uma mangueira e de uma vassoura, vai-se removendo o excesso</p><p>da massa que subiu pelos seixos. Três dias depois do piso pronto, pode-se fazer</p><p>sua limpeza com solução de água e ácido apropriado.</p><p>No caso do piso de concreto lavado, a operação é mais simples: lançado o</p><p>concreto, espera-se o início da “pega” (início do endurecimento) e, com o</p><p>emprego de uma mangueira de água e vassoura, vai-se varrendo e lavando,</p><p>retirando-se, assim, a massa que fica entre as britas (pedriscos usados para</p><p>executar o concreto). É necessário o cuidado de efetuar a limpeza sem muita</p><p>agressividade, de forma a não remover as britas que estão na face superior desse</p><p>concreto. O piso fica com um aspecto rústico, mas é muito útil, principalmente</p><p>quando executado em rampas de pedestres e em locais muito chuvosos, pois fica</p><p>antiderrapante.</p><p>12.14. Piso de alta resistência: granilite e marmorite</p><p>Crédito da Imagem: Kues1 - Freepik.com</p><p>Piso de granilite.</p><p>Os pisos granilite e marmorite podem ser moldados in loco ou produzidos na</p><p>indústria de pré-moldados e são vendidos em formatos regulares. A diferença</p><p>entre um e outro é o fato de serem empregados, na sua composição, granilhas de</p><p>mármore ou de granito. Conhecidos como pisos de alta resistência, normalmente</p><p>são empregados em áreas que suportam pesos consideráveis, com trânsito de</p><p>equipamentos, como empilhadeiras, pequenos tratores etc.</p><p>Interessante notar que esse piso voltou a estar na moda. Em reforço a essa</p><p>informação, observe que as fábricas de pisos porcelanatos estão usando e</p><p>abusando das estampas de marmorite e granilite.</p><p>https://www.leroymerlin.com.br.</p><p>Piso de marmorite.</p><p>12.15. Piso de elementos vazados: cobograma ou</p><p>concregrama</p><p>É de amplo conhecimento que nossas cidades estão ficando mais</p><p>impermeabilizadas, em decorrência da grande concentração das pessoas nas</p><p>zonas urbanas. Devido ao preço elevado que o metro quadrado do terreno tem</p><p>assumido, as incorporadoras lançam terrenos de dimensões reduzidas. Sim, mas</p><p>o que isso tem a ver com esse ponto?</p><p>O que acontece é que o homem contemporâneo tem se enclausurado entre os</p><p>muros das suas casas, o que estimula as incorporadoras a ofertar prédios,</p><p>loteamentos e condomínios onde as áreas de lazer são para uso coletivo, e as</p><p>construções vão se “esparramando” por todo o terreno, tornando o solo</p><p>impermeável, ou seja: a chuva cai e a água não encontra solo para infiltrar,</p><p>rapidamente sendo conduzida para o meio-fio e para as galerias de águas</p><p>pluviais.</p><p>Para minorar esse problema, os condomínios, os residenciais e as prefeituras</p><p>estabelecem a necessidade de preservar uma área mínima do terreno como área</p><p>permeável. Uma das soluções adotadas tem sido o cobograma ou concregrama</p><p>(como queiram), elementos produzidos com argamassa de cimento, areia e</p><p>pedriscos, com configuração perfurada, que permite o plantio de grama e auxilia,</p><p>assim, na infiltração das águas de chuva, melhorando a taxa de permeabilidade</p><p>das cidades.</p><p>Alguns condomínios estabeleceram como padrão o emprego dessas peças nas</p><p>rampas de veículos e nos recuos frontais obrigatórios dos terrenos. Gostando ou</p><p>não, é bom ir se acostumando com o cobograma.</p><p>12.16. Piso de tijolos de solo-cimento</p><p>Atribuo a baixa aplicabilidade dessa pavimentação ao desconhecimento de</p><p>muitos sobre a existência do material no mercado da construção. Esses tijolos -</p><p>maciços ou furados - são produzidos por uma mistura de solo, cimento e areia,</p><p>com uso de baixo teor de água. O traço é preparado e lançado em prensa</p><p>hidráulica, que compacta e molda as peças, nos formatos estabelecidos pelas</p><p>formas.</p><p>Todos sabemos do forte apelo ambiental da sociedade moderna, a fim de</p><p>aproveitarmos os materiais de forma mais natural possível, sem queima de</p><p>madeira em fornos, como ocorre na fabricação dos tijolos cerâmicos. Hoje é</p><p>comum encontrar alguém que já se lançou nessa direção e ergueu sua casa com</p><p>os tijolos ecológicos, que ficam muito bem no piso e ainda podem funcionar</p><p>como cobograma, auxiliando a natureza a retornar as águas de chuvas para os</p><p>lençóis freáticos.</p><p>Se você tem uma “pegada” mais ecológica, pode explorar esse lado,</p><p>principalmente no tratamento das áreas de hortas ou jardins de sua casa,</p><p>colocando um piso moldado (se você gostar de se aventurar) ou comprando de</p><p>alguém que o produza. O traço a ser feito pelos profissionais envolvidos na sua</p><p>obra é o seguinte:</p><p>• Acrescenta-se uma lata de cimento em cinco (ou seis) latas de argila (terra</p><p>vermelha) do próprio terreno; mistura-se bem com a enxada ou dentro de uma</p><p>betoneira e, aos poucos, acrescenta-se água para fazer uma argamassa firme.</p><p>• Adiciona-se uma lata de areia média para fazer a correção, se a terra for muito</p><p>“liguenta”.</p><p>• Moldam-se as guias de madeira para conter a massa ou utilizam-se os próprios</p><p>canteiros como guia.</p><p>• Umedece-se bem o chão - que já foi nivelado e socado com um pilão ou</p><p>soquete de madeira – e lança-se a argamassa, que, em seguida, deve ser</p><p>“sarrafeada”, puxada com régua.</p><p>• “Alisa-se” a superfície com desempenadeira de madeira ou plástico.</p><p>• Rega-se esse piso de duas a três vezes por dia, num período de três a quatro</p><p>dias.</p><p>Pronto, sua massa vai permitir que você circule entre as plantas até descalço.</p><p>Custo? Uma “piada”! Muito barato e ecológico.</p><p>12.17. Piso drenante e piso articulado ou intertravado</p><p>Não poderia deixar de falar sobre essa tendência muito forte na construção civil.</p><p>Agora focadas no meio ambiente, as pessoas querem colaborar na hora de</p><p>construir sua casa, e a utilização desse tipo de piso é muito pertinente!</p><p>Você vai encontrar disponível no mercado o piso drenante resinado, que se</p><p>utiliza de resinas para unir os agregados. Normalmente é vendido em formato de</p><p>40 x 40 cm ou próximo a isso. Existem firmas especializadas que constroem</p><p>esses pisos in loco, em ruas, passarelas, calçadas. É um trabalho de qualidade</p><p>invejável.</p><p>O piso drenante vai muito bem nas áreas de contorno da piscina ou nas áreas</p><p>para estacionamento de veículos. As águas de chuvas ou de lavagem passam do</p><p>piso</p><p>para o solo, retornando rapidamente ao lençol freático, como</p><p>ecologicamente é desejável.</p><p>Os maiores problemas de alagamentos e enchentes nas grandes cidades decorrem</p><p>do elevado aquecimento solar e da baixa permeabilidade do solo. Então as</p><p>chuvas fortes não encontram solo para penetrar e rapidamente escorrem pelas</p><p>redes de águas pluviais e, em questão de minutos, estão nos córregos, riachos e</p><p>rios, que não suportam tamanho volume de água (os moradores ribeirinhos são</p><p>os mais prejudicados).</p><p>O homem, na sua ganância de enriquecer, foi invadindo os leitos primários e</p><p>secundários dos rios, espaços que deveriam ter sido preservados e respeitados,</p><p>para que a natureza fizesse o seu trabalho de escoamento natural e harmonioso,</p><p>do jeito do Criador.</p><p>Mas você irá encontrar também no mercado, como opção de pisos drenantes, os</p><p>articulados ou intertravados - blocos feitos com cimento, areia e pedriscos.</p><p>Existe variedade enorme de modelos. Na execução desse tipo de piso, primeiro</p><p>se prepara a base que se pretende pavimentar, regularizando, aterrando,</p><p>compactando de forma manual ou mecânica; depois se prepara um colchão de</p><p>areia grossa com uma camada em torno de 5 a 10 cm. Com emprego de água por</p><p>uma mangueira, molha-se fartamente essa camada, de forma a compactá-la,</p><p>sarrafeada de areia. Os grãos de areia são lamelares e só se compactam com</p><p>água, nunca com soquete.</p><p>Com mão de obra de um pedreiro experiente, vão-se assentando as peças sobre a</p><p>areia, encostando-se uma ao lado da outra; ao final da execução, esparrama-se</p><p>uma camada de areia média fina sobre o piso e, com o emprego de vassourão,</p><p>vão sendo preenchidos os pequenos interstícios entre as peças, removendo-se o</p><p>excesso; e com uma mangueira, faz-se a acomodação final dessa areia, batendo,</p><p>com soquete, até se conseguir bom nivelamento entre as peças. Está pronto o seu</p><p>piso ecologicamente correto!</p><p>Interessante observar que a vantagem do uso de pisos drenantes ou intertravados</p><p>é que são materiais reaproveitáveis, de fácil aplicação e manutenção, além de</p><p>permitirem o escoamento das águas pluviais no terreno. Para computar como</p><p>área permeável, entretanto, as prefeituras consideram percentual de</p><p>permeabilidade diferente do percentual de solo virgem.</p><p>12.18. Piso gramado</p><p>Todos nós sabemos que quando as leivas de grama chegam ao canteiro é porque</p><p>você já venceu as batalhas que travou nas etapas anteriores, antevendo o final da</p><p>obra. Bravo! As equipes se uniram, a obra foi limpa e as caçambas carregadas</p><p>com os entulhos e caliças (resíduos em pó ou fragmentos). É hora de chamar o</p><p>jardineiro para fazer o preparo do solo, com os ajustes de cortes e aterros,</p><p>conforme definido no projeto de paisagismo, se houver. Você sabe, não adianta</p><p>fazer uma casa maravilhosa se ela não for “abraçada” por um belo jardim.</p><p>A minha recomendação é que o plantio das placas (ou leivas) da grama seja feito</p><p>antes da pintura externa da casa e dos muros, a fim de evitar que a chuva</p><p>respingue barro pela pintura já feita. Importante dizer que, muitas vezes, o solo</p><p>precisa ser corrigido em relação à necessidade de calcário e adubo para reforçar</p><p>a pega, e que a grama pode chegar contaminada com cupim ou broca - e isso</p><p>exige habilidade do jardineiro, que deve aplicar sobre o terreno o inseticida</p><p>aprovado por lei do nosso país, cuidando para não permitir a presença de</p><p>crianças e animais durante toda a aplicação.</p><p>É preciso que o jardineiro aplique soquete sobre as leivas, que auxilia no</p><p>nivelamento do piso acabado; ainda: água em abundância, por duas a três vezes</p><p>por dia, de forma a manter as leivas vivas. Ficou bonito? Elogie esse profissional</p><p>tão dedicado...</p><p>Engenheiro, é só isso de pavimentação? Claro que não! Tem muita coisa bonita e</p><p>barata para ser empregada nos pisos da sua casa. Que tal acomodar aqueles</p><p>dormentes envelhecidos de madeira, da antiga estrada de ferro?</p><p>O dinheiro acabou? Esparrame a brita ou o seixo rolado que sobrou da obra. Tem</p><p>sobras de retalhos de cerâmica? Dá “pra” fazer um patchwork criativo. Solte a</p><p>criatividade e vá à luta!</p><p>Fonte: arquivo pessoal.</p><p>Pisos externos: pedra portuguesa - gramado.</p><p>13. REVESTIMENTOS</p><p>Os revestimentos se enquadram em um universo extenso de materiais, que</p><p>enriquecem as prateleiras das lojas especializadas no abastecimento do ramo da</p><p>construção civil. Vou detalhar os principais ou os mais utilizados no Brasil.</p><p>13.1. Chapisco</p><p>O chapisco é o primeiro revestimento que nossas paredes e muros recebem; é</p><p>executado na obra, normalmente, no traço 1:3 de cimento e areia média</p><p>peneirada, acrescido de água até obter boa “trabalhabilidade”, facilitando seu</p><p>lançamento pelo pedreiro ou pelo servente. Esse é um dos primeiros serviços que</p><p>o pedreiro ensina para o seu “pupilo” no canteiro.</p><p>Fonte: arquivo pessoal.</p><p>Aplicação do chapisco.</p><p>O que a maioria dos profissionais não observa, apesar de conhecer o assunto, é a</p><p>importância de molhar bem a alvenaria e a estrutura antes do lançamento do</p><p>chapisco. Já descrevi, em outras oportunidades, a importância que a água</p><p>desempenha nas argamassas e nos concretos: quando se lança o chapisco sobre a</p><p>alvenaria com os tijolos secos, imediatamente ao lançamento, os tijolos</p><p>começam a “roubar” a água do chapisco, enfraquecendo-o sobremaneira. Então,</p><p>fique de olho: se você observar o profissional lançando o chapisco sem molhar</p><p>as paredes, sem constrangimentos, peça ao RT que o mande parar, afinal a obra é</p><p>sua. Chapisco feito dessa forma será um chapisco fraco, que não desempenhará</p><p>satisfatoriamente a finalidade para a qual foi criado: aumentar a aderência entre</p><p>os tijolos e a massa de revestimento (emboço, reboco, emboço paulista).</p><p>Encontram-se, com facilidade no mercado, produtos desenvolvidos para</p><p>aumentar a aderência (fixação) do chapisco nas alvenarias e nas peças estruturais</p><p>(vigas, pilares, lajes) e os mais tradicionais são: Bianco, Chapix, entre outros.</p><p>Esses produtos auxiliam na correção dessa falha grave que os profissionais</p><p>cometem de não molhar as superfícies antes de lançar o chapisco, já que são</p><p>produtos desenvolvidos com alto teor de cola. Aí eu pergunto: mas precisa? Não</p><p>seria mais fácil o RT ficar em cima, orientar e não aceitar desculpas?</p><p>Fora dos períodos chuvosos, é imperioso que o chapisco receba, pelo menos,</p><p>uma rega generosa por dia, durante três dias, para aumentar sua resistência e</p><p>aderência.</p><p>13.2. Emboço, reboco e emboço ou reboco paulista</p><p>13.2.1. Emboço</p><p>Segunda massa que revestirá as superfícies de alvenaria e estruturas, o emboço</p><p>deve ser lançado sobre elas, após o revestimento com o chapisco. Normalmente</p><p>é executado no canteiro da obra, em traços diversos, mas a composição básica é:</p><p>cimento, areia peneirada e cal. Em algumas regiões do país, como no Planalto</p><p>Central, utiliza-se a argila ou o saibro como substituto parcial ou total da cal, e as</p><p>paredes onde a massa é aplicada ficam com cores amareladas ou avermelhadas.</p><p>Quando adquirido de uma usina de beneficiamento, o traço é constituído de areia</p><p>média ou fina, acrescida de cal virgem queimada. Chega ao canteiro em</p><p>caminhões betoneiras, já “descansado” do processo da queima da cal virgem,</p><p>bastando que o servente acrescente o cimento e a água. Tudo acontece dentro de</p><p>uma betoneira: misturou, bateu e está pronto para uso.</p><p>É recomendável que tenha espessura média de 15 mm, quando se tratar de</p><p>superfícies internas, e 20 mm, quando se tratar de superfícies externas, de forma</p><p>a aumentar a proteção contra pancadas de chuvas.</p><p>O emboço normalmente é sarrafeado (sem alisamento) com desempenadeira, a</p><p>fim de deixar a superfície porosa para receber o reboco. Sua maior finalidade é</p><p>regularizar as superfícies.</p><p>13.2.2. Reboco</p><p>É a terceira massa que revestirá as superfícies. O procedimento é o seguinte:</p><p>molha-se o emboço e aplica-se a massa de reboco com espátula metálica ou</p><p>desempenadeira grande de madeira, esticando o reboco sobre ele e sarrafeando</p><p>com régua metálica ou de madeira, para que a espessura fique uniforme.</p><p>Normalmente tem de 2 a 5 mm de espessura e sua maior finalidade é</p><p>proporcionar acabamento com ótima aparência,</p><p>com mais proteção nos períodos</p><p>chuvosos.</p><p>O reboco também pode ser empregado para acabamentos que imitam o mármore</p><p>travertino. Antigamente era produzido no canteiro de obras, com cimento, cal e</p><p>areia fina peneirada; hoje não se justifica mais sua produção na obra, já que pode</p><p>ser encontrado no mercado, ensacado e acrescido de aditivos que lhe conferem</p><p>plasticidade e impermeabilidade.</p><p>Fonte: arquivo pessoal.</p><p>O reboco já dá uma boa ideia do que será.</p><p>13.2.3. Emboço ou reboco paulista</p><p>O emboço (ou reboco) paulista, como é conhecido em algumas regiões do país,</p><p>tomou conta do mercado e hoje é largamente empregado. Você sabe por quê?</p><p>Com o aumento do valor da mão de obra de pedreiros especializados em</p><p>revestimento, o mercado desenvolveu essa massa que é única, pois, com ela, as</p><p>superfícies são revestidas apenas uma vez. É o misto do emboço com o reboco.</p><p>Observando-se a granulometria certa das areias (finas para as paredes internas e</p><p>médias para as externas), tem-se o seguinte passo a passo de sua aplicação:</p><p>• Lança-se a massa sobre o chapisco, levemente “esparramada” com a colher de</p><p>pedreiro, forçando-a contra a parede.</p><p>• Espera-se a massa a “puxar” (tempo em que ela perde o excesso de umidade e</p><p>apresenta certa resistência) para começar a ser sarrafeada com as réguas de</p><p>alumínio.</p><p>• Inicia-se o “processo giratório” com colher e desempenadeira, para fazer as</p><p>correções necessárias, a fim de se obter uma superfície lisa e de boa aparência.</p><p>Hoje é comum encontrar bons construtores que fazem uso de plastificantes (em</p><p>substituição total ou parcial à cal), dos quais são exemplos: Alvenarit, Vedalit</p><p>etc. Esses produtos, além de conferirem plasticidade à massa (e</p><p>impermeabilidade), apresentam excelente “trabalhabilidade”, aumentando,</p><p>assim, a produtividade do profissional, com melhoria no acabamento do</p><p>revestimento. Recomendo sempre!</p><p>Para as superfícies que receberão acabamento finalizado com pintura epóxi,</p><p>advirto que a massa não poderá ser produzida com cal, mas somente com areia e</p><p>cimento, pois cal e epóxi são incompatíveis.</p><p>13.3. Revestimento impermeável</p><p>Fiz ampla explanação, no item Pavimentação, sobre essa argamassa. Só para</p><p>você se situar melhor, existe sutil diferença entre revestimento e pavimentação:</p><p>tudo o que está no plano vertical é considerado revestimento; já o que está no</p><p>plano horizontal é pavimentação (onde se pisa) ou forro/teto. É por isso que, às</p><p>vezes, o mesmo material aparece em vários locais deste manual.</p><p>Fonte: arquivo pessoal.</p><p>Planos horizontais e verticais: piso, teto e paredes.</p><p>13.4. Gesso</p><p>O revestimento de gesso das alvenarias e estruturas não é muito comum em</p><p>obras, onde geralmente são usados os revestimentos tradicionais de chapisco e</p><p>emboço paulista.</p><p>É mais comum você encontrar o revestimento de gesso nas paredes e tetos de</p><p>prédios residenciais ou comerciais, porque, nesse tipo de construção, é</p><p>perseguido um único objetivo: custo do metro quadrado do revestimento mais</p><p>barato.</p><p>Particularmente, eu não recomendo o revestimento de gesso e explico o porquê:</p><p>o gesso é uma pedra chamada gipsita, que perdeu uma molécula e meia de água</p><p>no processo de fabricação, portanto é um material ávido por água. Qualquer</p><p>infiltração pelas janelas provocará “bom estrago” nesse revestimento.</p><p>Os aplicadores são chamados de gesseiros e trabalham com os seguintes tipos:</p><p>13.4.1. Gesso liso</p><p>É constituído pela mistura do gesso em pó com a água, na proporção média de</p><p>um litro de água potável para cada quilo do gesso. Esse revestimento pode ser</p><p>aplicado de duas formas: sarrafeado com réguas de alumínio, recomendado para</p><p>superfícies mais irregulares (nesse caso, a espessura máxima recomendada é de 5</p><p>mm), e desempenado com emprego de desempenadeiras de PVC, recomendado</p><p>para paredes e tetos com baixa irregularidade, com espessura de 1 a 3 mm.</p><p>Quando aplicado nas paredes, apresenta acabamento peculiar, fino e de excelente</p><p>qualidade, a depender do aplicador. O gesso liso ajuda a economizar na</p><p>utilização da massa corrida e, como a massa aplicada internamente é a do tipo</p><p>comum, que também tem baixa resistência à ação da água, esta chega,</p><p>facilmente, ao revestimento de gesso: eis a síntese do problema de absorção de</p><p>umidade já relatado. Nada mais do que isso.</p><p>É sempre bom lembrar que o gesso só pode ser aplicado sobre a estrutura de</p><p>concreto se ela estiver devidamente “chapiscada”, pois ele tem baixa aderência</p><p>ao concreto.</p><p>13.4.2. Gesso lançado à pistola</p><p>Basicamente, trata-se de mistura de gesso em pó, acrescida de calcário (também</p><p>em pó), cal e alguns outros produtos químicos. A aplicação nas superfícies se dá</p><p>com pistola à compressão de ar, que confere uma superfície acabada corrugada</p><p>(enrugada).</p><p>13.4.3. Gesso em placas com desenhos em alto relevo</p><p>Imagem Freepik - Freepik.com.</p><p>Aplicação de gesso com relevo em parede.</p><p>A indústria disponibiliza belas padronagens desse tipo de gesso, em formato de</p><p>placas. As peças são fixadas com gesso em pasta e depois rejuntadas com a</p><p>mesma pasta. Atualmente, trata-se de boa solução para a decoração de uma</p><p>parede de destaque. O inconveniente é a baixa resistência do gesso, que sofre</p><p>com esfregões de cadeiras ou outros objetos.</p><p>13.5. Cimento queimado</p><p>Observe o que escrevi no item Pavimentação. A primeira etapa para se fazer o</p><p>tão atual cimento queimado é revestir a superfície com emboço ou emboço</p><p>paulista. Vou detalhar duas maneiras de executá-lo:</p><p>13.5.1. Cimento queimado natural</p><p>• Prepara-se uma pasta de cimento portland com água potável, acrescida de</p><p>fixador de cola branca (Bianco), para dar mais plasticidade, impermeabilidade e</p><p>evitar fissuras na massa. Com a parede limpa, escovada, molhada regiamente,</p><p>aplica-se, então, essa pasta com desempenadeira metálica, forçando-a contra a</p><p>parede.</p><p>• Vai-se esticando a massa, com movimentos circulares, reaplicando-se nova</p><p>camada, até cobrir por completo a superfície escolhida. Dependendo da</p><p>temperatura local, essa massa fina irá secar mais rápido, mas, em média uma</p><p>hora depois, estará pronta para receber outras demãos de correção da superfície,</p><p>dependendo do que se pretende: superfície lisa ou irregular.</p><p>• Aplica-se, na primeira demão da massa, a lixa d’água nº 120, se a opção for</p><p>uma superfície mais lisa, para criar ranhuras e melhorar a fixação da nova demão</p><p>de correção. Eu, por exemplo, já vi profissional aplicar uma demão do Bianco</p><p>puro sobre a superfície tratada para receber a próxima demão. Não recomendo</p><p>porque esse produto é plástico e dificulta a colagem das demãos sucessivas.</p><p>Concluído o processo acima descrito, recomendo a aplicação de duas demãos do</p><p>impermeabilizante incolor acrílico para fechar os poros do material. Essa</p><p>selagem pode ser executada com duas demãos de silicone líquido, com a mesma</p><p>finalidade. É importante saber que o silicone líquido não deve ser aplicado sobre</p><p>pisos, pois só é indicado para revestimentos.</p><p>13.5.2. Cimento queimado sintético</p><p>O produto sintético confere efeito manchado e rústico ao ambiente, com</p><p>acabamento fosco, e pode ser encontrado em várias cores, como “cor de</p><p>cimento”, marrom, prata, entre outras. Alguns fabricantes recomendam selar a</p><p>superfície onde foi aplicado o produto com uma demão de cera de carnaúba,</p><p>espalhada com uma “boneca” de algodão, e, na sequência, executar o polimento</p><p>com Politriz (equipamento utilizado para lixamento de superfícies). Aí vai a</p><p>gosto do “freguês”.</p><p>13.6. Cerâmicas, azulejos, pastilhas cerâmicas e de</p><p>vidro</p><p>Aqui vou falar dos produtos geralmente provenientes do tratamento térmico em</p><p>altas temperaturas, fabricados em forma de placas de diversos tamanhos, e</p><p>utilizados sobre o contrapiso ou paredes devidamente preparadas. O uso em piso</p><p>ou como revestimento é recomendado pelos órgãos da saúde e exigido em alguns</p><p>ambientes pela municipalidade, principalmente nas áreas molhadas (cozinha,</p><p>área de serviço etc.).</p><p>Muitos profissionais de arquitetura e clientes optam pelo uso restrito às áreas que</p><p>efetivamente receberão uma bancada com pia, na área do chuveiro etc.,</p><p>utilizando pintura ou outro tipo de revestimento</p><p>nas demais paredes que não</p><p>terão impacto direto da água.</p><p>A base de assentamento desses revestimentos é o emboço ou emboço paulista, e</p><p>o assentamento deve ser feito, preferencialmente, com argamassa de alta</p><p>adesividade recomendada para o tipo da cerâmica.</p><p>As cerâmicas comuns – as que possuem base vermelha ou esbranquiçada -</p><p>podem ser assentadas com a argamassa AC-I, que é mais barata e eficiente, além</p><p>de possuir menos teor de cola na sua composição.</p><p>Há, ainda, a argamassa AC-II, que possui mais teor de cola e é recomendada</p><p>para os pisos e azulejos estriados, assentados pelo lado externo.</p><p>Destaco, também, a argamassa AC-III, destinada à colagem de revestimentos</p><p>com base de porcelana - os conhecidos porcelanatos -, os quais, por serem mais</p><p>lisos e de difícil aderência, requerem a aplicação desse tipo de argamassa, com</p><p>alto teor de cola na sua composição. Você pode encontrar diversas variações da</p><p>argamassa AC-III: para assentamento de pedras de grandes dimensões; para</p><p>assentamento de piso sobre piso ou revestimento sobre revestimento... e por aí</p><p>vai...</p><p>Já as pastilhas de vidro devem ser fixadas com argamassa especial desenvolvida</p><p>para dar fixação a uma superfície lisa de vidro sobre o revestimento. Não se</p><p>recomenda o assentamento com outro tipo de argamassa que não seja a indicada</p><p>pelo fabricante da pastilha. Recomenda-se, ainda, que essa argamassa seja</p><p>branca, para impedir a passagem da luz, pois essa cor “esconde” a base de</p><p>cimento aplicada previamente nas placas e, assim, as pastilhas preservarão sua</p><p>cor original, sem interferência do fundo cimentado.</p><p>Fonte: arquivo pessoal.</p><p>Exemplos de diversos revestimentos.</p><p>13.7. Laminado fenólico melamínico</p><p>O laminado fenólico melamínico é mais conhecido como fórmica - marca</p><p>registrada de um fabricante tradicional desse produto, já dicionarizada como</p><p>substantivo comum. Trata-se da mesma figura de linguagem (lembrei-me das</p><p>minhas aulas de língua portuguesa) que ocorre quando chamamos a palha de aço</p><p>de bombril ou, ainda, quando denominamos a lâmina de barbear de gilete. Saiba,</p><p>porém, que, além da fórmica, há várias outras marcas no mercado da construção</p><p>civil.</p><p>A base para a aplicação direta do revestimento laminado fenólico melamínico na</p><p>parede é o emboço desempenado e alisado com esponja tipo espuma. Na</p><p>composição dessa argamassa, não pode haver cal, somente cimento e areia fina</p><p>peneirada. Por que a areia fina? Simplesmente porque os grãos de areia maiores</p><p>podem danificar o laminado, que é muito fino.</p><p>Aplica-se a cola de contato (mais conhecida como cola de sapateiro) na área da</p><p>superfície que se quer revestir e, simultaneamente, na face inferior do laminado.</p><p>Espera-se de 10 a 15 minutos, a depender das condições climáticas (tempo seco,</p><p>úmido, com ou sem vento...). O aplicador, pela sua experiência, faz o teste com a</p><p>ponta do dedo: se a cola aplicada não ficar grudada em seu dedo, se estiver</p><p>levemente seca, encosta as duas superfícies e, com o auxílio das mãos e de um</p><p>martelo de borracha, executa o processo final de união.</p><p>No tocante ao processo de colagem, é bom lembrar que as superfícies precisam</p><p>estar rigorosamente ajustadas porque, uma vez juntas, não existe mais a</p><p>possibilidade de remoção para ajustes, pois a lâmina é fina e normalmente se</p><p>quebrará nessa tentativa.</p><p>Outro fator importante a se considerar é que a cola é altamente inflamável e</p><p>tóxica, o que obriga os profissionais a não fumar, não portar fogo e a manter o</p><p>ambiente de trabalho bem ventilado.</p><p>Dependendo da regularização da parede (e do local onde será colocado), às</p><p>vezes se torna necessária a aplicação do laminado sobre o material MDF ou</p><p>compensado naval, para perfeito nivelamento do revestimento. O RT tem</p><p>condições de decidir, pois acompanha a obra e tem noção do que é melhor.</p><p>13.8. Papel de parede</p><p>Fonte: arquivo pessoal.</p><p>Papel de parede: de volta à moda.</p><p>O papel de parede é um revestimento que voltou a ser utilizado na arquitetura de</p><p>interiores. Com uma profusão de desenhos – até simulando 3D e imitando tijolos</p><p>–, esse material tem sido muito usado pela sua versatilidade, rápida instalação e</p><p>praticidade de manutenção, além de conferir certa sofisticação e requinte ao</p><p>ambiente.</p><p>A superfície a ser revestida com o papel deverá estar lisa, limpa e sem</p><p>rugosidades, podendo ter sido preparada com a aplicação de selador ou massa</p><p>corrida lixada. Advirto que a cola a ser usada na aplicação não deve ter conflito</p><p>com os produtos da base do revestimento. Se a parede onde será aplicado estiver</p><p>bastante exposta à luz solar, umidade e vapor de água, transmita essa informação</p><p>ao vendedor e ouça as recomendações.</p><p>Por ser um produto suscetível a sujidades, deve ser bem preservado, motivo pelo</p><p>qual sugiro a sua aplicação nas últimas etapas da obra (às vésperas da entrega do</p><p>imóvel), quando esta já tiver passado pelo processo de limpeza e verificação</p><p>final. Caso haja necessidade da sua aplicação em fase mais precoce, recomendo</p><p>fechar o ambiente para trânsito, após a colagem.</p><p>Normalmente é o arquiteto, autor do projeto, ou o decorador contratado para</p><p>auxiliá-lo nos acabamentos, quem o acompanhará nas escolhas das inúmeras</p><p>estampas disponíveis no mercado.</p><p>13.9. Lambri de madeira maciça ou chapa de madeira</p><p>compensada</p><p>Fonte: arquivo pessoal.</p><p>Lambris de madeira aplicado em parede.</p><p>O lambri de madeira é uma excelente opção para quem gosta das peculiaridades</p><p>da madeira, como os veios, as variações nas nuanças de cores e até do próprio</p><p>cheiro. Cada madeira tem as suas características e algumas são escolhidas pelo</p><p>seu odor peculiar e agradável, como a canela sassafrás, a muiracatiara, o pau</p><p>rosa, entre outros tipos existentes e utilizados na construção civil.</p><p>A fixação dos lambris, nas superfícies, ocorre da seguinte forma:</p><p>• Se a aplicação for na vertical, faz-se a fixação de barrotes de madeira (também</p><p>conhecidos como ganzepes), por intermédio dos quais se inicia, então, a fixação</p><p>da primeira peça, com uso de pregos sem cabeça - e assim sucessivamente. É</p><p>importante que a parede tenha recebido, previamente, tratamento à base de</p><p>selador acrílico para fechar os poros e evitar insetos.</p><p>• Se a aplicação for na horizontal, como forro, a fixação das réguas é similar à</p><p>aplicação nas paredes, sendo os lambris presos nas transversinas (vigas</p><p>transversais) que sustentam o forro, as quais devem estar alinhadas, presas ao</p><p>teto por tirantes de madeira ou metálicos, evitando-se, assim, que elas venham a</p><p>“trabalhar” (envergar, flambar, entortar), deixando o forro com qualidade abaixo</p><p>do desejável.</p><p>13.10. Concreto aparente: liso, rústico, jateado ou</p><p>apicoado</p><p>Fonte: arquivo pessoal.</p><p>Concreto aparente em fachadas: a gosto dos arquitetos.</p><p>O concreto é um dos elementos mais frequentes nas obras bem estruturadas.</p><p>Basicamente ele está para a construção assim como nosso esqueleto está para o</p><p>corpo humano.</p><p>É importante dispensar atenção especial na execução das peças estruturais de</p><p>concreto, ou de concreto armado, sendo necessária a utilização de formas</p><p>resistentes, devidamente travadas, para evitar que se abram na operação de</p><p>concretagem.</p><p>Em se tratando de concreto armado, alguns cuidados devem ser tomados, como:</p><p>• limpeza das formas, que devem ser molhadas bem antes do lançamento do</p><p>concreto;</p><p>• emprego de espaçadores, que preservarão os ferros dos riscos de corrosão;</p><p>• escoramento, travamento e consolidação das armaduras das diferentes peças</p><p>(vigas, pilares, lajes), que requerem especial atenção do engenheiro calculista ou</p><p>do responsável técnico;</p><p>• plasticidade certa do concreto, com a qualidade prevista no projeto, adquirido</p><p>de concreteiras;</p><p>• emprego correto do vibrador mecânico, para garantir a qualidade da</p><p>concretagem, sem falhas indesejadas.</p><p>O tempo em que as peças ficarão sob a ação das formas e do escoramento está</p><p>previsto em norma técnica aplicada à matéria e nunca deve ser desrespeitado.</p><p>Com o advento dos aditivos incorporados ao concreto, é possível a abreviação</p><p>do tempo, mas sempre seguindo o que está previsto na Associação Brasileira de</p><p>Normas Técnicas</p><p>(ABNT).</p><p>Mas engenheiro, por que você está explicando tudo isso? O RT contratado não</p><p>tem que saber e fiscalizar? Claro! Eu entendo que você quer se cercar de</p><p>profissionais competentes para construir sua casa e que você é um leigo que</p><p>apenas deseja acompanhar o desenvolvimento da sua obra. Mas eu argumento o</p><p>seguinte: quando você compra algo, não pesquisa sobre o fornecedor e sobre o</p><p>produto que está comprando? Não recebe, muitas vezes, um manual de uso e</p><p>manutenção? Não é alertado sobre as consequências pelo mau uso?</p><p>Respondo, então: estou trazendo para você a minha experiência de canteiro de</p><p>obras, com a intenção de esclarecer alguns detalhes, pois nem sempre o RT está</p><p>presente e nem sempre os operários seguem à risca as orientações. Por isso</p><p>ressalto a importância de exigir peças estruturais de boa qualidade. Se vamos</p><p>deixar algumas delas expostas ao tempo e sem revestimento, a qualidade é de</p><p>fundamental importância.</p><p>Agora você pode acompanhar, de perto, o trabalho a ser executado com a</p><p>orientação do RT. Veja, então, algumas modalidades de concreto aparente:</p><p>• Concreto aparente liso: para obter esse tipo de acabamento, é necessário</p><p>escolher a forma de compensado resinado, que possui superfície lisa e resinada</p><p>para permitir a desforma sem grande dificuldade, o que também possibilita o seu</p><p>reaproveitamento.</p><p>• Concreto aparente rústico: para obter a aparência de rusticidade prevista no</p><p>projeto arquitetônico, devem ser empregadas formas apenas sarrafeadas. Na</p><p>desforma, há maior dificuldade de desprendimento desse concreto, porque a</p><p>forma solta farpas de madeira, que terão de ser removidas no tratamento final</p><p>das peças.</p><p>• Concreto aparente jateado: como o próprio nome já demonstra, utiliza-se</p><p>pistola de ar comprimido para jatear (atirar o ar em jatos) a superfície do</p><p>concreto em alta velocidade e alta pressão, removendo os grãos de areia</p><p>superficiais, expondo, assim, as britas que ficaram mais expostas, rente à forma.</p><p>• Concreto aparente apicoado: com o emprego de um martelete de dimensões</p><p>adequadas, o profissional vai, aos poucos, “machucando” a peça tratada,</p><p>removendo lascas do concreto, expondo, de forma mais agressiva, os agregados</p><p>do concreto, o qual fica com a aparência apicoada. Esse acabamento precisa ser</p><p>planejado antes da concretagem das peças porque exige recobrimento mínimo de</p><p>3 cm das ferragens.</p><p>• Concreto aparente colorido: para a execução dessa modalidade, adiciona-se</p><p>corante especial compatível com os agregados do concreto (cimento, areia, brita,</p><p>aditivos) e, com o emprego da betoneira ou caminhão betoneira, faz-se a</p><p>uniformização dos materiais, que ficam prontos para o lançamento. Dessa forma</p><p>se obtém a superfície com a coloração desejada.</p><p>DICAS DO ENGENHEIRO</p><p>Em qualquer modalidade que recair a sua escolha, recomendo alguns</p><p>procedimentos que entendo fundamentais para manter a qualidade e a</p><p>durabilidade das peças de concreto:</p><p>• Limpeza das peças com emprego de escovas de aço, a fim de remover as</p><p>impurezas aparentes.</p><p>• Lavagem das peças com água limpa e abundante, se possível com máquina</p><p>pressurizadora.</p><p>• Lixamento e tratamento adequado quando se tratar de concreto aparente liso -</p><p>veja orientações no item Estrutura.</p><p>• Aplicação de, no mínimo, duas demãos de selador acrílico incolor, com a</p><p>finalidade de fechar os poros das peças expostas ao tempo.</p><p>14. FORRO FALSO, TRATAMENTOS TÉRMICOS E ACÚSTICOS</p><p>A sua obra continua a passos largos e agora vou começar a falar do forro falso e</p><p>dos tratamentos térmicos e acústicos.</p><p>14.1. Forro falso</p><p>Imagem de Graystudiopro1 - Freepik.com.</p><p>Forro falso: esconde fios e tubulações.</p><p>Muitas vezes, torna-se necessário executar forro sob a laje, principalmente para</p><p>esconder tubulações diversas – e aí não se trata, apenas, de rebaixamento da</p><p>altura do pé direito do ambiente, recurso utilizado pelos arquitetos para embutir</p><p>a iluminação e conferir efeitos cenográficos.</p><p>O forro é denominado “falso” por se tratar de um rebaixamento na altura sob a</p><p>laje e, para essa finalidade, o forro de gesso é o mais empregado nas obras</p><p>residenciais e comerciais.</p><p>Esse produto vem passando por um processo de transformação e melhoramento.</p><p>Não muito distante, só se encontravam, no mercado, as placas de gesso</p><p>moldadas em pequenas oficinas, nas dimensões de 60 x 60 cm. O forro era</p><p>montado, e cada peça se encaixava, todas recebendo os tirantes de arame</p><p>galvanizado com que eram fixadas na laje. O mosaico ia se formando, com o</p><p>reforço das cordas desfiadas de sisal misturadas com gesso em pasta e, depois de</p><p>pronto, o forro falso era “regularizado” (com pasta de gesso) para fechamento</p><p>das juntas e melhoria na obtenção do nivelamento, para posterior emassamento e</p><p>pintura. Apesar de bastante ultrapassado, esse serviço ainda encontra o seu</p><p>espaço em obras. Ninguém esquece a sujeira feita nessa etapa!</p><p>Pois bem! O forro de gesso foi aprimorado pela indústria, que entregou ao</p><p>mercado o forro de gesso acartonado ou drywall, como muitos o conhecem, que</p><p>consiste, basicamente, numa placa onde a mistura de gesso, água e aditivos é</p><p>prensada entre duas folhas laminadas de papel cartão.</p><p>Imagem de Ededchechine - Freepik.com.</p><p>Aplicação do forro de gesso acartonado.</p><p>A utilização do forro acartonado trouxe muitas vantagens à construção civil,</p><p>principalmente pela rapidez na execução e limpeza. Cada placa é montada num</p><p>“esqueleto de sustentação”, constituído por trilhos metálicos atirantados à laje,</p><p>ou seja: os perfis que receberão as placas são afixados à laje com pedaços de</p><p>arame presos ao teto através de pinos cravados, em modulações específicas. O</p><p>“esqueleto de sustentação” é montado primeiro, para depois começar a fixação</p><p>das placas com parafusos tratados contra corrosão. Concluída essa etapa, o</p><p>profissional começa a colar fitas de nylon sobre as juntas das placas. O próximo</p><p>passo é preparar o gesso em pasta bem homogeneizada e, com o emprego de</p><p>desempenadeira metálica lisa, essas fitas de nylon são cobertas, transformando</p><p>tudo num forro homogêneo.</p><p>Fontes: arquivo pessoal.</p><p>Liberte a imaginação com forro de gesso.</p><p>14.2. Tratamento térmico e acústico</p><p>Falar desse tipo de serviço em obras residenciais pode soar estranho, mas é mais</p><p>comum do que possa parecer. É que a laje, quando exposta ao tempo, cobrindo</p><p>ambiente de permanência média a prolongada, requer tratamento térmico, de</p><p>forma a isolar o calor para que a permanência no ambiente seja confortável em</p><p>qualquer hora do dia.</p><p>O tratamento térmico mais empregado em lajes é o executado na obra, com traço</p><p>de argamassa constituída de cimento, areia média, vermiculita expandida, argila</p><p>expandida (cinasita) e água. Os fabricantes desses produtos esclarecem o traço</p><p>ideal para a obtenção da quebra do calor, em função da espessura da massa.</p><p>Após a execução e cura dessa massa, faz-se uma camada de proteção com</p><p>cimentado desempenado. Outros tratamentos poderão ser acrescidos, como</p><p>impermeabilização e revestimento cerâmico para arrematar a parte superior da</p><p>laje (voltada para o ambiente exposto).</p><p>O tratamento térmico também pode ser executado sob a laje, acima do forro (se</p><p>houver). Se a escolha recair no uso de mantas, lã de rocha ou lã de vidro, elas</p><p>são espalhadas entre os tirantes que fixam o forro. Esse serviço precisa ser</p><p>executado concomitantemente com o dos gesseiros, se for o caso. O mesmo</p><p>procedimento será feito se a escolha recair sobre as placas de poliestireno (EPS -</p><p>isopor).</p><p>Mas as suas opções não acabam aqui. Você já encontra, no mercado da</p><p>construção civil, forros térmicos constituídos de vários materiais, com face de</p><p>acabamento (a que fica exposta internamente). São os forros modulares, que se</p><p>sustentam sobre estruturas metálicas atirantadas à laje.</p><p>Fonte: arquivo pessoal.</p><p>Forros modulares: diversidade no mercado.</p><p>Na sua maioria, os forros térmicos podem atuar como elementos acústicos</p><p>também. A placa de EPS é um exemplo do que estou afirmando: os pequenos</p><p>furos nela existentes produzem excelentes resultados acústicos. As tradicionais</p><p>placas de gesso 60 x 60cm, com pequenos furinhos por</p><p>toda sua extensão, são</p><p>empregadas em forros de cinemas, salas de projeção, home theather, casas de</p><p>máquinas, entre tantos outros ambientes.</p><p>Existe um tratamento acústico muito eficiente e bastante empregado nas lojas</p><p>comerciais e nas indústrias: trata-se de pasta fabricada de madeira de</p><p>reflorestamento, acrescida de aditivos fixadores. Essa pasta é lançada contra a</p><p>superfície de parede ou teto, com pistola de ar comprimido, formando uma</p><p>camada com espessura de uns 2 a 3 cm, que desempenha seu trabalho com</p><p>eficiência. No mercado, é conhecida como pistofibra, nome tradicional de um</p><p>dos fabricantes desse produto.</p><p>Outro tratamento acústico utilizado em residências é o revestimento dos pisos e</p><p>paredes das salas home theather com carpete, forração ou mesmo com um</p><p>grande tapete, itens que, além de bonitos, alcançam resultados surpreendentes na</p><p>acústica das salas. Mas esses materiais precisam ser antialérgicos, requerem</p><p>limpeza constante e, provavelmente, exigem ar-condicionado no ambiente, em</p><p>épocas de calor.</p><p>Nas paredes, podem ser utilizados outros materiais específicos, já encontrados</p><p>no mercado, se seu sonho for ter um ambiente que reproduza fielmente o som (e</p><p>que o absorva), isolando-o para que não passe para os demais ambientes na casa.</p><p>Saiba que o ideal é ter o projeto para o ambiente.</p><p>Crédito da imagem: Max Vakhtbovych por Pexels.com.</p><p>Cinema em casa: quem nunca sonhou?</p><p>15. MARCENARIA OU CARPINTARIA</p><p>A marcenaria ou carpintaria é um mundo à parte na construção civil e deve ser</p><p>tratada pelo RT da obra com muita atenção.</p><p>Nos últimos anos, percebo que as obras, principalmente as construções em</p><p>condomínios fechados, vem apresentando mais sofisticação, e a marcenaria é</p><p>justamente um dos itens importantes para essa finalidade. Com efeito, janelas,</p><p>portas, batentes e guarnições estão sendo adquiridos no mercado com os</p><p>acabamentos, inclusive com colocação das ferragens (dobradiças, fechaduras,</p><p>fechos, conchas), pintura ou revestimentos.</p><p>O RT providenciará para que os vãos de portas e janelas fiquem praticamente</p><p>prontos e pintados, aguardando apenas a chegada das esquadrias de madeira, a</p><p>serem fixadas no local com o emprego de espuma de poliuretano, ou espuma</p><p>expansiva, como é conhecida pelos profissionais da área.</p><p>Esse serviço, quando bem planejado, será feito na etapa final da obra, quando</p><p>toda a massa corrida e as duas primeiras demãos de tinta já estiverem prontas.</p><p>Tal cuidado é recomendado porque os produtos de marcenaria, como as portas,</p><p>chegam à obra já com o acabamento previsto, demandando atenção redobrada</p><p>para evitar que as peças possam sofrer impactos com a circulação dos</p><p>profissionais e suas ferramentas. O ideal, quando as peças forem fixadas nos</p><p>vãos, é que se mantenham os recintos fechados à chave, evitando a circulação</p><p>interna nos ambientes onde as portas foram colocadas.</p><p>Apesar de o método tradicional de fixação dos batentes ainda ser muito</p><p>empregado (em que as peças são fixadas por chumaço de pregos no seu verso e</p><p>chumbadas com argamassa forte), o ideal é que esse serviço seja feito antes do</p><p>início da pintura. Destaco aqui que o RT precisa dispensar muitos cuidados para</p><p>proteger os batentes dos impactos, pois a obra ainda estará com muitos</p><p>profissionais trabalhando.</p><p>Quando os pintores concluírem a massa corrida e a aplicação das duas primeiras</p><p>demãos de tinta, o carpinteiro especializado em colocação das esquadrias já</p><p>poderá iniciar os serviços. Ressalto que muitos não aceitam essa denominação</p><p>(carpinteiro) e preferem ser chamados de marceneiro. Não importa como serão</p><p>chamados, mas, sim, a qualidade dos serviços prestados. Se a casa foi planejada</p><p>para receber sauna seca ou revestimentos (paredes e tetos) de lambri, deck de</p><p>madeira (e serviços que utilizem madeira, MDF e afins), esse é o profissional</p><p>que irá executar as tarefas.</p><p>Fonte: arquivo pessoal.</p><p>Instalação de Esquadrias: método tradicional.</p><p>15.1. Cuidados especiais que um bom marceneiro deve</p><p>observar</p><p>O marceneiro (ou carpinteiro), por si só, já é “ciumento do seu serviço” e não</p><p>quer que ninguém encoste as mãos ou fique passando por perto. No entanto, ele</p><p>precisa entender que não é só de marcenaria que se faz uma obra; precisa ter o</p><p>discernimento de estudar cada peça a ser fixada e, em caso de imperfeições, deve</p><p>priorizar a face melhor (por onde as pessoas circulam mais, por exemplo).</p><p>Se alguma peça apresentar defeitos ou imperfeições inaceitáveis, é preciso que o</p><p>profissional discuta com o RT qual procedimento adotar: se refugar e pedir a</p><p>substituição da peça defeituosa ou assentar essa peça sob a responsabilidade do</p><p>engenheiro. Saiba que ferragens são peças finas que embelezam as esquadrias e</p><p>requerem qualidade na sua fixação.</p><p>O bom marceneiro deve observar, ainda, que:</p><p>• As esquadrias envernizadas exigem peças de boa qualidade e que, nas</p><p>esquadrias pintadas, como receberão uma demão de fundo e mais uma ou duas</p><p>demãos de massa niveladora, a qualidade das peças não é tão significativa, uma</p><p>vez que os pequenos defeitos serão preenchidos (“escondidos”) antes da pintura.</p><p>• As duas folhas das dobradiças devem ser fixadas nas folhas da esquadria, com</p><p>rebaixo feito a formão ou tupia.</p><p>• Após a fixação das folhas de portas ou janelas, deverá verificar se o</p><p>fechamento ou abertura da esquadria ocorre com perfeição. Ele deve</p><p>compreender que a madeira “trabalha” (se movimenta) muito e que, depois de</p><p>alguns dias, ou meses, a esquadria requererá pequeno ajuste para voltar a operar</p><p>com qualidade. É importante que o marceneiro saiba que esse retorno faz parte</p><p>do seu ofício, sem custos.</p><p>• As ferramentas devem estar perfeitamente amoladas, para evitar que ocorram</p><p>danos às peças na hora do corte ou do aparelhamento das faces trabalhadas. Isso</p><p>deve ser avaliado assim que ficar pronta a primeira folha da esquadria fixada</p><p>(porta, janela).</p><p>• O piso e as paredes no entorno da porta ou da janela a ser fixada devem estar</p><p>protegidos com papelão e lona plástica, pois não é incomum cair formão ou</p><p>outra ferramenta sobre o piso. O marceneiro deve saber que objetivo final é um</p><p>serviço de qualidade, sem prejuízo dos demais serviços concluídos no entorno.</p><p>• No final de cada dia, ele ou seu auxiliar deve varrer o piso, espanar as paredes</p><p>e recolher o lixo produzido, depositando-o na caçamba onde os entulhos de obra</p><p>são colocados. Muitos marceneiros acham que isso não é função deles: é sim!</p><p>Se as esquadrias irão receber tratamento de pintura tipo laca, é fundamental que</p><p>o marceneiro entregue as peças em perfeito estado, principalmente as juntas em</p><p>meia-esquadria das guarnições. Você deve saber que esse tipo de pintura é</p><p>relativamente complexo e exige proteção geral de tudo o que está por perto.</p><p>Nesse caso, recomendo que a pintura interna da casa esteja um pouco mais</p><p>atrasada, pois o pó fino que se desprende da pistola alcançará tudo o que estiver</p><p>por perto, demandando, pelo menos, mais uma demão de tinta nas paredes e</p><p>tetos para cobrir tudo com perfeição.</p><p>Alguns pintores até executam a pintura com laca nas folhas (nome dado ao</p><p>painel da porta ou da janela em si, sem o batente e as guarnições) das portas ou</p><p>janelas em suas empresas, deixando para executar in loco apenas os batentes e as</p><p>guarnições. Também dá certo assim, e fica tudo mais limpo, mas o único</p><p>problema é o transporte das folhas das esquadrias, que podem sofrer pequenos</p><p>danos no trajeto. No mercado, há empresas que entregam esse material pronto –</p><p>portas, batentes e guarnições.</p><p>Quando o serviço de carpintaria se restringir à execução de forro, é importante</p><p>observar se este está sendo pregado sobre os caibros. Também importa observar,</p><p>na execução de um telhado aparente, que não se deve esquecer de proteger o</p><p>forro com a manta de subcobertura, de face dupla, para tratamento térmico. Se</p><p>preferir, você pode autorizar a fazer o tratamento térmico com placas de</p><p>poliestireno (isopor) entre as ripas da estrutura do telhado, antes de colocar as</p><p>telhas. Esse procedimento além de proteger a madeira, auxiliará na diminuição</p><p>do consumo de energia elétrica com o condicionamento</p><p>de ar. Tenha a</p><p>compreensão de que o serviço vai requerer mais tempo e que o marceneiro</p><p>precisa dessa informação, antes da contratação, para precificar o seu serviço.</p><p>Por fim, ao entregar as ferragens ao marceneiro, confira, na presença dele e do</p><p>engenheiro, se está tudo certo, ou seja, se não está faltando nada. Se estiver, deve</p><p>ser providenciado o complemento do material rapidamente. Por se tratar de</p><p>materiais caros, recomendo guarda eficiente, preferencialmente em armários</p><p>fechados, ou que sejam entregues aos poucos, à medida que forem necessários,</p><p>“aliviando” assim a responsabilidade de quem está guardando o material.</p><p>15.2. Decks de madeira e sauna</p><p>Na construção de decks de madeira em áreas externas, é importante atentar para</p><p>que os pontos de escoamento de águas pluviais e de lavagem estejam concluídos</p><p>e que possam ser acessados em caso de obstrução. Se possível, deve ser prevista</p><p>a impermeabilização do piso que ficará sob o estrado.</p><p>Para utilização de réguas de madeira na construção de decks e pisos em áreas</p><p>externas, elas devem ser tratadas com “cupinicidas” e com verniz de alta</p><p>resistência. Não devem ter “quinas vivas”, sendo importante, assim, exigir que</p><p>as quinas sejam “quebradas”, caso não tenham chegado ao canteiro com esse</p><p>tratamento. Esse cuidado evitará acidentes, como cortes nos pés de quem pisar o</p><p>deck.</p><p>Ainda falando sobre decks de madeira, deve ser observado se o espaçamento</p><p>entre uma régua e outra impedirá, por exemplo, que o “dedinho” de uma criança</p><p>entre nesse espaço. Entenda que tudo isso é planejamento e que seu</p><p>envolvimento com o profissional de arquitetura ou o RT da obra evitará que</p><p>aconteçam acidentes. Participe das decisões, não terceirize tudo!</p><p>Observe que a madeira escolhida para revestir a sua sauna deve ser adequada</p><p>para esse recinto, pois nem todos gostam das madeiras ardidas (aquelas com</p><p>aparência rústica, deterioradas pelo tempo). O cedro de primeira qualidade, por</p><p>exemplo, é perfeito: não aquece em demasia, permite que você encoste nele, tem</p><p>cheiro quase imperceptível e se comporta bem, quando exposto ao calor.</p><p>Sobre o ambiente da sauna, deve-se observar que as réguas dos bancos tenham</p><p>seus pregos repuxados, ou seja, levemente afundados, evitando, assim, que você</p><p>se queime pelo aquecimento desses pregos com o calor. O marceneiro deverá</p><p>fazer uma pasta de pó da madeira, acrescida de cola branca, para rejuntar os</p><p>buraquinhos; posteriormente o pintor fará o lixamento e, se for a sua escolha,</p><p>aplicará uma demão de selador de nitrocelulose para fechar os poros da madeira.</p><p>Não se recomenda pintura em verniz, que poderá “craquelar” e aquecer muito.</p><p>Outro cuidado é o distanciamento dos barrotes onde as réguas de madeira serão</p><p>fixadas: o distanciamento não pode ultrapassar 50 cm, evitando assim que as</p><p>réguas venham a flambar (“entortar”) com o calor, criando um aspecto visual</p><p>ruim à superfície.</p><p>16. SERRALHERIA E FERRAGENS</p><p>Outro item que vai demandar bastante a sua atenção é a serralheria. Aqui é</p><p>necessário desdobrar o assunto conforme o tipo de material a ser utilizado.</p><p>16.1. Ferro e aço</p><p>Antes de falar sobre esses materiais, esclareço que o mercado vem consumindo</p><p>mais o alumínio na serralheria, devido à sua durabilidade e resistência às</p><p>intempéries. Se a obra estiver localizada em região próxima ao mar, a escolha</p><p>precisa recair sobre as esquadrias de alumínio. Caso não esteja, você pode</p><p>escolher outros tipos de materiais para as esquadrias, como o ferro e o aço, com</p><p>os devidos cuidados de proteção contra intempéries.</p><p>Para algumas peças da obra, não há outra opção além do ferro, como as escadas</p><p>e guarda-corpos de acesso externo a caixas d’água e coberta, denominadas</p><p>escadas de marinheiro; os portões de grandes dimensões; as pérgolas em</p><p>balanço; e outras peças que exigem robustez e resistência. Não é confiável, por</p><p>exemplo, subir numa escada de marinheiro de alumínio para ter acesso a áreas</p><p>elevadas, pois ela “não passa confiança”, por mais que as peças sejam</p><p>superdimensionadas.</p><p>Fonte: arquivo pessoal.</p><p>Guarda-corpo em sacada.</p><p>As peças de ferro “sofrem” muito em regiões poluídas ou expostas à salinidade,</p><p>motivo pelo qual recomendo que elas, depois de prontas, sejam submetidas ao</p><p>banho de galvanização (processo corrosivo provocado), que irá protegê-las da</p><p>ferrugem. Esse é um serviço caro e que, portanto, tem de ser considerado quando</p><p>o objetivo é economizar. Outro inconveniente é que as peças galvanizadas</p><p>apresentam dificuldade de “segurar” a pintura, exigindo tratamento prévio com</p><p>fundo especial para galvanizados (como o Super Galvite), antes da aplicação da</p><p>tinta definitiva.</p><p>É preciso que se dê especial atenção às peças de ferro, razão por que recomendo:</p><p>• lavagem prévia à pintura para eliminar gorduras;</p><p>• aplicação de fundo tipo zarcão universal ou cromato de zinco – materiais</p><p>indicados para metais ferrosos em áreas externas e internas;</p><p>• correção das imperfeições com massa própria para ferro;</p><p>• lixamento, lavagem ou limpeza.</p><p>Após esses cuidados, a peça de ferro estará pronta para receber a primeira demão</p><p>da tinta escolhida. Lembre-se de que as cores mais escuras são as que mais</p><p>sofrem com a ação do sol; as mais claras, com a poeira e a poluição.</p><p>Para uso em áreas internas ou externas, sacadas e escadas, tais como corrimãos e</p><p>guarda-corpos – em que a estética e a durabilidade são priorizadas -, é comum o</p><p>emprego do aço inoxidável associado ao vidro.</p><p>Para os corrimãos e as escadas de acesso à piscina, é fundamental que se</p><p>empregue o aço inoxidável de boa qualidade, para resistir à ação agressiva dos</p><p>produtos de tratamento da água.</p><p>Por questão de resistência e economia, muitas vezes os portões externos ou de</p><p>acesso às garagens são feitos de ferro, em vez de materiais mais nobres como o</p><p>alumínio ou aço inoxidável. A escolha é sua, principalmente pelos valores</p><p>envolvidos (custos de aquisição, mas lembre-se de que os materiais devem ser</p><p>escolhidos, também, pela durabilidade e resistência - custos de manutenção).</p><p>Fonte: arquivo pessoal.</p><p>Portão automático com tela metálica e painel.</p><p>16.2. Alumínio</p><p>Material que, ao longo das últimas décadas, vem ocupando o maior espaço na</p><p>fabricação de esquadrias. Uma variedade de opções se descortina para o cliente</p><p>escolher. Vamos ver?</p><p>• Alumínio natural: foi o precursor na conquista do mercado em detrimento do</p><p>ferro, mas foi perdendo espaço, a ponto de quase desaparecer. As obras</p><p>populares geralmente utilizam essas esquadrias, por serem de baixo custo, pois</p><p>são fabricadas com perfis pouco resistentes. Se por um lado é ruim usar esse</p><p>material, ainda é melhor do que o emprego do ferro, principalmente em</p><p>esquadrias.</p><p>• Alumínio anodizado ou tratado por cataforese: é o alumínio natural que recebe</p><p>tratamento corrosivo que determina a espessura (micragem) da corrosão. É</p><p>exatamente essa camada que caracteriza o acabamento muito agradável de se</p><p>ver. Para regiões muito “agressivas”, como as cidades praianas, recomenda-se</p><p>micragem bastante elevada, em torno de 40 a 50 mícrons de espessura (o</p><p>mercado costuma disponibilizar, para uso comercial, perfis com espessura em</p><p>torno de 15 a 20 mícrons). Mas o que é essa tal de cataforese, engenheiro? Nada</p><p>mais é que um tratamento similar à aplicação de “verniz” – no caso, imergem-se</p><p>as peças metálicas em película epóxica, o que lhes garante mais proteção e</p><p>durabilidade.</p><p>• Alumínio pintado: o que mais se encontra hoje no mercado são os perfis com</p><p>pintura eletrostática, processo em que os perfis de alumínio natural são</p><p>colocados em um forno, por onde passa determinada corrente elétrica. Por</p><p>deposição, a tinta em pó se sobrepõe ao perfil, ficando cristalizada a pintura. A</p><p>indústria disponibiliza várias cores para uso em esquadrias, fazendo a festa e a</p><p>alegria dos arquitetos criativos.</p><p>Fonte: arquivo pessoal.</p><p>Guarda-corpo e esquadrias em alumínio.</p><p>Observe que não incluí, neste manual, informações sobre esquadrias de PVC.</p><p>Isso porque, por ser um material relativamente novo no Brasil, ainda existem</p><p>dúvidas em relação ao seu uso. O PVC (cloreto de polivinil),</p><p>podiam. Para quem ama o que faz, como</p><p>eu, é sempre uma satisfação chegar a uma terra “nua”, com um bom projeto</p><p>debaixo do braço, e começar a trabalhar na construção da casa desejada.</p><p>O interessante é que, quando os clientes me procuram, poucos vêm com energia</p><p>baixa; ao contrário: geralmente chegam com sorriso no rosto e contida alegria,</p><p>mas um pouco assustados, encarando-me como o engenheiro que prometeu fazer</p><p>o melhor acabamento pelo melhor preço.</p><p>Nas muitas reuniões prévias ao início efetivo da empreitada, e ao longo dela, vai</p><p>se consolidando, aos poucos, a relação entre o cliente e o profissional com cara</p><p>de “raiz quadrada de 2 elevada ao cubo”. Instaurada a confiança, as coisas</p><p>começam a “deslanchar”...</p><p>A partir daí, no canteiro de obras, é caminhão de areia para cá, caminhão de brita</p><p>para lá, sacos de cimento e de cal... De repente, chega um equipamento que mais</p><p>parece uma batedeira de bolo gigante. É uma coisa viva, em movimento, em que</p><p>os profissionais escolhidos pelo engenheiro começam a fazer “o bolo” que dá</p><p>início à realização do sonho de uma vida: o concreto, que, como o próprio nome</p><p>já diz, concretiza e dá solidez à obra.</p><p>Devagar, você - que provavelmente nunca havia acompanhado a construção de</p><p>uma obra – “pega gosto” e se percebe impaciente em casa, pela manhã, mal</p><p>vendo a hora de se desvencilhar dos compromissos rotineiros para voltar a ver</p><p>aquela enorme “batedeira de bolo” jorrando o “abençoado” concreto,</p><p>consumindo brita, areia, cimento e água com uma voracidade que assusta. Mas</p><p>que susto bom!</p><p>Aqui tomo a liberdade de lhe repassar um ensinamento: todos os profissionais da</p><p>construção civil têm necessidade de carinho e de atenção. “Bom dia, João!”</p><p>“Tudo bem com você, Benedito?” são frases que abrem muitas portas nesse</p><p>relacionamento que será bem longo. É alegria só... e não se assuste se alguém lhe</p><p>oferecer um cafezinho quente na sua obra.</p><p>E assim convido-o a vivenciar as etapas da construção de sua casa, que estão</p><p>descritas neste manual, feito com muito amor e dedicação para você. Vem</p><p>comigo, que o engenheiro tem pressa!</p><p>Fonte: arquivo pessoal.</p><p>Realizar esse sonho... É possível!</p><p>Antônio Roberto Pavim</p><p>1. A ESCOLHA DO TERRENO: QUE DEVEMOS SABER?</p><p>Nossa! Que tarefa mais espinhosa encontrar um local que agrade a todos os</p><p>membros da família! Ė, mas não tem jeito não. Achar um bom local, com preço</p><p>justo e que não seja lá nos “Cafundós do Judas”, pode ser árduo, mas é</p><p>gratificante, principalmente se você encontrar um joão-de-barro no terreno... Isso</p><p>dá uma sorte!</p><p>Crédito da imagem: Joel Santana por Pixabay. Fonte: arquivo pessoal.</p><p>Terreno é plano e o construtor já chegou. Desnível acentuado...complicado, mas possível.</p><p>Mas o que posso dizer a respeito dessa busca pelo terreno “quase” perfeito?</p><p>Vamos lá para algumas dicas:</p><p>DICAS DO ENGENHEIRO</p><p>• Procure um terreno com dimensões que permitam construir a casa no tamanho</p><p>(área) necessário para que os cômodos sejam dimensionados conforme desejado</p><p>por todos que compartilharão os ambientes projetados, além de atender aos</p><p>parâmetros estabelecidos pelo incorporador do loteamento e pela municipalidade</p><p>(prefeitura local).</p><p>• Busque um terreno cujo valor “caiba no seu bolso”, lembrando que esse é o</p><p>“bolso” que vai se abrir muitas vezes até que o seu sonho esteja materializado.</p><p>• Decida se é melhor um terreno que esteja próximo ou distante dos locais das</p><p>atividades diárias da família.</p><p>• Verifique, caso o terreno esteja inserido em um condomínio residencial, se o</p><p>preço das taxas condominiais tem valor razoável, afinal ninguém gosta de um</p><p>sócio (seus futuros vizinhos) “enfiando a mão no seu bolso”.</p><p>• Escolha um local que possa agradar “às duas maiores torcidas de futebol” de</p><p>sua cidade, para facilitar a venda futura do imóvel, caso você goste de mudar de</p><p>casa com frequência.</p><p>• Evite os terrenos vizinhos às cacimbas, que retêm água da chuva durante</p><p>algumas horas; se não for possível, acostume-se cedo com a visita de rãzinhas de</p><p>vez em quando.</p><p>• Tente encontrar o terreno que possa lhe proporcionar uma insolação otimizada,</p><p>ou seja, que a posição do sol da manhã e da tarde seja favorável aos ambientes</p><p>da casa. O arquiteto ou o engenheiro podem ajudar você nessa hora.</p><p>• Não feche a compra do terreno sem antes verificar a sua documentação, a fim</p><p>de ter a certeza de que ele está livre e desembaraçado de ônus – se já foi ou se</p><p>está hipotecado a algum banco, por exemplo.</p><p>• Contrate, se possível, um advogado, ou consulte o escrevente do cartório, para</p><p>ajudá-lo na verificação da documentação do imóvel: a ficha de matrícula, que é</p><p>como se fosse nosso RG, onde está anotado tudo que se passou com o terreno, e</p><p>a Certidão Vintenária, que é a verdadeira “capivara” do imóvel. Peça todas as</p><p>certidões que o escrevente recomendar.</p><p>• Registre o imóvel em seu nome no cartório de registro de imóveis. Não deixe</p><p>para depois, pois, transcorridos alguns anos, você pode ter seu imóvel</p><p>hipotecado a algum banco. Isso é muito sério! Comprou, registrou.</p><p>• Contrate um topógrafo para verificar as medidas do terreno, caso se sinta</p><p>inseguro sobre suas reais dimensões, ou faça isso você mesmo – se não for</p><p>exigência do condomínio residencial, se o terreno for plano. É interessante</p><p>conferir para checar se não houve “invasão” de medidas por algum vizinho,</p><p>mesmo que seja a largura de um muro.</p><p>• Tome alguns cuidados extras se sua escolha recair sobre um terreno fora de um</p><p>condomínio residencial, como ir à prefeitura, a fim de saber se tem algum</p><p>projeto para a rua de acesso ao terreno – alargamento, por exemplo - que possa</p><p>acarretar inconvenientes futuros. Caso o terreno esteja situado em uma área de</p><p>uso misto (residencial, comercial ou industrial), você poderá acordar,</p><p>futuramente, perto de um boteco que vende pinga “no retalho”, ou, ainda, de</p><p>uma feira livre, não é mesmo? Você não vai poder entrar nem sair da rua com</p><p>seu carro e ainda terá que sentir o cheiro de legumes em decomposição por</p><p>alguns dias.</p><p>• Faça uma consulta prévia à prefeitura (pode ser pela internet mesmo,</p><p>informando o endereço do imóvel ou o número de cadastro que consta na</p><p>escritura) para conhecer os parâmetros legais que devem ser seguidos na</p><p>construção. Esses parâmetros interferem na posição e na altura total da</p><p>edificação, no número de pavimentos e em outros fatores que podem surpreendê-</p><p>lo.</p><p>Essas são as dicas mais relevantes para que você não tenha “dor de cabeça” com</p><p>a aquisição do terreno onde será edificado o seu lar. Por hoje, vou ficando por</p><p>aqui. Segura que amanhã tem mais, e a família tem pressa para mudar até o</p><p>Natal! (Quantas vezes escutei isso!).</p><p>Fonte: arquivo pessoal.</p><p>Terreno escolhido ... vamos em frente!</p><p>2. A ESCOLHA DOS PROFISSIONAIS: ELABORAÇÃO DOS</p><p>PROJETOS</p><p>Com a escritura do terreno em mãos, vou demonstrar agora as opções</p><p>disponíveis para a elaboração dos projetos necessários à edificação de sua casa,</p><p>ok? Você poderá escolher:</p><p>• um arquiteto, profissional liberal habilitado para elaborar, principalmente, o</p><p>projeto arquitetônico, desde a concepção das ideias (em conjunto com você e</p><p>com sua família) até os desenhos executivos que permearão a obra¹;</p><p>• um escritório especializado em projetos de:</p><p>• arquitetura: incluindo interiores e paisagismo, se for o caso;</p><p>• arquitetura e de projetos complementares: parte elétrica, parte hidráulica (água</p><p>fria e quente, esgoto, águas pluviais), ar-condicionado, luminotécnica, estrutura e</p><p>fundações, automação e outros projetos que se fizerem necessários à execução</p><p>da obra);</p><p>• construção: para obras de grande porte, a escolha para a construção pode ser de</p><p>empresa específica de construção ou de profissional com equipe própria.</p><p>Observe que o objetivo deste manual é a construção da sua casa; não estou aqui</p><p>tratando de obras de grande porte, que não é o propósito deste “foco de luz”; se</p><p>assim procedesse, eu estaria transmitindo conhecimentos desnecessários ao</p><p>nosso intento. E você bem sabe que o trabalho para uma empreitada bem-</p><p>sucedida se inicia com um propósito claro e bem definido.</p><p>Vejamos, agora,</p><p>segundo os</p><p>fornecedores, tem propriedades de rigidez, resistência à deformação,</p><p>estabilidade, além de ter, na composição, estabilizantes térmicos, modificadores</p><p>de impacto e pigmentos especiais com resistência UV – o que torna o material</p><p>propício para o fechamento de vãos de dimensões variáveis, com uso em áreas</p><p>internas ou externas.</p><p>Fora do país, o material é usado até em regiões de grandes variações de</p><p>temperatura - e com artifícios para redução de barulho externo. No Brasil, a</p><p>utilização do PVC ainda não é muito disseminada, e não há experiências</p><p>suficientes que possam validar a substituição dos outros materiais (ferro, aço,</p><p>alumínio) por ele. Confesso que ainda não usei nas minhas obras, onde prefiro</p><p>utilizar o alumínio nas esquadrias.</p><p>16.3. Ferragens</p><p>Para o seu conhecimento, em engenharia, designamos de ferragens as</p><p>fechaduras, dobradiças, parafusos, pinos, conchas, trincos, fechos, punhos, enfim</p><p>todas as peças que guarnecem as esquadrias (portas, janelas, portões). Mas,</p><p>engenheiro, ferragens não são aqueles ferros dos pilares e vigas que serão</p><p>concretados? Não! Chamamos isso de armaduras.</p><p>Normalmente as pessoas se assustam um pouco com os preços das ferragens das</p><p>esquadrias, mas convenhamos que, para uma dobradiça que passará trinta anos</p><p>em funcionamento, sai até barato: uma fechadura de qualidade, que manuseamos</p><p>quando criança e ainda está funcionando, não pode ser taxada de cara, não é</p><p>mesmo? Pois é! É necessário escolher as fechaduras tal como escolhemos os</p><p>registros de gaveta e de pressão: precisam ser bons porque, uma vez instalados,</p><p>fica muito cara sua substituição.</p><p>16.3.1. Fechaduras</p><p>Chamo a atenção de que, nas obras em região litorânea, as ferragens precisam</p><p>ser de latão ou de aço inoxidável, pois esses materiais apresentam alta resistência</p><p>à corrosão. Fechaduras de ferro, por exemplo, jamais devem ser empregadas</p><p>nessas regiões, pois só lhe causarão aborrecimentos em prazo bem curto. E por</p><p>falar em fechaduras, essas peças recebem denominações conforme sua</p><p>funcionalidade. Vou detalhar um pouco:</p><p>16.3.1.1. Fechadura interna</p><p>Projetada para ser instalada nas portas internas, sem muita preocupação com a</p><p>segurança, seu maquinário é bem mais simples do que o das fechaduras externas.</p><p>Também são conhecidas como fechadura tipo gorge.</p><p>Crédito da imagem de Anja por Pixabay.</p><p>Fechadura interna ou tipo gorge.</p><p>16.3.1.2. Fechadura interna para banheiro</p><p>Projetada da mesma forma que as fechaduras internas, possuem maquinário</p><p>simples. A diferença dessa fechadura para a interna é que ela só dispõe de acesso</p><p>de abertura com chave pelo lado interno. Pelo lado externo, você só consegue</p><p>abrir com chaveta, a ser utilizada em emergência, para retirar alguém que ficou</p><p>preso por algum motivo.</p><p>Fonte: https://www.armazemcoral.com.br.</p><p>Fechadura do banheiro, lado interno.</p><p>Também é importante observar que a porta da sauna precisa ter um visor na</p><p>altura média dos nossos olhos, devendo abrir para fora, pois, caso uma pessoa</p><p>passe mal, pode se lançar contra a porta e ela se abrirá, o que não ocorrerá se a</p><p>abertura for para dentro. No final do serviço do carpinteiro, não se esqueça de</p><p>apanhar as chavetas de fixar maçanetas e as “chaves” de abrir portas de</p><p>banheiros. Lembre-se de guardá-las bem, em lugar seguro onde você irá se</p><p>lembrar delas, pois, quando menos esperar, uma criança pode ficar trancada no</p><p>banheiro ou uma maçaneta pode se soltar na sua mão. É isso.</p><p>16.3.1.3. Fechadura de cilindro</p><p>Essa fechadura é considerada de segurança e foi desenvolvida para instalação em</p><p>portas externas. O seu maquinário é mais sofisticado, dificultando, assim, sua</p><p>abertura por pessoas não autorizadas. Vem sendo aprimorada nos últimos anos e</p><p>hoje é encontrada com algumas variações, como fechadura tetra, fechadura de</p><p>multipontos, fechadura com lingueta tripla, entre outras.</p><p>Fonte: https://madecenter.com.br.</p><p>Fechadura externa tipo cilindro.</p><p>16.3.1.4. Fechadura bico de papagaio</p><p>Esse tipo de fechadura foi desenvolvido para emprego em portas de correr.</p><p>Explico como funciona: ao ser acionado o cilindro, um ou dois bicos nos portões</p><p>de correr de ferro ou alumínio se projetam, fechando-se na contratesta. É</p><p>bastante utilizada.</p><p>Fonte: https://produto.mercadolivre.com.br.</p><p>Fechadura tipo bico de papagaio.</p><p>16.3.1.5. Fechadura elétrica</p><p>As fechaduras elétricas são muito utilizadas para acionamento remoto,</p><p>proporcionando segurança e tranquilidade, podendo ser complementadas com</p><p>dispositivos que permitem a visualização e o contato prévios ao acesso de</p><p>pessoas à residência ou ao ambiente (porteiros ou videoporteiros eletrônicos).</p><p>Fonte: https://www.amazon.com.br.</p><p>Fechadura elétrica.</p><p>16.3.1.6. Fechadura de acesso com controle biométrico</p><p>As modernas e eficientes fechaduras com controle biométrico conferem mais</p><p>segurança e precisão pelo cadastramento prévio dos frequentadores da</p><p>residência, facilitando seu acesso e gerenciamento. Permitem a utilização de</p><p>impressões digitais, senhas ou cartões de acesso, sendo cada vez mais</p><p>aprimoradas.</p><p>Fonte: https://produto.mercadolivre.com.br.</p><p>Fechadura controle de acesso com biometria.</p><p>16.3.1.7. Fechadura de rolete</p><p>Desenvolvida para o tipo de porta com dimensões avantajadas, a fechadura de</p><p>rolete tem a finalidade de permitir que a folha, ao ser fechada, alcance a</p><p>contratesta fixada sem destruir o batente. A maioria dessas fechaduras não tem a</p><p>função de fechar a porta definitivamente, sendo esta função da segunda lingueta</p><p>das fechaduras convencionais. Você pode encontrar no mercado essa fechadura</p><p>de rolete com uma segunda função, que é a de fechar a porta com cilindro de</p><p>segurança.</p><p>Fonte: https://produto.mercadolivre.com.br.</p><p>Fechadura tipo rolete.</p><p>DICAS DO ENGENHEIRO</p><p>Vistos os principais tipos de fechadura, vou passar algumas recomendações</p><p>importantes para que você possa adquirir essa ferragem com segurança:</p><p>• O peso das fechaduras é um bom indicador de que você tem maquinário mais</p><p>robusto em suas mãos.</p><p>• As fechaduras para portas de madeira são encontradas com a designação de 45</p><p>e 55 mm, mas o que isso significa? Significa que, da testa da fechadura até o</p><p>centro do eixo que gira com a maçaneta, são essas as distâncias. Então como eu</p><p>escolho, engenheiro? Simples, as fechaduras de 55 mm darão a você mais</p><p>conforto quando for abrir a porta, pois sua mão vai girar a maçaneta sem ficar</p><p>roçando no batente (normalmente os maquinários de 55 mm são mais</p><p>resistentes).</p><p>• As fechaduras empregadas com perfis metálicos, como ferro ou alumínio, têm</p><p>uma caixa com profundidade total de 40 mm, já que os perfis metálicos são mais</p><p>esbeltos, porém são desconfortáveis ao manuseio.</p><p>• As maçanetas das fechaduras são encontradas do tipo bola (cilíndricas) ou de</p><p>alavanca, sendo estas últimas mais confortáveis para o manuseio diário. Evite as</p><p>maçanetas de bola e as de alavanca com “quinas vivas”, pois não são</p><p>“amigáveis” ao manuseio. Mas tudo é questão de gosto e dizem que gosto não se</p><p>discute, não é assim?</p><p>16.3.2. Dobradiças</p><p>As dobradiças a serem empregadas nas suas portas e janelas precisam ter</p><p>resistência suficiente para suportar o peso das esquadrias. O número de</p><p>dobradiças está diretamente relacionado com a sua capacidade de suporte de</p><p>carga: por exemplo, uma janela de madeira com 1,10 m de altura, geralmente</p><p>recebe duas dobradiças por folha. Já uma porta interna semioca recebe três</p><p>dobradiças; se for uma porta maciça, com 2,50 m de altura, demanda quatro</p><p>dobradiças.</p><p>Fonte: https://produto.mercadolivre.com.br. Fonte: https://produto.mercadolivre.com.br.</p><p>Dobradiça simples. Dobradiça com reforço de anéis.</p><p>Observe, ainda, que existem dobradiças lisas e dobradiças com anel de reforço,</p><p>desenvolvidas exatamente para suportarem mais carga. É preciso atentar para</p><p>isso na hora da aquisição das peças, pois, se as folhas de suas portas internas</p><p>forem de madeira maciça, você deverá utilizar as dobradiças reforçadas.</p><p>As duas aletas (partes móveis) das dobradiças precisam ser assentadas com</p><p>rebaixo no batente e na folha da porta ou janela. É importante checar,</p><p>pois já vi</p><p>muito marceneiro fixando as dobradiças sem fazer os rebaixos. Não permita que</p><p>isso aconteça em sua obra. Como já disse antes, o bom marceneiro trabalha com</p><p>um formão bem afiado, ou uma máquina tupia manual, e faz os rebaixos com</p><p>precisão e justeza.</p><p>O conjunto fechadura-maçaneta geralmente é instalado no centro da porta; ou</p><p>seja, uma folha de 2,10 m de altura receberá o centro da fechadura a 1,05 m do</p><p>piso acabado.</p><p>Se você optou por instalar pinos de segurança na porta, recomendo, para o seu</p><p>conforto, que o primeiro pino fique a 0,60 m do piso acabado e que o segundo</p><p>fique 0,60 m acima da fechadura. Se for usar fechadura tetra, além da fechadura</p><p>normal, a altura pode ser 0,30 m acima da fechadura.</p><p>Você vai instalar o “olho mágico”? Recomendo entre 1,50 e 1,60 m, para atender</p><p>tanto as pessoas com menor estatura quanto os “mais avantajados”.</p><p>Nos últimos anos, a porta principal de acesso à residência foi crescendo em</p><p>altura e largura, o que obrigou o mercado a desenvolver ferragens específicas</p><p>para instalação. Em vez de dobradiças convencionais, são empregadas</p><p>dobradiças de pino pivotante. As portas, em vez de girarem em torno dos pinos</p><p>das dobradiças, giram em torno de pinos pivotantes fixados no piso e na parte</p><p>superior do batente, a uma distância aproximada de 10 a 15 cm do batente</p><p>vertical. Esse recurso visa diminuir o braço de alavanca que se forma nesse</p><p>conjunto de porta e ferragens. Cabe destacar a importância de se fazer a escolha</p><p>certa desses pinos, que precisam estar dimensionados mecanicamente para</p><p>suportarem o peso da porta (observe, na cartela da ferragem, a indicação da</p><p>capacidade de peso que suporta o pino a ser adquirido).</p><p>Fonte: https://produto.mercadolivre.com.br.</p><p>Dobradiça de pino pivotante.</p><p>1</p><p>7. VIDRAÇARIA</p><p>Quando a vidraçaria começa a entrar na obra, é sinal de que ela está caminhando</p><p>para o seu fim. Até esse momento, a obra está com os vãos abertos, os quais</p><p>deixam entrar muita poeira, dificultando o andamento do serviço do pintor.</p><p>Pois bem! Hoje é comum a aquisição dos vidros na mesma compra das</p><p>esquadrias, principalmente se forem de alumínio ou de PVC. Isso porque ou a</p><p>empresa já atua nas duas áreas, ou tem um bom parceiro, e a compra é fechada</p><p>com um único orçamento. O que importa mesmo aqui é transmitir a você um</p><p>pouco de conhecimento para auxiliá-lo na aquisição dos diversos tipos de vidros.</p><p>Vamos lá?</p><p>Fonte: https://pxhere.com.</p><p>O uso de vidros permite transparência, mas exige limpeza!</p><p>17.1. Vidro comum</p><p>O vidro comum praticamente desapareceu do mercado desde que foi,</p><p>paulatinamente, substituído pelo vidro cristal, fabricado com alta tecnologia,</p><p>pela qual se obtém perfeito paralelismo entre as duas faces. Na prática, isso</p><p>significa que não haverá distorção das imagens.</p><p>Os vidros comuns podem ser classificados de duas maneiras:</p><p>• Vidro comum liso: produzido com uma mistura de areia (sílica), soda (óxido de</p><p>sódio), cal (óxido de cálcio) e óxido de alumínio; tem espessura máxima</p><p>normalmente de 4,0 mm e é incolor. Quando você olha através do vidro comum,</p><p>há distorção na qualidade da imagem.</p><p>• Vidro comum texturizado ou tipo fantasia: é um vidro comum estampado em</p><p>uma das faces, com desenhos que dificultam a visualização de um lado para o</p><p>outro; dá para se ver apenas o “vulto” do que está em movimento. Os mais</p><p>encontrados são o martelado e o miniboreal, e o seu emprego ficou muito restrito</p><p>às janelas externas dos sanitários.</p><p>Quanto à fixação dos vidros comuns nas esquadrias, se elas forem de ferro, ainda</p><p>é tradição que ocorra com a massa de vidraceiro (material ultrapassado,</p><p>substituído pelo silicone). Essa massa vai perdendo a maleabilidade e, com o</p><p>tempo, vai ressecando, se partindo... e começa a se soltar do vidro e da</p><p>esquadria. Quando o emprego do vidro comum ocorrer em esquadrias de</p><p>madeira, sua fixação ocorre com baguetes (filetes) de madeira, sendo</p><p>recomendável que os filetes sejam fixados com silicone incolor, para evitar a</p><p>penetração de água.</p><p>17.2. Vidro cristal</p><p>O vidro cristal é fabricado da mesma forma que o vidro comum, porém com</p><p>composição diferente, visto que recebe apenas a areia, conhecida como sílica, e</p><p>o óxido de chumbo, que lhe proporciona mais brilho e peso. As faces do vidro</p><p>cristal são perfeitamente paralelas, o que minimiza a distorção da imagem.</p><p>Fonte: https://www.ferreiracosta.com.br.</p><p>Veneziana de vidro cristal.</p><p>17.3. Vidro aramado</p><p>O vidro aramado é um vidro comum que recebe malha de aço no seu interior, a</p><p>fim de aumentar a proteção das pessoas, pois, caso quebre, os cacos ficam presos</p><p>no arame. Custa mais caro e, portanto, é pouco empregado nas obras</p><p>residenciais.</p><p>É ideal para uso em guarda-corpos, escadas, proteção de pergolados etc. Nas</p><p>esquadrias de madeira, a sua fixação se dá com a utilização de gaxetas de</p><p>Neoprene. Nas esquadrias de ferro, a fixação é com a massa de vidraceiro ou</p><p>silicone. Esse tipo de vidro é incolor, mas tem tom levemente esverdeado e pode</p><p>funcionar como vidro do tipo fantasia, pois a luz passa e a imagem é distorcida.</p><p>Fonte: https://www.espacovidro.com.br.</p><p>Vidro aramado.</p><p>17.4. Vidro temperado</p><p>Como o próprio nome já diz, é um vidro comum que passou pelo processo de</p><p>têmpera, pelo qual é suspenso por pinças que o seguram para que entre no forno</p><p>em alta temperatura, nele permanecendo por determinado tempo. Ao sair do</p><p>forno, o vidro passa pelo processo de resfriamento lento, estando, assim,</p><p>concluída a têmpera da peça.</p><p>O vidro temperado é um verdadeiro diagrama de tensões equilibradas. Com a</p><p>têmpera, ou seja, aquecimento gradativo até altas temperaturas, seguido de um</p><p>brusco resfriamento, são criadas tensões elevadas de compressão nas zonas</p><p>superficiais do vidro, e altas tensões de tração, na zona central deste. Quando</p><p>algum elemento pontiagudo ou outro esforço anormal se choca contra o vidro,</p><p>ocorre o desbalanceamento desse diagrama, e o vidro se parte em centenas ou</p><p>milhares de “caquinhos”.</p><p>As peças de vidro recebem os furos e os cortes ainda quando são vidros cristal;</p><p>somente depois que todos os furos e cortes são feitos é que as peças podem ser</p><p>colocadas no forno de têmpera.</p><p>Fonte: https://produto.mercadolivre.com.br.</p><p>Vidro temperado.</p><p>O vidro temperado, pela sua resistência, permite que o fechamento do vão seja</p><p>estruturado apenas com ferragens específicas para fixação, sem ser necessária a</p><p>utilização de perfis metálicos de contorno.</p><p>No caso de fechamento de grandes vãos, com ou sem esquadrias de alumínio e</p><p>de madeira, é comum o uso do vidro temperado em vez do vidro cristal, pois, em</p><p>caso de impactos, o vidro temperado se estilhaça em pequenos cacos,</p><p>minimizando o risco de acidentes graves. Pela beleza e leveza que o vidro</p><p>temperado incolor proporciona, ele é amplamente utilizado nos fechamentos de</p><p>ambientes, como salas, áreas gourmet, varandas, sacadas etc.</p><p>Outro uso do vidro temperado é na fabricação dos boxes de banheiro, uma vez</p><p>que eventual quebra de uma folha do vidro não causará grandes danos em quem</p><p>estiver no banho (ou saindo dele).</p><p>17.5. Vidro laminado</p><p>O vidro laminado, explicando com simplicidade, é como se fosse um</p><p>“sanduíche” de dois vidros - comum, cristal ou temperado - com um ou mais</p><p>filmes plásticos denominados PVB. Esse material é prensado e se transforma em</p><p>uma única peça.</p><p>Recomenda-se o uso do vidro laminado em guarda-corpos, no fechamento de</p><p>sacada, entre os corrimãos de escadas, ou seja, onde o risco de uma possível</p><p>quebra será minimizado pelo simples fato de que as partículas dos vidros ficarão</p><p>presas a essa lâmina PVB.</p><p>O uso do vidro laminado ou vidro temperado na construção civil obedece a</p><p>normas técnicas que consideram a segurança e a minimização de acidentes.</p><p>Ainda nos casos em que não é obrigatório o uso do vidro laminado, cabe avaliar</p><p>a sua aquisição ou a do vidro temperado, em função da segurança que eles</p><p>proporcionam.</p><p>Exemplo clássico de vidro laminado no nosso dia a dia são os vidros dos</p><p>veículos automotores. Observe que, quando ocorrem os acidentes de alto</p><p>impacto, o vidro se estilhaça, mas as partículas ficam</p><p>presas ao filme, evitando,</p><p>assim, que possam provocar cortes graves e profundos.</p><p>Fonte: https://produto.mercadolivre.com.br.</p><p>Vidro laminado: com película intermediária que segura os estilhaços.</p><p>17.6. Vidro especial à prova de bala ou vidro de</p><p>segurança blindado</p><p>Como o próprio nome sugere, esse tipo de vidro foi desenvolvido com alta</p><p>tecnologia para suportar grandes e sucessivos impactos. É um verdadeiro</p><p>sanduíche com várias lâminas de vidro intercaladas com películas de alta</p><p>resistência ao impacto.</p><p>Na fabricação desse vidro especial, também chamado de balístico, é utilizado um</p><p>processo de calor e pressão que reúne camadas intercaladas de vidro com outros</p><p>materiais (PVB, resina, poliuretano, policarbonato) para conferir mais resistência</p><p>ao material contra arranhões e riscos, bem como para amortecer o impacto de</p><p>projéteis ou outros objetos jogados contra o vidro. A espessura e a quantidade de</p><p>lâminas de materiais são variáveis conforme o nível de proteção desejada.</p><p>Esse vidro é usado em automóveis, veículos de transporte de valores, tesourarias</p><p>de bancos e, caso necessário, em guaritas e outros ambientes. Tem custo bastante</p><p>elevado e seu uso pressupõe necessidade de segurança máxima.</p><p>Fonte: https://www.folhape.com.br.</p><p>Vidro blindado à prova de bala.</p><p>17.7. Acabamentos da vidraçaria</p><p>Vou, a partir de agora, apresentar a você alguns dos aspectos de acabamentos da</p><p>vidraçaria:</p><p>• Vidro incolor: o nome já diz tudo; é o vidro que permite a passagem da luz na</p><p>sua quase totalidade.</p><p>• Vidro fosco ou jateado: tem a finalidade de “cortar” a visão de um lado para o</p><p>outro; é utilizado quando se quer privacidade em determinado ambiente, mas</p><p>com passagem de luz difusa.</p><p>• Vidro texturizado ou tipo fantasia: pontilhado, martelado, ondulado, boleado –</p><p>já falei sobre ele, possui as mesmas características no tocante à visibilidade,</p><p>criando privacidade com opacidade e passagem de luz.</p><p>• Vidro colorido: é o vidro que recebe corantes na sua composição; explora o</p><p>lado estético.</p><p>• Vidro refletivo ou espelhado: como o nome sugere, possui características</p><p>especiais de fabricação que permitem controlar a passagem de raios solares,</p><p>filtrando e refletindo a luz de forma a minimizar o calor na parte interna do</p><p>ambiente, protegendo da passagem de raios ultravioletas (UV), controlando a</p><p>luminosidade, e até aumentando a privacidade - uma vez que a visão do</p><p>ambiente externo é refletida na superfície do vidro como um espelho, durante o</p><p>dia, mas à noite é necessário o uso de persianas ou cortinas, para mais</p><p>privacidade interna do ambiente. O uso desse tipo de vidro contribui na redução</p><p>do consumo de energia elétrica, já que reduz a temperatura interna do ambiente</p><p>sem bloquear a luminosidade.</p><p>• Vidro duplo ou insulado: esse tipo de vidro permite a combinação de duas</p><p>lâminas de vidros com diferentes propriedades (temperado e laminado, por</p><p>exemplo), separadas por um colchão de ar hermeticamente fechado em toda a</p><p>periferia. Essa combinação de vidros mais o colchão de ar permitem vantagens</p><p>termoacústicas, ou seja, além do controle do calor, reduz o barulho de um</p><p>ambiente para o outro, interna ou externamente. Também permite a utilização de</p><p>persianas entre as lâminas de vidro, propiciando privacidade.</p><p>17.8. Blocos ou tijolos de vidro: cobogós e lanternins</p><p>Também se inserem no item vidraçaria os blocos ou tijolos de vidro e seus</p><p>similares (cobogós, lanternins etc.), os quais existem há mais de cem anos no</p><p>mercado da construção civil, tendo se consolidado nas décadas de 1920 a 1940,</p><p>por serem isolantes térmicos, acústicos e translúcidos. No início, nosso mercado</p><p>era abastecido com peças importadas, com preços elevados, e o seu emprego</p><p>proporcionava ar “elitista” e sofisticado às obras, sendo acessível somente aos</p><p>mais afortunados.</p><p>Fonte: arquivo pessoal. Fonte: https://produto.mercadolivre.com.br.</p><p>Parede divisória executada com blocos (tijolos) de vidro.</p><p>Oscar Niemeyer, arquiteto renomado que muito colaborou no desenvolvimento</p><p>da arquitetura moderna na década de 60, foi um dos precursores no emprego dos</p><p>blocos de vidro, usando-os em muitas de suas obras, muitas das quais de uso</p><p>público.</p><p>Os tijolos ou blocos de vidro, somente a título de conhecimento, são produzidos</p><p>com uma mistura - rigorosamente controlada por computador - de pedaços de</p><p>vidros reciclados, areia, calcário e carbonato de sódio. Essa mistura vai ao forno</p><p>a uma temperatura aproximada de 1.500 graus centígrados, transformando-se</p><p>numa pasta de vidro moldada em formas que passam por várias etapas no</p><p>processo de fabricação.</p><p>Atualmente popularizados e de custo bastante acessível, os tijolos ou blocos de</p><p>vidro nos fornecem boas opções para usos comerciais e residenciais.</p><p>Fonte: https://produto.mercadolivre.com.br.</p><p>Cobogós (elementos vazados) de vidro.</p><p>O assentamento dos tijolos ou blocos de vidro ocorre com argamassa especial</p><p>para vidro, que permite mais elasticidade. O espaçamento entre as peças é</p><p>garantido com o emprego de espaçadores de plástico indicados pelos fabricantes.</p><p>A própria argamassa de assentamento já é a argamassa do rejunte, que deve ser</p><p>limpa à medida que as peças forem assentadas.</p><p>Quando se tratar do uso dos tijolos ou blocos em painéis divisórios altos,</p><p>recomenda-se o reforço com barras de aço CA-60 (barras lisas) entre as</p><p>camadas, de forma a estruturar bem o painel.</p><p>Fonte: https://produto.mercadolivre.com.br.</p><p>Suporte plástico para fixar bloco de vidro na laje.</p><p>Você também pode empregar os blocos de vidro nos tetos, com o objetivo de</p><p>trazer iluminação natural para o ambiente. Hoje existem no mercado formas</p><p>plásticas que substituem as lajotas empregadas na construção das lajes pré-</p><p>moldadas, onde os tijolos se encaixam com perfeição, cobrindo o ambiente,</p><p>mantendo-o iluminado e evitando entrada de água de chuva.</p><p>A vidraçaria permite a você e ao profissional de arquitetura formarem uma</p><p>“mente mestra”, a fim de explorar as belezas que esse item pode trazer para a sua</p><p>obra. Não existem limites, acredite!</p><p>18. PINTURA</p><p>Aqui está um dos itens preferidos por quem “abraça” a tarefa gloriosa de</p><p>acompanhar a construção de sua própria casa. Digo “gloriosa” porque é isto</p><p>mesmo: existe coisa melhor do que materializar o seu sonho de anos e anos? Se</p><p>existir, eu ainda não conheço e é por isso que sou apaixonado pelo meu trabalho.</p><p>É como fazer roupa sob medida, afinal só você tem o corpo que tem; só você</p><p>sabe o que lhe cai bem; só você sabe qual o “pespontado” que lhe agrada mais e</p><p>isso o mercado não tem nas prateleiras. Você pode até “se encaixar” em meia</p><p>dúzia de exigências comuns no mercado, mas, em outras duas ou três, não</p><p>consegue, porque você é único!</p><p>Fonte: arquivo pessoal.</p><p>Com calma, logo você chegará aqui ... sua casa prontinha.</p><p>18.1. A importância das cores</p><p>Quem nunca se sentiu cansado durante uma viagem de carro, parou no posto de</p><p>conveniência, tomou um cafezinho ou bebeu uma Coca-Cola para despertar?</p><p>Será que você observou a cor escolhida pela lanchonete? Se não, da próxima</p><p>vez, note a presença do vermelho ou do laranja, cores que simbolizam excitação,</p><p>coragem, juventude e confiança. Não tem como não sair de lá cheio de energia,</p><p>pisando fundo no acelerador para voltar mais cedo para casa.</p><p>Pois bem, vou lhe repassar uma imagem que retrata a psicologia das cores, para</p><p>ajudá-lo na hora da pintura dos cômodos de sua casa. Observe as emoções e</p><p>sentimentos afetos a cada cor:</p><p>Fonte: www.flickr.com.</p><p>Psicologia das cores.</p><p>Bom, ciente das cores e dos seus significados, você não precisa sair por aí</p><p>fazendo um arco-íris nos ambientes de sua casa, viu? Agora vou passar algumas</p><p>informações relevantes sobre pintura.</p><p>18.2. Pintura: etapas e tipos</p><p>A pintura, independentemente do material a ser trabalhado, possui várias etapas</p><p>que devem ser seguidas, tais como:</p><p>• Limpeza da superfície a ser trabalhada.</p><p>• Aplicação de fundo de preparação, que tem por finalidade selar a superfície e</p><p>criar ancoragem para a tinta ou verniz escolhido. Sua aplicação resulta em</p><p>economia no consumo de tinta.</p><p>• Aplicação de massa de</p><p>correção, que confere uma superfície mais lisa às áreas</p><p>a serem pintadas. Uma vez aplicada essa massa, espera-se o tempo de secagem</p><p>para proceder ao lixamento, aplicando-se de nova demão da massa, e assim</p><p>sucessivamente, até se atingir o acabamento desejado.</p><p>18.2.1. Pintura com verniz</p><p>Em geral, os vernizes são destinados para tratamento final em madeiras, mas</p><p>você poderá encontrar esse acabamento aplicado, por exemplo, sobre superfície</p><p>de ferro ou aço.</p><p>Os primeiros cuidados antes da a pintura com verniz é a limpeza da área, seguida</p><p>de aplicação de selador de nitrocelulose. A aplicação do selador em superfícies</p><p>de madeira, de modo geral, fará com que suas fibras externas fiquem eriçadas e</p><p>endurecidas. Passa-se, então, a lixa (em geral nº 120 ou 150), a fim de aparar</p><p>essas cerdas e, em seguida, espana-se toda a área, identificando-se os defeitos</p><p>visíveis para fazer a correção com pasta do pó da madeira acrescida de selador.</p><p>Secou, lixa-se novamente, aplicando nova selagem. Com a área selada e</p><p>espanada, inicia-se a aplicação do verniz.</p><p>A aplicação do verniz poderá ocorrer de várias maneiras: com pincel ou com</p><p>rolo específico para verniz; com pistola ou até por imersão - que não é o caso</p><p>para uma residência.</p><p>Fonte: arquivo pessoal.</p><p>Esquadria de madeira com verniz.</p><p>Qualquer que seja o modo de aplicação, deixa-se secar o verniz pelo tempo</p><p>recomendado pelo fabricante e atentando para as condições atmosféricas do</p><p>local. Lixa-se novamente com graduação de lixa mais fina (normalmente 180 ou</p><p>200), espanando-se a superfície e aplicando nova demão do verniz. Se você</p><p>obteve a superfície desejada, agora é só “correr para o abraço”.</p><p>Esse tratamento será dispensado às esquadrias de madeira (janelas, portas,</p><p>batentes, guarnições), aos lambris e aos corrimãos de madeira. É sempre bom</p><p>lembrar que depois de envernizadas, as peças devem receber “um carinho</p><p>especial” de todo o pessoal do canteiro de obras. Recomendo que as peças</p><p>envernizadas devem ser “empapeladas” e protegidas.</p><p>Aquelas esquadrias de madeira que vieram no sistema tradicional, ou seja,</p><p>batentes, guarnições e folhas comprados separadamente e montados no local da</p><p>obra, precisam de mais alguns cuidados especiais no tocante à pintura:</p><p>• Os batentes de madeira têm que ser protegidos contra impactos de ferramentas</p><p>e materiais, devendo chegar à obra já com uma demão de selador de</p><p>nitrocelulose. Se não chegaram assim, chame o seu pintor para aplicar o selador</p><p>antes de o pedreiro fazer o assentamento das peças.</p><p>• A argamassa de assentamento dos batentes “queima” a madeira; por mais</p><p>cuidadoso que o pedreiro seja, limpando as peças logo em seguida ao</p><p>assentamento, o cimento mancha as peças - daí o motivo de selá-las de forma a</p><p>minorar os danos.</p><p>• O pintor deve, então, aplicar uma demão, com pincel, de sal azedo, que é o</p><p>ácido oxálico, produto normalmente fornecido em forma líquida, mas também</p><p>encontrado em forma de pó. Ele remove as manchas provocadas pelo cimento,</p><p>além das manchas de ferrugem provocadas por pregos; e, no caso de repintura de</p><p>portas queimadas pelo sol, remove a oxidação da madeira. Os pintores que não</p><p>conhecem o produto lixam, lixam... e as manchas continuam. Coloque sal azedo</p><p>nas mãos desses homens para acabar com esse problema, ok?</p><p>• O pintor também deve proteger, com selador e verniz, a parte de cima e a de</p><p>baixo da folha da porta, caso contrário, qualquer gota de água na hora da</p><p>lavagem do piso inicia o processo de deterioração da porta. Lembre-se de que as</p><p>folhas das portas internas são semiocas e frágeis, daí a importância de estarem</p><p>seladas e envernizadas para protegê-las de limpezas feitas de forma mais</p><p>“estabanada”. Oriente assim: se a folha da porta for molhada, deve ser secada</p><p>imediatamente com pano seco.</p><p>• Todas as peças das fechaduras (máquina, maçanetas, parafusos, chaves) devem</p><p>ser guardadas pelo pintor em uma caixa, a fim de evitar perdas. Recomendo que</p><p>tudo seja guardado em ambiente seguro.</p><p>• O pintor não deve remover as folhas de portas de uma só vez, pois algumas</p><p>delas podem ficar soltas, mal acondicionadas e, quando forem instaladas</p><p>novamente, não fecharão mais com a precisão que o marceneiro obteve na</p><p>colocação inicial.</p><p>Esses são alguns cuidados a serem observados pelo pintor. Ainda tenho que falar</p><p>um pouco sobre os kits de portas prontas, os quais se popularizaram bastante, o</p><p>que, de certa forma, facilitou muito a vida do engenheiro responsável pela obra.</p><p>Destaco a importância de se observar, com muita atenção, o momento certo de</p><p>levar a equipe técnica para fixar o kit, uma vez que o verniz ou a tinta foram</p><p>feitos em estufas, com perfeição difícil de ser alcançada na obra. E o que fazer</p><p>então, engenheiro? Sabendo que todo cuidado com as portas daqui para a frente</p><p>ainda será pouco, o trânsito por elas deve ser restrito. Minha sugestão é: passe a</p><p>chave, dificulte ao extremo o trânsito de quem quer que seja. Daí a necessidade</p><p>de observar se realmente a obra já tem condições para liberar a instalação dessas</p><p>esquadrias.</p><p>Veja que interessante: é importante que as portas estejam prontas antes da</p><p>instalação dos boxes e espelhos dos banheiros, certo? Pois bem, esse é um</p><p>momento importante para se cuidar das portas na passagem da vidraçaria. Saiba</p><p>que, depois de danificadas as peças, ninguém sabe quem foi: eu não fui, eu</p><p>também não fui... é só o que se ouve, e o pintor vai ter que dar seus “pulos” para</p><p>reparar da melhor forma possível. Entendido? Então vamos em frente que ainda</p><p>tem muita “conversa pra gente prosear”.</p><p>18.2.2. Pintura com tinta: paredes e tetos</p><p>Fonte: arquivo pessoal.</p><p>Pintura interna : o sonho vai se transformando em realidade...</p><p>As paredes e tetos, na sua maioria, recebem tratamento especial prévio com</p><p>aplicação do selador acrílico, aplicação de massa corrida e, por último, a tinta</p><p>escolhida.</p><p>Há regiões do país em que os profissionais aplicam primeiro uma demão do</p><p>selador comum ou acrílico, mas, em outras regiões, os profissionais vão direto</p><p>para a aplicação da massa, sendo que as “paredes virgens” (sem pintura anterior)</p><p>têm mais aderência para as massas.</p><p>Para as paredes e tetos internos, a massa empregada é a comum, que precisa ser</p><p>macia e deslizar na hora da aplicação. Converse com o seu pintor, pois cada um</p><p>tem a sua preferência de marca, mas a massa deve ser escolhida pela qualidade e</p><p>pelo preço.</p><p>O que acontece na prática é o seguinte: tem massas que são duras e dificultam</p><p>muito na hora de lixar; sendo assim, a massa macia ajuda no desempenho da</p><p>equipe e todos ganham.</p><p>Agora vou repassar algumas recomendações importantes:</p><p>• As paredes precisam estar limpas, isentas de manchas, gorduras etc. e, quando</p><p>o pintor iniciar a aplicação da massa, ele deve deixar uma faixa sem aplicação,</p><p>no teto, para permitir a colagem das molduras de gesso, se for o caso. Também</p><p>deve deixar, junto ao piso, uma segunda faixa sem aplicação de massa, para</p><p>fixação dos rodapés. Não se aplica moldura nem rodapés sobre massa corrida,</p><p>entendeu? Então é importante que os pintores saibam qual será a altura das</p><p>molduras e a altura dos rodapés.</p><p>• O ideal é que os gesseiros entrem na obra e executem seus serviços antes dos</p><p>pintores, mas não é incomum encontrarmos equipes de pintores entrando antes,</p><p>ou porque acabaram a última obra ou porque a equipe dos gesseiros está</p><p>concluindo uma antes de iniciar com a sua obra. O seu RT tem condições de</p><p>planejar isso e obter os melhores resultados.</p><p>• Se o seu teto for de laje, massa nele; mas, se for de gesso, primeiro se aplica o</p><p>sela-gesso para fechar os poros das peças. Feito isso, é hora de a massa ser</p><p>espalhada, lixada e corrigida, para depois se iniciar a aplicação da tinta, que</p><p>poderá ser látex de PVA, com acabamento fosco, ou tinta acrílica também com</p><p>acabamento fosco. E por quê? Porque toda pintura fosca “mostra” menos as</p><p>imperfeições.</p><p>• Todas as bases das tomadas e interruptores, nunca é demais ressaltar, devem ser</p><p>soltas das paredes antes de se iniciar a aplicação da massa. O ideal é que os</p><p>eletricistas só iniciem as instalações dessas peças quando a</p><p>pintura estiver</p><p>adiantada, com pelo menos uma demão de tinta, ou seja, preferencialmente</p><p>quando não haja mais aquela poeira da massa lixada.</p><p>• Os pintores só poderão iniciar o processo de lixar a massa depois que os</p><p>quadros de força e luz forem completamente lacrados, pois a poeira prejudica</p><p>muito o funcionamento dos disjuntores e DRs (dispositivos de proteção residual</p><p>contra descargas elétricas). Essa proteção só poderá ser removida depois de</p><p>finalizada a pintura.</p><p>• A pintura interna só deve ocorrer quando os batentes já estiverem assentados.</p><p>Observe que estou falando aqui das esquadrias assentadas da maneira tradicional</p><p>(não do kit pronto), dessa forma os pintores conseguem fazer perfeito</p><p>nivelamento do emassamento e da pintura com as superfícies dos batentes,</p><p>permitindo boa fixação das guarnições.</p><p>18.2.3. Pintura com tinta: superfícies de madeira</p><p>As esquadrias, assim como os revestimentos de madeira, exigem a aplicação do</p><p>fundo preparador ou fundo branco - como alguns fabricantes denominam -, o</p><p>qual, além de fechar os poros abertos da madeira, aglutina as farpas, aqueles</p><p>“pelinhos” da madeira.</p><p>Uma vez aplicado o fundo, espera-se secar para o pintor começar a lixar. É</p><p>importante dizer que cada material exige lixa específica: a madeira não deve ser</p><p>lixada com lixa para ferro ou massa e vice-versa.</p><p>Após espanar-se a peça ou superfície, então é iniciada a aplicação da massa</p><p>niveladora para madeira. Hoje encontramos a massa niveladora de base acrílica e</p><p>a massa de fundo a óleo, sendo esta última conhecida como massa de ponsar, que</p><p>demora muito a secar, tornando a produtividade bem baixa, o que tem levado os</p><p>profissionais a abandonarem o seu uso. Lixa-se, analisa-se o estado da peça,</p><p>corrigindo-se com nova demão de massa, espera-se secar, e assim</p><p>sucessivamente, até a obtenção da superfície bem-acabada.</p><p>A partir desse processo detalhado, a peça ou superfície está pronta para receber a</p><p>pintura final. A pintura com pistola propicia sempre melhor qualidade do que a</p><p>aplicação com rolo de lã de carneiro ou lã acrílica, sendo ainda melhor do que a</p><p>pintura aplicada com pincel.</p><p>A aplicação da tinta segue a mesma sequência da massa: uma vez seca, procede-</p><p>se ao lixamento com a lixa fina, espana-se e aplica-se nova demão de tinta;</p><p>analisa-se, corrigem-se os defeitos com a massa e parte-se para a terceira</p><p>demão... e assim vai até a obtenção de um perfeito acabamento.</p><p>Fonte: arquivo pessoal.</p><p>Esquadrias de madeira com proteção e pintura adequadas.</p><p>18.2.4. Pintura com tinta: superfícies metálicas</p><p>As esquadrias de ferro ou aço precisam de tratamento especial antes de ser</p><p>iniciado o processo de pintura, e especial atenção deve ser dispensada à limpeza</p><p>das peças, com o uso de desengraxante, buchas e lixas. Somente depois de</p><p>limpas, isentas de impurezas e secas, começa-se o tratamento de base.</p><p>As esquadrias devem receber atenção quanto à eliminação de eventuais pontos</p><p>de ferrugem. Para isso, você encontra facilmente no mercado um fosfatizante -</p><p>material que, aplicado com pincel sobre a ferrugem, inicia o processo de limpeza</p><p>da superfície, desoxidando e protegendo o local. Um dia ou dois após aplicado o</p><p>fosfatizante, forma-se um pó branco no local da ferrugem, que deve ser</p><p>removido com escova de aço, sem lixar. A “mancha preta” então criada será</p><p>proteção do aço ou ferro, que estará pronto para receber a aplicação do fundo de</p><p>cromato de zinco ou de zarcão universal, em demão bem fechada,</p><p>preferencialmente com pistola.</p><p>Se a aplicação apresentar falhas, faz-se a correção com segunda demão desse</p><p>fundo. É importante dizer que existem outros tipos de fundos que entraram no</p><p>mercado nos últimos anos. Estude com o seu pintor e com o RT qual a melhor</p><p>opção.</p><p>Se a sua obra estiver localizada em região litorânea ou em praça com ar muito</p><p>“agressivo”, como Cubatão, por exemplo, recomendo que as esquadrias ou peças</p><p>metálicas recebam tratamento de galvanização.</p><p>Quando você for comprar os materiais com o serralheiro, ressalte o seu desejo de</p><p>que essas peças passem pela galvanização, pois esse processo cria uma camada</p><p>especial de zinco sobre o ferro ou aço, impedindo o contato direto com as</p><p>intempéries do ambiente externo, protegendo o material. O aspecto final fica</p><p>similar ao de uma peça de alumínio.</p><p>Mesmo galvanizadas, as peças devem passar pelo processo de limpeza e</p><p>secagem, sendo feitas as correções com o fosfatizante. Se ainda restar algum</p><p>ponto de ferrugem, o fundo específico para esse tipo de superfície chama-se</p><p>fundo para galvanizado, como o Super Galvite, da Sherwin Willians, ou o</p><p>Galvacryl, da Renner. Não deve ser aplicado zarcão nem cromato de zinco, pois</p><p>eles não foram desenvolvidos para superfícies galvanizadas.</p><p>Se as peças apresentarem algum defeito ou imperfeições na solda, faz-se a</p><p>correção com massa plástica específica para ferro ou aço. Aplica-se a lixa para</p><p>ferro quando a massa estiver seca e, se a peça ou a superfície estiver perfeita, é</p><p>só espanar e seguir para a aplicação da tinta definitiva.</p><p>As esquadrias de ferro apresentam boa aparência quando pintadas com pistola.</p><p>Esquadrias externas (expostas ao ar livre e às intempéries) devem receber tinta</p><p>de esmalte sintético, que proporciona melhor resistência aos raios solares, com o</p><p>acabamento brilhante ou fosco à sua escolha. Você encontrará diversos produtos</p><p>no mercado, como as tintas automotivas duco, à base de laca de nitrocelulose,</p><p>produzindo excelente acabamento.</p><p>Por fim, não se faz pintura em alumínio natural nas obras, pois esta deve ser feita</p><p>em processo e local específicos, sendo comum encontrar, no mercado, empresas</p><p>de pequeno porte que adquiriram máquina para essa finalidade. Eu prefiro os</p><p>perfis pintados em indústria especializada nesse tipo de pintura.</p><p>18.2.5. Pintura tipo textura</p><p>Essa é uma área que passa por constantes mudanças e novos produtos são</p><p>desenvolvidos e ofertados pela indústria da construção civil. Realmente,</p><p>momentos há em que você não sabe exatamente se está fazendo uma pintura ou</p><p>se está aplicando revestimento, tamanha é a diversidade de produtos encontrada</p><p>no mercado. Vou detalhar um pouquinho mais:</p><p>18.2.5.1. Pintura com granilhas</p><p>Esse produto é constituído de resinas acrílicas que aglutinam granilhas de</p><p>pedras, como o granito moído. Para sua aplicação, primeiramente a parede é</p><p>selada com selador de base acrílica, que tem a finalidade de “fincar raiz” no</p><p>revestimento do emboço ou emboço paulista previamente aplicado na superfície</p><p>e de isolar as reações químicas da massa, de forma que estas não interfiram na</p><p>pintura. Daí a importância de se aplicar o selador de forma correta, cobrindo por</p><p>completo a área a ser tratada. Não é incomum você ver a equipe da pintura</p><p>externa aplicando o selador com certa displicência, sem fazer o completo</p><p>recobrimento, infelizmente.</p><p>Uma vez que o selador esteja seco, o pintor vai espalhando o produto com</p><p>emprego de desempenadeira lisa de aço, com movimentos firmes, em uma área</p><p>considerável; depois volta a essa mesma área, usando desempenadeira de nylon,</p><p>criando uniformidade na massa espalhada, ficando com aparência escolhida</p><p>previamente. O pintor pode lhe perguntar se você quer o acabamento riscado,</p><p>que é o movimento da desempenadeira de nylon de baixo para cima, ou se você</p><p>quer o circular, que é o ato de girar a desempenadeira em círculos. Os dois</p><p>acabamentos ficam bonitos na parede; é tudo uma questão de gosto. Eu gosto</p><p>mais do riscado, pois entendo que a sujeira e a água de chuva correrão com mais</p><p>facilidade pelos sulcos criados pelas granilhas.</p><p>A aplicação desse tipo de tinta exige boa equipe, em que dois ou três homens</p><p>trabalhem afinados entre si, usando fitas fixadas na parede, de forma a criar as</p><p>juntas de aplicação, que permitirão um momento de “parada para descanso”,</p><p>para mudança de posição do andaime ou para satisfazer suas necessidades.</p><p>Quando retornam à aplicação, as fitas são removidas e nova aplicação começa a</p><p>partir daí, permitindo uma emenda imperceptível. Provavelmente você conhece</p><p>esse tipo de pintura como textura grafiato ou lamato, que diferem na</p><p>granulosidade.</p><p>Fonte: arquivo pessoal. Fonte: https://www.americanas.com.br.</p><p>Textura lamato aplicada externamente. Textura lamato.</p><p>Fonte: https://www.publicdomainpictures.net.</p><p>Textura grafiato.</p><p>18.2.5.2. Pintura com textura acrílica</p><p>Outra opção interessante é a aplicação da textura acrílica com o rolo de pintura,</p><p>havendo até alguns modelos de rolo que proporcionam desenhos diferentes na</p><p>parede.</p><p>Quando o pintor está “roletando” a textura, ele pode escolher deixá-la com as</p><p>pontinhas para cima ou para baixo, dependendo da passagem da última</p><p>roletagem: se concluir com o rolo subindo, as pontinhas ficam para cima; se</p><p>roletar para baixo, fica com as pontinhas para baixo. Esse tipo de pintura</p><p>também exige a aplicação prévia, na superfície, do selador acrílico com uma ou</p><p>duas demãos bem fechadas.</p><p>Fonte: https://www.magazineluiza.com.br.</p><p>Textura acrílica aplicada com rolo.</p><p>DICAS DO ENGENHEIRO</p><p>É importante você saber que:</p><p>• A limpeza da superfície com lixa nº 40 é indispensável para “derrubar” os</p><p>grãos de areia levemente soltos.</p><p>• Limpeza concluída, faz-se a correção dos pequenos defeitos ou ondulações</p><p>(quando o emboço tem aparência ruim) com a massa niveladora acrílica. Quando</p><p>os defeitos são grandes, é bom encomendar a massa niveladora areada, que é</p><p>mais encorpada e apresenta melhor resistência para uso como base para a</p><p>textura.</p><p>• Manchas de gorduras ou outro tipo de impurezas não podem existir.</p><p>• Os testes feitos pelo pintor na parede para auxiliar você na escolha da cor ou da</p><p>espessura (aqueles quadrados feitos em várias cores na parede ou no muro)</p><p>devem ser removidos antes de ser aplicado o selador. Peça ao pintor que remova</p><p>as texturas, senão nenhuma demão de lamato ou grafiato cobrirá os</p><p>quadradinhos, e você sempre os verá em segundo plano, principalmente quando</p><p>olhar de longe e o sol incidir sobre a parede.</p><p>• A escolha do fornecedor não pode ocorrer apenas pelo preço, pois ele precisa</p><p>ter bom conceito na praça. Isso porque não é incomum o produto apresentar</p><p>desprendimento precoce da parede, significando que não foi adicionada a</p><p>quantidade correta de catalisador na mistura da massa acrílica.</p><p>• O selador deve ser acrílico, por ser de maior resistência em revestimentos</p><p>externos; deve ser aplicado na cor aproximada da textura escolhida e deve</p><p>preencher a superfície por completo. A maior finalidade do selador é isolar as</p><p>reações químicas do emboço (reações que ocorrerão por muitos anos), não</p><p>deixando que interfira na textura e venha a provocar manchas ao longo do</p><p>tempo.</p><p>• As paredes internas ou externas não devem receber textura antes de trinta dias</p><p>da execução do emboço paulista, pois a massa reterá água no seu interior e</p><p>provocará o efeito chamado eflorescência, aquelas manchas esbranquiçadas que</p><p>escorrem nas paredes como “lágrimas”.</p><p>• Duas demãos bem fechadas de selador devem ser aplicadas quando a textura</p><p>escolhida for o lamato, porque ele tem baixo poder de cobertura e deixará suas</p><p>paredes desprotegidas em menor espaço de tempo da aplicação. Não aceite outro</p><p>tipo de argumentação do pintor, que vai tentar convencer você para aplicar</p><p>apenas uma demão.</p><p>• O grafiato é um revestimento feito de aglomerado de minerais e resina acrílica,</p><p>que propicia maior poder de cobertura e proteção às paredes tratadas com esse</p><p>material. Apresenta diversas granulometrias, em relação à quantidade de granas</p><p>(que dão aparência de “areia” ao material). Na minha experiência, o grafiato de</p><p>malha 20, que possui granas mais finas, assemelha-se à aparência do material</p><p>lamato e oferece melhor cobertura e proteção. Mas a escolha é sua, pois há uma</p><p>pequena diferença estética entre os dois materiais.</p><p>• A pintura externa só deve ser iniciada depois que o seu gramado já estiver</p><p>pronto, pois ele será a proteção da sua pintura quando chover, não permitindo</p><p>que a terra respingue na parede recém-pintada.</p><p>• Os pintores cuidadosos protegerão o seu gramado com manta plástica,</p><p>principalmente contra a queda de pequena parte da textura que se desprende na</p><p>hora de dar o acabamento escolhido. Lembre-se de que a proteção das paredes</p><p>será maior nas partes próximas à aplicação da textura. Igual cuidado deverá ser</p><p>dispensado pelos pintores às esquadrias e seus acabamentos próximos à</p><p>aplicação - janelas, portas, peitoris e soleiras.</p><p>19. INSTALAÇÕES ELÉTRICAS</p><p>Fonte: arquivo pessoal.</p><p>Planejamento de pontos elétricos para chegar ao resultado final.</p><p>19.1. O projeto elétrico e a NBR-5410/90</p><p>A NBR-5410/90 é considerada a mais importante norma do setor elétrico e trata</p><p>de instalações elétricas de baixa tensão, que é o caso das residências, comércios,</p><p>indústrias e agropecuária. O sistema é considerado de baixa tensão (BT) quando</p><p>a carga instalada for igual ou inferior a 75 kW.</p><p>O dimensionamento de condutores, proteção da instalação, aterramento, ligação</p><p>de motores, quadros elétricos de distribuição, tomadas e iluminação são</p><p>disciplinados pela NBR-5410/90, criada para a segurança das pessoas e das</p><p>instalações, para evitar choque elétricos, incêndios, mortes e danos ao</p><p>patrimônio. Essa norma tem diversas recomendações e exigências, com</p><p>parâmetros mínimos que uma instalação elétrica deve ter.</p><p>Os ramais de entrada e de medição de energia elétrica deverão ser executados em</p><p>conformidade com as normas da concessionária (onde a obra será construída),</p><p>abrangendo condutores, acessórios, caixa de medição e proteção, bem como</p><p>caixas de distribuição.</p><p>As obras com potência instalada até 50 kW não apresentam custo para o</p><p>solicitante; já para as obras acima de 50 kW, haverá custo financeiro, a ser</p><p>dividido entre o solicitante e a concessionária.</p><p>Na maioria das construções residenciais, o consumo contratado dispensa a</p><p>apresentação de projeto para aprovação prévia da concessionária, mas,</p><p>independentemente da necessidade de aprovação, vejo como importante a</p><p>elaboração do projeto elétrico. Dependendo do porte da sua obra, não é</p><p>admissível que um item tão relevante seja entregue nas mãos do construtor e do</p><p>eletricista, na confiança de que eles saibam o que deve ser executado. O</p><p>dimensionamento dos circuitos para atender a todos os equipamentos elétricos da</p><p>sua casa é muito relevante, e definir se a casa será alimentada por uma rede</p><p>monofásica, bifásica ou trifásica é mera consequência das necessidades impostas</p><p>pelos equipamentos a serem instalados.</p><p>É muito relevante a conversa entre o profissional responsável pelo projeto</p><p>elétrico e o proprietário do imóvel, afinal é este quem definirá os equipamentos</p><p>de sua moradia. Um bom checklist nas mãos do projetista auxiliará muito o</p><p>proprietário a se lembrar dos itens previamente definidos. Vamos recordar alguns</p><p>desses equipamentos:</p><p>• sistema de filtragem da piscina: o volume de água a ser tratada definirá a</p><p>potência do motor do sistema de bombas da piscina;</p><p>• spa – hidromassagem: se sua casa terá um spa com rede exclusiva, deverá ser</p><p>previsto o número de bocais e, consequentemente, a potência da bomba;</p><p>• cisterna: se houver captação de águas pluviais para abastecimento da cisterna,</p><p>com o objetivo de executar uma rede de torneiras para rega das plantas, deverá</p><p>ser dimensionada a bomba pressurizadora;</p><p>• rede de irrigação: caso esteja prevista a execução de uma rede de irrigação do</p><p>jardim, pomar ou horta, deverá ser dimensionado o circuito para esta finalidade.</p><p>Observe que a rede de irrigação é distinta das demais redes, pois recebe um</p><p>sistema de automação e funciona nos horários estabelecidos ou de acordo com a</p><p>umidade ambiente;</p><p>• aquecimento solar da piscina: havendo aquecimento solar da água da piscina,</p><p>deverá ser dimensionado o motor do sistema;</p><p>• aquecimento elétrico auxiliar do sistema solar da piscina: se a piscina for</p><p>receber esse reforço de aquecimento em mais 2 ou 3 graus, consulte o fornecedor</p><p>do equipamento para ser dimensionado o circuito elétrico;</p><p>• chafariz ou cascata: se houver previsão de chafariz ou cascata sem ligação com</p><p>o sistema de filtragem da piscina, deverá ser dimensionada a potência dessa</p><p>bomba;</p><p>• aquecimento solar da rede de água quente</p><p>da casa: havendo previsão do</p><p>sistema, deverá ser dimensionado o circuito elétrico alternativo do boiler –</p><p>equipamento destinado ao aquecimento de água.</p><p>• sauna: se esse equipamento estiver previsto, deverá ser dimensionado o circuito</p><p>elétrico para a sauna seca ou para a caldeira da sauna úmida;</p><p>• elevador: se a casa tiver elevador para permitir acessibilidade agora ou</p><p>futuramente, sugiro consultar antecipadamente o fornecedor do equipamento</p><p>para dimensionar corretamente o circuito elétrico que alimentará o sistema</p><p>mecânico do equipamento escolhido;</p><p>• sistema de aspiração central: verificar a potência do sistema para</p><p>dimensionamento do circuito;</p><p>• sistema de condicionamento mecânico de ar: prever todos os ambientes que</p><p>serão condicionados, inclusive cozinha e salas de banho, se for o caso;</p><p>• academia: quantos equipamentos elétricos com motores serão usados? Qual a</p><p>potência deles? Perguntas necessárias para a previsão dos circuitos elétricos;</p><p>• chuveiros elétricos: independentemente se a casa será servida com rede de água</p><p>quente (solar, gás, eletricidade), é interessante prever um circuito para cada</p><p>chuveiro, mesmo que não venha a ser instalado inicialmente. Lembre-se de que</p><p>os chuveiros mais modernos têm potência em torno de 7000 watts;</p><p>• secadora elétrica: se houver, prever circuito independente;</p><p>• lavadoras de roupa: será uma ou serão duas unidades? Prever um circuito para</p><p>cada máquina;</p><p>• máquina de lavar louças: prever circuito independente;</p><p>• máquina de triturar alimentos: este equipamento é conectado na válvula</p><p>americana da pia da cozinha; tem motor potente e requer circuito elétrico</p><p>dedicado, sendo necessária a informação prévia da sua potência;</p><p>• aquecedor para água quente da pia de cozinha: se a casa não tiver aquecimento</p><p>solar central e você pretender ter água quente na pia da cozinha, terá que instalar</p><p>um aquecedor dedicado, que precisará de circuito elétrico privativo;</p><p>• carro elétrico: prever, na garagem, um ponto elétrico dedicado para essa</p><p>finalidade, mesmo que você ainda não o tenha adquirido;</p><p>• banheira(s): lembrar que cada equipamento é guarnecido por uma bomba</p><p>pressurizadora e será necessário prever um circuito elétrico exclusivo para cada</p><p>unidade;</p><p>• sistema de pressurização da rede hidráulica: a rede de água será pressurizada?</p><p>É importante prever um circuito para o sistema que ficará em cima da última</p><p>laje;</p><p>• motores de abertura e fechamento do portão da garagem: prever um ou dois</p><p>circuitos, conforme a necessidade de cada equipamento;</p><p>• microgeração de energia - placas fotovoltaicas: se você decidiu instalar o</p><p>sistema de geração de energia, antecipe-se e converse com o provável</p><p>fornecedor; ele informará a necessidade do circuito que você precisará deixar</p><p>disponibilizado;</p><p>• sistema de automação residencial: mesmo que você ainda não tenha decidido se</p><p>irá automatizar sua casa, converse com um fornecedor confiável e deixe previsão</p><p>do circuito elétrico recomendado;</p><p>• demais equipamentos - coifa, exaustor, grill de churrasqueira, geladeira,</p><p>freezer, cervejeira, servomotores de venezianas, persianas, cortinas, toldos:</p><p>equipamentos de pequeno porte normalmente possuem motores ou compressores</p><p>de baixa potência e são ligados nas TUGs (tomadas de uso geral), podendo</p><p>compartilhar com outros equipamentos.</p><p>De posse desta lista, o projetista estará com “a faca e o queijo” nas mãos para</p><p>executar o projeto elétrico. Depois disso, bastará dimensionar os demais</p><p>circuitos de tomadas de uso geral e iluminação interna e externa, além dos itens</p><p>anteriores. Decorre daí a escolha dos quadros elétricos que suportarão todos os</p><p>circuitos estimados: se a sua casa tiver dois ou três pavimentos, sugiro um</p><p>quadro por pavimento. Para a casa de máquinas da piscina - onde estarão</p><p>abrigados os diversos motores e bombas –, deverá ser previsto um quadro</p><p>exclusivo para esse ambiente.</p><p>Para você entender a relevância desta parte elétrica, tentarei explicar brevemente</p><p>alguns termos que fazem parte desse universo, os quais são considerados</p><p>importantes para a segurança dos equipamentos, do seu imóvel e das pessoas que</p><p>nele habitarão. São os seguintes:</p><p>• Corrente de fuga: corrente elétrica que percorre um caminho diferente do que</p><p>deveria percorrer, e isso decorre de alguma falha na instalação. Também é</p><p>conhecida como corrente diferencial residual.</p><p>• Curto-circuito: aumento da corrente elétrica dentro de um circuito, por falha na</p><p>execução; a corrente “busca” um caminho mais curto, provocando faíscas e</p><p>havendo riscos de explosões e incêndios.</p><p>• Sobrecarga: excesso de carga em determinado circuito elétrico, por falha no</p><p>dimensionamento do circuito ou excesso de equipamentos ligados na mesma</p><p>tomada.</p><p>• Sobretensão: desbalanceamento das fases da rede elétrica quando ocorrem</p><p>descargas atmosféricas, por exemplo.</p><p>• Proteção supletiva: execução segura do sistema elétrico, conforme orientação</p><p>da norma técnica, a fim de evitar choques elétricos decorrentes de falhas em</p><p>condutores e nos circuitos projetados.</p><p>• Equipotencialização: recurso usado para ajustar o sistema elétrico, a fim de</p><p>evitar descargas elétricas inesperada; o sistema é projetado de forma a igualar ao</p><p>máximo a diferença de potencial elétrico entre os equipamentos elétricos.</p><p>• Aterramento: sistema de proteção onde os elementos condutores são ligados à</p><p>terra, para que as instalações e equipamentos sejam protegidos em caso de fuga</p><p>de correntes elétricas e de cargas eletrostáticas nos equipamentos.</p><p>É muito importante, em um sistema elétrico, que os elementos condutores, as</p><p>massas e a terra estejam o mais próximo possível de um mesmo potencial. Dessa</p><p>forma, os choques elétricos são evitados, assim como o mau funcionamento dos</p><p>equipamentos e os danos aos equipamentos eletroeletrônicos.</p><p>19.2. Quadros elétricos ou de distribuição</p><p>Fonte: https://produto.mercadolivre.com.br.</p><p>Quadros elétrico ou quadro de distribuição (QDC).</p><p>São quadros de distribuição de circuitos onde serão instalados dispositivos</p><p>(disjuntores, barramentos etc.) para proteção contra sobrecarga ou curto-circuito</p><p>no sistema de distribuição das cargas. Esses quadros são de chapas metálicas ou</p><p>de PVC e, com menos frequência, podem ser de alumínio ou de aço inoxidável.</p><p>Para aquisição do quadro, é necessário o dimensionamento de todos os circuitos</p><p>elétricos que atenderão as necessidades do imóvel. O recomendável é que você</p><p>adquira um quadro com margem para futuras ampliações, ou seja, com espaço</p><p>para colocação de outros dispositivos.</p><p>A escolha entre quadros de chapa metálica ou de PVC considera a</p><p>disponibilidade financeira e o seguinte: os de chapa metálica - com boa</p><p>qualidade e pintura eletrostática - são mais robustos e dificilmente apresentam</p><p>problemas; já os de PVC são mais frágeis e, por isso, devem ser manuseados</p><p>com mais cuidado. Uma limitação para uso dos quadros de PVC é a capacidade</p><p>baixa de disjuntores que eles podem abrigar: normalmente em torno de 36</p><p>disjuntores do tipo DIN (em breve explicarei os tipos de disjuntores).</p><p>A recomendação é que, para obras de médio e grande porte, se empreguem os</p><p>quadros metálicos e que, para as obras de pequeno porte, se faça a escolha de</p><p>acordo com sua preferência ou disponibilidade financeira.</p><p>19.3. Quadros de passagem e quadros de telefonia ou</p><p>automação</p><p>Fonte: https://www.amazon.com.br.</p><p>Caixa de passagem em PVC - de embutir.</p><p>Como o próprio nome já sugere, os quadros de passagem são destinados a</p><p>passar, emendar ou terminar linhas de redes das concessionárias, de</p><p>comunicação, energia elétrica etc. Podem ser de chapas metálicas (aço, aço</p><p>inoxidável, ferro), de alumínio fundido ou mesmo de PVC.</p><p>Os quadros de telefonia, empregados para a implantação das redes de</p><p>comunicação, como telefone, interfone, automação etc., possuem as mesmas</p><p>características dos quadros elétricos. Geralmente, possuem a parede interna dos</p><p>fundos em chapa de madeira compensada (ou metálica), com a finalidade de</p><p>fixação dos blocos e módulos. São fabricados com chapa de aço e acabamento</p><p>com pintura eletrostática.</p><p>Fonte: https://produto.mercadolivre.com.br.</p><p>Exemplo de quadro de telefonia.</p><p>19.4. Barramento</p><p>O barramento é um componente muito importante, instalado dentro dos quadros</p><p>elétricos. Sua maior finalidade é fazer, de forma equilibrada, a distribuição das</p><p>cargas dos circuitos elétricos por fase de energia. Por exemplo, se sua casa for</p><p>abastecida com a rede elétrica trifásica, significa que a concessionária lhe</p><p>entregará - no quadro do medidor de energia - 3 fases mais 1 neutro. As 3 fases</p><p>serão ligadas em um disjuntor tripolar (ou em um DDR – explicarei em seguida),</p><p>que estará ligado a um barramento tripolar, por meio do qual os demais</p><p>disjuntores serão interligados. Estou aqui dando rápidas informações para você,</p><p>mas o assunto é bem mais complexo, como bem sabem os engenheiros</p><p>eletricistas.</p><p>O barramento é, geralmente, feito de cobre, por ser bom material condutor de</p><p>eletricidade, sendo responsável pela:</p><p>• “segurança” na instalação, por conduzir possíveis fugas de descargas elétricas</p><p>para dissipação no solo (barramento terra);</p><p>• ligação dos circuitos (barramento neutro);</p><p>• distribuição da corrente elétrica para os circuitos (barramento fase).</p><p>Quando falo de fase, estou me referindo basicamente à quantidade e à força</p><p>elétrica dos cabos da instalação, necessárias para abastecer a potência dos</p><p>aparelhos de iluminação, ou seja, das cargas demandadas pelo projeto elétrico do</p><p>sistema. Assim, a concessionária disponibilizará - no quadro do medidor de</p><p>energia do imóvel - a tensão conforme a demanda de potência elétrica (medida</p><p>em watts) das cargas a serem utilizadas no local, podendo essa tensão ser</p><p>monofásica (127 volts), bifásica (220 volts) ou trifásica (380 volts).</p><p>O projeto elétrico dimensionará o padrão de entrada de energia elétrica do</p><p>imóvel, a bitola dos cabos de energia, as dimensões do quadro de distribuição, o</p><p>tipo e quantidade de barramentos, disjuntores e demais itens necessários para</p><p>que não haja sobrecarga no sistema. O assunto é complexo e importante!</p><p>Fonte: https://produto.mercadolivre.com.br. Fonte: https://produto.mercadolivre.com.br.</p><p>Barramento tripolar ou trifásico. Barramento monopolar.</p><p>19.5. Disjuntor, dispositivo diferencial residual,</p><p>disjuntor diferencial residual</p><p>Os disjuntores devem ser específicos para a tensão utilizada e adequados para</p><p>identificação de curtos-circuitos e de sobreaquecimento dos cabos, de forma a</p><p>cumprir sua finalidade, que é desarmar o circuito elétrico correspondente, se a</p><p>corrente ultrapassar o nível de segurança previsto em norma.</p><p>As normas exigem o uso de disjuntores nas instalações elétricas, e os tipos a</p><p>serem usados devem ser escolhidos criteriosamente, de preferência por eletricista</p><p>experiente - se não houver necessidade de projeto elétrico no imóvel.</p><p>Os modelos de disjuntores comumente usados nas instalações elétricas</p><p>residenciais são:</p><p>• Disjuntor NEMA: padrão norte-americano, é pouco encontrado nas instalações</p><p>novas, sendo basicamente empregado para a reposição das instalações mais</p><p>antigas.</p><p>Fonte: https://produto.mercadolivre.com.br.</p><p>Disjuntor NEMA (monopolar, bipolar, tripolar).</p><p>• Disjuntor DIN: padrão europeu, vem sendo amplamente utilizado no nosso</p><p>país; possui uma resposta mais rápida e eficiente em comparação com os do tipo</p><p>NEMA.</p><p>Fonte: https://www.leroymerlin.com.br.</p><p>Disjuntor DIN (monopolar-bipolar).</p><p>Cabe ressaltar que ambos os disjuntores atendem às normas técnicas</p><p>internacionais, porém o tipo DIN está mais adequado à norma brasileira.</p><p>Você ainda vai se deparar com uma diversidade de nomenclatura dos</p><p>dispositivos de seccionamento (liga e desliga) e de proteção da instalação</p><p>elétrica do seu imóvel: DTM, DR, IDR, DDR, DPS... Além da nomenclatura,</p><p>tais dispositivos são muito parecidos.</p><p>Para começar, os disjuntores DTM (disjuntores termomagnéticos), que são os</p><p>mais usados. Quando você precisa fazer alguma manutenção no circuito elétrico,</p><p>recomenda-se um disjuntor desse tipo para “seccionar” o sistema, ou seja,</p><p>desligá-lo e posteriormente ligá-lo. Além disso, quando ocorre, por exemplo,</p><p>alguma sobrecarga, pico alto de corrente ou um curto-circuito, ocasionando</p><p>aquecimento nos condutores envolvidos, esse disjuntor secciona (“desarma”) o</p><p>circuito envolvido, protegendo o sistema.</p><p>Além dos DTMs, há outros diversos dispositivos que compõem um quadro</p><p>elétrico. Destaco os seguintes, alertando que, conforme dito anteriormente,</p><p>deverá ser escolhido o que melhor se adequar no quesito segurança:</p><p>• Disjuntor Diferencial Residual (DR ou DDR): DR é o nome genérico de</p><p>qualquer dispositivo que atue contra as correntes de fuga que podem prejudicar a</p><p>segurança dos usuários, funcionando para ligar e desligar o fornecimento de</p><p>energia. DDR é um dispositivo de proteção que une a função de um disjuntor</p><p>termomagnético (DTM) com a função de um interruptor diferencial residual</p><p>(IDR), ou seja, consegue atuar contra curtos-circuitos, sobrecargas e contrafugas</p><p>de corrente, além de ligar e desligar o fornecimento de energia dos equipamentos</p><p>de cada circuito. São usados principalmente nos circuitos para as áreas</p><p>molhadas, como cozinha e área de serviço.</p><p>• Interruptor Diferencial Residual (IDR): é um dispositivo que protege a</p><p>instalação exclusivamente contra a fuga de corrente - por falhas na fiação, por</p><p>exemplo -, provocando o seccionamento (desarmamento) do sistema; entretanto,</p><p>não protege contra curtos-circuitos. A norma técnica especifica onde é</p><p>obrigatório seu uso, como em chuveiros e banheiras, por exemplo. De forma</p><p>geral, evita perdas de energia e choques elétricos ao desligar o circuito quando a</p><p>fuga de corrente ultrapassa a amperagem prevista - lembrando que 30 A é a</p><p>intensidade máxima de corrente elétrica suportada pelo ser humano, por um</p><p>curto período, sem danos permanentes.</p><p>• Dispositivo contra Surtos (DPS): é um dispositivo que protege a instalação e os</p><p>equipamentos a ele ligados (televisores, refrigeradores etc.), nos casos em que</p><p>houver descargas atmosféricas ou sobretensão provenientes de surtos elétricos,</p><p>direcionando para o sistema de aterramento, necessário para o escoamento da</p><p>corrente com segurança.</p><p>• Disjuntor Módulo Diferencial Residual (MDR): é um módulo pouco utilizado</p><p>que também protege contra correntes de fuga, sobrecorrente, curto-circuito e já</p><p>vem com o dispositivo para acoplar o disjuntor.</p><p>Fonte: https://produto.mercadolivre.com.br.</p><p>Disjuntor DR Interruptor IDR.</p><p>19.6. Itens complementares: tomadas, interruptores,</p><p>campainhas</p><p>Fonte: https://produto.mercadolivre.com.br.</p><p>Itens complementares.</p><p>Tomadas, interruptores, campainhas e dispositivo de controle de intensidade de</p><p>iluminação são dispositivos elétricos que têm a finalidade de facilitar nossa vida,</p><p>não é mesmo? Particularmente, fico contente quando o eletricista me pede para</p><p>providenciar esses equipamentos, pois, para mim, significa que a obra está</p><p>caminhando e que as etapas mais complicadas ficaram para trás. Para você, que</p><p>é o proprietário, vem “um monte” de indagações, principalmente as relativas à</p><p>qualidade dos materiais e ao seu custo.</p><p>Meu critério é bastante simples: escolho pelos fabricantes tradicionais do</p><p>mercado, que gozam de boa reputação, e isso me basta! Você irá encontrar</p><p>produtos esteticamente mais elaborados e atualizados (com preços mais</p><p>elevados), como também encontrará produtos de boa qualidade, com design nem</p><p>tanto atualizado, mas com preços interessantes para o seu bolso. Há que lembrar</p><p>que o “cérebro” de quem está construindo é o “bolso”, correto?</p><p>Dependendo do tamanho da sua casa, esse item é bastante significativo no</p><p>tocante a custo, então o mais prudente é “queimar sola de sapato” ou disparar</p><p>coleta de preços para vários fornecedores da sua região. Eu sugiro que se façam</p><p>os dois, assim você primeiro conhece os produtos, vê, apalpa, sente se agradou, e</p><p>depois parte para a pesquisa.</p><p>É preciso, ainda, saber fazer a coleta de preços, pois não dá para “comparar</p><p>alhos com bugalhos”. Pesquise sobre duas ou três linhas de fabricantes diferentes</p><p>e aguarde. Ao receber as propostas, verifique se os quantitativos estão corretos e</p><p>observe as condições de pagamento oferecidas.</p><p>Minha sugestão é que você não</p><p>adquira esses produtos pela internet, pelo simples motivo de que demandará</p><p>compras complementares, e sua “vida” poderá se complicar. Por melhor que o</p><p>eletricista e o engenheiro façam o levantamento das necessidades, quase sempre</p><p>haverá a necessidade de comprar mais alguma coisa ou de fazer troca de material</p><p>para atender alguma demanda de última hora. Todavia, caso opte pela compra</p><p>via internet, busque lojas com boa reputação, boas avaliações de compradores e</p><p>com política de trocas.</p><p>DICAS DO ENGENHEIRO</p><p>• Tomadas de uso geral (TUG) e algumas tomadas de uso específico (TUE) serão</p><p>utilizadas. Tomadas de uso específico são aquelas que suportam corrente</p><p>nominal superior a 10 A (amperes), como as tomadas para uso de micro-ondas,</p><p>forno elétrico, liquidificador, cafeteira, aspirador de pó. Para tais equipamentos,</p><p>recomenda-se, então, as tomadas de 20 A, aquelas com os furos maiores - para</p><p>pinos de tomada mais grossos.</p><p>• As tomadas, sejam TUG ou TUE, necessariamente precisam estar aterradas a</p><p>um fio, que descarrega a eletricidade na terra através e uma malha constituída de</p><p>várias hastes metálicas interligadas entre si por meio de um cabo “nu”. O</p><p>aterramento elétrico é necessário porque tem as seguintes funções:</p><p>• protege as pessoas contra os choques, uma vez que absorve a corrente elétrica</p><p>acumulada dos aparelhos, direcionando-a para a terra;</p><p>• protege os equipamentos contra possíveis picos de energia e sobrecargas;</p><p>• protege as pessoas e aparelhos também contra descargas atmosféricas (raios);</p><p>• ajuda o bom funcionamento de outros dispositivos de segurança.</p><p>• Tomadas elétricas não devem estar instaladas atrás de fornos a gás ou elétricos,</p><p>para evitar que entrem em combustão com o calor excessivo despendido pelo</p><p>forno, que pode provocar curto-circuito. Vários fabricantes não autorizam os</p><p>profissionais a fazerem a instalação de fogões ou fornos se a tomada estiver</p><p>posicionada na parede voltada para a parte traseira do equipamento.</p><p>• Tomada destinada a uso do fogão precisa estar distante do ponto de consumo</p><p>de gás. Eu sugiro instalar um à esquerda e outro à direita do equipamento.</p><p>• Tomada onde será ligado o motor do gira-grill da churrasqueira normalmente</p><p>fica à esquerda da “boca”. Caso a tomada esteja do lado direito da boca da</p><p>churrasqueira, repasse essa informação ao fornecedor antes de adquirir o</p><p>equipamento, porque não se recomenda que o fio fique atravessado à frente ou</p><p>atrás, para não correr risco de acidentes.</p><p>• A escolha dos interruptores deve ser pautada pelas necessidades previstas no</p><p>projeto para acionamento dos pontos de iluminação. Os interruptores podem ser</p><p>simples, paralelos ou intermediários, dependendo de cada circuito de iluminação</p><p>que comanda.</p><p>• O mercado de interruptores permite que você coloque até 6 teclas de comando</p><p>em uma caixinha “4 x 2”. Isso significa que eventualmente você poderá</p><p>acrescentar novos pontos de luz, sem ter de quebrar a parede para substituir a</p><p>caixinha por uma de 4” x 4”.</p><p>• Todas as pontas dos cabos elétricos devem ser estanhadas pelo eletricista antes</p><p>de interligadas às tomadas ou interruptores. Isso evitará que os cabos sejam</p><p>danificados e prejudicados na capacidade nominal de corrente. Estanhar é o ato</p><p>de aplicar solda derretida à base de estanho nas pontas dos cabos, consolidando</p><p>todos os filetes do cabo.</p><p>• As campainhas são itens que não devem ser negligenciados. Com a</p><p>popularização dos interfones, muitos as esquecem ou premeditadamente não</p><p>deixam pontos para elas. Verifique qual é o seu caso.</p><p>• O interruptor que comandará a lâmpada da sauna precisa estar localizado no</p><p>lado externo do recinto.</p><p>• As banheiras devem ter botoeira (dispositivo de acionamento) movida a ar</p><p>comprimido, a fim de evitar que uma pessoa molhada possa receber descarga</p><p>elétrica. Além disso, deve ser prevista a instalação de um DR no circuito, que</p><p>atenderá o banheiro como um todo.</p><p>19.7. Condutores elétricos: fios e cabos</p><p>Os condutores elétricos permitem o deslocamento da corrente elétrica e são</p><p>compostos de material de boa condutibilidade, sendo normalmente de cobre ou</p><p>alumínio.</p><p>Os fios e os cabos elétricos constituem espécies de condutores elétricos.</p><p>Vejamos:</p><p>Fonte: https://www.protoncabos.com.br.</p><p>Condutores elétricos.</p><p>19.7.1. Fio</p><p>Condutor elétrico constituído de cobre ou alumínio, é maciço, circular e pode ser</p><p>revestido ou não. Em um passado bem recente era comum só encontrarmos os</p><p>fios para aquisição no mercado.</p><p>19.7.2. Cabo</p><p>É um conjunto de fios encordoados e não isolados entre si, podendo ser revestido</p><p>de PVC (é o que chamamos de encapado) ou não, de acordo com a finalidade a</p><p>que se destina.</p><p>O cabo é mais flexível do que o fio, facilitando muito o manuseio dentro das</p><p>tubulações, mas ambos mantêm a capacidade de carga.</p><p>Os cabos basicamente se dividem em dois tipos:</p><p>• unipolares: constituídos por um único condutor com fios;</p><p>Fonte: https://melhorindustria.com.br.</p><p>Cabo unipolar.</p><p>• multipolares: constituídos por dois ou mais condutores isolados, protegidos por</p><p>uma camada protetora comum. Normalmente são utilizados como “extensão”</p><p>para uso em equipamentos distantes das tomadas.</p><p>Fonte: https://produto.mercadolivre.com.br.</p><p>Cabos bipolar e tripolar.</p><p>No Brasil, a seção nominal de um fio ou cabo é em mm², medida que diz</p><p>respeito apenas ao material condutor, não incluindo a capa de PVC, silicone etc.</p><p>Saiba que quanto maior a seção de um condutor, maior será sua capacidade de</p><p>carga.</p><p>Importante ressaltar que têm surgido no mercado condutores elétricos que não</p><p>atendem à NBR 5410. Se você observar bem, verá que alguns cabos têm mais</p><p>revestimento de PVC do que material condutor, ou seja, você comprará “gato por</p><p>lebre”. Então como proceder? A resposta é: procurar adquirir fios e cabos de</p><p>marcas consagradas pelo mercado. Quando for comprar, exija o laudo do</p><p>Inmetro que comprove a qualidade do material, e não escolha só pelo preço.</p><p>O mercado vem disponibilizando um condutor elétrico de alta tecnologia, em</p><p>formato de fita autoadesiva, denominado de eletrofita, que pode ser aplicada em</p><p>paredes, divisórias, forros, lajes e pisos. Esse condutor foi desenvolvido</p><p>principalmente para pequenas reformas, quando se pretende levar um ponto de</p><p>consumo de A para B; depois de interligados os pontos, a eletrofita é emassada e</p><p>pintada, ficando quase imperceptível e sem precisar de rasgos na alvenaria.</p><p>Fonte: https://www.magazineluiza.com.br.</p><p>Eletrofita: sem quebra-quebra.</p><p>Por fim, falarei um pouco da malha de aterramento (rede terra), que já mencionei</p><p>anteriormente. Para sua execução, empregam-se hastes metálicas, geralmente</p><p>feitas de aço cobreado (revestimento em cobre) ou de cobre puro. A interligação</p><p>é feita através de um condutor elétrico, conhecido por fio “nu”, que nada mais é</p><p>do que o fio sem revestimento de PVC. Sua finalidade é, por meio do contato</p><p>com a terra, auxiliar na proteção e integridade do sistema elétrico, dos usuários –</p><p>e de animais -, permitindo o funcionamento adequado dos dispositivos e</p><p>realizando a descarga de energia elétrica indesejada das carcaças dos</p><p>equipamentos.</p><p>Fonte:https://produto.mercadolivre.com.br.</p><p>Haste de aterramento conectada a cabo de cobre nu.</p><p>19.8. Lâmpadas, luminárias, acessórios</p><p>Fonte: arquivo pessoal</p><p>Finalmente uma luz para concretizar seu sonho...</p><p>Quando se chega ao ponto de começar a escolher esses itens, é sinal de que a</p><p>obra está bem avançada. Advirto, porém, que, se não houver controle sobre o</p><p>impulso de adquirir tudo de belo nas prateleiras, a despesa pode aumentar muito.</p><p>Então, todo cuidado é pouco, pois ainda há “um bom chão” a caminhar até a reta</p><p>final, onde será “cortada a fita” de inauguração da sua tão sonhada casa.</p><p>Observe que há duas frentes a perseguir: a iluminação interna e a iluminação</p><p>externa. Falarei um pouco mais detalhadamente sobre isso, lembrando que as</p><p>luminárias são itens complementares à iluminação natural e imprescindíveis,</p><p>devido ao conforto de uma boa iluminação artificial.</p><p>19.8.1. Iluminação interna: luminárias de teto e</p><p>parede</p><p>Fonte: arquivo pessoal.</p><p>Iluminação: conforto e detalhe.</p><p>As diferentes faixas de consumo (verde, amarela e vermelha) representam maior</p><p>ou menor valor na conta da energia elétrica. Pois bem, com o objetivo de auxiliar</p><p>na economia do consumo de energia, o mercado vem evoluindo, razão pela qual</p><p>as lâmpadas incandescentes (aquelas que têm os dois filamentos internos)</p><p>entraram em desuso, pois apresentam baixo rendimento e alto consumo de</p><p>energia. O consumidor passou a priorizar as lâmpadas fluorescentes, que</p><p>apresentam melhor rendimento, mas custo elevado. Surgiram, então, as lâmpadas</p><p>do tipo PL ou Dulux, com alto rendimento e menor consumo de energia.</p><p>Por último, a indústria encheu as prateleiras com lâmpadas de LED - do inglês</p><p>Light Emitting Diode, que apresentam alto rendimento e baixo consumo de</p><p>energia, trazendo mudanças significativas no projeto luminotécnico.</p><p>Com a popularização das compras nos e-commerce pela internet, as lâmpadas e</p><p>luminárias de LED tomaram conta do mercado da construção, com foco nos</p><p>preços e na queda da conta da energia elétrica.</p><p>Você vai encontrar luminárias com várias potências adequadas às suas</p><p>necessidades: lâmpada quente (3000 K), recomendada para ambientes de</p><p>repouso, ou lâmpada fria (6500 K), para os demais ambientes. As lâmpadas</p><p>quentes possuem cor amarelada, enquanto as frias apresentam cor branco-</p><p>azulada. Antes de escolher, recomendo uma boa conversa com quem entenda de</p><p>luminoteca.</p><p>As promessas de vida longa para essas luminárias nem sempre se confirmam na</p><p>prática e, não raro, algumas delas já chegam com algum defeito. Adquirir esses</p><p>produtos no mercado local da sua obra tem a vantagem de possibilitar trocas</p><p>com menos desgaste.</p><p>Há modelos de todas as variedades para escolher: quadradas, retangulares,</p><p>circulares, embutidas (para locais com forro-falso), sobrepostas (em lajes) e</p><p>tantas outras. Minha sugestão: navegue um pouco na internet e visite as lojas.</p><p>Veja tudo o que tem disponível para venda, de preferência com a ajuda do seu</p><p>RT e compre com segurança.</p><p>19.8.2. Iluminação externa: luminárias de teto e</p><p>parede</p><p>Fonte: arquivo pessoal.</p><p>Iluminação: conforto e detalhe .</p><p>A maior atenção que se deve ter com essas luminárias é no tocante à</p><p>estanqueidade das peças, de forma que não haja passagem de água de chuva ou</p><p>de outros elementos para as suas partes internas.</p><p>As mais tradicionais são as famosas “tartarugas”, que praticamente estão</p><p>entrando em desuso ou sendo modernizadas, ficando com estética mais</p><p>atualizada. Os spots ou plafons são os mais concorridos no mercado. Você</p><p>encontra também - com custo mais elevado - as luminárias de alumínio com</p><p>pintura eletrostática, resistentes à ferrugem.</p><p>Fonte:https://produto.mercadolivre.com.br.</p><p>Luminária externa tipo tartaruga.</p><p>Se você decidir adquirir esses produtos pela internet, observe que a compra por</p><p>lotes definidos (5, 10, 20 unidades) se torna bem mais atraente em relação ao</p><p>preço unitário, pois, mesmo que sobrem algumas, servirão para futuras</p><p>reposições, além de outras vantagens quanto à fabricação, tais como a cor do</p><p>produto, que pode variar em lotes diferentes.</p><p>Fonte: https://www.americanas.com.br.</p><p>Iluminação externa com foco duplo.</p><p>Ainda sobre iluminação externa, é importante cuidar das luminárias da área</p><p>interna da piscina, que ficam sob a água e requerem cuidados específicos.</p><p>Depois de muito apanhar, pude concluir que a melhor solução, realmente, é</p><p>adquiri-las no mercado local, facilitando, assim, as possíveis substituições no</p><p>período de garantia. Apesar de ser irreversível o uso da internet para compras,</p><p>esse mercado ainda tem seus problemas, pois toda vez que uma troca precisa ser</p><p>feita é um “parto”.</p><p>Fonte:https://produto.mercadolivre.com.br.</p><p>Iluminação externa (piso).</p><p>Para iluminação dos jardins e gramados, além dos destaques nas árvores,</p><p>encontram-se as tradicionais luminárias tipo “espeto”, com ou sem acendimento</p><p>solar. Fique bem esperto, porque a maioria é de uma fragilidade sem igual,</p><p>principalmente se a haste for plástica, pois não suportam o primeiro corte de</p><p>grama, chegando a se desmanchar já com o fio de nylon da roçadeira. Se a</p><p>família possui cachorro, fique atento, porque eles adoram brincar e mastigar os</p><p>“espetos”.</p><p>Fonte: www.yamamura.com.br</p><p>Iluminação externa com espeto.</p><p>Se a iluminação escolhida recair sobre os balizadores, trabalhe para que haja</p><p>drenagem sob eles, de forma a evitar a queima precoce da lâmpada LED. Ao</p><p>longo da minha experiência, observei que esses balizadores (plafons de piso)</p><p>instalados nos degraus da escada que dá acesso à residência promovem um</p><p>aspecto muito bonito, porém, se a potência das lâmpadas for igual ou maior a 3</p><p>watts, causam grande desconforto para os olhos. O ideal, então, é adquirir</p><p>aqueles com os quais você pode criar um foco dirigido para o piso, eliminando o</p><p>desconforto.</p><p>Fonte: arquivo pessoal.</p><p>Iluminação externa indireta em degraus.</p><p>DICAS DO ENGENHEIRO</p><p>• Defina com seu arquiteto, antes de ser concretada a primeira laje, se será</p><p>necessária a elaboração do projeto luminotécnico, para definir todo o sistema de</p><p>iluminação da sua casa. As lojas de médio e grande porte de materiais para</p><p>iluminação costumam ter profissionais especializados na execução desse projeto.</p><p>Quando você adquire os produtos na loja, costumeiramente o projeto não é</p><p>cobrado, mas se você quiser deixar a compra das luminárias “em aberto” para o</p><p>momento mais adequado, a loja provavelmente cobrará por ele. Recomendo</p><p>trabalhar com esse projeto desde o início, porque facilita a vida do engenheiro,</p><p>que deixará as mangueiras e caixinhas de teto concretadas nos locais</p><p>previamente escolhidos.</p><p>• Decida se você iluminará o muro da sua casa, pois é importante discutir isso</p><p>com o arquiteto no início da obra, antes da concretagem das vigas baldrames do</p><p>muro. Assim o construtor ficará sabendo que tem de deixar as mangueiras ou</p><p>eletrodutos passados dentro da viga, como “espera”.</p><p>• Decida, num momento mais adiantado da sua obra, se você quer fazer a</p><p>iluminação na parte superior ou inferior do muro, pois a escolha resultará em</p><p>aspecto visual distinto.</p><p>• Discuta também se o muro divisório vai ter faixas largas na parte superior, tipo</p><p>molduras, que cria interessante aspecto visual. Por que estou dizendo isso agora?</p><p>Para ajudá-lo a pensar se as arandelas (luminárias de parede) vão ficar contidas</p><p>no centro da faixa ou fora da faixa. São detalhes como esse que trarão a beleza</p><p>para o seu imóvel.</p><p>• Considere a possibilidade de iluminar o muro com balizadores ou “espetos”</p><p>instalados no chão. Apenas alerto que a rede elétrica ficará mais exposta a</p><p>acidentes, principalmente quando o jardineiro for escavar para o plantio. Se o</p><p>profissional for cuidadoso e alertado previamente, fique tranquilo quanto a isso.</p><p>• Lembre-se sempre: uma casa pode ser linda, mas se ela não possuir bom</p><p>paisagismo, é como se faltasse o vestido de noiva no dia do casamento. Plante,</p><p>cultive espécies de plantas e árvores e, em muito pouco tempo, elas</p><p>proporcionarão flores e frutos. E não se esqueça de valorizá-las com boa</p><p>iluminação noturna.</p><p>• Cuide, no sistema de irrigação do jardim, para que os jatos não sejam lançados</p><p>diretamente sobre as luminárias, para evitar acidentes e proporcionar “vida mais</p><p>longa” às luminárias externas.</p><p>• Adquira, se a iluminação externa for executada com fitas de LED, as</p><p>luminárias destinadas a esse fim, com proteção contra umidade e intempéries.</p><p>• Certifique-se de que a instalação das luminárias da piscina ocorra com cabos</p><p>elétricos sem emendas, os quais precisam estar ligados em caixas de passagem</p><p>acima do nível da água da piscina.</p><p>• Priorize a compra dos equipamentos com blindagem, se o quintal ou área de</p><p>lazer externa, ou ainda as fachadas, forem iluminados com holofotes. Se eles</p><p>tiverem fotocélula para ligar e desligar, escolha um local que possa receber luz</p><p>solar até “mais tarde”.</p><p>• Lembre-se de que a luminária da sauna úmida precisa ser blindada, para evitar</p><p>acidentes e permitir que a lâmpada tenha “vida longa”.</p><p>• Tenha em mente que é muito importante</p><p>um pouco mais sobre os profissionais que podem elaborar os</p><p>projetos. Lembro a você que a escolha dependerá de alguns fatores, como</p><p>tamanho da construção, recursos financeiros, entre outros.</p><p>2.1. Arquiteto: profissional responsável pelo projeto</p><p>arquitetônico</p><p>Crédito da imagem: Lukas Bieri por Pixabay.</p><p>O arquiteto (profissional liberal) normalmente trabalha sozinho ou com o auxílio</p><p>de um estagiário ou desenhista “cadista” (quem usa software de desenho</p><p>específico). Isso pode trazer muitos benefícios, como preços mais “enxutos” e</p><p>contato direto com o profissional responsável pela formatação das ideias (quem</p><p>realmente irá botar a “mão na massa”). A aproximação direta desse profissional</p><p>com o cliente – você! – e com a equipe responsável pela obra gera uma energia</p><p>positiva para elevar a qualidade do projeto.</p><p>Entenda que estou considerando que você vai querer que sua casa seja projetada</p><p>de acordo com os seus sonhos e que ela esteja devidamente regularizada, ou seja,</p><p>o projeto e a posterior construção devem ser aprovados pela municipalidade –</p><p>implicando a concessão do alvará de construção e do Habite-se, que oficializam</p><p>a regularidade da obra, de acordo com os parâmetros legais e normas técnicas.</p><p>2.2. Escritório de arquitetura: profissionais</p><p>responsáveis pelo projeto arquitetônico</p><p>Crédito da imagem: Ulrich por Pixabay.</p><p>Contratar um escritório tem a vantagem de agregar um time de profissionais,</p><p>normalmente constituído por um ou mais arquitetos “tarimbados”, auxiliados</p><p>também por estagiários - afinal é assim que são formados os novos talentos.</p><p>Esse time participará das reuniões, ouvindo as partes envolvidas no processo e</p><p>contribuindo com suas ideias. Arrisco dizer que, dependendo do tamanho do</p><p>escritório e da complexidade da obra, a integração de estagiários e arquitetos</p><p>colaboradores será fundamental, pois, com várias pessoas envolvidas no</p><p>processo de criação, o projeto poderá ser concluído em prazo mais curto, e esse</p><p>talvez possa ser seu objetivo.</p><p>2.3. Escritórios responsáveis pelos projetos de</p><p>arquitetura, projetos complementares e pela</p><p>construção</p><p>Imagem de pexels - Pixabay.</p><p>Os escritórios de arquitetura e de projetos complementares, bem como os</p><p>especializados em construção, são adequados para uma obra com área que</p><p>demande a atuação de um time multidisciplinar, ou seja, uma equipe com todas</p><p>as modalidades de profissionais que estarão envolvidos na criação e no</p><p>desenvolvimento da obra. Nesse caso, trabalharão juntos (sendo do mesmo</p><p>escritório ou profissionais liberais independentes e de confiança): arquitetos,</p><p>desenhistas, engenheiro civil, engenheiro eletricista, engenheiro mecânico -</p><p>responsáveis por todos os projetos necessários à execução segura da obra.</p><p>Concluído o pacote de projetos - arquitetura e complementares -, e sendo o</p><p>escritório também responsável pela construção, a empresa disponibilizará sua</p><p>equipe própria de construtores ou terceirizados e sairá em campo para</p><p>materializar o seu sonho. Desvantagens? A principal é o custo, mas pode ser que</p><p>não seja tão relevante, afinal quem está pensando em escolher esse caminho</p><p>provavelmente tem mais “balas na algibeira”. Nesse modelo, é possível que o</p><p>seu contato com os profissionais fique mais distante, mais disperso. Vantagens?</p><p>Várias... a começar pela coordenação (compatibilização) de todos os projetos no</p><p>mesmo time, que fatalmente refletirá na qualidade final do projeto completo.</p><p>Independentemente de sua opção (e condição), eu costumo dizer que quando a</p><p>pessoa está abençoada, logo encontra um bom caminho e surge um profissional</p><p>competente, que colocará no papel tudo aquilo que está dentro dele,</p><p>compreendendo todos os seus anseios. Quando isso acontece, é hora de</p><p>conversar muito com esse profissional, contar tudo o que se deseja, de</p><p>preferência mostrando imagens: um monte dessas fachadas lindas que a gente</p><p>adora ver nos finais de semana.</p><p>Sim, pois nos finais de semana que antecedem a compra do terreno ou a</p><p>contratação do arquiteto, o que a gente mais gosta de fazer é almoçar em família,</p><p>tomar um cafezinho, subir no carro e ‘bater pernas” para ver belas construções</p><p>ou folhear revistas e “sapear” nas diversas obras construídas ou em construção</p><p>na cidade. Ah! Não se esqueça de levar o cachorro, afinal ele também precisa</p><p>participar das escolhas.</p><p>E por falar em escolhas, nessa vida digital em que estamos inseridos, está aí a</p><p>internet para nos ajudar; tem gente que, depois de navegar algumas horas, pensa</p><p>até que já sabe projetar - é compreensível, afinal todos nós temos uma veia</p><p>artística querendo aflorar. Mas lembre-se: veia artística não significa estar</p><p>habilitado para projetar ou construir.</p><p>Sem contar que, mesmo nesta era digital, o “boca a boca” ainda é importante</p><p>quando você precisa se inteirar sobre a competência e o comprometimento dos</p><p>profissionais que executarão a sua obra - é preciso conhecer bem quem você vai</p><p>contratar.</p><p>Depois de ouvir a opinião das pessoas que tiveram uma experiência concreta</p><p>com os profissionais que você selecionou, não se esqueça de “processar” as</p><p>informações coletadas pelos “seus filtros” e siga sua intuição, afinal é ela quem</p><p>nos norteia nas escolhas que a vida nos apresenta.</p><p>Crédito da imagem: Adam Radosavljevic por Pixabay.</p><p>Negócio fechado? Vamos em frente...</p><p>1 O engenheiro civil também pode elaborar o projeto arquitetônico da casa; mas,</p><p>na prática, geralmente é o arquiteto quem se ocupa da elaboração de projetos</p><p>executivos de arquitetura, compatibilizando-os com os projetos complementares,</p><p>cabendo a engenheiros (habilitados pelos respectivos conselhos federais) tais</p><p>projetos complementares.</p><p>3. A ELABORAÇÃO DO PROJETO ARQUITETÔNICO:</p><p>ETAPAS RELEVANTES</p><p>Uma vez escolhido o arquiteto ou o escritório que elaborará o seu projeto, saiba</p><p>de uma coisa importante: quando duas mentes ou mais se juntam com o</p><p>propósito maior de desenvolver um trabalho, o resultado que se obtém dessa</p><p>união é uma energia muito superior à soma de todos juntos, ou seja, acontece um</p><p>crescimento exponencial de resultados positivos denominado de mente mestra</p><p>ou master mind². Portanto não perca a oportunidade de se inserir e de liberar o</p><p>seu melhor nesse grupo de trabalho: apresente suas ideias, seus desejos, as do</p><p>seu parceiro ou parceira e envolva também seus filhos. Tenho a certeza de que o</p><p>resultado será o melhor possível.</p><p>Pois bem! De uma forma geral, as etapas do projeto arquitetônico são as</p><p>seguintes:</p><p>• briefing (entrevistas);</p><p>• estudo preliminar;</p><p>• anteprojeto;</p><p>• projeto para aprovação (condomínio e prefeitura);</p><p>• projetos executivos.</p><p>3.1. Briefing (entrevistas)</p><p>Antes de tudo, você deverá se reunir com o arquiteto a fim de fornecer a ele</p><p>todas as informações importantes para a elaboração do projeto de arquitetura.</p><p>Você deverá expor com clareza como deseja sua casa (quantos pavimentos, qual</p><p>o padrão de acabamento...), bem como as necessidades de sua família (número</p><p>de cômodos, garagens, piscina...), para que o profissional e sua equipe possam</p><p>compreender os conceitos e definir os objetivos.</p><p>Nesse contato inicial (que pode ser uma ou mais de uma reunião), é natural que</p><p>você esteja empolgado, mas procure “segurar o coração” e agir mais “com a</p><p>cabeça”, pois é essencial não se esquecer de prestar nenhuma informação ao</p><p>arquiteto.</p><p>É nessa fase que o profissional estudará as suas expectativas em face da</p><p>realidade, considerando as limitações porventura existentes: de área, de</p><p>orçamento etc., mas não se preocupe, que mudanças poderão ser feitas durante o</p><p>estudo preliminar e o anteprojeto.</p><p>3.2. Estudo preliminar</p><p>De posse das informações obtidas na etapa anterior (briefing), o arquiteto</p><p>passará a trabalhar o conceito do projeto com base nas necessidades que você</p><p>externou.</p><p>É dessa fase que sairá a “primeira fornada” da mente do arquiteto: os desenhos</p><p>iniciais que materializarão um projeto embrionário, onde o arquiteto tentará</p><p>ocupar, da melhor forma possível, os espaços dentro do terreno, juntando o que</p><p>conseguiu captar na(s) entrevista(s) com você e todos os parâmetros legais</p><p>requeridos para o terreno</p><p>decidir com o profissional responsável</p><p>pelo projeto elétrico onde estarão os interruptores que irão comandar as</p><p>luminárias externas, além das luminárias internas.</p><p>• Escolha, se você pretende comandar algum holofote ou luminária externa para</p><p>emergência, o local com o profissional responsável pelo projeto elétrico ou</p><p>informe ao RT da obra sobre sua pretensão.</p><p>• Preveja um ponto de força (tomada) e de iluminação (lâmpada) dentro do</p><p>recinto das caixas d’água, para facilitar na manutenção e limpeza.</p><p>19.9. Fechadura elétrica, interfone, fotocélula,</p><p>sensores, dimmer</p><p>Como você pode observar, o item relativo à parte elétrica de sua obra é extenso,</p><p>mas de extrema importância. Por esse motivo, merece especial atenção, já que a</p><p>falta de planejamento pode resultar em perdas, principalmente financeiras. Quem</p><p>constrói sabe como os centavos economizados em cada compra auxiliam na</p><p>próxima.</p><p>19.9.1. Fechadura elétrica ou contratesteiro elétrico</p><p>É um equipamento desenvolvido para auxiliá-lo no seu dia a dia, permitindo que,</p><p>num simples toque de botão, você deixe de caminhar até a porta ou portão para</p><p>abri-los. O mais importante é que o eletricista deixe a tubulação embutida, para a</p><p>interligação da fechadura com o interfone interno. Simples assim: o</p><p>contratesteiro elétrico é apenas uma variação da fechadura (que é elétrica); o</p><p>comando elétrico fica instalado na contratesta da fechadura convencional e</p><p>dispara a liberação da lingueta, permitindo a abertura automática do portão.</p><p>19.9.2. Interfone</p><p>Outro equipamento maravilhoso, que nos auxilia também nas tarefas diárias,</p><p>promovendo a comunicação simples e direta entre quem está no lado externo da</p><p>residência e quem está no lado interno, em ambientes programados. O interfone</p><p>é um equipamento que vem passando por frequentes modernizações, com</p><p>acréscimos da área visual: câmeras potentes transmitem a imagem com perfeição</p><p>da pessoa que se apresenta pelo lado externo, permitindo, para quem está do lado</p><p>interno do imóvel, o reconhecimento ou identificação do interlocutor. A</p><p>interligação com fechadura elétrica fecha o “pacote da comodidade”.</p><p>Aqui uma dica: escolha equipamentos tradicionais e aprovados pelo mercado.</p><p>Todo dia tem coisas novas, e necessariamente não precisa ser você o escolhido</p><p>para testar, correto? Fique com os equipamentos devidamente aprovados.</p><p>19.9.3. Fotocélulas e sensores</p><p>São equipamentos auxiliares instalados no sistema de iluminação da sua casa. As</p><p>fotocélulas normalmente são instaladas junto a um circuito de iluminação,</p><p>comandando o acender e o apagar das luminárias mediante a presença de pessoas</p><p>no ambiente ou através da exposição das células à luz solar (anoiteceu, acende;</p><p>clareou, apaga).</p><p>Já os sensores são equipamentos com a finalidade de identificar a diferença de</p><p>calor, abrindo e fechando válvulas para alimentar o sistema, a exemplo da rede</p><p>de aquecimento solar e da rede de irrigação. Outro uso frequente é no controle</p><p>dos equipamentos da piscina, permitindo a filtragem em horários convenientes.</p><p>Enfim, é a tecnologia a nosso serviço! Será que é por isso que estamos ficando</p><p>com a cintura avantajada ou a culpa está nos churrasquinhos de final de semana?</p><p>Voto pela culpa dos sensores.</p><p>19.9.4. Dimmer ou interruptor dimmer</p><p>Equipamento de controle de iluminação, consiste num simples variador de</p><p>luminosidade (compatível com ampla gama de lâmpadas) e costuma ser</p><p>instalado, por exemplo, nos interruptores dos quartos de crianças e nas salas</p><p>home theather, permitindo que a luminosidade varie a intensidade a “gosto do</p><p>freguês”.</p><p>19.10. Chuveiro e aquecedor elétricos</p><p>A título de curiosidade, antes de eu explicar os modernos chuveiros elétricos,</p><p>relembro o antigo chuveiro de tambor, que os mais antigos certamente</p><p>recordarão.</p><p>No tempo do chuveiro de tambor, era preciso cuidar para que a água não</p><p>acabasse antes do banho. No verão, a coisa era mais fácil: bastava descer o</p><p>tambor, puxado por uma corda de sisal, e enchê-lo de água fria vinda</p><p>diretamente do poço.</p><p>Já no inverno, era verdadeira operação de guerra: primeiro tinha que se alimentar</p><p>a fornalha do fogão à lenha, esperar a água ferver e, com cuidado, transportar a</p><p>água quente para dentro do tambor, fazendo a mistura com a água fria vinda do</p><p>poço. Depois era só puxar a corda, travar no gancho e estava tudo pronto para</p><p>um delicioso banho. Ah! e ainda tinha aquela situação em que a mãe “botava”</p><p>dois meninos para se banharem juntos, a fim de economizar água e tempo, e,</p><p>para “ferrar” de vez, o mais espertinho pegava a toalha e se enxugava primeiro,</p><p>deixando a toalha molhada para o segundo. Tempos de escassez, amigos. Só para</p><p>valorizar as facilidades dos dias de hoje...</p><p>Fonte:https://produto.mercadolivre.com.br.</p><p>Chuveiro de tambor.</p><p>19.10.1. Chuveiro elétrico</p><p>Com a chegada da modernidade, o chuveiro de tambor foi, felizmente, ganhando</p><p>espaço no quartinho de despejos, para depois sumir de vez, abrindo espaço para</p><p>os chuveiros elétricos.</p><p>No começo, pouco se usava o tal do aterramento e, de quando em vez,</p><p>levávamos um choque para deixar a gente mais “esperto” e lembrar, antes do</p><p>próximo banho, de pegar a sandália havaiana (na época, chamada de japonesa)</p><p>para não tomar choque novamente. Mas depois chegou a obrigatoriedade de se</p><p>ligar o chuveiro elétrico a um fio terra e tudo ficou completo.</p><p>Hoje os chuveiros elétricos estão bem modernos, com vários tipos de regulagens</p><p>- tem uns que até gravam a sua temperatura preferida. Em 110 ou 220 Volts, o</p><p>importante mesmo é dimensionar corretamente a fiação do chuveiro, dentro da</p><p>capacidade que o fio ou cabo tem de suportar a corrente elétrica (mais conhecida</p><p>como amperagem).</p><p>A NBR 5410 instituiu a necessidade de proteger as áreas molhadas de chuveiros</p><p>com disjuntor do tipo DR, a fim de evitar ainda mais possíveis descargas</p><p>elétricas. Os “choquinhos” devem ficar apenas no passado, certo?</p><p>Fonte: https://www.magazineluiza.com.br.</p><p>Chuveiro elétrico moderno.</p><p>19.10.2. Aquecedor elétrico</p><p>O aquecedor elétrico pode ser parcial ou central, dependendo do que ficar</p><p>estabelecido no projeto elétrico. Quando se quer apenas o aquecimento no</p><p>banheiro, por exemplo, você pode optar por instalar o aquecedor individual ou</p><p>parcial, que atenderá apenas aquela unidade; mas se você tem geração de energia</p><p>própria, poderá escolher instalar o aquecedor elétrico central, que atenderá todas</p><p>as unidades da casa. Nesse caso, a água passará por prévio aquecimento, por</p><p>meio de resistência elétrica (igual à do chuveiro), e ela vai se acumulando no</p><p>tambor com proteção térmica, para as necessidades do dia a dia da família.</p><p>Fonte: https://www.leroymerlin.com.br. Fonte: https://www.magazineluiza.com.br.</p><p>Aquecedor elétrico individual. Aquecedor elétrico de acumulação.</p><p>19.10.3. Aquecedor elétrico de passagem</p><p>Normalmente instalados nas áreas de serviço, servem a determinado número de</p><p>equipamentos (duchas, torneiras - às vezes de vários banheiros) e não acumulam</p><p>água, isto é, conforme a água fria passa por sua serpentina, ela é aquecida e</p><p>imediatamente vai para o ponto de água que está demandando o consumo.</p><p>Fonte:https://produto.mercadolivre.com.br.</p><p>Aquecedor elétrico digital de passagem.</p><p>19.11. Sistema motor-bomba para tratamento da água</p><p>da piscina</p><p>O sistema de filtração para o tratamento da água da piscina é formado por um</p><p>filtro e uma bomba. Nesse sistema, a água é aspirada pela bomba e lançada</p><p>dentro do filtro, provido de areia com granulometria controlada.</p><p>O filtro possui várias funções - filtrar, circular, recircular, drenar, retrolavar,</p><p>fechar - e a finalidade primordial do sistema é remover as partículas de sujeira</p><p>em suspensão que caem sobre a água, como poeira, fuligem, folhas, terra, enfim,</p><p>uma gama de elementos que criam turbidez na água. Considere, então, que o</p><p>equipamento é de extrema importância para que você desfrute da piscina com</p><p>água de excelente qualidade.</p><p>Um dos pontos mais importantes a ser considerado por você e pelo RT é o</p><p>dimensionamento do sistema motobomba. Percebo que muitas pessoas escolhem</p><p>o sistema apenas pelo preço, o que não</p><p>recomendo. O ideal é escolher um</p><p>sistema filtrante com capacidade superior ao volume de água da piscina. Por</p><p>exemplo, se a sua piscina possui 30.000 litros de água e se enquadra dentro da</p><p>capacidade do menor sistema, recomendo que você escolha um sistema com</p><p>capacidade de 40 a 50.000 litros. E por quê? Bem, a diferença de preço é muito</p><p>pequena e deveria ser considerada desprezível perto dos benefícios de um</p><p>sistema mais potente, que trabalhará por período bem menor para fazer a</p><p>filtragem completa de todo o volume de água, acarretando menor consumo de</p><p>energia.</p><p>A diferença de potência do motor é muito pequena, mas os benefícios são</p><p>grandes. Exemplificando, é como um aparelho de ar-condicionado escolhido no</p><p>limite da capacidade, que irá trabalhar muito para dar conta de resfriar o</p><p>ambiente na temperatura desejada. Agora se você escolher um aparelho com</p><p>uma capacidade levemente superior, o sistema trabalhará bem menos, e a</p><p>temperatura desejada será atingida com menor consumo de energia. Seu bolso</p><p>agradece!</p><p>Fonte: https://www.magazineluiza.com.br.</p><p>Bomba e filtro para a piscina.</p><p>DICAS DO ENGENHEIRO</p><p>• Mantenha a água da piscina sempre limpa, para que possa ser utilizada assim</p><p>que bater vontade de dar aquele mergulho. Para isso, deve ser mantida uma</p><p>rotina de limpeza, com produtos adequados e na quantidade certa. Uma piscina</p><p>sem rotina de limpeza consumirá absurda quantidade de produtos (e do seu</p><p>dinheiro também) para a recuperação da água. Se for necessário, contrate um</p><p>profissional competente para essa tarefa, afinal água suja, em tempos de dengue,</p><p>é “vizinho dedo duro”, na certa.</p><p>• Oriente previamente o eletricista, se você decidiu “bravamente” encarar a</p><p>rotina de limpeza de sua piscina, para que seja instalado um temporizador</p><p>(timer) no circuito que alimenta o sistema motobomba. O equipamento vai ligar</p><p>e desligar o sistema dentro dos horários estabelecidos e permitirá que o</p><p>procedimento de filtragem ocorra praticamente sem a sua intervenção direta.</p><p>Compre um temporizador digital, ao invés do analógico, pois este último se</p><p>desprograma toda vez que falta energia.</p><p>• Cuide para que o processo de filtragem aconteça, em média, de 5 a 6 horas por</p><p>dia, mas esse tempo será determinado pela capacidade do sistema motobomba</p><p>adquirido. Saiba que equipamentos mais potentes demandam menos horas para</p><p>filtrar toda a água da piscina.</p><p>• Atente para as recomendações do manual de operação do sistema: a alavanca</p><p>do filtro jamais poderá ser manuseada com o sistema de filtragem em</p><p>funcionamento. Desligue, faça a mudança para a operação desejada e religue o</p><p>sistema novamente.</p><p>• Observe uma coisa muito importante, que fará a diferença nos gastos com a</p><p>piscina: o cloro é muito volátil e evapora rapidamente na presença do sol. Minha</p><p>recomendação é que ele seja adicionado sempre ao anoitecer, pois, dessa forma,</p><p>permanecerá muito mais tempo na água fazendo o trabalho de higienização.</p><p>• Manuseie o cloro com cuidado:</p><p>• utilize luvas, pois o produto pode causar muita irritação na pele;</p><p>• abra o recipiente onde o cloro está armazenado, mantendo distância do seu</p><p>rosto;</p><p>• utilize óculos protetor no manuseio;</p><p>• coloque, primeiramente, a água no balde e depois acrescente o cloro sobre a</p><p>água, nunca o contrário;</p><p>• proceda à mistura, com um cabo de madeira, até que o cloro esteja</p><p>completamente diluído;</p><p>• aproxime o balde da borda da piscina e espalhe por toda a periferia;</p><p>• lembre-se de que o cloro mancha as roupas com facilidade e enfraquece os</p><p>tecidos.</p><p>• Nunca manuseie o cloro dentro de uma casa de máquinas fechada, pois isso</p><p>poderá lhe causar intoxicação. Leia, com cuidado e atenção, as recomendações</p><p>estampadas no recipiente do fabricante do cloro, contendo as informações</p><p>preciosas de que você precisa saber sobre esse produto.</p><p>• Não permita que a água dispensada na operação “drenar ou retrolavar” seja</p><p>lançada dentro da cisterna que capta as águas pluviais, pois você poluirá (e</p><p>muito!) essa água, e seu gramado e suas plantas ficarão muito prejudicados. Isso</p><p>é muito importante.</p><p>• Fique atento ao seguinte: a operação “drenar” exige concentração do piscineiro,</p><p>pois o consumo de água nessa situação é muito alto, e requer precisão. Uma vez</p><p>iniciada a operação, não perca a concentração com outras atividades! Detalhes</p><p>de limpeza depois poderão ser finalizados na operação “filtrar”, pois a água</p><p>sempre retornará para a piscina.</p><p>• Lembre-se de que é necessário fazer a “retrolavagem” toda vez que você</p><p>concluir a etapa de “drenar” a água da piscina. Essa operação faz com que a</p><p>areia do filtro seja lavada e lançada para a galeria de águas pluviais. Observe</p><p>aquele copinho incolor instalado no sistema, próximo da posição drenar: a água</p><p>começa a passar suja e vai clareando, até ficar cristalina, em média um a dois</p><p>minutos depois de iniciada a operação. Pronto! A areia do filtro está limpa, tire a</p><p>alavanca da posição e passe para filtrar ou fechar.</p><p>• Substitua a areia do filtro. Sei que é uma coisa meio chata de fazer, mas precisa</p><p>ser feita e, portanto, se for o caso, solicite ao piscineiro que faça isso para você.</p><p>Reserve seu tempo mais precioso para ir esquentando o carvão e colocar a carne</p><p>na grelha e lembre-se de que, uma vez por ano, quando muito dois anos, a areia</p><p>sofre desgaste e vai diminuindo a sua granulometria, prejudicando o processo de</p><p>filtragem. Nunca coloque areia de obra no filtro: utilize a areia apropriada para</p><p>esse fim (adquirida em loja que vende artigos para piscina).</p><p>• Lembre-se de fechar todos os registros da casa de máquinas e de abrir o copo</p><p>que retém as folhas e resíduos durante o processo de filtragem. Lave esse copo</p><p>toda vez que você for limpar a piscina, porque o material retido, aos poucos, vai</p><p>passando pelas gretas do copo e depois pode entupir a bomba, que vai perdendo</p><p>eficiência, podendo até queimar o motor.</p><p>• Evite aspirar folhas grandes e em quantidade, pois elas formam uma espécie de</p><p>bucha e entopem a tubulação, demandando o serviço de encanador para fazer a</p><p>desobstrução. Então, antes de começar a limpeza, retire essas folhas com a</p><p>peneira. Já as folhas pequenas não causarão problemas e ficarão retidas no copo</p><p>de retenção.</p><p>• Saiba de uma informação muito relevante: em muitas regiões do nosso país, a</p><p>água fornecida pela concessionária, mesmo para consumo, possui dureza cálcica</p><p>muito baixa e por isso dizemos que essa água é mole. O que é isso que você está</p><p>dizendo, engenheiro? Vamos às explicações desse fato:</p><p>• A presença de sais de cálcio e magnésio determina a dureza da água. A medida</p><p>empregada para fazer essa medição é ppm, que significa partes por milhão.</p><p>Observe a classificação a seguir:</p><p>• 00 a 70 ppm: muito mole;</p><p>• 70 a 135 ppm: mole ou branda;</p><p>• 135 a 200 ppm: média dureza;</p><p>• 200 a 350 ppm: dura;</p><p>• Acima de 350 ppm: muito dura.</p><p>• A água mole ou branda é pobre desses minerais e, portanto, ávida por esses</p><p>produtos. Já as argamassas de assentamento dos revestimentos cerâmicos da</p><p>piscina, bem como o rejunte empregado, são ricos desses minerais. Na prática, o</p><p>que acontece é que a água mole começa a “roubar” (subtrair) os minerais da</p><p>argamassa e do rejunte, levando a um esfarelamento deste último, podendo, em</p><p>casos mais graves, começar a desprender a cerâmica.</p><p>• Se a água da piscina for mole, deverá ser acrescentado um produto que eleve a</p><p>sua dureza cálcica (hidrocálcio), mantendo-a numa faixa confortável próxima de</p><p>200 a 250 ppm, a fim de se evitar desgaste precoce. Se você encontrar</p><p>dificuldade para adquirir esse produto no mercado normal da sua cidade,</p><p>procure-o na internet com o nome de elevador de dureza cálcica, certo?</p><p>• Se a água da piscina for muito dura, outros problemas poderão acontecer,</p><p>como: formação de manchas, incrustações, entupimento do filtro, das tubulações</p><p>e dos aquecedores. Portanto, o melhor é “ficar esperto”. Infelizmente se você</p><p>conversar sobre esse assunto com dez piscineiros, nove nunca nem ouviram</p><p>falar.</p><p>• O rejunte se esfarelou dentro da água? É necessário que o rejunte do</p><p>revestimento cerâmico seja feito com produto à base de epóxi. O</p><p>custo é bastante</p><p>elevado e a aplicação exige mão de obra de qualidade.</p><p>• A água é mole quando, ao escovar os dentes ou tomar seu banho, se observa a</p><p>formação de bastante espuma. Se, todavia, a espuma não se formar, você estará</p><p>diante de uma água dura ou muito dura. As cidades abastecidas pelo Aquífero</p><p>Guarani, um dos maiores do mundo, recebem água com dureza cálcica próxima</p><p>de 50 ppm, ou seja, muito mole. Acredito que você já deve estar cansado de ler</p><p>sobre isso, mas creia, o assunto é muito importante.</p><p>• A água mole é mais palatável para o consumo humano e é considerada “mais</p><p>doce”; já a água dura é menos agradável para o nosso paladar.</p><p>19.12. Bomba pressurizadora e bomba de recalque</p><p>Fonte: https://www.magazineluiza.com.br.</p><p>Pressurizador de água.</p><p>19.12.1. Bomba Pressurizadora para chuveiro</p><p>Muitas pessoas reclamam, depois da conclusão da obra, que o chuveiro não tem</p><p>a pressão desejada. Isso acontece, principalmente, com pessoas que residiam em</p><p>apartamentos, onde a pressão da água geralmente é mais forte.</p><p>A instalação de um pressurizador resolve esse tipo de problema. Se for para</p><p>atender apenas um ponto de consumo, como um chuveiro, você poderá instalar o</p><p>pressurizador de ponto. Caso queira pressurizar toda a rede ou vários pontos da</p><p>sua rede de abastecimento de água, você deverá escolher o pressurizador de</p><p>linha. Para este último modelo, observe o seguinte:</p><p>• Se o pressurizador vai ser instalado no mesmo nível de apoio da caixa d’água,</p><p>escolha o pressurizador com pressostato.</p><p>• Se o pressurizador puder ser instalado em nível abaixo da caixa d’água, a 50</p><p>cm pelo menos, adquira o pressurizador com fluxostato.</p><p>19.12.2. Bomba pressurizadora para atendimento em</p><p>cisterna</p><p>Se você tomou o cuidado de coletar a água pluvial do seu telhado, canalizando-a</p><p>para cisterna, para reutilização, vai precisar instalar uma bomba pressurizadora</p><p>em uma rede de torneiras de lavagem e rega, para que, quando aberta uma</p><p>torneira dessa rede, automaticamente a bomba seja acionada. Esse é um</p><p>excelente investimento para sua casa, acredite. É ecológico, reduz o consumo de</p><p>água com aproveitamento da água que literalmente desce do céu.</p><p>19.12.3. Bomba de Recalque</p><p>Essa bomba será instalada na sua casa, caso você opte por implantar uma rede de</p><p>irrigação do seu pomar, horta ou jardim. Uma empresa especializada deverá ser</p><p>contratada para executar esse serviço, mediante as variáveis presentes no seu</p><p>imóvel, como: quantidade de pontos de rega, distâncias da bomba, temperatura,</p><p>entre outras. Todas as informações serão compiladas para indicar a potência da</p><p>bomba.</p><p>Observe que, independentemente da bomba a ser instalada na casa de máquinas,</p><p>será necessário um circuito elétrico exclusivo para cada um dos equipamentos.</p><p>19.13. Caixa de luz, mangueira, kanaflex, eletroduto, canaleta</p><p>19.13.1. Caixa de Luz 4”x 2”, 4” x 4”; ou 3”x3”</p><p>Fonte: https://www.carajas.com.br.</p><p>Caixas de luz de PVC.</p><p>Popularmente conhecidas na obra como “caixinhas de luz”, podem ser de chapa</p><p>de aço estampada, de PVC e de alumínio.</p><p>Se a sua obra estiver situada em zona litorânea, a escolha precisa recair sobre as</p><p>caixas de PVC, para evitar a corrosão pela maresia. Nesse caso, recomendo que</p><p>você escolha as caixas de PVC pela qualidade e não apenas pelo preço, pois</p><p>existem caixas que não suportam o aperto de um parafuso e já se partem ao</p><p>meio.</p><p>19.13.2. Eletroduto, mangueira, canaleta, kanaflex</p><p>Fonte:https://produto.mercadolivre.com.br.</p><p>Condutores da energia!</p><p>Todos desempenham a mesma função, que é a de abrigar a fiação da rede</p><p>elétrica. Nas obras de maior envergadura, é costume a utilização dos eletrodutos</p><p>em vez das mangueiras, os quais têm custo mais elevado devido ao maior grau</p><p>de dificuldade para o trabalho.</p><p>As mangueiras e os kanaflex (nome da marca), por serem flexíveis,</p><p>proporcionam mais facilidade no manuseio e na “mudança de direção” na hora</p><p>da instalação. Os eletrodutos possuem mais capacidade de suportar eventual</p><p>aumento da temperatura desprendida pela fiação, por isso seu uso é bastante</p><p>desejável nas instalações de indústria ou comércio de grande porte.</p><p>Quando as tubulações (mangueiras, kanaflex, eletrodutos) “correm enterradas”,</p><p>faz-se necessário o envelopamento com concreto para evitar impactos no</p><p>manuseio de ferramentas.</p><p>Antes da passagem dos fios pelas tubulações, estas devem ser limpas, para evitar</p><p>danos à fiação; da mesma forma, quando a tubulação estiver “enterrada”, é</p><p>preciso limpar internamente e secar com uso de ventilador apropriado.</p><p>Para a tubulação que abrigará a rede de alimentação elétrica da casa, minha</p><p>sugestão são os cabos do tipo sintenax para 0,6/1 kV (kV é unidade de medida</p><p>de tensão, que representa 1000 Volts), os quais possuem dupla camada de</p><p>proteção e suportam temperaturas mais elevadas dentro das tubulações.</p><p>19.14. Geração de energia ou energia solar</p><p>fotovoltaica</p><p>Trata-se de sistema muito importante para a construção da sua casa, com retorno</p><p>financeiro por volta do sétimo ou do oitavo ano. Vale muito a pena prever sua</p><p>instalação, mesmo que só ocorra em momento posterior, a fim de deixar pronta a</p><p>infraestrutura necessária.</p><p>Fonte:https://produto.mercadolivre.com.br.</p><p>Captação de energia solar.</p><p>A energia solar fotovoltaica é a conversão da luz solar em energia elétrica por</p><p>intermédio do sistema fotovoltaico (placas, inversor etc.). A economia no</p><p>consumo de energia elétrica, com a geração por meio desse sistema, pode chegar</p><p>até uma redução de 95% do seu consumo. Os fabricantes informam que o</p><p>sistema tem vida útil estimada de 25 anos. É ou não é um bom motivo para você</p><p>investir na sua construção? Considerando o momento atual e a preocupação com</p><p>sistemas alternativos de geração de energia, certamente os produtos tenderão a</p><p>ficar mais baratos, no futuro próximo.</p><p>Vamos entender como funciona o processo de geração de energia? É rapidinho e</p><p>enriquece muito o nosso conhecimento:</p><p>• Os painéis solares são constituídos de células fotovoltaicas, que captam luz ou</p><p>fótons e os convertem em eletricidade.</p><p>• A luz solar incide nos painéis, e as células produzem eletricidade de corrente</p><p>contínua.</p><p>• A energia que utilizamos em nossas residências, comércios e indústrias é a</p><p>energia de corrente alternada; então os equipamentos complementares chamados</p><p>de inversores entram em ação, fazendo essa inversão da corrente de energia.</p><p>Esse trabalho também pode ser feito por equipamentos denominados de</p><p>microinverter, com uso de uma unidade por placa fotovoltaica. Essa é a energia</p><p>que alimentará sua casa.</p><p>• A energia é conduzida até o relógio medidor instalado pela concessionária de</p><p>energia local, o qual faz a leitura de energia que você produz “na sua usina de</p><p>microgeração de energia”, bem como da energia fornecida pela rede da empresa</p><p>concessionária.</p><p>Fonte:https://produto.mercadolivre.com.br.</p><p>Esquema da captação de energia solar.</p><p>• A instalação desse processo não dispensa, entretanto, o fornecimento de</p><p>energia pela concessionária local, por vários motivos: sua unidade particular</p><p>poderá gerar menos energia do que sua família necessita; as placas fotovoltaicas</p><p>não geram energia durante a noite, e a demanda de eletricidade é ininterrupta; o</p><p>excesso da sua produção será entregue à concessionária, que lhe fará um crédito</p><p>a ser abatido da sua conta mensal.</p><p>DICAS DO ENGENHEIRO</p><p>• Considere a possibilidade de, se possível, deixar o sistema de energia solar</p><p>implantado durante a construção da sua casa, tendo em vista o benefício</p><p>econômico de que você desfrutará. Esse sistema gera energia renovável e limpa.</p><p>• Converse com seu RT, caso não seja possível a implantação no momento da</p><p>construção, a fim de que ele deixe a infraestrutura executada, que é de custo</p><p>baixíssimo, mas fará todo sentido quando você conseguir viabilizar a compra do</p><p>sistema, pois não vai precisar sair quebrando nada.</p><p>• Colha propostas com os fornecedores consolidados na sua região e busque</p><p>informações com quem tenha adquirido o sistema sobre a idoneidade dessas</p><p>empresas.</p><p>• Escolha o local onde ficará instalado o inversor, de preferência</p><p>onde ficará</p><p>“aparente” apenas para quem mora na residência (área de serviço, corredor,</p><p>depósito, entre outras).</p><p>• Saiba que o sistema de acionamento do inversor requer um pequeno quadro de</p><p>força para 4 a 8 disjuntores, interligado ao quadro geral de energia da casa (para</p><p>o sistema, será colocada uma ou duas caixas de 4“x 4”, interligadas nesse quadro</p><p>de força, posicionadas adequadamente).</p><p>• Cuide para que seja embutida, na parte superior do quadro de força do sistema,</p><p>uma mangueira de 1 ½”, por onde passarão os cabos que se ligarão às placas</p><p>geradoras de energia (a tubulação sobe do quadro até a cobertura sob o telhado).</p><p>2</p><p>0. INSTALAÇÃO DE ÁGUA E ESGOTO</p><p>Crédito da imagem: Eddie Lee por Pixabay.</p><p>O conforto requer atenção: sem vazamentos e entupimentos.</p><p>Este é um item bastante significativo e estará presente na sua obra do início ao</p><p>final. De fato, uma das primeiras atividades a ser feita na obra é a execução da</p><p>infraestrutura para receber o fornecimento de água pela concessionária local,</p><p>desde as instalações para o abastecimento da obra em si até as instalações</p><p>provisórias para uso dos profissionais do canteiro da obra. A concessionária</p><p>disponibilizará o fornecimento da água e do ponto de esgoto onde será ligada a</p><p>sua unidade residencial, a partir do pedido de ligação.</p><p>As instalações de água, águas pluviais e de esgoto modificam-se constantemente,</p><p>com evolução na qualidade das canalizações e conexões. Não é tão distante</p><p>assim o tempo em que as instalações de água eram executadas com tubulações</p><p>de aço galvanizado e as de esgoto, com tubulações de ferro fundido. Esses</p><p>materiais foram gradativamente substituídos por tubulações e conexões de PVC</p><p>roscável, o que já foi uma grande mudança, embora ainda ultrapassado o sistema</p><p>de ligação entre as peças, pois as roscas eram feitas no canteiro da obra e a</p><p>colagem ocorria com o emprego de zarcão e fio de sisal.</p><p>Mais um tempo e a indústria, sempre inovando, começou a abastecer o mercado</p><p>com as tubulações de PVC soldável. Ufa! Uma “mão na roda”! Ficou tudo mais</p><p>simples e mais seguro. O zarcão e o fio de sisal foram substituídos por lixa,</p><p>estopa, solução preparadora para limpeza e cola específica para fusão das peças.</p><p>O que não se pode admitir, nos dias de hoje, é o encanador fazendo a colagem</p><p>das peças (tubulação, conexões) sem lixar as superfícies a serem coladas, sem</p><p>limpar com a solução preparadora - indo direto para a cola. Se isso acontecer, as</p><p>chances de ocorrerem problemas muito cedo é quase certa, além do que você</p><p>perderá a garantia. Converse sobre isso com o RT e com os encanadores, se for o</p><p>caso. Fique de olho!</p><p>20.1. Instalação de água</p><p>Em se tratando de materiais que ficarão embutidos nas paredes ou enterrados, é</p><p>muito importante que você tire aquele “escorpião” do bolso e adquira produtos</p><p>de primeira qualidade para a sua casa. Reforço o seguinte:</p><p>• Lembre-se de que o barato sai caro e que a visita técnica de um bom</p><p>profissional de hidráulica não é nada barata. Então cuide para que seja</p><p>requisitado o mínimo possível.</p><p>• Atribua ao seu RT e ao encanador a conferência minuciosa do recebimento dos</p><p>materiais adquiridos após a coleta ou tomada de preços. Saiba que tudo o que</p><p>estiver faltando precisa ser anotado no corpo da nota fiscal, sendo importante</p><p>acompanhar para que o valor pago pelo material não entregue seja devolvido ou</p><p>que lhe entreguem o que faltou, com presteza.</p><p>• Peça para que cuidem dos materiais, mantendo-os guardados em recinto</p><p>fechado; forneça um cadeado, entregue uma cópia para o RT, outra para o</p><p>encanador e uma poderá ficar com você.</p><p>• Saiba que materiais bem cuidados, limpos e não utilizados na obra poderão ser</p><p>devolvidos à loja onde você os adquiriu. Dessa forma, guarde a nota fiscal para</p><p>facilitar essa provável operação de devolução.</p><p>• Cuide para que as operações de colagem sigam rigorosamente as instruções do</p><p>fabricante dos materiais, mas antes recomendo especial cuidado no corte das</p><p>tubulações. O profissional deverá:</p><p>• regularizar o corte com lixa d’agua nº 150, limpo com estopa e solução</p><p>limpadora;</p><p>• aplicar a cola, inicialmente na parte interior da conexão, onde a evaporação</p><p>ocorre de forma mais lenta, para, em seguida, aplicar na peça cuja face a ser</p><p>colada é exposta (parte de fora).</p><p>Destaco uma informação relevante: os canos destinados às redes de água quente</p><p>não podem ser lixados, devendo ser feita apenas limpeza com solução limpadora</p><p>e a remoção das rebarbas dos cortes.</p><p>A cola para rede de água quente é diferente da cola da rede de água fria, não</p><p>podendo haver falha, pois a cola para água fria não suporta a alta temperatura da</p><p>rede de água quente. É sempre bom lembrar que excesso de cola não é garantia</p><p>de uma colagem perfeita, muito pelo contrário: tudo precisa estar na medida</p><p>certa. Introduzida a tubulação na conexão, basta girar noventa graus, deixando a</p><p>peça repousar. Está feita a colagem.</p><p>Se houver necessidade de passar com tubulação por dentro de uma peça</p><p>estrutural de concreto, recomendo deixar uma tubulação de bitola superior como</p><p>“espera”. Depois da desforma da peça, deverá ser passada a tubulação adequada,</p><p>com relativa folga. Esse procedimento evitará que a canalização venha a sofrer</p><p>danos provenientes da movimentação da peça estrutural de concreto.</p><p>Para passagem de tubulações pelas alvenarias, é necessário que o corte seja feito</p><p>com máquina apropriada, e que esteja a prumo e a nível. A tubulação deverá ser</p><p>chumbada após efetuado o teste de estanqueidade da rede, e deverá ser</p><p>empregada massa equivalente à do assentamento dos tijolos. Nunca se deve</p><p>deixar a tubulação exposta a ponto de que venha a ser coberta apenas pela</p><p>argamassa do revestimento da parede - a tubulação tem que ser inserida no meio</p><p>da espessura dos tijolos.</p><p>DICAS DO ENGENHEIRO</p><p>• Peça ao seu RT, se não houver um projeto específico, que faça um desenho</p><p>completo de toda a rede hidráulica das paredes e pisos. Esse desenho tem que</p><p>indicar exatamente a distância das paredes, dos pisos e do teto. Facilitará a vida</p><p>dos montadores de móveis e do pessoal do granito, evitando, assim, que as redes</p><p>sejam transpassadas por brocas durante a montagem de armários e bancadas, o</p><p>que exigirá reparos indesejados e inoportunos.</p><p>• Providencie, após a montagem da rede de água fria e de água quente, um teste</p><p>completo do funcionamento dos registros de gaveta e de pressão, com abertura</p><p>de todos eles, para permitir que eventuais ciscos, caliças, restos de PVC oriundos</p><p>do corte de tubos possam sair, deixando as redes limpas para uso.</p><p>• Dispense especial cuidado à montagem da base de apoio dos reservatórios</p><p>d’agua, que deverá, preferencialmente, ser construída com laje de concreto e</p><p>revestida com cimentado desempenado com areia média peneirada.</p><p>• Atente para a remoção completa de todos os grãos de areia soltos do</p><p>cimentado. Isso é necessário porque as caixas construídas com PVC, com o</p><p>passar dos anos, podem vir a ser perfuradas por grãos de areia expostos. Você já</p><p>ouviu falar que água mole em pedra dura, tanto bate até que fura! A água faz</p><p>pressão sobre as paredes da caixa e, com o efeito do calor do recinto, o PVC</p><p>amolece e fica fragilizado com qualquer elemento pontiagudo, inclusive</p><p>pequenos grãos de areia!</p><p>• Saiba que as caixas d’água de PVC precisam ser instaladas pelo menos com 5</p><p>cm distantes das paredes do recinto do barrilete. Isso porque, com as caixas</p><p>cheias de água e com o calor no recinto, elas aumentam o seu diâmetro original,</p><p>podendo encostar na alvenaria e sofrer danos com o atrito nas paredes.</p><p>• Opte, se possível, pela aquisição de reservatórios de água com camada interna</p><p>antibactericida, a qual proporcionará melhor qualidade na preservação da água</p><p>potável. O reservatório de PVC que vem de fábrica com as flanges soldadas é</p><p>mais seguro, mas, se não for possível adquiri-lo, não se preocupe, que um bom</p><p>encanador sabe como proceder à montagem.</p><p>• Lembre-se da importância de se instalar um registro tipo borboleta na</p><p>alimentação das caixas d’água, o que facilitará em muito as futuras</p><p>manutenções, ante a possibilidade</p><p>de fechar os reservatórios para executar o</p><p>serviço necessário.</p><p>• Saiba que o extravasor - mais conhecido como “ladrão” - deve ser executado</p><p>com tubulação com duas graduações acima da que faz a alimentação das caixas.</p><p>Exemplo: se a alimentação for executada com uma rede de tubos com 25 mm, o</p><p>ideal é fazer o “ladrão” com uma rede de 40 mm (pulando a de 32 mm).</p><p>• Observe que as redes públicas de abastecimento de água são, geralmente,</p><p>menos demandadas pela população no período da noite e da madrugada. A água</p><p>então aumenta a velocidade na rede e força mais o mecanismo de abertura e</p><p>fechamento das boias. Se o braço de alavanca da boia não for resistente o</p><p>suficiente, será “levantado” pela água e começará a extravasar água pelo</p><p>“ladrão”; ou ainda, se um cisco ou graveto, por menor que sejam, vierem pela</p><p>rede, dificultarão o fechamento perfeito do sistema, incorrendo, também, na fuga</p><p>de água pelo “ladrão”. Ora, se a rede do “ladrão” for igual à rede da entrada,</p><p>consequentemente não conseguirá esgotar na mesma vazão de entrada; daí a</p><p>necessidade de se empregar uma bitola superior (e com folga) na rede do</p><p>“ladrão”.</p><p>• Cuide para que, na montagem do barrilete, seja instalado um registro de esfera</p><p>ou de gaveta em cada tubulação de saída dos reservatórios de água; por exemplo,</p><p>se você tiver duas caixas d’água, vai precisar de dois registros, um para cada</p><p>caixa. Isso é muito importante, principalmente quando você precisar contratar</p><p>um encanador para fazer a lavagem das caixas.</p><p>• Providencie para que as tubulações de alimentação que saem das caixas d’água</p><p>para as prumadas de consumo em banheiros, cozinha, área de serviço - áreas</p><p>“molhadas” – estejam apoiadas sobre bloco de massa, em espaços curtos, de</p><p>forma que as tubulações não sofram deformações com possível flexão, que pode</p><p>acarretar seu rompimento. Uma sugestão é optar por tirantes metálicos, próprios</p><p>para esse fim.</p><p>• Exija que o recinto onde as caixas d’água serão instaladas tenham o piso</p><p>revestido e impermeabilizado, além de possuir um ralo com extravasor, para que,</p><p>em caso de rompimento do reservatório ou de tubulação, o piso e a</p><p>impermeabilização parcial das paredes possam proteger os ambientes abaixo</p><p>desse recinto.</p><p>• Providencie a instalação de uma torneira dentro dos reservatórios de água, para</p><p>facilitar a lavagem das caixas, das placas do sistema de aquecimento de água e</p><p>das placas fotovoltaicas.</p><p>20.2. Instalações de água pluvial e de esgoto</p><p>A partir de agora tratarei da declividade. Observe que esse item precisa ser</p><p>discutido entre você e o profissional de arquitetura desde o início do projeto,</p><p>quando será estabelecida a cota de implantação da casa. Se você não sabe o que</p><p>significa cota de implantação, eu explico: é a diferença da altura entre o meio-fio</p><p>(onde está a rua de acesso à casa) e o piso interno da residência. Quando eu digo</p><p>que a casa está implantada na cota + 0,50 m, significa que o piso está 50 cm</p><p>acima do nível médio do meio-fio. Deu para você entender? Então sigamos.</p><p>Veja, as instalações de águas pluviais precisam de declividade mínima de 1% na</p><p>direção do meio-fio; já as instalações de esgoto exigem o mínimo de 2% de</p><p>queda na direção da caixa de inspeção disponibilizada pela concessionária.</p><p>Então, por exemplo, se o meu terreno tem 30 m de profundidade, a rede de águas</p><p>pluviais vai demandar 30 cm de declividade para esgotar o excedente da água</p><p>que não penetrar o solo, correto? E se houver, nesse mesmo terreno, uma edícula</p><p>com instalações de esgoto (pias, caixa de gordura, vaso sanitário, chuveiro etc.)</p><p>implantada lá nos fundos, essa rede de esgoto vai demandar declividade de, no</p><p>mínimo, 60 cm para escoamento dos dejetos até alcançar o fundo da caixa de</p><p>inspeção.</p><p>Normalmente, o arquiteto estabelece a cota de implantação da casa considerando</p><p>uma inclinação em torno de 10% para acesso dos carros à garagem; se houver 5</p><p>m de recuo, o aclive será de 50 cm (10% x 5 m). Agora é só verificar se esses 50</p><p>cm serão suficientes para o esgotamento das águas pluviais e do esgoto da</p><p>residência. Não se pode esquecer do diâmetro da tubulação e de mais uma</p><p>camada mínima de 20 cm de terra sobre elas. Discuta esse assunto com o seu RT</p><p>bem no início da obra, durante os serviços de terraplenagem.</p><p>O nível de implantação da casa é importante não só para a perfeita canalização</p><p>de água e de esgoto, mas também para a disposição de rampas e degraus de</p><p>acesso à residência – automóveis (garagem) e pessoas.</p><p>Fonte: arquivo pessoal.</p><p>A declividade do terreno deve ser considerada também nos acessos.</p><p>A declividade mínima também deve ser considerada quando estamos esgotando</p><p>as águas pluviais do telhado, sendo normal o profissional apoiar os canos sobre a</p><p>laje e depois conduzi-los às descidas (prumadas); mas é necessário fazer a</p><p>mesma “continha”: 1% multiplicado pela distância da boca da calha até a</p><p>prumada.</p><p>Se não for respeitada essa declividade mínima necessária, muita água ficará</p><p>contida dentro do cano, transformando sua rede em um “paraíso” para o</p><p>mosquito Aedes Aegypti. Quando as águas pluviais são recolhidas nas bandejas</p><p>coletoras de águas pluviais (calhas), é preciso conversar com o calheiro que fará</p><p>o serviço e deixar claro que não será aceito o serviço sem declividade garantida.</p><p>DICAS DO ENGENHEIRO</p><p>• Não economize na aquisição de tubulações e conexões de PVC, pois produtos</p><p>de baixa qualidade possuem as paredes finas, abaixo do estabelecido em normas</p><p>técnicas, e não suportam sequer o peso da terra. Em pouco tempo, a seção útil</p><p>dos canos estará achatada, impedindo a passagem da água e dos dejetos.</p><p>• Saiba que os canos enterrados precisam estar apoiados sobre uma camada de</p><p>areia média e cobertos por uma camada de areia que os cubram suficientemente;</p><p>dessa forma, poderão trabalhar livremente, conseguindo dilatar e retrair,</p><p>protegendo, assim, as conexões contra rompimentos.</p><p>• Assegure que todas as tubulações e conexões sejam lixadas e limpas com</p><p>solução limpadora apropriada antes da colagem, pois há encanador no mercado</p><p>que entende que esse procedimento só precisa ser feito em tubulações de água</p><p>fria e água quente.</p><p>• Dê atenção especial à montagem das redes de águas pluviais e de esgoto aéreas</p><p>- aquelas que ficam protegidas pelos forros, sob lajes, pois qualquer falha na</p><p>colagem dessas peças trará sérios transtornos futuros.</p><p>• Providencie, antes da execução do forro, quando as redes aéreas passem sobre</p><p>salas de jantar e de estar, a instalação de proteção acústica com manta de lã de</p><p>vidro ou lã de rocha, para reduzir ao máximo o ruído decorrente de descargas</p><p>dos vasos sanitários. É muito desagradável estar com visita sentada à mesa para</p><p>uma refeição e escutar aquele barulho inconveniente. Não custa, também,</p><p>revestir o “joelho” onde os dejetos caem.</p><p>• Na hora de executar as calhas coletoras de águas pluviais, aquelas que ficam</p><p>“escondidas” sobre os telhados, observe o seu comprimento: se for superior a 10</p><p>m, o calheiro deve prever uma junta de dilatação para evitar os barulhos</p><p>indesejados, com “estalos” decorrentes da retração da calha ao anoitecer,</p><p>justamente na hora do seu descanso. Dessa forma, o encanador precisará fazer</p><p>duas coletas de água, uma em cada parte, aproveitando para fazer os caimentos</p><p>desejados necessários para evitar poças de água - “casa” dos mosquitos.</p><p>• Caso seja necessário passar com uma tubulação de águas pluviais ou de esgoto</p><p>por dentro de uma viga de concreto, o engenheiro calculista precisará ser</p><p>informado para reforçar a peça antes da concretagem. Os canos deverão ser</p><p>encapados com 2 a 3 camadas de papelão, de forma a evitar danos decorrentes</p><p>de movimentação da viga.</p><p>• Em hipótese alguma, permita que o encanador faça furos nas vigas ou pilares</p><p>para sair com as redes para o lado externo; se houver esse tipo de necessidade,</p><p>precisa ser planejado com o engenheiro calculista.</p><p>• Cuide para que haja instalação das caixas de inspeção, tanto de esgoto como de</p><p>águas pluviais, próximas às prumadas de descidas, pois não existe nada mais</p><p>barato comparado com os benefícios de uma caixa de concreto de inspeção: você</p><p>só</p><p>saberá a falta de uma caixa dessas na hora que precisar lidar com um</p><p>entupimento!</p><p>• Saiba que, nos últimos anos, virou moda a construção de casas em que o</p><p>telhado fica confinado atrás da platibanda - aquela parede que “esconde” o</p><p>telhado, em vez de deixá-lo aparente. Se a casa ficar próxima a arvoredos ou</p><p>praças arborizadas, cabe destacar o volume acentuado de folhas que se</p><p>depositarão nas calhas, podendo entupir as descidas de águas pluviais.</p><p>Recomendo a instalação de bandejas perfuradas de aço inoxidável para proteger</p><p>essas descidas e a limpeza constante das calhas.</p><p>• Providencie, se as águas coletadas do telhado forem conduzidas para uma</p><p>cisterna, a coleta dessas folhas em uma caixa de retenção, de forma a manter a</p><p>cisterna com o mínimo possível de deposição de folhas e detritos.</p><p>• E por falar em folhas dentro da cisterna, cuide para que seja feita uma lavagem</p><p>na caixa pelo menos uma vez por ano, removendo toda sujeira trazida do</p><p>telhado.</p><p>21. SISTEMA DE AUTOMAÇÃO RESIDENCIAL E PARTICIPAÇÃO NA</p><p>ESCOLHA DOS ACABAMENTOS</p><p>Antes que eu fale sobre sistemas de automação e de escolha acabamentos,</p><p>lembre-se de que tudo sairá do seu bolso. O projeto deve refletir seu gosto,</p><p>dentro do que você efetivamente pode despender para que o resultado seja</p><p>motivo de orgulho, não de “dor de cabeça”. Dito isso, vamos lá!</p><p>21.1. Sistema de automação residencial</p><p>A automação residencial tem crescido de forma exponencial, em decorrência dos</p><p>benefícios oferecidos, de uma maior conscientização das pessoas sobre esse</p><p>assunto, além da mudança do estilo de vida do homem urbano. Se posso facilitar,</p><p>por que complicar, não é? Outro aspecto é que, com a grande procura, os preços</p><p>têm se ajustado a patamares mais convidativos.</p><p>A possibilidade de comandar tudo ou quase tudo de um celular, tablet ou</p><p>computador é o que nos encanta. Possuir uma casa inteligente, com a</p><p>incorporação de novas tecnologias que chegam ao mercado todos os dias, facilita</p><p>muito a vida atribulada do nosso cotidiano. É a sua casa mais produtiva, mais</p><p>amigável e mais interativa com a família.</p><p>O dia foi estressante, muito quente – apesar de o ar-condicionado ter ficado</p><p>ligado o dia todo, no trabalho - e você se lembra de que fez aquele investimento</p><p>na automação da sua casa. Antes de sair do trabalho, resolve ligar o ar-</p><p>condicionado da sua sala home theather, manda fechar a persiana, além de</p><p>comandar as lâmpadas na frente da casa. Ao chegar e encontrar tudo conforme</p><p>você planejou é bom demais, não é? O telejornal preferido acabou, mas você se</p><p>lembra de que comandou a ligação da sauna e ela já deve estar no ponto; depois</p><p>da sauna, um bom mergulho na piscina – você já comandou o acendimento das</p><p>lâmpadas, e a cascata jorra provocando um ruído muito agradável aos seus</p><p>ouvidos. Percebeu como é bom levantar-se cedo e ir ao trabalho e poder pagar</p><p>por todos esses benefícios que a ciência colocou aos seus pés? Ah... era só um</p><p>sonho? Mas deu para sentir o gostinho do que é bom? Então “bora trabalhar,</p><p>ganhar dinheiro e materializar esse sonho, moçada”!</p><p>A automação requer cuidados simples, basicamente restritos à infraestrutura–</p><p>tubulações de rede de água, energia, cabeamentos, quadros. Por isso, pense bem,</p><p>mas rápido, sobre as facilidades proporcionadas a um custo relativamente baixo,</p><p>e converse previamente com empresas e com o seu RT, para incluir essa</p><p>modernidade na sua casa sem precisar de quebra-quebra depois.</p><p>21.2. Participação na escolha dos acabamentos</p><p>A obra não se restringe ao que se vê, à beleza das formas e acabamentos de suas</p><p>superfícies. Como você sabe, existem materiais que não aparecem, pois ficam</p><p>“enterrados” ou embutidos na parede, mas, nem por isso, deve ser negligenciada</p><p>sua qualidade.</p><p>Pois bem! O sucesso dessa empreitada certamente dependerá da aquisição de</p><p>materiais consolidados no mercado (produzidos conforme as normas técnicas e</p><p>atestados por laboratórios idôneos), adquiridos em lojas confiáveis, escolhidos</p><p>no padrão que lhe for financeiramente compatível. Não adianta gastar muito em</p><p>acabamentos de luxo, se lhe faltar verba na metade da obra, concorda?</p><p>Isso tudo que estou dizendo tem um propósito: delegue, se for o caso, a compra,</p><p>mas participe efetivamente da escolha de todos os materiais, colhendo</p><p>informações de custos e benefícios com os profissionais escolhidos para</p><p>acompanhar sua obra. Passe para eles, desde o início, o orçamento que você tem</p><p>disponível ou a financiar. Questione se algum material especificado no projeto</p><p>pode ser substituído por outro mais em conta, mas não deixe de ouvir dos</p><p>profissionais o motivo da especificação daquele material. Não decida sozinho.</p><p>Pondere entre gastar muito numa torneira de última geração (que custará uma</p><p>nota se quebrar) ou em uma que atenda bem e tenha peças para reposição.</p><p>Acompanhe o arquiteto nas lojas e verifique o que existe no mercado, se há</p><p>promoções e, se possível, aproveite a oportunidade de compra. Muitos materiais</p><p>de acabamento ficam para a metade ou final da obra, então use esse tempo para</p><p>pesquisar antes da compra final.</p><p>Todas as dicas anteriores foram dadas no intuito de fazer você participar da sua</p><p>obra em condições de opinar, perguntar para melhor entender e decidir, com</p><p>confiança, junto com os profissionais contratados, para que a materialização do</p><p>seu sonho não se torne um pesadelo. Quando entendemos um pouco mais de um</p><p>assunto, fica mais fácil aguentar os “trancos” que a vida nos dá – não que sua</p><p>obra seja um “tranco”, mas que será um desafio, não há dúvidas, concorda</p><p>comigo?</p><p>Nos trabalhos que executo, costumo compor o metro quadrado da construção</p><p>(para orçar a obra) e definir valores-limites para os itens mais pesados – como</p><p>pisos, revestimentos etc. Assim, a escolha de materiais com preços superiores ao</p><p>estipulado já será um indicativo de que o custo da obra será um pouco maior,</p><p>além dos reajustes que os preços estão sujeitos ao longo da jornada, que oneram</p><p>o custo final.</p><p>Se optar pela compra na internet, pesquise muito para não cair “numa roubada”.</p><p>Alguns sites não entregam os produtos ou fazem a entrega de produtos diferentes</p><p>dos ofertados, sem qualidade ou certificação. Para aproveitar o preço</p><p>diferenciado que algumas lojas adotam nas vendas on-line, pesquise, negocie</p><p>com a loja física, se houver, e verifique as avaliações de quem já comprou pelo</p><p>site. Muitas vezes, “vale” até comprar uma unidade do produto para “testar” e, se</p><p>compensar a diferença de preço, efetuar a compra das outras unidades.</p><p>22. CONTRATAÇÕES PARALELAS À CONSTRUÇÃO</p><p>Você tem gastado bastante, sei disso. Mas, como já disse antes, alguns itens</p><p>podem ser comprados “em paralelo” (se forem instalados mais para o final) ou</p><p>em maior prazo (parcelado) para instalação nos momentos finais, de preferência</p><p>antes da mudança. Listarei o que pode ser providenciado durante o período da</p><p>obra, desde que previamente acordado com os profissionais envolvidos no seu</p><p>projeto, pois, assim, você terá tempo para pesquisar, comprar parcelado e</p><p>providenciar a instalação quando esta puder ser feita.</p><p>22.1. Pisos e revestimentos</p><p>Com os quantitativos dimensionados pelo arquiteto ou RT, você pode visitar</p><p>lojas, conversar com vendedores, buscar promoções… enfim, a pesquisa pode</p><p>ser antecipada e virar um excelente negócio para você.</p><p>Lembre-se de adquirir uma quantidade excedente de piso e revestimentos</p><p>cerâmicos, para guardar, caso haja necessidade de algum reparo, no futuro, pois</p><p>as peças, algumas vezes, saem de linha, e frequentemente peças do mesmo</p><p>material podem vir com diferenças, conforme o lote de produção.</p><p>22.2. Granitos, mármores, pedras e soleiras</p><p>O projeto executivo entregue pelo arquiteto propiciará uma visita a marmorarias</p><p>para ver (se possível, até escolher) as placas do material especificado. As</p><p>medidas serão confirmadas quando a obra estiver mais adiantada – pontos</p><p>elétricos e hidráulicos executados, revestimentos das paredes colocados ou em</p><p>colocação.</p><p>22.3. Ferragens e louças sanitárias</p><p>Há uma oferta grande de itens de ferragens e louças sanitárias. Os modelos</p><p>também diferem nos preços,</p><p>além do design. Pondere no que for bom, bonito,</p><p>funcional e acessível ao orçamento da obra. Eu aconselho que você procure não</p><p>gastar aqui o que vai fazer falta mais adiante. Se couber no seu bolso e você fizer</p><p>questão de ter, compre!</p><p>22.4. Móveis planejados</p><p>Quando o arquiteto entregar o anteprojeto, você já poderá visitar lojas de móveis</p><p>planejados ou o marceneiro de sua confiança, para ter ideia inicial dos custos. A</p><p>escolha do profissional ou da empresa, logo no início da obra, possibilitará a</p><p>aquisição dos móveis planejados, no todo em parte, com parcelamento do</p><p>pagamento. Assim que a obra estiver no ponto de emassamento ou pintura, já</p><p>com os pontos elétricos executados (se possível em comum acordo com quem</p><p>executará o mobiliário), “o pessoal” da loja ou da marcenaria poderá efetuar as</p><p>medidas no local, para iniciar a montagem no prazo combinado.</p><p>22.5. Persianas e cortinas</p><p>Este item também deve ser discutido no começo, para que, caso prevista a</p><p>automação, os pontos de energia sejam executados. Se o projeto previr uma</p><p>quantidade muito grande de vidro, converse com o arquiteto para que a escolha</p><p>das esquadrias atenda aos requisitos de insolação sem o uso obrigatório de</p><p>cortinas ou persianas, pois, muitas vezes, o uso da vidraçaria adequada ou de</p><p>películas de controle solar reduz a necessidade de cortinas.</p><p>22.6. Luminárias e itens complementares de elétrica</p><p>Como dito anteriormente, a iluminação natural é um item bastante importante na</p><p>elaboração do projeto e deve ser complementada pela iluminação artificial, de</p><p>forma a proporcionar conforto visual aos ambientes. Um bom projeto</p><p>luminotécnico (contratado à parte ou elaborado na loja especializada em itens de</p><p>iluminação) também pode conferir à sua residência extraordinária beleza.</p><p>Visite as lojas com o arquiteto, veja a variedade de luminárias e opte por aquilo</p><p>que vai lhe trazer cenários visuais de revista sem “rasgar seu bolso”…</p><p>brincadeirinha! Se for comprar pela internet, não se esqueça de adquirir uma</p><p>unidade antes, para testar. Como canso de repetir, a compra na loja permite</p><p>trocas e devoluções. Aproveite para pesquisar promoções e, se der, compre</p><p>mesmo antes do prazo previsto para a instalação desses itens.</p><p>Quanto aos itens complementares, são muitos e o custo não é baixo: muitas</p><p>caixas, espelhos de tomadas, cabos... individualmente os preços parecem baixo,</p><p>mas a quantidade necessária assusta com o alto valor final. Então pondere na</p><p>compra.</p><p>22.7. Equipamentos</p><p>Os aparelhos de ar condicionado, os de automação e os demais equipamentos</p><p>responsáveis pelo seu conforto, normalmente, são comprados em lojas</p><p>especializadas, que podem até fornecer o projeto e indicar os instaladores.</p><p>A infraestrutura deve ficar pronta, mesmo que a aquisição dos equipamentos seja</p><p>estipulada para uma etapa posterior. Se não puder comprar logo os</p><p>equipamentos, adie, mas, com a estrutura já providenciada, não será necessário,</p><p>depois, quebrar para embutir o que deveria já estar escondido, não é mesmo?</p><p>22.8. Móveis</p><p>Na elaboração do projeto, provavelmente você deve ter discutido com seu</p><p>arquiteto o tamanho dos ambientes, e ele deve ter elaborado um leiaute com</p><p>mobiliário nas dimensões apropriadas, para aproveitamento do que você tem (e</p><p>não quer se desfazer) ou do que será adquirido posteriormente.</p><p>Lembre-se de que uma mesa ou um sofá em tamanho maior do que cabe no</p><p>ambiente podem diminuir a circulação, atrapalhar os outros móveis… enfim,</p><p>converse antes para não se arrepender depois. Móveis devem ser adequados ao</p><p>ambiente e não ao que você viu numa loja, revista ou na casa do vizinho e quer</p><p>comprar sem saber se cabe. Se, porém, o espaço permitir o sofá dos seus sonhos,</p><p>compre!</p><p>De tudo o que foi exposto, a ideia é: tenha os pés no chão, controle os gastos</p><p>para não ficar descontrolado e com a obra inacabada...</p><p>23. RECEBIMENTO DO IMÓVEL</p><p>A obra está terminando… ufa! Pensou que não ia acabar, não é? Mas estamos</p><p>nos “finalmente”. Chegou a hora de tomar algumas providências para você</p><p>usufruir de todo o esforço despendido até aqui.</p><p>Crédito da imagem: Oleksandr-Pidvalnyi por Pexels.</p><p>Chaves nas mãos?</p><p>23.1. Checklist para o recebimento</p><p>Vamos ver o que é necessário antes da ocupação do imóvel:</p><p>• As Built dos projetos: importante para que você guarde o projeto com as</p><p>atualizações efetuadas durante a obra. Peça aos profissionais contratados para</p><p>lhe entregarem os arquivos (ou cópias impressas) atualizados.</p><p>• Documentação para o Habite-se: as prefeituras estão simplificando o processo,</p><p>mas ainda é necessário que a documentação seja providenciada pelo RT da sua</p><p>obra – afinal, você e ele são responsáveis pelo que foi planejado e efetivamente</p><p>construído, em obediência às normas e parâmetros legais. Os documentos</p><p>costumam ser listados no site da prefeitura onde seu projeto foi aprovado e</p><p>englobam, geralmente: cópia do alvará de licença da obra, certidão negativa de</p><p>IPTU, escritura registrada do terreno, anuência de serviços públicos e pagamento</p><p>de taxas, entre outros.</p><p>• Ligação definitiva das concessionárias: energia, água, telefonia, internet etc.</p><p>• Averbação da alteração do seu terreno: deve ser providenciada após o Habite-</p><p>se, já que o terreno agora contém uma casa, ou seja, tem área construída.</p><p>• Encerramento da documentação da obra junto ao empreiteiro: provavelmente o</p><p>executor da obra deve ter providenciado, no início da construção, a abertura da</p><p>matrícula da obra, para fins de INSS. Ao final da obra, deve ser providenciado o</p><p>encerramento dessa matrícula e obtida a CND. O Responsável pela execução de</p><p>sua obra deve conhecer a documentação necessária para que ela seja</p><p>regularizada e para que nenhuma etapa seja prejudicada, quando a documentação</p><p>requerida for necessária.</p><p>• Última demão de pintura: após instalação de todos os equipamentos, móveis</p><p>planejados etc.</p><p>• Efetivação do paisagismo: as mudas de grama e de árvores devem ser</p><p>providenciadas, no máximo, com um mês antes do final da obra, de preferência.</p><p>Se a verba for curta, pelo menos a grama pode ser plantada, certo?</p><p>• Identificação do que você achar que não está agradando: nos alinhamentos,</p><p>acabamentos, peças danificadas etc., para não deixar para a última hora. Caso</p><p>você identifique algo, comente imediatamente com o RT ou com o encarregado</p><p>da obra.</p><p>• Limpeza da obra: se quer um conselho, contrate pessoal especializado.</p><p>Respingos de tinta, de rejunte, de sujeira no piso (que não foram tirados pelo</p><p>pessoal da obra) nunca mais – eu disse: nunca mais! – sairão, se você não</p><p>providenciar isso logo antes da mudança.</p><p>• Desmobilização dos operários: vale a pena promover um churrasco de entrega</p><p>da obra; não acha que todos merecem?</p><p>23.2. Mudança e ocupação do imóvel</p><p>Chegamos ao final de nossa empreitada! Documentos ok, obra prontinha…</p><p>agora, é “partir para o abraço”, digo: para as arrumações. Guarde uns momentos</p><p>para comemorar a conquista, tomando um vinho ou cervejinha com aqueles que</p><p>estiveram o tempo (árduo) todo com você...</p><p>Se você construiu num terreno “de rua”, ou seja, não localizado em condomínio</p><p>ou loteamento, após as providências burocráticas, já pode providenciar o</p><p>caminhão de mudança.</p><p>Se vai morar num condomínio, residencial ou loteamento (que possua equipe</p><p>técnica de acompanhamento de obras), deve entregar os documentos exigidos</p><p>para a ocupação do imóvel. Alguns condomínios não exigem o Habite-se</p><p>definitivo para a ocupação, após a vistoria do encarregado técnico, aquele que</p><p>visitou sua obra durante todo o período, para confirmar que o projeto aprovado</p><p>foi executado direitinho conforme a documentação entregue à equipe técnica. Se</p><p>estiver tudo ok, mudança a caminho!</p><p>Hora de olhar para trás, com orgulho de ter conseguido, e seguir em frente,</p><p>vivendo cada momento da vida que você merece.</p><p>Crédito da imagem: Blue Bird por Pexels.</p><p>Finalmente!</p><p>POSFÁCIO</p><p>Missão dada, missão cumprida! Aqui chegamos com a materialização do sonho</p><p>de Pavim, que praticamente passou a vida inteira realizando os sonhos dos seus</p><p>clientes. Tentamos deixar o livro do jeito que ele queria, da maneira que</p><p>escrevia</p><p>e falava, explicando incansavelmente os detalhes que permitiam manter o custo e</p><p>a qualidade de suas obras dentro do que os clientes podiam e queriam fazer.</p><p>Inserimos, nas páginas seguintes, algumas fotos tiradas nas visitas às obras que</p><p>ele construiu. As imagens dão ideia da sequência da construção de uma das</p><p>inúmeras residências edificadas em Ribeirão Preto, onde ele passou os últimos</p><p>vinte anos de sua vida.</p><p>Também inserimos fotos de vários momentos de Pavim nas obras, descontraído e</p><p>presente, fazendo questão de “pôr as mãos” diretamente no que achava que tinha</p><p>que ensinar ou consertar - ou agilizar, a fim de que o prazo fosse cumprido</p><p>rigorosamente; para isso, ia às obras diariamente e nos finais de semana.</p><p>Em homenagem, transcrevemos alguns depoimentos de amigos e de clientes que</p><p>viraram amigos, os quais foram surpreendidos por não terem se despedido como</p><p>ele merecia.</p><p>A pandemia rasgou nosso coração, levou amigos e familiares pelo Brasil e pelo</p><p>mundo afora. Desse período, fica uma breve mensagem: a vida é curta e</p><p>imprevisível, portanto viva cada dia como se não houvesse amanhã. Lembrar</p><p>nossa mortalidade permite que sejamos mais inteiros no momento presente, a</p><p>fim de vivenciarmos o que verdadeiramente importa.</p><p>Ribeirão Preto-SP/Recife-PE, dezembro de 2022.</p><p>Goretti Giaquinto</p><p>Tatiana Nóbrega</p><p>FOTOS DA CONSTRUÇÃO DE UMA RESIDÊNCIA UNIFAMILIAR</p><p>Construção das fachadas</p><p>Construção da piscina e área de lazer</p><p>Construção das salas e cozinha (pavimento térreo)</p><p>Construção das suítes e varanda (pavimento superior)</p><p>Ao fim...</p><p>Pavim nas obras</p><p>Cover Page</p><p>Construindo sua casa : manual prático para leigos</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>1. A ESCOLHA DO TERRENO: QUE DEVEMOS SABER?</p><p>2. A ESCOLHA DOS PROFISSIONAIS: ELABORAÇÃO DOS PROJETOS</p><p>2.1. Arquiteto: profissional responsável pelo projeto arquitetônico</p><p>2.2. Escritório de arquitetura: profissionais responsáveis pelo projeto arquitetônico</p><p>2.3. Escritórios responsáveis pelos projetos de arquitetura, projetos complementares e pela construção</p><p>3. A ELABORAÇÃO DO PROJETO ARQUITETÔNICO: ETAPAS RELEVANTES</p><p>3.1. Briefing (entrevistas)</p><p>3.2. Estudo preliminar</p><p>3.3. O anteprojeto</p><p>3.4. Projeto para aprovação de condomínio e prefeitura</p><p>3.5. Projeto executivo</p><p>4. EXECUÇÃO DO PROJETO ARQUITETÔNICO: PROFISSIONAIS ENVOLVIDOS</p><p>4.1. Etapa 1: time do chão às paredes e coberta... começando os trabalhos</p><p>4.1.1. Responsável técnico da obra (RT)</p><p>4.1.2. Construtor ou empreiteiro</p><p>4.1.3. Encarregado ou mestre de obras</p><p>4.1.4. Pedreiro</p><p>4.1.5. Servente de pedreiro</p><p>4.1.6. Furão</p><p>4.1.7. Armador ou ferreiro</p><p>4.1.8. Encanador</p><p>4.1.9. Ajudante de encanador</p><p>4.1.10. Eletricista</p><p>4.1.11. Auxiliar de eletricista</p><p>4.1.12. Carpinteiro</p><p>4.2. Etapa 2: Time dos acabamentos...chegando quase lá</p><p>4.2.1. Azulejista</p><p>4.2.2. Pintor</p><p>4.2.3. Jardineiro</p><p>4.2.4. Calheiro</p><p>4.2.5. Impermeabilizador</p><p>4.2.6. Gesseiro</p><p>4.2.7. Marceneiro</p><p>4.2.8. Serralheiro</p><p>4.2.9. Vidraceiro</p><p>4.2.10. Calceteiro</p><p>4.3. Etapa 3: time de instalação dos equipamentos</p><p>4.3.1. Sistema de ar condicionado</p><p>4.3.2. Elevador ou plataforma elevatória</p><p>4.3.3. Automação</p><p>4.3.4. Móveis planejados</p><p>4.3.5. Iluminação</p><p>4.3.6. Microgeração de energia</p><p>5. RELACIONAMENTO COMERCIAL COM O ARQUITETO E COM O ENGENHEIRO</p><p>6. O INÍCIO DA OBRA: EXIGÊNCIAS E LICENÇAS</p><p>7. ATIVIDADES PREPARATÓRIAS E PROVISÓRIAS</p><p>7.1. Limpeza do terreno</p><p>7.2. Movimento de terra</p><p>7.3. Serviços provisórios</p><p>7.3.1. Barraco de obra</p><p>7.3.2. Instalações sanitárias</p><p>7.3.3. Tapume</p><p>8. ACOMPANHAMENTO DA OBRA: FUNDAÇÕES E ESTRUTURA</p><p>8.1. Fundação dos muros</p><p>8.1.1. Muros de arrimo</p><p>8.1.2. Muros divisórios</p><p>8.2. Fundação da casa</p><p>8.2.1. Fundação rasa ou superficial</p><p>8.2.2. Fundação profunda</p><p>8.3. Estrutura</p><p>9. DA IMPERMEABILIZAÇÃO À ESCOLHA DO TELHADO</p><p>9.1. Etapas da impermeabilização</p><p>9.2. A escolha do telhado</p><p>10. ALVENARIA OU CANTARIA</p><p>10.1. Tijolos cerâmicos: maciços e furados</p><p>10.2. Tijolos de concreto: blocos ou canaletas</p><p>10.3. Tijolos de vedação</p><p>10.4. Tijolos estruturais</p><p>10.5. Cantaria</p><p>11. COBERTURA</p><p>11.1. Etapas da cobertura</p><p>11.2. Passo a passo da cobertura</p><p>12. PAVIMENTAÇÃO</p><p>12.1. Lastro de concreto ou contrapiso</p><p>12.2. Cimentado desempenado</p><p>12.3. Cimento queimado ou vermelhão</p><p>12.4. Concreto magro</p><p>12.5. Argamassa impermeável</p><p>12.6. Argamassa termoacústica</p><p>12.7. Piso cerâmico</p><p>12.8. Piso de placas vinílicas ou emborrachados</p><p>12.9. Piso de madeira: tacos, parquets e tábuas corridas</p><p>12.10. Pisos de pedra</p><p>12.10.1. Mármores, granitos, basaltos, ônix</p><p>12.10.2. Pedras mineiras, Pedra Goiás e suas variações</p><p>12.10.3. Ardósias</p><p>12.10.4. Arenitos</p><p>12.10.5. Cacos de pedras</p><p>12.11. Piso calçada portuguesa ou petit pavé</p><p>12.12. Piso de elementos intertravados</p><p>12.13. Piso de seixo rolado ou concreto lavado</p><p>12.14. Piso de alta resistência: granilite e marmorite</p><p>12.15. Piso de elementos vazados: cobograma ou concregrama</p><p>12.16. Piso de tijolos de solo-cimento</p><p>12.17. Piso drenante e piso articulado ou intertravado</p><p>12.18. Piso gramado</p><p>13. REVESTIMENTOS</p><p>13.1. Chapisco</p><p>13.2. Emboço, reboco e emboço ou reboco paulista</p><p>13.2.1. Emboço</p><p>13.2.2. Reboco</p><p>13.2.3. Emboço ou reboco paulista</p><p>13.3. Revestimento impermeável</p><p>13.4. Gesso</p><p>13.4.1. Gesso liso</p><p>13.4.2. Gesso lançado à pistola</p><p>13.4.3. Gesso em placas com desenhos em alto relevo</p><p>13.5. Cimento queimado</p><p>13.5.1. Cimento queimado natural</p><p>13.5.2. Cimento queimado sintético</p><p>13.6. Cerâmicas, azulejos, pastilhas cerâmicas e de vidro</p><p>13.7. Laminado fenólico melamínico</p><p>13.8. Papel de parede</p><p>13.9. Lambri de madeira maciça ou chapa de madeira compensada</p><p>13.10. Concreto aparente: liso, rústico, jateado ou apicoado</p><p>14. FORRO FALSO, TRATAMENTOS TÉRMICOS E ACÚSTICOS</p><p>14.1. Forro falso</p><p>14.2. Tratamento térmico e acústico</p><p>15. MARCENARIA OU CARPINTARIA</p><p>15.1. Cuidados especiais que um bom marceneiro deve observar</p><p>15.2. Decks de madeira e sauna</p><p>16. SERRALHERIA E FERRAGENS</p><p>16.1. Ferro e aço</p><p>16.2. Alumínio</p><p>16.3. Ferragens</p><p>16.3.1. Fechaduras</p><p>16.3.1.1. Fechadura interna</p><p>16.3.1.2. Fechadura interna para banheiro</p><p>16.3.1.3. Fechadura de cilindro</p><p>16.3.1.4. Fechadura bico de papagaio</p><p>16.3.1.5. Fechadura elétrica</p><p>16.3.1.6. Fechadura de acesso com controle biométrico</p><p>16.3.1.7. Fechadura de rolete</p><p>16.3.2. Dobradiças</p><p>17. VIDRAÇARIA</p><p>17.1. Vidro comum</p><p>17.2. Vidro cristal</p><p>17.3. Vidro aramado</p><p>17.4. Vidro temperado</p><p>17.5. Vidro laminado</p><p>17.6. Vidro especial à prova de bala ou vidro de segurança blindado</p><p>17.7. Acabamentos da vidraçaria</p><p>17.8. Blocos ou tijolos de vidro: cobogós e lanternins</p><p>18. PINTURA</p><p>18.1. A importância das cores</p><p>18.2. Pintura: etapas e tipos</p><p>18.2.1. Pintura com verniz</p><p>18.2.2. Pintura com tinta: paredes e tetos</p><p>18.2.3. Pintura com tinta: superfícies de madeira</p><p>18.2.4. Pintura com tinta: superfícies metálicas</p><p>18.2.5. Pintura tipo textura</p><p>18.2.5.1. Pintura com granilhas</p><p>18.2.5.2. Pintura com textura acrílica</p><p>19. INSTALAÇÕES ELÉTRICAS</p><p>19.1. O projeto elétrico e a NBR-5410/90</p><p>19.2. Quadros elétricos ou de distribuição</p><p>19.3. Quadros de passagem e quadros de telefonia ou automação</p><p>19.4. Barramento</p><p>19.5. Disjuntor, dispositivo diferencial residual, disjuntor diferencial residual</p><p>19.6. Itens complementares: tomadas, interruptores, campainhas</p><p>19.7. Condutores elétricos: fios e cabos</p><p>19.7.1. Fio</p><p>19.7.2. Cabo</p><p>19.8. Lâmpadas, luminárias, acessórios</p><p>19.8.1. Iluminação interna: luminárias de teto e parede</p><p>19.8.2. Iluminação externa: luminárias de teto e parede</p><p>19.9. Fechadura elétrica, interfone, fotocélula, sensores, dimmer</p><p>19.9.1. Fechadura elétrica ou contratesteiro elétrico</p><p>19.9.2. Interfone</p><p>19.9.3. Fotocélulas e sensores</p><p>19.9.4. Dimmer ou interruptor dimmer</p><p>19.10. Chuveiro e aquecedor elétricos</p><p>19.10.1. Chuveiro elétrico</p><p>19.10.2. Aquecedor elétrico</p><p>19.10.3. Aquecedor elétrico de passagem</p><p>19.11. Sistema motor-bomba para tratamento da água da piscina</p><p>19.12. Bomba pressurizadora e bomba de recalque</p><p>19.12.1. Bomba Pressurizadora para chuveiro</p><p>19.12.2. Bomba pressurizadora para atendimento em cisterna</p><p>19.12.3.</p><p>Bomba de Recalque</p><p>19.13. Caixa de luz, mangueira, kanaflex, eletroduto, canaleta</p><p>19.13.1. Caixa de Luz 4”x 2”, 4” x 4”; ou 3”x3”</p><p>19.13.2. Eletroduto, mangueira, canaleta, kanaflex</p><p>19.14. Geração de energia ou energia solar fotovoltaica</p><p>20. INSTALAÇÃO DE ÁGUA E ESGOTO</p><p>20.1. Instalação de água</p><p>20.2. Instalações de água pluvial e de esgoto</p><p>21. SISTEMA DE AUTOMAÇÃO RESIDENCIAL E PARTICIPAÇÃO NA ESCOLHA DOS ACABAMENTOS</p><p>21.1. Sistema de automação residencial</p><p>21.2. Participação na escolha dos acabamentos</p><p>22. CONTRATAÇÕES PARALELAS À CONSTRUÇÃO</p><p>22.1. Pisos e revestimentos</p><p>22.2. Granitos, mármores, pedras e soleiras</p><p>22.3. Ferragens e louças sanitárias</p><p>22.4. Móveis planejados</p><p>22.5. Persianas e cortinas</p><p>22.6. Luminárias e itens complementares de elétrica</p><p>22.7. Equipamentos</p><p>22.8. Móveis</p><p>23. RECEBIMENTO DO IMÓVEL</p><p>23.1. Checklist para o recebimento</p><p>23.2. Mudança e ocupação do imóvel</p><p>POSFÁCIO</p><p>FOTOS DA CONSTRUÇÃO DE UMA RESIDÊNCIA UNIFAMILIAR</p><p>escolhido.</p><p>Calma, ainda vai ser necessário “queimar muito fosfato” para chegar à próxima</p><p>etapa: o anteprojeto.</p><p>Fonte: arquivo pessoal.</p><p>Ideias, conversas e tudo começa a ser planejado.</p><p>3.3. O anteprojeto</p><p>Nesse momento, o arquiteto aprofundará o estudo, com a definição dos aspectos</p><p>técnicos da obra. É nessa fase em que as plantas começarão “a brotar” de várias</p><p>espécies: plantas baixas; de cobertura; de cortes; de fachadas... Também é o</p><p>momento de se pensar nos projetos complementares (estrutural, elétrico,</p><p>hidráulico etc.).</p><p>Para a elaboração do anteprojeto, você poderá precisar fornecer ao arquiteto o</p><p>levantamento planialtimétrico³, que vem sendo exigido, na maioria das vezes,</p><p>pelos condomínios residenciais; talvez também seja exigida a apresentação da</p><p>sondagem do terreno – requerida sempre que o loteamento apresentar áreas com</p><p>acentuados aclives ou declives, com indicação da existência, na composição do</p><p>seu solo, de matacões (pedras grandes e soltas), rochas em decomposição ou</p><p>mesmo rochas que aflorem na superfície.</p><p>Os técnicos responsáveis pela análise do projeto arquitetônico (se o condomínio</p><p>residencial tiver equipe de engenharia) apresentam essas exigências para se</p><p>eximir de responsabilidades futuras por eventuais trincas e fissuras nas obras,</p><p>decorrentes de recalques diferenciais, que, em linguagem simples, ocorrem</p><p>quando uma estaca (tipo de fundação) fica apoiada sobre uma rocha, e a outra</p><p>estaca contígua, ligada a ela por uma viga, está apoiada num terreno de menor</p><p>resistência; aí uma estaca desce mais que a outra (para se acomodar ao solo),</p><p>provocando, no futuro, trincas nas vigas e nas alvenarias - o que é bastante</p><p>indesejável numa obra de qualidade.</p><p>O levantamento planialtimétrico auxiliará o arquiteto na implementação das</p><p>ideias no projeto, bem como o engenheiro civil no levantamento da</p><p>movimentação de terra necessária (corte, aterro ou compactação).</p><p>A sondagem do solo apresentará ao engenheiro responsável pelo projeto das</p><p>fundações informações relevantes sobre a capacidade de suporte do solo,</p><p>detalhando o quanto de peso (carga) esse solo suporta. Fique tranquilo, o</p><p>engenheiro ou o arquiteto que o assessorará vai lhe indicar um bom topógrafo e</p><p>uma boa empresa de sondagem para atender às exigências do condomínio. A</p><p>sondagem propiciará a escolha das fundações e da estrutura adequada para a</p><p>obra nesse local.</p><p>O anteprojeto é um estudo já com características bem definidas da obra, com a</p><p>apresentação das plantas baixas, fachadas e mesmo alguns detalhes internos e</p><p>sugestões de acabamentos. Nessa etapa, é imprescindível estimar os gastos da</p><p>obra com a capacidade (e disponibilidade) de “seu caixa”, incluindo a</p><p>possibilidade de financiar parte da obra com empréstimos bancários.</p><p>Fonte: arquivo pessoal.</p><p>O anteprojeto reúne as ideias dentro do custo planejado – para o sonho não virar</p><p>pesadelo.</p><p>3.4. Projeto para aprovação de condomínio e</p><p>prefeitura</p><p>Uma vez “arredondadas todas as arestas”, “puxa pra cá, estica pra lá”, aumenta o</p><p>quarto, “encolhe” a área gourmet, o arquiteto elaborará e submeterá a versão</p><p>prévia do projeto arquitetônico – com todas as informações exigidas pelo</p><p>condomínio, se for o caso -, à área técnica do condomínio.</p><p>Alguns ajustes podem ocorrer e, uma vez atendidas as normas que regem o</p><p>condomínio, será preparada, então, a versão final do projeto legal - que é a</p><p>versão do projeto de arquitetura com o padrão exigido para aprovação na</p><p>prefeitura. É importante verificar previamente se o condomínio possui uma</p><p>cartilha com as recomendações para aprovação do projeto e execução de obras,</p><p>além das taxas cobradas para aprovação prévia do projeto antes de submetê-lo à</p><p>aprovação da prefeitura.</p><p>A etapa de aprovação no condomínio e na prefeitura requererá que estejam</p><p>definidos os responsáveis técnicos pelo projeto (autor do projeto de arquitetura)</p><p>e pela obra (profissional que acompanhará a execução), com recolhimento das</p><p>anotações de responsabilidade nos respectivos conselhos de classe: ART</p><p>(engenheiro – profissional registrado no CREA) e RRT (arquiteto – profissional</p><p>registrado no CAU).</p><p>As prefeituras, na grande maioria, estão mudando seus processos para o modo</p><p>digital, facilitando, assim, a análise dos projetos e encurtando o tempo</p><p>despendido; toda a “torcida” é canalizada para a rapidez da aprovação e para</p><p>emissão do alvará de construção - que é o documento tão desejado por você, pois</p><p>sinaliza que a obra finalmente pode sair do papel, passando “o bastão” àquele</p><p>“profissional com cara de raiz quadrada de 2 elevada ao cubo” que lhe prometeu</p><p>realizar seu sonho de construir e entregar sua casa de forma agradável.</p><p>Com a aprovação da prefeitura, uma cópia do projeto arquitetônico (e do alvará</p><p>de construção) deverá permanecer no canteiro da obra desde o início, e os dados</p><p>da aprovação – incluindo os dos responsáveis pelo projeto e pela obra - deverão</p><p>constar da placa de obra, a ser colocada em local visível (exigência da prefeitura</p><p>e do condomínio).</p><p>Fonte: arquivo pessoal.</p><p>O “projeto legal” obedece a parâmetros para aprovação na prefeitura.</p><p>3.5. Projeto executivo</p><p>É o projeto com todas as minúcias, todos os detalhes necessários à execução da</p><p>obra, como: o tipo, a quantidade e o acabamento do material a ser utilizado; os</p><p>pontos elétricos e hidráulicos etc.</p><p>A construção só deverá começar com um mínimo de plantas do projeto</p><p>executivo, suficientes para dirimir as dúvidas no início da obra, com a</p><p>complementação de plantas que contenham todos os demais detalhes necessários</p><p>à sua execução. É muito importante que todos os detalhes sejam esclarecidos</p><p>pelos profissionais envolvidos nos projetos, e o projeto executivo é que propicia</p><p>esse esclarecimento.</p><p>Fonte: arquivo pessoal.</p><p>Os projetos executivos detalham tudo o que será construído. São muitos</p><p>desenhos técnicos!</p><p>As cópias atualizadas (substituídas sempre que houver alterações) dos projetos</p><p>executivos, assim como a cópia do projeto legal aprovado e o respectivo alvará</p><p>de construção, deverão permanecer no canteiro de obras até o final. O</p><p>acompanhamento da obra ficará a cargo do responsável técnico, que primará</p><p>pela execução da edificação conforme os projetos.</p><p>Vamos, então, passar para “o lado de lá” e entregar “o bastão” ao novo integrante</p><p>da equipe que, junto com todo o pessoal que atuará nas várias frentes de serviço</p><p>da obra, passará a compor a etapa de materialização efetiva do seu sonho.</p><p>Imagem de Rawpixel.com - Freepik.com.</p><p>O trabalho em equipe é essencial, lembre-se!</p><p>2 O conceito de mente mestra ou master mind foi desenvolvido por Napoleon</p><p>Hill, estudioso de grandes mentes do século XX. Hill percebeu que havia algo</p><p>em comum entre os grandes homens da época: todos tinham um grupo de</p><p>conselheiros, formado por pessoas com conhecimentos variados, que</p><p>contribuíam para a consecução de um resultado. Disponível a partir de:</p><p>https://colecionadordefrases.com.br. Acesso em: 17 jul. 2021.</p><p>3 Permite tanto a medição das projeções horizontais quanto das diferenças de</p><p>alturas do relevo. Resulta num mapeamento mais completo das condições de um</p><p>terreno. Deve ser realizado por um topógrafo – profissional com formação</p><p>específica, que fará uso de equipamentos de precisão.</p><p>4. EXECUÇÃO DO PROJETO ARQUITETÔNICO:</p><p>PROFISSIONAIS ENVOLVIDOS</p><p>Antes da execução do projeto arquitetônico, previamente foi definido o</p><p>profissional responsável técnico da obra - informação que consta do projeto</p><p>aprovado na prefeitura.</p><p>O responsável técnico – que pode ser um engenheiro ou mesmo um arquiteto -</p><p>estará à frente da construção, orientando e coordenando as equipes de obra no</p><p>desenvolvimento dos trabalhos, obedecendo aos projetos executivos e</p><p>responsabilizando-se por tudo o que ocorre no canteiro da obra.</p><p>Na maioria das vezes, quem exerce essa função é um engenheiro, mas conheço</p><p>muitos arquitetos que desempenham esse ofício e assumem o controle do</p><p>canteiro com maestria, ou seja, gostam de participar efetivamente da execução</p><p>da obra talvez tanto quanto gostem de estar à frente da antiga prancheta ou do</p><p>computador.</p><p>De posse do</p><p>alvará de construção, somado com mais meia dúzia de exigências</p><p>do condomínio, se for o caso, o responsável técnico - que a partir de agora</p><p>chamarei de RT -, com sua equipe de operários (mestre de obras, pedreiros,</p><p>serventes), começará a cavar o terreno: é um dia de festa para a rapaziada da</p><p>obra, valendo um guaraná, pois, para os profissionais da construção civil, o</p><p>refrigerante é um abridor de sorrisos; todo mundo deixa as ferramentas de lado e</p><p>se aproxima para pegar seu copo - antes que ele acabe, claro.</p><p>Pois bem. A obra tem um conjunto de etapas para as quais uma equipe com</p><p>profissionais específicos é demandada. Quando finalizada a etapa de projetos e</p><p>de posse de toda a documentação necessária, o RT chega ao terreno com sua</p><p>equipe ajustada, cada um sabendo o que o espera.</p><p>Vamos aqui fazer um “desfile” para apresentar os profissionais que participarão</p><p>da sua obra, numa sequência mais ou menos lógica, para que você entenda quem</p><p>são eles e como agirão. Ressalto que os profissionais relacionados podem ser,</p><p>com todo o respeito, de qualquer gênero e serão referidos por mim no padrão da</p><p>língua portuguesa, no texto ou nas figuras, sem preconceito ou qualquer outra</p><p>intenção embutida, apenas sem ter que colocar letras (o,a,e,x) entre parênteses.</p><p>• Etapa 1: time do chão às paredes e coberta... começando os trabalhos:</p><p>• responsável técnico da obra (RT);</p><p>• construtor ou empreiteiro;</p><p>• encarregado ou mestre de obra;</p><p>• pedreiro;</p><p>• servente de pedreiro;</p><p>• furão;</p><p>• armador ou ferreiro;</p><p>• encanador;</p><p>• ajudante de encanador;</p><p>• eletricista;</p><p>• auxiliar de eletricista;</p><p>• carpinteiro.</p><p>• Etapa 2: time dos acabamentos...chegando quase lá:</p><p>• azulejista;</p><p>• pintor;</p><p>• jardineiro;</p><p>• calheiro;</p><p>• impermeabilizador;</p><p>• gesseiro;</p><p>• marceneiro;</p><p>• serralheiro;</p><p>• vidraceiro;</p><p>• calceteiro.</p><p>• Etapa 3: time dos que chegam chegando - equipe de:</p><p>• ar-condicionado;</p><p>• elevador ou plataforma elevatória;</p><p>• automação;</p><p>• móveis planejados;</p><p>• iluminação;</p><p>• microgeração de energia.</p><p>4.1. Etapa 1: time do chão às paredes e coberta... começando os trabalhos</p><p>Nesta etapa, você conhecerá os profissionais que darão o “pontapé inicial”, com</p><p>a instalação do canteiro da obra (tapume, sanitário provisório etc.) e a</p><p>movimentação de terra para execução das fundações e elevação das alvenarias.</p><p>4.1.1. Responsável técnico da obra (RT)</p><p>Fonte: arquivo pessoal.</p><p>Para o RT, seu sonho tem que ser realizado!</p><p>A escolha do responsável técnico (RT) precisa ser certeira. Importante que seja</p><p>um profissional íntegro (como já mencionei, pode ser um engenheiro ou mesmo</p><p>um arquiteto), conhecedor da sua profissão, que saiba “ler” os projetos e que</p><p>conheça de tudo um pouco das atividades desenvolvidas na obra, afinal diz o</p><p>ditado que “quem não sabe fazer, não sabe mandar”.</p><p>O RT precisa entender um bocado de psicologia e um pouco de “línguas” para</p><p>ouvir, compreender e decifrar a linguagem (verbal, corporal) de cada</p><p>profissional. É necessário que ele e o empreiteiro ou o mestre de obra conversem</p><p>na mesma língua, sabendo transmitir e receber as ordens do dia a dia; é desejável</p><p>que as brincadeiras fiquem restritas aos horários de descanso (cafezinho, almoço,</p><p>lanche).</p><p>É o RT quem coordena todas as equipes, distribui as tarefas, tendo a grande</p><p>missão de harmonizar os grupos. Na contratação, você poderá delegar a ele a</p><p>função de representá-lo em todas as etapas da obra, incluindo compras e</p><p>pagamentos, no todo ou em parte.</p><p>Quando sou contratado para executar uma obra, eu faço com “pacote completo”:</p><p>assumo as funções de representar o proprietário contratante nas diversas</p><p>repartições, por intermédio de coletas ou tomadas de preço; faço as compras e os</p><p>pagamentos, prestando contas ao dono do dinheiro, tudo com planilha bem</p><p>detalhada para facilitar a conferência e a visualização do trabalho que estou</p><p>desenvolvendo.</p><p>Ao final da obra, obtenho a documentação necessária para sua averbação no</p><p>Cartório de Registro de Imóveis (CRI), ou seja: Habite-se na prefeitura; Habite-</p><p>se hidráulico na concessionária de água e esgoto; Habite-se no Corpo de</p><p>Bombeiros, quando for o caso; Certidão Negativa de Débitos (CND) na Receita</p><p>Federal e, por fim, a obtenção da matrícula averbada. “Eita cabra porreta,</p><p>hein?!”</p><p>4.1.2. Construtor ou empreiteiro</p><p>Crédito da imagem: Borko Manigoda por Pixabay.</p><p>Construir envolve responsabilidade e técnica.</p><p>O canteiro de obras é o local de encontro da “rapaziada” e a chegada é sempre</p><p>festiva, um zombando daqui e o outro retrucando de lá... devagarzinho, e à moda</p><p>do construtor, a “zoeira” vai diminuindo e cada um pega o seu “canto”, o serviço</p><p>do dia.</p><p>Você já sabe que, legalmente, há a exigência de um profissional habilitado como</p><p>responsável técnico pela construção: o RT, apresentado no item anterior. Ocorre</p><p>que, para a construção, é necessária uma equipe de profissionais capitaneados</p><p>por um líder (encarregado ou mestre de obra), o qual, por ser mais experiente,</p><p>fará a distribuição dos serviços, além de ter outras responsabilidades. Agora é</p><p>importante você saber que o construtor (o RT ou uma construtora) não se</p><p>confunde com o empreiteiro; este último é o executor terceirizado pelo</p><p>construtor.</p><p>O RT deve participar efetivamente da obra, já que por ela responde legalmente;</p><p>pode ser o responsável pelas contratações e demais atividades, como firma de</p><p>construção, ou a obra pode ser executada com a terceirização de serviços com</p><p>empreiteiras. Ainda se contratados serviços com empreiteiro(s) – no caso, a</p><p>terceirização pode envolver etapas de construção conforme os serviços a serem</p><p>executados –, o RT é o responsável pela obra. Em resumo, o RT e o empreiteiro</p><p>participam da construção, mas o empreiteiro (que pode ser um pedreiro, por</p><p>exemplo) é contratado apenas para realizar parte(s) da construção, sob o</p><p>acompanhamento e fiscalização do RT - que necessita ser engenheiro ou</p><p>arquiteto.</p><p>Aqui, um alerta: você (e muita gente que conheço) normalmente pensa que pode</p><p>construir somente com seu pedreiro de confiança, mas há um ponto importante:</p><p>a responsabilidade pela integridade da obra. Integridade não significa apenas que</p><p>a obra vai ficar “de pé”, mas sim que será edificada conforme normas e padrões</p><p>técnicos que foram estudados e certificados pela Associação Brasileira de</p><p>Normas Técnicas (ABNT), além das normas e parâmetros legais da prefeitura</p><p>local.</p><p>O pedreiro entende bastante de construção, mas a despeito de toda a sua prática,</p><p>é imprescindível que a obra seja garantida legalmente por quem está habilitado</p><p>para tal. Por isso, é exigido que a obra seja acompanhada, em todas as suas</p><p>etapas, por profissionais com formação e habilitação no Conselho Regional de</p><p>Engenharia (CREA) ou de Arquitetura (CAU). Cada etapa tem um responsável</p><p>técnico: autoria do(s) projeto(s) e execução da obra. A obra pode ser conduzida</p><p>por um profissional autônomo (engenheiro ou arquiteto, que será responsável</p><p>pela obra ou empreitada) ou por uma construtora (que tem um responsável</p><p>técnico e se responsabiliza pela obra).</p><p>4.1.3. Encarregado ou mestre de obras</p><p>Fonte: arquivo pessoal.</p><p>Líder (encarregado ou mestre) na sua obra: sucesso garantido.</p><p>O porte da obra e o “seu bolso” definem a necessidade da contratação de</p><p>profissionais distintos para o acompanhamento da construção, com cumprimento</p><p>do prazo e fidelidade aos projetos. Aqui entram as figuras dos profissionais que</p><p>vão estar à frente da obra.</p><p>Para intermediar a equipe de profissionais que põem a “mão na massa”</p><p>(pedreiros, carpinteiros etc.) e o construtor/RT, faz-se presente o mestre de obras</p><p>ou o encarregado, ambos com experiência e espírito de liderança.</p><p>De uma forma simples, o mestre de obras representa o RT e precisa de</p><p>conhecimento e experiência para tanto, para garantir a qualidade técnica da</p><p>edificação. O encarregado da obra coloca em prática os serviços definidos pelo</p><p>mestre de obras, sendo também necessária experiência e conhecimento para</p><p>conduzir a equipe sob sua responsabilidade.</p><p>Quando a obra é de pequeno porte, normalmente tem um mestre de obras</p><p>conduzindo a equipe, e, se</p><p>contratado, o empreiteiro faz as vezes do</p><p>encarregado; mas se o porte da obra exigir que vários profissionais sejam</p><p>comandados, então, além do mestre de obras, entra a figura do encarregado -</p><p>normalmente um pedreiro tarimbado, que “sabe lidar com gente” e é respeitado</p><p>pelo conhecimento que detém na profissão. É ele quem tem a responsabilidade,</p><p>de vez em quando, de parar o que está fazendo e dar uma conferida na tarefa da</p><p>“moçada”: é assim que as coisas andam bem, sem necessidade de “retrabalho”.</p><p>Se há várias equipes conduzindo diferentes serviços, a cadeia de comandos se</p><p>faz presente, conforme o porte da obra, o prazo de entrega e, claro, o que seu</p><p>bolso permitir contratar. A figura do encarregado entra como o homem que</p><p>substitui a liderança do mestre de obras ou do empreiteiro, toda vez que estes</p><p>precisam se ausentar do canteiro de obras.</p><p>É assim que o mercado vai preparando mais gente para assumir os cargos</p><p>estratégicos que exigem um líder aceito pelo grupo que vai executar os serviços.</p><p>4.1.4. Pedreiro</p><p>Crédito da imagem: Oлег Pеутов por Pixabay.</p><p>Pedreiro: profissional com experiência de obra.</p><p>O pedreiro é o profissional com bastante experiência e que já passou por</p><p>diversas etapas de uma obra; precisa saber como orientar os serventes e demais</p><p>auxiliares, principalmente nas instruções de preparo das argamassas e concretos.</p><p>É aquele profissional que percebe que uma massa foi preparada fora do traço</p><p>certo, quando descarregada na caçamba ou no assentamento do primeiro tijolo.</p><p>É “gostoso” ficar perto de um pedreiro bom: ele trabalha de forma rápida e</p><p>limpa; é organizado e mostra resultados concretos. Tem como principal tarefa a</p><p>de ensinar os serventes e prepará-los para a nova etapa da vida profissional. O</p><p>pedreiro que não dedica um tempinho para ensinar não é um bom profissional,</p><p>na minha opinião...</p><p>4.1.5. Servente de pedreiro</p><p>Fonte: arquivo pessoal.</p><p>O servente é importante: apoio profissional.</p><p>O servente é um profissional de extrema importância no canteiro de obras,</p><p>apesar de ser visto como alguém sem experiência, sem profissão definida. Veja</p><p>só: não é bem assim! Poucos percebem que é ele quem dita o ritmo da obra - se</p><p>vai seguir acelerada ou morosamente. Explicando melhor: como é o homem da</p><p>“linha de frente”, pois normalmente trabalha no canteiro frontal, é ele quem</p><p>produz o concreto (quando manual), as argamassas de assentamento, as</p><p>argamassas de revestimento (chapisco, emboço, reboco, argamassa</p><p>impermeável)⁴ etc.</p><p>É o servente de pedreiro o nosso “padeiro” que vai soltando as “fornadas” para</p><p>os pedreiros produzirem; quando ele “empaca” na produção, tudo fica</p><p>prejudicado. Nas segundas-feiras, normalmente seu ritmo é mais lento, resultado</p><p>dos bailes e de “umas cachacinhas de final de semana”. Com o corpo</p><p>destreinado, “vai pegando no tranco”; depois do almoço, já está com o “motor</p><p>quente” e produzindo bem. É preciso compreensão, afinal seu trabalho é bastante</p><p>pesado: alimentar a nossa “batedeira de bolos” - a betoneira – “não é para os</p><p>fracos não!”.</p><p>Fico sempre observando os serventes trabalharem e, naquele que observo mais</p><p>empenho e destreza, peço logo ao construtor que lhe dê uma chance para</p><p>começar a assentar os primeiros tijolos, com o acompanhamento do pedreiro</p><p>“caprichoso”. Se pegar gosto, ele irá trabalhar rápido, a fim de sobrar um</p><p>tempinho para o aprendizado na “colher do pedreiro”. E assim a vida segue seu</p><p>curso natural, um ensinando o outro - e tornando o mundo melhor.</p><p>O servente ou auxiliar também é o responsável pela limpeza e organização da</p><p>obra; se é bom de serviço, sempre acha um tempo para varrer aqui, varrer ali,</p><p>recolher material esparramado, encher as caçambas e deixar o visual da obra</p><p>seguro e asseado. Viu como o primeiro homem da estrutura, que trabalha no</p><p>pilar operacional, é um profissional de grande valor?</p><p>4.1.6. Furão</p><p>Fonte: https://img.olx.com.br</p><p>Equipamentos: se necessários, agilizarão a obra.</p><p>O furão nada mais é do que o profissional que perfura as brocas ou estacas que</p><p>sustentarão as construções sobre o terreno. Nas obras de pequeno ou médio</p><p>porte, utiliza-se pouco essa mão de obra – na maioria das vezes, é um servente</p><p>de obras que, com um trado manual, vai girando a broca sobre o terreno e, aos</p><p>poucos, vai perfurando o solo; “para um pouquinho, descansa um pouquinho e lá</p><p>vai mais força sobre o trado”, até atingir a profundidade estabelecida pelo</p><p>engenheiro responsável.</p><p>Nas obras de maior porte, a perfuração das brocas ou das estacas costuma</p><p>ocorrer com uso de máquinas perfuratrizes, adaptadas em caminhões; os furos</p><p>são feitos de diversas bitolas (diâmetros) e nas diversas profundidades</p><p>estabelecidas no projeto de fundações. O RT precisa acompanhar essa atividade,</p><p>estar presente, porque, a qualquer momento, o operador da máquina poderá</p><p>demandá-lo, com a informação de que encontrou uma pedra (matacão) ou algum</p><p>elemento que impeça a broca de penetrar o solo. Nessa hora, o engenheiro</p><p>efetuará a mudança de posição do furo ou mandará fazer outros furos</p><p>complementares, de forma que continuem mantidas as necessidades previstas no</p><p>projeto específico (projeto de fundações e estrutura).</p><p>Muito importante que o canteiro de obras seja fechado com segurança para evitar</p><p>a entrada, principalmente, de crianças no local. Deve ser providenciada,</p><p>urgentemente, a concretagem das estacas, com a ferragem armada, deixando para</p><p>fora a “espera” estabelecida - que são aquelas pontas de ferro que ficam para</p><p>fora dos buracos, esperando para serem fundidas com os blocos de coroamento e</p><p>com os pilares e vigas.</p><p>Só para lembrar: estou falando de forma simples, sem envolver os variados</p><p>ramos da engenharia da construção, mas cabe ressaltar que, nos terrenos</p><p>arenosos, as fundações, muitas vezes, são feitas com sapatas (tipo de fundação)</p><p>apoiadas diretamente no solo escavado, em vez de serem executadas estacas ou</p><p>brocas. Também podem ser utilizadas, conforme o tipo do solo e da construção,</p><p>estacas de concreto pré-moldado.</p><p>4.1.7. Armador ou ferreiro</p><p>Crédito da imagem: Gerzon-Piñata-por Pexels.</p><p>Armador ou ferreiro: mestre da solidez.</p><p>O armador ou ferreiro (como é comumente chamado) é o profissional que monta</p><p>as vigas, os pilares, os blocos de coroamento – itens que compõem a estrutura da</p><p>casa. Quando se trabalha com lajes maciças, também é ele quem monta a</p><p>armação (estrutura de ferro da laje). Se a obra é de porte considerável, a presença</p><p>do ferreiro é fundamental, porque traz agilidade, além da qualidade. Nada como</p><p>um bom ferreiro para colocar as vigas dentro das formas e fazer as “costuras”</p><p>necessárias (emendas entre duas ou mais peças).</p><p>Vigas, pilares, blocos de coroamento, lajes maciças, armação, costuras... São</p><p>muitos os termos técnicos usados na construção civil. De uma forma simples,</p><p>uma obra – no caso, a sua residência – será constituída pelos seguintes</p><p>elementos:</p><p>• base ou fundação: blocos (calculados segundo o tipo do terreno), cintas de</p><p>amarração e demais elementos necessários ao suporte do peso da obra sobre o</p><p>terreno;</p><p>• estrutura de amarração: pilares e vigas, que contêm ferragens calculadas para</p><p>estruturar o concreto que as “abraça”, e são “costuradas”, ou seja, interligadas</p><p>para permitir a amarração estrutural;</p><p>• fechamento (piso): lajes pré-moldadas ou maciças e cobertura (composta pelos</p><p>itens do telhado).</p><p>Com o passar dos anos, as grandes lojas de materiais de construção começaram a</p><p>incorporar, no seu quadro de profissionais, o ferreiro, passando a fornecer as</p><p>peças (vigas, pilares etc.) já montadas para as obras. O construtor e o RT ficam</p><p>com a maior responsabilidade, que é orientar a montagem dessas peças dentro</p><p>das formas.</p><p>Eu conheci um armador competente, de coração enorme e bondoso, que gostava</p><p>de contar “histórias” para quem passasse na frente da obra. Dizia que era do</p><p>Mato Grosso e que conviveu muito com onças e outros bichos do mato. Se a</p><p>história pegava, aí sim ele esticava muito a conversa e o visitante “virava</p><p>freguês”, voltando nos dias seguintes para ouvir a continuação. O segredo era</p><p>nunca concluir a narrativa, deixando</p><p>“a presa fácil”. Trazia sempre alguns pães</p><p>doces, uma garrafa de café e refrigerante para a moçada da obra; seu nome de</p><p>guerra ficou Mato Grosso, mas seu nome verdadeiro era João de Matos. Virou</p><p>um irmão para mim.</p><p>4.1.8. Encanador</p><p>Fonte: Arquivo pessoal.</p><p>Encanador: experiência com a parte hidráulica.</p><p>Responsável pela execução das instalações hidráulicas – compreendidas pelas</p><p>redes de água potável, águas pluviais, esgoto, rede de gás encanado -, o</p><p>encanador é do time de profissionais requeridos logo no início da obra, pois cabe</p><p>a ele executar as instalações básicas que serão utilizadas pelos operários. É um</p><p>dos últimos profissionais a sair, deixando instaladas as louças sanitárias, os</p><p>acabamentos de metais, os acessórios dos banheiros etc.</p><p>É também o encanador quem prepara o sistema de aquecimento solar da água</p><p>que irá alimentar a rede de água quente da sua casa, além do sistema de</p><p>aquecimento da piscina. Um bom encanador trará tranquilidade aos ocupantes do</p><p>imóvel a ser entregue; já o “lambão” trará incômodos e “aporrinhações”. O</p><p>dedicado RT acompanha e confere todas as atividades dos seus encanadores,</p><p>afinal, depois da execução, tudo ficará “escondido” na terra e nas paredes.</p><p>Conferir o caimento (declive) da rede de esgoto, por exemplo, é de extrema</p><p>importância, pois, se a rede não tiver caimento maior ou igual a 2%, o “número</p><p>2” terá dificuldade de chegar ao seu destino - que é a rede coletora de esgoto da</p><p>municipalidade.</p><p>O encanador está equiparado ao pedreiro: sabe o que precisa ser feito, sabe fazer</p><p>e orientar seus auxiliares.</p><p>4.1.9. Ajudante de encanador</p><p>Profissional de importância similar à do servente da obra, ele trabalha ao lado do</p><p>encanador na montagem das instalações, cortando os canos, lixando, aplicando a</p><p>solução limpadora que garantirá uma colagem perfeita. Também é ele quem</p><p>corta as alvenarias para embutir a passagem das redes diversas. Esse profissional</p><p>está num processo de aprendizagem constante e, quando bem treinado, começa a</p><p>ficar meio “topetudo” - como dizem na obra. Graças ao que ele já sabe, pode dar</p><p>menos trabalho no processo de aprendizagem e produzir mais para a equipe</p><p>hidráulica; ou seja, se tiver um pouco mais de experiência, melhor.</p><p>Em ocasiões de mais aperto, o encanador lança mão da contratação de um outro</p><p>profissional conhecido como valeteiro: o homem que abre as valetas onde serão</p><p>enterradas as redes de água e esgoto – aquele que escava e mede para chegar na</p><p>declividade correta de caimento das águas pluviais e do esgoto. Importante, né?</p><p>Normalmente esse serviço é executado pelo ajudante de encanador, quando a</p><p>equipe não está trabalhando no sufoco, afinal é ele que está num processo</p><p>contínuo de aprendizagem para galgar o posto do “chefe”.</p><p>4.1.10. Eletricista</p><p>Crédito da imagem: Michal Jarmoluk por Pixabay.</p><p>Eletricista: conhecimento é imprescindível.</p><p>Precisa ser um profissional preparado que, de preferência, tenha passado pelos</p><p>bancos de uma escola técnica, afinal a ele caberá, sob o comando do RT,</p><p>executar as instalações elétricas da sua casa.</p><p>Todos nós conhecemos alguma “história” de instalação elétrica que ocasionou</p><p>um “pipoco” e a casa começou a pegar fogo. “Cruz-credo de um homem desses</p><p>perto da gente!”. O bom profissional tem que entregar a obra com todos os</p><p>parafusos bem apertados e todos os pontos de soldas bem estanhados; tem que</p><p>conferir com o RT se todos os circuitos foram bem distribuídos e equilibrados.</p><p>Em obras de menor porte, é normal que o proprietário não tenha contratado a</p><p>execução do projeto de instalações elétricas, telefônicas, de TV e interfone; aí</p><p>entra a experiência do RT com seus eletricistas, distribuindo os circuitos</p><p>elétricos de forma balanceada.</p><p>Um bom eletricista liga o ponto da tomada da TV em circuito elétrico diferente</p><p>do circuito do chuveiro e faz o balanceamento dos pontos elétricos de forma a</p><p>não sobrecarregar o sistema e provocar pane. Cabe a esse profissional a</p><p>distribuição dos cabos, a ligação de condutores (fios: fase, neutro, terra) às</p><p>tomadas e a interligação de todo o cabeamento aos disjuntores dispostos nos</p><p>quadros previstos em projeto – conforme a corrente elétrica (medida em Ampere</p><p>- A) dos circuitos a que estão ligados.</p><p>Uma rede elétrica pode ser monofásica, bifásica ou trifásica – correspondendo à</p><p>distribuição de condutores de eletricidade para a tensão elétrica do sistema.</p><p>Normalmente, para residências, o sistema pode ser monofásico (a rede</p><p>disponibiliza um condutor de fase e um condutor neutro) ou, às vezes, bifásico</p><p>(dois condutores de fase e um condutor neutro) – a depender da concessionária</p><p>de energia elétrica. A diferença entre esses sistemas é o consumo máximo de</p><p>energia e a variação da tensão elétrica (127 V, 220 V, 380 V). O sistema trifásico</p><p>é mais usado nas áreas de indústria e comércio.</p><p>Uma das tarefas mais importantes do eletricista é executar a rede de aterramento</p><p>da casa, constituída de várias hastes de ferro acobreadas, enterradas no gramado</p><p>da sua casa e interligadas por um fio “nu” (fio descascado). É o sistema de</p><p>aterramento e a correta distribuição de disjuntores que permitirão a sua</p><p>segurança (para não “tomar choque”, como costumamos dizer) e a dos seus</p><p>equipamentos (para não sofrerem danos), em caso de descargas atmosféricas.</p><p>Apenas um dado técnico: uma boa rede de aterramento precisa apresentar</p><p>resistência ôhmica inferior a 5 Ohms.</p><p>Conceitualmente, a resistência elétrica é a capacidade de oposição à passagem de</p><p>corrente elétrica (tensão). O objetivo de um sistema de aterramento é a proteção</p><p>contra choque elétrico do usuário e dano a equipamentos, direcionando as fugas</p><p>de energia (decorrente de variações de tensão na rede elétrica) para a terra.</p><p>A interligação de toda a rede condutora de energia elétrica (cabos elétricos que</p><p>alimentarão os equipamentos da residência) com o sistema de fio-terra e hastes</p><p>distribuídas no terreno precisa do correto dimensionamento para resistir à fuga</p><p>de corrente do sistema, e, para tal, todos os pontos de aterramento devem ter o</p><p>mesmo potencial (medido em Watt-W): quanto menor a resistência do</p><p>aterramento (medida em Ohms), melhor proteção será dada. Lá vem o “homem</p><p>da raiz quadrada” de novo. Bendita rede de aterramento!</p><p>4.1.11. Auxiliar de eletricista</p><p>Com o mesmo grau de importância dos demais auxiliares descritos</p><p>anteriormente, o auxiliar de eletricista, quando egresso de uma escola técnica,</p><p>traz consigo muito valor e será muito produtivo no canteiro; caso não tenha</p><p>passado por uma dessas escolas, será necessária muita paciência e dedicação do</p><p>eletricista na sua formação, afinal o serviço, além do grau de risco considerável,</p><p>requer o manuseio de equipamentos eletroeletrônicos de valor intrínseco</p><p>elevado.</p><p>O bom eletricista disponibiliza todos os equipamentos de segurança -</p><p>equipamentos de proteção individual (EPIs) - para si e para seus auxiliares.</p><p>Chinelos, sapatos comuns e tênis são proibidos no canteiro; só são aceitos no</p><p>calçadão da praça. Uma boa botina, certificada pelo Inmetro, é fundamental para</p><p>isolar o profissional de eventuais descargas elétricas. Atenção: por estar em</p><p>treinamento constante e esperar que algum dia possa ocupar o lugar do “seu</p><p>chefe”, é muito bom acontecer assim: seguir todas as regrinhas de segurança.</p><p>4.1.12. Carpinteiro</p><p>Crédito da imagem: CentrArredo por Pixabay.</p><p>Carpinteiro: mestre da madeira.</p><p>Este profissional trabalha na execução das “formas” que receberão o concreto; é</p><p>um dos primeiros a chegar no canteiro de obras, pois, logo no início, executa o</p><p>barraco de obras - o “puxadinho” para a rapaziada almoçar e descansar um</p><p>pouco na hora do café. Também é ele quem monta o tapume de proteção nas</p><p>áreas laterais e frontal da obra, para garantir a segurança da vizinhança.</p><p>A maioria dos carpinteiros também executa a estrutura do madeiramento do</p><p>telhado e sua cobertura (telhas cerâmicas ou de outro tipo). Costuma-se</p><p>denominar de telhadistas os carpinteiros que se especializam nesse tipo de</p><p>trabalho. Dependendo da complexidade do telhado, só mesmo ele para executá-</p><p>lo com perfeição.</p><p>Tendo em</p><p>vista o tipo de telha e a preferência de quem constrói, o madeiramento</p><p>pode ser substituído por elementos metálicos – as telhas termoacústicas, por</p><p>exemplo. O uso da estrutura metálica para telhado é uma opção pela facilidade</p><p>na instalação, manuseio, leveza do material e durabilidade; se for simples, o</p><p>carpinteiro pode fazer a instalação – ou o serralheiro.</p><p>4.2. Etapa 2: Time dos acabamentos...chegando quase</p><p>lá</p><p>Os profissionais deste time vão trabalhar em sintonia com as etapas e prazos da</p><p>construção, de forma que um serviço não atrapalhe o outro em execução. E cada</p><p>profissional deve ter em mente que serviço malfeito gera “retrabalho” e prejuízo</p><p>para todos os envolvidos.</p><p>O acabamento envolve a parte que é vista numa obra e, como tal, evidencia o</p><p>que foi bem ou malfeito – daí a importância do acompanhamento dos níveis das</p><p>superfícies horizontais e verticais, utilizando linha, nível, prumo, régua,</p><p>esquadro e outras ferramentas simples, mas imprescindíveis no canteiro da obra.</p><p>Uma parede “torta” (fora do esquadro) dificulta a paginação do piso (já reparou</p><p>em cerâmicas cortadas com tamanhos diferentes ao longo da parede?), o</p><p>fechamento de portas, o encaixe de móveis planejados e ocasiona outros</p><p>“probleminhas”, que nem sempre podem ser disfarçados com argamassa ou</p><p>gesso.</p><p>O time é grande, e o maestro (o RT, o mestre) deve trabalhar checando tudo, para</p><p>evitar prejuízo mais adiante.</p><p>4.2.1. A</p><p>zulejista</p><p>Crédito da imagem: Michal Jarmoluk por Pixabay.</p><p>Azulejista: mestre do alinhamento perfeito.</p><p>O azulejista, como o próprio nome já diz, é o assentador de azulejos, pisos e</p><p>revestimentos cerâmicos; é o pedreiro que se especializou na arte de bem</p><p>assentar essas peças, as quais determinam grande parte da beleza da obra.</p><p>A indústria da cerâmica tem passado por grande evolução nos últimos anos, o</p><p>que exigiu da construção civil a especialização desse tipo de profissional. Novas</p><p>argamassas para cada colocação (em áreas internas, áreas externas, fachadas,</p><p>piscinas...) foram introduzidas, atendendo às exigências decorrentes das</p><p>dimensões das peças cerâmicas.</p><p>As argamassas podem ser de diversos tipos e são massas geralmente preparadas</p><p>com a mistura de cimento, areia natural ou brita e água, nas proporções corretas,</p><p>ou adquiridas prontas. São usadas, entre outras aplicações, para:</p><p>• assentamento: unindo blocos de concreto ou cerâmicos (tijolos), em alvenarias</p><p>(paredes);</p><p>• revestimento: recobrindo a superfície com o chapisco (de consistência mole e</p><p>aplicação irregular em alvenarias), emboço (massa grossa, mais consistente e</p><p>regular) ou reboco (massa fina para correção de irregularidades na superfície);</p><p>• colagem: assentando peças cerâmicas;</p><p>• rejuntamento: preenchendo os vãos das peças cerâmicas coladas no piso ou na</p><p>parede.</p><p>As famosas cruzetas empregadas no espaçamento das peças foram gradualmente</p><p>substituídas pelos espaçadores autonivelantes, que exigem o uso de cunhas e</p><p>alicates específicos para essa atividade. Cruzetas, espaçadores autonivelantes e</p><p>cunha são peças utilizadas para o alinhamento dos revestimentos de piso e</p><p>paredes, a fim de que o espaço entre eles fique com a mesma dimensão. Já a</p><p>cortadeira é a ferramenta usada para cortar a peça cerâmica, que pode ser manual</p><p>ou elétrica.</p><p>Os tradicionais cortadores de cerâmicas foram crescendo e ganhando mais</p><p>tecnologia. Não é difícil encontrar azulejistas que levem para a obra uma</p><p>cortadeira elétrica de cerâmica que ainda faz acabamentos nas bordas dos</p><p>rodapés ou algum tipo de friso como fator de embelezamento: é a indústria</p><p>trazendo qualidade para a construção civil. Nunca se fez tanto como agora, afinal</p><p>os clientes são outros e exigem beleza, plástica e requinte nos detalhes - e quem</p><p>acompanha essa onda, “surfa” sobre ela.</p><p>Lembra-se do rejunte? Quem não é do ramo se “engasga” quando chega ao</p><p>balcão da loja para comprá-lo, pois são tantas perguntas que o vendedor faz: “É</p><p>rejunte comum ou resinado?”; “É para junta larga ou estreita?”; “Quanto tem a</p><p>sua junta?”; “É para cerâmica convencional ou porcelanato?”; “Ah! É pra</p><p>pastilhas de vidro?”; “Vai ser empregado na piscina?”; “Então é o tipo resinado</p><p>específico para piscina ou o senhor prefere levar o rejunte do tipo epóxi? - É</p><p>bem mais caro, mas é muito bom”.</p><p>Como você observa, a nossa indústria já não é mais a mesma: as argamassas de</p><p>assentamento das peças são chamadas de argamassas de alta adesividade,</p><p>classificadas de acordo com as necessidades e situações em AC-I, AC-II, AC-III,</p><p>conforme o uso para grandes formatos, piso sobre piso, mármores e granitos,</p><p>fachadas... e vai por aí afora!</p><p>Como não poderia ser diferente, todas essas tecnologias incorporadas</p><p>encareceram muito esta etapa da obra (assentamento de pisos e revestimentos).</p><p>Vamos em frente que o engenheiro está pressionando e já começa a falar em</p><p>entregar a obra ao cliente no dia tal, bem perto do Natal. Ah! Esse homem da</p><p>“raiz quadrada de 2 elevada ao cubo...não tem quem aguente”.</p><p>4.2.2. Pintor</p><p>Crédito da imagem: Laura Shaw por Pixabay.</p><p>Pintor: mestre do que aparece.</p><p>O pintor é um profissional muito aguardado na obra, pois passa a você a</p><p>sensação de que ela está terminando. Já chega pedindo lixa grossa nº 40 para</p><p>derrubar a areia “solta” do revestimento; derruba, espana, varre... aí começa a</p><p>esticar a massa corrida pela parede e pelo teto, cuidando para deixar os espaços</p><p>das molduras de gesso dos rodapés.</p><p>Há vários tipos de lixa (papel com superfície abrasiva), oferecidas conforme o</p><p>tipo de material a ser lixado na obra (madeira, metal, alvenaria - massa na parede</p><p>etc.). Para um bom acabamento, geralmente se inicia o lixamento com lixa mais</p><p>grossa, usando-se a mais fina na sequência. Quanto maior o número de grãos</p><p>abrasivos, mais fina e delicada deve ser a lixa.</p><p>Mas logo as demais equipes começam a “chiar” com o pó do lixamento da</p><p>primeira demão de massa. Após nova aplicação, deixa-se secar e depois vêm as</p><p>correções, em que é necessário o emprego de lâmpadas de alta potência para</p><p>mostrar os defeitos das paredes e do teto. Assim começa a vida desse</p><p>profissional - que ficará na obra até o último minuto antes da chegada da</p><p>mudança da família e, muitas vezes, mesmo após a mudança, para retoques.</p><p>Concluído o serviço de massa corrida, inicia-se o preparo das esquadrias de</p><p>madeira e de ferro, se existirem na obra, e aplica-se um produto denominado sal</p><p>“azedo” nos batentes e guarnições, para eliminar eventuais manchas de</p><p>argamassas. É a vez de usar lixa, selador de nitrocelulose, lixa novamente e a</p><p>primeira demão do verniz. Ah... não será verniz? Será pintura? Então lixa,</p><p>selador sintético para madeira, lixa, massa de ponsar (ultrapassada) ou massa</p><p>acrílica específica para madeira. A operação continua com sucessivas aplicações</p><p>de lixa e massa corrida, sempre mudando a graduação da lixa para atingir uma</p><p>superfície lisa, pronta para a aplicação da pintura à pistola (se for o caso).</p><p>Selador é um produto empregado previamente à pintura, na preparação de uma</p><p>superfície nova ou em mau estado de conservação (parede, madeira, metal, gesso</p><p>etc.). É utilizado para regularizar a superfície e fechar os poros, impedindo</p><p>manchas no acabamento e otimizando a fixação da tinta. Seu uso evita</p><p>desperdício de tinta e gastos com várias demãos. O tipo de selador é especificado</p><p>conforme a superfície que será pintada. Há os pigmentados (com cor) e os</p><p>transparentes (sem cor). No caso de superfícies de madeira, para a regularização</p><p>de orifícios, antigamente se usava massa de ponsar; atualmente há massa</p><p>específica (acrílica) para minimizar as imperfeições.</p><p>As casas com padrão mais elevado normalmente recebem as portas prontas da</p><p>indústria, ou seja, já com batente, folha da porta e as guarnições (componentes</p><p>de uma porta), requerendo apenas a fixação no local; costumam chegar ao final</p><p>da obra para evitar danos com impacto e “mão-boba”.</p><p>Uma segunda equipe da pintura “tratará” a casa pelo lado externo, derrubando</p><p>areia da argamassa, aplicando o selador acrílico (necessário) e depois a pintura</p><p>escolhida: lisa, textura a rolo, lamato, grafiato,</p>