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<p>Todo	mundo	ama	um	dia</p><p>Todo	mundo	chora</p><p>Um	dia	a	gente	chega</p><p>E	no	outro	vai	embora.</p><p>Cada	um	de	nós	compõe	a	sua	história</p><p>Cada	ser	em	si</p><p>Carrega	o	dom	de	ser	capaz</p><p>E	ser	feliz.</p><p>Conhecer	as	manhas	e	as	manhãs</p><p>O	sabor	das	massas	e	das	maçãs.</p><p>É	preciso	amor	pra	poder	pulsar</p><p>É	preciso	paz	pra	poder	sorrir</p><p>É	preciso	a	chuva	para	florir</p><p>(Tocando	em	frente	-	Almir	Sater/Renato	Teixeira.)</p><p>APRESENTAÇÃO</p><p>A	apresentação	de	uma	obra,	normalmente,	é	feita	pelo	seu	autor,	que	conhece</p><p>melhor	do	que	ninguém	a	matéria	(o	quê?),	a	finalidade	(para	quê?),	a</p><p>justificativa	(por	quê?),	o	público-alvo	(para	quem?)	e	a	metodologia	(como?)	do</p><p>livro	que	escreveu.</p><p>Por	motivo	de	Força	Maior,	entretanto,	apresento-lhe	esta	obra,	uma	vez	que	seu</p><p>autor,	Antônio	Roberto	Pavim,	ou	simplesmente	Pavim,	partiu	para	o	“andar	de</p><p>cima”,	tendo	sido	chamado,	provavelmente,	para	trabalhar	em	edificações	no</p><p>plano	sideral.	Antes	de	partir,	porém,	deixou	este	livro	quase	pronto,	o	qual	tive</p><p>a	imensa	satisfação	de	estruturar	e	revisar,	em	parceria	com	a	arquiteta	Maria</p><p>Goretti	Cardoso	Giaquinto,	amiga	e	colega	de	trabalho	de	Pavim,	responsável</p><p>pela	revisão	de	mérito	e	complementação	do	texto.</p><p>Neste	livro,	Pavim	discorre,	de	forma	prática	e	despretensiosa,	sobre	a	edificação</p><p>de	obras	de	pequeno	porte	(residências),	traçando	um	roteiro	seguro,	que	procura</p><p>seguir	a	ordem	sequencial	da	construção,	desde	a	escolha	do	terreno	e	dos</p><p>profissionais	até	o	acompanhamento	das	etapas	de	execução:	fundação,</p><p>alvenaria,	cobertura,	pavimentação,	revestimento,	marcenaria,	serralharia,</p><p>vidraçaria,	pintura,	instalações	elétricas,	sistemas	de	automação	e	checklist	para</p><p>recebimento	do	imóvel.</p><p>O	sumário	traz,	de	forma	detalhada,	o	desdobramento	de	cada	uma	dessas</p><p>etapas,	motivo	pelo	qual	sugiro	que	você	o	examine	atentamente,	para	ter	a	visão</p><p>completa	do	conjunto	da	obra,	tanto	desta	aqui,	feita	de	palavras	e	imagens,</p><p>quanto	da	obra	de	concreto	e	alvenaria,	cuja	execução,	muito	em	breve,	você</p><p>acompanhará,	se	partir	para	a	construção	de	sua	casa.</p><p>E	foi	principalmente	para	você	que	Pavim	dedicou	os	últimos	meses	da	vida</p><p>dele,	escrevendo	este	livro,	com	o	objetivo	de	“empoderá-lo”,	de	transmitir-lhe</p><p>conhecimentos	suficientes	para	participar,	opinar,	escolher,	criticar,	enfim,	para</p><p>poder	acompanhar,	ativamente,	a	construção	de	sua	casa.	Para	tanto,	o	conteúdo</p><p>se	apresenta	com	abordagem	prática,	imagens	ilustrativas,	linguagem	acessível	e</p><p>tom	prosaico,	porém	não	superficial.	Em	certas	passagens,	parece	mesmo	que</p><p>Pavim	está	ao	nosso	lado,	conversando	conosco,	com	aquele	jeitinho	atencioso</p><p>que	lhe	era	tão	peculiar.</p><p>A	experiência	de	mais	de	quatro	décadas	na	construção	civil	revela-se,</p><p>sobretudo,	nas	informações	precisas	e	preciosas	constantes	da	seção	Dicas	do</p><p>Engenheiro;	no	passo	a	passo	das	inúmeras	etapas	de	execução;	nas	digressões</p><p>históricas,	em	que	ele	aproveita	para	demonstrar	a	evolução	dos	materiais	e	dos</p><p>processos	de	construção.	Cito,	como	exemplo,	o	chuveiro	de	tambor,	bem	como</p><p>as	estacas	de	madeira,	as	pedras	de	cantaria	e	tantas	coisas	mais	que	eu	nem</p><p>sabia	que	existiam.	Além	de	seus	conhecimentos	em	engenharia,	Pavim	também</p><p>era	professor	de	matemática,	o	que	explica	o	seu	jeitinho	didático	de	discorrer</p><p>sobre	o	assunto	e	de	demonstrar	os	cálculos	e	as	continhas.</p><p>De	tão	didático	e	minucioso,	este	manual	também	é	útil	para	estudantes	e</p><p>profissionais	da	área	de	construção	civil.</p><p>Mais	do	que	um	manual	prático	de	construção,	este	livro	nos	auxilia	na</p><p>edificação	de	nossa	morada	interior,	com	inúmeras	lições	de	resiliência,</p><p>humildade	e,	principalmente,	otimismo.	E	vamos	“simbora”	que	o	engenheiro</p><p>tem	pressa!</p><p>Boa	jornada	e	sucesso	na	empreitada!</p><p>Tatiana	de	Lima	Nóbrega</p><p>(Escritora,	revisora	e	cunhada	de	Pavim.)</p><p>PREFÁCIO</p><p>Inicialmente	este	manual	foi	preparado	para	você,	proprietário	de	um	terreno,</p><p>que	quer	acompanhar	de	perto	sua	obra	e	conhecer	todas	as	etapas	da	construção.</p><p>Digo	“inicialmente”	porque	os	esclarecimentos	e	as	dicas	aqui	contidos	também</p><p>são	úteis	aos	profissionais	da	construção	civil.</p><p>Claro	que	você	não	vai	poder	dizer	que	“virou”	arquiteto	ou	engenheiro	depois</p><p>de	ler	tudo,	mas	terá	condições	de	entender	melhor	a	execução	de	“sua”	obra,	o</p><p>que	fará	com	que	adquira	conhecimento	suficiente	para	valorizar	cada	operário,</p><p>fornecedor,	profissionais	envolvidos,	bem	como	cada	“centavo”	gasto	na</p><p>edificação	de	sua	morada.</p><p>O	engenheiro	Pavim,	como	todos	o	chamavam,	escreve	com	a	experiência	de</p><p>quem	passou	mais	de	quarenta	anos	dedicados	à	construção	civil,	construindo</p><p>não	apenas	casas,	mas	também	condomínios,	prédios	e	edifícios	comerciais.</p><p>Foram	muitos	sonhos	realizados	para	clientes-amigos.</p><p>Seu	maior	sonho,	porém,	foi	interrompido	por	um	vírus	que	o	“pegou	de	jeito”,</p><p>de	supetão.	Deu	tempo	de	escrever,	mas	não	de	sentir	suas	palavras	se</p><p>“esparramarem”	para	o	deleite	dos	amantes	de	tijolos	e	concreto.</p><p>Neste	manual,	suas	palavras	de	“engenheiro	com	cara	de	raiz	quadrada	elevada</p><p>ao	cubo”	ecoam	como	se	ele	estivesse	à	nossa	frente,	cafezinho	nas	mãos,	com</p><p>aquele	brilho	inconfundível	nos	olhos,	que	transmitia	a	ideia	de	que	“comigo	a</p><p>coisa	vai”,	explicando	“tintim	por	tintim”	cada	etapa.	Nunca	nenhum	cliente	teve</p><p>dúvidas	disso,	principalmente	porque	chegavam	por	meio	de	outros	clientes</p><p>satisfeitos,	num	“boca	a	boca”	que,	mesmo	em	época	de	redes	sociais	digitais,</p><p>nunca	deixou	de	funcionar.</p><p>Às	vezes,	as	explicações	seguiam	noite	adentro,	regadas	a	sucos	de	cajá,	bolo	de</p><p>rolo	e	outras	iguarias	que	Pavim	adorava.	Quantas	reuniões,	quantas	explicações</p><p>fossem	necessárias,	lá	estavam	os	esclarecimentos,	para	não	restar	dúvida	por</p><p>que	seria	feito	de	um	jeito	em	vez	de	outro:	o	melhor	para	a	qualidade	da	obra	e</p><p>para	o	“escorpião”	habitante	do	bolso	do	cliente.	Coisas	do	Pavim...</p><p>Engenheiro	de	raciocínio	extremamente	detalhista,	não	tinha	“papas	na	língua”</p><p>para	“puxar	a	orelha”	do	arquiteto	quando	achava	que	algo	não	ia	ficar	bom	ou</p><p>que	não	ia	dar	certo	(se	desse	certo,	ele	fazia).	Se	tinha	como	ser	resolvido,</p><p>pronto:	resolvia.	A	teimosia	desse	“engenheiro	com	cara	de	raiz	quadrada</p><p>elevada	ao	cubo”,	de	linguajar	da	“sua	época”,	certamente	convencia	quem</p><p>quisesse	aprender	um	pouco	(ou	muito)	mais.</p><p>O	vírus	“com	nome	de	chuveiro”	derrubou	o	engenheiro	amigo,	atencioso,</p><p>teimoso,	brabo,	mas	extremamente	bondoso,	prestativo,	chorão;	o	engenheiro	do</p><p>tipo	“amem	ou	odeiem”	que,	no	final	das	contas,	conquistava	pelo	imenso	desejo</p><p>de	fazer	direito	–	não	porque	era	o	seu	jeito,	e	sim	porque	era	o	jeito	certo	de</p><p>fazer,	até	provas	em	contrário.</p><p>Fez	muitos	amigos	nas	várias	equipes	que	“capitaneou”	ao	longo	dos	anos,</p><p>incluindo	os	arquitetos	e	os	engenheiros	com	quem	trabalhou	no	período</p><p>dedicado	à	engenharia	do	Banco	do	Brasil.	Brigou	para	vencer	o	vírus,	mas</p><p>certamente	a	“briga	foi	vencida”	porque	ele	seria	muito	mais	necessário	no	lugar</p><p>para	onde	foi	-	seu	tempo	não	foi	e	nem	será	em	vão!</p><p>Um	pouquinho	da	experiência	dele	está	aqui,	registrada	no	cansaço	do	final	do</p><p>dia,	dormindo	tarde	e	pouco,	acordando	“com	as	galinhas”,	empolgado,	como	se</p><p>estivesse	com	a	pressa	de	quem	antevê	como	o	tempo	é	extremamente	curto,</p><p>quando	o	Criador	quer	chamar	para	perto	dEle.</p><p>Deixou	um	texto	que,	para	quem	teve	o	prazer	de	conhecê-lo,	é	“a	cara	dele”,</p><p>com	o	seu	jeitinho	pacientemente	explicativo,	que	discorria	–	se	deixassem	-	por</p><p>horas,	externando	todo	o	amor	pela	profissão	tão	bem	exercida.</p><p>Realizou	muitos	sonhos,	nas	inúmeras	obras	que	executou	por	esse	“Brasilzão”</p><p>afora,	como	gostava	de	dizer,	e	fez	dos	clientes	e	parceiros	amigos	para	o	resto</p><p>de	sua	vida.</p><p>Um	beijo	e	um	queijo	para	todos!	É	o	que	diria	aqui,	com	certeza!</p><p>Maria	Goretti	Cardoso	Giaquinto</p><p>(Arquiteta,	parceira	profissional	e	amiga	de	Pavim.)</p><p>SUMÁRIO</p><p>Capa</p><p>Folha	de	Rosto</p><p>Créditos</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>1.	A	ESCOLHA	DO	TERRENO:	QUE	DEVEMOS	SABER?</p><p>2.	A	ESCOLHA	DOS	PROFISSIONAIS:	ELABORAÇÃO	DOS	PROJETOS</p><p>2.1.	Arquiteto:	profissional	responsável	pelo	projeto	arquitetônico</p><p>2.2.	Escritório	de	arquitetura:	profissionais	responsáveis	pelo	projeto</p><p>arquitetônico</p><p>2.3.	Escritórios	responsáveis	pelos	projetos</p><p>cimento	queimado	e	vai	por	aí</p><p>afora...</p><p>As	“provas”	geralmente	acontecem	após	escolhidas	as	cores	nas	lojas	de	tintas	e</p><p>depois	de	aplicadas	em	um	trecho	da	parede,	para	que	o	arquiteto	auxilie	nas</p><p>combinações	-	é	preciso	um	pouco	de	paciência	para	que	as	escolhas	realmente</p><p>agradem	você.</p><p>Fonte:	arquivo	pessoal.</p><p>Escolher	as	cores	é	difícil....tenha	calma.</p><p>O	mais	difícil	é	quando	se	consulta	toda	a	família:	um	escolhe,	o	outro	muda;</p><p>nova	escolha,	nova	mudança...	Ufa!	Mas,	uma	vez	aprovadas	as	cores,	elas	são</p><p>remetidas	à	loja	que	produzirá	a	textura	ou	a	cor	escolhida.	Quando	produzidas,</p><p>deverão	ser	enviadas	amostras	à	obra,	para	aplicação	de	protótipo,	com	a</p><p>verificação	de	aderência	com	a	cor	enviada	para	a	fábrica.	Geralmente	a	amostra</p><p>é	pintada	em	pequeno	retângulo	numa	alvenaria	que	leve	sol	e	noutra	interna,</p><p>para	visualização	do	resultado	com	e	sem	incidência	da	iluminação	solar.	Às</p><p>vezes,	temos	surpresas...</p><p>Lembrando	sempre	que	hoje	a	maioria	dos	arquitetos	elabora	maquetes</p><p>eletrônicas	da	casa	a	ser	construída.	Nessa	etapa,	você	pode	começar	a	escolher</p><p>as	cores	de	todos	os	planos	de	paredes,	“pois	o	papel	aceita	qualquer	coisa	e	sem</p><p>desaforo”.	É	muito	mais	fácil	do	que	ter	que	mudar	a	cor	de	uma	parede	já</p><p>concluída,	não	acha?	Então	não	se	esqueça	disso	quando	for	contratar	o	projeto</p><p>arquitetônico	e	explique	que	você	quer	a	maquete	eletrônica.	Se	o	projeto	for</p><p>mais	sofisticado,	você	pode	encomendar	visão	panorâmica	em	3D,	com	aqueles</p><p>óculos	virtuais;	é	como	diz	o	ditado:	“quem	pode,	pode...	quem	não	pode	se</p><p>sacode!”.</p><p>Entendo	assim:	com	boa	interação	entre	as	partes	envolvidas	-	você,	arquiteto	e</p><p>RT	-	todas	as	dificuldades	serão	superadas	e	o	propósito	estabelecido	estará</p><p>garantido.	Desdobre-se,	nessa	hora:	encontre	tempo,	vá	à	rua,	faça	boas	escolhas</p><p>e	depois	é	só	se	sentar	na	cafeteria	e	tomar	um	bom	café	com	bolo	de	rolo.	O	que</p><p>você	acha	disso?</p><p>Fonte:	arquivo	pessoal</p><p>Bolo	de	rolo	para	comemorar	a	sinergia	da	equipe.</p><p>4.2.3.	Jardineiro</p><p>Crédito	da	imagem:	Radosław	Kulupa	por	Pixabay.</p><p>Jardineiro:	para	colher,	plantar	é	necessário.</p><p>O	jardineiro	(e	seus	auxiliares)	é	o	profissional	que	prepara	o	terreno,	planta	as</p><p>gramas	e	as	“belezuras”	das	plantas	que	o	arquiteto	ou	o	paisagista	escolheram</p><p>com	você	e	sua	família.</p><p>Não	é	apenas	o	profissional	que	corta	a	grama,	pois	precisa	conhecer	as	espécies</p><p>de	plantas	e	gramas	escolhidas	para	acomodá-las	corretamente.	Afinal,	um</p><p>jardim	bem	cuidado,	planejado	e	executado	conforme	o	tipo	de	solo	e	a</p><p>insolação	incidente	(calor-sombra),	com	podas	no	tempo	certo	e	boa	irrigação,</p><p>emoldurará	e	transformará	sua	casa	naquelas	dignas	de	“capas	de	revista”.	É	o</p><p>profissional	de	quem	você	precisará	regularmente	para	cuidar	dessa	“moldura”	–</p><p>mesmo	que	você	instale	um	sistema	de	irrigação	automatizado,	pois	cuidar	das</p><p>plantas	não	é	só	“matar	a	sede”	delas.</p><p>4.2.4.	Calheiro</p><p>Crédito	da	imagem:	Petra	por	Pixabay.</p><p>Calheiro:	para	evitar	que	as	águas	de	março	causem	problemas.</p><p>Calheiro	é	o	profissional	que	executa	e	instala	as	calhas	coletoras	das	águas</p><p>pluviais,	os	rufos,	os	contrarrufos,	os	chapins	(ou	cobre-muros).	Esses	termos	se</p><p>referem	a	elementos	específicos	que	fazem	parte	do	telhado	e	dos	muros	-</p><p>serviços	de	serralheria	requeridos	na	obra.	Não	se	preocupe,	você	terá</p><p>oportunidade	de	conhecê-los	na	sua	obra.</p><p>Calhas	são	peças	metálicas	que	têm	a	função	de	captar	as	águas	pluviais	que</p><p>correm	nas	coberturas	e	de	direcionar	a	água	para	um	sistema	de	coleta	que</p><p>permita	a	drenagem	adequada.	A	colocação	de	calhas	pode	ser	feita	em	telhados</p><p>“fechados”	(protegidos	por	alvenarias	denominadas	platibandas)	ou	abertos.</p><p>Além	da	drenagem,	protegem	a	pintura	nas	paredes	externas	e	evitam	respingos</p><p>em	varandas	ou	garagens.	Rufos	e	contrarrufos	são	elementos	que	“fecham”	os</p><p>pontos	de	encontro	do	telhado	com	paredes,	evitando	a	infiltração	de	águas</p><p>pluviais	na	parte	superior	e	laterais	do	telhado.	Chapins	(cobre-muros)	são</p><p>elementos	metálicos	em	forma	de	“u”	invertido	que,	dispostos	na	parte	superior</p><p>de	alvenarias,	evitam	a	infiltração	da	água	de	chuva.</p><p>4.2.5.	Impermeabilizador</p><p>Crédito	da	imagem:	Wirestock	-	Freepik.com.</p><p>Impermeabilizador:	evitando	prejuízos	futuros.</p><p>É	o	profissional	que	deixa	tudo	impermeável,	ou	seja,	que	prepara	os	pisos	das</p><p>áreas	molhadas,	da	piscina,	da	cisterna,	de	floreiras	ou	jardineiras	dispostas	em</p><p>lajes	no	térreo	ou	pavimentos	superiores.</p><p>Importante	não	haver	falhas	no	serviço	executado	pelo	impermeabilizador,	senão</p><p>a	paz	do	engenheiro	irá	para	o	“espaço”	com	infiltrações	e	com	as	consequências</p><p>da	umidade	onde	ela	não	é	bem-vinda.	A	impermeabilização	“sela”	as	alvenarias</p><p>e	pisos	para	que	a	água	não	passe	para	ambientes	(paredes	e	tetos).</p><p>4.2.6.	Gesseiro</p><p>Fonte:	arquivo	pessoal.</p><p>Gesseiro:	mestre	do	pó.</p><p>O	gesseiro	é	aquele	profissional	que	“acompanha	a	cabeça	do	arquiteto”	e	faz</p><p>coisas	maravilhosas	que	até	“Deus	fica	encabulado”.	“Como	pode?	Eu	queria	ter</p><p>um	filho	assim...”.</p><p>Muitas	vezes,	o	trabalho	feito	com	gesso,	na	obra,	já	é	“uma	obra”.	A	sujeira	é</p><p>muita,	mas	o	final	vale	a	pena,	pois	não	é	só	para	rebaixar	a	altura	do	teto	que	o</p><p>gesso	é	usado.	Atualmente	o	uso	do	gesso	na	construção	civil	é	muito	versátil	e</p><p>requer	profissional	específico.</p><p>4.2.7.	Marceneiro</p><p>Crédito	da	imagem:	Michel	Rohan	por	Pixabay.</p><p>Marceneiro:	mestre	das	esquadrias.</p><p>O	marceneiro	é	o	profissional	que	trabalha	com	tudo	o	que	está	relacionado	a</p><p>madeira	e	materiais	afins,	em	marcenarias,	madeireiras	e	indústrias	de	móveis</p><p>planejados.	Entretanto,	anteriormente	falei	sobre	outro	profissional	que	também</p><p>trabalha	com	madeira:	o	carpinteiro.	Cabe	aqui	uma	breve	explicação	sobre	esses</p><p>dois	profissionais,	muitas	vezes	confundidos,	cujas	atribuições	têm	algumas</p><p>diferenças.</p><p>Basicamente	o	carpinteiro	trabalha	com	a	madeira	em	seu	estado	natural</p><p>(madeira	maciça)	e	atua	na	construção	de	telhados,	escadas,	esquadrias	(portas,</p><p>janelas),	pisos	assoalhados	etc.,	serviços	que	exigem	conhecimento	e	precisão</p><p>técnica.	Já	o	marceneiro	trabalha	com	madeira	e	afins	(compensados,</p><p>aglomerados,	MDF	etc.),	mas	em	serviços	referentes	a	criação,	conservação	e</p><p>restauro	de	objetos	em	madeira,	tais	como	móveis	e	acabamentos	finos.</p><p>Ambos	são	artesãos,	mas	os	serviços	que	executam	requerem	conhecimento	e</p><p>maquinaria	específica.	Um	bom	carpinteiro	pode	ser	marceneiro	e	vice-versa,</p><p>mas	geralmente	o	marceneiro	se	dedica	aos	serviços	que	requerem	mais</p><p>detalhamento	e	costuma	ser	mais	requisitado	em	marcenarias	que	trabalham	com</p><p>a	execução	de	móveis	planejados	e	esquadrias.</p><p>Este	profissional	(carpinteiro	ou	marceneiro)	chega	de	“mansinho”	na	sua	obra	e</p><p>vai	“pegando”	de	porta	em	porta,	ajustando	uma	por	uma	e,	com	o	formão	e	o</p><p>martelo	nas	mãos,	começa	a	assentar	as	dobradiças	com	perfeição.	Tem	aqueles</p><p>que	levam	até	uma	tupia	de	mão	para	agilizar	o	serviço	e	executar	os	ajustes	no</p><p>local.</p><p>Fechadura,	para	ele,	é	“fichinha”:	furou,	limpou,	ajustou	com	o	formão	e	logo	é</p><p>hora	de	fixar	testa	e	contratesta.	Nossa!	Se	a	porta	tem	testa	e	contratesta,	tem</p><p>cabeça	também?	Claro	que	não!	É	que,	com	a	modernidade,	clientes	com	mais</p><p>recursos	financeiros	adquirem	o	conjunto	de	porta-batente-guarnições	pronto,</p><p>executado	pela	indústria	de	madeira.	O	RT	só	vai	ter	o	trabalho	de	orientar	a</p><p>execução	do	requadro	dos	vãos	(aberturas)	de	alvenaria	e	contratar	um</p><p>profissional	especializado,	recomendado	pela	indústria	para	assentar	o	conjunto.</p><p>Com	um	tubo	de	poliuretano	expandido,	vão	sendo	preenchidos	os	espaços,	e</p><p>agora	é	só	espera	a	“cura”	(processo	de	secagem	e	endurecimento	da	espuma).</p><p>4.2.8.	Serralheiro</p><p>Crédito	da	imagem:	Serhii_Bobyk	-	Freepik.com. Crédito	da	imagem:	Senivpetro	-	Freepik.com.</p><p>Serralheiro	–	esquadrias	de	ferro. Serralheiro	–	esquadrias	de	alumínio.</p><p>O	serralheiro	é	aquele	profissional	habilidoso	no	manuseio	do	alumínio	ou	do</p><p>ferro,	que	produzirá,	na	fábrica,	as	esquadrias	metálicas	e	depois,	com	sua</p><p>equipe,	irá	à	obra	para	efetuar	a	montagem	e	a	fixação	nos	vãos</p><p>preestabelecidos.</p><p>Com	a	modernização	da	indústria	e	a	demanda	dos	clientes,	o	serralheiro	foi</p><p>incorporando</p><p>novas	tecnologias	às	suas	peças:	servomotores	para	abrir	e	fechar</p><p>venezianas,	com	comandos	remotos	ou	aberturas	com	comando	de	celulares	pelo</p><p>sistema	de	automação;	escovas	de	nylon	para	diminuir	atritos	e	ruídos;	gaxetas</p><p>de	neoprene	para	fixação	dos	vidros,	eliminando	de	vez	aquela	terrível	massa	de</p><p>vidraceiro	que,	com	o	tempo,	esfarelava	e	se	desmanchava;	motores	duplos	para</p><p>abertura	de	portões	grandes	e	avantajados	no	peso,	que	permitem	abertura	rápida</p><p>e	silenciosa...	e	por	aí	afora.</p><p>Na	indústria	da	construção	civil,	foram	criados	ferros	e	aços	com	perfis</p><p>específicos	para	auxiliar	os	arquitetos	a	criarem	ambientes	sofisticados,	com</p><p>emprego	e	mistura	de	materiais	diferentes,	como	concreto,	tijolos	aparentes,</p><p>vidros	etc.</p><p>4.2.9.	Vidraceiro</p><p>Crédito	da	imagem:	Freepik.com.</p><p>Vidraceiro	ou	profissional	de	vidraçaria.</p><p>Quase	não	existe	mais	aquele	vidraceiro	tradicional	que	ia	à	sua	obra,	tirava	as</p><p>medidas	dos	vãos	e	tinha	apenas	dois	tipos	de	vidros	para	lhe	vender:	o	liso	e	o</p><p>tipo	fantasia.	Hoje	as	empresas	especializadas	vão	ao	canteiro	para	solucionar</p><p>propostas	arrojadas:	fechamento	de	grandes	vãos,	com	abertura	total	ou	parcial;</p><p>vidros	com	muita	tecnologia	incorporada,	com	o	objetivo	de	melhorar	sua</p><p>qualidade	de	vida,	tais	como	vidro	reflexivo,	para	diminuir	o	calor	interno;</p><p>vidros	jateados,	para	impedir	a	visão	sem	impedir	a	passagem	da	luz;	vidro	lisos</p><p>transparentes;	vidros	fumês;	vidros	verdes;	vidros	pintados...</p><p>Veja	que	são	muitas	as	opções	para	estimular	a	criação	dos	arquitetos.	Também</p><p>há	os	vidros	temperados	(que	trabalham	apenas	com	poucas	peças	de	fixação,</p><p>permitindo	vãos	grandes	e	transparentes);	vidros	laminados	(empregados	em</p><p>locais	que	precisam	de	segurança,	como	guarda-corpos)	e	tantos	outros.</p><p>E	por	que	estou	falando	tanto	dos	tipos	de	vidro?	Exatamente	para	mostrar	a</p><p>você	a	importância	que	o	vidraceiro	assumiu	com	a	incorporação	da	tecnologia</p><p>na	produção	desse	material.	Mas	trabalhar	com	tanta	tecnologia	requer</p><p>profissionais	treinados,	conhecedores	do	material	para	prestarem	informações</p><p>corretas,	tanto	na	pré-venda	como	na	pós-venda	e,	se	for	o	caso,	na	manutenção.</p><p>4.2.10.	Calceteiro</p><p>Crédito	da	imagem:	Jair	Amaral/EM	DA	Press.</p><p>Calceteiro:	paciência	para	a	perfeição.</p><p>Você	já	ouviu	falar	dessa	profissão?	Pode	não	ter	ouvido,	mas	já	viu	alguns</p><p>trabalhando:	é	o	profissional	que	faz	a	pavimentação	com	mosaicos	de	pedra,</p><p>conhecidos	como	calçada	portuguesa	ou	petit	pavê:	aquelas	pedrinhas	(em</p><p>calcário,	diabásio)	assentadas	sobre	uma	“farofa”	de	cimento	e	areia	levemente</p><p>umedecida.</p><p>O	calceteiro	pega	pedrinha	por	pedrinha	e	vai	assentando	uma	ao	lado	da	outra,</p><p>com	um	pequeno	espaçamento,	que	depois	receberá	o	rejunte.	Esse	trabalho	é</p><p>feito	“de	sol	a	sol”	sobre	uma	superfície	normalmente	irregular	-	uns	improvisam</p><p>um	chapelão	bem	grande	de	papelão,	adaptado	no	chapéu	de	palha,	enquanto</p><p>outros	vão	mudando	o	“chapéu	de	sol”	para	se	segurar	no	clima	inóspito.	Eu</p><p>costumo	levar,	de	quando	em	quando,	uns	refrigerantes	para	ajudá-lo	a	matar	a</p><p>sede.</p><p>O	calceteiro	começa,	então,	a	bater	com	o	socador	que	tem	uma	tábua	na	ponta,</p><p>para	fixar	melhor	as	pedrinhas	e	nivelá-las	no	que	for	possível.	A	etapa	seguinte</p><p>ao	assentamento	é	preparar	o	rejunte	-	argamassa	seca	constituída	de	areia	e</p><p>cimento	-	e	espalhar	com	vassourão,	molhando	esse	rejunte,	que,	ao	endurecer,</p><p>dará	a	coesão	às	pedras,	permitindo	o	tráfego	de	pessoas	e	veículos.</p><p>O	bom	calceteiro	utiliza	raspas	de	couro	da	indústria	calçadista	para	fazer	a</p><p>limpeza	superficial	das	pedras,	evitando	assim	o	emprego	de	ácidos	fortes	para	a</p><p>remoção	da	massa	que	fica	impregnada	nas	pedras,	fazendo	o	que	é</p><p>ecologicamente	correto.</p><p>Agora	que	você	conhece	bem	a	“dureza”	dessa	profissão,	que	tal	“chorar”	menos</p><p>na	hora	da	contratação	dessa	mão	de	obra?</p><p>4.3.	Etapa	3:	time	de	instalação	dos	equipamentos</p><p>Os	profissionais	desta	etapa	trabalharão	em	momentos	específicos	ao	longo	da</p><p>obra	e	serão	demandados	conforme	o	que	foi	planejado.</p><p>4.3.1.	Sistema	de	ar	condicionado</p><p>Crédito	da	imagem:	José-Andrés	Pacheco-Cortes-	por	Pexels.</p><p>Instalador	de	ar-condicionado	–	porque	o	calor	está	demais!</p><p>É	o	profissional	que	faz	a	rede	“frigorígena”	-	tubulação	específica	que	interliga</p><p>a	unidade	evaporadora	(aquele	gabinete	tipo	split	que	fica	dentro	de	casa)	com	a</p><p>unidade	condensadora	(que	fica	do	lado	de	fora	da	casa	ou,	preferencialmente,</p><p>nas	áreas	previstas	em	projeto).</p><p>Numa	explicação	simples,	a	condensadora	capta	o	ar	externo	e	trabalha	para</p><p>deixá-lo	na	temperatura	estabelecida	pelo	usuário,	mandando-o	para	a	unidade</p><p>evaporadora,	que	fará	a	distribuição	desse	ar	refrigerado	(ou	aquecido).</p><p>Conforme	vai	aquecendo,	o	ar	do	ambiente	sobe	para	o	teto	e	então	é</p><p>recapturado	pelas	unidades	evaporadoras	–	que,	em	outra	rede	“frigorígena”,</p><p>manda	de	volta	o	ar	recolhido	do	ambiente	para	a	condicionadora,	para	processar</p><p>a	nova	refrigeração	(ou	aquecimento)	e	devolver	ao	ambiente	na	temperatura</p><p>desejada.	Esse	profissional	instala	a	tubulação	e	depois	volta,	no	final	da	obra,</p><p>para	instalar	os	equipamentos	e	fazer	os	testes	finais	das	redes.</p><p>Observe	a	importância	do	instalador,	que	prepara	toda	essa	“parafernália”	só</p><p>para	você	ficar	no	“bem-bom”.	“Cabra	porreta!”.	Eu	já	estava	indo	embora	para</p><p>a	próxima	equipe,	mas	voltei	para	lembrar	que,	atualmente,	com	o	custo	elevado</p><p>do	consumo	de	energia,	você	deve	exigir,	no	ato	da	compra,	que	os</p><p>equipamentos	sejam	do	tipo	“inverter”,	não	importando	de	qual	fabricante	seja.</p><p>Essa	informação	precisa	chegar	cedo	para	o	RT,	antes	que	ele	contrate	as</p><p>instalações	da	rede	“frigorígena”,	pois	a	distribuição	dos	cabos	elétricos	é</p><p>diferente	do	sistema	convencional.	Ah!	Tem	mais	uma	coisinha	importante:	faça</p><p>tudo	para	que	a	rede	seja	de	cobre,	em	vez	de	alumínio,	e	atente	para	que	o</p><p>sistema	esteja	devidamente	isolado.</p><p>Os	canos	de	cobre	são	utilizados	pela	sua	boa	condutibilidade	térmica	(troca	de</p><p>calor	mais	eficiente)	e	maior	resistência	à	corrosão;	requerem	adequado</p><p>isolamento	para	que	sejam	eficientes	nos	sistemas	de	climatização	e	refrigeração.</p><p>Apesar	da	tubulação	em	alumínio	ser	mais	barata	que	a	de	cobre,	o	tubo	de</p><p>alumínio	é	mais	suscetível	a	perfurações	e	amassos	e,	por	isso,	possui	reduzida</p><p>vida	útil:	as	flanges	e	conexões,	fragilizadas	com	o	tempo,	possibilitam</p><p>vazamentos	de	fluidos,	tornando	o	trabalho	de	instalação	e	manutenção	menos</p><p>eficiente,	uma	vez	que	têm	que	ser	substituídas	quando	avariadas	(não	permitem</p><p>consertos,	como	a	tubulação	de	cobre).</p><p>O	isolamento	da	tubulação	“frigorígena”	deve	garantir	o	controle	da</p><p>condensação	e	a	conservação	de	energia,	por	isso	é	necessário	ser	produzida	com</p><p>material	resistente	a	temperaturas	muito	baixas	ou	muito	altas	–	geralmente</p><p>espuma	elastomérica	é	a	mais	usada.</p><p>Além	da	instalação	dos	aparelhos	de	ar	condicionado,	é	possível	que	haja	a</p><p>necessidade	de	contratação	de	profissionais	para	instalação	dos	diversos</p><p>equipamentos	que	você	pode	ter	adquirido	para	sua	futura	residência...	afinal,</p><p>você	é	moderno,	quer	(e	merece)	conforto	para	sua	família.	E	são	muitos</p><p>equipamentos	à	nossa	disposição:	central	de	aspiração	de	pó,	sauna,	elevador	(ou</p><p>plataforma	elevatória)	etc.</p><p>4.3.2.	Elevador	ou	plataforma	elevatória</p><p>Crédito	da	imagem:	Meruyert	Gonullu	por	Pexels.</p><p>Elevador:	necessidade	para	acessibilidade.</p><p>Se	sua	residência	tiver	mais	de	um	pavimento,	é	importante	pensar	no	uso	de</p><p>elevador	quando	você	ou	outro	familiar	estiver,	no	futuro,	com	alguma</p><p>dificuldade	de	locomoção	–	por	doença	ou	por	idade,	por	exemplo.	Por	isso,	é</p><p>importante	conversar	com	o	seu	arquiteto	sobre	a	possibilidade	de	prever	um</p><p>“poço”	para	instalar,	ainda	que	posteriormente,	um	elevador	ou	uma	plataforma</p><p>elevatória	para	permitir	o	deslocamento	entre	os	pavimentos	de	forma	segura.	Há</p><p>empresas	no	mercado	com	opções	para	“cada	bolso”	–	lembrando	que	mesmo	o</p><p>equipamento	mais	simples	é	caro,	e	a	escolha	é	necessária	para	ajustar	as</p><p>dimensões	do	“poço”,	a	localização	do	motor	etc.</p><p>Convém	observar	as	seguintes	situações:</p><p>•	você	está	no	grupo	dos	que	ainda	não	decidiram	quando	colocar	o</p><p>equipamento,	mas	já</p><p>quer	deixar	tudo	prontinho	para,	na	“hora	h”,	não	precisar</p><p>fazer	quebra-quebra;	ou</p><p>•	você	já	decidiu	que	só	irá	se	mudar	para	as	novas	instalações	quando	o</p><p>elevador	estiver	instalado,	afinal	“seu	joelho	não	é	mais	o	mesmo	desde	que	se</p><p>lesionou	naquela	partida	de	tênis”.</p><p>Em	ambos	os	casos,	sugiro	que	você	converse	com	o	seu	RT	na	primeira	semana</p><p>da	obra	e	que	comece	a	pesquisar	as	empresas	que	podem	vender	e	entregar	o</p><p>equipamento	até	o	final	da	edificação	(normalmente	as	empresas	pedem	de	oito</p><p>meses	a	um	ano	para	produzir	o	equipamento,	instalar	e	fazer	os	ajustes	finais).</p><p>Já	sabe	em	que	grupo	você	está?</p><p>4.3.3.	Automação</p><p>Crédito	da	imagem:	Gerd	Altmann	por	Pixabay.</p><p>Automação:	facilidades	da	tecnologia	à	mão.</p><p>Esta	é	a	equipe	dos	profissionais	que	instalarão,	na	sua	casa,	o	sistema	de</p><p>automação,	que	consiste	num	conjunto	sofisticado	de	equipamentos	e	tecnologia</p><p>de	ponta	para	facilitar	e	deixar	a	sua	vida	mais	tranquila.</p><p>Imagine	que	você	está	no	escritório	da	empresa	ou	ainda	na	estrada,	retornando</p><p>para	casa,	e	decide	refrigerar	o	seu	quarto	com	um	comando	do	seu	celular:	isso</p><p>já	é	possível!	Ou	que	está	escurecendo	-	e	você	deixou	toda	a	frente	da	casa</p><p>apagada	-	e	agora	quer	que	tudo	seja	aceso	imediatamente	a	distância:	também	é</p><p>possível!	Ou	começou	a	chover	e	você	se	lembrou	de	que	deixou	a	janela	do</p><p>quarto	do	seu	filho	um	pouquinho	aberta	para	ventilar,	tirar	aquele	cheirinho	do</p><p>Golden	Retriever	que	insiste	em	dormir	no	quarto	dele,	mas	que	agora	precisa</p><p>fechar	antes	que	molhe	tudo:	é	possível!</p><p>Agora	imagine	que	você	quer	ligar	as	luminárias	no	entorno	da	piscina	e	a	luz	da</p><p>cascata,	antes	de	chegar:	é	possível	apenas	com	um	comando	do	seu	celular	ou</p><p>do	seu	tablet,	de	onde	você	estiver!	Ainda...	você	viajou	para	a	praia	e	está</p><p>preocupado	com	a	casa,	com	a	movimentação	do	pessoal	que	ficou	de	ir	limpar	a</p><p>piscina	ou	fazer	a	manutenção	no	jardim:	fique	tranquilo,	você	pode	acompanhar</p><p>tudo	tomando	sua	cervejinha	gelada.	Isso	sem	contar	que	a	sua	secretária	disse</p><p>que	“tá	um	calorão	danado”	na	cidade	e	você	resolve	premiar	suas	plantinhas</p><p>comandando	uma	irrigação	completa	ao	anoitecer,	quando	a	temperatura	baixar</p><p>um	pouco.	Tudo	isso	é	possível!</p><p>Home	theather	(cinema	em	casa)	nem	se	fala;	sonorização	espalhada	por	todos</p><p>os	ambientes,	também	não.	Meu	Deus,	que	vida	boa!	E	tudo	isso	graças	àquela</p><p>“rapaziada”	da	automação	.</p><p>Os	eletrodomésticos	“inteligentes”	chegaram	para	facilitar	ainda	mais	a	nossa</p><p>vida.	Nossa!	Deu	uma	ventania	“danada”	lá	em	casa,	mas	eu	nem	me	incomodei,</p><p>afinal	instalei	uma	central	de	aspiração	de	pó	e	resíduos.	A	vida	da	minha</p><p>secretária	também	ficou	mais	fácil	com	a	limpeza	automatizada	e,	nos	fins	de</p><p>semana,	quando	ela	está	descansando,	eu	também	posso	me	exercitar	um	pouco,</p><p>com	quase	nada	de	esforço.	Você	falou	final	de	semana?	Ah!	Vamos	pedir	uma</p><p>pizza,	dar	uma	esticada	no	sofá,	ligar	o	ar,	colocar	a	Netflix	e	ver	um	bom	filme</p><p>em	família...	afinal	a	vida	é	boa	e	ninguém	é	de	“ferro”.	Eu	quero	é	mais!</p><p>4.3.4.	Móveis	planejados</p><p>Fonte:	arquivo	pessoal.</p><p>Móveis	planejados:	organizar	é	ganhar	tempo.</p><p>O	time	dos	móveis	planejados,	diferentemente	do	que	você	possa	imaginar,	é</p><p>muito	importante	–	e	você	deve	pensar	nesse	pessoal	numa	fase	bem	precoce	da</p><p>obra:	exatamente	antes	de	começar	a	executar	as	instalações	elétricas	e</p><p>hidráulicas,	principalmente	nas	áreas	de	cozinha,	área	de	serviço	e	área	gourmet.</p><p>Você	precisará	de	tempo	para	começar	a	olhar,	nas	lojas	ou	na	internet,	os</p><p>equipamentos	da	sua	casa,	sabendo	que	cada	um	tem	características	definidas,	as</p><p>quais	precisam	ser	repassadas	para	o	projetista	da	empresa	que	fará	o	projeto	dos</p><p>móveis	planejados.	O	RT	precisará	ser	informado,	por	exemplo,	se	haverá</p><p>sapatas	(bases)	para	apoiar	as	pias,	os	lavatórios,	os	armários,	ou	se	tudo	será</p><p>suspenso,	bem	como	quais	equipamentos	precisarão	de	tomadas	elétricas</p><p>(externas	ou	embutidas).</p><p>O	entrosamento	com	o	seu	RT	precisa	ser	“afinado”;	toda	vez	que	precisar,	ele</p><p>acionará	o	arquiteto,	que	o	auxiliará,	principalmente	quando	você	resolver	fazer</p><p>mudanças	inesperadas	ou	necessárias.	O	RT	conviverá	muito	com	esse	time,</p><p>sobretudo	nas	últimas	etapas	que	antecedem	a	sua	mudança	para	o	novo	lar.</p><p>4.3.5.	Iluminação</p><p>Fonte:	arquivo	pessoal.</p><p>Iluminação	é	conforto!</p><p>Esse	pessoal	deveria	ser	contratado	preferencialmente	antes	de	se	concretar	a</p><p>primeira	laje,	afinal	é	nela	que	estarão	embutidas	todas	as	tubulações	da	parte</p><p>elétrica,	telefone,	internet,	TV,	interfone	e	automação.	Quando	falo	“pessoal”,</p><p>faço	referência	não	só	ao	eletricista	que	instalará	as	luminárias,	mas	também	a</p><p>quem	definirá	o	tipo,	a	quantidade	e	os	locais	onde	elas	serão	instaladas.</p><p>A	elaboração	de	um	bom	projeto	de	luminotécnica	definirá	como	sua	casa	será</p><p>iluminada,	por	dentro	e	por	fora,	quando	a	luz	natural	não	for	suficiente	para	os</p><p>ambientes.	Quando	o	teto	é	rebaixado	com	o	uso	de	um	forro	falso	(forro</p><p>rebaixado	com	gesso,	por	exemplo)	facilita	muito	a	vida	do	RT	-	que	pode</p><p>atender	várias	demandas,	disponibilizando,	por	exemplo,	um	ponto	de	luz	sobre</p><p>aquela	escultura	que	você	trouxe	da	Índia	e	que	lhe	traz	tantas	lembranças</p><p>agradáveis.</p><p>A	iluminação	é	um	dos	itens	ao	qual	eu	recomendo	muita	atenção,	pois	é	vital</p><p>para	realçar	tudo	que	haverá	de	belo	na	casa,	além	do	conforto	visual.</p><p>Normalmente	as	empresas	especializadas	em	luminárias	oferecem	o	projeto	de</p><p>luminotécnica	de	forma	gratuita,	atrelado	ao	compromisso	de	que	você	irá,	no</p><p>futuro	próximo,	adquirir	o	material	com	eles	-	para	que	fiquem	seguros	de	que</p><p>você	voltará,	é	provável	que	cobrem	um	valor	pouco	significativo,	a	ser</p><p>devolvido	como	bônus	no	ato	da	compra.	“Parece	razoável,	né?”.</p><p>4.3.6.	Microgeração	de	energia</p><p>Crédito	da	imagem:	Schropferoval	por	Pixabay.</p><p>Energia:	microgeração	para	economia	e	sustentabilidade.</p><p>Você	sabe	que,	se	a	sua	casa	for	grande,	tiver	uma	população	considerável	e</p><p>dispuser	de	muitos	equipamentos,	provavelmente	demandará	elevado	consumo</p><p>de	energia.	A	boa	notícia	é	que,	com	a	popularização	das	placas	fotovoltaicas,</p><p>quem	estiver	com	“bala	na	algibeira”	deve	considerar	firmemente	essa	solução,</p><p>que	é	muito	boa.	Mesmo	que	você	não	pense	em	instalar	o	equipamento	durante</p><p>a	construção,	deixando	para	uma	etapa	futura,	converse	com	seu	RT	e	informe</p><p>sua	intenção;	ele	deixará	toda	a	infraestrutura	executada,	e	esse	custo	tem	valor</p><p>irrisório.	Pense	firme	nisso!	Atualmente	há	financiamentos	bancários	para</p><p>possibilitar	a	instalação	desse	sistema,	de	forma	a	incentivar	o	uso	de	energia</p><p>sustentável.</p><p>Uma	pergunta	importante:	você	sabe	como	funciona	a	captação	de	energia	solar?</p><p>É	mais	ou	menos	assim:</p><p>•	O	sistema	é	composto	de	placas	fotovoltaicas,	instaladas	na	cobertura	da	última</p><p>laje	e	posicionadas	de	forma	a	aproveitar	o	maior	índice	de	insolação	(incidência</p><p>de	raios	solares)	sobre	elas.</p><p>•	Um	equipamento	chamado	de	inversor	é	instalado	embaixo,	na	área	de	serviço,</p><p>por	exemplo,	o	qual	recebe	a	energia	gerada	pelas	placas	através	de	cabos</p><p>elétricos.</p><p>•	O	inversor	é	ligado	diretamente	a	um	relógio	medidor	de	energia	elétrica,	no</p><p>quadro	de	entrada	de	energia	da	sua	companhia	fornecedora.</p><p>•	A	energia	que	entra	pela	rede	é	medida	e	a	energia	excedente	“que	você	gerar”</p><p>é	disponibilizada	à	concessionária,	que	lhe	pagará	por	ela.</p><p>Em	síntese,	a	concessionária	de	energia	faz	um	“mata-mata”	e	deixa	um	crédito</p><p>pelo	que	sobrou	(energia	não	utilizada)	para	você	gastar	nos	próximos	meses.	É</p><p>um	“negoção”,	principalmente	se	considerarmos	que,	em	dois	a	três	anos,	o</p><p>sistema	estará	pago.	Como	diriam	meus	parceiros:	“A	vida	mudou	e	pra	mió!”.</p><p>E	eu	vou	parar	por	aqui	com	esse	desfile	de	obras	fashion	week,	senão	os</p><p>apontamentos	vão	ficar	grandes	demais	e	você	vai	desanimar	de	continuar	com	a</p><p>leitura.	Mas	antes	darei	mais	algumas	daquelas	dicas	preciosas.	Se	anima</p><p>companheiro,	que	conhecimento	tem	seu	preço	(e	é	bom)!</p><p>DICAS	DO	ENGENHEIRO</p><p>Essas	dicas	servem	para	o	RT	e	para	você	que	deseja	acompanhar	de	perto	o</p><p>andamento	de	sua	obra:</p><p>•	Sempre	que	puder,	leve	uma	garrafa	de	refrigerante	para	a	“rapaziada”;	você	se</p><p>conectará	com	eles,</p><p>conquistando	o	coração	da	“moçada”.</p><p>•	Se	for	época	das	festas	juninas,	por	que	não	levar	um	bolo	de	milho?	Eu</p><p>costumo	levar	com	boa	frequência	o	famoso	pão	quentinho	com	mortadela.</p><p>•	A	cada	etapa	importante	concluída	(primeira	laje	concretada,	telhado	pronto),</p><p>tire	o	“escorpião”	do	bolso	e	compre	uma	costela	e	uns	“fardinhos”	de	cerveja</p><p>para	os	campeões.	Envolva-se	nesse	dia	com	eles,	por	algumas	horas,	enquanto	o</p><p>carvão	queima	e	sobe	aquele	calor	das	brasas,	sobe	também	a	motivação	de</p><p>todos	e	é	você	quem	tem	a	lucrar,	afinal	trabalhar	com	um	time	motivado	é	tudo</p><p>de	bom	e	tem	reflexos	imediatos	na	produtividade.</p><p>Tem	gente	que	finge	que	não	sabe	de	nada	disso;	de	hoje	em	diante	você	já	sabe.</p><p>Fonte:	arquivo	pessoal.</p><p>Ninguém	é	de	“ferro”	e	assar	uma	“carninha”	faz	parte	do	processo.</p><p>4	O	concreto	pode	ser	produzido	manualmente	no	canteiro,	com	uso	de	um</p><p>equipamento	denominado	betoneira,	ou	ser	comprado	pronto.</p><p>5.	RELACIONAMENTO	COMERCIAL	COM	O	ARQUITETO</p><p>E	COM	O	ENGENHEIRO</p><p>A	insegurança	é	um	comportamento	natural	do	ser	humano,	principalmente</p><p>diante	do	novo,	a	exemplo	de	quando	se	vai	iniciar	um	relacionamento,	seja</p><p>pessoal	ou	profissional.	E	por	que	isso	acontece	conosco?	É	que	o	ser	humano	é</p><p>demasiadamente	complexo	-	mas	também	o	ser	mais	belo,	criado	à	semelhança</p><p>do	seu	Criador	-	e	que	já	vem	com	“um	pacote”	de	proteção	contra	o	que	possa</p><p>lhe	acontecer	de	errado.	Mas,	olha,	quero	reforçar	que	essa	insegurança	é	natural</p><p>e	que	você	precisa	“quebrá-la”	e	enfrentar	todas	as	etapas	que	virão	“nesse</p><p>pacote”.	Estou	aqui	para	te	ajudar	com	isso!</p><p>Os	seus	primeiros	contatos	ocorrerão	com	o	arquiteto	e	com	o	engenheiro,	que</p><p>serão	seus	parceiros	durante	essa	caminhada.	Ora,	se	é	uma	caminhada,	e	longa,</p><p>nada	melhor	do	que	encarar	todos	os	seus	medos	e	firmar	as	parcerias	com</p><p>segurança.</p><p>Tanto	o	arquiteto	como	o	engenheiro	são	profissionais	acostumados	com	a	rotina</p><p>de	contratação	para	prestação	de	serviços;	para	eles,	essa	etapa	transcorre	de</p><p>forma	tranquila	e	natural.</p><p>Como	provável	cliente,	você	os	procurará,	um	por	vez,	cada	um	na	ordem	de</p><p>acontecimentos	dos	projetos	e	da	construção.	É	provável	que	você	tenha</p><p>escutado	muitas	“histórias”	sobre	o	relacionamento	dos	seus	amigos	ou</p><p>conhecidos	com	os	profissionais	da	construção	civil,	mas	posso	lhe	garantir	que</p><p>são	pessoas	comuns,	com	suas	obrigações	e	necessidades	de	sobrevivência.	Pois</p><p>bem,	a	maior	parte	dessas	conversas	são	verdadeiras,	mas	geralmente	contadas</p><p>por	apenas	um	dos	lados	do	relacionamento,	e	é	quase	certo	que	você	não</p><p>procurou	a	outra	parte	para	se	inteirar	das	informações	que	lhe	foram	repassadas,</p><p>para	conhecer	a	outra	visão	desse	relacionamento	comercial.</p><p>Fazendo	uso	do	recurso	da	analogia,	posso	dizer	a	você	que	tanto	o	engenheiro</p><p>como	o	arquiteto	podem	ser	comparados	com	o	médico	que	irá	atendê-lo	para</p><p>minuciosa	consulta	sobre	o	seu	estado	de	saúde.	Como	você	procura	um</p><p>médico?	Pelo	preço	ou	por	suas	habilidades	conhecidas	e	propagadas	pelos</p><p>pacientes?	Você	permite	que	um	profissional	inexperiente	abra	o	seu	corpo	para</p><p>uma	cirurgia	ou	sai	pesquisando	sobre	os	casos	bem-sucedidos	de	um</p><p>especialista	indicado	por	alguém?	Aos	inexperientes	são	dadas	as	oportunidades</p><p>de	serem	treinados	e,	com	acompanhamento	dos	seus	mentores,	certamente</p><p>adquirirão	a	experiência	necessária	para	alcançarem	o	“voo	solo”.</p><p>Se	você	pode	pagar	o	preço	justo,	deve	procurar	os	profissionais	certos,	aqueles</p><p>que	já	prestaram	serviços	aos	seus	amigos,	aos	seus	conhecidos	e	que	foram</p><p>bem-sucedidos.	Ah...	você	não	conhece	ninguém	do	seu	círculo	de	amizades	que</p><p>teve	essa	experiência?	Então	procure	conhecer	o	profissional,	perguntando	a</p><p>quem	já	o	contratou.	Peça	ao	seu	futuro	contratado	nomes	de	alguns	de	seus</p><p>clientes;	visite	suas	obras,	verifique	seus	projetos.	Todo	bom	profissional	tem</p><p>prazer	em	mostrar	seus	serviços.</p><p>Converse	com	essas	pessoas	que	já	vivenciaram	essa	experiência	pela	qual	você</p><p>passará	em	breve;	tente	obter	os	pontos	fortes	e	fracos	desses	profissionais.</p><p>Todos	nós	temos	um	pouquinho	de	cada	coisa;	certamente	assim	você	vai</p><p>adquirindo	“musculatura”	e	ficando	mais	corajoso	para	a	etapa	maravilhosa	que</p><p>virá	pela	frente.</p><p>Siga	seus	instintos,	eles	normalmente	são	infalíveis,	sabia?	Dentro	de	nós	foi</p><p>deixada	uma	“caixinha”	cheia	de	informações	para	ser	utilizada	nos	momentos</p><p>certos.	Ainda	que	as	informações	recebidas	sobre	o	profissional	sejam	boas,	“se</p><p>o	seu	santo	não	bateu	com	o	dele”,	“caia	fora”	e	procure	outro.	Segurança	é	tudo</p><p>para	quem	vai	contratar!</p><p>Voltando	um	pouco	para	os	preços	cobrados	pelos	profissionais,	eu	diria	que</p><p>cada	um,	seguindo	certa	lógica	de	mercado,	estabelece	a	sua	tabela	de	preços	em</p><p>função	do	que	entrega.	“Você	sabe,	né?”	Preço	é	aquilo	que	se	paga	e	valor	é</p><p>aquilo	que	se	recebe.	Dessa	forma,	você	deve	exigir	muito	valor	dos	serviços</p><p>que	serão	pagos.	E	vamos	agora	às	dicas	preciosas!</p><p>DICAS	DO	ENGENHEIRO</p><p>•	Existem	profissionais	com	portfólio	respeitável	de	serviços	prestados	e	que,	por</p><p>essa	razão,	sua	tabela	é	diferenciada	da	média	do	mercado;	você	vai	encontrar</p><p>vários	funcionários	no	seu	escritório,	num	ponto	de	destaque	na	cidade,	e	tudo</p><p>isso	tem	seu	preço,	concorda?</p><p>•	Há	também	aquele	profissional	que	costumeiramente	é	procurado	pela	classe</p><p>mais	abastada	da	sociedade	e	que	se	sente	mais	confortável	em	apresentar	uma</p><p>tabela	de	preços	que,	certamente,	assustará	os	menos	abastados.	Normalmente</p><p>esses	profissionais	se	inserem	na	dica	anterior,	mas	nem	sempre	isso	acontece.</p><p>•	Existem	profissionais	com	bons	serviços	prestados	à	sociedade,</p><p>relacionamentos	comerciais	sólidos,	dentro	dos	bons	princípios,	com	pós-venda</p><p>excelente	e	tabela	de	preços	acessível	para	muita	gente.	No	escritório	desses</p><p>profissionais	(ou	no	home	office),	dificilmente	você	verá	gente	de	“nariz</p><p>empinado”;	muitas	vezes	o	cafezinho	é	passado	na	hora	pelo	próprio	profissional</p><p>que	você	está	pretendendo	contratar.</p><p>•	Há	os	profissionais	com	menos	experiência,	com	portfólio	reduzido	de	serviços</p><p>prestados,	mas	cheios	de	boa	vontade,	que	lhe	oferecerão	uma	tabela	de	preços</p><p>que	cabe	na	maioria	dos	bolsos.</p><p>•	Há,	ainda,	aqueles	com	fama	comprovada	(fuja	desses!)	de	não	cumpridores	do</p><p>acordado	e	dos	cronogramas	firmados	em	contrato.	Perda	de	tempo,	obra</p><p>inacabada	ou	projeto	malfeito	são	uma	realidade,	infelizmente...</p><p>Normalmente	você	chegará	ao	engenheiro	e	ao	arquiteto	por	meio	de	indicação</p><p>e,	provavelmente,	um	deles	lhe	indicará	o	outro	profissional	com	quem	se	afina</p><p>mais	para	fazer	a	parceria	de	prestação	de	serviços.	Explico:	se	você	foi</p><p>recomendado	a	um	arquiteto	e	se,	durante	o	desenvolvimento	dos	trabalhos,</p><p>percebeu	que	os	“santos	se	cruzaram”,	você	se	sentirá	confortável	para	solicitar	a</p><p>indicação	de	um	bom	engenheiro	ou	de	uma	boa	construtora	para	construir	a	sua</p><p>casa.</p><p>Se	o	indicado	a	você	foi	o	engenheiro	de	obras,	pessoa	hábil	em	construção	civil,</p><p>uma	das	primeiras	perguntas	que	ele	lhe	fará	é	se	você	já	tem	o	projeto</p><p>arquitetônico;	caso	contrário,	ele	lhe	indicará	um	arquiteto	experiente	com	quem</p><p>já	trabalhou	e	de	quem	gosta	muito.	Quando	isso	acontece,	tem	tudo	para	se</p><p>começar	com	o	famoso	“pé-direito”	(coitados	dos	canhotos!).</p><p>Com	boas	informações	e	um	pouquinho	de	sorte,	as	pessoas	certas	serão</p><p>encontradas	e	seguirão	com	você	nessa	empreitada,	que	poderá	ser	uma	das</p><p>melhores	da	sua	vida.	Eu	digo	“um	pouquinho	de	sorte”,	porque	ter	sorte	é	bom</p><p>em	tudo	o	que	vamos	fazer.</p><p>Sorriso	no	rosto,	“força	na	peruca”	e	siga	em	frente.	Você	já	é	vencedor!</p><p>6</p><p>.	O	INÍCIO	DA	OBRA:	EXIGÊNCIAS	E	LICENÇAS</p><p>Crédito	da	imagem:	Jerzy	Górecki	por	Pixabay.</p><p>Documentos	para	início	da	obra...	sim,	burocracia	existe.</p><p>A	incidência	de	obras	em	condomínios	fechados	ou	em	residenciais	é	muito</p><p>grande,	fruto	das	políticas	enfraquecidas	de	segurança	pública	e	do	crescimento</p><p>de	problemas	com	assaltos	e	roubos	em	residências	construídas	nas	vias	públicas</p><p>–	as	“casas	de	rua”.	É	normal,	em	cidades	de	médio	e	grande	porte,	serem</p><p>encontrados	esses	condomínios,	onde	as	pessoas	procuram	mais	tranquilidade	e</p><p>segurança	para	viver	e	educar	seus	filhos.</p><p>Por	outro	lado,</p><p>os	condomínios	e	residenciais	elaboram	normas	relativamente</p><p>rígidas	para	que	sejam	seguidas	por	todos	que	ali	residem	ou	transitam,</p><p>proporcionando	a	“esperada	segurança”,	que	não	se	encontra	fora	desses</p><p>refúgios.</p><p>Então	é	natural	que	você	encontre	algumas	dificuldades	para	iniciar	a	construção</p><p>da	sua	casa	nesses	lugares,	e	é	desejável	que	assim	seja,	afinal	foi	para	isso	que</p><p>as	normas	foram	estabelecidas	em	assembleias	com	a	maioria	dos	proprietários</p><p>dos	lotes.	Você	decidiu	comprar	o	terreno	nesse	local	e	é	provável	que	tenha</p><p>recebido	uma	cartilha	ou	memorial	com	informações	para	a	construção,	além	das</p><p>regras	para	os	condôminos	e	da	ata	de	constituição	do	condomínio.</p><p>Antes	de	sua	obra	ser	iniciada,	leia	os	normativos	do	seu	condomínio,	procure	o</p><p>síndico	e	o	zelador	e	tome	ciência	das	exigências	impostas	a	todos	os	servidores</p><p>e	fornecedores	durante	o	período	da	construção.	Leve	com	você	o	seu	RT	para</p><p>esse	primeiro	contato,	pois	isso	é	de	extrema	relevância	para	a	harmonia	no</p><p>relacionamento	dos	dois	times:	o	que	você	contratou	para	a	construção	e	o	time</p><p>dos	que	administram	o	condomínio	onde	você	resolveu	construir	sua	casa.</p><p>Somente	a	título	de	elucidação,	quando	se	tratar	de	um	residencial	(e	não</p><p>condomínio),	a	figura	do	síndico	não	existe,	e	quem	exerce	as	suas	funções	é	o</p><p>presidente	da	associação	de	moradores.</p><p>Observe	que	algumas	exigências	lhe	serão	feitas	antes	de	ser	emitida	a</p><p>autorização	para	o	início	da	obra.	É	bom	saber	que	você	deverá:</p><p>•	entregar	uma	carta	ao	condomínio	ou	residencial,	com	a	relação	do	nome	dos</p><p>profissionais	que	trabalharão	na	obra	e	suas	respectivas	identificações	-	como</p><p>RG,	CPF,	bem	como	a	profissão	(ou	atividade)	de	cada	um;</p><p>•	nomear	o	RT	da	obra	como	seu	representante	legal	ou	procurador,	com	poderes</p><p>para	indicar	novos	profissionais,	bem	como	para	desautorizar	a	entrada	de</p><p>outros;	se	você	assim	proceder,	com	certeza	facilitará	sua	vida,	evitando	ligações</p><p>a	qualquer	hora	do	dia	para	tratar	desse	assunto;</p><p>•	saber	se	o	condomínio	ou	residencial	exige	que	os	prestadores	de	serviço</p><p>apresentem	certidão	de	antecedentes	criminais,	expedida	pela	Polícia	Federal;</p><p>•	fazer	cumprir	a	exigência	do	condomínio	ou	residencial	que	determina	que	os</p><p>prestadores	de	serviço	devem	descer	de	seu	transporte	e	entrar	no	recinto</p><p>individualmente,	mediante	identificação	-	somente	ao	motorista	é	facultado	o</p><p>direito	de	ingresso	com	o	veículo	para	descarga	do	material,	após	o	que	deverá</p><p>estacioná-lo	do	lado	de	fora.</p><p>•	entregar	à	administração	do	condomínio	ou	residencial	cópia	do	alvará	de</p><p>licença	de	construção	emitido	pela	municipalidade,	juntamente	com	o	projeto</p><p>aprovado	por	ela	–	isso	é	praxe	em	todo	o	país	para	garantir	a	segurança	de	que	a</p><p>obra	começará	de	forma	correta	e	organizada,	sendo	exigida,	no	seu	término,	a</p><p>apresentação	do	Habite-se.</p><p>Fonte:	arquivo	pessoal</p><p>Alvará	de	licença	para	construção.</p><p>Muitas	outras	exigências	serão	impostas	ao	pessoal	que	prestará	serviços	na	sua</p><p>obra	e	é	por	isso	que	eu	digo	sempre:	levar	um	refrigerante	de	quando	em	vez</p><p>para	os	rapazes	ajuda	a	diminuir	as	tensões	do	dia	a	dia.</p><p>Fonte:	arquivo	pessoal.</p><p>Tratar	bem	faz	bem.</p><p>7.	ATIVIDADES	PREPARATÓRIAS	E	PROVISÓRIAS</p><p>Antes	de	chegar	até	aqui,	com	os	profissionais	selecionados	para	a	sua</p><p>construção,	algumas	providências	já	devem	ter	sido	tomadas,	como:</p><p>•	a	solicitação	de	ligação	da	água	e	da	energia	elétrica	no	seu	terreno	às</p><p>companhias	do	seu	estado;</p><p>•	o	pagamento	das	taxas	para	as	concessionárias	e	a	realização	dos	serviços	de</p><p>infraestrutura	pela	sua	equipe,	como	a	construção	de	um	pequeno	muro	onde</p><p>será	instalada	a	caixa	que	abrigará	o	hidrômetro.	Nesse	mesmo	muro,	também</p><p>será	instalada	a	caixa	do	medidor	de	energia	elétrica	pela	concessionária,	com	a</p><p>devida	haste	de	aterramento,	e	a	caixa	de	inspeção	do	esgoto,	que	será	ligada</p><p>pela	empresa	de	saneamento,	entre	outros	pequenos	serviços.</p><p>Não	se	deixe	abater	com	pequenas	“aporrinhações”	que	irão	ocorrer	nesse	início</p><p>da	obra,	principalmente	com	o	pessoal	que	administra	o	condomínio;</p><p>rapidamente	as	coisas	vão	“entrando	nos	eixos”	e	a	partir	daí	é	mais	alegria	que</p><p>tristeza.	“Empurre”	essas	pequenas	tarefas	para	o	RT	e	para	o	construtor,	afinal</p><p>eles	foram	contratados	por	você	com	o	único	intuito	de	deixá-lo	livre	para	as</p><p>suas	atividades	rotineiras	e	para	ver	sua	casa	sendo	construída	do	jeitinho	que</p><p>você	quer.</p><p>Entendo	que	você	quer	saber	tudo	o	que	virá	pela	frente,	correto?	Pois	bem,	faça</p><p>um	cafezinho,	acomode-se	no	sofá	que	lá	vai	uma	série	de	novos	conhecimentos.</p><p>7.1.	Limpeza	do	terreno</p><p>Fonte:	arquivo	pessoal. Crédito	da	imagem:	Ronald	Plett	por	Pixabay.</p><p>Capina	do	terreno	é	necessária. Equipamento	retroescavadeira.</p><p>Uma	das	primeiras	atividades	que	o	RT	contratará	é	a	limpeza	do	terreno.</p><p>Acredito	que,	em	alguns	lugares	pequenos	deste	Brasil,	ainda	se	faz	a	capina	do</p><p>terreno	com	enxada.	Entretanto,	na	maioria	das	cidades	brasileiras,	quer	fora,</p><p>quer	dentro	dos	condomínios,	atualmente	essa	limpeza	é	feita	por	máquinas</p><p>(tratores),	conhecidas	como	pá	carregadeira,	retroescavadeira,	bobcat,	entre</p><p>outras	denominações.	Os	caminhões	vão	sendo	carregados	com	o	que	é	retirado</p><p>do	local,	e	rapidamente	seu	terreno	fica	aquela	“lindeza”.</p><p>Aqui	é	bom	destacar	a	importância	de	contratar	carretas	para	levar	o	seu	descarte</p><p>a	estações	legalizadas	de	tratamento	de	detritos;	não	se	aventure	em	contratar</p><p>aqueles	carreteiros	que	irão	descartá-lo	“logo	ali”,	bem	próximo	do	seu</p><p>condomínio	–	certamente	ele	será	multado	pela	municipalidade	e	a</p><p>responsabilidade	será	sua.</p><p>Tudo	raspado,	tudo	limpo,	agora	é	a	hora	em	que	o	RT	vai	iniciar	a</p><p>movimentação	de	terra.	Afinal,	o	que	é	isso?</p><p>7.2.	Movimento	de	terra</p><p>Crédito	da	imagem:	Paul	Brennan	por	Pixabay.</p><p>Movimento	para	regularização	do	terreno.</p><p>Dependendo	da	topografia	do	seu	terreno	e	da	cota	(altura)	que	o	arquiteto</p><p>estabeleceu	para	construir	sua	casa	em	relação	à	altura	do	meio-fio,	ocorrerá	uma</p><p>das	seguintes	situações:</p><p>•	Seu	lote	vai	precisar	de	terra	e	você	terá	que	adquiri-la	para	fazer	a</p><p>complementação,	o	que	comumente	é	chamado	de	aterro.</p><p>•	Seu	lote	vai	precisar	de	corte,	com	remoção	de	terra,	que	deverá	ser	descartada</p><p>ou	vendida,	conforme	negociação	com	a	empresa	de	terraplenagem.	Nesse	caso,</p><p>provavelmente	estará	prevista	a	execução	de	arrimo	para	contenção	de	desníveis</p><p>entre	o	terreno	mais	alto	e	o	mais	baixo	–	onde	será	instalada	a	obra,	conforme</p><p>previsto	em	projeto.</p><p>Entenda	o	seguinte:	para	a	execução	da	etapa	de	movimento	de	terra,	deverá	ser</p><p>contratada	empresa	especializada	nesse	tipo	de	serviço,	que	normalmente	tem</p><p>caminhões	basculantes	e	tratores	a	que	me	referi	no	item	da	limpeza.	Como	se</p><p>dará	essa	contratação?	Como	eles	cobram?	Normalmente	a	empresa	estabelece	o</p><p>preço	de	um	caminhão-toco/2	eixos	(que	carrega	em	torno	de	5	m³)	ou	um</p><p>caminhão	truck/3	eixos	(que	carrega	em	torno	de	12	m³)	para	fornecer	ou	retirar</p><p>a	terra	do	seu	terreno.</p><p>É	costume	das	empresas	de	terraplenagem	ficar	com	a	terra	recolhida,	se	for	o</p><p>caso,	em	troca	de	um	frete	com	valor	menor;	posteriormente	ou</p><p>concomitantemente	à	execução	da	obra,	elas	vendem	a	terra	para	quem	está</p><p>precisando	de	aterro.	Ou	seja,	a	terra	que	sairá	do	seu	corte	será	usada	no	aterro</p><p>de	outra	obra;	é	a	lei	da	compensação:	nessa	terra	nada	se	perde,	tudo	é</p><p>aproveitado.</p><p>Destaco	aqui	informações	muito	importantes:</p><p>•	Se	precisar	de	aterro,	exija	terra	limpa,	isenta	de	material	orgânico,	pedras,</p><p>matacões	(falarei	desse	termo	mais	adiante)	e	resíduos	diversos.</p><p>•	Se	o	seu	terreno	precisar	de	corte	(remoção	de	terra	para	se	adequar	às</p><p>condições	estabelecidas	no	projeto	arquitetônico),	verifique	se	você	tem	um</p><p>cantinho	dentro	do	terreno	para	guardar	parte	dessa	terra,	que	depois	poderá	ser</p><p>reaproveitada	na	sua	construção,	para	aterrar	ou	para	ajustes	finos	dos	diversos</p><p>níveis	das	calçadas,	na	rampa	de	carros	etc.</p><p>•	Se	a	sua	casa	tiver	piscina,	cisterna	ou	casa	de	máquinas	aterrada,	lembre-se	de</p><p>executar	o	serviço	de	corte	antes	de	iniciar	a	construção;	esse	serviço</p><p>normalmente	é	executado	com	uma	máquina	chamada	de	retroescavadeira	e	o</p><p>seu</p><p>custo	é	muito	inferior	ao	da	escavação	posterior	com	um	poceiro	ou</p><p>valeteiro.	O	RT	previdente	já	leva	em	consideração	o	volume	de	terra	que	será</p><p>dispensada	dessa	escavação	para	utilizá-la	no	aterro	do	terreno;	normalmente	se</p><p>trata	de	terra	limpa,	isenta	de	material	orgânico.</p><p>Hoje	eu	tenho	visto,	em	muitas	obras,	a	escavação	do	“buraco	da	piscina”	com</p><p>minitratores	conhecidos	como	bobcat;	o	trabalho	é	mais	lento	e	a	hora	de	serviço</p><p>do	operador	e	da	máquina	acaba	“pesando	mais	no	seu	bolso”;	“fique	ligado”,</p><p>pois	afinal	estou	aqui	para	ajudá-lo.</p><p>Fonte:	arquivo	pessoal.</p><p>A	areia	retirada	na	escavação	da	piscina	pode	ser	aproveitada	na	obra.</p><p>7.3.	Serviços	provisórios</p><p>Se	o	seu	terreno	foi	limpo	e	a	topografia	foi	regularizada	de	acordo	com	as</p><p>necessidades	estabelecidas	no	projeto,	é	hora	de	executar	“um	bocado”	de</p><p>serviços	que	chamamos	de	provisórios,	porque	posteriormente	serão	demolidos.</p><p>Vamos	conhecê-los?</p><p>7.3.1.	Barraco	de	obra</p><p>Fonte:	arquivo	pessoal.</p><p>O	“barracão”	da	obra	é	ponto	de	apoio,	mas	há	regras.</p><p>O	barraco	da	obra	precisa	ter	as	dimensões	mínimas	para	abrigar	as	ferramentas</p><p>do	pessoal,	além,	é	claro,	de	abrigar	os	materiais	básicos	que	serão	empregados,</p><p>tais	como:	o	cimento,	a	cal,	os	aditivos	etc.</p><p>É	desejável	que	o	barraco	receba	um	prolongamento	coberto,	que	pode	ser</p><p>aberto,	e	que	tenha	uma	mesa	feita	com	madeira	de	caixaria	(termo	utilizado,	na</p><p>construção	civil,	para	madeiras	usadas	especificamente	como	formas	para	fazer</p><p>as	peças	de	concreto)	e	laminado	(revestimento	popularmente	conhecido	como</p><p>fórmica),	para	funcionar	como	mesa	de	alimentação	dos	profissionais,	além	de</p><p>permitir	a	abertura	dos	projetos	a	serem	consultados	pelo	engenheiro	e	pelo</p><p>construtor.</p><p>7.3.2.	Instalações	sanitárias</p><p>Sua	obra	vai	precisar	da	instalação	de	um	conjunto	mínimo	para	a	higiene	do</p><p>pessoal,	com	vaso	sanitário,	lavatório	e	chuveiro;	isso	é	o	mínimo,	obrigatório	e</p><p>necessário.	Nada	de	instalar	uma	chapa	de	Madeirite	encostada	no	muro,	que	é</p><p>um	tapume	feito	com	um	tipo	de	compensado	empregado	em	várias	obras,	mas</p><p>que	tem	sido	substituído	por	materiais	mais	resistente	e	reaproveitáveis,	tais</p><p>como	os	tapumes	ecológicos	(feitos	de	aparas	industriais,	como	papel,	papelão,</p><p>fibras	etc.),	tapumes	metálicos	(feitos	com	telhas	de	aço	galvanizado)	etc.</p><p>“Tempos	mudados...	modos	mudados...pra	mió	ou	pra	pió?	Prá	mió!”.</p><p>Lembre-se,	ainda,	de	que	as	peças	sanitárias	precisam	estar	ligadas	à	galeria	de</p><p>esgoto,	cuja	infraestrutura	deve	ser	instalada	previamente,	na	frente	do	seu</p><p>terreno.</p><p>7.3.3.	Tapume</p><p>Fonte:	arquivo	pessoal.</p><p>O	tapume	acompanhará	a	obra	por	muito	tempo.</p><p>A	execução	do	tapume,	ou	seja,	do	fechamento	frontal	e	lateral	do	terreno,	na</p><p>maioria	dos	condomínios	e	residenciais,	é	exigida	imediatamente	após	os</p><p>serviços	de	terraplenagem;	deve	preceder	a	perfuração	das	brocas	(quando	for	o</p><p>caso)	ou	a	escavação	das	sapatas	–	tipos	de	fundação	que	explicarei	mais</p><p>adiante,	ok?	O	fechamento	evita	que	uma	criança	ou	um	animal	caiam	dentro</p><p>dos	buracos	escavados,	bem	como	delimita	e	isola	a	obra	durante	sua	execução.</p><p>É	um	equipamento	de	proteção	tanto	para	os	trabalhadores	como	para	o	público</p><p>que	transita	nas	proximidades.</p><p>Cada	condomínio	estabelece,	no	seu	regulamento	de	obras,	o	tipo	do	material	a</p><p>ser	empregado	no	tapume,	a	cor	da	tinta	a	ser	usada,	sua	altura	etc.:	é	só	seguir</p><p>as	regras	e	evitar	aborrecimentos.	Se	o	seu	terreno	estiver	localizado	junto	à	via</p><p>pública,	mais	importante	ainda	a	construção	do	tapume	bem	no	início	da	obra,</p><p>até	antes	das	perfurações.	Nesses	casos,	a	municipalidade	estabelece	o	quanto</p><p>você	pode	avançar	sobre	o	passeio	público,	deixando	uma	passagem	para	os</p><p>pedestres	circularem	sem	ter	que	se	deslocar	para	o	leito	das	ruas.</p><p>E	agora?	O	que	vem	mais	pela	frente?	Vamos	ver?</p><p>8.	ACOMPANHAMENTO	DA	OBRA:	FUNDAÇÕES	E</p><p>ESTRUTURA</p><p>Agora	vai	começar	verdadeiramente	a	sua	obra	e	por	uma	das	etapas	mais</p><p>significativas:	a	fundação,	base	de	sustentação	de	uma	casa.	É	sobre	a	fundação</p><p>que	a	casa	ficará	apoiada	e,	portanto,	ela	precisará	de	cuidados	especiais.</p><p>Há	milhares	de	anos,	o	Homem	teria	dito:	“Pedro,	tu	és	pedra	e	sobre	a	pedra</p><p>edificarei	a	minha	igreja,”.	Veja	como	essa	fala	é	profunda!	E,	como	metáfora	da</p><p>segurança	e	solidez	das	construções,	sabemos	que,	num	local	que	abrigará</p><p>pessoas	–	sejam	poucas,	centenas	ou	milhares	–,	a	edificação	precisará	de	base</p><p>sólida	de	sustentação,	conferida	pela	fundação.</p><p>8.1.	Fundação	dos	muros</p><p>Vou	começar,	então,	pela	construção	dos	muros	de	arrimo	e	dos	muros</p><p>divisórios.</p><p>8.1.1.	Muros	de	arrimo</p><p>Toda	vez	que	um	terreno	necessitar	de	aterro,	antes	da	terraplenagem,	é</p><p>necessária	a	execução	do	arrimo,	que	nada	mais	é	do	que	um	muro	reforçado,</p><p>calculado	para	suportar	o	peso	da	terra	a	ser	lançada	sobre	o	terreno	e	que	por	ele</p><p>será	contida,	dentro	de	um	completo	equilíbrio	de	forças.	De	forma	simplificada,</p><p>o	muro	de	arrimo	sustenta	(contém)	a	terra	que	está	em	nível	mais	alto	em</p><p>relação	a	outro	nível	subjacente,	de	maneira	que	a	terra	do	nível	mais	alto	não</p><p>deslize.</p><p>Fonte:	arquivo	pessoal.</p><p>Muro	de	arrimo	–	necessário	para	contenção	da	terra.</p><p>Então	eu	lhe	pergunto:	quem	vai	calcular	o	tal	do	muro	de	arrimo	para	se	obter	a</p><p>contenção	dentro	desse	perfeito	equilíbrio	de	forças?	O	engenheiro	calculista,</p><p>uai!	O	profissional	que	foi	contratado	para	fazer	o	projeto	estrutural,	composto</p><p>das	fundações	e	da	estrutura	propriamente	dita.</p><p>Pelas	suas	peculiaridades	estruturais,	o	custo	para	execução	do	muro	de	arrimo	é</p><p>superior	ao	da	execução	do	muro	divisório,	pois,	neste	último,	geralmente,	não</p><p>há	aporte	de	terra	e	não	há	desníveis	consideráveis	entre	os	lotes;	mas,	se	tem</p><p>que	ser	feito,	que	se	faça	então!</p><p>Os	muros	de	arrimo	normalmente	são	feitos	com	vigas	de	concreto	armado	ou</p><p>blocos	de	concreto	armado,	dependendo	do	esforço	a	que	estarão	submetidos.</p><p>Nesse	esforço,	são	consideradas	as	variáveis	necessárias	para	que	a	terra	seja</p><p>contida	em	equilíbrio,	sem	deformação,	considerando,	para	o	cálculo	estrutural,</p><p>as	condições	do	terreno,	o	escoamento	de	águas	pluviais	etc.</p><p>É	importante	ressaltar	que	o	cálculo	para	execução	do	muro	é	de	suma</p><p>importância,	tendo	em	vista	os	problemas	e	as	consequências	que	pode	haver</p><p>não	só	com	os	lotes	vizinhos	(deslizamento,	tombamento,	infiltrações...etc.),	mas</p><p>com	a	segurança	e	a	solidez	da	construção.</p><p>Existe	um	muro	de	arrimo	muito	conhecido	e	que	o	vemos	quando	estamos</p><p>viajando	por	estradas	sinuosas,	em	serras,	com	possibilidade	de	deslizamento	de</p><p>terra.	É	o	muro	de	arrimo	conhecido	como	gabião:	uma	gaiola	de	contenção</p><p>construída	com	tela	metálica	galvanizada,	bem	reforçada,	que,	depois	de</p><p>montada	in	loco,	é	preenchida	com	pedaços	de	pedra	ou	brita	de	graduação</p><p>elevada.</p><p>Crédito	da	imagem:	PIRO	por	Pixabay.</p><p>Muro	de	arrimo	tipo	gabião.</p><p>Aqui	eu	tenho	uma	informação	muito	importante	para	você	ficar	atento	na</p><p>construção	do	seu	arrimo:	uma	vez	concluída	a	execução	do	muro,	é	de	extrema</p><p>relevância	que	o	RT	observe	o	tempo	mínimo	de	cura	e	de	resistência	do</p><p>concreto	utilizado	nas	fundações,	antes	de	a	terra	ser	lançada.	Esse	tempo	é</p><p>necessário	para	que	as	ligações	químicas	responsáveis	pela	resistência	do</p><p>concreto	aconteçam	–	seu	RT	deve	acompanhar	de	perto.</p><p>Após	a	execução	do	muro	de	arrimo,	é	importante	que	haja	a	impermeabilização.</p><p>O	revestimento	é	feito	com	argamassa	impermeável,	composta	de	cimento,	areia</p><p>média	grossa	e	hidrófugo	de	massa	(Vedacit,	Sika	1	etc.),	após	o	qual	devem	ser</p><p>aplicadas	três	demãos	de	impermeabilizante	do	tipo	hidroasfalto	(Neutrolin,</p><p>Neutroáqua	etc.)	ou	de	cimento	elastomérico	(Sikatop,	Vedatop	etc.)	em	demãos</p><p>cruzadas	(sentidos	de	aplicação	em	“X”).</p><p>Estou	explicando	com	informações	bem	técnicas,	que	o	RT	deve	conhecer	bem,</p><p>apenas	para	alertá-lo	de	que	a	execução	desses	dois	serviços	evitará	que,	no</p><p>futuro,	você	venha	a	ter	aborrecimentos	com	seus	vizinhos	por	causa	de</p><p>infiltrações.	Como	é	bom	não	ter	problemas	com	vizinhos...	“bora	fazer,	né”?</p><p>Mais	adiante	explicarei	melhor	esses	termos	técnicos,	mas	sem	nenhuma</p><p>intenção	de	que	você	se	torne	expert:	meu	intuito	é	que	você</p><p>entenda	o	processo</p><p>e	a	importância	de	que	as	etapas	sejam	cumpridas	com	profissionalismo	por</p><p>todos	os	envolvidos.</p><p>8.1.2.	Muros	divisórios</p><p>Como	o	próprio	nome	já	diz,	trata-se	do	muro	que	separa	a	sua	propriedade	dos</p><p>lotes	dos	seus	vizinhos	(lindeiros).	Esse	muro	normalmente	é	de	alvenaria,	com</p><p>blocos	de	tijolos	cerâmicos	furados,	intercalada	por	pilares	(ou	pilaretes),	a	mais</p><p>ou	menos	2,5	a	3	m	de	distância	um	do	outro.</p><p>Fonte:	arquivo	pessoal.</p><p>Muro	divisório	–	visão	externa	e	visão	interna.</p><p>Uma	informação	muito	importante	para	você:	tenho	encontrado,	com	certa</p><p>frequência,	a	execução	de	muros	divisórios	longos,	sem	que	o	construtor	tenha</p><p>executado	sequer	uma	junta	de	dilatação.	Mas	o	que	é	essa	junta	de	dilatação	do</p><p>muro	divisório,	engenheiro	“com	cara	de	raiz	quadrada	de	2	elevada	ao	cubo”?</p><p>Vou	lhe	responder	assim,	com	uma	regrinha	prática:	toda	vez	que	um	muro</p><p>divisório	tiver	mais	de	15	m	de	extensão,	obrigatoriamente	deve	ser	prevista	a</p><p>existência	de	uma	junta,	porque	as	temperaturas	altas	fazem	com	que	o	muro</p><p>aqueça	e	se	dilate,	precisando	encontrar	espaço	nesse	seu	“espichamento”,	o	qual</p><p>é	denominado,	tecnicamente,	de	junta	de	dilatação.	Mas	não	é	um	espaço	vazio,</p><p>certo?	Vou	explicar	como	isso	é	feito.</p><p>A	cada	15	m,	no	máximo	(a	extensão	pode	ser	menor),	devem	ser	executados</p><p>dois	pilares	(que	nascem	da	viga	baldrame	–	explicarei	adiante	esse	termo),</p><p>distantes	um	do	outro	em	torno	de	2	a	3	cm.	Esse	espaço	normalmente	é</p><p>preenchido	com	uma	placa	de	“isopor”,	que	permitirá	o	“efeito	sanfona”	do</p><p>muro,	evitando	que	venha	a	trincar	ou	fissurar.	Ou	seja,	o	“isopor”	permite	que</p><p>cada	parte	do	muro	“espiche”	(dilate)	e	volte	ao	normal,	com	as	variações</p><p>térmicas	que	acontecem	ao	longo	do	dia.	Simples,	não?	Nos	dias	frios,	o	muro</p><p>retrai	e	fica	um	pouquinho	mais	curto,	e	a	junta	trabalha	mais	folgada.</p><p>Desculpe-me	por	me	alongar,	mas	é	que	dá	uma	“dorzinha	de	ver”	que	os</p><p>colegas	se	esquecem	desse	detalhe	tão	importante.	E	já	que	é	tão	importante,	por</p><p>que	não	prever	junta	de	dilatação	também	quando	o	muro	chega	junto	à	parede</p><p>da	casa	(da	garagem,	por	exemplo)?	Não	podemos	esquecer	que	a	casa	estará</p><p>apoiada	sobre	um	tipo	de	fundação	mais	profunda,	enquanto	os	muros</p><p>normalmente	estão	apoiados	sobre	uma	fundação	mais	rasa.	Anotou	essa</p><p>informação?</p><p>8.2.	Fundação	da	casa</p><p>Essa	etapa	é	bastante	complexa	e	pesada,	portanto	tomarei	o	cuidado	de	repassar</p><p>apenas	o	essencial	para	o	seu	conhecimento.	É	difícil	resumir	sem	muitas</p><p>informações	técnicas,	mas	vamos	lá!	Há,	basicamente,	dois	tipos	de	fundação:	a</p><p>rasa	(ou	superficial)	e	a	profunda.</p><p>8.2.1.	Fundação	rasa	ou	superficial</p><p>É	aquela	que	se	apoia	no	terreno	a	uma	pequena	profundidade,	entre	0,60	a	1,50</p><p>m,	geralmente	em	forma	de	sapatas	isoladas	ou	sapatas	corridas,	de	forma	que	a</p><p>carga	estrutural	da	edificação	é	transmitida	ao	solo	por	meio	das	pressões</p><p>distribuídas	pela	base	dessa	fundação.</p><p>Geralmente	é	utilizada	quando	o	terreno	é	arenoso,	que	apresenta	resistência</p><p>significativamente	mais	elevada	que	os	terrenos	argilosos	ou	siltosos.	Num</p><p>cálculo	rápido,	para	melhor	compreender	o	que	estou	falando,	essa	fundação</p><p>suporta	uma	carga	em	torno	de	2	kg/cm².	Por	exemplo,	uma	sapata	isolada	com</p><p>base	de	1	x	1	m	possui	10.000	cm2,	certo?	(100	x	100	=	10.000);	então	essa</p><p>sapata	deve	suportar	uma	carga	de	10.000	kg	ou	10	toneladas.</p><p>Fonte:	arquivo	pessoal.</p><p>Sapata	corrida.</p><p>8.2.2.	Fundação	profunda</p><p>São	apoiadas	em	camadas	mais	profundas	do	terreno.	Normalmente	são</p><p>conhecidas	por	estacas,	e	aqui	entra	uma	gama	de	variações:	estacas	de	concreto</p><p>armado,	moldadas	in	loco;	estacas	de	concreto	pré-fabricadas;	estacas	de	aço	e</p><p>até	estacas	de	madeira.	De	madeira,	engenheiro?	Mas	elas	não	apodrecem?	Não!</p><p>Não	apodrecem	desde	que	fiquem	cobertas	pelo	lençol	freático	-	reservatório</p><p>subterrâneo	que	“armazena”	as	águas	provenientes	de	chuvas.</p><p>O	lençol	freático	varia	de	volume	conforme	o	índice	pluviométrico,	podendo</p><p>aumentar	ou	baixar	–	às	vezes,	baixando	permanentemente.	Aqui	em	Ribeirão</p><p>Preto,	temos	um	reservatório	natural,	conhecido	como	Aquífero	Guarani,	que</p><p>acumula	água	em	trecho	do	solo,	muito	importante	para	a	qualidade	dos	recursos</p><p>hídricos	da	cidade.</p><p>No	passado,	foram	empregadas	muitas	estacas	de	madeira	na	construção	de</p><p>casas:	as	árvores	eram	ceifadas	e,	ainda	verdes,	eram	cravadas	com	o	auxílio	do</p><p>equipamento	chamado	de	bate-estacas.	Isso	só	era	viável	em	terrenos	com	lençol</p><p>freático	elevado,	onde	se	confirmava	a	informação	de	que	aquele	lençol	d’água,</p><p>em	épocas	de	seca,	não	baixaria	mais	do	que	a	cota	conhecida.	As	estacas,	então,</p><p>eram	cravadas,	e	se	escavavam	os	buracos,	mais	ou	menos	um	metro	abaixo</p><p>daquela	cota	do	período	das	secas,	concretando-se	os	blocos	de	coroamento	-</p><p>que	nada	mais	são	do	que	blocos	de	concreto	armado	responsáveis	pela	transição</p><p>entre	as	estacas	de	madeira	e	as	vigas	baldrames	(conhecidas	assim	porque	são</p><p>apoiadas	sobre	a	terra).</p><p>https://prefaz.com.br. Crédito	da	imagem:	Anja	por	Pixabay.</p><p>Estaca	pré-moldada	de	concreto. Estacas	de	madeira.</p><p>As	estacas	transmitem	ao	solo,	por	intermédio	de	atrito	lateral	e	de	ponta	(ponta</p><p>da	estaca),	os	esforços	a	que	estarão	submetidas.	Por	exemplo,	para	35	toneladas</p><p>de	carga,	a	soma	do	atrito	lateral	da	estaca	junto	ao	solo	com	o	atrito	da	ponta	da</p><p>estaca	apoiada	no	fundo	do	terreno	terá	que	ser	superior	às	35	toneladas.</p><p>Normalmente	as	estacas	são	cravadas	ou	moldadas	no	solo	argiloso	ou	siltoso,</p><p>que	suportam	carga	em	torno	de	1	kg/cm2	-	em	média,	metade	da	resistência	de</p><p>suporte	do	solo	arenoso.</p><p>Quando,	no	projeto	estrutural,	são	demandadas	cargas	bastante	elevadas	(no	caso</p><p>de	prédios,	por	exemplo)	e	o	terreno	é	do	tipo	arenoso,	o	projeto	prevê	a</p><p>cravação	de	estacas	de	concreto	armado	pré-moldadas	ou	de	trilhos	metálicos.	E</p><p>por	que	pré-moldadas?	Para	evitar	que,	quando	perfurada	por	uma	broca</p><p>rotativa,	a	areia	se	desagregue	e	tampe	os	buracos	escavados.</p><p>Como	disse	inicialmente,	o	assunto	é	complexo	e	aqui	desdobraríamos	em	outras</p><p>tantas	soluções,	como	as	estacas	moldadas	in	loco	com	“camisas”	recuperadas	–</p><p>que	seria	mais	ou	menos	como	moldar	a	estaca	dentro	de	uma	“forma”	(camisa)</p><p>que	será	retirada	posteriormente,	podendo	ser	reaproveitada.	Mas	não	vou	me</p><p>alongar	para	não	cansar...</p><p>Acredito	ter	transmitido,	com	certa	leveza,	um	pouco	de	conhecimento	sobre</p><p>essa	matéria	e	ter	desmistificado	o	“folclore”	das	estacas	de	madeira.	Sabe,	eu</p><p>conheci	uma	bela	mansão	em	Floripa,	em	um	bairro	nobre	da	cidade,	construída</p><p>sobre	estacas	de	madeira,	em	uma	região	bastante	úmida.	Acontece	que,	com	o</p><p>passar	dos	anos	e	com	o	preenchimento	dos	terrenos	com	várias	outras</p><p>construções,	ocorreu	uma	boa	dose	de	impermeabilização	do	solo	e	o	nível	de</p><p>água	do	lençol	baixou	consideravelmente.</p><p>Imagino	o	que	poderá	ter	acontecido	com	aquela	casa	tão	agradável	e	sólida.</p><p>Fico	torcendo	para	que	o	construtor	tenha	executado	o	bloco	de	coroamento	em</p><p>uma	cota	mais	profunda	e	que	o	lençol	freático	ainda	esteja	banhando	as	estacas.</p><p>8.3.	Estrutura</p><p>Anteriormente	expliquei	a	base	da	construção,	as	fundações,	que	têm	a	função	de</p><p>sustentar	o	peso	do	que	será	construído	sobre	elas.	Pois	bem!	Na	construção	de</p><p>uma	casa	ou	de	um	prédio,	ocorre	o	seguinte	processo:</p><p>•	As	lajes	descarregam	suas	cargas	(peso	próprio	e	cargas	acidentais	–	pessoas,</p><p>móveis	etc.)	nas	vigas	de	concreto	armado.</p><p>•	As	vigas,	por	sua	vez,	descarregam	sua	carga	(o	seu	peso	próprio)	mais	as</p><p>cargas	decorrentes	das	lajes,	nos	pilares	de	concreto	armado.</p><p>•	Os	pilares	descarregam	nas	sapatas	ou	nos	blocos	de	coroamento	das	estacas.</p><p>•	As	estacas,	por	sua	vez,	descarregam	toda	a	carga	no	terreno,	por	intermédio	de</p><p>atrito	entre	a	base	da	sapata	com	o	solo,	ou	das	áreas	expostas	da	estaca	(área</p><p>lateral	mais	a	ponta).</p><p>Entenda	assim:	cada	peça	estrutural	tem	a	sua	finalidade	específica	no	conjunto,</p><p>e	todas	trabalham	unidas,	transmitindo	o	peso	total	da	construção	para	o	solo</p><p>propriamente	dito.	“Ninguém	solta	a	mão	de	ninguém!”.</p><p>O	engenheiro	calculista	obtém	informações	sobre	a	resistência	do	solo	por</p><p>intermédio	da	sondagem	do	terreno.	Com	as	informações</p><p>sobre	a	capacidade	de</p><p>suporte	(capacidade	de	carga),	o	calculista	faz	“umas	continhas	simples”	e	fica</p><p>sabendo	o	quanto	de	área	exposta	da	base	da	sapata	-	ou	das	áreas	laterais	e</p><p>ponta	das	estacas	-	será	necessário	para	se	contrapor	com	aquele	“peso	danado”</p><p>que	os	pilares	estão	transmitindo.</p><p>Ah!	Apenas	para	lembrar	que	peso	é	igual	à	força	multiplicada	pela	área,	certo?</p><p>Ou	seja,	P	=	F	x	A,	onde	P	é	a	carga	que	o	pilar	está	transmitindo;	F	é	a</p><p>capacidade	de	suporte	(resistência)	do	solo;	e	A	é	a	área	da	base	da	sapata	ou	a</p><p>área	lateral	da	estaca	somada	com	a	ponta.	Ufa!!	Além	de	engenheiro	civil,	fui</p><p>professor	de	matemática.	Você	deve	ter	percebido	como	gosto	de	explicar	“a</p><p>fundo”	as	continhas...</p><p>DICAS	DO	ENGENHEIRO</p><p>Observe	que,	às	vezes,	estendo	um	pouco	mais	a	explanação.	Minha	intenção	é</p><p>deixar	o	assunto	mais	“amarrado”...	vai	que	um	entendido	resolva	ler	nosso</p><p>livro,	não	é?	Bom,	preciso	ressaltar	ainda	que:</p><p>•	uma	estrutura	bem	executada	(do	cálculo	à	construção	das	peças)	é	de	extrema</p><p>importância;</p><p>•	a	presença	e	o	acompanhamento	do	engenheiro	calculista	e	do	RT	são</p><p>fundamentais,	principalmente	nas	etapas	mais	relevantes,	como	a	de	conferir	as</p><p>armações	(ferragens	estruturais	de	peças	de	concreto)	quando	lançadas	na	forma,</p><p>para	ver	se	estão	na	posição	certa,	se	estão	armadas	corretamente	e	se	as	peças</p><p>foram	“amarradas,	travadas	e	consolidadas”	entre	si;</p><p>•	a	utilização	de	concreto	usinado,	fornecido	pelas	concreteiras,	deve	ser</p><p>priorizada,	caso	existam	em	sua	cidade.	Esse	tipo	de	concreto	é	preparado	e</p><p>misturado	em	uma	“usina”,	com	controle	tecnológico,	que	possibilita	a	pesagem</p><p>de	todos	os	materiais	antes	da	mistura,	o	que	não	é	possível	no	canteiro	de	obra.</p><p>O	concreto	é	levado	até	o	canteiro	e	bombeado	por	uma	mangueira	diretamente</p><p>no	local	-	vem	em	mistura	fluida	para	tal.	O	engenheiro	calculista	deve	informar</p><p>ao	fornecedor	a	resistência	necessária	para	o	concreto	suportar,	considerada	na</p><p>hora	do	cálculo,	no	projeto	estrutural;</p><p>•	o	RT	sabe	o	que	fazer	com	aquele	monte	de	escoramento	das	peças,	que	ficam</p><p>na	obra	por	um	bom	tempo.	Ele	sabe	exatamente	quantos	dias	o	escoramento</p><p>precisará	estar	presente.	É	preciso	que	o	concreto	atinja	a	resistência	desejada</p><p>para	que	seja	autorizada	a	retirada	das	escoras:	no	canteiro	de	obras,	a	resistência</p><p>atingida	aos	28	dias	da	concretagem	é	a	nossa	referência;</p><p>•	o	consumo	de	água	aumentará,	mas	não	se	assuste!	O	bom	RT	-	presente	na</p><p>obra	–	deve	orientar	o	construtor,	e	consequentemente	os	pedreiros	e	os</p><p>serventes,	a	molhar	as	peças	de	concreto	até	encharcar,	de	três	a	quatro	vezes	ao</p><p>dia.	Ah,	engenheiro!	E	se	o	concreto	for	“lançado”	na	sexta-feira,	o	que	pode	ser</p><p>feito	para	regá-lo	no	sábado	e	no	domingo	dentro	do	condomínio?	Peça	ao	seu</p><p>RT	que	programe	com	algum	operário	para	executar	essa	tarefa	importante,	e	é</p><p>claro	que	será	necessário	comunicar	essa	programação	à	administração	do</p><p>condomínio	ou	residencial;</p><p>•	o	RT	deve	respeitar	criteriosamente	o	momento	e	as	ferramentas	para</p><p>desformar	os	pilares	e	as	vigas	(tirar	o	madeiramento	que	“veste”	a	peça	a	ser</p><p>concretada),	que	não	pode	ser	logo	no	dia	seguinte	ao	da	concretagem.	Primeiro,</p><p>porque	o	concreto	está	iniciando	o	processo	de	cura,	e	a	desforma	com</p><p>ferramentas	inadequadas	pode	alterar	a	sua	resistência;	segundo	é	que,	a	partir	da</p><p>desforma,	inicia-se	uma	evaporação	mais	acelerada	das	peças,	caindo	a</p><p>resistência	-	como	você	pode	observar,	a	água	não	é	vital	apenas	para	os	animais</p><p>e	as	plantas,	mas	também	para	a	sua	obra.	“Essa	H2O	é	porreta	mesmo!”.</p><p>9.	DA	IMPERMEABILIZAÇÃO	À	ESCOLHA	DO	TELHADO</p><p>A	impermeabilização	constitui	uma	etapa	muito	importante,	apesar	de	ficar</p><p>quase	imperceptível,	meio	escondidinha,	do	tipo	“me	deixa	quietinha	aqui	no</p><p>meu	canto”,	atuando	por	todo	período	de	existência	da	obra.</p><p>Muitos,	no	intuito	de	economizar,	desprezam	a	impermeabilização,	deixando-a</p><p>de	lado,	o	que	fatalmente	resultará	em	arrependimento	-	a	ponto	de	“arrancar	os</p><p>cabelos”	quando	os	problemas	começarem	a	aflorar.	Eu	dou	muito	valor	aos</p><p>impermeabilizantes,	afinal	a	indústria	os	desenvolveu	para	melhorar	nossa</p><p>qualidade	de	vida;	então	por	que	desprezá-los?	Por	uma	falsa	economia	ou	por</p><p>desconhecimento	dos	seus	benefícios?	Ou	só	porque	eles	ficam	lá</p><p>escondidinhos?	Vamos	entender	um	pouquinho	esses	amigos	da	obra.</p><p>Fonte:	arquivo	pessoal.</p><p>Não	economize...	impermeabilize	desde	a	fundação!</p><p>9.1.	Etapas	da	impermeabilização</p><p>O	primeiro	impermeabilizante	deve	ser	empregado	no	revestimento	dos	muros</p><p>de	arrimo	e	divisórios:	chapisco	impermeável	bem	fechado,	argamassa</p><p>impermeável	e	três	demãos	de	um	hidroasfalto	ou	um	cimento	elastomérico.</p><p>Esse	trabalho	bem	executado	protegerá	seus	muros,	bem	como	os	dos	vizinhos.</p><p>Depois	de	desformadas	as	vigas	baldrames	(as	que	ficam	em	contato	com	o	solo,</p><p>lembra?),	é	importante	serem	aplicadas	três	demãos	de	hidroasfalto	(Neutrolin,</p><p>Neutrol,	Aqua,	Sikaflex	etc.)	na	face	superior	e	nas	laterais	das	peças.	Também	é</p><p>importante	a	impermeabilização	na	elaboração	do	concreto	para	concretagem	das</p><p>vigas	baldrames.</p><p>Aí	as	paredes	(alvenaria)	serão	erguidas	e	haverá	necessidade	de	quê?	Do</p><p>impermeabilizante,	para	ser	feita	a	massa	de	assentamento,	na	qual	se	empregará</p><p>cimento	portland,	areia	média	peneirada,	água	e	o	impermeabilizante	hidrófugo</p><p>de	massa	(Sika	1,	Vedacit,	Viapol	etc.).</p><p>Encontra-se	uma	gama	enorme	desses	produtos	no	mercado,	mas	onde	está	o</p><p>segredo?	O	servente	precisa	estar	treinado	para	trabalhar	com	os</p><p>impermeabilizantes.	No	caso	do	hidrófugo	de	massa,	é	fundamental	que	se	retire</p><p>a	tampa	do	balde	e	que	se	mexa	bem	a	solução,	até	a	obtenção	de	um	produto</p><p>homogêneo,	sem	sedimentação	no	fundo	do	balde.	O	percentual	desse	aditivo</p><p>sobre	o	volume	do	cimento	também	é	muito	relevante	-	isso	é	como	um	remédio,</p><p>pôr	de	menos	ou	demais	é	sempre	ruim.	No	caso	da	massa	de	assentamento,	2%</p><p>sobre	o	volume	do	cimento	bastam	para	reprimir	a	subida	da	água	de	percolação</p><p>–	umidade	que	vem	do	solo	e	quer	subir	para	os	tijolos.</p><p>Com	a	massa	trabalhada	dessa	maneira,	o	pedreiro	assenta	as	duas	primeiras</p><p>camadas	de	tijolos.	Ah...	engenheiro!	Pode	colocar	cal	para	a	massa	ficar	mais</p><p>macia	de	trabalhar?	Não,	nunca,	pois	a	cal	é	porosa	e	sua	presença	fará	com	que</p><p>a	água	de	percolação	suba	para	os	tijolos,	que	é	exatamente	o	que	não	deve</p><p>acontecer.</p><p>Observe:	foi	feito	um	concreto	impermeável,	depois	aplicou-se	hidroasfalto	(que</p><p>é	elástico	e,	portanto,	acompanha	as	dilatações	e	retrações	das	vigas)	e	foram</p><p>assentadas	duas	fiadas	de	tijolos	com	argamassa	impermeável.	“Esse	negócio	tá</p><p>ficando	bão,	sô!”.</p><p>Vou	acabar	essa	etapa	da	impermeabilização	das	baldrames,	mas	antes	preciso</p><p>dizer	que,	quando	as	paredes	forem	revestidas,	também	precisarão	receber</p><p>argamassa	impermeável	na	parte	inferior,	em	torno	de	uns	50	a	60	cm	do	piso.</p><p>Ah!	Importante	lembrar	que	o	hidrófugo	de	massa	deve	ser	incorporado	à	água</p><p>empregada	na	feitura	da	massa	impermeável.	Nunca	deve	ser	despejada</p><p>diretamente	sobre	o	cimento!</p><p>Pois	bem,	a	impermeabilização	segue	seu	fluxo	na	obra.	Recomendo	que	o</p><p>concreto	do	piso	do	pavimento	térreo,	também	conhecido	como	lastro,	seja</p><p>empregado	com	impermeabilizante	incorporado	na	argamassa.	Saiba	que	o	custo</p><p>dos	impermeabilizantes	é	extremamente	baixo	se	comparado	com	os	seus</p><p>benefícios.</p><p>Da	mesma	forma,	sugiro	que	o	contrapiso	a	ser	executado	sobre	o	lastro	de</p><p>concreto	seja	uma	argamassa	impermeável	executada	apenas	com	cimento,	areia</p><p>média	peneirada	e	água	de	amassamento	(água	incorporada	com	o	hidrófugo	de</p><p>massa).	Os	benefícios	serão	enormes,	uma	vez	que	essa	argamassa	impedirá	a</p><p>subida	de	água	de	percolação.	Advirto	que	se	essa	água	estiver	presente	-	pela</p><p>ausência	do	impermeabilizante	–,	pode	ocorrer	um	processo	chamado	de</p><p>saponificação,	que	é	a	reação	química	dos	elementos	da	água	com	os	carbonatos</p><p>presentes	no	cimento	e	na	argamassa	de	assentamento	dos	pisos	cerâmicos	e,</p><p>como	consequência,	começa	a	sair	uma	mancha	branca	pelas	juntas	de	dilatação.</p><p>Todas	as	áreas	molhadas	do	segundo	pavimento	da	sua	casa	(banheiros,	sacadas,</p><p>copa	de	apoio,	lajes	expostas	ao	tempo,	áreas</p><p>técnicas	das	condicionadoras	de	ar</p><p>etc.)	precisam	receber	tratamento	adequado	de	impermeabilização	das</p><p>superfícies.	A	contratação	de	uma	empresa	especializada	é	a	melhor	decisão	a</p><p>ser	tomada.	Além	da	aplicação	correta	por	profissionais	treinados	para	a</p><p>atividade,	certamente	serão	empregados	os	produtos	adequados	para	cada</p><p>situação.	Porém	nada	impede	que	o	construtor	tenha,	em	sua	equipe,	um	pedreiro</p><p>bem	treinado	para	efetuar	essa	atividade	-	o	importante	é	saber	que	os</p><p>impermeabilizantes	estão	aí	para	nos	ajudar	a	ter	uma	casa	mais	“sadia	e	com</p><p>vida	mais	longa”.</p><p>A	piscina,	a	cisterna	e	o	spa	precisam	de	cuidado	ainda	maior,	afinal	de	contas</p><p>essas	superfícies	conterão	água.	Sugiro	a	realização	do	teste	de	estanqueidade</p><p>(previsto	em	normas	técnicas)	antes	da	aplicação	do	revestimento	cerâmico,	para</p><p>verificar	se	não	há	vazamentos	nas	superfícies.</p><p>Vale	destacar	que,	uma	vez	impermeabilizada	a	superfície,	ela	precisará	ser</p><p>isolada	e	protegida,	de	forma	a	não	ser	danificada.	Se	a	impermeabilização	for</p><p>aplicada	em	uma	floreira,	por	exemplo,	é	fundamental	a	execução	da	camada	de</p><p>proteção	contra	a	ação	das	raízes	das	plantas.</p><p>Importante	que	se	exija	da	empresa	impermeabilizadora,	ao	final	da	obra,	o</p><p>certificado	de	garantia	dos	serviços	executados	pelo	prazo	de	cinco	anos,	como</p><p>previsto	em	lei.	Exija,	também,	do	seu	RT	a	impermeabilização	das	fachadas	que</p><p>receberão	revestimento	cerâmico	ou	de	pedras.	Tenho	visto,	com	frequência,</p><p>esse	esquecimento	que,	se	ocorrer	com	você,	futuramente	trará	muitos</p><p>aborrecimentos	com	a	famosa	eflorescência	-	aquele	“chorinho	branco”</p><p>escorrendo	pela	fachada.	“É	de	chorar”,	literalmente.</p><p>Ainda	preciso	ressaltar	que	todas	as	áreas	semienterradas	(subsolo,	poço	de</p><p>elevador,	casa	de	máquinas	da	piscina	etc.)	não	podem	ficar	em	segundo	plano;</p><p>ao	contrário,	exigem	especial	atenção	do	RT.	Você	viu	como	esse	profissional	é</p><p>de	extrema	importância	na	sua	obra?	Converse	bastante	com	ele;	um	“dedo	de</p><p>prosa”	pode	render	muito...</p><p>9.2.	A	escolha	do	telhado</p><p>Vamos	subir?	É	hora	de	olhar	lá	de	cima,	observar	os	seus	vizinhos,	o</p><p>horizonte...	então	é	o	momento	da	escolha	e	da	execução	do	telhado	da	sua	casa.</p><p>Antigamente	os	telhados	eram	todos	aparentes,	um	mais	bonito	que	o	outro,</p><p>época	em	que	se	conhecia	logo	o	arquiteto	habilidoso.	As	telhas	eram	escolhidas</p><p>com	esmero,	e	a	indústria,	a	cada	dia,	disponibilizava	um	produto	com</p><p>qualidades	superiores	aos	demais.	“Ai	que	saudade	da	telha	francesa,	que</p><p>encaixava	com	perfeição!”.	Parecia	que	uma	tinha	nascido	para	a	outra;	“dava”</p><p>uns	telhados	altos,	com	caimentos	acentuados,	mas	eficientes.	Aí	veio	a	telha</p><p>romana,	que	exigia	caimento	menor	e	igualmente	eficiente	-	uma	mistura	da</p><p>telha	capa	e	canal,	que	ainda	hoje	se	emprega	muito,	pela	sua	simplicidade	e</p><p>custo	mais	baixo.</p><p>É	bom	destacar	que	as	telhas	cerâmicas	são	ecologicamente	corretas,	feitas	do</p><p>cozimento	da	argila,	e	que	possuem	alta	capacidade	de	retenção	do	calor.	Mas	aí</p><p>veio	a	indústria	e	ditou	uma	nova	moda	e	todos	sabem,	né?	Se	é	moda,	eu	quero!</p><p>Começaram,	então,	a	produzir	a	telha	com	cimento,	areia	e	pedrisco;	quem	era</p><p>chic	passou	a	desejar	a	famosa	telha	tégula	e	suas	variações.</p><p>Crédito	da	imagem:	Paul	Brennan	por	Pixabay.</p><p>Telhas	cerâmicas.</p><p>Mas	qual	o	inconveniente	dessas	telhas	mesmo?	Passa	um	calor	danado	por	elas,</p><p>transmitindo	para	as	lajes	e,	consequentemente,	para	os	ambientes	internos.	Aí</p><p>criaram	a	manta	de	subcobertura	(foils),	um	produto	tipo	manta	oferecido	em</p><p>rolo,	para	ser	aplicado	abaixo	do	telhado,	com	a	finalidade	de	reduzir	a</p><p>temperatura	interna	na	edificação,	ao	refletir	a	radiação	solar	interceptada.	E</p><p>assim	nossa	indústria	básica	da	construção	civil	vai	se	modernizando...	dizem</p><p>que	é	para	os	profissionais	não	ficarem	muito	entediados.</p><p>Como	nova	tendência,	combinando	com	o	estilo	neoclássico,	surgiram	os</p><p>telhados	“escondidos”:	você	passa,	avista	aquelas	fachadas	belas	e	não	consegue</p><p>mais	ver	nenhuma	telha	sequer.	Quem	gosta	mesmo	desses	telhados	abrigados</p><p>são	os	calheiros,	que	se	“refestelam”	com	a	quantidade	de	calhas	coletoras,</p><p>rufos,	contrarrufos,	chapins	e	por	aí	afora.	Repito:	que	saudade	da	telha	francesa,</p><p>meu	Deus!</p><p>Fonte:	arquivo	pessoal.</p><p>Telhado	escondido:	atentar	para	a	descida	de	águas	pluviais.</p><p>Vieram,	ainda,	as	telhas	metálicas,	com	tratamento	térmico	e	acústico	(telhas</p><p>sanduíches),	além	das	telhas	de	fibrocimento,	preferencialmente	usadas	com</p><p>mantas	de	subcobertura	(foils)	para	redução	do	calor.</p><p>Fonte:	https://www.toptelhas.com.br.</p><p>Telhas	termoacústicas:	ajudam	no	isolamento	térmico.</p><p>Seja	exigente	com	seu	arquiteto	e	não	permita	que	ele	use	aquele	monte	de</p><p>descidas	de	águas	pluviais	aparentes,	canos	ou	chapas	fixadas	na	sua	fachada.</p><p>Isso	porque,	por	serem	itens	que	interferem	no	visual	externo,	é	preciso	que	esse</p><p>assunto	seja	discutido	com	você	antes	que	a	“surpresa”	seja	afixada	nas	suas</p><p>fachadas.	Com	uma	boa	atenção,	as	descidas	de	águas	pluviais	podem	ser</p><p>embutidas	nas	paredes	de	sua	casa,	protegidas	e	esteticamente	incorporadas.</p><p>Fonte:	arquivo	pessoal.</p><p>O	planejamento	é	essencial	para	“esconder”	o	que	não	é	para	aparecer!</p><p>Mas	como	a	indústria	não	dorme,	já	começaram	a	produzir	telhas	de</p><p>fibrocimento	ou	cerâmicas,	com	as	placas	fotovoltaicas	incorporadas	para</p><p>aproveitamento	da	luz	solar,	substituindo,	até	mesmo,	os	grandes	painéis	solares</p><p>colocados	sobre	as	telhas.	Esse	assunto	de	aproveitamento	da	luz	solar	como</p><p>gerador	de	energia	será	comentado	mais	adiante.	Uma	modernidade	dessas,</p><p>acredito,	está	para	o	engenheiro	de	obras	assim	como	uma	linha	cirúrgica	nova,</p><p>que	o	organismo	absorve	rapidamente,	está	para	o	médico-cirurgião:	“só</p><p>alegria!”.	É	a	vida	que	segue	em	ritmo	acelerado.</p><p>10.</p><p>ALVENARIA	OU	CANTARIA</p><p>Essa	é	a	hora	que	você,	como	proprietário,	começa	a	ficar	mais	animado;	estava</p><p>demorando	para	a	obra	sair	do	chão,	não	é?	Nem	me	fale!	Agora	ela	começa	a</p><p>“ser	vista”.	Farei	breve	explanação	do	material	a	ser	usado	na	execução	das</p><p>paredes	de	sua	casa.</p><p>10.1.	Tijolos	cerâmicos:	maciços	e	furados</p><p>Antigamente,	somente	se	usavam	tijolos	maciços	-	aqueles	com	dimensões</p><p>conhecidas	de	5	x	10	x	20	cm.	Depois,	a	indústria	começou	a	produzir	os	tijolos</p><p>com	6,	8	e	9	furos.	Interessante	é	que	poucos	sabem	que	os	furos	têm	a</p><p>finalidade	de	criar	uma	camada	de	proteção	acústica	e	térmica	para	os	ambientes.</p><p>Outra	vantagem	é	que	eles	são	mais	leves	(quando	comparados	por	m2	de</p><p>parede),	contribuindo,	assim,	com	uma	estrutura	mais	leve	e	econômica.</p><p>Recomendo	sempre	o	emprego	dos	tijolos	furados,	principalmente	nas	regiões</p><p>quentes	do	nosso	Brasil.</p><p>Crédito	da	imagem:	Ededchechine	-	Freepik.com Fonte:	arquivo	pessoal.</p><p>Alvenaria	de	tijolos	maciços. Alvenaria	de	tijolos	furados.</p><p>10.2.	Tijolos	de	concreto:	blocos	ou	canaletas</p><p>Infelizmente,	esse	material	vem	sendo	largamente	empregado	na	construção	de</p><p>edifícios,	até	mesmo	em	regiões	muito	quentes.	Entenda	que	esses	blocos</p><p>aquecem	muito	nas	estações	quentes	e	esfriam	demais	nas	estações	mais	frias.</p><p>Ora,	o	“danado”	trabalha	sempre	na	contramão:	quando	é	frio,	ele	ajuda	a	esfriar</p><p>ainda	mais	os	ambientes;	quando	é	quente,	ajuda	a	nos	“cozinhar”.	Aí	eu	me</p><p>pergunto:	os	órgãos	governamentais	que	fomentam	tanto	a	construção	de</p><p>moradias	mais	populares	(com	nomes	específicos	a	cada	governo)	não	observam</p><p>isso?	Não	seria	mais	sensato	estimular	o	uso	dos	tijolos	cerâmicos	nessas	obras?</p><p>Se	está	frio,	o	tijolo	cerâmico	ajuda	a	aquecer;	se	está	quente,	o	tijolo	ajuda	a</p><p>refrescar.</p><p>Vou	falar	agora	um	pouco	dos	tijolos	e	dos	blocos	sob	o	ponto	de	vista	da</p><p>importante	função	que	desempenham:	vedar	ambientes	ou	fazer	parte	da</p><p>estrutura	da	edificação.</p><p>10.3.	Tijolos	de	vedação</p><p>Fonte:	arquivo	pessoal.</p><p>Paredes	sendo	levantadas...que	satisfação!</p><p>São	empregados	apenas	para	fechar	os	vãos	formados	pelas	vigas	e	pelos	pilares;</p><p>não	são	empregados	como	elementos	estruturais,	pois	não	possuem	resistência</p><p>para	tal	tarefa.	Aqui	se	enquadram	os	tijolos	furados,	os	blocos	de	concreto	de</p><p>baixa	qualidade,	os	blocos	celulares,	entre	outros.	Os	blocos	celulares	são	tijolos</p><p>feitos	de	cimento	e	areia,	acrescidos</p><p>de	um	produto	químico	que	incorpora	ar</p><p>nessas	massas.	Quando	curados,	são	serrados	nas	dimensões	comerciais.</p><p>Bastante	leves,	auxiliam	no	alívio	das	estruturas	e	são	recomendados	onde	é</p><p>necessário	o	tratamento	acústico	e	térmico.</p><p>10.4.	Tijolos	estruturais</p><p>Fonte:	https://www.olx.com.br.</p><p>Tijolos	estruturais:	analisar,	decidir.</p><p>São	empregados	para	desempenhar	funções	estruturais,	como	o	próprio	nome	já</p><p>diz,	e,	por	serem	fabricados	para	suportar	altas	cargas,	dispensam	a	necessidade</p><p>de	pilares	e	vigas,	que	são	substituídas	por	canaletas,	com	ferragem	pouco</p><p>expressiva.</p><p>Aqui	se	enquadram	os	blocos	estruturais	de	cerâmica	ou	blocos	de	concreto	de</p><p>alta	resistência	à	compressão.	Tanto	no	uso	de	blocos	de	cerâmica	como	no	de</p><p>concreto,	reforçados	com	algumas	barras	de	ferro	(o	que	chamamos	de</p><p>brotinhos),	podem	ser	levantados	prédios	com	alturas	bastante	significativas	–	de</p><p>15	a	20	andares.</p><p>Voltando	um	pouco	ao	“antigamente”,	existia,	de	maneira	mais	farta	no	mercado,</p><p>um	tijolo	maciço	construído	com	cimento	especial	de	alta	resistência,	constituído</p><p>de	sílica	e	calcário,	conhecido	como	tijolo	sílico-calcário.	Eram	muito	especiais,</p><p>com	alta	capacidade	de	suporte	de	carga.	Pena	que	não	são	mais	encontrados</p><p>facilmente!</p><p>10.5.	Cantaria</p><p>Ainda	no	tema	“paredes”,	cabe	uma	pergunta:	engenheiro,	o	que	é	essa	tal	de</p><p>cantaria?	A	cantaria	ou	pedra	de	cantaria	é	a	pedra	lavrada	em	forma	geométrica,</p><p>com	a	finalidade	de	ser	empregada	nas	construções,	podendo	substituir	os</p><p>tijolos,	por	exemplo.	Trabalhei	bons	anos	em	Santa	Catarina,	e	lá	era	comum	o</p><p>emprego	desses	blocos	lavrados	na	construção	de	muros	de	arrimo,	muros</p><p>divisórios,	sapatas	corridas	nas	fundações	e	até	mesmo	para	erguer	paredes	de</p><p>casas	residenciais	ou	comerciais.</p><p>E	aqui	vai	mais	uma	curiosidade:	nos	primórdios	da	construção	da	cidade	de</p><p>Florianópolis,	utilizou-se	óleo	de	baleia	na	mistura	das	argamassas	de</p><p>assentamento	desses	blocos	de	pedra,	para	funcionar	como	um</p><p>impermeabilizante.	Entenda	o	porquê:	o	óleo	fecha	os	poros	entre	os	grãos	de</p><p>areia	e	o	cimento,	impedindo	a	umidade	de	percolação	de	subir	para	as	paredes.</p><p>Crédito	da	imagem:	Ximena-c	por	Pixabay.</p><p>Casa	de	pedra	de	cantaria.</p><p>DICAS	DO	ENGENHEIRO</p><p>•	Saiba	que	o	tijolo,	para	ser	assentado,	deve	ser	molhado	um	pouco	antes	de</p><p>virar	alvenaria.	E	por	que,	engenheiro?	Porque	se	o	tijolo	estiver	levemente</p><p>molhado,	não	“roubará”	água	da	argamassa...lembra?	A	água	é	um	dos</p><p>elementos	mais	importantes	na	construção;	se	o	tijolo	“puxar”	umidade	da</p><p>argamassa,	ela	se	enfraquecerá	porque	serão	reduzidas	ou	interrompidas	as</p><p>reações	químicas	que	levariam	a	massa	à	resistência	desejada.</p><p>•	Estimule	o	pessoal	a	regar	a	alvenaria	ao	entardecer,	antes	de	fecharem	a	obra.</p><p>O	“mantra”	é:	massa	úmida,	massa	forte.</p><p>•	Não	esqueça	que	sempre	devem	ser	assentadas	as	duas	primeiras	camadas	de</p><p>tijolos	junto	às	vigas	baldrames	com	argamassa	impermeável	-	cimento,	areia</p><p>peneirada	e	água	de	amassamento	acrescida	de	hidrófugo	de	massa.	E	que	essa</p><p>argamassa	impermeável	pede	rega	com	água,	três	vezes	ao	dia,	por	três	dias,	ok?</p><p>•	Entenda	que,	quando	a	alvenaria	é	de	vedação,	recomenda-se	o	emprego	de	um</p><p>produto	conhecido	como	expansor,	que,	incorporado	à	argamassa	de</p><p>assentamento,	expande	e	ajuda	a	“travar”	a	alvenaria	junto	à	estrutura	(viga	ou</p><p>pilar).	O	expansor	está	para	a	argamassa	assim	como	o	fermento	está	para	a</p><p>massa	do	bolo:	é	ele	que	faz	a	argamassa	crescer	e	consequentemente	travar	os</p><p>dois	materiais	(tijolos	e	estrutura).	Se	não	colocar	o	expansor	para	travar,</p><p>certamente	haverá	fissuras	entre	os	dois	materiais.</p><p>11.	COBERTURA</p><p>Depois	que	as	alvenarias	são	executadas,	chega	a	hora	de	cobrir	as	paredes,	para</p><p>formar	os	ambientes	que	um	dia	você	e	sua	família	ocuparão.	O	fechamento</p><p>pode	ser	feito	com	laje,	acima	da	qual	será	montada	a	estrutura	do	telhado,	ou</p><p>diretamente	com	a	estrutura	do	telhado,	se	este	for	ficar	em	madeiramento</p><p>aparente.</p><p>A	chegada	desse	momento	da	obra	é	bastante	aguardada	pelos	profissionais.	Se</p><p>você	chegar	e	avistar	um	galho	de	árvore	pendurado	em	cima	da	laje,	é	sinal	de</p><p>que	o	pessoal	espera	que	o	“escorpião	que	habita	em	seu	bolso”	seja	retirado	e</p><p>que	sejam	todos	presenteados	com	um	churrasco	regado	a	uma	cervejinha</p><p>gelada.	Foi	duro	chegar	até	aqui...muito	suor	foi	derramado;	é	uma	sexta-feira,</p><p>último	dia	da	semana	na	obra,	hora	de	começar	a	descontrair	um	pouco!	Na</p><p>segunda,	começará	tudo	novamente	e	o	madeiramento	começará	a	subir	laje</p><p>acima.</p><p>Crédito	da	imagem:	Jozsef	Farago	por	Pixabay.</p><p>Telhado	com	luzernas	ou	lucarnas.</p><p>11.1.	Etapas	da	cobertura</p><p>A	cobertura	é	compreendida	por	duas	etapas	bem	distintas:</p><p>•	Execução	da	estrutura	de	sustentação	do	telhado,	que	poderá	ser	de	madeira	ou</p><p>mesmo	de	estrutura	metálica.</p><p>•	Execução	do	telhamento,	que	é	o	lançamento	das	telhas	sobre	essa	estrutura,</p><p>podendo	ser	de	diversos	materiais:	telhas	cerâmicas,	telhas	de	concreto,	telhas	de</p><p>chapa	galvanizada	simples,	telhas	de	chapas	galvanizadas	intercaladas	com	placa</p><p>de	poliuretano	(isopor,	as	chamadas	telhas-sanduíche),	telhas	de	fibrocimento	(as</p><p>famosas	Eternit,	Brasilit...),	telhas	de	pedra	(ardósia,	por	exemplo),	entre	outras.</p><p>Nessa	hora,	trabalham	vários	profissionais	concatenados	com	um	único	objetivo:</p><p>encontrar	a	melhor	solução	para	cada	atividade.</p><p>11.2.	Passo	a	passo	da	cobertura</p><p>Apresentarei,	agora,	um	passo	a	passo	resumido,	para	ajudá-lo	a	compreender	o</p><p>processo:</p><p>•	O	telhadista	recebe	orientação	do	calheiro	sobre	a	largura	das	calhas	coletoras</p><p>de	águas	pluviais,	o	sentido	de	caimento	das	águas	(planos	de	inclinação</p><p>necessários	para	o	bom	caimento	da	chuva)	etc.</p><p>•	O	encanador	informa	ao	telhadista	e	ao	calheiro	a	altura	mínima	de	lançamento</p><p>do	telhado,	de	forma	a	obter	as	condições	ideais	(declividade)	de	caimento	das</p><p>tubulações	que	conduzirão	as	águas	pluviais.</p><p>•	O	profissional	do	sistema	de	ar	condicionado	aproveita	quando	a	estrutura	de</p><p>sustentação	do	telhado	está	pronta	para	passar	com	as	redes	frigorígenas,	que</p><p>interligam	as	unidades	evaporadoras	às	unidades	condicionadoras	que	ficarão	na</p><p>área	técnica	(lembra	que	já	falei	sobre	esse	assunto?).	Dessa	forma,	o	risco	de</p><p>que	essas	redes	sejam	pisadas	ou	esmagadas	pelo	madeiramento	fica</p><p>extremamente	reduzido.</p><p>•	O	encanador	entra	em	cena	novamente,	subindo	com	os	reservatórios	de	água</p><p>fria	(caixas	d’água),	bem	como	o	boiler	(reservatório	de	água	quente),	antes	que</p><p>o	telhadista	cubra	o	volume	do	reservatório.</p><p>Importante	dizer	que,	se	o	telhado	for	de	uma	casa	com	arquitetura	pós-moderna,</p><p>onde	ele	fica	confinado	e	quase	ou	totalmente	imperceptível	externamente,	antes</p><p>desse	pessoal	todo	subir	na	laje	para	começar	o	telhado,	os	pedreiros	devem</p><p>revestir	a	caixa	d’água	e	os	oitões	ou	platibandas	-	paredes	que	escondem	o</p><p>telhado.	Se	bem	planejado	pelo	RT,	até	os	pintores	podem	antes	dar	uma	demão</p><p>de	selador	nas	paredes.</p><p>Como	você	pode	observar,	no	chão	da	obra	há	um	maestro	que,	de	quando	em</p><p>vez,	também	sobe	para	confirmar	se	tudo	está	transcorrendo	como	planejado	nos</p><p>projetos:	o	RT.	Essa	etapa	exige	muita	coordenação	desse	profissional,	que</p><p>harmoniza	todas	as	equipes	envolvidas,	pois	é	quase	uma	“Torre	de	Babel”	o</p><p>trabalho	lá	em	cima.</p><p>DICAS	DO	ENGENHEIRO</p><p>•	A	cobertura	da	obra	pode	ser	feita	apenas	com	uma	laje	exposta	ao	tempo,	isto</p><p>é,	sem	o	cobrimento	com	telhas.	Se	essa	for	a	escolha,	são	necessários	alguns</p><p>cuidados	para	a	proteção	da	laje	às	intempéries,	além	da	previsão	da	manutenção</p><p>desses	cuidados.</p><p>•	A	laje	deve	ser	executada	com	um	caimento	mínimo,	a	fim	de	escoar	a	água	da</p><p>chuva	para	a	área	externa	da	edificação	ou	ter	ralos	que	permitam	o	escoamento</p><p>da	água,	estrategicamente	colocados.</p><p>•	A	proteção	da	laje	exposta	(onde	serão	instalados	os	ralos	para	escoamento)	é</p><p>conferida	pelos	pedreiros,	que	preparam	uma	camada	de	regularização	com</p><p>argamassa	denominada	de	cimentado	desempenado,	com	caimentos	bem</p><p>definidos	para	os	ralos	que	coletarão	as	águas	pluviais.</p><p>•	A	equipe	da	impermeabilização,	depois	de	concluída	a	camada	de</p><p>regularização,	entra	em	ação,	aplicando	as	mantas	asfálticas	pré-fabricadas	ou	as</p><p>de	arquitetura,	projetos</p><p>complementares	e	pela	construção</p><p>3.	A	ELABORAÇÃO	DO	PROJETO	ARQUITETÔNICO:	ETAPAS</p><p>RELEVANTES</p><p>3.1.	Briefing	(entrevistas)</p><p>3.2.	Estudo	preliminar</p><p>3.3.	O	anteprojeto</p><p>3.4.	Projeto	para	aprovação	de	condomínio	e	prefeitura</p><p>3.5.	Projeto	executivo</p><p>4.	EXECUÇÃO	DO	PROJETO	ARQUITETÔNICO:	PROFISSIONAIS</p><p>ENVOLVIDOS</p><p>4.1.	Etapa	1:	time	do	chão	às	paredes	e	coberta...	começando	os	trabalhos</p><p>4.1.1.	Responsável	técnico	da	obra	(RT)</p><p>4.1.2.	Construtor	ou	empreiteiro</p><p>4.1.3.	Encarregado	ou	mestre	de	obras</p><p>4.1.4.	Pedreiro</p><p>4.1.5.	Servente	de	pedreiro</p><p>4.1.6.	Furão</p><p>4.1.7.	Armador	ou	ferreiro</p><p>4.1.8.	Encanador</p><p>4.1.9.	Ajudante	de	encanador</p><p>4.1.10.	Eletricista</p><p>4.1.11.	Auxiliar	de	eletricista</p><p>4.1.12.	Carpinteiro</p><p>4.2.	Etapa	2:	Time	dos	acabamentos...chegando	quase	lá</p><p>4.2.1.	Azulejista</p><p>4.2.2.	Pintor</p><p>4.2.3.	Jardineiro</p><p>4.2.4.	Calheiro</p><p>4.2.5.	Impermeabilizador</p><p>4.2.6.	Gesseiro</p><p>4.2.7.	Marceneiro</p><p>4.2.8.	Serralheiro</p><p>4.2.9.	Vidraceiro</p><p>4.2.10.	Calceteiro</p><p>4.3.	Etapa	3:	time	de	instalação	dos	equipamentos</p><p>4.3.1.	Sistema	de	ar	condicionado</p><p>4.3.2.	Elevador	ou	plataforma	elevatória</p><p>4.3.3.	Automação</p><p>4.3.4.	Móveis	planejados</p><p>4.3.5.	Iluminação</p><p>4.3.6.	Microgeração	de	energia</p><p>5.	RELACIONAMENTO	COMERCIAL	COM	O	ARQUITETO	E	COM	O</p><p>ENGENHEIRO</p><p>6.	O	INÍCIO	DA	OBRA:	EXIGÊNCIAS	E	LICENÇAS</p><p>7.	ATIVIDADES	PREPARATÓRIAS	E	PROVISÓRIAS</p><p>7.1.	Limpeza	do	terreno</p><p>7.2.	Movimento	de	terra</p><p>7.3.	Serviços	provisórios</p><p>7.3.1.	Barraco	de	obra</p><p>7.3.2.	Instalações	sanitárias</p><p>7.3.3.	Tapume</p><p>8.	ACOMPANHAMENTO	DA	OBRA:	FUNDAÇÕES	E	ESTRUTURA</p><p>8.1.	Fundação	dos	muros</p><p>8.1.1.	Muros	de	arrimo</p><p>8.1.2.	Muros	divisórios</p><p>8.2.	Fundação	da	casa</p><p>8.2.1.	Fundação	rasa	ou	superficial</p><p>8.2.2.	Fundação	profunda</p><p>8.3.	Estrutura</p><p>9.	DA	IMPERMEABILIZAÇÃO	À	ESCOLHA	DO	TELHADO</p><p>9.1.	Etapas	da	impermeabilização</p><p>9.2.	A	escolha	do	telhado</p><p>10.	ALVENARIA	OU	CANTARIA</p><p>10.1.	Tijolos	cerâmicos:	maciços	e	furados</p><p>10.2.	Tijolos	de	concreto:	blocos	ou	canaletas</p><p>10.3.	Tijolos	de	vedação</p><p>10.4.	Tijolos	estruturais</p><p>10.5.	Cantaria</p><p>11.	COBERTURA</p><p>11.1.	Etapas	da	cobertura</p><p>11.2.	Passo	a	passo	da	cobertura</p><p>12.	PAVIMENTAÇÃO</p><p>12.1.	Lastro	de	concreto	ou	contrapiso</p><p>12.2.	Cimentado	desempenado</p><p>12.3.	Cimento	queimado	ou	vermelhão</p><p>12.4.	Concreto	magro</p><p>12.5.	Argamassa	impermeável</p><p>12.6.	Argamassa	termoacústica</p><p>12.7.	Piso	cerâmico</p><p>12.8.	Piso	de	placas	vinílicas	ou	emborrachados</p><p>12.9.	Piso	de	madeira:	tacos,	parquets	e	tábuas	corridas</p><p>12.10.	Pisos	de	pedra</p><p>12.10.1.	Mármores,	granitos,	basaltos,	ônix</p><p>12.10.2.	Pedras	mineiras,	Pedra	Goiás	e	suas	variações</p><p>12.10.3.	Ardósias</p><p>12.10.4.	Arenitos</p><p>12.10.5.	Cacos	de	pedras</p><p>12.11.	Piso	calçada	portuguesa	ou	petit	pavé</p><p>12.12.	Piso	de	elementos	intertravados</p><p>12.13.	Piso	de	seixo	rolado	ou	concreto	lavado</p><p>12.14.	Piso	de	alta	resistência:	granilite	e	marmorite</p><p>12.15.	Piso	de	elementos	vazados:	cobograma	ou	concregrama</p><p>12.16.	Piso	de	tijolos	de	solo-cimento</p><p>12.17.	Piso	drenante	e	piso	articulado	ou	intertravado</p><p>12.18.	Piso	gramado</p><p>13.	REVESTIMENTOS</p><p>13.1.	Chapisco</p><p>13.2.	Emboço,	reboco	e	emboço	ou	reboco	paulista</p><p>13.2.1.	Emboço</p><p>13.2.2.	Reboco</p><p>13.2.3.	Emboço	ou	reboco	paulista</p><p>13.3.	Revestimento	impermeável</p><p>13.4.	Gesso</p><p>13.4.1.	Gesso	liso</p><p>13.4.2.	Gesso	lançado	à	pistola</p><p>13.4.3.	Gesso	em	placas	com	desenhos	em	alto	relevo</p><p>13.5.	Cimento	queimado</p><p>13.5.1.	Cimento	queimado	natural</p><p>13.5.2.	Cimento	queimado	sintético</p><p>13.6.	Cerâmicas,	azulejos,	pastilhas	cerâmicas	e	de	vidro</p><p>13.7.	Laminado	fenólico	melamínico</p><p>13.8.	Papel	de	parede</p><p>13.9.	Lambri	de	madeira	maciça	ou	chapa	de	madeira	compensada</p><p>13.10.	Concreto	aparente:	liso,	rústico,	jateado	ou	apicoado</p><p>14.	FORRO	FALSO,	TRATAMENTOS	TÉRMICOS	E	ACÚSTICOS</p><p>14.1.	Forro	falso</p><p>14.2.	Tratamento	térmico	e	acústico</p><p>15.	MARCENARIA	OU	CARPINTARIA</p><p>15.1.	Cuidados	especiais	que	um	bom	marceneiro	deve	observar</p><p>15.2.	Decks	de	madeira	e	sauna</p><p>16.	SERRALHERIA	E	FERRAGENS</p><p>16.1.	Ferro	e	aço</p><p>16.2.	Alumínio</p><p>16.3.	Ferragens</p><p>16.3.1.	Fechaduras</p><p>16.3.1.1.	Fechadura	interna</p><p>16.3.1.2.	Fechadura	interna	para	banheiro</p><p>16.3.1.3.	Fechadura	de	cilindro</p><p>16.3.1.4.	Fechadura	bico	de	papagaio</p><p>16.3.1.5.	Fechadura	elétrica</p><p>16.3.1.6.	Fechadura	de	acesso	com	controle	biométrico</p><p>16.3.1.7.	Fechadura	de	rolete</p><p>16.3.2.	Dobradiças</p><p>17.	VIDRAÇARIA</p><p>17.1.	Vidro	comum</p><p>17.2.	Vidro	cristal</p><p>17.3.	Vidro	aramado</p><p>17.4.	Vidro	temperado</p><p>17.5.	Vidro	laminado</p><p>17.6.	Vidro	especial	à	prova	de	bala	ou	vidro	de	segurança	blindado</p><p>17.7.	Acabamentos	da	vidraçaria</p><p>17.8.	Blocos	ou	tijolos	de	vidro:	cobogós	e	lanternins</p><p>18.	PINTURA</p><p>18.1.	A	importância	das	cores</p><p>18.2.	Pintura:	etapas	e	tipos</p><p>18.2.1.	Pintura	com	verniz</p><p>18.2.2.	Pintura	com	tinta:	paredes	e	tetos</p><p>18.2.3.	Pintura	com	tinta:	superfícies	de	madeira</p><p>18.2.4.	Pintura	com	tinta:	superfícies	metálicas</p><p>18.2.5.	Pintura	tipo	textura</p><p>18.2.5.1.	Pintura	com	granilhas</p><p>18.2.5.2.	Pintura	com	textura	acrílica</p><p>19.	INSTALAÇÕES	ELÉTRICAS</p><p>19.1.	O	projeto	elétrico	e	a	NBR-5410/90</p><p>19.2.	Quadros	elétricos	ou	de	distribuição</p><p>19.3.	Quadros	de	passagem	e	quadros	de	telefonia	ou	automação</p><p>19.4.	Barramento</p><p>19.5.	Disjuntor,	dispositivo	diferencial	residual,	disjuntor	diferencial	residual</p><p>19.6.	Itens	complementares:	tomadas,	interruptores,	campainhas</p><p>19.7.	Condutores	elétricos:	fios	e	cabos</p><p>19.7.1.	Fio</p><p>19.7.2.	Cabo</p><p>19.8.	Lâmpadas,	luminárias,	acessórios</p><p>19.8.1.	Iluminação	interna:	luminárias	de	teto	e	parede</p><p>19.8.2.	Iluminação	externa:	luminárias	de	teto	e	parede</p><p>19.9.	Fechadura	elétrica,	interfone,	fotocélula,	sensores,	dimmer</p><p>19.9.1.	Fechadura	elétrica	ou	contratesteiro	elétrico</p><p>19.9.2.	Interfone</p><p>19.9.3.	Fotocélulas	e	sensores</p><p>19.9.4.	Dimmer	ou	interruptor	dimmer</p><p>19.10.	Chuveiro	e	aquecedor	elétricos</p><p>19.10.1.	Chuveiro	elétrico</p><p>19.10.2.	Aquecedor	elétrico</p><p>19.10.3.	Aquecedor	elétrico	de	passagem</p><p>19.11.	Sistema	motor-bomba	para	tratamento	da	água	da	piscina</p><p>19.12.	Bomba	pressurizadora	e	bomba	de	recalque</p><p>19.12.1.	Bomba	Pressurizadora	para	chuveiro</p><p>19.12.2.	Bomba	pressurizadora	para	atendimento	em	cisterna</p><p>19.12.3.	Bomba	de	Recalque</p><p>19.13.	Caixa	de	luz,	mangueira,	kanaflex,	eletroduto,	canaleta</p><p>19.13.1.	Caixa	de	Luz	4”x	2”,	4”	x	4”;	ou	3”x3”</p><p>19.13.2.	Eletroduto,	mangueira,	canaleta,	kanaflex</p><p>19.14.	Geração	de	energia	ou	energia	solar	fotovoltaica</p><p>20.	INSTALAÇÃO	DE	ÁGUA	E	ESGOTO</p><p>20.1.	Instalação	de	água</p><p>20.2.	Instalações	de	água	pluvial	e	de	esgoto</p><p>21.	SISTEMA	DE	AUTOMAÇÃO	RESIDENCIAL	E	PARTICIPAÇÃO	NA</p><p>ESCOLHA	DOS	ACABAMENTOS</p><p>21.1.	Sistema	de	automação	residencial</p><p>21.2.	Participação	na	escolha	dos	acabamentos</p><p>22.	CONTRATAÇÕES	PARALELAS	À	CONSTRUÇÃO</p><p>22.1.	Pisos	e	revestimentos</p><p>22.2.	Granitos,	mármores,	pedras	e	soleiras</p><p>22.3.	Ferragens	e	louças	sanitárias</p><p>22.4.	Móveis	planejados</p><p>22.5.	Persianas	e	cortinas</p><p>22.6.	Luminárias	e	itens	complementares	de	elétrica</p><p>22.7.	Equipamentos</p><p>22.8.	Móveis</p><p>23.	RECEBIMENTO	DO	IMÓVEL</p><p>23.1.	Checklist	para	o	recebimento</p><p>23.2.	Mudança	e	ocupação	do	imóvel</p><p>POSFÁCIO</p><p>FOTOS	DA	CONSTRUÇÃO	DE	UMA	RESIDÊNCIA	UNIFAMILIAR</p><p>Landmarks</p><p>Capa</p><p>Folha	de	Rosto</p><p>Página	de	Créditos</p><p>Sumário</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>Quem	nunca	sonhou	em	ter	sua	casa	construída	de	acordo	com	seus	desejos	e</p><p>com	suas	condições	financeiras?	Se	você	decidiu	ir	adiante	nesse	projeto	e	já</p><p>partiu	para	a	compra	do	terreno,	é	bom	estar	preparado	para	as	dificuldades	que</p><p>poderá	encontrar	pela	frente.</p><p>E	foi	pensando	em	ajudá-lo,	que	decidi	escrever	este	livro,	para	que	você	possa</p><p>conhecer	e	acompanhar	o	processo	de	construção	de	sua	casa,	ficando,	assim,</p><p>apto	para	fazer	a	escolhas	corretas,	de	forma	que,	ao	terminar	a	obra,	esteja</p><p>satisfeito	e	animado	–	até	mesmo	para	reprogramar	muitas	crenças	e	iniciar	uma</p><p>vida	mais	plena	e	feliz.</p><p>Engenheiro	civil	há	mais	de	quatro	décadas,	ao	longo	de	todos	esses	anos,	pude</p><p>auxiliar	muitas	pessoas	na	construção	de	sua	casa	“a	partir	do	zero”.	Confesso,</p><p>sem	nenhum	constrangimento,	que	costumo	tirar	“casquinha”	da	alegria	dos</p><p>meus	clientes,	que	se	sentem	realizados	no	final	da	jornada,	com	a	edificação	de</p><p>sua	morada	do	jeitinho	que	queriam	e</p><p>mantas	moldadas	in	loco.</p><p>•	O	teste	de	estanqueidade,	após	a	realização	das	etapas	anteriores,	é	feito	por	72</p><p>horas,	com	uma	lâmina	de	água	sobre	a	laje,	devendo	ser	observada	a	sua</p><p>eficácia,	pois	não	deve	ocorrer	vazamento.</p><p>•	A	estanqueidade	sendo	comprovada,	faz-se	outra	camada	de	proteção	com</p><p>cimentado	desempenado	e,	preferencialmente,	assenta-se	o	piso	cerâmico,</p><p>quando	se	vai	utilizar	a	laje	para	sacadas	cobertas	ou	descobertas.	A	camada	de</p><p>proteção	descrita	é	que	irá	garantir	uma	vida	útil	mais	longa	da</p><p>impermeabilização.</p><p>•	A	primeira	camada	do	cimento	desempenado,	para	evitar	o	calor,	deve	ser</p><p>precedida	de	uma	camada	de	tratamento	térmico,	com	argamassa	termoacústica,</p><p>que	é	fabricada	com	vermiculita	ou	pérolas	de	poliestireno,	ou	ainda	com	uma</p><p>camada	de	poliestireno	(isopor)	e	uma	camada	de	proteção	com	tela	galvanizada</p><p>ou	betumada.</p><p>•	O	“telhado	verde”,	muito	em	voga	quando	se	fala	em	ecologia,	consiste	em</p><p>uma	laje	com	capacidade	para	suportar	o	peso	da	quantidade	de	terra</p><p>determinada	no	projeto,	na	qual	é	feito	o	plantio	de	grama	ou	de	vegetação	de</p><p>pequeno	porte.	Em	obras	mais	sofisticadas,	essa	opção	tem	ocorrido	com	boa</p><p>frequência.</p><p>•	A	laje	para	o	“telhado	verde”	deve,	antes	de	a	terra	ser	sobre	ela	lançada,	ter</p><p>passado	pelo	tratamento	de	impermeabilização,	lembrando	que	a	manta	pré-</p><p>fabricada	deve	ser	específica	para	receber	plantio	(4	mm	de	espessura),	além	de</p><p>que	a	camada	de	proteção	precisa	ser	aumentada	para	suportar	o	efeito	das	raízes</p><p>das	plantas.	“Ser	chic	dá	trabalho...”.</p><p>•	O	tratamento	termoacústico	também	pode	ser	executado	pelo	lado	interno	da</p><p>casa,	na	parte	inferior	da	laje:	“fica	a	gosto	do	freguês”.</p><p>Antes	de	finalizar,	preciso	esclarecer	que	ainda	existe	o	telhado</p><p>impermeabilizado,	que	não	fica	totalmente	exposto	ao	tempo,	mas	sim	protegido</p><p>por	placas	cimentícias	apoiadas	sobre	pequenos	pilaretes.</p><p>Destaco	que	abreviei	várias	etapas	e	orientações,	pois	esse	não	é	o	objetivo	deste</p><p>livro,	pensado,	sobretudo,	para	ajudar	você	a	entender	e	a	acompanhar	a</p><p>concretização	do	seu	sonho.	Agora	se	o	seu	sonho	é	grande	e	o	bolso	comporta,</p><p>informe	à	equipe,	na	elaboração	do	pacote	dos	projetos,	que	o	seu	telhado	irá</p><p>abrigar	um	heliponto	e	aí	encerramos	o	item.	Brincadeirinha...</p><p>12.	PAVIMENTAÇÃO</p><p>Esta	etapa	da	obra	empolga	muita	gente,	pois	a	execução	da	pavimentação	traz</p><p>limpeza	e	organização.	Eu	descrevi	a	alvenaria	e	a	cobertura	para	você	antes	da</p><p>pavimentação,	mas,	na	prática,	uma	obra	organizada	não	acontece	assim.	Vamos</p><p>ver,	então,	como	deve	acontecer.</p><p>12.1.	Lastro	de	concreto	ou	contrapiso</p><p>Assim	que	as	vigas	baldrames	(aquelas	que	ficam	no	chão)	são	concretadas,</p><p>deve-se	trabalhar	na	complementação	do	aterro	interno	do	quadro	da	casa.	O</p><p>trabalho	é	realizado	com	compactador	mecânico,	mais	conhecido	como	“sapo”	-</p><p>alusão	por	ele	ficar	“pulando	como	o	bicho”.	Em	obras	de	menor	porte,	é	comum</p><p>você	encontrar	o	pessoal	com	soquetes	feitos	com	latas	de	tintas	ou	outro</p><p>material,	como	um	pedaço	de	um	pilar	de	madeira.</p><p>Fonte:	arquivo	pessoal.</p><p>Contrapiso	em	execução.</p><p>Dando	continuidade	às	etapas:</p><p>•	Em	seguida	ao	ajuste	da	altura	do	aterro	necessário	à	obra,	lança-se	uma</p><p>camada	de	brita	ou	pedrisco	sobre	o	terreno	compactado,	de	forma	a	isolar	a</p><p>terra	do	concreto	que	será	lançado.</p><p>•	Molha-se	bem	o	aterro,	sem	encharcá-lo.	A	finalidade	dessa	operação	é	evitar</p><p>que	o	aterro	“roube”	água	do	concreto,	o	que	o	tornaria	mais	fraco	(isso	você	já</p><p>aprendeu	bem).</p><p>•	Inicia-se,	então,	a	operação	para	executar	o	que	se	chama	de	lastro	de	concreto.</p><p>Se	a	sua	obra	é	grande	e	está	localizada	em	uma	cidade	que	possui	concreteiras,</p><p>minha	sugestão	é	que	se	faça	essa	operação	com	concreto	usinado,	pois	ele	é</p><p>mais	prático	e	atinge	resistências	mais	elevadas.	É	ilusória	a	informação	de	que</p><p>esse	concreto	sai	mais	caro	do	que	o	“caseiro”,	pois	quando	você	computar	toda</p><p>a	mão	de	obra	de	pedreiros	e	serventes	na	sua	feitura,	além	do	tempo	envolvido,</p><p>vai	chegar	à	conclusão	de	que,	na	melhor	das	hipóteses,	empatou	com	o	concreto</p><p>usinado.</p><p>•	Rega-se	esse	lastro	várias	vezes	por	três	dias,	o	que	fará	com	que	a	qualidade</p><p>estabelecida	na	compra	do	concreto	seja	atingida.	A	falta	da	rega,	muitas	vezes,</p><p>leva	o	concreto	a	trincar	bastante,	pois,	assim	que	a	argamassa	do	concreto	é</p><p>executada,	começam	as	reações	químicas	necessárias	à	operação.	Normalmente</p><p>em	torno	de	uma	hora,	uma	hora	e	meia,	o	concreto	começa	a	endurecer:	é	o	que</p><p>chamamos	de	“pega	do	concreto”.	Essas	reações	químicas	liberam	muito	calor,</p><p>que	pode	levar	o	concreto	a	trincar	-	daí	a	grande	importância	da	água	para</p><p>auxiliar,	de	forma	que	as	reações	não	sejam	interrompidas.</p><p>No	dia	seguinte,	quando	a	equipe	chega	ao	canteiro,	a	obra	é	“outra	história”:</p><p>limpa	e	organizada.	Começa,	então,	uma	das	etapas	descritas	anteriormente:	a</p><p>impermeabilização	das	baldrames,	deixando	livres	da	aplicação	os	vãos	que</p><p>receberão	as	portas.	Então	os	tijolos	começam	a	ser	“esparramados”	sobre	o</p><p>lastro	de	concreto	para	início	da	alvenaria.</p><p>12.2.	Cimentado	desempenado</p><p>O	cimentado	desempenado	é	uma	argamassa	de	extrema	relevância	na	obra,	e</p><p>muitos	o	conhecem	como	a	argamassa	de	regularização	do	contrapiso,	que	se</p><p>constitui	de	cimento,	areia	média	peneirada	e	água	de	boa	qualidade.	Para	essa</p><p>etapa:</p><p>•	É	desejável,	no	cimentado	desempenado	empregado	nos	pisos	do	pavimento</p><p>térreo,	que	se	utilize	o	hidrófugo	de	massa,	pois,	além	de	regularizar	o	piso,	ele</p><p>confere	impermeabilidade	a	essa	massa,	razão	por	que	é	chamada	de	argamassa</p><p>impermeável.	O	cimentado	assim	executado	evitará	a	subida	de	água	de</p><p>percolação,	aquela	umidade	que	sobe	do	chão	de	terra	para	o	concreto	e</p><p>alvenarias.</p><p>•	É	indispensável	a	rega	constante	desse	piso,	por	“três	santos	dias”,	uma	vez</p><p>que,	com	o	hidrófugo	de	massa,	é	como	se	a	argamassa	ficasse	com	“muita</p><p>sede”.	“Dê-lhe	água	e	ela	o	gratificará	para	sempre”.</p><p>•	É	importante	que	a	execução	do	cimentado	desempenado	seja	precedida	de</p><p>uma	lavagem	muito	eficiente	do	lastro	(contrapiso)	e	da	laje,	com	emprego	de</p><p>lavadora	de	alta	pressão	e	de	ponteiros,	com	marretas	para	remoção	de	alguma</p><p>massa	que	não	queira	se	desprender.	Com	essa	base	limpa	e	ainda	úmida,	joga-se</p><p>o	cimento	“aos	lanços”	e,	com	emprego	de	um	vassourão	de	piaçava,	cria-se</p><p>uma	nata	bem	fina,	que	ajudará	na	fusão	(emenda)	entre	o	concreto	existente	e	a</p><p>massa	nova	(cimentado	desempenado).	Essa	operação	é	feita	de	maneira</p><p>contínua,	sem	interrupção.</p><p>•	É	imprescindível	que	o	cimentado	desempenado	seja	executado	com	cimento</p><p>novo,	ou	seja,	nada	de	aproveitar	aquele	saco	velho	que	sobrou	e	já	está</p><p>querendo	endurecer.	E	por	que	executar	com	areia	média	peneirada,	engenheiro?</p><p>Ora,	para	eliminar	os	grãos	maiores	e	as	impurezas,	como	raízes,	pelotas	de</p><p>saibro,	que	comumente	vêm	nas	cargas	de	areia.</p><p>•	É	possível	dispensar	o	emprego	do	hidrófugo	de	massa	para	o	cimentado</p><p>desempenado	dos	pavimentos	superiores,	porém	eu	também	recomendo	o	seu</p><p>uso,	porque	auxilia	na	impermeabilização	dos	pisos.</p><p>Importante	destacar	que	é	sobre	esse	piso	que	serão	assentados	os	pisos</p><p>cerâmicos	e	é	sobre	ele	que	será	aplicada	a	impermeabilização	dos	pisos</p><p>laváveis,	como	os	dos	banheiros,	das	sacadas	e	das	lajes	expostas	ao	tempo.</p><p>Por	fim,	existe	uma	opção	bastante	interessante	para	sua	casa	e	de	custo	bastante</p><p>acessível:	uma	vez	concluído	o	cimentado	desempenado,	porém	ainda	“verde”</p><p>ou	“fresco”,	com	o	emprego	de	um	vassourão	novo	de	piaçava,	esse	cimentado	é</p><p>“penteado”	em	um	leve	movimento	como	ondas	do	mar.	Importante	dizer	que</p><p>não	se	pode	pisar	sobre	ele	durante	essa	operação,	ok?	Normalmente	isso	é	feito</p><p>em	calçadas	ou	no	passeio	público.	No	dia	seguinte,	com	o	emprego	do</p><p>vassourão	e	uma	mangueira	de	água,	faz-se	a	lavagem	para	remover	os	grãos</p><p>soltos	de	areia.	Pronto,	está	concluído	o	seu	piso;	fica	bonito,	é	bom	e	barato.</p><p>Criatividade	é	tudo	quando	a	meta	é	concluir	a	obra	a	contento.</p><p>12.3.	Cimento	queimado	ou	vermelhão</p><p>Você	conheceu	um	piso	feito	no	passado	não	tão	distante,	chamado	de</p><p>“vermelhão”?	Nada	mais	era	do	que	o	cimentado	desempenado,	queimado	“a</p><p>colher”	de	pedreiro:	o	profissional	preparava</p><p>uma	“nata”	de	cimento	misturado</p><p>com	o	“pó	xadrez”	vermelho	e	aplicava	sobre	o	cimentado	ainda	“verde”	(recém</p><p>executado,	ainda	úmido)	e,	com	a	colher	de	pedreiro,	ia	alisando,	obtendo	aquela</p><p>“impressão	de	uma	cerâmica	contínua	e	vermelha”.	Trincava?	Sim,	trincava</p><p>bastante,	mas	dependendo	da	cura,	feita	na	sombra	e	mantendo	a	umidade,	essas</p><p>trincas	quase	não	existiam.	O	mesmo	procedimento	poderia	ser	executado	com	o</p><p>“pó	xadrez”	na	cor	verde.</p><p>Hoje,	com	os	aditivos	encontrados	no	mercado,	produzidos	com	cola	de	PVA</p><p>(Bianco,	Viafix	etc.),	ficou	mais	fácil	atender	o	pedido	de	muitos	clientes	que</p><p>querem	pisos	e	paredes	com	aparência	de	cimento	queimado	“a	colher”.	Esse</p><p>aditivo,	além	de	tornar	a	massa	mais	plástica,	incorpora	a	capacidade	de	se</p><p>fundir	com	o	substrato	onde	será	aplicado	(cimentado	desempenado).	Com	o	uso</p><p>de	espátulas	metálicas,	o	pedreiro	ou	o	pintor	vai	“alisando”	a	superfície	até	ficar</p><p>uniforme.	Depois	de	seco,	lixado,	e	corrigidas	as	imperfeições	com	novas</p><p>operações,	aplica-se	um	impermeabilizante	acrílico	ou	um	impermeabilizante	de</p><p>silicone	líquido	(só	para	paredes).</p><p>Imagem	de	Fwstudio	-	Freepik.com.</p><p>Cimento	queimado	–	sempre	atual.</p><p>12.4.	Concreto	magro</p><p>O	concreto	magro	nada	mais	é	do	que	um	concreto	mais	fraco,	lançado	como</p><p>base	para	receber	o	concreto	final.	Pode	ser	usado	para	fazer	a	base	de	uma</p><p>piscina;	a	base	de	um	bloco	de	coroamento	das	fundações	ou	a	base	de	uma</p><p>sapata	corrida.	Auxiliará	na	montagem	de	uma	ferragem,	na	organização	de	um</p><p>fundo	de	vala	etc.	Mas	atenção:	esse	concreto	não	pode	ser	empregado	com	a</p><p>função	estrutural.</p><p>12.5.	Argamassa	impermeável</p><p>Essa	argamassa	executada	no	canteiro	de	obras	tem	a	finalidade	de	reter	a</p><p>passagem	de	água,	de	forma	que	esta	não	se	infiltre	no	que	está	abaixo.	É</p><p>largamente	empregada,	tanto	no	revestimento	como	na	pavimentação,	como</p><p>acabei	agora	há	pouco	de	explicar	no	item	Cimentado	desempenado.</p><p>Uma	das	áreas	de	maior	“responsabilidade”	dessa	massa	é	na	execução	do</p><p>revestimento	de	piso	e	paredes	da	piscina.	O	traço	recomendado	vem	estampado</p><p>nos	baldes	do	produto	hidrófugo	de	massa.	Vou	aqui	relatar:</p><p>•	Para	revestimento	de	piscinas:	4%	sobre	o	volume	empregado	na	argamassa.</p><p>Numa	conta	mais	ou	menos	grosseira,	é	assim:	4	%	x	50	kg	(peso	do	saco	de</p><p>cimento)	=	2	litros	do	hidrófugo.	Aqui	é	como	se	eu	estivesse	considerando	a</p><p>densidade	do	Vedacit	igual	à	da	água.</p><p>•	Para	revestimento	de	paredes	rentes	ao	chão:	2%	x	50	kg	=	1	litro	do</p><p>hidrófugo.	Recomenda	a	boa	técnica	que	todas	as	paredes	do	pavimento	térreo	-</p><p>internas	e	externas	-	sejam	revestidas	com	esse	traço	de	argamassa	impermeável.</p><p>Lembro	que,	nessa	argamassa,	não	pode	entrar	cal	na	sua	composição,	pois	ela	é</p><p>porosa	e	permite	a	subida	da	água	de	percolação.</p><p>Destaco	(principalmente	na	construção	de	piscinas,	caixas	d’água,	cisternas,</p><p>subsolos	e	poços	de	elevadores)	que	a	cura	dessa	argamassa	é	de	grande</p><p>importância,	o	que	obriga	os	profissionais	a	fazerem	a	rega	das	superfícies	por</p><p>três	dias	consecutivos,	em	torno	de	três	a	quatro	vezes	por	dia.</p><p>Nos	casos	acima	explicitados,	por	se	tratar	de	argamassa	rígida,	será	exigida	a</p><p>aplicação	de	uma	impermeabilização	flexível	ou	semiflexível,	que	recomendo</p><p>ser	executada	por	mão	de	obra	de	empresa	especializada.</p><p>12.6.	Argamassa	termoacústica</p><p>Normalmente	é	empregada	na	proteção	de	lajes	expostas	ao	tempo,	a	exemplo</p><p>das	lajes	que	abrigam	as	máquinas	do	sistema	de	ar	condicionado	ou	dos</p><p>terraços.	Essa	argamassa	é	executada	de	várias	formas,	mas	geralmente	é	feita</p><p>em	um	traço	de	cimento,	areia	média	peneirada,	vermiculita	e	água.</p><p>A	vermiculita	pode	ser	substituída	por	pérolas	de	poliestireno	(assim	conhecidas</p><p>porque	parecem	pérolas	feitas	de	isopor).	A	camada	deve	ser	de	5	a	10	cm	de</p><p>espessura,	conforme	o	cálculo	do	que	se	pretende	reter	de	calor	ou	ruído,	e	é</p><p>lançada	sobre	a	laje,	regularizada	com	réguas.	Após	a	cura,	executa-se	uma</p><p>argamassa	de	proteção	(cimentado	desempenado)	sobre	ela,	já	que	a	sua</p><p>resistência	é	baixa	e	permite	a	penetração	de	água	de	chuva	com	facilidade.	Se</p><p>for	o	caso,	impermeabiliza-se	o	cimentado	e	assenta-se	piso	cerâmico	sobre	essa</p><p>camada	termoacústica.</p><p>12.7.	Piso	cerâmico</p><p>Um	dos	momentos	mais	aguardados	por	quem	acompanha	a	construção	de	sua</p><p>casa	é	a	hora	da	compra	dos	revestimentos	cerâmicos.	O	segmento	das	cerâmicas</p><p>é	um	mundo	encantado	que	“enche”	nossos	olhos	com	a	beleza	das	criações	ao</p><p>nosso	dispor:	tem	para	todos	os	gostos	e	para	todos	“os	bolsos”.</p><p>Podem	ser	momentos	relaxantes,	passando	ou	passeando	pelas	gôndolas	onde	as</p><p>peças	que	“habitam”	nosso	imaginário	são	expostas,	ou	momentos	tensos	em	que</p><p>o	casal	diverge	na	escolha	do	piso.	Muita	calma	nessa	hora!	Minha	sugestão	é:</p><p>prudência,	cautela	e	“caldo	de	galinha”	nunca	fizeram	mal	a	ninguém,	não	é</p><p>assim	que	diz	o	ditado?</p><p>Também	é	o	momento	de	“gastar	a	sola	do	sapato”:	é	hora	de	pesquisar	muito.</p><p>Sabemos	que	a	indústria	tem	lá	as	suas	manias,	não	sabemos?	Afinal	por	que</p><p>você	acha	que	todos	os	anos	ela	muda	as	dimensões	das	peças,	as	tonalidades,	as</p><p>nuanças?	Observe	determinada	cerâmica	disposta	na	gôndola	com	as	dimensões</p><p>diferentes,	por	exemplo:	60	x	60	cm	e	100	x	100	cm.	O	custo	por	metro</p><p>quadrado	da	peça	de	100	x	100	cm	provavelmente	estará	bem	mais	elevado,	pois</p><p>deve	ter	sido	um	dos	últimos	lançamentos.</p><p>Pense	muito	bem	na	hora	de	comprar:	a	indústria	dita	a	moda	e	“surfa”	nela.	Se</p><p>você	quer	ter	a	última	tendência	sob	seus	pés,	com	certeza	fará	a	alegria	do</p><p>pessoal	do	marketing	da	indústria.</p><p>Teoricamente,	as	dimensões	de	um	piso	cerâmico	deveriam	ser	escolhidas	de</p><p>acordo	com	o	tamanho	dos	cômodos:	cômodos	pequenos	pedem	pisos	menores;</p><p>cômodos	grandes,	cerâmicas	maiores.	Mas	não:	você	“bate	o	pé”,	“faz	birra”	e</p><p>quer	aquela	“grandona”	que	acabou	de	sair	da	forma,	não	é	assim?	Como</p><p>consequência,	seu	“bolso”	se	esvazia	mais	rápido.	Como	assentar	um	piso</p><p>cerâmico	de	100	x	100	cm	em	um	banheiro	de	1,30	x	2,50	m?	Fica	meio</p><p>desproporcional,	não	é?</p><p>Assim	que	a	indústria	lança	a	nova	linha,	o	comércio	diminui	os	preços	das</p><p>linhas	anteriores:	é	a	hora	de	aproveitar	e	ir	às	compras.	E	quando	a	indústria</p><p>resolve	fazer	um	“retrô”?	Meu	Deus,	“saia	de	baixo	que	lá	vem	pedrada!”.	É</p><p>muito	bom	entrar	na	varanda	gourmet	e	olhar	para	aquele	porcelanato	que	imita</p><p>o	antiquíssimo	ladrilho	hidráulico	da	casa	dos	nossos	avós	-	chega	até	a	subir	um</p><p>cheirinho	do	franguinho	caipira	com	polenta.	Pois	é!	Esse	é	o	verdadeiro</p><p>marketing	a	serviço	da	indústria.	Se	o	dinheiro	estiver	curto,	converse	com	seu</p><p>arquiteto	e	arrume	nem	que	seja	uma	parede	pequena	para	revestir	com	essas</p><p>maravilhas.</p><p>Fonte:	arquivo	pessoal.</p><p>Escolha	do	piso	:	dúvidas,	preços,	combinações...</p><p>12.8.	Piso	de	placas	vinílicas	ou	emborrachados</p><p>A	indústria	voltada	para	a	construção	civil	tem	andado	a	passos	largos,</p><p>entregando	quase	todos	os	dias	produtos	novos	e	revitalizando	outros	existentes</p><p>com	mais	tecnologia.	Há	alguns	anos,	se	você	precisasse	de	um	piso</p><p>emborrachado	ou	vinílico,	cairia	nas	graças	do	Paviflex	ou	então	do	Plurigoma,</p><p>lembra?</p><p>Fonte:	www.armazemcoral.com.br</p><p>Piso	emborrachado.</p><p>Hoje	o	mercado	disponibiliza	uma	infinidade	de	modelos	e	uma	gama	muito</p><p>extensa	de	padronagens	de	vinil,	imitando	vários	tipos	de	madeira	e	em	réguas</p><p>de	diversos	tamanhos,	que	podem	até	ser	aplicadas	sobre	piso	existente,	sem</p><p>necessidade	de	retirar	ou	quebrar.</p><p>Fonte:	arquivo	pessoal.</p><p>Piso	de	placas	vinílicas.</p><p>12.9.	Piso	de	madeira:	tacos,	parquets	e	tábuas</p><p>corridas</p><p>A	pressão	da	sociedade	moderna	sobre	a	indústria	moveleira,	visando	à</p><p>preservação	de	nossas	florestas,	tem	feito	com	que	se	busquem	novos	caminhos</p><p>sem,	todavia,	abrir	mão	por	completo	dos	pisos	de	madeira.	Surgiram	então	os</p><p>pisos	de	compensado,	em	que	a	estrutura	de	base	é	feita	com	madeiras	menos</p><p>nobres,	como	virola,	pinus	e	eucalipto,	frutos	de	plantios	bem	estruturados.	A</p><p>lâmina	superior	é	produzida	com	madeira	de	qualidade,	como	jatobá,	marfim,</p><p>amendoim,	ipê,	imbuia,	louro	etc.,	e	é	então	colada	sobre	a	base	de	compensado.</p><p>Normalmente	tem	espessura	em	torno	de	0,5	(meio)	mm,	otimizando	assim	o</p><p>aproveitamento	da</p><p>árvore.</p><p>Mas	a	pressão	ecológica	aumentou	ainda	mais	e	aí	surgiu	uma	gama	enorme	de</p><p>laminados	fenólicos	melamínicos	(conhecidos	como	fórmica),	com	perfeita</p><p>imitação	das	madeiras	mais	desejadas,	normalmente	aplicados	sobre	uma	base</p><p>de	MDF	(madeira	industrializada,	resultado	da	moagem	do	pinus	ou	eucalipto,</p><p>com	adição	de	resinas	especiais).	Apesar	disso,	as	indústrias	ainda	abastecem	o</p><p>mercado,	mesmo	em	menor	escala.</p><p>Falarei,	agora,	um	pouco	das	madeiras	propriamente	ditas:</p><p>•	As	tábuas	corridas	ou	assoalhos	foram	o	sonho	de	muita	gente	e,</p><p>independentemente	do	tempo,	são	consideradas	caras,	afinal	se	trata	de	madeira</p><p>maciça	(hoje	bastante	escassa)	fixada	sobre	ganzepes	(tipo	de	encaixe)	de</p><p>madeira,	chumbados	ao	piso	com	argamassa	forte.	Os	bons	assentadores	ainda</p><p>fazem	a	fixação	com	pregos	retorcidos,	ficando	invisível	aos	olhos;	outros	fixam</p><p>com	parafusos	no	centro	das	réguas	e	fazem	o	acabamento	com	as	cavilhas</p><p>(hastes	ou	pinos	cilíndricos)	da	mesma	madeira.	Prefiro	o	primeiro	modo	de</p><p>assentar,	lembrando	que,	com	o	passar	dos	anos,	as	tábuas	corridas	foram</p><p>ficando	mais	finas	(em	torno	de	10	mm)	e	começaram	a	ser	assentadas	com	cola</p><p>especial	para	madeira.	E	para	finalizar,	quem	não	se	lembra	do	famoso	sinteko,</p><p>aplicado	depois	do	lixamento	da	madeira?	Uma	semana	sem	poder	pisar	até	que</p><p>a	resina	completasse	seu	ciclo	de	cristalização.</p><p>Imagem	de	Rawpixel.com	-	Freepik.com.</p><p>Piso	de	madeira	tipo	assoalho	ou	tábua	corrida.</p><p>•	Os	tacos	de	madeira	foram	os	precursores	na	pavimentação	de	nossas	casas.</p><p>Eram	de	dimensões	pequenas,	normalmente	7	x	21	cm,	e	aplicados	sobre	uma</p><p>camada	de	asfalto	com	pedriscos,	que	iria	garantir	vida	longa	e	assentamento</p><p>firme	e	seguro	na	argamassa.	Depois,	sobre	os	tacos,	o	sinteko,	substituto	da</p><p>enceradeira.	Com	o	passar	dos	anos,	a	indústria	diminuiu	a	espessura	de	20	mm</p><p>para	10	mm	e	então	as	peças	passaram	a	ser	aplicadas	com	cola	especial	de	PVA</p><p>(a	famosa	cola	branca).	Mais	uma	evolução	para	preservar	as	nossas	árvores	e</p><p>surgiram,	então,	os	parquets,	com	espessura	aproximada	de	5	a	6	mm.	É	claro</p><p>que	perdemos	muito	da	beleza	dos	pisos	de	assoalhos	ao	longo	dos	anos,	mas</p><p>também	é	verdade	que	nossas	florestas	estão	sendo	preservadas.	Faça	sua</p><p>escolha.</p><p>Imagem	de	99Paginas	-	Freepik.com. Fonte:	arquivo	pessoal.</p><p>Piso	de	madeira:	tacos. Piso	de	madeira:	parquet.</p><p>A	indústria	de	beneficiamento	de	madeira	é	extremamente	dinâmica	e	continua</p><p>se	reinventando,	procurando	espaços	ainda	disponíveis	na	legislação,	com</p><p>emprego	de	máquinas	ultramodernas	que	fatiam	nossas	árvores	em	verdadeiras</p><p>“páginas	de	papel”.	Não	se	iludam,	pois	nossas	madeiras	continuam	sendo</p><p>cobiçadas	e	muitas	vezes	consumidas	no	exterior,	sob	a	forma	de	contrabando	ou</p><p>mesmo	de	forma	legalizada,	via	exportação.	“Eles	pedem”	para	preservarmos</p><p>nossas	árvores,	mas	“pedem	e	consomem”	nossas	árvores.	Mas	haverá	um	dia</p><p>em	que	encontraremos	uma	solução	satisfatória	para	o	planeta.</p><p>12.10.	Pisos	de	pedra</p><p>Fonte:	arquivo	pessoal.</p><p>Piso	de	pedra:	atentar	para	a	porosidade.</p><p>É	enorme	a	variedade	que	a	natureza	colocou	nas	nossas	mãos,	demonstrando	a</p><p>grandeza	do	Criador.	Se	você	tiver	um	pouquinho	de	paciência,	vou	dar	uma</p><p>pincelada	geral.	Vamos	lá?</p><p>12.10.1.	Mármores,	granitos,	basaltos,	ônix</p><p>Essas	pedras	são	preferidas	pelas	pessoas,	devido	a	sua	beleza	sem	igual,	“para</p><p>encher”	os	olhos	de	qualquer	um.</p><p>As	pavimentações	executadas	com	pedras	são	sempre	mais	frias,	uma	vez	que</p><p>absorvem	a	temperatura	do	ambiente	e	a	retêm	mais;	é	por	esse	motivo	que,	nas</p><p>regiões	mais	frias,	normalmente	elas	são	descartadas,	sendo	desejadas	nas</p><p>regiões	mais	quentes,	onde	você	se	sente	bem	com	o	frescor	que	elas</p><p>proporcionam	aos	pés.	São	de	fácil	limpeza,	já	que,	por	terem	densidade	muito</p><p>elevada,	seus	poros	são	geralmente	mais	fechados	(dependendo	do	tipo	da</p><p>pedra),	evitando	assim	a	penetração	da	sujeira.	Passou	um	pano	úmido	com	um</p><p>detergente	neutro,	está	liquidada	a	questão.</p><p>Fonte:	arquivo	pessoal. Fonte:	arquivo	pessoal.</p><p>Piso	de	granito. Piso	de	mármore.</p><p>12.10.2.	Pedras	mineiras,	Pedra	Goiás	e	suas	variações</p><p>São	pedras	porosas,	portanto	absorvem	mais	a	poeira	do	meio	ambiente.	Ideais</p><p>para	os	entornos	de	piscinas,	deck,	áreas	onde	você	pode	pisar	com	os	pés</p><p>descalços	despreocupadamente,	dependendo	do	tipo	escolhido.</p><p>Para	a	pavimentação	com	esses	tipos	de	pedras,	você	vai	necessitar	de	uma</p><p>máquina	pressurizadora	para	efetuar	a	lavagem	com	qualidade.	Se	aplicadas	em</p><p>ambientes	internos,	no	final	da	aplicação,	é	interessante	aplicar	resina	de</p><p>poliuretano	para	fechar	os	poros.</p><p>12.10.3.	Ardósias</p><p>Dependendo	da	região	em	que	você	esteja	-	próximo	a	uma	jazida,	por	exemplo	-</p><p>,	podem	ser	adquiridas	com	valor	mais	baixo.	Proporcionam,	nas	áreas	internas,</p><p>o	frescor	desejado	nas	estações	mais	quentes;	o	contrário	também	ocorre	nas</p><p>estações	mais	frias.	Mas	atenção:	você	já	pisou	em	uma	ardósia	exposta	ao	sol?</p><p>Nem	pense	em	testar!	Mas	se	estiver	com	fome,	pode	“estalar	um	ovo”	e</p><p>aguardar	alguns	minutos,	que	estará	frito.</p><p>Você	pode	escolher	a	ardósia	para	as	áreas	de	estar	e	pisos	de	madeira...	que	tal?</p><p>Acho	que	as	mais	belas	são	as	esverdeadas	(é	o	meu	gosto,	claro).	Lembrando</p><p>que	a	aparência	de	uma	pedra	mais	rústica	precisa	estar	adequada	ao	tipo	de</p><p>arquitetura	escolhido:	pisos	rústicos	parece	que	pedem	ambientes	mais</p><p>despojados,	mais	descontraídos,	não	acha?</p><p>Já	vi	pisos	rústicos	de	pedra	serem	polidos	previamente,	para	aplainar	a</p><p>rusticidade.	Algumas	pedras	permitem	esse	trabalho,	mas	com	as	opções	de	piso</p><p>existentes,	penso	que	o	“custo	x	benefício”	do	polimento	não	compensa.</p><p>12.10.4.	Arenitos</p><p>Pela	sua	rusticidade,	eu	os	escolheria	para	os	terraços	externos	e	calçadas	de</p><p>entorno	da	casa,	rampa	de	automóveis	e	passeio	público.	Normalmente	têm	cor</p><p>amarelada,	ou	levemente	avermelhada,	e	foram	muito	empregados	nas	“casas	de</p><p>fazenda”.	É	um	belo	piso	e	pode	ser	aplicado	internamente	nos	ambientes	sem</p><p>muito	requinte.	Imagine-se	num	varandão,	descansando	numa	rede	depois	do</p><p>churrasco.	Imaginou?	Dá	uma	vontade	danada	de	pisar	no	chão	de	arenito.</p><p>12.10.5.	Cacos	de	pedras</p><p>Oferecem	uma	opção	barata	e	convidativa	para	quem	está	construindo.	Quem</p><p>nunca	esteve	numa	piscina	rodeada	de	cacos	de	pedra	mineira?	Eu	acho	bonito	e</p><p>faz	um	bem	danado	para	o	bolso.</p><p>Descrevi	apenas	as	principais	pedras	encontradas	com	facilidade	no	nosso	país</p><p>maravilhoso;	passaria	horas	descrevendo	todas	as	que	lembrasse...</p><p>12.11.	Piso	calçada	portuguesa	ou	petit	pavé</p><p>Crédito	da	imagem:	Silas	Camargo	Silão	por	Pixabay.</p><p>Piso	de	pedra	portuguesa.</p><p>Com	a	grande	disseminação	dos	residenciais	e	condomínios	fechados,	muitos</p><p>adotaram	a	calçada	portuguesa	como	padrão	para	os	passeios	e,	algumas	vezes,</p><p>para	as	rampas	dos	carros.	Eu	gosto	muito	desse	piso,	pela	beleza	e	pela</p><p>praticidade	na	limpeza	(com	emprego	de	uma	lavadora	pressurizada).</p><p>É	constituído	de	diversos	tipos	de	pedras,	como	o	calcário,	o	diabásio,	o	basalto</p><p>e	o	granito,	e	chegam	ao	canteiro	de	obras	já	em	pedras	de	pequenas	dimensões,</p><p>variando	entre	2	e	8	cm	de	lados	bastante	irregulares.</p><p>A	base	do	assentamento	desse	tipo	de	piso	é	uma	“farofa”	de	cimento	e	areia</p><p>média	grossa,	muito	pouco	umedecida.	Os	calceteiros	-	como	são	chamados</p><p>esses	profissionais	–	sentam-se	ou	se	agacham	próximo	dessa	“farofa”	e,	com</p><p>uma	marreta	pequena,	vão	colocando	“pedra	ao	lado	de	pedra”.	É	um	trabalho</p><p>árduo,	principalmente	porque	o	sol	“come	solto”,	já	que	não	pode	ser	executado</p><p>em	dias	chuvosos.</p><p>Após	executada	uma	área	relativamente	grande,	os	calceteiros	vão	batendo</p><p>pilões	nas	pedras,	nivelando	a	superfície.	Concluído	o	trabalho,	prepara-se	uma</p><p>“farofa”	de	cimento	e	areia	fina	e	aplica-se	como	rejunte,	ou	seja,	espalha-se	a</p><p>“farofa”	com	um	vassourão	de	piaçava	nos	espaços	entre	as	pedrinhas.</p><p>Aplicando-se	um	chuvisco	fino	de	água,	controlado	no	bico	da	mangueira,	essa</p><p>massa	irá	assumir	consistência,	interligando	as	pedras.</p><p>Depois	de	atingida	a	pega	(início	do	endurecimento)	dessa	massa,	a	equipe	faz</p><p>então	uma	limpeza	da	superfície	com	raspa	de	couro	-	subproduto	da	indústria</p><p>calçadista	e	melhor	produto	para</p><p>a	limpeza	das	pedras.	Outra	maneira	de	limpar</p><p>é	ir	passando	uma	esponja	úmida	e	retirando	o	excesso	impregnado	nas</p><p>superfícies	superiores	das	pedras	(nesse	caso,	a	limpeza	é	deficiente	e</p><p>demandará,	depois	de	alguns	dias,	outra	limpeza	com	solução	de	ácido	e</p><p>máquina	pressurizadora).	Dou	preferência	aos	calceteiros	que	limpam	com	raspa</p><p>de	couro.</p><p>O	piso	é	bem	agradável	e,	em	decorrência	disso,	ele	foi	entrando	garagem</p><p>adentro:	é	bastante	comum	encontrar	calçadas	internas	executadas	com	o	petit</p><p>pavé	(pequeno	pavimento).</p><p>Alguns	arquitetos	gostam	tanto	dessas	pedras	que	especificam	o	uso	em</p><p>fachadas,	sem	rejunte.	Dá	um	belo	efeito	de	rusticidade.</p><p>12.12.	Piso	de	elementos	intertravados</p><p>Fonte:	https://piso.industrialpisos.com.br.</p><p>Piso	de	elemento	intertravado.</p><p>Apesar	de	os	elementos	intertravados	constituírem	um	piso	de	excelente</p><p>qualidade,	ainda	é	pouco	utilizado	no	Brasil.	Quando	o	encontramos,	está</p><p>pavimentando	passeios	públicos,	ruas	internas	de	condomínios,	mas	raramente</p><p>são	utilizados	nas	áreas	de	piscina	ou	de	estacionamento	(garagens)	das</p><p>residências,	pelo	menos	até	o	momento.</p><p>As	peças	são	fabricadas	com	argamassa	de	cimento,	areia	e	pedriscos	e	variam</p><p>em	conformidade	com	a	sobrecarga	que	se	pretende	atender	(tráfego	leve,	médio</p><p>ou	pesado).	Eu	detalharei	o	sistema	de	assentamento	dessa	pavimentação	no	item</p><p>de	piso	drenante	logo	mais,	ok?</p><p>12.13.	Piso	de	seixo	rolado	ou	concreto	lavado</p><p>Imagem	de	PublicDomainPictures	por	Pixabay</p><p>Piso	de	seixo	rolado.</p><p>São	duas	variações	desse	tipo	de	piso	cuja	estrutura	básica	é	a	mesma:	executa-</p><p>se	o	concreto	com	a	resistência	desejada	e,	com	ele	ainda	“verde”,	ou	seja,	ainda</p><p>sem	passar	pelo	processo	de	cura,	através	do	qual	se	torna	endurecido,	faz-se	o</p><p>assentamento	dos	seixos	rolados,	espalhados	de	forma	uniforme	sobre	a</p><p>superfície.</p><p>Com	uma	marreta	pequena,	vão	sendo	fixados	os	seixos,	batidos	contra	o</p><p>concreto.	Depois,	com	um	pilão	com	uma	tábua	grossa	na	ponta,	faz-se	o</p><p>nivelamento	dessas	pedras.	Aproximadamente	duas	horas	depois	da	operação,</p><p>com	o	auxílio	de	uma	mangueira	e	de	uma	vassoura,	vai-se	removendo	o	excesso</p><p>da	massa	que	subiu	pelos	seixos.	Três	dias	depois	do	piso	pronto,	pode-se	fazer</p><p>sua	limpeza	com	solução	de	água	e	ácido	apropriado.</p><p>No	caso	do	piso	de	concreto	lavado,	a	operação	é	mais	simples:	lançado	o</p><p>concreto,	espera-se	o	início	da	“pega”	(início	do	endurecimento)	e,	com	o</p><p>emprego	de	uma	mangueira	de	água	e	vassoura,	vai-se	varrendo	e	lavando,</p><p>retirando-se,	assim,	a	massa	que	fica	entre	as	britas	(pedriscos	usados	para</p><p>executar	o	concreto).	É	necessário	o	cuidado	de	efetuar	a	limpeza	sem	muita</p><p>agressividade,	de	forma	a	não	remover	as	britas	que	estão	na	face	superior	desse</p><p>concreto.	O	piso	fica	com	um	aspecto	rústico,	mas	é	muito	útil,	principalmente</p><p>quando	executado	em	rampas	de	pedestres	e	em	locais	muito	chuvosos,	pois	fica</p><p>antiderrapante.</p><p>12.14.	Piso	de	alta	resistência:	granilite	e	marmorite</p><p>Crédito	da	Imagem:	Kues1	-	Freepik.com</p><p>Piso	de	granilite.</p><p>Os	pisos	granilite	e	marmorite	podem	ser	moldados	in	loco	ou	produzidos	na</p><p>indústria	de	pré-moldados	e	são	vendidos	em	formatos	regulares.	A	diferença</p><p>entre	um	e	outro	é	o	fato	de	serem	empregados,	na	sua	composição,	granilhas	de</p><p>mármore	ou	de	granito.	Conhecidos	como	pisos	de	alta	resistência,	normalmente</p><p>são	empregados	em	áreas	que	suportam	pesos	consideráveis,	com	trânsito	de</p><p>equipamentos,	como	empilhadeiras,	pequenos	tratores	etc.</p><p>Interessante	notar	que	esse	piso	voltou	a	estar	na	moda.	Em	reforço	a	essa</p><p>informação,	observe	que	as	fábricas	de	pisos	porcelanatos	estão	usando	e</p><p>abusando	das	estampas	de	marmorite	e	granilite.</p><p>https://www.leroymerlin.com.br.</p><p>Piso	de	marmorite.</p><p>12.15.	Piso	de	elementos	vazados:	cobograma	ou</p><p>concregrama</p><p>É	de	amplo	conhecimento	que	nossas	cidades	estão	ficando	mais</p><p>impermeabilizadas,	em	decorrência	da	grande	concentração	das	pessoas	nas</p><p>zonas	urbanas.	Devido	ao	preço	elevado	que	o	metro	quadrado	do	terreno	tem</p><p>assumido,	as	incorporadoras	lançam	terrenos	de	dimensões	reduzidas.	Sim,	mas</p><p>o	que	isso	tem	a	ver	com	esse	ponto?</p><p>O	que	acontece	é	que	o	homem	contemporâneo	tem	se	enclausurado	entre	os</p><p>muros	das	suas	casas,	o	que	estimula	as	incorporadoras	a	ofertar	prédios,</p><p>loteamentos	e	condomínios	onde	as	áreas	de	lazer	são	para	uso	coletivo,	e	as</p><p>construções	vão	se	“esparramando”	por	todo	o	terreno,	tornando	o	solo</p><p>impermeável,	ou	seja:	a	chuva	cai	e	a	água	não	encontra	solo	para	infiltrar,</p><p>rapidamente	sendo	conduzida	para	o	meio-fio	e	para	as	galerias	de	águas</p><p>pluviais.</p><p>Para	minorar	esse	problema,	os	condomínios,	os	residenciais	e	as	prefeituras</p><p>estabelecem	a	necessidade	de	preservar	uma	área	mínima	do	terreno	como	área</p><p>permeável.	Uma	das	soluções	adotadas	tem	sido	o	cobograma	ou	concregrama</p><p>(como	queiram),	elementos	produzidos	com	argamassa	de	cimento,	areia	e</p><p>pedriscos,	com	configuração	perfurada,	que	permite	o	plantio	de	grama	e	auxilia,</p><p>assim,	na	infiltração	das	águas	de	chuva,	melhorando	a	taxa	de	permeabilidade</p><p>das	cidades.</p><p>Alguns	condomínios	estabeleceram	como	padrão	o	emprego	dessas	peças	nas</p><p>rampas	de	veículos	e	nos	recuos	frontais	obrigatórios	dos	terrenos.	Gostando	ou</p><p>não,	é	bom	ir	se	acostumando	com	o	cobograma.</p><p>12.16.	Piso	de	tijolos	de	solo-cimento</p><p>Atribuo	a	baixa	aplicabilidade	dessa	pavimentação	ao	desconhecimento	de</p><p>muitos	sobre	a	existência	do	material	no	mercado	da	construção.	Esses	tijolos	-</p><p>maciços	ou	furados	-	são	produzidos	por	uma	mistura	de	solo,	cimento	e	areia,</p><p>com	uso	de	baixo	teor	de	água.	O	traço	é	preparado	e	lançado	em	prensa</p><p>hidráulica,	que	compacta	e	molda	as	peças,	nos	formatos	estabelecidos	pelas</p><p>formas.</p><p>Todos	sabemos	do	forte	apelo	ambiental	da	sociedade	moderna,	a	fim	de</p><p>aproveitarmos	os	materiais	de	forma	mais	natural	possível,	sem	queima	de</p><p>madeira	em	fornos,	como	ocorre	na	fabricação	dos	tijolos	cerâmicos.	Hoje	é</p><p>comum	encontrar	alguém	que	já	se	lançou	nessa	direção	e	ergueu	sua	casa	com</p><p>os	tijolos	ecológicos,	que	ficam	muito	bem	no	piso	e	ainda	podem	funcionar</p><p>como	cobograma,	auxiliando	a	natureza	a	retornar	as	águas	de	chuvas	para	os</p><p>lençóis	freáticos.</p><p>Se	você	tem	uma	“pegada”	mais	ecológica,	pode	explorar	esse	lado,</p><p>principalmente	no	tratamento	das	áreas	de	hortas	ou	jardins	de	sua	casa,</p><p>colocando	um	piso	moldado	(se	você	gostar	de	se	aventurar)	ou	comprando	de</p><p>alguém	que	o	produza.	O	traço	a	ser	feito	pelos	profissionais	envolvidos	na	sua</p><p>obra	é	o	seguinte:</p><p>•	Acrescenta-se	uma	lata	de	cimento	em	cinco	(ou	seis)	latas	de	argila	(terra</p><p>vermelha)	do	próprio	terreno;	mistura-se	bem	com	a	enxada	ou	dentro	de	uma</p><p>betoneira	e,	aos	poucos,	acrescenta-se	água	para	fazer	uma	argamassa	firme.</p><p>•	Adiciona-se	uma	lata	de	areia	média	para	fazer	a	correção,	se	a	terra	for	muito</p><p>“liguenta”.</p><p>•	Moldam-se	as	guias	de	madeira	para	conter	a	massa	ou	utilizam-se	os	próprios</p><p>canteiros	como	guia.</p><p>•	Umedece-se	bem	o	chão	-	que	já	foi	nivelado	e	socado	com	um	pilão	ou</p><p>soquete	de	madeira	–	e	lança-se	a	argamassa,	que,	em	seguida,	deve	ser</p><p>“sarrafeada”,	puxada	com	régua.</p><p>•	“Alisa-se”	a	superfície	com	desempenadeira	de	madeira	ou	plástico.</p><p>•	Rega-se	esse	piso	de	duas	a	três	vezes	por	dia,	num	período	de	três	a	quatro</p><p>dias.</p><p>Pronto,	sua	massa	vai	permitir	que	você	circule	entre	as	plantas	até	descalço.</p><p>Custo?	Uma	“piada”!	Muito	barato	e	ecológico.</p><p>12.17.	Piso	drenante	e	piso	articulado	ou	intertravado</p><p>Não	poderia	deixar	de	falar	sobre	essa	tendência	muito	forte	na	construção	civil.</p><p>Agora	focadas	no	meio	ambiente,	as	pessoas	querem	colaborar	na	hora	de</p><p>construir	sua	casa,	e	a	utilização	desse	tipo	de	piso	é	muito	pertinente!</p><p>Você	vai	encontrar	disponível	no	mercado	o	piso	drenante	resinado,	que	se</p><p>utiliza	de	resinas	para	unir	os	agregados.	Normalmente	é	vendido	em	formato	de</p><p>40	x	40	cm	ou	próximo	a	isso.	Existem	firmas	especializadas	que	constroem</p><p>esses	pisos	in	loco,	em	ruas,	passarelas,	calçadas.	É	um	trabalho	de	qualidade</p><p>invejável.</p><p>O	piso	drenante	vai	muito	bem	nas	áreas	de	contorno	da	piscina	ou	nas	áreas</p><p>para	estacionamento	de	veículos.	As	águas	de	chuvas	ou	de	lavagem	passam	do</p><p>piso</p><p>para	o	solo,	retornando	rapidamente	ao	lençol	freático,	como</p><p>ecologicamente	é	desejável.</p><p>Os	maiores	problemas	de	alagamentos	e	enchentes	nas	grandes	cidades	decorrem</p><p>do	elevado	aquecimento	solar	e	da	baixa	permeabilidade	do	solo.	Então	as</p><p>chuvas	fortes	não	encontram	solo	para	penetrar	e	rapidamente	escorrem	pelas</p><p>redes	de	águas	pluviais	e,	em	questão	de	minutos,	estão	nos	córregos,	riachos	e</p><p>rios,	que	não	suportam	tamanho	volume	de	água	(os	moradores	ribeirinhos	são</p><p>os	mais	prejudicados).</p><p>O	homem,	na	sua	ganância	de	enriquecer,	foi	invadindo	os	leitos	primários	e</p><p>secundários	dos	rios,	espaços	que	deveriam	ter	sido	preservados	e	respeitados,</p><p>para	que	a	natureza	fizesse	o	seu	trabalho	de	escoamento	natural	e	harmonioso,</p><p>do	jeito	do	Criador.</p><p>Mas	você	irá	encontrar	também	no	mercado,	como	opção	de	pisos	drenantes,	os</p><p>articulados	ou	intertravados	-	blocos	feitos	com	cimento,	areia	e	pedriscos.</p><p>Existe	variedade	enorme	de	modelos.	Na	execução	desse	tipo	de	piso,	primeiro</p><p>se	prepara	a	base	que	se	pretende	pavimentar,	regularizando,	aterrando,</p><p>compactando	de	forma	manual	ou	mecânica;	depois	se	prepara	um	colchão	de</p><p>areia	grossa	com	uma	camada	em	torno	de	5	a	10	cm.	Com	emprego	de	água	por</p><p>uma	mangueira,	molha-se	fartamente	essa	camada,	de	forma	a	compactá-la,</p><p>sarrafeada	de	areia.	Os	grãos	de	areia	são	lamelares	e	só	se	compactam	com</p><p>água,	nunca	com	soquete.</p><p>Com	mão	de	obra	de	um	pedreiro	experiente,	vão-se	assentando	as	peças	sobre	a</p><p>areia,	encostando-se	uma	ao	lado	da	outra;	ao	final	da	execução,	esparrama-se</p><p>uma	camada	de	areia	média	fina	sobre	o	piso	e,	com	o	emprego	de	vassourão,</p><p>vão	sendo	preenchidos	os	pequenos	interstícios	entre	as	peças,	removendo-se	o</p><p>excesso;	e	com	uma	mangueira,	faz-se	a	acomodação	final	dessa	areia,	batendo,</p><p>com	soquete,	até	se	conseguir	bom	nivelamento	entre	as	peças.	Está	pronto	o	seu</p><p>piso	ecologicamente	correto!</p><p>Interessante	observar	que	a	vantagem	do	uso	de	pisos	drenantes	ou	intertravados</p><p>é	que	são	materiais	reaproveitáveis,	de	fácil	aplicação	e	manutenção,	além	de</p><p>permitirem	o	escoamento	das	águas	pluviais	no	terreno.	Para	computar	como</p><p>área	permeável,	entretanto,	as	prefeituras	consideram	percentual	de</p><p>permeabilidade	diferente	do	percentual	de	solo	virgem.</p><p>12.18.	Piso	gramado</p><p>Todos	nós	sabemos	que	quando	as	leivas	de	grama	chegam	ao	canteiro	é	porque</p><p>você	já	venceu	as	batalhas	que	travou	nas	etapas	anteriores,	antevendo	o	final	da</p><p>obra.	Bravo!	As	equipes	se	uniram,	a	obra	foi	limpa	e	as	caçambas	carregadas</p><p>com	os	entulhos	e	caliças	(resíduos	em	pó	ou	fragmentos).	É	hora	de	chamar	o</p><p>jardineiro	para	fazer	o	preparo	do	solo,	com	os	ajustes	de	cortes	e	aterros,</p><p>conforme	definido	no	projeto	de	paisagismo,	se	houver.	Você	sabe,	não	adianta</p><p>fazer	uma	casa	maravilhosa	se	ela	não	for	“abraçada”	por	um	belo	jardim.</p><p>A	minha	recomendação	é	que	o	plantio	das	placas	(ou	leivas)	da	grama	seja	feito</p><p>antes	da	pintura	externa	da	casa	e	dos	muros,	a	fim	de	evitar	que	a	chuva</p><p>respingue	barro	pela	pintura	já	feita.	Importante	dizer	que,	muitas	vezes,	o	solo</p><p>precisa	ser	corrigido	em	relação	à	necessidade	de	calcário	e	adubo	para	reforçar</p><p>a	pega,	e	que	a	grama	pode	chegar	contaminada	com	cupim	ou	broca	-	e	isso</p><p>exige	habilidade	do	jardineiro,	que	deve	aplicar	sobre	o	terreno	o	inseticida</p><p>aprovado	por	lei	do	nosso	país,	cuidando	para	não	permitir	a	presença	de</p><p>crianças	e	animais	durante	toda	a	aplicação.</p><p>É	preciso	que	o	jardineiro	aplique	soquete	sobre	as	leivas,	que	auxilia	no</p><p>nivelamento	do	piso	acabado;	ainda:	água	em	abundância,	por	duas	a	três	vezes</p><p>por	dia,	de	forma	a	manter	as	leivas	vivas.	Ficou	bonito?	Elogie	esse	profissional</p><p>tão	dedicado...</p><p>Engenheiro,	é	só	isso	de	pavimentação?	Claro	que	não!	Tem	muita	coisa	bonita	e</p><p>barata	para	ser	empregada	nos	pisos	da	sua	casa.	Que	tal	acomodar	aqueles</p><p>dormentes	envelhecidos	de	madeira,	da	antiga	estrada	de	ferro?</p><p>O	dinheiro	acabou?	Esparrame	a	brita	ou	o	seixo	rolado	que	sobrou	da	obra.	Tem</p><p>sobras	de	retalhos	de	cerâmica?	Dá	“pra”	fazer	um	patchwork	criativo.	Solte	a</p><p>criatividade	e	vá	à	luta!</p><p>Fonte:	arquivo	pessoal.</p><p>Pisos	externos:	pedra	portuguesa	-	gramado.</p><p>13.	REVESTIMENTOS</p><p>Os	revestimentos	se	enquadram	em	um	universo	extenso	de	materiais,	que</p><p>enriquecem	as	prateleiras	das	lojas	especializadas	no	abastecimento	do	ramo	da</p><p>construção	civil.	Vou	detalhar	os	principais	ou	os	mais	utilizados	no	Brasil.</p><p>13.1.	Chapisco</p><p>O	chapisco	é	o	primeiro	revestimento	que	nossas	paredes	e	muros	recebem;	é</p><p>executado	na	obra,	normalmente,	no	traço	1:3	de	cimento	e	areia	média</p><p>peneirada,	acrescido	de	água	até	obter	boa	“trabalhabilidade”,	facilitando	seu</p><p>lançamento	pelo	pedreiro	ou	pelo	servente.	Esse	é	um	dos	primeiros	serviços	que</p><p>o	pedreiro	ensina	para	o	seu	“pupilo”	no	canteiro.</p><p>Fonte:	arquivo	pessoal.</p><p>Aplicação	do	chapisco.</p><p>O	que	a	maioria	dos	profissionais	não	observa,	apesar	de	conhecer	o	assunto,	é	a</p><p>importância	de	molhar	bem	a	alvenaria	e	a	estrutura	antes	do	lançamento	do</p><p>chapisco.	Já	descrevi,	em	outras	oportunidades,	a	importância	que	a	água</p><p>desempenha	nas	argamassas	e	nos	concretos:	quando	se	lança	o	chapisco	sobre	a</p><p>alvenaria	com	os	tijolos	secos,	imediatamente	ao	lançamento,	os	tijolos</p><p>começam	a	“roubar”	a	água	do	chapisco,	enfraquecendo-o	sobremaneira.	Então,</p><p>fique	de	olho:	se	você	observar	o	profissional	lançando	o	chapisco	sem	molhar</p><p>as	paredes,	sem	constrangimentos,	peça	ao	RT	que	o	mande	parar,	afinal	a	obra	é</p><p>sua.	Chapisco	feito	dessa	forma	será	um	chapisco	fraco,	que	não	desempenhará</p><p>satisfatoriamente	a	finalidade	para	a	qual	foi	criado:	aumentar	a	aderência	entre</p><p>os	tijolos	e	a	massa	de	revestimento	(emboço,	reboco,	emboço	paulista).</p><p>Encontram-se,	com	facilidade	no	mercado,	produtos	desenvolvidos	para</p><p>aumentar	a	aderência	(fixação)	do	chapisco	nas	alvenarias	e	nas	peças	estruturais</p><p>(vigas,	pilares,	lajes)	e	os	mais	tradicionais	são:	Bianco,	Chapix,	entre	outros.</p><p>Esses	produtos	auxiliam	na	correção	dessa	falha	grave	que	os	profissionais</p><p>cometem	de	não	molhar	as	superfícies	antes	de	lançar	o	chapisco,	já	que	são</p><p>produtos	desenvolvidos	com	alto	teor	de	cola.	Aí	eu	pergunto:	mas	precisa?	Não</p><p>seria	mais	fácil	o	RT	ficar	em	cima,	orientar	e	não	aceitar	desculpas?</p><p>Fora	dos	períodos	chuvosos,	é	imperioso	que	o	chapisco	receba,	pelo	menos,</p><p>uma	rega	generosa	por	dia,	durante	três	dias,	para	aumentar	sua	resistência	e</p><p>aderência.</p><p>13.2.	Emboço,	reboco	e	emboço	ou	reboco	paulista</p><p>13.2.1.	Emboço</p><p>Segunda	massa	que	revestirá	as	superfícies	de	alvenaria	e	estruturas,	o	emboço</p><p>deve	ser	lançado	sobre	elas,	após	o	revestimento	com	o	chapisco.	Normalmente</p><p>é	executado	no	canteiro	da	obra,	em	traços	diversos,	mas	a	composição	básica	é:</p><p>cimento,	areia	peneirada	e	cal.	Em	algumas	regiões	do	país,	como	no	Planalto</p><p>Central,	utiliza-se	a	argila	ou	o	saibro	como	substituto	parcial	ou	total	da	cal,	e	as</p><p>paredes	onde	a	massa	é	aplicada	ficam	com	cores	amareladas	ou	avermelhadas.</p><p>Quando	adquirido	de	uma	usina	de	beneficiamento,	o	traço	é	constituído	de	areia</p><p>média	ou	fina,	acrescida	de	cal	virgem	queimada.	Chega	ao	canteiro	em</p><p>caminhões	betoneiras,	já	“descansado”	do	processo	da	queima	da	cal	virgem,</p><p>bastando	que	o	servente	acrescente	o	cimento	e	a	água.	Tudo	acontece	dentro	de</p><p>uma	betoneira:	misturou,	bateu	e	está	pronto	para	uso.</p><p>É	recomendável	que	tenha	espessura	média	de	15	mm,	quando	se	tratar	de</p><p>superfícies	internas,	e	20	mm,	quando	se	tratar	de	superfícies	externas,	de	forma</p><p>a	aumentar	a	proteção	contra	pancadas	de	chuvas.</p><p>O	emboço	normalmente	é	sarrafeado	(sem	alisamento)	com	desempenadeira,	a</p><p>fim	de	deixar	a	superfície	porosa	para	receber	o	reboco.	Sua	maior	finalidade	é</p><p>regularizar	as	superfícies.</p><p>13.2.2.	Reboco</p><p>É	a	terceira	massa	que	revestirá	as	superfícies.	O	procedimento	é	o	seguinte:</p><p>molha-se	o	emboço	e	aplica-se	a	massa	de	reboco	com	espátula	metálica	ou</p><p>desempenadeira	grande	de	madeira,	esticando	o	reboco	sobre	ele	e	sarrafeando</p><p>com	régua	metálica	ou	de	madeira,	para	que	a	espessura	fique	uniforme.</p><p>Normalmente	tem	de	2	a	5	mm	de	espessura	e	sua	maior	finalidade	é</p><p>proporcionar	acabamento	com	ótima	aparência,</p><p>com	mais	proteção	nos	períodos</p><p>chuvosos.</p><p>O	reboco	também	pode	ser	empregado	para	acabamentos	que	imitam	o	mármore</p><p>travertino.	Antigamente	era	produzido	no	canteiro	de	obras,	com	cimento,	cal	e</p><p>areia	fina	peneirada;	hoje	não	se	justifica	mais	sua	produção	na	obra,	já	que	pode</p><p>ser	encontrado	no	mercado,	ensacado	e	acrescido	de	aditivos	que	lhe	conferem</p><p>plasticidade	e	impermeabilidade.</p><p>Fonte:	arquivo	pessoal.</p><p>O	reboco	já	dá	uma	boa	ideia	do	que	será.</p><p>13.2.3.	Emboço	ou	reboco	paulista</p><p>O	emboço	(ou	reboco)	paulista,	como	é	conhecido	em	algumas	regiões	do	país,</p><p>tomou	conta	do	mercado	e	hoje	é	largamente	empregado.	Você	sabe	por	quê?</p><p>Com	o	aumento	do	valor	da	mão	de	obra	de	pedreiros	especializados	em</p><p>revestimento,	o	mercado	desenvolveu	essa	massa	que	é	única,	pois,	com	ela,	as</p><p>superfícies	são	revestidas	apenas	uma	vez.	É	o	misto	do	emboço	com	o	reboco.</p><p>Observando-se	a	granulometria	certa	das	areias	(finas	para	as	paredes	internas	e</p><p>médias	para	as	externas),	tem-se	o	seguinte	passo	a	passo	de	sua	aplicação:</p><p>•	Lança-se	a	massa	sobre	o	chapisco,	levemente	“esparramada”	com	a	colher	de</p><p>pedreiro,	forçando-a	contra	a	parede.</p><p>•	Espera-se	a	massa	a	“puxar”	(tempo	em	que	ela	perde	o	excesso	de	umidade	e</p><p>apresenta	certa	resistência)	para	começar	a	ser	sarrafeada	com	as	réguas	de</p><p>alumínio.</p><p>•	Inicia-se	o	“processo	giratório”	com	colher	e	desempenadeira,	para	fazer	as</p><p>correções	necessárias,	a	fim	de	se	obter	uma	superfície	lisa	e	de	boa	aparência.</p><p>Hoje	é	comum	encontrar	bons	construtores	que	fazem	uso	de	plastificantes	(em</p><p>substituição	total	ou	parcial	à	cal),	dos	quais	são	exemplos:	Alvenarit,	Vedalit</p><p>etc.	Esses	produtos,	além	de	conferirem	plasticidade	à	massa	(e</p><p>impermeabilidade),	apresentam	excelente	“trabalhabilidade”,	aumentando,</p><p>assim,	a	produtividade	do	profissional,	com	melhoria	no	acabamento	do</p><p>revestimento.	Recomendo	sempre!</p><p>Para	as	superfícies	que	receberão	acabamento	finalizado	com	pintura	epóxi,</p><p>advirto	que	a	massa	não	poderá	ser	produzida	com	cal,	mas	somente	com	areia	e</p><p>cimento,	pois	cal	e	epóxi	são	incompatíveis.</p><p>13.3.	Revestimento	impermeável</p><p>Fiz	ampla	explanação,	no	item	Pavimentação,	sobre	essa	argamassa.	Só	para</p><p>você	se	situar	melhor,	existe	sutil	diferença	entre	revestimento	e	pavimentação:</p><p>tudo	o	que	está	no	plano	vertical	é	considerado	revestimento;	já	o	que	está	no</p><p>plano	horizontal	é	pavimentação	(onde	se	pisa)	ou	forro/teto.	É	por	isso	que,	às</p><p>vezes,	o	mesmo	material	aparece	em	vários	locais	deste	manual.</p><p>Fonte:	arquivo	pessoal.</p><p>Planos	horizontais	e	verticais:	piso,	teto	e	paredes.</p><p>13.4.	Gesso</p><p>O	revestimento	de	gesso	das	alvenarias	e	estruturas	não	é	muito	comum	em</p><p>obras,	onde	geralmente	são	usados	os	revestimentos	tradicionais	de	chapisco	e</p><p>emboço	paulista.</p><p>É	mais	comum	você	encontrar	o	revestimento	de	gesso	nas	paredes	e	tetos	de</p><p>prédios	residenciais	ou	comerciais,	porque,	nesse	tipo	de	construção,	é</p><p>perseguido	um	único	objetivo:	custo	do	metro	quadrado	do	revestimento	mais</p><p>barato.</p><p>Particularmente,	eu	não	recomendo	o	revestimento	de	gesso	e	explico	o	porquê:</p><p>o	gesso	é	uma	pedra	chamada	gipsita,	que	perdeu	uma	molécula	e	meia	de	água</p><p>no	processo	de	fabricação,	portanto	é	um	material	ávido	por	água.	Qualquer</p><p>infiltração	pelas	janelas	provocará	“bom	estrago”	nesse	revestimento.</p><p>Os	aplicadores	são	chamados	de	gesseiros	e	trabalham	com	os	seguintes	tipos:</p><p>13.4.1.	Gesso	liso</p><p>É	constituído	pela	mistura	do	gesso	em	pó	com	a	água,	na	proporção	média	de</p><p>um	litro	de	água	potável	para	cada	quilo	do	gesso.	Esse	revestimento	pode	ser</p><p>aplicado	de	duas	formas:	sarrafeado	com	réguas	de	alumínio,	recomendado	para</p><p>superfícies	mais	irregulares	(nesse	caso,	a	espessura	máxima	recomendada	é	de	5</p><p>mm),	e	desempenado	com	emprego	de	desempenadeiras	de	PVC,	recomendado</p><p>para	paredes	e	tetos	com	baixa	irregularidade,	com	espessura	de	1	a	3	mm.</p><p>Quando	aplicado	nas	paredes,	apresenta	acabamento	peculiar,	fino	e	de	excelente</p><p>qualidade,	a	depender	do	aplicador.	O	gesso	liso	ajuda	a	economizar	na</p><p>utilização	da	massa	corrida	e,	como	a	massa	aplicada	internamente	é	a	do	tipo</p><p>comum,	que	também	tem	baixa	resistência	à	ação	da	água,	esta	chega,</p><p>facilmente,	ao	revestimento	de	gesso:	eis	a	síntese	do	problema	de	absorção	de</p><p>umidade	já	relatado.	Nada	mais	do	que	isso.</p><p>É	sempre	bom	lembrar	que	o	gesso	só	pode	ser	aplicado	sobre	a	estrutura	de</p><p>concreto	se	ela	estiver	devidamente	“chapiscada”,	pois	ele	tem	baixa	aderência</p><p>ao	concreto.</p><p>13.4.2.	Gesso	lançado	à	pistola</p><p>Basicamente,	trata-se	de	mistura	de	gesso	em	pó,	acrescida	de	calcário	(também</p><p>em	pó),	cal	e	alguns	outros	produtos	químicos.	A	aplicação	nas	superfícies	se	dá</p><p>com	pistola	à	compressão	de	ar,	que	confere	uma	superfície	acabada	corrugada</p><p>(enrugada).</p><p>13.4.3.	Gesso	em	placas	com	desenhos	em	alto	relevo</p><p>Imagem	Freepik	-	Freepik.com.</p><p>Aplicação	de	gesso	com	relevo	em	parede.</p><p>A	indústria	disponibiliza	belas	padronagens	desse	tipo	de	gesso,	em	formato	de</p><p>placas.	As	peças	são	fixadas	com	gesso	em	pasta	e	depois	rejuntadas	com	a</p><p>mesma	pasta.	Atualmente,	trata-se	de	boa	solução	para	a	decoração	de	uma</p><p>parede	de	destaque.	O	inconveniente	é	a	baixa	resistência	do	gesso,	que	sofre</p><p>com	esfregões	de	cadeiras	ou	outros	objetos.</p><p>13.5.	Cimento	queimado</p><p>Observe	o	que	escrevi	no	item	Pavimentação.	A	primeira	etapa	para	se	fazer	o</p><p>tão	atual	cimento	queimado	é	revestir	a	superfície	com	emboço	ou	emboço</p><p>paulista.	Vou	detalhar	duas	maneiras	de	executá-lo:</p><p>13.5.1.	Cimento	queimado	natural</p><p>•	Prepara-se	uma	pasta	de	cimento	portland	com	água	potável,	acrescida	de</p><p>fixador	de	cola	branca	(Bianco),	para	dar	mais	plasticidade,	impermeabilidade	e</p><p>evitar	fissuras	na	massa.	Com	a	parede	limpa,	escovada,	molhada	regiamente,</p><p>aplica-se,	então,	essa	pasta	com	desempenadeira	metálica,	forçando-a	contra	a</p><p>parede.</p><p>•	Vai-se	esticando	a	massa,	com	movimentos	circulares,	reaplicando-se	nova</p><p>camada,	até	cobrir	por	completo	a	superfície	escolhida.	Dependendo	da</p><p>temperatura	local,	essa	massa	fina	irá	secar	mais	rápido,	mas,	em	média	uma</p><p>hora	depois,	estará	pronta	para	receber	outras	demãos	de	correção	da	superfície,</p><p>dependendo	do	que	se	pretende:	superfície	lisa	ou	irregular.</p><p>•	Aplica-se,	na	primeira	demão	da	massa,	a	lixa	d’água	nº	120,	se	a	opção	for</p><p>uma	superfície	mais	lisa,	para	criar	ranhuras	e	melhorar	a	fixação	da	nova	demão</p><p>de	correção.	Eu,	por	exemplo,	já	vi	profissional	aplicar	uma	demão	do	Bianco</p><p>puro	sobre	a	superfície	tratada	para	receber	a	próxima	demão.	Não	recomendo</p><p>porque	esse	produto	é	plástico	e	dificulta	a	colagem	das	demãos	sucessivas.</p><p>Concluído	o	processo	acima	descrito,	recomendo	a	aplicação	de	duas	demãos	do</p><p>impermeabilizante	incolor	acrílico	para	fechar	os	poros	do	material.	Essa</p><p>selagem	pode	ser	executada	com	duas	demãos	de	silicone	líquido,	com	a	mesma</p><p>finalidade.	É	importante	saber	que	o	silicone	líquido	não	deve	ser	aplicado	sobre</p><p>pisos,	pois	só	é	indicado	para	revestimentos.</p><p>13.5.2.	Cimento	queimado	sintético</p><p>O	produto	sintético	confere	efeito	manchado	e	rústico	ao	ambiente,	com</p><p>acabamento	fosco,	e	pode	ser	encontrado	em	várias	cores,	como	“cor	de</p><p>cimento”,	marrom,	prata,	entre	outras.	Alguns	fabricantes	recomendam	selar	a</p><p>superfície	onde	foi	aplicado	o	produto	com	uma	demão	de	cera	de	carnaúba,</p><p>espalhada	com	uma	“boneca”	de	algodão,	e,	na	sequência,	executar	o	polimento</p><p>com	Politriz	(equipamento	utilizado	para	lixamento	de	superfícies).	Aí	vai	a</p><p>gosto	do	“freguês”.</p><p>13.6.	Cerâmicas,	azulejos,	pastilhas	cerâmicas	e	de</p><p>vidro</p><p>Aqui	vou	falar	dos	produtos	geralmente	provenientes	do	tratamento	térmico	em</p><p>altas	temperaturas,	fabricados	em	forma	de	placas	de	diversos	tamanhos,	e</p><p>utilizados	sobre	o	contrapiso	ou	paredes	devidamente	preparadas.	O	uso	em	piso</p><p>ou	como	revestimento	é	recomendado	pelos	órgãos	da	saúde	e	exigido	em	alguns</p><p>ambientes	pela	municipalidade,	principalmente	nas	áreas	molhadas	(cozinha,</p><p>área	de	serviço	etc.).</p><p>Muitos	profissionais	de	arquitetura	e	clientes	optam	pelo	uso	restrito	às	áreas	que</p><p>efetivamente	receberão	uma	bancada	com	pia,	na	área	do	chuveiro	etc.,</p><p>utilizando	pintura	ou	outro	tipo	de	revestimento</p><p>nas	demais	paredes	que	não</p><p>terão	impacto	direto	da	água.</p><p>A	base	de	assentamento	desses	revestimentos	é	o	emboço	ou	emboço	paulista,	e</p><p>o	assentamento	deve	ser	feito,	preferencialmente,	com	argamassa	de	alta</p><p>adesividade	recomendada	para	o	tipo	da	cerâmica.</p><p>As	cerâmicas	comuns	–	as	que	possuem	base	vermelha	ou	esbranquiçada	-</p><p>podem	ser	assentadas	com	a	argamassa	AC-I,	que	é	mais	barata	e	eficiente,	além</p><p>de	possuir	menos	teor	de	cola	na	sua	composição.</p><p>Há,	ainda,	a	argamassa	AC-II,	que	possui	mais	teor	de	cola	e	é	recomendada</p><p>para	os	pisos	e	azulejos	estriados,	assentados	pelo	lado	externo.</p><p>Destaco,	também,	a	argamassa	AC-III,	destinada	à	colagem	de	revestimentos</p><p>com	base	de	porcelana	-	os	conhecidos	porcelanatos	-,	os	quais,	por	serem	mais</p><p>lisos	e	de	difícil	aderência,	requerem	a	aplicação	desse	tipo	de	argamassa,	com</p><p>alto	teor	de	cola	na	sua	composição.	Você	pode	encontrar	diversas	variações	da</p><p>argamassa	AC-III:	para	assentamento	de	pedras	de	grandes	dimensões;	para</p><p>assentamento	de	piso	sobre	piso	ou	revestimento	sobre	revestimento...	e	por	aí</p><p>vai...</p><p>Já	as	pastilhas	de	vidro	devem	ser	fixadas	com	argamassa	especial	desenvolvida</p><p>para	dar	fixação	a	uma	superfície	lisa	de	vidro	sobre	o	revestimento.	Não	se</p><p>recomenda	o	assentamento	com	outro	tipo	de	argamassa	que	não	seja	a	indicada</p><p>pelo	fabricante	da	pastilha.	Recomenda-se,	ainda,	que	essa	argamassa	seja</p><p>branca,	para	impedir	a	passagem	da	luz,	pois	essa	cor	“esconde”	a	base	de</p><p>cimento	aplicada	previamente	nas	placas	e,	assim,	as	pastilhas	preservarão	sua</p><p>cor	original,	sem	interferência	do	fundo	cimentado.</p><p>Fonte:	arquivo	pessoal.</p><p>Exemplos	de	diversos	revestimentos.</p><p>13.7.	Laminado	fenólico	melamínico</p><p>O	laminado	fenólico	melamínico	é	mais	conhecido	como	fórmica	-	marca</p><p>registrada	de	um	fabricante	tradicional	desse	produto,	já	dicionarizada	como</p><p>substantivo	comum.	Trata-se	da	mesma	figura	de	linguagem	(lembrei-me	das</p><p>minhas	aulas	de	língua	portuguesa)	que	ocorre	quando	chamamos	a	palha	de	aço</p><p>de	bombril	ou,	ainda,	quando	denominamos	a	lâmina	de	barbear	de	gilete.	Saiba,</p><p>porém,	que,	além	da	fórmica,	há	várias	outras	marcas	no	mercado	da	construção</p><p>civil.</p><p>A	base	para	a	aplicação	direta	do	revestimento	laminado	fenólico	melamínico	na</p><p>parede	é	o	emboço	desempenado	e	alisado	com	esponja	tipo	espuma.	Na</p><p>composição	dessa	argamassa,	não	pode	haver	cal,	somente	cimento	e	areia	fina</p><p>peneirada.	Por	que	a	areia	fina?	Simplesmente	porque	os	grãos	de	areia	maiores</p><p>podem	danificar	o	laminado,	que	é	muito	fino.</p><p>Aplica-se	a	cola	de	contato	(mais	conhecida	como	cola	de	sapateiro)	na	área	da</p><p>superfície	que	se	quer	revestir	e,	simultaneamente,	na	face	inferior	do	laminado.</p><p>Espera-se	de	10	a	15	minutos,	a	depender	das	condições	climáticas	(tempo	seco,</p><p>úmido,	com	ou	sem	vento...).	O	aplicador,	pela	sua	experiência,	faz	o	teste	com	a</p><p>ponta	do	dedo:	se	a	cola	aplicada	não	ficar	grudada	em	seu	dedo,	se	estiver</p><p>levemente	seca,	encosta	as	duas	superfícies	e,	com	o	auxílio	das	mãos	e	de	um</p><p>martelo	de	borracha,	executa	o	processo	final	de	união.</p><p>No	tocante	ao	processo	de	colagem,	é	bom	lembrar	que	as	superfícies	precisam</p><p>estar	rigorosamente	ajustadas	porque,	uma	vez	juntas,	não	existe	mais	a</p><p>possibilidade	de	remoção	para	ajustes,	pois	a	lâmina	é	fina	e	normalmente	se</p><p>quebrará	nessa	tentativa.</p><p>Outro	fator	importante	a	se	considerar	é	que	a	cola	é	altamente	inflamável	e</p><p>tóxica,	o	que	obriga	os	profissionais	a	não	fumar,	não	portar	fogo	e	a	manter	o</p><p>ambiente	de	trabalho	bem	ventilado.</p><p>Dependendo	da	regularização	da	parede	(e	do	local	onde	será	colocado),	às</p><p>vezes	se	torna	necessária	a	aplicação	do	laminado	sobre	o	material	MDF	ou</p><p>compensado	naval,	para	perfeito	nivelamento	do	revestimento.	O	RT	tem</p><p>condições	de	decidir,	pois	acompanha	a	obra	e	tem	noção	do	que	é	melhor.</p><p>13.8.	Papel	de	parede</p><p>Fonte:	arquivo	pessoal.</p><p>Papel	de	parede:	de	volta	à	moda.</p><p>O	papel	de	parede	é	um	revestimento	que	voltou	a	ser	utilizado	na	arquitetura	de</p><p>interiores.	Com	uma	profusão	de	desenhos	–	até	simulando	3D	e	imitando	tijolos</p><p>–,	esse	material	tem	sido	muito	usado	pela	sua	versatilidade,	rápida	instalação	e</p><p>praticidade	de	manutenção,	além	de	conferir	certa	sofisticação	e	requinte	ao</p><p>ambiente.</p><p>A	superfície	a	ser	revestida	com	o	papel	deverá	estar	lisa,	limpa	e	sem</p><p>rugosidades,	podendo	ter	sido	preparada	com	a	aplicação	de	selador	ou	massa</p><p>corrida	lixada.	Advirto	que	a	cola	a	ser	usada	na	aplicação	não	deve	ter	conflito</p><p>com	os	produtos	da	base	do	revestimento.	Se	a	parede	onde	será	aplicado	estiver</p><p>bastante	exposta	à	luz	solar,	umidade	e	vapor	de	água,	transmita	essa	informação</p><p>ao	vendedor	e	ouça	as	recomendações.</p><p>Por	ser	um	produto	suscetível	a	sujidades,	deve	ser	bem	preservado,	motivo	pelo</p><p>qual	sugiro	a	sua	aplicação	nas	últimas	etapas	da	obra	(às	vésperas	da	entrega	do</p><p>imóvel),	quando	esta	já	tiver	passado	pelo	processo	de	limpeza	e	verificação</p><p>final.	Caso	haja	necessidade	da	sua	aplicação	em	fase	mais	precoce,	recomendo</p><p>fechar	o	ambiente	para	trânsito,	após	a	colagem.</p><p>Normalmente	é	o	arquiteto,	autor	do	projeto,	ou	o	decorador	contratado	para</p><p>auxiliá-lo	nos	acabamentos,	quem	o	acompanhará	nas	escolhas	das	inúmeras</p><p>estampas	disponíveis	no	mercado.</p><p>13.9.	Lambri	de	madeira	maciça	ou	chapa	de	madeira</p><p>compensada</p><p>Fonte:	arquivo	pessoal.</p><p>Lambris	de	madeira	aplicado	em	parede.</p><p>O	lambri	de	madeira	é	uma	excelente	opção	para	quem	gosta	das	peculiaridades</p><p>da	madeira,	como	os	veios,	as	variações	nas	nuanças	de	cores	e	até	do	próprio</p><p>cheiro.	Cada	madeira	tem	as	suas	características	e	algumas	são	escolhidas	pelo</p><p>seu	odor	peculiar	e	agradável,	como	a	canela	sassafrás,	a	muiracatiara,	o	pau</p><p>rosa,	entre	outros	tipos	existentes	e	utilizados	na	construção	civil.</p><p>A	fixação	dos	lambris,	nas	superfícies,	ocorre	da	seguinte	forma:</p><p>•	Se	a	aplicação	for	na	vertical,	faz-se	a	fixação	de	barrotes	de	madeira	(também</p><p>conhecidos	como	ganzepes),	por	intermédio	dos	quais	se	inicia,	então,	a	fixação</p><p>da	primeira	peça,	com	uso	de	pregos	sem	cabeça	-	e	assim	sucessivamente.	É</p><p>importante	que	a	parede	tenha	recebido,	previamente,	tratamento	à	base	de</p><p>selador	acrílico	para	fechar	os	poros	e	evitar	insetos.</p><p>•	Se	a	aplicação	for	na	horizontal,	como	forro,	a	fixação	das	réguas	é	similar	à</p><p>aplicação	nas	paredes,	sendo	os	lambris	presos	nas	transversinas	(vigas</p><p>transversais)	que	sustentam	o	forro,	as	quais	devem	estar	alinhadas,	presas	ao</p><p>teto	por	tirantes	de	madeira	ou	metálicos,	evitando-se,	assim,	que	elas	venham	a</p><p>“trabalhar”	(envergar,	flambar,	entortar),	deixando	o	forro	com	qualidade	abaixo</p><p>do	desejável.</p><p>13.10.	Concreto	aparente:	liso,	rústico,	jateado	ou</p><p>apicoado</p><p>Fonte:	arquivo	pessoal.</p><p>Concreto	aparente	em	fachadas:	a	gosto	dos	arquitetos.</p><p>O	concreto	é	um	dos	elementos	mais	frequentes	nas	obras	bem	estruturadas.</p><p>Basicamente	ele	está	para	a	construção	assim	como	nosso	esqueleto	está	para	o</p><p>corpo	humano.</p><p>É	importante	dispensar	atenção	especial	na	execução	das	peças	estruturais	de</p><p>concreto,	ou	de	concreto	armado,	sendo	necessária	a	utilização	de	formas</p><p>resistentes,	devidamente	travadas,	para	evitar	que	se	abram	na	operação	de</p><p>concretagem.</p><p>Em	se	tratando	de	concreto	armado,	alguns	cuidados	devem	ser	tomados,	como:</p><p>•	limpeza	das	formas,	que	devem	ser	molhadas	bem	antes	do	lançamento	do</p><p>concreto;</p><p>•	emprego	de	espaçadores,	que	preservarão	os	ferros	dos	riscos	de	corrosão;</p><p>•	escoramento,	travamento	e	consolidação	das	armaduras	das	diferentes	peças</p><p>(vigas,	pilares,	lajes),	que	requerem	especial	atenção	do	engenheiro	calculista	ou</p><p>do	responsável	técnico;</p><p>•	plasticidade	certa	do	concreto,	com	a	qualidade	prevista	no	projeto,	adquirido</p><p>de	concreteiras;</p><p>•	emprego	correto	do	vibrador	mecânico,	para	garantir	a	qualidade	da</p><p>concretagem,	sem	falhas	indesejadas.</p><p>O	tempo	em	que	as	peças	ficarão	sob	a	ação	das	formas	e	do	escoramento	está</p><p>previsto	em	norma	técnica	aplicada	à	matéria	e	nunca	deve	ser	desrespeitado.</p><p>Com	o	advento	dos	aditivos	incorporados	ao	concreto,	é	possível	a	abreviação</p><p>do	tempo,	mas	sempre	seguindo	o	que	está	previsto	na	Associação	Brasileira	de</p><p>Normas	Técnicas</p><p>(ABNT).</p><p>Mas	engenheiro,	por	que	você	está	explicando	tudo	isso?	O	RT	contratado	não</p><p>tem	que	saber	e	fiscalizar?	Claro!	Eu	entendo	que	você	quer	se	cercar	de</p><p>profissionais	competentes	para	construir	sua	casa	e	que	você	é	um	leigo	que</p><p>apenas	deseja	acompanhar	o	desenvolvimento	da	sua	obra.	Mas	eu	argumento	o</p><p>seguinte:	quando	você	compra	algo,	não	pesquisa	sobre	o	fornecedor	e	sobre	o</p><p>produto	que	está	comprando?	Não	recebe,	muitas	vezes,	um	manual	de	uso	e</p><p>manutenção?	Não	é	alertado	sobre	as	consequências	pelo	mau	uso?</p><p>Respondo,	então:	estou	trazendo	para	você	a	minha	experiência	de	canteiro	de</p><p>obras,	com	a	intenção	de	esclarecer	alguns	detalhes,	pois	nem	sempre	o	RT	está</p><p>presente	e	nem	sempre	os	operários	seguem	à	risca	as	orientações.	Por	isso</p><p>ressalto	a	importância	de	exigir	peças	estruturais	de	boa	qualidade.	Se	vamos</p><p>deixar	algumas	delas	expostas	ao	tempo	e	sem	revestimento,	a	qualidade	é	de</p><p>fundamental	importância.</p><p>Agora	você	pode	acompanhar,	de	perto,	o	trabalho	a	ser	executado	com	a</p><p>orientação	do	RT.	Veja,	então,	algumas	modalidades	de	concreto	aparente:</p><p>•	Concreto	aparente	liso:	para	obter	esse	tipo	de	acabamento,	é	necessário</p><p>escolher	a	forma	de	compensado	resinado,	que	possui	superfície	lisa	e	resinada</p><p>para	permitir	a	desforma	sem	grande	dificuldade,	o	que	também	possibilita	o	seu</p><p>reaproveitamento.</p><p>•	Concreto	aparente	rústico:	para	obter	a	aparência	de	rusticidade	prevista	no</p><p>projeto	arquitetônico,	devem	ser	empregadas	formas	apenas	sarrafeadas.	Na</p><p>desforma,	há	maior	dificuldade	de	desprendimento	desse	concreto,	porque	a</p><p>forma	solta	farpas	de	madeira,	que	terão	de	ser	removidas	no	tratamento	final</p><p>das	peças.</p><p>•	Concreto	aparente	jateado:	como	o	próprio	nome	já	demonstra,	utiliza-se</p><p>pistola	de	ar	comprimido	para	jatear	(atirar	o	ar	em	jatos)	a	superfície	do</p><p>concreto	em	alta	velocidade	e	alta	pressão,	removendo	os	grãos	de	areia</p><p>superficiais,	expondo,	assim,	as	britas	que	ficaram	mais	expostas,	rente	à	forma.</p><p>•	Concreto	aparente	apicoado:	com	o	emprego	de	um	martelete	de	dimensões</p><p>adequadas,	o	profissional	vai,	aos	poucos,	“machucando”	a	peça	tratada,</p><p>removendo	lascas	do	concreto,	expondo,	de	forma	mais	agressiva,	os	agregados</p><p>do	concreto,	o	qual	fica	com	a	aparência	apicoada.	Esse	acabamento	precisa	ser</p><p>planejado	antes	da	concretagem	das	peças	porque	exige	recobrimento	mínimo	de</p><p>3	cm	das	ferragens.</p><p>•	Concreto	aparente	colorido:	para	a	execução	dessa	modalidade,	adiciona-se</p><p>corante	especial	compatível	com	os	agregados	do	concreto	(cimento,	areia,	brita,</p><p>aditivos)	e,	com	o	emprego	da	betoneira	ou	caminhão	betoneira,	faz-se	a</p><p>uniformização	dos	materiais,	que	ficam	prontos	para	o	lançamento.	Dessa	forma</p><p>se	obtém	a	superfície	com	a	coloração	desejada.</p><p>DICAS	DO	ENGENHEIRO</p><p>Em	qualquer	modalidade	que	recair	a	sua	escolha,	recomendo	alguns</p><p>procedimentos	que	entendo	fundamentais	para	manter	a	qualidade	e	a</p><p>durabilidade	das	peças	de	concreto:</p><p>•	Limpeza	das	peças	com	emprego	de	escovas	de	aço,	a	fim	de	remover	as</p><p>impurezas	aparentes.</p><p>•	Lavagem	das	peças	com	água	limpa	e	abundante,	se	possível	com	máquina</p><p>pressurizadora.</p><p>•	Lixamento	e	tratamento	adequado	quando	se	tratar	de	concreto	aparente	liso	-</p><p>veja	orientações	no	item	Estrutura.</p><p>•	Aplicação	de,	no	mínimo,	duas	demãos	de	selador	acrílico	incolor,	com	a</p><p>finalidade	de	fechar	os	poros	das	peças	expostas	ao	tempo.</p><p>14.	FORRO	FALSO,	TRATAMENTOS	TÉRMICOS	E	ACÚSTICOS</p><p>A	sua	obra	continua	a	passos	largos	e	agora	vou	começar	a	falar	do	forro	falso	e</p><p>dos	tratamentos	térmicos	e	acústicos.</p><p>14.1.	Forro	falso</p><p>Imagem	de	Graystudiopro1	-	Freepik.com.</p><p>Forro	falso:	esconde	fios	e	tubulações.</p><p>Muitas	vezes,	torna-se	necessário	executar	forro	sob	a	laje,	principalmente	para</p><p>esconder	tubulações	diversas	–	e	aí	não	se	trata,	apenas,	de	rebaixamento	da</p><p>altura	do	pé	direito	do	ambiente,	recurso	utilizado	pelos	arquitetos	para	embutir</p><p>a	iluminação	e	conferir	efeitos	cenográficos.</p><p>O	forro	é	denominado	“falso”	por	se	tratar	de	um	rebaixamento	na	altura	sob	a</p><p>laje	e,	para	essa	finalidade,	o	forro	de	gesso	é	o	mais	empregado	nas	obras</p><p>residenciais	e	comerciais.</p><p>Esse	produto	vem	passando	por	um	processo	de	transformação	e	melhoramento.</p><p>Não	muito	distante,	só	se	encontravam,	no	mercado,	as	placas	de	gesso</p><p>moldadas	em	pequenas	oficinas,	nas	dimensões	de	60	x	60	cm.	O	forro	era</p><p>montado,	e	cada	peça	se	encaixava,	todas	recebendo	os	tirantes	de	arame</p><p>galvanizado	com	que	eram	fixadas	na	laje.	O	mosaico	ia	se	formando,	com	o</p><p>reforço	das	cordas	desfiadas	de	sisal	misturadas	com	gesso	em	pasta	e,	depois	de</p><p>pronto,	o	forro	falso	era	“regularizado”	(com	pasta	de	gesso)	para	fechamento</p><p>das	juntas	e	melhoria	na	obtenção	do	nivelamento,	para	posterior	emassamento	e</p><p>pintura.	Apesar	de	bastante	ultrapassado,	esse	serviço	ainda	encontra	o	seu</p><p>espaço	em	obras.	Ninguém	esquece	a	sujeira	feita	nessa	etapa!</p><p>Pois	bem!	O	forro	de	gesso	foi	aprimorado	pela	indústria,	que	entregou	ao</p><p>mercado	o	forro	de	gesso	acartonado	ou	drywall,	como	muitos	o	conhecem,	que</p><p>consiste,	basicamente,	numa	placa	onde	a	mistura	de	gesso,	água	e	aditivos	é</p><p>prensada	entre	duas	folhas	laminadas	de	papel	cartão.</p><p>Imagem	de	Ededchechine	-	Freepik.com.</p><p>Aplicação	do	forro	de	gesso	acartonado.</p><p>A	utilização	do	forro	acartonado	trouxe	muitas	vantagens	à	construção	civil,</p><p>principalmente	pela	rapidez	na	execução	e	limpeza.	Cada	placa	é	montada	num</p><p>“esqueleto	de	sustentação”,	constituído	por	trilhos	metálicos	atirantados	à	laje,</p><p>ou	seja:	os	perfis	que	receberão	as	placas	são	afixados	à	laje	com	pedaços	de</p><p>arame	presos	ao	teto	através	de	pinos	cravados,	em	modulações	específicas.	O</p><p>“esqueleto	de	sustentação”	é	montado	primeiro,	para	depois	começar	a	fixação</p><p>das	placas	com	parafusos	tratados	contra	corrosão.	Concluída	essa	etapa,	o</p><p>profissional	começa	a	colar	fitas	de	nylon	sobre	as	juntas	das	placas.	O	próximo</p><p>passo	é	preparar	o	gesso	em	pasta	bem	homogeneizada	e,	com	o	emprego	de</p><p>desempenadeira	metálica	lisa,	essas	fitas	de	nylon	são	cobertas,	transformando</p><p>tudo	num	forro	homogêneo.</p><p>Fontes:	arquivo	pessoal.</p><p>Liberte	a	imaginação	com	forro	de	gesso.</p><p>14.2.	Tratamento	térmico	e	acústico</p><p>Falar	desse	tipo	de	serviço	em	obras	residenciais	pode	soar	estranho,	mas	é	mais</p><p>comum	do	que	possa	parecer.	É	que	a	laje,	quando	exposta	ao	tempo,	cobrindo</p><p>ambiente	de	permanência	média	a	prolongada,	requer	tratamento	térmico,	de</p><p>forma	a	isolar	o	calor	para	que	a	permanência	no	ambiente	seja	confortável	em</p><p>qualquer	hora	do	dia.</p><p>O	tratamento	térmico	mais	empregado	em	lajes	é	o	executado	na	obra,	com	traço</p><p>de	argamassa	constituída	de	cimento,	areia	média,	vermiculita	expandida,	argila</p><p>expandida	(cinasita)	e	água.	Os	fabricantes	desses	produtos	esclarecem	o	traço</p><p>ideal	para	a	obtenção	da	quebra	do	calor,	em	função	da	espessura	da	massa.</p><p>Após	a	execução	e	cura	dessa	massa,	faz-se	uma	camada	de	proteção	com</p><p>cimentado	desempenado.	Outros	tratamentos	poderão	ser	acrescidos,	como</p><p>impermeabilização	e	revestimento	cerâmico	para	arrematar	a	parte	superior	da</p><p>laje	(voltada	para	o	ambiente	exposto).</p><p>O	tratamento	térmico	também	pode	ser	executado	sob	a	laje,	acima	do	forro	(se</p><p>houver).	Se	a	escolha	recair	no	uso	de	mantas,	lã	de	rocha	ou	lã	de	vidro,	elas</p><p>são	espalhadas	entre	os	tirantes	que	fixam	o	forro.	Esse	serviço	precisa	ser</p><p>executado	concomitantemente	com	o	dos	gesseiros,	se	for	o	caso.	O	mesmo</p><p>procedimento	será	feito	se	a	escolha	recair	sobre	as	placas	de	poliestireno	(EPS	-</p><p>isopor).</p><p>Mas	as	suas	opções	não	acabam	aqui.	Você	já	encontra,	no	mercado	da</p><p>construção	civil,	forros	térmicos	constituídos	de	vários	materiais,	com	face	de</p><p>acabamento	(a	que	fica	exposta	internamente).	São	os	forros	modulares,	que	se</p><p>sustentam	sobre	estruturas	metálicas	atirantadas	à	laje.</p><p>Fonte:	arquivo	pessoal.</p><p>Forros	modulares:	diversidade	no	mercado.</p><p>Na	sua	maioria,	os	forros	térmicos	podem	atuar	como	elementos	acústicos</p><p>também.	A	placa	de	EPS	é	um	exemplo	do	que	estou	afirmando:	os	pequenos</p><p>furos	nela	existentes	produzem	excelentes	resultados	acústicos.	As	tradicionais</p><p>placas	de	gesso	60	x	60cm,	com	pequenos	furinhos	por</p><p>toda	sua	extensão,	são</p><p>empregadas	em	forros	de	cinemas,	salas	de	projeção,	home	theather,	casas	de</p><p>máquinas,	entre	tantos	outros	ambientes.</p><p>Existe	um	tratamento	acústico	muito	eficiente	e	bastante	empregado	nas	lojas</p><p>comerciais	e	nas	indústrias:	trata-se	de	pasta	fabricada	de	madeira	de</p><p>reflorestamento,	acrescida	de	aditivos	fixadores.	Essa	pasta	é	lançada	contra	a</p><p>superfície	de	parede	ou	teto,	com	pistola	de	ar	comprimido,	formando	uma</p><p>camada	com	espessura	de	uns	2	a	3	cm,	que	desempenha	seu	trabalho	com</p><p>eficiência.	No	mercado,	é	conhecida	como	pistofibra,	nome	tradicional	de	um</p><p>dos	fabricantes	desse	produto.</p><p>Outro	tratamento	acústico	utilizado	em	residências	é	o	revestimento	dos	pisos	e</p><p>paredes	das	salas	home	theather	com	carpete,	forração	ou	mesmo	com	um</p><p>grande	tapete,	itens	que,	além	de	bonitos,	alcançam	resultados	surpreendentes	na</p><p>acústica	das	salas.	Mas	esses	materiais	precisam	ser	antialérgicos,	requerem</p><p>limpeza	constante	e,	provavelmente,	exigem	ar-condicionado	no	ambiente,	em</p><p>épocas	de	calor.</p><p>Nas	paredes,	podem	ser	utilizados	outros	materiais	específicos,	já	encontrados</p><p>no	mercado,	se	seu	sonho	for	ter	um	ambiente	que	reproduza	fielmente	o	som	(e</p><p>que	o	absorva),	isolando-o	para	que	não	passe	para	os	demais	ambientes	na	casa.</p><p>Saiba	que	o	ideal	é	ter	o	projeto	para	o	ambiente.</p><p>Crédito	da	imagem:	Max	Vakhtbovych	por	Pexels.com.</p><p>Cinema	em	casa:	quem	nunca	sonhou?</p><p>15.	MARCENARIA	OU	CARPINTARIA</p><p>A	marcenaria	ou	carpintaria	é	um	mundo	à	parte	na	construção	civil	e	deve	ser</p><p>tratada	pelo	RT	da	obra	com	muita	atenção.</p><p>Nos	últimos	anos,	percebo	que	as	obras,	principalmente	as	construções	em</p><p>condomínios	fechados,	vem	apresentando	mais	sofisticação,	e	a	marcenaria	é</p><p>justamente	um	dos	itens	importantes	para	essa	finalidade.	Com	efeito,	janelas,</p><p>portas,	batentes	e	guarnições	estão	sendo	adquiridos	no	mercado	com	os</p><p>acabamentos,	inclusive	com	colocação	das	ferragens	(dobradiças,	fechaduras,</p><p>fechos,	conchas),	pintura	ou	revestimentos.</p><p>O	RT	providenciará	para	que	os	vãos	de	portas	e	janelas	fiquem	praticamente</p><p>prontos	e	pintados,	aguardando	apenas	a	chegada	das	esquadrias	de	madeira,	a</p><p>serem	fixadas	no	local	com	o	emprego	de	espuma	de	poliuretano,	ou	espuma</p><p>expansiva,	como	é	conhecida	pelos	profissionais	da	área.</p><p>Esse	serviço,	quando	bem	planejado,	será	feito	na	etapa	final	da	obra,	quando</p><p>toda	a	massa	corrida	e	as	duas	primeiras	demãos	de	tinta	já	estiverem	prontas.</p><p>Tal	cuidado	é	recomendado	porque	os	produtos	de	marcenaria,	como	as	portas,</p><p>chegam	à	obra	já	com	o	acabamento	previsto,	demandando	atenção	redobrada</p><p>para	evitar	que	as	peças	possam	sofrer	impactos	com	a	circulação	dos</p><p>profissionais	e	suas	ferramentas.	O	ideal,	quando	as	peças	forem	fixadas	nos</p><p>vãos,	é	que	se	mantenham	os	recintos	fechados	à	chave,	evitando	a	circulação</p><p>interna	nos	ambientes	onde	as	portas	foram	colocadas.</p><p>Apesar	de	o	método	tradicional	de	fixação	dos	batentes	ainda	ser	muito</p><p>empregado	(em	que	as	peças	são	fixadas	por	chumaço	de	pregos	no	seu	verso	e</p><p>chumbadas	com	argamassa	forte),	o	ideal	é	que	esse	serviço	seja	feito	antes	do</p><p>início	da	pintura.	Destaco	aqui	que	o	RT	precisa	dispensar	muitos	cuidados	para</p><p>proteger	os	batentes	dos	impactos,	pois	a	obra	ainda	estará	com	muitos</p><p>profissionais	trabalhando.</p><p>Quando	os	pintores	concluírem	a	massa	corrida	e	a	aplicação	das	duas	primeiras</p><p>demãos	de	tinta,	o	carpinteiro	especializado	em	colocação	das	esquadrias	já</p><p>poderá	iniciar	os	serviços.	Ressalto	que	muitos	não	aceitam	essa	denominação</p><p>(carpinteiro)	e	preferem	ser	chamados	de	marceneiro.	Não	importa	como	serão</p><p>chamados,	mas,	sim,	a	qualidade	dos	serviços	prestados.	Se	a	casa	foi	planejada</p><p>para	receber	sauna	seca	ou	revestimentos	(paredes	e	tetos)	de	lambri,	deck	de</p><p>madeira	(e	serviços	que	utilizem	madeira,	MDF	e	afins),	esse	é	o	profissional</p><p>que	irá	executar	as	tarefas.</p><p>Fonte:	arquivo	pessoal.</p><p>Instalação	de	Esquadrias:	método	tradicional.</p><p>15.1.	Cuidados	especiais	que	um	bom	marceneiro	deve</p><p>observar</p><p>O	marceneiro	(ou	carpinteiro),	por	si	só,	já	é	“ciumento	do	seu	serviço”	e	não</p><p>quer	que	ninguém	encoste	as	mãos	ou	fique	passando	por	perto.	No	entanto,	ele</p><p>precisa	entender	que	não	é	só	de	marcenaria	que	se	faz	uma	obra;	precisa	ter	o</p><p>discernimento	de	estudar	cada	peça	a	ser	fixada	e,	em	caso	de	imperfeições,	deve</p><p>priorizar	a	face	melhor	(por	onde	as	pessoas	circulam	mais,	por	exemplo).</p><p>Se	alguma	peça	apresentar	defeitos	ou	imperfeições	inaceitáveis,	é	preciso	que	o</p><p>profissional	discuta	com	o	RT	qual	procedimento	adotar:	se	refugar	e	pedir	a</p><p>substituição	da	peça	defeituosa	ou	assentar	essa	peça	sob	a	responsabilidade	do</p><p>engenheiro.	Saiba	que	ferragens	são	peças	finas	que	embelezam	as	esquadrias	e</p><p>requerem	qualidade	na	sua	fixação.</p><p>O	bom	marceneiro	deve	observar,	ainda,	que:</p><p>•	As	esquadrias	envernizadas	exigem	peças	de	boa	qualidade	e	que,	nas</p><p>esquadrias	pintadas,	como	receberão	uma	demão	de	fundo	e	mais	uma	ou	duas</p><p>demãos	de	massa	niveladora,	a	qualidade	das	peças	não	é	tão	significativa,	uma</p><p>vez	que	os	pequenos	defeitos	serão	preenchidos	(“escondidos”)	antes	da	pintura.</p><p>•	As	duas	folhas	das	dobradiças	devem	ser	fixadas	nas	folhas	da	esquadria,	com</p><p>rebaixo	feito	a	formão	ou	tupia.</p><p>•	Após	a	fixação	das	folhas	de	portas	ou	janelas,	deverá	verificar	se	o</p><p>fechamento	ou	abertura	da	esquadria	ocorre	com	perfeição.	Ele	deve</p><p>compreender	que	a	madeira	“trabalha”	(se	movimenta)	muito	e	que,	depois	de</p><p>alguns	dias,	ou	meses,	a	esquadria	requererá	pequeno	ajuste	para	voltar	a	operar</p><p>com	qualidade.	É	importante	que	o	marceneiro	saiba	que	esse	retorno	faz	parte</p><p>do	seu	ofício,	sem	custos.</p><p>•	As	ferramentas	devem	estar	perfeitamente	amoladas,	para	evitar	que	ocorram</p><p>danos	às	peças	na	hora	do	corte	ou	do	aparelhamento	das	faces	trabalhadas.	Isso</p><p>deve	ser	avaliado	assim	que	ficar	pronta	a	primeira	folha	da	esquadria	fixada</p><p>(porta,	janela).</p><p>•	O	piso	e	as	paredes	no	entorno	da	porta	ou	da	janela	a	ser	fixada	devem	estar</p><p>protegidos	com	papelão	e	lona	plástica,	pois	não	é	incomum	cair	formão	ou</p><p>outra	ferramenta	sobre	o	piso.	O	marceneiro	deve	saber	que	objetivo	final	é	um</p><p>serviço	de	qualidade,	sem	prejuízo	dos	demais	serviços	concluídos	no	entorno.</p><p>•	No	final	de	cada	dia,	ele	ou	seu	auxiliar	deve	varrer	o	piso,	espanar	as	paredes</p><p>e	recolher	o	lixo	produzido,	depositando-o	na	caçamba	onde	os	entulhos	de	obra</p><p>são	colocados.	Muitos	marceneiros	acham	que	isso	não	é	função	deles:	é	sim!</p><p>Se	as	esquadrias	irão	receber	tratamento	de	pintura	tipo	laca,	é	fundamental	que</p><p>o	marceneiro	entregue	as	peças	em	perfeito	estado,	principalmente	as	juntas	em</p><p>meia-esquadria	das	guarnições.	Você	deve	saber	que	esse	tipo	de	pintura	é</p><p>relativamente	complexo	e	exige	proteção	geral	de	tudo	o	que	está	por	perto.</p><p>Nesse	caso,	recomendo	que	a	pintura	interna	da	casa	esteja	um	pouco	mais</p><p>atrasada,	pois	o	pó	fino	que	se	desprende	da	pistola	alcançará	tudo	o	que	estiver</p><p>por	perto,	demandando,	pelo	menos,	mais	uma	demão	de	tinta	nas	paredes	e</p><p>tetos	para	cobrir	tudo	com	perfeição.</p><p>Alguns	pintores	até	executam	a	pintura	com	laca	nas	folhas	(nome	dado	ao</p><p>painel	da	porta	ou	da	janela	em	si,	sem	o	batente	e	as	guarnições)	das	portas	ou</p><p>janelas	em	suas	empresas,	deixando	para	executar	in	loco	apenas	os	batentes	e	as</p><p>guarnições.	Também	dá	certo	assim,	e	fica	tudo	mais	limpo,	mas	o	único</p><p>problema	é	o	transporte	das	folhas	das	esquadrias,	que	podem	sofrer	pequenos</p><p>danos	no	trajeto.	No	mercado,	há	empresas	que	entregam	esse	material	pronto	–</p><p>portas,	batentes	e	guarnições.</p><p>Quando	o	serviço	de	carpintaria	se	restringir	à	execução	de	forro,	é	importante</p><p>observar	se	este	está	sendo	pregado	sobre	os	caibros.	Também	importa	observar,</p><p>na	execução	de	um	telhado	aparente,	que	não	se	deve	esquecer	de	proteger	o</p><p>forro	com	a	manta	de	subcobertura,	de	face	dupla,	para	tratamento	térmico.	Se</p><p>preferir,	você	pode	autorizar	a	fazer	o	tratamento	térmico	com	placas	de</p><p>poliestireno	(isopor)	entre	as	ripas	da	estrutura	do	telhado,	antes	de	colocar	as</p><p>telhas.	Esse	procedimento	além	de	proteger	a	madeira,	auxiliará	na	diminuição</p><p>do	consumo	de	energia	elétrica	com	o	condicionamento</p><p>de	ar.	Tenha	a</p><p>compreensão	de	que	o	serviço	vai	requerer	mais	tempo	e	que	o	marceneiro</p><p>precisa	dessa	informação,	antes	da	contratação,	para	precificar	o	seu	serviço.</p><p>Por	fim,	ao	entregar	as	ferragens	ao	marceneiro,	confira,	na	presença	dele	e	do</p><p>engenheiro,	se	está	tudo	certo,	ou	seja,	se	não	está	faltando	nada.	Se	estiver,	deve</p><p>ser	providenciado	o	complemento	do	material	rapidamente.	Por	se	tratar	de</p><p>materiais	caros,	recomendo	guarda	eficiente,	preferencialmente	em	armários</p><p>fechados,	ou	que	sejam	entregues	aos	poucos,	à	medida	que	forem	necessários,</p><p>“aliviando”	assim	a	responsabilidade	de	quem	está	guardando	o	material.</p><p>15.2.	Decks	de	madeira	e	sauna</p><p>Na	construção	de	decks	de	madeira	em	áreas	externas,	é	importante	atentar	para</p><p>que	os	pontos	de	escoamento	de	águas	pluviais	e	de	lavagem	estejam	concluídos</p><p>e	que	possam	ser	acessados	em	caso	de	obstrução.	Se	possível,	deve	ser	prevista</p><p>a	impermeabilização	do	piso	que	ficará	sob	o	estrado.</p><p>Para	utilização	de	réguas	de	madeira	na	construção	de	decks	e	pisos	em	áreas</p><p>externas,	elas	devem	ser	tratadas	com	“cupinicidas”	e	com	verniz	de	alta</p><p>resistência.	Não	devem	ter	“quinas	vivas”,	sendo	importante,	assim,	exigir	que</p><p>as	quinas	sejam	“quebradas”,	caso	não	tenham	chegado	ao	canteiro	com	esse</p><p>tratamento.	Esse	cuidado	evitará	acidentes,	como	cortes	nos	pés	de	quem	pisar	o</p><p>deck.</p><p>Ainda	falando	sobre	decks	de	madeira,	deve	ser	observado	se	o	espaçamento</p><p>entre	uma	régua	e	outra	impedirá,	por	exemplo,	que	o	“dedinho”	de	uma	criança</p><p>entre	nesse	espaço.	Entenda	que	tudo	isso	é	planejamento	e	que	seu</p><p>envolvimento	com	o	profissional	de	arquitetura	ou	o	RT	da	obra	evitará	que</p><p>aconteçam	acidentes.	Participe	das	decisões,	não	terceirize	tudo!</p><p>Observe	que	a	madeira	escolhida	para	revestir	a	sua	sauna	deve	ser	adequada</p><p>para	esse	recinto,	pois	nem	todos	gostam	das	madeiras	ardidas	(aquelas	com</p><p>aparência	rústica,	deterioradas	pelo	tempo).	O	cedro	de	primeira	qualidade,	por</p><p>exemplo,	é	perfeito:	não	aquece	em	demasia,	permite	que	você	encoste	nele,	tem</p><p>cheiro	quase	imperceptível	e	se	comporta	bem,	quando	exposto	ao	calor.</p><p>Sobre	o	ambiente	da	sauna,	deve-se	observar	que	as	réguas	dos	bancos	tenham</p><p>seus	pregos	repuxados,	ou	seja,	levemente	afundados,	evitando,	assim,	que	você</p><p>se	queime	pelo	aquecimento	desses	pregos	com	o	calor.	O	marceneiro	deverá</p><p>fazer	uma	pasta	de	pó	da	madeira,	acrescida	de	cola	branca,	para	rejuntar	os</p><p>buraquinhos;	posteriormente	o	pintor	fará	o	lixamento	e,	se	for	a	sua	escolha,</p><p>aplicará	uma	demão	de	selador	de	nitrocelulose	para	fechar	os	poros	da	madeira.</p><p>Não	se	recomenda	pintura	em	verniz,	que	poderá	“craquelar”	e	aquecer	muito.</p><p>Outro	cuidado	é	o	distanciamento	dos	barrotes	onde	as	réguas	de	madeira	serão</p><p>fixadas:	o	distanciamento	não	pode	ultrapassar	50	cm,	evitando	assim	que	as</p><p>réguas	venham	a	flambar	(“entortar”)	com	o	calor,	criando	um	aspecto	visual</p><p>ruim	à	superfície.</p><p>16.	SERRALHERIA	E	FERRAGENS</p><p>Outro	item	que	vai	demandar	bastante	a	sua	atenção	é	a	serralheria.	Aqui	é</p><p>necessário	desdobrar	o	assunto	conforme	o	tipo	de	material	a	ser	utilizado.</p><p>16.1.	Ferro	e	aço</p><p>Antes	de	falar	sobre	esses	materiais,	esclareço	que	o	mercado	vem	consumindo</p><p>mais	o	alumínio	na	serralheria,	devido	à	sua	durabilidade	e	resistência	às</p><p>intempéries.	Se	a	obra	estiver	localizada	em	região	próxima	ao	mar,	a	escolha</p><p>precisa	recair	sobre	as	esquadrias	de	alumínio.	Caso	não	esteja,	você	pode</p><p>escolher	outros	tipos	de	materiais	para	as	esquadrias,	como	o	ferro	e	o	aço,	com</p><p>os	devidos	cuidados	de	proteção	contra	intempéries.</p><p>Para	algumas	peças	da	obra,	não	há	outra	opção	além	do	ferro,	como	as	escadas</p><p>e	guarda-corpos	de	acesso	externo	a	caixas	d’água	e	coberta,	denominadas</p><p>escadas	de	marinheiro;	os	portões	de	grandes	dimensões;	as	pérgolas	em</p><p>balanço;	e	outras	peças	que	exigem	robustez	e	resistência.	Não	é	confiável,	por</p><p>exemplo,	subir	numa	escada	de	marinheiro	de	alumínio	para	ter	acesso	a	áreas</p><p>elevadas,	pois	ela	“não	passa	confiança”,	por	mais	que	as	peças	sejam</p><p>superdimensionadas.</p><p>Fonte:	arquivo	pessoal.</p><p>Guarda-corpo	em	sacada.</p><p>As	peças	de	ferro	“sofrem”	muito	em	regiões	poluídas	ou	expostas	à	salinidade,</p><p>motivo	pelo	qual	recomendo	que	elas,	depois	de	prontas,	sejam	submetidas	ao</p><p>banho	de	galvanização	(processo	corrosivo	provocado),	que	irá	protegê-las	da</p><p>ferrugem.	Esse	é	um	serviço	caro	e	que,	portanto,	tem	de	ser	considerado	quando</p><p>o	objetivo	é	economizar.	Outro	inconveniente	é	que	as	peças	galvanizadas</p><p>apresentam	dificuldade	de	“segurar”	a	pintura,	exigindo	tratamento	prévio	com</p><p>fundo	especial	para	galvanizados	(como	o	Super	Galvite),	antes	da	aplicação	da</p><p>tinta	definitiva.</p><p>É	preciso	que	se	dê	especial	atenção	às	peças	de	ferro,	razão	por	que	recomendo:</p><p>•	lavagem	prévia	à	pintura	para	eliminar	gorduras;</p><p>•	aplicação	de	fundo	tipo	zarcão	universal	ou	cromato	de	zinco	–	materiais</p><p>indicados	para	metais	ferrosos	em	áreas	externas	e	internas;</p><p>•	correção	das	imperfeições	com	massa	própria	para	ferro;</p><p>•	lixamento,	lavagem	ou	limpeza.</p><p>Após	esses	cuidados,	a	peça	de	ferro	estará	pronta	para	receber	a	primeira	demão</p><p>da	tinta	escolhida.	Lembre-se	de	que	as	cores	mais	escuras	são	as	que	mais</p><p>sofrem	com	a	ação	do	sol;	as	mais	claras,	com	a	poeira	e	a	poluição.</p><p>Para	uso	em	áreas	internas	ou	externas,	sacadas	e	escadas,	tais	como	corrimãos	e</p><p>guarda-corpos	–	em	que	a	estética	e	a	durabilidade	são	priorizadas	-,	é	comum	o</p><p>emprego	do	aço	inoxidável	associado	ao	vidro.</p><p>Para	os	corrimãos	e	as	escadas	de	acesso	à	piscina,	é	fundamental	que	se</p><p>empregue	o	aço	inoxidável	de	boa	qualidade,	para	resistir	à	ação	agressiva	dos</p><p>produtos	de	tratamento	da	água.</p><p>Por	questão	de	resistência	e	economia,	muitas	vezes	os	portões	externos	ou	de</p><p>acesso	às	garagens	são	feitos	de	ferro,	em	vez	de	materiais	mais	nobres	como	o</p><p>alumínio	ou	aço	inoxidável.	A	escolha	é	sua,	principalmente	pelos	valores</p><p>envolvidos	(custos	de	aquisição,	mas	lembre-se	de	que	os	materiais	devem	ser</p><p>escolhidos,	também,	pela	durabilidade	e	resistência	-	custos	de	manutenção).</p><p>Fonte:	arquivo	pessoal.</p><p>Portão	automático	com	tela	metálica	e	painel.</p><p>16.2.	Alumínio</p><p>Material	que,	ao	longo	das	últimas	décadas,	vem	ocupando	o	maior	espaço	na</p><p>fabricação	de	esquadrias.	Uma	variedade	de	opções	se	descortina	para	o	cliente</p><p>escolher.	Vamos	ver?</p><p>•	Alumínio	natural:	foi	o	precursor	na	conquista	do	mercado	em	detrimento	do</p><p>ferro,	mas	foi	perdendo	espaço,	a	ponto	de	quase	desaparecer.	As	obras</p><p>populares	geralmente	utilizam	essas	esquadrias,	por	serem	de	baixo	custo,	pois</p><p>são	fabricadas	com	perfis	pouco	resistentes.	Se	por	um	lado	é	ruim	usar	esse</p><p>material,	ainda	é	melhor	do	que	o	emprego	do	ferro,	principalmente	em</p><p>esquadrias.</p><p>•	Alumínio	anodizado	ou	tratado	por	cataforese:	é	o	alumínio	natural	que	recebe</p><p>tratamento	corrosivo	que	determina	a	espessura	(micragem)	da	corrosão.	É</p><p>exatamente	essa	camada	que	caracteriza	o	acabamento	muito	agradável	de	se</p><p>ver.	Para	regiões	muito	“agressivas”,	como	as	cidades	praianas,	recomenda-se</p><p>micragem	bastante	elevada,	em	torno	de	40	a	50	mícrons	de	espessura	(o</p><p>mercado	costuma	disponibilizar,	para	uso	comercial,	perfis	com	espessura	em</p><p>torno	de	15	a	20	mícrons).	Mas	o	que	é	essa	tal	de	cataforese,	engenheiro?	Nada</p><p>mais	é	que	um	tratamento	similar	à	aplicação	de	“verniz”	–	no	caso,	imergem-se</p><p>as	peças	metálicas	em	película	epóxica,	o	que	lhes	garante	mais	proteção	e</p><p>durabilidade.</p><p>•	Alumínio	pintado:	o	que	mais	se	encontra	hoje	no	mercado	são	os	perfis	com</p><p>pintura	eletrostática,	processo	em	que	os	perfis	de	alumínio	natural	são</p><p>colocados	em	um	forno,	por	onde	passa	determinada	corrente	elétrica.	Por</p><p>deposição,	a	tinta	em	pó	se	sobrepõe	ao	perfil,	ficando	cristalizada	a	pintura.	A</p><p>indústria	disponibiliza	várias	cores	para	uso	em	esquadrias,	fazendo	a	festa	e	a</p><p>alegria	dos	arquitetos	criativos.</p><p>Fonte:	arquivo	pessoal.</p><p>Guarda-corpo	e	esquadrias	em	alumínio.</p><p>Observe	que	não	incluí,	neste	manual,	informações	sobre	esquadrias	de	PVC.</p><p>Isso	porque,	por	ser	um	material	relativamente	novo	no	Brasil,	ainda	existem</p><p>dúvidas	em	relação	ao	seu	uso.	O	PVC	(cloreto	de	polivinil),</p><p>podiam.	Para	quem	ama	o	que	faz,	como</p><p>eu,	é	sempre	uma	satisfação	chegar	a	uma	terra	“nua”,	com	um	bom	projeto</p><p>debaixo	do	braço,	e	começar	a	trabalhar	na	construção	da	casa	desejada.</p><p>O	interessante	é	que,	quando	os	clientes	me	procuram,	poucos	vêm	com	energia</p><p>baixa;	ao	contrário:	geralmente	chegam	com	sorriso	no	rosto	e	contida	alegria,</p><p>mas	um	pouco	assustados,	encarando-me	como	o	engenheiro	que	prometeu	fazer</p><p>o	melhor	acabamento	pelo	melhor	preço.</p><p>Nas	muitas	reuniões	prévias	ao	início	efetivo	da	empreitada,	e	ao	longo	dela,	vai</p><p>se	consolidando,	aos	poucos,	a	relação	entre	o	cliente	e	o	profissional	com	cara</p><p>de	“raiz	quadrada	de	2	elevada	ao	cubo”.	Instaurada	a	confiança,	as	coisas</p><p>começam	a	“deslanchar”...</p><p>A	partir	daí,	no	canteiro	de	obras,	é	caminhão	de	areia	para	cá,	caminhão	de	brita</p><p>para	lá,	sacos	de	cimento	e	de	cal...	De	repente,	chega	um	equipamento	que	mais</p><p>parece	uma	batedeira	de	bolo	gigante.	É	uma	coisa	viva,	em	movimento,	em	que</p><p>os	profissionais	escolhidos	pelo	engenheiro	começam	a	fazer	“o	bolo”	que	dá</p><p>início	à	realização	do	sonho	de	uma	vida:	o	concreto,	que,	como	o	próprio	nome</p><p>já	diz,	concretiza	e	dá	solidez	à	obra.</p><p>Devagar,	você	-	que	provavelmente	nunca	havia	acompanhado	a	construção	de</p><p>uma	obra	–	“pega	gosto”	e	se	percebe	impaciente	em	casa,	pela	manhã,	mal</p><p>vendo	a	hora	de	se	desvencilhar	dos	compromissos	rotineiros	para	voltar	a	ver</p><p>aquela	enorme	“batedeira	de	bolo”	jorrando	o	“abençoado”	concreto,</p><p>consumindo	brita,	areia,	cimento	e	água	com	uma	voracidade	que	assusta.	Mas</p><p>que	susto	bom!</p><p>Aqui	tomo	a	liberdade	de	lhe	repassar	um	ensinamento:	todos	os	profissionais	da</p><p>construção	civil	têm	necessidade	de	carinho	e	de	atenção.	“Bom	dia,	João!”</p><p>“Tudo	bem	com	você,	Benedito?”	são	frases	que	abrem	muitas	portas	nesse</p><p>relacionamento	que	será	bem	longo.	É	alegria	só...	e	não	se	assuste	se	alguém	lhe</p><p>oferecer	um	cafezinho	quente	na	sua	obra.</p><p>E	assim	convido-o	a	vivenciar	as	etapas	da	construção	de	sua	casa,	que	estão</p><p>descritas	neste	manual,	feito	com	muito	amor	e	dedicação	para	você.	Vem</p><p>comigo,	que	o	engenheiro	tem	pressa!</p><p>Fonte:	arquivo	pessoal.</p><p>Realizar	esse	sonho...	É	possível!</p><p>Antônio	Roberto	Pavim</p><p>1.	A	ESCOLHA	DO	TERRENO:	QUE	DEVEMOS	SABER?</p><p>Nossa!	Que	tarefa	mais	espinhosa	encontrar	um	local	que	agrade	a	todos	os</p><p>membros	da	família!	Ė,	mas	não	tem	jeito	não.	Achar	um	bom	local,	com	preço</p><p>justo	e	que	não	seja	lá	nos	“Cafundós	do	Judas”,	pode	ser	árduo,	mas	é</p><p>gratificante,	principalmente	se	você	encontrar	um	joão-de-barro	no	terreno...	Isso</p><p>dá	uma	sorte!</p><p>Crédito	da	imagem:	Joel	Santana	por	Pixabay. Fonte:	arquivo	pessoal.</p><p>Terreno	é	plano	e	o	construtor	já	chegou. Desnível	acentuado...complicado,	mas	possível.</p><p>Mas	o	que	posso	dizer	a	respeito	dessa	busca	pelo	terreno	“quase”	perfeito?</p><p>Vamos	lá	para	algumas	dicas:</p><p>DICAS	DO	ENGENHEIRO</p><p>•	Procure	um	terreno	com	dimensões	que	permitam	construir	a	casa	no	tamanho</p><p>(área)	necessário	para	que	os	cômodos	sejam	dimensionados	conforme	desejado</p><p>por	todos	que	compartilharão	os	ambientes	projetados,	além	de	atender	aos</p><p>parâmetros	estabelecidos	pelo	incorporador	do	loteamento	e	pela	municipalidade</p><p>(prefeitura	local).</p><p>•	Busque	um	terreno	cujo	valor	“caiba	no	seu	bolso”,	lembrando	que	esse	é	o</p><p>“bolso”	que	vai	se	abrir	muitas	vezes	até	que	o	seu	sonho	esteja	materializado.</p><p>•	Decida	se	é	melhor	um	terreno	que	esteja	próximo	ou	distante	dos	locais	das</p><p>atividades	diárias	da	família.</p><p>•	Verifique,	caso	o	terreno	esteja	inserido	em	um	condomínio	residencial,	se	o</p><p>preço	das	taxas	condominiais	tem	valor	razoável,	afinal	ninguém	gosta	de	um</p><p>sócio	(seus	futuros	vizinhos)	“enfiando	a	mão	no	seu	bolso”.</p><p>•	Escolha	um	local	que	possa	agradar	“às	duas	maiores	torcidas	de	futebol”	de</p><p>sua	cidade,	para	facilitar	a	venda	futura	do	imóvel,	caso	você	goste	de	mudar	de</p><p>casa	com	frequência.</p><p>•	Evite	os	terrenos	vizinhos	às	cacimbas,	que	retêm	água	da	chuva	durante</p><p>algumas	horas;	se	não	for	possível,	acostume-se	cedo	com	a	visita	de	rãzinhas	de</p><p>vez	em	quando.</p><p>•	Tente	encontrar	o	terreno	que	possa	lhe	proporcionar	uma	insolação	otimizada,</p><p>ou	seja,	que	a	posição	do	sol	da	manhã	e	da	tarde	seja	favorável	aos	ambientes</p><p>da	casa.	O	arquiteto	ou	o	engenheiro	podem	ajudar	você	nessa	hora.</p><p>•	Não	feche	a	compra	do	terreno	sem	antes	verificar	a	sua	documentação,	a	fim</p><p>de	ter	a	certeza	de	que	ele	está	livre	e	desembaraçado	de	ônus	–	se	já	foi	ou	se</p><p>está	hipotecado	a	algum	banco,	por	exemplo.</p><p>•	Contrate,	se	possível,	um	advogado,	ou	consulte	o	escrevente	do	cartório,	para</p><p>ajudá-lo	na	verificação	da	documentação	do	imóvel:	a	ficha	de	matrícula,	que	é</p><p>como	se	fosse	nosso	RG,	onde	está	anotado	tudo	que	se	passou	com	o	terreno,	e</p><p>a	Certidão	Vintenária,	que	é	a	verdadeira	“capivara”	do	imóvel.	Peça	todas	as</p><p>certidões	que	o	escrevente	recomendar.</p><p>•	Registre	o	imóvel	em	seu	nome	no	cartório	de	registro	de	imóveis.	Não	deixe</p><p>para	depois,	pois,	transcorridos	alguns	anos,	você	pode	ter	seu	imóvel</p><p>hipotecado	a	algum	banco.	Isso	é	muito	sério!	Comprou,	registrou.</p><p>•	Contrate	um	topógrafo	para	verificar	as	medidas	do	terreno,	caso	se	sinta</p><p>inseguro	sobre	suas	reais	dimensões,	ou	faça	isso	você	mesmo	–	se	não	for</p><p>exigência	do	condomínio	residencial,	se	o	terreno	for	plano.	É	interessante</p><p>conferir	para	checar	se	não	houve	“invasão”	de	medidas	por	algum	vizinho,</p><p>mesmo	que	seja	a	largura	de	um	muro.</p><p>•	Tome	alguns	cuidados	extras	se	sua	escolha	recair	sobre	um	terreno	fora	de	um</p><p>condomínio	residencial,	como	ir	à	prefeitura,	a	fim	de	saber	se	tem	algum</p><p>projeto	para	a	rua	de	acesso	ao	terreno	–	alargamento,	por	exemplo	-	que	possa</p><p>acarretar	inconvenientes	futuros.	Caso	o	terreno	esteja	situado	em	uma	área	de</p><p>uso	misto	(residencial,	comercial	ou	industrial),	você	poderá	acordar,</p><p>futuramente,	perto	de	um	boteco	que	vende	pinga	“no	retalho”,	ou,	ainda,	de</p><p>uma	feira	livre,	não	é	mesmo?	Você	não	vai	poder	entrar	nem	sair	da	rua	com</p><p>seu	carro	e	ainda	terá	que	sentir	o	cheiro	de	legumes	em	decomposição	por</p><p>alguns	dias.</p><p>•	Faça	uma	consulta	prévia	à	prefeitura	(pode	ser	pela	internet	mesmo,</p><p>informando	o	endereço	do	imóvel	ou	o	número	de	cadastro	que	consta	na</p><p>escritura)	para	conhecer	os	parâmetros	legais	que	devem	ser	seguidos	na</p><p>construção.	Esses	parâmetros	interferem	na	posição	e	na	altura	total	da</p><p>edificação,	no	número	de	pavimentos	e	em	outros	fatores	que	podem	surpreendê-</p><p>lo.</p><p>Essas	são	as	dicas	mais	relevantes	para	que	você	não	tenha	“dor	de	cabeça”	com</p><p>a	aquisição	do	terreno	onde	será	edificado	o	seu	lar.	Por	hoje,	vou	ficando	por</p><p>aqui.	Segura	que	amanhã	tem	mais,	e	a	família	tem	pressa	para	mudar	até	o</p><p>Natal!	(Quantas	vezes	escutei	isso!).</p><p>Fonte:	arquivo	pessoal.</p><p>Terreno	escolhido	...	vamos	em	frente!</p><p>2.	A	ESCOLHA	DOS	PROFISSIONAIS:	ELABORAÇÃO	DOS</p><p>PROJETOS</p><p>Com	a	escritura	do	terreno	em	mãos,	vou	demonstrar	agora	as	opções</p><p>disponíveis	para	a	elaboração	dos	projetos	necessários	à	edificação	de	sua	casa,</p><p>ok?	Você	poderá	escolher:</p><p>•	um	arquiteto,	profissional	liberal	habilitado	para	elaborar,	principalmente,	o</p><p>projeto	arquitetônico,	desde	a	concepção	das	ideias	(em	conjunto	com	você	e</p><p>com	sua	família)	até	os	desenhos	executivos	que	permearão	a	obra¹;</p><p>•	um	escritório	especializado	em	projetos	de:</p><p>•	arquitetura:	incluindo	interiores	e	paisagismo,	se	for	o	caso;</p><p>•	arquitetura	e	de	projetos	complementares:	parte	elétrica,	parte	hidráulica	(água</p><p>fria	e	quente,	esgoto,	águas	pluviais),	ar-condicionado,	luminotécnica,	estrutura	e</p><p>fundações,	automação	e	outros	projetos	que	se	fizerem	necessários	à	execução</p><p>da	obra);</p><p>•	construção:	para	obras	de	grande	porte,	a	escolha	para	a	construção	pode	ser	de</p><p>empresa	específica	de	construção	ou	de	profissional	com	equipe	própria.</p><p>Observe	que	o	objetivo	deste	manual	é	a	construção	da	sua	casa;	não	estou	aqui</p><p>tratando	de	obras	de	grande	porte,	que	não	é	o	propósito	deste	“foco	de	luz”;	se</p><p>assim	procedesse,	eu	estaria	transmitindo	conhecimentos	desnecessários	ao</p><p>nosso	intento.	E	você	bem	sabe	que	o	trabalho	para	uma	empreitada	bem-</p><p>sucedida	se	inicia	com	um	propósito	claro	e	bem	definido.</p><p>Vejamos,	agora,</p><p>segundo	os</p><p>fornecedores,	tem	propriedades	de	rigidez,	resistência	à	deformação,</p><p>estabilidade,	além	de	ter,	na	composição,	estabilizantes	térmicos,	modificadores</p><p>de	impacto	e	pigmentos	especiais	com	resistência	UV	–	o	que	torna	o	material</p><p>propício	para	o	fechamento	de	vãos	de	dimensões	variáveis,	com	uso	em	áreas</p><p>internas	ou	externas.</p><p>Fora	do	país,	o	material	é	usado	até	em	regiões	de	grandes	variações	de</p><p>temperatura	-	e	com	artifícios	para	redução	de	barulho	externo.	No	Brasil,	a</p><p>utilização	do	PVC	ainda	não	é	muito	disseminada,	e	não	há	experiências</p><p>suficientes	que	possam	validar	a	substituição	dos	outros	materiais	(ferro,	aço,</p><p>alumínio)	por	ele.	Confesso	que	ainda	não	usei	nas	minhas	obras,	onde	prefiro</p><p>utilizar	o	alumínio	nas	esquadrias.</p><p>16.3.	Ferragens</p><p>Para	o	seu	conhecimento,	em	engenharia,	designamos	de	ferragens	as</p><p>fechaduras,	dobradiças,	parafusos,	pinos,	conchas,	trincos,	fechos,	punhos,	enfim</p><p>todas	as	peças	que	guarnecem	as	esquadrias	(portas,	janelas,	portões).	Mas,</p><p>engenheiro,	ferragens	não	são	aqueles	ferros	dos	pilares	e	vigas	que	serão</p><p>concretados?	Não!	Chamamos	isso	de	armaduras.</p><p>Normalmente	as	pessoas	se	assustam	um	pouco	com	os	preços	das	ferragens	das</p><p>esquadrias,	mas	convenhamos	que,	para	uma	dobradiça	que	passará	trinta	anos</p><p>em	funcionamento,	sai	até	barato:	uma	fechadura	de	qualidade,	que	manuseamos</p><p>quando	criança	e	ainda	está	funcionando,	não	pode	ser	taxada	de	cara,	não	é</p><p>mesmo?	Pois	é!	É	necessário	escolher	as	fechaduras	tal	como	escolhemos	os</p><p>registros	de	gaveta	e	de	pressão:	precisam	ser	bons	porque,	uma	vez	instalados,</p><p>fica	muito	cara	sua	substituição.</p><p>16.3.1.	Fechaduras</p><p>Chamo	a	atenção	de	que,	nas	obras	em	região	litorânea,	as	ferragens	precisam</p><p>ser	de	latão	ou	de	aço	inoxidável,	pois	esses	materiais	apresentam	alta	resistência</p><p>à	corrosão.	Fechaduras	de	ferro,	por	exemplo,	jamais	devem	ser	empregadas</p><p>nessas	regiões,	pois	só	lhe	causarão	aborrecimentos	em	prazo	bem	curto.	E	por</p><p>falar	em	fechaduras,	essas	peças	recebem	denominações	conforme	sua</p><p>funcionalidade.	Vou	detalhar	um	pouco:</p><p>16.3.1.1.	Fechadura	interna</p><p>Projetada	para	ser	instalada	nas	portas	internas,	sem	muita	preocupação	com	a</p><p>segurança,	seu	maquinário	é	bem	mais	simples	do	que	o	das	fechaduras	externas.</p><p>Também	são	conhecidas	como	fechadura	tipo	gorge.</p><p>Crédito	da	imagem	de	Anja	por	Pixabay.</p><p>Fechadura	interna	ou	tipo	gorge.</p><p>16.3.1.2.	Fechadura	interna	para	banheiro</p><p>Projetada	da	mesma	forma	que	as	fechaduras	internas,	possuem	maquinário</p><p>simples.	A	diferença	dessa	fechadura	para	a	interna	é	que	ela	só	dispõe	de	acesso</p><p>de	abertura	com	chave	pelo	lado	interno.	Pelo	lado	externo,	você	só	consegue</p><p>abrir	com	chaveta,	a	ser	utilizada	em	emergência,	para	retirar	alguém	que	ficou</p><p>preso	por	algum	motivo.</p><p>Fonte:	https://www.armazemcoral.com.br.</p><p>Fechadura	do	banheiro,	lado	interno.</p><p>Também	é	importante	observar	que	a	porta	da	sauna	precisa	ter	um	visor	na</p><p>altura	média	dos	nossos	olhos,	devendo	abrir	para	fora,	pois,	caso	uma	pessoa</p><p>passe	mal,	pode	se	lançar	contra	a	porta	e	ela	se	abrirá,	o	que	não	ocorrerá	se	a</p><p>abertura	for	para	dentro.	No	final	do	serviço	do	carpinteiro,	não	se	esqueça	de</p><p>apanhar	as	chavetas	de	fixar	maçanetas	e	as	“chaves”	de	abrir	portas	de</p><p>banheiros.	Lembre-se	de	guardá-las	bem,	em	lugar	seguro	onde	você	irá	se</p><p>lembrar	delas,	pois,	quando	menos	esperar,	uma	criança	pode	ficar	trancada	no</p><p>banheiro	ou	uma	maçaneta	pode	se	soltar	na	sua	mão.	É	isso.</p><p>16.3.1.3.	Fechadura	de	cilindro</p><p>Essa	fechadura	é	considerada	de	segurança	e	foi	desenvolvida	para	instalação	em</p><p>portas	externas.	O	seu	maquinário	é	mais	sofisticado,	dificultando,	assim,	sua</p><p>abertura	por	pessoas	não	autorizadas.	Vem	sendo	aprimorada	nos	últimos	anos	e</p><p>hoje	é	encontrada	com	algumas	variações,	como	fechadura	tetra,	fechadura	de</p><p>multipontos,	fechadura	com	lingueta	tripla,	entre	outras.</p><p>Fonte:	https://madecenter.com.br.</p><p>Fechadura	externa	tipo	cilindro.</p><p>16.3.1.4.	Fechadura	bico	de	papagaio</p><p>Esse	tipo	de	fechadura	foi	desenvolvido	para	emprego	em	portas	de	correr.</p><p>Explico	como	funciona:	ao	ser	acionado	o	cilindro,	um	ou	dois	bicos	nos	portões</p><p>de	correr	de	ferro	ou	alumínio	se	projetam,	fechando-se	na	contratesta.	É</p><p>bastante	utilizada.</p><p>Fonte:	https://produto.mercadolivre.com.br.</p><p>Fechadura	tipo	bico	de	papagaio.</p><p>16.3.1.5.	Fechadura	elétrica</p><p>As	fechaduras	elétricas	são	muito	utilizadas	para	acionamento	remoto,</p><p>proporcionando	segurança	e	tranquilidade,	podendo	ser	complementadas	com</p><p>dispositivos	que	permitem	a	visualização	e	o	contato	prévios	ao	acesso	de</p><p>pessoas	à	residência	ou	ao	ambiente	(porteiros	ou	videoporteiros	eletrônicos).</p><p>Fonte:	https://www.amazon.com.br.</p><p>Fechadura	elétrica.</p><p>16.3.1.6.	Fechadura	de	acesso	com	controle	biométrico</p><p>As	modernas	e	eficientes	fechaduras	com	controle	biométrico	conferem	mais</p><p>segurança	e	precisão	pelo	cadastramento	prévio	dos	frequentadores	da</p><p>residência,	facilitando	seu	acesso	e	gerenciamento.	Permitem	a	utilização	de</p><p>impressões	digitais,	senhas	ou	cartões	de	acesso,	sendo	cada	vez	mais</p><p>aprimoradas.</p><p>Fonte:	https://produto.mercadolivre.com.br.</p><p>Fechadura	controle	de	acesso	com	biometria.</p><p>16.3.1.7.	Fechadura	de	rolete</p><p>Desenvolvida	para	o	tipo	de	porta	com	dimensões	avantajadas,	a	fechadura	de</p><p>rolete	tem	a	finalidade	de	permitir	que	a	folha,	ao	ser	fechada,	alcance	a</p><p>contratesta	fixada	sem	destruir	o	batente.	A	maioria	dessas	fechaduras	não	tem	a</p><p>função	de	fechar	a	porta	definitivamente,	sendo	esta	função	da	segunda	lingueta</p><p>das	fechaduras	convencionais.	Você	pode	encontrar	no	mercado	essa	fechadura</p><p>de	rolete	com	uma	segunda	função,	que	é	a	de	fechar	a	porta	com	cilindro	de</p><p>segurança.</p><p>Fonte:	https://produto.mercadolivre.com.br.</p><p>Fechadura	tipo	rolete.</p><p>DICAS	DO	ENGENHEIRO</p><p>Vistos	os	principais	tipos	de	fechadura,	vou	passar	algumas	recomendações</p><p>importantes	para	que	você	possa	adquirir	essa	ferragem	com	segurança:</p><p>•	O	peso	das	fechaduras	é	um	bom	indicador	de	que	você	tem	maquinário	mais</p><p>robusto	em	suas	mãos.</p><p>•	As	fechaduras	para	portas	de	madeira	são	encontradas	com	a	designação	de	45</p><p>e	55	mm,	mas	o	que	isso	significa?	Significa	que,	da	testa	da	fechadura	até	o</p><p>centro	do	eixo	que	gira	com	a	maçaneta,	são	essas	as	distâncias.	Então	como	eu</p><p>escolho,	engenheiro?	Simples,	as	fechaduras	de	55	mm	darão	a	você	mais</p><p>conforto	quando	for	abrir	a	porta,	pois	sua	mão	vai	girar	a	maçaneta	sem	ficar</p><p>roçando	no	batente	(normalmente	os	maquinários	de	55	mm	são	mais</p><p>resistentes).</p><p>•	As	fechaduras	empregadas	com	perfis	metálicos,	como	ferro	ou	alumínio,	têm</p><p>uma	caixa	com	profundidade	total	de	40	mm,	já	que	os	perfis	metálicos	são	mais</p><p>esbeltos,	porém	são	desconfortáveis	ao	manuseio.</p><p>•	As	maçanetas	das	fechaduras	são	encontradas	do	tipo	bola	(cilíndricas)	ou	de</p><p>alavanca,	sendo	estas	últimas	mais	confortáveis	para	o	manuseio	diário.	Evite	as</p><p>maçanetas	de	bola	e	as	de	alavanca	com	“quinas	vivas”,	pois	não	são</p><p>“amigáveis”	ao	manuseio.	Mas	tudo	é	questão	de	gosto	e	dizem	que	gosto	não	se</p><p>discute,	não	é	assim?</p><p>16.3.2.	Dobradiças</p><p>As	dobradiças	a	serem	empregadas	nas	suas	portas	e	janelas	precisam	ter</p><p>resistência	suficiente	para	suportar	o	peso	das	esquadrias.	O	número	de</p><p>dobradiças	está	diretamente	relacionado	com	a	sua	capacidade	de	suporte	de</p><p>carga:	por	exemplo,	uma	janela	de	madeira	com	1,10	m	de	altura,	geralmente</p><p>recebe	duas	dobradiças	por	folha.	Já	uma	porta	interna	semioca	recebe	três</p><p>dobradiças;	se	for	uma	porta	maciça,	com	2,50	m	de	altura,	demanda	quatro</p><p>dobradiças.</p><p>Fonte:	https://produto.mercadolivre.com.br. Fonte:	https://produto.mercadolivre.com.br.</p><p>Dobradiça	simples. Dobradiça	com	reforço	de	anéis.</p><p>Observe,	ainda,	que	existem	dobradiças	lisas	e	dobradiças	com	anel	de	reforço,</p><p>desenvolvidas	exatamente	para	suportarem	mais	carga.	É	preciso	atentar	para</p><p>isso	na	hora	da	aquisição	das	peças,	pois,	se	as	folhas	de	suas	portas	internas</p><p>forem	de	madeira	maciça,	você	deverá	utilizar	as	dobradiças	reforçadas.</p><p>As	duas	aletas	(partes	móveis)	das	dobradiças	precisam	ser	assentadas	com</p><p>rebaixo	no	batente	e	na	folha	da	porta	ou	janela.	É	importante	checar,</p><p>pois	já	vi</p><p>muito	marceneiro	fixando	as	dobradiças	sem	fazer	os	rebaixos.	Não	permita	que</p><p>isso	aconteça	em	sua	obra.	Como	já	disse	antes,	o	bom	marceneiro	trabalha	com</p><p>um	formão	bem	afiado,	ou	uma	máquina	tupia	manual,	e	faz	os	rebaixos	com</p><p>precisão	e	justeza.</p><p>O	conjunto	fechadura-maçaneta	geralmente	é	instalado	no	centro	da	porta;	ou</p><p>seja,	uma	folha	de	2,10	m	de	altura	receberá	o	centro	da	fechadura	a	1,05	m	do</p><p>piso	acabado.</p><p>Se	você	optou	por	instalar	pinos	de	segurança	na	porta,	recomendo,	para	o	seu</p><p>conforto,	que	o	primeiro	pino	fique	a	0,60	m	do	piso	acabado	e	que	o	segundo</p><p>fique	0,60	m	acima	da	fechadura.	Se	for	usar	fechadura	tetra,	além	da	fechadura</p><p>normal,	a	altura	pode	ser	0,30	m	acima	da	fechadura.</p><p>Você	vai	instalar	o	“olho	mágico”?	Recomendo	entre	1,50	e	1,60	m,	para	atender</p><p>tanto	as	pessoas	com	menor	estatura	quanto	os	“mais	avantajados”.</p><p>Nos	últimos	anos,	a	porta	principal	de	acesso	à	residência	foi	crescendo	em</p><p>altura	e	largura,	o	que	obrigou	o	mercado	a	desenvolver	ferragens	específicas</p><p>para	instalação.	Em	vez	de	dobradiças	convencionais,	são	empregadas</p><p>dobradiças	de	pino	pivotante.	As	portas,	em	vez	de	girarem	em	torno	dos	pinos</p><p>das	dobradiças,	giram	em	torno	de	pinos	pivotantes	fixados	no	piso	e	na	parte</p><p>superior	do	batente,	a	uma	distância	aproximada	de	10	a	15	cm	do	batente</p><p>vertical.	Esse	recurso	visa	diminuir	o	braço	de	alavanca	que	se	forma	nesse</p><p>conjunto	de	porta	e	ferragens.	Cabe	destacar	a	importância	de	se	fazer	a	escolha</p><p>certa	desses	pinos,	que	precisam	estar	dimensionados	mecanicamente	para</p><p>suportarem	o	peso	da	porta	(observe,	na	cartela	da	ferragem,	a	indicação	da</p><p>capacidade	de	peso	que	suporta	o	pino	a	ser	adquirido).</p><p>Fonte:	https://produto.mercadolivre.com.br.</p><p>Dobradiça	de	pino	pivotante.</p><p>1</p><p>7.	VIDRAÇARIA</p><p>Quando	a	vidraçaria	começa	a	entrar	na	obra,	é	sinal	de	que	ela	está	caminhando</p><p>para	o	seu	fim.	Até	esse	momento,	a	obra	está	com	os	vãos	abertos,	os	quais</p><p>deixam	entrar	muita	poeira,	dificultando	o	andamento	do	serviço	do	pintor.</p><p>Pois	bem!	Hoje	é	comum	a	aquisição	dos	vidros	na	mesma	compra	das</p><p>esquadrias,	principalmente	se	forem	de	alumínio	ou	de	PVC.	Isso	porque	ou	a</p><p>empresa	já	atua	nas	duas	áreas,	ou	tem	um	bom	parceiro,	e	a	compra	é	fechada</p><p>com	um	único	orçamento.	O	que	importa	mesmo	aqui	é	transmitir	a	você	um</p><p>pouco	de	conhecimento	para	auxiliá-lo	na	aquisição	dos	diversos	tipos	de	vidros.</p><p>Vamos	lá?</p><p>Fonte:	https://pxhere.com.</p><p>O	uso	de	vidros	permite	transparência,	mas	exige	limpeza!</p><p>17.1.	Vidro	comum</p><p>O	vidro	comum	praticamente	desapareceu	do	mercado	desde	que	foi,</p><p>paulatinamente,	substituído	pelo	vidro	cristal,	fabricado	com	alta	tecnologia,</p><p>pela	qual	se	obtém	perfeito	paralelismo	entre	as	duas	faces.	Na	prática,	isso</p><p>significa	que	não	haverá	distorção	das	imagens.</p><p>Os	vidros	comuns	podem	ser	classificados	de	duas	maneiras:</p><p>•	Vidro	comum	liso:	produzido	com	uma	mistura	de	areia	(sílica),	soda	(óxido	de</p><p>sódio),	cal	(óxido	de	cálcio)	e	óxido	de	alumínio;	tem	espessura	máxima</p><p>normalmente	de	4,0	mm	e	é	incolor.	Quando	você	olha	através	do	vidro	comum,</p><p>há	distorção	na	qualidade	da	imagem.</p><p>•	Vidro	comum	texturizado	ou	tipo	fantasia:	é	um	vidro	comum	estampado	em</p><p>uma	das	faces,	com	desenhos	que	dificultam	a	visualização	de	um	lado	para	o</p><p>outro;	dá	para	se	ver	apenas	o	“vulto”	do	que	está	em	movimento.	Os	mais</p><p>encontrados	são	o	martelado	e	o	miniboreal,	e	o	seu	emprego	ficou	muito	restrito</p><p>às	janelas	externas	dos	sanitários.</p><p>Quanto	à	fixação	dos	vidros	comuns	nas	esquadrias,	se	elas	forem	de	ferro,	ainda</p><p>é	tradição	que	ocorra	com	a	massa	de	vidraceiro	(material	ultrapassado,</p><p>substituído	pelo	silicone).	Essa	massa	vai	perdendo	a	maleabilidade	e,	com	o</p><p>tempo,	vai	ressecando,	se	partindo...	e	começa	a	se	soltar	do	vidro	e	da</p><p>esquadria.	Quando	o	emprego	do	vidro	comum	ocorrer	em	esquadrias	de</p><p>madeira,	sua	fixação	ocorre	com	baguetes	(filetes)	de	madeira,	sendo</p><p>recomendável	que	os	filetes	sejam	fixados	com	silicone	incolor,	para	evitar	a</p><p>penetração	de	água.</p><p>17.2.	Vidro	cristal</p><p>O	vidro	cristal	é	fabricado	da	mesma	forma	que	o	vidro	comum,	porém	com</p><p>composição	diferente,	visto	que	recebe	apenas	a	areia,	conhecida	como	sílica,	e</p><p>o	óxido	de	chumbo,	que	lhe	proporciona	mais	brilho	e	peso.	As	faces	do	vidro</p><p>cristal	são	perfeitamente	paralelas,	o	que	minimiza	a	distorção	da	imagem.</p><p>Fonte:	https://www.ferreiracosta.com.br.</p><p>Veneziana	de	vidro	cristal.</p><p>17.3.	Vidro	aramado</p><p>O	vidro	aramado	é	um	vidro	comum	que	recebe	malha	de	aço	no	seu	interior,	a</p><p>fim	de	aumentar	a	proteção	das	pessoas,	pois,	caso	quebre,	os	cacos	ficam	presos</p><p>no	arame.	Custa	mais	caro	e,	portanto,	é	pouco	empregado	nas	obras</p><p>residenciais.</p><p>É	ideal	para	uso	em	guarda-corpos,	escadas,	proteção	de	pergolados	etc.	Nas</p><p>esquadrias	de	madeira,	a	sua	fixação	se	dá	com	a	utilização	de	gaxetas	de</p><p>Neoprene.	Nas	esquadrias	de	ferro,	a	fixação	é	com	a	massa	de	vidraceiro	ou</p><p>silicone.	Esse	tipo	de	vidro	é	incolor,	mas	tem	tom	levemente	esverdeado	e	pode</p><p>funcionar	como	vidro	do	tipo	fantasia,	pois	a	luz	passa	e	a	imagem	é	distorcida.</p><p>Fonte:	https://www.espacovidro.com.br.</p><p>Vidro	aramado.</p><p>17.4.	Vidro	temperado</p><p>Como	o	próprio	nome	já	diz,	é	um	vidro	comum	que	passou	pelo	processo	de</p><p>têmpera,	pelo	qual	é	suspenso	por	pinças	que	o	seguram	para	que	entre	no	forno</p><p>em	alta	temperatura,	nele	permanecendo	por	determinado	tempo.	Ao	sair	do</p><p>forno,	o	vidro	passa	pelo	processo	de	resfriamento	lento,	estando,	assim,</p><p>concluída	a	têmpera	da	peça.</p><p>O	vidro	temperado	é	um	verdadeiro	diagrama	de	tensões	equilibradas.	Com	a</p><p>têmpera,	ou	seja,	aquecimento	gradativo	até	altas	temperaturas,	seguido	de	um</p><p>brusco	resfriamento,	são	criadas	tensões	elevadas	de	compressão	nas	zonas</p><p>superficiais	do	vidro,	e	altas	tensões	de	tração,	na	zona	central	deste.	Quando</p><p>algum	elemento	pontiagudo	ou	outro	esforço	anormal	se	choca	contra	o	vidro,</p><p>ocorre	o	desbalanceamento	desse	diagrama,	e	o	vidro	se	parte	em	centenas	ou</p><p>milhares	de	“caquinhos”.</p><p>As	peças	de	vidro	recebem	os	furos	e	os	cortes	ainda	quando	são	vidros	cristal;</p><p>somente	depois	que	todos	os	furos	e	cortes	são	feitos	é	que	as	peças	podem	ser</p><p>colocadas	no	forno	de	têmpera.</p><p>Fonte:	https://produto.mercadolivre.com.br.</p><p>Vidro	temperado.</p><p>O	vidro	temperado,	pela	sua	resistência,	permite	que	o	fechamento	do	vão	seja</p><p>estruturado	apenas	com	ferragens	específicas	para	fixação,	sem	ser	necessária	a</p><p>utilização	de	perfis	metálicos	de	contorno.</p><p>No	caso	de	fechamento	de	grandes	vãos,	com	ou	sem	esquadrias	de	alumínio	e</p><p>de	madeira,	é	comum	o	uso	do	vidro	temperado	em	vez	do	vidro	cristal,	pois,	em</p><p>caso	de	impactos,	o	vidro	temperado	se	estilhaça	em	pequenos	cacos,</p><p>minimizando	o	risco	de	acidentes	graves.	Pela	beleza	e	leveza	que	o	vidro</p><p>temperado	incolor	proporciona,	ele	é	amplamente	utilizado	nos	fechamentos	de</p><p>ambientes,	como	salas,	áreas	gourmet,	varandas,	sacadas	etc.</p><p>Outro	uso	do	vidro	temperado	é	na	fabricação	dos	boxes	de	banheiro,	uma	vez</p><p>que	eventual	quebra	de	uma	folha	do	vidro	não	causará	grandes	danos	em	quem</p><p>estiver	no	banho	(ou	saindo	dele).</p><p>17.5.	Vidro	laminado</p><p>O	vidro	laminado,	explicando	com	simplicidade,	é	como	se	fosse	um</p><p>“sanduíche”	de	dois	vidros	-	comum,	cristal	ou	temperado	-	com	um	ou	mais</p><p>filmes	plásticos	denominados	PVB.	Esse	material	é	prensado	e	se	transforma	em</p><p>uma	única	peça.</p><p>Recomenda-se	o	uso	do	vidro	laminado	em	guarda-corpos,	no	fechamento	de</p><p>sacada,	entre	os	corrimãos	de	escadas,	ou	seja,	onde	o	risco	de	uma	possível</p><p>quebra	será	minimizado	pelo	simples	fato	de	que	as	partículas	dos	vidros	ficarão</p><p>presas	a	essa	lâmina	PVB.</p><p>O	uso	do	vidro	laminado	ou	vidro	temperado	na	construção	civil	obedece	a</p><p>normas	técnicas	que	consideram	a	segurança	e	a	minimização	de	acidentes.</p><p>Ainda	nos	casos	em	que	não	é	obrigatório	o	uso	do	vidro	laminado,	cabe	avaliar</p><p>a	sua	aquisição	ou	a	do	vidro	temperado,	em	função	da	segurança	que	eles</p><p>proporcionam.</p><p>Exemplo	clássico	de	vidro	laminado	no	nosso	dia	a	dia	são	os	vidros	dos</p><p>veículos	automotores.	Observe	que,	quando	ocorrem	os	acidentes	de	alto</p><p>impacto,	o	vidro	se	estilhaça,	mas	as	partículas	ficam</p><p>presas	ao	filme,	evitando,</p><p>assim,	que	possam	provocar	cortes	graves	e	profundos.</p><p>Fonte:	https://produto.mercadolivre.com.br.</p><p>Vidro	laminado:	com	película	intermediária	que	segura	os	estilhaços.</p><p>17.6.	Vidro	especial	à	prova	de	bala	ou	vidro	de</p><p>segurança	blindado</p><p>Como	o	próprio	nome	sugere,	esse	tipo	de	vidro	foi	desenvolvido	com	alta</p><p>tecnologia	para	suportar	grandes	e	sucessivos	impactos.	É	um	verdadeiro</p><p>sanduíche	com	várias	lâminas	de	vidro	intercaladas	com	películas	de	alta</p><p>resistência	ao	impacto.</p><p>Na	fabricação	desse	vidro	especial,	também	chamado	de	balístico,	é	utilizado	um</p><p>processo	de	calor	e	pressão	que	reúne	camadas	intercaladas	de	vidro	com	outros</p><p>materiais	(PVB,	resina,	poliuretano,	policarbonato)	para	conferir	mais	resistência</p><p>ao	material	contra	arranhões	e	riscos,	bem	como	para	amortecer	o	impacto	de</p><p>projéteis	ou	outros	objetos	jogados	contra	o	vidro.	A	espessura	e	a	quantidade	de</p><p>lâminas	de	materiais	são	variáveis	conforme	o	nível	de	proteção	desejada.</p><p>Esse	vidro	é	usado	em	automóveis,	veículos	de	transporte	de	valores,	tesourarias</p><p>de	bancos	e,	caso	necessário,	em	guaritas	e	outros	ambientes.	Tem	custo	bastante</p><p>elevado	e	seu	uso	pressupõe	necessidade	de	segurança	máxima.</p><p>Fonte:	https://www.folhape.com.br.</p><p>Vidro	blindado	à	prova	de	bala.</p><p>17.7.	Acabamentos	da	vidraçaria</p><p>Vou,	a	partir	de	agora,	apresentar	a	você	alguns	dos	aspectos	de	acabamentos	da</p><p>vidraçaria:</p><p>•	Vidro	incolor:	o	nome	já	diz	tudo;	é	o	vidro	que	permite	a	passagem	da	luz	na</p><p>sua	quase	totalidade.</p><p>•	Vidro	fosco	ou	jateado:	tem	a	finalidade	de	“cortar”	a	visão	de	um	lado	para	o</p><p>outro;	é	utilizado	quando	se	quer	privacidade	em	determinado	ambiente,	mas</p><p>com	passagem	de	luz	difusa.</p><p>•	Vidro	texturizado	ou	tipo	fantasia:	pontilhado,	martelado,	ondulado,	boleado	–</p><p>já	falei	sobre	ele,	possui	as	mesmas	características	no	tocante	à	visibilidade,</p><p>criando	privacidade	com	opacidade	e	passagem	de	luz.</p><p>•	Vidro	colorido:	é	o	vidro	que	recebe	corantes	na	sua	composição;	explora	o</p><p>lado	estético.</p><p>•	Vidro	refletivo	ou	espelhado:	como	o	nome	sugere,	possui	características</p><p>especiais	de	fabricação	que	permitem	controlar	a	passagem	de	raios	solares,</p><p>filtrando	e	refletindo	a	luz	de	forma	a	minimizar	o	calor	na	parte	interna	do</p><p>ambiente,	protegendo	da	passagem	de	raios	ultravioletas	(UV),	controlando	a</p><p>luminosidade,	e	até	aumentando	a	privacidade	-	uma	vez	que	a	visão	do</p><p>ambiente	externo	é	refletida	na	superfície	do	vidro	como	um	espelho,	durante	o</p><p>dia,	mas	à	noite	é	necessário	o	uso	de	persianas	ou	cortinas,	para	mais</p><p>privacidade	interna	do	ambiente.	O	uso	desse	tipo	de	vidro	contribui	na	redução</p><p>do	consumo	de	energia	elétrica,	já	que	reduz	a	temperatura	interna	do	ambiente</p><p>sem	bloquear	a	luminosidade.</p><p>•	Vidro	duplo	ou	insulado:	esse	tipo	de	vidro	permite	a	combinação	de	duas</p><p>lâminas	de	vidros	com	diferentes	propriedades	(temperado	e	laminado,	por</p><p>exemplo),	separadas	por	um	colchão	de	ar	hermeticamente	fechado	em	toda	a</p><p>periferia.	Essa	combinação	de	vidros	mais	o	colchão	de	ar	permitem	vantagens</p><p>termoacústicas,	ou	seja,	além	do	controle	do	calor,	reduz	o	barulho	de	um</p><p>ambiente	para	o	outro,	interna	ou	externamente.	Também	permite	a	utilização	de</p><p>persianas	entre	as	lâminas	de	vidro,	propiciando	privacidade.</p><p>17.8.	Blocos	ou	tijolos	de	vidro:	cobogós	e	lanternins</p><p>Também	se	inserem	no	item	vidraçaria	os	blocos	ou	tijolos	de	vidro	e	seus</p><p>similares	(cobogós,	lanternins	etc.),	os	quais	existem	há	mais	de	cem	anos	no</p><p>mercado	da	construção	civil,	tendo	se	consolidado	nas	décadas	de	1920	a	1940,</p><p>por	serem	isolantes	térmicos,	acústicos	e	translúcidos.	No	início,	nosso	mercado</p><p>era	abastecido	com	peças	importadas,	com	preços	elevados,	e	o	seu	emprego</p><p>proporcionava	ar	“elitista”	e	sofisticado	às	obras,	sendo	acessível	somente	aos</p><p>mais	afortunados.</p><p>Fonte:	arquivo	pessoal. Fonte:	https://produto.mercadolivre.com.br.</p><p>Parede	divisória	executada	com	blocos	(tijolos)	de	vidro.</p><p>Oscar	Niemeyer,	arquiteto	renomado	que	muito	colaborou	no	desenvolvimento</p><p>da	arquitetura	moderna	na	década	de	60,	foi	um	dos	precursores	no	emprego	dos</p><p>blocos	de	vidro,	usando-os	em	muitas	de	suas	obras,	muitas	das	quais	de	uso</p><p>público.</p><p>Os	tijolos	ou	blocos	de	vidro,	somente	a	título	de	conhecimento,	são	produzidos</p><p>com	uma	mistura	-	rigorosamente	controlada	por	computador	-	de	pedaços	de</p><p>vidros	reciclados,	areia,	calcário	e	carbonato	de	sódio.	Essa	mistura	vai	ao	forno</p><p>a	uma	temperatura	aproximada	de	1.500	graus	centígrados,	transformando-se</p><p>numa	pasta	de	vidro	moldada	em	formas	que	passam	por	várias	etapas	no</p><p>processo	de	fabricação.</p><p>Atualmente	popularizados	e	de	custo	bastante	acessível,	os	tijolos	ou	blocos	de</p><p>vidro	nos	fornecem	boas	opções	para	usos	comerciais	e	residenciais.</p><p>Fonte:	https://produto.mercadolivre.com.br.</p><p>Cobogós	(elementos	vazados)	de	vidro.</p><p>O	assentamento	dos	tijolos	ou	blocos	de	vidro	ocorre	com	argamassa	especial</p><p>para	vidro,	que	permite	mais	elasticidade.	O	espaçamento	entre	as	peças	é</p><p>garantido	com	o	emprego	de	espaçadores	de	plástico	indicados	pelos	fabricantes.</p><p>A	própria	argamassa	de	assentamento	já	é	a	argamassa	do	rejunte,	que	deve	ser</p><p>limpa	à	medida	que	as	peças	forem	assentadas.</p><p>Quando	se	tratar	do	uso	dos	tijolos	ou	blocos	em	painéis	divisórios	altos,</p><p>recomenda-se	o	reforço	com	barras	de	aço	CA-60	(barras	lisas)	entre	as</p><p>camadas,	de	forma	a	estruturar	bem	o	painel.</p><p>Fonte:	https://produto.mercadolivre.com.br.</p><p>Suporte	plástico	para	fixar	bloco	de	vidro	na	laje.</p><p>Você	também	pode	empregar	os	blocos	de	vidro	nos	tetos,	com	o	objetivo	de</p><p>trazer	iluminação	natural	para	o	ambiente.	Hoje	existem	no	mercado	formas</p><p>plásticas	que	substituem	as	lajotas	empregadas	na	construção	das	lajes	pré-</p><p>moldadas,	onde	os	tijolos	se	encaixam	com	perfeição,	cobrindo	o	ambiente,</p><p>mantendo-o	iluminado	e	evitando	entrada	de	água	de	chuva.</p><p>A	vidraçaria	permite	a	você	e	ao	profissional	de	arquitetura	formarem	uma</p><p>“mente	mestra”,	a	fim	de	explorar	as	belezas	que	esse	item	pode	trazer	para	a	sua</p><p>obra.	Não	existem	limites,	acredite!</p><p>18.	PINTURA</p><p>Aqui	está	um	dos	itens	preferidos	por	quem	“abraça”	a	tarefa	gloriosa	de</p><p>acompanhar	a	construção	de	sua	própria	casa.	Digo	“gloriosa”	porque	é	isto</p><p>mesmo:	existe	coisa	melhor	do	que	materializar	o	seu	sonho	de	anos	e	anos?	Se</p><p>existir,	eu	ainda	não	conheço	e	é	por	isso	que	sou	apaixonado	pelo	meu	trabalho.</p><p>É	como	fazer	roupa	sob	medida,	afinal	só	você	tem	o	corpo	que	tem;	só	você</p><p>sabe	o	que	lhe	cai	bem;	só	você	sabe	qual	o	“pespontado”	que	lhe	agrada	mais	e</p><p>isso	o	mercado	não	tem	nas	prateleiras.	Você	pode	até	“se	encaixar”	em	meia</p><p>dúzia	de	exigências	comuns	no	mercado,	mas,	em	outras	duas	ou	três,	não</p><p>consegue,	porque	você	é	único!</p><p>Fonte:	arquivo	pessoal.</p><p>Com	calma,	logo	você	chegará	aqui	...	sua	casa	prontinha.</p><p>18.1.	A	importância	das	cores</p><p>Quem	nunca	se	sentiu	cansado	durante	uma	viagem	de	carro,	parou	no	posto	de</p><p>conveniência,	tomou	um	cafezinho	ou	bebeu	uma	Coca-Cola	para	despertar?</p><p>Será	que	você	observou	a	cor	escolhida	pela	lanchonete?	Se	não,	da	próxima</p><p>vez,	note	a	presença	do	vermelho	ou	do	laranja,	cores	que	simbolizam	excitação,</p><p>coragem,	juventude	e	confiança.	Não	tem	como	não	sair	de	lá	cheio	de	energia,</p><p>pisando	fundo	no	acelerador	para	voltar	mais	cedo	para	casa.</p><p>Pois	bem,	vou	lhe	repassar	uma	imagem	que	retrata	a	psicologia	das	cores,	para</p><p>ajudá-lo	na	hora	da	pintura	dos	cômodos	de	sua	casa.	Observe	as	emoções	e</p><p>sentimentos	afetos	a	cada	cor:</p><p>Fonte:	www.flickr.com.</p><p>Psicologia	das	cores.</p><p>Bom,	ciente	das	cores	e	dos	seus	significados,	você	não	precisa	sair	por	aí</p><p>fazendo	um	arco-íris	nos	ambientes	de	sua	casa,	viu?	Agora	vou	passar	algumas</p><p>informações	relevantes	sobre	pintura.</p><p>18.2.	Pintura:	etapas	e	tipos</p><p>A	pintura,	independentemente	do	material	a	ser	trabalhado,	possui	várias	etapas</p><p>que	devem	ser	seguidas,	tais	como:</p><p>•	Limpeza	da	superfície	a	ser	trabalhada.</p><p>•	Aplicação	de	fundo	de	preparação,	que	tem	por	finalidade	selar	a	superfície	e</p><p>criar	ancoragem	para	a	tinta	ou	verniz	escolhido.	Sua	aplicação	resulta	em</p><p>economia	no	consumo	de	tinta.</p><p>•	Aplicação	de	massa	de</p><p>correção,	que	confere	uma	superfície	mais	lisa	às	áreas</p><p>a	serem	pintadas.	Uma	vez	aplicada	essa	massa,	espera-se	o	tempo	de	secagem</p><p>para	proceder	ao	lixamento,	aplicando-se	de	nova	demão	da	massa,	e	assim</p><p>sucessivamente,	até	se	atingir	o	acabamento	desejado.</p><p>18.2.1.	Pintura	com	verniz</p><p>Em	geral,	os	vernizes	são	destinados	para	tratamento	final	em	madeiras,	mas</p><p>você	poderá	encontrar	esse	acabamento	aplicado,	por	exemplo,	sobre	superfície</p><p>de	ferro	ou	aço.</p><p>Os	primeiros	cuidados	antes	da	a	pintura	com	verniz	é	a	limpeza	da	área,	seguida</p><p>de	aplicação	de	selador	de	nitrocelulose.	A	aplicação	do	selador	em	superfícies</p><p>de	madeira,	de	modo	geral,	fará	com	que	suas	fibras	externas	fiquem	eriçadas	e</p><p>endurecidas.	Passa-se,	então,	a	lixa	(em	geral	nº	120	ou	150),	a	fim	de	aparar</p><p>essas	cerdas	e,	em	seguida,	espana-se	toda	a	área,	identificando-se	os	defeitos</p><p>visíveis	para	fazer	a	correção	com	pasta	do	pó	da	madeira	acrescida	de	selador.</p><p>Secou,	lixa-se	novamente,	aplicando	nova	selagem.	Com	a	área	selada	e</p><p>espanada,	inicia-se	a	aplicação	do	verniz.</p><p>A	aplicação	do	verniz	poderá	ocorrer	de	várias	maneiras:	com	pincel	ou	com</p><p>rolo	específico	para	verniz;	com	pistola	ou	até	por	imersão	-	que	não	é	o	caso</p><p>para	uma	residência.</p><p>Fonte:	arquivo	pessoal.</p><p>Esquadria	de	madeira	com	verniz.</p><p>Qualquer	que	seja	o	modo	de	aplicação,	deixa-se	secar	o	verniz	pelo	tempo</p><p>recomendado	pelo	fabricante	e	atentando	para	as	condições	atmosféricas	do</p><p>local.	Lixa-se	novamente	com	graduação	de	lixa	mais	fina	(normalmente	180	ou</p><p>200),	espanando-se	a	superfície	e	aplicando	nova	demão	do	verniz.	Se	você</p><p>obteve	a	superfície	desejada,	agora	é	só	“correr	para	o	abraço”.</p><p>Esse	tratamento	será	dispensado	às	esquadrias	de	madeira	(janelas,	portas,</p><p>batentes,	guarnições),	aos	lambris	e	aos	corrimãos	de	madeira.	É	sempre	bom</p><p>lembrar	que	depois	de	envernizadas,	as	peças	devem	receber	“um	carinho</p><p>especial”	de	todo	o	pessoal	do	canteiro	de	obras.	Recomendo	que	as	peças</p><p>envernizadas	devem	ser	“empapeladas”	e	protegidas.</p><p>Aquelas	esquadrias	de	madeira	que	vieram	no	sistema	tradicional,	ou	seja,</p><p>batentes,	guarnições	e	folhas	comprados	separadamente	e	montados	no	local	da</p><p>obra,	precisam	de	mais	alguns	cuidados	especiais	no	tocante	à	pintura:</p><p>•	Os	batentes	de	madeira	têm	que	ser	protegidos	contra	impactos	de	ferramentas</p><p>e	materiais,	devendo	chegar	à	obra	já	com	uma	demão	de	selador	de</p><p>nitrocelulose.	Se	não	chegaram	assim,	chame	o	seu	pintor	para	aplicar	o	selador</p><p>antes	de	o	pedreiro	fazer	o	assentamento	das	peças.</p><p>•	A	argamassa	de	assentamento	dos	batentes	“queima”	a	madeira;	por	mais</p><p>cuidadoso	que	o	pedreiro	seja,	limpando	as	peças	logo	em	seguida	ao</p><p>assentamento,	o	cimento	mancha	as	peças	-	daí	o	motivo	de	selá-las	de	forma	a</p><p>minorar	os	danos.</p><p>•	O	pintor	deve,	então,	aplicar	uma	demão,	com	pincel,	de	sal	azedo,	que	é	o</p><p>ácido	oxálico,	produto	normalmente	fornecido	em	forma	líquida,	mas	também</p><p>encontrado	em	forma	de	pó.	Ele	remove	as	manchas	provocadas	pelo	cimento,</p><p>além	das	manchas	de	ferrugem	provocadas	por	pregos;	e,	no	caso	de	repintura	de</p><p>portas	queimadas	pelo	sol,	remove	a	oxidação	da	madeira.	Os	pintores	que	não</p><p>conhecem	o	produto	lixam,	lixam...	e	as	manchas	continuam.	Coloque	sal	azedo</p><p>nas	mãos	desses	homens	para	acabar	com	esse	problema,	ok?</p><p>•	O	pintor	também	deve	proteger,	com	selador	e	verniz,	a	parte	de	cima	e	a	de</p><p>baixo	da	folha	da	porta,	caso	contrário,	qualquer	gota	de	água	na	hora	da</p><p>lavagem	do	piso	inicia	o	processo	de	deterioração	da	porta.	Lembre-se	de	que	as</p><p>folhas	das	portas	internas	são	semiocas	e	frágeis,	daí	a	importância	de	estarem</p><p>seladas	e	envernizadas	para	protegê-las	de	limpezas	feitas	de	forma	mais</p><p>“estabanada”.	Oriente	assim:	se	a	folha	da	porta	for	molhada,	deve	ser	secada</p><p>imediatamente	com	pano	seco.</p><p>•	Todas	as	peças	das	fechaduras	(máquina,	maçanetas,	parafusos,	chaves)	devem</p><p>ser	guardadas	pelo	pintor	em	uma	caixa,	a	fim	de	evitar	perdas.	Recomendo	que</p><p>tudo	seja	guardado	em	ambiente	seguro.</p><p>•	O	pintor	não	deve	remover	as	folhas	de	portas	de	uma	só	vez,	pois	algumas</p><p>delas	podem	ficar	soltas,	mal	acondicionadas	e,	quando	forem	instaladas</p><p>novamente,	não	fecharão	mais	com	a	precisão	que	o	marceneiro	obteve	na</p><p>colocação	inicial.</p><p>Esses	são	alguns	cuidados	a	serem	observados	pelo	pintor.	Ainda	tenho	que	falar</p><p>um	pouco	sobre	os	kits	de	portas	prontas,	os	quais	se	popularizaram	bastante,	o</p><p>que,	de	certa	forma,	facilitou	muito	a	vida	do	engenheiro	responsável	pela	obra.</p><p>Destaco	a	importância	de	se	observar,	com	muita	atenção,	o	momento	certo	de</p><p>levar	a	equipe	técnica	para	fixar	o	kit,	uma	vez	que	o	verniz	ou	a	tinta	foram</p><p>feitos	em	estufas,	com	perfeição	difícil	de	ser	alcançada	na	obra.	E	o	que	fazer</p><p>então,	engenheiro?	Sabendo	que	todo	cuidado	com	as	portas	daqui	para	a	frente</p><p>ainda	será	pouco,	o	trânsito	por	elas	deve	ser	restrito.	Minha	sugestão	é:	passe	a</p><p>chave,	dificulte	ao	extremo	o	trânsito	de	quem	quer	que	seja.	Daí	a	necessidade</p><p>de	observar	se	realmente	a	obra	já	tem	condições	para	liberar	a	instalação	dessas</p><p>esquadrias.</p><p>Veja	que	interessante:	é	importante	que	as	portas	estejam	prontas	antes	da</p><p>instalação	dos	boxes	e	espelhos	dos	banheiros,	certo?	Pois	bem,	esse	é	um</p><p>momento	importante	para	se	cuidar	das	portas	na	passagem	da	vidraçaria.	Saiba</p><p>que,	depois	de	danificadas	as	peças,	ninguém	sabe	quem	foi:	eu	não	fui,	eu</p><p>também	não	fui...	é	só	o	que	se	ouve,	e	o	pintor	vai	ter	que	dar	seus	“pulos”	para</p><p>reparar	da	melhor	forma	possível.	Entendido?	Então	vamos	em	frente	que	ainda</p><p>tem	muita	“conversa	pra	gente	prosear”.</p><p>18.2.2.	Pintura	com	tinta:	paredes	e	tetos</p><p>Fonte:	arquivo	pessoal.</p><p>Pintura	interna	:	o	sonho	vai	se	transformando	em	realidade...</p><p>As	paredes	e	tetos,	na	sua	maioria,	recebem	tratamento	especial	prévio	com</p><p>aplicação	do	selador	acrílico,	aplicação	de	massa	corrida	e,	por	último,	a	tinta</p><p>escolhida.</p><p>Há	regiões	do	país	em	que	os	profissionais	aplicam	primeiro	uma	demão	do</p><p>selador	comum	ou	acrílico,	mas,	em	outras	regiões,	os	profissionais	vão	direto</p><p>para	a	aplicação	da	massa,	sendo	que	as	“paredes	virgens”	(sem	pintura	anterior)</p><p>têm	mais	aderência	para	as	massas.</p><p>Para	as	paredes	e	tetos	internos,	a	massa	empregada	é	a	comum,	que	precisa	ser</p><p>macia	e	deslizar	na	hora	da	aplicação.	Converse	com	o	seu	pintor,	pois	cada	um</p><p>tem	a	sua	preferência	de	marca,	mas	a	massa	deve	ser	escolhida	pela	qualidade	e</p><p>pelo	preço.</p><p>O	que	acontece	na	prática	é	o	seguinte:	tem	massas	que	são	duras	e	dificultam</p><p>muito	na	hora	de	lixar;	sendo	assim,	a	massa	macia	ajuda	no	desempenho	da</p><p>equipe	e	todos	ganham.</p><p>Agora	vou	repassar	algumas	recomendações	importantes:</p><p>•	As	paredes	precisam	estar	limpas,	isentas	de	manchas,	gorduras	etc.	e,	quando</p><p>o	pintor	iniciar	a	aplicação	da	massa,	ele	deve	deixar	uma	faixa	sem	aplicação,</p><p>no	teto,	para	permitir	a	colagem	das	molduras	de	gesso,	se	for	o	caso.	Também</p><p>deve	deixar,	junto	ao	piso,	uma	segunda	faixa	sem	aplicação	de	massa,	para</p><p>fixação	dos	rodapés.	Não	se	aplica	moldura	nem	rodapés	sobre	massa	corrida,</p><p>entendeu?	Então	é	importante	que	os	pintores	saibam	qual	será	a	altura	das</p><p>molduras	e	a	altura	dos	rodapés.</p><p>•	O	ideal	é	que	os	gesseiros	entrem	na	obra	e	executem	seus	serviços	antes	dos</p><p>pintores,	mas	não	é	incomum	encontrarmos	equipes	de	pintores	entrando	antes,</p><p>ou	porque	acabaram	a	última	obra	ou	porque	a	equipe	dos	gesseiros	está</p><p>concluindo	uma	antes	de	iniciar	com	a	sua	obra.	O	seu	RT	tem	condições	de</p><p>planejar	isso	e	obter	os	melhores	resultados.</p><p>•	Se	o	seu	teto	for	de	laje,	massa	nele;	mas,	se	for	de	gesso,	primeiro	se	aplica	o</p><p>sela-gesso	para	fechar	os	poros	das	peças.	Feito	isso,	é	hora	de	a	massa	ser</p><p>espalhada,	lixada	e	corrigida,	para	depois	se	iniciar	a	aplicação	da	tinta,	que</p><p>poderá	ser	látex	de	PVA,	com	acabamento	fosco,	ou	tinta	acrílica	também	com</p><p>acabamento	fosco.	E	por	quê?	Porque	toda	pintura	fosca	“mostra”	menos	as</p><p>imperfeições.</p><p>•	Todas	as	bases	das	tomadas	e	interruptores,	nunca	é	demais	ressaltar,	devem	ser</p><p>soltas	das	paredes	antes	de	se	iniciar	a	aplicação	da	massa.	O	ideal	é	que	os</p><p>eletricistas	só	iniciem	as	instalações	dessas	peças	quando	a</p><p>pintura	estiver</p><p>adiantada,	com	pelo	menos	uma	demão	de	tinta,	ou	seja,	preferencialmente</p><p>quando	não	haja	mais	aquela	poeira	da	massa	lixada.</p><p>•	Os	pintores	só	poderão	iniciar	o	processo	de	lixar	a	massa	depois	que	os</p><p>quadros	de	força	e	luz	forem	completamente	lacrados,	pois	a	poeira	prejudica</p><p>muito	o	funcionamento	dos	disjuntores	e	DRs	(dispositivos	de	proteção	residual</p><p>contra	descargas	elétricas).	Essa	proteção	só	poderá	ser	removida	depois	de</p><p>finalizada	a	pintura.</p><p>•	A	pintura	interna	só	deve	ocorrer	quando	os	batentes	já	estiverem	assentados.</p><p>Observe	que	estou	falando	aqui	das	esquadrias	assentadas	da	maneira	tradicional</p><p>(não	do	kit	pronto),	dessa	forma	os	pintores	conseguem	fazer	perfeito</p><p>nivelamento	do	emassamento	e	da	pintura	com	as	superfícies	dos	batentes,</p><p>permitindo	boa	fixação	das	guarnições.</p><p>18.2.3.	Pintura	com	tinta:	superfícies	de	madeira</p><p>As	esquadrias,	assim	como	os	revestimentos	de	madeira,	exigem	a	aplicação	do</p><p>fundo	preparador	ou	fundo	branco	-	como	alguns	fabricantes	denominam	-,	o</p><p>qual,	além	de	fechar	os	poros	abertos	da	madeira,	aglutina	as	farpas,	aqueles</p><p>“pelinhos”	da	madeira.</p><p>Uma	vez	aplicado	o	fundo,	espera-se	secar	para	o	pintor	começar	a	lixar.	É</p><p>importante	dizer	que	cada	material	exige	lixa	específica:	a	madeira	não	deve	ser</p><p>lixada	com	lixa	para	ferro	ou	massa	e	vice-versa.</p><p>Após	espanar-se	a	peça	ou	superfície,	então	é	iniciada	a	aplicação	da	massa</p><p>niveladora	para	madeira.	Hoje	encontramos	a	massa	niveladora	de	base	acrílica	e</p><p>a	massa	de	fundo	a	óleo,	sendo	esta	última	conhecida	como	massa	de	ponsar,	que</p><p>demora	muito	a	secar,	tornando	a	produtividade	bem	baixa,	o	que	tem	levado	os</p><p>profissionais	a	abandonarem	o	seu	uso.	Lixa-se,	analisa-se	o	estado	da	peça,</p><p>corrigindo-se	com	nova	demão	de	massa,	espera-se	secar,	e	assim</p><p>sucessivamente,	até	a	obtenção	da	superfície	bem-acabada.</p><p>A	partir	desse	processo	detalhado,	a	peça	ou	superfície	está	pronta	para	receber	a</p><p>pintura	final.	A	pintura	com	pistola	propicia	sempre	melhor	qualidade	do	que	a</p><p>aplicação	com	rolo	de	lã	de	carneiro	ou	lã	acrílica,	sendo	ainda	melhor	do	que	a</p><p>pintura	aplicada	com	pincel.</p><p>A	aplicação	da	tinta	segue	a	mesma	sequência	da	massa:	uma	vez	seca,	procede-</p><p>se	ao	lixamento	com	a	lixa	fina,	espana-se	e	aplica-se	nova	demão	de	tinta;</p><p>analisa-se,	corrigem-se	os	defeitos	com	a	massa	e	parte-se	para	a	terceira</p><p>demão...	e	assim	vai	até	a	obtenção	de	um	perfeito	acabamento.</p><p>Fonte:	arquivo	pessoal.</p><p>Esquadrias	de	madeira	com	proteção	e	pintura	adequadas.</p><p>18.2.4.	Pintura	com	tinta:	superfícies	metálicas</p><p>As	esquadrias	de	ferro	ou	aço	precisam	de	tratamento	especial	antes	de	ser</p><p>iniciado	o	processo	de	pintura,	e	especial	atenção	deve	ser	dispensada	à	limpeza</p><p>das	peças,	com	o	uso	de	desengraxante,	buchas	e	lixas.	Somente	depois	de</p><p>limpas,	isentas	de	impurezas	e	secas,	começa-se	o	tratamento	de	base.</p><p>As	esquadrias	devem	receber	atenção	quanto	à	eliminação	de	eventuais	pontos</p><p>de	ferrugem.	Para	isso,	você	encontra	facilmente	no	mercado	um	fosfatizante	-</p><p>material	que,	aplicado	com	pincel	sobre	a	ferrugem,	inicia	o	processo	de	limpeza</p><p>da	superfície,	desoxidando	e	protegendo	o	local.	Um	dia	ou	dois	após	aplicado	o</p><p>fosfatizante,	forma-se	um	pó	branco	no	local	da	ferrugem,	que	deve	ser</p><p>removido	com	escova	de	aço,	sem	lixar.	A	“mancha	preta”	então	criada	será</p><p>proteção	do	aço	ou	ferro,	que	estará	pronto	para	receber	a	aplicação	do	fundo	de</p><p>cromato	de	zinco	ou	de	zarcão	universal,	em	demão	bem	fechada,</p><p>preferencialmente	com	pistola.</p><p>Se	a	aplicação	apresentar	falhas,	faz-se	a	correção	com	segunda	demão	desse</p><p>fundo.	É	importante	dizer	que	existem	outros	tipos	de	fundos	que	entraram	no</p><p>mercado	nos	últimos	anos.	Estude	com	o	seu	pintor	e	com	o	RT	qual	a	melhor</p><p>opção.</p><p>Se	a	sua	obra	estiver	localizada	em	região	litorânea	ou	em	praça	com	ar	muito</p><p>“agressivo”,	como	Cubatão,	por	exemplo,	recomendo	que	as	esquadrias	ou	peças</p><p>metálicas	recebam	tratamento	de	galvanização.</p><p>Quando	você	for	comprar	os	materiais	com	o	serralheiro,	ressalte	o	seu	desejo	de</p><p>que	essas	peças	passem	pela	galvanização,	pois	esse	processo	cria	uma	camada</p><p>especial	de	zinco	sobre	o	ferro	ou	aço,	impedindo	o	contato	direto	com	as</p><p>intempéries	do	ambiente	externo,	protegendo	o	material.	O	aspecto	final	fica</p><p>similar	ao	de	uma	peça	de	alumínio.</p><p>Mesmo	galvanizadas,	as	peças	devem	passar	pelo	processo	de	limpeza	e</p><p>secagem,	sendo	feitas	as	correções	com	o	fosfatizante.	Se	ainda	restar	algum</p><p>ponto	de	ferrugem,	o	fundo	específico	para	esse	tipo	de	superfície	chama-se</p><p>fundo	para	galvanizado,	como	o	Super	Galvite,	da	Sherwin	Willians,	ou	o</p><p>Galvacryl,	da	Renner.	Não	deve	ser	aplicado	zarcão	nem	cromato	de	zinco,	pois</p><p>eles	não	foram	desenvolvidos	para	superfícies	galvanizadas.</p><p>Se	as	peças	apresentarem	algum	defeito	ou	imperfeições	na	solda,	faz-se	a</p><p>correção	com	massa	plástica	específica	para	ferro	ou	aço.	Aplica-se	a	lixa	para</p><p>ferro	quando	a	massa	estiver	seca	e,	se	a	peça	ou	a	superfície	estiver	perfeita,	é</p><p>só	espanar	e	seguir	para	a	aplicação	da	tinta	definitiva.</p><p>As	esquadrias	de	ferro	apresentam	boa	aparência	quando	pintadas	com	pistola.</p><p>Esquadrias	externas	(expostas	ao	ar	livre	e	às	intempéries)	devem	receber	tinta</p><p>de	esmalte	sintético,	que	proporciona	melhor	resistência	aos	raios	solares,	com	o</p><p>acabamento	brilhante	ou	fosco	à	sua	escolha.	Você	encontrará	diversos	produtos</p><p>no	mercado,	como	as	tintas	automotivas	duco,	à	base	de	laca	de	nitrocelulose,</p><p>produzindo	excelente	acabamento.</p><p>Por	fim,	não	se	faz	pintura	em	alumínio	natural	nas	obras,	pois	esta	deve	ser	feita</p><p>em	processo	e	local	específicos,	sendo	comum	encontrar,	no	mercado,	empresas</p><p>de	pequeno	porte	que	adquiriram	máquina	para	essa	finalidade.	Eu	prefiro	os</p><p>perfis	pintados	em	indústria	especializada	nesse	tipo	de	pintura.</p><p>18.2.5.	Pintura	tipo	textura</p><p>Essa	é	uma	área	que	passa	por	constantes	mudanças	e	novos	produtos	são</p><p>desenvolvidos	e	ofertados	pela	indústria	da	construção	civil.	Realmente,</p><p>momentos	há	em	que	você	não	sabe	exatamente	se	está	fazendo	uma	pintura	ou</p><p>se	está	aplicando	revestimento,	tamanha	é	a	diversidade	de	produtos	encontrada</p><p>no	mercado.	Vou	detalhar	um	pouquinho	mais:</p><p>18.2.5.1.	Pintura	com	granilhas</p><p>Esse	produto	é	constituído	de	resinas	acrílicas	que	aglutinam	granilhas	de</p><p>pedras,	como	o	granito	moído.	Para	sua	aplicação,	primeiramente	a	parede	é</p><p>selada	com	selador	de	base	acrílica,	que	tem	a	finalidade	de	“fincar	raiz”	no</p><p>revestimento	do	emboço	ou	emboço	paulista	previamente	aplicado	na	superfície</p><p>e	de	isolar	as	reações	químicas	da	massa,	de	forma	que	estas	não	interfiram	na</p><p>pintura.	Daí	a	importância	de	se	aplicar	o	selador	de	forma	correta,	cobrindo	por</p><p>completo	a	área	a	ser	tratada.	Não	é	incomum	você	ver	a	equipe	da	pintura</p><p>externa	aplicando	o	selador	com	certa	displicência,	sem	fazer	o	completo</p><p>recobrimento,	infelizmente.</p><p>Uma	vez	que	o	selador	esteja	seco,	o	pintor	vai	espalhando	o	produto	com</p><p>emprego	de	desempenadeira	lisa	de	aço,	com	movimentos	firmes,	em	uma	área</p><p>considerável;	depois	volta	a	essa	mesma	área,	usando	desempenadeira	de	nylon,</p><p>criando	uniformidade	na	massa	espalhada,	ficando	com	aparência	escolhida</p><p>previamente.	O	pintor	pode	lhe	perguntar	se	você	quer	o	acabamento	riscado,</p><p>que	é	o	movimento	da	desempenadeira	de	nylon	de	baixo	para	cima,	ou	se	você</p><p>quer	o	circular,	que	é	o	ato	de	girar	a	desempenadeira	em	círculos.	Os	dois</p><p>acabamentos	ficam	bonitos	na	parede;	é	tudo	uma	questão	de	gosto.	Eu	gosto</p><p>mais	do	riscado,	pois	entendo	que	a	sujeira	e	a	água	de	chuva	correrão	com	mais</p><p>facilidade	pelos	sulcos	criados	pelas	granilhas.</p><p>A	aplicação	desse	tipo	de	tinta	exige	boa	equipe,	em	que	dois	ou	três	homens</p><p>trabalhem	afinados	entre	si,	usando	fitas	fixadas	na	parede,	de	forma	a	criar	as</p><p>juntas	de	aplicação,	que	permitirão	um	momento	de	“parada	para	descanso”,</p><p>para	mudança	de	posição	do	andaime	ou	para	satisfazer	suas	necessidades.</p><p>Quando	retornam	à	aplicação,	as	fitas	são	removidas	e	nova	aplicação	começa	a</p><p>partir	daí,	permitindo	uma	emenda	imperceptível.	Provavelmente	você	conhece</p><p>esse	tipo	de	pintura	como	textura	grafiato	ou	lamato,	que	diferem	na</p><p>granulosidade.</p><p>Fonte:	arquivo	pessoal. Fonte:	https://www.americanas.com.br.</p><p>Textura	lamato	aplicada	externamente. Textura	lamato.</p><p>Fonte:	https://www.publicdomainpictures.net.</p><p>Textura	grafiato.</p><p>18.2.5.2.	Pintura	com	textura	acrílica</p><p>Outra	opção	interessante	é	a	aplicação	da	textura	acrílica	com	o	rolo	de	pintura,</p><p>havendo	até	alguns	modelos	de	rolo	que	proporcionam	desenhos	diferentes	na</p><p>parede.</p><p>Quando	o	pintor	está	“roletando”	a	textura,	ele	pode	escolher	deixá-la	com	as</p><p>pontinhas	para	cima	ou	para	baixo,	dependendo	da	passagem	da	última</p><p>roletagem:	se	concluir	com	o	rolo	subindo,	as	pontinhas	ficam	para	cima;	se</p><p>roletar	para	baixo,	fica	com	as	pontinhas	para	baixo.	Esse	tipo	de	pintura</p><p>também	exige	a	aplicação	prévia,	na	superfície,	do	selador	acrílico	com	uma	ou</p><p>duas	demãos	bem	fechadas.</p><p>Fonte:	https://www.magazineluiza.com.br.</p><p>Textura	acrílica	aplicada	com	rolo.</p><p>DICAS	DO	ENGENHEIRO</p><p>É	importante	você	saber	que:</p><p>•	A	limpeza	da	superfície	com	lixa	nº	40	é	indispensável	para	“derrubar”	os</p><p>grãos	de	areia	levemente	soltos.</p><p>•	Limpeza	concluída,	faz-se	a	correção	dos	pequenos	defeitos	ou	ondulações</p><p>(quando	o	emboço	tem	aparência	ruim)	com	a	massa	niveladora	acrílica.	Quando</p><p>os	defeitos	são	grandes,	é	bom	encomendar	a	massa	niveladora	areada,	que	é</p><p>mais	encorpada	e	apresenta	melhor	resistência	para	uso	como	base	para	a</p><p>textura.</p><p>•	Manchas	de	gorduras	ou	outro	tipo	de	impurezas	não	podem	existir.</p><p>•	Os	testes	feitos	pelo	pintor	na	parede	para	auxiliar	você	na	escolha	da	cor	ou	da</p><p>espessura	(aqueles	quadrados	feitos	em	várias	cores	na	parede	ou	no	muro)</p><p>devem	ser	removidos	antes	de	ser	aplicado	o	selador.	Peça	ao	pintor	que	remova</p><p>as	texturas,	senão	nenhuma	demão	de	lamato	ou	grafiato	cobrirá	os</p><p>quadradinhos,	e	você	sempre	os	verá	em	segundo	plano,	principalmente	quando</p><p>olhar	de	longe	e	o	sol	incidir	sobre	a	parede.</p><p>•	A	escolha	do	fornecedor	não	pode	ocorrer	apenas	pelo	preço,	pois	ele	precisa</p><p>ter	bom	conceito	na	praça.	Isso	porque	não	é	incomum	o	produto	apresentar</p><p>desprendimento	precoce	da	parede,	significando	que	não	foi	adicionada	a</p><p>quantidade	correta	de	catalisador	na	mistura	da	massa	acrílica.</p><p>•	O	selador	deve	ser	acrílico,	por	ser	de	maior	resistência	em	revestimentos</p><p>externos;	deve	ser	aplicado	na	cor	aproximada	da	textura	escolhida	e	deve</p><p>preencher	a	superfície	por	completo.	A	maior	finalidade	do	selador	é	isolar	as</p><p>reações	químicas	do	emboço	(reações	que	ocorrerão	por	muitos	anos),	não</p><p>deixando	que	interfira	na	textura	e	venha	a	provocar	manchas	ao	longo	do</p><p>tempo.</p><p>•	As	paredes	internas	ou	externas	não	devem	receber	textura	antes	de	trinta	dias</p><p>da	execução	do	emboço	paulista,	pois	a	massa	reterá	água	no	seu	interior	e</p><p>provocará	o	efeito	chamado	eflorescência,	aquelas	manchas	esbranquiçadas	que</p><p>escorrem	nas	paredes	como	“lágrimas”.</p><p>•	Duas	demãos	bem	fechadas	de	selador	devem	ser	aplicadas	quando	a	textura</p><p>escolhida	for	o	lamato,	porque	ele	tem	baixo	poder	de	cobertura	e	deixará	suas</p><p>paredes	desprotegidas	em	menor	espaço	de	tempo	da	aplicação.	Não	aceite	outro</p><p>tipo	de	argumentação	do	pintor,	que	vai	tentar	convencer	você	para	aplicar</p><p>apenas	uma	demão.</p><p>•	O	grafiato	é	um	revestimento	feito	de	aglomerado	de	minerais	e	resina	acrílica,</p><p>que	propicia	maior	poder	de	cobertura	e	proteção	às	paredes	tratadas	com	esse</p><p>material.	Apresenta	diversas	granulometrias,	em	relação	à	quantidade	de	granas</p><p>(que	dão	aparência	de	“areia”	ao	material).	Na	minha	experiência,	o	grafiato	de</p><p>malha	20,	que	possui	granas	mais	finas,	assemelha-se	à	aparência	do	material</p><p>lamato	e	oferece	melhor	cobertura	e	proteção.	Mas	a	escolha	é	sua,	pois	há	uma</p><p>pequena	diferença	estética	entre	os	dois	materiais.</p><p>•	A	pintura	externa	só	deve	ser	iniciada	depois	que	o	seu	gramado	já	estiver</p><p>pronto,	pois	ele	será	a	proteção	da	sua	pintura	quando	chover,	não	permitindo</p><p>que	a	terra	respingue	na	parede	recém-pintada.</p><p>•	Os	pintores	cuidadosos	protegerão	o	seu	gramado	com	manta	plástica,</p><p>principalmente	contra	a	queda	de	pequena	parte	da	textura	que	se	desprende	na</p><p>hora	de	dar	o	acabamento	escolhido.	Lembre-se	de	que	a	proteção	das	paredes</p><p>será	maior	nas	partes	próximas	à	aplicação	da	textura.	Igual	cuidado	deverá	ser</p><p>dispensado	pelos	pintores	às	esquadrias	e	seus	acabamentos	próximos	à</p><p>aplicação	-	janelas,	portas,	peitoris	e	soleiras.</p><p>19.	INSTALAÇÕES	ELÉTRICAS</p><p>Fonte:	arquivo	pessoal.</p><p>Planejamento	de	pontos	elétricos	para	chegar	ao	resultado	final.</p><p>19.1.	O	projeto	elétrico	e	a	NBR-5410/90</p><p>A	NBR-5410/90	é	considerada	a	mais	importante	norma	do	setor	elétrico	e	trata</p><p>de	instalações	elétricas	de	baixa	tensão,	que	é	o	caso	das	residências,	comércios,</p><p>indústrias	e	agropecuária.	O	sistema	é	considerado	de	baixa	tensão	(BT)	quando</p><p>a	carga	instalada	for	igual	ou	inferior	a	75	kW.</p><p>O	dimensionamento	de	condutores,	proteção	da	instalação,	aterramento,	ligação</p><p>de	motores,	quadros	elétricos	de	distribuição,	tomadas	e	iluminação	são</p><p>disciplinados	pela	NBR-5410/90,	criada	para	a	segurança	das	pessoas	e	das</p><p>instalações,	para	evitar	choque	elétricos,	incêndios,	mortes	e	danos	ao</p><p>patrimônio.	Essa	norma	tem	diversas	recomendações	e	exigências,	com</p><p>parâmetros	mínimos	que	uma	instalação	elétrica	deve	ter.</p><p>Os	ramais	de	entrada	e	de	medição	de	energia	elétrica	deverão	ser	executados	em</p><p>conformidade	com	as	normas	da	concessionária	(onde	a	obra	será	construída),</p><p>abrangendo	condutores,	acessórios,	caixa	de	medição	e	proteção,	bem	como</p><p>caixas	de	distribuição.</p><p>As	obras	com	potência	instalada	até	50	kW	não	apresentam	custo	para	o</p><p>solicitante;	já	para	as	obras	acima	de	50	kW,	haverá	custo	financeiro,	a	ser</p><p>dividido	entre	o	solicitante	e	a	concessionária.</p><p>Na	maioria	das	construções	residenciais,	o	consumo	contratado	dispensa	a</p><p>apresentação	de	projeto	para	aprovação	prévia	da	concessionária,	mas,</p><p>independentemente	da	necessidade	de	aprovação,	vejo	como	importante	a</p><p>elaboração	do	projeto	elétrico.	Dependendo	do	porte	da	sua	obra,	não	é</p><p>admissível	que	um	item	tão	relevante	seja	entregue	nas	mãos	do	construtor	e	do</p><p>eletricista,	na	confiança	de	que	eles	saibam	o	que	deve	ser	executado.	O</p><p>dimensionamento	dos	circuitos	para	atender	a	todos	os	equipamentos	elétricos	da</p><p>sua	casa	é	muito	relevante,	e	definir	se	a	casa	será	alimentada	por	uma	rede</p><p>monofásica,	bifásica	ou	trifásica	é	mera	consequência	das	necessidades	impostas</p><p>pelos	equipamentos	a	serem	instalados.</p><p>É	muito	relevante	a	conversa	entre	o	profissional	responsável	pelo	projeto</p><p>elétrico	e	o	proprietário	do	imóvel,	afinal	é	este	quem	definirá	os	equipamentos</p><p>de	sua	moradia.	Um	bom	checklist	nas	mãos	do	projetista	auxiliará	muito	o</p><p>proprietário	a	se	lembrar	dos	itens	previamente	definidos.	Vamos	recordar	alguns</p><p>desses	equipamentos:</p><p>•	sistema	de	filtragem	da	piscina:	o	volume	de	água	a	ser	tratada	definirá	a</p><p>potência	do	motor	do	sistema	de	bombas	da	piscina;</p><p>•	spa	–	hidromassagem:	se	sua	casa	terá	um	spa	com	rede	exclusiva,	deverá	ser</p><p>previsto	o	número	de	bocais	e,	consequentemente,	a	potência	da	bomba;</p><p>•	cisterna:	se	houver	captação	de	águas	pluviais	para	abastecimento	da	cisterna,</p><p>com	o	objetivo	de	executar	uma	rede	de	torneiras	para	rega	das	plantas,	deverá</p><p>ser	dimensionada	a	bomba	pressurizadora;</p><p>•	rede	de	irrigação:	caso	esteja	prevista	a	execução	de	uma	rede	de	irrigação	do</p><p>jardim,	pomar	ou	horta,	deverá	ser	dimensionado	o	circuito	para	esta	finalidade.</p><p>Observe	que	a	rede	de	irrigação	é	distinta	das	demais	redes,	pois	recebe	um</p><p>sistema	de	automação	e	funciona	nos	horários	estabelecidos	ou	de	acordo	com	a</p><p>umidade	ambiente;</p><p>•	aquecimento	solar	da	piscina:	havendo	aquecimento	solar	da	água	da	piscina,</p><p>deverá	ser	dimensionado	o	motor	do	sistema;</p><p>•	aquecimento	elétrico	auxiliar	do	sistema	solar	da	piscina:	se	a	piscina	for</p><p>receber	esse	reforço	de	aquecimento	em	mais	2	ou	3	graus,	consulte	o	fornecedor</p><p>do	equipamento	para	ser	dimensionado	o	circuito	elétrico;</p><p>•	chafariz	ou	cascata:	se	houver	previsão	de	chafariz	ou	cascata	sem	ligação	com</p><p>o	sistema	de	filtragem	da	piscina,	deverá	ser	dimensionada	a	potência	dessa</p><p>bomba;</p><p>•	aquecimento	solar	da	rede	de	água	quente</p><p>da	casa:	havendo	previsão	do</p><p>sistema,	deverá	ser	dimensionado	o	circuito	elétrico	alternativo	do	boiler	–</p><p>equipamento	destinado	ao	aquecimento	de	água.</p><p>•	sauna:	se	esse	equipamento	estiver	previsto,	deverá	ser	dimensionado	o	circuito</p><p>elétrico	para	a	sauna	seca	ou	para	a	caldeira	da	sauna	úmida;</p><p>•	elevador:	se	a	casa	tiver	elevador	para	permitir	acessibilidade	agora	ou</p><p>futuramente,	sugiro	consultar	antecipadamente	o	fornecedor	do	equipamento</p><p>para	dimensionar	corretamente	o	circuito	elétrico	que	alimentará	o	sistema</p><p>mecânico	do	equipamento	escolhido;</p><p>•	sistema	de	aspiração	central:	verificar	a	potência	do	sistema	para</p><p>dimensionamento	do	circuito;</p><p>•	sistema	de	condicionamento	mecânico	de	ar:	prever	todos	os	ambientes	que</p><p>serão	condicionados,	inclusive	cozinha	e	salas	de	banho,	se	for	o	caso;</p><p>•	academia:	quantos	equipamentos	elétricos	com	motores	serão	usados?	Qual	a</p><p>potência	deles?	Perguntas	necessárias	para	a	previsão	dos	circuitos	elétricos;</p><p>•	chuveiros	elétricos:	independentemente	se	a	casa	será	servida	com	rede	de	água</p><p>quente	(solar,	gás,	eletricidade),	é	interessante	prever	um	circuito	para	cada</p><p>chuveiro,	mesmo	que	não	venha	a	ser	instalado	inicialmente.	Lembre-se	de	que</p><p>os	chuveiros	mais	modernos	têm	potência	em	torno	de	7000	watts;</p><p>•	secadora	elétrica:	se	houver,	prever	circuito	independente;</p><p>•	lavadoras	de	roupa:	será	uma	ou	serão	duas	unidades?	Prever	um	circuito	para</p><p>cada	máquina;</p><p>•	máquina	de	lavar	louças:	prever	circuito	independente;</p><p>•	máquina	de	triturar	alimentos:	este	equipamento	é	conectado	na	válvula</p><p>americana	da	pia	da	cozinha;	tem	motor	potente	e	requer	circuito	elétrico</p><p>dedicado,	sendo	necessária	a	informação	prévia	da	sua	potência;</p><p>•	aquecedor	para	água	quente	da	pia	de	cozinha:	se	a	casa	não	tiver	aquecimento</p><p>solar	central	e	você	pretender	ter	água	quente	na	pia	da	cozinha,	terá	que	instalar</p><p>um	aquecedor	dedicado,	que	precisará	de	circuito	elétrico	privativo;</p><p>•	carro	elétrico:	prever,	na	garagem,	um	ponto	elétrico	dedicado	para	essa</p><p>finalidade,	mesmo	que	você	ainda	não	o	tenha	adquirido;</p><p>•	banheira(s):	lembrar	que	cada	equipamento	é	guarnecido	por	uma	bomba</p><p>pressurizadora	e	será	necessário	prever	um	circuito	elétrico	exclusivo	para	cada</p><p>unidade;</p><p>•	sistema	de	pressurização	da	rede	hidráulica:	a	rede	de	água	será	pressurizada?</p><p>É	importante	prever	um	circuito	para	o	sistema	que	ficará	em	cima	da	última</p><p>laje;</p><p>•	motores	de	abertura	e	fechamento	do	portão	da	garagem:	prever	um	ou	dois</p><p>circuitos,	conforme	a	necessidade	de	cada	equipamento;</p><p>•	microgeração	de	energia	-	placas	fotovoltaicas:	se	você	decidiu	instalar	o</p><p>sistema	de	geração	de	energia,	antecipe-se	e	converse	com	o	provável</p><p>fornecedor;	ele	informará	a	necessidade	do	circuito	que	você	precisará	deixar</p><p>disponibilizado;</p><p>•	sistema	de	automação	residencial:	mesmo	que	você	ainda	não	tenha	decidido	se</p><p>irá	automatizar	sua	casa,	converse	com	um	fornecedor	confiável	e	deixe	previsão</p><p>do	circuito	elétrico	recomendado;</p><p>•	demais	equipamentos	-	coifa,	exaustor,	grill	de	churrasqueira,	geladeira,</p><p>freezer,	cervejeira,	servomotores	de	venezianas,	persianas,	cortinas,	toldos:</p><p>equipamentos	de	pequeno	porte	normalmente	possuem	motores	ou	compressores</p><p>de	baixa	potência	e	são	ligados	nas	TUGs	(tomadas	de	uso	geral),	podendo</p><p>compartilhar	com	outros	equipamentos.</p><p>De	posse	desta	lista,	o	projetista	estará	com	“a	faca	e	o	queijo”	nas	mãos	para</p><p>executar	o	projeto	elétrico.	Depois	disso,	bastará	dimensionar	os	demais</p><p>circuitos	de	tomadas	de	uso	geral	e	iluminação	interna	e	externa,	além	dos	itens</p><p>anteriores.	Decorre	daí	a	escolha	dos	quadros	elétricos	que	suportarão	todos	os</p><p>circuitos	estimados:	se	a	sua	casa	tiver	dois	ou	três	pavimentos,	sugiro	um</p><p>quadro	por	pavimento.	Para	a	casa	de	máquinas	da	piscina	-	onde	estarão</p><p>abrigados	os	diversos	motores	e	bombas	–,	deverá	ser	previsto	um	quadro</p><p>exclusivo	para	esse	ambiente.</p><p>Para	você	entender	a	relevância	desta	parte	elétrica,	tentarei	explicar	brevemente</p><p>alguns	termos	que	fazem	parte	desse	universo,	os	quais	são	considerados</p><p>importantes	para	a	segurança	dos	equipamentos,	do	seu	imóvel	e	das	pessoas	que</p><p>nele	habitarão.	São	os	seguintes:</p><p>•	Corrente	de	fuga:	corrente	elétrica	que	percorre	um	caminho	diferente	do	que</p><p>deveria	percorrer,	e	isso	decorre	de	alguma	falha	na	instalação.	Também	é</p><p>conhecida	como	corrente	diferencial	residual.</p><p>•	Curto-circuito:	aumento	da	corrente	elétrica	dentro	de	um	circuito,	por	falha	na</p><p>execução;	a	corrente	“busca”	um	caminho	mais	curto,	provocando	faíscas	e</p><p>havendo	riscos	de	explosões	e	incêndios.</p><p>•	Sobrecarga:	excesso	de	carga	em	determinado	circuito	elétrico,	por	falha	no</p><p>dimensionamento	do	circuito	ou	excesso	de	equipamentos	ligados	na	mesma</p><p>tomada.</p><p>•	Sobretensão:	desbalanceamento	das	fases	da	rede	elétrica	quando	ocorrem</p><p>descargas	atmosféricas,	por	exemplo.</p><p>•	Proteção	supletiva:	execução	segura	do	sistema	elétrico,	conforme	orientação</p><p>da	norma	técnica,	a	fim	de	evitar	choques	elétricos	decorrentes	de	falhas	em</p><p>condutores	e	nos	circuitos	projetados.</p><p>•	Equipotencialização:	recurso	usado	para	ajustar	o	sistema	elétrico,	a	fim	de</p><p>evitar	descargas	elétricas	inesperada;	o	sistema	é	projetado	de	forma	a	igualar	ao</p><p>máximo	a	diferença	de	potencial	elétrico	entre	os	equipamentos	elétricos.</p><p>•	Aterramento:	sistema	de	proteção	onde	os	elementos	condutores	são	ligados	à</p><p>terra,	para	que	as	instalações	e	equipamentos	sejam	protegidos	em	caso	de	fuga</p><p>de	correntes	elétricas	e	de	cargas	eletrostáticas	nos	equipamentos.</p><p>É	muito	importante,	em	um	sistema	elétrico,	que	os	elementos	condutores,	as</p><p>massas	e	a	terra	estejam	o	mais	próximo	possível	de	um	mesmo	potencial.	Dessa</p><p>forma,	os	choques	elétricos	são	evitados,	assim	como	o	mau	funcionamento	dos</p><p>equipamentos	e	os	danos	aos	equipamentos	eletroeletrônicos.</p><p>19.2.	Quadros	elétricos	ou	de	distribuição</p><p>Fonte:	https://produto.mercadolivre.com.br.</p><p>Quadros	elétrico	ou	quadro	de	distribuição	(QDC).</p><p>São	quadros	de	distribuição	de	circuitos	onde	serão	instalados	dispositivos</p><p>(disjuntores,	barramentos	etc.)	para	proteção	contra	sobrecarga	ou	curto-circuito</p><p>no	sistema	de	distribuição	das	cargas.	Esses	quadros	são	de	chapas	metálicas	ou</p><p>de	PVC	e,	com	menos	frequência,	podem	ser	de	alumínio	ou	de	aço	inoxidável.</p><p>Para	aquisição	do	quadro,	é	necessário	o	dimensionamento	de	todos	os	circuitos</p><p>elétricos	que	atenderão	as	necessidades	do	imóvel.	O	recomendável	é	que	você</p><p>adquira	um	quadro	com	margem	para	futuras	ampliações,	ou	seja,	com	espaço</p><p>para	colocação	de	outros	dispositivos.</p><p>A	escolha	entre	quadros	de	chapa	metálica	ou	de	PVC	considera	a</p><p>disponibilidade	financeira	e	o	seguinte:	os	de	chapa	metálica	-	com	boa</p><p>qualidade	e	pintura	eletrostática	-	são	mais	robustos	e	dificilmente	apresentam</p><p>problemas;	já	os	de	PVC	são	mais	frágeis	e,	por	isso,	devem	ser	manuseados</p><p>com	mais	cuidado.	Uma	limitação	para	uso	dos	quadros	de	PVC	é	a	capacidade</p><p>baixa	de	disjuntores	que	eles	podem	abrigar:	normalmente	em	torno	de	36</p><p>disjuntores	do	tipo	DIN	(em	breve	explicarei	os	tipos	de	disjuntores).</p><p>A	recomendação	é	que,	para	obras	de	médio	e	grande	porte,	se	empreguem	os</p><p>quadros	metálicos	e	que,	para	as	obras	de	pequeno	porte,	se	faça	a	escolha	de</p><p>acordo	com	sua	preferência	ou	disponibilidade	financeira.</p><p>19.3.	Quadros	de	passagem	e	quadros	de	telefonia	ou</p><p>automação</p><p>Fonte:	https://www.amazon.com.br.</p><p>Caixa	de	passagem	em	PVC	-	de	embutir.</p><p>Como	o	próprio	nome	já	sugere,	os	quadros	de	passagem	são	destinados	a</p><p>passar,	emendar	ou	terminar	linhas	de	redes	das	concessionárias,	de</p><p>comunicação,	energia	elétrica	etc.	Podem	ser	de	chapas	metálicas	(aço,	aço</p><p>inoxidável,	ferro),	de	alumínio	fundido	ou	mesmo	de	PVC.</p><p>Os	quadros	de	telefonia,	empregados	para	a	implantação	das	redes	de</p><p>comunicação,	como	telefone,	interfone,	automação	etc.,	possuem	as	mesmas</p><p>características	dos	quadros	elétricos.	Geralmente,	possuem	a	parede	interna	dos</p><p>fundos	em	chapa	de	madeira	compensada	(ou	metálica),	com	a	finalidade	de</p><p>fixação	dos	blocos	e	módulos.	São	fabricados	com	chapa	de	aço	e	acabamento</p><p>com	pintura	eletrostática.</p><p>Fonte:	https://produto.mercadolivre.com.br.</p><p>Exemplo	de	quadro	de	telefonia.</p><p>19.4.	Barramento</p><p>O	barramento	é	um	componente	muito	importante,	instalado	dentro	dos	quadros</p><p>elétricos.	Sua	maior	finalidade	é	fazer,	de	forma	equilibrada,	a	distribuição	das</p><p>cargas	dos	circuitos	elétricos	por	fase	de	energia.	Por	exemplo,	se	sua	casa	for</p><p>abastecida	com	a	rede	elétrica	trifásica,	significa	que	a	concessionária	lhe</p><p>entregará	-	no	quadro	do	medidor	de	energia	-	3	fases	mais	1	neutro.	As	3	fases</p><p>serão	ligadas	em	um	disjuntor	tripolar	(ou	em	um	DDR	–	explicarei	em	seguida),</p><p>que	estará	ligado	a	um	barramento	tripolar,	por	meio	do	qual	os	demais</p><p>disjuntores	serão	interligados.	Estou	aqui	dando	rápidas	informações	para	você,</p><p>mas	o	assunto	é	bem	mais	complexo,	como	bem	sabem	os	engenheiros</p><p>eletricistas.</p><p>O	barramento	é,	geralmente,	feito	de	cobre,	por	ser	bom	material	condutor	de</p><p>eletricidade,	sendo	responsável	pela:</p><p>•	“segurança”	na	instalação,	por	conduzir	possíveis	fugas	de	descargas	elétricas</p><p>para	dissipação	no	solo	(barramento	terra);</p><p>•	ligação	dos	circuitos	(barramento	neutro);</p><p>•	distribuição	da	corrente	elétrica	para	os	circuitos	(barramento	fase).</p><p>Quando	falo	de	fase,	estou	me	referindo	basicamente	à	quantidade	e	à	força</p><p>elétrica	dos	cabos	da	instalação,	necessárias	para	abastecer	a	potência	dos</p><p>aparelhos	de	iluminação,	ou	seja,	das	cargas	demandadas	pelo	projeto	elétrico	do</p><p>sistema.	Assim,	a	concessionária	disponibilizará	-	no	quadro	do	medidor	de</p><p>energia	do	imóvel	-	a	tensão	conforme	a	demanda	de	potência	elétrica	(medida</p><p>em	watts)	das	cargas	a	serem	utilizadas	no	local,	podendo	essa	tensão	ser</p><p>monofásica	(127	volts),	bifásica	(220	volts)	ou	trifásica	(380	volts).</p><p>O	projeto	elétrico	dimensionará	o	padrão	de	entrada	de	energia	elétrica	do</p><p>imóvel,	a	bitola	dos	cabos	de	energia,	as	dimensões	do	quadro	de	distribuição,	o</p><p>tipo	e	quantidade	de	barramentos,	disjuntores	e	demais	itens	necessários	para</p><p>que	não	haja	sobrecarga	no	sistema.	O	assunto	é	complexo	e	importante!</p><p>Fonte:	https://produto.mercadolivre.com.br. Fonte:	https://produto.mercadolivre.com.br.</p><p>Barramento	tripolar	ou	trifásico. Barramento	monopolar.</p><p>19.5.	Disjuntor,	dispositivo	diferencial	residual,</p><p>disjuntor	diferencial	residual</p><p>Os	disjuntores	devem	ser	específicos	para	a	tensão	utilizada	e	adequados	para</p><p>identificação	de	curtos-circuitos	e	de	sobreaquecimento	dos	cabos,	de	forma	a</p><p>cumprir	sua	finalidade,	que	é	desarmar	o	circuito	elétrico	correspondente,	se	a</p><p>corrente	ultrapassar	o	nível	de	segurança	previsto	em	norma.</p><p>As	normas	exigem	o	uso	de	disjuntores	nas	instalações	elétricas,	e	os	tipos	a</p><p>serem	usados	devem	ser	escolhidos	criteriosamente,	de	preferência	por	eletricista</p><p>experiente	-	se	não	houver	necessidade	de	projeto	elétrico	no	imóvel.</p><p>Os	modelos	de	disjuntores	comumente	usados	nas	instalações	elétricas</p><p>residenciais	são:</p><p>•	Disjuntor	NEMA:	padrão	norte-americano,	é	pouco	encontrado	nas	instalações</p><p>novas,	sendo	basicamente	empregado	para	a	reposição	das	instalações	mais</p><p>antigas.</p><p>Fonte:	https://produto.mercadolivre.com.br.</p><p>Disjuntor	NEMA	(monopolar,	bipolar,	tripolar).</p><p>•	Disjuntor	DIN:	padrão	europeu,	vem	sendo	amplamente	utilizado	no	nosso</p><p>país;	possui	uma	resposta	mais	rápida	e	eficiente	em	comparação	com	os	do	tipo</p><p>NEMA.</p><p>Fonte:	https://www.leroymerlin.com.br.</p><p>Disjuntor	DIN	(monopolar-bipolar).</p><p>Cabe	ressaltar	que	ambos	os	disjuntores	atendem	às	normas	técnicas</p><p>internacionais,	porém	o	tipo	DIN	está	mais	adequado	à	norma	brasileira.</p><p>Você	ainda	vai	se	deparar	com	uma	diversidade	de	nomenclatura	dos</p><p>dispositivos	de	seccionamento	(liga	e	desliga)	e	de	proteção	da	instalação</p><p>elétrica	do	seu	imóvel:	DTM,	DR,	IDR,	DDR,	DPS...	Além	da	nomenclatura,</p><p>tais	dispositivos	são	muito	parecidos.</p><p>Para	começar,	os	disjuntores	DTM	(disjuntores	termomagnéticos),	que	são	os</p><p>mais	usados.	Quando	você	precisa	fazer	alguma	manutenção	no	circuito	elétrico,</p><p>recomenda-se	um	disjuntor	desse	tipo	para	“seccionar”	o	sistema,	ou	seja,</p><p>desligá-lo	e	posteriormente	ligá-lo.	Além	disso,	quando	ocorre,	por	exemplo,</p><p>alguma	sobrecarga,	pico	alto	de	corrente	ou	um	curto-circuito,	ocasionando</p><p>aquecimento	nos	condutores	envolvidos,	esse	disjuntor	secciona	(“desarma”)	o</p><p>circuito	envolvido,	protegendo	o	sistema.</p><p>Além	dos	DTMs,	há	outros	diversos	dispositivos	que	compõem	um	quadro</p><p>elétrico.	Destaco	os	seguintes,	alertando	que,	conforme	dito	anteriormente,</p><p>deverá	ser	escolhido	o	que	melhor	se	adequar	no	quesito	segurança:</p><p>•	Disjuntor	Diferencial	Residual	(DR	ou	DDR):	DR	é	o	nome	genérico	de</p><p>qualquer	dispositivo	que	atue	contra	as	correntes	de	fuga	que	podem	prejudicar	a</p><p>segurança	dos	usuários,	funcionando	para	ligar	e	desligar	o	fornecimento	de</p><p>energia.	DDR	é	um	dispositivo	de	proteção	que	une	a	função	de	um	disjuntor</p><p>termomagnético	(DTM)	com	a	função	de	um	interruptor	diferencial	residual</p><p>(IDR),	ou	seja,	consegue	atuar	contra	curtos-circuitos,	sobrecargas	e	contrafugas</p><p>de	corrente,	além	de	ligar	e	desligar	o	fornecimento	de	energia	dos	equipamentos</p><p>de	cada	circuito.	São	usados	principalmente	nos	circuitos	para	as	áreas</p><p>molhadas,	como	cozinha	e	área	de	serviço.</p><p>•	Interruptor	Diferencial	Residual	(IDR):	é	um	dispositivo	que	protege	a</p><p>instalação	exclusivamente	contra	a	fuga	de	corrente	-	por	falhas	na	fiação,	por</p><p>exemplo	-,	provocando	o	seccionamento	(desarmamento)	do	sistema;	entretanto,</p><p>não	protege	contra	curtos-circuitos.	A	norma	técnica	especifica	onde	é</p><p>obrigatório	seu	uso,	como	em	chuveiros	e	banheiras,	por	exemplo.	De	forma</p><p>geral,	evita	perdas	de	energia	e	choques	elétricos	ao	desligar	o	circuito	quando	a</p><p>fuga	de	corrente	ultrapassa	a	amperagem	prevista	-	lembrando	que	30	A	é	a</p><p>intensidade	máxima	de	corrente	elétrica	suportada	pelo	ser	humano,	por	um</p><p>curto	período,	sem	danos	permanentes.</p><p>•	Dispositivo	contra	Surtos	(DPS):	é	um	dispositivo	que	protege	a	instalação	e	os</p><p>equipamentos	a	ele	ligados	(televisores,	refrigeradores	etc.),	nos	casos	em	que</p><p>houver	descargas	atmosféricas	ou	sobretensão	provenientes	de	surtos	elétricos,</p><p>direcionando	para	o	sistema	de	aterramento,	necessário	para	o	escoamento	da</p><p>corrente	com	segurança.</p><p>•	Disjuntor	Módulo	Diferencial	Residual	(MDR):	é	um	módulo	pouco	utilizado</p><p>que	também	protege	contra	correntes	de	fuga,	sobrecorrente,	curto-circuito	e	já</p><p>vem	com	o	dispositivo	para	acoplar	o	disjuntor.</p><p>Fonte:	https://produto.mercadolivre.com.br.</p><p>Disjuntor	DR Interruptor	IDR.</p><p>19.6.	Itens	complementares:	tomadas,	interruptores,</p><p>campainhas</p><p>Fonte:	https://produto.mercadolivre.com.br.</p><p>Itens	complementares.</p><p>Tomadas,	interruptores,	campainhas	e	dispositivo	de	controle	de	intensidade	de</p><p>iluminação	são	dispositivos	elétricos	que	têm	a	finalidade	de	facilitar	nossa	vida,</p><p>não	é	mesmo?	Particularmente,	fico	contente	quando	o	eletricista	me	pede	para</p><p>providenciar	esses	equipamentos,	pois,	para	mim,	significa	que	a	obra	está</p><p>caminhando	e	que	as	etapas	mais	complicadas	ficaram	para	trás.	Para	você,	que</p><p>é	o	proprietário,	vem	“um	monte”	de	indagações,	principalmente	as	relativas	à</p><p>qualidade	dos	materiais	e	ao	seu	custo.</p><p>Meu	critério	é	bastante	simples:	escolho	pelos	fabricantes	tradicionais	do</p><p>mercado,	que	gozam	de	boa	reputação,	e	isso	me	basta!	Você	irá	encontrar</p><p>produtos	esteticamente	mais	elaborados	e	atualizados	(com	preços	mais</p><p>elevados),	como	também	encontrará	produtos	de	boa	qualidade,	com	design	nem</p><p>tanto	atualizado,	mas	com	preços	interessantes	para	o	seu	bolso.	Há	que	lembrar</p><p>que	o	“cérebro”	de	quem	está	construindo	é	o	“bolso”,	correto?</p><p>Dependendo	do	tamanho	da	sua	casa,	esse	item	é	bastante	significativo	no</p><p>tocante	a	custo,	então	o	mais	prudente	é	“queimar	sola	de	sapato”	ou	disparar</p><p>coleta	de	preços	para	vários	fornecedores	da	sua	região.	Eu	sugiro	que	se	façam</p><p>os	dois,	assim	você	primeiro	conhece	os	produtos,	vê,	apalpa,	sente	se	agradou,	e</p><p>depois	parte	para	a	pesquisa.</p><p>É	preciso,	ainda,	saber	fazer	a	coleta	de	preços,	pois	não	dá	para	“comparar</p><p>alhos	com	bugalhos”.	Pesquise	sobre	duas	ou	três	linhas	de	fabricantes	diferentes</p><p>e	aguarde.	Ao	receber	as	propostas,	verifique	se	os	quantitativos	estão	corretos	e</p><p>observe	as	condições	de	pagamento	oferecidas.</p><p>Minha	sugestão	é	que	você	não</p><p>adquira	esses	produtos	pela	internet,	pelo	simples	motivo	de	que	demandará</p><p>compras	complementares,	e	sua	“vida”	poderá	se	complicar.	Por	melhor	que	o</p><p>eletricista	e	o	engenheiro	façam	o	levantamento	das	necessidades,	quase	sempre</p><p>haverá	a	necessidade	de	comprar	mais	alguma	coisa	ou	de	fazer	troca	de	material</p><p>para	atender	alguma	demanda	de	última	hora.	Todavia,	caso	opte	pela	compra</p><p>via	internet,	busque	lojas	com	boa	reputação,	boas	avaliações	de	compradores	e</p><p>com	política	de	trocas.</p><p>DICAS	DO	ENGENHEIRO</p><p>•	Tomadas	de	uso	geral	(TUG)	e	algumas	tomadas	de	uso	específico	(TUE)	serão</p><p>utilizadas.	Tomadas	de	uso	específico	são	aquelas	que	suportam	corrente</p><p>nominal	superior	a	10	A	(amperes),	como	as	tomadas	para	uso	de	micro-ondas,</p><p>forno	elétrico,	liquidificador,	cafeteira,	aspirador	de	pó.	Para	tais	equipamentos,</p><p>recomenda-se,	então,	as	tomadas	de	20	A,	aquelas	com	os	furos	maiores	-	para</p><p>pinos	de	tomada	mais	grossos.</p><p>•	As	tomadas,	sejam	TUG	ou	TUE,	necessariamente	precisam	estar	aterradas	a</p><p>um	fio,	que	descarrega	a	eletricidade	na	terra	através	e	uma	malha	constituída	de</p><p>várias	hastes	metálicas	interligadas	entre	si	por	meio	de	um	cabo	“nu”.	O</p><p>aterramento	elétrico	é	necessário	porque	tem	as	seguintes	funções:</p><p>•	protege	as	pessoas	contra	os	choques,	uma	vez	que	absorve	a	corrente	elétrica</p><p>acumulada	dos	aparelhos,	direcionando-a	para	a	terra;</p><p>•	protege	os	equipamentos	contra	possíveis	picos	de	energia	e	sobrecargas;</p><p>•	protege	as	pessoas	e	aparelhos	também	contra	descargas	atmosféricas	(raios);</p><p>•	ajuda	o	bom	funcionamento	de	outros	dispositivos	de	segurança.</p><p>•	Tomadas	elétricas	não	devem	estar	instaladas	atrás	de	fornos	a	gás	ou	elétricos,</p><p>para	evitar	que	entrem	em	combustão	com	o	calor	excessivo	despendido	pelo</p><p>forno,	que	pode	provocar	curto-circuito.	Vários	fabricantes	não	autorizam	os</p><p>profissionais	a	fazerem	a	instalação	de	fogões	ou	fornos	se	a	tomada	estiver</p><p>posicionada	na	parede	voltada	para	a	parte	traseira	do	equipamento.</p><p>•	Tomada	destinada	a	uso	do	fogão	precisa	estar	distante	do	ponto	de	consumo</p><p>de	gás.	Eu	sugiro	instalar	um	à	esquerda	e	outro	à	direita	do	equipamento.</p><p>•	Tomada	onde	será	ligado	o	motor	do	gira-grill	da	churrasqueira	normalmente</p><p>fica	à	esquerda	da	“boca”.	Caso	a	tomada	esteja	do	lado	direito	da	boca	da</p><p>churrasqueira,	repasse	essa	informação	ao	fornecedor	antes	de	adquirir	o</p><p>equipamento,	porque	não	se	recomenda	que	o	fio	fique	atravessado	à	frente	ou</p><p>atrás,	para	não	correr	risco	de	acidentes.</p><p>•	A	escolha	dos	interruptores	deve	ser	pautada	pelas	necessidades	previstas	no</p><p>projeto	para	acionamento	dos	pontos	de	iluminação.	Os	interruptores	podem	ser</p><p>simples,	paralelos	ou	intermediários,	dependendo	de	cada	circuito	de	iluminação</p><p>que	comanda.</p><p>•	O	mercado	de	interruptores	permite	que	você	coloque	até	6	teclas	de	comando</p><p>em	uma	caixinha	“4	x	2”.	Isso	significa	que	eventualmente	você	poderá</p><p>acrescentar	novos	pontos	de	luz,	sem	ter	de	quebrar	a	parede	para	substituir	a</p><p>caixinha	por	uma	de	4”	x	4”.</p><p>•	Todas	as	pontas	dos	cabos	elétricos	devem	ser	estanhadas	pelo	eletricista	antes</p><p>de	interligadas	às	tomadas	ou	interruptores.	Isso	evitará	que	os	cabos	sejam</p><p>danificados	e	prejudicados	na	capacidade	nominal	de	corrente.	Estanhar	é	o	ato</p><p>de	aplicar	solda	derretida	à	base	de	estanho	nas	pontas	dos	cabos,	consolidando</p><p>todos	os	filetes	do	cabo.</p><p>•	As	campainhas	são	itens	que	não	devem	ser	negligenciados.	Com	a</p><p>popularização	dos	interfones,	muitos	as	esquecem	ou	premeditadamente	não</p><p>deixam	pontos	para	elas.	Verifique	qual	é	o	seu	caso.</p><p>•	O	interruptor	que	comandará	a	lâmpada	da	sauna	precisa	estar	localizado	no</p><p>lado	externo	do	recinto.</p><p>•	As	banheiras	devem	ter	botoeira	(dispositivo	de	acionamento)	movida	a	ar</p><p>comprimido,	a	fim	de	evitar	que	uma	pessoa	molhada	possa	receber	descarga</p><p>elétrica.	Além	disso,	deve	ser	prevista	a	instalação	de	um	DR	no	circuito,	que</p><p>atenderá	o	banheiro	como	um	todo.</p><p>19.7.	Condutores	elétricos:	fios	e	cabos</p><p>Os	condutores	elétricos	permitem	o	deslocamento	da	corrente	elétrica	e	são</p><p>compostos	de	material	de	boa	condutibilidade,	sendo	normalmente	de	cobre	ou</p><p>alumínio.</p><p>Os	fios	e	os	cabos	elétricos	constituem	espécies	de	condutores	elétricos.</p><p>Vejamos:</p><p>Fonte:	https://www.protoncabos.com.br.</p><p>Condutores	elétricos.</p><p>19.7.1.	Fio</p><p>Condutor	elétrico	constituído	de	cobre	ou	alumínio,	é	maciço,	circular	e	pode	ser</p><p>revestido	ou	não.	Em	um	passado	bem	recente	era	comum	só	encontrarmos	os</p><p>fios	para	aquisição	no	mercado.</p><p>19.7.2.	Cabo</p><p>É	um	conjunto	de	fios	encordoados	e	não	isolados	entre	si,	podendo	ser	revestido</p><p>de	PVC	(é	o	que	chamamos	de	encapado)	ou	não,	de	acordo	com	a	finalidade	a</p><p>que	se	destina.</p><p>O	cabo	é	mais	flexível	do	que	o	fio,	facilitando	muito	o	manuseio	dentro	das</p><p>tubulações,	mas	ambos	mantêm	a	capacidade	de	carga.</p><p>Os	cabos	basicamente	se	dividem	em	dois	tipos:</p><p>•	unipolares:	constituídos	por	um	único	condutor	com	fios;</p><p>Fonte:	https://melhorindustria.com.br.</p><p>Cabo	unipolar.</p><p>•	multipolares:	constituídos	por	dois	ou	mais	condutores	isolados,	protegidos	por</p><p>uma	camada	protetora	comum.	Normalmente	são	utilizados	como	“extensão”</p><p>para	uso	em	equipamentos	distantes	das	tomadas.</p><p>Fonte:	https://produto.mercadolivre.com.br.</p><p>Cabos	bipolar	e	tripolar.</p><p>No	Brasil,	a	seção	nominal	de	um	fio	ou	cabo	é	em	mm²,	medida	que	diz</p><p>respeito	apenas	ao	material	condutor,	não	incluindo	a	capa	de	PVC,	silicone	etc.</p><p>Saiba	que	quanto	maior	a	seção	de	um	condutor,	maior	será	sua	capacidade	de</p><p>carga.</p><p>Importante	ressaltar	que	têm	surgido	no	mercado	condutores	elétricos	que	não</p><p>atendem	à	NBR	5410.	Se	você	observar	bem,	verá	que	alguns	cabos	têm	mais</p><p>revestimento	de	PVC	do	que	material	condutor,	ou	seja,	você	comprará	“gato	por</p><p>lebre”.	Então	como	proceder?	A	resposta	é:	procurar	adquirir	fios	e	cabos	de</p><p>marcas	consagradas	pelo	mercado.	Quando	for	comprar,	exija	o	laudo	do</p><p>Inmetro	que	comprove	a	qualidade	do	material,	e	não	escolha	só	pelo	preço.</p><p>O	mercado	vem	disponibilizando	um	condutor	elétrico	de	alta	tecnologia,	em</p><p>formato	de	fita	autoadesiva,	denominado	de	eletrofita,	que	pode	ser	aplicada	em</p><p>paredes,	divisórias,	forros,	lajes	e	pisos.	Esse	condutor	foi	desenvolvido</p><p>principalmente	para	pequenas	reformas,	quando	se	pretende	levar	um	ponto	de</p><p>consumo	de	A	para	B;	depois	de	interligados	os	pontos,	a	eletrofita	é	emassada	e</p><p>pintada,	ficando	quase	imperceptível	e	sem	precisar	de	rasgos	na	alvenaria.</p><p>Fonte:	https://www.magazineluiza.com.br.</p><p>Eletrofita:	sem	quebra-quebra.</p><p>Por	fim,	falarei	um	pouco	da	malha	de	aterramento	(rede	terra),	que	já	mencionei</p><p>anteriormente.	Para	sua	execução,	empregam-se	hastes	metálicas,	geralmente</p><p>feitas	de	aço	cobreado	(revestimento	em	cobre)	ou	de	cobre	puro.	A	interligação</p><p>é	feita	através	de	um	condutor	elétrico,	conhecido	por	fio	“nu”,	que	nada	mais	é</p><p>do	que	o	fio	sem	revestimento	de	PVC.	Sua	finalidade	é,	por	meio	do	contato</p><p>com	a	terra,	auxiliar	na	proteção	e	integridade	do	sistema	elétrico,	dos	usuários	–</p><p>e	de	animais	-,	permitindo	o	funcionamento	adequado	dos	dispositivos	e</p><p>realizando	a	descarga	de	energia	elétrica	indesejada	das	carcaças	dos</p><p>equipamentos.</p><p>Fonte:https://produto.mercadolivre.com.br.</p><p>Haste	de	aterramento	conectada	a	cabo	de	cobre	nu.</p><p>19.8.	Lâmpadas,	luminárias,	acessórios</p><p>Fonte:	arquivo	pessoal</p><p>Finalmente	uma	luz	para	concretizar	seu	sonho...</p><p>Quando	se	chega	ao	ponto	de	começar	a	escolher	esses	itens,	é	sinal	de	que	a</p><p>obra	está	bem	avançada.	Advirto,	porém,	que,	se	não	houver	controle	sobre	o</p><p>impulso	de	adquirir	tudo	de	belo	nas	prateleiras,	a	despesa	pode	aumentar	muito.</p><p>Então,	todo	cuidado	é	pouco,	pois	ainda	há	“um	bom	chão”	a	caminhar	até	a	reta</p><p>final,	onde	será	“cortada	a	fita”	de	inauguração	da	sua	tão	sonhada	casa.</p><p>Observe	que	há	duas	frentes	a	perseguir:	a	iluminação	interna	e	a	iluminação</p><p>externa.	Falarei	um	pouco	mais	detalhadamente	sobre	isso,	lembrando	que	as</p><p>luminárias	são	itens	complementares	à	iluminação	natural	e	imprescindíveis,</p><p>devido	ao	conforto	de	uma	boa	iluminação	artificial.</p><p>19.8.1.	Iluminação	interna:	luminárias	de	teto	e</p><p>parede</p><p>Fonte:	arquivo	pessoal.</p><p>Iluminação:	conforto	e	detalhe.</p><p>As	diferentes	faixas	de	consumo	(verde,	amarela	e	vermelha)	representam	maior</p><p>ou	menor	valor	na	conta	da	energia	elétrica.	Pois	bem,	com	o	objetivo	de	auxiliar</p><p>na	economia	do	consumo	de	energia,	o	mercado	vem	evoluindo,	razão	pela	qual</p><p>as	lâmpadas	incandescentes	(aquelas	que	têm	os	dois	filamentos	internos)</p><p>entraram	em	desuso,	pois	apresentam	baixo	rendimento	e	alto	consumo	de</p><p>energia.	O	consumidor	passou	a	priorizar	as	lâmpadas	fluorescentes,	que</p><p>apresentam	melhor	rendimento,	mas	custo	elevado.	Surgiram,	então,	as	lâmpadas</p><p>do	tipo	PL	ou	Dulux,	com	alto	rendimento	e	menor	consumo	de	energia.</p><p>Por	último,	a	indústria	encheu	as	prateleiras	com	lâmpadas	de	LED	-	do	inglês</p><p>Light	Emitting	Diode,	que	apresentam	alto	rendimento	e	baixo	consumo	de</p><p>energia,	trazendo	mudanças	significativas	no	projeto	luminotécnico.</p><p>Com	a	popularização	das	compras	nos	e-commerce	pela	internet,	as	lâmpadas	e</p><p>luminárias	de	LED	tomaram	conta	do	mercado	da	construção,	com	foco	nos</p><p>preços	e	na	queda	da	conta	da	energia	elétrica.</p><p>Você	vai	encontrar	luminárias	com	várias	potências	adequadas	às	suas</p><p>necessidades:	lâmpada	quente	(3000	K),	recomendada	para	ambientes	de</p><p>repouso,	ou	lâmpada	fria	(6500	K),	para	os	demais	ambientes.	As	lâmpadas</p><p>quentes	possuem	cor	amarelada,	enquanto	as	frias	apresentam	cor	branco-</p><p>azulada.	Antes	de	escolher,	recomendo	uma	boa	conversa	com	quem	entenda	de</p><p>luminoteca.</p><p>As	promessas	de	vida	longa	para	essas	luminárias	nem	sempre	se	confirmam	na</p><p>prática	e,	não	raro,	algumas	delas	já	chegam	com	algum	defeito.	Adquirir	esses</p><p>produtos	no	mercado	local	da	sua	obra	tem	a	vantagem	de	possibilitar	trocas</p><p>com	menos	desgaste.</p><p>Há	modelos	de	todas	as	variedades	para	escolher:	quadradas,	retangulares,</p><p>circulares,	embutidas	(para	locais	com	forro-falso),	sobrepostas	(em	lajes)	e</p><p>tantas	outras.	Minha	sugestão:	navegue	um	pouco	na	internet	e	visite	as	lojas.</p><p>Veja	tudo	o	que	tem	disponível	para	venda,	de	preferência	com	a	ajuda	do	seu</p><p>RT	e	compre	com	segurança.</p><p>19.8.2.	Iluminação	externa:	luminárias	de	teto	e</p><p>parede</p><p>Fonte:	arquivo	pessoal.</p><p>Iluminação:	conforto	e	detalhe	.</p><p>A	maior	atenção	que	se	deve	ter	com	essas	luminárias	é	no	tocante	à</p><p>estanqueidade	das	peças,	de	forma	que	não	haja	passagem	de	água	de	chuva	ou</p><p>de	outros	elementos	para	as	suas	partes	internas.</p><p>As	mais	tradicionais	são	as	famosas	“tartarugas”,	que	praticamente	estão</p><p>entrando	em	desuso	ou	sendo	modernizadas,	ficando	com	estética	mais</p><p>atualizada.	Os	spots	ou	plafons	são	os	mais	concorridos	no	mercado.	Você</p><p>encontra	também	-	com	custo	mais	elevado	-	as	luminárias	de	alumínio	com</p><p>pintura	eletrostática,	resistentes	à	ferrugem.</p><p>Fonte:https://produto.mercadolivre.com.br.</p><p>Luminária	externa	tipo	tartaruga.</p><p>Se	você	decidir	adquirir	esses	produtos	pela	internet,	observe	que	a	compra	por</p><p>lotes	definidos	(5,	10,	20	unidades)	se	torna	bem	mais	atraente	em	relação	ao</p><p>preço	unitário,	pois,	mesmo	que	sobrem	algumas,	servirão	para	futuras</p><p>reposições,	além	de	outras	vantagens	quanto	à	fabricação,	tais	como	a	cor	do</p><p>produto,	que	pode	variar	em	lotes	diferentes.</p><p>Fonte:	https://www.americanas.com.br.</p><p>Iluminação	externa	com	foco	duplo.</p><p>Ainda	sobre	iluminação	externa,	é	importante	cuidar	das	luminárias	da	área</p><p>interna	da	piscina,	que	ficam	sob	a	água	e	requerem	cuidados	específicos.</p><p>Depois	de	muito	apanhar,	pude	concluir	que	a	melhor	solução,	realmente,	é</p><p>adquiri-las	no	mercado	local,	facilitando,	assim,	as	possíveis	substituições	no</p><p>período	de	garantia.	Apesar	de	ser	irreversível	o	uso	da	internet	para	compras,</p><p>esse	mercado	ainda	tem	seus	problemas,	pois	toda	vez	que	uma	troca	precisa	ser</p><p>feita	é	um	“parto”.</p><p>Fonte:https://produto.mercadolivre.com.br.</p><p>Iluminação	externa	(piso).</p><p>Para	iluminação	dos	jardins	e	gramados,	além	dos	destaques	nas	árvores,</p><p>encontram-se	as	tradicionais	luminárias	tipo	“espeto”,	com	ou	sem	acendimento</p><p>solar.	Fique	bem	esperto,	porque	a	maioria	é	de	uma	fragilidade	sem	igual,</p><p>principalmente	se	a	haste	for	plástica,	pois	não	suportam	o	primeiro	corte	de</p><p>grama,	chegando	a	se	desmanchar	já	com	o	fio	de	nylon	da	roçadeira.	Se	a</p><p>família	possui	cachorro,	fique	atento,	porque	eles	adoram	brincar	e	mastigar	os</p><p>“espetos”.</p><p>Fonte:	www.yamamura.com.br</p><p>Iluminação	externa	com	espeto.</p><p>Se	a	iluminação	escolhida	recair	sobre	os	balizadores,	trabalhe	para	que	haja</p><p>drenagem	sob	eles,	de	forma	a	evitar	a	queima	precoce	da	lâmpada	LED.	Ao</p><p>longo	da	minha	experiência,	observei	que	esses	balizadores	(plafons	de	piso)</p><p>instalados	nos	degraus	da	escada	que	dá	acesso	à	residência	promovem	um</p><p>aspecto	muito	bonito,	porém,	se	a	potência	das	lâmpadas	for	igual	ou	maior	a	3</p><p>watts,	causam	grande	desconforto	para	os	olhos.	O	ideal,	então,	é	adquirir</p><p>aqueles	com	os	quais	você	pode	criar	um	foco	dirigido	para	o	piso,	eliminando	o</p><p>desconforto.</p><p>Fonte:	arquivo	pessoal.</p><p>Iluminação	externa	indireta	em	degraus.</p><p>DICAS	DO	ENGENHEIRO</p><p>•	Defina	com	seu	arquiteto,	antes	de	ser	concretada	a	primeira	laje,	se	será</p><p>necessária	a	elaboração	do	projeto	luminotécnico,	para	definir	todo	o	sistema	de</p><p>iluminação	da	sua	casa.	As	lojas	de	médio	e	grande	porte	de	materiais	para</p><p>iluminação	costumam	ter	profissionais	especializados	na	execução	desse	projeto.</p><p>Quando	você	adquire	os	produtos	na	loja,	costumeiramente	o	projeto	não	é</p><p>cobrado,	mas	se	você	quiser	deixar	a	compra	das	luminárias	“em	aberto”	para	o</p><p>momento	mais	adequado,	a	loja	provavelmente	cobrará	por	ele.	Recomendo</p><p>trabalhar	com	esse	projeto	desde	o	início,	porque	facilita	a	vida	do	engenheiro,</p><p>que	deixará	as	mangueiras	e	caixinhas	de	teto	concretadas	nos	locais</p><p>previamente	escolhidos.</p><p>•	Decida	se	você	iluminará	o	muro	da	sua	casa,	pois	é	importante	discutir	isso</p><p>com	o	arquiteto	no	início	da	obra,	antes	da	concretagem	das	vigas	baldrames	do</p><p>muro.	Assim	o	construtor	ficará	sabendo	que	tem	de	deixar	as	mangueiras	ou</p><p>eletrodutos	passados	dentro	da	viga,	como	“espera”.</p><p>•	Decida,	num	momento	mais	adiantado	da	sua	obra,	se	você	quer	fazer	a</p><p>iluminação	na	parte	superior	ou	inferior	do	muro,	pois	a	escolha	resultará	em</p><p>aspecto	visual	distinto.</p><p>•	Discuta	também	se	o	muro	divisório	vai	ter	faixas	largas	na	parte	superior,	tipo</p><p>molduras,	que	cria	interessante	aspecto	visual.	Por	que	estou	dizendo	isso	agora?</p><p>Para	ajudá-lo	a	pensar	se	as	arandelas	(luminárias	de	parede)	vão	ficar	contidas</p><p>no	centro	da	faixa	ou	fora	da	faixa.	São	detalhes	como	esse	que	trarão	a	beleza</p><p>para	o	seu	imóvel.</p><p>•	Considere	a	possibilidade	de	iluminar	o	muro	com	balizadores	ou	“espetos”</p><p>instalados	no	chão.	Apenas	alerto	que	a	rede	elétrica	ficará	mais	exposta	a</p><p>acidentes,	principalmente	quando	o	jardineiro	for	escavar	para	o	plantio.	Se	o</p><p>profissional	for	cuidadoso	e	alertado	previamente,	fique	tranquilo	quanto	a	isso.</p><p>•	Lembre-se	sempre:	uma	casa	pode	ser	linda,	mas	se	ela	não	possuir	bom</p><p>paisagismo,	é	como	se	faltasse	o	vestido	de	noiva	no	dia	do	casamento.	Plante,</p><p>cultive	espécies	de	plantas	e	árvores	e,	em	muito	pouco	tempo,	elas</p><p>proporcionarão	flores	e	frutos.	E	não	se	esqueça	de	valorizá-las	com	boa</p><p>iluminação	noturna.</p><p>•	Cuide,	no	sistema	de	irrigação	do	jardim,	para	que	os	jatos	não	sejam	lançados</p><p>diretamente	sobre	as	luminárias,	para	evitar	acidentes	e	proporcionar	“vida	mais</p><p>longa”	às	luminárias	externas.</p><p>•	Adquira,	se	a	iluminação	externa	for	executada	com	fitas	de	LED,	as</p><p>luminárias	destinadas	a	esse	fim,	com	proteção	contra	umidade	e	intempéries.</p><p>•	Certifique-se	de	que	a	instalação	das	luminárias	da	piscina	ocorra	com	cabos</p><p>elétricos	sem	emendas,	os	quais	precisam	estar	ligados	em	caixas	de	passagem</p><p>acima	do	nível	da	água	da	piscina.</p><p>•	Priorize	a	compra	dos	equipamentos	com	blindagem,	se	o	quintal	ou	área	de</p><p>lazer	externa,	ou	ainda	as	fachadas,	forem	iluminados	com	holofotes.	Se	eles</p><p>tiverem	fotocélula	para	ligar	e	desligar,	escolha	um	local	que	possa	receber	luz</p><p>solar	até	“mais	tarde”.</p><p>•	Lembre-se	de	que	a	luminária	da	sauna	úmida	precisa	ser	blindada,	para	evitar</p><p>acidentes	e	permitir	que	a	lâmpada	tenha	“vida	longa”.</p><p>•	Tenha	em	mente	que	é	muito	importante</p><p>um	pouco	mais	sobre	os	profissionais	que	podem	elaborar	os</p><p>projetos.	Lembro	a	você	que	a	escolha	dependerá	de	alguns	fatores,	como</p><p>tamanho	da	construção,	recursos	financeiros,	entre	outros.</p><p>2.1.	Arquiteto:	profissional	responsável	pelo	projeto</p><p>arquitetônico</p><p>Crédito	da	imagem:	Lukas	Bieri	por	Pixabay.</p><p>O	arquiteto	(profissional	liberal)	normalmente	trabalha	sozinho	ou	com	o	auxílio</p><p>de	um	estagiário	ou	desenhista	“cadista”	(quem	usa	software	de	desenho</p><p>específico).	Isso	pode	trazer	muitos	benefícios,	como	preços	mais	“enxutos”	e</p><p>contato	direto	com	o	profissional	responsável	pela	formatação	das	ideias	(quem</p><p>realmente	irá	botar	a	“mão	na	massa”).	A	aproximação	direta	desse	profissional</p><p>com	o	cliente	–	você!	–	e	com	a	equipe	responsável	pela	obra	gera	uma	energia</p><p>positiva	para	elevar	a	qualidade	do	projeto.</p><p>Entenda	que	estou	considerando	que	você	vai	querer	que	sua	casa	seja	projetada</p><p>de	acordo	com	os	seus	sonhos	e	que	ela	esteja	devidamente	regularizada,	ou	seja,</p><p>o	projeto	e	a	posterior	construção	devem	ser	aprovados	pela	municipalidade	–</p><p>implicando	a	concessão	do	alvará	de	construção	e	do	Habite-se,	que	oficializam</p><p>a	regularidade	da	obra,	de	acordo	com	os	parâmetros	legais	e	normas	técnicas.</p><p>2.2.	Escritório	de	arquitetura:	profissionais</p><p>responsáveis	pelo	projeto	arquitetônico</p><p>Crédito	da	imagem:	Ulrich	por	Pixabay.</p><p>Contratar	um	escritório	tem	a	vantagem	de	agregar	um	time	de	profissionais,</p><p>normalmente	constituído	por	um	ou	mais	arquitetos	“tarimbados”,	auxiliados</p><p>também	por	estagiários	-	afinal	é	assim	que	são	formados	os	novos	talentos.</p><p>Esse	time	participará	das	reuniões,	ouvindo	as	partes	envolvidas	no	processo	e</p><p>contribuindo	com	suas	ideias.	Arrisco	dizer	que,	dependendo	do	tamanho	do</p><p>escritório	e	da	complexidade	da	obra,	a	integração	de	estagiários	e	arquitetos</p><p>colaboradores	será	fundamental,	pois,	com	várias	pessoas	envolvidas	no</p><p>processo	de	criação,	o	projeto	poderá	ser	concluído	em	prazo	mais	curto,	e	esse</p><p>talvez	possa	ser	seu	objetivo.</p><p>2.3.	Escritórios	responsáveis	pelos	projetos	de</p><p>arquitetura,	projetos	complementares	e	pela</p><p>construção</p><p>Imagem	de	pexels	-	Pixabay.</p><p>Os	escritórios	de	arquitetura	e	de	projetos	complementares,	bem	como	os</p><p>especializados	em	construção,	são	adequados	para	uma	obra	com	área	que</p><p>demande	a	atuação	de	um	time	multidisciplinar,	ou	seja,	uma	equipe	com	todas</p><p>as	modalidades	de	profissionais	que	estarão	envolvidos	na	criação	e	no</p><p>desenvolvimento	da	obra.	Nesse	caso,	trabalharão	juntos	(sendo	do	mesmo</p><p>escritório	ou	profissionais	liberais	independentes	e	de	confiança):	arquitetos,</p><p>desenhistas,	engenheiro	civil,	engenheiro	eletricista,	engenheiro	mecânico	-</p><p>responsáveis	por	todos	os	projetos	necessários	à	execução	segura	da	obra.</p><p>Concluído	o	pacote	de	projetos	-	arquitetura	e	complementares	-,	e	sendo	o</p><p>escritório	também	responsável	pela	construção,	a	empresa	disponibilizará	sua</p><p>equipe	própria	de	construtores	ou	terceirizados	e	sairá	em	campo	para</p><p>materializar	o	seu	sonho.	Desvantagens?	A	principal	é	o	custo,	mas	pode	ser	que</p><p>não	seja	tão	relevante,	afinal	quem	está	pensando	em	escolher	esse	caminho</p><p>provavelmente	tem	mais	“balas	na	algibeira”.	Nesse	modelo,	é	possível	que	o</p><p>seu	contato	com	os	profissionais	fique	mais	distante,	mais	disperso.	Vantagens?</p><p>Várias...	a	começar	pela	coordenação	(compatibilização)	de	todos	os	projetos	no</p><p>mesmo	time,	que	fatalmente	refletirá	na	qualidade	final	do	projeto	completo.</p><p>Independentemente	de	sua	opção	(e	condição),	eu	costumo	dizer	que	quando	a</p><p>pessoa	está	abençoada,	logo	encontra	um	bom	caminho	e	surge	um	profissional</p><p>competente,	que	colocará	no	papel	tudo	aquilo	que	está	dentro	dele,</p><p>compreendendo	todos	os	seus	anseios.	Quando	isso	acontece,	é	hora	de</p><p>conversar	muito	com	esse	profissional,	contar	tudo	o	que	se	deseja,	de</p><p>preferência	mostrando	imagens:	um	monte	dessas	fachadas	lindas	que	a	gente</p><p>adora	ver	nos	finais	de	semana.</p><p>Sim,	pois	nos	finais	de	semana	que	antecedem	a	compra	do	terreno	ou	a</p><p>contratação	do	arquiteto,	o	que	a	gente	mais	gosta	de	fazer	é	almoçar	em	família,</p><p>tomar	um	cafezinho,	subir	no	carro	e	‘bater	pernas”	para	ver	belas	construções</p><p>ou	folhear	revistas	e	“sapear”	nas	diversas	obras	construídas	ou	em	construção</p><p>na	cidade.	Ah!	Não	se	esqueça	de	levar	o	cachorro,	afinal	ele	também	precisa</p><p>participar	das	escolhas.</p><p>E	por	falar	em	escolhas,	nessa	vida	digital	em	que	estamos	inseridos,	está	aí	a</p><p>internet	para	nos	ajudar;	tem	gente	que,	depois	de	navegar	algumas	horas,	pensa</p><p>até	que	já	sabe	projetar	-	é	compreensível,	afinal	todos	nós	temos	uma	veia</p><p>artística	querendo	aflorar.	Mas	lembre-se:	veia	artística	não	significa	estar</p><p>habilitado	para	projetar	ou	construir.</p><p>Sem	contar	que,	mesmo	nesta	era	digital,	o	“boca	a	boca”	ainda	é	importante</p><p>quando	você	precisa	se	inteirar	sobre	a	competência	e	o	comprometimento	dos</p><p>profissionais	que	executarão	a	sua	obra	-	é	preciso	conhecer	bem	quem	você	vai</p><p>contratar.</p><p>Depois	de	ouvir	a	opinião	das	pessoas	que	tiveram	uma	experiência	concreta</p><p>com	os	profissionais	que	você	selecionou,	não	se	esqueça	de	“processar”	as</p><p>informações	coletadas	pelos	“seus	filtros”	e	siga	sua	intuição,	afinal	é	ela	quem</p><p>nos	norteia	nas	escolhas	que	a	vida	nos	apresenta.</p><p>Crédito	da	imagem:	Adam	Radosavljevic	por	Pixabay.</p><p>Negócio	fechado?	Vamos	em	frente...</p><p>1	O	engenheiro	civil	também	pode	elaborar	o	projeto	arquitetônico	da	casa;	mas,</p><p>na	prática,	geralmente	é	o	arquiteto	quem	se	ocupa	da	elaboração	de	projetos</p><p>executivos	de	arquitetura,	compatibilizando-os	com	os	projetos	complementares,</p><p>cabendo	a	engenheiros	(habilitados	pelos	respectivos	conselhos	federais)	tais</p><p>projetos	complementares.</p><p>3.	A	ELABORAÇÃO	DO	PROJETO	ARQUITETÔNICO:</p><p>ETAPAS	RELEVANTES</p><p>Uma	vez	escolhido	o	arquiteto	ou	o	escritório	que	elaborará	o	seu	projeto,	saiba</p><p>de	uma	coisa	importante:	quando	duas	mentes	ou	mais	se	juntam	com	o</p><p>propósito	maior	de	desenvolver	um	trabalho,	o	resultado	que	se	obtém	dessa</p><p>união	é	uma	energia	muito	superior	à	soma	de	todos	juntos,	ou	seja,	acontece	um</p><p>crescimento	exponencial	de	resultados	positivos	denominado	de	mente	mestra</p><p>ou	master	mind².	Portanto	não	perca	a	oportunidade	de	se	inserir	e	de	liberar	o</p><p>seu	melhor	nesse	grupo	de	trabalho:	apresente	suas	ideias,	seus	desejos,	as	do</p><p>seu	parceiro	ou	parceira	e	envolva	também	seus	filhos.	Tenho	a	certeza	de	que	o</p><p>resultado	será	o	melhor	possível.</p><p>Pois	bem!	De	uma	forma	geral,	as	etapas	do	projeto	arquitetônico	são	as</p><p>seguintes:</p><p>•	briefing	(entrevistas);</p><p>•	estudo	preliminar;</p><p>•	anteprojeto;</p><p>•	projeto	para	aprovação	(condomínio	e	prefeitura);</p><p>•	projetos	executivos.</p><p>3.1.	Briefing	(entrevistas)</p><p>Antes	de	tudo,	você	deverá	se	reunir	com	o	arquiteto	a	fim	de	fornecer	a	ele</p><p>todas	as	informações	importantes	para	a	elaboração	do	projeto	de	arquitetura.</p><p>Você	deverá	expor	com	clareza	como	deseja	sua	casa	(quantos	pavimentos,	qual</p><p>o	padrão	de	acabamento...),	bem	como	as	necessidades	de	sua	família	(número</p><p>de	cômodos,	garagens,	piscina...),	para	que	o	profissional	e	sua	equipe	possam</p><p>compreender	os	conceitos	e	definir	os	objetivos.</p><p>Nesse	contato	inicial	(que	pode	ser	uma	ou	mais	de	uma	reunião),	é	natural	que</p><p>você	esteja	empolgado,	mas	procure	“segurar	o	coração”	e	agir	mais	“com	a</p><p>cabeça”,	pois	é	essencial	não	se	esquecer	de	prestar	nenhuma	informação	ao</p><p>arquiteto.</p><p>É	nessa	fase	que	o	profissional	estudará	as	suas	expectativas	em	face	da</p><p>realidade,	considerando	as	limitações	porventura	existentes:	de	área,	de</p><p>orçamento	etc.,	mas	não	se	preocupe,	que	mudanças	poderão	ser	feitas	durante	o</p><p>estudo	preliminar	e	o	anteprojeto.</p><p>3.2.	Estudo	preliminar</p><p>De	posse	das	informações	obtidas	na	etapa	anterior	(briefing),	o	arquiteto</p><p>passará	a	trabalhar	o	conceito	do	projeto	com	base	nas	necessidades	que	você</p><p>externou.</p><p>É	dessa	fase	que	sairá	a	“primeira	fornada”	da	mente	do	arquiteto:	os	desenhos</p><p>iniciais	que	materializarão	um	projeto	embrionário,	onde	o	arquiteto	tentará</p><p>ocupar,	da	melhor	forma	possível,	os	espaços	dentro	do	terreno,	juntando	o	que</p><p>conseguiu	captar	na(s)	entrevista(s)	com	você	e	todos	os	parâmetros	legais</p><p>requeridos	para	o	terreno</p><p>decidir	com	o	profissional	responsável</p><p>pelo	projeto	elétrico	onde	estarão	os	interruptores	que	irão	comandar	as</p><p>luminárias	externas,	além	das	luminárias	internas.</p><p>•	Escolha,	se	você	pretende	comandar	algum	holofote	ou	luminária	externa	para</p><p>emergência,	o	local	com	o	profissional	responsável	pelo	projeto	elétrico	ou</p><p>informe	ao	RT	da	obra	sobre	sua	pretensão.</p><p>•	Preveja	um	ponto	de	força	(tomada)	e	de	iluminação	(lâmpada)	dentro	do</p><p>recinto	das	caixas	d’água,	para	facilitar	na	manutenção	e	limpeza.</p><p>19.9.	Fechadura	elétrica,	interfone,	fotocélula,</p><p>sensores,	dimmer</p><p>Como	você	pode	observar,	o	item	relativo	à	parte	elétrica	de	sua	obra	é	extenso,</p><p>mas	de	extrema	importância.	Por	esse	motivo,	merece	especial	atenção,	já	que	a</p><p>falta	de	planejamento	pode	resultar	em	perdas,	principalmente	financeiras.	Quem</p><p>constrói	sabe	como	os	centavos	economizados	em	cada	compra	auxiliam	na</p><p>próxima.</p><p>19.9.1.	Fechadura	elétrica	ou	contratesteiro	elétrico</p><p>É	um	equipamento	desenvolvido	para	auxiliá-lo	no	seu	dia	a	dia,	permitindo	que,</p><p>num	simples	toque	de	botão,	você	deixe	de	caminhar	até	a	porta	ou	portão	para</p><p>abri-los.	O	mais	importante	é	que	o	eletricista	deixe	a	tubulação	embutida,	para	a</p><p>interligação	da	fechadura	com	o	interfone	interno.	Simples	assim:	o</p><p>contratesteiro	elétrico	é	apenas	uma	variação	da	fechadura	(que	é	elétrica);	o</p><p>comando	elétrico	fica	instalado	na	contratesta	da	fechadura	convencional	e</p><p>dispara	a	liberação	da	lingueta,	permitindo	a	abertura	automática	do	portão.</p><p>19.9.2.	Interfone</p><p>Outro	equipamento	maravilhoso,	que	nos	auxilia	também	nas	tarefas	diárias,</p><p>promovendo	a	comunicação	simples	e	direta	entre	quem	está	no	lado	externo	da</p><p>residência	e	quem	está	no	lado	interno,	em	ambientes	programados.	O	interfone</p><p>é	um	equipamento	que	vem	passando	por	frequentes	modernizações,	com</p><p>acréscimos	da	área	visual:	câmeras	potentes	transmitem	a	imagem	com	perfeição</p><p>da	pessoa	que	se	apresenta	pelo	lado	externo,	permitindo,	para	quem	está	do	lado</p><p>interno	do	imóvel,	o	reconhecimento	ou	identificação	do	interlocutor.	A</p><p>interligação	com	fechadura	elétrica	fecha	o	“pacote	da	comodidade”.</p><p>Aqui	uma	dica:	escolha	equipamentos	tradicionais	e	aprovados	pelo	mercado.</p><p>Todo	dia	tem	coisas	novas,	e	necessariamente	não	precisa	ser	você	o	escolhido</p><p>para	testar,	correto?	Fique	com	os	equipamentos	devidamente	aprovados.</p><p>19.9.3.	Fotocélulas	e	sensores</p><p>São	equipamentos	auxiliares	instalados	no	sistema	de	iluminação	da	sua	casa.	As</p><p>fotocélulas	normalmente	são	instaladas	junto	a	um	circuito	de	iluminação,</p><p>comandando	o	acender	e	o	apagar	das	luminárias	mediante	a	presença	de	pessoas</p><p>no	ambiente	ou	através	da	exposição	das	células	à	luz	solar	(anoiteceu,	acende;</p><p>clareou,	apaga).</p><p>Já	os	sensores	são	equipamentos	com	a	finalidade	de	identificar	a	diferença	de</p><p>calor,	abrindo	e	fechando	válvulas	para	alimentar	o	sistema,	a	exemplo	da	rede</p><p>de	aquecimento	solar	e	da	rede	de	irrigação.	Outro	uso	frequente	é	no	controle</p><p>dos	equipamentos	da	piscina,	permitindo	a	filtragem	em	horários	convenientes.</p><p>Enfim,	é	a	tecnologia	a	nosso	serviço!	Será	que	é	por	isso	que	estamos	ficando</p><p>com	a	cintura	avantajada	ou	a	culpa	está	nos	churrasquinhos	de	final	de	semana?</p><p>Voto	pela	culpa	dos	sensores.</p><p>19.9.4.	Dimmer	ou	interruptor	dimmer</p><p>Equipamento	de	controle	de	iluminação,	consiste	num	simples	variador	de</p><p>luminosidade	(compatível	com	ampla	gama	de	lâmpadas)	e	costuma	ser</p><p>instalado,	por	exemplo,	nos	interruptores	dos	quartos	de	crianças	e	nas	salas</p><p>home	theather,	permitindo	que	a	luminosidade	varie	a	intensidade	a	“gosto	do</p><p>freguês”.</p><p>19.10.	Chuveiro	e	aquecedor	elétricos</p><p>A	título	de	curiosidade,	antes	de	eu	explicar	os	modernos	chuveiros	elétricos,</p><p>relembro	o	antigo	chuveiro	de	tambor,	que	os	mais	antigos	certamente</p><p>recordarão.</p><p>No	tempo	do	chuveiro	de	tambor,	era	preciso	cuidar	para	que	a	água	não</p><p>acabasse	antes	do	banho.	No	verão,	a	coisa	era	mais	fácil:	bastava	descer	o</p><p>tambor,	puxado	por	uma	corda	de	sisal,	e	enchê-lo	de	água	fria	vinda</p><p>diretamente	do	poço.</p><p>Já	no	inverno,	era	verdadeira	operação	de	guerra:	primeiro	tinha	que	se	alimentar</p><p>a	fornalha	do	fogão	à	lenha,	esperar	a	água	ferver	e,	com	cuidado,	transportar	a</p><p>água	quente	para	dentro	do	tambor,	fazendo	a	mistura	com	a	água	fria	vinda	do</p><p>poço.	Depois	era	só	puxar	a	corda,	travar	no	gancho	e	estava	tudo	pronto	para</p><p>um	delicioso	banho.	Ah!	e	ainda	tinha	aquela	situação	em	que	a	mãe	“botava”</p><p>dois	meninos	para	se	banharem	juntos,	a	fim	de	economizar	água	e	tempo,	e,</p><p>para	“ferrar”	de	vez,	o	mais	espertinho	pegava	a	toalha	e	se	enxugava	primeiro,</p><p>deixando	a	toalha	molhada	para	o	segundo.	Tempos	de	escassez,	amigos.	Só	para</p><p>valorizar	as	facilidades	dos	dias	de	hoje...</p><p>Fonte:https://produto.mercadolivre.com.br.</p><p>Chuveiro	de	tambor.</p><p>19.10.1.	Chuveiro	elétrico</p><p>Com	a	chegada	da	modernidade,	o	chuveiro	de	tambor	foi,	felizmente,	ganhando</p><p>espaço	no	quartinho	de	despejos,	para	depois	sumir	de	vez,	abrindo	espaço	para</p><p>os	chuveiros	elétricos.</p><p>No	começo,	pouco	se	usava	o	tal	do	aterramento	e,	de	quando	em	vez,</p><p>levávamos	um	choque	para	deixar	a	gente	mais	“esperto”	e	lembrar,	antes	do</p><p>próximo	banho,	de	pegar	a	sandália	havaiana	(na	época,	chamada	de	japonesa)</p><p>para	não	tomar	choque	novamente.	Mas	depois	chegou	a	obrigatoriedade	de	se</p><p>ligar	o	chuveiro	elétrico	a	um	fio	terra	e	tudo	ficou	completo.</p><p>Hoje	os	chuveiros	elétricos	estão	bem	modernos,	com	vários	tipos	de	regulagens</p><p>-	tem	uns	que	até	gravam	a	sua	temperatura	preferida.	Em	110	ou	220	Volts,	o</p><p>importante	mesmo	é	dimensionar	corretamente	a	fiação	do	chuveiro,	dentro	da</p><p>capacidade	que	o	fio	ou	cabo	tem	de	suportar	a	corrente	elétrica	(mais	conhecida</p><p>como	amperagem).</p><p>A	NBR	5410	instituiu	a	necessidade	de	proteger	as	áreas	molhadas	de	chuveiros</p><p>com	disjuntor	do	tipo	DR,	a	fim	de	evitar	ainda	mais	possíveis	descargas</p><p>elétricas.	Os	“choquinhos”	devem	ficar	apenas	no	passado,	certo?</p><p>Fonte:	https://www.magazineluiza.com.br.</p><p>Chuveiro	elétrico	moderno.</p><p>19.10.2.	Aquecedor	elétrico</p><p>O	aquecedor	elétrico	pode	ser	parcial	ou	central,	dependendo	do	que	ficar</p><p>estabelecido	no	projeto	elétrico.	Quando	se	quer	apenas	o	aquecimento	no</p><p>banheiro,	por	exemplo,	você	pode	optar	por	instalar	o	aquecedor	individual	ou</p><p>parcial,	que	atenderá	apenas	aquela	unidade;	mas	se	você	tem	geração	de	energia</p><p>própria,	poderá	escolher	instalar	o	aquecedor	elétrico	central,	que	atenderá	todas</p><p>as	unidades	da	casa.	Nesse	caso,	a	água	passará	por	prévio	aquecimento,	por</p><p>meio	de	resistência	elétrica	(igual	à	do	chuveiro),	e	ela	vai	se	acumulando	no</p><p>tambor	com	proteção	térmica,	para	as	necessidades	do	dia	a	dia	da	família.</p><p>Fonte:	https://www.leroymerlin.com.br. Fonte:	https://www.magazineluiza.com.br.</p><p>Aquecedor	elétrico	individual. Aquecedor	elétrico	de	acumulação.</p><p>19.10.3.	Aquecedor	elétrico	de	passagem</p><p>Normalmente	instalados	nas	áreas	de	serviço,	servem	a	determinado	número	de</p><p>equipamentos	(duchas,	torneiras	-	às	vezes	de	vários	banheiros)	e	não	acumulam</p><p>água,	isto	é,	conforme	a	água	fria	passa	por	sua	serpentina,	ela	é	aquecida	e</p><p>imediatamente	vai	para	o	ponto	de	água	que	está	demandando	o	consumo.</p><p>Fonte:https://produto.mercadolivre.com.br.</p><p>Aquecedor	elétrico	digital	de	passagem.</p><p>19.11.	Sistema	motor-bomba	para	tratamento	da	água</p><p>da	piscina</p><p>O	sistema	de	filtração	para	o	tratamento	da	água	da	piscina	é	formado	por	um</p><p>filtro	e	uma	bomba.	Nesse	sistema,	a	água	é	aspirada	pela	bomba	e	lançada</p><p>dentro	do	filtro,	provido	de	areia	com	granulometria	controlada.</p><p>O	filtro	possui	várias	funções	-	filtrar,	circular,	recircular,	drenar,	retrolavar,</p><p>fechar	-	e	a	finalidade	primordial	do	sistema	é	remover	as	partículas	de	sujeira</p><p>em	suspensão	que	caem	sobre	a	água,	como	poeira,	fuligem,	folhas,	terra,	enfim,</p><p>uma	gama	de	elementos	que	criam	turbidez	na	água.	Considere,	então,	que	o</p><p>equipamento	é	de	extrema	importância	para	que	você	desfrute	da	piscina	com</p><p>água	de	excelente	qualidade.</p><p>Um	dos	pontos	mais	importantes	a	ser	considerado	por	você	e	pelo	RT	é	o</p><p>dimensionamento	do	sistema	motobomba.	Percebo	que	muitas	pessoas	escolhem</p><p>o	sistema	apenas	pelo	preço,	o	que	não</p><p>recomendo.	O	ideal	é	escolher	um</p><p>sistema	filtrante	com	capacidade	superior	ao	volume	de	água	da	piscina.	Por</p><p>exemplo,	se	a	sua	piscina	possui	30.000	litros	de	água	e	se	enquadra	dentro	da</p><p>capacidade	do	menor	sistema,	recomendo	que	você	escolha	um	sistema	com</p><p>capacidade	de	40	a	50.000	litros.	E	por	quê?	Bem,	a	diferença	de	preço	é	muito</p><p>pequena	e	deveria	ser	considerada	desprezível	perto	dos	benefícios	de	um</p><p>sistema	mais	potente,	que	trabalhará	por	período	bem	menor	para	fazer	a</p><p>filtragem	completa	de	todo	o	volume	de	água,	acarretando	menor	consumo	de</p><p>energia.</p><p>A	diferença	de	potência	do	motor	é	muito	pequena,	mas	os	benefícios	são</p><p>grandes.	Exemplificando,	é	como	um	aparelho	de	ar-condicionado	escolhido	no</p><p>limite	da	capacidade,	que	irá	trabalhar	muito	para	dar	conta	de	resfriar	o</p><p>ambiente	na	temperatura	desejada.	Agora	se	você	escolher	um	aparelho	com</p><p>uma	capacidade	levemente	superior,	o	sistema	trabalhará	bem	menos,	e	a</p><p>temperatura	desejada	será	atingida	com	menor	consumo	de	energia.	Seu	bolso</p><p>agradece!</p><p>Fonte:	https://www.magazineluiza.com.br.</p><p>Bomba	e	filtro	para	a	piscina.</p><p>DICAS	DO	ENGENHEIRO</p><p>•	Mantenha	a	água	da	piscina	sempre	limpa,	para	que	possa	ser	utilizada	assim</p><p>que	bater	vontade	de	dar	aquele	mergulho.	Para	isso,	deve	ser	mantida	uma</p><p>rotina	de	limpeza,	com	produtos	adequados	e	na	quantidade	certa.	Uma	piscina</p><p>sem	rotina	de	limpeza	consumirá	absurda	quantidade	de	produtos	(e	do	seu</p><p>dinheiro	também)	para	a	recuperação	da	água.	Se	for	necessário,	contrate	um</p><p>profissional	competente	para	essa	tarefa,	afinal	água	suja,	em	tempos	de	dengue,</p><p>é	“vizinho	dedo	duro”,	na	certa.</p><p>•	Oriente	previamente	o	eletricista,	se	você	decidiu	“bravamente”	encarar	a</p><p>rotina	de	limpeza	de	sua	piscina,	para	que	seja	instalado	um	temporizador</p><p>(timer)	no	circuito	que	alimenta	o	sistema	motobomba.	O	equipamento	vai	ligar</p><p>e	desligar	o	sistema	dentro	dos	horários	estabelecidos	e	permitirá	que	o</p><p>procedimento	de	filtragem	ocorra	praticamente	sem	a	sua	intervenção	direta.</p><p>Compre	um	temporizador	digital,	ao	invés	do	analógico,	pois	este	último	se</p><p>desprograma	toda	vez	que	falta	energia.</p><p>•	Cuide	para	que	o	processo	de	filtragem	aconteça,	em	média,	de	5	a	6	horas	por</p><p>dia,	mas	esse	tempo	será	determinado	pela	capacidade	do	sistema	motobomba</p><p>adquirido.	Saiba	que	equipamentos	mais	potentes	demandam	menos	horas	para</p><p>filtrar	toda	a	água	da	piscina.</p><p>•	Atente	para	as	recomendações	do	manual	de	operação	do	sistema:	a	alavanca</p><p>do	filtro	jamais	poderá	ser	manuseada	com	o	sistema	de	filtragem	em</p><p>funcionamento.	Desligue,	faça	a	mudança	para	a	operação	desejada	e	religue	o</p><p>sistema	novamente.</p><p>•	Observe	uma	coisa	muito	importante,	que	fará	a	diferença	nos	gastos	com	a</p><p>piscina:	o	cloro	é	muito	volátil	e	evapora	rapidamente	na	presença	do	sol.	Minha</p><p>recomendação	é	que	ele	seja	adicionado	sempre	ao	anoitecer,	pois,	dessa	forma,</p><p>permanecerá	muito	mais	tempo	na	água	fazendo	o	trabalho	de	higienização.</p><p>•	Manuseie	o	cloro	com	cuidado:</p><p>•	utilize	luvas,	pois	o	produto	pode	causar	muita	irritação	na	pele;</p><p>•	abra	o	recipiente	onde	o	cloro	está	armazenado,	mantendo	distância	do	seu</p><p>rosto;</p><p>•	utilize	óculos	protetor	no	manuseio;</p><p>•	coloque,	primeiramente,	a	água	no	balde	e	depois	acrescente	o	cloro	sobre	a</p><p>água,	nunca	o	contrário;</p><p>•	proceda	à	mistura,	com	um	cabo	de	madeira,	até	que	o	cloro	esteja</p><p>completamente	diluído;</p><p>•	aproxime	o	balde	da	borda	da	piscina	e	espalhe	por	toda	a	periferia;</p><p>•	lembre-se	de	que	o	cloro	mancha	as	roupas	com	facilidade	e	enfraquece	os</p><p>tecidos.</p><p>•	Nunca	manuseie	o	cloro	dentro	de	uma	casa	de	máquinas	fechada,	pois	isso</p><p>poderá	lhe	causar	intoxicação.	Leia,	com	cuidado	e	atenção,	as	recomendações</p><p>estampadas	no	recipiente	do	fabricante	do	cloro,	contendo	as	informações</p><p>preciosas	de	que	você	precisa	saber	sobre	esse	produto.</p><p>•	Não	permita	que	a	água	dispensada	na	operação	“drenar	ou	retrolavar”	seja</p><p>lançada	dentro	da	cisterna	que	capta	as	águas	pluviais,	pois	você	poluirá	(e</p><p>muito!)	essa	água,	e	seu	gramado	e	suas	plantas	ficarão	muito	prejudicados.	Isso</p><p>é	muito	importante.</p><p>•	Fique	atento	ao	seguinte:	a	operação	“drenar”	exige	concentração	do	piscineiro,</p><p>pois	o	consumo	de	água	nessa	situação	é	muito	alto,	e	requer	precisão.	Uma	vez</p><p>iniciada	a	operação,	não	perca	a	concentração	com	outras	atividades!	Detalhes</p><p>de	limpeza	depois	poderão	ser	finalizados	na	operação	“filtrar”,	pois	a	água</p><p>sempre	retornará	para	a	piscina.</p><p>•	Lembre-se	de	que	é	necessário	fazer	a	“retrolavagem”	toda	vez	que	você</p><p>concluir	a	etapa	de	“drenar”	a	água	da	piscina.	Essa	operação	faz	com	que	a</p><p>areia	do	filtro	seja	lavada	e	lançada	para	a	galeria	de	águas	pluviais.	Observe</p><p>aquele	copinho	incolor	instalado	no	sistema,	próximo	da	posição	drenar:	a	água</p><p>começa	a	passar	suja	e	vai	clareando,	até	ficar	cristalina,	em	média	um	a	dois</p><p>minutos	depois	de	iniciada	a	operação.	Pronto!	A	areia	do	filtro	está	limpa,	tire	a</p><p>alavanca	da	posição	e	passe	para	filtrar	ou	fechar.</p><p>•	Substitua	a	areia	do	filtro.	Sei	que	é	uma	coisa	meio	chata	de	fazer,	mas	precisa</p><p>ser	feita	e,	portanto,	se	for	o	caso,	solicite	ao	piscineiro	que	faça	isso	para	você.</p><p>Reserve	seu	tempo	mais	precioso	para	ir	esquentando	o	carvão	e	colocar	a	carne</p><p>na	grelha	e	lembre-se	de	que,	uma	vez	por	ano,	quando	muito	dois	anos,	a	areia</p><p>sofre	desgaste	e	vai	diminuindo	a	sua	granulometria,	prejudicando	o	processo	de</p><p>filtragem.	Nunca	coloque	areia	de	obra	no	filtro:	utilize	a	areia	apropriada	para</p><p>esse	fim	(adquirida	em	loja	que	vende	artigos	para	piscina).</p><p>•	Lembre-se	de	fechar	todos	os	registros	da	casa	de	máquinas	e	de	abrir	o	copo</p><p>que	retém	as	folhas	e	resíduos	durante	o	processo	de	filtragem.	Lave	esse	copo</p><p>toda	vez	que	você	for	limpar	a	piscina,	porque	o	material	retido,	aos	poucos,	vai</p><p>passando	pelas	gretas	do	copo	e	depois	pode	entupir	a	bomba,	que	vai	perdendo</p><p>eficiência,	podendo	até	queimar	o	motor.</p><p>•	Evite	aspirar	folhas	grandes	e	em	quantidade,	pois	elas	formam	uma	espécie	de</p><p>bucha	e	entopem	a	tubulação,	demandando	o	serviço	de	encanador	para	fazer	a</p><p>desobstrução.	Então,	antes	de	começar	a	limpeza,	retire	essas	folhas	com	a</p><p>peneira.	Já	as	folhas	pequenas	não	causarão	problemas	e	ficarão	retidas	no	copo</p><p>de	retenção.</p><p>•	Saiba	de	uma	informação	muito	relevante:	em	muitas	regiões	do	nosso	país,	a</p><p>água	fornecida	pela	concessionária,	mesmo	para	consumo,	possui	dureza	cálcica</p><p>muito	baixa	e	por	isso	dizemos	que	essa	água	é	mole.	O	que	é	isso	que	você	está</p><p>dizendo,	engenheiro?	Vamos	às	explicações	desse	fato:</p><p>•	A	presença	de	sais	de	cálcio	e	magnésio	determina	a	dureza	da	água.	A	medida</p><p>empregada	para	fazer	essa	medição	é	ppm,	que	significa	partes	por	milhão.</p><p>Observe	a	classificação	a	seguir:</p><p>•	00	a	70	ppm:	muito	mole;</p><p>•	70	a	135	ppm:	mole	ou	branda;</p><p>•	135	a	200	ppm:	média	dureza;</p><p>•	200	a	350	ppm:	dura;</p><p>•	Acima	de	350	ppm:	muito	dura.</p><p>•	A	água	mole	ou	branda	é	pobre	desses	minerais	e,	portanto,	ávida	por	esses</p><p>produtos.	Já	as	argamassas	de	assentamento	dos	revestimentos	cerâmicos	da</p><p>piscina,	bem	como	o	rejunte	empregado,	são	ricos	desses	minerais.	Na	prática,	o</p><p>que	acontece	é	que	a	água	mole	começa	a	“roubar”	(subtrair)	os	minerais	da</p><p>argamassa	e	do	rejunte,	levando	a	um	esfarelamento	deste	último,	podendo,	em</p><p>casos	mais	graves,	começar	a	desprender	a	cerâmica.</p><p>•	Se	a	água	da	piscina	for	mole,	deverá	ser	acrescentado	um	produto	que	eleve	a</p><p>sua	dureza	cálcica	(hidrocálcio),	mantendo-a	numa	faixa	confortável	próxima	de</p><p>200	a	250	ppm,	a	fim	de	se	evitar	desgaste	precoce.	Se	você	encontrar</p><p>dificuldade	para	adquirir	esse	produto	no	mercado	normal	da	sua	cidade,</p><p>procure-o	na	internet	com	o	nome	de	elevador	de	dureza	cálcica,	certo?</p><p>•	Se	a	água	da	piscina	for	muito	dura,	outros	problemas	poderão	acontecer,</p><p>como:	formação	de	manchas,	incrustações,	entupimento	do	filtro,	das	tubulações</p><p>e	dos	aquecedores.	Portanto,	o	melhor	é	“ficar	esperto”.	Infelizmente	se	você</p><p>conversar	sobre	esse	assunto	com	dez	piscineiros,	nove	nunca	nem	ouviram</p><p>falar.</p><p>•	O	rejunte	se	esfarelou	dentro	da	água?	É	necessário	que	o	rejunte	do</p><p>revestimento	cerâmico	seja	feito	com	produto	à	base	de	epóxi.	O</p><p>custo	é	bastante</p><p>elevado	e	a	aplicação	exige	mão	de	obra	de	qualidade.</p><p>•	A	água	é	mole	quando,	ao	escovar	os	dentes	ou	tomar	seu	banho,	se	observa	a</p><p>formação	de	bastante	espuma.	Se,	todavia,	a	espuma	não	se	formar,	você	estará</p><p>diante	de	uma	água	dura	ou	muito	dura.	As	cidades	abastecidas	pelo	Aquífero</p><p>Guarani,	um	dos	maiores	do	mundo,	recebem	água	com	dureza	cálcica	próxima</p><p>de	50	ppm,	ou	seja,	muito	mole.	Acredito	que	você	já	deve	estar	cansado	de	ler</p><p>sobre	isso,	mas	creia,	o	assunto	é	muito	importante.</p><p>•	A	água	mole	é	mais	palatável	para	o	consumo	humano	e	é	considerada	“mais</p><p>doce”;	já	a	água	dura	é	menos	agradável	para	o	nosso	paladar.</p><p>19.12.	Bomba	pressurizadora	e	bomba	de	recalque</p><p>Fonte:	https://www.magazineluiza.com.br.</p><p>Pressurizador	de	água.</p><p>19.12.1.	Bomba	Pressurizadora	para	chuveiro</p><p>Muitas	pessoas	reclamam,	depois	da	conclusão	da	obra,	que	o	chuveiro	não	tem</p><p>a	pressão	desejada.	Isso	acontece,	principalmente,	com	pessoas	que	residiam	em</p><p>apartamentos,	onde	a	pressão	da	água	geralmente	é	mais	forte.</p><p>A	instalação	de	um	pressurizador	resolve	esse	tipo	de	problema.	Se	for	para</p><p>atender	apenas	um	ponto	de	consumo,	como	um	chuveiro,	você	poderá	instalar	o</p><p>pressurizador	de	ponto.	Caso	queira	pressurizar	toda	a	rede	ou	vários	pontos	da</p><p>sua	rede	de	abastecimento	de	água,	você	deverá	escolher	o	pressurizador	de</p><p>linha.	Para	este	último	modelo,	observe	o	seguinte:</p><p>•	Se	o	pressurizador	vai	ser	instalado	no	mesmo	nível	de	apoio	da	caixa	d’água,</p><p>escolha	o	pressurizador	com	pressostato.</p><p>•	Se	o	pressurizador	puder	ser	instalado	em	nível	abaixo	da	caixa	d’água,	a	50</p><p>cm	pelo	menos,	adquira	o	pressurizador	com	fluxostato.</p><p>19.12.2.	Bomba	pressurizadora	para	atendimento	em</p><p>cisterna</p><p>Se	você	tomou	o	cuidado	de	coletar	a	água	pluvial	do	seu	telhado,	canalizando-a</p><p>para	cisterna,	para	reutilização,	vai	precisar	instalar	uma	bomba	pressurizadora</p><p>em	uma	rede	de	torneiras	de	lavagem	e	rega,	para	que,	quando	aberta	uma</p><p>torneira	dessa	rede,	automaticamente	a	bomba	seja	acionada.	Esse	é	um</p><p>excelente	investimento	para	sua	casa,	acredite.	É	ecológico,	reduz	o	consumo	de</p><p>água	com	aproveitamento	da	água	que	literalmente	desce	do	céu.</p><p>19.12.3.	Bomba	de	Recalque</p><p>Essa	bomba	será	instalada	na	sua	casa,	caso	você	opte	por	implantar	uma	rede	de</p><p>irrigação	do	seu	pomar,	horta	ou	jardim.	Uma	empresa	especializada	deverá	ser</p><p>contratada	para	executar	esse	serviço,	mediante	as	variáveis	presentes	no	seu</p><p>imóvel,	como:	quantidade	de	pontos	de	rega,	distâncias	da	bomba,	temperatura,</p><p>entre	outras.	Todas	as	informações	serão	compiladas	para	indicar	a	potência	da</p><p>bomba.</p><p>Observe	que,	independentemente	da	bomba	a	ser	instalada	na	casa	de	máquinas,</p><p>será	necessário	um	circuito	elétrico	exclusivo	para	cada	um	dos	equipamentos.</p><p>19.13.	Caixa	de	luz,	mangueira,	kanaflex,	eletroduto,	canaleta</p><p>19.13.1.	Caixa	de	Luz	4”x	2”,	4”	x	4”;	ou	3”x3”</p><p>Fonte:	https://www.carajas.com.br.</p><p>Caixas	de	luz	de	PVC.</p><p>Popularmente	conhecidas	na	obra	como	“caixinhas	de	luz”,	podem	ser	de	chapa</p><p>de	aço	estampada,	de	PVC	e	de	alumínio.</p><p>Se	a	sua	obra	estiver	situada	em	zona	litorânea,	a	escolha	precisa	recair	sobre	as</p><p>caixas	de	PVC,	para	evitar	a	corrosão	pela	maresia.	Nesse	caso,	recomendo	que</p><p>você	escolha	as	caixas	de	PVC	pela	qualidade	e	não	apenas	pelo	preço,	pois</p><p>existem	caixas	que	não	suportam	o	aperto	de	um	parafuso	e	já	se	partem	ao</p><p>meio.</p><p>19.13.2.	Eletroduto,	mangueira,	canaleta,	kanaflex</p><p>Fonte:https://produto.mercadolivre.com.br.</p><p>Condutores	da	energia!</p><p>Todos	desempenham	a	mesma	função,	que	é	a	de	abrigar	a	fiação	da	rede</p><p>elétrica.	Nas	obras	de	maior	envergadura,	é	costume	a	utilização	dos	eletrodutos</p><p>em	vez	das	mangueiras,	os	quais	têm	custo	mais	elevado	devido	ao	maior	grau</p><p>de	dificuldade	para	o	trabalho.</p><p>As	mangueiras	e	os	kanaflex	(nome	da	marca),	por	serem	flexíveis,</p><p>proporcionam	mais	facilidade	no	manuseio	e	na	“mudança	de	direção”	na	hora</p><p>da	instalação.	Os	eletrodutos	possuem	mais	capacidade	de	suportar	eventual</p><p>aumento	da	temperatura	desprendida	pela	fiação,	por	isso	seu	uso	é	bastante</p><p>desejável	nas	instalações	de	indústria	ou	comércio	de	grande	porte.</p><p>Quando	as	tubulações	(mangueiras,	kanaflex,	eletrodutos)	“correm	enterradas”,</p><p>faz-se	necessário	o	envelopamento	com	concreto	para	evitar	impactos	no</p><p>manuseio	de	ferramentas.</p><p>Antes	da	passagem	dos	fios	pelas	tubulações,	estas	devem	ser	limpas,	para	evitar</p><p>danos	à	fiação;	da	mesma	forma,	quando	a	tubulação	estiver	“enterrada”,	é</p><p>preciso	limpar	internamente	e	secar	com	uso	de	ventilador	apropriado.</p><p>Para	a	tubulação	que	abrigará	a	rede	de	alimentação	elétrica	da	casa,	minha</p><p>sugestão	são	os	cabos	do	tipo	sintenax	para	0,6/1	kV	(kV	é	unidade	de	medida</p><p>de	tensão,	que	representa	1000	Volts),	os	quais	possuem	dupla	camada	de</p><p>proteção	e	suportam	temperaturas	mais	elevadas	dentro	das	tubulações.</p><p>19.14.	Geração	de	energia	ou	energia	solar</p><p>fotovoltaica</p><p>Trata-se	de	sistema	muito	importante	para	a	construção	da	sua	casa,	com	retorno</p><p>financeiro	por	volta	do	sétimo	ou	do	oitavo	ano.	Vale	muito	a	pena	prever	sua</p><p>instalação,	mesmo	que	só	ocorra	em	momento	posterior,	a	fim	de	deixar	pronta	a</p><p>infraestrutura	necessária.</p><p>Fonte:https://produto.mercadolivre.com.br.</p><p>Captação	de	energia	solar.</p><p>A	energia	solar	fotovoltaica	é	a	conversão	da	luz	solar	em	energia	elétrica	por</p><p>intermédio	do	sistema	fotovoltaico	(placas,	inversor	etc.).	A	economia	no</p><p>consumo	de	energia	elétrica,	com	a	geração	por	meio	desse	sistema,	pode	chegar</p><p>até	uma	redução	de	95%	do	seu	consumo.	Os	fabricantes	informam	que	o</p><p>sistema	tem	vida	útil	estimada	de	25	anos.	É	ou	não	é	um	bom	motivo	para	você</p><p>investir	na	sua	construção?	Considerando	o	momento	atual	e	a	preocupação	com</p><p>sistemas	alternativos	de	geração	de	energia,	certamente	os	produtos	tenderão	a</p><p>ficar	mais	baratos,	no	futuro	próximo.</p><p>Vamos	entender	como	funciona	o	processo	de	geração	de	energia?	É	rapidinho	e</p><p>enriquece	muito	o	nosso	conhecimento:</p><p>•	Os	painéis	solares	são	constituídos	de	células	fotovoltaicas,	que	captam	luz	ou</p><p>fótons	e	os	convertem	em	eletricidade.</p><p>•	A	luz	solar	incide	nos	painéis,	e	as	células	produzem	eletricidade	de	corrente</p><p>contínua.</p><p>•	A	energia	que	utilizamos	em	nossas	residências,	comércios	e	indústrias	é	a</p><p>energia	de	corrente	alternada;	então	os	equipamentos	complementares	chamados</p><p>de	inversores	entram	em	ação,	fazendo	essa	inversão	da	corrente	de	energia.</p><p>Esse	trabalho	também	pode	ser	feito	por	equipamentos	denominados	de</p><p>microinverter,	com	uso	de	uma	unidade	por	placa	fotovoltaica.	Essa	é	a	energia</p><p>que	alimentará	sua	casa.</p><p>•	A	energia	é	conduzida	até	o	relógio	medidor	instalado	pela	concessionária	de</p><p>energia	local,	o	qual	faz	a	leitura	de	energia	que	você	produz	“na	sua	usina	de</p><p>microgeração	de	energia”,	bem	como	da	energia	fornecida	pela	rede	da	empresa</p><p>concessionária.</p><p>Fonte:https://produto.mercadolivre.com.br.</p><p>Esquema	da	captação	de	energia	solar.</p><p>•	A	instalação	desse	processo	não	dispensa,	entretanto,	o	fornecimento	de</p><p>energia	pela	concessionária	local,	por	vários	motivos:	sua	unidade	particular</p><p>poderá	gerar	menos	energia	do	que	sua	família	necessita;	as	placas	fotovoltaicas</p><p>não	geram	energia	durante	a	noite,	e	a	demanda	de	eletricidade	é	ininterrupta;	o</p><p>excesso	da	sua	produção	será	entregue	à	concessionária,	que	lhe	fará	um	crédito</p><p>a	ser	abatido	da	sua	conta	mensal.</p><p>DICAS	DO	ENGENHEIRO</p><p>•	Considere	a	possibilidade	de,	se	possível,	deixar	o	sistema	de	energia	solar</p><p>implantado	durante	a	construção	da	sua	casa,	tendo	em	vista	o	benefício</p><p>econômico	de	que	você	desfrutará.	Esse	sistema	gera	energia	renovável	e	limpa.</p><p>•	Converse	com	seu	RT,	caso	não	seja	possível	a	implantação	no	momento	da</p><p>construção,	a	fim	de	que	ele	deixe	a	infraestrutura	executada,	que	é	de	custo</p><p>baixíssimo,	mas	fará	todo	sentido	quando	você	conseguir	viabilizar	a	compra	do</p><p>sistema,	pois	não	vai	precisar	sair	quebrando	nada.</p><p>•	Colha	propostas	com	os	fornecedores	consolidados	na	sua	região	e	busque</p><p>informações	com	quem	tenha	adquirido	o	sistema	sobre	a	idoneidade	dessas</p><p>empresas.</p><p>•	Escolha	o	local	onde	ficará	instalado	o	inversor,	de	preferência</p><p>onde	ficará</p><p>“aparente”	apenas	para	quem	mora	na	residência	(área	de	serviço,	corredor,</p><p>depósito,	entre	outras).</p><p>•	Saiba	que	o	sistema	de	acionamento	do	inversor	requer	um	pequeno	quadro	de</p><p>força	para	4	a	8	disjuntores,	interligado	ao	quadro	geral	de	energia	da	casa	(para</p><p>o	sistema,	será	colocada	uma	ou	duas	caixas	de	4“x	4”,	interligadas	nesse	quadro</p><p>de	força,	posicionadas	adequadamente).</p><p>•	Cuide	para	que	seja	embutida,	na	parte	superior	do	quadro	de	força	do	sistema,</p><p>uma	mangueira	de	1	½”,	por	onde	passarão	os	cabos	que	se	ligarão	às	placas</p><p>geradoras	de	energia	(a	tubulação	sobe	do	quadro	até	a	cobertura	sob	o	telhado).</p><p>2</p><p>0.	INSTALAÇÃO	DE	ÁGUA	E	ESGOTO</p><p>Crédito	da	imagem:	Eddie	Lee	por	Pixabay.</p><p>O	conforto	requer	atenção:	sem	vazamentos	e	entupimentos.</p><p>Este	é	um	item	bastante	significativo	e	estará	presente	na	sua	obra	do	início	ao</p><p>final.	De	fato,	uma	das	primeiras	atividades	a	ser	feita	na	obra	é	a	execução	da</p><p>infraestrutura	para	receber	o	fornecimento	de	água	pela	concessionária	local,</p><p>desde	as	instalações	para	o	abastecimento	da	obra	em	si	até	as	instalações</p><p>provisórias	para	uso	dos	profissionais	do	canteiro	da	obra.	A	concessionária</p><p>disponibilizará	o	fornecimento	da	água	e	do	ponto	de	esgoto	onde	será	ligada	a</p><p>sua	unidade	residencial,	a	partir	do	pedido	de	ligação.</p><p>As	instalações	de	água,	águas	pluviais	e	de	esgoto	modificam-se	constantemente,</p><p>com	evolução	na	qualidade	das	canalizações	e	conexões.	Não	é	tão	distante</p><p>assim	o	tempo	em	que	as	instalações	de	água	eram	executadas	com	tubulações</p><p>de	aço	galvanizado	e	as	de	esgoto,	com	tubulações	de	ferro	fundido.	Esses</p><p>materiais	foram	gradativamente	substituídos	por	tubulações	e	conexões	de	PVC</p><p>roscável,	o	que	já	foi	uma	grande	mudança,	embora	ainda	ultrapassado	o	sistema</p><p>de	ligação	entre	as	peças,	pois	as	roscas	eram	feitas	no	canteiro	da	obra	e	a</p><p>colagem	ocorria	com	o	emprego	de	zarcão	e	fio	de	sisal.</p><p>Mais	um	tempo	e	a	indústria,	sempre	inovando,	começou	a	abastecer	o	mercado</p><p>com	as	tubulações	de	PVC	soldável.	Ufa!	Uma	“mão	na	roda”!	Ficou	tudo	mais</p><p>simples	e	mais	seguro.	O	zarcão	e	o	fio	de	sisal	foram	substituídos	por	lixa,</p><p>estopa,	solução	preparadora	para	limpeza	e	cola	específica	para	fusão	das	peças.</p><p>O	que	não	se	pode	admitir,	nos	dias	de	hoje,	é	o	encanador	fazendo	a	colagem</p><p>das	peças	(tubulação,	conexões)	sem	lixar	as	superfícies	a	serem	coladas,	sem</p><p>limpar	com	a	solução	preparadora	-	indo	direto	para	a	cola.	Se	isso	acontecer,	as</p><p>chances	de	ocorrerem	problemas	muito	cedo	é	quase	certa,	além	do	que	você</p><p>perderá	a	garantia.	Converse	sobre	isso	com	o	RT	e	com	os	encanadores,	se	for	o</p><p>caso.	Fique	de	olho!</p><p>20.1.	Instalação	de	água</p><p>Em	se	tratando	de	materiais	que	ficarão	embutidos	nas	paredes	ou	enterrados,	é</p><p>muito	importante	que	você	tire	aquele	“escorpião”	do	bolso	e	adquira	produtos</p><p>de	primeira	qualidade	para	a	sua	casa.	Reforço	o	seguinte:</p><p>•	Lembre-se	de	que	o	barato	sai	caro	e	que	a	visita	técnica	de	um	bom</p><p>profissional	de	hidráulica	não	é	nada	barata.	Então	cuide	para	que	seja</p><p>requisitado	o	mínimo	possível.</p><p>•	Atribua	ao	seu	RT	e	ao	encanador	a	conferência	minuciosa	do	recebimento	dos</p><p>materiais	adquiridos	após	a	coleta	ou	tomada	de	preços.	Saiba	que	tudo	o	que</p><p>estiver	faltando	precisa	ser	anotado	no	corpo	da	nota	fiscal,	sendo	importante</p><p>acompanhar	para	que	o	valor	pago	pelo	material	não	entregue	seja	devolvido	ou</p><p>que	lhe	entreguem	o	que	faltou,	com	presteza.</p><p>•	Peça	para	que	cuidem	dos	materiais,	mantendo-os	guardados	em	recinto</p><p>fechado;	forneça	um	cadeado,	entregue	uma	cópia	para	o	RT,	outra	para	o</p><p>encanador	e	uma	poderá	ficar	com	você.</p><p>•	Saiba	que	materiais	bem	cuidados,	limpos	e	não	utilizados	na	obra	poderão	ser</p><p>devolvidos	à	loja	onde	você	os	adquiriu.	Dessa	forma,	guarde	a	nota	fiscal	para</p><p>facilitar	essa	provável	operação	de	devolução.</p><p>•	Cuide	para	que	as	operações	de	colagem	sigam	rigorosamente	as	instruções	do</p><p>fabricante	dos	materiais,	mas	antes	recomendo	especial	cuidado	no	corte	das</p><p>tubulações.	O	profissional	deverá:</p><p>•	regularizar	o	corte	com	lixa	d’agua	nº	150,	limpo	com	estopa	e	solução</p><p>limpadora;</p><p>•	aplicar	a	cola,	inicialmente	na	parte	interior	da	conexão,	onde	a	evaporação</p><p>ocorre	de	forma	mais	lenta,	para,	em	seguida,	aplicar	na	peça	cuja	face	a	ser</p><p>colada	é	exposta	(parte	de	fora).</p><p>Destaco	uma	informação	relevante:	os	canos	destinados	às	redes	de	água	quente</p><p>não	podem	ser	lixados,	devendo	ser	feita	apenas	limpeza	com	solução	limpadora</p><p>e	a	remoção	das	rebarbas	dos	cortes.</p><p>A	cola	para	rede	de	água	quente	é	diferente	da	cola	da	rede	de	água	fria,	não</p><p>podendo	haver	falha,	pois	a	cola	para	água	fria	não	suporta	a	alta	temperatura	da</p><p>rede	de	água	quente.	É	sempre	bom	lembrar	que	excesso	de	cola	não	é	garantia</p><p>de	uma	colagem	perfeita,	muito	pelo	contrário:	tudo	precisa	estar	na	medida</p><p>certa.	Introduzida	a	tubulação	na	conexão,	basta	girar	noventa	graus,	deixando	a</p><p>peça	repousar.	Está	feita	a	colagem.</p><p>Se	houver	necessidade	de	passar	com	tubulação	por	dentro	de	uma	peça</p><p>estrutural	de	concreto,	recomendo	deixar	uma	tubulação	de	bitola	superior	como</p><p>“espera”.	Depois	da	desforma	da	peça,	deverá	ser	passada	a	tubulação	adequada,</p><p>com	relativa	folga.	Esse	procedimento	evitará	que	a	canalização	venha	a	sofrer</p><p>danos	provenientes	da	movimentação	da	peça	estrutural	de	concreto.</p><p>Para	passagem	de	tubulações	pelas	alvenarias,	é	necessário	que	o	corte	seja	feito</p><p>com	máquina	apropriada,	e	que	esteja	a	prumo	e	a	nível.	A	tubulação	deverá	ser</p><p>chumbada	após	efetuado	o	teste	de	estanqueidade	da	rede,	e	deverá	ser</p><p>empregada	massa	equivalente	à	do	assentamento	dos	tijolos.	Nunca	se	deve</p><p>deixar	a	tubulação	exposta	a	ponto	de	que	venha	a	ser	coberta	apenas	pela</p><p>argamassa	do	revestimento	da	parede	-	a	tubulação	tem	que	ser	inserida	no	meio</p><p>da	espessura	dos	tijolos.</p><p>DICAS	DO	ENGENHEIRO</p><p>•	Peça	ao	seu	RT,	se	não	houver	um	projeto	específico,	que	faça	um	desenho</p><p>completo	de	toda	a	rede	hidráulica	das	paredes	e	pisos.	Esse	desenho	tem	que</p><p>indicar	exatamente	a	distância	das	paredes,	dos	pisos	e	do	teto.	Facilitará	a	vida</p><p>dos	montadores	de	móveis	e	do	pessoal	do	granito,	evitando,	assim,	que	as	redes</p><p>sejam	transpassadas	por	brocas	durante	a	montagem	de	armários	e	bancadas,	o</p><p>que	exigirá	reparos	indesejados	e	inoportunos.</p><p>•	Providencie,	após	a	montagem	da	rede	de	água	fria	e	de	água	quente,	um	teste</p><p>completo	do	funcionamento	dos	registros	de	gaveta	e	de	pressão,	com	abertura</p><p>de	todos	eles,	para	permitir	que	eventuais	ciscos,	caliças,	restos	de	PVC	oriundos</p><p>do	corte	de	tubos	possam	sair,	deixando	as	redes	limpas	para	uso.</p><p>•	Dispense	especial	cuidado	à	montagem	da	base	de	apoio	dos	reservatórios</p><p>d’agua,	que	deverá,	preferencialmente,	ser	construída	com	laje	de	concreto	e</p><p>revestida	com	cimentado	desempenado	com	areia	média	peneirada.</p><p>•	Atente	para	a	remoção	completa	de	todos	os	grãos	de	areia	soltos	do</p><p>cimentado.	Isso	é	necessário	porque	as	caixas	construídas	com	PVC,	com	o</p><p>passar	dos	anos,	podem	vir	a	ser	perfuradas	por	grãos	de	areia	expostos.	Você	já</p><p>ouviu	falar	que	água	mole	em	pedra	dura,	tanto	bate	até	que	fura!	A	água	faz</p><p>pressão	sobre	as	paredes	da	caixa	e,	com	o	efeito	do	calor	do	recinto,	o	PVC</p><p>amolece	e	fica	fragilizado	com	qualquer	elemento	pontiagudo,	inclusive</p><p>pequenos	grãos	de	areia!</p><p>•	Saiba	que	as	caixas	d’água	de	PVC	precisam	ser	instaladas	pelo	menos	com	5</p><p>cm	distantes	das	paredes	do	recinto	do	barrilete.	Isso	porque,	com	as	caixas</p><p>cheias	de	água	e	com	o	calor	no	recinto,	elas	aumentam	o	seu	diâmetro	original,</p><p>podendo	encostar	na	alvenaria	e	sofrer	danos	com	o	atrito	nas	paredes.</p><p>•	Opte,	se	possível,	pela	aquisição	de	reservatórios	de	água	com	camada	interna</p><p>antibactericida,	a	qual	proporcionará	melhor	qualidade	na	preservação	da	água</p><p>potável.	O	reservatório	de	PVC	que	vem	de	fábrica	com	as	flanges	soldadas	é</p><p>mais	seguro,	mas,	se	não	for	possível	adquiri-lo,	não	se	preocupe,	que	um	bom</p><p>encanador	sabe	como	proceder	à	montagem.</p><p>•	Lembre-se	da	importância	de	se	instalar	um	registro	tipo	borboleta	na</p><p>alimentação	das	caixas	d’água,	o	que	facilitará	em	muito	as	futuras</p><p>manutenções,	ante	a	possibilidade</p><p>de	fechar	os	reservatórios	para	executar	o</p><p>serviço	necessário.</p><p>•	Saiba	que	o	extravasor	-	mais	conhecido	como	“ladrão”	-	deve	ser	executado</p><p>com	tubulação	com	duas	graduações	acima	da	que	faz	a	alimentação	das	caixas.</p><p>Exemplo:	se	a	alimentação	for	executada	com	uma	rede	de	tubos	com	25	mm,	o</p><p>ideal	é	fazer	o	“ladrão”	com	uma	rede	de	40	mm	(pulando	a	de	32	mm).</p><p>•	Observe	que	as	redes	públicas	de	abastecimento	de	água	são,	geralmente,</p><p>menos	demandadas	pela	população	no	período	da	noite	e	da	madrugada.	A	água</p><p>então	aumenta	a	velocidade	na	rede	e	força	mais	o	mecanismo	de	abertura	e</p><p>fechamento	das	boias.	Se	o	braço	de	alavanca	da	boia	não	for	resistente	o</p><p>suficiente,	será	“levantado”	pela	água	e	começará	a	extravasar	água	pelo</p><p>“ladrão”;	ou	ainda,	se	um	cisco	ou	graveto,	por	menor	que	sejam,	vierem	pela</p><p>rede,	dificultarão	o	fechamento	perfeito	do	sistema,	incorrendo,	também,	na	fuga</p><p>de	água	pelo	“ladrão”.	Ora,	se	a	rede	do	“ladrão”	for	igual	à	rede	da	entrada,</p><p>consequentemente	não	conseguirá	esgotar	na	mesma	vazão	de	entrada;	daí	a</p><p>necessidade	de	se	empregar	uma	bitola	superior	(e	com	folga)	na	rede	do</p><p>“ladrão”.</p><p>•	Cuide	para	que,	na	montagem	do	barrilete,	seja	instalado	um	registro	de	esfera</p><p>ou	de	gaveta	em	cada	tubulação	de	saída	dos	reservatórios	de	água;	por	exemplo,</p><p>se	você	tiver	duas	caixas	d’água,	vai	precisar	de	dois	registros,	um	para	cada</p><p>caixa.	Isso	é	muito	importante,	principalmente	quando	você	precisar	contratar</p><p>um	encanador	para	fazer	a	lavagem	das	caixas.</p><p>•	Providencie	para	que	as	tubulações	de	alimentação	que	saem	das	caixas	d’água</p><p>para	as	prumadas	de	consumo	em	banheiros,	cozinha,	área	de	serviço	-	áreas</p><p>“molhadas”	–	estejam	apoiadas	sobre	bloco	de	massa,	em	espaços	curtos,	de</p><p>forma	que	as	tubulações	não	sofram	deformações	com	possível	flexão,	que	pode</p><p>acarretar	seu	rompimento.	Uma	sugestão	é	optar	por	tirantes	metálicos,	próprios</p><p>para	esse	fim.</p><p>•	Exija	que	o	recinto	onde	as	caixas	d’água	serão	instaladas	tenham	o	piso</p><p>revestido	e	impermeabilizado,	além	de	possuir	um	ralo	com	extravasor,	para	que,</p><p>em	caso	de	rompimento	do	reservatório	ou	de	tubulação,	o	piso	e	a</p><p>impermeabilização	parcial	das	paredes	possam	proteger	os	ambientes	abaixo</p><p>desse	recinto.</p><p>•	Providencie	a	instalação	de	uma	torneira	dentro	dos	reservatórios	de	água,	para</p><p>facilitar	a	lavagem	das	caixas,	das	placas	do	sistema	de	aquecimento	de	água	e</p><p>das	placas	fotovoltaicas.</p><p>20.2.	Instalações	de	água	pluvial	e	de	esgoto</p><p>A	partir	de	agora	tratarei	da	declividade.	Observe	que	esse	item	precisa	ser</p><p>discutido	entre	você	e	o	profissional	de	arquitetura	desde	o	início	do	projeto,</p><p>quando	será	estabelecida	a	cota	de	implantação	da	casa.	Se	você	não	sabe	o	que</p><p>significa	cota	de	implantação,	eu	explico:	é	a	diferença	da	altura	entre	o	meio-fio</p><p>(onde	está	a	rua	de	acesso	à	casa)	e	o	piso	interno	da	residência.	Quando	eu	digo</p><p>que	a	casa	está	implantada	na	cota	+	0,50	m,	significa	que	o	piso	está	50	cm</p><p>acima	do	nível	médio	do	meio-fio.	Deu	para	você	entender?	Então	sigamos.</p><p>Veja,	as	instalações	de	águas	pluviais	precisam	de	declividade	mínima	de	1%	na</p><p>direção	do	meio-fio;	já	as	instalações	de	esgoto	exigem	o	mínimo	de	2%	de</p><p>queda	na	direção	da	caixa	de	inspeção	disponibilizada	pela	concessionária.</p><p>Então,	por	exemplo,	se	o	meu	terreno	tem	30	m	de	profundidade,	a	rede	de	águas</p><p>pluviais	vai	demandar	30	cm	de	declividade	para	esgotar	o	excedente	da	água</p><p>que	não	penetrar	o	solo,	correto?	E	se	houver,	nesse	mesmo	terreno,	uma	edícula</p><p>com	instalações	de	esgoto	(pias,	caixa	de	gordura,	vaso	sanitário,	chuveiro	etc.)</p><p>implantada	lá	nos	fundos,	essa	rede	de	esgoto	vai	demandar	declividade	de,	no</p><p>mínimo,	60	cm	para	escoamento	dos	dejetos	até	alcançar	o	fundo	da	caixa	de</p><p>inspeção.</p><p>Normalmente,	o	arquiteto	estabelece	a	cota	de	implantação	da	casa	considerando</p><p>uma	inclinação	em	torno	de	10%	para	acesso	dos	carros	à	garagem;	se	houver	5</p><p>m	de	recuo,	o	aclive	será	de	50	cm	(10%	x	5	m).	Agora	é	só	verificar	se	esses	50</p><p>cm	serão	suficientes	para	o	esgotamento	das	águas	pluviais	e	do	esgoto	da</p><p>residência.	Não	se	pode	esquecer	do	diâmetro	da	tubulação	e	de	mais	uma</p><p>camada	mínima	de	20	cm	de	terra	sobre	elas.	Discuta	esse	assunto	com	o	seu	RT</p><p>bem	no	início	da	obra,	durante	os	serviços	de	terraplenagem.</p><p>O	nível	de	implantação	da	casa	é	importante	não	só	para	a	perfeita	canalização</p><p>de	água	e	de	esgoto,	mas	também	para	a	disposição	de	rampas	e	degraus	de</p><p>acesso	à	residência	–	automóveis	(garagem)	e	pessoas.</p><p>Fonte:	arquivo	pessoal.</p><p>A	declividade	do	terreno	deve	ser	considerada	também	nos	acessos.</p><p>A	declividade	mínima	também	deve	ser	considerada	quando	estamos	esgotando</p><p>as	águas	pluviais	do	telhado,	sendo	normal	o	profissional	apoiar	os	canos	sobre	a</p><p>laje	e	depois	conduzi-los	às	descidas	(prumadas);	mas	é	necessário	fazer	a</p><p>mesma	“continha”:	1%	multiplicado	pela	distância	da	boca	da	calha	até	a</p><p>prumada.</p><p>Se	não	for	respeitada	essa	declividade	mínima	necessária,	muita	água	ficará</p><p>contida	dentro	do	cano,	transformando	sua	rede	em	um	“paraíso”	para	o</p><p>mosquito	Aedes	Aegypti.	Quando	as	águas	pluviais	são	recolhidas	nas	bandejas</p><p>coletoras	de	águas	pluviais	(calhas),	é	preciso	conversar	com	o	calheiro	que	fará</p><p>o	serviço	e	deixar	claro	que	não	será	aceito	o	serviço	sem	declividade	garantida.</p><p>DICAS	DO	ENGENHEIRO</p><p>•	Não	economize	na	aquisição	de	tubulações	e	conexões	de	PVC,	pois	produtos</p><p>de	baixa	qualidade	possuem	as	paredes	finas,	abaixo	do	estabelecido	em	normas</p><p>técnicas,	e	não	suportam	sequer	o	peso	da	terra.	Em	pouco	tempo,	a	seção	útil</p><p>dos	canos	estará	achatada,	impedindo	a	passagem	da	água	e	dos	dejetos.</p><p>•	Saiba	que	os	canos	enterrados	precisam	estar	apoiados	sobre	uma	camada	de</p><p>areia	média	e	cobertos	por	uma	camada	de	areia	que	os	cubram	suficientemente;</p><p>dessa	forma,	poderão	trabalhar	livremente,	conseguindo	dilatar	e	retrair,</p><p>protegendo,	assim,	as	conexões	contra	rompimentos.</p><p>•	Assegure	que	todas	as	tubulações	e	conexões	sejam	lixadas	e	limpas	com</p><p>solução	limpadora	apropriada	antes	da	colagem,	pois	há	encanador	no	mercado</p><p>que	entende	que	esse	procedimento	só	precisa	ser	feito	em	tubulações	de	água</p><p>fria	e	água	quente.</p><p>•	Dê	atenção	especial	à	montagem	das	redes	de	águas	pluviais	e	de	esgoto	aéreas</p><p>-	aquelas	que	ficam	protegidas	pelos	forros,	sob	lajes,	pois	qualquer	falha	na</p><p>colagem	dessas	peças	trará	sérios	transtornos	futuros.</p><p>•	Providencie,	antes	da	execução	do	forro,	quando	as	redes	aéreas	passem	sobre</p><p>salas	de	jantar	e	de	estar,	a	instalação	de	proteção	acústica	com	manta	de	lã	de</p><p>vidro	ou	lã	de	rocha,	para	reduzir	ao	máximo	o	ruído	decorrente	de	descargas</p><p>dos	vasos	sanitários.	É	muito	desagradável	estar	com	visita	sentada	à	mesa	para</p><p>uma	refeição	e	escutar	aquele	barulho	inconveniente.	Não	custa,	também,</p><p>revestir	o	“joelho”	onde	os	dejetos	caem.</p><p>•	Na	hora	de	executar	as	calhas	coletoras	de	águas	pluviais,	aquelas	que	ficam</p><p>“escondidas”	sobre	os	telhados,	observe	o	seu	comprimento:	se	for	superior	a	10</p><p>m,	o	calheiro	deve	prever	uma	junta	de	dilatação	para	evitar	os	barulhos</p><p>indesejados,	com	“estalos”	decorrentes	da	retração	da	calha	ao	anoitecer,</p><p>justamente	na	hora	do	seu	descanso.	Dessa	forma,	o	encanador	precisará	fazer</p><p>duas	coletas	de	água,	uma	em	cada	parte,	aproveitando	para	fazer	os	caimentos</p><p>desejados	necessários	para	evitar	poças	de	água	-	“casa”	dos	mosquitos.</p><p>•	Caso	seja	necessário	passar	com	uma	tubulação	de	águas	pluviais	ou	de	esgoto</p><p>por	dentro	de	uma	viga	de	concreto,	o	engenheiro	calculista	precisará	ser</p><p>informado	para	reforçar	a	peça	antes	da	concretagem.	Os	canos	deverão	ser</p><p>encapados	com	2	a	3	camadas	de	papelão,	de	forma	a	evitar	danos	decorrentes</p><p>de	movimentação	da	viga.</p><p>•	Em	hipótese	alguma,	permita	que	o	encanador	faça	furos	nas	vigas	ou	pilares</p><p>para	sair	com	as	redes	para	o	lado	externo;	se	houver	esse	tipo	de	necessidade,</p><p>precisa	ser	planejado	com	o	engenheiro	calculista.</p><p>•	Cuide	para	que	haja	instalação	das	caixas	de	inspeção,	tanto	de	esgoto	como	de</p><p>águas	pluviais,	próximas	às	prumadas	de	descidas,	pois	não	existe	nada	mais</p><p>barato	comparado	com	os	benefícios	de	uma	caixa	de	concreto	de	inspeção:	você</p><p>só</p><p>saberá	a	falta	de	uma	caixa	dessas	na	hora	que	precisar	lidar	com	um</p><p>entupimento!</p><p>•	Saiba	que,	nos	últimos	anos,	virou	moda	a	construção	de	casas	em	que	o</p><p>telhado	fica	confinado	atrás	da	platibanda	-	aquela	parede	que	“esconde”	o</p><p>telhado,	em	vez	de	deixá-lo	aparente.	Se	a	casa	ficar	próxima	a	arvoredos	ou</p><p>praças	arborizadas,	cabe	destacar	o	volume	acentuado	de	folhas	que	se</p><p>depositarão	nas	calhas,	podendo	entupir	as	descidas	de	águas	pluviais.</p><p>Recomendo	a	instalação	de	bandejas	perfuradas	de	aço	inoxidável	para	proteger</p><p>essas	descidas	e	a	limpeza	constante	das	calhas.</p><p>•	Providencie,	se	as	águas	coletadas	do	telhado	forem	conduzidas	para	uma</p><p>cisterna,	a	coleta	dessas	folhas	em	uma	caixa	de	retenção,	de	forma	a	manter	a</p><p>cisterna	com	o	mínimo	possível	de	deposição	de	folhas	e	detritos.</p><p>•	E	por	falar	em	folhas	dentro	da	cisterna,	cuide	para	que	seja	feita	uma	lavagem</p><p>na	caixa	pelo	menos	uma	vez	por	ano,	removendo	toda	sujeira	trazida	do</p><p>telhado.</p><p>21.	SISTEMA	DE	AUTOMAÇÃO	RESIDENCIAL	E	PARTICIPAÇÃO	NA</p><p>ESCOLHA	DOS	ACABAMENTOS</p><p>Antes	que	eu	fale	sobre	sistemas	de	automação	e	de	escolha	acabamentos,</p><p>lembre-se	de	que	tudo	sairá	do	seu	bolso.	O	projeto	deve	refletir	seu	gosto,</p><p>dentro	do	que	você	efetivamente	pode	despender	para	que	o	resultado	seja</p><p>motivo	de	orgulho,	não	de	“dor	de	cabeça”.	Dito	isso,	vamos	lá!</p><p>21.1.	Sistema	de	automação	residencial</p><p>A	automação	residencial	tem	crescido	de	forma	exponencial,	em	decorrência	dos</p><p>benefícios	oferecidos,	de	uma	maior	conscientização	das	pessoas	sobre	esse</p><p>assunto,	além	da	mudança	do	estilo	de	vida	do	homem	urbano.	Se	posso	facilitar,</p><p>por	que	complicar,	não	é?	Outro	aspecto	é	que,	com	a	grande	procura,	os	preços</p><p>têm	se	ajustado	a	patamares	mais	convidativos.</p><p>A	possibilidade	de	comandar	tudo	ou	quase	tudo	de	um	celular,	tablet	ou</p><p>computador	é	o	que	nos	encanta.	Possuir	uma	casa	inteligente,	com	a</p><p>incorporação	de	novas	tecnologias	que	chegam	ao	mercado	todos	os	dias,	facilita</p><p>muito	a	vida	atribulada	do	nosso	cotidiano.	É	a	sua	casa	mais	produtiva,	mais</p><p>amigável	e	mais	interativa	com	a	família.</p><p>O	dia	foi	estressante,	muito	quente	–	apesar	de	o	ar-condicionado	ter	ficado</p><p>ligado	o	dia	todo,	no	trabalho	-	e	você	se	lembra	de	que	fez	aquele	investimento</p><p>na	automação	da	sua	casa.	Antes	de	sair	do	trabalho,	resolve	ligar	o	ar-</p><p>condicionado	da	sua	sala	home	theather,	manda	fechar	a	persiana,	além	de</p><p>comandar	as	lâmpadas	na	frente	da	casa.	Ao	chegar	e	encontrar	tudo	conforme</p><p>você	planejou	é	bom	demais,	não	é?	O	telejornal	preferido	acabou,	mas	você	se</p><p>lembra	de	que	comandou	a	ligação	da	sauna	e	ela	já	deve	estar	no	ponto;	depois</p><p>da	sauna,	um	bom	mergulho	na	piscina	–	você	já	comandou	o	acendimento	das</p><p>lâmpadas,	e	a	cascata	jorra	provocando	um	ruído	muito	agradável	aos	seus</p><p>ouvidos.	Percebeu	como	é	bom	levantar-se	cedo	e	ir	ao	trabalho	e	poder	pagar</p><p>por	todos	esses	benefícios	que	a	ciência	colocou	aos	seus	pés?	Ah...	era	só	um</p><p>sonho?	Mas	deu	para	sentir	o	gostinho	do	que	é	bom?	Então	“bora	trabalhar,</p><p>ganhar	dinheiro	e	materializar	esse	sonho,	moçada”!</p><p>A	automação	requer	cuidados	simples,	basicamente	restritos	à	infraestrutura–</p><p>tubulações	de	rede	de	água,	energia,	cabeamentos,	quadros.	Por	isso,	pense	bem,</p><p>mas	rápido,	sobre	as	facilidades	proporcionadas	a	um	custo	relativamente	baixo,</p><p>e	converse	previamente	com	empresas	e	com	o	seu	RT,	para	incluir	essa</p><p>modernidade	na	sua	casa	sem	precisar	de	quebra-quebra	depois.</p><p>21.2.	Participação	na	escolha	dos	acabamentos</p><p>A	obra	não	se	restringe	ao	que	se	vê,	à	beleza	das	formas	e	acabamentos	de	suas</p><p>superfícies.	Como	você	sabe,	existem	materiais	que	não	aparecem,	pois	ficam</p><p>“enterrados”	ou	embutidos	na	parede,	mas,	nem	por	isso,	deve	ser	negligenciada</p><p>sua	qualidade.</p><p>Pois	bem!	O	sucesso	dessa	empreitada	certamente	dependerá	da	aquisição	de</p><p>materiais	consolidados	no	mercado	(produzidos	conforme	as	normas	técnicas	e</p><p>atestados	por	laboratórios	idôneos),	adquiridos	em	lojas	confiáveis,	escolhidos</p><p>no	padrão	que	lhe	for	financeiramente	compatível.	Não	adianta	gastar	muito	em</p><p>acabamentos	de	luxo,	se	lhe	faltar	verba	na	metade	da	obra,	concorda?</p><p>Isso	tudo	que	estou	dizendo	tem	um	propósito:	delegue,	se	for	o	caso,	a	compra,</p><p>mas	participe	efetivamente	da	escolha	de	todos	os	materiais,	colhendo</p><p>informações	de	custos	e	benefícios	com	os	profissionais	escolhidos	para</p><p>acompanhar	sua	obra.	Passe	para	eles,	desde	o	início,	o	orçamento	que	você	tem</p><p>disponível	ou	a	financiar.	Questione	se	algum	material	especificado	no	projeto</p><p>pode	ser	substituído	por	outro	mais	em	conta,	mas	não	deixe	de	ouvir	dos</p><p>profissionais	o	motivo	da	especificação	daquele	material.	Não	decida	sozinho.</p><p>Pondere	entre	gastar	muito	numa	torneira	de	última	geração	(que	custará	uma</p><p>nota	se	quebrar)	ou	em	uma	que	atenda	bem	e	tenha	peças	para	reposição.</p><p>Acompanhe	o	arquiteto	nas	lojas	e	verifique	o	que	existe	no	mercado,	se	há</p><p>promoções	e,	se	possível,	aproveite	a	oportunidade	de	compra.	Muitos	materiais</p><p>de	acabamento	ficam	para	a	metade	ou	final	da	obra,	então	use	esse	tempo	para</p><p>pesquisar	antes	da	compra	final.</p><p>Todas	as	dicas	anteriores	foram	dadas	no	intuito	de	fazer	você	participar	da	sua</p><p>obra	em	condições	de	opinar,	perguntar	para	melhor	entender	e	decidir,	com</p><p>confiança,	junto	com	os	profissionais	contratados,	para	que	a	materialização	do</p><p>seu	sonho	não	se	torne	um	pesadelo.	Quando	entendemos	um	pouco	mais	de	um</p><p>assunto,	fica	mais	fácil	aguentar	os	“trancos”	que	a	vida	nos	dá	–	não	que	sua</p><p>obra	seja	um	“tranco”,	mas	que	será	um	desafio,	não	há	dúvidas,	concorda</p><p>comigo?</p><p>Nos	trabalhos	que	executo,	costumo	compor	o	metro	quadrado	da	construção</p><p>(para	orçar	a	obra)	e	definir	valores-limites	para	os	itens	mais	pesados	–	como</p><p>pisos,	revestimentos	etc.	Assim,	a	escolha	de	materiais	com	preços	superiores	ao</p><p>estipulado	já	será	um	indicativo	de	que	o	custo	da	obra	será	um	pouco	maior,</p><p>além	dos	reajustes	que	os	preços	estão	sujeitos	ao	longo	da	jornada,	que	oneram</p><p>o	custo	final.</p><p>Se	optar	pela	compra	na	internet,	pesquise	muito	para	não	cair	“numa	roubada”.</p><p>Alguns	sites	não	entregam	os	produtos	ou	fazem	a	entrega	de	produtos	diferentes</p><p>dos	ofertados,	sem	qualidade	ou	certificação.	Para	aproveitar	o	preço</p><p>diferenciado	que	algumas	lojas	adotam	nas	vendas	on-line,	pesquise,	negocie</p><p>com	a	loja	física,	se	houver,	e	verifique	as	avaliações	de	quem	já	comprou	pelo</p><p>site.	Muitas	vezes,	“vale”	até	comprar	uma	unidade	do	produto	para	“testar”	e,	se</p><p>compensar	a	diferença	de	preço,	efetuar	a	compra	das	outras	unidades.</p><p>22.	CONTRATAÇÕES	PARALELAS	À	CONSTRUÇÃO</p><p>Você	tem	gastado	bastante,	sei	disso.	Mas,	como	já	disse	antes,	alguns	itens</p><p>podem	ser	comprados	“em	paralelo”	(se	forem	instalados	mais	para	o	final)	ou</p><p>em	maior	prazo	(parcelado)	para	instalação	nos	momentos	finais,	de	preferência</p><p>antes	da	mudança.	Listarei	o	que	pode	ser	providenciado	durante	o	período	da</p><p>obra,	desde	que	previamente	acordado	com	os	profissionais	envolvidos	no	seu</p><p>projeto,	pois,	assim,	você	terá	tempo	para	pesquisar,	comprar	parcelado	e</p><p>providenciar	a	instalação	quando	esta	puder	ser	feita.</p><p>22.1.	Pisos	e	revestimentos</p><p>Com	os	quantitativos	dimensionados	pelo	arquiteto	ou	RT,	você	pode	visitar</p><p>lojas,	conversar	com	vendedores,	buscar	promoções…	enfim,	a	pesquisa	pode</p><p>ser	antecipada	e	virar	um	excelente	negócio	para	você.</p><p>Lembre-se	de	adquirir	uma	quantidade	excedente	de	piso	e	revestimentos</p><p>cerâmicos,	para	guardar,	caso	haja	necessidade	de	algum	reparo,	no	futuro,	pois</p><p>as	peças,	algumas	vezes,	saem	de	linha,	e	frequentemente	peças	do	mesmo</p><p>material	podem	vir	com	diferenças,	conforme	o	lote	de	produção.</p><p>22.2.	Granitos,	mármores,	pedras	e	soleiras</p><p>O	projeto	executivo	entregue	pelo	arquiteto	propiciará	uma	visita	a	marmorarias</p><p>para	ver	(se	possível,	até	escolher)	as	placas	do	material	especificado.	As</p><p>medidas	serão	confirmadas	quando	a	obra	estiver	mais	adiantada	–	pontos</p><p>elétricos	e	hidráulicos	executados,	revestimentos	das	paredes	colocados	ou	em</p><p>colocação.</p><p>22.3.	Ferragens	e	louças	sanitárias</p><p>Há	uma	oferta	grande	de	itens	de	ferragens	e	louças	sanitárias.	Os	modelos</p><p>também	diferem	nos	preços,</p><p>além	do	design.	Pondere	no	que	for	bom,	bonito,</p><p>funcional	e	acessível	ao	orçamento	da	obra.	Eu	aconselho	que	você	procure	não</p><p>gastar	aqui	o	que	vai	fazer	falta	mais	adiante.	Se	couber	no	seu	bolso	e	você	fizer</p><p>questão	de	ter,	compre!</p><p>22.4.	Móveis	planejados</p><p>Quando	o	arquiteto	entregar	o	anteprojeto,	você	já	poderá	visitar	lojas	de	móveis</p><p>planejados	ou	o	marceneiro	de	sua	confiança,	para	ter	ideia	inicial	dos	custos.	A</p><p>escolha	do	profissional	ou	da	empresa,	logo	no	início	da	obra,	possibilitará	a</p><p>aquisição	dos	móveis	planejados,	no	todo	em	parte,	com	parcelamento	do</p><p>pagamento.	Assim	que	a	obra	estiver	no	ponto	de	emassamento	ou	pintura,	já</p><p>com	os	pontos	elétricos	executados	(se	possível	em	comum	acordo	com	quem</p><p>executará	o	mobiliário),	“o	pessoal”	da	loja	ou	da	marcenaria	poderá	efetuar	as</p><p>medidas	no	local,	para	iniciar	a	montagem	no	prazo	combinado.</p><p>22.5.	Persianas	e	cortinas</p><p>Este	item	também	deve	ser	discutido	no	começo,	para	que,	caso	prevista	a</p><p>automação,	os	pontos	de	energia	sejam	executados.	Se	o	projeto	previr	uma</p><p>quantidade	muito	grande	de	vidro,	converse	com	o	arquiteto	para	que	a	escolha</p><p>das	esquadrias	atenda	aos	requisitos	de	insolação	sem	o	uso	obrigatório	de</p><p>cortinas	ou	persianas,	pois,	muitas	vezes,	o	uso	da	vidraçaria	adequada	ou	de</p><p>películas	de	controle	solar	reduz	a	necessidade	de	cortinas.</p><p>22.6.	Luminárias	e	itens	complementares	de	elétrica</p><p>Como	dito	anteriormente,	a	iluminação	natural	é	um	item	bastante	importante	na</p><p>elaboração	do	projeto	e	deve	ser	complementada	pela	iluminação	artificial,	de</p><p>forma	a	proporcionar	conforto	visual	aos	ambientes.	Um	bom	projeto</p><p>luminotécnico	(contratado	à	parte	ou	elaborado	na	loja	especializada	em	itens	de</p><p>iluminação)	também	pode	conferir	à	sua	residência	extraordinária	beleza.</p><p>Visite	as	lojas	com	o	arquiteto,	veja	a	variedade	de	luminárias	e	opte	por	aquilo</p><p>que	vai	lhe	trazer	cenários	visuais	de	revista	sem	“rasgar	seu	bolso”…</p><p>brincadeirinha!	Se	for	comprar	pela	internet,	não	se	esqueça	de	adquirir	uma</p><p>unidade	antes,	para	testar.	Como	canso	de	repetir,	a	compra	na	loja	permite</p><p>trocas	e	devoluções.	Aproveite	para	pesquisar	promoções	e,	se	der,	compre</p><p>mesmo	antes	do	prazo	previsto	para	a	instalação	desses	itens.</p><p>Quanto	aos	itens	complementares,	são	muitos	e	o	custo	não	é	baixo:	muitas</p><p>caixas,	espelhos	de	tomadas,	cabos...	individualmente	os	preços	parecem	baixo,</p><p>mas	a	quantidade	necessária	assusta	com	o	alto	valor	final.	Então	pondere	na</p><p>compra.</p><p>22.7.	Equipamentos</p><p>Os	aparelhos	de	ar	condicionado,	os	de	automação	e	os	demais	equipamentos</p><p>responsáveis	pelo	seu	conforto,	normalmente,	são	comprados	em	lojas</p><p>especializadas,	que	podem	até	fornecer	o	projeto	e	indicar	os	instaladores.</p><p>A	infraestrutura	deve	ficar	pronta,	mesmo	que	a	aquisição	dos	equipamentos	seja</p><p>estipulada	para	uma	etapa	posterior.	Se	não	puder	comprar	logo	os</p><p>equipamentos,	adie,	mas,	com	a	estrutura	já	providenciada,	não	será	necessário,</p><p>depois,	quebrar	para	embutir	o	que	deveria	já	estar	escondido,	não	é	mesmo?</p><p>22.8.	Móveis</p><p>Na	elaboração	do	projeto,	provavelmente	você	deve	ter	discutido	com	seu</p><p>arquiteto	o	tamanho	dos	ambientes,	e	ele	deve	ter	elaborado	um	leiaute	com</p><p>mobiliário	nas	dimensões	apropriadas,	para	aproveitamento	do	que	você	tem	(e</p><p>não	quer	se	desfazer)	ou	do	que	será	adquirido	posteriormente.</p><p>Lembre-se	de	que	uma	mesa	ou	um	sofá	em	tamanho	maior	do	que	cabe	no</p><p>ambiente	podem	diminuir	a	circulação,	atrapalhar	os	outros	móveis…	enfim,</p><p>converse	antes	para	não	se	arrepender	depois.	Móveis	devem	ser	adequados	ao</p><p>ambiente	e	não	ao	que	você	viu	numa	loja,	revista	ou	na	casa	do	vizinho	e	quer</p><p>comprar	sem	saber	se	cabe.	Se,	porém,	o	espaço	permitir	o	sofá	dos	seus	sonhos,</p><p>compre!</p><p>De	tudo	o	que	foi	exposto,	a	ideia	é:	tenha	os	pés	no	chão,	controle	os	gastos</p><p>para	não	ficar	descontrolado	e	com	a	obra	inacabada...</p><p>23.	RECEBIMENTO	DO	IMÓVEL</p><p>A	obra	está	terminando…	ufa!	Pensou	que	não	ia	acabar,	não	é?	Mas	estamos</p><p>nos	“finalmente”.	Chegou	a	hora	de	tomar	algumas	providências	para	você</p><p>usufruir	de	todo	o	esforço	despendido	até	aqui.</p><p>Crédito	da	imagem:	Oleksandr-Pidvalnyi	por	Pexels.</p><p>Chaves	nas	mãos?</p><p>23.1.	Checklist	para	o	recebimento</p><p>Vamos	ver	o	que	é	necessário	antes	da	ocupação	do	imóvel:</p><p>•	As	Built	dos	projetos:	importante	para	que	você	guarde	o	projeto	com	as</p><p>atualizações	efetuadas	durante	a	obra.	Peça	aos	profissionais	contratados	para</p><p>lhe	entregarem	os	arquivos	(ou	cópias	impressas)	atualizados.</p><p>•	Documentação	para	o	Habite-se:	as	prefeituras	estão	simplificando	o	processo,</p><p>mas	ainda	é	necessário	que	a	documentação	seja	providenciada	pelo	RT	da	sua</p><p>obra	–	afinal,	você	e	ele	são	responsáveis	pelo	que	foi	planejado	e	efetivamente</p><p>construído,	em	obediência	às	normas	e	parâmetros	legais.	Os	documentos</p><p>costumam	ser	listados	no	site	da	prefeitura	onde	seu	projeto	foi	aprovado	e</p><p>englobam,	geralmente:	cópia	do	alvará	de	licença	da	obra,	certidão	negativa	de</p><p>IPTU,	escritura	registrada	do	terreno,	anuência	de	serviços	públicos	e	pagamento</p><p>de	taxas,	entre	outros.</p><p>•	Ligação	definitiva	das	concessionárias:	energia,	água,	telefonia,	internet	etc.</p><p>•	Averbação	da	alteração	do	seu	terreno:	deve	ser	providenciada	após	o	Habite-</p><p>se,	já	que	o	terreno	agora	contém	uma	casa,	ou	seja,	tem	área	construída.</p><p>•	Encerramento	da	documentação	da	obra	junto	ao	empreiteiro:	provavelmente	o</p><p>executor	da	obra	deve	ter	providenciado,	no	início	da	construção,	a	abertura	da</p><p>matrícula	da	obra,	para	fins	de	INSS.	Ao	final	da	obra,	deve	ser	providenciado	o</p><p>encerramento	dessa	matrícula	e	obtida	a	CND.	O	Responsável	pela	execução	de</p><p>sua	obra	deve	conhecer	a	documentação	necessária	para	que	ela	seja</p><p>regularizada	e	para	que	nenhuma	etapa	seja	prejudicada,	quando	a	documentação</p><p>requerida	for	necessária.</p><p>•	Última	demão	de	pintura:	após	instalação	de	todos	os	equipamentos,	móveis</p><p>planejados	etc.</p><p>•	Efetivação	do	paisagismo:	as	mudas	de	grama	e	de	árvores	devem	ser</p><p>providenciadas,	no	máximo,	com	um	mês	antes	do	final	da	obra,	de	preferência.</p><p>Se	a	verba	for	curta,	pelo	menos	a	grama	pode	ser	plantada,	certo?</p><p>•	Identificação	do	que	você	achar	que	não	está	agradando:	nos	alinhamentos,</p><p>acabamentos,	peças	danificadas	etc.,	para	não	deixar	para	a	última	hora.	Caso</p><p>você	identifique	algo,	comente	imediatamente	com	o	RT	ou	com	o	encarregado</p><p>da	obra.</p><p>•	Limpeza	da	obra:	se	quer	um	conselho,	contrate	pessoal	especializado.</p><p>Respingos	de	tinta,	de	rejunte,	de	sujeira	no	piso	(que	não	foram	tirados	pelo</p><p>pessoal	da	obra)	nunca	mais	–	eu	disse:	nunca	mais!	–	sairão,	se	você	não</p><p>providenciar	isso	logo	antes	da	mudança.</p><p>•	Desmobilização	dos	operários:	vale	a	pena	promover	um	churrasco	de	entrega</p><p>da	obra;	não	acha	que	todos	merecem?</p><p>23.2.	Mudança	e	ocupação	do	imóvel</p><p>Chegamos	ao	final	de	nossa	empreitada!	Documentos	ok,	obra	prontinha…</p><p>agora,	é	“partir	para	o	abraço”,	digo:	para	as	arrumações.	Guarde	uns	momentos</p><p>para	comemorar	a	conquista,	tomando	um	vinho	ou	cervejinha	com	aqueles	que</p><p>estiveram	o	tempo	(árduo)	todo	com	você...</p><p>Se	você	construiu	num	terreno	“de	rua”,	ou	seja,	não	localizado	em	condomínio</p><p>ou	loteamento,	após	as	providências	burocráticas,	já	pode	providenciar	o</p><p>caminhão	de	mudança.</p><p>Se	vai	morar	num	condomínio,	residencial	ou	loteamento	(que	possua	equipe</p><p>técnica	de	acompanhamento	de	obras),	deve	entregar	os	documentos	exigidos</p><p>para	a	ocupação	do	imóvel.	Alguns	condomínios	não	exigem	o	Habite-se</p><p>definitivo	para	a	ocupação,	após	a	vistoria	do	encarregado	técnico,	aquele	que</p><p>visitou	sua	obra	durante	todo	o	período,	para	confirmar	que	o	projeto	aprovado</p><p>foi	executado	direitinho	conforme	a	documentação	entregue	à	equipe	técnica.	Se</p><p>estiver	tudo	ok,	mudança	a	caminho!</p><p>Hora	de	olhar	para	trás,	com	orgulho	de	ter	conseguido,	e	seguir	em	frente,</p><p>vivendo	cada	momento	da	vida	que	você	merece.</p><p>Crédito	da	imagem:	Blue	Bird	por	Pexels.</p><p>Finalmente!</p><p>POSFÁCIO</p><p>Missão	dada,	missão	cumprida!	Aqui	chegamos	com	a	materialização	do	sonho</p><p>de	Pavim,	que	praticamente	passou	a	vida	inteira	realizando	os	sonhos	dos	seus</p><p>clientes.	Tentamos	deixar	o	livro	do	jeito	que	ele	queria,	da	maneira	que</p><p>escrevia</p><p>e	falava,	explicando	incansavelmente	os	detalhes	que	permitiam	manter	o	custo	e</p><p>a	qualidade	de	suas	obras	dentro	do	que	os	clientes	podiam	e	queriam	fazer.</p><p>Inserimos,	nas	páginas	seguintes,	algumas	fotos	tiradas	nas	visitas	às	obras	que</p><p>ele	construiu.	As	imagens	dão	ideia	da	sequência	da	construção	de	uma	das</p><p>inúmeras	residências	edificadas	em	Ribeirão	Preto,	onde	ele	passou	os	últimos</p><p>vinte	anos	de	sua	vida.</p><p>Também	inserimos	fotos	de	vários	momentos	de	Pavim	nas	obras,	descontraído	e</p><p>presente,	fazendo	questão	de	“pôr	as	mãos”	diretamente	no	que	achava	que	tinha</p><p>que	ensinar	ou	consertar	-	ou	agilizar,	a	fim	de	que	o	prazo	fosse	cumprido</p><p>rigorosamente;	para	isso,	ia	às	obras	diariamente	e	nos	finais	de	semana.</p><p>Em	homenagem,	transcrevemos	alguns	depoimentos	de	amigos	e	de	clientes	que</p><p>viraram	amigos,	os	quais	foram	surpreendidos	por	não	terem	se	despedido	como</p><p>ele	merecia.</p><p>A	pandemia	rasgou	nosso	coração,	levou	amigos	e	familiares	pelo	Brasil	e	pelo</p><p>mundo	afora.	Desse	período,	fica	uma	breve	mensagem:	a	vida	é	curta	e</p><p>imprevisível,	portanto	viva	cada	dia	como	se	não	houvesse	amanhã.	Lembrar</p><p>nossa	mortalidade	permite	que	sejamos	mais	inteiros	no	momento	presente,	a</p><p>fim	de	vivenciarmos	o	que	verdadeiramente	importa.</p><p>Ribeirão	Preto-SP/Recife-PE,	dezembro	de	2022.</p><p>Goretti	Giaquinto</p><p>Tatiana	Nóbrega</p><p>FOTOS	DA	CONSTRUÇÃO	DE	UMA	RESIDÊNCIA	UNIFAMILIAR</p><p>Construção	das	fachadas</p><p>Construção	da	piscina	e	área	de	lazer</p><p>Construção	das	salas	e	cozinha	(pavimento	térreo)</p><p>Construção	das	suítes	e	varanda	(pavimento	superior)</p><p>Ao	fim...</p><p>Pavim	nas	obras</p><p>Cover Page</p><p>Construindo sua casa : manual prático para leigos</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>1. A ESCOLHA DO TERRENO: QUE DEVEMOS SABER?</p><p>2. A ESCOLHA DOS PROFISSIONAIS: ELABORAÇÃO DOS PROJETOS</p><p>2.1. Arquiteto: profissional responsável pelo projeto arquitetônico</p><p>2.2. Escritório de arquitetura: profissionais responsáveis pelo projeto arquitetônico</p><p>2.3. Escritórios responsáveis pelos projetos de arquitetura, projetos complementares e pela construção</p><p>3. A ELABORAÇÃO DO PROJETO ARQUITETÔNICO: ETAPAS RELEVANTES</p><p>3.1. Briefing (entrevistas)</p><p>3.2. Estudo preliminar</p><p>3.3. O anteprojeto</p><p>3.4. Projeto para aprovação de condomínio e prefeitura</p><p>3.5. Projeto executivo</p><p>4. EXECUÇÃO DO PROJETO ARQUITETÔNICO: PROFISSIONAIS ENVOLVIDOS</p><p>4.1. Etapa 1: time do chão às paredes e coberta... começando os trabalhos</p><p>4.1.1. Responsável técnico da obra (RT)</p><p>4.1.2. Construtor ou empreiteiro</p><p>4.1.3. Encarregado ou mestre de obras</p><p>4.1.4. Pedreiro</p><p>4.1.5. Servente de pedreiro</p><p>4.1.6. Furão</p><p>4.1.7. Armador ou ferreiro</p><p>4.1.8. Encanador</p><p>4.1.9. Ajudante de encanador</p><p>4.1.10. Eletricista</p><p>4.1.11. Auxiliar de eletricista</p><p>4.1.12. Carpinteiro</p><p>4.2. Etapa 2: Time dos acabamentos...chegando quase lá</p><p>4.2.1. Azulejista</p><p>4.2.2. Pintor</p><p>4.2.3. Jardineiro</p><p>4.2.4. Calheiro</p><p>4.2.5. Impermeabilizador</p><p>4.2.6. Gesseiro</p><p>4.2.7. Marceneiro</p><p>4.2.8. Serralheiro</p><p>4.2.9. Vidraceiro</p><p>4.2.10. Calceteiro</p><p>4.3. Etapa 3: time de instalação dos equipamentos</p><p>4.3.1. Sistema de ar condicionado</p><p>4.3.2. Elevador ou plataforma elevatória</p><p>4.3.3. Automação</p><p>4.3.4. Móveis planejados</p><p>4.3.5. Iluminação</p><p>4.3.6. Microgeração de energia</p><p>5. RELACIONAMENTO COMERCIAL COM O ARQUITETO E COM O ENGENHEIRO</p><p>6. O INÍCIO DA OBRA: EXIGÊNCIAS E LICENÇAS</p><p>7. ATIVIDADES PREPARATÓRIAS E PROVISÓRIAS</p><p>7.1. Limpeza do terreno</p><p>7.2. Movimento de terra</p><p>7.3. Serviços provisórios</p><p>7.3.1. Barraco de obra</p><p>7.3.2. Instalações sanitárias</p><p>7.3.3. Tapume</p><p>8. ACOMPANHAMENTO DA OBRA: FUNDAÇÕES E ESTRUTURA</p><p>8.1. Fundação dos muros</p><p>8.1.1. Muros de arrimo</p><p>8.1.2. Muros divisórios</p><p>8.2. Fundação da casa</p><p>8.2.1. Fundação rasa ou superficial</p><p>8.2.2. Fundação profunda</p><p>8.3. Estrutura</p><p>9. DA IMPERMEABILIZAÇÃO À ESCOLHA DO TELHADO</p><p>9.1. Etapas da impermeabilização</p><p>9.2. A escolha do telhado</p><p>10. ALVENARIA OU CANTARIA</p><p>10.1. Tijolos cerâmicos: maciços e furados</p><p>10.2. Tijolos de concreto: blocos ou canaletas</p><p>10.3. Tijolos de vedação</p><p>10.4. Tijolos estruturais</p><p>10.5. Cantaria</p><p>11. COBERTURA</p><p>11.1. Etapas da cobertura</p><p>11.2. Passo a passo da cobertura</p><p>12. PAVIMENTAÇÃO</p><p>12.1. Lastro de concreto ou contrapiso</p><p>12.2. Cimentado desempenado</p><p>12.3. Cimento queimado ou vermelhão</p><p>12.4. Concreto magro</p><p>12.5. Argamassa impermeável</p><p>12.6. Argamassa termoacústica</p><p>12.7. Piso cerâmico</p><p>12.8. Piso de placas vinílicas ou emborrachados</p><p>12.9. Piso de madeira: tacos, parquets e tábuas corridas</p><p>12.10. Pisos de pedra</p><p>12.10.1. Mármores, granitos, basaltos, ônix</p><p>12.10.2. Pedras mineiras, Pedra Goiás e suas variações</p><p>12.10.3. Ardósias</p><p>12.10.4. Arenitos</p><p>12.10.5. Cacos de pedras</p><p>12.11. Piso calçada portuguesa ou petit pavé</p><p>12.12. Piso de elementos intertravados</p><p>12.13. Piso de seixo rolado ou concreto lavado</p><p>12.14. Piso de alta resistência: granilite e marmorite</p><p>12.15. Piso de elementos vazados: cobograma ou concregrama</p><p>12.16. Piso de tijolos de solo-cimento</p><p>12.17. Piso drenante e piso articulado ou intertravado</p><p>12.18. Piso gramado</p><p>13. REVESTIMENTOS</p><p>13.1. Chapisco</p><p>13.2. Emboço, reboco e emboço ou reboco paulista</p><p>13.2.1. Emboço</p><p>13.2.2. Reboco</p><p>13.2.3. Emboço ou reboco paulista</p><p>13.3. Revestimento impermeável</p><p>13.4. Gesso</p><p>13.4.1. Gesso liso</p><p>13.4.2. Gesso lançado à pistola</p><p>13.4.3. Gesso em placas com desenhos em alto relevo</p><p>13.5. Cimento queimado</p><p>13.5.1. Cimento queimado natural</p><p>13.5.2. Cimento queimado sintético</p><p>13.6. Cerâmicas, azulejos, pastilhas cerâmicas e de vidro</p><p>13.7. Laminado fenólico melamínico</p><p>13.8. Papel de parede</p><p>13.9. Lambri de madeira maciça ou chapa de madeira compensada</p><p>13.10. Concreto aparente: liso, rústico, jateado ou apicoado</p><p>14. FORRO FALSO, TRATAMENTOS TÉRMICOS E ACÚSTICOS</p><p>14.1. Forro falso</p><p>14.2. Tratamento térmico e acústico</p><p>15. MARCENARIA OU CARPINTARIA</p><p>15.1. Cuidados especiais que um bom marceneiro deve observar</p><p>15.2. Decks de madeira e sauna</p><p>16. SERRALHERIA E FERRAGENS</p><p>16.1. Ferro e aço</p><p>16.2. Alumínio</p><p>16.3. Ferragens</p><p>16.3.1. Fechaduras</p><p>16.3.1.1. Fechadura interna</p><p>16.3.1.2. Fechadura interna para banheiro</p><p>16.3.1.3. Fechadura de cilindro</p><p>16.3.1.4. Fechadura bico de papagaio</p><p>16.3.1.5. Fechadura elétrica</p><p>16.3.1.6. Fechadura de acesso com controle biométrico</p><p>16.3.1.7. Fechadura de rolete</p><p>16.3.2. Dobradiças</p><p>17. VIDRAÇARIA</p><p>17.1. Vidro comum</p><p>17.2. Vidro cristal</p><p>17.3. Vidro aramado</p><p>17.4. Vidro temperado</p><p>17.5. Vidro laminado</p><p>17.6. Vidro especial à prova de bala ou vidro de segurança blindado</p><p>17.7. Acabamentos da vidraçaria</p><p>17.8. Blocos ou tijolos de vidro: cobogós e lanternins</p><p>18. PINTURA</p><p>18.1. A importância das cores</p><p>18.2. Pintura: etapas e tipos</p><p>18.2.1. Pintura com verniz</p><p>18.2.2. Pintura com tinta: paredes e tetos</p><p>18.2.3. Pintura com tinta: superfícies de madeira</p><p>18.2.4. Pintura com tinta: superfícies metálicas</p><p>18.2.5. Pintura tipo textura</p><p>18.2.5.1. Pintura com granilhas</p><p>18.2.5.2. Pintura com textura acrílica</p><p>19. INSTALAÇÕES ELÉTRICAS</p><p>19.1. O projeto elétrico e a NBR-5410/90</p><p>19.2. Quadros elétricos ou de distribuição</p><p>19.3. Quadros de passagem e quadros de telefonia ou automação</p><p>19.4. Barramento</p><p>19.5. Disjuntor, dispositivo diferencial residual, disjuntor diferencial residual</p><p>19.6. Itens complementares: tomadas, interruptores, campainhas</p><p>19.7. Condutores elétricos: fios e cabos</p><p>19.7.1. Fio</p><p>19.7.2. Cabo</p><p>19.8. Lâmpadas, luminárias, acessórios</p><p>19.8.1. Iluminação interna: luminárias de teto e parede</p><p>19.8.2. Iluminação externa: luminárias de teto e parede</p><p>19.9. Fechadura elétrica, interfone, fotocélula, sensores, dimmer</p><p>19.9.1. Fechadura elétrica ou contratesteiro elétrico</p><p>19.9.2. Interfone</p><p>19.9.3. Fotocélulas e sensores</p><p>19.9.4. Dimmer ou interruptor dimmer</p><p>19.10. Chuveiro e aquecedor elétricos</p><p>19.10.1. Chuveiro elétrico</p><p>19.10.2. Aquecedor elétrico</p><p>19.10.3. Aquecedor elétrico de passagem</p><p>19.11. Sistema motor-bomba para tratamento da água da piscina</p><p>19.12. Bomba pressurizadora e bomba de recalque</p><p>19.12.1. Bomba Pressurizadora para chuveiro</p><p>19.12.2. Bomba pressurizadora para atendimento em cisterna</p><p>19.12.3.</p><p>Bomba de Recalque</p><p>19.13. Caixa de luz, mangueira, kanaflex, eletroduto, canaleta</p><p>19.13.1. Caixa de Luz 4”x 2”, 4” x 4”; ou 3”x3”</p><p>19.13.2. Eletroduto, mangueira, canaleta, kanaflex</p><p>19.14. Geração de energia ou energia solar fotovoltaica</p><p>20. INSTALAÇÃO DE ÁGUA E ESGOTO</p><p>20.1. Instalação de água</p><p>20.2. Instalações de água pluvial e de esgoto</p><p>21. SISTEMA DE AUTOMAÇÃO RESIDENCIAL E PARTICIPAÇÃO NA ESCOLHA DOS ACABAMENTOS</p><p>21.1. Sistema de automação residencial</p><p>21.2. Participação na escolha dos acabamentos</p><p>22. CONTRATAÇÕES PARALELAS À CONSTRUÇÃO</p><p>22.1. Pisos e revestimentos</p><p>22.2. Granitos, mármores, pedras e soleiras</p><p>22.3. Ferragens e louças sanitárias</p><p>22.4. Móveis planejados</p><p>22.5. Persianas e cortinas</p><p>22.6. Luminárias e itens complementares de elétrica</p><p>22.7. Equipamentos</p><p>22.8. Móveis</p><p>23. RECEBIMENTO DO IMÓVEL</p><p>23.1. Checklist para o recebimento</p><p>23.2. Mudança e ocupação do imóvel</p><p>POSFÁCIO</p><p>FOTOS DA CONSTRUÇÃO DE UMA RESIDÊNCIA UNIFAMILIAR</p><p>escolhido.</p><p>Calma,	ainda	vai	ser	necessário	“queimar	muito	fosfato”	para	chegar	à	próxima</p><p>etapa:	o	anteprojeto.</p><p>Fonte:	arquivo	pessoal.</p><p>Ideias,	conversas	e	tudo	começa	a	ser	planejado.</p><p>3.3.	O	anteprojeto</p><p>Nesse	momento,	o	arquiteto	aprofundará	o	estudo,	com	a	definição	dos	aspectos</p><p>técnicos	da	obra.	É	nessa	fase	em	que	as	plantas	começarão	“a	brotar”	de	várias</p><p>espécies:	plantas	baixas;	de	cobertura;	de	cortes;	de	fachadas...	Também	é	o</p><p>momento	de	se	pensar	nos	projetos	complementares	(estrutural,	elétrico,</p><p>hidráulico	etc.).</p><p>Para	a	elaboração	do	anteprojeto,	você	poderá	precisar	fornecer	ao	arquiteto	o</p><p>levantamento	planialtimétrico³,	que	vem	sendo	exigido,	na	maioria	das	vezes,</p><p>pelos	condomínios	residenciais;	talvez	também	seja	exigida	a	apresentação	da</p><p>sondagem	do	terreno	–	requerida	sempre	que	o	loteamento	apresentar	áreas	com</p><p>acentuados	aclives	ou	declives,	com	indicação	da	existência,	na	composição	do</p><p>seu	solo,	de	matacões	(pedras	grandes	e	soltas),	rochas	em	decomposição	ou</p><p>mesmo	rochas	que	aflorem	na	superfície.</p><p>Os	técnicos	responsáveis	pela	análise	do	projeto	arquitetônico	(se	o	condomínio</p><p>residencial	tiver	equipe	de	engenharia)	apresentam	essas	exigências	para	se</p><p>eximir	de	responsabilidades	futuras	por	eventuais	trincas	e	fissuras	nas	obras,</p><p>decorrentes	de	recalques	diferenciais,	que,	em	linguagem	simples,	ocorrem</p><p>quando	uma	estaca	(tipo	de	fundação)	fica	apoiada	sobre	uma	rocha,	e	a	outra</p><p>estaca	contígua,	ligada	a	ela	por	uma	viga,	está	apoiada	num	terreno	de	menor</p><p>resistência;	aí	uma	estaca	desce	mais	que	a	outra	(para	se	acomodar	ao	solo),</p><p>provocando,	no	futuro,	trincas	nas	vigas	e	nas	alvenarias	-	o	que	é	bastante</p><p>indesejável	numa	obra	de	qualidade.</p><p>O	levantamento	planialtimétrico	auxiliará	o	arquiteto	na	implementação	das</p><p>ideias	no	projeto,	bem	como	o	engenheiro	civil	no	levantamento	da</p><p>movimentação	de	terra	necessária	(corte,	aterro	ou	compactação).</p><p>A	sondagem	do	solo	apresentará	ao	engenheiro	responsável	pelo	projeto	das</p><p>fundações	informações	relevantes	sobre	a	capacidade	de	suporte	do	solo,</p><p>detalhando	o	quanto	de	peso	(carga)	esse	solo	suporta.	Fique	tranquilo,	o</p><p>engenheiro	ou	o	arquiteto	que	o	assessorará	vai	lhe	indicar	um	bom	topógrafo	e</p><p>uma	boa	empresa	de	sondagem	para	atender	às	exigências	do	condomínio.	A</p><p>sondagem	propiciará	a	escolha	das	fundações	e	da	estrutura	adequada	para	a</p><p>obra	nesse	local.</p><p>O	anteprojeto	é	um	estudo	já	com	características	bem	definidas	da	obra,	com	a</p><p>apresentação	das	plantas	baixas,	fachadas	e	mesmo	alguns	detalhes	internos	e</p><p>sugestões	de	acabamentos.	Nessa	etapa,	é	imprescindível	estimar	os	gastos	da</p><p>obra	com	a	capacidade	(e	disponibilidade)	de	“seu	caixa”,	incluindo	a</p><p>possibilidade	de	financiar	parte	da	obra	com	empréstimos	bancários.</p><p>Fonte:	arquivo	pessoal.</p><p>O	anteprojeto	reúne	as	ideias	dentro	do	custo	planejado	–	para	o	sonho	não	virar</p><p>pesadelo.</p><p>3.4.	Projeto	para	aprovação	de	condomínio	e</p><p>prefeitura</p><p>Uma	vez	“arredondadas	todas	as	arestas”,	“puxa	pra	cá,	estica	pra	lá”,	aumenta	o</p><p>quarto,	“encolhe”	a	área	gourmet,	o	arquiteto	elaborará	e	submeterá	a	versão</p><p>prévia	do	projeto	arquitetônico	–	com	todas	as	informações	exigidas	pelo</p><p>condomínio,	se	for	o	caso	-,	à	área	técnica	do	condomínio.</p><p>Alguns	ajustes	podem	ocorrer	e,	uma	vez	atendidas	as	normas	que	regem	o</p><p>condomínio,	será	preparada,	então,	a	versão	final	do	projeto	legal	-	que	é	a</p><p>versão	do	projeto	de	arquitetura	com	o	padrão	exigido	para	aprovação	na</p><p>prefeitura.	É	importante	verificar	previamente	se	o	condomínio	possui	uma</p><p>cartilha	com	as	recomendações	para	aprovação	do	projeto	e	execução	de	obras,</p><p>além	das	taxas	cobradas	para	aprovação	prévia	do	projeto	antes	de	submetê-lo	à</p><p>aprovação	da	prefeitura.</p><p>A	etapa	de	aprovação	no	condomínio	e	na	prefeitura	requererá	que	estejam</p><p>definidos	os	responsáveis	técnicos	pelo	projeto	(autor	do	projeto	de	arquitetura)</p><p>e	pela	obra	(profissional	que	acompanhará	a	execução),	com	recolhimento	das</p><p>anotações	de	responsabilidade	nos	respectivos	conselhos	de	classe:	ART</p><p>(engenheiro	–	profissional	registrado	no	CREA)	e	RRT	(arquiteto	–	profissional</p><p>registrado	no	CAU).</p><p>As	prefeituras,	na	grande	maioria,	estão	mudando	seus	processos	para	o	modo</p><p>digital,	facilitando,	assim,	a	análise	dos	projetos	e	encurtando	o	tempo</p><p>despendido;	toda	a	“torcida”	é	canalizada	para	a	rapidez	da	aprovação	e	para</p><p>emissão	do	alvará	de	construção	-	que	é	o	documento	tão	desejado	por	você,	pois</p><p>sinaliza	que	a	obra	finalmente	pode	sair	do	papel,	passando	“o	bastão”	àquele</p><p>“profissional	com	cara	de	raiz	quadrada	de	2	elevada	ao	cubo”	que	lhe	prometeu</p><p>realizar	seu	sonho	de	construir	e	entregar	sua	casa	de	forma	agradável.</p><p>Com	a	aprovação	da	prefeitura,	uma	cópia	do	projeto	arquitetônico	(e	do	alvará</p><p>de	construção)	deverá	permanecer	no	canteiro	da	obra	desde	o	início,	e	os	dados</p><p>da	aprovação	–	incluindo	os	dos	responsáveis	pelo	projeto	e	pela	obra	-	deverão</p><p>constar	da	placa	de	obra,	a	ser	colocada	em	local	visível	(exigência	da	prefeitura</p><p>e	do	condomínio).</p><p>Fonte:	arquivo	pessoal.</p><p>O	“projeto	legal”	obedece	a	parâmetros	para	aprovação	na	prefeitura.</p><p>3.5.	Projeto	executivo</p><p>É	o	projeto	com	todas	as	minúcias,	todos	os	detalhes	necessários	à	execução	da</p><p>obra,	como:	o	tipo,	a	quantidade	e	o	acabamento	do	material	a	ser	utilizado;	os</p><p>pontos	elétricos	e	hidráulicos	etc.</p><p>A	construção	só	deverá	começar	com	um	mínimo	de	plantas	do	projeto</p><p>executivo,	suficientes	para	dirimir	as	dúvidas	no	início	da	obra,	com	a</p><p>complementação	de	plantas	que	contenham	todos	os	demais	detalhes	necessários</p><p>à	sua	execução.	É	muito	importante	que	todos	os	detalhes	sejam	esclarecidos</p><p>pelos	profissionais	envolvidos	nos	projetos,	e	o	projeto	executivo	é	que	propicia</p><p>esse	esclarecimento.</p><p>Fonte:	arquivo	pessoal.</p><p>Os	projetos	executivos	detalham	tudo	o	que	será	construído.	São	muitos</p><p>desenhos	técnicos!</p><p>As	cópias	atualizadas	(substituídas	sempre	que	houver	alterações)	dos	projetos</p><p>executivos,	assim	como	a	cópia	do	projeto	legal	aprovado	e	o	respectivo	alvará</p><p>de	construção,	deverão	permanecer	no	canteiro	de	obras	até	o	final.	O</p><p>acompanhamento	da	obra	ficará	a	cargo	do	responsável	técnico,	que	primará</p><p>pela	execução	da	edificação	conforme	os	projetos.</p><p>Vamos,	então,	passar	para	“o	lado	de	lá”	e	entregar	“o	bastão”	ao	novo	integrante</p><p>da	equipe	que,	junto	com	todo	o	pessoal	que	atuará	nas	várias	frentes	de	serviço</p><p>da	obra,	passará	a	compor	a	etapa	de	materialização	efetiva	do	seu	sonho.</p><p>Imagem	de	Rawpixel.com	-	Freepik.com.</p><p>O	trabalho	em	equipe	é	essencial,	lembre-se!</p><p>2	O	conceito	de	mente	mestra	ou	master	mind	foi	desenvolvido	por	Napoleon</p><p>Hill,	estudioso	de	grandes	mentes	do	século	XX.	Hill	percebeu	que	havia	algo</p><p>em	comum	entre	os	grandes	homens	da	época:	todos	tinham	um	grupo	de</p><p>conselheiros,	formado	por	pessoas	com	conhecimentos	variados,	que</p><p>contribuíam	para	a	consecução	de	um	resultado.	Disponível	a	partir	de:</p><p>https://colecionadordefrases.com.br.	Acesso	em:	17	jul.	2021.</p><p>3	Permite	tanto	a	medição	das	projeções	horizontais	quanto	das	diferenças	de</p><p>alturas	do	relevo.	Resulta	num	mapeamento	mais	completo	das	condições	de	um</p><p>terreno.	Deve	ser	realizado	por	um	topógrafo	–	profissional	com	formação</p><p>específica,	que	fará	uso	de	equipamentos	de	precisão.</p><p>4.	EXECUÇÃO	DO	PROJETO	ARQUITETÔNICO:</p><p>PROFISSIONAIS	ENVOLVIDOS</p><p>Antes	da	execução	do	projeto	arquitetônico,	previamente	foi	definido	o</p><p>profissional	responsável	técnico	da	obra	-	informação	que	consta	do	projeto</p><p>aprovado	na	prefeitura.</p><p>O	responsável	técnico	–	que	pode	ser	um	engenheiro	ou	mesmo	um	arquiteto	-</p><p>estará	à	frente	da	construção,	orientando	e	coordenando	as	equipes	de	obra	no</p><p>desenvolvimento	dos	trabalhos,	obedecendo	aos	projetos	executivos	e</p><p>responsabilizando-se	por	tudo	o	que	ocorre	no	canteiro	da	obra.</p><p>Na	maioria	das	vezes,	quem	exerce	essa	função	é	um	engenheiro,	mas	conheço</p><p>muitos	arquitetos	que	desempenham	esse	ofício	e	assumem	o	controle	do</p><p>canteiro	com	maestria,	ou	seja,	gostam	de	participar	efetivamente	da	execução</p><p>da	obra	talvez	tanto	quanto	gostem	de	estar	à	frente	da	antiga	prancheta	ou	do</p><p>computador.</p><p>De	posse	do</p><p>alvará	de	construção,	somado	com	mais	meia	dúzia	de	exigências</p><p>do	condomínio,	se	for	o	caso,	o	responsável	técnico	-	que	a	partir	de	agora</p><p>chamarei	de	RT	-,	com	sua	equipe	de	operários	(mestre	de	obras,	pedreiros,</p><p>serventes),	começará	a	cavar	o	terreno:	é	um	dia	de	festa	para	a	rapaziada	da</p><p>obra,	valendo	um	guaraná,	pois,	para	os	profissionais	da	construção	civil,	o</p><p>refrigerante	é	um	abridor	de	sorrisos;	todo	mundo	deixa	as	ferramentas	de	lado	e</p><p>se	aproxima	para	pegar	seu	copo	-	antes	que	ele	acabe,	claro.</p><p>Pois	bem.	A	obra	tem	um	conjunto	de	etapas	para	as	quais	uma	equipe	com</p><p>profissionais	específicos	é	demandada.	Quando	finalizada	a	etapa	de	projetos	e</p><p>de	posse	de	toda	a	documentação	necessária,	o	RT	chega	ao	terreno	com	sua</p><p>equipe	ajustada,	cada	um	sabendo	o	que	o	espera.</p><p>Vamos	aqui	fazer	um	“desfile”	para	apresentar	os	profissionais	que	participarão</p><p>da	sua	obra,	numa	sequência	mais	ou	menos	lógica,	para	que	você	entenda	quem</p><p>são	eles	e	como	agirão.	Ressalto	que	os	profissionais	relacionados	podem	ser,</p><p>com	todo	o	respeito,	de	qualquer	gênero	e	serão	referidos	por	mim	no	padrão	da</p><p>língua	portuguesa,	no	texto	ou	nas	figuras,	sem	preconceito	ou	qualquer	outra</p><p>intenção	embutida,	apenas	sem	ter	que	colocar	letras	(o,a,e,x)	entre	parênteses.</p><p>•	Etapa	1:	time	do	chão	às	paredes	e	coberta...	começando	os	trabalhos:</p><p>•	responsável	técnico	da	obra	(RT);</p><p>•	construtor	ou	empreiteiro;</p><p>•	encarregado	ou	mestre	de	obra;</p><p>•	pedreiro;</p><p>•	servente	de	pedreiro;</p><p>•	furão;</p><p>•	armador	ou	ferreiro;</p><p>•	encanador;</p><p>•	ajudante	de	encanador;</p><p>•	eletricista;</p><p>•	auxiliar	de	eletricista;</p><p>•	carpinteiro.</p><p>•	Etapa	2:	time	dos	acabamentos...chegando	quase	lá:</p><p>•	azulejista;</p><p>•	pintor;</p><p>•	jardineiro;</p><p>•	calheiro;</p><p>•	impermeabilizador;</p><p>•	gesseiro;</p><p>•	marceneiro;</p><p>•	serralheiro;</p><p>•	vidraceiro;</p><p>•	calceteiro.</p><p>•	Etapa	3:	time	dos	que	chegam	chegando	-	equipe	de:</p><p>•	ar-condicionado;</p><p>•	elevador	ou	plataforma	elevatória;</p><p>•	automação;</p><p>•	móveis	planejados;</p><p>•	iluminação;</p><p>•	microgeração	de	energia.</p><p>4.1.	Etapa	1:	time	do	chão	às	paredes	e	coberta...	começando	os	trabalhos</p><p>Nesta	etapa,	você	conhecerá	os	profissionais	que	darão	o	“pontapé	inicial”,	com</p><p>a	instalação	do	canteiro	da	obra	(tapume,	sanitário	provisório	etc.)	e	a</p><p>movimentação	de	terra	para	execução	das	fundações	e	elevação	das	alvenarias.</p><p>4.1.1.	Responsável	técnico	da	obra	(RT)</p><p>Fonte:	arquivo	pessoal.</p><p>Para	o	RT,	seu	sonho	tem	que	ser	realizado!</p><p>A	escolha	do	responsável	técnico	(RT)	precisa	ser	certeira.	Importante	que	seja</p><p>um	profissional	íntegro	(como	já	mencionei,	pode	ser	um	engenheiro	ou	mesmo</p><p>um	arquiteto),	conhecedor	da	sua	profissão,	que	saiba	“ler”	os	projetos	e	que</p><p>conheça	de	tudo	um	pouco	das	atividades	desenvolvidas	na	obra,	afinal	diz	o</p><p>ditado	que	“quem	não	sabe	fazer,	não	sabe	mandar”.</p><p>O	RT	precisa	entender	um	bocado	de	psicologia	e	um	pouco	de	“línguas”	para</p><p>ouvir,	compreender	e	decifrar	a	linguagem	(verbal,	corporal)	de	cada</p><p>profissional.	É	necessário	que	ele	e	o	empreiteiro	ou	o	mestre	de	obra	conversem</p><p>na	mesma	língua,	sabendo	transmitir	e	receber	as	ordens	do	dia	a	dia;	é	desejável</p><p>que	as	brincadeiras	fiquem	restritas	aos	horários	de	descanso	(cafezinho,	almoço,</p><p>lanche).</p><p>É	o	RT	quem	coordena	todas	as	equipes,	distribui	as	tarefas,	tendo	a	grande</p><p>missão	de	harmonizar	os	grupos.	Na	contratação,	você	poderá	delegar	a	ele	a</p><p>função	de	representá-lo	em	todas	as	etapas	da	obra,	incluindo	compras	e</p><p>pagamentos,	no	todo	ou	em	parte.</p><p>Quando	sou	contratado	para	executar	uma	obra,	eu	faço	com	“pacote	completo”:</p><p>assumo	as	funções	de	representar	o	proprietário	contratante	nas	diversas</p><p>repartições,	por	intermédio	de	coletas	ou	tomadas	de	preço;	faço	as	compras	e	os</p><p>pagamentos,	prestando	contas	ao	dono	do	dinheiro,	tudo	com	planilha	bem</p><p>detalhada	para	facilitar	a	conferência	e	a	visualização	do	trabalho	que	estou</p><p>desenvolvendo.</p><p>Ao	final	da	obra,	obtenho	a	documentação	necessária	para	sua	averbação	no</p><p>Cartório	de	Registro	de	Imóveis	(CRI),	ou	seja:	Habite-se	na	prefeitura;	Habite-</p><p>se	hidráulico	na	concessionária	de	água	e	esgoto;	Habite-se	no	Corpo	de</p><p>Bombeiros,	quando	for	o	caso;	Certidão	Negativa	de	Débitos	(CND)	na	Receita</p><p>Federal	e,	por	fim,	a	obtenção	da	matrícula	averbada.	“Eita	cabra	porreta,</p><p>hein?!”</p><p>4.1.2.	Construtor	ou	empreiteiro</p><p>Crédito	da	imagem:	Borko	Manigoda	por	Pixabay.</p><p>Construir	envolve	responsabilidade	e	técnica.</p><p>O	canteiro	de	obras	é	o	local	de	encontro	da	“rapaziada”	e	a	chegada	é	sempre</p><p>festiva,	um	zombando	daqui	e	o	outro	retrucando	de	lá...	devagarzinho,	e	à	moda</p><p>do	construtor,	a	“zoeira”	vai	diminuindo	e	cada	um	pega	o	seu	“canto”,	o	serviço</p><p>do	dia.</p><p>Você	já	sabe	que,	legalmente,	há	a	exigência	de	um	profissional	habilitado	como</p><p>responsável	técnico	pela	construção:	o	RT,	apresentado	no	item	anterior.	Ocorre</p><p>que,	para	a	construção,	é	necessária	uma	equipe	de	profissionais	capitaneados</p><p>por	um	líder	(encarregado	ou	mestre	de	obra),	o	qual,	por	ser	mais	experiente,</p><p>fará	a	distribuição	dos	serviços,	além	de	ter	outras	responsabilidades.	Agora	é</p><p>importante	você	saber	que	o	construtor	(o	RT	ou	uma	construtora)	não	se</p><p>confunde	com	o	empreiteiro;	este	último	é	o	executor	terceirizado	pelo</p><p>construtor.</p><p>O	RT	deve	participar	efetivamente	da	obra,	já	que	por	ela	responde	legalmente;</p><p>pode	ser	o	responsável	pelas	contratações	e	demais	atividades,	como	firma	de</p><p>construção,	ou	a	obra	pode	ser	executada	com	a	terceirização	de	serviços	com</p><p>empreiteiras.	Ainda	se	contratados	serviços	com	empreiteiro(s)	–	no	caso,	a</p><p>terceirização	pode	envolver	etapas	de	construção	conforme	os	serviços	a	serem</p><p>executados	–,	o	RT	é	o	responsável	pela	obra.	Em	resumo,	o	RT	e	o	empreiteiro</p><p>participam	da	construção,	mas	o	empreiteiro	(que	pode	ser	um	pedreiro,	por</p><p>exemplo)	é	contratado	apenas	para	realizar	parte(s)	da	construção,	sob	o</p><p>acompanhamento	e	fiscalização	do	RT	-	que	necessita	ser	engenheiro	ou</p><p>arquiteto.</p><p>Aqui,	um	alerta:	você	(e	muita	gente	que	conheço)	normalmente	pensa	que	pode</p><p>construir	somente	com	seu	pedreiro	de	confiança,	mas	há	um	ponto	importante:</p><p>a	responsabilidade	pela	integridade	da	obra.	Integridade	não	significa	apenas	que</p><p>a	obra	vai	ficar	“de	pé”,	mas	sim	que	será	edificada	conforme	normas	e	padrões</p><p>técnicos	que	foram	estudados	e	certificados	pela	Associação	Brasileira	de</p><p>Normas	Técnicas	(ABNT),	além	das	normas	e	parâmetros	legais	da	prefeitura</p><p>local.</p><p>O	pedreiro	entende	bastante	de	construção,	mas	a	despeito	de	toda	a	sua	prática,</p><p>é	imprescindível	que	a	obra	seja	garantida	legalmente	por	quem	está	habilitado</p><p>para	tal.	Por	isso,	é	exigido	que	a	obra	seja	acompanhada,	em	todas	as	suas</p><p>etapas,	por	profissionais	com	formação	e	habilitação	no	Conselho	Regional	de</p><p>Engenharia	(CREA)	ou	de	Arquitetura	(CAU).	Cada	etapa	tem	um	responsável</p><p>técnico:	autoria	do(s)	projeto(s)	e	execução	da	obra.	A	obra	pode	ser	conduzida</p><p>por	um	profissional	autônomo	(engenheiro	ou	arquiteto,	que	será	responsável</p><p>pela	obra	ou	empreitada)	ou	por	uma	construtora	(que	tem	um	responsável</p><p>técnico	e	se	responsabiliza	pela	obra).</p><p>4.1.3.	Encarregado	ou	mestre	de	obras</p><p>Fonte:	arquivo	pessoal.</p><p>Líder	(encarregado	ou	mestre)	na	sua	obra:	sucesso	garantido.</p><p>O	porte	da	obra	e	o	“seu	bolso”	definem	a	necessidade	da	contratação	de</p><p>profissionais	distintos	para	o	acompanhamento	da	construção,	com	cumprimento</p><p>do	prazo	e	fidelidade	aos	projetos.	Aqui	entram	as	figuras	dos	profissionais	que</p><p>vão	estar	à	frente	da	obra.</p><p>Para	intermediar	a	equipe	de	profissionais	que	põem	a	“mão	na	massa”</p><p>(pedreiros,	carpinteiros	etc.)	e	o	construtor/RT,	faz-se	presente	o	mestre	de	obras</p><p>ou	o	encarregado,	ambos	com	experiência	e	espírito	de	liderança.</p><p>De	uma	forma	simples,	o	mestre	de	obras	representa	o	RT	e	precisa	de</p><p>conhecimento	e	experiência	para	tanto,	para	garantir	a	qualidade	técnica	da</p><p>edificação.	O	encarregado	da	obra	coloca	em	prática	os	serviços	definidos	pelo</p><p>mestre	de	obras,	sendo	também	necessária	experiência	e	conhecimento	para</p><p>conduzir	a	equipe	sob	sua	responsabilidade.</p><p>Quando	a	obra	é	de	pequeno	porte,	normalmente	tem	um	mestre	de	obras</p><p>conduzindo	a	equipe,	e,	se</p><p>contratado,	o	empreiteiro	faz	as	vezes	do</p><p>encarregado;	mas	se	o	porte	da	obra	exigir	que	vários	profissionais	sejam</p><p>comandados,	então,	além	do	mestre	de	obras,	entra	a	figura	do	encarregado	-</p><p>normalmente	um	pedreiro	tarimbado,	que	“sabe	lidar	com	gente”	e	é	respeitado</p><p>pelo	conhecimento	que	detém	na	profissão.	É	ele	quem	tem	a	responsabilidade,</p><p>de	vez	em	quando,	de	parar	o	que	está	fazendo	e	dar	uma	conferida	na	tarefa	da</p><p>“moçada”:	é	assim	que	as	coisas	andam	bem,	sem	necessidade	de	“retrabalho”.</p><p>Se	há	várias	equipes	conduzindo	diferentes	serviços,	a	cadeia	de	comandos	se</p><p>faz	presente,	conforme	o	porte	da	obra,	o	prazo	de	entrega	e,	claro,	o	que	seu</p><p>bolso	permitir	contratar.	A	figura	do	encarregado	entra	como	o	homem	que</p><p>substitui	a	liderança	do	mestre	de	obras	ou	do	empreiteiro,	toda	vez	que	estes</p><p>precisam	se	ausentar	do	canteiro	de	obras.</p><p>É	assim	que	o	mercado	vai	preparando	mais	gente	para	assumir	os	cargos</p><p>estratégicos	que	exigem	um	líder	aceito	pelo	grupo	que	vai	executar	os	serviços.</p><p>4.1.4.	Pedreiro</p><p>Crédito	da	imagem:	Oлег	Pеутов	por	Pixabay.</p><p>Pedreiro:	profissional	com	experiência	de	obra.</p><p>O	pedreiro	é	o	profissional	com	bastante	experiência	e	que	já	passou	por</p><p>diversas	etapas	de	uma	obra;	precisa	saber	como	orientar	os	serventes	e	demais</p><p>auxiliares,	principalmente	nas	instruções	de	preparo	das	argamassas	e	concretos.</p><p>É	aquele	profissional	que	percebe	que	uma	massa	foi	preparada	fora	do	traço</p><p>certo,	quando	descarregada	na	caçamba	ou	no	assentamento	do	primeiro	tijolo.</p><p>É	“gostoso”	ficar	perto	de	um	pedreiro	bom:	ele	trabalha	de	forma	rápida	e</p><p>limpa;	é	organizado	e	mostra	resultados	concretos.	Tem	como	principal	tarefa	a</p><p>de	ensinar	os	serventes	e	prepará-los	para	a	nova	etapa	da	vida	profissional.	O</p><p>pedreiro	que	não	dedica	um	tempinho	para	ensinar	não	é	um	bom	profissional,</p><p>na	minha	opinião...</p><p>4.1.5.	Servente	de	pedreiro</p><p>Fonte:	arquivo	pessoal.</p><p>O	servente	é	importante:	apoio	profissional.</p><p>O	servente	é	um	profissional	de	extrema	importância	no	canteiro	de	obras,</p><p>apesar	de	ser	visto	como	alguém	sem	experiência,	sem	profissão	definida.	Veja</p><p>só:	não	é	bem	assim!	Poucos	percebem	que	é	ele	quem	dita	o	ritmo	da	obra	-	se</p><p>vai	seguir	acelerada	ou	morosamente.	Explicando	melhor:	como	é	o	homem	da</p><p>“linha	de	frente”,	pois	normalmente	trabalha	no	canteiro	frontal,	é	ele	quem</p><p>produz	o	concreto	(quando	manual),	as	argamassas	de	assentamento,	as</p><p>argamassas	de	revestimento	(chapisco,	emboço,	reboco,	argamassa</p><p>impermeável)⁴	etc.</p><p>É	o	servente	de	pedreiro	o	nosso	“padeiro”	que	vai	soltando	as	“fornadas”	para</p><p>os	pedreiros	produzirem;	quando	ele	“empaca”	na	produção,	tudo	fica</p><p>prejudicado.	Nas	segundas-feiras,	normalmente	seu	ritmo	é	mais	lento,	resultado</p><p>dos	bailes	e	de	“umas	cachacinhas	de	final	de	semana”.	Com	o	corpo</p><p>destreinado,	“vai	pegando	no	tranco”;	depois	do	almoço,	já	está	com	o	“motor</p><p>quente”	e	produzindo	bem.	É	preciso	compreensão,	afinal	seu	trabalho	é	bastante</p><p>pesado:	alimentar	a	nossa	“batedeira	de	bolos”	-	a	betoneira	–	“não	é	para	os</p><p>fracos	não!”.</p><p>Fico	sempre	observando	os	serventes	trabalharem	e,	naquele	que	observo	mais</p><p>empenho	e	destreza,	peço	logo	ao	construtor	que	lhe	dê	uma	chance	para</p><p>começar	a	assentar	os	primeiros	tijolos,	com	o	acompanhamento	do	pedreiro</p><p>“caprichoso”.	Se	pegar	gosto,	ele	irá	trabalhar	rápido,	a	fim	de	sobrar	um</p><p>tempinho	para	o	aprendizado	na	“colher	do	pedreiro”.	E	assim	a	vida	segue	seu</p><p>curso	natural,	um	ensinando	o	outro	-	e	tornando	o	mundo	melhor.</p><p>O	servente	ou	auxiliar	também	é	o	responsável	pela	limpeza	e	organização	da</p><p>obra;	se	é	bom	de	serviço,	sempre	acha	um	tempo	para	varrer	aqui,	varrer	ali,</p><p>recolher	material	esparramado,	encher	as	caçambas	e	deixar	o	visual	da	obra</p><p>seguro	e	asseado.	Viu	como	o	primeiro	homem	da	estrutura,	que	trabalha	no</p><p>pilar	operacional,	é	um	profissional	de	grande	valor?</p><p>4.1.6.	Furão</p><p>Fonte:	https://img.olx.com.br</p><p>Equipamentos:	se	necessários,	agilizarão	a	obra.</p><p>O	furão	nada	mais	é	do	que	o	profissional	que	perfura	as	brocas	ou	estacas	que</p><p>sustentarão	as	construções	sobre	o	terreno.	Nas	obras	de	pequeno	ou	médio</p><p>porte,	utiliza-se	pouco	essa	mão	de	obra	–	na	maioria	das	vezes,	é	um	servente</p><p>de	obras	que,	com	um	trado	manual,	vai	girando	a	broca	sobre	o	terreno	e,	aos</p><p>poucos,	vai	perfurando	o	solo;	“para	um	pouquinho,	descansa	um	pouquinho	e	lá</p><p>vai	mais	força	sobre	o	trado”,	até	atingir	a	profundidade	estabelecida	pelo</p><p>engenheiro	responsável.</p><p>Nas	obras	de	maior	porte,	a	perfuração	das	brocas	ou	das	estacas	costuma</p><p>ocorrer	com	uso	de	máquinas	perfuratrizes,	adaptadas	em	caminhões;	os	furos</p><p>são	feitos	de	diversas	bitolas	(diâmetros)	e	nas	diversas	profundidades</p><p>estabelecidas	no	projeto	de	fundações.	O	RT	precisa	acompanhar	essa	atividade,</p><p>estar	presente,	porque,	a	qualquer	momento,	o	operador	da	máquina	poderá</p><p>demandá-lo,	com	a	informação	de	que	encontrou	uma	pedra	(matacão)	ou	algum</p><p>elemento	que	impeça	a	broca	de	penetrar	o	solo.	Nessa	hora,	o	engenheiro</p><p>efetuará	a	mudança	de	posição	do	furo	ou	mandará	fazer	outros	furos</p><p>complementares,	de	forma	que	continuem	mantidas	as	necessidades	previstas	no</p><p>projeto	específico	(projeto	de	fundações	e	estrutura).</p><p>Muito	importante	que	o	canteiro	de	obras	seja	fechado	com	segurança	para	evitar</p><p>a	entrada,	principalmente,	de	crianças	no	local.	Deve	ser	providenciada,</p><p>urgentemente,	a	concretagem	das	estacas,	com	a	ferragem	armada,	deixando	para</p><p>fora	a	“espera”	estabelecida	-	que	são	aquelas	pontas	de	ferro	que	ficam	para</p><p>fora	dos	buracos,	esperando	para	serem	fundidas	com	os	blocos	de	coroamento	e</p><p>com	os	pilares	e	vigas.</p><p>Só	para	lembrar:	estou	falando	de	forma	simples,	sem	envolver	os	variados</p><p>ramos	da	engenharia	da	construção,	mas	cabe	ressaltar	que,	nos	terrenos</p><p>arenosos,	as	fundações,	muitas	vezes,	são	feitas	com	sapatas	(tipo	de	fundação)</p><p>apoiadas	diretamente	no	solo	escavado,	em	vez	de	serem	executadas	estacas	ou</p><p>brocas.	Também	podem	ser	utilizadas,	conforme	o	tipo	do	solo	e	da	construção,</p><p>estacas	de	concreto	pré-moldado.</p><p>4.1.7.	Armador	ou	ferreiro</p><p>Crédito	da	imagem:	Gerzon-Piñata-por	Pexels.</p><p>Armador	ou	ferreiro:	mestre	da	solidez.</p><p>O	armador	ou	ferreiro	(como	é	comumente	chamado)	é	o	profissional	que	monta</p><p>as	vigas,	os	pilares,	os	blocos	de	coroamento	–	itens	que	compõem	a	estrutura	da</p><p>casa.	Quando	se	trabalha	com	lajes	maciças,	também	é	ele	quem	monta	a</p><p>armação	(estrutura	de	ferro	da	laje).	Se	a	obra	é	de	porte	considerável,	a	presença</p><p>do	ferreiro	é	fundamental,	porque	traz	agilidade,	além	da	qualidade.	Nada	como</p><p>um	bom	ferreiro	para	colocar	as	vigas	dentro	das	formas	e	fazer	as	“costuras”</p><p>necessárias	(emendas	entre	duas	ou	mais	peças).</p><p>Vigas,	pilares,	blocos	de	coroamento,	lajes	maciças,	armação,	costuras...	São</p><p>muitos	os	termos	técnicos	usados	na	construção	civil.	De	uma	forma	simples,</p><p>uma	obra	–	no	caso,	a	sua	residência	–	será	constituída	pelos	seguintes</p><p>elementos:</p><p>•	base	ou	fundação:	blocos	(calculados	segundo	o	tipo	do	terreno),	cintas	de</p><p>amarração	e	demais	elementos	necessários	ao	suporte	do	peso	da	obra	sobre	o</p><p>terreno;</p><p>•	estrutura	de	amarração:	pilares	e	vigas,	que	contêm	ferragens	calculadas	para</p><p>estruturar	o	concreto	que	as	“abraça”,	e	são	“costuradas”,	ou	seja,	interligadas</p><p>para	permitir	a	amarração	estrutural;</p><p>•	fechamento	(piso):	lajes	pré-moldadas	ou	maciças	e	cobertura	(composta	pelos</p><p>itens	do	telhado).</p><p>Com	o	passar	dos	anos,	as	grandes	lojas	de	materiais	de	construção	começaram	a</p><p>incorporar,	no	seu	quadro	de	profissionais,	o	ferreiro,	passando	a	fornecer	as</p><p>peças	(vigas,	pilares	etc.)	já	montadas	para	as	obras.	O	construtor	e	o	RT	ficam</p><p>com	a	maior	responsabilidade,	que	é	orientar	a	montagem	dessas	peças	dentro</p><p>das	formas.</p><p>Eu	conheci	um	armador	competente,	de	coração	enorme	e	bondoso,	que	gostava</p><p>de	contar	“histórias”	para	quem	passasse	na	frente	da	obra.	Dizia	que	era	do</p><p>Mato	Grosso	e	que	conviveu	muito	com	onças	e	outros	bichos	do	mato.	Se	a</p><p>história	pegava,	aí	sim	ele	esticava	muito	a	conversa	e	o	visitante	“virava</p><p>freguês”,	voltando	nos	dias	seguintes	para	ouvir	a	continuação.	O	segredo	era</p><p>nunca	concluir	a	narrativa,	deixando</p><p>“a	presa	fácil”.	Trazia	sempre	alguns	pães</p><p>doces,	uma	garrafa	de	café	e	refrigerante	para	a	moçada	da	obra;	seu	nome	de</p><p>guerra	ficou	Mato	Grosso,	mas	seu	nome	verdadeiro	era	João	de	Matos.	Virou</p><p>um	irmão	para	mim.</p><p>4.1.8.	Encanador</p><p>Fonte:	Arquivo	pessoal.</p><p>Encanador:	experiência	com	a	parte	hidráulica.</p><p>Responsável	pela	execução	das	instalações	hidráulicas	–	compreendidas	pelas</p><p>redes	de	água	potável,	águas	pluviais,	esgoto,	rede	de	gás	encanado	-,	o</p><p>encanador	é	do	time	de	profissionais	requeridos	logo	no	início	da	obra,	pois	cabe</p><p>a	ele	executar	as	instalações	básicas	que	serão	utilizadas	pelos	operários.	É	um</p><p>dos	últimos	profissionais	a	sair,	deixando	instaladas	as	louças	sanitárias,	os</p><p>acabamentos	de	metais,	os	acessórios	dos	banheiros	etc.</p><p>É	também	o	encanador	quem	prepara	o	sistema	de	aquecimento	solar	da	água</p><p>que	irá	alimentar	a	rede	de	água	quente	da	sua	casa,	além	do	sistema	de</p><p>aquecimento	da	piscina.	Um	bom	encanador	trará	tranquilidade	aos	ocupantes	do</p><p>imóvel	a	ser	entregue;	já	o	“lambão”	trará	incômodos	e	“aporrinhações”.	O</p><p>dedicado	RT	acompanha	e	confere	todas	as	atividades	dos	seus	encanadores,</p><p>afinal,	depois	da	execução,	tudo	ficará	“escondido”	na	terra	e	nas	paredes.</p><p>Conferir	o	caimento	(declive)	da	rede	de	esgoto,	por	exemplo,	é	de	extrema</p><p>importância,	pois,	se	a	rede	não	tiver	caimento	maior	ou	igual	a	2%,	o	“número</p><p>2”	terá	dificuldade	de	chegar	ao	seu	destino	-	que	é	a	rede	coletora	de	esgoto	da</p><p>municipalidade.</p><p>O	encanador	está	equiparado	ao	pedreiro:	sabe	o	que	precisa	ser	feito,	sabe	fazer</p><p>e	orientar	seus	auxiliares.</p><p>4.1.9.	Ajudante	de	encanador</p><p>Profissional	de	importância	similar	à	do	servente	da	obra,	ele	trabalha	ao	lado	do</p><p>encanador	na	montagem	das	instalações,	cortando	os	canos,	lixando,	aplicando	a</p><p>solução	limpadora	que	garantirá	uma	colagem	perfeita.	Também	é	ele	quem</p><p>corta	as	alvenarias	para	embutir	a	passagem	das	redes	diversas.	Esse	profissional</p><p>está	num	processo	de	aprendizagem	constante	e,	quando	bem	treinado,	começa	a</p><p>ficar	meio	“topetudo”	-	como	dizem	na	obra.	Graças	ao	que	ele	já	sabe,	pode	dar</p><p>menos	trabalho	no	processo	de	aprendizagem	e	produzir	mais	para	a	equipe</p><p>hidráulica;	ou	seja,	se	tiver	um	pouco	mais	de	experiência,	melhor.</p><p>Em	ocasiões	de	mais	aperto,	o	encanador	lança	mão	da	contratação	de	um	outro</p><p>profissional	conhecido	como	valeteiro:	o	homem	que	abre	as	valetas	onde	serão</p><p>enterradas	as	redes	de	água	e	esgoto	–	aquele	que	escava	e	mede	para	chegar	na</p><p>declividade	correta	de	caimento	das	águas	pluviais	e	do	esgoto.	Importante,	né?</p><p>Normalmente	esse	serviço	é	executado	pelo	ajudante	de	encanador,	quando	a</p><p>equipe	não	está	trabalhando	no	sufoco,	afinal	é	ele	que	está	num	processo</p><p>contínuo	de	aprendizagem	para	galgar	o	posto	do	“chefe”.</p><p>4.1.10.	Eletricista</p><p>Crédito	da	imagem:	Michal	Jarmoluk	por	Pixabay.</p><p>Eletricista:	conhecimento	é	imprescindível.</p><p>Precisa	ser	um	profissional	preparado	que,	de	preferência,	tenha	passado	pelos</p><p>bancos	de	uma	escola	técnica,	afinal	a	ele	caberá,	sob	o	comando	do	RT,</p><p>executar	as	instalações	elétricas	da	sua	casa.</p><p>Todos	nós	conhecemos	alguma	“história”	de	instalação	elétrica	que	ocasionou</p><p>um	“pipoco”	e	a	casa	começou	a	pegar	fogo.	“Cruz-credo	de	um	homem	desses</p><p>perto	da	gente!”.	O	bom	profissional	tem	que	entregar	a	obra	com	todos	os</p><p>parafusos	bem	apertados	e	todos	os	pontos	de	soldas	bem	estanhados;	tem	que</p><p>conferir	com	o	RT	se	todos	os	circuitos	foram	bem	distribuídos	e	equilibrados.</p><p>Em	obras	de	menor	porte,	é	normal	que	o	proprietário	não	tenha	contratado	a</p><p>execução	do	projeto	de	instalações	elétricas,	telefônicas,	de	TV	e	interfone;	aí</p><p>entra	a	experiência	do	RT	com	seus	eletricistas,	distribuindo	os	circuitos</p><p>elétricos	de	forma	balanceada.</p><p>Um	bom	eletricista	liga	o	ponto	da	tomada	da	TV	em	circuito	elétrico	diferente</p><p>do	circuito	do	chuveiro	e	faz	o	balanceamento	dos	pontos	elétricos	de	forma	a</p><p>não	sobrecarregar	o	sistema	e	provocar	pane.	Cabe	a	esse	profissional	a</p><p>distribuição	dos	cabos,	a	ligação	de	condutores	(fios:	fase,	neutro,	terra)	às</p><p>tomadas	e	a	interligação	de	todo	o	cabeamento	aos	disjuntores	dispostos	nos</p><p>quadros	previstos	em	projeto	–	conforme	a	corrente	elétrica	(medida	em	Ampere</p><p>-	A)	dos	circuitos	a	que	estão	ligados.</p><p>Uma	rede	elétrica	pode	ser	monofásica,	bifásica	ou	trifásica	–	correspondendo	à</p><p>distribuição	de	condutores	de	eletricidade	para	a	tensão	elétrica	do	sistema.</p><p>Normalmente,	para	residências,	o	sistema	pode	ser	monofásico	(a	rede</p><p>disponibiliza	um	condutor	de	fase	e	um	condutor	neutro)	ou,	às	vezes,	bifásico</p><p>(dois	condutores	de	fase	e	um	condutor	neutro)	–	a	depender	da	concessionária</p><p>de	energia	elétrica.	A	diferença	entre	esses	sistemas	é	o	consumo	máximo	de</p><p>energia	e	a	variação	da	tensão	elétrica	(127	V,	220	V,	380	V).	O	sistema	trifásico</p><p>é	mais	usado	nas	áreas	de	indústria	e	comércio.</p><p>Uma	das	tarefas	mais	importantes	do	eletricista	é	executar	a	rede	de	aterramento</p><p>da	casa,	constituída	de	várias	hastes	de	ferro	acobreadas,	enterradas	no	gramado</p><p>da	sua	casa	e	interligadas	por	um	fio	“nu”	(fio	descascado).	É	o	sistema	de</p><p>aterramento	e	a	correta	distribuição	de	disjuntores	que	permitirão	a	sua</p><p>segurança	(para	não	“tomar	choque”,	como	costumamos	dizer)	e	a	dos	seus</p><p>equipamentos	(para	não	sofrerem	danos),	em	caso	de	descargas	atmosféricas.</p><p>Apenas	um	dado	técnico:	uma	boa	rede	de	aterramento	precisa	apresentar</p><p>resistência	ôhmica	inferior	a	5	Ohms.</p><p>Conceitualmente,	a	resistência	elétrica	é	a	capacidade	de	oposição	à	passagem	de</p><p>corrente	elétrica	(tensão).	O	objetivo	de	um	sistema	de	aterramento	é	a	proteção</p><p>contra	choque	elétrico	do	usuário	e	dano	a	equipamentos,	direcionando	as	fugas</p><p>de	energia	(decorrente	de	variações	de	tensão	na	rede	elétrica)	para	a	terra.</p><p>A	interligação	de	toda	a	rede	condutora	de	energia	elétrica	(cabos	elétricos	que</p><p>alimentarão	os	equipamentos	da	residência)	com	o	sistema	de	fio-terra	e	hastes</p><p>distribuídas	no	terreno	precisa	do	correto	dimensionamento	para	resistir	à	fuga</p><p>de	corrente	do	sistema,	e,	para	tal,	todos	os	pontos	de	aterramento	devem	ter	o</p><p>mesmo	potencial	(medido	em	Watt-W):	quanto	menor	a	resistência	do</p><p>aterramento	(medida	em	Ohms),	melhor	proteção	será	dada.	Lá	vem	o	“homem</p><p>da	raiz	quadrada”	de	novo.	Bendita	rede	de	aterramento!</p><p>4.1.11.	Auxiliar	de	eletricista</p><p>Com	o	mesmo	grau	de	importância	dos	demais	auxiliares	descritos</p><p>anteriormente,	o	auxiliar	de	eletricista,	quando	egresso	de	uma	escola	técnica,</p><p>traz	consigo	muito	valor	e	será	muito	produtivo	no	canteiro;	caso	não	tenha</p><p>passado	por	uma	dessas	escolas,	será	necessária	muita	paciência	e	dedicação	do</p><p>eletricista	na	sua	formação,	afinal	o	serviço,	além	do	grau	de	risco	considerável,</p><p>requer	o	manuseio	de	equipamentos	eletroeletrônicos	de	valor	intrínseco</p><p>elevado.</p><p>O	bom	eletricista	disponibiliza	todos	os	equipamentos	de	segurança	-</p><p>equipamentos	de	proteção	individual	(EPIs)	-	para	si	e	para	seus	auxiliares.</p><p>Chinelos,	sapatos	comuns	e	tênis	são	proibidos	no	canteiro;	só	são	aceitos	no</p><p>calçadão	da	praça.	Uma	boa	botina,	certificada	pelo	Inmetro,	é	fundamental	para</p><p>isolar	o	profissional	de	eventuais	descargas	elétricas.	Atenção:	por	estar	em</p><p>treinamento	constante	e	esperar	que	algum	dia	possa	ocupar	o	lugar	do	“seu</p><p>chefe”,	é	muito	bom	acontecer	assim:	seguir	todas	as	regrinhas	de	segurança.</p><p>4.1.12.	Carpinteiro</p><p>Crédito	da	imagem:	CentrArredo	por	Pixabay.</p><p>Carpinteiro:	mestre	da	madeira.</p><p>Este	profissional	trabalha	na	execução	das	“formas”	que	receberão	o	concreto;	é</p><p>um	dos	primeiros	a	chegar	no	canteiro	de	obras,	pois,	logo	no	início,	executa	o</p><p>barraco	de	obras	-	o	“puxadinho”	para	a	rapaziada	almoçar	e	descansar	um</p><p>pouco	na	hora	do	café.	Também	é	ele	quem	monta	o	tapume	de	proteção	nas</p><p>áreas	laterais	e	frontal	da	obra,	para	garantir	a	segurança	da	vizinhança.</p><p>A	maioria	dos	carpinteiros	também	executa	a	estrutura	do	madeiramento	do</p><p>telhado	e	sua	cobertura	(telhas	cerâmicas	ou	de	outro	tipo).	Costuma-se</p><p>denominar	de	telhadistas	os	carpinteiros	que	se	especializam	nesse	tipo	de</p><p>trabalho.	Dependendo	da	complexidade	do	telhado,	só	mesmo	ele	para	executá-</p><p>lo	com	perfeição.</p><p>Tendo	em</p><p>vista	o	tipo	de	telha	e	a	preferência	de	quem	constrói,	o	madeiramento</p><p>pode	ser	substituído	por	elementos	metálicos	–	as	telhas	termoacústicas,	por</p><p>exemplo.	O	uso	da	estrutura	metálica	para	telhado	é	uma	opção	pela	facilidade</p><p>na	instalação,	manuseio,	leveza	do	material	e	durabilidade;	se	for	simples,	o</p><p>carpinteiro	pode	fazer	a	instalação	–	ou	o	serralheiro.</p><p>4.2.	Etapa	2:	Time	dos	acabamentos...chegando	quase</p><p>lá</p><p>Os	profissionais	deste	time	vão	trabalhar	em	sintonia	com	as	etapas	e	prazos	da</p><p>construção,	de	forma	que	um	serviço	não	atrapalhe	o	outro	em	execução.	E	cada</p><p>profissional	deve	ter	em	mente	que	serviço	malfeito	gera	“retrabalho”	e	prejuízo</p><p>para	todos	os	envolvidos.</p><p>O	acabamento	envolve	a	parte	que	é	vista	numa	obra	e,	como	tal,	evidencia	o</p><p>que	foi	bem	ou	malfeito	–	daí	a	importância	do	acompanhamento	dos	níveis	das</p><p>superfícies	horizontais	e	verticais,	utilizando	linha,	nível,	prumo,	régua,</p><p>esquadro	e	outras	ferramentas	simples,	mas	imprescindíveis	no	canteiro	da	obra.</p><p>Uma	parede	“torta”	(fora	do	esquadro)	dificulta	a	paginação	do	piso	(já	reparou</p><p>em	cerâmicas	cortadas	com	tamanhos	diferentes	ao	longo	da	parede?),	o</p><p>fechamento	de	portas,	o	encaixe	de	móveis	planejados	e	ocasiona	outros</p><p>“probleminhas”,	que	nem	sempre	podem	ser	disfarçados	com	argamassa	ou</p><p>gesso.</p><p>O	time	é	grande,	e	o	maestro	(o	RT,	o	mestre)	deve	trabalhar	checando	tudo,	para</p><p>evitar	prejuízo	mais	adiante.</p><p>4.2.1.	A</p><p>zulejista</p><p>Crédito	da	imagem:	Michal	Jarmoluk	por	Pixabay.</p><p>Azulejista:	mestre	do	alinhamento	perfeito.</p><p>O	azulejista,	como	o	próprio	nome	já	diz,	é	o	assentador	de	azulejos,	pisos	e</p><p>revestimentos	cerâmicos;	é	o	pedreiro	que	se	especializou	na	arte	de	bem</p><p>assentar	essas	peças,	as	quais	determinam	grande	parte	da	beleza	da	obra.</p><p>A	indústria	da	cerâmica	tem	passado	por	grande	evolução	nos	últimos	anos,	o</p><p>que	exigiu	da	construção	civil	a	especialização	desse	tipo	de	profissional.	Novas</p><p>argamassas	para	cada	colocação	(em	áreas	internas,	áreas	externas,	fachadas,</p><p>piscinas...)	foram	introduzidas,	atendendo	às	exigências	decorrentes	das</p><p>dimensões	das	peças	cerâmicas.</p><p>As	argamassas	podem	ser	de	diversos	tipos	e	são	massas	geralmente	preparadas</p><p>com	a	mistura	de	cimento,	areia	natural	ou	brita	e	água,	nas	proporções	corretas,</p><p>ou	adquiridas	prontas.	São	usadas,	entre	outras	aplicações,	para:</p><p>•	assentamento:	unindo	blocos	de	concreto	ou	cerâmicos	(tijolos),	em	alvenarias</p><p>(paredes);</p><p>•	revestimento:	recobrindo	a	superfície	com	o	chapisco	(de	consistência	mole	e</p><p>aplicação	irregular	em	alvenarias),	emboço	(massa	grossa,	mais	consistente	e</p><p>regular)	ou	reboco	(massa	fina	para	correção	de	irregularidades	na	superfície);</p><p>•	colagem:	assentando	peças	cerâmicas;</p><p>•	rejuntamento:	preenchendo	os	vãos	das	peças	cerâmicas	coladas	no	piso	ou	na</p><p>parede.</p><p>As	famosas	cruzetas	empregadas	no	espaçamento	das	peças	foram	gradualmente</p><p>substituídas	pelos	espaçadores	autonivelantes,	que	exigem	o	uso	de	cunhas	e</p><p>alicates	específicos	para	essa	atividade.	Cruzetas,	espaçadores	autonivelantes	e</p><p>cunha	são	peças	utilizadas	para	o	alinhamento	dos	revestimentos	de	piso	e</p><p>paredes,	a	fim	de	que	o	espaço	entre	eles	fique	com	a	mesma	dimensão.	Já	a</p><p>cortadeira	é	a	ferramenta	usada	para	cortar	a	peça	cerâmica,	que	pode	ser	manual</p><p>ou	elétrica.</p><p>Os	tradicionais	cortadores	de	cerâmicas	foram	crescendo	e	ganhando	mais</p><p>tecnologia.	Não	é	difícil	encontrar	azulejistas	que	levem	para	a	obra	uma</p><p>cortadeira	elétrica	de	cerâmica	que	ainda	faz	acabamentos	nas	bordas	dos</p><p>rodapés	ou	algum	tipo	de	friso	como	fator	de	embelezamento:	é	a	indústria</p><p>trazendo	qualidade	para	a	construção	civil.	Nunca	se	fez	tanto	como	agora,	afinal</p><p>os	clientes	são	outros	e	exigem	beleza,	plástica	e	requinte	nos	detalhes	-	e	quem</p><p>acompanha	essa	onda,	“surfa”	sobre	ela.</p><p>Lembra-se	do	rejunte?	Quem	não	é	do	ramo	se	“engasga”	quando	chega	ao</p><p>balcão	da	loja	para	comprá-lo,	pois	são	tantas	perguntas	que	o	vendedor	faz:	“É</p><p>rejunte	comum	ou	resinado?”;	“É	para	junta	larga	ou	estreita?”;	“Quanto	tem	a</p><p>sua	junta?”;	“É	para	cerâmica	convencional	ou	porcelanato?”;	“Ah!	É	pra</p><p>pastilhas	de	vidro?”;	“Vai	ser	empregado	na	piscina?”;	“Então	é	o	tipo	resinado</p><p>específico	para	piscina	ou	o	senhor	prefere	levar	o	rejunte	do	tipo	epóxi?	-	É</p><p>bem	mais	caro,	mas	é	muito	bom”.</p><p>Como	você	observa,	a	nossa	indústria	já	não	é	mais	a	mesma:	as	argamassas	de</p><p>assentamento	das	peças	são	chamadas	de	argamassas	de	alta	adesividade,</p><p>classificadas	de	acordo	com	as	necessidades	e	situações	em	AC-I,	AC-II,	AC-III,</p><p>conforme	o	uso	para	grandes	formatos,	piso	sobre	piso,	mármores	e	granitos,</p><p>fachadas...	e	vai	por	aí	afora!</p><p>Como	não	poderia	ser	diferente,	todas	essas	tecnologias	incorporadas</p><p>encareceram	muito	esta	etapa	da	obra	(assentamento	de	pisos	e	revestimentos).</p><p>Vamos	em	frente	que	o	engenheiro	está	pressionando	e	já	começa	a	falar	em</p><p>entregar	a	obra	ao	cliente	no	dia	tal,	bem	perto	do	Natal.	Ah!	Esse	homem	da</p><p>“raiz	quadrada	de	2	elevada	ao	cubo...não	tem	quem	aguente”.</p><p>4.2.2.	Pintor</p><p>Crédito	da	imagem:	Laura	Shaw	por	Pixabay.</p><p>Pintor:	mestre	do	que	aparece.</p><p>O	pintor	é	um	profissional	muito	aguardado	na	obra,	pois	passa	a	você	a</p><p>sensação	de	que	ela	está	terminando.	Já	chega	pedindo	lixa	grossa	nº	40	para</p><p>derrubar	a	areia	“solta”	do	revestimento;	derruba,	espana,	varre...	aí	começa	a</p><p>esticar	a	massa	corrida	pela	parede	e	pelo	teto,	cuidando	para	deixar	os	espaços</p><p>das	molduras	de	gesso	dos	rodapés.</p><p>Há	vários	tipos	de	lixa	(papel	com	superfície	abrasiva),	oferecidas	conforme	o</p><p>tipo	de	material	a	ser	lixado	na	obra	(madeira,	metal,	alvenaria	-	massa	na	parede</p><p>etc.).	Para	um	bom	acabamento,	geralmente	se	inicia	o	lixamento	com	lixa	mais</p><p>grossa,	usando-se	a	mais	fina	na	sequência.	Quanto	maior	o	número	de	grãos</p><p>abrasivos,	mais	fina	e	delicada	deve	ser	a	lixa.</p><p>Mas	logo	as	demais	equipes	começam	a	“chiar”	com	o	pó	do	lixamento	da</p><p>primeira	demão	de	massa.	Após	nova	aplicação,	deixa-se	secar	e	depois	vêm	as</p><p>correções,	em	que	é	necessário	o	emprego	de	lâmpadas	de	alta	potência	para</p><p>mostrar	os	defeitos	das	paredes	e	do	teto.	Assim	começa	a	vida	desse</p><p>profissional	-	que	ficará	na	obra	até	o	último	minuto	antes	da	chegada	da</p><p>mudança	da	família	e,	muitas	vezes,	mesmo	após	a	mudança,	para	retoques.</p><p>Concluído	o	serviço	de	massa	corrida,	inicia-se	o	preparo	das	esquadrias	de</p><p>madeira	e	de	ferro,	se	existirem	na	obra,	e	aplica-se	um	produto	denominado	sal</p><p>“azedo”	nos	batentes	e	guarnições,	para	eliminar	eventuais	manchas	de</p><p>argamassas.	É	a	vez	de	usar	lixa,	selador	de	nitrocelulose,	lixa	novamente	e	a</p><p>primeira	demão	do	verniz.	Ah...	não	será	verniz?	Será	pintura?	Então	lixa,</p><p>selador	sintético	para	madeira,	lixa,	massa	de	ponsar	(ultrapassada)	ou	massa</p><p>acrílica	específica	para	madeira.	A	operação	continua	com	sucessivas	aplicações</p><p>de	lixa	e	massa	corrida,	sempre	mudando	a	graduação	da	lixa	para	atingir	uma</p><p>superfície	lisa,	pronta	para	a	aplicação	da	pintura	à	pistola	(se	for	o	caso).</p><p>Selador	é	um	produto	empregado	previamente	à	pintura,	na	preparação	de	uma</p><p>superfície	nova	ou	em	mau	estado	de	conservação	(parede,	madeira,	metal,	gesso</p><p>etc.).	É	utilizado	para	regularizar	a	superfície	e	fechar	os	poros,	impedindo</p><p>manchas	no	acabamento	e	otimizando	a	fixação	da	tinta.	Seu	uso	evita</p><p>desperdício	de	tinta	e	gastos	com	várias	demãos.	O	tipo	de	selador	é	especificado</p><p>conforme	a	superfície	que	será	pintada.	Há	os	pigmentados	(com	cor)	e	os</p><p>transparentes	(sem	cor).	No	caso	de	superfícies	de	madeira,	para	a	regularização</p><p>de	orifícios,	antigamente	se	usava	massa	de	ponsar;	atualmente	há	massa</p><p>específica	(acrílica)	para	minimizar	as	imperfeições.</p><p>As	casas	com	padrão	mais	elevado	normalmente	recebem	as	portas	prontas	da</p><p>indústria,	ou	seja,	já	com	batente,	folha	da	porta	e	as	guarnições	(componentes</p><p>de	uma	porta),	requerendo	apenas	a	fixação	no	local;	costumam	chegar	ao	final</p><p>da	obra	para	evitar	danos	com	impacto	e	“mão-boba”.</p><p>Uma	segunda	equipe	da	pintura	“tratará”	a	casa	pelo	lado	externo,	derrubando</p><p>areia	da	argamassa,	aplicando	o	selador	acrílico	(necessário)	e	depois	a	pintura</p><p>escolhida:	lisa,	textura	a	rolo,	lamato,	grafiato,</p>

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