Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.

Prévia do material em texto

<p>UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE</p><p>CAMPUS PROFESSOR ALBERTO CARVALHO</p><p>DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO</p><p>COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL</p><p>Integrantes: Alex Nunes, Bianca Santos e Daiane Almeida</p><p>TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO ANALISADAS NO FILME FÁBRICA DE LOUCURAS</p><p>I. Administração cientifica</p><p>A Administração Científica, também conhecida como Taylorismo, dedica-se ao estudo de métodos de trabalho e procedimentos de gestão para aumentar a eficiência dos processos organizacionais. Seu objetivo é melhorar a produtividade e a eficiência econômica, principalmente no que diz respeito ao trabalho manual. A preocupação de racionalizar as tarefas do trabalho, acabou dando origem a quatro princípios básicos, segundo Taylor.</p><p>1. Princípio de planejamento – Substituir no trabalho a improvisação dos operários por métodos cientificamente comprovados, onde a improvisação dava lugar ao planejamento dos métodos de trabalho.</p><p>2. Princípio de preparo – Esse princípio tinha como finalidade selecionar cientificamente os trabalhadores de acordo com suas aptidões e treiná-los para produzir mais e melhor.</p><p>3. Princípio do controle – Controlar o trabalho para certificar de que está sendo executado de acordo com os métodos estabelecidos.</p><p>4. Princípio da execução – Distribuir atribuições e responsabilidades para que a execução do trabalho seja disciplinada.</p><p>O homem deveria produzir como uma máquina ou robô, uma vez que Taylor procurava, sem conhecer devidamente o organismo humano, conseguir o rendimento máximo, quando deveria conseguir o rendimento ótimo. (CHIAVENATO, 2000, p.71)</p><p>No filme na cena em que o japonês questiona o operário porque ele não segue um padrão sequencial para pintar o carro, é possível entender a busca pela eficiência na execução das tarefas como Taylor defende em sua teoria. Os técnicos japoneses executam a função de controlar a qualidade no momento da montagem dos automóveis. Outro ponto que podemos observar a necessidade de aproveitar melhor o tempo é quando o operário urina dentro de um recipiente vazio de óleo para não perder tempo indo até o banheiro.</p><p>II. Teoria Clássica</p><p>A Teoria Clássica foi desenvolvida por Henry Fayol e seu surgimento em 1916 se deu ao advento da Revolução Industrial. Ele levantou a necessidade de se ter bons chefes em todas as áreas da vida social. A Teoria Clássica tinha enfoque na estrutura organizacional e a interrelação entre setores da empresa, buscando a máxima eficiência.</p><p>Os princípios de Fayol foram criados como previsão científica para gerar resultados mais satisfatórios à empresa. Quero chamar a atenção para três princípios dos quatorze apresentados por Fayol que podemos perceber ao assistir ao filme A Fábrica de Loucuras. O primeiro seria a Disciplina, que consiste, essencialmente, na obediência e respeito da organização e seus superiores, o segundo a Remuneração do Pessoal que é o prêmio pelo serviço prestado e o terceiro, União do Pessoal que é importante para estabelecer a organização e sua equipe. No filme, vemos cenas que mostram cenas respectivas a esses princípios. Os trabalhadores questionando as condições de trabalho, como a jornada e o descanso, e só obedecem ao funcionário que conseguiu trazer os executivos do Japão para reabrir a fábrica de carros nos Estados Unidos, por se identificarem com ele e por entender melhor as necessidades de todos, não apenas focando na produção e posteriormente no lucro. A Remuneração do Pessoal também se destaca no filme após o ator principal prometer entregar uma produção de 15 mil carros em troca do aumento de salários dos funcionários da fábrica. E assim, a União do Pessoal é fundamental em uma das cenas finais, onde todos os trabalhadores se unem e se esforçam para conseguirem entregar a produção prometida.</p><p>III. Teoria das Relações Humanas</p><p>A Teoria das Relações Humanas surgiu em oposição à Teoria Científica a partir de 1940, Elton GeorgeMayo é o criador dessa teoria. Com a Teoria das Relações Humanas, o foco passou a ser as pessoas, e não mais as tarefas nas organizações. A tomada de decisões leva em consideração o homem e suas necessidades. No filme, há uma ausência da prática da teoria das relações humanas, pois, a todo tempo os executivos japoneses dão ênfase na estrutura, na produção e tarefas dos funcionários na empresa, excluindo e ignorando as necessidades deles. Em uma cena, é levado ao superior que a esposa de um dos funcionários está prestes a dá luz à sua filha, e o superior simplesmente o ignora e manda continuar trabalhando, não dando importância ao acontecimento importante na vida pessoal desse funcionário. Em outra cena, outro funcionário fala que faz dias que não ver e não faz uma refeição com sua família devido à alta jornada de trabalho.</p><p>Experiência de Hawthorne: foram realizadas quatro fases para verificar uma possível correspondência entre a iluminação dos locais de trabalho com uma melhora na eficiência das trabalhadoras. Os resultados desse experimento foram que a produtividade era atrelada à integração social e não a capacidade física ou fisiológica do trabalhador. A interação com os outros colegas obtém uma influência sobre o outro, sendo positiva ou negativa no seu comportamento ou atitude. Já em relação a especialização do trabalho, faz com que os trabalhadores se tornem monótonos e se desmotivem pela repetição da tarefa levando a uma necessidade de mudança de cargo. O emocional do funcionário deve ser levado em consideração dentro da organização.</p><p>IV. Teoria Comportamental</p><p>A Teoria comportamental surge no final da década de 1940 como evolução de uma dissidência da Escola das Relações Humanas, que recusava a concepção de que a satisfação do trabalhador gerava de forma intrínseca a eficiência do trabalho. Em 1947, Herbert A. Simon realizou a publicação do livro: “Teoria comportamental da Administração: o Comportamento da Administração”. Neste livro, o autor faz um verdadeiro ataque às teorias clássicas da administração e introduz no mundo administrativo as Teoria das Relações Humanas. A percepção de que nem sempre os funcionários seguem comportamentos exclusivamente racionais ou essencialmente baseados em sua satisfação exigia a elaboração de uma nova teoria administrativa.</p><p>A Teoria Comportamental foca no comportamento humano dentro das organizações, considerando fatores como necessidades, motivações, incentivos e interações sociais. Esta teoria sugere que a administração deve promover um ambiente que atenda às necessidades dos trabalhadores para melhorar a satisfação e a produtividade.</p><p>O protagonista, que atua como intermediário entre os trabalhadores americanos e a administração japonesa, tenta mediar os conflitos culturais e organizacionais. Ele reconhece a necessidade de comunicação aberta e entendimento mútuo, que são princípios centrais da Teoria Comportamental. No entanto, a falta de sensibilidade cultural por parte dos japoneses, que exigem uma taxa de erro zero causa insatisfação e resistência entre os trabalhadores. As condições de trabalho impostas pelos japoneses (por exemplo, continuarem trabalhando mesmo após um colega prender a mão na máquina) geram reclamações e descontentamento. Os trabalhadores americanos sentem que "o trabalho enlouquece" devido ao ambiente extremamente controlado e impessoal, enquanto os japoneses acreditam que muitas "regalias" fariam com que "o trabalho perdesse".</p><p>O filme demonstra como a falta de uma abordagem centrada no comportamento humano e nas necessidades culturais específicas pode gerar um ambiente de trabalho opressor. A insensibilidade em relação aos valores culturais e às expectativas dos trabalhadores americanos prejudica a motivação e a lealdade.</p><p>V. Teoria Neoclássica</p><p>A partir dos anos 50, pós Segunda Guerra Mundial foi observado um crescimentos das empresas e o expansionismo da humanidade. A indústria se desenvolveu, as máquinas e a tecnologia da época começaram a aparecer nos ambientes organizacionais. A teoria neoclássica surge tentando trazer uma visão mais moderna para as propostas de gestão até então adotadas como premissas imutáveis e inquestionáveis.</p><p>A teoria neoclássica da administração, também conhecida por nova teoria clássica por apresentar-se como uma atualização e redenção da teoria clássica, formando uma base conceitual que proporciona questionamentos pertinentes as funções administrativas, contribuindo com o pensar sobre os conceitos de eficiência e eficácia, estrutura organizacional, centralização e descentralização, definição de objetivos. E aborda a Administração como uma técnica social, afirmando que a Administração consiste em orientar, dirigir e controlar os esforços de um grupo de indivíduos para um objetivo comum.</p><p>Conforme Figueiredo e Rodrigues (2022), essa retomada das abordagens clássicas foi impulsionada por Peter Drucker, que reconheceu a necessidade de uma nova abordagem diante do rápido crescimento das organizações. Drucker enfatizou a importância das metas administrativas e da gestão, disseminando o pensamento voltado para resultados e maior flexibilidade.</p><p>Com base nos fundamentos de Fayol, a teoria neoclássica atualiza as funções do administrador, tais como prever, organizar, comandar, coordenar e controlar. Esses elementos formam o cerne da abordagem eclética e utilitarista adotada pelos autores neoclássicos. Ainda que cada autor possa apresentar ligeiras variações nas funções administrativas, o consenso atual reconhece o planejamento, organização, direção e controle (PODC) como funções básicas do administrador, consagrando-as como processo administrativo (CHIAVENATO, 2003).</p><p>Conforme Chiavenato (2003), a eficiência refere-se à habilidade de uma organização em realizar suas tarefas e atingir seus objetivos com o mínimo de recursos possíveis. Isso pode incluir o uso eficiente de tempo, dinheiro, energia, materiais e mão de obra. Alcançar a eficiência é importante para aumentar a produtividade e a rentabilidade da organização, além de permitir que alcance seus objetivos de maneira rápida e eficaz. Algumas maneiras de aumentar a eficiência incluem a automação de tarefas, a reestruturação de processos e a otimização de recursos.</p><p>A departamentalização é o agrupamento e a integração de funcionários que executam responsabilidades semelhantes em unidades organizacionais, com o objetivo de otimizar recursos e organizar a estrutura organizacional. Para Chiavenato (2003), a departamentalização permite que a empresa tenha uma estrutura mais clara e eficiente, e que cada departamento seja responsável por um conjunto específico de tarefas.</p><p>Mintzberg (1999) afirma que as decisões concentradas em um único ponto, a caracteriza como centralizada, quando o poder é compartilhado entre diversos indivíduos, tem-se a descentralizada. A centralização se concentra nas relações escalares, como uma cadeia de comando que parte do indivíduo no topo da hierarquia e se escalona para baixo, de acordo com a posição no organograma. A descentralização envolve delegar a autoridade para tomar ação o mais próximo possível da cena onde ocorrem as decisões, resultando em relativa autonomia e independência para tomar decisões, com menos supervisão sobre elas (CHIAVENATO,2003).</p><p>Uma das premissas da administração por objetivos vincula a organização do trabalho com resultados direcionados a quantidade, qualidade, prazo e custo, formando a base para o atingimento dos macros objetivos organizacionais, a administração por objetivos constitui-se como um método de planejamento e avaliação de todo esse ciclo administrativo (LODI,1970).</p><p>Para Drucker (2003), a prerrogativa da administração por objetivos está na possibilidade de o gestor controlar seus próprios resultados, através da mensuração de seu desempenho em face aos objetivos que foram previamente planejados.</p><p>No filme é visto como os funcionários da fábrica conseguem se organizar com objetivo de alcançar a produção dos últimos mil carros. Tiveram que orientar, dirigir e controlar os esforços dos trabalhadores para um objetivo comum, desta forma foi possivel alcançar a meta previamente planejada.</p><p>Com a compreensão da necessidade de flexibilidade que os operarios americanos precisavam, foi aceito pelo chefe da companhia de veiculos os carros que ainda faltavam a serem concluidos, assim seguiam uma pespectiva de execução das funções diferente das seguidas pelos japoneses.</p><p>VI. Teoria da Burocracia</p><p>Max Weber (1864-1920), um dos autores mais influentes da Sociologia, ao criar, no início do século XX, uma bibliografia sobre as organizações da sua época, cunha o termo burocracia. O modelo surge como uma resposta às práticas desumanas e injustas presentes nas organizações durante a Era Vitoriana. Décadas mais tarde, surge, então, na Administração, o termo Teoria da Burocracia.</p><p>A Teoria da Burocracia, de Max Weber, defende que a eficiência organizacional é alcançada por meio de uma estrutura baseada em regras formais, hierarquia definida, divisão do trabalho e impessoalidade. No filme, a administração japonesa impõe um regime altamente burocrático na fábrica americana, exigindo um nível de controle rigoroso. O estilo burocrático japonês valoriza a disciplina hierárquica e a impessoalidade, deixando claro que o trabalho deve ser priorizado acima de tudo, até mesmo acima do bem-estar individual. Essa abordagem resulta em uma resistência significativa dos trabalhadores americanos, que estão acostumados a um ambiente de trabalho mais colaborativo e flexível.</p><p>A aplicação excessivamente rígida da teoria burocrática é criticada no filme, pois ignora as necessidades humanas e culturais dos trabalhadores. A abordagem burocrática mostra-se ineficaz em um ambiente multicultural, onde a falta de flexibilidade e adaptação cultural gera conflitos e baixa produtividade. A insistência em regras rígidas sem adaptação ao contexto local é mostrada como contraproducente.</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração: uma visão abrangente da moderna administração das organizações. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003.</p><p>FIGUEIREDO, A.; RODRIGUES, L. Teorias Administrativas: um estudo sobre suas</p><p>abordagens e evolução. Revista de Psicologia, v. 16, n. 60, p. 159-173, 2022. Disponivel em: http://dx.doi.org/10.14295/idonline.v16i60.3424. Acesso em: 28 ago. 2024.</p><p>LODI, J. B. Administração por objetivos: um balanço. RAE - Revista de Administração</p><p>de Empresas, v. 10, n. 1, p. 95–130, 1970. Disponível em: https://periodicos.fgv.br/rae/article/view/40473. Acesso em: 28 ago. 2024.</p><p>MINTZBERG, H. A estruturação das organizações. São Paulo: Editorial Ariel, 1999.</p><p>NAKAZATO, A. T. A aplicação da Teoria da Burocracia na Administração Pública. Disponível em: . Acesso em: 1 set. 2024.</p><p>Simon, H. A. (1947). Comportamento Administrativo: Um Estudo dos Processos de Tomada de Decisão na Organização Administrativa. Acesso em: 1 set. 2024.</p><p>Weber, M. (1922). Economia e Sociedade: Um Esboço da Sociologia Interpretativa. Acesso em: 1 set. 2024.</p><p>image1.jpeg</p>

Mais conteúdos dessa disciplina