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Onde as empresas erram na hora de lidar com a geração Y

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Rodrigo Russi

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<p>Onde as empresas erram na hora de lidar com a geração Y</p><p>Exame Negócios (07/02/2014 06:00)</p><p>Oferecer "job rotation" é um artifício muito usado por empresas que querem conquistar</p><p>a Geração Y, principalmente em programas de trainee. A estratégia pode, porém, ser</p><p>um tiro no pé, segundo pesquisa do instituto BR Insights.</p><p>O estudo antropológico foi realizado junto a 306 jovens e contou com análises</p><p>quantitativas e qualitativas. Segundo Zuza Tupinambá, cientista social e um dos</p><p>autores da pesquisa, possibilitar que o jovem passe por diversas áreas dentro da</p><p>companhia em um curto período de tempo contribui para aumentar a sua sensação de</p><p>insatisfação constante.</p><p>Para entender o porquê desse sentimento é preciso ir a fundo. De acordo com</p><p>Tupinambá, a Geração Y é hoje referência para as anteriores por dominar os aparatos</p><p>tecnológicos. Tal admiração acaba por criar uma certa expectativa de que toda pessoa</p><p>dentro dessa faixa etária será capaz de ter uma ideia genial e se tornar milionária —</p><p>como aconteceu com Mark Zuckerberg, fundador do Facebook — ou que, pelo</p><p>menos, irá trabalhar em um companhia de estrutura super inovadora.</p><p>Prova disso é que, para mais da metade dos entrevistados (56%), o Google é a</p><p>empresa dos sonhos. Em segundo lugar fica a Natura, citada por 12% deles.</p><p>Empatadas em terceiro lugar estão Heineken, Nike e Facebook, com 7% cada uma.</p><p>O problema é que a realidade está bem distante dos sonhos. Grande parte do</p><p>mercado não se enquadra no rol de empresas revolucionárias. "O jovem vem com</p><p>uma projeção que não bate com a real, o que já gera frustração. Para piorar, as</p><p>companhias de segmentos tradicionais, na tentativa de retê-lo, começam a mudá-lo de</p><p>área. A ideia é: se ele passar por tudo, não haverá monotonia", diz Tupinambá.</p><p>Essa lógica, porém, causa outro conflito. "Ele pensa: depois que eu passar por todas</p><p>as áreas, já posso ser diretor. A cabeça dele funciona na velocidade digital e então ele</p><p>quer ser presidente da empresa em um ano e meio. E como isso não acontece, acaba</p><p>mudando de emprego", completa Tupinambá.</p><p>Assim, cria-se um ciclo de frustração. "O jovem acaba não parando em lugar nenhum,</p><p>porque se frustra na primeira contrariedade e entende que aquilo não é pra ele. Ele</p><p>fica pulando de empresa em empresa, ou até muda de carreira, porque sente que lhe</p><p>falta algo", reforça Valéria Brandini, cientista social e uma das autoras do estudo.</p><p>Mas, então, o que se deve fazer para satisfazer os anseios da Geração Y? A resposta,</p><p>segundo o estudo, é investir em programas sérios de coaching e mentoring.</p><p>"Os mebros da Geração Y precisam de alguém que os mostre que permanência é</p><p>sinônimo de formação de competência. Hoje eles acham que devem apostar na</p><p>mudança, que quanto mais empresas tiverem no currículo, mas sucesso terão", afirma</p><p>Tupinambá.</p><p>"Hoje, com 22 anos uma pessoa já tem um MBA e muita informação, mas não tem</p><p>experiência e não sabe que ela é essencial para se projetar no mercado de trabalho",</p><p>completa Valéria.</p><p>http://www.exame.com.br/topicos/empresas</p><p>http://www.exame.com.br/topicos/geracao-y</p><p>http://www.exame.com.br/topicos/pesquisas</p><p>Segundo Tupinambá, o coaching serviria como meio de aprofundar essa informação.</p><p>"É preciso apresentar um contexto de admiração, de referência. O coach tem que sair</p><p>mais do que chefe".</p><p>E os resultados da pesquisa mostram que é exatamente isso o que a Geração Y quer.</p><p>Em uma escala de 1 a 5 (sendo 5 o que mais importa) ter um chefe que ensine sobre</p><p>o mundo corporativo recebeu a avaliação média de 4,07 entre os respondentes. O</p><p>reconhecimento do talento por parte da liderança aparece em seguida, com uma</p><p>média de 3,19. Já a liberdade para trabalhar recebeu média de 2,76, avaliação</p><p>parecida com a da necessidade de receber feedbacks constantes, com média de</p><p>2,67.</p><p>"Esse jovem tem que perceber que a empresa está preocupada com a formação da</p><p>carreira dele, que ele vai crescer lá dentro", diz Tupinambá. Isso também implica em</p><p>delegar responsabilidade, dar espaço para ele testar as suas ideias e ver se elas são</p><p>boas ou ruins. "Alguém precisa ensiná-lo a descobrir, apontar o que está errado e</p><p>direcioná-lo. A Geração Y sente falta disso".</p><p>Um indício de que o mentoring é algo desejado pela Geração Y é que, segundo a</p><p>pesquisa, os jovens não têm medo das cobranças e querem que suas capacidades</p><p>sejam exploradas e reconhecidas. Questionados sobre o ambiente de trabalho, 36%</p><p>disseram que a pior característica que ele pode ter é a falta de investimento no</p><p>colaborador. Em seguida, aparecem a falta de perspectiva para o futuro profissional</p><p>(33%) e a impessoalidade e a frieza (24%). As cobranças extenuantes só foram</p><p>assinaladas como o principal problema por 5% dos respondentes.</p><p>Além do coaching, de acordo com os pesquisadores, também é uma boa alternativa</p><p>deixar que os jovens participem da vida ativa da empresa. "É preciso colocá-lo (o</p><p>jovem) em uma reunião importante, deixá-lo participar de brainstorms. Aquela coisa de</p><p>reunião de diretoria — com exceção em casos de informações confidenciais — não</p><p>funciona. O jovem quer trocar experiências, fazer a diferença. Isso só acontece se ele</p><p>participar", defende Tupinambá.</p><p>Outro ponto que motiva a Geração Y a trabalhar em uma companhia é a defesa de</p><p>uma causa. E a causa, aqui, não precisa estar necessariamente relacionada a</p><p>questões sociais ou ambientais, mas sim a qualquer objetivo claro. E não adianta ficar</p><p>só no discurso. "A empresa tem que falar a real. Quanto mais transparência e mais</p><p>dignidade ela tiver dentro do que ela propõe, quanto mais ela agir conforme diz, mais</p><p>interessante é. Porque hoje eles (os jovens) descobrem qualquer coisa", reforça</p><p>Valéria, em referência à internet.</p><p>Segundo o estudo, o maior desejo profissional da Geração Y é trabalhar em algo que</p><p>contribua efetivamente para a melhoria da comunidade. Essa foi a resposta dada por</p><p>quase metade dos pesquisados (49,8%). Em seguida, aparece o desejo de ser "o</p><p>melhor" naquilo que faz, com 18% das respostas.</p>

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