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<p>de prevalência</p><p>• Brasil tem prevalência intermediária</p><p>• Doença pode ter recidiva, mas é imunopre-</p><p>vinível com vacinação</p><p>Virologia:</p><p>• Período de incubação médio: 75 dias</p><p>• Dna vírus (HbsAg, HbcAg e HbeAg)</p><p>9</p><p>Imunização</p><p>• Vacina de vírus inativado</p><p>• A partir de 1 ano de idade, em 2 do-</p><p>ses ou 3 doses, intervalo de 6 meses</p><p>• Hepatopatas crônicos</p><p>• Viagens, HSH, HIV+</p><p>• Contato: até duas semanas (vacina</p><p>de bloqueio)</p><p>• Indicada para quem viaja para</p><p>áreas endêmicas</p><p>• Calendário oficial da criança</p><p>Arthur Ramalho Nascimento</p><p>QUADRO CLÍNICO</p><p>• Apresentações distintas:</p><p>• Assintomática ou aguda com icterícia</p><p>• Crianças: mais quadros agudos ictéricos</p><p>• Infecção aguda: icterícia febril, chance de</p><p>clareamento</p><p>• Incorporação do ccc-DNA: reativação</p><p>Antígenos:</p><p>HbsAg- Superfície</p><p>HbeAg- Replicação</p><p>HbcAg total- Contato</p><p>Marcador de cronicidade: HbsAg positi-</p><p>vo por 6 meses</p><p>TRATAMENTO</p><p>• Objetiva negativar carga viral; perder Hbe-</p><p>Ag; normalizar TGO/TGP; perder HbsAg</p><p>• Prevenção de cirrose, CHC e manifesta-</p><p>ções extra-hepáticas</p><p>• Solicitar no pré-tratamento:</p><p>- Sorologias</p><p>- Marcadores</p><p>- Função hepática</p><p>- Função renal</p><p>- EDA, biópsia (para alguns)</p><p>- Carga viral (HBV)</p><p>- Hemograma</p><p>VACINAÇÃO</p><p>• Vacina universal e sem contraindicações</p><p>• Esquema de 3 doses (0-1-6 meses)</p><p>• Eficiência de 95%-96% (menor em imuno-</p><p>comprometidos e idosos)</p><p>• Reposta adequada: antiHbs > 10 UI/mL</p><p>• Resposta inadequada: antiHBS 500: doenças como Guillain-Barré e</p><p>pneumonia</p><p>- CD4 entre 500 e 200: possível tuberculose</p><p>(sempre investigar HIV); doenças bacteria-</p><p>nas de repetição; herpes zoster em indiví-</p><p>duos jovens etc</p><p>- CD4 200</p><p>OBS: não usar inibidor da protease quando</p><p>houver tuberculose</p><p>Sistema nervoso central: sempre realizar</p><p>exame neurológico cuidadoso; estratificar do-</p><p>ença por CD4; realizar sempre LCR e TC</p><p>com contrataste. Principais doenças são</p><p>neurotoxoplasmose; criptococose cerebral,</p><p>e neurosífilis</p><p>Trato gastrointestinal: monilíase/candidíase</p><p>esofágica; lesões na cavidade oral (herpes</p><p>simples, candidíase, sarcoma de Kaposi);</p><p>gastroenterite aguda</p><p>OBS: diagnóstico diferencial de esofagite por</p><p>Candida: úlcera herpética e úlcera por cito-</p><p>megalovírus (principalmente em CD4</p><p>disseminação sistêmica > resposta imune</p><p>inflamatória e lesão direta > doença</p><p>• Fígado e rins são os órgãos mais acometi-</p><p>dos</p><p>• Acometimento hepático: colestase, icterí-</p><p>cia e necrose</p><p>• Acometimento renal: oligúria ou poliúria;</p><p>proteinúria; nefrite intersticial; necrose tubu-</p><p>lar focal</p><p>• Acometimento muscular: miosite difusa;</p><p>rabdomiólise</p><p>QUADRO CLÍNICO</p><p>• Fase septicêmica ou leptospirêmica</p><p>- Duração de 4 a 7 dias</p><p>- Disseminação pelos tecidos: alta mobilida-</p><p>de</p><p>- Vasculite sistêmica</p><p>• Fase leptospirúrica ou imune</p><p>- Duração média de 4 a 10 dias (até 1 mês)</p><p>- Anticorpos IgM persistem em medula renal</p><p>e câmara anterior do olho</p><p>- Sintomas decorrentes de</p><p>• Forma anictérica (90% dos casos)</p><p>- Benigna e autolimitada</p><p>- Sintomas de fase septicêmica</p><p>- Diagnóstico diferencial com arboviroses</p><p>- Início súbito, febre elevada, astenia, mial-</p><p>gia, exantemas</p><p>- Acometimento ocular: pequenas hemorra-</p><p>gias, conjutivais, retinianas, cegueira</p><p>• Forma ictérica: Síndrome de Weil</p><p>- Condição grave e rara (10% dos casos)</p><p>- 3º ou 4º dia da doença</p><p>- Tríade da Síndrome de Weil: Hemorragia</p><p>alveolar, insuficiência renal e icterícia</p><p>- Disfunção renal: bilirrubinas diretas</p><p>- Hepatomegalia; insuficiência hepática; tos-</p><p>se seca; hemoptise; desconforto respirató-</p><p>rio/SARA; melena; enterorragia</p><p>- Principal causa de óbito: hemorragia alve-</p><p>olar</p><p>- Acometimento de vários órgãos geralmente</p><p>leva à óbito</p><p>DIAGNÓSTICO</p><p>• História epidemiológica (muito importante):</p><p>exposições ocupacionais; contato com ra-</p><p>tos</p><p>• História clínica + achados laboratoriais (a</p><p>leucocitose exclui arboviroses; IRA com</p><p>hipocalemia)</p><p>• Específico: exame direto (falho); cultura</p><p>(demorada); detecção de anticorpos IgM</p><p>na fase imune da doença (MAT [padrão</p><p>ouro] ou ELISA);</p><p>TRATAMENTO</p><p>• Hidratação venosa; reposição eletrolítica</p><p>• Diálise precoce: clínica de uremia</p><p>• ATB-terapia: doxiciclina, penicilina cristali-</p><p>na, ampicilina; tetraciclina</p><p>• Esquema: Penicilina cristalina 7 a 10 dias;</p><p>Ceftriaxona IV 2g, 1x ao dia, 7 dias</p><p>• Profilaxia da leptospirose:</p><p>- Saneamento básico; coleta regular do lixo;</p><p>vacinação; combate aos roedores; melhora</p><p>das habitações; uso de EPI’s no trabalho</p><p>15</p><p>Arthur Ramalho Nascimento</p><p>16</p><p>Conduta para suspeita de Leptospirose</p><p>Arthur Ramalho Nascimento</p><p>Meningite</p><p>ASPECTOS GERAIS</p><p>• Meningite é uma inflamação das meninges,</p><p>muitas vez por processos bacterianos ou</p><p>virais, mas não exclusivamente</p><p>• Sinais meníngeos = nem sempre infec-</p><p>ção</p><p>• Fatores de risco: procedimentos no SNC;</p><p>imunodeprimidos; DM; insuficiência renal;</p><p>DPOC; oncológicos</p><p>• Principais agentes de meningites em adul-</p><p>tos: vírus; bactérias (pneumococco e me-</p><p>ningococco)</p><p>• Idosos: Listeria monocytogenes (bacilo</p><p>gram +)</p><p>• Transmissão se dá por inalação de gotícu-</p><p>las ou aerossóis</p><p>QUADRO CLÍNICO</p><p>• Tríade: febre; rigidez de nuca; alteração</p><p>do estado mental</p><p>• Vômitos em jato são muito comuns</p><p>• Síndrome infecciosa: febre alta persistente,</p><p>palidez, fácies de dor, mialgias, mal-estar</p><p>generalizado, astenia e anorexia</p><p>• Síndrome da irritação meníngea (síndrome</p><p>radicular): contraturas musculares; brud-</p><p>zinsk, kernig,</p><p>• Síndrome da hipertensão craniana (HIC):</p><p>cefaleia intensa não responsivo a analgési-</p><p>cos, irritabilidade, vômitos não precedidos</p><p>de náuseas,</p><p>• Sindrome encefálica: sonolência, confusão,</p><p>estupor, coma; alterações comportamentais</p><p>(assemelha-se a distúrbios psiquiátricos)</p><p>• Síndrome de irritação meníngea</p><p>• Manifestações bacterianas:</p><p>• pode limitar-se a orofaringe ou causar sep-</p><p>ticemia e sepse</p><p>•</p><p>DIAGNÓSTICO</p><p>• Hemograma (leucocitose, linfopenia)</p><p>Bacterioscopia direta</p><p>• Exame do LCR: ajuda a diferenciar o</p><p>agente etiológico:</p><p>TRATAMENTO</p><p>17</p><p>Arthur Ramalho Nascimento</p><p>Malária</p><p>ASPECTOS GERAIS</p><p>• Agente etiológico: Plasmodium sp (vivax,</p><p>falciparum, malariae, ovale)</p><p>• Protozoários tem tropismo pelas hemácias</p><p>• Período de incubação: 8 a 12 dias falcipa-</p><p>rum; 13 a 17 dias vivax</p><p>• Transmissão: picada da fêmea do Anophe-</p><p>les darlingi</p><p>- Dificil controle do vetor; proliferação em</p><p>água quente e limpa; crepusculares (ama-</p><p>nhecer e entardecer)</p><p>• Forma de transmissão transfusional: rara</p><p>• A principal área de concentração de casos</p><p>no Brasil é a Amazônia legal</p><p>CICLO DE VIDA</p><p>• Esporozoíto invade hepatócito e se diferen-</p><p>cia em esquizonte hepático</p><p>• Esquizonte sofre replicação e se transforma</p><p>em merozoíto</p><p>• Merozoíto invade as hemácias</p><p>QUADRO CLÍNICO</p><p>• Acesso malárico: calafrio, febre (terçã ou</p><p>quartã) e sudorese</p><p>• Dor abdominal intensa (pode ser ruptura</p><p>de baço); icterícia; mucosas muito hipo-</p><p>coradas; redução do débito urinário; vô-</p><p>mitos persistentes; hemorragias</p><p>• Outros sintomas: cefaleia, mialgia, náuseas</p><p>e vômitos</p><p>• Parâmetros que classificam forma grave:</p><p>clínicos e a laboratoriais</p><p>- Icterícia, acidose, hemorragia, convulsão ou</p><p>desorientação, prostração (crianças), co-</p><p>morbidades descompensadas, coagulação</p><p>alterada, CIVD, insuficiência renal</p><p>DIAGNÓSTICO ESPECÍFICO</p><p>I. Gota espessa: pesquisa direta; diferencia</p><p>espécie; quantifica protozoários; controle</p><p>do tratamento; muito sensível e rápido;</p><p>depende de especialista para realizar</p><p>II. Testes rápidos (imunocromatográficos):</p><p>locais sem equipe especializada; não</p><p>quantifica e às vezes não diferencia espé-</p><p>cie</p><p>TRATAMENTO</p><p>• Medicações 100% dispensadas pelo SUS</p><p>• Guias nacionais em constante atualização</p><p>pelo surgimento de novas drogas</p><p>• Objetivos do tratamento: Interromper a</p><p>esquizogonia sanguínea</p><p>- Manifestações clínicas (drogas esquizon-</p><p>ticidas): Cloroquina, artemerter/lumefantri-</p><p>na artesunato/mefloquina</p><p>- Destruição de formas latentes (hipnozoí-</p><p>tos) e recaídas: Primaquina</p><p>Esquema de tratamento: forma não</p><p>complicada - Cloroquina (3d) + primaquina</p><p>(7d) (para Vivax ou Ovale)</p><p>Esquema para formas graves (maioria</p><p>das vezes por Falciparum)- Internação +</p><p>exames laboratoriais obrigatórios;</p><p>- Artesunato EV/IM: 3 dias + manter 7 dias</p><p>ou completar com artemerter/lumefantrina</p><p>Controle da cura: por meio da lâmina de veri-</p><p>ficação de cura (LVC); verificar redução da pa-</p><p>rasitemia, eficácia do tratamento</p><p>18</p><p>Prevenção: repelentes; mosqueteiros em</p><p>áreas endêmicas</p><p>Vacina 2021: para falciparum; 4 doses; pri-</p><p>meira dose aos 5 meses</p><p>Arthur Ramalho Nascimento</p><p>19</p><p>Arthur Ramalho Nascimento</p><p>Toxoplasmose</p><p>Aspectos Gerais</p><p>• Doença infecciosa, não contagiosa</p><p>• Agente etiológico: Toxoplasma Gondii (pa-</p><p>rasita intracelular)</p><p>• Tropismo por SRE; sistema muscular; SNC e</p><p>olho</p><p>• Hospedeiros definitivos: Felídeos.</p><p>• Hospedeiros Intermediários: Humanos e</p><p>aves.</p><p>• 70% a 90% da população mundial soropo-</p><p>sitiva</p><p>• Fatores de risco: imunossuprimidos; trans-</p><p>missão transplacentária; ingestão de ali-</p><p>mentos contaminados (água ou carne mal</p><p>cozida)</p><p>Etiopatogenia</p><p>• Formas infectantes:</p><p>- TAQUIZOÍTO: (trofozoítos; circulam a cor-</p><p>rente sanguínea; reprodução rápida, fase</p><p>aguda, encontrado em tecido e líquidos)</p><p>- BRADIZOÍTO: (reprodução lenta, fase crô-</p><p>nica; presentes na forma de cistos, aloja-</p><p>dos em tecidos como coração, tecido mus-</p><p>culoesquelético e cérebro)</p><p>- ESPOROZOÍTO (oocisto): forma de resis-</p><p>tência aos fatores externos; hospedeiro de-</p><p>finitivo; encontrado no meio ambiente.</p><p>• Eliminados pelas fezes dos felinos; em boas</p><p>condições de temperatura e umidade, perma-</p><p>necem viáveis no solo por até 1 ano.</p><p>Ciclo de Transmissão</p><p>• Ingestão de oocistos.</p><p>- Os gatos são contaminados ao ingerirem</p><p>carne contendo bradizoítos na forma de</p><p>cistos, ou pelo contato de fezes de outros</p><p>animais contendo oocistos</p><p>- Os oocistos são excretados (permanecem</p><p>viáveis por um longo período) por animais</p><p>no meio rural e humanos adquirem por ali-</p><p>mentos mal lavados ou água contaminada;</p><p>crianças se infectam brincando em local</p><p>contaminado.</p><p>• Ingestão de cistos (mais comum)</p><p>Ingestão de carne crua ou mal passada de</p><p>animais contaminados (contém na sua mus-</p><p>culatura esquelética os cistos de bradizoí-</p><p>tas)</p><p>• Via transplacentária: transmissão vertical</p><p>da mãe para o feto; rastreio deve ser feito</p><p>no pré-natal</p><p>Fisiopatologia</p><p>• Oocistos chegam ao TGI ➟ liberam es-</p><p>porozoítas e bradizoítas ➟ penetram</p><p>epitélio intestinal ➟ ocorre multiplicação</p><p>➟ disseminação hematogênica</p><p>• Nos tecidos, taquizoítas se proliferam e</p><p>geram necrose celular ➟ intensa reação</p><p>inflamatória ➟ resposta humoral e ce-</p><p>lular desencadeada</p><p>• Os linfonodos exibem reação de hiperplasia</p><p>folicular devido à proliferação e ativação dos</p><p>linfócitos</p><p>• Os cistos de bradizoítas podem ser forma-</p><p>dos 1 semana após a infecção e localizar-se</p><p>na musculatura cardíaca, esquelética, SNC</p><p>e retina.</p><p>20</p><p>Arthur Ramalho Nascimento</p><p>QUADRO CLÍNICO</p><p>• Forma adquirida imunocompetente:</p><p>- Doença aguda assintomática ou oligossin-</p><p>tomática autolimitada (monolike)</p><p>- Período de incubação: 10-23 dias ingestão</p><p>de carne; 5-20 dias contato com animais</p><p>- Linfadenopatia cervical geralmente indolor,</p><p>nas cadeias posteriores e geralmente em</p><p>mulheres</p><p>- Sintomas inespecíficos: febre; mal estar;</p><p>sudorese noturna; mialgias; artralgias; odi-</p><p>nofagia; cefaleia, confusão; rigidez bucal</p><p>• Forma adquirida no imunossuprimido:</p><p>- Pode ser infecção aguda ou reativação</p><p>- Doença grave disseminada ou em órgãos</p><p>específicos (cérebro, pulmões e olhos)</p><p>- Pode ter quadro clínico semelhante ao imu-</p><p>nocompetente</p><p>- Acometimento preferencial SNC; pneumo-</p><p>nite; coriorretinite; miocardite; orquite; peri-</p><p>tonite; lesões cutâneas</p><p>- 30% a 50% dos pacientes com AIDS soro-</p><p>positivos para infecções antigas irão de-</p><p>senvolver lesões de SNC com:</p><p>- Febre; cefaleia; convulsões; alteração de</p><p>estado mental; hemiparesia; déficits focais;</p><p>alterações visuais</p><p>• Toxoplasmose congênita:</p><p>- Infecção aguda em gestante não imune;</p><p>geralmente assintomática</p><p>- Transmitida para o feto; 14% no 1º trimes-</p><p>tre (efeitos mais severos no feto), 59%no 3º</p><p>trimestre</p><p>- Tétrade de Sabin: microcefalia com hi-</p><p>drocefalia; coriorretinite; retardo mental</p><p>e calcificações intracranianas</p><p>- Diagnóstico: IgM e/ou IgA no sangue do</p><p>cordão; USG e coleta de sangue fetal</p><p>• Toxoplasmose ocular:</p><p>- Coriorretinite (difusa ou retinite focal ne-</p><p>crotizante)</p><p>- Geralmente provém da congênita; assinto-</p><p>mática até segunda ou terceira década de</p><p>vida</p><p>- Retinite aguda ou crônica (com cegueira</p><p>progressiva)</p><p>- Lesões por placas algodonosas amareladas</p><p>com margens imprecisas ou manchas ne-</p><p>gras</p><p>DIAGNÓSTICO</p><p>• Métodos diagnósticos:</p><p>I. Métodos de demonstração: pesquisa</p><p>direta (sangue, líquido amniótico, LCR,</p><p>saliva etc); coloração (ex GIEMSA); imu-</p><p>nohistoquímicos; PCR e microscopia ele-</p><p>trônica</p><p>II. Métodos de isolamento: Inoculação de</p><p>material em animais de experimentação</p><p>III. Métodos sorológicos: demonstração de</p><p>anticorpos de neutralização; sorologias</p><p>IgM e IgG</p><p>TRATAMENTO</p><p>• Hospedeiro sintomático imunocompe-</p><p>tente:</p><p>- Primetamina (75 a 100mg nos primeiros 3</p><p>dias e 25 a 5omg/dia por 3/4 semanas</p><p>- Sulfadiazina (100mg/kg/dia)</p><p>- Clindamicina - Azitromicina</p><p>• Toxoplasmose ocular:</p><p>- Duração de 1 a 2 meses</p><p>- Prednisona 40 mg/ dia na primeira semana</p><p>- Prednisona 20 mg/dia nas 7 semanas se-</p><p>guintes</p><p>• Aguda em gestante:</p><p>- Espiramicina (50 mg/kg/dia de 8/8h por 3</p><p>semanas no 1º trimestre)</p><p>- Clindamicina (600mg de 6/6h) para evitar</p><p>infecção placentária</p><p>• Toxoplasmose congênita:</p><p>- Sulfadiazina (75 mg/kg/dia)</p><p>- Primetamina (1 mg/kg/dia a cada 2 dias)</p><p>- Ácido fólico (5 mg a cada 2 dias)</p><p>- Espiramicina (100 mg/kg/dia)</p><p>21</p>houver tuberculose Sistema nervoso central: sempre realizar exame neurológico cuidadoso; estratificar do- ença por CD4; realizar sempre LCR e TC com contrataste. Principais doenças são neurotoxoplasmose; criptococose cerebral, e neurosífilis Trato gastrointestinal: monilíase/candidíase esofágica; lesões na cavidade oral (herpes simples, candidíase, sarcoma de Kaposi); gastroenterite aguda OBS: diagnóstico diferencial de esofagite por Candida: úlcera herpética e úlcera por cito- megalovírus (principalmente em CD4 < 200) Semiologia das síndromes pul- monares PROPEDÊUTICA • História; exame físico; radiografia de tórax; função respiratória; análise de gases; to- mografia; broncoscopia • Principais achados: dor torácica; tosse; dispneia; hemoptise; sibilos • Tosse aguda: IVAS; pneumonia; goteja- mento pós-nasal (rinite, sinusite) • Tosse crônica: DRGE; asma; bronquite crônica; tabagismo; medicações (IECA); tuberculose • Dispneia: comuns em doentes com DPOC; EAP • Hemoptise: considerada maciça quando superior a 600ml de sangue; causa mais comum é tuberculose 14 Arthur Ramalho Nascimento Leptospirose ASPECTOS GERAIS • É uma doença generalizada, febril, causada por espiroquetas patogênicas do gênero Leptospira • Pode acometer o homem, animais domés- ticos e silvestres • É caracterizada por uma vasculite genera- lizada • Transmissão por contato direto ou indireto (pele, mucosas) com a urina de animais in- fectados • Período de incubação: 2 a 30 dias • Uma das infeções mais comuns, dissemi- nadas e subdiagnosticadas transmitidas dos animais aos seres humanos • Incidência maior em locais de menor nível socioeconômico • Zoonose: roedores, cães, gado bovino e mamíferos silvestres • Maior prevalência: adultos jovens (20 a 35 anos); sexo masculino • Durante as enchentes, a urina dos ratos mistura-se à enxurrada e a lama • Patogenia: penetração através da pele > disseminação sistêmica > resposta imune inflamatória e lesão direta > doença • Fígado e rins são os órgãos mais acometi- dos • Acometimento hepático: colestase, icterí- cia e necrose • Acometimento renal: oligúria ou poliúria; proteinúria; nefrite intersticial; necrose tubu- lar focal • Acometimento muscular: miosite difusa; rabdomiólise QUADRO CLÍNICO • Fase septicêmica ou leptospirêmica - Duração de 4 a 7 dias - Disseminação pelos tecidos: alta mobilida- de - Vasculite sistêmica • Fase leptospirúrica ou imune - Duração média de 4 a 10 dias (até 1 mês) - Anticorpos IgM persistem em medula renal e câmara anterior do olho - Sintomas decorrentes de • Forma anictérica (90% dos casos) - Benigna e autolimitada - Sintomas de fase septicêmica - Diagnóstico diferencial com arboviroses - Início súbito, febre elevada, astenia, mial- gia, exantemas - Acometimento ocular: pequenas hemorra- gias, conjutivais, retinianas, cegueira • Forma ictérica: Síndrome de Weil - Condição grave e rara (10% dos casos) - 3º ou 4º dia da doença - Tríade da Síndrome de Weil: Hemorragia alveolar, insuficiência renal e icterícia - Disfunção renal: bilirrubinas diretas - Hepatomegalia; insuficiência hepática; tos- se seca; hemoptise; desconforto respirató- rio/SARA; melena; enterorragia - Principal causa de óbito: hemorragia alve- olar - Acometimento de vários órgãos geralmente leva à óbito DIAGNÓSTICO • História epidemiológica (muito importante): exposições ocupacionais; contato com ra- tos • História clínica + achados laboratoriais (a leucocitose exclui arboviroses; IRA com hipocalemia) • Específico: exame direto (falho); cultura (demorada); detecção de anticorpos IgM na fase imune da doença (MAT [padrão ouro] ou ELISA); TRATAMENTO • Hidratação venosa; reposição eletrolítica • Diálise precoce: clínica de uremia • ATB-terapia: doxiciclina, penicilina cristali- na, ampicilina; tetraciclina • Esquema: Penicilina cristalina 7 a 10 dias; Ceftriaxona IV 2g, 1x ao dia, 7 dias • Profilaxia da leptospirose: - Saneamento básico; coleta regular do lixo; vacinação; combate aos roedores; melhora das habitações; uso de EPI’s no trabalho 15 Arthur Ramalho Nascimento 16 Conduta para suspeita de Leptospirose Arthur Ramalho Nascimento Meningite ASPECTOS GERAIS • Meningite é uma inflamação das meninges, muitas vez por processos bacterianos ou virais, mas não exclusivamente • Sinais meníngeos = nem sempre infec- ção • Fatores de risco: procedimentos no SNC; imunodeprimidos; DM; insuficiência renal; DPOC; oncológicos • Principais agentes de meningites em adul- tos: vírus; bactérias (pneumococco e me- ningococco) • Idosos: Listeria monocytogenes (bacilo gram +) • Transmissão se dá por inalação de gotícu- las ou aerossóis QUADRO CLÍNICO • Tríade: febre; rigidez de nuca; alteração do estado mental • Vômitos em jato são muito comuns • Síndrome infecciosa: febre alta persistente, palidez, fácies de dor, mialgias, mal-estar generalizado, astenia e anorexia • Síndrome da irritação meníngea (síndrome radicular): contraturas musculares; brud- zinsk, kernig, • Síndrome da hipertensão craniana (HIC): cefaleia intensa não responsivo a analgési- cos, irritabilidade, vômitos não precedidos de náuseas, • Sindrome encefálica: sonolência, confusão, estupor, coma; alterações comportamentais (assemelha-se a distúrbios psiquiátricos) • Síndrome de irritação meníngea • Manifestações bacterianas: • pode limitar-se a orofaringe ou causar sep- ticemia e sepse • DIAGNÓSTICO • Hemograma (leucocitose, linfopenia) Bacterioscopia direta • Exame do LCR: ajuda a diferenciar o agente etiológico: TRATAMENTO 17 Arthur Ramalho Nascimento Malária ASPECTOS GERAIS • Agente etiológico: Plasmodium sp (vivax, falciparum, malariae, ovale) • Protozoários tem tropismo pelas hemácias • Período de incubação: 8 a 12 dias falcipa- rum; 13 a 17 dias vivax • Transmissão: picada da fêmea do Anophe- les darlingi - Dificil controle do vetor; proliferação em água quente e limpa; crepusculares (ama- nhecer e entardecer) • Forma de transmissão transfusional: rara • A principal área de concentração de casos no Brasil é a Amazônia legal CICLO DE VIDA • Esporozoíto invade hepatócito e se diferen- cia em esquizonte hepático • Esquizonte sofre replicação e se transforma em merozoíto • Merozoíto invade as hemácias QUADRO CLÍNICO • Acesso malárico: calafrio, febre (terçã ou quartã) e sudorese • Dor abdominal intensa (pode ser ruptura de baço); icterícia; mucosas muito hipo- coradas; redução do débito urinário; vô- mitos persistentes; hemorragias • Outros sintomas: cefaleia, mialgia, náuseas e vômitos • Parâmetros que classificam forma grave: clínicos e a laboratoriais - Icterícia, acidose, hemorragia, convulsão ou desorientação, prostração (crianças), co- morbidades descompensadas, coagulação alterada, CIVD, insuficiência renal DIAGNÓSTICO ESPECÍFICO I. Gota espessa: pesquisa direta; diferencia espécie; quantifica protozoários; controle do tratamento; muito sensível e rápido; depende de especialista para realizar II. Testes rápidos (imunocromatográficos): locais sem equipe especializada; não quantifica e às vezes não diferencia espé- cie TRATAMENTO• Medicações 100% dispensadas pelo SUS • Guias nacionais em constante atualização pelo surgimento de novas drogas • Objetivos do tratamento: Interromper a esquizogonia sanguínea - Manifestações clínicas (drogas esquizon- ticidas): Cloroquina, artemerter/lumefantri- na artesunato/mefloquina - Destruição de formas latentes (hipnozoí- tos) e recaídas: Primaquina Esquema de tratamento: forma não complicada - Cloroquina (3d) + primaquina (7d) (para Vivax ou Ovale) Esquema para formas graves (maioria das vezes por Falciparum)- Internação + exames laboratoriais obrigatórios; - Artesunato EV/IM: 3 dias + manter 7 dias ou completar com artemerter/lumefantrina Controle da cura: por meio da lâmina de veri- ficação de cura (LVC); verificar redução da pa- rasitemia, eficácia do tratamento 18 Prevenção: repelentes; mosqueteiros em áreas endêmicas Vacina 2021: para falciparum; 4 doses; pri- meira dose aos 5 meses Arthur Ramalho Nascimento 19 Arthur Ramalho Nascimento Toxoplasmose Aspectos Gerais • Doença infecciosa, não contagiosa • Agente etiológico: Toxoplasma Gondii (pa- rasita intracelular) • Tropismo por SRE; sistema muscular; SNC e olho • Hospedeiros definitivos: Felídeos. • Hospedeiros Intermediários: Humanos e aves. • 70% a 90% da população mundial soropo- sitiva • Fatores de risco: imunossuprimidos; trans- missão transplacentária; ingestão de ali- mentos contaminados (água ou carne mal cozida) Etiopatogenia • Formas infectantes: - TAQUIZOÍTO: (trofozoítos; circulam a cor- rente sanguínea; reprodução rápida, fase aguda, encontrado em tecido e líquidos) - BRADIZOÍTO: (reprodução lenta, fase crô- nica; presentes na forma de cistos, aloja- dos em tecidos como coração, tecido mus- culoesquelético e cérebro) - ESPOROZOÍTO (oocisto): forma de resis- tência aos fatores externos; hospedeiro de- finitivo; encontrado no meio ambiente. • Eliminados pelas fezes dos felinos; em boas condições de temperatura e umidade, perma- necem viáveis no solo por até 1 ano. Ciclo de Transmissão • Ingestão de oocistos. - Os gatos são contaminados ao ingerirem carne contendo bradizoítos na forma de cistos, ou pelo contato de fezes de outros animais contendo oocistos - Os oocistos são excretados (permanecem viáveis por um longo período) por animais no meio rural e humanos adquirem por ali- mentos mal lavados ou água contaminada; crianças se infectam brincando em local contaminado. • Ingestão de cistos (mais comum) Ingestão de carne crua ou mal passada de animais contaminados (contém na sua mus- culatura esquelética os cistos de bradizoí- tas) • Via transplacentária: transmissão vertical da mãe para o feto; rastreio deve ser feito no pré-natal Fisiopatologia • Oocistos chegam ao TGI ➟ liberam es- porozoítas e bradizoítas ➟ penetram epitélio intestinal ➟ ocorre multiplicação ➟ disseminação hematogênica • Nos tecidos, taquizoítas se proliferam e geram necrose celular ➟ intensa reação inflamatória ➟ resposta humoral e ce- lular desencadeada • Os linfonodos exibem reação de hiperplasia folicular devido à proliferação e ativação dos linfócitos • Os cistos de bradizoítas podem ser forma- dos 1 semana após a infecção e localizar-se na musculatura cardíaca, esquelética, SNC e retina. 20 Arthur Ramalho Nascimento QUADRO CLÍNICO • Forma adquirida imunocompetente: - Doença aguda assintomática ou oligossin- tomática autolimitada (monolike) - Período de incubação: 10-23 dias ingestão de carne; 5-20 dias contato com animais - Linfadenopatia cervical geralmente indolor, nas cadeias posteriores e geralmente em mulheres - Sintomas inespecíficos: febre; mal estar; sudorese noturna; mialgias; artralgias; odi- nofagia; cefaleia, confusão; rigidez bucal • Forma adquirida no imunossuprimido: - Pode ser infecção aguda ou reativação - Doença grave disseminada ou em órgãos específicos (cérebro, pulmões e olhos) - Pode ter quadro clínico semelhante ao imu- nocompetente - Acometimento preferencial SNC; pneumo- nite; coriorretinite; miocardite; orquite; peri- tonite; lesões cutâneas - 30% a 50% dos pacientes com AIDS soro- positivos para infecções antigas irão de- senvolver lesões de SNC com: - Febre; cefaleia; convulsões; alteração de estado mental; hemiparesia; déficits focais; alterações visuais • Toxoplasmose congênita: - Infecção aguda em gestante não imune; geralmente assintomática - Transmitida para o feto; 14% no 1º trimes- tre (efeitos mais severos no feto), 59%no 3º trimestre - Tétrade de Sabin: microcefalia com hi- drocefalia; coriorretinite; retardo mental e calcificações intracranianas - Diagnóstico: IgM e/ou IgA no sangue do cordão; USG e coleta de sangue fetal • Toxoplasmose ocular: - Coriorretinite (difusa ou retinite focal ne- crotizante) - Geralmente provém da congênita; assinto- mática até segunda ou terceira década de vida - Retinite aguda ou crônica (com cegueira progressiva) - Lesões por placas algodonosas amareladas com margens imprecisas ou manchas ne- gras DIAGNÓSTICO • Métodos diagnósticos: I. Métodos de demonstração: pesquisa direta (sangue, líquido amniótico, LCR, saliva etc); coloração (ex GIEMSA); imu- nohistoquímicos; PCR e microscopia ele- trônica II. Métodos de isolamento: Inoculação de material em animais de experimentação III. Métodos sorológicos: demonstração de anticorpos de neutralização; sorologias IgM e IgG TRATAMENTO • Hospedeiro sintomático imunocompe- tente: - Primetamina (75 a 100mg nos primeiros 3 dias e 25 a 5omg/dia por 3/4 semanas - Sulfadiazina (100mg/kg/dia) - Clindamicina - Azitromicina • Toxoplasmose ocular: - Duração de 1 a 2 meses - Prednisona 40 mg/ dia na primeira semana - Prednisona 20 mg/dia nas 7 semanas se- guintes • Aguda em gestante: - Espiramicina (50 mg/kg/dia de 8/8h por 3 semanas no 1º trimestre) - Clindamicina (600mg de 6/6h) para evitar infecção placentária • Toxoplasmose congênita: - Sulfadiazina (75 mg/kg/dia) - Primetamina (1 mg/kg/dia a cada 2 dias) - Ácido fólico (5 mg a cada 2 dias) - Espiramicina (100 mg/kg/dia) 21