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<p>Descomplicar o estudo do Direito</p><p>Tributário é o nosso objetivo</p><p>principal.</p><p>Esse livro resulta do trabalho</p><p>de seis anos como professor, em</p><p>contato diário com milhares de</p><p>alunos espalhados por todo o</p><p>Brasil, e dos quase dez anos de</p><p>convívio com o Direito Tribu-</p><p>tário no exercício do cargo de</p><p>auditor-fiscal da Receita Federal</p><p>do Brasil.</p><p>Nossa finalidade é garantir ao</p><p>leitor uma abordagem completa</p><p>da matéria, numa linguagem</p><p>extremamente didática, sem,</p><p>contudo, ser superficial, aten-</p><p>dendo aos mais variados níveis,</p><p>do básico ao avançado.</p><p>Para cumprir esse objetivo,</p><p>o desenvolvimento da teoria</p><p>será intercalado com questões</p><p>comentadas à medida que os</p><p>temas forem sendo apresentados,</p><p>de modo a unir a teoria e a prá-</p><p>tica de prova, fazendo com que o</p><p>leitor tenha uma visão completa</p><p>do assunto. Ao final de cada capí-</p><p>tulo, teremos, ainda, questões</p><p>propostas e comentadas, para</p><p>fixar o conhecimento adquirido.</p><p>Com a evolução da forma de</p><p>cobrança das bancas examina-</p><p>doras, muitas vezes as provas</p><p>passaram a exigir do candidato</p><p>entendimentos que não constam</p><p>nas leis, mas firmados em discus-</p><p>sões judiciais ou defendidos pela</p><p>doutrina dominante.</p><p>George Firmino</p><p>Descomplicar o estudo do Direito</p><p>Tributário é o nosso objetivo principal.</p><p>Esse livro resulta do trabalho de</p><p>seis anos como professor, em contato</p><p>diário com milhares de alunos espalha-</p><p>dos por todo o Brasil, e dos quase dez</p><p>anos de convívio com o Direito Tribu-</p><p>tário no exercício do cargo de auditor-</p><p>-fiscal da Receita Federal do Brasil.</p><p>Caderno de questões</p><p>Direito Tributário</p><p>Venda Proibida</p><p>Distribuição gratuita</p><p>Distribuição gra</p><p>tu</p><p>it</p><p>a</p><p>questões complementares do livro</p><p>Direito Tributário Descomplicado 2ª ed.</p><p>Copyright © Editora Ferreira Ltda., 2015-2018.</p><p>2ª edição, 2018.</p><p>TODOS OS DIREITOS RESERVADOS – É proibida a reprodução total ou parcial, de qualquer forma ou por</p><p>qualquer meio. A violação dos direitos de autor (Lei nº 9.610/98) é crime estabelecido pelo artigo 184 do</p><p>Código Penal.</p><p>Depósito legal na Biblioteca Nacional conforme Decreto nº 1.825, de 20 de dezembro de 1907.</p><p>Impresso no Brasil/Printed in Brazil</p><p>Projeto de capa:</p><p>Bruno Barrozo Luciano</p><p>Diagramação:</p><p>Thais Xavier Ferreira</p><p>CIP-Brasil. Catalogação-na-fonte</p><p>Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ</p><p>F557d</p><p>2. ed.</p><p>Firmino, George, 1979-</p><p>Direito tributário descomplicado : teoria e questões comentadas / George Firmino. -</p><p>2. ed. - Rio de Janeiro : Ferreira, 2018.</p><p>952 p. (Concursos)</p><p>Inclui bibliografia</p><p>Atualizado de acordo com a EC 87/2015 (ICMS), lei complementar 155/2016 (sim-</p><p>ples nacional) e lei complementar 157/2016 (ISS)</p><p>ISBN 978-85-7842-398-8</p><p>1. Direito tributário - Brasil. 2. Direito tributário - Brasil - Problemas, questões, exer-</p><p>cícios. 3. Serviço público - Brasil - Concursos. I. Título. II. Série.</p><p>18-49363</p><p>CDU: 34:351.713(81)</p><p>Editora Ferreira</p><p>contato@editoraferreira.com.br</p><p>www.editoraferreira.com.br</p><p>3</p><p>George Firmino</p><p>George Firmino é Auditor-Fiscal da Receita Federal e foi aprovado em di-</p><p>versos concursos da área fiscal, nas três esferas, com destaque para: Au-</p><p>ditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil, obtendo a 5ª maior nota nacional</p><p>na prova discursiva (2009); Agente Fiscal de Rendas da SEFAZ/SP (2009);</p><p>Analista Tributário da Receita Federal do Brasil (2009), entre outros.</p><p>É coordenador pedagógico e professor de Direito Tributário e Legislação</p><p>Tributária no portal Tributário Elementar (www.tributarioelementar.com.br).</p><p>5</p><p>Apresentação</p><p>Para que a preparação do candidato seja completa, o estudo teórico da matéria deve ser complementado</p><p>com a resolução de muitas questões de concursos anteriores.</p><p>Visando incrementar a preparação dos leitores, disponibilizamos este caderno, que contempla questões</p><p>comentadas de concursos anteriores das três bancas examinadoras de maior destaque, no que diz respeito às</p><p>provas de Direito Tributário: ESAF, FCC e Cespe.</p><p>Os blocos estão classificados por assuntos, sendo cada um composto por 50 questões comentadas. Ao</p><p>todo o autor comenta 600 questões, propiciando ao leitor uma visão de como a matéria é cobrada na prática,</p><p>explorando a visão das bancas examinadoras e dando maior segurança para enfrentar os certames vindouros.</p><p>6</p><p>Caderno de questões de Direito Tributário</p><p>Sumário</p><p>Conceito e classificação dos tributos 7</p><p>Competência tributária 40</p><p>Limitações constitucionais ao poder de tributar 71</p><p>Tributos de competência da União 118</p><p>Impostos de competência dos Estados, DF e Municípios 151</p><p>Repartição constitucional das receitas tributárias, Simples Nacional 194</p><p>Legislação Tributária 229</p><p>Obrigação tributária, domicílio tributário 270</p><p>Sujeição ativa e passiva, solidariedade e responsabilidade tributária 305</p><p>Crédito tributário 348</p><p>Suspensão, extinção e exclusão do crédito tributário 387</p><p>Garantias e privilégios do crédito tributário. Administratributária 421</p><p>7</p><p>George Firmino</p><p>Conceito e classificação dos tributos</p><p>01. (Juiz Substituto/TJ-PE/FCC/2015) A respeito do Poder de Tributar do Estado, é correto afirmar:</p><p>a) A Constituição Federal de 1988 possui um título específico dedicado a regular o “Sistema Tributário</p><p>Nacional”, que pela extensão e intensidade com que trata a relação tributária pode ser considerado</p><p>como exaustivo em tal propósito.</p><p>b) A tributação tem por papel determinar qual proporção dos recursos da sociedade ficará sob o con-</p><p>trole do governo para ser gasta de acordo com algum procedimento de decisão coletiva, e qual</p><p>proporção será deixada, na qualidade de propriedade pessoal, sob o arbítrio de particulares.</p><p>c) Coaduna-se com o texto da Constituição Federal de 1988 a concepção de que a função tributária do</p><p>Estado limita-se à captação de receitas para fazer frente aos gastos públicos, sejam estes relativos à</p><p>garantia de direitos ou à manutenção da máquina pública.</p><p>d) Coaduna-se com o texto da Constituição Federal de 1988 a concepção de que o Direito Tributário é</p><p>o ramo do Direito que trata das regras e princípios que limitam o poder tributário estatal, contrapondo</p><p>o interesse arrecadatório do Estado aos interesses da sociedade.</p><p>e) Coaduna-se com o texto da Constituição Federal de 1988 a ideia de que a arrecadação de receitas é</p><p>a finalidade última do Direito Tributário, devendo ser este o parâmetro a ser utilizado pelo legislador</p><p>ou pelo intérprete para verificar a concordância de determinada norma tributária com o postulado da</p><p>proporcionalidade.</p><p>Alternativa A – Errada. Embora a Constituição tenha um título bastante extenso denominado</p><p>Sistema Tributário Nacional, não esgota toda a disciplina em matéria tributária. Podemos per-</p><p>ceber em vários dispositivos o direcionamento à disciplina dos dispositivos constitucionais por</p><p>meio de lei complementar, por exemplo.</p><p>Alternativa B – Correta. O principal (mas não o único) objetivo da tributação é carrear recursos</p><p>aos cofres públicos para o atendimento do fim comum.</p><p>Alternativa C – Errada. Os tributos não têm apenas a função de arrecadar, sendo muitas vezes</p><p>usado com fins extrafiscais.</p><p>Alternativa D – Errada. Muito embora tenhamos regras e princípios no Direito Tributário que</p><p>visam à limitação dos poderes do Estado em relação aos administrados, não é este o objeto de es-</p><p>tudo deste ramo do Direito. Na realidade, na grande maioria dos dispositivos temos imposições</p><p>direcionadas aos contribuintes e não restrições ao poder de tributar.</p><p>Alternativa E – Errada. De forma simples e direta, o Direito Tributário tem por objeto as relações</p><p>jurídicas entre o Fisco e os contribuintes. Não se trata de objetivar a arrecadação, isso é feito pela</p><p>tributação propriamente dita, mas não pelo Direito em si.</p><p>Gabarito: B</p><p>8</p><p>Caderno de questões de Direito Tributário</p><p>02. (Analista Técnico da Previdência Social/MPOG/ESAF/2012) Quanto ao conceito de tributo pode-se</p><p>afirmar, exceto:</p><p>a) a cobrança do tributo é atividade plenamente vinculada, não deixando margem à discricionariedade</p><p>do agente público.</p><p>b) tributo é</p><p>de remuneração de serviço prestado uti universi e tendo</p><p>por base de cálculo fatores que concorrem para formação da base de cálculo</p><p>do IPTU. Declaração da inconstitucionalidade dos dispositivos enumerados,</p><p>alusivos à taxa de limpeza urbana. Penchas que não viciam a taxa de seguran-</p><p>ça, corretamente exigida para cobrir despesas com manutenção dos serviços</p><p>de prevenção e extinção de incêndios. Recurso conhecido em parte, para o</p><p>fim de declarar a legitimidade da última taxa mencionada. (STF, Plenário, RE</p><p>206.777/SP, Min. Ilmar Galvão, fev/99)</p><p>Gabarito: D</p><p>36. (Juiz Substituto/TJ-GO/FCC/2012) Analise os itens a seguir:</p><p>I. Pavimentação asfáltica é fato gerador de taxa de serviço específico e divisível; deve ter valor fixo</p><p>para todos os beneficiários da obra.</p><p>II. Serviço de coleta de lixo domiciliar é fato gerador de taxa de serviço específico e indivisível; deve</p><p>ter valor fixo para todos os beneficiários do serviço, desde que haja efetiva fruição.</p><p>III. A concessão de alvará de construção pode ser remunerada por taxa de polícia, pois se trata de</p><p>exercício regular do poder de polícia.</p><p>IV. O imposto pode ter por fato gerador serviços públicos indivisíveis, assim como o serviço de ilumina-</p><p>ção pública.</p><p>V. A destinação do produto da arrecadação é irrelevante para definir a natureza jurídica do tributo</p><p>como imposto.</p><p>É correto o que se afirma APENAS em</p><p>a) I e II. b) I e IV.</p><p>c) II e III. d) III e V.</p><p>e) IV e V.</p><p>Item I – Errado. As taxas de serviço somente podem ser exigidas quando houver prestação de ser-</p><p>viço específico e divisível. Obras públicas poderiam ensejar a instituição de contribuição de melho-</p><p>ria. Apesar dessa possibilidade, os tribunais superiores têm entendido que não cabe contribuição</p><p>de melhoria para custear obra de recapeamento asfáltico quando já houver asfaltamento na via.</p><p>Item II – Errado. O serviço de coleta domiciliar de lixo é específico e divisível, passível de custeio</p><p>via taxa. A assertiva diz ser indivisível o serviço. Além disso, o valor cobrado não dever ter valor</p><p>fixo, pois deve ser mensurado de acordo com a contraprestação estatal.</p><p>Item III – Correto. A concessão de alvará de construção requer a fiscalização do órgão compe-</p><p>tente, ensejando a instituição da taxa de polícia.</p><p>Item IV – Errado. O imposto é tributo que independe de contraprestação estatal. Seus fatos gera-</p><p>dores estão relacionados a uma manifestação de riqueza por parte do contribuinte.</p><p>Item V – Correto. A assertiva traduz a regra geral para a determinação da natureza jurídica do</p><p>tributo, prevista no art. 4º do CTN. Porém, apesar de esta ser a regra geral, é importante destacar</p><p>31</p><p>George Firmino</p><p>que, a partir da CF/88, para a identificação dos empréstimos compulsórios e das contribuições</p><p>especiais é necessária a análise do destino da arrecadação.</p><p>Gabarito: D</p><p>37. (Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil/ESAF/2009) Em relação aos empréstimos compulsórios, é</p><p>correto afirmar que:</p><p>a) É um tributo, pois atende às cláusulas que integram o art. 3º do Código tributário Nacional</p><p>b) É espécie de confisco, como ocorreu com a retenção dos saldos de depósitos à vista, cadernetas de</p><p>poupança e outros ativos financeiros, por ocasião do chamado “Plano Collor” (Lei n. 8.024/90)</p><p>c) O conceito de ‘despesa extraordinária’ a que alude o art. 148, inciso I, da Constituição Federal, pode abran-</p><p>ger inclusive aquelas incorridas sem que tenham sido esgotados todos os fundos públicos de contingência</p><p>d) Se conceitua como um contrato de Direito Público, com a característica da obrigatoriedade de sua</p><p>devolução ao final do prazo estipulado na lei de sua criação</p><p>e) Se subordina, em todos os casos, ao princípio da anterioridade da lei que o houver instituído</p><p>Por se tratar de algo temporário e restituível, certa controvérsia surgiu acerca da natureza tri-</p><p>butária dos empréstimos compulsórios. Uma parcela da doutrina defendia que por se tratar de</p><p>algo restituível, com fundamento no art. 81 do CTN, estaria afastada a natureza tributária dos</p><p>empréstimos compulsórios.</p><p>No entanto, devemos lembrar que, para ser considerada tributo, a prestação deve atender às exi-</p><p>gências do art. 3º do CTN. Analisando as características do empréstimo compulsório, constata-se</p><p>que ele atende ao disposto no art. 3º do Código Tributário Nacional, sendo considerado, portan-</p><p>to, tributo.</p><p>Com o advento da CF/88 e após decisões do STF defendendo a natureza tributária dos emprésti-</p><p>mos compulsórios, essa teoria doutrinária perdeu força.</p><p>Gabarito: A</p><p>38. (Agente Fiscal de Rendas/Sefaz-SP/FCC/2009) Os Empréstimos Compulsórios</p><p>a) poderão ser instituídos para atender às despesas extraordinárias decorrentes de calamidade pública,</p><p>de guerra externa ou sua iminência, não sendo necessária, nesses casos, a observância ao princípio</p><p>da anterioridade.</p><p>b) poderão ser instituídos no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse</p><p>nacional, não sendo necessária, nesse caso, a observância ao princípio da anterioridade.</p><p>c) são de competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, observando-se</p><p>a competência material de cada um desses entes políticos.</p><p>d) têm sua cobrança suprimida, gradativamente, quando cessadas as causas de sua criação.</p><p>e) têm, em decorrência das razões de urgência e de relevância para sua instituição, a aplicação dos recur-</p><p>sos provenientes do Empréstimo Compulsório desvinculada da despesa que fundamentou sua instituição.</p><p>Alternativa A – Correta. Esta é a previsão do art. 148, I, da Constituição Federal.</p><p>Alternativa B – Errada. A exceção ao princípio da anterioridade é válida apenas para os em-</p><p>préstimos compulsórios instituídos no caso de guerra ou calamidade. No caso de investimento</p><p>público de caráter urgente, há que se observar a aplicação do referido princípio.</p><p>32</p><p>Caderno de questões de Direito Tributário</p><p>Alternativa C – Errada. A Constituição confere a competência para instituição de empréstimos</p><p>compulsórios apenas à União.</p><p>Alternativa D – Errada. A alternativa tenta confundir o empréstimo compulsório com o impos-</p><p>to extraordinário de guerra, previsto no art. 154, II, da CF/88, segundo o qual, a União poderá</p><p>instituir na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários, compreendidos</p><p>ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as</p><p>causas de sua criação.</p><p>Alternativa E – Errada. O empréstimo compulsório é tributo de arrecadação vinculada, nos ter-</p><p>mos da Constituição Federal, art. 148, parágrafo único.</p><p>Gabarito: A</p><p>39. (Assistente Técnico Administrativo/ATA/MF/ESAF/2009) A União, mediante lei complementar, poderá</p><p>instituir empréstimos compulsórios:</p><p>a) mediante lei ordinária ou medida provisória, no caso de guerra externa ou sua iminência</p><p>b) no caso de relevante interesse público, de caráter urgente e relevante interesse nacional, ainda que</p><p>no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a regra que os criou</p><p>c) nas duas hipóteses acima elencadas, conquanto que se destine a aplicação dos recursos à despesa</p><p>que fundamentou a instituição do empréstimo compulsório</p><p>d) para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou</p><p>sua iminência</p><p>e) em face de conjuntura que exija a absorção temporária de poder aquisitivo</p><p>As hipóteses que autorizam a instituição dos empréstimos compulsórios estão previstas no inci-</p><p>so I, do art. 148 da Constituição Federal:</p><p>Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos</p><p>compulsórios:</p><p>I – para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pú-</p><p>blica, de guerra externa ou sua iminência.</p><p>Gabarito: D</p><p>40. (Auditor Fiscal/Sefaz-PI/FCC/2015) Com base nas normas da Constituição Federal e do Código Tributário</p><p>Nacional, a contribuição de melhoria</p><p>a) pode ser cobrada da União, em relação a terreno baldio de sua propriedade, por Município que</p><p>tenha realizado obra pública da qual tenha resultado valorização do referido imóvel.</p><p>b) é uma espécie de contribuição pertencente ao gênero das</p><p>contribuições sociais.</p><p>c) pode ser cobrada em razão de obra realizada em imóvel pertencente ao próprio ente tributante, no</p><p>qual funciona repartição pública, e da qual tenha resultado valorização do imóvel.</p><p>d) só pode ser cobrada pela União, a quem cabe instituir contribuições de todas as espécies.</p><p>e) tem como limite total a despesa orçada para a obra pública a ser realizada.</p><p>Alternativa A – Correta. Embora a União usufrua da imunidade recíproca, esta veda apenas a</p><p>incidência de impostos, não atingindo a contribuição de melhoria.</p><p>33</p><p>George Firmino</p><p>Alternativa B – Errada. A contribuição de melhoria é espécie autônoma de tributo, não sendo</p><p>classificado junto com as demais contribuições.</p><p>Alternativa C – Errada. Sem sentido a alternativa. A obra deve ser pública e não diretamente no</p><p>imóvel. Além disso, é inconcebível que o ente tributante cobre dele mesmo a contribuição.</p><p>Alternativa D – Errada. A contribuição de melhoria é de competência comum, cabendo ao ente</p><p>que efetuar a obra.</p><p>Alternativa E – Errada. O limite total da contribuição de melhoria é o gasto realizado e não o orçado.</p><p>Gabarito: A</p><p>41. (Analista/Susep/ESAF/2010) Uma das espécies de tributos elencada pela Constituição Federal é a contri-</p><p>buição de melhoria, decorrente de obras públicas. Tal espécie visa a uma distribuição mais justa dos ônus</p><p>decorrentes de determinadas obras públicas, que beneficiam a sociedade como um todo, mas acabam</p><p>por beneficiar particularmente determinadas pessoas, inclusive acarretando valorização imobiliária. Sobre</p><p>o tema contribuição de melhoria, analise os itens a seguir, classificando-os como verdadeiros ou falsos.</p><p>Em seguida, escolha a opção adequada às suas respostas.</p><p>I. Seu objetivo principal é fazer com que pessoas diretamente beneficiadas pela execução de uma obra</p><p>pública participem com maior intensidade de seu custeio, suportando-o total ou parcialmente.</p><p>II. O princípio da vedação ao enriquecimento sem causa justifica, para alguns doutrinadores, a institui-</p><p>ção e a cobrança da contribuição de melhoria.</p><p>III. Pode-se eleger como parâmetro da cobrança da contribuição de melhoria, de modo geral, o custo</p><p>total da obra (rateado entre os principais beneficiados) ou a valorização imobiliária dela decorrente</p><p>(individualmente analisada).</p><p>a) Está correto apenas o item I.</p><p>b) Está correto apenas o item III.</p><p>c) Estão corretos apenas os itens I e III.</p><p>d) Estão corretos apenas os itens II e III.</p><p>e) Todos os itens estão corretos.</p><p>Com validade no disposto no art. 145, III, da CF/88, o CTN preceitua:</p><p>Art. 81. A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados,</p><p>pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas</p><p>atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que</p><p>decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realiza-</p><p>da e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para</p><p>cada imóvel beneficiado.</p><p>Depreende-se do texto legal que o fato gerador da contribuição de melhoria é a valorização do</p><p>imóvel, decorrente de obra pública. Dessa forma, não basta o Estado promover a obra próximo</p><p>ao imóvel. Para fazer jus à cobrança da contribuição, há que ocorrer a valorização do imóvel e</p><p>que esta seja decorrente da obra.</p><p>O CTN estabelece limites para a cobrança da contribuição de melhoria. O valor máximo indi-</p><p>vidual é a valorização decorrente da obra e o limite global (aquele arrecadado da totalidade dos</p><p>beneficiados) é a despesa realizada pelo ente público.</p><p>Esses limites fundamentam a atribuição do princípio do não enriquecimento injusto.</p><p>34</p><p>Caderno de questões de Direito Tributário</p><p>Diante do exposto, as três assertivas estão corretas.</p><p>Gabarito: E</p><p>42. (Auditor Fiscal da Receita Estadual/Sefaz-RJ/FCC/2014) O Estado do Rio de Janeiro decidiu realizar</p><p>obras públicas para conter as enchentes que assolavam um determinado município hipotético de seu</p><p>território. Essas obras consistiam em elevar as margens do rio que banhava esse município e incluíam, em</p><p>decorrência disso, a abertura de vias públicas largas e modernas, recuperação da região degradada e,</p><p>inclusive, a realização de obras de paisagismo.</p><p>As obras públicas a serem realizadas foram orçadas em R$ 250.000,00, valor esse a ser integralmente</p><p>financiado por contribuição de melhoria.</p><p>Estudos efetuados demonstraram que a zona a ser beneficiada pelas obras abrangeria cinco imóveis da</p><p>região, sendo que a valorização média esperada desses imóveis seria de 20%.</p><p>Com base nisso, o Estado promoveu o lançamento da contribuição de melhoria, cobrando, de cada um</p><p>dos cinco imóveis localizados na região beneficiada, contribuição de melhoria equivalente a 20% do</p><p>valor do imóvel, resultando na seguinte situação:</p><p>Imóvel Valia (R$)</p><p>Contribuição de</p><p>Melhoria Cobrada (R$)</p><p>Valorização efetiva,</p><p>constatada em razão da obra</p><p>I 100.000,00 20.000,00 não teve valorização alguma</p><p>II 200.000,00 40.000,00 passou a valer 225.000,00</p><p>III 300.000,00 60.000,00 passou a valer 345.000,00</p><p>IV 400.000,00 80.000,00 passou a valer 480.000,00</p><p>V 500.000,00 100.000,00 passou a valer 625.000,00</p><p>Considerando as informações acima, é correto afirmar:</p><p>a) Considerando que a valorização do imóvel V (R$ 125.000,00) é equivalente a 46,29% da soma total</p><p>das valorizações individuais de cada imóvel (R$ 270.000,00), o Estado poderá aplicar esse índice</p><p>de 46,29%, sobre o valor do imóvel antes da sua valorização, para fins de cálculo do valor da con-</p><p>tribuição de melhoria por ele devida.</p><p>b) Todos os cinco imóveis deveriam pagar contribuição de melhoria, pois as obras realizadas trouxeram</p><p>vários tipos de benefícios à região, como, por exemplo, o fim das enchentes e o embelezamento da área.</p><p>c) O Estado poderá cobrar contribuição de melhoria de todos os imóveis que se valorizaram em decor-</p><p>rência da obra em questão, tendo como único valor máximo limite, para essa cobrança, o montante</p><p>equivalente à valorização que cada imóvel sofreu em decorrência das obras realizadas.</p><p>d) Embora os imóveis valorizados em decorrência da obra em questão tenham tido uma valorização mé-</p><p>dia de 20%, o Estado poderá cobrar, de todos eles, linearmente, contribuição de melhoria calculada</p><p>com base na aplicação do percentual de 18% sobre o valor do imóvel antes da realização da obra.</p><p>e) Se o fator individual de valorização do imóvel II, apurado com base na legislação própria, fosse</p><p>igual a 0,074 (ou 7,4%), a contribuição de melhoria relativa a esse imóvel poderia ser determinada</p><p>e, posteriormente, lançada e cobrada, mediante o rateio do custo total da obra por esse fator indi-</p><p>vidual de valorização.</p><p>Alternativa A – Errada. O limite individual para a cobrança é o valor da valorização do imóvel.</p><p>Alternativa B – Errada. O fato gerador da contribuição de melhoria é a valorização do imóvel,</p><p>decorrente de obra pública. Dessa forma, não basta o Estado promover a obra. Para fazer jus à</p><p>cobrança da contribuição, há que ocorrer a valorização do imóvel e que esta seja decorrente da</p><p>obra. O imóvel I não teve valorização, por isso não deve incidir a contribuição de melhoria.</p><p>35</p><p>George Firmino</p><p>Alternativa C – Errada. Além do limite individual, observado para cada imóvel, o Estado não</p><p>poderá cobrar mais do que o custo total da obra. Esse é o limite global, com fundamento no</p><p>princípio do não enriquecimento injusto.</p><p>Alternativa D – Errada. Como vimos, a valorização de cada imóvel deve ser observada indivi-</p><p>dualmente para fins de cobrança. Aplicar um mesmo percentual para todos os imóveis seria</p><p>dizer que todos valorizaram da mesma forma, o que não foi o caso da questão.</p><p>Alternativa E – Correta. A assertiva retrata o disposto no art. 82, § 1º, do CTN, segundo o qual a</p><p>contribuição relativa a cada imóvel será determinada pelo rateio da parcela do custo da obra, pelos</p><p>imóveis situados na zona beneficiada em função dos respectivos fatores individuais de valorização.</p><p>Gabarito: E</p><p>43. (Auditor Fiscal do Tesouro Municipal/Pref. São Paulo/FCC/2012) A realização de obras públicas, que</p><p>transformaram uma região anteriormente pantanosa</p><p>em um belo e aprazível parque, ocasionou a valori-</p><p>zação da maior parte dos imóveis localizados em suas proximidades, da seguinte maneira:</p><p>− o imóvel “A”, que valia R$ 4.000.000,00 antes das obras, teve fator de absorção do benefício de</p><p>valorização de 200%, passando a valer R$ 12.000.000,00.</p><p>− o imóvel “B”, que valia R$ 3.000.000,00 antes das obras, teve fator de absorção do benefício da</p><p>valorização de 100%, passando a valer R$ 6.000.000,00.</p><p>− o imóvel “C”, que valia R$ 2.000.000,00 antes das obras, teve fator de absorção do benefício da</p><p>valorização de 50%, passando a valer R$ 3.000.000,00.</p><p>− o imóvel “D” não teve valorização alguma em decorrência das obras realizadas.</p><p>Obs.: Todos os quatro imóveis têm a mesma área de terreno e o que determinou a diferença nos fatores</p><p>de absorção do benefício da valorização foram elementos alheios à dimensão do terreno.</p><p>O custo total da obra foi orçado em R$ 6.000.000,00 e a referida contribuição deverá custeá-la integralmente.</p><p>Com base nessas informações e considerando que o município em questão editou lei ordinária estabele-</p><p>cendo a cobrança de contribuição de melhoria para fazer face ao custo dessa obra, é correto afirmar que</p><p>a) a municipalidade poderá exigir do proprietário do imóvel “C” contribuição de melhoria no valor de</p><p>R$ 500.000,00, mesmo que seu imóvel tenha sido valorizado em R$ 1.000.000,00, desde que o</p><p>limite total da exigência referente ao custo da obra não ultrapasse R$ 6.000.000,00.</p><p>b) os proprietários dos imóveis “A”, “B”, “C” e “D” deverão pagar contribuição de melhoria, pois estão</p><p>na zona beneficiada.</p><p>c) os proprietários dos imóveis “A”, “B” e “C” deverão pagar contribuição de melhoria, desde que a fixa-</p><p>ção das bases de cálculo e dos fatos geradores respectivos sejam estabelecidos por lei complementar.</p><p>d) os proprietários dos imóveis “A”, “B” e “C”, que tiveram seus imóveis efetivamente valorizados com a</p><p>obra, deverão ratear integralmente o valor de custo da obra, com base na área do terreno de cada</p><p>um deles, cabendo a cada um o valor de R$ 2.000.000,00.</p><p>e) a municipalidade poderá exigir, cumulativamente, de todos os quatro proprietários, contribuição de</p><p>melhoria em valor igual ao da valorização de seus respectivos imóveis, cabendo ao imóvel “A” pagar</p><p>R$ 8.000.000,00, ao imóvel “B” pagar R$ 3.000.000,00, ao imóvel “C” pagar R$ 1.000.000,00 e</p><p>não cabendo nada a “D”, perfazendo um total de R$ 12.000.000,00.</p><p>O CTN estatui que o valor máximo individual é a valorização decorrente da obra e o limite glo-</p><p>bal (aquele arrecadado da totalidade dos beneficiados) é a despesa realizada pelo ente público.</p><p>Por conseguinte, o proprietário do imóvel D não deverá pagar a contribuição, eis que não houve</p><p>qualquer valorização decorrente da obra.</p><p>36</p><p>Caderno de questões de Direito Tributário</p><p>Para os imóveis A, B e C, haverá incidência da contribuição, desde que o valor máximo para cada</p><p>um deles não ultrapasse a respectiva valorização. Assim, temos os limites máximos:</p><p>A – 6.000.000, pois apesar de ter valorizado 8.000.000, deve-se observar como limite global o</p><p>custo total da obra.</p><p>B – 3.000.000 este é o valor da sua valorização</p><p>C – 1.000.000 este é o valor da sua valorização</p><p>Alternativa A – Correta. Se o valor máximo a ser exigido de C é de 1.000.000, por óbvio poderia</p><p>ser exigido um valor menor, caso a contribuição seja instituída para custear parcialmente a obra.</p><p>Alternativa B – Errada. O proprietário do imóvel D não deve pagar a contribuição.</p><p>Alternativa C – Errada. A Constituição Federal determina que lei complementar de normas</p><p>gerais defina as bases de cálculos e os fatos geradores dos impostos discriminados na própria</p><p>Constituição. Essa disciplina não vale para a contribuição de melhoria. Não obstante, o Decreto-</p><p>-Lei 195/67 cumpre o papel de normas gerais em matéria de contribuição de melhoria.</p><p>Alternativa D – Errada. Como vimos, o valor máximo que o proprietário do imóvel C deveria</p><p>pagar seria de 1.000.000.</p><p>Alternativa E – Errada. O imóvel D não sofrerá a incidência da contribuição, pois não ocorreu</p><p>para ele o fato gerador. Além disso, para os demais, há que se observar o limite global da obra,</p><p>qual seja, 6.000.000.</p><p>Gabarito: A</p><p>44. (Analista Judiciário/TRT 7ª Região/Cespe/2017) Os custos incorridos por determinado município com o</p><p>serviço de iluminação pública devem ser custeados por meio do produto da arrecadação de</p><p>a) contribuição de melhoria.</p><p>b) contribuições sociais.</p><p>c) impostos em geral.</p><p>d) taxa específica.</p><p>Questão bem interessante que exigiu um raciocínio apurado do candidato.</p><p>O serviço de iluminação pública, por não ser divisível, é prestado indistintamente a toda a so-</p><p>ciedade. Por esta razão, não pode ser remunerado mediante taxa. Esse é o entendimento do STF.</p><p>A Constituição Federal prevê contribuição específica para custear esse serviço em seu art. 149-A:</p><p>a contribuição para o serviço de iluminação pública (COSIP).</p><p>Como não temos essa contribuição no rol de alternativas, entende-se que a banca examinadora</p><p>apontou para uma situação peculiar.</p><p>Os recursos da arrecadação de impostos não estão vinculados a despesas específicas, por força</p><p>de vedação constitucional expressa. Assim, os valores arrecadados com os impostos podem ser</p><p>utilizados para cobrir qualquer despesa.</p><p>O candidato deveria, então, raciocinar dessa forma: não tendo entre as alternativas a COSIP, o</p><p>único recurso que seria possível de utilização para cobrir essa despesa deveria advir da arreca-</p><p>dação dos impostos em geral.</p><p>37</p><p>George Firmino</p><p>No meu ponto de vista, da forma como foi redigida a questão, há margem para interpretação</p><p>equivocada. Por isso, entendo que caberia sua anulação.</p><p>De qualquer modo, o entendimento do CESPE foi mantido, juntamente com seu gabarito preliminar.</p><p>Gabarito: C</p><p>45. (Procurador do Município/Cespe/2017) O fato gerador da contribuição de iluminação pública é a pres-</p><p>tação de serviço público, específico e divisível, colocado à disposição do contribuinte mediante atividade</p><p>administrativa em efetivo funcionamento.</p><p>( ) Certo</p><p>( ) Errado</p><p>A situação descrita no enunciado da questão corresponde ao fato gerador da taxa de serviço e</p><p>não se confunde com a contribuição de iluminação pública.</p><p>Acabamos de ver na questão anterior que a prestação do serviço de iluminação não é divisível.</p><p>Gabarito: errado.</p><p>46. (Analista Administrativo/ANTT/Cespe/2013) A contribuição para custeio do serviço de iluminação pública</p><p>pode ser instituída pelos estados e pelo Distrito Federal.</p><p>( ) Certo</p><p>( ) Errado</p><p>A contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública, COSIP, é de competência apenas</p><p>dos Municípios e do Distrito Federal, conforme art. 149-A da Constituição Federal.</p><p>Os Estados não têm competência para sua instituição.</p><p>Gabarito: errado.</p><p>47. (Agente de Fazenda/Pref. Rio de Janeiro/ESAF/2010) A Constituição Federal permite aos municípios</p><p>a instituição e a cobrança, na forma das respectivas leis, de tributo destinado ao custeio do serviço de</p><p>iluminação pública. Sobre este, é correto afirmar que:</p><p>a) Os Municípios somente poderão instituir tal tributo sob a forma de contribuição, que observará as</p><p>garantias da anterioridade e da legalidade.</p><p>b) Sua instituição deverá ser feita por meio de lei municipal, sem, contudo, a necessidade da observân-</p><p>cia do princípio da anterioridade.</p><p>c) Em face de sua finalidade específica, que é o custeio do serviço de iluminação pública, sua natureza</p><p>jurídica será de taxa.</p><p>d) A lei municipal que criar o referido tributo poderá delegar ao Prefeito, por meio de decreto, a compe-</p><p>tência para a fixação de critérios para o seu cálculo, tais como suas alíquotas e base de cálculo.</p><p>e) O referido tributo será, obrigatoriamente, cobrado na fatura de consumo de energia elétrica do contribuinte.</p><p>A contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública, sendo espécie tributária, deve</p><p>obediência aos princípios constitucionais tributários, salvo quando houver ressalva na própria</p><p>Constituição.</p><p>38</p><p>Caderno de questões de Direito Tributário</p><p>Ocorre que não há ressalvas na aplicação dos princípios</p><p>a esta espécie tributária.</p><p>Alternativa A – Correta. A Súmula 670 do STF define que o serviço de iluminação pública não</p><p>pode ser remunerado mediante taxa. Assim, de acordo com a previsão constitucional do art.</p><p>149-A, os entes tributantes devem custear tal serviço mediante a instituição de contribuição es-</p><p>pecífica, que deve respeitar os princípios constitucionais tributários.</p><p>Alternativa B – Errada. Não há ressalva na CF quanto à aplicação do princípio da anterioridade</p><p>na cobrança da contribuição.</p><p>Alternativa C – Errada. Vide comentários à alternativa A.</p><p>Alternativa D – Errada. Segundo o princípio da legalidade, há que se prever em lei os aspectos da ins-</p><p>tituição do tributo, não podendo ser estabelecidos em atos infralegais, como o Decreto, por exemplo.</p><p>Alternativa E – Errada. O parágrafo único do art. 149-A, da CF, confere faculdade ao ente tribu-</p><p>tante para a cobrança da contribuição na fatura de consumo de energia elétrica. Não se trata de</p><p>obrigação, mas de opção.</p><p>Gabarito: A</p><p>48. (Agente Fiscal de Rendas/Sefaz-SP/FCC/2009) A respeito das contribuições sobre o domínio econômico,</p><p>é correto afirmar que</p><p>a) a sua hipótese de incidência é vinculada à atuação estatal, devendo atingir o particular de modo espe-</p><p>cífico e divisível.</p><p>b) incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação.</p><p>c) incidirão sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços.</p><p>d) deve ser instituída por lei complementar, em razão de sua natureza excepcional.</p><p>e) a lei que a institui deverá indicar prazos e condições em que os valores serão restituídos.</p><p>Alternativa A – Errada. É justamente para cobrir o custo das atividades de fomento que a União,</p><p>exclusivamente, pode instituir a contribuição de intervenção no domínio econômico, que recai,</p><p>na maioria das vezes, sobre aqueles que compõem o setor atingido. Entretanto, o STF tem enten-</p><p>dido que a contribuição pode ter a sua base imponível alargada, atingindo mesmo aqueles que se</p><p>encontram fora do setor que sofreu a intervenção da União.</p><p>Alternativa B – Errada. Nos termos do art. 149, §2º, I, da Constituição, as contribuições sociais e</p><p>de intervenção no domínio econômico não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação.</p><p>Alternativa C – Correta. Assim dispõe o art. 149, §2º, II, da CF/88.</p><p>Alternativa D – Errada. A Constituição Federal não exige a edição de lei complementar para</p><p>instituição das contribuições sociais. Tal exigência apenas atinge as denominadas contribuições</p><p>residuais, previstas no art. 195, §4º, da Constituição Federal.</p><p>Alternativa E – Errada. As contribuições não são passíveis de devolução. Esta possibilidade ape-</p><p>nas se aplica aos empréstimos compulsórios.</p><p>Gabarito: C</p><p>39</p><p>George Firmino</p><p>49. (Auditor de Tributos Estaduais/Sefaz-RO/FCC/2010) Sobre as características das espécies de tributos, é</p><p>correto afirmar que</p><p>a) imposto é o tributo cuja obrigação tributária tem por fato gerador uma atividade estatal.</p><p>b) taxa é o tributo cuja obrigação tributária tem por fato gerador uma obra pública.</p><p>c) contribuição de melhoria é uma espécie de tributo vinculado a uma prévia atividade estatal, qual seja,</p><p>obra pública.</p><p>d) o empréstimo compulsório é um tributo de competência comum e pode ser instituído por medida pro-</p><p>visória em caso de investimento urgente.</p><p>e) a contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública é de competência exclusiva dos Esta-</p><p>dos e Distrito Federal.</p><p>Alternativa A – Errada. Da própria definição de imposto, prevista no art. 16 do CTN, decorre</p><p>que não se trata de um tributo tipicamente contraprestacional, ou seja, o imposto independe de</p><p>qualquer atividade estatal específica.</p><p>Alternativa B – Errada. A taxa tem como possíveis fatos geradores a utilização efetiva ou poten-</p><p>cial de serviços públicos específicos e divisíveis ou o exercício regular do poder de polícia.</p><p>Alternativa C – Correta. Apenas poderá ser instituída a contribuição de melhoria se houver obra</p><p>pública. Vale observar, contudo, que a obra não é o fato gerador da contribuição, mas a valoriza-</p><p>ção imobiliária decorrente desta obra.</p><p>Alternativa D – Errada. Afirmar que determinado tributo é de competência comum é o mesmo</p><p>que dizer que são competentes para instituí-lo tanto a União como Estados, DF e Municípios.</p><p>Porém, no caso específico dos empréstimos compulsórios, apenas a União detém a competência</p><p>para instituição.</p><p>Alternativa E – Errada. A competência para instituição de contribuição para o custeio do serviço</p><p>de iluminação pública está prevista no art. 149-A da Constituição Federal, que a confere apenas</p><p>aos Municípios e DF.</p><p>Gabarito: C</p><p>50. (Auditor Fiscal do Tesouro Estadual/Sefaz-RN/ESAF/2005) Avalie as indagações abaixo e em seguida</p><p>assinale a resposta correta.</p><p>• Em caso de guerra externa, é vedado à União instituir impostos extraordinários não compreendidos</p><p>em sua competência tributária?</p><p>• É permitido ao Distrito Federal e aos Municípios instituir contribuição para o custeio do serviço de</p><p>iluminação pública?</p><p>• É permitido que o serviço de iluminação pública seja remunerado mediante taxa?</p><p>a) não, sim, não b) não, não, sim</p><p>c) sim, sim, não d) sim, não, sim</p><p>e) sim, sim, sim</p><p>Item I – Não. O art. 154 da Constituição Federal confere à União competência para instituir, na</p><p>iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários, compreendidos ou não em</p><p>sua competência tributária.</p><p>40</p><p>Caderno de questões de Direito Tributário</p><p>Item II – Sim. A Emenda Constitucional 30/2002 acrescentou o art. 149-A à CF/88, passando</p><p>a autorizar os Municípios e o DF a instituírem contribuição para custear o serviço de ilumi-</p><p>nação pública.</p><p>Item III – Não. Segundo o STF, o serviço de iluminação pública não pode ser considerado</p><p>específico e divisível, a fim de ter o seu custeio mediante taxa. Desse entendimento resultou a</p><p>Súmula 670.</p><p>Gabarito: A</p><p>Competência tributária</p><p>01. (Analista de Comércio Exterior/MDIC/ESAF/2012) Competência Tributária é a parcela de poder fiscal</p><p>que as pessoas políticas que compõem a Federação recebem diretamente da Constituição para instituir,</p><p>cobrar e administrar os tributos a ela atribuídos. Sobre a Competência Tributária, julgue os itens abaixo,</p><p>e em seguida assinale a opção correspondente.</p><p>I. Embora tal competência seja indelegável, a lei permite a delegação das funções de arrecadar ou</p><p>fiscalizar tributos a outras pessoas jurídicas de direito público.</p><p>II. O produto da arrecadação do Imposto de Renda retido na fonte dos servidores estaduais e munici-</p><p>pais, embora pertença aos respectivos Estados e Municípios, não retira da União sua competência</p><p>legislativa e regulamentadora em relação a este tributo, tampouco as funções de fiscalizar e exigir o</p><p>pagamento quando não tenha havido retenção.</p><p>III. A mesma pessoa política detentora da competência de instituir, arrecadar e administrar determinado</p><p>tributo é também aquela competente para conceder isenções dele, sem exceções.</p><p>IV. O não exercício da competência tributária por determinada pessoa política autoriza a União a exer-</p><p>citar tal competência.</p><p>a) Há apenas um item correto.</p><p>b) Há apenas dois itens corretos.</p><p>c) Há apenas três itens corretos.</p><p>d) Todos os itens estão corretos.</p><p>e) Todos os itens estão incorretos.</p><p>Item I – Correto. A competência tributária é indelegável. Porém, é permitida a delegação das fun-</p><p>ções de arrecadar ou fiscalizar tributos a outra pessoa jurídica de Direito Público. Essas funções</p><p>estão compreendidas na capacidade tributária ativa, que compreende a prerrogativa de atuar no</p><p>polo ativo da relação tributária.</p><p>Item II – Correto. A repartição das receitas tributárias decorre previsão constitucional de parti-</p><p>lha dos valores arrecadados com alguns tributos, sempre do ente maior para o menor. Ocorre que</p><p>essa destinação do produto da arrecadação por força de expressa determinação legal não retira a</p><p>competência tributária do ente. Assim dispõe o parágrafo único do art. 6º do CTN, ao prescrever</p><p>que os tributos cuja receita seja distribuída, no todo ou em parte, a outras pessoas jurídicas de</p><p>direito público pertencerá à competência legislativa</p><p>daquela a que tenham sido atribuídos.</p><p>41</p><p>George Firmino</p><p>Item III – Errado. Em regra, quem é competente para instituir o tributo, também o é para con-</p><p>ceder isenções. Ocorre que há hipóteses em que a União pode afastar a incidência do ICMS (CF,</p><p>art. 155, § 2º, XII, e) e do ISS (CF, art. 156, § 3º, II) nas operações envolvendo o comércio exterior.</p><p>Item IV – Errado. Conforme dispõe o art. 8º do CTN, o não exercício da competência tributária</p><p>não a defere a pessoa jurídica de Direito Público diversa daquela a que a Constituição a tenha</p><p>atribuído, vale dizer, a competência é indelegável também por omissão, ou seja, é irrenunciável.</p><p>Gabarito: B</p><p>02. (Agente Fiscal de Rendas/Sefaz-SP/FCC/2009) A respeito da competência tributária, considere:</p><p>I. A competência tributária é o poder, conferido a determinado ente político, por lei complementar</p><p>específica, para aumentar tributos.</p><p>II. A competência tributária é indelegável. Porém, as funções de arrecadar ou fiscalizar os tributos ou de</p><p>executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária podem ser delegadas</p><p>por uma pessoa jurídica de Direito Público a outra.</p><p>III. A competência tributária, que compreende a competência legislativa e a capacidade tributária, é</p><p>delegável.</p><p>Está correto o que se afirma APENAS em</p><p>a) I. b) II.</p><p>c) III. d) I e II.</p><p>e) I e III.</p><p>Item I – Errado. A competência tributária é o poder conferido pela Constituição para que os</p><p>entes federados possam instituir seus tributos. Não há que se falar em atribuição de competência</p><p>tributária mediante lei. Tal prerrogativa decorre SEMPRE da Constituição Federal.</p><p>Item II – Correto. Apesar da indelegabilidade da competência tributária, o CTN faz uma ressalva</p><p>quanto à possibilidade de delegação, a outra pessoa jurídica de Direito Público, das funções de arre-</p><p>cadar ou fiscalizar tributos, ou seja, a capacidade tributária ativa. O detentor da capacidade tributária</p><p>ativa passa a atuar no polo ativo da relação tributária, ou seja, na condição de credor, de cobrador da</p><p>exigência. No polo passivo encontra-se o contribuinte (ou responsável), na qualidade de devedor.</p><p>Item III – Errado. Prevê o CTN, em seu art. 7º, que a competência tributária é indelegável. Não há</p><p>possibilidade de delegação por qualquer instrumento normativo. Não há que se confundir a pos-</p><p>sibilidade de delegação da capacidade tributária ativa com a delegação da competência tributária.</p><p>Gabarito: B</p><p>03. (Procurador do Estado/PGE/Cespe/2016) A capacidade tributária ativa difere da competência tributária,</p><p>podendo ser delegada a outras pessoas jurídicas de direito público. Nesse caso, a delegação envolverá</p><p>a transferência legal dos poderes de cobrança, arrecadação e fiscalização.</p><p>( ) Certo</p><p>( ) Errado</p><p>No que se refere à distinção entre competência tributária e capacidade tributária ativa, a caracte-</p><p>rística mais marcante é que a última pode ser delegada, situação em que se transfere a outra pessoa</p><p>jurídica de direito público os poderes de cobrança, arrecadação e fiscalização. Gabarito: certa.</p><p>42</p><p>Caderno de questões de Direito Tributário</p><p>04. (Analista Tributário da Receita Federal/ESAF/2012) Analise as proposições a seguir e assinale a opção correta.</p><p>I. Se a Constituição atribuir à União a competência para instituir certa taxa e determinar que 100% de</p><p>sua arrecadação pertencerá aos Estados ou ao Distrito Federal, caberá, segundo as regras de com-</p><p>petência previstas no Código Tributário Nacional, a essas unidades federativas a competência para</p><p>regular a arrecadação do tributo.</p><p>II. Embora seja indelegável a competência tributária, uma pessoa jurídica de direito público pode atri-</p><p>buir a outra as funções de arrecadar e fiscalizar tributos.</p><p>III. É permitido, sem que tal seja considerado delegação de competência, cometer a uma sociedade</p><p>anônima privada o encargo de arrecadar impostos.</p><p>a) As duas primeiras afirmações são corretas, e errada a outra.</p><p>b) A primeira é correta, sendo erradas as demais.</p><p>c) As três são corretas.</p><p>d) A primeira é errada, sendo corretas as demais.</p><p>e) As três são erradas.</p><p>Item I – Errado. Estabelece o CTN em seu art. 6º, parágrafo único, que os tributos cuja receita</p><p>seja distribuída, no todo ou em parte, a outras pessoas jurídicas de Direito Público pertencerá</p><p>à competência legislativa daquela a que tenham sido atribuídos. Isso significa que a destinação</p><p>da arrecadação não tem o condão de transferir a competência tributária. A competência, sendo</p><p>uma capacidade legislativa, continua sendo atribuição do ente previsto na Constituição Federal.</p><p>Item II – Correto. Essa função representa a capacidade tributária ativa, que pode ser delegada a</p><p>outra pessoa jurídica de Direito Público, conforme previsão do art. 7º do CTN.</p><p>Item III – Correta. A função de arrecadar tributos pode ser atribuída a uma pessoa jurídica de</p><p>Direito Privado. Trata-se de mero trabalho de recebimento dos tributos, realizados por institui-</p><p>ções financeiras ou correspondentes bancários. Nos termos do CTN, art. 7º, § 3º, não constitui</p><p>delegação de competência o cometimento, a pessoas de direito privado, do encargo ou da função</p><p>de arrecadar tributos.</p><p>Gabarito: D</p><p>05. (Analista Judiciário/TRT 10ª Região/Cespe/2013) A União, os estados, o Distrito Federal e os municípios,</p><p>ao criarem tributos, exercitam competências atribuídas pela CF.</p><p>( ) Certo</p><p>( ) Errado</p><p>A instituição de tributos somente pode ocorrer após a outorga constitucional da competência.</p><p>Logo, os entes somente poderão instituir aqueles tributos que lhes foram designados pela Cons-</p><p>tituição Federal.</p><p>Assim, ao instituírem seus tributos, os entes federados estão justamente exercendo sua compe-</p><p>tência tributária.</p><p>Gabarito: certa.</p><p>43</p><p>George Firmino</p><p>06. (Auditor Fiscal do Tesouro Municipal/Pref. São Paulo/FCC/2012) Município deixa pra Lá, não conseguin-</p><p>do, hipoteticamente, exercer sua competência constitucional tributária para instituir o ITBI no seu território,</p><p>celebrou acordo com o</p><p>Estado federado em que se localiza, para que esse Estado passasse a exercer, em seu lugar, a competên-</p><p>cia constitucional para instituir o referido imposto em seu território municipal e, ainda, para que exercesse</p><p>as funções de fiscalizar e arrecadar esse tributo, recebendo, em contrapartida, um pagamento fixo anual,</p><p>a título de «retribuição compensatória». Relativamente a essa situação, o Município Deixa pra Lá</p><p>a) não pode delegar sua competência tributária, nem suas funções de arrecadar e de fiscalizar tributos</p><p>de sua competência tributária a qualquer outra pessoa jurídica de direito público, mas pode delegar</p><p>as funções de arrecadação às instituições bancárias públicas e privadas.</p><p>b) pode delegar sua competência tributária e suas funções de arrecadar e de fiscalizar tributos a outra</p><p>pessoa jurídica de direito público.</p><p>c) não pode delegar sua competência tributária a qualquer outra pessoa jurídica de direito público,</p><p>embora possa delegar as funções de arrecadar e de fiscalizar tributos de sua competência tributária.</p><p>d) não pode delegar sua competência tributária, nem suas funções de fiscalizar tributos a qualquer outra</p><p>pessoa jurídica de direito público, embora possa delegar suas funções de arrecadar tributos de sua</p><p>competência tributária.</p><p>e) não pode delegar sua competência tributária, nem suas funções de arrecadar e de fiscalizar tributos</p><p>de sua competência tributária a qualquer outra pessoa jurídica de direito público.</p><p>No caso específico da questão, pode-se verificar que o acordo firmado foi no sentido de o Estado</p><p>exercer a competência constitucional para instituir o imposto. Contudo, a competência tributá-</p><p>ria é indelegável.</p><p>Sendo assim, estaria impedido o município de delegá-la, ainda que o tente fazer por meio de lei.</p><p>Apenas a capacidade tributária ativa poderia ser delegada.</p><p>Gabarito: C</p><p>07. (Procurador da Fazenda Nacional/ESAF/2015) Sobre a competência tributária prevista no CTN, assinale</p><p>a opção incorreta.</p><p>a) Os tributos cuja receita seja distribuída, no todo ou em parte, a outras pessoas jurídicas de direito</p><p>público pertencem à competência</p><p>legislativa daquela a que tenham sido atribuídos.</p><p>b) A competência tributária, salvo exceções, é indelegável, podendo a atribuição das funções de arre-</p><p>cadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria</p><p>tributária, ser conferida de uma pessoa jurídica de direito público a outra.</p><p>c) A atribuição da função de arrecadar ou fiscalizar tributos, conferida por uma pessoa jurídica de direito pú-</p><p>blico a outra, pode ser revogada, a qualquer tempo e unilateralmente, pela pessoa que a tenha conferido.</p><p>d) A atribuição das funções de arrecadar tributos pode ser cometida a pessoas jurídicas de direito privado.</p><p>e) A atribuição das funções de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tribu-</p><p>tária, conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra, também confere as garantias e os</p><p>privilégios processuais que competem à pessoa jurídica de direito público que a cometeu.</p><p>Alternativa A – Correta. A assertiva reproduz o disposto no art. 6º, parágrafo único, do CTN.</p><p>Conforme exposto nos comentários à questão anterior, a destinação da arrecadação não tem o</p><p>condão de transferir a competência tributária. A competência, sendo uma capacidade legislativa,</p><p>continua sendo atribuição do ente previsto na Constituição Federal.</p><p>44</p><p>Caderno de questões de Direito Tributário</p><p>Alternativa B – Errada. Não há exceções quanto à indelegabilidade da competência tributária.</p><p>Ou seja, a competência tributária é INDELEGÁVEL, em qualquer situação.</p><p>Alternativa C – Correta. Disciplina ainda o CTN que a delegação pode ser revogada a qualquer</p><p>tempo, por ato unilateral da pessoa jurídica de Direito Público que a tenha conferido. Ou seja,</p><p>basta que o ente que delegou a capacidade tributária ativa desfaça a delegação por vontade pró-</p><p>pria, independente da vontade daquele que a recebeu</p><p>Alternativa D – Correta. O CTN prevê no §3º do art. 7º que é possível a delegação da atividade ou</p><p>encargo de arrecadar tributos a pessoas jurídicas de direito privado. O próprio dispositivo destaca</p><p>que isso não significa a delegação da competência tributária. Nesta situação, também não estamos</p><p>diante da delegação da capacidade tributária ativa, mas de mera autorização para que os bancos,</p><p>casas lotéricas e demais correspondentes bancários possam receber os pagamentos dos tributos.</p><p>Alternativa E – Correta. Há que se observar que, representando o poder de atuar no polo ativo</p><p>da relação tributária, a delegação da capacidade tributária ativa transfere àquele que a recebeu</p><p>todas as garantias e os privilégios processuais pertencentes originariamente ao ente político que</p><p>a transferiu. Nesse sentido dispõe o art. 7º, § 1º, do CTN.</p><p>Gabarito: B</p><p>08. (Auditor/TCE-SP/FCC/2013) Uma coisa é poder de legislar, desenhando o perfil jurídico de um gravame</p><p>ou regulando os expedientes necessários à sua funcionalidade; outra é reunir credenciais para integrar a</p><p>relação jurídica, no tópico do sujeito ativo. (CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de Direito Tributário. 23</p><p>ed. São Paulo: Saraiva, 2011, p. 271).</p><p>O trecho transcrito faz alusão, respectivamente, a:</p><p>a) capacidade tributária passiva e competência tributária.</p><p>b) capacidade tributária passiva e capacidade tributária ativa.</p><p>c) competência tributária e obrigação tributária.</p><p>d) capacidade tributária ativa e obrigação tributária.</p><p>e) competência tributária e capacidade tributária ativa.</p><p>A afirmação de Pulo de Barros Carvalho define dois conceitos. Vejamos:</p><p>O poder de legislar está relacionado à competência tributária, pois esta compreende a compe-</p><p>tência legislativa plena. É por meio dela que o ente federado desenha o perfil jurídico do tributo,</p><p>que inicia com a sua instituição.</p><p>Integrar a relação jurídico-tributária no polo ativo, na condição de credor, é prerrogativa ine-</p><p>rente ao exercício da capacidade tributária ativa.</p><p>Gabarito: E</p><p>09. (Juiz Federal/TRF 2ª Região/Cespe/2013) Pode ser objeto de delegação</p><p>a) a capacidade tributária ativa.</p><p>b) o poder tributário.</p><p>c) a competência tributária.</p><p>d) a soberania tributária.</p><p>e) a autonomia tributária.</p><p>45</p><p>George Firmino</p><p>Conforme estudamos, a competência tributária é indelegável. Isso já anula a alternativa C.</p><p>Ocorre que todas as expressões utilizadas nas alternativas B, D e E são sinônimos de competên-</p><p>cia tributária (poder, soberania e autonomia).</p><p>A única possibilidade de delegação está na capacidade tributária ativa, que, à luz do CTN, pode</p><p>ser atribuída a outra pessoa jurídica de direito público.</p><p>Gabarito: A</p><p>10. (Juiz Substituto/TJ-PE/FCC/2015) A respeito da repartição de competência em matéria tributária, é IN-</p><p>CORRETO afirmar:</p><p>a) Não integra o plexo de competências tributárias dos entes federativos a simples entrega de carnês</p><p>para a notificação de tributo, sendo ilegal a realização dessa tarefa diretamente pelos Municípios e</p><p>Estados por violar o monopólio da União na manutenção do serviço postal.</p><p>b) Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios podem delegar parte de sua capacidade tributária a</p><p>instituições financeiras, consentindo que estas se encarreguem da cobrança de créditos inscritos em</p><p>dívida ativa.</p><p>c) Enquanto não promulgada a lei complementar federal que fixa adequado tratamento tributário ao ato</p><p>cooperativo, os Estados-membros podem dar às sociedades cooperativas o tratamento legislativo que</p><p>julgarem adequado.</p><p>d) Medida Provisória poderá estabelecer critérios especiais de tributação com o objetivo de prevenir</p><p>desequilíbrios da concorrência.</p><p>e) Os tributos cuja receita seja distribuída, no todo ou em parte, a outras pessoas jurídicas de direito</p><p>público pertencerá à competência legislativa daquela a que tenham sido atribuídos.</p><p>Alternativa A – Errada. Não há qualquer impedimento para que Estados e Municípios enviem</p><p>suas cobranças pela via postal. Aliás, isso é prática comum em se tratando de IPTU e IPVA. Em</p><p>nada isso invade a competência da União para a prestação do serviço postal (Correios).</p><p>Alternativa B – Correta. Essa delegação constitui mera função arrecadadora, ou seja, recebimen-</p><p>to dos tributos pela rede bancária conveniada.</p><p>Alternativa C – Correta. Enquanto não exercida a lei de norma gerais da União, os Estados e DF</p><p>assumem a capacidade legislativa plena para tratar da matéria em seus territórios.</p><p>Alternativa D – Correta. O art. 146-A da Constituição Federal dispõe que lei complementar</p><p>poderá estabelecer critérios especiais de tributação, com o objetivo de prevenir desequilíbrios</p><p>da concorrência, sem prejuízo da competência de a União, por lei, estabelecer normas de igual</p><p>objetivo. Como a lei ordinária poderá dispor sobre a matéria, a medida provisória também pode</p><p>fazer as vezes de lei ordinária, desde que observados os requisitos para sua edição.</p><p>Alternativa E – Correta. Esta é a literalidade do art. 6º, parágrafo único, do CTN.</p><p>Gabarito: A</p><p>46</p><p>Caderno de questões de Direito Tributário</p><p>11. (Procurador da Fazenda Nacional/ESAF/2004) Considerados os temas competência tributária e capaci-</p><p>dade tributária ativa, marque com V a assertiva verdadeira e com F a falsa, assinalando ao final a opção</p><p>correspondente.</p><p>( ) A competência tributária é delegável.</p><p>( ) A capacidade tributária ativa é indelegável.</p><p>( ) A União é quem detém a competência tributária no que toca às contribuições sociais para o financia-</p><p>mento da Seguridade Social.</p><p>( ) Lei complementar pode delegar a qualquer pessoa jurídica de direito público a competência tributária.</p><p>a) V, F, V, V. b) F, V, F, V.</p><p>c) F, F, V, F. d) V, V, V, F.</p><p>e) F, V, F, F.</p><p>Itens I e II – Falsos. De acordo com o previsto no art. 7º do CTN, a competência tributária é</p><p>indelegável, ressalvada a possibilidade da delegação da capacidade tributária ativa, ou seja, a</p><p>atribuição das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos.</p><p>Item II – Verdadeiro. Nos termos do art. 195, a Seguridade Social será financiada com várias</p><p>contribuições, todas de competência da União.</p><p>Item III – Falso. A competência tributária é estabelecida na própria Constituição e, nos termos do</p><p>art. 7º do CTN, é indelegável. Não</p><p>há que se falar, portanto, em delegação mediante lei complementar.</p><p>Gabarito: C</p><p>12. (Auditor Fiscal da Receita Estadual/Sefaz-ES/CESPE/2013) O cometimento a pessoa de direito privado,</p><p>como os bancos, do encargo de arrecadar tributos</p><p>a) constitui ato de delegação de competência, de acordo com a legislação tributária vigente.</p><p>b) constitui delegação da capacidade tributária passiva.</p><p>c) constitui ato legal em que se atribui apenas a capacidade de arrecadar, não cabendo fiscalização ou</p><p>cobrança do tributo.</p><p>d) não pode ser revogado unilateralmente.</p><p>e) pode ser anulado, e não revogado, visto que a revogação tem de ser feita por mútuo consentimento.</p><p>Nesta situação, não estamos diante da delegação da capacidade tributária ativa, mas de mera au-</p><p>torização para que os bancos, casas lotéricas e demais correspondentes bancários possam rece-</p><p>ber os pagamentos dos tributos. Logo, corresponde à arrecadação pelas instituições que firmem</p><p>convênio com o ente tributante.</p><p>Trata-se, portanto, de mera atividade de recebimento, estando o agente recebedor fora da rela-</p><p>ção tributária. As entidades que desempenham tais atividades não têm nenhum poder de deci-</p><p>são na relação jurídico-tributária. São meros arrecadadores.</p><p>Gabarito: C</p><p>47</p><p>George Firmino</p><p>13. (Analista Processual/PGE-BA/FCC/2013) Sobre o tema da competência tributária e sua limitação é correto</p><p>afirmar:</p><p>a) A competência tributária é fixada por lei do ente político, não podendo ser disciplinada por ato do</p><p>Chefe do Poder Executivo.</p><p>b) O não exercício da competência tributária implica a competência suplementar dos Estados, Distrito</p><p>Federal e Municípios em instituir tributos, disciplinando normas gerais e normas específicas.</p><p>c) A competência tributária é constitucional e, como tal, expressão da forma federativa de Estado, sendo</p><p>vedada a delegação do seu exercício a outro ente, ainda que por lei.</p><p>d) A competência ou capacidade tributária é passível de ser delegada por lei a outro ente, para institui-</p><p>ção de tributo, desde que a arrecadação e a fiscalização também o sejam.</p><p>e) A legalidade, anterioridade, vedação ao confisco, irretroatividade da lei tributária e igualdade são</p><p>limitações ao exercício da capacidade tributária.</p><p>Alternativa A – Errada. A competência tributária, compreendendo uma competência legislativa,</p><p>é fixada pela Constituição Federal.</p><p>Alternativa B – Errada. O não exercício da competência tributária não a defere a pessoa jurídica</p><p>de Direito Público diversa daquela a que a Constituição a tenha atribuído, nos termos do art. 8º</p><p>do CTN. Não se confunde a competência tributária com a competência para legislar sobre Direi-</p><p>to Tributário, editando normas gerais. Ademais, os Municípios não detêm a competência para</p><p>editar normas gerais (competência concorrente).</p><p>Alternativa C – Correta. A competência tributária decorre da Constituição Federal e garante a</p><p>autonomia dos entes federados, sendo vedada a sua delegação.</p><p>Alternativa D – Errada. Apenas é passível a delegação da capacidade tributária ativa, sendo ve-</p><p>dada a delegação da competência tributária.</p><p>Alternativa E – Errada. A assertiva apresenta princípios constitucionais tributários. Trata-se de</p><p>limitações constitucionais ao poder de tributar, logo, relacionados ao exercício da competência</p><p>e não da capacidade tributária.</p><p>Gabarito: C</p><p>14. (Analista Judiciário/TRT 17ª Região/Cespe/2013) A Secretaria da Receita Federal do Brasil é o órgão</p><p>com competência tributária relativa aos tributos da União.</p><p>( ) Certo</p><p>( ) Errado</p><p>Por se tratar de uma competência legislativa, apenas os entes políticos podem instituir tributos</p><p>(União, Estados, DF e Municípios). Os órgãos, embora integrantes da estrutura do ente federado,</p><p>não possuem capacidade legislativa e, por conseguinte, não dispõem de competência tributária.</p><p>Gabarito: errada.</p><p>48</p><p>Caderno de questões de Direito Tributário</p><p>15. (Procurador Legislativo/Câmara Municipal/SP/FCC/2014) O exercício da competência constitucional</p><p>tributária</p><p>a) é atribuído constitucionalmente para os entes federados, suas autarquias e fundações.</p><p>b) é atribuído constitucionalmente para os entes federados, que podem delegá-la às suas autarquias e</p><p>fundações, para os fatos geradores relacionados com suas funções.</p><p>c) se manifesta através da criação de leis instituidoras e modificadoras de tributos, bem assim de leis que</p><p>disciplinam as causas de exclusão, suspensão e extinção do crédito tributário.</p><p>d) somente se delega através de lei específica do ente federado que é competente para a instituição do tributo.</p><p>e) pode ser renunciado pelo ente federado, bem assim delegado por lei a outro ente, desde que por</p><p>meio de lei complementar.</p><p>Alternativa A – Errada. Sendo uma atribuição legislativa, a competência tributária somente po-</p><p>derá ser exercida pelos entes políticos, dotados de casas legislativas: União, Estados, DF e Muni-</p><p>cípios. Autarquias e fundações não têm competência para instituir tributos.</p><p>Alternativa B – Errada. A competência tributária é indelegável, conforme dispõe art. 7º do Có-</p><p>digo Tributário Nacional.</p><p>Alternativa C – Correta. A competência tributária está relacionada à instituição de tributos e</p><p>toda a produção de leis e normas a eles relacionadas, já que se trata de uma atividade legislativa.</p><p>Alternativa D – Errada. Nem mesmo por lei específica a competência tributária pode ser delega-</p><p>da. Trata-se de outorga constitucional.</p><p>Alternativa E – Errada. A competência tributária não pode ser renunciada nem mesmo delegada,</p><p>ainda que por lei complementar.</p><p>Gabarito: C</p><p>16. (Especialista em Regulação/ANAC/Cespe/2012) Com relação ao direito tributário, sistema tributário</p><p>nacional, tributos e competência tributária, julgue o item a seguir.</p><p>De acordo com o princípio da irrenunciabilidade, é correto afirmar que, se um ente político não instituir</p><p>desde logo o seu tributo, nada o impede de fazê-lo no momento em que julgar oportuno.</p><p>( ) Certo</p><p>( ) Errado</p><p>Nos termos do CTN, a competência tributária é indelegável e o seu não exercício não a defere a</p><p>outro ente.</p><p>Logo, sob a ótica do Direito Tributário, a competência tributária e irrenunciável e pode ser exer-</p><p>cida a qualquer momento.</p><p>Gabarito: errada.</p><p>17. (Juiz Substituto/TJ-GO/FCC/2015) Considere as seguintes afirmativas:</p><p>I. A competência tributária pode ser deslocada para outro ente diante da inércia na instituição do tri-</p><p>buto pelo ente político originalmente competente.</p><p>II. A competência se distingue da capacidade tributária ativa porque esta está relacionada à instituição</p><p>do tributo e aquela à cobrança do tributo.</p><p>III. A competência tributária é fixada pela Constituição da República.</p><p>49</p><p>George Firmino</p><p>IV. A imunidade tributária significa ausência de competência do ente para instituir tributo na situação</p><p>definida pela norma constitucional imunizante.</p><p>V. A competência tributária pode ser delegada por lei a outro ente político, hipótese em que se torna</p><p>também o titular da capacidade tributária ativa.</p><p>Está correto o que se afirma APENAS em</p><p>a) III e IV. b) I, II e III.</p><p>c) III, IV e V. d) I e II.</p><p>e) IV e V.</p><p>Item I – Errado. O art. 8º do CTN destaca que o não exercício da competência tributária não a</p><p>defere a pessoa jurídica de direito público diversa daquela a que a Constituição a tenha atribuído.</p><p>Item II – Errado. A assertiva inverteu os conceitos. A competência tributária está relacionada à</p><p>instituição do tributo, já a capacidade tributária ativa está ligada à cobrança.</p><p>Item III – Correto. A competência tributária decorre diretamente da Constituição Federal.</p><p>Item IV – Correto. As imunidades impedem o exercício da competência tributária do ente político</p><p>sobre determinadas situações, pessoas ou bens. Significa que, embora competente para instituir o</p><p>tributo, o ente não o poderá fazer sobre as pessoas, bens ou situações abrangidas pela imunidade.</p><p>Item V – Errado. Define o Código expressamente que a competência tributária é indelegável. Isso</p><p>significa que nenhum ente poderá transferir para outro o poder de instituir os tributos que lhe</p><p>foram outorgados pela Constituição Federal.</p><p>Gabarito:</p><p>A</p><p>18. (Advogado da União/AGU/Cespe/2012) Julgue o item seguinte, a respeito do Sistema Tributário Nacional.</p><p>Os municípios podem conceder incentivos fiscais referentes ao ICMS.</p><p>( ) Certo</p><p>( ) Errado</p><p>A competência para instituir o ICMS é dos Estados e do DF. Sendo assim, apenas quem detém</p><p>a competência tributária, é competente para instituir isenções e incentivos fiscais. Além disso, é</p><p>necessário que tais exonerações sejam instituídas por lei específica do ente competente.</p><p>Nesse sentido, os municípios não poderiam conceder incentivos fiscais dos tributos estaduais,</p><p>nem mesmo por lei, eis que apenas lei específica estadual poderia veicular a matéria.</p><p>No caso específico do ICMS, há que se observar a ressalva constitucional para que a concessão</p><p>de incentivos fiscais se dê mediante convênio (deliberação) firmado entre os Estados, conforme</p><p>dispõe o art. 155, § 2º, XII, g.</p><p>Gabarito: errada.</p><p>50</p><p>Caderno de questões de Direito Tributário</p><p>19. (Analista de Planejamento e Orçamento/MPOG/ESAF/2015) Sobre a competência tributária no vigente</p><p>sistema constitucional tributário nacional, é correto afirmar que:</p><p>a) a atribuição constitucional de competência tributária compreende a competência legislativa plena,</p><p>ressalvadas as limitações contidas na Constituição Federal, nas Constituições dos Estados, nas Leis</p><p>Orgânicas do Distrito Federal e dos Municípios e nas leis complementares nacionais de normas gerais</p><p>em matéria de legislação tributária.</p><p>b) a competência tributária referida à instituição legislativa de tributos é indelegável.</p><p>c) a indelegabilidade da competência tributária referida à instituição legislativa de tributos não impede</p><p>a atribuição pela pessoa jurídica de direito público competente a outra da atribuição das funções de</p><p>arrecadar ou fiscalizar tributos.</p><p>d) a atribuição pela pessoa jurídica de direito público competente a outra da atribuição das funções</p><p>de arrecadar ou fiscalizar tributos compreende a igual atribuição das correspondentes garantias e</p><p>privilégios processuais.</p><p>e) o sistemático não-exercício da competência tributária pela pessoa jurídica de direito público compe-</p><p>tente defere a correspondente competência às outras pessoas jurídicas de direito público.</p><p>Alternativa A – Correta. Reprodução literal do art. 6º do CTN.</p><p>Alternativa B – Correta. O CTN apresenta em seu art. 7º a característica mais marcante da com-</p><p>petência tributária: sua indelegabilidade.</p><p>Alternativa C – Correta. Apesar da impossibilidade de delegação da competência tributária, uma</p><p>vez que esta é definida na própria Constituição, a capacidade tributária ativa, nos termos do art. 7º</p><p>do CTN pode ser delegada a outra pessoa jurídica de Direito Público.</p><p>Alternativa D – Correta. A delegação da capacidade tributária ativa transfere àquele que a rece-</p><p>beu todas as garantias e os privilégios processuais pertencentes originariamente ao ente político</p><p>que a transferiu. Nesse sentido dispõe o art. 7º, §1º, do CTN.</p><p>Alternativa E – Errada. O art. 8º do CTN destaca que o não exercício da competência tributária</p><p>não a defere a pessoa jurídica de direito público diversa daquela a que a Constituição a tenha atri-</p><p>buído. Se um município é competente para cobrar a taxa pela prestação do serviço de coleta de lixo</p><p>domiciliar e não a institui, simplesmente deixará de arrecadar para custear o serviço. Da mesma</p><p>forma, se o estado de Santa Catarina deixa de instituir o IPVA em seu território, não poderia a</p><p>União instituir e cobrar o imposto, sob pena de inconstitucionalidade por invasão de competência.</p><p>A questão pede a alternativa correta. Porém, como vimos, há 4 corretas e 1 incorreta. Por esta</p><p>razão foi anulada.</p><p>Gabarito: anulada.</p><p>20. (Auditor Fiscal da Receita Federal/ESAF/2012) Sobre competência concorrente da União, Estados, Distrito</p><p>Federal e Municípios, assinale a opção incorreta.</p><p>a) A competência, privativa ou concorrente, para legislar sobre determinada matéria, não implica auto-</p><p>maticamente a competência para a instituição de tributos.</p><p>b) Os entes federativos somente podem instituir os impostos e as contribuições que lhes foram expressa-</p><p>mente outorgados pela Constituição.</p><p>c) Os Estados-membros podem instituir apenas contribuição que tenha por finalidade o custeio do regime</p><p>de previdência de seus servidores.</p><p>51</p><p>George Firmino</p><p>d) Norma que pretendesse fixar alíquota mínima igual à da contribuição dos servidores titulares de car-</p><p>gos efetivos na União, para a contribuição a ser cobrada pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos</p><p>Municípios de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário, seria</p><p>inconstitucional por contrariar o pacto federativo.</p><p>e) A expressão “regime previdenciário” de seus servidores, a ensejar a instituição de contribuição pelos Esta-</p><p>dos-membros, não abrange a prestação de serviços médicos, hospitalares, odontológicos e farmacêuticos.</p><p>Alternativa A – Correta. A competência para legislar sobre determinada matéria não se confun-</p><p>de com a competência para instituir tributos. Tomemos como exemplo a competência municipal</p><p>para legislar sobre o horário de funcionamento do comércio local. Isso não permite ao município</p><p>instituir tributos sobre a atividade comercial, por exemplo.</p><p>Outra situação seria a competência para exercer determinado serviço. Nesse caso, haveria a com-</p><p>petência para instituição da respectiva taxa.</p><p>Alternativa B – Correta. A competência tributária é definida na Constituição Federal, de modo que os</p><p>tributos foram outorgados de forma expressa a cada ente, não podendo haver invasão de competência.</p><p>Alternativa C – Correta. Em regra, as contribuições são da competência privativa da União. As</p><p>exceções são a contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública - COSIP (dos Muni-</p><p>cípios e DF) e a contribuição previdenciária dos servidores (de todos os entes).</p><p>Alternativa D – Errada. Essa é exatamente a determinação constitucional prevista no art. 149, § 1º,</p><p>segundo o qual a contribuição mínima é aquela adotada pela União para os servidores federais.</p><p>Alternativa E – Correta. Não há que se confundir previdência com Seguridade Social, que en-</p><p>volve um conceito mais amplo, contemplando a assistência social, a previdência e a saúde. A</p><p>contribuição deve ser apenas previdenciária. O STF já decidiu no RE 573.540/MG:</p><p>Contribuição para o custeio dos serviços de assistência médica, hos-</p><p>pitalar, odontológica e farmaceútica. Art. 85 da Lei Complementar</p><p>nº 62/2002, do estado de Minas Gerais. Natureza tributária. Compul-</p><p>soriedade. Distribuição de competências tributárias. Rol taxativo.</p><p>Incompetência do estadomembro. Inconstitucionalidade.</p><p>Gabarito: D</p><p>21. (Juiz Substituto/TJ-BA/Cespe/2012) Acerca da competência legislativa sobre normas gerais de direito</p><p>tributário, assinale a opção correta.</p><p>a) A competência dos estados, ainda que suplementar, é excluída com o exercício, pela União, da com-</p><p>petência para legislar sobre normas gerais de direito tributário.</p><p>b) Os municípios não dispõem de competência para instituir normas gerais de direito tributário.</p><p>c) Em nenhuma hipótese os estados e o DF exercerão competência legislativa plena.</p><p>d) No âmbito dos estados e do DF, prevalecem as respectivas leis sobre as leis federais.</p><p>e) Pertencem à competência concorrente todas as pessoas políticas.</p><p>Alternativa A – Errada. Nos termos do § 2º, do art. 24, da CF/88, a competência da União para</p><p>legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos Estados.</p><p>52</p><p>Caderno de questões de Direito Tributário</p><p>Alternativa B – Correta. A banca seguiu o entendimento de que, na ausência de menção expressa</p><p>aos municípios, estes não detêm a competência concorrente para legislar sobre normas gerais em</p><p>matéria tributária.</p><p>Alternativa C – Errada. Se inicialmente a União for omissa em editar lei de normas gerais, os</p><p>Estados e DF exercem sua capacidade legislativa plena.</p><p>Alternativa D – Errada. No que diz respeito às leis instituidoras de tributos, cada ente é autôno-</p><p>mo e não pode haver invasão de competência. Assim, a União não poderia instituir</p><p>os impostos</p><p>estaduais no território do Estado da Bahia, por exemplo. Não há hierarquia superior da lei da</p><p>União sobre as dos demais entes. Já em relação às normas gerais, a eficácia da lei estadual não</p><p>pode contrariar a lei expedida pela União. Assim, será suspensa no que for contrário à lei federal,</p><p>de acordo com o § 4º, do art. 24.</p><p>Alternativa E – Errada. Conforme exposto, a competência concorrente não foi conferida expres-</p><p>samente aos municípios.</p><p>Gabarito: B</p><p>22. (Analista Judiciário/TRF 5ª Região/FCC/2013) Sobre competência legislativa em matéria tributária, é</p><p>correto afirmar:</p><p>a) A União tem sempre competência exclusiva para instituir contribuição social para seguridade social</p><p>de todos os serviços públicos dos entes da Federação.</p><p>b) Os entes da Federação têm competência comum para instituir contribuição de intervenção no domínio</p><p>econômico.</p><p>c) A competência para instituição de impostos vem discriminada na Constituição Federal para cada um</p><p>dos entes da Federação.</p><p>d) A competência para instituição de imposto residual é privativa da União, muito embora seja cabível</p><p>delegação desta competência aos Estados-membros e Distrito Federal mediante lei complementar.</p><p>e) A competência para instituição do ITR é de competência da União, mas a Constituição Federal admite</p><p>expressamente a delegação desta competência aos Municípios, nos termos de lei complementar que</p><p>regulamente as hipóteses e forma de delegação.</p><p>Alternativa A – Errada. Apesar de a União deter a competência exclusiva para a instituição de</p><p>contribuições especiais, há exceção prevista na Constituição Federal para que cada ente institua</p><p>as contribuições previdenciárias de seus servidores, vinculados aos respectivos regimes próprios.</p><p>Alternativa B – Errada. Apenas a União detém a competência para instituição da CIDE. Para</p><p>esta regra não há exceção.</p><p>Alternativa C – Correta. Sendo os impostos tributos que independem de qualquer ação estatal,</p><p>faz-se necessário que a distribuição de competência seja rígida, a fim de evitar inúmeras exações.</p><p>Dessa forma, a Constituição discrimina as bases econômicas sobre as quais cada ente poderá</p><p>fazer incidir a tributação por meio dos impostos.</p><p>Alternativa D – Errada. A competência tributária, até mesmo a residual, é indelegável.</p><p>Alternativa E – Errada. O ITR apresenta disposição constitucional quanto à possibilidade de</p><p>fiscalização por parte dos Municípios e a consequente repartição da receita com a arrecadação.</p><p>Esta previsão diz respeito à delegação da capacidade tributária ativa, não sendo permitida a de-</p><p>legação da competência tributária, que continua pertencendo à União.</p><p>Gabarito: C</p><p>53</p><p>George Firmino</p><p>23. (Fiscal de Rendas/Pref. Rio de Janeiro/ESAF/2010) Compete à União, aos estados e ao Distrito Federal</p><p>legislar concorrentemente sobre direito tributário. Com base nessa afirmativa, julgue os itens a seguir:</p><p>I. lei que institui incentivo fiscal para as empresas que contratarem apenados e egressos é de natureza</p><p>tributária, sendo, portanto, constitucional lei estadual com tal conteúdo;</p><p>II. lei estadual pode estabelecer alíquotas diferenciadas em razão do tipo do veículo, já que os estados-</p><p>-membros estão legitimados a editar normas gerais referentes ao IPVA, no exercício da competência</p><p>concorrente prevista no art. 24, §3º, da Constituição;</p><p>III. é possível ao estado conceder, mediante lei, isenção de tributo de sua competência, visto que está</p><p>atuando nos limites de sua autonomia.</p><p>Estão corretos:</p><p>a) apenas o item I. b) apenas os itens I e II.</p><p>c) apenas os itens I e III. d) apenas os itens II e III.</p><p>e) todos os itens estão corretos.</p><p>Questão interessante, que não se limita à literalidade do art. 24, da CF/88. Para responder aos</p><p>itens, temos que recorrer à jurisprudência do STF. Senão, vejamos:</p><p>Item I – Correto.</p><p>Ação direta de inconstitucionalidade. Lei 8.366, de 7 de julho de 2006, do</p><p>Estado do Espírito Santo. Lei que institui incentivo fiscal para as empresas</p><p>que contratarem apenados e egressos. Matéria de índole tributária e não or-</p><p>çamentária. (ADI 3.809, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 14-6-2007, Ple-</p><p>nário, DJ de 14-9-2007.).</p><p>Item II – Correto.</p><p>IPVA. Lei estadual. Alíquotas diferenciadas em razão do tipo do veículo.</p><p>Os Estados-membros estão legitimados a editar normas gerais referentes ao</p><p>IPVA, no exercício da competência concorrente prevista no art. 24, § 3º, da</p><p>Constituição do Brasil. (RE 414.259- AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgamento</p><p>em 24-6-2008, Segunda Turma, DJE de 15-8-2008.) No mesmo sentido: AI</p><p>500.743- AgR, Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 2-12-2010, Primeira</p><p>Turma, DJE de 3-3-2011.</p><p>Item III – Correto.</p><p>Os institutos da imunidade e da isenção tributária não se confundem. É per-</p><p>feitamente possível ao Estado conceder, mediante lei, isenção de tributo de</p><p>sua competência, visto que está atuando nos limites de sua autonomia. En-</p><p>quanto não editada a lei a que se refere o § 21 do art. 40 da CF/1988, vigem os</p><p>diplomas estaduais que regem a matéria, que só serão suspensos se, e no que,</p><p>forem contrários à lei complementar nacional (CF, art. 24, § 3º e § 4º). (SS</p><p>3.679-AgR, Rel. Min. Presidente Gilmar Mendes, julgamento em 4-2-2010,</p><p>Plenário, DJE de 26-2-2010.)</p><p>Gabarito: E</p><p>54</p><p>Caderno de questões de Direito Tributário</p><p>24. (Analista Administrativo/Direito/TCE-ES/Cespe/2013) Acerca de competência tributária, assinale a opção correta.</p><p>a) A capacidade de legislar e fiscalizar compõe todo o espectro da competência tributária.</p><p>b) A competência tributária residual é atribuída aos estados da Federação.</p><p>c) A competência tributária não exercida a tempo e a hora pode ser usufruída por outro ente da Federação.</p><p>d) A competência tributária é indelegável, mas a fiscalização da cobrança de um tributo constitucional-</p><p>mente criado pode ser atribuída a outro ente da Federação.</p><p>e) Atribuir a arrecadação de tributo a uma instituição financeira configura delegação extraordinária da</p><p>competência tributária.</p><p>Alternativa A – Errada. A capacidade de legislar e fiscalizar compreendem a capacidade tributá-</p><p>ria ativa e não a competência tributária.</p><p>Alternativa B – Errada. A competência residual é atribuída apenas à União.</p><p>Alternativa C – Errada. A competência tributária é irrenunciável e imprescritível. À luz do CTN,</p><p>o seu não exercício não a defere a outra pessoa política.</p><p>Alternativa D – Correta. A competência tributária é indelegável. Por outro lado, a capacidade</p><p>tributária ativa pode ser delegada a pessoa jurídica de Direito Público.</p><p>Alternativa E – Errada. A atividade de arrecadação pelas instituições financeiras não correspon-</p><p>de à capacidade tributária ativa.</p><p>Gabarito: D</p><p>25. (Agente Fiscal de Rendas/Sefaz-SP/FCC/2013) A Lei Complementar tem grande importância no Sistema</p><p>Tributário Nacional. De acordo com a Constituição Federal de 1988, por meio desse instrumento</p><p>a) são reguladas as limitações ao direito de tributar, previstas na Constituição Federal, bem como são estabele-</p><p>cidas normas gerais em matéria tributária sobre obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência.</p><p>b) a União, para atender despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, pode instituir</p><p>impostos extraordinários.</p><p>c) a União pode instituir impostos não previstos na Constituição, mesmo que, pela excepcionalidade,</p><p>tenham fato gerador e base de cálculo de impostos iguais aos existentes na Constituição Federal.</p><p>d) são estabelecidas normas gerais em matéria tributária, dentre elas a definição dos tributos e suas es-</p><p>pécies, bem como, são instituídos os impostos discriminados na Constituição com os respectivos fatos</p><p>geradores, bases de cálculo e contribuintes.</p><p>e) são previstas as percentagens de repartição de receita tributária entre a União, Estados, Distrito Fede-</p><p>ral e Municípios.</p><p>Alternativa A – Correta. O art. 24 da Constituição Federal define que a competência para legislar</p><p>sobre Direito Tributário é concorrente entre União e Estados. Essa competência compreende a</p><p>capacidade para editar normas gerais de Direito Tributário, cuja reserva de lei complementar</p><p>está</p><p>disposta no art. 146.</p><p>Alternativa B – Errada. Para atender despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade públi-</p><p>ca, a União poderá instituir empréstimos compulsórios, por meio de lei complementar.</p><p>Alternativa C – Errada. No exercício da sua competência residual, a União poderá instituir novos</p><p>impostos por meio de lei complementar, desde que inovem no fato gerador e na base de cálculo</p><p>em relação àqueles já previstos na Constituição.</p><p>55</p><p>George Firmino</p><p>Alternativa D – Errada. A lei complementar de normas gerais em matéria tributária não institui</p><p>os impostos, apenas é hábil para definir os fatos geradores, contribuintes e base de cálculo.</p><p>Alternativa E – Errada. Essa repartição está prevista na própria Constituição Federal.</p><p>Gabarito: A</p><p>26. (Auditor Fiscal da Receita Federal/ESAF/2012) Em matéria tributária, de acordo com a Constituição Fe-</p><p>deral, compete à Lei Complementar, exceto,</p><p>a) instituir as limitações constitucionais ao poder de tributar.</p><p>b) dispor sobre obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários.</p><p>c) estabelecer critérios especiais de tributação, com o objetivo de prevenir desequilíbrios da concorrência.</p><p>d) dispor sobre o adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas.</p><p>e) estabelecer tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as empresas de pe-</p><p>queno porte, inclusive regimes especiais ou simplificados.</p><p>A questão se responde facilmente pelos arts. 146 e 146-A da Constituição Federal:</p><p>Art. 146. Cabe à lei complementar:</p><p>I – Dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a</p><p>União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;</p><p>II – Regular as limitações constitucionais ao poder de tributar;</p><p>III – estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especial-</p><p>mente sobre:</p><p>a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos im-</p><p>postos discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos gerado-</p><p>res, bases de cálculo e contribuintes;</p><p>b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários;</p><p>c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas socie-</p><p>dades cooperativas.</p><p>d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e</p><p>para as empresas de pequeno porte, inclusive regimes especiais ou simplifi-</p><p>cados no caso do imposto previsto no art. 155, II, das contribuições previs-</p><p>tas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da contribuição a que se refere o art. 239</p><p>Art. 146-A. Lei complementar poderá estabelecer critérios especiais de tribu-</p><p>tação, com o objetivo de prevenir desequilíbrios da concorrência, sem prejuízo</p><p>da competência de a União, por lei, estabelecer normas de igual objetivo.</p><p>Percebe-se que o erro está na alternativa A, pois a instituição das limitações constitucionais ao</p><p>poder de tributar, como o próprio nome diz, é feita na própria Constituição. A lei complementar</p><p>apenas as regula.</p><p>Gabarito: A</p><p>56</p><p>Caderno de questões de Direito Tributário</p><p>27. (Procurador da Fazenda Nacional/ESAF/2007) O Código Tributário Nacional, embora tenha sido criado</p><p>_____________, foi recebido pelas Constituições como _____________. Normas especiais sobre obriga-</p><p>ção, lançamento e crédito tributários cabem à _____________ de cada ente tributante. _____________,</p><p>decorrente de obras públicas, poderá ser instituída(o), conforme o caso, pela União, os Estados, o Distrito</p><p>Federal e os Municípios. Examine as afirmações e as lacunas supra. Após, selecione, entre as expressões</p><p>abaixo, as que preenchem corretamente as lacunas, na devida sequência.</p><p>a) como lei ordinária / código / lei complementar / A contribuição de melhoria</p><p>b) como código / lei complementar / lei complementar / A taxa de obra</p><p>c) como lei ordinária / lei complementar / legislação ordinária / A contribuição de melhoria</p><p>d) como ato complementar / código / legislação ordinária / O tributo vinculado</p><p>e) como lei complementar / lei ordinária / legislação ordinária / A taxa de serviço</p><p>Da análise do art. 146, III, é muito importante destacar que a Constituição Federal elege a lei com-</p><p>plementar como único instrumento hábil para estabelecer normas gerais em matéria tributária.</p><p>Normas gerais são aquelas que estabelecem princípios, fundamentos e critérios básicos, de modo</p><p>a tornar uniforme a aplicação da legislação tributária em todo o país. Sendo assim, lei ordinária</p><p>não pode invadir a competência reservada à lei complementar, sob pena de inconstitucionalidade.</p><p>O Código Tributário Nacional foi editado em 1966, sob a vigência da Constituição de 1946, que</p><p>ainda não previa a lei complementar como espécie legislativa. Por conseguinte, o CTN foi edita-</p><p>do como uma lei ordinária.</p><p>A partir da Constituição de 1967, passou a existir a figura da lei complementar como espécie norma-</p><p>tiva, sendo exigida sua edição para o trato de algumas matérias. Assim permaneceu com a CF/88.</p><p>De acordo com a teoria da recepção, no advento de uma nova Constituição, as normas que sejam</p><p>com ela materialmente compatíveis passam a ser recepcionadas. Com isso, permanecem em vigor</p><p>com o status da espécie normativa que a nova Constituição exigir para regular aquela matéria.</p><p>Desse modo, se uma lei ordinária que disciplina certa matéria for recepcionada por uma nova</p><p>Constituição que exige o trato de lei complementar para aquela matéria, passará a ter força de</p><p>lei complementar.</p><p>Foi o que ocorreu com o CTN que foi recepcionado pela CF/88. Como a Constituição exige lei</p><p>complementar para traçar normas gerais em matéria tributária, o CTN passou a vigorar com</p><p>status de lei complementar.</p><p>Assim, o Código Tributário Nacional, embora tenha sido criado como lei ordinária, foi recebido</p><p>pelas Constituições posteriores como lei complementar.</p><p>Vale ressaltar que o CTN não se transformou em lei complementar.</p><p>Formalmente, o Código continua sendo lei ordinária. Porém, nos dispositivos que foram recep-</p><p>cionados como normas gerais em matéria tributária, tem força de lei complementar.</p><p>Em decorrência disso, o CTN somente poderá ser alterado por lei complementar, no que diz</p><p>respeito aos dispositivos que veiculem normas gerais em matéria tributária.</p><p>Assim, respondendo ao primeiro item, o texto ficaria da seguinte forma: o Código Tributário</p><p>Nacional, embora tenha sido criado como lei ordinária, foi recebido pelas Constituições como</p><p>lei complementar.</p><p>57</p><p>George Firmino</p><p>Uma vez traçadas normas gerais de Direito Tributário, mediante lei complementar federal, os</p><p>entes federados passam a exercer a sua competência tributária para instituir seus tributos, defi-</p><p>nindo suas peculiaridades, que o fazem por meio de lei ordinária.</p><p>Por fim, temos que, nos termos do art. 145, III, União, Estados, DF e Municípios podem instituir</p><p>contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.</p><p>Gabarito: C</p><p>28. (Auditor-Fiscal/Sefaz-PI/FCC/2015) De acordo com o Código Tributário Nacional, caso o atual município</p><p>pernambucano de Fernando de Noronha fosse transformado em Estado federado, não dividido em municípios,</p><p>a) a União teria competência para instituir os tributos federais e os impostos estaduais.</p><p>b) o novo Estado teria competência para instituir apenas o ITBI e o IPTU.</p><p>c) o novo Estado teria competência para instituir apenas o ISS e o ITBI.</p><p>d) nem a União, nem o novo Estado teriam competência para instituir impostos municipais.</p><p>e) o novo Estado teria competência para instituir todos os impostos municipais.</p><p>Na situação apresentada, por não ser território e sim Estado não dividido em municípios, a com-</p><p>petência tributária seria semelhante ao que ocorre com o Distrito Federal, acumulando a com-</p><p>petência para instituir os impostos estaduais e municipais. Gabarito: E</p><p>29. (Agente de Fazenda/Pref. Rio de Janeiro/ESAF/2010) De acordo com a Constituição Federal, compete</p><p>aos municípios instituir tributos sobre:</p><p>a) a propriedade de veículos automotores licenciados em seu território.</p><p>b) a transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens imóveis ou direitos a eles relativos, situados</p><p>em seu território.</p><p>c)</p><p>prestação pecuniária em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir.</p><p>c) o tributo é prestação que não pode se constituir em sanção de ato ilícito.</p><p>d) o tributo só pode ser criado por lei, mas existem exceções como os impostos de importação e o im-</p><p>posto sobre produtos industrializados, que podem ser criados por decreto.</p><p>e) o dever de pagar o tributo é imposto pela lei, independentemente da vontade das partes envolvidas.</p><p>Alternativa A – Correta. Na própria definição de tributo, estampada no art. 3º do CTN, temos</p><p>que se trata de prestação cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. Isso</p><p>significa que não cabe margem de discricionariedade ao agente público, este deve cobrar o valor</p><p>previsto em lei.</p><p>Alternativa B – Correta. Essa afirmação também decorre do conceito de tributo previsto no CTN.</p><p>Alternativa C – Correta. Assertiva também extraída do conceito de tributo.</p><p>Alternativa D – Errada. Todo e qualquer tributo requer a edição de lei para a sua instituição.</p><p>Excepcionalmente, podem ser instituídos por medida provisória.</p><p>Há que se observar que, apesar de ser ato expedido pelo Poder Executivo, a Medida Provisória</p><p>tem força de lei. Sendo assim, a instituição de tributos requer a edição de ato com força de lei,</p><p>vale dizer, capaz de inovar no ordenamento jurídico. Não são válidos atos infralegais para insti-</p><p>tuir tributos.</p><p>Alternativa E – Correta. Tributo é prestação compulsória, correspondendo a uma obrigação ex</p><p>lege, ou seja, decorre diretamente da lei e não pela vontade das partes.</p><p>Gabarito: D</p><p>03. (Procurador do Município/Cespe/2017) A relação jurídica tributária, que tem caráter obrigacional, decorre</p><p>da manifestação volitiva do contribuinte em repartir coletivamente o ônus estatal.</p><p>( ) Certo</p><p>( ) Errado</p><p>A obrigação de pagar o tributo não decorre da vontade do contribuinte, mas sim da lei.</p><p>Ninguém paga tributo porque quer. Ao contrário, contribui para o benefício de toda a coletivida-</p><p>de por força de determinação legal (obrigação ex lege), da qual não pode se escusar.</p><p>Gabarito: errado.</p><p>04. (Procurador do Município/Cespe/2017) No que concerne à atividade de cobrança de tributo, não se</p><p>admite avaliação do mérito administrativo pelo agente público, uma vez que o motivo e o objeto da ati-</p><p>vidade administrativa fiscal são plenamente vinculados.</p><p>( ) Certo</p><p>( ) Errado</p><p>9</p><p>George Firmino</p><p>A cobrança do tributo, conforme determina o art. 3º do CTN, é atividade administrativa plena-</p><p>mente vinculada, ou seja, o servidor competente não poderá se valer de análise subjetiva para</p><p>mensurar o tributo. Resta exigir o valor previsto em lei, sem qualquer margem de discriciona-</p><p>riedade. Gabarito: certo.</p><p>05. (Técnico Administrativo/Antaq/Cespe/2014) As multas aplicadas pela ANTAQ no exercício de suas</p><p>atividades não podem ser classificadas como tributos.</p><p>( ) Certo</p><p>( ) Errado</p><p>As multas são exigidas de quem comete infrações (ou ilícitos). Conforme estudamos, o próprio</p><p>conceito de tributo o afasta das multas, visto que não pode configurar sanção por ato ilícito.</p><p>Nessa linha, nenhuma multa poderá ser classificada como tributo.</p><p>Gabarito: certo.</p><p>06. (Procurador/Pref. Teresina/FCC/2010) A partir do conceito legal de tributo, é possível afirmar que a multa</p><p>NÃO é espécie de tributo porque o tributo</p><p>a) tem que ser instituído mediante lei, ao passo que a multa não se reveste desta obrigatoriedade.</p><p>b) é cobrado mediante atividade administrativa vinculada, enquanto a multa pode ser aplicada de forma</p><p>discricionária pelo poder público.</p><p>c) não é sanção por ato ilícito e a multa é sanção pecuniária por prática de ato ilícito.</p><p>d) é prestação pecuniária compulsória, ao passo que a aplicação da multa não é compulsória, depen-</p><p>dendo de condenação administrativa.</p><p>e) pode ser objeto de compensação, anistia e remissão, ao contrário da multa, que só pode ser objeto</p><p>de anistia.</p><p>O elemento diferenciador entre tributo e multa é a sanção por ato ilícito, nos termos do art. 3º</p><p>do CTN. A multa é exatamente aquilo o que o tributo está proibido de ser: sanção por ato ilícito.</p><p>No entanto, os dois institutos se assemelham em outro aspecto previsto no mesmo art. 3º do</p><p>CTN: prestação pecuniária.</p><p>Alternativa A – Errada. A Constituição Federal determina que ninguém será obrigado a fazer</p><p>ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude lei. Nessa linha, qualquer imposição deve ser</p><p>veiculada mediante ato capaz de inovar no ordenamento, vale dizer, capaz de criar direitos e</p><p>obrigações. Dessa forma, tanto tributo quanto multa exigem a edição de lei.</p><p>Alternativa B – Errada. A cobrança, seja ela do tributo ou da multa, representa atividade vincula-</p><p>da. Não pode a autoridade fiscal alterar o valor devido com base nas normas legais por conveni-</p><p>ência e oportunidade.</p><p>Alternativa C – Correta. Esse é o elemento diferenciador entre tributo e multa: a sanção por ato</p><p>ilícito. O tributo não pode ter essa característica. Por outro lado, a multa surge exatamente para</p><p>se revestir desse elemento.</p><p>Alternativa D – Errada. Ambos os institutos são prestação obrigatória. A assertiva tenta levar</p><p>o candidato ao erro pela noção de que geralmente se recorre das multas, como por exemplo,</p><p>as multas de trânsito, o que levaria a uma decisão administrativa sobre a validade ou não da</p><p>10</p><p>Caderno de questões de Direito Tributário</p><p>penalidade. Ocorre que o tributo também pode ser questionado. Veremos mais adiante que há</p><p>situação em que o contribuinte pode apresentar impugnação, seja de tributo ou de multa.</p><p>Alternativa E – Errada. Deixaremos para entrar nos detalhes desses institutos (compensação,</p><p>anistia e remissão) no momento oportuno. Neste momento, cabe lembrar que o elemento que</p><p>diferencia tributo e multa é a sanção por ato ilícito.</p><p>Gabarito: C</p><p>07. (Analista/Serpro/Cespe/2013) A exigência de lei para instituição ou majoração de imposto é uma pro-</p><p>teção para o contribuinte, razão por que a manifestação prévia do Poder Legislativo é requerida também</p><p>para a vedação incondicional da utilização de medida provisória.</p><p>( ) Certo</p><p>( ) Errado</p><p>É certo que o tributo deve ser prestação instituída em lei. Tal afirmação obedece ao previsto na</p><p>própria definição de tributo estampada no art. 3º do CTN.</p><p>Ocorre que atribuição do Código à lei se destina ao ato normativo com poderes para inovar no</p><p>ordenamento jurídico, a saber: ato normativo com força de lei.</p><p>Não se pode, portanto, instituir tributos por meio de atos infralegais, aqueles que se encontram</p><p>hierarquicamente abaixo das leis. Seria o caso dos decretos, por exemplo.</p><p>As medidas provisórias, embora sejam atos emanados do Poder Executivo, são atos normativos</p><p>com força de lei, sendo plenamente possível adotá-las para a instituição ou majoração de tributos.</p><p>Gabarito: errado.</p><p>08. (Analista Judiciário/TRE-PE/Cespe/2017) A respeito de tributo, assinale a opção correta.</p><p>a) É vedado o pagamento de tributos com títulos da dívida mobiliária.</p><p>b) Tributo deve ser criado por lei ou por qualquer norma que tenha força de lei.</p><p>c) O tributo pode ser instituído por procedimentos administrativos que não sejam proibidos por lei.</p><p>d) O tributo constitui direito real do Estado perante o contribuinte.</p><p>e) A vontade do sujeito passivo é irrelevante na relação tributária.</p><p>A questão pede que se assinale a alternativa correta. Porém, veremos que há mais de uma possi-</p><p>bilidade, o que ensejaria a sua anulação. Vejamos:</p><p>Alternativa A – Correta. O tributo é prestação paga em moeda, conforme determina o art. 3º do</p><p>CTN. Muito embora o próprio Código preveja a possibilidade de pagamento mediante a dação</p><p>em pagamento em bens imóveis, não é possível a utilização de nenhum outro bem para a quita-</p><p>ção do tributo.</p><p>Alternativa B – Correta. A instituição do tributo deve ser feita mediante lei, ou ato normativo</p><p>com força de lei, como o caso das medidas provisórias. Assim entende o STF:</p><p>Recurso extraordinário. 2. Medida provisória. Força de lei. 3. A Medida Pro-</p><p>visória, tendo força de lei, é instrumento idôneo para instituir e modificar</p><p>tributos e contribuições sociais. Precedentes. 4. Agravo regimental a que se</p><p>operações relativas a prestações de serviços de transporte intermunicipal.</p><p>d) a transmissão inter vivos, a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão físi-</p><p>ca, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição.</p><p>e) a propriedade territorial rural.</p><p>No art. 156, a Constituição Federal outorga aos Municípios o poder para instituir os seguintes</p><p>impostos:</p><p>Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:</p><p>I – propriedade predial e territorial urbana;</p><p>II – transmissão “inter vivos”, a qualquer título, por ato oneroso, de bens</p><p>imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis,</p><p>exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição;</p><p>III – serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, defi-</p><p>nidos em lei complementar.</p><p>Assim, das opções apresentadas, a única que representa um tributo municipal é o previsto na</p><p>alternativa D, que corresponde ao ITBI, definido no art. 156, II, da CF/88.</p><p>Gabarito: D</p><p>58</p><p>Caderno de questões de Direito Tributário</p><p>30. (Procurador/DF/ESAF/2007) Assinale a opção correta. O Distrito Federal, entidade integrante da Repú-</p><p>blica Federativa do Brasil, pode instituir:</p><p>a) imposto sobre propriedade territorial rural; imposto sobre transmissão causa mortis de quaisquer bens</p><p>ou direitos, contribuição de melhoria e contribuições sociais de quaisquer espécies.</p><p>b) impostos extraordinários, taxas e empréstimos compulsórios.</p><p>c) imposto sobre doação de quaisquer bens ou direitos; taxas pela utilização, efetiva ou potencial, de</p><p>serviços públicos específicos e divisíveis; contribuições de interesse de categorias econômicas.</p><p>d) contribuição para o custeio de sistemas de previdência e assistência social de seus servidores; imposto</p><p>sobre serviços de qualquer natureza; taxas, em razão do exercício do poder de polícia.</p><p>e) imposto sobre propriedade predial e territorial urbana; contribuição de melhoria; contribuições sociais</p><p>e contribuição de intervenção no domínio econômico.</p><p>Nos termos do art. 32, da CF, o Distrito Federal não pode ser dividido em municípios. Por essa</p><p>razão, detém as competências legislativas reservadas aos Estados e Municípios.</p><p>Logo, o Distrito Federal é competente para instituir os tributos estaduais e municipais previstos</p><p>na CF/88. Com isso, o DF se inclui na ressalva constitucional quanto às contribuições sociais,</p><p>ou seja, pode instituir contribuição social cobrada dos seus servidores para custeio do regime</p><p>próprio de previdência.</p><p>Alternativa A – O ITR é de competência privativa da União.</p><p>Alternativa B – Impostos extraordinários e empréstimos compulsórios também são de compe-</p><p>tência da União.</p><p>Alternativa C – As contribuições corporativas são tributos da competência exclusiva da União.</p><p>Alternativa D – As taxas são de competência comum de todos os entes federados e o ISS pode ser</p><p>instituído pelo DF com fundamento na competência legislativa municipal. Essa foi a alternativa</p><p>considerada correta pela banca. Porém, cabe uma ressalva. A competência para instituição de</p><p>contribuição dos Estados, DF e Municípios exigidas dos seus servidores é apenas sobre a pre-</p><p>vidência, não podendo haver cobrança de contribuição sobre a assistência. De qualquer modo,</p><p>a ESAF desconsiderou este detalhe, tendo em vista que nas demais alternativas há tributos de</p><p>competência da União, tornando a alternativa D a “menos errada”.</p><p>Alternativa E – Contribuição de intervenção no domínio econômico (CIDE) é de competência</p><p>da União.</p><p>Gabarito: D</p><p>31. (Analista Processual/PGE-BA/FCC/2013) A União poderá instituir, mediante Lei</p><p>a) Ordinária, impostos não previstos na Constituição Federal, desde que sejam não cumulativos e não</p><p>tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos nela discriminados.</p><p>b) Complementar, quaisquer tributos não previstos na Constituição Federal, desde que sejam cumulativos</p><p>e tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos nela discriminados.</p><p>c) Complementar, impostos não previstos na Constituição Federal, desde que sejam não cumulativos e</p><p>não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos nela discriminados.</p><p>d) Complementar ou ordinária, impostos não previstos na Constituição Federal, desde que sejam cumu-</p><p>lativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos nela discriminados.</p><p>e) Ordinária, quaisquer tributos não previstos na Constituição Federal, desde que sejam não cumulativos</p><p>e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos nela discriminados.</p><p>59</p><p>George Firmino</p><p>Os impostos não previstos na Constituição Federal apenas poderão ser instituídos pela União,</p><p>no uso da sua competência residual.</p><p>Apesar da possibilidade, a Carta Magna elenca uma série de exigências de modo a evitar ofensa à</p><p>segurança jurídica: atendimento à não cumulatividade, inovação quanto ao fato gerador e à base</p><p>de cálculo e instituição mediante lei complementar, bem como o atendimento aos princípios</p><p>constitucionais da anterioridade e anterioridade nonagesimal.</p><p>Desse modo, a lei ordinária não é o veículo normativo adequado para instituição de novos im-</p><p>postos com fundamento na competência residual.</p><p>Gabarito: C</p><p>32. (Auditor-Fiscal do Tesouro Estadual/Sefaz-PE/FCC/2014) De acordo com a Constituição Federal,</p><p>a) a União poderá instituir, mediante lei ordinária, na iminência ou no caso de guerra externa, impostos</p><p>extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos,</p><p>gradativamente, cessadas as causas de sua criação.</p><p>b) a União poderá instituir, mediante lei ordinária, impostos não compreendidos em sua competência</p><p>tributária, desde que sejam não cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios</p><p>dos discriminados na Constituição Federal.</p><p>c) a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir contribuição de melhoria,</p><p>decorrente de obra pública, ainda que não haja valorização imobiliária dela decorrente.</p><p>d) a União poderá instituir empréstimos compulsórios, mediante medida provisória, no caso de investi-</p><p>mento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional.</p><p>e) os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir contribuição, na forma das respectivas</p><p>leis, para o custeio do serviço de iluminação pública.</p><p>Alternativa A – Correta. Trata-se da competência da União para instituir impostos extraordiná-</p><p>rios de guerra, prevista no art. 154, II, da Constituição Federal.</p><p>Alternativa B – Errada. A instituição de novos impostos com fundamento na competência resi-</p><p>dual da União deve ocorrer obrigatoriamente por meio de lei complementar.</p><p>Alternativa C – Errada. A contribuição de melhoria apenas poderá ser instituída se houver valo-</p><p>rização imobiliária.</p><p>Alternativa D – Errada. A instituição de empréstimos compulsórios requer a edição de lei com-</p><p>plementar.</p><p>Alternativa E – Errada. A contribuição de iluminação pública é de competência dos municípios.</p><p>Gabarito: A</p><p>33. (Auditor-Fiscal do Tesouro Municipal/Pref. São Paulo/FCC/2012) Um município brasileiro criou, hipote-</p><p>ticamente, por meio de lei ordinária, uma nova taxa, de conformidade com as normas gerais de direito</p><p>tributário que disciplinam essa matéria, mas deixou para o decreto regulamentador a fixação de sua</p><p>alíquota e de sua base de cálculo. A lei em questão não poderia, todavia, ter atribuído ao decreto a</p><p>competência para fixar alíquota e determinar a base de cálculo da referida taxa, porque determinar a</p><p>base de cálculo das taxas</p><p>a) é matéria de lei complementar e fixar a alíquota delas é matéria de lei ordinária.</p><p>b) e fixar a alíquota delas é matéria de lei ordinária.</p><p>c) e fixar a alíquota delas é matéria de lei complementar.</p><p>60</p><p>Caderno de questões de Direito Tributário</p><p>d) é matéria de lei ordinária, mas fixar a alíquota delas é matéria tanto de lei complementar como de lei</p><p>ordinária.</p><p>e) é matéria tanto de lei complementar como de lei ordinária, mas fixar a alíquota delas é matéria ape-</p><p>nas de lei ordinária.</p><p>O art. 96 do CTN define que a expressão</p><p>“legislação tributária” compreende as leis, os tratados e</p><p>as convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou</p><p>em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes.</p><p>O art. 97, por sua vez, traz a reserva legal, vale dizer, aquilo que somente a lei em sentido estrito</p><p>(ato normativo com força de lei) pode instituir:</p><p>Art. 97. Somente a lei pode estabelecer:</p><p>I – a instituição de tributos, ou a sua extinção;</p><p>II – a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto nos arti-</p><p>gos 21, 26, 39, 57 e 65;</p><p>III – a definição do fato gerador da obrigação tributária principal, ressalvado</p><p>o disposto no inciso I do § 3º do artigo 52, e do seu sujeito passivo;</p><p>IV – a fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo, ressalvado o</p><p>disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65;</p><p>V – a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus</p><p>dispositivos, ou para outras infrações nela definidas;</p><p>VI – as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários,</p><p>ou de dispensa ou redução de penalidades.</p><p>Mas qual a espécie de lei hábil para isso?</p><p>Como não há menção expressa à exigência de lei complementar, a lei ordinária é o veículo nor-</p><p>mativo suficiente para atender às exigências do CTN. Apenas será necessária a lei complementar</p><p>quando a Constituição Federal expressamente o exigir. Gabarito: B</p><p>34. (Procurador Judicial/Pref. Recife/FCC/2014) Procurador Judicial do Recife recém empossado no cargo</p><p>recebe a incumbência de apresentar estudo detalhado sobre competência tributária. Demonstrando pro-</p><p>fundo conhecimento sobre o tema, ele correlaciona corretamente os entes políticos (União, Estados, Distrito</p><p>Federal e Municípios) aos respectivos tributos, conforme definido na Constituição Federal de 1988.</p><p>É correto afirmar que são de competência do Distrito Federal:</p><p>a) Contribuição sobre a receita ou faturamento das empresas, imposto sobre a prestação de serviços de trans-</p><p>porte interestadual e intermunicipal e imposto sobre a prestação de serviços de transporte intramunicipal.</p><p>b) Imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários;</p><p>imposto predial e territorial urbano e imposto sobre a transmissão de bens imóveis.</p><p>c) Imposto sobre serviços de qualquer natureza, imposto extraordinário em caso de guerra externa e</p><p>imposto sobre a propriedade de veículos automotores.</p><p>d) Imposto sobre a prestação de serviço de comunicação, imposto predial e territorial urbano e imposto</p><p>territorial rural.</p><p>e) Imposto sobre a transmissão inter vivos, a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natu-</p><p>reza; imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e imposto sobre a doação, de</p><p>quaisquer bens ou direitos.</p><p>61</p><p>George Firmino</p><p>Ao DF competem os tributos devidos aos Estados e aos Municípios, tendo em vista a cumulati-</p><p>vidade de competências estaduais e municipais prevista em nossa Constituição.</p><p>Assim, estarão erradas as alternativas que contiverem qualquer tributo federal.</p><p>Alternativa A – Errada. A contribuição citada é de competência da União.</p><p>Alternativa B – Errada. O IOF é imposto de competência da União.</p><p>Alternativa C – Errada. O imposto extraordinário de guerra é de competência da União.</p><p>Alternativa D – Errada. O ITR é imposto de competência da União.</p><p>Alternativa E – Correta. Todos os impostos citados podem ser instituídos pelo DF.</p><p>Gabarito: E</p><p>35. (Procurador da Fazenda Nacional/ESAF/2015) A contribuição para o custeio do serviço de iluminação</p><p>pública pode ser instituída</p><p>a) por Estados, Municípios e Distrito Federal.</p><p>b) como imposto adicional na fatura de consumo de energia elétrica.</p><p>c) mediante a utilização de elemento próprio da mesma base de cálculo de imposto.</p><p>d) somente por Lei Complementar.</p><p>e) para cobrir despesas de iluminação dos edifícios públicos próprios.</p><p>A contribuição para o custeio de iluminação pública tem sua competência definida no art. 149-</p><p>A, da Constituição Federal, atribuída aos Municípios e DF.</p><p>Sua instituição, por meio de lei ordinária, guarda relação com o serviço de iluminação pública e</p><p>não relativo à iluminação dos edifícios públicos.</p><p>Sua cobrança pode ser efetuada na fatura de consumo de energia elétrica, mas não se trata de</p><p>adicional de imposto, eis que configura espécie tributária distinta.</p><p>Com relação à base de cálculo, não há vedação constitucional quanto à utilização de elementos</p><p>típicos de impostos, diferentemente do que ocorre com as taxas. Gabarito: C</p><p>36. (Auditor-Fiscal/Sefaz-PI/FCC/2015) A Constituição Federal atribui competência a determinados entes</p><p>federados para instituir contribuições de naturezas diversas.</p><p>Desse modo, as contribuições</p><p>a) para o custeio do serviço de iluminação pública poderão ser instituídas pelos Estados e pelo Distrito Federal.</p><p>b) sociais serão instituídas preferencialmente pela União e, no caso de omissão, poderão sê-lo, subsidia-</p><p>riamente, por Estados e Municípios.</p><p>c) de intervenção no domínio econômico serão instituídas pela União e, supletivamente, pelos Estados.</p><p>d) para o custeio do regime previdenciário dos servidores públicos estatutários, em benefício desses</p><p>servidores, poderão ser instituídas pelos Municípios.</p><p>e) de interesse das categorias profissionais ou econômicas serão instituídas pela União, pelos Estados e</p><p>pelos Municípios, nas suas respectivas áreas de atuação.</p><p>Alternativa A – Errada. A contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública é de</p><p>competência dos Municípios e do DF.</p><p>62</p><p>Caderno de questões de Direito Tributário</p><p>Alternativa B – Errada. A competência tributária neste caso é exclusiva da União e a competên-</p><p>cia tributária é indelegável, tanto por ação como por omissão. Assim, a omissão da União não</p><p>transfere a competência para aos outros entes.</p><p>Alternativa C – Errada. A competência tributária neste caso é exclusiva da União.</p><p>Alternativa D – Correta. Cada ente poderá instituir a contribuição previdenciária a ser cobrada</p><p>dos seus servidores para o custeio do regime próprio de previdência.</p><p>Alternativa E – Errada. A competência tributária neste caso é exclusiva da União.</p><p>Gabarito: D</p><p>37. (Juiz Substituto/TJ-SE/FCC/2015) Sobre a instituição de tributo que tenha como fato gerador a movimen-</p><p>tação financeira caracterizada por saques e transferências bancárias de dinheiro, é correto afirmar que:</p><p>a) este tributo somente pode ter natureza jurídica de imposto extraordinário da União, mediante lei ordinária.</p><p>b) a movimentação financeira não pode ser fato gerador de qualquer tributo por não ter caráter econô-</p><p>mico, razão pela qual haveria inconstitucionalidade na instituição deste tributo.</p><p>c) por ter fato gerador novo, não previsto na Constituição Federal, somente pode ser instituído por Emen-</p><p>da Constitucional.</p><p>d) pode ser instituído pela União, no campo da competência residual, desde que por lei complementar</p><p>e que não seja cumulativo, pois o fato gerador não está discriminado na Constituição.</p><p>e) terá necessariamente natureza jurídica de contribuição de intervenção no domínio econômico, de</p><p>competência exclusiva da União.</p><p>A competência tributária dos entes federados está definida na Constituição Federal. Para os Es-</p><p>tados, DF e Municípios, não há margem para instituição de novos tributos, além dos impostos e</p><p>contribuições previamente estabelecidos no texto constitucional.</p><p>Por outro lado, a União dispõe da prerrogativa de lançar novos impostos ou contribuições, sendo</p><p>as seguintes opções:</p><p>•	 Imposto residual, desde que instituído por meio de lei complementar, seja não cumulativo e</p><p>tenha fato gerador e base de cálculo diferente dos impostos já discriminados na CF.</p><p>•	 Contribuição residual, desde que instituída por meio de lei complementar e tenha fato gerador</p><p>e base de cálculo diferente das contribuições já discriminadas na CF.</p><p>•	 Imposto extraordinário de guerra, podendo ter qualquer fato gerador e instituído por meio de</p><p>lei ordinária, porém apenas em caso de guerra externa ou sua iminência.</p><p>Gabarito: D</p><p>38. (Procurador/DF/ESAF/2007)</p><p>O Distrito Federal, com o advento da Constituição Federal de 1988, assumiu</p><p>titularidade de pessoa jurídica pública com capacidade política e gozo de ampla autonomia e governa-</p><p>bilidade. Deixou, portanto, de ser, apenas, sede administrativa da União. Em consequência dessa nova</p><p>estrutura constitucional que lhe foi atribuída, assinale a opção correta.</p><p>a) O Distrito Federal, por meio de sua Câmara Legislativa, tem competência para editar lei sobre o pa-</p><p>gamento de IPVA, quando ausente Lei Complementar da União estabelecendo normas gerais.</p><p>b) O exercício da competência tributária do Distrito Federal pode ser limitado por Lei Complementar.</p><p>c) A Câmara Legislativa do Distrito Federal tem ampla competência, em concreto, para instituir só os</p><p>impostos que a Constituição autoriza os Estados a cobrá-los.</p><p>63</p><p>George Firmino</p><p>d) O Distrito Federal não tem competência concorrente para instituir a cobrança de custas dos serviços</p><p>forenses prestados pelo Poder Judiciário local, mesmo quando a União permaneça omissa em estabe-</p><p>lecer, por Lei Complementar, normas gerais a respeito.</p><p>e) A inércia da União em regulamentar a matéria tributária prevista no art. 24 da Constituição Federal,</p><p>redação atual, impedirá o Distrito Federal de, exercendo competência concorrente, legislar, de modo</p><p>específico, sobre atualização do valor do ICMS.</p><p>Nessa questão, a ESAF cobrou, além do conhecimento do art. 24, da Constituição, o posiciona-</p><p>mento do STF acerca do mesmo artigo. Vejamos:</p><p>Alternativa A – Correta. Assim decidiu o STF:</p><p>Deixando a União de editar as normas gerais disciplinadoras do IPVA, os</p><p>Estados exercem a competência legislativa plena (CF, art. 24, § 3º) e ficam</p><p>autorizados a editarem as leis necessárias à aplicação do sistema tributário</p><p>nacional previsto na CF (ADCT, art. 34, § 3º). Com esse entendimento, a</p><p>Turma, por unanimidade, manteve acórdão do Tribunal de Justiça de São</p><p>Paulo, que rejeitara a pretensão de contribuinte do Imposto sobre Proprieda-</p><p>de de Veículos Automotores – IPVA de eximir-se do pagamento do tributo,</p><p>sob a alegação de que o Estado de São Paulo não poderia instituílo, dado</p><p>que não possui competência para suprir a ausência de lei complementar es-</p><p>tabelecendo as normas gerais (CF, 146, III, a). Precedente citado: AG (AgRg)</p><p>167.777-DF (DJU 09.05.97). RE – 236.931/SP (Informativo nº 157 do STF)</p><p>Alternativa B – Errada. A competência tributária é conferida aos entes políticos pela Constitui-</p><p>ção Federal. Não é possível limitação do seu exercício mediante lei de qualquer esfera.</p><p>Alternativa C – Errada. Nos termos do art. 32, I, da Constituição, o Distrito Federal detém as</p><p>competências legislativas reservadas aos Estados e Municípios. Dessa forma, além de instituir os</p><p>impostos estaduais, pode instituir também os municipais.</p><p>Alternativa D – Errada. O STF já se manifestou a respeito do tema:</p><p>Custas e emolumentos são espécies tributárias, classificando-se como ta-</p><p>xas. Precedentes do STF. À União, ao Estado-membro e ao Distrito Fede-</p><p>ral é conferida competência para legislar concorrentemente sobre custas</p><p>dos serviços forenses, restringindo-se a competência da União, no âmbito</p><p>dessa legislação concorrente, ao estabelecimento de normas gerais, cer-</p><p>to que, inexistindo tais normas gerais, os Estados exercerão a competên-</p><p>cia legislativa plena, para atender a suas peculiaridades (CF, art. 24, IV,</p><p>§§ 1º e 3º). (ADI 1.624, Rel. Min. Carlos Velloso, julgamento em 8-5-2003,</p><p>Plenário, DJ de 13-6-2003.) No mesmo sentido: ADI 3.260, Rel. Min. Eros</p><p>Grau, julgamento em 29-3-2007, Plenário, DJ de 29-6-2007.</p><p>Alternativa E – Errada. Prevê o art. 24, da CF:</p><p>§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a</p><p>competência suplementar dos Estados.</p><p>§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a com-</p><p>petência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.</p><p>Gabarito: A</p><p>64</p><p>Caderno de questões de Direito Tributário</p><p>39. (Procurador Municipal/Cespe/2017) Em determinado município, uma associação de produtores rurais</p><p>solicitou que o prefeito editasse lei afastando a incidência do ITR para os munícipes que tivessem ida-</p><p>de igual ou superior a sessenta e cinco anos e fossem proprietários de pequenas glebas rurais, assim</p><p>entendidas as propriedades de dimensão inferior a trezentos hectares. O prefeito, favorável ao pedido,</p><p>decidiu consultar a procuradoria municipal acerca da viabilidade jurídica dessa norma. Com relação a</p><p>essa situação hipotética, assinale a opção correta de acordo com as normas constitucionais e a legislação</p><p>tributária vigente.</p><p>a) O ITR é um imposto da União e, por conseguinte, é vedado atribuir aos municípios, que não detêm</p><p>competência para legislar sobre essa matéria, a responsabilidade por sua fiscalização.</p><p>b) Cabe ao município a competência legislativa sobre o ITR, podendo ele instituir hipóteses de isenção e</p><p>de não incidência.</p><p>c) O ITR é um imposto de competência da União, não podendo o município reduzi-lo ou adotar qualquer</p><p>renúncia fiscal.</p><p>d) A CF prevê a imunidade fiscal para os proprietários de pequenas glebas rurais que tenham idade</p><p>igual ou superior a sessenta e cinco anos.</p><p>O ente que detém a competência tributária também é competente para conceder isenções ou</p><p>benefícios fiscais, bem como regulamentar toda a relação jurídico tributária, visto tratar-se de</p><p>uma competência legislativa plena.</p><p>Assim, sendo o ITR um tributo de competência da União, apenas a União poderia conceder isenções.</p><p>Gabarito: C</p><p>40. (Especialista em Regulação/Anatel/Cespe/2014) Acerca de competência tributária, conceito e classifica-</p><p>ção dos tributos, bem como de tributos em espécie, julgue o item a seguir.</p><p>De acordo com a CF, compete privativamente à União instituir, entre outros, os seguintes tributos: imposto</p><p>de importação, imposto de exportação, imposto de renda, empréstimos compulsórios e impostos extraor-</p><p>dinários, neste último caso em situação de iminência ou de guerra externa, compreendidos ou não em</p><p>sua competência tributária.</p><p>( ) Certo</p><p>( ) Errado</p><p>Questão simples e direta. Todos os tributos elencados são de competência privativa da União.</p><p>Gabarito: certa.</p><p>41. (Auditor-Fiscal do Tesouro Municipal/Pref. São Paulo/FCC/2007) São tributos de competência municipal:</p><p>a) imposto sobre a transmissão causa mortis de bens imóveis, imposto sobre a prestação de serviço de</p><p>comunicação e imposto sobre a propriedade territorial rural.</p><p>b) imposto sobre a transmissão causa mortis de bens imóveis, imposto sobre a transmissão onerosa, inter</p><p>vivos, de bens imóveis e imposto sobre a propriedade predial urbana.</p><p>c) imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana, imposto sobre a transmissão onerosa, inter</p><p>vivos, de bens imóveis e imposto sobre a propriedade territorial rural.</p><p>d) imposto sobre a propriedade territorial urbana, imposto sobre a transmissão onerosa, inter vivos, de</p><p>bens imóveis e imposto sobre a prestação de serviço de comunicação.</p><p>e) imposto sobre a propriedade territorial urbana, imposto sobre serviços de qualquer natureza, defini-</p><p>dos em lei complementar e não-compreendidos na tributação do ICMS, e imposto sobre a transmissão</p><p>onerosa, inter vivos, de bens imóveis.</p><p>65</p><p>George Firmino</p><p>Além das taxas e contribuições de melhoria, que pertencem à competência comum de todos os</p><p>entes federados, os Municípios podem instituir a contribuição para o custeio do serviço de ilu-</p><p>minação pública e a contribuição previdenciária dos servidores sujeitos ao regime próprio, bem</p><p>como os impostos previstos no art. 156, da CF:</p><p>Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:</p><p>I – propriedade predial e territorial urbana;</p><p>II – transmissão “inter vivos”, a qualquer título, por ato oneroso, de bens</p><p>imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis,</p><p>exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição;</p><p>III – serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, defi-</p><p>nidos em lei complementar.</p><p>Alternativa A – Errada. O imposto sobre transmissão causa mortis é</p><p>de competência dos Esta-</p><p>dos. O ITR é de competência da União.</p><p>Alternativa B – Errada. O imposto sobre transmissão causa mortis é de competência dos Estados.</p><p>Alternativa C – Errada. O ITR é de competência da União.</p><p>Alternativa D – Errada. O imposto que incide sobre o serviço de comunicação é o ICMS, de</p><p>competência estadual, e não o ISS.</p><p>Alternativa E – Correta. Todos os impostos descritos são de competência municipal, previstos no</p><p>art. 156 da Constituição Federal.</p><p>Gabarito: E</p><p>42. (Procurador do Estado/PGE/Cespe/2017) Os tributos cuja instituição compete aos municípios incluem o</p><p>a) ITBI, o IPI e o IPVA. b) ITR, o ITCMD e o IPI.</p><p>c) ITBI, o IPVA e o ITCMD. d) IPTU, o ITR e o ISSQN.</p><p>e) IPTU, o ITBI e o ISSQN.</p><p>As alternativas trazem apenas impostos. Porém, além de impostos, os municípios são competentes</p><p>para instituir taxas (desde que preste serviços de sua competência ou exerça o poder de polícia),</p><p>contribuição de melhoria (desde que realize obra pública da qual decorra valorização imobiliária) e</p><p>contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública, além da contribuição previdenciária</p><p>cobrada dos servidores municipais, caso disponha de regime próprio de previdência.</p><p>Em relação aos impostos, os municípios são competentes para instituir ISSQN, IPTU e ITBI.</p><p>Gabarito: E</p><p>43. (Titular do Serviço de Notas e Registros/TJ-ES/Cespe/2013) No que concerne à competência tributária,</p><p>assinale a opção correta.</p><p>a) Os estados e o DF têm competência para instituir o IPVA.</p><p>b) A União tem competência para instituir o imposto sobre a propriedade de veículos automotores (IPVA)</p><p>de veículos localizados no DF.</p><p>66</p><p>Caderno de questões de Direito Tributário</p><p>c) Os estados e o DF têm competência para instituir o ITBI, a qualquer título, por ato oneroso, de bens</p><p>imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem</p><p>como a cessão de direitos a sua aquisição.</p><p>d) Mediante lei ordinária, a União tem competência para instituir os impostos residuais.</p><p>e) A competência para instituir o imposto sobre a propriedade territorial rural é dos municípios, desde</p><p>que haja convênio entre esses e a União.</p><p>Alternativa A – Correta. O IPVA é imposto estadual, sendo possível sua instituição pelos Estados e DF.</p><p>Alternativa B – Errada. A competência para instituição nesse caso é do próprio DF.</p><p>Alternativa C – Errada. O ITBI é imposto de competência municipal. Logo os Estados não têm</p><p>competência para sua instituição. O DF, por outro lado, detém a competência.</p><p>Alternativa D – Errada. Embora a União detenha a competência residual, somente poderá exer-</p><p>cê-la por meio de lei complementar.</p><p>Alternativa E – Errada. O ITR é de competência da União. A assertiva tenta confundir o candi-</p><p>dato diante da previsão constitucional para a possibilidade de delegação da capacidade tributária</p><p>ativa do ITR para os Municípios, hipótese em que estes passariam a dispor da totalidade dos re-</p><p>cursos arrecadados. Contudo, a competência tributária, ainda que essa hipótese se concretizasse,</p><p>continuaria sendo da União.</p><p>Gabarito: A</p><p>44. (Analista Administrativo/ANTT/Cespe/2013) A competência tributária do ICMS é somente dos estados e</p><p>do Distrito Federal.</p><p>( ) Certo</p><p>( ) Errado</p><p>Mais uma questão bem direta que apenas questiona se o ente é competente ou não para instituir</p><p>determinado tributo.</p><p>O IMCS é imposto de competência estadual, podendo der exercida pelos Estados e pelo DF.</p><p>Gabarito: certa.</p><p>45. (Analista Tributário da Receita Federal/ESAF/2009) O art. 154, inciso I, da Constituição Federal, outor-</p><p>ga à União o que se costuma chamar de competência tributária residual, permitindo que institua outros</p><p>impostos que não os previstos no art. 153. Sobre estes impostos, é incorreto afirmar que:</p><p>a) Estados e Municípios não possuem competência tributária residual.</p><p>b) Terão de ser, necessariamente, não-cumulativos.</p><p>c) Não poderão ter base de cálculo ou fato gerador próprios dos impostos já discriminados na Constituição</p><p>Federal.</p><p>d) Caso sejam instituídos por meio de medida provisória, está deverá ser convertida em lei até o último</p><p>dia útil do exercício financeiro anterior ao de início de sua cobrança.</p><p>e) Para a instituição de tais impostos, há que se respeitar o princípio da anterioridade.</p><p>67</p><p>George Firmino</p><p>A competência residual compreende a faculdade conferida à União para instituir impostos no-</p><p>vos, além daqueles já discriminados (II, IE, IPI, IOF, IR, ITR e IGF). Esta competência tem pre-</p><p>visão no art. 154, I, da CF/88. No entanto, para instituir novos impostos com fundamento na sua</p><p>competência residual, a União deve observar alguns requisitos previstos no próprio art. 154, I:</p><p>Art. 154. A União poderá instituir:</p><p>I – Mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior,</p><p>desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cál-</p><p>culo próprios dos discriminados nesta Constituição.</p><p>Alternativa A – Correta. Apenas a União possui competência residual para instituir impostos.</p><p>Alternativa B – Correta. Este é um dos requisitos para a instituição de impostos com fundamen-</p><p>to na competência residual da União.</p><p>Alternativa C – Esta é uma das exigências do inciso I, do art. 154, da CF/88.</p><p>Alternativa D – Errada. Em qualquer situação, os impostos instituídos com fundamento na com-</p><p>petência residual, devem ser veiculados por lei complementar.</p><p>Alternativa E – Correta. A Constituição não fez menção a tais impostos como exceção ao prin-</p><p>cípio da anterioridade.</p><p>Gabarito: D</p><p>46. (Auditor de Controle Externo/TCE-PA/Cespe/2016) Em uma federação como a brasileira, em que mesmo</p><p>os municípios têm esfera própria de atribuições exercidas com autonomia, a Constituição trata do provi-</p><p>mento de recursos aos vários entes políticos — no caso brasileiro, a União, os estados, o Distrito Federal</p><p>e os municípios —, a fim de que cada qual possa atender aos respectivos dispêndios.</p><p>Luciano Amaro. Direito tributário brasileiro. 21ª ed.</p><p>São Paulo: Saraiva, 2016, p. 115 (com adaptações).</p><p>Tendo como referência inicial o texto apresentado, julgue o item a seguir, em relação à discriminação</p><p>constitucional de rendas.</p><p>A instituição, pela União, da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) decorre</p><p>do exercício de sua competência residual. Para a sua instituição, exige-se a edição de emenda cons-</p><p>titucional, uma vez que a hipótese de incidência desse tipo de contribuição não encontra previsão na</p><p>Constituição Federal de 1988.</p><p>( ) Certo</p><p>( ) Errado</p><p>Além das contribuições especiais previstas expressamente na Constituição Federal, a União poderá</p><p>instituir novas contribuições, desde que inovem no fato gerador e na base de cálculo daquelas.</p><p>Há que se observar, porém, a exigência de lei complementar para essa nova contribuição. A as-</p><p>sertiva está errada ao impor a necessidade de emenda constitucional.</p><p>Gabarito: errada.</p><p>68</p><p>Caderno de questões de Direito Tributário</p><p>47. (Analista Judiciário/STJ/Cespe/2012) Julgue o item a seguir, acerca da competência tributária, dos im-</p><p>postos, da obrigação e dos créditos tributários. Ocorre bitributação quando o mesmo ente tributante edita</p><p>leis distintas que estabelecem múltiplas exigências tributárias em razão do mesmo fato gerador.</p><p>( ) Certo</p><p>( ) Errado</p><p>A bitributação ocorre quando entes diferentes instituem tributos sobre o mesmo fato gerador.</p><p>A definição constante na questão é relativa ao bis in idem.</p><p>Gabarito: errada.</p><p>48. (Analista Judiciário/TRF 5ª Região/FCC/2013) Admite-se constitucionalmente a bitributação e o bis in</p><p>idem na seguinte hipótese:</p><p>a) imposto de competência dos Estados pela União, para incidir em Território Federal.</p><p>b) contribuição de melhoria.</p><p>c) imposto residual de competência da União.</p><p>d) imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza pelos Estados-membros e Municípios em</p><p>relação aos seus servidores públicos.</p><p>e) imposto extraordinário, pela União, na iminência ou no caso de guerra externa.</p><p>Como acabamos de ver, o bis in idem ocorre quando o mesmo ente institui tributos diferentes</p><p>diante do mesmo fato gerador.</p><p>Não existe uma regra proibitiva em nosso ordenamento vedando</p><p>o bis in idem. Inclusive temos algumas situações em que isso ocorre: quando acontece a importa-</p><p>ção de um produto industrializado do exterior, por exemplo, haverá incidência tanto do imposto</p><p>de importação como do IPI; quando a empresa apura lucro incide o imposto de renda e a contri-</p><p>buição social sobre o lucro líquido (CSLL).</p><p>Já a bitributação ocorre quando entes diferentes instituem tributos sobre o mesmo fato gerador.</p><p>Essa situação, dada a outorga constitucional da competência, não é permitida no nosso ordena-</p><p>mento, eis que não pode haver invasão de competência.</p><p>A possibilidade prevista expressamente para a bitributação é no caso da instituição de imposto</p><p>extraordinário de guerra pela União.</p><p>Alternativa A – Errada. Nessa situação, os fatos geradores são distintos. Por isso, não há que se</p><p>falar em nenhuma das duas hipóteses.</p><p>Alternativa B – Errada. Apenas o ente que realizar a obra da qual decorra a valorização imobiliária</p><p>poderá instituir a contribuição de melhoria.</p><p>Alternativa C – Errada. No uso da sua competência residual, a União deverá observar determi-</p><p>nação expressa da Constituição Federal, quanto à bitributação e ao bis in idem.</p><p>Alternativa D – Errada. O imposto de renda tem repartição da receita prevista na Constituição,</p><p>devendo ficar com os Estados, DF e Municípios os valores retidos na fonte de seus servidores.</p><p>Isso não significa, porém, que esses entes detêm a competência tributária nesse caso. A União</p><p>continua sendo o único ente competente para tributar a renda, não havendo qualquer permissão</p><p>para bitributação ou bis in idem.</p><p>69</p><p>George Firmino</p><p>Alternativa E – Correta. Na instituição de imposto extraordinário, a Constituição confere carta</p><p>branca à União, podendo ser adotado qualquer fato gerador, inclusive dos impostos já existentes,</p><p>o que permite o uso da bitributação e do bis in idem.</p><p>Gabarito: E</p><p>49. (Analista Judiciário/TRF 3ª Região/FCC/2014) A Constituição Federal veda expressamente a bitributação</p><p>e o “bis in idem”. Sobre este tema,</p><p>a) não existe vedação de incidência sobre um mesmo fato gerador de dois tributos de espécies diferen-</p><p>tes, como taxa e imposto, tendo em vista que a taxa é tributo vinculado a uma prévia atividade estatal,</p><p>enquanto o imposto é tributo não vinculado.</p><p>b) a vedação se restringe apenas às taxas entre si, tendo em vista que sobre um mesmo serviço não</p><p>podem incidir duas ou mais taxas diferentes.</p><p>c) a vedação não alcança os impostos residuais, de competência da União, que poderão ter, por disposição</p><p>expressa, base de cálculo ou fato gerador próprio dos impostos já discriminados na Constituição Federal.</p><p>d) a vedação alcança os impostos extraordinários, que não poderão ter base de cálculo ou fato gerador</p><p>próprio de impostos já discriminados na Constituição Federal, ainda que de competência de outro</p><p>ente federado, diferente daquele que o esteja instituindo.</p><p>e) a vedação não alcança, via de regra, as contribuições sociais, que podem ter mesmo fato gerador</p><p>de imposto, tendo em vista que as contribuições sociais têm destinação necessária do produto da</p><p>arrecadação, o que importa em distinção na materialidade relativamente ao imposto.</p><p>Antes de analisarmos as alternativas, é importante destacar que o enunciado afirma haver ve-</p><p>dação expressa na Constituição para a bitributação e para o bis in idem. Como vimos, em regra,</p><p>a vedação expressa é apenas para a bitributação. No caso do bis in idem, a vedação expressa é</p><p>apenas no caso dos impostos residuais.</p><p>Ao instituir imposto com fundamento na sua competência residual, a União não poderá utilizar</p><p>fato gerador ou base de cálculo dos impostos já discriminados na Constituição.</p><p>Isso significa que a União não poderia instituir novo imposto cujo fato gerador fosse a proprie-</p><p>dade de veículos automotores, pois este já é fato gerador do IPVA. Da mesma forma, não poderia</p><p>instituir novo imposto cuja base de cálculo fosse o valor da operação de venda de mercadoria, já</p><p>que esta é a base de cálculo do ICMS.</p><p>Sendo assim, temos que, em situações normais, a bitributação tem vedação expressa, mas o bis in</p><p>idem não, salvo no caso da instituição de tributos pela União no uso da sua competência residual.</p><p>Nessa linha, a União no uso da sua competência residual está impedida de se valer de ambos,</p><p>uma vez que deverá inovar no fato gerador e na base de cálculo em relação a qualquer dos im-</p><p>postos já existentes.</p><p>Passemos à análise das alternativas.</p><p>Alternativa A – Errada. Como a própria alternativa afirma, taxas e impostos possuem fatos gera-</p><p>dores completamente distintos. Por isso, não seria possível cobrar ambos tributos pela ocorrên-</p><p>cia de um único fato gerador.</p><p>Alternativa B – Errada. Conforme exposto, é nos impostos onde a preocupação deve ser maior,</p><p>tendo em vista o fato gerador ser algo que independe de qualquer ação do Estado. Assim, a veda-</p><p>ção à bitributação resguarda a segurança jurídica.</p><p>70</p><p>Caderno de questões de Direito Tributário</p><p>Alternativa C – Errada. É exatamente o contrário. É justamente na competência residual que a</p><p>Constituição Federal enfatiza a vedação ao bis in idem e à bitributação.</p><p>Alternativa D – Errada. Ao fazer uso da competência extraordinária, diante das circunstâncias</p><p>que ensejam a instituição, há permissão para a bitributação e para o bis in idem.</p><p>Alternativa E – Correta. Vimos que isso ocorre no caso do IRPJ e da CSLL, cujos fatos geradores</p><p>são praticamente idênticos.</p><p>Gabarito: E</p><p>50. (Analista/SUSEP/ESAF/2010) A Constituição Federal, em seu art. 154, inciso I, prevê a criação de im-</p><p>postos que não os previstos no art. 153 (que enumera aqueles de competência da União). Sobre esta</p><p>competência, usualmente denominada na doutrina “competência residual”, é incorreto afirmar-se que:</p><p>a) o exercício da competência residual é reservado ao legislador ordinário, e não ao constituinte derivado.</p><p>b) consoante entendimento firmado no âmbito do Supremo Tribunal Federal, a não-cumulatividade e o</p><p>não bis-in-idem não precisam ser observados quando da criação de um novo imposto por meio de</p><p>emenda constitucional.</p><p>c) a exigência de lei complementar é inafastável e, diferentemente do que ocorre para os impostos dis-</p><p>criminados, que têm apenas os seus fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes previstos em lei</p><p>complementar, no caso da instituição de novo imposto pela União, no exercício de sua competência</p><p>residual, exige-se que também a alíquota seja prevista em lei complementar.</p><p>d) admite-se, excepcionalmente, a instituição de novos impostos, no exercício da competência residual,</p><p>por meio de medida provisória.</p><p>e) a criação de novo imposto, no exercício da competência residual, fica sujeita ao princípio da anterioridade.</p><p>O STF decidiu a respeito do tema competência residual no julgamento da ADIN 939/DF, quando</p><p>apreciou o extinto IPMF. Eis o voto do Min. Carlos Velloso:</p><p>... a técnica da competência residual da União é para o legislador ordinário e</p><p>não para o constituinte derivado. (Do voto do Min. Carlos Velloso no julga-</p><p>mento da ADIn 939/DF, RTJ 151/286, em que se discutiu o IPMF).</p><p>Percebe-se, então, que o entendimento da Corte Suprema é no sentido de que as exigências pre-</p><p>vistas no art. 154, I, da CF/88 para a instituição de novos impostos mediante lei complementar</p><p>(não cumulatividade e inovação no fato gerador e base de cálculo) se aplicam ao legislador ordi-</p><p>nário, ou seja, na elaboração de normas infraconstitucionais, entre as quais se enquadram as leis</p><p>ordinárias e complementares.</p><p>Alternativa A – Correta. No julgamento da ADIN 939/DF, citado acima, o STF defendeu o enten-</p><p>dimento de que a técnica da competência residual da União é para o legislador ordinário e não</p><p>para o constituinte derivado.</p><p>Alternativa B – Correta. O bis in idem ocorre quando o mesmo ente tributante institui tributos</p><p>diferentes diante do mesmo fato gerador. Consoante o entendimento firmado pelo STF, visto na</p><p>alternativa anterior, pode-se inferir que as exigências previstas na Constituição (art. 154, I) para</p><p>o exercício</p><p>da competência residual se aplicam apenas ao legislador ordinário. Dentre essas exi-</p><p>gências, encontram-se a não cumulatividade e o não bis in idem (“não tenham fato gerador ou</p><p>base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição”).</p><p>71</p><p>George Firmino</p><p>Não obstante, uma importante ressalva deve ser feita. A alternativa diz que “a não cumulativida-</p><p>de e o não bis in idem não precisam ser observados quando da criação de um novo imposto por</p><p>meio de emenda constitucional”. A assertiva foi retirada da obra de Leandro Pausen e a redação</p><p>requer atenção. A Constituição (ou Emenda Constitucional) não cria tributos, apenas delimita a</p><p>competência para que cada ente a exerça por meio de suas próprias leis. O real sentido da frase</p><p>é: “quando da previsão para criação de um novo imposto por meio de emenda constitucional”.</p><p>Alternativa C – Correta. Item bastante interessante. Uma das exigências previstas no art. 154, I,</p><p>da CF/88 é a edição de lei complementar para instituição de novos impostos. A assertiva não diz</p><p>que deve ocorrer inovação na alíquota. Ou seja, não há exigência de que a alíquota seja diferente</p><p>dos demais impostos. Seria absurdo imaginar que um imposto novo instituído com base no art.</p><p>154, I, não pudesse ter alíquota de 5% (por já ser adotada pelo ISS) ou 17% (por corresponder à</p><p>alíquota interna do ICMS). O que a assertiva diz é que, como o imposto deve ser instituído me-</p><p>diante lei complementar, a alíquota desse imposto deve constar nessa lei, eis que a lei instituidora</p><p>de tributo deve prever todos os seus elementos, a saber: contribuintes (sujeito passivo), fato gera-</p><p>dor, base de cálculo e alíquotas.</p><p>Alternativa D – Errada. A instituição de impostos no exercício da competência residual da União</p><p>deve ser feita, obrigatoriamente, mediante lei complementar (CF, art.154, I).</p><p>Alternativa E – Correta. A CF/88 não faz ressalva à aplicação do princípio da anterioridade aos</p><p>impostos instituídos no exercício da competência residual da União.</p><p>Gabarito: D</p><p>Limitações constitucionais ao poder de tributar</p><p>01. (Auditor-Fiscal da Receita Federal/ESAF/2012) Parte significativa da doutrina entende que os princípios</p><p>da legalidade e da anterioridade tributária constituem regras concretizadoras da segurança jurídica.</p><p>Sobre os conteúdos desta, no direito tributário, analise os itens a seguir, classificando-os como corretos</p><p>ou incorretos, para, a seguir, assinalar a assertiva que corresponda à sua opção.</p><p>I. Certeza do direito, segundo a qual a instituição e a majoração de tributos obedecem aos postulados da</p><p>legalidade, da irretroatividade e das anterioridades de exercício e nonagesimais mínima e especial, de-</p><p>monstrando a garantia adicional que representam para o contribuinte se comparadas ao princípio geral</p><p>da legalidade e às garantias de proteção ao direito adquirido, ato jurídico perfeito e coisa julgada.</p><p>II. Intangibilidade das posições jurídicas, o que se vislumbra, por exemplo, com o estabelecimento de</p><p>prazos decadenciais e prescricionais a correrem contra o Fisco.</p><p>III. Estabilidade das relações jurídicas, por exemplo, no que diz respeito à consideração da formalização</p><p>de um parcelamento de dívida como ato jurídico perfeito a vincular o contribuinte e o ente tributante.</p><p>IV. Confiança no tráfego jurídico, segundo o qual o contribuinte não pode ser penalizado se agir em</p><p>obediência às normas complementares das leis e dos decretos.</p><p>V. Tutela jurisdicional, que se materializa pela ampla gama de instrumentos processuais colocados à dis-</p><p>posição do contribuinte para o questionamento de créditos tributários, tanto na esfera administrativa</p><p>como na esfera judicial.</p><p>72</p><p>Caderno de questões de Direito Tributário</p><p>Estão corretos apenas os itens:</p><p>a) I, III e IV.</p><p>b) II, III e IV.</p><p>c) I, IV e V.</p><p>d) III, IV e V.</p><p>e) todos os itens estão corretos.</p><p>A banca fundamentou toda a questão nos estudos de Leandro Paulsen, mais precisamente na</p><p>obra “Segurança Jurídica, Certeza do Direito e Tributação”, 2006.</p><p>Segundo Paulsen, as garantias constitucionais do contribuinte que o protegem contra o arbítrio</p><p>e abuso do ente tributante, estabelecendo limites a serem observados na instituição dos tributos,</p><p>têm nível de direito fundamental, configurando cláusulas pétreas. Assim, não podem ser revoga-</p><p>das tampouco excepcionadas sequer por emenda constitucional. Assim a legalidade, a irretroati-</p><p>vidade e a anterioridades, bem como a isonomia, a vedação do confisco e a vedação à tributação</p><p>interestadual e intermunicipal. Também configuram cláusulas pétreas as imunidades que estão</p><p>a serviço de liberdades públicas, como a imunidade dos templos e dos livros, e a imunidade recí-</p><p>proca, que preserva a forma federativa de Estado.</p><p>Esse também tem sido o posicionamento do Supremo Tribunal Federal:</p><p>... algumas dessas limitações constitucionais ao poder de tributar constituem</p><p>cláusulas pétreas, por se inserirem no contexto dos direitos e garantias indi-</p><p>viduais, em especial no que toca aos princípios da igualdade tributária e da</p><p>vedação ao confisco. (Excerto do voto condutor do Min. Ricardo Lewando-</p><p>wski, quando do julgamento do RE 573.675, mar/09)</p><p>A positivação da segurança jurídica no Direito Tributário ocorre de diversas formas. Em primei-</p><p>ro lugar por subprincípios que dela decorrem diretamente. Em segundo plano, por normas que</p><p>visam à defesa do contribuinte, face ao poder de império do Estado.</p><p>Sob a ótica da certeza do direito, o contribuinte está resguardado diante de mudanças bruscas</p><p>na tributação, de modo que lhe seja conferido um prazo razoável na hipótese de instituição ou</p><p>majoração de tributos. É o caso dos princípios da anterioridade e anterioridade nonagesimal.</p><p>Na intangibilidade das posições jurídicas, a segurança jurídica resguarda o ato jurídico perfeito.</p><p>Seria o caso de contribuinte que solicitou parcelamento da dívida, por exemplo, e vem pagando</p><p>as parcelas corretamente. Nessa situação não poderia a Administração Tributária impor-lhe exi-</p><p>gências absurdas ou romper com o parcelamento concedido na forma da lei.</p><p>No sentido de estabilidade das relações jurídicas, a segurança jurídica assegura o efeito dos atos</p><p>cuja situação se definiu pelo decurso do tempo, protegendo o sujeito passivo da relação tributária</p><p>de eventos posteriores que tentem afastar seu direito. Seria o caso da não constituição do crédito</p><p>tributário no prazo legal, por exemplo, situação em que o fisco estaria impossibilitado de efetuar</p><p>o lançamento do tributo.</p><p>A segurança jurídica quanto à confiança no trafego jurídico visa à proteção da boa-fé do sujeito</p><p>passivo. Alguns dispositivos do Código Tributário Nacional, por exemplo, garantem ao con-</p><p>tribuinte eximir-se da imposição de penalidades no caso de ter seguido norma expedida pelas</p><p>autoridades administrativas (CTN, art. 100). De igual modo, o CTN resguarda o contribuinte</p><p>quanto a mudanças de interpretação da legislação para os fatos geradores já ocorridos.</p><p>73</p><p>George Firmino</p><p>Por fim, quanto ao aspecto da tutela jurisdicional, o princípio da segurança jurídica diz respeito</p><p>à garantia posta à disposição do contribuinte para contestar a imposição tributária, assegurando</p><p>a discussão da exigência, tanto nas esferas administrativas quanto na esfera judicial.</p><p>Item I – Correto. A certeza do direito está relacionada à garantia quanto às mudanças da legisla-</p><p>ção, no que diz respeito à vigência e alcance das normas. Entram nesse conceito os princípios da</p><p>anterioridade, anterioridade nonagesimal, irretroatividade e legalidade.</p><p>Item II – Errado. Segundo Paulsen, a segurança jurídica se realiza pela intangibilidade de de-</p><p>terminadas posições jurídicas decorrentes de atos jurídicos perfeitos e acabados e da satisfação</p><p>dos requisitos necessários ao exercício de determinados direitos que, com isso, se incorporam ao</p><p>patrimônio das pessoas.</p><p>Item III – Errado. Na verdade, o examinador fez a troca dos exemplos entre os itens II e III. A</p><p>intangibilidade das posições jurídicas está ligada ao ato jurídico perfeito, como vimos no item</p><p>anterior. Já a estabilidade das situações</p><p>jurídicas está relacionada com a dimensão temporal, com</p><p>o decurso dos prazos. Assim, estão relacionadas a este aspecto da segurança jurídica a decadên-</p><p>cia, a prescrição, etc.</p><p>Item IV – Correto. A confiança no tráfego jurídico está relacionada com a observância da boa-fé,</p><p>dos costumes, das práticas reiteradas. Logo, está ligada à observância das práticas administrati-</p><p>vas reiteradas.</p><p>Item V – Correto. A tutela jurisdicional está relacionada aos mecanismos processuais postos à</p><p>disposição do contribuinte, a fim de garantir o exercício do seu direito.</p><p>Gabarito: C</p><p>02. (Procurador/Fortaleza/Cespe/2017) A respeito das limitações constitucionais ao poder de tributar, julgue</p><p>o item que se segue, de acordo com a interpretação do STF. A alteração de alíquotas do imposto de</p><p>exportação não se submete à reserva constitucional de lei tributária, tornando-se admissível a atribuição</p><p>dessa prerrogativa a órgão integrante do Poder Executivo.</p><p>( ) Certo</p><p>( ) Errado</p><p>A questão deve ser respondida de acordo com o entendimento do STF, como determina seu</p><p>anunciado. Por outro lado, o conhecimento das exceções ao princípio da legalidade já nos per-</p><p>mite responder com certa segurança.</p><p>Ocorre que há um detalhe interessante na questão. O imposto de exportação, tributo preponde-</p><p>rantemente extrafiscal, é exceção ao princípio da legalidade, podendo ter suas alíquotas alteradas</p><p>por ato do Executivo.</p><p>Logo, o instrumento normativo hábil para a alteração de alíquotas seria o Decreto. Só que a</p><p>questão fala em atribuição dessa prerrogativa a um órgão, que não teria competência legislativa</p><p>para a expedição de Decreto. Esse é o grande desafio da questão.</p><p>Julgando caso específico dessa atribuição para o caso do imposto de exportação, assim decidiu o STF:</p><p>Tributário. Imposto de Exportação. Alteração de Alíquota. Art. 153,</p><p>§ 1º, da Constituição Federal. Competência Privativa do Presiden-</p><p>tre da República não Configurada. Atribuição Deferida à CAMEX.</p><p>Constitucionalidade. Faculdade Discricionária cujos Limites</p><p>74</p><p>Caderno de questões de Direito Tributário</p><p>Encontram-se Estabelecidos em Lei. Recurso Extraordinário Des-</p><p>provido. I – É compatível com a Carta Magna a norma infraconstitucional</p><p>que atribui a órgão integrante do Poder Executivo da União a faculdade de</p><p>estabelecer as alíquotas do Imposto de Exportação. II – Competência que não</p><p>é privativa do Presidente da República. III – Inocorrência de ofensa aos arts.</p><p>84, caput, IV e parágrafo único, e 153, § 1º, da Constituição Federal ou ao prin-</p><p>cípio de reserva legal. Precedentes. IV – Faculdade discricionária atribuída à</p><p>Câmara de Comércio Exterior – CAMEX, que se circunscreve ao disposto no</p><p>Decreto-Lei 1.578/1977 e às demais normas regulamentares. V – Recurso ex-</p><p>traordinário conhecido e desprovido (RE n° 570.680/RS, Tribunal Pleno, Rela-</p><p>tor o Ministro Ricardo Lewandowski, DJE de 4/12/09).</p><p>Gabarito: certo.</p><p>03. (Analista de Planejamento e Orçamento/MPOG/ESAF/2015) Sobre os princípios constitucionais tributários,</p><p>é correto afirmar que:</p><p>a) o princípio constitucional da legalidade tributária exige necessariamente lei em sentido estrito/formal</p><p>tanto para a instituição quanto para a majoração de tributo.</p><p>b) o princípio constitucional da igualdade tributária exige idêntico tratamento tributário para contribuin-</p><p>tes que se encontrem em situação equivalente, permitindo-se porém tratamento diferenciado em razão</p><p>da ocupação profissional destes mesmos contribuintes.</p><p>c) o princípio constitucional da irretroatividade das normas que instituem ou majorem tributos relativa-</p><p>mente a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da legislação correspondente não</p><p>impede a aplicação retroativa de leis que instituem novos critérios de apuração ou processos de</p><p>fiscalização ou que ampliem os poderes de investigação das autoridades administrativas.</p><p>d) o princípio constitucional da anterioridade tributária geral não se aplica nem ao imposto sobre produ-</p><p>tos industrializados e nem ao imposto sobre a propriedade territorial rural.</p><p>e) o princípio constitucional tributário da liberdade de tráfego de pessoas ou bens apenas obsta a co-</p><p>brança de pedágio pela utilização de vias conservadas por empresas privadas concessionárias de</p><p>serviço público outorgado pelo Distrito Federal.</p><p>Alternativa A – Errada. A instituição de tributos requer necessariamente a edição de lei. Porém,</p><p>a Constituição Federal prevê exceções para majoração de alguns tributos, situações em que ato</p><p>do Poder Executivo (Decreto), seria suficiente para surtir os efeitos desejados (exemplo: alteração</p><p>de alíquotas).</p><p>Alternativa B – Errada. O princípio constitucional da isonomia é corolário do princípio geral</p><p>da igualdade, que veda o tratamento diferenciado entre as pessoas que se encontrem na mesma</p><p>situação. Por outro lado, há critérios que não permitem diferenciação, como é o caso da diferen-</p><p>ciação em razão do cargo ou categoria profissional, para a quais a Constituição Federal se apressa</p><p>em afastar e a jurisprudência do STF já se posicionou de maneira contrária.</p><p>Alternativa C – Correta. O princípio da irretroatividade na cobrança dos tributos, previsto no</p><p>art. 150, III, a, da Constituição Federal, não comporta exceção. Porém, a assertiva não trata da</p><p>instituição ou majoração de tributos, e sim dos poderes de fiscalização atribuídos à Adminis-</p><p>tração Tributária, para os quais o CTN prevê hipótese de retroatividade no que diz respeito à</p><p>formalização do lançamento tributário.</p><p>Alternativa D – Errada. O IPI constitui exceção ao princípio da anterioridade anual (geral), po-</p><p>rém o ITR deve obediência ao princípio.</p><p>75</p><p>George Firmino</p><p>Alternativa E – Errada. A ressalva para a cobrança de pedágio apenas se aplica quando da utili-</p><p>zação de vias conservadas pelo poder público.</p><p>Gabarito: C</p><p>04. (Analista/TRE-PE/Cespe/2017) O princípio tributário que transfere o ônus fiscal do contribuinte de direito</p><p>para o contribuinte de fato é o princípio do(a)</p><p>a) seletividade.</p><p>b) isonomia ou da igualdade tributária.</p><p>c) anterioridade da legislação.</p><p>d) não confisco.</p><p>e) não cumulatividade.</p><p>Essa questão merecia anulação. Ela versa sobre “princípios”, mas na realidade trata da caracte-</p><p>rística mais marcante dos tributos indiretos: a transferência do ônus da tributação do contri-</p><p>buinte de direito para o contribuinte de fato.</p><p>É o caso do ICMS, no qual o contribuinte de direito (comerciante), transfere os encargos para o</p><p>contribuinte de fato (consumidor).</p><p>A situação por si só não revela nenhum princípio tributário. Porém, é justamente nos tributos</p><p>indiretos que a não cumulatividade. De qualquer modo, isso não guarda relação com a transfe-</p><p>rência do ônus fiscal e sim o efeito cascata da tributação.</p><p>Gabarito: E</p><p>05. (Juiz Substituto/TJ-PR/Cespe/2017) Por meio de decreto de vigor e eficácia imediatos, o prefeito do município</p><p>de Cascavel – PR, comovido por inundação ocorrida em seu território, isentou do pagamento de IPTU por</p><p>dois anos os proprietários dos imóveis mais afetados, tendo justificado a medida com base na equidade.</p><p>Acerca dessa situação hipotética, assinale a opção correta.</p><p>a) O princípio da legalidade no direito tributário aplica-se apenas para obstar a majoração de tributos,</p><p>razão por que a opção pela isenção em apreço mediante decreto foi correta.</p><p>b) Na situação considerada, a equidade não poderia ter fundamentado a dispensa do pagamento de</p><p>tributo devido.</p><p>c) A isenção em apreço caracteriza uma hipótese de extinção do crédito tributário que deveria, neces-</p><p>sariamente, ter sido concedida por lei.</p><p>d) A isenção, na hipótese considerada, para ser válida, deveria observar o princípio da anterioridade.</p><p>A isenção de tributos deve ser concedida por meio de lei. Assim dispõe o art. 107 do CTN, ao</p><p>estabelecer que a isenção, ainda quando prevista em contrato, é sempre decorrente de lei que</p><p>especifique as condições e requisitos exigidos para a sua concessão, os tributos a que se aplica e,</p><p>sendo caso, o prazo de sua duração.</p><p>No caso específico da questão, a equidade (aplicação da justiça fiscal, que estudaremos</p><p>em aula</p><p>específica), não pode resultar na dispensa de pagamento de tributo devido, conforme determina</p><p>o art. 108, § 2º, do CTN.</p><p>Gabarito: B</p><p>76</p><p>Caderno de questões de Direito Tributário</p><p>06. (Procurador/TCM-BA/FCC/2011) Comparada com a norma de Direito Penal, verifica-se que a norma</p><p>tributária é mais rígida. No Direito Penal, o nullum crimen nulla poena sini lege exige que o delito seja</p><p>típico, decorra de uma previsão legal precisa, mas se permite ao juiz, ao sentenciar, a dosimetria da pena,</p><p>com relativa liberdade, assim como diminuir ou afrouxar a pena a posteriori. No Direito Tributário, além</p><p>de se exigir seja o fato gerador tipificado, o dever de pagar o tributo também deve sê-lo em todos os seus</p><p>elementos, pois aqui importantes são tanto a previsão do tributo quanto o seu pagamento, baseado em</p><p>fórmulas de quantificação da prestação devida, e que a sociedade exige devam ser rígidas e intratáveis.</p><p>(Sacha Calmon Navarro Coelho. Curso de direito tributário brasileiro. 9.ed. Rio de Janeiro: Forense, 2006,</p><p>p. 220). O texto acima está se referindo ao princípio explícito da</p><p>a) legalidade.</p><p>b) irretroatividade da lei tributária.</p><p>c) anterioridade da lei tributária.</p><p>d) segurança jurídica.</p><p>e) igualdade.</p><p>O enunciado da questão, apesar de extenso, é bem simples. Ele faz uma comparação entre a lei</p><p>penal e a lei tributária.</p><p>Ao afirmar que “além de se exigir seja o fato gerador tipificado, o dever de pagar o tributo tam-</p><p>bém deve sê-lo em todos os seus elementos, pois aqui importantes são tanto a previsão do tributo</p><p>quanto o seu pagamento, baseado em fórmulas de quantificação da prestação devida, e que a</p><p>sociedade exige devam ser rígidas e intratáveis”, o enunciado quer dizer que todos os elementos</p><p>da norma tributária impositiva devem estar previstos em lei (tipificados). Logo, é do princípio da</p><p>legalidade que a questão trata.</p><p>Gabarito: A</p><p>07. (Delegado/PC-GO/CESPE/2017) Sabendo que, por disposição constitucional expressa, em regra, os</p><p>princípios tributários e as limitações ao poder de tributar não se aplicam de forma idêntica a todas as</p><p>espécies tributárias, assinale a opção correta a respeito da aplicação desses institutos.</p><p>a) Apenas aos impostos estaduais aplica-se o princípio que proíbe o estabelecimento de diferença tribu-</p><p>tária entre bens e serviços de qualquer natureza em razão de sua procedência ou seu destino.</p><p>b) A aplicação do princípio da não vinculação de receita a despesa específica é limitada aos impostos.</p><p>c) Em regra, o princípio da anterioridade do exercício aplica-se da mesma forma aos impostos e às con-</p><p>tribuições sociais da seguridade social.</p><p>d) O princípio da capacidade contributiva aplica-se sempre e necessariamente aos impostos.</p><p>e) O princípio da anterioridade do exercício atinge, de forma ampla, as hipóteses de empréstimos com-</p><p>pulsórios previstas no texto constitucional.</p><p>Alternativa A – Errada. A determinação do princípio da não discriminação pela procedência ou</p><p>destino, previsto no art. 152, da Constituição Federal, é aplicável aos Estados, DF e Municípios.</p><p>Alternativa B – Correta. A vedação à vinculação da receita de impostos, prevista no art. 157,</p><p>VI, da Constituição, está relacionada à própria definição de tributo de receita não vinculada,</p><p>característica marcante dos impostos.</p><p>Alternativa C – Errada. As contribuições sociais são exceção ao princípio da anterioridade anual,</p><p>devendo obediência apenas à anterioridade nonagesimal.</p><p>77</p><p>George Firmino</p><p>Alternativa D – Errada. A Constituição Federal faz referência apenas aos impostos quando esta-</p><p>belece o princípio da capacidade contributiva. Por isso, as questões de concursos ainda exigem</p><p>bastante a literalidade desse dispositivo constitucional.</p><p>Não obstante, o STF tem entendido que o princípio é aplicável às demais espécies tributárias,</p><p>observadas as suas peculiaridades. Apesar da dificuldade de se aplicar às taxas, não há vedação</p><p>constitucional ao seu uso para essa espécie tributária.</p><p>Alternativa E – Errada. Os empréstimos compulsórios, quando instituídos em face de guerra</p><p>externa ou calamidade pública, compreendem exceção à anterioridade.</p><p>Gabarito: B</p><p>08. (Auditor-Fiscal/Sefaz-PI/FCC/2015) De acordo com a Constituição Federal, o princípio nela consagrado</p><p>e conhecido como Princípio da Irretroatividade é aquele que veda a cobrança de tributos em relação a</p><p>a) lançamentos tributários ocorridos antes da publicação da lei que os houver instituído ou aumentado.</p><p>b) lançamentos tributários ocorridos antes da publicação da lei que os houver instituído, aumentado ou</p><p>reduzido.</p><p>c) fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado.</p><p>d) fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído, aumentado ou</p><p>reduzido.</p><p>e) fatos geradores ocorridos antes da publicação da lei que os houver instituído ou aumentado.</p><p>CF – Art. 150, III, a</p><p>É vedado à União, aos Estados, ao DF e aos Municípios cobrar tributos em</p><p>relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os</p><p>houver instituído ou aumentado.</p><p>O princípio da irretroatividade está intimamente ligado à segurança jurídica. Impede, pois,</p><p>uma lei nova de atingir fatos geradores passados, sob pena de inconstitucionalidade.</p><p>Gabarito: C</p><p>09. (Procurador/Fortaleza/Cespe/2017) A respeito das limitações constitucionais ao poder de tributar, jul-</p><p>gue o item que se segue, de acordo com a interpretação do STF. O princípio da progressividade exige</p><p>a graduação positiva do ônus tributário em relação à capacidade contributiva do sujeito passivo, não</p><p>se aplicando, todavia, aos impostos reais, uma vez que, em se tratando desses tributos, é impossível a</p><p>aferição dos elementos pessoais do contribuinte.</p><p>( ) Certo</p><p>( ) Errado</p><p>Em regra, a aplicação da progressividade é mais direcionada aos impostos reais, representando a</p><p>manifestação do princípio da capacidade contributiva.</p><p>Não obstante a doutrina dominante apontar para a impossibilidade de aplicação da progressividade</p><p>aos impostos reais, salvo as exceções previstas expressamente na Constituição Federal, o STF tem</p><p>entendido em decisões recentes que a aplicação da progressividade revela a observância do princípio</p><p>da capacidade contributiva e pode ser realizada em qualquer imposto, seja ele real ou pessoal.</p><p>78</p><p>Caderno de questões de Direito Tributário</p><p>(...) todos os impostos podem e devem guardar relação com a capacidade</p><p>contributiva do sujeito passivo e não ser impossível aferir-se a capacidade</p><p>contributiva do sujeito passivo do ITCD. Ao contrário, tratando-se de im-</p><p>posto direto, a sua incidência poderá expressar, em diversas circunstâncias,</p><p>progressividade ou regressividade direta. Todos os impostos, repito, estão</p><p>sujeitos ao princípio da capacidade contributiva, especialmente os diretos,</p><p>independentemente de sua classificação como de caráter real ou pessoal; isso</p><p>é completamente irrelevante. Daí por que dou provimento ao recurso, para</p><p>declarar constitucional o disposto no art. 18 da Lei 8.821/1989 do Estado do</p><p>Rio Grande do Sul. (RE 562.045, rel. p/ o ac. Min. Cármen Lúcia, voto do</p><p>Min. Eros Grau, julgamento em 6-2-2013, Plenário, com repercussão geral.)</p><p>No mesmo sentido: RE 542.485, rel. min. Marco Aurélio, julgamento em 19-</p><p>2-2013, Primeira Turma.</p><p>IPVA. Progressividade. Todos os tributos submetem-se ao princípio da capacidade</p><p>contributiva (precedentes), ao menos em relação a um de seus três aspectos (obje-</p><p>tivo, subjetivo e proporcional), independentemente de classificação extraída de</p><p>critérios puramente econômicos. (RE 406.955-AgR, Rel. Min. Joaquim Barbosa,</p><p>julgamento em 4-10-2011, Segunda Turma, DJE de 21-10-2011.)</p><p>Gabarito: errado.</p><p>10. (Analista Tributário da Receita Federal/ESAF/2009) A Constituição Federal, entre outras limitações ao</p><p>poder de tributar, estabelece a isonomia, vale dizer, veda o tratamento desigual entre contribuintes que</p><p>se encontrem em situação equivalente. Sobre a isonomia, é correto afirmar que:</p><p>a) diante da regra mencionada, o tratamento tributário diferenciado dado às</p><p>microempresas e empresas</p><p>de pequeno porte, por exemplo, deve ser considerado inconstitucional.</p><p>b) não se permite a distinção, para fins tributários, entre empresas comerciais e prestadoras de serviços,</p><p>bem como entre diferentes ramos da economia.</p><p>c) para que um tratamento tributário diferenciado (isenção, por exemplo) seja justificado, não é neces-</p><p>sário haver correlação lógica entre este e o elemento de discriminação tributária.</p><p>d) em razão do princípio constitucional da isonomia, não deve ser diferenciado, por meio de isenções</p><p>ou incidência tributária menos gravosa, o tratamento de situações que não revelem capacidade con-</p><p>tributiva ou que mereçam um tratamento fiscal ajustado à sua menor expressão econômica.</p><p>e) a isenção, como causa de exclusão do crédito tributário, é, por sua própria natureza, fator de desi-</p><p>gualação e discriminação entre pessoas, coisas e situações. Nem por isso, no entanto, as isenções</p><p>são inconstitucionais, desde que reste demonstrado que se teve em mira o interesse ou a conveniência</p><p>pública na aplicação da regra da capacidade contributiva ou no incentivo de determinadas ativida-</p><p>des de interesse do Estado.</p><p>O princípio constitucional da isonomia é corolário princípio geral da igualdade, que veda o tra-</p><p>tamento diferenciado entre as pessoas. Na grande maioria dos livros que versam sobre Direito</p><p>Tributário, é possível encontrar a definição de que o princípio da isonomia significa tratar os</p><p>iguais de forma igual e os desiguais de forma desigual, na medida das suas desigualdades.</p><p>Essa afirmação, apesar de não estar errada, requer atenção, eis que a isonomia não se restringe a</p><p>esta definição.</p><p>A norma que confere tratamento diferenciado não pode ser considerada simplesmente sob o</p><p>aspecto de tratar desigualmente os desiguais. Deve-se, na verdade, analisar se os critérios de</p><p>diferenciação adotados pela lei estão condizentes com o nível de desigualdade apresentado pelos</p><p>79</p><p>George Firmino</p><p>contribuintes. Em outras palavras, o critério adotado pelo legislador deve guardar estreita rela-</p><p>ção com as diferenças entre os sujeitos passivos da obrigação tributária.</p><p>Alternativa A – Errado. O STF julgou Ação Direta de Inconstitucionalidade ajuizada contra a LC</p><p>123/2006, que institui o Simples Nacional:</p><p>O fomento da micro e da pequena empresa foi elevado à condição de prin-</p><p>cípio constitucional, de modo a orientar todos os entes federados a conferir</p><p>tratamento favorecido aos empreendedores que contam com menos recursos</p><p>para fazer frente à concorrência. Por tal motivo, a literalidade da complexa</p><p>legislação tributária deve ceder à interpretação mais adequada e harmônica</p><p>com a finalidade de assegurar equivalência de condições para as empresas de</p><p>menor porte. (ADI 4.033, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 15-9-</p><p>2010, Plenário, DJE de 7-2-2011.)</p><p>Alternativa B – Alternativa errada de acordo com o entendimento do STF:</p><p>Medida cautelar. Efeito suspensivo a recurso extraordinário. Instituição fi-</p><p>nanceira. Contribuição previdenciária sobre a folha de salários. Adicional.</p><p>Parágrafo 1º do art. 22 da Lei 8.212/1991. A sobrecarga imposta aos bancos</p><p>comerciais e às entidades financeiras, no tocante à contribuição previdenciá-</p><p>ria sobre a folha de salários, não fere, à primeira vista, o princípio da isono-</p><p>mia tributária, ante a expressa previsão constitucional (Emenda de Revisão</p><p>1/1994 e EC 20/1998, que inseriu o § 9º no art. 195 do Texto permanente).</p><p>Liminar a que se nega referendo. Processo extinto. (AC 1.109-MC, Rel. p/ o</p><p>ac. Min. Ayres Britto, julgamento em 31-5-2007, Plenário, DJ de 19-10-2007.)</p><p>Alternativa C – A CF/88, ao definir o princípio da isonomia tributária, em seu art. 150, II, estabelece</p><p>que é vedado instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equiva-</p><p>lente. Podemos inferir do texto constitucional que para instituir tratamento desigual, os contribuintes</p><p>não podem estar em situação equivalente. Assim, é necessário haver correlação lógica entre o trata-</p><p>mento diferenciado e o elemento que torna os contribuintes desiguais. Alternativa errada.</p><p>Alternativa D – Errada. Segundo o entendimento do STF</p><p>Não há ofensa ao princípio da isonomia tributária se a lei, por motivos ex-</p><p>trafiscais, imprime tratamento desigual a microempresas e empresas de pe-</p><p>queno porte de capacidade contributiva distinta, afastando do regime do</p><p>simples aquelas cujos sócios têm condição de disputar o mercado de tra-</p><p>balho sem assistência do Estado. (ADI 1.643, Rel. Min. Maurício Corrêa,</p><p>julgamento em 5-12-2002, Plenário, DJ de 14-3-2003.) No mesmo sentido:</p><p>RE 559.222-AgR, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 17-8-2010, Segunda</p><p>Turma, DJE de 3-9-2010.</p><p>Alternativa E – Correta. Resposta da questão. Conforme exposto na alternativa C, deve haver</p><p>relação entre o tratamento diferenciado e o critério diferenciador, a saber: o elemento que define</p><p>em que ponto os contribuintes são desiguais.</p><p>Gabarito: E</p><p>80</p><p>Caderno de questões de Direito Tributário</p><p>11. (Auditor-Fiscal do Tesouro Estadual/Sefaz-PE/FCC/2014) Sobre os princípios constitucionais tributários, é</p><p>correto afirmar:</p><p>a) Revogada a isenção de um tributo, não se restabelece imediatamente a sua exigibilidade, pois deve-se</p><p>observar o princípio da anterioridade.</p><p>b) A substituição legal dos fatores de indexação de correção monetária dos tributos não se submete ao</p><p>princípio da anterioridade.</p><p>c) As contribuições devidas aos conselhos profissionais não possuem natureza tributária e, por isso, a</p><p>sua instituição e majoração não devem observar o princípio da legalidade tributária.</p><p>d) A instituição dos emolumentos cartorários pelo Tribunal de Justiça, por não possuir natureza tributária,</p><p>não viola o princípio da legalidade tributária.</p><p>e) A definição de vencimento das obrigações tributárias sujeita-se ao princípio da legalidade tributária.</p><p>Questão baseada na jurisprudência do STF.</p><p>Alternativa A – Errada. A revogação de isenção não se assemelha à instituição nem à majoração</p><p>de tributos e os valores podem ser exigidos de imediato, para os fatos geradores ocorridos a par-</p><p>tir da revogação. Esse é o entendimento do STF:</p><p>Revogada a isenção, o tributo torna-se imediatamente exigível. Em caso as-</p><p>sim, não há que se observar o princípio da anterioridade, dado que o tributo</p><p>já é existente. (RE 204.062, Rel. Min. Carlos Velloso, julgamento em 27-9-</p><p>1996, Segunda Turma, DJ de 19-12-1996.)</p><p>Isso seria suficiente para perceber o erro da assertiva. Mas é bom ficar atento que o CTN prevê a obe-</p><p>diência à anterioridade no caso de revogação de isenções para impostos sobre patrimônio ou renda:</p><p>Art. 104. Entram em vigor no primeiro dia do exercício seguinte àquele em</p><p>que ocorra a sua publicação os dispositivos de lei, referentes a impostos sobre</p><p>o patrimônio ou a renda:</p><p>(...)</p><p>III – que extinguem ou reduzem isenções, salvo se a lei dispuser de maneira</p><p>mais favorável ao contribuinte, e observado o disposto no artigo 178.</p><p>Alternativa B – Correta. A assertiva foi baseada em decisão do STF que afastou a anterioridade</p><p>no caso de atualização monetária:</p><p>Substituição legal dos fatores de indexação – alegada ofensa às garantias</p><p>constitucionais do direito adquirido e da anterioridade tributária – inocor-</p><p>rência – simples atualização monetária que não se confunde com majoração</p><p>do tributo. (...) A modificação dos fatores de indexação, com base em legis-</p><p>lação superveniente, não constitui desrespeito a situações jurídicas consoli-</p><p>dadas (CF, art. 5º, XXXVI), nem transgressão ao postulado da não surpresa,</p><p>instrumentalmente garantido pela cláusula da anterioridade tributária (CF,</p><p>art. 150, III, b). (RE 200.844-AgR, rel. min. Celso de Mello, julgamento</p><p>em 25-6-2002,  Segunda Turma, DJ de 16-8-2002.) No mesmo sentido: AI</p><p>626.759-AgR, rel. min. Cármen Lúcia, julgamento em 30-6-2009, Primeira</p><p>Turma, DJE de 21-8-2009.</p><p>Alternativa C – Errada. O STF reconhece a natureza jurídica de tributo para estas contribuições:</p><p>81</p><p>George Firmino</p><p>Tributário. Agravo Regimental em Agravo de Instrumento. Conse-</p><p>lho Regional</p><p>de Engenharia Arquitetura e Agronomia do Estado</p><p>de Santa Catarina. Autarquia. Contribuições. Natureza Tribu-</p><p>tária Princípio da Legalidade Tributária. Incidência. Anuidades.</p><p>Correção Monetária. Discussão Infraconstitucional. Agravo Im-</p><p>provido. I – As contribuições devidas ao agravante, nos termos do art. 149</p><p>da Constituição, possui natureza tributária e, por via de consequência, deve-</p><p>-se observar o princípio da legalidade tributária na instituição e majoração</p><p>dessas contribuições. Precedentes. II – A discussão acerca da atualização</p><p>monetária sobre as anuidades devidas aos conselhos profissionais, possui</p><p>natureza infraconstitucional. Precedentes. III – Agravo regimental improvi-</p><p>do. (STF – AI: 768577 SC, Relator: Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Data</p><p>de Julgamento: 19/10/2010, Primeira Turma, Data de Publicação: DJe-218</p><p>DIVULG 12-11-2010 PUBLIC 16-11-2010)</p><p>Alternativa D – Errada. As custas judiciais e os emolumentos cobrados pelos cartórios são tribu-</p><p>tos classificados na espécie taxa, entendimento que foi pacificado pelo STF.</p><p>A jurisprudência do STF firmou orientação no sentido de que as custas ju-</p><p>diciais e os emolumentos concernentes aos serviços notariais e registrais</p><p>possuem natureza tributária, qualificando-se como taxas remuneratórias de</p><p>serviços públicos, sujeitando-se, em consequência, quer no que concerne à</p><p>sua instituição e majoração, quer no que se refere à sua exigibilidade, ao regi-</p><p>me jurídico-constitucional pertinente a essa especial modalidade de tributo</p><p>vinculado, notadamente aos princípios fundamentais que proclamam, den-</p><p>tre outras, as garantias essenciais (a) da reserva de competência impositiva,</p><p>(b) da legalidade, (c) da isonomia e (d) da anterioridade. (ADI 1.378-MC, Rel.</p><p>Min. Celso de Mello, julgamento em 30-11-1995, Plenário, DJ de 30-5-1997.)</p><p>No mesmo sentido: ADI 3.260, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 29-3-</p><p>2007, Plenário, DJ de 29-6-2007. Vide: ADI 1.926-MC, Rel. Min. Sepúlveda</p><p>Pertence, julgamento em 19-4-1999, Plenário, DJ de 10-9-1999.</p><p>Alternativa E – Errada. A data de vencimento do tributo, ou seja, a data limite para o recolhi-</p><p>mento sem os acréscimos legais, não constitui elemento da norma tributária impositiva. Em</p><p>outras palavras, o vencimento do tributo não guarda relação com sua instituição e, por isso, pode</p><p>ser prevista em atos infralegais.</p><p>... 3. Não se compreende no campo reservado à lei, pelo Texto Constitucio-</p><p>nal, a definição do vencimento ... das obrigações tributárias. (STF, AGRAG</p><p>178.723/SP, Min. Maurício Correa, mar/96)</p><p>Gabarito: B</p><p>12. (Auditor-Fiscal da Receita Federal/ESAF/2009) Entre as limitações constitucionais ao poder de tributar,</p><p>que constituem garantias dos contribuintes em relação ao fisco, é incorreto afirmar que:</p><p>a) os impostos sobre o patrimônio podem ser confiscatórios, quando considerados em sua perspectiva estática.</p><p>b) uma alíquota do imposto sobre produtos industrializados de 150%, por exemplo, não significa neces-</p><p>sariamente confisco.</p><p>c) o imposto de transmissão causa mortis, na sua perspectiva dinâmica, pode ser confiscatório.</p><p>82</p><p>Caderno de questões de Direito Tributário</p><p>d) o princípio do não-confisco ajuda a dimensionar o alcance do princípio da progressividade, já que</p><p>exige equilíbrio, moderação e medida na quantificação dos tributos.</p><p>e) a identificação do efeito confiscatório não deve ser feita em função da totalidade da carga tributária,</p><p>mas sim em cada tributo isoladamente.</p><p>Determina o art. 150, IV, da Constituição que é vedado à União, aos Estados, Ao Distrito</p><p>Federal e aos Municípios utilizar tributo com efeito de confisco. O princípio do não confisco,</p><p>por si só, já é bastante discutido. Não há um consenso sobre o limite do que é confiscatório e</p><p>o que não é. Assim, há uma área de penumbra onde pairam dúvidas se ali o tributo tem efeito</p><p>confiscatório ou não.</p><p>Afirmar que uma alíquota de 40%, por exemplo, seria confiscatória não pode ser considerado</p><p>como verdade absoluta. Há que se analisar o contexto em que a majoração ocorreu. Além disso,</p><p>parcela da doutrina entende que a capacidade contributiva também deve ser considerada na</p><p>análise do efeito confiscatório.</p><p>Alternativa A – A banca adotou uma redação bastante obscura. Não se está afirmando que os</p><p>impostos podem ser confiscatórios. Isso seria absurdo, considerando o imperativo constitucional</p><p>da vedação ao confisco. O que a banca quer dizer aqui é que, analisando pela perspectiva estáti-</p><p>ca, os impostos sobre o patrimônio podem se tornar confiscatórios. A alternativa está correta, já</p><p>que sob a ótica estática, se o tributo for elevado a tal ponto que impeça o direito de propriedade</p><p>será considerado confiscatório.</p><p>Alternativa B – Correta. O IPI, apesar de apresentar uma arrecadação bastante expressiva, foi</p><p>criado como um tributo extrafiscal. Os tributos extrafiscais têm por objetivo principal regular</p><p>algum setor econômico ou estimular certo comportamento nos consumidores. Considerando o</p><p>caráter extrafiscal, admite-se certa flexibilidade para considerar o que é ou não confiscatório. As-</p><p>sim, em se tratando de uma alíquota estabelecida com intuito preponderantemente extrafiscal,</p><p>pode-se aceitar que um valor de 150% não seria confiscatório, a depender da situação.</p><p>Alternativa C – Vale reforçar o que foi comentado na alternativa A: a redação da ESAF não foi das</p><p>melhores. Não se está afirmando que os impostos podem ser confiscatórios. Isso seria absurdo,</p><p>considerando o imperativo constitucional da vedação ao confisco. O que a banca quer dizer aqui</p><p>é que, analisando pela perspectiva dinâmica, os impostos sobre o patrimônio podem se tornar</p><p>confiscatórios. A alternativa está correta, já que sob a ótica dinâmica, se o tributo for elevado a tal</p><p>ponto que impeça a circulação de bens, a aquisição ou a alienação será considerado confiscatório.</p><p>Alternativa D – Alternativa correta. A progressividade consiste em aplicar alíquotas mais eleva-</p><p>das às maiores bases de cálculo. Assim, na medida em que a base tributável se apresenta maior, os</p><p>contribuintes que ali se enquadrarem pagarão o tributo de forma mais gravosa. A CF/88 deter-</p><p>mina que o imposto de renda deve atender ao critério da progressividade. No entanto, ao aplicar</p><p>este critério ao IR, a União não o pode fazê-lo de forma confiscatória, ao ponto de desestimular</p><p>o acúmulo de riqueza. Supondo uma situação absurda, imagine-se que a alíquota do imposto</p><p>para determinada faixa de renda fosse de 90%. Ao chegar naquele limite de renda, ninguém iria</p><p>querer trabalhar mais para aumentar seus rendimentos, eis que apenas 10% do acréscimo iria</p><p>para a sua conta. Seria, sem dúvida, confiscatório.</p><p>Alternativa E – Alternativa errada. Segundo o STF, a identificação do efeito confiscatório deve</p><p>ser feita em função da totalidade da carga tributária, mediante verificação da capacidade de que</p><p>dispõe o contribuinte considerado o montante de sua riqueza para suportar e sofrer a incidência</p><p>83</p><p>George Firmino</p><p>de todos os tributos que ele deverá pagar, dentro de determinado período, à mesma pessoa po-</p><p>lítica que os houver instituído.</p><p>Gabarito: E</p><p>13. (Agente Fiscal de Rendas/Sefaz-SP/FCC/2013) O art. 150, I, da Constituição Federal, estipula que, sem</p><p>prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito</p><p>Federal e aos Municípios exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça. Este dispositivo enuncia o</p><p>Princípio da</p><p>a) Uniformidade Tributária, e admite exceções. Dentre estas, a redução e o restabelecimento por ato do</p><p>Poder Executivo da alíquota da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico − CIDE relativa</p><p>às atividades de importação de petróleo.</p><p>b) Legalidade Tributária, e admite exceções. Dentre estas, a fixação das alíquotas máximas e mínimas</p><p>do ISS por meio de Resolução do Senado Federal, aprovada por 1/3 dos Senadores.</p><p>c) Inafastabilidade Tributária, e admite exceções. Dentre estas, o aumento da base de cálculo do IOF por</p><p>meio de decreto do Poder Executivo Federal.</p><p>d) Uniformidade Tributária, e não admite exceções.</p><p>e) Legalidade</p><p>nega provimento.</p><p>11</p><p>George Firmino</p><p>(STF – AI: 236976 MG, Relator: Min. NÉRI DA SILVEIRA, Data de Julga-</p><p>mento: 17/08/1999, Segunda Turma, Data de Publicação: DJ 24-09-1999 PP-</p><p>00032 EMENT VOL-01964-05 PP-01106)</p><p>Alternativa C – Errada. O tributo não pode ser instituído por procedimentos administrativos,</p><p>mas sim por lei (ato normativo com força de lei).</p><p>Alternativa D – Errada. Os direitos reais são aqueles que incidem sobre as coisas (res = coisa), ou</p><p>seja, bens, mercadorias, produtos, imóveis, etc. O tributo não corresponde a um direito real do</p><p>Estado perante o contribuinte. Trata-se, pois, de direito obrigacional.</p><p>Alternativa E – Correta. O tributo não surge por vontade do contribuinte, mas sim por determi-</p><p>nação legal.</p><p>Como visto, há 3 alternativas corretas e 2 incorretas. A questão deveria ter sido anulada, porém</p><p>a banca optou por manter o gabarito preliminar. Gabarito: E</p><p>09. (Analista de Comércio Exterior/MDIC/ESAF/2012) Segundo a definição de tributo presente no Código</p><p>Tributário Nacional, uma de suas características é a de não constituir sanção por ato ilícito. Assim sendo,</p><p>julgue como Falso (F) ou Verdadeiro (V) os itens a seguir e assinale a opção correta.</p><p>I. Ainda no caso de furto de sinal por “clonagem”, o ICMS − Imposto sobre Circulação de Mercadorias e</p><p>Serviços − é devido sobre o serviço de telefonia móvel onerosamente contratado de operadora por usuário.</p><p>II. A renda obtida com o tráfico de drogas deve ser tributada, já que o que se tributa é o aumento pa-</p><p>trimonial, e não o próprio tráfico.</p><p>III. No caso de importação ilícita, reconhecida a ilicitude e aplicada a pena de perdimento, não poderá ser</p><p>cobrado o imposto de importação, já que “importar mercadorias” é elemento essencial do tipo tributário.</p><p>IV. As vendas inadimplidas equivalem às vendas canceladas para fins de incidência tributária, eis que no</p><p>sistema tributário nacional, embora tenha consagrado o regime de competência como a regra geral</p><p>de apuração dos resultados, o inadimplemento constitui hipótese de cancelamento de venda, e não</p><p>tendo ingressado a receita de venda, não há que se falar em tributação.</p><p>a) F, V, V, F b) V, V, V, F</p><p>c) F, V, V, V d) V, F, V, F</p><p>e) V, V, F, F</p><p>Item I – Verdadeiro. O fato de o usuário ter sua linha clonada não afasta a incidência do ICMS</p><p>sobre o serviço de comunicação contratado.</p><p>Item II – Verdadeiro. A tributação dos rendimentos ocorre independentemente da licitude ou ilicitude</p><p>do ato praticado pelo contribuinte. Trata-se do princípio do non olet, previsto no art. 118 do CTN.</p><p>Sendo assim, os rendimentos advindos da exploração do tráfico de drogas são tributáveis, porquanto</p><p>não se confunde a atividade ilícita do contribuinte com o fato tributário de auferir rendas.</p><p>Item III – Verdadeiro. O ato ilícito não pode constituir o fato gerador do tributo. O tributo não</p><p>pode ser sanção por ato ilícito. A ação ilícita analisada isoladamente está sujeita apenas à puni-</p><p>ção, que no caso em questão culminou no perdimento das mercadorias.</p><p>Item IV – Falso. Se a empresa deixou de receber os valores dos seus clientes, isso não significa que</p><p>estará dispensado da tributação. A cobrança dos valores pelas respectivas vendas é algo que faz</p><p>parte da relação comercial, mas pouco importa para a relação tributária.</p><p>Gabarito: B</p><p>12</p><p>Caderno de questões de Direito Tributário</p><p>10. (Analista Processual/PGE-BA/FCC/2013) Sobre as espécies de tributos, é correto afirmar:</p><p>a) É indispensável para definir a natureza jurídica específica de um tributo verificar o destino do produto</p><p>da arrecadação, mas é irrelevante a denominação que se dá ao tributo.</p><p>b) As contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico, de interesse das categorias profissio-</p><p>nais ou econômicas, para custeio do serviço de iluminação pública e de melhoria estão definidas no</p><p>Código Tributário Nacional no que pertine aos fatos geradores, base de cálculo e contribuintes.</p><p>c) A taxa tem por fato gerador a prestação efetiva ou potencial de serviço público específico e divisível,</p><p>não se confundindo com a contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública nem quanto</p><p>ao fato gerador, nem quanto à classificação constitucional da competência.</p><p>d) A contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública é uma espécie de contribuição me-</p><p>lhoria, pois se presta a custear os serviços de iluminação pública no que se refere às obras para</p><p>implantação e manutenção das redes de transmissão e energia elétrica.</p><p>e) As taxas e os impostos podem ter natureza jurídica de contribuição, desde que estejam vinculados a</p><p>uma destinação específica e sejam instituídos no campo da competência residual.</p><p>Alternativa A – Errada. A regra geral, prevista no art. 4º do CTN, é de que é indispensável ana-</p><p>lisar o fato gerador para determinar a natureza jurídica do tributo. O destino da arrecadação</p><p>passa a ser requisito quando estivermos diante dos empréstimos compulsórios e contribuições</p><p>especiais, o que não foi mencionado na alternativa.</p><p>Alternativa B – Errada. No CTN apenas estão previstos impostos, taxas e contribuição de melho-</p><p>ria. As demais contribuições citadas estão compreendidas nas chamadas contribuições especiais,</p><p>que surgiram a partir da CF/88.</p><p>Alternativa C – Apesar de ter sido considerada correta pela banca, a assertiva incorre em erro. O</p><p>fato gerador das taxas de serviço é a sua utilização e não a prestação. A utilização pode ser efetiva</p><p>ou potencial, porém a prestação é sempre efetiva. De qualquer forma, optou a banca por manter</p><p>essa alternativa como gabarito da questão, quando deveria anulá-la.</p><p>Alternativa D – Errada. Não há qualquer relação entre a contribuição de melhoria, que decorre</p><p>de obra pública, e a contribuição para o serviço de iluminação pública.</p><p>Alternativa E – Errada. Os impostos e as taxas têm fatos geradores bem característicos. Já as</p><p>contribuições, muitas vezes, apresentam fatos geradores típicos de impostos. Além disso, os im-</p><p>postos não podem ter destinação específica, por força do art. 167, IV, da Constituição Federal.</p><p>Gabarito: C</p><p>11. (Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil/ESAF/2014) Sobre a extrafiscalidade, julgue os itens a seguir,</p><p>classificando-os como certos ou errados. Em seguida, assinale a opção correta.</p><p>I. Na medida em que se pode, através do manejo das alíquotas do imposto de importação, onerar mais</p><p>ou menos o ingresso de mercadorias estrangeiras no território nacional, até o ponto de inviabilizar</p><p>economicamente determinadas operações, revela-se o potencial de tal instrumento tributário na con-</p><p>dução e no controle do comércio exterior.</p><p>II. Por meio da tributação extrafiscal, não pode o Estado intervir sobre o domínio econômico, manipu-</p><p>lando ou orientando o comportamento dos destinatários da norma a fim de que adotem condutas</p><p>condizentes com os objetivos estatais.</p><p>III. A extrafiscalidade em sentido próprio engloba as normas jurídico-fiscais de tributação (impostos e</p><p>agravamento de impostos) e de não tributação (benefícios fiscais).</p><p>13</p><p>George Firmino</p><p>IV. Não existe, porém, entidade tributária que se possa dizer pura, no sentido de realizar tão somente a</p><p>fiscalidade ou a extrafiscalidade. Os dois objetivos convivem, harmônicos, na mesma figura impositi-</p><p>va, sendo apenas lícito verificar que, por vezes, um predomina sobre o outro.</p><p>a) Apenas I, II e IV estão corretas.</p><p>b) Apenas I e IV estão corretas.</p><p>c) Apenas II e IV estão corretas.</p><p>d) Apenas I, III e IV estão corretas.</p><p>e) Todas as alternativas estão corretas</p><p>Paulo de Barros Carvalho ensina que não existe entidade tributária que se possa dizer pura, no</p><p>sentido de realizar tão só a fiscalidade, ou, unicamente, a extrafiscalidade. Os dois objetivos con-</p><p>vivem harmônicos, na mesma figura impositiva, sendo lícito apenas verificar que um predomina</p><p>sobre o outro.</p><p>Podemos então concluir que um tributo é preponderantemente fiscal ou preponderantemente</p><p>extrafiscal.</p><p>Analisemos as assertivas.</p><p>Item I – Correto. Por meio da extrafiscalidade é possível atingir outros objetivos distintos da</p><p>principal meta do governo. Entre eles,</p><p>Tributária, e admite exceções. Dentre estas, a redução e o restabelecimento por ato do</p><p>Poder Executivo da alíquota da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico − CIDE relativa</p><p>às atividades de comercialização de álcool combustível.</p><p>A Constituição Federal, no art. 150, incisos I a V, estabelece os princípios constitucionais tribu-</p><p>tários, que dão contorno a toda a legislação tributária e são de observância obrigatória por todos</p><p>os entes. A questão versa sobre o princípio da legalidade, previsto no inciso I.</p><p>LEGALIDADE – É vedado à União, aos Estados, ao DF e aos Municípios exigir ou aumentar</p><p>tributo sem lei que o estabeleça.</p><p>Bastava ao candidato identificar as exceções a esse princípio.</p><p>Em seu art. 153, § 1º, a Constituição prevê exceções à aplicação do princípio da legalidade, ao</p><p>definir que é facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em</p><p>lei, alterar as alíquotas do imposto de importação, imposto de exportação, IPI e IOF.</p><p>Além disso, há previsão no art. 155, §4º, IV, para que as alíquotas do ICMS monofásico sobre</p><p>combustíveis sejam definidas mediante deliberação dos Estados e Distrito Federal. Uma última</p><p>possibilidade de exceção à legalidade é a redução e o restabelecimento das alíquotas da CIDE-</p><p>-Combustíveis, nos termos do art. 177, § 1º, I, b, da CF/88.</p><p>Assim, as exceções se referem a alterações por meio de ato infralegal, editado pelo Poder Executivo.</p><p>Dessa forma, para fixar esses conceitos, vejamos de modo esquematizado essas exceções.</p><p>Exceções ao Princípio da Legalidade Tributária</p><p>Alteração de Alíquotas Definição de Alíquotas Redução e Restabelecimento</p><p>de Alíquotas</p><p>II</p><p>IE</p><p>IPI</p><p>IOF</p><p>ICMS monofásico</p><p>sobre combustíveis CIDE-COMBUSTÍVEIS</p><p>84</p><p>Caderno de questões de Direito Tributário</p><p>Vale destacar a possibilidade de estabelecimento de alíquotas máximas e mínimas pelo Senado</p><p>Federal. Na realidade, isso não constitui exceção ao princípio da legalidade, eis que a resolução</p><p>do Senado é ato normativo com força de lei.</p><p>Gabarito: E</p><p>14. (Promotor de Justiça/MPE-RR/Cespe/2017) A imunidade tributária assegurada às instituições de educação</p><p>sem fins lucrativos garante imunidade apenas para os</p><p>a) impostos, não vedando a instituição de outras modalidades de tributos.</p><p>b) tributos que incidam sobre sua renda e seu patrimônio, não afastando a cobrança de tributos que</p><p>incidam sobre os serviços por elas prestados.</p><p>c) impostos e contribuições sociais, não impedindo a cobrança de taxas, empréstimos compulsórios e</p><p>contribuições de melhoria.</p><p>d) tributos de competência da União, não prevendo a não incidência de tributos que sejam de compe-</p><p>tência dos estados, dos municípios ou do DF.</p><p>Imunidade estabelecida no art. 150, VI, c, define que é vedado à União, aos Estados, ao DF e aos</p><p>Municípios instituir impostos sobre patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, in-</p><p>clusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e</p><p>de assistência, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei.</p><p>Apenas compreende o patrimônio, a renda e os serviços relacionados com as atividades essen-</p><p>ciais das entidades.</p><p>Gabarito: A</p><p>15. (Auditor/TCE-PA/Cespe/2016) Com base nas normas gerais e constitucionais de direito tributário, julgue</p><p>o item que se segue.</p><p>O princípio da legalidade tributária impede tanto o aumento como a criação de qualquer tributo, senão</p><p>por meio de lei.</p><p>( ) Certo</p><p>( ) Errado</p><p>Embora a assertiva discorra sobre o princípio da legalidade, no caso de majoração de alguns</p><p>tributos, há exceção expressa na própria Constituição, permitindo a alteração de alíquotas por</p><p>meio de ato do Poder Executivo.</p><p>O erro da questão está em generalizar, ignorando a existências das exceções constitucionais.</p><p>Gabarito: errada.</p><p>16. (Auditor-Fiscal do Tesouro Estadual/Sefaz-PE/FCC/2014) De acordo com a Constituição Federal,</p><p>a) é vedado aos Estados e ao Distrito Federal instituir tratamento tributário diferenciado entre bens e</p><p>serviços, em razão de sua procedência ou destino, salvo nos casos em que tenha por propósito a</p><p>redução das desigualdades econômicas das entidades políticas, ou mediante convênio firmado entre</p><p>as Unidades da Federação.</p><p>b) é vedado à União instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos</p><p>Municípios.</p><p>85</p><p>George Firmino</p><p>c) é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir tributos sobre patrimônio,</p><p>renda ou serviços, uns dos outros.</p><p>d) a União poderá instituir taxa, mediante lei complementar, com base de cálculo própria de imposto,</p><p>desde que compreendido em sua competência tributária.</p><p>e) é vedado à União conceder incentivos fiscais em favor de Estado, Distrito Federal ou Município, ain-</p><p>da que destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico entre as diferentes</p><p>regiões do País.</p><p>Alternativa A – Errada. A assertiva mistura diretriz constitucional definida para a União (art.</p><p>151, I), ou princípio da uniformidade geográfica, com o princípio da não discriminação em rela-</p><p>ção à origem ou destino, aplicável aos Estados, DF e Municípios (art. 152).</p><p>Alternativa B – Correta. Trata-se da vedação à instituição de isenções heterônomas, previsto no</p><p>art. 151, II, da Constituição Federal.</p><p>Alternativa C – Errada. A assertiva está incorreta apenas por trazer a expressão “tributos”, quan-</p><p>do deveria ser “impostos” para caracterizar a imunidade recíproca.</p><p>Alternativa D – Errada. Alternativa totalmente sem sentido. A taxa requer apenas lei ordinária e</p><p>não pode ter base de cálculo própria de imposto.</p><p>Alternativa E – Errada. A assertiva contraria a permissão prevista no art. 151, I, da Constituição</p><p>Federal.</p><p>Gabarito: B</p><p>17. (Procurador/Fortaleza/Cespe/2017) A respeito das limitações constitucionais ao poder de tributar, julgue</p><p>o item que se segue, de acordo com a interpretação do STF. O princípio da isonomia pressupõe a compa-</p><p>ração entre sujeitos, o que, em matéria tributária, é efetivado pelo princípio da capacidade contributiva</p><p>em seu aspecto subjetivo.</p><p>( ) Certo</p><p>( ) Errado</p><p>A isonomia requer a comparação entre sujeitos, a fim de tratar de forma igual os que se encontram</p><p>em situações iguais e tratar de forma diferenciada aqueles que estão em condições desiguais.</p><p>Logo, há que se observar os critérios diferenciadores entre os sujeitos para aplicar a isonomia,</p><p>sendo a capacidade contributiva o grande norteador.</p><p>Gabarito: certa.</p><p>18. (Procurador/Fortaleza/Cespe/2017) Julgue o item a seguir, em relação aos impostos discriminados na</p><p>CF. O princípio da seletividade aplica-se impositivamente ao IPI e facultativamente ao ICMS em função</p><p>da essencialidade dos produtos, das mercadorias e dos serviços, de modo a assegurar a concretização</p><p>da isonomia no âmbito da tributação do consumo.</p><p>( ) Certo</p><p>( ) Errado</p><p>A seletividade, uma das manifestações do princípio da capacidade contributiva, estabelece a iso-</p><p>nomia à medida que tributa os produtos mais supérfluos com maior carga, quando em compa-</p><p>rado aos itens mais essenciais.</p><p>86</p><p>Caderno de questões de Direito Tributário</p><p>Por determinação constitucional, o IPI deve observar a seletividade na tributação dos produtos</p><p>industrializados. Porém, o ICMS poderá ser seletivo, não havendo imposição expressa no texto</p><p>constitucional.</p><p>Gabarito: certa.</p><p>19. (Juiz Substituto/TJ-PE/FCC/2011) A regra da anterioridade, que veda cobrar tributos no mesmo exercício</p><p>financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou, NÃO se aplica</p><p>a) aos impostos de importação e exportação.</p><p>b) ao IR.</p><p>c) ao ITR.</p><p>d) às contribuições sociais.</p><p>e) aos impostos estaduais.</p><p>A Constituição prevê como exceções à aplicação do princípio da anterioridade o imposto de im-</p><p>portação, imposto de exportação, IPI e IOF, impostos extraordinários de guerra e empréstimos</p><p>compulsórios em caso de guerra externa ou sua iminência ou calamidade pública. Novamente</p><p>ganham destaque os impostos com caráter extrafiscal.</p><p>Além disso, há previsão no art. 155, § 4º, IV, para que o ICMS monofásico sobre combustíveis</p><p>não atenda a este princípio. Outra possibilidade de exceção à anterioridade é a CIDE-Combustí-</p><p>veis, nos termos do art. 177, § 1º, I, b, da CF/88. Para ambos os casos, os tributos figuram como</p><p>exceção ao princípio da anterioridade apenas na hipótese de restabelecimento das alíquotas.</p><p>Há, ainda, previsão constitucional para exceção ao princípio da anterioridade para as contribui-</p><p>ções para financiamento da Seguridade Social, nos termos do art. 195, § 6º.</p><p>Fixemos essas exceções de forma esquematizada:</p><p>Exceções ao Princípio da Anterioridade</p><p>II, IE, IPI, IOF, IEG e empréstimo compulsório (em caso de guerra e calamidade)</p><p>Contribuições para financiamento da Seguridade Social</p><p>CIDE-Combustíveis e ICMS monofásico (apenas restabelecimento de alíquota)</p><p>Os empréstimos compulsórios somente figuram como exceção à anterioridade em caso de guer-</p><p>ra e calamidade. Na hipótese de investimento público de caráter urgente e relevante interesse</p><p>nacional, obedecem ao princípio. Gabarito: A</p><p>20. (Procurador/Fortaleza/Cespe/2017) A respeito das limitações constitucionais ao poder de tributar, julgue</p><p>o item que se segue, de acordo com a interpretação do STF. O princípio da anterioridade do exercício,</p><p>cláusula pétrea do sistema constitucional, obsta a eficácia imediata de norma tributária que institua ou</p><p>majore tributo existente, o que não impede a eficácia, no mesmo exercício, de norma que reduza desconto</p><p>para pagamento de tributo ou que altere o prazo legal de recolhimento do crédito.</p><p>( ) Certo</p><p>( ) Errado</p><p>87</p><p>George Firmino</p><p>A anterioridade é uma garantia ao contribuinte, permitindo um prazo razoável para que não</p><p>sofra a incidência imediata do aumento de tributos.</p><p>Quando uma lei do ente tributante oferece alguma vantagem ao contribuinte, tal como o descon-</p><p>to pelo pagamento antecipado, não se confunde com a tributação para fins de aplicação da lei.</p><p>Revogado eventual desconto pelo atendimento de algumas condições, não há que se observar a</p><p>anterioridade, produzindo efeitos imediatos. Assim entende o STF:</p><p>Art. 3º da Lei 15.747, de 24 de dezembro de 2007, do Estado do Paraná, que</p><p>estabelece como data inicial de vigência da lei a data de sua publicação. Alte-</p><p>ração de dispositivos da Lei 14.260/2003, do Estado do Paraná, a qual dispõe</p><p>sobre o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores – IPVA. Ale-</p><p>gada violação ao art. 150, III, c, da CF. A redução ou a extinção de descon-</p><p>to para pagamento de tributo sob determinadas condições previstas em lei,</p><p>como o pagamento antecipado em parcela única, não pode ser equiparada à</p><p>majoração do tributo em questão, no caso, o IPVA. Não incidência do princí-</p><p>pio da anterioridade tributária. Vencida a tese de que a redução ou supressão</p><p>de desconto previsto em lei implica, automática e aritmeticamente, aumento</p><p>do valor do tributo devido. Medida cautelar indeferida. (ADI 4.016 MC, rel.</p><p>min. Gilmar Mendes, j. 1º-8-2008, P, DJE de 24-4-2009.)</p><p>Gabarito: Certa</p><p>21. (Auditor-Fiscal da Receita Federal/ESAF/2012) No tocante à imunidade tributária recíproca, assinale o</p><p>único item que não corresponde ao entendimento do STF acerca do tema.</p><p>a) Sociedade de economia mista prestadora de serviço público de água e esgoto.</p><p>b) Sociedades de economia mista prestadoras de ações e serviços de saúde, cujo capital social seja</p><p>majoritariamente estatal.</p><p>c) Empresa pública a quem a União atribui a execução de serviços de infraestrutura aeroportuária.</p><p>d) Empresa pública encarregada de manter o serviço postal.</p><p>e) Caixa de Assistência aos Advogados, vinculada à Ordem dos Advogados do Brasil.</p><p>Essa questão complementa o entendimento que cimos no item II da questão anterior. O STF tem</p><p>reconhecido a aplicação da imunidade recíproca não apenas às empresas públicas, mas também</p><p>às sociedades de economia mista, que, apesar de terem em seu capital recursos públicos, também</p><p>têm a participação de capital privado.</p><p>Não obstante as possíveis críticas, em se tratando de prova de concurso público, deve ser guarda-</p><p>do o entendimento do STF. E é com base nesse entendimento que esta questão deve ser respon-</p><p>dida, pois assim o enunciado exige.</p><p>Alternativa A – Correta.</p><p>A jurisprudência do STF entende que a sociedade de economia mista pres-</p><p>tadora de serviço público de água e esgoto é abrangida pela imunidade tri-</p><p>butária recíproca, nos termos da alínea a do inciso VI do art. 150 da CF.</p><p>(RE 631.309-AgR, Rel. Min. Ayres Britto, julgamento em 27-3-2012, Segunda</p><p>Turma, DJE de 26-4-2012.)</p><p>88</p><p>Caderno de questões de Direito Tributário</p><p>Alternativa B – Correta.</p><p>As sociedades de economia mista prestadoras de ações e serviços de saúde,</p><p>cujo capital social seja majoritariamente estatal, gozam da imunidade tribu-</p><p>tária prevista na alínea a do inciso VI do art. 150 da CF. (RE 580.264, Rel.</p><p>p/ o ac. Min. Ayres Britto, julgamento em 16-12-2010, Plenário, DJE de 6-10-</p><p>2011, com repercussão geral.)</p><p>Alternativa C – Correta.</p><p>Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária – INFRAERO. Empre-</p><p>sa pública. Imunidade recíproca. Art. 150, VI, a, da CF/1988. A Infraero,</p><p>empresa pública prestadora de serviço público, está abrangida pela imuni-</p><p>dade tributária prevista no art. 150, VI, a, da Constituição. Não incide ISS</p><p>sobre a atividade desempenhada pela Infraero na execução de serviços de</p><p>infraestrutura aeroportuária, atividade que lhe foi atribuída pela União. (RE</p><p>524.615-AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 9-9-2008, Segunda Tur-</p><p>ma, DJE de 3-10-2008.)</p><p>Alternativa D – Correta.</p><p>Imunidade recíproca. Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. (...) Exer-</p><p>cício simultâneo de atividades em regime de exclusividade e em concorrên-</p><p>cia com a iniciativa privada. Irrelevância. Existência de peculiaridades no</p><p>serviço postal. Incidência da imunidade prevista no art. 150, VI, a, da CF.</p><p>(RE 601.392, rel. p/ o ac. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 28-2-2013,</p><p>Plenário, DJE de 5-6-2013, com repercussão geral.)</p><p>Alternativa E – Errada.</p><p>A Caixa de Assistência dos Advogados, instituída nos termos dos arts. 45, IV,</p><p>e 62 da Lei 8.906/1994, não desempenha as atividades inerentes à OAB (defe-</p><p>sa da Constituição, da ordem jurídica do Estado democrático de direito, dos</p><p>direitos humanos, da justiça social. Também não lhe compete privativamen-</p><p>te promover a representação, a defesa, a seleção e a disciplina dos advogados</p><p>em toda a República Federativa do Brasil). Trata-se de entidade destinada a</p><p>prover benefícios pecuniários e assistenciais a seus associados. Por não se</p><p>revelar instrumentalidade estatal, a Caixa de Assistência dos Advogados não</p><p>é protegida pela imunidade tributária recíproca (art. 150, VI, a da Constitui-</p><p>ção). A circunstância de a Caixa de Assistência integrar a estrutura maior</p><p>da OAB não implica na extensão da imunidade, dada a dissociação entre as</p><p>atividades inerentes à atuação da OAB e as atividades providas em benefício</p><p>individual dos associados. (RE 233.843, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julga-</p><p>mento em 1º-12-2009, Segunda Turma, DJE de 18-12-2009.)</p><p>Gabarito: E</p><p>89</p><p>George Firmino</p><p>22. (Procurador da Fazenda Nacional/ESAF/2015) É imune da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL):</p><p>a) as entidades beneficentes de assistência social que não aufiram lucro e atendam às demais condições legais.</p><p>b) as entidades beneficentes de assistência social que não remunerem seus diretores e atendam às de-</p><p>mais condições legais.</p><p>c) as instituições de caráter filantrópico, recreativo, cultural e científico e as associações civis que prestem</p><p>os serviços para os quais houverem sido instituídas e os coloquem à disposição do grupo de pessoas</p><p>a que se destinam, sem fins lucrativos.</p><p>d) a entidade binacional Itaipu.</p><p>e) as entidades fechadas de previdência complementar.</p><p>Dispõe o art. 195, § 7º, da Constituição Federal que são isentas de contribuição para a seguridade</p><p>social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei.</p><p>Em primeiro lugar, cumpre destacar que se trata de imunidade, eis que corresponde à limitação</p><p>ao poder de tributar previsto expressamente</p><p>na Constituição.</p><p>Além disso, destaque-se que a imunidade abrange as entidades beneficentes de assistência social,</p><p>mas não a estende a outras entidades de caráter filantrópico.</p><p>Quanto aos requisitos para o gozo da imunidade, a Constituição Federal remete à disciplina</p><p>legal. Esses requisitos foram estabelecidos no art. 14 do CTN:</p><p>Art. 14. O disposto na alínea c do inciso IV do artigo 9º é subordinado à</p><p>observância dos seguintes requisitos pelas entidades nele referidas:</p><p>I – não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas,</p><p>a qualquer título;</p><p>II – aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manutenção dos</p><p>seus objetivos institucionais;</p><p>III – manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos</p><p>de formalidades capazes de assegurar sua exatidão.</p><p>§ 1º Na falta de cumprimento do disposto neste artigo, ou no § 1º do artigo</p><p>9º, a autoridade competente pode suspender a aplicação do benefício.</p><p>§ 2º Os serviços a que se refere a alínea c do inciso IV do artigo 9º são</p><p>exclusivamente, os diretamente relacionados com os objetivos institucio-</p><p>nais das entidades de que trata este artigo, previstos nos respectivos esta-</p><p>tutos ou atos constitutivos.</p><p>Gabarito: B</p><p>90</p><p>Caderno de questões de Direito Tributário</p><p>23. (Assessor Jurídico/TCE-PI/FCC/2014) Um Estado brasileiro, em 11 de novembro de 2013, publicou lei</p><p>ordinária (Lei nº 01/2013) que fixou a base de cálculo do IPVA para o ano de 2014 relativa a veículos</p><p>usados. A nova base de cálculo fixada é equivalente à base de cálculo fixada para o ano de 2013 mais</p><p>um acréscimo de 6% para todos os veículos automotores registrados e licenciados no Estado, exceto no</p><p>que se refere aos veículos movidos exclusivamente a gasolina, cuja base de cálculo não foi alterada. A</p><p>mesma lei (Lei nº 01/2013) alterou a alíquota do IPVA no Estado, passando de 3% para 5% a alíquota</p><p>aplicável aos veículos movidos exclusivamente a gasolina. Considerando as informações acima e os</p><p>princípios constitucionais em matéria tributária, os efeitos do aumento da base de cálculo e da alíquota,</p><p>introduzidos pela Lei nº01/2013, se aplicam nos fatos geradores relacionados</p><p>a) aos veículos licenciados naquele Estado, exceto aos movidos exclusivamente a gasolina, desde sua</p><p>publicação.</p><p>b) a todos os veículos licenciados naquele Estado, a partir de 1º de janeiro de 2014.</p><p>c) aos veículos licenciados naquele Estado, exceto aos movidos exclusivamente a gasolina, a partir de</p><p>1º de janeiro de 2014.</p><p>d) a todos os veículos licenciados naquele Estado, desde a data de sua publicação.</p><p>e) aos veículos licenciados naquele Estado, exceto aos movidos exclusivamente a gasolina, apenas a</p><p>partir de 10 de fevereiro de 2014.</p><p>Ocorreram duas alterações na legislação. Analisemos as inovações promovidas pela lei de 11/11/2003:</p><p>•	 Acréscimo em 6% na base de cálculo, exceto para os veículos movidos exclusivamente a gasolina.</p><p>•	 Majoração da alíquota para 5%, apenas para os veículos movidos exclusivamente a gasolina.</p><p>A questão se resolve pelo conhecimento da aplicação dos princípios constitucionais tributários</p><p>no caso específico do IPVA.</p><p>O imposto deve obediência à anterioridade e constitui exceção em relação à anterioridade no-</p><p>nagesimal. Contudo, a exceção abrange apenas as alterações da base de cálculo. Majoração de</p><p>alíquotas continuam obedecendo ao princípio.</p><p>Sendo assim, qualquer uma das alterações produzirá efeitos apenas no exercício seguinte e a</p><p>alteração da base de cálculo não precisaria esperar o prazo de noventa dias.</p><p>Logo, os veículos movidos exclusivamente a gasolina sofreriam os efeitos já a partir do primeiro</p><p>dia do exercício seguinte, ou seja, 1º de janeiro de 2013.</p><p>Gabarito: C</p><p>24. (Auditor-Fiscal da Receita Federal/ESAF/2012) A Constituição Federal de 1988 veda aos entes tributan-</p><p>tes instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida</p><p>qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente</p><p>da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos. Considerando decisões emanadas do STF</p><p>sobre o tema, assinale a opção incorreta.</p><p>a) A exclusão do arrendamento mercantil do campo de aplicação do regime de admissão temporária</p><p>não constitui violação ao princípio da isonomia tributária.</p><p>b) A progressividade da alíquota, que resulta do rateio do custo da iluminação pública entre os consumi-</p><p>dores de energia elétrica, não afronta o princípio da isonomia.</p><p>c) A sobrecarga imposta aos bancos comerciais e às entidades financeiras, no tocante à contribuição</p><p>previdenciária sobre a folha de salários, fere o princípio da isonomia tributária.</p><p>91</p><p>George Firmino</p><p>d) Lei complementar estadual que isenta os membros do Ministério Público do pagamento de custas judi-</p><p>ciais, notariais, cartorárias e quaisquer taxas ou emolumentos fere o princípio da isonomia.</p><p>e) Não há ofensa ao princípio da isonomia tributária se a lei, por motivos extrafiscais, imprime tratamento</p><p>desigual a microempresas e empresas de pequeno porte de capacidade contributiva distinta, afastan-</p><p>do do regime do simples aquelas cujos sócios têm condição de disputar o mercado de trabalho sem</p><p>assistência do Estado.</p><p>O enunciado nos remete às decisões do STF que versem sobre o princípio constitucional da iso-</p><p>nomia tributária.</p><p>Alternativa A – Correta.</p><p>Violação do princípio da isonomia (art. 150, II, da Constituição), na medida</p><p>em que o art. 17 da Lei 6.099/1974 proíbe a adoção do regime de admissão</p><p>temporária para as operações amparadas por arrendamento mercantil. Im-</p><p>procedência. A exclusão do arrendamento mercantil do campo de aplicação</p><p>do regime de admissão temporária atende aos valores e objetivos já antevistos</p><p>no projeto de lei do arrendamento mercantil, para evitar que o leasing se torne</p><p>opção por excelência devido às virtudes tributárias e não em razão da função</p><p>social e do escopo empresarial que a avença tem. (RE 429.306, Rel. Min. Joa-</p><p>quim Barbosa, julgamento em 1º-2-2011, Segunda Turma, DJE de 16-3-2011.)</p><p>Alternativa B – Correta.</p><p>Lei que restringe os contribuintes da Cosip aos consumidores de energia</p><p>elétrica do município não ofende o princípio da isonomia, ante a impossibi-</p><p>lidade de se identificar e tributar todos os beneficiários do serviço de ilumi-</p><p>nação pública. A progressividade da alíquota, que resulta do rateio do custo</p><p>da iluminação pública entre os consumidores de energia elétrica, não afronta</p><p>o princípio da capacidade contributiva. Tributo de caráter sui generis, que</p><p>não se confunde com um imposto, porque sua receita se destina a finalidade</p><p>específica, nem com uma taxa, por não exigir a contraprestação individua-</p><p>lizada de um serviço ao contribuinte. Exação que, ademais, se amolda aos</p><p>princípios da razoabilidade e da proporcionalidade. (RE 573.675, Rel. Min.</p><p>Ricardo Lewandowski, julgamento em 25-3-2009, Plenário, DJE de 22-5-</p><p>2009, com repercussão geral.)</p><p>Alternativa C – Errada.</p><p>Medida cautelar. Efeito suspensivo a recurso extraordinário. Instituição fi-</p><p>nanceira. Contribuição previdenciária sobre a folha de salários. Adicional.</p><p>Parágrafo 1º do art. 22 da Lei 8.212/1991. A sobrecarga imposta aos bancos</p><p>comerciais e às entidades financeiras, no tocante à contribuição previdenciá-</p><p>ria sobre a folha de salários, não fere, à primeira vista, o princípio da isono-</p><p>mia tributária, ante a expressa previsão constitucional (Emenda de Revisão</p><p>1/1994 e EC 20/1998, que inseriu o § 9º no art. 195 do Texto permanente).</p><p>Liminar a que se nega referendo. Processo extinto. (AC 1.109-MC, Rel. p/ o</p><p>ac. Min. Ayres Britto, julgamento em 31-5-2007, Plenário, DJ de 19-10-2007.)</p><p>92</p><p>Caderno de questões de Direito Tributário</p><p>Alternativa D – Correta.</p><p>A lei complementar estadual que isenta os membros do Ministério Público</p><p>do pagamento de custas judiciais, notariais, cartorárias e quaisquer taxas</p><p>ou emolumentos fere o disposto no art. 150, II, da Constituição do Brasil.</p><p>O texto constitucional consagra o princípio da igualdade de tratamento aos</p><p>contribuintes. Precedentes.</p><p>Ação direta julgada procedente para declarar a</p><p>inconstitucionalidade do art. 271 da Lei Orgânica e Estatuto do Ministério</p><p>Público do Estado do Rio Grande do Norte – LC 141/1996. (ADI 3.260, Rel.</p><p>Min. Eros Grau, julgamento em 29-3-2007, Plenário, DJ de 29-6-2007.)</p><p>Alternativa E – Correta.</p><p>Não há ofensa ao princípio da isonomia tributária se a lei, por motivos ex-</p><p>trafiscais, imprime tratamento desigual a microempresas e empresas de pe-</p><p>queno porte de capacidade contributiva distinta, afastando do regime do</p><p>simples aquelas cujos sócios têm condição de disputar o mercado de trabalho</p><p>sem assistência do Estado. (ADI 1.643, Rel. Min. Maurício Corrêa, julga-</p><p>mento em 5-12-2002, Plenário, DJ de 14-3-2003.)</p><p>Gabarito: C</p><p>25. (Auditor/TCE-SP/FCC/2013) É vedada a limitação ao tráfego de pessoas ou bens por meio de tributos</p><p>interestaduais ou intermunicipais. A proibição refere-se ao princípio da</p><p>a) não discriminação em razão da procedência ou destino, que deve ser observado por todos os entes</p><p>federados, tendo como exceção a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo</p><p>poder público.</p><p>b) liberdade do tráfego de pessoas e bens, que deve ser observado por todos os entes federados, tendo</p><p>como exceção a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo poder público.</p><p>c) liberdade do tráfego de pessoas e bens, sendo direcionado unicamente à União, Estados e Distrito Federal,</p><p>tendo como exceção a cobrança do pedágio pela utilização de vias conservadas pelo poder público.</p><p>d) não discriminação em razão da procedência ou destino, que deve ser observado por todos os entes</p><p>federados, não contemplando exceção.</p><p>e) não discriminação em razão da procedência ou destino, que deve ser observado pela União, Estados</p><p>e Distrito Federal, tendo como exceção a cobrança do pedágio pela utilização de vias conservadas</p><p>pelo poder público.</p><p>Alternativa A – Errada. O enunciado não trata da não discriminação em função da procedência</p><p>ou destino e sim da não limitação ao tráfego. Ademais, o princípio citado na alternativa é dire-</p><p>cionado apenas aos Estados, DF e Municípios e não a todos os entes como propõe a assertiva.</p><p>Alternativa B – Correta. O enunciado se refere ao princípio tributário da não limitação ao tráfe-</p><p>go, que orienta a tributação de todos os entes federados, havendo ressalva constitucional para a</p><p>instituição de pedágio, quando as vias forem conservadas pelo poder público.</p><p>Alternativa C – Errada. O princípio da liberdade de tráfego é direcionado também aos Municípios.</p><p>Alternativa D – Errada. O enunciado não trata da não discriminação em função da procedência</p><p>ou destino e sim da não limitação ao tráfego. Ademais, o princípio citado na alternativa é dire-</p><p>cionado apenas aos Estados, DF e Municípios e não a todos os entes como propõe a assertiva.</p><p>93</p><p>George Firmino</p><p>Alternativa E – Errada. O enunciado não trata da não discriminação em função da procedência</p><p>ou destino e sim da não limitação ao tráfego. Ademais, o princípio citado na alternativa é dire-</p><p>cionado também aos Municípios, mas não à União.</p><p>Gabarito: B</p><p>26. (Juiz Substituto/TJ-PI/FCC/2015) Em janeiro de 2015, o Banco Gaita S/A recebeu do Município de Teresina</p><p>o carnê para o pagamento do imposto predial e territorial urbano (IPTU) devido em 2015. Surpresos, os</p><p>dirigentes do Banco constataram significativo aumento desse tributo em relação àquele devido em 2014.</p><p>Além disto, antecipou-se a data do pagamento do IPTU devido, se comparada àquela anteriormente fixa-</p><p>da para liquidação desse imposto municipal em 2014. Consultando a legislação municipal, os dirigentes</p><p>do Banco apuraram que, em novembro de 2014, a municipalidade editou decreto alterando a data de</p><p>pagamento desse imposto, corrigindo monetariamente o valor venal dos imóveis pelo índice oficial de</p><p>inflação, após o que, também por decreto, alterou as importâncias constantes da planta genérica de</p><p>valores em vista da elevação dos valores venais vigentes. Neste caso, pode-se exigir o IPTU de 2015 na</p><p>data de pagamento fixada para liquidação do imposto em</p><p>a) 2015, com correção monetária dos valores venais dos imóveis pelo índice oficial de inflação e alte-</p><p>ração das importâncias constantes da planta genérica de valores em vista da elevação dos valores</p><p>venais vigentes.</p><p>b) 2015, afastada a correção monetária dos valores venais dos imóveis pelo índice oficial de inflação</p><p>e a alteração das importâncias constantes da planta genérica de valores em vista da elevação dos</p><p>valores venais vigentes.</p><p>c) 2014, com correção monetária dos valores venais dos imóveis pelo índice oficial de inflação e alte-</p><p>ração das importâncias constantes da planta genérica de valores em vista da elevação dos valores</p><p>venais vigentes.</p><p>d) 2015, com correção monetária dos valores venais dos imóveis pelo índice oficial de inflação, mas</p><p>sem a alteração das importâncias constantes da planta genérica de valores em vista da elevação dos</p><p>valores venais vigentes.</p><p>e) 2014, com correção monetária dos valores venais dos imóveis pelo índice oficial de inflação, mas</p><p>sem a alteração das importâncias constantes da planta genérica de valores em vista da elevação dos</p><p>valores venais vigentes.</p><p>Não se sujeitam ao princípio da legalidade:</p><p>Atualização monetária do tributo</p><p>A previsão de possibilidade de correção monetária do tributo deve constar em lei. Nesse sentido</p><p>aponta a jurisprudência dos tribunais superiores. Contudo, não há necessidade de que a própria</p><p>lei estabeleça que indexador será utilizado para essa atualização. Sendo assim, poderia um ato</p><p>infralegal, como um decreto, por exemplo, estabelecer o índice de correção, desde que exista</p><p>prévia disposição legal para a previsão da correção dos valores.</p><p>Atualização da base de cálculo</p><p>O art. 97, §2º, do Código Tributário Nacional, define que não constitui majoração de tributo a</p><p>atualização do valor monetário da respectiva base de cálculo.</p><p>Se formos analisar em termos práticos, obviamente, ao atualizar o valor da base de cálculo, o</p><p>tributo sofrerá um aumento. Contudo, para fins de aplicação do princípio da legalidade, essa</p><p>atualização monetária da base de cálculo não representa aumento de tributo. Essa é a inteligência</p><p>do CTN.</p><p>94</p><p>Caderno de questões de Direito Tributário</p><p>Data de vencimento do tributo e prazo de recolhimento</p><p>A data de vencimento do tributo, ou seja, a data limite para o recolhimento sem os acréscimos</p><p>legais, não constitui elemento da norma tributária impositiva. Em outras palavras, o vencimento</p><p>do tributo não guarda relação com sua instituição e, por isso, pode ser prevista em atos infralegais.</p><p>A alteração da planta genérica de valores (não confundir com a atualização monetária) requer a</p><p>aplicação do princípio da legalidade, ou seja, é necessária lei para as modificações.</p><p>Gabarito: D</p><p>27. (Auditor-Fiscal da Receita Federal/ESAF/2014) Sobre o entendimento do STF acerca da vedação da uti-</p><p>lização, por parte da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, dos tributos com efeitos de confisco,</p><p>pode-se afirmar que:</p><p>a) por veicular um conceito jurídico indeterminado, e não havendo diretriz objetiva e genérica, aplicável</p><p>a todas as circunstâncias, é permitido aos Tribunais que procedam à avaliação dos excessos eventu-</p><p>almente praticados pelo Estado, com apoio no prudente critério do Juiz.</p><p>b) a chamada ‘multa moratória’, que tem por objetivo sancionar o contribuinte que não cumpre suas</p><p>obrigações tributárias, prestigiando a conduta daqueles que pagam em dia seus tributos aos cofres</p><p>públicos, não possui caráter confiscatório, independentemente de seu importe.</p><p>c) o isolado aumento da alíquota do tributo em dez pontos percentuais é suficiente para comprovar seu</p><p>efeito de confisco.</p><p>d) não é cabível, em sede de controle normativo abstrato, a possibilidade de o Supremo Tribunal Federal</p><p>examinar se determinado tributo ofende, ou não, o princípio constitucional da não confiscatoriedade.</p><p>e) leis estaduais que estipulam margens mínima e máxima das custas, dos emolumentos e da taxa judi-</p><p>ciária e realizam uma disciplina progressiva</p><p>das alíquotas – somente sendo devido o pagamento dos</p><p>valores elevados para as causas que envolvam considerável vulto econômico – configuram ofensa ao</p><p>princípio constitucional do não confisco.</p><p>Mais uma questão que exige do candidato o conhecimento da jurisprudência do STF.</p><p>Alternativa A – Correta.</p><p>(...) a norma inscrita no art. 150, IV, da Constituição encerra uma cláusula</p><p>aberta, veiculadora de conceito jurídico indeterminado, reclamando, em con-</p><p>sequência, que os Tribunais, na ausência de ‘uma diretriz objetiva e genérica,</p><p>aplicável a todas as circunstâncias’ (ANTÔNIO ROBERTO SAMPAIO DÓ-</p><p>RIA, Direito Constitucional Tributário e Due Process of Law, p. 196, item n.</p><p>62, 2 ed., 1986, Forense) -- e tendo em consideração as limitações que derivam</p><p>do princípio da proporcionalidade --, procedam à avaliação dos excessos even-</p><p>tualmente praticados pelo Estado. (...) não há uma definição constitucional de</p><p>confisco em matéria tributária. Trata-se, na realidade, de um conceito aberto,</p><p>a ser utilizado pelo juiz, com apoio em seu prudente critério, quando chamado</p><p>a resolver os conflitos entre o poder público e os contribuintes. (ARE 712.285-</p><p>AgR, voto do rel. min. Celso de Mello, julgamento em 23-4-2013, Segunda</p><p>Turma, DJE de 28-6-2013.)</p><p>95</p><p>George Firmino</p><p>Alternativa B – Errada.</p><p>A aplicação da multa moratória tem o objetivo de sancionar o contribuinte</p><p>que não cumpre suas obrigações tributárias, prestigiando a conduta daque-</p><p>les que pagam em dia seus tributos aos cofres públicos. Assim, para que a</p><p>multa moratória cumpra sua função de desencorajar a elisão fiscal, de um</p><p>lado não pode ser pífia, mas, de outro, não pode ter um importe que lhe</p><p>confira característica confiscatória, inviabilizando inclusive o recolhimento</p><p>de futuros tributos. (RE 582.461, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em</p><p>18-5-2011, Plenário, DJE de 18-8-2011, com repercussão geral.)</p><p>Alternativa C – Errada.</p><p>Imposto de Importação – II. Aumento de alíquota de 4% para 14%. Deficiência</p><p>do quadro probatório. (...) A caracterização do efeito confiscatório pressupõe a</p><p>análise de dados concretos e de peculiaridades de cada operação ou situação,</p><p>tomando-se em conta custos, carga tributária global, margens de lucro e con-</p><p>dições pontuais do mercado e de conjuntura social e econômica (...). O isolado</p><p>aumento da alíquota do tributo é insuficiente para comprovar a absorção total</p><p>ou demasiada do produto econômico da atividade privada, de modo a torná-</p><p>-la inviável ou excessivamente onerosa. (RE 448.432-AgR, Rel. Min. Joaquim</p><p>Barbosa, julgamento em 20-4-2010, Segunda Turma, DJE de 28-5-2010.)</p><p>Alternativa D – Errada.</p><p>É cabível, em sede de controle normativo abstrato, a possibilidade de o Su-</p><p>premo Tribunal Federal examinar se determinado tributo ofende, ou não, o</p><p>princípio constitucional da não confiscatoriedade consagrado no art. 150, IV,</p><p>da CF. Hipótese que versa o exame de diploma legislativo (Lei 8.846/1994, art.</p><p>3º e seu parágrafo único) que instituiu multa fiscal de 300% (trezentos por</p><p>cento). A proibição constitucional do confisco em matéria tributária – ainda</p><p>que se trate de multa fiscal resultante do inadimplemento, pelo contribuinte,</p><p>de suas obrigações tributárias – nada mais representa senão a interdição, pela</p><p>Carta Política, de qualquer pretensão governamental que possa conduzir, no</p><p>campo da fiscalidade, à injusta apropriação estatal, no todo ou em parte, do</p><p>patrimônio ou dos rendimentos dos contribuintes, comprometendo-lhes, pela</p><p>insuportabilidade da carga tributária, o exercício do direito a uma existência</p><p>digna, ou a prática de atividade profissional lícita ou, ainda, a regular satisfa-</p><p>ção de suas necessidades vitais básicas. O poder público, especialmente em</p><p>sede de tributação (mesmo tratando-se da definição do quantum pertinente</p><p>ao valor das multas fiscais), não pode agir imoderadamente, pois a atividade</p><p>governamental acha-se essencialmente condicionada pelo princípio da razo-</p><p>abilidade que se qualifica como verdadeiro parâmetro de aferição da consti-</p><p>tucionalidade material dos atos estatais. (ADI 1.075-MC, Rel. Min. Celso de</p><p>Mello, julgamento em 17-6-1998, Plenário, DJ de 24-11-2006.)</p><p>Alternativa E – Errada.</p><p>(...) as Leis estaduais 6.688/1998 e 6.682/1998: estipulam margens mínima e má-</p><p>xima das custas, dos emolumentos e da taxa judiciária e realizam uma disciplina</p><p>progressiva das alíquotas – somente sendo devido o pagamento dos valores ele-</p><p>vados para as causas que envolvam considerável vulto econômico. (...) verifico</p><p>96</p><p>Caderno de questões de Direito Tributário</p><p>que não há, no presente caso, ofensa aos princípios do livre acesso ao Poder Judi-</p><p>ciário, da vedação ao confisco, da proibição do bis in idem, da proporcionalidade</p><p>e da razoabilidade (...). (ADI 2.078, voto Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento</p><p>em 17-3-2011, Plenário, DJE de 13-4-2011.)</p><p>Gabarito: A</p><p>28. (Julgador/Sefaz-PE/FCC/2015) De acordo com a Constituição Federal, sobre o sistema tributário nacional,</p><p>é correto afirmar:</p><p>a) Lei complementar poderá estabelecer critérios especiais de tributação, com o objetivo de prevenir</p><p>desequilíbrios da concorrência, sem prejuízo da competência de a União, por lei, estabelecer normas</p><p>de igual objetivo.</p><p>b) Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir contribuição previdenciária, cobrada</p><p>de seus servidores, em benefício destes, cuja alíquota não será superior à da contribuição dos servi-</p><p>dores titulares de cargos efetivos da União.</p><p>c) É vedado à União, Estados e Municípios instituir impostos sobre fonogramas e videofonogramas musi-</p><p>cais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras</p><p>em geral interpretadas por artistas brasileiros bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que</p><p>os contenham, inclusive na etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser.</p><p>d) A lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a condição de responsável pelo pa-</p><p>gamento de imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente, assegurada a</p><p>restituição da quantia paga no início do período de apuração seguinte, caso não se realize o fato</p><p>gerador presumido.</p><p>e) Os benefícios fiscais, salvo redução da base de cálculo e concessão de crédito presumido, relativos a</p><p>impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido mediante lei específica, federal, estadual</p><p>ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o correspondente tributo.</p><p>Alternativa A – Correta. A assertiva reproduz a literalidade do art. 145-A da Constituição Federal.</p><p>Alternativa B – Errada. A exigência constitucional é no sentido de que as alíquotas das contribui-</p><p>ções dos servidores estaduais e municipais não seja inferior àquela cobrada dos servidores federais.</p><p>Alternativa C – Errada. A ressalva final do texto constitucional é de que os impostos incidem na</p><p>etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser.</p><p>Alternativa D – Errada. Nos termos do art. 150, § 7º, da Constituição Federal, é assegurada a</p><p>restituição imediata.</p><p>Alternativa E – Errada. Conforme determina o § 6º, do art. 150, da Constituição, qualquer subsí-</p><p>dio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou remissão,</p><p>relativos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido mediante lei específica,</p><p>federal, estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o</p><p>correspondente tributo ou contribuição.</p><p>Gabarito: A</p><p>97</p><p>George Firmino</p><p>29. (Procurador Judicial/Pref. Recife/FCC/2014) Com a finalidade de intensificar a prestação de serviços no</p><p>Município do Recife, fomentar a formalização dos respectivos prestadores de serviços e, assim, aumentar</p><p>a arrecadação do ISSQN como um todo, a Secretaria de Finanças Municipal propôs algumas sugestões</p><p>de instituição de leis ordinárias municipais a serem levadas à apreciação do legislativo recifense. Por</p><p>cautela, o Prefeito as submeteu à sua Procuradoria Judicial, a fim de verificar a viabilidade</p><p>constitucional.</p><p>Analise as propostas de acordo com os preceitos normativos da Constituição Federal de 1988 e do Ato</p><p>das Disposições Constitucionais Transitórias:</p><p>I. Redução a 1% da alíquota a ser aplicada ao ISSQN para aqueles que prestarem em Recife serviços</p><p>sujeitos à exação municipal.</p><p>II. Redução a zero das alíquotas de ISSQN para os prestadores de serviço de construção civil que vie-</p><p>rem a se estabelecer nas regiões consideradas mais carentes do Município.</p><p>III. Concessão de isenção de ISSQN na prestação de serviço dos buffets localizados em Recife.</p><p>Está correto o que consta APENAS em</p><p>a) II e III. b) I.</p><p>c) II. d) III.</p><p>e) I e III.</p><p>A Constituição Federal estabelece em seu art. 156, § 3º, que em relação ao ISS, cabe à lei com-</p><p>plementar:</p><p>•	 Fixar as suas alíquotas máximas e mínimas;</p><p>•	 Excluir da sua incidência exportações de serviços para o exterior.</p><p>•	 Regular a forma e as condições como isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos</p><p>e revogados.</p><p>A fixação de alíquotas máximas foi estabelecida no art. 8º, II, da LC 116/2003, a saber: 5%.</p><p>As alíquotas mínimas não foram definidas pela lei complementar, de modo que continua válida</p><p>a previsão do art. 88 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT):</p><p>Art. 88. Enquanto lei complementar não disciplinar o disposto nos incisos I</p><p>e III do § 3º do art. 156 da Constituição Federal, o imposto a que se refere o</p><p>inciso III do caput do mesmo artigo:</p><p>I – terá alíquota mínima de dois por cento, exceto para os serviços a que se</p><p>referem os itens 32, 33 e 34 da Lista de Serviços anexa ao Decreto-Lei nº 406,</p><p>de 31 de dezembro de 1968;</p><p>Os serviços 32, 33 e 34 do Decreto-Lei 406/68 são relativos a construção civil:</p><p>32. Execução por administração, empreitada ou subempreitada, de constru-</p><p>ção civil, de obras hidráulicas e outras obras semelhantes e respectiva enge-</p><p>nharia consultiva, inclusive serviços auxiliares ou complementares (exceto o</p><p>fornecimento de mercadorias produzidas pelo prestador de serviços, fora do</p><p>local da prestação dos serviços, que fica sujeito ao ICM);</p><p>33. Demolição;</p><p>34. Reparação, conservação e reforma de edifícios, estradas, pontes, portos e</p><p>congêneres (exceto o fornecimento de mercadorias produzidas pelo prestador</p><p>dos serviços fora do local da prestação dos serviços, que fica sujeito ao ICM);</p><p>98</p><p>Caderno de questões de Direito Tributário</p><p>Assim, para estes serviços, a alíquota mínima não precisa atender ao disposto no ADCT.</p><p>Gabarito: C</p><p>30. (Analista Tributário da Receita Federal/ESAF/2012) Responda às perguntas abaixo e em seguida assinale</p><p>a opção correta.</p><p>I. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios cobrar imposto sobre o patri-</p><p>mônio, a renda ou os serviços uns dos outros. Isso, em tese, impede à lei de um Município atribuir à</p><p>União a condição de responsável pela retenção na fonte do imposto sobre serviços?</p><p>II. Para combater o tráfego de gado infectado de uma região para outra, pode o Estado impor tributos</p><p>interestaduais ou intermunicipais?</p><p>III. Atende ao princípio da anterioridade a majoração de um imposto no dia 2 de dezembro de um ano,</p><p>para ser cobrado no exercício seguinte?</p><p>a) Sim, não e não. b) Sim, sim e sim.</p><p>c) Não, não e sim. d) Não, sim e não.</p><p>e) Não, não e não.</p><p>Item I – Deve-se responder negativamente. A primeira frase não é uma pergunta, mas uma afir-</p><p>mação. Trata-se da imunidade reciproca, prevista no art. 150, VI, a, da Constituição Federal. O</p><p>questionamento é se essa imunidade impede que o ente político imune possa ser considerado</p><p>responsável tributário.</p><p>Em primeiro lugar, deve-se atentar para o fato de que o responsável pela retenção de tributos,</p><p>tendo em vista a concomitância da retenção com a ocorrência do fato gerador, é responsável</p><p>por substituição.</p><p>Sendo assim, na qualidade de substituto, não está respondendo por tributos cujos fatos gerado-</p><p>res decorram do seu patrimônio, das suas rendas ou dos seus bens, mas por fatos geradores de</p><p>terceiros (contribuintes).</p><p>Assim, quando determinada entidade tem a obrigação legal de efetuar a retenção, está recolhen-</p><p>do o tributo devido pelo contribuinte. Essa sistemática visa à eficiência da fiscalização e ao con-</p><p>trole da arrecadação, eis que é bem mais fácil direcionar os procedimentos para a fonte pagadora</p><p>do que para inúmeros contribuintes que dela recebem valores.</p><p>Ademais, cumpre lembrar que a imunidade é uma das limitações constitucionais ao poder de</p><p>tributar e que essas limitações devem ser reguladas em lei complementar. O CTN cumpre esse</p><p>papel. Em seu art. 9º, § 1º, o Código estabelece que a imunidade recíproca não exclui a atribuição,</p><p>por lei, às entidades imunes, da condição de responsáveis pelos tributos que lhes caibam reter na</p><p>fonte, e não as dispensa da prática de atos, previstos em lei, assecuratórios do cumprimento de</p><p>obrigações tributárias por terceiros.</p><p>Item II – Não. A Constituição Federal determina em seu art. 150, V, que é vedado aos entes tribu-</p><p>tantes estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais</p><p>ou intermunicipais. Nesse sentido, apesar da necessidade de impedir o tráfego de gado infectado,</p><p>isso não seria possível por meio de tributos. Tal ação poderia ser efetuada com fundamento no</p><p>poder de polícia, por meio de normas e controle por parte da Vigilância Sanitária.</p><p>Item III – Inicialmente a banca examinadora considerou essa assertiva como errada. Certamen-</p><p>te, o fundamento foi a observância da anterioridade nonagesimal. Contudo, a assertiva fala ge-</p><p>99</p><p>George Firmino</p><p>nericamente em anterioridade, o que nos remete ao disposto no art. 150, III, b, segundo o qual,</p><p>é vedado aos entes tributantes instituírem ou majorarem tributos no mesmo exercício financeiro</p><p>em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou.</p><p>Sendo assim, como não houve menção expressa à anterioridade nonagesimal, prevista no art. 150,</p><p>III, c, há que se considerar apenas a anterioridade anual. Por isso, um imposto majorado em 2 de</p><p>dezembro poderia ser exigido já no dia 1º de janeiro, eis que estaríamos em outro exercício financeiro.</p><p>Gabarito: C</p><p>31. (Procurador/PGE-AM/Cespe/2016) Considerando os limites ao exercício do poder de tributar, julgue o</p><p>item seguinte.</p><p>A imunidade recíproca beneficia sociedades de economia mista que prestem serviços públicos estatais</p><p>essenciais e exclusivos, como, por exemplo, o serviço de saneamento básico, ainda que tais serviços</p><p>sejam remunerados por tarifas.</p><p>( ) Certo</p><p>( ) Errado</p><p>Questão fundamentada no entendimento do STF acerca da aplicação imunidade recíproca às</p><p>sociedades de economia mista.</p><p>No entendimento da Corte, a sociedade de economia mista que preste serviço público essencial</p><p>e não prejudique a livre concorrência desfrutam da imunidade:</p><p>A jurisprudência do STF entende que a sociedade de economia mista pres-</p><p>tadora de serviço público de água e esgoto é abrangida pela imunidade tri-</p><p>butária recíproca, nos termos da alínea a do inciso VI do art. 150 da CF. (RE</p><p>631.309 AgR, rel. min. Ayres Britto, j. 27-3-2012, 2ª T, DJE de 26-4-2012.)</p><p>Gabarito: certa.</p><p>32. (Juiz Substituto/TJ-PE/FCC/2015) A respeito das limitações ao poder de tributar, é correto afirmar:</p><p>a) O chamado critério da seletividade é uma das técnicas de tributação expressamente previstas na</p><p>Constituição Federal de 1988 para a concretização do princípio da capacidade contributiva.</p><p>b) Por tratar-se de obrigação tributária acessória, não constitui afronta ao princípio da legalidade a</p><p>fixação, por meio de Portaria, do valor devido ao Poder público a título de ressarcimento pelos selos</p><p>fornecidos à indústria para controle quantitativo da incidência do IPI.</p><p>c) O princípio da segurança jurídica em matéria tributária beneficia tão somente o contribuinte e não</p><p>a Administração Pública, tanto é assim que o Supremo Tribunal Federal reconheceu ser devida a</p><p>repetição de valores recolhidos a título de contribuição previdenciária prescrita ou decaída em ra-</p><p>zão da declaração de inconstitucionalidade do prazo de 10 anos previsto nos art.</p><p>45 e 46 da lei</p><p>nº 8.212/1991, mesmo para pedidos posteriores à conclusão do julgamento de inconstitucionalidade.</p><p>d) No que tange ao cálculo do imposto de renda da pessoa física, não fere o princípio da igualdade</p><p>tributária a sujeição dos pagamentos recebidos acumuladamente ao regime de caixa uma vez que</p><p>todo indivíduo será igualmente tributado à medida que perceba seus rendimentos, respeitando-se a</p><p>efetiva disponibilidade econômica da renda.</p><p>e) O Supremo Tribunal Federal, com fundamento no princípio da colaboração, admite a utilização de</p><p>mecanismos facilitadores da fiscalização e cobrança dos tributos, tais como, por exemplo, a substitui-</p><p>ção tributária para frente e a cobrança antecipada de tributo com base em pautas fiscais.</p><p>100</p><p>Caderno de questões de Direito Tributário</p><p>Alternativa A – Correta. Nos impostos reais, como é mais complexa a aplicação da progressivi-</p><p>dade, a capacidade contributiva deve ser materializada de outra forma.</p><p>Caso fossemos aplicar a progressividade não seria muito viável. Imagine só ao comprar um tele-</p><p>visor. No momento de pagar, o lojista deveria apurar a renda do adquirente e aplicar a alíquota</p><p>mais alta para quem recebe mais e alíquota mais baixa para quem ganha menos.</p><p>Realmente impraticável. Por isso, a seletividade ganha espaço.</p><p>Seletividade significa aplicar alíquotas diferentes para diferentes produtos, a depender da es-</p><p>sencialidade de cada um. Para itens de primeira necessidade, alíquotas menores. Para os mais</p><p>supérfluos, alíquotas mais expressivas.</p><p>Alternativa B – Errada. O STF declarou inconstitucional a cobrança pelo ressarcimento de selos</p><p>do IPI justamente por afronta ao princípio da legalidade, eis que definida em Portaria Ministe-</p><p>rial e não em lei:</p><p>IPI – Selo de Qualidade – Natureza – Lei nº 4.502/64 e Decreto-Lei nº</p><p>1.437/75 – Princípio da Legalidade – Delegação – Artigos 150, inci-</p><p>so I, e 25 da Carta Federal. Ante o princípio da legalidade estrita, surge</p><p>inconstitucional o artigo 3º do Decreto-Lei nº 1.437/75 no que transferida a</p><p>agente do Estado – Ministro da Fazenda – a definição do ressarcimento de</p><p>custo e demais encargos relativos ao selo especial previsto, sob o ângulo da</p><p>gratuidade, no artigo 46 da Lei nº 4.502/64. (RE 661113/PR. Rel. Min. Marco</p><p>Aurélio, Dje 04/04/2014)</p><p>Alternativa C – Errada. Assertiva trata da Súmula Vinculante 08 do STF e dos seus efeitos. A</p><p>referida Súmula reconheceu a inconstitucionalidade do prazo prescricional de 10 anos definido</p><p>em lei ordinária. Contudo, diante do grande prejuízo à segurança jurídica, a Corte Suprema</p><p>modulou os efeitos da Súmula para que os valores já recolhidos antes da Súmula não estivem</p><p>sujeitos à restituição, ressalvados apenas os casos de contribuintes que já estivessem pleiteando o</p><p>valor na esfera judicial. Vejamos:</p><p>Estou acolhendo parcialmente o pedido de modulação de efeitos, tendo em</p><p>vista a repercussão e a insegurança jurídica que se pode ter na hipótese; mas</p><p>estou tentando delimitar esse quadro de modo a afastar a possibilidade de</p><p>repetição de indébito de valores recolhidos nestas condições, com exceção</p><p>das ações propostas antes da conclusão do julgamento. Nesse sentido, eu di-</p><p>ria que o Fisco está impedido, fora dos prazos de decadência e prescrição</p><p>previstos no CTN, de exigir as contribuições da seguridade social. No en-</p><p>tanto, os valores já recolhidos nestas condições, seja administrativamente,</p><p>seja por execução fiscal, não devem ser devolvidos ao contribuinte, salvo se</p><p>ajuizada a ação antes da conclusão do presente julgamento. Em outras pala-</p><p>vras, são legítimos os recolhimentos efetuados nos prazos previstos no arts.</p><p>45 e 46 e não impugnados antes da conclusão deste julgamento. Portanto,</p><p>reitero o voto pelo desprovimento do recurso extraordinário, declarando a</p><p>inconstitucionalidade do parágrafo único do art. 5º do Decreto-lei nº 1. 569</p><p>e dos arts. 45 e 46 da Lei n.º 8.212, porém, com a modulação dos efeitos, ex</p><p>nunc, apenas em relação às eventuais repetições de indébito ajuizadas após</p><p>a presente data, a data do julgamento. (RE 556664, Proposta do Relator Mi-</p><p>nistro Gilmar Mendes, Tribunal Pleno, julgamento em 12.6.2008, DJe de</p><p>14.11.2008)</p><p>101</p><p>George Firmino</p><p>Alternativa D – Errada. A assertiva parece complexa para aqueles que não estudam a legislação</p><p>federal. Trata-se do imposto de renda das pessoas físicas e dos rendimentos recebidos acumula-</p><p>damente. Precisamos abrir um espeço aqui para esclarecer a sistemática.</p><p>Rendimentos recebidos acumuladamente são aqueles que, embora recebidos em um determina-</p><p>do mês, correspondem ao pagamento de meses anteriores, de forma acumulada. É o caso, por</p><p>exemplo, de um trabalhador que discute judicialmente o pagamento de horas extras dos últimos</p><p>2 anos de trabalho.</p><p>Com o transito em julgado e finalizada a execução, ele receberá um montante, geralmente de</p><p>uma vez só, do valor referente aos 2 anos.</p><p>Logo, apesar de ser um só pagamento, aquele valor é referente a um período bem maior.</p><p>Diante de inúmeras ações judiciais discutindo esta forma injusta de tributação e com vitória</p><p>esmagadora dos contribuintes, a legislação passou a disciplinar conforme o entendimento que</p><p>havia sido firmado pelo Poder Judiciário, vale dizer, se o rendimento é referente a vários meses, a</p><p>tabela progressiva deve ser multiplicada de forma proporcional, visando considerar o período</p><p>ao qual esses rendimentos se referem. Assim entende o STF:</p><p>Imposto de Renda – Percepção Cumulativa de Valores – Alíquota. A</p><p>percepção cumulativa de valores há de ser considerada, para efeito de fixação</p><p>de alíquotas, presentes, individualmente, os exercícios envolvidos.</p><p>Alternativa E – Errada. A jurisprudência dos tribunais superiores, embora reconheça a constitu-</p><p>cionalidade da substituição tributária, tem afastado o uso da pauta fiscal por afronta ao princípio</p><p>da legalidade. Gabarito: A</p><p>33. (Procurador Judicial/Pref. Recife/FCC/2014) Preocupada com o trânsito caótico no Município do Recife</p><p>e visando à melhoria das condições de trafegabilidade, especialmente para aqueles que precisam se</p><p>locomover profissionalmente no centro do município, a Secretaria de Finanças Municipal pretende fazer</p><p>sugestões com vistas a mitigar ou até eliminar o problema do trânsito no centro da cidade.</p><p>Estudos por ela realizados indicam que muitos dos veículos que transitam em Recife não são de residentes</p><p>na cidade, mas sim, dos municípios circunvizinhos e que fazem parte da região metropolitana do Grande</p><p>Recife. Algumas propostas foram submetidas à análise da Procuradoria Judicial do Recife a fim de verifi-</p><p>car sua constitucionalidade.</p><p>De acordo com os preceitos normativos da Constituição Federal de 1988, é indicativa de proposta:</p><p>a) Aumento por Lei Municipal da base de cálculo do ISSQN dos estabelecimentos prestadores de serviço</p><p>de recuperação de pneumáticos localizados no centro do Município do Recife, a ser publicada sua</p><p>instituição no mês de dezembro de 2013 e com cobrança a partir de janeiro de 2014.</p><p>b) Aumento por meio de Decreto do Executivo Municipal da alíquota de IPTU para as concessionárias</p><p>de veículos localizadas no Município do Recife.</p><p>c) Cobrança de IPVA dos veículos, no Estado de Pernambuco, de propriedade de instituições religiosas</p><p>com sede em Recife e utilizados em suas atividades de prestação de serviço religioso.</p><p>d) Cobrança de ISSQN nas prestações de serviços educacionais das instituições de educação de ensino</p><p>superior sem fins lucrativos, de acordo com os preceitos legais, e que estejam estabelecidas no Municí-</p><p>pio do Recife, com o propósito de diminuir a quantidade de veículos de alunos em circulação na cidade.</p><p>e) Aumento por Lei Municipal da alíquota do ISSQN sobre os serviços prestados por estabelecimentos</p><p>prestadores de serviço de guarda de veículos localizados no centro do Município do Recife, a ser</p><p>publicada sua instituição no mês de dezembro de 2013 e com cobrança a partir de maio de 2014.</p><p>102</p><p>Caderno de questões de Direito Tributário</p><p>Alternativa A – Errada. A proposta é inconstitucional por ofensa ao princípio da anterioridade</p><p>nonagesimal.</p><p>Alternativa B – Errada. A proposta é inconstitucional por ofensa ao princípio da legalidade.</p><p>Alternativa C – Errada. A proposta é inconstitucional por dois motivos: primeiro a competência</p><p>para instituição e cobrança do IPVA é estadual e não municipal; além disso, há imunidade para</p><p>as instituições religiosas.</p><p>Alternativa D – Errada. A proposta é inconstitucional, pois as instituições de educação sem fins</p><p>lucrativos fazem jus a imunidade.</p><p>Alternativa E – Correta. Essa é a única proposta viável para a Prefeitura, pois atende aos preceitos</p><p>constitucionais.</p><p>Gabarito: E</p><p>34. (Oficial de Fazenda/Pref. Rio de Janeiro/ESAF/2010) Sobre a imunidade constitucional recíproca, que</p><p>veda a instituição e a cobrança de impostos pelos entes tributantes sobre o patrimônio, a renda ou os</p><p>serviços, uns dos outros, é incorreto afirmar que:</p><p>a) a imunidade tributária recíproca alcança apenas as finalidades essenciais da entidade protegida.</p><p>O reconhecimento da imunidade tributária às operações financeiras não impede a autoridade fiscal</p><p>de examinar a correção do procedimento adotado pela entidade imune. Constatado desvio de fina-</p><p>lidade, a autoridade fiscal tem o poder dever de constituir o crédito tributário e de tomar as demais</p><p>medidas legais cabíveis.</p><p>b) a imunidade tributária recíproca é extensiva às autarquias, no que se refere ao patrimônio, à renda e</p><p>aos serviços vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes.</p><p>c) a imunidade constitucional recíproca alcança as empresas públicas prestadoras de serviço público,</p><p>bem como as empresas públicas que exercem atividade econômica em sentido estrito.</p><p>d) a imunidade tributária recíproca diz respeito aos impostos, não alcançando as contribuições.</p><p>e) a imunidade tributária recíproca aplica-se às operações de importação de bens realizadas por muni-</p><p>cípios, quando o ente público for o importador do bem (identidade entre o ‘contribuinte de direito’ e</p><p>o ‘contribuinte de fato’).</p><p>Questão que se baseou exclusivamente na jurisprudência do STF, exigindo do candidato o co-</p><p>nhecimento do posicionamento da Corte Suprema acerca do tema imunidade recíproca.</p><p>Alternativa A – Correta.</p><p>A imunidade tributária gozada pela Ordem dos Advogados do Brasil é da</p><p>espécie recíproca (art. 150, VI, a, da Constituição), na medida em que a OAB</p><p>desempenha atividade própria de Estado (defesa da Constituição, da ordem</p><p>jurídica do Estado democrático de direito, dos direitos humanos, da justiça</p><p>social, bem como a seleção e controle disciplinar dos advogados). A imu-</p><p>nidade tributária recíproca alcança apenas as finalidades essenciais da en-</p><p>tidade protegida. O reconhecimento da imunidade tributária às operações</p><p>financeiras não impede a autoridade fiscal de examinar a correção do pro-</p><p>cedimento adotado pela entidade imune. Constatado desvio de finalidade,</p><p>a autoridade fiscal tem o poder-dever de constituir o crédito tributário e de</p><p>tomar as demais medidas legais cabíveis. Natureza plenamente vinculada do</p><p>lançamento tributário, que não admite excesso de carga. (RE 259.976-AgR,</p><p>Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 23-3-2010, Segunda Turma, DJE</p><p>103</p><p>George Firmino</p><p>de 30-4-2010.) Vide: RE 233.843, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em</p><p>1º-12-2009, Segunda Turma, DJE de 18-12-2009.</p><p>Alternativa B – Correta.</p><p>IPTU. Imunidade tributária recíproca dos entes políticos. Extensão às autar-</p><p>quias. (...) A imunidade tributária recíproca dos entes políticos, prevista na</p><p>alínea a do inciso VI do art. 150 da Magna Carta, ‘é extensiva às autarquias,</p><p>no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços vinculados a suas fina-</p><p>lidades essenciais ou às delas decorrentes’. Precedentes: AI 495.774-AgR, Rel.</p><p>Min. Sepúlveda Pertence, RE 212.370-AgR, Rel. Min. Sepúlveda Pertence; e</p><p>RE 220.201, Rel. Min. Moreira Alves. (AI 469.768-AgR, Rel. Min. Ayres Brit-</p><p>to, julgamento em 20-6-2006, Primeira Turma, DJ de 29-9-2006.) No mesmo</p><p>sentido: RE 475.268-AgR, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 22-2-2011,</p><p>Segunda Turma, DJE de 15-3-2011.</p><p>Alternativa C – Errado.</p><p>Tributário. Imunidade recíproca. (...) Extensão. Empresa pública prestadora</p><p>de serviço público. Precedentes da Suprema Corte. Já assentou a Suprema</p><p>Corte que a norma do art. 150, VI, a, da CF alcança as empresas públicas</p><p>prestadoras de serviço público, como é o caso da autora, que não se confunde</p><p>com as empresas públicas que exercem atividade econômica em sentido es-</p><p>trito. Com isso, impõe-se o reconhecimento da imunidade tributária previs-</p><p>ta no art. 150, VI, a, da CF. (ACO 959, Rel. Min. Menezes Direito, julgamento</p><p>em 17-3-2008, Plenário, DJE de 16-5-2008.) No mesmo sentido: RE 552.736-</p><p>AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 20-10-2009, Primeira Turma,</p><p>DJE de 20-11-2009; AI 690.242-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julga-</p><p>mento em 17-3-2009, Primeira Turma, DJE de 17-4-2009.</p><p>Alternativa D – Correta.</p><p>A imunidade tributária diz respeito aos impostos, não alcançando as contri-</p><p>buições. (RE 378.144-AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 30-11-2004,</p><p>Primeira Turma, DJ de 22-4-2005.)</p><p>Alternativa E – Correta.</p><p>A imunidade tributária prevista no art. 150, VI, a da Constituição aplica-se</p><p>às operações de importação de bens realizadas por Municípios, quando o</p><p>ente público for o importador do bem (identidade entre o ‘contribuinte de</p><p>direito’ e o ‘contribuinte de fato’). Compete ao ente tributante provar que</p><p>as operações de importação desoneradas estão influindo negativamente</p><p>no mercado, a ponto de violar o art. 170 da Constituição. Impossibilidade</p><p>de presumir risco à livre-iniciativa e à concorrência. (AI 518.405-AgR, Rel.</p><p>Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 6-4-2010, Segunda Turma, DJE de</p><p>30-4-2010.)</p><p>Gabarito: C</p><p>104</p><p>Caderno de questões de Direito Tributário</p><p>35. (Procurador/Fortaleza/cespe/2017) Acerca de tributação e finanças públicas, julgue o item subsequente,</p><p>conforme as disposições da CF e a jurisprudência do STF. A imunidade tributária recíproca que veda à</p><p>União, aos estados, ao DF e aos municípios instituir impostos sobre o patrimônio, renda ou serviços uns</p><p>dos outros é cláusula pétrea.</p><p>( ) Certo</p><p>( ) Errado</p><p>O STF decidiu na ADI 939 que a imunidade tributária recíproca é instrumento essencial para a</p><p>manutenção do pacto federativo, sendo considerado cláusula pétrea:</p><p>IPMF. Arts. 5º, §2º, 60, §4º, incisos I e IV, 150, incisos II, “b”, e VI, “a”, “b”, “c”</p><p>e “d”, da Constituição Federal. 1. Uma Emenda Constitucional, emanada,</p><p>portanto, de Constituinte derivada, incidindo em violação à Constituição</p><p>originária, pode ser declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Fede-</p><p>ral, cuja função precípua é de guarda da Constituição (art. 102, I, “a”, da CF).</p><p>2. A Emenda Constitucional nº 3, de 17.03.1993, que, no art. 2º, autorizou a</p><p>União a instituir o IPMF, incidiu em vício de inconstitucionalidade, ao dis-</p><p>por, no §2º, desse dispositivo, que, quanto a tal tributo, não se aplica o art.</p><p>150, III, “b” e VI, da Constituição, porque, desse modo, violou os seguintes</p><p>princípios e normas imutáveis (somente eles, não outros): ... 2. – o princípio</p><p>da imunidade tributária recíproca (que veda a União, os Estados, o Distrito</p><p>Federal e os Municípios a instituição de impostos sobre o patrimônio, rendas</p><p>e serviços uns dos outros) e que é garantia da Federação (art. 60, §4º, inciso</p><p>I, e art. 150, VI, “a”, da CF). (STF, Plenário, ADIN 939, rel. Min. Sydney San-</p><p>ches, dez/93)</p><p>Gabarito: certa.</p><p>36. (Auditor-Fiscal/Sefaz-PI/FCC/2015) A Constituição Federal estabelece limitações ao poder de tributar,</p><p>concedido aos entes federados. No que se refere a estes limites,</p><p>a) os Estados, o Distrito Federal e os Municípios podem conceder isenção e redução de base de cálcu-</p><p>lo dos tributos de suas competências, mediante ato do Poder Executivo, nos limites previstos em lei</p><p>ordinária do respectivo ente, exceto em relação ao ICMS, que deverá atender condição específica</p><p>prevista na própria Constituição Federal.</p><p>b) é vedado cobrar tributos das instituições de educação sem fins lucrativos, dos partidos políticos</p><p>e das</p><p>entidades sindicais dos trabalhadores e patronais, desde que atendidos os requisitos da lei e a finali-</p><p>dade social de redução das desigualdades.</p><p>c) é vedado à União instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional, exceto se a diferen-</p><p>ça se destinar ao estímulo da indústria nacional e à substituição de importações por produção nacional.</p><p>d) é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, instituir tributos sobre a renda e</p><p>patrimônio uns dos outros, inclusive em relação às autarquias, fundações e empresas públicas, instituí-</p><p>das ou mantidas por estes entes federados.</p><p>e) é vedado instituir impostos sobre livros, jornais, periódicos e papel destinado à sua impressão, e sobre</p><p>fonogramas musicais produzidos no Brasil, com obras musicais de autores brasileiros, natos ou natu-</p><p>ralizados, salvo na etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser.</p><p>Alternativa A – Errada. Conforme dispõe o art. 150, § 6º, da Constituição Federal, qualquer</p><p>subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou re-</p><p>missão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido mediante lei espe-</p><p>105</p><p>George Firmino</p><p>cífica, federal, estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima enumeradas</p><p>ou o correspondente tributo ou contribuição.</p><p>Alternativa B – Errada. A Constituição prevê imunidade para essas instituições, porém apenas</p><p>no tocante aos impostos, e não aos tributos em geral.</p><p>Alternativa C – Errada. O princípio da uniformidade geográfica ressalva apenas a concessão de</p><p>incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico entre</p><p>as diferentes regiões do país.</p><p>Alternativa D – Errada. A imunidade recíproca abrange tão somente os impostos, e não aos tri-</p><p>butos em geral.</p><p>Alternativa E – Correta. A Constituição confere imunidade de impostos aos livros, jornais, pe-</p><p>riódicos e ao papel destinado à sua impressão, bem como às obras musicais e literomusicais</p><p>produzidas no Brasil e com a participação de artistas brasileiros.</p><p>Gabarito: E</p><p>37. (Procurador/Fortaleza/Cespe/2017) A respeito das limitações constitucionais ao poder de tributar, julgue</p><p>o item que se segue, de acordo com a interpretação do STF. As imunidades tributárias incondicionadas</p><p>são autoaplicáveis e independem de regulamentação, sendo admitida, entretanto, a suspensão de seus</p><p>efeitos, por ato declaratório da administração tributária, quando ficar demonstrada a sua inaplicabilidade</p><p>a fato jurígeno tributário.</p><p>( ) Certo</p><p>( ) Errado</p><p>As imunidades, em regra, são autoaplicáveis, não sendo necessária nenhuma regulamentação. Ain-</p><p>da quando carecem de regulamentação dos requisitos a serem estabelecidos em lei complementar, a</p><p>doutrina majoritária defende a sua autoaplicabilidade. Vejamos a lição de Leandro Paulsen:</p><p>As normas negativas de competência bastantes em si são autoaplicáveis.</p><p>Quanto a isso, não há dúvida. O problema surge Quando a norma exige</p><p>regulamentação, mormente quando seu texto remete expressamente aos</p><p>requisitos e/ou condições estabelecidos em lei. A doutrina, mesmo nes-</p><p>ses casos, preconiza majoritariamente a autoaplicabilidade. (PAULSEN,</p><p>Leandro. Direito Tributário: Constituição e Código Tributário à luz da</p><p>doutrina e da jurisprudência. 17ª ed. Livraria do Advogado, 2015, p. 220)</p><p>Gabarito: errada.</p><p>38. (Analista Legislativo/Câmara/FCC/2007) Quando a Constituição Federal dispõe que “é vedado à União,</p><p>aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios cobrar tributos em relação a fatos geradores ocorridos</p><p>antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado” está consagrando o princípio da</p><p>a) uniformidade.</p><p>b) anterioridade.</p><p>c) isonomia.</p><p>d) irretroatividade.</p><p>e) legalidade.</p><p>106</p><p>Caderno de questões de Direito Tributário</p><p>De acordo com o princípio da irretroatividade, é vedado à União, aos Estados, ao DF e aos Mu-</p><p>nicípios cobrar tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei</p><p>que os houver instituído ou aumentado.</p><p>A irretroatividade diz respeito à cobrança do tributo sobre fatos que ocorreram antes da vigência</p><p>da lei, ou seja, para trás.</p><p>Já a anterioridade estabelece um prazo mínimo para cobrança, a partir da publicação da lei, portan-</p><p>to, para frente. Façamos uma comparação gráfica para evitar a confusão entre os dois princípios.</p><p>LEI</p><p>Irretroatividade Anterioridade</p><p>Gabarito: D</p><p>39. (Fiscal de Rendas/Pref. Rio de Janeiro/ESAF/2010) Sobre as limitações constitucionais ao poder de tributar,</p><p>é correto afirmar que:</p><p>a) apenas mediante lei é possível instituir ou aumentar tributo.</p><p>b) nos tributos de competência da União, não se admitem discriminações regionais ou locais com rela-</p><p>ção aos mesmos fatos geradores ou bases de cálculo.</p><p>c) as fundações públicas instituídas pela União são imunes de impostos estaduais.</p><p>d) a imunidade recíproca de impostos entre os entes da federação brasileira abrange todas as rendas</p><p>de todos eles, salvo se decorrentes de ganhos em aplicações financeiras.</p><p>e) inclusive conforme a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, a imunidade dos “templos de qual-</p><p>quer culto” tem interpretação ampla e finalística.</p><p>Alternativa A – Errada. O princípio da legalidade estabelece que é vedado exigir ou aumentar</p><p>tributo sem lei que o estabeleça. No entanto, trata-se de ato normativo com força de lei, como</p><p>é o caso das medidas provisórias. Além disso, a própria CF estabelece exceções ao princípio da</p><p>legalidade, prevendo que é facultado ao Poder Executivo alterar as alíquotas de certos impostos.</p><p>Alternativa B – Errada. O princípio da uniformidade geográfica admite a concessão de incentivos</p><p>fiscais destinados a promover o desenvolvimento socioeconômico das regiões menos favorecidas.</p><p>Alternativa C – Errada. A imunidade prevista no art. 150, VI, a, é extensiva às fundações man-</p><p>tidas pelo Poder Público. Entretanto, diz respeito apenas aos impostos sobre patrimônio, renda</p><p>ou serviços vinculados às suas finalidades essenciais ou delas decorrentes. A eventual aquisição</p><p>de mercadorias que não constituam o seu patrimônio estará sujeita à incidência do ICMS. Nesse</p><p>sentido tem decidido o STF.</p><p>Alternativa D – Entende o STF que a Constituição ao definir a imunidade recíproca não fez dis-</p><p>tinção da origem dos rendimentos. Nesse sentido:</p><p>A norma da alínea a do inciso VI do art. 150 da CF obstaculiza a incidência</p><p>recíproca de impostos, considerada a União, os Estados, o Distrito Federal</p><p>e os Municípios. Descabe introduzir no preceito, à mercê de interpretação,</p><p>exceção não contemplada, distinguindo os ganhos resultantes de operações</p><p>107</p><p>George Firmino</p><p>financeiras. (AI 172.890-AgR, Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 5-3-</p><p>1996, Segunda Turma, DJ de 19-4-1996.)</p><p>Alternativa E – Segundo o STF, a imunidade dos templos não afeta apenas o prédio onde ocor-</p><p>rem os cultos, mas todo o patrimônio (interpretação ampla) relacionado com suas atividades</p><p>essenciais (finalísticas):</p><p>Instituição religiosa. IPTU sobre imóveis de sua propriedade que se encon-</p><p>tram alugados. A imunidade prevista no art. 150, VI, b, CF, deve abranger</p><p>não somente os prédios destinados ao culto, mas, também, o patrimônio, a</p><p>renda e os serviços ‘relacionados com as finalidades essenciais das entidades</p><p>nelas mencionadas’. O § 4º do dispositivo constitucional serve de vetor inter-</p><p>pretativo das alíneas b e c do inciso VI do art. 150 da CF. Equiparação entre</p><p>as hipóteses das alíneas referidas. (RE 325.822, Rel. p/ o ac. Min. Gilmar</p><p>Mendes, julgamento em 15-12-2002, Plenário, DJ de 14-5-2004.)</p><p>Gabarito: E</p><p>40. (Promotor de Justiça/MPE-RR/Cespe/2017) Lei municipal antecipou a data de recolhimento da taxa de</p><p>coleta de lixo do dia dez para o dia sete do mês seguinte ao do fato gerador. Nessa situação, segundo</p><p>o entendimento do STF, a referida lei municipal</p><p>a) não se sujeitará nem ao princípio da anterioridade anual nem ao da anterioridade nonagesimal.</p><p>b) sujeitar-se-á ao princípio da anterioridade anual.</p><p>c) sujeitar-se-á ao</p><p>princípio da anterioridade nonagesimal.</p><p>d) não se sujeitará ao princípio da anterioridade anual, mas sujeitar-se-á ao da anterioridade nonagesimal.</p><p>A data de vencimento do tributo, ou seja, a data limite para o recolhimento sem os acréscimos</p><p>legais, não constitui elemento da norma tributária impositiva. Em outras palavras, o vencimento</p><p>do tributo não guarda relação com sua instituição e, por isso, pode ser prevista em atos infralegais.</p><p>Esse é o direcionamento que tem dado os tribunais superiores e já foi objeto de questões de prova</p><p>de concurso. Vejamos os posicionamentos do STF e do STJ a respeito do tema:</p><p>... 3. Não se compreende no campo reservado à lei, pelo Texto Constitucio-</p><p>nal, a definição do vencimento ... das obrigações tributárias. (STF, AGRAG</p><p>178.723/SP, Min. Maurício Correa, mar/96)</p><p>É pacífica a jurisprudência desta Corte no sentido de que a definição de prazo</p><p>para recolhimento de tributo pode ser delegada pela lei ao regulamento, por-</p><p>quanto não se inclui entre as matérias sujeitas à reserva legal pelo art. 97 do</p><p>C.T.N. (STJ, 2ª T., REs 84.554/SP, Rel. o Min. Antônio de Pádua Ribeiro, mai/97)</p><p>Pela mesma razão, a Corte Suprema tem afastado a necessidade de observância da anterioridade</p><p>nos casos de alteração de data de vencimento do tributo:</p><p>Não se compreendendo no campo reservado à lei a definição de vencimento das</p><p>obrigações tributárias, legítimo o Decreto 34.677/1992, que modificou a data de</p><p>vencimento do ICMS. Improcedência da alegação no sentido de infringência ao</p><p>princípio da anterioridade e da vedação de delegação legislativa. [RE 182.971, rel.</p><p>min. Ilmar Galvão, j. 5-8-1997, 1ª T, DJ de 31-10-1997.]</p><p>108</p><p>Caderno de questões de Direito Tributário</p><p>Nesse sentido, a Súmula 669 do STF:</p><p>Súmula 660 do STF – Norma legal que altera o prazo de recolhimento da</p><p>obrigação tributária não se sujeita ao princípio da anterioridade.</p><p>Gabarito: A</p><p>41. (Auditor Fiscal de Controle Externo/TCE-PI/FCC/2014) Paulo, de nacionalidade argentina, Antônio, de</p><p>nacionalidade paraguaia, Mário, de nacionalidade espanhola, e Eduardo, de nacionalidade peruana,</p><p>todos residentes no Brasil, formam um grupo musical, que compõe e executa melodias brasileiras e es-</p><p>trangeiras. Apresentam-se em todos os Estados brasileiros. Seu trabalho musical é divulgado de diversas</p><p>maneiras: apresentações públicas em programas televisivos, espetáculos abertos ao público em geral,</p><p>com entrada gratuita, e comercialização de CDs e DVDs de suas apresentações.</p><p>(1) O último DVD desse quarteto, com canções folclóricas andinas, cujas letras e melodias foram criadas</p><p>por autores bolivianos residentes no Brasil, foi produzido nos Estados Unidos.</p><p>(2) Antes de Antônio juntar-se ao grupo, Paulo, Mário e Eduardo formaram um trio que chegou até a</p><p>produzir, no Rio Grande do Sul, um CD com melodias de autoria de artistas gaúchos e letras criadas por</p><p>artistas uruguaios.</p><p>(3) Recentemente, o quarteto produziu, no Piauí, um DVD com canções, cujas melodias foram compostas</p><p>por autores brasileiros, mas as letras foram compostas por autores paraguaios.</p><p>(4) Antônio produziu um CD, solo, instrumental, na Itália, interpretando apenas melodias (sem letra) com-</p><p>postas por autores piauienses.</p><p>Com base nas afirmações acima e no que dispõe a Constituição Federal a respeito de imunidades tribu-</p><p>tárias, são abrangidas por essas imunidades APENAS as situações de números</p><p>a) 2 e 4. b) 1 e 4.</p><p>c) 1 e 2. d) 2 e 3.</p><p>e) 3 e 4.</p><p>Para que as obras estejam abrangidas pela imunidade prevista no art. 150, VI, e, da Constituição</p><p>Federal, deve haver o atendimento de dois requisitos: a produção desses meios de apresentação deve</p><p>ocorrer no Brasil e a participação de um artista brasileiro, seja como compositor, seja como intérprete.</p><p>O fato de ser residente no Brasil não garante ao artista a imunidade sobre as obras produzidas.</p><p>Vejamos cada situação:</p><p>1. Não há imunidade, pois nenhum artista é brasileiro e o material foi produzido no exterior.</p><p>2. O CD está abrangido pela imunidade, pois foi produzido no Brasil e contou com a participa-</p><p>ção de artistas brasileiros.</p><p>3. O DVD está abrangido pela imunidade, pois foi produzido no Brasil e contou com a partici-</p><p>pação de artistas brasileiros.</p><p>4. Não há imunidade, pois nenhum artista é brasileiro e o material foi produzido no exterior.</p><p>Gabarito: D</p><p>109</p><p>George Firmino</p><p>42. (Juiz Substituto/TJ-CE/FCC/2014) Raquel, violonista, Flávia, flautista e Beatriz, pianista, também são</p><p>cantoras de música popular brasileira. Essas três artistas brasileiras decidiram, em novembro de 2013,</p><p>gravar um DVD com canções, cujas letras e melodias são de autores brasileiros.</p><p>Decidiram produzir o DVD no Estado do Ceará, porque, além de ser mais barato do que produzi-lo em</p><p>outro Estado, ou até mesmo no exterior, foram informadas de que o DVD já estaria nas lojas a tempo para</p><p>as vendas de Natal. A criação desse DVD</p><p>a) está sujeita ao ICMS, nas vendas dos DVDs pelos estabelecimentos varejistas aos consumidores finais.</p><p>b) está sujeita ao Imposto sobre Produtos Industrializados, na fase de multiplicação industrial de seus</p><p>suportes materiais gravados.</p><p>c) está sujeita ao Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza, relativamente à gravação das canções.</p><p>d) não está sujeita a imposto algum, desde a gravação do videofonograma até sua comercialização no</p><p>varejo, porque Raquel, Flávia e Beatriz são brasileiras.</p><p>e) não está sujeita a imposto algum, desde a gravação do videofonograma até sua comercialização no</p><p>varejo, porque os autores das canções são brasileiros.</p><p>A Emenda Constitucional 75/2013 introduziu no texto constitucional a alínea “e” ao inciso VI</p><p>do art. 150:</p><p>e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo</p><p>obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em ge-</p><p>ral interpretadas por artistas brasileiros bem como os suportes materiais</p><p>ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação in-</p><p>dustrial de mídias ópticas de leitura a laser.</p><p>Vamos entender o que está abrangido por esta imunidade.</p><p>A CF/88 estabelece que não poderão incidir impostos sobre fonogramas ou videofonogramas pro-</p><p>duzidos no Brasil. Os fonogramas são os meios em que são gravadas as músicas (CDs, LPs, fitas k-7,</p><p>etc.) os videofonogramas são os meios em que são gravados os vídeos (DVDs, Blu-Ray, etc.).</p><p>Podemos perceber, de início, que a primeira condição imposta para o gozo da imunidade é que a pro-</p><p>dução desses meios de apresentação deve ocorrer no Brasil. Ademais, nas obras musicais neles con-</p><p>tidas deve haver a participação de um artista brasileiro, seja como compositor, seja como intérprete.</p><p>Assim, a imunidade abrange todo o produto final, produzido no Brasil, contendo obras musicais</p><p>ou literomusicais de artistas brasileiros, seja qual for a sua forma de apresentação (CD, DVD,</p><p>etc.). Com isso, podemos perceber que o encarte, a capa dos discos, a própria mídia, etc., não</p><p>serão atingidos pelos impostos. Destaque-se que com a evolução da forma de apresentação e</p><p>possibilidades de acesso à música promovida pela tecnologia, os arquivos digitais vendidos na</p><p>forma de download (arquivos mp3) também estarão sob o manto da imunidade, eis que o texto</p><p>constitucional faz referência aos arquivos digitais.</p><p>Há que se observar, porém, que a etapa de produção das mídias (CD e DVD, por exemplo) não</p><p>está abrangida pela imunidade. Esta passa a valer quando essas mídias são utilizadas na gravação</p><p>das obras aqui mencionadas.</p><p>Sendo assim, quando a indústria produz um CD ou um DVD virgem, haverá a tributação nor-</p><p>mal (desconsiderando a existência de benefícios fiscais). Com a saída do estabelecimento indus-</p><p>trial haveria a incidência dos impostos. Quando essas mídias forem adquiridas pela gravadora e</p><p>dela saírem contendo as obras musicais, estarão abrangidas pela imunidade.</p><p>Gabarito: B</p><p>110</p><p>Caderno de questões de Direito Tributário</p><p>43. (Fiscal de Rendas/Pref. Rio de Janeiro/ESAF/2010) Sobre a imunidade constitucional recíproca, que veda</p><p>a instituição e a cobrança de impostos pelos entes tributantes</p><p>destacam-se a regulação de algum setor econômico, o</p><p>estímulo ou desestímulo do consumo e a proteção da indústria nacional.</p><p>Item II – Errado. A intervenção na economia é uma das formas de manifestação do caráter ex-</p><p>trafiscal do tributo.</p><p>Item III – Correto. A extrafiscalidade não ocorre apenas com a tributação propriamente dita, ele-</p><p>vando ou reduzindo alíquotas. Outros benefícios fiscais também são expressão da extrafiscalidade.</p><p>Item IV – Correto. A assertiva reproduz a lição de Paulo de Barros Carvalho, que vimos acima.</p><p>Gabarito: D</p><p>12. (Analista Judiciário/TRT 10ª Região/Cespe/2013) Julgue o item a seguir, a respeito de tributos, segundo</p><p>a Constituição Federal de 1988 (CF) e o Código Tributário Nacional (CTN).</p><p>Segundo a CF, todos os tributos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econô-</p><p>mica de cada contribuinte.</p><p>( ) Certo</p><p>( ) Errado</p><p>A questão pede que se responda de acordo com a Constituição Federal.</p><p>Nos termos do art. 145, § 1º, o princípio da capacidade contributiva, objeto de análise dessa ques-</p><p>tão, é direcionado aos impostos.</p><p>Não obstante já termos posicionamento do STF no sentido de ser possível a aplicabilidade a outras</p><p>espécies tributárias, a resposta da questão deveria seguir a literalidade do texto constitucional.</p><p>Gabarito: errado.</p><p>14</p><p>Caderno de questões de Direito Tributário</p><p>13. (Analista de Gestão Educacional/SEE/Cespe/2017) Licenciamento de veículos e multas de trânsito são</p><p>tributos da espécie taxa.</p><p>( ) Certo</p><p>( ) Errado</p><p>Estudamos que multa e tributo não se confundem. Em nenhuma situação teremos uma multa</p><p>com natureza jurídica de tributo, seja ele de que espécie for.</p><p>A multa é sanção por ato ilícito, coisa que o tributo está proibido de ser pela própria definição</p><p>legal. Gabarito: errado.</p><p>14. (Auditor do Tesouro Municipal/Pref. Natal/ESAF/2008) Sobre o conceito de tributo e sua natureza jurídica,</p><p>assinale a única opção correta.</p><p>a) A Lei Complementar n. 104/2001, ao permitir a dação em pagamento de bens imóveis, como forma</p><p>de extinção do crédito tributário, promoveu a derrogação do art. 3º do CTN, que confere ao tributo</p><p>uma prestação pecuniária em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir.</p><p>b) Tributo é toda prestação pecuniária compulsória instituída em lei. Todavia, não há restrição para que</p><p>o Município majore alíquotas de tributos, sob sua competência, por meio de decreto.</p><p>c) Tendo em vista que o tributo não pode constituir uma sanção por ato ilícito, não se faz possível a in-</p><p>cidência de tributos sobre atividades criminosas, pois assim agindo o Estado estaria obtendo recursos</p><p>de uma atividade por ele proibida.</p><p>d) A cobrança de impostos decorre de uma atividade administrativa não-vinculada, haja vista os recur-</p><p>sos poderem ser utilizados com quaisquer despesas previstas no orçamento.</p><p>e) O que determina a natureza jurídica de um tributo é o fato gerador da respectiva obrigação, indepen-</p><p>dentemente de sua denominação e da destinação legal do produto de sua arrecadação.</p><p>Questão que exige um pouco mais que a simples literalidade do art. 3º do CTN. Vejamos:</p><p>Alternativa A – Errada. Com o advento da Lei Complementar 104/2001, uma controvérsia foi</p><p>levantada. Esta LC acrescentou o inciso XI ao art. 156 do CTN, permitindo a dação em paga-</p><p>mentos em bens imóveis como forma de extinção do crédito tributário. A grande discussão girou</p><p>em torno do conflito entre esta nova forma de quitação do tributo (através de bens imóveis) e a</p><p>previsão do art. 3º do CTN de que o tributo é pago em moeda. No entanto, a segunda parte da</p><p>expressão (cujo valor nela se possa exprimir) permite o uso de algo que possa ter seu valor ex-</p><p>presso em moeda, desde que previsto no próprio CTN.</p><p>Alternativa B – Errada. A questão trata do princípio da legalidade, que será visto detalhadamen-</p><p>te mais adiante em questões específicas. A primeira parte do enunciado está correta. No entanto,</p><p>não há previsão para que os Municípios majorem as alíquotas de tributos mediante decreto.</p><p>Alternativa C – Errada. Tributo não é sanção por ato ilícito. Pode ocorrer a tributação mesmo</p><p>quando o contribuinte praticar atividade criminosa. A punição pela prática da infração virá na</p><p>esfera correspondente (penal). O fato gerador da obrigação tributária não é o mesmo fato da con-</p><p>duta criminal. Por exemplo, auferir rendimentos oriundos do tráfico de drogas não se confunde</p><p>com traficar. O tráfico é atividade criminosa, mas os rendimentos obtidos com esta prática estão</p><p>sujeitos à incidência do imposto de renda, já que auferir renda não é atividade ilícita. Tal enten-</p><p>dimento tem sede legal e está previsto no art. 118 do CTN.</p><p>15</p><p>George Firmino</p><p>Alternativa D – Errada. Pela definição de tributo, já identificamos o erro, pois o tributo é cobrado</p><p>mediante atividade administrativa plenamente vincula. O que a ESAF tenta aqui é confundir o can-</p><p>didato misturando os conceitos de tributos não vinculados e tributos de arrecadação não vinculada.</p><p>Tributos vinculados são aqueles cujo fato gerador ocorre em função de alguma ação estatal rela-</p><p>tiva ao contribuinte. É o caso das taxas pela prestação de algum serviço público, como a taxa de</p><p>coleta de lixo, por exemplo. Notamos que, nesse caso, há uma ação do Estado para fazer surgir o</p><p>tributo, sendo, portanto, classificado como vinculado.</p><p>Nos tributos vinculados, dada a atuação do Estado na situação que faz nascer a obrigação tribu-</p><p>tária, podemos afirmar que seu fato gerador é um FATO DO ESTADO, vale dizer, o contribuin-</p><p>te demanda uma atuação estatal e, a partir dela, tem-se a ocorrência do fato gerador do tributo.</p><p>Tributos não vinculados são os que surgem devido a alguma ação do próprio contribuinte,</p><p>independente de qualquer ação do Estado. É o caso dos impostos.</p><p>Nos tributos não vinculados, dada a ausência de qualquer ligação entre o fato gerador e a atuação</p><p>estatal, podemos afirmar que o fato gerador é um FATO DO CONTRIBUINTE. Guardemos,</p><p>portanto, esses conceitos:</p><p>Tributos Vinculados •	 Fato do Estado</p><p>Tributos não Vinculados •	 Fato do Contribuinte</p><p>Já a classificação em tributos de arrecadação vinculada e não vinculada observa o destino da</p><p>receita arrecadada. Não se trata mais de tributo, pois o destino da arrecadação é objeto do Di-</p><p>reito Financeiro e não Tributário.</p><p>Tributos de arrecadação vinculada são aqueles cujos recursos arrecadados têm uma destinação</p><p>específica e não podem ser utilizados livremente pelo ente tributante. Temos como exemplo os</p><p>empréstimos compulsórios.</p><p>Tributos de arrecadação não vinculada são aqueles em que o ente tributante é livre para aplicar</p><p>os recursos arrecadados da forma que melhor entender. É o caso dos impostos.</p><p>Alternativa E – Correta. A ESAF, como costuma fazer, cobra a literalidade do disposto no art. 4º</p><p>do CTN. Segundo este artigo a natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato</p><p>gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevante para qualificá-la a denominação e demais</p><p>características formais adotadas pela lei e a destinação legal do produto da sua arrecadação.</p><p>Gabarito: E</p><p>15. (Auditor Fiscal da Receita Estadual/SEFAZ-RJ/FCC/2014) Com a aproximação das datas em que serão</p><p>realizados os Jogos Olímpicos e os Jogos da Copa do Mundo, na cidade do Rio de Janeiro, o governo</p><p>fluminense tomou a decisão de incrementar a fiscalização dos estabelecimentos hoteleiros e congêneres do</p><p>Estado, a fim de lhes imprimir uma qualidade de nível internacional, mesmo quando se tratar de pequenos</p><p>estabelecimentos.</p><p>Para realizar esse intento, seriam necessários aportes de recursos novos, com o fito de custear essas ativi-</p><p>dades estatais. Em razão disso, um deputado estadual propôs que se alterassem os valores das taxas de</p><p>segurança cobradas pelo Estado.</p><p>16</p><p>Caderno de questões de Direito Tributário</p><p>O referido deputado, depois de constatar que o valor das diárias de um hotel, ou de um estabelecimento</p><p>congênere, não mantinha relação direta com o porte desse hotel, nem com a quantidade de quartos/</p><p>apartamentos que ele possui, nem com o capital social dessa empresa hoteleira, considerou possível e</p><p>sobre o patrimônio, a renda ou os serviços,</p><p>uns dos outros, é incorreto afirmar que:</p><p>a) a imunidade tributária recíproca alcança apenas as finalidades essenciais da entidade protegida.</p><p>O reconhecimento da imunidade tributária às operações financeiras não impede a autoridade fiscal</p><p>de examinar a correção do procedimento adotado pela entidade imune. Constatado desvio de fina-</p><p>lidade, a autoridade fiscal tem o poder dever de constituir o crédito tributário e de tomar as demais</p><p>medidas legais cabíveis.</p><p>b) a imunidade tributária recíproca é extensiva às autarquias, no que se refere ao patrimônio, à renda e</p><p>aos serviços vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes.</p><p>c) a imunidade constitucional recíproca alcança as empresas públicas prestadoras de serviço público,</p><p>bem como as empresas públicas que exercem atividade econômica em sentido estrito.</p><p>d) a imunidade tributária recíproca diz respeito aos impostos, não alcançando as contribuições.</p><p>e) a imunidade tributária recíproca aplica-se às operações de importação de bens realizadas por muni-</p><p>cípios, quando o ente público for o importador do bem (identidade entre o ‘contribuinte de direito’ e</p><p>o ‘contribuinte de fato’).</p><p>Questão que se baseou exclusivamente na jurisprudência do STF, exigindo do candidato o co-</p><p>nhecimento do posicionamento sobre a imunidade recíproca.</p><p>Alternativa A – Correta.</p><p>A imunidade tributária gozada pela Ordem dos Advogados do Brasil é da</p><p>espécie recíproca (art. 150, VI, a, da Constituição), na medida em que a OAB</p><p>desempenha atividade própria de Estado (defesa da Constituição, da ordem</p><p>jurídica do Estado democrático de direito, dos direitos humanos, da justiça</p><p>social, bem como a seleção e controle disciplinar dos advogados). A imu-</p><p>nidade tributária recíproca alcança apenas as finalidades essenciais da en-</p><p>tidade protegida. O reconhecimento da imunidade tributária às operações</p><p>financeiras não impede a autoridade fiscal de examinar a correção do pro-</p><p>cedimento adotado pela entidade imune. Constatado desvio de finalidade,</p><p>a autoridade fiscal tem o poder-dever de constituir o crédito tributário e de</p><p>tomar as demais medidas legais cabíveis. Natureza plenamente vinculada do</p><p>lançamento tributário, que não admite excesso de carga. (RE 259.976-AgR,</p><p>Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 23-3-2010, Segunda Turma, DJE</p><p>de 30-4-2010.) Vide: RE 233.843, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em</p><p>1º-12-2009, Segunda Turma, DJE de 18-12-2009.</p><p>Alternativa B – Correta.</p><p>IPTU. Imunidade tributária recíproca dos entes políticos. Extensão às autar-</p><p>quias. (...) A imunidade tributária recíproca dos entes políticos, prevista na</p><p>alínea a do inciso VI do art. 150 da Magna Carta, ‘é extensiva às autarquias,</p><p>no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços vinculados a suas fina-</p><p>lidades essenciais ou às delas decorrentes’. Precedentes: AI 495.774-AgR, Rel.</p><p>Min. Sepúlveda Pertence, RE 212.370-AgR, Rel. Min. Sepúlveda Pertence; e</p><p>RE 220.201, Rel. Min. Moreira Alves. (AI 469.768-AgR, Rel. Min. Ayres Brit-</p><p>to, julgamento em 20-6-2006, Primeira Turma, DJ de 29-9-2006.) No mesmo</p><p>sentido: RE 475.268-AgR, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 22-2-2011,</p><p>Segunda Turma, DJE de 15-3-2011.</p><p>111</p><p>George Firmino</p><p>Alternativa C – Errado.</p><p>Tributário. Imunidade recíproca. (...) Extensão. Empresa pública prestadora</p><p>de serviço público. Precedentes da Suprema Corte. Já assentou a Suprema</p><p>Corte que a norma do art. 150, VI, a, da CF alcança as empresas públicas</p><p>prestadoras de serviço público, como é o caso da autora, que não se confunde</p><p>com as empresas públicas que exercem atividade econômica em sentido es-</p><p>trito. Com isso, impõe-se o reconhecimento da imunidade tributária previs-</p><p>ta no art. 150, VI, a, da CF. (ACO 959, Rel. Min. Menezes Direito, julgamento</p><p>em 17-3-2008, Plenário, DJE de 16-5-2008.) No mesmo sentido: RE 552.736-</p><p>AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 20-10-2009, Primeira Turma,</p><p>DJE de 20-11-2009; AI 690.242-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julga-</p><p>mento em 17-3-2009, Primeira Turma, DJE de 17-4-2009.</p><p>Alternativa D – Correta.</p><p>A imunidade tributária diz respeito aos impostos, não alcançando as contri-</p><p>buições. (RE 378.144-AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 30-11-2004,</p><p>Primeira Turma, DJ de 22-4-2005.)</p><p>Alternativa E – Correta.</p><p>A imunidade tributária prevista no art. 150, VI, a da Constituição aplica-se às</p><p>operações de importação de bens realizadas por Municípios, quando o ente</p><p>público for o importador do bem (identidade entre o ‘contribuinte de direito’</p><p>e o ‘contribuinte de fato’). Compete ao ente tributante provar que as operações</p><p>de importação desoneradas estão influindo negativamente no mercado, a pon-</p><p>to de violar o art. 170 da Constituição. Impossibilidade de presumir risco à</p><p>livre-iniciativa e à concorrência. (AI 518.405-AgR, Rel. Min. Joaquim Barbosa,</p><p>julgamento em 6-4-2010, Segunda Turma, DJE de 30-4-2010.)</p><p>Gabarito: C</p><p>44. (Juiz Substituto/TJ-RR/FCC/2015) Mary, Juan, Cristina e François são quatro amigos que tinham, origina-</p><p>riamente, as respectivas nacionalidades: americana, mexicana, brasileira e canadense. Eles acabaram</p><p>de se graduar em música, na Juilliard School, de Nova Iorque. Em 2010, os quatro músicos decidiram</p><p>passar o carnaval no Brasil. Os estrangeiros se encantaram com a terra, com o povo e, principalmente,</p><p>com a variedade de sons da música brasileira. Juan gostou tanto que, em 2011, naturalizou-se brasileiro.</p><p>François, por sua vez, conseguiu visto de residência permanente no Brasil já em 2012. Em 2014, Mary</p><p>produziu, em Belo Horizonte, um CD com canções sertanejas de Marcelo & Marcelinho, autores gaúchos,</p><p>que interpretaram as canções de sua autoria; Juan produziu, no Rio de Janeiro, um DVD com melodias do</p><p>cancioneiro indígena da Amazônia; Cristina produziu, na Argentina, um CD com letras e músicas de sua</p><p>criação e, por fim, François produziu, em São Paulo, um CD instrumental com melodias folclóricas medie-</p><p>vais de autores franceses. Com base nas informações acima e no que dispõe a Constituição Federal a</p><p>respeito das limitações ao poder de tributar, o ICMS NÃO incide sobre as operações de comercialização,</p><p>no território nacional, do</p><p>I. CD produzido por Cristina.</p><p>II. CD produzido por Mary.</p><p>III. DVD produzido por Juan.</p><p>IV. CD produzido por François.</p><p>112</p><p>Caderno de questões de Direito Tributário</p><p>Está correto o que se afirma APENAS em</p><p>a) I, II e IV. b) I e IV.</p><p>c) II e III. d) II e IV.</p><p>e) III e IV.</p><p>A primeira condição imposta para o gozo da imunidade é que a produção desses meios de apre-</p><p>sentação deve ocorrer no Brasil. Nas obras musicais neles contidas deve haver ainda a participa-</p><p>ção de um artista brasileiro, seja como compositor, seja como intérprete.</p><p>Assim, a imunidade abrange todo o produto final, produzido no Brasil, contendo obras musicais</p><p>ou literomusicais de artistas brasileiros, seja qual for a sua forma de apresentação (CD, DVD, etc.).</p><p>O CD produzido por François não tem participação de artistas brasileiros. O CD de Cristina não</p><p>foi produzido no Brasil. Os demais fazem jus à imunidade.</p><p>Gabarito: C</p><p>45. (Juiz Substituto/TJ-PE/FCC/2013) Sobre imunidade e isenção, analise os itens abaixo.</p><p>I. A Constituição Federal assegura isenção no pagamento de taxa para obtenção de certidões em re-</p><p>partições públicas e privadas que prestam serviço público, para defesa de direitos e esclarecimento</p><p>de situações de interesse pessoal.</p><p>II. A imunidade sobre o templo de qualquer culto apenas alcança os impostos, sendo devidas, portanto,</p><p>as taxas e contribuição de melhoria incidentes sobre o imóvel destinado ao templo.</p><p>III. Há isenção de imposto sobre comercialização de livro, jornal, periódico e sobre a comercialização</p><p>de papel destinado a impressão destes produtos.</p><p>IV. Possui imunidade de contribuição social para seguridade social a entidade beneficente de assistência</p><p>social que atenda às exigências estabelecidas em lei sobre a folha de salários e demais rendimentos</p><p>do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe</p><p>preste serviço, mesmo sem</p><p>vínculo empregatício.</p><p>Está correto o que se afirma APENAS em</p><p>a) I, II e III. b) II, III e IV.</p><p>c) I e II. d) II e IV.</p><p>e) I e III.</p><p>Item I – Errado. A Constituição Federal assegura a todos, independentemente do pagamento de</p><p>taxas a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de</p><p>situações de interesse pessoal. Tal prescrição está contida no art. 5º, XXXIV, b, e não faz menção</p><p>a “repartições privadas”.</p><p>Item II – Correto. A imunidade conferida aos templos de qualquer culto é direcionada aos im-</p><p>postos. Não havendo expressa previsão quanto às demais espécies tributárias, não há que se falar</p><p>em extensão da imunidade.</p><p>Item III – Errado. A não incidência de impostos sobre os livros, jornais, periódicos e o papel des-</p><p>tinado à impressão de tais produtos decorre diretamente da Constituição Federal. Trata-se, pois,</p><p>de imunidade e não de isenção.</p><p>Item IV – Correto. O art. 195, §7º, da Constituição Federal, determina que são “isentas” de con-</p><p>tribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às</p><p>113</p><p>George Firmino</p><p>exigências estabelecidas em lei. Apesar da referência à “isenção” a não incidência constitucional-</p><p>mente prevista representa imunidade.</p><p>Gabarito: D</p><p>46. (Procurador da Fazenda Nacional/ESAF/2015) A Lei que diminui o prazo de recolhimento de tributo</p><p>a) submete-se ao princípio da anterioridade nonagesimal.</p><p>b) somente se aplica no exercício financeiro seguinte àquele em que foi publicada.</p><p>c) não se submete ao princípio da anterioridade.</p><p>d) somente se aplica no exercício financeiro seguinte ao da data de sua vigência.</p><p>e) somente gera efeitos normativos 30 (trinta) dias após a data da sua publicação.</p><p>Essa questão é semelhante à 40, aplicada pelo CESPE e comentada acima, sendo plenamente</p><p>válido replicarmos os comentários já tecidos anteriormente.</p><p>A data de vencimento do tributo, ou seja, a data limite para o recolhimento sem os acréscimos</p><p>legais, não constitui elemento da norma tributária impositiva. Em outras palavras, o vencimento</p><p>do tributo não guarda relação com sua instituição e, por isso, pode ser prevista em atos infralegais.</p><p>Esse é o direcionamento que tem dado os tribunais superiores e já foi objeto de questões de prova</p><p>de concurso. Vejamos os posicionamentos do STF e do STJ a respeito do tema:</p><p>... 3. Não se compreende no campo reservado à lei, pelo Texto Constitucio-</p><p>nal, a definição do vencimento ... das obrigações tributárias. (STF, AGRAG</p><p>178.723/SP, Min. Maurício Correa, mar/96)</p><p>É pacífica a jurisprudência desta Corte no sentido de que a definição de prazo</p><p>para recolhimento de tributo pode ser delegada pela lei ao regulamento, por-</p><p>quanto não se inclui entre as matérias sujeitas à reserva legal pelo art. 97 do</p><p>C.T.N. (STJ, 2ª T., REs 84.554/SP, Rel. o Min. Antônio de Pádua Ribeiro, mai/97)</p><p>Pela mesma razão, a Corte Suprema tem afastado a necessidade de observância da anterioridade</p><p>nos casos de alteração de data de vencimento do tributo:</p><p>Não se compreendendo no campo reservado à lei a definição de vencimento das</p><p>obrigações tributárias, legítimo o Decreto 34.677/1992, que modificou a data de</p><p>vencimento do ICMS. Improcedência da alegação no sentido de infringência ao</p><p>princípio da anterioridade e da vedação de delegação legislativa. [RE 182.971, rel.</p><p>min. Ilmar Galvão, j. 5-8-1997, 1ª T, DJ de 31-10-1997.]</p><p>Gabarito: C</p><p>47. (Auditor-Fiscal do Tesouro Estadual/Sefaz-PE/FCC/2014) Em relação às imunidades tributárias, é correto afirmar:</p><p>a) A imunidade tributária conferida a instituições de assistência social sem fins lucrativos somente alcan-</p><p>ça as entidades fechadas de previdência social privada, se não houver contribuição dos beneficiários.</p><p>b) A imunidade tributária sobre livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão não se</p><p>aplica ao álbum de figurinhas.</p><p>c) Os serviços notariais e de registro, por serem exercidos em caráter público, por delegação do Poder</p><p>Público, sujeitam-se à imunidade tributária recíproca.</p><p>114</p><p>Caderno de questões de Direito Tributário</p><p>d) A sociedade de economia mista prestadora de serviço público de água e esgoto não é abrangida</p><p>pela imunidade tributária recíproca.</p><p>e) As sociedades de economia mista prestadoras de ações e serviços de saúde, ainda que seu capital</p><p>social seja majoritariamente estatal, não gozam da imunidade tributária recíproca.</p><p>Mais uma questão baseada na jurisprudência do STF. Vejamos a fundamentação de cada assertiva.</p><p>Alternativa A – Correta.</p><p>Súmula 730 do STF – A imunidade tributária conferida a instituições de</p><p>assistência social sem fins lucrativos pelo art. 150, VI, c, da Constituição,</p><p>somente alcança as entidades fechadas de previdência social privada se não</p><p>houver contribuição dos beneficiários.</p><p>Alternativa B – Errada.</p><p>‘Álbum de figurinhas’. Admissibilidade. A imunidade tributária sobre livros,</p><p>jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão tem por escopo evitar</p><p>embaraços ao exercício da liberdade de expressão intelectual, artística, cien-</p><p>tífica e de comunicação, bem como facilitar o acesso da população à cultura,</p><p>à informação e à educação. O Constituinte, ao instituir esta benesse, não fez</p><p>ressalvas quanto ao valor artístico ou didático, à relevância das informações</p><p>divulgadas ou à qualidade cultural de uma publicação. Não cabe ao aplica-</p><p>dor da norma constitucional em tela afastar este benefício fiscal instituído</p><p>para proteger direito tão importante ao exercício da democracia, por força de</p><p>um juízo subjetivo acerca da qualidade cultural ou do valor pedagógico de</p><p>uma publicação destinada ao público infanto-juvenil. (RE 221.239, rel. min.</p><p>Ellen Gracie, julgamento em 25-5-2004, Segunda Turma, DJ de 6-8-2004.)</p><p>No mesmo sentido: RE 179.893, rel. min. Menezes Direito, julgamento em</p><p>15-4-2008, Primeira Turma, DJE de 30-5-2008.</p><p>Alternativa C – Errada. Nos termos do art. 236 da Constituição Federal os serviços notariais e de</p><p>registro são exercidos em caráter privado, por delegação do Poder Público.</p><p>Alternativa D – Errada.</p><p>A jurisprudência do STF entende que a sociedade de economia mista pres-</p><p>tadora de serviço público de água e esgoto é abrangida pela imunidade tri-</p><p>butária recíproca, nos termos da alínea a do inciso VI do art. 150 da CF.</p><p>(RE 631.309-AgR, rel. min. Ayres Britto, julgamento em 27-3-2012, Segunda</p><p>Turma, DJE de 26-4-2012.)</p><p>Alternativa E – Errada.</p><p>As sociedades de economia mista prestadoras de ações e serviços de saúde,</p><p>cujo capital social seja majoritariamente estatal, gozam da imunidade tribu-</p><p>tária prevista na alínea a do inciso VI do art. 150 da CF. (RE 580.264, rel. p/ o</p><p>ac. min. Ayres Britto, julgamento em 16-12-2010, Plenário, DJE de 6-10-2011,</p><p>com repercussão geral.)</p><p>Gabarito: A</p><p>115</p><p>George Firmino</p><p>48. (Agente Fiscal de Rendas/Sefaz-SP/FCC/2013) É uma das limitações constitucionais do poder de tributar:</p><p>a) A imunidade recíproca entre os Entes da Federação − União, Estados, Distrito Federal e Municípios</p><p>que garante a isonomia na distribuição de receitas tributárias.</p><p>b) A imunidade aos impostos que gravem o patrimônio, a renda ou os serviços das entidades de assis-</p><p>tência social, sem fins lucrativos, desde que não distribuam qualquer parcela do seu patrimônio ou de</p><p>suas rendas, a qualquer título.</p><p>c) O princípio da anualidade, vigente na atual ordem constitucional, que impõe a necessidade, para a</p><p>cobrança de determinado tributo, de sua previsão na lei orçamentária aprovada na legislatura no ano</p><p>calendário anterior, salvo as exceções constitucionalmente previstas.</p><p>d) A legalidade tributária estrita, incluída na Constituição Federal de 1988 pela Emenda Constitucional</p><p>42, de 19 de dezembro de 2003.</p><p>e) A imunidade aos impostos, taxas e contribuições de melhoria dos templos de qualquer culto.</p><p>A questão fala genericamente em limitações ao poder de tributar. Desse modo, podemos estar</p><p>diante de princípios ou imunidades. A resposta da questão será aquela que não apresentar qual-</p><p>quer deslize. Vejamos.</p><p>Alternativa A – Errada.</p><p>De fato, a imunidade recíproca constitui uma limitação constitucional</p><p>ao poder de tributar, prevista no art. 150, VI, a. O ponto interessante da assertiva é relacioná-la</p><p>à isonomia.</p><p>O STF já decidiu, tomando por base essa relação entre imunidade recíproca e isonomia, que:</p><p>A garantia constitucional da imunidade recíproca impede a incidência de</p><p>tributos sobre o patrimônio e a renda dos entes federados. Os valores in-</p><p>vestidos e a renda auferida pelo membro da federação é imune de impos-</p><p>tos. A imunidade tributária recíproca é uma decorrência pronta e imediata</p><p>do postulado da isonomia dos entes constitucionais, sustentado pela estru-</p><p>tura federativa do Estado brasileiro e pela autonomia dos Municípios. (AI</p><p>174.808-AgR, Rel. Min. Maurício Corrêa, julgamento em 11-3-1996, Segun-</p><p>da Turma, DJ de 1º-7-1996.)</p><p>Contudo, a isonomia implícita na imunidade recíproca não se manifesta na repartição das recei-</p><p>tas tributárias. Essa repartição constitucional não diz respeito a limitações ao poder de tributar,</p><p>mas à destinação dos recursos arrecadados, objeto de estudo do Direito Financeiro.</p><p>A isonomia é manifestada ao garantir a autonomia de cada ente federado, sem que os demais</p><p>possam intervir na sua atuação por meio de impostos.</p><p>Alternativa B – Correta. A CF/88, em seu art. 150, VI, c, prevê a imunidade das entidades de as-</p><p>sistência social quanto aos impostos sobre patrimônio, renda ou serviços, desde que não tenham</p><p>fins lucrativos e atendidos os requisitos da lei. Esses requisitos são previstos no art. 14 do CTN.</p><p>Segundo o inciso I do mesmo artigo, para gozar da imunidade, as entidades não podem distri-</p><p>buir qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título.</p><p>Alternativa C – Errada. O princípio da anualidade não está mais vigente. Foi substituído em nos-</p><p>sa Constituição Federal pelo princípio da anterioridade. Assim ensina Paulo de Barros Carvalho:</p><p>Ainda remanesce o hábito de mencionar-se o princípio da anualidade, no lu-</p><p>gar da anterioridade, o que, a bem do rigor, substancia erro vitando. Aquele</p><p>primeiro (anualidade) não mais existe no direito positivo brasileiro, de tal</p><p>sorte que uma lei instituidora ou majoradora de tributos pode ser aplicada</p><p>116</p><p>Caderno de questões de Direito Tributário</p><p>no ano seguinte, a despeito de não haver específica autorização orçamentá-</p><p>ria. Para tanto, é suficiente que o diploma legislativo entre em vigor no tem-</p><p>po que antecede ao início do exercício financeiro em que se pretenda efetuar</p><p>a cobrança da exação criada ou aumentada. (Curso de Direito Tributário, Ed.</p><p>Saraiva, 24ª. ed, 2012, p. 208/209)</p><p>Alternativa D – Errada. Dispõe o art. 150, I, da CF/88 que, sem prejuízo de outras garantias as-</p><p>seguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios</p><p>exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça. Trata-se do princípio da estrita legalidade.</p><p>Apesar das exceções previstas no texto constitucional para a alterações de alíquotas por ato do</p><p>Poder Executivo, a instituição de tributos somente pode ser feita por lei ou ato normativo com</p><p>força de lei, como é o caso das medidas provisórias.</p><p>No que se refere ao conteúdo da disciplina de Direito Tributário, a assertiva não apresenta falhas.</p><p>O erro está, simplesmente, em afirmar que o princípio da legalidade tributária teve origem na</p><p>EC 42/2003.</p><p>O princípio da legalidade consta no texto original da CF/88. Ademais, não é inovação da atual</p><p>Carta Política, trata-se de um princípio que norteia nosso ordenamento desde as Constituições</p><p>anteriores. Apenas a título de exemplo, o princípio estava previsto no art. 20, I, da Constituição</p><p>Federal de 1967.</p><p>Alternativa E – Errada. Estabelece o art. 150 da Constituição Federal que, sem prejuízo de outras</p><p>garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos</p><p>Municípios instituir impostos sobre templos de qualquer culto.</p><p>Percebe-se que a limitação constitucional é direcionada apenas à instituição de impostos.</p><p>Gabarito: B</p><p>49. (Agente Fiscal de Rendas/Sefaz-SP/FCC/2013) A imunidade tributária</p><p>a) conferida a instituições de assistência social sem fins lucrativos pela Constituição Federal somente alcan-</p><p>ça as entidades fechadas de previdência social privada se não houver contribuição dos beneficiários.</p><p>b) recíproca é aplicável às autarquias e empresas públicas que prestem inequívoco serviço público, desde</p><p>que distribuam lucros e tenham por objetivo principal conceder acréscimo patrimonial ao poder público.</p><p>c) não abrange renda obtida pela instituição de assistência social, por meio de cobrança de estaciona-</p><p>mento de veículos em área interna da entidade, destinada ao custeio das atividades desta.</p><p>d) não abrange a renda obtida pelo SESC na prestação de serviços de diversão pública, mediante a</p><p>venda de ingressos de cinema ao público em geral, e aproveitada em suas finalidades assistenciais.</p><p>e) não abrange IPTU de imóvel pertencente a entidades sindicais dos trabalhadores, quando alugado a</p><p>terceiros, mesmo que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades essenciais de tais entidades.</p><p>Alternativa A – Correta. A assertiva reproduz a Súmula 730 do STF:</p><p>A imunidade tributária conferida a instituições de assistência social sem fins</p><p>lucrativos pelo art. 150, VI, c, da Constituição, somente alcança as entidades</p><p>fechadas de previdência social privada se não houver contribuição dos bene-</p><p>ficiários. (Súmula 730)</p><p>117</p><p>George Firmino</p><p>Alternativa B – Errada. Contraria o entendimento firmado pelo STF:</p><p>É aplicável a imunidade tributária recíproca às autarquias e empresas pú-</p><p>blicas que prestem inequívoco serviço público, desde que, entre outros re-</p><p>quisitos constitucionais e legais não distribuam lucros ou resultados direta</p><p>ou indiretamente a particulares, ou tenham por objetivo principal conceder</p><p>acréscimo patrimonial ao poder público (ausência de capacidade contributi-</p><p>va) e não desempenhem atividade econômica, de modo a conferir vantagem</p><p>não extensível às empresas privadas (livre iniciativa e concorrência). O Ser-</p><p>viço Autônomo de Água e Esgoto é imune à tributação por impostos (art.</p><p>150, VI, a e § 2º e § 3º da Constituição). A cobrança de tarifas, isoladamente</p><p>considerada, não altera a conclusão. (RE 399.307-AgR, Rel. Min. Joaquim</p><p>Barbosa, julgamento em 16-3-2010, Segunda Turma, DJE de 30-4-2010.) No</p><p>mesmo sentido: RE 631.309-AgR, Rel. Min. Ayres Britto, julgamento em</p><p>27-3-2012, Segunda Turma, DJE de 26-4-2012; RE 672.187-AgR, Rel. Min.</p><p>Cézar Peluso, julgamento em 27-3-2012, Segunda Turma, DJE de 23-4-2012.</p><p>Alternativa C – Errada. Já se consolidou a jurisprudência do STF em sentido contrário:</p><p>Eventual renda obtida pela instituição de assistência social mediante cobran-</p><p>ça de estacionamento de veículos em área interna da entidade, destinada</p><p>ao custeio das atividades desta, está abrangida pela imunidade prevista no</p><p>dispositivo sob destaque. (RE 144.900, Rel. Min. Ilmar Galvão, julgamento</p><p>em 22-4-1997, Primeira Turma, DJ de 26-9-1997.) No mesmo sentido: ARE</p><p>673.606, Rel. Min. Luiz Fux, decisão monocrática, julgamento em 19-3-2012,</p><p>DJE de 26-3-2012.</p><p>Alternativa D – Errada. Assim já decidiu o STF:</p><p>A renda obtida pelo SESC na prestação de serviços de diversão pública, me-</p><p>diante a venda de ingressos de cinema ao público em geral, e aproveitada</p><p>em suas finalidades assistenciais, estando abrangida na imunidade tributária</p><p>prevista no art. 150, VI, c, da Carta República. (AI 155.822-AgR, Rel. Min.</p><p>Ilmar Galvão, julgamento em 20-9-1994, Primeira Turma, DJ de 2-6-1995.)</p><p>No mesmo sentido: RE 116.188, Rel. Min. Sydney Sanches, julgamento em</p><p>20-2-1990, Primeira Turma, DJ de 16-3-1990.</p><p>Alternativa E – Errada. A assertiva contraria a Súmula 724 do STF:</p><p>Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel per-</p><p>tencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, c, da Constitui-</p><p>ção, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades essenciais de</p><p>tais entidades. (Súmula 724)</p><p>Gabarito: A</p><p>118</p><p>Caderno de questões de Direito</p><p>Tributário</p><p>50. (Auditor/TCE-PA/Cespe/2016) Em relação às limitações constitucionais ao poder de tributar e à atual</p><p>jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, julgue o item seguinte.</p><p>A imunidade das entidades de assistência social sem fins lucrativos abrange seu patrimônio, sua renda e</p><p>seus serviços. Assim, não incide o imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana sobre imóvel de</p><p>sua propriedade alugado a terceiros, ainda que os aluguéis não sejam revertidos a sua finalidade essencial.</p><p>( ) Certo</p><p>( ) Errado</p><p>No que diz respeito à imunidade, há que se guardar a vinculação dos valores auferidos com a</p><p>finalidade essencial. Assim, um imóvel de uma entidade de assistência social apenas será imune</p><p>do IPTU, por exemplo, se ele for utilizado em prol das suas finalidades essenciais.</p><p>Isso não significa que o imóvel não poderia ser alugado. O STF já entendeu que se o valor do</p><p>aluguel for revertido em prol das atividades essenciais da entidade, a imunidade recíproca estará</p><p>assegurada. Não havendo essa destinação, a entidade não fará jus à imunidade.</p><p>Gabarito: Errada</p><p>Tributos de competência da União</p><p>01. (Analista de Planejamento e Orçamento/MPOG/ESAF/2015) Sobre os tributos de competência da União,</p><p>é correto afirmar que</p><p>a) compete à União instituir imposto sobre a renda e os proventos de qualquer natureza das autarquias</p><p>e fundações públicas estaduais.</p><p>b) compete exclusivamente à União instituir contribuições de natureza tributária.</p><p>c) compete à União instituir legislativamente contribuições de interesse de categorias econômicas, inclu-</p><p>sive a contribuição sindical.</p><p>d) compete exclusivamente à União instituir contribuição de melhoria relativamente a obras públicas</p><p>levadas a efeito por autarquia municipal com o emprego de recursos públicos federais a ela descen-</p><p>tralizadas para o desenvolvimento dos respectivos projetos de engenharia e arquitetura.</p><p>e) compete exclusivamente à União, mediante a edição de legislação complementar, exercer competên-</p><p>cia tributária residual instituindo taxas não previstas no texto constitucional.</p><p>Alternativa A – Errada. Embora seja competente para instituir e cobrar o imposto de renda, a</p><p>União não poderia fazê-lo sobre as autarquias e fundações públicas estaduais, por força da imu-</p><p>nidade recíproca.</p><p>Alternativa B – Errada. A alternativa fala genericamente em contribuições, o que nos remete</p><p>ao conceito de contribuições especiais. Para essas, apesar da regra ser a competência exclusiva</p><p>da União, há exceções para o caso de contribuições previdenciárias dos servidores públicos e a</p><p>contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública. Porém, falar de forma genérica,</p><p>poderia conduzir o candidato à ideia de contribuição de melhoria, apesar de se tratar de espécie</p><p>tributária distinta.</p><p>119</p><p>George Firmino</p><p>Alternativa C – Correta. Competência tributária prevista no art. 149 da Constituição Federal.</p><p>Alternativa D – Errada. A competência para instituir a contribuição de melhoria é do ente fe-</p><p>derado que realizar a obra pública. Se a obra foi executada por ente municipal, ainda que com</p><p>utilização de recursos da União, a competência seria do Município.</p><p>Alternativa E – Errada. A Constituição Federal traz a possibilidade de instituição de impostos e</p><p>contribuições residuais, de competência exclusiva da União a ser exercida mediante lei complemen-</p><p>tar. Porém, silencia quanto à competência residual para as taxas. Sendo assim, não havendo exi-</p><p>gência expressa para lei complementar, qualquer taxa será instituída por meio de lei complementar.</p><p>Gabarito: C</p><p>02. (Contador/FUB/CESPE/2015) Julgue o item subsequente, com relação à legislação aplicável aos tributos</p><p>federais. O IR e o IPI são exemplos de impostos de competência federal.</p><p>( ) Certo</p><p>( ) Errado</p><p>Questão simples e direta que exige apenas o conhecimento acerca da competência tributária da</p><p>União para instituir seus impostos.</p><p>Tanto o IPI como o IR são impostos federais.</p><p>Gabarito: certa.</p><p>03. (Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil/ESAF/2009) Com relação ao imposto sobre importação de</p><p>produtos estrangeiros, assinale a opção incorreta.</p><p>a) Somente se deve considerar entrada e importada aquela mercadoria estrangeira que ingressa no</p><p>território nacional para uso comercial ou industrial e consumo, não aquela em trânsito, destinada a</p><p>outro país.</p><p>b) A Constituição Federal outorga à União a competência para instituí-lo, vale dizer, concede a este ente</p><p>político a possibilidade de instituir imposto sobre a entrada no território nacional, para incorporação</p><p>à economia interna, de bem destinado ou não ao comércio, produzido pela natureza ou pela ação</p><p>humana, fora do território nacional.</p><p>c) A simples entrada em território nacional de um quadro para exposição temporária num museu ou</p><p>de uma máquina para exposição em feira, destinados a retornar ao país de origem, não configuram</p><p>importação, e, por conseguinte não constituem fato gerador.</p><p>d) Terá suas alíquotas graduadas de acordo com o grau de essencialidade do produto, de modo a se</p><p>tributar com alíquotas mais elevadas os produtos considerados supérfluos, e com alíquotas inferiores</p><p>os produtos tidos como essenciais.</p><p>e) Possui caráter nitidamente extrafiscal, tanto que a Constituição Federal faculta ao Poder Executivo,</p><p>atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, alterar suas alíquotas, já que sua arreca-</p><p>dação não possui objetivo exclusivo de abastecer os cofres públicos, mas também a conjugação de</p><p>outros interesses que interferem no direcionamento da atividade impositiva – políticos, sociais e eco-</p><p>nômicos, por exemplo.</p><p>Para efeito de cobrança do imposto de importação, só se considera ocorrido o fato gerador com</p><p>o registro da declaração de importação, para aquelas mercadorias que serão incorporadas à eco-</p><p>nomia nacional, vale dizer, quando importadas definitivamente. Há regimes de admissão de</p><p>120</p><p>Caderno de questões de Direito Tributário</p><p>mercadorias no país de forma não definitiva, entre eles citamos o transito aduaneiro e a admis-</p><p>são temporária.</p><p>O art. 306 do Regulamento Aduaneiro define que o regime aduaneiro especial de admissão</p><p>temporária é o que permite a importação de bens que devam permanecer no País durante prazo</p><p>fixado, com suspensão total do pagamento de tributos, ou com suspensão parcial, no caso de uti-</p><p>lização econômica. Nesse sentido, a Secretaria da Receita Federal editou a Instrução Normativa</p><p>SRF 285/2003</p><p>Resultam como corretas, portanto, as alternativas A, B e C.</p><p>Alternativa D – Errada. Apesar de ser um imposto eminentemente extrafiscal, a Constituição</p><p>Federal não impõe ao imposto de importação a obrigatoriedade de se aplicar a seletividade em</p><p>função da essencialidade dos produtos. Tal determinação vale apenas para o IPI.</p><p>Alternativa E – Correta. O próprio enunciado é autoexplicativo e corresponde à definição de</p><p>tributo extrafiscal.</p><p>Gabarito: D</p><p>04. (Auditor/SEGEP-MA/FCC/2016) A empresa de Marcelo está considerando a hipótese de importar</p><p>cestas de natal do exterior, para revendê-las por ocasião das festas de fim de ano. Se ela efetivamente</p><p>realizar essas importações, terá de recolher todos os tributos incidentes sobre a mercadoria importada.</p><p>Não havendo disposição de lei em contrário, e considerando que essa importação será feita em dólares</p><p>americanos, o valor tributário dessa transação, em reais, de acordo com o CTN, será apurado mediante</p><p>a) a aplicação da alíquota do imposto correspondente, diretamente sobre o valor tributário expresso em</p><p>dólares americanos, tratando-se de incidência de imposto federal ou estadual que deva ser pago pelo</p><p>importador, em moeda conversível.</p><p>b) sua conversão em moeda nacional, ao câmbio do dia da notificação da efetivação do lançamento</p><p>tributário, apenas quando se tratar de impostos estaduais e municipais.</p><p>c) sua conversão em moeda nacional, ao câmbio do dia da ocorrência do fato gerador da obrigação,</p><p>salvo disposição de lei em contrário.</p><p>d) a aplicação da alíquota do tributo correspondente, diretamente sobre o valor tributário expresso em</p><p>moeda estrangeira,</p><p>tratando-se de incidência de tributo federal que deva ser pago pelo importador</p><p>em moeda conversível.</p><p>e) sua conversão em moeda nacional, ao câmbio do dia da efetivação do lançamento tributário.</p><p>Nos termos do CTN, ocorrendo a importação de mercadorias em moeda estrangeira, para os cál-</p><p>culos dos tributos incidentes na operação, há que se efetuar a conversão para a moeda nacional:</p><p>Art. 143. Salvo disposição de lei em contrário, quando o valor tributário es-</p><p>teja expresso em moeda estrangeira, no lançamento far-se-á sua conversão</p><p>em moeda nacional ao câmbio do dia da ocorrência do fato gerador da obri-</p><p>gação.</p><p>Gabarito: C</p><p>121</p><p>George Firmino</p><p>05. (Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil/ESAF/2009) Com relação ao imposto sobre importação de</p><p>produtos estrangeiros, assinale a opção incorreta.</p><p>a) Somente se deve considerar entrada e importada aquela mercadoria estrangeira que ingressa no</p><p>território nacional para uso comercial ou industrial e consumo, não aquela em trânsito, destinada a</p><p>outro país.</p><p>b) A Constituição Federal outorga à União a competência para instituí-lo, vale dizer, concede a este ente</p><p>político a possibilidade de instituir imposto sobre a entrada no território nacional, para incorporação</p><p>à economia interna, de bem destinado ou não ao comércio, produzido pela natureza ou pela ação</p><p>humana, fora do território nacional.</p><p>c) A simples entrada em território nacional de um quadro para exposição temporária num museu ou</p><p>de uma máquina para exposição em feira, destinados a retornar ao país de origem, não configuram</p><p>importação, e, por conseguinte não constituem fato gerador.</p><p>d) Terá suas alíquotas graduadas de acordo com o grau de essencialidade do produto, de modo a se</p><p>tributar com alíquotas mais elevadas os produtos considerados supérfluos, e com alíquotas inferiores</p><p>os produtos tidos como essenciais.</p><p>e) Possui caráter nitidamente extrafiscal, tanto que a Constituição Federal faculta ao Poder Executivo,</p><p>atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, alterar suas alíquotas, já que sua arreca-</p><p>dação não possui objetivo exclusivo de abastecer os cofres públicos, mas também a conjugação de</p><p>outros interesses que interferem no direcionamento da atividade impositiva – políticos, sociais e eco-</p><p>nômicos, por exemplo.</p><p>Para efeito de cobrança do imposto de importação, só se considera ocorrido o fato gerador com</p><p>o registro da declaração de importação, para aquelas mercadorias que serão incorporadas à eco-</p><p>nomia nacional, vale dizer, quando importadas definitivamente. Há regimes de admissão de</p><p>mercadorias no país de forma não definitiva, entre eles citamos o transito aduaneiro e a admis-</p><p>são temporária.</p><p>O art. 306 do Regulamento Aduaneiro define que o regime aduaneiro especial de admissão</p><p>temporária é o que permite a importação de bens que devam permanecer no País durante prazo</p><p>fixado, com suspensão total do pagamento de tributos, ou com suspensão parcial, no caso de uti-</p><p>lização econômica. Nesse sentido, a Secretaria da Receita Federal editou a Instrução Normativa</p><p>SRF 285/2003</p><p>Resultam como corretas, portanto, as alternativas A, B e C.</p><p>Alternativa D – Errada. Apesar de ser um imposto eminentemente extrafiscal, a Constituição</p><p>Federal não impõe ao imposto de importação a obrigatoriedade de se aplicar a seletividade em</p><p>função da essencialidade dos produtos. Tal determinação vale apenas para o IPI.</p><p>Alternativa E – Correta. O próprio enunciado é autoexplicativo e corresponde à definição de</p><p>tributo extrafiscal.</p><p>Gabarito: D</p><p>06. (Auditor-Fiscal da Receita Federal/ESAF/2005)</p><p>(i) A alíquota incidente sobre as importações de mercadorias entradas em território nacional é definida</p><p>pela norma vigente no momento em que se efetivou o registro da declaração apresentada pelo im-</p><p>portador à repartição alfandegária competente?</p><p>(ii) O fato gerador do imposto de importação é a data da celebração, no Brasil ou no exterior, do con-</p><p>trato de compra e venda relativo aos produtos importados, ou, se conhecido, o instante em que são</p><p>embarcadas as mercadorias adquiridas no estrangeiro?</p><p>122</p><p>Caderno de questões de Direito Tributário</p><p>(iii) Quando se tratar de mercadoria despachada para consumo, a norma legal considera como ocorrido</p><p>o fato gerador do imposto de importação não na data do ingresso nas águas territoriais brasileiras,</p><p>mas na do registro, na repartição aduaneira, da declaração de importação.</p><p>a) Sim, sim, sim. b) Sim, não, sim.</p><p>c) Não, sim, não. d) Não, sim, sim.</p><p>e) Não, não, sim.</p><p>O fato gerador do imposto de importação é a entrada no território nacional de mercadoria es-</p><p>trangeira. No entanto, é difícil identificar o momento exato da entrada da mercadoria no país,</p><p>caso não tenha ingressado pelas fronteiras terrestres. Assim, o Decreto-Lei 37/65 define que</p><p>quando se tratar de mercadoria despachada para consumo, considera-se ocorrido o fato gerador</p><p>na data do registro, na repartição aduaneira, da declaração de importação.</p><p>Item I – Sim. A alíquota aplicável é aquela vigente na data do fato gerador. Como o fato gerador</p><p>reputa-se ocorrido na data do registro da declaração de importação, temos que a alíquota apli-</p><p>cável será a dessa data.</p><p>Item II – Não. A data do fato gerador é aquela em que for registrada a declaração de importação.</p><p>Nesse sentido, já decidiu o STF:</p><p>Por último, há a questão concernente ao fato gerador, e também não vejo, na</p><p>espécie, um ato complexo. Penso que o fato gerador, como está no Código</p><p>Tributário Nacional, é a entrada da mercadoria no território brasileiro ou,</p><p>relativamente à mercadoria que deva ser consumida, a data que deflagra o</p><p>fato gerador é a do registro da documentação própria a essa importação.</p><p>O ato burocrático de buscar-se no setor competente da Administração Pú-</p><p>blica documento hábil a viabilizar a importação não implica o surgimento</p><p>do fato gerador. Gostaria de perceber a reação dos contribuintes se se partis-</p><p>se para esse enfoque, exigindo-se o pagamento do tributo – e o tributo não é</p><p>inerente à compra e venda – na aquisição da mercadoria sob a nomenclatura,</p><p>isso sob a nomenclatura “imposto de importação” ou quando da liberação da</p><p>guia para importação. (Voto do Min. Marco Aurélio, no julgamento do RE</p><p>225.602-8/CE, em 25/11/98)</p><p>Item III – Sim. Em face ao exposto, deve-se responder afirmativamente.</p><p>Gabarito: B</p><p>07. (Analista/STJ/CESPE/2015) Em referência às noções básicas de tributos e de seu tratamento contábil,</p><p>julgue o item a seguir. Se a alíquota do imposto sobre importação for majorada no mês de janeiro, o</p><p>aumento somente poderá começar a ser cobrado no exercício financeiro subsequente.</p><p>( ) Certo</p><p>( ) Errado</p><p>O imposto de importação, por ser eminentemente extrafiscal, figura como exceção aos princí-</p><p>pios da anterioridade anual e nonagesimal. Assim, a majoração de suas alíquotas surte efeitos</p><p>imediatos.</p><p>Gabarito: errada.</p><p>123</p><p>George Firmino</p><p>08. (Auditor-Fiscal da Receita Federal/ESAF/2005) Segundo a legislação própria, considera-se estrangeira</p><p>(o) e, salvo disposição em contrário, pode, sobre ela(e), incidir o imposto de importação (salvo se por</p><p>outra razão seja verificada sua não-incidência):</p><p>a) mercadoria restituída pelo importador estrangeiro, por motivo de modificações na sistemática de im-</p><p>portação por parte do país importador.</p><p>b) mercadoria enviada em consignação e não vendida no exterior no prazo autorizado, quando retorna</p><p>ao País.</p><p>c) produto devolvido do exterior por motivo de defeito técnico, para reparo ou substituição.</p><p>d) mercadoria nacional que retornar ao País.</p><p>e) produto estrangeiro em trânsito aduaneiro de passagem acidentalmente destruído no País.</p><p>O art. 70 do Regulamento Aduaneiro define:</p><p>Art. 70. Considera-se estrangeira, para fins de incidência do imposto, a mer-</p><p>cadoria nacional ou nacionalizada exportada, que retorne ao País, salvo se</p><p>(Decreto-lei nº 37, de 1966, art. 1º, § 1º, com a redação dada pelo Decreto-lei</p><p>nº 2.472, de 1988, art. 1º):</p><p>I – Enviada em consignação e não vendida no prazo autorizado;</p><p>II – Devolvida por motivo de defeito técnico, para reparo ou para substituição;</p><p>III – Por motivo de modificações na sistemática de importação por parte do</p><p>país importador;</p><p>IV – Por motivo de guerra ou de calamidade pública; ou</p><p>V – Por outros fatores alheios à vontade do exportador.</p><p>Na alternativa D não houve menção a qualquer das exceções previstas no artigo 70, logo correta.</p><p>Gabarito: D</p><p>09. (Ajudante de Despachante Aduaneiro/RFB/ESAF/2012) Sobre o imposto de exportação, é correto afirmar que:</p><p>a) são isentas do imposto de exportação as vendas de café para o exterior.</p><p>b) para efeito de cálculo do imposto, considera-se ocorrido o fato gerador na data da saída da merca-</p><p>doria do território aduaneiro.</p><p>c) o imposto de exportação incide somente sobre mercadoria nacionalizada destinada ao exterior.</p><p>d) o imposto de exportação tem como fato gerador o desembaraço aduaneiro da mercadoria exportada.</p><p>e) em caso de elevação, a alíquota do imposto de exportação não poderá ser superior a cinquenta por cento.</p><p>Alternativa A – Correta. Essa isenção visa ao estímulo das exportações de café e está prevista no</p><p>art. 218 do Regulamento Aduaneiro.</p><p>Alternativa B – Errada. Nos termos do art. 213, parágrafo único, do Regulamento Aduaneiro, con-</p><p>sidera-se ocorrido o fato gerador do IE no momento do registro da exportação no SISCOMEX.</p><p>Alternativa C – Errada. O imposto incide sobre mercadoria nacional ou nacionalizada destinada</p><p>ao exterior.</p><p>Alternativa D – Errada. O fato gerador do imposto de exportação é saída da mercadoria do ter-</p><p>ritório nacional.</p><p>124</p><p>Caderno de questões de Direito Tributário</p><p>Alternativa E – Errada. O imposto de exportação é eminentemente extrafiscal e suas alíquotas</p><p>podem ser elevadas no intuito de desestimular as exportações de algum produto, a fim de garan-</p><p>tir o abastecimento nacional, por exemplo.</p><p>Sendo assim, a legislação prevê como padrão a alíquota de 30%, podendo chegar a 150%. Assim</p><p>dispõe o Decreto-Lei 1.578/77:</p><p>Art. 3º A alíquota do imposto é de trinta por cento, facultado ao Poder Exe-</p><p>cutivo reduzi-la ou aumentá-la, para atender aos objetivos da política cam-</p><p>bial e do comércio exterior.</p><p>Parágrafo único. Em caso de elevação, a alíquota do imposto não poderá ser</p><p>superior a cinco vezes o percentual fixado neste artigo.</p><p>Gabarito: A</p><p>10. (Auditor-Fiscal da Receita Federal/ESAF/2002.2) Quanto ao imposto de exportação (IE), avalie o acerto das</p><p>afirmações adiante e marque com V as verdadeiras e com F as falsas; em seguida, marque a opção correta.</p><p>( ) O imposto incide sobre mercadoria nacional ou nacionalizada destinada ao exterior.</p><p>( ) Pelas regras vigentes, o imposto é excepcional, pois somente os produtos relacionados estão a ele sujeitos.</p><p>( ) O preço, a vista, da mercadoria, FOB ou colocada na fronteira, é indicativo do preço normal, que é</p><p>a base de cálculo do imposto.</p><p>a) V, V, V b) V, V, F</p><p>c) V, F, F d) F, F, F</p><p>e) F, V, F</p><p>Item I – Verdadeiro. O CTN, em seu art. 23 define o fato gerador do IE: “O imposto, de compe-</p><p>tência da União, sobre a exportação, para o estrangeiro, de produtos nacionais ou nacionalizados</p><p>tem como fato gerador a saída destes do território nacional”</p><p>Item II – Verdadeiro. O imposto de exportação é típico imposto extrafiscal. Sua função não é</p><p>arrecadar, mas controlar a saída de produtos do país. Em regra, o país estimula as exportações,</p><p>pois desenvolvem a produção nacional e favorecem a balança comercial. Apenas em situações</p><p>excepcionais a União cobra o imposto, geralmente quando se pretende assegurar o abastecimen-</p><p>to do mercado nacional de determinados produtos em época de escassez, por exemplo.</p><p>Item III – Verdadeiro. Segundo o Decreto 4.543/2002 (Regulamento Aduaneiro vigente à épo-</p><p>ca da prova), art. 214, a base de cálculo do imposto é o preço normal que a mercadoria, ou sua</p><p>similar, alcançaria. No art. 2º, § 1º, do Decreto-Lei 1.578/1977, é definido que o preço à vista do</p><p>produto, FOB ou posto na fronteira, é indicativo do preço normal.</p><p>FOB é um termo do comércio internacional (Incoterm) que significa Free On Board, ou seja, é o</p><p>valor que o exportador arcou para entregar o produto no porto ou lugar de saída, de onde deixa-</p><p>rá o país. A partir dessa entrega, os demais custos serão suportados pelo adquirente no exterior,</p><p>tais como seguros, por exemplo.</p><p>Sendo assim, a base do imposto de exportação é composta pelo valor dos produtos acrescidos dos</p><p>custos que o exportador suportou para transportá-los ao local da exportação. A partir desse mo-</p><p>mento, os demais encargos incidentes não irão compor a base de cálculo do imposto. Gabarito: A</p><p>125</p><p>George Firmino</p><p>11. (Analista Tributário da Receita Federal do Brasil/ESAF/2012) São contribuintes do Imposto de Renda da</p><p>Pessoa Física</p><p>a) as pessoas físicas domiciliadas ou residentes no Brasil, titulares de disponibilidade econômica ou jurí-</p><p>dica de renda ou proventos de qualquer natureza.</p><p>b) as pessoas físicas domiciliadas ou residentes no Brasil, e aquelas que mesmo sem serem residentes</p><p>no País, sejam titulares de disponibilidade econômica ou jurídica de renda ou proventos de qualquer</p><p>natureza percebidos no exterior.</p><p>c) as pessoas físicas brasileiras domiciliadas ou residentes no Brasil, titulares de disponibilidade econô-</p><p>mica ou jurídica de renda ou proventos de qualquer natureza.</p><p>d) as pessoas físicas domiciliadas ou residentes no Brasil, titulares de disponibilidade econômica ou ju-</p><p>rídica de renda ou proventos de qualquer natureza que percebam os rendimentos somente de fontes</p><p>situadas no País.</p><p>e) as pessoas físicas brasileiras domiciliadas ou residentes no Brasil, titulares de disponibilidade econô-</p><p>mica ou jurídica de renda ou proventos de qualquer natureza, que percebam rendimentos, indepen-</p><p>dentemente da localização da fonte.</p><p>Alternativa A – Correta. Esta é a definição do Regulamento do Imposto de Renda. Os residentes</p><p>ou domiciliados no Brasil são contribuintes do IRPF tanto para os rendimentos auferidos no</p><p>país, como para aqueles auferidos no exterior.</p><p>Alternativa B – Errada. Os não residentes apenas serão considerados contribuintes para os ren-</p><p>dimentos auferidos no Brasil.</p><p>Alternativa C – Apesar de não haver erro na afirmação ela está incompleta. Não são apenas as</p><p>pessoas físicas brasileiras que são contribuintes do imposto de renda. Também serão contribuin-</p><p>tes os estrangeiros residentes no Brasil. A condição de contribuinte não é revelada pela naciona-</p><p>lidade da pessoa física.</p><p>Alternativa D – Errada. Como vimos, os residentes ou domiciliados no Brasil são contribuintes</p><p>do IRPF tanto para os rendimentos auferidos no país, como para aqueles auferidos no exterior.</p><p>Alternativa E – A banca seguiu a literalidade do RIR. Não se pode dizer que a assertiva está er-</p><p>rada, pois as pessoas citadas são contribuintes do IRPF. A banca considerou errada por entender</p><p>que a alternativa restringiu os contribuintes às pessoas físicas brasileiras.</p><p>Gabarito: A</p><p>12. (Analista Tributário da Receita Federal do Brasil/ESAF/2012) Constitui rendimento para fins do Imposto</p><p>sobre a Renda, exceto,</p><p>a) todo o produto do capital.</p><p>b) o provento de qualquer natureza.</p><p>c) o acréscimo patrimonial não correspondente aos rendimentos declarados.</p><p>d) a pensão e os alimentos percebidos em mercadoria.</p><p>e) todo produto do trabalho.</p><p>A questão pede que se assinale algo que não se enquadra no conceito de rendimento. Esse con-</p><p>ceito tem sede legal e está previsto no art. 37 do Regulamento do Imposto de Renda:</p><p>Art. 37. Constituem rendimento bruto todo o produto do capital, do trabalho</p><p>ou da combinação de ambos, os alimentos e pensões percebidos em dinheiro,</p><p>126</p><p>Caderno de questões de Direito Tributário</p><p>os proventos de qualquer natureza, assim também entendidos os acréscimos</p><p>patrimoniais não correspondentes aos rendimentos declarados (Lei nº 5.172,</p><p>de 1966, art. 43, incisos I e II, e Lei nº 7.713, de 1988, art. 3º, § 1º).</p><p>É possível verificar que o art. 37 confirma o fato gerador do imposto de renda previsto no art. 43</p><p>do CTN. Logo, tanto renda como proventos representam rendimento.</p><p>RENDA é o acréscimo patrimonial proveniente do trabalho, do capital ou da combinação de</p><p>ambos. Assim, o</p><p>salário recebido pelo trabalhador no final do mês representa renda, uma vez que</p><p>aquele acréscimo patrimonial teve origem no trabalho. Da mesma forma, quando alguém aplica</p><p>uma quantia em um fundo de investimento ou em ações e obtém rendimentos com essas aplica-</p><p>ções, auferiu renda, pois constitui acréscimo patrimonial que teve origem no capital investido.</p><p>Já a definição de PROVENTO é obtida por exclusão, ou seja, representa qualquer outro acrésci-</p><p>mo patrimonial que não se enquadre no conceito de renda. Dessa forma, quando um apostador</p><p>ganha sozinho na loteria acumulada, obtém um provento. A mesma classificação se dá ao valor</p><p>recebido mensalmente por um aposentado.</p><p>Alternativa A – Correta. O produto do capital representa renda e, portanto, rendimento.</p><p>Alternativa B – Correta. Os proventos também representam rendimento.</p><p>Alternativa C – Correta. Ainda que não declarado, o acrescimento patrimonial constitui rendi-</p><p>mento. Caso contrário, seria um convite à omissão desenfreada dos contribuintes.</p><p>Alternativa D – Errada. A pensão e os alimentos somente constituirão rendimento quando fo-</p><p>rem recebidos em dinheiro.</p><p>Alternativa E – Correta. Nos termos do art. 37 do RIR, constitui rendimento todo o produto do</p><p>capital, do trabalho ou da combinação de ambos.</p><p>Gabarito: D</p><p>base de cálculo (R$) alíquota (%) parcela a deduzir do IR (R$)</p><p>até 1.903,98 – –</p><p>de 1.903,99 até 2.826,65 7,5 142,80</p><p>de 2.826,66 até 3.751,05 15 354,80</p><p>de 3.751,06 até 4.664,68 22,5 636,13</p><p>acima de 4.664,68 27,5 869,36</p><p>(Contador/FUB/Cespe/2015) A tabela apresenta a incidência mensal do Imposto de Renda Pessoa Fí-</p><p>sica (IRPF), com vigência a partir do mês de abril do ano-calendário de 2015. Com base nessa tabela,</p><p>julgue os itens seguintes.</p><p>13. Sobre a base de cálculo mensal de R$ 1.900,00 de um determinado servidor, a FUB não deverá reter</p><p>qualquer valor a título de IRPF.</p><p>( ) Certo</p><p>( ) Errado</p><p>Por ser progressivo, o imposto de renda das pessoas físicas tem sua tributação com base na tabela</p><p>que aumenta suas alíquotas à medida que os rendimentos são mais elevados.</p><p>127</p><p>George Firmino</p><p>A primeira faixa da tabela corresponde à alíquota zero (popularmente chamada de faixa de isen-</p><p>ção). Os contribuintes que receberem rendimentos até esse valor não terão imposto a pagar e, por</p><p>conseguinte, também não haverá retenção na fonte.</p><p>Gabarito: certa.</p><p>14. A tabela do IRPF é um exemplo de tributação com alíquotas fixas.</p><p>( ) Certo</p><p>( ) Errado</p><p>Conforme comentamos na questão anterior, a tributação do imposto de renda é progressiva,</p><p>ou seja, não se trata de aplicação de alíquota fixa, mas de alíquotas que variam em função do</p><p>aumento na base de cálculo.</p><p>Gabarito: errada.</p><p>15. (Analista/TRT 3ª Região/FCC/2016) Sobre o Imposto de Renda Retido na Fonte − IRRF é correto afirmar que</p><p>a) o contribuinte é o empregador que paga o salário e que tem o dever legal de fazer a retenção na fonte.</p><p>b) o empregador é responsável tributário subsidiário, pois caso o empregado não faça o pagamento do</p><p>imposto devido será ele o devedor.</p><p>c) são devedores solidários o empregador e o empregado.</p><p>d) o empregador é o responsável tributário pelo pagamento do Imposto de Renda, em substituição ao</p><p>empregado, pessoa que pratica o fato gerador de auferir renda.</p><p>e) a atribuição de responsabilidade tributária à fonte pagadora dos proventos tributáveis deve ser feita</p><p>por ato normativo da Receita Federal.</p><p>Precisamos identificar o contribuinte do imposto de renda, que é a aquela pessoa que auferiu os</p><p>rendimentos. No caso da questão, o empregado é o contribuinte por auferir seu salário.</p><p>O empregador atua como responsável, uma vez que a legislação o obriga a efetuar a retenção do</p><p>imposto na fonte.</p><p>Gabarito: D</p><p>16. (Auditor-Fiscal da Receita Federal/ESAF/2005) Para os efeitos do imposto de renda, o ___________ perce-</p><p>bido na alienação de bens imóveis considera-se ___________. Já a importância paga a título de aluguel,</p><p>remetida, creditada, empregada ou entregue ao contribuinte, produzido por bens imóveis é denominada</p><p>_________. Um (a) _________, na linguagem tributária, é o valor percebido independentemente de ser</p><p>produzido pelo capital ou o trabalho do contribuinte.</p><p>a) rendimento; rendimento de capital; ganho imobiliário; sinecura</p><p>b) provento; rendimento imobiliário; provento predial; provento</p><p>c) rendimento; rendimento de capital; ganho imobiliário; prebenda</p><p>d) ganho; ganho de capital; rendimento de capital; sinecura</p><p>e) ganho; ganho de capital; rendimento de capital; provento</p><p>128</p><p>Caderno de questões de Direito Tributário</p><p>A questão nos remete ao conceito de renda e de proventos.</p><p>Podemos verificar que a última lacuna deve ser preenchida com algo que não seja fruto do traba-</p><p>lho nem do capital, o que nos leva a concluir que estamos diante de provento.</p><p>Dessa forma, já conseguiríamos eliminar três alternativas, restando apenas a “B” e a “E”. Mas,</p><p>vejamos as demais lacunas.</p><p>A primeira e a segunda lacunas fazem menção ao valor recebido na alienação de bens imóveis.</p><p>Ora, se o valor foi recebido em função da venda de algo que compunha o patrimônio, estamos</p><p>diante de renda e não de proventos. Afinal, capital não significa apenas dinheiro (Michaelis –</p><p>Moderno Dicionário da Língua Portuguesa):</p><p>ca.pi.tal</p><p>sm (lat capitale) 1 Posses, quer em dinheiro, quer em propriedades, pos-</p><p>suídas ou empregadas em uma empresa comercial ou industrial por um</p><p>indivíduo, firma, corporação etc.(...)</p><p>A alienação de imóveis com lucro, ou seja, por um valor maior que o custo de aquisição, repre-</p><p>senta o que a legislação do imposto de renda denomina de ganho de capital. Como o próprio</p><p>nome diz, podemos perceber que estamos diante de renda e não de proventos.</p><p>Resta, portanto, como preenchimento das duas primeiras lacunas, as expressões “ganho” e “ga-</p><p>nho de capital”, respectivamente.</p><p>A terceira lacuna requer o conceito do rendimento de aluguel. Perceba-se que também estamos</p><p>diante de renda e não de provento. A diferença entre ganho e rendimento reside no fato de que no</p><p>ganho houve alienação do bem. Já o rendimento, apenas a remuneração pelo emprego do capital.</p><p>Gabarito: E</p><p>17. (Procurador da Fazenda Nacional/PFN/ESAF/2015) Sobre o Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídi-</p><p>cas – IRPJ, assinale a opção correta.</p><p>a) Considera-se lucro real a soma do lucro operacional e das participações.</p><p>b) Considera-se lucro real a soma dos resultados não operacionais e das participações.</p><p>c) Considera-se lucro real o lucro líquido apurado num exercício financeiro.</p><p>d) O lucro real não pode ser obtido por arbitramento.</p><p>e) O lucro arbitrado é uma forma de tributação simplificada para determinação da base de cálculo do imposto</p><p>de renda das pessoas jurídicas que não estiverem obrigadas, no ano calendário, à apuração do lucro real.</p><p>O lucro real representa a regra geral de apuração da base de cálculo do IRPJ. Seu conceito é estabeleci-</p><p>do no Regulamento do Imposto de Renda, art. 247. Corresponde ao lucro líquido do período de apu-</p><p>ração ajustado pelas adições, exclusões ou compensações prescritas ou autorizadas pelo próprio RIR.</p><p>Ainda na dicção do Regulamento, a determinação do lucro real será precedida da apuração do</p><p>lucro líquido de cada período de apuração com observância das disposições das leis comerciais.</p><p>Esse conceito de lucro líquido é definido no art. 248:</p><p>Art. 248. O lucro líquido do período de apuração é a soma algébrica do lucro</p><p>operacional (Capítulo V), dos resultados não operacionais (Capítulo VII), e</p><p>das participações, e deverá ser determinado com observância dos preceitos</p><p>129</p><p>George Firmino</p><p>da lei comercial (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 6º, § 1º, Lei nº 7.450, de</p><p>1985, art. 18, e Lei nº 9.249, de 1995, art. 4º).</p><p>Nesse sentido, o lucro real é obtido a partir do lucro apurado na contabilidade e posteriormente</p><p>ajustado de acordo com os elementos definidos na legislação.</p><p>Já o lucro arbitrado é uma forma peculiar de apuração da base de cálculo do imposto de renda.</p><p>Este sistema, dependendo de certas condições, é alternativo ao lucro real ou presumido, os quais</p><p>são os sistemas padrão.</p><p>Normalmente, o lucro arbitrado destina-se às empresas que não possuem escrituração contábil</p><p>ou fiscal, ou incorrem em outra situação especificada nas hipóteses de arbitramento.</p><p>Gabarito: D</p><p>18. (Procurador da Fazenda Nacional/PFN/ESAF/2015) São isentos ou não se sujeitam ao imposto sobre a</p><p>renda os seguintes rendimentos originários do trabalho e assemelhados, exceto:</p><p>a) até 50% (cinquenta por cento) dos rendimentos de transporte de passageiros.</p><p>b) 75% (setenta e cinco por cento) dos rendimentos do trabalho assalariado recebidos, em moeda estran-</p><p>geira, por servidores de autarquias ou repartições do Governo brasileiro no exterior.</p><p>c) até 90% (noventa por cento) dos rendimentos de transporte de carga e serviços com trator, máquina</p><p>de terraplenagem, colheitadeira e assemelhados.</p><p>d) salário-família.</p><p>e) rendimentos pagos a pessoa física não residente no Brasil, por autarquias ou repartições do Governo</p><p>brasileiro situadas fora do território nacional e que correspondam a serviços prestados a esses órgãos.</p><p>Alternativa A – Errada. No caso de transporte de passageiros, de acordo com o disposto no art. 47,</p><p>II, do Regulamento do Imposto de Renda, a base de cálculo será de 60% do total recebido. Ou seja,</p><p>40% representa parcela isenta, a ser considerada como custo para se auferir o rendimento do serviço.</p><p>Alternativa B – Correta. Dispõe o art. 44 do regulamento do Imposto de Renda que no caso de</p><p>rendimentos do trabalho assalariado recebidos, em moeda estrangeira, por ausentes no exterior</p><p>a serviço do País, de autarquias ou repartições do Governo brasileiro, situadas no exterior, con-</p><p>sideram-se tributável vinte e cinco por cento do total recebido. Assim, 75% seria parcela isenta.</p><p>Alternativa C – Correta. Para conseguir auferir o rendimento decorrente do transporte de carga, o</p><p>contribuinte deve arcar com algumas despesas, tais como: manutenção do veículo, combustível etc.</p><p>Por isso, a legislação do imposto de renda considera que apenas 10% resulta em acréscimo patri-</p><p>monial e, por conseguinte, valor tributável. Os 90% restantes representam despesas.</p><p>Alternativa D – Correta. O salário-família é isento do imposto de renda, conforme dispõe o art. 39,</p><p>XLI, do Regulamento do Imposto de Renda.</p><p>Alternativa E – Correta. Essa isenção está prevista no art. 687 do Regulamento do Imposto de Renda.</p><p>Gabarito: A</p><p>130</p><p>Caderno de questões de Direito Tributário</p><p>19. (Contador/MPOG/CESPE/2015) Com base no disposto na IN nº 971/2009, da Receita Federal do Brasil,</p><p>julgue o item subsequente, relativo a normas gerais de tributação previdenciária e de arrecadação das</p><p>contribuições sociais destinadas à previdência social e as destinadas a outras entidades ou fundos, adminis-</p><p>tradas pela Receita Federal. Para fins de prestação de informações sobre imposto de renda junto ao fisco,</p><p>as missões diplomáticas e as repartições consulares de carreiras estrangeiras se equiparam a empresas.</p><p>( ) Certo</p><p>( ) Errado</p><p>Como o próprio enunciado da questão esclarece, a Instrução Normativa 971 trata das contri-</p><p>buições previdenciárias. O art. 3º, §4º, IV, da referida IN, equipara as missões diplomáticas e</p><p>repartições consulares a empresas, para fins de cumprimentos de obrigações previdenciárias.</p><p>O erro da questão está em afirmar que essa obrigação se estende ao imposto de renda.</p><p>Gabarito: errada.</p><p>20. (Contador/FUB/Cespe/2015) A respeito das obrigações tributárias acessórias, julgue o item seguinte.</p><p>Nesse sentido, considere que a sigla DIRF, sempre que utilizada, refere-se a declaração do imposto sobre</p><p>a renda retido na fonte.</p><p>Considere que determinado órgão público efetue o pagamento de aluguel, ou arrendamento a pessoa</p><p>jurídica domiciliada no exterior, sem realizar a retenção do imposto de renda na fonte. Nessa situação,</p><p>a apresentação da DIRF, por parte dessa pessoa jurídica, é dispensada.</p><p>( ) Certo</p><p>( ) Errado</p><p>A DIRF é uma declaração que constitui obrigação acessória no que diz respeito ao imposto de</p><p>renda. A obrigação de transmitir a DIRF é da fonte pagadora, ou seja, do responsável que efetuou</p><p>a retenção na fonte e não do contribuinte.</p><p>No caso da questão, ainda que o titular do rendimento esteja domiciliado no exterior, a obrigação</p><p>de efetuar a retenção e, consequentemente, transmitir a DIRF, é da fonte pagadora aqui no Brasil.</p><p>Gabarito: errada.</p><p>21. (Analista/Antaq/Cespe/2014) Acerca dos impostos, taxas e contribuições, julgue os próximos itens.</p><p>Os rendimentos auferidos em aplicações financeiras e em rendimento de poupança de pessoa jurídica,</p><p>sob o regime de apuração do lucro real, deverão ser acrescidos à base de cálculo do imposto de renda</p><p>sobre pessoa jurídica (IRPJ) e da contribuição social sobre o lucro líquido (CSLL).</p><p>( ) Certo</p><p>( ) Errado</p><p>O lucro real, base de cálculo do imposto de renda das pessoas jurídicas, é obtido a partir do lucro</p><p>contábil e deve ser ajustado pelas adições, exclusões e compensações previstos na legislação.</p><p>Quando os rendimentos já estão computados no lucro contábil, não devem ser adicionados para</p><p>obtenção do lucro real. Nesse caso, o máximo que poderíamos ter seria uma exclusão, caso se</p><p>trate de rendimento isento.</p><p>Gabarito: errada.</p><p>131</p><p>George Firmino</p><p>22. (Analista/Teresina/PI/FCC/2016) A respeito do imposto sobre produtos industrializados é INCORRETO</p><p>afirmar que</p><p>a) se inclui dentre os impostos de competência da União.</p><p>b) será seletivo, em função da essencialidade do produto.</p><p>c) terá reduzido seu impacto sobre a aquisição de bens de capital pelo contribuinte do imposto, na for-</p><p>ma da lei.</p><p>d) será não cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação com o montante cobrado</p><p>nas anteriores.</p><p>e) incidirá sobre produtos industrializados destinados ao exterior.</p><p>Alternativa A – Correta. O IPI é imposto de competência da União, conforme previsto na Cons-</p><p>tituição Federal, art. 153, IV.</p><p>Alternativa B – Correta. A Constituição determina a aplicação da seletividade ao IPI no art. 155,</p><p>§ 3º, I.</p><p>Alternativa C – Correta. A redução do impacto do IPI na aquisição de bens de capital (bens que</p><p>serão utilizados na produção de outros bens), está prevista no art. 155, §3º, IV, da CF.</p><p>Alternativa D – Correta. A não cumulatividade na tributação do IPI é determinada no art. 155,</p><p>§ 3º, II, da Constituição.</p><p>Alternativa E – Errada. OS produtos destinados ao exterior não sofrem a incidência do IPI, visto</p><p>que há imunidade prevista no art. 155, § 3º, III, da Constituição Federal.</p><p>Gabarito: E</p><p>23. (Juiz/TJ-SC/FCC/2016) Wagner, pequeno empresário, domiciliado na cidade de Mafra/SC, desejando</p><p>ampliar seus negócios, pensou em transformar seu estabelecimento comercial em estabelecimento industrial.</p><p>Sua preocupação era ter de pagar um imposto que até então lhe era desconhecido: o IPI. Para melhor</p><p>conhecer esse imposto, conversou com alguns amigos que também eram proprietários de indústria e cada</p><p>um deles lhe passou as informações que tinham sobre esse imposto. Disseram-lhe, por exemplo, que a</p><p>competência para instituir esse imposto está prevista na Constituição Federal e que, de acordo com o texto</p><p>constitucional, o IPI</p><p>I. é imposto não-cumulativo, compensando-se o que é devido em cada operação com o montante co-</p><p>brado nas anteriores, pelo mesmo ou outro Estado ou pelo Distrito Federal.</p><p>II. tem seu impacto reduzido sobre a aquisição de bens de capital pelo contribuinte do imposto, na</p><p>forma estabelecida em Regulamento.</p><p>III. pode ter suas alíquotas interestaduais alteradas por meio de Resolução do Senado Federal.</p><p>IV. é imposto seletivo, em função da essencialidade do produto, mas não o é em função do porte do</p><p>estabelecimento industrial que promove seu fato gerador.</p><p>Está correto o que se afirma em</p><p>a) IV, apenas. b) I, apenas.</p><p>c) I, II, III e IV. d) I e III, apenas.</p><p>e) II e IV, apenas.</p><p>132</p><p>Caderno de questões de Direito Tributário</p><p>Assim como a questão anterior, essa questão se responde pela aplicação direta do §3º, do art. 155,</p><p>da Constituição Federal:</p><p>§ 3º O imposto previsto no inciso IV:</p><p>I – será seletivo, em função da essencialidade do produto;</p><p>II – será não-cumulativo, compensando-se</p><p>o que for devido em cada opera-</p><p>ção com o montante cobrado nas anteriores;</p><p>III – não incidirá sobre produtos industrializados destinados ao exterior.</p><p>IV – terá reduzido seu impacto sobre a aquisição de bens de capital pelo con-</p><p>tribuinte do imposto, na forma da lei.</p><p>Item I – Errado. O IPI é imposto de competência da União. Logo, não é cobrado pelos Estados ou</p><p>DF. Essa definição se enquadraria apenas para o ICMS.</p><p>Item II – Errado. A redução do impacto na aquisição de bens de capital deve ocorrer mediante lei.</p><p>Item III – Errado. Por ser imposto federal, o IPI não tem alíquotas interestaduais. Sua alíquota</p><p>é uniforme em todo o território nacional, podendo variar apenas em função do produto, em</p><p>observância à seletividade.</p><p>Item IV – Certo. A seletividade, de observância obrigatória para o IPI, visualiza apenas o pro-</p><p>duto e sua essencialidade, pouco importando quem é o contribuinte. É, pois, critério objetivo da</p><p>tributação e não subjetivo.</p><p>Gabarito: A</p><p>24. (Contador/SP/FCC/2010) Sobre o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), é correto afirmar que</p><p>a) o imposto é cumulativo.</p><p>b) tem como fato gerador a venda de produtos industriais por estabelecimento comercial.</p><p>c) não incide sobre a importação de produtos industrializados.</p><p>d) a base de cálculo do imposto na importação de produtos estrangeiros é o valor CIF da importação.</p><p>e) o imposto é seletivo em função da essencialidade dos produtos.</p><p>Alternativa A – Errada. A disciplina constitucional do IPI é no sentido de que o imposto deverá</p><p>atender à não cumulatividade, compensando-se o que for devido em cada operação com o mon-</p><p>tante cobrado nas anteriores.</p><p>Alternativa B – Errada. De acordo com o CTN, o fato gerador do IPI é, em regra, a saída (de</p><p>estabelecimento industrial ou equiparado) e não a venda de produtos industrializados de esta-</p><p>belecimento comercial.</p><p>Alternativa C – Errada. Nos termos do art. 46, I, do CTN, constitui fato gerador do IPI o desem-</p><p>baraço aduaneiro de produtos industrializados, quando de procedência estrangeira. A exporta-</p><p>ção é que está fora do campo de incidência, pois há imunidade para estas operações.</p><p>Alternativa D – Errada. CIF (Cost, Insurance and Freight) significa que o preço cobrado englo-</p><p>ba o valor das mercadorias, do seguro e do frete. Assim, o valor CIF compõe a base de cálculo</p><p>do imposto de importação. No entanto, para o IPI, o próprio valor do imposto de importação</p><p>compõe a base de cálculo. Nesse sentido, o art. 47 do CTN estabelece que a base de cálculo do</p><p>IPI na importação é o preço normal, acrescido do montante do imposto sobre a importação, das</p><p>133</p><p>George Firmino</p><p>taxas exigidas para entrada do produto no país e dos encargos cambiais efetivamente pagos pelo</p><p>importador ou dele exigíveis.</p><p>Alternativa E – Correta. Determina a Constituição Federal, em seu art. 153, § 3º, I, que o IPI será</p><p>seletivo, em função da essencialidade do produto. Seletividade significa aplicar alíquotas dife-</p><p>rentes para diferentes produtos, a depender da essencialidade de cada um. Para itens de primeira</p><p>necessidade, alíquotas menores. Para os mais supérfluos, alíquotas mais expressivas.</p><p>Gabarito: E</p><p>25. (Auditor/TCE-AM/FCC/2007) Lei federal que fixa alíquotas aplicáveis ao Imposto sobre Produtos Indus-</p><p>trializados (IPI) estabeleceu que a alíquota referente a navios produzidos no Estado do Rio de Janeiro</p><p>é de 1%, e a dos produzidos no resto do país, 8%. Tal disposição vulnera, especificamente, o princípio</p><p>constitucional da</p><p>a) não discriminação entre procedência e destino do produto.</p><p>b) seletividade do imposto sobre produtos industrializados.</p><p>c) liberdade de trânsito.</p><p>d) uniformidade geográfica da tributação.</p><p>e) não-cumulatividade.</p><p>A Constituição Federal estabelece a competência tributária dos entes políticos e delimita o exer-</p><p>cício dessa competência através de limitações ao poder de tributar, dentre as quais estão os prin-</p><p>cípios constitucionais tributários.</p><p>No caso específico da questão, observa-se que a instituição de alíquotas diferenciadas para o</p><p>Estado do Rio de Janeiro ofende o princípio disposto no art. 151, I, da CF/88, segundo o qual</p><p>é vedado à União instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que</p><p>implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em</p><p>detrimento de outro. Trata-se do princípio da uniformidade geográfica da tributação.</p><p>O mesmo dispositivo, porém, permite a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o</p><p>equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico entre as diferentes regiões do país, o que poderia</p><p>permitir a concessão de incentivos fiscais para determinado Estado.</p><p>Ocorre que conferir um tratamento diferenciado ao Estado do Rio de Janeiro em nada iria pro-</p><p>mover o equilíbrio do desenvolvimento, já que os menos favorecidos normalmente estão locali-</p><p>zados no Norte e no Nordeste do país. Gabarito: D</p><p>26. (Analista/MPU/Cespe/2015) Julgue o item subsequente, relativos aos tributos e às suas respectivas com-</p><p>petências. A União pode elevar a alíquota do IPI sem depender da aprovação do Congresso Nacional,</p><p>mas essa elevação não poderá ser implementada antes de noventa dias de sua decretação.</p><p>( ) Certo</p><p>( ) Errado</p><p>Devido ao seu caráter extrafiscal, a alteração das alíquotas do IPI é exceção ao princípio da lega-</p><p>lidade, podendo ser feita por ato do Poder Executivo, sem a participação do Congresso Nacional.</p><p>Pelo mesmo motivo o IPI representa exceção ao princípio da anterioridade.</p><p>134</p><p>Caderno de questões de Direito Tributário</p><p>Porém, dentre os tributos extrafiscais, o IPI é o único que não figura como exceção à anterioridade</p><p>nonagesimal. Sendo assim, a majoração das alíquotas deve observar o prazo de 90 dias para cobrança.</p><p>Gabarito: certa.</p><p>27. (Procurador da Fazenda Nacional/PFN/ESAF/2015) Não é fato gerador do Imposto sobre Produtos</p><p>Industrializados – IPI:</p><p>a) o conserto, a restauração e o recondicionamento de produtos usados para comércio.</p><p>b) a confecção de vestuário, por encomenda direta do consumidor ou usuário, em oficina do confeccionador.</p><p>c) a operação efetuada fora do estabelecimento industrial.</p><p>d) o reparo de produtos com defeito de fabricação, mediante substituição de partes e peças, mesmo</p><p>quando a operação for remunerada.</p><p>e) o preparo de produto, por encomenda direta do consumidor ou usuário, desde que na residência do</p><p>preparador.</p><p>O conceito de industrialização foi estampado no art. 4º do Regulamento do Imposto sobre Pro-</p><p>dutos Industrializados:</p><p>Art. 4º Caracteriza industrialização qualquer operação que modifique a na-</p><p>tureza, o funcionamento, o acabamento, a apresentação ou a finalidade do</p><p>produto, ou o aperfeiçoe para consumo, tal como:</p><p>I – a que, exercida sobre matérias-primas ou produtos intermediários, im-</p><p>porte na obtenção de espécie nova (transformação);</p><p>II – a que importe em modificar, aperfeiçoar ou, de qualquer forma, alterar</p><p>o funcionamento, a utilização, o acabamento ou a aparência do produto (be-</p><p>neficiamento);</p><p>III – a que consista na reunião de produtos, peças ou partes e de que resulte</p><p>um novo produto ou unidade autônoma, ainda que sob a mesma classifica-</p><p>ção fiscal (montagem);</p><p>IV – a que importe em alterar a apresentação do produto, pela colocação da</p><p>embalagem, ainda que em substituição da original, salvo quando a embala-</p><p>gem colocada se destine apenas ao transporte da mercadoria (acondiciona-</p><p>mento ou reacondicionamento); ou</p><p>V – a que, exercida sobre produto usado ou parte remanescente de produto</p><p>deteriorado ou inutilizado, renove ou restaure o produto para utilização (re-</p><p>novação ou recondicionamento).</p><p>Por outro lado, o próprio Regulamento se apressa em definir algumas operações que, embora se</p><p>enquadrem em uma das modalidades de industrialização ou delas se aproxime, estão excluídas</p><p>do conceito de industrialização.</p><p>É o que o RIPI chama de exclusões, ou seja, tais operações são excluídas do conceito de indus-</p><p>trialização. Sendo assim os produtos resultantes não serão considerados industrializados para</p><p>fins de incidência do imposto. Trata-se de uma lista um pouco</p><p>extensa, de modo que a exceção</p><p>acaba sendo maior que a regra. Senão, vejamos:</p><p>Art. 5º Não se considera industrialização:</p><p>I – o preparo de produtos alimentares, não acondicionados em embalagem</p><p>de apresentação:</p><p>135</p><p>George Firmino</p><p>a) na residência do preparador ou em restaurantes, bares, sorveterias, con-</p><p>feitarias, padarias, quitandas e semelhantes, desde que os produtos se</p><p>destinem a venda direta a consumidor; ou</p><p>b) em cozinhas industriais, quando destinados a venda direta a pessoas ju-</p><p>rídicas e a outras entidades, para consumo de seus funcionários, empre-</p><p>gados ou dirigentes;</p><p>II – o preparo de refrigerantes, à base de extrato concentrado, por meio de</p><p>máquinas, automáticas ou não, em restaurantes, bares e estabelecimentos</p><p>similares, para venda direta a consumidor;</p><p>III – a confecção ou preparo de produto de artesanato, definido no art. 7º;</p><p>IV – a confecção de vestuário, por encomenda direta do consumidor ou</p><p>usuário, em oficina ou na residência do confeccionador;</p><p>V – o preparo de produto, por encomenda direta do consumidor ou usuário,</p><p>na residência do preparador ou em oficina, desde que, em qualquer caso, seja</p><p>preponderante o trabalho profissional;</p><p>VI – a manipulação em farmácia, para venda direta a consumidor, de medi-</p><p>camentos oficinais e magistrais, mediante receita médica;</p><p>VII – a moagem de café torrado, realizada por estabelecimento comercial</p><p>varejista como atividade acessória;</p><p>VIII – a operação efetuada fora do estabelecimento industrial, consistente na</p><p>reunião de produtos, peças ou partes e de que resulte:</p><p>a) edificação (casas, edifícios, pontes, hangares, galpões e semelhantes, e</p><p>suas coberturas);</p><p>b) instalação de oleodutos, usinas hidrelétricas, torres de refrigeração, es-</p><p>tações e centrais telefônicas ou outros sistemas de telecomunicação e</p><p>telefonia, estações, usinas e redes de distribuição de energia elétrica e</p><p>semelhantes; ou</p><p>c) fixação de unidades ou complexos industriais ao solo;</p><p>IX – a montagem de óculos, mediante receita médica, e;</p><p>X – o acondicionamento de produtos classificados nos Capítulos 16 a 22 da</p><p>TIPI, adquiridos de terceiros, em embalagens confeccionadas sob a forma de</p><p>cestas de natal e semelhantes;</p><p>XI – o conserto, a restauração e o recondicionamento de produtos usa-</p><p>dos, nos casos em que se destinem ao uso da própria empresa executora ou</p><p>quando essas operações sejam executadas por encomenda de terceiros não</p><p>estabelecidos com o comércio de tais produtos, bem como o preparo, pelo</p><p>consertador, restaurador ou recondicionador, de partes ou peças empregadas</p><p>exclusiva e especificamente naquelas operações;</p><p>XII – o reparo de produtos com defeito de fabricação, inclusive mediante</p><p>substituição de partes e peças, quando a operação for executada gratuita-</p><p>mente, ainda que por concessionários ou representantes, em virtude de ga-</p><p>rantia dada pelo fabricante;</p><p>XIII – a restauração de sacos usados, executada por processo rudimentar,</p><p>ainda que com emprego de máquinas de costura;</p><p>XIV – a mistura de tintas entre si, ou com concentrados de pigmentos, sob</p><p>encomenda do consumidor ou usuário, realizada em estabelecimento co-</p><p>mercial varejista, efetuada por máquina automática ou manual, desde que</p><p>136</p><p>Caderno de questões de Direito Tributário</p><p>fabricante e varejista não sejam empresas interdependentes, controladora,</p><p>controlada ou coligadas; e</p><p>XV – a operação de que resultem os produtos relacionados na Subposição</p><p>2401.20 da TIPI, quando exercida por produtor rural pessoa física.</p><p>Parágrafo único. O disposto no inciso VIII não exclui a incidência do imposto</p><p>sobre os produtos, partes ou peças utilizados nas operações nele referidas.</p><p>O art. 7º complementa:</p><p>Art. 7º Para os efeitos do art. 5º:</p><p>I – no caso do seu inciso III, produto de artesanato é o proveniente de traba-</p><p>lho manual realizado por pessoa natural, nas seguintes condições:</p><p>a) quando o trabalho não contar com o auxílio ou a participação de tercei-</p><p>ros assalariados; e</p><p>b) quando o produto for vendido a consumidor, diretamente ou por inter-</p><p>médio de entidade de que o artesão faça parte ou seja assistido;</p><p>II – nos casos dos seus incisos IV e V:</p><p>a) oficina é o estabelecimento que empregar, no máximo, cinco operários e,</p><p>quando utilizar força motriz não dispuser de potência superior a cinco</p><p>quilowatts; e</p><p>b) trabalho preponderante é o que contribuir no preparo do produto, para</p><p>formação de seu valor, a título de mão de obra, no mínimo com sessenta</p><p>por cento.</p><p>Gabarito: B</p><p>28. (Analista Tributário da Receita Federal do Brasil/ESAF/2012) Avalie os itens a seguir e assinale a opção correta.</p><p>I. O desembaraço aduaneiro de produto de procedência estrangeira é fato gerador do Imposto sobre</p><p>Produtos Industrializados, considerando-se ocorrido o referido desembaraço quando a mercadoria</p><p>consta como tendo sido importada e o extravio ou avaria venham a ser apurados pela autoridade</p><p>fiscal, inclusive na hipótese de mercadoria sob regime suspensivo de tributação.</p><p>II. Considera-se ocorrido o fato gerador do Imposto sobre Produtos Industrializados na saída de arma-</p><p>zém-geral ou outro depositário do estabelecimento industrial ou equiparado a industrial depositante,</p><p>quanto aos produtos entregues diretamente a outro estabelecimento.</p><p>III. Considera-se ocorrido o fato gerador do Imposto sobre Produtos Industrializados na saída do estabe-</p><p>lecimento industrial diretamente para estabelecimento da mesma firma ou de terceiro, por ordem do</p><p>encomendante, quanto aos produtos mandados industrializar por encomenda.</p><p>a) Somente o item I está correto.</p><p>b) O item I e o item II estão corretos.</p><p>c) Os itens I, II e III estão corretos.</p><p>d) Os itens II e III estão corretos.</p><p>e) Os itens I e III estão corretos.</p><p>A questão versa sobre o aspecto temporal da incidência do IPI, ou seja, em que momento se con-</p><p>sidera ocorrido o fato gerador.</p><p>137</p><p>George Firmino</p><p>Item I – Correto. O art. 35, I, do RIPI define o desembaraço aduaneiro como fato gerador do im-</p><p>posto. O parágrafo único do mesmo artigo estabelece que considerar-se-á ocorrido o respectivo</p><p>desembaraço aduaneiro da mercadoria que constar como tendo sido importada e cujo extravio</p><p>ou avaria venham a ser apurados pela autoridade fiscal, inclusive na hipótese de mercadoria sob</p><p>regime suspensivo de tributação.</p><p>Item II – Correto. Assim dispõe o art. 36, II do RIPI.</p><p>Item III – Correto. Literalidade do art. 36, IV do RIPI.</p><p>Gabarito: C</p><p>29. (Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil/ESAF/2014) São imunes da incidência do Imposto sobre</p><p>Produtos Industrializados, exceto:</p><p>a) o ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial.</p><p>b) os livros, jornais e periódicos e o papel destinado à sua impressão.</p><p>c) os produtos industrializados destinados ao exterior.</p><p>d) as aeronaves de uso militar vendidas à União.</p><p>e) a energia elétrica, derivados do petróleo, combustíveis e minerais do País.</p><p>São imunes à incidência do imposto:</p><p>•	 os livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão (Constituição Federal, art.</p><p>150, inciso VI, alínea “d”);</p><p>•	 os produtos industrializados destinados ao exterior (Constituição Federal, art. 153, § 3º, inciso III);</p><p>•	 o ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial (Constituição</p><p>Federal, art. 153, § 5º); e</p><p>•	 a energia elétrica, derivados de petróleo, combustíveis e minerais do País (Constituição Fede-</p><p>ral, art. 155, § 3º).</p><p>As aeronaves de uso militar vendidas à União são isentas do IPI, conforme prevê o Regulamento</p><p>do IPI em seu art. 54, VI. Trata-se, pois, de dispensa legal do pagamento e não imunidade, eis</p><p>que esta decorre diretamente da Constituição Federal.</p><p>Gabarito: D</p><p>30. (Técnico/TRF 4ª Região/FCC/2014) Acerca do Imposto sobre Produtos Industrializados,</p><p>a) por ter natureza extrafiscal, é exceção à legalidade, irretroatividade, anterioridades anual e nonagesimal.</p><p>b) pode ser instituído ou majorado por ato do Poder Executivo, sendo exceção à regra da legalidade.</p><p>c) é instituído por lei, mas tem as alíquotas incidentes sobre cada produto industrializado fixadas por ato</p><p>do</p><p>viável promover uma alteração drástica no correspondente item da tabela de valores das taxas estaduais.</p><p>Desse modo, com a finalidade de adequar a cobrança da taxa à capacidade contributiva do contribuin-</p><p>te, o referido deputado decidiu apresentar projeto de lei para alterar a maneira como essa taxa seria</p><p>cobrada. De acordo com seu projeto, o valor anual dessa taxa, em relação aos hotéis e congêneres,</p><p>passaria a ser calculado mediante a aplicação da alíquota de 0,1% sobre o capital social da empresa</p><p>hoteleira ou da empresa congênere.</p><p>No tocante especificamente aos motéis, visando, ainda, alcançar o objetivo de adequar a cobrança da</p><p>taxa à capacidade contributiva do contribuinte, essa taxa passaria a ser calculada mediante a aplicação</p><p>de uma alíquota de 10% sobre a mesma base de cálculo utilizada para cálculo do ISSQN devido ao</p><p>município de localização do estabelecimento contribuinte.</p><p>Com base nas informações apresentadas e no que dispõe o CTN a esse respeito, considere:</p><p>I. O projeto de lei em questão não merece prosperar, em relação aos hotéis e congêneres, pois as taxas</p><p>não podem ser calculadas em função do capital das empresas.</p><p>II. O projeto de lei em questão merece prosperar, em relação aos hotéis e congêneres, pois os tributos</p><p>devem ser graduados com base na capacidade econômica do contribuinte (capacidade contributiva).</p><p>III. A capacidade econômica do contribuinte (capacidade contributiva) é relevante para a graduação do</p><p>valor dos tributos a serem cobrados do sujeito passivo.</p><p>IV. O projeto de lei em questão não merece prosperar, em relação aos motéis, pois as taxas não podem ter</p><p>base de cálculo própria de impostos, nem idênticas às que correspondam à base de cálculo de impostos.</p><p>V. O projeto de lei em questão merece prosperar, em relação aos motéis, pois, quando as taxas vierem</p><p>a ter base de cálculo própria de impostos, os impostos deverão deixar de ser cobrados, para que as</p><p>taxas possam sê-lo.</p><p>Está correto o que se afirma APENAS em</p><p>a) IV e V. b) I e II.</p><p>c) II e III. d) III e V.</p><p>e) I e IV.</p><p>A questão pede que se responda de acordo com o CTN, no que diz respeito à base de cálculo das</p><p>taxas e a utilização de base de cálculo própria de impostos.</p><p>De acordo com o parágrafo único do art. 77 do CTN, a taxa não pode ter base de cálculo ou fato gera-</p><p>dor idênticos aos que correspondam a imposto nem ser calculada em função do capital das empresas.</p><p>Isso invalidaria a taxa aplicada aos hotéis, já que estaria incidindo sobre o capital das empresas</p><p>e invalidaria a taxa aplicada aos motéis, já que estariam incidindo sobre base de cálculo idêntica</p><p>à do ISS.</p><p>Apesar de remeter o candidato ao CTN, a questão exige o conhecimento do princípio da capaci-</p><p>dade contributiva, previsto no art. 145, §1º, da Constituição Federal. Define o princípio que, sem-</p><p>pre que possível, os impostos serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte.</p><p>Trata-se de princípio direcionado, em regra, aos impostos e não aos tributos em geral. Além dis-</p><p>so, apesar da possibilidade de aplicação a outras espécies tributárias, sua aplicação deve ocorrer</p><p>sempre que possível e não obrigatoriamente em toda e qualquer situação.</p><p>Corretos os itens I e IV.</p><p>Gabarito: E</p><p>17</p><p>George Firmino</p><p>16. (Assistente Técnico Administrativo/ATA/MF/ESAF/2009) A determinação da natureza jurídica específica</p><p>do tributo, de acordo com o Código Tributário Nacional, decorre, especificamente:</p><p>a) do fato gerador da respectiva obrigação</p><p>b) da destinação legal do produto da arrecadação</p><p>c) da denominação</p><p>d) da fixação do agente arrecadador</p><p>e) das peculiaridades dos sujeitos ativo e passivo da obrigação</p><p>As disposições do art. 4º do CTN são amplamente cobradas em prova. Quase que a totalidade</p><p>das questões da ESAF exigiu a literalidade do Código, onde o candidato deveria responder que a</p><p>natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação,</p><p>sendo irrelevantes para qualificá-la a denominação e demais características formais adotadas</p><p>pela lei ou a destinação legal do produto da sua arrecadação.</p><p>É justamente o caso desta questão.</p><p>Porém, apesar de as questões exigirem a literalidade do art. 4º do CTN em praticamente todas as</p><p>provas, é importante atenção para a possibilidade de inovação por parte das bancas, no sentido</p><p>de cobrar o entendimento mais recente, o que já ocorreu em alguns concursos.</p><p>Nesse cenário, a recomendação é verificar com atenção o enunciado. Se for feita referência ao</p><p>CTN, a questão deve ser respondida e acordo com a literalidade do art. 4º. Se a referência for</p><p>à Constituição ou às espécies tributárias empréstimo compulsório ou contribuições especiais,</p><p>possivelmente estará sendo cobrado o novo entendimento decorrente da teoria pentapartida.</p><p>Caso o enunciado não dê nenhuma pista, o candidato deve analisar as opções de resposta para</p><p>verificar se há referência a alguma espécie tributária. A depender da referência, deve-se respon-</p><p>der pelo CTN ou pelo entendimento dominante atualmente.</p><p>Gabarito: A</p><p>17. (Analista/Sebrae/Cespe/2010) Julgue a assertiva.</p><p>Para se distinguir um imposto de uma taxa ou de uma contribuição, é fundamental examinar o fato gera-</p><p>dor do tributo, bem como a destinação legal do produto da sua arrecadação.</p><p>( ) Certo</p><p>( ) Errado</p><p>Vimos que a tendência das bancas é direcionar para o entendimento de que os empréstimos</p><p>compulsórios e contribuições especiais diferenciam dos impostos e das taxas não apenas pelo</p><p>fato gerador, mas pelo destino da arrecadação.</p><p>No entanto, para diferenciar impostos, taxas e contribuições de melhoria, vale a regra geral do</p><p>art. 4º do CTN, ou seja, basta examinar o fato gerador. O erro da assertiva está em definir que</p><p>para diferenciar impostos de taxas deve-se examinar o destino da arrecadação.</p><p>Gabarito: errado.</p><p>18</p><p>Caderno de questões de Direito Tributário</p><p>18. (Procurador do Município/Cespe/2017) A identificação do fato gerador é elemento suficiente para a</p><p>classificação do tributo nas espécies tributárias existentes no ordenamento jurídico: impostos, taxas, con-</p><p>tribuições de melhoria, contribuições e empréstimos compulsórios.</p><p>( ) Certo</p><p>( ) Errado</p><p>Essa questão complementa o que acabamos de ver na anterior.</p><p>A análise do fato gerador, regra prevista no art. 4º do CTN, é suficiente para distinguir a nature-</p><p>za jurídica dos tributos previstos no próprio CTN.</p><p>Porém, quando estamos diante de contribuições especiais ou empréstimos compulsórios, faz-se</p><p>necessária a análise do destino legal da arrecadação.</p><p>Gabarito: errado.</p><p>19. (Analista Judiciário/TRE-BA/Cespe/2017) Determinado ato jurídico realizado dentro do território nacional</p><p>resultou em transferência financeira de uma parte a outra, tendo sido classificado como fato gerador do</p><p>imposto de competência da União sobre renda e proventos de qualquer natureza. Nesse caso, a classifi-</p><p>cação do ato como fato gerador do imposto foi afetada pela</p><p>a) natureza da operação.</p><p>b) forma de percepção dos recursos oriundos do ato.</p><p>c) denominação da receita auferida.</p><p>d) localização em que o ato se considera realizado.</p><p>e) nacionalidade das partes.</p><p>O enunciado da questão apresenta uma situação (transferência financeira entre duas partes em</p><p>um negócio) e afirma que essa situação representa o fato gerador do imposto de renda.</p><p>Diante dessa afirmação, nos é questionado o que isso afeta.</p><p>Ora, se uma situação é definida em lei como sendo fato gerador de determinado tributo, podemos</p><p>afirmar que a natureza daquela operação está atribuindo à situação uma natureza jurídica de tributo.</p><p>No caso específico, por se tratar de manifestação de riqueza está dando a natureza jurídica de imposto.</p><p>Pouco importam a forma de percepção dos recursos, a denominação, a localização ou a naciona-</p><p>lidade. É o fato gerador que conferiu a natureza jurídica de tributo àquela situação.</p><p>Gabarito: A</p><p>20. (Analista de Planejamento e Orçamento/APO/MPOG/ESAF/2015) Sobre o conceito de tributo, suas</p><p>classificações e suas espécies, é correto afirmar que</p><p>a) tributo é, legal e constitucionalmente, toda prestação pecuniária compulsória,</p><p>Poder Executivo, mais especificamente Decreto.</p><p>d) é exceção à anterioridade nonagesimal, mas deve obediência à anterioridade anual.</p><p>e) é exceção à anterioridade anual e nonagesimal.</p><p>138</p><p>Caderno de questões de Direito Tributário</p><p>Alternativa A – Errada. Devido ao seu caráter extrafiscal, a alteração das alíquotas do IPI é exce-</p><p>ção ao princípio da legalidade, podendo ser feita por ato do Poder Executivo, sem a participação</p><p>do Congresso Nacional. Pelo mesmo motivo o IPI representa exceção ao princípio da anterio-</p><p>ridade. Porém, dentre os tributos extrafiscais, o IPI é o único que não figura como exceção à</p><p>anterioridade nonagesimal. Sendo assim, a majoração das alíquotas deve observar o prazo de 90</p><p>dias para cobrança.</p><p>Alternativa B – Errada. Embora seja possível sua majoração por ato do Executivo, a instituição</p><p>do IPI deve ser feita por lei.</p><p>Alternativa C – Correta. Exatamente o que comentamos nas alternativas anteriores.</p><p>Alternativas D e E – Erradas. O IPI somente é exceção à anterioridade anual, conforme visto na</p><p>alternativa A.</p><p>Gabarito: C</p><p>31. (Promotor/MP-PE/FCC/2014) O Presidente da República, através de Decreto, elevou a alíquota do IPI</p><p>incidente sobre carro zero. É correto afirmar que este ato</p><p>a) é legal, porque somente a lei pode prever a possibilidade de majoração de alíquota por ato do Poder</p><p>Executivo.</p><p>b) é inconstitucional, porque esta majoração sempre depende de lei, não podendo ser praticado por ato</p><p>do Poder Executivo que não tenha força de lei.</p><p>c) é ilegal, porque para se elevar a alíquota do IPI é necessário lei ou, pelo menos, medida provisória.</p><p>d) é constitucional, desde que esta elevação de alíquota tenha ocorrido dentro de condições e limites</p><p>estabelecidos em lei.</p><p>e) é constitucional, pois a Constituição autoriza majoração do IPI por ato do Poder Executivo, sem neces-</p><p>sidade de se observar qualquer limite ou condição legal.</p><p>Conforme estudamos, a Constituição Federal permite que o IPI figure como exceção ao princí-</p><p>pio da legalidade, podendo ter suas alíquotas modificadas por Decreto.</p><p>Ocorre que para que o Decreto seja válido, deve atender aos limites legais, não podendo extrapolar.</p><p>Gabarito: D</p><p>32. (Defensor/DPU/Cespe/2015) A respeito das limitações ao poder de tributar e da competência tributária,</p><p>julgue o item que se segue.</p><p>A União tem competência para instituir o imposto territorial rural, o qual terá como fato gerador a proprie-</p><p>dade, o domínio útil ou a posse de imóvel por natureza, como definido na lei civil, localizado fora da zona</p><p>urbana do município, todavia não poderá esse imposto incidir sobre pequenas glebas rurais exploradas</p><p>pelo proprietário que não possua outro imóvel, tratando-se, nesse caso, de uma imunidade específica.</p><p>( ) Certo</p><p>( ) Errado</p><p>A União detém a competência para instituição do ITR. Porém, há imunidade específica para as</p><p>pequenas glebas rurais prevista no art. 153, § 4º, II.</p><p>Gabarito: certa.</p><p>139</p><p>George Firmino</p><p>33. (Auditor-Fiscal da Receita Federal/ESAF/2002) Relativamente ao Imposto Territorial Rural (ITR), avalie o</p><p>acerto das afirmações adiante e marque com V as verdadeiras e com F as falsas; em seguida, marque a</p><p>opção correta.</p><p>( ) Como regra, o ITR incide inclusive sobre o imóvel declarado de interesse social para fins de reforma</p><p>agrária.</p><p>( ) Segundo a interpretação legal, imóvel rural de área inferior a 30 hectares, independentemente do</p><p>local onde se encontre, é considerada pequena propriedade, imune ao imposto.</p><p>( ) O “posseiro” do imóvel é estranho à relação jurídica relativa ao ITR, pois o contribuinte do imposto é</p><p>o titular do domínio útil ou o proprietário.</p><p>a) V, V, V. b) V, V, F.</p><p>c) V, F, F. d) F, F, F.</p><p>e) F, V, F.</p><p>Item I – Verdadeiro. O Decreto 4.382/2002 (Regulamento do ITR) estabelece em seu art. 2º, § 1º,</p><p>que o ITR incide sobre a propriedade rural declarada de utilidade ou necessidade pública, ou inte-</p><p>resse social, inclusive para fins de reforma agrária.</p><p>Item II – Verdadeiro. O art. 153, § 4º, II, confere imunidade às pequenas glebas rurais, definidas</p><p>em lei. O RITR define pequena gleba rural para fins de gozo da imunidade:</p><p>Art. 3º. § 1º. Pequena gleba rural é o imóvel com área igual ou inferior a (Lei</p><p>nº 9.393, de 1996, art. 2º, parágrafo único):</p><p>I – cem Hectares, se localizado em município compreendido na Amazônia</p><p>Ocidental ou no Pantanal mato-grossense e sul-mato-grossense;</p><p>II – Cinquenta hectares, se localizado em município compreendido no Po-</p><p>lígono das Secas ou na Amazônia Oriental;</p><p>III – trinta hectares, se localizado em qualquer outro município.</p><p>Assim, o imóvel com área inferior a 30 hectares é considerado pequena gleba rural para fins de</p><p>imunidade ao ITR, seja qual for sua localização. Item verdadeiro.</p><p>Item III – Falso. Determina o RITR:</p><p>Art. 5º Contribuinte do ITR é o proprietário de imóvel rural, o titular de seu</p><p>domínio útil ou o seu possuidor a qualquer título (Lei nº 5.172, de 1966, art.</p><p>31; Lei nº 9.393, de 1996, art. 4º).</p><p>Gabarito: B</p><p>34. (Analista/MPU/CESPE/2015) Julgue o item subsequente, relativos aos tributos e às suas respectivas</p><p>competências. A arrecadação do imposto sobre propriedade territorial rural pertencerá inteiramente ao</p><p>município quando este optar por fiscalizá-lo e cobrá-lo, hipótese em que o município não poderá abrir</p><p>mão de sua arrecadação integral, vedado qualquer tipo de renúncia fiscal.</p><p>( ) Certo</p><p>( ) Errado</p><p>O ITR, imposto de competência da União, terá sua receita destinada à própria União, com pos-</p><p>terior entrega de 50% aos municípios.</p><p>140</p><p>Caderno de questões de Direito Tributário</p><p>Porém, a Constituição prevê a possibilidade de delegação da capacidade tributária ativa aos municí-</p><p>pios, hipótese em que o ente municipal ficará com todo o recurso arrecadado, desde que não implique</p><p>redução do imposto ou qualquer outra forma de renúncia fiscal (art. 153, § 4º, III). Gabarito: certa.</p><p>35. (Auditor/SEGEP/MA/FCC/2016) De acordo com a Constituição Federal, o Imposto Territorial Rural é um</p><p>tributo de competência da União, mas 50% do produto de sua arrecadação pertence aos Municípios.</p><p>Caso, porém, um Município brasileiro opte por fiscalizá-lo e cobrá-lo, na forma da lei, sem reduzir o seu</p><p>montante e sem adotar qualquer outra forma de renúncia fiscal, caberá a esse Município a integralidade</p><p>do produto de sua arrecadação.</p><p>Ciente disso, em dezembro de 2015, um Município brasileiro celebrou convênio com a União, por inter-</p><p>médio da Secretaria da Receita Federal, que lhe delegou as atribuições de fiscalização (inclusive a de</p><p>lançamento dos créditos tributários) e de cobrança do ITR, abrindo mão, também, de eventual competên-</p><p>cia supletiva da União para fiscalizá-lo e cobrá-lo, enquanto o referido Município mantivesse observância</p><p>de todas as regras legais e de todas as cláusulas do referido convênio.</p><p>Com base no CTN, o sujeito ativo da obrigação tributária principal, relativa ao ITR incidente sobre as</p><p>propriedades territoriais rurais localizadas nesse Município, será</p><p>a) tanto a União, como o Município, em solidariedade ativa, relativamente a todos os créditos tributários</p><p>constituídos nesse Município.</p><p>b) apenas o Município.</p><p>c) aquele que for indicado como sujeito ativo no convênio firmado entre a União e o Município.</p><p>d) apenas a União.</p><p>e) a União, em relação a 50% dos créditos tributários constituídos nesse Município, e será o Município</p><p>em relação aos outros 50%.</p><p>Essa questão é bem interessante.</p><p>Conforme vimos na questão anterior, em regra, a arrecadação do ITR é da União que, por força</p><p>de determinação constitucional, deverá destinar 50% aos municípios.</p><p>Ocorre que a própria Constituição prevê a hipótese de delegação da capacidade tributária ativa,</p><p>situação em que o município que firmar convênio com a União ficará com a totalidade dos re-</p><p>cursos arrecadados.</p><p>Contudo, há que se destacar que mesmo nessa situação, a União continua sendo a titular da com-</p><p>petência tributária. Já a capacidade tributária ativa seria integral do município enquanto vigente</p><p>o convênio. Gabarito: B</p><p>36. (Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil/ESAF/2009) Analise</p><p>em moeda ou cujo valor</p><p>nela se possa exprimir, ainda que constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante</p><p>atividade administrativa plenamente vinculada.</p><p>b) a natureza jurídica específica do tributo é, legal e constitucionalmente, determinada pelo fato gerador</p><p>da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualifica-la tanto denominação e demais caracte-</p><p>rísticas formais adotadas pela lei quanto a destinação legal do produto da sua arrecadação.</p><p>19</p><p>George Firmino</p><p>c) as espécies tributárias são, legal e constitucionalmente, imposto, taxa, contribuição de melhoria, con-</p><p>tribuição social, contribuição de intervenção no domínio econômico, contribuição de interesse de</p><p>categoria econômica ou profissional e contribuição de iluminação pública.</p><p>d) a espécie tributária “taxa” pode ter como fato gerador, legal e constitucionalmente, o exercício regular</p><p>do poder de polícia ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível,</p><p>prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição, desde que, em qualquer caso, a respectiva base</p><p>de cálculo não seja idêntica àquelas que correspondam a qualquer espécie de imposto.</p><p>e) denomina-se como tributo indireto aquele que comporte, por sua natureza, transferência do respectivo</p><p>encargo financeiro da tributação desde o denominado contribuinte de fato para sobre o denominado</p><p>contribuinte de direito.</p><p>Antes de analisarmos o teor de cada alternativa, cabe aqui uma observação. A questão trata de</p><p>vários aspectos dos tributos remente à disciplina legal e constitucional. Cumpre aqui destacar</p><p>que nem todos os conceitos ou definições estão expressos na Constituição Federal. Grande parte</p><p>deles está previsto no CTN. Assim, ao analisarmos cada uma das alternativas, devemos estar</p><p>atentos à disciplina constitucional e às normas gerais previstas no Código Tributário Nacional.</p><p>Vejamos cada uma das alternativas.</p><p>Alternativa A – Errada. A definição de tributo não está disposta de forma expressa no texto cons-</p><p>titucional. Trata-se de uma definição trazida pelo CTN em seu art. 3º. Ademais, esta definição</p><p>prevista no Código afasta do seu conceito a sanção por ato ilícito.</p><p>Alternativa B – Errada. Essa assertiva requer muita atenção! A natureza jurídica do tributo ana-</p><p>lisada sob a ótica legal é definida apenas pelo fato gerador do tributo. Essa previsão legal decorre</p><p>da adoção da teoria tripartida à época da edição do CTN. Contudo, a disciplina constitucional</p><p>inaugurada em 1988 aceita o destino legal dado à arrecadação como fator determinante para</p><p>classificar as contribuições especiais e os empréstimos compulsórios, espécies tributárias de</p><p>acordo com a teoria pentapartida.</p><p>Alternativa C – Errada. Legalmente as espécies tributárias são apenas impostos, taxas e contri-</p><p>buição de melhoria (teoria tripartida adotada pelo CTN). Além disso, pela disciplina constitu-</p><p>cional (pentapartição), temos impostos, taxas, contribuição de melhoria, contribuições especiais</p><p>e empréstimos compulsórios. A assertiva separou as subespécies de contribuições como sendo</p><p>espécies autônomas.</p><p>Alternativa D – Correta. Os possíveis fatos geradores das taxas estão previstos tanto na Cons-</p><p>tituição Federal (art. 145, II) como no CTN (art. 77). Trata-se do exercício regular do poder de</p><p>polícia ou da utilização efetiva ou potencial de serviços públicos específicos e divisíveis, pres-</p><p>tados ao contribuinte ou postos à sua disposição. A assertiva está correta ainda em destacar a</p><p>impossibilidade de adoção nas taxas de base de cálculo idêntica ao dos impostos já existentes.</p><p>Assim dispõe o art. 77, parágrafo único, do CTN e aponta a jurisprudência do STF, vide Súmula</p><p>Vinculante 29.</p><p>Alternativa E – Errada. É exatamente o contrário. Nos tributos indiretos, a transferência do ônus</p><p>financeiro é feita do contribuinte de direito (aquele previsto em lei para pagamento do tributo)</p><p>para o contribuinte de fato.</p><p>Gabarito: D</p><p>20</p><p>Caderno de questões de Direito Tributário</p><p>21. (Contador/MTE/Cespe/2014) A respeito de competência tributária, classificação dos tributos e exclusão</p><p>do crédito tributário, julgue o seguinte item.</p><p>O imposto encontra justificativa para sua pretensão de validade na necessidade de que o poder público</p><p>desenvolva, em relação ao contribuinte, atividade de caráter específico.</p><p>( ) Certo</p><p>( ) Errado</p><p>Assertiva errada. O imposto é tributo não vinculado por excelência, pois independe de qualquer</p><p>atividade estatal específica direcionada ao contribuinte. As características apresentadas na ques-</p><p>tão estão relacionadas às taxas.</p><p>Gabarito: errada.</p><p>22. (Analista Judiciário/TRT 7ª Região/Cespe/2017) A principal finalidade do imposto sobre serviços (ISS) é</p><p>a arrecadação de recursos para o titular da competência tributária. Por esse motivo, o ISS configura um</p><p>tributo essencialmente</p><p>a) fiscal.</p><p>b) indireto.</p><p>c) adicional.</p><p>d) pessoal.</p><p>Quando a principal finalidade de um tributo é arrecadar, ou prover recursos para abastecer os</p><p>cofres públicos, estamos diante de um tributo fiscal.</p><p>É o caso do ISS, ICMS e imposto de renda, por exemplo.</p><p>De outro lado teríamos um tributo extrafiscal, caso a finalidade principal fosse estimular deter-</p><p>minado comportamento ou regular algum setor econômico.</p><p>Gabarito: A</p><p>23. (Procurador do Município/Cespe/2017) O imposto é espécie tributária caracterizada por indicar fato ou</p><p>situação fática relativa ao próprio contribuinte no aspecto material de sua hipótese de incidência.</p><p>( ) Certo</p><p>( ) Errado</p><p>Essa é uma perfeita definição para o imposto.</p><p>Trata-se de espécie tributária cujo fato gerador é um fato do contribuinte, ou seja, uma manifes-</p><p>tação de riqueza para a qual não houve qualquer intervenção estatal.</p><p>O aspecto material da hipótese de incidência, que iremos detalhar em aulas futuras, nada mais</p><p>é que o próprio fato gerador.</p><p>Gabarito: certo.</p><p>21</p><p>George Firmino</p><p>24. (Procurador/Pref. Recife/FCC/2014) A Prefeitura do Recife, por meio de sua Secretaria de Finanças, re-</p><p>solveu enviar proposta ao legislativo municipal para a instituição de novas taxas aplicáveis aos munícipes</p><p>recifenses.</p><p>É prescrição normativa constitucional que deve ser observada por esta proposta legislativa:</p><p>a) Instituir em 2014 taxa para o custeio do serviço de iluminação pública que possa ser cobrada ainda</p><p>no primeiro semestre do mesmo ano, tendo em vista as necessidades deste serviço nos bairros caren-</p><p>tes do Recife.</p><p>b) Instituição de taxas cobradas pela valorização de imóveis decorrente de obras públicas municipais,</p><p>tomando-se o cuidado de não atribuir às taxas instituí das bases de cálculo própria de imposto.</p><p>c) Instituição de taxas pela utilização efetiva ou potencial de serviços públicos específicos e divisíveis,</p><p>prestados ao contribuinte, desde que elas não tenham base de cálculo própria de impostos.</p><p>d) Instituição de taxas pelo exercício potencial ou efetivo do poder de polícia ou pela utilização de ser-</p><p>viços públicos específicos e indivisíveis, prestados ao contribuinte.</p><p>e) Sempre que possível, instituir taxas que tenham caráter pessoal e que sejam graduadas segundo a</p><p>capacidade econômica dos contribuintes.</p><p>Alternativa A – Errada. O serviço de iluminação pública, por ser indivisível, não pode ser remu-</p><p>nerado mediante taxa, conforme Súmula do STF.</p><p>Alternativa B – Errada. O fato gerador citado na alternativa guarda relação com a contribuição</p><p>de melhoria e não com as taxas.</p><p>Alternativa C – Correta. Esses são os fatos geradores das taxas, previstos no art. 145, II, da Cons-</p><p>tituição, em combinação com a determinação do §2º do mesmo artigo.</p><p>Alternativa D – Errada. O exercício do poder de polícia que enseja a instituição de taxa é sempre</p><p>efetivo. Não há que se falar em exercício potencial do poder de polícia. A alternativa tenta con-</p><p>fundir o candidato misturando as características da taxa de polícia com as da taxa de serviço.</p><p>Além disso, os serviços devem ser divisíveis, não podendo haver instituição de taxas pela pres-</p><p>tação de serviços indivisíveis.</p><p>Alternativa E – Errada. A determinação constitucional para a aplicação da capacidade contribu-</p><p>tiva é direcionada aos impostos e não às taxas.</p><p>Gabarito: C</p><p>25. (Analista Técnico de Políticas Sociais/MPOG/ESAF/2012) Assinale a opção correta.</p><p>a) A contribuição de melhoria e as taxas são tributos vinculados, já que dependem de uma atuação</p><p>específica do Estado.</p><p>b) As taxas decorrentes do poder de polícia são tributos vinculados; já as taxas decorrentes de serviços</p><p>são tributos não vinculados a uma atividade estatal.</p><p>c) O imposto é, por excelência, um tributo vinculado a uma atividade estatal específica.</p><p>d) Todos os impostos são não vinculados, com exceção do imposto sobre a renda da pessoa física, que</p><p>é utilizado para reduzir as desigualdades regionais.</p><p>e) As taxas de serviços são tributos vinculados; já as taxas decorrentes do poder de polícia são tributos</p><p>não vinculados a uma atividade estatal específica.</p><p>22</p><p>Caderno de questões de Direito Tributário</p><p>Alternativa A – Correta. As taxas e contribuição de melhoria são tributos vinculados, cujos fatos gera-</p><p>dores demandam uma contraprestação estatal. Nas taxas temos a atuação do Estado na prestação de</p><p>serviços públicos ou no exercício do poder de polícia; na contribuição de melhoria temos a realização</p><p>de obra pública. Por essa razão, tais tributos são também chamados de contraprestacionais.</p><p>Alternativa B – Errada. Tanto as taxas de polícia como as taxas de serviço são tributos vincula-</p><p>dos, já que demandam uma atuação estatal direcionada ao contribuinte.</p><p>Alternativa C – Errada. É exatamente o contrário: o imposto é tributo não vinculado por exce-</p><p>lência. Seu fato gerador é situação que independe de qualquer atuação estatal.</p><p>Alternativa D – Errada. Não há exceção quanto ao caráter não vinculado dos impostos. Todos os</p><p>impostos são não vinculados, pois seus fatos geradores são manifestações de riqueza do sujeito</p><p>passivo, inclusive o imposto de renda.</p><p>Alternativa E – Errada. Valem aqui os mesmos comentários da alternativa B.</p><p>Gabarito: A</p><p>26. (Analista Judiciário/TRE-BA/Cespe/2017) É responsabilidade da administração pública regular a prática</p><p>de ato ou a abstenção de fato por meio da limitação ou regulação de direito, interesse ou liberdade. Para</p><p>essa finalidade, utiliza-se</p><p>a) a taxa de polícia.</p><p>b) o preço público.</p><p>c) a contribuição de melhoria.</p><p>d) a contribuição social.</p><p>e) a taxa de serviço.</p><p>Quando a administração pública está diante de situações em que precisa restringir os direitos</p><p>individuais em defesa do interesse da coletividade, faz uso do seu poder de polícia.</p><p>Frente a essas situações, é possível cobrar a taxa de polícia visando custear a atividade estatal.</p><p>Gabarito: A</p><p>27. (Auditor Fiscal/Sefaz-PI/FCC/2015) O caput do art. 77 do Código Tributário Nacional estabelece que As</p><p>taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas res-</p><p>pectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva</p><p>ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.</p><p>Para fins de aplicação da norma acima transcrita,</p><p>I. consideram-se serviços públicos divisíveis, os que podem ser prestados em parceria formada por</p><p>duas ou mais pessoas jurídicas de direito público.</p><p>II. consideram-se serviços públicos efetivamente utilizados pelo contribuinte, aqueles por ele usufruídos</p><p>a qualquer título.</p><p>III. consideram-se serviços públicos específicos, os que constam expressamente de contratos firmados</p><p>entre a pessoa jurídica de direito público e o contribuinte utente do serviço.</p><p>IV. consideram-se serviços públicos potencialmente utilizados pelo contribuinte, aqueles prestados por</p><p>pessoa jurídica de direito público diversa da que instituiu a taxa.</p><p>23</p><p>George Firmino</p><p>V. considera-se regular o exercício do poder de polícia, quando desempenhado pelo órgão competen-</p><p>te, nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de atividade que a</p><p>lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder.</p><p>Está correto o que se afirma APENAS em</p><p>a) II e V. b) IV e V.</p><p>c) I, II e V. d) I, III e IV.</p><p>e) II, III e IV.</p><p>Para responder à questão, bastaria aplicar os conceitos previstos nos arts. 78 e 79 do CTN:</p><p>Art. 79. Os serviços públicos a que se refere o art. 77 consideram-se:</p><p>I – utilizados pelo contribuinte:</p><p>a) efetivamente, quando por ele usufruídos a qualquer título;</p><p>b) potencialmente, quando, sendo de utilização compulsória, sejam postos à sua</p><p>disposição mediante atividade administrativa em efetivo funcionamento;</p><p>II – específicos, quando possam ser destacados em unidades autônomas de</p><p>intervenção, de utilidade, ou de necessidades públicas;</p><p>III – divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte</p><p>de cada um dos seus usuários.</p><p>Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública</p><p>que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prá-</p><p>tica de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à</p><p>segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do</p><p>mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão</p><p>ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à</p><p>propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.</p><p>Gabarito: A</p><p>28. (AFRE/Sefaz-ES/Cespe/2013) Consideram-se divisíveis os serviços públicos justificadores da cobrança</p><p>de taxas quando</p><p>a) forem de utilização compulsória e postos à disposição mediante atividade estatal.</p><p>b) puderem ser usufruídos a qualquer título.</p><p>c) forem suscetíveis de utilização, separadamente, pelos usuários.</p><p>d) forem suscetíveis de utilização efetiva pela coletividade, e não somente pelo usuário.</p><p>e) puderem ser destacados em unidades autônomas de atuação da administração.</p><p>Nos termos do art. 79, III, do CTN, os serviços públicos são considerados divisíveis, quando</p><p>suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um dos seus usuários.</p><p>Isso significa que é possível ao Estado identificar isoladamente quem são os destinatários do</p><p>serviço que ensejou a cobrança da taxa.</p><p>Gabarito: C</p><p>24</p><p>Caderno de questões de Direito Tributário</p><p>29. (Analista de Planejamento e Orçamento/MPOG/ESAF/2010) A extrafiscalidade é característica que</p><p>possuem alguns tributos de permitirem, além da pura e simples forma de ingresso de receitas nos cofres</p><p>públicos, também de intervirem na economia, incentivando ou não determinada atividade ou conduta do</p><p>contribuinte.</p><p>Assinale, entre os tributos listados abaixo, aquele que não possui caráter extrafiscal.</p><p>a) Imposto sobre produtos industrializados.</p><p>b) Imposto sobre importação.</p><p>c) Contribuição de intervenção no domínio econômico sobre combustíveis.</p><p>d) Imposto sobre produtos industrializados.</p><p>e) Taxa de iluminação pública.</p><p>Inicialmente, cabe observar que a banca repetiu a resposta nas alternativas A e D, mas não chega</p><p>a prejudicar a solução da questão.</p><p>São classificados como extrafiscais os tributos cuja finalidade principal não é arrecadar, mas</p><p>regular algum setor econômico ou social. O IPI, apesar de apresentar hoje uma arrecadação</p><p>bastante expressiva, foi criado como predominantemente extrafiscal e é utilizado muitas vezes</p><p>como forma de incentivar ou desestimular certas condutas dos contribuintes.</p><p>O imposto de importação é típico imposto extrafiscal, pois visa muitas vezes, à proteção da</p><p>indústria nacional. Já a CIDE, como o próprio nome diz, é uma contribuição de intervenção,</p><p>criada para custear as atividades estatais em prol de determinado setor ou atividade econômica,</p><p>típico tributo extrafiscal.</p><p>Por fim, há que se observar que não é possível instituição de taxa para custeio do serviço de ilu-</p><p>minação pública. De qualquer forma, a instituição de tributo com tal fim (hoje possível apenas</p><p>mediante contribuição específica) não apresenta caráter extrafiscal, eis que não se pretende esti-</p><p>mular ou desestimular a utilização da iluminação pública.</p><p>Gabarito: E</p><p>30. (Auditor Fiscal do Tesouro Estadual/Sefaz-PE/FCC/2014) O Município de Caruaru-PE, mediante a edição</p><p>da</p><p>Lei nº 5.658/2014, instituiu a cobrança de TLP − Taxa de Limpeza Pública, que tem como fato gerador</p><p>os serviços de conservação e limpeza de logradouros públicos pelo referido município.</p><p>Na situação hipotética, a cobrança desse tributo é</p><p>a) ilegítima, pois a competência para estabelecer cobrança de taxa sobre serviços de conservação e</p><p>limpeza de logradouros públicos é do Estado.</p><p>b) ilegítima, pois o fato gerador corresponde a serviço público universal e indivisível, que não possibilita</p><p>a individualização dos respectivos usuários.</p><p>c) legítima, pois visa a custear a prestação de serviços públicos específicos e divisíveis, ostentando o</p><p>caráter retributivo inerente às taxas.</p><p>d) legítima, pois o fato gerador corresponde a serviço público universal e indivisível, prescindindo da</p><p>individualização dos respectivos usuários.</p><p>e) ilegítima, pois o fato gerador, próprio de imposto, deve ser custeado pelas receitas decorrentes de sua</p><p>exigência.</p><p>Os Municípios, normalmente, cobram a taxa de coleta de lixo, aquela que corresponde ao serviço</p><p>de coleta domiciliar do lixo, onde o coletor leva o lixo de cada residência.</p><p>25</p><p>George Firmino</p><p>Nesse tipo de serviço é possível identificar os usuários, eis que a coleta está sendo realizada indi-</p><p>vidualmente, porta a porta. Ainda que em condomínios não seja possível, no momento da coleta,</p><p>identificar o lixo de cada condômino, é possível determinar que todos ali são usuários do serviço</p><p>(vamos entender melhor esse ponto ao tratar da utilização).</p><p>Ocorre que muitos municípios tributam mediante taxa o serviço de limpeza urbana. E quando</p><p>ouvimos “limpeza urbana” o que nos vem à mente? A varrição das vias públicas, a coleta dos</p><p>resíduos nos logradouros, a poda de árvores, etc.</p><p>Se pararmos para analisar, esse serviço não permite a identificação individualizada dos usuários.</p><p>Trata-se de um serviço destinado a toda a população, sem divisibilidade.</p><p>Imagine as árvores da cidade, cujas folhas caem diariamente. A prefeitura realiza o serviço de</p><p>varrição das ruas, mas é possível quantificar quantas folhas foram recolhidas e o quanto foi lim-</p><p>po correspondente a cada habitante? Impossível.</p><p>Diante dessa cobrança e das inúmeras discussões levadas ao Judiciário debatendo a constitucio-</p><p>nalidade dessas taxas, o STF decidiu pela sua inconstitucionalidade, justamente por não apre-</p><p>sentar a divisibilidade como característica:</p><p>Tributo vinculado não apenas à coleta de lixo domiciliar, mas também à lim-</p><p>peza de logradouros públicos, hipótese em que os serviços são executados em</p><p>benefício da população em geral (uti universi), sem possibilidade de indivi-</p><p>dualização dos respectivos usuários e, consequentemente, da referibilidade</p><p>a contribuintes determinados, não se prestando para custeio mediante taxa.</p><p>Impossibilidade, no caso, de separação das duas parcelas. (STF, RE 249.070,</p><p>relator Min. Ilmar Galvão, 1ª Turma, DJU 17.12.1999)</p><p>Há que se observar na decisão do Supremo a vedação à possibilidade de divisão das taxas. No</p><p>caso em discussão, o município cobrava em uma só taxa os dois serviços: coleta de lixo e limpeza</p><p>pública. Na defesa, tentou dividir a taxa em duas para que fosse possível cobrar apenas a primei-</p><p>ra, eis que atenderia aos preceitos constitucionais.</p><p>Percebe-se que o STF negou essa possibilidade. Isso porque apenas os serviços específicos e divi-</p><p>síveis podem ensejar a cobrança da taxa. Como a taxa era uma só (envolvendo os dois serviços),</p><p>não haveria que se excluir o serviço não divisível da sua cobrança, mas declarar toda a cobrança</p><p>inconstitucional.</p><p>Tendo em vista que muitos municípios do nosso país adotavam essa prática de tributar mediante</p><p>taxa o serviço de limpeza urbana (embora cada um adote um nome diferente), muitos casos che-</p><p>garam para apreciação do STF, o que resultou na edição da Súmula Vinculante 19:</p><p>Súmula Vinculante 19 do STF – A taxa cobrada exclusivamente em razão</p><p>dos serviços públicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo</p><p>ou resíduos provenientes de imóveis, não viola o artigo 145, II, da Constitui-</p><p>ção Federal.</p><p>Verifica-se na Súmula que o STF amarrou a possibilidade de cobrança da taxa à origem do lixo ou</p><p>dos resíduos, a saber: os imóveis. O fundamento é que, se o lixo é coletado dos imóveis, é possível</p><p>identificar a quem se destina o serviço, diferente dos resíduos coletados nas vias públicas.</p><p>Gabarito: B</p><p>26</p><p>Caderno de questões de Direito Tributário</p><p>31. (Defensor Público Federal/DPU/Cespe/2017) No cálculo do valor de determinada taxa, pode haver ele-</p><p>mentos da base de cálculo de algum imposto, desde que não haja total identidade entre uma base e outra.</p><p>( ) Certo</p><p>( ) Errado</p><p>A questão foi fundamenta na Súmula Vinculante 29 do STF, que valida o enunciado:</p><p>Súmula Vinculante 29 do STF – É constitucional a adoção, no cálculo do</p><p>valor da taxa, de um ou mais elementos da base de cálculo própria de determi-</p><p>nado imposto, desde que não haja integral identidade entre uma base e outra.</p><p>Gabarito: certo.</p><p>32. (Contador/MTE/Cespe/2014) A respeito de competência tributária, classificação dos tributos e exclusão</p><p>do crédito tributário, julgue o seguinte item.</p><p>Taxas são tributos que têm por hipótese de incidência uma atuação estatal diretamente referida ao con-</p><p>tribuinte. Essa atuação estatal pode consistir em um serviço público (taxa de serviço) ou em um ato de</p><p>polícia (taxa de polícia).</p><p>( ) Certo</p><p>( ) Errado</p><p>A assertiva está perfeita. As taxas são instituídas sempre em decorrência de alguma atuação esta-</p><p>tal específica, podendo ser a prestação de serviços públicos específicos e divisíveis ou o exercício</p><p>regular do poder de polícia.</p><p>Gabarito: certo.</p><p>33. (Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil/ESAF/2009) Sobre as taxas, podemos afirmar, exceto:</p><p>a) o fato gerador da taxa não é um fato do contribuinte, mas um fato do Estado; este exerce determinada</p><p>atividade, e por isso cobra a taxa das pessoas que dela se aproveitam</p><p>b) a atuação estatal referível, que pode ensejar a cobrança de taxa, pode consistir no exercício regular</p><p>do poder de polícia</p><p>c) a atuação estatal referível, que pode ensejar a cobrança da taxa, pode consistir na prestação ao</p><p>contribuinte, ou na colocação à disposição deste, de serviço público específico, divisível ou não</p><p>d) as atividades gerais do Estado devem ser financiadas com os impostos, e não com as taxas</p><p>e) o poder de polícia, que enseja a cobrança de taxa, considera-se regular quando desempenhado pelo</p><p>órgão competente e nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de</p><p>atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder</p><p>Alternativa A – Correta. A taxa surge em função de uma atividade estatal relativa ao contribuinte.</p><p>Nesse sentido, revela-se como um fato do Estado e não do contribuinte (que é o caso dos impostos).</p><p>Taxas = fato do Estado</p><p>Impostos = fato do contribuinte</p><p>27</p><p>George Firmino</p><p>Alternativa B – Correta. De acordo com o art. 145, II, da CF, a taxa tem por fatos geradores a</p><p>prestação de serviços públicos ou o exercício regular do poder de polícia.</p><p>Alternativa C – Errada. É certo que o fato gerador da taxa é a prestação de serviços públicos.</p><p>Entretanto, há que se observar alguns requisitos. O serviço deve ser específico E divisível.</p><p>Alternativa D – Correta. Atenção a esta assertiva. Aqui não está se dizendo que o fato gerador</p><p>dos impostos são as atividades gerais do Estado. O que a assertiva diz é que, por ser atividade</p><p>geral, não pode ser financiada pelas taxas, já que estas se destinam a custear serviços públicos</p><p>específicos e divisíveis. Para custear tais atividades, o Estado se vale da arrecadação com os im-</p><p>postos, cuja receita é não vinculada.</p><p>Alternativa E – Correta. Literalidade do parágrafo único do art. 78 do CTN.</p><p>Gabarito: C</p><p>34. (Julgador Tributário/Sefaz-PE/FCC/2015) Sobre a constitucionalidade das taxas, é correto afirmar:</p><p>a) É constitucional a taxa cobrada em face do fornecimento de iluminação pública, pois consubstancia</p><p>atividade estatal apta a ser remunerada por meio dessa espécie tributária.</p><p>b) É inconstitucional a taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos de coleta, remoção</p><p>e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis, uma vez que realizados em</p><p>benefício da população em geral e de forma indivisível.</p><p>c) É constitucional a instituição e a cobrança de taxas por emissão ou remessa de carnês/guias de reco-</p><p>lhimento de tributos, visto que consubstancia atuação estatal específica e divisível.</p><p>d) É constitucional a exigência de taxa de prevenção de incêndio, cuja base de cálculo é cobrada em</p><p>função do valor venal do imóvel, pois mensura indiretamente a quantidade de trabalho ou atividade</p><p>que o poder público se vê obrigado a desempenhar.</p><p>e) É constitucional a taxa de renovação da licença de funcionamento e localização municipal, desde que</p><p>efetivo o exercício do poder de polícia, demonstrado pela existência de órgão e estrutura competentes</p><p>para o respectivo exercício.</p><p>A questão deve ser respondida por meio da jurisprudência do STF.</p><p>Alternativa A – Errada.</p><p>Tributário. Município de Niterói. Taxa de iluminação pública. Arts.</p><p>176 e 179 da lei municipal nº 480, de 24.11.83, Com a redação dada pela</p><p>lei nº 1.244, de 20.12.93. Tributo de exação inviável, posto ter por fato ge-</p><p>rador serviço inespecífico, não mensurável, indivisível e insuscetível de ser</p><p>referido a determinado contribuinte, a ser custeado por meio do produto da</p><p>arrecadação dos impostos gerais. Recurso não conhecido, com declaração de</p><p>inconstitucionalidade dos dispositivos sob epígrafe, que instituíram a taxa</p><p>no município. (STF, RE 233.332-RJ, Min. Ilmar Galvão, mar/99)</p><p>Súmula 670 do STF – O serviço de iluminação pública não pode ser remu-</p><p>nerado mediante taxa.</p><p>28</p><p>Caderno de questões de Direito Tributário</p><p>Alternativa B – Errada.</p><p>Súmula Vinculante 19 do STF – A taxa cobrada exclusivamente em razão</p><p>dos serviços públicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo</p><p>ou resíduos provenientes de imóveis, não viola o artigo 145, II, da Constitui-</p><p>ção Federal.</p><p>Alternativa C – Errada.</p><p>Taxa de expediente. (...) Inconstitucionalidade. A emissão de guia de reco-</p><p>lhimento de tributos é de interesse exclusivo da administração, sendo mero</p><p>instrumento de arrecadação, não envolvendo a prestação de um serviço</p><p>público ao contribuinte. Possui repercussão geral a questão constitucional</p><p>suscitada no apelo extremo. Ratifica-se, no caso, a jurisprudência da Corte</p><p>consolidada no sentido de ser inconstitucional a instituição e a cobrança de</p><p>taxas por emissão ou remessa de carnês/guias de recolhimento de tributos.</p><p>(RE 789.218-RG, rel. min. Dias Toffoli, julgamento em 17-4-2014, Plenário,</p><p>DJE de 1º-8-2014, com repercussão geral.)</p><p>Alternativa D – Errada.</p><p>Taxa de incêndio. Constitucionalidade. (...) É legítima a cobrança da Taxa</p><p>cobrada em razão da prevenção de incêndios, porquanto instituída como</p><p>contraprestação a serviço essencial, específico e divisível. AI 677.891-AgR,</p><p>rel. min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 17-3-2009, Primeira Turma,</p><p>DJE de 17-4-2009. Vide: RE 206.777, rel. min. Ilmar Galvão, julgamento em</p><p>25-2-1999, Plenário, DJ de 30-4-1999.</p><p>Alternativa E – Correta.</p><p>O texto constitucional diferencia as taxas decorrentes do exercício do poder</p><p>de polícia daquelas de utilização de serviços específicos e divisíveis, facultan-</p><p>do apenas a estas a prestação potencial do serviço público. A regularidade</p><p>do exercício do poder de polícia é imprescindível para a cobrança da taxa</p><p>de localização e fiscalização. À luz da jurisprudência deste STF, a existência</p><p>do órgão administrativo não é condição para o reconhecimento da constitu-</p><p>cionalidade da cobrança da taxa de localização e fiscalização, mas constitui</p><p>um dos elementos admitidos para se inferir o efetivo exercício do poder de</p><p>polícia, exigido constitucionalmente. (...) É constitucional taxa de renovação</p><p>de funcionamento e localização municipal, desde que efetivo o exercício do</p><p>poder de polícia, demonstrado pela existência de órgão e estrutura compe-</p><p>tentes para o respectivo exercício, tal como verificado na espécie quanto ao</p><p>Município de Porto Velho/RO (...). (RE 588.322, rel. min. Gilmar Mendes,</p><p>julgamento em 16-6-2010, Plenário, DJE de 3-9-2010, com repercussão ge-</p><p>ral.) No mesmo sentido: AI 677.664-AgR, rel. min. Cármen Lúcia, julgamen-</p><p>to em 5-5-2009, Primeira Turma, DJE de 19-6-2009. Vide: ARE 664.722, rel.</p><p>min. Gilmar Mendes, decisão monocrática, julgamento em 12-03-2012, DJE</p><p>de 21-03-2012; AI 707.357-ED, rel. min. Ellen Gracie, julgamento em 2-2-</p><p>2010, Segunda Turma, DJE de 26-2-2010.</p><p>Gabarito: E</p><p>29</p><p>George Firmino</p><p>35. (Agente Fiscal de Rendas/Sefaz-SP/FCC/2013) Com respeito à disciplina legal das taxas, é</p><p>a) inconstitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa, de um ou mais elementos da base de cálculo</p><p>própria de determinado imposto, desde que não haja integral identidade entre uma base e outra.</p><p>b) inconstitucional a taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos de coleta, remoção e</p><p>tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis.</p><p>c) constitucional a cobrança da taxa decorrente do poder de polícia em que haja a manutenção, pelo</p><p>sujeito ativo, de órgão de controle em funcionamento, ficando restrita a cobrança aos contribuintes</p><p>cujos estabelecimentos foram efetivamente visitados pela fiscalização.</p><p>d) constitucional a cobrança de taxa de fiscalização ambiental sobre o mesmo fato gerador pela União</p><p>e por Estado, pois ambos têm competência para exercer a fiscalização desta atividade, haja vista se</p><p>tratar de competência comum, exercida concomitantemente por todos entes políticos.</p><p>e) inconstitucional a taxa cobrada em razão da prevenção de incêndios, porquanto instituída como con-</p><p>traprestação a serviço não divisível.</p><p>Mais uma questão que a FCC direciona para a jurisprudência do STF. Vejamos o que o candidato</p><p>teria que conhecer em cada alternativa.</p><p>Alternativa A – Errada.</p><p>Concluindo o julgamento de recurso extraordinário, o Tribunal, por maio-</p><p>ria, decidiu que é constitucional a taxa de coleta de lixo domiciliar instituída</p><p>pelo Município de São Carlos – SP (lei Municipal 10.253/89). O Tribunal</p><p>entendeu que o fato de a alíquota da referida taxa variar em função da metra-</p><p>gem da área construída do imóvel – que constitui apenas um dos elementos</p><p>que integram a base de cálculo do IPTU – não implica identidade com a base</p><p>de cálculo do IPTU, afastando-se a alegada ofensa ao art. 145, §2º, da CF. (RE</p><p>232.393 – SP. Min. Carlos Velloso, 12.08.99)</p><p>Alternativa B – Errada.</p><p>CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. TAXA DE COLETA DE LIXO. CF,</p><p>art. 145, II. I. Taxa de Coleta de Lixo: especificidade e divisibilidade do ser-</p><p>viço. CF, art. 145, II: inocorrência de ofensa. (STF, 2ª T., EDRE 256.588/RJ,</p><p>Min. Carlos Velloso, out/01)</p><p>Alternativa C – Errada. Essa questão exigiu um ponto bastante específico de um entendimento</p><p>do STF no julgamento da constitucionalidade da taxa de fiscalização do IBAMA.</p><p>A hipótese de incidência da taxa é a fiscalização de atividades poluidoras</p><p>e utilizadoras de recursos ambientais, exercida pelo IBAMA. Tem-se, pois,</p><p>que a taxa remunera o poder de polícia do Estado. Não há invocar o argu-</p><p>mento no sentido de que a taxa decorrente do poder de polícia fica restrita</p><p>aos contribuintes cujos estabelecimentos tivessem sido efetivamente visita-</p><p>dos pela fiscalização... (excerto do voto condutor do Min. Carlos Velloso, no</p><p>RE 416.602/DF, ago/05)</p><p>Alternativa D – Correta. As taxas são tributos da competência comum, ou seja, o ente que exer-</p><p>cer o poder de polícia sobre determinada atividade será competente para instituir a respectiva</p><p>taxa. Assim, se a atividade é comum aos entes, todos poderão exigir o tributo.</p><p>30</p><p>Caderno de questões de Direito Tributário</p><p>Alternativa E – Errada.</p><p>Decisão que se acha em conformidade com orientação jurisprudencial do STF</p><p>no que tange ao IPTU... e à taxa de limpeza urbana (arts. 1º e 2º, inc. I, a, e II,</p><p>a e b, da Lei nº 6.580/89), exigida com ofensa ao art. 145, inc. II § 2º da CF,</p><p>porquanto a título</p>