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<p>Fundamentos do Direito</p><p>Unidade 1</p><p>Noções de Direito</p><p>Diretor Executivo</p><p>DAVID LIRA STEPHEN BARROS</p><p>Gerente Editorial</p><p>ALESSANDRA VANESSA FERREIRA DOS SANTOS</p><p>Projeto Gráfico</p><p>TIAGO DA ROCHA</p><p>Autoria</p><p>CAMILA COELHO MOREIRA</p><p>AUTORIA</p><p>Camila Coelho Moreira</p><p>Sou formada, pós-graduada e mestre em Direito, com experiência</p><p>técnico-profissional na área. Atualmente sou diretora da área de</p><p>contencioso civil de um escritório de advocacia no qual eu sou sócia na</p><p>cidade de Vitória/ES. Sou apaixonada pelo que faço e adoro transmitir</p><p>minha experiência de vida àqueles que estão iniciando em suas profissões.</p><p>Por isso fui convidada pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de</p><p>autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase</p><p>de muito estudo e trabalho. Conte comigo!</p><p>ICONOGRÁFICOS</p><p>Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez</p><p>que:</p><p>OBJETIVO:</p><p>para o início do</p><p>desenvolvimento de</p><p>uma nova compe-</p><p>tência;</p><p>DEFINIÇÃO:</p><p>houver necessidade</p><p>de se apresentar um</p><p>novo conceito;</p><p>NOTA:</p><p>quando forem</p><p>necessários obser-</p><p>vações ou comple-</p><p>mentações para o</p><p>seu conhecimento;</p><p>IMPORTANTE:</p><p>as observações</p><p>escritas tiveram que</p><p>ser priorizadas para</p><p>você;</p><p>EXPLICANDO</p><p>MELHOR:</p><p>algo precisa ser</p><p>melhor explicado ou</p><p>detalhado;</p><p>VOCÊ SABIA?</p><p>curiosidades e</p><p>indagações lúdicas</p><p>sobre o tema em</p><p>estudo, se forem</p><p>necessárias;</p><p>SAIBA MAIS:</p><p>textos, referências</p><p>bibliográficas e links</p><p>para aprofundamen-</p><p>to do seu conheci-</p><p>mento;</p><p>REFLITA:</p><p>se houver a neces-</p><p>sidade de chamar a</p><p>atenção sobre algo</p><p>a ser refletido ou dis-</p><p>cutido sobre;</p><p>ACESSE:</p><p>se for preciso aces-</p><p>sar um ou mais sites</p><p>para fazer download,</p><p>assistir vídeos, ler</p><p>textos, ouvir podcast;</p><p>RESUMINDO:</p><p>quando for preciso</p><p>se fazer um resumo</p><p>acumulativo das últi-</p><p>mas abordagens;</p><p>ATIVIDADES:</p><p>quando alguma</p><p>atividade de au-</p><p>toaprendizagem for</p><p>aplicada;</p><p>TESTANDO:</p><p>quando o desen-</p><p>volvimento de uma</p><p>competência for</p><p>concluído e questões</p><p>forem explicadas;</p><p>SUMÁRIO</p><p>O direito e sua relação com a justiça e a moral ............................. 12</p><p>Classificações, ramos e fontes do direito ........................................ 21</p><p>Classificações do direito ............................................................................................................ 21</p><p>Ramos do direito ............................................................................................................................22</p><p>Direito Público e Direito Privado ......................................................................23</p><p>Direito Público Interno .............................................................................................24</p><p>Direito Constitucional ............................................................................24</p><p>Direito Administrativo ............................................................................24</p><p>Direito Penal ................................................................................................24</p><p>Direito Previdenciário ............................................................................24</p><p>Direito Eleitoral ..........................................................................................25</p><p>Direito Processual ....................................................................................25</p><p>Direito Tributário .........................................................................................25</p><p>Direito Público Externo ...........................................................................................25</p><p>Direito Privado Interno ...........................................................................25</p><p>Direito Civil ....................................................................................................26</p><p>Direito Empresarial .................................................................................26</p><p>Direito do Trabalho .................................................................................26</p><p>Direito Privado Externo .........................................................................26</p><p>Fontes do direito .............................................................................................................................27</p><p>A Lei .......................................................................................................................................27</p><p>Costumes ...........................................................................................................................28</p><p>Jurisprudência ................................................................................................................28</p><p>Doutrina ...............................................................................................................................29</p><p>Princípios gerais do direito ..................................................................................29</p><p>Analogia ............................................................................................................................. 30</p><p>Normas jurídicas, processos e procedimento ................................ 32</p><p>Normas jurídicas ..............................................................................................................................32</p><p>Processo e procedimento ........................................................................................................ 36</p><p>Teoria Geral do Estado ............................................................................. 41</p><p>Conceito e evolução história do Estado ....................................................................... 41</p><p>Elementos do Estado ...................................................................................................................44</p><p>Povo .......................................................................................................................................44</p><p>Território ..............................................................................................................................45</p><p>Soberania ......................................................................................................................... 46</p><p>Formas de Governo ......................................................................................................................47</p><p>9</p><p>UNIDADE</p><p>01</p><p>Noções de Direito</p><p>10</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>O direito é uma área do conhecimento de extrema relevância, a qual</p><p>todos estamos sujeitos até o fim de nossas vidas. Além de sua importância</p><p>no mercado de trabalho, atos cotidianos, como atravessar a rua, pegar um</p><p>ônibus ou fazer um lanche, estão sujeitos a normas jurídicas que devem</p><p>ser observadas e respeitadas, sob pena de sanções. Meu objetivo nessa</p><p>unidade é proporcionar conhecimentos jurídicos básicos para que você</p><p>possa se destacar como profissional e enfrentar situações do dia a dia que</p><p>envolvam essa temática. Isso significa que, ao longo desta unidade letiva,</p><p>você vai mergulhar neste universo de leis, doutrinas, jurisprudências...</p><p>vamos nessa comigo?</p><p>Noções de Direito</p><p>11</p><p>OBJETIVOS</p><p>Olá. Seja muito bem-vinda (o). Nosso propósito é auxiliar você no</p><p>desenvolvimento das seguintes objetivos de aprendizagem até o término</p><p>desta etapa de estudos:</p><p>1. Explicar o que é o direito e sua relação com a moral e com a justiça.</p><p>2. Explicar sobre as áreas, os ramos e as fontes do direito.</p><p>3. Identificar as espécies normativas e a diferença entre processo e</p><p>procedimento</p><p>4. Interpretar a teoria geral do Estado e os regimes políticos.</p><p>Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento?</p><p>Ao trabalho!</p><p>Noções de Direito</p><p>12</p><p>O direito e sua relação com a justiça e a</p><p>moral</p><p>OBJETIVO:</p><p>Ao término deste capítulo, você será capaz de entender</p><p>em que consiste a ciência do Direito e como ela está</p><p>relacionada com a moral e com a justiça. Certamente</p><p>isto será fundamental para a compreensão dos capítulos</p><p>a seguir. Motivado para desenvolver esta competência?</p><p>Então vamos lá. Avante!</p><p>Para darmos</p><p>início ao estudo da disciplina, o nosso ponto de</p><p>partida será entender o que é o direito. Pode parecer algo simples, mas</p><p>conceituar o direito não é uma tarefa fácil, pois sua complexidade dificulta</p><p>estabelecer uma única definição.</p><p>Antes de adentrarmos no assunto propriamente dito, precisamos</p><p>pensar o mundo em que vivemos sob duas perspectivas distintas: o</p><p>natural e o cultural. O mundo natural é aquele que nos foi dado, ou seja,</p><p>aquele em que não há a interferência do homem. No mundo natural os</p><p>fenômenos como a chuva, o cair de uma fruta da árvore ou até mesmo as</p><p>estações do ano acontecem de acordo com as leis da Física, Matemática,</p><p>Gravidade e não têm a interferência direta dos sujeitos.</p><p>Figura 1 – Mundo natural</p><p>Fonte: Pixabay</p><p>Noções de Direito</p><p>13</p><p>Já o mundo cultural é aquele que vem sendo construído pelo</p><p>homem ao longo da história. Nele incluem-se a história, as tradições, os</p><p>costumes, a moral e o direito. Desse modo, o homem tem o poder de</p><p>planejar e construir esse mundo cultural, com base nas suas experiências</p><p>e no modo de vida da sociedade e o direito segue o mesmo pensamento.</p><p>Figura 2 – Mundo cultural</p><p>Fonte: Pixabay</p><p>Portanto, o direito surge como fruto da cultura social, a partir das</p><p>regras que foram conduzindo o comportamento humano ao longo dos</p><p>tempos. Se consultarmos um dicionário, por exemplo, encontraremos o</p><p>termo Direito definido como um “conjunto de normas e princípios legais</p><p>que regulam as relações dos indivíduos em sociedade” (PRIBERAM, 2020).</p><p>Essa definição se assemelha à de Hans Kelsen, criador da Teoria</p><p>Pura do Direito, a qual considerava ser o direito um conjunto de normas</p><p>(KELSEN, 2003).</p><p>Sob outra perspectiva, Pontes de Miranda define o direito como</p><p>algo que está em função da vida social, conceituando-o como um</p><p>“processo de adaptação social, que consiste em se estabelecerem regras</p><p>de conduta, cuja incidência é independente da adesão daqueles a que a</p><p>incidência da regra jurídica possa interessar” (PONTES DE MIRANDA apud</p><p>NADER, 2012, p. 20).</p><p>Perceba que como é complexo estabelecer um só conceito para o</p><p>direito.</p><p>Tal dificuldade está relacionada com o fato de ser o direito um</p><p>fenômeno que se manifesta em diferentes situações e momentos e por</p><p>Noções de Direito</p><p>14</p><p>esse motivo é classificado como ciência, denominada de ciência jurídica</p><p>ou ciência do direito, que nas definições de Miguel Reale, trata-se uma</p><p>“ciência complexa que estuda o fenômeno jurídico em todas as suas</p><p>manifestações e momentos” (REALE, 2003, p. 321).</p><p>VOCÊ SABIA?</p><p>Quando o termo Direito for utilizado como sinônimo de</p><p>ciência, deve ser usada a letra inicial maiúscula. Nos demais</p><p>casos, deve-se utilizar a letra minúscula.</p><p>Nesse ponto você já descobriu que o Direito é fruto do mundo</p><p>cultural, consiste em uma ciência, mas afinal: o que é o Direito?</p><p>Levando em conta os diferentes posicionamentos acerca do tema,</p><p>para fins de conceito trataremos o Direito como um conjunto de normas e</p><p>condutas que regulam as relações humanas vigentes em uma sociedade,</p><p>que devem ser observadas e seguidas por todos e todas.</p><p>Agora que você já sabe o que é o direito, é importante que você</p><p>entenda a sua finalidade, para que ele serve. O direito busca a pacificação</p><p>social e seu principal objetivo é promover a convivência em sociedade</p><p>de forma harmônica e pacífica.</p><p>Nas lições de Paulo Nader, o direito está em função da vida social. A</p><p>sua finalidade é a de favorecer o amplo relacionamento entre as pessoas</p><p>e os grupos sociais, que é uma das bases do progresso da sociedade</p><p>(NADER, 2003). Para que isso ocorra, é necessário que se estabeleçam</p><p>limites às vontades individuais de cada um com o fim de proporcionar o</p><p>bem comum, sendo o direito esse limite e a justiça esse equilíbrio. Por</p><p>esse motivo, a balança é um dos símbolos do direito.</p><p>Noções de Direito</p><p>15</p><p>Figura 3 – Balança da justiça</p><p>Fonte: Pixabay</p><p>Temos, portanto, que o direito serve para disciplinar as condutas</p><p>humanas na sociedade e que os preceitos jurídicos que o integram devem</p><p>buscar o bem comum e a realização da justiça.</p><p>Nesse ponto, faço-lhe outro questionamento: direito e justiça são a</p><p>mesma coisa?</p><p>Essa é uma dúvida muito recorrente entre as pessoas, no dia a dia.</p><p>Certamente você já ouviu alguém falar que “fulano foi pra justiça”, ao dizer</p><p>que alguém ingressou ou está respondendo a um processo judicial. É</p><p>importante que nesse ponto você tenha em mente que esses conceitos</p><p>não se confundem, apesar de estarem relacionados.</p><p>Etimologicamente a palavra justiça deriva do latim iustitia, cujo</p><p>conceito é abstrato, relacionado a um estado ideal e imparcial de interesses.</p><p>Na Grécia antiga, a justiça era representada pela deusa Themis, que tinha</p><p>três símbolos marcantes: os olhos vendados, a balança e a espada.</p><p>Os olhos vendados simbolizam sua imparcialidade e ausência de</p><p>preconceitos, a balança em suas mãos simboliza a desigualdade e a</p><p>necessidade de equilíbrio e a espada simboliza seu poder.</p><p>Noções de Direito</p><p>16</p><p>Figura 4 – Representação da Themis/Deusa da Justiça</p><p>Fonte: Pixabay</p><p>Pensadores desde a idade antiga tentam estabelecer definições</p><p>sobre o que seria a justiça. Aristóteles define justiça como uma igualdade</p><p>proporcional, no sentido de tratar de forma igual entre os iguais e desigual</p><p>entre os desiguais, na proporção de sua desigualdade.</p><p>Já Platão reconhece a justiça como uma harmonia social, sendo</p><p>considerado justo tudo o que está de acordo com a lei.</p><p>Na Idade Média, São Tomás de Aquino definiu justiça como a vontade</p><p>de dar a cada um o que é seu. Já na idade moderna, Hanks Kelsen define</p><p>justiça como felicidade social utópica, considerando ser impossível de ser</p><p>alcançado, pois se o objetivo é alcançar a felicidade e que a felicidade</p><p>tem uma definição para cada um, a justiça seria inalcançável.</p><p>Partiremos dessa crítica estabelecida por Kelsen para discutir a</p><p>questão da justiça e seus valores morais.</p><p>Pense no seguinte exemplo: uma mulher dá à luz a uma criança</p><p>e entrega-a para outra pessoa para que a criança não morra de fome.</p><p>Digamos que após o ato da entrega, a mãe biológica dedicou-se dia</p><p>após dia ao trabalho com o fim de retomar a guarda de sua filha. A mãe</p><p>adotiva, por sua vez, passou os cinco anos dedicando-se aos cuidados</p><p>da pequena criança. Eis que a mãe biológica procura a mãe adotiva para</p><p>requerer a guarda da criança de volta e a mãe adotiva se nega a entregá-</p><p>Noções de Direito</p><p>17</p><p>la. O que seria justo nesse caso? Há quem diga que deve a criança ficar</p><p>com a mãe biológica e há quem defenda a mãe adotiva.</p><p>O caso mencionado anteriormente nos serve de referência para</p><p>refletirmos como o conceito de justiça está equiparado a outros fatores,</p><p>como concepções morais, religiosas e pessoais.</p><p>Certamente ao se decidir pelo caso anterior, você valorou questões,</p><p>como a vulnerabilidade da criança, o fator biológico, o elo afetivo da mãe</p><p>adotiva, entre outros. Note que involuntariamente sua concepção de</p><p>justiça foi ventilada por uma série de preceitos e concepções que vão</p><p>além de uma simples definição.</p><p>Nesse sentido, não podemos negar a relação que se estabelece</p><p>entre o direito, a justiça e a moral para a definição de normas de conduta</p><p>de uma sociedade.</p><p>Em um sentido amplo, a moral é um conjunto de normas e de</p><p>comportamentos que foram criados e aceitos pela sociedade ao longo</p><p>dos tempos e está relacionada com comportamentos subjetivos do homem.</p><p>Note que não se confunde com os conceitos de direito e nem de justiça.</p><p>O direito distingue-se da moral quando a moral permite que o</p><p>indivíduo tenha uma liberdade de escolha entre o certo e errado ao praticar</p><p>determinados atos, referindo-se a um sujeito, cujas consequências são</p><p>individuais.</p><p>Já o direito não proporciona tal discricionariedade, pois há uma</p><p>norma a ser seguida, uma regra de conduta posta, cujas consequências</p><p>são voltadas ao integrante da sociedade, não havendo liberdade de</p><p>escolha e com consequências</p><p>ante a desobediência.</p><p>EXPLICANDO MELHOR:</p><p>Enquanto as normas morais consistem nos valores</p><p>individuais e coletivos da sociedade, as normas jurídicas</p><p>são impositivas, devendo ser obedecidas por todos, sob</p><p>pena de punição.</p><p>Noções de Direito</p><p>18</p><p>Apesar de espécies diferentes derivadas do mesmo gênero, é</p><p>possível que haja coincidência entre as normas morais e jurídicas.</p><p>É o caso de algumas condutas tipificadas no código penal, como</p><p>roubo, homicídio, estupro. Além de serem normas de condutas reprovadas</p><p>pela ótica da moral, também são vedadas pelas normas jurídicas, mais</p><p>especificamente nos artigos 157, 121 e 129 do Código Penal, cuja pena é a</p><p>de reclusão.</p><p>É importante que você saiba que mesmo que seja possível que</p><p>as normas jurídicas e morais coincidam, tal fato nem sempre é uma</p><p>regra, pois existem fatos que, apesar de condenados moralmente, não</p><p>constituem qualquer infração legislativa.</p><p>EXEMPLO:</p><p>Ana é filha de Carla. Por um capricho, Ana abre a carteira de sua</p><p>mãe e furta considerável quantia de dinheiro. A conduta de Ana,</p><p>apesar de ser reprovada moralmente, é isenta de pena, por força do</p><p>art. 181, II do Código Penal.</p><p>Neste ponto destacamos que o conceito de moral não se confunde</p><p>com o conceito de ética, também importante para o nosso estudo aqui</p><p>dentro dessa disciplina.</p><p>A ética está relacionada com a avaliação fundamentada dos</p><p>comportamentos humanos morais dentro da sociedade. A ética, portanto,</p><p>consiste no conjunto de conhecimentos extraídos dessa avaliação</p><p>do comportamento humano ao avaliar as normas morais de forma</p><p>racionalizada, fundamentada, a partir da ciência e da teoria.</p><p>NOTA:</p><p>A ética é uma reflexão da moral.</p><p>Em termos práticos, a ética e a moral possuem finalidades</p><p>semelhantes, no sentido de construir bases para guiar o comportamento</p><p>humano dentro da sociedade.</p><p>Noções de Direito</p><p>19</p><p>São as normais morais e éticas responsáveis por construir as bases</p><p>que irão guiar a forma de agir do homem, moldar seu caráter, construir</p><p>conceitos de altruísmo e virtudes.</p><p>São exemplos de ações que levam em conta os princípios éticos e</p><p>morais.</p><p>De cada indivíduo o ato de ajudar a quem precisa, de cometer ou</p><p>não ato ilícitos, jogar lixo na rua, furar fila, maltratar animais, prejudicar</p><p>colegas de trabalho para alcançar objetivos, entre outros.</p><p>Nesse sentido, podemos concluir que os valores que formam</p><p>a moral influenciam na construção das normas jurídicas, mas não</p><p>necessariamente vinculam uma a outra. Embora ambos sejam normas de</p><p>conduta humana, direito e moral não se confundem.</p><p>Aprendemos que a moral orienta o comportamento do homem</p><p>a partir das normas instituídas pela própria sociedade ou por um grupo</p><p>social, fazendo as leis parte desse conjunto de normas.</p><p>SAIBA MAIS:</p><p>Quer se aprofundar neste tema? Recomendamos o</p><p>acesso à seguinte fonte de consulta e aprofundamento:</p><p>Vídeo: “Saber Direito - Filosofia do Direito” (TV JUSTIÇA),</p><p>acessível por este link.</p><p>Sobre o que conversamos relacionados à moral, sugerimos</p><p>o vídeo a seguir para o aperfeiçoamento dos seus</p><p>conhecimentos. Vídeo “Casa do Saber – O que é Moral –</p><p>Clovis de Barros Filho, acessível por este link.</p><p>Caso você se interesse por esse tema, sugerimos o</p><p>documentário “Justiça”, acessível por este link.</p><p>Noções de Direito</p><p>https://bit.ly/3aWgPF5</p><p>https://bit.ly/3cSIY1s</p><p>https://bit.ly/2wRMdWo</p><p>20</p><p>RESUMINDO:</p><p>E então? Gostou de tudo até aqui? Agora, só para termos</p><p>certeza de que você realmente entendeu o tema de</p><p>estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos.</p><p>Você iniciou esse capítulo aprendendo sobre a diferença</p><p>do mundo natural e mundo cultural, este último ao qual</p><p>o direito faz parte e pode entender sobre a influência do</p><p>homem para sua criação e transformação. Além disso, você</p><p>conheceu algumas definições sobre o que é Direito dadas</p><p>por pensadores como Kelsen e Pontes de Miranda e pode</p><p>entender o porquê do direito ser considerado uma ciência.</p><p>Além disso, definimos que direito é um conjunto de normas</p><p>que regulam as relações humanas e qual é a finalidade</p><p>do direito: regular tais relações, busca a pacificação social.</p><p>Vimos também a relação entre direito e justiça, o significado</p><p>da representação mitológica pela famosa Themis e as</p><p>definições de justiça dadas ao longo da história. Por fim,</p><p>você pode entender sobre a relação entre o direito e a</p><p>moral e como essas regras de conduta podem influenciar a</p><p>vida em sociedade.</p><p>Noções de Direito</p><p>21</p><p>Classificações, ramos e fontes do direito</p><p>OBJETIVO:</p><p>Ao término deste capítulo, você será apresentado às</p><p>subdivisões, aos ramos e às fontes do direito, de modo que</p><p>você possa compreender aas peculiaridades e diferenças</p><p>dessa ciência tão fascinante. Motivado para desbravar esse</p><p>novo universo? Então vamos lá.</p><p>Classificações do direito</p><p>O termo direito pode ser empregado com diversos significados.</p><p>Aqui chamaremos de classificações do direito, mas quero que você</p><p>tenha em mente que não se trata de formas diferentes de direito, mas sim</p><p>de diferentes significados para esse mesmo termo. Tudo bem?</p><p>O direito natural, como o próprio nome já diz, é aquele proveniente</p><p>da natureza, da existência humana. O direito natural não precisa estar</p><p>escrito, criado por alguém ou formulado pelo Estado. Trata-se de direitos</p><p>que são originados na própria existência ou razão do homem. Alguns</p><p>acreditam que o direito natural deriva da vontade de Deus (teólogos),</p><p>outros, que correspondem à natureza cósmica (helenistas), bem como há</p><p>quem acredite que o direito natural derive da razão humana (racionalistas).</p><p>EXEMPLO:</p><p>São exemplos de direito natural o direito à vida, a liberdade, à</p><p>reprodução, à constituição de uma família.</p><p>O direito positivo, por sua vez, consiste no conjunto de normas</p><p>jurídicas que podem ser escritas ou não, vigentes em determinada</p><p>sociedade, impostas pelo Estado. O direito positivo surgiu a partir do</p><p>século XIX, na transição da Idade Média para a Idade Moderna, diante</p><p>da revolta da população com os reis absolutistas da época, que, sob o</p><p>argumento de serem enviados por Deus, praticavam injustiças com as</p><p>classes sociais menos privilegiadas.</p><p>Noções de Direito</p><p>22</p><p>EXEMPLO:</p><p>É um exemplo de direito positivo a Constituição e as leis de um</p><p>Estado.</p><p>O direito natural inspira e norteia a formação do direito positivo e</p><p>tem uma importante influência na definição dos princípios gerais que</p><p>norteiam o direito.</p><p>O direito objetivo está relacionado com as normas jurídicas, com</p><p>o conjunto de regras que regulam a vida em sociedade. O direito objetivo</p><p>estabelece regras de conduta social, a forma com que os indivíduos</p><p>devem ou não agir. Já o direito subjetivo está relacionado com uma</p><p>situação jurídica, com o direito do indivíduo. O direito subjetivo está</p><p>relacionado com a faculdade de agir e com o direito de um beneficiário</p><p>da justiça invocar a aplicação das normas a seu favor.</p><p>EXPLICANDO MELHOR:</p><p>O Código Civil prevê a obrigação dos genitores prestarem</p><p>alimentos (pensão alimentícia) a seus filhos. Esse é um</p><p>direito objetivo previsto no Código Civil. Joana mora com a</p><p>avó e não recebe pensão de seu pai, Jorge. Joana possui o</p><p>direito subjetivo de requerer alimentos a Jorge.</p><p>Agora que você já aprendeu sobre as classificações do direito,</p><p>vamos aprender um pouco mais sobre os ramos do direito? Vem comigo!</p><p>Ramos do direito</p><p>Conforme você já aprendeu, integram o direito as normas jurídicas</p><p>que se destinam a regular a convivência social. Considerando as múltiplas</p><p>formas de relações sociais, quero que você pense as classificações do</p><p>direito como ramos de uma árvore, subdivididos para facilitar a sua</p><p>compreensão sobre o tema (não havendo o que se falar em diferenças</p><p>nas categorias aqui apresentadas).</p><p>Noções de Direito</p><p>23</p><p>Figura 5 – Ramos do direito</p><p>Classificações do Direito</p><p>INTERNO</p><p>CIVIL</p><p>EMPRESARIAL</p><p>TRABALHISTA</p><p>INTERNO</p><p>CONSTITUCIONAL</p><p>ADMINISTRATIVO</p><p>PENAL</p><p>PREVIDENCIÁRIO</p><p>ELEITORAL</p><p>TRIBUTÁRIO</p><p>PROCESSUAL</p><p>EXTERNO</p><p>INTERNACIONAL</p><p>EXTERNO</p><p>INTERNACIONAL</p><p>PRIVADOPÚBLICO</p><p>Fonte: Elaborada pela autora (2021).</p><p>Direito Público e Direito Privado</p><p>A primeira categoria que iremos abordar, o primeiro ramo nossa</p><p>árvore será a diferença entre direito público e privado. Direito Público</p><p>consiste nas normas jurídicas que são voltadas para a coletividade, para o</p><p>todo, enquanto o Direito Privado está relacionado a normas que regulam</p><p>as relações particulares entre os sujeitos.</p><p>O Direito Público possui um maior poder normativo e uma menor</p><p>margem de escolha das pessoas a ele subordinada, tendo em vista que</p><p>no direito público o que prevalece é o interesse público, pois é voltado</p><p>para a construção de normas coletivas. Já o Direito Privado consiste em</p><p>um conjunto de normas que permitem uma maior liberdade de escolha</p><p>por parte do indivíduo, considerando sua aplicabilidade nas relações</p><p>entre particulares, associações civis e sociedades.</p><p>Noções de Direito</p><p>24</p><p>Ainda mentalizando nossa árvore, o ramo do Direito Público se</p><p>subdivide em duas categorias, o Direito Público Interno e o Externo.</p><p>Direito Público Interno</p><p>O Direito Público interno divide-se em sete categorias, sendo</p><p>elas: Direito Constitucional, Direito Administrativo, Direito Penal, Direito</p><p>Previdenciário, Direito Eleitoral, Direito Processual e Direito Tributário, as</p><p>quais trataremos pormenorizadamente a seguir.</p><p>Direito Constitucional</p><p>O Direito Constitucional é o ramo do direito que inevitavelmente</p><p>está relacionado com todos os demais ramos do direito, uma vez que</p><p>se refere ao que se encontra previsto na Constituição. Dessa forma, ele</p><p>engloba os direitos fundamentais, a política, as formas de governo do</p><p>Estado e a organização da sociedade.</p><p>Direito Administrativo</p><p>O Direito Administrativo é ramo do direito responsável por reger</p><p>tudo o que diz respeito à Administração Pública. Enquanto o Direito</p><p>Constitucional determina a estrutura político-administrativa do Estado, as</p><p>regras de funcionamento e observância dessa estrutura são ditadas pelo</p><p>Direito Administrativo.</p><p>Direito Penal</p><p>O Direito Penal, terceiro integrante da categoria de Direito Público</p><p>Interno, é o responsável por disciplinar os crimes e as contravenções penais.</p><p>Sua principal finalidade é a manutenção da ordem pública e proteção dos</p><p>direitos fundamentais, como a vida, a liberdade e a propriedade.</p><p>Direito Previdenciário</p><p>O Direito Previdenciário é um ramo do direito público interno que</p><p>cuida dos direitos sociais. Esse ramo do direito é o responsável por regular</p><p>a relação entre o Estado e os segurados que dele dependem.</p><p>Noções de Direito</p><p>25</p><p>Direito Eleitoral</p><p>O Direito Eleitoral é o ramo do direito que está relacionado com</p><p>o processo eleitoral, estabelecendo regras desde a candidatura até a</p><p>prestação de contas do mandato.</p><p>Direito Processual</p><p>O Direito Processual, sétima categoria do Direito Público Interno,</p><p>disciplina em suma as normas jurídicas para o exercício do direito, ou</p><p>seja, as formalidades e regras a serem obedecidas pelas partes no litígio.</p><p>O direito processual subdivide-se em categorias, de acordo com a área</p><p>do direito ao qual se refere, podendo ser do trabalho, civil, penal. Apesar</p><p>dessa subdivisão, a finalidade é a mesma, ou seja, regular a aplicação do</p><p>direito.</p><p>Direito Tributário</p><p>O Direito Tributário, por sua vez, rege as relações tributárias entre</p><p>o fisco (Estado) e o contribuinte (indivíduo), de modo a garantir a receita</p><p>do Estado e a prestação de serviços essenciais previstos na Constituição.</p><p>Direito Público Externo</p><p>O Direito Público Externo, denominado de Direito Internacional</p><p>Público, cuida das relações públicas exteriores do Estado. Esse ramo</p><p>do direito é o responsável por disciplinar as relações exteriores, ou seja,</p><p>com outros Estados, nas esferas políticas, econômicas e sociais. É por</p><p>meio desse ramo do direito que são celebrados acordos e tratados</p><p>internacionais.</p><p>Direito Privado Interno</p><p>Assim como o direito público, ele subdivide-se em interno e</p><p>externo. O direito privado interno divide-se em quatro categorias: Civil,</p><p>Empresarial, Trabalho e Direito Internacional Privado.</p><p>Noções de Direito</p><p>26</p><p>Direito Civil</p><p>O Direito Civil é o ramo que regula as relações civis individuais</p><p>em geral, desde o nascimento até a morte do indivíduo, disciplinando</p><p>questões relativas a negócios jurídicos, casamento, filiação e sucessão. O</p><p>Código Civil é dividido em 2.046 artigos e é objeto do estudante de direito</p><p>durante toda a graduação.</p><p>Direito Empresarial</p><p>O Direito Empresarial é o ramo do Direito que trata da relação</p><p>jurídica entre o indivíduo e empresas e/ou a sociedade empresarial. Em</p><p>geral ele é formado por normas que regulam a atividade do empresário,</p><p>atribuindo-lhe deveres e garantias.</p><p>Direito do Trabalho</p><p>O Direito do Trabalho é o responsável por regular as relações</p><p>de emprego e trabalho. Derivado do Direito Civil, esse ramo do Direito</p><p>surgiu no ordenamento jurídico para estabelecer medidas de proteção e</p><p>proporcionar aos trabalhadores condições dignas de trabalho.</p><p>Direito Privado Externo</p><p>Integra a categoria de Direito Privado Externo um único ramo</p><p>do direito, o Direito Internacional Privado. Esse ramo do direito é o</p><p>responsável por estabelecer as normas que serão aplicadas às relações</p><p>jurídicas particulares com outros Estados.</p><p>EXPLICANDO MELHOR:</p><p>O Direito Público Externo e o Direito Privado Externo estarão</p><p>sempre relacionados com as relações exteriores do Estado,</p><p>ou seja, com o Direito Internacional.</p><p>Agora que você já pode entender quais são os ramos dessa árvore</p><p>do direito, quero te convidar a conhecer as fontes do direito, vamos nessa?</p><p>Noções de Direito</p><p>27</p><p>Fontes do direito</p><p>Quando falamos de fontes do direito, estamos falando da origem,</p><p>da causa. A fonte do é onde nasce o direito, pense em algo semelhante</p><p>a uma fonte de água, de onde tudo começa. De acordo com Reale, “por</p><p>fonte do direito designamos os processos ou meios em virtude dos quais</p><p>as regras jurídicas se positivam com legítima força obrigatória, isto é, com</p><p>vigência e eficácia no contexto de uma estrutura normativa” (REALE, 2003,</p><p>p. 140).</p><p>As fontes do direito servem como uma espécie de garantia,</p><p>auxiliando os operadores a aplicarem o direito ao caso concreto e</p><p>delimitando a atuação do juiz, de modo a impedir que sejam aplicadas</p><p>concepções pessoais nos casos concretos.</p><p>As fontes do direito classificam-se em: primárias (também chamadas</p><p>de diretas ou imediatas) ou secundárias (indiretas ou mediatas); materiais</p><p>ou formais.</p><p>As fontes primárias, também denominadas de fontes diretas</p><p>ou fontes imediatas, são as normas jurídicas criadas pelo Estado, que</p><p>emanam do Poder Legislativo ou do Poder Constituinte. São exemplos de</p><p>fontes primárias a Constituição Federal, o Código Civil e o Código Penal.</p><p>As fontes secundárias, também denominadas de fontes indiretas</p><p>ou mediatas, são aquelas que atuam como auxiliares na aplicação das</p><p>leis, auxiliando na interpretação de uma fonte primária. São exemplos</p><p>de fontes secundárias os costumes, a analogia, os princípios gerais do</p><p>direito, a jurisprudência e a doutrina. Trataremos de cada uma dessas</p><p>fontes a seguir.</p><p>A Lei</p><p>Principal fonte do Direito, o termo lei refere-se ao conjunto de normas</p><p>gerais abstratas e de caráter imperativo existentes no ordenamento</p><p>jurídico brasileiro. Fazem parte dessa classificação a Constituição, as</p><p>emendas constitucionais, as leis ordinárias, as leis delegadas, as medidas</p><p>Noções de Direito</p><p>28</p><p>provisórias, os decretos e as resoluções legislativas. Todas essas normas</p><p>de caráter legislativo integram a classificação de lei.</p><p>Costumes</p><p>Os costumes, classificados como fonte indireta ou imediata,</p><p>referem-se ao conjunto de atos praticados por um povo reiteradamente e</p><p>que, ao longo do tempo, passam a se tornarem obrigatórios. Os costumes</p><p>se assemelham às leis, pois devem ser obrigatoriamente observados pelo</p><p>aplicador do direito.</p><p>As normas jurídicas que derivam dos costumes são</p><p>denominadas de</p><p>normas consuetudinárias. Importante destacar que um costume não pode</p><p>ser imposto pelo Estado, nem revogar ou contrariar com uma lei, devendo</p><p>os costumes servirem como fonte do direito de forma secundária, ou seja,</p><p>na ausência de lei específica para regular o caso.</p><p>EXPLICANDO MELHOR:</p><p>Via de regra, diante de um conflito entre costume e lei,</p><p>prevalecerá sempre a lei.</p><p>Jurisprudência</p><p>A jurisprudência consiste no conjunto de decisões uniformes</p><p>e constantes dos tribunais, proferidas para a solução judicial de</p><p>conflitos, envolvendo casos semelhantes (DINIZ, 2016). Nesse sentido,</p><p>jurisprudência é “a forma de revelação do Direito” resultante do exercício</p><p>da jurisdição, decorrente de uma “sucessão harmônica de decisões dos</p><p>tribunais (REALE, 2003, p. 167). Aqui salientamos que não se tratam de</p><p>julgamentos isolados sobre determinado assunto, mas sim julgamentos</p><p>reiterados sobre o mesmo tema.</p><p>Noções de Direito</p><p>29</p><p>IMPORTANTE:</p><p>Julgamentos isolados de casos criam precedentes, mas</p><p>não jurisprudência.</p><p>A jurisprudência criada por esses tribunais pode, além de guiar</p><p>o magistrado na decisão sobre assuntos que não possuem legislação</p><p>específica sobre o tema, dar origem às súmulas. As súmulas consistem</p><p>na publicação do enunciado de uma jurisprudência de forma resumida.</p><p>Elas proporcionam uma maior estabilidade jurídica à jurisprudência. Uma</p><p>espécie de súmula são as súmulas vinculantes, que entraram em vigor</p><p>no ordenamento jurídico, com a aprovação e aplicação da Emenda</p><p>Constitucional nº 45/2004.</p><p>ACESSE:</p><p>Para conhecer as súmulas vinculantes, acesse aqui.</p><p>Doutrina</p><p>A doutrina, outra espécie de fonte indireta, é o fruto do estudo de</p><p>operadores e pesquisadores da ciência do direito, por meio dos escritos</p><p>publicados em formato de livro, artigo ou periódico. Apesar de não ser</p><p>uma norma jurídica, a doutrina exerce uma importante função ao auxiliar</p><p>na interpretação e aplicação da lei ao caso concreto.</p><p>Princípios gerais do direito</p><p>Os princípios gerais do direito estão para a ciência de direito como</p><p>uma espécie de bússola, auxiliando os operadores do direito a alcançarem</p><p>a justiça para o caso concreto.</p><p>Como define Miguel Reale, “princípios gerais de direito são</p><p>enunciações normativas de valor genérico, que condicionam e orientam</p><p>Noções de Direito</p><p>https://bit.ly/2Iz292l</p><p>30</p><p>a compreensão do ordenamento jurídico, quer para a sua aplicação e</p><p>integração, quer para a elaboração de novas normas”. (REALE, 2002, p. 305)</p><p>Os princípios podem estar previstos expressamente na Constituição,</p><p>como é o caso do princípio da soberania, da cidadania, da dignidade da</p><p>pessoa humana, mas também podem estar relacionados especificamente</p><p>a determinados ramos do direito, como o princípio da autonomia da</p><p>vontade e da afetividade.</p><p>Analogia</p><p>A analogia consiste em um método de interpretação jurídica que</p><p>deve ser utilizado quando da ausência de uma norma jurídica específica</p><p>para um caso e da existência de uma norma jurídica semelhante. Um</p><p>exemplo clássico para você entender sobre a analogia está relacionado</p><p>com união estável e o código civil. A união estável passou a ser reconhecida</p><p>após a edição Código Civil, de modo que não há na lei civil nenhuma</p><p>menção à união estável. Desse modo, os juristas analogicamente aplicam,</p><p>no que não houver conflito, as disposições relativas ao casamento à união</p><p>estável.</p><p>SAIBA MAIS:</p><p>Quer se aprofundar neste tema? Recomendamos o acesso</p><p>à seguinte fonte de consulta e aprofundamento: Artigo: “O</p><p>começo da história. A nova interpretação constitucional</p><p>e o papel dos princípios no direito brasileiro” (BARROSO;</p><p>BARCELLOS, 2003), disponível clicando aqui.</p><p>Noções de Direito</p><p>http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/https://scorm.onilearning.com.br/scorm.php?scorm=f8071afa7f87aea491eebe16f2297072&estudante=0&nome=&licao=&sessao=nl1i2s28h9msneaua2ljni3ht4/rda/article/viewFile/45690/45068</p><p>31</p><p>RESUMINDO:</p><p>E então? Gostou de tudo até aqui? Agora, só para termos</p><p>certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo</p><p>deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você</p><p>iniciou esse capítulo aprendendo sobre as classificações</p><p>do direito, oportunidade em que você foi apresentado aos</p><p>conceitos de direito natural, direito positivo, direito objetivo</p><p>e direito subjetivo. Além disso, trabalhamos nesse capítulo</p><p>com os ramos do direito e você aprendeu sobre a divisão</p><p>do Direito Público e Privado e as áreas derivadas dessa</p><p>classificação. Por fim, trabalhamos as fontes do direito, a</p><p>classificação entre fontes primárias, secundárias, materiais</p><p>e formais e quanto às fontes formais, você pode entender</p><p>em que consiste a lei e sua diferença para as demais fontes</p><p>formais, como a jurisprudência, doutrina e os princípios</p><p>gerais do direito. Nesse capítulo eu espero que você tenha</p><p>entendido como que o direito é uma construção social, fruto</p><p>da evolução da sociedade, criado a partir da necessidade</p><p>de regulação das condutas vividas ao longo dos tempos.</p><p>Bom, chegamos à metade do caminho. Vamos continuar</p><p>nessa jornada incrível em busca do conhecimento junto</p><p>comigo?</p><p>Noções de Direito</p><p>32</p><p>Normas jurídicas, processos e procedimento</p><p>OBJETIVO:</p><p>Ao término deste capítulo, iremos identificar as espécies</p><p>normativas e a diferença entre processo e procedimento, de</p><p>modo que você entenda quais são as espécies normativas</p><p>e como se dá a sua aplicação nos casos concretos.</p><p>Preparado? Então vamos lá.</p><p>Normas jurídicas</p><p>Conforme já aprendemos, as normas jurídicas consistem em uma</p><p>fonte formal do direito que traduzem as normas de conduta determinadas</p><p>pelo Estado. Consistem na vontade do Estado, traduzida pelo legislador e</p><p>materializada na lei. São características das normas jurídicas:</p><p>a. Generalidade – obriga a todos, sem exceção.</p><p>b. Abstratividade – as normas abarcam situações abstratas, cabendo</p><p>ao operador do direito aplicá-las aos casos concretos.</p><p>c. Bilateralidade – as normas jurídicas estabelecem deveres e</p><p>resguardam direitos.</p><p>d. Imperatividade – trata-se de comandos imperativos, ou seja, que</p><p>devem ser obrigatórios.</p><p>e. Coercibilidade – sua não observância gera consequências</p><p>aplicadas pelo Estado.</p><p>f. Heteronomia – o comando é vindo de um único ente, o Estado.</p><p>Quanto à esfera do Poder Público, as normas jurídicas podem</p><p>ser municipais, estaduais ou federais. A própria Constituição estabelece</p><p>as competências legislativas de cada ente da Federação e tal</p><p>competência deve ser observada com rigor, sob pena de ser declarada a</p><p>inconstitucionalidade.</p><p>Noções de Direito</p><p>33</p><p>EXEMPLO:</p><p>Ao município não cabe legislar sobre questões estaduais.</p><p>Assim como há uma hierarquia entre os entes da federação,</p><p>também existe uma hierarquia entre as normas jurídicas, tendo em vista a</p><p>ordem de subordinação entre elas. Kelsen, a partir da sua teoria pura do</p><p>Direito, é o autor de uma valiosa ilustração que traduz essa hierarquia das</p><p>normas, conhecida popularmente como a pirâmide de Kelsen.</p><p>Figura 6 – Pirâmide de Kelsen</p><p>Fonte: Elaborada pela autora (2021).</p><p>No primeiro plano dessa hierarquia figura a Constituição Federal e</p><p>as Emendas Constitucionais, pois elas possuem o condão de condicionar</p><p>a existência das demais normas bem como de revogá-las.</p><p>VOCÊ SABIA?</p><p>Qualquer norma jurídica que seja de categoria diversa e</p><p>que tenha disposições contrárias ao que está estabelecido</p><p>na constituição é considerada inconstitucional.</p><p>Em segundo plano encontram-se as normas complementares,</p><p>que são normas previstas com o fim de complementar as normas</p><p>constitucionais, por meio de lei complementar. A aprovação desse tipo</p><p>Noções de Direito</p><p>34</p><p>de norma requer um procedimento legislativo especial, previsto no artigo</p><p>69 da Constituição Federal.</p><p>Em terceiro plano encontram-se as normas ordinárias. Consistem</p><p>em normas ordinárias as leis ordinárias, as leis delegadas, as medidas</p><p>provisórias, as leis delegadas e os decretos.</p><p>A lei ordinária é residual, de modo que será lei ordinária tudo o que</p><p>não for lei complementar,</p><p>decreto ou resolução. A lei delegada, por sua</p><p>vez, é fruto de uma delegação de competência do poder legislativo para</p><p>o poder executivo. O art. 68 §1º da Constituição estabelece as hipóteses</p><p>em que é vedada tal delegação.</p><p>As medidas provisórias consistem em normas que precisam que</p><p>ser criadas com urgência, diante de situações excepcionais. Elas possuem</p><p>um trâmite mais célere do que as leis, mas possuem um período de</p><p>vigência limitado a 120 (cento e vinte) dias.</p><p>O decreto legislativo consiste em uma espécie de norma que</p><p>traduz atos individuais ou gerais emanados dos chefes do Poder Executivo</p><p>(Presidente da República, Governador e Prefeito) enquanto a resolução</p><p>é uma espécie de norma privativa para regular atos internos do poder</p><p>legislativo. Ambos possuem competência residual, para tratar de assuntos</p><p>que não sejam objeto de lei.</p><p>Por fim, na base da pirâmide de Kelsen encontram-se os negócios</p><p>jurídicos e os atos celebrados por particulares. Derivados das relações</p><p>privadas, o objeto dessa classificação são as relações entre particulares,</p><p>como contratos e acordos.</p><p>Agora que você já aprendeu sobre as classificações das normas,</p><p>vamos aprender o processo legislativo que as coloca em vigor?</p><p>O processo legislativo consiste no caminho que um projeto de</p><p>lei deve seguir obrigatoriamente, até que ele se torne uma lei em vigor,</p><p>sob pena da lei ser inconstitucional. Todas as determinações que você</p><p>encontrar aqui estão expressamente inscritas na Constituição.</p><p>O primeiro ponto que é importante você saber que hoje, no Brasil,</p><p>vigora o regime bicameral, ou seja, que para uma lei ser aprovada, via</p><p>Noções de Direito</p><p>35</p><p>de regra, ela deve passar obrigatoriamente pela Câmara e pelo Senado</p><p>Federal. Nesse sentido, o projeto legislativo, via de regra, deve criado e</p><p>apresentado para a casa revisora.</p><p>Um projeto de lei pode ser proposto por qualquer deputado,</p><p>qualquer senador, qualquer comissão da Câmara, do Senado ou do</p><p>Congresso, pelo Presidente da República, pelo Procurador Geral da</p><p>República, pelo Supremo Tribunal Federal, pelos tribunais superiores e</p><p>pelo povo obedecidas as regras da iniciativa popular.</p><p>VOCÊ SABIA?</p><p>O povo pode propor projetos de lei, desde que respeitados</p><p>os requisitos estabelecidos na Constituição. A Lei da Ficha</p><p>Limpa (LC135/2010) foi fruto de um projeto de lei que surgiu</p><p>a partir da iniciativa popular.</p><p>A etapa de revisão do projeto de lei, obrigatória dentro do processo</p><p>legislativo, é feita pela casa oposta que criou o projeto. Isso significa dizer</p><p>que se quem propôs o projeto foi a Câmara, cabe ao Senado fazer a</p><p>revisão e o mesmo se aplica ao contrário.</p><p>Após a revisão, o projeto de lei será encaminhado ao Chefe do</p><p>Executivo. Uma das funções do Chefe do Executivo (prefeito, governador</p><p>ou presidente) é a de sancionar as leis. Nesse sentido, o chefe do executivo</p><p>terá duas opções: ou sancionar a lei ou vetá-la.</p><p>Caso o Chefe do Executivo vete a lei, caberá ao Congresso (câmara +</p><p>senado), dentro do prazo de 30 dias, para reapreciar o projeto e regularizar</p><p>suas inconsistências.</p><p>Caso o Chefe do Executivo sancione (aprove) a Lei, ela deverá entrar</p><p>em vigor por meio de publicação no Diário Oficial. Passados 45 (quarenta e</p><p>cinco) dias da publicação da lei, ela é considerada em vigor.</p><p>Noções de Direito</p><p>36</p><p>VOCÊ SABIA?</p><p>O prazo de 45 dias entre a publicação e a entrada em vigor</p><p>da lei é chamado de vacatio legis. O legislador pode optar</p><p>por um período diferente ou até suprimi-lo, a depender do</p><p>caso concreto.</p><p>Uma vez em vigor, a lei só será revogada pelo decurso do tempo,</p><p>pela revogação por lei de hierarquia equivalente ou superior ou pelo</p><p>desuso.</p><p>IMPORTANTE:</p><p>Pelo princípio da irretroatividade da lei, uma lei jamais</p><p>poderá regular situações passadas, seus efeitos serão</p><p>aplicados somente para situações que ocorrerem a partir</p><p>da sua entrada em vigor.</p><p>Bom, agora que você já está ambientado no mundo jurídico e</p><p>está afiado no que diz respeito às leis, doutrinas, jurisprudências, vamos</p><p>aprender a aplicação dessas leis nos casos concretos? Tenho certeza que</p><p>você não vai se arrepender.</p><p>Processo e procedimento</p><p>A definição de processo e procedimento não se confunde, mas</p><p>se correlaciona. O processo consiste no instrumento de provocação</p><p>da jurisdição, o meio em que leva a pretensão de um indivíduo ao</p><p>conhecimento do poder judiciário. Já o procedimento consiste na</p><p>materialização do processo, no caminho a ser percorrido em busca da</p><p>prestação jurisdicional do Estado.</p><p>A relação jurídica processual consiste na relação entre autor, réu e</p><p>o juiz. O autor figura como quem invoca ao Estado postulando um direito,</p><p>o réu consiste na pessoa contra quem esse direito está sendo requerido e</p><p>Noções de Direito</p><p>37</p><p>o juiz é o representante do Estado e aplicador do direito. Nesse sentido, a</p><p>relação jurídica processual é triangular e via de regra pública.</p><p>Figura 7 – Sujeitos processuais</p><p>ESTADO</p><p>Juiz</p><p>Partes</p><p>RÉU</p><p>Requerido</p><p>Reclamado</p><p>Acusado</p><p>AUTOR</p><p>Requerente</p><p>Reclamante</p><p>Autor</p><p>Fonte: Elaborada pela autora (2021)</p><p>O juiz, dentro da estrutura processual, exerce a jurisdição, ou seja,</p><p>o poder conferido pelo Estado de interpretar as leis e aplicá-las ao caso</p><p>concreto. Nas lições de Maria Helena Diniz:</p><p>Na determinação do direito que deve prevalecer no caso</p><p>concreto, o juiz deve verificar se o direito existe, qual o</p><p>sentido da norma aplicável e se esta norma aplica-se ao</p><p>fato sub judice. Portanto, para a subsunção é necessária</p><p>uma correta interpretação para determinar a qualificação</p><p>jurídica da matéria fática sobre a qual deve incidir uma</p><p>norma geral. (DINIZ, 2016, p.423)</p><p>É possível que o juiz se depare com casos que não se enquadram</p><p>perfeitamente nas normas jurídicas existentes, ou que quanto à</p><p>determinada ocasião a lei seja omissa, obscura ou ambígua. Diante</p><p>desses casos, caberá ao juiz utilizar técnicas de interpretação do direito</p><p>para aplicá-lo ao caso concreto.</p><p>Considerando que a estrutura judiciária brasileira se encontra cada</p><p>vez mais abarrotada de processos, há uma tendência moderna de que as</p><p>pessoas procurem meios alternativos de resolução de conflitos. Nesses</p><p>casos não será o juiz quem irá exercer a jurisdição, mas sim esses órgãos</p><p>e sujeitos que promovem a resolução dos litígios.</p><p>Noções de Direito</p><p>38</p><p>É muito comum que nessa etapa da disciplina os alunos se</p><p>questionem sobre a estrutura do judiciário, sobre como é escolhido o juiz</p><p>que julgará o caso e será sobre isso que vamos aprender agora.</p><p>O Poder Judiciário brasileiro encontra-se organizado por meio</p><p>das competências que integram os âmbitos estaduais e federais. Toda</p><p>a matéria relativa à organização encontra-se tipificada no artigo 92 da</p><p>Constituição.</p><p>O primeiro órgão integrante do Poder Judiciário é o Supremo</p><p>Tribunal Federal (STF). O STF é órgão máximo do judiciário e guardião</p><p>da Constituição. Ele é composto por onze ministros que devem ser</p><p>reconhecidos pelo seu amplo saber jurídico e por sua reputação ilibada.</p><p>O STF é denominado de guardião da Constituição, pois cabe a ele julgar</p><p>as ações relativas a assuntos constitucionais. O presidente do STF é eleito</p><p>pelos próprios ministros e tem um mandato de dois anos.</p><p>O segundo órgão integrante do Poder Judiciário é o Conselho</p><p>Nacional de Justiça (CNJ). O CNJ é o responsável pelo controle dos atos</p><p>administrativos e financeiros de todos os órgãos integrantes do Poder</p><p>Judiciário, além de ser o responsável por supervisionar e fiscalizar as</p><p>atividades de seus integrantes.</p><p>Seguindo, temos o Superior Tribunal de Justiça (STJ). Esse órgão é</p><p>o composto por 33 ministros e consiste na última instância de julgamento</p><p>do Brasil de crimes infraconstitucionais, ou seja, que não sejam de</p><p>competência do STF. Cabe ao STJ, entre outras coisas, a homologação de</p><p>sentenças estrangeiras.</p><p>Temos, no âmbito superior, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que</p><p>figura como última instância no julgamento de causas de Direito Eleitoral,</p><p>principalmente relacionadas aos direitos políticos da população. O TSE é</p><p>composto por sete membros, sendo que três deles são escolhidos por</p><p>meio de votação entre os ministros do STF; dois, entre os do STJ; e os</p><p>outros dois são nomeados pelo presidente da República.</p><p>Assim como o TSE está para o Direito Eleitoral, integra o Poder</p><p>Judiciário o Tribunal Superior do Trabalho, cuja função é apreciar</p><p>em última instância os casos relacionados com o Direito do Trabalho.</p><p>Noções de Direito</p><p>39</p><p>Compõem esse tribunal vinte e sete ministros, que são nomeados pelo</p><p>Presidente da República.</p><p>Também integra o Poder Judiciário em sede superior o Tribunal</p><p>Superior Militar (TSM), que é a mais antiga corte do país, especializado</p><p>no julgamento de casos envolvendo a Marinha, a Aeronáutica e o Exército.</p><p>O TSM é composto por quinze ministros, sendo eles três ministros são</p><p>da Marinha, quatro do Exército e três da Aeronáutica, os outros cinco são</p><p>civis.</p><p>VOCÊ SABIA?</p><p>Os tribunais superiores ficam todos localizados em Brasília,</p><p>no Distrito Federal.</p><p>Os tribunais regionais integram a segunda instância e podem ser</p><p>divididos de acordo com a competência.</p><p>Os Tribunais Regionais do Trabalho (TRT) integram a justiça do</p><p>trabalho no Brasil, juntamente com as varas do trabalho e o Superior</p><p>Tribunal do Trabalho (TST). Existem atualmente no Brasil 24 tribunais</p><p>regionais, distribuídos nos estados da federação por região, sendo que o</p><p>estado de São Paulo é o único que conta com dois tribunais.</p><p>Os Tribunais Regionais Eleitorais (TRE) estão presentes em</p><p>cada um dos estados brasileiros e, juntamente com o Tribunal Superior</p><p>Eleitoral (TSE), integram a justiça eleitoral. Os TREs são compostos por</p><p>sete julgadores: dois desembargadores do Tribunal de Justiça; um juiz</p><p>do Tribunal Regional Federal, dois juízes de direito e dois advogados</p><p>indicados pelo Tribunal de Justiça.</p><p>Os Tribunais de Justiça integram a segunda instância e são os</p><p>responsáveis por decidirem os processos em grau de recurso, após</p><p>o julgamento do juiz singular. Eles podem ser estaduais ou federais, a</p><p>depender da matéria de julgamento.</p><p>Por fim, integra o Poder Judiciário os Juízes Singulares, magistrados</p><p>que devem ser aprovados em concurso público que integram o juízo de</p><p>Noções de Direito</p><p>40</p><p>primeira instância. Esses magistrados são os responsáveis, via de regra, a</p><p>decidirem primeiro os casos. Integram a categoria de juízes singulares os</p><p>juízes estaduais, federais, do trabalho, eleitoral e militar.</p><p>Esses órgãos foram estabelecidos justamente com o objetivo de</p><p>garantir a imparcialidade dos processos, de modo que qualquer pessoa</p><p>que ingresse com um processo no Poder Judiciário hoje pode recorrer às</p><p>três instâncias.</p><p>SAIBA MAIS:</p><p>Quer se aprofundar neste tema? Que tal uma leitura</p><p>rápida à Constituição, principalmente no Capítulo 3?</p><p>Acesse e confira aqui.</p><p>RESUMINDO:</p><p>E então? Gostou de tudo até aqui? Agora, só para termos</p><p>certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo</p><p>deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Iniciou</p><p>esse capítulo aprendendo retomando os ensinamentos</p><p>sobre as normas jurídicas como fontes formais objetivas</p><p>do direito e descobrindo suas classificações: generalidade,</p><p>abstratividade, bilateralidade, imperatividade, coercitividade</p><p>e heteronomia. Além disso, aprendemos que as normas</p><p>jurídicas podem ser municipais, estaduais ou federais,</p><p>a depender do assunto sobre o que elas tratam.</p><p>Aprendemos nessa unidade sobre a hierarquia das normas</p><p>e a importância da Constituição perante as demais normas,</p><p>além de conhecermos a diferença entre leis ordinárias,</p><p>complementares e delegadas. Por fim, aprendemos a</p><p>importância dos decretos legislativos e resoluções, além</p><p>dos negócios jurídicos. Nesse capítulo você foi apresentado</p><p>ao processo legislativo, de todo o caminho percorrido por</p><p>um projeto de lei até que ele se torne uma lei em vigor. Por</p><p>fim, aprendeu a diferença entre processo e procedimento e</p><p>pode conhecer a estrutura do poder judiciário brasileiro.</p><p>Noções de Direito</p><p>https://bit.ly/33aNZxV</p><p>41</p><p>Teoria Geral do Estado</p><p>OBJETIVO:</p><p>Agora que você já aprendeu o que é o direito, seus</p><p>conceitos, suas áreas, suas fontes, seus ramos, iremos</p><p>trabalhar neste capítulo noções básicas sobre a Teoria</p><p>Geral do Estado, abordando suas formas de organização</p><p>e seus regimes políticos. Preparados para nosso quarto e</p><p>último capítulo desta unidade?</p><p>Conceito e evolução história do Estado</p><p>O Estado consiste na organização política e jurídica de uma</p><p>sociedade. De maneira sintetizada, constitui Estado uma ordem jurídica</p><p>soberana que objetiva o bem de um povo situado em determinado</p><p>território. A partir desse conceito, podemos concluir que são elementos</p><p>constitutivos do Estado o povo, o território e um governo soberano.</p><p>NOTA:</p><p>Cuidado para não confundir o conceito de Estado com o</p><p>de estados-membros. Pense em Estado como o Brasil e</p><p>estados como Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, por</p><p>exemplo.</p><p>O primeiro registro de Estado existente na sociedade é o denominado</p><p>Estado Antigo surgiram nas antigas civilizações. Na época não havia muita</p><p>distinção sobre a família, o Estado e, portanto, o pensamento político da</p><p>época era um misto de moral, filosofia e religião.</p><p>Esse período foi marcado pela unidade do Estado (não havia divisões</p><p>entre estados e municípios) e o domínio da religiosidade, esta última</p><p>utilizada como instrumento de coação e modo de agir, sob alegação de</p><p>ser “a vontade de Deus.</p><p>Noções de Direito</p><p>42</p><p>Seguindo a linha do tempo, tem-se como evolução do Estado Antigo</p><p>o Estado Grego, cujas características eram o fortalecimento do Estado e o</p><p>aumento da participação das pessoas na organização deste. Surge nessa</p><p>época o conceito de cidades bem como se valoriza o pensamento de</p><p>filósofos e cientistas.</p><p>É no Estado Grego que surgem as primeiras noções do que é a</p><p>democracia e a sociedade política, denominada de polis.</p><p>A seguir surge o Estado Romano, cuja base organizacional do</p><p>Estado eram as civitas, formadas por grupos familiares que possuíam</p><p>privilégios e eram considerados os herdeiros e descendentes do próprio</p><p>Estado.</p><p>O Estado Romano foi marcado pela forte presença do cristianismo</p><p>e onde surgiram os primeiros registros da figura do Magistrado para a</p><p>resolução de conflitos do povo.</p><p>Já na era medieval passou a vigorar o Estado Medieval, considerado</p><p>por muitos um Estado cruel e desigual e, por outros, um importante</p><p>período de transformação.</p><p>Essa era sofreu uma forte influência do cristianismo e do feudalismo</p><p>e foi marcada por conflitos entre os imperadores e papas da época, que</p><p>viriam a acabar com o surgimento do Estado Moderno.</p><p>Dos conflitos e batalhas travadas na Idade Média surge o Estado</p><p>Absolutista, cujas principais características era o poder soberano e</p><p>generalizado concentrado nas mãos do monarca.</p><p>Essa forma de Estado foi construída a partir das ameaças que</p><p>a Igreja Católica vinha sofrendo na época por conta do surgimento do</p><p>liberalismo religioso e da filosofia racionalista que passou a questionar</p><p>atos da Igreja na época.</p><p>Fadado ao fracasso por conta da exagerada forma de controle</p><p>social adotada pelo Absolutismo, surge a figura do Estado Moderno,</p><p>época em que os senhores feudais passaram a questionar as exigências</p><p>dos monarcas da época que cada vez impunham o aumento de tributos</p><p>Noções de Direito</p><p>43</p><p>para custearem seus luxos e patrocinarem guerras enquanto a população</p><p>vivia em situação miserável.</p><p>O despertar do povo fez com que buscassem a unidade de um</p><p>poder soberano, supremo, em prol da coletividade. É no Estado Moderno</p><p>que surgem os primeiros elementos essenciais do Estado.</p><p>Ainda sobre a evolução das formas de Estado cumpre destacar</p><p>o Estado Liberal. Guiado pelas regras do direito natural, essa forma de</p><p>Estado valoriza o pensamento racional e político do homem. Podendo</p><p>variar a forma de governo como monarquia ou república, o Estado Liberal</p><p>passou a traduzir os</p><p>ideais presentes nas revoluções francesas, americanas</p><p>e inglesas, trazendo a soberania nacional, o regime constitucional</p><p>assegurado pela supremacia da lei, a tripartição dos poderes, a separação</p><p>do direito em público e privado, a laicidade do Estado e a liberdade do</p><p>homem, a não intervenção do poder público na esfera privada, entre</p><p>outros.</p><p>Apesar de tentador, após o histórico de autoritarismo e desigualdade</p><p>vivido ao longo da história, o Estado Liberal passou a ser um ideal a ser</p><p>alcançado e não uma realidade, tendo em vista os problemas vividos</p><p>na sociedade da época que não eram compatíveis com essa forma de</p><p>Estado.</p><p>Surge, portanto, o Estado Constitucional, cujas raízes são fruto</p><p>da queda do sistema político medieval, marcado por sua crueldade e</p><p>desigualdade.</p><p>Influenciado pelo jusnaturalismo, o Estado Constitucional privilegia</p><p>a soberania do indivíduo, condena o absolutismo monárquico, lutando</p><p>pela limitação do poder dos governantes e valoriza o racionalismo político.</p><p>Fruto da luta da sociedade pela queda dos regimes autoritários,</p><p>o Estado Constitucional consagra a Constituição como a legislação</p><p>soberana e absoluta que consagre o interesse de todo o povo, devendo</p><p>conjugar os valores individuais e sociais do próprio povo. Pode-se dizer</p><p>que o Estado Constitucional foi um marco na conquista de direitos e</p><p>deveres da sociedade.</p><p>Noções de Direito</p><p>44</p><p>Elementos do Estado</p><p>Ao nos referirmos aos elementos do Estado estamos tratando</p><p>do conjunto de requisitos essenciais para a existência do Estado. Esses</p><p>elementos consistem no povo, território e soberania, os quais trataremos</p><p>mais detalhadamente a seguir.</p><p>Povo</p><p>O povo consiste no conjunto humano de uma ordem estatal sujeito</p><p>às mesmas leis. Para fazer parte do povo é preciso que esse conjunto</p><p>humano exerça a cidadania, ou seja, que tenha participação política ativa</p><p>no Estado. O povo é a entidade jurídica do Estado.</p><p>O conceito de povo não se confunde com o conceito de população.</p><p>Enquanto o povo consiste no conjunto de cidadãos de um Estado, a</p><p>população é a soma aritmética dos habitantes que vivem dentro de uma</p><p>fronteira, respeitando as mesmas leis de um determinado país (Estado).</p><p>Figura 8 – População</p><p>Fonte: Pixabay</p><p>Já a cidadania, mencionada como elemento essencial a ser exercido</p><p>pelo povo, consiste na participação ativa civil e política de todos os atos</p><p>praticados pelo Estado.</p><p>Noções de Direito</p><p>45</p><p>Relacionado com esse elemento estatal, é importante definirmos</p><p>o que se entende por nação. A nação consiste no conjunto de pessoas</p><p>reunidas por um interesse e ideais em comum.</p><p>A nação é uma entidade histórica e é formada por um conjunto</p><p>de pessoas que se encontram ligadas por vínculos que podem ser de</p><p>sangue, idioma, religião. A nação é o elemento moral do Estado e não é</p><p>sinônimo de Estado.</p><p>EXEMPLO:</p><p>A nação coreana está separada entre a República da Coreia (Coreia</p><p>do Sul) e a República Democrática Popular da Coreia (Coreia do</p><p>Norte).</p><p>Ainda sobre a população, o critério raça constitui caráter</p><p>exclusivamente biológico e antropológico, irrelevante para o Estado.</p><p>Território</p><p>O território, segundo elemento essencial do Estado, está ligado à</p><p>geografia de um Estado, onde sua ordem jurídica é validada e exercida.</p><p>Dessa forma, consiste na base física do Estado e não se confunde com o</p><p>povo e a nação.</p><p>O conceito de território não se confunde com o de fronteira, pois</p><p>enquanto o território consiste na área pertencente a um Estado. A fronteira</p><p>está relacionada com os limites do território, suas bordas, ou seja, uma</p><p>linha que delimita a área entre dois ou mais territórios.</p><p>Um exemplo de fronteira interessante é o existente na cidade de Foz</p><p>do Iguaçu, que reúne as fronteiras dos países Brasil, Argentina e Paraguai.</p><p>Noções de Direito</p><p>46</p><p>Figura 9 – Território e fronteiras</p><p>Fonte: Wikimedia</p><p>Soberania</p><p>A soberania consiste no poder do Estado e pode se manifestar tanto</p><p>interna quanto externamente. Internamente, a soberania se manifesta por</p><p>meio da criação de leis, por exemplo, e de forma externa por meio de</p><p>acordos entre os Estados. Segundo a escola clássica, possui as seguintes</p><p>características:</p><p>a. Una – exercida por somente uma autoridade, não podendo existir</p><p>mais de uma autoridade soberana dentro do mesmo território.</p><p>b. Indivisível – o poder conferido ao Estado permite a delegação de</p><p>funções ou a repartição de algumas competências, mas jamais a</p><p>divisão do poder conferido a alguém.</p><p>c. Inalienável – a soberania não permite que a autoridade que a</p><p>detém comercialize seus bens, pois a propriedade dos bens do</p><p>Estado pertence ao povo.</p><p>d. Imprescritível – a soberania não pode ter “prazo de validade”</p><p>devendo nascer definitivamente junto com o estado.</p><p>Noções de Direito</p><p>47</p><p>A soberania não é absoluta e é limitada pelos princípios oriundos do</p><p>direito natural bem como dos costumes de modo a permitir um convívio</p><p>pacífico dos povos.</p><p>Formas de Governo</p><p>O Governo, na estrutura estatal, consiste no conjunto de funções</p><p>necessárias para manter a ordem jurídica de um Estado e administrar</p><p>os bens públicos. Conforme vimos a partir da trajetória histórica dos</p><p>Estados, existem diferentes as formas de governo, as quais detalharemos</p><p>pormenorizadamente a seguir.</p><p>Para fins didáticos, adotaremos a classificação de Aristóteles, que</p><p>separou as formas de governo como em puras ou impuras (baseando-se</p><p>no critério moral) e quanto ao número de governantes. Para tanto, seriam</p><p>formas puras de governo a monarquia (governo de um só), aristocracia</p><p>(governo de vários) e democracia (governo do povo). As formas impuras</p><p>de governo são a tirania (corrupção da monarquia), oligarquia (corrupção</p><p>da aristocracia) e demagogia (corrupção da democracia).</p><p>A monarquia consiste em uma forma de governo cujo poder é</p><p>concentrado nas mãos do monarca. O cargo de monarca é vitalício, ou</p><p>seja, só será extinto com a morte e diante da morte, o próximo monarca</p><p>a assumir o cargo deverá seguir a linha de sucessão. As críticas que se</p><p>fazem a esse regime de governo estão relacionadas com o fato de que</p><p>o futuro de um Estado não pode estar atrelado aos interesses de uma</p><p>família, além do fato de ser um regime antidemocrático, ou seja, não há</p><p>nenhuma participação do povo nas decisões do governo.</p><p>EXEMPLO:</p><p>Um exemplo de país que adota o regime da monarquia que</p><p>prevalece até os dias atuais é a Inglaterra, comandada pela família</p><p>real britânica composta pela rainha Elisabeth e seus familiares.</p><p>Noções de Direito</p><p>48</p><p>Figura 10 – Família Real Britânica</p><p>Fonte: Wikimedia</p><p>Diante de tais críticas surge a república, forma de governo que se</p><p>opõe à monarquia e aproxima-se da democracia. Sua origem foi marcada</p><p>pelas lutas em prol da soberania popular. Suas características principais</p><p>são a duração do mandato, que é por tempo limitado, a eletividade do</p><p>chefe de Estado que é feita pelo povo e a responsabilidade do chefe</p><p>de Estado por suas ações nas esferas civil e penal. A república pode</p><p>ser dividida em aristocracia, que é quando uma classe privilegiada por</p><p>direitos de nascimento ou conquista é a responsável pela administração</p><p>pública, ou pela democracia, forma de governo em que todo o poder</p><p>emana do povo.</p><p>A democracia é o regime de governo que vigora no Brasil desde a</p><p>Proclamação da República em 1889. A palavra democracia tem origem</p><p>grega e significa que o poder emana do povo. A democracia surge no</p><p>Estado Moderno e consiste em um regime político que o poder é do</p><p>povo e exercido em prol dos interesses da coletividade, os mandatos</p><p>são temporários e eletivos e a ordem pública é baseada na Constituição</p><p>suprema e na tripartição dos poderes (executivo, legislativo e judiciário).</p><p>Além disso, há pluralidade de partidos políticos, respeito aos direitos</p><p>fundamentais, é assegurada a supremacia da lei e há responsabilidade</p><p>dos governantes por seus atos.</p><p>Noções de Direito</p><p>49</p><p>Os mecanismos de participação do povo na democracia</p><p>são o</p><p>sufrágio universal (voto direito, secreto e de igual valor para todos), o</p><p>plesbicito (os eleitores decidirem os destinos da sociedade – possui efeito</p><p>vinculante), referendo (possui a função de confirmar – ou não – um ato de</p><p>governo) e a iniciativa popular (poder de propor determinado projeto de lei).</p><p>A democracia é o regime político adotado pelo Brasil.</p><p>As eleições brasileiras acontecem em todo ano par, e é o meio</p><p>utilizado para eleger prefeitos, vereadores, deputados, governadores,</p><p>senadores e o presidente da república.</p><p>A urna eletrônica é o meio utilizado pelos brasileiros, sendo</p><p>destaque ao redor do mundo por conta de se tratar de um mecanismo</p><p>desenvolvido aqui no Brasil.</p><p>Figura 11 – Urna eletrônica brasileira</p><p>Fonte: Wikimedia</p><p>Noções de Direito</p><p>50</p><p>SAIBA MAIS:</p><p>Gostou desse assunto? Recomendamos a leitura do</p><p>seguinte material para se aprofundar um pouco mais sobre</p><p>esse tema: CABRAL, João Francisco Pereira. “Os Regimes</p><p>políticos e as Formas de governo segundo Aristóteles “;</p><p>Brasil Escola. Disponível aqui.</p><p>Ainda sobre o tema democracia, sugerimos a leitura do</p><p>artigo a seguir caso você queira aprender um pouco</p><p>mais sobre a evolução da democracia no Brasil. “Uma</p><p>história política da transição brasileira: da ditadura militar à</p><p>democracia” (Adriano Nervo Codato). Disponível aqui.</p><p>RESUMINDO:</p><p>Nesse capítulo você foi apresentado à Teoria Geral do</p><p>Estado. Iniciamos o capítulo aprendendo sobre o conceito</p><p>e a evolução histórica do Estado, desde o Estado Antigo</p><p>até o Estado Moderno, passando pelos Estados Gregos,</p><p>Romano e Medieval. Além disso, trabalhamos os elementos</p><p>do Estado, povo, território e soberania, e as formas de</p><p>governo existentes ao longo da história como a monarquia,</p><p>aristocracia e, em especial, a democracia, forma de governo</p><p>à qual prevalece no Brasil. Por fim, aprendemos sobre</p><p>os mecanismos de participação do povo na democracia,</p><p>como o sufrágio universal, o plebiscito, referendo e a</p><p>iniciativa popular.</p><p>Noções de Direito</p><p>https://brasilescola.uol.com.br/filosofia/os-regimes-politicos-as-formas-governo-segundo-aristoteles.htm</p><p>https://bit.ly/2TNon7j</p><p>51</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República</p><p>Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidência da República,</p><p>[1988]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/</p><p>constituicao.htm Acesso em: 20 jan. 2020.</p><p>DINIZ, M.H. Curso de Direito Civil Brasileiro. Saraiva: São Paulo,</p><p>2016.</p><p>DIREITO. In: DICIONÁRIO da língua portuguesa. Lisboa: Priberam</p><p>Informática, 1998. Disponível em: https://dicionario.priberam.org/direito.</p><p>Acesso em: 20 jan. 2020.</p><p>KELSEN, H. Teoria Pura do Direito: Introdução à problemática</p><p>científica do direito. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2011.</p><p>NADER, P. Introdução ao estudo do direito. Rio de Janeiro:</p><p>Forense, 2003.</p><p>REALE, M. Lições preliminares de direito. São Paulo: Saraiva, 2003.</p><p>Noções de Direito</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm</p><p>O direito e sua relação com a justiça e a moral</p><p>Classificações, ramos e fontes do direito</p><p>Classificações do direito</p><p>Ramos do direito</p><p>Direito Público e Direito Privado</p><p>Direito Público Interno</p><p>Direito Constitucional</p><p>Direito Administrativo</p><p>Direito Penal</p><p>Direito Previdenciário</p><p>Direito Eleitoral</p><p>Direito Processual</p><p>Direito Tributário</p><p>Direito Público Externo</p><p>Direito Privado Interno</p><p>Direito Civil</p><p>Direito Empresarial</p><p>Direito do Trabalho</p><p>Direito Privado Externo</p><p>Fontes do direito</p><p>A Lei</p><p>Costumes</p><p>Jurisprudência</p><p>Doutrina</p><p>Princípios gerais do direito</p><p>Analogia</p><p>Normas jurídicas, processos e procedimento</p><p>Normas jurídicas</p><p>Processo e procedimento</p><p>Teoria Geral do Estado</p><p>Conceito e evolução história do Estado</p><p>Elementos do Estado</p><p>Povo</p><p>Território</p><p>Soberania</p><p>Formas de Governo</p>