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<p>Prova Impressa</p><p>GABARITO | Avaliação Final (Discursiva) - Individual</p><p>(Cod.:954406)</p><p>Peso da Avaliação 2,00</p><p>Prova 84550924</p><p>Qtd. de Questões 2</p><p>Nota 8,50</p><p>O Diabetes Mellitus (DM) é um grupo heterogêneo de distúrbios de natureza metabólica provocada</p><p>pela deficiência na produção, secreção ou resistência ao efeito da insulina, levando a um quadro de</p><p>hiperglicemia, principal característica da DM. Com a falta de controle do nível glicêmico, ocorrem</p><p>alterações importantes, como nefropatia, neuropatia e complicações cardiovasculares, aumentando os</p><p>índices de morbidade e mortalidade (SANTOS et al., 2020). Clinicamente, a diabetes apresenta-se em</p><p>quatro tipos principais de diabetes.</p><p>Disserte sobre esses quatro tipos.</p><p>FONTE: SANTOS, W. P.; FREITAS, F. B. D. de; SOARES, R. M.; SOUZA, G. L. A. de; CAMPOS,</p><p>P. I. de S.; BEZERRA, C. M. de O.; BARBOSA, L. D. Complicações do diabetes mellitus na</p><p>população idosa. Brazilian Journal of Development, v. 6, n. 6, p. 33283-33292, 2020.</p><p>Resposta esperada</p><p>1 - A diabetes melito tipo 1 apresenta deficiência absoluta de insulina, resultante de destruição</p><p>autoimune das células β pancreáticas. A etiologia pode estar relacionada à genética, ou fatores</p><p>ambientais, como infecções virais ou exposição a toxinas. Geralmente se manifesta</p><p>precocemente, em crianças ou jovens adultos jovens. Os sintomas clássicos da diabetes aparecem</p><p>rapidamente, e incluem polidipsia, polifagia, poliúria e perda de peso. A hiperglicemia resultante,</p><p>se não controlada pode levar à cetoacidose diabética, coma e até morte. Esses indivíduos</p><p>dependem de tratamento com insulina exógena para sobreviver.</p><p>2 - A segunda categoria é a diabetes melito tipo 2, caracterizada por resistência periférica à ação</p><p>da insulina, podendo progredir para comprometimento da sua secreção pancreática. Seu</p><p>desenvolvimento está fortemente relacionado à obesidade, mas também apresenta fatores</p><p>genéticos determinantes, além de que o envelhecimento é um fator de risco. Inicialmente, o</p><p>tratamento pode ser comportamental, com adequação da dieta e estilo de vida, podendo progredir</p><p>para medicamentos hipoglicemiantes e até mesmo à necessidade do uso de insulina,</p><p>principalmente em pacientes que não seguem as recomendações de dieta e uso correto dos</p><p>fármacos hipoglicemiantes.</p><p>3 - Quando a diabetes se desenvolve durante a gravidez, é chamada de diabetes gestacional.</p><p>4 - Pode ainda ocorrer hiperglicemia secundária ao uso de medicamentos, por exemplo,</p><p>glicocorticoides e diuréticos tiazídicos.</p><p>Minha resposta</p><p>Diabetes mellitus (DM) é uma condição complexa, caracterizada por distúrbios metabólicos que</p><p>resultam na deficiência na produção, secreção ou resistência à ação da insulina, culminando em</p><p>hiperglicemia. Clinicamente, a diabetes mellitus apresenta quatro tipos principais: O primeiro</p><p>deles é o diabetes tipo 1 (DM1), também conhecido como diabetes insulino-dependente, no qual</p><p>ocorre uma deficiência total de insulina, causada pela destruição autoimune das células beta</p><p>pancreáticas. Os principais sintomas do DM1 incluem polidipsia (sede excessiva), polifagia</p><p>(fome excessiva), poliúria (aumento do volume urinário) e perda de peso, que aparecem de</p><p>maneira rápida e intensa. Isso ocorre devido à incapacidade do organismo de utilizar</p><p>adequadamente a glicose disponível, levando a uma hiperglicemia grave. Como as células beta</p><p>produtoras de insulina são destruídas, os pacientes com DM1 dependem do tratamento com</p><p>VOLTAR</p><p>A+</p><p>Alterar modo de visualização</p><p>1</p><p>27/09/2024, 23:11 Avaliação Final (Discursiva) - Individual</p><p>about:blank 1/3</p><p>insulina exógena administrada por injeções diárias ou por meio de bomba de infusão contínua, a</p><p>fim de manter o controle glicêmico e evitar as complicações da doença. Além da terapia</p><p>insulínica, o manejo do DM1 também envolve o monitoramento constante dos níveis de glicose</p><p>no sangue, por meio de testes de glicemia capilar. Já a diabetes tipo 2 é a forma mais comum de</p><p>diabetes mellitus. Diferentemente do diabetes tipo 1, o DM2 é caracterizado por uma resistência</p><p>periférica à ação da insulina, que pode evoluir para um comprometimento da secreção</p><p>pancreática desse hormônio. O surgimento do DM2 está fortemente associado a fatores de risco</p><p>como o excesso de peso, obesidade, sedentarismo e dieta inadequada, além de fatores não</p><p>modificáveis, como a idade avançada e a predisposição genética. Inicialmente, os pacientes com</p><p>DM2 podem permanecer assintomáticos por um longo período, pois o pâncreas ainda é capaz de</p><p>produzir insulina suficiente para manter a glicemia em níveis aceitáveis. No entanto, com a</p><p>progressão da doença, os sintomas clássicos podem aparecer. O tratamento do DM2 geralmente</p><p>se inicia com mudanças no estilo de vida visando melhorar a sensibilidade à insulina, como a</p><p>adoção de uma dieta saudável e a prática regular de atividade física. Caso essas intervenções não</p><p>sejam suficientes para controlar a glicemia, o uso de medicamentos hipoglicemiantes, como</p><p>metformina, sulfonilureias e inibidores da DPP-4, pode ser necessário. Em alguns casos, quando</p><p>a secreção pancreática de insulina se torna insuficiente, o tratamento pode evoluir para a</p><p>necessidade de insulina exógena, assim como no DM1. Outra forma de diabetes é a chamada</p><p>Diabetes Gestacional (DMG), é uma forma de diabetes que se desenvolve durante a gravidez e</p><p>geralmente desaparece após o parto. Por último, 4° forma de diabetes é a hiperglicemia</p><p>secundária ocasionada ao uso de medicamentos. É uma condição que pode ser causada por</p><p>diversos tipos de fármacos, os quais podem interferir no metabolismo da glicose, levando ao</p><p>aumento dos níveis sanguíneos de glicose. A hiperglicemia induzida por medicamentos</p><p>geralmente é dose-dependente e reversível após a suspensão ou ajuste da dose do fármaco</p><p>causador. No entanto, em alguns casos, pode ser necessário o uso temporário de insulina ou</p><p>hipoglicemiantes orais para controlar os níveis de glicose.</p><p>Retorno da correção</p><p>Prezado acadêmico, sua resposta contemplou alguns dos elementos da questão com base nos</p><p>materiais disponibilizados, porém, poderia ter explorado mais os conteúdos fundamentais da</p><p>disciplina)</p><p>Quando uma nova substância com potencial atividade farmacológica é sintetizada, o próximo passo é</p><p>identificar uma possível interação com alvos biológicos, realizar testes em culturas celulares e</p><p>modelos animais, para garantir sua eficácia, potência, seletividade, segurança e o seu perfil, bem</p><p>como seu perfil farmacocinético. Assim, essa molécula poderá ser experimentada em humanos, em</p><p>diferentes etapas e escalas de ensaios clínicos. Descreva como ocorrem os ensaios clínicos em</p><p>humanos.</p><p>Descreva como ocorrem os ensaios clínicos em humanos.</p><p>Resposta esperada</p><p>- A fase I consiste em testar os efeitos de diferentes doses do fármaco em um pequeno número de</p><p>indivíduos (20-100). Nessa etapa, são determinadas as faixas de doses clinicamente seguras e</p><p>aspectos farmacocinéticos. Não é obrigatório que o estudo seja cego (pacientes e pesquisadores</p><p>conhecem o que está sendo oferecido a cada participante).</p><p>- Na fase II, o número de participantes é ampliado (100-200) e são incluídos indivíduos que</p><p>possuem a doença para a qual o fármaco está sendo estudado. Assim, é determinada a eficácia do</p><p>fármaco. Pode ser incluído na pesquisa, além do grupo controle (placebo), um braço no qual os</p><p>participantes recebem um fármaco já consolidado para o tratamento daquela doença. É nesta fase</p><p>que a maioria das moléculas inovadoras fracassam, apenas 25% prosseguem para a fase III.</p><p>2</p><p>27/09/2024, 23:11 Avaliação Final (Discursiva) - Individual</p><p>about:blank 2/3</p><p>- Na fase III, o número de participantes com a doença de interesse é ampliado (1000-6000) e</p><p>prefere-se realizar estudos duplo-cegos (nem o participante nem o pesquisador conhecem o que</p><p>está sendo oferecido a cada indivíduo). Essa fase fornecerá as evidências finais da eficácia do</p><p>fármaco, determinará sua aprovação para produção e comercialização. Nesta etapa, já é possível</p><p>identificar efeitos tóxico e imunológicos menos comuns. No entanto, reações adversas raras, de</p><p>baixa frequência, serão</p><p>possivelmente relatadas na etapa de vigilância pós-comercialização (fase</p><p>IV). Esta fase é extremamente trabalhosa, devido à dificuldade do monitoramento do alto número</p><p>de participantes, e exige rigor dos pesquisadores e centros de pesquisa envolvidos.</p><p>Minha resposta</p><p>A primeira etapa visa investigar a resposta imunológica diante do agente causador da doença. Já</p><p>a segunda fase é o teste pré-clínico, no qual serão avaliadas a segurança farmacológica e a</p><p>existência de efeitos biológicos e tóxicos do medicamento em estudo. Durante a fase dos ensaios</p><p>clínicos, é necessário um grupo de pessoas para fazer uso da medicação, sendo acompanhado por</p><p>um grupo-controle que não recebe a terapia. Esses ensaios clínicos são compostos por quatro</p><p>fases. Na Fase I, o medicamento será testado pela primeira vez em seres humanos. Nessa etapa,</p><p>serão investigados os efeitos de várias dosagens do fármaco em um pequeno número (20-100) de</p><p>voluntários saudáveis, que não possuem a doença em estudo. O objetivo é verificar a segurança</p><p>das diferentes dosagens e acompanhar o percurso do fármaco desde a administração até sua</p><p>eliminação pelo organismo do paciente. Nessa fase, os participantes têm conhecimento do que</p><p>lhes está sendo administrado, além de ser verificada a ocorrência de toxicidade e efeitos</p><p>adversos. Já na fase II, o fármaco é testado em um número maior de pacientes (geralmente entre</p><p>100 a 200) que possuem a doença em estudo. Nessa etapa, são avaliadas a eficácia do</p><p>medicamento e sua capacidade de estimular a resposta imunológica contra a enfermidade.</p><p>Importante notar que apenas uma pequena parcela dessas moléculas novas consegue avançar para</p><p>a próxima fase. A fase III envolve um número ainda maior de pacientes, variando de 1.000 a</p><p>6.000 indivíduos. Nessa etapa, é aplicado o método de estudo duplo-cego, no qual nem os</p><p>pacientes nem os pesquisadores sabem quem recebe o medicamento real ou o placebo. Essa fase</p><p>é crucial para determinar se o fármaco é seguro e eficaz. Caso o medicamento seja aprovado</p><p>nessa última fase de testes clínicos, um relatório detalhado é elaborado contendo informações</p><p>sobre o mecanismo de ação, restrições, reações adversas e posologia. Esse relatório é enviado</p><p>para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, que avaliará e poderá conceder o registro para</p><p>início da fabricação e distribuição do produto. Mesmo após a aprovação e registro, a fase IV de</p><p>monitoramento pós-comercialização continua, com o objetivo de acompanhar possíveis efeitos</p><p>adversos relacionados ao uso do medicamento pela população. Essa vigilância ininterrupta visa</p><p>garantir que os benefícios do medicamento sejam sempre superiores aos riscos associados.</p><p>Retorno da correção</p><p>Parabéns acadêmico, sua resposta se aproximou dos objetivos da questão, poderia apenas ter</p><p>apresentado mais argumentos acerca dos conteúdos disponibilizados nos materiais didáticos e</p><p>estudos.</p><p>Imprimir</p><p>27/09/2024, 23:11 Avaliação Final (Discursiva) - Individual</p><p>about:blank 3/3</p>