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<p>Ricardo Kovacs e Leonel Pedro Cerutti</p><p>GESTÃO FINANCEIRA</p><p>E DE RISCO</p><p>Ricardo Kovacs</p><p>Muitas instituições financeiras acabam</p><p>quebrando, fundamentalmente, pela falta</p><p>de liquidez.</p><p>2</p><p>Conheça o livro da disciplina</p><p>CONHEÇA SEUS PROFESSORES 3</p><p>Conheça os professores da disciplina.</p><p>EMENTA DA DISCIPLINA 4</p><p>Veja a descrição da ementa da disciplina.</p><p>BIBLIOGRAFIA DA DISCIPLINA 5</p><p>Veja as referências principais de leitura da disciplina.</p><p>O QUE COMPÕE O MAPA DA AULA? 6</p><p>Confira como funciona o mapa da aula.</p><p>MAPA DA AULA 7</p><p>Veja as principais ideias e ensinamentos vistos ao longo da aula.</p><p>RESUMO DA DISCIPLINA 38</p><p>Relembre os principais conceitos da disciplina.</p><p>AVALIAÇÃO 39</p><p>Veja as informações sobre o teste da disciplina.</p><p>3</p><p>Possui graduação em Ciências Contábeis pela Pontifícia</p><p>Universidade Católica do Rio Grande do Sul (1984) e mestrado em</p><p>História pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul</p><p>(2001). Atualmente é professor titular da Pontifícia Universidade</p><p>Católica do Rio Grande do Sul e em cursos de Pós Gradução. Tem</p><p>experiência na área de Finanças e Controladoria.</p><p>LEONEL PEDRO CERUTTI</p><p>Professora PUCRS</p><p>Sócio fundador da RIKKO Consulting, com quase 40 anos de</p><p>experiência na indústria financeira. Consultor Sênior de Riscos</p><p>em entidades, como IADB - Washington/DC, Assets, bancos e</p><p>seguradoras. Professor convidado em entidades como MOODY´S</p><p>ANALYTICS, INFI-FEBRABAN, CNF e ABBC. Palestrante sobre</p><p>Finanças, Gestão de Riscos Corporativos e Crédito, Ratings,</p><p>Reestruturação de empresas, Valuation, Produtos Estruturados</p><p>do Mercado de Capitais e Banking e vários seminários no exterior.</p><p>Diretor para América Latina de Instituições Financeiras - BANK</p><p>OF AMERICA MERRILL LYNCH. Analista Sênior VP - Corporate</p><p>e Instituições Financeiras da MOODY´s INVESTORS SERVICE.</p><p>Posições de comando no SANTANDER Brasil, onde trabalhou por</p><p>5 anos. Anteriormente Diretor do CITIBANK, Brasil, por 18 anos,</p><p>no começo no Corporate Bank e depois em Risks como diretor</p><p>da área de Remedial Management. Início na área bancária como</p><p>Trainee até ocupar as diretorias comerciais e de crédito do BEAL</p><p>SA, Brasil, Bélgica, Argentina e no Uruguai. Início da carreira</p><p>profissional na Bayer Químicas Unidas – Uruguai. Contador pela</p><p>Universidade LaSalle Sudamérica, com Proficiency Certificate</p><p>em inglês - Cambridge University, Pós-Graduação - Columbia</p><p>University e USP/FEA – FIA / PROVAR, SP – com dois Cursos de</p><p>Especialização no Varejo. Diversos cursos executivos de curta</p><p>duração pelas entidades que trabalhou.</p><p>RICARDO KOVACS</p><p>Professor Convidado</p><p>Conheça seus professores</p><p>4</p><p>Ementa da Disciplina</p><p>Princípios da gestão financeira. Aplicação da gestão de risco como importante</p><p>processo nos investimentos financeiros e atividades de instituições financeiras.</p><p>Aplicação de processos de hedge, derivativos e rating no monitoramento e</p><p>mitigação de riscos associados a investimentos e instituições. Conteúdo abordado</p><p>de forma ampla, para utilização em serviços financeiros, consultoria, planejamento</p><p>financeiro, inovação e tecnologia, instituições financeiras e quaisquer áreas das</p><p>finanças. Aborda a área de dominio “gestão financeira”, conforme previsto pela</p><p>Financial Planning Standing Boards (Padrões Globais de Planejamento Financeiro).</p><p>5</p><p>Bibliografia da Disciplina</p><p>As publicações destacadas têm acesso gratuito.</p><p>Bibliografia básica</p><p>Padoveze, Clovis Luiz. Controladoria Estratégica: Conceitos, Práticas e Aplicações. São</p><p>Paulo: Cengage Learning, 2020.</p><p>Rossetti, José Paschoal. Governança Corporativa. São Paulo: Atlas, 2019.</p><p>Leite, Leonardo Barém; Funari, Bruna Schwerz. Compliance: A Revolução da</p><p>Integridade. São Paulo: Editora Saraiva, 2020.</p><p>Bibliografia complementar</p><p>Tomazette, Marlon. Compliance e Integridade Corporativa. São Paulo: Editora Atlas,</p><p>2019.</p><p>Carvalhosa, Modesto; Neto, Luiz Appolonio. Governança Corporativa e Compliance.</p><p>São Paulo: Editora Quartier Latin, 2020.</p><p>Marion, José Carlos; Padoveze, Clóvis Luís. Controladoria Estratégica. São Paulo: Atlas,</p><p>2020.</p><p>Vertamatti, Roberto; Guilherme, Ivan Rizzo. Conselhos de Administração de Alto</p><p>Desempenho. São Paulo: Saint Paul Editora, 2019.</p><p>Prado, Roberta Nioac; Cavalcante, Rafael Mendes Lira; Rocha, Fabiana Fontes; et al.</p><p>Governança Corporativa: Princípios, Mecanismos e Práticas. São Paulo: Atlas, 2020.</p><p>6</p><p>O que compõe o</p><p>Mapa da Aula?</p><p>MAPA DA AULA</p><p>São os capítulos da aula, demarcam</p><p>momentos importantes da disciplina,</p><p>servindo como o norte para o seu</p><p>aprendizado.</p><p>Frases dos professores que resumem</p><p>sua visão sobre um assunto ou situação.</p><p>DESTAQUES</p><p>Conteúdos essenciais sem os quais você</p><p>pode ter dificuldade em compreender a</p><p>matéria. Especialmente importante para</p><p>alunos de outras áreas, ou que precisam</p><p>relembrar assuntos e conceitos. Se você</p><p>estiver por dentro dos conceitos básicos</p><p>dessa disciplina, pode tranquilamente</p><p>pular os fundamentos.</p><p>FUNDAMENTOS</p><p>Questões objetivas que buscam</p><p>reforçar pontos centrais da disciplina,</p><p>aproximando você do conteúdo de</p><p>forma prática e exercitando a reflexão</p><p>sobre os temas discutidos. Na versão</p><p>online, você pode clicar nas alternativas.</p><p>EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO</p><p>Fatos e informações que dizem</p><p>respeito a conteúdos da disciplina.</p><p>CURIOSIDADES</p><p>Conceituação de termos técnicos,</p><p>expressões, siglas e palavras específicas</p><p>do campo da disciplina citados durante</p><p>a videoaula.</p><p>PALAVRAS-CHAVE</p><p>Assista novamente aos conteúdos</p><p>expostos pelos professores em vídeo.</p><p>Aqui você também poderá encontrar</p><p>vídeos mencionados em sala de aula.</p><p>VÍDEOS</p><p>Inserções de conteúdos para tornar</p><p>a sua experiência mais agradável e</p><p>significar o conhecimento da aula.</p><p>ENTRETENIMENTO</p><p>Apresentação de figuras públicas</p><p>e profissionais de referência</p><p>mencionados pelo(a) professor(a).</p><p>PERSONALIDADES</p><p>Neste item, você relembra o case</p><p>analisado em aula pelo professor.</p><p>CASE</p><p>A jornada de aprendizagem não</p><p>termina ao fim de uma disciplina. Ela</p><p>segue até onde a sua curiosidade</p><p>alcança. Aqui você encontra uma lista</p><p>de indicações de leitura. São artigos e</p><p>livros sobre temas abordados em aula.</p><p>LEITURAS INDICADAS</p><p>Aqui você encontra a descrição detalhada</p><p>da dinâmica realizada pelo professor.</p><p>MOMENTO DINÂMICA</p><p>7</p><p>A tesouraria de uma instituição bancária</p><p>desempenha um papel fundamental na</p><p>criação de valor para os acionistas. Sua</p><p>principal função é intermediar recursos</p><p>entre agentes superavitários e deficitários.</p><p>Isso significa que a instituição precisa</p><p>garantir que os investimentos realizados</p><p>gerem resultados satisfatórios para os</p><p>acionistas. Para isso, diversas métricas são</p><p>utilizadas.</p><p>• Retorno sobre o patrimônio (return on</p><p>equity - ROE): mede a rentabilidade de</p><p>uma instituição em relação ao capital</p><p>investido pelos acionistas.</p><p>• Retorno sobre os ativos totais (return</p><p>on assets - ROA): mede a eficiência</p><p>da instituição em gerar lucro a partir</p><p>dos seus ativos totais. Esse indicador</p><p>é útil para comparar a performance de</p><p>diferentes instituições financeiras a nível</p><p>internacional.</p><p>• Valor econômico (economic value):</p><p>mede o valor que a instituição financeira</p><p>gera para a sociedade.</p><p>Um dos maiores desafios enfrentados pela</p><p>tesouraria é a gestão de ativos e passivos</p><p>(asset liability management - ALM), o</p><p>que envolve equilibrar diferentes prazos,</p><p>volumes e indexadores (taxas de juros e</p><p>moedas). Essa atividade complexa assegura</p><p>a liquidez da instituição, garantindo que ela</p><p>possa honrar seus compromissos a qualquer</p><p>momento. A história mostra que muitas</p><p>instituições financeiras faliram não devido</p><p>a empréstimos ruins ou posicionamentos</p><p>inadequados, mas por falta de liquidez.</p><p>Tesouraria bancária</p><p>Mapa da Aula</p><p>Os tempos marcam os principais momentos das videoaulas.</p><p>AULA 1 • PARTE 1</p><p>06:12</p><p>11:52</p><p>Resolução 4.557/2017: estabelece</p><p>as diretrizes para a estrutura de</p><p>gerenciamento de riscos e a estrutura</p><p>de gerenciamento de capital das</p><p>instituições financeiras e demais</p><p>instituições autorizadas a funcionar</p><p>pelo Banco Central do Brasil.</p><p>PALAVRA-CHAVE</p><p>13:10 ‘‘Muitas instituições</p><p>que haja</p><p>uma mudança nas condições econômicas ou</p><p>nos fundamentos financeiros da empresa ou</p><p>do país. Essa estabilidade é importante para</p><p>que as instituições financeiras possam fazer</p><p>previsões adequadas sobre possíveis perdas</p><p>de crédito, uma exigência regulatória para</p><p>lidar com riscos.</p><p>O futuro do setor financeiro está sendo</p><p>moldado por tecnologias emergentes,</p><p>como a inteligência artificial (IA). A IA</p><p>está impactando o mercado em três</p><p>frentes principais: aumento da eficiência</p><p>operacional, personalização dos serviços</p><p>e melhoria da segurança cibernética.</p><p>Essas mudanças estão forçando o setor</p><p>a desenvolver talentos capacitados a</p><p>utilizar a tecnologia para tomar decisões</p><p>mais acertadas. A IA também está</p><p>criando novas oportunidades e desafios,</p><p>tornando-se um ponto de inflexão no</p><p>desenvolvimento do mercado financeiro,</p><p>exigindo uma adaptação contínua e</p><p>rápida dos participantes para manter a</p><p>competitividade.</p><p>Rating IV 29:48</p><p>EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO</p><p>Os ratings de crédito são avaliações</p><p>importantes para medir a qualidade</p><p>de crédito de um emissor de dívida.</p><p>Qual dos seguintes aspectos não</p><p>é considerado diretamente na</p><p>metodologia de avaliação de um</p><p>rating de crédito?</p><p>R</p><p>e</p><p>sp</p><p>o</p><p>st</p><p>a</p><p>d</p><p>e</p><p>st</p><p>a</p><p>p</p><p>á</p><p>g</p><p>in</p><p>a</p><p>:</p><p>a</p><p>lt</p><p>e</p><p>rn</p><p>a</p><p>ti</p><p>v</p><p>a</p><p>3</p><p>.</p><p>31</p><p>AULA 3 • PARTE 1</p><p>04:43 ‘‘Todo administrador tem que</p><p>estar consciente que precisa pagar</p><p>o passivo. Porém, nunca estar</p><p>certo que vai receber os seus</p><p>ativos.</p><p>’’O COSIF (Plano Contábil das Instituições</p><p>do Sistema Financeiro Nacional) é o</p><p>conjunto de normas e diretrizes contábeis</p><p>estabelecido pelo Banco Central do Brasil,</p><p>que rege a contabilidade das instituições</p><p>financeiras e demais entidades autorizadas</p><p>a funcionar por essa autoridade monetária.</p><p>O COSIF é dividido em três capítulos</p><p>principais, que cobrem diferentes</p><p>aspectos da contabilidade e das operações</p><p>das instituições financeiras.</p><p>• Capítulo 1 (normas básicas): estão</p><p>consolidados os princípios, critérios e</p><p>procedimentos contábeis que devem</p><p>ser utilizados por todas as instituições</p><p>integrantes do sistema financeiro.</p><p>• Capítulo 2 (elenco de contas): são</p><p>apresentadas as contas integrantes do</p><p>plano contábil e respectivas funções.</p><p>• Capítulo 3 (documentos): são</p><p>apresentados os modelos de</p><p>documentos de natureza contábil que</p><p>devem ser elaborados por todas as</p><p>instituições integrantes do sistema</p><p>financeiro.</p><p>A estrutura contábil do COSIF é composta</p><p>por três elementos principais que regem</p><p>a organização dos registros contábeis das</p><p>instituições financeiras: item I (ativo); item</p><p>II (passivo); e item III (patrimônio líquido</p><p>e contas de resultado).</p><p>Algumas categorias auxiliam na</p><p>organização e classificação dos ativos</p><p>das instituições financeiras, conforme a</p><p>liquidez e a natureza de uso.</p><p>• Ativo circulante: bens e direitos que a</p><p>empresa espera converter em dinheiro</p><p>ou consumir dentro de um período de</p><p>até 12 meses após a data do balanço.</p><p>COSIF 07:28</p><p>O COSIF é utilizado por diversas</p><p>instituições financeiras, como</p><p>bancos múltiplos, bancos comerciais,</p><p>financeiras, consórcios, entre outras,</p><p>para padronizar e normatizar os</p><p>efeitos contábeis dessas entidades. Ele</p><p>determina as contas que cada instituição</p><p>pode utilizar, com base em atributos</p><p>específicos. A versão eletrônica do</p><p>COSIF facilita a consulta de suas contas</p><p>e procedimentos.</p><p>O COSIF permite que cada instituição</p><p>crie desdobramentos internos das</p><p>contas, para fins de controle interno</p><p>e adaptação às suas necessidades</p><p>operacionais. No entanto, os relatórios</p><p>enviados ao Banco Central devem seguir</p><p>o formato padronizado, por meio de</p><p>documentos obrigatórios, como os</p><p>balancetes e outras demonstrações</p><p>financeiras.</p><p>A evolução das normas contábeis, como</p><p>as instruções normativas e resoluções</p><p>do Banco Central, tem trazido mudanças</p><p>ao COSIF, principalmente devido à</p><p>harmonização contábil internacional</p><p>(com normas como o IFRS 9 e CPC</p><p>48). Isso impacta diretamente a</p><p>contabilização dos instrumentos</p><p>financeiros, que representam cerca</p><p>de 80% dos ativos das instituições</p><p>financeiras.</p><p>Em termos contábeis, o COSIF organiza</p><p>a origem e a aplicação dos recursos de</p><p>uma instituição financeira.</p><p>COSIF II16:10</p><p>32</p><p>• Ativo realizável a longo prazo: bens</p><p>e direitos que serão convertidos em</p><p>dinheiro ou realizados em um período</p><p>superior a 12 meses após a data do</p><p>balanço.</p><p>• Ativo permanente: bens e direitos de</p><p>natureza duradoura, como imobilizado</p><p>e investimentos de longo prazo.</p><p>• Ativo compensado: registros</p><p>informativos sobre possíveis direitos ou</p><p>obrigações futuras, como concessões</p><p>de limite de crédito que ainda não</p><p>foram utilizadas.</p><p>• Origens: incluem fontes de captação</p><p>de recursos, como depósitos (à</p><p>vista, a prazo, de poupança e</p><p>interfinanceiros) e outros (aceites</p><p>cambiais, letras imobiliárias,</p><p>debêntures e repasses).</p><p>• Aplicações: referem-se ao destino</p><p>dos recursos captados, como</p><p>títulos e valores mobiliários, títulos</p><p>de renda variável, títulos de renda</p><p>fixa, operações compromissadas,</p><p>depósitos interfinanceiros e</p><p>operações de crédito.</p><p>O patrimônio líquido é considerado uma</p><p>origem de recursos próprios, sendo</p><p>composto por capital social, reservas,</p><p>lucros não distribuídos e, no caso de</p><p>cooperativas de crédito, as sobras. O</p><p>patrimônio líquido também serve como</p><p>base para calcular limites regulatórios,</p><p>como os previstos em Basileia, que</p><p>impõem restrições à imobilização de</p><p>mais de 50% do patrimônio líquido.</p><p>Embora o patrimônio líquido seja</p><p>uma fonte importante de recursos,</p><p>as instituições financeiras precisam</p><p>captar externamente para realizar suas</p><p>operações de crédito e investimento.</p><p>O COSIF também distingue três tipos de</p><p>operações de crédito.</p><p>• Financiamento: quando o tomador</p><p>deve comprovar a aplicação dos</p><p>recursos, como nos financiamentos</p><p>imobiliários ou para o agronegócio.</p><p>• Empréstimo: quando não há</p><p>necessidade de comprovar o uso dos</p><p>recursos, como no caso de cheque</p><p>especial ou crédito pessoal.</p><p>• Desconto: refere-se ao recebimento</p><p>antecipado de valores, geralmente</p><p>mediante o desconto de duplicatas</p><p>ou recebíveis.</p><p>22:58</p><p>IFRS 9: norma internacional</p><p>de contabilidade emitida pelo</p><p>International Accounting Standards</p><p>Board (IASB). Ela substituiu o antigo</p><p>IAS 39 e foi desenvolvida para</p><p>melhorar a forma como as instituições</p><p>financeiras classificam, avaliam e</p><p>relatam instrumentos financeiros.</p><p>CPC 48: norma brasileira emitida</p><p>pelo Comitê de Pronunciamentos</p><p>Contábeis (CPC), que segue as</p><p>mesmas diretrizes e princípios do</p><p>IFRS 9, adaptando-os à realidade das</p><p>empresas brasileiras.</p><p>PALAVRA-CHAVE</p><p>O patrimônio líquido de uma instituição</p><p>financeira é considerado uma aplicação</p><p>de recursos, sendo utilizado para calcular</p><p>limites regulatórios e para captação externa</p><p>necessária às operações de crédito e</p><p>investimento.</p><p>EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO</p><p>R</p><p>e</p><p>sp</p><p>o</p><p>st</p><p>a</p><p>d</p><p>e</p><p>st</p><p>a</p><p>p</p><p>á</p><p>g</p><p>in</p><p>a</p><p>:</p><p>fa</p><p>ls</p><p>o</p><p>.</p><p>33</p><p>A gestão financeira das instituições</p><p>não pode depender exclusivamente do</p><p>patrimônio líquido, sendo necessário o uso</p><p>de recursos de terceiros, como depósitos</p><p>e captações, para manter a rentabilidade.</p><p>Um dos principais riscos enfrentados pelos</p><p>gestores é o descasamento entre ativos</p><p>e passivos, já que as obrigações precisam</p><p>ser pagas, mas os recebíveis nem sempre</p><p>são garantidos.</p><p>Para mitigar o risco de inadimplência e</p><p>garantir a segurança dos depósitos, existe</p><p>o Fundo Garantidor de Crédito (FGC),</p><p>que cobre depósitos em instituições</p><p>financeiras até R$ 250.000 por CPF ou</p><p>CNPJ. As cooperativas de crédito, por sua</p><p>vez, são cobertas pelo Fundo Garantidor</p><p>de Crédito Cooperativo (FGCoop), que</p><p>também oferece a mesma cobertura de R$</p><p>250.000, mas sem o limite de R$ 1 milhão</p><p>aplicável ao FGC.</p><p>O FGC protege produtos como depósitos</p><p>à vista, depósitos a prazo e letras de</p><p>câmbio. Por outro lado, os fundos de</p><p>investimento não estão cobertos por esse</p><p>fundo, pois são regulados pela Comissão</p><p>de Valores Mobiliários (CVM), com normas</p><p>específicas de diversificação e limites</p><p>operacionais.</p><p>Crises de liquidez, historicamente,</p><p>representaram um dos</p><p>maiores riscos para</p><p>as instituições financeiras, levando muitas</p><p>delas à falência devido à incapacidade</p><p>de honrar compromissos a curto prazo.</p><p>Embora esse risco continue a ser uma</p><p>preocupação relevante, atualmente o foco</p><p>dos gestores está mais voltado para o</p><p>risco de crédito, que pode comprometer</p><p>a saúde financeira das instituições e afetar</p><p>suas operações a longo prazo.</p><p>FGC e FGCoop 29:31</p><p>35:44 ‘‘Gestor financeiro, a tua</p><p>instituição não vive de patrimônio</p><p>líquido, nem pode. Ela precisa</p><p>rentabilizar em cima com base nos</p><p>recursos que nós chamamos de</p><p>recursos de terceiros.</p><p>’’</p><p>EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO</p><p>Qual dos seguintes itens não faz</p><p>parte da estrutura contábil do</p><p>COSIF, que organiza os registros</p><p>contábeis das instituições</p><p>financeiras?</p><p>R</p><p>e</p><p>sp</p><p>o</p><p>st</p><p>a</p><p>d</p><p>e</p><p>st</p><p>a</p><p>p</p><p>á</p><p>g</p><p>in</p><p>a</p><p>:</p><p>a</p><p>lt</p><p>e</p><p>rn</p><p>a</p><p>ti</p><p>v</p><p>a</p><p>3</p><p>.</p><p>34</p><p>AULA 3 • PARTE 2</p><p>A Resolução CMN 4.966/2021 é uma</p><p>norma contábil que substitui o modelo</p><p>de perdas incorridas pelo de perdas</p><p>esperadas. Isso significa que, ao invés</p><p>de provisionar apenas quando as</p><p>perdas já ocorreram, as instituições</p><p>financeiras devem antecipar perdas</p><p>futuras com base em indicadores de risco,</p><p>como inadimplência prevista, fatores</p><p>macroeconômicos, e outras variáveis.</p><p>Esse modelo segue o padrão internacional</p><p>do IFRS 9, utilizado globalmente para</p><p>melhorar a gestão de risco de crédito.</p><p>A Resolução BCB 352/2023, que revoga</p><p>e substitui a Resolução BCB 309/2023,</p><p>complementa a Resolução CMN 4.966</p><p>e introduz a metodologia simplificada</p><p>para provisão de perdas esperadas,</p><p>aplicada a instituições dos Segmentos</p><p>S4 e S5, que são instituições menores.</p><p>Nessa metodologia, os ativos financeiros</p><p>são segregados em carteiras de crédito</p><p>C1 a C5, de acordo com o tipo de ativo</p><p>financeiro e o nível de garantia. Cada</p><p>carteira representa diferentes níveis de</p><p>risco, e ativos com maior risco exigem</p><p>provisões maiores para perdas esperadas.</p><p>Essas novas regras, que entrarão em vigor</p><p>em janeiro de 2025, substituem a antiga</p><p>Resolução 2.682/1999, que classificava o</p><p>risco em categorias de AA a H, baseadas</p><p>no tempo de atraso e na seletividade</p><p>dos clientes. Com a nova abordagem, as</p><p>instituições financeiras devem calcular as</p><p>provisões com base em perdas esperadas,</p><p>sem a necessidade de aguardar a</p><p>inadimplência.</p><p>Atualizações regulatórias 01:49</p><p>As instituições financeiras podem utilizar</p><p>dois modelos principais para calcular</p><p>suas provisões: o modelo simplificado e</p><p>o modelo completo. Esses modelos são</p><p>usados para mensurar o risco de crédito</p><p>e determinar o valor da provisão que</p><p>cada operação deve ter.</p><p>O modelo simplificado é destinado</p><p>principalmente a instituições menores,</p><p>classificadas como S4 e S5. No caso</p><p>das instituições S5, o uso do modelo</p><p>simplificado é obrigatório, enquanto</p><p>as instituições S4 podem optar pelo</p><p>modelo completo, se tiverem estrutura</p><p>suficiente para isso.</p><p>No modelo simplificado, as provisões</p><p>são calculadas seguindo uma tabela</p><p>fixa de percentuais de provisão, de</p><p>acordo com o risco e a classificação</p><p>do crédito em diferentes carteiras</p><p>(C1 a C5). Já o modelo completo,</p><p>utilizado por instituições maiores (S1,</p><p>S2 e S3), permite o uso de modelagens</p><p>próprias para calcular os riscos com</p><p>base em dados mais detalhados e</p><p>personalizados.</p><p>Outro ponto importante das novas</p><p>normas é o tratamento de ativos</p><p>problemáticos. Um ativo é considerado</p><p>problemático quando está com atraso</p><p>superior a 90 dias ou quando há</p><p>indicadores de que a obrigação não</p><p>será integralmente cumprida. Esses</p><p>ativos são submetidos a provisões</p><p>maiores e podem ser renegociados ou</p><p>reestruturados. A renegociação envolve</p><p>alterações nas condições do contrato</p><p>original, enquanto a reestruturação</p><p>implica a criação de uma nova operação</p><p>de crédito, ajustada às novas condições</p><p>financeiras do tomador.</p><p>Atualizações regulatórias II20:22</p><p>35</p><p>AULA 3 • PARTE 3</p><p>Nesse momento, o professor explica como</p><p>aplicar as novas normas de provisão</p><p>para perdas incorridas e esperadas em</p><p>operações de crédito, utilizando exemplos</p><p>práticos de diferentes carteiras. Ele</p><p>compara as provisões nas carteiras C5,</p><p>que é mais arriscada e exige uma provisão</p><p>de 9,1%, com a C2, que demanda uma</p><p>provisão menor, de 5,42%. Ele também</p><p>discute como essas provisões impactam</p><p>diretamente o patrimônio líquido e os</p><p>limites operacionais das instituições</p><p>financeiras, observando que a nova</p><p>regulamentação, que entra em vigor a</p><p>partir de janeiro de 2025, exige que as</p><p>instituições se preparem para segregar</p><p>perdas incorridas e esperadas, inclusive</p><p>para questões tributárias.</p><p>Atualizações regulatórias III 00:26</p><p>O CMN emite regulamentações que</p><p>orientam o gerenciamento de riscos</p><p>nas instituições financeiras. Essas</p><p>regulamentações exigem que cada</p><p>instituição tenha uma política clara e</p><p>estruturada de apetite pelo risco, que</p><p>defina os limites de exposição a diversos</p><p>riscos, como os de crédito, mercado,</p><p>operacional e liquidez. Essa política deve</p><p>ser escrita, aprovada pela governança</p><p>e disseminada entre os colaboradores,</p><p>garantindo a conformidade com as</p><p>normas.</p><p>A gestão de riscos nas instituições</p><p>envolve identificar, mensurar, avaliar,</p><p>monitorar, reportar, controlar e mitigar</p><p>riscos. Também é importante realizar</p><p>testes de estresse, que simulam</p><p>cenários adversos, como aumento da</p><p>inadimplência ou variações nas taxas de</p><p>juros, para avaliar o impacto potencial</p><p>nas operações. Esses testes ajudam a</p><p>desenvolver planos de ação preventivos</p><p>que garantem a continuidade dos</p><p>negócios em momentos de crise.</p><p>Outro aspecto relevante é o</p><p>gerenciamento de capital, que deve</p><p>garantir que a instituição tenha recursos</p><p>suficientes para cobrir suas exposições a</p><p>riscos. O índice de Basileia, por exemplo,</p><p>é uma métrica utilizada para avaliar a</p><p>solvência da instituição e assegurar que</p><p>ela mantenha capital adequado para</p><p>suas operações.</p><p>As instituições financeiras também</p><p>precisam observar o risco de</p><p>alavancagem, ou seja, quanto podem</p><p>se endividar em relação ao patrimônio</p><p>líquido. Limites internos e externos são</p><p>definidos para garantir que a instituição</p><p>não comprometa sua estabilidade</p><p>financeira.</p><p>Gerenciamento de riscos13:36</p><p>O Conselho Monetário Nacional e o</p><p>Banco Central do Brasil regulam o</p><p>gerenciamento de riscos nas instituições</p><p>financeiras por meio de diversas normas</p><p>e resoluções. Essas instituições precisam</p><p>adotar políticas de compliance e controles</p><p>internos para garantir que as operações</p><p>estejam em conformidade com essas</p><p>normas e que os riscos sejam monitorados</p><p>e mitigados.</p><p>Cada instituição financeira, seja ela uma</p><p>cooperativa de crédito ou um grande</p><p>banco, deve ter uma área de risco,</p><p>responsável por identificar, mensurar,</p><p>monitorar, controlar e mitigar os riscos. A</p><p>política de compliance tem como objetivo</p><p>garantir que as operações sigam as</p><p>regulamentações e que possíveis fraudes</p><p>ou irregularidades sejam prevenidas</p><p>através de mecanismos de controle</p><p>interno.</p><p>Gerenciamento de riscos II 28:53</p><p>36</p><p>Além disso, a gestão de riscos deve</p><p>considerar fatores sociais, ambientais e</p><p>climáticos na concessão de crédito, como</p><p>especificado em regulamentações, por</p><p>exemplo, na Resolução 4945. A sucessão</p><p>de administradores também é regulada,</p><p>com normas que exigem capacitação</p><p>técnica e treinamento para garantir que</p><p>as lideranças estejam aptas a gerenciar a</p><p>instituição.</p><p>Outro ponto relevante é a segurança</p><p>cibernética. Instituições financeiras</p><p>precisam informar como estão protegendo</p><p>seus dados, especialmente em tempos</p><p>de crescente uso de armazenamento</p><p>em nuvem e com a entrada em vigor</p><p>de regulamentações como a LGPD. A</p><p>proteção de dados e a prevenção de</p><p>ataques cibernéticos são fundamentais</p><p>para a gestão de risco operacional.</p><p>A gestão de risco nas instituições</p><p>financeiras foca tanto nos riscos</p><p>financeiros (crédito, liquidez, mercado)</p><p>quanto nos não financeiros (operacional,</p><p>social, ambiental). Instituições maiores,</p><p>como as classificadas como S1 e S2,</p><p>precisam ter políticas robustas e</p><p>detalhadas, enquanto instituições menores</p><p>podem optar por uma abordagem</p><p>simplificada, desde que adequadamente</p><p>regulada e fiscalizada.</p><p>EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO</p><p>Qual métrica é utilizada para</p><p>avaliar a solvência das instituições</p><p>financeiras e garantir que</p><p>mantenham capital adequado para</p><p>suas operações?</p><p>R</p><p>e</p><p>sp</p><p>o</p><p>st</p><p>a</p><p>d</p><p>e</p><p>st</p><p>a</p><p>p</p><p>á</p><p>g</p><p>in</p><p>a</p><p>:</p><p>a</p><p>lt</p><p>e</p><p>rn</p><p>a</p><p>ti</p><p>v</p><p>a</p><p>2</p><p>.</p><p>AULA 3 • PARTE 4</p><p>Nesse momento, o professor explica os</p><p>aspectos numéricos da gestão de risco</p><p>e da Basiléia. O foco da explicação está</p><p>em como o cálculo do ativo ponderado</p><p>pelo risco influencia o requerimento de</p><p>patrimônio mínimo necessário para manter</p><p>a Basiléia dentro dos limites estabelecidos.</p><p>Para bancos, por exemplo, o percentual</p><p>de ponderação de risco é 10%, enquanto</p><p>para cooperativas pode chegar a 16%. Ele</p><p>mostra que, caso a instituição não atinja</p><p>o limite de Basiléia, deve imediatamente</p><p>submeter um plano ao Banco Central para</p><p>se adequar.</p><p>Gerenciamento de riscos III 00:26</p><p>O risco de crédito ocorre quando a</p><p>contraparte não cumpre suas obrigações</p><p>financeiras, impactando negativamente</p><p>a instituição. Já o risco de liquidez está</p><p>relacionado à capacidade da instituição</p><p>de dispor de recursos suficientes para</p><p>atender às solicitações de saque ou</p><p>retiradas de seus clientes.</p><p>Tipos de risco09:01</p><p>37</p><p>O risco operacional abrange fraudes</p><p>internas e externas, demandas trabalhistas,</p><p>falhas tecnológicas, danos a ativos físicos</p><p>e interrupções operacionais. A gestão</p><p>desse risco envolve prever, monitorar e</p><p>mitigar esses problemas para garantir que</p><p>a instituição cumpra suas obrigações e</p><p>mantenha sua credibilidade no mercado.</p><p>Fraudes internas e externas, por exemplo,</p><p>podem ocorrer mesmo com sistemas</p><p>de controle sofisticados, e as auditorias</p><p>desempenham um papel importante na</p><p>detecção e prevenção desses riscos. Além</p><p>disso, falhas em sistemas de tecnologia e</p><p>o não cumprimento de prazos acordados</p><p>com clientes ou associados podem causar</p><p>interrupções significativas, gerando</p><p>prejuízos.</p><p>A evolução da tecnologia, como o uso</p><p>de armazenamento em nuvem, trouxe</p><p>novos desafios e soluções, mas o risco de</p><p>falhas e vulnerabilidades ainda é grande.</p><p>A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD)</p><p>também reforça a necessidade de proteger</p><p>dados e manter a segurança cibernética.</p><p>As instituições financeiras devem estar</p><p>atentas a todos esses aspectos e garantir</p><p>que suas políticas de risco sejam bem</p><p>estruturadas e implementadas.</p><p>Tipos de risco II 24:00</p><p>O risco de mercado diz respeito às</p><p>variações em fatores como as taxas</p><p>de juros, que afetam diretamente os</p><p>resultados das instituições. Atualmente,</p><p>esse risco pode ser monitorado por</p><p>meio de ferramentas como o Boletim</p><p>Focus, que projeta indicadores</p><p>econômicos, como a inflação e a taxa</p><p>Selic.</p><p>Além dos riscos financeiros, é necessário</p><p>considerar os riscos sociais, ambientais</p><p>e climáticos. Esses riscos exigem que</p><p>as instituições adotem práticas que</p><p>garantam a sustentabilidade de suas</p><p>operações e devem ser devidamente</p><p>divulgados nas notas explicativas das</p><p>demonstrações financeiras.</p><p>Por fim, o gerenciamento de capital é</p><p>um fator crítico para a sobrevivência</p><p>e o crescimento das instituições. O</p><p>capital, composto principalmente pelo</p><p>capital social e pelas reservas, constitui</p><p>o patrimônio líquido da instituição.</p><p>Um gerenciamento eficiente de capital</p><p>assegura que a instituição possa cobrir</p><p>suas operações e mitigar os riscos.</p><p>Caso contrário, o patrimônio pode se</p><p>deteriorar, comprometendo o índice de</p><p>Basileia.</p><p>EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO</p><p>Qual das opções abaixo refere-se</p><p>corretamente ao risco de mercado?</p><p>R</p><p>e</p><p>sp</p><p>o</p><p>st</p><p>a</p><p>d</p><p>e</p><p>st</p><p>a</p><p>p</p><p>á</p><p>g</p><p>in</p><p>a</p><p>:</p><p>a</p><p>lt</p><p>e</p><p>rn</p><p>a</p><p>ti</p><p>v</p><p>a</p><p>3</p><p>.</p><p>38</p><p>Resumo da disciplina</p><p>Veja, nesta página, um resumo dos principais conceitos vistos ao longo da disciplina.</p><p>AULA 1</p><p>AULA 2</p><p>AULA 3</p><p>Um gerenciamento eficiente de capital</p><p>assegura que a instituição possa cobrir</p><p>suas operações e mitigar os riscos.</p><p>Utiliza-se derivativos pelos mais</p><p>diversos motivos, mas todos</p><p>procurando tornar a operação da</p><p>entidade mais eficiente.</p><p>Todo administrador tem que estar</p><p>consciente que precisa pagar o</p><p>passivo. Porém, nunca estar certo</p><p>que vai receber os seus ativos.</p><p>A instituição não vive de</p><p>patrimônio líquido, nem pode. Ela</p><p>precisa rentabilizar com base nos</p><p>recursos de terceiros.</p><p>A adequada gestão de ativos e</p><p>passivos é uma exigência, ou uma</p><p>demanda, que nos permite pensar</p><p>de uma forma mais sustentável ao</p><p>longo do tempo.</p><p>O plano de contingência tem que ser</p><p>detalhado, tem que ser abrangente,</p><p>mas, fundamentalmente, tem que ter</p><p>passado por teste.</p><p>Muitas instituições financeiras acabam</p><p>quebrando não porque emprestaram</p><p>mal, ou não porque se posicionaram</p><p>de uma forma inadequada, mas,</p><p>fundamentalmente, pela falta de liquidez.</p><p>Ter uma política clara e um programa de</p><p>gestão de riscos (hedge) é fundamental</p><p>para empresas e instituições financeiras.</p><p>O processo de atribuição de ratings</p><p>envolve uma análise profunda dos</p><p>fundamentos da empresa, reuniões</p><p>com o emissor e uma avaliação</p><p>prospectiva sobre o futuro da</p><p>entidade.</p><p>39</p><p>Veja as instruções para realizar a avaliação da disciplina.</p><p>Já está disponível o teste online da disciplina. O prazo para realização</p><p>é de dois meses a partir da data de lançamento das aulas.</p><p>Lembre-se que cada disciplina possui uma avaliação online.</p><p>A nota mínima para aprovação é 6.</p><p>Fique tranquilo! Caso você perca o prazo do teste online, ficará aberto</p><p>o teste de recuperação, que pode ser realizado até o final do seu curso.</p><p>A única diferença é que a nota máxima atribuída na recuperação é 8.</p><p>Avaliação</p><p>Conheça seus professores</p><p>Conheça os professores da disciplina.​</p><p>Ementa da Disciplina</p><p>Veja a descrição da ementa da disciplina. ​</p><p>Bibliografia da Disciplina</p><p>Veja as referências principais de leitura da disciplina.​</p><p>O que compõe o Mapa da Aula?</p><p>Confira como funciona o mapa da aula.</p><p>Mapa da Aula</p><p>Veja as principais ideias e ensinamentos vistos ao longo da aula.</p><p>Resumo da disciplina</p><p>Relembre os principais conceitos da disciplina.​</p><p>Avaliação</p><p>Veja as informações sobre o teste da disciplina.​</p><p>Botão 310:</p><p>Botão 311:</p><p>Botão 312:</p><p>Botão 313:</p><p>Botão 316:</p><p>Botão 318:</p><p>Botão 320:</p><p>Botão 321:</p><p>Botão 322:</p><p>Botão 323:</p><p>Botão 325:</p><p>Botão 326:</p><p>Botão 327:</p><p>Botão 328:</p><p>Botão 336:</p><p>Botão 338:</p><p>Botão 340:</p><p>Botão 341:</p><p>Botão 342:</p><p>Botão 343:</p><p>Botão 345:</p><p>Botão 346:</p><p>Botão 347:</p><p>Botão 348:</p><p>Botão 361:</p><p>Botão 363:</p><p>Botão 366:</p><p>Botão 368:</p><p>Botão 385:</p><p>Botão 386:</p><p>Botão 387:</p><p>Botão 388:</p><p>Botão 390:</p><p>Botão 391:</p><p>Botão 392:</p><p>Botão 393:</p><p>Botão 351:</p><p>Botão 353:</p><p>Botão 355:</p><p>Botão 356:</p><p>Botão 357:</p><p>Botão 358:</p><p>Botão 370:</p><p>Botão 371:</p><p>Botão 372:</p><p>Botão 373:</p><p>Botão 375:</p><p>Botão 376:</p><p>Botão 377:</p><p>Botão 378:</p><p>financeiras,</p><p>e isso a gente vê através do</p><p>hisórico, acabam quebrando</p><p>não porque emprestaram mal,</p><p>ou não porque se posicionaram</p><p>de uma forma inadequada, mas,</p><p>fundamentalmente, pela falta de</p><p>liquidez.</p><p>’’</p><p>No contexto bancário, as instituições</p><p>financeiras operam sob concessão</p><p>do Banco Central, o que implica</p><p>que elas devem seguir uma série de</p><p>regulamentações. No Brasil, uma</p><p>dessas exigências é que as entidades</p><p>financeiras funcionem como sociedades</p><p>anônimas, o que permite a supervisão</p><p>conjunta do Banco Central e da</p><p>Comissão de Valores Mobiliários (CVM).</p><p>Tesouraria bancária II14:52</p><p>8</p><p>Além de manter a liquidez, a tesouraria</p><p>deve se concentrar na gestão de riscos. A</p><p>Resolução 4.557/2017 do Banco Central do</p><p>Brasil impõe uma visão integrada e contínua</p><p>do gerenciamento de riscos, exigindo que as</p><p>instituições monitorem e mitiguem possíveis</p><p>impactos que possam comprometer seus</p><p>resultados e capital. Portanto, a tesouraria</p><p>precisa garantir liquidez e resultados</p><p>positivos mas, também, proteger o capital</p><p>da instituição contra os riscos inerentes às</p><p>suas atividades financeiras.</p><p>Historicamente, a separação entre</p><p>as atividades bancárias comerciais e</p><p>de investimento tem sido um tema</p><p>recorrente. Nos Estados Unidos, o Glass-</p><p>Steagall Act, implementado em 1933</p><p>como uma resposta à Grande Depressão</p><p>de 1929, proibia que instituições</p><p>financeiras desempenhassem</p><p>atividades comerciais e de investimento</p><p>simultaneamente. Essa separação</p><p>visava evitar conflitos de interesses,</p><p>que se acreditava terem contribuído</p><p>para a crise. O ato permaneceu em</p><p>vigor até 1999, quando começou a</p><p>ser desmantelado, gerando debates</p><p>sobre sua possível ligação com a crise</p><p>financeira global de 2008-2009.</p><p>No Brasil, assim como em muitos outros</p><p>países, as atividades de investimento</p><p>e comerciais continuam segregadas,</p><p>o que é visto como uma medida para</p><p>fortalecer a segurança e a estabilidade</p><p>do sistema financeiro. O mercado de</p><p>capitais é tratado como um mercado</p><p>aberto e público, onde as decisões</p><p>são mais transparentes, enquanto a</p><p>atividade bancária é considerada um</p><p>mercado privado, com decisões mais</p><p>específicas e reservadas.</p><p>17:16</p><p>TARP: o Troubled Asset Relief</p><p>Program (Programa de Alívio para</p><p>Ativos Problemáticos, em tradução</p><p>livre) foi uma medida emergencial</p><p>adotada pelo governo dos Estados</p><p>Unidos durante a crise financeira de</p><p>2008. Embora inicialmente projetado</p><p>para comprar ativos tóxicos das</p><p>instituições financeiras, ele acabou</p><p>sendo utilizado principalmente para</p><p>injetar capital em bancos e resgatar</p><p>outras partes da economia, incluindo</p><p>as indústrias automobilística e de</p><p>seguros.</p><p>PALAVRA-CHAVE</p><p>A tesouraria de uma instituição</p><p>bancária desempenha diversas</p><p>funções importantes para a criação</p><p>de valor para os acionistas. Entre</p><p>essas funções, destaca-se a</p><p>gestão de ativos e passivos (ALM).</p><p>Qual das seguintes afirmativas</p><p>melhor descreve a principal</p><p>responsabilidade dessa gestão?</p><p>EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO</p><p>R</p><p>e</p><p>sp</p><p>o</p><p>st</p><p>a</p><p>d</p><p>e</p><p>st</p><p>a</p><p>p</p><p>á</p><p>g</p><p>in</p><p>a</p><p>:</p><p>a</p><p>lt</p><p>e</p><p>rn</p><p>a</p><p>ti</p><p>v</p><p>a</p><p>2</p><p>.</p><p>9</p><p>18:35‘‘A manutenção da segregação</p><p>dessas duas atividades (mercado</p><p>de capitais e atividade bancária)</p><p>entendemos que faça parte da</p><p>fortaleza do sistema como um</p><p>todo.</p><p>’’</p><p>Relatórios contábeis, como o balanço</p><p>patrimonial e a demonstração de</p><p>resultados (DRE), fornecem uma visão</p><p>aguçada sobre as atividades bancárias</p><p>de uma instituição. Desde 1988, o Plano</p><p>Contábil das Instituições do Sistema</p><p>Financeiro Nacional (Cosif) estabelece</p><p>como cada rubrica contábil deve ser</p><p>tratada no Brasil, criando um sistema</p><p>robusto e abrangente para a gestão</p><p>financeira das instituições.</p><p>A partir de 2007, com a introdução do</p><p>IFRS (International Financial Reporting</p><p>Standards) no Brasil, por meio da Lei</p><p>11.638, houve uma evolução considerável</p><p>nas práticas contábeis, que foram</p><p>adaptadas para atender aos novos</p><p>padrões internacionais. Além disso,</p><p>algumas mudanças importantes foram</p><p>trazidas pela Resolução 4.966. Confira</p><p>abaixo.</p><p>• Exigência de utilização da taxa</p><p>efetiva de juros, incorporando</p><p>alguns custos adicionais.</p><p>• Atualização da estrutura dos</p><p>balanços, com a dispensa da</p><p>necessidade de incluir comparativos</p><p>com o ano anterior em balanços</p><p>subsequentes.</p><p>• Alteração no conceito de</p><p>provisionamento para valores</p><p>duvidosos. Historicamente, as</p><p>instituições financeiras calculavam</p><p>provisões com base na perda</p><p>incorrida, que considerava apenas os</p><p>atrasos já ocorridos nas carteiras de</p><p>crédito. A nova abordagem, porém,</p><p>baseia-se na perda esperada, que</p><p>inclui, além das perdas já ocorridas,</p><p>a previsão de perdas futuras,</p><p>considerando as migrações entre</p><p>categorias de crédito (ratings).</p><p>Tesouraria bancária III18:49</p><p>No cenário internacional, diversas entidades</p><p>atuam na supervisão, regulamentação e</p><p>proteção das atividades financeiras. Confira</p><p>abaixo.</p><p>• BIS (Bank for International</p><p>Settlements): organização internacional</p><p>que promove a cooperação entre bancos</p><p>centrais e outras autoridades financeiras.</p><p>Ele serve como base para o sistema</p><p>financeiro global, disponibilizando</p><p>dados que auxiliam acadêmicos e a</p><p>sociedade em geral na prevenção de</p><p>novas crises. Através do Comitê de</p><p>Basileia, o BIS estabelece diretrizes</p><p>e recomendações para a boa gestão</p><p>financeira, incentivando a participação e</p><p>cooperação internacional.</p><p>• OCC (Office of the Comptroller of</p><p>the Currency): agência do governo</p><p>dos Estados Unidos que supervisiona,</p><p>regula e garante a segurança e solidez</p><p>dos bancos nacionais e associações de</p><p>poupança federal. Ele também assegura</p><p>que os bancos operem de maneira justa</p><p>e atendam às necessidades de crédito</p><p>das comunidades em que atuam.</p><p>• Securities and Exchange Commission</p><p>(SEC): agência reguladora do mercado</p><p>de valores mobiliários dos EUA,</p><p>desempenhando um papel semelhante</p><p>ao da CVM no Brasil. Tem como missão</p><p>proteger os investidores, manter a</p><p>integridade dos mercados de valores</p><p>mobiliários e facilitar a formação de</p><p>capital.</p><p>• FATCA (Foreign Account Tax</p><p>Compliance Act): lei dos Estados</p><p>Unidos que exige que instituições</p><p>financeiras estrangeiras reportem</p><p>ao Internal Revenue Service</p><p>(IRS) informações sobre contas</p><p>financeiras mantidas por cidadãos</p><p>estanudinenses ou residentes nos EUA.</p><p>Tesouraria bancária IV 28:23</p><p>10</p><p>O objetivo é combater a evasão fiscal de</p><p>contribuintes que possuem contas no</p><p>exterior.</p><p>• ISDA (International Swaps and</p><p>Derivatives Association): associação</p><p>global que representa os participantes do</p><p>mercado de derivativos. Ela desenvolve</p><p>e promove padrões e melhores práticas</p><p>para esse mercado, incluindo a criação</p><p>de documentos padronizados, como o</p><p>ISDA Master Agreement.</p><p>• Federal Reserve Board (Fed): órgão</p><p>que governa o Federal Reserve System,</p><p>o banco central dos Estados Unidos.</p><p>Ele é responsável por questões ligadas</p><p>à economia, incluindo a definição da</p><p>taxa básica de juros, e também atua na</p><p>supervisão bancária e como mecanismo</p><p>de controle monetário.</p><p>• CFPB (Consumer Financial Protection</p><p>Bureau): agência independente do</p><p>governo dos EUA que visa proteger</p><p>os consumidores no setor financeiro,</p><p>garantindo que bancos, credores e</p><p>outras empresas financeiras tratem os</p><p>consumidores de maneira justa.</p><p>• FDIC (Federal Deposit Insurance</p><p>Corporation): agência independente do</p><p>governo dos Estados Unidos que garante</p><p>depósitos bancários, assegurando que</p><p>os depositantes não percam seu dinheiro</p><p>em caso de falência de um banco.</p><p>Desempenha um papel semelhante ao</p><p>Fundo Garantidor de Créditos (FGC), no</p><p>Brasil.</p><p>Antes de sua falência em 2008, o</p><p>Lehman Brothers era um dos principais</p><p>participantes do mercado de derivativos,</p><p>utilizando contratos padronizados pela</p><p>ISDA. Durante a crise, a ISDA facilitou</p><p>a liquidação das posições líquidas do</p><p>Lehman: em vez de cada transação ser</p><p>liquidada individualmente, as posições foram</p><p>liquidadas pelo valor líquido, o que trouxe</p><p>mais eficiência e controle ao caos financeiro,</p><p>evitando um colapso maior nos mercados.</p><p>Lehman Brothers</p><p>CASE</p><p>34:41</p><p>Em 2023, o Silicon Valley Bank (SVB)</p><p>enfrentou uma crise de liquidez devido a</p><p>saques em massa e perdas em investimentos</p><p>de longo prazo. O governo dos EUA e o</p><p>FDIC intervieram para garantir todos os</p><p>depósitos, inclusive os acima do limite de</p><p>$250.000 do FDIC. A decisão gerou debates</p><p>sobre a proteção de depósitos e os riscos no</p><p>sistema financeiro.</p><p>Silicon Valley Bank</p><p>CASE</p><p>39:17</p><p>A Resolução 4.966 introduziu a exigência</p><p>de que os balanços contábeis das</p><p>instituições financeiras no Brasil incluam</p><p>obrigatoriamente comparativos com os</p><p>resultados do ano anterior, para garantir</p><p>maior transparência nas demonstrações</p><p>financeiras.</p><p>EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO</p><p>R</p><p>e</p><p>sp</p><p>o</p><p>st</p><p>a</p><p>d</p><p>e</p><p>st</p><p>a</p><p>p</p><p>á</p><p>g</p><p>in</p><p>a</p><p>:</p><p>fa</p><p>ls</p><p>o</p><p>.</p><p>11</p><p>AULA 1 • PARTE 2</p><p>A gestão de ativos e passivos (ALM) refere-</p><p>se às decisões estratégicas tomadas por</p><p>uma instituição bancária, com base em sua</p><p>missão e visão de negócios. Essas escolhas</p><p>impactam diretamente o fluxo de caixa e o</p><p>balanço patrimonial, permitindo verificar o</p><p>progresso em direção às metas estratégicas.</p><p>Um dos principais desafios do ALM é unir,</p><p>da melhor forma possível, passivos (fontes</p><p>de financiamento) e ativos (aplicações).</p><p>O objetivo é evitar descasamentos, que</p><p>podem exigir soluções alternativas para</p><p>cobri-los. Quando ativos e passivos estão</p><p>idealmente unidos, a partir de um processo</p><p>conhecido por casamento operacional ou</p><p>natural, a instituição alcança uma maior</p><p>estabilidade financeira.</p><p>No entanto, descasamentos significativos</p><p>entre ativos e passivos podem gerar</p><p>problemas, como falta de liquidez ou</p><p>divergências nas taxas de juros, volumes</p><p>ou prazos. O grande desafio do ALM é</p><p>minimizar esses desequilíbrios, a fim de</p><p>reduzir seu impacto na rentabilidade e no</p><p>capital.</p><p>Ao analisar o posicionamento estratégico</p><p>da instituição, seja pelo balanço patrimonial</p><p>ou outros instrumentos financeiros, é</p><p>possível entender a situação atual e</p><p>projetar cenários futuros. Esses fatores são</p><p>relevantes para o processo de adequação</p><p>feito pela tesouraria, permitindo antecipar e</p><p>mitigar possíveis efeitos negativos no fluxo</p><p>de caixa e no próprio balanço.</p><p>Além disso, a gestão de ativos deve</p><p>acompanhar as regulamentações aplicáveis.</p><p>Instituições brasileiras que operam em</p><p>outros países devem cumprir tanto a</p><p>legislação local quanto aquelas dos países</p><p>em que atuam.</p><p>Manter o equilíbrio entre ativos e passivos é</p><p>essencial para garantir a continuidade dos</p><p>negócios de forma rentável e sustentável.</p><p>Com o aumento da volatilidade nos</p><p>mercados financeiros, torna-se necessária</p><p>uma gestão de ativos e passivos ainda mais</p><p>precisa.</p><p>ALM 00:26</p><p>12:33 ‘‘A adequada gestão de ativos e</p><p>passivos é uma exigência, ou uma</p><p>demanda, que nos permite pensar</p><p>de uma forma mais sustentável ao</p><p>longo do tempo.</p><p>’’</p><p>A gestão de ativos e passivos em</p><p>uma instituição bancária segue um</p><p>ciclo estratégico para assegurar a</p><p>estabilidade financeira e o sucesso a</p><p>longo prazo. A seguir, são apresentados</p><p>os principais passos desse ciclo.</p><p>1. Coleta de Informações: quanto mais</p><p>robusta for a base de dados, maior</p><p>será a capacidade da instituição de</p><p>analisar diferentes cenários e tomar</p><p>decisões mais assertivas.</p><p>2. Cálculo do fluxo de caixa: a partir</p><p>da análise dos ativos e passivos</p><p>contratados, é possível prever, com</p><p>um nível razoável de precisão, o</p><p>comportamento do fluxo de caixa.</p><p>No entanto, essa previsibilidade</p><p>pode ser impactada por fatores</p><p>como liquidação antecipada de</p><p>ativos ou retirada de depósitos,</p><p>exigindo ajustes no planejamento.</p><p>3. Análise da estrutura de carteiras:</p><p>a instituição estuda a composição</p><p>das diferentes carteiras de ativos</p><p>e passivos para antecipar seu</p><p>comportamento futuro. Essa</p><p>análise permite prever riscos e</p><p>oportunidades, com o foco em</p><p>manter o equilíbrio entre as fontes</p><p>de financiamento e suas aplicações.</p><p>4. Avaliação de receitas e riscos:</p><p>conhecendo o fluxo de caixa</p><p>esperado e a estrutura das</p><p>carteiras, a instituição avalia</p><p>o nível de risco envolvido e o</p><p>possível impacto sobre as receitas.</p><p>ALM II12:46</p><p>12</p><p>Variáveis como mudanças nas</p><p>taxas de juros e o comportamento</p><p>do mercado são levadas em</p><p>consideração para mitigar riscos.</p><p>5. Revisão e desenvolvimento de</p><p>estratégias: após as projeções, a</p><p>instituição revisa as estratégias</p><p>existentes e desenvolve novas</p><p>abordagens para alinhar ativos e</p><p>passivos de maneira competitiva e</p><p>sustentável.</p><p>6. Tomada de decisões: a instituição</p><p>toma decisões sobre como alocar</p><p>recursos, definir o foco de mercado</p><p>e ajustar o posicionamento</p><p>estratégico, buscando maximizar a</p><p>rentabilidade e reduzir os riscos.</p><p>7. Monitoramento dos resultados:</p><p>ao longo do tempo, a instituição</p><p>monitora os resultados das decisões</p><p>para garantir que os objetivos</p><p>estratégicos estejam sendo</p><p>alcançados. Esse acompanhamento</p><p>contínuo também ajuda a identificar</p><p>áreas de ajuste.</p><p>8. Ajustes e revisão de informações:</p><p>com base no monitoramento, a</p><p>instituição ajusta as estratégias e</p><p>revisa as informações disponíveis,</p><p>realizando as correções necessárias</p><p>para manter a competitividade e se</p><p>adaptar às mudanças do mercado.</p><p>Mercados mais profundos tendem a ser mais</p><p>voláteis, o que demanda estratégias bem</p><p>planejadas para mitigar riscos e proteger a</p><p>instituição.</p><p>14:04‘‘A base de dados é um ponto</p><p>de partida fundamental. Quanto</p><p>mais variado e mais abrangente</p><p>forem essas informações, melhor</p><p>será o entendimento do negócio.</p><p>Por isso que uma base de</p><p>dados ruim vai gerar resultados</p><p>ruins. Uma base de dados mais</p><p>confiável, mais robusta vai nos</p><p>permitir soluções mais assertivas</p><p>na frente.</p><p>’’</p><p>27:51</p><p>Operação de repo: repurchase</p><p>agreement, em inglês, é um acordo</p><p>financeiro de recompra de títulos.</p><p>Nessa operação, uma parte vende</p><p>um ativo, como títulos públicos</p><p>ou privados, com o compromisso</p><p>de comprá-lo de volta em uma</p><p>data futura específica, a um preço</p><p>previamente acordado. É uma forma</p><p>comum usada por instituições</p><p>financeiras para gerenciar sua liquidez</p><p>no curto prazo.</p><p>PALAVRA-CHAVE</p><p>No contexto da gestão de ativos</p><p>e passivos (ALM) em instituições</p><p>bancárias, qual das alternativas</p><p>a seguir descreve corretamente</p><p>um dos principais objetivos dessa</p><p>gestão?</p><p>EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO</p><p>R</p><p>e</p><p>sp</p><p>o</p><p>st</p><p>a</p><p>d</p><p>e</p><p>st</p><p>a</p><p>p</p><p>á</p><p>g</p><p>in</p><p>a</p><p>:</p><p>a</p><p>lt</p><p>e</p><p>rn</p><p>a</p><p>ti</p><p>v</p><p>a</p><p>2</p><p>.</p><p>13</p><p>A gestão de ativos e passivos envolve</p><p>a análise de aspectos-chave para</p><p>garantir a saúde financeira da instituição</p><p>bancária.</p><p>• Balanço de abertura: serve como</p><p>base para analisar a composição</p><p>das carteiras de ativos e passivos,</p><p>permitindo avaliar a disposição</p><p>da entidade para assumir novos</p><p>negócios e suas possíveis</p><p>implicações na gestão desses ativos</p><p>e passivos.</p><p>• Duration: permite averiguar em que</p><p>medida o fluxo de caixa da entidade</p><p>impacta os ativos e passivos.</p><p>• Convexidade: mede os efeitos não</p><p>lineares das variações nas taxas</p><p>de juros sobre o valor dos ativos e</p><p>passivos. Ajuda a prever de forma</p><p>mais precisa o impacto dessas</p><p>flutuações nos resultados e no</p><p>balanço de capital da instituição.</p><p>• Análise de cenários: antecipa</p><p>questões fundamentais, como o risco</p><p>de refinanciamento de passivos, seja</p><p>pela falta de recursos para suprir</p><p>uma necessidade de ativos ou pela</p><p>ausência de ativos suficientes para</p><p>cobrir uma captação de longo prazo.</p><p>• Net interest income (NII):</p><p>refere-se ao resultado gerado ao</p><p>longo de um período. Quando o NII</p><p>aumenta ou diminui no ano seguinte,</p><p>o diferencial é analisado para</p><p>verificar a capacidade da entidade</p><p>de absorver essas variações e seu</p><p>impacto no capital.</p><p>• Economic value of equity (EVE):</p><p>avalia o valor econômico do</p><p>capital da entidade sob diferentes</p><p>cenários de mercado, projetando</p><p>seu comportamento futuro e os</p><p>impactos sobre o patrimônio.</p><p>ALM IV33:12</p><p>A liquidez é o maior desafio das tesourarias</p><p>bancárias, exigindo cuidado com diversas</p><p>rubricas do balanço.</p><p>• Empréstimos e financiamentos</p><p>de clientes: os bancos concedem</p><p>empréstimos de longo prazo, mas</p><p>podem enfrentar problemas de liquidez</p><p>se os pagamentos forem atrasados ou</p><p>em caso</p><p>de inadimplência.</p><p>• Instrumentos financeiros disponíveis</p><p>para venda: títulos e outros ativos</p><p>podem ser vendidos para gerar caixa,</p><p>mas, em mercados instáveis, a venda</p><p>rápida desses instrumentos pode</p><p>ser desafiadora, limitando a liquidez</p><p>imediata.</p><p>• Compulsórios e interbancários: os</p><p>bancos são obrigados a manter parte</p><p>de seus recursos no Banco Central,</p><p>o que reduz o dinheiro disponível.</p><p>Para equilibrar o caixa, eles fazem</p><p>operações de curto prazo no mercado</p><p>interbancário.</p><p>• Derivativos: derivativos exigem</p><p>garantias e podem aumentar a</p><p>necessidade de dinheiro, principalmente</p><p>em períodos de alta volatilidade.</p><p>• Ativos imobilizados e intangíveis:</p><p>em casos de emergência, esses ativos</p><p>podem ser vendidos, mas não são</p><p>uma solução rápida para gerar liquidez</p><p>imediata.</p><p>• Pagamento de impostos, salários e</p><p>outros compromissos de curto prazo:</p><p>essas despesas operacionais afetam</p><p>diretamente o caixa e precisam ser bem</p><p>planejadas para evitar problemas de</p><p>liquidez.</p><p>• Outros fatores: eventos contingenciais</p><p>ou ajustes inesperados podem impactar</p><p>a liquidez de forma significativa se o</p><p>banco não estiver adequadamente</p><p>preparado.</p><p>ALM III 21:00</p><p>14</p><p>• Simulação de cenários: permite</p><p>testar diferentes possibilidades</p><p>de mercado e traçar estratégias,</p><p>como a busca por novas fontes</p><p>de financiamento ou a entrada</p><p>em novos negócios, apurando seu</p><p>impacto sobre os resultados de</p><p>maneira mais ampla.</p><p>• .FTP (funds transfer pricing):</p><p>precifica os custos de captação</p><p>da entidade, levando em conta</p><p>despesas operacionais e regulatórias.</p><p>O FTP assegura que as áreas de</p><p>negócios da instituição operem</p><p>com taxas internas competitivas e</p><p>alinhadas com o mercado.</p><p>• Planos de contingência: garantem</p><p>que a entidade esteja preparada</p><p>para lidar com eventual escassez de</p><p>recursos ou interrupções que afetem</p><p>sua liquidez.</p><p>A gestão de ativos e passivos contingencial</p><p>(ALM contingencial) se refere à preparação</p><p>de uma entidade para enfrentar situações</p><p>inesperadas de crise, nas quais a liquidez</p><p>torna-se o fator central. O foco está em</p><p>garantir que a entidade tenha recursos</p><p>suficientes para cumprir suas obrigações,</p><p>mesmo quando o valor de seus ativos está</p><p>sob pressão devido a condições adversas,</p><p>como uma queda nas taxas de juros ou uma</p><p>crise financeira.</p><p>Durante uma crise de liquidez, a principal</p><p>preocupação é verificar se os recursos</p><p>disponíveis serão suficientes para enfrentar</p><p>os desafios. Ativos sob pressão significam</p><p>que a entidade pode precisar utilizar</p><p>rapidamente seus títulos ou aplicações</p><p>financeiras para garantir o caixa necessário.</p><p>Essa necessidade urgente pode ser</p><p>desencadeada por fatores imprevistos,</p><p>como o rebaixamento do rating da</p><p>instituição, que afeta diretamente sua</p><p>capacidade de obter crédito e gerenciar a</p><p>liquidez de maneira adequada.</p><p>Mudanças de rating, tanto positivas quanto</p><p>negativas, são reguladas pela norma 4.093,</p><p>que introduziu o conceito de impacto nos</p><p>passivos devido à alteração da classificação</p><p>de crédito da entidade. Em uma situação</p><p>de crise, pode haver restrições por parte</p><p>das contrapartes, encurtando prazos ou</p><p>limitando o acesso a linhas de crédito, o que</p><p>agrava ainda mais a necessidade de liquidez.</p><p>Outro desafio é a exigência de chamadas</p><p>de margem (margin calls) em produtos</p><p>financeiros, especialmente derivativos.</p><p>Quando há mudanças significativas no</p><p>mercado, a entidade pode ser obrigada</p><p>a fazer essas chamadas de margem,</p><p>pressionando ainda mais seu nível de</p><p>liquidez.</p><p>Em momentos de crise, prevalece o ditado</p><p>de que o caixa é rei, pois quem tem caixa</p><p>disponível está em uma posição mais</p><p>vantajosa para enfrentar as dificuldades. A</p><p>capacidade de gerenciar a liquidez de forma</p><p>eficiente e organizada minimiza o impacto</p><p>dessas crises, permitindo à entidade lidar</p><p>melhor com suas demandas financeiras.</p><p>ALM V 44:20</p><p>EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO</p><p>Qual das alternativas a seguir</p><p>melhor descreve o conceito de</p><p>Economic Value of Equity (EVE)</p><p>no contexto da gestão de ativos e</p><p>passivos?</p><p>R</p><p>e</p><p>sp</p><p>o</p><p>st</p><p>a</p><p>d</p><p>e</p><p>st</p><p>a</p><p>p</p><p>á</p><p>g</p><p>in</p><p>a</p><p>:</p><p>a</p><p>lt</p><p>e</p><p>rn</p><p>a</p><p>ti</p><p>v</p><p>a</p><p>1</p><p>.</p><p>15</p><p>AULA 1 • PARTE 3</p><p>A administração de liquidez em bancos</p><p>tem como objetivo garantir que os ativos</p><p>possam ser convertidos em caixa de forma</p><p>eficiente. No entanto, manter grandes</p><p>quantidades em caixa sem utilizá-las pode</p><p>resultar em perda de valor, principalmente</p><p>em cenários inflacionários. Por isso, os</p><p>bancos optam por aplicar esses recursos</p><p>em operações de curtíssimo prazo, como</p><p>as operações compromissadas (repos), que</p><p>utilizam títulos públicos como garantia.</p><p>As instituições financeiras têm</p><p>comportamentos variados em relação à</p><p>liquidez.</p><p>• Bancos comerciais, por exemplo,</p><p>captam grandes volumes de recursos</p><p>devido ao número elevado de clientes</p><p>com contas correntes.</p><p>• Bancos de investimento, por outro lado,</p><p>não captam diretamente do público.</p><p>Eles trabalham com volumes maiores</p><p>e prazos mais longos, o que exige uma</p><p>gestão de liquidez mais complexa.</p><p>• Bancos de desenvolvimento,</p><p>que financiam grandes projetos,</p><p>precisam planejar cuidadosamente a</p><p>disponibilidade de recursos ao longo do</p><p>tempo. Muitas vezes, captam recursos</p><p>no mercado internacional por meio de</p><p>bonds ou repasses multilaterais.</p><p>Embora os bancos possam lucrar com</p><p>operações de tesouraria, essa não deve ser</p><p>sua atividade principal. O foco dos bancos é</p><p>oferecer crédito, capital de giro e financiar</p><p>projetos a longo prazo. As atividades</p><p>da tesouraria devem complementar o</p><p>negócio principal, contribuindo de forma</p><p>marginal para os resultados financeiros. Se</p><p>a tesouraria representar uma fatia muito</p><p>grande das receitas, isso pode indicar riscos</p><p>e deve ser investigado.</p><p>Os títulos públicos são considerados</p><p>ativos com alta liquidez, ou seja, podem</p><p>ser convertidos em dinheiro rapidamente,</p><p>mesmo em momentos de crise.</p><p>Liquidez 00:26</p><p>O gerenciamento de funding nas</p><p>instituições financeiras envolve a</p><p>administração dos descasamentos</p><p>entre ativos e passivos, considerando</p><p>três fatores principais: volume,</p><p>prazo e moeda/indexador. Esses</p><p>descasamentos podem gerar diferentes</p><p>tipos de riscos, como o risco de liquidez</p><p>(associado ao volume), o risco de</p><p>gapping (relacionado ao descasamento</p><p>de prazos) e o risco de mercado</p><p>(associado a variações em moedas e</p><p>indexadores). A gestão eficaz desses</p><p>riscos é fundamental para garantir</p><p>que a instituição possa honrar seus</p><p>compromissos financeiros, evitando</p><p>prejuízos.</p><p>Crises de liquidez podem surgir de</p><p>forma rápida e gerar sérios impactos.</p><p>Casos como o do Banco Bamerindus</p><p>(1995) e do fundo Long-Term Capital</p><p>Management (1997) demonstram como</p><p>a má gestão de riscos relacionados</p><p>a derivativos e taxas de juros pode</p><p>resultar em grandes perdas. O colapso</p><p>do Lehman Brothers (2008) e do Banco</p><p>Neon no Brasil (2020) também são</p><p>exemplos de problemas de liquidez.</p><p>Muitas dessas crises poderiam ter</p><p>sido evitadas com planejamento e</p><p>supervisão adequados. A difusão</p><p>de informações internas e externas</p><p>desempenha um papel central nesse</p><p>processo. Internamente, a comunicação</p><p>garante que todos os setores estejam</p><p>alinhados às práticas de gestão de</p><p>riscos. Externamente, a divulgação</p><p>transparente de dados financeiros,</p><p>políticas de governança e práticas de</p><p>compliance fortalece a confiança dos</p><p>investidores e do mercado como um</p><p>todo.</p><p>Liquidez II13:23</p><p>16</p><p>Eles podem ser vendidos no mercado</p><p>secundário, minimizando perdas. No</p><p>entanto, quando as taxas de juros</p><p>aumentam, o valor desses títulos pode</p><p>cair, como ocorreu com o Silicon Valley</p><p>Bank, que teve que vender títulos a preços</p><p>desfavoráveis.</p><p>Para avaliar a liquidez de uma instituição</p><p>financeira, é preciso comparar seus ativos</p><p>disponíveis com suas obrigações financeiras</p><p>(passivos), que são compromissos que a</p><p>instituição não pode deixar de pagar. O</p><p>Banco Central utiliza o indicador Liquidity</p><p>Coverage Ratio, ou Índice de Cobertura de</p><p>Liquidez (LCR) para medir a capacidade</p><p>de a instituição cobrir suas obrigações</p><p>financeiras nos próximos 30 dias. O ideal</p><p>é que esse índice seja superior a 1, o que</p><p>indica</p><p>que a instituição possui recursos</p><p>suficientes para cumprir seus compromissos</p><p>de curto prazo.</p><p>Além de monitorar a liquidez, é importante</p><p>observar a composição dos ativos em</p><p>termos de prazos e moedas, identificando</p><p>possíveis riscos em determinadas operações</p><p>ou mercados. O Banco Central acompanha</p><p>o balanço consolidado das instituições e</p><p>pode intervir, em momentos de estresse</p><p>financeiro, para garantir a estabilidade do</p><p>sistema bancário.</p><p>Além disso, as instituições financeiras</p><p>devem dispor de planos de</p><p>contingência reais, continuamente</p><p>monitorados e ajustados às</p><p>necessidades da organização. Esses</p><p>planos devem ser acompanhados</p><p>de controles efetivos, eficientes</p><p>e intempestivos, que garantam a</p><p>identificação e mitigação de riscos.</p><p>As modelagens de risco também</p><p>precisam ser práticas, dinâmicas e</p><p>flexíveis, permitindo que a instituição se</p><p>adapte a diferentes cenários de liquidez</p><p>de forma ágil e precisa. Com essas</p><p>medidas, a liquidez deixa de ser apenas</p><p>um risco temido e se torna um risco</p><p>mensurável e gerenciável.</p><p>Embora interligados, liquidez e solvência</p><p>são conceitos que desempenham papéis</p><p>diferentes na saúde financeira de um banco.</p><p>• Liquidez refere-se à capacidade do</p><p>banco de obter dinheiro, ou ativos que</p><p>possam ser convertidos em dinheiro,</p><p>para pagar suas contas de curto prazo.</p><p>• Solvência, por outro lado, relaciona-se à</p><p>capacidade da instituição de honrar suas</p><p>dívidas e obrigações de longo prazo,</p><p>garantindo que o valor de seus ativos</p><p>seja suficiente para cobrir seus passivos,</p><p>mesmo em situações de estresse</p><p>financeiro.</p><p>Liquidez x solvência 24:00</p><p>R</p><p>e</p><p>sp</p><p>o</p><p>st</p><p>a</p><p>d</p><p>e</p><p>st</p><p>a</p><p>p</p><p>á</p><p>g</p><p>in</p><p>a</p><p>:</p><p>v</p><p>e</p><p>rd</p><p>a</p><p>d</p><p>e</p><p>ir</p><p>o</p><p>.</p><p>Durante períodos de alta inflação, os bancos</p><p>geralmente adotam a estratégia de aplicar</p><p>recursos em operações de curto prazo,</p><p>como títulos públicos federais, devido à</p><p>maior segurança e liquidez que esses ativos</p><p>oferecem.</p><p>EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO</p><p>20:58 ‘‘O plano de contingência</p><p>tem que ser detalhado, tem</p><p>que ser abrangente, mas,</p><p>fundamentalmente, tem que ter</p><p>passado por teste.</p><p>’’</p><p>17</p><p>É importante entender que um banco pode</p><p>ter muita liquidez, ou seja, pode ter dinheiro</p><p>disponível para pagar suas dívidas de curto</p><p>prazo, mas ainda assim enfrentar problemas</p><p>de solvência no futuro, caso esteja muito</p><p>endividado. Da mesma forma, um banco</p><p>solvente, que possui ativos valiosos, pode</p><p>enfrentar dificuldades de liquidez se não</p><p>conseguir transformar esses ativos em</p><p>dinheiro rápido para cobrir suas obrigações</p><p>de curto prazo.</p><p>Para gerenciar a liquidez, os bancos seguem</p><p>políticas e regras definidas, como o LCR e</p><p>o Net Stable Funding Ratio, ou Índice de</p><p>Financiamento Estável Líquido (NSFR),</p><p>ambos exigidos pelo Banco Central.</p><p>Enquanto o LCR foca na liquidez de curto</p><p>prazo (30 dias), o NSFR se concentra no</p><p>longo prazo (mais de um ano), garantindo</p><p>que o banco tenha financiamento estável</p><p>para suas operações diárias e compromissos</p><p>futuros.</p><p>O teste de estresse é uma ferramenta</p><p>estratégica utilizada por instituições</p><p>financeiras para simular cenários</p><p>extremos, porém plausíveis, a fim de</p><p>avaliar sua resiliência em momentos de</p><p>crise. Seu objetivo principal é identificar</p><p>vulnerabilidades no modelo de negócios</p><p>e fortalecer a gestão de riscos. Essa</p><p>prática se tornou rotineira nas atividades</p><p>de supervisão de várias jurisdições ao</p><p>redor do mundo.</p><p>Um marco importante no uso de testes</p><p>de estresse foi a crise financeira de</p><p>2008, que evidenciou a necessidade de</p><p>as instituições financeiras estarem mais</p><p>preparadas para enfrentar crises futuras.</p><p>• Nos Estados Unidos, o Dodd-</p><p>Frank Act de 2010 exige que os</p><p>bancos realizem testes de estresse</p><p>com três cenários econômicos:</p><p>otimista, pessimista e extremamente</p><p>pessimista, para reduzir riscos</p><p>e aumentar a transparência e a</p><p>responsabilidade nas instituições</p><p>financeiras.</p><p>• No Brasil, a Resolução 4.557,</p><p>implementada em 2017, estabelece</p><p>que as instituições financeiras devem</p><p>adotar o Gerenciamento Contínuo</p><p>e Integrado de Riscos e Capital</p><p>(GIR). Os testes de estresse, nesse</p><p>contexto, devem ser ajustados</p><p>ao modelo de negócios, porte e</p><p>complexidade da instituição.</p><p>O processo de realização de um teste de</p><p>estresse é dividido em três etapas.</p><p>• Definição de um conjunto de</p><p>variáveis de um ou vários cenários</p><p>de crise, como a combinação de</p><p>preços, câmbio e juros.</p><p>• Revalorização dos ativos ou carteiras</p><p>pelos resultados dos cenários</p><p>definidos a serem analisados</p><p>• Estimativa dos impactos hipotéticos</p><p>em função da aplicação dos</p><p>diferentes cenários analisados no</p><p>desempenho e capitalização da</p><p>empresa.</p><p>Teste de estresse29:06</p><p>PERSONALIDADE</p><p>(1908-2006)</p><p>Foi um economista canadense-</p><p>estadunidense que se destacou por</p><p>suas críticas ao capitalismo e ao poder</p><p>das grandes corporações. Defensor do</p><p>keynesianismo, ele acreditava na intervenção</p><p>do governo para garantir estabilidade</p><p>econômica e combater desigualdades.</p><p>Entre suas obras mais conhecidas estão</p><p>A Sociedade Afluente e O Novo Estado</p><p>Industrial.</p><p>John Kenneth Galbraith</p><p>52:22</p><p>18</p><p>Outros objetivos dos testes de estresse</p><p>incluem garantir maior transparência</p><p>nas decisões estratégicas da instituição;</p><p>disseminar a cultura de gerenciamento</p><p>de riscos; divulgar publicamente o</p><p>valor em risco, mostrando o quanto o</p><p>capital pode ser afetado em cenários</p><p>adversos; e simular diferentes cenários</p><p>para identificar o impacto no capital e as</p><p>medidas corretivas necessárias.</p><p>Relatórios de estabilidade financeira,</p><p>como os realizados pelo Banco Central</p><p>do Brasil, utilizam os resultados dos</p><p>testes de estresse para fazer projeções</p><p>sobre ativos problemáticos. Esses</p><p>relatórios orientam decisões estratégicas</p><p>e ações corretivas. Se uma instituição</p><p>não tiver capital suficiente para suportar</p><p>um cenário extremo, deverá realizar</p><p>ajustes para cumprir os requisitos</p><p>mínimos de capital estabelecidos pelos</p><p>reguladores.</p><p>Qual das alternativas abaixo melhor</p><p>descreve o objetivo principal dos</p><p>testes de estresse realizados por</p><p>instituições financeiras?</p><p>EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO</p><p>R</p><p>e</p><p>sp</p><p>o</p><p>st</p><p>a</p><p>d</p><p>e</p><p>st</p><p>a</p><p>p</p><p>á</p><p>g</p><p>in</p><p>a</p><p>:</p><p>a</p><p>lt</p><p>e</p><p>rn</p><p>a</p><p>ti</p><p>v</p><p>a</p><p>2</p><p>.</p><p>AULA 1 • PARTE 4</p><p>A gestão integrada de riscos envolve a</p><p>coordenação estratégica para lidar com</p><p>diversos tipos de riscos que uma instituição</p><p>pode enfrentar. O ponto de partida é definir</p><p>o apetite ao risco, que estabelece o nível de</p><p>risco que a entidade está disposta a assumir,</p><p>formalizado em um documento chamado</p><p>Risk Appetite Statement, ou Declaração de</p><p>Apetite por Riscos (RAS). Esse documento</p><p>guia as políticas e ações da empresa,</p><p>garantindo que o perfil de risco esteja</p><p>alinhado com os negócios em que atua.</p><p>A gestão de riscos deve ser multidisciplinar,</p><p>envolvendo todas as áreas da empresa,</p><p>desde a alta gestão até os departamentos</p><p>operacionais. Isso inclui monitorar, relatar</p><p>e propor ações para mitigar riscos que</p><p>possam comprometer os resultados.</p><p>Gestão integrada de riscos 00:26</p><p>A tesouraria de uma instituição</p><p>financeira está envolvida na gestão de</p><p>riscos operacionais, financeiros e de</p><p>continuidade dos negócios. A tesouraria</p><p>gerencia desde o fluxo de caixa até</p><p>instrumentos financeiros como títulos</p><p>e derivativos, além de operações de</p><p>hedge. Aspectos contábeis, como a</p><p>escolha entre reconhecer ativos pelo</p><p>valor de curva ou de mercado, também</p><p>afetam suas operações.</p><p>Tesouraria e gestão de riscos09:52</p><p>19</p><p>Os riscos corporativos se subdividem em</p><p>riscos de negócio; riscos de mercado; riscos</p><p>de crédito; e riscos operacionais.</p><p>• Risco de crédito soberano: refere-</p><p>se à capacidade e disposição de um</p><p>governo de pagar suas dívidas. Esse</p><p>risco afeta diretamente o fluxo de</p><p>caixa e a capacidade do país de honrar</p><p>compromissos.</p><p>• Risco de crédito país: está</p><p>relacionado ao ambiente de negócios</p><p>e à atratividade de um país para</p><p>investidores. Fatores como segurança</p><p>jurídica, respeito aos contratos e</p><p>corrupção influenciam esse risco,</p><p>impactando a capacidade do país de</p><p>atrair investimentos.</p><p>• Riscos operacionais: incluem falhas</p><p>em processos, controles, tecnologia,</p><p>ou</p><p>eventos externos, como falta de</p><p>energia. A gestão desses riscos envolve</p><p>soluções práticas, como a contratação</p><p>de geradores em caso de apagões.</p><p>• Risco de reputação: impacta a</p><p>qualidade dos negócios, afetando a</p><p>percepção do mercado sobre a entidade.</p><p>Além disso, é necessário considerar a</p><p>sensibilidade dos diferentes tipos de</p><p>compromissos. Depósitos corporativos e</p><p>dívidas sem garantias tendem a ser mais</p><p>vulneráveis a crises do que depósitos de</p><p>varejo e dívidas com garantias.</p><p>Dentro da tesouraria, há duas principais</p><p>carteiras: a de banking, que inclui ativos</p><p>que serão mantidos até o vencimento,</p><p>e a de trading, que envolve operações</p><p>de curto prazo, em que os ativos podem</p><p>ser vendidos antes do vencimento. Essas</p><p>duas carteiras têm tratamento contábil</p><p>distinto, e a separação entre elas é</p><p>importante para a gestão dos riscos.</p><p>Os riscos operacionais são divididos em</p><p>quatro categorias: eventos externos;</p><p>processos e procedimentos; tecnologia</p><p>e sistemas (como inteligência artificial),</p><p>e riscos relacionados às pessoas. Esses</p><p>últimos são mais difíceis de mitigar,</p><p>mesmo com treinamentos e códigos de</p><p>conduta.</p><p>A gestão dos riscos operacionais deve</p><p>incluir um plano de continuidade de</p><p>negócios e a mensuração do capital</p><p>necessário para enfrentar adversidades.</p><p>A integração entre a gestão de ativos</p><p>e passivos e a estratégia de negócios</p><p>permite prever impactos em produtos</p><p>e no capital da instituição, garantindo</p><p>um alinhamento com os objetivos</p><p>estratégicos.</p><p>A tesouraria também deve se</p><p>adaptar às mudanças do ambiente</p><p>macroeconômico e às decisões internas</p><p>da entidade. Por exemplo, um banco</p><p>que decide se tornar digital precisará</p><p>ajustar sua estratégia de gestão de</p><p>ativos e passivos para lidar com as</p><p>novas demandas.</p><p>O gerenciamento de liquidez; a</p><p>precificação adequada da transferência</p><p>intranegócios (utilizando metodologias</p><p>como o FTP); a gestão de hedge</p><p>(proteção de capital e receitas); e a</p><p>gerência das informações e do funding</p><p>são os quatro pilares dessa área. A</p><p>mesma variável econômica, como a</p><p>taxa de câmbio, pode afetar entidades</p><p>de maneiras diferentes, dependendo</p><p>de suas atividades, como exportadores</p><p>e importadores. Assim, a gestão de</p><p>riscos precisa ser ajustada à natureza</p><p>específica de cada instituição.</p><p>12:23</p><p>FRTB: Fundamental Review of</p><p>the Trading Book, ou Revisão</p><p>Fundamental do Livro de Negociação,</p><p>é um conjunto de reformas</p><p>regulatórias introduzidas pelo</p><p>Comitê de Basileia para Supervisão</p><p>Bancária, com o objetivo de melhorar</p><p>a estrutura de capital aplicada às</p><p>posições de negociação dos bancos.</p><p>Sua principal função é reformar a</p><p>forma como os riscos de mercado</p><p>e de capital são calculados e</p><p>gerenciados nos livros de negociação</p><p>(trading books) das instituições</p><p>financeiras.</p><p>PALAVRA-CHAVE</p><p>20</p><p>Os axiomas no campo das finanças são</p><p>preceitos amplamente aceitos, embora nem</p><p>sempre comprováveis, que guiam a tomada</p><p>de decisões de investidores e instituições.</p><p>Dois exemplos são os Axiomas de Zurique</p><p>e os Axiomas de Ohama, que fornecem</p><p>uma perspectiva sobre como investidores</p><p>podem tomar decisões informadas e lucrar,</p><p>baseados em certos princípios.</p><p>Confira abaixo os principais Axiomas de</p><p>Zurique.</p><p>• Risco: investir significa aceitar riscos. A</p><p>ideia é que o risco é inerente a qualquer</p><p>oportunidade de lucro.</p><p>• Ganância: refere-se à disposição</p><p>e flexibilidade para aproveitar</p><p>oportunidades de lucro quando elas</p><p>surgem.</p><p>• Esperança: tem um papel positivo</p><p>quando está ligada a uma crença</p><p>embasada. Além de acreditar que algo</p><p>vai dar certo, é necessário analisar</p><p>previsões e padrões com base em</p><p>fundamentos teóricos que ofereçam</p><p>uma visão mais precisa sobre o</p><p>comportamento futuro das variáveis que</p><p>afetam o investimento.</p><p>• Mobilidade: o investidor deve manter</p><p>a flexibilidade e não se apegar a uma</p><p>categoria específica de ativos. Caso</p><p>sinta desconforto ou perceba problemas</p><p>em uma posição, a recomendação é</p><p>deixá-la.</p><p>• Intuição: muitas vezes, a intuição pode</p><p>sinalizar algo que não está visível em</p><p>termos analíticos.</p><p>• Religião e ocultismo: a ideia é que o</p><p>investidor deve ter confiança em sua</p><p>análise e fé nas suas escolhas.</p><p>• Otimismo e pessimismo: a abordagem</p><p>equilibrada sugere ser otimista em</p><p>mercados favoráveis, mas altamente</p><p>pessimista quando os sinais indicam que</p><p>é hora de sair de uma posição.</p><p>• Consenso: pensar de forma</p><p>independente e evitar seguir a manada</p><p>pode revelar boas oportunidades de</p><p>investimento.</p><p>Axiomas 24:57</p><p>PERSONALIDADE</p><p>É um dos investidores mais bem-sucedidos</p><p>e respeitados do mundo, conhecido como</p><p>o Oráculo de Omaha (cidade em que</p><p>nasceu) devido à sua habilidade em fazer</p><p>investimentos acertados e acumular fortuna.</p><p>Nascido em 1930, Buffett é o presidente e</p><p>CEO da Berkshire Hathaway, uma holding</p><p>multinacional que controla ou possui</p><p>participações em diversas empresas.</p><p>Warren Buffet</p><p>26:32</p><p>26:40</p><p>Escrito por Max Gunther e publicado em</p><p>1972, o livro apresenta 12 axiomas principais</p><p>e 16 secundários, que formam um guia</p><p>prático para investidores, com foco em</p><p>riscos, apostas, e a tomada de decisões em</p><p>ambientes de incerteza.</p><p>Livro: Os axiomas de Zurique</p><p>LEITURA INDICADA</p><p>21</p><p>• Teimosia: insistir em manter uma</p><p>posição ruim pode resultar em perdas</p><p>maiores.</p><p>• Planejamento: o planejamento é</p><p>necessário para definir estratégias e</p><p>objetivos de investimento.</p><p>Confira abaixo os Axiomas de Ohama.</p><p>• Ser sócio de grandes empresas:</p><p>investir em empresas sólidas e com</p><p>perspectiva de longo prazo garante</p><p>mais estabilidade.</p><p>• Atuar com margem de segurança:</p><p>investir em ativos que ofereçam</p><p>uma proteção contra perdas,</p><p>minimizando os riscos associados às</p><p>oscilações do mercado.</p><p>• Comprar apenas o que se pode</p><p>compreender: investir somente</p><p>em empresas ou setores cuja</p><p>operação e fundamentos sejam bem</p><p>compreendidos.</p><p>• Comprar e abraçar: assumir uma</p><p>posição de longo prazo ao investir,</p><p>mesmo diante de oscilações</p><p>temporárias.</p><p>• Diversificar com moderação: o</p><p>excesso de diversificação pode</p><p>diluir os retornos e dificultar o</p><p>acompanhamento do desempenho</p><p>das empresas.</p><p>• Evitar o giro desnecessário da</p><p>carteira: a compra e venda constante</p><p>de ativos prejudica a consistência de</p><p>resultados.</p><p>• Atenção aos fundamentos: decisões</p><p>de investimento devem ser tomadas</p><p>com base nos fundamentos da</p><p>empresa, como sua estrutura</p><p>financeira, competitividade no</p><p>mercado e previsões de crescimento.</p><p>• Desfrutar o tédio: quando a</p><p>estratégia de investimento está</p><p>alinhada com os objetivos de longo</p><p>prazo, não é necessário acompanhar</p><p>o mercado diariamente.</p><p>Axiomas II31:32</p><p>Imagine que um investidor está</p><p>interessado em duas empresas:</p><p>uma é uma gigante de tecnologia</p><p>globalmente conhecida, com</p><p>fundamentos claros e previsíveis. A</p><p>outra é uma startup promissora, mas</p><p>em um setor que o investidor não</p><p>entende completamente. Segundo</p><p>os Axiomas de Omaha, qual seria</p><p>a melhor abordagem para esse</p><p>investidor e por quê?</p><p>EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO</p><p>R</p><p>e</p><p>sp</p><p>o</p><p>st</p><p>a</p><p>d</p><p>e</p><p>st</p><p>a</p><p>p</p><p>á</p><p>g</p><p>in</p><p>a</p><p>:</p><p>a</p><p>lt</p><p>e</p><p>rn</p><p>a</p><p>ti</p><p>v</p><p>a</p><p>2</p><p>.</p><p>22</p><p>AULA 2 • PARTE 1</p><p>Os derivativos são instrumentos financeiros</p><p>que ajudam a mitigar riscos e também</p><p>podem ser usados para especulação.</p><p>Existem diversos tipos disponíveis no</p><p>mercado.</p><p>• Mercado a termo: contratos negociados</p><p>diretamente entre as partes (mercado</p><p>de balcão), fora da bolsa, em que as</p><p>condições (como preço, quantidade e</p><p>prazo) são acordadas para um prazo</p><p>específico. Esses contratos não têm</p><p>padronização.</p><p>• Mercado futuro: contratos negociados</p><p>em bolsa, com padronização de prazos</p><p>e condições. No mercado futuro, o preço</p><p>do ativo é acordado hoje para uma</p><p>liquidação em uma data futura.</p><p>• Swap: um contrato entre duas</p><p>contrapartes para a troca simultânea</p><p>de fluxos financeiros, geralmente de</p><p>diferentes naturezas, como um fluxo</p><p>de taxa de juros fixa por um de taxa</p><p>flutuante ou um fluxo de moeda local</p><p>por uma estrangeira.</p><p>• Opções: contratos que dão ao</p><p>comprador o direito, mas não a</p><p>obrigação, de comprar (opção de</p><p>compra) ou vender (opção de venda)</p><p>um ativo a um</p><p>preço predefinido em</p><p>uma data futura ou até essa data. Esse</p><p>produto oferece flexibilidade para</p><p>proteger tanto ativos quanto passivos</p><p>contra variações de mercado.</p><p>Os derivativos listados na bolsa oferecem</p><p>maior transparência e padronização, com</p><p>regras claras que reduzem a complexidade</p><p>e as variações inesperadas de preços.</p><p>Já os produtos over-the-counter (OTC),</p><p>negociados fora da bolsa, são menos</p><p>padronizados, sendo ajustados diretamente</p><p>entre as partes envolvidas, o que pode</p><p>aumentar a flexibilidade, mas também o</p><p>risco de contraparte.</p><p>Derivativos 00:26</p><p>Os derivativos funcionam como uma</p><p>espécie de seguro financeiro, permitindo</p><p>que uma instituição proteja-se contra</p><p>riscos, sem necessariamente eliminá-</p><p>los por completo. Esses instrumentos</p><p>são usados para compensar possíveis</p><p>impactos negativos e evitar grandes</p><p>perdas financeiras, fornecendo a</p><p>proteção conhecida como hedge.</p><p>O sucesso dessa proteção depende da</p><p>escolha do derivativo correto, que seja</p><p>adequado às características e aos riscos</p><p>da empresa ou instituição. Embora</p><p>a maior parte dessas operações seja</p><p>realizada para clientes, as tesourarias</p><p>dos bancos também podem usar</p><p>derivativos para se proteger de riscos</p><p>específicos relacionados às suas</p><p>próprias operações.</p><p>A CVM define derivativos como</p><p>instrumentos financeiros cujo valor</p><p>deriva de um ativo subjacente, como</p><p>taxas de juros, preços de commodities</p><p>ou índices de crédito. Esses contratos</p><p>têm três características principais.</p><p>• Seu valor varia de acordo com</p><p>mudanças nas taxas de juros, preços</p><p>ou índices do ativo subjacente.</p><p>• O investimento inicial é</p><p>relativamente pequeno ou</p><p>insignificante em comparação ao</p><p>valor nocional do contrato.</p><p>• A liquidação do contrato ocorre em</p><p>uma data futura, o que os diferencia</p><p>dos mercados à vista, que servem</p><p>como base para determinar os</p><p>preços futuros.</p><p>Além de proteção contra riscos,</p><p>derivativos também podem ser</p><p>usados para alavancar posições e</p><p>buscar maiores lucros, ou para ajustar</p><p>desequilíbrios estruturais nos balanços</p><p>das empresas.</p><p>Derivativos II10:55</p><p>23</p><p>O uso de derivativos é recomendado</p><p>principalmente pela possibilidade de</p><p>transferir o risco, permitindo que empresas</p><p>e bancos foquem em suas atividades</p><p>principais sem a necessidade de assumir</p><p>esses riscos diretamente. Derivativos, por</p><p>não exigirem um grande investimento</p><p>inicial, tornam-se atraentes por ampliarem a</p><p>capacidade de proteção e diversificação das</p><p>carteiras.</p><p>Para empresas não financeiras, como</p><p>corporações, é necessário entender bem</p><p>os riscos envolvidos e explorar as opções</p><p>disponíveis no mercado. Um exemplo de</p><p>uso seria uma empresa preocupada com a</p><p>alta do dólar, que pode optar por comprar</p><p>um derivativo atrelado à taxa de câmbio,</p><p>fixando um preço futuro com um custo</p><p>inferior ao de adquirir dólares à vista. Isso</p><p>proporciona proteção contra variações</p><p>cambiais sem a necessidade de um</p><p>desembolso imediato de caixa. No entanto,</p><p>se uma empresa já tiver uma cobertura</p><p>natural — como exportações em dólar —,</p><p>pode não ser necessário usar derivativos</p><p>para se proteger, pois suas receitas em</p><p>moeda estrangeira já compensariam o</p><p>impacto de variações cambiais.</p><p>É importante avaliar o custo-benefício ao</p><p>utilizar derivativos. Se o custo da transação</p><p>for maior que o benefício esperado da</p><p>proteção, o uso do derivativo pode não</p><p>ser recomendado. Além disso, a falta de</p><p>entendimento completo sobre a estrutura</p><p>do derivativo e os serviços associados</p><p>pode levar a decisões equivocadas. Outro</p><p>risco é a diferença entre os preços atuais e</p><p>futuros de ativos físicos, o que pode resultar</p><p>em uma proteção ineficiente se o contrato</p><p>for baseado em um mercado ou praça</p><p>diferente.</p><p>Derivativos III 19:54</p><p>Os derivativos são ferramentas</p><p>financeiras usadas para proteger</p><p>posições de risco, mas a decisão de</p><p>usá-los ou não nem sempre é binária: a</p><p>escolha pode envolver diferentes graus</p><p>de proteção, como cobrir apenas uma</p><p>parte ou a totalidade de uma posição.</p><p>Existem três principais tipos de</p><p>participantes nos mercados de</p><p>derivativos: os hedgers, que buscam</p><p>reduzir a exposição ao risco de preços;</p><p>os especuladores, que assumem riscos</p><p>em busca de ganhos financeiros; e</p><p>os arbitradores, que lucram com</p><p>discrepâncias de preços entre diferentes</p><p>mercados.</p><p>Os derivativos podem ser classificados</p><p>em simétricos e assimétricos. Os</p><p>simétricos, como os contratos futuros,</p><p>envolvem tanto direitos quanto</p><p>obrigações para ambas as partes</p><p>envolvidas. Já os assimétricos, como</p><p>as opções, conferem ao comprador</p><p>o direito, mas não a obrigação, de</p><p>comprar ou vender um ativo, mediante</p><p>o pagamento de um prêmio, enquanto</p><p>o vendedor assume a obrigação de</p><p>cumprir o contrato, caso o comprador</p><p>exerça esse direito.</p><p>Derivativos IV30:00</p><p>24:27 ‘‘A gente utiliza derivativos</p><p>pelos mais diversos motivos,</p><p>mas todos procurando tornar</p><p>a operação da entidade mais</p><p>eficiente.</p><p>’’</p><p>24</p><p>Ter uma política clara e um programa de</p><p>gestão de riscos (hedge) é fundamental</p><p>para empresas e instituições financeiras.</p><p>Ao definir uma estratégia de hedge, é</p><p>importante entender o tipo de risco que</p><p>será mitigado, a forma de atuação (na bolsa</p><p>ou no mercado de balcão), e se o derivativo</p><p>utilizado será linear ou não linear.</p><p>Os derivativos lineares, como swaps</p><p>e contratos a termo, envolvem a troca</p><p>de fluxos financeiros entre ativos de</p><p>valor definido, ou seja, as obrigações</p><p>são proporcionais às variações do ativo</p><p>subjacente. Já os derivativos não lineares,</p><p>como as opções, oferecem o direito, mas</p><p>não a obrigação, de comprar ou vender um</p><p>ativo a um preço predeterminado, o que cria</p><p>uma assimetria entre as partes</p><p>A liquidação desses contratos pode ser</p><p>física, com a entrega do ativo, ou financeira,</p><p>pela diferença de preço entre o contrato</p><p>e o valor de mercado no vencimento. No</p><p>mercado, termos como posição comprada</p><p>(long) e posição vendida (short) indicam</p><p>se o investidor está apostando na alta ou na</p><p>queda do ativo, respectivamente. O conceito</p><p>de fungibilidade permite que contratos com</p><p>características idênticas, como os contratos</p><p>futuros, sejam compensados, resultando em</p><p>um saldo líquido.</p><p>Derivativos V 40:42</p><p>Hedgers são participantes do mercado</p><p>de derivativos que buscam obter lucros</p><p>assumindo riscos financeiros elevados.</p><p>EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO</p><p>R</p><p>e</p><p>sp</p><p>o</p><p>st</p><p>a</p><p>d</p><p>e</p><p>st</p><p>a</p><p>p</p><p>á</p><p>g</p><p>in</p><p>a</p><p>:</p><p>v</p><p>e</p><p>rd</p><p>a</p><p>d</p><p>e</p><p>ir</p><p>o</p><p>.</p><p>AULA 2 • PARTE 2</p><p>Entre os principais produtos derivativos</p><p>estão os contratos a termo, futuros, swaps e</p><p>opções.</p><p>• Contratos a termo: são negociados</p><p>no mercado de balcão, permitindo</p><p>a liquidação física ou financeira em</p><p>uma data futura. Esses contratos não</p><p>são padronizados e têm parâmetros</p><p>personalizados entre as partes</p><p>envolvidas. Eles apresentam baixa</p><p>liquidez, o que aumenta o risco de</p><p>inadimplência da contraparte, além de</p><p>tornar mais difícil vender ou comprar</p><p>antes do vencimento.</p><p>Derivativos VI 00:26</p><p>A B3 oferece três modalidades no</p><p>mercado de termo de moedas: o</p><p>limitador (que define um piso e um teto</p><p>para a compra e venda de moedas), o</p><p>prêmio pré-pago (que minimiza o risco</p><p>de crédito por meio de um pagamento</p><p>inicial) e o shift forward (que ajusta</p><p>taxas ao longo de um período).</p><p>Derivativos VII14:03</p><p>25</p><p>Essas modalidades ajudam a proteger</p><p>contra variações cambiais, oferecendo</p><p>opções personalizadas conforme a</p><p>necessidade da empresa ou investidor.</p><p>A principal diferença entre o mercado</p><p>a termo e o mercado futuro está no</p><p>objetivo e na forma de liquidação. O</p><p>mercado a termo busca proteger contra</p><p>variações de preço com foco na entrega</p><p>do produto, enquanto o mercado</p><p>futuro visa a proteção financeira com</p><p>liquidação diária e ajustes de preço.</p><p>No mercado a termo, é importante</p><p>garantir a capacidade da contraparte,</p><p>uma vez que a liquidação ocorre apenas</p><p>no vencimento, diferente do mercado</p><p>futuro, que tem variações diárias e</p><p>mecanismos de correção automáticos.</p><p>A B3 oferece um ambiente seguro e</p><p>transparente para essas operações,</p><p>com garantias sólidas e mecanismos de</p><p>salvaguarda. Outro aspecto</p><p>importante</p><p>é a negociação de títulos públicos,</p><p>como os oferecidos pelo Tesouro</p><p>Direto, que democratizou o acesso a</p><p>investimentos em títulos do governo.</p><p>Existem diferentes tipos de títulos, como</p><p>a NTN-F (Nota do Tesouro Nacional,</p><p>série F), que são títulos de renda fixa de</p><p>longo prazo, com pagamento de juros</p><p>semestrais e valor nominal a ser pago</p><p>no vencimento. Esses títulos podem ser</p><p>negociados com base em prazos e taxas</p><p>de desconto, permitindo calcular o valor</p><p>presente dos títulos com base na taxa</p><p>de mercado atual.</p><p>• Contratos futuros: negociados em bolsa,</p><p>os contratos futuros são padronizados</p><p>e permitem ajustes diários. As partes</p><p>envolvidas devem fornecer margens</p><p>de garantia para cobrir eventuais</p><p>variações de preço. Esses contratos</p><p>são intercambiáveis e simétricos, o</p><p>que significa que ambas as partes</p><p>possuem direitos e obrigações. Eles são</p><p>muito utilizados para proteger contra</p><p>oscilações de preços de ativos, como</p><p>commodities e moedas.</p><p>• Swaps: negociados no mercado de</p><p>balcão, envolvem a troca de fluxos</p><p>financeiros entre as partes, como</p><p>trocas de moedas ou ativos financeiros.</p><p>São comumente usados por bancos</p><p>e grandes corporações que têm</p><p>capacidade para assumir o risco de</p><p>crédito. A liquidação dos swaps ocorre</p><p>no vencimento, e eles são produtos</p><p>assimétricos, em que cada parte tem</p><p>obrigações específicas.</p><p>• Opções: esses contratos podem ser</p><p>negociados tanto na bolsa quanto no</p><p>balcão e dão ao comprador o direito,</p><p>mas não a obrigação, de comprar</p><p>ou vender um ativo a um preço pré-</p><p>determinado. O vendedor assume a</p><p>obrigação de cumprir o contrato, caso o</p><p>comprador exerça a opção, em troca de</p><p>um prêmio. As opções são instrumentos</p><p>assimétricos, onde o comprador tem</p><p>direitos e o vendedor, obrigações.</p><p>Os derivativos podem ser usados em</p><p>diferentes estratégias, como financiamento,</p><p>geração de caixa ou proteção de posições.</p><p>• Financiamento de ações: consiste</p><p>em comprar ações à vista e vendê-las</p><p>no mercado a termo, aproveitando o</p><p>diferencial de juros.</p><p>• Venda a descoberto: consiste em</p><p>vender, no mercado à vista, um ativo</p><p>que o investidor não possui, esperando</p><p>recomprá-lo a um preço mais baixo no</p><p>futuro.</p><p>• Non-deliverable forward (NDF): trata-se</p><p>de um contrato forward utilizado para</p><p>proteger contra variações cambiais em</p><p>mercados onde a moeda subjacente não</p><p>pode ser entregue fisicamente, sendo</p><p>liquidado em dinheiro.</p><p>A principal diferença entre o mercado a</p><p>termo e o mercado futuro está no objetivo de</p><p>proteção: o mercado a termo visa proteger</p><p>com foco na entrega do produto, enquanto o</p><p>mercado futuro busca a proteção financeira</p><p>com liquidação diária.</p><p>EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO</p><p>R</p><p>e</p><p>sp</p><p>o</p><p>st</p><p>a</p><p>d</p><p>e</p><p>st</p><p>a</p><p>p</p><p>á</p><p>g</p><p>in</p><p>a</p><p>:</p><p>v</p><p>e</p><p>rd</p><p>a</p><p>d</p><p>e</p><p>ir</p><p>o</p><p>.</p><p>26</p><p>O mercado futuro de DI é muito utilizado</p><p>no mercado financeiro como uma forma</p><p>de hedge (proteção) contra oscilações nas</p><p>taxas de juros, sendo comum a comparação</p><p>entre taxas pós-fixadas e prefixadas. Desde</p><p>2002, esses contratos são cotados com</p><p>base na taxa de juros, e não no preço</p><p>unitário. A B3 facilita essas operações, que</p><p>são realizadas em pregão, com liquidação</p><p>financeira ao final do prazo de vencimento.</p><p>Cada contrato futuro representa um valor</p><p>financeiro de referência, e o investidor pode</p><p>assumir uma posição comprada (se acredita</p><p>que a taxa de juros subirá) ou vendida</p><p>(se acredita que a taxa cairá). Conforme</p><p>as taxas de juros variam, as posições são</p><p>ajustadas diariamente, impactando os</p><p>valores de mercado das posições dos</p><p>investidores. Se as taxas de juros aumentam,</p><p>o valor de mercado dos contratos futuros</p><p>cai, e vice-versa.</p><p>Além disso, o mercado futuro é gerenciado</p><p>por um sistema de contraparte central,</p><p>em que a B3 atua como intermediária,</p><p>garantindo que as partes envolvidas</p><p>honrem suas obrigações. O risco de crédito</p><p>é minimizado pela padronização dos</p><p>contratos e pela implementação de margens</p><p>de garantia, que são calculadas com base</p><p>na volatilidade do ativo e outros fatores</p><p>de risco. Esses contratos futuros possuem</p><p>ajustes diários que garantem que as perdas</p><p>sejam compensadas por quem está na</p><p>posição contrária, mantendo o equilíbrio do</p><p>mercado.</p><p>A padronização dos contratos inclui fatores</p><p>como ativo-objeto, quantidade, prazos</p><p>de vencimento e forma de liquidação. As</p><p>margens iniciais são estabelecidas pela</p><p>B3 e variam de acordo com a volatilidade</p><p>do ativo e o prazo do contrato. Os</p><p>ajustes diários são realizados em dinheiro</p><p>(liquidação financeira) para garantir que as</p><p>partes possam cobrir suas posições.</p><p>Derivativos VIII 23:42</p><p>A formação do preço futuro de um</p><p>derivativo é influenciada pela lei da</p><p>oferta e demanda, além de outros</p><p>fatores econômicos. Esse preço busca</p><p>refletir o valor mais justo possível dentro</p><p>do contexto do mercado financeiro.</p><p>O processo de arbitragem atua para</p><p>corrigir discrepâncias nos preços</p><p>entre diferentes mercados, ajudando a</p><p>garantir maior liquidez e alinhando os</p><p>valores para um preço mais equilibrado.</p><p>O cálculo do preço futuro leva em</p><p>consideração o valor do mercado à</p><p>vista (spot), a taxa de juros implícita no</p><p>contrato e o número de dias úteis até o</p><p>vencimento, sendo comum a utilização</p><p>de uma base de 252 dias úteis no</p><p>cálculo.</p><p>O mercado de swaps, por sua vez,</p><p>envolve a troca de indexadores, preços</p><p>ou taxas de juros entre as partes,</p><p>com o objetivo de proteger ativos ou</p><p>passivos contra variações de mercado,</p><p>como flutuações de juros ou câmbio.</p><p>Esses contratos são negociados no</p><p>mercado de balcão (over-the-counter)</p><p>e são liquidados por meio de ajustes</p><p>de valor entre as partes, havendo a</p><p>possibilidade de registro na B3 para</p><p>maior transparência e controle fiscal.</p><p>Já no mercado de opções, o comprador</p><p>adquire o direito de comprar ou vender</p><p>um ativo em uma data futura por um</p><p>preço previamente acordado (preço</p><p>de exercício ou strike), enquanto o</p><p>vendedor assume a obrigação de</p><p>realizar a transação caso a opção seja</p><p>exercida. Existem dois tipos principais</p><p>de opções: a americana, que pode</p><p>ser exercida a qualquer momento até</p><p>a data de vencimento, e a europeia,</p><p>que só pode ser exercida na data de</p><p>vencimento.</p><p>Derivativos IX33:25</p><p>27</p><p>Ao adquirir uma opção, o comprador</p><p>paga um prêmio pelo direito de exercer</p><p>a operação, enquanto o vendedor</p><p>recebe esse prêmio como compensação</p><p>pela obrigação assumida. A negociação</p><p>de opções permite a criação de diversas</p><p>estratégias, sejam especulativas</p><p>ou de proteção, dependendo do</p><p>comportamento do preço do ativo</p><p>subjacente em relação ao preço de</p><p>exercício. O risco para o lançador de</p><p>uma opção de compra (call) não coberta</p><p>pode ser ilimitado, enquanto o risco do</p><p>comprador está limitado ao valor do</p><p>prêmio pago.</p><p>AULA 2 • PARTE 3</p><p>O valor intrínseco de uma opção não é</p><p>determinado pelo valor no tempo, mas sim</p><p>pela diferença entre o preço atual do ativo</p><p>e o preço de exercício da opção (strike). O</p><p>valor temporal, por sua vez, é influenciado</p><p>pelo tempo restante até o vencimento da</p><p>opção, refletindo a incerteza e o potencial</p><p>de valorização do ativo durante esse</p><p>período. O valor total de uma opção é</p><p>composto pelo valor intrínseco e pelo</p><p>valor temporal. Durante o período até o</p><p>vencimento, a opção pode manter um valor</p><p>positivo devido à proteção e ao potencial de</p><p>ganho que oferece.</p><p>Ao comprar uma opção de compra (call), o</p><p>risco máximo do comprador é perder o valor</p><p>do prêmio pago, enquanto o lucro potencial</p><p>é ilimitado, dependendo do comportamento</p><p>do mercado. Por outro lado, o lançador de</p><p>uma call tem a obrigação de vender o ativo</p><p>se o comprador exercer a opção, e seu risco</p><p>é potencialmente ilimitado. No caso de uma</p><p>opção de venda (put), o titular tem o direito</p><p>de vender o ativo a um preço pré-definido.</p><p>O risco máximo do lançador de uma put é</p><p>o valor do strike menos o prêmio recebido,</p><p>enquanto o titular pode lucrar se o valor do</p><p>ativo cair.</p><p>Derivativos X 00:26</p><p>O tópico final sobre derivativos</p><p>envolve o conceito contábil de hedge</p><p>accounting, uma metodologia especial</p><p>que se aplica às operações de proteção</p><p>de ativos e passivos, buscando</p><p>minimizar</p><p>ou eliminar a volatilidade</p><p>nos resultados devido às variações</p><p>de mercado. O objetivo é alinhar a</p><p>mensuração e contabilização das</p><p>exposições protegidas aos instrumentos</p><p>de hedge, conforme o regime de</p><p>competência. Existem três principais</p><p>tipos de hedge accounting.</p><p>• Hedge de valor justo (fair value</p><p>hedge): Trata-se de operações de</p><p>proteção para ativos ou passivos já</p><p>reconhecidos ou para compromissos</p><p>firmes ainda não reconhecidos.</p><p>Esse tipo de hedge visa proteger o</p><p>valor de mercado desses ativos ou</p><p>passivos contra flutuações.</p><p>• Hedge de fluxo de caixa: focado em</p><p>proteger a exposição das variações</p><p>de fluxo de caixa que possam</p><p>afetar o resultado de uma empresa.</p><p>Derivativos XI11:32</p><p>28</p><p>Nos mercados de derivativos, o especulador</p><p>busca lucrar com as variações de preços</p><p>no curto prazo, enquanto o arbitrador visa</p><p>obter lucro com as discrepâncias de preços</p><p>entre diferentes mercados, ajudando a</p><p>corrigir essas ineficiências. O especulador</p><p>traz liquidez ao mercado, o que é essencial</p><p>para seu bom funcionamento, enquanto</p><p>o arbitrador ajuda a alinhar os preços,</p><p>garantindo que o mercado opere de maneira</p><p>mais eficiente. Ambos desempenham papéis</p><p>importantes na dinâmica do mercado de</p><p>derivativos, contribuindo para sua fluidez e</p><p>estabilidade.</p><p>Ele é utilizado quando há uma transação</p><p>altamente provável que possa impactar o</p><p>fluxo de caixa de um ativo ou passivo.</p><p>Hedge de investimento líquido em</p><p>operações no exterior: protege</p><p>investimentos de uma entidade em</p><p>subsidiárias estrangeiras que não utilizam</p><p>a moeda funcional brasileira (real). A</p><p>proteção visa neutralizar as variações</p><p>cambiais que podem afetar o patrimônio</p><p>líquido da entidade, especialmente em</p><p>operações com moedas fortes ou não</p><p>negociáveis.</p><p>Essas designações de hedge contábil foram</p><p>implementadas em 2010 para empresas não</p><p>financeiras, e para instituições financeiras,</p><p>a norma atualizada entrará em vigor em</p><p>2027. O hedge accounting proporciona</p><p>uma maneira mais precisa de refletir as</p><p>operações de proteção financeira no balanço</p><p>patrimonial e nos resultados das empresas,</p><p>conforme as regulamentações internacionais.</p><p>Os ratings de crédito são avaliações</p><p>independentes e qualificadas emitidas por</p><p>especialistas sobre a qualidade de crédito</p><p>de um emissor de dívida. Essencialmente,</p><p>um rating reflete a probabilidade</p><p>de descumprimento de uma dívida,</p><p>considerando dois aspectos principais: a</p><p>capacidade do emissor de gerar fluxo de</p><p>caixa para honrar suas obrigações e sua</p><p>disposição em pagar, ou seja, a vontade de</p><p>pagar. Essas avaliações são prospectivas,</p><p>com um horizonte de 4 a 6 trimestres,</p><p>e oferecem uma visão sobre o risco de</p><p>inadimplência e a gravidade potencial das</p><p>perdas em caso de descumprimento.</p><p>Além disso, a metodologia de rating</p><p>considera a perda dada o descumprimento,</p><p>que estima quanto os investidores poderiam</p><p>recuperar caso o devedor não honrasse suas</p><p>obrigações, levando em conta as garantias</p><p>e a estrutura do grupo. As classificações</p><p>principais incluem ratings positivos</p><p>(expectativa de aumento no rating), neutros</p><p>(rating estável) e negativos (possibilidade</p><p>de rebaixamento). No entanto, em algumas</p><p>situações, o rating pode não ser aplicável,</p><p>como em casos de eventos iminentes</p><p>que podem alterar significativamente a</p><p>avaliação.</p><p>Por fim, os ratings baseiam-se em</p><p>informações públicas, balanços auditados e</p><p>dados fornecidos pelos emissores, mas não</p><p>são auditorias profundas nem investigações</p><p>de fraudes. Portanto, oferecem uma</p><p>opinião sobre a qualidade do crédito, mas</p><p>não garantem a detecção de possíveis</p><p>problemas financeiros ocultos.</p><p>Rating 17:37</p><p>EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO</p><p>O hedge accounting é uma</p><p>metodologia contábil que busca</p><p>minimizar a volatilidade nos</p><p>resultados financeiros das empresas</p><p>devido a variações de mercado.</p><p>Qual das alternativas a seguir</p><p>descreve corretamente o hedge de</p><p>valor justo (fair value hedge)?</p><p>R</p><p>e</p><p>sp</p><p>o</p><p>st</p><p>a</p><p>d</p><p>e</p><p>st</p><p>a</p><p>p</p><p>á</p><p>g</p><p>in</p><p>a</p><p>:</p><p>a</p><p>lt</p><p>e</p><p>rn</p><p>a</p><p>ti</p><p>v</p><p>a</p><p>3</p><p>.</p><p>29</p><p>AULA 2 • PARTE 4</p><p>O rating de crédito não se confunde com</p><p>o risco de mercado. O rating de crédito</p><p>não mede as oscilações dos preços</p><p>de mercado de uma dívida, mas sim a</p><p>capacidade do emissor de cumprir suas</p><p>obrigações financeiras. Ele não se trata</p><p>de uma recomendação de compra ou</p><p>venda de instrumentos financeiros, mas de</p><p>uma análise qualitativa e quantitativa da</p><p>qualidade de crédito do emissor.</p><p>Agências de rating avaliam fatores como</p><p>a gestão, a geração de caixa e a aplicação</p><p>dos ativos da empresa, com foco tanto</p><p>em dados passados quanto em projeções</p><p>futuras. Essa avaliação é independente e</p><p>sigilosa, sendo informada ao emissor apenas</p><p>após a decisão, permitindo que ele corrija</p><p>erros factuais ou revele inadvertidamente</p><p>informações sigilosas.</p><p>Os ratings podem ser atribuídos a diferentes</p><p>tipos de entidades, como governos,</p><p>empresas e projetos de infraestrutura,</p><p>variando de acordo com as características</p><p>de cada dívida. O rating corporativo, que</p><p>reflete a capacidade de uma empresa</p><p>honrar suas dívidas no curto prazo, pode ser</p><p>ajustado para refletir garantias específicas</p><p>de uma emissão de dívida de longo prazo.</p><p>A decisão final sobre investimentos com</p><p>base em um rating cabe aos investidores,</p><p>principalmente institucionais, que</p><p>estabelecem seus próprios critérios de</p><p>risco. Esses ratings são divididos em grau</p><p>de investimento (mais seguro) e grau</p><p>especulativo (mais arriscado) e podem</p><p>variar conforme o contexto de mercado e o</p><p>comportamento do emissor.</p><p>Rating II 00:26</p><p>O rating de um país atua como um</p><p>teto para as empresas locais. Se o país</p><p>enfrenta uma crise, como no caso da</p><p>Venezuela ou da Argentina, as empresas</p><p>também enfrentam dificuldades, mesmo</p><p>que apresentem bons fluxos de caixa.</p><p>Para permitir uma avaliação mais justa</p><p>dentro de um país e evitar comparações</p><p>globais, foi criado o conceito de rating</p><p>na escala nacional.</p><p>O processo de atribuição de ratings</p><p>envolve uma análise detalhada dos</p><p>fundamentos da empresa, reuniões com</p><p>o emissor e uma avaliação prospectiva</p><p>sobre o futuro da entidade. A decisão é</p><p>tomada por um comitê de especialistas,</p><p>que votam individualmente, começando</p><p>pelos membros mais juniores, para</p><p>garantir imparcialidade e evitar</p><p>influências indevidas. A decisão final é</p><p>comunicada tanto ao público quanto ao</p><p>emissor.</p><p>Mudanças nos ratings ocorrem,</p><p>principalmente, devido a alterações nos</p><p>fundamentos da empresa ou do setor,</p><p>como mudanças regulatórias, quebras</p><p>de contrato ou quedas nas margens</p><p>financeiras. Ao contrário dos mercados,</p><p>que reagem rapidamente a eventos de</p><p>curto prazo, os ratings são mais estáveis</p><p>e focam nos fundamentos da entidade</p><p>e em sua capacidade de honrar suas</p><p>obrigações financeiras.</p><p>Por fim, fatores como qualidade dos</p><p>ativos, adequação de capital, liquidez e</p><p>eficiência operacional são determinantes</p><p>na avaliação de risco. Dependendo do</p><p>setor, como energia ou financeiro, esses</p><p>elementos têm pesos diferentes na</p><p>análise, o que pode influenciar o rating</p><p>de maneira positiva ou negativa.</p><p>Rating III14:57</p><p>30</p><p>Em 2012, a CVM introduziu a Instrução 521,</p><p>que regulamentou as agências de rating,</p><p>seguindo práticas internacionais para</p><p>aumentar a transparência. Agora, quando</p><p>uma agência é contratada para avaliar uma</p><p>dívida, ela deve publicar o rating, mesmo</p><p>que o emissor da dívida não concorde. Isso</p><p>trouxe mais responsabilidade às agências e</p><p>reduziu práticas como a manipulação, em</p><p>que emissores escolhiam divulgar apenas as</p><p>melhores avaliações.</p><p>Os ratings soberanos, que avaliam a</p><p>capacidade de um governo de pagar suas</p><p>dívidas, são um importante indicador da</p><p>saúde financeira de um país. Governos, em</p><p>tempos de crise, possuem mais flexibilidade</p><p>para ajustar suas finanças, como aumentar</p><p>impostos ou reestruturar dívidas, o que</p><p>ajuda a evitar o colapso financeiro, como já</p><p>ocorreu em diversos países.</p><p>Uma prática comum no setor financeiro é</p><p>a migração de ratings, que ocorre quando</p><p>a nota de crédito de um emissor muda</p><p>ao longo do tempo. Em geral, os ratings</p><p>tendem a ser estáveis, a menos</p>

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