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<p>8º Simpósio de Gestão Ambiental e Biodiversidade (07 a 09 de maio 2019)</p><p>ISSN 2525-4928 http://itr.ufrrj.br/sigabi/anais</p><p>IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA WETLANDS CONSTRUÍDOS COM VISTAS</p><p>TRATAMENTO E REUSO NÃO POTÁVEL DE EFLUENTES DE INDÚSTRIA DE</p><p>LATICÍNIOS, NA UNESA – CAMPOS DE GOYTACAZES.</p><p>Ruama Granjeão Neves1, Sandro Talyuli de oliveira Souza1, Tamires Carvalho dos</p><p>Santos1.</p><p>(1Universidade Estácio de Sá - UNESA, Av. Vinte e Oito de Março, 423 - Centro,</p><p>Campos dos Goytacazes - RJ, 28020-740; 1Autor de correspondência:</p><p>tamirescarvalhods@gmail.com)</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>Na indústria agropecuária, a utilização de água pode ocorrer de diversas formas, tais</p><p>como: incorporação ao produto; lavagens de máquinas, tubulações e pisos; águas de sistemas</p><p>de resfriamento e geradores de vapor; utilizada diretamente nas etapas do processo industrial;</p><p>esgotos sanitários, entre outros. Exceto pelo volume incorporado aos produtos e pelas perdas</p><p>por evaporação, as águas tornam-se contaminadas por resíduos do processo industrial ou pelas</p><p>perdas de energia térmica, originando assim os efluentes líquidos (Von Sperling, 2005).</p><p>A agricultura contribui para a degradação dos mananciais, que pode dar-se por meio</p><p>da contaminação dos corpos d’água por substancias orgânicas ou inorgânicas, naturais ou</p><p>sintéticas e também por agentes biológicos. Na maioria das vezes, geralmente empregada de</p><p>forma inadequada, as aplicações de fertilizantes e resíduos provenientes da criação intensiva</p><p>de animais, são considerados como uma das principais atividades relacionadas à perda de</p><p>qualidade da água nas áreas rurais.</p><p>Esta situação agrava-se principalmente em explorações com áreas relativamente</p><p>pequenas onde a disponibilidade de terras de cultivo não é suficiente para assimilar a</p><p>quantidade de resíduos produzidos, cumprindo os limites impostos pela legislação e seguindo</p><p>os princípios de fertilização racional dos solos. Para além dos nutrientes (principalmente</p><p>azoto (N), fósforo (P) e potássio (K)) e dos oligoelementos (metais pesados, sob a forma de</p><p>óxido de zinco e sulfato de cobre), os dejetos pecuários bovinos provenientes de explorações</p><p>intensivas possuem ainda quantidades substanciais de matéria orgânica, azoto amoniacal,</p><p>compostos voláteis (responsáveis por maus cheiros) e agentes patogénicos que não sendo</p><p>geridos e processados adequadamente, trazem consequências nefastas para o meio ambiente</p><p>(Mtnez-Almela et al., 2004).</p><p>O setor agroindustrial e a indústria de láctea podem ser definidos como uma junção de</p><p>atividades com objetivos finais de processar um único insumo básico que pode, através deste,</p><p>dar origem a uma gama de outros produtos. Assim, o processo produtivo dependerá dos tipos</p><p>e quantidades de produtos gerados pela indústria como, por exemplo: queijos, manteigas, leite</p><p>em pó, creme de leite, leite condensado, leite longa vida entre outros.</p><p>A indústria de laticínios no Brasil começou o seu desenvolvimento a partir da crise de</p><p>1929, com a queda das importações e o aumento da valorização de produtos nacionais. Nas</p><p>décadas de 50 e 60, com a construção de estradas, instalação da indústria e de equipamentos,</p><p>surgimento do leite B, invenção de novas embalagens, e a chegada de multinacionais ao país.</p><p>Também nas décadas de 70 e 90, devido à abertura de mercados internacionais, a criação do</p><p>MERCOSUL, o fim da intervenção governamental no preço do leite e a estabilização da</p><p>8º Simpósio de Gestão Ambiental e Biodiversidade (07 a 09 de maio 2019)</p><p>ISSN 2525-4928 http://itr.ufrrj.br/sigabi/anais</p><p>economia mundial com o fim da Guerra Fria; houve uma enorme contribuição para que no</p><p>ano de 2001 o Brasil já estivesse entre os maiores produtores mundiais de leite.</p><p>A indústria de laticínios é caracterizada por consumir grande volume de água para</p><p>operações de processamento e limpeza, gerando também vazões elevadas de efluentes (1,1 a</p><p>6,8 m³. m³ leite processado) contendo nutrientes, poluentes orgânicos persistentes e agentes</p><p>infectantes. A vazão dos efluentes líquidos varia ao longo do dia e depende diretamente das</p><p>operações de processamento ou de limpeza que ocorrem na empresa (Machado et al., 2002).</p><p>No Brasil não há diretrizes normatizadas sobre wetlands construídos, no entanto, a</p><p>NBR 7229 (ABNT, 1992) e NBR 13969 (ABNT, 1997) fornecem informações sobre a</p><p>construção diferentes unidades de pós-tratamento e disposição de efluentes líquidos de tanque</p><p>séptico, como o filtro de areia e valas de infiltração que possuem características similares de</p><p>projeto, implantação e operação com os wetlands construídos de fluxo vertical e horizontal</p><p>(Sezerino et al., 2012; Medeiros, 2017).</p><p>A implementação do Wetland Construído como opção de fitorremediação, está sendo</p><p>cada vez mais valorizada, visto que o mundo se aproxima da escassez de água, então a busca</p><p>por vários meios da sua reutilização é urgente. Partindo desse pré suposto este trabalho busca</p><p>avaliar o tratamento de efluente de laticínios por meio de Wetlands construídos na unidade da</p><p>UNESA em Campos dos Goytacazes utilizando as espécies vegetais Thypha domingensis,</p><p>Spathiphyllum wallisi e Anthurium andraeanum, mais conhecidas popularmente como Taboa,</p><p>Lírio da paz e Antúrio respectivamente.</p><p>MATERIAL E MÉTODOS</p><p>Foram construidas sistemas com as espécies Thypha domingensis, Spathiphyllum</p><p>wallisii e Anthurium andraeanum, Após o período de retenção de 5 dias estudo foi analisado a</p><p>efetividade de cada cultura separadamente.</p><p>O efluente foi cedido pela Cooperativa Agrária do Vale o Itabapoana LTDA,</p><p>localizada no município de Bom Jesus do Itabapoana – RJ (Latidude: 21°8’33,904” S;</p><p>Longitude 41°39’57,906” W). As amostras foram coletadas a cada semanalmente, por 5</p><p>meses.</p><p>As variáveis demanda bioquímica de oxigênio (DBO5), demanda química de oxigênio</p><p>(DQO), sólidos totais (ST), sólidos suspensos totais (SST), sólidos dissolvidos totais (SDT),</p><p>nitrogênio total Kjeldahl (NTK), fósforo total (P-total), potássio (K) e sódio (Na) excetuando-</p><p>se o potencial hidrogeniônico (pH) e a condutividade elétrica (CE), Coliformes Totais (CT),</p><p>Coliforme Termotolerantes (CTT) os quais serão medidos após a coleta do efluente e</p><p>posteriormente ao tratamento com o sistema de wetlands. As análises laboratoriais serão</p><p>realizadas no Laboratório de Engenharia Ambiental da UNESA – Campos de Goytacases, em</p><p>parceria com o Programa de Pós Graduação de Engenharia Agrícola da Universidade Federal</p><p>de Viçosa, em conformidade com recomendações do Standard Methods. (APHA et al., 2005),</p><p>para as análises da água de manancial, água residuária bruta e afluente e efluente. As variáveis</p><p>avaliadas e os respectivos métodos estão descritos a seguir: pH e CE – métodos</p><p>potenciométricos; DBO5 - quantificação do oxigênio dissolvido pelo método iodométrico</p><p>(Processo Winkler); DQO – método de oxidação química em refluxo aberto; ST e SST -</p><p>método gravimétrico; SDT - diferença entre os STs e os SSTs; NTK - processo semimicro</p><p>Kjeldahl. Após digestão nítrico-perclórico da amostra, foram quantificadas as concentrações</p><p>de P Total – espectrofotometria e Na e K - fotometria de chama, conforme descrito por Matos</p><p>et al., (2012).</p><p>8º Simpósio de Gestão Ambiental e Biodiversidade (07 a 09 de maio 2019)</p><p>ISSN 2525-4928 http://itr.ufrrj.br/sigabi/anais</p><p>Área de estudo</p><p>As amostras de efluente para análise dos parâmetros físico-químicos, foram coletadas</p><p>na Cooperativa Agrária do Vale o Itabapoana (CAVIL), localizada no município de Bom</p><p>Jesus do Itabapoana – RJ. A cooperativa foi fundada em 1948 e contava com 20 produtores de</p><p>leite, quando ainda era localizada no estado do Espirito Santo, vendo a necessidade de</p><p>expansão, a cooperativa foi transferida e inaugurada no dia 22 de abril de 2008 na sua atual</p><p>localização, que hoje conta com mais de mil associados.</p><p>Figura 1 – ETE onde o efluente e coletado. Fonte: Autores.</p><p>Para começar o processo de implantação</p><p>do sistema wetlands na UNESA foi necessário</p><p>ir a campo para coletar as espécies vegetais necessárias para a montagem do sistema. Para a</p><p>coleta de taboa fomos até a fazenda Marrecas, localizada no Açu, distrito de São João da</p><p>Barra – RJ, as demais espécies foram adquiridas em floriculturas.</p><p>Figura 2 – Coleta de Taboa na fazenda Marrecas – São João da Barra. (Fonte: Autores)</p><p>8º Simpósio de Gestão Ambiental e Biodiversidade (07 a 09 de maio 2019)</p><p>ISSN 2525-4928 http://itr.ufrrj.br/sigabi/anais</p><p>Após a coleta e compra das espécies vegetais escolhidas para o projeto, foi feita a</p><p>montagem do sistema com os seguintes materiais:</p><p>• 2 bombonas plásticas de 50 litros cortadas na lateral;</p><p>• 2 registros de plástico meia lua;</p><p>• 1,5 metros de cano de PVC;</p><p>• Durpox e silicone para vedar o sistema;</p><p>• 3 metros quadrados de tela para evitar a entrada de mosquitos;</p><p>• Brita fina usada como substrato</p><p>Após a coleta e confecção do material usado, foi de fato implantado o sistema Wetlands</p><p>construídos no estacionamento da UNESA, próximo ao anexo, esse primeiro passo para o</p><p>desenvolvimento prático do nosso trabalho.</p><p>Figura 3 – Sistema Wetlands. (Fonte: Autores)</p><p>RESULTADOS E DISCUSSÃO</p><p>Após o período de adaptação de 21 dias das espécies vegetais ao meio (duas semanas</p><p>na taboa e uma semana no lírio da paz e antúrio), foram coletadas as amostras para serem</p><p>analisadas. As análises foram essenciais para a verificação da efetividade do sistema, essas</p><p>análises foram feitas no mês de junho de 2018, no Laboratório de Engenharia Ambiental e</p><p>Sanitária da UNESA de Campos dos Goytacazes. Na Tabela 1, são demonstrados os</p><p>resultados obtidos após três repetições amostrais.</p><p>8º Simpósio de Gestão Ambiental e Biodiversidade (07 a 09 de maio 2019)</p><p>ISSN 2525-4928 http://itr.ufrrj.br/sigabi/anais</p><p>Tabela 1. Análise do efluente bruto e pós tratamento após 21 dias de retenção.</p><p>*Desvio Padrão calculado com base de três repetições experimentais</p><p>Parâmetros Bruto Taboa + Lírio da</p><p>paz</p><p>Eficiência de</p><p>remoção (%)</p><p>Taboa +Antúrio Eficiência de</p><p>remoção</p><p>(%)</p><p>Sólidos suspensos voláteis (mg/L) 4400 (±13,98*) 1120 (23,98*) 74% 1689 (±41,76*) 61%</p><p>Sólidos suspensos totais (mg/L) 8390 (±10,78*) 4822 (±31,98*) 42% 5011,98 (±23,99*) 40%</p><p>DQO (mg/L) 3765 (±8,91*) 445 (±3,01*) 88% 337 (±2,09*) 91%</p><p>DBO5 (mg/L) 1288 (±36,06*) 53,42 (±2,19*) 95% 55,12 (±3,98*) 95%</p><p>Proteína (mg/L) 567 (±7,21*) 140,92 (±23,41*) 75% 165,91 (±23,91*) 70%</p><p>Gorduras/Óleos e graxas (mg/L) 15,87 (±2,05*) 1,31 (±0,04*) 91% 0,98 (±0,31*) 93%</p><p>Carboidratos (mg/L) 422 (±5,87*) 279 (±21,01*) 33% 308,11 (±31,98*) 26%</p><p>Amônia – N (mg/L) 85 (±4,09*) 19,01 (±2,82*) 77% 17,71 (±3,05*) 79%</p><p>Nitrogênio (mg/L) 129 (±2,91*) 61,09 (±1,99*) 52% 61,09 (±2,01*) 52%</p><p>Fósforo (mg/L) 205 (±5,33*) 58 (±2,01*) 71% 63 (±2,13*) 69%</p><p>Sódio (mg/L) 245 (±2,81*) 103 (±1,91*) 57% 99,02 (±1,98*) 59%</p><p>Cloretos (mg/L) 166 (±4,23*) 73,98 (±3,23*) 55% 68,91 (±1,43*) 58%</p><p>Cálcio (mg/L) 73(±1,82*) 42,91 (±2,41*) 41% 41,98 (±3,81*) 42%</p><p>pH 4,9 (±0,41*) 7,28 (±1,11*) -48% 6,19 (±0,82*) -26%</p><p>Condutividade (s/cm) 150 (±2,22*) 21,09 (±1,15*) 85% 27,01 (±2,11*) 81%</p><p>Coliformes Totais (NMP/100 mL) 23.000 (±150*) 4780 (±100*) 79% 4010 (±100*) 82%</p><p>Coliformes Termotolerantes (NMP/100</p><p>mL)</p><p>12.000 (±150*) 1900 (±150*) 84% 1870 (±150*) 84%</p><p>8º Simpósio de Gestão Ambiental e Biodiversidade (07 a 09 de maio 2019)</p><p>ISSN 2525-4928 http://itr.ufrrj.br/sigabi/anais</p><p>A variação dos valores de pH encontrados nas análises indicou que os níveis se</p><p>mantiveram próximos sendo. Os parâmetros do pH atendem aos estipulados pela Resolução</p><p>CONAMA Nº 430/2011 onde e considerado ideal para o lançamento de efluentes a faixa entre</p><p>5 e 9.</p><p>Os valores de pH encontrados são semelhantes aos de Dias et al., (2016), que</p><p>pesquisaram três espécies de macrófitas aquáticas para tratamento do efluente coletado no</p><p>riacho Mussuré, em que antes e após o tratamento o pH manteve-se neutro e apresentou</p><p>valores entre 6 e 7, a macrófita que apresentou melhor resultado foi o aguapé com pH 7.</p><p>Assim como nas análises de turbidez, houve uma considerável redução na</p><p>condutividade elétrica do efluente tratado 96% de eficiência no sistema com plantas. No</p><p>estudo de França et al. (2014) com a utilização de macrófitas aquáticas no tratamento de</p><p>efluentes domésticos os valores de condutividade elétrica apresentaram pouca variação de</p><p>20,11% a 23,60%. Os dados reforçam que a considerável redução na condutividade elétrica</p><p>está associada à decantação e a remoção da turbidez. Vale ressaltar que as culturas também</p><p>atuam na absorção de íons.</p><p>O maior valor de ST encontrado corresponde à análise do efluente bruto sem</p><p>tratamento, ocasionado por coletas de amostras com cargas maiores de resíduos provenientes</p><p>do processo industrial. A amostra do tanque de plantas apresentou redução de 97%, valor</p><p>relacionado à atividade vegetal e ao processo de decantação.</p><p>Os resultados microbiológicos atenderam ao regulamento, o uso de wetlants com</p><p>potencial redutor no numero de coliformes totais e fecais. A maioria dos estudos mostra que</p><p>a remoção de DBO5,20 por sistemas alagados construídos atinge uma eficiência satisfatória:</p><p>remoção de 90% para águas cinza (Begosso, 2009); remoção de 80% para efluentes</p><p>domésticos (Calijuri et al., 2009); 85% de remoção de DBO5,20 no tratamento de efluente de</p><p>suinocultura (Ramos, 2011); remoção de 98,97% no tratamento de efluentes de laticínios</p><p>(Silva, 2010); e Abrahão (2006) obteve uma eficiência média de 91,8% para DBO5,20 para</p><p>todos os sistemas alagados construídos avaliados. Isto representa uma eficiência relativamente</p><p>alta na remoção e degradação de matéria orgânica.</p><p>A eficiência de remoção de compostos nitrogenados é variável em conformidade com</p><p>o tipo de efluente e de SAC. Para remoção de nitrogênio de um efluente de laticínios,</p><p>Mendonça et al. (2012) alcançaram uma eficiência variando entre 29,4 a 73,4%, já Silva</p><p>(2010) atingiu 98,73% de remoção do nitrogênio total para o mesmo efluente industrial.</p><p>Ramos (2011) obteve remoção entre 36 a 48% de nitrogênio total do sistema operando no</p><p>tratamento de água residuária da suinocultura, já Fia et al. (2010) obtiveram menores</p><p>eficiências na remoção do nitrogênio total, de 7,9 a 34,3% no tratamento de águas do</p><p>processamento dos frutos do cafeeiro. Calijuri et al. (2009) alcançaram até 60% de eficiência</p><p>de remoção de nitrogênio total no tratamento de esgoto doméstico.</p><p>Fia et al. (2010) utilizou para o tratamento das águas do processamento dos frutos do</p><p>cafeeiro 3 filtros anaeróbios e em seqüência dispostos em 6 sistemas de alagados construídos</p><p>em escala piloto de fluxo subsuperficial horizontal, como vegetação utilizou-se duas espécies</p><p>forrageiras: Azevém (Lolium multiflorum) e Aveia-preta (Avena strigosa Schreb). Esse teste</p><p>foi realizado durante 55 dias no período do inverno e colheita dos frutos e em 5 amostragens</p><p>foram avaliados parâmetros como: pH, nitrogênio total (N), potássio total (K) e fósforo total</p><p>(P). As remoções de Nt foram consideradas boas, mas variaram de acordo com a carga</p><p>aplicada, assim como a remoção de Pt e a remoção de Kt foi considerada relativamente baixa</p><p>(14%).</p><p>8º Simpósio de Gestão Ambiental e Biodiversidade (07 a 09 de maio 2019)</p><p>ISSN 2525-4928 http://itr.ufrrj.br/sigabi/anais</p><p>No ciclo hidrológico o processo de retorno da água ocorre por meio da evaporação de</p><p>água do solo e a transpiração da água pelas plantas, esses dois processos são conhecidos como</p><p>evapotranspiração. A evapotranspiração é influenciada pela incidência de luz solar,</p><p>temperatura, pressão atmosférica a fase fenológica da planta. (Gallina, 2010) A</p><p>evapotranspiração é um fator que influencia nos processos ocorridos nos SACs, pois interfere</p><p>no balanço hídrico do sistema. Alcântara; Freitas e Santana (2012) avaliaram a influência da</p><p>escolha do tipo de espécie em SACs na evapotranspiração</p><p>do sistema, a menor taxa de</p><p>evapotranspiração ocorreu no SAC testemunha (sem planta) com 3,2 mm.d-1 e a maior taxa</p><p>foi a do SAC plantado com a espécie taboa (Typha latifólia) com 21,1 mm.d-1 de</p><p>evapotranspiração. O estudo realizado por Gallina (2010) propôs pelo cálculo da</p><p>evapotranspiração um sistema alagado construído que diminuísse ou que nenhum efluente da</p><p>vinícola precisasse ser descartado nos corpos hídricos. Os estudos foram satisfatórios e</p><p>mostraram que a evapotranspiração em SACs é uma alternativa para minimizar impactos</p><p>causados aos corpos hídricos.</p><p>Brião (2005) ao utilizar o método de ultrafiltração para o tratamento de efluentes de</p><p>laticínios, observou que ao final o processo reduziu uma média de 65% a 76% de DQO e</p><p>quanto ao fósforo foram removidos na faixa de 40 a 50%. Enquanto que Coleraus (2003) ao</p><p>utilizar filtro biológico para tratamento de efluentes de laticínios, obteve eficiência média do</p><p>processo para remoção de DBO de 84,2%, nitrogênio de 78,1% e fósforo de 38,8%.</p><p>Freitas (2006) ao tratar águas residuárias da suinocultura em sistemas alagados</p><p>construidos de fluxo subsuperficial, concluiu que a fração de fósforo orgânico foi removida</p><p>pela imobilização microbiológica no meio suporte, tal como observado por Lee et al. (2004).</p><p>CONCLUSÃO</p><p>De modo geral, as espécies vegetais avaliadas se adaptaram bem ao sistema Wetlans</p><p>construídos que desenvolvemos e com o efluente liquido da indústria de laticínios que nós</p><p>utilizamos nos diferentes testes de retenção hídrica. O sistema Wetlands construídos se</p><p>mostrou muito eficiente na remoção de matéria orgânica e nutriente dos efluentes de laticínios</p><p>que foram analisados. As espécies vegetais utilizadas tiveram um excelente desempenho na</p><p>melhoria de dois parâmetros fundamentais para a viabilidade do projeto que foram a DBO e</p><p>DQO, que tiveram uma redução drástica em sua concentração. O sistema Wetlands</p><p>construídos se mostrou muito eficiente no quesito remoção de coliformes totais e</p><p>termotolerantes.</p><p>AGRADECIMENTOS</p><p>Á FAPERJ, UNESA e UFV pelo apoio técnico-financeiro recebido.</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>Abrahão, S. S. Tratamento De Água Residuária De Laticínios Em Sistemas Alagados</p><p>Construídos Cultivados Com Forrageiras. 2006. 110f. Tese (Doutorado) – Universidade</p><p>Federal De Viçosa, Viçosa, 2006.</p><p>Begosso, L. Determinação De Parâmetros De Projeto E Critérios Para Dimensionamento E</p><p>Configuração De Wetlands Construídas Para Tratamento De Água Cinza. 2009. 43f.</p><p>Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal De Mato Grosso Do Sul, Campo Grande,</p><p>2009.</p><p>8º Simpósio de Gestão Ambiental e Biodiversidade (07 a 09 de maio 2019)</p><p>ISSN 2525-4928 http://itr.ufrrj.br/sigabi/anais</p><p>Brião, V. B. Celia, R. G. T.; Caleffi, R. D. Ultrafiltração De Efluentes De Laticínios. In:</p><p>XXIII congresso brasileiro de engenharia sanitaria ambiental. 2005. Campo Grande - MS.</p><p>Calijuri, M. L.; Bastos, R. K. X.; Magalhães, T. B.; Capelete, B. C.; Dias, E. H. O.Tratamento</p><p>De Esgotos Sanitários Em Sistemas Reatores UASB / Wetlands Construídas De Fluxo</p><p>Horizontal : Eficiência E Estabilidade De Remoção De Matéria Orgânica , Sólidos ,</p><p>Nutrientes E Coliformes. Eng Sanit. Ambient. 2009; 14: 421–430.</p><p>Coleraus, D.; Brião, V. B. Filtro Biológico Para Tratamento De Efluentes De Laticínios. In:</p><p>XXII CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA SANITARIA AMBIENTAL.</p><p>Joinvile, 2003.</p><p>Conama- Conselho Nacional Do Meio Ambiente. Resolução Conama Nº 357, De 17 De</p><p>Março De 2005. Disponível Em:<Www.Mma.Gov.Br/Port/Conama.Acesso Em 16 Jul 2018.</p><p>Dias, N. S.; Lira, R. B.; Brito, R. F.; Sousa Neto, O. N.; Ferreira Neto, M.; Oliveira, A. M.</p><p>Produção De Melão Rendilhado Em Sistema Hidropônico Com Rejeito Da Dessalinização De</p><p>Água Em Solução Nutritiva.Rev. Bras. Eng. Agríc. Ambient. 2010;14: 755–761.</p><p>Fia, R.; Matos, A. T.; Lambert, T. F. ; Fia, F. R. L.; Matos, M. P. Tratamento Das Águas Do</p><p>Processamento Dos Frutos Do Cafeeiro Em Filtro Anaeróbio Seguido Por Sistema Alagado</p><p>Construído: Ii - Remoção De Nutrientes E Compostos Fenólicos. Artigo Técnico. Engenharia</p><p>Agrícola, Jaboticabal, V.30, N.6, P.1203-1213, Nov./Dez. 2010.</p><p>França, J. B. De A; Moraes, T. V.; Vaz, Da C.; Ferreira, A. A.; Soares, F. A. L. Tratamento</p><p>De Efluente Doméstico Com Macrófitas Aquáticas Para Reúso Na Fertirrigação. Irriga. 2014;</p><p>1: 85–93.</p><p>Freitas, W. S. Desempenho De Sistemas Alagados Construídos, Cultivados Com Diferentes</p><p>Espécies Vegetais, No Tratamento De Águas Residuárias suinocultura. 2006. 159f. Tese</p><p>(Doutorado em Engenharia Agrícola) - Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG, 2006</p><p>Gallina, P. R. Cálculo De Evapotranspiração Através Do Sistema Wetland Construído: Estudo</p><p>De Caso Vinícola Gheller De Guaporé – RS. 2010. 79f. Trabalho De Conclusão De Curso</p><p>(Graduação) – Curso De Engenharia Ambiental. Centro Universitário UNIVATES, Lajeado,</p><p>2010. Alcântara; Freitas E Santana (2012)</p><p>Lee, C. Y.; Lee, C. C.; Lee, F. Y.; Tseng, S. K.; Liao, C. J. Performance Of Subsurface Flow</p><p>Constructed Wetlands Taking Pretreated Swine Effluent Under Heavy Loads. Bioresource</p><p>Technology, N. 92, N. 2, P. 173-179, 2004.</p><p>Machado, R. M. G.; Freire, V. H.; Silva, P. C.; Figueredo, D. V.; Ferreira, P. E. Controle</p><p>Ambiental Em Pequenas E Médias Indústrias De Laticínios. Belo Horizonte-MG: Projeto</p><p>Minas Ambiente, 2002.</p><p>Medeiros, D.M. Estudo Sobre Aplicação De Wetlands Construídos Para Tratamento De</p><p>Esgoto Em Loteamentos, Condomínios E Comunidades Isoladas. 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