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Com ampla vivência</p><p>pastoral, o autor escreve com a sensibilidade de alguém que</p><p>compartilha sua experiência espiritual a fi m de encorajar,</p><p>motivar e orientar aqueles que partilham com ele a jornada</p><p>rumo ao lar eterno.</p><p>Mais do que um livro, este devocional proporciona o encontro</p><p>entre um pastor e suas ovelhas, no qual a Bíblia tem sua pri-</p><p>mazia reafi rmada, e as refl exões a partir do texto sagrado se</p><p>tornam dicas valiosas para vencer os maiores desafi os da vida.</p><p>ZINALDO A. SANTOS, graduado e mestre em</p><p>Teologia, ao longo de 40 anos de ministério, foi</p><p>pastor distrital, coordenador de departamentos e</p><p>editor na Casa Publicadora Brasileira, especialmente</p><p>da revista Ministério.</p><p>A</p><p>Neste devocional, Zinaldo A. Santos</p><p>abre o coração e compartilha</p><p>seus pensamentos e impressões</p><p>a respeito da graça divina. Sua</p><p>experiência pastoral lhe permite</p><p>tocar em assuntos do cotidiano</p><p>com sensibilidade e sabedoria,</p><p>fazendo com que os textos bíblicos</p><p>escolhidos para cada dia sejam, de</p><p>fato, instrumentos para “ensinar a</p><p>verdade, condenar o erro, corrigir as</p><p>faltas e ensinar a maneira certa de</p><p>viver” (2Tm 3:16, NTLH).</p><p>Zinaldo A. Santos é natural de Cruz</p><p>das Almas, Bahia. Formou-se em</p><p>Teologia em 1975, pelo Educandário</p><p>Nordestino Adventista, em Belém</p><p>de Maria, Pernambuco. Foi pastor</p><p>distrital nos estados da Bahia,</p><p>Sergipe e Minas Gerais. Além disso,</p><p>coordenou departamentos nas</p><p>regiões Norte e Nordeste do Brasil.</p><p>Por 25 anos trabalhou como editor</p><p>na Casa Publicadora Brasileira, dos</p><p>quais dedicou 23 anos à revista</p><p>Ministério, periódico internacional</p><p>dirigido a pastores e líderes</p><p>de igreja.</p><p>Casado com Lenice Santos,</p><p>tem três fi lhas e quatro netos.</p><p>39784 – CapaMD2020_bro 26|07|2019 11:03 Designer Editor(a) Coor. Ped. R. F. CustosC. Q.P1P4</p><p>Pa</p><p>nt</p><p>on</p><p>e</p><p>74</p><p>67</p><p>U</p><p>/</p><p>A</p><p>zu</p><p>l A</p><p>st</p><p>ra</p><p>l</p><p>Designer Editor(a) Coor. Ped. R. F. CustosC. Q.</p><p>CORAÇÃO</p><p>CORAÇÃO</p><p>DE</p><p>A</p><p>M E D I T A Ç Õ E S D I Á R I A S</p><p>Z I N A L D O A. S A N T O S</p><p>Casa Publicadora Brasileira</p><p>Tatuí, SP</p><p>2020</p><p>39784 – MD_2020_De Coração a Coração</p><p>Designer Editor(a) Coor. Ped. R. F.C. Q.P4</p><p>8/8/2019 17:11</p><p>Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)</p><p>(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)</p><p>Santos, Zinaldo A.</p><p>Meditações diárias : de coração a coração /</p><p>Zinaldo A. Santos. – Tatuí, SP : Casa Publicadora</p><p>Brasileira, 2020.</p><p>ISBN 978-85-345-2769-9 (brochura)</p><p>ISBN 978-85-345-2768-2 (encadernada)</p><p>1. Literatura devocional 2. Meditações 3. Vida</p><p>cristã 4. Vida espiritual I. Título.</p><p>19-28024 CDD-242.2</p><p>Índices para catálogo sistemático:</p><p>1. Meditações diárias : Vida cristã : Cristianismo</p><p>242.2</p><p>Maria Paula C. Riyuzo – Bibliotecária – CRB-8/7639</p><p>Direitos de publicação reservados à</p><p>Casa Publicadora Brasileira</p><p>Rodovia SP 127 – km 106</p><p>Caixa Postal 34 – 18270-970 – Tatuí, SP</p><p>Tel.: (15) 3205-8800 – Fax: (15) 3205-8900</p><p>Atendimento ao cliente: (15) 3205-8888</p><p>www.cpb.com.br</p><p>1a edição: 80 mil</p><p>2020</p><p>Coordenação Editorial: Diogo Cavalcanti</p><p>Editoração: Wellington Barbosa</p><p>Revisão: Adriana Seratto e Luciana Gruber</p><p>Editor de Arte: Thiago Lobo</p><p>Projeto Gráfico: Alexandre Rocha</p><p>Capa: Eduardo Olszewski</p><p>Imagem da Capa: Adobe Stock</p><p>IMPRESSO NO BRASIL / Printed in Brazil</p><p>Tipologia: Expo Serif Pro 9,4/13 – 18393/39784</p><p>Produto: 18555 (Encadernado); 18554 (Brochura)</p><p>Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução total</p><p>ou parcial, por qualquer meio, sem prévia autorização escrita</p><p>do autor e da Editora.</p><p>Os textos bíblicos citados neste livro foram extraídos da versão</p><p>Almeida Revista e Atualizada, 2ª edição, salvo outra indicação.</p><p>3</p><p>Agradecimentos</p><p>A Deus, pela graça a mim revelada, concedendo-me vida, salvação em</p><p>Cristo Jesus e a vocação pastoral.</p><p>À Lenice, minha esposa, “ajudadora idônea” em todos os momentos, todas</p><p>as circunstâncias e atividades, nestes 45 anos de vida e ministério em comum.</p><p>Às minhas filhas Denise, Aline e Évelyn. A feliz expectativa com que acom-</p><p>panharam cada passo deste trabalho foi grande incentivo para mim.</p><p>Aos amigos, colegas de ministério, que igualmente muito contribuíram</p><p>com palavras incentivadoras e sugestões valiosas.</p><p>39784 – MD_2020_De Coração a Coração</p><p>Designer Editor(a) Coor. Ped. R. F.C. Q.P4</p><p>8/8/2019 17:11</p><p>Apresentação</p><p>Em um sermão a que assisti no sábado, 13 de janeiro de 2018, ouvi do</p><p>pregador, pastor Márcio Dias Guarda, a seguinte citação: “Tudo o que começa</p><p>com a graça leva à glória.” De modo resumido, essa frase nos leva de volta à</p><p>reflexão sobre o ponto de partida da vida cristã, o meio pelo qual somos sus-</p><p>tentados em seu transcurso e conduzidos ao ponto mais alto: a glória celestial.</p><p>Houve um momento na vida em que nos tornamos conscientes da graça</p><p>divina disponível a nós. Por ela fomos alcançados e a ela nos rendemos, dando</p><p>início a uma jornada rica em experiências. Não podemos dizer que seja uma</p><p>caminhada fácil. Há desafios ao longo do caminho, propensões e tendências</p><p>a serem mortificadas, renúncia de alguns planos e “prazeres”. Há disciplinas</p><p>às quais devemos nos submeter, deveres a cumprir. Nem por isso precisa ser</p><p>uma caminhada angustiante. É intensa, mas positiva, exercitadora de fé e con-</p><p>fiança. Ellen White lembra que “a vida em Cristo é uma vida de descanso. Pode</p><p>não haver êxtase de sentimentos, mas deve existir uma confiança constante e</p><p>tranquila. Sua esperança não está em si mesmo, mas em Cristo. Sua fraqueza</p><p>está ligada à Sua força; sua ignorância, à Sua sabedoria; sua fragilidade, ao Seu</p><p>eterno poder. Por isso, não olhe para você mesmo. Não permita que seus pen-</p><p>samentos fiquem centralizados no próprio eu, mas olhe para Cristo. Pense em</p><p>Seu amor, Sua beleza e na perfeição do Seu caráter” (Caminho a Cristo, p. 70).</p><p>Diante disso, como duvidar de que, pela graça de Deus, chegaremos vito-</p><p>riosos à glória? Que seria de nós, não fosse a graça divina? Para onde iríamos?</p><p>Quanto mais olho para mim, mais apaixonado e agradecido sou pela graça, e</p><p>não conheço nenhum cristão que tenha razões para minimizar tal sentimento</p><p>a respeito de si mesmo.</p><p>É essa bendita realidade, esperança que se transforma em certeza, que esta</p><p>meditação diária se propõe a compartilhar e relembrar aos leitores. Trata-se</p><p>de uma conversa pastoral, de coração a coração, na qual dividimos experiên-</p><p>cias, expectativas e certezas, e somos abençoados. Cada texto deste devocional</p><p>foi acompanhado de uma sincera prece no sentido de que seja um poderoso</p><p>veículo para glorificação do nome de Deus e bênção para os leitores.</p><p>Enquanto, à sombra da graça, trilhamos a jornada cristã até à glória, que</p><p>o Senhor cumpra Seus propósitos em nossa vida!</p><p>Zinaldo A. Santos</p><p>5</p><p>1O DE JA N E I RO QU A RTA</p><p>Contagem para a eternidade</p><p>Ensina-nos a contar os nossos dias, para que</p><p>alcancemos coração sábio. Salmo 90:12</p><p>Pela graça de Deus, chegamos a mais um ano. Expectativas são refeitas,</p><p>propósitos são restabelecidos. Ideais e sonhos ganham novo alento. A vida</p><p>parece renascer. O que os dias que se seguirão a este têm para nós? Não sabe-</p><p>mos, mas Deus sabe e tem tudo sob controle. Isso é suficiente para eliminar-</p><p>mos toda centelha de temor e ansiedade quanto ao amanhã.</p><p>Um texto bíblico muito importante para este dia é o Salmo 90. Nele, Moisés</p><p>apresenta Deus como refúgio diante da instabilidade da vida, realçando a eter-</p><p>nidade Dele em contraposição à brevidade da existência humana. Antes do</p><p>passado mais remoto e além do futuro muito distante, Ele é. Povos e nações</p><p>mudam. O tempo</p><p>passa rapidamente, o ser humano envelhece e, como a</p><p>chama que se apaga a um sopro, extingue-se. Mas Deus permanece imutável.</p><p>Não pode haver abrigo mais seguro contra as tempestades que, certamente,</p><p>enfrentaremos.</p><p>O transcorrer dos anos nos traz à lembrança a transitoriedade da vida. Para</p><p>Deus, mil anos são como “a vigília da noite” (v. 4), ou seja, nada mais do que</p><p>quatro horas. Os seres humanos “são breves como o sono; são como a relva</p><p>que brota ao amanhecer; germina e brota pela manhã, mas, à tarde, murcha</p><p>e seca” (v. 5, 6, NVI).</p><p>Para nós, isso nada mais é do que uma advertência para que procuremos</p><p>crescer na graça da semelhança com Jesus, abrigados pela fé no refúgio que é</p><p>o próprio Salvador. Devemos considerar o quanto nossa vida é curta, para que</p><p>busquemos o conhecimento de Deus, antes que sejamos chamados ao des-</p><p>canso da morte. Senhor, “ensina-nos a contar os nossos dias”, para que possa-</p><p>mos empregar sabiamente o tempo que, por Tua graça, nos concedes! Essa deve</p><p>ser nossa constante oração. Foi em busca dessa experiência que Moisés orou.</p><p>Hoje, a graça divina abre-nos as portas para mais uma fase em nossa con-</p><p>tagem dos dias rumo à eternidade. Se pensarmos que estamos caminhando</p><p>para o fim da vida, podemos imaginá-la como sendo regressiva. Se tivermos</p><p>em mente que estamos um ano mais perto do encontro com o Senhor nos</p><p>ares, podemos considerá-la em termos progressivos. Contar os dias é fun-</p><p>damental para que obtenhamos sabedoria divina a fim de viver cada dia do</p><p>novo ano. Ela nos fará saltar da graça para a glória eterna. Você e eu preci-</p><p>samos dela.</p><p>39784 – MD_2020_De Coração a Coração</p><p>Designer Editor(a) Coor. Ped. R. F.C. Q.P4</p><p>8/8/2019 17:11</p><p>6</p><p>2 DE JA N E I RO QU I N TA</p><p>Agradeça sempre</p><p>Seja a paz de Cristo o árbitro em vosso coração, à qual, também, fostes</p><p>chamados em um só corpo. E sede agradecidos. Colossenses 3:15</p><p>Você pode ter ouvido e falado muito sobre gratidão nos últimos dias, mas</p><p>refletir sobre essa virtude nunca é demais. Afinal, como afirmou o filósofo</p><p>romano Cícero, “a gratidão não é apenas a maior das virtudes, mas a mãe de</p><p>todas elas”. O teólogo Harold H. Rowley chegou a defini-la como o mais reli-</p><p>gioso dos sentimentos.</p><p>De fato, a gratidão nos remete a Deus, sempre incansável em inundar nossa</p><p>vida com bênçãos preciosas. Não seria exagero afirmar que contribuímos para</p><p>empobrecer nossa vida pela falta de reconhecimento a Ele. Entre as marcas</p><p>da depravação do ser humano, relacionadas no primeiro capítulo da carta aos</p><p>Romanos, Paulo mencionou a falta de reconhecimento (Rm 8:21). “A indispo-</p><p>sição de dar graças a Deus por Seu amor e bondade para com os homens é uma</p><p>das causas da corrupção e da idolatria. A ingratidão endurece o coração e leva as</p><p>pessoas a se esquecerem Daquele a quem não estão dispostas a expressar gra-</p><p>tidão” (Comentário Bíblico Adventista, v. 6, p. 522).</p><p>De acordo com especialistas da Medicina, a gratidão aprimora a saúde</p><p>cardíaca, melhora o otimismo, o humor, a qualidade do sono, a autoestima e</p><p>os relacionamentos.</p><p>Gratidão é um tema importante nos Salmos e em outras partes das</p><p>Escrituras. Uma delas é o texto de hoje: “sede agradecidos” (do grego eucharistos,</p><p>que significa “cheio de gratidão”). E mais: “Em tudo dai graças” (1Ts 5:18), indi-</p><p>cando que a gratidão é uma virtude a ser mantida tanto nos dias bons como</p><p>nas tempestades da vida. Nesse caso, devemos agradecer pelas lições e expe-</p><p>riências então adquiridas.</p><p>Muitos têm experimentado a paz decorrente da gratidão. Depois de visi-</p><p>tar pontos turísticos da ilha de Trinidad e Tobago, um grupo de cristãos</p><p>norte-americanos foi a um leprosário para um culto. Depois de cantarem alguns</p><p>hinos, ele ofereceu aos participantes a oportunidade de sugerir um cântico. Foi</p><p>então que uma pessoa sentada no último banco, de costas para a plataforma</p><p>e com a cabeça coberta, virou-se e ergueu a mão. Era uma senhora que já não</p><p>tinha nariz nem lábio superior. Com os dentes à mostra, balbuciou algumas</p><p>palavras à enfermeira a seu lado, e esta anunciou: “Ela está pedindo que can-</p><p>temos o hino ‘Conta as bênçãos’” (Hinário Adventista do Sétimo Dia, no 244).</p><p>Mantendo essa atitude hoje, teremos um dia excelente!</p><p>7</p><p>3 DE JA N E I RO SE X TA</p><p>Livres para avançar</p><p>Esquecendo-me das coisas que para trás f icam e avançando para as que</p><p>diante de mim estão, prossigo para o alvo. Filipenses 3:13, 14</p><p>Entre os personagens da mitologia grega, estavam Mnemosine e Lete.</p><p>A primeira era a deusa da memória; a segunda, personificava o esquecimento.</p><p>Enquanto Mnemosine era mãe das musas que inspiravam poetas, Lete era</p><p>relacionada ao sono e à morte. Entretanto, esquecer faz parte da vida. Alguém</p><p>já se referiu ao esquecimento como “um mecanismo de limpeza que ajuda</p><p>a otimizar o trabalho do cérebro”, livrando-o de lembranças desagradáveis</p><p>que geralmente nos tornam escravos da angústia. Por outro lado, excessivo</p><p>apego ao passado de vitórias também pode nos prejudicar, impedindo-nos</p><p>de avançar para maiores conquistas que ainda estão diante de nós.</p><p>Felizmente, Deus nos abençoou com a faculdade de esquecer. O apóstolo</p><p>Paulo, por exemplo, tanto experimentou sucessos como fracassos. Mas se</p><p>esqueceu de tudo e escolheu não permitir que isso se tornasse obstáculo ao</p><p>progresso de sua caminhada cristã. De fato, podemos decidir que nenhuma</p><p>lembrança que nos entristeça hoje, nada que detenha ou dificulte a jornada</p><p>seja acariciado em nossa mente.</p><p>No livro O Seu Problema É Você Mesmo, Roy. Smith conta a experiência do</p><p>bispo metodista Samuel Fallows que, certa noite, saiu desanimado da igreja.</p><p>Uma reunião de comissão havia sido muito difícil. Ao chegar em casa, sua</p><p>esposa percebeu que algo não estava bem. O bispo a cumprimentou carinho-</p><p>samente, mas, recusando o costumeiro copo de leite quente com que ela sem-</p><p>pre o recebia, contou-lhe o ocorrido e foi direto para o quarto. Preocupada, a</p><p>Sra. Fallows não conseguiu dormir durante boa parte da noite. Ao amanhecer,</p><p>vendo que ele não estava na cama, procurou-o pela casa a fim de aconselhá-lo</p><p>e reanimá-lo. Ouviu, então, o barulho dos aparelhos de ginástica e o som de</p><p>alguém cantarolando o hino “Manancial de Toda Bênção” (Hinário Adventista</p><p>Sétimo Dia, no 214).</p><p>“Samuel!”, ela questionou, “e a reunião da comissão?”</p><p>“Reunião da comissão? Que há com ela?”, respondeu o bispo Fallows, ao que</p><p>a esposa replicou: “Deve ter sido terrível; pensei que fosse descansar mais um</p><p>pouco hoje.” “Oh, querida”, disse o esposo, “isso foi ontem! Hoje é um novo dia!”</p><p>Então, livres e em paz, vamos à luta!</p><p>39784 – MD_2020_De Coração a Coração</p><p>Designer Editor(a) Coor. Ped. R. F.C. Q.P4</p><p>8/8/2019 17:11</p><p>8</p><p>4 DE JA N E I RO SÁ BA DO</p><p>Tempo de adorar</p><p>“Adorai o Senhor na beleza da Sua santidade.” 1 Crônicas 16:29</p><p>Ao ser interpelado pela mulher samaritana (Jo 4:19-24), Jesus deixou claro</p><p>que a verdadeira adoração é um encontro do ser humano com Deus. Vai muito</p><p>além dos locais e dos rituais construídos pelo homem. É uma experiência pes-</p><p>soal e direta. Não se trata de ritual nem de formalismo, mas de uma experiên-</p><p>cia vital, que implica relacionamento próximo. Por seu intermédio, a criatura</p><p>e o Criador, o finito e o Infinito, se unem com laços fortes.</p><p>Adoração é reconhecimento. Por meio dela obtém-se um conceito cor-</p><p>reto de quem é Deus e do que Ele representa: santidade, dignidade, majes-</p><p>tade e poder. Assim Ele é reverenciado, exaltado, honrado e enaltecido por</p><p>ser “o Alto, o Sublime, que habita a eternidade, O qual tem o nome de Santo”</p><p>(Is 57:15). Desse modo, adquirimos a clara compreensão de que o Senhor é</p><p>digno de “receber a glória, a honra e o poder”, porque criou “todas as coisas”.</p><p>Por Sua vontade elas “vieram a existir e foram criadas” (Ap 4:11).</p><p>Adoração é também companheirismo com Deus. “Ele Se revela e Se comu-</p><p>nica com o adorador. Esse exercício [...] tem duas vias, de endereçar e receber.</p><p>Deus fala [...] e nós ouvimos. Deus age porque em Cristo tem agido deci-</p><p>sivamente; nós aceitamos e damos” (Horne Silva, Culto e Adoração, p. 15).</p><p>E,</p><p>assim, Lhe respondemos tributando devoção e fervor, em uma combinação</p><p>de respeito e amor. Deus como Criador inspira respeito. Como Redentor, ins-</p><p>pira amor. É assim que O adoramos em espírito e em verdade.</p><p>Finalmente, a verdadeira adoração é serviço. Seu propósito principal não</p><p>é apenas tornar o ser humano um receptor das bênçãos de Deus, mas levá-lo</p><p>a prestar tributo a Ele, oferecendo seus dons ao Criador com fé sincera e total</p><p>obediência. Devemos oferecer “sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por</p><p>intermédio de Jesus Cristo” (1Pe 2:5). Por isso, oferecemos a Ele nossa vida.</p><p>A expressão mais elevada do serviço como adoração é a entrega do próprio ser,</p><p>a apresentação do nosso corpo “por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus”</p><p>(Rm 12:1). No entanto, a verdadeira adoração não está completa com a entrega</p><p>da nossa vida ao Senhor, a menos que sirvamos a nosso semelhante. Este é</p><p>mais um dia em que podemos adorar ao Senhor, servir a Ele e a nosso próximo.</p><p>9</p><p>5 DE JA N E I RO DOM I NG O</p><p>A teologia da renúncia</p><p>Se alguém quer vir após Mim, a si mesmo se negue, tome a</p><p>sua cruz e siga-Me. Marcos 8:34</p><p>Em 5 de janeiro de 1980, fui ordenado ao ministério pastoral. A cerimônia,</p><p>realizada no Instituto Petropolitano Adventista de Ensino, em Petrópolis, RJ,</p><p>teve como pregador o pastor José Cândido Bessa Filho, então secretário minis-</p><p>terial da Igreja Adventista na América do Sul. Seu sermão, sob o título dado à</p><p>reflexão de hoje, foi emoldurado pelo quarteto Arautos do Rei, que cantou o</p><p>hino “Na senda do Calvário” (Hinário Adventista do Sétimo Dia, no 66). Naquela</p><p>ocasião, as mensagens cantada e falada invadiram e impregnaram cada fibra de</p><p>meu ser. Deus me mostrou em cores nítidas o verdadeiro sentido do ministé-</p><p>rio pastoral e da vida cristã: serviço desinteressado, sem exigências ou expec-</p><p>tativas de reconhecimento humano nem recompensas terrestres de qualquer</p><p>natureza; renúncia ao eu com todos os seus caprichos. Ou seja, tomar a cruz</p><p>de Cristo e seguir os passos Dele.</p><p>Independentemente de nossas origens, antecedentes familiares, idade,</p><p>tempo de filiação à igreja, ocupação ou condição social, há um ponto no qual,</p><p>como pecadores, todos nos igualamos: o anseio por primazia, fama, recompensa</p><p>e reconhecimento humano. Isso está presente em muitas coisas realizadas</p><p>no dia a dia, quando silenciosamente nos perguntamos, ao ser confrontados</p><p>com algum dever: “Que recompensa terei?” Ou ainda: “Que dirão as pessoas a</p><p>meu respeito?” Esse modo de pensar é perigoso. Ele implica motivação pela</p><p>vaidade, pelo egoísmo e o orgulho, este descrito como “o que menos espe-</p><p>rança incute, e o mais irremediável” (Ellen White, Parábolas de Jesus, p. 154).</p><p>Por isso mesmo, pode nos custar a vida eterna. A única medida eficaz con-</p><p>tra essa mentalidade é a crucifixão do eu. “Se alguém quer vir após Mim, a si</p><p>mesmo se negue.”</p><p>É possível que hoje, diante de alguma provação, o inimigo nos apresente o</p><p>mundo e suas glórias como sendo mais compensadores do que o caminho de</p><p>Cristo. Ou, tendo realizado alguma coisa em favor Dele, da igreja e do seme-</p><p>lhante, esperemos recompensa e reconhecimento, sem que ninguém apareça</p><p>para nos iluminar com holofotes. Nas duas situações, ouçamos Cristo dizer:</p><p>“Deixei o trono e a glória, / deixei do Céu a luz, / e Minhas mãos pregaram sobre</p><p>uma rude cruz; / Com tua mão na Minha, sigamos, pois, assim; / Ó, toma a</p><p>cruz e segue junto a Mim”.</p><p>39784 – MD_2020_De Coração a Coração</p><p>Designer Editor(a) Coor. Ped. R. F.C. Q.P4</p><p>8/8/2019 17:11</p><p>10</p><p>6 DE JA N E I RO SEGU N DA</p><p>Graça</p><p>Mas onde aumentou o pecado, transbordou a graça. Romanos 5:20, NVI</p><p>Revelação redentora do amor de Deus, em Jesus Cristo, pela humanidade,</p><p>a graça dispensa complementos. Pela graça, Deus aceita o inaceitável, toca</p><p>o intocável. Leva-O a Se tornar amigo dos sem amigos, capacitar os fracos e</p><p>preencher a vida vazia. Philip Yancey disse que ela é “nossa última palavra per-</p><p>feita”, pois “contém uma essência do evangelho como uma gota de água pode</p><p>conter a imagem do sol. O mundo tem sede de graça em situações que nem a</p><p>reconhece [...]. Para uma sociedade que parece estar à deriva, sem amarras, não</p><p>sei de lugar melhor para lançar uma âncora de fé” (Maravilhosa Graça, p. 11).</p><p>Escrevendo aos cristãos de Roma, Paulo expôs o fato de que a graça divina</p><p>sempre excederá a força e a quantidade do pecado. Ao mesmo tempo em que</p><p>mencionou a entrada do pecado no mundo e a condenação desse pecado pela</p><p>lei, o apóstolo realçou a supremacia da graça com que Deus enfrenta o pro-</p><p>blema da iniquidade humana. Ela nos foi franqueada em Cristo Jesus.</p><p>Em nossos esforços humanos para descrever a excelência da graça não</p><p>temos chegado nem mesmo a tocá-la com a ponta dos dedos. Ela brilhou nos</p><p>olhos do Salvador sobre a cruz. Gotejou de Suas feridas. Foi ouvida de Seus</p><p>lábios trementes enquanto orava: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que</p><p>fazem” (Lc 23:34) e na certeza de que a missão estava cumprida: “Está con-</p><p>sumado!” (Jo 19:30). A graça vai em busca do mais vil pecador e o conquista</p><p>para o reino da glória! Graça que intercede por nós diante de Deus. Ela nos</p><p>capacita para viver em santificação (Rm 6).</p><p>A graça é suficiente para tudo em nossa experiência cristã. Disse Paulo:</p><p>“Pela graça de Deus, sou o que sou” (1Co 15:10). É por meio dela que somos</p><p>perdoados e salvos, sustentados e fortalecidos na jornada cristã. A graça nos</p><p>faz erguer a cabeça quando tudo nos parece perdido. À parte da graça, nada</p><p>existe suficientemente capaz de nos fazer suportar ou dissipar totalmente a</p><p>dor causada pelas feridas que o pecado nos causou. Ninguém é tão indigno que</p><p>esteja fora de seu alcance. De fato, o único obstáculo à graça não é o pecado,</p><p>mas a atitude do pecador em não querer aceitá-la.</p><p>Com nossas carências espirituais, podemos nos aproximar livremente,</p><p>buscar e receber graça, conforme disse alguém, “como se segurássemos uma</p><p>xícara diante de uma cachoeira”.</p><p>Celebremos a graça! Ela será nosso cântico pelos séculos da eternidade.</p><p>11</p><p>7 DE JA N E I RO T E RÇ A</p><p>Tempo de ser santo</p><p>Visto que todas essas coisas hão de ser assim desfeitas, deveis ser tais como</p><p>os que vivem em santo procedimento e piedade. 2 Pedro 3:11</p><p>Tendo como destinatários aqueles que “obtiveram fé igualmente preciosa</p><p>na justiça do nosso Deus e Salvador Jesus Cristo” (2Pe 1:1), a segunda carta</p><p>de Pedro provavelmente tenha sido escrita em Roma, aproximadamente em</p><p>67 d.C., pouco antes do martírio do apóstolo. O tema, semelhante ao da pri-</p><p>meira carta, é de cunho pastoral. Pedro exorta seus leitores a continuar cres-</p><p>cendo na graça e no conhecimento espiritual, a fim de cumprirem o propósito</p><p>de Deus por meio de seu chamado e vocação.</p><p>No primeiro capítulo, ele procura animá-los, mencionando sua experiência</p><p>pessoal e a segurança da palavra profética. No segundo, adverte contra os fal-</p><p>sos mestres. No último capítulo, depois de falar sobre a rejeição da promessa</p><p>da segunda vinda por parte dos críticos de seu tempo, conclui reafirmando</p><p>a certeza da concretização dessa promessa e o conselho para que os leitores</p><p>estejam preparados.</p><p>Nosso texto de hoje é um convite à reflexão. Uma vez que o pecado será</p><p>totalmente destruído, é necessário que os cristãos sejam diligentes em per-</p><p>mitir que Cristo elimine todo rastro pecaminoso de sua vida. A expectativa</p><p>da vinda do Senhor deve inspirar os fiéis a uma vida santa.</p><p>Como sábio pastor, Pedro conclama seus leitores a refletir sobre o fato de</p><p>que o caráter é a única coisa a ser levada deste mundo. Moldá-lo segundo a</p><p>vontade do Senhor deve ser nossa prioridade. Santidade de vida, glorificação</p><p>a Deus e serviço ao semelhante são qualidades que devem caracterizar nossa</p><p>experiência, em contraste com a vaidade pessoal, o descaso para com os assun-</p><p>tos sagrados e a indiferença em relação à proximidade do fim.</p><p>Se o conselho de Pedro era oportuno em seus dias, é muito mais válido</p><p>agora, diante da iminência da vinda de Jesus. É nesse ponto que ouvimos o</p><p>eco do pensamento de Paulo: “Portanto, vejam</p><p>prudentemente como andais,</p><p>não como néscios, e sim como sábios, remindo o tempo, porque os dias são</p><p>maus” (Ef 5:15, 16).</p><p>A expressão “remir o tempo” implica “aproveitar as oportunidades”. Não</p><p>temos direito a um viver banal, conformando-nos com uma experiência cristã</p><p>superficial. Nossa salvação está em jogo. Não podemos desperdiçar tempo nem</p><p>negligenciar os recursos que a Onipotência coloca à nossa disposição a fim de</p><p>que nos preparemos para estar com Cristo eternamente.</p><p>39784 – MD_2020_De Coração a Coração</p><p>Designer Editor(a) Coor. Ped. R. F.C. Q.P4</p><p>8/8/2019 17:11</p><p>Pa</p><p>nt</p><p>on</p><p>e</p><p>74</p><p>67</p><p>U</p><p>/</p><p>A</p><p>zu</p><p>l A</p><p>st</p><p>ra</p><p>l</p><p>Designer Editor(a) Coor. Ped. R. F. CustosC. Q.</p><p>D</p><p>E</p><p>C</p><p>O</p><p>R</p><p>A</p><p>Ç</p><p>Ã</p><p>O</p><p>A</p><p>C</p><p>O</p><p>R</p><p>A</p><p>Ç</p><p>Ã</p><p>O</p><p>2020</p><p>CORAÇÃO</p><p>CORAÇÃO</p><p>DE</p><p>A</p><p>M E D I T A Ç Õ E S D I Á R I A S</p><p>Z I N A L D O A. S A N T O S</p><p>alegria de uma conquista alcançada. A tristeza</p><p>por um pecado cometido. O ânimo que contagia</p><p>quando as coisas vão bem. O desânimo que insiste</p><p>em interromper a caminhada. Todos já experimentaram essas</p><p>sensações em algum momento da vida.</p><p>Em De Coração a Coração, Zinaldo A. Santos apresenta vis-</p><p>lumbres da graça e do poder de Deus nas diferentes situações</p><p>que o ser humano enfrenta no dia a dia. Com ampla vivência</p><p>pastoral, o autor escreve com a sensibilidade de alguém que</p><p>compartilha sua experiência espiritual a fi m de encorajar,</p><p>motivar e orientar aqueles que partilham com ele a jornada</p><p>rumo ao lar eterno.</p><p>Mais do que um livro, este devocional proporciona o encontro</p><p>entre um pastor e suas ovelhas, no qual a Bíblia tem sua pri-</p><p>mazia reafi rmada, e as refl exões a partir do texto sagrado se</p><p>tornam dicas valiosas para vencer os maiores desafi os da vida.</p><p>ZINALDO A. SANTOS, graduado e mestre em</p><p>Teologia, ao longo de 40 anos de ministério, foi</p><p>pastor distrital, coordenador de departamentos e</p><p>editor na Casa Publicadora Brasileira, especialmente</p><p>da revista Ministério.</p><p>A</p><p>Neste devocional, Zinaldo A. Santos</p><p>abre o coração e compartilha</p><p>seus pensamentos e impressões</p><p>a respeito da graça divina. Sua</p><p>experiência pastoral lhe permite</p><p>tocar em assuntos do cotidiano</p><p>com sensibilidade e sabedoria,</p><p>fazendo com que os textos bíblicos</p><p>escolhidos para cada dia sejam, de</p><p>fato, instrumentos para “ensinar a</p><p>verdade, condenar o erro, corrigir as</p><p>faltas e ensinar a maneira certa de</p><p>viver” (2Tm 3:16, NTLH).</p><p>Zinaldo A. Santos é natural de Cruz</p><p>das Almas, Bahia. Formou-se em</p><p>Teologia em 1975, pelo Educandário</p><p>Nordestino Adventista, em Belém</p><p>de Maria, Pernambuco. Foi pastor</p><p>distrital nos estados da Bahia,</p><p>Sergipe e Minas Gerais. Além disso,</p><p>coordenou departamentos nas</p><p>regiões Norte e Nordeste do Brasil.</p><p>Por 25 anos trabalhou como editor</p><p>na Casa Publicadora Brasileira, dos</p><p>quais dedicou 23 anos à revista</p><p>Ministério, periódico internacional</p><p>dirigido a pastores e líderes</p><p>de igreja.</p><p>Casado com Lenice Santos,</p><p>tem três fi lhas e quatro netos.</p><p>39784 – CapaMD2020_bro 26|07|2019 11:03 Designer Editor(a) Coor. Ped. R. F. CustosC. Q.P1P4</p>