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<p>Maria Luciana Bastos</p><p>CINESIOLOGIA NAS</p><p>OCUPAÇÕES HUMANAS</p><p>Cinesiologia</p><p>nas Ocupações</p><p>Humanas</p><p>2</p><p>SST</p><p>Bastos, Maria Luciana</p><p>SER Educacional / Maria Luciana</p><p>Bastos</p><p>Delinea Edtech, 2024</p><p>ISBN: 978-65-5487-187-7</p><p>1. Cinesiologia;</p><p>2. Biomecânica;</p><p>3. Neurociência.</p><p>nº de p. 248 : dimensões 14,8 x 21cm.</p><p>Copyright © 2024. Delinea Tecnologia Educacional. Todos os</p><p>direitos reservados.</p><p>Cinesiologia nas</p><p>ocupações humanas</p><p>Maria Luciana Bastos</p><p>Unidade 1</p><p>3</p><p>Introdução ao Estudo do</p><p>Movimento Humano e Aplicações</p><p>para Terapia Ocupacional</p><p>Introdução</p><p>Bem-vindos à disciplina de "Cinesiologia nas</p><p>Ocupações Humanas". Neste módulo, exploraremos</p><p>os fundamentos do movimento humano e sua</p><p>importância na terapia ocupacional. O estudo, tanto</p><p>teórico quanto prático, dos movimentos será abordado,</p><p>aplicando as leis físicas aos mecanismos que os</p><p>regem. Compreender a biomecânica é essencial para a</p><p>análise e intervenção, permitindo identificar disfunções</p><p>e desenvolver estratégias eficazes. Ao entender a</p><p>biomecânica dos movimentos, podemos detectar</p><p>possíveis disfunções e criar intervenções apropriadas.</p><p>Ao final desta disciplina, os alunos estarão munidos</p><p>de uma compreensão sólida do movimento humano e</p><p>suas implicações para a terapia ocupacional.</p><p>Vamos embarcar nesta jornada de descoberta e</p><p>aprendizado juntos!</p><p>4</p><p>4</p><p>Objetivos da Aprendizagem</p><p>Ao concluir esta leitura, esperamos que você alcance os</p><p>seguintes objetivos:</p><p>• Conhecer os fundamentos básicos para</p><p>análise de cada movimento segundo a classifi-</p><p>cação planar.</p><p>• Aplicar as leis da física nos movimentos.</p><p>• Identificar a influência destes conhecimentos</p><p>na prática do Terapeuta Ocupacional.</p><p>• Reconhecer e identificar os músculos e</p><p>movimentos da cabeça e do pescoço.</p><p>5</p><p>5</p><p>Cinesiologia: Histórico,</p><p>conceitos e aplicações</p><p>A cinesiologia, que abrange disciplinas como anatomia,</p><p>fisiologia, biomecânica, neurociência e cinética,</p><p>visa compreender os processos de movimento e</p><p>funcionamento do corpo humano. Derivada das palavras</p><p>gregas "kinesis" (movimento) e "logos" (estudo), esta</p><p>ciência destaca os padrões de movimento, a mecânica</p><p>corporal e a coordenação neuromuscular.</p><p>É fundamental que os terapeutas ocupacionais apliquem</p><p>os princípios da cinesiologia na criação e adaptação de</p><p>estratégias terapêuticas. Isso inclui avaliar a segurança</p><p>de ambientes domésticos e de trabalho, prescrever</p><p>exercícios, e auxiliar no design de equipamentos e</p><p>modificações ambientais. Essas práticas facilitam a</p><p>participação social dos indivíduos.</p><p>Histórico</p><p>O estudo do movimento humano remonta à antiguidade,</p><p>com filósofos como Aristóteles e Hipócrates explorando</p><p>a interação entre corpo e movimento. Aristóteles</p><p>categorizava o movimento em natural e violento,</p><p>enquanto Hipócrates, centrado na prática médica,</p><p>6</p><p>6</p><p>postulava que o equilíbrio dos quatro humores (sangue,</p><p>fleuma, bile amarela e bile negra) era crucial para a</p><p>saúde, reconhecendo a importância do movimento</p><p>na manutenção desse equilíbrio e prescrevendo</p><p>atividades físicas moderadas como parte de um estilo</p><p>de vida saudável.</p><p>O homem vitruviano de Leonardo da Vinci, de 1940</p><p>Fonte: ©pixabay, Pixabay (2012).</p><p>#pratodosverem: Desenho de Leonardo da Vinci mostrando um homem</p><p>inscrito em um quadrado e um círculo, ilustrando os princípios da</p><p>proporção humana.</p><p>7</p><p>7</p><p>Leonardo da Vinci foi um dos</p><p>pioneiros a fornecer uma descrição</p><p>precisa da anatomia do coração</p><p>humano, abrangendo tanto as</p><p>válvulas quanto as câmaras, e a</p><p>compreender o papel fundamental</p><p>das artérias na circulação sanguínea,</p><p>contribuindo significativamente</p><p>para corrigir várias ideias errôneas</p><p>daquela época.</p><p>Curiosidade</p><p>Durante o Renascimento e o Iluminismo, anatomistas</p><p>como Leonardo da Vinci, combinando habilidades</p><p>artísticas com curiosidade científica intensa, realizaram</p><p>dissecações detalhadas de cadáveres humanos e</p><p>animais, registrando suas observações em desenhos</p><p>precisos. Suas representações anatômicas contribuíram</p><p>significativamente para o avanço do conhecimento</p><p>anatômico contemporâneo.</p><p>8</p><p>8</p><p>O Renascimento foi um movimento</p><p>intelectual e artístico que teve</p><p>origem na Itália, durante os séculos</p><p>XIV e XVI, e se espalhou por toda a</p><p>Europa. Sua característica principal</p><p>foi a exaltação do ser humano como</p><p>o centro do universo.</p><p>Atenção</p><p>No século XX, a cinesiologia emergiu como uma</p><p>disciplina distinta, acompanhada por um aumento da</p><p>consciência sobre a importância do movimento humano</p><p>para a saúde e o bem-estar.</p><p>9</p><p>9</p><p>Monitoramento biomecânico por câmeras</p><p>Fonte: ©Science Photo, Library Limited (2023).</p><p>#pratodosverem: Ambiente escuro com uma figura exibindo linhas colori-</p><p>das, referenciando os segmentos do corpo humano.</p><p>Conceitos e aplicações</p><p>Atualmente, a cinesiologia continua em progressão,</p><p>impulsionada por avanços tecnológicos, como a análise</p><p>de movimento por computador e a neurociência do</p><p>movimento. Há conceitos que são essenciais para uma</p><p>compreensão abrangente do movimento humano:</p><p>10</p><p>10</p><p>Sistema musculoesquelético e a biomecânica</p><p>Fonte: ©freepik, Freepik (2024).</p><p>#pratodosverem: Figuras da anatomia musculoesquelética em movimento.</p><p>A Biomecânica é um campo interdisciplinar que integra</p><p>princípios da física, anatomia e fisiologia, investigando</p><p>como as forças externas afetam os sistemas biológicos</p><p>e como estes respondem a essas forças. A biomecânica</p><p>se divide em dois ramos principais: cinemática e</p><p>cinética. Vejamos mais sobre elas:</p><p>A Cinemática examina características como posição,</p><p>velocidade, aceleração e trajetória do corpo durante o</p><p>deslocamento. A análise cinemática permite observar</p><p>e quantificar objetivamente o movimento sem levar</p><p>em conta as forças externas envolvidas. A cinemática</p><p>inclui subcampos, que descrevem diferentes aspectos</p><p>do movimento das articulações do corpo humano,</p><p>são eles:</p><p>11</p><p>11</p><p>Osteocinemática</p><p>Se concentra no movimento dos ossos</p><p>adjacentes em uma articulação.</p><p>Artrocinemática</p><p>Descreve o movimento dos componentes</p><p>articulares dentro da própria articulação.</p><p>A cinética envolve o estudo das forças que causam</p><p>ou modificam o movimento. Busca entender como</p><p>as forças musculares, gravitacionais e outras forças</p><p>externas interagem para produzir o movimento. Isso</p><p>abrange a análise das leis do movimento, como as</p><p>leis de Newton.</p><p>Posição Anatômica,</p><p>Planos e Eixos de</p><p>Movimento</p><p>O movimento do corpo humano e de seus membros</p><p>ocorre em planos específicos em torno de eixos de</p><p>movimento. Vejamos a seguir os seus conceitos:</p><p>12</p><p>12</p><p>Eixos do Movimento</p><p>Os eixos do movimento são representados por linhas</p><p>imaginárias ao longo das quais ocorrem os movimentos</p><p>rotacionais do corpo.</p><p>Eixo Sagital ou Antero Posterior</p><p>(eixo Z):</p><p>É perpendicular ao plano sagital e passa da frente</p><p>para trás do corpo.</p><p>Eixo Frontal ou Laterolateral (eixo X):</p><p>É perpendicular ao plano frontal e passa de um</p><p>lado para o outro do corpo.</p><p>Eixo Vertical ou Longitudinal (eixo Y):</p><p>É perpendicular ao plano horizontal e passa de</p><p>cima para baixo do corpo.</p><p>Esses eixos estão diretamente relacionados aos três</p><p>principais planos de movimento e podemos ver a</p><p>correlação deles na figura abaixo:</p><p>13</p><p>13</p><p>Representação de planos e eixos de movimento</p><p>Fonte: ©Manole, Houglum (p. 6, 2014).</p><p>#pratodosverem: Um homem inscrito em dois planos retangulares, que o</p><p>cortam da cabeça aos pés, e um plano quadrado, que o divide ao meio na</p><p>direção do seu umbigo.</p><p>Planos de Movimento</p><p>São planos imaginários que dividem o corpo em seções,</p><p>permitindo a análise e a descrição do movimento em</p><p>diferentes direções. Existem três planos principais:</p><p>14</p><p>14</p><p>Plano Sagital (plano YZ)</p><p>Divide o corpo em metades esquerda e direita</p><p>e é paralelo à sutura sagital do crânio. Ocorrem</p><p>movimentos de flexão e extensão ao realizar</p><p>um movimento de flexão do cotovelo ou joelho,</p><p>por exemplo.</p><p>Plano Frontal ou Coronal (plano XY)</p><p>Divide o corpo em metades anterior e posterior</p><p>e é paralelo ao osso frontal ao longo da sutura</p><p>coronal do crânio. Os movimentos que ocorrem</p><p>no plano frontal</p><p>Entre as falanges dos</p><p>dedos do pé</p><p>Permitem movimentos</p><p>de flexão e extensão dos</p><p>dedos do pé</p><p>Articulações do tornozelo e pé</p><p>Fonte: elaborado pela autora (2024).</p><p>O tornozelo e o pé são capazes de realizar uma variedade</p><p>de movimentos que são essenciais para a locomoção e</p><p>equilíbrio. Veja a seguir quais são esses movimentos.</p><p>114</p><p>56</p><p>Movimento Descrição Função</p><p>Dorsiflexão</p><p>Levantar a parte</p><p>superior do pé em</p><p>direção à tíbia,</p><p>diminuindo o ângulo</p><p>entre o pé e a perna.</p><p>Passada durante a</p><p>caminhada.</p><p>Flexão Plantar</p><p>Apontar os dedos do pé</p><p>para baixo, afastando-os</p><p>da tíbia e aumentando</p><p>o ângulo entre o pé e a</p><p>perna.</p><p>Empurrar o corpo</p><p>para a frente durante</p><p>a caminhada e para a</p><p>propulsão durante o</p><p>salto.</p><p>Inversão</p><p>Virar a sola do pé para</p><p>dentro, aproximando o</p><p>pé do plano mediano do</p><p>corpo.</p><p>Estabilidade do</p><p>tornozelo, especialmente</p><p>em superfícies</p><p>irregulares.</p><p>Eversão</p><p>Virar a sola do pé para</p><p>fora, afastando o pé</p><p>do plano mediano do</p><p>corpo.</p><p>Estabilidade e adaptação</p><p>a superfícies irregulares.</p><p>Abdução</p><p>Afastar o pé do plano</p><p>mediano do corpo,</p><p>levando o lado lateral do</p><p>pé para longe do corpo.</p><p>Usado durante a</p><p>caminhada para criar</p><p>espaço entre os pés</p><p>durante a passada.</p><p>Adução</p><p>Aproximar o pé do plano</p><p>mediano do corpo,</p><p>trazendo o lado medial</p><p>do pé em direção ao</p><p>corpo.</p><p>Menos comum, mas</p><p>importante para o ajuste</p><p>fino do pé durante a</p><p>locomoção.</p><p>Movimentos do tornozelo e pé</p><p>Fonte: elaborado pela autora (2024).</p><p>115</p><p>57</p><p>Esses movimentos do tornozelo e do pé são realizados</p><p>por uma série de músculos intrínsecos e extrínsecos</p><p>que trabalham em conjunto para produzi-los.</p><p>Movimento Músculos Principais</p><p>Dorsiflexão</p><p>Tibial anterior, Extensor longo dos</p><p>dedos, Extensor longo do hálux,</p><p>Fibulares (peroneais) terceiro e quarto</p><p>Flexão Plantar</p><p>Gastrocnêmio, Sóleo, Tendão do</p><p>músculo plantar (flexor comum dos</p><p>dedos do pé), Flexores curtos dos</p><p>dedos do pé, Flexor longo do hálux</p><p>Inversão Tibial anterior, Tibial posterior, Flexores</p><p>curtos dos dedos do pé</p><p>Eversão Fibulares (peroneais) longo e curto</p><p>Abdução Fibulares (peroneais) longo e curto,</p><p>Tibial anterior (em menor grau)</p><p>Adução Tibial posterior, Tibial anterior (em</p><p>menor grau)</p><p>Músculos responsáveis pelos movimentos do tornozelo e do pé</p><p>Fonte: elaborado pela autora (2024).</p><p>116</p><p>58</p><p>Inervações do pé</p><p>Fonte: Netter (2019, p. 779).</p><p>#pratodosverem: Figura de um pé com várias linhas retratando a inervação</p><p>do pé.</p><p>As inervações do quadril, joelho, tornozelo e pé são</p><p>fornecidas por diferentes nervos que se originam de</p><p>várias raízes nervosas na coluna vertebral. Vamos</p><p>observar na tabela abaixo como elas se organizam.</p><p>117</p><p>59</p><p>Região Nervo Segmentos</p><p>da Medula Função Principal Inervação</p><p>Sensorial</p><p>Quadril</p><p>Nervo</p><p>Femoral L2-L4</p><p>Inervação dos músculos flexores</p><p>do quadril (como o iliopsoas) e</p><p>inervação sensorial para a região</p><p>anterior da coxa e a articulação do</p><p>quadril.</p><p>Região</p><p>anterior</p><p>da coxa e</p><p>articulação</p><p>do quadril</p><p>Nervo</p><p>Obturador L2-L4</p><p>Inervação dos músculos adutores</p><p>do quadril (como adutores curtos e</p><p>longos) e inervação sensorial para a</p><p>parte medial da coxa.</p><p>Parte</p><p>medial da</p><p>coxa</p><p>Nervo</p><p>Glúteo</p><p>Superior</p><p>L4-S1</p><p>Inervação do glúteo médio e mínimo,</p><p>importantes para a abdução e</p><p>rotação externa do quadril.</p><p>-</p><p>Joelho</p><p>Nervo</p><p>Femoral L2-L4</p><p>Inervação dos músculos flexores do</p><p>quadril e inervação sensorial para a</p><p>pele ao redor do joelho.</p><p>Pele ao</p><p>redor do</p><p>joelho</p><p>Nervo</p><p>Tibial L4-S3</p><p>Inervação dos músculos da</p><p>panturrilha (como gastrocnêmio e</p><p>sóleo) e inervação sensorial para a</p><p>sola do pé e os dedos.</p><p>Sola do pé</p><p>e dedos</p><p>Nervo</p><p>Fibular</p><p>Comum</p><p>L4-S2</p><p>Inervação dos músculos da parte</p><p>anterior e lateral da perna (como</p><p>tibial anterior e fibulares) e inervação</p><p>sensorial para a parte superior do pé.</p><p>Parte</p><p>superior</p><p>do pé</p><p>Tornozelo</p><p>e Pé</p><p>Nervo</p><p>Tibial L4-S3</p><p>Inervação dos músculos da</p><p>panturrilha e músculos intrínsecos</p><p>do pé, além de inervação sensorial</p><p>para a planta do pé.</p><p>Planta do</p><p>pé</p><p>Nervo</p><p>Fibular</p><p>Superficial</p><p>L4-S2</p><p>Inervação dos músculos da parte</p><p>anterior da perna (como extensor</p><p>longo dos dedos) e inervação</p><p>sensorial para a pele dorsal do pé e</p><p>dos dedos.</p><p>Pele dorsal</p><p>do pé e dos</p><p>dedos</p><p>Nervo</p><p>Sural S1-S2</p><p>Ramo do nervo tibial e do nervo</p><p>fibular superficial, fornece inervação</p><p>sensorial para a parte posterior e</p><p>lateral do pé.</p><p>Parte</p><p>posterior e</p><p>lateral do</p><p>pé</p><p>Inervações do tornozelo e do pé</p><p>Fonte: elaborado pela autora (2024).</p><p>118</p><p>60</p><p>Essa distribuição de inervação permite a sensação</p><p>e o controle motor adequados dessas articulações e</p><p>estruturas associadas, além de auxiliar os profissionais</p><p>de saúde no diagnóstico das lesões e no estabelecimento</p><p>de protocolos de reabilitação especializados para cada</p><p>caso clínico.</p><p>119</p><p>61</p><p>Encerramento</p><p>Ao longo deste percurso, aprendemos a reconhecer</p><p>e identificar os músculos fundamentais e os</p><p>movimentos essenciais envolvidos nas atividades</p><p>diárias dos membros superiores e inferiores.</p><p>Compreendemos também as complexas inervações</p><p>que coordenam e possibilitam tais movimentos,</p><p>destacando a importância do sistema nervoso</p><p>na execução precisa das ações motoras. Que</p><p>possamos continuar a explorar e expandir nossos</p><p>conhecimentos, sempre com o objetivo de contribuir</p><p>para o seu desenvolvimento profissional.</p><p>Conteúdo Complementar</p><p>1. ABDUÇÃO e adução dos dedos</p><p>da mão - extensão e flexão – Vidal.</p><p>[S. l.: s. n.], 18 de out. de 2016. 1 vídeo</p><p>(27 s). Publicado pelo canal Vidal</p><p>Saúde. Disponível em: https://www.</p><p>youtube.com/watch?v=CrePHwd_</p><p>ijo. Acesso em: 29 abr. 2024.</p><p>Saiba mais</p><p>120</p><p>62</p><p>2. FLEXÃO e extensão do joelho</p><p>- Vidal. [S. l.: s. n.], 31 de ago. de</p><p>2016. 1 vídeo (30 s). Publicado</p><p>pelo canal Vidal Saúde. Disponível</p><p>em: https://www.youtube.com/</p><p>watch?v=FhmY7Yzj3t0. Acesso em:</p><p>29 abr. 2024.</p><p>3. FLEXÃO e extensão do cotovelo</p><p>- Vidal. [S. l.: s. n.], 18 de out. de 2016.</p><p>1 vídeo (28 s). Publicado pelo canal</p><p>Vidal Saúde. Disponível em: https://</p><p>www.youtube.com/watch?v=Eng_</p><p>wEMIPjg. Acesso em: 29 abr. 2024.</p><p>4. FLEXÃO e extensão dos dedos</p><p>do pé - Vidal. [S. l.: s. n.], 2 de abr.</p><p>de 2017. 1 vídeo (27 s). Publicado</p><p>pelo canal Vidal Saúde. Disponível</p><p>em: https://www.youtube.com/</p><p>watch?v=WBo-TBoJIzU. Acesso em:</p><p>29 abr. 2024.</p><p>Saiba mais</p><p>121</p><p>63</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>ABDUÇÃO e adução dos dedos da mão - extensão e</p><p>flexão – Vidal. [S. l.: s. n.], 18 de out. de 2016. 1 vídeo</p><p>(27 s). Publicado pelo canal Vidal Saúde. Disponível</p><p>em: https://www.youtube.com/watch?v=CrePHwd_ijo.</p><p>Acesso em: 29 abr. 2024.</p><p>FLEXÃO e extensão dos dedos do pé - Vidal. [S. l.: s. n.],</p><p>2 de abr. de 2017. 1 vídeo (27 s). Publicado pelo canal</p><p>Vidal Saúde. Disponível em: https://www.youtube.com/</p><p>watch?v=WBo-TBoJIzU. Acesso em: 29 abr. 2024.</p><p>FLEXÃO e extensão do joelho - Vidal. [S. l.: s. n.], 31</p><p>de ago. de 2016. 1 vídeo (30 s). Publicado pelo canal</p><p>Vidal Saúde. Disponível em: https://www.youtube.com/</p><p>watch?v=FhmY7Yzj3t0. Acesso em: 29 abr. 2024.</p><p>FLEXÃO e extensão do cotovelo - Vidal. [S. l.: s. n.], 18</p><p>de out. de 2016. 1 vídeo (28 s). Publicado pelo canal</p><p>Vidal Saúde. Disponível em: https://www.youtube.com/</p><p>watch?v=Eng_wEMIPjg. Acesso em: 29 abr. 2024.</p><p>GUYTON, Arthur C.; HALL, Michael E.; HALL, John E.</p><p>Tratado de fisiologia médica. 14. ed. Rio de Janeiro:</p><p>Grupo GEN, 2021.</p><p>122</p><p>64</p><p>HOUGLUM, Peggy A.; BERTOTI, Dolores B. Cinesiologia</p><p>clínica de Brunnstrom. 6 ed. Barueri: Editora Manole</p><p>Ltda, 2014.</p><p>KISNER, Carolyn. Ejercicio Terapêutico - Fundamentos e</p><p>Técnica. Barcelona: Editorial Paidotribo, 2006.</p><p>LIMA, Bráulio; VILELA JUNIOR, Guanis. Cinesiologia e a</p><p>complexidade do movimento humano. Revista Brasileira</p><p>de Cinesiologia e Performance Humana, [S.l.], v. 21, n. 2,</p><p>p. 64-78, 2019. Disponível em: https://www.</p><p>r e s e a r c h g a t e . n e t / p u b l i c a t i o n / 3 3 3 3 8 0 4 7 2 _</p><p>C I N E S I O L O G I A _ E _ A _ C O M P L E X I D A D E _ D O _</p><p>MOVIMENTO_HUMANO. Acesso em: 24 abr. 2024.</p><p>NETTER, Frank H. Atlas de anatomia humana. 7 ed. Rio</p><p>de Janeiro: Elsevier, 2019.</p><p>NEUMANN, D. A. Cinesiologia do Sistema</p><p>Musculoesquelético.</p><p>3 ed. St. Louis: Mosby, 2016.</p><p>PEREIRA, I. M. O. Princípios e conceitos de traumatologia,</p><p>biomecânica, cinesiologia aplicada e goniometria para</p><p>terapia ocupacional. Curitiba: CRV, 2020.</p><p>123</p><p>65</p><p>ROWLAND, L. P. MERRIT. Tratado de Neurologia. 11. ed.</p><p>Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007.</p><p>TAKALA, E.-P. et al. Systematic evaluation of</p><p>observational methods assessing biomechanical</p><p>exposures at work. Scandinavian Journal of Work,</p><p>Environment & Healt, Finlândia, v. 36, n. 1, p.3–24, 2010.</p><p>Disponível em: http://www.jstor.org/stable/40967825.</p><p>Acesso em: 29 abr. 2024.</p><p>124</p><p>Cinesiologia nas</p><p>ocupações humanas</p><p>Maria Luciana Bastos</p><p>Unidade 3</p><p>3</p><p>Cinesiologia do tronco</p><p>e aparelho respiratório</p><p>Introdução à unidade</p><p>Este estudo dedica-se à compreensão e exploração</p><p>do tronco, sistema respiratório e movimentos</p><p>corporais. Este material didático foi elaborado com o</p><p>intuito de proporcionar uma jornada de aprendizado,</p><p>abordando diversos aspectos essenciais para a</p><p>compreensão da anatomia e funcionamento do corpo</p><p>humano, especialmente no que diz respeito ao tronco</p><p>e à respiração.</p><p>Explore os complexos sistemas musculares e</p><p>respiratórios do corpo humano, aprendendo a identificar</p><p>os principais músculos e os movimentos que regem o</p><p>tronco e a respiração. Veremos também, neste material,</p><p>mais sobre o estudo das fases da marcha humana,</p><p>compreendendo os padrões de movimento. Prepare-se</p><p>para mais uma jornada de conhecimento!</p><p>Objetivos da aprendizagem</p><p>• Reconhecer e identificar os músculos e movimen-</p><p>tos do tronco e aparelho respiratório.</p><p>• Compreender a importância do movimento de</p><p>tronco e aparelho respiratório para manutenção</p><p>da saúde.</p><p>126</p><p>4</p><p>• Reconhecer os diferentes tipos de posturas e as</p><p>influências desta na saúde das pessoas.</p><p>• Analisar as fases da marcha humana e possíveis</p><p>alterações.</p><p>• Estabelecer a relação da Ergonomia com a prática</p><p>da Terapia Ocupacional.</p><p>127</p><p>5</p><p>Tronco do corpo humano</p><p>O tronco humano é mais do que apenas uma estrutura</p><p>física que sustenta nossa postura ereta; é o epicentro</p><p>de nossa existência física e funcional. Situado entre a</p><p>cabeça e os membros inferiores, o tronco desempenha</p><p>um papel vital em uma miríade de funções essenciais</p><p>para a vida diária e o bem-estar geral.</p><p>Além de sua importância estrutural para manter nossa</p><p>postura ereta, o tronco humano é um hub de atividade</p><p>para uma série de sistemas vitais. Abrigando órgãos</p><p>vitais como o coração, pulmões e intestinos, o tronco</p><p>desempenha um papel fundamental na regulação de</p><p>funções corporais vitais, como a respiração, circulação</p><p>sanguínea e digestão. Além disso, é através do tronco</p><p>que nossos membros superiores e inferiores se</p><p>conectam, permitindo uma coordenação complexa de</p><p>movimentos que abrangem desde tarefas cotidianas</p><p>simples até atividades atléticas sofisticadas. Assim, o</p><p>tronco não é apenas um suporte físico, mas um centro</p><p>dinâmico de integração e funcionamento humano.</p><p>128</p><p>6</p><p>O corpo humano e seus órgãos vitais</p><p>Fonte: ©freepik, Freepik (2024).</p><p>#pratodosverem: Ilustração do conceito da anatomia do corpo humano e</p><p>seus órgãos vitais.</p><p>Anatomicamente, o tronco é composto por uma</p><p>complexa rede de músculos, ossos, órgãos internos e</p><p>sistemas vitais. É o eixo central do corpo, conectando</p><p>os membros superiores e inferiores e servindo como</p><p>a base para a mobilidade, estabilidade e equilíbrio.</p><p>Desde a respiração até os movimentos mais simples e</p><p>complexos, o tronco desempenha um papel fundamental</p><p>em cada aspecto de nossa funcionalidade física.</p><p>129</p><p>7</p><p>Além de seu papel central na estrutura e movimento do</p><p>corpo, o tronco também desempenha um papel crucial</p><p>na transmissão de informações sensoriais ao sistema</p><p>nervoso central. Os músculos, articulações e órgãos</p><p>internos do tronco estão densamente interconectados</p><p>com os nervos sensoriais, permitindo a percepção</p><p>e interpretação de estímulos táteis, térmicos e</p><p>proprioceptivos. Essas informações sensoriais são</p><p>essenciais para a coordenação motora, o controle</p><p>postural e a manutenção do equilíbrio, contribuindo para</p><p>uma interação harmoniosa entre o corpo e o ambiente</p><p>ao nosso redor. O tronco não apenas sustenta nossa</p><p>estrutura física, mas também serve como um centro de</p><p>sensibilidade e consciência corporal.</p><p>130</p><p>8</p><p>Algumas funções do tronco</p><p>Fonte: elaborada pela autora (2024).</p><p>Além de sua importância estrutural e funcional, o tronco</p><p>é também um reflexo de nossa saúde e bem-estar geral.</p><p>Posturas inadequadas, disfunções musculares ou</p><p>problemas de saúde podem se manifestar no tronco,</p><p>afetando não apenas nossa capacidade de movimento,</p><p>mas também nossa qualidade de vida e saúde em geral.</p><p>131</p><p>9</p><p>Movimentos de Tronco</p><p>O tronco humano é capaz de realizar uma variedade</p><p>de movimentos que são essenciais para a mobilidade</p><p>e estabilidade do corpo. Veja abaixo os principais</p><p>movimentos realizados pelo tronco:</p><p>Flexão (Flexão anterior):</p><p>Curvar o tronco para frente, como quando você</p><p>se inclina para pegar algo no chão.</p><p>Extensão (Extensão posterior):</p><p>Curvar o tronco para trás, estendendo a coluna</p><p>vertebral, como quando você olha para cima</p><p>para esticar.</p><p>Inclinação lateral:</p><p>Dobrar o tronco para o lado, como quando você</p><p>se inclina para pegar algo de lado.</p><p>132</p><p>10</p><p>Rotação:</p><p>Girar o tronco em torno de seu eixo longitudinal,</p><p>como quando você torce o tronco para olhar</p><p>para trás.</p><p>Estabilização:</p><p>Manter o tronco firme e estável para suportar</p><p>o peso do corpo e facilitar o movimento</p><p>dos membros.</p><p>Os movimentos do tronco são realizados por uma</p><p>combinação de músculos localizados na região do</p><p>tronco, incluindo os músculos abdominais, dorsais,</p><p>oblíquos e eretores da espinha.</p><p>133</p><p>11</p><p>Inclinação lateral do tronco</p><p>Fonte: ©Houglum (2014, p. 331).</p><p>#pratodosverem: Uma mulher inclinando o seu corpo para ambos os lados</p><p>demonstrando os movimentos do tronco humano.</p><p>Estruturas ósseas do tronco</p><p>Os ossos do tronco incluem a coluna vertebral, o esterno</p><p>e as costelas. Esses ossos trabalham em conjunto para</p><p>fornecer suporte e proteção aos órgãos vitais e para</p><p>facilitar o movimento e a respiração.</p><p>134</p><p>12</p><p>Coluna Vertebral:</p><p>Composta por vértebras individuais;</p><p>Fornecimento de suporte estrutural e proteção</p><p>para a medula espinhal;</p><p>Dividida em cinco regiões: cervical, torácica,</p><p>lombar, sacral e coccígea.</p><p>Esterno:</p><p>Osso plano localizado na frente do tórax;</p><p>Conecta as costelas através das cartilagens</p><p>costais;</p><p>Importante na proteção dos órgãos vitais na</p><p>cavidade torácica, como o coração e os pulmões.</p><p>Costelas:</p><p>Ossos longos e curvos;</p><p>Conectam-se à coluna vertebral na parte de trás e</p><p>estendem-se até o esterno na frente;</p><p>Protegem órgãos internos do tórax, como os</p><p>pulmões e o coração;</p><p>Contribuem para a respiração, movendo-se</p><p>durante a inspiração e expiração.</p><p>135</p><p>13</p><p>A divisão da coluna vertebral em suas cinco regiões é</p><p>baseada nas características anatômicas e funcionais</p><p>de cada parte. Vamos mais informações sobre</p><p>essa divisão e o número aproximado de vértebras em</p><p>cada região:</p><p>Região Cervical:</p><p>Localização: Parte superior da coluna vertebral,</p><p>no pescoço;</p><p>Vértebras: Sete vértebras cervicais, de C1 a C7;</p><p>Função: Responsáveis pela flexibilidade e suporte</p><p>da cabeça e pescoço.</p><p>Região Torácica:</p><p>Localização: Parte média da coluna vertebral;</p><p>Vértebras: 12 vértebras torácicas, de T1 a T12;</p><p>Função: Associadas às costelas, fornecem</p><p>ancoragem e proteção para os órgãos torácicos.</p><p>136</p><p>14</p><p>Região Lombar:</p><p>Localização: Parte inferior das costas;</p><p>Vértebras: Cinco vértebras lombares, de L1 a L5;</p><p>Função: As maiores e mais fortes, suportam</p><p>a maior parte do peso corporal e fornece</p><p>estabilidade para a região lombar.</p><p>Região Sacral:</p><p>Localização: Base da coluna vertebral;</p><p>Vértebras: Cinco vértebras sacrais fundidas,</p><p>formando o osso sacro;</p><p>Função: Conecta-se à pelve e ajuda a transmitir o</p><p>peso do tronco para os membros inferiores.</p><p>Região Coccígea:</p><p>Composta pelo cóccix, formado por quatro</p><p>vértebras coccígeas fundidas;</p><p>Função: Estrutura vestigial remanescente da</p><p>evolução, fornece</p><p>suporte para certos músculos</p><p>e ligamentos.</p><p>137</p><p>15</p><p>Essa divisão da coluna vertebral em regiões distintas é</p><p>importante para compreender sua estrutura e função,</p><p>bem como para diagnosticar e tratar condições</p><p>relacionadas à coluna vertebral.</p><p>Divisão da coluna vertebral</p><p>Fonte: ©freepik, Freepik (2024).</p><p>#pratodosverem: Na figura há a sombra de uma pessoa e ao lado os ossos</p><p>que compõem a coluna vertebral e suas divisões.</p><p>Músculos do tronco</p><p>Os movimentos do tronco são realizados por uma</p><p>combinação de músculos localizados na região do</p><p>tronco, incluindo os músculos abdominais, dorsais,</p><p>oblíquos e eretores da espinha.</p><p>138</p><p>16</p><p>Esses grupos musculares trabalham de forma</p><p>coordenada para executar uma variedade</p><p>impressionante de movimentos do tronco, que vão</p><p>desde flexões, extensões, rotações e inclinações laterais</p><p>até a estabilização da coluna vertebral.</p><p>Movimento Músculos Principais</p><p>Flexão</p><p>anterior</p><p>Músculos retos abdominais (por</p><p>exemplo, reto abdominal).</p><p>Extensão</p><p>(posterior)</p><p>Músculos eretores da espinha (por</p><p>exemplo, iliocostal, longuíssimo,</p><p>espinhal).</p><p>Inclinação</p><p>lateral</p><p>Músculos oblíquos externos e internos</p><p>(por exemplo, oblíquo externo, oblíquo</p><p>interno).</p><p>Rotação</p><p>Músculos oblíquos externos e internos,</p><p>além de outros músculos dorsais</p><p>(por exemplo, músculos rotadores da</p><p>coluna).</p><p>Estabilização</p><p>Músculos abdominais profundos (por</p><p>exemplo, transverso do abdômen),</p><p>músculos dorsais profundos (por</p><p>exemplo, músculos multífidos).</p><p>Principais músculos do tronco</p><p>Fonte: elaborado pela autora (2024).</p><p>139</p><p>17</p><p>Respiração humana</p><p>Inspiração e expiração</p><p>Fonte: ©freepik, Freepik (2024).</p><p>#pratodosverem: Representação gráfica das estruturas respiratórias huma-</p><p>na, dentre elas o pulmão e as costelas.</p><p>A respiração humana é um processo vital que envolve</p><p>a troca de gases entre o corpo e o ambiente, o corpo</p><p>humano basicamente obtém oxigênio e elimina gás</p><p>carbônico, que é um produto residual do metabolismo</p><p>das células.</p><p>140</p><p>18</p><p>Além de seu papel essencial na troca de gases, a</p><p>respiração humana desempenha outras funções</p><p>vitais para o corpo. Por exemplo, o ato de respirar é</p><p>fundamental para regular o pH do sangue, mantendo-o</p><p>dentro de limites saudáveis para o funcionamento</p><p>adequado das células e órgãos. Além disso, a respiração</p><p>também desempenha um papel crucial na regulação do</p><p>sistema nervoso autônomo, influenciando o equilíbrio</p><p>entre os estados de alerta e relaxamento do corpo.</p><p>Vejamos algumas das etapas de como ocorre</p><p>a respiração:</p><p>Inspiração:</p><p>Durante a inspiração, o diafragma e os músculos</p><p>intercostais se contraem. O diafragma se</p><p>move para baixo e os músculos intercostais se</p><p>contraem, aumentando o volume da cavidade</p><p>torácica. Isso faz com que a pressão dentro</p><p>dos pulmões diminua, permitindo que o ar entre</p><p>nos pulmões.</p><p>141</p><p>19</p><p>Troca gasosa nos pulmões:</p><p>O ar inalado contém oxigênio, que atravessa</p><p>as membranas dos sacos de ar nos pulmões</p><p>(alvéolos) e entra na corrente sanguínea através</p><p>dos capilares pulmonares. Ao mesmo tempo, o</p><p>dióxido de carbono, passa do sangue para os</p><p>alvéolos e é expirado.</p><p>Transporte de Gases pelo Sangue:</p><p>O oxigênio é transportado pelo sangue para as</p><p>células do corpo, onde é usado para a produção</p><p>de energia em um processo chamado respiração</p><p>celular. O dióxido de carbono produzido como</p><p>subproduto da respiração celular é transportado</p><p>de volta para os pulmões pelo sangue.</p><p>Expiração:</p><p>Durante a expiração, o diafragma e os músculos</p><p>intercostais relaxam. Isso faz com que o volume</p><p>da cavidade torácica diminua e a pressão dentro</p><p>dos pulmões aumente. O ar rico em dióxido</p><p>de carbono é então expelido dos pulmões</p><p>para o ambiente.</p><p>142</p><p>20</p><p>Todo este processo da respiração é controlado pelo</p><p>sistema nervoso, especialmente pelo centro respiratório</p><p>no tronco cerebral. Ele regula automaticamente a</p><p>taxa e a profundidade da respiração para atender às</p><p>necessidades do corpo em diferentes situações, como</p><p>durante o exercício físico ou em repouso.</p><p>Tronco cerebral</p><p>Fonte: ©Netter (2019, p. 182).</p><p>#pratodosverem: Figura anatômica de estrutura do sistema nervoso.</p><p>143</p><p>21</p><p>Músculos da respiração</p><p>Musculatura respiratória</p><p>Fonte: ©Netter (2019, p. 304).</p><p>#pratodosverem: Figura anatômica dos músculos na caixa torácica.</p><p>Para que a respiração ocorra de modo eficiente</p><p>e harmônico, nós temos músculos que auxiliam</p><p>esse processo. Os músculos responsáveis pela</p><p>respiração são principalmente o diafragma e os</p><p>músculos intercostais.</p><p>144</p><p>22</p><p>Músculo Localização Função durante</p><p>a Respiração</p><p>Diafragma</p><p>Abaixo dos</p><p>pulmões;</p><p>separa torácica</p><p>e abdominal</p><p>Contrai durante a</p><p>inspiração, movendo</p><p>para baixo e aumentando</p><p>espaço na cavidade</p><p>torácica para entrada</p><p>de ar. Relaxa durante a</p><p>expiração, retornando</p><p>à posição original e</p><p>auxiliando na expulsão de</p><p>ar dos pulmões.</p><p>Músculos</p><p>Intercostais</p><p>Externos</p><p>Entre as</p><p>costelas,</p><p>externamente</p><p>Contraem durante a</p><p>inspiração, elevando as</p><p>costelas e expandindo</p><p>a caixa torácica para</p><p>entrada de ar.</p><p>Músculos</p><p>Intercostais</p><p>Internos</p><p>Entre as</p><p>costelas,</p><p>internamente</p><p>Auxiliam na estabilização</p><p>das costelas durante</p><p>a respiração. Relaxam</p><p>durante a expiração.</p><p>Principais músculos da respiração</p><p>Fonte: elaborado pela autora (2024).</p><p>Além do diafragma e dos músculos intercostais, outros</p><p>músculos acessórios podem contribuir para a respiração</p><p>em situações de esforço ou durante atividades físicas</p><p>intensas, como os músculos do pescoço e os músculos</p><p>abdominais. Esses músculos trabalham juntos para</p><p>facilitar o processo de respiração, permitindo que o ar</p><p>entre e saia dos pulmões de forma eficaz.</p><p>145</p><p>23</p><p>Músculos do Pescoço:</p><p>Os músculos do pescoço, como o músculo</p><p>esternocleidomastóideo e os músculos</p><p>escalenos, podem ser recrutados para elevar</p><p>a caixa torácica e ajudar na inspiração durante</p><p>esforços respiratórios intensos.</p><p>Músculos Abdominais:</p><p>Os músculos abdominais, como o reto abdominal,</p><p>os oblíquos externos e internos, e o transverso</p><p>do abdome, podem ser envolvidos na expiração</p><p>forçada. Eles ajudam a comprimir o conteúdo</p><p>abdominal, empurrando o diafragma para cima e</p><p>expulsando o ar dos pulmões.</p><p>Músculos da Parede Torácica:</p><p>Alguns músculos da parede torácica, como</p><p>os músculos serráteis anteriores, podem</p><p>ajudar na elevação das costelas durante a</p><p>inspiração profunda.</p><p>146</p><p>24</p><p>Músculos Acessórios das Vias Aéreas:</p><p>Músculos como os músculos da faringe e da</p><p>laringe podem ser usados para abrir as vias</p><p>aéreas superiores e facilitar a passagem do ar</p><p>durante a inspiração.</p><p>Esses músculos normalmente são ativados em</p><p>situações de aumento da demanda respiratória, em</p><p>condições de hipóxia (baixo teor de oxigênio) ou em</p><p>casos de obstrução das vias aéreas. Eles ajudam a</p><p>garantir uma ventilação adequada dos pulmões e a</p><p>manter a homeostase respiratória do corpo.</p><p>Vias aéreas intrapulmonares</p><p>Fonte: ©Netter (2019, p. 304).</p><p>#pratodosverem: Emaranhado de estruturas esféricas ocas que represen-</p><p>tam os alvéolos pulmonares.</p><p>147</p><p>25</p><p>Postura estática e</p><p>dinâmica</p><p>Postura refere-se à maneira como o corpo está alinhado</p><p>ou posicionado em relação às atividades realizadas,</p><p>e está intrinsecamente ligada ao movimento. O</p><p>movimento muitas vezes começa e termina em</p><p>diferentes posturas, como quando alguém se levanta</p><p>de uma cadeira ou atravessar uma rua. A postura é</p><p>controlada por ajustes rápidos e automáticos, exigindo</p><p>a interação de vários sistemas sensoriais, incluindo</p><p>proprioceptivo, visual e vestibular, em conjunto com o</p><p>sistema musculoesquelético.</p><p>Além de sua importância para o movimento e a</p><p>realização de atividades cotidianas, a postura também</p><p>desempenha um papel fundamental na prevenção</p><p>de lesões e no alívio da dor. Uma postura adequada</p><p>ajuda a distribuir o peso do corpo de maneira uniforme,</p><p>reduzindo a sobrecarga em determinadas áreas e</p><p>minimizando o risco de lesões musculoesqueléticas.</p><p>Além disso, uma postura correta pode aliviar a</p><p>pressão sobre as articulações e a coluna vertebral,</p><p>reduzindo a incidência de dores crônicas nas costas,</p><p>pescoço e ombros.</p><p>148</p><p>26</p><p>Fonte: ©freepik, Freepik (2024).</p><p>#pratodosverem: Vetor de uma menina segurando uma bolsa e uma sacola</p><p>de maneira incorreta e ao lado a representação correta de sua postura.</p><p>A discussão sobre postura abrange a posição em pé,</p><p>sentada e os complexos mecanismos de controle</p><p>postural. Esse módulo, será focado principalmente na</p><p>marcha, limitando-se a explorar conceitos relacionados</p><p>à manutenção de uma postura eficaz e eficiente em pé,</p><p>como preparação para a caminhada.</p><p>149</p><p>27</p><p>Postura correta</p><p>Fonte: elaborada pela autora (2024).</p><p>Para avaliar o alinhamento postural normal, é</p><p>recomendado que o indivíduo esteja relaxado, com os</p><p>pés posicionados aproximadamente na largura dos</p><p>quadris, os braços pendendo naturalmente ao lado do</p><p>corpo e os olhos voltados para frente. A avaliação do</p><p>alinhamento inclui a observação da cabeça, ombros,</p><p>tronco, quadris, joelhos e tornozelos a partir das vistas</p><p>anterior, posterior e lateral do corpo. É útil utilizar</p><p>um fio de prumo como uma referência para a linha de</p><p>gravidade corporal.</p><p>150</p><p>28</p><p>Linha de gravidade</p><p>Fonte: ©Houglum (2014, p. 538).</p><p>#pratodosverem: Uma mulher de costas com as mãos ao lado do corpo</p><p>e os pés apoiados no chão, e uma linha tracejada passando pelo meio do</p><p>seu corpo, representando a linha imaginária da gravidade.</p><p>Os músculos responsáveis por sustentar a postura</p><p>adequada na posição anatômica são conhecidos como</p><p>músculos antigravitacionais. Este grupo muscular</p><p>engloba principalmente os extensores do pescoço e</p><p>das costas, os extensores do quadril e do joelho, e em</p><p>menor medida, os flexores do pescoço e do tronco,</p><p>juntamente com os abdutores e adutores do quadril.</p><p>151</p><p>29</p><p>Músculos ativos na manutenção da postura em pé</p><p>Fonte: ©Houglum (2014, p. 538).</p><p>#pratodosverem: Mulher em postura ereta com os braços na lateral do</p><p>corpo, com a representação gráfica de estruturas ósseas e musculares em</p><p>transparências sob o seu corpo.</p><p>152</p><p>30</p><p>Para manter a posição vertical, o centro de gravidade</p><p>(CG) ou centro de massa (CM) do corpo, que está</p><p>localizado relativamente alto, precisa permanecer</p><p>dentro da base de suporte, que é comparativamente</p><p>pequena. É impossível para o corpo manter uma</p><p>postura completamente imóvel enquanto está em pé.</p><p>As atividades contínuas dos órgãos, como a respiração</p><p>e as contrações cardíacas, junto com ajustes neurais</p><p>constantes, causam pequenos movimentos.</p><p>Atividade que exige muito do equilíbrio</p><p>Fonte: ©freepik, Freepik (2024).</p><p>#pratodosverem: Mulher pendurada no teto com elásticos e bambolê para</p><p>realizar acrobacias.</p><p>153</p><p>31</p><p>Assim, o corpo constantemente busca restaurar o</p><p>equilíbrio de forma automática e ininterrupta, um</p><p>fenômeno conhecido como oscilação postural. Essa</p><p>oscilação postural é o movimento de um corpo em</p><p>posição ereta, caracterizado por deslocamentos e</p><p>ajustes constantes, e mínimos, para manter o CM sobre</p><p>a base de suporte do corpo. Essa oscilação ocorre tanto</p><p>na direção ântero-posterior quanto lado a lado.</p><p>A oscilação postural é evidente, principalmente, no</p><p>segmento do tornozelo e pé, onde há contrações</p><p>alternadas de baixa intensidade nos músculos</p><p>antagonistas do tornozelo, especialmente o tibial</p><p>anterior e o sóleo.</p><p>A estabilidade da postura em posição vertical é</p><p>geralmente maior em adultos com idades entre 20 e 60</p><p>anos, comparados aos mais jovens e aos mais idosos.</p><p>Indivíduos mais jovens e mais velhos tendem a exibir</p><p>médias mais altas e maior variabilidade em todas as</p><p>medições do centro de pressão da base de suporte,</p><p>que indica como o peso corporal é distribuído na</p><p>planta do pé.</p><p>154</p><p>32</p><p>Postura caminhada</p><p>Fonte: ©freepik, Freepik (2024).</p><p>#pratodosverem: Vetor de jovem caminhando, no primeiro a sua postura</p><p>está adequada, e nas duas demais representações está inadequada.</p><p>Isso se reflete no tamanho da área de equilíbrio utilizada,</p><p>no comprimento do percurso do centro de massa na</p><p>base de suporte, na velocidade dos ajustes posturais e</p><p>na amplitude máxima de oscilação. Tanto os indivíduos</p><p>mais jovens quanto os mais velhos demonstram</p><p>tempos de reação muscular mais lentos a perturbações</p><p>na postura em comparação ao grupo de adultos.</p><p>155</p><p>33</p><p>Desenvolvimento das posturas na criança</p><p>Fonte: ©freepik, Freepik (2024).</p><p>#pratodosverem: Criança em várias etapas da vida em esquema circular,</p><p>mostrando as várias posturas que a criança já pode fazer.</p><p>O desenvolvimento da estabilidade postural em crianças</p><p>é notável, aproximando-se dos níveis de adultos entre</p><p>12 e 15 anos de idade, embora ainda apresentem alta</p><p>variabilidade até atingirem a idade adulta. O aumento</p><p>da oscilação postural em idosos está correlacionado</p><p>com uma maior incidência de quedas.</p><p>156</p><p>34</p><p>A postura humana é que ela é</p><p>influenciada não apenas pela</p><p>estrutura óssea e muscular, mas</p><p>também por fatores psicológicos e</p><p>emocionais. Por exemplo, estudos</p><p>têm mostrado que a postura ereta</p><p>e aberta está frequentemente</p><p>associada a estados emocionais</p><p>positivos, como confiança e poder,</p><p>enquanto posturas fechadas</p><p>e encurvadas estão ligadas a</p><p>sentimentos de submissão e</p><p>fraqueza. Isso demonstra como a</p><p>mente e o corpo estão interligados</p><p>na expressão da postura humana.</p><p>Curiosidade</p><p>Marcha humana</p><p>A marcha humana refere-se ao padrão de movimento</p><p>bípede e é uma das formas mais básicas de locomoção</p><p>humana. É caracterizada por uma série de movimentos</p><p>rítmicos e coordenados dos membros inferiores, tronco</p><p>e membros superiores. Alguns dos principais aspectos</p><p>da marcha humana incluem:</p><p>157</p><p>35</p><p>Ciclo da Marcha:</p><p>É um ciclo contínuo de movimentos que envolvem</p><p>alternância entre fases de apoio e balanço.</p><p>Fases da Marcha:</p><p>A marcha é dividida em fases distintas, como o</p><p>apoio inicial, a fase de balanço, o apoio médio</p><p>e o apoio final. Cada fase tem características</p><p>específicas de movimento e função muscular.</p><p>Coordenação:</p><p>É uma complexa coordenação de músculos,</p><p>articulações e sistemas sensoriais para garantir</p><p>um movimento eficiente e equilibrado.</p><p>Estabilidade e Equilíbrio:</p><p>A marcha requer uma interação precisa entre os</p><p>sistemas musculoesquelético e nervoso para</p><p>manter a estabilidade e o equilíbrio durante</p><p>o movimento.</p><p>158</p><p>36</p><p>Padrões de Movimento:</p><p>Existem padrões específicos de movimento</p><p>associados a diferentes velocidades de marcha,</p><p>como caminhar, correr ou trotar, cada um com</p><p>características biomecânicas distintas.</p><p>Fases da marcha</p><p>As fases representam um ciclo completo de marcha</p><p>e se repetem continuamente enquanto uma pessoa</p><p>caminha. Cada fase desempenha um papel específico</p><p>na eficiência e na estabilidade da marcha humana.</p><p>Fases da marcha</p><p>Fonte: ©Houglum (2014, p. 544).</p><p>#pratodosverem: Representação de um homem em esquema de fases da</p><p>marcha humana em cada uma de suas subfases.</p><p>159</p><p>37</p><p>Cada fase do ciclo de marcha é subdividida em subfases</p><p>detalhadas para compreender melhor o movimento.</p><p>A fase de apoio, por exemplo, abrange o contato</p><p>inicial, a resposta à carga, o apoio médio, o apoio</p><p>final e o pré-balanço. Inicia-se quando o pé toca o</p><p>solo, geralmente com o calcanhar, embora em certas</p><p>condições patológicas outras partes do pé possam</p><p>tocar primeiro. Em seguida, o pé se ajusta ao solo</p><p>durante a resposta à carga, absorvendo as forças de</p><p>impacto. Durante o apoio médio, o centro de massa</p><p>(CM) do corpo se desloca diretamente sobre o pé. À</p><p>medida em que o corpo avança, o apoio progride para o</p><p>apoio final, terminando no pré-balanço quando os dedos</p><p>deixam o solo.</p><p>Fases de apoio</p><p>Fonte: elaborado pela autora (2024).</p><p>160</p><p>38</p><p>A fase de balanço, por sua vez, inclui o balanço inicial,</p><p>médio e final, começando quando o pé perde contato</p><p>com o solo e terminando quando se prepara para fazer</p><p>contato novamente. Este ciclo de marcha continua</p><p>repetidamente enquanto a pessoa se move.</p><p>Marcha humana</p><p>Fonte: ©freepik, Freepik (2024).</p><p>#pratodosverem: Homem caminhando, enquanto olha para a sua frente,</p><p>com expressão neutra. Veste camiseta polo social azul, calça jeans e</p><p>sapatos pretos.</p><p>Durante a marcha, os músculos dos membros inferiores,</p><p>incluindo os músculos</p><p>das pernas, quadris e pés,</p><p>trabalham em conjunto para proporcionar movimento</p><p>e estabilidade. Além disso, os braços também</p><p>desempenham um papel importante na marcha,</p><p>oscilando para frente e para trás para ajudar a manter o</p><p>equilíbrio e fornecer impulso adicional.</p><p>161</p><p>39</p><p>Esquema de características espaciais</p><p>Fonte: ©Houglum (2014, p. 547).</p><p>#pratodosverem: Representação gráfica de passos com medições esque-</p><p>máticas entre suas distâncias e larguras.</p><p>A marcha humana ainda possui características</p><p>espaciais que descrevem como o corpo se move no</p><p>espaço, vejamos mais sobre cada uma delas:</p><p>Comprimento do Passo:</p><p>É a distância horizontal entre o ponto de contato</p><p>inicial de um pé com o solo e o ponto de contato</p><p>inicial do mesmo pé na próxima etapa.</p><p>Largura do Passo:</p><p>Refere-se à distância horizontal entre os</p><p>pontos médios de dois passos consecutivos do</p><p>mesmo membro;</p><p>A largura do passo pode variar entre os indivíduos</p><p>e pode ser influenciada por fatores como</p><p>estabilidade, equilíbrio e condições patológicas.</p><p>162</p><p>40</p><p>Altura do Passo:</p><p>É a distância vertical entre o ponto mais alto do</p><p>pé durante a fase de balanço e o solo;</p><p>A altura do passo pode variar dependendo da</p><p>velocidade da marcha, da altura do indivíduo e de</p><p>outras características biomecânicas.</p><p>E ainda:</p><p>Ângulo de Passada:</p><p>Refere-se ao ângulo formado entre a linha de</p><p>progressão do corpo e a direção do passo;</p><p>Um ângulo de passada maior pode indicar uma</p><p>marcha mais aberta, enquanto um ângulo menor</p><p>pode indicar uma marcha mais fechada.</p><p>Deslocamento Lateral do Tronco:</p><p>Durante a marcha, o tronco pode se deslocar</p><p>lateralmente em relação à linha média do corpo;</p><p>Esse deslocamento lateral pode ajudar a manter</p><p>o equilíbrio e a estabilidade durante a caminhada.</p><p>163</p><p>41</p><p>Velocidade da Marcha:</p><p>Descreve o ritmo com que uma pessoa</p><p>se desloca no espaço durante o ciclo de marcha</p><p>e é uma medida fundamental na análise da</p><p>locomoção humana.</p><p>Compreender as intrincadas subfases de cada fase</p><p>do ciclo de marcha, proporciona uma visão holística</p><p>e detalhada do movimento humano. Da fase de</p><p>apoio, que engloba, desde o contato inicial até o pré-</p><p>balanço, emergem nuances essenciais que revelam</p><p>a complexidade e a precisão do processo. Desde o</p><p>instante em que o pé toca o solo, até o momento em</p><p>que os dedos se desprendem, cada ajuste e cada</p><p>movimento são peças fundamentais no quebra-cabeça</p><p>do movimento humano.</p><p>164</p><p>42</p><p>A marcha humana é única entre</p><p>os primatas. Os seres humanos</p><p>são os únicos primatas capazes</p><p>de andar completamente eretos</p><p>com uma marcha bípede, o que</p><p>é resultado de uma série de</p><p>adaptações anatômicas ao longo da</p><p>evolução. Essa capacidade de andar</p><p>ereto permitiu aos humanos uma</p><p>mobilidade muito maior e influenciou</p><p>significativamente a forma como</p><p>nos adaptamos e exploramos o</p><p>ambiente ao nosso redor.</p><p>Curiosidade</p><p>Ergonomia</p><p>Ergonomia é o estudo científico da interação entre os</p><p>seres humanos e os elementos de um sistema, como</p><p>o ambiente de trabalho, equipamentos, ferramentas,</p><p>tarefas e até mesmo a organização do trabalho.</p><p>165</p><p>43</p><p>Ergonomia</p><p>Fonte: ©freepik, Freepik (2024).</p><p>#pratodosverem: Mulher demonstrando dor na região das costas.</p><p>Seu objetivo principal é projetar e organizar esses</p><p>elementos de forma a otimizar o desempenho humano e</p><p>prevenir lesões, fadiga e outros problemas relacionados</p><p>ao trabalho.</p><p>166</p><p>44</p><p>A ergonomia visa criar ambientes</p><p>de trabalho que sejam seguros,</p><p>saudáveis e produtivos, levando</p><p>em conta as capacidades e</p><p>limitações dos trabalhadores, para</p><p>que estes possam desempenhar</p><p>suas atividades de forma eficaz</p><p>e confortável. Saiba mais na</p><p>Resolução n. 459, de 20 de novembro</p><p>de 2015.</p><p>Saiba mais</p><p>Ergonomia na Terapia</p><p>Ocupacional</p><p>Dentro do campo da saúde ocupacional, o terapeuta</p><p>ocupacional se dedica a compreender o indivíduo</p><p>em sua atividade laboral. Seu objetivo é promover</p><p>a saúde ao tornar o trabalho mais satisfatório para o</p><p>trabalhador, incentivando sua participação ativa na</p><p>identificação de fatores que possam levar a problemas</p><p>de saúde relacionados ao trabalho. Além disso, busca</p><p>reintegrar no mercado de trabalho pessoas com</p><p>limitações ou deficiências funcionais causadas por</p><p>condições patológicas diversas, que interferem em suas</p><p>atividades diárias.</p><p>167</p><p>45</p><p>Terapia ocupacional</p><p>Fonte: ©freepik, Freepik (2024).</p><p>#pratodosverem: Duas mulheres, a mulher da esquerda auxiliando a mu-</p><p>lher da direita a realizar um exercício físico.</p><p>Análise Ergonômica do Trabalho</p><p>A Análise Ergonômica do Trabalho (AET) é realizada</p><p>por profissionais qualificados em ergonomia, como</p><p>engenheiros de segurança do trabalho, fisioterapeutas</p><p>ou terapeutas ocupacionais. O processo ocorre da</p><p>seguinte forma:</p><p>168</p><p>46</p><p>Levantamento de informações:</p><p>Coleta de dados sobre o ambiente, tarefas e</p><p>demandas dos trabalhadores.</p><p>Identificação de riscos:</p><p>Reconhecimento dos fatores ergonômicos que</p><p>podem afetar a saúde dos trabalhadores.</p><p>Avaliação detalhada:</p><p>Análise específica dos riscos identificados,</p><p>usando ferramentas apropriadas.</p><p>Proposição de soluções:</p><p>Sugestão de medidas para eliminar ou reduzir os</p><p>riscos encontrados.</p><p>Implementação e acompanhamento:</p><p>Aplicação das soluções e monitoramento</p><p>contínuo para garantir eficácia.</p><p>169</p><p>47</p><p>Documentação e relatório:</p><p>Registro detalhado de todo o processo, incluindo</p><p>resultados e ações tomadas.</p><p>Considerando as diferentes dimensões da interação</p><p>entre os seres humanos e seu ambiente de trabalho,</p><p>existem sete tipos é uma maneira de abordar tudo de</p><p>forma abrangente. São eles:</p><p>Ergonomia física:</p><p>Relacionada à interação do corpo humano com</p><p>o ambiente físico de trabalho, incluindo postura,</p><p>movimentos repetitivos, carga física, layout do</p><p>local de trabalho, entre outros.</p><p>Ergonomia cognitiva:</p><p>Concentra-se na compreensão das capacidades</p><p>mentais e processos cognitivos dos trabalhadores,</p><p>visando otimizar o desempenho, a tomada de</p><p>decisões, a carga mental e a interface humano-</p><p>computador.</p><p>170</p><p>48</p><p>Ergonomia organizacional:</p><p>Envolve a estruturação de sistemas de trabalho,</p><p>gestão de recursos humanos, políticas</p><p>organizacionais, cultura do local de trabalho</p><p>e design de trabalho de forma a promover</p><p>a eficiência, a segurança e a satisfação dos</p><p>trabalhadores.</p><p>Ergonomia ambiental:</p><p>Relacionada ao projeto e à organização</p><p>do ambiente físico, incluindo iluminação,</p><p>temperatura, umidade, ruído e qualidade do ar, de</p><p>modo a criar um ambiente de trabalho saudável e</p><p>confortável.</p><p>Além disso, ainda podemos compreender com</p><p>os demais:</p><p>Ergonomia de produto:</p><p>Refere-se ao design e desenvolvimento de</p><p>produtos, considerando as características</p><p>anatômicas, fisiológicas e cognitivas dos usuários</p><p>finais, com o objetivo de melhorar a usabilidade, a</p><p>segurança e a eficácia dos produtos.</p><p>171</p><p>49</p><p>Ergonomia de segurança:</p><p>Foca na prevenção de acidentes, lesões e doenças</p><p>ocupacionais, considerando aspectos como a</p><p>segurança dos equipamentos, o treinamento dos</p><p>trabalhadores em segurança e a gestão de riscos</p><p>no ambiente de trabalho.</p><p>Ergonomia participativa:</p><p>Envolve a participação ativa dos trabalhadores no</p><p>processo de projeto, implementação e avaliação</p><p>de medidas ergonômicas, garantindo que as</p><p>soluções adotadas atendam às necessidades e</p><p>experiências dos usuários.</p><p>A divisão nesses sete tipos ajuda a fornecer uma</p><p>estrutura para a aplicação de princípios ergonômicos</p><p>em uma variedade de contextos de trabalho, permitindo</p><p>uma abordagem mais abrangente para melhorar a</p><p>eficiência, a segurança e o bem-estar dos trabalhadores.</p><p>172</p><p>50</p><p>Tipo de</p><p>Ergonomia Exemplos</p><p>Ergonomia</p><p>Física</p><p>• Desenho de cadeiras de escritório que oferecem</p><p>suporte adequado à coluna vertebral;</p><p>• Layout de uma linha de produção que reduz a</p><p>necessidade de movimentos repetitivos e minimiza a</p><p>distância entre as áreas de trabalho.</p><p>Ergonomia</p><p>Cognitiva</p><p>• Desenvolvimento de interfaces de usuário intuitivas</p><p>em sistemas de computador;</p><p>• Projeto de procedimentos de treinamento que</p><p>simplificam informações complexas e facilitam a</p><p>tomada de decisões por parte</p><p>dos trabalhadores.</p><p>Ergonomia</p><p>Organizacional</p><p>• Implementação de políticas flexíveis de trabalho;</p><p>• Revisão dos processos de comunicação e fluxo de</p><p>trabalho.</p><p>Ergonomia</p><p>Ambiental</p><p>• Controle da iluminação em um escritório;</p><p>• Projeto de sistemas de ventilação adequados para</p><p>manter uma temperatura e umidade confortáveis no</p><p>ambiente de trabalho.</p><p>Ergonomia de</p><p>Produto</p><p>• Desenvolvimento de smartphones com telas de</p><p>tamanho e resolução adequados ao uso;</p><p>• Projeto de ferramentas manuais com alças</p><p>ergonômicas.</p><p>Ergonomia de</p><p>Segurança</p><p>• Implementação de protocolos de segurança no</p><p>manuseio de substâncias químicas perigosas;</p><p>• Instalação de dispositivos de segurança em máquinas</p><p>industriais.</p><p>Ergonomia</p><p>Participativa</p><p>• Realização de grupos de discussão com os</p><p>trabalhadores para identificar e resolver problemas</p><p>ergonômicos;</p><p>• Envolvimento dos funcionários no processo de design</p><p>de novos equipamentos de trabalho.</p><p>Exemplos de cada tipo de ergonomia</p><p>Fonte: elaborado pela autora (2024).</p><p>173</p><p>51</p><p>Principais posturas de trabalho</p><p>As principais posturas de trabalho são aquelas</p><p>assumidas durante a realização de atividades laborais e</p><p>podem variar dependendo do tipo de trabalho, das tarefas</p><p>executadas e do ambiente de trabalho. São essenciais</p><p>para a ergonomia e o bem-estar dos trabalhadores</p><p>durante a realização de suas atividades laborais. Estas</p><p>posturas podem variar significativamente com base</p><p>no tipo de trabalho, nas tarefas específicas realizadas</p><p>e no ambiente de trabalho em que são executadas.</p><p>A adequação e a ergonomia dessas posturas</p><p>desempenham um papel crucial na prevenção de lesões</p><p>ocupacionais, na redução da fadiga e no aumento da</p><p>eficiência e produtividade no local de trabalho.</p><p>Aqui estão algumas das principais posturas de trabalho:</p><p>Sentado:</p><p>Uma das posturas mais comuns, especialmente</p><p>em trabalhos de escritório;</p><p>Envolve estar sentado em uma cadeira, com a</p><p>coluna vertebral ereta e os pés apoiados no chão</p><p>ou em um suporte para os pés.</p><p>174</p><p>52</p><p>Em pé:</p><p>Envolve ficar de pé enquanto trabalha, seja em</p><p>uma bancada elevada, em uma linha de produção</p><p>ou em um balcão de atendimento;</p><p>É importante alternar entre estar sentado e em pé</p><p>para evitar fadiga e desconforto.</p><p>Ajoelhado:</p><p>Algumas atividades, como trabalhos de</p><p>jardinagem, limpeza ou manutenção,</p><p>podem exigir que uma pessoa se ajoelhe</p><p>para acessar determinadas áreas ou realizar</p><p>tarefas específicas.</p><p>Além destes, os destaques seguem para:</p><p>Deitado:</p><p>Em certos contextos, como na área médica</p><p>durante procedimentos cirúrgicos, os</p><p>profissionais podem precisar trabalhar em uma</p><p>posição deitada.</p><p>175</p><p>53</p><p>Agachado:</p><p>Usado em trabalhos que exigem acesso ao nível</p><p>do solo ou a objetos baixos. É importante tomar</p><p>cuidado para não sobrecarregar a região lombar</p><p>ao adotar essa postura.</p><p>Inclinado:</p><p>Pode ser necessário em atividades que exigem</p><p>acesso a superfícies elevadas, como montagem</p><p>ou manutenção de equipamentos.</p><p>Reclinado:</p><p>Alguns trabalhos, como em salões de beleza ou</p><p>clínicas médicas, podem exigir que o profissional</p><p>esteja em uma posição reclinada para realizar</p><p>determinadas tarefas, como cortar o cabelo ou</p><p>realizar exames.</p><p>É importante lembrar que a ergonomia do ambiente</p><p>de trabalho deve ser projetada levando em</p><p>consideração as posturas de trabalho necessárias</p><p>para cada atividade, de modo a garantir conforto,</p><p>segurança e saúde dos trabalhadores.</p><p>176</p><p>54</p><p>Indicação da postura sentada</p><p>Fonte: ©freepik, Freepik (2024).</p><p>#pratodosverem: Quatro representações de uma mulher em uma mesa de</p><p>escritório, sentada, com indicações de três posturas incorretas</p><p>e uma correta.</p><p>Alternar entre diferentes posturas e realizar pausas</p><p>para descanso, e alongamento, também são práticas</p><p>importantes para prevenir lesões musculoesqueléticas</p><p>e fadiga.</p><p>177</p><p>55</p><p>Pausas no trabalho para exercícios</p><p>Fonte: ©freepik, Freepik (2024).</p><p>#pratodosverem: Três representações de um homem em uma mesa de</p><p>escritório fazendo pausas, de tempo em tempo, para se alongar.</p><p>A avaliação da ergonomia de uma pessoa sentada,</p><p>por exemplo, envolve a análise de vários aspectos</p><p>relacionados à postura, conforto e suporte adequados</p><p>durante o período em que a pessoa permanece sentada.</p><p>178</p><p>56</p><p>Logo abaixo estão algumas etapas para avaliar a</p><p>ergonomia de uma pessoa sentada:</p><p>Postura:</p><p>Observe a posição da pessoa em relação à</p><p>cadeira e à mesa;</p><p>Verifique se a coluna está alinhada, os ombros</p><p>estão relaxados e os pés estão apoiados no chão</p><p>ou em um suporte para os pés;</p><p>A postura ideal é aquela em que a coluna vertebral</p><p>mantém sua curvatura natural (lordose lombar), e</p><p>não está sobrecarregada ou tensionada.</p><p>Altura da cadeira e da mesa:</p><p>Verifique se a altura da cadeira permite que a</p><p>pessoa mantenha os pés apoiados no chão</p><p>ou em um suporte para os pés, com os joelhos</p><p>ligeiramente abaixo do nível dos quadris;</p><p>A altura da mesa deve permitir que os cotovelos</p><p>fiquem próximos ao corpo e formem um ângulo</p><p>de aproximadamente 90 graus.</p><p>179</p><p>57</p><p>Distância e alinhamento:</p><p>Certifique-se de que a pessoa esteja sentada a</p><p>uma distância confortável da mesa, de modo</p><p>que seus braços possam alcançar facilmente o</p><p>teclado, o mouse e outros objetos sem esforço</p><p>excessivo:</p><p>A tela do computador deve estar alinhada</p><p>com os olhos da pessoa, a uma distância de</p><p>aproximadamente um braço de comprimento.</p><p>Suporte lombar:</p><p>Verifique se a cadeira oferece suporte adequado</p><p>à região lombar da coluna vertebral;</p><p>Muitas cadeiras ergonômicas possuem um</p><p>encosto ajustável que pode ser adaptado para</p><p>fornecer suporte lombar personalizado.</p><p>Para uma avaliação completa da ergonomia de uma</p><p>pessoa sentada, é essencial abordar também:</p><p>180</p><p>58</p><p>Descansos para braços:</p><p>Se a cadeira tiver apoios para os braços, verifique</p><p>se estão posicionados de forma a permitir que os</p><p>braços da pessoa descansem confortavelmente</p><p>e formem um ângulo de aproximadamente 90</p><p>graus nos cotovelos.</p><p>Conforto geral:</p><p>Observe se a pessoa parece relaxada e confortável</p><p>enquanto está sentada;</p><p>Se ela estiver constantemente se movendo,</p><p>ajustando a postura ou reclamando de</p><p>desconforto, isso pode ser um sinal de que a</p><p>ergonomia não está adequada.</p><p>181</p><p>59</p><p>Encerramento</p><p>Ao concluir a leitura deste material didático, espera-</p><p>se que você tenha alcançado uma compreensão</p><p>mais profunda e abrangente do tronco, do sistema</p><p>respiratório e dos movimentos corporais. Durante esta</p><p>jornada de aprendizado, exploramos os intricados</p><p>sistemas musculares e respiratórios do corpo</p><p>humano, capacitando-o a identificar os principais</p><p>músculos envolvidos e compreender os movimentos</p><p>que regem o tronco e a respiração.</p><p>Além disso, adentramos no estudo das fases da</p><p>marcha humana, desvendando os padrões de</p><p>movimento que caracterizam esse processo essencial</p><p>da locomoção. Ao longo deste percurso, você foi</p><p>desafiado a mergulhar em conceitos anatômicos e</p><p>fisiológicos complexos, mas fundamentais para a</p><p>compreensão do funcionamento do corpo humano.</p><p>Esperamos que esta jornada de conhecimento tenha</p><p>sido enriquecedora e inspiradora, preparando-o</p><p>para enfrentar novos desafios e aprofundar sua</p><p>compreensão sobre movimentos corporais. Que</p><p>este material didático tenha servido como um guia</p><p>confiável em sua busca por conhecimento!</p><p>182</p><p>60</p><p>Conteúdo Complementar</p><p>1. LIMA, J.; SIMONELLI, A. P.</p><p>Análise ergonômica da atividade</p><p>dos músicos da Orquestra Sinfônica</p><p>do Paraná: fatores de risco e cargas</p><p>de trabalho. Cadernos Brasileiros</p><p>de Terapia Ocupacional, São Carlos,</p><p>v. 22, n. 1, 2014. Disponível em:</p><p>https://www.cadernosdeto.ufscar.</p><p>br/index.php/cadernos/article/</p><p>view/614. Acesso em: 24 abr. 2024.</p><p>2. VALENÇA, J. M.; ALENCAR,</p><p>M. do C. B. Aspectos do trabalho e</p><p>os distúrbios osteomusculares de</p><p>trabalhadoras em um lactário de</p><p>escola. Cadernos Brasileiros de</p><p>Terapia Ocupacional, São Carlos, v.</p><p>25, n. 1, p. 137–146, 2017. Disponível</p><p>em: https://www.cadernosdeto.</p><p>ufscar.br/index.php/cadernos/</p><p>article/view/150. Acesso em: 24 abr.</p><p>2024.</p><p>Saiba mais</p><p>183</p><p>61</p><p>3. ROCHA, L. F.; SIMONELLI, A. P.</p><p>A utilização</p><p>da análise ergonômica</p><p>do trabalho como ferramenta do</p><p>terapeuta ocupacional no estudo</p><p>da atividade de trabalho de</p><p>cabeleireiros. Cadernos Brasileiros</p><p>de Terapia Ocupacional, São Carlos,</p><p>v. 20, n. 3, 2012. Disponível em:</p><p>https://www.cadernosdeto.ufscar.</p><p>br/index.php/cadernos/article/</p><p>view/685.Acesso em: 24 abr. 2024.</p><p>4. SILVA, F. M. N.; VENDRÚSCULO-</p><p>FANGEL, L. M.; RODRIGUES, D. S.</p><p>A Terapia Ocupacional e a saúde</p><p>do trabalhador: panorama de</p><p>produção bibliográfica. Cadernos</p><p>Brasileiros de Terapia Ocupacional,</p><p>São Carlos, v. 24, n. 2, p. 351–361,</p><p>2016. Disponível em: https://www.</p><p>cadernosdeto.ufscar.br/index.php/</p><p>cadernos/article/view/116. Acesso</p><p>em: 24 abr. 2024.</p><p>Saiba mais</p><p>184</p><p>62</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>BRASIL. Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia</p><p>Ocupacional (COFFITO). Resolução n. 459, de 20 de</p><p>novembro de 2015. Disponível em: https://www.coffito.</p><p>gov.br/nsite/?p=3220. Acesso em: 09 maio 2024.</p><p>DERRICKSON, Bryan; TORTORA, Gerard J. Princípios</p><p>de Anatomia e Fisiologia. 14. ed. Rio de Janeiro: Grupo</p><p>GEN, 2016.</p><p>GUYTON, Arthur C.; HALL, Michael E.; HALL, John E.</p><p>Tratado de fisiologia médica. 14 ed. Rio de Janeiro:</p><p>Grupo GEN, 2021.</p><p>HOUGLUM, Peggy A.; BERTOTI, Dolores B. Cinesiologia</p><p>clínica de Brunnstrom. 6 ed. Barueri: Editora Manole</p><p>Ltda, 2014.</p><p>KISNER, Carolyn. Ejercicio Terapêutico - Fundamentos e</p><p>Técnica. Barcelona: Editorial Paidotribo, 2006.</p><p>185</p><p>63</p><p>LIMA, Bráulio; VILELA JUNIOR, Guanis. Cinesiologia e a</p><p>complexidade do movimento humano. Revista Brasileira</p><p>de Cinesiologia e Performance Humana, Petrópolis,</p><p>v. 21, n. 2, p. 64-78, 2019. Disponível em: https://</p><p>www.researchgate.net/publication/333380472_</p><p>C I N E S I O L O G I A _ E _ A _ C O M P L E X I D A D E _ D O _</p><p>MOVIMENTO_HUMANO. Acesso em: 24 abr. 2024.</p><p>LIMA, J.; SIMONELLI, A. P. Análise ergonômica da</p><p>atividade dos músicos da Orquestra Sinfônica do</p><p>Paraná: fatores de risco e cargas de trabalho. Cadernos</p><p>Brasileiros de Terapia Ocupacional, São Carlos, v. 22,</p><p>n. 1, 2014. Disponível em: https://www.cadernosdeto.</p><p>ufscar.br/index.php/cadernos/article/view/614.</p><p>Acesso em: 24 abr. 2024.</p><p>NETTER, Frank H. Atlas de anatomia humana. 7 ed. Rio</p><p>de Janeiro: Elsevier, 2019.</p><p>NEUMANN, D. A. Cinesiologia do Sistema</p><p>Musculoesquelético. 3 ed. St. Louis, MO: Mosby, 2016.</p><p>PEREIRA, I. M. O. Princípios e conceitos de traumatologia,</p><p>biomecânica, cinesiologia aplicada e goniometria para</p><p>terapia ocupacional. Curitiba: CRV, 2020.</p><p>186</p><p>64</p><p>ROCHA, L. F.; SIMONELLI, A. P. A utilização da análise</p><p>ergonômica do trabalho como ferramenta do terapeuta</p><p>ocupacional no estudo da atividade de trabalho</p><p>de cabeleireiros. Cadernos Brasileiros de Terapia</p><p>Ocupacional, São Carlos, v. 20, n. 3, 2012. Disponível</p><p>em: https://www.cadernosdeto.ufscar.br/index.php/</p><p>cadernos/article/view/685. Acesso em: 24 abr. 2024.</p><p>ROWLAND, L. P. MERRIT. Tratado de Neurologia. 11 ed.</p><p>Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007.</p><p>SILVA, F. M. N.; VENDRÚSCULO-FANGEL, L. M.;</p><p>RODRIGUES, D. S. A Terapia Ocupacional e a saúde</p><p>do trabalhador: panorama de produção bibliográfica.</p><p>Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional, São</p><p>Carlos, v. 24, n. 2, p. 351–361, 2016. Disponível em:</p><p>https://www.cadernosdeto.ufscar.br/index.php/</p><p>cadernos/article/view/116. Acesso em: 24 abr. 2024.</p><p>TAKALA, E.-P. et al. Systematic evaluation of</p><p>observational methods assessing biomechanical</p><p>exposures at work. Scandinavian Journal of Work,</p><p>Environment & Health, v. 36, n. 1, p. 3–24, 2010.</p><p>Disponível em: http://www.jstor.org/stable/40967825.</p><p>Acesso em 09 de maio. 2024.</p><p>187</p><p>65</p><p>VALENÇA, J. M.; ALENCAR, M. do C. B. de. Aspectos</p><p>do trabalho e os distúrbios osteomusculares de</p><p>trabalhadoras em um lactário de escola. Cadernos</p><p>Brasileiros de Terapia Ocupacional, [S. l.], v. 25,</p><p>n. 1, p. 137–146, 2017. Disponível em: https://www.</p><p>cadernosdeto.ufscar.br/index.php/cadernos/article/</p><p>view/150. Acesso em: 24 abr. 2024.</p><p>188</p><p>Cinesiologia nas</p><p>ocupações humanas</p><p>Maria Luciana Bastos</p><p>Unidade 4</p><p>3</p><p>Cinesiologia da Marcha</p><p>Introdução à unidade</p><p>Sejam muito bem-vindos a mais uma etapa da</p><p>disciplina de "Cinesiologia nas Ocupações Humanas"!</p><p>Neste módulo, mergulharemos no mundo das técnicas</p><p>cinesioterápicas, para compreender sua aplicabilidade</p><p>e relacioná-las diretamente aos objetivos terapêuticos</p><p>específicos. A habilidade de prescrever cinesioatividades</p><p>de forma precisa e personalizada é importante para o</p><p>sucesso do tratamento, e este material se dedicará a</p><p>desenvolvê-la de maneira abrangente.</p><p>Por fim, exploraremos as diferentes aplicações dos</p><p>tipos de mobilização, compreendendo suas nuances e</p><p>como podem ser integradas de forma eficaz em nossas</p><p>práticas terapêuticas. Este material foi elaborado com</p><p>dedicação e cuidado, com o objetivo de fornecer uma</p><p>base sólida para sua caminhada na Terapia Ocupacional,</p><p>não apenas para fornecer conhecimentos teóricos, mas</p><p>também para oferecer uma visão prática e aplicável que</p><p>enriquecerá sua prática profissional. Esteja preparado</p><p>para mergulhar nessa temática.</p><p>190</p><p>4</p><p>Objetivos da aprendizagem</p><p>• Analisar e desenvolver os principais mé-</p><p>todos e técnicas de avaliação utilizada na</p><p>Terapia Ocupacional</p><p>• Interpretar os registros e elaborar pareceres</p><p>conclusivos e objetivos terapêuticos</p><p>• Conhecer os principais métodos e técnicas</p><p>cinesioterápicas, relacioná-los aos seus</p><p>objetivos terapêuticos</p><p>• Realizar prescrições de cinesioatividades</p><p>• Entender as aplicações dos tipos de mobilização.</p><p>191</p><p>5</p><p>Cinesiologia da marcha</p><p>A cinesiologia da marcha é o estudo do movimento</p><p>humano durante a caminhada. Consiste em analisar</p><p>os padrões de movimento dos diferentes segmentos</p><p>corporais, articulações e músculos envolvidos na</p><p>marcha, além de compreender como o corpo humano</p><p>se move de forma eficiente e coordenada durante a</p><p>atividade de andar.</p><p>Evolução da marcha humana</p><p>Fonte: ©freepik, Freepik (2024).</p><p>#pratodosverem: Ilustração da evolução humana do macaco até a postura</p><p>atual do homem.</p><p>192</p><p>6</p><p>Os cinesiologistas observam diversos aspectos, como</p><p>o alinhamento corporal, a amplitude de movimento das</p><p>articulações, a coordenação dos músculos agonistas e</p><p>antagonistas, o equilíbrio, a distribuição de peso, entre</p><p>outros fatores.</p><p>Além disso, os cinesiologistas utilizam ferramentas</p><p>e técnicas avançadas, como a análise biomecânica e</p><p>a eletromiografia, para medir a atividade elétrica dos</p><p>músculos durante o movimento. Essas avaliações</p><p>detalhadas permitem identificar desequilíbrios</p><p>musculares e compensações que podem levar a lesões</p><p>ou diminuir a eficiência do movimento. Com base</p><p>nessas informações, os cinesiologistas desenvolvem</p><p>programas de exercícios personalizados, focando na</p><p>correção de posturas inadequadas, no fortalecimento</p><p>muscular específico e na melhora da funcionalidade</p><p>geral do corpo. Seu trabalho é fundamental não apenas</p><p>para a reabilitação de lesões, mas também para a</p><p>prevenção, otimização do desempenho atlético e</p><p>promoção de uma melhor qualidade de vida.</p><p>193</p><p>7</p><p>Apesar de sermos bipedais, ainda</p><p>possuímos influências de nossa</p><p>ancestralidade quadrúpede.</p><p>Ao caminhar, nossos membros</p><p>superiores oscilam em movimentos</p><p>coordenados com os membros</p><p>inferiores, o que é conhecido</p><p>como balanço de braços. Essa</p><p>característica, embora não seja</p><p>estritamente necessária para a</p><p>locomoção bipedal, sugere uma</p><p>influência evolutiva dos tempos</p><p>em que nossos antepassados</p><p>habitavam ambientes arbóreos.</p><p>Curiosidade</p><p>Ao compreender os padrões normais e anormais</p><p>da marcha, os profissionais de saúde podem</p><p>identificar problemas musculoesqueléticos, distúrbios</p><p>neurológicos, lesões ou desequilíbrios posturais que</p><p>possam interferir na capacidade de caminhar de uma</p><p>pessoa. Isso permite desenvolver estratégias de</p><p>tratamento e intervenção adequadas para melhorar a</p><p>marcha e a qualidade de vida do indivíduo.</p><p>194</p><p>8</p><p>Marcha Patológica</p><p>A marcha normal é o padrão de movimento que ocorre</p><p>durante o ato de caminhar em indivíduos saudáveis, sem</p><p>qualquer deficiência física significativa e é caracterizada</p><p>por vários aspectos.</p><p>Estabilidade:</p><p>Sustentar o corpo contra a gravidade.</p><p>Mobilidade:</p><p>Permitir movimentos fluidos.</p><p>Controle Motor:</p><p>Coordenar a transferência de peso entre</p><p>os membros.</p><p>195</p><p>9</p><p>Qualquer interrupção desses aspectos, seja por</p><p>doença, lesão ou outros fatores, requer adaptações</p><p>compensatórias. Essa compensação depende da</p><p>força muscular, controle motor, flexibilidade articular</p><p>e sensibilidade residual. Como resultado, o padrão de</p><p>marcha pode ser uma combinação de desvios causados</p><p>pela condição primária e pela forma como o corpo</p><p>compensa essas limitações.</p><p>Alterações posturais</p><p>Fonte: ©freepik, Freepik (2024).</p><p>#pratodosverem: Ilustração de postura de menino inclinando o corpo para</p><p>trás ou para frente como errado e postura do menino ereta como correta.</p><p>À medida em que a velocidade da marcha varia, o tempo</p><p>total do ciclo também muda, afetando a proporção de</p><p>tempo dedicada às fases de balanço e apoio. Em resposta,</p><p>indivíduos saudáveis ajustaram voluntariamente sua</p><p>velocidade, seja diminuindo a cadência, o comprimento</p><p>do passo, ou ambos simultaneamente.</p><p>196</p><p>10</p><p>Distribuição do tempo durante o ciclo</p><p>da marcha:</p><p>Fase de apoio (60%) e fase de balanço (40%);</p><p>Tempo gasto em apoio simples (40%) e apoio</p><p>duplo (20%).</p><p>Velocidade média:</p><p>85 m/min, determinada em estudos com adultos</p><p>caminhando.</p><p>Disfunção primária</p><p>Em pacientes com distúrbios musculoesqueléticos,</p><p>a disfunção primária geralmente está relacionada à</p><p>fraqueza muscular, limitação da mobilidade articular</p><p>e/ou presença de dor. Esses pacientes, possuindo</p><p>controle de sensibilidade motora e sensibilidade normal,</p><p>realizam ajustes posturais automáticos para compensar</p><p>de maneira ideal.</p><p>197</p><p>11</p><p>Ajuste postural</p><p>Fonte: ©freepik, Freepik (2024).</p><p>#pratodosverem: Menina sentada em um puff realizando aumento da cur-</p><p>vatura da coluna torácica como errado e outra foto com a mesma menina</p><p>sentada com a coluna ereta, realizando a posição corretamente.</p><p>Em contrapartida, aqueles com patologias do neurônio</p><p>motor superior, como lesões no sistema nervoso central,</p><p>enfrentam uma gama mais complexa de desafios.</p><p>Além da fraqueza muscular, contraturas e dor, a</p><p>espasticidade, falhas nos mecanismos de controle</p><p>e distúrbios sensoriais prejudicam a função e a</p><p>capacidade de adaptação.</p><p>198</p><p>12</p><p>Criança sentada na cadeira de rodas com compensações posturais</p><p>Fonte: ©freepik, Freepik (2024).</p><p>#pratodosverem: Menina sentada na cadeira de rodas, realizando compen-</p><p>sações posturais das mãos e do pescoço para segurar e utilizar um tablet.</p><p>Portanto, é necessário identificar o problema primário e</p><p>deduzir sua causa provável com base nas características</p><p>clínicas específicas da condição subjacente.</p><p>Alteração de força muscular</p><p>A avaliação da força muscular e da mobilidade articular</p><p>é primordial para uma interpretação clínica dos desvios</p><p>específicos na marcha. Em pacientes com patologias</p><p>musculoesqueléticas e neuromusculares, a avaliação</p><p>da força deve considerar o controle motor individual.</p><p>199</p><p>13</p><p>Avaliação da força da perna</p><p>Fonte: ©freepik, Freepik (2024).</p><p>#pratodosverem: Fisioterapeuta segurando a perna do paciente que está</p><p>sentado na maca a sua frente.</p><p>A importância funcional da fraqueza muscular varia de</p><p>acordo com a demanda da gravidade e do momento</p><p>durante a marcha. A ativação muscular é necessária</p><p>quando não há restrição passiva. Por exemplo:</p><p>Músculos Flexores Plantares:</p><p>Ativos durante o apoio simples, do início ao final.</p><p>Cessam atividade no pré-balanço.</p><p>Músculos Gastrocnêmios e Sóleo:</p><p>Responsáveis por grande parte do torque máximo</p><p>teórico. Principais contribuintes para a força.</p><p>200</p><p>14</p><p>Quando os pacientes apresentam falta de controle motor</p><p>seletivo, o examinador precisa avaliar a força muscular,</p><p>considerando os exercícios musculares em sinergia</p><p>de flexão ou extensão. Esse tipo de déficit de controle</p><p>motor é frequentemente observado em pacientes com</p><p>lesões do motoneurônio superior.</p><p>Estudos mostraram que a atrofia</p><p>muscular pode começar a ser</p><p>observada em apenas uma semana</p><p>de imobilização ou falta de uso do</p><p>músculo. Durante esse período,</p><p>ocorrem alterações nas células</p><p>musculares, como a diminuição do</p><p>tamanho das fibras musculares e a</p><p>redução da capacidade de produzir</p><p>força. Por isso destacamos a</p><p>importância de manter um estilo de</p><p>vida ativo e de praticar exercícios</p><p>regularmente para prevenir a perda</p><p>de massa muscular e manter a</p><p>saúde muscular.</p><p>Atenção</p><p>201</p><p>15</p><p>Alteração sensorial</p><p>A falta de propriocepção interfere na marcha ao privar</p><p>o paciente do conhecimento preciso da posição do</p><p>quadril, joelho, tornozelo ou pé e do tipo de contato com</p><p>o solo. Isso resulta em uma incerteza sobre quando</p><p>é seguro transferir o peso corporal para o membro.</p><p>Indivíduos com controle motor intacto podem</p><p>compensar esse déficit mantendo o joelho rígido ou</p><p>realizando um impacto mais forte no solo para indicar o</p><p>momento do contato.</p><p>Treino de propriocepção</p><p>Fonte: ©freepik, Freepik (2024).</p><p>#pratodosverem: Homem em cima de uma estrutura boleada azul em pé</p><p>com apenas um pé apoiado.</p><p>202</p><p>16</p><p>No entanto, a combinação de déficits sensoriais e de</p><p>fraqueza muscular dificulta uma compensação eficiente.</p><p>Mesmo com um déficit sensorial moderado, a marcha</p><p>tende a ser lenta e cautelosa. Quando o déficit sensorial</p><p>é mais grave, o paciente pode ficar incapacitado de</p><p>confiar nos movimentos disponíveis do corpo.</p><p>Curiosamente, estudos têm</p><p>mostrado que, mesmo quando</p><p>privados de um sentido, como</p><p>a visão, os indivíduos podem</p><p>compensar e ajustar sua marcha</p><p>utilizando informações sensoriais</p><p>restantes de forma mais acentuada.</p><p>Essa capacidade de adaptação</p><p>sensorial durante a marcha destaca</p><p>a notável plasticidade do sistema</p><p>nervoso humano e sua habilidade de</p><p>se ajustar a diferentes condições e</p><p>desafios ambientais.</p><p>Curiosidade</p><p>203</p><p>17</p><p>Dor</p><p>A principal causa de dor musculoesquelética é a</p><p>tensão excessiva nos tecidos. Distensões articulares</p><p>relacionadas a trauma ou artrite são casos comuns. Um</p><p>exemplo é o que ocorre com os saltos altos, que alteram</p><p>a biomecânica natural do corpo, forçando os músculos</p><p>e ligamentos a trabalharem de maneira diferente do que</p><p>estão acostumados.</p><p>Os saltos altos elevam o calcanhar, mudam o ângulo</p><p>entre o pé e a perna. Essa mudança de ângulo pode levar</p><p>a uma série de alterações posturais nos tornozelos,</p><p>incluindo o que vemos na tabela abaixo:</p><p>204</p><p>18</p><p>Consequências Descrição</p><p>Aumento da pressão</p><p>sobre a parte da frente</p><p>do pé</p><p>O salto alto coloca mais peso na</p><p>parte dianteira do pé, aumentando</p><p>a pressão nessa área, o que pode</p><p>resultar em dor e desconforto.</p><p>Risco aumentado de</p><p>entorse de tornozelo</p><p>O deslocamento do centro de</p><p>gravidade para frente pode</p><p>aumentar o risco de entorse de</p><p>tornozelo devido à instabilidade</p><p>causada.</p><p>Encurtamento dos</p><p>músculos da panturrilha</p><p>A posição elevada do calcanhar em</p><p>sapatos de salto alto pode levar</p><p>ao encurtamento dos músculos</p><p>da panturrilha, contribuindo para</p><p>problemas como fascite plantar e</p><p>tendinite de Aquiles.</p><p>Impacto na coluna</p><p>vertebral</p><p>Com o deslocamento do centro</p><p>de gravidade, pode resultar em</p><p>uma curvatura excessiva da região</p><p>lombar, levando a dores nas costas</p><p>e a até mesmo a condições mais</p><p>crônicas como a hiperlordose</p><p>lombar.</p><p>Possíveis consequências posturais causadas pelo salto alto</p><p>Fonte: elaborado pela autora (2024).</p><p>A longo prazo, essa relação entre a tensão excessiva</p><p>nos tecidos musculoesqueléticos por conta do</p><p>uso prolongado de salto alto está evidente nas</p><p>alterações posturais que a estrutura do salto pode</p><p>causar nos tornozelos.</p><p>205</p><p>19</p><p>Alterações na posição dos ossos do tornozelo ao ficar na ponta</p><p>dos pés</p><p>Fonte: ©freepik, Freepik (2024).</p><p>#pratodosverem: Imagem dos pés de uma mulher e as possíveis alte-</p><p>rações que podem ocorrer nos ossos do tornozelo quando se está nas</p><p>pontas dos pés.</p><p>As respostas fisiológicas à dor criam dois desafios para</p><p>uma marcha eficaz: deformidade e fraqueza muscular. A</p><p>deformidade surge das posições naturais de segurança</p><p>de uma articulação inflamada.</p><p>A fraqueza muscular,</p><p>por sua vez, é frequentemente</p><p>uma consequência da inatividade e do desuso, uma</p><p>resposta comum à dor persistente. Quando a dor leva a</p><p>uma diminuição da mobilidade, os músculos ao redor da</p><p>articulação afetada podem se atrofiar, reduzindo ainda</p><p>mais a capacidade funcional e a estabilidade da marcha.</p><p>206</p><p>20</p><p>Além disso, a dor pode alterar os padrões de ativação</p><p>muscular, causando compensações inadequadas</p><p>que sobrecarregam outras partes do corpo. Essas</p><p>adaptações podem levar a um ciclo vicioso, onde a dor e</p><p>a fraqueza se perpetuam mutuamente, tornando crucial</p><p>a intervenção precoce e adequada para restaurar a força</p><p>muscular e corrigir a deformidade, a fim de promover</p><p>uma marcha eficiente e reduzir o risco de futuras lesões.</p><p>Dor no tornozelo por compensações posturais do salto alto</p><p>Fonte: ©freepik, Freepik (2024).</p><p>#pratodosverem: Mulher segurando o tornozelo após ter tirado o pé do</p><p>salto alto.</p><p>207</p><p>21</p><p>Experimentalmente, essas posições foram identificadas</p><p>como aquelas que minimizam a pressão intra-articular</p><p>com aumento da tensão nas articulações ao se mover</p><p>em qualquer direção. As posições de menor pressão</p><p>articular são:</p><p>Tornozelo:</p><p>15° de flexão plantar.</p><p>Joelho:</p><p>Entre 30° e 45° de flexão.</p><p>Quadril:</p><p>30° de flexão.</p><p>Essas descobertas também revelaram como posições</p><p>articulares em que a cápsula e os ligamentos estão mais</p><p>relaxados, sendo consideradas posições de repouso</p><p>das articulações.</p><p>208</p><p>22</p><p>Essas posições de repouso são fundamentais para o</p><p>alívio da dor e a prevenção de mais danos às estruturas</p><p>articulares. Quando a cápsula e os ligamentos</p><p>estão relaxados, a pressão interna da articulação é</p><p>reduzida, minimizando o desconforto e permitindo</p><p>uma recuperação mais eficaz. Essas posições</p><p>são frequentemente utilizadas em estratégias de</p><p>reabilitação e fisioterapia para proporcionar descanso</p><p>e facilitar a mobilização suave da articulação sem</p><p>causar estresse adicional. Além disso, compreender</p><p>essas posições de repouso ajuda na elaboração de</p><p>dispositivos ortopédicos e técnicas de imobilização</p><p>que mantém as articulações em uma postura ideal</p><p>para a cura, prevenindo contraturas e aderências que</p><p>podem surgir de uma imobilização prolongada. Essas</p><p>práticas são essenciais para garantir que o processo de</p><p>recuperação seja o mais eficiente e confortável possível</p><p>para o paciente.</p><p>209</p><p>23</p><p>Avaliação médica</p><p>Fonte: ©freepik, Freepik (2024).</p><p>#pratodosverem: Médica fazendo avaliação no joelho da paciente que está</p><p>sentada na maca sentindo dor.</p><p>A fraqueza muscular ocorre como resultado da dor</p><p>na articulação inflamada, levando a uma redução na</p><p>atividade muscular. Experimentos demonstraram que</p><p>a distensão do joelho com plasma estéril aumenta</p><p>a pressão intra-articular, tornando a ativação do</p><p>quadríceps progressivamente mais difícil.</p><p>210</p><p>24</p><p>Articulação no joelho inflamada</p><p>Fonte: ©freepik, Freepik (2024).</p><p>#pratodosverem: Homem segurando no joelho esquerdo após</p><p>descer escadaria.</p><p>No entanto, a anestesia na articulação restaura</p><p>a função completa do quadríceps, estabelece a</p><p>existência de um mecanismo de feedback destinado</p><p>a proteger as estruturas articulares contra pressão</p><p>excessiva. Durante uma análise da marcha, o examinador</p><p>deve considerar uma menor força disponível e uma</p><p>postura de proteção aumentada quando as articulações</p><p>estiverem inflamadas.</p><p>211</p><p>25</p><p>O estado emocional de uma pessoa,</p><p>como ansiedade ou estresse, pode</p><p>modular a percepção da dor durante</p><p>a marcha, podendo torná-la mais</p><p>intensa ou menos tolerável. Além</p><p>disso, fatores ambientais, como o</p><p>tipo de superfície em que se caminha,</p><p>também podem desempenhar um</p><p>papel na experiência da dor durante</p><p>a marcha.</p><p>Curiosidade</p><p>Espasticidade</p><p>Pacientes com lesões neurológicas centrais, que</p><p>resultam em paralisia espástica, apresentam diversos</p><p>déficits funcionais, os quais podem variar em proporção</p><p>e gravidade. O principal efeito é uma resposta exagerada</p><p>ao alongamento, conhecida como espasticidade.</p><p>212</p><p>26</p><p>As principais características podem ser:</p><p>Padrões motores primitivos.</p><p>Pouco controle seletivo.</p><p>Variações nos níveis de contração muscular.</p><p>Comprometimento da propriocepção.</p><p>O controle muscular é influenciado:</p><p>Pela posição do membro.</p><p>Pelo alinhamento do corpo.</p><p>A espasticidade pode acontecer a partir de várias</p><p>condições neurológicas. As características da</p><p>espasticidade podem afetar as atividades de vida</p><p>diária do indivíduo, como na marcha afetada que é</p><p>caracterizada por padrões anormais de movimento.</p><p>As principais causas são:</p><p>Paralisia cerebral; AVC.</p><p>Lesões cerebrais.</p><p>Lesões medulares.</p><p>Esclerose múltipla.</p><p>213</p><p>27</p><p>Efeitos específicos da espasticidade</p><p>nos músculos que atuam durante a</p><p>marcha são:</p><p>Dificulta a produção de ação muscular excêntrica</p><p>durante o apoio.</p><p>Pode resultar em clônus, uma resposta a um</p><p>alongamento rápido.</p><p>Incapacidade de combinar flexão e extensão.</p><p>A hipersensibilidade muscular ao alongamento</p><p>lento pode estar ausente.</p><p>A estabilidade do apoio é garantida por todo o</p><p>padrão de massa extensora.</p><p>Podemos analisar também o impacto da espasticidade</p><p>de forma fragmentada, nos músculos do tornozelo</p><p>e do joelho:</p><p>Espasticidade do sóleo e</p><p>gastrocnêmio:</p><p>Causa flexão plantar persistente do tornozelo;</p><p>Prejudica a progressão e a capacidade de elevar-</p><p>se nas cabeças dos metatarsos.</p><p>214</p><p>28</p><p>Espasticidade dos isquiotibiais:</p><p>Causa flexão contínua do joelho.</p><p>Limita o balanço terminal.</p><p>Restringe o avanço da coxa.</p><p>Efeitos nos Músculos do Quadril:</p><p>Espasticidade do flexor do quadril impede a</p><p>progressão durante o apoio médio e terminal.</p><p>A ação persistente do quadríceps dificulta a</p><p>preparação para o avanço do membro durante o</p><p>pré-balanço.</p><p>Padrões de marcha</p><p>Existem vários padrões de marcha patológica, que são</p><p>alterações na marcha devido a condições médicas,</p><p>lesões neurológicas ou musculoesqueléticas. Alguns</p><p>dos padrões de marcha patológica mais comuns</p><p>veremos a seguir.</p><p>215</p><p>29</p><p>Ilustração de marcha alterada no idoso</p><p>Fonte: ©freepik, Freepik (2024).</p><p>#pratodosverem: Idoso andando com a coluna curvada segurando uma</p><p>bengala em uma mão e a outra mão tremendo.</p><p>A marcha espástica é um padrão de marcha patológica</p><p>que ocorre devido a lesões no sistema nervoso central.</p><p>216</p><p>30</p><p>Suas características principais</p><p>incluem:</p><p>Caracterizada por movimentos rígidos e</p><p>espásticos.</p><p>Dificuldade de iniciar e manter o movimento.</p><p>Pode resultar em uma marcha rígida com</p><p>passos curtos.</p><p>Também pode ser chamado de marcha</p><p>em tesoura.</p><p>Ocorre nas seguintes condições:</p><p>Paralisia cerebral.</p><p>Esclerose múltipla.</p><p>Lesão medular.</p><p>A marcha atáxica se apresenta caracterizada por falta</p><p>de coordenação motora e equilíbrio.</p><p>217</p><p>31</p><p>As características são:</p><p>Associada a danos ao cerebelo.</p><p>Amplitude variável de passos e base</p><p>mais alargada.</p><p>Manifesta-se como uma marcha instável</p><p>e descoordenada.</p><p>Ocorre na:</p><p>Ataxia cerebelar.</p><p>Doença de Friedreich.</p><p>Lesão cerebelar.</p><p>A marcha festinante é um padrão de marcha patológica</p><p>que também é comumente associado a condições que</p><p>afetam o sistema nervoso central.</p><p>As características são:</p><p>Caracterizada por passos curtos e rápidos.</p><p>Inclinação do tronco para frente.</p><p>Dificuldade de iniciar ou pausar o movimento.</p><p>218</p><p>32</p><p>Está presente:</p><p>Doença de Parkinson.</p><p>Parkinsonismo vascular.</p><p>Atrofia de múltiplos sistemas.</p><p>A marcha equina pode ser causada por várias condições,</p><p>incluindo contraturas musculares, paralisia cerebral e</p><p>outras. Vejamos abaixo como ela se manifesta.</p><p>A Marcha Equina se apresenta por:</p><p>O indivíduo anda predominantemente sobre as</p><p>pontas dos pés, sem o calcanhar tocar o chão</p><p>durante a fase de apoio. Associada à contratura</p><p>dos músculos da panturrilha, o que dificulta a</p><p>flexão dorsal do tornozelo. A base de suporte</p><p>torna-se mais estreita, o que pode aumentar o</p><p>risco de desequilíbrio.</p><p>219</p><p>33</p><p>Pode ocorrer em:</p><p>Lesões traumáticas.</p><p>Mielomeningocele.</p><p>Poliomielite.</p><p>Mielite transversa.</p><p>A marcha antálgica é um padrão de marcha que ocorre</p><p>em resposta à dor durante</p><p>a locomoção. Seus aspectos</p><p>principais incluem:</p><p>Características da marcha antálgica:</p><p>Observada em indivíduos com dor.</p><p>Redução da duração do apoio sobre o</p><p>membro afetado.</p><p>O indivíduo pode modificar sua postura para</p><p>compensar a dor.</p><p>Redução do tempo de balanço no</p><p>membro afetado.</p><p>Resulta em uma marcha assimétrica ou com</p><p>passos mais curtos.</p><p>220</p><p>34</p><p>Ocorre em casos de:</p><p>Artrite no quadril ou joelho.</p><p>Fratura de membros inferiores.</p><p>Neuropatia periférica dolorosa.</p><p>A marcha Trendelenburg é frequentemente associada</p><p>à fraqueza ou lesão dos músculos glúteos médio e</p><p>mínimo, que são importantes estabilizadores do quadril</p><p>durante a marcha.</p><p>Saiba mais sobre a Marcha</p><p>Trendelenburg:</p><p>Resulta em um deslocamento lateral do quadril</p><p>oposto ao apoio. Quadril mais baixo do lado</p><p>afetado. Base de suporte ampliada.</p><p>Ocorre em:</p><p>Lesão do nervo glúteo superior.</p><p>Distrofia muscular de cinturas.</p><p>Osteoartrite do quadril.</p><p>221</p><p>35</p><p>A marcha cerebral parética é um padrão de marcha</p><p>patológica que resulta de lesões no córtex motor ou em</p><p>vias neurais superiores que controlam o movimento.</p><p>Marcha Cerebral Parética:</p><p>O membro afetado pode arrastar-se no chão</p><p>durante a fase de balanço. Dificuldade em</p><p>Levantar o Pé. Em alguns casos, pode haver</p><p>espasticidade nos músculos afetados.</p><p>Caracterizada por fraqueza muscular e</p><p>dificuldade em manter o equilíbrio.</p><p>Ocorre em casos de:</p><p>Após acidente vascular cerebral.</p><p>Esclerose lateral amiotrófica (ELA).</p><p>Lesões traumáticas cerebrais.</p><p>Outras deformidades</p><p>Várias deformidades podem prejudicar a marcha,</p><p>interferindo na biomecânica normal do corpo e</p><p>causando dor ou dificuldades na locomoção. Veja na</p><p>tabela abaixo temos as deformidades mais comuns.</p><p>222</p><p>36</p><p>Deformidade Descrição</p><p>Pé Torto</p><p>Congênito</p><p>Condição em que o pé se desenvolve</p><p>com uma posição anormal,</p><p>geralmente apontando para baixo</p><p>e para dentro, dificultando a</p><p>locomoção.</p><p>Pé Plano ou</p><p>Pé Cavo</p><p>Alterações na curvatura do pé, como</p><p>pé plano (queda do arco longitudinal)</p><p>ou pé cavo (aumento do arco</p><p>longitudinal), afetando a distribuição</p><p>do peso corporal.</p><p>Deformidades</p><p>do Joelho</p><p>Condições como joelhos valgos</p><p>(joelhos voltados para dentro) ou</p><p>joelhos varos (joelhos voltados para</p><p>fora), alterando o alinhamento das</p><p>articulações do joelho.</p><p>Deformidades</p><p>da Coluna</p><p>Vertebral</p><p>Escoliose (curvatura lateral da</p><p>coluna vertebral), cifose (aumento</p><p>da curvatura torácica) e lordose</p><p>(aumento da curvatura lombar),</p><p>afetando a postura e o alinhamento</p><p>do tronco.</p><p>Artrose</p><p>Condição degenerativa das</p><p>articulações que pode resultar em</p><p>deformidades articulares, limitando o</p><p>movimento e causando dor durante a</p><p>marcha.</p><p>Tipos de deformidades</p><p>Fonte: elaborado pela autora (2024).</p><p>223</p><p>37</p><p>Pés planos e cavos</p><p>Destacamos o pé plano e o pé cavo pois são duas</p><p>condições distintas que afetam os pés de maneiras</p><p>diferentes, presentes em cerca de 20% a 30% dos</p><p>adultos. Podem variar em gravidade, desde casos</p><p>leves até mais graves que causam dor e limitações na</p><p>função e podem exigir intervenção ortopédica devido a</p><p>problemas ou desconforto associados.</p><p>Diferenças entre do pé com arco para o pé plano</p><p>Fonte: ©freepik, Freepik (2024).</p><p>#pratodosverem: Ilustração de dois pés, um com o arco plantar aparente e</p><p>o outro sem apresentar o arco.</p><p>224</p><p>38</p><p>Os pés planos, também conhecidos como "pés planus",</p><p>são caracterizados pela diminuição ou ausência do arco</p><p>longitudinal do pé, o que resulta em uma superfície de</p><p>contato maior do pé com o solo. Veja abaixo a descrição</p><p>detalhada dessa alteração.</p><p>Alterações na Estrutura</p><p>O arco do pé é mais baixo do que o normal ou</p><p>até mesmo completamente ausente. Resulta em</p><p>uma área de contato maior do pé com o solo.</p><p>Distribuição de Peso Desigual</p><p>O peso corporal pode ser distribuído de forma</p><p>menos uniforme ao caminhar. Há sobrecarga em</p><p>certas áreas do pé, como o calcanhar e a região</p><p>medial do pé.</p><p>Instabilidade e Pronação Excessiva</p><p>Tendencia de rolar o pé para dentro (pronar)</p><p>durante a caminhada, o que pode causar estresse</p><p>adicional nos tornozelos, joelhos e quadris.</p><p>225</p><p>39</p><p>Já os pés cavos são uma condição ortopédica em que</p><p>o arco longitudinal do pé é mais alto do que o normal.</p><p>Isso cria uma curvatura excessiva na região, deixando</p><p>uma lacuna entre a parte interna do pé e o chão quando</p><p>a pessoa está em pé.</p><p>Arco Elevado</p><p>Área de contato menor do pé com o solo.</p><p>Concentração de Pressão</p><p>A pressão é concentrada em áreas específicas</p><p>do pé, como o calcanhar e a parte anterior do pé</p><p>(bola do pé).</p><p>Instabilidade e Supinação Excessiva</p><p>Em casos graves, pode ocorrer uma</p><p>tendência de supinação excessiva, ou seja,</p><p>o pé rola para fora durante a caminhada.</p><p>Causando estresse adicional nas articulações</p><p>dos membros inferiores.</p><p>226</p><p>40</p><p>Rigidez e Limitações de Movimento</p><p>Pode estar associado a rigidez nas articulações</p><p>do pé, o que limita a capacidade do pé de se</p><p>adaptar a superfícies irregulares e absorver</p><p>choques durante a marcha.</p><p>Técnicas e métodos</p><p>cinesioterápicos</p><p>As técnicas e métodos cinesioterápicos são abordagens</p><p>utilizadas para promover a reabilitação, prevenir lesões</p><p>musculoesqueléticas, melhorar a função física e</p><p>restaurar o movimento normal do corpo.</p><p>227</p><p>41</p><p>Enquanto caminhamos, podemos</p><p>expressar uma variedade de</p><p>emoções e intenções por meio de</p><p>gestos faciais, movimentos das</p><p>mãos e postura corporal. Essa</p><p>capacidade de gestualizar durante</p><p>a locomoção não apenas enriquece</p><p>nossa comunicação não verbal, mas</p><p>também reflete a complexidade e</p><p>versatilidade da linguagem humana.</p><p>Essa combinação de gestos e</p><p>movimentos durante a marcha é uma</p><p>característica única da comunicação</p><p>humana, permitindo-nos expressar</p><p>nossos pensamentos e emoções de</p><p>maneira dinâmica e envolvente.</p><p>Curiosidade</p><p>Essas técnicas e métodos são baseados em princípios</p><p>científicos do movimento humano, biomecânica,</p><p>fisiologia muscular e do sistema nervoso. Eles são</p><p>projetados para ajudar os pacientes a recuperar a</p><p>função após lesões, cirurgias ou condições crônicas.</p><p>228</p><p>42</p><p>Técnica / Método</p><p>Cinesioterápico Objetivo</p><p>Exercícios de Amplitude de</p><p>Movimento (ADM)</p><p>Melhorar a flexibilidade e mobilidade</p><p>das articulações.</p><p>Exercícios de</p><p>Fortalecimento Muscular</p><p>Aumentar a força muscular e</p><p>prevenir fraquezas ou lesões.</p><p>Exercícios de Alongamento</p><p>Muscular</p><p>Melhorar a flexibilidade dos</p><p>músculos e reduzir a rigidez.</p><p>Mobilizações Articulares Melhorar a mobilidade articular e</p><p>reduzir a dor.</p><p>Estabilização Segmentar Fortalecer os músculos</p><p>estabilizadores do tronco e da pelve.</p><p>Treinamento Neuromuscular Melhorar a coordenação e o controle</p><p>muscular.</p><p>Treinamento Funcional Simular atividades da vida diária e</p><p>melhorar a funcionalidade.</p><p>Biofeedback Fornecer feedback visual ou auditivo</p><p>sobre a atividade muscular.</p><p>Liberação Miofascial Relaxar e liberar tensões nos tecidos</p><p>musculares e faciais.</p><p>Educação do Paciente Fornecer orientações sobre</p><p>ergonomia, postura e autocuidado.</p><p>Principais métodos de cinesioterapia</p><p>Fonte: elaborado pela autora (2024).</p><p>229</p><p>43</p><p>Princípios da Cinesioatividade</p><p>Os princípios da cinesioatividade, que também são</p><p>fundamentais na cinesioterapia, envolvem diretrizes</p><p>e conceitos que guiam a prática de atividades físicas</p><p>e exercícios terapêuticos para promover a saúde,</p><p>reabilitação e condicionamento físico.</p><p>230</p><p>44</p><p>Princípio Descrição</p><p>Individualidade</p><p>Biológica</p><p>Reconhece a singularidade de cada indivíduo, considerando</p><p>fatores como idade, sexo, histórico médico e objetivos pessoais ao</p><p>desenvolver programas de exercícios.</p><p>Adaptação</p><p>Capacidade do corpo de se adaptar aos estímulos do exercício,</p><p>resultando em melhorias progressivas na força, resistência,</p><p>flexibilidade e outras capacidades físicas ao longo do tempo.</p><p>Progressão</p><p>Os exercícios são gradualmente aumentados em intensidade,</p><p>duração ou volume para promover adaptações contínuas e evitar</p><p>platôs no desempenho físico.</p><p>Sobrecarga</p><p>Estímulos de exercícios maiores do que o habitual, desafiando</p><p>os sistemas musculares e cardiovasculares a se adaptarem e se</p><p>fortalecerem.</p><p>são:</p><p>- Abdução e adução;</p><p>- Desvio ulnar e radial;</p><p>- Flexão lateral ou inclinação (pescoço e tronco).</p><p>15</p><p>15</p><p>Plano Horizontal ou Transverso</p><p>(plano XZ)</p><p>É paralelo ao horizonte e ao solo. Divide o corpo</p><p>em metades superior e inferior. Neste plano</p><p>ocorrem:</p><p>- Pronação e supinação;</p><p>- Rotação medial e lateral;</p><p>- Eversão e inversão do pé.</p><p>16</p><p>16</p><p>Posição anatômica</p><p>Corpo humano em posição anatômica</p><p>Fonte: ©freepik, Freepik (2024).</p><p>#pratodosverem: Uma ilustração anatômica do corpo humano destacando</p><p>os músculos e mostrando a posição ereta, de frente, com os braços semi</p><p>abertos e as palmas das mãos voltadas para a frente.</p><p>A posição anatômica é uma posição estática, de</p><p>referência padrão, utilizada na anatomia humana</p><p>para descrever a posição e as relações entre as partes</p><p>do corpo.</p><p>17</p><p>17</p><p>Ela é definida da seguinte forma</p><p>• O corpo está em posição ereta, os pés</p><p>ligeiramente afastados e os braços estendidos</p><p>ao longo do corpo;</p><p>• As palmas das mãos estão voltadas para a</p><p>frente (anteriormente);</p><p>• Os olhos estão olhando para frente, em direção</p><p>ao horizonte.</p><p>Essa posição fornece um ponto de partida para</p><p>descrever a localização de estruturas anatômicas em</p><p>relação umas às outras, independentemente da posição</p><p>do corpo.</p><p>Movimentos dos</p><p>segmentos e do corpo</p><p>Existem uma variedade de movimentos que podem</p><p>ocorrer em diferentes planos e eixos. Agora iremos</p><p>entender melhor esses movimentos identificando os</p><p>segmentos específicos que os geram.</p><p>18</p><p>18</p><p>Tipos de articulações e funções</p><p>articulares</p><p>As articulações também podem ser conhecidas</p><p>informalmente como "juntas"e são onde dois ou mais</p><p>ossos se encontram. Vejamos como são divididas por</p><p>suas funções.</p><p>Classificação por Função:</p><p>Articulações Sinártroses</p><p>São articulações imóveis ou praticamente imóveis.</p><p>Incluem as suturas do crânio e as sincondroses.</p><p>Articulações Anfiartroses</p><p>São articulações que permitem um pequeno</p><p>grau de movimento. Incluem as sindesmoses e</p><p>as sínfises.</p><p>Articulações Diartroses:</p><p>São articulações móveis que permitem uma</p><p>ampla variedade de movimentos. São sinoviais e</p><p>incluem as articulações dos membros superiores</p><p>e inferiores.</p><p>19</p><p>19</p><p>As articulações também são classificadas de acordo</p><p>com a sua estrutura anatômica, vejamos abaixo</p><p>a primeira:</p><p>Classificação por Estrutura:</p><p>Articulações Fibrosas</p><p>São articulações em que os ossos estão unidos</p><p>por tecido fibroso denso. Elas proporcionam</p><p>pouca ou nenhuma movimentação. Existem três</p><p>tipos principais de articulações fibrosas:</p><p>- Suturas: Elas são imóveis e servem para unir</p><p>os ossos do crânio de forma firme.</p><p>- Sindesmoses: Os ossos são unidos por</p><p>ligamentos fibrosos. Permitem um pequeno grau</p><p>de movimento. Exemplo: articulação entre a tíbia</p><p>e a fíbula.</p><p>- Gonfoses: Um osso é inserido em uma cavidade</p><p>de outro osso, e mantido no lugar, por um tecido</p><p>fibroso. Exemplo: articulação dos dentes com os</p><p>alvéolos da mandíbula e do maxilar.</p><p>Agora iremos entender o segundo tipo de classificação</p><p>estrutural das articulações:</p><p>20</p><p>20</p><p>Articulações Cartilaginosas</p><p>Os ossos são unidos por cartilagem. Elas</p><p>permitem um movimento limitado. Existem dois</p><p>tipos principais:</p><p>- Sincondroses: Os ossos são unidos por</p><p>cartilagem hialina. São geralmente imóveis ou</p><p>têm movimentos muito limitados. Exemplo:</p><p>articulação entre as costelas e o esterno.</p><p>- Sínfises: Os ossos são unidos por</p><p>fibrocartilagem. Permitem um pequeno grau de</p><p>movimento. Exemplo: articulação entre os corpos</p><p>vertebrais na coluna vertebral.</p><p>Tipos de articulações sinoviais</p><p>Fonte: ©Elsevier, Editora Ltda (p. 45, 2019).</p><p>#pratodosverem: A imagem mostra figuras de diferentes formas e</p><p>formatos representando as articulações do corpo humano e as regiões</p><p>onde elas podem ser achadas no corpo.</p><p>21</p><p>21</p><p>Articulações Sinoviais</p><p>São as mais comuns e complexas. Possuem uma</p><p>cápsula articular que contém líquido sinovial, que</p><p>lubrifica a articulação e reduz o atrito durante o</p><p>movimento. São divididas em 6 tipos com base</p><p>em sua forma e função:</p><p>Tipo Movimentos</p><p>Planas Deslizamento</p><p>Dobradiças Flexão e extensão</p><p>Pivotantes Rotação</p><p>Condilares Flexão, extensão, abdução, adução</p><p>Selares Flexão, extensão, abdução, adução,</p><p>circundução</p><p>Esferoides Flexão, extensão, abdução, adução,</p><p>rotação, circundução</p><p>Formas e funções das Articulações Sinoviais</p><p>Fonte: elaborado pela autora (2024).</p><p>Classificação dos Músculos</p><p>A harmonia entre o sistema musculoesquelético, é</p><p>composta por ossos, articulações, músculos e tecidos</p><p>conectivos. Os músculos contraem e relaxam para</p><p>22</p><p>22</p><p>gerar força e promover movimento nas articulações,</p><p>possibilitando uma variedade de ações que vão</p><p>desde tarefas cotidianas simples, como caminhar, até</p><p>movimentos mais complexos, como praticar esportes</p><p>ou dançar.</p><p>Movimento do corpo humano dançando balé</p><p>Fonte: ©freepik, Freepik (2024).</p><p>#pratodosverem: Uma figura da anatomia muscular do corpo humano</p><p>fazendo um passo de balé.</p><p>Os músculos podem ser classificados quanto à</p><p>sua anatomia e morfologia de várias maneiras.</p><p>As principais são:</p><p>Pela localização:</p><p>23</p><p>23</p><p>Músculos superficiais</p><p>Localizados mais próximos à superfície do corpo.</p><p>Músculos profundos</p><p>Localizados mais profundamente no corpo, sob</p><p>os músculos superficiais.</p><p>Representação da disposição das fibras musculares</p><p>Fonte: ©Manole, Houglum (p. 136, 2014).</p><p>#pratodosverem: Figuras na cor vermelha representando a disposição das</p><p>fibras musculares, que podem ser retas, transversais ou alternadas em</p><p>diagonais.</p><p>Os músculos podem ser classificados de acordo com a</p><p>sua morfologia, conforme abaixo:</p><p>Pela morfologia:</p><p>24</p><p>24</p><p>Músculos fusiformes (ou em forma</p><p>de fita)</p><p>Têm uma forma alongada e fusiforme, com uma</p><p>barriga muscular central mais grossa e tendões</p><p>mais finos nas extremidades.</p><p>Músculos peniformes (ou</p><p>unipeniformes)</p><p>Têm fibras musculares que se inserem em um</p><p>ângulo em relação ao eixo principal do músculo,</p><p>formando um padrão de penas.</p><p>Músculos bipenados (ou bipeniforme)</p><p>Possuem duas séries de penas de fibras</p><p>musculares que se inserem em lados opostos de</p><p>um tendão central.</p><p>Músculos multipenados (ou</p><p>multipeniforme)</p><p>Têm várias séries de penas de fibras musculares</p><p>convergindo em um ou mais tendões centrais.</p><p>25</p><p>25</p><p>Os músculos também podem ser classificados de</p><p>acordo com as funções exercidas, veja a seguir:</p><p>Pela função no movimento:</p><p>Músculos Agonistas</p><p>Realizam o movimento principal em uma</p><p>determinada ação. Eles contraem ativamente</p><p>para produzir movimento em uma articulação</p><p>específica. Exemplo: durante a flexão do cotovelo,</p><p>o bíceps braquial é o músculo agonista.</p><p>Músculos Antagonistas</p><p>Têm a ação oposta aos agonistas e que relaxam</p><p>durante o movimento principal para permitir seu</p><p>funcionamento. Geralmente estão no lado oposto</p><p>da articulação e controlam o movimento na</p><p>direção oposta. Exemplo: na flexão do cotovelo, o</p><p>tríceps braquial é o músculo antagonista.</p><p>Músculos Sinergistas</p><p>Ajudam os agonistas a realizar o movimento,</p><p>fornecendo estabilidade à articulação ou</p><p>ajudando no controle fino do movimento,</p><p>para produzir e controlar o movimento de</p><p>forma eficiente.</p><p>26</p><p>26</p><p>Músculos Estabilizadores</p><p>Mantêm a estabilidade em torno de uma</p><p>articulação durante o movimento, evitando</p><p>movimentos indesejados ou lesões. Geralmente</p><p>são ativados de forma isométrica para estabilizar</p><p>a articulação enquanto os músculos agonistas</p><p>e sinergistas realizam o movimento.</p><p>Por fim, é possível também classificar os músculos</p><p>pelos movimentos produzidos, veja abaixo:</p><p>Pelo tipo de movimento produzido:</p><p>Músculos flexores:</p><p>São responsáveis por flexionar ou dobrar uma</p><p>articulação.</p><p>Músculos extensores:</p><p>Produzem extensão ou endireitamento de uma</p><p>articulação.</p><p>Músculos adutores:</p><p>Movem uma parte do corpo para perto do plano</p><p>médio do corpo.</p><p>27</p><p>27</p><p>Músculos abdutores:</p><p>Movem uma parte do corpo para longe do plano</p><p>médio do corpo.</p><p>Músculos rotadores:</p><p>Produzem rotação de uma parte do corpo ao</p><p>redor de seu eixo longitudinal.</p><p>Tipos de Contrações Musculares</p><p>A contração muscular é o processo que gera força</p><p>Especificidade</p><p>Os exercícios devem ser específicos para os objetivos de treinamento</p><p>ou reabilitação, visando os sistemas de energia, grupos musculares e</p><p>padrões de movimento relevantes para a atividade desejada.</p><p>Reversibilidade</p><p>Os benefícios do exercício podem ser perdidos se a atividade física</p><p>for interrompida, enfatizando a importância da consistência e da</p><p>manutenção do programa de exercícios ao longo do tempo.</p><p>Individualização</p><p>Adaptar os exercícios de acordo com as necessidades, capacidades</p><p>e limitações individuais de cada pessoa, garantindo a segurança e a</p><p>eficácia do programa de exercícios.</p><p>Variedade</p><p>Sugere a inclusão de uma variedade de exercícios e modalidades</p><p>de treinamento para evitar o tédio, prevenir lesões por sobrecarga e</p><p>promover uma adaptação global do corpo.</p><p>Recuperação</p><p>Reconhece a importância do descanso e da recuperação adequados</p><p>para permitir que o corpo se repare e se adapte ao estresse do</p><p>exercício, reduzindo o risco de lesões e fadiga excessiva.</p><p>Consistência</p><p>Refere-se à importância de manter uma rotina regular de exercícios</p><p>ao longo do tempo para maximizar os benefícios para a saúde e o</p><p>condicionamento físico, proporcionando adaptações duradouras e</p><p>progressivas.</p><p>Princípios de cinesioatividade</p><p>Fonte: elaborado pela autora (2024).</p><p>231</p><p>45</p><p>Mobilização</p><p>A mobilização é uma técnica comum na fisioterapia,</p><p>onde diferentes tipos de movimentos são aplicados às</p><p>articulações, músculos e tecidos moles para promover</p><p>a flexibilidade, a mobilidade articular, a circulação</p><p>sanguínea e a recuperação funcional.</p><p>Tipos Descrição</p><p>Movimento</p><p>Ativo</p><p>O paciente realiza o movimento por</p><p>conta própria, sem assistência externa.</p><p>O fisioterapeuta fornece instruções</p><p>e orientações sobre como executar</p><p>corretamente o movimento.</p><p>Movimento</p><p>Passivo</p><p>O fisioterapeuta move passivamente</p><p>a articulação ou músculo do paciente,</p><p>sem qualquer esforço ativo por parte do</p><p>paciente. É útil em casos de limitações</p><p>de movimento.</p><p>Movimento</p><p>Resistido</p><p>Aplica-se resistência durante o</p><p>movimento realizado pelo paciente</p><p>para fortalecer os músculos e aumentar</p><p>a resistência.</p><p>Movimento</p><p>Assistido</p><p>Uma combinação de movimento ativo e</p><p>passivo, onde o fisioterapeuta fornece</p><p>assistência ao paciente para realizar o</p><p>movimento. É útil quando há dificuldade</p><p>em se mover sozinho.</p><p>Tipos de mobilização</p><p>Fonte: elaborado pela autora (2024).</p><p>232</p><p>46</p><p>Treinamento de habilidades</p><p>motoras</p><p>O treinamento das habilidades motoras refere-se ao</p><p>processo de desenvolvimento e aprimoramento das</p><p>habilidades físicas e motoras de um indivíduo por meio</p><p>de práticas e exercícios específicos. Essas habilidades</p><p>motoras podem abranger uma ampla gama de</p><p>movimentos, desde atividades simples, como caminhar</p><p>e correr, até habilidades mais complexas, como driblar</p><p>uma bola ou tocar um instrumento musical.</p><p>Criança tocando teclado</p><p>Fonte: ©freepik, Freepik (2024).</p><p>#pratodosverem: Menino na sala de sua casa sentado tocando teclado</p><p>com um dedo da mão direita.</p><p>233</p><p>47</p><p>O objetivo do treinamento das habilidades motoras é</p><p>melhorar a eficiência, a precisão, a coordenação e a</p><p>consistência na execução de diferentes movimentos,</p><p>seja para atividades esportivas, recreativas, terapêuticas</p><p>ou profissionais. Isso pode envolver a aprendizagem</p><p>de novas habilidades motoras, aperfeiçoamento de</p><p>habilidades existentes, reabilitação após lesões ou</p><p>condições médicas, ou até mesmo a adaptação a</p><p>mudanças físicas ou ambientais.</p><p>Criança em treinamento motor</p><p>Fonte: ©freepik, Freepik (2024).</p><p>#pratodosverem: Terapeuta e criança sentadas no chão e a criança está</p><p>realizando empilhamento de blocos.</p><p>234</p><p>48</p><p>O treinamento das habilidades motoras geralmente</p><p>envolve uma combinação de práticas repetitivas,</p><p>feedback preciso, correção de erros, progressão gradual</p><p>e adaptação às necessidades individuais do paciente.</p><p>Uma variedade de técnicas pode ser empregada</p><p>para promover a aprendizagem eficaz e aprimorar o</p><p>desempenho motor. Algumas dessas técnicas incluem:</p><p>Treinos em Bloco e Randômicos</p><p>Treinos em bloco envolvem a prática repetida de uma</p><p>habilidade específica antes de passar para outra,</p><p>enquanto treinos randômicos envolvem a alternância</p><p>entre diferentes habilidades durante a prática.</p><p>Exemplo de treino randômico</p><p>Fonte: ©freepik, Freepik (2024).</p><p>#pratodosverem: Treinador de futebol observando o treino de dois meni-</p><p>nos chutando bola entre obstáculos a caminho da próxima etapa de chute</p><p>ao gol.</p><p>235</p><p>49</p><p>Ambas as abordagens têm seus benefícios, e a escolha</p><p>entre elas depende das metas de aprendizagem e das</p><p>características da habilidade em questão.</p><p>Tipo de</p><p>Treino Exemplo</p><p>Treino em</p><p>Bloco</p><p>Música: Um músico praticando uma</p><p>passagem difícil em uma peça musical</p><p>várias vezes seguidas antes de passar</p><p>para a próxima seção da música.</p><p>Treino</p><p>Randômico</p><p>Futebol: Um jogador praticando diferentes</p><p>habilidades, como passe curto, chute a</p><p>gol e domínio de bola, em uma sequência</p><p>aleatória durante uma sessão de treino.</p><p>Tipos de mobilização</p><p>Fonte: elaborado pela autora (2024).</p><p>Fracionalização</p><p>Envolve a divisão de uma habilidade complexa em</p><p>partes menores e mais gerenciáveis, permitindo</p><p>que o aprendiz se concentre em cada componente</p><p>individual antes de integrá-los novamente em um</p><p>movimento completo.</p><p>236</p><p>50</p><p>Treino de uma ginasta</p><p>Fonte: ©freepik, Freepik (2024).</p><p>#pratodosverem: Treinadora auxiliando o salto da barra de uma ginasta.</p><p>Exemplo: Treinamento de Ginástica, uma ginasta treina</p><p>um novo movimento, como um salto ou uma série de</p><p>acrobacias, dividindo-o em componentes menores e</p><p>praticando cada componente individualmente antes de</p><p>combiná-los em um movimento completo.</p><p>Simulação</p><p>Utiliza-se de cenários ou ambientes simulados</p><p>que imitam situações reais para proporcionar uma</p><p>experiência prática controlada e segura, permitindo</p><p>que os aprendizes desenvolvam e aprimorem suas</p><p>habilidades em um contexto mais próximo da realidade.</p><p>237</p><p>51</p><p>Estudo realístico com peças anatômicas</p><p>Fonte: ©freepik, Freepik (2024).</p><p>#pratodosverem: Uma menina e um menino que estão na sala de aula</p><p>estudando com uma peça anatômica realista do corpo humano.</p><p>Um exemplo é o treinamento médico de estudantes</p><p>de medicina e profissionais de saúde que praticam</p><p>habilidades clínicas, como sutura de feridas, intubação,</p><p>e ressuscitação cardiopulmonar (RCP), em simuladores</p><p>de pacientes ou manequins realistas.</p><p>238</p><p>52</p><p>Treinamento de ressuscitação cardiopulmonar</p><p>Fonte: ©freepik, Freepik (2024).</p><p>#pratodosverem: Mulher de joelhos no chão e apoiando as mãos em uma</p><p>peça anatômica realista do busto do corpo humano.</p><p>Outro exemplo desse tipo de treinamento é quando</p><p>bombeiros e socorristas realizam simulações de resgate</p><p>e combate a incêndios em ambientes controlados para</p><p>praticar técnicas de resposta a emergências, uso de</p><p>equipamentos e comunicação em situações de crise.</p><p>Transferência</p><p>Refere-se à aplicação das habilidades aprendidas</p><p>em um contexto específico para situações diferentes,</p><p>incentivando a generalização do aprendizado e a</p><p>adaptação a novas circunstâncias.</p><p>239</p><p>53</p><p>Atividade de vida diária</p><p>Fonte: ©freepik, Freepik (2024).</p><p>#pratodosverem: Idosa na frente do espelho escovando os dentes.</p><p>De forma prática, é quando um paciente que aprendeu</p><p>a utilizar técnicas de adaptação para realizar tarefas</p><p>domésticas simples durante as sessões de terapia</p><p>ocupacional, aplica essas mesmas técnicas em</p><p>atividades diárias, como cozinhar, limpar ou vestir-se,</p><p>para promover a independência funcional.</p><p>240</p><p>54</p><p>Treinamento de linguagem</p><p>Fonte: ©freepik, Freepik (2024).</p><p>#pratodosverem: Criança sentada em uma mesa com folhas de papel com</p><p>letras e alguns cartões com palavras simples.</p><p>Outro exemplo que podemos pensar é em uma criança</p><p>que aprendeu a escrever letras do alfabeto em uma</p><p>folha de papel durante as aulas, pratica a mesma</p><p>habilidade ao escrever cartas, fazer anotações ou</p><p>completar exercícios escolares em diferentes contextos</p><p>e superfícies.</p><p>Segmentação e Simplificação dos Padrões</p><p>de Movimentos</p><p>Consiste em quebrar um movimento</p><p>complexo em</p><p>etapas mais simples e compreensíveis, facilitando</p><p>a compreensão e a execução correta da habilidade,</p><p>ao desmembrá-las em partes mais gerenciáveis e</p><p>praticá-las em sequência, facilitando a aprendizagem e</p><p>aprimoramento progressivos.</p><p>241</p><p>55</p><p>Contexto Descrição</p><p>Aprendizado</p><p>de Dança</p><p>Um iniciante em dança de salão</p><p>aprende uma coreografia complexa</p><p>dividindo-a em passos individuais mais</p><p>simples. Primeiro, ele pratica cada</p><p>passo separadamente antes de integrá-</p><p>los em uma sequência completa.</p><p>Treinamento</p><p>de Natação</p><p>Uma criança que está aprendendo a</p><p>nadar é ensinada a técnica correta</p><p>de braçada dividindo-a em diferentes</p><p>fases: entrada na água, puxada,</p><p>recuperação e saída. Cada fase é</p><p>praticada isoladamente antes de ser</p><p>combinada em uma braçada completa.</p><p>Treinamento</p><p>de Artes</p><p>Marciais</p><p>Um praticante de artes marciais</p><p>aprende uma sequência de</p><p>movimentos de defesa pessoal</p><p>dividindo-a em blocos de movimentos</p><p>mais simples. Ele pratica cada bloco</p><p>repetidamente antes de integrá-los em</p><p>uma sequência completa de defesa.</p><p>Exemplos de treinamento por segmentação e simplificação</p><p>Fonte: elaborado pela autora (2024).</p><p>242</p><p>56</p><p>Encerramento</p><p>Chegamos ao fim deste material, onde exploramos</p><p>os principais métodos e técnicas cinesioterápicas e</p><p>aprendemos a relacioná-los diretamente aos objetivos</p><p>terapêuticos específicos, permitindo-nos prescrever</p><p>cinesioatividades personalizadas e eficazes.</p><p>Além disso, adquirimos um entendimento abrangente</p><p>das aplicações dos diferentes tipos de mobilização,</p><p>reconhecendo seu papel fundamental na reabilitação</p><p>e no alcance dos objetivos terapêuticos desejados.</p><p>Ao concluirmos este estudo, é essencial lembrar que</p><p>a busca pelo conhecimento na Terapia Ocupacional</p><p>é contínua. Encorajo cada um de vocês a continuar</p><p>explorando, questionando e aprimorando suas</p><p>habilidades na área da Terapia Ocupacional. Que</p><p>este conhecimento adquirido seja um guia sólido em</p><p>suas práticas clínicas, capacitando-os a fazer uma</p><p>diferença significativa na vida daqueles que atendem.</p><p>243</p><p>57</p><p>Conteúdo Complementar</p><p>1. CARDOSO, M.; LOBO, D.; Cruz,</p><p>M.; MONTEIRO, R.; SEABRA, A.;</p><p>PAIXÃO, G.; Bahia, C. Abordagens</p><p>específicas da Terapia Ocupacional</p><p>na Reabilitação após acidente</p><p>vascular encefálico/Specifc</p><p>approaches of Occupational</p><p>Therapy in the rehabilitation after</p><p>Stroke. Revista Interinstitucional</p><p>Brasileira de Terapia Ocupacional,</p><p>[s.l.], v. 3, p. 191-209, 2019. DOI:</p><p>https://doi.org/10.47222/2526-</p><p>3544.rbto21972.</p><p>2. DIAS, T. S.; RODRIGUES JUNIOR,</p><p>J. L. Programa de reabilitação</p><p>funcional para sujeitos com sequelas</p><p>de hanseníase. Revista de Terapia</p><p>Ocupacional da Universidade de</p><p>São Paulo, São Paulo, v. 27, n. 3, p.</p><p>355–360, 2016. DOI: https://doi.</p><p>org/10.11606/issn.2238-6149.</p><p>v27i3p355-360.</p><p>Saiba mais</p><p>244</p><p>58</p><p>3. MÚSCULOS da região posterior</p><p>da perna camada profunda.</p><p>[S. l.: s. n.], 24 jul. 2023. 1 vídeo (12</p><p>min 23 s). Publicado pelo Canal</p><p>Auladeanatomia.com. Disponível</p><p>em: https://www.youtube.com/</p><p>watch?v=RGxEMylOPr8. Acesso em:</p><p>29 abr. 2024.</p><p>4. JOELHO Flexão e Extensão.</p><p>[S. l.: s. n.], 27 jul. 2023. 1 vídeo</p><p>(4 s). Publicado pelo canal</p><p>Auladeanatomia.com. Disponível</p><p>em: https://www.youtube.com/</p><p>watch?v=MC2tG4QqOU8. Acesso</p><p>em: 29 abr. 2024.</p><p>Saiba mais</p><p>245</p><p>59</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>CARDOSO, M.; LOBO, D.; Cruz, M.; MONTEIRO, R.;</p><p>SEABRA, A.; PAIXÃO, G.; Bahia, C. Abordagens</p><p>específicas da Terapia Ocupacional na Reabilitação</p><p>após acidente vascular encefálico/Specifc approaches</p><p>of Occupational Therapy in the rehabilitation after</p><p>Stroke. Revista Interinstitucional Brasileira de Terapia</p><p>Ocupacional, [s.l.], v. 3, p. 191-209, 2019. DOI: https://</p><p>doi.org/10.47222/2526-3544.rbto21972</p><p>DIAS, T. S.; RODRIGUES JUNIOR, J. L. Programa de</p><p>reabilitação funcional para sujeitos com sequelas</p><p>de hanseníase. Revista de Terapia Ocupacional da</p><p>Universidade de São Paulo, São Paulo, v. 27, n. 3, p. 355–</p><p>360, 2016. DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2238-</p><p>6149.v27i3p355-360.</p><p>GUYTON, A. C.; HALL, M. E.; HALL, J. E. Tratado de</p><p>fisiologia médica. 14 ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN,</p><p>2021.</p><p>HOUGLUM, P. A.; BERTOTI, D. B. Cinesiologia clínica de</p><p>Brunnstrom. 6 ed. Barueri: Editora Manole Ltda, 2014.</p><p>246</p><p>60</p><p>JOELHO Flexão e Extensão. [S. l.: s. n.], 27 jul. 2023.</p><p>1 vídeo (4 s). Publicado pelo canal Auladeanatomia.</p><p>com. Disponível em: https://www.youtube.com/</p><p>watch?v=MC2tG4QqOU8. Acesso em: 29 abr. 2024.</p><p>KISNER, C. Ejercicio Terapêutico - Fundamentos e</p><p>Técnica. Barcelona: Editorial Paidotribo, 2006.</p><p>LIMA, B.; VILELA JUNIOR, G. Cinesiologia e a</p><p>complexidade do movimento humano. Revista Brasileira</p><p>de Cinesiologia e Performance Humana, [S.l.], v. 21, n. 2,</p><p>p. 64-78, 2019. Disponível em: https://www.researchgate.</p><p>net/publication/333380472_CINESIOLOGIA_E_A_</p><p>COMPLEXIDADE_DO_MOVIMENTO_HUMANO. Acesso</p><p>em: 29 abr. 2024.</p><p>MÚSCULOS da região posterior da perna camada</p><p>profunda. [S. l.: s. n.], 24 jul. 2023. 1 vídeo (12 min 23 s).</p><p>Publicado pelo Canal Auladeanatomia.com. Disponível</p><p>em: https://www.youtube.com/watch?v=RGxEMylOPr8.</p><p>Acesso em: 29 abr. 2024.</p><p>NETTER, F. H. Atlas de anatomia humana. 7 ed. Rio de</p><p>Janeiro: Elsevier, 2019.</p><p>247</p><p>61</p><p>NEUMANN, D. A. Cinesiologia do Sistema</p><p>Musculoesquelético. 3 ed. St. Louis, MO: Mosby, 2016.</p><p>PEREIRA, I. M. O. Princípios e conceitos de traumatologia,</p><p>biomecânica, cinesiologia aplicada e goniometria para</p><p>terapia ocupacional. Curitiba: CRV, 2020.</p><p>PERRY, Jacquelin. Análise De Marcha - Marcha normal.</p><p>São Paulo: Editora Manole, 2005, v. I.</p><p>PERRY, Jacquelin. Análise De Marcha - Marcha</p><p>Patológica. São Paulo: Editora Manole, 2005, v. II.</p><p>PERRY, J. Análise De Marcha - Sistemas de análise de</p><p>marcha. São Paulo: Editora Manole, 2005, v. III.</p><p>ROWLAND, L. P. MERRIT. Tratado de Neurologia. 11 ed.</p><p>Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007.</p><p>TAKALA, E. P. et al. Systematic evaluation of observational</p><p>methods assessing biomechanical exposures at work.</p><p>Scandinavian Journal of Work, Environment & Health,</p><p>Finlândia, v. 36, n. 1, p.3–24, 2010. Disponível em: http://</p><p>www.jstor.org/stable/40967825. Acesso em: 29 abr.</p><p>2024.</p><p>248</p><p>e</p><p>movimento através da interação das fibras musculares,</p><p>principalmente de actina e miosina, conforme explicado</p><p>pela teoria do filamento deslizante. Durante esse</p><p>processo, os filamentos deslizam entre si, encurtando</p><p>as fibras musculares e, consequentemente, o músculo</p><p>como um todo.</p><p>Elas podem ser voluntárias, controladas pelo sistema</p><p>nervoso central, ou involuntárias, reguladas pelo sistema</p><p>nervoso autônomo. Essas contrações são essenciais</p><p>para as funções corporais, como movimento, postura,</p><p>estabilização articular, regulação da temperatura</p><p>corporal e circulação sanguínea. Elas podem ser</p><p>28</p><p>28</p><p>classificadas em isométricas e isotônicas, dependendo</p><p>das características do movimento muscular.</p><p>Sistema de representação da contração isométrica</p><p>Fonte: ©Elsevier, Editora Ltda (p. 406, 2021).</p><p>#pratodosverem: Na figura temos a representação de um músculo sendo</p><p>tracionado por um bloco de concreto bem pesado.</p><p>Contração Isométrica</p><p>O músculo gera força sem alterar o comprimento de</p><p>forma visível. Em vez disso, ele permanece estático e</p><p>contrai-se contra uma resistência externa, sem produzir</p><p>29</p><p>29</p><p>movimento aparente. Por exemplo, ao realizar uma</p><p>prancha abdominal, os músculos do core contraem-se</p><p>isometricamente para manter a estabilidade do corpo</p><p>na posição.</p><p>Sistema de representação da contração isotônica</p><p>Fonte: ©Elsevier, Editora Ltda (p. 406, 2021).</p><p>#pratodosverem: Na figura temos a representação de um músculo sendo</p><p>tracionado por um bloco de concreto, e em outra figura o músculo diminui</p><p>de tamanho ao erguer o bloco de concreto.</p><p>Contrações Isotônicas</p><p>Nessas contrações, ocorre uma mudança no</p><p>comprimento do músculo, resultando em movimento</p><p>observável nas articulações. As contrações isotônicas</p><p>podem ser de dois tipos:</p><p>30</p><p>30</p><p>Contração Concêntrica</p><p>Durante esse tipo de contração, o músculo</p><p>encurta-se enquanto produz força contra uma</p><p>resistência externa.</p><p>Contração Excêntrica</p><p>Nesse tipo de contração, o músculo alonga-</p><p>se enquanto continua a gerar força contra uma</p><p>resistência externa maior do que a força que o</p><p>músculo gera.</p><p>Força Muscular</p><p>A força muscular representa a habilidade dos</p><p>músculos em produzir tensão e aplicar uma força</p><p>contra uma resistência externa. Diversos fatores</p><p>influenciam a força muscular, como a quantidade de</p><p>massa muscular, a eficiência na ativação das unidades</p><p>motoras, a velocidade de contração muscular e a</p><p>coordenação neuromuscular. Existem métodos para</p><p>mensurar a força muscular, como testes de resistência</p><p>muscular e dinamometria.</p><p>31</p><p>31</p><p>Sistema muscular</p><p>Fonte: ©Elsevier, Editora Ltda (p. 25, 2019).</p><p>#pratodosverem: Na figura temos um sistema de representação esquemá-</p><p>tica do entrelaçamento das fibras musculares e de sua aglomeração em</p><p>fusos musculares até a formação de um músculo da coxa.</p><p>A escala MRC (Medical Research Council) é uma forma</p><p>padronizada de classificar a força muscular, avaliando</p><p>a capacidade de uma pessoa em realizar movimentos</p><p>contra a gravidade ou resistência externa. A escala MRC</p><p>32</p><p>32</p><p>é composta por uma série de graus que descrevem</p><p>diferentes níveis de força muscular, conforme descrito</p><p>a seguir:</p><p>Escala MRC (Medical Research Council)</p><p>Grau 0</p><p>Ausência de contração muscular. O paciente não</p><p>é capaz de gerar nenhuma contração muscular</p><p>palpável ou observável.</p><p>Grau 1 Contração muscular perceptível, mas sem movimento</p><p>visível da articulação.</p><p>Grau 2</p><p>Capacidade de realizar um movimento da articulação</p><p>contra a gravidade, mas não contra qualquer</p><p>resistência externa.</p><p>Grau 3</p><p>Capacidade de realizar um movimento da articulação</p><p>contra a gravidade e contra uma resistência externa,</p><p>mas de forma reduzida em comparação com a força</p><p>normal.</p><p>Grau 4</p><p>Capacidade de realizar um movimento da articulação</p><p>contra a gravidade e contra uma resistência externa</p><p>moderada, com força igual ou próxima da normal.</p><p>Grau 5</p><p>Força muscular normal. O paciente é capaz de</p><p>realizar o movimento da articulação contra a</p><p>gravidade e contra uma resistência externa total, com</p><p>força total e sem fadiga.</p><p>Escala MRC (Medical Research Council)</p><p>Fonte: elaborado pela autora (2024).</p><p>33</p><p>33</p><p>Resistência Muscular</p><p>A resistência muscular se refere à capacidade dos</p><p>músculos de manter uma contração por um período</p><p>prolongado ou de realizar repetidas contrações</p><p>musculares sem experimentar fadiga excessiva,</p><p>diminuição significativa na qualidade, ou eficácia do</p><p>movimento.</p><p>Existem dois tipos principais de resistência muscular:</p><p>Resistência Muscular de Força</p><p>Esta é a habilidade dos músculos de suportar</p><p>contrações contra uma resistência externa ou de</p><p>realizar repetições de contrações musculares em</p><p>um nível de intensidade relativamente alto.</p><p>Resistência Muscular de Resistência</p><p>Refere-se à capacidade dos músculos de</p><p>sustentar contrações por um período prolongado,</p><p>geralmente a uma intensidade moderada, sem</p><p>fadiga excessiva.</p><p>A resistência muscular pode ser aprimorada por meio</p><p>do treinamento de resistência progressiva, que envolve</p><p>o aumento gradual da carga ou da duração do exercício</p><p>34</p><p>34</p><p>ao longo do tempo para promover adaptações</p><p>musculares e aumentar a resistência.</p><p>Princípios de Biomecânica</p><p>São fundamentais para entender o funcionamento</p><p>do corpo humano e suas interações com o ambiente.</p><p>Veremos agora alguns dos princípios de biomecânica.</p><p>Força</p><p>Na biomecânica, o estudo da força envolve a análise</p><p>das diferentes formas como as forças atuam sobre os</p><p>corpos durante o movimento e em repouso. Incluindo</p><p>a origem, direção, magnitude e efeitos das forças</p><p>musculares, gravitacionais e outras forças externas</p><p>sobre o corpo humano.</p><p>Leis de Newton</p><p>As leis de Newton oferecem um alicerce para interpretar</p><p>como as forças influenciam o movimento e as interações</p><p>entre os objetos. As três leis são:</p><p>35</p><p>35</p><p>Primeira Lei (Inércia)</p><p>Esta lei afirma que um objeto em repouso</p><p>permanecerá em repouso e um objeto em</p><p>movimento continuará em movimento com</p><p>velocidade constante, a menos que uma força</p><p>externa seja aplicada sobre ele.</p><p>Segunda Lei (Lei da Aceleração)</p><p>Esta lei descreve a relação entre força, massa</p><p>e aceleração de um objeto. F = m * a, onde F é</p><p>a força aplicada, m é a massa do objeto e a é a</p><p>aceleração resultante do objeto.</p><p>Terceira Lei (Ação e Reação)</p><p>Para cada ação há uma reação igual e oposta.</p><p>Quando um objeto exerce uma força sobre outro,</p><p>o segundo objeto reage com uma força de igual</p><p>magnitude, mas em direção oposta.</p><p>Princípios das alavancas</p><p>Os princípios das alavancas descrevem como a</p><p>distribuição da força em diferentes pontos de uma</p><p>alavanca pode modificar a quantidade de força</p><p>necessária para realizar um movimento. Existem três</p><p>36</p><p>36</p><p>tipos de alavancas, classificados de acordo com a</p><p>posição relativa do ponto de apoio, do ponto de aplicação</p><p>da força e do ponto de aplicação da resistência:</p><p>• Alavanca de Primeira Classe: O ponto de</p><p>apoio (A) está situado entre o ponto de apli-</p><p>cação da força (F) e o ponto de aplicação da</p><p>resistência (R).</p><p>Representação de uma alavanca de primeira classe: BF=braço de</p><p>força e BR= braço de resistência</p><p>Fonte: ©Manole, Houglum (p. 38, 2014).</p><p>#pratodosverem: Na figura temos um esquema de forças que são aplica-</p><p>das na extremidades de uma barra apoiada em um anteparo.</p><p>• Alavanca de Segunda Classe: O ponto de apli-</p><p>cação da resistência (R) está localizado entre</p><p>o ponto de apoio (A) e o ponto de aplicação da</p><p>força (F).</p><p>37</p><p>37</p><p>Representação de uma alavanca de segunda classe: BF=braço de</p><p>força e BR= braço de resistência</p><p>Fonte: ©Manole, Houglum (p. 38, 2014).</p><p>#pratodosverem: Na figura temos um esquema de forças que são onde</p><p>uma das extremidades da barra está apoiada no anteparo enquanto uma</p><p>força é aplicada na outra extremidade.</p><p>• Alavanca de Terceira Classe: O ponto de aplica-</p><p>ção da força (F) fica entre o ponto de apoio (A)</p><p>e o ponto de aplicação da resistência (R).</p><p>Representação de uma alavanca de terceira classe: BF=braço de</p><p>força e BR= braço de resistência</p><p>Fonte: ©Manole, Houglum (p. 38, 2014).</p><p>#pratodosverem: Na figura temos um esquema</p><p>de forças onde uma das</p><p>extremidades da barra está apoiada no anteparo enquanto uma força é</p><p>aplicada no meio da barra.</p><p>38</p><p>38</p><p>Princípios do Torque</p><p>O princípio do torque na biomecânica aborda a medida</p><p>da tendência de uma força aplicada a um objeto para</p><p>girá-lo em torno de um ponto de rotação ou eixo. O torque,</p><p>uma grandeza vetorial, é influenciado pela magnitude da</p><p>força aplicada, pela distância entre o ponto de aplicação</p><p>da força e o ponto de rotação (conhecido como braço</p><p>de alavanca) e pela direção da força em relação ao eixo</p><p>de rotação.</p><p>De maneira simplificada, o torque pode ser</p><p>compreendido como a capacidade de uma força causar</p><p>rotação. Quando uma força é aplicada a uma distância</p><p>considerável do eixo de rotação, seu torque é maior</p><p>do que se fosse aplicada mais próxima do eixo. Isso</p><p>ocorre porque a distância entre o ponto de aplicação</p><p>da força e o eixo de rotação afeta a alavanca disponível</p><p>para gerar rotação.</p><p>Alguns pontos importantes sobre o torque:</p><p>• Magnitude: É diretamente proporcional à mag-</p><p>nitude da força aplicada e à distância perpen-</p><p>dicular entre a linha de ação da força e o eixo</p><p>de rotação. Quanto maior a força e a distância</p><p>perpendicular, maior será o torque gerado.</p><p>t = Fxd</p><p>39</p><p>39</p><p>• Podendo ser representado na fórmula acima,</p><p>onde “d” é o comprimento do braço, “t” é o toque</p><p>e o “F” é a força aplicada.</p><p>Direção</p><p>O torque é uma grandeza vetorial, cuja direção é</p><p>determinada pelo princípio da mão direita.</p><p>• O torque é positivo quando provoca rotação</p><p>no sentido anti-horário;</p><p>• Negativo quando gera rotação no sentido</p><p>horário.</p><p>• Ponto de Aplicação: A distância entre o ponto</p><p>de aplicação da força e o eixo de rotação é de-</p><p>nominada braço de alavanca. Quanto maior o</p><p>braço de alavanca, maior será o torque gerado</p><p>pela mesma força.</p><p>Cinesiologia da</p><p>Cabeça e Pescoço nas</p><p>Ocupações Humanas</p><p>O esqueleto axial constitui a parte central do esqueleto</p><p>humano e engloba os ossos da cabeça, pescoço e tronco.</p><p>Ele proporciona uma base sólida para os membros</p><p>superiores e inferiores, permitindo a mobilidade e o</p><p>40</p><p>40</p><p>movimento. Além disso, o esqueleto axial desempenha</p><p>um papel na manutenção da postura ereta e no suporte</p><p>do peso do corpo.</p><p>Agora, iremos destacar os componentes do esqueleto</p><p>axial relacionados à cabeça e ao pescoço:</p><p>Estrutura Óssea</p><p>Ossos do crânio</p><p>Fonte: ©Elsevier, Editora Ltda (p. 68, 2019).</p><p>#pratodosverem: Na figura temos a representação dos ossos do</p><p>crânio humano.</p><p>41</p><p>41</p><p>Crânio</p><p>É a estrutura que protege o cérebro e os órgãos</p><p>sensoriais associados. Ele é composto por diversos</p><p>ossos que se unem por meio de suturas, incluindo:</p><p>Ossos do crânio</p><p>Osso frontal</p><p>Osso parietal (par)</p><p>Osso temporal (par)</p><p>Osso occipital</p><p>Osso esfenóide</p><p>Osso etmoide</p><p>Fonte: elaborado pela autora (2024).</p><p>Face</p><p>É composta por vários ossos que formam a estrutura</p><p>facial e abrigam os órgãos sensoriais. Os principais</p><p>ossos da face são:</p><p>42</p><p>42</p><p>Ossos da face</p><p>Maxila (maxilar superior) (par)</p><p>Mandíbula (maxilar inferior)</p><p>Zigomático (maçã do rosto) (par)</p><p>Nasal (par)</p><p>Lacrimal (par)</p><p>Palatino (par)</p><p>Vômer</p><p>Conchas nasais inferiores (par)</p><p>Fonte: elaborado pela autora (2024).</p><p>Pescoço</p><p>É composto por vértebras cervicais, que formam a parte</p><p>flexível da coluna vertebral e sustentam a cabeça. As</p><p>principais estruturas ósseas do pescoço incluem:</p><p>Ossos do pescoço</p><p>Hióide</p><p>Vértebras cervicais (C1 a C7)</p><p>Fonte: elaborado pela autora (2024).</p><p>43</p><p>43</p><p>Movimentos da Cabeça</p><p>e Pescoço</p><p>A cabeça e o pescoço realizam uma variedade de</p><p>movimentos que são essenciais para funções básicas,</p><p>como visão, respiração, alimentação e comunicação.</p><p>Veja abaixo os principais movimentos realizados pela</p><p>cabeça e pescoço:</p><p>Flexão e extensão cervical</p><p>Fonte: ©shutterstock, Shutterstock (2024).</p><p>#pratodosverem: Uma menina de cabelos castanhos movimentando a</p><p>cabeça para frente e para trás.</p><p>• Flexão Cervical: Envolve inclinar a cabeça</p><p>para frente, aproximando o queixo do peito.</p><p>É comumente realizado ao ler um livro ou usar</p><p>um celular.</p><p>44</p><p>44</p><p>• Extensão Cervical: É o oposto da flexão cervi-</p><p>cal, onde a cabeça é inclinada para trás, olhan-</p><p>do para cima em direção ao teto.</p><p>Inclinação lateral da cabeça</p><p>Fonte: ©shutterstock, Shutterstock (2024).</p><p>#pratodosverem: Vemos uma menina de cabelos castanhos movimentan-</p><p>do a cabeça de um lado para o outro, tentando encostar as orelhas nos</p><p>ombros.</p><p>• Inclinação Lateral: Envolve inclinar a cabeça</p><p>para o lado, movendo a orelha em direção ao</p><p>ombro correspondente.</p><p>• Rotação Cervical: Este movimento envolve girar</p><p>a cabeça para o lado, movendo o queixo em di-</p><p>reção ao ombro oposto.</p><p>45</p><p>45</p><p>Rotação cervical</p><p>Fonte: ©shutterstock, Shutterstock (2024).</p><p>#pratodosverem: Uma menina de cabelos castanhos movimentando a ca-</p><p>beça para um lado e para o outro levando o queixo em direção ao ombro.</p><p>• Flexão e Extensão Lateral da Cabeça: A cabeça</p><p>também pode ser flexionada ou estendida late-</p><p>ralmente, onde o ouvido é movido em direção</p><p>ao ombro sem girar o pescoço.</p><p>Músculos e Movimentos da Região Cervical</p><p>Abaixo temos os principais músculos da região cervical</p><p>e seus principais movimentos:</p><p>Músculo Ação</p><p>Esternocleidomastóideo</p><p>(ECOM)</p><p>Bilateral: Flexão cervical</p><p>(inclinação para frente)</p><p>e extensão da cabeça</p><p>(inclinação para trás).</p><p>Unilateral: Inclinação lateral da</p><p>cabeça para o mesmo lado e</p><p>rotação da cabeça para o lado</p><p>oposto.</p><p>46</p><p>46</p><p>Músculo Ação</p><p>Escalenos (Anterior, Médio e</p><p>Posterior)</p><p>Flexão lateral da cabeça para</p><p>o mesmo lado e elevação das</p><p>costelas durante a inspiração.</p><p>Longos do Pescoço (Longo</p><p>do Colo e Longo da Cabeça)</p><p>Extensão da cabeça</p><p>(inclinação para trás) e rotação</p><p>da cabeça para o mesmo lado.</p><p>Trapézio</p><p>Parte superior (descendente):</p><p>Elevação da escápula e</p><p>inclinação da cabeça para o</p><p>mesmo lado.</p><p>Parte média (transversa):</p><p>Retração da escápula.</p><p>Parte inferior (ascendente):</p><p>Depressão da escápula.</p><p>Suboccipitais (Retos do</p><p>Pescoço e Reto Maior da</p><p>Cabeça)</p><p>Extensão da cabeça</p><p>(inclinação para trás) e</p><p>estabilização da articulação</p><p>atlanto-occipital.</p><p>Semiespinhal da Cabeça e</p><p>Pescoço</p><p>Extensão e rotação da cabeça</p><p>e pescoço.</p><p>Principais músculos da cervical</p><p>Fonte: elaborado pela autora (2024).</p><p>47</p><p>47</p><p>Movimentos e Musculatura</p><p>da Face</p><p>Músculos da face</p><p>Fonte: ©freepik, Freepik (2024).</p><p>#pratodosverem: Uma figura da anatomia do corpo humano realçando</p><p>seus músculos da região da cabeça e do pescoço.</p><p>A musculatura facial desempenha múltiplos papéis,</p><p>incluindo a geração de uma variedade de expressões</p><p>faciais e o suporte às funções essenciais como</p><p>mastigação, fala e manifestação emocional.</p><p>48</p><p>48</p><p>Os músculos da face estão</p><p>intimamente ligados à linguagem</p><p>não verbal. Certos padrões de</p><p>contração muscular facial são</p><p>universais entre diferentes culturas</p><p>e são facilmente reconhecidos. Por</p><p>exemplo, um sorriso genuíno envolve</p><p>não apenas os lábios, mas também</p><p>os músculos ao redor dos olhos.</p><p>Essa consistência na expressão</p><p>facial sugere uma base biológica</p><p>para a comunicação emocional, em</p><p>qualquer lugar do mundo.</p><p>Curiosidade</p><p>Essas expressões englobam sorrisos, franzir a testa,</p><p>levantar das sobrancelhas, piscar dos olhos, entre</p><p>outras. Vejamos a seguir os principais músculos da</p><p>face e seus principais movimentos:</p><p>Músculo Localização Ação</p><p>Orbicular dos Olhos Circunda os olhos</p><p>Fecha os olhos</p><p>(piscar) e contrai</p><p>a pele ao redor</p><p>dos olhos durante</p><p>expressões faciais,</p><p>como sorrir e</p><p>franzir a testa.</p><p>49</p><p>49</p><p>Músculo Localização Ação</p><p>Zigomáticos (Maior e</p><p>Menor)</p><p>Nas maçãs do</p><p>rosto, estendendo-</p><p>se até os cantos da</p><p>boca</p><p>Eleva os cantos</p><p>da boca durante</p><p>o sorriso e ajuda</p><p>a puxar os lábios</p><p>para cima e para os</p><p>lados.</p><p>Bucinador Na bochecha</p><p>Comprime as</p><p>bochechas contra</p><p>os dentes durante</p><p>a mastigação e</p><p>ajuda a empurrar o</p><p>alimento entre os</p><p>dentes.</p><p>Risório Nos lados da</p><p>boca</p><p>Puxa os cantos</p><p>da boca para os</p><p>lados, contribuindo</p><p>para o sorriso</p><p>largo.</p><p>Depressores (Mentual,</p><p>do Ângulo da Boca e</p><p>do Pescoço)</p><p>Na parte inferior da</p><p>face e pescoço</p><p>Abaixa os cantos da</p><p>boca e/ou o lábio</p><p>inferior durante</p><p>expressões de</p><p>tristeza ou fala.</p><p>Elevadores</p><p>(Levantadores) do</p><p>Lábio Superior e da</p><p>Asa do Nariz</p><p>Acima do lábio</p><p>superior e na asa</p><p>do nariz</p><p>Eleva o lábio</p><p>superior e a asa</p><p>do nariz durante</p><p>expressões de</p><p>surpresa ou no</p><p>sorriso.</p><p>Prócero e Nasal</p><p>Entre as</p><p>sobrancelhas e</p><p>na ponta do nariz,</p><p>respectivamente</p><p>Contrai a pele entre</p><p>as sobrancelhas</p><p>(franzir) e distorce</p><p>as narinas.</p><p>Principais músculos da face</p><p>Fonte: elaborado pela autora (2024).</p><p>50</p><p>50</p><p>Cinesiologia da</p><p>Mastigação</p><p>A cinesiologia da mastigação abrange a análise dos</p><p>movimentos e da biomecânica envolvidos no processo</p><p>de mastigação, visando compreender os padrões</p><p>de movimento, a função e possíveis disfunções da</p><p>mandíbula e da articulação temporomandibular</p><p>(ATM). Alguns aspectos cruciais da cinesiologia da</p><p>mastigação incluem:</p><p>Músculos da Mastigação</p><p>Os principais músculos envolvidos são o masseter,</p><p>temporal, pterigóideo medial e lateral, os quais</p><p>trabalham conjuntamente para realizar os movimentos</p><p>de abertura, fechamento, lateralidade e trituração</p><p>dos alimentos.</p><p>Movimentos da Mandíbula</p><p>Durante a mastigação, a mandíbula realiza uma série de</p><p>movimentos complexos, como abertura, fechamento,</p><p>protrusão, retrusão e lateralidade, essenciais para</p><p>triturar os alimentos entre os dentes.</p><p>51</p><p>51</p><p>Articulação Temporomandibular (ATM)</p><p>A ATM, responsável pela ligação entre a mandíbula</p><p>e o crânio, desempenha um papel fundamental na</p><p>mastigação, fala e deglutição, sendo alvo de estudo para</p><p>compreender sua biomecânica e possíveis disfunções.</p><p>Localização da articulação temporomandibular</p><p>Fonte: ©freepik, Freepik (2024).</p><p>#pratodosverem: Uma figura da anatomia da articulação temporomandibu-</p><p>lar fazendo o movimento de abrir a boca e o de fechar a boca.</p><p>52</p><p>52</p><p>Coordenação Muscular</p><p>A mastigação requer uma coordenação precisa dos</p><p>músculos da mandíbula, língua e músculos faciais</p><p>para garantir movimentos suaves e eficazes durante</p><p>o processo.</p><p>Fatores Biomecânicos</p><p>São considerados fatores biomecânicos as forças de</p><p>mordida, distribuição de pressão nos dentes e estresse</p><p>nas estruturas da ATM, os quais podem influenciar na</p><p>eficiência e saúde do sistema mastigatório.</p><p>Disfunções da Mastigação</p><p>A compreensão da cinesiologia da mastigação se faz</p><p>necessária para diagnosticar e tratar as disfunções</p><p>temporomandibulares (DTM), desordens oclusais e</p><p>problemas musculares, permitindo o desenvolvimento</p><p>de planos de tratamento personalizados para</p><p>cada paciente.</p><p>53</p><p>53</p><p>O músculo mais poderoso do</p><p>corpo humano é o músculo</p><p>masseter, localizado na mandíbula.</p><p>Responsável pela mastigação,</p><p>ele é capaz de exercer uma força</p><p>considerável para triturar alimentos.</p><p>Ele pode gerar até 200 libras de</p><p>pressão por polegada quadrada</p><p>(psi) durante a mastigação,</p><p>permitindo lidar com alimentos</p><p>duros como nozes e carne. Dada</p><p>sua pequenez em comparação</p><p>com outros músculos, é notável</p><p>como ele demonstra uma força tão</p><p>significativa.</p><p>Curiosidade</p><p>54</p><p>54</p><p>Encerramento</p><p>Chegamos ao término deste material didático</p><p>destinado à exploração dos princípios fundamentais</p><p>da cinesiologia, nosso propósito primordial foi</p><p>fornecer-lhe uma base sólida de entendimento sobre</p><p>os elementos básicos necessários para a análise</p><p>dos movimentos humanos, elucidar a classificação</p><p>planar dos movimentos, e investigar de que modo</p><p>as leis fundamentais da física se entrelaçam aos</p><p>mecanismos dos movimentos, possibilitando uma</p><p>compreensão mais aprofundada das forças em jogo e</p><p>suas implicações na prática da Terapia Ocupacional.</p><p>55</p><p>55</p><p>Conteúdo Complementar</p><p>1. RODRIGUES, N. F. A.; SOUZA, R. G. M. As expe-</p><p>rimentações corporais nos processos formati-</p><p>vos da graduação em terapia ocupacional: uma</p><p>revisão na literatura brasileira. Cadernos Bra-</p><p>sileiros de Terapia Ocupacional, São Carlos, v.</p><p>28, n. 1, p. 271–290, jan. 2020. DOI: https://doi.</p><p>org/10.4322/2526-8910.ctoAR1864.</p><p>2. MUNIZ, L. S.; SÁ, N. M. C. M.; VASCONCELOS FI-</p><p>LHO, C. R. M. de. Desenvolvimento da Órtese de</p><p>Descompressão Occipital (ODO) para pacien-</p><p>tes críticos em unidades de terapia intensiva.</p><p>Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional,</p><p>São Carlos, v. 31, p. 1-12, 2023. DOI: https://doi.</p><p>org/10.1590/2526-8910.ctoAO272735521</p><p>3. VIANA, J. U. et al. Pontos de corte alternativos</p><p>para massa muscular apendicular para verifica-</p><p>ção da sarcopenia em idosos brasileiros: dados</p><p>da Rede Fibra - Belo Horizonte/Brasil. Fisiotera-</p><p>pia e Pesquisa, São Paulo, v. 25, n. 2, p. 166–172,</p><p>abr. 2018. DOI: https://doi.org/10.1590/1809-</p><p>2950/17533725022018</p><p>4. D’ANGELO, A. Giro corporal y contrahegemonía</p><p>en terapia ocupacional: diálogos conceptuales</p><p>entre la somática en el campo de la salud y la cor-</p><p>poralidad en antropología. Cadernos Brasileiros</p><p>56</p><p>56</p><p>de Terapia Ocupacional, São Carlos, v. 31, p.</p><p>1-18, 2023. DOI: https://doi.org/10.1590/2526-</p><p>8910.ctoAO275835883</p><p>57</p><p>57</p><p>Referências</p><p>D’ANGELO, A. Giro corporal y contrahegemonía en</p><p>terapia ocupacional: diálogos conceptuales entre la</p><p>somática en el campo de la salud y la corporalidad</p><p>en antropología. Cadernos Brasileiros de Terapia</p><p>Ocupacional, São Carlos, v. 31, p. 1-18, 2023.</p><p>GUYTON, A. C.; HALL, M. E.; HALL, J. E. Tratado de</p><p>fisiologia médica. 14 ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN,</p><p>2021.</p><p>HOUGLUM, P. A.; BERTOTI, D. B. Cinesiologia clínica de</p><p>Brunnstrom. 6 ed. Barueri: Editora Manole Ltda, 2014.</p><p>KISNER, C. Ejercicio Terapêutico - Fundamentos e</p><p>Técnica. Barcelona: Editorial Paidotribo, 2006.</p><p>LIMA, B.; VILELA JUNIOR, G. CINESIOLOGIA E A</p><p>COMPLEXIDADE DO MOVIMENTO HUMANO. Anais do</p><p>Congresso Internacional de Ciências do Esporte. Minas</p><p>Gerais: CBCE, 2019, s/p.</p><p>MATHIOWETZ, V.; BASS-HAUGEN, J. Avaliando</p><p>habilidades e capacidades: o comportamento motor. In:</p><p>RADOMSKI, M.V; LATHAM, C.A.T. Terapia Ocupacional</p><p>58</p><p>58</p><p>para disfunções físicas. São Paulo: Santos, p.187-205,</p><p>2013.</p><p>MUNIZ, L. S.; SÁ, N. M. C. M.; VASCONCELOS FILHO, C. R.</p><p>M. de. Desenvolvimento da Órtese de Descompressão</p><p>Occipital (ODO) para pacientes críticos em unidades</p><p>de terapia intensiva. Cadernos Brasileiros de Terapia</p><p>Ocupacional, São Carlos, v. 31, p. 1-12, 2023. DOI:</p><p>https://doi.org/10.1590/2526-8910.ctoAO272735521</p><p>NETTER, F. H. Atlas de anatomia humana. 7 ed. Rio de</p><p>Janeiro: Elsevier, 2019.</p><p>NEUMANN, D. A. Cinesiologia do Sistema</p><p>Musculoesquelético. 3 ed. St. Louis, MO: Mosby, 2016.</p><p>PEREIRA, I. M. O. Princípios e conceitos de traumatologia,</p><p>biomecânica, cinesiologia aplicada e goniometria para</p><p>terapia ocupacional. Curitiba: CRV, 2020.</p><p>RODRIGUES, N. F. de A.; SOUZA, R. G. DA M. de. As</p><p>experimentações corporais nos processos formativos</p><p>da graduação em terapia ocupacional: uma revisão na</p><p>literatura brasileira. Cadernos Brasileiros de Terapia</p><p>Ocupacional, São Carlos, v. 28, n. 1, p. 271-290, jan.</p><p>2020.</p><p>59</p><p>59</p><p>ROWLAND, L.; P. MERRIT. Tratado de Neurologia. 11 ed.</p><p>Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007.</p><p>TAKALA, E. P. et al. Systematic evaluation of observational</p><p>methods assessing biomechanical exposures at work.</p><p>Scandinavian Journal of Work, Environment & Health,</p><p>Finlândia, v. 36, n. 1, p. 3-24, 2010. Disponível em: http://</p><p>www.jstor.org/stable/40967825. Acesso em: 27 abr.</p><p>2024.</p><p>VIANA, J. U. et al. Pontos de corte alternativos para</p><p>massa muscular apendicular para verificação da</p><p>sarcopenia em idosos brasileiros: dados da Rede Fibra</p><p>- Belo Horizonte/Brasil. Fisioterapia e Pesquisa, São</p><p>Paulo, v. 25, n. 2, p. 166-172, abr. 2018. DOI: https://doi.</p><p>org/10.1590/1809-2950/17533725022018</p><p>60</p><p>Cinesiologia nas</p><p>ocupações humanas</p><p>Maria Luciana Bastos</p><p>Unidade 2</p><p>3</p><p>Cinesiologia dos Membros</p><p>Superiores e Inferiores e as</p><p>Ocupações Humanas</p><p>Introdução à unidade</p><p>Neste módulo iremos explorar a cinesiologia dos</p><p>membros superiores e inferiores, e entender como ela</p><p>não apenas nos ajuda a evitar lesões, como também</p><p>ajuda a melhorar o desempenho em diversas atividades,</p><p>desde o trabalho até o lazer.</p><p>Portanto, é fundamental explorar esse conhecimento</p><p>para promover uma vida mais saudável e ativa. Convido</p><p>você a se aprofundar nesse</p><p>assunto e descobrir como a</p><p>compreensão da cinesiologia dos membros superiores</p><p>e inferiores pode transformar a sua abordagem em</p><p>relação às atividades do dia a dia.</p><p>Objetivos da aprendizagem</p><p>• Reconhecer e identificar os músculos e movimen-</p><p>tos que estão envolvidos diretamente nas ativida-</p><p>des de membros superiores.</p><p>• Identificar as inervações responsáveis pela movi-</p><p>mentação de membros superiores.</p><p>62</p><p>4</p><p>• Nomear as principais preensões e pinças utiliza-</p><p>das no cotidiano.</p><p>• Reconhecer e identificar os músculos e movimen-</p><p>tos que estão envolvidos diretamente nas ativida-</p><p>des de membros inferiores.</p><p>• Identificar as inervações responsáveis pela movi-</p><p>mentação de membros inferiores.</p><p>63</p><p>5</p><p>Cinesiologia dos</p><p>membros superiores</p><p>O corpo humano é verdadeiramente uma máquina</p><p>fascinante, e os membros superiores desempenham</p><p>um papel primordial em ações simples, como pegar um</p><p>objeto, até atividades mais complexas, como praticar</p><p>esportes ou realizar tarefas manuais mais refinadas.</p><p>Análise biomecânica</p><p>Fonte: ©freepik, Freepik (2024).</p><p>#pratodosverem: Mulher em posição de corrida com desenhos de análises</p><p>biomecânicas sobrepostas.</p><p>64</p><p>6</p><p>Esqueleto humano</p><p>O esqueleto humano é dividido em duas principais</p><p>partes: o esqueleto axial e o esqueleto apendicular.</p><p>Divisão do esqueleto em axial em azul e apendicular em branco</p><p>Fonte: ©pngwing (2024).</p><p>#pratodosverem: Figura dos ossos do esqueleto humano dividido em sua</p><p>classificação axial e apendicular.</p><p>65</p><p>7</p><p>Esqueleto axial</p><p>Compreende os ossos que formam o eixo central do</p><p>corpo, incluindo o crânio, a coluna vertebral, as costelas</p><p>e o esterno. Suas principais funções são proteção,</p><p>sustentação e estabilização.</p><p>Esqueleto apendicular</p><p>É chamado de "apendicular" porque inclui os “apêndices”</p><p>do corpo, ou seja, os membros. Constitui os membros</p><p>e suas respectivas cinturas, escapular e pélvica, e inclui</p><p>também os ossos dos membros superiores (braços) e</p><p>inferiores (pernas).</p><p>Cintura Escapular</p><p>Ossos do esqueleto apendicular</p><p>Fonte: ©freepik, Freepik (2024).</p><p>#pratodosverem: Figura dos ossos do esqueleto apendicular.</p><p>66</p><p>8</p><p>A cintura escapular é uma estrutura anatômica do</p><p>corpo humano localizada na região dos ombros. Suas</p><p>estruturas ósseas são a clavícula (osso da clavícula) e</p><p>a escápula (omoplata). Vejamos abaixo:</p><p>Formato (clavícula):</p><p>É um osso longo e curvo em forma de "S" invertido.</p><p>Função (clavícula):</p><p>Liga a escápula ao esterno (osso do peito).</p><p>Localização (clavícula):</p><p>É visível e palpável na parte superior do tórax,</p><p>logo abaixo da pele.</p><p>A clavícula fica localizada na região anterior do tronco,</p><p>enquanto a escápula fica na região posterior.</p><p>67</p><p>9</p><p>Anatomia da clavícula</p><p>Fonte: Netter (2019, p. 630).</p><p>#pratodosverem: Imagem realista de uma clavícula.</p><p>Formato (Escápula):</p><p>É um osso triangular;</p><p>Possui uma borda medial, uma lateral, uma</p><p>superior e uma inferior.</p><p>Localização (Escápula):</p><p>Localizado na parte posterior do tórax.</p><p>A escápula, articula-se com a clavícula e o úmero para</p><p>formar a articulação do ombro.</p><p>68</p><p>10</p><p>Estruturas do ombro humano</p><p>Fonte: ©freepik, Freepik (2024).</p><p>#pratodosverem: Figura dos ossos do esqueleto apendicular.</p><p>Formato (Úmero):</p><p>O úmero é o osso longo que constitui o braço.</p><p>Função (Úmero):</p><p>Ele articula-se com a escápula na articulação do</p><p>ombro (articulação glenoumeral) e com o rádio e</p><p>a ulna no cotovelo;</p><p>Embora o úmero esteja envolvido nas articulações</p><p>do ombro e do cotovelo, ele não faz parte da</p><p>cintura escapular. Em vez disso, é considerado</p><p>parte do membro superior.</p><p>69</p><p>11</p><p>É importante destacarmos a participação do manúbrio</p><p>na cintura escapular de forma indireta. Ele está mais</p><p>associado à articulação da clavícula com o tórax do que</p><p>à cintura escapular em si.</p><p>Formato (Manúbrio):</p><p>É um osso plano, uma das partes do esterno.</p><p>Localização (Manúbrio):</p><p>Localizado na parte anterior do tórax;</p><p>Embora a clavícula faça parte da cintura escapular,</p><p>o manúbrio não faz.</p><p>Estruturas articulares</p><p>A cintura escapular é formada por 7 peças ósseas</p><p>(as clavículas, e escápulas, os úmeros e o manúbrio)</p><p>e possui 5 articulações:</p><p>• Esternoclavicular;</p><p>• Acromioclavicular;</p><p>• Escapulotorácica;</p><p>• Glenoumeral (Ombro);</p><p>• Subacromial.</p><p>70</p><p>12</p><p>Músculos</p><p>Utilizamos categorias para descrever os músculos com</p><p>base em sua localização e função em relação a uma</p><p>determinada estrutura, como o membro ou a região do</p><p>corpo. Vejamos a divisão abaixo:</p><p>Músculos extrínsecos: conectam a</p><p>escápula ou a clavícula ao tronco:</p><p>Ex: trapézio, levantador da escápula, serrátil</p><p>anterior e romboides.</p><p>Músculos intrínsecos: localizados</p><p>inteiramente na escápula:</p><p>Ex: músculo subescapular, supraespinhoso,</p><p>infraespinhoso e redondo menor.</p><p>Os músculos envolvidos na cintura escapular</p><p>desempenham um papel na estabilização e</p><p>movimentação da escápula, influenciando diretamente</p><p>os movimentos dos membros superiores. Veja os</p><p>principais músculos da cintura escapular:</p><p>71</p><p>13</p><p>Músculo Localização Função</p><p>Trapézio Parte superior e</p><p>média das costas</p><p>Elevação,</p><p>retração, rotação</p><p>e depressão da</p><p>escápula</p><p>Levantador</p><p>da Escápula</p><p>Parte lateral</p><p>e posterior do</p><p>pescoço</p><p>Elevação da</p><p>escápula</p><p>Serrátil</p><p>Anterior</p><p>Lateral da parede</p><p>torácica</p><p>Rotação superior</p><p>e fixação da</p><p>escápula</p><p>Romboides</p><p>(Maior e</p><p>Menor)</p><p>Entre a coluna</p><p>vertebral e a</p><p>escápula</p><p>Retração e</p><p>elevação da</p><p>escápula</p><p>Músculos</p><p>do Manguito</p><p>Rotador</p><p>Supraespinhal,</p><p>Infraespinhal,</p><p>Redondo Menor,</p><p>Subescapular</p><p>Estabilização e</p><p>movimentos da</p><p>articulação do</p><p>ombro</p><p>Deltoides Ombro</p><p>Abdução e</p><p>elevação do</p><p>braço</p><p>Principais músculos da cintura escapular</p><p>Fonte: elaborado pela autora (2024).</p><p>72</p><p>14</p><p>A cintura escapular é composta de</p><p>duas clavículas e duas escápulas</p><p>ligadas entre si por ligamentos.</p><p>Trata-se de uma estrutura que</p><p>sofreu adaptações à bipedia dos</p><p>hominídeos, o qual as escápulas</p><p>não estão mais conectadas entre si.</p><p>Curiosidade</p><p>Ligamentos e tendões</p><p>Os ligamentos e tendões são outras estruturas</p><p>fundamentais para o funcionamento do sistema</p><p>musculoesquelético humano, embora tenham papéis e</p><p>características distintas.</p><p>Ligamentos:</p><p>Tecidos fibrosos resistentes e flexíveis que</p><p>conectam os ossos em uma articulação,</p><p>proporcionando estabilidade e suporte para</p><p>evitar movimentos excessivos que possam</p><p>causar lesões.</p><p>73</p><p>15</p><p>Tendões:</p><p>Similares a cordas que ligam os músculos</p><p>aos ossos;</p><p>Compostos tecido conjuntivo fibroso, transmitem</p><p>a força gerada pelos músculos aos ossos,</p><p>possibilitando o movimento das articulações;</p><p>Além disso, os tendões desempenham um papel</p><p>na propriocepção, que é a capacidade do corpo</p><p>de perceber sua posição e movimento no espaço.</p><p>Os principais ligamentos e tendões que compõem a</p><p>cintura escapular são:</p><p>• Ligamentos Glenoumerais;</p><p>• Tendões do Manguito Rotador;</p><p>• Ligamentos Acromioclaviculares;</p><p>• Ligamentos Esternoclaviculares.</p><p>74</p><p>16</p><p>Bursas</p><p>As bursas são pequenas bolsas cheias de líquido</p><p>sinovial que se encontram ao redor da articulação do</p><p>ombro. Elas são importantes na redução do atrito e no</p><p>amortecimento do impacto entre os ossos, tendões e</p><p>músculos durante os movimentos.</p><p>Bursa Localização</p><p>Subacromial Entre o acrômio e o tendão do músculo</p><p>supraespinal.</p><p>Subdeltoidea Entre o deltóide e o acrômio.</p><p>Subescapular Entre o músculo subescapular e a</p><p>cabeça do úmero.</p><p>Subcoracoide Entre o músculo subescapular e o</p><p>processo coracóide da escápula.</p><p>Bursas da cintura escapular</p><p>Fonte: elaborado pela autora (2024).</p><p>75</p><p>17</p><p>Segmentos do membro superior</p><p>Anatomia do membro superior</p><p>Fonte: Netter (2019, p. 632).</p><p>#pratodosverem: Imagem da anatomia do membro superior.</p><p>76</p><p>18</p><p>Ombro</p><p>A região do ombro no membro superior realiza</p><p>movimentos ao executar tarefas necessárias para</p><p>o ser humano. Vamos descrever cada um desses</p><p>movimentos abaixo:</p><p>Movimento Músculos Principais</p><p>Flexão do</p><p>Ombro</p><p>Deltoides anteriores, Porção clavicular</p><p>do peitoral maior, Coracobraquial</p><p>Extensão do</p><p>Ombro</p><p>Deltoides posteriores, Latíssimo do</p><p>dorso, Grande dorsal, Tríceps braquial</p><p>Abdução do</p><p>Ombro Deltoides (porção</p><p>média)</p><p>Adução do</p><p>Ombro</p><p>Grande dorsal, Peitoral maior, Peitoral</p><p>menor, Coracobraquial</p><p>Rotação</p><p>Externa do</p><p>Ombro</p><p>Infraespinhoso, Redondo menor, Parte</p><p>posterior do deltoide</p><p>Rotação</p><p>Interna do</p><p>Ombro</p><p>Subescapular, Parte anterior do</p><p>deltoide</p><p>Elevação da</p><p>Escápula</p><p>Trapézio (porção superior), Levantador</p><p>da escápula</p><p>Depressão da</p><p>Escápula</p><p>Trapézio (porção inferior), Músculos</p><p>romboides</p><p>Músculos responsáveis por cada movimento do ombro</p><p>Fonte: elaborado pela autora (2024).</p><p>77</p><p>19</p><p>Cotovelo</p><p>O cotovelo é uma articulação complexa que envolve</p><p>vários ossos, músculos, ligamentos e tendões. Existem</p><p>3 principais articulações que compõem a estrutura</p><p>do cotovelo. Veja as estruturas ósseas e articulares</p><p>que o compõem:</p><p>Ossos:</p><p>Úmero;</p><p>Ulna;</p><p>Rádio.</p><p>Articulações:</p><p>Articulação Úmero-ulnar;</p><p>Articulação Úmero-radial;</p><p>Articulação Radioulnar Proximal.</p><p>Já os músculos, podemos dividi-los em basicamente</p><p>duas classificações:</p><p>78</p><p>20</p><p>Músculos Flexores:</p><p>Bíceps braquial, braquial e músculos flexores do</p><p>antebraço, que flexionam o cotovelo.</p><p>Músculos Extensores:</p><p>Tríceps braquial e músculos extensores do</p><p>antebraço, que estendem o cotovelo.</p><p>Movimento de flexão e extensão do cotovelo</p><p>Fonte: ©freepik, Freepik (2024).</p><p>#pratodosverem: Imagem demonstrando movimento do cotovelo de</p><p>flexão e extensão.</p><p>79</p><p>21</p><p>E como estruturas acessórias também temos no</p><p>cotovelo os tendões e os ligamentos:</p><p>Tendão:</p><p>Tendão do Bíceps.</p><p>Ligamentos:</p><p>Ligamento Colateral Ulnar Lateral (Lateral);</p><p>Ligamento Colateral Ulnar Medial (Medial);</p><p>Ligamento Anular.</p><p>Todas essas estruturas trabalham juntas para</p><p>fornecer estabilidade ao cotovelo e ao antebraço e</p><p>permitir seu repertório de movimentos. Sendo assim,</p><p>temos os seguintes movimentos e os músculos</p><p>respectivamente atuantes:</p><p>80</p><p>22</p><p>Movimento Principais Músculos Envolvidos</p><p>Flexão do</p><p>Cotovelo Bíceps Braquial, Braquial.</p><p>Extensão do</p><p>Cotovelo Tríceps Braquial, Ancôneo.</p><p>Pronação do</p><p>Antebraço</p><p>Pronador Redondo, Pronador</p><p>Quadrado.</p><p>Supinação do</p><p>Antebraço Supinador Longo, Supinador Curto.</p><p>Músculos responsáveis por cada movimento do ombro</p><p>Fonte: elaborado pela autora (2024).</p><p>Punho e mão</p><p>Estrutura óssea do punho e mão</p><p>Fonte: ©freepik, Freepik (2024).</p><p>#pratodosverem: Imagem de uma mão ilustrando os ossos que</p><p>a compõem.</p><p>81</p><p>23</p><p>As estruturas ósseas do punho e da mão, são:</p><p>Carpo:</p><p>É composto por oito ossos que formam o punho,</p><p>o escafóide, semilunar, piramidal, pisiforme,</p><p>trapézio, trapézio, trapézio e hamato.</p><p>Metacarpos:</p><p>São cinco ossos que formam a palma da mão.</p><p>Falanges:</p><p>São os ossos dos dedos. Cada dedo possui</p><p>três falanges (proximal, média e distal), exceto</p><p>o polegar, que possui apenas duas falanges</p><p>(proximal e distal).</p><p>Os ossos do carpo articulam-se com os ossos</p><p>metacarpais da palma da mão, formando uma conexão</p><p>entre o punho e os dedos, que é essencial para a</p><p>estabilidade e mobilidade geral da mão.</p><p>82</p><p>24</p><p>Osso Forma Função</p><p>Escafóide Navicular</p><p>Transmite forças da mão para</p><p>o antebraço, contribui para</p><p>estabilidade</p><p>Semilunar Semilunar Contribui para estabilidade e articula-</p><p>se com outros ossos do carpo</p><p>Piramidal Triangular Contribui para estabilidade e fornece</p><p>inserções para ligamentos</p><p>Pisiforme Em forma de</p><p>ervilha</p><p>Fornece pontos de fixação para</p><p>ligamentos e tendões</p><p>Trapézio Quadrangular Articula-se com os metacarpos do</p><p>polegar, contribui para mobilidade</p><p>Trapezóide Trapézio</p><p>invertido</p><p>Contribui para formação do arco do</p><p>carpo e estabilidade</p><p>Capitato Em forma de</p><p>cabeça</p><p>Fornecer estabilidade e transmitir</p><p>forças entre punho e metacarpos</p><p>Hamato Em forma de</p><p>gancho</p><p>Fornece fixações para ligamentos e</p><p>tendões, contribui para estabilidade</p><p>Ossos do carpo e suas características principais</p><p>Fonte: elaborado pela autora (2024).</p><p>As articulações envolvidas no punho e nas mãos</p><p>permitem atividades como agarrar, segurar, manipular</p><p>objetos e realizar movimentos finos e precisos. E</p><p>podem ser melhor compreendidas separando-as em</p><p>articulações do carpo e especificamente da mão, como</p><p>vemos a seguir:</p><p>83</p><p>25</p><p>Articulações do Carpo:</p><p>Articulação Radiocarpal;</p><p>Articulações Intercarpais;</p><p>Articulações Carpometacarpais.</p><p>Articulações da Mão:</p><p>Articulações Metacarpofalângicas;</p><p>Articulações Interfalângicas.</p><p>Já os músculos do punho e da mão tem como principais</p><p>grupos musculares os detalhados abaixo:</p><p>• Músculos do Antebraço:</p><p>84</p><p>26</p><p>Região anatômica do antebraço</p><p>Fonte: Netter (2019, p. 653).</p><p>#pratodosverem: Figura retratando os músculos do antebraço.</p><p>85</p><p>27</p><p>Se originam no antebraço e têm tendões que se</p><p>estendem até o punho e a mão, onde realizam</p><p>os movimentos.</p><p>Movimento Músculos Função</p><p>Flexores do Punho</p><p>Flexor Radial do Carpo Flexiona e desvia</p><p>radialmente o punho.</p><p>Flexor Ulnar do Carpo Flexiona e desvia</p><p>ulnarmente o punho.</p><p>Músculos Flexores</p><p>Superficiais dos Dedos</p><p>Flexiona os dedos e o</p><p>punho.</p><p>Músculo Flexor Profundo dos</p><p>Dedos</p><p>Flexiona as falanges dos</p><p>dedos.</p><p>Extensores do</p><p>Punho</p><p>Extensor Radial Curto do</p><p>Carpo</p><p>Estende e desvia</p><p>radialmente o punho.</p><p>Extensor Radial Longo do</p><p>Carpo</p><p>Estende e desvia</p><p>radialmente o punho.</p><p>Extensor Ulnar do Carpo Estende e desvia</p><p>ulnarmente o punho.</p><p>Músculos Extensores dos</p><p>Dedos</p><p>Estende as falanges dos</p><p>dedos e o punho.</p><p>Músculos do Antebraço</p><p>Fonte: elaborado pela autora (2024).</p><p>• Músculos Intrínsecos da Mão:</p><p>Incluem os músculos que estão localizados inteiramente</p><p>dentro da mão e são responsáveis por movimentos</p><p>finos e precisos dos dedos.</p><p>86</p><p>28</p><p>Músculos Função</p><p>Músculos Thenar</p><p>(Base do Polegar)</p><p>Oponente do</p><p>Polegar</p><p>Oponente do polegar, é movido em</p><p>direção aos outros dedos.</p><p>Flexor Curto do</p><p>Polegar</p><p>Flexiona a primeira falange do</p><p>polegar.</p><p>Abdutor Curto do</p><p>Polegar</p><p>Abduz o polegar, movendo-o para</p><p>longe da mão.</p><p>Adutor do Polegar Aduz o polegar, movendo-o em</p><p>direção à palma da mão.</p><p>Músculos</p><p>Hipotenar (Base</p><p>do Dedo Mínimo)</p><p>Oponente do Mínimo Oponente do dedo mínimo, é movido</p><p>em direção aos outros dedos.</p><p>Flexor Curto do</p><p>Mínimo</p><p>Flexiona a primeira falange do dedo</p><p>mínimo.</p><p>Abdutor do Mínimo Abduz o dedo mínimo, movendo-o</p><p>para longe da mão.</p><p>Flexor Curto do</p><p>Polegar</p><p>Flexiona a primeira falange do</p><p>polegar.</p><p>Interósseos</p><p>Palmares e</p><p>Dorsais</p><p>Palmares Aproxima os dedos uns dos outros e</p><p>flexiona as metacarpofalângicas.</p><p>Dorsais Afasta os dedos uns dos outros e</p><p>estende as metacarpofalângicas.</p><p>Lumbricais da</p><p>mão Lumbricais Flexionam as metacarpofalângicas e</p><p>estendem as interfalângicas.</p><p>Músculos Intrínsecos da Mão</p><p>Fonte: elaborado pela autora (2024).</p><p>• Músculos Extrínsecos da Mão:</p><p>87</p><p>29</p><p>Músculos extrínsecos da mão</p><p>Fonte: Netter (2019, p. 672).</p><p>#pratodosverem: Uma mão com a palma voltada para cima e outra mão</p><p>voltada para baixo mostrando os seus músculos.</p><p>88</p><p>30</p><p>São os que se originam fora da mão e se estendem até</p><p>os dedos através dos tendões e são responsáveis por</p><p>movimentos mais amplos e fortes da mão e dos dedos.</p><p>Músculos</p><p>Extrínsecos da Mão Função</p><p>Flexor Superficial dos</p><p>Dedos</p><p>Flexiona as articulações</p><p>metacarpofalângicas e</p><p>interfalângicas dos dedos.</p><p>Flexor Profundo dos</p><p>Dedos</p><p>Flexiona as articulações</p><p>interfalângicas dos dedos.</p><p>Músculos Extrínsecos da Mão</p><p>Fonte: elaborado pela autora (2024).</p><p>Os ligamentos e cápsulas articulares do punho e da</p><p>mão são estruturas presentes na região para gerar</p><p>estabilidade e integridade nas articulações.</p><p>89</p><p>31</p><p>• Ligamentos do Punho:</p><p>Ligamento Descrição</p><p>Ligamento Colateral</p><p>Ulnar</p><p>Estende-se do osso ulna ao</p><p>pisiforme e ao hamato. Reforça</p><p>a parte medial do punho.</p><p>Ligamento Colateral</p><p>Radial</p><p>Estende-se do osso rádio ao</p><p>escafóide e ao trapézio. Reforça</p><p>a parte lateral do punho.</p><p>Ligamento</p><p>Radioulnar Dorsal</p><p>Estende-se do rádio ao osso</p><p>ulna na parte dorsal do punho.</p><p>Ajuda a estabilizar a articulação</p><p>radioulnar distal.</p><p>Ligamento</p><p>Radioulnar Palmar</p><p>Estende-se do rádio ao osso</p><p>ulna na parte palmar do punho.</p><p>Ajuda a estabilizar a articulação</p><p>radioulnar distal.</p><p>Ligamento</p><p>Escafolunar</p><p>Conecta o escafóide ao</p><p>semilunar. Ajuda a estabilizar a</p><p>fileira proximal do carpo.</p><p>Ligamento</p><p>Triquetrohamato</p><p>Conecta o triquetral ao hamato.</p><p>Contribui para a estabilidade do</p><p>punho.</p><p>Principais ligamentos do Punho</p><p>Fonte: elaborado pela autora (2024).</p><p>90</p><p>32</p><p>• Cápsula Articular:</p><p>A cápsula articular envolve as articulações do punho</p><p>e da mão, fornecendo suporte e mantendo os ossos</p><p>articulados em sua posição correta. Ela é formada por</p><p>tecido conjuntivo resistente e elástico.</p><p>Ligamentos Metacarpais Transversos:</p><p>Ligam as bases dos ossos metacarpais,</p><p>contribuindo para a integridade e estabilidade</p><p>das articulações metacarpofalângicas.</p><p>Ligamentos Colaterais das</p><p>Articulações Interfalângicas:</p><p>Reforçam as articulações entre as falanges</p><p>proximais e médias e entre as falanges médias e</p><p>distais, proporcionando estabilidade lateral.</p><p>Há outras estruturas que estão mais relacionadas</p><p>a funções de suprimento de sangue para as mãos,</p><p>permitindo uma função adequada e sensibilidade tátil.</p><p>São elas:</p><p>91</p><p>33</p><p>Artérias e Veias:</p><p>Fornecem irrigação sanguínea para a mão</p><p>e dedos.</p><p>Nervos:</p><p>Fornecem inervação sensorial e motora para</p><p>a mão e dedos, permitindo sensibilidade e</p><p>controle muscular.</p><p>As inervações do membro superior, são fornecidas por</p><p>diferentes nervos que se originam da coluna vertebral e</p><p>do plexo braquial.</p><p>Região Nervos Principais Função</p><p>Ombro</p><p>Nervo</p><p>Supraescapular</p><p>Nervo Axilar</p><p>Nervo Toracodorsal</p><p>Inervam os músculos</p><p>e a pele do ombro,</p><p>fornecendo controle</p><p>motor e sensibilidade.</p><p>Cotovelo</p><p>Nervo Radial</p><p>Nervo Mediano</p><p>Nervo Ulnar</p><p>Inervam os músculos e a</p><p>pele ao redor do cotovelo,</p><p>fornecendo controle</p><p>motor e sensibilidade.</p><p>Inervações do ombro e cotovelo</p><p>Fonte: elaborado pela autora (2024).</p><p>92</p><p>34</p><p>Como as mãos desempenham um papel de movimentos</p><p>mais finos e delicados, elas apresentam mais inervações</p><p>como podemos ver na tabela abaixo:</p><p>Nervo Região</p><p>Inervada Função</p><p>Nervo</p><p>Mediano</p><p>Região tenar da</p><p>mão e parte radial</p><p>da palma da mão</p><p>Inervação muscular e</p><p>sensibilidade na região</p><p>tenar da mão e na parte</p><p>radial da palma da mão.</p><p>Nervo Ulnar</p><p>Região hipotenar da</p><p>mão e parte ulnar</p><p>da palma da mão</p><p>Inervação muscular e</p><p>sensibilidade na região</p><p>hipotenar da mão e na parte</p><p>ulnar da palma da mão.</p><p>Nervo Radial</p><p>Músculos</p><p>extensores do</p><p>antebraço e da mão</p><p>Inervação muscular e</p><p>sensibilidade na parte</p><p>posterior do braço,</p><p>antebraço e mão.</p><p>Nervos</p><p>Cutâneos</p><p>Laterais do</p><p>Antebraço</p><p>Parte lateral do</p><p>antebraço</p><p>Sensibilidade para a parte</p><p>lateral do antebraço.</p><p>Nervos</p><p>Cutâneos</p><p>Dorsais da</p><p>Mão</p><p>Parte dorsal da mão Sensibilidade para a parte</p><p>dorsal da mão.</p><p>Inervações do punho e da mão</p><p>Fonte: elaborado pela autora (2024).</p><p>93</p><p>35</p><p>Inervação das mãos</p><p>Fonte: ©pixabay, pixabay (2024).</p><p>#pratodosverem: Figura de uma mão com várias linhas retratando a inerva-</p><p>ção da mão.</p><p>Preensões e pinças</p><p>As preensões e pinças referem-se aos diferentes</p><p>padrões de movimentos realizados pelas mãos para</p><p>agarrar e manipular objetos.</p><p>• Preensões:</p><p>• As preensões são os diferentes tipos de agarrar</p><p>que envolvem a mão e os dedos. Elas são ca-</p><p>tegorizadas com base na posição dos dedos e</p><p>do polegar em relação ao objeto que está sendo</p><p>agarrado. São elas:</p><p>94</p><p>36</p><p>� Preensão Palmar: O objeto é segurado entre a</p><p>palma da mão e os dedos;</p><p>� Preensão Digital: O objeto é segurado entre</p><p>os dedos;</p><p>� Preensão Lateral: O objeto é segurado na lateral</p><p>dos dedos;</p><p>� Preensão Tridigital: O objeto é segurado entre os</p><p>dedos indicador, médio e polegar;</p><p>� Preensão Quadrípode: O objeto é segurado entre</p><p>os dedos indicador, médio, anelar e polegar.</p><p>Um exemplo de pinça</p><p>Fonte: ©freepik, Freepik (2024).</p><p>#pratodosverem: Imagem da pinça polpa-a-polpa que é realizada entre as</p><p>polpas digitais do polegar e indicador, utilizada para pegar</p><p>objetos pequenos.</p><p>95</p><p>37</p><p>• Pinças:</p><p>• As pinças referem-se a movimentos específicos</p><p>dos dedos, especialmente do polegar, ao agar-</p><p>rar e manipular objetos. Elas são categorizadas</p><p>com base na posição relativa do polegar em re-</p><p>lação aos outros dedos. Seus tipos são:</p><p>� Pinça Tridigital (Tripod Grip): O polegar se opõe</p><p>aos dedos indicador e médio, formando uma</p><p>pinça tripla;</p><p>� Pinça Bidigital (Champagne Glass Grip):</p><p>O polegar se opõe ao indicador, formando uma</p><p>pinça dupla;</p><p>� Pinça Lateral (Lateral Pinch): O polegar se opõe</p><p>ao lado dos dedos, geralmente o indicador ou o</p><p>dedo médio;</p><p>� Pinça Palmar (Palmar Pinch): O objeto é segura-</p><p>do entre a palma da mão e o polegar, sem o en-</p><p>volvimento dos outros dedos.</p><p>96</p><p>38</p><p>Cada indivíduo apresenta um padrão</p><p>distinto de sulcos e cristas nas</p><p>extremidades dos dedos, um traço</p><p>que é estabelecido geneticamente</p><p>durante o estágio fetal. Essa</p><p>exclusividade das impressões</p><p>digitais possibilita a identificação</p><p>precisa de pessoas, sendo uma</p><p>técnica amplamente empregada em</p><p>sistemas biométricos de segurança.</p><p>Curiosidade</p><p>Cinesiologia dos</p><p>membros inferiores</p><p>Cintura Pélvica</p><p>A cintura pélvica, também conhecida como bacia, é uma</p><p>estrutura óssea, em forma de anel, localizada na parte</p><p>inferior do tronco humano. É composta por vários ossos</p><p>que se articulam entre si para formar uma estrutura</p><p>estável, que suporta o peso do corpo e protege os</p><p>órgãos pélvicos.</p><p>97</p><p>39</p><p>As principais estruturas ósseas que compõem a cintura</p><p>pélvica são:</p><p>Osso do quadril (Osso coxal ou Osso</p><p>ilíaco):</p><p>Ele é formado por três partes: ílio, ísquio e púbis.</p><p>Sacro:</p><p>É um osso triangular e espesso localizado na</p><p>base da coluna vertebral.</p><p>Cóccix:</p><p>É um osso triangular localizado na extremidade</p><p>inferior da coluna vertebral;</p><p>Ele não está diretamente envolvido na articulação</p><p>da cintura pélvica, mas está localizado dentro da</p><p>pelve óssea.</p><p>98</p><p>40</p><p>Segmentos do membro inferior</p><p>Quadril</p><p>O quadril, também é conhecido como osso do quadril</p><p>ou osso coxal, é composto por três ossos principais:</p><p>Vista anterior normal da pelve com ossos do quadril</p><p>Fonte: ©freepik, Freepik (2024).</p><p>#pratodosverem: Figura retratando os ligamentos e tendões da anatomia</p><p>do joelho.</p><p>99</p><p>41</p><p>Ílio:</p><p>É o osso superior e o maior dos três. O ílio tem a</p><p>forma de uma asa e se estende lateralmente em</p><p>direção à coluna vertebral.</p><p>Ísquio:</p><p>É o osso inferior e posterior do quadril. É uma</p><p>estrutura robusta e proeminente que suporta o</p><p>peso do corpo quando uma pessoa está sentada.</p><p>Púbis:</p><p>Está localizado na frente do corpo. A parte inferior</p><p>do púbis se une ao outro púbis no meio da pelve,</p><p>formando a sínfise púbica.</p><p>A região do quadril por ser fundamental durante a</p><p>marcha e outras atividades funcionais do corpo, precisa</p><p>de articulações que possibilitem os movimentos, mas</p><p>que também deem estabilidade. As principais são:</p><p>100</p><p>42</p><p>Articulação coxofemoral:</p><p>É uma articulação sinovial do tipo esferoide,</p><p>formada pela cabeça do fêmur e pela cavidade</p><p>acetabular do osso do quadril (osso ilíaco).</p><p>Articulação sacroilíaca:</p><p>Está localizada entre o sacro e o ilíaco, e é uma</p><p>articulação sinovial do tipo plana.</p><p>Sínfise Púbica:</p><p>Embora não seja uma articulação móvel como a</p><p>coxofemoral, a sínfise púbica é uma articulação</p><p>fibrocartilaginosa localizada na linha média</p><p>anterior da pelve, entre os dois ossos púbicos.</p><p>Já os músculos do quadril desempenham um papel</p><p>fundamental no suporte da articulação e realização de</p><p>fato dos movimentos. Aqui estão eles:</p><p>101</p><p>43</p><p>Grupo</p><p>Muscular Músculos Função</p><p>Flexores do</p><p>Quadril</p><p>Iliopsoas (ilíaco e</p><p>psoas major)</p><p>Principal flexor do quadril;</p><p>contribui para flexão da</p><p>coluna vertebral</p><p>Reto femoral</p><p>Flexiona o quadril;</p><p>estende o joelho (músculo</p><p>quadríceps)</p><p>Extensores</p><p>do Quadril</p><p>Glúteo máximo Extensor do quadril; auxilia</p><p>na rotação lateral do quadril</p><p>Isquiotibiais</p><p>Poderosos extensores do</p><p>quadril; localizados na parte</p><p>posterior da coxa</p><p>Abdutores</p><p>do Quadril</p><p>Glúteo médio</p><p>Principal músculo abdutor</p><p>do quadril; crucial para a</p><p>estabilidade pélvica durante</p><p>a marcha</p><p>Glúteo mínimo Contribui para a abdução</p><p>do quadril</p><p>Adutores do</p><p>Quadril</p><p>Adutor longo, adutor</p><p>curto, adutor magno,</p><p>pectíneo, grácil</p><p>Movem a coxa em direção à</p><p>linha média do corpo</p><p>Rotadores</p><p>do Quadril</p><p>Piriforme, gêmeo</p><p>superior,</p><p>gêmeo</p><p>inferior, obturador</p><p>interno, quadrado</p><p>femoral</p><p>Responsáveis pela rotação</p><p>lateral e medial do quadril</p><p>Músculos do quadril</p><p>Fonte: elaborado pela autora (2024).</p><p>102</p><p>44</p><p>Durante a gestação, os hormônios</p><p>relaxina e estrógeno são liberados,</p><p>causando relaxamento das</p><p>articulações e ligamentos pélvicos.</p><p>Esse processo, permite que o canal</p><p>do parto se alargue, facilitando</p><p>a passagem do bebê durante o</p><p>parto vaginal. Após o parto, esses</p><p>hormônios retornam ao normal, e as</p><p>articulações pélvicas gradualmente</p><p>se estabilizam novamente.</p><p>Curiosidade</p><p>Joelho</p><p>O joelho é uma das articulações mais complexas do</p><p>nosso corpo e é formada basicamente por três ossos:</p><p>Fêmur:</p><p>É o osso da coxa e forma a porção superior</p><p>da articulação do joelho. Ele apresenta duas</p><p>protuberâncias ósseas na extremidade inferior,</p><p>chamadas côndilos femorais, que se articulam</p><p>com a tíbia.</p><p>103</p><p>45</p><p>Tíbia:</p><p>É o osso da canela e forma a porção inferior da</p><p>articulação do joelho. Ela possui duas plataformas</p><p>articuladas chamadas de côndilos tibiais, que se</p><p>articulam com os côndilos femorais.</p><p>Patela:</p><p>É um osso sesamoide localizado na frente do</p><p>joelho, dentro do tendão do quadríceps. Ela</p><p>protege a articulação do joelho e aumenta</p><p>a eficiência do músculo quadríceps ao estender</p><p>o joelho.</p><p>Além dessas estruturas, existem outras menores,</p><p>como a cabeça da fíbula (um osso da perna) e os</p><p>côndilos fibulares, que contribuem para a estabilidade</p><p>e movimentação do joelho, embora não sejam parte</p><p>integrante da articulação do joelho em si.</p><p>O joelho é uma articulação composta por três</p><p>articulações menisco ligamentares:</p><p>104</p><p>46</p><p>Articulação Femorotibial:</p><p>É a articulação principal do joelho, formada entre</p><p>o fêmur e a tíbia;</p><p>É uma articulação sinovial do tipo dobradiça</p><p>modificada, que permite movimentos de flexão e</p><p>extensão do joelho;</p><p>Os meniscos fibrocartilaginosos estão localizados</p><p>entre os côndilos femorais e tibiais, fornecendo</p><p>estabilidade e amortecimento à articulação.</p><p>Articulação Patelofemoral:</p><p>É a articulação entre a patela e o fêmur;</p><p>É uma articulação deslizante ou de deslizamento,</p><p>que permite movimentos de deslizamento da</p><p>patela sobre o fêmur durante a flexão e extensão</p><p>do joelho;</p><p>A patela aumenta a alavanca de extensão do</p><p>joelho e protege o tendão do quadríceps.</p><p>105</p><p>47</p><p>Articulação Tibiofibular Proximal:</p><p>É a articulação entre a cabeça da fíbula e a</p><p>superfície lateral do côndilo tibial;</p><p>É uma articulação sinovial do tipo plana,</p><p>permitindo pequenos movimentos de</p><p>deslizamento e rotação durante a flexão e</p><p>extensão do joelho.</p><p>Por conta da variedade de movimentos, o joelho</p><p>precisa ser estabilizado por diversos ligamentos</p><p>que conectam os ossos entre si e fornecem suporte</p><p>estrutural à articulação.</p><p>106</p><p>48</p><p>Anatomia do joelho</p><p>Fonte: Netter (2019, p. 747).</p><p>#pratodosverem: Figura retratando os ligamentos e tendões da anatomia</p><p>do joelho.</p><p>107</p><p>49</p><p>Os principais ligamentos do joelho são:</p><p>Ligamento Localização Função</p><p>Cruzado Anterior</p><p>(LCA)</p><p>Dentro da</p><p>articulação do</p><p>joelho, conecta</p><p>fêmur à tíbia</p><p>Previne deslocamento</p><p>anterior excessivo da tíbia</p><p>em relação ao fêmur</p><p>Cruzado</p><p>Posterior (LCP)</p><p>Dentro da</p><p>articulação do</p><p>joelho, conecta</p><p>fêmur à tíbia</p><p>Previne deslocamento</p><p>posterior excessivo da</p><p>tíbia em relação ao fêmur</p><p>Colateral Medial</p><p>(LCM)</p><p>Parte interna do</p><p>joelho, conecta</p><p>fêmur à tíbia</p><p>Estabiliza o joelho,</p><p>impedindo movimento</p><p>excessivo para dentro</p><p>(valgo)</p><p>Colateral Lateral</p><p>(LCL)</p><p>Parte externa do</p><p>joelho, conecta</p><p>fêmur à cabeça</p><p>da fíbula</p><p>Estabiliza o joelho,</p><p>impedindo movimento</p><p>excessivo para fora (varo)</p><p>Meniscofemorais</p><p>Conectam</p><p>meniscos à parte</p><p>inferior do fêmur</p><p>Estabilizam os meniscos</p><p>e distribuem carga na</p><p>articulação do joelho</p><p>Meniscotibiais</p><p>Conectam</p><p>meniscos à parte</p><p>superior da tíbia</p><p>Auxiliam na distribuição</p><p>de carga e estabilidade</p><p>Ligamentos do joelho</p><p>Fonte: elaborado pela autora (2024).</p><p>108</p><p>50</p><p>Os principais movimentos realizados pelos joelhos</p><p>são flexão e extensão. Além desses, ele também pode</p><p>realizar uma pequena quantidade de rotação medial e</p><p>lateral quando está flexionado.</p><p>O joelho é a maior articulação do</p><p>corpo humano e uma das mais</p><p>intrincadas. Apesar de sua aparente</p><p>simplicidade, é formado por uma</p><p>complexa rede de ossos, ligamentos,</p><p>tendões e cartilagens. Contudo,</p><p>essa estrutura também o torna</p><p>vulnerável a diversos tipos de lesões,</p><p>sobretudo em atletas e praticantes</p><p>de atividades físicas intensas.</p><p>Reflita</p><p>Os músculos que realizam os movimentos do</p><p>joelho são principalmente os músculos da coxa,</p><p>especialmente os músculos do quadríceps femoral e os</p><p>músculos isquiotibiais.</p><p>109</p><p>51</p><p>Grupo</p><p>Muscular Músculos Função</p><p>Flexores do</p><p>Joelho</p><p>Bíceps Femoral Flexiona o joelho; realiza</p><p>rotação lateral da perna</p><p>Sartório Contribui para flexão e</p><p>rotação lateral do joelho</p><p>Extensores do</p><p>Joelho</p><p>Quadríceps</p><p>Femoral (Reto</p><p>Femoral, Vasto</p><p>Lateral, Vasto</p><p>Medial, Vasto</p><p>Intermédio)</p><p>Principais extensores do</p><p>joelho</p><p>Reto Femoral</p><p>Importante na extensão</p><p>do joelho quando o quadril</p><p>está flexionado</p><p>Vastos Medial,</p><p>Lateral e</p><p>Intermédio</p><p>Contribuem para a</p><p>extensão do joelho e</p><p>estabilizam a patela</p><p>durante esse movimento</p><p>Músculos que fazem os movimentos do joelho</p><p>Fonte: elaborado pela autora (2024).</p><p>Tornozelo e pé</p><p>O tornozelo e o pé são as regiões localizadas mais na</p><p>extremidade do membro inferior, e fornecem apoio para</p><p>marcha e outras atividades.</p><p>110</p><p>52</p><p>Ossos do pé e tornozelo</p><p>Fonte: Netter (2019, p. 765).</p><p>#pratodosverem: Figura retratando os ossos e ligamentos da anatomia do pé.</p><p>Estruturas ósseas do Tornozelo:</p><p>• Tíbia: É o osso da canela que forma a parte me-</p><p>dial do tornozelo;</p><p>• Fíbula: É o osso da perna que forma a parte la-</p><p>teral do tornozelo;</p><p>• Tálus: Também conhecido como astrágalo, é</p><p>um osso do tarso que se articula com a tíbia e a</p><p>fíbula, formando a parte superior do tornozelo;</p><p>• Calcâneo: É o osso do calcanhar, o maior osso</p><p>do tarso, que se articula com o tálus e forma a</p><p>parte posterior e inferior do tornozelo.</p><p>111</p><p>53</p><p>Visão lateral da estrutura óssea do pé</p><p>Fonte: Netter (2019, p. 765).</p><p>#pratodosverem: Figura retratando a visão lateral dos ossos e ligamentos da</p><p>anatomia do pé</p><p>Estruturas ósseas do Pé:</p><p>• Tarso: É composto por sete ossos:</p><p>� Calcâneo;</p><p>� Tálus;</p><p>� Navicular;</p><p>� Cuboide;</p><p>� Cuneiformes (Medial, Intermédio e Lateral).</p><p>112</p><p>54</p><p>• Metatarsos: Cinco ossos longos que formam a</p><p>parte média do pé, conectando-se aos ossos do</p><p>tarso na parte posterior e aos dedos dos pés na</p><p>parte anterior.</p><p>• Falanges dos Dedos: Cada dedo do pé (exceto o</p><p>dedão) é composto por três falanges: proximal,</p><p>média e distal. O hálux possui apenas duas: pro-</p><p>ximal e distal.</p><p>O osso do calcanhar, o calcâneo,</p><p>é o maior osso do pé e é capaz de</p><p>suportar muito peso e pressão.</p><p>Apesar de sua aparência robusta,</p><p>o calcâneo é uma das áreas mais</p><p>comuns de lesão em atletas e</p><p>corredores, devido ao impacto</p><p>repetitivo durante atividades como</p><p>corrida e salto.</p><p>Curiosidade</p><p>As estruturas articulares do tornozelo e do pé</p><p>apresentam grande interação entre si e são</p><p>descritas como:</p><p>113</p><p>55</p><p>Articulação Localização Principais Funções</p><p>Tornozelo (Tíbio-</p><p>Társica)</p><p>Entre a tíbia, a fíbula e</p><p>o tálus (osso do pé)</p><p>Flexão (dorsiflexão) e</p><p>extensão (plantiflexão) do</p><p>pé; permite movimentos de</p><p>rotação</p><p>Subtalar Entre o talo e o</p><p>calcâneo (osso do pé)</p><p>Permite movimentos de</p><p>inversão (supinação) e</p><p>eversão (pronação) do pé</p><p>Articulação</p><p>Transversa do Tálus</p><p>Entre o tálus e os</p><p>ossos do tarso médio</p><p>Auxilia na estabilização</p><p>e distribuição de peso</p><p>durante a marcha</p><p>Talo-Calcânea</p><p>(Talocalcânea)</p><p>Entre o tálus e o</p><p>calcâneo</p><p>Facilita movimentos de</p><p>flexão plantar e dorsiflexão</p><p>do pé</p><p>Articulações</p><p>Tarsometatársicas</p><p>Entre os ossos do</p><p>tarso e os metatarsos</p><p>Permitem flexão e</p><p>extensão dos dedos do</p><p>pé e contribuem para a</p><p>distribuição de peso</p><p>Articulações</p><p>Metatarsofalângicas</p><p>Entre os metatarsos e</p><p>as falanges proximais</p><p>(dedos do pé)</p><p>Permitem movimentos</p><p>de flexão e extensão dos</p><p>dedos do pé</p><p>Articulações</p><p>Interfalângicas</p>