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<p>FACULDADE MULTIVIX</p><p>MEDICINA VETERINÁRIA</p><p>ANA KARINA LOCATELI</p><p>HELOISA DA SILVA BORGES</p><p>ISABELE AUGUSTA GONÇALVES SOUZA</p><p>MEYRIELEN COLOMBO DA SILVA</p><p>NÍCOLLAS ODER LITTIG</p><p>PLATINOSOMOSE;</p><p>DOENÇAS PARASITÁRIAS</p><p>VILA VELHA</p><p>2024</p><p>ANA KARINA LOCATELI</p><p>HELOISA DA SILVA BORGES</p><p>ISABELE AUGUSTA GONÇALVES SOUZA</p><p>MEYRIELEN COLOMBO DA SILVA</p><p>NÍCOLLAS ODER LITTIG</p><p>PLATINOSOMOSE;</p><p>DOENÇAS PARASITÁRIAS</p><p>Trabalho apresentado ao 5° período do</p><p>curso de Medicina Veterinária, da Faculdade</p><p>Multivix, como requisito parcial da disciplina</p><p>de Doenças Parasitárias, ministrada pelo</p><p>Prof. Dr. Henrique M. S. Almeida</p><p>VILA VELHA</p><p>2024</p><p>RESUMO</p><p>A parasitose platinosomótica é uma condição sistêmica causada por</p><p>trematódeos pertencentes ao gênero Platynosomum. Ela afeta felinos em</p><p>regiões tropicais em todo o mundo. O ciclo de vida desse parasita é</p><p>intrincado, envolvendo três hospedeiros intermediários antes de completar</p><p>seu ciclo no organismo felino. Após a lipidose hepática, as colangites e</p><p>colangiohepatites são consideradas como a segunda condição hepática</p><p>mais prevalente em felinos. Os sintomas associados à colangiohepatite</p><p>parasitária podem confundir os veterinários devido à sua natureza</p><p>inespecífica. Dada a escassez de estudos sobre esse tópico, o objetivo de</p><p>compilar essas informações é alertar os profissionais veterinários sobre a</p><p>presença dessa infecção em nosso ambiente e promover a inclusão do</p><p>diagnóstico diferencial da platinosomose nas doenças hepáticas na prática</p><p>clínica.</p><p>Palavras-chave: Platinosomose, Platynosomum spp., gato, trematódeo</p><p>ABSTRACT</p><p>Platinosomosis is a systemic parasitic condition caused by</p><p>trematodes of the genus Platynosomum. It affects felines in tropical</p><p>areas worldwide. The parasite's life cycle is complex, involving three</p><p>intermediate hosts before completing its cycle in the feline host.</p><p>Following hepatic lipidosis, cholangitis and cholangiohepatitis are</p><p>considered the second most common hepatic disorders in felines. The</p><p>symptomatology of parasitic cholangiohepatitis can be confusing for</p><p>clinicians due to its nonspecific nature. Given the scarcity of studies</p><p>on this topic, the aim of compiling this information is to alert veterinary</p><p>professionals to the presence of this infection in our environment and</p><p>to promote the inclusion of differential diagnosis of platinosomosis in</p><p>hepatic diseases in clinical practice.</p><p>Keywords: Platynosomum, Platynosomum spp., cat, trematode</p><p>SUMÁRIO</p><p>1. INTRODUÇÃO...................................................................................6</p><p>2. PLATINOSOMOSE............................................................................6</p><p>3. DEFINIÇÃO.......................................................................................6</p><p>4. ETIOLOGIA.......................................................................................7</p><p>5. EPIDEMIOLOGIA..............................................................................7</p><p>6. PATOGENIA......................................................................................7</p><p>7. SINAIS CLÍNICOS............................................................................8</p><p>8. DIAGNÓSTICO.................................................................................8</p><p>9. TRATAMENTO..................................................................................9</p><p>10. PREVENÇÃO E CONTROLE..........................................................9</p><p>11. CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................10</p><p>i.</p><p>1. INTRODUÇÃO</p><p>A Platynosomose, conhecida como doença da lagartixa, é uma condição</p><p>que afeta principalmente felinos, mas também pode ocorrer em primatas e</p><p>aves silvestres (ALMEIDA, 2022). Causada pelo trematódeo</p><p>Platynosomum spp., essa enfermidade apresenta risco potencial de</p><p>fatalidade devido ao diagnóstico muitas vezes tardio (FRANCO, 2023). Os</p><p>sintomas variam de leves a graves e incluem problemas hepáticos, diarreia</p><p>e vômitos, entre outros (SAMPAIO ET AL., 2006). O diagnóstico depende</p><p>de anamnese e exames complementares como ultrassonografia e análises</p><p>laboratoriais (CARVALHO ET AL., 2017). O tratamento é realizado com</p><p>anti-helmínticos, mas o diagnóstico precoce é desafiador devido à falta de</p><p>sintomas evidentes (SALOMÃO ET AL., 2005). A manutenção dos felinos</p><p>dentro de casa é uma medida preventiva importante contra essa doença</p><p>(SALOMÃO ET AL., 2005).</p><p>2. PLATINOSOMOSE</p><p>O ciclo biológico do Platynosomum envolve três hospedeiros</p><p>intermediários e os gatos como hospedeiros definitivos. Gatos infectados</p><p>eliminam ovos nas fezes, iniciando o processo de contaminação</p><p>ambiental (BRAGA, 2016). Após a ingestão pelos caramujos aquáticos, as</p><p>larvas miracídios eclodem e migram, alojando-se na cavidade respiratória</p><p>(BRAGA, 2016). As cercárias, forma larval subsequente, são ingeridas por</p><p>isópodes terrestres, onde se tornam metacercárias (HENDRIX, 2006).</p><p>Lagartixas, rãs ou sapos, como hospedeiros terciários, ingerem as</p><p>metacercárias, que se encapsulam no ducto biliar ou vesícula biliar</p><p>(SALOMÃO ET AL., 2005). O ciclo é completado quando gatos se</p><p>alimentam desses pequenos vertebrados, especialmente lagartixas</p><p>(Braga, 2016). A caça e o instinto predatório dos felinos contribuem para a</p><p>manutenção do ciclo e morbidade desses animais (FERREIRA ET AL.,</p><p>2003).</p><p>3. DEFINIÇÃO</p><p>Doença parasitária que acomete felinos e é causada por um Trematódeo</p><p>de gênero Platynosomum sp. É conhecida como a doença da Lagartixa ou</p><p>Fascíola Hepática Felina. A literatura menciona que a parasitose ocorre</p><p>preferencialmente em países de climas subtropicais e tropicais (ANTUNES,</p><p>EDUARDO, 2021)</p><p>6</p><p>https://lume.ufrgs.br/discover?filtertype=author&filter_relational_operator=equals&filter=Antunes,%20Eduardo</p><p>https://lume.ufrgs.br/discover?filtertype=author&filter_relational_operator=equals&filter=Antunes,%20Eduardo</p><p>4. ETIOLOGIA</p><p>Este parasita pertence ao Filo Platyhelminthes, à Classe Trematoda, à</p><p>Subclasse Digenea, à Ordem Plagiorchiida, à Família Dicrocoeliidae, ao</p><p>Gênero Platynosomum e à Espécie fastosum (HENDRIX, 2006). Sua</p><p>história taxonômica remonta ao início do século, sendo referido por</p><p>diferentes nomes, como Dicrocoelium concinnum, Platynosomum</p><p>planicipitus e Platynosomum fastosum (FOLEY, 1994; FERREIRA ET AL.,</p><p>1999).</p><p>Os trematódeos digenéticos demonstram uma notável seletividade na</p><p>escolha de seus hospedeiros intermediários, sendo a distribuição</p><p>geográfica dessas espécies amplamente influenciada pela disponibilidade</p><p>de caramujos adequados. Por outro lado, os trematódeos adultos parecem</p><p>adaptar-se a uma ampla gama de hospedeiros definitivos (GEORGI, 1988).</p><p>O parasita adulto apresenta dimensões que variam de 2,9 a 6,7</p><p>milímetros de comprimento e de 0,9 a 1,7 milímetros de largura, possuindo</p><p>uma forma achatada e foliácea (SALOMÃO ET AL., 2005). De acordo com</p><p>HENDRIX (2006), o Platynosomum fastosum tem dimensões que variam</p><p>de 4 a 8 milímetros de comprimento e de 1,5 a 2 milímetros de largura. Os</p><p>ovos, de cor marrom e com opérculos, têm dimensões médias de 46µm x</p><p>33µm (BIELSA E GREINER, 1985)</p><p>5. EPIDEMIOLOGIA</p><p>A Platinosomose é uma doença prevalente em várias regiões,</p><p>especialmente em climas tropicais e subtropicais, com taxas de prevalência</p><p>em gatos variando de 15% a 85% em áreas endêmicas (NORSWORTHY,</p><p>2004). No Brasil, prevalências de até 5,6% foram registradas em São Paulo</p><p>e até 45% no Rio de Janeiro, com</p><p>taxas de até 42,6% no Nordeste</p><p>(OGASSAWARA ET AL., 1980; ARANTES ET AL., 2001; SALOMÃO, 2005).</p><p>A prevalência varia de acordo com o estilo de vida do gato, sendo mais alta</p><p>em animais ao ar livre (42%), seguidos por semi-domiciliados (28,6%) e</p><p>confinados (7,1%) (SALOMÃO ET AL., 2005). Fêmeas e gatos com mais</p><p>de dois anos têm maior probabilidade de infecção (RODRIGUEZ-VIVAS ET</p><p>AL., 2004).</p><p>6. PATOGENIA</p><p>A Platynosomose é causada pelo Platynosomum spp., um parasito que</p><p>afeta o sistema hepatobiliar dos felinos domésticos. Os gatos podem ser</p><p>assintomáticos ou apresentar sinais clínicos inespecíficos associados à</p><p>disfunção hepática, como perda de peso, anorexia e icterícia (SALOMÃO</p><p>7</p><p>ET AL., 2005). A prevalência da doença varia de acordo com o estilo de</p><p>vida do gato, sendo mais alta em animais de vida livre (42%) do que em</p><p>animais confinados (7,1%) (SALOMÃO ET AL., 2005). Fêmeas e gatos com</p><p>mais de dois anos têm maior probabilidade de infecção (RODRIGUEZ-</p><p>VIVAS ET AL., 2004).</p><p>Os parasitos adultos residem principalmente no fígado, vesícula biliar e</p><p>ductos biliares (RIBEIRO, 2004). A ingestão de lagartixas libera as larvas</p><p>infectantes que migram para os ductos biliares, causando inflamação e</p><p>obstrução (FILHO ET AL., 2015). A infecção crônica pode levar à colangite,</p><p>cirrose e obstrução biliar, com consequências como anemia e icterícia</p><p>(IKHWAN-SAUFI ET AL., 2020). A colestase, redução da excreção biliar,</p><p>pode ser causada pelo Platynosomum spp. adulto e pela fibrose em casos</p><p>crônicos, levando à icterícia progressiva (JORGE ET AL., 2020).</p><p>7. SINAIS CLÍNICOS</p><p>Icterícia, êmese e anorexia são comuns em animais com doença</p><p>inflamatória ou obstrutiva do sistema biliar. As manifestações clínicas</p><p>associadas com infestação por P. concinnum variam conforme a gravidade</p><p>e a duração da infestação. A maioria dos gatos infestados não apresentam</p><p>manifestações clínicas.</p><p>Sintomas não específicos atribuídos à infestação por trematódeo incluem</p><p>anorexia, letargia, redução de peso, hepatomegalia, distensão abdominal,</p><p>abatimento e êmese.</p><p>Casos graves mostram icterícia, alteração na característica das fezes,</p><p>diarreia com muco e nessa fase da doença a maioria dos gatos</p><p>falece (SALOMÃO ET AL., 2005).</p><p>O típico paciente com parasitismo assintomático é o gato jovem com seis</p><p>meses a dois anos de idade, faminto, não domiciliado, que se alimenta da</p><p>fauna nativa como lagartixas e pássaros. Casos clínicos típicos</p><p>sintomáticos ocorrem em gatos adultos não domiciliados, ou até mesmo</p><p>domiciliados, mas com acesso à rua (FOLEY,1994).</p><p>As manifestações clínicas mais comuns presentes na ODBE são</p><p>icterícia (100%), anorexia (95%), letargia (82%), redução de peso (82%),</p><p>êmese (55%) e desidratação (45%). O período médio do início dos sinais</p><p>clínicos até a apresentação do animal ao clínico é de 20 dias.</p><p>8. DIAGNÓSTICO</p><p>O diagnóstico da Platinosomose pode ser feito através de exames</p><p>específicos. O exame coproparasitológico permite a detecção de ovos</p><p>operculados nas fezes, proporcionando um diagnóstico definitivo, embora</p><p>em casos de bloqueio biliar total os ovos podem estar ausentes. Outros</p><p>8</p><p>exames como o hematológico mostram aumento da eosinofilia após três</p><p>semanas de infecção, proporcional à quantidade de parasitas presentes</p><p>(FERREIRA; ALMEIDA, 2003).</p><p>Exames bioquímicos revelam aumento das enzimas ALT e AST, e</p><p>quando há colangiocarcinoma, todas as enzimas hepáticas sofrem</p><p>alterações. O ultrassom permite investigar a presença de colelitíase</p><p>obstrutiva e determinar a necessidade de tratamento cirúrgico urgente,</p><p>mostrando distensão da vesícula biliar, dilatação dos ductos biliares,</p><p>fibrose periductal, hepatomegalia e/ou alterações da ecotextura hepática.</p><p>9. TRATAMENTO</p><p>O tratamento é determinado de acordo com o quão prejudicados estão o</p><p>fígado e o sistema biliar, sendo que seu sucesso depende do grau e da</p><p>extensão dos danos causados pelo parasita até o diagnóstico (SOLDAN;</p><p>MARQUES, 2011).</p><p>O mais indicado anti-helmíntico escolhido para o tratamento do</p><p>Platynosomum spp. é o Praziquantel, utilizado na dose de 20mg/kg por via</p><p>oral. É aconselhado sua administração por 3 a 5 dias contínuos, por mais</p><p>que apenas uma dose seja eficaz em alguns animais.</p><p>A administração de antibióticos será essencial para prevenir infecções</p><p>secundárias ou no caso de o animal apresentar colangite supurativa</p><p>associada ao tremátodo. Será necessário realizar o exame de cultura</p><p>bacteriana da bile e testes de sensibilidade a medicamentos para</p><p>determinar a prescrição adequada. Entretanto, um dos medicamentos mais</p><p>comumente prescritos são as penicilinas sintéticas, como a amoxicilina</p><p>combinada com ácido clavulânico. O ideal é utilizá-la por um período de 4</p><p>a 6 semanas consecutivas para evitar recidivas (CANEY e GRUFFYDD-</p><p>JONES, 2005).</p><p>Na situação de pericolangite eosinofílica, a prednisolona é empregada</p><p>(NORSWORTHY, 2009). Para animais com colestase, recomenda-se a</p><p>administração de ácido ursodeoxicólico, entretanto, essa terapia é</p><p>desaconselhada para animais com obstrução extra-hepática no ducto biliar</p><p>(FERREIRA; ALMEIDA, 2003; NORSWORTHY, 2009).</p><p>Ocasionalmente, há necessidade de intervenção cirúrgica por meio de</p><p>uma colecistoduodenostomia, ou seja, a anastomose da vesícula biliar ao</p><p>duodeno (NORSWORTHY, 2004).</p><p>10. PREVENÇÃO E CONTROLE</p><p>Prevenir é a melhor opção no caso da Platinosomose. Uma das formas</p><p>é não deixar o gato ter acesso livre ou não supervisionado à rua</p><p>(NÓBREGA, 2020).</p><p>9</p><p>Considerando que há mais incidência de ingestão de lacertídeos e grilos</p><p>por felinos em situação de rua (RAMOS ET AL, 2017). Uma alternativa para</p><p>prevenir a infecção de felinos domésticos pelo parasito seria impedir que</p><p>os gatos possuíssem acesso à rua, como também tentar mantê-los sem se</p><p>aproximar dos hospedeiros contaminantes (não levando os animais</p><p>domiciliados a viagens de passeios em regiões endêmicas). E o controle</p><p>do hospedeiro intermediário no ambiente em que o gato têm acesso. (É</p><p>importante ressaltar que a prevenção dessa doença não exige a morte de</p><p>moluscos e isópodos terrestres, lagartixas e sapos).</p><p>Vermifugação pode ser uma manobra importante como prevenção do</p><p>agente etiológico da doença (FOLEY, 1994; NORSWORTHY, 2009).</p><p>Realizar exames coproparasitológicos periódicos também são uma medida</p><p>válida como controle não somente do Platynosomum spp. como também</p><p>de outros endoparasitos (FOLEY, 1994). Por isso, são necessárias</p><p>consultas periódicas para realizar um check up, onde os exames, as</p><p>vacinas e a vermifugação são colocados em dia.</p><p>Além de manter os animais sem acesso à rua, podemos evitar o contato</p><p>através de enriquecimento alimentar e ambiental (com brinquedos,</p><p>arranhadores e gatificação dos cômodos), fazendo com que os felinos</p><p>exercitem seu instinto de caça dentro de casa (NÓBREGA, 2020).</p><p>É necessário maior cuidado com gatos com mais de dois anos de idade,</p><p>os quais mostram um aumento de infecção de 95% e com fêmeas, as quais</p><p>possuem 95% mais probabilidade de se infectar do que machos,</p><p>provavelmente pela necessidade de caçar para alimentar seus filhotes.</p><p>Frente ao que foi visto, a prevenção do contágio de felinos domésticos</p><p>pelo Platynosomum sp. ainda é a melhor forma de controle e combate à</p><p>doença. Através da vacinação, vermifugação e consultas periódicas é</p><p>possível manter o animal saudável e livre do parasita.</p><p>Impedir que gatos tenham acesso livre à rua é de extrema importância</p><p>para evitar não só a Platinosomose, como diversas outras doenças e</p><p>acidentes que possam causar a morte precoce do animal.</p><p>11. CONSIDERAÇÕES FINAIS</p><p>As conclusões sobre a platinosomose na literatura são divergentes em</p><p>diversos aspectos. RETTNASABAPATHY E PRATHAP (1971) sugerem que</p><p>os gatos na Malásia adquirem</p><p>imunidade à doença, enquanto FOLEY</p><p>(1994) argumenta que a resposta imunológica é limitada. A nomenclatura</p><p>do parasito também gera confusão, com estudos recentes como o de</p><p>SALOMÃO ET AL. (2005) optando por designá-lo como Platynosomum spp.</p><p>A anamnese detalhada é crucial para direcionar o diagnóstico</p><p>(SCHUSTER E SÖRENSEN, 1996), especialmente porque em alguns</p><p>casos a sintomatologia pode ser ambígua, tornando difícil identificar a</p><p>10</p><p>0</p><p>causa exata. O diagnóstico definitivo in vivo é feito pela detecção de ovos</p><p>operculados nas fezes, embora a eficácia dependa da técnica utilizada e</p><p>do número de amostras examinadas (SALOMÃO ET AL., 2005).</p><p>O diagnóstico da platinosomose na prática clínica pode ser desafiador</p><p>devido à necessidade de exames parasitológicos detalhados e demorados</p><p>nas fezes. É importante que os clínicos conscientizem os proprietários</p><p>sobre a importância da confirmação do diagnóstico antes de iniciar o</p><p>tratamento, uma vez que não há medicamentos específicos indicados para</p><p>a doença. Além disso, ainda não foram realizados estudos conclusivos</p><p>sobre a eficácia de diferentes doses de praziquantel contra os trematódeos.</p><p>A falta de um anti-helmíntico veterinário indicado para tratar a</p><p>platinosomose complica ainda mais a situação. O clínico deve considerar a</p><p>possibilidade de infestação por trematódeo em felinos assintomáticos ou</p><p>com sintomas vagos de doença, e procedimentos como exames de fezes</p><p>seriados e biópsia hepática podem auxiliar no diagnóstico e tratamento</p><p>adequados.</p><p>BIBLIOGRAFIA</p><p>ANTUNES E. 2021. Platinosomose felina. Lume.ufrgs.br.</p><p>ALMEIDA ekc de. Platinosomose em felinos. Dspaceuniceplacedubr.</p><p>Published online july 20, 2022. 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