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<p>2</p><p>SUMÁRIO</p><p>1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 3</p><p>2 Introdução à medicina do trabalho .............................................................. 4</p><p>2.1 Conceitos Históricos ............................................................................. 5</p><p>2.2 Objetivos .............................................................................................. 9</p><p>3 Apresentação da NR 15 - Atividades e Operações Insalubres ................. 10</p><p>4 Estudo das patologias do trabalho ............................................................ 17</p><p>4.1 Transtornos Mentais e do Comportamento ........................................ 18</p><p>4.2 Síndrome de Burnout (SB) ................................................................. 24</p><p>4.3 Pneumoconioses ................................................................................ 27</p><p>4.3.1 Silicose ......................................................................................... 29</p><p>4.3.2 Antracose ..................................................................................... 30</p><p>4.4 Dermatoses de Contato ...................................................................... 30</p><p>4.5 LER/DORT - Lesões por Esforços Repetitivos / Distúrbios</p><p>Osteomusculares Relacionados ao Trabalho ............................................... 32</p><p>4.6 Perda Auditiva Induzida por Ruído ..................................................... 34</p><p>4.7 Câncer relacionado ao Trabalho ........................................................ 36</p><p>4.7.1 Ações de vigilância dos agentes cancerígenos e dos fatores de</p><p>risco aos trabalhadores ...................................................................................... 38</p><p>4.7.2 Ações de vigilância dos casos de câncer relacionado ao trabalho</p><p>39</p><p>5 Norma regulamentadora nº 7- PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO DE</p><p>SAÚDE OCUPACIONAL – PCMSO .......................................................................... 40</p><p>6 Norma Regulamentadora nº 32- SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO</p><p>EM SERVIÇOS DE SAÚDE ...................................................................................... 42</p><p>7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................... 44</p><p>3</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>Prezado aluno!</p><p>O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante</p><p>ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável -</p><p>um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma</p><p>pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum</p><p>é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a</p><p>resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas</p><p>poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em</p><p>tempo hábil.</p><p>Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa</p><p>disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das</p><p>avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que</p><p>lhe convier para isso.</p><p>A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser</p><p>seguida e prazos definidos para as atividades.</p><p>Bons estudos!</p><p>4</p><p>2 INTRODUÇÃO À MEDICINA DO TRABALHO</p><p>Fonte: Freepik, 2022.</p><p>Para todos os fins a que se destine o conceito, o termo MEDICINA DO</p><p>TRABALHO refere-se à “[...] especialidade médica que lida com as relações entre</p><p>homens e mulheres trabalhadores e seu trabalho, visando não somente à prevenção</p><p>dos acidentes e das doenças do trabalho, mas à promoção da saúde e da qualidade</p><p>de vida.” (ANAMT, 2017)</p><p>A Associação Nacional de Medicina do Trabalho (ANAMT), ainda pondera que:</p><p>A Medicina do Trabalho está construída sobre dois pilares: a Clínica e</p><p>a Saúde Pública. Sua ação está orientada para a prevenção e a</p><p>assistência do trabalhador vítima de acidente, doença ou de</p><p>incapacidade relacionada ao trabalho e, também, para a promoção da</p><p>saúde, do bem-estar e da produtividade dos trabalhadores, suas</p><p>famílias e a comunidade. (ANAMT, 2017)</p><p>As doenças profissionais e os acidentes de trabalho são um importante tema</p><p>de investigação para empresários e dirigentes de empresas, para os serviços de</p><p>saúde e segurança social e, sobretudo, para as pessoas. Os programas de</p><p>intervenção para responder a esse problema geralmente são baseados em normas</p><p>regulamentadoras (NRs), essenciais para a padronização do monitoramento de saúde</p><p>e segurança, e adotadas por meio de estratégias diferenciadas no ambiente de</p><p>trabalho.</p><p>5</p><p>Nesse sentido, SOUTO (2007) diz sobre a responsabilidade do médico que</p><p>adere ao exercício desta especialidade:</p><p>No que se refere à responsabilidade do médico do trabalho, além</p><p>daquelas que são comuns a todos os médicos, é preciso ter bastante</p><p>claro que o controle médico-clínico dos trabalhadores em decorrência</p><p>das suas atividades, indica uma abordagem bem mais ampla do que</p><p>somente medidas e cuidados de assistência médica, elas envolvem um</p><p>planejamento detalhado de atenção preventiva das condições capazes</p><p>de causar danos à saúde das pessoas nas comunidades de trabalho,</p><p>por iniciativa médica e devidamente aprovada pela direção da</p><p>empresa, onde se deverá considerar as questões incidentes sobre o</p><p>trabalhador, privilegiando o instrumental clínico-epidemiológico na</p><p>abordagem da relação entre saúde/doença do trabalhador e o seu</p><p>trabalho. (SOUTO, 2007)</p><p>Ainda de acordo como autor, o profissional deve estar preocupado e atento com</p><p>a gravidade e/ou agressividade que os trabalhadores são expostos diariamente, com</p><p>as formas de executar as tarefas que lhe são impostas, a organização do ambiente</p><p>laboral, e entender que esta questão não diz respeito somente aos nossos</p><p>governantes e aos empresários, “mas deve ser também uma atribuição de todos os</p><p>cidadãos e em especial aqueles que ocupam uma situação de destaque no espectro</p><p>profissional da sociedade.” (SOUTO, 2007)</p><p>2.1 Conceitos Históricos</p><p>Pode-se perceber ao longo da história, que desde o início da órbita humana na</p><p>Terra, a humanidade tem buscado minimizar o risco em suas atividades diárias.</p><p>Quando pensamos então na Medicina do Trabalho, o mais comum é associar seu</p><p>desenvolvimento à revolução industrial.</p><p>Contudo, muito anteriormente à esta, Aristóteles e Hipógrates estudavam as</p><p>doenças dos trabalhadores e formas de evitá-las com os recursos disponíveis na</p><p>época. Mais adiante então, no século XVII em solo italiano, o médico Bernardino</p><p>Ramazzini publicou o livro De Morbis Artificum Diatriba, onde faz alusão a doenças</p><p>laborais e tratamentos, ainda de acordo com ANAMT (2017):</p><p>[...] publicado em 1700 e traduzido para o português pelo Dr. Raimundo</p><p>Estrela. Nele, o autor relaciona 54 profissões e descreve os principais</p><p>problemas de saúde apresentados pelos trabalhadores, chamando a</p><p>atenção para a necessidade de os médicos conhecerem a ocupação</p><p>atual e pregressa de seus pacientes ao fazer o diagnóstico correto e</p><p>adotar os procedimentos adequados. (ANAMT, 2017)</p><p>6</p><p>Por esta e outras obras publicadas, em benefício/ contribuição à medicina e</p><p>cuidado aos assuntos de saúde no labor, ele passou a ser considerado o pai da</p><p>medicina do trabalho, pois tratou com toda a profundidade possível do assunto.</p><p>Fonte: Weex, 2022</p><p>Para MENDES e DIAS (1991), é em 1830 que temos o primeiro registro de uma</p><p>prestação de serviços nesta área, onde o dono de uma fábrica têxtel chamado Robert</p><p>Dernham contratou seu médico pesssoal (Dr. Robert Baker) para cuidar da saúde de</p><p>seus operários no interior do ambiente de trabalho. Ainda de acordo com os autores:</p><p>A implantação de serviços baseados nesse modelo rapidamente</p><p>expandiu-se por outros países, paralelamente ao processo de</p><p>industrialização e, posteriormente, aos países periféricos,</p><p>ser</p><p>ministrada:</p><p>a. Sempre que ocorra uma mudança das condições de exposição dos</p><p>trabalhadores aos agentes biológicos;</p><p>b. Durante a jornada de trabalho;</p><p>c. Por profissionais de saúde familiarizados com os riscos inerentes aos</p><p>agentes biológicos.</p><p>E ainda dispões que devem ser elaborados manuais de procedimentos relativos</p><p>a limpeza, descontaminação e desinfecção de todas as áreas, incluindo superfícies,</p><p>instalações, equipamentos, mobiliário, vestimentas, EPI e materiais.</p><p>Por fim a norma não trata somente de uma apresentação dos riscos biológicos</p><p>ou agentes causadores dos mesmos, mais traz também as obrigações que cabem ao</p><p>empregador para evitar as contaminações e assim garantir a integridade e segurança</p><p>dos funcionários.</p><p>https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/normas-regulamentadoras/nr-32_guia_tecnico_de_riscos_biologicos_nr_32.pdf</p><p>https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/normas-regulamentadoras/nr-32_guia_tecnico_de_riscos_biologicos_nr_32.pdf</p><p>44</p><p>7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS</p><p>ABITANTE, A. L. SEGURANÇA DO TRABALHO E SAÚDE OCUPACIONAL. Minha</p><p>Biblioteca Sagah, recurso digital. 2021.</p><p>ALCHORNE A.O., ALCHORNE M.M., SILVA M.M. Occupational dermatosis. An</p><p>bras dermatol. 2010</p><p>ANAMT- Associação Nacional de Medicina do Trabalho. História da Medicina do</p><p>Trabalho. São Paulo, 2017.</p><p>ÂNGELO RP. Psicologia da saúde ocupacional em organizações de</p><p>emergência. In: Chambel MJ, coordenadora. Psicologia da saúde ocupacional.</p><p>Lisboa: Pactor; 2016. p. 113-134.</p><p>ATLAS, E. Segurança e Medicina do Trabalho. Grupo GEN, 2022. Disponível em:</p><p>https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786559770762/. Acesso em: 19</p><p>jun. 2022.</p><p>BELLUSCI, S. M. Doenças profissionais ou do trabalho. 12. ed. São Paulo:</p><p>Senac, 2017.</p><p>BELTRAMI, Monica; STUMM, Silvana (Org.). EPI e EPC. 2013. ed. CURITIBA:</p><p>INSTITUTO FEDERAL DO PARANÁ, 2011. 136 p.</p><p>BOVOPOULOS N, JORM AF, BOND KS, LAMONTAGNE AD, REAVLEY NJ, KELLY</p><p>CM, et al. Providing mental health first aid in the workplace: a Delphi</p><p>consensus study. BMC Psychol. 2016;4(41).</p><p>BRANCO, F.M.F.C. et al. Síndrome de burnout entre trabalhadores de uma</p><p>universidade na fronteira franco brasileira. Rev Fun Care Online, v.12, p. 393-</p><p>399, 2020.</p><p>BRASIL. Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990. Diário Oficial da União. 1990</p><p>BRASIL. Ministério da Fazenda. Adoecimento mental e trabalho: a concessão de</p><p>benefícios por incapacidade relacionados a transtornos mentais e</p><p>45</p><p>comportamentais entre 2012 e 2016: 1º boletim quadrimestral sobre benefícios por</p><p>incapacidade de 2017. Brasília: Ministério da Fazenda; 2017.</p><p>BRASIL. Ministério da Saúde. Gabinete do Ministro. Portaria nº 3.398, de 7 de</p><p>dezembro de 2021. Classificação de Risco dos Agentes Biológicos. Brasília: MS,</p><p>2021. Disponível em: https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-gm/ms-n-3.398-de-</p><p>7-de-dezembro- -de-2021-370619275. Acesso em: 19 jul. 2022.</p><p>BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de</p><p>Saúde Ambiental, do Trabalhador e Vigilância das Emergências em Saúde Pública.</p><p>Atlas do Câncer Relacionado ao Trabalho no Brasil: Análise Regionalizada e</p><p>Subsídios para a Vigilância em Saúde do Trabalhador. Brasília: Ministério da</p><p>Saúde. 2021.</p><p>BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego (BR). Norma Regulamentadora nº 7, de</p><p>8 de junho de 1978. NR7 Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional.</p><p>Diário Oficial União 1978.</p><p>BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego (BR). Norma Regulamentadora nº 32,</p><p>SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO EM SERVIÇOS DE SAÚDE 2019.</p><p>Disponível em: https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-</p><p>especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/ctpp-</p><p>nrs/norma-regulamentadora-no-32-nr-32. Acesso em 20/07/2022</p><p>BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de</p><p>Ações Programáticas Estratégicas. Pneumoconioses / Ministério da Saúde,</p><p>Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas</p><p>Estratégicas. – Brasília : Editora do Ministério da Saúde, 2006. 76 p. : il.</p><p>BRASIL. Ministério do Trabalho e Previdência. Norma Regulamentadora No. 4</p><p>(NR-4). 2016. Disponível em: https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-</p><p>br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-</p><p>saude-no-trabalho/ctpp-nrs/norma-regulamentadora-no-4-nr-4. Acesso em: 15 jul.</p><p>2022.</p><p>https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/ctpp-nrs/norma-regulamentadora-no-32-nr-32</p><p>https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/ctpp-nrs/norma-regulamentadora-no-32-nr-32</p><p>https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/ctpp-nrs/norma-regulamentadora-no-32-nr-32</p><p>https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/ctpp-nrs/norma-regulamentadora-no-4-nr-4</p><p>https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/ctpp-nrs/norma-regulamentadora-no-4-nr-4</p><p>https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/ctpp-nrs/norma-regulamentadora-no-4-nr-4</p><p>46</p><p>BRASIL. Ministério do Trabalho e Previdência. Norma Regulamentadora No. 15</p><p>(NR-15). 2020. Disponível em: https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-</p><p>br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-</p><p>saude-no-trabalho/ctpp-nrs/norma-regulamentadora-no-15-nr-15 . Acesso em: 21</p><p>jul. 2022.</p><p>BRASIL. Ministério da Previdência Social. Instrução Normativa 99/2003. Aprova</p><p>Norma Técnica sobre Lesões por Esforços Repetitivos-LER ou Distúrbios</p><p>Osteomusculares Relacionados ao Trabalho DORT. 2003.</p><p>BRASIL. Ministério da Saúde. Diagnóstico, tratamento, reabilitação, prevenção e</p><p>fisiopatologia das LER/DORT. Série A: Normas e manuais técnicos n. 105, 64 p.</p><p>Brasília, DF: 2001</p><p>BRASIL. Ministério da Saúde. Doenças relacionadas ao trabalho: manual de</p><p>procedimentos para os serviços de saúde. Brasília: Ministério da Saúde do Brasil,</p><p>2001.</p><p>BRASIL. Ministério do Trabalho. Segurança e Saúde no Trabalho passa a figurar</p><p>como o quinto Direito de Todos os Trabalhadores. Publicado em 30 de Junho de</p><p>2022. Disponível em: https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/noticias-e-</p><p>conteudo/trabalho/trabalho/seguranca-e-saude-no-trabalho-passa-a-figurar-como-o-</p><p>quinto-direito-de-todos-os-trabalhadores. Acesso em: 15 jul. 2022.</p><p>BRASIL. Ministério da Saúde. Guia de Vigilância Epidemiológica. 3ª edição.</p><p>Volume Único. Brasília – DF, 2019.</p><p>BRASIL. Ministério da Saúde. INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER JOSÉ</p><p>ALENCAR GOMES DA SILVA. Diretrizes para a vigilância do câncer relacionado</p><p>ao trabalho. Rio de Janeiro: INCA, 2013.</p><p>BRASIL. Ministério da Saúde. Lei Nº 8.213, de 24 de julho de 1991. 1991</p><p>BRASIL. Ministério da Saúde. LER e DORT são as doenças que mais acometem</p><p>os trabalhadores, aponta estudo. 2019</p><p>https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/ctpp-nrs/norma-regulamentadora-no-15-nr-15</p><p>https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/ctpp-nrs/norma-regulamentadora-no-15-nr-15</p><p>https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/ctpp-nrs/norma-regulamentadora-no-15-nr-15</p><p>47</p><p>CANADIAN CENTRE FOR OCCUPATIONAL HEALTH AND SAFETY. Occupational</p><p>cancer. 2017</p><p>COUTO, R. C.; PEDROSA, Tania Moreira G.; AMARAL, Débora Borges D.</p><p>Segurança do paciente. MedBook Editora, 2017. Disponível em:</p><p>https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786557830574/. Acesso em: 19</p><p>jun. 2022.</p><p>DEJOURS C. A Loucura do Trabalho. 6th ed. São Paulo: Cortez; 2015.</p><p>FERNANDES, M. A., SILVA; D. R. A., SOUSA, A.R. I; SILVA, J. S. Adoecimento</p><p>mental e as relações com o trabalho: estudo com trabalhadores portadores de</p><p>transtorno mental. Rev Bras Med Trab, 16(3):277-86, 2018.</p><p>FRÓES ASMUS, C. I. R. et al. Assessment of human health risk f rom</p><p>organochlorine pesticide residues in Cidade dos Meninos, Duque de Caxias,</p><p>Rio de Janeiro, Brazil. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 24, n. 4, p.</p><p>755-766, 2008.</p><p>GUIMARÃES, L. A. M.; LAUDELINO NETO, A.; MASSUDA JÚNIOR, J. Intervenção</p><p>integrada em saúde mental do trabalhador em uma corporação policial de</p><p>Campo Grande (MS) Revista Brasileira de Saúde Ocupacional. vol. 45, e8, 2020.</p><p>INCA. INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA.</p><p>Diretrizes para a vigilância do câncer relacionado ao trabalho. Rio de Janeiro:</p><p>INCA, 2013.</p><p>LAMONTAGNE AD, MARTIN A, PAGE KM, REAVLEY NJ, NOBLET AJ, MILNER</p><p>AJ, et al. Workplace mental health: developing a integrated intervention</p><p>approach. BMC Psychiatry. 2014;14(131).</p><p>LEÃO, L. H. C, VASCONCELLOS L. C. F. Cadeias produtivas e a vigilância em</p><p>saúde, trabalho e ambiente. Rev. Saúde Sociedade, 24(4): 1232- 1243 2015.</p><p>LIMA, F.R.B. et al. Identificação preliminar da síndrome de burnout em policiais</p><p>militares. Revista Motricidade, v.14, n. 1, p.150-156, 2018.</p><p>48</p><p>MACEDO, R. B.; BOCCHINO, L. O.; LIMA, I. A. A IMPORTÂNCIA DO PLANEJMENTO</p><p>DA AVALIAÇÃO AMBIENTAL NOS LOCAIS DE TRABALHO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS</p><p>FEDERAIS. São Paulo: Paco Editorial, 2015.</p><p>MENDES, R. & DIAS, E.C. Da medicina do trabalho à saúde do trabalhador. Rev</p><p>Saúde públ., S.Paulo, 25: 341-9, 1991.</p><p>MONTEIRO, A. L.; BERTAGNI, Roberto. Acidentes do trabalho e doenças</p><p>ocupacionais. Editora Saraiva, 2020. Disponível em:</p><p>https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788553619009/. Acesso em: 19</p><p>jun. 2022.</p><p>MUSU, T.; VOGEL, L. Cancer and work Understanding occupational cancers</p><p>and taking action to eliminate them. Bélgica: ETUI, 2018.</p><p>OMS. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Draft comprehensive mental health</p><p>action plan. 2013–2020.</p><p>OPAS. ORGANIZAÇÃO PANAMERICANA DE SAÚDE/ORGANIZAÇÃO MUNDIAL</p><p>DE SAÚDE. CID: burnout é um fenômeno ocupacional. 28 de mai. 2019.</p><p>PÊGO, F.P.L; PÊGO, D.R. Síndrome de Burnout. Rev Bras Med Trab, v.14, n.2,</p><p>p.171-6, 2016.</p><p>PERNICIOTTI, P. et al. Síndrome de Burnout nos profissionais de saúde:</p><p>atualização sobre definições, fatores de risco e estratégias de prevenção. Rev.</p><p>Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar, v.23, n.1, 2020.</p><p>REZENDE W. O Que é Síndrome de Burnout ou Síndrome do Esgotamento. 2019.</p><p>ROSMANINHO I, MOREIR, A, SILVA JPM. Dermatite de contato: revisão da</p><p>literatura. Rev port imunoalergol. 2016</p><p>SAIEG, Mauro Tadeu Ajaj. Estudo comparativo da composição das partículas</p><p>ambientais depositadas e retidas nos pulmões e linfonodos hilares</p><p>pulmonares / Mauro Tadeu Ajaj Saieg. -- São Paulo, 2009.</p><p>49</p><p>SANTIAGO, A. Meio ambiente de trabalho: o que é. 2018. 1 ilustração. Disponível</p><p>em: https://radioprotecaonapratica.com.br/seguranca-do-trabalho-o-que-e-meio-</p><p>ambiente- -de-trabalho/. Acesso em: 23 jun. 2022.</p><p>SCHELVIS RMC, WIEZER NM, VAN DER BEEK AJ, TWISK JWR, BOHLMEIJER</p><p>ET, HENGEL KMO. The effect of an organizational level participatory</p><p>intervention in secondary vocational education on work-related health</p><p>outcomes: results of a controlled trial. BMC Public Health. 2017;17(141).</p><p>SIEMIATYCKI, J.; RICHARDSON, L.; BOFFETA, P. Occupation. In:</p><p>SCHOTTENFELD, D.; FRAUMENI, J. F. (org.). Cancer epidemiology and</p><p>prevention. 3. ed. 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Medicina do Trabalho.</p><p>Proteção: Revista Mensal de Saúde e Segurança do Trabalho, Novo Hamburgo,</p><p>RS, ano 21, p. 96-108, maio 2008.</p><p>VASQUES-MENEZES I, FERNANDES SRP, GUIMARÃES LAM, LIMA EP. Saúde</p><p>mental e trabalho: uma proposta de intervenção em contextos organizacionais. In:</p><p>Mendonça H, Ferreira MC, Neiva ER. Análise e diagnóstico organizacional: teoria e</p><p>prática. São Paulo: Vetor; 2016. p. 251-72</p><p>com a</p><p>transnacionalização da economia. A inexistência ou fragilidade dos</p><p>sistemas de assistência à saúde, quer como expressão do seguro</p><p>social, quer diretamente providos pelo Estado, via serviços de saúde</p><p>pública, fez com que os serviços médicos de empresa passassem a</p><p>exercer um papel vicariante, consolidando, ao mesmo tempo, sua</p><p>vocação enquanto instrumento de criar e manter a dependência do</p><p>trabalhador (e frequentemente também de seus familiares), ao lado do</p><p>exercício direto do controle da força de trabalho. (MENDES e DIAS,</p><p>1991)</p><p>Com a difusão desta especialidade da medicina pela Europa, logo imagina-se</p><p>que rapidamente chegaria também ao Brasil, porém não foi assim que se sucederam</p><p>os fatos históricos.</p><p>7</p><p>Em solo brasileiro, o atendimento médico de uma forma geral era escasso e</p><p>segmentado à níveis hierárquicos. Os militares recebiam atendimentos, senhores de</p><p>fazenda e suas famílias, porém aos outros trabalhadores, era fornecido algum amparo</p><p>nas Santas Casas e nos conhecimentos dos curandeiros da região. Aos que exerciam</p><p>trabalhos forçados (os escravizados), era ora negado o atendimento ou fornecido</p><p>mediante caridade dos seus senhores e muito raramente do Estado.</p><p>Muitas situações relacionadas à integridade dos funcionários mudaram para</p><p>melhor ao longo dos anos, principalmente com a criação da CLT (Consolidação das</p><p>Leis Trabalhistas) em 1943. Contudo, a data que realmente marca a medicina do</p><p>trabalho neste país, vai ser 1960, quando o Brasil se torna membro-fundador da OIT</p><p>(Organização Internacional do Trabalho) e passa a implantar medidas de prevenção</p><p>às doenças laborais.</p><p>Anos depois é criado o INSS (Instituto Nacional de Previdência Social) e pela</p><p>Lei n° 5.161, de 21 de outubro de 1966, é instituída a Fundação Centro Nacional de</p><p>Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho (FUNDACENTRO), que juntos trataram</p><p>com mais afinco da questão preventiva. Nesse sentido, Timbó e Eufrásio (2009)</p><p>continuam dizendo:</p><p>[...] O primeiro estado visitado com o propósito de divulgar a</p><p>associação foi Minas Gerais, tendo em vista o papel de destaque que</p><p>ocupava no contexto da Medicina do Trabalho no país. Em 6 de</p><p>dezembro desse mesmo ano, foi fundado o Departamento de Medicina</p><p>do Trabalho da Associação Médica de Minas Gerais (DEMETRA).</p><p>[...] Em 25 de julho de 1972, o governo federal editou o Decreto n°</p><p>70.861, criando o Programa Nacional de Valorização do Trabalhador</p><p>(PNVT), obrigando a criação de serviços médicos em todas as</p><p>empresas, independentemente do número de empregados. A</p><p>FUNDACENTRO passou a ministrar cursos de formação de médicos</p><p>do trabalho. (TIMBÓ e EUFRÁSIO, 2009, pág. 360)</p><p>Daí em diante, apesar das estatísticas mostrarem um grande número de</p><p>acidentes de trabalho e afastamentos por doenças no INSS, o país tem demonstrado</p><p>preocupação com a integridade dos que trabalham, seja esta física ou mental, como</p><p>também com o ambiente de exercício laboral, devendo este ser limpo e livre de riscos.</p><p>E quando, não é possível que o risco seja extinto, ele deve ser adequadamente</p><p>controlado. Para tanto tem-se além dos órgãos já mencionados, as NR-s, que definem</p><p>com especificidade os procedimentos de segurança para o trabalho.</p><p>8</p><p>Assim é cabível pautar a NR 4, que traz em seus textos a regulamentação para</p><p>SERVIÇOS ESPECIALIZADOS EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA E EM</p><p>MEDICINA DO TRABALHO – SESMT. Nela temos que:</p><p>As empresas privadas e públicas, os órgãos públicos da administração</p><p>direta e indireta e dos poderes Legislativo e Judiciário, que possuam</p><p>empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT,</p><p>manterão, obrigatoriamente, Serviços Especializados em Engenharia</p><p>de Segurança e em Medicina do Trabalho, com a finalidade de</p><p>promover a saúde e proteger a integridade do trabalhador no local de</p><p>trabalho. (Alterado pela Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro de</p><p>1983). (BRASIL, 2016)</p><p>Atualmente em Junho de 2022, o Ministério do Trabalho publicou:</p><p>[...] durante a plenária da 110ª Conferência da Organização</p><p>Internacional do Trabalho (OIT), em Genebra, foi adotada por</p><p>unanimidade a inclusão da Segurança e Saúde no Ambiente de</p><p>Trabalho no rol dos princípios fundamentais presentes na Declaração</p><p>de 1998, que trata dos Princípios e Direitos Fundamentais do Trabalho.</p><p>A partir de agora, portanto, além da liberdade de associação e livre</p><p>negociação, da abolição do trabalho forçado e do trabalho infantil e da</p><p>igualdade de oportunidades no ambiente de trabalho, a segurança e</p><p>saúde no trabalho passa a integrar como um quinto direito. (BRASIL,</p><p>2022)</p><p>Ainda de acordo com BRASIL (2022):</p><p>A inclusão deste princípio fundamental na Declaração representa um</p><p>significativo e histórico avanço no mundo do trabalho e traz em seu</p><p>bojo o compromisso de todos os 187 países membros da OIT, ainda</p><p>que não tenham ratificado as respectivas convenções, de implementá-</p><p>las, pelo simples fato de serem membros da Organização. E transcorre</p><p>por meio da ratificação e implementação no ordenamento jurídico</p><p>brasileiro das convenções 155 (Segurança e Saúde dos</p><p>Trabalhadores) e 187 (Marco promocional para a Segurança e Saúde</p><p>no Trabalho). A primeira já foi ratificada pelo Brasil e a última encontra-</p><p>se plenamente implementada em nosso país. (BRASIL, 2022)</p><p>Esta notícia, representa um significativo avanço no que tange as questões de</p><p>saúde ocupacional e medicina do trabalho, porque reforça a importância que deve ser</p><p>dada na atenção à saúde e boas condições de trabalho. Fazendo assim, com que o</p><p>trabalhador possa manter sua capacidade produtiva em favor da sociedade e em seu</p><p>próprio benefício, tendo assim garantida uma vida o mais saudável possível de acordo</p><p>com a atividade que desempenha para ganhar seu sustento.</p><p>9</p><p>2.2 Objetivos</p><p>A especialidade em Medicina do Trabalho, também chamada de Saúde</p><p>Ocupacional, veio com “o objetivo assegurar ou facilitar aos indivíduos e ao coletivo</p><p>de trabalhadores a melhoria contínua das condições de saúde, nas dimensões física</p><p>e mental, e a interação saudável entre as pessoas e, estas, com seu ambiente social</p><p>e o trabalho. ” (ANAMT, 2017)</p><p>Ainda para a Associação Nacional de Medicina do Trabalho, ela tem sua área</p><p>de atuação em determinados campos:</p><p> Nos espaços do trabalho ou da produção – as empresas -, como empregado</p><p>nos Serviços Especializados de Engenharia de Segurança e de Medicina do</p><p>Trabalho (Sesmt), como prestador de serviços técnicos, para a elaboração do</p><p>Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) ou de</p><p>consultoria;</p><p> Na normalização e fiscalização das condições de Saúde e Segurança no</p><p>Trabalho (SST) desenvolvida pelo Ministro do Trabalho e Emprego (MTE);</p><p> Na rede pública de serviços de saúde e no desenvolvimento das ações de</p><p>saúde do trabalhador;</p><p> Na assessoria sindical em saúde do trabalhador, nas organizações de</p><p>trabalhadores e de empregadores;</p><p> Na Perícia Médica da Previdência Social, enquanto seguradora do Acidente</p><p>do Trabalho (SAT);</p><p> Na atuação junto ao Sistema Judiciário como perito judicial em processos</p><p>trabalhistas, ações cíveis e ações da promotoria pública;</p><p> Na atividade docente e na formação e capacitação profissional;</p><p> Na atividade de investigação no campo das relações entre saúde e trabalho;</p><p> Em consultoria privada no campo da SST. (ANAMT, 2017)</p><p>10</p><p>O médico do trabalho, deve ter afinidade com a clínica médica e saúde pública,</p><p>além de tudo deve sempre buscar atualizações sobre o que acontece em relação à</p><p>área. Pois ela sempre está sendo reformulada em relação de acordo com que o</p><p>mercado de trabalho é acrescido de novas informações ou são revogadas as Leis e</p><p>Decretos, bem como as alterações nas NR´s.</p><p>3 APRESENTAÇÃO DA NR 15 - ATIVIDADES E OPERAÇÕES INSALUBRES</p><p>Fonte: Enesens, 2015.</p><p>A Norma Regulamentadora de Nº 15, ou NR-15, foi oficialmente criada pela Lei</p><p>nº 6.514, em 1977. Fica definido em seus anexos, quais são considerados os agentes</p><p>insalubres (prejudiciais à saúde</p><p>do trabalhador), o que se considera limite de</p><p>tolerância e alguns preceitos técnicos e legais que são base para considerar e</p><p>qualificar processos de trabalho considerados insalubres e ainda a compensação</p><p>financeira para o funcionário ao exercer tal tarefa.</p><p>A NBR 14725 (Produtos Químicos - Informações sobre segurança, saúde e</p><p>meio ambiente) e a CLT (Título II - Capítulo V - Seção XIII - Das Atividades Insalubres</p><p>ou Perigosas), entre outros, inclusive a NR 15 nos elucida que quando não houver</p><p>uma ordenança federal de segurança particular para certa atividade exercida pelo</p><p>trabalhador, é lícita a aplicação de normativos de outros países (desde que possíveis</p><p>de aplicação), para que assimo direito à segurança do mesmo seja garantido.</p><p>A norma define os limites de exposição como valores de referência, tolerados</p><p>como admissíveis, para fins de exposição ocupacional; e para determinar esses</p><p>11</p><p>valores, são utilizados estudos epidemiológicos, analogia química e experimentação</p><p>científica. A norma regulamentadora — NR 9, vem neste sentido estabelecendo dois</p><p>tipos de critérios para caracterização da insalubridade:</p><p> Quantitativos (ruído, calor, radiação, vibrações etc.)</p><p> Qualitativos (radiações não ionizantes, frio, benzeno, agentes</p><p>cancerígenos, etc.).</p><p>A NR 15 serve como uma das bases principais para a execução da NR 9</p><p>(PPRA), no que fere à obrigatoriedade dos estudos informativos ambientais dos</p><p>agentes químicos e físicos quantificáveis, isto é, aqueles que possuem limites de</p><p>tolerância estabelecidos pelos documentos legais existentes. Por fim, esta norma traz</p><p>em seu teor os seguintes anexos:</p><p>ANEXO 1 – Limites de Tolerância para ruído contínuo ou intermitente;</p><p>ANEXO 2 – Limites de Tolerância para ruídos de Impacto;</p><p>ANEXO 3 – Limites de Tolerância para exposição ao calor (Última</p><p>modificação: Portaria MTP n° 426, de 07 de outubro de 2021);</p><p>ANEXO 4 - (Revogado)</p><p>ANEXO 5 - Radiações Ionizantes</p><p>ANEXO 6 - Trabalho sob condições hiperbáricas</p><p>ANEXO 7 – Radiações Não-Ionizantes</p><p>ANEXO 8 – Vibração (Última modificação: Portaria MTP n° 426, de</p><p>07 de outubro de 2021)</p><p>ANEXO 9 - Frio</p><p>ANEXO 10 - Umidade</p><p>ANEXO 11 - Agentes Químicos cuja Insalubridade é Caracterizada</p><p>por Limite de Tolerância e Inspeção no Local de Trabalho.</p><p>https://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr-15-anexo-01.pdf</p><p>https://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr-15-anexo-01.pdf</p><p>https://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr-15-anexo-02.pdf</p><p>https://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr-15-anexo-04.pdf</p><p>https://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr-15-anexo-05.pdf</p><p>https://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr-15-Anexo-06.pdf</p><p>https://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr-15-anexo-07.pdf</p><p>https://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr-15-anexo-09.pdf</p><p>https://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr-15-anexo-10.pdf</p><p>https://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr-15-anexo-11.pdf</p><p>https://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr-15-anexo-11.pdf</p><p>12</p><p>ANEXO 12 – Limites de Tolerância para Poeiras Minerais</p><p>ANEXO 13 - Agentes Químicos</p><p>ANEXO 13A - Benzeno</p><p>ANEXO 14 – Agentes Biológicos</p><p>Fonte: Norma Regulamentadora 15.</p><p>O Artigo 189 da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), traz o parecer sobre</p><p>quais exercícios laborais serão considerados insalubres:</p><p>Fonte: Brasil, 2020</p><p>Como os trabalhadores enfrentam diversos obstáculos para desenvolver as</p><p>suas atividades laborais, existem as situações em que funcionário precisa atuar sob</p><p>pressão e com sobrecarga de trabalho, equipes e líderes difíceis de conviver. De todo</p><p>modo, os ambientes laborais oferecem riscos ocupacionais que passam a fazer parte</p><p>da vida do trabalhador.</p><p>Por isso, é de suma importância conhecer e estar atento aos riscos, estes,</p><p>podem ser classificados como:</p><p> Riscos Físicos;</p><p> Riscos Químicos;</p><p> Riscos Biológicos;</p><p> Riscos Mecânicos;</p><p> Riscos Ergonômicos.</p><p>https://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr-15-anexo-12.pdf</p><p>https://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr-15-anexo-13.pdf</p><p>https://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr-15-anexo-13a.pdf</p><p>https://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr-15-anexo-14.pdf</p><p>13</p><p>Entre os riscos ocupacionais que podem prejudicar a saúde e o trabalho do</p><p>indivíduo, os riscos físicos são os mais presentes nos ambientes laborais. Por isso, os</p><p>pesquisadores e profissionais das áreas dedicadas à saúde ocupacional desenvolvem</p><p>muitos estudos com a finalidade de minimizar estes danos.</p><p>Sendo que, os agentes físicos e os químicos são os em sua maioria</p><p>responsáveis por acidentes e doenças advindas das atividades laborais, e nesta</p><p>unidade nos atentaremos apenas a eles e aos riscos biológicos. Para representação,</p><p>o Santiago (2018) divide estes em 3 grupos:</p><p> Agentes Físicos</p><p>Agentes físicos são aqueles capazes de modificar o ambiente de trabalho dos</p><p>indivíduos, gerando os riscos físicos já aqui mencionados. Podem ocorrer pelo uso de</p><p>maquinários, logística do uso de equipamentos e por questões do próprio ambiente</p><p>laboral, ocasionando danos ao trabalhador. A prevenção aos riscos físicos é a melhor</p><p>forma de evitar as consequências devido à exposição direta aos agentes e o uso de</p><p>proteção individual (EPI) pode ajudar no combate.</p><p>14</p><p>Sabe-se que eles podem ser caracterizados e normalmente tem esta</p><p>características comuns: Necessidade de uma forma de contato com o trabalhador;</p><p>podem atingir o mesmo indiretamente e são potenciais causadores de lesões,</p><p>algumas irreversíveis. (BRASIL, 1994, 2017b; BELLUSCI, 2017). Abaixo é possível</p><p>entender algumas de suas consequências:</p><p>Continua...</p><p>15</p><p> Agentes Biológicos</p><p>Fonte: Dreamstime. 2022.</p><p>A contaminação pelos agentes biológicos no ambiente de trabalho pode</p><p>acontecer pelo contato com materiais contaminados, por transmissão de vetores,</p><p>16</p><p>permanência em ambientes fechados ou acidentes com materiais pontiagudos, entre</p><p>outros (BELTRAMI, STUMM, 2013).</p><p>As consequências de uma exposição ocupacional a qualquer desses</p><p>patógenos podem ultrapassar o comprometimento físico a curto ou a longo prazo,</p><p>podendo afetar inclusive a esfera emocional, social ou mesmo financeira (MACEDO</p><p>et al, 2015).</p><p>O Ministério da Saúde (BRASIL, 2021) classifica os riscos dos agentes</p><p>biológicos em quatro grandes classes, de acordo com o prejuízo que podem causar</p><p>ao ser humano, aos animais ou à comunidade:</p><p>– Classe de risco 1 (baixo risco individual e para a comunidade):</p><p>agentes biológicos que não causam doenças no ser humano ou nos</p><p>animais. Exemplos: Lactobacillus spp. e Bacillus subtilis.</p><p>– Classe de risco 2 (moderado risco individual e limitado risco para a</p><p>comunidade): agentes biológicos que causam infecções no ser</p><p>humano ou nos animais, com potencial de propagação na comunidade</p><p>e de disseminação no meio ambiente é limitado, e para os quais</p><p>existem medidas profiláticas e terapêuticas conhecidas eficazes.</p><p>Exemplos: Schistosoma mansoni e vírus da rubéola.</p><p>– Classe de risco 3 (alto risco individual e moderado risco para a</p><p>comunidade): agentes biológicos que possuem capacidade de</p><p>transmissão, em especial por via respiratória, e que causam doenças</p><p>potencialmente letais em humanos ou animais, e para os quais</p><p>existem, usualmente, medidas profiláticas e terapêuticas. São agentes</p><p>biológicos que representam risco se disseminados na comunidade e</p><p>no meio ambiente, podendo se propagar de pessoa a pessoa.</p><p>Exemplos: Bacillus anthracis e vírus da imunodeficiência humana</p><p>(HIV).</p><p>– Classe de risco 4 (alto risco individual e para a comunidade): agentes</p><p>biológicos com grande poder de transmissibilidade, em especial por via</p><p>respiratória, ou de transmissão desconhecida. Até o momento, não há</p><p>nenhuma medida</p><p>profilática ou terapêutica eficaz contra infecções</p><p>ocasionadas por esses agentes biológicos. Eles causam doenças de</p><p>alta gravidade em humanos e animais, tendo uma grande capacidade</p><p>de disseminação na comunidade e no meio ambiente. Essa classe</p><p>inclui, principalmente, os vírus. Exemplos: vírus do ebola e vírus da</p><p>varíola. (BRASIL, 2021)</p><p>17</p><p> Agentes Químicos</p><p>Fonte: Freepik Company S.L. 2022.</p><p>Os agentes quimicos são os responsáveis por causar exposição a substâncias</p><p>sólidas, líquidas ou gasosas, compostas por produtos químicos capazes de penetrar</p><p>no organismo, como poeira, fumo, gases, vapores, entre outros. A maneira mais</p><p>comum para que a contaminação aconteça é o contato com substâncias químicas na</p><p>forma líquida, sólida ou gasosa e que, ao agirem pelo organismo, podem produzir</p><p>reações tóxicas e danos à saúde.</p><p>Como forma de mitigação a eles, temos a prevenção como fator principal. Para</p><p>tanto, torna-se preciso compreender as suas principais fontes e consequências,</p><p>fazendo assim que a implementação de barreiras para contenção da exposição do</p><p>trabalhador. As medidas de proteção individual são as melhores maneiras de evitar</p><p>essa contaminação. Dessa forma, elas devem ser adotadas, monitoradas e</p><p>incentivadas pelo setor de saúde ocupacional.</p><p>4 ESTUDO DAS PATOLOGIAS DO TRABALHO</p><p>As doenças relacionadas ao trabalho podem ser descritas como aquelas em</p><p>que o trabalho é causa necessária para o adoecimento, como as intoxicações e a</p><p>18</p><p>silicose; doenças em que o trabalho contribui para o adoecimento, mas não é</p><p>necessário para que ocorra, como o câncer e a hipertensão arterial, e doenças em</p><p>que o trabalho desencadeia e/ou agrava um distúrbio pré-existente, como a asma e</p><p>da doença mental (BRASÍLIA, 1999). Neste capítulo serão listadas algumas, dentre</p><p>elas:</p><p> Silicose;</p><p> Antracose;</p><p> Pneumoconiose dos trabalhadores de carvão;</p><p> Perda auditiva induzida por pressão sonora elevada;</p><p> Dermatoses de contato;</p><p> Síndrome de Burnout (SB);</p><p> LER/DORT;</p><p> Câncer e aquelas relacionadas às altas temperaturas, vibrações e</p><p>pressões anormais.</p><p>4.1 Transtornos Mentais e do Comportamento</p><p>Fonte: Freepik Company S.L. 2022.</p><p>As questões relacionadas à saúde mental figuram com destaque nas</p><p>discussões de saúde pública em todo o mundo (GUIMARÃES; LAUDELINO NETO.;</p><p>MASSUDA JÚNIOR, 2020). Ao longo das últimas décadas, inúmeros estudos</p><p>19</p><p>demonstraram uma relação entre as condições psicossociais do trabalho e a saúde</p><p>mental dos trabalhadores (SCHELVIS et al., 2017).</p><p>Os transtornos mentais e comportamentais são a terceira causa de</p><p>absenteísmo e incapacidade no Brasil. Em 2016, aproximadamente 127.000</p><p>trabalhadores brasileiros se aposentaram por afastamento do trabalho por doença ou</p><p>invalidez por tal doença. Essa situação afeta a realidade dos trabalhadores, suas</p><p>famílias, empregadores, sistemas de saúde e a sociedade como um todo. (BRASIL,</p><p>2017).</p><p>O estudo de Bovopoulos et al (2016) relatou que a maioria dos trabalhadores</p><p>com transtornos mentais comuns demorava a procurar atendimento especializado ou</p><p>geralmente não procurava atendimento especializado. Esse atraso no acesso ao</p><p>tratamento adequado muitas vezes leva a problemas no ambiente familiar, pessoal e</p><p>profissional e, às vezes, a longo prazo, levando ao absenteísmo e à assiduidade ao</p><p>trabalho.</p><p>Evidências científicas revelam a relação entre experiências estressantes</p><p>diurnas, exposição a eventos adversos, desgaste das atividades realizadas e aumento</p><p>da suscetibilidade a dores de cabeça, dores musculoesqueléticas, distúrbios do sono,</p><p>Síndrome de Burnout e transtorno de estresse pós-traumático, além de maior</p><p>probabilidade de acidentes de trabalho, incluindo fatalidades (ÂNGELO, 2016).</p><p>Uma forma de combater esse risco ambiental ocupacional é desenvolver</p><p>influências que agreguem ações em três níveis (VASQUES-MENEZES;</p><p>FERNANDES; GUIMARÃES; LIMA, 2016):</p><p>I- Prevenção primária, voltada a fontes estressoras associadas ao indivíduo</p><p>e aos sistemas sociais;</p><p>II- Prevenção secundária, visando minimizar os impactos e promover</p><p>recursos individuais e sociais; e</p><p>III- Prevenção terciária, com o intuito de reabilitar os indivíduos e os sistemas</p><p>sociais, como o contexto do trabalho.</p><p>Para Lamontagne et al., (2014):</p><p>Algumas estratégias de intervenção podem ser classificadas de</p><p>maneiras diferentes (por exemplo, aumentar a capacidade de</p><p>resiliência ou capacidade de enfrentamento dos trabalhadores pode</p><p>ser considerada prevenção primária se for feita antes de um problema</p><p>de saúde mental ter ocorrido, e secundária se impedir a progressão de</p><p>um problema existente).</p><p>20</p><p>A saúde mental é parte integrante da saúde e do bem-estar, conforme definido</p><p>pela Organização Mundial da Saúde: “Saúde é um estado de completo bem-estar</p><p>físico, mental e social, não apenas a ausência de doença ou enfermidade”. As</p><p>questões de saúde mental precisam ser abordadas por meio de estratégias</p><p>abrangentes de promoção, prevenção, tratamento e recuperação.</p><p>Os determinantes da saúde mental incluem não apenas atributos pessoais,</p><p>como a capacidade de gerenciar pensamentos, emoções, comportamentos e</p><p>interações com outras pessoas, mas também fatores sociais, culturais, econômicos,</p><p>políticos e ambientais, como condições de trabalho (OMS, 2013).</p><p>O trabalho afeta diretamente as esferas econômica, social e cultural de uma</p><p>sociedade, pois é um elemento central da vida moderna. A própria atividade laboral</p><p>aparece como um fator que pode interferir ou mesmo contribuir para a relação entre</p><p>saúde mental e doença (LEÃO & VASCONCELLOS, 2015).</p><p>Fernandes et al., 2018 observaram que a relação saúde-trabalho-doença vem</p><p>sendo cada vez mais estudada devido à sua relevância para o ser humano e a</p><p>sociedade. Os transtornos mentais relacionados ao trabalho são considerados um</p><p>problema de saúde global. O trabalho é um meio de promoção da saúde mental, mas</p><p>um ambiente de trabalho negativo pode levar a transtornos mentais.</p><p>A doença mental resulta numa redução significativa do potencial de oferta de</p><p>trabalho, aumento do absentismo e exclusão social de milhares, com elevados custos</p><p>econômicos e sociais. Problemas de saúde mental como depressão, ansiedade,</p><p>abuso de substâncias e estresse são comuns e afetam os indivíduos, suas famílias,</p><p>as relações de trabalho e a sociedade como um todo. Além de ter um impacto direto</p><p>no local de trabalho através do aumento do absenteísmo, também reduz</p><p>significativamente a produtividade e aumenta os custos.</p><p>Segundo Fernandes et al. 2018, as características físicas do trabalho e um</p><p>ambiente cada vez mais competitivo para as organizações surgiram como propulsores</p><p>do adoecimento mental, quando foram observadas as constantes mudanças</p><p>necessárias à vitalidade do trabalhador.</p><p>Segundo o Ministério da Saúde, a contribuição do trabalho para as mudanças</p><p>na saúde mental do indivíduo se baseia em uma série de dimensões: desde fatores</p><p>específicos, como a exposição a determinada substância tóxica, até expressões</p><p>complexas de fatores relacionados à saúde mental como organização do trabalho,</p><p>21</p><p>divisão do trabalho, política de gestão de pessoal, hierarquia organizacional, etc.</p><p>(BRASIL, 2001).</p><p>A Organização Mundial da Saúde lista os principais fatores que podem</p><p>contribuir para os problemas de saúde mental no ambiente de trabalho (OMS, 2005).</p><p>Os fatores de risco de saúde mental também podem estar relacionados ao conteúdo</p><p>do trabalho, como tarefas que não se encaixam nas habilidades de alguém ou uma</p><p>carga de trabalho alta e implacável. Alguns trabalhos podem ter maior risco pessoal</p><p>do que outros, e este, pode aumentar na ausência de apoio social (OMS, 2019).</p><p>A Prevenção das doenças mentais e do comportamento relacionadas com o</p><p>trabalho, baseia-se nos procedimentos de vigilância epidemiológica de agravos e</p><p>vigilância sanitária de ambientes e condições de trabalho, a prevenção</p><p>das doenças</p><p>mentais e do comportamento relacionadas com o trabalho, utiliza as disciplinas de</p><p>clínica médica, epidemiologia, higiene ocupacional, toxicologia, ergonomia, psicologia</p><p>e outras, para valorizar a percepção dos trabalhadores sobre seu trabalho e saúde,</p><p>bem como as normas e regulamentos técnicos vigentes, envolvendo:</p><p> Atividades e locais de trabalho com presença pré-identificada de substâncias</p><p>químicas, agentes físicos e/ou biológicos e fatores de risco decorrentes da</p><p>organização do trabalho que possam contribuir para a doença;</p><p> Identificação dos problemas ou potenciais danos à saúde decorrentes da</p><p>exposição aos fatores de risco identificados;</p><p> Identificação e recomendação de ações que devem ser tomadas para</p><p>eliminar ou controlar a exposição a fatores de risco e proteger os trabalhadores; e</p><p> Informação e educação aos empregadores e trabalhadores.</p><p>O monitoramento da saúde do trabalhador deve levar em consideração os</p><p>múltiplos fatores envolvidos na identificação dos transtornos mentais e</p><p>comportamentais relacionados ao trabalho. Em alguns casos, são de natureza</p><p>química, enquanto em outros dizem respeito à organização e gestão de postos de</p><p>trabalho ou mesmo à ausência de postos de trabalho, outras situações são o resultado</p><p>da sinergia desses fatores.</p><p>A partir da confirmação do diagnóstico da doença e do estabelecimento de sua</p><p>relação com o trabalho, o serviço de saúde responsável pelo atendimento ao</p><p>trabalhador deve realizar as seguintes ações:</p><p>22</p><p> Avaliar da necessidade de afastamento (temporário ou permanente) do</p><p>trabalhador da exposição, do setor de trabalho ou do trabalho como um todo;</p><p> Caso o trabalhador tenha cobertura do SAT, da Previdência Social, solicitar</p><p>a emissão de Comunicação de Acidente de Trabalho - CAT à empresa, preencher o</p><p>Laudo de Exame Médico (LEM) e encaminhá-la ao INSS. Caso a empresa se recuse</p><p>a emitir a CAT, o médico assistente (ou serviço médico) deve fazê-lo;</p><p> Acompanhar a evolução dos casos, documentando o agravamento e</p><p>agravamento do quadro clínico e a sua relação com o regresso ao trabalho;</p><p> Notificar o sistema de informação de morbidade do SUS, à Delegacia</p><p>Regional do Trabalho e ao Sindicato ao qual pertence o trabalhador, se for o caso;</p><p> A Vigilância epidemiológica destinada a identificar outros casos procurando</p><p>ativamente outros casos na mesma empresa ou local de trabalho ou em outras</p><p>empresas da mesma área de atividade dentro de uma área geográfica;</p><p> Inspecionar a empresa ou ambiente de trabalho, na fonte do paciente ou em</p><p>outras empresas do mesmo setor de atividade dentro da área geográfica para</p><p>identificar fatores de risco à saúde e medidas de proteção coletiva e equipamentos de</p><p>proteção individual utilizados: proteção complementar contra patógenos (químico,</p><p>física ou biológica) e identificação das condições de trabalho que determinam a</p><p>doença e outros fatores de risco que podem contribuir para o desenvolvimento da</p><p>doença;</p><p> Recomendar medidas de proteção e controle aos empregadores e notificar</p><p>os trabalhadores.</p><p> Definir as incapacidades funcionais causadas por transtornos mentais e</p><p>comportamentais, relacionados ou não com o trabalho é difícil. Os indicadores</p><p>e parâmetros propostos pela Associação Médica Americana (AMA) organizam</p><p>a disfunção ou deficiência causadas pelos transtornos mentais e</p><p>comportamentais em quatro áreas:</p><p> Atividades de vida diária são restritas, incluindo autocuidado, higiene</p><p>pessoal, comunicação, caminhada, viagens, descanso e sono, atividade sexual e</p><p>participação em atividades sociais e recreativas. O que se avalia não é apenas o</p><p>número de atividades restritas ou prejudicadas, mas o conjunto de restrições ou</p><p>limitações que acabam por afetar o indivíduo como um todo;</p><p>23</p><p> Exercício de funções sociais: Refere-se à capacidade de um indivíduo de</p><p>interagir adequadamente e comunicar-se efetivamente com os outros. Inclui a</p><p>capacidade de conviver com outras pessoas, como familiares, amigos, vizinhos,</p><p>balconistas, faxineiros, taxistas ou motoristas de ônibus, colegas, supervisores ou</p><p>supervisionados, sem alterar, agredir ou isolar ao seu redor o indivíduo de o mundo;</p><p> Concentração, persistência e ritmo, também conhecido como "capacidade</p><p>de completar ou realizar tarefas". Essas métricas ou parâmetros referem-se à</p><p>capacidade de manter um tempo de atenção suficiente para concluir, em tempo hábil,</p><p>tarefas comuns em casa, na escola ou no local de trabalho. Qualquer um pode avaliar</p><p>essas habilidades, especialmente se estiver familiarizado com o desempenho</p><p>"anterior", "fundamental" ou "histórico" de um indivíduo, mas, em última análise, a</p><p>opinião de um psicólogo ou psiquiatra profissional, com uma base mais objetiva, pode</p><p>ajudar a avaliar; e</p><p> Refere-se à repetida falha na adaptação a situações estressantes. Diante de</p><p>uma situação ou ambiente mais estressante ou exigente, um indivíduo sai,</p><p>desaparece ou apresenta sinais e sintomas de agravamento de seu transtorno mental</p><p>ou comportamental. Em outras palavras, eles estão descompensados e têm</p><p>dificuldade em manter as atividades da vida diária, ou desempenhar funções sociais,</p><p>ou a capacidade de completar ou realizar tarefas. Algumas situações estressantes</p><p>comuns em um ambiente de trabalho podem incluir atender clientes, tomar decisões,</p><p>agendar tarefas, interagir com supervisores e colegas, etc.</p><p>24</p><p>4.2 Síndrome de Burnout (SB)</p><p>Fonte: iStockphoto LP. 2022.</p><p>O mercado de trabalho atual está em constante evolução e exige cada vez mais</p><p>esforço dos trabalhadores para o desempenho de suas funções. Nesse sentido, os</p><p>profissionais são pressionados pelo próprio sistema econômico a se aperfeiçoarem</p><p>constantemente em busca do ideal de perfeição. Este fato gera estresse físico e</p><p>psicológico no indivíduo, levando a transtornos mentais muito comuns na população</p><p>(BRANCO et al, 2020).</p><p>Nesse cenário dinâmico do mercado de trabalho, surge o termo derivado do</p><p>inglês “Burnout”, que é definido como a interrupção das operações por esgotamento</p><p>de energia (PÊGO & PÊGO, 2016). Dessa forma, a Síndrome de Burnout (SB) é um</p><p>transtorno relacionado ao trabalho, pois está associada à exposição profissional ao</p><p>estresse crônico presente no ambiente de trabalho, resultando em extrema exaustão</p><p>funcional e psicológica.</p><p>Essa condição acaba levando à redução da competência ocupacional e faz com</p><p>que os trabalhadores realizem atividades em estado de depressão profunda, sem</p><p>felicidade, satisfação ou motivação. A SB foi descrita pela primeira vez em 1974 por</p><p>um psiquiatra com o nome de Herbert Freudenberger, e agora está incluída na</p><p>Classificação Internacional de Doenças 11 (CID11) (PERNICIOTTI et al, 2020), que a</p><p>descreve como: "sensação de esgotamento; cinismo ou sentimentos negativos</p><p>relacionados ao trabalho; eficácia profissional reduzida’’ (LIMA et al, 2018).</p><p>25</p><p>Em 1976, Christina Maslach deu outra definição de SB, a mais unificada e</p><p>cientificamente aceita, como: "A resposta de longo prazo a estressores interpessoais</p><p>crônicos no trabalho, manifestada em três dimensões interdependentes: exaustão</p><p>emocional, despersonalização e redução da realização pessoal '' (SILVA et al., 2018).</p><p>Perniciotti et al. (2020) definem Burnout como um conceito bidimensional em que</p><p>apenas a exaustão emocional e a despersonalização são consideradas.</p><p>Como resultado, há falta de consenso na literatura sobre as características da</p><p>SB, e atualmente existem dificuldades na padronização dos critérios diagnósticos</p><p>(PERNICIOTTI et al, 2020). No entanto, para Lima et al (2018), mesmo diante das</p><p>diferenças em suas características, fica evidente o protagonista dessa síndrome no</p><p>mundo do trabalho, pois é crescente o percentual de profissionais com sinais de SB e</p><p>seus efeitos negativos seja no desempenho ou na vida pessoal.</p><p>Considerando o impacto na vida do trabalhador, como questões como</p><p>ansiedade, insônia,</p><p>baixa autoestima, alterações nos níveis pressóricos, etc., a SB se</p><p>traduz em um problema de saúde pública que pode, em última instância, repercutir no</p><p>âmbito profissional e pessoal (BRANCO et al, 2020).</p><p>Nesse viés, vale destacar que, em maio de 2019, a Organização Mundial da</p><p>Saúde incluiu o SB na 11ª revisão da Classificação Internacional de Doenças (CID-</p><p>11), considerando-o uma doença totalmente relacionada ao ambiente de trabalho, e</p><p>estresse de longa duração vivenciado pelos profissionais no ambiente de trabalho</p><p>(OPAS, 2019).</p><p>Segundo Rezende (2019) são dez os estágios da Síndrome de Burnout:</p><p>1. Dedicação intensificada - Principalmente necessidade de fazer tudo sozinho</p><p>a qualquer hora do dia (imediatismo);</p><p>2. Descaso com as necessidades pessoais – Quando comer, dormir, sair com</p><p>os amigos começa a perder o sentido;</p><p>3. Aversão a conflitos - O portador acredita que as coisas não vão bem, mas</p><p>não está enfrentando o problema. É quando ocorre a manifestação física;</p><p>4. Reinterpretação dos valores - Isolamento, fuga do conflito. Coisas que antes</p><p>eram valiosas são desvalorizadas: lazer, família, amigos, e a única medida de</p><p>autoestima é o trabalho;</p><p>26</p><p>5. Negação de problemas - Nesta fase, os outros são completamente</p><p>desvalorizados, considerados incompetentes ou de baixo desempenho. Rejeição às</p><p>interações sociais, sendo o cinismo e a agressão os sinais mais visíveis;</p><p>6. Evita e aversão a reuniões (rejeitar interação social; evitar conversas e</p><p>priorizar e-mails, mensagens, mensagens, etc.);</p><p>7. Despersonalização (momentos de insanidade em que as pessoas não</p><p>sentem seus corpos como normalmente sentiriam. Podem se sentir à tona no trabalho,</p><p>acham que não podem controlar o que dizem e não se reconhecem).</p><p>8. Mudanças comportamentais significativas (dificuldade em aceitar certas</p><p>piadas com bom senso e senso de humor);</p><p>9. Tristeza intensa - Sinal de apatia, desespero, exaustão. A vida perdeu o</p><p>sentido. Sentir-se vazio por dentro, sentir que tudo é complicado, difícil e cansativo;</p><p>10. Colapso físico e mental - Esta etapa é considerada uma emergência e a</p><p>ajuda médica e psicológica torna-se uma emergência.</p><p>Quanto aos sintomas mais comuns da doença, destacam-se fadiga física, dores</p><p>musculoesqueléticas, distúrbios do sono, dores de cabeça, distúrbios</p><p>gastrointestinais, deficiências imunológicas e até mesmo disfunção sexual e</p><p>alterações do ciclo menstrual. No âmbito psicológico, os trabalhadores muitas vezes</p><p>apresentam sintomas de instabilidade emocional, alterações de memória, atraso no</p><p>pensamento, sentimentos de alienação, traços depressivos e paranoia devido ao</p><p>esgotamento emocional e autodepreciação causados por essa síndrome (PÊGO e</p><p>PÊGO, 2016; PERNICIOTTI et al, 2020)</p><p>Portanto, todos esses sintomas levam a alterações comportamentais, sendo os</p><p>mais observados: irritabilidade, dificuldade para relaxar, aumento de substâncias</p><p>como álcool e tabaco como mecanismos de fuga, perda de iniciativa e escrúpulos</p><p>excessivos (PÊGO e PÊGO, 2016).</p><p>27</p><p>4.3 Pneumoconioses</p><p>Fonte: Atlas da Saúde, 2022.</p><p>Pnemoconioses é uma nomeclatura destinada a caracterizar de forma geral as</p><p>doenças pumonares causadas por inalação de poeiras. Dentro das quais estão</p><p>inclusas:</p><p>CONTINUA...</p><p>https://www.atlasdasaude.pt/</p><p>28</p><p>Fonte: BRASIL, 2006.</p><p>De acordo com SAIEG (2009):</p><p>Para ter eficácia em atingir as vias respiratórias inferiores as partículas</p><p>devem ter a mediana do diâmetro aerodinâmico inferior a 10µm, pois</p><p>acima deste tamanho são retidas nas vias aéreas superiores. A fração</p><p>respirável ((<5µm) tem maior chance de se depositar no trato</p><p>respiratório baixo (bronquíolos terminais e respiratórios e os alvéolos),</p><p>e dar início ao processo inflamatório que, se perpetuado pela inalação</p><p>crônica e/ou em quantidade que supera as defesas, pode levar à</p><p>instalação das alterações pulmonares. Partículas com diâmetros de 5</p><p>a 10µm, embora em menor proporção, também têm condição de se</p><p>depositar nessas regiões e produzir doença. (SAIEG, 2009)</p><p>A característica comum deste grupo de doenças é a restrição funcional, por</p><p>fibrose intersticial e consequente diminuição da expansibilidade do parênquima,</p><p>associada a barreiras às trocas gasosas. De maneira geral, observa-se restrição</p><p>funcional apenas nos casos avançados de pneumoconiose. SAIEG (2009)</p><p>A diminuição nas trocas gasosas ocorre mais precocemente nas</p><p>pneumoconioses que causam fibrose difusa, uma vez que a fibrose nodular (Ex.,</p><p>silicose) preserva áreas de parênquima normal entre os nódulos, suficiente para a</p><p>29</p><p>manutenção de uma função normal de trocas gasosas, até as fases mais avançadas</p><p>da doença, quando boa parte do parênquima é substituída por áreas fibróticas.</p><p>A deposição de poeiras minerais em vias aéreas grandes e pequenas, pode</p><p>gerar quadros de bronquite crônica, por agressão direta ao epitélio brônquico,</p><p>limitação ao fluxo aéreo e/ou enfisema, por desbalanço nas relações</p><p>protease/antiprotease. Que ainda de acordo com SAIEG (2009), tem efeitos que são</p><p>independentes da presença de pneumoconiose e funcionalmente semelhantes à</p><p>doença obstrutiva causada pelo tabaco e pela poluição do ar.</p><p>A inflamação persistente ao redor das vias aéreas pode levar à formação de</p><p>áreas localizadas de enfisema centrilobular por excesso de liberação de enzimas</p><p>proteolíticas, justificando as alterações obstrutivas e o desenvolvimento de quadros</p><p>de Limitação Crônica ao Fluxo Aéreo (LCFA), em expostos suscetíveis pela pesquisa</p><p>elaborada pelo autor.</p><p>4.3.1 Silicose</p><p>Para SAIEG (2009), a Silicose é causada pelas partículas inaladas (sílica) em</p><p>contato com a água e no interior dos macrófagos alveolares, após terem sido</p><p>fagocitadas, induzem a formação de espécies reativas de oxigênio (ERO) e de</p><p>nitrogênio (ERN) que estimulam (por meio da ativação de fatores de transcrição</p><p>nuclear) a produção de citocinas pelos macrófagos, responsáveis por atrair para a</p><p>região alveolar células inflamatórias (linfócitos, mastócitos, neutrófilos), que por sua</p><p>vez liberam mais citocinas e ERO e ERN.</p><p>Ainda de acordo com o autor:</p><p>[...] este processo acaba por induzir uma inflamação nos alvéolos com</p><p>lesão de pneumócitos tipo I, proliferação de pneumócitos tipo II e de</p><p>fibroblastos, passagem de partículas para o interstício e estímulo à</p><p>proliferação intersticial de fibroblastos dando início à fibrogênese. Se a</p><p>inalação de 20 partículas tiver sido grande, ou se perpetuar no tempo,</p><p>o processo inflamatório com dano celular, proliferação, apoptose e</p><p>fibrogenese, persiste instalando-se a fibrose difusa e progressiva do</p><p>parênquima pulmonar. (SAIEG, 2009)</p><p>Mesmo com o uso dos EPI’s, nem sempre é possível evitar totalmente a</p><p>inalação da poeira de sílica, sendo assim, caso o trabalhador receba diagnóstico da</p><p>doença é necessário que se afaste da atividade para interromper a exposição e assim</p><p>evitar o agravo da patologia.</p><p>30</p><p>4.3.2 Antracose</p><p>A doença chamada de Antracose ou ainda Pneumoconiose dos trabalhadores</p><p>de carvão (PTC), “ é causada pela deposição de poeiras no pulmão que desencadeia</p><p>um processo inflamatório orquestrado inicialmente pelos macrófagos alveolares, de</p><p>menor intensidade do que a gerada pelas partículas de sílica, mas suficiente para</p><p>promover lesão do epitélio alveolar.” (SAIEG, 2009)</p><p>O autor explica que:</p><p>Em decorrência, ocorre a passagem de partículas para o interstício e</p><p>tem início a formação de acúmulos de carvão e de macrófagos com</p><p>partículas fagocitadas, ao redor dos bronquíolos respiratórios, com</p><p>presença de fibras de reticulina e deposição de pequena quantidade</p><p>de colágeno. Estas lesões, conhecidas como mácula de carvão,</p><p>medem cerca de 1 a 6mm. São intralobulares, pouco ou não visíveis à</p><p>radiografia e geralmente acompanhadas de enfisema focal adjacente</p><p>às áreas das máculas . Com a progressão</p><p>da doença, decorrente da</p><p>continuada inalação ou mesmo após o afastamento da exposição,</p><p>pode ocorrer a formação de nódulos maiores, de cerca de 7 a 20mm,</p><p>com presença de macrófagos com pigmento no seu interior, presença</p><p>de reticulina e aumento da quantidade de colágeno. (SAIEG, 2009)</p><p>Caso a exposição seja contínua, o quadro clínico do trabalhador tende a piorar.</p><p>Por tanto, principalmente os trabalhadores expostos à poeira de carvão, ao receberem</p><p>resultados que comprovem a doença, devem ser também afastados para evitar o</p><p>contato direto com a poeira.</p><p>4.4 Dermatoses de Contato</p><p>As doenças ocupacionais da pele afetam trabalhadores de todas as idades em</p><p>uma variedade de ambientes de trabalho. As indústrias onde os trabalhadores estão</p><p>em maior risco incluem manufatura, produção de alimentos, construção, operação de</p><p>máquinas-ferramenta, impressão, metalúrgicas, trabalho em couro, serviço de</p><p>motores e silvicultura. Os históricos de doenças e ocupacional podem revelar fortes</p><p>associações entre condições da pele e exposições específicas a trabalhos conhecidos</p><p>por afetar a pele, como dermatite.</p><p>A dermatose ocupacional é determinada pela interação de dois conjuntos de</p><p>fatores: causas indiretas ou predisponentes, como idade, etnia, gênero, antecedentes</p><p>31</p><p>de doença e concomitantes, das quais faz-se destaque para doenças como dermatose</p><p>pré-existente e fatores ambientais como clima, umidade e temperatura, fácil acesso à</p><p>higiene e limpeza; além de serem causadas diretamente por fatores biológicos, físicos,</p><p>químicos ou mecânicos encontrados no ambiente de trabalho, os quais atuariam</p><p>diretamente sobre a pele, o que pode provocar ou agravar uma dermatose pré-</p><p>existente (ALCHORNE; ALCHORNE; SILVA, 2010).</p><p>As dermatoses podem ser classificadas em quatro tipos (ROSMANINHO;</p><p>MOREIRA; SILVA, 2016):</p><p> Dermatite de contato por irritação;</p><p> Dermatite de contato alérgica;</p><p> Dermatite de contato fototóxica;</p><p> Dermatite de contato fotoalérgica.</p><p>Há muitos relatos de doenças ocupacionais da pele, principalmente dermatite</p><p>de contato irritativa ou alérgica, que responde por cerca de 90% das doenças de pele.</p><p>As causas imediatas consistem em agentes biológicos como bactérias, fungos,</p><p>leveduras, vírus e insetos. Físicos como radiações não ionizantes, calor, frio e</p><p>eletricidade e produtos químicos.</p><p>Algumas substâncias que podem causar alergias incluem: detergentes,</p><p>substâncias glicerinadas, solventes, óleos, produtos ácidos e alcalinos, poeira e fibras,</p><p>agentes oxidantes/redutores, materiais de construção como cal e cimento, soluções</p><p>de amônia, colas/adesivos e resinas.</p><p>Essas condições da pele são difíceis de diagnosticar porque alguns médicos</p><p>às vezes as classificam e as tratam como urticária, dermatite ou outras doenças da</p><p>pele. Afetam direta e indiretamente o ambiente de trabalho, a vida e a sociedade, por</p><p>isso é importante diagnosticar os pacientes que trabalham e seus familiares.</p><p>Para o diagnóstico, é necessário coletar o histórico médico do caso. O manual</p><p>do sistema é recomendado para fornecer orientação facilmente acessível para a</p><p>diluição adequada do teste de adesivo para vários produtos químicos. Embora não</p><p>seja suficiente, a série padrão ainda detecta muitos casos de doenças ocupacionais</p><p>da pele. Quanto ao tratamento, deve-se atentar para o diagnóstico preciso e racional</p><p>da doença e seu posterior isolamento parcial ou completo de sua etiologia.</p><p>32</p><p>4.5 LER/DORT - Lesões por Esforços Repetitivos / Distúrbios Osteomusculares</p><p>Relacionados ao Trabalho</p><p>Fonte: iStockphoto LP. 2022.</p><p>Essas afecções, conhecidas no Brasil como Lesões por Esforços</p><p>Repetitivos/Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (LER/DORT),</p><p>manifestam-se por meio de sinais e sintomas, como dor, parestesia, sensação de</p><p>peso e fadiga, principalmente nos membros superiores, que aparecem</p><p>vagarosamente, podendo ser concomitantes ou não, e que causam, frequentemente,</p><p>incapacidade laboral temporária ou permanente (BRASIL, 2012).</p><p>Sua etiologia é multifatorial e complexa, envolvendo aspectos biomecânicos,</p><p>cognitivos, sensoriais, afetivos e psicossociais e fatores relacionados com as</p><p>condições e à organização do trabalho (BRASIL, 2012), podendo ter relação com a</p><p>postura incorreta ou mantida exigida pelas tarefas; fatores ambientais, como a</p><p>temperatura extrema; ruído; dimensões do posto de trabalho; vibrações; pressões</p><p>mecânicas; logística de trabalho incorreta; coação para aumento da produtividade;</p><p>invariabilidade da tarefa.</p><p>A organização do trabalho é apontada como uma das principais responsáveis</p><p>pelo grande número de trabalhadores com LER/DORT, que afirmam que estas são</p><p>resultados da utilização em excesso do sistema osteomuscular, instalando-se</p><p>progressivamente no trabalhador sujeito a fatores de risco técnico-organizacionais</p><p>(BRASIL, 2001).</p><p>33</p><p>Estão entre as doenças que mais afetam os trabalhadores brasileiros.</p><p>Utilizando dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), o</p><p>levantamento aponta que, entre os anos de 2007 e 2016, 67.599 casos de LER/DORT</p><p>foram notificados à pasta (BRASIL, 2019).</p><p>As LER/DORT iniciam-se com quadro clínico de dor que não é possível</p><p>mensurar objetivamente e que retarda o diagnóstico. Associado ao medo do</p><p>desemprego, o trabalhador tende a se desligar dos sofrimentos físico e psíquico,</p><p>conduzindo-se ao individualismo e à submissão aos riscos do trabalho e à dor inicial,</p><p>que, popularmente, é “tratada” com automedicação. Dessa forma, o silêncio coletivo</p><p>em relação à doença e ao sofrimento torna-se uma estratégia de defesa que protege</p><p>o trabalhador da angústia do medo das consequências dela (DEJOURS, 2015).</p><p>Quando a dor começa a repercutir nas atividades da vida diária e laborais, os</p><p>sujeitos passam a praticar a automedicação para alívio de sintomas dolorosos e para</p><p>o atendimento das demandas de trabalho. Diante do agravamento dos sintomas, as</p><p>unidades de pronto atendimento começam a ser frequentadas pelo trabalhador com</p><p>dor e limitação laboral.</p><p>No entanto, nos atendimentos, em geral, não há nenhuma recomendação para</p><p>afastamento prolongado das atividades de trabalho nem restrições de atividades</p><p>laborais relacionadas com os esforços físicos de risco. O objetivo concentra-se em</p><p>torno de medicar a dor sem aprofundar nas possíveis causas relacionadas com o</p><p>trabalho.</p><p>Os trabalhadores que apresentam LER/DORT possuem um quadro clínico</p><p>complexo. Dessa maneira, é necessário que o profissional de saúde faça uma</p><p>investigação adequada. Nesse sentido, a Instrução Normativa nº 98, de 5 de</p><p>dezembro de 2003, que aprova Norma Técnica sobre LER/DORT, indica que a</p><p>conclusão diagnóstica deve considerar o quadro clínico, sua evolução, fatores</p><p>etiológicos possíveis, com destaque para a anamnese e fatores ocupacionais</p><p>(BRASIL, 2003).</p><p>34</p><p>4.6 Perda Auditiva Induzida por Ruído</p><p>Fonte: iStockphoto LP. 2022.</p><p>A Perda Auditiva Induzida por Ruído (PAIR) é provocada pela exposição por</p><p>tempo prolongado ao ruído. Consideram-se como sinônimos: perda auditiva por</p><p>exposição ao ruído no trabalho, surdez profissional, disacusia ocupacional, perda</p><p>auditiva induzida por níveis de pressão sonora elevados, perda auditiva induzida por</p><p>ruído ocupacional, perda auditiva neurossensorial por exposição continuada a níveis</p><p>elevados de pressão sonora de origem ocupacional (LOPES; MELO; SANTOS,</p><p>2012).</p><p>A exposição ocupacional ao ruído intenso lesiona as células ciliares do órgão</p><p>de Corti (ou "órgão espiral", é o órgão sensorioneural da cóclea, ou seja, é parte da</p><p>cóclea, da orelha interna.), causando perda progressiva e irreversível da audição</p><p>bilateral, simétrica e insidiosa, que está diretamente relacionada ao tempo de</p><p>exposição e susceptibilidade individual.</p><p>Como manifestação auditiva, a exposição ocupacional ao ruído se associa ao</p><p>zumbido, também chamado de acúfeno</p><p>ou tínitus. Trata-se de um sintoma</p><p>que produz extremo desconforto, de difícil tratamento, podendo, de acordo com</p><p>sua gravidade, excluir do convívio social e até levar ao suicídio aqueles</p><p>acometidos (HOLANDA; LIMA; FIGUEIROA, 2011).</p><p>Por apresentar um surgimento dos sintomas auditivos tardios e</p><p>insidiosos, os profissionais geralmente só perceberão a dificuldade auditiva</p><p>35</p><p>quando a lesão já está em estágio avançado. Os efeitos nocivos do ruído</p><p>provoca exaustão física, alterações químicas, metabólicas e mecânicas do</p><p>órgão sensorial auditivo, mas não se limitam apenas às lesões do aparelho</p><p>auditivo, comprometem diversos outros órgãos, aparelhos e funções do</p><p>organismo, entre os sintomas mais frequentes estão: dificuldade de compreensão de</p><p>fala, zumbido, intolerância a sons intensos, cefaleia, tontura e irritabilidade.</p><p>Podem apresentar manifestações sistêmicas, como elevação do nível geral de</p><p>vigilância, aceleração da frequência cardíaca e respiratória, alteração da pressão</p><p>arterial e da função intestinal, aumento do tônus muscular, aumento da produção de</p><p>hormônios tireoidianos e estresse, contribuindo para o aumento do número de</p><p>acidentes de trabalho; o que também leva à deterioração da qualidade de vida do</p><p>trabalhador, acometendo em torno de 15% dos trabalhadores de países</p><p>desenvolvidos segundo a Organização Mundial da Saúde (LOPES; MELO; SANTOS,</p><p>2012).</p><p>A PAIR acomete inicialmente as frequências agudas, os sons são percebidos</p><p>de forma distorcida, e isso gera a incapacidade de conversar normalmente, podendo</p><p>contribuir para o isolamento social, pela falta de comunicação com a família e amigos;</p><p>a diminuição na capacidade de fiscalizar o ambiente de trabalho; ao alto risco de</p><p>acidentes e bem-estar reduzido por causa do zumbido; as atividades cotidianas como</p><p>ouvir televisão, músicas e telefone tornam-se difíceis ou impossíveis (HOLANDA;</p><p>LIMA; FIGUEIROA, 2011).</p><p>Existem três formas de perda auditiva: a condutiva (temporária), a central e a</p><p>sensório-neural (permanente). Na perda auditiva condutiva, o som não pode ser</p><p>transmitido a partir da orelha externa ou da orelha média. As causas da perda auditiva</p><p>condutiva variam desde uma obstrução do canal auditivo com cera (cerume), ou</p><p>líquido na orelha média devido a uma infecção, a doenças ou traumas que impedem</p><p>a vibração do martelo, da bigorna ou do estribo.</p><p>A perda auditiva central resulta de dano nas vias neurais entre a orelha e o</p><p>córtex cerebral ou de danos no próprio córtex, como poderia ocorrer em um acidente</p><p>vascular encefálico. A perda auditiva sensório-neural origina-se de lesões em</p><p>estruturas da orelha interna, incluindo morte nas células do órgão de Corti, como</p><p>resultado de exposição a sons altos (SILVERTHORN, 2017).</p><p>36</p><p>Houve um importante avanço no âmbito da conservação auditiva, pois a NR 7</p><p>torna obrigatória a realização da audiometria tonal liminar. Todos os trabalhadores</p><p>expostos a níveis excessivos de pressão sonora, independentemente do uso de</p><p>protetor auditivo, devem ser submetidos a exames audiométricos de referência e</p><p>sequenciais, utilizando-se um aparelho chamado audiômetro.</p><p>4.7 Câncer relacionado ao Trabalho</p><p>Fonte: iStockphoto LP. 2022.</p><p>A despeito das dificuldades em se estabelecer uma lista de carcinógenos</p><p>ocupacionais e de ocupações com potencial cancerígeno – dado que a maioria dessas</p><p>exposições também ocorrem no ambiente geral, e que certas substâncias também</p><p>estão presentes em produtos de consumo – é reconhecido que os trabalhadores</p><p>estejam entre os mais expostos a agentes cancerígenos presentes no ambiente de</p><p>trabalho (SIEMIATYCKI; RICHARDSON; BOFFETA, 2006; WILD; WEIDERPASS;</p><p>STEWART, 2020), uma vez que nesse local são encontradas as maiores</p><p>concentrações de agentes cancerígenos, quando comparados a outros ambientes</p><p>(BRASIL; INCA, 2013).</p><p>A rapidez com que novos produtos químicos são colocados no mercado, as</p><p>mudanças constantes nas condições e processos de trabalho e os longos períodos</p><p>de latência para o surgimento do câncer fazem com que apenas um número</p><p>relativamente pequeno de exposições químicas tenha sido investigado para o risco</p><p>37</p><p>carcinogênico ocupacional (SIEMIATYCKI; RICHARDSON; BOFFETA, 2006; WILD;</p><p>WEIDERPASS; STEWART, 2020).</p><p>Os tipos mais comuns de câncer relacionados ao trabalho são o câncer de</p><p>pulmão, o de bexiga e o mesotelioma (CANADIAN CENTRE FOR OCCUPATIONAL</p><p>HEALTH AND SAFETY, 2017). Um estudo que estimou mortes anuais por ocupação</p><p>nos Estados Unidos identificou que o percentual de câncer relacionado à exposição</p><p>ocupacional varia de acordo com a tipologia. Conforme transcrito pelo Canadian</p><p>Centre for Occupational Health and Safety (CCOHS), a porcentagem de câncer</p><p>ocupacional entre as principais tipologias de câncer relacionadas ao trabalho:</p><p>Fonte: Canadian Centre for Occupational Health and Safety, 2017.</p><p>Níveis de exposição a certos carcinógenos também podem indicar</p><p>desigualdades sociais em saúde e trabalho, dado que o risco de um indivíduo ser</p><p>diagnosticado com CRT varia consideravelmente conforme a posição que ele ocupa.</p><p>Por exemplo, trabalhadores envolvidos em atividades mais braçais – como aqueles</p><p>inseridos em atividades de limpeza e conservação ou trabalhadores da construção</p><p>civil e fabris – são mais vulneráveis do que trabalhadores de setores administrativos</p><p>(CANADIAN CENTRE FOR OCCUPATIONAL HEALTH AND SAFETY, 2016; MUSU;</p><p>VOGEL, 2018).</p><p>38</p><p>É necessário considerar que o uso de EPI, apesar de reduzir potencialmente</p><p>danos à saúde, não evita a exposição total do trabalhador a fatores de risco, e que as</p><p>ações devem ser realizadas conforme o princípio da precaução. Cabe reforçar que a</p><p>vigilância dos processos e das atividades de trabalho com potencial carcinogênico –</p><p>ou seja, dos riscos ou das exposições – são fundamentais e complementares à</p><p>vigilância dos efeitos ou danos à saúde, sempre considerando a participação dos</p><p>trabalhadores nas etapas do processo de vigilância.</p><p>As contaminações ambientais por produtos e substâncias tóxicas aos seres</p><p>humanos (a exemplo da contaminação por resíduos de pesticidas já ocorridos no país)</p><p>são tantos fatores de risco para intoxicações sistêmicas e desenvolvimento de câncer</p><p>na população exposta (FRÓES ASMUS et al., 2008) quanto entre trabalhadores que</p><p>desenvolvem atividades no local. Outro exemplo é a exposição às emissões de</p><p>poluentes e compostos carcinogênicos liberados pela queima da cana-de-açúcar em</p><p>períodos de colheita, fato que afeta trabalhadores (SILVEIRA et al., 2013) e população</p><p>local.</p><p>4.7.1 Ações de vigilância dos agentes cancerígenos e dos fatores de risco aos</p><p>trabalhadores</p><p>De acordo com BRASIL (2021), são elas:</p><p> Identificação periódica de grupos, agentes cancerígenos aos quais os</p><p>trabalhadores estão expostos e fatores de risco presentes nos ambientes e</p><p>processos de trabalho para ocorrência de casos relacionados ao trabalho;</p><p> Identificação e realização de estimativas da exposição ambiental a agentes;</p><p> Elaboração de estratégias para o reconhecimento e mapeamento das</p><p>atividades econômicas mais relevantes do território para a ocorrência de câncer</p><p>na região;</p><p> Identificação de possíveis agentes cancerígenos, sua relação com os casos de</p><p>câncer mais prevalentes de determinada tipologia na região, de modo a</p><p>priorização das ações de vigilância;</p><p> Realização de inspeção sanitária do local de trabalho para identificação da</p><p>exposição a fatores de riscos para a ocorrência do CRT;</p><p>39</p><p> Priorização de ações de vigilância nos ambientes e processos de trabalho a</p><p>partir das tipologias que foram mais frequentes ao longo dos quinquênios em</p><p>cada uma das UF’s;</p><p> Avaliação do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) e do</p><p>Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) e de registros</p><p>das inspeções realizadas.</p><p>4.7.2 Ações de vigilância dos casos de câncer relacionado ao trabalho</p><p>Para BRASIL (2021), as ações de vigilância neste caso são:</p><p> Identificar, investigar os casos suspeitos de CRT e estimular a sua notificação</p><p>no SINAN, conforme legislação vigente;</p><p> Conhecer o perfil produtivo e ocupacional do território, visando a</p><p>implementação de ações de acordo com os ramos e setores a serem</p><p>priorizados e a realidade local;</p><p> Estruturar ações de Vigilância em Saúde do Trabalhador (VISAT) a partir das</p><p>tipologias de câncer de maior mortalidade proporcional entre as UF’s,</p><p>objetivando conhecer o perfil epidemiológico de câncer relacionado ao trabalho;</p><p> Inserção da ocupação e atividade econômica nos formulários dos Sistemas de</p><p>Informação em Saúde do SUS, bem como incentivar o preenchimento</p><p>qualificado dos campos;</p><p> Elaborar instrumentos e indicadores para avaliação contínua e sistemática das</p><p>estratégias de prevenção e redução da exposição dos trabalhadores aos</p><p>agentes cancerígenos nos ambientes e processos de trabalho;</p><p> Realizar monitoramento de indicadores que sirvam como alerta precoce para o</p><p>sistema de vigilância em saúde;</p><p> Promover ações a partir da identificação das substâncias, ramos e atividades</p><p>econômicas que se apresentam associados às tipologias de câncer</p><p>identificadas;</p><p> Promover a inserção de ações de vigilância de base populacional, tais como a</p><p>realização de inquéritos epidemiológicos, inclusão do tema na Pesquisa</p><p>Nacional de Saúde (PNS) e na Vigilância dos Fatores de Risco e Proteção para</p><p>Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico;</p><p>40</p><p> Desenvolver estratégias para implantação de vigilância participativa que</p><p>contemplem a participação dos trabalhadores, principalmente das associações</p><p>de trabalhadores e de vítimas de câncer relacionado ao trabalho;</p><p> Realizar ASIS utilizando diversas fontes de informação que possam subsidiar</p><p>a identificação dos territórios e grupos de trabalhadores mais vulneráveis a</p><p>serem priorizados pelo SUS;</p><p> Manter e ampliar as ações de vigilância das tipologias de câncer e exposições</p><p>que já são objeto contínuo de ação, como as exposições ao amianto e ao</p><p>benzeno;</p><p> Realizar busca ativa e avaliação das condições de trabalho de modo a</p><p>identificar a ocorrência de outros casos de trabalhadores na mesma situação</p><p>de adoecimento.</p><p>5 NORMA REGULAMENTADORA Nº 7- PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO</p><p>DE SAÚDE OCUPACIONAL – PCMSO</p><p>Fonte: Lowe, 2022.</p><p>A NR-07 trata do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional e a</p><p>partir da sua criação as empresas passaram a ser obrigadas a realizar exames</p><p>médicos admissionais, sendo que “ o PCMSO é parte integrante do conjunto mais</p><p>amplo de iniciativas da organização no campo da saúde de seus empregados,</p><p>devendo estar harmonizado com o disposto nas demais NR.” (BRASIL,1978)</p><p>41</p><p>O Ministério do Trabalho e Previdência explica que:</p><p>A redação original da NR-07 se limitava a estabelecer parâmetros</p><p>básicos para a realização de exames médicos ocupacionais. Os</p><p>parâmetros mínimos e as diretrizes gerais para a elaboração do</p><p>Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional, com o objetivo</p><p>de promoção e preservação da saúde dos trabalhadores, foram</p><p>incluídos na norma apenas posteriormente, em 1994. (BRASIL, 1978)</p><p>Ainda de acordo como órgão federal:</p><p>[...] A primeira ampla revisão da NR-07 ocorreu com a Portaria SSST</p><p>nº 24, de 29 de dezembro de 1994, que passou a determinar a</p><p>obrigatoriedade de elaboração e implementação de um Programa de</p><p>Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), com o objetivo de</p><p>promoção e preservação da saúde dos trabalhadores. A partir de</p><p>então, o acompanhamento da saúde dos trabalhadores deixou de ter o</p><p>caráter de iniciativas isoladas de realização de exames médicos,</p><p>passando a constituir um programa planejado e integrado, que levasse</p><p>em consideração os riscos à saúde dos trabalhadores existentes nos</p><p>ambientes de trabalho, especialmente aqueles identificados nas</p><p>avaliações previstas nas demais normas regulamentadoras. Para essa</p><p>revisão, fora constituído Grupo Técnico de Trabalho para estudar a</p><p>revisão da NR-07, após análise das contribuições recebidas de toda a</p><p>comunidade, objeto da Portaria SSST n.º 12, de 13 de outubro de 1994.</p><p>(BRASIL, 1978)</p><p>A NR 7, se aplica às organizações e aos órgãos públicos da administração</p><p>direta e indireta, bem como aos órgãos dos poderes legislativo e judiciário e ao</p><p>Ministério Público, que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do</p><p>Trabalho – CLT, sendo também, pela leitura de seu teor fica claro que a qualidade de</p><p>vida e saúde do trabalhador deve der prioridade na empresa.</p><p>Por fim, temos que são diretrizes do PCMSO:</p><p>a) rastrear e detectar precocemente os agravos à saúde relacionados ao</p><p>trabalho;</p><p>b) detectar possíveis exposições excessivas a agentes nocivos ocupacionais;</p><p>c) definir a aptidão de cada empregado para exercer suas funções ou tarefas</p><p>determinadas;</p><p>d) subsidiar a implantação e o monitoramento da eficácia das medidas de</p><p>prevenção adotadas na organização;</p><p>e) subsidiar análises epidemiológicas e estatísticas sobre os agravos à saúde</p><p>e sua relação com os riscos ocupacionais;</p><p>f) subsidiar decisões sobre o afastamento de empregados de situações de</p><p>trabalho que possam comprometer sua saúde;</p><p>42</p><p>g) subsidiar a emissão de notificações de agravos relacionados ao trabalho, de</p><p>acordo com a regulamentação pertinente;</p><p>h) subsidiar o encaminhamento de empregados à Previdência Social;</p><p>i) acompanhar de forma diferenciada o empregado cujo estado de saúde possa</p><p>ser especialmente afetado pelos riscos ocupacionais;</p><p>j) subsidiar a Previdência Social nas ações de reabilitação profissional;</p><p>k) subsidiar ações de readaptação profissional;</p><p>l) controlar da imunização ativa dos empregados, relacionada a riscos</p><p>ocupacionais, sempre que houver recomendação do Ministério da Saúde.</p><p>6 NORMA REGULAMENTADORA Nº 32- SEGURANÇA E SAÚDE NO</p><p>TRABALHO EM SERVIÇOS DE SAÚDE</p><p>Fonte: Direitos Brasil, 2022.</p><p>Em relação à sua redação inicial, o Ministério do Trabalho e Previdência dispõe:</p><p>[...] o texto básico inicial foi divulgado no Diário Oficial da União, para</p><p>consulta pública, por meio da Portaria SIT nº 37, de 06 de dezembro</p><p>de 2002, pelo prazo de 180 dias. Após o encerramento da consulta</p><p>pública, as numerosas contribuições apresentadas pela sociedade</p><p>foram organizadas pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Na</p><p>sequência, a partir do texto básico proposto pelo GT e das</p><p>contribuições apresentadas pela sociedade brasileira na consulta</p><p>pública, para a elaboração da proposta do texto da NR-32, foi</p><p>constituído Grupo de Trabalho Tripartite (GTT) da NR-32, em</p><p>conformidade com o deliberado na 36ª Reunião Ordinária da Comissão</p><p>Tripartite Paritária Permanente (CTPP) *, realizada em 27 e 28 de</p><p>novembro de 2003. (BRASIL, 2019)</p><p>43</p><p>A norma em questão detém em seu teor, anexado, o Guia Técnico de Riscos</p><p>Biológicos, que explica as diretrizes básicas para a implementação de medidas de</p><p>proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores dos serviços de saúde, bem como</p><p>daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à saúde em geral. Sendo</p><p>assim ela aplica-se aos ambulatórios médicos e odontológicos, clínicas, laboratórios</p><p>de análises clínicas, hospitais, etc, não sendo aplicável a serviços de saúde animal.</p><p>De acordo com Brasil (2019):</p><p>Outros temas igualmente relevantes são abordados na norma, como</p><p>resíduos (inclusive, os materiais perfurocortantes, que causam tantos</p><p>acidentes do trabalho), condições de conforto por ocasião das</p><p>refeições, lavanderias, serviços de limpeza e conservação,</p><p>manutenção de máquinas e equipamentos, condições ambientais</p><p>(ruído, iluminação, conforto térmico) e ergonomia. (BRASIL, 2019)</p><p>Nela está disposto que o empregador deve assegurar capacitação aos</p><p>trabalhadores, antes do início das atividades e de forma continuada, devendo</p>

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