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<p>1</p><p>COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA</p><p>1</p><p>SUMÁRIO</p><p>1. NOSSA HISTÓRIA ............................................................................................... 2</p><p>2. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 3</p><p>3. CONHECENDO A COMUNICAÇÃO ALTERNATTIVA ......................................... 5</p><p>1. Sobre a Comunicação Alternativa ..................................................................... 5</p><p>2. Definindo um Sistema de Comunicação Alternativa .......................................... 7</p><p>3. Comunicação Alternativa Aplicada à Educação ................................................ 9</p><p>4. SISTEMAS ALTERNATIVOS DE COMUNICAÇÃO ........................................... 11</p><p>1. Sistema Bliss ................................................................................................... 11</p><p>2. Sistema PCS ................................................................................................... 12</p><p>3. Sistema PECS - Picture Exchange Communication System ........................... 13</p><p>4. Sistema SPC - Símbolos Pictográficos Para a Comunicação ......................... 14</p><p>5. ESTRATÉGIAS NOS RECURSOS PARA COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA .... 16</p><p>1. Adaptação do Formato dos Recursos ............................................................. 16</p><p>2. Tipos de Estímulos e Estratégias Utilizados .................................................... 16</p><p>3. Quantidade de Estímulos Utilizados ................................................................ 17</p><p>4. Participação do Usuário na Construção do Recurso ....................................... 17</p><p>5. Ambientes e Parceiros de Comunicação Alternativa ....................................... 17</p><p>6. COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA – DESENVOLVENDO AUTONOMIA ............ 19</p><p>1. Programas Geradores de Autonomia e Auxiliares na Comunicação</p><p>Alternativa .............................................................................................................. 20</p><p>7. COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA E AMPLIADA ................................................. 23</p><p>1. Classificação dos Símbolos a Serem Utilizados .............................................. 23</p><p>2. Alunos que Necessitam de C.A.A.................................................................... 24</p><p>3. Avaliando o Aluno............................................................................................ 25</p><p>4. Definindo o Sistema a Ser Utilizado ................................................................ 26</p><p>5. Disposição do Sistema de Comunicação ........................................................ 27</p><p>6. O Que o Sistema Deve Comunicar ................................................................. 28</p><p>7. Iniciando o Trabalho Com C.A.A. – Materiais Necessários ............................. 29</p><p>8. Sistema de Comunicação de Baixa Tecnologia: Confeccionando o Cartão</p><p>Pictográfico ............................................................................................................ 30</p><p>9. O Passo a Passo - Iniciando o Trabalho ......................................................... 31</p><p>1. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 36</p><p>2</p><p>1. NOSSA HISTÓRIA</p><p>A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários,</p><p>em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-</p><p>Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo</p><p>serviços educacionais em nível superior.</p><p>A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de</p><p>conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação</p><p>no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua.</p><p>Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que</p><p>constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de</p><p>publicação ou outras normas de comunicação.</p><p>A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma</p><p>confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base</p><p>profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições</p><p>modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica,</p><p>excelência no atendimento e valor do serviço oferecido.</p><p>3</p><p>2. INTRODUÇÃO</p><p>Expressar sentimentos, partilhar informações, contar piadas, interagir com os</p><p>outros, enfim comunicar...</p><p>Tudo isso faz parte da essência do ser humano. A comunicação é de enorme</p><p>importância para a vida de uma pessoa, pois contribui para sua autoconfiança e</p><p>autoestima, e sobretudo para sua qualidade de vida. A comunicação humana implica</p><p>interações e envolve ações, palavras, sons, gestos, posturas, expressões corporais.</p><p>A comunicação é o modo como o homem se expressa, trabalha, se diverte e ama.</p><p>A maior parte dos conhecimentos aprendidos pela criança durante a infância</p><p>surge das relações com outros - adultos ou crianças. Do que lhe contam e explicam,</p><p>mas também ouvindo e vendo o que outros dizem e fazem. Por estas interações,</p><p>aprendem a comunicar-se, conhecem os significados dos objetos, das expressões</p><p>faciais, dos gestos, dos movimentos e da fala. Desta forma a criança adquire conceitos</p><p>e apropria-se de conhecimentos. “A comunicação é a chave da aprendizagem” —</p><p>Downing; 1999.</p><p>Desde a infância, o ato de expressar-se está associado as experiências de</p><p>autonomia, auto-respeito e autoestima. Por sua vez estes aspectos se encontram</p><p>relacionados com a possibilidade de expressar interesses, desejos, sentimentos,</p><p>escolher o que se quer, ou não, e de comentar situações.</p><p>Criança com dificuldades no funcionamento comunicativo está limitada em</p><p>seu acesso à informação, restringindo assim o conhecimento do que se passa a sua</p><p>volta e limitando sua participação nas atividades familiares, escolares e sociais.</p><p>A dificuldade de comunicação pode reduzir as oportunidades de:</p><p> Expressar sentimentos, afeto e desejos;</p><p> Compartilhar e trocar experiências;</p><p> Questionar, descrever ou comentar situações de seu dia.</p><p>Considerando estes aspectos, desenvolver as capacidades comunicativas</p><p>destas crianças, significa dar a ela maior compreensão do que acontece a sua volta,</p><p>possibilidade de expressar suas necessidades, anseios e sobretudo devolver-lhe a</p><p>4</p><p>chave da aprendizagem em todos os seus aspectos. Retirando-lhe do isolamento e da</p><p>frustração.</p><p>Sendo assim, entendemos que é extrema a importância do uso de técnicas e</p><p>estratégias para minimizar ao máximo possível as dificuldades imposta pela</p><p>deficiência na comunicação. Normalmente as crianças que apresentam essas</p><p>dificuldades, vivem isoladas em seu próprio mundo, são introspectivas, tristes e</p><p>solitárias. É, portanto, necessário, “alargar as suas possibilidades de progredir e</p><p>facilitar seu desenvolvimento neste domínio, usando formas alternativas de</p><p>comunicação, de modo a poderem entender melhor o mundo que as cerca e serem</p><p>mais facilmente compreendidas pelos outros” (Downing. 1999). Esta é uma das formas</p><p>que o educador poder auxiliar no desenvolvimento da comunicação da criança.</p><p>Gleason (1995) e Mac Farland & McLetchie (s/d) enumeram algumas condições</p><p>essenciais para se estabelecer essa relação, são elas:</p><p> Reconhecer e responder aos seus comportamentos;</p><p> Levá-la a aceitar a presença do outro e a divertir-se na interação;</p><p> Usar as rotinas significativas para a criança de uma forma consistente</p><p>com início, meio e final bem definidos;</p><p> Realizar atividades em conjunto de forma que a criança possa aprender</p><p>por imitação;</p><p> Dar “pistas” sobre o que irá acontecer;</p><p> Encorajar a criança a aprender mais sobre seu mundo, para poder</p><p>reconhecer que é um ser diferenciado dos outros:</p><p> Ajudá-la a compreender que as coisas de que falamos podem não estar</p><p>próximas de nós;</p><p> Dar oportunidades</p><p>de experimentar várias situações em que possa</p><p>controlar o que acontece.</p><p>Ao longo do processo de aprendizagem o papel do adulto na interação com a</p><p>criança é importante no sentido de poder fornecer materiais e oportunidades de</p><p>aprendizagem e partilhar com ela as suas experiências. Por isso o papel do educador</p><p>deve ser o de facilitar a aprendizagem, deixando a criança aprender da forma mais</p><p>participativa e ativa possível, brincando. Para isso o educador pode usar de</p><p>estratégias relacionadas ao ambiente da sala de aula e a interpretação de seus</p><p>comportamentos comunicativos.</p><p>5</p><p>3. CONHECENDO A COMUNICAÇÃO ALTERNATTIVA</p><p>Um dos maiores desafios para a TECOLOGIA ASSISTIVA é criar ferramentas</p><p>e métodos que permitam que pessoas com deficiências motoras e da fala possam se</p><p>comunicar. Isso deu origem a uma área de estudos e técnicas chamada Comunicação</p><p>Alternativa. Sendo fundamental para que pessoas com deficiências que limitam sua</p><p>capacidade comunicacional melhorem sua qualidade de vida. Afinal, é a partir das</p><p>suas ferramentas e técnicas que essa habilidade é desenvolvida de maneira</p><p>adequada.</p><p>1. Sobre a Comunicação Alternativa</p><p>O que é comunicação? É transmitir oralmente uma mensagem? É a ação de</p><p>um emissor enviar uma mensagem a um receptor? É possível viver sem</p><p>comunicação? Essas questões são de grande importância para elucidar o conceito de</p><p>comunicação. Conforme já comentado a comunicação é a possibilidade de uma</p><p>pessoa expressar uma mensagem de forma diversificada e possibilita a interação</p><p>entre as pessoas nos diferentes ambientes que estão ao seu redor.</p><p> PROF!</p><p>A comunicação é um marco histórico que revolucionou o mundo, desde os primatas</p><p>até os dias atuais. A tecnologia avançou a passos largos e a comunicação teve seu</p><p>contributo na medida em que o tempo passava, e ela estava sempre presente. A</p><p>comunicação foi e continua a ser o elo mais importante da evolução humana, fez</p><p>o grande diferencial entre o hoje e o ontem. Será a mola propulsora entre o hoje e</p><p>o amanhã e será uma grande força contributiva de um futuro bem próximo</p><p>(BRAGANÇA, 2009).</p><p>Cada um de nós possui variados modos de comunicar: com o olhar, o sorriso,</p><p>movimentos corporais, com o corpo ou partes do corpo etc. Por exemplo: acenar com</p><p>6</p><p>o braço para dizer “tchau” ou para chamar um táxi na rua e balançar a cabeça para</p><p>dizer “sim” ou “não”. Com os gestos corporais, comunicamos nossas vontades,</p><p>interesses, concordâncias ou discordâncias, emoções, sentimentos. A comunicação</p><p>entre pessoas é marcada e complementada por vários elementos comunicativos que</p><p>permitem compreender o outro e, também, ser compreendido. (MANZINI;</p><p>DELIBERATO, 2006, p. 3)</p><p>O sistema de comunicação humana consiste em diversos sinais que podem ser</p><p>gestos, sons, signos linguísticos que possuem significados singulares ou universais,</p><p>transmitidos por via de comunicação natural e/ou alternativa.</p><p>O livro - O Corpo Fala, de Weil e Trompaço (2001), é um clássico da literatura</p><p>que descreve de maneira brilhante as diversas modalidades da linguagem não verbal</p><p>do corpo humano, apresentadas como ferramentas de comunicação, de troca mútua</p><p>entre pessoas. Os autores convidam o leitor a interagir com o texto por meio de</p><p>recursos como desenhos e personagens. Explicam o processo de comunicação</p><p>emissor-informação-receptor, desde a emissão da informação até a recepção e</p><p>decodificação pelo receptor, que interpreta e dá um significado à mensagem. “O tema</p><p>abrange a comunicação psicossomática inconsciente do próprio leitor e por isso o</p><p>fascina, diverte, desafia e esclarece ao mesmo tempo!” (WEIL; TOMPAKOW, 2001, p.</p><p>4).</p><p>A comunicação é um recurso essencial ao homem, é um indicador da evolução</p><p>da espécie humana. Por isso, quando nos deparamos com pessoas com deficiência</p><p>que não conseguem se comunicar bem, nos incomodamos. Isso acontece, por</p><p>exemplo, quando temos à frente uma pessoa com paralisia cerebral ou sequelas na</p><p>área da fala, ou uma pessoa surda que deseja comunicar algo e não consegue.</p><p>Nesses momentos, a comunicação alternativa é uma importante aliada.</p><p>“Comunicação alternativa e aumentativa (CAA): refere -se a qualquer meio de</p><p>comunicação que complemente ou substitua os meios usuais de fala ou escrita. A</p><p>comunicação é aumentativa quando o indivíduo utiliza um outro meio de</p><p>comunicação para complementar ou compensar deficiências que a fala apresenta.</p><p>Possui alguma comunicação, mas essa não é suficiente para suas trocas so</p><p>ciais. A comunicação alternativa ocorre quando o indivíduo utiliza outro meio para</p><p>7</p><p>se comunicar ao invés da fala, pelo fato de estar impossibilitado de articular ou</p><p>produzir sons adequadamente” (SONZA, 2013, p. 255 apud FERNANDES, 2000).</p><p>Em educação especial, a expressão comunicação alternativa e/ou</p><p>suplementar vem sendo utilizada para designar um conjunto de</p><p>procedimentos técnicos e metodológicos direcionado a pessoas acometidas</p><p>por alguma doença, deficiência, ou alguma outra situação momentânea que</p><p>impede a comunicação com as demais pessoas por meio dos recursos</p><p>usualmente utilizados, mais especificamente a fala (MANZINI; DELIBERATO,</p><p>2006, p. 4).</p><p>Inseridos na sociedade informacional, globalizada, e preocupados com</p><p>acessibilidade comunicacional, nos interrogamos sobre as formas alternativas de</p><p>comunicação. O que é preciso construir para ajudar uma pessoa a comunicar suas</p><p>vontades, conversar com os demais? Nesse ponto insere-se a comunicação</p><p>alternativa.</p><p> PROF!</p><p>Leia o livro - O Corpo Fala: a linguagem silenciosa da comunicação não</p><p>verbal, de Wel e Tompakow (2001). E Assista ao vídeo O que é</p><p>comunicação? Construa uma breve resposta para a pergunta: qual a</p><p>importância da comunicação para o homem? Disponível no youtube.</p><p>2. Definindo um Sistema de Comunicação Alternativa</p><p>A comunicação alternativa (suplementar ou ampliada, como termos sinônimos)</p><p>enfatiza diferentes modalidades de comunicação com finalidades definidas a partir da</p><p>necessidade do usuário, que podem ser, segundo Deliberato e Manzini (2006):</p><p> Propiciar uma comunicação alternativa para o usuário;</p><p> Criar recursos de manutenção da comunicação alternativa para o usuário.</p><p>Os autores supracitados sugerem ainda duas dimensões às comunicações</p><p>alternativas:</p><p> Comunicação apoiada;</p><p> Comunicação não apoiada.</p><p>A comunicação apoiada indica que os recursos para a comunicação utilizam</p><p>apoios de expressão linguística que estejam fora do corpo do usuário e que recebem</p><p>ajuda de outra pessoa, assim, “são objetos reais, miniaturas de objetos, pranchas de</p><p>8</p><p>comunicação com fotografias, desenhos e outros símbolos gráficos e, ainda, os</p><p>sistemas computadorizados” (MANZINI; DELIBERATO, 2006, p. 5).</p><p>Em decorrência das dificuldades motoras, certos usuários de recursos de</p><p>comunicação apoiada vão, também, depender de alguém para selecionar e</p><p>indicar os estímulos necessários para que seja interpretado. É o caso dos</p><p>alunos que necessitam de uma outra pessoa para realizar o manuseio do</p><p>material confeccionado, apontando as figuras ou as fotos necessárias para</p><p>estabelecer uma comunicação. A pessoa que auxilia vai indicando uma figura</p><p>após a outra até que a escolha seja feita (sistema de varredura na linha e/ou</p><p>na coluna). Após a seleção da figura pelo usuário, há necessidade de retomar</p><p>novas seleções. Há alunos que conseguem selecionar os estímulos pelo olhar</p><p>ou pelo apontar com a língua, mas não conseguem virar uma página ou pegar</p><p>uma prancha temática. Nessas situações, também, esses alunos necessitam</p><p>de auxílio do professor (MANZINI; DELIBERATO, 2006, p. 5, grifo nosso).</p><p>A comunicação não apoiada indica que os recursos de comunicação estão na</p><p>pessoa, ou, em outras palavras, o “banco de comunicação” é dela mesma, “tais como</p><p>os sinais manuais, expressões faciais, língua de sinais, movimentos corporais,</p><p>gestos,</p><p>piscar de olhos para indicar ‘sim’ ou ‘não’” (MANZINI; DELIBERATO, 2006, p. 5-6).</p><p>As expressões são totalmente produzidas pelos seus usuários, ou seja, ela é</p><p>realizada por meio das ações que o próprio aluno pode produzir, sem o auxílio</p><p>de outra pessoa ou de equipamentos. Cabe salientar que o uso da escrita,</p><p>assim como o da língua de sinais, é um recurso importante quando o aluno</p><p>não tem a possibilidade de falar, pois estabelece uma comunicação face a</p><p>face. Embora sejam possibilidades comunicativas importantes, tanto a escrita</p><p>como a língua de sinais requerem habilidades motoras e, nesse sentido, nem</p><p>todos os alunos com deficiência física têm possibilidade de utilizá-las</p><p>(MANZINI; DELIBERATO, 2006, p. 6, grifo nosso).</p><p>Para selecionar, planejar e aplicar um sistema de comunicação, Manzini e</p><p>Deliberato (2006) advertem que temos que estar atentos ao ambiente individual e do</p><p>entorno do aluno e, também, aos dispositivos legais voltados à acessibilidade,</p><p>desenho universal, CIF, entre outros. Para essa tarefa, os autores descrevem algumas</p><p>das propriedades que devem ser atendidas pelo sistema de comunicação alternativa:</p><p> O sistema utilizará objetos concretos?</p><p> O sistema será composto por fotografias, figuras ou desenhos?</p><p> Terá como base um sistema de símbolos gráficos (pictográficos,</p><p>ideográficos ou aleatórios)?</p><p> O sistema será combinado?</p><p> Far-se-á uso da ortografia?</p><p>9</p><p> O sistema será composto por sistemas gestuais?</p><p>Esses autores observam ainda: Para fazer esse delineamento é necessária</p><p>uma avaliação do aluno (DELIBERATO; MANZINI, 1997), e também da participação</p><p>do professor, da família, do fonoaudiólogo e, se possível, de uma equipe para avaliar</p><p>as possibilidades do aluno e da situação.</p><p>Em linhas gerais, para avaliar o aluno e a situação na qual o sistema será</p><p>utilizado, deveremos verificar:</p><p>1. As habilidades físicas do usuário: acuidade visual e auditiva; habilidades</p><p>perceptivas; fatores de fadiga; habilidades motoras tais como preensão manual, flexão</p><p>e extensão de membros superiores, habilidade para virar páginas;</p><p>2. As habilidades cognitivas: compreensão, expressão, nível de</p><p>escolaridade, fase de alfabetização;</p><p>3. O local onde o sistema será utilizado: casa, escola, comunidade; com</p><p>quem o sistema será utilizado: pais, professores, amigos, comunidade em geral;</p><p>4. Com qual objetivo o sistema será utilizado: ensino em sala de aula,</p><p>comunicação entre amigos.</p><p>Dessa forma, é importantíssimo fazer um levantamento das habilidades já</p><p>existentes e do potencial do aluno, uma vez que o recurso alternativo de comunicação</p><p>dará possibilidade ao professor de trabalhar aspectos da compreensão e expressão</p><p>da linguagem do aluno. Tendo em mãos os dados dessa avaliação, é possível</p><p>preparar o recurso a ser utilizado, ou seja, qual será a forma desse recurso, por</p><p>exemplo, se ele deverá conter um vocabulário específico para a sala de aula ou para</p><p>outra situação, se haverá um vocabulário básico com figuras acoplado com letras, ou</p><p>mesmo com objetos (MANZINI; DELIBERATO, 2006, p. 6-7).</p><p>3. Comunicação Alternativa Aplicada à Educação</p><p>Pensar sobre a comunicação alternativa aplicada à educação é refletir sobre os</p><p>princípios da educação atual sustentada na ética e na cidadania, para o pleno</p><p>desenvolvimento do ser humano; uma educação que valoriza o acesso e a</p><p>permanência do aluno no espaço escolar.</p><p>É a escola para todos. Santos (2007), quando reflete sobre os indicadores de</p><p>uma escola atual, identifica como sendo aquela que foca seu trabalho com as</p><p>10</p><p>diferenças em sala de aula, no contexto da diversidade cultural, em ações que</p><p>desenvolvam o trabalho com as diferenças e os variados ritmos de aprendizagem do</p><p>alunado.</p><p> Transformação das dinâmicas e das metodologias utilizadas em sala de</p><p>aula: organização dos tempos e espaços com características individuais, em dupla,</p><p>em pequeno grupo e em grande grupo, viabilizando a ocorrência não apenas de</p><p>ensino, mas de aprendizagens que ocorrem nas interações professor e alunos.</p><p> Reorganização do tempo e espaço de forma flexível: o Projeto escolar</p><p>pressupõe flexibilidade de horários (aulas geminadas, aulas curtas etc.) e ocupação</p><p>de outros espaços que permitam ritmos e atividades diversificados.</p><p> Formação em serviço: a aprendizagem permanente não para e o desafio de</p><p>uma educação de qualidade está sempre presente para que os estudos contínuos</p><p>aconteçam sempre (SANTOS, 2007, p. 27). Esses sinais revelam o quanto a escola é</p><p>coerente com os dispositivos legais para o desenvolvimento do indivíduo, alicerçada</p><p>no paradigma da inclusão: autonomia, empoderamento e independência.</p><p>Esses sinais revelam o quanto a escola é coerente com os dispositivos legais</p><p>para o desenvolvimento do indivíduo, alicerçada no paradigma da inclusão:</p><p>autonomia, empoderamento e independência.</p><p>Uma boa via na efetivação do paradigma, segundo Galvão (2012), está na</p><p>atitude paciente, respeitosa ao ritmo da criança, e persistente ao estímulo, por parte</p><p>do professor, no enfrentamento dos obstáculos cotidianos. Um exemplo:</p><p>A escola ao lidar com o aluno surdocego precisa estar ciente da importância</p><p>da comunicação para este aluno, compreendendo, por exemplo, que não</p><p>basta o aluno surdocego usar gestos e sons que só ele entende. É preciso</p><p>que as suas formas de expressão estejam inseridas em um sistema</p><p>linguístico, seja este baseado na língua oral ou gestual. Ou seja, para facilitar</p><p>o acesso do aluno aos conteúdos escolares é importante conhecer as</p><p>peculiaridades que envolvem a sua comunicação, acolhendo os limites e</p><p>possibilidades das formas de comunicação usadas pelos alunos (GALVÃO,</p><p>2012, p. 333).</p><p>Ressalta-se a importância da aplicabilidade das Ajudas Técnicas,</p><p>especificamente da comunicação alternativa, para assegurar e viabilizar as políticas</p><p>públicas educacionais à pessoa com deficiência ou mobilidade reduzida ou idosa.</p><p>Desse modo, a educação favorece o acesso, participação e qualidade de vida por</p><p>11</p><p>parte de todas as pessoas. Devendo assim estarem integrados aos recursos da</p><p>sociedade informacional e ao currículo escolar.</p><p>4. SISTEMAS ALTERNATIVOS DE COMUNICAÇÃO</p><p>Os sistemas alternativos de comunicação são representados por marcadores</p><p>como gestos, alfabeto digital, signos, fotos, figuras e desenhos. Os sistemas</p><p>alternativos mais populares no Brasil são:</p><p> Blissymbols (Bliss), Picture Communication Symbols (PCS) </p><p>Pictogram Ideogram Communication Symbols (PIC).</p><p>Sonza (2013, p. 255) destaca que os sistemas de comunicação aumentativa e</p><p>alternativa se referem aos componentes (símbolos, gestos, recursos, estratégias e</p><p>técnicas) utilizados pelos indivíduos para comunicação. Podem ser manuais ou</p><p>gráficos, sendo que os primeiros são aqueles que não requerem ajuda externa, como:</p><p>gestos, alfabeto digital e Libras (sem as flexões), além de outros marcadores</p><p>gramaticais complexos que venham a ser utilizados por ouvintes.</p><p>1. Sistema Bliss</p><p>[...] os símbolos são compostos por um número pequeno de formas, os</p><p>elementos simbólicos. Esses são combinados para representar milhares de</p><p>significados. Os símbolos podem ser:</p><p> Pictográficos (desenhos que parecem com aquilo que desejam simbolizar);</p><p> Arbitrários (desenhos que não possuem relação pictográfica entre forma e</p><p>aquilo que desejam simbolizar);</p><p> Ideográficos (desenhos que simbolizam a ideia de algo, criam uma associação</p><p>gráfica entre símbolo e o conceito que ele representa);</p><p> PROF!</p><p>Leia o texto “Audiodescrição – recurso de acessibilidade para inclusão</p><p>cultural das pessoas com deficiência”, da autora Lívia Maria Villela de Mello</p><p>Motta.</p><p>12</p><p> Compostos (grupos de símbolos agrupados para representar objetos e ideias)</p><p>(SONZA, 2013, p. 256).</p><p>Esse sistema é conhecido como visual gráfico representado por símbolos</p><p>pictográficos -</p><p>parecem-se com o que representam, que estão acompanhados do seu</p><p>significado e que representam pessoas, objetos, ações, conceitos, sentimentos.</p><p>Estão dispostos num quadro com determinada ordem e significado e vantagens,</p><p>pois pode ser utilizado em casa, na escola ou em qualquer outro local, visto o quadro</p><p>ser fácil de transportar. É de fácil compreensão visto que em cima de cada símbolo</p><p>existe a palavra escrita e é fundamental para a aprendizagem da leitura e da escrita,</p><p>reforça a construção correta das frases e o reforço visual é constante.</p><p>Destina-se a crianças com déficits auditivos, visuais, mentais, autistas, atrasos de</p><p>desenvolvimento de linguagem, entre outros. Com o objetivo de que a criança adquira</p><p>uma maior independência, haja um desenvolvimento da linguagem, uma interação</p><p>sócia familiar melhorada e exista uma estimulação intelectual.</p><p>Figura 1: Exemplo de sistema Bliss</p><p>Fonte: (SANTOS, 2017).</p><p>2. Sistema PCS</p><p>[...] é basicamente pictográfico. Criado para indivíduos com comprometimento</p><p>na comunicação oral e que não compreendem o sistema ideográfico. Segue a mesma</p><p>divisão sintática e cores dos Símbolos Bliss (FERNANDES, 2000 apud SONZA, 2013,</p><p>p. 256).</p><p>Sistema PIC (Pictogram Ideogram Communication): os “Pictogramas” são um</p><p>sistema que foi concebido com o objetivo de possibilitar a comunicação e assim</p><p>estimular e desenvolver as capacidades de percepção e conceitualização de pessoas</p><p>13</p><p>impossibilitadas de comunicar oralmente. Pode ser usado por crianças e jovens com</p><p>atrasos acentuados no desenvolvimento intelectual, com dificuldades na fala e/ou</p><p>com problemas a nível perceptivo. Este método é composto por 400 símbolos que</p><p>englobam mais de 400 conceitos.</p><p>Os símbolos graficamente são constituídos por figuras brancas,</p><p>aperfeiçoadas, sobre um fundo preto, para reduzir as dificuldades de discriminação</p><p>entre figura e fundo. Podem ser agrupadas por áreas de interesse, facilitando assim à</p><p>criança a construção de frases</p><p>Figura 2: Exemplo sistema PIC.</p><p>Fonte: (SANTOS, 2017).</p><p>3. Sistema PECS - Picture Exchange Communication System</p><p>Forma um sistema de comunicação completo e foi originalmente desenhado</p><p>para criar, rápida e economicamente, recursos consistentes de comunicação. Este é</p><p>o método de comunicação mais utilizado com autistas, desde os primeiros anos de</p><p>vida.</p><p>Foi originalmente desenvolvido para crianças do espectro autista em idade</p><p>préescolar, mas atualmente é usado por crianças e adultos com perturbações do</p><p>espectro do autismo e outros diagnósticos que apresentem dificuldades na fala e na</p><p>comunicação. Através deste método, a criança autista consegue desenvolver a fala,</p><p>pois tenta responder a todas as necessidades e desejos, desde os mais básicos aos</p><p>mais complexos. Os cartões com fotos de objetos que significam coisas que a</p><p>14</p><p>criança necessite, como: “beber água”, “comer”, “ir ao banheiro” ou “brincar” fazem</p><p>com que a criança comunique tudo aquilo que precisar naquele momento.</p><p>O PECS tem como objetivo ir ao encontro daquilo que atrai as crianças,</p><p>como alimentos, bebidas, brinquedos, livros. Depois de se conhecerem as</p><p>preferências da criança são feitas imagens desses objetos que, posteriormente, serão</p><p>apresentadas e oferecidas a esta. Lentamente, é retirada a ajuda física para apanhar</p><p>a imagem, para que a criança comece a desenvolver a iniciativa de iniciar a interação,</p><p>pegando na imagem e entregando-a ao terapeuta.</p><p>Progressivamente, o grau de dificuldade será aumentado, a ponto de o sistema</p><p>ensinar a criança a criar enunciados simples a partir das imagens e de uma sequência</p><p>de frases.</p><p>Figura 3: Exemplo de PECS</p><p>Fonte: (SANTOS, 2017).</p><p>4. Sistema SPC - Símbolos Pictográficos Para a Comunicação</p><p>É constituído por desenhos a preto que representam substantivos, verbos e</p><p>adjetivos. O fundo sobre o qual o símbolo é desenhado pode ser branco ou de outra</p><p>15</p><p>cor. É normal o emprego de cores comuns aos vários gêneros (substantivos, verbos</p><p>e adjetivos).</p><p>O SPC é apropriado para ser utilizado, tanto por pessoas cujas necessidades</p><p>comunicativas sejam equivalentes a um nível de linguagem simples (necessitando de</p><p>um vocabulário limitado e de estruturar frases relativamente curtas) como por pessoas</p><p>com níveis de linguagem mais elaborados (que necessitam de utilizar uma gama de</p><p>vocabulário muito vasta, com possibilidades de estruturar frases de maior</p><p>complexidade). Pode assim considerar-se como um sistema flexível que pode evoluir,</p><p>ajustando-se às necessidades comunicativas do seu utilizador.</p><p>Figura 4: Exemplo de SPC</p><p>Fonte: (SANTOS, 2017).</p><p> APRENDA MAIS:</p><p>Sugerimos a leitura do artigo: “Desafios para a tecnologia da informação e</p><p>comunicação em espaço educacional inclusivo”, dos autores Amanda Meincke</p><p>Melo, Janaína Speglich de Amorim, M. Cecília C. Baranauskas e Susie de</p><p>Araujo Campos Alcoba. Publicado no XXV Congresso da Sociedade Brasileira de</p><p>Computação.</p><p>16</p><p>5. ESTRATÉGIAS NOS RECURSOS PARA COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA</p><p>Para identificar o recurso de comunicação alternativa mais adequado às</p><p>necessidades do aluno com deficiência, Manzini e Deliberato (2006) descrevem o</p><p>banco de ideias, com a finalidade de instrumentalizar o professor na seleção do</p><p>recurso que atenda ao estilo de aprendizagem e garanta acessibilidade instrumental</p><p>e comunicacional ao aluno.</p><p>A seguir apresentamos o banco de ideias composto por cinco temas principais.</p><p>1. Adaptação do Formato dos Recursos</p><p> Pastas e fichários: tipos, cores e tamanhos variados que atendam às</p><p>características físicas e motoras do aluno.</p><p> Pranchas com estímulos removíveis: por exemplo, álbuns de fotografias, de</p><p>desenhos.</p><p> Prancha temática: figuras com tema específico, por exemplo, materiais de</p><p>higiene pessoal.</p><p> Prancha fixa na parede: o professor pode fixar figuras relacionados ao TEMA</p><p>da aula.</p><p> Prancha fixa sobre a carteira: para alunos que apresentam movimentos</p><p>involuntários.</p><p> Pasta frasal: como um cardápio com figuras que representam ações (com</p><p>verbos).</p><p> Prancha frasal: utilizada para construir textos com aluno.</p><p>2. Tipos de Estímulos e Estratégias Utilizados</p><p>Podem ser compostos pelo próprio objeto, ou seja, mais próximos do real,</p><p>proporcionando melhor manuseio para o aluno.</p><p> Objeto concreto e sua representação: por exemplo, laranja, banana.</p><p> Miniaturas: por exemplo, animais, brinquedos.</p><p>17</p><p> Símbolos gráficos: utilizam-se fotos ou figuras com os nomes dos objetos</p><p>representados.</p><p> Figura temática: figuras com identificação dos nomes.</p><p> Fotos e figuras de atividade sequencial: usadas para comunicar relato</p><p>de experiência.</p><p> Símbolos gráficos com fundo diferente: cores contrastantes facilitam a</p><p>comunicação.</p><p> Misto: integram mais de um estímulo.</p><p> Gestos: usam-se partes do corpo.</p><p> Expressões faciais: os olhos podem expressar vontades, interesses.</p><p>3. Quantidade de Estímulos Utilizados</p><p>Planejados para o trabalho com aspectos de percepção visual, auditiva e</p><p>sinestésica.</p><p> Estímulo único: uma figura, um desenho.</p><p> Dois estímulos: composição de figuras, fotos, desenhos.</p><p> Vários estímulos: integram mais de um estímulo, auxiliam na interação</p><p>professor-aluno. Recursos para a comunicação alternativa.</p><p>4. Participação do Usuário na Construção do Recurso</p><p>Para selecionar os objetos, fotos ou figuras dependendo do usuário.</p><p> Seleção dos estímulos.</p><p> Confecção do recurso.</p><p> Organização do recurso.</p><p>5. Ambientes e Parceiros de Comunicação Alternativa</p><p> Facilitam a interação e a participação entre todos na escola.</p><p> Parceiros de comunicação alternativa.</p><p> Participação da família.</p><p>18</p><p>Finalmente, conforme Manzini e</p><p>Deliberato: A aparência do recurso em si pode</p><p>ser muito simples, porém, o seu processo de implementação necessita ser pensado,</p><p>elaborado e testado em situação prática.</p><p>[...] um recurso só adquire funcionalidade para comunicar mensagens quando</p><p>conseguimos identificar as potencialidades de nossos alunos e adequamos o meio</p><p>para que essas potencialidades possam ser expressas. Feito isso, estaremos dando</p><p>voz a nossos alunos, que é uma das primeiras formas para a construção de uma</p><p>sociedade inclusiva (MANZINI; DELIBERATO, 2006, p. 42).</p><p>Os autores destacam o quão fundamental é a comunicação alternativa e como</p><p>o seu planejamento e uso devem ser cuidadosos. Inicialmente deve-se conhecer o</p><p>ambiente pessoal e o do entorno do aluno para que se preserve a natureza do recurso</p><p>como um mediador no processo de acessibilidade que promove a qualidade de vida.</p><p>O aluno é um parceiro importante na escolha do recurso para a sua aprendizagem,</p><p>para a conquista da vida independente, para a autonomia e para o exercício da</p><p>cidadania.</p><p>19</p><p>6. COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA – DESENVOLVENDO AUTONOMIA</p><p>A comunicação alternativa desenvolvendo autonomia atende as prerrogativas</p><p>da ONU – Organização das Nações Unidas e da Declaração Universal dos Direitos</p><p>Humanos (1948) – quando descrevem as três dimensões dos direitos humanos:</p><p>1. As liberdades individuais ou direito civil;</p><p>2. Os direitos sociais;</p><p>3. Os direitos coletivos da humanidade conjugam os direitos e as</p><p>liberdades individuais e os deveres para com a comunidade em que se vive.</p><p>A comunicação alternativa disponibiliza ao usuário uma comunicação eficiente</p><p>e eficaz, que explora as diversas possibilidades da linguagem, respeita as diferenças</p><p>individuais e a diversidade humana.</p><p>Ao interagir com as práticas pedagógicas, identifica-se o estilo de</p><p>aprendizagem do aluno e assim elimina-se qualquer barreira que impede o aprender</p><p>e o sucesso escolar do aluno, ou seja, respeita-se o conhecimento prévio do aluno e</p><p>trabalha-se com a zona de desenvolvimento proximal.</p><p>A zona de desenvolvimento proximal refere-se, assim, ao caminho que o</p><p>indivíduo vai percorrer para desenvolver funções que estão em processo de</p><p>amadurecimento e que se tornarão funções consolidadas, estabelecidas no</p><p>seu desenvolvimento real. A zona de desenvolvimento proximal é, pois, um</p><p>domínio psicológico em constante transformação: aquilo que uma criança é</p><p>capaz de fazer com ajuda de alguém hoje, ela conseguirá fazer sozinha</p><p>amanhã (OLIVEIRA,1993).</p><p>A educação nos dias atuais tem por meta a autonomia do aprendiz, o uso da</p><p>criatividade no enfrentamento e na resolução dos problemas cotidianos. O professor</p><p>é quem apresenta os desafios ao aprendiz e colabora na pesquisa de recursos e de</p><p>instrumentos de resolução da problemática em sala de aula. Assim, ele oferece as</p><p>condições no ambiente de aprendizagem.</p><p>As tecnologias assistivas e a comunicação alternativa são aliadas essenciais</p><p>quando o professor tem um aluno com deficiência na sala de aula. Possibilitam a</p><p>construção de recursos de acessibilidade nas suas diferentes dimensões:</p><p>metodológica, instrumental, comunicacional, atitudinal e arquitetônica.</p><p>20</p><p>Nas últimas décadas tem se consolidado a concepção que considera o</p><p>processo de aprendizagem resultado da ação do aprendiz. Por isso a função do</p><p>professor é criar condições para que o aluno possa exercer sua função de aprender</p><p>participando de situações que favoreçam isso. Nesse sentido, com relação aos alunos</p><p>com deficiência, torna-se indispensável a criação de condições de aprendizagem pelo</p><p>professor por meio da construção de recursos de acessibilidade.</p><p>1. Programas Geradores de Autonomia e Auxiliares na Comunicação Alternativa</p><p>I. Sistema Plaphoons – software de comunicação para pessoas com limitações</p><p>graves. Finalidade: construir mensagens para que a pessoa possa comunicar suas</p><p>vontades e interesses. Usado para leitura e escrita. O programa permite criar pranchas</p><p>e pode ser utilizado como editor de pranchas, prancha de comunicação, comunicador.</p><p>II. Sistema Notevox – da USP laboratório de psicologia. Sistema concebido para</p><p>servir paralisados cerebrais alfabetizados e portadores de esclerose lateral</p><p>amiotrófica. Tem três versões: Notevox-teclado, Notevox-mouse e Notevox-chave.</p><p>III. Sistema Boardmaker – processo computadorizado no qual as pranchas de</p><p>comunicação são montadas e impressas conforme a necessidade do usuário. O</p><p>sistema é composto por 3 500 símbolos do tipo PCS e possui suporte para a língua</p><p>de sinais. É uma ferramenta de autoria que permite construir os recursos de</p><p>comunicação e aprendizado dos quais o aluno necessitará em cada fase de seu</p><p>desenvolvimento educacional. Os exemplos e modelos que o Boardmaker possui</p><p>servem apenas para mostrar aos professores o potencial de criação deste software.</p><p> LEITURA COMPLEMENTAR</p><p>Utilização de um sistema de comunicação alternativa e ampliada em alunos com</p><p>autismo no contexto de ensino regular</p><p>21</p><p>(TOGASHI; WALTER, 2011)</p><p>[...] Para von Tetzchner e Martinsen, (1996), a Comunicação Alternativa e</p><p>Ampliada também chamada de comunicação não oral ou comunicação</p><p>suplementar refere-se a um ou mais recursos gráficos visuais e/ou gestuais que</p><p>complementam ou substituem a linguagem oral comprometida ou ausente. A</p><p>comunicação alternativa engloba aspectos muito mais importantes do que</p><p>simplesmente o uso de recursos eletrônicos ou pranchas contendo figuras ou</p><p>pictogramas, ela necessita de interlocutores atentos e interessados em se</p><p>comunicar com a pessoa que não comunica por meio da fala.</p><p>O prejuízo linguístico no autismo e nos Transtornos Globais de</p><p>Desenvolvimento (TGD) envolve dificuldades na comunicação não verbal, nos</p><p>processos simbólicos, na produção da fala, nos aspectos pragmáticos da</p><p>linguagem (PRIZANT et al., 2000), nas habilidades que precedem a linguagem,</p><p>na compreensão da fala, no uso de gestos simbólicos e das mímicas</p><p>(PERISSINOTO, 2003; TOMAZELO, 2003; VON TETZCHNER et al., 2004).</p><p>Pessoas com autismo apresentam sinais e sintomas bastante peculiares, tornando</p><p>a relação ainda mais delicada, uma vez que são caracterizados por apresentarem</p><p>alterações qualitativas das interações sociais recíprocas e modalidades de</p><p>comunicação e por um repertório de interesses e de atividades restrito,</p><p>estereotipado e repetitivo (WALTER, TOGASHI E LIMA, 2011).</p><p>Zilbovicius, Meresse e Boddaert (2006) definem o autismo infantil como um grave</p><p>transtorno do desenvolvimento, onde a aquisição de algumas das</p><p>habilidades importantes para a vida humana é seriamente comprometida. Ainda</p><p>para estes autores, o distúrbio prejudica a interação social, deficiências na</p><p>comunicação verbal e não verbal, limitação das atividades e interesses, além de</p><p>padrões de estereotipias no comportamento. Estes e outros fatores tornam</p><p>delicado o processo de inclusão escolar para o grupo com o diagnóstico de TGD.</p><p>O atendimento escolar a esta clientela ainda necessita de muitos ajustes e</p><p>melhorias para que suas necessidades possam ser atendidas satisfatoriamente.</p><p>As características de pessoas com autismo podem assustar o professor que terá</p><p>de lidar diretamente com o aluno, principalmente se este apresentar grande</p><p>comprometimento na linguagem, difi</p><p>22</p><p>o seu convívio na escola, em casa e no desenvolvimento social (WALTER, 2011).</p><p>Deste modo, alunos com autismo que apresentam dificuldades na</p><p>comunicação oral e que estão incluídos em escolas de ensino regular, tornam</p><p>esta relação de ensino- -aprendizagem muito delicada, podendo prejudicar ou</p><p>impedir parte ou todo o processo de ensino-aprendizagem desses sujeitos.</p><p>Portanto, o processo de inclusão de alunos com autismo no contexto regular</p><p>tende a ser ainda mais delicado, uma</p><p>vez que o comprometimento na</p><p>comunicação, interação social e a presença de</p><p>padrão restrito e repetitivo de comportamento podem acarretar prejuízos no</p><p>sucesso deste aluno na sala de aula regular caso não haja um direcionamento</p><p>eficaz, uma vez que o fato de o autismo ser tão complexo pode ser um fator</p><p>que dificulte a entrada de pessoas com esse diagnóstico em escolas (GOMES;</p><p>MENDES, 2010).</p><p>23</p><p>7. COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA E AMPLIADA</p><p>O termo Comunicação Alternativa e Ampliada (C.A.A.), de acordo Glennem</p><p>(1997), é definido por outras formas de comunicação além da modalidade oral, como</p><p>o uso de gestos, língua de sinais, expressões faciais, o uso de pranchas de alfabeto,</p><p>símbolos pictográficos, uso de sistemas sofisticados de computador com voz</p><p>sintetizada, dentre outros.</p><p>Dessa forma, a comunicação é considerada alternativa quando o indivíduo não</p><p>apresenta outra forma de comunicação e, considerada ampliada quando o indivíduo</p><p>possui alguma forma de comunicação, mas essa não é suficiente para manter elos</p><p>comunicativos e estabelecer trocas sociais. Vários são os sistemas de CAA</p><p>disponíveis no mercado.</p><p>Os profissionais da educação e saúde podem optar por</p><p> Recursos de baixa tecnologia; </p><p>Recursos de alta tecnologia.</p><p>Os Recursos de Baixa Tecnologia referem-se a recursos mais acessíveis que</p><p>possibilitam a comunicação quando inexiste a linguagem oral, podendo ser</p><p>representados através de gestos manuais, expressões faciais, código Morse e signos</p><p>gráficos como a escrita, desenhos, gravuras, fotografias. Podem ser também utilizados</p><p>o Sistema de Símbolos Bliss, Pictogram Ideogram Communication System – PIC,</p><p>Picture Communication Symbols – PCS. Os símbolos utilizados nesses sistemas</p><p>podem ser trabalhados em pranchas, painéis, carteiras ou outra forma acessível a</p><p>quem utilize.</p><p>Os Recursos de Alta Tecnologia oferecem sistemas de comunicação mais</p><p>sofisticados, com utilização do computador. São eles: Bliss-Comp, PIC-Comp,</p><p>PCSComp ImagoAnaVox, comunique, dentre outros.</p><p>1. Classificação dos Símbolos a Serem Utilizados</p><p>Os símbolos são as formas de representação de objetos, pessoas, ações,</p><p>relações e conceitos. São utilizados para expor o pensamento. Podem ser acústicos,</p><p>gráficos, gestuais, expressões faciais, movimentos corporais, táteis.</p><p>24</p><p>A classificação dos símbolos pode também ser diferenciada entre comunicação</p><p>assistida ou não assistida (LLOYD, QUIST e WINDSOR, 1990, apud NUNES 2002).</p><p>Para a comunicação não assistida, não são necessários símbolos na</p><p>reprodução do pensamento, apenas o corpo do indivíduo. Já na comunicação</p><p>assistida, o indivíduo necessita de materiais como objetos, palavras escritas,</p><p>fotografias e outros para se comunicar.</p><p>A comunicação assistida é ainda entendida como estática e permanente. Na</p><p>comunicação estática e permanente podem ser usados objetos, código Morse, figuras</p><p>diversas, símbolos Bliss, PIC, alfabeto escrito, Braille, podendo ser explorados de</p><p>forma dinâmica, seja por meio de mímica, voz digitalizada, língua de sinais ou</p><p>computador.</p><p>Cada cultura percebe o significado dos símbolos através de sua iconicidade,</p><p>podendo ser estabelecidos como translúcidos, transparentes ou opacos. Os símbolos</p><p>translúcidos estão relacionados a referentes específicos ou ideográficos (conceito),</p><p>sendo colocados em forma de símbolos pictográficos.</p><p>Os transparentes, por sua vez, são colocados em forma de miniaturas de</p><p>objetos, fotografias, pictográficos, de maneira que mantenham semelhança física ao</p><p>objeto que se referem. Já os símbolos opacos necessitam de ensino, pois não são</p><p>claros, ou seja, não é legível, podendo ser representados por convenções sociais,</p><p>referindo-se a objetos ou a conceitos (NUNES, 2002).</p><p>2. Alunos que Necessitam de C.A.A.</p><p>A C.A.A. pode ser utilizada junto à população de paralisados cerebrais, pessoas</p><p>com deficiência mental e autistas. Contudo, a Comunicação Alternativa aqui</p><p>apresentada pretende atender a todos as deficiências, já que o material visual além</p><p>de subsidiar as questões linguísticas, pode também contribuir para a aquisição de</p><p>conhecimentos de forma geral, pois o educando com necessidades especiais</p><p>trabalhado adequadamente pode compreender o mundo que o cerceia. Assim, a</p><p>população que necessita de formas alternativas de comunicação, de acordo com</p><p>Nunes (2002) pode integrar um dos seguintes grupos:</p><p>25</p><p>i.Linguagem expressiva;</p><p>ii.Linguagem de apoio; iii.Linguagem</p><p>alternativa.</p><p>O primeiro grupo refere-se aos indivíduos que compreendem a linguagem</p><p>oral, tendo dificuldades na fala por apresentarem problemas fono-articulatórios,</p><p>devendo recorrer a outras formas de comunicação.</p><p>Já no segundo grupo estão os indivíduos com atraso no desenvolvimento da</p><p>fala, que apresentam dificuldades, como paralisados cerebrais, portadores de</p><p>Síndrome de Down e outros, que pode utilizar-se de recursos alternativos de</p><p>comunicação temporariamente, apenas para alcançarem-na.</p><p>O grupo da linguagem alternativa engloba indivíduos com grande defasagem</p><p>na comunicação, como autistas, pessoas com deficiência mental severa, surdos.</p><p>Nesses casos se faz necessária a comunicação alternativa para subsidiar essa</p><p>dificuldade.</p><p>3. Avaliando o Aluno</p><p>É notório que crianças, adolescentes e adultos com necessidades de CAA</p><p>apresentam níveis de competência linguística diversificados. É necessário conhecer o</p><p>aluno antes de introduzir um sistema de CAA, o qual deve ser elaborado com base</p><p>numa avaliação para o aluno estabelecer elos comunicativos.</p><p>Assim, o professor junto à equipe pedagógica, quando houver, deverá avaliar o</p><p>aluno e a situação na qual o sistema será utilizado para determinar o que será mais</p><p>útil e funcional, verificando aspectos tais como:</p><p> Competências linguísticas: Verificar a capacidade de comunicação em</p><p>diferentes contextos com diferentes pessoas;</p><p> Formas de expressão: Verificar como o aluno se expressa e se compreende o</p><p>que os outros expressam. Ex. O aluno entende tudo o que você fala? Ele puxa pela</p><p>mão e leva até o objeto/lugar de interesse, emite sons, usa determinados lugares para</p><p>expressar alguma necessidade?</p><p>Lembre-se: é difícil obter uma ideia clara do nível de compreensão. Há muitos</p><p>exemplos em que se atribui um elevado nível de compreensão a crianças/jovens, na</p><p>realidade, quando são avaliados, demonstram não compreender as palavras, mas sim</p><p>26</p><p>os gestos que as acompanham ou outros dados específicos da situação. Formas não</p><p>verbal auxiliam na compreensão da linguagem oral  Habilidades:</p><p>o Físicas: Avaliar a acuidade auditiva e visual, habilidades motoras (preensão</p><p>manual, flexão e extensão dos membros superiores), habilidades</p><p>perceptivas, dentre outras;</p><p>o Emocionais: Com quem o sistema será utilizado? pais, professores,</p><p>amigos;</p><p>o Cognitivas – local onde o sistema será utilizado, verificar nível de</p><p>escolaridade, compreensão, por parte dos alunos dos acontecimentos</p><p>cotidianos;</p><p> Competências de autonomia pessoal;</p><p> Nível geral de conhecimento;</p><p> Problemas de comportamento.</p><p>4. Definindo o Sistema a Ser Utilizado</p><p>O professor deverá optar por um sistema de CAA considerando as condições de uso</p><p>pelo aluno conforme avaliação realizada. Após avaliação o professor decidirá qual</p><p>será o melhor recurso a ser utilizado:</p><p> Sistema de baixa tecnologia composto por fotografias, figuras, desenho;</p><p> Sistema composto por objetos concretos em miniaturas;</p><p> Sistema composto por sistemas gestuais;</p><p> Sistema de alta tecnologia (pictográficos, ideográficos ou aleatórios –</p><p>sistemas PIC, computadorizado, Bliss, entre outros);</p><p> Sistemas combinados;</p><p> Far-se-á uso da ortografia?</p><p>Tanto a avaliação quanto a escolha do recurso a ser utilizado, é de suma</p><p>importância, pois evidenciará</p><p>as habilidades já existentes no aluno bem como seu</p><p>potencial de uso.</p><p>27</p><p>5. Disposição do Sistema de Comunicação</p><p>O artefato onde o professor dispõe o sistema de comunicação é denominado</p><p>Prancha de Comunicação. As Pranchas de Comunicação podem ser construídas com</p><p>materiais simples, ou seja, cadernos, álbuns, quadro de pregas, flanelógrafo, painel</p><p>de alumínio para fixar cartões com imãs, pastas, coletes, aventais, livros, fichários tipo</p><p>pasta-arquivo, cavalete de pintura, cartões fixos em chaveiros, dentre outros.</p><p>(JOHNSON, 1998). Nelas é possível expor figuras, números, símbolos, letras,</p><p>palavras. As pranchas devem ser personalizadas de acordo com as possibilidades de</p><p>ação do aluno, ou seja, sua condição motora (ALENCAR, 2002).</p><p>Figura 5: Exemplos de pranchas de comunicação</p><p>(c)</p><p>( a )</p><p>( b )</p><p>28</p><p>(d)</p><p>Fonte: (SANTOS, 2017).</p><p>Os cartões que compõem o sistema de comunicação devem ficar em local de</p><p>fácil acesso ao aluno, por exemplo, na carteira, em caixas de sapato, na mesa do</p><p>professor, dentre outros.</p><p>6. O Que o Sistema Deve Comunicar</p><p>Após a avaliação, o professor deverá identificar as necessidades básicas e</p><p>reais dos alunos quanto a suas necessidades comunicativas mais imediatas para num</p><p>momento posterior ampliá-lo. Recomenda-se que o professor elabore uma lista para</p><p>registrar as necessidades comunicativas de seu aluno.</p><p>Após a identificação das necessidades básicas o professor deverá selecionar</p><p>imagens, juntamente com o aluno, quando for possível, para compor o sistema. As</p><p>imagens (fotos; recortes de revistas, encartes, jornais, desenhos) selecionadas devem</p><p>retratar o objeto, ou seja, o aluno tem que reconhecer nela (imagem) o que de fato</p><p>quer expressar e/ou comunicar.</p><p> Lista de algumas necessidades: o</p><p>Alimentação:</p><p>Arroz - Feijão - Polenta - Carne moída - Frango - Lingüiça - Salsicha - Sopa-</p><p>Salada - Cenoura - Berinjela - Chuchu - Repolho - Abobrinha - Couve - Salada</p><p>de batatas.</p><p>29</p><p>o Frutas:</p><p>Laranja - Banana - Maça - Mamão - Manga - Uva - Ameixa - Abacate - Abacaxi -</p><p>Pêra – Morango. o Lanche</p><p>Suco Refrigerante Pão Leite Chá Iogurte Bolacha Bolo Chips</p><p>Canjica o Sala de aula</p><p>Nomes Agenda Cantar Ouvir música Aula de expressão corporal</p><p>Recorte e colagem Desenhar Estudar Aula de educação física Aula de</p><p>informática Aula de artes Ir ao banheiro Beber água o Higiene Pessoal</p><p>Escovar os dentes Tomar banho Colocar sapatos Tirar sapatos Chinelos</p><p>Camiseta Blusa Calça Short Tênis Sandália Meia Cueca Calcinha</p><p>Sutiã Pentear cabelos Shampoo Condiciona dor Desodorante Toalha de</p><p>banho Batom Esmalte Absorvente Sabonete Bolsa.</p><p>Cabe ao professor como dito anteriormente, identificar que imagens são</p><p>prioritárias ao seu aluno e ir acrescentando à lista sugerida acima, sempre que</p><p>necessário.</p><p>7. Iniciando o Trabalho Com C.A.A. – Materiais Necessários</p><p>Neste texto, abordaremos os recursos compreendidos como “baixa tecnologia”,</p><p>ou seja, confecção de cartões pictográficos utilizando imagens fotográficas para</p><p>ilustração e imagens de cliparts.</p><p>Materiais necessários para elaboração do sistema:</p><p> Tesoura, cola, cola quente;</p><p> Imagens (Figuras de programas computadorizados, fotografias,</p><p>gravuras de revistas, jornais, encartes, desenhos, desenhos estilizados,</p><p>símbolos diversos, palavras, etc.);</p><p> Papel cartão e/ou cartolina;</p><p> Contact ou fita adesiva de PVC transparente;</p><p> Velcro/alfinete ou imã;</p><p> Fraselógrafo (Painel forrado c/ feltro, emborrachado (EVA) ou revestido</p><p>de papel pardo disposto em pregas);</p><p> Caixa de sapatos (pra guardar os cartões);</p><p>30</p><p> Máquina fotográfica digital (armazenar imagens em CDs);</p><p>8. Sistema de Comunicação de Baixa Tecnologia: Confeccionando o</p><p>Cartão Pictográfico</p><p>Confeccionar um cartão, de 10cmx8cm (sugestão) ou de acordo com as</p><p>necessidades motoras apresentadas pelo aluno. Após a confecção do cartão, o</p><p>professor deverá colar ao centro a imagem selecionada referente a uma das</p><p>necessidades comunicativas do aluno.</p><p>Figura 6: Exemplo de cartão pictográfico - Beber água</p><p>Fonte: (SANTOS, 2017).</p><p> Definindo a cor de fundo do cartão pictográfico:</p><p>A cor de fundo do cartão deverá ser definida pelo professor, de preferência por</p><p>categorias, como no exemplo que se segue:</p><p>a) Cartão vermelho - substantivos;</p><p>b) Cartão verde – verbos;</p><p>c) Cartão azul – adjetivos;</p><p>d) Cartão branco – artigos;</p><p>e) Cartão amarelo – estórias; e assim sucessivamente.</p><p>No início do trabalho o professor irá utilizar apenas um cartão (substantivos)</p><p>para ensinar o aluno a expressar sua necessidade imediata. As outras categorias são</p><p>utilizadas no momento em que o professor começa a trabalhar a elaboração de</p><p>sentenças, ou seja, o aluno irá gradativamente ser ensinado a elaborar frases mais</p><p>complexas com o sistema de comunicação. Contudo, isso só é possível quando ele já</p><p>domina o uso do sistema para se expressar.</p><p>31</p><p>9. O Passo a Passo - Iniciando o Trabalho</p><p>Após o levantamento das necessidades comunicativas apresentadas pelo</p><p>aluno, o professor deverá trabalhar o reconhecimento das imagens selecionadas.</p><p> Reconhecimento – O professor mostra ao aluno dois cartões e solicita uma</p><p>imagem específica. O aluno deverá sinalizar qual é essa imagem por meio de</p><p>apontamentos com as mãos, com o olhar, com os pés, ou outro recurso de</p><p>acessibilidade. Recomenda-se num primeiro momento o uso de dois cartões para que</p><p>o aluno dê a resposta, garantindo assim um percentual de 50% de acerto. Cumpre</p><p>ressaltar que uma boa parcela dos alunos com alguma deficiência apresenta um</p><p>histórico de fracasso e de baixa estima, o que justifica esse cuidado inicial com a</p><p>quantidade de cartões dispostos. Esse reconhecimento de imagens deve ser</p><p>gradativo e à medida que o aluno se apropria do conceito expresso no cartão</p><p>pictográfico, o professor poderá dispor um número maior. Esse processo de</p><p>reconhecimento deve ser feito sempre que se introduz uma nova imagem.</p><p> Funcionalidade - Para que o sistema seja eficaz o aluno tem que perceber que</p><p>ele de fato funciona. Assim sendo, quando o aluno, por exemplo, desejar ir ao</p><p>banheiro, só poderá ir se sinalizar na prancha de comunicação seu desejo.</p><p> Estratégias - O professor deverá englobar um conjunto de estratégias</p><p>estruturadas de comunicação visando permitir que os elos comunicativos aconteçam</p><p>a partir dos símbolos presentes no sistema de comunicação alternativa. Uma das</p><p>estratégias eficaz de ensino do sistema de CAA é o ensino naturalístico o qual</p><p>preconiza que:</p><p>1. O ensino deve ocorrer no contexto das interações verbais normais da</p><p>criança/jovem;</p><p>2. As habilidades de linguagem e comunicação sejam ensinadas nas</p><p>atividades rotineiras do ambiente natural da criança/jovem;</p><p>3. As tentativas de ensino estejam dispersas ao longo das interações da</p><p>criança/jovem com seu ambiente;</p><p>4. O interesse e a intenção imediata da criança/jovem devem ser o fio</p><p>condutor de todo o ensino; Devem ser utilizados reforçadores funcionais pela própria</p><p>criança/jovem;</p><p>32</p><p>5. O ensino da forma e do conteúdo da linguagem deve ocorrer no contexto</p><p>e uso normal desta. (NUNES, 1992 apud ALENCAR, 2002).</p><p> Comunicação simples – um pictograma - Nessa primeira etapa do</p><p>trabalho o professor deverá introduzir um número reduzido de cartões pictográficos</p><p>que compõem o sistema de comunicação. O primeiro passo é o reconhecimento da</p><p>imagem impressa (símbolo) no cartão pictográfico. Exemplo: O professor apresenta</p><p>dois cartões.</p><p>Figura 7: Duas figuras para que o aluno aponte uma</p><p>Fonte: (SANTOS, 2017).</p><p>Em seguida o professor solicita ao aluno que aponte o cartão referente ao suco</p><p>(o</p><p>tipo de ação solicitada dependerá das condições motoras da criança podendo ser</p><p>apontar para dar a resposta, piscar, pegar o cartão, dentre outras). Durante essa fase</p><p>de ensino o professor deverá introduzir os cartões pictográficos, como nas demais</p><p>fases, gradativamente. Após a fase de reconhecimento das imagens o professor</p><p>deverá criar condições para que a criança faça uso do sistema para se comunicar.</p><p>Assim, as pranchas de comunicação, bem como o sistema, deverão estar dispostas</p><p>de forma que o aluno possa ter acesso a ele sempre que desejar comunicar algo.</p><p>Exemplo: Se o aluno deseja ir ao banheiro, o mesmo deverá sinalizar (avisar o</p><p>professor) por meio do sistema (cartões pictográficos) sua necessidade. Para tanto,</p><p>deverá apontar/pegar o cartão e colocá-lo no quadro de alumínio/fraselógrafo/quadro</p><p>de pregas. Cumpre frisar que o feedback positivo dado pelo professor é de</p><p>fundamental importância. Só após essa ação o professor permite que o aluno se retire</p><p>33</p><p>para satisfazer sua necessidade, garantindo assim que o sistema de comunicação</p><p>seja funcional.</p><p> Escrevendo frases simples - Findada essa etapa, o aluno já terá</p><p>domínio sobre o sistema. O professor poderá então solicitar para que o aluno escreva</p><p>e leia frases no quadro de comunicação. O aluno deverá ir até o sistema, onde terá</p><p>um número significativo de cartões pictográficos e localizar o solicitado. Em seguida</p><p>deverá fixá-lo no quadro.</p><p>O aluno irá selecionar o pictograma e fixá-lo no painel. Em seguida, a</p><p>professora deverá solicitar ao mesmo que leia o que escreveu, respeitando e</p><p>elogiando seus esforços de verbalização.</p><p>Esse procedimento irá contribuir posteriormente na elaboração de frases mais</p><p>complexas que serão exemplificadas mais adiante.</p><p>Nessa etapa o professor deverá introduzir uma segunda categoria, aqui</p><p>denominado sujeitoação, para que o aluno perceba a construção de sentenças e</p><p>comece a ampliar suas funções comunicativas.</p><p>O que outrora era expresso com apenas um cartão passará a ser feito com dois.</p><p>Exemplo: Quando o aluno quer expressar seu desejo de beber água, ele o faz por</p><p>meio do cartão “água”. Percebe-se que na maioria das solicitações nós pedimos para</p><p>que algo seja realizado ou satisfeito. Assim sendo, o professor deverá dispor de uma</p><p>imagem que simbolize o desejo “quero” o qual será subentendido como “eu quero”</p><p>nessa etapa da intervenção.</p><p>34</p><p>Figura 8: Modelos de cartão</p><p>Fonte: (SANTOS, 2017).</p><p>O professor deverá deixar o cartão “eu quero” fixo no quadro e solicitar ao aluno</p><p>que escreva uma frase, como por exemplo, “eu quero comer bolo”.</p><p>Num segundo momento o professor irá dispor esse cartão pictográfico,</p><p>sujeitoação, junto ao sistema e reiniciar as atividades de elaboração de frase. O aluno</p><p>começará a perceber que para formar a frase solicitada ele necessitará de dois</p><p>cartões, no nosso exemplo um cartão de cor verde e outro vermelho. Nessa etapa,</p><p>além da função comunicativa, o professor poderá intervir nos aspectos referentes à</p><p>noção espacial e lateralidade apresentada pelo aluno.</p><p>A forma como o aluno dispõe os cartões para formar a frase não significa que</p><p>o mesmo não entendeu o solicitado ou deu uma resposta inadequada. Muitas vezes</p><p>a lacuna refere-se a noções de lateralidade, a forma como uma escrita convencional,</p><p>por exemplo, se configura, ou seja, da direita para esquerda. A estratégia de solicitar</p><p>a leitura da atividade realizada por ele, iniciada na fase anterior “escrevendo frases</p><p>simples” torna-se primordial, pois possibilita identificar se há erros de interpretação ou</p><p>de noção de lateralidade.</p><p> Para além da comunicação – a alfabetização: O estímulo visual,</p><p>como evidenciado até aqui, auxilia não só a comunicação como também</p><p>possibilita a aquisição de novos conhecimentos. Apresentamos a seguir</p><p>algumas sugestões para uso do sistema de comunicação alternativa nas</p><p>atividades pedagógicas referentes ao início da fase de alfabetização. O</p><p>professor tem a liberdade de tratar esse aspecto de acordo com os seus</p><p>pressupostos teóricos, as sugestões configuram-se apenas como recursos para</p><p>35</p><p>o ensino da leitura e escrita. Dessa forma, poderá iniciar seu trabalho por</p><p>palavras, por letras, por sílabas, dentre outras possibilidades.</p><p>Cumpre frisar que no que tange as questões de alfabetização o professor</p><p>poderá realizar atividades tais como:</p><p> Pareamentos:</p><p>a) Pictograma x pictograma;</p><p>b) Pictograma x palavra</p><p>c) Pictograma x sílabas</p><p>d) Palavra x palavra;</p><p> Suporte para exploração de textos;</p><p> Instrumento para interpretação de texto;</p><p> Oferecer ao aluno um material para encaixar as sílabas;</p><p> Retirar estímulo visual escrito e solicitar que escreva a palavra</p><p>correspondente ao pictograma apresentado.</p><p>Outra sugestão é deixar espaço no cartão pictográfico para que o aluno possa</p><p>inserir a escrita da imagem. Nesse espaço deverá ter “velcro” ou “imã” para que as</p><p>sílabas possam ser fixadas.</p><p>36</p><p>1. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS</p><p>ALENCAR, G. A. R. O direito de comunicar, por que não? Comunicação Alternativa e</p><p>ampliada a pessoas com necessidades educacionais especiais no contexto de sala</p><p>de aula. Dissertação de Mestrado defendida no Programa de Pós-Graduação em</p><p>Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. 2002.</p><p>ALMEIDA, M. A. Definição de retardo mental, 1994. Texto mimeografado. BOBATH,</p><p>K. A deficiência motora em pacientes com paralisia cerebral. São Paulo: Manole, 1979.</p><p>CALADO, I. A utilização educativa das imagens. Porto: Editora Porto, 1994.</p><p>BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação a Distância.</p><p>Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. Programa Nacional de Tecnologia</p><p>Educacional – Proinfo: diretrizes. Disponível em: . Acesso em: 22 mar. 2017.</p><p>CAPOVILLA, F. C. et al. Imagovox: porta-voz eletrônico para pacientes neurológicos.</p><p>In: JORNADA USP-SUCESU-SP DE INFORMÁTICA E TELECOMUNICAÇÕES, 1.,</p><p>São Paulo, 1993. Anais... S. Paulo: USP, 1993. p. 443-448. DIMBLEBY, R.; BURTON,</p><p>G. Mais do que palavras: uma introdução à teoria da comunicação. 2. ed. São Paulo:</p><p>Summus, 1985.</p><p>DELIBERATO, Débora. Comunicação alternativa: recursos e procedimentos utilizados</p><p>no processo de inclusão do aluno com severo distúrbio na comunicação. Disponível</p><p>em: . Acesso em: 10 mar. 2017. GALVÃO, Nelma de Cássia Silva Sandes. A</p><p>comunicação construindo redes entre a escola e o aluno com surdocegueira. In:</p><p>MIRANDA, Theresinha Guimarães.</p><p>ENAP, 2010. Disponível em: . Acesso em: 22 mar. 2017. ONU. Declaração de</p><p>Salamanca. Sobre princípios, políticas e práticas na área das necessidades</p><p>educativas especiais. Espanha, 1994. Disponível em: . Acesso em: 22 mar. 2017.</p><p>EPSTEIN, I. O Signo. 7. ed. São Paulo: Ática, 2000. FAGUNDES, A. J. Descrição,</p><p>definição e registro de comportamento. S. Paulo: EDICON, 1985.</p><p>GALVÃO FILHO, Teófilo Alves (Org.). O professor e a educação inclusiva. Salvador:</p><p>EDUFBA, 2012.</p><p>GALLAGHER. Educação da criança excepcional. São Paulo: Martins Fontes, 2000.</p><p>27.</p><p>GLENNEN, S. L. (1997) Introduction to augmentative and alternative communication.</p><p>Em S.L. Glennen & D. DeCoste (Eds). The handbook of augmentative and alternative</p><p>communication, (pp. 3-20). San Diego, Singular. KIRK.</p><p>MONTAGNER, Paula. et al. Diversidade e capacitação em escolas de governo:</p><p>mesaredonda de pesquisa-ação. Brasília.</p><p>37</p><p>MOTTA, Lívia Maria Villela de Mello. Audiodescrição – recurso de acessibilidade</p><p>para a inclusão cultural das pessoas com deficiência visual, 2008. Disponível em: .</p><p>Acesso em: 21 mar. 2017.</p><p>NUNES, L. R. Métodos naturalísticos para o ensino da linguagem funcional em</p><p>indivíduos com necessidades especiais. In: ALENCAR, E. (Ed.). Novas contribuições</p><p>da Psicologia aos processos de ensino e aprendizagem.</p><p>S. Paulo: Cortez, 1992. p.</p><p>71-96.</p><p>NUNES, L. R. Linguagem e comunicação alternativa. 2002.Tese (Professor Titular)-</p><p>Faculdade de Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro,</p><p>2002. OLIVEIRA, M. K. Vygotsky – aprendizado e desenvolvimento: um processo</p><p>sóciohistórico. 4. ed. São Paulo: Scipione, 2001.</p><p>OLIVEIRA, Marta. Vygotsky: aprendizado e desenvolvimento um processo</p><p>sóciohistórico. São Paulo: Scipione, 1993.</p><p>ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Declaração Universal dos Direitos</p><p>Humanos. Disponível em: . Acesso em: 22 mar. 2017.</p><p>SANTOS, Maria. Inclusão social e educação: inclusão escolar desafios e</p><p>possibilidades. In: BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica.</p><p>Ética e cidadania: construindo valores na escola e na sociedade. Fundo Nacional de</p><p>Desenvolvimento da Educação, Brasília, 2007. Disponível em: . Acesso em: 21 mar.</p><p>2017.</p><p>TOGASHI, Cláudia Miharu; WALTER, Cátia Crivelenti. A utilização de um sistema de</p><p>comunicação alternativa e ampliada em alunos com autismo no contexto de ensino</p><p>regular. Programa de apoio à melhoria do ensino em escolas públicas sediadas no</p><p>estado do Rio de Janeiro, 2011. Disponível em: < http://www.ufrgs.br/teias/isaac/</p><p>VCBCAA/pdf/115900_1.pdf>. Acesso em: 21 mar. 2017.</p>

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