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<p>AULA 1</p><p>FERRAMENTAS DE</p><p>INFORMAÇÃO PARA O</p><p>GERENCIAMENTO DE</p><p>PROCESSOS</p><p>Prof. André Ricardo Antunes Ribeiro</p><p>2</p><p>TEMA 1 – O DESENVOLVIMENTO DAS TECNOLOGIAS DIGITAIS</p><p>Inicialmente, cabe fazermos uma reflexão sobre o surgimento do termo</p><p>tecnologia, cujo conceito, a partir das palavras gregas associadas techne (técnica)</p><p>e logos (discussão), está associado ao desenvolvimento de técnicas pelo homem,</p><p>desde o seu surgimento até os dias de hoje, visando à facilitação de tarefas do</p><p>cotidiano.</p><p>Em diferentes momentos a história da tecnologia vem registrada junto</p><p>com a história das técnicas, com a história do trabalho e da produção do</p><p>ser humano. Assim, é primordial a tentativa de apresentar um marco</p><p>divisório para mostrar a tênue linha que separa a técnica da tecnologia.</p><p>(Veraszto et al., 2009, p. 22)</p><p>Por conseguinte, as tecnologias, por meio de aprimoramentos contínuos</p><p>através dos anos, assumiram tamanho protagonismo que hoje estão inseridas em</p><p>diversas áreas da nossa sociedade atual, como na medicina, educação,</p><p>segurança, logística etc. Promoveram uma grande revolução nas comunicações</p><p>e até mesmo mudanças dos nossos hábitos pessoais, conforme abordaremos a</p><p>seguir.</p><p>1.1 As Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC)</p><p>Partindo da premissa de que promovem a facilitação e integração de</p><p>tarefas cotidianas, podemos considerar que quando discutimos tecnologias, nem</p><p>sempre estamos falando apenas de dispositivos de vídeo, áudio, máquinas,</p><p>computadores, smartphones, tablets, notebooks, apps, softwares etc., ou seja,</p><p>recursos de natureza digital. Assim sendo, no cenário da educação, por exemplo,</p><p>um giz e o quadro-negro também podem ser considerados tecnologias, cujas</p><p>possibilidades são, até hoje, amplamente utilizadas pelos docentes em sala de</p><p>aula.</p><p>Entretanto, com a chegada dos computadores, dos dispositivos digitais e</p><p>da internet, surge o conceito de tecnologias da informação e comunicação (TIC),</p><p>associado à integração dos computadores e outros dispositivos digitais com a</p><p>rede mundial de computadores, que possibilitou mudanças que presenciamos e</p><p>continuamos a presenciar, e que continuam abrindo caminho para novas</p><p>possibilidades.</p><p>3</p><p>Cabe apresentarmos alguns aspectos referentes à consolidação das TIC,</p><p>como o advento dos computadores e da internet, que se tornaram importantes no</p><p>progresso tecnológico difundido na nossa sociedade.</p><p>TEMA 2 – PRIMEIROS PESQUISADORES DAS TIC</p><p>Para delinearmos aspectos cronológicos das TIC — cuja abreviação</p><p>também pode ser TDIC, ou NTIC e NTDIC (Novas Tecnologias da Informação e</p><p>Comunicação) —, existe a necessidade de apresentarmos um breve relato</p><p>histórico sobre o advento dos computadores e do surgimento da própria internet.</p><p>Para Kalinke, Mocrosky e Estephan (2013), algumas personalidades</p><p>efetuaram pesquisas que tiveram contribuição no surgimento dos computadores,</p><p>conforme conhecemos hoje:</p><p>• John Napier (1550-1617): matemático escocês, propôs a realização de</p><p>cálculos, através de uma invenção conhecida hoje como Barras de Napier;</p><p>• William Oughtred (1574-1660): matemático e teólogo inglês, aprimorou as</p><p>pesquisas de Napier, desenvolvendo os chamados Círculos de Proporção;</p><p>• Wilhelm Schickard (1592-1635): astrônomo e teólogo alemão, desenvolveu</p><p>o primeiro relógio calculador da história;</p><p>• Blaise Pascal (1623-1662): matemático e físico francês, desenvolveu o que</p><p>se identificou como Pascalina, um modelo de calculadora decimal que</p><p>permitia a realização de operações de adição e subtração;</p><p>• Gottfried Von Leibniz (1646-1726): alemão, considerado o último sábio com</p><p>conhecimento universal nas áreas de Teologia, Direito, Filosofia e</p><p>Matemática, evoluiu o modelo proposto por Pascal, construindo a primeira</p><p>calculadora que permitia, além de adição e subtração, efetuar operações</p><p>de divisão e multiplicação;</p><p>• Charles Babbage (1791-1871): matemático, filósofo e engenheiro</p><p>mecânico inglês, idealizou a construção do primeiro computador (Figura 1),</p><p>utilizando o sistema complexo para os padrões da época, aos moldes de</p><p>uma calculadora, “cujo artefato era movimentado por alavancas e rodas”</p><p>(Boyer, 1974, p. 456). Trazia um conceito inovador de resolução de cálculos</p><p>aritméticos e retenção de dados;</p><p>• Ada Lovelace (1815-1852): matemática e escritora inglesa, colaborou</p><p>conjuntamente com as pesquisas de Babbage, desenvolvendo um sistema</p><p>4</p><p>binário, que se tornou chave para as técnicas de programação. Hoje é</p><p>reconhecida como a primeira programadora da história.</p><p>Figura 1 – Charles Babbage</p><p>Fonte: CC/PD.</p><p>Podemos perceber facilmente que a maioria das personalidades citadas</p><p>foram matemáticos ou trabalharam indireta ou diretamente com a matemática, na</p><p>elaboração de algoritmos ou outras formas de cálculos, que resultaram mais tarde</p><p>no avanço da informática. Mais do que esse fato, as pesquisas de Charles</p><p>Babbage e Ada Lovelace no século XIX tiveram tamanha relevância que</p><p>impactaram em pesquisas que alavancaram a disseminação das tecnologias</p><p>digitais desenvolvidas no século XX.</p><p>2.1 Os primeiros computadores</p><p>Segundo Boyer (1975), a partir de 1925, um matemático e físico renomado,</p><p>cujo nome era Vannevar Bush, iniciou a construção, em conjunto, com</p><p>colaboradores do Massachussets Institute of Technology (MIT), de uma máquina</p><p>de calcular de grandes dimensões, idealizada por Charles Babbage, e que</p><p>funcionava com motores elétricos. No entanto, apesar das pesquisas de Bush,</p><p>trazerem contribuições significativas como o Memex1, o computador que ficou</p><p>mais parecido com o modelo idealizado por Babbage, e que assimilava</p><p>características de uma calculadora automática, foi finalmente construído pela IBM,</p><p>sob o nome de Mark I.</p><p>1 Segundo Lévy (2010), trata-se de um dispositivo cuja ideia priorizava mecanizar a classificação</p><p>e seleção de dados, de modo hierárquico, por meio de classes e subclasses, e que deu origem</p><p>aos conceitos de indexação clássica e de hipertexto, que se tornou base para o advento da World</p><p>Wide Web mais tarde.</p><p>5</p><p>Este modelo tornou-se obsoleto a partir de 1944, quando surgiu o Electronic</p><p>Numerical Integrator and Calculator (ENIAC), calculador eletrônico que funcionava</p><p>com o fluxo de elétrons por meio de tubos de vácuo, conforme a Figura 2.</p><p>Figura 2 – ENIAC</p><p>Fonte: CC/PD.</p><p>Este período ficou marcado pelo interesse militar em pesquisas nesta área,</p><p>com a colaboração de especialistas como John von Neumann (1903-1957), um</p><p>professor húngaro, que atuou como consultor neste e em outros projetos</p><p>posteriores e inovadores como o “Univac I, considerado o primeiro computador</p><p>com programa em reserva” (Boyer, 1974, p. 456).</p><p>Foi von Neumann quem propôs um modelo de equipamentos que</p><p>permitisse seu funcionamento sem a necessidade de mudanças de</p><p>cabos. A Arquitetura de von Neumann, como ficou conhecida, baseava-</p><p>se em princípios entre os quais o de que as instruções fossem</p><p>armazenadas na memória do computador. Até então, elas eram lidas de</p><p>cartões perfurados e executadas, uma a uma. Armazená-las na memória</p><p>para então executá-las tornaria o computador mais rápido, já que, no</p><p>momento da execução, as instruções seriam obtidas com rapidez</p><p>eletrônica. O computador poderia, então, executar novas tarefas a partir</p><p>de instruções armazenadas na memória e não mais na alteração física</p><p>de cabos. (Kalinke; Mocrosky; Estephan, 2013, p. 368)</p><p>As contribuições de von Neumann incontestavelmente causaram impacto</p><p>no segmento dos computadores, pois graças às suas pesquisas, os modelos</p><p>como conhecemos hoje são viabilizados comercialmente seguindo estes</p><p>princípios. Obviamente, inovações foram incorporadas posteriormente por outros</p><p>pesquisadores.</p><p>Os computadores e os dispositivos digitais atingiram uma era de</p><p>desenvolvimento significativo, na década de 1960, mais precisamente na região</p><p>do Vale do Silício, Califórnia (EUA). Em meio</p><p>a uma cultura hippie em pleno auge,</p><p>6</p><p>surgiam novas possibilidades no ramo da microeletrônica, como componentes</p><p>digitais, além de inovações nos campos do software e do próprio hardware.</p><p>O cenário era propício, pois além da Universidade de Stanford, havia</p><p>empresas como a Hewlett-Packard, Atari e Intel instaladas. Até mesmo</p><p>instituições governamentais como a NASA também ali se encontravam. Nessa</p><p>paisagem de profusão de ideias, surgiam novas descobertas e jovens ávidos por</p><p>ingressar nesse mundo digital embrionário, permeado por engenheiros e</p><p>estudantes de tecnologia eletrônica. Nomes como Steve Jobs e Steve Wosniak</p><p>deram início a uma jornada que mais tarde fundou a Apple. Porém, antes disso,</p><p>esses dois jovens se comprometeram com a montagem de uma máquina</p><p>denominada Blue Box, cuja funcionalidade estava baseada em utilizar o telefone</p><p>sem custos. Jobs e Wosniak idealizavam construir esse equipamento para que</p><p>fosse viável se comunicar com o Vaticano, sem ônus financeiro. No entanto,</p><p>tiveram que desistir da ideia após a comercialização de alguns exemplares, pois</p><p>atraíram o interesse de mafiosos oportunistas que certamente não eram os</p><p>clientes que procuravam.</p><p>Outras personalidades como Paul Allen e Bill Gates, então adolescentes,</p><p>apresentaram a primeira versão do Basic, em 1975, uma linguagem de</p><p>programação inovadora para os parâmetros da época, pois dava os primeiros</p><p>passos na integração do software com o hardware. Nessa época, o sucesso de</p><p>vendas era um computador chamado Altair, o qual “era vendido em peças</p><p>separadas, e cuja primeira versão vinha sem monitor nem teclado. Afinal, quem</p><p>iria comprar um computador todo montado?” (Lévy, 2010, p. 45).</p><p>TEMA 3 – INTERNET</p><p>Com o decorrer das inovações tecnológicas que moldaram os</p><p>computadores e os demais dispositivos digitais como conhecemos nos dias de</p><p>hoje, cabe destacarmos o advento da internet, que iniciou sua popularização a</p><p>partir dos anos 1980.</p><p>Este modelo de interconexão de redes foi inicialmente proposto por órgãos</p><p>governamentais norte-americanos, visando objetivos militares. O primeiro projeto</p><p>concebido e denominado ARPAnet, apesar de possuir finalidade estritamente</p><p>militar, deu o pontapé inicial para o desenvolvimento de uma versão acadêmica,</p><p>difundida entre um conjunto de universidades, denominada de NSFNET (National</p><p>Science Foundation NETwork).</p><p>7</p><p>Com a consequente evolução da internet e sua popularização, chegamos</p><p>ao que podemos chamar de verdadeira revolução na era das comunicações. Com</p><p>a integração dos dispositivos com smartphones, tablets, notebooks e</p><p>computadores conectados em rede mundial, novas formas de comunicação se</p><p>formaram, diminuindo tempo e distância, atravessando fronteiras, possibilitando</p><p>mensagens escritas e em tempo real, ou por meio de vídeos, de uma extremidade</p><p>à outra do planeta.</p><p>O termo World Wide Web, abreviado como www, integrado com a internet,</p><p>e cujo conceito foi desenvolvido pelo mesmo Vannevar Bush, através do seu</p><p>projeto Memex, consolidou-se significativamente em diversos segmentos da</p><p>sociedade atual, propondo uma nova organização com o compartilhamento</p><p>massivo de documentos denominados hipertextos. O termo associa documentos</p><p>que compreendem documentos em formato de textos, imagens, sons em forma</p><p>de vídeos, animações, simulações etc.</p><p>Com o aparecimento da World Wide Web alterou-se a forma como se</p><p>acede à informação e como se passou a pesquisar, preparar aulas,</p><p>planejar uma viagem ou a se comunicar com os outros. [...] A ideia de</p><p>partilha e de fácil acesso esteve subjacente à sua criação e contribuiu</p><p>para o seu sucesso, tendo o seu crescimento superado qualquer</p><p>expectativa. Todos os que a utilizam e que para ela contribuem</p><p>reconhecem a sua riqueza, podendo contribuir para o desenvolvimento</p><p>da inteligência coletiva, como refere Lévy (1997; 2000). (Carvalho, 2008,</p><p>p. 7)</p><p>A evolução da web e, consequentemente, dos processos de comunicação</p><p>possibilitados está atingindo um desenvolvimento sem precedentes. Fazendo uma</p><p>breve linha do tempo, é possível mensurar os níveis de cada etapa (Figura 3).</p><p>Figura 3 – Web 1.0, 2.0 e 3.0</p><p>Fonte: Ideal Marketing, 2018.</p><p>8</p><p>De acordo com o comparativo apresentado, descrevemos as</p><p>características de cada uma destas fases, inclusive da Web 4.0, cujo conceito</p><p>ainda se encontra em fase embrionária, conforme demonstrado a seguir.</p><p>Quadro 1 – Características da Web 1.0, 2.0, 3.0 e 4.0</p><p>Fonte: Coggle.</p><p>Com o progresso da internet e suas variáveis, além das inovações</p><p>tecnológicas que resultam em uma significativa oferta de dispositivos digitais</p><p>disponibilizados no mercado, vários teóricos avançaram em pesquisas sobre os</p><p>impactos percebidos na utilização destas tecnologias. No âmbito filosófico, por</p><p>exemplo, o pesquisador tunisiano Pierre Lévy contribuiu com publicações</p><p>relacionadas à reorganização das atividades humanas, além de outros conceitos</p><p>como cibercultura e a criação de uma inteligência coletiva, propiciada pelas</p><p>tecnologias.</p><p>Todas essas constatações apenas demonstram as consequências que os</p><p>computadores, smartphones, tablets e outros dispositivos digitais integrados ou</p><p>não com a internet (on-line ou off-line) são assimilados cada vez mais pelas</p><p>CARACTERÍSTICAS</p><p>Web 1.0 Web 2.0 Web 3.0 Web 4.0</p><p>Ambiente estático</p><p>Interação e</p><p>compartilhamento</p><p>Web semântica</p><p>Mobilidade e</p><p>ubiquidade</p><p>Sites corporativos</p><p>Anos 2000 –</p><p>Páginas mais</p><p>atrativas e dinâmicas</p><p>Sistema operacional</p><p>dinâmico e inteligente</p><p>capaz de utilizar e</p><p>interpretar informações</p><p>Processo mais</p><p>complexo e</p><p>interpretativo</p><p>Estende-se pela</p><p>década de 1990</p><p>Surgimento dos sites</p><p>de relacionamento e</p><p>reunião de usuários</p><p>em comunidades</p><p>Apesar dos benefícios, é</p><p>preciso refletir (invasão de</p><p>privacidade, dados</p><p>pessoais e cuidado com a</p><p>dependência desta</p><p>tecnologia)</p><p>Aprimoramento na</p><p>organização e</p><p>sistematização das</p><p>informações</p><p>Fonte de</p><p>informações e não</p><p>oferece ao usuário</p><p>possibilidade de</p><p>interação e criação</p><p>de conteúdos</p><p>Conteúdo publicado</p><p>e compartilhado por</p><p>pessoas com acesso</p><p>à internet</p><p>Organização e uso de</p><p>maneira inteligente de todo</p><p>o conhecimento já</p><p>disponível na internet</p><p>Gigantesco sistema</p><p>operacional com base</p><p>num complexo</p><p>sistema de</p><p>inteligência artificial</p><p>9</p><p>pessoas nos dias atuais, modificando tarefas usuais até processos mais</p><p>complexos, contemplando organizações públicas e privadas, e criando</p><p>possibilidades para os mais diversos segmentos da sociedade.</p><p>Saiba mais</p><p>Acesse o livro Teoria das Mídias Digitais: Linguagens, Ambientes e Redes</p><p>(Luís Mauro Sá Martino) em sua Biblioteca Virtual e leia o capítulo 3, Cibercultura,</p><p>Tecnologia e Inteligência: Pierre Lévy (p. 27-32).</p><p>TEMA 4 – TI NA LOGÍSTICA</p><p>Para iniciarmos nossos estudos sobre a TI na logística, cabe reiterarmos o</p><p>fato inquestionável da inclusão digital, por meio dos computadores, influenciar</p><p>diretamente no dia a dia das pessoas em geral. No entanto, para as empresas, as</p><p>atividades executadas por máquinas se tornaram imprescindíveis.</p><p>Os computadores são indispensáveis no nosso cotidiano. Nas</p><p>empresas, não há mais como trabalhar sem eles. De qualquer forma, por</p><p>mais avançadas que sejam as máquinas utilizadas, elas demandam uma</p><p>programação prévia do que deve ser executado. Além de programar o</p><p>que deve ser feito, é necessário definir as bases de dados a fim de</p><p>armazenar as informações. (Izidoro, 2016, p. 3)</p><p>As empresas que inovaram implementando sistemas de informação</p><p>optaram por dinamizar seus processos internos, visando rapidez no manuseio das</p><p>informações, mais eficiência, menores índices de perdas e melhores resultados,</p><p>de acordo com os seus objetivos.</p><p>[...] Ano após ano cresce o número de organizações que negociam seus</p><p>produtos e serviços usando websites. A competitividade também cresce,</p><p>e as instituições precisam se preocupar mais em ter estoques eficientes</p><p>para manter</p><p>custos competitivos. E a gestão de estoque, custos e</p><p>entrega feita via sistema de informação é muito mais eficaz. (Izidoro,</p><p>2016, p. 3)</p><p>Para Laudon e Laudon (2014), um sistema de informação pode ser</p><p>compreendido como um combinado de elementos integrados, responsáveis pela</p><p>coleta, armazenamento e processamento de dados, que oferecem informações</p><p>úteis para ações como a tomada de decisões, o controle e gerenciamento de uma</p><p>organização. Sobre a distinção entre dados e informações, “dados são sequências</p><p>de fatos ainda não analisados, antes de um jeito que as pessoas possam</p><p>compreendê-las, enquanto que informação é um dado organizado e apresentado</p><p>de forma útil” (Izidoro, 2016, p. 5).</p><p>10</p><p>Para Izidoro (2016), um sistema de informação é composto por três</p><p>atividades, essenciais para a obtenção de resultados, conforme os objetivos</p><p>organizacionais das organizações:</p><p>• Entrada: referente à coleta de dados, cuja fonte pode ser vinculada ao</p><p>próprio sistema ou outras bases de dados;</p><p>• Processamento: refere-se à atividade de tratamento dos dados;</p><p>• Saída: configura-se como a atividade de apresentação das informações.</p><p>Este modelo pode ser observado na Figura 5.</p><p>Figura 4 – Funções de um sistema de informação</p><p>Fonte: elaborado com base em Laudon e Laudon, 2014, p. 14.</p><p>4.1 Estruturação de redes</p><p>Levando em consideração que as empresas são movidas por objetivos</p><p>audaciosos, os sistemas de informação tornam-se peças fundamentais para</p><p>auxiliar na conquista de metas. A integração em redes de dados compartilhados</p><p>aparece como uma opção viável e significativa no que tange ao gerenciamento de</p><p>informações.</p><p>11</p><p>Uma rede é um sistema de computadores que usa equipamentos de</p><p>comunicação para transmissão de dados conectando dois ou mais computadores</p><p>(Izidoro, 2016, p. 19).</p><p>Para Izidoro (2016), os modelos mais conhecidos são as redes locais:</p><p>LANs, abreviação de local area network. A complexidade na estruturação de uma</p><p>rede, assim como sua manutenção, exige que apenas profissionais</p><p>especializados assumam a responsabilidade em coordenar e manter toda essa</p><p>estrutura. Mesmo porque alguns fatores, como modelos específicos de cabos e</p><p>modens, podem variar na transmissão dos dados pela internet, ou mesmo a</p><p>topologia da rede pode influir em todo o processo.</p><p>TEMA 5 – AUTOMATIZAÇÃO DAS ATIVIDADES LOGÍSTICAS</p><p>Para Izidoro (2016), a logística empresarial compreende atividades</p><p>diversificadas, classificadas como primárias ou de apoio. Transportes,</p><p>gerenciamento de estoques ou processamento de pedidos são exemplos de</p><p>primárias. No caso do apoio, podemos citar atividades de armazenagem,</p><p>embalagens e os sistemas de informações. Diante deste contexto e do surgimento</p><p>de um volume muitas vezes considerável de informações relacionadas a estas e</p><p>outras atividades, torna-se inevitável a adoção de um gerenciamento efetivo</p><p>destas informações, por meio das tecnologias.</p><p>A TI é usada para agrupar e analisar as informações. Os sistemas de TI,</p><p>ao recebê-las e analisá-las, exercem um impacto positivo no desempenho das</p><p>empresas. Os sistemas de informação geram informações precisas e periódicas</p><p>sobre todas as funções e organizações da empresa na cadeia de suprimento.</p><p>Assim, a cadeia é vista de forma global, e não fragmentada, permitindo ao gerente</p><p>traçar estratégias levando em consideração todos os dados disponíveis. Ao</p><p>considerar a cadeia de suprimentos como um todo, ampliam-se os lucros da</p><p>empresa (Izidoro, 2016).</p><p>Neste cenário organizacional, os sistemas são capazes de classificar e</p><p>oferecer aos gestores, informações consideradas fundamentais tanto para o</p><p>desenvolvimento de novos projetos em curto, médio ou longo prazos, como a</p><p>garantia de um planejamento eficaz de entrega e/ou recebimento de produtos e</p><p>serviços. Algumas informações podem garantir o delineamento do perfil do cliente,</p><p>afinal de contas, esse conhecimento pode ser um diferencial em relação a um</p><p>concorrente direto.</p><p>12</p><p>Para Izidoro (2016), a TI organiza informações que podem ser atribuídas a</p><p>fornecedores, distribuição e varejo, demanda, fabricação. Segundo o autor, a sua</p><p>importância atinge todos os estágios da cadeia de suprimentos, desde a matéria-</p><p>prima até o estágio final, que é a entrega para o cliente. As principais intenções</p><p>dos gestores na utilização dos sistemas logísticos ficam caracterizadas pela</p><p>tomada de decisões, dentre as quais podemos observar:</p><p>• Estratégicas: longo prazo;</p><p>• Planejamento: médio prazo;</p><p>• Operações: variável, baseada em uma análise das etapas anteriores.</p><p>Figura 5 – Níveis de TI</p><p>Fonte: Chopra e Meindl, 2003 citados por Izidoro, 2016.</p><p>Para Izidoro (2016), um dos principais papéis do gestor é a compreensão</p><p>da cadeia de abastecimento como um fator de vantagem competitiva. Com base</p><p>nessa premissa, a facilidade de acesso a produtos e serviços pelo consumidor</p><p>torna-se um diferencial positivo para as organizações. A TI na logística dinamiza</p><p>tarefas gerenciais relacionadas ao fluxo de materiais e ao fluxo de informações,</p><p>vinculadas à cadeia de suprimentos.</p><p>Neste cenário, existem softwares disponíveis para a gestão da cadeia de</p><p>suprimentos, ou do inglês supply chain management (SCM), que, segundo Izidoro</p><p>(2016), oferecem suporte às diversas etapas da cadeia de suprimentos, as quais</p><p>se enquadram a fabricação, o controle de estoques, o agendamento e o</p><p>transporte. O autor reitera que os softwares de SCM, além de melhorar o processo</p><p>de tomada de decisão, podem auxiliar entre outros fatores, no gerenciamento de</p><p>processos, buscando eficiência em fatores como estoques, tempo de ciclo e</p><p>atendimento ao consumidor (Izidoro, 2016, p. 49).</p><p>13</p><p>Segundo o site português Computerworld, os maiores fornecedores de</p><p>softwares de SCM são um grupo formado por empresas como Oracle, SAP, JDA</p><p>Software, Infor e Manhattan Associates. Em números referentes ao ano de 2016,</p><p>atingiu 9,8% de média em crescimento nas vendas, cujos principais clientes são</p><p>provenientes da América Latina, Europa Oriental e África Subsaariana</p><p>(Computerworld, 2017). Outras taxas, como receita (revenue), cota mercadológica</p><p>(market share) e crescimento (growth), referentes a cada uma das companhias</p><p>podem ser verificadas na Figura 7.</p><p>Figura 6 – Fornecedores de software SCM</p><p>Fonte: Computerword, 2017.</p><p>A integração da internet com as redes sem fio, como o Wi-Fi, os sistemas</p><p>de radiofrequência e as redes de sensores, utilizadas prioritariamente para</p><p>monitoramento de segurança, sem dúvida trouxeram benefícios inovadores para</p><p>um número significativo de pessoas da nossa sociedade, entretanto, há de se</p><p>considerar que as inovações tecnológicas desenvolvidas com foco nos ambientes</p><p>empresariais se tornaram fundamentais para melhoria da eficiência em todos os</p><p>aspectos, inclusive na satisfação do cliente.</p><p>Saiba mais</p><p>Acesse a página da Computerworld e leia o artigo “Cinco maiores</p><p>fornecedores de software para SCM”. Descubra um pouco mais sobre as</p><p>principais marcas que estão atuando no segmento logístico. Disponível em:</p><p><https://www.computerworld.com.pt/2017/09/20/cinco-maiores-fornecedores-de-</p><p>software-para-scm/>. Acesso em: 1 out. 2019.</p><p>14</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>BOYER, C. B. História da Matemática. São Paulo: Ed. da Universidade de São</p><p>Paulo, 1974.</p><p>CARVALHO, A. A. A. (org). Manual de ferramentas da web 2.0 para</p><p>professores. Ministério da Educação. Universidade do Minho, 2008.</p><p>CINCO MAIORES FORNECEDORES DE SOFTWARE PARA SCM.</p><p>Computerworld, 2017. Disponível em:</p><p><https://www.computerworld.com.pt/2017/09/20/cinco-maiores-fornecedores-de-</p><p>software-para-scm/>. Acesso em: 1 out. 2019.</p><p>IZIDORO, C. (org). Gestão de tecnologia da informação e logística. São Paulo:</p><p>Pearson Education do Brasil, 2016.</p><p>KALINKE, M. A; MOCROSKY, L.; ESTEPHAN, V. M. Matemáticos, educadores</p><p>matemáticos e tecnologias: uma articulação possível. Educ. Matem. Pesq., São</p><p>Paulo, v. 15, n. 2, p. 359-378,</p><p>2013.</p><p>LAUDON, K. C.; LAUDON, J. P. Sistemas de informações gerenciais. São</p><p>Paulo: Pearson Education do Brasil, 2014.</p><p>LÉVY, P. As tecnologias da inteligência: o futuro do pensamento na era da</p><p>informática. 2. ed. São Paulo: 34, 2010.</p><p>VERASZTO, E. V. et al. Tecnologia: buscando uma definição para o conceito.</p><p>2009. Disponível em</p><p><http://ojs.letras.up.pt/index.php/prismacom/article/view/2065> Acesso em: 21</p><p>ago. 2019.</p>