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<p>TEORIA GERAL DA AUDITORIA</p><p>2</p><p>Sumário</p><p>Faculdade de</p><p>INTRODUÇÃO.............................................................................................4Minas</p><p>1.1- OBJETIVO E APLICAÇÃO DA AUDITORIA..............................................6</p><p>1.2- - NATUREZA DA AUDITORIA...................................................................10</p><p>1.3- - FINALIDADE DA AUDITORIA.................................................................12 2 -</p><p>NATUREZA DA AUDITORIA OPERACIONAL/GESTÃO...........................13</p><p>2.1 - METODOLOGIA DA AUDITORIA SOCIAL..............................................14</p><p>2.2 - PERFIL DO AUDITOR.............................................................................18</p><p>2.3 - CONDUTA PROFISSIONAL...................................................................22</p><p>2.4 - DIFERENÇA BÁSICA ENTRE FRAUDE E ERRO..................................25</p><p>2.5 - QUAL O PAPEL DO AUDITOR NA BUSCA DE</p><p>ERROS E FRAUDES.....................................................................................28</p><p>3 - PLANO DE AUDITORIA ............................................................................30</p><p>BIBLIOGRAFIA ..............................................................................................35</p><p>Faculdade de</p><p>Minas</p><p>3</p><p>NOSSA HISTÓRIA</p><p>A nossa história inicia-se com a ideia visionária e da realização do sonho de um grupo</p><p>de empresários na busca de atender à crescente demanda de cursos de Graduação</p><p>e Pós-Graduação. E assim foi criado o Instituto, como uma entidade capaz de oferecer</p><p>serviços educacionais em nível superior.</p><p>O Instituto tem como objetivo formar cidadão nas diferentes áreas de conhecimento,</p><p>aptos para a inserção em diversos setores profissionais e para a participação no</p><p>desenvolvimento da sociedade brasileira, e assim, colaborar na sua formação</p><p>continuada. Também promover a divulgação de conhecimentos científicos, técnicos</p><p>e culturais, que constituem patrimônio da humanidade, transmitindo e propagando os</p><p>saberes através do ensino, utilizando-se de publicações e/ou outras normas de</p><p>comunicação.</p><p>Tem como missão oferecer qualidade de ensino, conhecimento e cultura, de forma</p><p>confiável e eficiente, para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base</p><p>profissional e ética, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no</p><p>atendimento e valor do serviço oferecido. E dessa forma, conquistar o espaço de</p><p>uma das instituições modelo no país na oferta de cursos de qualidade.</p><p>4</p><p>1 - INTRODUÇÃO Faculdade de Minas</p><p>A palavra auditoria tem sua origem no latim, vem de "audire", que significa ouvir. Esse</p><p>termo foi utilizado pelos ingleses para rotular a técnica contábil de revisão, porém, hoje</p><p>possui um sentido mais amplo (SÁ, 2002). Saber ouvir, observar e interpretar as</p><p>consistências e veracidade dos atos e fatos organizacionais é papel do auditor. O</p><p>auditor é um contador especializado nas técnicas de auditoria. Por meio das técnicas</p><p>de auditoria é possível fazer um diagnóstico da situação atual da empresa analisada.</p><p>A auditoria consiste num “levantamento, estudo e avaliação sistemática das</p><p>transações, procedimentos, operações, rotinas e das demonstrações financeiras de</p><p>uma entidade” (CREPALDI 2004, p. 23). Já Dantas (2014) afirma que as atividades</p><p>desenvolvidas pelos auditores independentes são entendidas como essenciais para o</p><p>funcionamento dos mercados financeiros e de capitais, tendo em vista o seu papel de</p><p>emitir opinião sobre as informações contábeis, contribuindo para um ambiente de</p><p>negócios que seja caracterizado por maior confiança e credibilidade. Para Sá (2002,</p><p>p. 25) a “Auditoria é uma tecnologia contábil aplicada ao sistemático exame dos</p><p>registros, demonstrações e de quaisquer informes ou elementos de consideração</p><p>contábil [...]”.</p><p>Escolher um conceito universal para Auditoria não é uma tarefa simples. A maioria dos</p><p>autores escreve sobre uma das diversas especializações da matéria, e, no momento</p><p>da definição, acaba privilegiando a Auditoria Interna ou a Auditoria Externa (não se</p><p>preocupe com essa diferença, falarei dela adiante).</p><p>Crepaldi (2010) afirma que se pode definir Auditoria, de forma bastante simples, como</p><p>o “levantamento, estudo e avaliação sistemática das transações, procedimentos,</p><p>operações, rotinas e das demonstrações financeiras de uma entidade”.</p><p>Aprofundando a definição, podemos dizer que se trata de testar a eficiência e a eficácia</p><p>do Faculdade de controle Minaspatrimonial,</p><p>sem nos limitarmos aos aspectos contábeis do</p><p>conceito. Por ser uma atividade crítica, em sua essência, traduz-se na emissão de</p><p>uma opinião sobre as atividades verificadas.</p><p>A contabilidade é estudada desde a antiguidade, no Brasil passou a ser desenvolvida</p><p>após a vinda da família real, com o objetivo fiscal de arrecadação. Na época, a</p><p>5</p><p>arrecadação da Coroa era realizada por três agentes: o contador, o procurador geral</p><p>e um inspetor.</p><p>Atualmente, o contador não exerce apenas as atividades fiscais, para se adaptar às</p><p>novas tecnologias busca o conhecimento e a habilidade de aprender, criar e</p><p>redesenhar processos. Segundo Zarifian (2001), o conhecimento ou o “saber” é</p><p>adquirido por meio da aprendizagem e a habilidade ou o “saber fazer” refere-se à</p><p>capacidade do indivíduo de utilizar, nas situações de trabalho, os conhecimentos</p><p>desenvolvidos. Para isso o contador foi aperfeiçoando seu campo de atuação,</p><p>ampliado em diversos segmentos, tais como auditoria, perícia, fiscal, pública, gestão</p><p>de empresas, ensino/pesquisa, consultoria e atuarial. Segundo Santos (2004, p. 2), “A</p><p>contabilidade, com suas técnicas próprias, estuda e controla o patrimônio das</p><p>organizações com a finalidade de demonstrar e fornecer informações sobre sua</p><p>estrutura e sua composição, bem como sobre suas variações quantitativas e</p><p>qualitativas”. Assim como em outras ciências que fazem uso de tecnologias, a</p><p>contabilidade também faz uso de alguns termos específicos inerentes às suas</p><p>técnicas.</p><p>6</p><p>1.1 - OBJETIVO E APLICAÇÃO DA AUDITORIA</p><p>Faculdade de</p><p>Minas</p><p>A auditoria tem como objetivo examinar os sistemas, processos, procedimentos, controle e</p><p>registros que influenciam no resultado das demonstrações contábeis.</p><p>Segundo Crepaldi (2009, p. 3), o objetivo geral da auditoria pode ser descrito “como o</p><p>processo pelo qual o auditor se certifica da veracidade das demonstrações financeiras</p><p>preparadas pela empresa auditada”. Já para NBC T 11 (1991, p.1): “A auditoria das</p><p>demonstrações contábeis constitui o conjunto de procedimentos técnicos que tem por</p><p>objetivo a emissão de parecer sobre a sua adequação, consoante os Princípios</p><p>Fundamentais de Contabilidade e as Normas Brasileiras de</p><p>Contabilidade e, no que for pertinente, a legislação específica”.</p><p>Assim como a contabilidade, a auditoria busca salvaguardar o patrimônio e a aplicação</p><p>dos princípios contábeis, para isso, muitas vezes a auditoria é aplicada na verificação</p><p>de erros e fraudes. Entretanto, não devemos limitar o escopo de aplicação da auditoria</p><p>à execução de um processo sistêmico que visa buscar evidências sobre a ocorrência</p><p>de erros ou fraudes, porque seu papel é muito mais amplo.</p><p>Santos e Vier (2014, p. 2) complementa que a “auditoria é a técnica contábil utilizada</p><p>para avaliar essas informações, constituindo, assim, um indispensável complemento</p><p>Faculdade de Minas para que a contabilidade atinja plenamente sua</p><p>finalidade, resguardando</p><p>todos os interesses da organização”.</p><p>7</p><p>Atualmente a auditoria é utilizada como tecnologia para apoio à decisão, por meio das</p><p>técnicas de auditoria é possível evidenciar a situação atual e verificar se as metas e</p><p>ações organizacionais estão sendo executadas conforme o planejado.</p><p>A evidenciação da situação atual permite ao decisor identificar o cenário de atuação e</p><p>fornecer as informações para a projeção de ações estratégicas futuras. Com o enfoque</p><p>gerencial, as técnicas de auditoria vêm sendo aplicadas em diversos campos e setores</p><p>diferentes, tais como: sistemas de informação, recursos humanos, avaliação de</p><p>desempenho, controladoria, ações de marketing, ações sociais, ambientais e outras</p><p>aplicações que visam a avaliação/diagnóstico de um determinado aspecto que a</p><p>auditada deseja focar.</p><p>Atualmente existem diversas formas de auditorias que podem ser classificadas pela (i)</p><p>Extensão dos trabalhos; (ii) Profundidade dos exames; (iii) Natureza, (iv) Finalidade;</p><p>e, (v) Relação do auditor com a entidade auditada.</p><p>A auditoria é classificada pela amplitude/tamanho de sua realização. Poderá ser geral, parcial</p><p>ou específica e limitada.</p><p>a) Auditoria geral: consiste na realização de um diagnóstico sobre o universo</p><p>total dos lançamentos/registros que deram origem às demonstrações contábeis</p><p>publicadas pela organização auditada. A auditoria geral poderá variar de acordo com</p><p>tempo de realização, profundidade dos testes, relação do auditor com a entidade e</p><p>podendo atender a variadas finalidades, como: avaliar a confiabilidade das</p><p>demonstrações contábeis e/ou controle administrativo.</p><p>b) Auditoria Parcial ou Específica: como o próprio nome informa, é a auditoria</p><p>que possui uma Faculdade de finalidade Minas específica. Nesta o auditor poderá ser</p><p>contratado especificamente para verificar determinadas situações, tais como: auditar</p><p>apenas um ou alguns grupos patrimoniais, ou apurar a situação econômico-financeira,</p><p>ou identificar os custos e/ou verificar o cumprimento de obrigações fiscais, entre outras</p><p>situações conforme necessidade do contratante.</p><p>c) Auditoria limitada: também conhecida como auditoria periódica, é muito</p><p>semelhante à auditoria convencional, diferenciando apenas a forma de aplicação. Na</p><p>auditoria limitada serão analisados as demonstrações contábeis e os registros que as</p><p>originaram num determinado período (mensal, bimestral ou semestral), que poderá</p><p>ser escolhido pelo auditor ou auditada sem aplicar todos os procedimentos da auditoria</p><p>tradicional.</p><p>8</p><p>O auditor poderá realizar exames de forma integral ou por amostragem nos dados da</p><p>organização auditada.</p><p>a) Auditoria Integral: é semelhante à perícia contábil e bastante empregada no</p><p>levantamento de erros e/ou fraudes. São analisados os sistemas de controles internos,</p><p>processos e todos os lançamentos contábeis, juntamente com a documentação</p><p>comprobatória que os originou. É importante ressaltar que a profundidade da auditoria</p><p>está relacionada aos exames que serão realizados pelo auditor, o que difere da</p><p>extensão dos trabalhos de auditoria, que poderá ser geral, parcial ou específica e</p><p>limitada (ver I - Extensão dos trabalhos de auditoria). Sendo assim, uma auditoria</p><p>completa compreende a análise de todos os lançamentos de forma geral (auditoria</p><p>geral – Extensão) e profunda, com a realização dos testes em todos os atos, registros,</p><p>formas de controle, documentos, legalidade e/ou outros aspectos que o auditor</p><p>considere necessários para emissão de um parecer de auditoria. A Análise Integral</p><p>poderá ser realizada por auditores internos e externos à organização auditada. O</p><p>auditor (interno ou externo) que executará a auditoria precisa possuir conhecimento</p><p>Faculdade de Minas de todas as atividades/ processos organizacionais que resultam nas</p><p>demonstrações contábeis. Para o auditor externo, a construção do conhecimento e</p><p>análise integral das atividades é mais difícil, porque demanda estudo e uma longa</p><p>permanência, tempo (integral) na organização auditada e, consequentemente, um alto</p><p>custo para a contratante. Porém, é utilizada com frequência, no caso da auditoria</p><p>interna, com equipe especializada/setor, para execução desta atividade.</p><p>b) Auditoria por Amostragem: para Gesser e Dalpiaz (2007), na maioria das</p><p>vezes, por impossibilidade ou inviabilidade econômica ou temporal, limitamos as</p><p>observações referentes a uma determinada pesquisa a apenas uma parte da</p><p>população. Na auditoria não é diferente, por diversas limitações ou vantagens o auditor</p><p>poderá optar em realizar testes/amostragem analisando apenas um percentual dos</p><p>itens, registros e documentos que permeiam a população/ universo de dados que</p><p>geram as demonstrações contábeis. O objetivo da aplicação das técnicas de</p><p>amostragem é fornecer confiabilidade e segurança ao auditor na emissão do parecer</p><p>de auditoria. Para isso, o auditor poderá utilizar a amostragem estatística e não</p><p>estatística.</p><p>9</p><p>A NBCT 11, norma de auditoria que regulamenta as técnicas de amostragem, define</p><p>como amostragem não estatística (por julgamento), as amostras são selecionadas de</p><p>acordo com a percepção e conhecimento do auditor. Já na amostragem estatística, a</p><p>amostra é selecionada cientificamente de acordo com a teoria da probabilidade ou as</p><p>regras estatísticas. Segundo Boyton; Johnson e Kell (2002), a principal diferença entre</p><p>elas é que as leis das probabilidades são utilizadas para controlar o risco de</p><p>amostragem, quando a amostragem estatística é utilizada. Neste caso, na</p><p>amostragem, o auditor precisa realizar o planejamento, seleção e avaliação da</p><p>amostra a ser analisada para diminuir risco de auditFaculdade de Minas oria.</p><p>1.2 - NATUREZA DA AUDITORIA</p><p>A natureza da auditoria é caracterizada pelo período em que é executada. O período</p><p>de execução é acordado na contratação em comum acordo com a contratante e</p><p>auditor. O auditor poderá exercer uma auditoria permanente ou eventual.</p><p>a) Auditoria Permanente: o conceito da auditoria permanente está ligado à sua</p><p>denominação, como o próprio nome informa, é a auditoria realizada em caráter</p><p>permanente/constante. A auditoria permanente poderá ser executada pelo auditor</p><p>interno e externo. Na auditoria interna, poderá fazer parte das atribuições do auditor a</p><p>10</p><p>tarefa de verificar continuamente os processos, procedimentos, formas de controles,</p><p>saldos e relatórios de gestão. Entretanto, a auditoria permanente também poderá ser</p><p>Faculdade de Minas exercida pelo auditor externo, desde que o auditor trabalhe com um</p><p>programa de visitas constantes, durante diversos períodos, para acompanhar e</p><p>analisar a auditada. A auditoria permanente poderá ser realizada de forma continuada</p><p>ou periódica. Essa classificação está relacionada ao programa de trabalho do auditor.</p><p>b) Auditoria Continuada: na auditoria permanente continuada o programa de</p><p>trabalho objetiva verificar continuamente os processos, controles e operações</p><p>registradas. A permanência constante do auditor proporciona um acompanhamento</p><p>contínuo das atividades, favorecendo a detecção e correção imediata de problemas.</p><p>c) Auditoria Periódica: na auditoria permanente de caráter periódico o auditor</p><p>realizará visitas com intervalos regulares de periodicidade, podendo ser mensal,</p><p>bimestral ou trimestral ou por outro período pré-acordado. Para Franco e Marra (2009),</p><p>esse tipo de auditoria pode oferecer vantagens para o auditor, relacionadas as</p><p>condições de execução de trabalho, pois poderá ser programada para execução após</p><p>os balanços trimestrais, semestrais ou anuais da entidade. Neste caso, o auditor</p><p>verificará a confiabilidade/legitimidade</p><p>das demonstrações contábeis publicadas.</p><p>d) Auditoria Eventual: o programa de auditoria é executado de forma eventual,</p><p>dependendo da finalidade da auditoria, ou seja, o auditor é contratado para realizar</p><p>uma auditoria específica, sem caráter de permanência e/ou continuidade. Entre outros</p><p>motivos que podem levar à contratação do auditor para análise de aspectos</p><p>específicos, podemos citar a verificação do cumprimento de determinadas normas,</p><p>análise da concessão de empréstimos ou financiamentos e controle administrativo.</p><p>11</p><p>1.3 FINALIDADE DA AUDITORIA</p><p>Faculdade de</p><p>Minas</p><p>A finalidade está relacionada ao objetivo, objeto e escopo de auditoria. Antes de</p><p>começar quaisquer procedimentos e/ou o planejamento da auditoria, o auditor precisa</p><p>identificar qual é a intenção, ou seja, qual o fim a que se destina a auditoria a ser</p><p>realizada. Existem diversas finalidades para contratação dos serviços de auditoria,</p><p>entre elas destacamos as apresentadas por Franco e Marra (2009, p. 28). a) auditoria</p><p>para acautelar interesses de acionistas e investidores;</p><p>b) auditoria para controle administrativo;</p><p>c) auditoria para apurar fraudes e erros;</p><p>d) auditoria para concessão de crédito;</p><p>e) auditoria para apurar o valor real do patrimônio líquido;</p><p>f) auditoria para obrigações fiscais;</p><p>g) auditoria para atender a exigências legais;</p><p>h) auditoria para confirmar a exatidão das demonstrações contábeis.</p><p>A relação do auditor com a entidade auditada é determinada pela forma de</p><p>contratação, interesse em questão e o vínculo contratual. O interesse está relacionado</p><p>às formas de auditoria (já abordadas neste tópico) e ao vínculo contratual, que poderá</p><p>ser empregatício ou contratação de terceiros alheios à empresa auditada. Nestes</p><p>termos, surge a figura do auditor interno e externo. O auditor interno é um agente</p><p>filiado à organização, e o auditor externo, chamado como auditor independente, não</p><p>possui vínculo com a empresa auditada. Juntamente com a figura Faculdade de Minas do</p><p>auditor interno ou externo emergem as formas de auditorias internas e externas a</p><p>serem empregadas. Para melhor entendimento, abordaremos cada uma delas</p><p>separadamente.</p><p>12</p><p>2 - NATUREZA DA AUDITORIA OPERACIONAL/GESTÃO</p><p>A auditoria operacional, comumente denominada auditoria interna, é uma atividade de</p><p>avaliação independente dentro da empresa, executada por seu próprio pessoal, que</p><p>se destina a revisar as operações como um serviço prestado à administração. Constitui</p><p>um controle gerencial que funciona mediante análise e avaliação da eficácia de outros</p><p>controles. Cabe salientar que a auditoria operacional pode ser realizada pelo auditor</p><p>externo dependendo da necessidade do contratante (CREPALDI, 2009). AUDITORIA</p><p>TRIBUTÁRIA a auditoria tributária objetiva o exame e a avaliação de planejamento</p><p>tributário e a eficiência e eficácia dos procedimentos e controles adotados para a</p><p>operação, pagamento e recuperação de impostos, taxas e quaisquer outros ônus de</p><p>natureza fisco-tributária que incidam nas operações, bens e documentos da empresa</p><p>(CREPALDI, 2009).</p><p>AUDITORIA DE SISTEMAS INFORMATIZADOS - este tipo de auditoria compreende</p><p>o exame e a avaliação dos procedimentos de planejamento, desenvolvimento, teste e</p><p>sistemas aplicados. Visa, também, ao exame e avaliação das estruturas lógica, física,</p><p>ambiental, organizacional, de controle, segurança e proteção de determinados ativos,</p><p>sistemas aplicativos, software e, notadamente, as informações, visando à qualidade</p><p>de controles internos sistêmicos e de sua observância em todos os níveis gerenciais</p><p>(CREPALDI, 2009).</p><p>AUDITORIA SOCIAL - Para Alberton et al. (2006), associação a auditoria social é um</p><p>procedimento Faculdade de Minasde contabilidad</p><p>e sistemático, regular e objetivo que</p><p>permite organizações a estabelecer valores sociais e critérios contra os quais eles</p><p>podem medir seu desempenho social. Esta associação apresenta uma estrutura</p><p>metodológica de auditoria social, conforme demonstrado na figura a seguir.</p><p>13</p><p>2.1 - METODOLOGIA DE AUDITORIA SOCIAL</p><p>Este modelo compreende quatro elementos, que são: Finalidade e Planejamento,</p><p>Monitoração e Avaliação, Visão Interna e Externa. O resultado da interligação dos</p><p>quatro elementos é mensurável. A interligação dos quatro elementos possui setas</p><p>adicionais que proporcionam uma metodologia de auditoria social integrada à estrutura</p><p>geral da instituição auditada.</p><p>AUDITORIA AMBIENTAL - estudando os conceitos econômicos, percebemos que os</p><p>recursos são limitados e o consumo ilimitado. A escassez de recursos, a superpopulação</p><p>e os frequentes desastres naturais são preocupações que afligem a sociedade Faculdade de</p><p>contemporânea. Minas As empresas, por serem grandes consumidoras de recursos,</p><p>atuando como agentes produtores de bens e serviços, estão sendo cobradas e</p><p>fiscalizadas pelo impacto ambiental que proporcionam. A auditoria ambiental surge como</p><p>instrumento de controle e evidenciação da relação das empresas com o meio ambiente.</p><p>Santos (2002) define a auditoria ambiental como ferramenta utilizada para “avaliar a</p><p>eficácia de todas as ações de controle, aferindo a qualidade final do processo de controle</p><p>ambiental integrado ao processo industrial, não se limitando à verificação dos itens</p><p>relacionados ao meio ambiente nas demonstrações contábeis”. Segundo a norma da</p><p>ISO 14010:</p><p>Auditoria ambiental é o processo sistemático e documentado de verificação, executado</p><p>para obter e avaliar, de forma objetiva, evidências de auditoria para determinar se as</p><p>atividades, eventos, sistema de gestão e condições ambientais especificados ou as</p><p>14</p><p>informações relacionadas a estes estão em conformidade com os critérios de auditoria,</p><p>e para comunicar os resultados deste processo ao cliente.</p><p>Cabe enfatizar que em ambos os conceitos, Santos (2002) e a ISO 14010 apresentam</p><p>o campo de atuação da auditoria ambiental de forma ampla, não se restringindo</p><p>apenas às demonstrações contábeis, mas ao processo produtivo como um todo e sua</p><p>influência no ambiente em que está inserido.</p><p>AUDITORIA GOVERNAMENTAL - No Brasil, a auditoria das contas e gastos</p><p>governamentais é realizada pelos Tribunais de Contas e pelos Controles Internos de</p><p>cada ente federativo. Para o Ministério da Fazenda (2001): A finalidade básica da</p><p>auditoria é comprovar a legalidade e legitimidade dos atos e fatos administrativos e</p><p>avaliar os resultados alcançados, quanto aos aspectos de eficiência, eficácia e</p><p>economicidade da gestão orçamentária, financeira, patrimonial, operacional, contábil</p><p>e finalística das unidades e das entidades da administração pública. Cabe salientar</p><p>que na comprovação da legalidade e legitimidade dos atos e fatos da administração</p><p>Faculdade de Minas pública os órgãos de controle internos e externos são fundamentais na</p><p>prevenção de erros, com a emissão de um parecer de auditoria.</p><p>AUDITORIAS ESPECIAIS - A auditoria especial abrange a realização de trabalhos</p><p>especiais de auditoria, não compreendidos na programação normativa da área,</p><p>solicitados pelos membros dos Conselhos Administrativo, Fiscal, Diretoria ou</p><p>determinados em legislação específica. Os trabalhos de auditoria especial</p><p>independem de designação formal, devendo, porém, ser objeto de relatório específico</p><p>circunstanciado dos fatos examinados, elaborados em caráter restrito ou confidencial.</p><p>Incluem-se nestas modalidades os exames de fraudes, irregularidades,</p><p>desmobilização, aquisição, fusão, cisão e incorporação de empresas, contratos</p><p>especiais de grande vulto, entre outros (CREPALDI, 2009).</p><p>PRINCÍPIOS PROFISSIONAIS</p><p>Na aplicação das técnicas de auditoria, em diversos setores e finalidades o auditor</p><p>será norteado pelos princípios profissionais e precisará de conhecimentos inerentes a</p><p>diversas áreas, além de condições morais e ética profissional.</p><p>15</p><p>PRINCÍPIOS ÉTICOS - O Conselho Federal de Contabilidade, por meio da NBCPG100</p><p>de 2014, normatiza e estabelece princípios aos profissionais de contabilidade/auditoria</p><p>no que se deve aplicar para:</p><p>a) identificar ameaças ao cumprimento dos princípios éticos;</p><p>b) avaliar a importância das ameaças identificadas;</p><p>c) aplicar salvaguardas, quando necessário, para eliminar as ameaças ou reduzi-las a um nível</p><p>aceitável.</p><p>Os princípios tratados nesta norma estão relacionados à integridade, objetividade,</p><p>competência e sigilo profissional e comportamento profissional. Conforme o descrito</p><p>Faculdade de Minas no quadro a seguir:</p><p>PRINCÍPIOS LIGADOS À NORMA NBCPG100 de 2014</p><p>16</p><p>2.2 - PERFIL DO AUDITOR</p><p>Faculdade de</p><p>Minas</p><p>Para o auditor exercer a profissão são necessárias diversas condições comportamentais e</p><p>intelectuais inerentes ao perfil do auditor.</p><p>CONDIÇÕES DO AUDITOR PARA EXERCÍCIO DA PROFISSÃO</p><p>A figura acima apresenta diversas competências técnicas que, dependendo da</p><p>situação, o auditor precisará utilizar em suas atribuições. A profissão de auditoria é um</p><p>destaque na área contábil, pois o auditor emitirá um parecer técnico sobre as</p><p>demonstrações financeiras elaboradas por outros contadores.</p><p>Entretanto, salientamos que o auditor não é um superagente contábil que possui todas</p><p>as condições apontadas na figura , mas sim, como qualquer outro profissional capaz</p><p>de atender aos requisitos da classe contábil.</p><p>Franco e Marra (2009) informam que as características apontadas são importantes e</p><p>necessárias para a atuação do auditor no mercado de trabalho, porém, mesmo com a</p><p>ausência de algumas delas, o auditor poderá ser um bom profissional. Para melhor</p><p>discernimento das condições apontadas, apresentaremos cada uma delas sob a ótica</p><p>de Franco e Marra (2009): Condições Legais: O principal requisito legal para ser</p><p>auditor independente é possuir o título de contador habilitado pelo Conselho Regional</p><p>Faculdade de Minas de Contabilidade. Algumas áreas exigem registros em alguns órgãos</p><p>reguladores, tais como: Comissão de Valores Mobiliários, repartições federais,</p><p>17</p><p>estaduais e/ou municipais. Condições culturais: Os autores destacam que estão</p><p>relacionadas aos conhecimentos gerais do auditor e noções básicas das seguintes</p><p>matérias:</p><p>• Organização e administração de empresas</p><p>• Economia e Finanças Empresariais</p><p>• Processamentos de Dados</p><p>• Noções de política</p><p>• Matemática Financeira</p><p>• Legislação Comercial</p><p>• Língua Portuguesa</p><p>• Outra língua, o aconselhável é o inglês, por ser uma linha universal</p><p>• Relações humanas e públicas</p><p>• Sociologia e Psicologia</p><p>Condições Técnicas: Para realizar o trabalho, o auditor deve possuir conhecimentos profundos</p><p>na área em que atua, ou seja, Ciências Contábeis:</p><p>• Princípios, postulados, convenções e normas técnicas inerentes à profissão</p><p>• Sistemas contábeis</p><p>• Técnicas contábeis (apuração de custos, análise de balanço)</p><p>• Planejamento e organização contábil Condições intelectuais: São as qualidades básicas para</p><p>o desenvolvimento profissional do auditor no exercício de sua profissão: Faculdade de Minas •</p><p>Inteligência</p><p>• Agilidade mental</p><p>• Força de vontade</p><p>18</p><p>• Automotivação</p><p>• Pesquisa</p><p>• Atualização profissional</p><p>• Percepção analítica e observadora</p><p>Condições de civismo e interação profissional: As condições de civismo estão</p><p>relacionadas à educação pessoal e polidez do auditor. Já a interação profissional</p><p>refere-se à integração do auditor com os diversos órgãos de classe. Condições morais</p><p>e éticas: Existe diferença entre as condições morais e éticas.</p><p>As condições morais se referem ao comportamento do auditor nas diversas situações</p><p>inerentes à profissão e a ética está relacionada à ação, aplicação e reflexão geral dos</p><p>princípios e normas que fundamentam a profissão. Existem diversos requisitos morais</p><p>(comportamento) e éticos (conduta) inerente à profissão. Dentre os requisitos morais,</p><p>Franco e Marra (2009) destacam:</p><p>• Integridade</p><p>• Idoneidade</p><p>• Respeitabilidade</p><p>• Caráter ilibado</p><p>• Padrão moral elevado</p><p>Faculdade de</p><p>Minas</p><p>• Vida privada irrepreensível</p><p>• Justiça e imparcialidade</p><p>As condições éticas estão ligadas às normas relacionadas à profissão contábil. O CFC,</p><p>Conselho Federal de Contabilidade, no uso das suas atribuições, em 1997 aprovou a</p><p>NBCT P 1 por meio da 821/97, que trata sobre Normas Profissionais de Auditor</p><p>Independente. A NBCT P 1, alterada pela NBCPG100, de 24 de janeiro de 2014,</p><p>aborda assuntos referentes à competência técnico profissional, independência,</p><p>responsabilidade do auditor na elaboração dos trabalhos de auditoria, honorários,</p><p>19</p><p>guarda da documentação, sigilo profissional, educação continuada, exame de</p><p>competência técnica profissional e informações anuais aos conselhos de</p><p>contabilidade.</p><p>Além das normas, códigos e condições morais, Franco e Marra (2009) apresentam algumas</p><p>recomendações referentes às condições éticas inerentes ao auditor:</p><p>a) Não procure obter clientes em concorrência com seus colegas.</p><p>b) Execute os trabalhos dentro do mais elevado padrão de qualidade.</p><p>c) Não faça pronunciamentos, nem dê pareceres sem contar com seguros elementos de</p><p>convicção. d) Cobre honorários justos, sem se valer das circunstâncias ou dos resultados</p><p>obtidos pelo cliente com seu trabalho.</p><p>e) Não aceite trabalhos de empresas com as quais tenha vínculo econômico ou</p><p>parentesco com seus diretores.</p><p>f) Mantenha o sigilo profissional.</p><p>g) Não aceite trabalhos com a finalidade de defender interesses pessoais.</p><p>h) Demonstre consideração por sua classe e por seus colegas.</p><p>Faculdade de</p><p>Minas</p><p>i) Respeite o código de ética da profissão.</p><p>Na apresentação das condições necessárias para execução dos trabalhos de</p><p>auditoria, observamos que o profissional deverá possuir um conjunto de</p><p>conhecimentos técnicos, experiência e capacidade para as tarefas que executa;</p><p>conhecimentos contábeis, econômicos e financeiros; e de outras disciplinas para o</p><p>adequado cumprimento do objetivo da auditoria. As condições apontadas são algumas</p><p>características desejadas ao perfil do profissional de auditoria.</p><p>20</p><p>2.3 - CONDUTA PROFISSIONAL</p><p>Os conceitos morais e éticos influenciam no comportamento humano e na forma de</p><p>agir, pensar e conduzir seus atos. O comportamento humano é um reflexo da conduta</p><p>humana. O direito penal conceitua conduta como uma ação ou omissão humana,</p><p>consciente e voluntária, dirigida a uma finalidade profissional. Aplicando esse conceito</p><p>na auditoria, chegamos à conclusão de que a conduta profissional é a forma como o</p><p>auditor conduzirá os trabalhos de auditoria. A conduta do auditor deve seguir os</p><p>padrões éticos e morais norteados pelo código de ética do contador, normas</p><p>brasileiras de auditoria e princípios, postulados e convenções contábeis. Crepaldi</p><p>(2009, p. 71) elenca nove aspetos referentes à conduta do auditor no exercício de sua</p><p>profissão. Bom senso quando fizer revisão ou contribuições de melhorias, ii) Sigilo</p><p>profissional, iii) Discrição profissional, iv) Capacidade prática para desempenhar a</p><p>função, v) Objetividade, vi) Liberdade de pensamento e ação, vii) Perspicácia na</p><p>realização de exames, viii)</p><p>Tratamento com as pessoas, ix) Pesquisa. Para melhor</p><p>entendimento, trataremos segregadamente cada uma das seis condutas elencadas</p><p>pelo autor.</p><p>Bom senso ao fazer revisão ou contribuição de melhorias - O bom senso é</p><p>manifestação de sentFaculdade de Minasimentos, realizada em condições especiais. Os</p><p>sentimentos, na</p><p>conceituação filosófica, são estados afetivos da vida intelectual e</p><p>moral. São precedidos, claramente, de um estado de ideias. Estas ideias repousam</p><p>em julgamento lógico, porém sem a rigidez das conclusões demasiadamente positivas.</p><p>O bom senso tem suas próprias características, que repousam em princípios tais</p><p>como: tolerância dentro do que é justo, abandono de detalhes que prejudiquem a</p><p>finalidade, acomodação, desde que beneficie os fins, equilíbrio e serenidade e</p><p>ausência completa de paixão. Demonstrar autoconfiança: O auditor que não está</p><p>seguro de sua própria conduta, de sua capacidade mental e intelectual, não tem</p><p>condições de ser um profissional que se impõe. A autoconfiança é consequência de</p><p>um autoconvencimento ou de uma sugestão permanente que o auditor deve se fazer.</p><p>Autoconfiança não deve ser confundida com superioridade. Confiança em si próprio é</p><p>uma sugestão que decorre de um processo de preparação, mas que se inicia com</p><p>pensamentos positivos e principalmente humildade. O poder da mente organizada é</p><p>de rara utilidade no exercício profissional, principalmente na auditoria.</p><p>21</p><p>Sigilo profissional - O auditor independente não deve revelar, em nenhuma hipótese,</p><p>as informações que obteve e de que tem conhecimento em função de seu trabalho na</p><p>entidade auditada, salvo as que possuírem exceções por força de lei ou normatização</p><p>contábil. Segundo Crepaldi (2009), o auditor independente deve respeitar e assegurar</p><p>o sigilo pertinente às informações obtidas durante o seu trabalho na entidade auditada,</p><p>não as divulgando, sob nenhuma circunstância, salvo as contempladas na legislação</p><p>vigente, bem como nas Normas Brasileiras de Contabilidade.</p><p>Discrição profissional - Discrição e sigilo se completam, mas não devemos</p><p>confundi-los. A discrição é a modéstia e até a simulação para conseguir realizar o</p><p>Faculdade de Minas trabalho sem demonstrar a intenção. Já o sigilo é a forma de se guardar</p><p>segredos. Outro aspecto da discrição é evitar que seu trabalho seja visto por todos ou</p><p>pelos interessados. Caso não seja possível evitar que os apontamentos sejam vistos,</p><p>as anotações no material examinado devem ser feitas através de códigos. A discrição</p><p>se manifesta ainda nas atitudes e contatos, quando o auditor evita sempre se mostrar</p><p>como um detetive ou espião. A discrição de atitude é a forma ética que tira qualquer</p><p>impressão de fiscalização.</p><p>Capacidade prática para desempenhar a função - O estudo e o conhecimento da</p><p>teoria fazem com que se aprenda um ramo do conhecimento, fazem também com que</p><p>o nosso cérebro se discipline para aquele método. Porém, a prática nos torna</p><p>capacitados para uma execução perfeita através do nosso conhecimento. A auditoria</p><p>é uma técnica que requer o domínio da teoria, mas também exige muita prática. As</p><p>etapas do desenvolvimento educacional, até a plenitude prática, são:</p><p>• Conhecimento teórico: leituras sobre organizações, administração, doutrinas</p><p>sobre auditoria, legislação fiscal, econômica, trabalhista, comercial. Também é</p><p>importante fazer cursos de especialização em auditoria.</p><p>• Conhecimento prático: execução de tarefas auxiliares, execução de revisões</p><p>programadas, execução de planos de auditoria com auxiliar de planejamento,</p><p>planejamento e análise de métodos e sistemas. Acredita-se que um auditor, para</p><p>chegar à plenitude de sua função, precisa de pelo menos 10 anos de estudos e</p><p>experiências.</p><p>22</p><p>Objetividade - Uma conduta muito necessária neste ramo é a objetividade. Como o</p><p>trabalho do auditor é predominantemente analítico, pode ser que ele se perca nos</p><p>Faculdade de Minas detalhes. Para que isso não ocorra é necessário ter a convicção de que</p><p>a análise e conclusão não devem se separar. O senso de objetividade característica</p><p>pode fazer a mente não se afastar do foco ao qual se propôs o indivíduo.</p><p>Liberdade de pensamento e ação - A liberdade de pensamento e de ação deve ser</p><p>assegurada ao auditor e também deve ser defendida por ele. Independentemente de</p><p>ser ou não autorizado a cumprir um determinado procedimento, o auditor tem o dever</p><p>de cumpri-lo, sempre levando em consideração o bem da empresa e dos exames de</p><p>auditoria.</p><p>Pesquisa - O hábito de pesquisar é próprio desta atividade. Não é possível conseguir</p><p>conclusões valiosas sem a realização de pesquisa, seja na revisão, ou na análise de</p><p>métodos, sistemas e ocorrências. Não se deve tomar os primeiros dados como únicos</p><p>e absolutos, pois é necessário fazer novas coletas de dados e uma série de testes de</p><p>observação, constantemente.</p><p>Tratar bem as pessoas - O respeito ao próximo é algo muito importante na conduta</p><p>de um auditor. Devemos dar às outras pessoas o mesmo respeito que esperamos</p><p>delas. Cripaldi (2009) diz que quem lida com seu semelhante menosprezando-o,</p><p>humilhando-o, apoquentando-o e diminuindo-o, naturalmente será sempre mal</p><p>recebido.</p><p>2.4 - DIFERENÇA BÁSICA ENTRE FRAUDE E ERRO</p><p>Algumas pessoas, quando ouvem o termo auditoria, remetem automaticamente à</p><p>detecção de erros ou fraudes. Isso acontece porque as primeiras auditorias possuíam</p><p>apenas essa finalidade. O auditor, ao executar seu trabalho, poderá ou não encontrar</p><p>evidências de fraudes e erros na entidade auditada. Segundo as Normas Brasileiras</p><p>de Contabilidade, NBC TA 240, que tratam sobre o assunto (fraude e erro), a diferença</p><p>Faculdade de Minas está na intenção do indivíduo que cometeu o ato infracional. A NBC TA</p><p>23</p><p>240 conceitua fraude como “o ato intencional de um ou mais indivíduos da</p><p>administração, dos responsáveis pela governança, empregados ou terceiros, que</p><p>envolva dolo para obtenção de vantagem injusta ou ilegal”. Erro pode ser conceituado</p><p>como um ato lícito cometido sem a intenção de causar danos morais ou financeiros a</p><p>terceiros. Para</p><p>NBCT 12, erro é o “ato não intencional resultante de omissão, desatenção ou má</p><p>interpretação de fatos na elaboração de registros e demonstrações contábeis”. No</p><p>decorrer de seus trabalhos, o auditor pode encontrar diversos tipos de erros, entre eles</p><p>podemos citar: erros de soma aritmética na escrituração contábil ou nas</p><p>demonstrações contábeis, utilização incorreta das normas contábeis e interpretação</p><p>errônea das variações patrimoniais. Como podemos ver, a linha que separa erro e</p><p>fraude é muito tênue, ou seja, está na intenção do indivíduo em praticar ato ilícito. Para</p><p>Sá e Sá (2009), fraude contábil é o ato ou efeito de praticar ato ilícito, ilegal ou irregular,</p><p>com artifícios de registros contábeis.</p><p>Portanto, qualquer ação ou omissão voluntária que envolve registros, processos contábeis que</p><p>poderão causar algum tipo de dano a alguém, é considerada fraude.</p><p>Nestes termos, podemos “conceituar fraude como qualquer meio usado por uma</p><p>pessoa com a finalidade de obter uma vantagem injusta sobre outra pessoa, seja por</p><p>ato ou omissão, onde a intenção é dolosa ou criminosa” (CUNHA; CORNACHIONE</p><p>JUNIOR, 2003, p. 80).</p><p>No Brasil, a preocupação com a fraude e suas consequências é demonstrada pela</p><p>disponibilização de uma vasta legislação distribuída em esferas jurídicas segregadas:</p><p>Código Penal, Código Civil, Código de Defesa do Consumidor, Normas do Conselho</p><p>Federal de Contabilidade e Normas Internacionais.</p><p>24</p><p>Faculdade de Minas</p><p>Faculdade de Minas</p><p>25</p><p>2 .5 - QUAL O PAPEL DO AUDITOR NA BUSCA DE ERROS E FRAUDES?</p><p>Quando ocorre uma fraude de grandes proporções, o primeiro questionamento da</p><p>sociedade é: por que o auditor não percebeu isso antes? No decorrer deste Caderno</p><p>de Estudos apresentamos diversos acontecimentos que envolvem a figura do auditor</p><p>em escândalos corporativos, porém enfatizamos que estes casos são exceções. Cabe</p><p>salientar que a participação do auditor em fraudes corporativas levou à falência uma</p><p>das maiores empresas de auditoria do mudo, a Arthur Andersen. A falência e a falta</p><p>de credibilidade do mercado são apenas algumas consequências que o auditor pode</p><p>sofrer no envolvimento com atos ilícitos. Diante do apresentado, nos questionamos:</p><p>Qual a responsabilidade do auditor na detecção de erros ou fraudes? Segundo a</p><p>NBCTA 240, deve obter a segurança razoável de que as demonstrações contábeis,</p><p>como um todo, não contêm distorções relevantes. Porém, o auditor não é responsável</p><p>pela prevenção de fraudes ou erros. Entretanto, deve planejar seu trabalho avaliando</p><p>Faculdade de Minaso risco</p><p>de auditoria e efeitos relevantes nas demonstrações contábeis.</p><p>O risco e a responsabilidade do auditor estão relacionados à população auditada.</p><p>Na observância de fraude e erro, o auditor deverá comunicar à administração, de</p><p>preferência por escrito e protocolado, as medidas corretivas. Caso a ocorrência</p><p>observada não seja corrigida, o auditor deverá informar os possíveis efeitos dos fatos</p><p>encontrados (fraude ou erro) em seu parecer. O auditor, ao realizar os procedimentos</p><p>de auditoria, corre o risco de não detectar um erro ou fraude. Na fase do planejamento,</p><p>ao constatar o risco da provável existência de erro/fraude, o auditor deve ampliar os</p><p>procedimentos, oportunidade e natureza da auditoria, com a finalidade de obter maior</p><p>segurança na emissão do parecer de auditoria.</p><p>As Normas Brasileiras de Auditoria alertam que esses procedimentos adicionais serão</p><p>realizados ou modificados de acordo com a percepção do auditor, com o objetivo de</p><p>obter segurança razoável na emissão do parecer. Na emissão do parecer sobre as</p><p>demonstrações contábeis o auditor verificará se as fraudes e erros encontrados</p><p>possuem efeitos relevantes e se foram ou não corrigidos, emitindo um parecer com</p><p>ressalva ou adverso.</p><p>26</p><p>Caso o auditor, ao concluir seu trabalho, verificar que a organização auditada não</p><p>tenha tomado as medidas corretivas e/ou a participação dos administradores pode</p><p>influenciar a confiabilidade do parecer de auditoria, esse pode rescindir o contrato</p><p>firmado com o objetivo de auto preservar sua independência.</p><p>3 - PLANO DE AUDITORIA</p><p>Faculdade de</p><p>Minas</p><p>O plano de ação descreve a relação das atividades a serem executadas com objetivo</p><p>de cumprir as estratégias preestabelecidas. Para NBC TA 300, o “plano de auditoria é</p><p>mais detalhado que a estratégia global de auditoria, visto que inclui a natureza, a</p><p>época e a extensão dos procedimentos de auditoria a serem realizados pelos</p><p>membros da equipe de trabalho”. Desta forma, uma vez definida a estratégia global de</p><p>auditoria, pode ser desenvolvido plano de trabalho que abordará diversos temas</p><p>identificados na estratégia global de auditoria, levando-se em conta a necessidade de</p><p>atingir os objetivos da auditoria por meio do uso eficiente dos recursos do auditor. Na</p><p>elaboração dos planos de auditoria o auditor precisa demonstrar o objetivo geral da</p><p>auditoria, o procedimento geral, área de atuação, cronograma das atividades, escopo</p><p>auditado, a forma de execução e a equipe técnica. Para exemplificar como funcionam</p><p>os planos de auditoria, apresentaremos um modelo utilizado por Vieira e Platt (2005)</p><p>em auditorias internas.</p><p>PLANEJAMENTO- Na fase do planejamento o auditor verificará a extensão,</p><p>profundidade e universos de dados a serem auditados. Segundo Crepaldi (2009), ao</p><p>planejar uma amostra de auditoria, deve-se levar em consideração: Objetivo específico</p><p>da auditoria; População da qual o auditor deseja extrair a amostra; Estratificação da</p><p>população; Tamanho da amostra; Risco de amostragem; Erro tolerável e; Erro</p><p>esperado.</p><p>• Objetivo específico da auditoria: No planejamento geral da auditoria, o</p><p>auditor identifica a estratégia, o plano e os programas a serem adotados. A</p><p>amostragem é um procedimento de auditoria e ao planejar em como executá-lo o</p><p>auditor precisa levar em consideração os objetivos específicos a serem atingidos e os</p><p>demais procedimentos a serem utilizados.</p><p>27</p><p>• População: A NBC TA 530 define população como um “conjunto completo de</p><p>dados sobre o qual a amostra é selecionada”. Para selecionar uma amostra, ou seja,</p><p>um Faculdade de Minas percentual, primeiramente o auditor precisa identificar a totalidade</p><p>de dados que serão avaliados. Essa totalidade é a população. Para que você,</p><p>acadêmico (a), possa entender melhor o que é população em auditoria, tente imaginar</p><p>a auditoria das contas a receber. A população de auditoria, neste caso, pode ser</p><p>definida como a listagem ou conjunto de todas as contas que a auditada tem a receber.</p><p>A amostra seria um percentual (%) do conjunto total das contas a receber.</p><p>• Estratificação: Segundo Crepaldi (2009), é o processo de dividir uma</p><p>população em subpopulações, cada qual contendo um grupo de unidades de</p><p>amostragem com características homogêneas ou similares. Para melhor</p><p>entendimento, imagine que o auditor está analisando as contas a receber, para isso,</p><p>ele poderá fazer uma listagem agrupando os clientes pelo total a receber (saldo de</p><p>devedores) esse agrupamento é chamado de estratificação.</p><p>• Tamanho da Amostra: Para obter segurança na emissão de um parecer, o</p><p>auditor precisa utilizar uma amostra planejada para aplicação à população, para isso,</p><p>é necessário que a amostra seja representativa do seu universo/ população e que</p><p>todos os itens da população tenham oportunidade idêntica de serem selecionados.</p><p>O auditor, para definir o tamanho da amostra, poderá utilizar cálculos estatísticos ou seu</p><p>juízo de valor (não estatístico) baseado em sua percepção.</p><p>Na realização dos cálculos o auditor deverá levar em consideração “a natureza da</p><p>evidência de auditoria desejada e as eventuais condições de desvio ou distorção que</p><p>possam ser encontradas” (NBC TA 530). Alguns fatos podem interferir diretamente no</p><p>tamanho das amostras, tais como, risco de amostragem, os erros toleráveis e os</p><p>esperados. Esses fatores podem interferir no tamanho da amostra selecionada para</p><p>realização dos testes de controles (funcionamento) e testes substantivos (verificação</p><p>de saldos e deFaculdade de talhes)Minas</p><p>CONTROLES INTERNOS - Muitas vezes a auditoria interna é confundida com controle</p><p>interno, isso ocorre porque controlar significa acompanhar, examinar e fiscalizar.</p><p>Entretanto, auditoria e controle possuem significados distintos. Para Silva (1993, p. 79)</p><p>"controle é um processo administrativo que consiste em verificar se tudo está sendo</p><p>28</p><p>feito de acordo com o planejado e as ordens dadas, bem como assinalar as faltas e</p><p>erros, a fim de repará-los e evitar sua repetição". Desta forma o controle é uma</p><p>ferramenta de gestão que auxilia no acompanhamento da alocação de recursos</p><p>disponíveis na empresa. Para NBCT 12 a auditoria interna: “Constitui conjunto de</p><p>procedimentos técnicos que tem por objetivo examinar a integridade, adequação e</p><p>eficácia dos controles internos e das informações físicas, contábeis, financeiras e</p><p>operacionais da entidade”.</p><p>Desta forma, podemos concluir que auditoria interna é o conjunto de procedimentos/</p><p>métodos de avaliação e revisão dos controles internos, processos utilizados pelo</p><p>auditado. O INTOSAI (2005) (International Organization of Supreme</p><p>Audit Institutions)</p><p>afirma que o auditor deve identificar os principais controles internos, avaliando-os</p><p>previamente para descobrir seus pontos fortes e fracos. A avaliação do nível de</p><p>segurança dos controles internos das organizações é de fundamental importância para</p><p>a determinação da extensão dos testes de auditoria que serão aplicados por auditores</p><p>externos, para a emissão de parecer.</p><p>Os controles internos são importantes para a auditoria e para a administração da</p><p>empresa auditada e, segundo Boyton (2002), essa importância é estudada há muito</p><p>tempo.</p><p>Em 1947 a AICPA – The American Institute of Certified Public Accountants destacou a</p><p>relevância dos controles internos.Faculdade de Minas</p><p>Em 1977 a Lei de Práticas Anticorrupção no exterior obrigou as CIA. Sujeitas a Lei de</p><p>Negociação e Títulos a manterem um sistema de controle interno.</p><p>Em 1987 o relatório da Comissão Nacional sobre Elaboração e Apresentação de</p><p>relatórios financeiros, institui entre outros, que suas patrocinadoras deveriam cooperar</p><p>no desenvolvimento de diretrizes sobre C. I. Assim, em 1988 a ASB emitiu a SAS 55</p><p>– consideração da estrutura de C. I. em uma Auditoria de Demonstrações, e em 1990</p><p>a AICPA emitiu um guia para ajudar aos auditores a aplicar a SAS 55.</p><p>“Com o passar dos anos as empresas adotam os controles internos para ter segurança</p><p>razoável quanto à consecução de três categorias: confiabilidade de informações</p><p>financeiras, obediência a leis e regulamentos aplicáveis, e eficácia e eficiência de</p><p>operações” (BOYTON, 2002 p. 321).</p><p>29</p><p>Com o passar dos anos as empresas adotam os controles internos para ter segurança</p><p>razoável quanto à consecução de três categorias: confiabilidade de informações</p><p>financeiras, obediência a leis e regulamentos aplicáveis, e eficácia e eficiência de</p><p>operações (BOYTON, 2002 p. 321).</p><p>Segundo Costa (2014), o controle interno está voltado para todos os departamentos</p><p>da empresa, inclusive operacional e não somente para a contabilidade, ou seja, interno</p><p>ou externamente, incluindo toda a estrutura organizacional, os métodos e medidas, a</p><p>padronização de seus procedimentos, trabalhando os seus processos da melhor forma</p><p>possível para atingir as metas e resultados traçados pela administração.</p><p>O controle auxilia os gestores a verificar o cumprimento das normas internas e aumenta</p><p>o grau de confiabilidade das informações financeiras. Para Franco e Marra</p><p>(2009, p. 269), “quanto melhor e mais eficiente o controle interno aplicado em uma organização,</p><p>mais confiabilidade e segurança possui o auditor em relação ao seu</p><p>trabalho executado”. Não importa quão bem tenham sido desenhados os controles</p><p>Faculdade de Minas internos, eles apenas fornecem segurança razoável quanto à</p><p>consecução dos objetivos da entidade. Apesar da segurança fornecida existem</p><p>algumas limitações atreladas aos controles internos que precisam ser averiguadas</p><p>pelo auditor, tais como:</p><p>• Erros de Julgamento: os controles internos podem fornecer informações</p><p>inadequadas na tomada de decisão.</p><p>• Falhas: na operacionalização dos controles, o executante pode cometer erros por</p><p>não entender as instruções de preenchimento do controle.</p><p>• Conluio: indivíduos agindo conjuntamente, fazendo/escondendo fraudes e</p><p>instruções.</p><p>• Atropelamento para cumprimento do prazo: o controle existe, mas para cumprir os</p><p>prazos algumas vezes a administração acaba passando por cima de procedimentos ou</p><p>políticas estabelecidas.</p><p>30</p><p>• Custos x Benefícios: custo de C. I. não pode ser maior que o benefício gerado pelo</p><p>mesmo. Apesar das limitações informadas, o controle interno é instrumento de análise e</p><p>cabe ao auditor verificar a confiabilidade das informações geradas. Sá (2002) informa que</p><p>quanto maior a confiabilidade dos controles, maior será a segurança do auditor na</p><p>execução dos trabalhos, quanto menor a confiabilidade dos controles, mais cuidado será</p><p>exigido na execução das tarefas.</p><p>31</p><p>BIBLIOGRAFIA</p><p>Faculdade de</p><p>Minas</p><p>ALBERTON, L.; NASCIMENTO, V. M.; SOUZA, J. V.; JOSE, A. B. Modelo proposto de</p><p>auditoria social para ser aplicado em políticas sociais públicas. In: IV Simpósio de</p><p>gestão e estratégia de negócios da UFRural-RJ. Seropédica/RJ. Modelo Proposto de</p><p>Auditoria Social para Ser Aplicado em Políticas Públicas, 2006. ALBERTON, L. Uma</p><p>contribuição para a formação de auditores contábeis independentes na perspectiva</p><p>comportamental. Tese - Programa de Pós-Graduação em Engenharia da Produção,</p><p>Universidade Federal da Santa Catarina, Florianópolis, 2002, 272 f. ALMEIDA,</p><p>Marcelo Cavalcanti. Auditoria: um curso moderno e completo. 6. ed. São Paulo: Atlas,</p><p>2009. ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Auditoria: um curso moderno e completo. São</p><p>Paulo: Atlas S.A., 1996. ASSING, Ildefonso; ALBERTON, Luiz; TESCH, José Marcos.</p><p>O comportamento das fraudes nas empresas brasileiras. Revista da FAE, Curitiba,</p><p>v.11, n. 2, p.141- 152, jul./dez. 2008. ATTIE, William. Auditoria: conceitos e aplicações.</p><p>4. ed. São Paulo: Atlas, 2009. ATTIE, William. Auditoria: conceitos e aplicações. 3. ed.</p><p>São Paulo: Atlas, 1998.</p><p>SANTOS, Marcos Vinícius dos; VIER, Ailson José. A importância da auditoria interna</p><p>na contribuição da gestão dos negócios. 2014. Disponível em: . Acesso em: 25 ago.</p><p>2015. SANTOS, Marcos Vinícius. A importância da Auditoria interna na contribuição</p><p>da gestão dos negócios. 2002. SEBRAE. Glossário Empresarial. Disponível.</p><p>Faculdade de</p><p>Minas</p>