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<p>leitura</p><p>FICHA DE</p><p>TÍTULO:</p><p>RESUMO:</p><p>AUTOR:</p><p>Alimentos, Nutrição e Dietoterapia</p><p>KRAUSE</p><p>TÍTULO RESUMO:</p><p>: Ingestão: Os Nutrientes e seu Metabolismo</p><p>Ingestão - Energia</p><p>A energia, definida como a capacidade de realizar trabalho, é principalmente obtida do sol por</p><p>meio da fotossíntese. Plantas verdes pegam a luz solar e a transformam em glicose para</p><p>produzir nutrientes essenciais. Animais e humanos obtêm esses nutrientes ao consumir plantas e</p><p>carne. O corpo usa a energia dos carboidratos, proteínas, lipídeos e álcool da dieta, liberando-a</p><p>por meio do metabolismo. É crucial fornecer consistentemente energia para suprir as</p><p>necessidades do corpo. A energia é utilizada para manter os tecidos, a condução nervosa, a</p><p>atividade muscular e a regulação da temperatura corporal. Embora a energia acabe se</p><p>transformando em calor, processos celulares únicos permitem que ela seja usada eficientemente</p><p>para todas as funções vitais.</p><p>Necessidades energéticas</p><p>As necessidades energéticas são a quantidade de energia necessária para o crescimento e</p><p>manutenção do corpo, variando de acordo com idade, sexo, massa corporal, altura e atividade</p><p>física. Em crianças, gestantes e lactantes, as necessidades também incluem a produção de leite e</p><p>o crescimento saudável. Doenças e lesões podem aumentar ou diminuir o consumo energético. A</p><p>massa corporal reflete se as necessidades estão sendo atendidas, mas não indica a ingestão</p><p>correta de nutrientes. Pessoas com composição corporal diferente podem ter necessidades</p><p>energéticas distintas. Indivíduos obesos, por exemplo, precisam de mais energia devido ao</p><p>aumento da massa gorda e magra. Portanto, é importante consumir a quantidade certa de</p><p>energia para manter um peso saudável e atender às necessidades do corpo.</p><p>Componentes dos gastos energéticos</p><p>O corpo humano gasta energia de três formas: Gasto Energético Basal (GEB), Efeito Térmico</p><p>do Alimento (ETA) e Termogênese por Atividade (TA), que juntos formam o Gasto Energético</p><p>Total (GET) diário.</p><p>Gasto Energético Basal e em Repouso</p><p>O metabolismo basal (GEB) é a quantidade mínima de energia gasta para manter a vida.</p><p>Reflete a energia usada em repouso, em condições neutras, sem atividades que gerem calor.</p><p>Deve ser medido antes de qualquer atividade física, de preferência pela manhã, e após 10 a 12</p><p>horas de jejum. Permanece constante diariamente. Já o gasto energético em repouso (GER) é o</p><p>necessário para manter as funções corporais normais e a temperatura do corpo, incluindo</p><p>atividades como respiração e circulação. O GER é 10% a 20% maior que o GEB e não</p><p>considera a termogênese ou atividades extras. Os termos GER e GEB podem ser usados de</p><p>forma intercambiável, em alguns textos como neste livro, são usados os GER e GEB.</p><p>Fatores que Afetam o Gasto Energético em Repouso</p><p>O tamanho corporal e composição influenciam no GER, que varia de pessoa para pessoa devido</p><p>a diferentes fatores. Fatores tais como idade, composição corporal, tamanho do corpo, clima,</p><p>sexo, hormônios e outros.</p><p>Idade</p><p>O GER é influenciado pela proporção de massa corporal magra, sendo mais alto durante o</p><p>crescimento acelerado, principalmente nos dois primeiros anos de vida. Bebês podem armazenar</p><p>até 12% a 15% do valor energético do alimento em novos tecidos. Conforme a criança cresce, as</p><p>necessidades energéticas reduzem para cerca de 1% do GET. Com o início da idade adulta, o</p><p>GER diminui para 1% a 2% por quilograma da massa livre de gordura por década. Exercícios</p><p>físicos podem ajudar a manter uma MCM e GER elevados. O declínio do GER com a idade</p><p>pode ser parcialmente devido a mudanças na MCM.</p><p>Composição Corporal</p><p>A Massa Livre de Gordura (MLG), também conhecida como Massa Corporal Magra (MCM),</p><p>é responsável pela maioria dos tecidos metabolicamente ativos no corpo e é um importante</p><p>indicador do Metabolismo de Repouso (GER). Estudos mostram que a MLG contribui em</p><p>cerca de 80% das variações no GER, tornando-se fundamental para entender o metabolismo.</p><p>Atletas com mais massa muscular possuem um GER aproximadamente 5% maior do que</p><p>pessoas sedentárias, devido à sua maior MLG. Órgãos como fígado, cérebro, coração, baço,</p><p>intestinos e rins são os principais contribuintes para a produção de calor e para cerca de 60% do</p><p>GER. Portanto, diferenças na MLG entre grupos étnicos podem influenciar significativamente</p><p>o GER.</p><p>Tamanho do corpo</p><p>Pessoas altas e magras têm taxas metabólicas mais altas do que pessoas baixas e robustas,</p><p>mesmo com o mesmo peso. A área de superfície corporal e a quantidade de massa magra estão</p><p>diretamente relacionadas ao metabolismo. Crianças obesas têm taxas metabólicas mais altas,</p><p>porém quando ajustadas para composição corporal, não há diferenças significativas. Isso causa</p><p>um desafio para os profissionais de saúde ao utilizar o IMC como critério de avaliação da</p><p>saúde.</p><p>Clima</p><p>O GER é afetado por temperaturas ambientais extremas, com pessoas em climas tropicais</p><p>tendo GERs mais altos. Exercícios em temperaturas acima de 30°C aumentam a carga</p><p>metabólica em cerca de 5%, devido ao aumento da atividade das glândulas sudoríparas. Já em</p><p>ambientes extremamente frios, o metabolismo energético depende do isolamento térmico</p><p>proporcionado pela gordura corporal e vestuário de proteção.</p><p>Sexo</p><p>As taxas metabólicas variam de acordo com o sexo devido às diferenças no tamanho e</p><p>composição corporal. Mulheres geralmente têm mais gordura e menos músculo do que homens,</p><p>resultando em taxas metabólicas cerca de 5% a 10% menores. No entanto, essa diferença</p><p>diminui com a idade.</p><p>Composição Hormonal</p><p>Os hormônios influenciam o metabolismo. Distúrbios endócrinos como hipertireoidismo e</p><p>hipotireoidismo afetam o consumo de energia. O sistema nervoso simpático em períodos de</p><p>estresse libera epinefrina, que aumenta a glicogenólise e a atividade celular. Grelina e peptídeo</p><p>YY regula o apetite e a energia. A taxa metabólica das mulheres varia durante o ciclo</p><p>menstrual, sendo ligeiramente maior na fase lútea. Durante a gravidez, o crescimento dos</p><p>tecidos uterinos e o feto contribuem para aumentos graduais na taxa metabólica.</p><p>Temperatura</p><p>A febre eleva o GER em 7% para cada grau acima de 37 °C ou 13% segundo estudos clássicos.</p><p>Outros Fatores</p><p>Cafeína, nicotina e álcool aumentam o metabolismo. A ingestão de 200 a 350 mg de cafeína</p><p>para homens e 240 mg para mulheres pode aumentar o gasto energético em 7% a 11% e 8% a</p><p>15%, respectivamente. A nicotina aumenta o metabolismo em cerca de 3% a 4% nos homens e</p><p>6% nas mulheres, enquanto o álcool aumenta em 9% nas mulheres. Em situações de estresse ou</p><p>doença, o gasto energético pode variar, sendo maior em pessoas obesas, mas menor durante a</p><p>inanição ou dietas prolongadas e bulimia.</p><p>O Efeito Térmico do Alimento</p><p>O efeito térmico dos alimentos refere-se ao aumento no gasto energético durante a digestão,</p><p>absorção e metabolismo dos nutrientes, representando cerca de 10% do total de energia gasta.</p><p>Existem dois tipos de termogênese: obrigatória, necessária para processar os nutrientes, e</p><p>facultativa, estimulada pela atividade nervosa. O efeito térmico é influenciado pela composição</p><p>da dieta, sendo maior após a ingestão de proteínas do que de gorduras, devido à maior eficiência</p><p>na metabolização lipídica em comparação aos carboidratos.</p><p>Além disso, alimentos como pimenta, cafeína, capsaicina e chás verdes, brancos e oolong podem</p><p>aumentar o gasto energético, a oxidação lipídica e suprimir o apetite. A nutrição enteral e</p><p>parenteral também afetam o gasto energético, com estudos mostrando aumento no gasto de</p><p>energia com a nutrição enteral intermitente à noite e durante a infusão intravenosa de nutrição</p><p>parenteral a longo prazo. Estas informações são cruciais para estimar as necessidades</p><p>energéticas de pacientes sob nutrição enteral ou parenteral.</p><p>Termogênese por atividade</p><p>Além do GER e do ETA, a energia também é gasta através de atividades físicas, seja através de</p><p>exercícios ou das atividades diárias. Essa é a chamada termogênese por atividade. A TA inclui a</p><p>TSAF, que é a energia utilizada nas atividades do dia a dia, e a energia gasta em esportes ou</p><p>exercícios</p><p>físicos. A contribuição da atividade física é o componente mais variável do GET,</p><p>podendo variar de 100 kcal/dia em pessoas sedentárias até 3.000 kcal/dia em atletas. A TSAF</p><p>representa a energia utilizada no trabalho e nas atividades de lazer, podendo variar conforme a</p><p>pessoa. O GET reflete o GER, o ETA e a energia gasta através de exercícios. A TA individual</p><p>varia conforme o tamanho do corpo e os hábitos de movimento. A mensuração da atividade</p><p>física é importante para a recomendação de energia e métodos de avaliação de baixo custo são</p><p>necessários.</p><p>Considerações Adicionais sobre o Gasto Energético</p><p>O consumo excessivo de oxigênio após o exercício (COPE) é influenciado pela duração e</p><p>intensidade da atividade física, se observou um aumento no gasto de energia durante exercícios</p><p>intermitentes de alta intensidade, mesmo com um menor efeito na taxa metabólica pós-</p><p>exercício. Exercícios habituais não causam um aumento significativamente prolongado nas</p><p>taxas metabólicas, a menos que a duração diminua e a intensidade aumente. Um estudo sobre o</p><p>gasto energético relacionado ao grau de amputação em amputados unilaterais não encontrou</p><p>diferenças significativas entre os diferentes graus de amputação ou velocidades de caminhada. A</p><p>atividade de gasto energético pode não ser afetada pelo tamanho do corpo devido às</p><p>amputações.</p><p>Medição dos Gastos Energéticos</p><p>A unidade-padrão para medir energia é a caloria, que é a quantidade de energia térmica</p><p>necessária para aumentar a temperatura de 1 mL de água a 15°C em 1°C. Para medir a energia</p><p>envolvida no metabolismo dos alimentos, utiliza-se a quilocaloria (kcal), que é equivalente a</p><p>1.000 calorias. Apesar de ser comum chamar a quilocaloria de Caloria com "C" maiúsculo,</p><p>neste texto é abreviada para kcal. O joule (J) mede a energia em termos de trabalho mecânico,</p><p>sendo amplamente utilizado em outros países. Uma kcal equivale a 4.184 quilojoules (kJ). É</p><p>importante entender as diferenças entre os métodos de medição de gasto energético humano</p><p>para aplicá-los adequadamente em ambientes de prática e pesquisa.</p><p>Calorimetria direta e indireta</p><p>A calorimetria direta (CD) é feita com equipamentos caros e especializados em uma sala</p><p>calorimétrica, onde indivíduos são monitorados durante atividades moderadas. O método</p><p>monitora o calor produzido pelo corpo, medindo a energia gasta, porém não identifica o tipo de</p><p>alimento oxidado. As condições confinadas limitam a representatividade das medições em um</p><p>ambiente real, pois a atividade física na câmara é restrita. O alto custo, a complexidade da</p><p>engenharia e a falta de instalações adequadas em todo o mundo também restringem sua</p><p>utilização.</p><p>A calorimetria indireta (CI) é o método mais comum para medir o gasto de energia. Neste</p><p>método, é medido o consumo de oxigênio e a produção de gás carbônico por um período</p><p>específico. A equação de Weir (1949) e um quociente respiratório de 0,85 são usados para</p><p>converter o consumo de oxigênio em GER. O equipamento utilizado pode variar, mas</p><p>normalmente envolve uma pessoa respirando em um bocal com uma máscara que cobre nariz e</p><p>boca, ou usando um capuz ventilado para capturar o gás carbônico expirado. Capuzes</p><p>ventilados são úteis para medições de curto e longo prazo.</p><p>As medições do consumo de oxigênio são feitas através do uso de um equipamento chamado de</p><p>carrinho de medição metabólica ou calorímetro indireto. Existem diferentes tipos de carrinhos,</p><p>desde os maiores que medem apenas o consumo de oxigênio e a produção de gás carbônico até</p><p>os que também medem a função pulmonar e parâmetros de exercícios. Carrinhos maiores são</p><p>mais caros, mas têm capacidades expandidas, incluindo a medição de pacientes hospitalizados</p><p>dependentes de ventilação mecânica. Já os carrinhos menores, portáteis, são mais acessíveis e</p><p>projetados para medir o consumo de oxigênio. Para realizar a medição com precisão, é</p><p>necessário seguir um protocolo rigoroso, como ficar em repouso antes da medição e seguir</p><p>períodos de jejum e abstinência de cafeína, álcool e cigarros. A CI pode ser usada para medir o</p><p>gasto energético de pacientes internados em estado agudo, pacientes ambulatoriais ou até</p><p>mesmo pessoas saudáveis.</p><p>Quociente Respiratório</p><p>O quociente respiratório (QR) pode ser calculado através da medição do consumo de oxigênio e</p><p>da produção de gás carbônico. Ele indica qual tipo de alimento está sendo metabolizado, com</p><p>valores diferentes para cada grupo alimentar. QR acima de 1 está relacionado à síntese de</p><p>gordura ou consumo excessivo de energia, enquanto valores baixos indicam ingestão inadequada</p><p>de nutrientes. Embora o QR seja usado para avaliar a eficácia de regimes nutricionais</p><p>hospitalares, ele não está diretamente relacionado com a energia fornecida. No entanto, ainda</p><p>pode ser útil como marcador de tolerância respiratória e validação de testes.</p><p>QR = volume de CO expirado/volume de O2 consumido (VO2/VCO2)</p><p>Valores de QR</p><p>1 = carboidrato</p><p>0,85 = dieta mista</p><p>0,82 = proteína</p><p>0,7 = gordura</p><p>≤0,65 = produção de cetona</p><p>Outros Métodos de Medição do Gasto Energético</p><p>Alternativas para medir gasto energético são pesquisadas por falta de equipamento e</p><p>conhecimento, infelizmente.</p><p>Medição do Gasto Energético Relacionado com as Atividades</p><p>Monitores triaxiais</p><p>Um monitor triaxial foi utilizado para medir a energia relacionada à atividade, mostrando</p><p>eficiência ao empregar três monitores uniaxiais. Estudos mostram correlação entre o monitor</p><p>triaxial e o gasto energético, ajudando a determinar os níveis reais de atividade e reduzindo</p><p>erros no controle de massa corporal.</p><p>Questionário de atividade física</p><p>Os questionários de atividade física (QAFs) são ferramentas simples e baratas para avaliar o</p><p>nível de atividade física de um indivíduo. No entanto, erros de relato podem causar</p><p>discrepâncias no gasto energético calculado em relação ao determinado pela ADM, afetando o</p><p>controle de peso e a ingestão energética.</p><p>Estimativa das necessidades energéticas - Equações para a Estimativa do Gasto Energético em</p><p>Repouso</p><p>Ao longo do tempo, várias equações foram desenvolvidas para estimar o GER, como um</p><p>derivado do CI medido em adultos. As equações de Harris-Benedict eram comuns, mas foram</p><p>descobertas superestimar o GER em pessoas normais e obesas. Um estudo comparando as</p><p>equações de Mifflin-St. Jeor, Owen e Harris-Benedict encontrou que as primeiras eram mais</p><p>precisas. As equações de Mifflin-St Jeor foram desenvolvidas com base em medições de CI em</p><p>homens e mulheres com diferentes IMCs. Atualmente, as equações de Mifflin-St. Jeor são</p><p>amplamente usadas para estimar o gasto energético em indivíduos saudáveis e alguns pacientes.</p><p>Homens: Kcal/dia = 10 (massa corporal)+6,25 (estatura) - 5 (idade) + 5</p><p>Mulheres: Kcal/dia = 10 (massa corporal) +6,25 (estatura) - 5 (idade) - 161</p><p>Massa corporal = massa corporal real do corpo em quilogramas</p><p>As equações de Harris-Benedict e Mifflin são mais adequadas para indivíduos saudáveis, não</p><p>recomendadas para outros grupos. O banco de dados usado para desenvolvê-las não reflete mais</p><p>a população atual. Para pacientes doentes, o gasto energético pode ser estimado com CI, mas o</p><p>uso dessas equações não é aconselhado.</p><p>Determinação do GET</p><p>As equações para calcular o gasto energético incluem o GER, que é o gasto em repouso, somado</p><p>a fatores para ETA e atividades. O ETA é um fator global na termogênese por atividade. Para</p><p>prever o gasto energético adicional por atividade física, é possível usar estimativas do nível de</p><p>atividade física. Recomenda-se aumentar o GER em 10% a 20% para atividade mínima, 25% a</p><p>40% para moderada e 45% a 60% para atividades extenuantes. Essas são recomendações</p><p>práticas, ainda sem base científica definitiva.</p><p>Estimativa das Necessidades Energéticas a Partir da Ingestão Energética</p><p>Tradicionalmente, recomendações energéticas eram baseadas em estimativas de ingestão de</p><p>alimentos, mas métodos não garantiam precisão. Entre 10% e 45% das pessoas subestimam sua</p><p>ingestão de alimentos, variando conforme idade, sexo e composição corporal. Programas on-</p><p>line como Food Prodigy e MyPlate Tracker permitem registrar</p><p>alimentos consumidos e estimar</p><p>nutrientes. Usuários recebem relatórios resumidos e detalhados, fornecidos por profissionais de</p><p>saúde. Essas ferramentas auxiliam na avaliação da ingestão alimentar e no planejamento de</p><p>uma dieta equilibrada.</p><p>Outras Equações de Predição</p><p>A National Academy of Sciences, o Institute of Medicine (IOM) e o Food and Nutrition Board,</p><p>em parceria com o Health Canada, definiram as necessidades energéticas estimadas para</p><p>homens, mulheres, crianças e bebês, e para gestantes e lactantes (IOM, 2005). A necessidade</p><p>energética estimada (NEE) é a média de ingestão de energia da dieta prevista para manter o</p><p>equilíbrio energético em um adulto saudável de determinada idade, sexo, massa corporal,</p><p>estatura e grau de atividades físicas compatível com uma boa saúde. Em crianças, gestantes e</p><p>lactantes, a NEE inclui as necessidades associadas à deposição de tecidos ou à secreção de leite</p><p>em taxas compatíveis com uma boa saúde.</p><p>Equações de predição foram desenvolvidas com base em estudos de ADM para estimar as</p><p>necessidades energéticas conforme a idade das pessoas.</p><p>A NEE considera idade, massa corporal, estatura, sexo e nível de atividade física para pessoas a</p><p>partir de 3 anos de idade. A massa corporal é o principal fator para calcular as necessidades de</p><p>energia. Além do GET, bebês, crianças e adolescentes precisam de energia extra para o</p><p>crescimento, assim como gestantes e lactantes. Um coeficiente de atividade física é usado para</p><p>determinar as necessidades energéticas de diferentes grupos, com categorias como sedentário,</p><p>baixa atividade, ativo e muito ativo. Essas categorias são baseadas no gasto de energia durante</p><p>atividades diárias. As equações são estimativas e podem variar de acordo com o indivíduo.</p><p>Estimativa de Gastos Energéticos de Atividades Selecionadas Utilizando Equivalentes</p><p>Metabólicos</p><p>METs são unidades de medida que correspondem à taxa metabólica de uma pessoa durante</p><p>atividades físicas de diferentes intensidades, expressas como múltiplos do GER. Um valor MET</p><p>de 1 é o oxigênio metabolizado em repouso e pode ser expresso como 1 kcal/kg da massa</p><p>corporal por hora. Isso permite estimar o gasto energético de adultos usando os valores de</p><p>MET. Por exemplo, um adulto que pesa 65 kg e caminha moderadamente a 6,4 km/h (MET</p><p>4,5) gastaria 293 calorias em 1 hora.</p><p>Para estimar as necessidades energéticas, é importante identificar o valor do Grau de Atividade</p><p>Física (GAF) de uma pessoa (1 + 0,1 = 1,1). Esse valor é influenciado pelas atividades</p><p>realizadas ao longo do dia e é chamado de mudança no grau de atividade física (∆GAF). Para</p><p>calcular o ∆GAF, somam-se os valores para cada atividade realizada em um dia, de acordo com</p><p>as tabelas do DRI. Após calcular o GAF para um dia, adiciona-se o GEB e 10% do ETA. Por</p><p>exemplo, passear com o cachorro (0,11) e usar o aspirador de pó (0,14), ambas com 1 hora de</p><p>duração, sentar por 4 horas desempenhando atividades leves (0,12), e então fazer atividades</p><p>moderadas a vigorosas, tais como caminhar por 1 hora a 6,4 km/h (0,20) e patinar no gelo por</p><p>30 minutos (0,13), para obter um total de 0,7. Adiciona-se a esse valor o GEB ajustado em 10%</p><p>do ETA (1,1) para se obter o cálculo final:</p><p>0,7+1,1= 1,8</p><p>Para uma mulher de 30 anos, o valor do GAF (1,8) indica alta atividade. O coeficiente de AF</p><p>associado a um estilo de vida ativo é 1,27. Para calcular a NEE, use a equação para mulheres</p><p>adultas com IMC entre 18,5 e 25 kg/m2.</p><p>NEE =354 - 6,91x idade (anos) +AF x (9,36x massa corporal (kg) + 726 x</p><p>Estatura (m) )</p><p>NEE = 354 - (6,91 x 30) + 1,27 x ( 9,36x65) + (726x1,77)</p><p>NEE=2.551kcal</p><p>Calculo da energia dos alimentos</p><p>A energia disponível nos alimentos é medida com uma bomba calorimétrica. A amostra é</p><p>queimada, e o aumento da temperatura da água é utilizado para calcular a energia térmica</p><p>gerada. Nem toda a energia dos alimentos e do álcool é absorvida pelo corpo devido à digestão e</p><p>absorção incompletas. A energia biologicamente disponível é ligeiramente menor do que a</p><p>medida pelo calorímetro. Os valores para proteínas, lipídeos, carboidratos e álcool são 4, 9, 4 e</p><p>7 kcal/g, respectivamente. A fibra é um carboidrato não disponível em termos energéticos.</p><p>Os alimentos geralmente contêm uma mistura de proteínas, lipídeos e carboidratos, mesmo que</p><p>os valores energéticos de cada nutriente sejam conhecidos.</p><p>Exemplo: ovo médio (50g) tem 13% proteínas, 12% lipídeos e 1% carboidratos.</p><p>Proteínas: 13% x 50g = 6,5g x 4 kcal / g = 26kcal</p><p>Lipídeos : 12% x 50g = 6g x 9kcal /g = 54 Kcal</p><p>Carboidratos : 1% x 50g - 0,05g x 4kcal/g = 2kcal</p><p>Total = 82 kcal</p><p>O valor energético das bebidas alcoólicas pode ser determinado utilizando-se a seguinte</p><p>equação:</p><p>Kcal do àlcool = quantidade de bebida (oz) x grau x 0,8Kcal / grau / oz.</p><p>O grau é a proporção de álcool em uma bebida alcoólica. Nos EUA, 100 graus equivalem a</p><p>50% de álcool. Para calcular o percentual de álcool, divide-se o grau por dois. Por exemplo,</p><p>uísque de grau 86 tem 43% de álcool. O fator 0,8 kcal/grau/1 oz representa a densidade</p><p>energética do álcool.</p><p>1 ¹/² oz x 86% graus x 0,8kcal / grau / 1 oz = 103 kcal</p>