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<p>científica digital</p><p>CIÊNCIAS DO ESPORTE</p><p>E EDUCAÇÃO FÍSICA</p><p>CONTRIBUIÇÕES CONTEMPORÂNEAS EM PESQUISA</p><p>Rogério de Melo Grillo</p><p>Gilson Santos Rodrigues</p><p>(Orgs.)</p><p>2023 - GUARUJÁ - SP</p><p>1ª EDIÇÃO</p><p>científica digital</p><p>Diagramação e arte</p><p>Equipe editorial</p><p>Imagens da capa</p><p>Adobe Stock - licensed by Editora Científica Digital - 2023</p><p>Revisão</p><p>Os Autores</p><p>2023 by Editora Científica Digital</p><p>Copyright da Edição © 2023 Editora Científica Digital</p><p>Copyright do Texto © 2023 Os Autores</p><p>Acesso Livre - Open Access</p><p>EDITORA CIENTÍFICA DIGITAL LTDA</p><p>Guarujá - São Paulo - Brasil</p><p>www.editoracientifica.com.br - contato@editoracientifica.com.br</p><p>Parecer e revisão por pares</p><p>Os textos que compõem esta obra foram submetidos para avaliação do Conselho Editorial da Editora</p><p>Científica Digital, bem como revisados por pares, sendo indicados para a publicação.</p><p>O conteúdo dos capítulos e seus dados e sua forma, correção e confiabilidade são de responsabilidade</p><p>exclusiva dos autores.</p><p>É permitido o download e compartilhamento desta obra desde que pela origem da publicação e no formato</p><p>Acesso Livre (Open Access), com os créditos atribuídos aos autores, mas sem a possibilidade de alteração</p><p>de nenhuma forma, catalogação em plataformas de acesso restrito e utilização para fins comerciais.</p><p>Esta obra está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição-Não Comercial-Sem Derivações 4.0</p><p>Internacional (CC BY-NC-ND 4.0).</p><p>Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)</p><p>C569 Ciências do esporte e educação física: contribuições contemporâneas em pesquisa / Organizadores Rogério de Melo Grillo,</p><p>Gilson Santos Rodrigues, Octávio Barbosa Neto. – Guarujá-SP: Científica Digital, 2023.</p><p>E-</p><p>BO</p><p>OK</p><p>AC</p><p>ES</p><p>SO</p><p>LI</p><p>VR</p><p>E O</p><p>N L</p><p>INE</p><p>-</p><p>IM</p><p>PR</p><p>ES</p><p>SÃ</p><p>O P</p><p>RO</p><p>IBI</p><p>DA</p><p>Formato: PDF</p><p>Requisitos de sistema: Adobe Acrobat Reader</p><p>Modo de acesso: World Wide Web</p><p>Inclui bibliografia</p><p>ISBN 978-65-5360-399-8</p><p>DOI 10.37885/978-65-5360-399-8</p><p>1. Esporte. 2. Educação física. I. Grillo, Rogério de Melo (Organizador). II. Rodrigues, Gilson Santos (Organizador). III.</p><p>Barbosa Neto, Octávio (Organizador). IV. Título.</p><p>CDD 613.7</p><p>Índice para catálogo sistemático: I. Esporte : Educação física 2 0 2 3</p><p>Elaborado por Janaina Ramos – CRB-8/9166</p><p>científica digital</p><p>científica digital</p><p>Direção Editorial</p><p>Reinaldo Cardoso</p><p>João Batista Quintela</p><p>Assistentes Editoriais</p><p>Erick Braga Freire</p><p>Bianca Moreira</p><p>Sandra Cardoso</p><p>Bibliotecários</p><p>Maurício Amormino Júnior - CRB-6/2422</p><p>Janaina Ramos - CRB-8/9166</p><p>Jurídico</p><p>Dr. Alandelon Cardoso Lima - OAB/SP-307852 C</p><p>O</p><p>N</p><p>SE</p><p>LH</p><p>O</p><p>E</p><p>D</p><p>IT</p><p>O</p><p>R</p><p>IA</p><p>L</p><p>M</p><p>es</p><p>tr</p><p>es</p><p>, M</p><p>es</p><p>tr</p><p>as</p><p>, D</p><p>ou</p><p>to</p><p>re</p><p>s</p><p>e</p><p>D</p><p>ou</p><p>to</p><p>ra</p><p>s</p><p>C</p><p>O</p><p>R</p><p>P</p><p>O</p><p>E</p><p>D</p><p>IT</p><p>O</p><p>R</p><p>IA</p><p>L</p><p>Prof. Dr. Carlos Alberto Martins Cordeiro</p><p>Universidade Federal do Pará</p><p>Prof. Dr. Rogério de Melo Grillo</p><p>Universidade Estadual de Campinas</p><p>Profª. Ma. Eloisa Rosotti Navarro</p><p>Universidade Federal de São Carlos</p><p>Prof. Dr. Ernane Rosa Martins</p><p>Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de</p><p>Goiás</p><p>Prof. Dr. Rossano Sartori Dal Molin</p><p>FSG Centro Universitário</p><p>Prof. Dr. Carlos Alexandre Oelke</p><p>Universidade Federal do Pampa</p><p>Prof. Esp. Domingos Bombo Damião</p><p>Universidade Agostinho Neto - Angola</p><p>Prof. Me. Reinaldo Eduardo da Silva Sales</p><p>Instituto Federal do Pará</p><p>Profª. Ma. Auristela Correa Castro</p><p>Universidade Federal do Pará</p><p>Profª. Dra. Dalízia Amaral Cruz</p><p>Universidade Federal do Pará</p><p>Profª. Ma. Susana Jorge Ferreira</p><p>Universidade de Évora, Portugal</p><p>Prof. Dr. Fabricio Gomes Gonçalves</p><p>Universidade Federal do Espírito Santo</p><p>Prof. Me. Erival Gonçalves Prata</p><p>Universidade Federal do Pará</p><p>Prof. Me. Gevair Campos</p><p>Faculdade CNEC Unaí</p><p>Prof. Me. Flávio Aparecido De Almeida</p><p>Faculdade Unida de Vitória</p><p>Prof. Me. Mauro Vinicius Dutra Girão</p><p>Centro Universitário Inta</p><p>Prof. Esp. Clóvis Luciano Giacomet</p><p>Universidade Federal do Amapá</p><p>Profª. Dra. Giovanna Faria de Moraes</p><p>Universidade Federal de Uberlândia</p><p>Prof. Dr. André Cutrim Carvalho</p><p>Universidade Federal do Pará</p><p>Prof. Esp. Dennis Soares Leite</p><p>Universidade de São Paulo</p><p>Profª. Dra. Silvani Verruck</p><p>Universidade Federal de Santa Catarina</p><p>Prof. Me. Osvaldo Contador Junior</p><p>Faculdade de Tecnologia de Jahu</p><p>Profª. Dra. Claudia Maria Rinhel-Silva</p><p>Universidade Paulista</p><p>Profª. Dra. Silvana Lima Vieira</p><p>Universidade do Estado da Bahia</p><p>Profª. Dra. Cristina Berger Fadel</p><p>Universidade Estadual de Ponta Grossa</p><p>Profª. Ma. Graciete Barros Silva</p><p>Universidade Estadual de Roraima</p><p>Prof. Dr. Carlos Roberto de Lima</p><p>Universidade Federal de Campina Grande</p><p>Prof. Dr. Wescley Viana Evangelista</p><p>Universidade do Estado de Mato Grosso</p><p>Prof. Dr. Cristiano Marins</p><p>Universidade Federal Fluminense</p><p>Prof. Me. Marcelo da Fonseca Ferreira da Silva</p><p>Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia</p><p>de Vitória</p><p>Prof. Dr. Daniel Luciano Gevehr</p><p>Faculdades Integradas de Taquara</p><p>Prof. Me. Silvio Almeida Junior</p><p>Universidade de Franca</p><p>Profª. Ma. Juliana Campos Pinheiro</p><p>Universidade Federal do Rio Grande do Norte</p><p>Prof. Dr. Raimundo Nonato Ferreira Do Nascimento</p><p>Universidade Federal do Piaui</p><p>Prof. Dr. Antônio Marcos Mota Miranda</p><p>Instituto Evandro Chagas</p><p>Profª. Dra. Maria Cristina Zago</p><p>Centro Universitário UNIFAAT</p><p>Profª. Dra. Samylla Maira Costa Siqueira</p><p>Universidade Federal da Bahia</p><p>Profª. Ma. Gloria Maria de Franca</p><p>Centro Universitário CESMAC</p><p>Profª. Dra. Carla da Silva Sousa</p><p>Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano</p><p>Prof. Me. Dennys Ramon de Melo Fernandes Almeida</p><p>Universidade Federal do Rio Grande do Norte</p><p>Prof. Me. Mário Celso Neves De Andrade</p><p>Universidade de São Paulo</p><p>Prof. Me. Julianno Pizzano Ayoub</p><p>Universidade Estadual do Centro-Oeste</p><p>Prof. Dr. Ricardo Pereira Sepini</p><p>Universidade Federal de São João Del-Rei</p><p>Profª. Dra. Maria do Carmo de Sousa</p><p>Universidade Federal de São Carlos</p><p>Prof. Me. Flávio Campos de Morais</p><p>Universidade Federal de Pernambuco</p><p>Prof. Me. Jonatas Brito de Alencar Neto</p><p>Universidade Federal do Ceará</p><p>Prof. Me. Reginaldo da Silva Sales</p><p>Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará</p><p>Prof. Me. Moisés de Souza Mendonça</p><p>Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará</p><p>Prof. Me. Patrício Francisco da Silva</p><p>Universidade de Taubaté</p><p>Profª. Esp. Bianca Anacleto Araújo de Sousa</p><p>Universidade Federal Rural de Pernambuco</p><p>Prof. Dr. Pedro Afonso Cortez</p><p>Universidade Metodista de São Paulo</p><p>Profª. Ma. Bianca Cerqueira Martins</p><p>Universidade Federal do Acre</p><p>Prof. Dr. Vitor Afonso Hoeflich</p><p>Universidade Federal do Paraná</p><p>Prof. Dr. Francisco de Sousa Lima</p><p>Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano</p><p>Profª. Dra. Sayonara Cotrim Sabioni</p><p>Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia Baiano</p><p>Profª. Dra. Thais Ranielle Souza de Oliveira</p><p>Centro Universitário Euroamericano</p><p>Profª. Dra. Rosemary Laís Galati</p><p>Universidade Federal de Mato Grosso</p><p>Profª. Dra. Maria Fernanda Soares Queiroz</p><p>Universidade Federal de Mato Grosso</p><p>Prof. Dr. Dioniso de Souza Sampaio</p><p>Universidade Federal do Pará</p><p>Prof. Dr. Leonardo Augusto Couto Finelli</p><p>Universidade Estadual de Montes Claros</p><p>Profª. Ma. Danielly de Sousa Nóbrega</p><p>Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Acre</p><p>Prof. Me. Mauro Luiz Costa Campello</p><p>Universidade Paulista</p><p>Profª. Ma. Livia Fernandes dos Santos</p><p>Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Acre</p><p>Profª. Dra. Sonia Aparecida Cabral</p><p>Secretaria da Educação do Estado de São Paulo</p><p>Profª. Dra. Camila de Moura Vogt</p><p>Universidade Federal do Pará</p><p>Prof. Me. José Martins Juliano Eustaquio</p><p>Universidade de Uberaba</p><p>Prof. Me. Walmir Fernandes Pereira</p><p>Miami University of Science and Technology</p><p>Profª. Dra. Liege Coutinho Goulart Dornellas</p><p>Universidade Presidente Antônio Carlos</p><p>Prof. Me. Ticiano Azevedo Bastos</p><p>Secretaria de Estado da Educação de MG</p><p>Prof. Dr. Jónata Ferreira De Moura</p><p>Universidade Federal do Maranhão</p><p>Profª. Ma. Daniela Remião de Macedo</p><p>Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa</p><p>Prof. Dr. Francisco Carlos Alberto Fonteles Holanda</p><p>Universidade Federal do Pará</p><p>Profª. Dra. Bruna Almeida da Silva</p><p>Universidade do Estado do Pará</p><p>Profª. Ma. Adriana Leite de Andrade</p><p>Universidade Católica</p><p>saúde curso de Educação Física, Universidade Estadual do Estado de Mato Grosso. p.</p><p>51. Cáceres, 2011.</p><p>LOURDES M. C; BARRETO S. J. A dança e seus efeitos nos desenvolvimentos múl-</p><p>tiplos da criança. 2007. 12f. Monografia. (Curso de pós-graduação em psicopedagogia),</p><p>Instituto Catarinense de pós-graduação, Florianópolis, 2007.</p><p>MARQUES, I.A. Ensino da dança hoje: textos e contextos. São Paulo: Cortez, 2001.</p><p>______. Dançando na escola. 4.ed. São Paulo: Cortez, 2007.</p><p>28 29</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>MADRUGA, F.; NORA, S. Dançando Na Escola: O Projeto Oficina De Dança Livre E A</p><p>Percepção Dos Professores Em Relação Ao Processo De Ensino – aprendizagem. Uni-</p><p>versidade de Caxias do Sul – Revista do corpo: Ciências e Artes – v.6 – n. 1 – 2016.</p><p>OLIVEIRA, S. L. de. Metodologia da pesquisa. In: _______. Tratado de metodologia</p><p>científica: projetos de pesquisa, TGI, TCC, monografias, dissertações e teses. 2. ed. São</p><p>Paulo: Pioneira, 2000. cap. 3, p. 103-232.</p><p>PRADO, J. B. de. A Dança No Curso De Educação Física a partir de uma perspectiva</p><p>da Formação de Saberes na Graduação. Monografia. (Graduação de Licenciatura em</p><p>Educação Física). Faculdade de ciências da saúde curso de Educação Física, Universidade</p><p>Estadual do Estado de Mato Grosso. p. 48. Cáceres, 2015.</p><p>PEREIRA, S. R. C. et al. Dança na escola: desenvolvendo a emoção, a imaginação e o</p><p>pensamento. Revista Kinesis, Porto Alegre, v.2, n. 25, p.47-70. Rio grande do Sul, 2001.</p><p>RODRIGUES, B, M; CORREA, W. R. Produção acadêmica sobre dança nos periódicos</p><p>nacionais de Educação Física. Revista Brasileira Educação Física e Esporte, (São</p><p>Paulo). Escola de Educação Física e Esporte, Universidade de São Paulo, 2013.</p><p>SANTANA, D. D; SILVA, R. I. R. Dança de Salão: Sua Influência na Qualidade De Vida.</p><p>Prêmio de Iniciação Científica: Reynaldo Camargo Neves. 2012.</p><p>STRAZZACAPPA, M.; MORANDI, C. Entre a arte e a docência: a formação do artista da</p><p>dança. São Paulo: Papirus, 2006.</p><p>VERDERI, E. B. L. P. Dança na Escola. 2ª ed. Rio de Janeiro: Sprint, 2000.</p><p>WICHMANN, F. M. A. et al. Grupos de convivência como suporte ao idoso na melhoria</p><p>da saúde. Revista Brasileira Geriatria e Gerontologia, Rio de Janeiro, v. 16, n. 4, p.</p><p>821-832, 2013.</p><p>02</p><p>'10.37885/230713594</p><p>02</p><p>APROXIMAÇÕES DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR</p><p>E DA EDUCAÇÃO INTEGRAL EM TEMPO INTEGRAL</p><p>Solange Izabel Balbino</p><p>Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)</p><p>https://dx.doi.org/10.37885/230713594</p><p>RESUMO</p><p>Neste texto buscamos compreender as aproximações entre os conteúdos da Educação</p><p>Física Escolar e o ideal preconizado pela Educação integral em tempo integral por meio da</p><p>análise da prática pedagógica dos professores e das professoras da disciplina nesse mo-</p><p>delo escolar. Utilizamos a entrevista narrativa para a coleta dos dados. Nos questionamos</p><p>qual o espaço da disciplina em questão no tempo estendido da escola e de que maneira a</p><p>prática docente se estabelece diante do contexto do tempo integral na escola. Partimos do</p><p>princípio que a prática pedagógica se encaminha para a formação humana integral dos e</p><p>das estudantes e com a garantia de qualidade do tempo ampliado na escola. Consideramos</p><p>que a implementação de escolas com jornada estendida sejam um avanço para a educa-</p><p>ção pública brasileira, contudo acreditamos que as equipes que coordenam essas escolas</p><p>precisam fazê-las caminhar para uma educação integral de fato.</p><p>Palavras-chave: Educação Física, Escola de Tempo Integral, Prática Pedagógica.</p><p>32</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>Neste texto buscamos compreender as aproximações entre os conteúdos da Educação</p><p>Física Escolar e o ideal preconizado pela Educação integral em tempo integral por meio da</p><p>análise da prática pedagógica dos professores e das professoras da disciplina nesse modelo</p><p>escolar. Procuramos compreender a concepção que professores e professoras de educação</p><p>Física tem acerca de sua prática pedagógica e a partir de quais olhares estabelecem suas</p><p>práticas no cotidiano escolar.</p><p>Os dados foram coletados por meio do uso da entrevista narrativa para que com uma</p><p>escuta sensível pudéssemos compreender, de fato, como se constrói o pensamento e, por</p><p>consequência, a prática pedagógica desses e dessas profissionais. Com a história contada</p><p>(narrada) intentamos entender o dia a dia na escola de tempo integral e por que os professo-</p><p>res e professoras acreditam na eficiência do seu trabalho dentro desse modelo educacional</p><p>que tem sido amplamente debatido nos últimos anos.</p><p>Sobremaneira é indispensável considerar o contexto em que se desenvolve o traba-</p><p>lho dos professores e das professoras participantes, a maneira como tem se estabelecido</p><p>e determinado seu ambiente de trabalho e, de modo geral, o que atribui sentido às suas</p><p>práticas pedagógicas.</p><p>De acordo com as experiências relatadas refletimos em questões que estão além dos</p><p>conteúdos ensinados e da maneira como essas aulas se desenvolvem. Isso nos faz pensar o</p><p>motivo, tanto das aulas serem como são, quanto do porquê os professores e as professoras</p><p>tem esse olhar de si e seu trabalho.</p><p>MÉTODOS</p><p>Para este artigo, utilizamos a entrevista narrativa realizada com dois professores e</p><p>duas professoras de Educação Física de uma escola municipal de tempo integral de Campo</p><p>Grande/MS. Os e as participantes compõem o grupo de indivíduos participantes de uma</p><p>pesquisa de mestrado desenvolvida nesse campo cujo objetivo principal foi identificar o</p><p>espaço e o tempo da Educação Física nestas escolas.</p><p>Optamos pela narrativa, pois acreditamos que narrar é a representação pela qual o</p><p>ser humano evidencia sua vivência e experimentação do mundo. É a reconstrução da his-</p><p>tória individual e coletiva em que o indivíduo expressa sua visão de determinado aconteci-</p><p>mento histórico.</p><p>Simão e Urt (2013), acreditam na eficiência do recurso metodológico das narrativas, pois</p><p>possibilita compreender a constituição do sujeito de forma ampla e contextualizada. O que</p><p>atende nossas expectativas com relação aos nossos objetivos.</p><p>32 33</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>Do mesmo modo, Clandinin e Connely (2011), afirmam que a narrativa é um meio</p><p>para compreender a experiência vivida pelo outro, uma colaboração entre o pesquisador e</p><p>o indivíduo participante da pesquisa. Dessa interação surge a compreensão do que é dito e</p><p>daquilo que fica ‘por dizer’ e cabe ao pesquisador e à pesquisadora subentender conside-</p><p>rando o contexto em que ocorre o fato narrado e o contexto em que se realiza a pesquisa.</p><p>Reflexões acerca da prática docente</p><p>Para uma análise profunda acerca da prática docente dentro da narrativa dos entre-</p><p>vistados e das entrevistadas precisamos primeiro definir o que compreendemos por prática</p><p>docente e o que é, dentro de nossa perspectiva, o trabalho de professores e professoras.</p><p>Para tanto buscamos essa compreensão dentro da Teoria Histórico-cultural, base teórica</p><p>que sustenta a nossa pesquisa.</p><p>Deste modo, procuramos entender, junto a estudiosos desta teoria quem é o professor</p><p>e a professora, qual o significado de seu trabalho para a sociedade e qual o sentido atribuído</p><p>a esse trabalho por eles e elas.</p><p>Vigotski (2003) afirma a necessidade de se compreender a natureza psicológica do</p><p>trabalho docente, sem a qual o autor adverte, não é possível abranger integralmente, num</p><p>estudo, os processos educativos. O autor nos mostra que professores e professoras são</p><p>mais do que uma fonte de conhecimento e repetidores de ideias, seu papel é transformar e</p><p>organizar o ambiente social que é o próprio fator educativo.</p><p>Deste modo os estudiosos e estudiosas da prática</p><p>docente, dentro desta perspectiva,</p><p>enxergam professor e professora como participantes do processo de ensino e aprendiza-</p><p>gem. A pessoa responsável pela organização das bases pedagógicas para a aquisição e a</p><p>apropriação do conhecimento.</p><p>Facci (2004) esclarece quanto à função da educação escolar e, por conseguinte, do</p><p>professor e da professora, cujo interesse primordial é levar os e as estudantes à apropriação</p><p>do conhecimento de modo que se possam humanizar. O que determina que a prática docente</p><p>deva estar contextualizada social e historicamente com o indivíduo e seu meio.</p><p>A autora afirma que por meio do processo educativo intencional e sistematizado, os e</p><p>as estudantes superam os conhecimentos cotidianos, incorporando o conhecimento cientí-</p><p>fico. A isso ela denomina desenvolvimento cultural e este, contribui para o desenvolvimento</p><p>geral dos indivíduos.</p><p>Neste sentido, as considerações de Duarte (2013) acerca da educação e da prática</p><p>pedagógica, afirmam que ambas atuam diretamente entre a consciência do indivíduo de seu</p><p>contexto social e da totalidade humana. Ou seja, o processo educativo direciona o processo</p><p>de humanização dos sujeitos ainda que, de acordo com o autor, deliberadamente em con-</p><p>cordância com as próprias concepções.</p><p>34</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>Assim, compreendemos que, na educação escolar, a prática docente conforme seja,</p><p>influência a formação psicológica dos e das estudantes, desempenhando a função mediadora</p><p>entre o singular e o plural, o abstrato e o concreto.</p><p>Em outras palavras trata-se do trabalho educativo explorar intencionalmente</p><p>as contradições sociais que se refletem nos conhecimentos e que contenham,</p><p>potencialmente, o impulso para a superação das relações sociais [...]. (DU-</p><p>ARTE, 2013, p. 124)</p><p>Acreditamos que é imprescindível buscar o sentido atribuído pelo sujeito à sua práti-</p><p>ca pedagógica para identificar o que Urt (2012) define como ‘sentido pessoal e significado</p><p>social’ do trabalho docente. “Pensando no sentido subjetivo do trabalho docente, é preciso</p><p>estar atento ao que motiva e ao que incita o trabalho do professor, ou seja, qual é o sentido</p><p>pessoal da atividade para o professor”. (URT, 2012, p. 32)</p><p>Considerações acerca da educação em tempo integral</p><p>Se queremos entender o lugar de determinado componente curricular num projeto de</p><p>educação, precisamos entender esse projeto. Portanto, faz-se necessário responder o que,</p><p>de fato, é a educação integral em tempo integral e compreender as suas relações com a</p><p>sociedade e seus objetivos para o aluno.</p><p>A primeira pergunta que nos fazemos quando pensamos na escola de tempo integral</p><p>como é posta atualmente é se os princípios atendidos por ela são educacionais ou assis-</p><p>tenciais. Esses espaços escolares estão atendendo às políticas educacionais ou sociais ou</p><p>se, até mesmo, não se fundem esses dois princípios dentro de sua proposta.</p><p>Cavaliere (2014) afirma que a escola pública de tempo integral atual é uma resposta à</p><p>necessidade de melhoria do ensino público e ao aumento da qualidade educacional. E surge</p><p>em função dessa expectativa, em direção ao atendimento dessas necessidades.</p><p>Contudo, o aumento da jornada escolar suscita inúmeras dúvidas e discussões quanto à</p><p>viabilidade de atender o objetivo de elevar o padrão de qualidade da escola pública. Um exem-</p><p>plo da origem dessas discussões é a existência de modelos diferentes para a realização da</p><p>ampliação da jornada.</p><p>Os modelos de organização para realizar a ampliação do tempo de escola</p><p>que vem se configurando no País podem ser sintetizados em duas vertentes:</p><p>uma que tende a investir em mudanças no interior das unidades escolares, de</p><p>forma que possam oferecer condições compatíveis com a presença de alunos</p><p>e professores em turno integral, e outra que tende a articular instituições e</p><p>projetos da sociedade que ofereçam atividades aos alunos no turno alternativo</p><p>às aulas, não necessariamente no espaço escolar, mas, preferencialmente,</p><p>fora dele. (CAVALIERE, 2009, p. 52)</p><p>34 35</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>Deste modo vemos que um desses modelos possibilita o fortalecimento da educação</p><p>pública, oferecendo uma educação integral, compreendendo o sujeito em sua totalidade. Já o</p><p>outro modelo não fortalece essa ideia, reforçando o conceito de integralidade da ocupação</p><p>do tempo do aluno e não de sua educação integral.</p><p>A troca com outras instituições sociais e a incorporação de outros agentes</p><p>educacionais são fundamentais para o enriquecimento da vida escolar, mas</p><p>as formas alternativas de ampliação do tempo educativo que não tem como</p><p>centro a instituição expõem-se aos perigos da fragmentação e da perda da</p><p>direção. (CAVALIERE, 2009, p.61)</p><p>Compreendemos a escola de tempo integral como uma proposta para melhorar o</p><p>acesso à educação de qualidade, porém há que se manter um olhar atento à maneira como</p><p>se desenvolve na prática.</p><p>Aniceto e Moraes (2016) concordam com essa visão quanto à realidade das escolas</p><p>em tempo integral e a compreendem como um conjunto de vivências e conhecimentos cur-</p><p>riculares ou não dando sentido à ampliação da jornada escolar.</p><p>Em síntese, podemos afirmar que o desenvolvimento de uma Educação Integral</p><p>em Tempo Integral é uma realidade que se afirma nas políticas educacionais</p><p>do País e presente há muito tempo nesse ideário, não existindo um modelo</p><p>pronto, definitivo (ANICETO; MORAES, 2016, p. 38).</p><p>Portanto a questão central no que tange às escolas de tempo integral é, justamente,</p><p>se a articulação de saberes que estão além da escola, possam ser entendidos como edu-</p><p>cativos e trazidos para o cotidiano escolar. Assim, aumentar o tempo de permanência na</p><p>escola requer ampliar as possibilidades educativas do aluno e não mantê-lo por mais tempo</p><p>sob a guarda da escola.</p><p>Pensando a Educação Física escolar</p><p>Embora a Educação Física seja a ciência que estuda e trabalha a cultura corporal e o</p><p>movimento humano e, no espaço escolar, os conteúdos a ela relacionados sejam os elemen-</p><p>tos da cultura corporal, os esportes, as danças, as lutas, a ginástica e a capoeira, entre ou-</p><p>tros, acreditamos que nestes conteúdos a disciplina contribua para a formação de um sujeito</p><p>integral e assim, deve estar totalmente articulada ao projeto político pedagógico da escola.</p><p>Bracht (1999) defende que a Educação Física só alcançará esse entendimento quando</p><p>tomarmos as ciências humanas e sociais como referência além das ciências da saúde. Só as-</p><p>sim os conteúdos da Educação Física alcançarão uma mudança no imaginário social.</p><p>36</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>Deste modo, para compreender as relações da Educação Física e da educação escolar</p><p>é preciso considerar que sua presença, tal como é, na escola atual é recente e a disciplina</p><p>vem conquistando seu espaço no currículo escolar. Contudo, ainda encontramos nas co-</p><p>munidades escolares, indivíduos que a entendem, apenas como tempo ocioso ou livre ou,</p><p>ainda, responsável por disciplinar e desenvolver o corpo no sentido motor.</p><p>Compreendemos que a Educação Física escolar está presente na escola formal e</p><p>deve, ao ocupar esse espaço, possibilitar o acesso dos e das estudantes, por meio de seus</p><p>conteúdos, a elementos educativos diversos. É importante tornar as atividades ligadas à</p><p>Educação Física um elemento a mais no processo educativo, utilizando-se de todos os seus</p><p>aspectos para possibilitar o desenvolvimento integral dos e das estudantes.</p><p>Os pesquisadores e as pesquisadoras da Educação Física escolar acreditam que ela</p><p>deve contemplar o fenômeno educativo e o indivíduo em sua totalidade. Estabelecendo</p><p>relações entre os</p><p>ambientes, os sujeitos e os fatos.</p><p>O próprio corpo, por sua vez, é considerado em todas as suas manifestações</p><p>e significações, não sendo apenas parte do homem, mas o próprio homem.</p><p>Pode teorizar sobre os aspectos biológicos, psicológicos e sociais, mas age</p><p>fundamentalmente sobre o todo. (MEDINA, 2008, p. 81)</p><p>O autor afirma que podemos entender a Educação Física como a educação do movi-</p><p>mento e pelo movimento que, por meio de atividades específicas auxilia no desenvolvimento</p><p>integral dos indivíduos. Essa maneira de entender e fazer Educação Física na escola pode</p><p>renovar e transformar os sentidos que se tem da sociedade e suas determinações e, con-</p><p>sequentemente, desenvolver o autoconhecimento e a autonomia nos alunos.</p><p>Deste modo, acreditamos que a Educação Física deve assumir sua responsabilidade</p><p>e de posse de seus conteúdos básicos desenvolver o ser humano, em conjunto com toda a</p><p>escola. E não há, em nossa concepção, melhor maneira de se desvendar seu desenvolvi-</p><p>mento na escola do que pelo olhar do professor que a ensina.</p><p>Discussão dos resultados</p><p>Ao realizar essa pesquisa junto aos professores e às professoras permite experimentar</p><p>o cotidiano do trabalho escolar por meio de seus discursos, e construir conhecimentos que</p><p>sejam relevantes para a discussão do tema abordado.</p><p>Após a transcrição e leitura sistematizada das quatro narrativas colhidas, definimos as</p><p>categorias de análise, nas quais buscamos compreender o lugar da Educação Física nas</p><p>escolas de tempo integral do município de Campo Grande/MS.</p><p>No primeiro momento, entendemos que não é possível compreender esse lugar sem</p><p>ter a compreensão da totalidade do modelo escolar estudado e, nos discursos, entendemos</p><p>36 37</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>que esse sistema é complexo e o que ocorre em determinado momento ou espaço do am-</p><p>biente escolar está ligado a outro. Identificamos isso, de maneiras distintas, na fala de um</p><p>professor e de uma professora da mesma escola.</p><p>Então é um ambiente dinâmico, não é. Vamos dizer assim, é uma rotina que</p><p>muitas vezes não é rotina, porque tem vários professores diferentes dando</p><p>aula a cada dia. Então é (sic) essas transformações que acontecem tanto da</p><p>criança como até no ambiente e isso influencia muito na questão das ativida-</p><p>des. (Professor R.)</p><p>Eu entendo que toda a escola funciona como um mecanismo só, o que acon-</p><p>tece na minha aula impacta na aula do próximo professor e por aí vai. Então</p><p>a direção e a coordenação cobra muito que tudo seja feito de acordo como</p><p>que foi planejado. Não tem muito espaço para diferenciar as atividades porque</p><p>pode sair tudo do eixo. (Professora G)</p><p>Enquanto o professor se refere à rotina escolar como dinâmica e que permite a alteração</p><p>das atividades e que isso pode oferecer oportunidades diversificadas aos e às estudantes,</p><p>a professora percebe essa rotina como algo engessado que não permite diversificar o seu</p><p>trabalho tendo em vista a necessidade de manter a programação da escola organizada. É um</p><p>caminho de duas vias em que a visão de professor e professora diverge mesmo que estejam</p><p>se referindo à mesma situação no cotidiano escolar.</p><p>Posto isso, percebemos que para o professor e a professora, situar em que contexto</p><p>surge este modelo atual de escolas em tempo integral é muito importante para definir sua</p><p>prática pedagógica e, mesmo, para defendê-la e justificá-la. Assim o professor expõe que</p><p>a implantação dessas escolas, assim como afirma Cavaliere (2014), é uma necessidade</p><p>social que vem satisfazer o apelo da sociedade por melhores e mais amplas condições e</p><p>possibilidades educacionais.</p><p>[...] ela vem pra poder suprir né (sic), dentro de uma realidade, as transforma-</p><p>ções que a sociedade está vivendo. Então assim, ela vem como uma forma</p><p>de poder dar uma educação integral devido às novas configurações de família,</p><p>às novas configurações sociais, a questão do tempo. (Professor R.)</p><p>Tanto neste, quanto noutros momentos da narrativa, compreendemos que o profes-</p><p>sor R identifica como objetivo principal da escola de tempo integral a formação integral do</p><p>aluno por meio de atividades diversificadas. Contudo, é responsabilidade do pesquisador</p><p>enxergar além do que está aparente, além do que fica evidente.</p><p>Como afirma Vigotski (2007) para compreender um fato como realmente é precisamos</p><p>olhar além do que ele aparenta ser. Assim, por meio da análise do que diz o professor R é</p><p>que procuramos entender a essência, o que está nas entrelinhas.</p><p>Deste modo, quando professor R, bem como o professor M, nos falam de configura-</p><p>ções sociais e familiares nos remete às concepções evidenciadas pelo senso comum em</p><p>38</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>que apesar de o ideário da escola de tempo integral ser fascinante e revolucionário dentro</p><p>dos projetos, o que ocorre na prática muito se assemelha à assistência social cujo intuito</p><p>é manter as crianças sob a guarda do estado enquanto os responsáveis estão ausentes.</p><p>Seja devido ao aumento das jornadas de trabalho ou a própria inserção e permanência da</p><p>mulher no mercado de trabalho.</p><p>Sobre essa discussão entre educação e assistencialismo, Cavaliere (2014) afirma,</p><p>“não parece haver dúvida de que uma das grandes motivações para a amplia-</p><p>ção da jornada escolar é a necessidade das famílias de terem as crianças e</p><p>adolescentes protegidos e assistidos durante o período de trabalho dos pais”</p><p>(CAVALIERE, 2014, p.1211).</p><p>Ao mesmo passo que as professoras G e M acreditam que seja essa a visão que o</p><p>poder público tem da oferta de escolas em tempo integral. Para a professora G a escola pa-</p><p>rece precisar inserir atividade “em cima de atividade” para não deixar a criança descuidada</p><p>nem por um minuto e isso, para ela, não tem muito a ver com educação ou formação e sim</p><p>com cuidado. Do mesmo modo afirma a professora M,</p><p>Porque assim, a criança vem pra cá e fica sendo cuidada o dia inteiro e alguns</p><p>pais ainda reclamam que não podem pegar elas mais tarde porque no horário</p><p>da saída eles ainda estão no serviço. Pra eles é bom deixar as crianças aqui</p><p>porque eles ficam tranquilos. Aqui elas fazem todas as refeições, dormem os</p><p>pequenos né, tem muro, portão trancado não tem como acontecer nada de</p><p>ruim com elas. Mas não sei se eles ligam pra parte escolar não. (Professora M)</p><p>Essas falas são importantes para que possamos compreender que ainda que se afirme</p><p>oferecer educação integral, de acordo com os discursos analisados, evidencia-se que a prin-</p><p>cipal política presente na escola é a assistencial e não a educacional. Não afirmamos isto no</p><p>intuito de fomentar a ideia de que este é o objetivo real das escolas de tempo integral e sim</p><p>para demonstrar que, mesmo em um projeto considerado inovador e comprometido com a</p><p>educação integral dos e das estudantes, encontramos tais considerações, que corroboram</p><p>com a ideia de que a principal função da escola é cuidar.</p><p>A propósito, em momentos distintos das narrativas coletadas, os professores e as</p><p>professoras reforçam a preocupação da equipe escolar com a formação de um sujeito in-</p><p>tegral, crítico e autônomo, embora compreendam que é importante manter as crianças em</p><p>segurança enquanto os e as responsáveis exercem suas atividades laborais.</p><p>Consideramos que, quando narra seu cotidiano escolar, os professores e as professoras</p><p>demonstram entusiasmo com o projeto de educação integral em tempo integral e procuram</p><p>trabalhar para que suas práticas promovam novas possibilidades à formação de seus e</p><p>suas estudantes, oferecendo atividades diferenciadas que promovam a criticidade do aluno.</p><p>38 39</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>O</p><p>professor R e a professora M afirmam, diversas vezes durante suas falas, que a</p><p>proposta da escola é trabalhar o indivíduo em sua totalidade não distinguindo dimensão</p><p>corporal e cognitiva. Nos parece que é muito importante para o professor e a professora</p><p>esclarecer que essa é uma prática presente nas escolas em questão.</p><p>Nesse caso, podemos inferir que o professor e a professora caminham para uma prá-</p><p>tica docente articulada ao que Vigotski (2003) define que deveria ser o trabalho docente e,</p><p>conforme já apontamos nesse texto. Um trabalho em que professores e professoras insti-</p><p>guem o desejo de saber, de conhecer e de desenvolver-se dos e das estudantes e, por fim,</p><p>organiza o espaço tornando-o adequado ao seu desenvolvimento.</p><p>Em sua fala, o professor R sempre coloca a Educação Física em consonância com</p><p>estes objetivos de formação e desenvolvimento integral. O professor define que o trabalho</p><p>da Educação Física escolar em virtude do aumento da jornada diária foi potencializado, pois</p><p>no tempo regular cada turma de alunos tem apenas dois ou três encontros com o profes-</p><p>sor de Educação Física. Enquanto isso a professora G acredita que aumentar o tempo de</p><p>Educação Física não, necessariamente, aumenta as oportunidades e experiências culturais</p><p>e corporais dos e das estudantes.</p><p>Ah até tem mais tempo mas são coisas diferentes. No eixo integrador mesmo,</p><p>que é a aula de Educação Física só tem dois tempos, igual nas outras escolas.</p><p>O resto é ACC1 e na ACC é mais um tipo de treinamento e nem todos os alunos</p><p>participam das atividades porque não cabe todo mundo, não tem vaga. Daí</p><p>tem que escolher. (Professora G)</p><p>Esta é a uma colocação importante pois os dois professores e a outra professora, em</p><p>seus discursos, consideram somente positivo esse aumento de carga horária na área da</p><p>Educação Física mas não refletem em como esse tempo é empreendido e acessado pelos/</p><p>as estudantes e por professores e professoras.</p><p>Cabe aqui uma observação para esclarecer que as escolas em que a pesquisa foi</p><p>realizada, utilizam como base metodológica a Metodologia da Problematização relacionada</p><p>aos métodos de ensino propostos por Paulo Freire e Charles Maguerez e que, sem nos</p><p>aprofundarmos na explicação, consiste em observar a realidade (problema), teorizar sobre o</p><p>tema, buscar e propor hipóteses de solução e, por fim, aplicá-las para solucionar o problema.</p><p>Nesse caso podemos esclarecer, de acordo com nossa interpretação, a maneira como</p><p>o professor reflete a Educação Física dentro deste método de ensino.</p><p>Na prática, segundo os professores R e M, o tema é colocado em discussão após sua</p><p>identificação e, o problema pode ser inerente a toda a escola ou a determinada turma de</p><p>1 Atividades Curriculares Complementares</p><p>40</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>alunos e que, deste modo, dentro da Educação Física no eixo integrador as atividades são</p><p>desenvolvidas rumo à resolução do problema apresentado. O professor R, ainda salienta</p><p>que essa é uma prática metodológica da escola e não exclusiva da Educação Física.</p><p>Há a teorização sobre o problema, ele é contextualizado e o professor organiza o</p><p>ambiente de modo a propor hipóteses de solução e em que os alunos também venham a</p><p>propor essas hipóteses. Em seguida vão-se experimentando as diversas hipóteses até que</p><p>se solucione o problema e durante a experimentação os prós e os contras de cada hipótese</p><p>são observados e discutidos levando o aluno a um entendimento completo da situação.</p><p>Nesse sentido e no que se difere a prática das demais escolas o professor R afirma</p><p>que “[...] aqui tem algumas atividades específicas que essa criança pode vivenciar, coisa que</p><p>em outra escola de meio período ela só tem os conteúdos da grade curricular, da disciplina</p><p>de Educação Física”.</p><p>O professor R faz alusão às Atividades Curriculares Complementares, que são as</p><p>atividades desenvolvidas na jornada ampliada. E no que diz respeito à dinâmica escolar, de</p><p>acordo com o professor, não se pode chamar de atividades de contra-turno pois o expediente</p><p>de aula é único e tanto as atividades complementares quanto as do núcleo integrador do</p><p>currículo ocorrem simultaneamente com alunos e em espaços diferentes.</p><p>Esse é um ponto interessante que vai ao encontro do que muitos entusiastas da edu-</p><p>cação integral almejam. A prática de não segregar as atividades e de envolver os compo-</p><p>nentes curriculares no mesmo propósito das atividades complementares de modo que se</p><p>diversifique as possibilidades educativas do currículo, mas que um complemente o outro.</p><p>A afirmação de Cavaliere (2007) a esse respeito, por exemplo, demonstra essa con-</p><p>cepção de escola em tempo integral,</p><p>O tempo integral seria um meio a proporcionar uma educação mais efetiva do</p><p>ponto de vista cultural, com o aprofundamento dos conhecimentos, do espírito</p><p>crítico e das vivências democráticas. A permanência por mais tempo na escola</p><p>garantiria melhor desempenho em relação aos saberes escolares, os quais</p><p>seriam ferramentas para a emancipação. (CAVALIERE, 2007, p. 1029)</p><p>Posto isso, voltamos à questão do lugar da Educação Física no projeto educacional da</p><p>educação em tempo integral e nesse ponto entendemos que, na concepção dos professores</p><p>e das professoras, o que diferencia esta da praticada na escola de jornada regular é mesmo</p><p>a possibilidade de maior interação entre professor/a e estudante.</p><p>Enquanto em uma escola regular o aluno só poderá vivenciar o básico dos elemen-</p><p>tos da cultura corporal, na escola de jornada ampliada, além dessa vivência, eles terão</p><p>acesso às novas possibilidades de trabalho com o corpo, contribuindo para a formação de</p><p>40 41</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>sua consciência corporal e tomando consciência da coexistência dos demais corpos e do</p><p>mundo a sua volta.</p><p>Os discursos analisados identificam que a educação em tempo integral, propondo a</p><p>educação integral dos indivíduos, coaduna com os ideais básicos da Educação Física que</p><p>entende o ser humano como um todo sem diferenciar ou compreender de maneira separada</p><p>o corpo e a mente. E que, as atividades desenvolvidas são encaminhadas nessa direção</p><p>dentro do ambiente complexo que é essa escola em que os trabalhos estão articulados.</p><p>Entretanto, quando entramos na questão dos conteúdos específicos da Educação</p><p>Física, por mais que os discursos façam referência a temas atuais e diversificados aliados</p><p>à cultura corporal, percebemos que esses temas estão ainda arraigados à ideia do com-</p><p>portamento esportivo e motor. O professor R cita, por exemplo, o trabalho realizado com</p><p>os esportes olímpicos relacionados à questão dos valores humanos enquanto, conforme</p><p>anteriormente citado, a professora G afirma que nas ACCs as atividades acontecem com</p><p>características de treinamento esportivo.</p><p>Não se trata de dizer que este não é um trabalho importante, a questão é que não</p><p>houve menção a outras vivências corporais relacionadas a outras questões culturais e his-</p><p>tóricas. Por exemplo, a dança como expressão da diversidade cultural ou a mímica como</p><p>múltipla linguagem.</p><p>Por último e, ainda que durante as narrativas seja apontado o funcionamento da escola</p><p>integral no campo pedagógico e não somente no aumento do tempo, quando questionamos</p><p>a articulação entre os conteúdos do núcleo integrador e das ACCs, os professores e as pro-</p><p>fessoras esclarecem que não existe essa articulação ou que a mesma não é uma prioridade.</p><p>[...] então a gente (no integrador) tá trabalhando jogos. Pode ser no ACC,</p><p>por exemplo, o de futsal por exemplo, ele trabalha o jogo tá, mas dentro da</p><p>perspectiva do futsal. Então eles vão estar relacionados mas não atrelados</p><p>tá, todos são independentes [...] isso pode acontecer mas pode não acontecer</p><p>também. (Professor R.)</p><p>É que na ACC é mais um</p><p>treino ou é bem focado pra aprender a modalidade</p><p>mesmo. Tipo assim, tem o xadrez e tem que aprender porque eles represen-</p><p>tam a escola nos jogos escolares e a direção da escola quer resultado bom</p><p>né, porque ela investe nisso. No integrador é mais pra aprender mesmo, é</p><p>lúdico. (Professora M)</p><p>Compreendemos que essa prática, nesses moldes, faz perder a característica de tor-</p><p>nar o projeto da escola um projeto de educação integral pois nos sugere que, ainda que</p><p>dentro da mesma área do conhecimento, as propostas são independentes não articulando</p><p>um momento ao outro. Ou como sugere a professora G, embora as atividades não sejam</p><p>separadas por turno e contra turno são separadas por aula e treino.</p><p>42</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>Deste modo, entendemos que, em certa medida, professores e professoras, assim</p><p>como a equipe escolar seguem os ideais de ampliar e melhorar a educação e, em sua práti-</p><p>ca, estão comprometidos/as com a formação integral de seus e suas estudantes. Contudo,</p><p>ainda se apresenta em muitos momentos a falsa concepção de que ocupar o tempo com</p><p>atividades diversificadas, mesmo que desarticuladas do conteúdo pedagógico, amplia e</p><p>fortalece o processo educativo.</p><p>Percebemos em diversos sentidos as intenções e expectativas dos professores e das</p><p>professoras e o quanto se empenha em tornar sua prática pedagógica significante e rele-</p><p>vante à formação dos e das estudantes, pois acredita na validade do plano escolar em que</p><p>está inserido, mesmo que dentre os entrevistados e as entrevistadas nem todos/as tem uma</p><p>visão mais crítica do que o processo de educação em tempo integral, como este processo</p><p>ocorre e onde estão suas falhas e seus acertos.</p><p>A professora G e a professora M afirmam que embora seja difícil fazer com que a equi-</p><p>pe da coordenação entenda que as ACCs também devem objetivar a formação dos e das</p><p>estudantes e não servirem, apenas, como treinamento para a formação de equipes espor-</p><p>tivas, continuam trabalhando nesse sentido. Ambas expõem que mesmo tendo que treinar,</p><p>ensinar regras e considerar a participação dos/as estudantes nas competições escolares,</p><p>buscam trazer uma prática mais social e mais humana para essas atividades, ensinando o</p><p>respeito aos limites entre os/as colegas, a prática do fair play e a importância de competir</p><p>sabendo que é possível ganhar e perder e que diante de qualquer resultado é importante</p><p>manter o respeito pelos adversários e entender que são adversários somente no campo do</p><p>jogo e não na vida.</p><p>Entretanto compreendemos que o comprometimento com os/as estudantes e a forma-</p><p>ção integral, assim como o projeto proposto pela escola é um caminho para a implantação</p><p>e fortalecimento da educação integral em tempo integral e esse compromisso também é</p><p>estabelecido pelos professores e professoras e que sempre buscam encaminhar suas prá-</p><p>ticas pedagógicas nesse sentido.</p><p>Somente é necessário desfazer-se dos conceitos arraigados que socialmente existem</p><p>acerca do fazer pedagógico de um modo geral.</p><p>CONCLUSÃO</p><p>Tendo como base a Psicologia Histórico-cultural e a maneira que ela nos permite in-</p><p>terpretar os dados de determinado fato acreditamos que o nossos e nossas participantes</p><p>enxergam a sua área do conhecimento como fundamental à formação integral dos alunos.</p><p>E mesmo que, em alguns momentos, possamos identificar as dificuldades encontradas</p><p>para a implementação de uma verdadeira escola de educação integral em tempo integral,</p><p>42 43</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>ainda que professores e professoras, por vezes, não compreendam esses pontos como di-</p><p>ficuldades, encontramos um projeto educativo comprometido com a melhoria da educação</p><p>pública e professores e professoras preocupados/as em fazer de suas práticas docente um</p><p>referencial na formação dos/as estudantes.</p><p>Pensar uma escola de tempo integral que promova a educação integral dos/as estu-</p><p>dantes, que compreenda estes indivíduos em sua totalidade e que possibilite o acesso deles</p><p>e delas às atividades que promovam sua consciência de cultura, esporte, lazer, ciências e</p><p>sociedade é um compromisso que deve ser assumido pelo poder público, a sociedade, em</p><p>geral, e a comunidade escolar.</p><p>Consideramos que a construção e o desenvolvimento de tal projeto educativo vai além</p><p>do aumento da jornada escolar e do acesso às atividades caracterizadas como oficinas</p><p>extracurriculares ou, como nesse caso especificamente, atividades curriculares comple-</p><p>mentares. Perpassa o envolvimento de todos os componentes curriculares e das atividades</p><p>complementares e integradoras referentes a eles e como estão relacionadas ao conteúdo</p><p>desenvolvido como um todo.</p><p>A Educação Física deve estar, como as demais disciplinas, comprometida em fazer com</p><p>que cada momento na escola seja pedagógico e que todas as atividades oferecidas estejam</p><p>articuladas estabelecendo um projeto único de educação do sujeito em sua totalidade.</p><p>Ainda que tenhamos encontrado algumas dificuldades nesse processo de ampliação</p><p>da jornada em concomitância com a implementação da educação integral, cada vez mais,</p><p>se desenvolvem projetos mais amplos e comprometidos da Educação Física com a educa-</p><p>ção escolar formal, que trazem consigo elementos para a formação de indivíduos sociais e</p><p>políticos capazes de compreender a sociedade e transformá-la.</p><p>44</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>ANICETO, Kátia Regina Pereira. 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Trad.</p><p>Claudia Schilling.</p><p>03</p><p>'10.37885/230713889</p><p>03</p><p>AUTODETERMINAÇÃO E FLOW NO ESPORTE:</p><p>REVISÃO DE ESCOPO</p><p>Lohrena Teixeira Cardoso de Carvalho</p><p>Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)</p><p>Beatriz Pinto Freiman</p><p>Instituto Fernandes Figueira (Fiocruz)</p><p>José Augusto Evangelho Hernandez</p><p>Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)</p><p>https://dx.doi.org/10.37885/230713889</p><p>RESUMO</p><p>Introdução: A motivação é considerada essencial para a realização das atividades hu-</p><p>manas, como a prática de esportes. Segundo a Teoria da Autodeterminação, quanto mais</p><p>motivação intrínseca o indivíduo tem, mais autodeterminados serão seus comportamen-</p><p>tos. O flow é um estado mental ótimo facilitado pela motivação intrínseca, está relacionado</p><p>a níveis elevados de desempenho esportivo. Objetivo: O objetivo deste estudo foi mapear</p><p>as evidências empíricas sobre a relação entre a autodeterminação e o flow no contexto</p><p>esportivo e os métodos utilizados para produzi-las. Métodos: Foi realizada uma revisão de</p><p>escopo seguindo o Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses</p><p>Extension for Scoping Reviews, que buscou relatos de pesquisas científicas nas bases</p><p>de dados Web of Science, MedLine, Lilacs e Ibecs via BVS Saúde, Scopus (Elsevier) e</p><p>APA PsycINFO. Resultados: Foram recuperados 126 artigos, eliminados os duplicados,</p><p>restaram 81 para triagem. Nessa etapa, as publicações fora do tema e sem o texto com-</p><p>pleto disponível foram descartadas. Ao final, 20 estudos tiveram seus dados extraídos e</p><p>incluídos na síntese desta revisão. Os resultados apontaram correlações positivas entre a</p><p>autodeterminação e o flow, predominantemente estudado como uma tendência de traço de</p><p>personalidade. Conclusão: Em geral, a necessidade de competência foi considerada um</p><p>fator importante no contexto esportivo e a necessidade de relacionamentos sociais poderia</p><p>ser mais explorada, principalmente nos esportes coletivos. Sugere-se para futuras pesquisas</p><p>que, além do esporte, abordem a prática de atividades e exercícios físicos e as produções</p><p>de literatura cinzenta.</p><p>Palavras-chave: Motivação, Autodeterminação, Flow, Esporte.</p><p>47</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>A Teoria da Autodeterminação (TAD) é uma macroteoria que busca explicar o papel dos</p><p>tipos de motivação e das necessidades psicológicas básicas no desenvolvimento saudável</p><p>e bem-estar das pessoas (DECI; RYAN, 1985; RYAN; DECI, 2017). Um diferencial da TAD</p><p>foi ampliar o conceito de motivação extrínseca, estabelecendo tipos de motivação que se</p><p>diferenciam de acordo com seu grau de internalização (DECI; RYAN, 1985; RYAN; DECI,</p><p>2017; VALLERAND, 2021).</p><p>Nesse sentido, os quatro tipos de Motivação Extrínseca (Externa, Introjetada, Identificada</p><p>e Integrada) estão inseridos em um continuum progressivo em direção à autodeterminação,</p><p>em uma extremidade se encontra a Amotivação (desmotivação) e em outra a Motivação</p><p>Intrínseca, compreendendo seis tipos de motivação. A Amotivação é caracterizada pela</p><p>ausência de vontade de realizar a atividade, não há nenhum tipo de regulação intencional</p><p>e autonomia (DECI; RYAN, 1985, 2000; HRCEK; BAGĽAS, 2018; OLAFSEN; DECI, 2020;</p><p>RYAN; DECI, 2017).</p><p>A Regulação Externa (motivação extrínseca controlada), a forma menos autônoma</p><p>de motivação, pois a pessoa age para obter recompensas ou evitar punições; a Regulação</p><p>Introjetada (motivação extrínseca moderadamente controlada), o indivíduo administra as</p><p>consequências externas mediante o resultado de pressões internas, como culpa e ansiedade;</p><p>a Regulação Identificada (motivação extrínseca moderadamente autônoma), mais autônoma</p><p>do que as anteriores, pois já há alguma interiorização. Mesmo que a razão para fazer algo</p><p>seja de origem externa, o indivíduo valoriza os benefícios trazidos por ele; a Regulação</p><p>Integrada (motivação extrínseca autônoma), nela há coerência entre o comportamento,</p><p>os objetivos e valores do indivíduo (DECI; RYAN, 1985, 2000; HRCEK; BAGĽAS, 2018;</p><p>OLAFSEN; DECI, 2020; RYAN; DECI, 2017). Desse modo, conforme os comportamentos</p><p>são internalizados e integrados, o grau de autonomia experimentada aumenta, uma vez que</p><p>as motivações autônomas (Regulação Identificada, Integrada e Motivação Intrínseca) são</p><p>mais autodeterminadas porque há volição por parte do indivíduo e congruência com seu</p><p>senso de identidade (DECI; RYAN, 1985, 2000; HRCEK; BAGĽAS, 2018; OLAFSEN; DECI,</p><p>2020; RYAN; DECI, 2017).</p><p>Outro diferencial da TAD foi propor que as necessidades psicológicas inatas têm um</p><p>papel primordial na motivação, diferentemente das outras teorias da época que enfatizavam</p><p>a importância das cognições (VALLERAND, 2021). Essa teoria pressupõe que a satisfação</p><p>das necessidades de autonomia, competência e relacionamento é essencial para o desen-</p><p>volvimento saudável e o bem-estar das pessoas (RYAN; DECI, 2017).</p><p>O flow é uma experiência muito gratificante em que o engajamento satisfatório e o cresci-</p><p>mento pessoal são a própria recompensa para o indivíduo (CSIKSZENTMIHALYI, n.d./2014b).</p><p>48</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>Ele pode ser alcançado por qualquer indivíduo, é considerado como uma imersão completa</p><p>experienciada na atividade, sua execução é mais importante que o objetivo final. Esse es-</p><p>tado de felicidade é atribuído ao funcionamento ótimo do indivíduo e relacionado a níveis</p><p>elevados de desempenho em diversos contextos, como o esportivo (CSIKSZENTMIHALYI,</p><p>1997b, 2014a, n.d./2014b; SWANN, 2016).</p><p>A experiência do flow no esporte é composta por nove dimensões: o Equilíbrio entre</p><p>Desafio e Habilidade, a tarefa a ser realizada é constituída por um desafio que seja possí-</p><p>vel de superar, de acordo com a habilidade do atleta; a Fusão da Ação e da Consciência,</p><p>as atividades são realizadas de modo mais espontâneo, automático; os Objetivos Claros,</p><p>é necessário ter metas claras; o Feedback Inequívoco, importante que o atleta saiba que</p><p>está no caminho correto da execução da tarefa; a Concentração Intensa na Tarefa, para</p><p>a ocorrência do flow, a concentração é elemento essencial; a Percepção de Controle, o</p><p>atleta precisa sentir o controle sobre a tarefa que será executada; a Ausência ou Inibição</p><p>da Autoconsciência, a capacidade de evitar preocupações diante de sua própria habilidade.</p><p>Assim, o atleta sente-se mais destemido ao confrontar a tarefa; a Transformação do Tempo,</p><p>a noção de tempo é alterada, provocando a sensação de tempo reduzido ou aumenta-</p><p>do; e a Experiência Autotélica, a satisfação gerada pela realização da tarefa (JACKSON;</p><p>CSIKSZENTMIHALYI, 1999).</p><p>Indivíduos que têm mais motivação intrínseca possuem mais disposição para atingir o</p><p>flow, pois há maior interesse pela atividade realizada (DECI; RYAN, 1985; JACKSON et al.,</p><p>1998). Desse modo, é possível observar que o flow é uma experiência complexa, não apenas</p><p>pela sua estrutura dimensional, como também por envolver diferentes aspectos, de cognitivos</p><p>a psicológicos, que favorecem a motivação intrínseca inerente ao fenômeno.</p><p>O objetivo deste estudo foi mapear os principais métodos, instrumentos e modalidades</p><p>esportivas investigados no problema de pesquisa da relação entre a autodeterminação e o</p><p>flow. Além disso, foi possível verificar a produção de literatura nacional sobre esse tema.</p><p>Esse mapeamento sistemático pode subsidiar intervenções para a melhoria do desempenho</p><p>esportivo por meio das evidências empíricas produzidas nos estudos, direcionando práticas</p><p>e pesquisas futuras.</p><p>MÉTODO</p><p>Delineamento</p><p>Neste estudo foi realizada uma revisão de escopo de relatos de pesquisas publicados</p><p>que investigaram a relação entre a autodeterminação (DECI; RYAN, 1985; RYAN; DECI,</p><p>2017) e o flow (CSIKSZENTMIHALYI, 1975, 1990, 1997a, 2014a) no esporte. Esse tipo de</p><p>48 49</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>revisão foi escolhido por possibilitar o mapeamento dos estudos empíricos sobre esse tema,</p><p>sem a restrição de uma pergunta específica como na revisão sistemática. Os procedimen-</p><p>tos atuais seguiram as diretrizes</p><p>do Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and</p><p>Meta-Analyses (PRISMA) para revisões de escopo: PRISMA Extension for Scoping Reviews</p><p>(PRISMA-ScR; TRICCO et al., 2018).</p><p>Critérios de Elegibilidade</p><p>Foram considerados elegíveis os artigos empíricos, publicados em periódicos avalia-</p><p>dos por pares, nos idiomas português, inglês e espanhol e que abordaram, de forma clara,</p><p>a relação entre a autodeterminação e o flow no esporte. Foram excluídos os estudos que</p><p>abordaram apenas o exercício físico ou a educação física, os que não apresentaram o tex-</p><p>to completo disponível para leitura, os artigos teóricos e as produções consideradas como</p><p>literatura cinzenta.</p><p>Procedimentos de busca</p><p>As bases de dados Web of Science, MedLine, Lilacs e Ibecs via BVS Saúde, Scopus</p><p>(Elsevier) e APA PsycINFO foram usadas na busca. Os descritores utilizados foram (Self-</p><p>determination) AND (Flow) AND (Sport*). Não houve recorte temporal.</p><p>Procedimentos de coleta de dados</p><p>A busca nas bases e a exportação dos artigos encontrados para o Microsoft Excel</p><p>ocorreram, de forma manual, nos dias 7 e 8 de junho de 2022 e a eliminação dos duplicados</p><p>no dia 9 de junho de 2022. Em seguida, foi feita a triagem pelo título e resumo, as publica-</p><p>ções que não trataram do tema ou não disponibilizaram o texto completo foram descarta-</p><p>das. Na fase de elegibilidade, os artigos foram lidos na íntegra e selecionados de acordo</p><p>com os critérios preestabelecidos. Por fim, a extração dos dados foi realizada nos artigos</p><p>que se enquadraram no escopo dessa revisão.</p><p>Procedimentos de análise dos dados</p><p>Os dados extraídos dos artigos selecionados foram compilados no Microsoft Excel. As in-</p><p>formações sobre autor/data, país, idioma, caracterização da amostra, área de publicação, na-</p><p>tureza dos estudos, instrumentos utilizados, e os principais resultados foram extraídas. Os da-</p><p>dos foram discutidos à luz da TAD (DECI; RYAN, 1985; RYAN; DECI, 2017) e da Teoria do</p><p>Flow (CSIKSZENTMIHALYI, 1975, 1990, 1997a, 2014a).</p><p>50</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>RESULTADOS</p><p>Foram recuperados 126 artigos nas bases de dados, restando 81 após a eliminação</p><p>dos duplicados. Ao final, os dados foram extraídos dos 20 artigos incluídos na síntese desta</p><p>revisão. O fluxograma (Figura 1) representa as etapas de busca e seleção dos artigos.</p><p>Figura 1. Fluxograma baseado nas diretrizes do PRISMA.</p><p>Caracterização dos Estudos</p><p>Dos artigos que integram esta revisão, 70% (n = 14) são relatos de estudos correlacio-</p><p>nais, 25% (n = 5) são psicométricos (artigos de construção e adaptação de instrumentos)</p><p>e 5% (n = 1) de caráter descritivo-exploratório. Desses artigos, 25% (n = 5) apresentaram</p><p>mais de um estudo, simultaneamente (LONSDALE; HODGE; ROSE, 2008; NG; LONSDALE;</p><p>HODGE, 2011; SCHÜLER; BRANDSTÄTTER, 2013; SCHÜLER; SHELDON; FRÖHLICH,</p><p>2010; SCHÜLER; WEGNER; KNECHTLE, 2014). Por exemplo, Schüler e Brandstätter (2013)</p><p>desenvolveram três estudos correlacionais e um experimental.</p><p>Na Psicologia, destacaram-se os periódicos Anales de Psicología, Revista de Psicología</p><p>del Deporte, Journal of Sport & Exercise Psychology e Psychology of Sport and Exercise</p><p>com 10% (n = 2) dos artigos cada. Os outros estudos estavam em áreas como Educação</p><p>Física, Ciências do Esporte e Ciências Sociais. O artigo mais antigo foi de Murcia, Gimeno e</p><p>50 51</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>Coll (2006) e o mais recente de Smohai et al. (2021). A frequência das produções ao longo</p><p>do tempo pode ser observada na Figura 2.</p><p>Figura 2. Produções ao longo dos anos.</p><p>A Espanha foi o país que mais realizou estudos, com 45% (n = 9) dos artigos. Parte</p><p>das publicações utilizou participantes de diferentes países, equivalente a 20% (n = 4) de</p><p>amostras transculturais (DELRUE et al., 2016; NG; LONSDALE; HODGE, 2011; SCHÜLER;</p><p>SHELDON; FRÖHLICH, 2010; SCHÜLER; WEGNER; KNECHTLE, 2014). O idioma inglês</p><p>foi o mais frequente correspondendo a 70% (n = 14), ainda que não fosse a língua de origem</p><p>do país. Apenas 5% (n = 1) foi escrito em português (GOMES et al., 2012).</p><p>A idade dos participantes variou entre 11 e 67 anos. A maior amplitude de idade foi en-</p><p>contrada no estudo de Smohai et al. (2021). As amostras de 25% (n = 5) dos estudos foram</p><p>compostas apenas por adolescentes, com faixa etária entre 12 e 16 anos de idade (LANGAN</p><p>et al., 2015; MORENO; CERVELLÓ; GONZÁLEZ-CUTRE, 2010; MORENO-MURCIA et al.,</p><p>2014; MURCIA; GIMENO; COLL, 2006, 2007). Somente o estudo de Delrue et al. (2016)</p><p>não informou a idade dos participantes.</p><p>Em relação às modalidades esportivas, houve grande diversidade. Em 10% (n = 2) dos</p><p>artigos, a dança (ALONSO et al., 2011; AMADO et al., 2015) e, em 15% (n = 3) esportes</p><p>individuais e coletivos (MORENO; CERVELLÓ; GONZÁLEZ-CUTRE, 2010; MORENO-</p><p>MURCIA et al., 2014; SCHÜLER; BRANDSTÄTTER, 2013) foram estudados. Além disso,</p><p>40% (n = 8) das publicações apresentaram estas duas modalidades, porém não foi es-</p><p>pecificado, e/ou identificado somente parte dos esportes (KAWABATA; MALLETT, 2013;</p><p>LONSDALE; HODGE; ROSE, 2008; MALLETT et al., 2007; MURCIA; GIMENO; COLL,</p><p>2006, 2007; NG; LONSDALE; HODGE, 2011; SCHÜLER; SHELDON; FRÖHLICH, 2010;</p><p>SMOHAI et al., 2021). Em 10% (n = 2) dos estudos, os autores contaram apenas com es-</p><p>portes coletivos, como vôlei e futebol gaélico (GOMES et al., 2012; LANGAN et al., 2015), e</p><p>em 20% (n = 4), com esportes individuais, como corrida, triatlo e judô (DELRUE et al., 2016;</p><p>LAMONT; KENNELLY, 2012; MONTERO-CARRETERO et al., 2015; SCHÜLER; WEGNER;</p><p>52</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>KNECHTLE, 2014). O estudo de Murcia et al. (2009) obteve amostra de praticantes de resgate</p><p>esportivo, um esporte aquático que engloba provas em água aberta e piscina relacionadas</p><p>a testes salva-vidas, como remo e natação com obstáculos, por exemplo.</p><p>O instrumento mais utilizado nos estudos para avaliar a autodeterminação foi a Sport</p><p>Motivation Scale (SMS; PELLETIER et al., 1995), presente em 55% (n = 11) dos estudos.</p><p>Para mensurar o flow, foram a Dispositional Flow Scale (DFS; JACKSON et al., 1998;</p><p>MARSH; JACKSON, 1999) e a Dispositional Flow Scale-2 (DFS-2; JACKSON; EKLUND,</p><p>2002), presentes em 30% (n = 6) das publicações cada. Outras medidas como o Perceived</p><p>Motivational Climate in Sport Questionnaire-2 (PMCSQ-2; NEWTON; DUDA; YIN, 2000)</p><p>também foram utilizadas. Esse esteve presente em 25% (n = 5) dos estudos (AMADO et al.,</p><p>2015; MORENO; CERVELLÓ; GONZÁLEZ-CUTRE, 2010; MORENO-MURCIA et al., 2014;</p><p>MURCIA; GIMENO; COLL, 2007; MURCIA et al., 2009).</p><p>Apenas o estudo realizado por Lamont e Kennelly (2012) não utilizou instrumentos</p><p>psicométricos na coleta de dados. Devido ao caráter descritivo-exploratório da publicação,</p><p>os autores optaram pela entrevista semiestruturada. A Tabela 1 contém a descrição dos</p><p>artigos com os objetivos, os instrumentos utilizados e os principais resultados.</p><p>Tabela 1. Descrição dos artigos.</p><p>Autores Objetivo Instrumentos Principais Resultados</p><p>Murcia, Gimeno e</p><p>Coll (2006)</p><p>Estudar a relação entre prática es-</p><p>portiva, motivação e flow disposi-</p><p>cional.</p><p>Cuestionario del Flujo Dispo-</p><p>sicional (DFS); Escala de Moti-</p><p>vación Deportiva (SMS).</p><p>Os resultados revelam que os atletas que têm um</p><p>alto Índice de Autodeterminação (IAD) pontuam mais</p><p>alto no flow disposicional do que atletas com um IAD</p><p>mais baixo. Há uma relação positiva entre a motivação</p><p>autodeterminada e flow disposicional, revelando um</p><p>maior poder de previsão da motivação intrínseca.</p><p>Mallett et al. (2007) O objetivo foi desenvolver uma ver-</p><p>são revisada do SMS, incluindo a</p><p>regulação integrada.</p><p>Sport Motivation Scale (SMS);</p><p>Dispositional</p><p>Flow Scale-2</p><p>(DFS-2).</p><p>Esperava-se que o fator de motivação intrínseca fosse</p><p>positiva e substancialmente correlacionado com o</p><p>fator do DFS-2, enquanto os fatores de motivação</p><p>extrínseca de regulação externa e desmotivação</p><p>mostrariam correlações negativas ou não significa-</p><p>tivas com os fatores de flow. Os resultados apoiam</p><p>essas hipóteses e confirmam ainda mais a validade</p><p>do SMS-6.</p><p>Murcia, Gimeno e</p><p>Coll (2007)</p><p>Examinar a relação entre caracte-</p><p>rísticas motivacionais e flow dispo-</p><p>sicional.</p><p>Versão em espanhol dos ins-</p><p>trumentos: SMS; Dispositio-</p><p>nal Flow Scale (DFS); Percei-</p><p>ved Motivational Climate in</p><p>Sport Questionnaire-2 (PM-</p><p>CSQ-2); Perception of Success</p><p>Questionnaire (POSQ).</p><p>O “perfil autodeterminado” caracterizou-se por alta</p><p>orientação para a tarefa, alta percepção do clima en-</p><p>volvendo a tarefa e foi mais comumente associado ao</p><p>sexo feminino, atletas praticantes de esportes indi-</p><p>viduais e que treinam mais de três dias por semana.</p><p>O “perfil não autodeterminado” caracterizou-se por</p><p>alta orientação para o ego, alta percepção do clima</p><p>de envolvimento do ego e foi mais comum entre ho-</p><p>mens e atletas praticantes de esportes coletivos e</p><p>treinando dois ou três dias por semana. Ambos os</p><p>perfis revelaram uma tendência moderada ao flow</p><p>disposicional, sem diferenças significativas entre os</p><p>dois perfis.</p><p>52 53</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>Autores Objetivo Instrumentos Principais Resultados</p><p>Lonsdale, Hodge e</p><p>Rose (2008)</p><p>Desenvolver e testar uma nova</p><p>medida de motivação intrínseca,</p><p>motivação extrínseca e amotivação</p><p>de participantes de esportes com-</p><p>petitivos.</p><p>Behavioral Regulation in</p><p>Sport Questionnaire (BRSQ);</p><p>SMS; Athlete Burnout Ques-</p><p>tionnaire (ABQ); Sport Moti-</p><p>vation Scale-6 (SMS-6); Beha-</p><p>vioral Regulation in Exercise</p><p>Questionnaire (BREQ); Self</p><p>Regulation Questionnaire;</p><p>DFS-2.</p><p>Os escores de regulação identificada não foram sig-</p><p>nificativamente associados aos escores de burnout,</p><p>mas mostraram relações positivas com os escores de</p><p>flow. Os escores de regulação integrada (somente</p><p>SMS-6) e os escores de motivação intrínseca foram</p><p>positivamente relacionados aos escores de flow e</p><p>tiveram correlações negativas com os escores de es-</p><p>gotamento do atleta.</p><p>Murcia et al. (2009) Analisar as relações entre climas mo-</p><p>tivacionais percebidos, mediadores</p><p>psicológicos, motivação autodeter-</p><p>minada e flow disposicional no es-</p><p>porte de salvamento.</p><p>Cuestionario del Clima Moti-</p><p>vacional Percibido en el De-</p><p>porte-2 (PMCSQ-2); Escala de</p><p>Mediadores Motivaciones en</p><p>el Deporte (EMMD); Escala de</p><p>Motivación Deportiva (SMS);</p><p>Escala de Flow Disposicional</p><p>(DFS).</p><p>Os resultados revelaram que a tarefa percebida e os</p><p>climas motivacionais envolvendo o ego, a competên-</p><p>cia e autonomia percebidas e a motivação autodeter-</p><p>minada previram positivamente o flow disposicional</p><p>com 50% da variância explicada. Os homens relataram</p><p>pontuações mais altas em autonomia, competência</p><p>e flow disposicional do que as mulheres.</p><p>Moreno, Cervelló</p><p>e González-Cutre,</p><p>(2010)</p><p>Analisar, sob a perspectiva da Teoria</p><p>da Meta de Realização e da TAD, al-</p><p>gumas variáveis que podem ajudar</p><p>a promover a motivação positiva e</p><p>melhorar o flow disposicional em</p><p>atletas adolescentes.</p><p>Versão em espanhol dos ins-</p><p>trumentos: SMS; DFS; PM-</p><p>CSQ-2; POSQ.</p><p>Os resultados do modelo estrutural mostraram que</p><p>a motivação autodeterminada prediz positivamente</p><p>o flow disposicional. Portanto, há uma clara conexão</p><p>entre a orientação para o objetivo que o sujeito ad-</p><p>quire e o clima motivacional percebido no treinador,</p><p>bem como uma importante influência do clima de</p><p>envolvimento da tarefa e da orientação para a tarefa</p><p>no desenvolvimento da motivação autodeterminada.</p><p>Schüler, Sheldon e</p><p>Fröhlich (2010)</p><p>Combinar os principais pressupostos</p><p>da TAD e a abordagem de disposição</p><p>de motivos para prever a motivação</p><p>subsequente.</p><p>Basic Satisfaction of Needs</p><p>Scale (BSNS - adaptada); Mul-</p><p>ti-Motive-Grid (MMG); Perso-</p><p>nality Research Form (versão</p><p>alemã); Flow Short-Scale; Psy-</p><p>chological Need Satisfaction</p><p>in Exercise Scale (PNSE - ver-</p><p>são abreviada/ alemã); SMS;</p><p>A satisfação da necessidade</p><p>de competência foi medida</p><p>pela metodologia baseada</p><p>em atividades diárias.</p><p>As análises correlacionais mostraram uma relação sig-</p><p>nificativa entre a satisfação da necessidade de com-</p><p>petência e experiência de flow. Indivíduos motivados</p><p>por alta realização relataram o menor flow quando</p><p>sua necessidade de competência não foi cumprida.</p><p>Como hipotetizado, apenas a necessidade implícita</p><p>de realização, mas não a necessidade explícita de re-</p><p>alização afetou a ligação entre sentimentos de com-</p><p>petência e sentimentos de flow resultantes.</p><p>Alonso et al. (2011) Examinar as relações que são estabe-</p><p>lecidas entre as variáveis que com-</p><p>põem a TAD no flow disposicional</p><p>em praticantes de dança clássica e</p><p>contemporânea.</p><p>Escala de Mediadores Mo-</p><p>tivacionales en el Deporte</p><p>(EMMD); versão em espanhol</p><p>da DFS; Behavioral Regulation</p><p>in Exercise Questionnaire-2</p><p>(BREQ-2).</p><p>Bailarinos com uma motivação mais autodeterminada</p><p>terão maior disposição para atingir o estado de flow.</p><p>As variáveis que melhor predizem o flow disposicional</p><p>nesta população são a percepção da concorrência</p><p>e, posteriormente, a regulação identificada. Relação</p><p>positiva entre a motivação autodeterminada e a satis-</p><p>fação das necessidades de competência, autonomia e</p><p>relações sociais com a vontade de vivenciar o estado</p><p>de desempenho ótimo. A necessidade de competição</p><p>é a mais decisiva para que um praticante de dança</p><p>alcance o estado de desempenho ótimo, seguido da</p><p>necessidade de socialização.</p><p>Ng, Lonsdale e Hodge</p><p>(2011)</p><p>O objetivo foi examinar a cobertura</p><p>do construto dos itens da BNSSS, ao</p><p>mesmo tempo em que fornece mais</p><p>evidências sobre a validade fatorial e</p><p>evidências preliminares sobre a va-</p><p>lidade nomológica dos escores das</p><p>subescalas.</p><p>Behavioral Regulation in</p><p>Sport Questionnaire-6 (BRSQ-</p><p>6); DFS-2; ABQ; Versões em</p><p>inglês e chinês da Basic Ne-</p><p>eds Satisfaction in Sport Scale</p><p>(BNSSS).</p><p>Foram encontradas relações positivas entre os esco-</p><p>res do BNSSS e o flow. Os resultados mostraram que</p><p>todos os escores das subescalas derivados do BNSSS</p><p>exibiram relações com medidas de outros constru-</p><p>tos (ou seja, regulação comportamental autônoma,</p><p>IAD, flow e burnout) que estavam de acordo com as</p><p>hipóteses.</p><p>Gomes et al. (2012) Verificar a relação entre o flow e as</p><p>diferentes formas de motivação esta-</p><p>belecidas pela Teoria da Autodeter-</p><p>minação, a autoeficácia, a habilidade</p><p>percebida e a orientação às metas.</p><p>Escala de Motivação Esporti-</p><p>va (SMS-28 BR); Orientação</p><p>Tarefa-Ego no Esporte (Task</p><p>and Ego Orientation Sports</p><p>Questionnaire - TEOSQ); Es-</p><p>cala de Autoeficácia Individual</p><p>para o Voleibol (Hockey Team</p><p>Confidence Survey); Escala de</p><p>Habilidade Percebida e Escala</p><p>de Percepção do Fluxo.</p><p>Os resultados apontam relações significativas e ne-</p><p>gativas entre o flow e os componentes da motivação</p><p>extrínseca e amotivação, sendo a mais forte delas</p><p>a regulação externa. Não foram encontradas asso-</p><p>ciações entre o flow e a motivação intrínseca para</p><p>saber a motivação intrínseca para experiência. Foram</p><p>encontradas relações significativas e positivas entre o</p><p>flow e a autoeficácia. Os resultados indicam uma rela-</p><p>ção positiva entre as duas variáveis, ou seja, à medida</p><p>que a percepção de competência e a satisfação em</p><p>relação à tarefa aumentam, o flow também aumenta.</p><p>54</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>Autores Objetivo Instrumentos Principais Resultados</p><p>Lamont e Kennelly</p><p>(2012)</p><p>Contribuir com uma rica descrição</p><p>do amadorismo e motivações dos</p><p>triatletas para a participação no</p><p>triatlo, e para fornecer uma teoria</p><p>interpretação dessas motivações.</p><p>Entrevista Semi-estruturada</p><p>Apesar da aparente prevalência de motivos extrín-</p><p>secos entre os triatletas entrevistados, temas como</p><p>prazer intrínseco, progressão no desafio, testes físicos</p><p>limites e experimentar uma sensação de realização/</p><p>euforia, todos têm um locus interno de causalidade</p><p>e pode ser relacionado com o flow. Aumentar os ní-</p><p>veis de desafio apresentados por eventos mais longos</p><p>pode ser visto como uma busca para experimentar o</p><p>flow, através do atendimento de demandas crescen-</p><p>tes em termos de resistência, estratégia e resistência</p><p>mental não experimentada ao competir em eventos</p><p>mais curtos.</p><p>Kawabata e Mallett</p><p>(2013)</p><p>Reavaliar a estrutura fatorial da</p><p>Sport Motivation Scale-6 de 24 itens</p><p>com uma amostra independente.</p><p>SMS-6; DFS-2. A motivação intrínseca foi substancialmente correla-</p><p>cionada positivamente com os fatores de flow. As cor-</p><p>relações entre regulação integrada e fatores de flow</p><p>foram diferentes daquelas de motivação intrínseca e</p><p>regulação identificada. Esses resultados apoiaram a</p><p>validade concorrente das respostas do SMS-6, bem</p><p>como a validade discriminante do fator de regulação</p><p>integrada.</p><p>Schüler e Brandstät-</p><p>ter (2013)</p><p>Transferir a integração teórica de di-</p><p>ferentes abordagens às necessidades</p><p>humanas (TAD e TMD), que foi suge-</p><p>rido por Schüler, Sheldon e Fröhlich</p><p>(2010), para domínio aplicado de es-</p><p>portes e exercícios. O objetivo maior</p><p>é usar essa integração teórica para</p><p>aprimorar a predição da motiva-</p><p>ção intrínseca no esporte e sugerir</p><p>intervenções práticas destinadas a</p><p>promover a adesão a uma rotina de</p><p>exercícios regulares.</p><p>Multi-Motive-Grid (MMG);</p><p>Flow Short-Scale. As medidas</p><p>de ambiente de competência</p><p>e relacionamento e de com-</p><p>promisso com as atividades</p><p>esportivas foram desenvolvi-</p><p>das pelos autores. As variáveis</p><p>do ambiente de competência</p><p>e relacionamento foram obti-</p><p>das a partir das avaliações de</p><p>especialistas.</p><p>Os resultados dos estudos realizados mostraram con-</p><p>sistentemente que indivíduos com motivos de alto de-</p><p>sempenho/afiliação se beneficiaram mais por estarem</p><p>em situações esportivas que podem potencialmente</p><p>preencher a necessidade psicológica de competên-</p><p>cia/ relacionamento. Eles também relataram a menor</p><p>quantidade de experiência de flow em situações que</p><p>não ofereciam a oportunidade de satisfazer essas ne-</p><p>cessidades psicológicas.</p><p>Moreno- Murcia et</p><p>al. (2014)</p><p>Analisar as diferenças motivacionais</p><p>entre estudantes de educação física,</p><p>atletas e praticantes não competiti-</p><p>vos. Além disso, o poder preditivo</p><p>do clima motivacional percebido e</p><p>os tipos de motivação em relação à</p><p>propensão à experiência autotélica</p><p>nos três contextos foi examinada.</p><p>Cuestionario de Medida de las</p><p>Estrategias Motivacionales;</p><p>Versão em espanhol dos ins-</p><p>trumentos: PMCSQ-2; Percei-</p><p>ved Locus of Causality; SMS;</p><p>BREQ-2; DFS-2 - experiência</p><p>autotélica)</p><p>Deve-se destacar que o clima da tarefa recebeu pon-</p><p>tuações mais altas do que o clima do ego para todos</p><p>os contextos. É interessante constatar que as pontua-</p><p>ções em regulação introjetada e regulação externa no</p><p>esporte foram moderadamente altas, o que coincide</p><p>com resultados de outros estudos. Os resultados da</p><p>análise de regressão demonstram que o clima de ta-</p><p>refa prediz positiva e significativamente a experiência</p><p>autotélica nos três contextos, revelando a importân-</p><p>cia de fomentar este tipo de clima motivacional.</p><p>Schüler, Wegner e</p><p>Knechtle (2014)</p><p>Testar se os motivos implícitos de re-</p><p>alização e afiliação interagem com</p><p>a necessidade de competência e a</p><p>necessidade de satisfação de rela-</p><p>cionamento social, respectivamente,</p><p>para prever a experiência de flow e</p><p>o bem-estar em atletas de extrema</p><p>resistência.</p><p>Picture Story Exercise (PSE);</p><p>Sheldon and Hilpert’s Balan-</p><p>ced Measure of Psychological</p><p>Needs Scale; Flow Short Sca-</p><p>le; Positive and Negative Af-</p><p>fect Schedule (versão alemã);</p><p>Exercise Addiction Inventory.</p><p>A satisfação das necessidades básicas de competência</p><p>e relacionamento social por si só não previu a expe-</p><p>riência de flow e as facetas de bem-estar em espor-</p><p>tes de resistência extrema igualmente para todos,</p><p>como proposto pela TAD. Os resultados mostraram</p><p>que indivíduos altamente motivados para realização</p><p>se beneficiaram mais da necessidade de satisfação de</p><p>competência em termos de flow do que indivíduos</p><p>com baixa motivação para realização.</p><p>Amado et al. (2015) Examinar a criação de grupos de</p><p>dança por meio da análise de seus</p><p>perfis motivacionais, analisando</p><p>as diferenças entre esses perfis de</p><p>acordo com a modalidade praticada.</p><p>Versão em espanhol dos ins-</p><p>trumentos: PMCSQ-2; Peer</p><p>Motivational Climate in You-</p><p>th Sport Questionnaire (Peer</p><p>MCYSQ); BREQ-2; DFS.</p><p>Foram encontrados quatro perfis, sendo um inédito</p><p>nas hipóteses dos autores. Um perfil com alto clima</p><p>de tarefa, Índice de Autodeterminação (IAD), flow</p><p>disposicional e clima de ego reduzido, um perfil com</p><p>alto clima-ego e clima de tarefa reduzido, IAD, flow</p><p>disposicional e um perfil com pontuações baixas em</p><p>todas as variáveis. Um novo perfil, o perfil com alto</p><p>clima-ego, IAD, flow disposicional e clima de tarefa</p><p>reduzido.</p><p>54 55</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>Autores Objetivo Instrumentos Principais Resultados</p><p>Langan et al. (2015) Examinar a influência de duas me-</p><p>didas diferentes (SMS e BRSQ) no</p><p>suporte empírico para hipóteses</p><p>competitivas sobre a influência da</p><p>motivação controlada nas experiên-</p><p>cias esportivas dos atletas.</p><p>BRSQ; SMS; ABQ; DFS-2. Os resultados das análises de cluster baseadas no</p><p>BRSQ sugeriram que, quando combinada com alta</p><p>motivação autônoma, a motivação controlada era</p><p>mal-adaptativa (por exemplo, maior burnout) ou ti-</p><p>nha seu efeito amortecido (por exemplo, nenhum</p><p>efeito no flow). Em contraste, as análises de cluster</p><p>baseadas em SMS forneceram suporte para as hipó-</p><p>teses aditivas (por exemplo, maior flow) e buffer (por</p><p>exemplo, nenhum efeito no burnout).</p><p>Montero-Carretero</p><p>et al. (2015)</p><p>Analisar um modelo motivacional de</p><p>estado de flow em competição.</p><p>Versão em espanhol dos ins-</p><p>trumentos: SMS; Flow State</p><p>Scale (FSS); Basic Psycholo-</p><p>gical Needs in Exercise Scale</p><p>(BPNES); Profile of Mood Sta-</p><p>tes (POMS).</p><p>A competência percebida se correlacionou positiva-</p><p>mente com o estado de flow. No modelo se aprecia</p><p>que o estado de flow foi predito pelo estado de ânimo</p><p>(positivo e negativo) e pela competência percebida</p><p>(31% da variância explicada). A motivação autodeter-</p><p>minada previu indiretamente o estado de flow, por</p><p>meio do estado de ânimo.</p><p>Delrue et al. (2016) Estender o corpo limitado de traba-</p><p>lho sobre o “o quê” e o “porquê” das</p><p>metas de realização concentrando-</p><p>-se em uma meta de realização sube-</p><p>xaminada (ou seja, metas intrapes-</p><p>soais) com atletas que participam de</p><p>um indivíduo em vez de um esporte</p><p>de equipe (ou seja, corredores).</p><p>Dominant Achievement Goal</p><p>(Classificação por método de</p><p>ordem); Reasons Underlying</p><p>the Dominant Achievement</p><p>Goal (medidas construídas);</p><p>Versões traduzidas e adapta-</p><p>das dos instrumentos: Chal-</p><p>lenge and Threat Construal</p><p>Questionnaire; Automatic</p><p>Self-Talk Questionnaire for</p><p>Sports (ASTQ-S); Basic Need</p><p>Satisfaction in Sport Scale</p><p>(BNSSS); FSS.</p><p>A motivação autônoma foi caracterizada por um</p><p>padrão geral positivo: na medida em que os corre-</p><p>dores regulavam autonomamente seus objetivos</p><p>intrapessoais, eles eram mais ambiciosos no tempo</p><p>que almejavam, avaliavam a corrida mais como um</p><p>desafio, relatavam maior satisfação de necessidades</p><p>e flow durante a corrida. Eventualmente, corriam</p><p>mais rápido. A conversa interna pode constituir uma</p><p>ferramenta motivacional corretiva para aumentar a</p><p>própria motivação. A conversa interna positiva não</p><p>estava relacionada ao desempenho. A conversa in-</p><p>terna e a satisfação da necessidade contribuíram de</p><p>maneira única para a experiência do flow.</p><p>Smohai et al. (2021) Testar a confiabilidade e validade da</p><p>adaptação húngara da Sport Motiva-</p><p>tion Scale II (SMS-II)</p><p>com uma gran-</p><p>de amostra de atletas.</p><p>Sport Motivation Scale II</p><p>(SMS-II); versão húngara dos</p><p>instrumentos Satisfaction</p><p>With Life Scale (SWLS-H -</p><p>curta); Rosenberg Self-Este-</p><p>em Scale (RSES-H); Competi-</p><p>tive State Anxiety Inventory 2</p><p>(CSAI-2); Flow State Question-</p><p>naire do Positive Psychology</p><p>Lab (PPL-FSQ);</p><p>Uma descoberta inesperada da análise de validade</p><p>convergente foi que a medida do estado de flow não</p><p>mostrou uma associação significativa com qualquer</p><p>uma das formas mais autônomas de motivação (ou</p><p>seja, motivação intrínseca, regulação integrada, re-</p><p>gulação identificada) entre os atletas competitivos, o</p><p>que contraria achados anteriores, embora a direção</p><p>das associações tenha sido consistentemente positiva</p><p>como esperado.</p><p>Além de correlacionar a motivação esportiva com o flow, 40% (n = 8) das pesqui-</p><p>sas trataram sobre as necessidades psicológicas básicas (ALONSO et al., 2011; DELRUE</p><p>et al., 2016; MONTERO-CARRETERO et al., 2015; MURCIA et al., 2009; NG; LONSDALE;</p><p>HODGE, 2011; SCHÜLER; BRANDSTÄTTER, 2013; SCHÜLER; SHELDON; FRÖHLICH,</p><p>2010; SCHÜLER; WEGNER; KNECHTLE, 2014). Alguns estudos propuseram o cálculo do</p><p>Índice de Autodeterminação, correspondente a 15% (n = 3) das publicações (AMADO et al.,</p><p>2015; MURCIA; GIMENO; COLL, 2006; NG; LONSDALE; HODGE, 2011).</p><p>Os autores da Basic Need Satisfaction in Sport Scale (BNSSS; NG; LONSDALE;</p><p>HODGE, 2011) e do BRSQ (LONSDALE; HODGE; ROSE, 2008) relataram evidências de</p><p>validade e confiabilidade e recomendaram futuras investigações para as medidas construídas.</p><p>Langan et al. (2015) examinaram as diferenças de evidências empíricas produzidas pelos</p><p>instrumentos de motivação esportiva BRSQ e SMS, a primeira medida obteve resultados</p><p>mais coerentes à luz da TAD.</p><p>56</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>DISCUSSÃO</p><p>Como principais resultados, verificou-se que a autodeterminação e o flow estão corre-</p><p>lacionados tanto em esportes individuais como coletivos. Esta relação pode ser verificada</p><p>em diversas faixas etárias, como demonstrado pelos estudos integrantes dessa revisão.</p><p>Atualmente, a escolha por estudos correlacionais é mais frequente, em consequência da</p><p>facilidade na execução de seus procedimentos, pois os estudos experimentais demandam</p><p>maior complexidade devido às implicações éticas e as dificuldades do próprio método na</p><p>manipulação e controle das variáveis.</p><p>Embora a maioria dos artigos recuperados sejam relatos de estudos correlacionais, um</p><p>estudo experimental realizado na produção de Schüler e Brandstätter (2013) evidenciou que,</p><p>por meio da instrução dos indivíduos para que se concentrem nos elementos de competência</p><p>de seus esportes, é possível construir de forma artificial o ambiente de competência. Esse</p><p>construto está intimamente ligado ao flow, uma vez que envolve autoconfiança e autoefi-</p><p>cácia, aspectos importantes para alcançar o Equilíbrio entre Desafio e Habilidade, requisito</p><p>essencial para o estado mental ótimo.</p><p>Os estudos psicométricos encontrados demonstram uma tendência para desenvolver e</p><p>aprimorar medidas no contexto esportivo fundamentadas pela TAD (KAWABATA; MALLETT,</p><p>2013; LONSDALE; HODGE; ROSE, 2008; MALLETT et al., 2007; NG; LONSDALE; HODGE,</p><p>2011). Foi possível verificar também o interesse pela ampliação do uso desses instrumentos</p><p>para outros países (SMOHAI et al., 2021). Esse movimento marca a importância do uso de</p><p>medidas válidas e confiáveis para cada cultura.</p><p>Os construtos autodeterminação e flow são complexos e possuem um arcabouço teó-</p><p>rico robusto construído por pesquisadores da Psicologia (CSIKSZENTMIHALYI, 1975, 1990,</p><p>1997a, 2014a; DECI; RYAN, 1985; RYAN; DECI, 2017). Além disso, os estudos acerca da</p><p>TAD conduzidos por Deci e Ryan, em diversos contextos, possibilitaram que essa teoria</p><p>pudesse abranger parte significativa dos domínios da Psicologia (VALLERAND, 2021).</p><p>Certamente, esses dados explicariam o fato de que as produções encontradas se concen-</p><p>traram majoritariamente nos periódicos de Psicologia e não das Ciências do Esporte ou da</p><p>Educação Física.</p><p>Com relação às amostras, a grande variação na quantidade de participantes se jus-</p><p>tifica pela realização de estudos simultâneos em alguns artigos. A amostra de 25% (n =</p><p>5) dos estudos foi composta somente por adolescentes (LANGAN et al., 2015; MORENO;</p><p>CERVELLÓ; GONZÁLEZ-CUTRE, 2010; MORENO-MURCIA et al., 2014; MURCIA; GIMENO;</p><p>COLL, 2006, 2007), sendo importante analisar o comprometimento e o engajamento desse</p><p>público ao responder os instrumentos indicados pelos pesquisadores. Os atletas podem</p><p>56 57</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>apresentar diferenças de motivação em relação à idade, logo é importante entender como</p><p>essas impactam na vivência do flow (MURCIA et al., 2009).</p><p>Os estudos selecionados contemplaram uma pluralidade de esportes, incluindo tanto</p><p>modalidades individuais como coletivas. Algumas pesquisas mesclaram estas duas mo-</p><p>dalidades, podendo apresentar evidências empíricas para esses dois contextos. Contudo,</p><p>é importante destacar que devido à complexidade e especificidades do flow, há certa difi-</p><p>culdade em mensurá-lo com precisão e confiabilidade no contexto esportivo (JACKSON;</p><p>KIMIECIK, 2008). Swann (2016) pontua que investigações concentradas na causalidade</p><p>do flow no esporte são escassas, significando que essa experiência ainda não pode ser</p><p>muito bem descrita.</p><p>A SMS (PELLETIER et al., 1995) foi a medida mais utilizada para mensurar a motiva-</p><p>ção esportiva, apesar das críticas às suas propriedades psicométricas e das tentativas em</p><p>produzir novas versões que pudessem corrigir as limitações da escala, essa continuou a ser</p><p>usada com frequência (GUEDES; CAUS; SOFIATI, 2019; MALLETT et al., 2007; PELLETIER</p><p>et al., 2013; PELLETIER; VALLERAND; SARRAZIN, 2007). Esse foi o primeiro instrumento</p><p>direcionado à prática esportiva e baseado na TAD, o único até 2008. A construção do BRSQ</p><p>foi uma medida alternativa às versões da SMS (LONSDALE; HODGE; ROSE, 2008). Um as-</p><p>pecto que pode ter favorecido o uso da SMS é a quantidade de itens inferior ao BRSQ, 28 e</p><p>36 itens, respectivamente. A escolha por instrumentos menores poderia tornar a experiência</p><p>menos cansativa e assim obter mais engajamento dos participantes para respondê-los.</p><p>O uso das versões da DFS para mensurar o flow demonstram uma inclinação, por</p><p>parte dos estudiosos, em pesquisar a disposição a vivenciar essa experiência como um tra-</p><p>ço de personalidade, em comparação ao estado. Isto pode ser explicado pelo fato de que,</p><p>a medida do estado de flow, ou seja, aplicada em um evento específico, pode enviesar as</p><p>respostas dos participantes pelas experiências vividas naquele momento, que podem ser</p><p>positivas ou negativas. Em seu estudo, Swann (2016) critica que grande parte dos estudos</p><p>utilizam instrumentos que se baseiam no momento após a experiência, dado que é oposto</p><p>ao que foi encontrado nessa revisão.</p><p>Os estudos recuperados atestam a relação positiva da autodeterminação com o</p><p>flow, tanto o traço (ALONSO et al., 2011; AMADO et al., 2015; KAWABATA; MALLETT,</p><p>2013; LONSDALE; HODGE; ROSE, 2008, MALLETT et al., 2007; MORENO; CERVELLÓ;</p><p>GONZÁLEZ-CUTRE, 2010; MURCIA; GIMENO; COLL, 2006; MURCIA et al., 2009) como o</p><p>estado (DELRUE et al. 2016; MONTERO-CARRETERO et al., 2015). O flow disposicional se</p><p>relacionou com altos níveis de autodeterminação, corroborando que a Motivação Intrínseca</p><p>é fundamental para essa experiência, pois é a mais autodeterminada e autônoma (DECI;</p><p>RYAN, 1985; GILLISON et al., 2019; LONSDALE; HODGE; ROSE, 2008; RYAN; DECI, 2017).</p><p>58</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>A percepção</p><p>de Petrópolis</p><p>Profª. Dra. Clecia Simone Gonçalves Rosa Pacheco</p><p>Instituto Federal do Sertão Pernambucano,</p><p>Prof. Dr. Claudiomir da Silva Santos</p><p>Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do</p><p>Sul de Minas</p><p>Prof. Dr. Fabrício dos Santos Ritá</p><p>Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul</p><p>de Minas, Brasil</p><p>Prof. Me. Ronei Aparecido Barbosa</p><p>Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do</p><p>Sul de Minas</p><p>Prof. Dr. Julio Onésio Ferreira Melo</p><p>Universidade Federal de São João Del Rei</p><p>Prof. Dr. Juliano José Corbi</p><p>Universidade de São Paulo</p><p>Profª. Dra. Alessandra de Souza Martins</p><p>Universidade Estadual de Ponta Grossa</p><p>Prof. Dr. Francisco Sérgio Lopes Vasconcelos Filho</p><p>Universidade Federal do Cariri</p><p>Prof. Dr. Thadeu Borges Souza Santos</p><p>Universidade do Estado da Bahia</p><p>Profª. Dra. Francine Náthalie Ferraresi Rodriguess Queluz</p><p>Universidade São Francisco</p><p>Profª. Dra. Maria Luzete Costa Cavalcante</p><p>Universidade Federal do Ceará</p><p>Profª. Dra. Luciane Martins de Oliveira Matos</p><p>Faculdade do Ensino Superior de Linhares</p><p>Profª. Dra. Rosenery Pimentel Nascimento</p><p>Universidade Federal do Espírito Santo</p><p>Profª. Esp. Lívia Silveira Duarte Aquino</p><p>Universidade Federal do Cariri</p><p>Profª. Dra. Irlane Maia de Oliveira</p><p>Universidade Federal do Amazonas</p><p>Profª. Dra. Xaene Maria Fernandes Mendonça</p><p>Universidade Federal do Pará</p><p>Profª. Ma. Thaís de Oliveira Carvalho Granado Santos</p><p>Universidade Federal do Pará</p><p>C</p><p>O</p><p>N</p><p>SE</p><p>LH</p><p>O</p><p>E</p><p>D</p><p>IT</p><p>O</p><p>R</p><p>IA</p><p>L</p><p>M</p><p>es</p><p>tr</p><p>es</p><p>, M</p><p>es</p><p>tr</p><p>as</p><p>, D</p><p>ou</p><p>to</p><p>re</p><p>s</p><p>e</p><p>D</p><p>ou</p><p>to</p><p>ra</p><p>s</p><p>CONSELHO EDITORIAL</p><p>Prof. Me. Fábio Ferreira de Carvalho Junior</p><p>Fundação Getúlio Vargas</p><p>Prof. Me. Anderson Nunes Lopes</p><p>Universidade Luterana do Brasil</p><p>Profª. Dra. Iara Margolis Ribeiro</p><p>Universidade do Minho</p><p>Prof. Dr. Carlos Alberto da Silva</p><p>Universidade Federal do Ceara</p><p>Profª. Dra. Keila de Souza Silva</p><p>Universidade Estadual de Maringá</p><p>Prof. Dr. Francisco das Chagas Alves do Nascimento</p><p>Universidade Federal do Pará</p><p>Profª. Dra. Réia Sílvia Lemos da Costa e Silva Gomes</p><p>Universidade Federal do Pará</p><p>Prof. Dr. Evaldo Martins da Silva</p><p>Universidade Federal do Pará</p><p>Prof. Dr. António Bernardo Mendes de Seiça da Providência Santarém</p><p>Universidade do Minho, Portugal</p><p>Profª. Dra. Miriam Aparecida Rosa</p><p>Instituto Federal do Sul de Minas</p><p>Prof. Dr. Biano Alves de Melo Neto</p><p>Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano</p><p>Profª. Dra. Priscyla Lima de Andrade</p><p>Centro Universitário UniFBV</p><p>Prof. Dr. Gabriel Jesus Alves de Melo</p><p>Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia</p><p>Prof. Esp. Marcel Ricardo Nogueira de Oliveira</p><p>Universidade Estadual do Centro Oeste</p><p>Prof. Dr. Andre Muniz Afonso</p><p>Universidade Federal do Paraná</p><p>Profª. Dr. Laís Conceição Tavares</p><p>Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará</p><p>Prof. Me. Rayme Tiago Rodrigues Costa</p><p>Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará</p><p>Prof. Dr. Willian Douglas Guilherme</p><p>Universidade Federal do Tocatins</p><p>Prof. Me. Valdemir Pereira de Sousa</p><p>Universidade Federal do Espírito Santo</p><p>Profª. Dra. Sheylla Susan Moreira da Silva de Almeida</p><p>Universidade Federal do Amapá</p><p>Prof. Dr. Arinaldo Pereira Silva</p><p>Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará</p><p>Profª. Dra. Ana Maria Aguiar Frias</p><p>Universidade de Évora, Portugal</p><p>Profª. Dra. Deise Keller Cavalcante</p><p>Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro</p><p>Profª. Esp. Larissa Carvalho de Sousa</p><p>Instituto Politécnico de Coimbra, Portugal</p><p>Esp. Daniel dos Reis Pedrosa</p><p>Instituto Federal de Minas Gerais</p><p>Prof. Dr. Wiaslan Figueiredo Martins</p><p>Instituto Federal Goiano</p><p>Prof. Dr. Lênio José Guerreiro de Faria</p><p>Universidade Federal do Pará</p><p>Profª. Dra. Tamara Rocha dos Santos</p><p>Universidade Federal de Goiás</p><p>Prof. Dr. Marcos Vinicius Winckler Caldeira</p><p>Universidade Federal do Espírito Santo</p><p>Prof. Dr. Gustavo Soares de Souza</p><p>Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo</p><p>Profª. Dra. Adriana Cristina Bordignon</p><p>Universidade Federal do Maranhão</p><p>Profª. Dra. Norma Suely Evangelista-Barreto</p><p>Universidade Federal do Recôncavo da Bahia</p><p>Prof. Me. Larry Oscar Chañi Paucar</p><p>Universidad Nacional Autónoma Altoandina de Tarma, Peru</p><p>Prof. Dr. Pedro Andrés Chira Oliva</p><p>Universidade Federal do Pará</p><p>Prof. Dr. Daniel Augusto da Silva</p><p>Fundação Educacional do Município de Assis</p><p>Profª. Dra. Aleteia Hummes Thaines</p><p>Faculdades Integradas de Taquara</p><p>Profª. Dra. Elisangela Lima Andrade</p><p>Universidade Federal do Pará</p><p>Prof. Me. Reinaldo Pacheco Santos</p><p>Universidade Federal do Vale do São Francisco</p><p>Profª. Ma. Cláudia Catarina Agostinho</p><p>Hospital Lusíadas Lisboa, Portugal</p><p>Profª. Dra. Carla Cristina Bauermann Brasil</p><p>Universidade Federal de Santa Maria</p><p>Prof. Dr. Humberto Costa</p><p>Universidade Federal do Paraná</p><p>Profª. Ma. Ana Paula Felipe Ferreira da Silva</p><p>Universidade Potiguar</p><p>Prof. Dr. Ernane José Xavier Costa</p><p>Universidade de São Paulo</p><p>Profª. Ma. Fabricia Zanelato Bertolde</p><p>Universidade Estadual de Santa Cruz</p><p>Prof. Me. Eliomar Viana Amorim</p><p>Universidade Estadual de Santa Cruz</p><p>Profª. Esp. Nássarah Jabur Lot Rodrigues</p><p>Universidade Estadual Paulista</p><p>Prof. Dr. José Aderval Aragão</p><p>Universidade Federal de Sergipe</p><p>Profª. Ma. Caroline Muñoz Cevada Jeronymo</p><p>Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba</p><p>Profª. Dra. Aline Silva De Aguiar</p><p>Universidade Federal de Juiz de Fora</p><p>Prof. Dr. Renato Moreira Nunes</p><p>Universidade Federal de Juiz de Fora</p><p>Prof. Me. Júlio Nonato Silva Nascimento</p><p>Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará</p><p>Profª. Dra. Cybelle Pereira de Oliveira</p><p>Universidade Federal da Paraíba</p><p>Profª. Ma. Cristianne Kalinne Santos Medeiros</p><p>Universidade Federal do Rio Grande do Norte</p><p>Profª. Dra. Fernanda Rezende</p><p>Núcleo Interdisciplinar de Pesquisa e Estudo em Educação Ambiental</p><p>Profª. Dra. Clara Mockdece Neves</p><p>Universidade Federal de Juiz de Fora</p><p>Profª. Ma. Danielle Galdino de Souza</p><p>Universidade de Brasília</p><p>Prof. Me. Thyago José Arruda Pacheco</p><p>Universidade de Brasília</p><p>Profª. Dra. Flora Magdaline Benitez Romero</p><p>Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia</p><p>Profª. Dra. Carline Santos Borges</p><p>Governo do Estado do Espírito Santo, Secretaria de Estado de Direitos</p><p>Humanos.</p><p>Profª. Dra. Rosana Barbosa Castro</p><p>Universidade Federal de Amazonas</p><p>Prof. Dr. Wilson José Oliveira de Souza</p><p>Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho</p><p>Prof. Dr. Eduardo Nardini Gomes</p><p>Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho</p><p>Prof. Dr. José de Souza Rodrigues</p><p>Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho</p><p>Prof. Dr. Willian Carboni Viana</p><p>Universidade do Porto</p><p>Prof. Dr. Diogo da Silva Cardoso</p><p>Prefeitura Municipal de Santos</p><p>Prof. Me. Guilherme Fernando Ribeiro</p><p>Universidade Tecnológica Federal do Paraná</p><p>Profª. Dra. Jaisa Klauss</p><p>Associação Vitoriana de Ensino Superior</p><p>Prof. Dr. Jeferson Falcão do Amaral</p><p>Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-</p><p>Brasileira</p><p>Profª. Ma. Ana Carla Mendes Coelho</p><p>Universidade Federal do Vale do São Francisco</p><p>Prof. Dr. Octávio Barbosa Neto</p><p>Universidade Federal do Ceará</p><p>Profª. Dra. Carolina de Moraes Da Trindade</p><p>Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará</p><p>Prof. Me. Ronison Oliveira da Silva</p><p>Instituto Federal do Amazonas</p><p>Prof. Dr. Alex Guimarães Sanches</p><p>Universidade Estadual Paulista</p><p>Profa. Esp. Vanderlene Pinto Brandão</p><p>Faculdade de Ciências da Saúde de Unaí</p><p>Profa. Ma. Maria Das Neves Martins</p><p>Faculdade de Ciências da Saúde de Unaí</p><p>Prof. Dr. Joachin Melo Azevedo Neto</p><p>Universidade de Pernambuco</p><p>Prof. Dr. André Luís Assunção de Farias</p><p>Universidade Federal do Pará</p><p>Profª. Dra. Danielle Mariam Araujo Santos</p><p>Universidade do Estado do Amazonas</p><p>Profª. Dra. Raquel Marchesan</p><p>Universidade Federal do Tocantins</p><p>Profª. Dra. Thays Zigante Furlan Ribeiro</p><p>Universidade Estadual de Maringá</p><p>Prof. Dr. Norbert Fenzl</p><p>Universidade Federal do Pará</p><p>Prof. Me. Arleson Eduardo Monte Palma Lopes</p><p>Universidade Federal do Pará</p><p>Profa. Ma. Iná Camila Ramos Favacho de Miranda</p><p>Universidade Federal do Pará</p><p>Profª. Ma. Ana Lise Costa de Oliveira Santos</p><p>Secretaria de Educação do Estado da Bahia</p><p>Prof. Me. Diego Vieira Ramos</p><p>Centro Universitário Ingá</p><p>de competência se associou positivamente com o flow (GOMES et al.,</p><p>2012; MONTERO-CARRETERO et al., 2015) e pessoas mais motivadas para realização</p><p>puderam ser beneficiados por essa relação (SCHÜLER; WEGNER; KNECHTLE, 2014),</p><p>porém quando essa necessidade não foi atendida, o flow foi experimentado com menor</p><p>intensidade (SCHÜLER; SHELDON; FRÖHLICH, 2010). Logo, essas características da</p><p>autodeterminação são fundamentais para a vivência do flow, principalmente a Motivação</p><p>intrínseca. Em contrapartida, o componente de relacionamentos sociais pode ser mais bem</p><p>explorado, especialmente em esportes coletivos.</p><p>CONCLUSÃO</p><p>A motivação autodeterminada, principalmente a Motivação Intrínseca, pode ser con-</p><p>siderada como um antecedente para o flow. Nesse contexto, as necessidades psicológicas</p><p>básicas de autonomia, competência e relacionamento possuem uma interação direta com</p><p>a motivação esportiva. Portanto, o uso de medidas com evidências de validade robustas no</p><p>âmbito esportivo é fundamental para a avaliação adequada dos contrutos estudados.</p><p>O mapeamento realizado pode subsidiar futuras intervenções focadas na melhora do</p><p>desempenho, principalmente nos esportes de elite, beneficiando não somente a prática</p><p>esportiva, como a saúde mental e bem-estar de seus praticantes. Como limitação, essa re-</p><p>visão não considerou a literatura cinzenta no mapeamento das relações entre as variáveis</p><p>de autodeterminação e flow no esporte. Sugere-se que futuras investigações possam incluir</p><p>as atividades e exercícios físicos nesse mapeamento, a fim de verificar possíveis diferenças</p><p>entre esses contextos.</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>ALONSO, D. A. et al. 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Acesso em: 20 set 2022</p><p>http://cdeporte.rediris.es/revista/revista56/artanalisis523.htm</p><p>http://cdeporte.rediris.es/revista/revista56/artanalisis523.htm</p><p>https://revistas.um.es/analesps/article/view/23291</p><p>https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/article</p><p>https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/article</p><p>https://archives.rpd-online.com/article/view/5.html</p><p>https://doi.org/10.1080/026404100365018</p><p>https://doi.org/10.1080/026404100365018</p><p>60 61</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>NG, J. Y.; LONSDALE, C.; HODGE, K. The Basic Needs Satisfaction in Sport Scale (BNS-</p><p>SS): Instrument development and initial validity evidence. Psychology of Sport and Exerci-</p><p>se, v. 12, n. 3, p. 257-264, june. 2011. DOI: https://doi.org/10.1016/j.psychsport.2010.10.006</p><p>OLAFSEN, A. H.; DECI, E. L. 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Bras. Cienc. Esporte</p><p>Oferecimento de obra científica e/ou literária com autorização do(s) autor(es) conforme Art. 5, inc. I da Lei de Direitos Autorais - Lei 9610/98</p><p>https://dx.doi.org/10.37885/230713889</p><p>RESUMO</p><p>O objetivo do presente estudo foi avaliar o conhecimento nutricional de mulheres fisicamente</p><p>ativas e correlacionar a pontuação obtida com variáveis antropométricas e nível de escola-</p><p>ridade. A amostra foi composta por 60 mulheres e os dados antropométricos mensurados</p><p>foram massa corporal, estatura, Índice de Massa Corporal (massa corporal/estatura2)</p><p>e pe-</p><p>rímetro da cintura. A amostra apresentou conhecimento nutricional moderado e correlações</p><p>significativas foram obtidas da pontuação do questionário de conhecimento nutricional com</p><p>o Índice de Massa Corporal (r = - 0,38, p < 0,05), perímetro da cintura (r = - 0,30, p < 0,05) e</p><p>nível de escolaridade (r = 0,36, p < 0,05). O conhecimento nutricional pode estar associado</p><p>com o estado nutricional e o nível de escolaridade.</p><p>Palavras-chave: Estado Nutricional, Conhecimento Nutricional, Exercício Físico</p><p>e Escola-Ridade.</p><p>64</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>Nos dias atuais, o número de indivíduos apresentando quadros de sobre-peso e obesi-</p><p>dade vem demonstrando crescente aumento, o que tem promovido preocupação de muitos</p><p>países devido ao grande risco à saúde que esses quadros podem trazer (PEREiRA et al.,</p><p>2003). Atualmente, estimativas indicam que 1,1 bilhão de adultos da população mundial</p><p>apresenta Índice de Massa Corporal (IMC) ≥ 25,0 kg/m2, enquanto 312 milhões se encontram</p><p>na faixa de obesidade (IMC ≥ 30,0kg/m2) (HOSSAiN et al., 2007), sendo esta já considerada</p><p>uma epidemia mundial (POPKiN; DOAK, 1998; WHO, 2000).</p><p>De fato, muitos fatores estão implicados no aumento de massa corporal, mas ainda</p><p>se sustenta a hipótese de que a marcante redução do nível de atividade física associada ao</p><p>aumento do consumo energético são os principais responsáveis (MUST, 1996). Em função</p><p>da estreita relação entre os hábitos alimentares e o valor energético consumido que, em</p><p>conjunto, são capazes de influenciar o balanço energético, métodos para avaliação do con-</p><p>sumo alimentar vêm sendo colocado em destaque nas pesquisas científicas com o intuito de</p><p>identificar o padrão dietético e, por fim, propor modificações nos hábitos alimentares diários</p><p>(MONTEiRO et al, 2000).</p><p>Dentre esses métodos, podem-se citar tanto ferramentas objetivas (por ex.: registro</p><p>alimentar de três dias não consecutivos) quanto subjetivas, com destaque para o Questionário</p><p>de Conhecimento Nutricional (QCN). Vem sendo postulado que essa ferramenta, criada para</p><p>avaliar o processo cognitivo individual relacionado à alimentação e nutrição (AXELSON;</p><p>BRiNBERg, 1992; SCAgLiUSi et al., 2006), pode ser capaz de influenciar a seleção ali-</p><p>mentar (SCAgLiUSi et al., 2006) e com o sucesso na prevenção de doenças crônicas não</p><p>transmissíveis (DESPRÉS; LAMARCHE, 1994). Além disso, outras pesquisas têm buscado</p><p>identificar o papel do conhecimento nutricional no estado nutricional, mas os resultados não</p><p>têm sido favoráveis (DÁTTiLO et al., 2009; O’BRiEN; DAViES, 2007).</p><p>Curiosamente, três aspectos estão associados com um aprimoramento do nível de</p><p>conhecimento nutricional: a prática de exercícios físicos (CUPiSTi et al., 2002), indivíduos</p><p>do gênero feminino (DATTiLO et al., 2009; NiCASTRO et al., 2008) e nível de escolaridade</p><p>(DATTiLO et al., 2009). O primeiro pode estar associado com uma busca por hábitos ali-</p><p>mentares mais saudáveis, visto que o exercício físico é considerado como tal, enquanto o</p><p>segundo pode ser justificado pela constante busca pela melhora do perfil estético (ZAWiLA</p><p>et al., 2003). Além disso, o nível de escolaridade parece ser um dos fatores mais básicos para</p><p>todo o processo educativo do indivíduo, proporcionando um maior grau de discernimento e</p><p>busca por informações. Sendo assim, o presente trabalho teve como objetivos avaliar o nível</p><p>de conhecimento nutricional de mulheres fisicamente ativas de uma academia de ginástica</p><p>64 65</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>do município de São Bernardo do Campo e correlacionar esse conhecimento com o estado</p><p>nutricional e escolaridade.</p><p>MATERIAL E MÉTODOS</p><p>AMOSTRA</p><p>O presente estudo caracteriza-se como transversal, sendo a amostra composta por 60</p><p>mulheres, com idade entre 20 e 60 anos, praticantes de exercícios físicos monitorados em</p><p>uma academia só para mulheres do município de São Bernardo do Campo, São Paulo. Como</p><p>critério de inclusão foi considerado somente mulheres acima de 18 anos e que praticassem</p><p>exercícios físicos regulares por pelo menos um ano ininterrupto.</p><p>O convite foi realizado verbalmente e, após esclarecimentos sobre os procedimentos,</p><p>objetivos e riscos, elas assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. O pre-</p><p>sente estudo obteve aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa das Faculdades Integradas</p><p>de Santo André, sob protocolo n. 122/09.</p><p>PROCEDIMENTOS</p><p>Após a realização do convite e a assinatura do Termo de Consentimento Livre e</p><p>Esclarecido, os indivíduos eram acompanhados até uma sala especialmente reservada para</p><p>a avaliação antropométrica, a qual foi criteriosamente realizada antes do início de qualquer</p><p>tipo de exercício físico. Após essa etapa, foi realizada a orientação quanto ao preenchimento</p><p>do QCN, que poderia ser realizado antes ou após a prática das atividades no estabeleci-</p><p>mento, de acordo com a disponibilidade de tempo de cada voluntária. O questionário foi</p><p>autoaplicado e as voluntárias orientadas a responder da maneira mais honesta possível.</p><p>Decidiu-se não reaplicar o questionário, pois estas poderiam receber alguma educação</p><p>nutricional nos próximos dias.</p><p>AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA</p><p>A massa corporal (kg) foi aferida por meio de uma balança fixa da marca Micheletti, com</p><p>precisão de 0,05 gramas e capacidade máxima de 150 kg. A estatura foi aferida por meio</p><p>de um estadiômetro padrão, seguindo a diretriz da International Society of Advancement</p><p>in Kinanthropometry (MARFELL-JONES et al., 2006). O IMC foi calculado pela razão entre</p><p>massa corporal (kg) e estatura ao quadrado (m2), sendo os indivíduos classificados segundo</p><p>os critérios propostos pela Organização Mundial de Saúde (WHO, 2000). O perímetro da</p><p>66</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>cintura (cm) foi mensurado com uma fita métrica da marca Sanny®, sendo a medida reali-</p><p>zada no ponto médio entre a crista ilíaca e o último arco costal.</p><p>AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE CONHECIMENTO NUTRICIONAL</p><p>A escala escolhida para mensuração do conhecimento nutricional neste estudo foi a</p><p>desenvolvida por Harnack et al. (1997) e, posteriormente, traduzida, adaptada e validada</p><p>para o Brasil por Scagliusi et al. (2006). A versão original elaborada por Harnack et al.</p><p>(idem) foi uma ferramenta utilizada para avaliação de indivíduos adultos no National Health</p><p>Interview Survey Cancer Epidemiology, em 1992, com o intuito de testar se o conhecimen-</p><p>to nutricional sobre prevenção de câncer se correlacionava com práticas alimentares que,</p><p>realmente, prevenissem a doença. Nesse questionário, os itens que o compunham estavam</p><p>estruturados em três partes, as quais buscavam avaliar: 1) a relação entre dieta e doença;</p><p>2) quantidade de fibras e lipídeos nos alimentos e; 3) as recomendações de ingestão de</p><p>frutas e hortaliças. Como esse questionário foi elaborado com tópicos pertinentes ao pa-</p><p>drão dietético americano, Scagliusi et al. (idem) propuseram a tradução, adaptação e, por</p><p>fim, validação de seu conteúdo para a população brasileira, com estudantes de nutrição e</p><p>pacientes com transtornos alimentares. Nesse trabalho, após todas as etapas propostas,</p><p>constatou-se que a ferramenta apresentou nível de precisão modesto, representado pelo</p><p>coeficiente de Spearman r = 0,52.</p><p>De acordo com Harnack et al. (idem) e Scagliusi et al. (idem), os critérios para classifi-</p><p>cação da pontuação foram: pontuações totais entre zero e seis indicam baixo conhecimento</p><p>nutricional, entre sete e dez indicam moderado conhecimento nutricional e acima de dez</p><p>indicam alto conhecimento nutricional.</p><p>NÍVEL DE ESCOLARIDADE</p><p>O nível de escolaridade foi determinado</p><p>a partir de uma questão aberta, expressa em anos.</p><p>ANÁLISE ESTATÍSTICA</p><p>As análises foram conduzidas pelo software Statistica versão 6.0 (Statisoft®). Foi uti-</p><p>lizado o teste de Pearson para as correlações entre a pontuação do QCN e IMC, perímetro</p><p>da cintura e nível de escolaridade. O teste t de Student para uma amostra foi utilizado para</p><p>comparação da pontuação obtida em nossa amostra com a pontuação já descrita em um</p><p>trabalho previamente publicado, sendo esse dado demonstrado na seção “Discussão”. Todos</p><p>os valores são expressos em média ± desvio-padrão, com nível de significância de p < 0,05.</p><p>66 67</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>RESULTADOS</p><p>As características da amostra estão representadas na tabela 1 e cabe ressaltar que,</p><p>dentro dos critérios de inclusão eleitos, não houve nenhuma recusa para participação na pes-</p><p>quisa. Foi possível observar que, para o IMC, a amostra se apresentou na faixa de sobrepeso</p><p>de acordo com os pontos de corte da WHO (2000), enquanto o perímetro da cintura indicou</p><p>risco aumentando para obesidade associada a complicações metabólicas, seguindo os cri-</p><p>térios propostos por Hasselmann et al. (2008). Outro ponto a ser levado em consideração é</p><p>a pontuação média obtida no QCN, indicando nível moderado de conhecimento nutricional.</p><p>Tabela 1. Características da amostra.</p><p>Variáveis M ± DP Mínimo Máximo</p><p>Idade (anos) 40 ± 12 22 68</p><p>Massa corporal (kg) 71,0 ± 12,0 51,0 106,3</p><p>Estatura (m) 1,6 ± 0,1 1,5 1,7</p><p>IMC (kg/m²) 27,0 ± 4,5 20,1 40,6</p><p>Perímetro da cintura (cm) 94,7 ± 12,8 70,3 130,5</p><p>Prática de EF (anos) 4,2 ± 6,3 1 20</p><p>QCN (pontuação) 8,3 ± 1,7 4 11</p><p>Nível de escolaridade (anos) 14,0 ± 2,5 8,0 17,0</p><p>Abreviaturas: IMC = Índice de Massa Corporal, EF = exercício físico, QCN</p><p>= Questionário de Conhecimento Nutricional.</p><p>Na figura 1 está representada a distribuição, em número e percentual, do nível de</p><p>conhecimento nutricional das voluntárias, de acordo com os pontos de corte baixo (16%),</p><p>moderado (77%) e alto (7%) de conhecimento nutricional.</p><p>De modo geral, é possível observar que a grande maioria apresentou nível de conhe-</p><p>cimento moderado.</p><p>Figura 1. Distribuição, em número e em porcentagem, de acordo com a classificação obtida no QCN.</p><p>Nas figuras 2 e 3 estão representadas correlações entre a pontuação do QCN e IMC</p><p>e perímetro de cintura respectivamente. É possível observar que, para ambas as análises,</p><p>a pontuação do QCN apresentou correlação negativa, estatisticamente significativa.</p><p>68</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>Figura 2. Correlação entre IMC e pontuação do QCN.</p><p>Figura 3. Correlação entre perímetro da cintura e pontuação do QCN.</p><p>Quando realizada a correlação entre a pontuação do QCN com o nível de escolarida-</p><p>de, foi possível observar que essas duas variáveis apresentaram uma correlação positiva,</p><p>estatisticamente significativa (Figura 4).</p><p>Figura 4. Correlação entre nível de escolaridade e pontuação do QCN.</p><p>DISCUSSÃO</p><p>A avaliação do nível de conhecimento nutricional vem ganhando espaço entre as pes-</p><p>quisas científicas nos últimos anos por causa da premissa de que o conhecimento sobre</p><p>nutrição e alimentação pode estar associado com práticas alimentares (DATTiLO et al., 2009;</p><p>NiCASTRO et al., 2008; RASTMANESCH et al., 2007; RAYMOND-BARKER et al., 2007;</p><p>CUPiSTi et al., 2002; BURKE, 1995). Entretanto, poucos trabalhos utilizaram a presente esca-</p><p>la para avaliação do conhecimento nutricional. Dentre eles, Scagliusi et al. (2006) avaliaram</p><p>68 69</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>mulheres com transtornos alimentares e estudantes de nutrição e, segundo os autores, pa-</p><p>cientes com transtornos alimentares obtiveram pontuação de 7,4 ± 2,6, enquanto, no grupo</p><p>das estudantes, a pontuação foi 10,5 ± 1,7 (p = 0,0000001). No estudo realizado por Freitas</p><p>et al. (2006), verificou-se que mulheres vegetarianas apresentaram conhecimento nutricio-</p><p>nal superior a mulheres onívoras (10,6 ± 1,7 versus 8,7 ± 2,3 respectivamente, p = 0,0001).</p><p>Até o momento, o presente trabalho é o terceiro publicado envolvendo a aplicação</p><p>desse mesmo questionário em indivíduos fisicamente ativos e atletas, com o intuito especí-</p><p>fico de avaliar o conhecimento sobre nutrição, alimentação e saúde. O primeiro, publicado</p><p>por Nicastro et al. (2008), avaliou atletas profissionais e amadoras de atletismo e, dentre</p><p>os dados encontrados, verificou-se que o público amador (composto exclusivamente por</p><p>mulheres) apresentou pontuação significantemente superior ao dos atletas profissionais (8,9</p><p>± 1,7 versus 7,3 ± 1,8, p < 0,01). O segundo trabalho foi realizado por Oliveira et al. (2009),</p><p>envolvendo a avaliação de atletas profissionais de judô, no qual os autores não evidencia-</p><p>ram diferenças significantes entre as pontuações de homens e mulheres (6,9 ± 2,0 versus</p><p>6,9 ± 1,7, p = 0,56).</p><p>A estruturação da escala utilizada é baseada em faixas de pontuação que permitem a</p><p>devida classificação do nível de conhecimento nutricional da amostra. Entretanto, é pertinente</p><p>que seja realizada a análise da pontuação obtida, pois, embora o elevado conhecimento</p><p>nutricional seja considerado com 11 e 12 pontos, o nível moderado apresenta uma varia-</p><p>ção muito mais ampla. No presente trabalho, a amostra demonstrou nível de conhecimento</p><p>nutricional moderado (8,3 ± 1,7) e, curiosamente, foi significantemente maior ao obtido por</p><p>Dattilo et al. (2009) em mulheres sedentárias (t = 2,92, gl = 59, p < 0,01). Possivelmente,</p><p>fatores como a escolaridade, o nível socioeconômico e a prática de exercícios físicos possam</p><p>ser importantes justificativas para essa maior pontuação.</p><p>No presente estudo foi possível observar que correlações negativas significantes foram</p><p>obtidas entre a pontuação do QCN e IMC (Figura 2) e perímetro da cintura (Figura 3), suge-</p><p>rindo que o conhecimento nutricional parece possuir um efeito protetor contra o aumento de</p><p>massa corporal. Entretanto, cabe mencionar que este parece ser somente um fator contri-</p><p>buinte, pois a amostra apresentou IMC dentro do ponto de corte para sobrepeso. Embora não</p><p>tenha sido realizada a avaliação do consumo alimentar das voluntárias, evidências indicam</p><p>que o conhecimento nutricional pode estar associado com a seleção alimentar (SCAgLiUSi</p><p>et al., 2006) e, dessa forma, favorecer hábitos alimentares saudáveis e prevenir o aumento</p><p>de massa corporal.</p><p>Em contrapartida, outros trabalhos presentes na literatura apresentam dados divergen-</p><p>tes a respeito da tríade conhecimento nutricional, hábitos alimentares e estado nutricional.</p><p>O’Brien e Davies (2007) avaliaram 500 indivíduos adultos por meio de um questionário de</p><p>70</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>conhecimento nutricional e verificaram que o alto nível de conhecimento não se correlacionou</p><p>com o IMC, indicando que esse pode não ser o fator mais importante para que indivíduos</p><p>com excesso de massa corporal adotem hábitos saudáveis. Da mesma forma, Montero Bravo</p><p>et al. (2006), avaliando 105 estudantes universitários, verificaram que, mesmo quando os</p><p>alunos acreditavam ter um bom conhecimento nutricional, este não estava necessariamen-</p><p>te associado com modificações dos hábitos alimentares. Já Dattilo et al. (2009), avaliando</p><p>42 pacientes de um centro de reabilitação do município de São Paulo, não identificaram</p><p>correlações significativas do conhecimento nutricional com o IMC, evidenciando que o co-</p><p>nhecimento nutricional parece, de fato, não estar diretamente relacionado com modificações</p><p>dos hábitos</p><p>alimentares.</p><p>Um dos principais determinantes do conhecimento nutricional parece ser a formação</p><p>escolar do indivíduo e, corroborando outros dados (DATTiLO et al., 2009; OBAYASHi et al.,</p><p>2003; SAPP; JENSEN, 1997), observamos uma correlação positiva entre o nível de conheci-</p><p>mento nutricional com o grau de escolaridade. Dessa forma, embora o nível de escolaridade</p><p>não seja um contribuinte direto para aumento do conhecimento específico sobre alimentação</p><p>e nutrição, em função de não serem ensinados conteúdos estruturados a respeito do assun-</p><p>to em longo prazo, o período escolar pode ser determinante no aprimoramento do grau de</p><p>discernimento do indivíduo. Assim, a busca por informações e a tomada de decisão para</p><p>determinadas atitudes podem ser indiretamente favorecidas pelo nível de escolaridade e,</p><p>como consequência, se tornar componente essencial na obtenção de conhecimentos asso-</p><p>ciados à nutrição e alimentação.</p><p>CONCLUSÃO</p><p>Foi possível concluir que a amostra avaliada apresentou conhecimento nutricional mo-</p><p>derado, verificando-se uma importante correlação negativa deste conhecimento com o IMC</p><p>e perímetro da cintura. O presente trabalho indica que o aprimoramento do conhecimento</p><p>sobre nutrição e alimentação pode ser uma das ferramentas para prevenção e tratamento</p><p>da obesidade. Destacamos ainda o papel da educação escolar como capaz de influenciar</p><p>o conhecimento a respeito de informações sobre alimentação e nutrição.</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>AXELSON, M.; BRINBERG, D. The measurement and conceptualization of nutrition know-</p><p>ledge. Journal Nutrition Education, v. 24, n. 5, p. 239-246, set.-out. 1992.</p><p>70 71</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>BURKE, L. Practical issues in nutrition for athletes. Journal of Sports Sciences, v. 13, n.</p><p>S1, p. 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Métodos: Participaram 25 árbitros (média de 39,2 ± 8,4 anos).</p><p>Empregou-se questionários de caracterização, “Critério Brasil 2018”, Perfil do Estilo de Vida</p><p>e Escala de Humor. Para análise utilizou-se estatística descritiva, Correlação de Spearman,</p><p>Teste “t” de Student e Mann Whitney (p≤0,05 em todos os testes). Resultados: Apesar de</p><p>Vigor ter maiores valores médios gerais, apenas 24% manteve-se no intervalo desejado</p><p>para melhor êxito. Fadiga obteve as maiores variações e pico em fases importantes, como</p><p>em Raiva. Árbitros com maiores idades e experiências apresentam maiores estabilidades</p><p>na dimensão Raiva. Conclusão: Reitera-se a preocupação com variáveis psicológicas na</p><p>preparação e atuação dos árbitros.</p><p>Palavras-chave: Esportes, Saúde Mental, Emoções, Psicologia do Esporte.</p><p>75</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>O Futsal é caracterizado por ser uma modalidade coletiva com esforços de alta in-</p><p>tensidade com constantes mudanças de velocidade e direção, intercalados com breves</p><p>períodos de recuperação (20-30 s) durante as partidas, que são disputadas em 2 tempos</p><p>cronometrados de 20 minutos cuja duração real pode chegar a aproximadamente 80 mi-</p><p>nutos (FREITAS et al., 2014; CASTAGNA et al., 2009). Além disso, é comum a existência</p><p>de importantes competições nacionais e até internacionais realizadas em períodos de curta</p><p>duração na qual equipes podem disputar várias partidas em dias consecutivos em um curto</p><p>intervalo de tempo entre os jogos realizados (FREITAS et al., 2014; CHAVES et al., 2018).</p><p>Ao contrário dos jogadores na qual a regra assegura a prerrogativa de se poder ter</p><p>substituições ilimitadas (FIFA, 2020), o mesmo não ocorre com a equipe de arbitragem, que</p><p>se mantém durante toda a partida. Ressalta-se ainda que em competições de menor duração</p><p>com alto número de jogos diários, os árbitros podem ser escalados para trabalhar em mais</p><p>de uma partida no dia. Isto exige um alto nível de preparo físico como também psicológico,</p><p>constituindo um desafio para o árbitro, que deve ser capaz de realizar tomadas de decisões</p><p>adequadas nas partidas de forma homogênea e consistente, e manter a performance durante</p><p>toda a competição.</p><p>Estudos têm demonstrado que esportistas vivenciam diferentes emoções antes e du-</p><p>rante as competições que acabam por influenciar também na performance (CAMPO et al.,</p><p>2016; MARTINENT et al., 2013). Segundo Campo et al. (2016) as emoções vivenciadas</p><p>numa competição podem provocar no indivíduo em questão diferentes tipos de respostas</p><p>desde questões fisiológicas, tais como o aumento dos batimentos cardíacos e da frequên-</p><p>cia respiratória, passando por aspectos cognitivos com alterações na atenção, percepção e</p><p>no processo de seleção de informações importantes e até comportamental como tornar-se</p><p>agressivo ou ter decréscimo na motivação.</p><p>Nos últimos anos, dentre os fatores psicológicos relacionados à performance esportiva,</p><p>o Estado de Humor tem recebido uma atenção particular. O Estado de Humor tem se configu-</p><p>rado como um importante fator preditivo de desempenho de atletas e tem sido utilizado para</p><p>também otimizar sua performance, estabelecendo parâmetros para ajustes nas configurações</p><p>de pensamentos, sentimentos e comportamentos necessários antes e durante competições</p><p>(ANDRADE et al., 2016). Morgan (1980) em estudos com esporte desenvolvidos na década</p><p>de 1980 propôs um modelo ideal de estado de humor que refletia também aquilo que seria</p><p>uma saúde mental positiva para o indivíduo. Este modelo ficaria conhecido como “Perfil de</p><p>Iceberg” (KEIKHA; YUSOF; JOURKESH, 2015; MORGAN, 1980).</p><p>A Teoria do “Perfil de Iceberg” descreve que a performance atlética é estritamente</p><p>relacionada com alto níveis de vigor e baixos níveis de raiva, tensão, depressão, confusão</p><p>76</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>e fadiga (TOMAZINI et al., 2015). Assim, baseado em instrumentos psicométricos como o</p><p>Perfil de Estado de Humor, estudos sugerem que atletas com mais vigor e menos ansiedade,</p><p>raiva, confusão e fadiga por exemplo seriam mais bem-sucedidos que atletas que exibissem</p><p>um perfil oposto, configurando desse modo até como um preditor da performance de atletas</p><p>de elite (TOMAZINI et al., 2015; KEIKHA; YUSOF; JOURKESH, 2015). Contudo, conforme</p><p>apontam Ribeiro et al. (2012) ainda são escassos os estudos envolvendo os outros perso-</p><p>nagens fundamentais do espetáculo esportivo: os árbitros. Dessa forma, também é neces-</p><p>sário conhecer o impacto de competições em dias consecutivos para a arbitragem a fim de</p><p>disponibilizar informações que permitem traçar estratégias de planejamento e preparo para</p><p>os árbitros e melhorar seu rendimento.</p><p>Sendo assim, o objetivo do presente estudo foi analisar o perfil de estado de humor dos</p><p>Árbitros de Futsal durante cada dia de competições estaduais de alto nível. Especificamente,</p><p>buscou-se também correlacionar as amplitudes dos perfis de humor com outras variáveis</p><p>demográficas, e ainda, identificar em quais estados de humor há maiores variações quanto</p><p>à amplitude e níveis desejáveis para performance (o qual denominou-se como zona alvo).</p><p>MÉTODO</p><p>Caracterização da Pesquisa e dos Participantes</p><p>A pesquisa é caracterizada como do tipo quantitativo, descritivo, correlacional, com de-</p><p>lineamento transversal. A amostra foi composta por árbitros de ambos os sexos, registrados</p><p>ao quadro da Federação Paranaense de Futebol de Salão (FPFS) afiliada à Confederação</p><p>Brasileira de Futsal (CBFS), convocados para atuar nas Fases Finais das competições:</p><p>Jogos Abertos do Paraná e Jogos da Juventude do Paraná, nas Divisões A e B dos torneios</p><p>masculino e feminino. Todas as competições tiveram 7 (sete) dias de duração. Portanto,</p><p>a escolha dos árbitros foi feita de forma intencional, com participação voluntária (Thomas,</p><p>Nelson & Silverman, 2012). Os árbitros participantes eram compostos por 21 homens e 4</p><p>mulheres com média de idade de 39,2 ± 8,4 anos.</p><p>Instrumentos de Medida</p><p>Os instrumentos de medida utilizados foram constituídos de questionários como a</p><p>caracterização dos participantes do estudo, Perfil do Estilo de Vida e a Escala de Humor.</p><p>O primeiro questionário aplicado foi o de caracterização dos participantes, elaborado</p><p>pelo autor especificamente para este estudo, com questões relativo à idade, escolaridade,</p><p>profissão, altura, peso, tempo (experiência) e nível de atuação na arbitragem.</p><p>76 77</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>O seguinte questionário aplicado trata-se do Perfil do Estilo de Vida, derivado do</p><p>Pentáculo do Bem-Estar, proposto por Nahas, Barros e Francalacci (2000). É um instru-</p><p>mento composto por 15 itens, que envolve os cinco aspectos/domínios fundamentais do</p><p>estilo de vida das pessoas (alimentação, atividade física, comportamento preventivo, rela-</p><p>cionamentos e controle do estresse). Para cada item avaliado, o participante responde de</p><p>acordo com uma escala de zero (ausência total da característica no estilo de vida) até três</p><p>pontos (completa realização do comportamento considerado). Quanto maior a pontuação,</p><p>mais adequado será o estilo de vida da pessoa.</p><p>Por fim, para avaliação do estado de humor dos Árbitros utilizou-se a Escala de Humor</p><p>de Brunel - BRUMS, validada por Rohlfs (2005) para o Brasil. O instrumento apresenta 24</p><p>questões que avaliam o estado de humor e é composto por seis sub-escalas: raiva, con-</p><p>fusão, depressão, fadiga, tensão e vigor. Para cada questão, o participante assinala uma</p><p>opção de 0 (nada) a 4 (extremamente),</p><p>considerando como ele se sente no momento da</p><p>avaliação. Cada sub-escala contém quatro itens e da soma das respostas de cada sub-es-</p><p>cala obtém-se um escore de 0 a 16 pontos. Os itens de cada sub-escala são: Raiva (itens</p><p>7, 11, 19, 22); Confusão (itens 3, 9, 17, 24); Depressão (itens 5, 6, 12, 16); Fadiga (itens 4,</p><p>8, 10, 21); Tensão (itens 1, 13, 14, 18); Vigor (itens 2, 15, 20, 23). Segundo Beedie, Terry e</p><p>Lane (2000), os instrumentos que avaliam o estado de humor são mais eficazes em jogos</p><p>esportivos de curta duração.</p><p>Procedimentos e Coleta de Dados</p><p>Todos os que concordaram em participar voluntariamente assinaram um Termo de</p><p>Consentimento Livre e Esclarecido. As coletas de dados foram feitas durante a concentração</p><p>dos árbitros nos alojamentos disponibilizados pela organização. No primeiro dia, os árbitros</p><p>responderam aos questionários de caracterização, Estilo de Vida, Critério Brasil e Estado de</p><p>Humor. Nos demais dias, os árbitros responderam o questionário de Estado de Humor diaria-</p><p>mente. O estudo teve aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa envolvendo Seres Humanos</p><p>da Universidade Estadual de Londrina – PR sob parecer nº 2.730.169, de 22/06/2018.</p><p>Tratamento Estatístico</p><p>Para a caracterização dos sujeitos e a apresentação dos dados coletados, foi utilizada</p><p>estatística descritiva (frequência, percentual, média, desvio padrão, amplitude e erro padrão).</p><p>Na classificação dos indivíduos com uma dimensão de Estado de Humor estável ou</p><p>instável durante as competições, utilizou-se dos valores de amplitude (subtração do valor</p><p>máximo registrado com o valor mínimo). Com base no questionário do “Perfil do Estado de</p><p>Humor”, na qual cada dimensão era formada pelo somatório dos índices de outras quatro</p><p>78</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>questões que, por sua vez, possuía um índice que variava de 0 (nada) a 4 (extremamente),</p><p>foi estabelecido que os indivíduos considerados como estáveis seriam os com uma amplitude</p><p>igual ou inferior a 4 pontos e, instáveis os indivíduos com amplitude superior a 4.</p><p>Considerando também o “Perfil de Iceberg” desenvolvida da teoria do Estado de Humor</p><p>e com base no mesmo critério explicado anteriormente obtido pelo próprio questionário, de-</p><p>terminou-se as chamadas “Zonas alvos” de cada dimensão, isto é, os valores na qual são</p><p>desejados que os indivíduos sempre se encontrem em busca de serem melhores sucedidos</p><p>ou para uma melhor performance. Dessa forma, observava-se naquele determinado período</p><p>da competição a quantidade de dias em que o indivíduo estava com os valores da dimensão</p><p>dentro desse intervalo da zona alvo. As dimensões raiva, confusão, depressão, fadiga e</p><p>tensão por serem variáveis negativas possuíam os menores valores de intervalo possíveis</p><p>para a zona (de 0 a 4 pontos); enquanto o vigor, por ser o único componente do humor po-</p><p>sitivo, possuía os maiores valores de intervalo possíveis para a zona alvo (12 a 16 pontos).</p><p>Aplicou-se o teste de Shapiro Wilk para verificar a normalidade dos dados da amostra.</p><p>Nas correlações entre as dimensões do Estado de Humor com variáveis demográficas e com</p><p>cada dimensão dos perfis de estilo de vida foram aplicados a Correlação de Spearman. Para</p><p>verificar se existem diferenças quanto a valores médios das amplitudes de cada dimensão</p><p>do Estado de Humor durante a competição com a função exercida na arbitragem (Árbitro ou</p><p>anotador/cronometrista) foi aplicado Prova U de Mann Whitney. Já para verificar se existem</p><p>diferenças entre as médias registradas em cada dia de competição de cada dimensão do</p><p>Estado de Humor foram aplicados o Teste “t” de Student e a Prova U de Mann Whitney.</p><p>Adotou-se significância de p≤0,05 em todos os testes. Os dados foram processados no</p><p>Software Statistical Package for the Social Sciences - SPSS for Windows, versão 20.0.</p><p>RESULTADOS</p><p>Participaram do estudo 25 árbitros, sendo 21 do sexo masculino (84%) e 4 do sexo</p><p>feminino (16%), com uma média de idade de 39,2 ± 8,4 anos. Quanto ao tempo já exercendo</p><p>a arbitragem de Futsal, os árbitros convocados para essas competições possuíam 14,5 ±</p><p>8,8 anos de experiência na atuação da modalidade.</p><p>Quanto à função exercida dentro da arbitragem, 18 árbitros (72%) convocados atuam</p><p>como árbitros de quadra (o qual será descrito no estudo apenas com a nomenclatura “Árbitro”)</p><p>e 7 (28%) atuam como anotadores e cronometristas. Quanto ao nível de atuação, a maioria</p><p>dos árbitros (72%) atua apenas nas competições estaduais e 24% pertencem também ao</p><p>quadro nacional da Confederação Brasileira de Futsal (CBFS). Houve também a presença de</p><p>1 árbitro do quadro da FIFA, o qual é apto para atuar em competições internacionais do Futsal.</p><p>78 79</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>A Figura 1, mostra a variação média diária de cada dimensão componente do Estado</p><p>de Humor do grupo de árbitros. A dimensão Vigor apresenta os maiores índices diários em</p><p>relação as demais dimensões, sendo o pico máximo registrado ao início da competição (mé-</p><p>dia de 11,4). Já a dimensão Depressão apresentou os menores índices, sendo os menores</p><p>valores obtidos nos últimos 2 dias dos torneios (médias de 0,3 e 0,4 respectivamente).</p><p>Observou-se também na figura 1 que, na dimensão raiva, houve diferença significativa</p><p>(p<0,05) nos valores registrados dos 3º e 4º dias (fim da primeira fase) em comparação com</p><p>o último dia dos torneios (as finais), havendo um decréscimo nessa dimensão: de média de</p><p>1,7 e 1,0, respectivamente para apenas 0,4 ao fim da competição. Na dimensão confusão</p><p>houve diferença significativa dos valores do primeiro dia (1,2) em relação a todos os demais</p><p>dias subsequentes; nesse dia em questão foram registrados os maiores índices médios</p><p>desse componente. Enquanto na dimensão fadiga foi detectada diferença significativa nas</p><p>comparações entre o primeiro dia (2,2) com o 4º e 5º dias (3,7 em ambos, período de última</p><p>rodada da primeira fase e início da fase eliminatória quartas de final) e também com o últi-</p><p>mo dia (3,8 – dia em que houve as finais dos torneios). Não foram encontradas diferenças</p><p>significativas entre os demais dias das dimensões depressão, tensão e vigor.</p><p>Figura 1. Variação média e erro padrão diários de cada dimensão componente do Estado de Humor.</p><p>0 . 0</p><p>0 . 5</p><p>1 . 0</p><p>1 . 5</p><p>2 . 0</p><p>2 . 5</p><p>0 . 0</p><p>0 . 5</p><p>1 . 0</p><p>1 . 5</p><p>2 . 0</p><p>0 . 0</p><p>0 . 5</p><p>1 . 0</p><p>1 . 5</p><p>2 . 0</p><p>2 . 5</p><p>0</p><p>1</p><p>2</p><p>3</p><p>4</p><p>5</p><p>0</p><p>1</p><p>2</p><p>3</p><p>4</p><p>0 1 2 3 4 5 6 7 8</p><p>9.5</p><p>10.0</p><p>10.5</p><p>11.0</p><p>11.5</p><p>12.0</p><p>12.5</p><p>DIAS</p><p>RAIVA</p><p>CONFUSÃO</p><p>DEPRESSÃO</p><p>FADIGA</p><p>TENSÃO</p><p>VIGOR</p><p>ES</p><p>TA</p><p>D</p><p>O</p><p>D</p><p>E</p><p>H</p><p>U</p><p>M</p><p>O</p><p>R</p><p>*</p><p>*</p><p>*P<0,05 vs DIA 7</p><p>*</p><p>*P<0,05 vs TODOS</p><p>*</p><p>*P<0,05 vs DIA 5 e DIA 7</p><p>Fonte: Elaborado pelo próprio autor.</p><p>80</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>A Figura 2 retrata a amplitude média de cada componente do Estado de Humor verifi-</p><p>cada durante as competições. Destaque para as dimensões Vigor (4,5 ± 2,1) e Fadiga (4,1</p><p>± 2,8), que apresentaram as maiores amplitudes médias nesse período.</p><p>Figura 2. Amplitude média com desvio padrão do Estado de Humor durante as competições.</p><p>Raiv</p><p>a</p><p>Confusã</p><p>o</p><p>Dep</p><p>res</p><p>sã</p><p>o</p><p>Fad</p><p>iga</p><p>Ten</p><p>sã</p><p>o</p><p>Vigor</p><p>-2</p><p>0</p><p>2</p><p>4</p><p>6</p><p>8</p><p>Amplitude</p><p>Fonte: Elaborado pelo próprio autor.</p><p>Já a Figura 3 retrata a amplitude de cada indivíduo por dimensão do Estado de</p><p>Humor. A mesma figura permite identificar a quantidade de indivíduos que foram classifica-</p><p>dos como instáveis dependendo da dimensão analisada, isto é, apresentaram altas ampli-</p><p>tudes durante as competições naquele quesito. As dimensões Fadiga, com 10 indivíduos e</p><p>Vigor, com 11 indivíduos foram as dimensões com maiores índices de instabilidade durante</p><p>as competições. Enquanto,</p><p>Confusão, Depressão e Tensão foram as que apresentaram o</p><p>menor número de sujeitos instáveis para essas variáveis (somente 2 sujeitos).</p><p>Figura 3. Análise da amplitude individual e número de indivíduos classificados como instáveis por dimensão analisada.</p><p>RAIVA CONFUSÃO DEPRESSÃO FADIGA TENSÃO VIGOR</p><p>0</p><p>2</p><p>4</p><p>6</p><p>8</p><p>10</p><p>12</p><p>14</p><p>16</p><p>A</p><p>M</p><p>P</p><p>LI</p><p>TU</p><p>D</p><p>E</p><p>4 2 2 10 2 11</p><p>NÚMERO DE INDIVÍDUOS</p><p>INSTÁVEIS AMPLITUDE>4n INDIVÍDUO</p><p>Fonte: Elaborado pelo próprio autor.</p><p>A Tabela 1, a seguir, compara as diferenças das médias das amplitudes dos compo-</p><p>nentes do Estado de Humor quanto às funções desempenhadas na arbitragem (Árbitro de</p><p>80 81</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>quadra ou anotador/cronometrista) e também quanto ao nível de atuação (estaduais – FPFS</p><p>ou nacionais – CBFS e internacionais - FIFA). Contudo, não foram encontradas diferenças</p><p>significativas para essas variáveis (p>0,05).</p><p>Tabela 1. Diferenças entre as médias das amplitudes de cada dimensão.</p><p>Médias</p><p>p</p><p>Médias</p><p>p</p><p>Árbitros Anotadores/Cronometristas FPFS CBFS/FIFA</p><p>Raiva 3,29 2,06 0,657 2,50 2,14 0,458</p><p>Confusão 2,43 1,06 0,244 1,33 1,71 0,423</p><p>Depressão 1,86 1,11 0,701 1,50 0,86 0,929</p><p>Fadiga 3,57 4,28 0,615 3,61 5,29 0,326</p><p>Tensão 3,43 2,50 0,357 2,67 3,00 0,929</p><p>Vigor 5,43 4,17 0,220 4,28 5,14 0,423</p><p>Os valores das correlações das dimensões do Estado de Humor com variáveis demográ-</p><p>ficas e com as dimensões do Estilo de Vida estão descritos na Tabela 2. A dimensão Raiva</p><p>apresentou correlação significativa positiva e de intensidade moderada com a atividade física</p><p>(p=0,020 e r=0,463). A dimensão Confusão apresentou correlação positiva de intensidades</p><p>moderadas com Alimentação (p=0,047 e r=0,402) e Atividade Física (p=0,042 e r=0,409);</p><p>correlações negativas moderadas com IMC (p=0,024 e r=-0,459) e experiência na arbitragem</p><p>(p=0,021 e r= -0,461); e correlações negativas e de forte intensidade com a idade (p=0,001</p><p>e r= -0,602). A dimensão Depressão apresentou correlações negativas moderadas com</p><p>idade (p=0,014 e r= -0,487) e experiência na arbitragem (p=0,019 e r= -0,464). A dimensão</p><p>Fadiga apresentou correlações positivas moderadas com pontos do nível socioeconômico</p><p>(p=0,047 e r=0,401) e atividade física (p=0,006 e r=0,530). Tensão apresentou correlação</p><p>negativa de intensidade moderada apenas com a idade (p=0,042 e r= -0,410). Enquanto</p><p>que Vigor apresentou correlação positiva de intensidade moderada apenas com Atividade</p><p>Física (p=0,013 e r=0,491). As classificações das intensidades de correlações seguem o</p><p>critério estabelecido por Franzblau (1958).</p><p>82</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>Tabela 2. Correlações entre dimensões do Estado de Humor e variáveis demográficas e Estilo de Vida.</p><p>Raiva Confusão Depressão Fadiga Tensão Vigor</p><p>Idade</p><p>Coeficiente de correlação (r) -0,324 -0,602** -0,487* -0,214 -0,410* -0,206</p><p>P 0,114 0,001 0,014 0,305 0,042 0,324</p><p>IMC</p><p>Coeficiente de correlação (r) -0,020 -0,459* -0,171 -0,180 0,165 0,031</p><p>P 0,926 0,024 0,425 0,400 0,442 0,884</p><p>Pontos NSE</p><p>Coeficiente de correlação (r) 0,198 0,136 -0,045 0,401* 0,134 0,113</p><p>P 0,342 0,517 0,831 0,047 0,524 0,591</p><p>Experiência na Arbitragem</p><p>Coeficiente de correlação (r) -0,172 -0,461* -0,464* -0,001 -0,378 -0,124</p><p>P 0,410 0,021 0,019 0,997 0,063 0,555</p><p>Alimentação</p><p>Coeficiente de correlação (r) 0,125 0,402* -0,045 0,026 0,188 0,120</p><p>P 0,553 0,047 0,832 0,903 0,367 0,569</p><p>Atividade Física</p><p>Coeficiente de correlação (r) 0,463* 0,409* 0,259 0,530** 0,173 0,491*</p><p>P 0,020 0,042 0,212 0,006 0,407 0,013</p><p>Comportamento Preventivo</p><p>Coeficiente de correlação (r) 0,179 0,255 0,023 0,130 -0,006 -0,033</p><p>P 0,392 0,218 0,912 0,535 0,977 0,877</p><p>Relacionamentos</p><p>Coeficiente de correlação (r) -0,128 -0,102 -0,279 -0,163 -0,236 0,068</p><p>P 0,543 0,629 0,177 0,437 0,256 0,746</p><p>Controle do Estresse</p><p>Coeficiente de correlação (r) -0,144 -0,053 -0,234 -0,090 -0,384 -0,294</p><p>P 0,493 0,802 0,260 0,669 0,058 0,153</p><p>* Correlação significativa ao nível de p<0,05** Correlação significativa ao nível de p<0,01</p><p>A Tabela 3, por sua vez, apresenta os valores de correlações entre as dimensões do</p><p>Estado de Humor. Observa-se que raiva apresentou correlação positiva moderada com</p><p>Depressão (p=0,003 e r=0,571) e Fadiga (p=0,044 e r=0,406). Confusão teve correlação</p><p>positiva forte com Depressão (p=0,001 e r=0,633). Depressão também teve correlação po-</p><p>sitiva moderada com Tensão (p=0,013 e r=0,488) e Vigor correlacionou-se positivamente,</p><p>mas numa intensidade fraca com Fadiga (p=0,048 e r=0,400).</p><p>Tabela 3. Correlações entre as dimensões do Estado de Humor.</p><p>Raiva Confusão Depressão Fadiga Tensão Vigor</p><p>Raiva</p><p>Coeficiente de correlação (r) 1,000 0,322 0,571** 0,406* 0,227 0,114</p><p>P 0,117 0,003 0,044 0,275 0,588</p><p>Confusão</p><p>Coeficiente de correlação (r) 0,322 1,000 0,633** 0,212 0,336 0,148</p><p>P 0,117 0,001 0,309 0,101 0,480</p><p>Depressão</p><p>Coeficiente de correlação (r) 0,571** 0,633** 1,000 0,336 0,488* 0,236</p><p>P 0,003 0,001 0,101 0,013 0,256</p><p>Fadiga</p><p>Coeficiente de correlação (r) 0,406* 0,212 0,336 1,000 0,234 0,400*</p><p>P 0,044 0,309 0,101 0,260 0,048</p><p>Tensão</p><p>Coeficiente de correlação (r) 0,227 0,336 0,488* 0,234 1,000 0,317</p><p>P 0,275 0,101 0,013 0,260 0,122</p><p>Vigor</p><p>Coeficiente de correlação (r) 0,114 0,148 0,236 0,400* 0,317 1,000</p><p>P 0,588 0,480 0,256 0,048 0,122</p><p>* Correlação significativa ao nível de p<0,05** Correlação significativa ao nível de p<0,01</p><p>A Figura 4 mostra o percentual de dias no período de competição em que cada indiví-</p><p>duo conseguiu permanecer na zona alvo respectivamente desejada para cada dimensão do</p><p>Estado de Humor. Na imagem destacou-se também o número de indivíduos que conseguiram</p><p>82 83</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>permanecer 100% dos dias, ou seja, toda a competição nos níveis desejados para cada</p><p>dimensão, com base na teoria do “Perfil de Iceberg”.</p><p>Vigor foi o componente em que houve menos indivíduos que conseguiram se manter</p><p>na zona alvo durante todo o período (6 integrantes), sendo que quase metade dos árbitros</p><p>da amostra (12 Árbitros) ficaram menos de 50% dos dias da competição na zona alvo de-</p><p>sejada; Fadiga foi o segundo componente com menos indivíduos que se mantiveram toda</p><p>a competição na zona alvo (11 integrantes). Por outro lado, Depressão e Confusão - com</p><p>23 integrantes cada, foram as dimensões do Estado de Humor em que quase a totalida-</p><p>de da amostra permaneceu todo o período de competição na zona alvo estipulada para</p><p>essas dimensões.</p><p>Figura 4. Número de indivíduos e a porcentagem de dias permanecidas na Zona Alvo durante as competições por dimensão</p><p>de Estado de Humor.</p><p>RAIVA CONFUSÃO DEPRESSÃO FADIGA TENSÃO VIGOR</p><p>0</p><p>50</p><p>100</p><p>D</p><p>IA</p><p>S</p><p>N</p><p>A</p><p>ZO</p><p>N</p><p>A</p><p>AL</p><p>VO</p><p>(%</p><p>)</p><p>21 23 23 11 21 6</p><p>NÚMERO DE INDIVÍDUOS COM</p><p>100% DOS DIAS NA ZONA ALVOn INDIVÍDUO</p><p>Z O N A</p><p>A L V O</p><p>Z O N A</p><p>A L V O</p><p>1 2 a 1 60 a 4</p><p>V I G O R</p><p>R A I V A</p><p>C O N F U S Ã O</p><p>D E P R E S S Ã O</p><p>F A D I G A</p><p>T E N S Ã O</p><p>Fonte: Elaborado pelo próprio autor.</p><p>A Figura 5 indica as diferenças médias em anos por dimensão do Estado de Humor</p><p>entre os subgrupos de Árbitros classificados como Instáveis ou Estáveis em relação à idade</p><p>(A1) e na experiência na arbitragem (A2), e também dos árbitros que permaneceram todo o</p><p>período na zona alvo ou que se encontram fora da zona alvo em relação às mesmas variáveis</p><p>respectivamente (B1 e B2). No quesito idade, verificou-se diferenças significativas (p<0,05)</p><p>somente na dimensão Raiva, tanto na comparação entre os subgrupos dos instáveis (30,3</p><p>± 7,3 anos) e dos estáveis (40,9 ± 7,6 anos) como dos que permaneceram na zona alvo</p><p>(40,9 ± 7,6 anos) com os que não permaneceram (30,3 ± 7,3 anos). Já no quesito expe-</p><p>riência na arbitragem,</p><p>verificou-se novamente diferenças significativas entre os subgrupos</p><p>dos instáveis (7,5 ± 4,8 anos) e dos estáveis (15,9 ± 8,9 anos) somente na dimensão Raiva;</p><p>porém, detectou-se diferenças nas médias na dimensão Vigor quando a análise considerava</p><p>os árbitros que permaneceram na zona alvo desejada (20,8 ± 10,5 anos) com os que não</p><p>permaneceram (12,5 ± 7,5).</p><p>84</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>Figura 5. Diferenças médias em anos das variáveis idade (1) e na experiência na arbitragem (2) por dimensão do Estado</p><p>de Humor entre os subgrupos de árbitros: (A) Instáveis e Estáveis e (B) Estar na Zona Alvo e Estar Fora na Zona Alvo.</p><p>RAIVA CONFUSÃO DEPRESSÃO FADIGA TENSÃO VIGOR</p><p>0</p><p>20</p><p>40</p><p>60</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>ESTÁVEL</p><p>INSTÁVEL</p><p>P<0,05</p><p>R A I V A C O N F U S Ã O D E P R E S S Ã O F A D I G A T E N S Ã O V I G O R</p><p>0</p><p>1 0</p><p>2 0</p><p>3 0</p><p>E</p><p>X</p><p>P</p><p>E</p><p>R</p><p>IÊ</p><p>N</p><p>C</p><p>IA</p><p>A</p><p>R</p><p>B</p><p>IT</p><p>R</p><p>A</p><p>G</p><p>E</p><p>M</p><p>(</p><p>a</p><p>n</p><p>o</p><p>s</p><p>)</p><p>E S T Á V E L</p><p>I N S T Á V E L</p><p>P < 0 , 0 5</p><p>R A I V A C O N F U S Ã O D E P R E S S Ã O F A D I G A T E N S Ã O V I G O R</p><p>0</p><p>2 0</p><p>4 0</p><p>6 0</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>F O R A Z O N A A L V O</p><p>N A Z O N A A L V O</p><p>P < 0 , 0 5</p><p>R A I V A C O N F U S Ã O D E P R E S S Ã O F A D I G A T E N S Ã O V I G O R</p><p>0</p><p>1 0</p><p>2 0</p><p>3 0</p><p>4 0</p><p>E</p><p>X</p><p>P</p><p>E</p><p>R</p><p>IÊ</p><p>N</p><p>C</p><p>IA</p><p>A</p><p>R</p><p>B</p><p>IT</p><p>R</p><p>A</p><p>G</p><p>E</p><p>M</p><p>(</p><p>a</p><p>n</p><p>o</p><p>s</p><p>)</p><p>F O R A Z O N A A L V O</p><p>N A Z O N A A L V O</p><p>P < 0 , 0 5</p><p>A1</p><p>A2</p><p>B1</p><p>B2</p><p>Fonte: Elaborado pelo próprio autor.</p><p>DISCUSSÃO</p><p>A variação média diária do Estado de Humor permitiu observar que a dimensão vigor</p><p>apresentou os maiores valores médios em relação às demais dimensões em todos os dias</p><p>da semana. Isso pode ser considerado como um fator positivo inicialmente, visto que na</p><p>média, os árbitros possuem uma boa Saúde Mental, apresentando durante todo o período</p><p>de competição um perfil geral próximo àquele descrito por Morgan (1980) como “Perfil de</p><p>Iceberg”. Dados similares foram encontrados por Brandt et al. (2014) em um estudo com</p><p>atletas em competições equivalentes, mas em outra unidade federativa, e por Brandt et al.</p><p>(2017) em estudo com atletas de elite de esportes individuais como coletivos no período</p><p>competitivo. Assim, tanto para os árbitros deste estudo quanto para atletas, independente da</p><p>modalidade, os indivíduos apresentam um grande estado de energia e disposição resultante</p><p>da grande vontade e motivação de estar participando dessas competições.</p><p>84 85</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>Numa análise diária das dimensões do Estado de Humor dos árbitros, não houve di-</p><p>ferenças significativas entre os dias para a dimensão Vigor bem como para as dimensões</p><p>Depressão e Tensão. Contrariando os estudos de Hernández, Torres-Luque e Olmedilla</p><p>(2009) para o qual houve grande variabilidade nas dimensões Vigor e Tensão no acom-</p><p>panhamento de judocas em período competitivo. Contudo, os mesmos autores relatam a</p><p>importância de se mensurar o Estado de Humor durante o período competitivo, no sentido</p><p>de verificar a influência das competições no organismo dos indivíduos.</p><p>Na dimensão Confusão houve diferença apenas no primeiro dia em relação às demais,</p><p>quando registrou-se os maiores índices durante a semana. Tal fato pode ser explicado pela</p><p>dimensão ser caracterizada como um estado de atordoamento ou instabilidade nas emoções,</p><p>padrão típico de ser apresentado através de insegurança ou indecisão quando o indivíduo</p><p>está diante de um fato novo, como o início de uma competição ou o desconhecido, impli-</p><p>cando em não saber o estilo de jogo ou a qualidade técnica das equipes e comportamentos</p><p>dos atletas, por exemplo (WEIBERG; GOULD, 2017). Além disso, há outros fatores que</p><p>podem determinar e influenciar na variável Confusão. A análise de correlações indicou que</p><p>a dimensão possui correlações significativas negativas moderadas com a experiência na</p><p>arbitragem (r= -0,461) e forte com a idade (r=-0,602). E também, mas de forma positiva, com</p><p>a dimensão Depressão (r= 0,633), isto é, quanto menor a experiência e, sobretudo a idade,</p><p>maior pode ser a presença do estado de confusão mental e a existência de uma tendência</p><p>à depressão (sentimentos de desânimo, tristeza e infelicidade). Dessa forma, a idade ou a</p><p>experiência aliada à importância da partida, apresentam-se como fatores que devem ser</p><p>sempre considerados na atuação do árbitro. Estudos mostram que o árbitro é formado por</p><p>sua experiência atuando, logo, árbitros experientes tendem a transparecer mais segurança</p><p>e confiança nas suas decisões (RIGHETO et al., 2016). Outros aspectos em que também</p><p>se encontrou correlação com Confusão neste estudo foram as variáveis IMC (r=-0,459),</p><p>Atividade Física (r=0,409) e Alimentação (r=0,402), sendo estes fatores, conforme Nahas</p><p>(2017), inter-relacionados e de grande importância para uma boa qualidade de vida e saúde</p><p>mental. Brandt et al. (2010) coloca que é preciso considerar as particularidades de cada</p><p>indivíduo, podendo as alterações de humor, como visto, estarem ligadas a fatores externos</p><p>à competição. No que se refere a níveis de atividade física inapropriados e a falta de apti-</p><p>dão física, Silva, Fernandes e Fernandez (2011) afirmam que isto pode exercer influência</p><p>sobre a tomada de decisão, pois pode provocar confusão mental durante exercícios de alta</p><p>intensidade, o que prejudicaria a capacidade de julgamento.</p><p>Na dimensão Raiva houve uma diferença significativa com o decréscimo entre os valo-</p><p>res das últimas rodadas da primeira fase da competição (quando houve o pico dos índices)</p><p>em relação ao último dia. Raiva também apresentou correlação significativa moderada com</p><p>86</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>atividade física (r=0,463) e com as dimensões depressão (r=0,521) e fadiga (r=0,406), su-</p><p>gerindo que as últimas rodadas da primeira fase – constituída por fase de grupos - é um dos</p><p>momentos mais cruciais da competição para a definição das equipes que seguirão para a</p><p>próxima fase eliminatória. Essa fase é caracterizada por jogos que exigem um grande nível de</p><p>atenção dos oficiais, e que pela complexidade e comportamento dos atletas e equipes frente</p><p>aos resultados, pode manifestar sentimentos de irritação, raiva ou mal humor. Corroborando</p><p>com Brandt et al. (2008) que acrescenta ainda que o sentimento de cobrança, relacionado</p><p>ao desempenho do companheiro (no caso do presente estudo, os outros árbitros auxiliares),</p><p>também podem ser fatores para aumentar os níveis de raiva. Tal qual como neste estudo, a</p><p>variável Raiva apresentou correlação com a Depressão, como também verificado por Brandt,</p><p>Bevilacqua e Andrade (2017), junto com Tensão; mas, diferente da pesquisa de Rohlfs et al.</p><p>(2008) o qual apresentou correlação com Fadiga, Confusão, Tensão e Depressão. Contudo,</p><p>alguns estudos ainda têm demonstrado que a apresentação de algumas doses de raiva e</p><p>também tensão podem ser benéficos ao desempenho esportivo pelo fato de alterar algumas</p><p>percepções corporais e contribuindo para a manutenção do foco (BRANDT; BEVILACQUA;</p><p>ANDRADE, 2017; KEIKHA; YUSOF; JOURKESH, 2015).</p><p>De forma preocupante, os maiores índices apontados de fadiga (3,7 e 3,8) foram</p><p>apresentados em fases importantes das competições no 3º, 4º e 7º dias, correspondentes</p><p>aos dias em que foram a última rodada da fase de grupos, o início da fase eliminatória e as</p><p>finais. Isso fica mais claro quando observado os valores de amplitude para cada dimensão,</p><p>na qual Fadiga aparece entre as que tiveram maiores variações durante a semana, e é</p><p>confirmada na análise da amplitude individual na qual 10 sujeitos (40%) foram classificados</p><p>com estado de humor instável nesse período (valores superiores a 4), independente das</p><p>funções</p><p>desempenhadas ou ao nível de atuação, já que não foram encontradas diferenças</p><p>significativas para essas variáveis em nenhuma dimensão (p>0,05). Conforme Brandt et al.</p><p>(2010), elevados níveis de fadiga são de certa forma já esperados, fruto do desgaste físi-</p><p>co de dias consecutivos de competição. Rebelo et al. (2011) encontraram que árbitros de</p><p>Futsal percorrem em média 5,89 Km/partida, próximos aos 5,94 Km/partida identificados</p><p>por Ahmed, Davidson e Dixon (2017). Os valores percorridos pelos árbitros podem inclusive</p><p>durante uma partida serem superiores às médias dos jogadores de Futsal, conforme estudo</p><p>de Vähäkoitti (2017), na qual os atletas se moveram em média 4,46 Km durante partidas</p><p>da Liga Finlandesa. Ahmed, Davidson e Dixon (2017) também identificaram uma tendência</p><p>à fadiga nos árbitros através de diferenças significativas da frequência cardíaca média do</p><p>primeiro e segundo tempo, em parte explicado pelo fato dos árbitros não serem substituí-</p><p>dos, ao contrário de atletas que possuem substituição ilimitada. Cabe ressaltar ainda que</p><p>níveis elevados de Fadiga, além do cansaço físico, pode incidir na atenção, concentração,</p><p>86 87</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>memória e aumentar a irritabilidade (como confirmado no presente estudo, na qual a Fadiga</p><p>teve correlação com Raiva), de forma a interferir no desempenho da arbitragem e na tomada</p><p>de decisões (BRANDT et al., 2010).</p><p>Interessantemente, na análise das amplitudes geral e individual, o Vigor também</p><p>apresentou grandes valores e é a dimensão com o maior número de sujeitos classificados</p><p>como instáveis (11 sujeitos ou 44% da amostra). Tal questão pode ser explicada devido à</p><p>existência de uma correlação positiva entre Vigor e Fadiga, embora seja numa intensidade</p><p>fraca (r=0,4), e por essas mesmas dimensões apresentarem correlações moderadas com a</p><p>Atividade Física. Diante disso, para um maior entendimento sobre as variações do Estado</p><p>de Humor, foi estabelecido com base na teoria do “Perfil de Iceberg” e nas respostas obti-</p><p>das pelo questionário da “Escala de Humor” um parâmetro denominado como zona-alvo,</p><p>que englobaria os valores considerados como desejados para os indivíduos em busca de</p><p>uma melhor performance ou ser melhor sucedido na competição. Nele constatou-se que</p><p>Fadiga (44% da amostra) e Vigor (apenas 24% da amostra) foram as dimensões em que</p><p>houve menos indivíduos que conseguiram se manter dentro do intervalo estabelecido para</p><p>a zona-alvo durante todos os dias da competição, e que 48% dos árbitros ficaram 50% ou</p><p>menos dos dias da competição nos níveis desejados para esta dimensão. Segundo estudos</p><p>de Morgan (1980) e Ismail, Jani e Amer (2017), o Vigor é o componente de humor positivo,</p><p>relacionado com a sensação de “energia”; enquanto a fadiga, de forma antagônica, tem</p><p>ligação direta com a depressão do humor por representar um estado de esgotamento e</p><p>baixo nível de energia. No estudo de Hernández, Torres-Luque e Olmedilla (2009) em ju-</p><p>docas, Vigor também foi uma das dimensões com maior variabilidade, sendo que na última</p><p>semana competitiva ocorreu uma queda de aproximadamente 32,5%. Mas, a existência de</p><p>picos de fadiga em dias distintos, como verificado anteriormente, somado a dificuldade de</p><p>se manter dentro do intervalo estabelecido para a zona-alvo durante todos os dias, pode</p><p>indicar também, segundo Brandt (2010) um mal preparo físico ou treinamento inadequado</p><p>para a competição ou ainda alterações nos padrões de sono. Cruz et al. (2018) destacam</p><p>que o cansaço físico durante a partida pode fazer com que os árbitros se desloquem menos</p><p>e apitem distantes dos locais das faltas ou ainda deixar de sinalizar infrações. Isso pode</p><p>acarretar em um aumento na frequência de reclamações de atletas, técnicos e torcedores,</p><p>perda da confiança no trabalho da arbitragem e aumento de atitudes hostis e ameaçadoras</p><p>- comprometendo dessa forma o nível de atenção dos árbitros durante a partida.</p><p>Contudo, Depressão e Confusão foram as dimensões em que 92% da amostra per-</p><p>maneceram todo o período de competição nos níveis desejados estabelecidos, indicando</p><p>de um ótimo estado emocional dos árbitros frente a essas dimensões. Na prática, repre-</p><p>senta que houve índices baixíssimos ou nulos de sentimentos como tristeza, infelicidade,</p><p>88</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>insegurança ou atordoamento, alguns dos estados emocionais que as caracterizam. Ribeiro</p><p>et al. (2012) coloca que estados de depressão, quando ocorrem, comprometem a qualidade</p><p>da arbitragem, pois representariam uma autoimagem negativa, desvalorização, tristeza e</p><p>isolamento emocional.</p><p>A relação entre as amplitudes dos Estados de Humor com as demais variáveis de Estilo</p><p>de Vida, como Comportamento Preventivo, Relacionamentos e Controle do Estresse não foi</p><p>significativa estatisticamente. Isso pode ter ocorrido devido a baixa quantidade de árbitros</p><p>da pesquisa (25), bem como das percepções, principalmente das variáveis citadas serem</p><p>consideradas como excelentes ou boas.</p><p>Como visto, a idade apresentou correlação negativa com Confusão, Depressão e</p><p>Tensão, e o tempo de experiência na arbitragem com Confusão e Depressão. Isto corrobora</p><p>em parte com o estudo de Ribeiro et al. (2012) desenvolvido com árbitros de futebol, na qual</p><p>a idade também apresentou relação negativa com a Tensão e a Confusão, mas divergindo</p><p>ao encontrar relação da idade com a Raiva e o tempo de experiência com a Tensão. Ainda</p><p>sobre isso, este estudo identificou que os árbitros com maiores idades e experiências na</p><p>atuação são os que também apresentam maiores estabilidades na dimensão Raiva. Da mes-</p><p>ma forma, verificou-se também que os árbitros com mais idade permaneciam mais tempo na</p><p>zona alvo (isto é, nos níveis desejados) na dimensão Raiva e os árbitros com mais tempo</p><p>de experiência de atuação, na dimensão Vigor.</p><p>Segundo Guillén e Felts (2011) o tempo de experiência na arbitragem é uma fonte de</p><p>elevada autoeficácia – que, na arbitragem esportiva, significa o “quanto acreditam que têm</p><p>capacidade de desempenhar satisfatoriamente sua função” (BALBIM et al., 2015). A alta au-</p><p>toeficácia é capaz de atenuar o efeito de aspectos negativos como estresse e ansiedade, além</p><p>de levar aos árbitros a melhor performance em suas funções e decisões, comprometimento</p><p>com a profissão e até respeito dos treinadores, atletas e outros árbitros (GUILLÉN; FELTS,</p><p>2011). Assim, conforme apontado por estudos, árbitros experientes apresentam melhores</p><p>capacidades de enfrentamento de situações, confiança e assertividade, sendo estes até um</p><p>dos motivos para justificar o ingresso de árbitros de elevada experiência e até idade para o</p><p>nível nacional (BALBIM et al., 2015), pressupondo que árbitros ao subirem para patamares</p><p>de nível nacional ou internacional estão mais preparados para jogos que exijam um nível de</p><p>dificuldade maior que os árbitros de nível estadual geralmente encontram.</p><p>Segundo Ribeiro et al. (2012) situações ameaçadoras e de agressões poderiam interferir</p><p>especialmente nos estados de humor dos árbitros menos experientes, que normalmente são</p><p>os mais jovens. No caso de árbitros com mais experiência, a vivência de diferentes situa-</p><p>ções faz com que eles possam contar com mais estratégias de enfrentamento de situações</p><p>adversas, implicando também em um menor nível de burnout (RIGHETO et al, 2016).</p><p>88 89</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>Sobre isso, em pesquisa com árbitros de futebol da Turquia, Karademir (2012) descobriu</p><p>que além de idade e tempo de experiência do árbitro, o estado civil, o status educacional, as</p><p>vaias da torcida,</p><p>Prof. Dr. Janaildo Soares de Sousa</p><p>Universidade Federal do Ceará</p><p>Prof. Dr. Mário Henrique Gomes</p><p>Centro de Estudos das Migrações e das Relações Interculturais,</p><p>Portugal</p><p>Profª. Dra. Maria da Luz Ferreira Barros</p><p>Universidade de Évora, Portugal</p><p>CONSELHO EDITORIAL</p><p>Profª. Ma. Eliaidina Wagna Oliveira da Silva</p><p>Caixa de Assistência dos advogados da OAB-ES</p><p>Profª. Ma. Maria José Coelho dos Santos</p><p>Prefeitura Municipal de Serra</p><p>Profª. Tais Muller</p><p>Universidade Estadual de Maringá</p><p>Prof. Me. Eduardo Cesar Amancio</p><p>Centro Universitário de Tecnologia de Curitiba</p><p>Profª. Dra. Janine Nicolosi Corrêa</p><p>Universidade Tecnológica Federal do Paraná</p><p>Profª. Dra. Tatiana Maria Cecy Gadda</p><p>Universidade Tecnológica Federal do Paraná</p><p>Profª. Gabriela da Costa Bonetti</p><p>Universidade Tecnológica Federal do Paraná</p><p>Prof. Me. Thales do Rosário De Oliveira</p><p>Universidade de Brasília</p><p>Profª. Dra. Maisa Sales Gama Tobias</p><p>Universidade Federal do Pará</p><p>Prof. Dr. Pedro Igor Dias Lameira</p><p>Universidade Federal do Pará</p><p>Profª. Dra. Geuciane Felipe Guerim Fernandes</p><p>Universidade Estadual do Norte do Paraná</p><p>Prof. Me. Teonis Batista da Silva</p><p>Universidade do Estado da Bahia</p><p>Profª. Ma. Aline Maria Gonzaga Ruas</p><p>Universidade Estadual de Montes Claros</p><p>Profª. Dra. Alessandra Knoll</p><p>Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial</p><p>Profª. Ma. Carla Cristina Sordi</p><p>Universidade Estadual do Ceará</p><p>Profª. Dra. Caroline Lourenço de Almeida</p><p>Fundação Educacional do Município de Assis</p><p>Profª. Dra. Rosângela Gonçalves da Silva</p><p>Fundação Educacional do Município de Assis</p><p>Prof. Dr. Marcus Fernando da Silva Praxedes</p><p>Universidade Federal do Recôncavo da Bahia</p><p>Prof. Dr. Cleberton Correia Santos</p><p>Universidade Federal da Grande Dourados</p><p>Prof. Dr. Leonardo de Carvalho Vidal</p><p>Instituto Federal do Rio de Janeiro</p><p>Profª. Dra. Mônica Aparecida Bortolotti</p><p>Universidade Estadual do Centro Oeste do Paraná</p><p>Profª. Dra. Lucieny Almohalha</p><p>Universidade Federal do Triângulo Mineiro</p><p>Prof. Esp. Layane Caroline Silva Lima Braun</p><p>Universidade Federal do Pará</p><p>Profª. Ma. Michelle Cristina Boaventura França</p><p>Universidade Federal do Pará</p><p>Prof. Dr. Fernando da Silva Cardoso</p><p>Universidade de Pernambuco</p><p>Prof. Me. Hugo José Coelho Corrêa de Azevedo</p><p>Fundação Oswaldo Cruz</p><p>Profª. Ma. Letícia Keroly Bezerra Alexandrino</p><p>Universidade de Fortaleza</p><p>Prof. Dr. Luiz Gonzaga Lapa Junior</p><p>Universidade de Brasília</p><p>Profª. Ma. Martha Luiza Costa Vieira</p><p>Universidade Federal do Pará</p><p>Profª. Dra. Vânia Maria Arantes</p><p>Universidade Federal do Triângulo Mineiro</p><p>Prof. Me. Paulo Roberto Serpa</p><p>Universidade do Vale do Itajaí</p><p>Prof. Dr. Hercules de Oliveira Carmo</p><p>Faculdade de Educação de Guaratinguetá</p><p>Profª. Dra. Caroline Nóbrega de Almeida</p><p>Universidade Presbiteriana Mackenzie</p><p>Profª. Ma. Camila Tâmires Alves Oliveira</p><p>Universidade Federal Rural do Semiárido</p><p>Prof. Me. Francisco Lidiano Guimarães Oliveira</p><p>Universidade Estadual do Ceará</p><p>Prof. Dr. Mauro José de Deus Morais</p><p>Universidade Federal do Acre</p><p>Profª. Ma. Terezinha Maria Bogéa Gusmão</p><p>Instituto Histórico e Geográfico de Arari</p><p>Prof. Dr. Felipe Vitório Ribeiro</p><p>Universidade do Estado do Rio de Janeiro</p><p>Esta obra constituiu-se a partir de um processo colaborativo entre professores,</p><p>estudantes e pesquisadores que se destacaram e qualificaram as discussões neste</p><p>espaço formativo. Resulta, também, de movimentos interinstitucionais e de ações</p><p>de incentivo à pesquisa que congregam pesquisadores das mais diversas áreas do</p><p>conhecimento e de diferentes Instituições de Educação Superior públicas e privadas de</p><p>abrangência nacional e internacional. Tem como objetivo integrar ações interinstitucionais</p><p>nacionais e internacionais com redes de pesquisa que tenham a finalidade de fomentar a</p><p>formação continuada dos profissionais da educação, por meio da produção e socialização</p><p>de conhecimentos das diversas áreas do Saberes.</p><p>Agradecemos aos autores pelo empenho, disponibilidade e dedicação para o</p><p>desenvolvimento e conclusão dessa obra. Esperamos também que esta obra sirva de</p><p>instrumento didático-pedagógico para estudantes, professores dos diversos níveis de</p><p>ensino em seus trabalhos e demais interessados pela temática.</p><p>Rogério de Melo Grillo</p><p>Gilson Santos Rodrigues</p><p>A</p><p>P</p><p>R</p><p>E</p><p>SE</p><p>N</p><p>T</p><p>A</p><p>Ç</p><p>Ã</p><p>O</p><p>SUMÁRIO</p><p>Capítulo 01</p><p>A DANÇA COMO PRODUÇÃO DE CONHECIMENTO NO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA NA UNEMAT: UM</p><p>ESTUDO EXPLORATÓRIO</p><p>Jheniffer Morais Ditadi; Francisca Franciely Veloso de Almeida</p><p>' 10.37885/230713803 ................................................................................................................................................................................................12</p><p>Capítulo 02</p><p>APROXIMAÇÕES DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR E DA EDUCAÇÃO INTEGRAL EM TEMPO INTEGRAL</p><p>Solange Izabel Balbino</p><p>' 10.37885/230713594 ................................................................................................................................................................................................30</p><p>Capítulo 03</p><p>AUTODETERMINAÇÃO E FLOW NO ESPORTE: REVISÃO DE ESCOPO</p><p>Lohrena Teixeira Cardoso de Carvalho; Beatriz Pinto Freiman; José Augusto Evangelho Hernandez</p><p>' 10.37885/230713889 ................................................................................................................................................................................................45</p><p>Capítulo 04</p><p>AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO NUTRICIONAL DE MULHERES FISICAMENTE ATIVAS E SUA ASSOCIAÇÃO</p><p>COM O ESTADO NUTRICIONAL</p><p>Natália Mori Gonçalves de Castro; Murilo Dáttilo; Laura Cuvello Lopes</p><p>' 10.37885/230713815 .................................................................................................................................................................................................62</p><p>Capítulo 05</p><p>COMO VOCÊ SE SENTE, ÁRBITRO? ANÁLISE DO ESTADO DE HUMOR DURANTE COMPETIÇÕES DE FUTSAL</p><p>Murilo Luiz Burim; Arli Ramos de Oliveira</p><p>' 10.37885/230713808 ................................................................................................................................................................................................73</p><p>Capítulo 06</p><p>COMPORTAMENTO DA PRESSÃO ARTERIAL EM HOMENS PRÉ-HIPERTENSOS PARTICIPANTES EM UM</p><p>PROGRAMA REGULAR DE NATAÇÃO</p><p>Jairo Eleotério da Silva; Ana Maria Botelho Teixeira; Estélio Henrique Martin Dantas; Luis Manuel Pinto Lopes Rama</p><p>' 10.37885/230312527 ................................................................................................................................................................................................93</p><p>Capítulo 07</p><p>COMPOSIÇÃO CORPORAL DOS JOGADORES DE FUTEBOL AMERICANO DO PIRACICABA CANE CUTTERS</p><p>João Cassieri Junior; Nailza Maesta</p><p>' 10.37885/230713755 .................................................................................................................................................................................................103</p><p>SUMÁRIO</p><p>Capítulo 08</p><p>CONDICIÓN FÍSICA EN ESCUELA DE INICIACIÓN DEPORTIVA DURANTE LA PANDEMIA</p><p>Brenda Rocío Rodríguez Vela; José René Tapia Martínez</p><p>' 10.37885/230613376 ................................................................................................................................................................................................114</p><p>Capítulo 09</p><p>DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR NA EDUCAÇÃO INFANTIL: RELATO DE EXPERIÊNCIA</p><p>Matheus Menezes de Carvalho; Vinícius de Almeida Boaes; Maria Auxiliadora Terra Cunha; Rosana da Silva Berg; Lucila Neves Cruz</p><p>' 10.37885/230713734 .................................................................................................................................................................................................126</p><p>Capítulo 10</p><p>EFEITO DO EXERCÍCIO FÍSICO NO CONTROLE DA OBESIDADE EM INDIVÍDUOS PÓS-CIRURGIA BARIÁTRICA:</p><p>UMA REVISÃO SISTEMÁTICA</p><p>Ferdinando Monteiro Rodrigues; Mayque Castro da Luz; Elias de Jesus Siqueira Batista; Vanessa de Paula Moraes dos Santos;</p><p>Reginaldo Souza Fayal Jr; Lorrane Rocha da Cunha; Kaylon Mateus Marcondes Bezerra; Luiz Henrique Oliveira dos Santos; Lucas</p><p>o fato de estar feliz por ser um árbitro e o nível de importância do jogo tam-</p><p>bém são considerados para determinar os níveis de burnout de árbitros. Al-Haliq, Altahayneh</p><p>e Oudat (2014) em pesquisa com árbitros esportivos da Jordânia também encontraram que</p><p>árbitros menos experientes têm níveis mais altos de burnout do que os mais experientes.</p><p>Segundo os autores, uma possível explicação é que os árbitros menos experientes come-</p><p>çam sua carreira oficial com altas expectativas e ideais nobres. No entanto, tão logo quando</p><p>enfrentam estressores ligados à arbitragem como erros, abusos físicos ou verbal de joga-</p><p>dores, treinadores ou espectadores, eles tendem a ter mal desempenho, uma sensação de</p><p>ineficácia e falta de produtividade que acaba levando até o burnout. Estes achados também</p><p>corroboram com o estudo em árbitros sul-africanos relatando que a idade mais jovem e a</p><p>menor experiência estão associadas com níveis mais elevados de burnout (KRUGER et al.,</p><p>2012). Dentre as ações para evitar isso, é imprescindível o apoio de federações de organi-</p><p>zação esportiva, oferecendo suporte para treinamentos físicos e psicológicos, oportunidades</p><p>e remuneração adequadas (WARNER, TINGLE; KELLETT, 2013).</p><p>Contudo, o estudo apresentou como limitações a falta de um método para avaliar a</p><p>influência nas tomadas de decisão do árbitro em contexto de jogo, bem como a ausência</p><p>de variáveis relacionadas à recuperação como a qualidade do sono ou a investigação de</p><p>diferenças de humor quanto ao sexo. Além do mais, faltou explorar e analisar as estraté-</p><p>gias cognitivas traçadas por cada árbitro a fim de alcançar o equilíbrio emocional em busca</p><p>da melhor performance esportiva e assim mantê-las durante toda a competição e compa-</p><p>rá-las entre si.</p><p>CONCLUSÃO</p><p>Os resultados demonstraram que apesar da dimensão Vigor ter os maiores valores</p><p>médios gerais em relação às demais dimensões em todos os dias da semana, observou-se</p><p>também foi o estado com o maior número de sujeitos classificados como instáveis. O índice</p><p>é seguido pela dimensão Fadiga e Raiva, na qual apresentam picos em fases importantes</p><p>das competições. Aspectos que merecem atenção e cuidado por parte dos árbitros para</p><p>não prejudicar seu desempenho durante as competições. Árbitros com maiores idades e</p><p>experiências na atuação são os que também apresentam maiores estabilidades na dimen-</p><p>são Raiva. Da mesma forma, verificou-se também que os árbitros com mais idade perma-</p><p>neciam mais tempo na zona alvo (isto é, nos níveis desejados) na dimensão Raiva e os</p><p>árbitros com mais tempo de experiência de atuação, na dimensão Vigor. Isso demonstra</p><p>que é fundamental o apoio de federações de organização esportiva, oferecendo suporte</p><p>90</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>para treinamentos, oportunidades e remuneração adequadas sobretudo aos árbitros jovens</p><p>e em início de carreira.</p><p>Sugere-se para futuros estudos, feitos em uma abordagem sistêmica, o desenvolvimento</p><p>de um critério ou instrumento capaz de avaliar a tomada de decisões do árbitro em contexto</p><p>de jogo, considerando também variáveis psicológicas e outras relacionadas ao burnout ou</p><p>à recuperação como a qualidade do sono.</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>AHMED, H.; DAVISON, G.; DIXON, D. Analysis of activity patterns, physiological demands</p><p>and decision-making performance of elite Futsal referees during matches. 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Comportamento Da pressão arterial em homens pré-hiperten-</p><p>sos participantes em um programa regular de natação. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, 21, 178-181.</p><p>Oferecimento de obra científica e/ou literária com autorização do(s) autor(es) conforme Art. 5, inc. I da Lei de Direitos Autorais - Lei 9610/98</p><p>https://dx.doi.org/10.37885/230312527</p><p>RESUMO</p><p>Introdução: A natação tem sido recomendada como tipo de atividade física para a prevenção,</p><p>tratamento e controle da hipertensão arterial. Objetivo: Analisar os efeitos da prática regular</p><p>de natação sobre a pressão arterial de adultos pré-hipertensos. Métodos: A amostra foi</p><p>composta por 36 homens pré-hipertensos divididos em dois grupos: Experimental - GE (n=24,</p><p>40,60 ± 9,36 anos) e Controle - GC (n=12, 40,57 ± 8,05 anos). O GE realizou um programa</p><p>regular de natação, com três sessões semanais de 45 min, durante 12 semanas, enquanto</p><p>o GC não alterou seus hábitos alimentares e permaneceu sem praticar atividade física no pe-</p><p>ríodo. O procedimento estatístico utilizado para verificar as diferenças entre as médias antes</p><p>e depois de 12 semanas do programa regular de natação foi o teste-t de Student. O estudo</p><p>admitiu o nível de p < 0.05 para a significância estatística. Resultados: O grupo GE apre-</p><p>sentou diferenças estatisticamente significativas nas variáveis analisadas quando compa-</p><p>radas com o GC, tanto na pressão arterial sistólica, PAS (Δ = - 5,89 mmHg, p = 0,00), como</p><p>na pressão arterial diastólica, PAD (Δ = - 5,15mmHg, p = 0,00. Conclusão: Os resultados</p><p>mostram que um programa regular de natação provoca reduções significativas na pressão</p><p>arterial em repouso em homens pré-hipertensos.</p><p>Palavras-chave: Atividade Física, Exercício, Natação, Hipertensão, Pré-Hipertenso,</p><p>Pressão Sanguínea.</p><p>95</p><p>Leitura de Prova - ISBN XXX-XX-XXXX-XXX-X - Vol. X - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>Os programas de atividade física sistematizados representam a abordagem não far-</p><p>macológica inicial para a prevenção e tratamento da Hipertensão Arterial (HTA)(1-3). A HTA</p><p>pode ser conceituada como uma condição clínica multifatorial, caracterizada por níveis ele-</p><p>vados e sustentados de pressão arterial (PA) e sua presença pode causar lesões em órgãos</p><p>vitais, tais como coração, cérebro e rins(1, 4). Os limites que definem HTA considera valores</p><p>de Pressão Arterial Sistólica (PAS) ≥ 140 mmHg e/ou de Pressão Arterial Diastólica (PAD)</p><p>≥ 90 mmHg. A prevalência da HTA tem sido um dos maiores problemas de saúde em todo</p><p>o mundo, podendo afetar aproximadamente um bilhão de pessoas. Somente nos Estados</p><p>Unidos estima-se uma prevalência entre 24% a 29% de adultos economicamente ativos(2, 3,</p><p>5, 6). No Brasil estes dados são muito semelhantes, pois existe uma estimativa de 22 a 44%</p><p>de hipertensos(1, 4, 7).</p><p>Buscando minimizar a possibilidade crescente da HTA em todo o mundo, houve uma</p><p>alteração importante na classificação tradicional sobre HTA, aparecendo o termo pré-hiper-</p><p>tensão (PH), cujos níveis de PA situam-se entre 120 e 139 mmHg para a PAS e/ou entre</p><p>80 e 89 mmHg para a PAD. O termo PH foi descrito em 2003 pela Diretriz Americana de</p><p>Hipertensão Arterial(5), que passou a enfatizar medidas preventivas mais rigorosas para o</p><p>comportamento da PA, uma vez que indivíduos, na faixa etária de 40 a 49 anos, classifica-</p><p>dos como pré-hipertensos, possuem 80% de probabilidade de apresentar hipertensão nos</p><p>dez anos subsequentes(1, 2, 8).</p><p>Classicamente algumas mudanças nos hábitos alimentares e a adoção de um estilo</p><p>de vida ativo, com a inclusão do exercício ou atividade física regular representam requesitos</p><p>essenciais para a prevenção e tratamento da hipertensão. Embora haja um largo espectro de</p><p>diferentes tipos de atividades físicas recomendadas como forma de prevenir e tratar a HTA,</p><p>existem poucas pesquisas que demonstram ser a natação igualmente eficaz para diminuir</p><p>a PA em hipertensos(3, 9-12). Segundo Fagard (2001) apenas 3% das pesquisas relacionadas</p><p>utilizam a natação como tratamento da hipertensão em seres humanos(9). O fato de se uti-</p><p>lizar outras modalidades de exercício e/ou atividade física em detrimento da natação pode</p><p>ser explicado pelos seguintes fatores: Em primeiro lugar, deve-se considerar as dificuldades</p><p>iniciais da realização de medidas fisiológicas na água e segundo, a natação requer certas</p><p>habilidades e técnicas para se alcançar determinados níveis de intensidade do exercício,</p><p>quando comparado a outras modalidades(13). Diante do exposto, o objetivo deste estudo foi</p><p>analisar os efeitos de um programa de prática regular de natação sobre a pressão arterial</p><p>de homens pré-hipertensos.</p><p>96</p><p>Leitura de Prova -</p><p>ISBN XXX-XX-XXXX-XXX-X - Vol. X - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>MÉTODOS</p><p>Sujeitos</p><p>Foram selecionados homens pré-hipertensos, recrutados através de anúncios em rádio</p><p>e jornais e que apresentaram um atestado médico confirmando sua condição de participar</p><p>do experimento. Nenhum deles apresentou qualquer sintoma de doença coronária, infarto</p><p>do miocárdio, insuficiência cardíaca, diabetes, doenças neuro-musculares ou outra similar</p><p>que pudesse impedi-los de praticar natação. Antes da intervenção foram dadas explana-</p><p>ções verbais e escritas do procedimento experimental, benefícios e possíveis riscos para os</p><p>participantes. Todos os sujeitos assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido</p><p>(TCLE) concordando em participar do experimento.</p><p>O presente estudo atende às normas para a realização de pesquisas com seres hu-</p><p>manos, conforme a Resolução nº 466, de 12 de dezembro de 2012, do Conselho Nacional</p><p>de Saúde, e foi aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa da UCB/ RJ, sob nº 0037/2007.</p><p>Um total de 36 voluntários do sexo masculino, pré-hipertensos, foram selecionados</p><p>aleatoriamente para este estudo e alocados em dois grupos: Experimental (n=24, 40,60 ±</p><p>9,36 anos) e Controle (n=12, 40,57 ± 8,05 anos. Os sujeitos do grupo experimental participa-</p><p>ram de um programa regular de natação, enquanto o grupo controle não praticou nenhuma</p><p>atividade física no período.</p><p>Protocolo de Aferições e Medidas</p><p>Os indivíduos do grupo experimental participaram de um programa regular de natação,</p><p>3 vezes semanais, com duração de 40 a 45 min cada sessão, durante um período de 12</p><p>semanas. Cada sessão foi dividida da seguinte forma: 5 min de alongamento e aquecimento,</p><p>30 a 35 min de natação e, ao final, 5 min de relaxamento e volta à calma.</p><p>A massa corporal e a estatura foram medidas por meio de uma balança de precisão</p><p>Filizola® (Brasil), com os indivíduos trajando roupa esportiva. A Pressão Arterial foi mensu-</p><p>rada segundo as recomendações do diagnóstico de hipertensão do ACSM, sendo aferida por</p><p>aparelho oscilométrico (Omrom, modelo HEM-741C, Japão). Este equipamento recebeu a</p><p>validação da British Hypertension Society (BHS) e da Association for Advanced in Medical</p><p>Instruments (AAMI)(14). A intensidade do exercício foi controlada através da utilização de um</p><p>monitor de freqüência cardíaca (FC) da marca Polar® (modelo F5, Finlândia), respeitando</p><p>um período de repouso entre cinco e 10 min pré e pós-exercício. As características físicas</p><p>e parâmetros hemodinâmicos dos sujeitos são mostrados na tabela 1.</p><p>96 97</p><p>Leitura de Prova - ISBN XXX-XX-XXXX-XXX-X - Vol. X - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>Para o Programa de natação não era necessário que os sujeitos soubessem na-</p><p>dar. As sessões iniciais tiveram uma intensidade em torno de 40% a 50% da Freqüência</p><p>Cardíaca Máxima (FCmax) predita através da equação de Tanaka et al. 2001(15). Cerca de 20%</p><p>do trabalho aquático foi constituído de movimentos de pernada, utilizando-se uma prancha</p><p>de natação. A temperatura da água da piscina se manteve em torno de 27 – 29° C durante</p><p>as doze semanas da intervenção.</p><p>Análise Estatística</p><p>Os dados coletados foram digitados no programa Microsoft Excel e analisados no pro-</p><p>grama SPSS (versão 17.0, Chicago, IL, USA). O teste Shapiro-Wilk foi usado para verificar</p><p>se os dados numéricos apresentaram distribuição normal. Para a análise comparativa foram</p><p>utilizados os testes t-student. O nível de significância adotado foi de p<0,05.</p><p>RESULTADOS</p><p>Em relação as variáveis massa corporal (MC) e índice de massa corporal (IMC), pode-se</p><p>notar que não existem diferenças significativas em ambos os grupos, para valores iniciais e</p><p>ao final do programa de natação (tabela 1).</p><p>No que se refere as Pressões Arteriais tanto sistólicas como diastólicas, observam-se</p><p>diferenças significativas apenas no GE (redução de 5,89 mmHg para PAS e 5,15 para a PAD).</p><p>Agradecimentos</p><p>Jairo Eleotério da Silva, Bolsista de Doutoramento Pleno no Exterior (CNPq) Universidade</p><p>de Coimbra, Coimbra, Portugal.</p><p>98</p><p>Leitura de Prova - ISBN XXX-XX-XXXX-XXX-X - Vol. X - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>Figura 1. Comportamento das PAS e PAD do GE durante 12 semanas de natação.</p><p>Figura 2. Delta da variação da PA sistólica (PAS) e diastólica (PAD) do GE, após o programa de 12 semanas de natação,</p><p>durante os momentos MB-momento basal, M1 a M4 e MF- momento final. PA – pressão arterial.</p><p>Por fim os resultados deste estudo sugerem que reduções na PA podem acontecer</p><p>independente de alterações da massa corporal e índice de massa corporal, conforme descrito</p><p>por Blumenthal et al.(28). Merece ainda relevância pelo fato do procedimento experimental</p><p>clarificar a compreensão da associação entre a HPE e a prática da natação. No entanto não</p><p>podem ser ignorados que fatores nutricionais poderão ter influenciado os resultados por nós</p><p>obtidos. O fato de não ter controlado o regime nutricional dos sujeitos pode ser considerado</p><p>uma limitação do presente estudo.</p><p>98 99</p><p>Leitura de Prova - ISBN XXX-XX-XXXX-XXX-X - Vol. X - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>Tabela 1. Características físicas e hemodinâmicas dos sujeitos.</p><p>GE (n=24) GC (n=12) Valor de p</p><p>Características físicas</p><p>Idade (anos) 40.60±9.36 40.57±8.05 0.620</p><p>MC (kg)</p><p>Pré 59.2±12 76.7±16.3 0.040</p><p>Pós-Exercício 59.3±12.4# 76.4±16.3# 0.060</p><p>Estatura (cm) 149±9 156.5±7.4 0.430</p><p>IMC (kg/m2)</p><p>Pré 23.9±3.4 26.4±4.1 0.493</p><p>Pós-Exercício 23.7±3.3# 26.3±3.9# 0.471</p><p>Dados Hemodinâmicos</p><p>PAS (mmHg)</p><p>Pré 136.49±3.82 138.49±3.62 0.042</p><p>Pós-Exercício 130.60±3.66* 138.60±3.86 0.053</p><p>PAD (mmHg)</p><p>Pré 87.96±3.63 89.96±3.93 0.030</p><p>Pós-Exercício 82.81±2.75* 88.82±2.45 0.023</p><p>Valores são média ± DP; MC- massa corporal; IMC índice de massa corporal; PAS - pressão arterial sistólica; PAD -</p><p>pressão arterial diastólica. Diferença significativa (*) e Diferença Não-significativa (#) em relação ao início do programa</p><p>(p < 0,05).</p><p>DISCUSSÃO</p><p>Em nosso estudo encontramos redução significativa tanto na PA sistólica como na</p><p>diastólica de homens pré-hipertensos (PAS -5,89 mmHg e PAD (-5,15 mmHg). Ressalta-se</p><p>aqui o importante efeito hipotensor da natação que pode resultar em proteção contra eventos</p><p>cardiovasculares como proposto por Whelton et al.(16), ou seja, uma redução de apenas 3</p><p>mmHg para a PAS, pode significar diminuição de 5-9% e 8-14% para risco cardiovascular</p><p>e infarto do miocárdio respectivamente. A magnitude de redução de nossa pesquisa para</p><p>as PA sistólica e diastólica representa quase duas vezes o que foi proposto por Whelton et al.</p><p>(2002). A natação caracteriza-se por ser um tipo de atividade física que envolve grandes</p><p>grupos musculares, é uma atividade ritmada, dinâmica e aeróbica(13), e apresenta uma série</p><p>de vantagens: (1) realizada no plano horizontal; (2) está sujeita à ação da pressão hidrostática e</p><p>(3) tem como efeito o aumento do retorno venoso e do volume sistólico(17). Embora sua ampla</p><p>recomendação por diversas organizações nacionais e internacionais relacionadas a saúde (1,</p><p>2, 8) para prevenção, controle e tratamento da HTA, existem poucas pesquisas que relacionam</p><p>hipertensão e natação em seres humanos(3, 13, 18). Além disso, a literatura reporta resultados</p><p>conflitantes em relação aos efeitos da natação na PA em indivíduos hipertensos(11, 19).</p><p>Nossos resultados corroboram estudos anteriores(11, 20-22) onde também foram encon-</p><p>tradas diferenças significativas para algumas variáveis relacionadas também em nossa</p><p>pesquisa. Entretanto Tanaka et al. (1997) e Nualnim et al. (2012) encontraram diferenças sig-</p><p>nificativas para a variável pressão arterial sistólica, enquanto Chen et al. (2010) encontraram</p><p>100</p><p>Leitura de Prova - ISBN XXX-XX-XXXX-XXX-X - Vol. X - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>normalização mais do que redução na PA, após um ano de intervenção. Enfatizamos que a</p><p>magnitude da redução mostra-se ainda mais importante</p><p>por se tratar de indivíduos pré-hiper-</p><p>tensos, pois nestes estudos supracitados as reduções referem-se a indivíduos hipertensos,</p><p>uma vez que se sabe que as reduções mostram-se maiores em hipertensos, ou seja, em</p><p>pressões arteriais mais altas.</p><p>Vários são os mecanismos que explicam a hipotensão pós-exercício (HPE) resultante de</p><p>uma sessão (efeito agudo) ou de várias sessões de exercício (efeito crônico) sobre a PA de</p><p>indivíduos normotensos, pré-hipertensos e hipertensos. Nesta linha de raciocínio, diversos</p><p>estudos afirmam que a causa da HPE pode ser explicada pelos seguintes fatores: (a) di-</p><p>minuição da resistência vascular periférica (RVP), b) diminuição do débito cardíaco (DC) e</p><p>redução da atividade nervosa simpática e/ou d) uma combinação dos fatores anteriores(23-27).</p><p>CONCLUSÃO</p><p>Ao final do programa de natação, houve diferenças significativas nas variáveis anali-</p><p>sadas quando comparadas ao grupo controle. Encontramos uma redução estatisticamente</p><p>significativa para pressão sistólica (PAS) e para pressão diastólica (PAD).Os resultados nos</p><p>permitem concluir que a natação regular provoca diminuições significativas nas pressões</p><p>sistólica e diastólica em homens pré-hipertensos.</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>1. De Trabalho G. IV Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial. Diagnóstico.3(2):1.</p><p>2. Group ISoHW. 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V Brazilian Guidelines in Arterial</p><p>Hypertension. Arquivos brasileiros de cardiologia. 2007;89(3):e24.</p><p>100 101</p><p>Leitura de Prova - ISBN XXX-XX-XXXX-XXX-X - Vol. X - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>8. Mancia G, De Backer G, Dominiczak A, Cifkova R, Fagard R, Germano G, et al. 2007</p><p>Guidelines for the management of arterial hypertension The Task Force for the Manage-</p><p>ment of Arterial Hypertension of the European Society of Hypertension (ESH) and of the</p><p>European Society of Cardiology (ESC). European heart journal. 2007;28(12):1462-536.</p><p>9. Fagard RH. Exercise characteristics and the blood pressure response to dynamic phy-</p><p>sical training. Medicine and science in sports and exercise. 2001;33(6; SUPP):S484-S92.</p><p>10. Silva J, Geraldes A, Natali A, Pereira J, Vale R, Dantas E. Acute Effects of Swimming</p><p>on the Arterial Pressure of Hypertensive Adults. 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I da Lei de Direitos Autorais - Lei 9610/98</p><p>https://dx.doi.org/10.37885/230713755</p><p>RESUMO</p><p>O futebol americano é o esporte que mais cresce no Brasil, no qual os times são divididos</p><p>entre ataque e defesa, com suas respectivas posições e funções, e o interesse em estudar</p><p>a composição dos jogadores é datada de 46 anos atrás. O presente estudo teve como ob-</p><p>jetivo avaliar a composição corporal dos jogadores de futebol americano do time Piracicaba</p><p>Cane Cutters. Fizeram parte do estudo 56 jogadores de futebol americano do sexo mascu-</p><p>lino entre 18 a 45 anos. Foram realizadas medidas corporais como peso, altura e dobras</p><p>cutâneas</p><p>(Peitoral, Abdominal, Tricipal, Coxa e da Panturilha), a fim de calcular IMC, por-</p><p>centagem de gordura, massa muscular e massa livre de gordura. De acordo com a posição</p><p>do jogador, observou-se que Offensive Line tem maior peso e IMC em relação a Tight End,</p><p>Defensive Line, Linebacker, Running Back, Defensive Back, Quarterback e Wide Receiver e</p><p>%G, evidenciando uma obesidade pré-sarcopenica. Wide Receiver apresentaram maior %</p><p>de MLG seguido de Defensive Back, Linebacker, Running Back, Tight End, Defensive Line,</p><p>Quarterback, Offensive Line; porém a posição Linebacker mostrou maior % de MM seguido</p><p>de Wide Receiver, Running Back, Defensive Back, Quarterback, Defensive Line, Tight End,</p><p>Offensive Line; uma vez que o IMM dos Wide Receiver e Quarterback mostram sarcopenia</p><p>em ambos. Houve uma diferenciação de composição corporal por posição, sendo explicado</p><p>pelas características únicas de cada posição, necessitando uma composição corporal ade-</p><p>quada para cumprir seu proposito e ter sucesso em sua função.</p><p>Palavras-chave: Musculo, Tecido Adiposo, Antropometria, Futebol Americano.</p><p>105</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>O futebol americano é um dos esportes que mais cresce (prática e audiência) no Brasil,</p><p>segundo dados da ESPN, emissora que transmite os jogos em território nacional a audiência</p><p>do esporte aumentou 800% entre 2013 e 2016 (Macedo, 2017).</p><p>Além disso o Brasil é o terceiro país no mundo com maior quantidade de fãs da NFL</p><p>(liga de futebol americano) com 19,7 milhões perdendo apenas para Estados Unidos e</p><p>México (Miranda, 2017).</p><p>Além dos telespectadores o número de atletas também vem aumentando, segundo a</p><p>Confederação Brasileira de Futebol Americano, em 2015 haviam 130 times com um total</p><p>aproximado de 7800 jogadores (Picolli, 2015).</p><p>O esporte teve sua “origem” em 1869 como uma variação do rúgbi e do futebol, e a</p><p>partir desse dia foi evoluindo e se adaptando até chegar ao formato e regras de hoje. O fu-</p><p>tebol americano atual é um esporte entre dois times de onze jogadores cada, em um campo</p><p>retangular em que a base é praticamente o dobro da altura, o objetivo do jogo é chegar no</p><p>final do campo em posse da bola oval fazendo um touchdown (Curti, 2017).</p><p>Os times são divididos em jogadores de ataque que podem atuar nas posições de:</p><p>Quarterback (QB), Offensive Line (OL), Tight End (TE), Running Back (RB) e Wide Receiver</p><p>(WR) e jogadores de defesa que atuar como: Defensive Line (DL), Line Backer (LB),</p><p>Corner Back (CB), e Safeties (S) (Curti, 2017). Posições como Running Back e Linebacker,</p><p>Cornerback/Safeties e Wide Receiver, Offensive e Defensive Line são chamadas de posi-</p><p>ções espelhos entre elas, pois dentro dos jogos elas tem objetivos e características similares</p><p>(Dengel e colaboradores, 2014).</p><p>O interesse de estudar a composição corporal de jogadores de futebol americano é</p><p>datado de 46 anos atrás (Wilmore e Haskel, 1972), mostrando que já havia uma diferen-</p><p>ciação da composição corporal por posição. No Brasil por ser um esporte o qual está se</p><p>popularizando a pouco tempo, não temos estudos suficientes evidenciando a característica</p><p>geral da composição corporal do jogador de futebol americano brasileiro.</p><p>Visto a diferenciação de posições, suas funções e a necessidade de usar força e/ou</p><p>agilidade, o presente estudo tem a intenção de verificar a diferenciação da composição</p><p>corporal por posição dos jogadores de futebol americano para que possa se conhecer suas</p><p>características e a partir destes dados se torne possível traçar estratégias alimentares e de</p><p>treinamentos para que os jogadores desempenhem melhor sua função e tenham uma per-</p><p>formance satisfatória na posição que mais se adequa ao seu tipo físico ou se adaptar para</p><p>atuar em determinada posição.</p><p>106</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>MATERIAIS E MÉTODOS</p><p>Amostra</p><p>O estudo foi transversal quantitativo, realizado com 56 jogadores de futebol americano</p><p>do time Piracicaba Cane Cutters, todos do sexo masculino, com idades entre 18 e 45 anos</p><p>e atualmente ativos no time em no mínimo seis meses.</p><p>Todos os jogadores antes de iniciarem as avaliações foram esclarecidos quanto aos</p><p>procedimentos do estudo, aqueles que não aceitaram em participar foram excluídos da</p><p>amostra e os que consentiram assinaram o termo de esclarecimento livre e esclarecido.</p><p>Esse projeto foi apreciado pelo comitê de ética e pesquisa da Universidade Metodista</p><p>de Piracicaba (UNIMEP), aprovado sobre protocolo 59/18.</p><p>Procedimentos</p><p>Foram realizadas as medidas de estatura e massa corporal. Para a medida da estatu-</p><p>ra foi utilizado o estadiômetro Alturexata. Para medida da massa corporal foi utilizada uma</p><p>balança mecânica Welmy®.</p><p>Foi calculado o índice de massa corporal dividindo-se a massa corporal em quilogramas</p><p>pela estatura em metro elevada ao quadrado (WHO, 1995). E foi utilizada para mensurar</p><p>a densidade da gordura corporal a equação proposta por Jackson e Pollock generalizada</p><p>(Jackson e Pollock, 1978).</p><p>Para aplicação desta equação foram realizadas dobras cutâneas (tricipital, torácica,</p><p>abdominal, coxa, panturrilha), com auxílio do adipômetro Lange®, precisão de 1 mm, com</p><p>as técnicas de Heyward e Stolarczyk (2000).</p><p>A partir da densidade, foi estimado percentual de gordura corporal (%G), com a equação</p><p>de Siri (1961). Com os dados da porcentagem de gordura foi subtraído do peso total para</p><p>calcular a massa livre de gordura.</p><p>A massa muscular (MM) também foi estimada por meio das medidas antropométri-</p><p>cas. A equação validada é a proposta por Lee e colaboradores (2000), que utiliza circun-</p><p>ferências do braço, coxa e panturrilha e suas respectivas dobras cutâneas (tricipital, coxa,</p><p>panturrilha), além da estatura, idade, gênero e etnia.</p><p>Para o índice de massa muscular (IMM), foi utilizada a equação: IMM (kg/m2) = MM (kg)</p><p>/ Altura 2 (Janssen e colaboradores, 2004).</p><p>Os dados coletados estão dispostos em tabelas, separando os jogadores por posição,</p><p>visto que cornerbacks e safeties por sua similaridade foram dispostos em uma categoria</p><p>única chamada de defensivebacks (DB).</p><p>106 107</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>Analise dos resultados foi de forma descritiva em comparação com valores dispos-</p><p>tos na literatura.</p><p>RESULTADOS</p><p>A tabela 1 compara peso (kg), IMC e porcentagem de gordura por posição. Baseado no</p><p>IMC (WHO, 1995), OL está classificado como obesos grau II (38,62 kg/m²), DL e TE como</p><p>obesos grau I (31,7 kg/m²; 32,31kg/m²), WR como eutróficos (22,47kg/m²) e o restante das</p><p>posições como sobrepeso. Entretanto, ao comparar o percentual de gordura corporal desses</p><p>jogadores com a proposta de Fleck (1983) e Wilmore (1983), OL e QB estão com elevada</p><p>porcentagem de gordura para posição (24,9%; 17,47%); DL e TE com porcentagem de</p><p>gordura adequada para posição (17,22%; 16,47%); assim como RB e DB (11,57%; 10,23),</p><p>porém LB apresenta baixa gordura corporal para posição (11,49%) assim como WR (6,7%).</p><p>A tabela 2 mostra os resultados de massa livre de gordura em Quilogramas e também</p><p>em porcentagem. Ao compararmos os resultados em quilogramas OL, TE e DL apresentam</p><p>o maior valor, mas ao ser comparado em porcentagem os maiores valores são para as po-</p><p>sições WR, DB, LB e RB, respectivamente.</p><p>Tabela 1. Características físicas dos jogadores por posição.</p><p>Posição Peso(kg) % GORDURA IMC</p><p>Offensive Line (n=11) 128,68 ± 17,92 24,99 ± 5,00 38,62 ± 5,25</p><p>Tight End (n=3) 112,53 ± 2,73 16,47 ± 4,13 32,31 ± 2,79</p><p>Defensive Line (n=12) 107,38 ± 12,32 17,22 ± 3,91 31,70 ± 3,19</p><p>Running Back (n=5) 84,98 ± 8,73 11,53 ± 3,15 27,40 ± 1,63</p><p>Linebacker (n=9)</p><p>88,96 ± 9,09 11,49 ± 6,15 28,49 ± 2,87</p><p>Wide Receiver (n=6) 76,18 ± 8,01 6,70 ± 1,79 22,47 ± 2,35</p><p>Defensive Back (n=8) 81,53 ± 2,85 10,23 ± 3,89 25,97 ± 0,87</p><p>Quarterback (n=2) 80,5 ± 0,70 17,47 ± 5,63 25,85 ± 0,80</p><p>Tabela 2. Massa Livre de gordura por posição.</p><p>Posição Massa Livre de Massa Livre de Gordura (kg) Gordura (%)</p><p>Offensive Line (n=11) 96,00 ± 9,84 75,00 ± 5,00</p><p>Tight End (n=3) 94,06 ± 6,87 83,52 ± 4,13</p><p>Defensive Line (n=12) 88,57 ± 7,82 82,77 ± 3,91</p><p>Running Back (n=5) 75,22 ± 8,80 88,46 ± 3,15</p><p>Linebacker (n=9) 78,35 ± 4,82 88,51 ± 6,15</p><p>Wide Receiver (n=6) 71,04 ± 7,21 93,29 ± 1,79</p><p>Defensive Back (n=8) 73,21 ± 7,21 89,76 ± 3,89</p><p>Quarterback (n=2) 66,44 ± 5,12 82,52 ± 5,63</p><p>108</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>Tabela 3. Massa muscular por posição.</p><p>Posição M. Muscular (kg) Muscular (%)</p><p>Offensive Line (n=11) 40,95 ± 7,25 32,05 ± 5,57</p><p>Tight End (n=3) 43,13 ± 5,67 38,34 ± 3,33</p><p>Defensive Line (n=12) 41,94 ± 2,66 39,38 ± 3,58</p><p>Running Back (n=5) 35,61 ± 4,88 41,86 ± 2,94</p><p>Linebacker (n=9) 39,88 ± 2,57 45,13 ± 4,17</p><p>Wide Receiver (n=6) 33,68 ± 3,75 44,25 ± 2,79</p><p>Defensive Back (n=8) 34,14 ± 3,58 41,85 ± 3,86</p><p>Quarterback (n=2) 31,80 ± 2,15 39,49 ± 2,33</p><p>Tabela 4. IMM por posição.</p><p>Posição Offensive Line (n=11) IMM (Kg/m²) 12,2 ± 1,50</p><p>Tight End (n=3) 12,45 ± 2,13</p><p>Defensive Line (n=12) 12,4 ± 0,75</p><p>Running Back (n=5) 11,48 ± 1,21</p><p>Linebacker (n=9) 12,77 ± 0,80</p><p>Wide Receiver (n=6) 9,94 ± 1,20</p><p>Defensive Back (n=8) 10,88 ± 1,80</p><p>Quarterback (n=2) 10,2 ± 0,20</p><p>A tabela 3 avalia Massa muscular (kg), no qual os maiores resultados são para as</p><p>posições TE, DL e OL, mas assim como na massa livre de gordura ao ser comparado ao</p><p>percentual de massa muscular, a ordem dos resultados se altera e as posições com os</p><p>maiores valores são LB, WR, DB e RB respectivamente.</p><p>A tabela 4 mostra os valores de IMM, que em sua maioria estão adequados com ex-</p><p>ceção das posições QB e WR nas quais os valores indicam sarcopenia (IMM<10,75 kg/m²)</p><p>(Janssen e colaboradores, 2004).</p><p>DISCUSSÃO</p><p>No presente estudo foi observado que a maioria das posições estão classificadas como</p><p>obesos ou sobrepeso de acordo com o IMC (Tabela 1) (WHO, 1995), mas quando verificamos</p><p>a porcentagem de gordura, a maioria delas está com porcentagem de gordura adequada</p><p>para posição, o que é consistente com os estudos (Binkley e colaboradores, 2015; Bosch,</p><p>2017; Dengel e colaboradores, 2014; Lambert e colaboradores, 2012; Melvin e colaboradores,</p><p>2014; Ode e colaboradores, 2006; Trexler e colaboradores, 2017a, 2017b; Turnagol, 2016).</p><p>A porcentagem de gordura foi um pouco menor comparado a outros estudos, porém</p><p>os métodos usados foram diferentes, como DEXA e Impedância bioelétrica (Bosch, 2017;</p><p>Dengel e colaboradores,2014; Lambert e colaboradores, 2012; Melvin e colaboradores, 2014;</p><p>Ode e colaboradores, 2006; Trexler e colaboradores, 2017a, 2017b).</p><p>Ode e colaboradores (2006) relata que mesmo os atletas de futebol americano, tendo</p><p>um IMC maior, comparado a não atletas, ele não é um parâmetro adequado para predizer</p><p>108 109</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>excesso de gordura, assim como Lambert e colaboradores (2012) reforçam que ao analisar</p><p>o IMC separadamente pode levar a resultados errôneos.</p><p>Quando comparados os resultados de massa muscular em kg, os TE, DL e OL apre-</p><p>sentam o maior valor, enquanto que ao ser comparado em porcentagem a ordem se altera,</p><p>as posições que apresentam maior porcentagem de massa muscular são LB, WR e RB,</p><p>isso pode ser explicado devido a um maior peso nas posições de Linha, mas também uma</p><p>elevada porcentagem de gordura.</p><p>O mesmo fenômeno acontece com a massa livre de gordura (Tabela 3), em kg os</p><p>maiores resultados são para as posições OL, TE e DL e em porcentagem os maiores va-</p><p>lores aparecem em WR, DB e LB respectivamente, confirmando um maior peso e maior</p><p>porcentagem de gordura nas posições de linha, corroborando com os estudos (Allen e co-</p><p>laboradores, 2015; Binkley e colaboradores, 2015; Lambert e colaboradores, 2012; Trexler</p><p>e colaboradores, 2017).</p><p>As chamadas de posições espelhos (LB e RB; WR e DB; OL e DL) tendem a ter a</p><p>composição corporal semelhantes como mostrado em Bosch (2017) e Dengel e colabora-</p><p>dores (2014), pois dentro do jogo essas posições tendem a ter um confronto direto, seja de</p><p>força, como de velocidade. No presente estudo, com exceção de OL e DL, posições que</p><p>se espelham como (LB e RB; WR e DB), tiveram semelhanças na composição corporal,</p><p>corroborando com o que já foi descrito em Bosch (2017).</p><p>Mesmo sendo posições espelhos, a composição corporal da DL apresentou resultados</p><p>diferentes como menor peso e porcentagem de gordura quando comparado a OL (Tabela</p><p>2), e resultados semelhantes aos TE, pois estes tem que correr maiores distancias que a</p><p>OL, sendo assim um menor peso traria vantagem em velocidade e agilidade, mas pode</p><p>impactar negativamente em sua habilidade de bloquear e/ou se defender dos bloqueios,</p><p>por este motivo os DL e TE são mais pesados que as outras posições e mais leves que os</p><p>jogadores de linha ofensiva.</p><p>A OL, atletas de linha, apresentaram a maior porcentagem de gordura e IMC (Tabela</p><p>2) e a menor porcentagem de massa muscular (Tabela 4), Melvin e colaboradores (2014)</p><p>mostraram que atletas da linha mesmo com uma porcentagem de gordura e peso elevado,</p><p>não afetaria o desempenho, assim como Bosch (2017), que diz que os jogadores dessa</p><p>posição conseguem ter sucesso mesmo com esta composição corporal, pois durante o jogo</p><p>eles não correm por longas distâncias.</p><p>Mas se comparados a outras posições Nicolozakes e colaboradores(2017) mostram</p><p>que uma maior porcentagem de gordura e IMC, está relacionado a uma pior performance,</p><p>pois verifica-se que os OL tem uma musculatura não funcional, com infiltração gordurosa nas</p><p>fibras musculares, comprometendo a captação de aminoácidos e síntese proteicas (Moreira</p><p>110</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>e colaboradores, 2016), evidenciando uma obesidade présarcopenica, mesmo indivíduos</p><p>obesos apresentando um maior valor de massa muscular (kg) e IMM (Tabela 5) (Rosa e</p><p>colaboradores, 2015).</p><p>Posições como LB e RB, tem como objetivos correr a maior distância possível na maior</p><p>velocidade, utilizando uma maior explosão e fibras musculares Tipo II, os jogadores da de-</p><p>fesa tendem a frequentemente percorrer pequenas distancias para dar o tackle (movimento</p><p>usado para derrubar o jogador adversário com a posse da bola e parar a jogada), e os joga-</p><p>dores de ataque tem como objetivo resistir a esse tackle, por estes motivo apresentam maior</p><p>massa muscular (Tabela 4) e uma porcentagem de gordura adequada (Tabela 2) (Borges</p><p>e colaboradores, 2007), mantendo assim uma alta performance.</p><p>Os DB e WR, tem como objetivo correr distancias longas em alta velocidade, e de</p><p>acordo com a segunda lei de Newton a performance em velocidade tem relação inversa</p><p>com o peso (Lazari, 2017), sendo assim, são normalmente as posições com menor peso e</p><p>porcentagem de gordura (Tabela 2).</p><p>Os WR, do presente estudo encontram-se sarcopenicos (Tabela 5) (IMM<10,75 kg/m)</p><p>(Janssen e colaboradores, 2004), e baixa gordura corporal (Borges e colaboradores, 2007),</p><p>evidenciando uma depleção de massa gorda e musculatura, o que pode acarretar uma di-</p><p>minuição de força e desempenho físico (Cruz-Jentoft e colaboradores, 2010).</p><p>Os Quartebacks estariam classificados como sobrepeso segundo a porcentagem de</p><p>gordura e o IMC (Tabela 2) (WHO, 1995) (Borges e colaboradores, 2007), e de acordo</p><p>com Janssen e colaboradores (2004), também estariam classificados</p><p>como sarcopenicos</p><p>(IMM<10,75 kg/m²), o que pode acarretar em um desempenho físico diminuído, diferente dos</p><p>WR, o QB é uma posição chave a qual pode ou não se movimentar e correr durante a partida</p><p>e depende geralmente apenas de força e precisão em seu braço para ter sucesso na posição.</p><p>Em conclusão o presente estudo mostra que em geral os jogadores de futebol estão</p><p>com uma porcentagem adequada de gordura e massa magra e IMM, obesidade grau I de</p><p>acordo com o IMC e baixa porcentagem de massa muscular, entretanto, quando separados</p><p>por posições, os jogadores possuem composições corporais distintas.</p><p>Sendo assim jogadores de linha (OL, DL e TE) possuem maior peso, porcentagem</p><p>de gordura e massa muscular em quilogramas quando comparados a jogadores de outras</p><p>posições (LB, RB, CB, WR e QB), que apresentaram maior massa magra e muscular em</p><p>porcentagem e menor porcentagem de gordura.</p><p>A diferenciação de composição corporal por posição é explicada pelas características</p><p>únicas de cada posição, pois cada posição necessita um esforço físico e uma composição</p><p>corporal adequada para cumprir seu proposito e ter sucesso em sua função.</p><p>110 111</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>Com esse estudo pode-se começar a entender a composição corporal do jogador</p><p>de Futebol Americano no Brasil e assim facilitar a elaboração do treinamento e dieta para</p><p>atingir a composição corporal ideal e consequentemente melhorar o desempenho físico dos</p><p>jogadores em uma determinada posição.</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>Allen, T. W.; Vogel, R. A.; Lincoln, A. E.; Dunn, R. E.; Tucker, A. M. Body Size, body com-</p><p>position, and cardiovascular Disease risk factors in nfl players. The Physician and Sports</p><p>medicine. Vol. 38. Núm. 1. p. 21-27. 2015.</p><p>Binkley, T. L.; Daughters, S. W.; Weidauer, L. A.; Vukovich, M. D. Changes in body com-</p><p>position in Division I football players over a competitive season and recovery in off-season.</p><p>Journal of strength and conditioning research. Vol. 29. Núm. 9. p. 2503-2512. 2015.</p><p>Borges, R. M.; Nonino-Borges, C. B.; Marchini, J. S.; Vannucchi, H.; e colaboradores.</p><p>Avaliação do Estado Nutricional. In: Vannucchi, H.; Marchini, J. S. Nutrição e Metabolismo.</p><p>Rio de Janeiro. Guanabara Koogan. 2007. cap. 2. p.5-15.</p><p>Bosch, T. A.; Carbuhn, A.; Stanforth, P. R.; Oliver, J. M.; Keller, K. A.; Dengel, D. R. 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Por eso la importancia de resaltar las cualidades</p><p>físicas que se poseen, ya que estas facilitan el aprendizaje y desenvolvimiento de cada uno</p><p>de los deportes; de esta manera, a largo plazo, se pueden observar mejores resultados a</p><p>nivel competitivo. El principal objetivo de esta investigación Analizar mediante evaluacio-</p><p>nes físicas el nivel de condición física de las escuelas de iniciación deportiva para conocer</p><p>su avanzas durante la pandemia para mejorar el talento deportivo. Metodología: Tipo de</p><p>investigación cuantitativa, correlacional y longitudinal; Donde participaron 124 sujeto de las</p><p>diferentes escuelas de iniciación deportiva del Estado de Durango, (92 varones y 32mujeres)</p><p>de 18 a 20 años de edad, donde el factor de exclusión fue no pertenecer a las escuelas de</p><p>iniciación deportiva del Estado de Durango ò no asistir a más del 80 % a las actividades (di-</p><p>ciembre de 2020 y octubre de 2021). Teniendo como principales resultados la disminución</p><p>de IMC, mejoría en las pruebas física, así como en la frecuencia cardiaca y la saturación de</p><p>oxígeno. Concluyendo que si es posible detectar a través de evaluaciones físicas el nivel</p><p>de condición física de las escuelas de iniciación durante la pandemia.</p><p>Palabras-clave: Deporte, Evaluación Física, Talento Deportivo, Salud.</p><p>116</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>INTRODUCCIÓN</p><p>El talento en las áreas deportivas es muy importante tanto en las escuelas de inicia-</p><p>ción deportiva, así como en los grupos dedicados a estas prácticas, esto para obtener un</p><p>mejor ámbito competitivo en el deporte. Por eso la importancia de resaltar las cualidades</p><p>físicas que se poseen, ya que estas facilitan el aprendizaje y desenvolvimiento de cada uno</p><p>de los deportes; de esta manera, a largo plazo, se pueden observar mejores resultados a</p><p>nivel competitivo.</p><p>En estos tiempos, para hacer un diagnóstico eficaz, no podemos hablar de la tradición</p><p>familiar, la influencia de la familia, la influencia del medio, de las ideas en la popularidad de</p><p>un deporte, a la hora de iniciar a un niño. Por el contrario, debemos pensar, ante todo, en</p><p>las características del infante, y en las condiciones para el desarrollo de su práctica.</p><p>La presente Investigación pretende aborda la importancia del diagnóstico de talento de-</p><p>portivo, por lo que, con la observación de características especiales internas y externas, que</p><p>se conjugan en la consecución del resultado para cumplir objetivos propios de competición</p><p>dentro del deporte, se pretende obtener a potenciales deportistas con estas características</p><p>para iniciarlos en el mundo deportivo.</p><p>La importancia para las escuelas de iniciación deportiva es que por medio de este estu-</p><p>dio las instituciones se darán cuenta de los deportistas potenciales que están concentrados</p><p>en sus instancias para ser futuros talentos deportivos y así de esta manera informarles a los</p><p>padres que tanto potencial tienen para encausarlos a un deporte.</p><p>Problemática</p><p>Durante los últimos tiempos y en especial en el trascurso de la pandemia por COVID-19,</p><p>se ha amplificado la preocupación por la búsqueda de talentos deportivos, los profesores de</p><p>Educación Física y entrenadores tienen en sus manos y a través de sus sesiones incenti-</p><p>var y realizar un trabajo de captación y formación vocacional con el objetivo de propiciar la</p><p>incorporación de aquellos estudiantes con condiciones físicas y mentales para prepararlos</p><p>en el deporte y no como entretenimiento sino de forma profesional. (Oropesa,2014).</p><p>Las instituciones brindan un servicio adecuado a las necesidades ya que es una es-</p><p>cuela de organización completa, los maestros cuentan con el perfil pedagógico y didáctico</p><p>requerido, Se cuenta con aulas suficientes para cada uno de los grupos, asimismo espacios</p><p>adecuados para la recreación, una cancha de basquetbol, una de futbol y una para usos</p><p>múltiples. También cuenta con amplia biblioteca dotada de diversos materiales tanto biblio-</p><p>gráficos como concretos.</p><p>116 117</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>Se cuenta con un equipo de sonido moderno para llevar a cabo eventos cívico-cultu-</p><p>rales y deportivos. Los alumnos asisten regularmente a clases y la convivencia dentro de la</p><p>institución es regular ya que mediante las listas de control se detectó en algunos alumnos</p><p>casos de conductas disruptivas (alumnos con hiperactividad, alumnos agresivos y desafian-</p><p>tes) las cuales no permiten una convivencia sana y pacifica dentro de las aulas y por ende</p><p>se perturba el aprovechamiento académico.</p><p>Por otra parte, la participación de los padres en las actividades escolares es en algunos</p><p>casos inactiva ya que no apoyan a sus hijos en las tareas escolares, son pasivos en activida-</p><p>des que requieren apoyo y poca motivación a sus hijos en las reglas básicas de convivencia.</p><p>Según Salmela, J., Regnier, G., y Proteau, L. (1987). describen la detección de talentos</p><p>como una predicción a largo plazo en cuanto a las posibilidades de que un individuo posea</p><p>las capacidades y los atributos obligatorios para alcanzar un nivel de perfeccionamiento que</p><p>un deporte determinado requiere. Por lo cual existen evidencias que abordan la detección</p><p>de talento dentro de diversos deportes, así mismo podemos encontrar investigación den-</p><p>tro del deporte.</p><p>Objetivo General</p><p>Analizar mediante evaluaciones físicas el nivel de condición física de las escuelas</p><p>de iniciación deportiva para conocer su avanzas durante la pandemia para mejorar el</p><p>talento deportivo</p><p>METODOLOGIA</p><p>El presente trabajo de investigación tiene un sustento científico cuyo enfoque es</p><p>cuantitativo, ya que como afirma Hernández & Torres (2018), será un proceso que reco-</p><p>lecta, analiza y vincula datos cuantitativos, es decir, por un lado reconocerá a los sujetos de</p><p>estudio como individuos que se desarrollan en un contexto determinado, al mismo tiempo</p><p>ofrecerá datos que permiten darle validez a la investigación, por ejemplo permitirá conocer</p><p>datos importantes sobre los niveles de condición física de las diferentes escuelas de ini-</p><p>ciación deportiva.</p><p>Esta investigación será de tipo correlacional Hernández & Torres (2018), ya que tiene</p><p>como objetivo medir el grado de relación que existe entre dos o más conceptos o variables,</p><p>en un contexto en particular</p><p>que permita tener información de los niveles de condición física,</p><p>que permitan realizar una selección de deportistas que mantuvieron o mejoraron su condición</p><p>física durante la pandemia.</p><p>118</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>El diseño de la investigación es de tipo Longitudinal, Hernández & Torres (2018),</p><p>debido a que será aplicada durante dos períodos concreto (diciembre de 2020 y octubre de</p><p>2021) permitiendo ver la evolución de las características y variables observadas realizando</p><p>un análisis en un grupo aleatorio de sujetos.</p><p>Población y muestra</p><p>Población: 1318 sujetos</p><p>Muestra: 124 sujetos (92 hombre y 32 mujeres) en edades de 18 a 20 años.</p><p>Tipo de muestreo: intencionada o conveniencia</p><p>Factores de exclusión.</p><p>No pertenecer a las escuelas de iniciación deportiva del Estado de Durango</p><p>No asistir a más del 80 % a las actividades</p><p>Técnicas e instrumentos</p><p>Para el enfoque cualitativo, al igual que para el cuantitativo, la recolección de datos</p><p>resulta fundamental, solamente que su propósito no es medir variables para llevar a cabo</p><p>inferencias y análisis estadístico. Lo que se busca en un estudio cualitativo es obtener datos</p><p>que se convertirán en información de personas, seres vivos, comunidades, situaciones o</p><p>procesos en profundidad.</p><p>La recaudación de datos ocurre en los entornos naturales y cotidianos de los partici-</p><p>pantes o unidades de análisis. En el caso de los seres humanos, es en su vida diaria: por</p><p>ejemplo cómo hablan, en qué creen, qué sienten, cómo piensan, cómo interactúan, etcétera.</p><p>Para la investigación se consideraron diversas pruebas de diferentes tipos, los cuales</p><p>evalúan capacidades físicas coordinativas y habilidades. Estas se determinaron, en una</p><p>selección de pruebas recopiladas de diversos autores que garantizan la efectividad en in-</p><p>vestigaciones similares a esta.</p><p>De la condición anatómica (antropometría)</p><p>• Talla de pie</p><p>• Peso.</p><p>• Perímetro torácico (inspiración, espiración y normal).</p><p>118 119</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>Valoración de la condición fisiológica</p><p>Test de Ruffier</p><p>a) Finalidad</p><p>Medir la capacidad de adaptación cardiovascular a un esfuerzo moderado, toman-</p><p>do como referencia la frecuencia cardiaca en reposo, al final del ejercicio y en el proce-</p><p>so de recuperación</p><p>b) Ejecución</p><p>En posición de pie y con manos en la cintura, realizar 30 flexiones profundas de piernas</p><p>en un tiempo de 45”.</p><p>Siendo:</p><p>• P: frecuencia cardiaca en reposo.</p><p>• P1: frecuencia cardiaca al final del ejercicio.</p><p>• P2: frecuencia cardiaca al minuto de recuperación.</p><p>Realizar la siguiente operación:</p><p>(P + P1+ P2) - 200 / Índice de Ruffier 10</p><p>c) Valoración</p><p>• Excelente: 0 o menos.</p><p>• Muy bueno: 0-5.</p><p>• Bueno: 5,1-10.</p><p>• Aceptable: 10,1-15.</p><p>• Deficiente: 15,1-20.</p><p>• Muy débil: más de 20,1.</p><p>Pruebas y tests de Resistencia aeróbica</p><p>• Course Navette: Mide potencia aeróbica.</p><p>Pruebas y tests de velocidad</p><p>• Recogida de vara: Velocidad de reacción + coordinación ojo-mano.</p><p>120</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>Pruebas y tests de fuerza</p><p>• Salto de longitud con los dos pies juntos: Fuerza explosiva tren inferior.</p><p>• Resistencia abdominal: Número de abdominales en 1’.</p><p>• Abdominales en 30”: Resistencia de fuerza abdominal.</p><p>En definitiva, se puede decir que la medición y la correspondiente evaluación, se</p><p>constituyen en elementos esenciales en el proceso del entrenamiento deportivo, ya que los</p><p>resultados, la información y los datos sirven para la toma de decisiones.</p><p>RESULTADOS</p><p>A continuación, se presentan los resultados obtenidos de las encuestas aplicadas a</p><p>los participantes. Para llevar a cabo un análisis de forma más clara se creó un archivo y se</p><p>analizó en el programa SPSS, en donde se realizó el vaciado de todos los datos obtenidos</p><p>para posteriormente ser analizados en tablas y gráficas con el programa Microsoft Excel.</p><p>En la figura 1 podemos observar como el porcentaje es mayor en sobre peso y obe-</p><p>sidad tanto en hombres como en mujeres durante la primera medición y disminuye durante</p><p>la segunda mejorando el porcentaje obtenido en el IMC normal, aspecto fundamental para</p><p>las diferentes disciplinas deportivas.</p><p>Figura 1. IMC por gênero.</p><p>En la figura 2 podemos observar la distribución por género y disciplina deportiva re-</p><p>saltando la participación de las mujeres es mínima en los deportes de conjunto, aspecto</p><p>que debe considerarse para la promoción y desarrollo de futuros talentos deportivos en las</p><p>diferentes disciplinas.</p><p>120 121</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>Figura 2. Número de participantes por disciplina deportiva.</p><p>La pandemia en gran medida modificó la práctica de actividad física y deporte de una</p><p>manera negativa puesto que en muchas disciplinas disminuyeron su ejecución sin llegar a</p><p>anularla. En lo que respecta a las disciplinas deportivas de esta investigación que continua-</p><p>ron practicando alguna actividad física de manera permanente. Cabe destacar que el 73 %</p><p>lo realizó en casa y en algunas instalaciones cumpliendo con los protocolos establecidos</p><p>por la Secretaria de salud del estado. Así mismo las actividades físicas realizadas duran-</p><p>te la pandemia fueron modificadas y llevadas en un 85 %, lo cual no afectó los planes de</p><p>entrenamiento. Obteniendo avances en las diferentes pruebas como lo muestra la tabla1.</p><p>Tabla 1. Comparativo del resultado de las pruebas físicas por disciplina deportiva.</p><p>Abdominales Lagartijas Salto Velocidad Resistencia</p><p>Inicio Box 36 37 1.7 10.3 8</p><p>Final Box 42 45 1.9 9.5 10</p><p>Inicio Handball 26 15 2 12 5.4</p><p>Final Handball 32 21 2.3 11.5 7</p><p>Inicio Futbol 37 22 1.4 12.36 8.5</p><p>Final Futbol 43 31 1.8 11.8 9.5</p><p>Inicio Atletismo 26 16 2.5 12.9 11</p><p>Final Atletismo 32 25 2.5 11.5 12</p><p>Inicio Baloncesto 33 22 2.3 9.3 9</p><p>final Baloncesto 39 28 2.4 9 11.5</p><p>Inicio Béisbol 22 15 1.6 14.3 7.5</p><p>Final Béisbol 25 19 1.8 13.7 8.5</p><p>La recuperación de la condición física después de los síntomas y secuelas dejados</p><p>por el virus SARS-CoV-2, en personas que eran medianamente activos es notorio después</p><p>de un programa de intervención de ejercicios enfocados a mejorar la condición física y con-</p><p>tribuir a mantener un estilo de vida saludable. De tal manera que la mejora de la saturación</p><p>de oxígeno y la frecuencia cardiaca en reposo y durante la actividad se vieron favorecidas</p><p>tal como lo muestra el comparativo de la tabla 2.</p><p>122</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>Tabla 2. Comparativo de Saturación de oxígeno y frecuencia cardiaca por disciplina deportiva</p><p>dic-20 oct-21 dic-20 oct-21 dic-20 oct-21 dic-20 oct-21</p><p>Saturación</p><p>reposo</p><p>Saturación</p><p>reposo</p><p>Saturación</p><p>Actividad</p><p>Saturación</p><p>Actividad</p><p>Pulso</p><p>reposo</p><p>Pulso</p><p>reposo</p><p>Pulso</p><p>actividad</p><p>Pulso</p><p>actividad</p><p>Box 96 97 94 96 70 65 183 169</p><p>Handball 95 96 93 95 72 70 188 175</p><p>Futbol 94 95 92 94 72 69 185 171</p><p>Atletismo 95 97 95 97 65 63 178 156</p><p>Baloncesto 94 96 94 96 72 69 184 169</p><p>Béisbol 96 97 93 95 73 70 189 176</p><p>DISCUSIÓN</p><p>La evaluación del rendimiento visto como el resultado final de una ejecución motriz.</p><p>comprende instrumentos de observación sensibles a las características de cada disciplina</p><p>deportiva. Como lo menciona Conejero et al (2017). Por ejemplo, pueden evaluarse en los</p><p>deportes individuales las acciones técnico-táctico ó el tiempo de reacción y precisión de</p><p>los boxeadores Mientras que en los deportes colectivos como el fútbol</p><p>y el baloncesto se</p><p>evalúan la frecuencia y eficacia de los ataques, rebotes, lanzamientos, intercepciones de</p><p>balón, volumen de pases, faltas y acciones de precisión en el lanzamiento del balón. Por</p><p>ello en eligieron pruebas que permitan evaluar la capacidad funcional de cualquier disciplina</p><p>deportiva con la finalidad de contar con un solo instrumentos ya que las evaluaciones en</p><p>esta primera etapa solo se requería información básica.</p><p>Del mismo modo, los resultados y éxitos deportivos suelen especificarse como parte</p><p>del rendimiento destacando la clasificación y obtención de medallas en los juegos olímpicos</p><p>(Leite et al., 2018), cantidad de títulos o logros importantes que han alcanzado en su carrera</p><p>deportiva (Sofia y Cruz, 2017). Aunque para algunos autores los éxitos deportivos pueden</p><p>valorarse en sí mismos como una medida de rendimiento deportivo por ello considerando</p><p>lo anterior la evaluación física en esta investigación es la parte inicial de los entrenamientos</p><p>en las diferentes disciplinas deportivas.</p><p>Es importante considerar ámbitos como lo sugiere Alarcón et al (2018). Como la carga</p><p>mental, la precisión del pase en jugadores de fútbol, así como factores de estado de ánimo</p><p>precompetitivo en adolescentes de deportes colectivos y satisfacción con el rendimiento. Para</p><p>poder tener así un panorama más amplio de cada jugador y sus necesidades.</p><p>CONCLUSIONES</p><p>Con base a el análisis de los test aplicados en la población de estudio, se llega a la</p><p>conclusión que dentro de las causas de bajo desempeño o menos ideal para la práctica de</p><p>este deporte se encuentra en su IMC ya que en su mayoría pertenecían al grupo de sobre</p><p>122 123</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>peso y obesidad. De tal mañanera que la mayoría de la población de tenia dificultades para</p><p>alcanzar los resultados esperados dentro de la clasificación de sobresalientes o ideales para</p><p>la práctica de este deporte.</p><p>Respecto a la hipótesis que se planteó se puede concluir que si es posible detectar</p><p>a través de evaluaciones físicas el nivel de condición física de las escuelas de iniciación</p><p>deportiva observando que solo el 35.78% de la población se encontraba en los resultados</p><p>sobre saliente para la práctica de su disciplina deportiva y después del seguimiento y las</p><p>diferentes actividades de los entrenadores deportivos se alcanzó el aumento en un 88.88%</p><p>de las pruebas realizadas en su totalidad demostrando que la hipótesis es congruente con</p><p>los resultados esperados.</p><p>Así mismo en la población que salió sobre saliente para la práctica de la disciplina</p><p>deportiva es importante encausarla y ayudarlos a potencializar sus habilidades dentro de</p><p>cada una de las sesiones de entrenamiento, así como con el apoyo de sus padres para que</p><p>en conjunto con la institución crear una red de apoyo para bajar los medios correspondien-</p><p>tes para que practiquen el deporte, se desarrollen en el medio y puedan sacar su máximo</p><p>potencial en el futuro.</p><p>La persona dedicada a la actividad física, debe ser evaluada en su totalidad, ya sea</p><p>en los aspectos bio-fisiológicos, psíquicos, sociales, y otros. Para determinar si los objetivos</p><p>están siendo alcanzados o no, deben ser utilizados diferentes técnicas e instrumentos para</p><p>poder medir y evaluar a la persona como un todo. Puesto que los resultados permitirían</p><p>dosificar mejor la carga de trabajo, respetándose el principio de la individualidad biológica.</p><p>Recomendaciones importantes:</p><p>Examen médico antes de que el evaluado pase por una batería de test.</p><p>El evaluador debe ser un profesional calificado en educación física o en el proce-</p><p>so de evaluación.</p><p>Los clubs, gimnasios y escuelas de deportes, deben tener instrumentos de</p><p>medición precisos.</p><p>El evaluador debe saber interpretar los resultados y los datos obtenidos.</p><p>La prescripción del entrenamiento debe ser elaborada correctamente, respetando la</p><p>individualidad del alumno o deportista.</p><p>El evaluador debe instruir al evaluado sobre los procedimientos y técnicas de ejecución</p><p>correcta de la batería de test, para la mejor obtención de resultados.</p><p>Las evaluaciones deberán ser periódicas, para un acompañamiento global del evaluado.</p><p>El evaluador debe tomar en cuenta las actividades a realizar, antes durante y después</p><p>de la aplicación de las pruebas.</p><p>124</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>REFERENCIAS</p><p>Bohórquez, M.R., Delgado, P., & Fernández, J. (2017). Rendimientos deportivos auto y</p><p>heteropercibidos y cohesión grupal: un estudio exploratorio. Retos, 31(1), 103–106.</p><p>Calvo, A. L. (2003). Detección y selección de talentos. Curso de Entrenador de Segundo</p><p>Nivel. Escuela Nacional de entrenadores.</p><p>Castellano, J. (2018). Relación entre indicadores de rendimiento y el éxito en el fútbol</p><p>profesional. Revista iberoamericana de psicología del ejercicio y el deporte, 13(1), 41-49.</p><p>Castillo-Rodríguez, A., Madinabeitia, I., Castillo-Díaz, A., Cárdenas, D., & Alarcón, F.</p><p>(2018). La impulsividad determina el rol desempeñado por los jugadores de futsal. Revista</p><p>de psicología del deporte, 27(2), 181-188</p><p>CONADE. (1999). Sistema Mexicano de selección de talentos deportivos para la iniciación</p><p>deportiva.</p><p>Conejero Suárez, M., Claver Rabaz, F., Fernández-Echeverría, C., Gil-Arias, A., & Moreno</p><p>Arroyo, M.P. (2017). Toma de decisiones y rendimiento en las acciones de juego interme-</p><p>dias y finalistas en voleibol, en sets con diferente resultado. Retos: Nuevas Perspectivas</p><p>de Educación Física, Deporte y Recreación, 31(1), 28–33.</p><p>Hernández Mendo, A. (2001). Un cuestionario para evaluar la calidad en programas de</p><p>actividad física. Revista de Psicología del deporte, 10(2), 0179-196.</p><p>Hernández-Sampieri, R., & Torres, C. P. M. (2018). Metodología de la investigación (Vol.</p><p>4, pp. 310-386). México^ ED. F DF: McGraw-Hill Interamericana.</p><p>L., D. M. (2010). Selección y desarrollo de talentos una propuesta en el ámbito escolar.</p><p>Sonora, México: Instituto tecnológico de Sonora.</p><p>Leite, N., Santos, S., Gonçalves, B., Silva, A., Duarte, R., & Sampaio, J. (2018). Examining</p><p>the Birthdates Distribution of Beijing Olympic Athletes. Revista de psicología del deporte,</p><p>27(1), 31-42.</p><p>López, E. J. M. (2007). Pruebas de aptitud física (Vol. 24). Editorial Paidotribo.</p><p>Mancheno, A. C. F., & Chávez, M. V. P. (2019). Metodología estadística para la selección</p><p>de talentos deportivos en estudiantes de 9 a 12 años: Un estudio de caso. Ciencia Digi-</p><p>tal, 3(3.2. 1), 323-337.</p><p>Morales, V., Hernández-Mendo, A., & Blanco, Á. (2005). Evaluación de la calidad en los</p><p>programas de actividad física. Psicothema, 17(2), 311-317.</p><p>Oropesa, M. J. (Octubre-2014). Algunos criterios para la selección y búsqueda de talentos</p><p>deportivos de la clase de Educacion Física. efdeportes.com, https://www.efdeportes.com/</p><p>efd197/seleccion-y-busqueda-de-talentos-deportivos.htm.</p><p>Palmi, J., & Solé, S. (2016). Intervenciones basadas en Mindfulness (Atención Plena) en</p><p>Psicología del Deporte. Revista de Psicología del Deporte, 25(1), 147-155.</p><p>Rodriguez-Marroyo, J. A., Pernía, R., Ávila, M. C., García-López, J., & Villa, J. G. (2008). El</p><p>tipo de plataforma de contacto influye en el registro de la altura de salto vertical estimada</p><p>a partir del tiempo de vuelo. Motricidad. European Journal of Human Movement, 21, 1-17.</p><p>https://www.efdeportes.com/efd197/seleccion-y-busqueda-de-talentos-deportivos.htm</p><p>https://www.efdeportes.com/efd197/seleccion-y-busqueda-de-talentos-deportivos.htm</p><p>124 125</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>Salmela, J., Regnier, G., & Proteau, L. (1987). World identification system for gymnastic</p><p>talent. Montreal Sport Pshyche Editions.</p><p>Sigua</p><p>Fernando Alves e Silva; Fernando Alípio Rollo Neto</p><p>' 10.37885/230713867 .................................................................................................................................................................................................141</p><p>Capítulo 11</p><p>EFEITOS DO ESTRESSE MENTAL SOBRE O DESEMPENHO DE ATLETAS DE ALTO RENDIMENTO</p><p>Mauro Fernando Lima da Silva; Emanuelly Rocha Farias</p><p>' 10.37885/230412720 ................................................................................................................................................................................................155</p><p>Capítulo 12</p><p>EGRESSOS DOS CURSOS DE LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA: UM ENSAIO TEÓRICO</p><p>Daiani Casagrande Pereira; Gelcemar Oliveira Farias</p><p>' 10.37885/230713834 ................................................................................................................................................................................................167</p><p>Capítulo 13</p><p>EXERCÍCIO FÍSICO INTERVALADO APÓS EVENTO CARDÍACO</p><p>Eugénia Mendes; André Novo</p><p>' 10.37885/230713725 .................................................................................................................................................................................................181</p><p>Capítulo 14</p><p>HUIZINGA E SEUS CRÍTICOS: ECO, ANCHOR, EHRMANN</p><p>Rogério de Melo Grillo; Gilson Santos Rodrigues</p><p>' 10.37885/230814077 ................................................................................................................................................................................................195</p><p>Capítulo 15</p><p>INTERVENÇÃO NO DOMICÍLIO APÓS EVENTO CARDÍACO</p><p>Ivo Lopes; Bruno Delgado; André Novo; Eugénia Mendes</p><p>' 10.37885/230713687 .................................................................................................................................................................................................207</p><p>SUMÁRIO</p><p>Capítulo 16</p><p>MOTIVAÇÕES DE MENINAS ADOLESCENTES PARA ADESÃO AO TREINAMENTO DE HANDEBOL</p><p>Vanilson Batista Lemes; Caroline Brand</p><p>' 10.37885/230713661 .................................................................................................................................................................................................215</p><p>Capítulo 17</p><p>“MUITA TEORIA E POUCA PRÁTICA”: REFLEXÕES DOCENTES NO ENSINO DE ESPORTES COLETIVOS NO</p><p>ENSINO MÉDIO</p><p>Gilson Santos Rodrigues; Douglas Vinicius Carvalho Brasil; Maria Carolina Machado Magnus; Rogério de Melo Grillo</p><p>' 10.37885/230814091 ................................................................................................................................................................................................230</p><p>Capítulo 18</p><p>NÍVEIS DE ESTRESSE PRÉ-COMPETITIVO EM JOGADORES DE VOLEIBOL</p><p>Autran José da Silva Júnior; Lilian Cristiane Gomes</p><p>' 10.37885/230613413 ................................................................................................................................................................................................242</p><p>Capítulo 19</p><p>“NO AMOR E NA DOR”: NARRATIVAS SOBRE FAMÍLIA E A CARREIRA DE JOGADOR DE FUTEBOL</p><p>PROFISSIONAL</p><p>Everton de Albuquerque Cavalcanti</p><p>' 10.37885/230713868 ................................................................................................................................................................................................255</p><p>Capítulo 20</p><p>O ESPAÇO FÍSICO EM SALA DE AULA E AS ADAPTAÇÕES CURRICULARES PARA ALUNOS COM DEFICIÊNCIA</p><p>DO ENSINO FUNDAMENTAL: UM REPENSAR NECESSÁRIO</p><p>Claudia Nakanichi; Débora Inácia Ribeiro</p><p>' 10.37885/230613445 ................................................................................................................................................................................................271</p><p>Capítulo 21</p><p>O FENÔMENO DO FLOW COMPARTILHADO</p><p>Mariana Rambaldi do Nascimento; Jéssica Roque do Nascimento; José Augusto Evangelho Hernandez</p><p>' 10.37885/230613254 ................................................................................................................................................................................................284</p><p>SOBRE OS ORGANIZADORES ............................................................................................................................. 301</p><p>ÍNDICE REMISSIVO ............................................................................................................................................. 302</p><p>01</p><p>'10.37885/230713803</p><p>01</p><p>A DANÇA COMO PRODUÇÃO DE CONHECIMENTO</p><p>NO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA NA UNEMAT:</p><p>UM ESTUDO EXPLORATÓRIO</p><p>Jheniffer Morais Ditadi</p><p>Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT)</p><p>Francisca Franciely Veloso de Almeida</p><p>Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT)</p><p>https://dx.doi.org/10.37885/230713803</p><p>RESUMO</p><p>Objetivo: O referido estudo tem como objetivo geral mapear a produção de conhecimentos</p><p>sobre dança nos cursos de licenciatura em Educação Física da Universidade do Estado de</p><p>Mato Grosso - UNEMAT nos campis de Diamantino e Cáceres, identificando os espaços de</p><p>atuação pesquisados, tipos de metodologias abordadas e quais temáticas se apresentam</p><p>nesses estudos. Métodos: A pesquisa se caracteriza como um estudo bibliográfico e explo-</p><p>ratório com uma abordagem qualitativa. A coleta de dados se deu através da busca no site</p><p>da biblioteca da UNEMAT, utilizando monografias com a temática dança, disponibilizadas</p><p>digitalmente, sendo analisados 31 trabalhos. Resultados: A partir das análises identifica-</p><p>mos 23 pesquisas que abordaram o contexto educacional (6 pesquisas bibliográficas e 17</p><p>pesquisas de campo), já os estudos que abordam os espaços não escolares, se apresentam</p><p>em menor número, com 8 monografias (2 pesquisas bibliográficas e 6 pesquisas de campo).</p><p>Conclusão: Notou-se que a produção do conhecimento da dança nos cursos se apresenta</p><p>de forma significativa no âmbito escolar, e poucos estudos que direcionam a dança na for-</p><p>mação em Educação Física, com isso a necessidade de expandir os estudos relacionados</p><p>a esse contexto profissional. Em relação aos espaços não escolares, algumas pesquisas</p><p>apresentam a dança na perspectiva da saúde, voltada a terceira idade.</p><p>Palavras-chave: Dança, Produção de Conhecimento, Formação.</p><p>14</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>A dança, desde o seu surgimento, acompanha o homem, e sempre fez parte da sua</p><p>história. Como conhecimento científico a dança é abordada no curso de Educação Física e</p><p>está presente em vários espaços formativos escolares ou não escolares; e pode ser utiliza-</p><p>da por diversas finalidades, expressão de sentimentos, o prazer pelo movimento, a busca</p><p>pela qualidade de vida, saúde, bem-estar físico e mental, portanto se apresenta de suma</p><p>importância enquanto conteúdo escolar nos espaços formativos.</p><p>Barreto (2005, p. 76) ao retratar a relação da dança com a humanidade, afirma que “[...]</p><p>o sentido da dança é a própria existência humana [...]” sentido que pode ser compreendido</p><p>nas experiências cotidianas do sujeito, que se manifesta pela interpretação de uma forma</p><p>muito própria de ver o mundo e se ver no mundo.</p><p>A escolha do tema se deu através do contato com a dança diante de pesquisas e</p><p>práticas realizadas no decorrer da formação inicial no curso de Educação Física, especifi-</p><p>camente na disciplina de Prática Curricular III, conjuntamente com a disciplina de Dança,</p><p>na qual foi abordada a dança em um projeto social desenvolvido pela prefeitura do muni-</p><p>cípio de Diamantino-MT. Nesse estudo identificamos a importância das atividades dan-</p><p>çantes para o convívio social dos idosos que fazem parte do projeto Viver legal. (DITADI;</p><p>SOUZA; ALMEIDA, 2017).</p><p>Desta forma, motivou a busca da ampliação de conhecimentos sobre essa temática,</p><p>e o interesse pelo mapeamento sobre a dança</p><p>Farez, R. G. (22 de septiembre de 2014). Capacitaciones y selección de talentos</p><p>deportivos en niños de 5 a 8 años en gimnasia, mediante la creación de la escuela de</p><p>gimnasia artística vespertina de la ciudad de cuenca. Cuenca.</p><p>Suárez-Cadenas, E., & Courel-Ibáñez, J. (2017). Shooting strategies and effectiveness</p><p>after offensive rebound and its impact on game result in Euroleague basketball teams. Cua-</p><p>dernos de Psicología del Deporte, 1(3), 217-222.</p><p>Toroshina, O., & Israel, M. (2015). Diseño de una estrategia educativa para la selección de</p><p>talentos deportivos en estudiantes de educación general básica (Master’s thesis, Pontificia</p><p>Universidad Católica del Ecuador Sede Ambato).</p><p>Vilanueva Suárez, J. (2018). Estrategias técnicas de la gimnasia artística en el desarrollo</p><p>de habilidades y destrezas de escolares de 12 años. Guayaquil: Facultad de educación</p><p>física, deportes y recreación.</p><p>09</p><p>'10.37885/230713734</p><p>09</p><p>DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR NA EDUCAÇÃO</p><p>INFANTIL: RELATO DE EXPERIÊNCIA</p><p>Matheus Menezes de Carvalho</p><p>Vinícius de Almeida Boaes</p><p>Maria Auxiliadora Terra Cunha</p><p>Rosana da Silva Berg</p><p>Lucila Neves Cruz</p><p>Artigo original publicado em: 2023</p><p>FIEP BULLETIN</p><p>Oferecimento de obra científica e/ou literária com autorização do(s) autor(es) conforme Art. 5, inc. I da Lei de Direitos Autorais - Lei 9610/98</p><p>https://dx.doi.org/10.37885/230713734</p><p>ABSTRACT</p><p>This work is an experience report in a Nursery School, during the Supervised Internship.</p><p>During the classes, with the help and supervision of the teacher, recreational activities were</p><p>proposed to stimulate different skills, whether psychic or motor. Subsequently, we correla-</p><p>ted them with aspects described in Gallahue’s studies on psychomotor development and in</p><p>Wallon, analyzing the affective and psychological developmental part so that we could obtain</p><p>concrete data regarding the psychomotor development of four and five year old students. Both</p><p>theorists study Psychomotricity, but with an emphasis on different areas, which allowed the</p><p>study to be more comprehensive. The methodology consisted of using Games and Games,</p><p>making it possible, through observations, to qualify and compare psychomotricity characte-</p><p>ristics of that particular group. The classes selected for the study were from early childhood</p><p>education, with ages ranging from four to five years, totaling twelve children, seven of which</p><p>were four years old. We use playfulness as an attractive tool, applying activities and noting</p><p>the performance of each of the participants, making it possible to observe changes in lear-</p><p>ning, providing adequate conditions for global development, respecting specificities. In this</p><p>way, the changes in the scales proposed by Gallahue could be verified. We believe that a</p><p>good foundation of psychomotor education is fundamental for the development of the entire</p><p>learning process of infants.</p><p>Keywords: Psychomotor Development, Early Childhood Education, Fun and Games.</p><p>128</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>A Sociedade Brasileira de Psicomotricidade – SBP (1999) afirma que essa ciência tem</p><p>como objeto de estudo o homem, através do seu corpo em movimento e em relação ao seu</p><p>mundo interno e externo, bem como suas possibilidades de perceber, atuar, agir com o outro,</p><p>com os objetos e consigo mesmo. Está relacionada ao processo de maturação, onde o corpo</p><p>é a origem das aquisições cognitivas, afetivas e orgânicas. Portanto, é possível afirmar que</p><p>a psicomotricidade e o desenvolvimento motor unem o movimento e o cognitivo para que</p><p>se obtenha um único resultado: o total desenvolvimento do indivíduo.</p><p>Durante o Estágio Supervisionado Remunerado, foi possível notar diversos proble-</p><p>mas dos profissionais em tentar estimular as habilidades das crianças, pois elas podem</p><p>facilmente enjoar daquilo que são exercícios ricos em experiências motoras, porém pouco</p><p>atrativas. A partir dessas considerações faz-se necessário desenvolver atividades que sejam</p><p>lúdicas, tornando o exercício em uma atividade interessante aos olhos das crianças.</p><p>No ato de brincar teóricos como Cunha (1997) e Lorenzini (2002) afirmam que não há</p><p>erros por parte das crianças e, sim, tentativas de acertar. Na faixa etária entre quatro a seis</p><p>anos, normalmente a criança não tem medo de errar, pois arrisca mais vezes, obtendo, ainda,</p><p>um clima descontraído. Vygotsky (1984) afirma ser a partir dos Jogos e das Brincadeiras que</p><p>as crianças têm mais facilidade para aprender o que lhes é proposto, uma vez que propiciam,</p><p>também, um maior desenvolvimento cognitivo às crianças.</p><p>Gallahue (2008) separa o desenvolvimento motor em etapas. E, para ilustrar sua teoria,</p><p>criou uma espécie de ampulheta, dividida em quatro segmentos, onde em cada segmento</p><p>organiza uma descrição daquela fase. Desta maneira, foi possível caracterizar em que etapa</p><p>a criança se encontra, fazendo uma análise qualitativa do desenvolvimento motor da criança</p><p>e descobrindo se ela estará em uma fase motora equivalente a idade. Ozmun & Goodway</p><p>(2013) defendem que o desenvolvimento motor representa um tempo em que as crianças</p><p>mais novas estão ativamente envolvidas na exploração e experimentação do potencial de</p><p>movimento de seus corpos. É um tempo de descoberta do modo de executar uma série de</p><p>movimentos de estabilidade, locomoção e manipulação. Esses, primeiramente são isolados</p><p>e, depois, organizados em combinação com outros.</p><p>De acordo com a Base Nacional Comum Curricular – BNCC (BRASIL, 2017) a Educação</p><p>Infantil, primeira etapa da Educação Básica, é o início e o fundamento do processo edu-</p><p>cacional. A entrada na creche ou na pré-escola significa, na maioria das vezes, a primeira</p><p>separação das crianças dos seus vínculos afetivos familiares para se incorporarem a uma</p><p>situação de socialização estruturada. Sendo assim, as experiências na primeira infância têm</p><p>um impacto significativo para o desenvolvimento motor, afetivo, social e cognitivo da criança.</p><p>Por isso, a Creche Escola oferece uma educação integral voltada para a complementação</p><p>128 129</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>do ensino familiar e comunitário, a fim de proporcionar aos alunos oportunidades de lidar</p><p>com as informações do meio para construir conhecimento e elaborar ideias transformadoras</p><p>sobre o mundo. Ainda, de acordo com os eixos estruturantes das práticas pedagógicas e as</p><p>competências gerais da Educação Básica propostas pela Base, os direitos de aprendizagem</p><p>e desenvolvimento, como conviver, brincar, participar, explorar, expressar e conhecer-se,</p><p>asseguram, na Educação Infantil, as condições para que as crianças aprendam em situações</p><p>nas quais possam desempenhar um papel ativo em ambientes que as convidem a vivenciar</p><p>desafios e a sentirem-se provocadas a resolvê-los, na quais possam construir significados</p><p>sobre si, os outros e o mundo social e natural.</p><p>Quanto ao desenvolvimento afetivo, Wallon (2008) afirma ser bem definida sua posi-</p><p>ção a respeito da importância da afetividade para o desenvolvimento da criança. Em sua</p><p>opinião, ela tem papel imprescindível no processo de desenvolvimento da personalidade</p><p>e este, por sua vez, se constitui sob a alternância dos domínios funcionais, uma vez que é</p><p>possível observar o desenvolvimento da pessoa como uma construção progressiva em que</p><p>se sucedem fases com predominância alternadamente afetiva e cognitiva. Reforçando estes</p><p>conceitos Galvão (2007) diz que as atividades predominantes correspondem aos recursos</p><p>que a criança dispõe, no momento, para interagir com o ambiente. Kishimoto (1993) obser-</p><p>vou que os Jogos e Brincadeiras, principalmente as lúdicas, são ferramentas que podem</p><p>contribuir diretamente no desenvolvimento dos alunos, auxiliando para que não seja visto</p><p>como</p><p>algo fora de contexto, uma vez que através de brincadeiras livres, eles conseguem</p><p>interagir com outras crianças e terem contato direto com os objetos que os cercam.</p><p>A partir dessas considerações, busca-se saber: - De que maneira atividades lúdicas,</p><p>como Jogos e Brincadeiras, podem influenciar no desenvolvimento psicomotor para a for-</p><p>mação de crianças de cinco e seis anos durante a Educação Infantil?</p><p>Com a prática de atividades lúdicas é possível estimular o desenvolvimento psicomotor</p><p>para a formação de crianças de cinco e seis anos, durante a Educação Infantil, utilizando</p><p>como base conceitos e fundamentos da teoria de Gallahue, Ozmun & Goodway (2013),</p><p>aliando Jogos e Brincadeiras, a fim de comprovar o impacto que essas atividades possuem</p><p>no processo de desenvolvimento infantil.</p><p>Este estudo busca observar, a partir das atividades realizadas no Estágio Supervisionado</p><p>Remunerado, aplicando o lúdico ao desenvolvimento motor e afetivo de crianças de quatro e</p><p>cinco anos no estágio elementar. Como escola de Educação Infantil, seu objetivo educacional</p><p>é assumir simultaneamente um papel social e educativo na formação das crianças, lançando</p><p>as bases da formação de seres humanos integrais e integrados ao lugar pertencente. Dessa</p><p>maneira assumimos a importância em promover, de modo prazeroso e efetivo, atividades</p><p>130</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>que enriquecerão o repertório psicomotor da criança e levarão os alunos a despertar seus</p><p>potenciais individual e coletivo.</p><p>REFERENCIAL TEÓRICO PSICOMOTRICIDADE</p><p>De acordo com Costa (2008) foi somente no século XX que se começou a reco-</p><p>nhecer a ligação entre corpo e psiquismo, tornando-se algo individual. O responsável por</p><p>esta descoberta foi Dupré (1909). Wallon (1986) foi, provavelmente, o grande pioneiro da</p><p>Psicomotricidade enquanto campo científico. Buscou comprovar a ação recíproca entre as</p><p>funções mentais e as motoras, defendendo que a atividade postural e o estado emocional</p><p>possuíam uma origem em comum, o descrevendo como um fenómeno tónico-postural, a fim</p><p>de comprovar o impacto que as ações motoras possuem no indivíduo. Para ele a criança</p><p>precisa se conhecer para se situar e interferir no meio que a envolve, pois, o conhecimento</p><p>que vai adquirindo vai fazê-la sentir prazer nas atividades que executa, não somente enquanto</p><p>movimentos, mas enquanto ações. Essas ações foram observadas por teóricos e citados</p><p>por Santos (2015), caracterizando-se por serem decorrentes de uma atividade cognitiva, ou</p><p>seja, partem do movimento ao pensamento.</p><p>Para Volpe (2008), em 1947, Ajuriaguerra & Dakine, redefiniram o conceito de debilida-</p><p>de motora, considerando-a uma síndrome com particularidades específicas. Empenharam-</p><p>se em compreender a patogênese, a saber, a parte da patologia que se dedica ao estudo</p><p>detalhado dos modos pelos quais uma doença evoluiu dos distúrbios. Criaram um exame</p><p>psicomotor que permitia que fosse avaliado qual o nível de debilidade motora do indivíduo.</p><p>Costa (2008) afirma que com os resultados deste exame foi possível traçar um plano de</p><p>Reeducação Psicomotora do Indivíduo. Diz, ainda, que na década de 1970, estes estudiosos</p><p>elaboraram um novo método que promoveu um distanciamento progressivo da atitude de</p><p>“Testador - Reeducador-Reparador” para se aproximarem da postura de “compreender o</p><p>indivíduo e auxiliá-lo”, adotando uma posição mais terapêutica. Com essas novas terapias,</p><p>Vieira, Batista & Lapierre (2005) observaram que se abre um espaço significativo no âmbito</p><p>educativo que facultou uma pedagogia baseada na descoberta através do Jogo, no desejo</p><p>de aprender e no movimento espontâneo, onde se deveria trabalhar com o que há de positivo</p><p>na criança, partindo do princípio de que a melhor forma de auxiliar a ultrapassar as suas</p><p>dificuldades era por meio das experiências vividas. E, desta forma, chegamos ao conceito de</p><p>psicomotricidade como meio do conhecimento que hoje conhecemos, pois consideramos que</p><p>ela estuda o ser como um todo, sem que haja separação do que é corpo e mente, ou corpo</p><p>e psiquismo e o seu papel é mostrar a importância de um bom desenvolvimento psicomo-</p><p>tor. E, também, maneiras de como prover estímulos para os indivíduos, a fim de promover</p><p>um bom desenvolvimento psicomotor para além de, por vezes, tratar alguma debilidade</p><p>130 131</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>motora em indivíduos que já apresentem algum indício, como também evitar que indivíduos</p><p>que possuam o desenvolvimento motor adequado não venham a apresentar alguma “falha</p><p>de desenvolvimento” por falta de estímulos. Ressalta-se a importância dos Jogos nesse</p><p>processo, pois eles são a ferramenta do psicomotricista no desenvolvimento de seu trabalho.</p><p>Educação Física Escolar</p><p>A Educação Física, segundo a BNCC (BRASIL, 2017) aborda a expressão dos alunos</p><p>através das práticas corporais, que possibilitam experiências sociais, estéticas, emotivas</p><p>e lúdicas, essenciais para a Educação Básica. Busca-se compreender como linguagem, a</p><p>Educação Física Escolar que abrange os Esportes, as Lutas, as Ginásticas, as Danças, os</p><p>Jogos e Brincadeiras. Ressalta-se que as práticas corporais na escola devem ser recons-</p><p>truídas com base em sua função social e suas possibilidades materiais. Isso significa dizer</p><p>que as mesmas podem ser transformadas no interior da escola. É importante reconhecer,</p><p>também, a necessária continuidade às experiências em torno do brincar, desenvolvidas</p><p>na Educação Infantil. As crianças possuem conhecimentos que precisam ser, por um lado,</p><p>reconhecidos e problematizados nas vivências escolares com vistas a proporcionar a com-</p><p>preensão do mundo e, por outro, ampliados de maneira a potencializar a inserção e o trânsito</p><p>dessas crianças nas várias esferas da vida social.</p><p>É fundamental frisar que a Educação Física oferece uma série de possibilidades para</p><p>enriquecer a experiência das crianças, jovens e adultos na Educação Básica, permitindo o</p><p>acesso a um vasto universo cultural. Esse universo compreende saberes corporais, expe-</p><p>riências estéticas, emotivas, lúdicas e agonistas, que se inscrevem, mas não se restringem,</p><p>à racionalidade típica dos saberes científicos que, comumente, orienta as práticas peda-</p><p>gógicas na escola. Experimentar e analisar as diferentes formas de expressão que não se</p><p>alicerçam apenas nessa racionalidade é uma das potencialidades desse componente na</p><p>Educação Básica. Nas aulas, tais práticas devem ser abordadas como fenômeno cultural</p><p>dinâmico, diversificado, pluridimensional, singular e contraditório. Desse modo, o documento</p><p>da BNCC (BRASIL, 2017) ressalta que é possível assegurar aos alunos a (re)construção de</p><p>um conjunto de conhecimentos que permitam ampliar sua consciência a respeito de seus</p><p>movimentos e dos recursos para o cuidado de si e dos outros e desenvolver autonomia para</p><p>apropriação e utilização da cultura corporal de movimento em diversas finalidades humanas,</p><p>favorecendo sua participação de forma confiante e autoral na sociedade.</p><p>O professor de Educação Física, de acordo com D’Avila & Silva (2018), deve, ao</p><p>planejar aulas, implementar atividades que proporcionem à criança usar a criatividade e</p><p>imaginação, oportunizando experiências que possibilitem desenvolver habilidades moto-</p><p>ras fundamentais por meio de padrões básicos de movimentos, observando a importância</p><p>132</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>do lúdico para o desenvolvimento físico motor e social nas aulas de Educação Física. Por</p><p>consequência, acaba sendo peça chave fundamental nas propostas das atividades com</p><p>coerência e muita eficiência, criando progressões</p><p>de acordo com os níveis de dificuldades</p><p>adequadas, respeitando as atividades conforme a faixa etária, a utilização das linguagens</p><p>informais, explicando de modo bem detalhado e se necessário apresentar os valores éticos</p><p>e morais, bem como a abordagem multiculturalista. É necessário, ainda, pensar sobre o</p><p>papel do professor de Educação Física na Educação Infantil, sobre a sua importância no</p><p>desenvolvimento social, cognitivo e motor das crianças em fase de desenvolvimento, em</p><p>que o principal é a variedade de experiências direcionadas de acordo com a especificidade</p><p>dessa fase significativa para seu desenvolvimento ao longo da vida. Desta forma ele pode e</p><p>deve trabalhar de forma interdisciplinar com outros professores, unindo seus conhecimentos</p><p>em benefício de uma experiência enriquecedora para todos, a fim de que se desenvolvam</p><p>integralmente e experimentem situações novas e desafiadoras em suas vidas.</p><p>Desenvolvimento Motor</p><p>O desenvolvimento motor é um processo de mudança de comportamento, em todas as</p><p>idades do ser humano. Nossa vida é baseada e dependente dos movimentos. Em tudo o que</p><p>fazemos desde bebê até a velhice envolve movimento. Os processos do desenvolvimento se</p><p>encontram essencialmente no ensino. As experiências de aprendizado, sejam elas em escolas</p><p>ou locais esportivos, acontecem para que seja avaliado o desempenho motor da criança ou,</p><p>até mesmo, do adulto. Essas práticas são dadas de acordo com a faixa etária. O que vai nos</p><p>mostrar se houve aprendizado, é o desenvolvimento ao longo das práticas, pois são três os</p><p>fatores que podem influenciar diretamente no desenvolvimento motor do indivíduo, a saber,</p><p>o fator individual que envolve a hereditariedade, biologia, natureza e fatores intrínsecos; o</p><p>ambiental, que envolve experiência, aprendizado, criação e fatores extrínsecos; e o fator</p><p>tarefa, que envolve fatores físicos e mecânicos.</p><p>Cada ser humano tem seu modo de executar seus movimentos. Uns com mais êxitos</p><p>e outros nem tanto, independentemente da idade. Por isso, segundo Gallahue, Ozmun &</p><p>Goodway (2013, p. 22), lidamos com o desenvolvimento motor como um processo contínuo,</p><p>visto que ocorre durante toda a vida. E nos demonstra através da ampulheta que foi criada</p><p>de forma representativamente visual, as fases, estágios e faixas etárias do desenvolvimento</p><p>motor. Através dela, podemos observar as fases do desenvolvimento motor, de uma forma</p><p>tanto descritiva, quanto explicativa. Com isso, obtemos importantes informações para com-</p><p>preendermos melhor “o que” ou “como” ocorre neste processo no qual chamamos de desen-</p><p>volvimento motor (p. 66). Esse desenvolvimento se divide em quatro fases em sequência,</p><p>de acordo com o avanço da idade.</p><p>132 133</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>A Tabela 1 foi organizada por nós, baseando-se nos estudos teóricos de Gallahue</p><p>& Donnelly (2008). A ênfase será a Fase Motora Fundamental, mais especificamente, a</p><p>Elementar, com crianças de quatro e cinco anos, que é construída a partir de práticas, estí-</p><p>mulos, instruções e é consequência da fase anterior, rudimentar, indo desde o nascimento</p><p>até os dois anos. A criança explora e experimenta suas capacidades motoras através de</p><p>Brincadeiras e Jogos. É onde ela aprende a pular, correr, saltar, chutar, arremessar, entre</p><p>outros. Evolui em relação aos estágios anteriores e adquire maior controle motor e coorde-</p><p>nação rítmica das habilidades do movimento fundamental. Sincroniza com mais facilidade</p><p>os elementos temporais e espaciais do movimento, mas nesse estágio os padrões de mo-</p><p>vimentos são geralmente restritos ou exagerados, mesmo com a melhora da coordenação.</p><p>Constatamos que há progressão no controle dos movimentos da criança. É importante frisar</p><p>que, indivíduos em geral, seja criança ou adulto, não são todos que conseguem passar desse</p><p>estágio elementar em uma ou mais habilidades de movimento fundamental. Isso ocorre pela</p><p>falta de estímulo de determinadas habilidades de movimento durante a infância, fazendo</p><p>com que essas limitações estejam presentes ao longo da vida.</p><p>Tabela 1. Fase Motora Fundamental.</p><p>Fonte: Gallahue & Donnelly (2008).</p><p>A Fase Fundamental é construída a partir de práticas, estímulos, instruções e é conse-</p><p>quência da fase anterior, rudimentar, indo desde o nascimento até os dois anos. A criança</p><p>explora e experimenta suas capacidades motoras através de Brincadeiras e Jogos. É onde</p><p>ela aprende a pular, correr, saltar, chutar, arremessar, entre outros. Evolui em relação aos</p><p>estágios anteriores e adquire maior controle motor e coordenação rítmica das habilidades</p><p>do movimento fundamental. Sincroniza com mais facilidade os elementos temporais e espa-</p><p>ciais do movimento, mas nesse estágio os padrões de movimentos são geralmente restritos</p><p>134</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>ou exagerados, mesmo com a melhora da coordenação. Com isso, constatamos que há</p><p>progressão no controle dos movimentos da criança. É importante frisar que, indivíduos em</p><p>geral, seja criança ou adulto, não são todos que conseguem passar desse estágio elementar</p><p>em uma ou mais habilidades de movimento fundamental. Isso ocorre pela falta de estímulo</p><p>de determinadas habilidades de movimento durante a infância, fazendo com que essas</p><p>limitações estejam presentes ao longo da vida.</p><p>O Estágio Elementar de Desenvolvimento da Habilidade Motora Fundamental de</p><p>Gallahue, Ozmun & Goodway (2013) é típico da performance de crianças dos três aos</p><p>cinco anos de idade. Parece depender primeiramente de amadurecimento. Neste período</p><p>transitivo entre os estágios iniciais e maduros a performance coordenada e rítmica melhora</p><p>e as crianças ganham maior controle sobre seus movimentos. No entanto os movimentos</p><p>desse estágio parecerão um tanto incapazes e sem fluidez. Muitos adultos alcançaram so-</p><p>mente essa fase elementar em atividades básicas como arremessar, rebater e pegar. Eles</p><p>progrediram para esse estágio primeiramente através da maturação, mas, por insuficiência</p><p>de prática, encorajamento e instrução, falharam ao atingir o estágio maduro. O núcleo do</p><p>programa de Educação Física desenvolvimentista para crianças da Educação Infantil e Ciclo</p><p>Inicial Fundamental deve focalizar o auxílio para progressão do estágio elementar para o</p><p>estágio maduro e com ampla variedade de movimentos fundamentais. Portanto, deve-se dar</p><p>a devida atenção a essa faixa etária, pois é nela que desenvolvemos boa parte dos gestos</p><p>motores que utilizaremos para o resto da vida, por este motivo essa fase se denomina fase</p><p>motora fundamental.</p><p>Jogos e Brincadeiras</p><p>O documento norteador da educação brasileira tem um diálogo extenso com as</p><p>Diretrizes Curriculares para a Educação Infantil (BRASIL, 2009), ao trazer a concepção e</p><p>percepção de que a criança é um ser que constrói sua própria identidade, sua personalidade</p><p>pessoal e coletiva, brincando, imaginando, fantasiando, desejando, aprendendo, observando,</p><p>experimentando, narrando, questionando e construindo sentidos sobre a sua natureza e a</p><p>sociedade produzindo cultura. O brincar é visto na Base (p. 37) como uma construção que</p><p>vai inserir a criança ao meio social, se adaptando e interagindo com o meio. Sendo assim,</p><p>é de suma importância fortalecer estas habilidades aprendidas uma vez que elas refletem</p><p>diretamente no processo cognitivo da criança. Portanto esta pesquisa teve como base apurar</p><p>de que forma os Jogos e as Brincadeiras são transmitidos na Educação Infantil, dos quatro</p><p>aos cinco anos, explorando, também, a colaboração delas para o método de edificação na</p><p>aprendizagem dos alunos nessa etapa. Para fundamentar esse estudo foram utilizadas as</p><p>teorias básicas de Kishimoto (1993) e Piaget (1976) onde eles afirmam que, as crianças</p><p>134 135</p><p>Ciências do Esporte</p><p>e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>têm papel ativo devido à adaptação e influência do meio. Tendo em vista que o estímulo é o</p><p>fator primordial da aprendizagem, uma vez que o brincar e o jogar, promove a identificação,</p><p>havendo influência direta nas atividades sensório-motora. Contudo, a metodologia ativa da</p><p>educação requer que haja estímulos através de materiais adequados para que, brincando</p><p>e jogando, elas atinjam suas realidades intelectuais e desenvolvimento de todo seu corpo.</p><p>Entre as coisas que a criança mais gosta está o brincar, que é uma ação livre, dá pra-</p><p>zer, relaxa, envolve, ensina regras e desenvolve habilidades. A introdução de brinquedos e</p><p>Brincadeiras na Educação Infantil é muito importante para garantir a cidadania da criança e</p><p>ações pedagógicas de maior qualidade. Ao brincar, a criança explora o mundo dos objetos,</p><p>das pessoas, da natureza e da cultura. Expressa sua individualidade e identidade por meio</p><p>de diferentes linguagens, de usar o corpo, os sentidos, os movimentos, de solucionar pro-</p><p>blemas e criar. Para Kishimoto (1996) a criança não nasce sabendo brincar, mas ela precisa</p><p>ser estimulada a aprender, por meio das interações com outras crianças e com os adultos.</p><p>Assim, observando outras crianças e o professor, ela aprende sobre o brincar e suas regras,</p><p>aproveitando a liberdade que tem para escolher um brinquedo e aprender novas brincadeiras.</p><p>METODOLOGIA DO ESTUDO</p><p>O tipo de pesquisa é um Relato de Experiência ou Estudo de Caso que, geralmente,</p><p>segundo Cunha (2022), é organizado em torno de um pequeno número de questões que</p><p>se referem a buscar o como e o porquê de uma investigação, uma vez que representa uma</p><p>estratégia para quando temos o fenômeno e o contexto fortemente ligados. Foram neces-</p><p>sários, inicialmente, uma reflexão e uma base teórica para determinar como estas serão</p><p>realizadas. A escolha metodológica se justifica, pois, sua abordagem tem por objetivo de-</p><p>monstrar a aplicação, as vantagens e limitações mais comuns encontradas, percebendo o</p><p>que o caso sugere a respeito do todo e não, apenas, o estudo daquele determinado caso.</p><p>Portanto, por meio deste estudo do caso objetiva-se demonstrar a influência da Educação</p><p>Psicomotora para crianças, na faixa etária de quatro e cinco anos. As ferramentas para a</p><p>Coleta e Análise de Dados foram escolhidas conforme o objetivo da pesquisa e os recursos</p><p>disponibilizados pela Instituição, em vários vídeos via site institucional e ilustrados, em forma</p><p>de desenhos, pelos participantes do TCC.</p><p>O estudo, em conjunto com o professor responsável pela turma da Educação Infantil,</p><p>aconteceu por quatro meses durante o Estágio Supervisionado, realizado na Creche Escola</p><p>Sonho Encantado, localizada no Méier, RJ, com sete crianças de quatro anos, sendo três</p><p>meninos e cinco crianças de cinco anos, sendo somente uma menina, objetivando propor</p><p>atividades lúdicas, que estimulem diversas faculdades motoras, observando o impacto des-</p><p>sas ações no desenvolvimento psicomotor dos infantes.</p><p>136</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>Para que fosse possível relatar essas experiências sobre o desempenho do desenvol-</p><p>vimento motor de crianças de quatro e cinco anos utilizamos como base a teoria desenvol-</p><p>vimentista de Gallahue e organizamos uma tabela (vide figura 1), onde procuramos carac-</p><p>terizar em qual estágio da Fase Motora a criança se encontra. E, a teoria Walloniana, com o</p><p>intuito de mostrar que a ação lúdica é responsável pela estimulação psicomotora, associada</p><p>a afetividade. Observar o desempenho desses alunos durante algumas práticas de ativida-</p><p>des lúdicas foi a estratégia para o Estudo de Caso, analisando um fenômeno atual, em seu</p><p>contexto real e as muitas variáveis que o influenciam. As Análise e Discussão dos Dados</p><p>Coletados foram ilustradas em formato de desenhos, por um dos autores dessa pesquisa.</p><p>Tabela 2. Atividades Propostas.</p><p>Cubo Mágico Motor</p><p>Atividade: A atividade se inicia com quatro bambolês com várias bolinhas de cores diversas dentro. Os alunos,</p><p>que estarão organizados em duas fileiras nas laterais dos bambolês, terão como objetivo “desembaralhar”</p><p>as cores com a maior velocidade que conseguirem, as colocando em seus bambolês de cores respectiva.</p><p>Objetivo: Trabalharemos elementos como tempo, velocidade, agilidade e raciocínio. A base deste Jogo é a</p><p>cooperação, fazendo com que um ajude o outro e perceba que sem o colega, ele não conseguirá atingir o</p><p>objetivo de concluir o Jogo em menor tempo. A habilidade utilizada, adquirida ainda na primeira infância</p><p>dessas crianças, é a de pegar, citada na figura1. A ludicidade é utilizada como estímulo, tanto na brincadeira,</p><p>quanto nos incentivos do professor. Sendo assim, a criança demonstra interesse em participar, direciona seu</p><p>foco para a brincadeira e adquire aprendizado.</p><p>Avaliação: As crianças que participaram, perceberam logo no decorrer da atividade que, se não trabalhas-</p><p>sem em equipe, não conseguiriam terminar no menor tempo possível. Observou-se que os alunos maiores,</p><p>começaram a auxiliar os menores estimulando o próprio companheiro para a execução rápida da atividade.</p><p>A partir da ação recíproca entre as funções mentais e motoras destacadas por Wallon (1986), ao se referir ao</p><p>trabalho realizado em Equipe, pode-se constatar que, de acordo com Gallahue (2008), houve a progressão</p><p>no controle dos movimentos da criança.</p><p>Bambolinha</p><p>Atividade: Serão dispostas duas fileiras de bambolês, cada um contendo uma bolinha, que os alunos deverão</p><p>retirá-las do bambolê utilizando os pés, sem chutar, apenas segurando-as com os pés, saltando e arremes-</p><p>sando-as para fora, de maneira competitiva, visando terminar antes do outro aluno.</p><p>Objetivo: Trabalharemos as habilidades motoras fundamentais manipulativas grossas através de múltiplos</p><p>elementos, sendo eles agilidade, equilíbrio, coordenação motora e tempo. Manipulação motora grossa re-</p><p>fere-se aos movimentos que envolvem dar força a objetos ou receber força dos objetos. Assim, arremessar,</p><p>receber, chutar, agarrar e rebater são considerados exemplos dessas habilidades.</p><p>Avaliação: A coordenação motora com os pés é quem auxilia, dando forças para pular, correr, saltar, dançar</p><p>e outras diversas atividades que obtenha o impulso físico. Assim como a coordenação motora fina, a grossa</p><p>também precisa ser estimulada desde a primeira infância, pois na infância o movimento passa a ser um dos</p><p>meios mais importantes do aprendizado.</p><p>136 137</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>Corrida de Bambolê</p><p>Atividade: Para dar início a essa atividade foi traçada uma linha de partida e outra de chegada com pequenos</p><p>cones. Esta brincadeira tem como objetivo fazer com que o aluno passe o bambolê através de seu corpo</p><p>até chegar ao destino que foi marcado pelo professor. Ao chegar, o aluno deverá deixar o bambolê e voltar</p><p>para o ponto de partida.</p><p>Objetivo: Essa atividade é ótima para trabalhar a concentração e coordenação motora dos alunos. Além disso,</p><p>ela melhora a Psicomotricidade, pois as crianças aprenderão a ter controle do próprio corpo ao ter que se</p><p>movimentar e passar o bambolê através do mesmo. Para Wallon (2007), na faixa desenvolvimental dos três</p><p>aos seis anos, a tarefa central é o processo de formação da personalidade. A construção da consciência de si</p><p>se dá por meio das interações sociais, reorientando o interesse da criança para as pessoas, definindo o retomo</p><p>da predominância das relações afetivas. Avaliação: Observou-se que durante as atividades competitivas, as</p><p>crianças se esforçam mais para obter a conquista, querendo sempre buscar seu êxito na brincadeira. E, muitas</p><p>vezes, é preciso que tenham cuidados para que seja de uma forma saudável, fazendo com que seu revés não</p><p>as desanime em aprender e evoluir, estimulando sempre o fator de execução a ser elogiado pelo professor.</p><p>Isso acontece ao mesmo tempo em que o incentivo em ajudar o próximo com dificuldades na execução, faz</p><p>com que cada uma delas cresça com essa ideia de reciprocidade, muito utilizada durante o Estágio, tornando</p><p>essa ação espontânea por essas crianças.</p><p>Pesca a Bolinha</p><p>Atividade: Cada aluno irá se posicionar em frente a um bambolê cheio de bolinhas e o desafio da brincadeira</p><p>é retirar as bolinhas de dentro do bambolê, usando somente os pés. Para isso o aluno deverá se posicionar</p><p>sentado ao chão e executar um movimento semelhante a uma “pinça”, utilizando-se dos pés.</p><p>Objetivo: Por ser uma brincadeira competitiva, vence o participante que retirar todas as bolinhas de dentro</p><p>primeiramente. Observa-se que para conseguir brincar ele necessita desenvolver uma habilidade motora</p><p>manipulatória muito específica para que ele consiga segurar e locomover a bolinha de dentro para fora do</p><p>bambolê. Essa habilidade se encaixa como uma coordenação motora fina, pois ele deve ter absoluto controle</p><p>dos pés durante a execução do movimento, caso contrário ou ele não conseguirá segurar a bolinha.</p><p>Avaliação: Essa atividade possui grande importância, pois desde sempre conseguimos ter o fácil manuseio</p><p>e controle dos movimentos dos braços, punhos e mãos e acabamos deixando de lado movimentos com os</p><p>membros inferiores que, por sinal, seu estímulo deveria ser trabalhado igualmente desde essa idade para</p><p>que a criança compreenda seu centro de gravidade.</p><p>Arremesso no Balde</p><p>Atividade: Inicia-se a atividade precisando utilizar-se do arremesso para acertar as bolinhas ao balde, uma</p><p>por vez, permanecendo apenas dentro do bambolê, fazendo com que tenham uma noção da força e precisão</p><p>para que consigam executar o arremesso e acertar o balde.</p><p>Objetivo: No que concerne aos procedimentos metodológicos para se ter acesso à criança, Wallon (2007)</p><p>elege a observação como o instrumento privilegiado da psicologia genética, permitindo o acesso à atividade</p><p>da criança em seus contextos, condição para que se compreenda o real significado de cada uma de suas</p><p>manifestações. Só podemos entender as atitudes da criança se entendemos a trama do ambiente no qual</p><p>está inserida, sendo de suma importância fazer com que os alunos conheçam os limites de seus corpos, do</p><p>que são capazes através do brincar focando nas práticas corporais, utilizando do estágio elementar onde o</p><p>arremesso é básico com rotação de tronco.</p><p>Avaliação: Observou-se que nessa atividade algumas crianças tiveram mais consciência da força aplicada a</p><p>partir de sua distância entre o balde para acertar e aos poucos foi criando o entendimento e autonomia do</p><p>próprio arremesso. A faixa etária nessa observação não correspondeu à da tabela 1 e mostrou-se diferente,</p><p>pois um aluno, com quatro anos atingiu o maior número de bolinhas dentro do balde aplicando, além do</p><p>arremesso básico com rotação de tronco, a identificação e utilização das pernas para dar maior projeção</p><p>com a bola. Esse reconhecimento criou-se o estímulo e a observação dos outros para persuadi-los a executar</p><p>os mesmos movimentos.</p><p>Um procedimento de atividades lúdicas foi realizado para estimulação desse desenvol-</p><p>vimento psicomotor, facilitando o entendimento, a parte social e, até mesmo a progressão</p><p>pedagógica nas atividades. Sendo assim, os próprios alunos darão sinais positivos corpo-</p><p>ralmente e cognitivamente, facilitando este progresso, uma vez que a sua grande maioria</p><p>corresponde aos estímulos propostos pelo professor e com o incentivo de seus companhei-</p><p>ros. Os materiais utilizados para a intervenção lúdica foram diversos objetos disponibilizados</p><p>para as atividades realizadas na Creche Escola Sonho Encantado, como bambolês, bolinhas</p><p>coloridas, baldes, sucatas e utensílios domésticos de acordo com a idade cronológica e</p><p>psicomotora do sujeito. E, além disso, foi considerado e estimulado o nível sociocultural das</p><p>crianças, pois, é uma escola particular de Zona Norte, em que o nível social dessas crianças</p><p>138</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>facilita maior acessibilidade a brinquedos, jogos, materiais didáticos, reforçando, assim, o</p><p>lado lúdico para que esse desenvolvimento seja aprimorado.</p><p>CONSIDERAÇÕES FINAIS</p><p>A análise e discussão dos dados obtidos durante o período de Estágio Supervisionado</p><p>têm como objetivo comprovar a influência positiva do desenvolvimento psicomotor na</p><p>Educação Infantil, amparado pelas ideias de Gallahue (2008). Durante o Estágio na Creche</p><p>Escola Sonho Encantado, foram propostas atividades, em conjunto com o professor, que</p><p>pudessem estimular o desenvolvimento psicomotor do aluno, para que posteriormente fosse</p><p>possível avaliar o comportamento dos alunos perante as atividades propostas.</p><p>Os resultados desse material adquirido após quatro meses de experiência indicaram</p><p>que os Jogos e as Brincadeiras possuem papel fundamental no desenvolvimento psicomotor,</p><p>principalmente quando os associamos as propostas de Gallahue e as de Wallon, estimulan-</p><p>do a criatividade, a imaginação, à participação e a motivação das crianças. Através dessas</p><p>atividades lúdicas, também é possível observar modificações no aprendizado da criança,</p><p>propiciando condições adequadas para seu desenvolvimento global, respeitando suas espe-</p><p>cificidades e, consequentemente, as mudanças nas escalas propostas por Gallahue (2008)</p><p>puderam ser comprovadas. De igual maneira, uma boa base da educação psicomotora é</p><p>fundamental para o desenvolvimento de todo processo de aprendizagem dos infantes. Assim,</p><p>o ambiente e a participação constante das crianças de quatro e cinco anos, através de Jogos</p><p>e Brincadeiras, permitiram uma aprendizagem mais agradável diante de novas situações ou</p><p>progressos, onde a relação professor-aluno estava abrindo possibilidades positivas para o</p><p>seu desenvolvimento. Englobam, também, questões afetivas onde o entendimento de cada</p><p>uma dessas crianças fazia parte desse processo e deve-se sempre trabalhar suas questões</p><p>psicológicas para que o crescimento não seja afetado.</p><p>Faz-se necessário, lembrar a importância de um bom ambiente social entre as crianças,</p><p>para que haja incentivo e interação entre eles, fazendo com que cada um acompanhe e ajude</p><p>ao outro, trocando experiências fundamentais para o seu crescimento psicomotor. O fator</p><p>biossocial também é um pilar importante a ser abordado, pois possui direta influência no</p><p>desenvolvimento psicomotor. Dentro do ambiente escolar esse fator é extremamente con-</p><p>trolado, visto que os alunos presentes ali, em sua maioria já são alunos desde o berçário,</p><p>o que faz com que a convivência entre eles seja excelente, o que irá refletir na Brincadeira,</p><p>pois eles são extremamente acolhedores durante as atividades, sempre incluindo aquele</p><p>que por vezes é menos habilidoso com determinada brincadeira.</p><p>As observações anteriores reforçam a tese de Ferraz & Flores (2007) que afirmam</p><p>que o currículo da Educação Física, durante toda a Educação Infantil, irá favorecer um</p><p>138 139</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>ambiente que auxilie no desenvolvimento das crianças, que irão incorporar a solução de</p><p>problemas com a motivação para descobertas importantes das diversas manifestações da</p><p>Cultura Corporal do Movimento. Também, independente da vivência dos alunos no ambiente</p><p>escolar, acredita-se que o ambiente biopsicossocial onde elas vivem, seja favorável para</p><p>o desenvolvimento do corpo e da mente, pois se trata de uma escola particular, localizada</p><p>em um bairro pacífico, fatores que contribuíram positivamente para o desenvolvimento</p><p>dos</p><p>aspectos físicos, motores, sociais e emocionais. Portanto, acredita-se não haver empecilhos</p><p>para o desenvolvimento dessas crianças, entendido aqui, como resultado das interações</p><p>vividas entre alunos, ambiente e tarefa.</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>Brasil (1990). Lei 8.069. Estatuto da Criança e do Adolescente. Diário Oficial da União,</p><p>Brasília. Brasil (2009). Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. Reso-</p><p>lução CNE/CEB 5/2009, Diário Oficial da União, Brasília, Seção 1, p. 18.</p><p>Brasil (2017). Base Nacional Comum Curricular - BNCC. Educação é a Base. Brasília, MEC.</p><p>Cunha, M. A. T. (2022). Metodologia de estudo: estudo de caso. Rio de Janeiro: Centro</p><p>Universitário Augusto Motta.</p><p>Cunha, N. H. L. (1997). Criar para brincar. São Paulo: Aquariana.</p><p>D’Avila, A. S., & Silva, L. O. (2018). Educação física na educação infantil: o papel do pro-</p><p>fessor de educação física, Kinesis, v. 36, n. 1, p. 44-57.</p><p>Ferraz, O. L., & Flores, K. Z. (2007). Educação física na educação infantil: influência de um</p><p>programa na aprendizagem e desenvolvimento de conteúdos conceituais e procedimentais,</p><p>Rev. Bras. Educ. Fís. Esp., São Paulo, v. 21, n. 3.</p><p>Galvão, I. (2007). Henri Wallon: uma concepção dialética do desenvolvimento infantil.</p><p>Petrópolis: Vozes.</p><p>Gallahue, D. (2008). Compreendendo o desenvolvimento motor: bebês, crianças, adoles-</p><p>centes e adultos. São Paulo: Phorte.</p><p>Gallahue, D. L., & Ozmun, J. C., & Goodway, J. D. (2013). Compreendendo o desenvolvi-</p><p>mento motor: bebês, crianças, adolescentes e adultos. [s.l.]: AMGH.</p><p>Gallahue, D. L.; Donnelly, F. C. (2008). Educação física desenvolvimentista para todas as</p><p>crianças. 4. ed. São Paulo: Phorte.</p><p>Kishimoto, T. M. (1993). Jogos infantis: o jogo, a criança e a educação. Petrópolis, RJ:</p><p>Vozes. Kishimoto, T. M. (1996). Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. 7 ed. São</p><p>Paulo: Cortez.</p><p>Lorenzini, M. V. (2022). Brincando a brincadeira com a criança deficiente. São Paulo: Ma-</p><p>nole. Oliveira, A. B. P., & Silva, B. G., & Lima, G. M., & Carvalho, M. M., & Boaes, V. A.</p><p>(2022).</p><p>140</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>Desenvolvimento psicomotor na educação infantil: um relato de experiência. Trabalho de</p><p>Conclusão de Curso (Educação Física). Rio de Janeiro: Centro Universitário Augusto</p><p>Motta. Piaget, J. (1976). A equilibração das estruturas cognitivas. Problema central do</p><p>desenvolvimento. Rio de Janeiro: Zahar.</p><p>Santos, R. P. (2015). Inteligências múltiplas e aprendizagem. [s.l.]: Packi.</p><p>Sociedade Brasileira de Psicomotricidade. (1999). Disponível em: www.psicomotricidade.</p><p>com.br (2022).</p><p>Volpe, J. J. (2008). Neonatal encephalitis and white matter injury: more than just inflamma-</p><p>tion? Disponível em: https://doi.org/10.1002/ana.21466. (2022).</p><p>Vieira, J.; Batista, M.; Lapierrre, A. (2005). Psicomotricidade relacional: a teoria de uma</p><p>prática. Curitiba: Filosofart.</p><p>Vygotsky, L. S. (1984). A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes. Wallon, H.</p><p>(1934). Les origines du caractère chez l’enfant: les préludes du sentiment de personnalité.</p><p>Paris: Boivin.</p><p>Wallon, H. (1986). As origens do pensamento na criança. São Paulo: Manole.</p><p>Wallon, H. (2007). A evolução psicológica da criança. São Paulo: Martins Fontes.</p><p>Wallon, H. (2008). Do ato ao pensamento: ensaio de psicologia comparada. Petrópolis:</p><p>Vozes.</p><p>10</p><p>'10.37885/230713867</p><p>10</p><p>EFEITO DO EXERCÍCIO FÍSICO NO CONTROLE</p><p>DA OBESIDADE EM INDIVÍDUOS PÓS-CIRURGIA</p><p>BARIÁTRICA: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA</p><p>Ferdinando Monteiro Rodrigues</p><p>Centro Universitário Mauricio de Nassau</p><p>Mayque Castro da Luz</p><p>Centro Universitário Mauricio de Nassau</p><p>Elias de Jesus Siqueira Batista</p><p>Centro Universitário Mauricio de Nassau</p><p>Vanessa de Paula Moraes dos Santos</p><p>Centro Universitário Mauricio de Nassau</p><p>Reginaldo Souza Fayal Jr</p><p>Centro Universitário Mauricio de Nassau</p><p>Lorrane Rocha da Cunha</p><p>Centro Universitário Mauricio de Nassau</p><p>Kaylon Mateus Marcondes Bezerra</p><p>Centro Universitário Mauricio de Nassau</p><p>Luiz Henrique Oliveira dos Santos</p><p>Centro Universitário Mauricio de Nassau</p><p>Lucas Fernando Alves e Silva</p><p>Universidade Federal do Pará (UFPA)</p><p>Fernando Alípio Rollo Neto</p><p>Centro Universitário Mauricio de Nassau</p><p>https://dx.doi.org/10.37885/230713867</p><p>RESUMO</p><p>Objetivo: Analisar o impacto da prática de exercícios físicos na composição corporal de</p><p>indivíduos que passaram por uma cirurgia bariátrica. Este estudo caracteriza-se como uma</p><p>revisão sistemática da literatura. Métodos: A pesquisa foi realizada nas bases de dados</p><p>PubMed, Scielo e Lilacs, considerando estudos escritos em língua inglesa e portuguesa,</p><p>publicados entre 2015 a 2020. Os descritores escolhidos para essa triagem preliminar fo-</p><p>ram validados por meio do DECs. Foram utilizados os operadores booleanos “and” e “or”</p><p>para auxiliar na busca. Resultados: O estudo realizou o levantamento de 12 artigos que</p><p>analisaram os benefícios do exercício físico no pós operatório em indivíduos pós cirurgia</p><p>bariátrica. A pesquisa mostrou que um programa de exercício físico supervisionado após os 3</p><p>primeiros meses do procedimento cirúrgico, reduziu a perda de massa magra, teve melhora na</p><p>composição corporal, melhor sensibilidade a insulina e melhora na aptidão cárdio respiratória.</p><p>Conclusão: A literatura aponta que a prática de exercício físico supervisionado, tem relação</p><p>direta na melhora sensibilidade a insulina, do peso corpora, diminuição de perda da massa</p><p>magra e melhora a capacidade mitocondrial da força muscular em pacientes após cirurgia.</p><p>Palavras-chave: Exercício Físico, Cirurgia Bariátrica, Obesidade.</p><p>143</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>Um problema que tem de ser resolvido à escala mundial é a obesidade, um fenómeno</p><p>complexo e multifacetado dos nossos dias. A doença é causada, em última análise, por uma</p><p>dieta inadequada e falta de exercício, embora esses fatores sejam influenciados pelo con-</p><p>texto social e cultural. Devido à facilidade de acesso às fontes de energia e aos métodos de</p><p>preservação, o ambiente do homem pós-moderno é considerado obesogênico. Levou pelo</p><p>menos um século de avanços tecnológicos e mudanças culturais lentas e constantes para</p><p>criar a arquitetura do lar humano moderno no globo (CRISP et al., 2022).</p><p>A obesidade tornou-se um problema de saúde pública mundial e intersetorial em nossos</p><p>dias, transcendendo a alçada de setores distintos. É influenciado pela política agrícola, pro-</p><p>cessamento e industrialização de alimentos, comércio, tradições culturais, educação do grupo</p><p>demográfico, bem como características biológicas individuais e coletivas (CRISP et al., 2022).</p><p>A prevalência de obesidade entre adultos é de 20,3% e, embora afete igualmente</p><p>homens e mulheres, aumenta acentuadamente com a queda da escolaridade, sendo que</p><p>61% dos que têm até oito anos de estudo são gordos em relação aos que têm 12 anos ou</p><p>mais de estudo. A prevalência da obesidade está aumentando, com 16,8% dos homens e</p><p>24,4% das mulheres relatando essa condição (BRASIL., 2020; FERREIRA; SZWARCWALD;</p><p>DAMACENA, 2019).</p><p>À medida que o nível de gordura aumenta, doenças crônicas tendem a piorar, como</p><p>osteoartrite, diabetes tipo 2, hipertensão, doença da vesícula biliar, infertilidade, apneia do</p><p>sono e malignidades hormonais (MAHAN; RAYMOND, 2018).</p><p>Uma vez diagnosticada, a obesidade é uma condição sem tratamento conhecido e de</p><p>difícil manejo. O primeiro passo no tratamento da obesidade é melhorar o estilo de vida por</p><p>meio de terapias como aconselhamento dietético, dieta hipocalórica, mais atividade física</p><p>e modificações comportamentais. Mudanças no estilo de vida necessitam de um trabalho</p><p>bem delineado, acompanhamento por equipe multidisciplinar e políticas públicas interseto-</p><p>riais devido à complexa e múltipla etiologia da obesidade.</p><p>Portanto, diminuir o peso requer</p><p>mais do que apenas força de vontade, e a obesidade deve ser tratada pelo sistema de</p><p>saúde como qualquer outra condição complicada, com compaixão e neutralidade (HAINER;</p><p>MITRAKOU, 2008).</p><p>O Ministério da Saúde do Brasil regulamentou a cirurgia bariátrica pela Portaria nº 628/</p><p>GM de 26 de abril de 2001. Em termos de redução de peso corporal, o resultado da cirurgia</p><p>bariátrica depende de uma série de variáveis inerentes e extrínsecas desconhecidas. Foi</p><p>demonstrado que uma pessoa pode recuperar o peso que perdeu após a cirurgia e que essa</p><p>recuperação é mais pronunciada entre o terceiro e o quinto ano após a cirurgia (CAPELLA;</p><p>CAPELLA, 1996; FOBI, 2004).</p><p>144</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>Como a cirurgia bariátrica é hoje um método bem-sucedido para tratar a obesidade</p><p>mórbida e suas comorbidades, ela é um recurso valioso. Embora existam certos perigos,</p><p>eles são superados pelas vantagens do procedimento no tratamento ou redução significa-</p><p>tiva de doenças crônicas, incluindo diabetes, hipertensão e hiperlipidemia (COSTA, 2013).</p><p>Devido ao risco de recuperar o peso mesmo pós cirurgia bariátrica ou perder massa</p><p>magra, o exercício físico vem apresentando grande benefício para esse grupo de pacien-</p><p>te no controle de peso corporal e massa magra, tão quanto na melhora da aptidão física,</p><p>qualidade de vida, recuperação da massa óssea e muscular. O exercício físico não só</p><p>reduz estes efeitos adversos como também potencializa os benefícios do procedimento</p><p>cirúrgico (SBEM, 2018).</p><p>Portanto o objetivo desta revisão sistemática foi analisar o impacto da prática de exer-</p><p>cícios físicos na composição corporal de indivíduos que passaram por uma cirurgia bariá-</p><p>trica. O estudo buscará avaliar como a prática regular de atividades físicas pode influenciar</p><p>as mudanças na composição corporal, tais como a redução do percentual de gordura, o</p><p>aumento da massa magra e a melhoria da saúde metabólica nessa população específica.</p><p>MÉTODOS</p><p>Estratégia de Busca</p><p>Este estudo caracteriza-se com uma revisão sistemática realizada no período compreen-</p><p>dido entre março a maio de 2023. O referencial teórico se deu via a um levantamento biblio-</p><p>gráfico nas plataformas National Library of Medicine (PubMed), Literatura Latino-Americana</p><p>e do Caribe em Ciências da Saúde (Lilacs) e Scientific Eletronic Library Online (SciELO).</p><p>Os descritores escolhidos para essa triagem preliminar foram as palavras-chave: exer-</p><p>cício físico, cirurgia bariátrica e obesidade, na qual foram respectivamente traduzidas para a</p><p>língua inglesa por meio dos Descritores em Ciência da Saúde (DECS) da Biblioteca Virtual</p><p>em Saúde (BVS), acrescidos do operador booleano and, que resultou nos termos combi-</p><p>nados “exercise and bariatric surgery and obesity”. Os filtros utilizados para essa pesquisa</p><p>foram: ensaios clínicos e estudos randomizados para o filtro tipos de artigos; 2015 a 2020</p><p>para o filtro de anos; e acesso livre. O resultado dessa combinação de termos, por meio dos</p><p>filtros apresentados foram triados os critérios de inclusão e exclusão definidos para essa</p><p>pesquisa bibliográfica.</p><p>144 145</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>Critérios de Inclusão e Exclusão</p><p>Critérios de inclusão: artigos originais, randomizados ou não; publicados no período</p><p>entre 2015 e 2020; com disponibilidade em inglês e/ou português; com disponibilidade de</p><p>acesso; e estudos que mostraram pertinência ao tema no tema, resumo e corpo do texto.</p><p>Critérios de exclusão: estudos que não abordam diretamente o tema, assim como artigos</p><p>de revisão, teses, livros, capítulos de livros; data de publicação fora do período estabelecido;</p><p>demais idiomas; textos duplicados; e fontes não revidas por pares.</p><p>Estratégia de Seleção</p><p>As fases da pesquisa foram divididas em três níveis de estratificação: 1º nível de estra-</p><p>tificação refere-se à combinação dos termos entre si para busca nas plataformas; o 2° nível</p><p>de estratificação refere-se a leitura do título, do resumo e análise na íntegra dos manuscritos;</p><p>já o 3° nível de estratificação refere-se ao resultado após a depuração segundo os critérios</p><p>de inclusão e exclusão da pesquisa.</p><p>Análise de dados</p><p>Optou-se por apresentar um quadro sintético dos artigos selecionados para a amostra</p><p>final deste estudo, com informação como: autor(es)/ano, objetivo, amostragem, intervenção</p><p>e resultados, para melhor ilustrar os resultados e fundamentar a discussão desta pesquisa.</p><p>RESULTADOS</p><p>A busca pelos descritores ocorreu por meio dos descritores da saúde (DECS) a qual</p><p>resultou em 3.657 artigos, sendo 3.615 artigos da PubMed, 42 artigos da Lilacs e não obti-</p><p>vemos resultados da SciELO. Após a aplicação dos filtros de pesquisa, foram selecionados</p><p>207 artigos, sendo 183 artigos da PubMed e 24 artigos da Lilacs. A primeira seleção foi a</p><p>exclusão de artigos pelo título e por duplicagem, resultando em 21 artigos. A segunda sele-</p><p>ção foi a exclusão de artigos após a leitura do resumo, resultando em 14 artigos. A terceira</p><p>seleção foi a exclusão de artigos por não atenderem aos critérios de inclusão e exclusão,</p><p>totalizando 12 artigos que compuseram esta revisão (Figura 1).</p><p>146</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>Figura 1. Fluxograma da seleção dos artigos para a revisão sistemática.</p><p>Artigos identificados nas</p><p>bases de dados:</p><p>PubMed (n = 3.615)</p><p>SciELO (n = 0)</p><p>Lilacs (n = 42)</p><p>Artigos selecionados</p><p>(n = 207)</p><p>Artigos identificados após</p><p>a aplicação dos filtros de</p><p>pesquisa:</p><p>PubMed (n = 183)</p><p>SciELO (n = 0)</p><p>Lilacs (n = 24)</p><p>Artigos selecionados para</p><p>leitura dos resumos (n = 21)</p><p>Artigos excluídos após</p><p>leitura dos resumos (n = 7)</p><p>Artigos selecionados para a</p><p>leitura na íntegra (n = 14)</p><p>Artigos excluídos por não</p><p>atenderem aos critérios de</p><p>inclusão/exclusão (n = 2)</p><p>Artigos selecionados para</p><p>compor esta revisão</p><p>sistemática (n = 12)</p><p>Id</p><p>en</p><p>tif</p><p>ic</p><p>aç</p><p>ão</p><p>Tr</p><p>ia</p><p>ge</p><p>m</p><p>In</p><p>cl</p><p>uí</p><p>do</p><p>Artigos excluídos pelo</p><p>título/duplicados (n = 186)</p><p>Fonte: autores.</p><p>Os artigos escolhidos para compor esta revisão foram cuidadosamente escolhidos</p><p>para incluir uma variedade de pesquisas pertinentes ao assunto em questão. Cada peça</p><p>foi minuciosamente explicada, oferecendo fatos cruciais para análise crítica e conhecimen-</p><p>to aprofundado de seu conteúdo. Isso foi feito para garantir a transparência e disposição</p><p>das informações.</p><p>Cada artigo foi inicialmente reconhecido com suas referências bibliográficas individuais,</p><p>que incluíam o(s) nome(s) do(s) autor(es) e o ano de publicação, tornando mais fácil para o</p><p>leitor encontrar a fonte original caso queira saber mais sobre um determinado tema. Os ob-</p><p>jetivos de cada estudo foram então delineados, deixando claro quais problemas de pesquisa</p><p>ou hipóteses os autores pretendiam abordar com seus estudos.</p><p>Informações detalhadas também foram fornecidas sobre os métodos amostrais utiliza-</p><p>dos em cada artigo. Com o objetivo de avaliar a representatividade da pesquisa e generalizar</p><p>suas descobertas para a população-alvo relevante, foram fornecidas especificações sobre o</p><p>tamanho da amostra, dados demográficos dos participantes e critérios de inclusão/exclusão.</p><p>146 147</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>Além disso, todas as intervenções utilizadas pelos pesquisadores foram claramente</p><p>detalhadas, possibilitando a compreensão das etapas percorridas em cada estudo. Isso</p><p>incluiu quaisquer comparações</p><p>entre grupos ou condições, bem como informações sobre</p><p>tratamentos, terapias, intervenções comportamentais ou procedimentos usados.</p><p>Os referidos dados foram meticulosamente reunidos na Tabela 1, que serviu de fer-</p><p>ramenta útil para a síntese desta revisão. O leitor pode visualizar de forma rápida e fácil</p><p>os pontos-chave de cada artigo escolhido por meio desta tabela, facilitando a comparação</p><p>de pesquisas e a visualização de padrões ou lacunas na literatura. A adição desta tabela</p><p>fortalece a abordagem aberta usada neste estudo, aumentando a validade e confiabilidade</p><p>dos resultados oferecidos.</p><p>Tabela 1. Quadro sintético dos artigos selecionados.</p><p>AUTOR(ES)/</p><p>ANO OBJETIVO AMOSTRAGEM INTERVENÇÃO RESULTADOS</p><p>Wefers et al.</p><p>(2015)</p><p>Examinar a influência da ati-</p><p>vidade física (AF) e comporta-</p><p>mento sedentário na modifica-</p><p>ção do risco cardiometabólico</p><p>após a cirurgia de by-pass gás-</p><p>trico em y de roux (RYGB).</p><p>50 participantes. Os níveis de atividade física foram</p><p>medidos utilizando monitores</p><p>de atividades no braço esquerdo</p><p>por um período entre 7 e 14 dias</p><p>consecutivos, removendo os mo-</p><p>nitores apenas para submersão</p><p>na água.</p><p>A maioria dos pacientes aumentaram</p><p>os níveis de atividade física (76%) e</p><p>diminuíram o tempo sedentário em</p><p>(61%) após a cirurgia de (RYGB), mas</p><p>a quantidade de AF e o tempo se-</p><p>dentário variaram substancialmen-</p><p>te. Houve também benefícios na</p><p>composição corporal sensibilidade</p><p>a insulina.</p><p>Woodlief et al.</p><p>(2015)</p><p>A cirurgia de bypass gástrico</p><p>em Y de Roux (RYGB) pode</p><p>causar profunda perda de peso</p><p>e melhorar os fatores de risco</p><p>cardiometabólico em geral. O</p><p>treinamento com exercícios</p><p>(EX) após o RYGB pode forne-</p><p>cer melhorias adicionais na</p><p>sensibilidade à insulina (SI) e</p><p>na aptidão.</p><p>128 participantes</p><p>Grupo exercício</p><p>(N=66)</p><p>Grupo controle</p><p>(N=62)</p><p>O grupo exercício realizou 6 me-</p><p>ses de exercícios progressivos</p><p>com 120 minutos semanais.</p><p>O grupo controle recebeu sessões</p><p>educacionais mensais e deveriam</p><p>comentar quaisquer hábitos de</p><p>atividade física.</p><p>Exercícios estruturados fornecem</p><p>melhorias adicionais na sensibilidade</p><p>à insulina após RYGB, mas volumes</p><p>maiores de exercícios são necessários</p><p>para induzir perda de peso adicional,</p><p>mudanças na composição corporal,</p><p>melhorias na aptidão cardiorrespira-</p><p>tória na capacidade mitocondrial do</p><p>musculo esquelético.</p><p>Bergh et al. (2016)</p><p>Examinar os aspectos psico-</p><p>lógicos comportamentais e</p><p>demográfico preditores de</p><p>aderência a recomendações</p><p>de comportamento e perda de</p><p>peso 1 ano pós operatório de</p><p>cirurgia bariátrica.</p><p>230 participantes Comparação da pessoa antes e</p><p>após 1 anos da cirurgia bariátrica.</p><p>Análise da adesão as recomen-</p><p>dações dietéticas e de atividade</p><p>física.</p><p>Os achados enfatizam a importância</p><p>de examinar fatores psicossociais</p><p>pré-operatório em relação a mudan-</p><p>ça de comportamento pós operató-</p><p>rio, além da perda de peso.</p><p>Huck (2015)</p><p>Avaliar a viabilidade de um pro-</p><p>grama de treinamento resistido</p><p>(TR) de 12 semanas supervisio-</p><p>nando os efeitos a curto prazo</p><p>sobre aptidão física e a força</p><p>funcional para essa população.</p><p>15 participantes</p><p>Grupo exercício</p><p>(N=07)</p><p>Grupo controle</p><p>(N=08)</p><p>O grupo exercício realizou 2 se-</p><p>manas de treino resistido.</p><p>O grupo controle foi instruído a</p><p>seguir as diretrizes de cuidados</p><p>usuais.</p><p>Os participantes do programa tes-</p><p>temunharam maiores melhorias na</p><p>composição corporal, flexibilidade e</p><p>aptidão cardiorrespiratória do que</p><p>uma mostra de controle bem combi-</p><p>nados-pacientes recebendo cuidados</p><p>pós operatórios usuais.</p><p>Coen et al. (2015)</p><p>Verificar se o exercício regular</p><p>pode melhorar a sensibilidade</p><p>a insulina em indivíduos obesos</p><p>após a cirurgia de RYGB.</p><p>128 participantes</p><p>Grupo exercício</p><p>(N=66)</p><p>Grupo controle</p><p>(N=62)</p><p>O grupo exercício realizou 6 me-</p><p>ses de exercícios moderados.</p><p>O grupo controle participou de</p><p>uma intervenção de controle de</p><p>educação em saúde.</p><p>O exercício moderado após RYGB</p><p>fornece melhorias adicionais na</p><p>sensibilidade à insulina e cardiorres-</p><p>piratório.</p><p>148</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>AUTOR(ES)/</p><p>ANO OBJETIVO AMOSTRAGEM INTERVENÇÃO RESULTADOS</p><p>Coleman et al.</p><p>(2016)</p><p>Realizar um estudo piloto ran-</p><p>domizado testando um progra-</p><p>ma de exercícios específicos</p><p>adaptado para pacientes pós-</p><p>bariátricos.</p><p>51 pacientes.</p><p>Grupo exercício</p><p>(N= 25)</p><p>Grupo controle</p><p>(N=26)</p><p>O grupo exercício realizou 6 me-</p><p>ses de exercícios de força, funcio-</p><p>nalidade, flexibilidades e ativida-</p><p>des aeróbias por 60 minutos ao</p><p>dia e 2x por semana.</p><p>O grupo controle foi instruído a</p><p>seguir as diretrizes de cuidados</p><p>usuais.</p><p>Houve melhoras na aptidão aeróbi-</p><p>ca monitorada objetivamente, força,</p><p>equilíbrio, mobilidade e coordena-</p><p>ção, e flexibilidade após 6 meses de</p><p>combinado em aula estruturada e</p><p>exercício em casa programa. Essas</p><p>melhorias permaneceram após 6</p><p>meses de manutenção.</p><p>Baillot et al (2017)</p><p>Avaliar o efeito do nível de ati-</p><p>vidade física (AF), treinamento</p><p>de exercício pré cirúrgico (Pre-</p><p>Set), aptidão física, barreiras de</p><p>atividade física e qualidade de</p><p>vida 1 ano após cirurgia bari-</p><p>átrica.</p><p>51 pacientes.</p><p>Grupo exercício</p><p>(N= 15)</p><p>Grupo controle</p><p>(N=15)</p><p>O grupo exercício foi submetido</p><p>a 80 min de exercícios multivaria-</p><p>dos 3x por semana.</p><p>O grupo controle foi instruído a</p><p>seguir as diretrizes de cuidados</p><p>usuais.</p><p>O número de passos e o tempo gasto</p><p>em atividade física leve e moderada</p><p>foram maiores no grupo exercício em</p><p>comparação com aqueles no grupo</p><p>de cuidados habituais. Nenhuma</p><p>outra diferença significativa entre</p><p>os grupos foi observada.</p><p>Mundbjerg et al</p><p>(2018a)</p><p>Investigar os efeitos do treina-</p><p>mento físico supervisionado</p><p>após o RYGB na capacidade</p><p>aeróbica, força muscular e fun-</p><p>ção física 12 e 24 meses após a</p><p>cirurgia e, além disso, elucidar</p><p>os efeitos do RYGB do pré-ope-</p><p>ratório até 6 meses após a ci-</p><p>rurgia nos mesmos marcadores</p><p>de capacidade física.</p><p>60 participantes</p><p>Grupo exercício</p><p>(N= 32)</p><p>Grupo controle</p><p>(N=28)</p><p>O grupo exercício foi submetido</p><p>a duas sessões semanais de trei-</p><p>namento físico por 26 semanas.</p><p>O grupo controle foi instruído a</p><p>seguir as diretrizes de cuidados</p><p>usuais.</p><p>6 meses de treinamento físico super-</p><p>visionado aumentou a capacidade</p><p>aeróbica, a força muscular do quadril</p><p>e a função física em pacientes. Ne-</p><p>nhum desses efeitos se manteve um</p><p>ano após o término da intervenção.</p><p>Além disso, a cirurgia RYGB sozinha</p><p>diminuiu a força muscular, não tendo</p><p>efeito na capacidade aeróbica, mas</p><p>melhorou a função física.</p><p>Stolberg et al.</p><p>(2018)</p><p>Testar a hipótese de que o by-</p><p>-pass gástrico (RYGB) seguido</p><p>de treinamento físico supervi-</p><p>sionado melhora os níveis de</p><p>atividades físicas (AF) e a QVRS.</p><p>60 participantes</p><p>Grupo exercício</p><p>(N= 32)</p><p>Grupo controle</p><p>(N=28)</p><p>O grupo exercício foi submetido a</p><p>duas sessões semanais de 40min</p><p>de treinamento físico por 26 se-</p><p>manas.</p><p>O grupo controle foi instruído a</p><p>seguir as diretrizes de cuidados</p><p>usuais.</p><p>O RYGB melhora a qualidade de vida,</p><p>mas não aumenta níveis de atividade</p><p>física; a intervenção supervisionada</p><p>de treinamento físico melhora a saú-</p><p>de geral 24 meses após o RYGB e ten-</p><p>de a melhorar certos domínios da AF</p><p>logo após o período de intervenção.</p><p>Afshar et al. (2017)</p><p>Avaliar a atividade física (AF) e</p><p>o comportamento sedentário</p><p>antes da cirurgia bariátrica e 6</p><p>meses após usando ferramen-</p><p>tas subjetivas e objetivas.</p><p>22 participantes Preencher um questionário de AF</p><p>e estilo de vida; uso de um acele-</p><p>rômetro no pulso não-dominante</p><p>por 7 dias.</p><p>Não houve alteração significativa na</p><p>AF mensurada subjetiva ou objeti-</p><p>vamente no acompanhamento. Este</p><p>grupo de pacientes pode se benefi-</p><p>ciar da avaliação objetiva da AF e de</p><p>intervenções destinadas a aumentar</p><p>a AF.</p><p>Mundjeberg et al.</p><p>(2018b)</p><p>Investigar os efeitos de 6 me-</p><p>ses do treinamento físico su-</p><p>pervisionado após a cirurgia</p><p>de by-pass gástrico em y de</p><p>roux (RYGB) no peso corporal</p><p>de marcadores de riscos car-</p><p>diovascular.</p><p>60 participantes</p><p>Grupo</p><p>exercício</p><p>(N= 32)</p><p>Grupo controle</p><p>(N=28)</p><p>O grupo exercício foi submetido</p><p>a duas sessões semanais de trei-</p><p>namento físico por 26 semanas.</p><p>O grupo controle foi instruído a</p><p>seguir as diretrizes de cuidados</p><p>usuais.</p><p>O treinamento físico após RYGB</p><p>melhora a perda de peso e a saúde</p><p>cardiovascular.</p><p>Noak-segovia et al.</p><p>(2019)</p><p>Este trabalho buscou avaliar</p><p>um programa de exercício físico</p><p>de intensidade moderada em</p><p>pacientes operados por cirur-</p><p>gia bariátrica e sua influência</p><p>na força muscular.</p><p>43 pacientes</p><p>Grupo exercício</p><p>(N= 21)</p><p>Grupo controle</p><p>(N=22)</p><p>O grupo exercício realizou 6 me-</p><p>ses de exercícios moderados.</p><p>O grupo controle foi instruído a</p><p>seguir as diretrizes de cuidados</p><p>usuais.</p><p>Não houve resultados significativos</p><p>no desenvolvimento da massa mus-</p><p>cular avaliada.</p><p>Fonte: autores.</p><p>DISCUSSÃO</p><p>A análise dos resultados favoreceu a inclusão dos seguintes tópicos: capacidade ae-</p><p>róbia, força muscular, perda de peso, risco cardiometabólico, nível de atividade física e</p><p>qualidade de vida. Foram selecionados 12 artigos que se encaixaram nos critérios de ele-</p><p>gibilidade desta revisão. Os estudos mostraram que a prática de exercício físico trouxe</p><p>148 149</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>melhoras significativas na recuperação pós cirurgia bariátrica (CB) de acordo com os tópicos</p><p>descritos a baixo.</p><p>Capacidade aeróbia</p><p>Estudos mostram que a inserção de programa de exercício físico melhorou significa-</p><p>tivamente a capacidade aeróbia em pacientes submetidos a cirurgia bariátrica, se dando</p><p>devido aos benefícios do exercício físico onde as mitocôndrias aumentam, sendo estas as</p><p>principais usinas de força das células musculares, desta forma quanto mais o indivíduo se</p><p>exercita, maiores são as melhorias fisiológicas e cardíacas (MUNDBJERG et al., 2018a;</p><p>STOLBERG et al., 2018; WEFERS et al., 2017; COEN et al., 2015; BAILLOT et al., 2018;</p><p>HUCK, 2015). O que pode ser analisado no estudo de Silva et al. (2019), demonstrou que</p><p>exercícios físicos aeróbicos causaram hipertrofia cardíaca excêntrica, melhorando a função de</p><p>ejeção e promovendo o aumento da expectativa de vida e prevenção de eventos cardíacos.</p><p>Força muscular</p><p>Estudos apresentaram de forma similar que a intervenção do exercício físico realizado 2</p><p>vezes por semana com 60 minutos de duração por sessão no período de 6 e 24 meses após</p><p>cirurgia, onde foi eficaz na recuperação e manutenção da força muscular em indivíduos do</p><p>grupo intervenção (GI) em comparação ao grupo controle (GC), uma vez que um programa</p><p>de exercício físico adaptado pode proporcionar ao paciente redução do quadro de dores</p><p>articulares, melhora na execução durante os exercícios fazendo com que o paciente me-</p><p>lhore suas atividades da vida diária (MUNDBJERG et al., 2018a; STOLBERG et al., 2018).</p><p>Porém, no estudo de Noack-Segovia et al. (2019), onde avaliaram a intervenção de um pro-</p><p>grama de exercício físico de intensidade moderada de 30 minutos em pacientes operados</p><p>por cirurgia bariátrica e sua influência na força muscular, os resultados apresentados não</p><p>foram significativos no desenvolvimento da massa muscular avaliada. Diante aos resultados</p><p>discordantes, podemos trazer como hipóteses o volume de treino, onde em outros estudos</p><p>(MUNDBJERG et al., 2018a; STOLBERG et al., 2018) este aspecto de treino em uma sessão</p><p>foi de no mínimo de 40 minutos.</p><p>No estudo de e Fonseca-Junior et al. (2013), retrata que embora recomende certas</p><p>restrições durante treinamento resistido, defende que pode ser importante coadjuvante do</p><p>exercício aeróbico, promovendo o aumento da força, resistência muscular localizada, auto-</p><p>nomia funcional e aumento do metabolismo musculoesquelético.</p><p>150</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>Perda de peso</p><p>Estudos mostraram que o exercício moderado após by-pass gástrico (RYGB) fornece</p><p>melhorias adicionais na sensibilidade de insulina e aptidão cardiorrespiratória em comparação</p><p>com o estilo de vida sedentário durante semelhante perda de peso. É importante saber que</p><p>a realização de um procedimento cirúrgico para tratamento da obesidade não o isentará da</p><p>prática de exercícios físicos, no geral pacientes que incluíam uma rotina de atividades físicas</p><p>após o procedimento, apresentaram ganhos expressivos de massa magra, força, redução do</p><p>risco cardiovascular e melhora da sensibilidade à insulina. Exercícios de força e aeróbicos</p><p>são boas opções de treino pós-bariátrica, o ideal é optar por atividades que promovam prazer</p><p>e que estejam de acordo com as suas preferências para facilitar a adoção de um estilo de</p><p>vida ativo e saudável (STOLBERG et al., 2018; WEFERS et al., 2017; COEN et al., 2015;</p><p>MUNDBJERG et al., 2018b).</p><p>De acordo com a literatura (MEDIANO; GONÇALVES; BARBOSA, 2009), o exercício</p><p>físico e outras formas de atividade física exercem uma função importante no controle do</p><p>peso e devem ser adicionadas a outros tipos de intervenções como dieta, pois auxiliam no</p><p>desequilíbrio energético e controle metabólico resultados significantes no desenvolvimento</p><p>da massa muscular avaliada.</p><p>Risco Cardiometabólico</p><p>Mundbjerg et al. (2018b), mostra que a inclusão de um programa de exercício físico</p><p>para melhorar a perda de peso e a saúde cardiovascular após a cirurgia bariátrica é viável e</p><p>eficaz, o exercício físico mostrou-se importante, pois, ajuda manter e potencializar os resul-</p><p>tados obtidos através da cirurgia trazendo melhora também para o sistema cardiovascular,</p><p>uma vez que o exercício físico atua tanto em prol do fortalecimento dos músculos esqueléti-</p><p>cos quanto no coração fazendo com que o mesmo consiga bombear sangue de forma mais</p><p>eficaz exigindo menos esforço.</p><p>Outro estudo sugere que um programa de exercícios físicos supervisionados com uma</p><p>frequência baixa pode interferir de forma positiva na capacidade funcional, no perfil lipídico,</p><p>na glicose em jejum, na pressão arterial e no IMC de indivíduos com obesidade mórbida</p><p>(MARCON; GUS; NEUMANN, 2020).</p><p>Nível de atividade física</p><p>Estudos avaliaram o efeito do treinamento físico no nível de atividade física em pa-</p><p>cientes 6 e 12 meses após a cirurgia bariátrica divididos em grupo intervenção (GI) e grupo</p><p>controle (GC), ambos os estudos avaliaram de forma semelhante utilizando protocolo de</p><p>150 151</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>20, 30 e 40 minutos de 2 a 3 vezes por semana para o (GI), o (GC) receberam orientações</p><p>sobre a importância dos cuidados habituais (STOLBERG et al., 2018; WEFERS et al., 2017;</p><p>BAILLOT et al., 2018; AFSHAR et al., 2017).</p><p>Os resultados para ambos os estudos (CAFRUNI; VALADÃO; DE MELLO, 2012;</p><p>CIOLAC; GUIMARAES, 2004), mostraram que o treinamento físico melhorou o nível de ati-</p><p>vidade física nos pacientes do grupo (GI) em relação ao (GC). Porém não foi o que apontou</p><p>um outro estudo (AFSHAR et al., 2017), que avaliou o nível de atividade física utilizando um</p><p>acelerômetro no pulso não dominante dos participantes o nível de atividade física e compor-</p><p>tamento sedentário antes da cirurgia bariátrica e 6 meses após 1 ano. No entanto o resultado</p><p>encontrado pode estar relacionado pelo fato de que o acelerômetro não captar atividades</p><p>isométricas, trabalho muscular contra uma força externa, como levantar ou carregar, pesos,</p><p>caminhadas na esteira, remo ou patinação, podendo por isso subestimar a atividade física.</p><p>Com isso, tem sido recomendado que programas de exercício para obesos comecem</p><p>com o mínimo de 150 minutos semanais em intensidade moderada e progridam gradativa-</p><p>mente para 200 a 300 minutos semanais na mesma intensidade. Entretanto, se por algum</p><p>motivo o obeso não puder atingir essa meta de exercícios,</p><p>ele deve ser incentivado a realizar</p><p>pelo menos a recomendação mínima de 150 minutos semanais, pois mesmo não havendo</p><p>redução de peso haverá benefícios para a saúde (CIOLAC; GUIMARAES, 2004).</p><p>Qualidade de vida</p><p>Os estudos (STOLBERG et al., 2018; BAILLOT et al., 2018; HUCK, 2015), apresenta-</p><p>ram de forma semelhante que o treinamento resistido demonstrou melhorias significativas</p><p>na força muscular e funcionamento físico aumentando a capacidade física nos pacientes</p><p>do grupo intervenção (GI) em comparação ao grupo controle (GC) proporcionando ainda ao</p><p>paciente do (GI) a possibilidade de retomarem suas atividades da vida diária (AVD) fazendo</p><p>assim com que os mesmos possam ter uma melhor qualidade de vida. Como os estudos</p><p>mostraram, o exercício físico traz grandes benefícios para indivíduos acometidos por cirurgia</p><p>bariátrica (CB), uma vez que o exercício pós promove uma melhor recuperação cirúrgica,</p><p>acelera e mantem a diminuição e perda de peso fazendo com que o paciente se sinta muito</p><p>mais confiante para realizar suas atividades do cotidiano de forma independente e prazerosa</p><p>trazendo de forma geral uma melhor qualidade de vida.</p><p>Colaborando nesse discursão o estudo de revisão literária (DUTRA et al., 2018), apre-</p><p>senta diversos benefícios da pratica de do treinamento resistido em pacientes obesos, como</p><p>ganho de massa magra, perda de peso e melhoria na qualidade de vida.</p><p>152</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>CONCLUSÃO</p><p>Um volume moderado de exercício estruturado melhora sensibilidade a insulina após</p><p>cirurgia bariátrica. mas para que induza perda de peso adicional, alterações na composição</p><p>corporal, melhora na aptidão cardiorrespiratória e capacidade mitocondrial da força muscular,</p><p>são necessários maiores números de exercício.</p><p>A literatura aponta que a prática de exercício físico supervisionado, tem relação direta</p><p>na melhora sensibilidade a insulina, do peso corpora, diminuição de perda da massa magra</p><p>e melhora a capacidade mitocondrial da força muscular em pacientes após cirurgia.</p><p>Dessa forma recomenda-se a prática de exercício físico regular como fator de funda-</p><p>mental importância nos pós cirurgia, para que o paciente encontre um novo estilo de vida,</p><p>com hábitos saudáveis e tenha mais qualidade de vida.</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>AFSHAR, Sorena et al. Changes in physical activity after bariatric surgery: using objective</p><p>and self-reported measures. Surgery for Obesity and Related Diseases, v. 13, n. 3, p.</p><p>474-483, 2017.</p><p>BAILLOT, Aurélie et al. Effects of a pre-surgery supervised exercise training 1 year after</p><p>bariatric surgery: a randomized controlled study. Obesity Surgery, v. 28, p. 955-962, 2018.</p><p>BERGH, Irmelin et al. Preoperative predictors of adherence to dietary and physical acti-</p><p>vity recommendations and weight loss one year after surgery. Surgery for Obesity and</p><p>Related Diseases, v. 12, n. 4, p. 910-918, 2016.</p><p>BRASIL. Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Vigilância em Saúde. Secretaria de Gestão</p><p>Estratégica e Participativa. Vigitel Brasil 2019: vigilância de fatores de risco e proteção</p><p>para doenças crônicas por inquérito telefônico. Brasília: Ministério da Saúde, 2020.</p><p>CAFRUNI, Cristina Borges; VALADÃO, Rita de Cássia Delgado; DE MELLO, Elza Daniel.</p><p>Como avaliar a atividade física?. Revista de Atenção à Saúde, v. 10, n. 33, 2012.</p><p>CAPELLA, Joseph F.; CAPELLA, Rafael F. The weight reduction operation of choice: ver-</p><p>tical banded gastroplasty or gastric bypass?. The American journal of surgery, v. 171,</p><p>n. 1, p. 74-79, 1996.</p><p>CIOLAC, Emmanuel Gomes; GUIMARAES, Guilherme Veiga. Physical exercise and me-</p><p>tabolic syndrome. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, v. 10, p. 319-324, 2004.</p><p>COEN, Paul M. et al. Clinical trial demonstrates exercise following bariatric surgery improves</p><p>insulin sensitivity. The Journal of clinical investigation, v. 125, n. 1, p. 248-257, 2015.</p><p>COLEMAN, Karen J. et al. Understanding the capacity for exercise in post-bariatric patients.</p><p>Obesity surgery, v. 27, p. 51-58, 2017.</p><p>152 153</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>COSTA, Dayanne. Eficiência do acompanhamento nutricional no pré e pós-operatório da</p><p>cirurgia bariátrica. RBONE-Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimen-</p><p>to, v. 7, n. 39, 2013.</p><p>CRISP, Alex Harley et al. Obesidade: da pesquisa básica às públicas de prevenção e</p><p>cuidado. In: ALMEIDA, Sebastião de Sousa; COSTA, Telma Maria Braga; LAUS, Maria</p><p>Fernanda. Psicobiologia do Comportamento Alimentar. 2. ed. Rio de Janeiro: Rubio,</p><p>2022. Cap. 7. p. 123-143.</p><p>FERREIRA, Arthur Pate de Souza; SZWARCWALD, Célia Landmann; DAMACENA, Giseli</p><p>Nogueira. Prevalência e fatores associados da obesidade na população brasileira: estudo</p><p>com dados aferidos da Pesquisa Nacional de Saúde, 2013. Revista brasileira de epide-</p><p>miologia, v. 22, p. e190024, 2019.</p><p>FOBI, M. A. L. Surgical treatment of obesity: a review. Journal of the National Medical</p><p>Association, v. 96, n. 1, p. 61, 2004.</p><p>FONSECA-JUNIOR, Sidnei Jorge et al. Physical exercise and morbid obesity: a systematic</p><p>review. ABCD. Arquivos Brasileiros de Cirurgia Digestiva (São Paulo), v. 26, p. 67-73,</p><p>2013.</p><p>HAINER, Vojtech; TOPLAK, Hermann; MITRAKOU, Asimina. Treatment modalities of</p><p>obesity: what fits whom?. Diabetes care, v. 31, n. Supplement_2, p. S269-S277, 2008.</p><p>HUCK, Corey J. Effects of supervised resistance training on fitness and functional strength</p><p>in patients succeeding bariatric surgery. The Journal of Strength & Conditioning Rese-</p><p>arch, v. 29, n. 3, p. 589-595, 2015.</p><p>MAHAN, L. Kathleen; RAYMOND, Janice L.. Krause Alimentos, Nutrição e Dietoterapia.</p><p>14. ed. Barueri: Gen Guanabara Koogan, 2018.</p><p>MARCON, Emilian Rejane; GUS, Iseu; NEUMANN, Cristina Rolim. Impacto de um progra-</p><p>ma mínimo de exercícios físicos supervisionados no risco cardiometabólico de pacientes</p><p>com obesidade mórbida. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia & Metabologia, v.</p><p>55, p. 331-338, 2011.</p><p>MEDIANO, Mauro Felippe Felix; GONÇALVES, Tatiana Rehder; BARBOSA, José Silvio</p><p>de Oliveira. Efeito do exercício físico sobre a composição corporal de mulheres obesas</p><p>submetidas a programa de perda de peso. Brazilian Journal of Biomotricity, v. 3, n. 2,</p><p>p. 139-145, 2009.</p><p>MUNDBJERG, Lene Hymøller et al. Effects of 6 months supervised physical training on</p><p>muscle strength and aerobic capacity in patients undergoing Roux‐en‐Y gastric bypass</p><p>surgery: a randomized controlled trial. Clinical obesity, v. 8, n. 4, p. 227-235, 2018(a).</p><p>MUNDBJERG, Lene Hymøller et al. Supervised physical training improves weight loss</p><p>after Roux‐en‐Y gastric bypass surgery: a randomized controlled trial. Obesity, v. 26, n.</p><p>5, p. 828-837, 2018(b).</p><p>NOACK-SEGOVIA, Jessica Pamela et al. Physical exercise and grip strength in patients</p><p>intervened through bariatric surgery. Aquichan, v. 19, n. 3, 2019.</p><p>SBEM. Obesidade. 2008. Disponível em: https://www.endocrino.org.br/obesidade/. Acesso</p><p>em: 27 jun. 2023.</p><p>154</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>SILVA, Ananda Sodré et al. Características sociodemográficas das vítimas de infarto agudo</p><p>do miocárdio no Brasil. Enfermagem Brasil, v. 17, n. 6, 2018.</p><p>STOLBERG, Charlotte Røn et al. Physical training following gastric bypass: effects on phy-</p><p>sical activity and quality of life—a randomized controlled trial. Quality of Life Research,</p><p>v. 27, p. 3113-3122, 2018.</p><p>DUTRA, Priscila Taciana Barbosa et al. Efeitos do Treinamento Resistido em Obesos:</p><p>uma revisão integrativa. Revista Eletrônica Acervo Saúde, n. 21, p. e831-e831, 2019.</p><p>WEFERS, Jakob F. et al. Relationship among physical activity, sedentary behaviors, and</p><p>cardiometabolic risk factors</p><p>nos trabalhos de conclusão do curso de</p><p>Licenciatura em Educação Física da UNEMAT. A partir desse mapeamento apresenta be-</p><p>nefícios a Educação Física e demais áreas, no sentido de melhoria na formação inicial e</p><p>continuada de professores e profissionais da área não formal, permitindo a identificação do</p><p>que já se tem produzido e o que pode ser explorado.</p><p>O presente estudo buscou evidenciar a produção de conhecimentos sobre a dança</p><p>nos cursos de Educação Física da UNEMAT. Para isso, foi realizado o mapeamento dos</p><p>Trabalhos de Conclusão dos referidos cursos, identificando de que forma a dança é com-</p><p>preendida, em quais espaços foram realizadas essas pesquisas e como se constituem</p><p>esses conhecimentos.</p><p>MÉTODO</p><p>Esse estudo apresenta uma abordagem qualitativa, pois, possibilita mais de um enfoque,</p><p>o que amplia a visão sobre o fenômeno estudado, tendo em vista que não deseja quantificar</p><p>ou mensurar um determinado problema, mas apresentar de forma complexa as relações e</p><p>interações entre certas variáveis, conforme apontado por Oliveira (2000).</p><p>14 15</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>Em relação aos objetivos do estudo, tem-se enfoque exploratório, pois a finalidade é</p><p>fornecer informações que servirão de suporte para a construção do referido estudo, em que</p><p>o objetivo é levantar informações e não obter conclusões. Segundo Cervo e Silva (2007), a</p><p>pesquisa exploratória estabelece critérios, métodos e técnicas para a elaboração de estudo</p><p>e visa oferecer informações sobre o objeto desta e orientar a formulação de hipóteses.</p><p>Desta forma, o estudo se destaca como uma pesquisa bibliográfica, pois para Appolinário</p><p>(2011), restringe-se à análise de documentos e tem como objetivo a revisão de literatura de</p><p>um dado tema, ou determinado contexto teórico.</p><p>O mapeamento buscou levantar as produções de conhecimentos da dança nos cursos</p><p>de Educação Física, especificamente nos Trabalhos de Conclusão de Curso da UNEMAT nos</p><p>campi de Diamantino e Cáceres, para tanto, utilizou-se como critérios de inclusão todos os</p><p>trabalhos que trataram da temática dança no recorte temporal de 2009 a 2019. A coleta foi</p><p>realizada entre os meses de fevereiro a março de 2019. Através de acesso digital (biblioteca.</p><p>unemat.br), utilizando os descritores dança na escola, educação física, dança na formação,</p><p>dança em projetos através da busca por títulos.</p><p>Como critério de exclusão, os trabalhos de conclusão que não tiverem a temática dança</p><p>ou que não foram disponibilizados de forma digital e que são produzidos em outros campi</p><p>que não sejam os de Diamantino e de Cáceres e cursos que não são da Educação Física.</p><p>Como método de pesquisa, utilizou-se categorias de codificação, através de leitura</p><p>minuciosa dos resumos e/ou dos trabalhos completos em busca de padrões e semelhanças</p><p>entre os estudos e posteriormente agrupar em categorias (BOGDAN; BIKLEM, 1994).</p><p>Os dados quantitativos foram dispostos em quadros ou tabelas e os dados qualitativos</p><p>serão codificados e apresentados de forma descritiva, correlacionando com o que já temos</p><p>produzido cientificamente. Utilizou-se como instrumento de coleta de dados a análise docu-</p><p>mental. Para análises e construção do estudo foram encontrados 31 Trabalhos de Conclusão</p><p>de Curso que abordaram a dança. Os dados foram apresentados em tabelas e categorizados,</p><p>em espaços formativos pesquisados, tipos de pesquisa e temática.</p><p>RESULTADOS E DISCUSSÃO</p><p>A produção de conhecimento em dança nos cursos de Educação Física da UNEMAT</p><p>a partir dos trabalhos monográficos</p><p>Apresentaremos as análises da produção de conhecimento em dança, a partir dos</p><p>Trabalhos de Conclusão de Curso de licenciatura em Educação Física da UNEMAT.</p><p>16</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>Com relação à produção em dança nos Trabalhos de Conclusão de Curso, podemos</p><p>destacar estudos produzidos em espaços formativos educacionais e não escolares. A tabela</p><p>abaixo apresenta as temáticas e quantidades de monografias encontradas:</p><p>Tabela 1. A produção do conhecimento sobre a dança nos Cursos de Licenciatura em Educação Física da UNEMAT.</p><p>Produção da dança Quantidades</p><p>Espaços formativos educacionais 23</p><p>Espaços não Escolares 8</p><p>Total 31</p><p>Fonte: Construção dos autores.</p><p>Conforme a tabela 1 é possível perceber que diante das pesquisas encontradas a</p><p>maioria aborda a dança numa perspectiva educacional, seja ela na formação no Ensino</p><p>Superior ou na Educação Física Escolar. Em menor proporção, identificamos estudos que</p><p>relacionam a dança em espaços não escolares.</p><p>Rodrigues e Correia (2013) encontraram resultados semelhantes, em estudos sobre</p><p>a produção de pesquisas em dança nos periódicos nacionais, com destaque na subárea</p><p>denominada pedagogia do movimento, destacando uma relevante inclinação para aborda-</p><p>gem da dança na perspectiva da Educação Física Escolar com um percentual de (66,22%)</p><p>se comparada ao não domínio escolar (33,78%). Nesse sentido notamos a grande neces-</p><p>sidade da ampliação e diversificação do estudo sobre a dança, nos diversos espaços e</p><p>contextos educacionais.</p><p>Faremos a discussão dos resultados por tópicos considerando os eixos: Produção de</p><p>conhecimento em dança nos espaços formativos educacionais e nos espaços não escolares.</p><p>Produção de conhecimento dança nos espaços formativos educacionais</p><p>As monografias que abordaram as danças nos espaços formativos educacionais fo-</p><p>ram 23 pesquisas, sendo 16 estudos publicados no Campus de Cáceres e 7 no Campus de</p><p>Diamantino. Em relação ao tipo de pesquisa, encontramos 8 pesquisas bibliográficas e 15</p><p>pesquisas a campo, entre os anos 2009 a 2019.</p><p>As pesquisas do Campus de Diamantino-MT se apresentam a partir de 2013 devido ao</p><p>curso ter iniciado nesse ano. Os estudos bibliográficos se destacam nas pesquisas desse</p><p>Campus, pois as pesquisas a campo necessitam de aprovação do comitê de ética e nem to-</p><p>dos os estudos conseguem cumprir com essa exigência, optando pela pesquisa bibliográfica.</p><p>Partindo disso, Strazzacappa e Morandi (2006) ressaltam que quando a dança esti-</p><p>ver inserida em muitas escolas, infiltrada por todas as portas e janelas, talvez se consiga</p><p>perceber os reflexos e as implicações das relações estabelecidas entre ela, a educação e</p><p>a sociedade. A dança é, sem dúvidas, a maior incentivadora da manifestação e expressão</p><p>16 17</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>corporal do ser humano. No âmbito escolar ela é pedagógica, e ensina tanto como as brin-</p><p>cadeiras, os esportes e os jogos. Para Barreto (2005, p. 83) o ensino da dança na escola,</p><p>“tem o potencial de contribuir para a construção de um processo educacional mais harmo-</p><p>nioso e equilibrado”.</p><p>Através de atividades de expressão corporal e de ritmos, como afirma Lourdes e Barreto</p><p>(2007) a criança tem a oportunidade de criar, expressar, conduzir o corpo e imaginar. Todos</p><p>esses aspectos podem ser considerados aprendizados. Explorar a dança na escola de forma</p><p>sistematizada na Educação Física possibilita o desenvolvimento da criança enquanto ser</p><p>social, através do contato, das atividades realizadas em grupos e das dinâmicas.</p><p>Tabela 2. Pesquisas Bibliográficas sobre a dança nos espaços formativos educacionais.</p><p>Temática/Ano Revisão Bibliográfica Autores/obras mais Utilizadas</p><p>Educação Infantil (2013)</p><p>Aspectos Legais na Educação Infantil;</p><p>Desenvolvimento motor e prática pedagógica;</p><p>A dança na Educação Infantil;</p><p>Formação do professor no ensino da dança.</p><p>Brasil (1998); Gallahue e Ozmun</p><p>(2005);Barreto (2005);</p><p>Strazzacappa (2001);</p><p>Marques (2012).</p><p>Educação Especial (2013)</p><p>Aspectos históricos da deficiência</p><p>Dança como Inclusão</p><p>Dança na Educação Especial</p><p>during gastric bypass surgery–induced weight loss. Surgery</p><p>for Obesity and Related Diseases, v. 13, n. 2, p. 210-219, 2017.</p><p>WOODLIEF, Tracey L. et al. Dose response of exercise training following roux‐en‐Y gastric</p><p>bypass surgery: a randomized trial. Obesity, v. 23, n. 12, p. 2454-2461, 2015.</p><p>11</p><p>'10.37885/230412720</p><p>11</p><p>EFEITOS DO ESTRESSE MENTAL SOBRE O</p><p>DESEMPENHO DE ATLETAS DE ALTO RENDIMENTO</p><p>Mauro Fernando Lima da Silva</p><p>Emanuelly Rocha Farias</p><p>https://dx.doi.org/10.37885/230412720</p><p>RESUMO</p><p>O estresse mental representa um problema de saúde pública e prática de exercício podem</p><p>impulsionar melhora a saúde mental. Entretanto, atletas não estão imunes aos desafios de</p><p>saúde mental, inclusive a alta demanda física de atletas de elite pode influenciar negativa-</p><p>mente a saúde mental e ocasionar estresse. Essa relação de estresse mental e atletas de</p><p>elite ainda não bem compreendida na leitura e recebe pouca atenção de pesquisadores.</p><p>Desse modo, foi realizado um estudo de revisão sistemática com objetivo de analisar a</p><p>existência e impactos do estresse mental em atletas de elite. Nessa revisão foram utiliza-</p><p>dos os seguintes descritores: Stress, Psychological; Athletes; Mental Health; Mental Health</p><p>Associations. As bases de dados utilizadas foram PubMed, Web of Science e Scopus no</p><p>idioma inglês com artigos publicados nos últimos cinco anos. Após seleção e síntese qua-</p><p>litativa, sete estudos foram incluídos. Foi constatado que o estresse mental e comum em</p><p>atletas inclusive em comparação a não atletas. Nos estudos incluídos houve predomínio de</p><p>jovens mulheres em esportes variados, principalmente esportes de verão como voleibol e</p><p>atletismo. O estresse mental parece estar relacionado com carga de treinamento. Estudos</p><p>com amostras maiores são necessários, em diferentes esportes para verificar com maior</p><p>rigor metodológico o estresse mental em atletas de elite.</p><p>Palavras-chave: Estresse Psicológico, Atletas, Saúde Mental, Associações de Saúde Mental.</p><p>157</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>Atletas em esportes de alto rendimento enfrentam uma combinação única de desafios,</p><p>esgotamento físico, lesões, síndrome do sobretreinamento são alguns fatores de risco para</p><p>alguns distúrbios de saúde (Åkesdotter et al., 2020; Reardon et al., 2019). Comum em muitos</p><p>atletas de elite os problemas de saúde mental são definidos como transtornos psiquiátricos</p><p>e sintomas de sofrimento psíquico com impacto substancial na qualidade de vida, causando</p><p>prejuízo funcional no trabalho, atividades sociais e outras áreas importantes da vida por duas</p><p>semanas ou mais (Åkesdotter et al., 2020; Foskett; Longstaff, 2018; Schinke et al., 2018).</p><p>A prevalência de problemas na saúde mental pode atingir 50% dos atletas em algum</p><p>momento de sua carreira e o pico de início ocorre por volta dos 19 anos (Åkesdotter et al.,</p><p>2020). É importante ressaltar que entre os jovens os problemas de saúde mental são um</p><p>dos maiores contribuintes para a carga global de doenças, com aumento exponencial nos</p><p>últimos anos (Vella et al., 2021).</p><p>Pesquisas recentes apontaram vários estressores e desafios únicos que os atletas</p><p>de alto desempenho enfrentam e que podem explicar parcialmente os problemas de saúde</p><p>mental, como depressão, ansiedade e estresse (Gorczynski; Coyle; Gibson, 2017). Esses</p><p>desafios e estressores únicos incluem demandas de competição e treinamento, bem como</p><p>lidar com lesões e recuperação (Gorczynski; Coyle; Gibson, 2017; Foskett; Longstaff, 2018).</p><p>Além disso, alguns atletas de alto rendimento também se preocupam com a imagem</p><p>corporal, principalmente aqueles que competem em esportes estéticos, como mergulho e</p><p>ginástica, que podem resultar em transtornos alimentares e uso de substâncias (Gorczynski;</p><p>Coyle; Gibson, 2017). Existe também preocupações com a aposentadoria, especialmente</p><p>quando provocadas repentina e inesperadamente, deixam os atletas de alto desempenho</p><p>sentindo-se vulneráveis e com sintomas depressivos (Gorczynski; Coyle; Gibson, 2017;</p><p>Vannuccini et al., 2020).</p><p>Sintomas mentais, como estresse, podem causar mudanças de atenção, distração e</p><p>aumento da autoconsciência de que tudo pode interferir no desempenho e predispor um</p><p>atleta a lesão e má recuperação (Putukian, 2016). Apesar dos riscos e da carga, atualmente,</p><p>não existe uma estrutura ou modelo de atendimento abrangente para apoiar e responder</p><p>às necessidades de saúde mental de atletas de elite (Russell et al., 2019), aliado a isso os</p><p>atletas mantêm e agem de acordo com suas próprias atitudes, crenças e opiniões em relação</p><p>à saúde mental (Moreland; Coxe; Yang, 2018).</p><p>Existem vários motivos pelos quais os atletas de alto desempenho podem desejar não</p><p>divulgar seu estado de saúde mental e buscar apoio. Assim como na população em geral,</p><p>eles temem lidar com o estigma associado à doença mental e as consequências que daí</p><p>158</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>decorrem, talvez o mais pertinente seja o fato de os atletas não desejarem interromper suas</p><p>carreiras atléticas (Gorczynski; Coyle; Gibson, 2017; Van Slingerland et al., 2019).</p><p>Mesmo com recente interesse na pesquisa de saúde mental, há uma escassez de</p><p>dados empíricos robustos sobre os sintomas de estresse mental em atletas competidores</p><p>atualmente (Purcell et al., 2020), existe deficiência do acompanhamento ideal dos atletas</p><p>uma forte limitação nas informações sobre saúde mental de uma forma geral (Lebrun; Collins,</p><p>2017). Nessa perspectiva, foi realizada uma pesquisa com o objetivo de sistematizar através</p><p>de estudos publicados em periódicos, a incidência, sintomas e impactos do estresse mental</p><p>em atletas de alto rendimento.</p><p>METODOLOGIA</p><p>Foi realizado uma revisão sistemática de literatura com tema central de analisar o</p><p>estresse mental em atletas de alto rendimento. O estudo foi elaborado, conforme processo</p><p>metodológico de Donato e Donato (2019) e de modelo de revisão sistemática Cochrane (Ahn;</p><p>Kang, 2018; Delgado-Rodríguez; Sillero-Arenas, 2018; Zhu, 2020), com os seguintes pas-</p><p>sos: 1. Formular uma questão de investigação; 2. Realizar um protocolo de investigação, 3.</p><p>Definir os critérios de inclusão e de exclusão; 4. Desenvolver uma estratégia de pesquisa e</p><p>pesquisar a literatura; 5. Selecionar os estudos; 6. Avaliação da qualidade dos estudos; 7.</p><p>Extração dos dados; 8. Síntese dos dados e 9. Disseminação dos resultados.</p><p>A pergunta de investigação do processo revisional foi construída através da estratégia</p><p>PICO (acrônimo para patient, intervention, comparison, outcomes), é descrita na tabela 1.</p><p>Para a coleta de dados foram utilizados os descritores oriundos do sistema MeSH</p><p>(Medical Subject Headings): Stress, Psychological; Athletes; Mental Health; Mental Health</p><p>Associations. Visando maior direcionamento dos artigos para a questão norteadora da pre-</p><p>sente revisão será utilizado o operador booleano “AND” e “OR”.</p><p>Tabela 1. Estratégia PICO para formulação da questão de investigação.</p><p>1. POPULAÇÃO</p><p>(PATIENT/PROBLEM)</p><p>2. INTERVENÇÃO</p><p>(INTERVENTION)</p><p>3. CONTROLE</p><p>(COMPARISION)</p><p>4. DESFECHO</p><p>(OUTCOME)</p><p>atletas de elite estresse mental Sem comparação associação/relação</p><p>PERGUNTA: “Qual a associação/relação do estresse mental em atletas de elite”?</p><p>Fonte: Autoria própria.</p><p>Os bancos de dados foram acessados de março a maio de 2021, onde foi realizada</p><p>uma pesquisa nas seguintes bases de dados: PubMed, Web of Science e Scopus. Essas</p><p>plataformas de dados foram acessadas com auxílio do portal de periódicos da Capes, por</p><p>meio da Comunidade Acadêmica Federada (CAFe)</p><p>158 159</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>Os critérios</p><p>Sassaki (1997)Unesco (2003)</p><p>Aranha (2006)</p><p>Ferreira et al (2013)</p><p>Educação Especial (2014) Histórico da dança Deficiência</p><p>Dança para pessoas com deficiências</p><p>Faro (1986)Fux (1998)</p><p>Nanni (2005) Ehrenberg e Gallardo</p><p>(2005)</p><p>Educação Física Escolar (2015) Dança na Educação Física;</p><p>Dança e Corpo</p><p>Coletivos de autores (1994);</p><p>PCNs (1998, 2000);</p><p>Saraiva (2005, 2007);</p><p>Educação Infantil (2016)</p><p>Dança no espaço escolar;</p><p>Dança na Educação Infantil;</p><p>Educação Física Infantil e a dança no espaço escolar.</p><p>Laban (1978)</p><p>Marques (1997) Pereira ET al (2001)</p><p>Scarpato(2001</p><p>Educação Física Escolar (2018)</p><p>Histórico da dança</p><p>Dificuldades e desafios da dança na escola;</p><p>Benefícios da dança;</p><p>Dança no contexto Escolar</p><p>Bertoni (1992)</p><p>Caminada (1999)</p><p>Barreto (2005)</p><p>Bregolato (2006)</p><p>Fonte: Construção dos autores.</p><p>Os estudos bibliográficos relacionados a dança e Educação se correlacionam de forma</p><p>mais específica com a Educação Infantil, Educação Física Escolar e Educação Especial.</p><p>Segundo Verderi (2000), a dança, associada à Educação Física, deve ter um papel</p><p>fundamental enquanto atividade pedagógica e despertar no aluno uma relação concreta</p><p>sujeito-mundo. Deverá propiciar atividades geradoras de ação e compreensão, favorecendo</p><p>a estimulação para ação e decisão no desenrolar das mesmas, para assim, modificá-las</p><p>frente a algumas dificuldades que possam aparecer e através dessas mesmas atividades,</p><p>reforçar a autoestima, a autoconfiança e o autoconceito.</p><p>Num estudo exploratório sobre a produção de dança em teses e dissertações, foi iden-</p><p>tificada uma proposta de dança-improvisação na Educação Infantil como possibilidade peda-</p><p>gógica com a dança para as crianças nesta faixa etária. Pois a dança planejada, organizada</p><p>18</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>e adaptada de acordo com os interesses das crianças possibilita aos alunos sentir, vivenciar,</p><p>criar, explorar, movimentar e imaginar. (BRASILEIRO; SOUZA; FRAGOSO, 2015).</p><p>Para Marques (2001) ao tratarmos a dança educativa, devamos partir da realidade e</p><p>do contexto nos quais o aluno está inserido para então transformarmos de forma conscien-</p><p>te e problematizadora o conteúdo a ser ensinado. Assim, levaremos o aluno a pensar na</p><p>dança sempre como um processo individual, coletivo e social em que todos são produtores</p><p>de saberes e conhecimentos.</p><p>Ferreira (2000) destaca em um estudo feito da dança para as pessoas com deficiên-</p><p>cia, que determinada prática apresenta uma contribuição significativa, e que através dela</p><p>o ser humano é capaz de se expressar por meio do movimento e para as pessoas com</p><p>deficiências possibilita inúmeras descobertas e ampliação de conhecimento. Desta forma,</p><p>o papel da dança para essas pessoas permite a ampliação das habilidades que irão auxiliar</p><p>no seu cotidiano.</p><p>Ao analisarmos os objetivos e a metodologia desses estudos, podemos destacar que</p><p>não especificaram os critérios de inclusão e exclusão das obras utilizadas para análise</p><p>nem em que bases de dados ou sites foram utilizados para a pesquisa. Sendo assim, se</p><p>configuram como uma fundamentação teórica incoerente, pois nem os objetivos e nem a</p><p>metodologia são condizentes com uma pesquisa bibliográfica.</p><p>Percebe-se fragilidade nas escolhas das referências bibliográficas, pois não se apro-</p><p>priam de forma aprofundada nos estudos na área da dança na escola, além do uso de dados</p><p>de sites não confiáveis e de utilização de monografias ao invés do uso das obras originais.</p><p>Dessa forma, alertamos para a necessidade de valorização de disciplinas voltadas a pesquisa</p><p>no espaço formativo pesquisado. Sugere-se a necessidade de apropriação por parte dos</p><p>pesquisadores do arcabouço teórico existente sobre a dança no modo geral, em especial</p><p>no que se refere à Educação.</p><p>18 19</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>Tabela 3. Pesquisa de campo que abordam a dança nas aulas de Educação Física.</p><p>Temática/ Ano Lócus de pesquisa e Sujeitos Nível/modalidade de Ensino Objetivo</p><p>Prática pedagógica (2009) 4 escolas Estaduais de Educação</p><p>Básica Professores Ensino Fundamental Utilização da dança como</p><p>conteúdo</p><p>Dança de rua (2011) Escola Estadual Ensino Fundamental Aplicação de dança de rua</p><p>como conteúdo</p><p>Prática pedagógica (2011)</p><p>Escola Estadual, IFMT e um centro</p><p>Educacional</p><p>10 alunos</p><p>Ensino Médio Utilização da dança como</p><p>conteúdo</p><p>Prática pedagógica (2012) Escola Municipal</p><p>8 Professores Educação Infantil Utilização da dança como</p><p>conteúdo</p><p>Prática pedagógica (2012) Escola Municipal</p><p>31 alunos</p><p>Ensino</p><p>Fundamental II Prática da dança</p><p>Prática Pedagógica (2014) Escola Estadual 30 alunos Ensino Fundamental II Aceitação da dança como</p><p>conteúdo</p><p>Dança em cadeiras (2015) Escola Estadual Alunos cadeirantes Ensino Fundamental Vivência da dança com</p><p>cadeirantes</p><p>Prática pedagógica (2015)</p><p>Escolas Municipais e Estaduais (São</p><p>José do Rio Claro)</p><p>5 professores</p><p>Educação Infantil ao Ensino</p><p>Médio</p><p>Dificuldades da utilização</p><p>da dança como conteúdo na</p><p>escola</p><p>Fonte: Construção dos autores.</p><p>Referente aos estudos relacionados a prática pedagógica da dança nas aulas de</p><p>Educação Física o percentual maior encontrado foi no curso de Educação Física do cam-</p><p>pus de Cáceres e apenas duas monografias foi apresentada no campus de Diamantino nos</p><p>anos 2014 e 2015, considerando a dança como um conteúdo a ser abordado nas aulas de</p><p>Educação Física como de fundamental importância.</p><p>Os dois estudos, um voltado ao questionamento para os alunos no Ensino Fundamental,</p><p>apresenta um percentual não satisfatório ao acrescentar o conteúdo dança nas aulas de</p><p>Educação Física. Entende-se ainda, que os alunos possuem pouco conhecimento sobre a</p><p>dança e não se sentem motivados a participar das aulas em que é abordado este conteú-</p><p>do. (ARAÚJO 2014). No outro estudo apresentando a percepção do professor da escola ao</p><p>abordar a dança em suas aulas, é possível identificar que apesar da existência de uma disci-</p><p>plina de dança na formação inicial desses professores, foi relatado que eles preferem utilizar</p><p>outros conteúdos e não se sentem preparados para ao abordá-la nas aulas de Educação</p><p>Física. (GONCALVES 2015).</p><p>Notou-se diante dos estudos relacionados à Dança como prática pedagógica, que a</p><p>grande maioria se apresenta no ensino fundamental. Para Brasileiro (2009) a dança é in-</p><p>cluída na formação de crianças e adolescentes no espaço escolar, através das disciplinas</p><p>de Educação Física e Artes, sendo que na segunda se apresenta conhecimentos relaciona-</p><p>dos à dança, música, teatro e artes visuais e a primeiras, outros elementos além da dança</p><p>como a ginástica, jogos, brincadeiras, esportes, lutas e outras manifestações que fazem</p><p>parte da cultura.</p><p>20</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>Nesses estudos buscou estabelecer princípios didáticos pedagógicos e reconhe-</p><p>cê-la como essencial no espaço escolar, pois proporcionam aos estudantes reconhe-</p><p>cer a dança “[...] a conhecerem a si próprios e/com os outros; a explorarem o mundo da</p><p>emoção e da imaginação; a criarem; a explorarem novos sentidos, movimentos livres”.</p><p>(PEREIRA E CANFIELD, 2001, p.61).</p><p>Por meio da dança, o professor poderá explorar diversas possibilidades a partir da</p><p>corporeidade dos alunos. Essa afirmação nos permite entender que utilizar a dança como</p><p>numa prática pedagógica vai além de ensinar movimentos. Sendo possível explorar suas</p><p>potencialidades de uma forma divertida, utilizando-se da expressão corporal do ser humano</p><p>e da cultura de cada espaço em que ela está inserida.</p><p>Com relação aos níveis de ensino apresentado, na Educação Infantil as pesquisas</p><p>destacam a dança como ferramenta fundamental na contribuição</p><p>do desenvolvimento das</p><p>crianças e destacado como um instrumento valioso no desenvolvimento pedagógico. Gariba</p><p>(2005, p. 3) considera a utilização dos elementos que envolvem a dança, como um valioso</p><p>instrumento que possibilita que os alunos lidem “[...] com suas necessidades, desejos, ex-</p><p>pectativas e, também serve como instrumento para seu desenvolvimento individual e social”.</p><p>Nesse momento formativo em que a criança se expressa pelo corpo, é muito impor-</p><p>tante explorar diversas linguagens corporais. A dança apresenta-se como uma ferramenta</p><p>preciosa para o indivíduo lidar com suas necessidades. A inserção de diferentes linguagens</p><p>na educação infantil pode ter um avanço significativo para os professores, com relação aos</p><p>conhecimentos da cultura infantil.</p><p>Já no ensino fundamental as pesquisas apresentam a dança como ferramenta para</p><p>a aprendizagem dos alunos, e, também incluída para cadeirantes. Esses estudos demons-</p><p>tram por si, que há uma conscientização dos sujeitos sobre a importância de se trabalhar a</p><p>dança, nas aulas de Educação Física. No entanto alertamos a necessidade de ampliação de</p><p>estudos que abordem a dança em uma perspectiva inclusiva em todos os níveis de ensino.</p><p>Em estudo sobre a dança e a deficiência, Ferreira (2000) demonstra que há contribui-</p><p>ções significativas e positivas para essas pessoas, pois proporciona diferentes possibilidades</p><p>de movimento, indicando vias de solução de problemas; desenvolvendo o autoconhecimento,</p><p>influenciando na descoberta das possibilidades de transformações sociais e explora várias</p><p>formas de expressão e de comunicação. Assim, a dança possui diversas finalidades, nos</p><p>diferentes âmbitos e para as pessoas com deficiências, quando estimulada permite demons-</p><p>trar suas formas de expressão e autoconhecimento.</p><p>Além dos professores participantes da pesquisa acreditarem que para abordar a dan-</p><p>ça no contexto escolar, é necessário o conhecimento procedimental, isto é, ter domínio</p><p>20 21</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>corporal na prática da dança, com isso, essa modalidade se apresenta nesse espaço com</p><p>pouca expressividade.</p><p>Tabela 4. Pesquisa Campo em dança na escola em forma de projeto e na educação Especial.</p><p>Temática/Ano Lócus de pesquisa e Sujeitos Nível/modalidade de Ensino Objetivo</p><p>Dança Afro (2015) Escola Estadual Professor do</p><p>projeto E 7 alunos Não especificado Aceitação e contribuição da dança</p><p>no projeto Afro-Escola</p><p>Dança de Salão (2010) Escola Estadual Professores Não informado Dança de Salão como alternativa</p><p>formativa em projetos escolares.</p><p>Projeto (2014) Escola Estadual 4 acadêmicos Ensino Fundamental II A abordagem da dança em projetos</p><p>escolares.</p><p>Deficiência (2014) Escola Estadual Ensino Médio Desenvolvimento do ritmo em</p><p>pessoas surdas e não surdas</p><p>Deficiência (2018) APAE Educação Especial</p><p>A contribuição da dança para o</p><p>desenvolvimento do equilíbrio em</p><p>pessoas com Síndrome de Down</p><p>Fonte: Construção dos autore.</p><p>Os estudos apresentados acima discutem a dança no contexto escolar em forma de</p><p>projeto e na Educação Especial, na APAE. Essas pesquisas em projetos se apropriam da</p><p>dança Afro e dança de salão como alternativa formativa, além da utilização da dança com</p><p>alunos com surdez. Apesar da quantidade de estudos que abordam a dança na escola como</p><p>conteúdos nas aulas de Educação Física, os resultados desses estudos evidenciam a falta</p><p>em relação à expressividade desse conteúdo no contexto escolar. Na busca de suprir essa</p><p>falta de visibilidade, algumas escolas desenvolvem projetos escolares em que utiliza a dança</p><p>como atividade extracurricular em momentos no contraturno. Para Marques (2007, p. 102),</p><p>“a dança ainda é vista por grande contingente do professorado não formado em dança,</p><p>somente como recurso, meio, diversão e atividade extracurricular”.</p><p>Os objetivos propostos nas monografias buscam analisar e destacar a importância da</p><p>abordagem da dança no espaço da Educação Física escolar, sendo atribuída em projetos</p><p>escolares e a inserção na Educação Especial. Considerando que as pesquisas apresentadas</p><p>na tabela 5, buscam discutir a dança numa perspectiva educacional, mas não como proposta</p><p>pedagógica no ensino formal, não há uma especificação dos níveis de ensino, em algumas</p><p>das propostas apresentadas.</p><p>Vale ressaltar que a abordagem da dança em projetos na escola, não busca formar</p><p>bailarinos, tem como objetivo estimular a prática sensível que há em todo ser humano, que o</p><p>aluno a partir da dança busque no seu corpo possibilidades de se expressar, movimentar-se</p><p>conscientemente e interagir com todos ao seu redor. Desta forma colaborando no desenvolvi-</p><p>mento das potencialidades humanas e sua relação com o mundo (MADRUGA; NORA, 2016).</p><p>22</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>Tabela 5. Pesquisa Campo em Dança na formação em Educação Física.</p><p>Temática Ano Lócus de pesquisa/Sujeitos Nível de Ensino Objetivo</p><p>Formação UNEMAT/ Projeto dançarte (Cáceres) 10 acadêmicos Ensino superior Machismo na dança de salão</p><p>Formação (2012) UNEMAT (Cáceres) 16 acadêmicos Ensino Superior Conhecimento da dança na formação</p><p>Formação (2015) UNEMAT (Cáceres) 18 acadêmicos Ensino Superior Conhecimento/Saberes da dança na formação</p><p>Formação (2019) UNEMAT (Diamantino) 13 acadêmicos Ensino Superior Conhecimento/Saberes da dança na formação</p><p>Fontes: Construção dos autores.</p><p>Os estudos apresentados acima discutem a dança na formação de professores, es-</p><p>pecificamente da Educação Física. Notou-se poucos estudos sobre a Dança na formação</p><p>inicial, com isso a necessidade de ampliação desses estudos, pois se desejamos que a</p><p>dança seja reconhecida como um conhecimento inerente a Educação Física Escolar, esta</p><p>precisa estar presente de forma significativa no processo formativo dos futuros professores</p><p>de Educação Física.</p><p>Barbosa (2019) reconhece que a dança precisa ser vivenciada na formação em</p><p>Educação Física, visando demonstrar que é uma das manifestações da cultura corporal, por</p><p>isso, deve ser entendida como um objeto de estudo durante a formação acadêmica assim</p><p>como o esporte, jogo, luta e ginástica.</p><p>Os objetivos dos estudos acima buscam analisar a dança numa mesma perspectiva,</p><p>explorando os saberes e os conhecimentos que envolvem seu aprendizado durante a for-</p><p>mação, relacionando com as inúmeras possibilidades de ensino. No estudo de Lima (2011),</p><p>a dança é apresentada na formação em forma de projeto na instituição relacionando o</p><p>machismo, o gênero, a cultura e a sociedade. O estudo aponta a partir dos resultados que</p><p>o machismo ainda está presente na sociedade, cuja maior influência vem da família e da</p><p>sociedade, destaca ainda que essa questão precisa ter um olhar privilegiado principalmente</p><p>dentro das escolas.</p><p>Gaspar (2012) apresenta alguns pontos positivos, destacando que os acadêmicos têm</p><p>conhecimento sobre determinada prática e a importância da abordagem da dança na forma-</p><p>ção e no espaço educacional. O estudo ainda levanta o fato da resistência que se encontram</p><p>as escolas para se trabalhar a dança, nesse sentido, o professor em formação deve buscar</p><p>alternativas e estimular a vivência da Dança na escola e explorar esse conteúdo de forma</p><p>mais significativa na formação inicial dos futuros professores.</p><p>Em outra pesquisa realizada com os discentes em formação, na busca da identificação</p><p>dos saberes e conhecimentos da dança, apesar da maioria dos acadêmicos não demons-</p><p>trarem ter domínio dos conteúdos relacionados ao assunto, foi possível identificar uma</p><p>contribuição satisfatória na formação do curso de Educação Física, pois os participantes</p><p>da pesquisa demonstraram interesse em trabalhar com esse conteúdo após sua forma-</p><p>ção (PRADO, 2015).</p><p>22 23</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa</p><p>- ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>Em seu estudo, Araújo (2019) destaca a dança na disciplina de Estágio Supervisionado,</p><p>com resultados poucos satisfatórios, ainda que a matriz curricular do curso ofereça a carga</p><p>horária suficiente para desenvolvê-la nos estágios, os acadêmicos não se sentem seguros,</p><p>pois acreditam não possuir saberes e conhecimentos suficientes sobre o conteúdo. Desta</p><p>forma elencamos a necessidade de ampliar os conteúdos trabalhados durante a formação</p><p>docente, valorizando os saberes pedagógicos, de acordo com a realidade do espaço escolar.</p><p>O tópico apresentado a seguir aborda os resultados das monografias que apresentam</p><p>a produção de conhecimento da dança relacionada à saúde nos espaços não escolares,</p><p>estudos esses voltados à terceira idade.</p><p>Produção de conhecimento da dança referente aos espaços não escolares</p><p>Em relação à produção de conhecimento sobre a dança nos cursos de Educação Física</p><p>que abordam os espaços não escolares, identificamos apenas 8 estudos. Desses apenas</p><p>3 foram produzidos no curso de Educação Física do Campus de Diamantino (2 pesquisas</p><p>bibliográficas e 1 a campo), os demais estudos são pesquisas a campo e do Campus de</p><p>Cáceres. Em relação a temática mais evidenciada está a relacionada à saúde e a qualidade</p><p>de vida na terceira idade.</p><p>Foram encontradas 8 monografias relacionadas a temática dança nos espaços não</p><p>escolares a maioria abordando a temática numa perspectiva de saúde e de qualidade de</p><p>vida na terceira idade. Em relação ao tipo de metodologia, em nosso estudo, predomina a</p><p>pesquisa a campo, apresentando apenas 2 pesquisas bibliográficas. O quantitativo de pes-</p><p>quisa é maior no Campus de Cáceres.</p><p>Em relação ao quantitativo de pesquisa em espaços não escolares, os dados divergem</p><p>de um estudo feito na Universidade Estadual de Minas Gerais, em que foram levantados</p><p>170 trabalhos, em um recorte temporal do ano de 2010 a 2016. Na referida pesquisa, dentre</p><p>os espaços escolares houve um percentual de 42,3%, se unindo aos outros agrupamentos</p><p>dos espaços não escolares, num relativo percentual de 57,7%. Nessa pesquisa, os traba-</p><p>lhos levantados possibilitaram a extração dos seguintes eixos temáticos: lazer, reabilitação,</p><p>universidade/outros, esporte, treinamento esportivo, saúde e exercício e Educação Física</p><p>Escolar. (CARNEIRO; SILVA; SANTOS, 2019).</p><p>24</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>Tabela 6. Pesquisa Bibliográfica em dança relacionadas à saúde e qualidade de vida na terceira idade.</p><p>Tipo de dança/Ano Revisão Bibliográfica Autores/obras mais Utilizadas</p><p>Dança de salão (2014) Dança no contexto da educação física</p><p>Dança na prevenção e cura da depressão em idosos.</p><p>Almeida (2005)</p><p>Maciel (2010)</p><p>Rosa (2012)</p><p>Dança Sênior (2016) Histórico da dança</p><p>A prática da dança por idosos dança sênior</p><p>Bourcier (2001)</p><p>Garaudy (1980)</p><p>Ribeiro (1999)</p><p>Fonte: Construção dos autores.</p><p>As pesquisas apresentadas acima foram defendidas no campus de Diamantino, tais</p><p>estudos destacam a dança relacionada à saúde na terceira idade. Como temática principal as</p><p>pesquisas demonstram dois tipos de danças específicas que são distintas, mas têm contribui-</p><p>ções significativas, no que diz respeito à melhora e qualidade de vida para a terceira idade.</p><p>As pesquisas apresentam, no referencial teórico, patologias que aparecem quando</p><p>o indivíduo chega à terceira idade. A necessidade de trabalhar a dança considerando sua</p><p>contribuição de forma significativa para um envelhecimento saudável. Wichmann e colabo-</p><p>radores (2013) em um estudo sobre a importância da convivência de idosos como suporte</p><p>para melhoria da saúde identificou satisfação e melhoria da qualidade de vida desses idosos</p><p>participantes da pesquisa.</p><p>Ao analisar as metodologias dos estudos, podemos destacar que tratam de revisões</p><p>bibliográficas e de preceito exploratório. As pesquisas não contêm informações necessárias</p><p>para compreender o objeto estudado, tais como sites, seleção de artigos, periódicos, crité-</p><p>rios de inclusão e exclusão, ou acabam apresentando algo que não traz muita relevância</p><p>para o estudo. Nesse sentido, elencamos a necessidade de ampliação e melhor descrição</p><p>para esses estudos.</p><p>Com relação ao aporte teórico, são utilizadas algumas obras de autores, retiradas de</p><p>artigos da internet, nota-se o uso excessivo da citação de citações, de autores pouco utiliza-</p><p>dos. Nesse sentido evidenciamos a necessidade da ampliação das disciplinas de pesquisas,</p><p>voltadas a produção dos estudos.</p><p>24 25</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>Tabela 7. Pesquisa de campo em dança relacionada à saúde e qualidade de vida na terceira idade.</p><p>Temática/ Ano Lócus de pesquisa e sujeitos Faixa etária Objetivo</p><p>Saúde e terceira idade (2011)</p><p>Comunidade Feliz (CREAS)</p><p>Quantidades de sujeitos não</p><p>identificados</p><p>Entre 60 a 87 anos A prática dança</p><p>Saúde e terceira idade (2012)</p><p>Centro de convivência para idosos</p><p>30 idosos</p><p>1 professora</p><p>1 coordenadora</p><p>Entre 65 a 70 anos Benefícios da dança</p><p>Saúde e terceira idade (2014)</p><p>Centro de referência de assistência</p><p>social (CRAS)</p><p>4 idosas</p><p>Entre 45 a 80 anos Benefícios da dança</p><p>Saúde e terceira idade (2016)</p><p>Centro de referência especializado</p><p>de assistência social (CREAS)</p><p>15 idosos</p><p>Não especificado Prática e contribuição da</p><p>dança</p><p>Fonte: Construção dos autores.</p><p>As pesquisas apresentadas demonstram resultados de estudos da dança trabalhada</p><p>em projetos sociais, na perspectiva da saúde na terceira idade. De acordo com os objetivos</p><p>das pesquisas a dança é uma ferramenta que apresenta diversas possibilidades e auxilia</p><p>principalmente nessa faixa etária. Os estudos apresentados acima destacam nos resultados a</p><p>dança como meio fundamental, para a promoção da saúde na terceira idade, bem como nas</p><p>relações sociais. Segundo Karsch (2007), a dança está entre as atividades físicas, que mais</p><p>se adaptam aos grupos etários proporcionando alegria, nas quais todos podem participar.</p><p>Os estudos foram desenvolvidos em espaço especializado para o atendimento a terceira</p><p>idade, sendo alguns deles o CREAS, o CRAS e o Centro de Convivência para Idosos. As au-</p><p>las acontecem pelo menos duas vezes na semana. Além disso, os projetos oferecem outras</p><p>atividades para esses grupos, desenvolvendo um trabalho multidisciplinar com o grupo</p><p>de terceira idade.</p><p>Neste sentido, Hass e Leal (2006) enfatizam que a dança tem extrema importância</p><p>para o idoso, pois lhes proporciona bem-estar físico, social e psicológico; é benéfica para</p><p>a saúde e é uma atividade que traz satisfação pessoal. Desta forma, a dança se apresenta</p><p>como uma das atividades físicas mais importante na terceira idade.</p><p>Em estudo anterior, na formação inicial, foi realizada uma pesquisa na disciplina Prática</p><p>Curricular, abordando a dança na saúde e interação social dos idosos do projeto “Viver legal”,</p><p>desenvolvido no município de Diamantino-MT, no qual é realizado um trabalho multidisciplinar</p><p>com os idosos. Os resultados foram positivos, foi identificado que a dança desenvolveu o</p><p>interesse nos idosos na busca pela qualidade de vida, nos cuidados com a saúde e no con-</p><p>vívio social, e na interação entre os participantes idosos. (DITADI; SOUZA; ALMEIDA, 2017).</p><p>Com relação a grupos de convivência ou projetos sociais, Hermann e Lana (2016),</p><p>destacam que grupos de convivência entre idosos, trazem benefícios físico e mental, pois</p><p>impulsionam a interação, a inclusão social e, é uma forma de resgatar a autonomia de viver</p><p>dentro do domínio de ser e estar saudável.</p><p>26</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>Tabela 8. Pesquisa</p><p>de campo relacionada a dança de salão e lazer.</p><p>Monografias/ Temática/Ano Lócus de pesquisa e sujeitos Faixa etária Objetivos</p><p>Dança de salão e lazer</p><p>(2014)</p><p>Centro de referência Social (CRAS)</p><p>5 mulheres 45 a 80 anos Conhecer os benefícios da dança</p><p>de salão</p><p>Dança de salão e lazer</p><p>(2015)</p><p>Acampamento (MST) Quantidade de</p><p>sujeitos não identificados</p><p>Não especificado, voltadas a</p><p>todos do grupo (MST)</p><p>Compreender a importância da</p><p>dança</p><p>Fonte: Construção dos autores.</p><p>Foram encontradas pesquisa de campo, apresentando temáticas, relacionadas a dança</p><p>de salão e lazer, defendidos no campus de Diamantino e no campus Cáceres. Os objetivos</p><p>das pesquisas apresentam uma aproximação quanto à importância da dança de salão e</p><p>seus benefícios para os praticantes.</p><p>A dança como um todo e especialmente se tratando da dança de salão é uma ótima</p><p>opção de atividade física, e ela une características que nenhum outro exercício consegue,</p><p>como promover melhoria global no indivíduo (SANTANA e SILVA, 2012).</p><p>Em relação aos dados apresentados, percebe-se que a Dança como produção de</p><p>conhecimento no curso de Educação Física se apresenta com certa timidez. A partir dos</p><p>resultados notamos um quantitativo baixo de pesquisas encontradas na instituição.</p><p>CONCLUSÃO</p><p>De início acreditava-se que encontraríamos um número maior de produções nos espa-</p><p>ços não escolares, pois na matriz curricular do curso, a disciplina de Dança é abordada no</p><p>terceiro semestre, e a prática curricular III, disciplina que inicia o aprendizado de pesquisa,</p><p>oferecida no mesmo semestre, não aborda a dança no espaço da escolar. Entretanto a partir</p><p>do mapeamento identificamos um número significativo de produção da dança relacionado ao</p><p>espaço formativo educacional. O número de pesquisas de campo é maior que o de pesquisas</p><p>bibliográficas, no entanto, dessas últimas, o quantitativo maior é do campus de Diamantino.</p><p>Houve uma grande dificuldade para identificação das pesquisas a partir do resumo, pois</p><p>a grande maioria não apresenta os elementos essenciais dos dados da pesquisa. Ao analisar</p><p>as pesquisas bibliográficas notam-se algumas fragilidades, pois apesar de se apresentarem</p><p>como pesquisas bibliográficas, os objetivos são voltados para pesquisa a campo, não há um</p><p>aprofundamento teórico na discussão de dados a partir de materiais bibliográficos, somente</p><p>apresentando um referencial teórico a partir de alguns temas relacionados à temática que</p><p>está sendo abordada.</p><p>Percebe-se que de início foi pensada uma pesquisa a campo, e no decorrer do proces-</p><p>so, não sendo possível muda-se o tipo de pesquisa sem fazer a devida reestruturação para</p><p>uma pesquisa bibliográfica. Apesar de o mapeamento apresentar um quantitativo significativo</p><p>de produção de conhecimento relacionado à dança na escola, os resultados apontam para</p><p>26 27</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>a necessidade de mudanças em relação à sua abordagem na escola. São resultados que</p><p>destacam a fragilidade e as dificuldades do seu desenvolvimento na escola.</p><p>Pode-se destacar como pontos positivos de algumas pesquisas o desenvolvimento da</p><p>Dança em todos os níveis de ensino, bem como a abordagem 38 da dança inclusiva como</p><p>possibilidade para o espaço educacional. Reconhece-se a necessidade de estudos que</p><p>contextualizem a dança na formação dos futuros professores de Educação Física. Sobre</p><p>as pesquisas relacionadas à dança nos espaços não escolares, destacamos uma grande</p><p>proporção da abordagem relacionada à saúde predominantes na terceira idade e poucas</p><p>pesquisas numa perspectiva do lazer e cultural.</p><p>O estudo reforça a importância da ampliação e diversificação de estudos bibliográfi-</p><p>cos que tragam o mapeamento na produção de conhecimento. Ao pensar esse estudo na</p><p>formação, torna-se possível identificar o que já tem produzido na instituição e pontos que</p><p>precisam ser aperfeiçoados.</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>APPOLINÁRIO, F. Dicionário de Metodologia Científica. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2011.</p><p>295p.</p><p>ARAUJO, A. S. de. A Dança na formação do professor de Educação Física: Conheci-</p><p>mentos e Saberes no Estágio Supervisionado. Monografia. (Graduação de Licenciatura em</p><p>Educação Física). Faculdade de ciências da saúde curso de Educação Física, Universidade</p><p>Estadual do Estado de Mato Grosso. p. 47. Diamantino, 2019.</p><p>ARAUJO, C. J. de. A Dança Como Uma Opção De Educação Física Para O Ensino</p><p>Fundamental Da Escola Estadual Serra Azul No Município De Diamantino-MT. Mo-</p><p>nografia. (Graduação de Licenciatura em Educação Física). Faculdade de ciências da</p><p>saúde curso de Educação Física, Universidade Estadual do Estado de Mato Grosso. p.</p><p>43. Diamantino, 2014.</p><p>BARBOSA, E. A. Dança e educação física: desenvolvimento e dificuldades na formação</p><p>inicial. In: MOREIRA, Evandro Carlos (Org). Formação inicial e continuada de professo-</p><p>res de educação física: conceitos, reflexões e proposições. 1 ed. Curitiba: Applis, 2019.</p><p>BARRETO, D. Dança...: ensino, sentidos e possibilidades na escola. 2. Ed. Campinas,</p><p>SP: Autores Associados, 2005.</p><p>BOGDAN, R.; BIKLEN, S. Investigação qualitativa em educação: uma introdução à</p><p>teoria e aos métodos. Porto, Portugal: Porto, 1994.</p><p>BRASILEIRO. L. T. Dança – Educação Física: (IN)tensas Relações. Tese de Doutorado.</p><p>Faculdade de Educação. Universidade Estadual de Campinas. 2009. Campinas/SP</p><p>28</p><p>Ciências do Esporte e Educação Física: contribuições contemporâneas em pesquisa - ISBN 978-65-5360-399-8 - Vol. 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br</p><p>BRASILEIRO; L. T.; SOUZA, T. K. de; FRAGOSO, A. R. de F. Produção de conheci-</p><p>mento sobre dança e Educação Física no Brasil: analisando dissertações e teses. In:</p><p>Congresso brasileiro de ciências do esporte. 19, Congresso internacional de ciências do</p><p>esporte, 06, 2015. Anais... Vitória, ES, 2015.</p><p>CERVO, A. L.; BERVIAN, P A; SILVA, R. Metodologia científica. 6. ed. São Paulo: Pren-</p><p>tice Hall Brasil, 2007.</p><p>CARNEIRO, K. T; SILVA, B. A. Rodrigues; SANTOS, B. S. da C. 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