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<p>DIREITO CONSTITUCIONAL II - Direitos Políticos</p><p>Capacidade jurídica</p><p>Maiores de 16 anos</p><p>● Voto facultativo;</p><p>● Não pode candidatar-se a nenhum cargo eletivo;</p><p>● Equivale à ideia de capacidade relativa no Direito Civil.</p><p>Maiores de 18 anos</p><p>● Voto obrigatório;</p><p>● Pode candidatar-se a alguns cargos eletivos;</p><p>● Tem capacidade de votar e ser votado.</p><p>“Os direitos políticos desenvolveram-se, cumulativa e extensivamente, ao longo dos</p><p>séculos, em uma trajetória paulatina que vai do despotismo aos Estados liberais. No</p><p>mundo contemporâneo, a democracia representativa tem um de seus pilares na soberania</p><p>popular, o que significa governo do povo, vontade da maioria. Nesse tipo de arranjo</p><p>institucional, cidadãos assumem o papel de eleitores e se manifestam pela via do voto.</p><p>Direitos políticos expressam o direito dos cidadãos de participar do governo, elegendo</p><p>seus representantes (direito de votar ou capacidade eleitoral ativa) ou candidatando-se a</p><p>cargos representativos (direito de ser votado ou capacidade eleitoral passiva)."</p><p>(BARROSO, 2023, p.1077)</p><p>"Direitos políticos são os direitos destinados a assegurar a soberania popular, dando</p><p>ensejo à possibilidade de se interferir nas decisões políticas do Estado, direta ou</p><p>indiretamente. Embora a palavra soberania tenha surgido originalmente como atributo do</p><p>monarca ou do Estado (como na teoria do francês Jean Bodin114), com o passar do</p><p>tempo e graças à obra de autores como Jean-Jacques Rousseau e Emmanuel Sieyès</p><p>passou a ser um atributo do povo115." (MARTINS, 2023, p.2990)</p><p>"Os direitos políticos nada mais são que instrumentos por meio dos quais a CF garante o</p><p>exercício da soberania popular, atribuindo poderes aos cidadãos para interferirem na</p><p>condução da coisa pública, seja direta, seja indiretamente." (LENZA, 2023, p.3510)</p><p>Direitos Políticos - Conceito</p><p>O que são Direitos Políticos?</p><p>Basicamente, são direitos ligados ao poder de decisão política de um Estado,</p><p>permitindo-se a alternância de poder de governos, a fim de que os interesses do Povo</p><p>sejam, de alguma forma, representados.</p><p>Neste sentido, tem-se aspectos de interferência direta e indireta nos contextos de decisão</p><p>e do Poder estatal.</p><p>Direitos Políticos – Regimes Democráticos e classificação</p><p>● Direitos Políticos – Regimes Democráticos e classificação</p><p>● Democracia direta – o povo exerce diretamente o Poder, sem intermediários (nas</p><p>palavras de Lenza);</p><p>● Democracia representativa – o povo elege representantes, outorgando a eles o</p><p>poder necessário para exercício de mandato que possibilite, em nome deles, o</p><p>exercício do Poder;</p><p>● Democracia semidireta ou participativa - "um “sistema híbrido”, uma democracia</p><p>representativa, com peculiaridades e atributos da democracia direta, a qual,</p><p>conforme observação de Mônica de Melo, constitui um mecanismo capaz de</p><p>propiciar, “além da participação direta, concreta do cidadão na democracia</p><p>representativa, controle popular sobre os atos estatais”" (LENZA, 2023, p.3512);</p><p>No Brasil, como funciona?</p><p>● No Brasil, a Constituição estabeleceu um regime de democracia representativa e</p><p>direta, noutras palavras: semidireta ou participativa.</p><p>● O povo elege seus representantes em eleições diretas, a cada 4 anos (observação</p><p>ao mandato de Senador, que é de 8 anos);</p><p>● O povo pode participar diretamente, por meio de plebiscito, referendo e iniciativa</p><p>popular.</p><p>CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL:</p><p>Art. 1º: Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de</p><p>representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.</p><p>Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e</p><p>secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:</p><p>I - plebiscito;</p><p>II - referendo;</p><p>III - iniciativa popular.</p><p>Direitos Políticos – Meios de Participação Popular</p><p>● Plebiscito: Forma de participação popular onde a consulta à população é feita</p><p>previamente à edição de uma lei. Serve tanto para uma lei como ato administrativo.</p><p>● Referendo: Forma de participação popular que ocorre posteriormente à edição de</p><p>uma determinada lei ou ato administrativo, submetido à apreciação popular e que,</p><p>por fim, ratifica-o ou o rejeita.</p><p>● Iniciativa popular: Consiste na possibilidade de o povo apresentar projeto de lei à</p><p>Câmara dos Deputados;</p><p>Requisitos (§2o do art. 61 da CF/88):</p><p>○ Mínimo de 1% do eleitorado nacional;</p><p>○ Distribuição de eleitorado em 5 estados pelo menos;</p><p>○ Mínimo de 0,3% do eleitorado em cada um dos estados.</p><p>Plebiscito e referendo (Convocação, como se dá?):</p><p>● Art. 3º, da Lei 9709/98: decreto legislativo;</p><p>● Proposta de, no mínimo 1/3 dos componentes de qualquer das casas do</p><p>Congresso Nacional.</p><p>● Art. 49, XV, CF/88 – a autorização de convocação ao plebiscito e referendo é de</p><p>competência do Congresso Nacional, motivo pelo qual a convocação se dá</p><p>mediante decreto legislativo.</p><p>Obrigatoriamente, a divisão territorial passa por apreciação popular: plebiscito (art. 4º, da</p><p>Lei 9709/98).</p><p>Direitos Políticos – Plebiscito x Referendo</p><p>1961 (EC no 4/1961 – CF/46): Referendo pela manutenção do regime parlamentarista ou</p><p>não, ocorrido em 06/01/1963 – retorno do presidencialismo;</p><p>1993 (ADCT – Art. 2º): marcado originariamente para o dia 07/09/199, ocorreu a</p><p>antecipação para o dia 21/04/1993 (EC no 2/92) – resultado foi a manutenção pela</p><p>república constitucional, com o sistema presidencialista de governo;</p><p>2005 (Estatuto do Desarmamento): previsto no art. 35, §1º, da Lei no 10.826/03, ocorrido</p><p>mediante o Decreto Legislativo no 780/2005, ocorreu em 23/10/2005.</p><p>Ponto necessário de observação: Estatuto do Desarmamento. "Como todos sabem, após</p><p>a apuração dos votos do aludido referendo, segundo dados oficiais do TSE, o “NÃO”</p><p>recebeu 59.109.265 votos (63,94%) e o “SIM”, 33.333.045 votos (36,06%). Foram</p><p>registrados 1.329.207 (1,39%) votos em branco e 1.604.307 (1,68%) votos nulos. Dos</p><p>122.042.825 eleitores, compareceram às urnas 95.375.824 (78,15%). A abstenção foi de</p><p>26.666.791 (21,85%). Assim, o comércio de armas de fogo e munição, nos termos da lei e</p><p>por força do referendo, continua permitido no Brasil." (LENZA, 2023, p.3518)</p><p>A comercialização continua permitida no Brasil, dados os votos existentes.</p><p>2010 – Fuso horário do Acre: ocorreu alteração no que tange ao horário legal do estado</p><p>acreano, advindo pela Lei no 11.662/08 para menos 1h em relação a Brasília.</p><p>● Consequência pretendida: a adoção de 3 fusos horários;</p><p>● Votos: 58,67% preferiram retornar ao antigo fuso (2h em relação a Brasília);</p><p>● Lei 12.876/2013 restabeleceu formalmente o fuso de 2h, retornando a existência de</p><p>4 fusos horários no Brasil.</p><p>2011 – Criação dos Estados de Carajás e Tapajós no Pará:</p><p>Decreto Legislativo no 136/2011 e Decreto Legislativo no 137/2011 dispuseram sobre a</p><p>realização de plebiscito para a criação de 2 novos estados federativos, no qual haveria a</p><p>divisão do Estado do Pará para 3 estados: Pará, Carajás e Tapajós;</p><p>● Desmembramento territorial do estado do Pará</p><p>Lei ou Emenda Constitucional poderá alterar a decisão de um plebiscito ou de um</p><p>referendo?</p><p>● Segundo Lenza (2023), essa medida é inconstitucional, pois, manifestada a</p><p>vontade popular, há efeito vinculante. Portanto, não pode ser desrespeitado o</p><p>querer popular nessa situação, por violação ao disposto no art. 14, incisos I e II c/c</p><p>art. 1o, parágrafo único da CF/88: princípio da democracia representativa.</p><p>● A única forma, de acordo com o autor, seria invocar novamente a consulta popular,</p><p>fazendo-se por meio de decreto legislativo: "Cumpre alertar, contudo, que o decreto</p><p>legislativo dependeria de provocação do legislador, seja por meio de lei (no caso do</p><p>porte de armas), seja por meio de nova emenda (no caso do sistema de governo).</p><p>Nessas hipóteses, a lei ou emenda deveria prever a futura convocação pelo</p><p>Congresso Nacional do novo plebiscito." (LENZA, 2023, p.3521)</p><p>Plebiscito Referendo</p><p>Consulta formulada ao povo, efetivando-se</p><p>em relação àqueles que tenham</p><p>capacidade eleitoral ativa, para que</p><p>deliberem sobre matéria de acentuada</p><p>relevância, de natureza constitucional,</p><p>legislativa ou administrativa (LENZA,</p><p>2023,</p><p>Consulta formulada ao povo, efetivando-se</p><p>em relação àqueles que tenham</p><p>capacidade eleitoral ativa, para que</p><p>deliberem sobre matéria de acentuada</p><p>relevância, de natureza constitucional,</p><p>legislativa ou administrativa (LENZA, 2023,</p><p>p.3522). p.3523)</p><p>Convoca-se por decreto legislativo. Autoriza-se por decreto legislativo.</p><p>É PRÉVIO. O plebiscito é convocado com</p><p>anterioridade a ato legislativo ou</p><p>administrativo, cabendo ao povo, pelo</p><p>voto, aprovar ou denegar o que lhe tenha</p><p>sido submetido (LENZA, 2023, p.3522).</p><p>É POSTERIOR. o referendo é convocado</p><p>com posterioridade a ato legislativo ou</p><p>administrativo, cumprindo ao povo a</p><p>respectiva ratificação ou rejeição (LENZA,</p><p>2023, p.3523).</p><p>EC no 111/2021 – realização de consultas concomitantes às eleições municipais;</p><p>● As câmaras municipais deverão, com antecedência de 90 (noventa) dias ao pleito,</p><p>enviar à Justiça Eleitoral consulta a ser realizada;</p><p>● Essas consultas serão relativas às questões locais e devem observar requisitos e</p><p>limites operacionais quanto a esses quesitos;</p><p>● Nessa premissa, tem-se que a participação popular será ampliada dentro dos</p><p>contornos da participação popular, numa perspectiva de cidadania ativa;</p><p>● Manifestações contrárias e favoráveis, permitindo-se debate e reflexão durante as</p><p>campanhas eleitorais são obrigatórias: "sem a utilização de propaganda gratuita</p><p>no rádio e na televisão." (LENZA, 2023, p.3523)</p><p>Direitos Políticos – Democracia Contemporânea</p><p>De acordo com essa premissa, divide-se em 3 aspectos:</p><p>● Democracia representativa: votos;</p><p>Advindo da teoria democrática clássica e moderna, consiste na eleição de</p><p>representante, tendo como protagonistas institucionais os Congresso Nacional e o</p><p>Presidente da República;</p><p>● Democracia constitucional: direitos;</p><p>Núcleo encontra-se no respeito aos direitos previstos na Constituição Federal, os</p><p>quais devem ser assegurados independentemente de vieses e ideologias políticas:</p><p>os direitos fundamentais devem ser assegurados mesmo contra a vontade política,</p><p>tendo como salvaguarda o STF.</p><p>● Democracia deliberativa: razões.</p><p>A democracia já não mais se restringe ao mero ato do voto, mas nas discussões de</p><p>ideias (contínuo), tendo o protagonismo da sociedade civil em seu papel de</p><p>cidadania ativa, e que deve acompanhar as decisões políticas relevantes em</p><p>diferentes instâncias (sociedade, imprensa, universidades, sindicatos, associais e</p><p>cidadãos comuns.</p><p>Direitos Políticos – Soberania popular, cidadania, sufrágio, voto e</p><p>escrutínio</p><p>● Soberania popular: Atributos de cada membro da sociedade estatal, encarregado</p><p>de escolher os seus representantes, por meio de sufrágio universal, voto direto,</p><p>secreto e igualitário, como afirma Uadi Lammêgo Bulos;</p><p>● Nacionalidade: Vínculo jurídico-político que liga o indivíduo ao Estado, integrante</p><p>do povo (elemento constitutivo do Estado), que desfruta de direitos e se submete a</p><p>obrigações em relação a este vínculo;</p><p>● Cidadania: Pressuposto de nacionalidade, caracterizada pela titularidade de</p><p>direitos políticos (votar e ser votado);</p><p>● Sufrágio: Direito de votar e ser votado;</p><p>● Voto: Exercício do sufrágio, sendo o meio de exercê-lo;</p><p>● Escrutínio: É a maneira pela qual se exerce o voto: secreto ou público</p><p>Direitos Políticos – Direito de Sufrágio | Da capacidade Eleitoral – Ativa</p><p>Capacidade eleitoral ativa: direito de votar</p><p>● No Brasil, adquire-se a capacidade de votar aos 16 anos, sendo facultativa até os</p><p>18 anos, quando se passa a ser obrigatório o voto;</p><p>● Se dá mediante alistamento eleitoral:</p><p>○ Mediante autorização legal;</p><p>○ Naturalidade Brasileira</p><p>○ Idade mínima:16 anos</p><p>○ Não ser conscrito: "são os convocados, ou melhor, os recrutados, para o</p><p>serviço militar obrigatório. No caso de se engajarem no serviço militar</p><p>permanente não são conscritos, e, em decorrência, José Afonso da Silva</p><p>observa que “... soldados engajados, cabos, sargentos, suboficiais e oficiais</p><p>das Forças Armadas e Polícias Militares são obrigados a se alistarem como</p><p>eleitores” (Curso de direito constitucional positivo, p. 306)." (LENZA, 2023,</p><p>p.4441)</p><p>Continua no slide 24…</p>

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