Prévia do material em texto

<p>Enfermagem do trabalho</p><p>2</p><p>www.estetus.com.br</p><p>SUMÁRIO</p><p>HISTÓRIA DA ENFERMAGEM DO TRABALHO ................................................................... 3</p><p>NO BRASIL ............................................................................................................................ 3</p><p>PRINCÍPIOS E DIRETRIZES................................................................................................. 4</p><p>ASPECTOS POLÍTICOS ....................................................................................................... 7</p><p>LEGISLAÇÃO BÁSICA EM SAÚDE DO TRABALHADOR .................................................... 9</p><p>ASPECTOS LEGAIS ........................................................................................................... 11</p><p>NR 1 – DISPOSIÇÕES GERAIS .......................................................................................... 12</p><p>NR 4 – SERVIÇOS ESPECIALIZADOS EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA E EM</p><p>MEDICINA DO TRABALHO (SESMT) ................................................................................. 15</p><p>NR 5 - COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES ..................................... 22</p><p>NR 6 - EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL - EPI .............................................. 23</p><p>QUAIS EQUIPAMENTOS? .................................................................................................. 24</p><p>TIPOS DE EPI ..................................................................................................................... 24</p><p>MANUTENÇÃO E TROCA ................................................................................................... 25</p><p>NR 7 - PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO DE SAÚDE OCUPACIONAL..................... 26</p><p>EXAMES MÉDICOS ............................................................................................................ 26</p><p>ATESTADO DE SAÚDE OCUPACIONAL – ASO ................................................................ 27</p><p>EXAMES ADMISSIONAIS E DEMISSIONAL ...................................................................... 28</p><p>NR 8 - EDIFICAÇÕES ......................................................................................................... 30</p><p>NR 9 - PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS .................................... 32</p><p>NR 17 – ERGONOMIA......................................................................................................... 34</p><p>NR 32 - SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO EM SERVIÇOS DE SAÚDE ................. 37</p><p>DAS MEDIDAS DE PROTEÇÃO ......................................................................................... 39</p><p>PERFUROCORTANTES ..................................................................................................... 40</p><p>DA VACINAÇÃO DOS TRABALHADORES ........................................................................ 41</p><p>DOS RISCOS QUÍMICOS ................................................................................................... 41</p><p>LOCAIS PARA REFEIÇÃO .................................................................................................. 43</p><p>DA LIMPEZA E CONSERVAÇÃO ....................................................................................... 43</p><p>AGENTES BIOLÓGICOS .................................................................................................... 44</p><p>MATERIAIS PERFUROCORTANTES ................................................................................. 45</p><p>RISCOS AMBIENTAIS / OCUPACIONAIS .......................................................................... 45</p><p>MAPA DE RISCOS .............................................................................................................. 49</p><p>Enfermagem do trabalho</p><p>3</p><p>www.estetus.com.br</p><p>NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA DOS ACIDENTES E DOENÇAS RELACIONADOS AO</p><p>TRABALHO</p><p>............................................................................................................................................. 5</p><p>3</p><p>ACIDENTES (TÍPICO/TRAJETO) E DOENÇAS DE TRABALHO ........................................ 58</p><p>ACIDENTE COM MATERIAL BIOLÓGICO .......................................................................... 59</p><p>FLUXO DO ACIDENTE COM MATERIAL BIOLÓGICO PARA SERVIDORES DA SMS ..... 59</p><p>ERGONOMIA ....................................................................................................................... 66</p><p>A IMPORTÂNCIA DA ERGONOMIA PARA A SAÚDE DO TRABALHADOR ...................... 68</p><p>ERGONOMIA X SOLUÇÕES CRIATIVAS ........................................................................... 68</p><p>ORIENTAÇÃO ERGONÔMICA NA POSIÇÃO SENTADA: ................................................. 71</p><p>ATENDIMENTO AS DOENÇAS OCUPACIONAIS .............................................................. 72</p><p>TOXICOLOGIA OCUPACIONAL ......................................................................................... 79</p><p>SEGURANÇA E HIGIENE NO TRABALHO ......................................................................... 84</p><p>PROGRAMA DE GINÁSTICA LABORAL ............................................................................ 91</p><p>REFERÊNCIAS .................................................................................................................. 100</p><p>Enfermagem do trabalho</p><p>4</p><p>www.estetus.com.br</p><p>HISTÓRIA DA ENFERMAGEM DO TRABALHO</p><p>A enfermagem do trabalho surge</p><p>quando as primeiras leis de acidente do</p><p>trabalho se originaram na Alemanha, em</p><p>1884, estendendo-se logo a vários países</p><p>da Europa, até chegar ao Brasil por meio do</p><p>Decreto legislativo nº.3.724 de 15 de janeiro</p><p>de 1919, a fim de dar parâmetros legais</p><p>para os trabalhadores que estão expostos aos riscos do dia a dia.</p><p>O cuidado de enfermagem profissionalizado veio à tona para ser dirigido aos</p><p>trabalhadores desde uma simples palestra de educação em saúde, primeiros</p><p>socorros, e até a reduzir o consumo de mão de obra desampara por aspectos ético-</p><p>legais, fazendo com que surja a enfermagem do trabalho.</p><p>A enfermagem do trabalho é um ramo da enfermagem de saúde pública e,</p><p>como tal utiliza os mesmos métodos e técnicas empregadas na saúde pública visando</p><p>à promoção da saúde do trabalhador; proteção contra os riscos decorrentes de suas</p><p>atividades labora; proteção contra agentes químicos, físicos e biológicos e</p><p>psicossociais; manutenção de sua saúde no mais alto grau de bem-estar físico e</p><p>mental e recuperações de lesões, doenças ocupacionais ou não-ocupacionais e sua</p><p>reabilitação para o trabalho.</p><p>No Brasil</p><p>No Brasil a primeira escola de enfermagem foi criada e 1890 no hospício de</p><p>Pedro 2º, atualmente o UNI-RIO. O exercício de enfermagem no Brasil foi</p><p>regulamentado em 1931. Em 1955 foi aprovada a Lei do exercício Profissional de</p><p>Enfermagem no Brasil. Em 1959 aconteceu uma Conferência Internacional do</p><p>Trabalho e, nesta, houve a recomendação de número 112 da Organização</p><p>Internacional do Trabalho (OIT) que conceituou a Medicina do Trabalho, mas</p><p>limitando-se a intervenção médica.</p><p>Enfermagem do trabalho</p><p>4</p><p>www.estetus.com.br</p><p>Em 1963 foi incluído nos cursos médicos o ensino de medicina do trabalho.</p><p>Com a OIT as normas sobre a proteção a saúde e integridade física do trabalhador</p><p>ganharam forças, contribuindo bastante na prevenção de acidentes e doenças do</p><p>trabalho. Logo em seguida, em 1964, (UERJ) incluiu a disciplina de saúde ocupacional</p><p>no curso de graduação.</p><p>O auxiliar de enfermagem do trabalho foi incluído na equipe de saúde</p><p>ocupacional em 1972 pela portaria n.º 3.237 do ministério do Trabalho. Empresas com</p><p>mais de 100 empregados, centralizada ou não num mesmo local, a existência de um</p><p>Serviço de Saúde Ocupacional, composto, pelos seguintes profissionais;</p><p>Médico do Trabalho;</p><p>Engenheiro de Segurança;</p><p>Técnicos em Segurança;</p><p>Auxiliar de Enfermagem do Trabalho.</p><p>A enfermagem do trabalho tem, nesta área, um vasto campo para</p><p>desempenhar suas funções, quer na prestação de assistência de enfermagem</p><p>vestimentas utilizadas em suas atividades</p><p>laborais.</p><p>Os Equipamentos de Proteção Individual – EPI, descartáveis ou não, deverão</p><p>estar à disposição em número suficiente nos postos de trabalho, de forma que seja</p><p>garantido o imediato fornecimento ou reposição.</p><p>O empregador deve assegurar capacitação aos trabalhadores, antes do início</p><p>das atividades e de forma continuada, devendo ser ministrada:</p><p>a) sempre que ocorra uma mudança das condições de exposição dos trabalhadores</p><p>aos agentes biológicos;</p><p>b) durante a jornada de trabalho;</p><p>c) por profissionais de saúde familiarizados com os riscos inerentes aos agentes</p><p>biológicos.</p><p>Os trabalhadores devem comunicar imediatamente todo acidente ou incidente,</p><p>com possível exposição a agentes biológicos, ao responsável pelo local de trabalho</p><p>e, quando houver, ao serviço de segurança e saúde do trabalho e à CIPA.</p><p>O empregador deve informar, imediatamente, aos trabalhadores e aos seus</p><p>representantes qualquer acidente ou incidente grave que possa provocar a</p><p>disseminação de um agente biológico suscetível de causar doenças graves nos seres</p><p>humanos, as suas causas e as medidas adotadas ou a serem adotadas para corrigir</p><p>a situação.</p><p>Os colchões, colchonetes e demais almofadados devem ser revestidos de</p><p>material lavável e impermeável, permitindo desinfecção e fácil higienização.</p><p>Perfurocortantes</p><p>Enfermagem do trabalho</p><p>41</p><p>www.estetus.com.br</p><p>Os trabalhadores que utilizarem objetos perfurocortantes devem ser os</p><p>responsáveis pelo seu descarte.</p><p>As empresas que produzem ou comercializam materiais</p><p>perfurocortantes devem disponibilizar, para os trabalhadores dos serviços de</p><p>saúde, capacitação sobre a correta utilização do dispositivo de segurança.</p><p>Da vacinação dos trabalhadores</p><p>A todo trabalhador dos serviços de saúde deve ser</p><p>fornecido, gratuitamente, programa de imunização ativa</p><p>contra tétano, difteria, hepatite B e os estabelecidos no PCMSO.</p><p>Sempre que houver vacinas eficazes contra outros agentes biológicos a que os</p><p>trabalhadores estão, ou poderão estar, expostos, o empregador deve fornecê-las</p><p>gratuitamente.</p><p>Dos riscos químicos</p><p>Deve ser mantida a rotulagem do fabricante na embalagem original dos</p><p>produtos químicos utilizados em serviços de saúde.</p><p>Todo recipiente contendo produto químico manipulado ou fracionado deve ser</p><p>identificado, de forma legível, por etiqueta com o nome do produto, composição</p><p>química, sua concentração, data de envase e de validade, e nome do responsável</p><p>pela manipulação ou fracionamento.</p><p>Enfermagem do trabalho</p><p>42</p><p>www.estetus.com.br</p><p>É VEDADO o procedimento de reutilização das embalagens de produtos</p><p>químicos.</p><p>O local deve dispor, no mínimo, de:</p><p>a) sinalização gráfica de fácil visualização para identificação do ambiente, respeitando</p><p>o disposto na NR-26;</p><p>b) equipamentos que garantam a concentração dos produtos químicos no ar abaixo</p><p>dos limites de tolerância estabelecidos nas NR-09 e NR-15 e observando-se os níveis</p><p>de ação previstos na NR-09;</p><p>c) equipamentos que garantam a exaustão dos produtos químicos de forma a não</p><p>potencializar a exposição de qualquer trabalhador, envolvido ou não, no processo de</p><p>trabalho, não devendo ser utilizado o equipamento tipo coifa;</p><p>d) chuveiro e lava-olhos, os quais deverão ser acionados e higienizados</p><p>semanalmente;</p><p>e) equipamentos de proteção individual, adequados aos riscos, à disposição dos</p><p>trabalhadores;</p><p>f) sistema adequado de descarte.</p><p>Os cilindros contendo gases inflamáveis, tais como hidrogênio e</p><p>acetileno, devem ser armazenados a uma distância mínima de 8 metros daqueles</p><p>contendo gases oxidantes, tais como oxigênio e óxido nitroso, ou através de barreiras</p><p>vedadas e resistentes ao fogo.</p><p>Para efeito desta NR, consideram-se medicamentos e drogas de risco aquelas</p><p>que possam causar genotoxicidade, carcinogenicidade, teratogenicidade e toxicidade</p><p>séria e seletiva sobre órgãos e sistemas.</p><p>Toda trabalhadora gestante só será liberada para o trabalho em áreas com</p><p>possibilidade de exposição a gases ou vapores anestésicos após autorização por</p><p>escrito do médico responsável pelo PCMSO, considerando as informações contidas</p><p>no PPRA.</p><p>Toda trabalhadora com gravidez confirmada deve ser afastada das atividades</p><p>com radiações ionizantes, devendo ser remanejada para atividade compatível com</p><p>seu nível de formação.</p><p>Os trabalhadores envolvidos na manipulação de materiais radioativos e</p><p>marcação de fármacos devem usar os equipamentos de proteção recomendados no</p><p>PPRA e PPR.</p><p>Enfermagem do trabalho</p><p>43</p><p>www.estetus.com.br</p><p>Os</p><p>Para os recipientes destinados a coleta de material perfurocortante, o limite</p><p>máximo de enchimento deve estar localizado 5 cm abaixo do bocal.</p><p>Os recipientes de transporte com mais de 400 litros de capacidade devem</p><p>possuir válvula de dreno no fundo.</p><p>Em todos os serviços de saúde deve existir local apropriado para</p><p>o armazenamento externo dos resíduos, até que sejam recolhidos pelo sistema de</p><p>coleta externa.</p><p>Locais Para Refeição</p><p>estabelecimentos com até 300 trabalhadores devem ser dotados de locais para</p><p>refeição, que atendam aos seguintes requisitos mínimos:</p><p>a) localização fora da área do posto de trabalho;</p><p>b) piso lavável;</p><p>c) limpeza, arejamento e boa iluminação;</p><p>d) mesas e assentos dimensionados de acordo com o número de trabalhadores por</p><p>intervalo de descanso e refeição;</p><p>e) lavatórios instalados nas proximidades ou no próprio local;</p><p>f) fornecimento de água potável;</p><p>g) possuir equipamento apropriado e seguro para aquecimento de refeições.</p><p>Da Limpeza e Conservação</p><p>Os trabalhadores que realizam a limpeza dos serviços de saúde devem ser</p><p>capacitados, inicialmente e de forma continuada, quanto aos princípios de higiene</p><p>Enfermagem do trabalho</p><p>44</p><p>www.estetus.com.br</p><p>pessoal, risco biológico, risco químico, sinalização, rotulagem, EPI, EPC e</p><p>procedimentos em situações de emergência.</p><p>Para as atividades de limpeza e conservação, cabe ao empregador, no mínimo:</p><p>a) providenciar carro funcional destinado à guarda e transporte dos materiais e</p><p>produtos indispensáveis à realização das atividades;</p><p>b) providenciar materiais e utensílios de limpeza que preservem a integridade física</p><p>do trabalhador;</p><p>c) proibir a varrição seca nas áreas internas;</p><p>d) proibir o uso de adornos.</p><p>Os serviços de saúde devem:</p><p>a) atender as condições de conforto relativas aos níveis de ruído previstas na NB 95</p><p>da ABNT;</p><p>b) atender as condições de iluminação conforme NB 57 da ABNT;</p><p>c) atender as condições de conforto térmico previstas na RDC 50/02 da ANVISA;</p><p>d) manter os ambientes de trabalho em condições de limpeza e conservação.</p><p>Agentes biológicos</p><p>Os agentes biológicos são classificados em 4 classes de riscos:</p><p>Classe de risco 1: baixo risco individual para o trabalhador e para a</p><p>coletividade, com baixa probabilidade de causar doença ao ser humano.</p><p>Classe de risco 2: risco individual moderado para o trabalhador e com baixa</p><p>probabilidade de disseminação para a coletividade. Podem causar doenças ao ser</p><p>humano, para as quais existem meios eficazes de profilaxia ou tratamento.</p><p>Classe de risco 3: risco individual ELEVADO para o trabalhador e</p><p>com probabilidade de disseminação para a coletividade. Podem causar doenças e</p><p>infecções graves ao ser humano, para as quais NEM sempre existem meios</p><p>eficazes de profilaxia ou tratamento.</p><p>Enfermagem do trabalho</p><p>45</p><p>www.estetus.com.br</p><p>Classe de risco 4: risco individual elevado para o trabalhador e</p><p>com probabilidade elevada de disseminação para a coletividade. Apresenta grande</p><p>poder de transmissibilidade de um indivíduo a outro. Podem causar doenças graves</p><p>ao ser humano, para as quais NÃO existem meios eficazes de profilaxia ou</p><p>tratamento.</p><p>Materiais perfurocortantes</p><p>Materiais perfurocortantes são aqueles utilizados na assistência à saúde</p><p>que têm ponta ou gume, ou que possam perfurar ou cortar.</p><p>O dispositivo de segurança é um item integrado a um conjunto do qual faça</p><p>parte o elemento perfurocortante ou uma tecnologia capaz de reduzir o risco de</p><p>acidente, seja qual for o mecanismo de ativação do mesmo.</p><p>A adoção das medidas de controle deve obedecer à seguinte hierarquia:</p><p>a) substituir o uso de agulhas e outros perfurocortantes quando for tecnicamente</p><p>possível;</p><p>b) adotar controles de engenharia no ambiente (por exemplo, coletores de descarte);</p><p>c) adotar o uso de material perfurocortante com dispositivo de segurança, quando</p><p>existente, disponível e tecnicamente possível; e</p><p>d) mudanças na organização e nas práticas de trabalho.</p><p>RISCOS AMBIENTAIS / OCUPACIONAIS</p><p>Tem por base a frequência, o grau de probabilidade e as consequências da</p><p>ocorrência de um determinado evento, por meio da ação de fatores de risco, isolados</p><p>ou simultâneos, geradores de dano futuro imediato ou remoto à saúde do servidor,</p><p>classificados, em função de sua natureza, concentração, intensidade e tempo de</p><p>exposição como: físicos, químicos, biológicos, ergonômicos, mecânicos, de acidentes,</p><p>psicológicos e sociais.</p><p>Tipos de Risco:</p><p>Enfermagem do trabalho</p><p>46</p><p>www.estetus.com.br</p><p>- Riscos Físicos: são representados por fatores ou agentes existentes no ambiente de</p><p>trabalho que podem afetar a saúde dos trabalhadores, como:</p><p>Ruídos;</p><p>Vibrações;</p><p>Radiações (ionizantes e não ionizantes);</p><p>Frio;</p><p>Calor;</p><p>Pressões anormais;</p><p>Umidade;</p><p>- Riscos Químicos: são identificados pelo grande número de substâncias que podem</p><p>contaminar o ambiente de trabalho e provocar danos à integridade física e mental dos</p><p>trabalhadores, a exemplo:</p><p>Poeiras;</p><p>Fumos;</p><p>Névoas;</p><p>Neblinas;</p><p>Gases;</p><p>Vapores;</p><p>Substâncias;</p><p>Compostos ou outros produtos químicos;</p><p>- Riscos Ergonômicos: estão ligados à execução de tarefas, como:</p><p>Organização e às relações de trabalho;</p><p>Esforço físico intenso;</p><p>Levantamento e transporte manual de peso;</p><p>Mobiliário inadequado;</p><p>Posturas incorretas;</p><p>Controle rígido de tempo para produtividade;</p><p>Imposição de ritmos excessivos;</p><p>Trabalho em turno e noturno;</p><p>Jornadas de trabalho prolongadas;</p><p>Monotonia;</p><p>Enfermagem do trabalho</p><p>47</p><p>www.estetus.com.br</p><p>Repetitividade;</p><p>Situações causadoras de estresse.</p><p>- Riscos de Acidentes (MECÂNICO): são muito diversificados e estão presentes no:</p><p>Arranjo físico inadequado;</p><p>Pisos pouco resistentes ou irregulares;</p><p>Material ou matéria-prima fora de especificação;</p><p>Máquina e equipamentos sem proteção;</p><p>Ferramentas impróprias ou defeituosas;</p><p>Iluminação excessiva ou insuficiente;</p><p>Instalações elétricas defeituosas;</p><p>Probabilidade de incêndio ou explosão;</p><p>Armazenamento inadequado;</p><p>Animais peçonhentos e outras situações de risco que poderão contribuir para</p><p>a ocorrência de acidentes.</p><p>- Riscos biológicos: assim como os agentes químicos, os agentes biológicos</p><p>também penetram no organismo. A diferença é que o segundo é composto por</p><p>seres vivos, ou seja, são outros organismos vivos:</p><p>Bactérias;</p><p>Protozoários;</p><p>Vírus;</p><p>Fungos;</p><p>Parasitas.</p><p>Enfermagem do trabalho</p><p>48</p><p>www.estetus.com.br</p><p>Análise dos Riscos nos Ambientes de Trabalho</p><p>Os locais de trabalho, pela própria natureza da atividade desenvolvida e pelas</p><p>características de organização, relações interpessoais, manipulação ou exposição a</p><p>agentes físicos, químicos, biológicos, psicossociais, situações de deficiência</p><p>ergonômica ou riscos de acidentes, podem comprometer a saúde e segurança do</p><p>trabalhador em curto, médio e longo prazo, provocando lesões imediatas, doenças ou</p><p>a morte, além de prejuízos de ordem legal e patrimonial para a instituição.</p><p>É importante salientar que a presença de produtos ou agentes nocivos nos</p><p>locais de trabalho não quer dizer que, obrigatoriamente, existe perigo para a saúde.</p><p>Isso vai depender da combinação ou interrelação de diversos fatores, como a</p><p>concentração e a forma do contaminante no ambiente de trabalho, o nível de</p><p>toxicidade e o tempo de exposição da pessoa.</p><p>Desta forma, em qualquer tipo de atividade laboral, torna-se imprescindível a</p><p>necessidade de investigar o ambiente de trabalho para conhecer os riscos a que estão</p><p>expostos os trabalhadores.</p><p>Avaliação de riscos.</p><p>É o processo de estimar a magnitude dos riscos existentes no ambiente e</p><p>decidir se um risco é ou não tolerável.</p><p>Enfermagem do trabalho</p><p>49</p><p>www.estetus.com.br</p><p>Formas de avaliar os riscos</p><p>Para investigar os locais de trabalho na busca de eliminar ou neutralizar os</p><p>riscos ambientais, existem duas modalidades básicas de avaliação. A avaliação</p><p>qualitativa, conhecida como preliminar, e a avaliação quantitativa, para medir,</p><p>comparar e estabelecer medidas de eliminação, neutralização ou controle dos riscos.</p><p>A forma mais simples forma de avaliação ambiental é a qualitativa. Na</p><p>avaliação qualitativa, utiliza-se apenas a sensibilidade do trabalhador/avaliador para</p><p>identificar o risco existente no local de trabalho.</p><p>Na avaliação quantitativa, é necessário o uso de um método científico e a</p><p>utilização de instrumentos e equipamentos destinados à quantificação do risco.</p><p>MAPA DE RISCOS</p><p>É uma das modalidades mais simples de avaliação qualitativa dos riscos</p><p>existentes nos locais de trabalho. É a representação gráfica dos riscos por meio de</p><p>círculos de diferentes cores e tamanhos, permitindo facilmente elaboração e</p><p>visualização.</p><p>É um instrumento participativo, elaborado pelos próprios trabalhadores e de</p><p>conformidade com as suas sensibilidades. O Mapa de Riscos está baseado no</p><p>conceito filosófico de que quem faz o trabalho é quem conhece o trabalho. Ninguém</p><p>conhece melhor a máquina do que o seu operador.</p><p>As informações e queixas partem dos trabalhadores, que deverão opinar</p><p>discutir e elaborar o Mapa de Riscos e divulgá-lo ao conjunto dos trabalhadores,</p><p>através da fixação e exposição em local visível. Serve como um instrumento de</p><p>levantamento preliminar de riscos, de informação para os demais trabalhadores e</p><p>visitantes, e de planejamento para as ações preventivas que serão adotadas pela</p><p>instituição.</p><p>Objetivo do Mapa de Riscos</p><p>Reunir as informações básicas necessárias para estabelecer o diagnóstico da</p><p>situação da segurança e saúde no local de trabalho, e possibilitar, durante a sua</p><p>Enfermagem do trabalho</p><p>50</p><p>www.estetus.com.br</p><p>elaboração, a troca e a divulgação de informações entre os trabalhadores, bem como</p><p>estimular sua participação nas atividades de prevenção.</p><p>Benefícios da adoção do Mapa de Riscos</p><p>Identificação prévia dos riscos existentes nos locais de trabalho aos quais os</p><p>trabalhadores poderão estar expostos; conscientização quanto ao uso adequado das</p><p>medidas e dos equipamentos de proteção coletiva e individual; redução de gastos com</p><p>acidentes e doenças, medicação, indenização, substituição de trabalhadores e danos</p><p>patrimoniais; facilitação da gestão de saúde e segurança no trabalho com aumento da</p><p>segurança interna e externa; e melhoria do clima organizacional, maior produtividade</p><p>e qualidade de vida no trabalho.</p><p>Elaboração do Mapa de Riscos</p><p>São utilizadas cores para identificar o tipo de risco, conforme a tabela de</p><p>classificação dos riscos ambientais. A gravidade é representada pelo tamanho dos</p><p>círculos.</p><p>Tabela de classificação de riscos</p><p>GRUPO RISCO AGENTE</p><p>I</p><p>FÍSICO</p><p>Ruído, vibração, radiação ionizante e não ionizante,</p><p>temperaturas extremas (frio e calor), pressões</p><p>anormais, umidade.</p><p>II</p><p>QUÍMICO</p><p>Poeiras, fumos, neblinas, gases, vapores,</p><p>substâncias compostas ou produtos químicos em</p><p>geral.</p><p>II</p><p>BIOLÓGICOS</p><p>Vírus, bactérias, fungos, parasitas, bacilos,</p><p>protozoários, insetos, cobras, aranhas.</p><p>IV</p><p>ERGONÔMICOS</p><p>Esforço</p><p>físico intenso, levantamento e transporte</p><p>manual de peso, postura incorreta, controle rígido de</p><p>produtividade, imposição de ritmos excessivos,</p><p>trabalho em turno e noturno, jornada de trabalho</p><p>prolongada, monotonia e repetitividade, treinamento</p><p>inadequado ou inexistente, responsabilidade,</p><p>conflito, tensões emocionais, outras situações</p><p>causadoras de estresse físico e/ou emocional.</p><p>Enfermagem do trabalho</p><p>51</p><p>www.estetus.com.br</p><p>V</p><p>ACIDENTES</p><p>(MECÂNICO)</p><p>Arranjo físico inadequado, máquinas e</p><p>equipamentos sem proteção, inadequados ou</p><p>deficientes, ferramentas defeituosas, inadequadas</p><p>ou inexistentes, eletricidade e iluminação deficiente,</p><p>probabilidade de incêndio ou explosão,</p><p>armazenamento inadequado, animais peçonhentos,</p><p>outras situações de risco que poderão contribuir</p><p>para a ocorrência de acidentes.</p><p>Tabela de cores</p><p>Etapas de elaboração</p><p>Conhecer o processo de trabalho do local avaliado:</p><p>- Os trabalhadores - número, sexo, idade, queixas de saúde, jornada, treinamento</p><p>recebido;</p><p>Os equipamentos, instrumentos e materiais de trabalho;</p><p>- Atividades exercidas;</p><p>- O ambiente.</p><p>Identificar os agentes de riscos existentes no local avaliado, conforme a tabela</p><p>de classificação dos riscos ambientais.</p><p>Identificar as medidas preventivas existentes e sua eficácia referente a:</p><p>- Proteção coletiva;</p><p>- Organização do trabalho;</p><p>- Proteção individual;</p><p>- Higiene e conforto: banheiro, lavatórios, vestiários, armários, bebedouros,</p><p>refeitórios,</p><p>Enfermagem do trabalho</p><p>52</p><p>www.estetus.com.br</p><p>- Área de lazer</p><p>Identificar os indicadores de saúde:</p><p>- Queixas mais frequentes e comuns entre os trabalhadores expostos aos</p><p>mesmos riscos;</p><p>- Acidentes de trabalho ocorridos;</p><p>- Doenças profissionais diagnosticadas;</p><p>- Causas mais frequentes de ausência ao trabalho.</p><p>Elaborar o Mapa de Riscos, sobre uma planta ou desenho do local de trabalho,</p><p>indicando através do círculo:</p><p>- O grupo a que pertence o risco, conforme as cores classificadas;</p><p>- O número de trabalhadores expostos ao risco, o qual deve ser anotado dentro</p><p>do círculo;</p><p>- A especificação do agente (por exemplo: amônia, ácido clorídrico, repetitividade,</p><p>ritmo excessivo) que deve ser anotado também dentro do círculo;</p><p>- Intensidade do risco, de acordo com a percepção dos trabalhadores, que deve</p><p>ser representada por tamanhos proporcionalmente diferentes dos círculos.</p><p>- A Comissão de Saúde e Segurança dos Trabalhadores da SMS (CSST-SMS)</p><p>deverá auxiliar os trabalhadores na elaboração do Mapa de Riscos.</p><p>Enfermagem do trabalho</p><p>53</p><p>www.estetus.com.br</p><p>OBS: A elaboração do Mapa de Riscos será feita pelos trabalhadores, subsidiada pela</p><p>CSST-SMS.</p><p>NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA DOS ACIDENTES E DOENÇAS RELACIONADOS</p><p>AO TRABALHO</p><p>O Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) foi implantado de</p><p>forma gradual em nosso país, a partir de 1993, como parte do conjunto de Sistemas</p><p>de Informação em Saúde do Sistema Único de Saúde (SUS). Ele é alimentado por</p><p>meio da notificação e investigação de casos de doenças e agravos que constam da</p><p>lista nacional de doenças de notificação compulsória, sendo facultado aos estados e</p><p>municípios incluir outros problemas de saúde importantes em sua região.</p><p>A partir de 1998, o uso do SINAN foi regulamentado, tornando obrigatória a</p><p>alimentação regular da base de dados nacional pelos municípios, estados e Distrito</p><p>Federal.</p><p>Somente onze anos depois do início de sua implantação, em 28/04/04, com a</p><p>edição da Portaria MS.GM 777, os acidentes de trabalho e outros agravos</p><p>ocupacionais passaram a ser de notificação compulsória em rede de serviços</p><p>sentinela específica, e atualmente constam na Portaria MS.GM 104 01/11.</p><p>De acordo com os princípios de integralidade e universalidade do SUS, todo</p><p>trabalhador, de qualquer Município do Estado, com diagnóstico ou suspeita</p><p>diagnóstica de um ou mais agravos ocupacionais de notificação compulsória, deverá</p><p>ter garantido o atendimento no seu próprio Município ou nos recursos de saúde de</p><p>referência, conforme acordado nos Colegiados Gestores Regionais.</p><p>A definição dos serviços de saúde de referência e de unidades sentinela aos</p><p>agravos relacionados ao trabalho de notificação compulsória será realizada pelo</p><p>gestor municipal, em conjunto com o Centro de Referência em Saúde do Trabalhador</p><p>(CEREST) Regional e pactuada nos Colegiados de Gestão Regional, em cumprimento</p><p>às normas vigentes, respeitados os princípios de integralidade e universalidade do</p><p>SUS, em cada território.</p><p>Ainda segundo a Resolução, a Rede Sentinela para notificação compulsória de</p><p>acidentes e doenças relacionados ao trabalho, no Estado de São Paulo, passa a ser</p><p>constituída por serviços de referência diagnóstica, conforme segue:</p><p>Enfermagem do trabalho</p><p>54</p><p>www.estetus.com.br</p><p>Para todos os agravos ocupacionais de notificação: CEREST e outros serviços</p><p>especializados em saúde do trabalhador, medicina do trabalho, saúde</p><p>ocupacional, ou de denominação equivalente, da rede pública ou privada,</p><p>inclusive os Serviços Especializados em Segurança e Medicina do Trabalho</p><p>(SESMT);</p><p>Para os acidentes de trabalho (fatais, graves e ocorridos em pessoas com</p><p>menos de 18 anos de idade), as intoxicações exógenas agudas e os acidentes</p><p>com exposição a material biológico: hospitais, pronto-socorros e outros</p><p>serviços de atendimento de urgência e emergência, da rede pública ou privada;</p><p>Agravos específicos estabelecidos a critério dos gestores locais e pactuados</p><p>nos Colegiados de Gestão Regional: outros serviços de saúde,</p><p>independentemente de sua complexidade.</p><p>A legislação sanitária, referindo-se à obrigatoriedade da notificação para</p><p>qualquer agravo constante da relação, também determina que dentre outros, os</p><p>responsáveis por estabelecimentos de assistência à saúde e instituições médico</p><p>sociais de qualquer natureza, por laboratórios que executem exames, por locais de</p><p>trabalho e por habitações coletivas onde se encontre o doente devem realizar a</p><p>notificação, mesmo à simples suspeita e o mais precocemente possível.</p><p>O preenchimento da ficha de investigação do SINAN, específica para cada</p><p>agravo relacionado ao trabalho, pode ser efetuado por qualquer profissional de saúde</p><p>do serviço de atendimento, com acesso ao diagnóstico clínico.</p><p>Os médicos e demais profissionais de saúde que deixarem de notificar esses</p><p>agravos à autoridade sanitária local incorrerão em crime doloso, segundo o Código</p><p>Penal Brasileiro.</p><p>A notificação e análise desses agravos são fundamentais para que se tenha</p><p>um diagnóstico fidedigno da realidade e se possa planejar e executar de maneira</p><p>eficiente as ações de vigilância em saúde do trabalhador e de assistência àqueles</p><p>vitimados por acidentes e doenças relacionados ao trabalho.</p><p>Comunicação Interna de Acidente de Trabalho – CIAT e Declaração de</p><p>Acidente/PMF</p><p>Comunicação de Acidente de Trabalho – CAT/INSS</p><p>Enfermagem do trabalho</p><p>55</p><p>www.estetus.com.br</p><p>Os acidentes de trabalho e as doenças relacionadas ao trabalho também</p><p>devem ser notificadas pelos profissionais de saúde através do Sistema de Informação</p><p>de Agravos de Notificação – SINAN conforme estabelece as Portarias GM/MS nº</p><p>1.271/2014 e nº 1.984/2014.</p><p>A Comunicação de Acidente de Trabalho - CAT é um documento emitido para</p><p>reconhecer tanto um acidente de trabalho ou de trajeto bem como uma doença</p><p>ocupacional, a CAT é um instrumento da Previdência Social que protege os</p><p>trabalhadores com contrato de trabalho regidos pela Consolidação das Leis</p><p>Trabalhistas – CLT. A empresa é obrigada a informar à Previdência Social todos os</p><p>acidentes de trabalho ocorridos com seus empregados, mesmo que não haja</p><p>afastamento das atividades, até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e em</p><p>caso de morte, a comunicação deverá ser imediata.</p><p>Os servidores estatutários da PMF tem como instrumento de informação do</p><p>acidente a Comunicação</p><p>Interna de Acidente no Trabalho – CIAT (Decreto nº 4811, e</p><p>18 de abril de 2007), que denomina como acidente em serviço o dano físico ou mental</p><p>sofrido pelo servidor que se relacione, mediata ou imediatamente, com o exercício das</p><p>funções, atividades e atribuições do cargo por ele ocupado.</p><p>Equiparam-se ao acidente em serviço:</p><p>1. A Doença Profissional: assim entendida a inerente ou peculiar a determinado ramo</p><p>de atividade e constante de legislação específica de qualquer esfera.</p><p>2. As Doenças do Trabalho: que, mesmo não constando de legislação específica,</p><p>guarde perfeita relação de nexo causal com as atividades efetivamente</p><p>desempenhadas ou com as condições ambientais ergonômicas inerentes ao exercício</p><p>dessas atividades.</p><p>3. A Doença do Trabalho Proveniente de Contaminação Acidental: no exercício de</p><p>atividade ligada a agente biológico, com perfeita relação de nexo causal.</p><p>4. O acidente sofrido pelo servidor, ainda que fora do local e do horário de trabalho,</p><p>devidamente comprovado, nas seguintes condições:</p><p>Enfermagem do trabalho</p><p>56</p><p>www.estetus.com.br</p><p>Na execução de ordem ou realização de serviço por determinação de</p><p>autoridade superior;</p><p>Na prestação espontânea de qualquer serviço à entidade, para lhe evitar</p><p>prejuízo ou proporcionar proveito;</p><p>No percurso da residência para o trabalho ou deste para aquela.</p><p>5. O acidente sofrido pelo servidor no local de trabalho em consequência de:</p><p>Ato de sabotagem, ofensa física, inclusive de terceiro, por qualquer motivo;</p><p>Ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro, inclusive de</p><p>companheiro de trabalho;</p><p>Desabamento, inundação, incêndio ou outra eventualidade fortuita ou</p><p>decorrente de força maior;</p><p>Ato de pessoa privada do uso da razão.</p><p>Parágrafo Único - Considera-se ainda acidente em serviço o período legalmente</p><p>definido como descanso ou para refeição no próprio local de trabalho.</p><p>Na ocorrência de acidente em serviço deverá a chefia imediata do servidor</p><p>preencher o formulário Comunicação Interna de Acidente no Trabalho - CIAT e anexar</p><p>laudos médicos ou qualquer outro documento que comprove o ocorrido,</p><p>encaminhando-o posteriormente à Gerência de Perícia Médica e Saúde Ocupacional.</p><p>FLUXOS:</p><p>COMUNICAÇÃO INTERNA DE ACIDENTE DE TRABALHO – CIAT/PMF</p><p>COMUNICAÇÃO DE ACIDENTE DE TRABALHO - CAT/INSS</p><p>1. Servidores Municipais Estatutários – CIAT</p><p>Comunicar o acidente à chefia imediata;</p><p>A chefia imediata preenche “todos os campos” da CIAT e Declaração de</p><p>Acidente, com exceção da parte relativa ao atendimento médico;</p><p>O médico que atendeu o caso deverá preencher “todos os campos” da parte</p><p>relativa ao atendimento médico;</p><p>Enfermagem do trabalho</p><p>57</p><p>www.estetus.com.br</p><p>Em casos de acidente com ou sem necessidade de afastamento do</p><p>trabalhador, o servidor ou familiar deverá levar a CIAT e Declaração de</p><p>Acidente, devidamente preenchidas, ao protocolo da Secretaria Municipal de</p><p>Administração – SMA, para abertura de processo;</p><p>A chefia imediata deverá encaminhar cópia da mesma por malote ou fax, ao</p><p>setor de Saúde do Trabalhador da Assessoria em Gestão de Pessoas da SMS,</p><p>para ser arquivada na pasta do servidor;</p><p>Em caso de doença do trabalho, deverá ser agendada a Perícia Médica para</p><p>confirmação do diagnóstico, enviando posteriormente, cópia da mesma por</p><p>malote ou fax, ao setor de Saúde do Trabalhador da Assessoria em Gestão de</p><p>Pessoas da SMS, para ser arquivada na pasta do servidor;</p><p>2. Trabalhadores em Regime CLT /CTD – CAT/INSS:</p><p>Comunicar o acidente à chefia imediata;</p><p>A chefia Imediata imprime a CAT no site INSS e preenche todos os campos,</p><p>com exceção da parte relativa ao atendimento médico;</p><p>O médico que atendeu o caso deverá preencher todos os campos da parte</p><p>relativa ao atendimento médico;</p><p>A chefia imediata encaminha a CAT, devidamente preenchida, por malote ou</p><p>fax, ao setor de Saúde do Trabalhador da Assessoria em Gestão de Pessoas</p><p>da SMS.</p><p>O setor de Saúde do Trabalhador da SMS repassará os dados para a CAT (on</p><p>line) no site do INSS e, posteriormente, enviará cópias ao trabalhador, chefia</p><p>imediata, Gerência de Perícia Médica e sindicato (SINTRASEM);</p><p>3. Deverão preencher o formulário CIAT/PMF e CAT/INSS as seguintes ocorrências:</p><p>3.1. CAT inicial - acidente do trabalho, típico ou de trajeto, ou doença profissional ou</p><p>do trabalho;</p><p>3.2. CAT reabertura - reinício de tratamento ou afastamento por agravamento de lesão</p><p>de acidente do trabalho ou doença profissional ou do trabalho, já comunicado</p><p>anteriormente à Gerência de Perícia Médica ou INSS;</p><p>3.3. CAT comunicação de óbito - falecimento decorrente de acidente ou doença</p><p>profissional ou do trabalho, ocorrido após a emissão da CAT inicial.</p><p>Enfermagem do trabalho</p><p>58</p><p>www.estetus.com.br</p><p>ACIDENTES (TÍPICO/TRAJETO) E DOENÇAS DE TRABALHO</p><p>1. Acidente do Trabalho</p><p>É aquele que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da instituição, e</p><p>também no trajeto usual de ida e volta da residência para o trabalho, provocando lesão</p><p>corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou a redução</p><p>permanente ou temporária da capacidade para o trabalho.</p><p>2. Doença do Trabalho</p><p>É a doença produzida, desencadeada ou agravada pelo exercício do trabalho</p><p>peculiar a determinada atividade ou adquirida em função de condições especiais em</p><p>que o trabalho é realizado. A análise do caso pelo médico perito é que irá determinar</p><p>o Nexo Causal da doença com o trabalho.</p><p>3. Doença Profissional</p><p>É a doença produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a</p><p>determinada atividade.</p><p>4. Principais causas dos acidentes e doenças do trabalho</p><p>Inúmeros são os fatores que contribuem para a ocorrência de acidentes e</p><p>doenças nos locais de trabalho. Geralmente, adotam-se concepções simples e</p><p>erradas para aquilo que causou os acidentes ou doenças, buscando-se, muitas vezes,</p><p>o consolo para os infortúnios através da alegação de que foi coisa do destino, má</p><p>sorte, obra do acaso, castigo de Deus. Na verdade, todos os acidentes podem ser</p><p>evitados se providências forem adotadas com antecedência e de maneira</p><p>compromissada e responsável.</p><p>5. Equipara-se ao acidente de trabalho</p><p>5.1. O acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja</p><p>contribuído diretamente para a morte do trabalhador, para a redução ou perda da sua</p><p>capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para sua</p><p>recuperação;</p><p>Enfermagem do trabalho</p><p>59</p><p>www.estetus.com.br</p><p>5.2. O acidente sofrido pelo trabalhador no local e no horário do trabalho, em</p><p>consequência de:</p><p>Ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou</p><p>companheiro de trabalho;</p><p>Ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa</p><p>relacionada ao trabalho;</p><p>Ato de imprudência (excesso de confiança), de negligência (falta de atenção)</p><p>ou de imperícia (inabilitação) de terceiro ou de companheiro de trabalho;</p><p>Ato de pessoa privada do uso da razão, por exemplo, o louco;</p><p>Desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos (quedas de raios)</p><p>ou decorrentes de força maior (enchentes);</p><p>5.3. A doença proveniente de contaminação acidental do trabalhador no exercício de</p><p>sua atividade.</p><p>5.4. O acidente sofrido pelo trabalhador, ainda que fora do local e horário de trabalho:</p><p>Na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da</p><p>instituição;</p><p>Na prestação espontânea de qualquer serviço à instituição para lhe evitar</p><p>prejuízo ou proporcionar proveito;</p><p>Em viagem ou saída a serviço da instituição, inclusive para estudo quando</p><p>financiada por esta, dentro de seus planos para melhorar qualificação,</p><p>independentemente do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de</p><p>propriedade do trabalhador;</p><p>No percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela,</p><p>qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de</p><p>propriedade do</p><p>trabalhador;</p><p>Nos períodos destinados à refeição ou ao descanso, ou por ocasião da</p><p>satisfação de outras necessidades fisiológicas, no local de trabalho ou durante</p><p>este, o trabalhador é considerado no exercício do trabalho.</p><p>ACIDENTE COM MATERIAL BIOLÓGICO</p><p>FLUXO DO ACIDENTE COM MATERIAL BIOLÓGICO PARA SERVIDORES DA</p><p>SMS</p><p>Enfermagem do trabalho</p><p>60</p><p>www.estetus.com.br</p><p>Os acidentes de trabalho com exposição a material biológico são aqueles nos</p><p>quais o indivíduo, durante seu trabalho, foi exposto a materiais biológicos</p><p>potencialmente contaminados (sangue e/ou outros fluidos orgânicos). (Guia de</p><p>Vigilância em Saúde, 2014)</p><p>Todos os estabelecimentos de saúde devem buscar a prevenção deste tipo de</p><p>acidente, através de adequado treinamento dos profissionais e instituição de rotinas</p><p>de trabalho que minimizem o risco de sua ocorrência. Também é importante, para</p><p>diminuir seu impacto, que os trabalhadores em estabelecimentos de saúde estejam</p><p>adequadamente vacinados contra a hepatite B.</p><p>Quando ocorrem, esses eventos devem ser tratados como emergências</p><p>médicas, uma vez que, para se obter maior eficácia, as intervenções para profilaxia</p><p>da infecção pelo HIV e Hepatite B (profilaxias pós-exposição - PEP) necessitam ser</p><p>iniciadas logo após a ocorrência do acidente. (NT nº 01/2015/DIVE/SUV/SES)</p><p>“A avaliação do status sorológico da pessoa exposta deve sempre ser realizada</p><p>em situações de exposições consideradas de risco. Além disso, o status da pessoa</p><p>fonte, sempre que possível, deve ser conhecido. A PEP não está indicada quando a</p><p>pessoa exposta já se encontra infectada pelo HIV (infecção prévia à exposição) ou</p><p>quando a infecção pelo HIV pode ser descartada na pessoa fonte. (...) entretanto uma</p><p>vez que a PEP, seja indicada, deve ser iniciada preferencialmente nas primeiras duas</p><p>horas após a exposição, para que a eficácia seja maior. Nesse sentido, o uso de testes</p><p>rápidos para o diagnóstico da infecção pelo HIV na avaliação da indicação de PEP é</p><p>fundamental. O Teste Rápido (TR) é um dispositivo de teste de uso único, que não</p><p>depende de infraestrutura laboratorial e que produz resultado em tempo igual ou</p><p>inferior a 30 minutos (Protocolo PEP 2015).</p><p>1. Condutas Após o Acidente</p><p>1.1. Na Unidade de Origem do Acidentado</p><p>O servidor vítima de acidente de trabalho com exposição a material biológico</p><p>deve ser avaliado imediatamente após a ocorrência do acidente. A avaliação deve</p><p>basear-se em uma adequada anamnese, caracterização do paciente fonte, análise do</p><p>risco, notificação do acidente (SINAN e, se indicado, CAT1), e orientação de manejo</p><p>e medidas de cuidado com o local exposto.</p><p>Enfermagem do trabalho</p><p>61</p><p>www.estetus.com.br</p><p>OBS: Realizar o teste rápido no Centro de Saúde onde houve o acidente e, quando</p><p>não estiver disponível, encaminhar o acidentado para realizar o teste no CS mais</p><p>próximo.</p><p>Acolhimento do acidentado</p><p>Orientações e aconselhamento ao acidentado:</p><p>Com relação ao risco do acidente</p><p>Possível uso de quimioprofilaxia.</p><p>Suporte emocional devido ao estresse pós-acidente.</p><p>Consentimento para realização de exames sorológicos.</p><p>Comprometer o acidentado com seu acompanhamento durante seis meses.</p><p>Orientar o acidentado a relatar de imediato os seguintes sintomas:</p><p>linfoadenopatia, rash, dor de garganta, sintomas de gripe (sugestivos de soro-</p><p>conversão aguda).</p><p>Reforçar a prática de biossegurança e precauções básicas em serviço.</p><p>Cuidados com a área exposta:</p><p>No caso de contato do material potencialmente contaminado com a pele ou</p><p>exposição percutânea, lavar o local imediatamente com água e sabão.</p><p>Se o contato foi com mucosas, lavar exaustivamente com água ou solução</p><p>salina fisiológica.</p><p>Embora não seja contra-indicado, não há evidência de que o uso de anti-</p><p>sépticos reduza o risco de transmissão. A expressão do local do ferimento</p><p>também não parece ter utilidade.</p><p>Por outro lado, estão contra-indicados procedimentos que aumentem a área</p><p>exposta, tais como cortes e injeções locais ou utilização de soluções irritantes</p><p>(éter, glutaraldeído, hipoclorito de sódio).</p><p>1.2. Avaliação do risco de contaminação</p><p>Para avaliar o potencial risco de infecção relacionado ao acidente, é</p><p>necessário:</p><p>Estabelecer o material biológico envolvido:</p><p>São considerados de maior risco os acidentes que envolvem contato com</p><p>sangue e/ou fluidos orgânicos potencialmente infectantes (sêmen, secreção</p><p>Enfermagem do trabalho</p><p>62</p><p>www.estetus.com.br</p><p>vaginal, liquor, líquido sinovial, líquido pleural, peritoneal, pericárdico e</p><p>amniótico).</p><p>São considerados de baixo risco os acidentes que envolvem contato com</p><p>fluidos orgânicos potencialmente não infectantes, como suor, lágrima, fezes,</p><p>urina e saliva. Se algum destes materiais estiver contaminado com sangue,</p><p>passa a ser considerado de maior risco.</p><p>Estabelecer o tipo de acidente:</p><p>São considerados de risco os acidentes perfurocortantes (lesões provocadas</p><p>por instrumentos perfurantes e/ou cortantes como agulhas, bisturis ou vidrarias,</p><p>por exemplo), aqueles nos quais há contato com mucosa (respingos em olhos,</p><p>nariz e boca) ou contato com pele com solução de continuidade (presença de</p><p>dermatite, feridas abertas, mordeduras humanas com a presença de sangue).</p><p>As exposições de maior gravidade envolvem maior volume de sangue, lesões</p><p>profundas provocadas por material cortante, presença de sangue visível no</p><p>instrumento, acidentes com agulhas previamente utilizadas em veia ou artéria</p><p>de paciente-fonte, acidentes com agulhas de grosso calibre ou agulhas com</p><p>lúmen.</p><p>Identificar o paciente-fonte:</p><p>Sempre que possível, deve ser buscado identificar o paciente que deu origem</p><p>ao material contaminado. Quando a identificação é possível, devem ser</p><p>anotados os dados de identificação do mesmo para que possa ser contatado,</p><p>caso não esteja mais no serviço de saúde onde ocorreu o acidente.</p><p>1.3. Notificação do acidente no Infosaúde</p><p>O acidente de trabalho com exposição a material biológico é de notificação</p><p>obrigatória. A notificação deve ser feita no Infosaúde e encaminhada conforme</p><p>fluxo estabelecido entre a Unidade e seu Distrito Sanitário.</p><p>Lembrar que, se durante a investigação do acidentado ou paciente fonte for</p><p>diagnosticado algum agravo de notificação compulsória (HIV, Hepatites) estes</p><p>também devem ser notificados.</p><p>1.4. Avaliação do paciente fonte</p><p>Enfermagem do trabalho</p><p>63</p><p>www.estetus.com.br</p><p>O paciente-fonte deverá ser avaliado quanto à infecção pelo HIV, hepatite B e</p><p>hepatite C no momento da ocorrência do acidente. Quanto à sua identificação, podem</p><p>ser encontradas as seguintes situações:</p><p>Paciente-fonte conhecido, disponível para avaliação (paciente internado ou</p><p>presente no serviço de saúde no momento do acidente). Nestes casos, os</p><p>testes rápidos devem ser utilizados para identificação da sua situação</p><p>sorológica. Na ausência de testes para Hepatites virais, solicitar sorologias e</p><p>encaminhar o paciente para coleta no LAMUF ou postos de coleta</p><p>descentralizados. Alternativamente, a coleta pode ser acordada com a equipe</p><p>de Vigilância Epidemiológica do Distrito correspondente ou com a Gerência de</p><p>Vigilância em Saúde (GVE). Lembrar que o mesmo deve ser orientado sobre o</p><p>procedimento, razão da testagem, e deve concordar com a realização dos</p><p>testes (consentimento informado).</p><p>Paciente-fonte conhecido, comprovadamente infectado (registro de prontuário</p><p>ou resultado de exame disponível): Se o paciente já é sabidamente infectado,</p><p>o acidentado deve ser encaminhado o mais rapidamente possível à Unidade</p><p>de Referência para as medidas de prevenção cabíveis;</p><p>Paciente-fonte conhecido, mas não disponível para avaliação (não se encontra</p><p>na unidade de saúde). Considerando que a PEP deve ser iniciada o mais</p><p>rapidamente possível, não é justificável tentar localizar o paciente em seu</p><p>domicílio ou outra medida semelhante. Se não há registro de infecção por HIV</p><p>ou</p><p>Hepatites B ou C no prontuário ou exames que atestem a infecção,</p><p>considerar como “fonte desconhecida”. Registros de resultados de sorologias</p><p>negativas para estas doenças podem ser considerados apenas quando for</p><p>possível descartar janela imunológica em pacientes com baixo risco de</p><p>infecção.</p><p>Paciente-fonte desconhecido. Ocorre quando o material biológico não tem</p><p>origem estabelecida.</p><p>1.5. Avaliação do acidentado</p><p>Visando preservar a privacidade dos servidores, a avaliação sorológica do</p><p>acidentado deverá ser feita na Unidade de Referência.</p><p>Enfermagem do trabalho</p><p>64</p><p>www.estetus.com.br</p><p>Investigar a situação vacinal para Hepatite B (aproveitar a oportunidade para</p><p>avaliar a caderneta de vacinas do adulto)</p><p>Em nenhuma das situações acima exames de detecção viral são recomendados</p><p>como testes de triagem.</p><p>1.6. Definição da Necessidade de Encaminhamento para a Unidade de Referência</p><p>De posse dos dados acima, o profissional que atende o acidentado deve avaliar</p><p>a indicação de PEP para o HIV e\ou Hepatites Virais conforme as figuras 1 e 2.</p><p>Se necessário o encaminhamento, orientar o acidentado sobre as possíveis</p><p>medidas adotadas, e encaminhá-lo com cópia da ficha de investigação</p><p>preenchida com todos os dados disponíveis no momento do atendimento.</p><p>2. Unidade de Referência</p><p>Receberá o acidentado encaminhado pela Unidade de Saúde na qual ocorreu</p><p>o acidente, após avaliação do mesmo, conforme consta deste documento.</p><p>Nos casos em que o paciente-fonte for positivo ou desconhecido para Hep B,</p><p>será realizada avaliação para administração da imunoglobulina para Hep B</p><p>e/ou vacina (figura 1).</p><p>Nos casos em que o paciente-fonte for desconhecido ou apresentar teste</p><p>rápido para HIV positivo, será realizada avaliação para dispensação de</p><p>antirretroviral (figura 2).</p><p>Também será realizado na Unidade Referência o seguimento ambulatorial do</p><p>acidentado durante a quimioprofilaxia para HIV (primeiros 30 dias).</p><p>Após o termino da quimioprofilaxia, o acidentado será reencaminhado à</p><p>unidade de origem para seguimento sorológico e acompanhamento.</p><p>3. Acompanhamento</p><p>O acompanhamento será de responsabilidade da unidade de origem ou do</p><p>serviço médico de escolha do servidor. Neste caso, deve ser informado à GVE qual o</p><p>serviço de saúde que se responsabilizará pelo acompanhamento do servidor.</p><p>Nos casos de paciente-fonte positivo ou desconhecido, a reavaliação</p><p>sorológica do acidentado deverá ser realizada em 6, 12 e 24 semanas após o</p><p>Enfermagem do trabalho</p><p>65</p><p>www.estetus.com.br</p><p>acidente, conforme NT nº 01/2015/DIVE/SUV/SES e anexos (quadrinho hep b e c e</p><p>HIV).</p><p>Figura 1:</p><p>* Profissionais que já tiveram hepatite B estão imunes à reinfecção e não necessitam de profilaxia pós-exposição.</p><p>Tanto a vacina quanto a imunoglobulina devem ser aplicadas dentro do período de 7 dias após o acidente,</p><p>idealmente na primeiras 24h após o acidente.</p><p>** Uso associado de imunoglobulina hiperimune contra hepatite B está indicado se o paciente-fonte tiver alto risco</p><p>para infecção pelo HBV, como: usuários de drogas injetáveis, pacientes em programas de diálise, contatos</p><p>domiciliares e sexuais de portadores de HBsAg positivo, homens que fazem sexo com homens, heterossexuais</p><p>com vários parceiros e relações sexuais desprotegidas, história prévia de doenças sexualmente transmissíveis,</p><p>pacientes provenientes de áreas geográficas de alta endemicidade para hepatite B, pacientes provenientes de</p><p>prisões e de instituições de atendimento a pacientes com deficiência mental.</p><p>*** IGHAHB (2x) = 2 doses de imunoglobulina hiperimune para hepatite B com intervalo de mês entre as doses.</p><p>Esta opção deve ser indicada para aqueles que já fizeram 2 séries de 3 doses de vacina, mas não apresentaram</p><p>resposta vacinal, ou apresentem alergia grave à vacina.</p><p>Figura 2. Avaliação para indicação de PEP em casos de acidente com material</p><p>biológico com risco de exposição ao HIV.</p><p>Enfermagem do trabalho</p><p>66</p><p>www.estetus.com.br</p><p>ERGONOMIA</p><p>Um ambiente de trabalho desorganizado, com problemas de iluminação,</p><p>ventilação, sinalização, ruído, máquinas quebradas, com trabalhadores insatisfeitos e</p><p>sem treinamento pode causar uma infinidade de doenças ocupacionais e/ou</p><p>Enfermagem do trabalho</p><p>67</p><p>www.estetus.com.br</p><p>provocar acidentes de trabalho, influenciando diretamente a capacidade produtiva e a</p><p>saúde do trabalhador, é por isso que a Ergonomia no trabalho é importante.</p><p>Com base em todos estes aspectos presentes nos ambientes de trabalho e em</p><p>como eles podem afetar a saúde e a produtividade do colaborador, a Norma</p><p>Regulamentadora – NR 17 é proposta com o objetivo de “estabelecer parâmetros que</p><p>permitam a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas</p><p>dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e</p><p>desempenho eficiente”.</p><p>Ergonomia é o conjunto de disciplinas que estudam a organização do ambiente</p><p>de trabalho e as interações entre o homem e as máquinas ou equipamentos, com o</p><p>intuito de trazer conforto ao trabalhador, prevenir as doenças ocupacionais e realizar</p><p>uma boa interação entre o ambiente de trabalho, as capacidades físicas e psicológicas</p><p>do empregado e a eficiência do sistema.</p><p>Origem e História</p><p>A primeira vez em que foram documentadas as doenças e lesões relacionadas</p><p>ao trabalho, foi no ano de 1700, quando o médico italiano, Bernardino</p><p>Ramazzini, publicou o livro De Morbis Artificum, que relatava os riscos que produtos</p><p>químicos, poeira, metais e mais alguns materiais encontrados em trabalhos da época,</p><p>traziam à saúde do trabalhador.</p><p>Após anos de descrições sobre doenças relacionadas ao trabalho, em</p><p>1911, Frederick Taylor, publicou o livro Princípios da Administração Científica, onde</p><p>ele procurava pela melhor maneira de executar um trabalho e as tarefas relacionadas</p><p>à ele.</p><p>Nesta época, Taylor reduziu o peso e o tamanho de pás de carvão e triplicou a</p><p>quantidade de carvão que os trabalhadores carregavam num dia.</p><p>Nessa mesma época, Frank Gilbreth e sua esposa Lilian, expandiam o que</p><p>Taylor havia publicado e começavam a desenvolver o Estudo de Tempos e</p><p>Movimentos, na intenção de eliminar ações desnecessárias para certa atividade no</p><p>trabalho, aumentando a eficiência do trabalhador.</p><p>Gilbreth foi o primeiro à observar que melhorias nas condições de trabalho</p><p>preveniam lesões por esforço repetitivo e à longo prazo reduzia prejuízos.</p><p>Enfermagem do trabalho</p><p>68</p><p>www.estetus.com.br</p><p>Com base nos primeiros estudos de Taylor e do casal Gilbreth, com o avanço</p><p>da tecnologia e as mudanças que passavam a ocorrer nos ambientes de trabalho,</p><p>a ergonomia começou à se desenvolver, até que em 1959, em Oxford, foi fundada</p><p>a Associação Internacional de Ergonomia e partir disso a ergonomia foi se ampliando</p><p>e se tornando uma área de estudos.</p><p>A Importância da Ergonomia para a Saúde do Trabalhador</p><p>A ergonomia se preocupa com as condições do ambiente de trabalho. Afinal,</p><p>uma das principais causas da baixa produtividade é o desconforto consequente da má</p><p>adequação do corpo a um determinado equipamento de trabalho.</p><p>São objetos de estudo da ergonomia fatores que podem causar problemas à</p><p>saúde física e mental dos trabalhadores, bem como formas de minimizar seus efeitos.</p><p>Entre esses fatores podemos citar a iluminação, o ruído e a temperatura.</p><p>Um investimento em melhorias no ambiente de trabalho e nos instrumentos</p><p>utilizados é indispensável para uma boa qualidade de vida do trabalhador, pois o uso</p><p>da ergonomia contribui para uma diminuição do cansaço e tornam eficientes os</p><p>procedimentos que tem como objetivo evitar lesões ao trabalhador.</p><p>Assim, se por um lado, a ergonomia pode insinuar maiores gastos, por outro</p><p>representa uma economia para empresa, ao resultar</p><p>em uma melhoria significativa da</p><p>saúde e da eficiência do trabalhador.</p><p>ERGONOMIA X SOLUÇÕES CRIATIVAS</p><p>A ergonomia é a adequação dos elementos do ambiente produtivo às características</p><p>da pessoa com a finalidade de proporcionar uma interação confortável e segura, sem danos</p><p>à sua saúde.</p><p>De acordo com Associação Internacional de Ergonomia – IEA (2000) a Ergonomia (ou</p><p>Fatores Humanos) é uma disciplina científica relacionada ao entendimento das interações</p><p>entre os seres humanos e outros elementos ou sistemas, e à aplicação de teorias, princípios,</p><p>dados e métodos a projetos a fim de otimizar o bem estar humano e o desempenho global do</p><p>sistema. A palavra Ergonomia deriva do grego Ergon (trabalho) e nomos (normas, regras,</p><p>leis). Trata-se de uma disciplina orientada para uma abordagem sistêmica de todos os</p><p>aspectos da atividade humana.</p><p>Os distúrbios e problemas músculo-esqueléticos encontram-se, atualmente, no topo</p><p>dos indicadores de doenças ocupacionais, quando se enfocam as perturbações na saúde dos</p><p>Enfermagem do trabalho</p><p>69</p><p>www.estetus.com.br</p><p>trabalhadores.</p><p>A maioria dos distúrbios ocupacionais pode ser solucionada com medidas simples</p><p>como a adaptação do posto de trabalho e a adoção de posicionamentos mais funcionais e</p><p>menos agressivos. No entanto, as estratégias preventivas passam pela educação em saúde</p><p>que tem o foco centrado na reeducação postural e gestual no trabalho – sendo imprescindível</p><p>a compreensão e a assimilação individual a respeito desses cuidados no dia a dia.</p><p>De forma sistemática podemos descrever os fatores participantes dos distúrbios</p><p>músculo- esqueléticos ocupacionais conforme o quadro abaixo:</p><p>TAREFA</p><p>Carga Física</p><p>- Levantamento de</p><p>carga, realização de</p><p>força, movimentos</p><p>repetitivos</p><p>- Posturas excêntricas</p><p>(dinâmicas ou</p><p>estáticas)</p><p>Compressão mecânica,</p><p>vibração, etc.</p><p>Carga Mental</p><p>- Concentração,</p><p>responsabilidade,</p><p>monotonia, estresse</p><p>AMBIENTE</p><p>Físico</p><p>- Iluminação,</p><p>temperatura,</p><p>qualidade do ar</p><p>Configuração espacial</p><p>do posto de trabalho</p><p>Enfermagem do trabalho</p><p>70</p><p>www.estetus.com.br</p><p>Sócio-organizacional</p><p>- Ritmo acelerado,</p><p>ausência de pausas,</p><p>jornada prolongada,</p><p>trabalho em turno</p><p>- Exigência de</p><p>produção, pagamento</p><p>por produção,</p><p>estímulo à</p><p>competitividade</p><p>Motivação, participação</p><p>INDIVÍDUO</p><p>Físicos</p><p>Gênero, idade,</p><p>obesidade,</p><p>condicionamento físico,</p><p>características</p><p>antropométricas, saúde</p><p>geral</p><p>Psicossociais</p><p>- Estrutura familiar,</p><p>conflitos, equilíbrio</p><p>emocional, auto-estima,</p><p>psicopatias</p><p>Não ocupacionais</p><p>- Lazer, hábitos,</p><p>diversão, etc.</p><p>Enfermagem do trabalho</p><p>71</p><p>www.estetus.com.br</p><p>Orientação Ergonômica na Posição Sentada:</p><p>CERTO ERRADO</p><p>Mantenha os ombros relaxados e alinhe os cotovelos à 90º, apoie os braços</p><p>no apoio de braço da cadeira, ou na mesa se for no formato de “U”;</p><p>Mantenha o olhar no terço superior do monitor;</p><p>Os punhos devem permanecer retos, e nunca deixe o punho apoiado na</p><p>borda da mesa;</p><p>Ajuste o encosto da cadeira para acomodar a curva normal da coluna lombar,</p><p>se a cadeira não tiver ajuste próprio, use um apoio lombar e mantenha seu</p><p>quadril bem para trás, encostado na cadeira;</p><p>O teclado e o mouse devem estar bem próximos ao seu corpo;</p><p>Joelhos posicionados à 90 – 100º, assegure-se de que os joelhos estejam</p><p>livres e não pressionados pela borda do assento;</p><p>Os pés devem descansar firmemente no chão; use um apoio para os pés se</p><p>necessário.</p><p>Enfermagem do trabalho</p><p>72</p><p>www.estetus.com.br</p><p>ATENDIMENTO AS DOENÇAS OCUPACIONAIS</p><p>As doenças ocupacionais – ou profissionais – são as complicações</p><p>desencadeadas pelos exercícios do trabalhador em uma determinada função que</p><p>esteja diretamente ligada à profissão. Elas são responsáveis pelo afastamento de</p><p>milhares de trabalhadores de suas funções. Só em 2014, segundo o Ministério do</p><p>Trabalho e Previdência Social registrou 251,5 mil afastamentos, todas por ordens</p><p>médicas.</p><p>A dorsalgia, popularmente conhecida como dor nas costas, é uma das doenças</p><p>ocupacionais que mais afasta trabalhadores no Brasil. Só em 2016, 116 mil pessoas</p><p>tiveram que se ausentar, no mínimo, por 15 dias por conta desse problema.</p><p>Enfermagem do trabalho</p><p>73</p><p>www.estetus.com.br</p><p>✓ Ler/Dort – Lesões por esforços repetitivo/Distúrbios Osteomusculares</p><p>relacionados ao Trabalho</p><p>Atualmente, um profissional que desenvolve uma doença ocupacional tem,</p><p>dentro da lei, os mesmos direitos do que os envolvidos em acidentes de trabalho.</p><p>Trabalhadores e empresas devem ficar de olhos abertos para essa situação e saber</p><p>como podem evitar esse tipo de doença. Sinais de desconforto físico ou mental podem</p><p>ser indicio de alguma das doenças ocupacionais.</p><p>A maioria delas não é reconhecida pelas empresas, mas sim pela perícia</p><p>médica do INSS, ou seja, são registros sem emissão da CAT, documento utilizado</p><p>para reconhecer tanto um acidente de trabalho ou de trajeto, quanto as doenças</p><p>ocupacionais.</p><p>Ainda há uma dificuldade em reconhecer a ligação da doença com trabalho,</p><p>diferentemente dos acidentes, onde a lesão fica evidente. O diagnóstico é mais</p><p>subjetivo, pois é preciso ter a certeza que foi o exercício da função profissional a causa</p><p>da doença ocupacional.</p><p>Aqui estão as principais doenças ocupacionais, suas causas e a melhor</p><p>maneira de preveni-las:</p><p>LER (Lesão por Esforço Repetitivo) não é propriamente uma doença. É uma</p><p>síndrome constituída por um grupo de doenças – tendinite, tenossinovite, bursite,</p><p>epicondilite, síndrome do túnel do carpo, dedo em gatilho, síndrome do desfiladeiro</p><p>torácico, síndrome do pronador redondo, mialgias –, que afeta músculos, nervos e</p><p>tendões dos membros superiores principalmente, e sobrecarrega o sistema</p><p>musculoesquelético. Esse distúrbio provoca dor e inflamação e pode alterar a</p><p>capacidade funcional da região comprometida. A prevalência é maior no sexo</p><p>feminino.</p><p>Também chamada de DORT (Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao Trabalho),</p><p>LTC (Lesão por Trauma Cumulativo), AMERT (Afecções Musculares Relacionadas ao</p><p>Trabalho) ou síndrome dos movimentos repetitivos, LER é causada por mecanismos</p><p>de agressão, que vão desde esforços repetidos continuadamente ou que exigem</p><p>muita força na sua execução, até vibração, postura inadequada e estresse.</p><p>Principais causas:</p><p>Enfermagem do trabalho</p><p>74</p><p>www.estetus.com.br</p><p>Os principais sintomas de LER são:</p><p>Dor nos membros superiores e nos dedos;</p><p>Dificuldade para movimentá-los;</p><p>Formigamento;</p><p>Fadiga muscular;</p><p>Alteração da temperatura e da sensibilidade;</p><p>Redução na amplitude do movimento;</p><p>Inflamação.</p><p>É importante destacar que, na maioria das vezes, esses sintomas estão</p><p>relacionados com uma atividade inadequada não só dos membros superiores, mas de</p><p>todo o corpo, que se ressente, por exemplo, se houver compressão mecânica de uma</p><p>estrutura anatômica, ou se a pessoa ficar sentada diante do computador ou tocando</p><p>piano por oito, dez horas seguidas.</p><p>Prevenção:</p><p>Adequação do mobiliário, redução da necessidade do número de repetições;</p><p>pausas e exercícios preparatórios e compensatórios.</p><p>Definição de metas adequadas; boas relações interpessoais, clareza sobre o</p><p>que é esperado de cada profissional.</p><p>Programas de incentivo à prática regular de atividades físicas e ingestão</p><p>frequente de líquidos.</p><p>✓ Dorsalgias</p><p>Movimentos Repetitivos</p><p>Posturas Inadequadas</p><p>Pressão Psicológica</p><p>A dorsalgia é a síndrome clínica caracterizada por dor na região torácica</p><p>posterior. A dor nessa região pode estar relacionada às estruturas ósseas (12</p><p>vértebras torácicas), à musculatura, aos tecidos adjacentes e às vísceras</p><p>intratorácicas ou intra-abdominais.</p><p>Enfermagem do trabalho</p><p>75</p><p>www.estetus.com.br</p><p>A dorsalgia é mais frequentemente decorrente de alterações</p><p>musculoesqueléticas, que podem estar relacionadas a alterações posturais para</p><p>atividades da vida diária e do trabalho.</p><p>Podem ainda ser decorrentes de lesões traumáticas (fraturas de vértebras,</p><p>costelas ou luxações), inflamatórias, osteoporose e alterações degenerativas.</p><p>Principais causas:</p><p>Movimentos repetitivos e força com uso do tronco</p><p>Levantamento e transportes de pesos</p><p>Posturas inadequadas</p><p>Obesidade e sedentarismo (fatores não necessariamente ocupacionais, porém</p><p>muito significativos)</p><p>Outras causas de dor podem estar relacionadas a osteomielite vertebral,</p><p>anormalidades congênitas da coluna ou do tórax (escoliose, hipercifose), artrite</p><p>infecciosa, doença de Paget, epifisite vertebral infecciosa, lesões vertebrais por</p><p>tumores e herniação discal torácica.</p><p>Prevenção:</p><p>Adequação do mobiliário e equipamentos, fracionamento das cargas e do</p><p>número de repetições (redução da velocidade de execução das tarefas).</p><p>Pausas e exercícios preparatórios e compensatórios.</p><p>Programas de incentivo à educação alimentar e à prática regular de atividades</p><p>físicas.</p><p>✓ Transtornos mentais (depressão/ansiedade/stress pós-traumático)</p><p>Os transtornos mentais estão cada vez mais presentes no mundo do trabalho</p><p>nos tempos atuais, os quais são provocados, como atestam médicos e psicólogos,</p><p>pelo assédio moral e sexual, pelas jornadas exaustivas, exigência de metas abusivas,</p><p>eventos traumáticos, perseguições aos trabalhadores por chefes despreparados e</p><p>isolamento dos trabalhadores, entre outras formas engendradas com o objetivo de</p><p>obtenção de mais lucro.</p><p>Enfermagem do trabalho</p><p>76</p><p>www.estetus.com.br</p><p>O meio ambiente do trabalho adequado é uma forma de prevenir a saúde</p><p>mental do trabalhador. É preciso que se busque um meio ambiente do trabalho</p><p>psicologicamente hígido a partir da relação entre os riscos psicossociais laborais e os</p><p>transtornos mentais ocupacionais, cujo tema é de extrema atualidade e importância</p><p>no campo das relações de trabalho, especialmente no momento em que vive o Brasil,</p><p>diante de verdadeira epidemia de doenças ocupacionais, com destaque para o</p><p>aumento das doenças mentais que atingem os trabalhadores.</p><p>Evitar transtornos mentais relacionados ao trabalho é desafio a ser enfrentado</p><p>nas novas formas de organização do trabalho não apenas para garantir o direito dos</p><p>trabalhadores à saúde, mas também como forma de diminuir os custos do trabalho e</p><p>da Previdência Social, pois, no final das contas, trata-se de questão de ordem pública</p><p>e de relevante interesse social.</p><p>Entre os transtornos mentais mais comuns dos trabalhadores estão a</p><p>demência, o delirium, o transtorno cognitivo leve, o transtorno orgânico de</p><p>personalidade, o alcoolismo crônico, o episódio depressivo, o transtorno de estresse</p><p>pós-traumático, a síndrome da fadiga, a neurose profissional, a síndrome do</p><p>esgotamento profissional (burnout) e o suicídio.</p><p>Principais causas:</p><p>Alta demanda, imprecisão quanto às expectativas</p><p>Metas inalcançáveis</p><p>Trabalho extremamente monótono</p><p>Percepção de trabalho “sem importância”</p><p>Violência no trabalho</p><p>Situações momentâneas e súbitas de alto nível de estresse</p><p>Testemunha constante de sofrimento humano de terceiros (profissionais de</p><p>saúde, assistentes sociais)</p><p>Prevenção:</p><p>Definição de metas adequadas; boas relações interpessoais; melhora da</p><p>comunicação, reconhecimento do valor do trabalho realizado.</p><p>Programas de prevenção da violência nas atividades com risco elevado de</p><p>assaltos/envolvimento ou repressão de atos violentos.</p><p>Enfermagem do trabalho</p><p>77</p><p>www.estetus.com.br</p><p>✓ Transtornos das articulações</p><p>Programa de apoio e acompanhamento de profissionais vítimas de violência no</p><p>trabalho ou submetidos a situações de estresse agudo de alta intensidade e de</p><p>profissionais que lidam constantemente com o sofrimento humano de terceiros.</p><p>A dor limitada a apenas uma articulação é chamada dor monoarticular. A</p><p>articulação pode estar apenas dolorida (artralgia) ou também pode estar inflamada</p><p>(artrite). Geralmente, a artrite causa uma sensação de queimação, inchaço e,</p><p>raramente, vermelhidão da pele. A dor pode ocorrer apenas quando a articulação é</p><p>movimentada ou também em repouso. Pode-se acumular líquido dentro da articulação</p><p>(derrame).</p><p>Uma dor que parece vir da articulação, às vezes, origina-se em uma estrutura</p><p>fora da articulação, como um ligamento, tendão ou músculo (consulte Introdução à</p><p>biologia do sistema musculoesquelético). Exemplos de tais quadros clínicos são a</p><p>bursite, tendinite, entorses e distensões. A dor causada por esses problemas</p><p>geralmente não é tida como uma dor articular real.</p><p>Principais causas:</p><p>Posturas inadequadas</p><p>Movimentos repetitivos associados a cargas (membros inferiores)</p><p>Obesidade e sedentarismo (fatores não necessariamente ocupacionais, porém</p><p>muito significativos)</p><p>Prevenção:</p><p>Adequação do mobiliário, redução da necessidade de uso da força e do número</p><p>de repetições; pausas e exercícios preparatórios e compensatórios.</p><p>Definição de metas adequadas; boas relações interpessoais, clareza sobre o</p><p>que é esperado de cada um.</p><p>Programas de incentivo à prática regular de atividades físicas e ingestão</p><p>frequente de líquidos.</p><p>Enfermagem do trabalho</p><p>78</p><p>www.estetus.com.br</p><p>podem conter processos capazes de desgastar o corpo determinando, em boa parte,</p><p>crônica (IVC) de membros inferiores, principal distúrbio responsável pelo</p><p>aparecimento dos sinais varicosos, acomete até 80% da população mundial nos casos</p><p>de grau mais leve, de 20 a 64% em grau intermediário e até 9% nos casos mais</p><p>graves2. Geralmente, suas causas relacionam-se com alguns hábitos de vida, como a</p><p>postura e o tempo que as pessoas permanecem em pé (ortostase) no ambiente</p><p>baixos e constantes de tensão muscular e, em estado prolongado de contração, há</p><p>compressão de vasos sanguíneos, prejudicando a circulação sanguínea e linfática.</p><p>Em decorrência disso, observa-se o surgimento de algumas perturbações nos</p><p>✓ Varizes nos membros inferiores</p><p>Sabe-se que o trabalho possui uma dupla característica paradoxal ao ser</p><p>humano: por um ângulo, é fonte de realização, de prazer, de satisfação, sendo uma</p><p>das bases para o processo de identidade dos sujeitos; por outro, transforma-se em</p><p>o tipo de trabalho e a forma como é organizado.</p><p>No que tange às patologias relacionadas ao trabalho, a insuficiência venosa</p><p>laboral.</p><p>Explica-se que, para a sustentação da postura estática em pé, ocorrem níveis</p><p>membros inferiores, destacando-se as varizes.</p><p>Principais causas:</p><p>Trabalho em pé ou sentado com pouca movimentação</p><p>Obesidade e sedentarismo (fatores não necessariamente ocupacionais, porém</p><p>muito significativos)</p><p>Prevenção:</p><p>Análise ergonômica das tarefas para adequação do mobiliário e equipamentos,</p><p>permitindo a alternância de posturas e mobilidade no posto de trabalho;</p><p>exercícios preparatórios e compensatórios.</p><p>Programas de incentivo à educação alimentar e à prática regular de atividades</p><p>físicas de intensidade moderada.</p><p>elemento patogênico ou nocivo à saúde. Assim, as atividades laborais cotidianas</p><p>Enfermagem do trabalho</p><p>79</p><p>www.estetus.com.br</p><p>Exposição a ruídos</p><p>Trabalho com produtos químicos, principalmente solventes (tinner, tolueno,</p><p>xileno e similares)</p><p>Prevenção:</p><p>Proteção coletiva com isolamento das fontes de ruído (medida mais</p><p>importante).</p><p>Uso de protetor auditivo (medida complementar – não deve ser a única</p><p>proteção).</p><p>Ventilação exaustora e/ou isolamento dos processos com uso de solventes.</p><p>Uso de máscaras de proteção: protetores respiratórios específicos para</p><p>produtos químicos (medida complementar: não deve ser a única proteção).</p><p>✓ Transtornos auditivos</p><p>Perda auditiva induzida por ruído é uma perda auditiva causada por exposição</p><p>prolongada a níveis altos de ruídos.</p><p>ou através da pele e que</p><p>produzem efeitos moderados seguidos de exposição contínua ou repetitiva,</p><p>estendendo-se por períodos de dias, meses ou anos.</p><p>Aquelas substâncias classificadas como sendo moderadamente tóxicas, podem</p><p>produzir mudanças irreversíveis, bem como reversíveis no corpo humano. Estas</p><p>mudanças não são tão severas para ameaçarem a vida ou produzirem sérias</p><p>incapacidades físicas permanentes.</p><p>3 SEVERAMENTE TÓXICO:</p><p>AGUDA LOCAL: Materiais que, em uma simples exposição durante segundos</p><p>ou minutos, causam danos à pele ou membranas mucosas de severidade</p><p>suficiente para ameaçarem a vida ou para causarem danos físicos</p><p>permanentes ou até desfiguração.</p><p>AGUDA SISTÊMICA: Materiais que podem ser absorvidos pelo corpo por</p><p>inalação, ingestão ou através da pele e que podem causar danos de severidade</p><p>suficiente para ameaçarem a vida, seguido de uma simples exposição durante</p><p>segundos, minutos ou horas, ou seguido de ingestão de uma simples dose.</p><p>CRÔNICA LOCAL: Materiais que, em exposições contínuas ou repetitivas,</p><p>estendendo-se por períodos de dias, meses ou anos, podem causar danos à</p><p>Enfermagem do trabalho</p><p>84</p><p>www.estetus.com.br</p><p>pele ou membranas mucosas de severidade suficiente para ameaçarem a vida</p><p>ou para causarem danos físicos permanentes ou até desfiguração (mudanças</p><p>irreversíveis).</p><p>CRÔNICA SISTÊMICA: Materiais que podem ser absorvidos pelo corpo</p><p>através de inalação, ingestão ou através da pele e que podem causar morte ou</p><p>sérios danos físicos, seguido de exposições contínuas ou repetitivas a</p><p>pequenas quantidades durante períodos de dias, meses ou anos.</p><p>SEGURANÇA E HIGIENE NO TRABALHO</p><p>De modo genérico, Higiene e</p><p>Segurança do Trabalho compõem duas</p><p>atividades intimamente relacionadas,</p><p>no sentido de garantir condições</p><p>pessoais e materiais de trabalho</p><p>capazes de manter certo nível de</p><p>saúde dos empregados.</p><p>Do ponto de vista da Administração de Recursos Humanos, a saúde e a</p><p>segurança dos empregados constituem uma das principais bases para a preservação</p><p>da força de trabalho adequada através da Higiene e Segurança do trabalho.</p><p>Segundo o conceito emitido pela Organização Mundial de Saúde, a saúde é um</p><p>estado completo de bem-estar físico, mental e social e que não consiste somente na</p><p>ausência de doença ou de enfermidade.</p><p>A higiene do trabalho refere-se ao conjunto de normas e procedimentos que</p><p>visa à proteção da integridade física e mental do trabalhador, preservando-o dos</p><p>riscos de saúde inerentes às tarefas do cargo e ao ambiente físico onde são</p><p>executadas.</p><p>Segurança e higiene do trabalho são atividades interligadas que repercutem</p><p>diretamente sobre a continuidade da produção e sobre a moral dos empregados.</p><p>Segurança do trabalho é o conjunto de medidas técnicas, educacionais,</p><p>médicas e psicológicas, empregadas para prevenir acidentes, quer eliminando as</p><p>condições inseguras do ambiente, quer instruindo ou convencendo as pessoas da</p><p>implantação de práticas preventivas.</p><p>Enfermagem do trabalho</p><p>85</p><p>www.estetus.com.br</p><p>A atividade de Higiene do Trabalho no contexto da gestão de RH inclui uma</p><p>série de normas e procedimentos, visando essencialmente, à proteção da saúde física</p><p>e mental do empregado.</p><p>Procurando também resguardá-lo dos riscos de saúde relacionados com o</p><p>exercício de suas funções e com o ambiente físico onde o trabalho é executado.</p><p>Hoje a Higiene do Trabalho é vista como uma ciência do reconhecimento,</p><p>avaliação e controle dos riscos à saúde, na empresa, visando à prevenção de doenças</p><p>ocupacionais.</p><p>A higiene do trabalho compreende normas e procedimentos adequados para</p><p>proteger a integridade física e mental do trabalhador, preservando-o dos riscos de</p><p>saúde inerente às tarefas do cargo e ao ambiente físico onde são executadas.</p><p>A higiene do trabalho está ligada ao diagnóstico e à prevenção das doenças</p><p>ocupacionais, a partir do estudo e do controle do homem e seu ambiente de trabalho.</p><p>Ela tem caráter preventivo por promover a saúde e o conforto do funcionário,</p><p>evitando que ele adoeça e se ausente do trabalho.</p><p>Envolve, também, estudo e controle das condições de trabalho.</p><p>A iluminação, a temperatura e o ruído fazem parte das condições ambientais</p><p>de trabalho.</p><p>Uma má iluminação, por exemplo, causa fadiga à visão, afeta o sistema</p><p>nervoso, contribui para a má qualidade do trabalho podendo, inclusive, prejudicar o</p><p>desempenho dos funcionários.</p><p>A falta de uma boa iluminação também pode ser considerada responsável por</p><p>uma razoável parcela dos acidentes que ocorrem nas organizações.</p><p>Envolvem riscos os trabalhos noturnos ou turnos, temperaturas extremas – que</p><p>geram desde fadiga crônica até incapacidade laboral.</p><p>Um ambiente de trabalho com temperatura e umidade inadequadas é</p><p>considerado doentio.</p><p>Por isso, o funcionário deve usar roupas adequadas para se proteger do que</p><p>“enfrenta” no dia-a-dia corporativo.</p><p>O mesmo ocorre com a umidade. Já o ruído provoca perca da audição e quanto</p><p>maior o tempo de exposição a ele maior o grau da perda da capacidade auditiva.</p><p>A segurança do trabalho implica no uso de equipamentos adequados para</p><p>evitar lesões ou possíveis perdas.</p><p>Enfermagem do trabalho</p><p>86</p><p>www.estetus.com.br</p><p>É preciso, conscientizar os funcionários da importância do uso dos EPIs, luvas,</p><p>máscaras e roupas adequadas para o ambiente em que eles atuam.</p><p>Fazendo essa ação específica, a organização está mostrando reconhecimento</p><p>ao trabalho do funcionário e contribuindo para sua melhoria da qualidade de vida.</p><p>Ao invés de obrigar os funcionários a usarem, é melhor realizar esse tipo de</p><p>trabalho de conscientização, pois o retorno será bem mais positivo.</p><p>Já ouvi muitos colaboradores falarem, por exemplo, que os EPIs e as máscaras</p><p>incomodam e, algumas vezes, chagaram a pedir aos gestores que usassem os</p><p>equipamentos para ver se era bom.</p><p>Ora, na verdade os equipamentos incomodam, mas o trabalhador deve pensar</p><p>o uso desses que é algo válido, pois o ajuda a prevenir problemas futuros.</p><p>Na segurança do trabalho também é importante que a empresa forneça</p><p>máquinas adequadas, em perfeito estado de uso e de preferência com um sistema de</p><p>travas de segurança.</p><p>É fundamental que as empresas treinem os funcionários e os alertem em</p><p>relação aos riscos que máquinas podem significar no dia-a-dia.</p><p>Caso algum funcionário apresente algum problema de saúde mais tarde ou</p><p>sofra algum acidente, a responsabilidade será toda da empresa por não ter obrigado</p><p>o funcionário a seguir os procedimentos adequados de segurança.</p><p>Caso o funcionário se recuse a usar os equipamentos que o protegerão de</p><p>possíveis acidentes, a organização poderá demiti-lo por justa causa.</p><p>As prevenções dessas lesões/acidentes podem ser feitas através de:</p><p>Estudos e modificações ergonômicas dos postos de trabalho.</p><p>Uso de ferramentas e equipamentos ergonomicamente adaptados ao</p><p>trabalhador.</p><p>Diminuição do ritmo do trabalho.</p><p>Estabelecimento de pausas para descanso.</p><p>Redução da jornada de trabalho.</p><p>Diversificação de tarefas.</p><p>Eliminação do clima autoritário no ambiente de trabalho.</p><p>Maior participação e autonomia dos trabalhadores nas decisões do seu</p><p>trabalho.</p><p>Reconhecimento e valorização do trabalho.</p><p>Enfermagem do trabalho</p><p>87</p><p>www.estetus.com.br</p><p>Valorização das queixas dos trabalhadores.</p><p>É preciso mudar os hábitos e as condições de trabalho para que a higiene e a</p><p>segurança no ambiente de trabalho se tornem satisfatórios. Nessas mudanças se faz</p><p>necessário resgatar o valor humano.</p><p>Qualquer empresa de hoje em dia conhece bem as implicações e requisitos</p><p>legais quando se fala em HSST- Higiene, Segurança e Saúde no trabalho, tendo</p><p>consciência de que uma falha neste âmbito dentro da empresa, pode gerar</p><p>automaticamente o pagamento de uma multa por incumprimento legal.</p><p>A Higiene, Segurança e Saúde no trabalho é um conjunto de ações que nasceu</p><p>das preocupações dos trabalhadores da indústria em meados</p><p>trabalhadores da empresa e aos seus dependentes, quer assumindo funções</p><p>administrativas, educativas, de integração e de pesquisa. Em 1973 criou-se o COFEN</p><p>e COREN.</p><p>A inclusão do enfermeiro do trabalho na equipe de saúde ocupacional</p><p>aconteceu por meio da portaria n.º 3 460 do ministério do trabalho, em 1975. Neste</p><p>mesmo ano criou-se no Rio Grande do Sul o primeiro sindicato de enfermagem.</p><p>A história da enfermagem do trabalho no Brasil é bastante recente. Inicialmente</p><p>a assistência de enfermagem do trabalho era vista mais como atendimento</p><p>emergencial na empresa, o que não valoriza muito. Contudo, o espaço para o</p><p>desempenho profissional, principalmente do enfermeiro do trabalho está se ampliando</p><p>a cada dia, seja na assistência direta aos trabalhadores e familiares ou no</p><p>desempenho de funções administrativa, educacionais, de integração ou de pesquisa.</p><p>PRINCÍPIOS E DIRETRIZES</p><p>A Saúde do Trabalhador se destaca por ser uma área em construção na Saúde</p><p>Pública. Sendo assim, estabelece-se como um campo que estuda e intervêm nas</p><p>Enfermagem do trabalho</p><p>5</p><p>www.estetus.com.br</p><p>relações entre saúde-trabalho-doença na sua complexidade, por meio de atuação</p><p>interdisciplinar, intersetorial e multiprofissional.</p><p>Tem como objetivos a promoção e a proteção da saúde através da realização</p><p>de ações de vigilância, assim como, visa à recuperação e reabilitação da saúde dos</p><p>trabalhadores submetidos aos riscos e agravos advindos das condições de trabalho.</p><p>Considerando as particularidades da saúde do trabalhador e os marcos</p><p>orientadores do SUS, os princípios e diretrizes propostas são:</p><p>Universalidade;</p><p>Integralidade;</p><p>Participação social;</p><p>Equidade;</p><p>Ética;</p><p>Humanização do trabalho;</p><p>Direito à informação;</p><p>Articulação intra e intersetorial.</p><p>Universalidade: contemplar todos os trabalhadores da SMS, independentemente</p><p>de sua forma de contratação respeitando as especificidades de cada vínculo;</p><p>Integralidade da atenção: articular ações individuais e coletivas de promoção e</p><p>proteção da saúde, prevenção de riscos e agravos relacionados ao trabalho, com</p><p>recuperação e atenção à saúde dos trabalhadores na rede do SUS;</p><p>Participação social: instituição e manutenção de instâncias legítimas e representativas</p><p>do conjunto de trabalhadores, compreendendo sua participação na identificação das</p><p>demandas, no planejamento, na execução, acompanhamento e avaliação das ações</p><p>relacionadas à saúde do trabalhador;</p><p>Equidade: reconhecer o direito de cada trabalhador da SMS em suas especificidades</p><p>e necessidades, levando-se em consideração o senso de justiça social;</p><p>Ética: na atenção à saúde do trabalhador, respeitando o sigilo das informações</p><p>relativas ao estado de saúde e a sua individualidade, bem como em relação a seus</p><p>Enfermagem do trabalho</p><p>6</p><p>www.estetus.com.br</p><p>resultados, entendendo que o objetivo e justificativa da intervenção é a melhoria das</p><p>condições de trabalho e saúde;</p><p>Humanização do trabalho: pressupõe construir um novo tipo de interação entre os</p><p>atores envolvidos na produção de saúde, favorecendo a autonomia dos sujeitos, a</p><p>gestão participativa, a reflexão-ação dos trabalhadores sobre seus processos de</p><p>trabalho, a construção de laços solidários, sentimentos de pertença e consolidação de</p><p>cultura de equipe, bem como a valorização do trabalho e do trabalhador;</p><p>Direito à informação: acesso a informações sobre os riscos nos ambientes e</p><p>processos de trabalho, suas consequências na saúde e os resultados das</p><p>intervenções;</p><p>Articulação intra e intersetorial: compreende a interação com outras áreas, setores e</p><p>atores sociais para articulação, formulação, implementação e acompanhamento das</p><p>ações que tem impacto sobre os determinantes da saúde dos trabalhadores.</p><p>No Brasil, o sistema público de saúde vem atendendo os trabalhadores ao</p><p>longo de toda sua existência. Porém, uma prática diferenciada do setor, que considere</p><p>os impactos do trabalho sobre o processo saúde/doença, surgiu apenas no decorrer</p><p>dos anos 80, passando a ser ação do Sistema Único de Saúde quando a Constituição</p><p>Brasileira de 1988, na seção que regula o Direito à Saúde, a incluiu no seu artigo 200.</p><p>“Artigo 200 – Ao Sistema Único de Saúde</p><p>compete, além de outras atribuições, nos termos</p><p>da lei: (...) II- executar as ações de vigilância</p><p>sanitária e epidemiológica, bem como as de</p><p>saúde do trabalhador; (...).</p><p>A Lei Orgânica da Saúde – LOS (Lei n.º 8.080/90), que regulamentou o SUS e</p><p>suas competências no campo da Saúde do Trabalhador, considerou o trabalho como</p><p>importante fator determinante/condicionante da saúde.</p><p>O artigo 6º da LOS determina que a realização das ações de saúde do</p><p>trabalhador siga os princípios gerais do SUS e recomenda, especificamente:</p><p>Enfermagem do trabalho</p><p>7</p><p>www.estetus.com.br</p><p>a assistência ao trabalhador vítima de acidente de trabalho ou portador de</p><p>doença profissional ou do trabalho;</p><p>a realização de estudos, pesquisa, avaliação e controle dos riscos e agravos</p><p>existentes no processo de trabalho;</p><p>a informação ao trabalhador, sindicatos e empresas sobre riscos de acidentes</p><p>bem como resultados de fiscalizações, avaliações ambientais, exames</p><p>admissionais, periódicos e demissionais, respeitada a ética.</p><p>Nesse mesmo artigo, a Saúde do Trabalhador encontra-se definida como:</p><p>“Um conjunto de atividades que se</p><p>destina, através de ações de vigilância</p><p>epidemiológica e sanitária, à promoção e</p><p>proteção da saúde dos trabalhadores, assim</p><p>como visa à recuperação e reabilitação da</p><p>saúde dos trabalhadores submetidos aos riscos</p><p>e agravos advindos das condições de trabalho.”</p><p>No seu conjunto (serviços básicos, rede de referência secundária, terciária e os</p><p>serviços contratados/conveniados), a rede assistencial, se organizada para a Saúde</p><p>do Trabalhador, a exemplo do que já acontece com outras modalidades assistenciais</p><p>como a Saúde da Criança, da Mulher, etc., por meio da capacitação de recursos</p><p>humanos e da definição das atribuições das diversas instâncias prestadoras de</p><p>serviços, poderá reverter sua histórica omissão neste campo.</p><p>Os últimos anos foram férteis na produção de experiências – centros de</p><p>referências, programas municipais, programas em hospitais universitários e ações</p><p>sindicais – em diversos pontos do país, e em encontros de profissionais/trabalhadores</p><p>ou técnicos para a produção das normas necessárias à operacionalização das ações</p><p>de saúde do trabalhador pela rede de serviços em ambulatórios e/ou vigilância.</p><p>ASPECTOS POLÍTICOS</p><p>O termo Saúde do Trabalhador refere-se a um campo do saber que visa</p><p>compreender as relações entre o trabalho e o processo saúde/doença. Nesta</p><p>acepção, considera a saúde e a doença como processos dinâmicos, estreitamente</p><p>articulados com os modos de desenvolvimento produtivo da humanidade em</p><p>Enfermagem do trabalho</p><p>8</p><p>www.estetus.com.br</p><p>determinado momento histórico. Parte do princípio de que a forma de inserção dos</p><p>homens e mulheres nos espaços de trabalho contribui decisivamente para formas</p><p>específicas de adoecer e morrer. O fundamento de suas ações é a articulação</p><p>multiprofissional, interdisciplinar e intersetorial.</p><p>Em relação aos trabalhadores, há que se considerar os diversos riscos</p><p>ambientais e organizacionais aos quais estão expostos, em função de sua inserção</p><p>nos processos de trabalho. Assim, as ações de saúde do trabalhador devem ser</p><p>incluídas formalmente na agenda da rede de atenção municipal à saúde. Dessa forma,</p><p>amplia-se a assistência já ofertada aos trabalhadores, na medida em que passa a</p><p>olhá-los como sujeitos a um adoecimento específico que exige estratégias, também</p><p>específicas, de promoção, proteção e recuperação da saúde.</p><p>A incorporação das boas práticas de gestão de saúde e segurança no trabalho</p><p>contribui para a proteção contra os riscos presentes no ambiente de trabalho,</p><p>prevenindo e reduzindo acidentes e doenças e diminuindo, consideravelmente, os</p><p>custos</p><p>do século 20, pois as</p><p>condições de trabalho nunca eram levadas em conta, mesmo que tal implicasse riscos</p><p>de doença ou mesmo de morte dos trabalhadores.</p><p>Numa época em que a indústria era a principal atividade económica em</p><p>Portugal, os trabalhadores morriam ou tinham acidentes onde cavam impossibilitados</p><p>para toda a vida por não terem os devidos processos de Higiene e Segurança do</p><p>trabalho.</p><p>Simplesmente porque a mentalidade corrente era a de que o valor da vida</p><p>humana era para apenas útil para trabalhar e porque não existia qualquer legislação</p><p>que protegesse o trabalhador.</p><p>O cenário demorou tempo a mudar e apenas a partir da década de 50/60,</p><p>surgiram as primeiras tentativas sérias de integrar os trabalhadores em atividades</p><p>devidamente adequadas às suas capacidades, e dar-lhes conhecimento dos riscos a</p><p>que estariam expostos aquando do seu desempenhar de funções.</p><p>Atualmente a dimensão que encontramos neste âmbito é muito diferente,</p><p>sobretudo porque a Lei-Quadro de Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho faz</p><p>impender sobre as entidades empregadoras a obrigatoriedade de organizarem os</p><p>serviços de Segurança e Saúde no Trabalho.</p><p>Desta forma, para além de análises minuciosas aos postos de trabalho a</p><p>empresa tem que garantir também as condições de saúde dos trabalhadores (como a</p><p>existência de um posto médico dentro de cada empresa)</p><p>E ainda garantir que são objeto de estudo as investigações de quaisquer tipos</p><p>de incidentes ocorridos, sendo sempre analisada a utilização ou não de equipamentos</p><p>de proteção individual (vulgo EPI).</p><p>Enfermagem do trabalho</p><p>88</p><p>www.estetus.com.br</p><p>Em resumo, todas as atividades de HSST se constituem como as atividades</p><p>cujo objetivo é o de garantir condições de trabalho em qualquer empresa “num estado</p><p>de bem-estar físico, mental e social e não somente a ausência de doença e</p><p>enfermidade” (de acordo com a Organização Mundial de Saúde.)</p><p>Analisando parcelarmente este tipo de atividades temos que:</p><p>A higiene e saúde no trabalho</p><p>procura combater de um ponto de</p><p>vista não médico, as doenças</p><p>profissionais, identificando os fatores</p><p>que podem afetar o ambiente do</p><p>trabalho e o trabalhador, procurando</p><p>eliminar ou reduzir os riscos profissionais.</p><p>A segurança do trabalho por outro lado, propõe-se combater, também dum</p><p>ponto de vista não médico, os acidentes de trabalho, eliminando para isso não</p><p>só as condições inseguras do ambiente, como sensibilizando também os</p><p>trabalhadores a utilizarem medidas preventivas.</p><p>Dadas as características específicas de algumas atividades profissionais,</p><p>nomeadamente as que acarretam algum índice de perigosidade, é necessário</p><p>estabelecer procedimentos de segurança, para que estas sejam desempenhadas</p><p>dentro de parâmetros de segurança para o trabalhador.</p><p>Nesse sentido, é necessário fazer desde logo um levantamento dos fatores que</p><p>podem contribuir para ocorrências de acidentes, como sejam:</p><p>Acidentes devido a ações perigosas;</p><p>Falta de cumprimento de ordens (não usar E.P.I.)</p><p>Ligado à natureza do trabalho (erros na armazenagem)</p><p>Nos métodos de trabalho (trabalhar a ritmo anormal, manobrar empilhadores</p><p>inadequadamente, distrações).</p><p>Acidentes devido a Condições perigosas:</p><p>Máquinas e ferramentas;</p><p>Condições de ambiente físico, (iluminação, calor, frio, poeiras, ruído)</p><p>Enfermagem do trabalho</p><p>89</p><p>www.estetus.com.br</p><p>Condições de organização (Layout mal feito, armazenamento perigoso, falta de</p><p>Equipamento de Proteção Individual – E.P.I.)</p><p>Legislação aplicada a higiene e segurança do trabalho</p><p>A legislação da higiene e segurança do</p><p>trabalho é bem específica e grande, sabendo</p><p>disso iremos mostrar abaixo apenas os artigos</p><p>e incisos principais.</p><p>Acidentes (CIPA), de conformidade com</p><p>instruções expedidas pelo Ministério do</p><p>Trabalho, nos estabelecimentos ou locais de</p><p>obra nelas especificadas.</p><p>As instruções do Ministério do Trabalho e Emprego correspondem à NR5, que</p><p>trata especificamente das Comissões Internas de Prevenção de Acidentes – CIPA.</p><p>O item 5.1, da NR 5, estabelece que o objetivo da CIPA é a prevenção de</p><p>acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível</p><p>permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde do</p><p>trabalhador.</p><p>O emprego da palavra “permanentemente”, traz a ideia de “sem interrupção”.</p><p>O item 5.2, da NR 5, dispõe que devem constituir CIPA, por estabelecimento, e</p><p>mantê-la em regular funcionamento as empresas privadas, públicas, sociedades de</p><p>economia mista, órgãos da administração direta e indireta, instituições beneficentes,</p><p>associações recreativas, cooperativas, bem como outras instituições que admitam</p><p>trabalhadores como empregados.</p><p>O item 5.3 dispõe que as normas da NR5 se aplicam, no que couber, aos</p><p>trabalhadores avulsos e às entidades que lhes tomem serviços, observadas as</p><p>disposições estabelecidas em Normas Regulamentadoras de setores econômicos</p><p>específicos.</p><p>Sabemos que não existe vínculo empregatício, celetista, na relação de trabalho</p><p>avulso. Sabemos, também, que as normas de SST, em regra, só se aplicam aos</p><p>trabalhadores regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho.</p><p>Entretanto, no caso específico da NR5, suas disposições, quando não forem</p><p>incompatíveis com as características do trabalho avulso, são plenamente aplicáveis</p><p>Enfermagem do trabalho</p><p>90</p><p>www.estetus.com.br</p><p>Parágrafo único – O Ministério do Trabalho regulamentará as atribuições, a</p><p>composição e o funcionamento das CIPA (s).</p><p>Art. 164 – Cada CIPA será composta de representantes da empresa e dos</p><p>empregados, de acordo com os critérios que vierem a ser adotados na</p><p>regulamentação de que trata o parágrafo único do artigo anterior.</p><p>1º – Os representantes dos empregadores, titulares e suplentes, serão por eles</p><p>designados.</p><p>2º – Os representantes dos empregados, titulares e suplentes, serão eleitos em</p><p>escrutínio secreto, do qual participem, independentemente de filiação sindical,</p><p>exclusivamente os empregados interessados.</p><p>Escrutínio secreto significa votação secreta, sigilosa.</p><p>Fatores que afetam a higiene e segurança do trabalho</p><p>Dadas as especificidades</p><p>de algumas atividades</p><p>profissionais através da Higiene e</p><p>Segurança do trabalho., as quais</p><p>acarretam algum índice de</p><p>perigosidade, é necessário que</p><p>sobre as mesmas incidam procedimentos de segurança para que as mesmas sejam</p><p>desempenhadas dentro de parâmetros de segurança para o trabalhador.</p><p>Nesse sentido, é necessário fazer desde logo um levantamento dos fatores que</p><p>podem contribuir para ocorrências de acidentes, como sejam:</p><p>Máquinas e ferramentas;</p><p>Condições de organização;</p><p>Condições de ambiente físico, (iluminação, calor, frio, poeiras, ruído).</p><p>Acidentes devido a Afecções perigosas:</p><p>Falta de cumprimento de ordens (não usar E.P.I);</p><p>Ligado à natureza do trabalho (Erros na armazenagem);</p><p>Nos métodos de trabalho (trabalhar a ritmo anormal, manobrar empilhadores</p><p>inadequadamente, distrações, brincadeiras).</p><p>Enfermagem do trabalho</p><p>91</p><p>www.estetus.com.br</p><p>Fundamentos de higiene e segurança do trabalho</p><p>É preciso mudar os hábitos e as</p><p>condições de trabalho para que a higiene</p><p>e a segurança no ambiente de trabalho se</p><p>tornem satisfatórios.</p><p>Nessas mudanças se faz</p><p>necessário resgatar o valor humano</p><p>através dos processos de higiene e</p><p>segurança do trabalho.</p><p>Nesse contexto, a necessidade de reconhecimento pode ser frustrada pela</p><p>organização quando ela não valoriza o desempenho.</p><p>Por exemplo, quando a política de promoção é baseada nos anos de serviço e</p><p>não no mérito ou, então, quando a estrutura salarial não oferece qualquer</p><p>possibilidade de recompensa financeira por realização como os aumentos por mérito.</p><p>Se o ambiente enfatizar as relações distantes e impessoais entre os</p><p>funcionários e se o contato social entre os mesmos for desestimulado, existirão menos</p><p>chances de reconhecimento.</p><p>Conforme</p><p>pelo ritmo</p><p>biológico do ciclo de dia e noite, que se instala periodicamente e conduz o sono. Uma</p><p>vez instalada alguma destas fadigas o indivíduo pode apresentar, sonolência, lassidão</p><p>e falta de disposição para o trabalho, dificuldades para pensar, diminuição da atenção,</p><p>lentidão e amortecimento das percepções, diminuição da força de vontade, perdas de</p><p>produtividade em atividades físicas e mentais.</p><p>Enfermagem do trabalho</p><p>96</p><p>www.estetus.com.br</p><p>Tarefas repetitivas e</p><p>monótonas estão</p><p>relacionadas com a baixa</p><p>satisfação com o trabalho do</p><p>que com trabalhos com um</p><p>espaço de atividades mais</p><p>amplo. O limitado espaço de</p><p>manobra das operações</p><p>repetitivas pode levar o</p><p>indivíduo a atrofia mental e física dos órgãos, monotonia, risco de falhas e acidentes,</p><p>diminuição da satisfação no trabalho, prejuízo no desdobramento das capacidades</p><p>humanas e absenteísmo elevado, crescentes dificuldades para preenchimento de</p><p>vagas.</p><p>Todas as situações de esforço estático ou isométrico, tem como consequência</p><p>primária a fadiga muscular, onde ocorre dor no segmento afetado devido ao acúmulo</p><p>do ácido lático, essa fadiga pode ainda acarretar em aparecimento de tremores que</p><p>podem contribuir para a ocorrência de erros na execução das atividades.</p><p>Esses fatores fisiológicos sobre o corpo, são os que mais contribuem para as</p><p>DORT’s, por esta razão exercícios de alongamentos direcionados durante 15 minutos</p><p>realizados duas vezes para cada turno se tornam grandes aliados ao combate das</p><p>doenças mais comuns do trabalho, pelo fato de melhorar a nutrição e oxigenação dos</p><p>tecidos, reposicionar as estruturas do corpo, sair da monotonia, tirar o foco do estresse</p><p>momentaneamente, diminui a exaustão causada pelo estresse e pelo trabalho</p><p>contínuo, diminui o sedentarismo e estimula a procura por atividades físicas, melhora</p><p>a atenção no trabalho, diminui o nível de acidentes melhorando o estado geral.</p><p>Importante dar uma pausa para o organismo humano. Dentre os mecanismos</p><p>que previnem as lesões, através da realização de pausas em atividades repetitivas,</p><p>podemos destacar que:</p><p>O fluxo de sangue normal retira as concentrações acumuladas de ácido lático</p><p>muscular, evitando assim possíveis irritações nas terminações nervosas livres;</p><p>Os tendões retornam às suas estruturas normais, voltando a sua formação</p><p>normal (viscoelasticidade e conformação);</p><p>A lubrificação dos tendões pelo líquido sinovial, evitando atrito Inter estrutural.</p><p>Enfermagem do trabalho</p><p>97</p><p>www.estetus.com.br</p><p>A influência benéfica da atividade física sobre a dimensão emocional da</p><p>qualidade de vida, se dá sob múltiplos aspectos, especialmente os efeitos nocivos do</p><p>estresse e o melhor gerenciamento das tensões próprias do viver.</p><p>A população brasileira de um modo geral, por falta de estímulos, crescem</p><p>adquirindo vícios dos mais diversos e deixando de lado a preocupação com a saúde,</p><p>pois na maioria das vezes os efeitos não são sentidos imediatamente, só retornam a</p><p>preocupação em relação a saúde e qualidade de vida na terceira idade, onde os</p><p>problemas já se instalaram no decorrer dos anos, nossa intenção enquanto</p><p>promotores de qualidade de vida é mudar essa percepção em relação a nós mesmos</p><p>e contribuir para o estado de saúde geral do trabalhador.</p><p>Segundo os conhecimentos relacionados a fisiologia humana, quando um</p><p>indivíduo é imposto a trabalhos de grande estresse e atenção, ou pouco raciocínio e</p><p>mais mecanização levando a um trabalho monótono, ou imposto a grandes esforços</p><p>físicos, calor excessivo, frio excessivo, luminosidade alta ou baixa demais, posturas</p><p>inadequadas, vai levar a um desgaste da máquina humana o que provavelmente irá</p><p>gerar em desequilíbrio e futuros problemas tanto físicos quanto psicológicos.</p><p>Deve-se entender portanto que a Ginástica laboral, quanto a seus objetivos de</p><p>melhorar a nutrição e oxigenação dos tecidos, reposicionar as estruturas do corpo,</p><p>sair da monotonia, tirar o foco do estresse momentaneamente, diminui a exaustão</p><p>causada pelo estresse e pelo trabalho contínuo, diminui o sedentarismo e estimula a</p><p>procura por atividades físicas, melhora a atenção no trabalho, diminui o nível de</p><p>acidentes melhorando o estado geral do trabalhador atende as situações impostas</p><p>durante a jornada de trabalho, quando realizado da forma adequada, respeitando os</p><p>Enfermagem do trabalho</p><p>98</p><p>www.estetus.com.br</p><p>momentos de pausa para a reconstituição dos tecidos. Além do fato de ser realizada</p><p>adequadamente, não podemos esquecer que estamos lidando com pessoas que</p><p>pensam e sentem e que para ser benéfica ao homem deve ser levado em</p><p>consideração a sua vontade, sem situações que imponham ou causem</p><p>constrangimentos.</p><p>EFEITOS SOBRE AS EMPRESAS</p><p>A mudança dos</p><p>fatores de mudança social</p><p>no Brasil em relação as</p><p>condições ergonômicas</p><p>acabam caindo sobre os</p><p>empresários e com isso a</p><p>dificuldade e o ônus com</p><p>administração das</p><p>DORT’s, a implantação da</p><p>ginástica laboral acaba</p><p>sendo o meio mais rápido, prático e menos custoso de dar início a solução dos</p><p>problemas relacionados as lesões osteomusculares relacionadas ao trabalho.</p><p>Através da implantação da Ginástica Laboral, a empresa se beneficia em</p><p>alguns fatores já comprovados, entre eles a diminuição dos problemas de saúde do</p><p>trabalhador e com isso um aumento na produtividade da empresa. Isso se dá em razão</p><p>de uma diminuição das faltas por motivos médicos e também a redução dos acidentes</p><p>de trabalho.</p><p>O trabalhador também recebe benefícios, pois grande parte dos exercícios que</p><p>são executados durante a terapia, visam reduzir o impacto e o estresse muscular que</p><p>o indivíduo sofre durante sua jornada de trabalho. Isto significa que não só</p><p>trabalhadores “braçais” ou funcionários da linha de produção necessitam da Ginástica</p><p>Laboral, mas também trabalhadores administrativos (digitadores, secretárias, etc.) E</p><p>externos (motorista, vendedores, entregadores, etc.). Estes tipos de trabalho</p><p>(administrativo, produção e/ou externo) trazem sérios problemas posturais,</p><p>musculares, mentais e visuais. Um programa de Ginástica Laboral visa minimizar as</p><p>lesões osteomusculares e ergonômicas causadas por estas atividades.</p><p>Enfermagem do trabalho</p><p>99</p><p>www.estetus.com.br</p><p>Na prática podemos observar a melhor integração entre os funcionários, na</p><p>maioria das vezes melhor disposição para desenvolver as atividades laborais e um</p><p>melhor clima organizacional no ambiente de trabalho, além da satisfação do</p><p>funcionário em relação à empresa.</p><p>A ginástica laboral assumiu definitivamente o papel de ferramenta contra ações</p><p>cíveis (trabalhistas) para os empresários, retirando o dolo e culpa da empresa nessas</p><p>reclamações. A implantação do programa prova perante à lei que a empresa se</p><p>preocupa com a saúde e qualidade de vida do seu colaborador. Porém, não há até o</p><p>momento nada que se refira a ginástica laboral como uma exigência legal na</p><p>prevenção das DORT’s, portanto como ela está inserida dentro de uma medida</p><p>ergonômica, e a ergonomia está inserida como exigência legal, podemos levar em</p><p>consideração que seja uma medida paliativa. Por esta razão talvez a relação da GL</p><p>como ferramenta contra as ações cíveis.</p><p>Enfermagem do trabalho</p><p>100</p><p>www.estetus.com.br</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>KLAASSEN, Curtis D., WATKINS III, John B. Fundamentos em Toxicologia de</p><p>Casarett e Doull (Lange). AMGH, 2012.</p><p>MOREAU, Regina Lúcia Moraes. Ciências Farmacêuticas – Toxicologia Analítica,</p><p>2ª edição. Guanabara Koogan, 2015.</p><p>OLSON, Kent R. Manual de Toxicologia Clínica, 6th edição. AMGH, 2013.</p><p>PASSAGLI, Marcos. Toxicologia Forense – Teoria e Prática, 5ª Edição. Millenium,</p><p>2018.</p><p>Ruppenthal, Janis. Toxicologia. Universidade Federal de Santa Maria; Rede e-Tec</p><p>Brasil, 2013.</p><p>Edna Maria Miello Hernandez, Roberto Moacyr Ribeiro Rodrigues, Themis</p><p>Mizerkowski Torres. Manual de Toxicologia Clínica: Orientações para</p><p>assistência e vigilância das intoxicações agudas. São Paulo: Secretaria</p><p>Municipal da Saúde, 2017.</p><p>KOLLING A. Ginástica laboral compensatória. Revista Brasileira de Educação</p><p>Física e Desporto 2017.</p><p>Targa, J. Teoria da educação físico-desportivo-recreativa. Porto Alegre: Escola</p><p>superior de Educação Física, 2016.</p><p>ZILLI, C.M. Manual de Cinesioterapia/Ginástica Laboral. São Paulo: Lovise, 2012.</p><p>CAÑETE, I. Desafio da empresa moderna: a ginástica laboral como um</p><p>caminho. 2. ed. São Paulo: Ícone, 2014.</p><p>Enfermagem do trabalho</p><p>101</p><p>www.estetus.com.br</p><p>Mininel VA, Felli VEA, da Silva EJ, Torri Z, Abreu AP, Branco MTA. Cargas de</p><p>trabalho, processos de desgaste e absenteísmo-doença em enfermagem. Rev.</p><p>Latino-Am. Enfermagem. [Internet] 2013;21(6).</p><p>Karino, M. E, Felli, V. E. A; Sarquis, L. M. M; Santana, L. L; Silva S. R; Teixeira, R. C.</p><p>Cargas de trabalho e desgastes dos trabalhadores de enfermagem de um</p><p>hospital-escola. Cienc Cuid Saude. [Internet] 2015;14(2)</p><p>Silva J. L. L, dos Santos RSFB, Costa FS, Taveira RPC, Teixeira LR. Estressores</p><p>na atividade gerencial do enfermeiro: implicações para saúde. Av. enferm.</p><p>[Internet] 2013;31(2)</p><p>Moraes, O. J; Furtado, S. P. G; Feliciano, R; Muniz, A. M; Antunes, C. E; Cavalcanti,</p><p>V. G. S. Riscos e doenças ocupacionais do docente universitário de</p><p>enfermagem: implicações na saúde do trabalhador. Revista de Pesquisa</p><p>Cuidado é Fundamental Online [en linea]. 2013, 5(1), 3267-3275</p><p>Ministério da Saúde (BR). Doenças relacionadas ao trabalho: manual de</p><p>procedimentos para os serviços de saúde. Brasília (DF): Ministério da Saúde;</p><p>2001.</p><p>Oliveira C. Doenças músculo-esqueléticas no topo das doenças laborais.</p><p>[periódico na internet] 2009.</p><p>Brasil. Ministério da Saúde. Portaria Nº 1.823 de 23 de agosto de 2012: institui a</p><p>Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora [Internet]. Brasília</p><p>(DF): MS; 2012.</p><p>Brasil. Ministério da Saúde. Portaria Nº 2.728 de 11 de novembro de 2009: Dispõe</p><p>sobre a Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador [Internet].</p><p>Brasília (DF): MS; 2009.</p><p>Enfermagem do trabalho</p><p>102</p><p>www.estetus.com.br</p><p>Brasil. Ministério do Trabalho e Emprego. Portaria Nº 590 de 28 de abril de 2014:</p><p>Norma Regulamentadora 4 - Serviços Especializados em Engenharia de</p><p>Segurança e em Medicina do Trabalho. Brasília (DF): MTE; 2014.</p><p>Baptista AR, Silva FC, Luz MRP, Veronez N, Palmieri AF. O Papel do SESMT no</p><p>auxílio da gestão de empresas [Trabalho de Conclusão de Curso]. São Paulo (SP):</p><p>Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio - CEUNSP. Curso de Graduação</p><p>em Administração; 2011.</p><p>Brasil. Ministério do Trabalho e Emprego. Portaria Nº 1.471 de 24 de setembro de</p><p>2014: Norma Regulamentadora NR 9 - Programa de Prevenção de Riscos</p><p>Ambientais. Brasília (DF): MTE; 2014.</p><p>Souza LB, Figueiredo MAC. Qualificação profissional e representações sobre</p><p>trabalho e qualidade de vida. Paidéia. [Internet] 2004 [Acessado em 2013 Jan 24];</p><p>14(28): 221-232.</p><p>Brasil. Ministério da Saúde. Diretrizes de implantação da Vigilância em Saúde do</p><p>Trabalhador no SUS. Brasília, DF: MS; 2012.</p><p>Robazzi MLCC, Mauro MYC, Secco IAO, Dalri RCMB, Freitas FCT, Terra FS, et al.</p><p>Alterações na saúde decorrentes do excesso de trabalho entre trabalhadores</p><p>da área de saúde. Rev Enferm UERJ [Internet]. 2012; 20(4): 526-32.</p><p>Brasil. Ministério da Saúde. Portaria Federal n. º 1.271, de 06 de junho de 2014.</p><p>Define a Lista Nacional de Notificação Compulsória de doenças, agravos e</p><p>eventos de saúde pública nos serviços de saúde públicos e privados em todo</p><p>o território nacional, nos termos do anexo, e dá outras providências. Diário</p><p>Oficial da União; Poder Executivo, Brasília, DF, 9 jun. 2014. Seção 1, p6</p><p>e prejuízos aos trabalhadores e instituição.</p><p>A análise preliminar das condições de trabalho permite a elaboração de</p><p>estratégias que vão subsidiar as etapas de implantação do programa de gestão de</p><p>saúde e segurança no trabalho, e é estabelecida com algumas indagações bem</p><p>simples:</p><p>1. O trabalhador está exposto a riscos no ambiente de trabalho?</p><p>2. A quais tipos de riscos o trabalhador está exposto?</p><p>3. Qual o tempo e a frequência do contato com esses riscos?</p><p>Um modelo de segurança e saúde do trabalho deve contemplar uma</p><p>metodologia voltada para a antecipação e a prevenção de acidentes e doenças</p><p>relacionadas ao trabalho que alia a simplicidade da intervenção, e a profundidade das</p><p>ações técnicas necessárias para sua efetividade, eficiência e eficácia:</p><p>Redução dos riscos de acidentes de trabalho;</p><p>Promoção em saúde do trabalhador;</p><p>Prevenção de doenças crônicas não transmissíveis (diabetes, hipertensão,</p><p>etc);</p><p>Participação dos trabalhadores na construção de políticas internas em Saúde</p><p>do Trabalhador.</p><p>Vantagens:</p><p>Enfermagem do trabalho</p><p>9</p><p>www.estetus.com.br</p><p>Previne e reduz os acidentes e doenças;</p><p>Protege a integridade física e mental dos trabalhadores;</p><p>Educa para adoção de práticas preventivas;</p><p>Evita gastos e prejuízos (trabalhadores e instituição);</p><p>Diminui o absenteísmo;</p><p>Melhora, continuamente, os ambientes de trabalho;</p><p>Potencializa as relações interpessoais;</p><p>Otimiza o clima organizacional;</p><p>Atende aos requisitos da legislação;</p><p>Aumenta a produtividade.</p><p>LEGISLAÇÃO BÁSICA EM SAÚDE DO TRABALHADOR</p><p>Constituição da República Federativa do Brasil</p><p>Art. 200 - Ao Sistema Único de Saúde, compete, além de outras atribuições, nos</p><p>termos da lei... II - executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem</p><p>como as de saúde do trabalhador; ... VIII - colaborar na proteção do meio ambiente,</p><p>nele compreendido o do trabalho.</p><p>Lei nº 8.080 de 19 de setembro de 1990</p><p>Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a</p><p>organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras</p><p>providências. No seu artigo 6º, parágrafo 3º, regulamenta os dispositivos</p><p>constitucionais sobre Saúde do Trabalhador.</p><p>Portaria Nº 1.271, DE 6 de junho de 2014</p><p>Define a Lista Nacional de Notificação Compulsória de doenças, agravos e eventos</p><p>de saúde pública nos serviços de saúde públicos e privados em todo o território</p><p>nacional, nos termos do anexo, e dá outras providências.</p><p>Portaria Nº 1.984, DE 12 de setembro de 2014</p><p>Enfermagem do trabalho</p><p>10</p><p>www.estetus.com.br</p><p>Define a lista nacional de doenças e agravos de notificação compulsória, na forma do</p><p>Anexo, a serem monitorados por meio da estratégia de vigilância em unidades</p><p>sentinelas e suas diretrizes.</p><p>Portaria Nº 1.206, de 24 de outubro de 2013</p><p>Altera o cadastramento dos Centros de Referência em Saúde do Trabalhador no</p><p>Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (SCNES).</p><p>Portaria Nº 1.378, de 9 de julho de 2013 - Sistema Nacional de Vigilância em</p><p>Saúde e Sistema Nacional de Vigilância Sanitária</p><p>Regulamenta as responsabilidades e define diretrizes para execução e financiamento</p><p>das ações de Vigilância em Saúde pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios,</p><p>relativos ao Sistema Nacional de Vigilância em Saúde e Sistema Nacional de</p><p>Vigilância Sanitária.</p><p>Portaria nº 1.823, de 23 de agosto de 2012</p><p>Institui a Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora.</p><p>Portaria nº 3.120, de 1º de julho de 1998</p><p>Aprovar a Instrução Normativa de Vigilância em Saúde do Trabalhador no SUS, na</p><p>forma do Anexo a esta Portaria, com a finalidade de definir procedimentos básicos</p><p>para o desenvolvimento das ações correspondentes.</p><p>Portaria nº 1.339/GM, de 18 de novembro de 1999</p><p>Institui a Lista de Doenças Relacionadas ao Trabalho, a ser adotada como referência</p><p>dos agravos originados no processo de trabalho no Sistema Único de Saúde, para</p><p>uso clínico e epidemiológico, constante no Anexo I desta Portaria.</p><p>Portaria nº 1.679/GM de 19 de setembro de 2002</p><p>Dispõe sobre a estruturação da Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do</p><p>Trabalhador no SUS e dá outras providências.</p><p>Portaria nº 2.728/GM de 11 de novembro de 2009</p><p>Enfermagem do trabalho</p><p>11</p><p>www.estetus.com.br</p><p>Dispõe sobre a Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador (RENAST)</p><p>e dá outras providências.</p><p>Lei nº 8.142 de 28 de dezembro de 1990</p><p>Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde</p><p>(SUS) e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área</p><p>da saúde e dá outras providências.</p><p>Lei nº 6.437 de 20 de agosto de 1977</p><p>Configura infrações à legislação sanitária federal, estabelece as sanções respectivas</p><p>e dá outras providências.</p><p>Decreto nº 680, de 23 de novembro de 1998</p><p>Institui o Código de Saúde do estado do Tocantins. Encaminhado para aprovação de</p><p>revisão pelo Gabinete da Casa Civil desde 2012.</p><p>Portaria Nº 248/ 2016.</p><p>Dispõe sobre a designação dos servidores da Diretoria de Vigilância em Saúde</p><p>Ambiental e Saúde do Trabalhador, para desenvolverem ações de Vigilância em</p><p>Saúde do Trabalhador e Ambiental.</p><p>Aspectos Legais</p><p>A legislação brasileira que rege a área de Saúde e Segurança no Trabalho é</p><p>regulamentada através da Portaria nº 3.214, de 08 de junho de 1978, que aprova as</p><p>Normas Regulamentadoras - NR, do Capítulo V, Título II, da Consolidação das Leis</p><p>do Trabalho - CLT, porém esta portaria é aplicada aos trabalhadores que têm contrato</p><p>de trabalho em regime da CLT.</p><p>As normas regulamentadoras (NR) são disposições complementares ao</p><p>Capítulo V (Da Segurança e da Medicina do Trabalho) do Título II da Consolidação</p><p>das Leis do Trabalho (CLT), com redação dada pela Lei nº 6.514, de 22 de dezembro</p><p>de 1977. Consistem em obrigações, direitos e deveres a serem cumpridos por</p><p>Enfermagem do trabalho</p><p>12</p><p>www.estetus.com.br</p><p>NR-1 - DISPOSIÇÕES GERAIS;</p><p>NR-4 - SERVIÇOS ESPECIALIZADOS EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA</p><p>E EM MEDICINA DO TRABALHO;</p><p>NR-5 - COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES;</p><p>NR-6 - EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL - EPI;</p><p>NR-7 - PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO DE SAÚDE OCUPACIONAL;</p><p>NR-8 - EDIFICAÇÕES;</p><p>NR-9 - PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS;</p><p>NR-17 – ERGONOMIA;</p><p>NR-32 - SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO EM SERVIÇOS DE SAÚDE.</p><p>empregadores e trabalhadores com o objetivo de garantir trabalho seguro e sadio,</p><p>prevenindo a ocorrência de doenças e acidentes de trabalho.</p><p>As primeiras normas regulamentadoras foram publicadas pela Portaria MTb nº</p><p>3.214, de 8 de junho de 1978. As demais normas foram criadas ao longo do tempo,</p><p>visando assegurar a prevenção da segurança e saúde de trabalhadores em serviços</p><p>laborais e segmentos econômicos específicos.</p><p>A elaboração e a revisão das normas regulamentadoras são realizadas,</p><p>atualmente, pela Secretaria Especial de Previdência e Trabalho, adotando o sistema</p><p>tripartite paritário, preconizado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), por</p><p>meio de grupos e comissões compostas por representantes do governo, de</p><p>empregadores e de trabalhadores.</p><p>Nesse contexto, a Comissão Tripartite Paritária Permanente (CTPP) é a</p><p>instância de discussão para construção e atualização das normas regulamentadoras,</p><p>com vistas a melhorar as condições e o meio ambiente do trabalho.</p><p>As principais NRs que devem ser observadas são:</p><p>NR 1 – Disposições Gerais</p><p>Enfermagem do trabalho</p><p>13</p><p>www.estetus.com.br</p><p>A NR 1 determina que as normas</p><p>regulamentadoras, relativas à segurança e</p><p>medicina do trabalho, torna-se obrigatória</p><p>para todas as empresas privadas e públicas,</p><p>além dos órgãos públicos da administração</p><p>direta e indireta, desde que possuam</p><p>empregados regidos de acordo com a CLT.</p><p>O objetivo desta Norma é estabelecer as disposições gerais, o campo de</p><p>aplicação, os termos e</p><p>as definições comuns às Normas Regulamentadoras – NR</p><p>relativas a segurança e saúde no trabalho e as diretrizes e os requisitos para o</p><p>gerenciamento de riscos ocupacionais e as medidas de prevenção em Segurança e</p><p>Saúde no Trabalho – SST</p><p>Este processo é muito importante e todas as disposições que estão inseridas</p><p>dentro da NR 1 são aplicadas de acordo com o possível, aos trabalhadores avulsos</p><p>(São aqueles que prestam serviços com a intermediação da entidade de classe, que</p><p>tem o seu pagamento feito sob a forma de rateio), às entidades ou empresas que lhe</p><p>tomem o serviço e aos sindicatos que representam tais categorias profissionais.</p><p>Funções da empresa e empregador referente NR1 – Segurança e Medicina do</p><p>Trabalho</p><p>Mediante a NR 1 o empregador tem como função:</p><p>a) Cumprir e fazer cumprir as disposições legais e regulamentares sobre</p><p>segurança e saúde no trabalho;</p><p>b) Informar aos trabalhadores:</p><p>o I. os riscos ocupacionais existentes nos locais de trabalho;</p><p>o II. as medidas de prevenção adotadas pela empresa para eliminar ou</p><p>reduzir taisriscos;</p><p>o III. os resultados dos exames médicos e de exames complementares de</p><p>diagnóstico aos quais os próprios trabalhadores forem submetidos; e</p><p>o IV. os resultados das avaliações ambientais realizadas nos locais de</p><p>trabalho.</p><p>Enfermagem do trabalho</p><p>14</p><p>www.estetus.com.br</p><p>c) Elaborar ordens de serviço sobre segurança e saúde no trabalho, dando</p><p>ciência aos trabalhadores;</p><p>d) Permitir que representantes dos trabalhadores acompanhem a fiscalização</p><p>dos preceitos legais e regulamentares sobre segurança e saúde no trabalho;</p><p>e) Determinar procedimentos que devem ser adotados em caso de acidente ou</p><p>doença relacionada ao trabalho, incluindo a análise de suas causas;</p><p>f) Disponibilizar à Inspeção do Trabalho todas as informações relativas à</p><p>segurança e saúde no trabalho;</p><p>g) Implementar medidas de prevenção, ouvidos os trabalhadores, de acordo</p><p>com a seguinte ordem de prioridade:</p><p>I. eliminação dos fatores de risco;</p><p>II. minimização e controle dos fatores de risco, com a adoção de medidas</p><p>de proteção coletiva;</p><p>III. minimização e controle dos fatores de risco, com a adoção de</p><p>medidas administrativas ou de organização do trabalho; e</p><p>IV. adoção de medidas de proteção individual.</p><p>Já ao empregado cabe:</p><p>a) Cumprir as disposições legais e regulamentares sobre segurança e saúde</p><p>no trabalho, inclusive as ordens de serviço expedidas pelo empregador;</p><p>b) Submeter-se aos exames médicos previstos nas NR;</p><p>c) Colaborar com a organização na aplicação das NR; e</p><p>d) Usar o equipamento de proteção individual fornecido pelo empregador.</p><p>É considerado ato faltoso a recusa injustificada do empregado caso as normas</p><p>citadas não sejam cumpridas e acarretará ao empregador a aplicação das devidas</p><p>penalidades pela legislação pertinente.</p><p>Todas as empresas têm a obrigação do cumprimento das normas, com relação</p><p>à matéria, que sejam incluídas em códigos de obras ou regulamentos sanitários dos</p><p>Estados ou Municípios.</p><p>Outra finalidade da NR 1 é determinar que a Secretaria de Segurança e Saúde</p><p>no Trabalho (SSST) é órgão que tem como objetivo coordenar, orientar, controlar e</p><p>supervisionar atividades relacionadas à segurança e medicina do trabalho.</p><p>Enfermagem do trabalho</p><p>15</p><p>www.estetus.com.br</p><p>NR 4 – Serviços Especializados em Engenharia de</p><p>Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT)</p><p>Outras aplicações e observações da NR1</p><p>Quando uma ou mais empresas estiverem sob direção, controle ou</p><p>administração de outra, serão responsáveis à empresa principal e cada uma das</p><p>subordinadas.</p><p>Outra aplicação da NR é referente à obra de engenharia, que será considerada</p><p>como um estabelecimento, compreendendo ou não canteiro de obra ou frentes de</p><p>trabalho, a menos que se disponha de forma diferente em NR específica.</p><p>Não cumprindo a regra o empregador terá que aplicar as penalidades previstas</p><p>na legislação.</p><p>Um setor importante é a Delegacia Regional do Trabalho (DRT), é responsável</p><p>por executar as atividades relacionadas à segurança e medicina do trabalho:</p><p>• Incluindo a Campanha Nacional de Prevenção dos Acidentes do Trabalho</p><p>(CANPAT);</p><p>• Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT);</p><p>• Fiscalizar o cumprimento dos preceitos legais e regulamentares sobre a</p><p>segurança e medicina do trabalho;</p><p>• Outras competências previstas na NR 1, por este órgão.</p><p>A Norma Regulamentadora número 4, ou</p><p>simplesmente NR 4, do Ministério do Trabalho e Emprego</p><p>(MTE) estabelece critérios para organização dos Serviços</p><p>Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT).</p><p>A exigência dos SESMT, por sua vez, está na CLT.</p><p>Assim, a NR 4 tem a finalidade de reduzir os acidentes de trabalho e as</p><p>doenças ocupacionais, exigindo que os SESMT sejam compostos pelos seguintes</p><p>profissionais:</p><p>• Médico do trabalho</p><p>• Engenheiro de segurança do trabalho</p><p>• Enfermeiro do trabalho</p><p>Enfermagem do trabalho</p><p>16</p><p>www.estetus.com.br</p><p>• Técnico de segurança do trabalho</p><p>• Auxiliar de enfermagem do trabalho.</p><p>A quantidade de profissionais exigida pela NR 4 para fazer parte dos SESMT</p><p>muda de acordo com o número de trabalhadores da empresa e o risco da atividade.</p><p>A NR 4 diz que o trabalho do SESMT é preventivo e de competência dos</p><p>profissionais exigidos. Estes profissionais devem garantir a aplicação de</p><p>conhecimentos técnicos de engenharia de segurança e de medicina ocupacional no</p><p>ambiente de trabalho para reduzir ou eliminar os riscos à saúde dos trabalhadores.</p><p>Faz parte das atividades dos SESMT, definidas pela NR 4, a análise de riscos</p><p>e a orientação dos trabalhadores quanto ao uso dos equipamentos de proteção</p><p>individual, assim como o registro adequado de eventuais acidentes de trabalho.</p><p>Para empreiteiras ou empresas prestadoras de serviços, a NR 4 determina que</p><p>o SESMT seja configurado de acordo com as características do estabelecimento onde</p><p>ocorre a prestação de serviços, ou seja, no local onde efetivamente os seus</p><p>empregados estiverem exercendo suas atividades.</p><p>SESMT - Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do</p><p>Trabalho</p><p>O SESMT tem como principal função proteger a integridade física dos</p><p>trabalhadores. E assim evitar acidentes de trabalho por meio de alertas e instruções</p><p>para os funcionários sobre o aparecimento de novas doenças ocupacionais e riscos</p><p>relacionados à sua atividade de trabalho.</p><p>A atuação do SESMT na prevenção de acidentes pode ser feita através de</p><p>palestras em que sejam abordadas todas as maneiras de evitar desde pequenos</p><p>acidentes até aqueles de grandes proporções.</p><p>Além disso, é o SESMT que presta assistência aos trabalhadores vítimas de</p><p>acidentes de trabalho ou com sintomas das doenças do trabalho.</p><p>Entretanto, a criação do SESMT deve ser resultado de uma política de</p><p>prevenção a acidentes que faça parte da cultura da empresa e não visar apenas ao</p><p>atendimento da legislação, sem efeitos práticos.</p><p>Enfermagem do trabalho</p><p>17</p><p>www.estetus.com.br</p><p>Atribuições do SESMT de acordo com a NR 4</p><p>Conforme a NR 4, dentre as atribuições do SESMT, destacam-se:</p><p>• Aplicar os conhecimentos de Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho</p><p>ao ambiente do Trabalho e a todos os seus componentes, inclusive máquinas</p><p>e equipamentos, de modo a reduzir até eliminar os riscos ali existentes à saúde</p><p>do trabalhador;</p><p>• Promover a realização de atividades de conscientização, educação e</p><p>orientação dos trabalhadores para a prevenção de acidentes do trabalho e</p><p>doenças ocupacionais, tanto por meio de campanhas quanto de programas de</p><p>duração permanente;</p><p>• Esclarecer e conscientizar os empregadores sobre acidentes do trabalho e</p><p>doenças ocupacionais, estimulando-os em favor da prevenção.</p><p>Os SESMT devem ser dimensionados de acordo com o risco da atividade principal da</p><p>empresa, bem como do número total de colaboradores que ela possui.</p><p>Classificação Nacional de Atividades Econômicas</p><p>Confira como a NR 4 classifica o grau risco para cada uma das atividades</p><p>realizadas em um canteiro de obras. Essa tabela organiza as atividades de acordo</p><p>com os respectivos CNAEs (Códigos Nacionais de Atividade Econômica).</p><p>Há um CNAE geral para a construção, que é o 45. Em seguida, há CNAEs para</p><p>os grupos de concentração de atividades, como por exemplo Preparação de terreno,</p><p>que é 45.1. Daí, para classificar corretamente o risco de cada atividade realizada no</p><p>canteiro é preciso verificar o CNAE específico, que é indicado da seguinte maneira:</p><p>45.11-0 – Demolição e preparação do terreno.</p><p>Enfermagem do trabalho</p><p>18</p><p>www.estetus.com.br</p><p>Quadro I – Classificação Nacional de Atividades Econômicas</p><p>Enfermagem do trabalho</p><p>19</p><p>www.estetus.com.br</p><p>Dimensionamento do SESMT</p><p>Dimensionar o SESMT de uma empresa significa definir quais profissionais das 5</p><p>categorias abaixo elencadas e em que quantidades comporão o grupo especializado</p><p>em segurança do trabalho, responsável por promover a segurança e a saúde dos</p><p>trabalhadores da empresa.</p><p>• Técnico de Segurança do Trabalho</p><p>• Engenheiro de Segurança do Trabalho</p><p>• Auxiliar de Enfermagem do Trabalho</p><p>• Enfermagem do Trabalho</p><p>• Médico do trabalho</p><p>Este dimensionamento do SESMT deve ser feito em apenas 05 passos:</p><p>Passo 1 - Identificar quantos e quais estabelecimentos há em sua empresa</p><p>O dimensionamento do SESMT deve ser feito por estabelecimento de</p><p>trabalho e a norma regulamentadora n°1 (NR-1), em seu item 1.6.d, define</p><p>“estabelecimento” da seguinte maneira:</p><p>1.6 - Para fins de aplicação das Normas</p><p>Regulamentadoras - NR, considera-se:</p><p>d) estabelecimento, cada uma das unidades da</p><p>empresa, funcionando em lugares diferentes,</p><p>tais como: fábrica, refinaria, usina, escritório,</p><p>loja, oficina, depósito, laboratório.</p><p>Desta forma, é necessário que você identifique todos os</p><p>estabelecimentos onde haja atividades em sua empresa.</p><p>Passo 2 - Calcular quantos funcionários trabalham em cada estabelecimento,</p><p>identificados os estabelecimentos, o próximo passo é calcular quantos</p><p>funcionários trabalham em cada estabelecimento.</p><p>Enfermagem do trabalho</p><p>20</p><p>www.estetus.com.br</p><p>Passo 3 - Identificar qual a atividade principal desempenhada naquele</p><p>estabelecimento.</p><p>É muito comum que em um mesmo estabelecimento existam atividades</p><p>diversas. É necessário que se defina qual a atividade principal do</p><p>estabelecimento.</p><p>Passo 4 - Deve-se identificar o Grau de Risco da atividade principal do</p><p>estabelecimento</p><p>Para identificar o Grau de Risco da atividade principal do</p><p>estabelecimento deve-se verificar a Relação da Classificação Nacional de Atividades</p><p>Econômicas (CNAE) e seu respectivo Grau de Risco.</p><p>A relação está dividida em 20 grupos de diversas atividades econômicas, a</p><p>saber:</p><p>• Agricultura, Pecuária, Produção Florestal, Pesca e Aquicultura;</p><p>• Indústrias Extrativas;</p><p>• Indústrias de Transformação</p><p>• Eletricidade e Gás</p><p>• Água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontaminação</p><p>• Construção</p><p>• Comércio, Reparação de Veículos Automotores e Motocicletas</p><p>• Transporte, Armazenagem e Correio</p><p>• Alojamento e Alimentação</p><p>• Informação e Comunicação</p><p>• Atividades Financeiras. de Seguros e Serviços Relacionados;</p><p>• Atividades Imobiliárias</p><p>• Atividades Profissionais, Científicas e Técnicas</p><p>• Atividades Administrativas e Serviços Complementares;</p><p>• Administração Pública. Defesa e Serviço Social</p><p>• Educação</p><p>• Saúde Humana e Serviços Sociais</p><p>• Artes, Cultura, Esportes e Recreação</p><p>• Outras Atividades de Serviços</p><p>• Serviços Domésticos</p><p>Enfermagem do trabalho</p><p>21</p><p>www.estetus.com.br</p><p>• Organismos Internacionais e outras Instituições Extraterritoriais</p><p>Você deve reconhecer o grupo no qual a atividade principal de seu</p><p>estabelecimento melhor se encaixa, e buscá-la dentre as atividades elencadas. Na</p><p>mesma tabela, você terá a indicação do Grau de Risco da atividade, o qual poderá</p><p>variar entre valores de 1 a 4. O valor 4 indica o maior Grau de Risco.</p><p>Passo 5 - Dimensionamento do SESMT</p><p>Com os dados de Grau de Risco e número de funcionários no</p><p>estabelecimento, você é capaz de fazer o dimensionamento do SESMT consultando</p><p>o Quadro II da NR-4.</p><p>Quadro II - SESMT - Dimensionamento de SESMT</p><p>Diante do passo a passo apresentado acima, você deve ter percebido que,</p><p>quando se dimensiona o SESMT, não se faz para empresa toda, e sim, para seus</p><p>estabelecimentos. Desta forma, é importantíssimo que você conheça quais os</p><p>Enfermagem do trabalho</p><p>22</p><p>www.estetus.com.br</p><p>estabelecimentos que compõem sua empresa, quais as atividades neles</p><p>desempenhadas e quantos funcionários trabalham em cada um deles.</p><p>A partir destas informações você será capaz de dimensionar corretamente o</p><p>SESMT.</p><p>NR 5 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes</p><p>Em toda empresa que houver mais de 100</p><p>funcionários, é obrigatória a criação de</p><p>uma Comissão Interna de Prevenção de Acidentes,</p><p>ou simplesmente CIPA. A presença desta comissão</p><p>é obrigatória nas empresas brasileiras deste tipo</p><p>desde 1944, mas sua denominação e conceito</p><p>surgiram em 1921 como uma opção para que as</p><p>empresas tivessem pessoas dentro dela engajadas</p><p>em desenvolver táticas para evitar acidentes</p><p>internos na operação.</p><p>As CIPAs devem ser formadas e mantidas</p><p>de acordo com o artigo 163 da</p><p>Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e a Norma Regulamentadora 5, aprovada</p><p>pela Portaria nº 08/99.</p><p>Art. 163 ”Será obrigatória a constituição</p><p>de Comissão Interna de Prevenção de</p><p>Acidentes (CIPA), de conformidade com</p><p>instruções expedidas pelo Ministério do</p><p>TrabaIho, nos estabelecimentos ou locais de</p><p>obra nelas especificadas.”</p><p>É a CIPA quem organiza a SIPAT (Semana Interna de Prevenção de Acidentes</p><p>de Trabalho) dentro das empresas. A SIPAT é uma semana separada pela empresa</p><p>em que a CIPA desenvolve atividades diferentes para que os funcionários possam</p><p>aprender mais sobre a prevenção de acidentes dentro da empresa. Aliás, este é o</p><p>foco principal da CIPA, que deve buscar o máximo de excelência naquilo que é sua</p><p>atribuição.</p><p>Enfermagem do trabalho</p><p>23</p><p>www.estetus.com.br</p><p>A CIPA age por meio de palestras, fiscalizações e incentivo à utilização de</p><p>equipamentos de proteção individual (EPI) pelos funcionários. Isso porque</p><p>a CIPA também é responsável por criar mecanismos que evitem a aparição de</p><p>doenças provenientes do trabalho entre os funcionários.</p><p>Por ser uma comissão com o objetivo de fiscalizar as operações a fim de</p><p>encontrar problemas para a segurança dos funcionários e da empresa, a CIPA é</p><p>comumente ligada a algo negativo pelos próprios funcionários. É fato que muitas</p><p>pessoas não gostam de seguir regras de segurança, mas a CIPA age para o próprio</p><p>bem dos funcionários. Para isso, conta com uma equipe com diversos membros</p><p>escolhidos tanto pela empresa, quanto pelos funcionários. Tudo para que os dois</p><p>lados da relação sejam representados e ouvidos. Desta forma, a sinergia permite que</p><p>ações sejam tomadas de acordo com a vontade de todos e a empresa siga as normas</p><p>de segurança ditadas pelo Ministério do Trabalho e pela CLT.</p><p>É importante frisar que a CIPA deve estar presente em qualquer instituição,</p><p>seja ela filantrópica, com fins lucrativos ou não, enfim, em qualquer instituição que</p><p>houver mais de 100 pessoas trabalhando, é necessário ter uma CIPA formada. A</p><p>segurança no trabalho é importante para manter a saúde de todos os envolvidos na</p><p>operação e é dever da CIPA, atuar como agente de fiscalização e como</p><p>desenvolvedora de métodos para evitar os acidentes.</p><p>NR 6 - Equipamento de Proteção Individual - EPI</p><p>A NR-06 ou norma regulamentadora 6 é uma</p><p>norma criada para</p><p>regulamentar o uso</p><p>de Equipamentos de Proteção Individuais os</p><p>famosos EPI de modo que todas as empresas sejam</p><p>obrigadas a adotar as mesmas medidas de proteção</p><p>do funcionário em cenários semelhantes, isso</p><p>significa que todas às pessoas exercendo as</p><p>mesmas funções devem ter um mesmo</p><p>equipamento de proteção padronizado que leve em</p><p>consideração às normas legais exigidas para essa função em específico.</p><p>Enfermagem do trabalho</p><p>24</p><p>www.estetus.com.br</p><p>Quais Equipamentos?</p><p>Cada função vai exigir equipamentos específicos apropriados para sua</p><p>execução, é verdade, no entanto que diferentes funções podem acabar demandando</p><p>o uso de equipamentos similares, entre os EPI mais comuns temos o capacete que é</p><p>utilizado praticamente em qualquer ambiente de produção ou obras de construção.</p><p>É obrigação da empresa fornece os equipamentos de proteção de forma</p><p>gratuita para todos os funcionários, além disso é esperado que cada equipamento</p><p>passe por uma inspeção de segurança de modo a garantir a qualidade do mesmo, em</p><p>caso do não fornecimento deste equipamento ou de fornecimento de um equipamento</p><p>defeituoso a empresa estará sujeita a repercussões legais que podem incluir multa ou</p><p>dependendo do caso até mesmo a paralisação do funcionamento da empresa.</p><p>Por sua vez o funcionário é responsável pelo uso em tempo integral dos EPI</p><p>enquanto em exercício da função cabendo à empresa uma fiscalização constante para</p><p>evitar que acidentes ou lesões possam acontecer pela falta do uso deste equipamento</p><p>por parte do funcionário.</p><p>Tipos de EPI</p><p>Existem diferentes tipos de EPI com funções de proteção específicas a serem</p><p>aplicadas em determinados tipos de trabalho que podem ou não se complementar,</p><p>em alguns casos equipamentos específicos da profissão são necessários enquanto</p><p>que em outros casos o uso de EPI se limita aos mais comuns como o capacete ou o</p><p>Cinto de Segurança, de maneira geral os equipamentos de proteção podem ser</p><p>divididos em categorias de acordo com aquilo que eles se propõem a evitar.</p><p>Danos físicos - os equipamentos que protegem contra danos causados por</p><p>ferimentos físicos são aqueles que protegem o funcionário de sofrer um ferimento ou</p><p>trauma em decorrência da ação de algo no ambiente ou do ambiente em si, como é o</p><p>exemplo dos capacetes que protegem a região da cabeça contra impactos em várias</p><p>profissões ou cintos de segurança em profissões como às de um pintor de altitude</p><p>como os que trabalham diariamente em monumentos, nesse caso o cinto é para</p><p>Enfermagem do trabalho</p><p>25</p><p>www.estetus.com.br</p><p>proteger o funcionário de um dano físico que pode vir a ser causado pelo simples fato</p><p>de estar naquele ambiente de risco.</p><p>Químicos e biológicos - os equipamentos utilizados nessa categoria são aqueles em</p><p>que o funcionário precisa para o exercício da função se expor a um ambiente em que</p><p>existe a presença de um componente biológico como um vírus ou risco químico como</p><p>um veneno, esses equipamentos estão normalmente ligados a funções onde o</p><p>manuseio do risco seja um objetivo direto do trabalho, como no caso de um</p><p>pesquisador de energia nuclear através dos trajes protegidos ou um médico com suas</p><p>luvas e filtros do ar.</p><p>Longo prazo - existem ainda os equipamentos que servem para amenizar os danos</p><p>causados por uma exposição contínua a um ambiente em que seja inevitável os danos</p><p>a longo prazo, nesse caso o equipamento serve para fornecer ao funcionário um</p><p>ambiente menos nocivo e melhor a qualidade de vida a longo prazo, um exemplo</p><p>bastante prático são os funcionários de aeroporto que precisam lidar com a</p><p>manutenção de aviões e usam potentes protetores de ouvido para diminuir os danos</p><p>auditivos.</p><p>Manutenção e Troca</p><p>Cada equipamento de proteção individual têm uma regra diferente referente a</p><p>sua manutenção e/ou troca obrigatória, essa medida vai depender do uso do</p><p>equipamento e também da função exercida pelo funcionário, no caso dos capacetes</p><p>sua utilização é bastante duradoura uma vez que em teoria ele envelhece bem</p><p>devagar se você não sofrer batidas na cabeça, por outro lado equipamentos mais</p><p>sensíveis como as luvas de um médico podem chegar a ser classificados como</p><p>descartáveis podendo ser utilizados apenas uma vez devido ao risco de contágio,</p><p>assim é importante que tanto a empresa quanto o funcionário tenha um controle</p><p>preciso sobre a validade de cada equipamento para evitar falhas no momento de</p><p>realizar manutenção ou troca do equipamento.</p><p>Enfermagem do trabalho</p><p>26</p><p>www.estetus.com.br</p><p>NR 7 - Programa de Controle Médico de Saúde</p><p>Ocupacional</p><p>A NR7 estabelece a obrigatoriedade de</p><p>elaboração e implementação, por parte de todos os</p><p>empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados,</p><p>do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO, com</p><p>o objetivo de promoção e preservação da saúde do conjunto dos seus trabalhadores.</p><p>É um programa que em conjunto com os demais somará forças em prol da</p><p>saúde dos trabalhadores.</p><p>Tem caráter de prevenção, mapeamento precoce e diagnóstico dos agravos a</p><p>saúde dos trabalhadores, além da constatação dos casos de doenças profissionais ou</p><p>danos irreversíveis causados por riscos do trabalho ou quaisquer situações ligadas ao</p><p>ambiente de trabalho.</p><p>O PCMSO também serve para que a empresa acompanhe através de exames,</p><p>as ações de segurança têm sido eficientes ou não.</p><p>PCMSO é obrigatório para toda e qualquer organização, independentemente</p><p>do número de funcionários e do grau de risco do seu setor econômico.</p><p>O programa tem caráter preventivo e deve ser implementado pelos</p><p>empregadores sem nenhum ônus para os trabalhadores.</p><p>Ele precisa conter um planejamento onde estejam previstas as ações de saúde</p><p>a serem executadas na organização durante o ano todo, devendo constar num</p><p>relatório anual.</p><p>Esse relatório vai discriminar o número e a natureza dos exames médicos a</p><p>serem realizados pelos funcionários, bem como avaliações clínicas e exames</p><p>complementares solicitados. Também deve apontar os resultados considerados</p><p>anormais, assim como o planejamento para o próximo ano.</p><p>Exames Médicos</p><p>O PCMSO prevê a realização obrigatória de exames médicos, que são os seguintes:</p><p>Enfermagem do trabalho</p><p>27</p><p>www.estetus.com.br</p><p>• Exame de admissão: ao ingressar na empresa, antes da contratação se</p><p>efetivar, o trabalhador deve fazer um exame de avaliação do seu estado de</p><p>saúde e da sua condição para exercer a função para a qual está sendo</p><p>admitido.</p><p>• Exame periódico: será feita uma revisão do exame com a periodicidade</p><p>definida no PCMSO, com os intervalos mínimos de tempo abaixo</p><p>discriminados:</p><p>– Anual, para trabalhadores expostos a riscos que impliquem o desencadeamento ou</p><p>agravamento de doença ocupacional e para os portadores de doenças crônicas.</p><p>– Para os demais trabalhadores: anual, quando forem menores de 18 e maiores de</p><p>45 anos de idade; a cada dois anos, para os trabalhadores entre 18 e 45 anos de</p><p>idade.</p><p>• Exame de retorno ao trabalho: quando o funcionário se manteve afastado por</p><p>mais de 30 dias, devido a doença ou acidente ou em razão de parto, deverá</p><p>ser realizado novo exame, logo no primeiro dia de trabalho, que avalie suas</p><p>condições para retomada normal de suas atividades funcionais.</p><p>• Exame de mudança de função: se o trabalhador for transferido de setor,</p><p>assumindo uma função diferente, deverá fazer novo exame antes da mudança</p><p>se efetivar. Principalmente, quando houver riscos à saúde diferentes do setor</p><p>onde trabalhava inicialmente.</p><p>• Exame para demissão: será feito antes do desligamento do funcionário, para</p><p>homologação da demissão. O exame, deve atestar que está saindo em boas</p><p>condições de saúde, apto a buscar um novo trabalho, se assim quiser.</p><p>Atestado de Saúde Ocupacional – ASO</p><p>Após os exames, o médico deve emitir Atestado de Saúde Ocupacional – ASO,</p><p>em duas vias. A primeira via do ASO fica arquivada</p><p>no local de trabalho do funcionário,</p><p>inclusive canteiro de obras, à disposição da fiscalização do trabalho.</p><p>A segunda via do ASO é entregue ao trabalhador, com seus dados pessoais,</p><p>riscos ocupacionais, se existirem, e os procedimentos médicos realizados, incluindo</p><p>os exames.</p><p>Enfermagem do trabalho</p><p>28</p><p>www.estetus.com.br</p><p>Por fim, deve constar a definição de apto ou inapto para a função específica do</p><p>trabalhador na empresa, isto é, se está em condições de trabalhar ou não.</p><p>A NR 7 determina que estes documentos referentes aos trabalhadores sejam</p><p>mantidos em arquivo por pelo menos 20 anos, contados a partir do desligamento do</p><p>trabalhador dos quadros da empresa.</p><p>EXAMES ADMISSIONAIS E DEMISSIONAL</p><p>Os exames admissionais e demissional são exames que devem ser solicitados</p><p>pela empresa para avaliar a condição geral de saúde e verificar se a pessoa está apta</p><p>para realizar determinada função ou se adquiriu alguma condição devido ao trabalho.</p><p>Esses exames são realizados por um médico especializado em medicina do trabalho.</p><p>Esses exames são previstos por lei e os custos são de responsabilidade do</p><p>empregador, bem como o agendamento dos exames. Caso não sejam realizados, a</p><p>empresa fica sujeita ao pagamento de multa.</p><p>Além dos exames admissionais e demissionais, devem ser realizados exames</p><p>periódicos para que seja avaliada a condição de saúde da pessoa durante o período</p><p>trabalhado, havendo a possibilidade de correção de situações que possam ter surgido</p><p>nesse período. Os exames periódicos devem ser realizados durante o período de</p><p>trabalho, quando há mudança de função e quando o funcionário retorna ao trabalho,</p><p>devido a férias ou afastamento.</p><p>Os exames admissionais e demissionais devem ser realizados antes da</p><p>admissão e antes da efetivação da demissão para que tanto o empregado quanto o</p><p>empregador estejam seguros.</p><p>Exame Admissional</p><p>O exame admissional deve ser solicitado pela empresa antes da contratação</p><p>ou assinatura da carteira de trabalho e tem como objetivo verificar as condições gerais</p><p>de saúde do trabalhados e verificar se está apto para realizar determinadas atividades.</p><p>Assim, o médico deve realizar os seguintes procedimentos:</p><p>Entrevista, em que é avaliado história familiar de doenças ocupacionais e</p><p>condições que a pessoa já foi exposta em empregos anteriores;</p><p>Medição da pressão arterial;</p><p>Enfermagem do trabalho</p><p>29</p><p>www.estetus.com.br</p><p>Verificação da frequência cardíaca;</p><p>Avaliação da postura;</p><p>Avaliação psicológica;</p><p>Exames complementares, que variam de acordo com a atividade que será</p><p>exercida, como por exemplo exames de visão, audição, força e</p><p>condicionamento físico.</p><p>É ilegal a realização de teste de HIV, esterilidade e de gravidez no exame</p><p>admissional, assim como no exame demissional, pois a realização desses exames é</p><p>considerada uma prática discriminatória e não deve ser utilizado como critério para</p><p>admitir ou demitir uma pessoa.</p><p>Após a realização desses exames, o médico emite um Atestado Médico de</p><p>Capacidade Funcional, em que constam informações sobre o funcionário e o resultado</p><p>dos exames, indicando se a pessoa está apta ou não para realizar as atividades</p><p>relacionadas ao emprego. Esse atestado deve ser arquivado pela empresa junto com</p><p>os outros documentos do funcionário.</p><p>Exame Demissional</p><p>O exame demissional deve ser realizado antes da demissão do funcionário com</p><p>o objetivo de verificar se houve o surgimento de qualquer condição relacionada ao</p><p>trabalho e, assim, determinar se a pessoa está apta para ser demitida.</p><p>Os exames demissionais são os mesmos que os admissionais e, após a</p><p>realização do exame, o médico emite o Atestado de Saúde Ocupacional (ASO), em</p><p>que constam todos os dados do trabalhador, cargo ocupado na empresa e estado de</p><p>saúde do trabalhador depois da realização das atividades na empresa. Assim é</p><p>possível verificar se houve o desenvolvimento de alguma doença ou o</p><p>comprometimento da audição, por exemplo, devido ao cargo ocupado.</p><p>Caso seja verificado alguma condição relacionada ao trabalho, no ASO consta</p><p>que a pessoa está inapta para demissão, devendo permanecer na empresa até que a</p><p>condição seja solucionada e novo exame demissional seja realizado.</p><p>O exame demissional deve ser realizado quando último exame médico</p><p>periódico tiver sido realizado há mais de 90 ou 135 dias, dependendo do grau de risco</p><p>da atividade exercida. Esse exame, no entanto, não é obrigatório em casos de</p><p>demissão por justa causa, ficando a critério da empresa a realização ou não do exame.</p><p>Enfermagem do trabalho</p><p>30</p><p>www.estetus.com.br</p><p>NR 8 - Edificações</p><p>A Norma Regulamentadora – NR 8 é composta por requisitos técnicos mínimos</p><p>que devem ser rigidamente obedecidos para garantir a total segurança aos que</p><p>trabalham em uma edificação.</p><p>Quando o assunto é segurança do trabalho o momento da execução da obra é</p><p>o que mais deve ser levado em consideração. É no canteiro o local onde há a maior</p><p>quantidade de sujeira, máquinas armazenadas, materiais e diversos funcionários</p><p>circulando no ambiente. É onde a atenção deve prevalecer para riscos e perigos.</p><p>O objetivo de toda NR é sempre precaver os funcionários de qualquer risco</p><p>iminente, garantindo a qualidade da segurança durante o desempenhar das</p><p>atividades.</p><p>Conheça a seguir os pontos principais da NR 8, como são dispostos na norma,</p><p>e assegure a saúde e conforto dos trabalhadores em sua organização:</p><p>1 – Circulação</p><p>• Chão de canteiro de obra: não deve apresentar saliências nem depressões</p><p>que prejudiquem a circulação de pessoas ou a movimentação de materiais.</p><p>• Aberturas estruturais (chão e parede): devem ser protegidas de forma que</p><p>impeçam a queda de pessoas ou objetos.</p><p>• Pisos, Escadas e Rampas: devem oferecer resistência suficiente para</p><p>suportar as cargas móveis e fixas, para as quais a edificação se destina. As</p><p>rampas e as escadas fixas de qualquer tipo devem ser construídas de acordo</p><p>com as normas técnicas oficiais e mantidas em perfeito estado de</p><p>conservação. Nos pisos, escadas, rampas, corredores e passagens dos locais</p><p>de trabalho, onde houver perigo de escorregamento, serão empregados</p><p>materiais ou processos antiderrapantes.</p><p>• Andares acima do solo: devem dispor de proteção adequada contra quedas.</p><p>De acordo com as normas técnicas e legislações municipais, atendidas as</p><p>condições de segurança e conforto, conforme item 8.3 da norma.</p><p>“ 8.3. Circulação.</p><p>8.3.1. Os pisos dos locais de trabalho não devem</p><p>apresentar saliências nem depressões</p><p>Enfermagem do trabalho</p><p>31</p><p>www.estetus.com.br</p><p>que prejudiquem a circulação de pessoas ou a</p><p>movimentação de materiais.</p><p>8.3.2. As aberturas nos pisos e nas paredes devem ser</p><p>protegidas de forma que impeçam a queda de pessoas ou</p><p>objetos.</p><p>8.3.3. Os pisos, as escadas e rampas devem oferecer</p><p>resistência suficiente para suportar as cargas móveis e</p><p>fixas, para as quais a edificação se destina.</p><p>8.3.4. As rampas e as escadas fixas de qualquer tipo</p><p>devem ser construídas de acordo com as normas técnicas</p><p>oficiais e mantidas em perfeito estado de conservação.</p><p>8.3.5. Nos pisos, escadas, rampas, corredores e</p><p>passagens dos locais de trabalho, onde houver perigo de</p><p>escorregamento, serão empregados materiais ou</p><p>processos antiderrapantes.</p><p>8.3.6. Os andares acima do solo, tais como terraços,</p><p>balcões, compartimentos para garagens e outros que não</p><p>forem vedados por paredes externas, devem dispor de</p><p>guarda-corpo de proteção contra quedas, de acordo com</p><p>os seguintes requisitos:</p><p>a) ter altura de 0,90m (noventa centímetros), no mínimo,</p><p>a contar do nível do pavimento;</p><p>b) quando for vazado, os vãos do guarda-corpo devem ter,</p><p>pelo menos, uma das dimensões igual ou inferior a 0,12m</p><p>(doze centímetros)</p><p>c) ser de material rígido e capaz de resistir ao esforço</p><p>horizontal de 80kgf/m2 (oitenta quilogramas-força por</p><p>metro quadrado) aplicado no seu ponto mais</p><p>desfavorável.”</p><p>2 – Proteção Contra Intempéries</p><p>• Partes externas: A parte</p><p>externa deve estar de acordo</p><p>com as normas vigentes</p><p>relativas à resistência ao fogo,</p><p>isolamento térmico, isolamento</p><p>acústico, resistência estrutural e</p><p>impermeabilidade. Durante o</p><p>projeto da edificação evitar chuvas e insolação, deve ser prioridade durante o</p><p>curso da obra, conforme o item 8.4.</p><p>“ 8.4. Proteção contra intempéries.</p><p>8.4.1. As partes externas, bem como todas as que</p><p>separem unidades autônomas de uma edificação, ainda</p><p>que não acompanhem sua estrutura, devem,</p><p>obrigatoriamente, observar as normas técnicas oficiais</p><p>relativas à resistência ao fogo, isolamento térmico,</p><p>isolamento e condicionamento acústico, resistência</p><p>estrutural e impermeabilidade. (108.012-1 / I1)</p><p>8.4.2. Os pisos e as paredes dos locais de trabalho devem</p><p>ser, sempre que necessário, impermeabilizados e</p><p>protegidos contra a umidade. (108.013-0 /I1)</p><p>Enfermagem do trabalho</p><p>32</p><p>www.estetus.com.br</p><p>8.4.3. As coberturas dos locais de trabalho devem</p><p>assegurar proteção contra as chuvas. (108.014-8 / I1)</p><p>8.4.4. As edificações dos locais de trabalho devem ser</p><p>projetadas e construídas de modo a evitar insolação</p><p>excessiva ou falta de insolação.”</p><p>É de extrema importância ficar atento às leis municipais que regem todas as</p><p>etapas da obra, além disso, dar preferência a profissionais qualificados no time de</p><p>operários. Tudo isso, para evitar acidentes, o que acontece muito por empresas não</p><p>disponibilizarem de treinamentos nos locais de trabalho.</p><p>NR 9 - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais</p><p>A Norma Regulamentadora 9, da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT)</p><p>relaciona-se diretamente ao Programa de Prevenção de Riscos ambientais (PPRA).</p><p>Visto que a NR-09 estabelece a obrigatoriedade do PPRA às empresas que exercem</p><p>atividades consideradas de risco à saúde do trabalhador.</p><p>Para que uma empresa se enquadre nas diretrizes da NR-09, ela deve</p><p>antecipar, reconhecer e também adequar todos os riscos ambientais possíveis que</p><p>houver no espaço de trabalho.</p><p>A Norma Regulamentadora 9 é bem abrangente, ela estabelece que o PPRA</p><p>compreenda todos os riscos relacionados aos agentes físicos, químicos e biológicos</p><p>que constam no ambiente de trabalho.</p><p>o PPRA significa Programa de Prevenção de Riscos Ambientais, através</p><p>da Norma Regulamentadora 9 da Portaria 3.214/78 foi implantado pela Secretaria de</p><p>Segurança do Trabalho.</p><p>Programa de Prevenção de Riscos Ambientais</p><p>O programa tem como objetivo principal a tomada de ações para garantir a</p><p>saúde, segurança e integridade dos trabalhadores no ambiente de trabalho nos locais</p><p>em que haja a presença de riscos ambientais.</p><p>Segundo a NR-09, estes riscos ambientais englobam:</p><p>• Agentes químicos: Como gases e poeira diversos.</p><p>Enfermagem do trabalho</p><p>33</p><p>www.estetus.com.br</p><p>• Agentes biológicos: Como os vírus e bactérias, os bacilos e parasitas, além dos</p><p>fungos e outros.</p><p>• Agentes físicos: Como as radiações ionizantes e não ionizantes, o infrassom e</p><p>ultrassom, as altas e baixas temperaturas, o ruído, vibrações e pressões</p><p>anormais.</p><p>Conforme o item 9.1.5 a NR-09 para ser considerado um risco ambiental, deve-</p><p>se ainda levar em conta qual a natureza do risco, além da intensidade e tempo de</p><p>exposição em que o trabalhador ficará exposto.</p><p>Vale ressaltar ainda, que o PPRA, segundo consta no item 9.1.2 da Norma</p><p>Regulamentadora 9, deve ser desenvolvido em cada setor da empresa, atentando-</p><p>se a antecipação dos riscos, reconhecimento da existência dos riscos, a avaliação por</p><p>meio de medições de concentração e exposição além do controle constante de sua</p><p>ocorrência.</p><p>De acordo com o item 9.1.3, o PPRA deve obrigatoriamente estar vinculado</p><p>sempre ao PCMSO, que é o Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional.</p><p>O PPRA trata-se de um programa obrigatório à todas as instituições e</p><p>empresas, independente do número de trabalhadores, grau de risco ou área de</p><p>atuação.</p><p>Isso consta no item 9.1.1 da NR-09 em que diz:</p><p>‘9.1.1 Esta Norma Regulamentadora - NR estabelece a</p><p>obrigatoriedade da elaboração e implementação, por</p><p>parte de todos os empregadores e instituições que</p><p>admitam trabalhadores como empregados, do Programa</p><p>de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA, visando à</p><p>preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores,</p><p>através da antecipação, reconhecimento, avaliação e</p><p>consequente controle da ocorrência de riscos ambientais</p><p>existentes ou que venham a existir no ambiente de</p><p>trabalho, tendo em consideração a proteção do meio</p><p>ambiente e dos recursos naturais.’</p><p>O empregador é quem deve se responsabilizar do desenvolvimento do PPRA,</p><p>entretanto sua implantação, controle e avaliação precisa ter a participação dos</p><p>colaboradores da empresa, como indica no item 9.1.2 na NR-09.</p><p>Mas é preciso lembrar também que é dever dos trabalhadores colaborar e</p><p>participar da implantação e também do desenvolvimento do PPRA e seguir as</p><p>instruções recebidas ao longo do programa. O trabalhador deve também, informar</p><p>seus superiores de forma imediata, os possíveis riscos que observar em seu ambiente</p><p>de trabalho.</p><p>Enfermagem do trabalho</p><p>34</p><p>www.estetus.com.br</p><p>A elaboração, implementação, acompanhamento e avaliação, são</p><p>normalmente realizados pelo Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e</p><p>em Medicina do Trabalho (SESMT).</p><p>No entanto, podemos observar através do item 9.3.1.1 que além do SESMT, o</p><p>PPRA pode ser elaborado por ‘pessoa ou equipe de pessoas que, a critério do</p><p>empregador, sejam capazes de desenvolver o disposto nesta NR.’.</p><p>Entretanto, por se tratar de um programa sério que trata da saúde dos</p><p>trabalhadores, vale a pena investir numa consultoria responsável e especializada para</p><p>evitar erros ou trabalho mal feito que podem gerar prejuízos maiores.</p><p>Podemos concluir, portanto, que é primordial que o profissional responsável</p><p>pela elaboração do PPRA tenha amplo conhecimento a respeito de SST.</p><p>O PPRA pode ainda ser cobrado pelos órgãos fiscais, então o mesmo deve</p><p>sempre estar atualizado e também disponível às autoridades competentes.</p><p>NR 17 – Ergonomia</p><p>A norma regulamentadora nº 17 (Ergonomia) do Ministério do Trabalho e</p><p>Emprego é regulamentada pela Portaria Nº 3.214, de 08 de Junho de 1978, que</p><p>aprova as normas regulamentadoras do Capítulo V, Título II, da Consolidação das</p><p>Leis do Trabalho – CLT, relativas à Segurança e Medicina do Trabalho.</p><p>A NR17 trata de forma específica das questões ergonômicas no ambiente de</p><p>trabalho. É importante frisar que a ergonomia é uma área que estuda as interações</p><p>entre os seres humanos e outros elementos de um sistema, tendo como objetivo</p><p>otimizar o bem-estar humano e o desempenho geral de um determinado sistema.</p><p>Os itens abordados nessa norma regulamentadora são:</p><p>• Levantamento, transporte e descarga individual de materiais;</p><p>• Mobiliário dos postos de trabalho;</p><p>• Equipamentos dos postos de trabalho;</p><p>• Condições ambientais de trabalho;</p><p>• Organização do trabalho.</p><p>O objetivo central da NR17 é definir parâmetros e procedimentos que</p><p>assegurem as melhores condições de ambiente aos trabalhadores, preservando a</p><p>Enfermagem do trabalho</p><p>35</p><p>www.estetus.com.br</p><p>segurança, conforto e favorecendo os melhores níveis de desempenho nas tarefas</p><p>cotidianas. Em suma, a ergonomia visa melhorar as condições de trabalho e fazer</p><p>com que todas as atividades da empresa sejam desempenhadas com maior</p><p>qualidade.</p><p>6 principais regras da NR17</p><p>Norma 1</p><p>De acordo com as regras básicas da NR17, as condições de trabalho nas</p><p>empresas abrangem aspectos associados ao levantamento, transporte e descarga de</p><p>materiais, ao mobiliário, aos equipamentos utilizados, às condições no ambiente no</p><p>trabalho e aos métodos e formas de organização do trabalho.</p><p>Conforme estabelecido por essa norma, as empresas são responsáveis por</p><p>analisar as questões ergonômicas do trabalho considerando as características do</p><p>ambiente, o tipo de função exercida e as características psicofisiológicas dos</p><p>trabalhadores, tornando possível a plena adaptação do trabalhador ao ambiente no</p><p>qual ele está inserido.</p><p>Norma 2</p><p>Enfermagem do trabalho</p><p>36</p><p>www.estetus.com.br</p><p>Na NR17 estão contidas as seguintes diretrizes básicas quanto ao transporte de</p><p>cargas:</p><p>• O transporte manual de cargas é definido como todo tipo de transporte em que</p><p>o peso da carga é suportado totalmente por apenas um trabalhador, o que</p><p>abrange também o levantamento e a deposição da carga;</p><p>• O que define um transporte manual de cargas é toda atividade ou operação</p><p>que é feita de forma contínua, ou que inclua (mesmo que de maneira não</p><p>frequente), o transporte manual de cargas;</p><p>• O trabalhador definido como jovem é aquele com idade menor que 18 anos e</p><p>igual ou superior a 14 anos;</p><p>• A atividade de transporte manual de cargas não deve ser exercida por pessoas</p><p>nas quais o peso comprometa a segurança ou saúde do trabalhador;</p><p>• Os trabalhadores responsáveis pelo transporte contínuo de cargas devem</p><p>receber todo treinamento necessário para execução da tarefa de forma</p><p>totalmente segura (de acordo com as regras definidas pela equipe de saúde e</p><p>segurança do trabalho);</p><p>• No caso de trabalhadores jovens e mulheres designados para fazer o</p><p>transporte manual de cargas, o peso máximo das cargas sempre precisa ser</p><p>menor que o peso aplicado às atividades de transporte manual de cargas</p><p>exercidas por homens.</p><p>•</p><p>Norma 3</p><p>A NR17 determina que, toda vez que um trabalho pode ser realizado na</p><p>posição sentada, o local de trabalho precisa ser adaptado ou planejado para que o</p><p>trabalhador possa desempenhar suas atividades nessa posição.</p><p>Norma 4</p><p>Todos os trabalhos manuais que são realizados em pé ou sentado devem ser</p><p>planejados com o uso de mesas, bancadas, painéis e escrivaninhas que favoreçam</p><p>uma boa postura, operação e visualização por parte dos trabalhadores. Além disso,</p><p>de acordo com essa norma é preciso observar algumas regras básicas, que são:</p><p>• A altura e tipo de superfície dos móveis deve ser compatível com o tipo de</p><p>atividade realizada;</p><p>Enfermagem do trabalho</p><p>37</p><p>www.estetus.com.br</p><p>• Deve ser observada uma distância adequada entre os olhos e o campo de</p><p>trabalho;</p><p>• A altura do assento deve estar adequada conforme altura do móvel e distância</p><p>necessária para preservar os olhos;</p><p>• A área de trabalho deve ser facilmente visualizada e alcançada pelo</p><p>trabalhador;</p><p>• As características dimensionais dos móveis devem possibilitar uma</p><p>movimentação e posicionamento adequados do corpo (braços, pernas etc.).</p><p>•</p><p>Norma 5</p><p>Conforme estabelece a NR17, todos os assentos usados no ambiente de</p><p>trabalho precisam atender a esses requisitos:</p><p>• A altura deve estar ajustada à estatura do trabalhador e precisa ser</p><p>observado o tipo de atividade exercida;</p><p>• O encosto deve ser adaptado para proteger a região lombar;</p><p>• A borda frontal do assento deve ser arredondada.</p><p>•</p><p>Norma 6 da NR17</p><p>A NR17 determina que a organização do trabalho leve em consideração os</p><p>seguintes aspectos:</p><p>• Normas específicas de produção;</p><p>• Operações a serem realizadas;</p><p>• Exigência de tempo;</p><p>• Determinação do conteúdo de tempo;</p><p>• Ritmo de trabalho;</p><p>• Conteúdo das tarefas.</p><p>NR 32 - Segurança e Saúde no Trabalho em Serviços de Saúde</p><p>Instituída em 2005, por meio da Portaria 485 do Ministério do Trabalho e</p><p>Emprego (MTE), a norma regulamentadora NR 32 estabelece medidas protetivas para</p><p>Enfermagem do trabalho</p><p>38</p><p>www.estetus.com.br</p><p>promover a saúde e a segurança de todas as pessoas que se encontram em um</p><p>ambiente clínico ou hospitalar — colaboradores, pacientes, familiares, entre outras.</p><p>Desde então, qualquer estabelecimento que promova a assistência, a</p><p>recuperação, a pesquisa e o ensino em saúde — não importa o grau de complexidade</p><p>— deve seguir com rigor as diretrizes descritas na NR 32. Ao cumprir as</p><p>determinações, os hospitais e as clínicas garantem a integridade dos funcionários e</p><p>evitam os acidentes e as doenças ocupacionais.</p><p>No entanto, é importante ressaltar que essa norma regulamentadora não</p><p>desobriga as instituições clínicas e hospitalares de atenderem às demais medidas de</p><p>segurança em seus ambientes, como as previstas no Programa de Prevenção de</p><p>Riscos Ambientais (PPRA) e no Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional</p><p>(PCMSO).</p><p>As complexidades que fazem parte da rotina de quem trabalha na área da</p><p>saúde não são poucas. Justamente por isso que a criação da NR 32 é um marco</p><p>importante, pois as ações previstas nela têm como objetivo diminuir os riscos nesse</p><p>cenário que envolve a manipulação de material biológico, agentes químicos,</p><p>exposição a uma alta carga viral, entre outras particularidades.</p><p>Contudo, para que a norma seja eficiente e cumpra o seu papel de diminuição</p><p>e prevenção de riscos, as instituições de saúde precisam estar comprometidas com</p><p>todas as ações necessárias e previstas pela NR 32. Gestores e colaboradores</p><p>precisam trabalhar em conjunto para que regras sejam entendidas e seguidas todos</p><p>os dias.</p><p>Esta Norma Regulamentadora – NR tem por finalidade estabelecer as diretrizes</p><p>básicas para a implementação de medidas de proteção à segurança e à saúde dos</p><p>trabalhadores dos serviços de saúde, bem como daqueles que exercem atividades de</p><p>promoção e assistência à saúde em geral.</p><p>Para fins de aplicação desta NR entende-se por serviços de saúde qualquer</p><p>edificação destinada à prestação de assistência à saúde da população, e todas as</p><p>ações de promoção, recuperação, assistência, pesquisa e ensino em saúde</p><p>em qualquer nível de complexidade.</p><p>Consideram-se agentes biológicos os microrganismos, geneticamente</p><p>modificados ou não; as culturas de células; os parasitas; as toxinas e os príons.</p><p>Enfermagem do trabalho</p><p>39</p><p>www.estetus.com.br</p><p>O PPRA deve ser reavaliado 1 vez ao ano e:</p><p>a) sempre que se produza uma mudança nas condições de trabalho, que possa</p><p>alterar a exposição aos agentes biológicos;</p><p>b) quando a análise dos acidentes e incidentes assim o determinar.</p><p>Das medidas de proteção</p><p>Em caso de exposição acidental ou incidental, medidas de proteção devem ser</p><p>adotadas imediatamente, mesmo que não previstas no PPRA.</p><p>A manipulação em ambiente laboratorial deve seguir as orientações contidas</p><p>na publicação do Ministério da Saúde – Diretrizes Gerais para o Trabalho em</p><p>Contenção com Material Biológico, correspondentes aos respectivos microrganismos.</p><p>Em toda ocorrência de acidente envolvendo riscos biológicos, com ou sem</p><p>afastamento do trabalhador, deve ser emitida a Comunicação de Acidente de</p><p>Trabalho – CAT.</p><p>Todo local onde exista possibilidade de exposição ao agente biológico deve ter</p><p>lavatório exclusivo para higiene das mãos provido de água corrente, sabonete líquido,</p><p>toalha descartável e lixeira provida de sistema de abertura sem contato manual.</p><p>Os quartos ou enfermarias destinados ao isolamento de pacientes portadores</p><p>de doenças infectocontagiosas devem conter lavatório em seu interior.</p><p>O uso de luvas não substitui o processo de lavagem das mãos, o que deve</p><p>ocorrer, no mínimo, antes e depois do uso das mesmas.</p><p>Os trabalhadores com feridas ou lesões nos membros superiores só podem</p><p>iniciar suas atividades após avaliação médica obrigatória com emissão de documento</p><p>de liberação para o trabalho.</p><p>O empregador deve vedar:</p><p>a) a utilização de pias de trabalho para fins diversos dos previstos;</p><p>b) o ato de fumar, o uso de adornos e o manuseio de lentes de contato nos postos de</p><p>trabalho;</p><p>c) o consumo de alimentos e bebidas nos postos de trabalho;</p><p>d) a guarda de alimentos em locais não destinados para este fim;</p><p>e) o uso de calçados abertos.</p><p>A vestimenta deve ser fornecida sem ônus para o empregado.</p><p>Enfermagem do trabalho</p><p>40</p><p>www.estetus.com.br</p><p>Os trabalhadores não devem deixar o local de trabalho com os</p><p>equipamentos de proteção individual e as</p>pelo ritmo 
biológico do ciclo de dia e noite, que se instala periodicamente e conduz o sono. Uma 
vez instalada alguma destas fadigas o indivíduo pode apresentar, sonolência, lassidão 
e falta de disposição para o trabalho, dificuldades para pensar, diminuição da atenção, 
lentidão e amortecimento das percepções, diminuição da força de vontade, perdas de 
produtividade em atividades físicas e mentais. 
Enfermagem do trabalho 
 
 
96 
www.estetus.com.br 
Tarefas repetitivas e 
monótonas estão 
relacionadas com a baixa 
satisfação com o trabalho do 
que com trabalhos com um 
espaço de atividades mais 
amplo. O limitado espaço de 
manobra das operações 
repetitivas pode levar o 
indivíduo a atrofia mental e física dos órgãos, monotonia, risco de falhas e acidentes, 
diminuição da satisfação no trabalho, prejuízo no desdobramento das capacidades 
humanas e absenteísmo elevado, crescentes dificuldades para preenchimento de 
vagas. 
Todas as situações de esforço estático ou isométrico, tem como consequência 
primária a fadiga muscular, onde ocorre dor no segmento afetado devido ao acúmulo 
do ácido lático, essa fadiga pode ainda acarretar em aparecimento de tremores que 
podem contribuir para a ocorrência de erros na execução das atividades. 
Esses fatores fisiológicos sobre o corpo, são os que mais contribuem para as 
DORT’s, por esta razão exercícios de alongamentos direcionados durante 15 minutos 
realizados duas vezes para cada turno se tornam grandes aliados ao combate das 
doenças mais comuns do trabalho, pelo fato de melhorar a nutrição e oxigenação dos 
tecidos, reposicionar as estruturas do corpo, sair da monotonia, tirar o foco do estresse 
momentaneamente, diminui a exaustão causada pelo estresse e pelo trabalho 
contínuo, diminui o sedentarismo e estimula a procura por atividades físicas, melhora 
a atenção no trabalho, diminui o nível de acidentes melhorando o estado geral. 
Importante dar uma pausa para o organismo humano. Dentre os mecanismos 
que previnem as lesões, através da realização de pausas em atividades repetitivas, 
podemos destacar que: 
O fluxo de sangue normal retira as concentrações acumuladas de ácido lático 
muscular, evitando assim possíveis irritações nas terminações nervosas livres; 
 Os tendões retornam às suas estruturas normais, voltando a sua formação 
normal (viscoelasticidade e conformação); 
 A lubrificação dos tendões pelo líquido sinovial, evitando atrito Inter estrutural. 
Enfermagem do trabalho 
 
 
97 
www.estetus.com.br 
A influência benéfica da atividade física sobre a dimensão emocional da 
qualidade de vida, se dá sob múltiplos aspectos, especialmente os efeitos nocivos do 
estresse e o melhor gerenciamento das tensões próprias do viver. 
A população brasileira de um modo geral, por falta de estímulos, crescem 
adquirindo vícios dos mais diversos e deixando de lado a preocupação com a saúde, 
pois na maioria das vezes os efeitos não são sentidos imediatamente, só retornam a 
preocupação em relação a saúde e qualidade de vida na terceira idade, onde os 
problemas já se instalaram no decorrer dos anos, nossa intenção enquanto 
promotores de qualidade de vida é mudar essa percepção em relação a nós mesmos 
e contribuir para o estado de saúde geral do trabalhador. 
Segundo os conhecimentos relacionados a fisiologia humana, quando um 
indivíduo é imposto a trabalhos de grande estresse e atenção, ou pouco raciocínio e 
mais mecanização levando a um trabalho monótono, ou imposto a grandes esforços 
físicos, calor excessivo, frio excessivo, luminosidade alta ou baixa demais, posturas 
inadequadas, vai levar a um desgaste da máquina humana o que provavelmente irá 
gerar em desequilíbrio e futuros problemas tanto físicos quanto psicológicos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Deve-se entender portanto que a Ginástica laboral, quanto a seus objetivos de 
melhorar a nutrição e oxigenação dos tecidos, reposicionar as estruturas do corpo, 
sair da monotonia, tirar o foco do estresse momentaneamente, diminui a exaustão 
causada pelo estresse e pelo trabalho contínuo, diminui o sedentarismo e estimula a 
procura por atividades físicas, melhora a atenção no trabalho, diminui o nível de 
acidentes melhorando o estado geral do trabalhador atende as situações impostas 
durante a jornada de trabalho, quando realizado da forma adequada, respeitando os 
Enfermagem do trabalho 
 
 
98 
www.estetus.com.br 
momentos de pausa para a reconstituição dos tecidos. Além do fato de ser realizada 
adequadamente, não podemos esquecer que estamos lidando com pessoas que 
pensam e sentem e que para ser benéfica ao homem deve ser levado em 
consideração a sua vontade, sem situações que imponham ou causem 
constrangimentos. 
 
EFEITOS SOBRE AS EMPRESAS 
A mudança dos 
fatores de mudança social 
no Brasil em relação as 
condições ergonômicas 
acabam caindo sobre os 
empresários e com isso a 
dificuldade e o ônus com 
administração das 
DORT’s, a implantação da 
ginástica laboral acaba 
sendo o meio mais rápido, prático e menos custoso de dar início a solução dos 
problemas relacionados as lesões osteomusculares relacionadas ao trabalho. 
Através da implantação da Ginástica Laboral, a empresa se beneficia em 
alguns fatores já comprovados, entre eles a diminuição dos problemas de saúde do 
trabalhador e com isso um aumento na produtividade da empresa. Isso se dá em razão 
de uma diminuição das faltas por motivos médicos e também a redução dos acidentes 
de trabalho. 
O trabalhador também recebe benefícios, pois grande parte dos exercícios que 
são executados durante a terapia, visam reduzir o impacto e o estresse muscular que 
o indivíduo sofre durante sua jornada de trabalho. Isto significa que não só 
trabalhadores “braçais” ou funcionários da linha de produção necessitam da Ginástica 
Laboral, mas também trabalhadores administrativos (digitadores, secretárias, etc.) E 
externos (motorista, vendedores, entregadores, etc.). Estes tipos de trabalho 
(administrativo, produção e/ou externo) trazem sérios problemas posturais, 
musculares, mentais e visuais. Um programa de Ginástica Laboral visa minimizar as 
lesões osteomusculares e ergonômicas causadas por estas atividades. 
Enfermagem do trabalho 
 
 
99 
www.estetus.com.br 
Na prática podemos observar a melhor integração entre os funcionários, na 
maioria das vezes melhor disposição para desenvolver as atividades laborais e um 
melhor clima organizacional no ambiente de trabalho, além da satisfação do 
funcionário em relação à empresa. 
A ginástica laboral assumiu definitivamente o papel de ferramenta contra ações 
cíveis (trabalhistas) para os empresários, retirando o dolo e culpa da empresa nessas 
reclamações. A implantação do programa prova perante à lei que a empresa se 
preocupa com a saúde e qualidade de vida do seu colaborador. Porém, não há até o 
momento nada que se refira a ginástica laboral como uma exigência legal na 
prevenção das DORT’s, portanto como ela está inserida dentro de uma medida 
ergonômica, e a ergonomia está inserida como exigência legal, podemos levar em 
consideração que seja uma medida paliativa. Por esta razão talvez a relação da GL 
como ferramenta contra as ações cíveis.
Enfermagem do trabalho 
 
 
100 
www.estetus.com.br 
 
REFERÊNCIAS 
 
KLAASSEN, Curtis D., WATKINS III, John B. Fundamentos em Toxicologia de 
Casarett e Doull (Lange). AMGH, 2012. 
 
MOREAU, Regina Lúcia Moraes. Ciências Farmacêuticas – Toxicologia Analítica, 
2ª edição. Guanabara Koogan, 2015. 
 
OLSON, Kent R. Manual de Toxicologia Clínica, 6th edição. AMGH, 2013. 
PASSAGLI, Marcos. Toxicologia Forense – Teoria e Prática, 5ª Edição. Millenium, 
2018. 
 
Ruppenthal, Janis. Toxicologia. Universidade Federal de Santa Maria; Rede e-Tec 
Brasil, 2013. 
 
Edna Maria Miello Hernandez, Roberto Moacyr Ribeiro Rodrigues, Themis 
Mizerkowski Torres. Manual de Toxicologia Clínica: Orientações paraassistência e vigilância das intoxicações agudas. São Paulo: Secretaria 
Municipal da Saúde, 2017. 
 
KOLLING A. Ginástica laboral compensatória. Revista Brasileira de Educação 
Física e Desporto 2017. 
 
Targa, J. Teoria da educação físico-desportivo-recreativa. Porto Alegre: Escola 
superior de Educação Física, 2016. 
 
ZILLI, C.M. Manual de Cinesioterapia/Ginástica Laboral. São Paulo: Lovise, 2012. 
 
 
CAÑETE, I. Desafio da empresa moderna: a ginástica laboral como um 
caminho. 2. ed. São Paulo: Ícone, 2014. 
Enfermagem do trabalho 
 
 
101 
www.estetus.com.br 
 
 
Mininel VA, Felli VEA, da Silva EJ, Torri Z, Abreu AP, Branco MTA. Cargas de 
trabalho, processos de desgaste e absenteísmo-doença em enfermagem. Rev. 
Latino-Am. Enfermagem. [Internet] 2013;21(6). 
Karino, M. E, Felli, V. E. A; Sarquis, L. M. M; Santana, L. L; Silva S. R; Teixeira, R. C. 
Cargas de trabalho e desgastes dos trabalhadores de enfermagem de um 
hospital-escola. Cienc Cuid Saude. [Internet] 2015;14(2) 
 
Silva J. L. L, dos Santos RSFB, Costa FS, Taveira RPC, Teixeira LR. Estressores 
na atividade gerencial do enfermeiro: implicações para saúde. Av. enferm. 
[Internet] 2013;31(2) 
 
Moraes, O. J; Furtado, S. P. G; Feliciano, R; Muniz, A. M; Antunes, C. E; Cavalcanti, 
V. G. S. Riscos e doenças ocupacionais do docente universitário de 
enfermagem: implicações na saúde do trabalhador. Revista de Pesquisa 
Cuidado é Fundamental Online [en linea]. 2013, 5(1), 3267-3275 
 
Ministério da Saúde (BR). Doenças relacionadas ao trabalho: manual de 
procedimentos para os serviços de saúde. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 
2001. 
 
Oliveira C. Doenças músculo-esqueléticas no topo das doenças laborais. 
[periódico na internet] 2009. 
 
Brasil. Ministério da Saúde. Portaria Nº 1.823 de 23 de agosto de 2012: institui a 
Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora [Internet]. Brasília 
(DF): MS; 2012. 
 
Brasil. Ministério da Saúde. Portaria Nº 2.728 de 11 de novembro de 2009: Dispõe 
sobre a Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador [Internet]. 
Brasília (DF): MS; 2009. 
Enfermagem do trabalho 
 
 
102 
www.estetus.com.br 
Brasil. Ministério do Trabalho e Emprego. Portaria Nº 590 de 28 de abril de 2014: 
Norma Regulamentadora 4 - Serviços Especializados em Engenharia de 
Segurança e em Medicina do Trabalho. Brasília (DF): MTE; 2014. 
 
Baptista AR, Silva FC, Luz MRP, Veronez N, Palmieri AF. O Papel do SESMT no 
auxílio da gestão de empresas [Trabalho de Conclusão de Curso]. São Paulo (SP): 
Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio - CEUNSP. Curso de Graduação 
em Administração; 2011. 
 
Brasil. Ministério do Trabalho e Emprego. Portaria Nº 1.471 de 24 de setembro de 
2014: Norma Regulamentadora NR 9 - Programa de Prevenção de Riscos 
Ambientais. Brasília (DF): MTE; 2014. 
 
Souza LB, Figueiredo MAC. Qualificação profissional e representações sobre 
trabalho e qualidade de vida. Paidéia. [Internet] 2004 [Acessado em 2013 Jan 24]; 
14(28): 221-232. 
 
Brasil. Ministério da Saúde. Diretrizes de implantação da Vigilância em Saúde do 
Trabalhador no SUS. Brasília, DF: MS; 2012. 
 
Robazzi MLCC, Mauro MYC, Secco IAO, Dalri RCMB, Freitas FCT, Terra FS, et al. 
Alterações na saúde decorrentes do excesso de trabalho entre trabalhadores 
da área de saúde. Rev Enferm UERJ [Internet]. 2012; 20(4): 526-32. 
 
Brasil. Ministério da Saúde. Portaria Federal n. º 1.271, de 06 de junho de 2014. 
Define a Lista Nacional de Notificação Compulsória de doenças, agravos e 
eventos de saúde pública nos serviços de saúde públicos e privados em todo 
o território nacional, nos termos do anexo, e dá outras providências. Diário 
Oficial da União; Poder Executivo, Brasília, DF, 9 jun. 2014. Seção 1, p6