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A SINAPSE 
A sinapse caracteriza-se por ser o ponto de contato entre dois tipos de neurônios, 
os chamados neurônio pré-sináptico e neurônio pós-sináptico. Eles são assim 
denominados porque normalmente o fluxo de propagação do impulso nervoso, 
ou seja, a transferência dos estímulos, ocorre unidirecionalmente, na direção 
anterógrada. A direção, portanto, é do neurônio pré-sináptico para o neurônio 
pós-sináptico. 
Algumas poucas exceções nesse direcionamento referem-se às 
neurotransmissões retrógradas, nas quais a direção da transmissão dos sinais 
se dá no sentido contrário, ou seja, do neurônio pós-sináptico para o neurônio 
pré-sináptico. A região pré-sináptica consiste no terminal axônico, enquanto a 
região pós-sináptica consiste, predominantemente, nos dendritos do outro 
neurônio. 
Considerando a forma como ocorre todo o processo, o sinal elétrico propagado 
pelo neurônio percorre todo prolongamento axônico, até o terminal, onde então 
é convertido em sinal químico. A liberação deste sinal químico, composto pelos 
neurotransmissores, se dá através do rompimento de vesículas que contêm as 
substâncias químicas junto à parede da membrana do neurônio pré-sináptico. 
Ao serem liberados na fenda sináptica, os neurotransmissores vão se ligar aos 
receptores conforme sua afinidade. Esses receptores se encontram presentes 
nas membranas dos neurônios pós-sinápticos. Os neurotransmissores que 
tiverem sido liberados em excesso, por sua vez, serão recaptados por meio de 
transportadores que ativamente recuperam as substâncias excedentes, em uma 
espécie de reciclagem, a fim de serem novamente utilizadas pelo neurônio pré-
sináptico em uma transmissão futura. 
Figura 4. Representações de sinapses a) elétrica e b) química 
 
Fonte: Purves et al. (2010). 
A imagem ilustrada acima representa duas sinapses, uma denominada de 
sinapse elétrica e a outra, de sinapse química. A sinapse elétrica não possui ação 
de nenhum tipo de neurotransmissão: a propagação da informação através do 
impulso nervoso ocorre apenas pelo fluxo de íons (cargas elétricas) por um 
espaço quase invisível, chamado de junção comunicante. Neste tipo de sinapse, 
percebe-se que os neurônios se encontram praticamente conectados, como se 
não houvesse uma separação física entre ambos. A transmissão ocorre de 
maneira mais rápida em comparação às sinapses químicas e não há 
possibilidade de bloqueio ou inibição da atividade. 
Já nas sinapses químicas, percebe-se a existência de um espaço vazio entre os 
neurônios pré e pós-sinápticos, denominado de fenda sináptica. É na fenda 
sináptica que ocorre a liberação dos neurotransmissores e, consequentemente, 
sua ação sobre receptores específicos que se encontram na membrana do 
neurônio pós-sináptico. Por esta razão, estas sinapses tendem a ter uma 
transferência de informações mais lenta em comparação às sinapses elétricas. 
Os neurotransmissores são os elementos-chave do processo de comunicação 
neuronal. Eles podem ser de diferentes tipos, como nos casos das aminas, dos 
aminoácidos e dos neuropeptídeos. Os neurotransmissores mais clássicos e 
reconhecidos por sua atuação na regulação de processos emocionais, 
comportamentais e cognitivos são os do grupo das aminas, como, por exemplo, 
a serotonina, a noradrenalina, a dopamina e a acetilcolina. Além desses, o 
glutamato e o Ácido gama-aminobutírico (Gaba) também são importantes 
mediadores das atividades neuronais, refletindo seus efeitos nos nossos 
comportamentos e ações. 
A ação dos neurotransmissores ocorre através da sua difusão na fenda 
sináptica. Ao serem liberados, eles se ligam a receptores específicos na 
membrana neuronal pós-sináptica. A ligação dos neurotransmissores causa 
uma mudança na conformidade deste, ou seja, faz com que canais localizados 
na membrana pós-sináptica se abram ou se fechem, possibilitando ou não o livre 
fluxo das cargas elétricas que orbitam os espaços extracelulares. Desta forma, 
os receptores, ao serem estimulados pelos neurotransmissores, alteram sua 
permeabilidade, ocasionando um efeito que pode ser excitatório ou inibitório, 
dependendo do tipo de canal e de sua permeabilidade a determinado íon. 
Assim, por meio da estimulação dos receptores pelos neurotransmissores, tem 
início uma sequência de eventos moleculares dentro da célula do neurônio pós-
sináptico, a fim de ativar ou inativar o funcionamento dos nossos genes. Neste 
sentido, para que uma neurotransmissão química ocorra, necessariamente 
precisamos de: um sinal molecular, transmitindo a informação de uma célula 
neuronal para outra; uma molécula receptora para traduzir a informação 
sinalizada; e uma molécula-alvo, que irá eliciar a resposta celular final. 
A importância do adequado funcionamento de todos os processos referidos já é 
reconhecida, devido ao fato de que, cada vez mais, se tem clareza de que 
qualquer alteração ou desregulação nestes processos pode interferir na forma 
como nossos genes se expressam e, consequentemente, resultar na 
manifestação de transtornos neuropsiquiátricos ou transtornos relacionados ao 
desenvolvimento.

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