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Três tipos de ciências: poética, prática, teorética. Para os gregos (artes), Aristóteles diz sobre as três classificações no livro a política. Na concepção grega existem quatros características fundamentais, sendo elas a verdade, o bem, a existência e o belo. Poética diz respeitos as ciências artísticas, como: As pinturas, poesias etc. Poética se traduz por poiesis, hoje em dia, poiesis se traduz por poesias. Ciências poética tem a ver com as ciências do fazer. Prática diz respeito as ciências práticas, como: política / ética. As ciências práticas tem a ver como o agir. Não dá para dissociar a politica e a ética, afinal ambos ponderam sobre o Bem, para Aristóteles a política tem a finalidade o Bem. Teorética diz respeito as ciências teóricas, como: física, matemática, metafísica. (Aqui não está em jogo a utilidade das ciências, apenas o conhecimento pelo conhecimento). Vale ressaltar que o conhecimento teorético acaba por influenciar as ciências práticas, exemplo disso são: dignidade humana, conceito de alma nula na época da escravidão, ou até o nazismo, que é fundamentada por um pensamento filosófico por traz. A ciência teorética, destaque-se entre elas, a metafísica, que acaba por constituir uma cosmovisão sobre o mundo e como funciona a realidade, dando peso para ética ou a política, em síntese, trata-se de dar sentido para a vida. Na filosofia medieval não é diferente, a cosmovisão da época também influencia o sentido da vida. Destaca-se o fato que a religião politeísta antigamente era menos conflituosos que as monoteístas, pois o politeísmo torna mais fácil aceitar a diversidade cultural, já que aceita vários Deuses, então aceitar mais algum não é tão relutante assim, entretanto com o monoteísmo não é a mesma coisa, já que a crença em um único Deus verdadeiro prejudica a diversidade cultural, pois deixa de existir a possibilidade de existir outros Deuses, logo nega as crenças de outros Deuses, conflituoso com a diversidade cultural. No monoteísmo surge então alguns grupos, como os: fariseus, zelotes, essênios, saduceus. O conflito com os ideias monoteístas, acabaram por serem perseguidos, isso gerou diversos conflitos na época. Ao passo que isso acabou por gerar alguns defensores, são os famosos apologetas, que escrevem para os convertidos, pois tentam fortalecer a crença das pessoas, dá razão a fé. Para os imperadores, escreve sobre os costumes e crenças, demonstrando que não é uma religião caótica, afinal, tinha-se a visão que a religião cristã era ateia, pois desacreditava em outros deuses, a crença era em apenas um, logo para os imperadores é importante demostrar que o cristianismo é uma religião rebuscada, com a mais alta ideia de Deus. Os apologetas escrevem para os filósofos da época, utilizam a argumentação para convencer e se defender dos ataques feitos pelos filósofos. Por fim as apologéticas escritas para os judeus, tem como finalidade, o aperfeiçoamento da crença nas profecias, trata-se de consolidar as profecias para os judeus. Vale ressaltar que todos esses escritos servem para se defender dos ataques da época, somente mais para frente que vão escrever para sistematizar a religião. Os combates dos apologéticas, se dá em contrapor os conhecimentos da época, tais conhecimentos são derivados dos gregos, exemplo isso são: a concepção de mundo eterno (grego) e mundo criado, afinal para os grego o mundo sempre existiu, mas pondera-se que nada se cria do nada (ex nihilo nihil fit), logo o mundo não sempre existiu, mas sim, foi criado. Outro divergência é o destino, ideia grega que as coisas acontecem porque são assim, porquê tem que acontecer, entretanto isso coloca em xeque a questão da culpa, do pecado, da salvação e do salvador, pois se tudo acontece como deve acontecer, nada acontece por escolhe e sim por determinação, logo não é possível culpar algo que não escolheu fazer, mas o livre-arbítrio traz consigo tudo de volta, pois escolhemos o que fazer, por isso somos culpados por nossas ações. Vale ressaltar que o livre-arbítrio não está contido de forma direta, mas sim, de maneira indireta na bíblia, o conceito de livre-arbítrio nasce com Santo Agostinho. Outro problema é o maniqueísmo, que tem como representante Maniqueu, cuja problema se dá em dividir o mundo em dois princípios, sendo o mundo bom e mal, sendo que o cristianismo só considera apenas um Deus todo-bondoso, sendo assim, se o mundo foi criado por um Deus todo-bondoso, como existe maldade no mundo? Tal problema, só é problema para o cristianismo, pois no politeísmo o mal se dá do conflito dos diversos deuses culturais, os deuses de região X e Y entram em conflito e isso gera o mal. O maniqueísmo acaba por dividir o mundo em dois, então para eles sempre, existiu o Bem e o mal. O agnosticismo também acredita no mundo como bem e mal, sendo o bem correspondente a alma criada pelo criador todo bondoso, e o corpo é visto pelo agnosticismo como uma prisão da alma, logo é mal. O cristianismo lida com o problema do mal, uma tentativa de respostar é a perspectiva que se olha para o mundo, pois algo mal é mal porque é visto através de olhos humanos, Deus sendo onisciente compreender a contribuição de do atos que foi feito, sendo assim, uma atitude maldosa vista por nós está incorreta, pois vista através de Deus, traz consigo uma contribuição positiva seja para todo ou para o particular. Sendo assim, o mal não existe, vemos o mal porquê não temos a consciência de Deus, e não vemos qual o aspecto positivo das consequências de um ato, exemplo disso é a fome, que por mais ruim parece ser passar fome, a fome nos propicia as belas sensações do alimento. Livre-arbítrio, Santo Agostinho: se forma em oratória, sua primeira fase diz respeito a sua oratória, reconhecido por isso. Sua segunda fase é o maniqueísmo, concepção de duas formas cósmicas uma força boa e outra má, um Deus bom cria a alma o Deus mau cria o corpo. O maniqueísmo é um tipo de gnosticismo, do grego "gnostikós" cujo significado remete para algo ou alguém que é capaz de conhecer. Agostinho descontente com o maniqueísmo, já que a crença não sanava suas dúvida. Agostinho rompe com o maniqueísmo, encontra-se como cético, isso se dá pela influencia de Cícero, entretanto Agostinho não se sentia em paz com o ceticismo, convença isso em seus livros “As confissões”. Fato que uma vez em um jardim, Santo Agostinho escuta uma criança dizendo para ler, ao se questionar sobre o que deveria ler, diante de si, tinha-se a bíblia de sua mãe, aqui começa a fase da conversão de Agostinho. Uma figura importante para conversão ao cristianismo é Santo Ambrósio. Assim, Agostinho sai de sua cidade e vai para Cassicíaco para um “retiro”, vai com algumas pessoas sendo eles seus alunos, amigos, até sua mãe. Em Cassicíaco é onde Agostinho escreve seus livros, sendo eles: De beata vida (sobre a vida feliz), de ordine (sobre a ordem), contra academica (contra acadêmicos), esses três livros respondem os três preceitos históricos da filosofia helenística, lógica, física e ética. Agostinho fala sobre três tipos de mal, sendo eles: o mal metafísico, o mal físico e o mal moral, diz ele que o mal metafísico não existe, pois isso significaria que deve existir uma substancias má, o que não é possível para o cristianismo, sobre o mal física deve-se considerar as dores do parte ou o trabalho exaustivo, por fim, o mal moral diz respeito as más ações. Sobre o livre-arbítrio, Agostinho (Ag.), está conversando com Evódio (Ev.), ambos se tornaram bispos, Agostinho em Hipona e Evódio em Upsala. Agostinho passa a escrever não mais como forma de diálogo, seus livros tomam forma de tratado, exemplo de livros são “As confissões”, “Sobre a trindade”, “Cidade de Deus”, “Sobre a verdadeira religião” e etc. próximo de morrer, escreveu “Retratações”, corrigindo seus escritos. São Gerônimo foi quem fez a tradução da bíblia para o latim, ambos são contemporâneos, embora aja uma rivalidade entre Santo Agostinho e São Gerônimo. Sobre o livre-arbítrio, Agostinho diz que em relação ao governo, o mesmo estáautorizado em escolher o mal menor, entretanto o cristão não pode escolher o mal menor, o cristão só pode escolher o bem. Uma das coisas que não acontece no livre-arbítrio é a prova cabal da existência do livre-arbítrio, Agostinho não liga em provar o livre-arbítrio, ele parte apenas de uma intuição, pois já é pressuposto que já temos em nós a experiência do livre-arbítrio. Agostinho não questiona o livre-arbítrio, apenas aceita que todos têm a intuição do mesmo, entretanto o mesmo define que o livre-arbítrio é a faculdade do espírito. Tão pouco se questiona os conceitos básicos, entende-se que tem coisas que são nos dados pelas experiência ou pelas nossas intuições. Ser livre, não quer dizer fazer tudo, pelo contrário, fato que é que temos que responder a autoridades o único que não responde a ninguém, é Deus, afinal pressuporia que consiga fazer tudo, sem a dependência dos outros, o ser humano não é onipotência e nem onisciência, a liberdade também se restringe a outras características, mas mesmo sendo restrito a algumas regras morais, ainda pressupõe a escolha. Exemplo disso é o sinto de segurança, na maioria dos países é obrigatório o uso, entretanto nada te impede de não usar e infringir uma lei, isso não anula as consequências, entretanto também não anula sua liberdade. Tudo me é permitido, entretanto nem tudo me convém. Sobre a Graça: com a queda do homem, o mesmo passa a amar mais a si mesmo do que amar a Deus, isso pois, coloca o orgulho acima do amor de Deus. Adão coloca-se em primeiro lugar, dai surge o pequeno original. Após isso, o homem é expulso do paraíso, e fica marcado em sua natureza o pequeno original, ou seja, o homem ama mais a si mesmo do que a Deus, isso não exclui o livre-arbítrio, pois foi escolha de Adão cometer o pecado original, isso ressoa sobre nós, mas não tira o livre-arbítrio, pois ainda podemos escolher o amor a Deus. A graça é, tal como apresentado por Santo Agostinho, a experiência relacional entre o homem e o divino, ou seja, a relação humana com Deus e Cristo redentor, e se inscreve na relação entre livre-arbítrio e liberdade. A graça no pensamento agostiniano tem como cenário o desenvolvimento da “Polêmica Pelagiana”. Nela, Santo Agostinho contrapõe o entendimento de Pelágio[endnoteRef:1] – de uma natureza humana não maculada pelo pecado original, do livre-arbítrio potente da vontade para realizar o bem, se assim o homem desejar – à concepção da natureza humana “adoecida” pelo pecado das origens e, por conseguinte, da necessidade do “remédio” divino para auxiliar na inclinação da vontade para o bem. [1: Pelagianismo: forma de sinergismo atribuída a Pelágio da Bretanha, um contemporâneo de Agostinho de Hipona. O pelagianismo nega a existência do pecado original, para eles todas as pessoas são inteiramente livres, e não tem propensão a pecar.] Se a antropologia pelagiana apontava para a criação do homem dotado de livre-arbítrio por Deus como uma graça, a agostiniana mostrará os limites de tal concepção, pois, segundo o grande Doutor da Igreja, tratava-se não de procurar os dons do Criador na criatura, mas os dons que Ele oferta às criaturas para a salvação. Expunha, assim, a necessidade humana da graça para a correção dos pecados. A ênfase agostiniana recai sobre o advento do Cristo para a salvação humana, pois, diferentemente de Pelágio, para quem cada homem é um novo Adão no tocante ao pecado original, isto é, cada homem depende de si mesmo para resistir ao pecado, para o Agostinho é somente a partir da graça salvífica cristã que o homem pode perseverar no caminho do bem, assim, a graça cristã é o auxílio pelo qual os homens se libertam da tendência ao pecado, resistindo às más inclinações. O problema do pelagianismo é que sem o pecado original não se tem a graça, não se tem a necessidade de se chegar a Deus, o pecado original não atingiu os homens. Sem o pecado original, por qual motivo Jesus Cristo veio ao mundo? Qual a necessidade de pegar por um pecado, sendo que nesta visão, não existe o pecado? Agostinho diz que a graça nos coloca em contato com Deus, é através dela que podemos pagar o pecado original, aqui o homem ressoa o pecado original, e a graça ajuda a se aproximar de Deus. O homem, assim como Deus, participa do processo da graça, pois para pagar o pecado original é preciso que o homem vá até Deus, e Deus permita essa chegada, estenda a mão para poder ser alcançado. Cidade de Deus: Agostinho diz que existe duas cidades, sendo elas cidade de Deus ou cidade prateada e a cidade dos homens, que é identificada por Agostinho com as forças que semeia morte e saques. Esse pensamento de Agostinho encontra sustentação no império romano, pois assimilava-se a cidade terrena, que efetivamente caminhava-se para seu fim. “Entretanto, com o nascimento do Sacro Império Romano, a cidade terrena não tinha mais uma entidade com a qual se identificar, porque o Império se apresentava como o corpo material da cidade de Deus, dando lugar a uma única cidade, ao mesmo tempo com aspectos terrenos e celestes, sagrados e profanos, com preocupações temporais e expectativas escatológicas. Ao dualismo originário segue-se ent5o uma espécie de monismo, marcado primeiro pelo predomínio das forças imperiais e depois das forças eclesiásticas. Nesse período, embora com modificações, as vezes profundas, continua prevalecendo a concepção agostiniana da história, à medida que o sentido da história é estabelecido naquele fio providencial que, sob a guia da Igreja, conduz os homens para a Cidade Celeste.”, REALE, p. 142. Assim pela primeira vez na história, cria-se a ideia de que o mundo está caminhando para algum lugar. Agostinho diz que a história do mundo está caminhando para cidade de Deus. Tal conceito só é ponderado com Kant, no século XVIII em seu livro “ideia de uma história universal de um ponto de vista cosmopolita”. Boécio (480 - 524) é o considerado o ultimo romano e o primeiro escolástico, e, portanto, uma figura chave para o surgimento da idade média. Boécio é conhecido pelos latinos por apresentar a cultura grega, é importante pelas traduções e comentários das obras gregas, principalmente das obras logicas de Aristóteles. Boécio também é conhecido por sua obra, “de consolatione philosophiae”, sua obra visa mostrar que a filosofia está em grau de mostrar ao homem a verdadeira felicidade (o próprio Deus ou o sumo Bem), e de afasta-los dos bens materiais. Para Boécio a filosofia ensina a crer na proveniência divina, pois ensina compreender a orientação universal da realidade para o bem. De consolatione philosophiae é composta por prosa e verso, essa obra foi escrita na prisão em dois dias, antes da execução de Boécio. Tal obra influenciou bastante a espiritualidade da idade média. No começo da obra Boécio se encontra na prisão se lamentando, entretanto aparece uma mulher (A filosofia), que expulsa as musas que estavam em torno de Boécio, musas[endnoteRef:2] (a arte, o teatro), pois, as mesmas não trazem consolos aos homens, as musas não oferecem qualquer remédio, apenas alimentam suas dores. Somente a filosofia que é possível a consolação. A filosofia faz compreender que Boécio esqueceu de si mesmo, e que o governo do mundo não está entregue ao acaso, mas sim a razão divina, logo nada deve temer, assim começa o livro das consolações. [2: Em sua obra “De consolatione philosophiae”, Boécio traz duas figuras a “Mulher”, que representa a filosofia e as “musas” que representa as artes ou o teatro. A crítica de Boécio se dá, pois, as musas não dão consolação de vida, pelo contrário acabam por piorar os sentimentos, já que a arte potencializa os sentimentos, principalmente os sentimento de sofrimentos, logo para Boécio as musas não trazem remédios, não traz consolação, entretanto a filosofia sim. ] Para Boécio a fortuna é a personificação do acaso, quanto mais é favorável é a fortuna para o homem, mais contrário é a felicidade para o homem, já que isso se coloca contraria a mesma felicidade. A filosofia começa para Boécio uma terapia, pois traz consolospara os males da vida, pondere-se que o problema do bem não se encontra nas honras, na glorias, nas riquezas, nos prazeres, no poder, se alguém procurar felicidade por esses caminhos, podem acabar por se frustrar, afinal ser feliz por ter determinado caminho, pode ocasionar de não ter mais, deixando de ser feliz, podendo até ser infeliz. Para Boécio a felicidade deve estar além dessas caminhos, pois mesmos sem eles, pode ser feliz. "A própria razão divina, que repousa estavelmente no supremo ser, senhor de todas as coisas, que a todas governa; já o destino é a disposição inerente as coisas mutáveis, pela qual a providência mantém cada coisa estreitamente ligada à sua ordem". Boécio nos faz refletir sobre a felicidade, diz que o caminho para a felicidade é a sabedoria oferecida pela filosofia, assim Boécio atinge uma visão ética da vida, da qual, devemos concentrar a felicidade em coisas imutáveis, não os caminhos mutáveis como a fortuna, como o poder, devem-se apreciar aquilo que se possui, mas não depender dos mesmos, afinal pode-se não os ter mais, por isso a felicidade deve estar em coisas imutáveis, pois isso não pode ser tirado de você contra a sua vontade. As coisas imutáveis é a sabedoria, atingir a sabedoria é fazer parte de um novo grupo, um grupo que não pode ser tirado de você, isso é transmitido pela cultura, principalmente os livros, afinal um livro nada mais é do que uma conversa com algum, e isso transmite sabedoria, transmite o conhecimento. Isso não pode ser tirado contra a sua vontade, afinal, mesmo sem os livros, continua-se com os pensamentos, e um bom pensamento, um pensamento sábio, permanecerá pensante, e isso constitui uma máxima felicidade, é através da filosofia que podemos ter essa consolação, isso para Boécio é o ápice da felicidade, não pode ser tirado, e transmite sabedoria sobre isso, ao passo que as fortunas podem ser tiradas de si, e isso pode trazer maléficos. Sobre o século XII: é um século em transição, pois começa a ter o surgimento das universidades, isso não é exclusivamente do século XII, pois no século VII ao X existiam as escolas catedrais e as escolas monacais que foram responsáveis por ensinar o Quadrivium e o Trivium, que são responsáveis por: aritmética geometria, astronomia e música, por outro lado se têm a gramatica, retórica e a dialética, diga-se que tais características não pertencem apenas a idade média, já que pode encontrar tais estudos também na antiguidade, exemplo a Grécia. Com o surgimento das universidades, passa-se a estudar não somente o Quadrivium e o Trivium, mas também os filósofos, exemplo Aristóteles. Boécio é conhecido por traduzir as obras de lógica de Aristóteles, entretanto outras obras não, tipo a metafísica. No século XI também acontece as cruzadas, o que possibilitou recuperar as obras perdidas de Aristóteles, como a metafísica, já que não se tinha contado com algumas obras do autor, porém com as cruzadas, o ocidente volta a ter contado com as obras perdidas de Aristóteles. Um fato pouco conhecido, é que quando as obras perdidas de Aristóteles foram descobertas, o mesmo foi condenado pela igreja, entretanto duas pessoas foram os que tomaram partidos do filosofo, sendo eles Alberto Magno e Santo Tomás de Aquino. Ambos viram a possibilidade de pensar Aristóteles em bases cristão, algo que a igreja não achava ser possível. A igreja já tinha pensado Platão em bases cristão, Santo Agostinho fez isso, boa parte das reflexão da igreja se davam através do pensamento platônico e agostiniano, isso no século XI muda, já que começa-se a pensar Aristóteles em bases cristão, grande pensador que fez isso é Santo Tomás de Aquino que escreve uma obra chamada “Suma contra os gentios”. No século XI, Santo Anselmo escreve o “Proslógio”, livro que visa explicar que Deus existe através de um argumento ontológico, na época era comum pensar em na igreja em bases racionalistas, afinal partia da razão, com a chegada de Aristóteles começa-se a analisar o cristianismo através de um olhar lógico empírico, Santo Tomás de Aquino (XIII) foi quem fez isso, suas cincos vias tomistas demostrar Deus através da realidade concreta, não apenas abstrativo. Com Santo Tomás, diferente de Agostinho, o mundo não é “ruim”, Tomás não é tão pessimista como Agostinho, pela contrário, demonstra-se ser bem otimista em relação a humanidade. Com ele, torna-se uma cosmovisão otimista, afinal é possível constituir uma sociedade justa, pois diferente de Agostinho, existe uma dignidade humana aqui, o contrário para Agostinho, já que para o mesmo, o homem é impregnado pelo pecado original, deve-se procurar Deus pelo interior, já que o externo, a sociedade é impermeada pelo pecado original e através da graça que podemos ir além do pecado. Para Tomás é possível a dignidade neste mundo, o homem é capaz de ser justo, virtuoso nesse mundo, é possível ter dignidade nesse mundo, mesmo que a meta ultima seja a cidade celeste. Santo Agostinho se vincule à tradição platônica, de caráter idealista, e Santo Tomás de Aquino retome a tradição aristotélica, de caráter realista. São Tomás de Aquino: por influenciar aristotélica, Santo Tomás tem um aspecto mais positivista, diferente de Santo Agostinho que por influência platônica é mais “pessimista”, já que este mundo é apenas uma passagem para o mundo prateado, ou seja, assim como Platão, Santo Agostinho valoriza mais o mundo suprassensível, já Aristóteles e Tomás de Aquino, valorizam o mundo como é, mesmo ambos acreditando em um Ser (Deus), ainda dizem que esse mundo possui valor. São Tomás escreves diversos livros, sempre buscando provar a coerência do cristianismo, a suma contra os gentios, tal livro é feito para provar a coerência do cristianismo e visa combater o islamismo da época. As sumas são estruturadas do mais importante para o menos importante, pois isso, a suma contra gentios começa com Deus, depois a Criação, Retorno para Deus, e as Revelações. Os livros de Tomás são compostos, por questões, aí vem os artigos com diversos respostas para as questões, depois de ponderar sobre as questões com os artigos, Tomás buscar dar a sua próprio respostas, assim são compostas as sumas. Tomás nasceu em Roccasecca em 1221. Apesar da hostilidade da família, entrou na ordem dos dominicanos, e de 1248 a 1252 foi discípulo de Alberto Magno. A seguir, ensinou em Paris, nas principais universidades europeias (Colônia, Bolonha, Roma, Nápoles), conforme era costume dos dominicanos. Morreu em 1274 no mosteiro de Fossanova. Santo Tomás é o representante máximo da Escolástica. A sua filosofia é considerada como preambulum fidei, ou seja, como preparação para a fé, mas exatamente por isso ela goza de autonomia própria. Além disso, a filosofia de Tomás tem função apologética, pois permite discutir com quem não aceita nenhuma fé. Tomás é famosos por suas considerações ontológicas. Também é conhecido pelos suas cincos vias da prova da existência de Deus, sendo elas: primeira via é do movimento, a segunda via é da causa, depois da contingência, dos graus da perfeição e por fim, a quinta via, é a via do finalismo. O homem, que para Tomás é de natureza racional, conhece o fim das coisas, mas não tem uma compreensão imediata do fim último de todas as coisas, isto é, de Deus. Se tivesse a visão de Deus, seria fatalmente atraído por ele, porém, conhecendo apenas fins parciais, sua vontade e liberdade livre de querê-los ou não os querer. O homem tem, por outro lado, uma disposição natural para compreender os princípios das ações boas, mas pode também deliberadamente rejeitá-los e, portanto, pecar: o pecado, por conseguinte, depende do livre-arbítrio. Vale ressaltar que Tomás distingue quatro tipos de lei: a lex aeterna, a lex naturalis, a lex humana e a lex divina. A lex aeterna é o plano racional de Deus, a ordem do universo. Ora, esta ordem é em parte desconhecida para o homem e em parte conhecida: a parte conhecida constitui a lei natural, cuja essência está na seguinte máxima: “deve-se fazer o bem e evitar o mal, e de si”. Ligadaa lei natural, está a lei humana, isto é, o direito positivo posto pelo homem. Este deriva da lei natural de dois modos: ou por dedução (e então se tem o jus gentium) ou por especificação (e então se tem o jus civile). Por exemplo, faz parte do jus gentium a proibição do homicídio, enquanto faria parte do jus civile a pena para quem pratica o homicídio. Se a derivação da lei natural é essencial para lei humana, então é evidente que ela não pode contradizê-la. Uma norma que contradissesse a lei natural não seria justa, e, portanto, não seria lei: é, portanto, dever de cada um desobedecer à lei injusta, assim como é dever rebelar-se contra o tirano enquanto agente do mal. Acima destas leis existe a lei divina (que foi revelado no Evangelho) e que está ligada ao fim sobrenatural do homem, ou seja, à bem-aventurança eterna. Para Tomás o homem é racional e de livre-arbítrio, é conhecedor das leis humanas, lei divinas e leis eternas e o mesmo peca quando inflige as leis divinas e eternas enquanto baseada sobre a lei natural. As leis naturais (lex naturalis) é a parte da lei eterna que é conhecido pelo homem enquanto racional, já a lei eterna (lex aeterna) é o plano racional de Deus, é a ordem do universo inteiro, são conhecidas por Deus e por pouquíssimos beatos. As leis divinas (lex divina) são as leis relevadas, a lei positiva expressada no Evangelho; guia à bem-aventura à qual todo homem aspira, por fim a lei positiva (lex humana) corresponde as leis promulgadas pelo homem, desta lei positiva surgem outras duas: os jus gentium, trata-se da proibição de determinadas ações injustas, e o jus civile que aplica determinada pena para as infrações da jus gentium. A lex humana deriva da lex naturalis, pois através da revelação que constituímos leis positivas no mundo. Passagem do medieval para moderno: Não é obvio o que define ou marca a passagem do período medieval para o moderno, uma das hipótese é que Guilherme de Ockham (1287 – 1347), pois o mesmo separa a razão da fé. Ockham duvida das respostas dogmáticas, desenvolve assim uma doutrina cientifica a partir do principio de que só a experiência permite conhecer as causas das coisas, então deixa de ser respostas dogmáticas e passa a ser uma doutrina científica. Essa quebra de paradigma, talvez, demarca a passagem do medieval para a modernidade. Uma questão é o problema dos universais ou "querela dos universais" é a designação dada ao debate, sustentado pelos historiadores da filosofia, sobre questão de saber se os universais são coisas ou meramente palavras. Três correntes se divergem disso, sendo elas: Os realistas postulam que existem dois tipos de entidades: particulares e universais. Particulares são elementos semelhantes entre si porque compartilham os universais; por exemplo, cada cão particular tem quatro patas, latido e tem uma cauda. Os conceitualista, dois representantes disso são Pedro Abelardo e São Tomás de Aquino, século XII, para eles existem os símbolos e os universais são seus predicados; são conceitos, ou seja, palavras que significavam algo, nomeando semelhanças entre coisas. Exemplo, “humano” é um conceito que expressa as semelhanças entre os seres humanos existentes. Por fim, os nominalistas, eles afirmavam que os conceitos universais eram, na verdade, palavras sem conteúdo real, não se referindo à realidade. Isso poderia ser explicado porque o que realmente existe são as individualistas que efetivamente podem ser observadas no mundo, tal representante dessa concepção é o Guilherme de Ockham. Francisco de Vitória: nasceu em 1483, em Salamanca, e morreu em 1546, foi um teólogo espanhol neo-escolástico e um dos fundadores da tradição filosófica da chamada "Escola de Salamanca", sendo também conhecido por suas contribuições para a teoria da Guerra Justa e como um dos criadores do moderno direito internacional. Escreveu um livro importante e revolucionário para época, intitulado “Os índios e o direito da guerra”, isso porque na época ocorreu a descoberta das Américas, e buscou-se justificativa a escravidão dos povos indígenas, Francisco de Vitória observa que por menor que seja a evolução dos índios, não é justificável a escravização dos mesmos. Hoje em dia sobre a evolução de um país, torna-se relativo falar, porém para época o parâmetro de evolução era a Europa. Uma figura que é utilizada para a justificativa da escravização é Aristóteles, pois o mesmo defendia que existia pessoas que mandam e pessoas que são escravos por natureza, na época grega, Aristóteles considerava o escravo como instrumento essencial à vida, e como elemento integrante da sociedade grega, que são necessários para uma boa condução da economia. Assim como os gregos olhavam os outros povos como escravos, isto em uma perspectiva aristotélica, os europeus olhavam para os índios como escravos. Uma das defesas utilizadas pelo Francisco de Vitória é que assim como os europeus, os índios também possuem razão, é entendido que alma e razão são semelhanças, assim, o índio possuindo razão não é passível de ser escravizado, pois tem a mesma capacidade de se desenvolver como os europeus. Francisco de Vitória no livro “Os índios e o direito da guerra” utiliza de diversos argumentos para provar a não pratica de escravização. Egídio Romano e Marsílio de Pádua ambos defendem o regime do papa com o poder político, ou seja, ambos defendiam o papismo. Egídio era fautor das teses de que a autoridade tem origem divina, e, portanto, deveria o papa comandar. Egídio possui três principais argumentos para defender seus ideias, o mundo cristão é uma monarquia absoluta, O poder sacerdotal vem antes do poder do As coisas inferiores servem as coisas superiores, o mundo começa com os quatro elementos (inorgânica), que acabam por servir as plantas (vegetativa), as plantas acabam por servir os animais (sensitiva) e por fim os animais acabam por servem o homem racionar que é um conjunto as quatro almas. O ultimo argumento se dá, pois, a igreja é dona de toda as terras, isso pois, Deus é dono de tudo, e a igreja como representante tem o direito de usufruir as terras que são de Deus, sendo ela representantes de Deus. Por esses argumentos que o papa é detentor do poder para Egídio Romano. Já Marsílio de Pádua destaca-se como um dos pontos mais significativos, representante claramente o fim do pensamento medieval e o início da época moderna, isso porque as teorias políticas e jurídicas de Marsílio colocam-se fora do âmbito que se pautável várias polêmicas do medieval. Para Marsílio o estado é uma communitas perfecta, ou seja, uma comunidade perfeita, é auto-suficiente, e totalmente humana, a mesma é erguida por causa da razão, para se viver bem, portanto no que se refere a vida terrena, a soberania cabe ao estado e não a igreja, para Marsílio o verdadeiro legislador no estado é a coletividade dos cidadãos ou a parte melhor dela, e as leis que emana são tais porque têm caráter coativo. É a soberania popular que decide e sanciona as leis, depois disso são as leis e não as pessoas que são soberanas, pois onde não existe as leis não existe estado.