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07/02/2022 20:40 Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro www4.tjrj.jus.br/EJURIS/ImpressaoConsJuris.aspx?CodDoc=4043094&PageSeq=0 1/1 0059870-46.2011.8.19.0014 - APELAÇÃO Des(a). MARÍLIA DE CASTRO NEVES VIEIRA - Julgamento: 29/01/2020 - VIGÉSIMA CÂMARA CÍVEL APELAÇÃO. CIVIL. FAMÍLIA. AÇÃO DE RECONHECIMENTO E DISSOLUÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL, COM PARTILHA DE BENS. SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA, QUE SE MANTÉM. Autora que busca o reconhecimento de união estável. Demanda proposta em face dos herdeiros. Alegado convívio como se casados fossem no período entre fevereiro de 1999 e 18/05/2011, data do óbito do suposto companheiro. Art. 1.723, do CPC, que reconhece a união estável como entidade familiar, atendendo aos preceitos do §3º, do art. 226, da CRFB, estabelecendo, contudo, requisitos mínimos para sua configuração e comprovação: "convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família". Impedimento previsto no §1º, do mesmo dispositivo, no sentido de que não restará caracterizada a união estável no caso de pessoa já casada, a exceção da separada de fato ou judicialmente. Expressa ressalva, ainda, contida no art. 1.727, do CC, no sentido de que "as relações não eventuais entre o homem e a mulher, impedidos de casar, constituem concubinato". Caso em que, considerados os elementos dos autos, embora evidente o relacionamento amoroso entre a demandante e o falecido, não restaram demonstrados requisitos mínimos para configurar união estável. Comprovada, ao revés, a convivência do falecido com a 1ª ré em união estável, por mais de 30 anos, gerando 3 filhos, também réus na demanda, que residiam no mesmo endereço. Declaração de Óbito, Guia de Sepultamento, Certidão de Óbito, nota fiscal de serviço funeral, dentre outros, tendo como declarante a 1ª ré, efetiva companheira. Depoimento pessoal da autora confessando ciência de tal fato. Fotografias juntadas pela recorrente que, embora demonstrem a relação amorosa com o falecido, mas não são minimamente suficientes para configurar união estável. Ausência de prova quanto ao fato constitutivo do alegado direito. Art. 373, inc. I, do CPC. Recurso desprovido. Condenação do recorrente em honorários recursais (art. 85, §11, do CPC), ressalvada a gratuidade de justiça deferida.