Prévia do material em texto
INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CAMPUS ARACRUZ CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA CAMILA DE CARLI FERREIRA IAGO MENDONÇA MINCHIO PROJETO DE UMA EXTRUSORA DE FILAMENTO 3D PARA A RECICLAGEM DE RESÍDUOS PLÁSTICOS ARACRUZ-ES 2022 CAMILA DE CARLI FERREIRA IAGO MENDONÇA MINCHIO PROJETO DE UMA EXTRUSORA DE FILAMENTO 3D PARA A RECICLAGEM DE RESÍDUOS PLÁSTICOS Monografia apresentada à Coordenadoria do Curso de Engenharia Mecânica do Instituto Federal do Espírito Santo, Campus Aracruz, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Engenharia Mecânica. Orientador: Prof. Dr. Igor Beloti Pizetta ARACRUZ-ES 2022 (Biblioteca do Campus Aracruz) CDD: 628 Bibliotecário/a: Elieser Moreira Santos Junior CRB6-ES nº 771 F383p Ferreira , Camila de Carli. Projeto de uma extrusora de filamento 3D para a reciclagem de resíduos plásticos / Camila de Carli Ferreira , Iago Mendonça Minchio. - 2022. 45 f. : il. ; 30 cm . Orientador: Igor Beloti Pizetta TCC (Graduação) Instituto Federal do Espírito Santo, Campus Aracruz, Engenharia Mecânica, 2022. 1. Engenharia . 2. Sustentabilidade . 3. Reciclagem . I. Pizetta , Igor Beloti . II.Título III. Instituto Federal do Espírito Santo. CAMILA DE CARLI FERREIRA IAGO MENDONÇA MINCHIO PROJETO DE UMA EXTRUSORA DE FILAMENTO 3D PARA A RECICLAGEM DE RESÍDUOS PLÁSTICOS Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Coordenadoria do Curso de Engenharia Mecânica do Instituto Federal do Espírito Santo, Campus Aracruz, como requisito parcial para a obtenção do título de Engenheiro Mecânico. Aprovado em 15 de agosto de 2022 COMISSÃO EXAMINADORA ________________________________________ Prof. Dr. Igor Beloti Pizetta Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Espírito Santo Orientador ________________________________________ Prof. Me. Tiago Reinan Barreto de Oliveira Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Espírito Santo ________________________________________ Prof. Fabrício Bortolini de Sá Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Espírito Santo MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO SISTEMA INTEGRADO DE PATRIMÔNIO, ADMINISTRAÇÃO E CONTRATOS FOLHA DE ASSINATURAS Emitido em 15/08/2022 FOLHA DE APROVAÇÃO-TCC Nº 1/2022 - CAI-CCTE (11.02.18.01.08.02.09) NÃO PROTOCOLADO)(Nº do Protocolo: (Assinado digitalmente em 08/09/2022 09:14 ) FABRICIO BORTOLINI DE SA PROFESSOR DO ENSINO BASICO TECNICO E TECNOLOGICO GUA-CCTE (11.02.22.01.08.01.04) Matrícula: 2156550 (Assinado digitalmente em 08/09/2022 08:38 ) IGOR HENRIQUE BELOTI PIZETTA PROFESSOR DO ENSINO BASICO TECNICO E TECNOLOGICO CAI-CCTE (11.02.18.01.08.02.09) Matrícula: 1026928 (Assinado digitalmente em 08/09/2022 09:52 ) TIAGO REINAN BARRETO DE OLIVEIRA PROFESSOR DO ENSINO BASICO TECNICO E TECNOLOGICO ARA-CCTM (11.02.16.01.03.02.03) Matrícula: 2156119 Para verificar a autenticidade deste documento entre em informando seu https://sipac.ifes.edu.br/documentos/ número: , ano: , tipo: , data de emissão: e o código de 1 2022 FOLHA DE APROVAÇÃO-TCC 08/09/2022 verificação: f2f926256c https://sipac.ifes.edu.br/public/jsp/autenticidade/form.jsf DECLARAÇÃO DOS AUTORES Declaro, para fins de pesquisa acadêmica, didática e técnico-científica, que este Trabalho de Conclusão de Curso pode ser parcialmente utilizado, desde que faça referência à fonte e aos autores. Aracruz, 08 de setembro de 2022 Camila De Carli Ferreira Iago Mendonça Minchio AGRADECIMENTOS Agradecemos ao Ifes e a todos os professores pela oportunidade de realizar uma graduação gratuita e de qualidade. Ao nosso professor e orientador Igor Pizetta, que mesmo estando distante teve a disponibilidade de acompanhar e ajudar prontamente nas soluções dos desafios sempre que precisamos. Ao Anderson, pela usinagem dos materiais utilizados. Ao Dionísio, pelo apoio com a montagem elétrica. Ao Diego, pelos suportes. E por último mas não menos importante, aos familiares e demais amigos que apoiaram de alguma forma, vocês são demais! RESUMO O presente trabalho destina-se ao projeto e construção de uma extrusora para filamentos utilizados em impressão 3D, obtidos através da reciclagem de garrafas PET. Analisando as características essenciais buscadas em filamentos comerciais e comparando-as com as propriedades possíveis de se obter com a utilização do PET reciclado, estuda-se a viabilidade de se utilizar esse material para produzir filamentos de forma pessoal e personalizada. As propriedades mecânicas insatisfatórias, dificuldade de obtenção dos grânulos e constância na extrusão e armazenagem dos fios torna-se uma dificuldade a ser superada. Novas funcionalidades, equipamentos e testagens podem ser agregados à ideia para aprimorar sua praticidade e possibilidade de aplicação. Palavras-chave: Extrusora. Filamento. Sustentabilidade. PET. DIY. ABSTRACT The present work aims to develop the design and construction of an extruder for filaments used in 3D printing, obtained through the recycling of PET bottles. Analyzing the essential properties required in commercial filaments and comparing them with the possible properties obtained by utilizing the recycled PET, we shall study the viability of using this material to produce personalized and personal filaments. The unsatisfying mechanical properties, difficulties in obtaining the granules e constancy on the extrusion of the wires and ways of storing them, becomes a difficulty to be overcomed. New functionalities, equipment and testing can be used to improve its practicality and application. Palavras-chave: Extruder. Filament. Sustainability. PET. DIY. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO……………………………………………………………………………..7 1.1 OBJETIVOS GERAIS……………………………………………………………….9 1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ……………………………………………………….9 2 REFERENCIAL TEÓRICO ……………………………………………………………….9 2.1 HISTÓRICO DA TECNOLOGIA DE IMPRESSÃO 3D ATÉ OS DIAS DE HOJE ……………………………………………………………………………………………..9 2.2 SOBRE OS MÉTODOS DE IMPRESSÃO 3D…………………………………..11 2.3 AS EXTRUSORAS E SEUS MODELOS ………………………………………..15 2.4 OS MATERIAIS UTILIZADOS PARA A IMPRESSÃO …………………………16 2.4.1 ABS (Acrilonitrila Butadieno Estireno) …………………………………………18 2.4.2 PLA (Ácido Poliláctico)…………………………………………………………..18 2.4.3 PET (Poli Tereftalato de Etileno) ……………………………………………….19 3 METODOLOGIA………………………………………………………………………….21 3.1 PROJETO …………………………………………………………………………..21 3.2 COMPONENTES…………………………………………………………………..22 3.2.1 SISTEMA DE ACIONAMENTO ………………………………………………...22 3.2.1.1 MOTOR …………………………………………………………………………23 3.2.1.2 CONTROLADOR DE VELOCIDADE………………………………………..23 3.2.2 SISTEMA DE TRANSPORTE DE MATERIAL ………………………………..24 3.2.2.1 FUSO……………………………………………………………………………25 3.2.2.2 CAMISA DE REVESTIMENTO DO FUSO ………………………………….25 3.2.3 SISTEMA DE AQUECIMENTO ………………………………………………...26 3.2.3.1 MATRIZ DE AQUECIMENTO ……………………………………………….26 3.2.3.2 CARTUCHOS DE AQUECIMENTO………………………………………...29 3.2.3.3 RELÉ DE ESTADO SÓLIDO …………………………………………………30 3.2.3.4 TERMOPAR ……………………………………………………………………31 3.2.3.5 CONTROLADOR………………………………………………………………31 3.2.4 SISTEMA DE RESFRIAMENTO ……………………………………………….32 3.2.5 SISTEMAS DE ALIMENTAÇÃO………………………………………………..34 3.2.6 SUPORTES ………………………………………………………………………34 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES……………………………………………………….35 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS …………………………………………………………….38 6 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS……………………………………...38 REFERÊNCIAS …………………………………………………………………………….39 ANEXO 1 – DESENHOS 2D………………………………………………………………44 7 1 INTRODUÇÃO A busca por praticidade e inovação sempre esteve presente na história. A descoberta de novos materiais e suas aplicações é algo que move a indústria e abre caminho para o avanço da tecnologia e das formas de produção. Dentre esses materiais inovadores, podemos citar o plástico: um produto cuja ascensão se deu na segunda metade do século XX e já se tornou um dos problemas mais urgentes do século XXI. O principal motivo que torna os plásticos tão atrativos é a possibilidade de se transformarum resíduo da indústria petroquímica em um produto, obtendo-se um material extremamente barato e com enorme potencial de utilização, com uma gama impressionante de possíveis características mecânicas. Dessa forma, foi-se estimulado o consumo desses materiais de forma descartável, substituindo o uso de embalagens reutilizáveis, gerando enorme lucro para a categoria (Caterbow e Speranskaya, 2019). Se por um lado a durabilidade dos materiais plásticos é sua maior vantagem, também este acaba sendo seu maior defeito. Com um tempo de decomposição na natureza estimado em mais de 400 anos (Ministério do Meio Ambiente, 2022), somado à inserção constante desse material nos processos produtivos, seu volume no meio ambiente tende a aumentar indefinidamente, contaminando oceanos, alimentos, o solo e até mesmo o ar. A reciclagem desse material pode ser uma das soluções para essa grave situação, mas ainda caminha a passos lentos. Entre 1950 e 2017, foram produzidos cerca de 9,2 bilhões de toneladas de lixo plástico no mundo, com apenas 9% desse valor tendo sido reciclado (Geyer, 2019). O Brasil, quarto maior produtor de lixo plástico do mundo, contribui anualmente com 11,3 milhões de toneladas (o equivalente a 1 kg de lixo plástico por semana para cada brasileiro) e recicla apenas 1,28% desse valor (WWF, 2019), causando um prejuízo estimado em 5,7 bilhões de reais anualmente (Agência Brasil, 2018). A demanda por plásticos descartáveis acelerou-se ainda mais com a pandemia causada pelo novo coronavírus em 2020, devido à urgente necessidade em escala global de equipamentos de proteção, como máscaras e luvas médicas, e de embalagens para delivery. Expondo uma fragilidade por esse tipo de contaminação, a Organização Mundial da Saúde recomenda que a utilização de máscaras faciais 8 em locais fechados se torne uma prática constante por todos os países. Entretanto, depender de máscaras descartáveis para suprir esse novo elemento cultural, levaria a uma produção mensal de 387 mil toneladas de lixo plástico no mundo, e de 10,5 mil toneladas mensais apenas no Brasil (Prata et. al, 2020). Os impactos da pandemia de Covid-19 ainda serão sentidos por muitos anos também no nosso modo de produção, acentuando tendências como delivery e o uso de máscaras permanentemente (Montenegro, 2020), acelerando ainda mais o já crescente consumo de plásticos descartáveis no mundo. Somado a essa tendência, uma tecnologia emergente também abre espaço para ainda mais demanda de material plástico: a tecnologia de fabricação aditivada, popularmente conhecida como impressão 3D. Capaz de criar peças complexas de forma relativamente rápida, fácil e barata, as impressoras 3D têm se mostrado promissoras pela sua grande variedade de usos, indo desde a criação de protótipos ou peças de arte, ferramentas, aplicações na construção civil ou até implantes médicos personalizados (Turney, 2014). Graças a essa enorme gama de possibilidades, a tecnologia tende a se tornar cada vez mais utilizada - e popularizada - no futuro muito próximo. Já é possível encontrar modelos domésticos de impressoras 3D, usados para soluções pessoais personalizadas. Tais soluções também se baseiam, principalmente, na utilização de materiais plásticos como matéria-prima para os objetos fabricados, devido à sua versatilidade de propriedades, abundância no mercado e preço acessível. Com a popularização dessa forma de criação personalizada, é esperado que a demanda por plástico cresça ainda mais, num cenário que já é desfavorável para o meio ambiente. O presente trabalho se dedica a construir um protótipo de extrusora de materiais poliméricos, de forma a produzir filamentos para impressão 3D a partir de materiais plásticos reciclados, como garrafas PET. Assim, buscamos auxiliar a suprir parte da demanda por essa matéria-prima devido à popularização da impressão 3D, e facilitar a deficitária reciclagem de materiais plásticos que o Brasil possui, oferecendo um uso direto e pessoal para a reciclagem do material. 9 1.1 OBJETIVOS GERAIS Projetar e montar um equipamento de pequeno porte e baixo custo para a extrusão de filamentos para impressoras 3D, utilizando pellets de PET reciclado como matéria-prima. 1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ● Desenvolver o projeto de um equipamento extrusor de filamento para impressoras 3D; ● Utilizar material PET reciclado proveniente de descartes; ● Construir uma extrusora com baixo custo de fabricação. 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 HISTÓRICO DA TECNOLOGIA DE IMPRESSÃO 3D ATÉ OS DIAS DE HOJE Em 1986, uma tecnologia de fotopolimerização foi patenteada pelo engenheiro físico Charles Hull. Essa máquina, mostrada na Figura 1, capaz de criar objetos tridimensionais por meio de acúmulo de camadas laminares de material solidificado por reações químicas (Hull, 1986), foi a precursora do que veio a ser conhecido como manufatura aditiva - também chamada de prototipagem rápida ou, coloquialmente: impressão 3D. Esse método não teve grande impacto no mercado logo após sua invenção, por exigir máquinas muito grandes e caras, além de processos muito demorados e limitados a usos muito específicos (ABIRPLAST, 2014). Tais impressoras 3D, da década de 1980, tinham seu uso bastante limitado e não impactaram fortemente o mercado logo após seu lançamento. Resultados satisfatórios foram percebidos a partir da década de 2000 e cresceram substancialmente em 2007, ano em que o método Fused Deposition Modeling (FDM) se popularizou devido ao fim de sua patente (McKinsey, 2013). 10 Figura 1: Primeira máquina de fotopolimerização inventada por Charles Hull, 1986 Fonte: 3DPrint.com Atualmente, milhares de impressoras pessoais são vendidas por startups em diversos países do mundo (RAUWENDAAL, 2013). Esse fenômeno se deve principalmente por inovações incrementais em produtos como placas eletrônicas de controle, importantes componentes de impressoras, bem como a crescente comunidade de usuários compartilhando informações pela internet, de forma a acelerar significativamente o desenvolvimento da tecnologia e sua disseminação (MATHIAS, 2019). Dentre as plataformas de colaboração online de usuários de impressoras 3D, há algumas que já oferecem gratuitamente arquivos digitais de diversos tipos e utilidades desenvolvidas por consumidores ou usuários finais. Ao final de 2013, os usuários realizaram mais de 21,1 milhões de downloads (FOX, 2014). Esses modelos se enquadram em várias categorias, das quais pode-se destacar os modelos que melhoram as próprias impressoras que os imprimem, gerando uma melhoria contínua realizada pelos próprios consumidores/usuários (BERGMAN et al, 2014). Essa é a ideia do projeto RepRap, que utiliza a própria tecnologia FDM e técnicas de manufatura aditiva para construir impressoras de baixo custo com recursos inesperados que são replicados total ou parcialmente (BERGMAN et al., 2014). O 11 projeto atraiu novos usuários e colaboradores que também estão inovando em projetos de software de impressão e geometrias de impressoras. Essa rede colaborativa se expandiu rapidamente, afinal, o mundo globalizado e a colaboração facilitada principalmente pela Internet permitem que melhorias incrementais sejam criadas e divulgadas de forma rápida e pública para stakeholders ao redor do mundo em alta velocidade (FOX, 2014). À medida que os equipamentos se tornam mais baratos, a impressora 3D deixa de ser exclusivamente uma ferramenta de produção para fabricantes e indústrias e se torna também um produto para consumidores individuais, como autônomos, microempresas, engenheiros, designers, ourives e escolas (MATHIAS, 2019). Essas impressoras domésticas de baixo custo têm grande potencial para educação. Elas podem ser aplicadas desde as séries mais baixas, como um impulso motivacional para a tecnologia ou como uma ferramenta de aprendizado em matemática, física, química, biologia, computação e muito mais. Por exemplo, para uso em ciências, ilustrações de exercícios matemáticosresolvidos por métodos gráficos podem ser impressas, ou elementos químicos e ligações podem ser impressas em escala macroscópica (ALSSABBAGH et al., 2017). 2.2 SOBRE OS MÉTODOS DE IMPRESSÃO 3D Com a vantagem de ter mais pessoas trabalhando em produtos melhores e soluções criativas para peças e objetos que podem ser impressos, a abordagem FDM popularizou o mercado de prototipagem rápida após o citado fim de sua patente em 2007, levando ao desenvolvimento de máquinas autorreplicantes conhecidas como RepRap (ABIRPLAST, 2014). Essas impressoras possuem software e hardware de código aberto, o que significa que qualquer pessoa pode baixar software e projetos construindo sua própria versão, o que inspirou a criação de várias impressoras comerciais baseadas nesse método. (CATTS, 2013). A impressora da Figura 2, Huxley, é um exemplo de impressora construída pelo método RepRap. Ela possui seu projeto publicado online para sua construção contendo o passo a passo, incluindo os projetos 3D de cada peça que pode ser impressa e a lista de itens necessários para o restante. 12 Figura 2: RepRapPro Huxley Fonte: reprap.org O método FDM consiste nas seguintes etapas (BLEIJERVELD, 2014): 1) O filamento é desenhado por um sistema chamado extrusor. Este filamento é então passado por um tubo metálico denominado Heat Breaker (garganta do extrusor), que encaminha o material por dentro de um bloco de metal, feito geralmente de alumínio, e que possui resistor e termistor. Tal bloco gera altas temperaturas que permite a fusão do filamento (ABREU, 2015). 2) Após o filamento ser fundido, ele é forçado através de um bico extrusor e depositado em uma mesa, formando novas peças camada por camada (IDGNOW, 2015). Atualmente, as impressoras FDM são os principais alvos de aquisição no mercado de impressão 3D. Essas impressoras, como a da Figura 3, são tipicamente modelos de nível básico para a fabricação de peças, possuem simplicidade de operação e matérias-primas baratas suportam muito a relação custo-benefício do dispositivo (CATTS, 2013), o que levou a fabricação de impressoras 3D a crescer 32% em 2016 devido aos modelos de uso pessoal que agora oferecem maiores volumes e 13 menores preços. O processo FDM apresenta as seguintes vantagens (ABREU, 2015): ● Pode fabricar peças com até 85% da resistência obtida ao se utilizar moldagem por injeção; ● Fácil troca de material de impressão; ● Mínimo desperdício de material; ● Remoção de suportes manualmente ou por solução (alcalina ou limoneno) de forma simplificada. E as seguintes desvantagens (ABREU, 2015): ● O processo de fabricação é mais lento em comparação com outras tecnologias de impressão 3D; ● Dependendo do tipo de material utilizado, pode fazer com que as peças encolham e venham a deformar-se devido a altos gradientes térmicos. Figura 3: IMPRESSORA 3D FDM CREALITY ENDER-3 S1 Fonte: Loja e-spot 14 Os materiais disponíveis para impressoras 3D são diversos e acessíveis. Os tipos mais utilizados são: ácido poliláctico (PLA), acrilonitrila butadieno estireno (ABS), polietileno tereftalato (PETG) e a poliamida (PA), comercialmente conhecida como Nylon (ABIRPLAST, 2014). Destes, os mais acessíveis são PLA e ABS. O PLA é um polímero plástico inodoro que requer menos energia térmica para derreter do que o ABS e é utilizado em várias indústrias, como implantes médicos biodegradáveis e embalagens de alimentos. Em contraste, o ABS é um material mais durável e pode suportar temperaturas mais altas. O nylon é um polímero muito resistente e flexível quando utilizado em peças de paredes finas (ALSSABBAGH et al. 2017). O PETG, por sua vez, é uma combinação de várias concentrações de PET e etilenoglicol, sendo ainda mais resistente mecanicamente que o PLA e, apesar de não ser biodegradável, é considerado seguro para alimentos, aprovado pela Food and Drug Administration (FDA), agência norte-americana encarregada de proteger e promover a saúde de seus cidadãos (ALSSABBAGH et al., 2017). A extrusão pode ser definida como o processo de moldar um material para produzir um produto, forçando-o através de um orifício ou ferramenta chamada matriz, mantendo a pressão e a temperatura uniformes (DABAGUE, 2014). As propriedades mais importantes do material a ser extrudado incluem densidade aparente, coeficiente de atrito, tamanho de partícula e formato de partícula. Com essas propriedades, o comportamento do material durante a extrusão pode ser descrito com razoável precisão (DABAGUE, 2014). Para fundir o polímero uniformemente, uma matriz de aquecimento precisa ser aplicada ao redor do cilindro. Para obter um controle de temperatura uniforme, os termopares adicionados na entrada e saída do material devem ser conectados a um controlador eletrônico tipo PID (ABIRPLAST, 2014). É necessário estar atento ao fato de que muitos polímeros podem ser prejudiciais à saúde humana. Isso pode ser devido às suas interações com outros materiais, ou mesmo as altas temperaturas que podem atingir durante a extrusão. A utilização de um banco de dados Material Safety Data Sheet (MSDS) pode ser útil, principalmente porque o manuseio inadequado ou o uso do material errado pode trazer consequências graves (BLEIJERVELD, 2014). Por exemplo, ao aquecer o cloreto de polivinila (PVC), libera-se ácido clorídrico, que pode atacar os pulmões de pessoas 15 próximas ao processo e oxidar componentes do equipamento. A mistura de acetato com nylon, polímeros fluorados ou ionômeros em uma extrusora reage para liberar formaldeído, um gás inflamável com potencial carcinogênico. O operador da extrusora deve sempre considerar os materiais com os quais está trabalhando, suas interações e o limite máximo de temperatura que cada material pode atingir (ALSSABBAGH et al. 2017). A vantagem de se ter uma extrusora caseira é poder fazer filamentos a um preço mais baixo, devido ao fato de que a matéria-prima é mais barata do que o filamento comercial, além de se poder misturar materiais para criar propriedades únicas, misturar filamentos, e se obter cores diferentes. Também possibilita a fabricação de pequenas quantidades de filamento sob demanda para garantir suas propriedades após fabricação, como controle de umidade e flexibilidade (IDGNOW, 2015). 2.3 AS EXTRUSORAS E SEUS MODELOS A extrusão é um dos processos mais importantes na indústria de processamento de materiais. Esse método consiste em forçar material pastoso através de pequenos orifícios formados de acordo com a geometria do canal. O processo é utilizado para diversos materiais como cerâmicas, metais, polímeros e é frequentemente utilizado na fabricação de massas, cereais e embutidos na indústria alimentícia (FRANCOIS, 2013). Um de seus usos notáveis também inclui o processamento de material plástico aquecido. Após o processo de extrusão, o material é calibrado, resfriado e laminado conforme seu destino. Pode ter geometria e espaçamento variáveis em toda a sua extensão (PLAZA et al., 2019). As extrusoras podem ser classificadas como extrusoras de fuso simples (single screw) ou extrusoras multi-fusos. Entretanto, as extrusoras de fuso simples são as mais utilizadas na indústria de polímeros, devido a sua facilidade de se fabricar, o que a torna relativamente barata. Portanto, extrusoras de fuso simples podem atender a diferentes aplicações (FRANCOIS, 2013). O equipamento que realiza a extrusão, chamado de extrusora, é caracterizado por promover um movimento giratório de um fuso em um tubo fixo, necessitando de uma abertura no início (alimentador) e uma abertura no final (bico). Portanto, a rosca ou o parafuso sem-fim do sistema atua basicamente como uma bomba que transporta, 16 conduz, derrete, homogeneiza e pressuriza o material granular de forma contínua e suave até sua saída (FRANCOIS, 2013). Na entrada da extrusora, que é a região onde se recebe e transporta o material, o diâmetro do parafuso é pequeno e o passo é grande, o processo de aquecimento começa no meio,e o material é comprimido e derretido ao mesmo tempo (Blaskaim, 2012). Ao final da rosca, o diâmetro aumenta e o passo diminui para obter maior compressão e dosagem do plástico fundido através da matriz (BRASKEM, 2012). A seção do orifício da matriz é geralmente menor que o passo final da rosca de extrusão, de forma que, na região entre a matriz e a rosca, é aplicada uma pressão elevada ao material. Essa compressão faz com que o plástico fundido se expanda logo após passar pela matriz de extrusão, para então se contrair devido ao processo de resfriamento (PLAZA et al., 2019). As principais aplicações dos produtos obtidos a partir dos processos de extrusão de plásticos são: embalagens, sacos, tubos, perfis e mangueiras. É também a partir deste processo que se obtêm filamentos para impressoras 3D comerciais, sejam elas de 1,75mm, 2,85mm ou 3mm de diâmetro (LOPES, 2016). Atualmente já existem alguns fabricantes de equipamentos de extrusão de filamentos. Algumas instalações possuem linhas de extrusão completas, incluindo resfriadores e bobinadeiras, mais voltadas para empresas que fabricam filamentos para impressoras 3D e são projetadas para matérias-primas virgens (PLAZA et al., 2019). No entanto, também existem fornecedores de equipamentos para usuários comuns. Essas máquinas são capazes de reciclar resíduos da impressão 3D. A maioria desses dispositivos é fabricada por empresas recém-criadas, na maioria das vezes financiadas por meio de crowdfunding (CAMPBELL e SPALDING, 2013). 2.4 OS MATERIAIS UTILIZADOS PARA A IMPRESSÃO Dentre as mais recentes e avançadas técnicas de impressão 3D, podemos destacar a sinterização seletiva a laser, a sinterização direta a laser sobre metal e a tecnologia de jato de tinta, que são realizadas por deposição em camadas, casos em que o material é depositado na forma de pó em cima de outro (ALVES, MATTOS e AZEVEDO, 2017). É importante ressaltar a aplicação da metalurgia do pó em relação a outros métodos, pois traz vantagens consideráveis ao final do projeto (Fonda, 2013). Esse método de impressão 3D envolve a aplicação de jato de 17 material em pó através de cartuchos de impressão utilizados pela impressora, que são seletivamente unidos por outro cartucho que contém um material aglutinante. Esse tipo de tecnologia é a mais rápida do mercado atualmente, e a única que permite aplicar sombreamento final aos objetos (PORSANI, SILVA e HELLMEISTER, 2017). Entretanto, o mais comumente utilizado neste trabalho é a deposição de camadas, técnica na qual camadas são depositadas uma em cima da outra, a partir de modelos 3D fatiados ou dados CAD dentro de um sistema computacional, até que o objeto final seja montado (Campbell e Spalding, 2013). À medida que esta máquina é utilizada em vez da usinagem tradicional para derreter metal em lingotes, é possível obter-se uma economia significativa de custos e energia, de forma que nenhum material é desperdiçado neste tipo de processo, pois apenas se é utilizado o material para produzir o produto. Devido à economia do manuseio do refrigerante, eles não são mais necessários no processo produtivo (PORSANI, SILVA e HELLMEISTER, 2017). Já para a fabricação de objetos menores, recomenda-se a impressão 3D em gel, técnica que utiliza lasers focados em diferentes pontos e distâncias, processando o material até o ponto em que ele se torna sólido. Dessa forma, todas as partes não focadas restantes são consideradas materiais extras e, portanto, separadas da obra (LOPES, 2016). Objetos de tamanho menor que 100 nanômetros podem ser criados por esse método. Os materiais comumente usados nas impressões são classificados de acordo com sua estrutura cristalina, temperatura de processamento, propriedades e custo. Na base da pirâmide estão os materiais comerciais, utilizados principalmente na fabricação de componentes que não requerem propriedades especiais de engenharia devido à sua facilidade de disponibilidade e processamento (CASAGRANDE, 2013). No topo da pirâmide estão os termoplásticos desenvolvidos para aplicações específicas que requerem materiais de alta performance, como PEEK e PEI. Esses se tratam de materiais mais caros, além de também exigirem equipamentos especialmente desenvolvidos para sua impressão, de forma a atingir um melhor aquecimento e controle de refrigeração, garantindo a qualidade e estabilidade do produto (MARTINEZ et al. 2019). 18 De um modo geral, quanto melhores suas propriedades mecânicas, maior a temperatura de processamento necessária e, portanto, mais difícil se torna imprimir e controlar o dimensionalmente da amostra, pois materiais que exigem altas temperaturas de processamento são mais propensos a empenar e causar alterações dimensionais, devido a suas maiores taxas de resfriamento. Isso cria um estresse interno mais severo em todo o processo de impressão (RAUWENDAAL, 2013). 2.4.1 ABS (Acrilonitrila Butadieno Estireno) Como citado anteriormente, um dos polímeros mais utilizados pelas empresas por conta de suas propriedades é o ABS. As aplicações do ABS envolvem a fabricação de equipamentos eletrônicos e elétricos, indústria automotiva, instrumentos de telecomunicações entre outras. Uma de suas limitações é a necessidade da utilização de uma mesa aquecida, para evitar o empenamento da peça. O material plástico ABS é derivado do petróleo e possui as seguintes propriedades (ALVES, MATTOS e AZEVEDO, 2017): ● Altos valores de tensão e módulo de elasticidade; ● Alta dureza e resistência mecânica; ● Alta resistência ao impacto em baixas temperaturas; ● Alta estabilidade dimensional à temperatura; ● Baixa absorção de água; ● Alta estabilidade dimensional; ● Alta estabilidade a reagentes químicos; ● Estabilidade contra a formação de rasgos por estresse em relação ao poliestireno; ● Sem resistência às intempéries devido ao 1,3-butadieno. 2.4.2 PLA (Ácido Poliláctico) Já o plástico PLA é um material biodegradável obtido a partir do ácido lático, que é processado a partir da glicose do milho ou arroz que pode ser obtido por condensação direta de ácido lático ou por polimerização por abertura de anel de lactonas (lactídeos cíclicos). O PLA se tornou muito popular no campo da tecnologia 19 de impressão 3D por se tratar de um polímero biodegradável, derivado de recursos renováveis , como milho, trigo e cana-de-açúcar, e por possuir boas propriedades mecânicas devido às baixas temperaturas de processabilidade, aproximadamente 55-65ºC (CASAGRANDE, 2013). Dessa forma, esse material é altamente adequado à temperatura ambiente, permitindo a extrusão direta em placas de construção usando métodos convencionais. É um polímero de presa rápida, característica importante quando se é necessário aumentar a velocidade de extrusão e otimizar o tempo de deposição do material. Além desses fatores, possui baixo estresse térmico, reduzindo a tendência de empenamento devido ao gradiente térmico entre operar em temperatura ambiente e a temperatura do material da peça (190-220ºC). Diferenças na cristalinidade das amostras podem ser observadas, pois a cristalinidade do PLA nacional é 13% maior que a do PLA importado. A cristalinidade de um material polimérico é determinada pela forma e simetria de suas moléculas, pela ramificação da estrutura, rigidez, regularidade e parâmetros de processamento (CASAGRANDE, 2013). Portanto, essa diferença pode estar relacionada ao método de produção do filamento e ao tipo de configuração da cadeia de PLA utilizada na formulação. Visualmente, observou-se que o PLA Nacional era brilhante, enquanto o PLA importado era fosco, e os testes demonstraram a diferença (ALVES, MATTOS e AZEVEDO, 2017). A cristalinidade dos termoplásticos semicristalinos tem um efeito significativo em suas propriedades mecânicas e viscoelásticas. Teoricamente, a parte cristalina é responsável pelo aumento da rigidez e resistência à tração, enquanto a fase amorfa é responsável pelo aumento da tenacidade (CASAGRANDE, 2013). 2.4.3 PET(Poli Tereftalato de Etileno) O plástico PET é um polietileno termoformado extremamente moldável, pertencente à família dos poliésteres. Graças ao processo de reaproveitamento desse produto, que pode ser 100% reciclável com baixo custo nesse processo, o PET se tornou extremamente popular em embalagens descartáveis. Suas vantagens incluem sua facilidade em conformação mecânica, resistência a variação de temperatura, 20 quimicamente inerte, alta resistência ao impacto, baixa absorção de umidade após sua conformação, e fácil reciclagem (Polybrasil, 2020). Apesar de suas vantagens consideráveis e de sua cultura de reciclagem ao redor do mundo bem estruturada, o PET é particularmente pouco atraente para a impressão 3D, por necessitar de um cuidadoso processo de secagem para evitar sua hidrólise durante a extrusão (DOLLE, 2020). Para contornar tal desvantagem, costuma-se adicionar glicol ao composto, obtendo-se o polímero conhecido como PETG. 2.4.4 PETG (Polietileno Tereftalato Glicol) O PETG é uma combinação de várias concentrações de PET e etilenoglicol, sendo ainda mais resistente mecanicamente que o PLA e, apesar de não ser biodegradável, é considerado seguro para alimentos, aprovado pela Food and Drug Administration (FDA), agência norte-americana encarregada de proteger e promover a saúde de seus cidadãos (ALSSABBAGH et al., 2017). Sua composição que inclui o glicol apresenta características superiores em relação ao PET no que diz respeito à resistência e flexibilidade, além de reduzir seu ponto de fusão, o que torna sua extrusão muito mais facilitada, deixando-o atraente para a impressão 3D, sendo um dos materiais mais utilizados para filamentos (Filament2print, 2019) 21 3 METODOLOGIA O fluxograma abaixo, contido na Figura 4, apresenta o processo de construção da extrusora, evidenciando as etapas necessárias para o desenvolvimento do projeto. Figura 4: Fluxograma de projeto Fonte: Autores Valendo-se dos conceitos abordados até então e das discussões acerca de questões ambientais e financeiras, o projeto destina-se à reciclagem de material polimérico, de forma a promover economia de custo em matéria prima (bobinas de filamento), além de minimizar a geração de lixo plástico. A seguir se encontram os componentes utilizados para a construção da extrusora, e seus respectivos projetos. 3.1 PROJETO A etapa de construção do equipamento começa pela sua idealização. O equipamento deve ser capaz de receber material polimérico granulado e atuar como 22 uma extrusora, encaminhando-o e forçando-o através de um orifício localizado em uma matriz aquecida, que fará a matéria-prima atingir um estado pastoso. Dessa forma a configuração apresentada na Figura 5 será utilizada. A modelagem de cada peça foi realizada no software Fusion 360 da Autodesk. Figura 5: Projeto 3D Fonte: Autores 3.2 COMPONENTES 3.2.1 SISTEMA DE ACIONAMENTO O sistema de acionamento da extrusora é responsável por rotacionar o fuso, que leva o material polimérico até a matriz de aquecimento. Para tal, a velocidade de rotação proporcionada pelo sistema deve ser baixa, entregando um elevado torque, que será responsável por forçar o material derretido através do bico de saída. O sistema de acionamento utilizado é composto de dois componentes: o motor e o controlador de velocidade. 23 3.2.1.1 MOTOR Para atender às necessidades do projeto, foi escolhido um motor sem-fim de corrente contínua acoplado a uma caixa de redução, mostrado na Figura 6, da marca Bringsmart. Figura 6: Motor Fonte: AliExpress O modelo selecionado apresenta um baixo custo em relação ao torque que é capaz de entregar, sendo suficiente para a aplicação. Suas especificações aparecem na Tabela 1, vista abaixo. Tabela 1: Dados do motor Tensão de alimentação [ ]𝑉 12 Rotação [ ]𝑟𝑝𝑚 6 Torque [ ]𝑘𝑔𝑓 · 𝑐𝑚 25 Fonte: Autores 3.2.1.2 CONTROLADOR DE VELOCIDADE Para regular a rotação do motor, possibilitando um ajuste de torque, foi utilizado um controlador analógico de velocidade no sistema. O ajuste do torque entregue pelo 24 sistema de acionamento é essencial para se adequar aos diferentes tipos de polímeros que podem vir a ser utilizados pela extrusora, bem como variações na temperatura ambiente e umidade relativa percebidas durante a prática. Figura 7: Controlador de velocidade Fonte: AliExpress O controlador, Figura 7, modula a potência de entrada que alimenta o motor, e em sua construção utiliza um potenciômetro para controlar a rotação de saída de forma proporcional à potência de entrada, como é mostrado na tabela a seguir. O modelo é compatível com o motor, sendo do mesmo fabricante, Bringsmart. Tabela 2: Relação Tensão x Rotação Porcentagem da Potência Tensão [V] Rotação [RPM] 100% 12 6 75% 9 4,5 50% 6 3 Fonte: Autores 3.2.2 SISTEMA DE TRANSPORTE DE MATERIAL O sistema de transporte é responsável por conduzir o material até o bico extrusor. O polímero granulado é depositado através do orifício de entrada e, através da rotação 25 de um fuso inserido em uma camisa de revestimento, esse material será transportado por todo o seu percurso até o bico de saída. Quanto mais uniforme for esse transporte, mais homogêneas serão as características finais do filamento produzido. O sistema de transporte de material é composto pelo fuso e por sua camisa de revestimento. 3.2.2.1 FUSO O fuso é o equipamento responsável por gerar a pressão necessária para possibilitar a extrusão. Graças à sua geometria, à medida que o mesmo rotaciona, o material inserido em seus vãos é transportado à frente. Para atender a essa função, foi utilizada uma broca rápida para madeira, feita de aço carbono. Ela possui diâmetro de 8 mm, comprimento de 150 mm de canal, 235 mm de comprimento total e o passo de 18,75mm. Sua representação, vista na Figura 8, também foi modelada no Fusion 360. Figura 8: Broca Fonte: Autores 3.2.2.2 CAMISA DE REVESTIMENTO DO FUSO A camisa de revestimento tem a função de envolver o fuso, de forma a não permitir que o material granulado escape após ser inserido no sistema. Um orifício em sua geometria também proporciona a entrada do polímero no sistema, direcionado por um funil não fixado. O equipamento se estende desde o início do fuso e percorre todo o caminho até dentro da matriz de aquecimento. Para a camisa do fuso, foi utilizado um tubo Schedule 40 ¼’’, fabricado em aço inox AISI 304. O tubo possui um diâmetro interno de 9,4mm, com espessura de parede 26 de 2,16mm e um comprimento total de 180mm. Sua modelagem 3D é mostrada na Figura 9 e seu projeto 2D consta no Apêndice A, folha 2. Figura 9: Camisa de revestimento do fuso Fonte: Autores 3.2.3 SISTEMA DE AQUECIMENTO Medir e manipular a temperatura é parte fundamental da atividade, principalmente pela necessidade de se atingir o ponto de fusão do material polimérico utilizado. Tal processo é essencial para garantir a homogeneidade desejada e, com isso, obter melhores características mecânicas, além de tornar possível a utilização de materiais distintos. O sistema de aquecimento é responsável por receber o material, enviado pelo sistema de transporte, aquecendo-o até próximo de sua temperatura de fusão, estando onde o polímero se torna pastoso e será forçado através do bico de saída, atingindo um formato de filamento. Para compor o sistema de aquecimento é necessária uma matriz de aquecimento, cartuchos de aquecimento, e controle de temperatura contendo um controlador, um termopar e um relé de estado sólido. 3.2.3.1 MATRIZ DE AQUECIMENTO O elemento responsável por conduzir o calor dos cartuchos de aquecimento ao material polimérico e dar a forma final ao filamento é chamado de matriz de aquecimento. Formada por um bloco maciço de latão, material com boa condutividade térmica, composta de furos usinados de forma a acomodar os 27 cartuchos, o termopar e o sistema de transporte de material, com furos laterais para fixação. A matriz térmica e as posições de cada furo foram representadasnas Figuras 10 e 11, respectivamente, e seu projeto 2D consta no Apêndice A, folha 1. Figura 10: Matriz de aquecimento 3D Fonte: Autores Figura 11: Detalhes da matriz de aquecimento Fonte: Autores Também é na matriz de aquecimento que está localizado o bico de saída, região composta de superfícies expandidas, aletas, utilizadas para maior dissipação de calor. Essa adição é importante para que o polímero, ao ser expulso do sistema na 28 forma de filamento, seja resfriado rapidamente, de forma a manter a sua geometria, respeitando o limite dimensional necessário para que o filamento possa ser utilizado em uma impressora 3D comercial. Atualmente o diâmetro mais popular entre os filamentos é de 1,75mm. O modelo da matriz de extrusão foi baseado no trabalho de conclusão de curso de SILVA (2018), porém modificado. Seu projeto inicial possuía 3 furos e algumas diferenças de dimensões, assim como a quantidade de aletas em seu bico extrusor. A escolha da disposição dos furos que recebem os cartuchos de aquecimento foi feita com base na simulação térmica contida na Figura 12, realizada no Fusion 360, software da Autodesk. Figura 12: Análise térmica da matriz Fonte: Autores Percebe-se que optando por quatro cartuchos ao invés de três, é obtida uma distribuição mais homogênea de temperatura ao redor do furo central, onde se encaixa o sistema de transporte de material. A disposição dos cartuchos desse modo também permite uma melhor medição de temperatura pelo termopar. Dessa forma, é esperado que o polímero recebido venha a apresentar melhores características. 29 3.2.3.2 CARTUCHOS DE AQUECIMENTO Os quatro cartuchos instalados na matriz de aquecimento são responsáveis pelo processo de elevar a temperatura do polímero utilizado, transportando essa energia através do revestimento de latão onde estão inseridos. Encapsulados por aço inoxidável, os cartuchos, que são retratados pela Figura 13, possuem como núcleo uma resistência cerâmica de alta potência e fios resistentes à altas temperaturas. Figura 13: Cartucho de aquecimento Fonte: Mercado Livre Os cartuchos escolhidos são da marca Reymann e possuem as seguintes especificações: 50W de potência, e dimensões de 6mm para seu diâmetro e 35mm para seu comprimento de aquecimento, além de trabalhar em uma tensão de 127V. Para saber o quanto de material os cartuchos são capazes de aquecer é possível determinar a densidade da potência, que retrata a transferência térmica da resistência para o material metálico. Medida em watts por área da superfície aquecida, sua fórmula é dada por: 𝐷𝑒𝑛𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 = 𝑊 π × 𝐷 × 𝐻𝐿 Onde: → Potência do cartucho𝑊 [𝑊] → Diâmetro da região de aquecimento𝐷 [𝑚𝑚] 30 → Comprimento aquecido𝐻𝐿 [𝑚𝑚] 𝐷𝑒𝑛𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 = 50 π × 6 × 35 𝐷𝑒𝑛𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 = 0, 0758 𝑊 𝑚𝑚² 3.2.3.3 RELÉ DE ESTADO SÓLIDO O relé de estado sólido, ou SSR em sua sigla em inglês (Solid State Relay), é um dispositivo semicondutor capaz de produzir modificações súbitas em um ou mais circuitos elétricos. Dessa forma, o relé é capaz de abrir ou fechar um contato de acordo com um sinal de entrada. Por isso, trata-se de um importante componente para o controle de temperatura, uma vez que sua configuração instalada em conjunto com o controlador e o termopar permite manter a temperatura estável no valor desejado. Ele é acionado ou não conforme o sinal do controlador. O modelo selecionado foi o ZGT-40 DA, apresentado na Figura 14, que é capaz de operar controlando uma corrente de até 40A e possui um tempo de resposta de aproximadamente 10 ms. Deve-se tomar cuidado ao manusear esse equipamento, uma vez que sua temperatura pode atingir até 75ºC durante a operação. Figura 14: SSR Fonte: AliExpress 31 3.2.3.4 TERMOPAR O termopar foi o sensor de temperatura escolhido para o sistema, principalmente por ser relativamente barato e possuir uma faixa de medição bastante ampla. Trata-se de um equipamento constituído de dois metais distintos unidos em uma de suas extremidades. Caso exista uma diferença de temperatura entre a extremidade unida e as extremidades livres, verifica-se o surgimento de uma diferença de potencial que pode ser medida por um voltímetro. O modelo selecionado foi o tipo K, exibido na Figura 15, feito de cromel e alumel, e é capaz de medir temperaturas entre -200ºC e 1370ºC. Sua precisão de aproximadamente 2ºC é aceitável para a aplicação. Figura 15: Termopar Fonte: Aliexpress 3.2.3.5 CONTROLADOR O controlador é um dispositivo capaz de ler as variações de temperatura medidas pelo termopar e corrigi-las através do acionamento do relé de estado sólido, mantendo-a dentro dos parâmetros pré-estabelecidos. Assim, um valor de temperatura será definido pelo usuário, que vai medir a temperatura do sistema através de seu termopar. O relé de estado sólido, que tem a função de abrir ou fechar o circuito, mantém a temperatura variando em torno da temperatura desejada. 32 O modelo selecionado foi o REX C-100, mostrado na Figura 16, que atua com uma entrada tipo K (o mesmo do termopar), que utiliza um controlador Proporcional-Integral-Derivativo (PID) como forma de funcionamento. Os controladores de temperatura PID trabalham usando uma equação para calcular a diferença entre o ponto de ajuste de temperatura desejado e a temperatura atual do processo e, em seguida, prediz quanta energia usar nos ciclos de processo subsequentes para garantir que a temperatura do processo permaneça o mais próximo possível do setpoint, eliminando o impacto mudanças no ambiente de processo. Figura 16: Termostato digital Fonte: Aliexpress 3.2.4 SISTEMA DE RESFRIAMENTO Ao ser expulso através do bico de saída, o polímero, agora em um formato de filamento, precisa manter suas características mecânicas e geométricas, necessitando, dessa forma, de um rápido resfriamento. Parte desse resfriamento é realizado pelas aletas existentes no bico extrusor da matriz de aquecimento, o restante se torna responsabilidade do sistema de resfriamento. Ao soprar o ar ambiente diretamente sobre o filamento recém expulso, cria-se uma convecção forçada, aumentando a taxa de transferência de calor do filamento para o ambiente. O equipamento utilizado para o sistema de resfriamento foi o ventilador portátil USB da marca Bright, que funciona com uma tensão de 5V e possui 170mm de diâmetro. 33 Figura 17: Ventilador Fonte: Autores O ventilador escolhido possui regulagem angular, o que permitiu direcionar o vento em vários ângulos, testando assim a eficiência de cada incidência. Figura 18: Regulagem do ventilador Fonte: Autores 34 3.2.5 SISTEMAS DE ALIMENTAÇÃO A alimentação do sistema de controle de temperatura é 127V, portanto basta ser ligado na rede elétrica convencional. O motor e seu controlador de velocidade necessitam de uma fonte de alimentação de 12V. Essa fonte foi reaproveitada de outra utilização e, portanto, não se tem mais dados técnicos. O ventilador utilizou uma fonte de 5V, que também foi reaproveitada de descartes. 3.2.6 SUPORTES Os suportes são imprescindíveis para fornecer a sustentação e união de todas as peças e equipamentos. A fim de reduzir os custos extrusora, ela foi montada tendo como base um suporte de madeira de 2 cm de espessura. Figura 19: Suportes montados Fonte: Autores 35 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES Foram realizados testes de extrusão com pellets de diferentes granulometrias, como evidenciado na Figura 20. Nesses testes o fuso apresentou dificuldades no transporte de pellets maiores, o que aponta a necessidade de incluir um sistema de moagem e mistura antes da deposição de material na extrusora. A inclusão de tal sistema também permitiria a adição do glicol ao PET para transformá-lo em PETG, o que resultaria em um filamento menos quebradiço e com uma menor temperatura de fusão. Figura 20: Granularidade média de 3mm x granularidade média de 6mm Fonte: Autores Como pressupostoanteriormente, é notável a influência que a geometria da matriz tem em afetar diretamente a eficiência do equipamento construído. Os quatro cartuchos de aquecimento proporcionam um aquecimento rápido ao sistema, atingindo a temperatura de 230 graus Celsius em 4 minutos e 56 segundos. Tal performance pode ainda ser melhorada se a matriz for revestida com um material isolante térmico. Para fins de testes, nenhum isolamento foi utilizado. O torque de 25kgf.cm do motor se mostrou insuficiente para extrudar o material PET na temperatura desejada de 230 graus Celsius, portanto foi necessário aumentar a temperatura do sistema em 15 graus para tornar possível sua extrusão, como demonstrado na Figura 21. Tal aumento de temperatura demonstrou ainda mais a importância da dissipação de calor na região aletada, pois é necessário que o filamento se solidifique ao sair da matriz para que o diâmetro requerido seja mantido. 36 Figura 21: Controle de temperatura durante a extrusão Fonte: Autores Os filamentos resultantes dos testes, representados na Figura 22, possuem diâmetro não uniforme, característica imprescindível para realizar os testes de impressão 3D. Por também serem muito quebradiços, o que dificultaria ainda mais o processo, tais testes não foram realizados. A característica de constância do diâmetro é possível de ser obtida adicionando um sistema de bobinamento à saída do material. O sistema consiste em enrolar o fio extrusado numa velocidade constante, mantendo assim o diâmetro requerido uniforme. Os filamentos obtidos apresentaram diâmetro que variava desde uma espessura demasiadamente fina, ocasionando o rompimento do filamento, atingindo até espessuras medidas em 2,1mm de diâmetro. Também foi observado que, para melhores resultados, a deposição de material deve ser contínua e o vento do sistema de resfriamento não pode ser direcionado de 37 frente para o bico extrusor, pois solidifica o PET antes dele ser extraído, obrigando o motor a realizar mais força. Figura 22: Filamentos resultantes Fonte: Autores Os preços de aquisição de cada item do projeto estão descritos na tabela 3, mostrada abaixo. Não foram contabilizados os fretes e não foi necessário contratar nenhum serviço de usinagem. O valor total da construção resultou em R$ 771,15. Tabela 3: Preço dos itens Componente Valor Unitário Quantidade Valor Total Tarugo de Latão R$ 275,00 1 R$ 275,00 Tubo de Aço Inox R$ 34,18 1 R$ 34,18 Conjunto de Controle de Temperatura R$ 75,00 1 R$ 75,00 Conjunto Motor e Controlador de Velocidade R$ 70,00 1 R$ 70,00 Cartuchos de Aquecimento R$ 44,00 4 R$ 176,00 Acoplamento R$ 40,97 1 R$ 40,97 Madeiras para suporte R$ 20,00 5 R$ 100,00 Fonte: Autores 38 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Apesar dos pontos de melhoria citados, após a sua montagem foi comprovada a viabilidade do projeto e que é possível construir uma extrusora de filamentos para impressão 3D de baixo custo, promovendo a reciclagem de materiais poliméricos. Várias peças que seriam descarte puderam ser reaproveitadas e, dessa forma, foi reduzido ainda mais o custo final. Caso os sistemas adicionais sejam incluídos, é possível gerar um produto de valor agregado, os filamentos para impressora 3D. 6 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ● Melhoria dos suportes e isolamento do sistema, com o objetivo de obter melhor fixação e mais segurança; ● Adição de um funil fixo para deposição constante de material; ● Estudo da vazão volumétrica de material e, caso necessário, melhoria e substituição do motor por um com mais torque; ● Desenvolvimento e inclusão de um sistema de moagem e mistura de material, a fim de poder reaproveitar peças prontas que não serão utilizadas, obter pellets menores e promover a mistura prévia do glicol ao PET, para gerar o PETG; ● Desenvolvimento e inclusão de um sistema de bobinamento no fim do processo, para a obtenção de um filamento de diâmetro uniforme; ● Análise dos filamentos obtidos; ● Estudo da temperatura para a reutilização de outros materiais poliméricos, como o nylon, resíduo existente no Ifes campus Aracruz ou peças impressas de PLA ou ABS que não serão utilizadas; ● Estudo aprofundado da matriz de aquecimento. 39 REFERÊNCIAS BRAUN, D.: Kleine Geschichte der Kunststoffe, Hanser, Munich 2017; Falbe, J.; Regitz, M. (eds): Römpp Lexikon Chemie, Georg Thieme Verlag, Stuttgart 1999 GEYER, R.: Production, use, and fate of synthetic polymers. In: LETCHER, T.M. (ed.): Plastic waste and recycling, Academic Press, Cambridge, MA, 2019. WWF (Brasil). Brasil é o 4º país do mundo que mais gera lixo plástico. WWF, [S. l.], 4 mar. 2019. Disponível em: https://www.wwf.org.br/?70222/Brasil-e-o-4-pais-do-mundo-que-mais-gera-lixo-plasti co. Acesso em: 6 jun. 2022. BOEHM, Camila. Brasil perde R$ 5,7 bilhões por ano ao não reciclar resíduos plásticos: O tratamento dos resíduos ainda é inadequado, apontam especialistas. Agência Brasil. São Paulo, 2018. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2018-06/brasil-perde-r-57-bilhoes-por-a no-ao-nao-reciclar-residuos-plasticos. Acesso em: 6 jun. 2022. PRATA, J. et al. COVID-19 Pandemic Repercussions on the Use and Management of Plastics. TURNEY, DREW. History of 3D Printing: It’s Older Than You Think. Redshift by Autodesk. 2021. Disponível em: https://redshift.autodesk.com/articles/history-of-3d-printing. Acesso em: 8 jun. 2022. IMPRESSÃO 3D. Autodesk. Disponível em: https://redshift.autodesk.com/articles/history-of-3d-printing. Acesso em: 8 jun. 2022. ANNUNZIATA, Marco. 2020: The Year Ahead In 3D (Printing). Forbes. 2019. Disponível em: 40 https://www.forbes.com/sites/marcoannunziata/2019/12/17/2020-the-year-ahead-in-3 d-printing/?sh=7436e80d407f. Acesso em: 8 jun. 2022. SUZUKI, Emily. What Does the Future of 3D Printing Look Like?. Autodesk. 2021. Disponível em: https://www.autodesk.com/products/fusion-360/blog/3d-printing-future/. Acesso em: 8 jun. 2022. GALANI, Luan. Cocô de robô: a verdade inconveniente dos resíduos da impressão 3D. Gazeta do Povo. 2022. Disponível em: https://www.gazetadopovo.com.br/haus/feira-milao/2022/merda-de-robo-furf-milao-20 22-design-direcao-criativa/. Acesso em: 15 jun. 2022. HULL, C. W. Apparatus for production of three-dimensional objects by stereolithography. U.S. Patent 4,575,330, March 11, 1986. 3DERS. How far 3D printing has come since Good Morning America. 2013 ABIRPLAST. Processo de transformação para materiais plásticos. São Paulo, 2014. ABREU. S. A. C. Impressão 3D baixo custo versus impressão em equipamento de elevado custo. Portugal, 2015. ALVES, A.; MATTOS, J. G. AZEVEDO, I. S. S. Engenharia econômica. Porto Alegre: SAGAH, 2017. ALSSABBAGH, M. et al. Evaluation of 3D printing materials for fabrication of a novel multi-functional 3D thyroid phantom for medical dosimetry and image quality. 2017 BERGMAN, T. L. et al. Fundamentos de transferência de calor e de massa. 7. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2014. BLEIJERVELD, B. Plastics that can be recycled for 3D printing. Perpetual Plastic Project. Holanda. 2014. 41 BRASKEM. O plástico no planeta: o uso consciente torna o mundo mais sustentável. São Paulo, 2012. CAMPBELL, G. A.; SPALDING, M. A. Analyzing and Troubleshooting SingleScrew Extruders. Munich, Germany. 2013 CASAGRANDE, M. V. S. Projeto de um cabeçote de extrusão de uma máquina de prototipagem rápida FDM. Rio de Janeiro/RJ. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Engenharia Mecânica) – Universidade do Rio de Janeiro. 2013. CATTS, T. GE Turns to 3D Printers for Plane Parts. Engineering, 2013 DABAGUE, L. A. M. O processo de inovação no segmento de impressoras 3D. Curitiba/PR. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Ciências Econômicas) – Universidades Federal do Paraná. 2014. FRANCOIS, J. M. 3D printer improvements: How fine can an Ultimaker print? 2013 FONDA, C. A Practical Guide to Your First 3D Print. 1. ed. Trieste: The Abdus Salam International Centre for Theoretical Physics, 2013. FORBES. Accelerating innovationin the new corporate garage: innosight. Leadership, 2012 FOX, S. Third Wave Do-It-Yourself (DIY): Potential for prosumption, innovation, and entrepreneurship by local populations in regions without industrial manufacturing infrastructure. Technology in Society, 2014. IDGNOW. Impressão 3D não é uma simples curiosidade tecnologia. São Paulo, 2015. JET PRINTER. A impressão 3D já é uma realidade e está revolucionando o mercado. São Paulo, 2015. LOPES, D. P. Filamento depolietileno verde para impressoras 3d. São José dos Campos. Dissertação de mestrado do Instituto Tecnológico de Aeronáutica. 2016 42 MANCANARES, C. G. Modelo de processo de avaliação para adoção de manufatura aditiva na indústria de alto valor agregado. São Paulo. Dissertação (Mestrado em Ciências) – Escola politécnica da Universidade de São Paulo, 2016. MARTINEZ, A. C. P.; et al. Avaliação do comportamento mecânico dos polímeros ABS e PLA em impressão 3D visando simulação de desempenho estrutural. São Carlos. Gestão e Tecnologia de Projetos, 2019 MATHIAS, R. F. Análise experimental de amostras produzidas por manufatura aditiva em pla através de ensaio de tração. Uberlândia. Projeto de Conclusão de Curso, Universidade Federal de Uberlândia, 2019. SILVA, Fabio Miguel Rodrigues da. Projeto de extrusora de filamento para impressora 3D. 2018. 58 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Engenharia Mecânica) - Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Ponta Grossa, 2018. SOUZA, Diordon; HUPPES, Fernando. Projeto de protótipo de extrusora para produção de filamento de impressora 3D. 2017. 104 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Mecânica) - Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Curitiba, 2017. MCKINSEY, G. I. Disruptive technologies: Advances that will transform life, business, and the global economy. McKinsey Global Institute Report. 2013 PLAZA, E. G.; et al. Analysis of PLA Geometric Properties Processed by FFF Additive Manufacturing: effects of process parameters and plate-extruder precision motion. Polymers, [S.L.], 2019 PORSANI, R. N.; SILVA, B. B.; HELLMEISTER, L. A. V. Revisão Teórica da História da Manufatura Aditiva e das Propriedades dos Principais Insumos e Estruturas de Preenchimento nas Impressoras 3D FDM Open Material. Joinville. Dm: Design & Materiais, 2017 RAUWENDAAL, C. Polymer Extrusion. Estados Unidos da América: Editora Carl Hanser, 2013. 43 FERREIRA, Fyllipe. Estudo e desenvolvimento de filamento de PET reciclado para impressoras 3D FDM. Ouro Preto, 2020. 86 p. Dissertação (Engenharia de Materiais) - UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO. RITTER, G. M. Influência dos parâmetros de uma impressora 3D sobre a produção de peças. Horizontina, 2014 SHARMA, R. The 3D Printing Revolution You Have Not Heard About. Forbes Online, Outubro, 2013 THE ECONOMIST. The third industrial revolution. Manufacturing, 2012 VULCANO. Impressão 3D: o que é e como está revolucionando o mundo. 2021 WOHLERS, T. Wohlers Report 2012: Additive Manufacturing and Three-Dimensional Printing State of the Industry Annual. Wohlers Associates, 2012. PLÁSTICO PET: o que é, propriedade e aplicações. PolyBrasil. São Paulo, 2020. Disponível em: https://www.polybrasil.com.br/plastico-pet/. YOU CAN NOW SEE THE FIRST Ever 3D Printer — Invented by Chuck Hull — In the National Inventors Hall of Fame. 3DPrint. 2015. Disponível em: https://3dprint.com/72171/first-3d-printer-chuck-hull/. REPRAP Huxley. RepRap. 2011. Disponível em: https://www.reprap.org/wiki/File:Reprappro-huxley.jpg. 44 ANEXO 1 – DESENHOS 2D 45