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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS – UNIDADE FRUTAL CURSO DE GRADUAÇÃO BACHARELADO EM DIREITO DISCIPLINA: DIREITO CIVIL V Anderson Luis Gonçalves Mendes Júnior – RA: 10-94060 Referência: CAMPILONGO, Celso F, GONZAGA, Alvaro de A, FREIRE, André L. Direito Internacional. Enciclopédia jurídica da PUC-SP. 2022. 1. CONCEITO DE TRATADO INTERNACIONAL Convenção de Viena de 1969, Artigo 2 (I) (a): "Tratado" é um acordo internacional escrito entre Estados, regido pelo Direito Internacional, podendo consistir em um único instrumento ou vários instrumentos conexos, independentemente da denominação específica. Segundo Hildebrando Accioly tratado é o ato jurídico que expressa o acordo de vontades entre duas ou mais pessoas internacionais. Segundo Belfort de Mattos, tratados internacionais são acordos entre Pessoas Jurídicas de Direito Internacional que se comprometem, por escrito, a seguir normas internacionais específicas. Segundo Rezek tratado internacional é um acordo formal entre sujeitos de direito internacional público destinado a produzir efeitos jurídicos. A participação crescente das Organizações Internacionais ampliou significativamente o universo dos tratados internacionais, resultando em uma multiplicação de acordos entre Estados e Organizações Internacionais. 2. HISTÓRICO Surgiram da necessidade dos Estados resolverem pacificamente seus conflitos de interesses. Estados soberanos e autônomos começaram a negociar e celebrar acordos para promover interesses mútuos. O Direito Internacional, tanto público quanto privado (comercial), depende da existência dos Estados soberanos. Na Antiguidade e na Idade Média, houve poucos avanços devido à falta de definição clara de Estados. O Tratado de Vestfália (1648) pôs fim à Guerra dos Trinta Anos na Europa e estabeleceu o Princípio da Igualdade Jurídica dos Estados, promovendo equilíbrio político na Europa. O Congresso de Viena (1815) instituiu novos princípios de Direito Internacional após as guerras napoleônicas, como a liberdade de navegação e a classificação para agentes diplomáticos. Após as guerras mundiais, surgiram organismos internacionais como a ONU (1945) e a Comissão de Direito Internacional da ONU (1947), promovendo novos tratados e convenções. Os tratados internacionais são essenciais para regular e proteger relações jurídicas internacionais, oferecendo um quadro legal comum que transcende fronteiras estatais. 3. DENOMINAÇÕES As denominações variam amplamente ao longo do tempo e são mais uma questão de prática diplomática do que de relevância legal. A Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados de 1969 estabelece que o nome do tratado não afeta seu conteúdo ou espírito, enfatizando a importância do aspecto forma. Exemplos comuns de denominações incluem acordo, ajuste, arranjo, ata, ato, carta e constituição, cada um utilizado conforme o conteúdo e prática. Tratado: Acordo internacional entre Estados, seja bilateral ou multilateral, como tratados de paz, cooperação regional (ex: Mercosul) e acordos nucleares. Convenção: Tratados multilaterais formalizados por vários Estados simultaneamente, frequentemente abordando temas de interesse geral como relações diplomáticas, aviação civil e direitos humanos. Acordo: Tratados bilaterais com menor número de participantes, frequentemente envolvendo questões comerciais, políticas, econômicas, culturais ou científicas. Protocolo: Usado para tratados bilaterais ou multilaterais adicionais, como o Protocolo de Kyoto sobre mudanças climáticas, ou para atas de conferências internacionais. Câmbio de notas: Troca diplomática formal para implementar, alterar ou interpretar cláusulas de tratados já concluídos, facilitando aspectos administrativos e burocráticos. Carta, constituição, estatuto: Utilizados para tratados constitutivos de organizações internacionais como a ONU (Carta das Nações Unidas) e a UNESCO (constituição), ou para estatutos de entidades como a CIJ e a AIEA. 4. PROCESSO GERAL DE CELEBRAÇÃO DOS TRATADOS INTERNACIONAIS A contratação de um tratado internacional envolve um processo extenso de negociação entre os Estados ou organizações envolvidas, similar a qualquer negociação entre entidades contratantes em negócios jurídicos. A comunidade internacional buscou unificar e sistematizar os procedimentos de negociação internacional, resultando na formalização e codificação desse processo.