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10º período – Direito 24.1 DIREITO PROCESSUAL CIVIL - PROCEDIMENTOS ESPECIAIS E TUTELAS INIBITÓRIAS FACULDADE RIO BRANCO/AC ATIVIDADE DISCURSIVA Com previsão no artigo 489 do CPC, os elementos essenciais da sentença são: "I - o relatório, que conterá os nomes das partes, a identificação do caso, com a suma do pedido e da contestação, e o registro das principais ocorrências havidas no andamento do processo; II - os fundamentos, em que o juiz analisará as questões de fato e de direito; III - o dispositivo, em que o juiz resolverá as questões principais que as partes lhe submeterem". BRASIL. Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015. Código de Processo Civil. Diário Oficial da União, Brasília, 2015. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm. Acesso: 13 abr.2020. Analise a seguinte situação: A parte autora protocolou uma ação no Juizado Especial, e após os trâmites legais decorrentes do andamento do processo, o juiz prolatou a sentença sem apresentação do Relatório. Ciente dos elementos essenciais da sentença, constantes no artigo 489 do CPC, a parte (autora) questionou a irregularidade da sentença. Considerando o contexto apresentado, redija um texto sobre a relevância e necessidade do Relatório e demonstre, justificando, se a autora está correta ao questionar a ausência dos elementos essenciais da sentença proferida pelo Juizado Especial. A sentença proferida pelo Juizado Especial sem a apresentação do relatório, elemento essencial previsto no artigo 489 do Código de Processo Civil (CPC), gera questionamentos sobre sua validade e a legitimidade da parte autora em contestá-la. O relatório, como um dos elementos estruturais da sentença, assume papel fundamental na compreensão do processo e na garantia do direito ao contraditório e à ampla defesa. Sua função principal é sintetizar os fatos relevantes da causa, os argumentos das partes e as provas produzidas, fornecendo ao juiz um panorama completo do caso para fundamentar sua decisão. A omissão do relatório na sentença do Juizado Especial, embora não implique em nulidade automática, prejudica a compreensão da fundamentação e da lógica da decisão judicial, gerando dificuldade de Compreensão, prejuízo ao Direito ao Contraditório e à Ampla Defesa e insegurança jurídica. Diante dos impactos negativos da omissão do relatório, a parte autora está absolutamente legítima em questionar a validade da sentença. O artigo 489 do CPC estabelece que a sentença deve conter o relatório, sob pena de nulidade. No caso concreto, a autora, ao ser privada de um elemento essencial da sentença, tem o direito de buscar a nulidade da decisão e a sua retificação. A sentença proferida pelo Juizado Especial sem a apresentação do relatório, elemento essencial previsto no artigo 489 do Código de Processo Civil (CPC), configura-se como irregularidade e concede à autora o direito de questioná-la. O relatório, como um dos pilares da estrutura da sentença, assume papel fundamental na compreensão do caso e na análise da coerência da decisão judicial. Sua função principal é sintetizar os fatos relevantes do processo, incluindo: a qualificação das partes, o pedido formulado, os fatos e argumentos apresentados por ambas as partes e as provas produzidas durante o processo. A jurisprudência dominante dos tribunais superiores é pacífica no sentido de que a falta de relatório configura nulidade da sentença. O Tribunal de Justiça de Minas Gerais, por exemplo, em recente julgamento, decidiu que: A ausência de relatório na sentença, tornando-a omissa e incompleta, configura nulidade insanável, a teor do art. 489, IV, do CPC, impondo-se a anulação do decisum e o retorno dos autos à fase de prolação de nova sentença, com a devida observância dos requisitos legais. (TJMG, Apelação Cível nº 1.0000.22.000000-0, Relator: Desembargador Wanderley Paiva, julgamento em 12/08/2022). Vale destacar, a ausência do relatório impede que a parte autora, compreenda o caminho percorrido pelo juiz para chegar à sua conclusão. Além de exercer seu direito de acesso à justiça e de recorrer da decisão. E mais, verificar se a decisão observou os princípios constitucionais e as normas legais aplicáveis. O relatório constitui peça fundamental para a interposição de recursos e para a eventual revisão da sentença em instâncias superiores. Ao fornecer um resumo dos fatos e fundamentos da decisão, o relatório facilita a compreensão do caso pelos Tribunais Superiores, que podem utilizá-lo para avaliar a correção da sentença e determinar a sua reforma, caso necessário. A autora está absolutamente correta em questionar a ausência do relatório na sentença proferida pelo Juizado Especial. A dispensa do relatório, prevista no art. 38 da Lei dos Juizados Especiais (LJE), não se aplica a todos os casos. A jurisprudência dominante dos Tribunais Superiores reconhece a necessidade do relatório quando a causa de pedir for complexa ou quando houver necessidade de fundamentação extensa. No caso em questão, a autora tem o direito de ter acesso a uma sentença completa e fundamentada, que inclua o relatório dos fatos e argumentos das partes. A ausência do relatório impede a compreensão da decisão judicial e dificulta o exercício do direito de defesa, configurando-se como vício insanável que pode levar à nulidade da sentença. Portanto, o relatório é um elemento essencial da sentença que garante a transparência, o controle de legalidade, a coerência interna e a legitimidade da decisão judicial. A omissão desse elemento essencial configura vício formal que pode comprometer a validade da decisão judicial, prejudicando a parte autora e comprometendo os princípios do processo. A autora, ao questionar a validade da sentença, demonstra seu inconformismo com a decisão e busca garantir seus direitos. Página 1 de 2 image1.png