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SERVIÇOS DE REFERÊNCIA E INFORMAÇÃO Professor Me. José Matias dos Santos Filho REITOR Prof. Ms. Gilmar de Oliveira DIRETOR DE ENSINO PRESENCIAL Prof. Ms. Daniel de Lima DIRETORA DE ENSINO EAD Prof. Dra. Geani Andrea Linde Colauto DIRETOR FINANCEIRO EAD Prof. Eduardo Luiz Campano Santini DIRETOR ADMINISTRATIVO Guilherme Esquivel SECRETÁRIO ACADÊMICO Tiago Pereira da Silva COORDENAÇÃO DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO Prof. Dr. Hudson Sérgio de Souza COORDENAÇÃO ADJUNTA DE ENSINO Prof. Dra. Nelma Sgarbosa Roman de Araújo COORDENAÇÃO ADJUNTA DE PESQUISA Prof. Ms. Luciana Moraes COORDENAÇÃO ADJUNTA DE EXTENSÃO Prof. Ms. Jeferson de Souza Sá COORDENAÇÃO DO NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Prof. Me. Jorge Luiz Garcia Van Dal COORDENAÇÃO DOS CURSOS - ÁREAS DE GESTÃO E CIÊNCIAS SOCIAIS Prof. Dra. Ariane Maria Machado de Oliveira COORDENAÇÃO DOS CURSOS - ÁREAS DE T.I E ENGENHARIAS Prof. Me. Arthur Rosinski do Nascimento COORDENAÇÃO DOS CURSOS - ÁREAS DE SAÚDE E LICENCIATURAS Prof. Dra. Katiúscia Kelli Montanari Coelho COORDENAÇÃO DO DEPTO. DE PRODUÇÃO DE MATERIAIS Luiz Fernando Freitas REVISÃO ORTOGRÁFICA E NORMATIVA Beatriz Longen Rohling Caroline da Silva Marques Carolayne Beatriz da Silva Cavalcante Geovane Vinícius da Broi Maciel Jéssica Eugênio Azevedo Kauê Berto PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO André Dudatt Carlos Firmino de Oliveira Vitor Amaral Poltronieri ESTÚDIO, PRODUÇÃO E EDIÇÃO Carlos Eduardo da Silva DE VÍDEO Carlos Henrique Moraes dos Anjos Yan Allef FICHA CATALOGRÁFICA Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP S237s Santos Filho, José Matias dos Serviços de referência e informação / José Matias dos Santos Filho. Paranavaí: EduFatecie, 2022. 90 p. 1. Bibliotecas – Serviço de referência. 2. Serviços de informação - Administração. I. Centro Universitário UniFatecie. II. Núcleo de Educação a Distância. III. Título. CDD:23.ed. 025.5 Catalogação na publicação: Zineide Pereira dos Santos – CRB 9 /1577 As imagens utilizadas neste material didático são oriundas dos bancos de imagens Shutterstock. 2022 by Editora Edufatecie. Copyright do Texto C 2022. Os autores. Copyright C Edição 2022 Editora Edufatecie. O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correção e confiabilidade são de responsabilidade exclusiva dos autores e não representam necessariamente a posição oficial da Editora Edufatecie. Permitido o download da obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem a possibilidade de alterá-la de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais. https://www.shutterstock.com/pt/ 3 AUTOR Prof. Me. José Matias dos Santos Filho Formado pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), tendo atuado como Biblio- tecário na Biblioteca Digital do Sistema de Ensino Presencial Conectado da Universidade Norte do Paraná (UNOPAR), projeto modelo de biblioteca criada para o atendimento de alunos graduandos na modalidade EAD. Professor no curso Técnico em Biblioteconomia (Profuncionário) ofertado pela Secretaria de Estado de Educação do Paraná (SEED). Atuou também como professor nos cursos de especialização lato sensu em: Biblioteconomia e Gestão de Bibliotecas Públicas e Escolares das Faculdades Prominas. Atualmente é do- cente no ensino superior em cursos de licenciatura. • Formação Acadêmica: Bacharel em Biblioteconomia pela Universidade Estadual de Londrina - UEL (2004-2008); Licenciatura em Filosofia pela Universidade Metodista de São Paulo - UMESP (2008-2011); Licenciatura em Pedagogia pela Centro Universitário Internacional - UNINTER (2017-2018); • Níveis de Titulação: Mestrado em Metodologias para o Ensino de Linguagens e suas Tecnologias - Universidade Pitágoras Unopar (2017-2018); Especialização em Designer Instrucional para EAD - Universidade do Oeste Paulista - UNOESTE (2015-2016); Especialização em Metodologia de Ensino de Educação a Distância - Faculdade de Tecnologia e Ciências - FTC (2008-2009). • Instituições Frequentadas: Universidade Norte do Paraná - UNOPAR; Universidade de Cuiabá - UNIC; Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal - UNIDERP; Universidade Anhanguera - ANHANGUERA EDUCACIONAL; Universidade Pitágoras Unopar Anhanguera - COGNA EDUCACIONAL; Faculdades Prominas - GRUPO PROMINAS. • Link do Currículo na Plataforma Lattes. https://lattes.cnpq.br/2164993292625857 https://lattes.cnpq.br/2164993292625857 4 Olá, acadêmico! Seja bem-vindo a apostila de estudos de Serviço de Referência e Informação, que aborda aspectos sobre as funções e responsabilidades do bibliotecário no contexto de um dos setores que é a porta de entrada de uma biblioteca ou centro de informação. Diversos aspectos envolvem as atividades para que este setor possa responder às necessida- des informacionais dos seus usuários e cumprir a missão da biblioteca que é de disseminador da informação, para os mais variados públicos, nas diversas áreas do conhecimento. O bibliotecário é profissional que está diretamente associado ao primeiro aten- dimento que o usuário receberá, nesse sentido, precisa conhecer o contexto social do usuário para entender as necessidades informacionais do seu usuário, e as ferramentas disponíveis para esse fim. Para uma melhor compreensão do conteúdo que envolve o Serviço de Referência e Informação, distribuímos nosso estudo em quatro unidades. Na unidade 1, abordaremos aspectos históricos e a evolução do serviço e processo de referência, pois para que o ser- viço em si possa existir é necessário uma rotina gerada por uma demanda, a qual é iniciada pela seguinte ação: quando alguma pessoa tem uma dúvida e se dirige até a biblioteca para buscar esclarecimento, normalmente ela é atendida no balcão e recepcionada por alguém. Assim, temos uma demanda de assistência prestada ao usuário, caracterizando um serviço de informação e referência. Na Unidade 2 trabalharemos como acontece o processo de referência. Inicialmente um usuário pode ter várias questões que envolvem suas demandas informacionais, pas- sando pela questão de referência, a entrevista de referência até a realização da busca pela informação e sua recuperação propriamente dita. Iremos distinguir cada uma das etapas do processo de referência para atender com qualidade as demandas informacionais de cada usuário que procure este setor tão importante das bibliotecas. Na Unidade 3, aprofundaremos um pouco mais sobre as demandas de informação dos usuários que são o foco de um Serviço de Referência e Informação, para isso vere- mos caminho do usuário até a efetiva satisfação da necessidade de informação, quais são os tipos de unidades de informação. Além disso, aprenderemos sobre as unidades de informação, suas definições e tipos existentes, indo além do conceito básico de que são apenas lugares onde são guardados os documentos que contêm informações, que podem ser jurídicas, médicas, institucionais, musicais e uma infinidade de outros temas. APRESENTAÇÃO DO MATERIAL Highlight Highlight Highlight Highlight Highlight Highlight Highlight Highlight Highlight 5 Na Unidade 4, teremos a apresentação de mais um tema que envolve o Serviço de Referência e Informação, estudaremos o contexto da hibridez em bibliotecas, ou seja, vamos olhar para o Serviço de Referência oferecido pelas bibliotecas digitais e virtuais, pelos portais e ferramentas virtuais. Hoje a digitalização ou virtualização de processos e serviços é um caminho a ser trilhado e implementado pelas bibliotecas. Com isso, o Serviço de Referência e Informação só pode ser entendido quando olhamos para as partesque compõem as unidades de informação como um todo. Espero que os conteúdos abordados, juntamente às leituras e às atividades extras sugeridas, estimulem sua leitura e que o livro de estudos seja relevante em sua aprendiza- gem e formação profissional, incentivando a sua constante atualização nesse universo da biblioteconomia. Boa leitura e bons estudos! Highlight Highlight SUMÁRIO 6 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Plano de Estudos • O conceito de referência e informação • Origem do serviço de referência • Desenvolvimento do serviço de referência • Coleção de referência Objetivos da Aprendizagem • Conceituar e contextualizar o serviço de referência e informação; • Compreender o que é coleção de referência; • Apresentar o serviço de referência e informação; • Estabelecer a importância do serviço de referência e informação. 1UNIDADEUNIDADE O SERVIÇO DEO SERVIÇO DE REFERÊNCIA:REFERÊNCIA: CONCEPÇÃO ECONCEPÇÃO E PARADIGMASPARADIGMAS Professor Me. José Matias dos Santos Filho 8 INTRODUÇÃO Oi, tudo bem? Seja bem-vindo (a) a nossa Primeira Unidade da disciplina de Ser- viço de Referência e Informação. O tema que iniciamos nessa trilha de aprendizagem com certeza traz muitas expectativas. Portanto, prepare-se para conhecer e compreender como funciona uma das partes essenciais de uma biblioteca universitária. Antes de falarmos sobre a biblioteca universitária, é importante conhecer um pouco sobre a evolução do serviço e processo de referência, pois para que o serviço em si possa existir é necessário uma rotina gerada por uma demanda, a qual é iniciada pela seguinte ação: quando alguma pessoa tem uma dúvida e se dirige até a biblioteca para buscar esclarecimento, normalmente ela é atendida no balcão e recepcionada por alguém. Assim, temos uma demanda de assistência prestada ao usuário, caracterizando um serviço de informação e referência. Partindo da ideia inicial de uma demanda informacional, vamos conhecer o histórico e o desenvolvimento do que seja o Serviço de Referência e Informação e compreender a importân- cia de uma parte da biblioteca que juntamente com outros serviços complementa o atendimento e satisfação na busca informacional dos usuários. Nosso primeiro tópico apresenta o conceito de referência e informação associado à necessidade de uma informação e, consequentemente, gera uma demanda informacional, e a isso a ideia de prestação de serviços. No segundo tópico, avançamos nas discussões para compreender a origem do ser- viço de referência, que tem como principal objetivo satisfazer as necessidades de informa- ção de uma pessoa (usuária), ou de um grupo de usuários em uma unidade de informação (biblioteca). O que nos leva ao assunto do tópico três, que apresenta o desenvolvimento do serviço de referência e o papel do bibliotecário de referência. No quarto e último tópico vamos conhecer o que é uma coleção de referência, destinada a dar apoio aos usuários para o uso e exploração dos recursos de informação disponíveis na Biblioteca, seja através de meios impressos, eletrônicos ou virtuais. Teremos muito a conhecer, não acha? Então vamos juntos! Bons estudos! UNIDADE 1 O SERVIÇO DE REFERÊNCIA: CONCEPÇÃO E PARADIGMAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 Neste primeiro tópico você irá conhecer a primeira competência a ser compreendi- da na disciplina de serviço de referência e informação. Para entendermos o que é serviço de referência, é necessário compreender o conceito de referência e informação, nesse sentido, pense na seguinte analogia: todos nós podemos ser referência para alguém ou alguma coisa a partir dos conhecimentos. Normalmente ouvimos comentários do tipo, “aquela pessoa é referência em uma área, referência num conteúdo, referência no assun- to”. Da mesma forma, a biblioteca por ter uma coleção variada, pode ser referência em vários conteúdos, dependendo da sua especialidade, se for uma biblioteca especializada em direito, ela é uma referência em direito, se for uma biblioteca especializada em teologia, ela será referência em teologia. Segundo o dicionário Priberam da Língua Portuguesa, o conceito de referência é apresentado como: Referência (latim referentia, -ae, referre, trazer ou levar de novo, remeter, dar, responder, relatar). Assim, a partir desta ideia, temos os seguintes adjetivos: 1. Ação de referir; 2. Coisa referida; 3. Menção, registro; 4. Ponto de contato ou relação que uma coisa tem com outra; 5. Conjunto de qualidades ou características tomadas como modelo; 6. Alusão; 7. Código, inscrição ou marca que permite identificar um processo, um documento, uma encomenda, um objeto; 8. Encaminhamento para um atendimento ou seguimento especializado ou para outro nível de cuidados (ex.: processo de referência; sistema de referência hospitalar) (DICIONÁRIO-PRIBERAM, 2022, p. 1). 1 O CONCEITO DE REFERÊNCIA E INFORMAÇÃO UNIDADE 1 O SERVIÇO DE REFERÊNCIA: CONCEPÇÃO E PARADIGMAS TÓPICO Highlight Highlight Partindo da ideia da referência em uma área de especialidade, ou diferentes áreas, basicamente a referência é esse ponto de contato. Uma indicação de leitura por exemplo, é uma referência, quando alguém indica uma leitura, indica algum conteúdo para alguém, essa pessoa está servindo como ponte, como referência para alguém, assim a referência é uma ponte entre o leitor e a biblioteca. Assim, as funções básicas de um serviço de referência é fornecer informação e con- teúdos culturais relacionados às manifestações culturais de uma época ou de uma região. Portanto, temos também o conceito de informação: Informação (latim informatio, -onis). Da mesma forma encontramos os seguintes adjetivos: 1. Ato ou efeito de informar, 2. Notícia (dada ou recebida); 3. Indagação; 4. Esclarecimento dado sobre os méritos ou estado de outrem (DICIONÁRIO-PRIBERAM, 2022, p. 1). Como a referência é considerada o primeiro contato, a porta de entrada da biblio- teca, ela tem que ter algumas características especiais, por exemplo: a pessoa, o técnico biblioteca, ou o bibliotecário que está no balcão de atendimento de referência tem que ter algumas características voltadas para o atendimento e recepção com as pessoas (usuários). Por exemplo, possuir empatia, compreender o que o leitor está pedindo, o que está procu- rando, deve conhecer as suas coleções e, para isso é necessário ter outra característica, outra qualidade que é a curiosidade com seu próprio acervo, curiosidade com as coisas e, basicamente, ele teria que ter acima de tudo, empatia com as pessoas que vão em busca de informação, porque todas as pessoas precisam de informação a todo momento, e a biblioteca não é só um espaço de informação, mas também é de formação e, nesse sentido, o servir de referência dentre as diversas funções a que serve, deve como primeira delas, primar pelo acolhimento. É essencial o acolhimento das pessoas que vão à biblioteca ou a qualquer outro serviço de informação,pois a referência pode ser aplicada à biblioteca escolar, à biblioteca pública, à biblioteca universitária, ao arquivo e também aos centros de informação e centros de documentação ou museus. O acolhimento é o principal, é a recepção, o cartão de visita da biblioteca com o leitor. Outra função que merece destaque é informar e formar. O informar se refere aos conteúdos relacionados à biblioteca, por exemplo, se um leitor busca uma informação so- bre matemática, a referência vai dar informação sobre o conteúdo matemático, trazer livros sobre matemática ou outro documento. Quanto a função de formar, a referência também oferece informação em relação ao espaço da biblioteca, ao ambiente, orientar o usuário 10UNIDADE 1 O SERVIÇO DE REFERÊNCIA: CONCEPÇÃO E PARADIGMAS Highlight Underline Highlight Highlight Highlight Highlight Highlight Highlight Highlight em como consultar uma base de dados, um fichário de arquivo, como encontrar essa infor- mação disposta nos setores da biblioteca, como buscar nas prateleiras. Portanto, de uma forma geral, as várias funções se integram e complementam o serviço de informação e referência, pelo acolhimento, pela orientação, informação e formação. A biblioteca não pode ficar refém do paradigma da informação, ela tem que ir além na formação, e isso nós vamos compreender ao longo dos temas de estudo, e das compe- tências necessárias para atuar no serviço de referência. Compreender o que é o paradigma da informação, ou seja, criar demandas para trazer as pessoas (usuários) para a biblioteca, conhecer algumas estratégias necessárias nas bibliotecas para atrair alunos, leitores e os diversos tipos de usuários. 1.1 O serviço de referência dentre a organização funcional da biblioteca A biblioteca não pode ficar refém do paradigma da informação, ela tem que ir além na formação, e isso nós vamos compreender ao longo dos temas de estudo, e das compe- tências necessárias para atuar no serviço de referência. Compreender o que é o paradigma da informação, ou seja, criar demandas para trazer as pessoas (usuários) para a biblioteca, conhecer algumas estratégias necessárias nas bibliotecas para atrair alunos, leitores e os diversos tipos de usuários. Para falarmos do Serviço de Informação e Referência propriamente, é necessário situá-lo na organização funcional de uma biblioteca. Assim, precisamos entender que ela é dividida em setores, sendo necessário organização e arranjos específicos da informação (suportes) para atender seus usuários de acordo com a melhor forma possível de arranjo (organização) do seu acervo. Vejamos quais são as principais seções (setores) em uma biblioteca: 1. Administração: administração geral; 2. Desenvolvimento de coleções: desenvolvimento da coleção de documentos da biblioteca; 3. Registro: torna os livros e documentos patrimônio da biblioteca; 4. Processos técnicos: trata o documento, aplica para classificar, indexar e catalogar; 5. Preservação, conservação e restauração: avalia o estado físico das obras, retira da circulação os exemplares danificados para restauração; 6. Referência: atendimento direto ao usuário; 7. Periódico: disponibiliza publicações seriadas. 11UNIDADE 1 O SERVIÇO DE REFERÊNCIA: CONCEPÇÃO E PARADIGMAS Highlight Highlight Highlight Underline Highlight Highlight Highlight Underline Underline Underline Você conseguiu se situar dentro de uma biblioteca a partir da indicação acima? Então pense na imagem de uma casa, e vamos juntos entender o serviço de referência como a sala desta casa sendo o local em que recepcionamos aqueles que chegam para nos visitar. FIGURA 1 – ACOLHIMENTO NO SERVIÇO DE REFERÊNCIA Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/jovem-estudante-fazendo-apresentacao-para-colegas-e-professor-5940831/ Tendo visualizado os principais setores que compõem uma biblioteca, vamos olhar mais detalhadamente o serviço de referência e informação, sua função e organização. Conforme foi dito no início da unidade, vimos que o serviço de referência faz parte da porta de entrada da biblioteca, e desta forma é compreendido como o processo de comunicação com o objetivo principal de satisfazer as necessidades de informação de um usuário ou gru- po de usuários em uma unidade de informação (bibliotecas), isto é, compõem os serviços oferecidos pelas bibliotecas, seja ela escolar, universitária, pública ou especializada etc. 12UNIDADE 1 O SERVIÇO DE REFERÊNCIA: CONCEPÇÃO E PARADIGMAS https://www.pexels.com/pt-br/foto/jovem-estudante-fazendo-apresentacao-para-colegas-e-professor-5940831/ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 Quando você ouve a palavra biblioteca, normalmente o que vem à mente é uma sala cheia de estantes e nelas vários livros dispostos em categorias, não é mesmo? Então, voltamos um pouco à História para rever o conceito de biblioteca. Desde tempos remo- tos a humanidade gera informações, e desta ação surgiu a necessidade de preservar os suportes em que essas informações passaram a ser produzidas, apresentadas. Desde a Antiguidade, o acúmulo de informações sobre diversos temas deu início ao que passou a ser chamado de bibliotecas, o que originalmente eram apenas coleções, tornou-se áreas do conhecimento que encontramos classificadas nas bibliotecas atuais, no entanto, antes existiram as bibliotecas monásticas que deu início à classificação e organização, que pos- teriormente seriam as bases da Biblioteconomia. Seguindo um pouco mais pela história, temos o aparecimento das primeiras universi- dades, então a ideia de organização de um ambiente para guardar livros e classificação dos conhecimentos torna-se independente dos mosteiros, e a biblioteca como conhecemos vai tomando forma, torna-se independente, surgem demandas que levam a criação de setores para atendimento, e com isso origina-se o princípio do serviço de referência. Deste modo, “a concepção de Serviço de Referência e Informação é uma projeção da união e harmonia de todos os setores, serviços e recursos humanos existentes na biblioteca, para deste modo atender às necessidades informacionais dos usuários” (ALVEZ, VIDOTTI, 2006, p. 1). 2 ORIGEM DO SERVIÇO DE REFERÊNCIA UNIDADE 1 O SERVIÇO DE REFERÊNCIA: CONCEPÇÃO E PARADIGMAS TÓPICO Highlight Highlight Highlight Como você pode perceber, assim como o termo biblioteca que, historicamente designava uma coleção de livros, guardados em um caixa (bíblio = livro + teca = caixa), o serviço de referência também é resultado de uma evolução de demandas de informações que foram organizadas e originando serviços, o que conceitualmente remonta a palavra re- ferência ao atendimento de um profissional (bibliotecário) ao requerente (cliente, usuário), que partindo de uma necessidade, procura um local (biblioteca) buscando uma publicação ou informação, para sanar alguma dificuldade, para usufruir de recursos ou obter orientação (MACEDO, 1990). Considerando o que você viu nos parágrafos anteriores, o objetivo foi situá-lo no con- texto que originou a ideia de serviço de referência e informação. Portanto, a partir de agora vamos conhecer mais detalhadamente a linha do tempo histórica e conceitual da evolução do Serviço de Referência. Tudo começa nos Estados Unidos em 1876 com a Primeira Conferência da American Library Association (ALA), neste evento Samuel Sweet Green apresenta a primeira proposta de um serviço de referência com as bases do que posteriormente consolidaria a ideia de um serviço de referência. A partir de então, a ideia de serviço de referências foi sendo aprimorada, e em 1883 é criado na Boston Public Library, o primeiro cargo de bibliotecário em tempo integral voltado ao atendimento de um serviço de referência. As duas primeiras datas históricas tratam de iniciativas que, de certomodo, fun- damentaram o conceito de serviço de referência, então em 1891 foi que pela primeira vez surgiu termo reference work que traduzido literalmente para o português remete a serviço de referência. O conceito foi oficialmente publicado no índice da Library Journal, um dos periódicos tradicionais da área da Biblioteconomia que está em vigência até a presente data. Historicamente, a ideia e a consolidação de serviço de referência é uma ação Norte Americana, mas vamos agora conhecer como esse processo se originou também em nosso país. Como não poderia ter sido diferente, no Brasil, também foi adotado o termo referência como sinônimo de prestação de serviços de informação e assistência aos usuários ou clientela de uma biblioteca. Como marco dessa definição conceitual de serviço de referência no Brasil, temos a década de 1990, a partir dos estudos da literatura internacional, Neusa Dias de Macedo apresenta uma proposta que consolidou o Serviço de Referência, a qual pode ser entendida de duas maneiras: sentido de serviço de referência em sentido restrito e sentido amplo. 14UNIDADE 1 O SERVIÇO DE REFERÊNCIA: CONCEPÇÃO E PARADIGMAS Highlight Underline Underline Highlight Underline Underline Underline Underline Highlight Underline Highlight Underline Highlight Highlight Highlight Highlight Highlight ● Serviço de referência em sentido restrito: essencialmente o conceito de referência refere-se ao atendimento do profissional bibliotecário ao requerente, “em momento determinado, para obter uma publicação ou informação, por ter alguma dificuldade, ou para usar a biblioteca e seus recursos e precisar de orientação; ou, ainda, não encontrando a informação na biblioteca, precisar ser encaminhado para outra insti- tuição” (MACEDO, 1990, p.12). ● Serviço de referência em sentido amplo: trata-se do serviço em si, ou seja, do contato direto entre informação e usuário, oferecido pelo profissional bibliotecá- rio de referência, por meio da resposta às questões de pesquisa, a demanda informacional que necessita do auxílio dos conhecimentos profissionais para ser sanada. Essa interação entre o bibliotecário/usuário, é o que dá vida ao processo de referência (LIMA; ARAÚJO, 2020). Diante das duas acepções do termo referência que surgiram dos estudos de Macedo (1990), vemos que a definição conceitual de serviço de referência no Brasil está intimamente relacionada com o termo original diretamente do inglês reference work, o qual “designa a prestação de serviço de informação e assistência aos leitores na biblioteca” (DAMIAN, 2020, p. 3). No Brasil, a Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro (1910) foi uma das primeiras bibliotecas a organizar e oferecer um Serviço de Referência oficialmente (1944), contando com uma Seção de Referência nos padrões que temos até hoje. 15UNIDADE 1 O SERVIÇO DE REFERÊNCIA: CONCEPÇÃO E PARADIGMAS Highlight Highlight Highlight Highlight Highlight Highlight Highlight Highlight Highlight . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16 Olá, estamos juntos nessa disciplina chamada de serviço de referência e informação, ou que também pode ser chamada apenas de serviço de referência, vamos conhecer um pouco mais sobre o conceito e organização do serviço de referência. Para iniciar, eu quero falar um pouco de uma história que eu, você e muita gente vivencia no dia a dia. Já aconteceu com você, de ir a uma loja comprar um produto e, ao chegar lá, devido ao tratamento que recebeu, acabou desistindo da compra, ou o contrário, você ao invés de comprar um produto ao qual estava disposto a fazer aquisição, acaba comprando mais de um produto, pois você se sentiu tão confortável, recebeu um atendimento tão agradável e, se sentiu estimulado a fazer uma compra de mais um item, ou até vários? Comigo sim, várias vezes. Como descrito no exemplo, estamos falando de relacionamento, de atendimento com empatia, ou seja, tudo está relacionado com o desenvolvimento da oferta de um serviço, o serviço de referência. Um relacionamento que se estabelece no espaço da biblioteca, a qual passa pela questão do entendimento do usuário, saber ouvi-lo, ter pa- ciência e muita empatia por ele. Muitas vezes, a forma que atendemos o usuário é que vai dizer se ele vai se tornar assíduo ou não num ambiente da biblioteca. Então, vamos pensar que a biblioteca é uma grande loja, uma vitrine, e se essa loja não estiver devidamente organizada de forma atraen- te e limpa, você acha que alguém vai querer entrar, ou não vai entrar? Você entraria? Assim é o usuário e o serviço de referência auxilia a missão da biblioteca na democratização da informação e do conhecimento. 3 DESENVOLVIMENTO DO SERVIÇO DE REFERÊNCIA UNIDADE 1 O SERVIÇO DE REFERÊNCIA: CONCEPÇÃO E PARADIGMAS TÓPICO Highlight Highlight Highlight A biblioteca não é mais um espaço de estoque, ou de armazenamento e de guarda do conhecimento. Ela precisa estar organizada e oferecer serviços de qualidade, o que vale é a disponibilização e acesso à informação, sendo importante além de guardar, armazenar e conservar, entender que existe um fim, um objetivo para tudo isso, dar ao usuário a possibilidade de acessar essa informação. Portanto, conhecer esse usuário e o que ele deseja, sendo ele o centro, a razão, a missão da biblioteca, e para isso ela tem que estar organizada e desenvolver um serviço de referência com qualidade. Você conseguiu perceber que as bibliotecas são instituições que demandam uma gestão e organização dos seus espaços e dos serviços por elas oferecidos? Quando fa- lamos de gestão e organização estamos nos referindo ao desenvolvimento do serviço de referência que, no caso das Bibliotecas Universitárias (BU), precisa estar alinhado e ser desenvolvido em conjunto com os diversos setores dela. A diversidade de serviços oferecidos pelas bibliotecas, torna uma estrutura multiface- tada. Dentro dessa estrutura, entre os diversos setores encontramos o serviço de referência e informação que apresenta maior nível de heterogeneidade, pois tem como propósito a interação de maneira mais próxima com o público, sendo necessário “desenvolver serviços e produtos que respondam satisfatoriamente as necessidades informacionais da comunidade de usuários” (SANTOS; SILVA, 2021, p. 2). A ideia de que o serviço de referência e informação é o setor que apresenta maior nível de heterogeneidade fundamenta a importância da qualidade no serviço a ser ofereci- do, “[...] assistência efetiva àquele que necessita de informação” (LIMA; ARAÚJO, 2020, p. 4). Com isso podemos perceber a necessidade da dinamicidade do serviço de referência e informação, e para que isso realmente seja efetivado é necessário: ● A oferta de fontes de informação; ● Os espaços de realização da busca ● As ferramentas adotadas etc. Considerando os três itens acima, você consegue imaginar o processo contínuo do desenvolvimento do serviço de referência e informação? Para idealizar o desenvolvimento do serviço de referência, veja mais detalhadamente os seus componentes conforme o diagrama 1: 17UNIDADE 1 O SERVIÇO DE REFERÊNCIA: CONCEPÇÃO E PARADIGMAS Highlight Highlight Highlight Highlight Highlight Highlight Highlight FIGURA 2 - COMPONENTES DO SERVIÇO DE REFERÊNCIA. Fonte: Adaptado de Matthews (2007, p. 165) É necessário entender a biblioteca e, consequentemente, o serviço de referência e informação como um ambiente de instrução que oferta fontes de informação em um espaço baseado na “organização (temática e espacial) dos documentos, na preservação (analógica, digital e virtual) dos dados e documentos e no atendimento às necessidades de informação da comunidade acadêmica (discentes, docentes e técnicos administrativos)” (SANTOS; SILVA, 2021, p. 3). Apartir da necessidade de desenvolvimento contínuo, entende-se a biblioteca como uma instituição cada vez mais dinâmica e heterogênea, composta por setores dedicados à execução das muitas atividades que dela são esperadas, sendo o serviço de referência o setor que contribui para consolidação da biblioteca enquanto espaço de construção e troca de conhecimentos. Portanto, o serviço de referência e informação deve ser compreendido como em constante desenvolvimento. 18UNIDADE 1 O SERVIÇO DE REFERÊNCIA: CONCEPÇÃO E PARADIGMAS Highlight Highlight Highlight Highlight . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19 Que bom você ter chegado até aqui. Você percorreu o caminho da primeira uni- dade e conheceu o conceito de referência e informação, bem como a origem do serviço de referência e agora vamos para o último tópico da unidade, que será sobre a coleção de referência, ou seja, você vai conhecer quais materiais compõem a seção de referência numa unidade de informação. Mas o que é uma coleção? Quando criança, você e eu, certamente colecionamos algum item, não é mesmo? Uma memória muito particular, me remete a este momento da infância em que colecionei carrinhos em miniatura, recordo como se fosse hoje, meu pai fabricou artesanalmente uma mesa de madeira que foi colocada no meu quarto e, em cima da mesa enfileirei todos os carrinhos de plástico que eu ganhava ou que ele comprava nas idas mensais para realizar a compra de mercado. Essa era a minha coleção particular. Assim como em meu exemplo de coleção, uma biblioteca é uma grande coleção de materiais de informação, e o serviço de referência é responsável pela organização e disponibilização de todo esse material. No entanto, há diferenças na forma de acesso e uso aos materiais que estão no setor de referência, para os que estão disponibilizados no acervo das bibliotecas. Essa diferença iremos conhecer na abordagem sobre os tipos de obras de referência e obras do acervo. Quando falamos da coleção de obras de Referência, estamos nos referindo às obras que são compostas por: enciclopédias, dicionários de línguas, técnicos, biografias científicas e handbooks. Trata-se do conjunto de obras direcionadas para consulta direta na seção de referência, ou seja, são disponibilizadas para a pesquisa in loco. Diferentemente 4 COLEÇÃO DE REFERÊNCIA UNIDADE 1 O SERVIÇO DE REFERÊNCIA: CONCEPÇÃO E PARADIGMAS TÓPICO Highlight Highlight Highlight Highlight do restante do acervo que pode ser emprestado, a consulta de uma obra de referência é local, pois essas obras não estão disponíveis para empréstimo. Conforme definição, as obras de referência são documentos, “documento que fornece acesso rápido à informação ou às fontes de informação sobre um assunto […]” (CUNHA; CAVALCANTI, 2008, p. 266). Majoritariamente, as obras de referência são destinadas a consulta com o objetivo de sanar dúvidas eventuais/ou direcionar para obras com explicações mais completas sobre um assunto específico. FIGURA 3 – OBRAS DE REFERÊNCIA Fonte: Biblioteca da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ Você saberia definir quais os tipos de coleções que compõem o setor de referência em uma unidade de informação? A principal finalidade delas é facilitar a localização da informação que se procura. Vamos conhecer algumas: FIGURA 4 – DIAGRAMA DAS PRINCIPAIS OBRAS DE REFERÊNCIA Fonte: elaborado pelo autor. 20UNIDADE 1 O SERVIÇO DE REFERÊNCIA: CONCEPÇÃO E PARADIGMAS Highlight Highlight Highlight Highlight Highlight Você pode visualizar a partir do diagrama acima que as obras de referência são obras de uso pontual ou recorrente, normalmente no espaço da biblioteca (não disponibilizadas para empréstimo), servem para facilitar a localização da informação que se procura sendo disponibilizadas por arranjos, é o modo como as informações são organizadas dentro de uma obra de referência. A maioria dos arranjos é de ordem alfabética (dicionários, por exemplo). Os diferentes tipos de obras de referência possuem formatos próprios em que o conteúdo é apresentado. Contudo, em todos os tipos “as informações […] são organizadas de modo a propiciar, ao usuário, facilidade de localização (CUNHA; CAVALCANTI, 2008, p. 266). Um destaque para as obras de referência é que elas podem apresentar conteúdos generalistas (dicionários de línguas), por exemplo, ou apresentarem-se como obras focadas especificamente em uma única área do conhecimento (dicionário de filosofia). E para que a coleção de referência possa atender a demanda informacional de sua comunidade ou público, essa coleção deverá ser selecionada e desenvolvida para facilitar o acesso, a recuperação e a disseminação da informação. Portanto, o êxito da coleção está diretamente ligado a uma gestão e organização da biblioteca e de todos os setores, que juntos ao Serviço de Referência e Informação compõem o objetivo maior da biblioteca que é disseminar a informação a todo usuário que dela precisar. 21UNIDADE 1 O SERVIÇO DE REFERÊNCIA: CONCEPÇÃO E PARADIGMAS Highlight Highlight Highlight Highlight Highlight 22UNIDADE 1 O SERVIÇO DE REFERÊNCIA: CONCEPÇÃO E PARADIGMAS Você pode conhecer que um dos fundamentos do serviço de referência é o acolhimento, no entanto, se- gundo Marília Cossich (Mestra em Biblioteconomia da UNIRIO, e Bibliotecária da UFRJ) “atualmente não basta apenas ser educado ou tratar bem a comunidade de usuários, é preciso prever suas necessidades, surpreender e ir além de suas expectativas” (BÍBLIO, 2014, p. 1). Desta forma, conhecer como organizar e gerenciar um serviço de referência é imprescindível para estabelecer uma relação de confiança entre o bibliotecário, a biblioteca e seu público, estabelecendo assim canais de comunicação em que as críticas e sugestões levem a melhorias e transformações nos produtos e serviços oferecidos. A Referência não é a totalidade da Biblioteconomia, mas é de suma importância para as bibliotecas, pois ajuda ao usuário a localizar as informações de que necessita, de maneira pontual e personalizada. Sua base é a Bibliografia, constituindo uma das partes da moderna organização da biblioteca. O bibliotecário de referência é o responsável pelo atendimento e localização das informações solicitadas pelos usuários. É por meio deste profissional que as questões dos usuários são atendidas, ou seja, ele é o abre-alas da Unidade de Informação (BÍBLIO, 2014, p. 1). O que você responderia à seguinte pergunta: o que se espera do serviço de referência? Uma das respostas possíveis nos é dada mais uma vez por Marília Cossich: “espera-se de um Serviço de referência é que além de atender a necessidade de busca por informações, de servir como guia dos serviços oferecidos pela biblioteca e de orientar a pesquisa, é que recebamos um tratamento personalizado e diferenciado, pois os usuários são a razão da existência de uma biblioteca” (COSSICH, 2014, p. 1). Por que a Biblioteconomia é uma profissão interdisciplinar? O campo de atuação além de diferentes instituições pode atuar em áreas específicas do conhecimento, que requerem habilidades e competências também específicas para o seu desempenho. Portanto, é essen- cial que o profissional da informação trabalhe em equipes multidisciplinares e possua conhecimentos de informática e redes, bases de dados e das mais diversas fontes de informação, bem como capacidade de estabelecer boa relação interpessoal com diferentes profissionais (BERAQUET; CIOL, 2009). Highlight Highlight Highlight Highlight Underline Highlight Highlight Underline Underline 23 CONSIDERAÇÕES FINAIS Chegamos ao final da nossa primeira unidade! Espero que você tenha visualizado o serviço de referência e informação dentre o conjunto dos serviços prestados pelas bibliotecas. Agora é o momentode procurar por mais informações, continuar suas pesquisas em sites, revistas, artigos científicos, livros e vídeos, a fim de enriquecer ainda mais seu repertório sobre o assunto! Espero que você continue seus estudos após finalizar a leitura da nossa unidade, pois é imprescindível unir os conhecimentos dos estudos com novos conhecimentos adqui- ridos a partir de leituras complementares que irão aprofundar nossas discussões sobre o serviço de referência e informação, levando a compreensão dos processos de gerência e organização que nortearão a qualidade do atendimento deste setor e é de extrema impor- tância dentro de uma biblioteca. Até aqui vimos uma parte deste tema tão instigante para o futuro profissional biblio- tecário. Na próxima unidade você irá conhecer um pouco mais sobre o setor de referência e informação a partir da perspectiva do usuário, ou seja, conhecer como se dá o processo de referência na prática. Obrigado por sua dedicação e atenção e até a próxima unidade! Abraço! UNIDADE 1 O SERVIÇO DE REFERÊNCIA: CONCEPÇÃO E PARADIGMAS 24 LEITURA COMPLEMENTAR LIMA, Gracirlei Maria de Carvalho; ARAÚJO, Carlos Alberto Ávila. Serviço de refe- rência: práticas informacionais do bibliotecário. Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação, São Paulo, v. 16, p. 1-23, 2020. Disponível em: https://rbbd.febab.org.br/ rbbd/article/view/1336/1203. Acesso em: 11 Set. 2022. BARBALHO, Célia Regina Simonetti et al. (org.). Espaços e ambientes para leitura e informação. São Paulo: Abecin Editora, 2020. (Coleção estudos Abecin) Disponível em: Acesso em: 11 Set. 2022. Disponível em: https://portal.abecin.org.br/editora/article/ download/222/196. Acesso em: 11 Set. 2022. AMARAL, Fernanda Vasconcelos; CORRÊA, Elisa Cristina Delfini. Contribuições da Biblioteconomia e Ciência da Informação para a gestão de bibliotecas universitárias. RDBCI: Revista Digital de Biblioteconomia e Ciência da Informação, Campinas, SP, v. 18, n. 00, p. e020008, 2020. DOI: 10.20396/rdbci.v18i0.8659172. Disponível em: https://periodicos.sbu. unicamp.br/ojs/index.php/rdbci/article/view/8659172. Acesso em: 11 Set. 2022. MATIAS, Ilana Lopes; AFFONSO, Mariana Bosio; OLIVEIRA, Ester Luiza. Propos- ta de serviços de alerta e disseminação seletiva da informação para a Biblioteca Pública Municipal de Marília “João Mesquita Valença”. Revista ACB: Biblioteconomia em Santa Catarina, Florianópolis, v. 24, n. 2, p. 390-404, abr./jun., 2019. Disponível em: https://dialnet. unirioja.es/servlet/articulo?codigo=7389307. Acesso em: 11 Set. 2022. UNIDADE 1 O SERVIÇO DE REFERÊNCIA: CONCEPÇÃO E PARADIGMAS https://rbbd.febab.org.br/rbbd/article/view/1336/1203 https://rbbd.febab.org.br/rbbd/article/view/1336/1203 https://portal.abecin.org.br/editora/article/download/222/196 https://portal.abecin.org.br/editora/article/download/222/196 https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/rdbci/article/view/8659172 https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/rdbci/article/view/8659172 https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=7389307 https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=7389307 Highlight Highlight Highlight Highlight 25 MATERIAL COMPLEMENTAR LIVRO Título: Usos e usuários da informação Autor: Maria Matilde Kronka Dias Daniela Pires Editora: EdUFSCar Sinopse: Desenvolve os estudos sobre o Serviço de Referên- cia e Informação a partir da abordagem da “Disseminação da Informação” que abrange conhecimentos sobre canais de comunicação; fontes de informação; processo de referência e de disseminação da informação; necessidades e demandas de informação; programas de educação e treinamento de usuário; entre outros tópicos. A disciplina “Usos e Usuários da Informação”, integrante do núcleo central da área da Ciência da Informação, têm os seguintes objetivos: capacitar o aluno para formular e desenvolver procedimentos para caracterizar o usuário e o não-usuário da informação; identificar, conhecer e aplicar as diferentes metodologias de estudo de usos e de usuários de serviços de informação; desenvolver a capacidade de orientar e instruir usuários no uso do serviço e das fontes de informação; identificar a relação entre estudo de uso e de usuário com o planejamento bibliotecário. Link do livro: https://bibliotextos.files.wordpress.com/2012/12/ usos-e-usuc3a1rios-da-informac3a7c3a3o.pdf FILME / VÍDEO Título: O Óleo de Lorenzo Ano: 1992 Sinopse: O filme “O Óleo de Lorenzo”, que conta a história da luta desesperada de um casal para salvar o filho de uma doen- ça rara. Baseado na história real da família Odone, aborda a trajetória da família que descobre que o filho único de cinco anos é portador de ALD, uma doença degenerativa do cérebro, que leva à surdez, cegueira, mudez e paralisia. Com uma luta que leva anos, o casal consegue ajudar o próprio filho e outras crianças vítimas da mesma doença. O filme mostra a história da família até 1992, quando Lorenzo tinha 14 anos e a doença já estava estabilizada. Lorenzo morreu em 2008 aos 30 anos, por problemas respiratórios. A indicação deste filme que aparen- temente pode não estar relacionada ao tema da disciplina de Serviço de Informação e Referência começará a fazer sentido quando você focar a sua atenção nos passos que a mãe de Lo- renzo dará ao tentar ajudar o filho, pois ela utilizará nada mais, nada menos que uma biblioteca, e o setor em que ela estará em grande parte da história é o setor de Referência da biblioteca. Link do vídeo: https://youtu.be/I17AQliuKvM UNIDADE 1 O SERVIÇO DE REFERÊNCIA: CONCEPÇÃO E PARADIGMAS https://bibliotextos.files.wordpress.com/2012/12/usos-e-usuc3a1rios-da-informac3a7c3a3o.pdf https://bibliotextos.files.wordpress.com/2012/12/usos-e-usuc3a1rios-da-informac3a7c3a3o.pdf https://youtu.be/I17AQliuKvM Highlight . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Plano de Estudos • O usuário e suas demandas informacionais • A questão de referência • A entrevista de referência • A busca e a resposta Objetivos da Aprendizagem • Conceituar o processo de referência a partir do usuário e suas demandas informacionais; • Compreender os tipos de questão de referência; • Estabelecer a importância da entrevista de referência para a busca e recuperação precisa da informação. 2UNIDADEUNIDADE O USUÁRIOO USUÁRIO E O PROCESSOE O PROCESSO DE REFERÊNCIADE REFERÊNCIA Professor Me. José Matias dos Santos Filho 27 INTRODUÇÃO Seja muito bem-vindo! Na primeira unidade você aprendeu que para ser oferecido um serviço de referência é necessário o acolhimento, ouvir a necessidade do usuário e, para que isso aconteça com qualidade é ainda mais importante que este serviço esteja em pleno funcionamento, ou seja, é necessário desenvolver e implementar os processos do serviço de referência e informação. Agora, nesta segunda unidade, você aprenderá como acontece o processo de referência. Imagine uma situação que apresente uma necessidade informacional (busca por informação) para um indivíduo ou um grupo (cliente, usuário, frequentador da biblioteca). Em sala de aula a professora solicita aos alunos um trabalho para compora nota parcial da disciplina de Biologia, os alunos terão que fazer uma pesquisa sobre “agrotóxicos e o seu perigo para o homem”. Temos então uma demanda por informação para o grupo de alunos que participaram da aula, no entanto, uma das alunas faltou naquele dia e, consequen- temente, não está a par do conteúdo, então sua demanda por informação será maior do que a do grupo. E agora? Ela perdeu a aula passada e não sabe nada do conteúdo, então pensa que logo que terminar a aula irá para a biblioteca ver se alguém pode ajudá-la. Como você pode ver, inicialmente temos várias questões que envolvem o usuário e suas demandas informacionais, as quais serão os tópicos que estudaremos nesta unidade, passando pela questão de referência, a entrevista de referência até a realização da busca pela informação e sua recuperação propriamente dita. Você já pôde perceber que a situação hipotética acima descreve o processo de referência e a relação do usuário com a biblioteca a partir de suas demandas informacio- nais. A primeira etapa do processo de referência (Primeira etapa = problema, trabalho de pesquisa). Partimos então para conhecer as demais etapas do processo de referência. A segunda etapa trata-se da necessidade de informação (necessidade informacional = aluna procura a biblioteca), então temos o primeiro contato de um usuário com o profissional bibliotecário(a) de referência. Ao final da segunda unidade, eu espero que você consiga distinguir cada uma das etapas do processo de referência para atender com qualidade as demandas informacio- nais de cada usuário que procure este setor tão importante das bibliotecas. Vamos juntos conhecer melhor este tema. Bons estudos! UNIDADE 2 O USUÁRIO E O PROCESSO DE REFERÊNCIA Highlight Highlight . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Desde que as sociedades mais remotas começaram a registrar suas ações, as informações passaram a ser colecionadas e com isso o acúmulo de fontes de informação passou também a fazer parte da rotina das primeiras bibliotecas, bem como a necessidade de organização e disponibilização destas informações aos públicos específicos que delas necessitavam. Na atualidade, com os avanços tecnológicos, a geração de informações está cada vez maior em todas as áreas do conhecimento. Toda a produção informacional para ser utilizada da maneira adequada precisa ser organizada e, ainda mais importante, precisa ser recuperada de maneira precisa de acordo com o público que dela necessita. Desta forma, as “necessidades e os usos são interde- pendentes, se influenciam reciprocamente de uma maneira complexa que determinarão o comportamento do usuário e as suas práticas” (LE COADIC, 1996, p. 39). Aqui chegamos ao ponto em que você deve estar se perguntando: onde entra o processo de referência nisso tudo? Boa pergunta. Então vou explicar que é pelo processo de referência que se inicia a recuperação da informação, quando o profissional bibliotecário recepciona o usuário e ajuda a clarear suas demandas informacionais. Segundo Monteiro et al. (2017, p. 162): A Recuperação da Informação (RI) é uma área originária da Ciência da Com- putação (CC) e a expressão foi atribuída ao engenheiro estadunidense Cal- vin Mooers, em 1951, que a definiu à época como processo que […] engloba os aspectos intelectuais de descrição de informações e suas especificidades para a busca, além de quaisquer sistemas, técnicas ou máquinas emprega- das para o desempenho da operação. 28 1 O USUÁRIO E SUAS DEMANDAS INFORMACIONAIS TÓPICO UNIDADE 2 O USUÁRIO E O PROCESSO DE REFERÊNCIA Underline Highlight Underline Highlight Highlight Highlight Toda produção informacional da humanidade está publicada nas mais diferentes fontes de informação, passando pelas enciclopédias, pelos manuais, livros e revistas de atualidade, chegando aos periódicos científicos nacionais e internacionais. Assim, tudo que é publicado tem que estar indexado e divulgado através do catálogo da biblioteca e das bases de dados bibliográficas ou referenciais. No entanto, não basta toda essa organização e indexação, é necessário a precisão para recuperar a informação que o usuário necessita. Para que um usuário tenha acesso à produção científica, é necessário a utilização de várias tecnologias de recuperação de dados. No entanto, o alcance e a qualidade da informa- ção recuperada requer o planejamento de estratégias de busca específicas para o catálogo da biblioteca, bem como para cada base de dados a qual pretende-se fazer uso. A este ponto você entenderá que as habilidades na recuperação, seleção e uso das informações passam primeiramente pela compreensão das demandas informacionais dos usuários das bibliotecas, ação que cada vez mais é necessária para todos os profissionais bibliotecários. Para Baeza-Yates e Ribeiro Neto (2013) o conceito de recuperação da informa- ção está a cargo da ciência da informação, a área do conhecimento que se encarrega da “representação, armazenamento, organização e acesso a itens de informação, como documentos, catálogos on-line, registros estruturados e semiestruturados, objetos de multimídia, entre outros” (LELIS et al, 2021, p .1). Nesse sentido, você, como estudante, futuro profissional bibliotecário ou pesquisador da área da Ciência da Informação deve priorizar o acolhimento, a compreensão do usuário e suas demandas informacionais para a recuperação da informação em vista a fornecer acesso à informação de seu interesse, priorizando a qualidade do serviço de referência e informação de uma biblioteca. Agora pensando sobre quais os procedimentos iniciais do processo de referência citados anteriormente, quais elementos são essenciais na sua visão? O que você enten- deu quando abordamos sobre o usuário e suas demandas informacionais? Quem é o usuário da informação? Você se recorda do primeiro exemplo dessa segunda unidade de estudos? Foi o exemplo da professora que solicitou aos alunos um trabalho para compor a nota parcial da disciplina de Biologia, sendo que os alunos deveriam fazer uma pesquisa sobre “agrotó- xicos e o seu perigo para o homem”. Vimos que uma aluna perdeu a aula e, diante dessa situação, qual diferença você diria que há entre a aluna que perdeu a aula, e os demais alunos? Aparentemente, você diria que não há diferença alguma, pois todos deverão rea- lizar a pesquisa para apresentar como trabalho escolar, não é mesmo? No entanto, entre ambos os públicos (alunos que participaram da aula e a aluna ausente) há uma pequena diferença que torna as necessidades informacionais de ambos os alunos da classe em dois tipos de usuários de informação. As necessidades informacionais serão diferentes, sendo que os alunos que tiveram participação na aula irão utilizar fontes de referência para a escrita direta do trabalho, mas a aluna ausente terá que recuperar o conteúdo da aula, para depois pesquisar e elaborar o trabalho solicitado. 2929UNIDADE 2 O USUÁRIO E O PROCESSO DE REFERÊNCIA Underline Highlight Highlight Highlight Underline Na situação descrita temos um imbricamento entre os tipos de usuários e as de- mandas de informação, conforme o diagrama abaixo: DIAGRAMA 1 – RELACIONAMENTO DO USUÁRIO COM A INFORMAÇÃO Fonte: o autor. Vamos pensar juntos para o usuário e suas demandas informacionais compreen- dendo que existe uma diversidade de tipologias/classificação de usuários, como também suas demandas informacionais podem ser as mais diversas, e cada usuário exerce funções e papéis diferentes no seu dia a dia, essa diversidade de funções e papéis desenvolve necessidades, desejos e demandas diferenciadas. “O usuário da informação é “aquele indivíduo que necessita de informação para o desenvolvimento de suas atividades” (SANZ CASADO, 1994, p. 19). Segundo Figueiredo (1979) existem dois tipos de necessidadesde informação: 1ª necessidade de informação em função do conhecimento e, 2ª necessidade de informação em função da ação. A primeira diz respeito à necessidade que se origina do desejo por saber, e a segunda é originada das necessidades materiais para a realização das ações humanas, desde pessoais às profissionais. Você percebeu que os usuários da informação são diversos? Sendo diversos os usuários, as necessidades informacionais também seguem essa diversidade baseada nas necessidades do dia a dia, nas atividades técnicas, profissionais e científicas. 3030UNIDADE 2 O USUÁRIO E O PROCESSO DE REFERÊNCIA Highlight Highlight Underline Highlight Highlight Highlight Highlight Highlight . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Seja bem-vindo ao segundo tópico, agora vamos conhecer os processos e as questões de referência, compreendendo e reconhecendo o usuário. Atualmente fazemos parte de um universo diferente, as bibliotecas se apresentam com propostas diferentes de bibliotecas, e para compreender esse novo universo que compõem as bibliotecas, as demandas de informação passam pela questão de referência. Ao ouvir sobre a questão de referência, o que te ocorre em primeira instância? Para responder a essa pergunta, retomo ao conceito de serviço de referência, que é entendido como “assistência prestada pelos bibliotecários aos leitores em busca de informações” (GROGAN, 2001, p. 2). A partir deste conceito, você pode perceber que a questão de referência está diretamente relacionada com a assistência ao usuário, mas para que isso possa acontecer da melhor maneira possível é necessário entender qual a necessidade do usuário, compreende o que levou o usuário até a biblioteca, qual a dúvida que gerou a necessidade de informação. Uma questão que precisamos deixar claro é que um usuário pode ser levado até a biblioteca por diversas questões, não necessariamente precisa ser um estudante, ou ter alguma relação com a academia. Você deve entender que o usuário não vai até a biblioteca somente para encontrar um livro, pesquisar por um artigo científico no acervo de periódicos, pois as necessidades informacionais muitas vezes têm relação direta com as competências em informação. Você sabe o que é competência em informação? São habilidades integradas que compreendem a descoberta reflexiva da informação, o enten- dimento da maneira com que a informação é produzida e valorizada, o uso da informação 31 2 A QUESTÃO DE REFERÊNCIA TÓPICO UNIDADE 2 O USUÁRIO E O PROCESSO DE REFERÊNCIA ibge Realce ibge Realce ibge Sublinhado ibge Sublinhado ibge Realce ibge Sublinhado ibge Sublinhado ibge Realce para a criação de novos conhecimentos e para a participação ética em comunidades de aprendizagem (BEZERRA; DOYLE, 2017). Nesse sentido, uma pessoa competente em informação é alguém capaz de reconhecer quando uma informação é necessária e deve ter a habilidade de localizar, avaliar e usar efetivamente a informação de que necessita, e amplia o conceito em direção à educação (MID, 2016). Vamos olhar um pouco mais detalhadamente o conceito de competência em infor- mação e o usuário da informação: Um usuário é competente em informação quando: 1) acessa a informação de forma eficiente e efetiva, 2) avalia a informação de forma crítica e competente; 3) usa a informação de forma precisa e criativa. A partir do exposto temos três ações que decorrem da relação entre competência em informação e o usuário da informação, e acrescentamos nesta relação o bibliotecário que pode aumentar a competência em informação dos usuários, tornando-os ainda mais competentes, intermediando as buscas que levam a sanar as necessidades informacionais. Para mostrar como o bibliotecário age para aumentar essa competência vamos olhar para dois conceitos importantes, primeiro o processo de referência; e segundo, o serviço de referência. Você sabe a diferença entre esses dois conceitos? O processo de referência é quando o usuário percebeu que tem um problema, isso acontece na cabeça dele e vai gerar o processo de ida até a biblioteca procurar aquela informação, comunicando a dúvida dele. O processo presta-se a ser representado em forma diagramática, havendo muitos modelos na bibliografia, que variam de um simples arranjo sequen- cial até fluxogramas elaborados e minuciosos, completos, com caixas de de- cisão, ramificações e curvas de retroalimentação. Esses úteis instrumentos que auxiliam nossa compreensão são outro benefício que os bibliotecários de referência devem ao advento do computador (GROGAN, 2001, p.54). O serviço de referência é quando o bibliotecário, de fato, atende o usuário na biblio- teca, escuta a dúvida dele, isso é o serviço prestado pelo bibliotecário. Você tem que lembrar que o serviço de referência está dentro do processo de refe- rência. O processo é uma coisa maior. Assim, tendo isso em mente, você irá compreender melhor o que vamos trabalhar agora, iniciando a compreensão dos oito passos do serviço de referência. Denis Grogan, em seu livro, “A prática do serviço de referência” (2001) des- taca os oito passos que julga ser os normais em um processo de referência, essa ideia engloba o seguinte: O problema; A necessidade de informação; A questão inicial; A questão negociada; A estratégia de busca; O processo de busca; A resposta; A solução. Você vai conseguir entender os oito passos lembrando que o serviço de referência está dentro do processo de referência. Combinado? 3232UNIDADE 2 O USUÁRIO E O PROCESSO DE REFERÊNCIA ibge Realce ibge Realce ibge Sublinhado ibge Sublinhado ibge Realce ibge Realce ibge Realce ibge Realce ibge Realce ibge Realce ibge Realce ibge Sublinhado ibge Realce ibge Sublinhado ibge Sublinhado ibge Realce ibge Sublinhado ibge Realce ibge Sublinhado ibge Realce ibge Realce ibge Sublinhado ibge Sublinhado ibge Sublinhado ibge Sublinhado ibge Sublinhado ibge Sublinhado ibge Sublinhado ibge Sublinhado Quando falamos dos oito passos, não precisa seguir exatamente a ordem dos oito passos propostos por Grogan (2001) para que o processo de referência seja desenvolvido com êxito, tudo vai depender da experiência do bibliotecário e dos recursos que são uti- lizados por ele. A execução dos passos pode se dar aleatoriamente, o uso de um passo, ou não uso de outro, ou não seguir algum dos passos não significa, necessariamente, que o processo está errado. Segundo o próprio autor, “Não se trata, porém, de um simples processo linear: esses passos podem implicar sucessivos retornos à consulta, antes de se procurar a respostas, e eventuais vaivéns durante a busca” (GROGAN, 2001, p.50). Vamos então aos passos: o primeiro passo é “o problema”. O problema é, quando o usuário se depara com uma lacuna de conhecimento e vê que aquilo gerou um empecilho pra ele. O segundo passo vai ser a necessidade da informação. Depois que o usuário viu que tem um problema, ele percebe que precisa buscar uma solução, porque o problema criou uma necessidade nele. Assim, chegamos no terceiro passo, questão inicial. Aqui é necessário que você entenda que se trata de um passo importantíssimo, perceba que é o primeiro passo em que o usuário vai “abrir a boca”, ou seja ele vai verbalizar, dizer que está com algum problema. O processo geralmente se inicia com um problema que atrai a atenção de um usuário potencial da biblioteca. Ninguém é imune a problemas, e, as- sim, teoricamente, todo ser humano é um iniciador potencial do processo de referência. A fonte do problema pode ser externa ou interna. Um problema externo decorre do contexto social ou pelo menos situacional do indivíduo: um problema interno é de origem psicológica ou cognitiva, surgindo na mente da pessoa. Muitos problemas humanos, contudo, não são susceptíveis de encontrar sua solução pormeio da informação: isso é o que provavelmente se dá no caso da maioria dos problemas que surgem no curso de nossa vida cotidiana. Uma grande proporção dos outros problemas que provavelmente seriam susceptíveis da solução, não é reconhecida como tal pelas pessoas a quem afligem (GROGAN, 2001, p.51). O usuário faz sozinho o primeiro e o segundo passo, pois é algo que acontece dentro dele mesmo, na cabeça dele, mas no terceiro passo, questão inicial, o usuário vai poder dizer ao bibliotecário qual é o problema que ele está vivendo, ou qual a necessidade de informação que ele tem, ou seja, do que ele precisa. O terceiro também entendido como questão de referência é a pergunta inicial por parte do usuário em relação a sua dúvida informacional. Aqui você encontra os três primeiros passos da comunicação, sendo os dois primeiros classificados pela Psicologia como intrapessoal (ideias e os desejos do usuário), e o terceiro passo como a questão inicial, ou seja, o bibliotecário precisa saber o que se deseja por parte do usuário. Neste contato é moldada a busca pela informação por parte do usuário e o bibliotecário como o mediador do processo ajudando-o a sanar as dificuldades informacionais. 3333UNIDADE 2 O USUÁRIO E O PROCESSO DE REFERÊNCIA ibge Realce ibge Sublinhado ibge Sublinhado ibge Realce ibge Realce ibge Realce ibge Sublinhado ibge Realce ibge Sublinhado ibge Realce ibge Sublinhado ibge Realce ibge Sublinhado ibge Sublinhado ibge Sublinhado ibge Realce ibge Realce ibge Realce Você conseguiu relacionar o que estudamos na primeira unidade com o que esta- mos conhecendo neste tópico? Retomando algo importante da primeira unidade, algo que você aprendeu foi a necessidade da biblioteca e do bibliotecário ser empático e receptivo, e com isso a biblioteca também precisa ser acolhedora. Assim, é importante que o serviço de referência siga com o apreço pelo acolhimento no desenvolvimento do atendimento e, que o bibliotecário de referência demonstre que é acolhedor, pois com essa atitude o usuá- rio vai sentir-se à vontade para iniciar uma conversa. Aqui você tem a chamada questão de referência trabalhada neste tópico, o usuário elabora uma questão visando obter uma resposta do bibliotecário para encontrar a informação que busca, assim temos o exemplo do terceiro passo. 3434UNIDADE 2 O USUÁRIO E O PROCESSO DE REFERÊNCIA ibge Realce ibge Sublinhado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Bem-vindo a mais um tópico da caminhada para conhecer e compreender o proces- so de referência e informação. Tínhamos caminhado até o terceiro passo, que corresponde à questão inicial, e como você entendeu, se trata de um passo importantíssimo, pois é considerado o primeiro passo em que o usuário verbalizou suas necessidades, relatando que tinha algum problema. Depois desse passo, chegamos à entrevista de referência e, agora você vai aprender mais esta etapa. Vamos lá! Conforme você viu, o usuário elabora uma questão para obter uma resposta do bibliotecário para sanar a necessidade de informação por meio de uma busca, esta ação ainda é considerada o terceiro passo descrito por Grogan (2001). O que acontecerá pos- teriormente é o quarto passo. Aqui o processo é chamado de questão negociada, pois trata-se de um encontro entre o bibliotecário e o usuário. Deste encontro o processo de referência passa de uma questão inicial, para uma questão negociada. A questão inicial formulada pelo consulente pode às vezes exigir maiores es- clarecimentos ou ajustes, para se ter certeza de que corresponde de forma mais precisa à necessidade de informação subjacente. A questão, em seguida, é comparada com a maneira como as informações são geralmente organiza- das na biblioteca e, mais particularmente, nas fontes de informação específi- cas existentes em seu acervo ou em outros lugares. Tal comparação revela com frequência que a questão exige uma certa redefinição ou reformulação de modo a permitir um cotejo mais adequado com a terminologia e a estrutura das fontes de informação a serem consultadas(GROGAN, 2001, p. 52-53). 35 3 A ENTREVISTA DE REFERÊNCIA TÓPICO UNIDADE 2 O USUÁRIO E O PROCESSO DE REFERÊNCIA ibge Realce ibge Realce ibge Realce ibge Sublinhado ibge Sublinhado ibge Sublinhado Toda busca por informação é precedida de uma necessidade que está relacionada com níveis de urgência que influenciam nossa vida, para Wurman (1991) os níveis de urgência da informação são classificados em cinco: informação cultural, informação noti- ciosa, informação de referência, informação conversacional e informação interna. Ao entrar em uma biblioteca, cada usuário está envolto em um universo pessoal que define os seus níveis internos de urgência da informação. De certo modo, a vontade maior é resolver seus problemas pela busca da informação desejada, que envolve o acesso, uso e recuperação da informação rapidamente. O que você faria de imediato para sanar a necessidade de informação do usuário? Vamos olhar para a ação necessária? O bibliotecário de referência é o primeiro a ter contato com aquele que chega na maioria das vezes carregado de urgências informacio- nais, então esse profissional precisa ter habilidades bem específicas, você não concorda? Quais habilidades você diria que o bibliotecário de referência deveria ter? Vejamos uma resposta possível. Primeiramente, habilidades de informação e comunicação para ou- vir e acolher o usuário, e depois habilidades para negociar a melhor maneira para resolver a questão apresentada, a isso Grogan (2001) denomina como questão negociada, é o momento em que o bibliotecário apresenta ao usuário o passo da busca pelas informações que necessita, este é então o quarto passo de Grogan. O que você precisa fixar como importante neste quarto passo é que o bibliotecá- rio de referência deve exercitar a prática de educar o usuário e prepará-lo para seguir o caminho da informação por meio dos recursos e ferramentas disponíveis na biblioteca, ou seja, mostrar ao usuário tudo que existe a sua disposição, para que nas próximas buscas informacionais ele já esteja bem mais familiarizado com o serviço de referência e informa- ção, bem como com a biblioteca. 3636UNIDADE 2 O USUÁRIO E O PROCESSO DE REFERÊNCIA ibge Realce ibge Realce ibge Realce ibge Realce ibge Realce ibge Realce ibge Realce ibge Realce . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Você chegou ao último tópico desta unidade de estudos. No caminho percorrido até aqui, a tentativa foi de compreender o usuário e suas demandas informacionais, agora você vai conhecer a busca e a resposta, duas etapas que são imbricadas no processo de referência. Caminhamos pelos passos do serviço de referência segundo Grogan (2001), você já viu quatro dos oitos passos e agora vamos ao quinto, que compreende a estratégia de busca. Grogan (2001, p. 29) diz que “a substância do serviço de referência é a informação e não determinado artefato físico”, ou seja, “o objetivo do SRI é dar assistência aos usuários na busca das informações, independente do suporte em que ela se encontra e não se atendo a uma coleção específica de materiais”. (PEREIRA, 2012, p. 4). A partir do contexto estudado, o quinto passo é entendido como a estratégia de busca, aqui entra a habilidade do bibliotecário de referência para encontrar uma resposta imediata para solucionar o problema do usuário, no entanto, se ele não souber a resposta para encaminhar o usuário até a informação/suporte, caberá a ele relacionar a sua expe- riência, imaginação ou intuição para traçar uma estratégia, ou usar outros meios na solução do problema. Você lembra dos primeiros passos descritos por Grogan? Voumostrar um esquema para que recorde os passos que vimos anteriormente e também visualizar todos os oito passos, combinado? 37 4 A BUSCA E A RESPOSTA TÓPICO UNIDADE 2 O USUÁRIO E O PROCESSO DE REFERÊNCIA ibge Realce ibge Realce ibge Realce ibge Realce FIGURA 1 – OITO PASSOS DO SERVIÇO DE REFERÊNCIA SEGUNDO GROGAN Fonte: adaptado de Grogan (2001). Conforme você pode visualizar acima, o quinto passo compreende a estratégia de busca e aqui vamos ver este passo relacionado com o processo de busca, a resposta e a solução, completando os passos descritos por Grogan (2001). Não é necessário seguir todos os passos, como também não é errado pular alguns deles, mas o mais importante é entender que a partir do segundo passo o bibliotecário de referência começa a fazer o planejamento para resolver o problema apresentado pelo usuário e descobrir a solução informacional. O bibliotecário de referência deve traçar a estratégia de busca baseado em suas habilidades técnicas para achar fontes de informações adequadas e, consequen- temente, poderá chegar até a resposta e a solução desejada pelo usuário, como também pode utilizar as ferramentas informacionais mais indicadas para resolver a questão. 3838UNIDADE 2 O USUÁRIO E O PROCESSO DE REFERÊNCIA ibge Realce ibge Realce 3939UNIDADE 2 O USUÁRIO E O PROCESSO DE REFERÊNCIA 39 O serviço de referência pode ser oferecido tanto presencial quanto virtualmente, é considerado como um dos principais processos utilizados por bibliotecários que visam ajudar os usuários de unidades informa- cionais a sanar suas necessidades de informação. Com isso, é importante destacar alguns princípios que devem nortear o atendimento ao usuário segundo Fujimoto (2012): A biblioteca existe para os usuários; Mostrar-se disponível para atendê-lo; Manter a calma, mesmo que o usuário esteja nervoso; Não deixar que problemas pessoais influenciem o atendimento; Não permitir que o usuário saia da biblioteca sem nenhuma resposta. “A Educação de Usuário é uma das funções de destaque da moderna biblioteca universitária. Quer seja a forma de educação, direta ou indireta, formal ou informal, cuidados especiais devem ser dados a cada caso, tendo em vista nível e propósitos dos usuários.” (BELLUZZO, 1989 apud CORRÊA; CRISTIANINI, 2008). ibge Realce ibge Realce ibge Realce ibge Realce ibge Realce ibge Realce 40 Agora chegamos ao fim da segunda unidade. Você observou que paramos no quinto passo de Grogan? Como disse, a estratégia de busca compreende o processo de busca, a resposta e a solução. Portanto, em um processo de referência, o bibliotecário desenvolve a ação de mediar a informação ao usuário final, então temos a resposta e a solução por meio das instruções que o usuário recebeu e utilizou para que o seu problema informacional pudesse ser resolvido. “Os oito passos elaborados por Grogan (2001) são importantes para o Serviço de Referência porque ajudam os bibliotecários a desvendar as dificuldades trazidas pelos usuários em relação à informação, principalmente no que diz respeito ao processo de busca da informação” (BALBINOTTI, 2020, p. 584). Tendo passado pelas ideias descritas até aqui, você pode compreender um pouco mais do processo de referência a partir dos passos traçados por Grogan (2001), que podem ser utilizados em sequência lógica ou não, eles servirão para ajudar o usuário que está com um problema, levando a sanar sua demanda informacional. CONSIDERAÇÕES FINAIS UNIDADE 2 O USUÁRIO E O PROCESSO DE REFERÊNCIA ibge Realce 41 Gestão do conhecimento no serviço de referência em bibliotecas universitárias O estudo analisa o processo de referência de uma biblioteca universitária na perspectiva da Gestão do Conhecimento (GC), valendo-se do estudo de caso de uma biblioteca universitária brasileira, analisando mensagens obtidas com os bibliotecários que atuam dez anos ou mais no processo de referência da biblioteca em questão e con- frontadas com as teorias da área de gestão do conhecimento, gestão do conhecimento em bibliotecas universitárias e da área da Ciência da Informação, em especial as teorias do processo de referência. COSTA, Marilia Maria Roslindo Damiani. Gestão do conhecimento no serviço de referência em bibliotecas universitárias: uma análise com foco no processo de referência. 2006. Dissertação. Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Educa- ção. Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação. Florianópolis, 2006. Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/88666 Acesso em: 26 Set. 2022. Serviço de Referência Virtual: implantação do serviço de chat Neste trabalho é abordado o contexto do advento da Internet e da Web Colaborativa, as bibliotecas tiveram que repensar a maneira como disponibilizam seus serviços. Assim, as bibliotecas norte-americanas iniciaram uma busca por inovações tecnológicas para levar a biblioteca até o usuário com recursos que ele já utiliza. O Serviço de Referência Virtual (SRV) por meio de chat online e a referência por videoconferência caracterizam serviços que derivaram dessa busca. Objetivo: A proposta apresentada tem como objetivo delinear um dos processos de implantação dos recursos tecnológicos dos Serviços de Referência Virtuais (SRV) utilizados por bibliotecas de universidades norte-americanas, em especial aqueles para atendim NAKANO, NATALIA; JORENTE, Maria José Vicentini. Serviço de Referência Vir- tual: implantação do serviço de chat. Inf. Inf., Londrina, v. 19, n. 1, p. 164 – 184, jan./abr. 2014. Disponível em: https://repositorio.unesp.br/handle/11449/114696 Acesso em: 26 Set. 2022. LEITURA COMPLEMENTAR UNIDADE 2 O USUÁRIO E O PROCESSO DE REFERÊNCIA https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/88666 https://repositorio.unesp.br/handle/11449/114696 ibge Realce ibge Realce ibge Realce ibge Realce ibge Realce 42 O serviço de referência: abordagem teórica O texto mostra através da literatura, a importância do Serviço de Referência em uma biblioteca e a aplicação das tecnologias da informação no atendimento ao público. Destaca a interação bibliotecário e usuário e a ética de serviço. Identifica as obras de referência, a coleção de documentação local e as bases de dados, como fundamental na formação da coleção de referência. São citadas algumas atividades desenvolvidas pelo setor, e aponta a importância de se fazer avaliação do serviço para subsidiar o replanejamento. SILVA, Ana Elizabeth Montenegro da. O serviço de referência: abordagem teórica / Ana Elizabeth Montenegro da Silva. - Natal [RN], 2003. Disponível em: https://repositorio. ufrn.br/bitstream/123456789/39651/7/ServicoDeReferencia_Silva_2003.pdf Acesso em: 26 Set. 2022. UNIDADE 2 O USUÁRIO E O PROCESSO DE REFERÊNCIA https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/39651/7/ServicoDeReferencia_Silva_2003.pdf https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/39651/7/ServicoDeReferencia_Silva_2003.pdf ibge Realce ibge Realce ibge Realce ibge Realce 43 MATERIAL COMPLEMENTAR LIVRO Título: A prática do Serviço de Referência Autor: Denis Grogan Editora: Briquet de Lemos Sinopse: “A Prática do Serviço de Referência”, de Dennis Gro- gan, é o livro mais utilizado nas escolas de biblioteconomia, ao lado do clássico da Nice de Figueiredo, entendido, talvez, como a principal obra sobre o tema do mundo. Sua primeira edição é de 1979, e traz muito da experiência do autor como professor e bibliotecário. Traz resultados de pesquisas, levantamentos, re- visa a literatura da área. Enfim, é uma obra completa. O sumário traz: 1. O serviço de referência. 2. A questão de referência. 3. O processo de referência. 4. A entrevista de referência. 5. A busca. 6. A resposta. FILME / VÍDEO Título: A Livraria Ano: 2018 Sinopse: A história de “A Livraria” centra-se na trajetória de Florence Green — interpretada por Emily Mortimer, indicada ao Goya de Melhor Atriz —, uma mulher gentil e otimista que decide abriruma livraria numa pequena cidade costeira da Inglaterra, no final da década de 1950. Viúva há vários anos, tendo perdido o marido na Segunda Guerra Mundial, Florence acredita que quando lemos uma história “nós a habitamos. As capas dos livros são como telhado e quatro paredes: um livro é uma casa”. Link do vídeo: https://www.filmelier.com/br/film/4457/a-livraria Acesso em: 26 Set. 2022. UNIDADE 2 O USUÁRIO E O PROCESSO DE REFERÊNCIA https://www.filmelier.com/br/film/4457/a-livraria ibge Realce . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Plano de Estudos • Provisão de documentos e de auxílio bibliográfico • Serviço de alerta e de orientação ao usuário • Ferramentas de buscas • Avaliação de serviços de referência/informação Objetivos da Aprendizagem • Conceituar a questão da provisão de documentos e de auxílio bibliográfico; • Compreender os tipos serviço de alerta e de orientação ao usuário; • Conhecer as principais ferramentas de buscas. 3UNIDADEUNIDADE SERVIÇO DESERVIÇO DE REFERÊNCIA /REFERÊNCIA / INFORMAÇÃO EMINFORMAÇÃO EM SISTEMAS / REDESSISTEMAS / REDES DE BIBLIOTECASDE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIASUNIVERSITÁRIAS Professor Me. José Matias dos Santos Filho 45 INTRODUÇÃO Olá, bem-vindo, chegamos na terceira unidade do tópico sobre Serviço de Referên- cia e Informação. Você é convidado a aprofundar um pouco mais sobre as demandas de informação dos usuários que são o foco de um Serviço de Referência e Informação. Para aprofundar o caminho do usuário até a efetiva satisfação da necessidade de informação, vejamos quais são os tipos de unidades de informação. Você saberia dizer quais são elas? É isso que você irá conhecer primeiro nesta unidade de estudos, indo além do conceito básico de que são apenas lugares onde são guardados os documentos que contêm informações, que podem ser jurídicas, médicas, institucionais, musicais e uma infinidade de outros temas. Uma unidade de informação tem como objetivo principal a provisão de documentos e de auxílio bibliográfico. Pode ser um museu, um arquivo, uma biblioteca ou centro de documentação, o que vai distinguir uma da outra é a sua finalidade e o tipo de documento que armazena. Começando pela biblioteca, este é um dos tipos de unidades de informação mais conhecido. A biblioteca pode ser entendida como um lugar físico ou virtual, onde estão armazenadas as informações dos mais diferentes tipos de suporte, indo das tradicionais mídias eletrônicas ao clássico formato do papel (códice = livro) que desde os tempos mais remotos foi o formato das mais diferentes áreas do conhecimento. Nelas são encontrados livros e periódicos, materiais especiais como partituras, mapas, gráficos, sendo esse tipo de unidade de informação que visa servir como suporte para pesquisadores e aos seus usuários de um modo geral. Você pode estar pensando que esses suportes hoje não são mais populares e caíram em desuso. Será? A resposta é a seguinte: a informação pode ser migrada de suporte, e mais do que isso, as unidades de informação mantêm em seu acervo os suportes de informação e os equipamentos para o devido acesso. A partir da contextualização vista acima, você, como futuro bibliotecário terá que gerenciar a informação disposta nos diversos suportes e formatos para atender a demanda informacional dos usuários, também terá que prover o usuário por meio da divulgação das obras informacionais, que faz parte do serviço de alerta e de orientação ao usuário. Além de todo o processo de organização da informação, qual item você precisaria para responder a demanda do usuário? A resposta faz parte da procura pela informação que melhor atenderá a questão de referência do seu usuário, não é mesmo? E para que a informação possa chegar ao usuário são necessárias as ferramentas de buscas, e isso veremos ao longo do estudo aqui desenvolvido. E para fechar esta unidade, você compreenderá que para oferecer um serviço de referência/informação com qualidade é necessário UNIDADE 3 SERVIÇO DE REFERÊNCIA / INFORMAÇÃO EM SISTEMAS / REDES DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS Highlight Highlight Highlight Highlight Highlight Highlight Highlight Underline . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Como você pôde ler na introdução da unidade, dentre os tipos de unidades de informação, a biblioteca é a mais conhecida. Podendo ser entendida como um lugar físico ou virtual, ela armazena as informações dos mais diferentes tipos de suporte, desde as tra- dicionais mídias eletrônicas, que trouxeram para a biblioteca as tecnologias digitais, e logo depois foi a vez de incrementar a Internet a esse tipo de unidade de informação. Armazena também o clássico formato do papel (códice = livro) originário do papiro que depois deu lugar ao papel de celulose, sendo desde os tempos mais remotos o formato que nos trouxe informações diárias e os conhecimentos das diferentes áreas, passando pela literatura e descobertas mais recentes da ciência. Normalmente, nas bibliotecas são encontrados livros e periódicos, até pouco tempo eram muito utilizados os CD’s e DVD’s, materiais especiais como partituras, mapas, gráfi- cos, dentre outros materiais de informação. Desta maneira, a biblioteca é o tipo de unidade de informação que visa servir como suporte para pesquisadores e aos seus usuários de um modo geral. A partir da ideia de que a biblioteca é o local de armazenagem de informação nos mais variados suportes, qual uma outra característica você poderia atribuir a esse tipo de unidade de informação? Para contextualizar a característica que responde a questão acima, você pode pensar na maneira como acessa a Internet, ou melhor, quais os processos que envolvem uma conexão entre o usuário, seu computador e a Rede Mundial de Computadores. O que é necessário para estabelecer esse tipo de conexão? Se você pensou nos cabos e nos pro- vedores que estabelecem a estrutura necessária, você respondeu certo. A palavra-chave aqui é “provedor”. Assim, veremos o que significa o termo provisão. 46 TÓPICO 1 PROVISÃO DE DOCUMENTOS E DE AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO UNIDADE 3 SERVIÇO DE REFERÊNCIA / INFORMAÇÃO EM SISTEMAS / REDES DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS Você sabe o que significa provisão? Vamos entender melhor esse termo e como ele se aplica à biblioteca. “Previsão é a repetição de dados passados, ou seja, é feita com em- basamento histórico de algo que se imagina que vá acontecer. Em outras palavras, trata-se de uma estimativa futura que poderá ou não acontecer” (CAMARGO, 2017, p. 1). O termo previsão é da área de negócios e contabilidade, no entanto, é aplicado também aos nossos estudos relacionados aos serviços de informação que são oferecidos pelas bibliotecas, pois para oferecer algum tipo de serviço é necessário prover, ou seja, possibilitar algo baseado em recursos financeiros que respaldam esse oferecimento de algo. Desta forma, utiliza-se a Previsão para a elaboração do planejamento que os possíveis usuários podem demandar como necessidadesinformacionais. Pois assim os serviços e os materiais podem ser projetados. E quais serviços e materiais? Bom, para que um serviço possa ser oferecido, e materiais possa existir na biblioteca, é preciso realizar algumas previsões: ● Previsão de demandas; ● Previsão de serviços; ● Previsão de materiais informacionais (livros, periódicos etc.); ● Previsão de custos de aquisição; ● Previsão de pessoas e atividades operacionais. Vamos olhar para os itens elencados relacionando a importância deles no planeja- mento dos serviços de informação. A unidade de informação precisa então pensar primeira- mente na previsão de demandas. De acordo com o Arnold, “é um prelúdio do planejamento”, ou seja, prever as condições futuras antes mesmo de realizar o planejamento. Quando um usuário apresenta uma questão, ele traz uma demanda que deve ser pensada previamente aos serviços de informação oferecidos. Mas você pode estar se per- guntando: como isso pode ser feito? Como anteceder a necessidade de informação de um usuário? Por isso estamos falando de provisão, é por meio dela que se antecede as deman- das. O bibliotecário de referência deverá analisar as possíveis demandas do público ao qual a unidade de informação comporta, sendo essa uma ação que faz parte do planejamento. A partir dessa análise, segue as demais etapas da provisão que compreende pen- sar os serviços, os tipos de materiais informacionais (livros, periódicos etc.), os custos de aquisição, bem como do corpo técnico que operacionalizará a oferta do serviço. Portanto, fará uso dos produtos documentários, de estratégias de busca e de ferramentas de re- cuperação para levar o usuário até o documento que poderá satisfazer sua necessidade informacional. Por meio da previsão da demanda é possível planejar com mais precisão e como consequência garantir a qualidade. 47UNIDADE 3 SERVIÇO DE REFERÊNCIA / INFORMAÇÃO EM SISTEMAS / REDES DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS Highlight Highlight Highlight Highlight Highlight Highlight Highlight Underline . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Vamos prosseguir com os estudos sobre Serviço de referência/informação em sis- temas/redes de bibliotecas universitárias? Neste tópico vamos discutir sobre os conceitos e aplicações práticas do Serviço de Alerta e de Orientação ao Usuário, a chamada DSI. E para começar, imagine que você está iniciando como funcionário em uma biblio- teca universitária e ficou responsável pelo recebimento das obras mais recentes que foram adquiridas pelo setor de compras e processadas pelo setor técnico, e já estão prontas para uso, mas por se tratar de materiais bem específicos, o destino dessas obras será um grupo de pesquisadores que solicitou a compra delas. Você conseguiu visualizar a cena acima? Se a situação descrita não é assim tão familiar para você, então vamos construir juntos passo a passo o que vem a ser a DSI dentro do serviço de informação e referência. “Tanto o Setor de Empréstimo como o Setor de Referência e Informação, serão partes de um bloco maior, a ser chamado, por exemplo, ‘Serviço de Auxílio aos Usuários’, somente que o Setor de Referência só pode ser administrado por um bibliotecário, e o outro poderá ser dirigido por um funcionário administrativo categorizado” (MACEDO, 1990, p. 14). Assim, quando falamos de DSI, é preciso mencionar a clássica caracterização das cinco linhas de atuação dos Serviços de Referência comuns a todas as bibliotecas confor- me mencionado por Macedo (1990): 48 2 SERVIÇO DE ALERTA DE ORIENTAÇÃO AO USUÁRIO TÓPICO UNIDADE 3 SERVIÇO DE REFERÊNCIA / INFORMAÇÃO EM SISTEMAS / REDES DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS Highlight user Highlight ● Serviço de Referência Propriamente Dito; ● Educação do Usuário; ● Alerta e Disseminação da Informação; ● Comunicação Visual/Divulgação da Biblioteca; ● Administração/Supervisão do Setor de Referência. Conforme descrito acima, você pode perceber que a DSI é uma das linhas de atuação dos Serviços de Referência e por isso é importante que você conheça como ela se desenvolve. É no setor de serviço de referência e informação em que se desenvolve além das atividades que possibilitam o acesso ao acervo, o gerenciamento do fluxo da informa- ção possibilitando que esta informação seja utilizada pelo usuário e é aqui que entra a DSI. Disseminação Seletiva de Informação ou simplesmente DSI é a tradução do termo inglês Selective Dissemination Information ou SDI. Apenas três palavras que indicam a organização de informações para a resolução de problemas ou como indicação para a possível solução. Tendo como base as duas leis de Ranganathan (1963), “Poupe o tempo do usuário” e “Para cada leitor seu livro”, direcionam para compreensão da Disseminação Seletiva da Informação, como um serviço personalizado e direcionado à necessidade particular dos usuários. Você tem em mente a situação descrita nos primeiros parágrafos deste tópico? Re- corda dos materiais adquiridos recentemente? Então, como vimos, eles são destinados a um grupo específico de pesquisados, o bibliotecário deve direcioná-los para que possam ser usados por esse grupo e também por todos os usuários da biblioteca que deles precisarem. Quando falamos da Disseminação Seletiva da Informação não significa que seja algo criado recentemente (LIMA et al, 2001). A DSI teve seu desenvolvimento mais espe- cificamente a partir da década de 50 e 60, sendo atribuído como seu desenvolvedor Hans Peter Luhn, pesquisador alemão no campo da ciência da computação e Biblioteconomia & Ciência da Informação da IBM. Luhn pensou a DSI com o propósito de minimizar esforços na busca de informações relevantes para o trabalho científico. Assim, entendeu a DSI como “aquele serviço dentro de uma organização que se refere à canalização de novos itens de informação, vindos de quaisquer fontes, para aqueles pontos onde a probabilidade de uti- lização, em conexão com o interesse corrente do usuário, seja alta” (LUNH, 1961, p. 132). Você pode entender agora que a descrição das novas aquisições que eu citei tem uma relação direta com o objetivo da DSI? Se a sua resposta é positiva, então juntos enten- demos que a melhor forma de disseminar aos pesquisadores sobre as recentes aquisições será pelo uso da DSI: 49UNIDADE 3 SERVIÇO DE REFERÊNCIA / INFORMAÇÃO EM SISTEMAS / REDES DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS user Highlight user Highlight user Highlight user Highlight user Highlight user Highlight user Highlight user Highlight user Highlight user Highlight user Highlight user Highlight user Highlight DIAGRAMA 1 – A DSI E A DISSEMINAÇÃO INFORMACIONAL Fonte: Elaborado pelo autor Você tem acima a visualização de como a DSI é desenvolvida no fluxo informacional para atender a demanda dos usuários, como no caso do grupo de pesquisadores que irão receber as novas aquisições da biblioteca: 1 – Entrada – referente à chegada dos materiais informacionais na unidade de informação; 2 – Processamento – trata-se da ação técnica da biblioteca e do bibliotecário de referência no tratamento do material informacional; 3 - Disseminação – quando a informação/material informacional chega ao usuário. A partir do fluxo informacional, qual característica você pode descrever além do que foi apresentado? Acredito que você diria que falta a característica do usuário, não é mesmo? Sim, o usuário é a ponta do fluxo informacional. Assim, desde a Entrada, Processamento até a Disseminação, tudo é pensado com o fim de atender ao usuário, que no exemplo descrito são os pesquisadores. Vimos até aqui a fundamentação teórica da DSI, mas talvez você ainda esteja se perguntando sobre como o bibliotecário pode desenvolver a DSI na prática. São várias maneiras que o bibliotecário pode atuar com DSI. Vamos olhar para algumasdelas: Uma das formas atuais para manter a visibilidade das unidades de informação e do serviço de DSI é através das redes sociais, como Facebook, Twitter, Linkedin etc., criando categorias específicas para grupos e suas demandas informacionais específicas. 50UNIDADE 3 SERVIÇO DE REFERÊNCIA / INFORMAÇÃO EM SISTEMAS / REDES DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS user Highlight user Highlight user Highlight user Highlight user Highlight user Highlight Pensemos em uma biblioteca universitária, nela é possível organizar a DSI por área do conhecimento, semestre ou disciplina. Como é seu perfil nas redes sociais? Você tem contato apenas com amigos e familiares? Você já viu perfis institucionais nas redes? Que tal pensar em um perfil para a biblioteca e para o serviço de disseminação de informações adicionando as aquisições recentes nos Reels? Mas o que é isso, professor? A resposta para o que significa Reels é “vídeos curtos”, a febre que passou a predominar nas redes sociais e é claro que as unidades de informação não podem ficar de fora. FIGURA 1 – PERFIL DA BIBLIOTECA NACIONAL NO INSTAGRAM Fonte: https://www.instagram.com/bibliotecanacional.br/ O perfil da unidade de informação em redes sociais deve ser apresentado com caracterização institucional e manter uma comunicação clara e direta com a comunidade, mostrando abertura e que a biblioteca, museu ou centro informacional não estão restritos a um espaço físico, mas próximo dos usuários da informação em todo e qualquer lugar. Uma segunda maneira de empreender a DSI é pela utilização de newsletter (email informativo enviado recorrentemente aos inscritos). Para isso, é necessário um estudo do público sobre quais tipos de assuntos despertam maior interesse e oferecer informações via e-mail, site/blog ou redes sociais. A newsletter é apropriada para as unidades de infor- mação porque potencializa o disparo de informação em tempo hábil para todos os usuários. Normalmente, o usuário só precisa se cadastrar em uma lista disponível nos postais ou redes sociais das unidades de informação para receber o e-mail. 51UNIDADE 3 SERVIÇO DE REFERÊNCIA / INFORMAÇÃO EM SISTEMAS / REDES DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS https://www.instagram.com/bibliotecanacional.br/ user Highlight user Highlight user Highlight user Highlight user Highlight user Highlight user Highlight user Highlight FIGURA 2 – MODELO DE FORMULÁRIO PARA CADASTRO DE USUÁRIO EM NEWSLETTER Fonte: https://www.bibliotecasdobrasil.com/ Como você desenvolveria a newsletter da DSI da sua unidade de informação? Um bom exemplo de newsletter é do site https://www.bibliotecasdobrasil.com/. Sendo voltada ao contato com os profissionais que desenvolvem atividades em unidades de informação e querem ampliar as possibilidades de serviços, então a ideia dos criadores do site é ajudar a desenvolver e melhorar o atendimento e programações em suas bibliotecas e partilhar ideias. FIGURA 3 – PÁGINA INICIAL BIBLIOTECAS DO BRASIL Fonte: https://www.bibliotecasdobrasil.com/ 52UNIDADE 3 SERVIÇO DE REFERÊNCIA / INFORMAÇÃO EM SISTEMAS / REDES DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS https://www.bibliotecasdobrasil.com/ https://www.bibliotecasdobrasil.com/ https://www.bibliotecasdobrasil.com/ Como bibliotecário você deverá compreender toda a dinâmica da DSI como uma maneira de agir “voltado para demandas e necessidades dos usuários, conforme às espe- cificidades solicitadas” (SILVA, 2016, p. 1). Desta forma, quando falamos do desenvolvi- mento da DSI, algo extremamente importante é o diálogo, tanto formal quanto informal do profissional bibliotecário com a comunidade de usuários, visando compreender demandas específicas da comunidade e satisfação efetiva das necessidades da comunidade. 53UNIDADE 3 SERVIÇO DE REFERÊNCIA / INFORMAÇÃO EM SISTEMAS / REDES DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS user Highlight user Highlight . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Olá, seja bem-vindo a mais um tópico que compreende o conteúdo de Serviço de Informação e Referência. Você continuará a sua caminhada por conhecer as etapas que constituem o SR, isso mesmo, esta é a abreviação que você, como profissional da informação, poderá usar para indicar Serviço de Informação e Referência. Para contextualizar onde estamos em nossos estudos, te convido a relacionar o tema dos tópicos anteriores que foram: a provisão de documentos e a disseminação seletiva da informação (DSI) com ferramentas de buscas, que compreende a orientação ao usuário, completando aquele fluxo informacional que vimos em estudos anteriores, no qual tratamos o relacionamento do usuário com a informação. O tema ferramentas de busca certamente soa para você como sinônimo de Google, não é mesmo? Atualmente, qualquer questão de referência é atribuída a uma busca rápida no mecanismo de busca mais conhecido mundialmente, o Google. No entanto, quando falamos sobre ferramentas de buscas no contexto de uma unidade de informação, significa um tipo de pesquisa primeiramente pelos materiais informacionais da própria unidade, seja a biblioteca, o museu ou centros informacionais. Há também as buscas que são realizadas em bases de dados especializadas e até mesmo no Google Acadêmico. Conforme o título desta unidade, “Serviço de referência/informação em sistemas/ redes de bibliotecas universitárias”, você pode observar que há um tópico específico “siste- mas/redes de bibliotecas universitárias”. Por se tratar de sistemas, vou mostrar brevemente alguns dos principais utilizados por grandes bibliotecas universitárias: Sistema de Bibliote- cas da Universidade de São Paulo (UESP) e o sistema da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). 54 3 FERRAMENTAS DE BUSCAS TÓPICO UNIDADE 3 SERVIÇO DE REFERÊNCIA / INFORMAÇÃO EM SISTEMAS / REDES DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS user Highlight user Highlight user Highlight user Highlight 3.1 Dedalus – Catálogo Coletivo das Bibliotecas da USP – SIBiUSP 3.1.1 O que é o DEDALUS? O DEDALUS é o Banco de Dados Bibliográficos da USP. Nele está registrado todo o acervo das Bibliotecas da Universidade. O Sistema Dedalus é um catálogo geral de con- sulta que permite pesquisar todas as obras de interesse acadêmico e geral, distribuídas pelos acervos das bibliotecas da Universidade de São Paulo (USP). Podem ser consultados gratuita e livremente pelo internauta, através do Sistema Dedalus, o qual possibilita a busca de obras no acervo pelo título, autor etc. Resumidamente nele é registrado todo o acervo das bibliotecas da USP, e disponi- biliza o catálogo online para consulta e localização dos materiais no acervo. FIGURA 4: BUSCA SIMPLES CATÁLOGO ONLINE SIBNETUSP Fonte: https://bit.ly/3g6DndX 3.2 PERGAMUM - Sistema Integrado Para Bibliotecas 3.2.1 O que é o PERGAMUM? O PERGAMUM é um sistema informatizado de gerenciamento de dados, direcio- nado aos diversos tipos de Centros de Informação. O Sistema funciona de forma integrada com o objetivo de facilitar a gestão dos centros de informação, melhorando a rotina diária com os seus usuários. 55UNIDADE 3 SERVIÇO DE REFERÊNCIA / INFORMAÇÃO EM SISTEMAS / REDES DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS https://bit.ly/3g6DndX user Highlight user Highlight user Highlight FIGURA 5: BUSCA SIMPLES CATÁLOGO ONLINE PERGAMUM Fonte: https://bit.ly/3ewv5fb O objetivo do sistema é obter as melhores práticas de cada Instituição, a fim de manter o software atualizado e atuante no mercado, tornando-o capaz de gerenciar qualquer tipo de documento, atendendo desde Universidades, Faculdades, Centros de Pesquisa, Centros de Ensino fundamental e médio, assim como empresas, órgãos públicos e gover- namentais. Criando uma Rede, o sistema possui um mecanismo de busca ao catálogo das várias Instituições que já adquiriram o software, com isso, formando a maiorrede de bibliotecas do Brasil. Pelo catálogo o usuário pode pesquisar e recuperar registros online de forma rápida e eficiente. 56UNIDADE 3 SERVIÇO DE REFERÊNCIA / INFORMAÇÃO EM SISTEMAS / REDES DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS https://bit.ly/3ewv5fb user Highlight user Highlight user Highlight . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Chegamos ao último tópico desta terceira unidade e tendo conhecido um pouco melhor o serviço de referência e informação a partir da sua organização como sistema que provê documentos e auxílio bibliográfico aos usuários diante das suas demandas informa- cionais, você verá que em meio a todo esse processo é necessário também a avaliação dos serviços oferecidos, tendo como fundamento a busca pela qualidade como princípio das instituições de ensino e metas da educação nacional. As unidades de informação, centros de informação e as bibliotecas estão asso- ciadas às Instituições de Ensino Superior (IES), normalmente as bibliotecas no contexto universitários são conhecidas como Bibliotecas Universitárias (BUs) e caracterizadas uni- dades de informação destinadas a suprir as necessidades informacionais da comunidade acadêmica, integrando as atividades de ensino, pesquisa e extensão, que permeia o tripé da graduação e da pós-graduação. A avaliação de um serviço de informação pode ser subjetiva ou objetiva. Estu- dos subjetivos, baseados em opiniões, não deixam de ser úteis, pois é impor- tante saber o que as pessoas sentem em relação ao serviço. Mas a avaliação terá sua utilidade máxima se for analítica e diagnóstica, procurando descobrir como o serviço poderia melhorar, e é difícil basear este tipo de estudo apenas em opiniões. Em geral, portanto, devem-se adotar critérios e procedimen- tos objetivos. Os resultados de um estudo objetivo devem ser quantificáveis (LANCASTER, 2004, p. 16). Assim, as bibliotecas universitárias como unidades de informação estão direta- mente associadas ao sistema nacional de educação que passa constantemente por ava- liação pelo Ministério da Educação (MEC), em busca de tornar a educação com padrões de qualidade, procedimentos que contribuem para o sucesso no desenvolvimento dos cursos das diversas IES, em suas instâncias gerenciais, administrativas ou operacionais. 57 4 AVALIAÇÃO DE SERVIÇOS DE REFERÊNCIA / INFORMAÇÃO TÓPICO UNIDADE 3 SERVIÇO DE REFERÊNCIA / INFORMAÇÃO EM SISTEMAS / REDES DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS user Highlight user Highlight user Highlight user Highlight user Highlight user Highlight user Highlight user Highlight user Highlight user Highlight user Highlight A partir da importância da avaliação da qualidade na educação, evidencia-se a inter-relação que as Bibliotecas Universitárias devem desenvolver também a avaliação dos serviços oferecidos em busca de padrões mínimos que atestem a qualidade dos programas de ensino nas diversas IES, pois devem primar por todos os aspectos legais, pedagógicos, administrativos, operacionais e indicadores que proporcionem ganhos para a sociedade, desenvolvendo pessoas e contribuindo para o crescimento do mercado de trabalho, a ino- vação e conhecimento científico e tecnológico. As Bibliotecas Universitárias possuem um conjunto de funções que perpassam o planejamento, a organização, até a recuperação da Informação, sendo composta por uma estrutura organizacional de departamentos, divisões e seções, e cada um destes tem a responsabilidade pelo desenvolvimento de algum produto e/ou serviço formando uma cadeia até a execução final, exigindo assim, que pela avaliação possam ter suas funções desempenhadas com maior qualidade. As BUs, pela própria natureza são essencialmente dinâmicas [...] deve de- senvolver suas atividades de forma a poder disponibilizar a informação na quantidade e qualidade desejadas pelo usuário, ou seja, tornar possível e viável um atendimento que atinja às demandas de sua clientela, em termos de qualidade. A qualidade no atendimento deve ser entendida de maneira completa, abrangendo uma série de atividades planejadas e executadas de acordo com o perfil da clientela (SILVA, 2009, p. 14). De forma direta, a questão da qualidade é um tema importante a ser aprofundado no que se refere ao fator de qualidade dos serviços oferecidos pelas IES e nas unidades de informação, para que se possa medir o cumprimento de critérios mínimos estabelecidos para os insumos, processos e resultados, na qual é denominado de enfoque de qualidade baseado em padrões e que sejam estabelecidos critérios mínimos de qualidade, buscando um denominador comum. Conforme Lancaster (2004), vejamos alguns dos itens do serviço de referência que devem considerados na avaliação do acervo a partir do planejamento e gerenciamento : ● Cotejo das bibliografias por especialistas; ● Uso do acervo; ● Uso na própria biblioteca; ● Uso e pertinência dos periódicos ; ● Obsolescência, desbaste e aproveitamento do espaço; ● Uso do catálogo; ● Disponibilidade nas estantes; ● Fatores determinantes de êxito ou malogro no fornecimento de documentos; 58UNIDADE 3 SERVIÇO DE REFERÊNCIA / INFORMAÇÃO EM SISTEMAS / REDES DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS user Highlight user Highlight user Highlight user Highlight user Highlight user Highlight ● Perguntas e respostas; ● Buscas em bases de dados; ● Instrução bibliográfica; ● Uso compartilhado dos recursos; ● Custo-eficácia; ● Custo-benefício; Considerando o contexto e as características citadas, você pode entender que a avaliação dos serviços de referência tem como propósito maior a adequação dos serviços à qualidade de informações ao usuário. Portanto, nas unidades de informação, além de uma boa coleção de referência é necessário que a biblioteca ou centro de informação supra as necessidades dos usuários por meio do planejamento constante e da avaliação da qualidade dos serviços oferecidos. 59UNIDADE 3 SERVIÇO DE REFERÊNCIA / INFORMAÇÃO EM SISTEMAS / REDES DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS user Highlight user Highlight 60UNIDADE 3 SERVIÇO DE REFERÊNCIA / INFORMAÇÃO EM SISTEMAS / REDES DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS 60 Você pode utilizar blogs como recurso para a disseminação da informação. O conceito de blog relacio- na-se a um diário pessoal publicado instantaneamente irregularmente na web, geralmente versando sobre um tema. Como diário pessoal, quer dizer que o blog é escrito por uma pessoa ou por poucas pessoas, geralmente versa sobre um tema. É importante entender o que vem a ser o termo instantaneamente, para isso observemos as publicações científicas, pois estas demoram para serem levadas até o público o tempo de publicação é demorado, ou seja, são anos para a publicação dos artigos. Em relação ao blog ele realmente é publicado instantaneamente, então uma vez que eu esteja inscrito numa plataforma, criar um blog é algo super ágil, e o profissional de uma unidade da informação tem a seu favor esse recurso para apostar na informação e disponibilizá-la rapidamente. É só colocar o título da pos- tagem, colocar a mensagem e ao clicar em publicar, essa informação já está disponível pra todo mundo ler. “Os livros são para serem usados” (1ª LEI de Ranganathan) Nesta primeira lei, Ranganathan discute questões que irão envolver a democratização da informação, pois o que faz com que a instituição biblioteca exista é o fato do homem, ao desvendar o mundo, ao trocar experiências sobre suas descobertas e ao comunicar estas descobertas e avanços para possibilitar a trans- missão de conhecimento, elaboração de registros, inscrições. Estes devem estar organizados, armazenados e preservados para propiciar a transmissão de conhecimento para a geração futura. user Highlight user Highlight user Highlight user Underline 61 Concluímos nossa terceira unidade, e vimos quedentro do serviço de informação e referência, dentro os diversos serviços você pode conhecer a DSI, e espero que tenha compreendido a importância desta atividade dentro de uma unidade de informação. Você compreendeu o que é a disseminação de dados e informações? Disseminar está relaciona- do ao modo como o sistema opera ao distribuir os dados e informações de acordo com o perfil de interesse e necessidade de cada usuário. A disseminação, então, é uma distribuição organizada das informações por meio da interpretação dos dados coletados direcionada aos principais interessados em uma ins- tituição, e deve haver um processo organizado de forma simples e lógica. Não é mesmo? Ao disseminar as informações pois, se isso não ocorrer, os usuários irão receber a informação de várias formas, como por exemplo: relatórios, cartas, telefonemas, jornais, revistas, livros, conferências, reuniões, entre outras formas, o que pode causar confusão para interpretar todos esses dados e informações, e os usuários além de interpretar as informações, precisam desenvolver as suas pesquisas e demais atividades. Deste modo, é preciso eliminar tudo que o não é estritamente necessário aos usuários, deixando apenas as informações estratégicas que são justamente aquelas que influenciam o futuro de um usuário pesquisador. Para que a disseminação seja assertiva, alguns aspectos podem ser levados em consideração ao filtrar as informações que serão transmitidas aos usuários, por exemplo evitar a duplicidade de informações apresentando para cada usuário somente o que for ne- cessário no momento de analisar selecionar e resumir as informações que são enviadas para que não haja confusão na hora de interpretar organizar a estrutura na leitura destes usuários buscando otimizar o tempo, determinando que tipos de informação deve chegar até eles. Diante do contexto estudado, o serviço de referência/informação em sistemas/redes de bibliotecas universitárias é responsável por planejar, organizar e gerenciar a DSI e todos os setores informacionais priorizando a qualidade destes, para que a disseminação das informações atenda a critérios básicos como: objetividade, eficácia, eficiência, efetividade, clareza, rapidez, prioridade, necessidade específica, brevidade de conteúdo e atualidade, para que assim, todo usuário possa tomar suas decisões da melhor forma possível e de maneira assertiva. CONSIDERAÇÕES FINAIS UNIDADE 3 SERVIÇO DE REFERÊNCIA / INFORMAÇÃO EM SISTEMAS / REDES DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS user Highlight user Highlight user Highlight user Highlight user Highlight user Highlight 62 LEITURA COMPLEMENTAR DAMIAN, Ieda Pelógia Martins. Análise do serviço de referência virtual em bibliotecas universitárias. TransInformação, Campinas, 29(3):221-232, set./dez., 2017. Disponível em: https://bit.ly/3gff1yD Acesso em: 13 Out. 2022. O Serviço de Referência Virtual diz respeito à oferta de serviço de referência em contexto eletrônico, por meio da utilização da tecnologia de informação e da comunicação. Existe uma série de recursos que podem ser explorados em benefício das bibliotecas universitárias e dos usuários do serviço de referência que interagem por meio dessa tecno- logia. Para que, no contexto das bibliotecas universitárias, as oportunidades advindas da oferta de serviço de referência em ambiente virtual possam ser aproveitadas, este estudo tem como objetivo desenvolver análises do serviço de referência virtual do ponto de vista dos usuários, por meio de um levantamento que considera ferramentas desenvolvidas e utilizadas em negócios eletrônicos. ACCART, Jean-Philippe. Serviço de referência: do presencial ao virtual. Brasília, DF : Briquet de Lemos / Livros, 2004. Disponível em: https://bit.ly/3D08rVU Acesso em: 13 Out. 2022. Comparando o processo de referência clássica, a que se exerce na modalidade presencial, à sua versão virtual, ele mostra muito bem que esta descobre e se aprofunda mais do que a primeira conseguia com seus limitados recursos. Por intermédio da pro- blemática da referência ele mostra que, permanecendo fiéis à sua inspiração primeira e com um pouco de inovação, as bibliotecas podem perfeitamente acompanhar as novas exigências da sociedade do conhecimento. UNIDADE 3 SERVIÇO DE REFERÊNCIA / INFORMAÇÃO EM SISTEMAS / REDES DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS https://bit.ly/3gff1yD https://bit.ly/3D08rVU user Highlight user Highlight user Highlight user Highlight user Highlight 63 LIVRO Título: Avaliação de serviços de bibliotecas Autor: LANCASTER, F. W Editora: Briquet de Lemos Sinopse: Esta segunda edição incorpora um capítulo sobre a avaliação da instrução bibliográfica e vários estudos de casos baseados em pesquisas nos últimos cinco anos. Apresenta a avaliação baseada na relação custo-eficácia e custo-benefício e avaliação do uso compartilhado de recursos. Outro capítulo examina a viabilidade do controle de qualidade permanente aplicado aos serviços bibliotecários. O foco de atenção é cons- tituído pelos serviços públicos oferecidos pelas bibliotecas e centros de informação. Essencialmente é uma revisão e síntese da literatura sobre avaliação e visa a ser de caráter mais práti- co, para ser usado como texto no ensino dessa matéria e como um guia para os bibliotecários que tenham de escolher os procedimentos de avaliação que irão aplicar em suas próprias instituições. FILME / VÍDEO Título: A BIBLIOTECA DE ALEXANDRIA Ano: 1996 Sinopse: Pela primeira vez na história, os estudiosos de todas as áreas de estudo e de todos os cantos conhecidos do mundo tem um lugar onde eles podem buscar o conhecimento puro. A Biblioteca de Alexandria abrigava a maior coleção de livros já montados no mundo antigo. Mas nenhum vestígio dela existe hoje. Quem foi o responsável pela sua destruição e que segre- dos sobre o mundo antigo foram perdidos para sempre nos escombros? Links do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=TjnE1gV42Jw https://www.youtube.com/watch?v=TK5zppZzUy4 MATERIAL COMPLEMENTAR UNIDADE 3 SERVIÇO DE REFERÊNCIA / INFORMAÇÃO EM SISTEMAS / REDES DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS https://www.youtube.com/watch?v=TjnE1gV42Jw https://www.youtube.com/watch?v=TK5zppZzUy4 user Highlight user Highlight user Highlight . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Plano de Estudos • Serviço de referência e informação nas bibliotecas digitais • Processo de referência virtual • Portais de bibliotecas virtuais • Bibliotecas virtuais proprietárias e bases de dados proprietárias Objetivos da Aprendizagem • Contextualizar o serviço de referência e informação nas bibliotecas digitais; • Compreender o serviço de referência virtual nas bibliotecas virtuais e digitais; • Estabelecer a importância das bibliotecas virtuais proprietárias e bases de dados proprietárias como ferramentas do serviço de referência e informação. 4UNIDADEUNIDADE SERVIÇOS DESERVIÇOS DE REFERÊNCIA EREFERÊNCIA E INFORMAÇÃO INFORMAÇÃO NO CONTEXTO NO CONTEXTO DA HIBRIDEZ EM DA HIBRIDEZ EM BIBLIOTECASBIBLIOTECAS Professor Me. José Matias dos Santos Filho 65INTRODUÇÃO Seja muito bem-vindo a nossa última unidade de estudos. Seguirei com você dan- do continuidade na apresentação de mais um tema que envolve o Serviço de Referência e Informação, estudando o contexto da hibridez em bibliotecas, ou seja, vamos olhar para o Serviço de Referência oferecido pelas bibliotecas digitais e virtuais, pelos portais e ferra- mentas virtuais. Hoje a digitalização ou virtualização de processos e serviços é um caminho a ser trilhado e implementado pelas bibliotecas. Com isso, o Serviço de Referência e Informação só pode ser entendido quando olhamos para as partes que compõem as unidades de in- formação como um todo. Para que você compreenda essa ideia, pense na biblioteca como algo essencial para o desenvolvimento da educação básica e superior. Sendo assim, você concorda que as bibliotecas devem fazer parte do contexto organizacional e pedagógico das escolas e das universidades? Se a sua resposta for sim, o que acredito ter sido a sua escolha, assim como eu, você também acredita que é papel fundamental das bibliotecas participar de forma direta nos processos de ensino-aprendizagem, pois estas oferecem as fontes essenciais que contribuem na formação do conhecimento escolar e acadêmico. Mais especificamente no ensino superior, as bibliotecas são apresentadas como itens indispensáveis nos Projetos Político Pedagógico (PPP) e Planos de Desenvolvimento Institucional (PDI), conforme requer o Ministério da Educação (MEC) e suas respectivas secretarias nos processos de credenciamento, avaliação e recredenciamento de cursos. As questões que se colocam nesta unidade pretendem apresentar um panorama do serviço de referência virtual nas bibliotecas virtuais e digitais das IES e sua situação quanto ao quesito obrigatório de prover seus alunos remotos (off-campus) da necessidade de uma biblioteca. Apresentarei a você o relato de como é atuar em um ambiente de biblioteca digital, tenho o serviço de referência e informação digital integrado aos diversos serviços oferecidos por meio de ferramentas digitais, vamos juntos. UNIDADE 4 SERVIÇO DE REFERÊNCIA E INFORMAÇÃO NO CONTEXTO DA HIBRIDEZ EM BIBLIOTECAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66 Você, assim como eu, também percebe que o mundo do trabalho apresenta a cada dia novos problemas e oportunidades que exigem novas maneiras de pensar? Isso exigirá cada vez mais do profissional da informação atualização do seu fazer profissional e formati- vo não é mesmo? Além disso, muitos artefatos e situações ficam obsoletos rapidamente, o que se pode verificar em setores, tais como: medicina, engenharia, comunicações, etc. Mas e a educação? Como preparar os estudantes para um mundo de transformações cada vez mais rápidas? As matérias de estudo atendem às demandas do presente e do futuro? As metodologias atendem às expectativas dos alunos? Citei a educação, pois as bibliotecas e os centros de informação tem relação direta com ela, e mais ainda, a educação cada vez mais e desenvolvida com e pelo uso de tecnologia. A interação entre as pessoas propiciada pelas tecnologias no processo educativo é um elemento de ensino e de aprendizagem. Assim, as Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC’s) possibilitam informações, processos e/ou relações que se tornam educativas. Segundo Toschi (2005, p.38), quando a tecnologia começou a ser inserida na educação, em meados dos anos 50, apareceu como “máquinas de ensinar, nas quais os alunos deveriam seguir ativamente determinados passos no processo de aprender”. Audiovisuais e vídeos interativos eram produzidos a fim de otimizar a aprendizagem dos alunos. Segundo a ótica da época, a tecnologia era vista como um recurso na “transmissão de conhecimento”. 1 SERVIÇO DE REFERÊNCIA E INFORMAÇÃO NAS BIBLIOTECAS DIGITAIS TÓPICO UNIDADE 4 SERVIÇO DE REFERÊNCIA E INFORMAÇÃO NO CONTEXTO DA HIBRIDEZ EM BIBLIOTECAS Na década de 70, a noção de tecnologia como técnicas audiovisuais foi substituída pela ideia de que ela poderia ser um mediador da estrutura cognitiva dos sujeitos. As téc- nicas utilizadas nas instituições de ensino “propunham a interação homem-máquina, numa perspectiva cognitivista para conseguir a mudança educativa” (TOSCHI, 2005, p.38). Já os 80 foram marcados pela inserção dos “novos” meios na escola. O uso de ferramentas tecnológicas pelas Instituições de Ensino é datado dos anos 80, quando o computador apri- morou as primeiras experiências da prática de ensino e aprendizagem, com os chamados Kit Multimídia, o CD-Rom e a internet. A partir da década de 90 até o momento, aumentou a valorização de um ensino aproximado com as experiências dos educandos, com me- diação do professor e das tecnologias. De maneira geral, não se pode ter apenas uma visão utópica de um ensino apenas pela utilização de tecnologias, mas um ensino com a inserção de uma educação contextualizada, com e a partir de tecnologias, proporcionando comunicação entre professores, alunos e de ambos com os meios e/ou com as informações neles presentes (PORTO, 2005). Assim, surgiram o retroprojetor, o gravador de som portátil, a filmadora, a fotoco- piadora, a televisão, o vídeo e o computador. Segundo Toschi (2005), a maior dificuldade encontrada na época era a insuficiência de equipamentos nas instituições de ensino, bem como a falta de estrutura física e de suporte tecnológico para a utilização destes aparelhos pelos professores. Até aqui você pode reconhecer todos esses recursos tecnológicos, não é mesmo? Certamente, você utilizou a maioria deles enquanto era aluno na escola básica, quando fre- quentava a biblioteca da sua escola ou até mesmo quando chegou na faculdade. Durante a história vemos que as bibliotecas passaram por diversas transformações e, paulatinamente, foram consolidando-se junto à sociedade pelo uso das tecnologias. Atualmente, essas fer- ramentas estão associadas às tecnologias web, ou seja, já implementadas em sites, portais e ambientes virtuais de aprendizagem. Existe uma relação intrínseca entre as bibliotecas e os projetos pedagógicos das IES, sendo consideradas como o “coração” das Instituições de Ensino Superior (IES), tese que é também frequentemente defendida pelos membros das comissões de avaliação de cursos do MEC. Seu papel é dar suporte e complementação aos processos de ensino e aprendizagem disponibilizando a bibliografia indicada nas disciplinas dos cursos. As bibliotecas universitárias, detentoras e disseminadoras dos conhecimentos gerados, devem secundar a tarefa das instituições de ensino que é prover e dar suporte ao ensino, pesquisa e extensão e, consequentemente, ao desenvolvimento social e humano. Portanto, “uma medida de qualidade de uma instituição de ensino superior é a excelência de sua biblioteca” (MILANESI, 1995, p. 72). 67UNIDADE 4 SERVIÇO DE REFERÊNCIA E INFORMAÇÃO NO CONTEXTO DA HIBRIDEZ EM BIBLIOTECAS Uma biblioteca digital é um acervo informacional eletrônico que pode ser acessado de forma remota e que está hospedado em diversos computadores. Mas você pode estar se perguntando: Virtual ou digital? O termo virtual é uma designação por vezes utilizada no lugar de biblioteca digital, fazendo alusão a bibliotecas que podem implicar em uma localização física, mas querem enfatizar seus serviços online. Isso não significa que a experiência digital é “inferior” à experiência presencial (virtual x real), pois o mais importante é que o conteúdo informacional pode ser apreendido do mesmo modo independente do tipo suporte. Fundamentando a ideia de oferecer um serviço de referência e informação nas bi- bliotecas digitais, em seu livro “A prática do serviço de referência”, Grogan (2001) afirma que: O serviço de referência, porém, é mais do que um expediente para a como- didade do usuário. Um dosfatos da vida das bibliotecas é que grande parte do material constante do acervo precisa ser deliberadamente utilizado para proporcionar algum benefício. [...] a finalidade do serviço de referência e in- formação é permitir que as informações fluam eficientemente entre as fontes de informação e quem precisa de informações (GROGAN, 2001, p. 8). A ideia de serviço de referência um expediente para a comodidade do usuário, cor- robora com o objetivo que as bibliotecas digitais e da internet que podem ser usadas pelos estudantes para acessar catálogos de bibliotecas nacionais e internacionais, informação eletrônica especializada, bases de dados especializados, texto completo, sistemas de distri- buição de documentos, artigos de periódicos, entre outros. Além disso, os estudantes podem reservar livros via internet ou, ainda, estender o prazo do material tomado como empréstimo. Como modelo que descrevi, indico o site da biblioteca da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. FIGURA 1 - HOMEPAGE BIBLIOTECA PUC RIO Fonte: https://www.dbd.puc-rio.br/sitenovo/ 68UNIDADE 4 SERVIÇO DE REFERÊNCIA E INFORMAÇÃO NO CONTEXTO DA HIBRIDEZ EM BIBLIOTECAS https://www.dbd.puc-rio.br/sitenovo/ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69 Na sociedade contemporânea, uma das características marcantes é a velocidade proporcionada pelas tecnologias digitais que tornaram possível o rompimento das fronteiras do tempo e do espaço. Hoje, as informações podem atingir um imenso contingente de pes- soas, transmitidas em tempo real para todas as partes do mundo. Além disso, as Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC’s) se fazem presentes no cotidiano da socieda- de, gerando transformações em todos os setores, principalmente na área educacional. Nos dias de hoje, questões anteriormente restritas à educação a distância, como aprendizagem on-line ou via web estão expandindo suas fronteiras e abarcando também o ensino presencial, isso ficou evidente com a implementação do ensino híbrido, o que, consequentemente, respalda o serviço de referência e informação também com essa cara- terística híbrida sendo oferecido remota ou totalmente pela internet. Observamos que diversas são as denominações de apresentação dos ambientes virtuais de acesso remoto que se enquadram como processo de referência virtual, tais como: biblioteca digital, biblioteca virtual, ambiente virtual de aprendizagem colaborativo, ambiente virtual de aprendizagem integrado, entre outros. Para Blattmann e Rados (2000, p. 15), os benefícios desses recursos são visíveis e necessários aos alunos de EAD, destacando-se: [...] as bibliotecas como elementos do sistema educacional necessitam par- ticipar ativamente deste processo, buscando caminhos inovativos e criativos para apoiar a aprendizagem a distância e principalmente oferecer aos estu- dantes que optarem por esta modalidade de ensino oportunidades iguais de acesso às fontes informacionais como oferecidos aos estudantes do ensino presencial. 2 PROCESSO DE REFERÊNCIA VIRTUAL TÓPICO UNIDADE 4 SERVIÇO DE REFERÊNCIA E INFORMAÇÃO NO CONTEXTO DA HIBRIDEZ EM BIBLIOTECAS Para que o processo de referência realmente aconteça, os processos são qualita- tivamente diferentes do ambiente da biblioteca presencial. A metodologia é diferente, pois neste novo contexto a necessidade informacional e a busca é mediada pela tecnologia, o que torna necessário algumas competências e estratégias bem traçadas que levem o usuário a encontrar e usar o que satisfaça sua necessidade. Desta maneira, o contexto organizacional do serviço de referência e os procedimentos de estudos e pesquisas é diferenciado. A busca da informação pelo usuário online se dá mediante outros processos. A nova forma de aprendizado e estudo trazida pelo computador gera também uma nova necessidade no contexto do EAD, a da pesquisa e busca pela informação. Como disponibilizar recursos informacionais e materiais que deem suporte às necessidades infor- macionais geradas no contexto do estudo na modalidade a distância? Chegamos então ao conceito de Serviço de Referência Virtual, “O serviço de refe- rência virtual diz respeito à disponibilização do serviço de referência por meio da tecnologia de informação, de modo a agregar valor tanto para as bibliotecas quanto para os usuários que interagem por meio desta ferramenta.” (DAMIAN; CASTRO FILHO, 2018, p.1). Conforme você pode ver na citação acima, o serviço de referência virtual é tido como um prolongamento do serviço de referência presencial, embora possa ser tratado como um serviço à parte. Dá ênfase ao aspecto tecnológico, o que é um fator atraente tanto para os profissionais da informação quanto para os usuários cada vez mais conectados à internet (ACCART, 2012, p. 16). A história dos Serviços de Referências Virtuais (SRV) é recente, com os primeiros servi- ços implantados no final da década de 1990, nos Estados Unidos e na Escandinávia. Em 1998 a IFLA (Federação Internacional de Associações de Bibliotecários e Bibliotecas) se dedicou mais à promoção, em diversas partes do mundo, da referência virtual com a seção de Reference and Information Services (RISS). As vantagens do SRV segundo Accart (2012, p.26) são: As fontes de informação virtual se atualizam rapidamente; ● Demandam menor mão de obra e não necessitam de espaço físico para o armazenamento; ● A recuperação da informação torna-se otimizada e precisa; ● Ser acessível em todos os lugares e a todo instante; ● Oferecer, geralmente, serviço gratuito; ● Garantir a proteção dos dados e das informações; ● Orientar para fontes de informação confiáveis; ● Oferecer um serviço personalizado e de qualidade (ACCART, 2012, p.26). Passos para a implementação de um serviço de referência virtual: 70UNIDADE 4 SERVIÇO DE REFERÊNCIA E INFORMAÇÃO NO CONTEXTO DA HIBRIDEZ EM BIBLIOTECAS ● Informar-se: pesquisa preliminar sobre áreas de especialidade e serviços já existentes; ● Planejar: desenvolvimento de procedimentos, políticas e metas; ● Treinamento: incluindo a elaboração de um plano de treinamento para funcionários; ● Protótipo: o serviço será testado em pequena escala e modificado; ● Contribuição: publicidade e recursos para suporte do serviço; ● Avaliação: avaliação regular para identificar oportunidades de melhora (SHAW; SPINK, 2009, p.22). As seções vantagens e passos para a implementação do SRV tem como objetivo destacar a importância do desenvolvimento do SRV, ideia corroborada por Damian; Castro Filho (2018, p.9) “[...] as bibliotecas deveriam aprender com os sites comerciais maneiras e ferramentas utilizadas para atrair e atender seus usuários”. O serviço de referência virtual pode ser prestado em qualquer tipo de biblioteca, conforme aponta Accart (2012). Contudo, foram os usuários de bibliotecas universitárias os primeiros a exigir maior atenção e tempo dos bibliotecários, o que impulsionou a necessida- de de se investir em melhores serviços, dentre eles o próprio serviço de referência virtual. 71UNIDADE 4 SERVIÇO DE REFERÊNCIA E INFORMAÇÃO NO CONTEXTO DA HIBRIDEZ EM BIBLIOTECAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72 As bibliotecas digitais figuram com grande proeminência na internet, disponibilizan- do a informação em tempo real, no entanto, há muito o que se discutir quanto aos conceitos e aos padrões que são específicos deste tipo de biblioteca. Assim, vemos que a internet trouxe consigo uma nova realidade aos profissionais bibliotecários, com a evidência da biblioteca digital, surge um novo espaço para atuação, alargando as possibilidades de emprego, cabendo a esses profissionais da informação a capacitaçãopara atuar nas bibliotecas digitais, bem como junto às relações pedagógicas da biblioteca com a educação. Diante da grande dimensão do que é possível para a biblioteca com a associação das ferramentas digitais e da internet, temos o nascimento dos portais de bibliotecas virtuais, ou seja, a biblioteca digital. Vamos olhar alguns exemplos? A relação que você encontra abaixo é uma listagem do Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG, 2022): 1 Periódicos Capes - É uma biblioteca virtual que reúne um acervo de mais de 38 mil títulos com texto completo, 123 bases referenciais, 11 bases dedi- cadas exclusivamente a patentes, além de livros, enciclopédias e obras de referência, normas técnicas, estatísticas e conteúdo audiovisual. 2 Repositório Institucional do IF Goiano (RIIF Goiano) - Biblioteca Virtual que tem como missão promover, mediante acesso aberto, a disseminação, à preservação, a valorização e o reconhecimento da produção técnico-científi- ca do Instituto Federal Goiano. 3 Oasisbr - Portal Brasileiro de Acesso Aberto à Informação Científica - Oa- sisbr é um mecanismo de busca multidisciplinar que permite o acesso gratuito à produção científica de autores vinculados a universidades e institutos de pesquisa brasileiros. Por meio do oasisbr é possível também realizar buscas em fontes de informação portuguesas”. 4 PORTAIS DE BIBLIOTECAS VIRTUAIS TÓPICO UNIDADE 4 SERVIÇO DE REFERÊNCIA E INFORMAÇÃO NO CONTEXTO DA HIBRIDEZ EM BIBLIOTECAS 4 Portal Domínio Público - lançado em 2004, o portal coloca à disposição uma biblioteca virtual de referência para professores, alunos, pesquisadores e população em geral. Seu principal objetivo é promover o amplo acesso às obras literárias, artísticas e científicas (na forma de textos, sons, imagens e vídeos), já em domínio público ou que tenham a sua divulgação devidamente autorizada, que constituem o patrimônio cultural brasileiro e universal. 5 Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD) - integra os sistemas de informação de teses e dissertações existentes nas instituições de ensino e pesquisa do Brasil, e também estimula o registro e a publicação de teses e dissertações em meio eletrônico. A BDTD, em parceria com as instituições brasileiras de ensino e pesquisa, possibilita que a comunidade brasileira de C&T publique e difunda suas teses e dissertações produzidas no País e no exterior, dando maior visibilidade à produção científica nacional. 6 Plataforma RED MEC - Iniciativa do Ministério da Educação, com a pro- posta de reunir e disponibilizar, os Recursos Educacionais Digitais dos prin- cipais portais do Brasil. Com o objetivo de melhorar a experiência de busca desses Recursos. Desenvolvida numa parceria entre a Universidade Federal do Paraná (UFPR), Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e pro- fessoras(es) da Educação Básica de todo o Brasil, pretende se tornar uma referência em Recursos Educacionais Digitais, como um ambiente de busca, interação e colaboração entre professoras(es)! 7 Repositório PROEDU - Repositório online de conteúdos didáticos digitais, com o objetivo de reunir os variados recursos educacionais digitais produzi- dos pela Rede de Educação Profissional e Tecnológica (EPT), a fim de facili- tar o acesso a eles e preservar a memória intelectual da Rede. 8 Project Gutenberg - O Project Gutenberg reúne livros e documentos que estejam no domínio público de todo o mundo. Lá, é possível encontrar as obras originais de grandes nomes da literatura mundial. 9 Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin - Contém livros, revistas, do- cumentos e outros tipos de arquivos livres para o download gratuito. 10 Biblioteca Digital Paulo Freire - Voltada principalmente para a área de fi- losofia e pedagogia, a Biblioteca Digital Paulo Freire disponibiliza para down- load gratuito as obras do pedagogo e filósofo Paulo Freire. 11 Biblioteca Nacional Digital Brasil - Com mais de 700 mil arquivos, a Biblio- teca Nacional Digital Brasil possui artigos, trabalhos acadêmicos, livros, obras de arte, gravuras, fotografias e outros documentos para download grátis. 12 ProQuest - Ferramenta de pesquisa interdisciplinar, que reúne importan- tes bases de dados e oferece diversos recursos de pesquisas acadêmicas. 13 EBSCOhost - possui uma abrangente coleção de conteúdo, incluindo a indexação de assuntos, texto completo de alta qualidade e toda a coleção de bibliotecas da EBSCO information Services, oferecendo uma experiência de descoberta personalizável aos clientes. 14 Biblioteca Virtual Pearson (BV) – Possui acervo com mais de 12 mil títu- los em diversas áreas do conhecimento. A plataforma conta com ferramentas de acessibilidade aos usuários com baixa visão ou deficiência visual, assegu- rando o acesso e fornecimento ininterrupto ao acervo e, consequentemente, amplia os acervos das bibliotecas do IF Goiano, universalizando o acesso a todos estudantes e servidores da instituição. 73UNIDADE 4 SERVIÇO DE REFERÊNCIA E INFORMAÇÃO NO CONTEXTO DA HIBRIDEZ EM BIBLIOTECAS A relação indicada acima apresenta sites de bibliotecas digitais, como também portais e repositórios. Mas você sabe como funciona uma biblioteca digital? Vou responder as cinco principais perguntas feitas quando trabalhei em uma biblioteca digital: 1 - Como funciona uma biblioteca digital? Uma Biblioteca Digital está disponível em um site e pode ser acessada 24 horas por dia. O acervo é composto por vídeos de aulas, livros digitais, periódicos digitais e bases de dados. Oferece serviços de busca bibliográfica, treinamento no uso dos recursos da própria biblioteca e orientações para elaboração de trabalhos e textos científicos segundo as Normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) entre outros. 2 - Ela serve somente para alunos ou também pode ser acessada por professores e comunidade externa? A biblioteca digital não atende apenas os alunos, mas toda comunidade acadêmica. Eles têm acesso ao conteúdo organizado ou contratado para integrar o acervo virtual, aos livros digitais das bases de dados proprietárias, aos materiais didáticos, às referências digitais, além do conteúdo acessado pelos demais usuários. Os alunos e professores tanto da graduação como da pós-graduação têm acesso aos livros, e-books técnicos e de lazer. A comunidade externa pode acessar na biblioteca digital os e-books de literatura e as revistas científicas. 3 - Que tipo de livros a biblioteca oferece? Literatura? Técnicos? Qual é o acervo atual da biblioteca digital? O acervo de livros da Biblioteca Digital é composto por livros digitais, técnicos e de literatura. Há também um acervo de livros de bases de dados proprietárias que são contratadas para integrar o acervo de bibliografias básicas e complementares dos cursos de graduação e pós-graduação. 4 - Qual é o perfil do usuário da biblioteca? O usuário da biblioteca digital é um leitor proativo e autodidata que tem um perfil dinâmico, independente e disciplinado, sabe administrar seu tempo. 74UNIDADE 4 SERVIÇO DE REFERÊNCIA E INFORMAÇÃO NO CONTEXTO DA HIBRIDEZ EM BIBLIOTECAS 5 - Como são selecionadas e adquiridas novas obras para a biblioteca? Quais são os critérios usados para organizar e compor o acervo? A seleção dos livros técnicos da biblioteca digital é contemplada pelo acervo de livros de bases de dados proprietárias, como Biblioteca Virtual Pearson, Minha Biblioteca, Biblioteca SENAC que disponibilizam livros do Grupo A, das editoras Manole, Ática, Con- texto, Scipione e Casa do psicólogo e atendem a bibliografia básica e complementar dos planos de ensino dos cursos ofertados na modalidade a distância. Para a seleção dos livros capturados na internet observamos na seleção a mídia, a autoridade, atualidade, cobertura/conteúdo, acesso e aparência dos arquivos digitais. Espero que você possa tirar um tempo para conhecer cada um dos portais de bi- bliotecas virtuais que indiquei acima, e com a respostadas principais perguntas sobre uma biblioteca digital, que você consiga idealizar um possível serviço de referência digital ou utilizar as ferramentas disponibilizadas nos portais para facilitar o seu trabalho e a gestão do serviço de referência e informação. 75UNIDADE 4 SERVIÇO DE REFERÊNCIA E INFORMAÇÃO NO CONTEXTO DA HIBRIDEZ EM BIBLIOTECAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76 Neste tópico sobre as Bibliotecas virtuais proprietárias e bases de dados proprie- tárias, te convido a conhecer uma experiência pessoal de trabalho em que atuei em uma biblioteca digital. Pelo meu relato, espero que você consiga visualizar o serviço de referência e informação sendo oferecido a uma comunidade acadêmica em uma universidade privada. Muito se discute sobre a conceituação das bibliotecas no EAD (biblioteca digital, biblioteca virtual, biblioteca polimídia, ou portais digitais). As discussões ainda vão prolon- gar-se, porém, o que é fato é a importância dessas bibliotecas como recurso informacional indispensável ao EAD. Como toda biblioteca, a biblioteca digital tem como objetivo disseminar informações presentes em uma coleção ou em um conjunto de coleções, tendo como veículo o uso das tecnologias de informação e comunicação e proporcionando acesso à informação de toda natureza (fotos, filmes, vídeos, músicas) disponíveis em bases de dados por meio de servidores de alta capacidade (data centers contratados ou services/providers próprios). A biblioteca digital continua sendo uma biblioteca, com os mesmos propósitos, fun- ções e metas da biblioteca tradicional. O segundo termo da expressão indica meramente que os materiais são armazenados e acessados digitalmente por meio de um website. A estrutura de um website tem algumas características de funcionamento e manu- tenção, proporcionando que determinada página esteja no ar em pleno funcionamento. O website da biblioteca é a interface apresentada ao usuário no momento de navegação na World Wide Web. Ao acessar uma página, o usuário utiliza-se de um navegador que envia uma solicitação, chegando ao firewall denominado, com uma barreira para o acesso (login 4 BIBLIOTECAS VIRTUAIS PROPRIETARIAS E BASES DE DADOS PROPRIETÁRIAS TÓPICO UNIDADE 4 SERVIÇO DE REFERÊNCIA E INFORMAÇÃO NO CONTEXTO DA HIBRIDEZ EM BIBLIOTECAS de usuário, ou identificação no site), que pode ser livre ou restrito. Após este procedimento de entrada, pode-se dizer que o usuário está conectado à página, podendo utilizar-se dos recursos que são oferecidos (SANTOS FILHO, GIANNASI-KAIMEN, 2009). O servidor é o local em que o website da biblioteca está hospedado, é também o local em que estão todas as informações e materiais digitais disponíveis na biblioteca digital. No servidor acontece os procedimentos de busca e recuperação da informação, ou seja, emula- ção dos serviços e recursos oferecidos pela biblioteca. Quando o usuário faz uma pesquisa, é processada uma busca no banco de dados por meio do motor de busca, voltando para ele uma resposta com o material ou serviço solicitado. Sendo um website, a biblioteca digital é também um sistema de computação que pode ser criado com software livre ou software pro- prietário, ser desenvolvido e implementado de acordo com a iniciativa dos arquivos abertos, em inglês Open Arquives Initiative (OAI), seguindo as iniciativas de interoperabilidade de dados, o formato Dublin Core (SANTOS FILHO, GIANNASI-KAIMEN, 2009). Minha experiência foi na biblioteca digital, um ambiente informacional desenvolvido para atender a comunidade acadêmica de cursos presenciais e cursos EAD. O cenário de desenvolvimento foi a partir da utilização de iniciativas de código fechado (uso de softwares proprietários), que a partir de um sistema desktop no windows alimentava um site com diversas páginas e um software para leitura de livros eletrônicos licenciados para a IES. FIGURA 2 - BIBLIOTECA DIGITAL DA IES (2005) Fonte: pesquisa documental ABED / Biblioteca Digital IES. (apud CRUZ, 2007). 77UNIDADE 4 SERVIÇO DE REFERÊNCIA E INFORMAÇÃO NO CONTEXTO DA HIBRIDEZ EM BIBLIOTECAS O desenvolvimento das aplicações nas IES privadas quase sempre é em sof- twares proprietários, com acesso restrito, destinados aos estudantes matriculados nas instituições, bem como aos professores e demais colaboradores dessas unidades de ensino, mediante senhas de acesso. Os serviços e produtos disponibilizados aos estudantes perpassam o acesso a livros licenciados, artigos completos de periódicos bem como as aulas gravadas; acesso a bibliotecas e bases de dados virtuais; possibilidade de uso de chats, ainda que esse recurso, por ser síncrono, dificulte o seu uso em escala no processo de ensino e apren- dizagem em EAD; uso de correio eletrônico, sendo a IES a provedora de acesso; acesso a e-books; ambiente de fóruns de discussão; links referenciais sobre diversas áreas do conhecimento; materiais institucionais de apoio didático e sugestões de bibliografias; mural de recados; levantamentos bibliográficos elaborados por demanda para alunos; postagens de atividades por professores; sugestões de bibliografia; e utilitários (softwares, plugins) (SANTOS FILHO, GIANNASI-KAIMEN, 2009). A estrutura tecnológica da IES foi implementada no decorrer das diversas ofertas dos cursos EAD. A interatividade se desenvolvia por meio do recurso Leitor Digital, um software desenvolvido pela própria IES, que possibilitava a leitura do material didático da IES e também o acesso aos livros da bibliografia básica e complementar dos cursos EAD. Este software apresentava os requisitos do MEC sobre o item bibliografia, sendo desenvolvido de acordo a exigência do MEC sobre a disponibilização da bibliografia básica aos alunos, exigia-se 1 livro para cada grupo de 15 alunos ou 1 livro para cada 10 alunos. Assim, a IES por meio do Leitor Digital disponibilizava aos alunos de EAD todos os livros para acesso remoto, usando a Internet era possível naquela época (2005) já acessar toda a bibliografia básica do curso. Ressaltamos aqui que no ano de 2005, a IES era uma das poucas que ofertava curso na modalidade a distância, e de acordo com este recurso tecnológico Leitor Digital os cursos EAD ofereciam recursos como nos cursos presenciais, podendo ser comparado aos recursos de acesso online atuais oferecidos pelas principais plataformas de materiais bibliográficos do mercado editorial atual (SANTOS FILHO, GIANNASI-KAIMEN, 2009). 78UNIDADE 4 SERVIÇO DE REFERÊNCIA E INFORMAÇÃO NO CONTEXTO DA HIBRIDEZ EM BIBLIOTECAS FIGURA 3 – ACESSO DE LIVRO PELO SOFTWARE LEITOR DIGITAL (2005) Fonte: pesquisa documental ABED / Biblioteca Digital IES. O software apresentado proporcionava acesso aos livros da bibliografia básica e também os materiais didáticos, pelo uso de login e senha pessoal todo aluno e professor da IES consultavam todos os materiais do curso e as aulas transmitidas pelas videoconferên- cias via satélite, que ficavam gravadas e disponíveis na Biblioteca Digital. Este modelo foi descontinuado em 2012, quando surgiram bases de dados de acesso aos livros de diversas editoras como já mencionamos (Pearson ofereceu serviços a partir de 2012 com várias editoras associadas). No entanto, a Biblioteca Digital é um recurso tecnológico em uso pela IES para a disponibilização das teleaulas e oferecendo serviços à comunidade acadêmica da Companhia. A parceria com a editora Person já havia iniciado em 2009, quando todos os livros publicados pela IES saíram pela editora Pearson Education do Brasil. Passando em 2011 a também utilizar a plataforma online da Pearson que oferecia acesso a livros de diversas editoras, disponibilizando também os livros publi- cados como material didático (SANTOS FILHO, GIANNASI-KAIMEN, 2009). 79UNIDADE 4 SERVIÇO DE REFERÊNCIAE INFORMAÇÃO NO CONTEXTO DA HIBRIDEZ EM BIBLIOTECAS 80UNIDADE 4 SERVIÇO DE REFERÊNCIA E INFORMAÇÃO NO CONTEXTO DA HIBRIDEZ EM BIBLIOTECAS 80 Qual a diferença entre biblioteca virtual e biblioteca digital? Uma biblioteca virtual funciona como a transposição da biblioteca analógica para o contexto online. Trata-se de um acervo de conteúdos digitais, que podem assumir formato de texto, imagem, áudio, vídeo ou qualquer outra mídia eletrônica. É a reunião de materiais que existem somente em caráter virtual, desassociados de qualquer mídia física. Por compilar e agrupar conteúdos digitalizados, pode ser entendida como um sistema de recuperação de informação (INTERSABERES, 2022). Já a biblioteca digital não deixa de ser, em termos conceituais, uma biblioteca virtual; a diferença é que suas funcionalidades são muito mais abrangentes. Trata-se, igualmente, de um acervo digital de conteúdos textuais, visuais e sonoros – mas seu formato é pensado com relevância pedagógica. A biblioteca digital é uma tecnologia educacional, que além de organizar, armazenar e categorizar e-books de múltiplas áreas do conhecimento, também é equipada com recursos de aprendizagem que tornam a leitura mais dinâmica e produtiva (INTERSABERES, 2022). A regulamentação da profissão de bibliotecário no Brasil, ato institucionalizado por meio da Lei no 4.084, de 30 de junho de 1962, completou 60 anos agora em 2022. São décadas que consolidaram o perfil profissional do bibliotecário, mas como vivemos numa sociedade que se transforma constantemente, temos que nos questionarmos sobre a profissão quanto a evolução até os dias atuais e quais as perspectivas para o futuro, considerando como fator a dinâmica da era digital. O que esperar da profissão para os próximos cinquenta anos? Que atitudes o chamado “bibliotecário do futuro” deve agregar para a sua atuação? (Adaptado de ASSIS, 2018). 81 CONSIDERAÇÕES FINAIS Ao verificarmos os recursos tecnológicos aplicados à educação marcada pelas TDIC’s, as bibliotecas desempenham o papel não apenas de guardar, mas também de dispo- nibilizar a informação. Passando pelo histórico das bibliotecas, vemos que em cada período, tal como as distintas gerações de EAD, elas também estão ligadas a suportes e técnicas que lhes dão características próprias, no decorrer do tempo, conceituando-as de acordo com sua época. No contexto evolutivo, associado ao avanço tecnológico e à internet, o surgimento do ciberespaço fez as bibliotecas passarem a ocupar este novo espaço virtual ou digital, associando a potencialização das tecnologias e diversidade de novos suportes e serviços. Se a biblioteca já é importante para o ensino presencial, você também pode perce- ber essa importância também no contexto do ensino híbrido e na educação a distância, não é mesmo? Concorda comigo? O Ensino a Distância (EAD) vem se tornando, ao longo dos últimos anos, um segmento de grande importância no meio educacional em nível superior e no contexto do desenvolvimento do país. Esta nova modalidade de ensino apresenta características específicas, aliadas a processos de ensino-aprendizagem diferenciados, devendo dispor de uma complementação também especializada a seus alunos - apoio administrativo, tutoria e, especialmente, biblioteca. Assim, o ensino do nível básico ao superior disponibilizado por meio das tecnologias vem dar oportunidade a um contingente de alunos potencialmente desprovido de acesso à educação, aliado a propostas pedagógicas de ensino-aprendizagem inovadoras, onde são empregados recursos que vão desde o autoestudo com material impresso (apostilas, módulos ou livros), a metodologias e equipamentos mais sofisticados, ambientes de tutoria virtual, videoconferência, ambientes de ensino virtual e de ensino semipresencial conectado via satélite e as bibliotecas digitais que integra todos essas ferramentas. UNIDADE 4 SERVIÇO DE REFERÊNCIA E INFORMAÇÃO NO CONTEXTO DA HIBRIDEZ EM BIBLIOTECAS 82 LEITURA COMPLEMENTAR Neste artigo apresenta-se o estado da arte das bibliotecas digitais no Brasil a partir de uma revisão de literatura. Faz-se o relato de algumas experiências de bibliotecas digitais apresentadas em artigos científicos e análise de alguns sites de bibliotecas digitais destacando-se as suas características. Neste estudo pode ser observado que a maioria das bibliotecas digitais apresenta-se como repositórios e mesmo aquelas que atendem aos cursos a distância não se apresentam como elemento integrador do processo de ensino aprendizagem. CRUZ, Vilma A. Gimenes da et al. Biblioteca digital: linguagem midiática na construção do conhecimento. Mestrado em Tecnologia da Informação e comunicação na Formação em EAD – Universidade Norte do Paraná / Universidade Federal do Ceará, Londrina, 2007. Disponível em: https://revistaensinoeeducacao.pgsskroton.com.br/article/ view/1010/973 Acesso em: 29 Out. 2022. O artigo abaixo aborda aspectos sobre as bibliotecas acadêmicas na educação a distância. Serviços promovidos pelas bibliotecas ao usuário a distância. Relaciona a importância da cooperação bibliotecária para atendimento das necessidades do usuário. Levanta questões sobre acervos de coleções eletrônicas e digitais e o acesso às bibliotecas ao usuário a distância. BLATTMANN, U; RADOS G. J. V. Bibliotecas acadêmicas na educação a distân- cia. Disponível em: https://www.oocities.org/ublattmann/papers/bu_ead.html Acesso em: 29 Out. 2022. UNIDADE 4 SERVIÇO DE REFERÊNCIA E INFORMAÇÃO NO CONTEXTO DA HIBRIDEZ EM BIBLIOTECAS https://revistaensinoeeducacao.pgsskroton.com.br/article/view/1010/973 https://revistaensinoeeducacao.pgsskroton.com.br/article/view/1010/973 https://www.oocities.org/ublattmann/papers/bu_ead.html 83 MATERIAL COMPLEMENTAR LIVRO Título: Serviço de referência : do presencial ao virtual Autor: Jean-Philippe Accart Editora: Briquet de Lemos, 2012 Sinopse: Embora o livro e toda a biblioteconomia em seu entor- no continuem sendo, inegavelmente, o coração das bibliotecas, seu perímetro tende inexoravelmente a se retrair, cedendo lugar ao digital. O livro de Jean-Philippe Accart, longe de con- trapor a referência clássica, a que se exerce na modalidade presencial, à sua versão virtual, ele mostra muito bem que esta descobre e se aprofunda mais do que a primeira conseguia com seus limitados recursos. Por intermédio da problemática da referência ele mostra que, permanecendo fiéis à sua inspiração primeira e com um pouco de inovação, as bibliotecas podem perfeitamente acompanhar as novas exigências da sociedade do conhecimento. FILME / VÍDEO Título: O nome da rosa Ano: 1986 Sinopse: Em 1327 William de Baskerville (Sean Connery), um monge franciscano, e Adso von Melk (Christian Slater), um no- viço, chegam a um remoto mosteiro no norte da Itália. William de Baskerville pretende participar de um conclave para decidir se a Igreja deve doar parte de suas riquezas, mas a atenção é desviada por vários assassinatos que acontecem no mosteiro. William de Baskerville começa a investigar o caso, que se mostra bastante intrincado, além dos mais religiosos acreditarem que é obra do Demônio. William de Baskerville não partilha desta opinião, mas antes que ele conclua as investigações Bernardo Gui (F. Murray Abraham), o Grão-Inquisidor, chega no local e está pronto para torturar qualquer suspeito de heresia que tenha cometido assassinatos em nome do Diabo. Como não gosta de Baskerville, ele é inclinado a colocá-lo no topo da lista dos que são diabolicamente influenciados. Esta batalha, junto com uma guerra ideológica entre franciscanos e dominicanos, é travada enquanto o motivo dos assassinatos é lentamente solucionado. UNIDADE 4 SERVIÇO DE REFERÊNCIA E INFORMAÇÃO NO CONTEXTO DA HIBRIDEZ EM BIBLIOTECAS 8484 ACCART, J. P. Serviço de referência: do presencial ao virtual. Brasília: Briquet de Lemos, 2012. ALVES, Ana Paula Meneses; VIDOTTI, Silvana Aparecida Borsetti Gregório. O serviço de referênciae informação digital. Biblionline - Biblioteconomia e a Ciência da Informação, v.2, n.2, jul./dez. 2006. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/biblio/arti- cle/view/611/448 Acesso em: 11 Set. 2022. ASSIS, Tainá Batista de. 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Conforme você aprendeu, o objetivo central do Serviço de Referência e Informação é a antecipação da demanda de informação que compete ao bibliotecário estar apto para atender as solicitações recebidas, assim, é imprescindível um planejamento prévio para prover, organizar e gerenciar o como a biblioteca pode atender tal demanda. Você pode observar com a ajuda de Grogan que além de prover a informação, são necessários passos para que a informação correta chegue ao usuário, ou seja, traçar estratégias para recupe- rar a informação que realmente atendo o usuário, processo que inicial pela definição da estratégia de busca, compreende o processo de busca, a resposta é a solução. Portanto, em um processo de referência, o bibliotecário desenvolve a ação de mediar a informação ao usuário final, então temos a resposta é a solução por meio das instruções que o usuá- rio recebeu e utilizou para que o seu problema informacional pudesse ser resolvido. Os oito passos elaborados por Grogan são importantes para o Serviço de Referência porque ajudam os bibliotecários a desvendar as dificuldades trazidas pelos usuários em relação à informação, principalmente no que diz respeito ao processo de busca da informação. Verificamos que o foco do SRI é disseminação, então, por meio da gestão adequada será possível a distribuição organizada das informações por meio da interpretação dos dados coletados direcionada aos principais interessados, todos os usuários que frequentam a biblioteca. Para que a disseminação seja assertiva, alguns aspectos podem ser levados em consideração ao filtrar as informações que serão transmitidas aos usuários, por exemplo evitar a duplicidade de informações apresentando para cada usuário somente o que for ne- cessário no momento de analisar selecionar e resumir as informações que são enviadas para que não haja confusão na hora de interpretar organizar a estrutura na leitura destes usuários buscando otimizar o tempo, determinando que tipos de informação deve chegar até eles. 90 Passando pelo histórico do SRI, vimos que em cada período, de acordo com o objetivo institucional ao qual a biblioteca faz parte, novas funções e ferramentas vão sendo agregadas, como no caso das bibliotecas que atendem a educação a distância, elas tam- bém estão ligadas a suportes e técnicas que lhes dão características próprias, consolidando assim a biblioteca digital ou propondo-se a oferecem um serviço de referência e informação digital. No contexto evolutivo, associado ao avanço tecnológico e à internet, o surgimento do ciberespaço fez as bibliotecas passarem a ocupar este novo espaço virtual ou digital, associando a potencialização das tecnologias e diversidade de novos suportes e serviços. Tradicionalmente, disponibilizar produtos e serviços de referência e informação ainda faz parte da missão das bibliotecas, no entanto como oferecer essa informação é responsabilidade de um profissional bibliotecário que busque cada vez mais utilizar ferra- mentas virtuais para melhor atender as necessidades de informação do usuário. Desejo a você caro(a) aluno(a) sucesso em sua busca pelo conhecimento! Tenha sempre em mente que o conhecimento é o maior investimento que você pode dar a si mesmo, e mais do que isso, compartilhe seu aprendizado por onde passar e com todos os que convivem com você! Sucesso em sua carreira profissional! Prof. José Matias Filho ENDEREÇO MEGAPOLO SEDE Praça Brasil , 250 - Centro CEP 87702 - 320 Paranavaí - PR - Brasil TELEFONE (44) 3045 - 9898 Site UniFatecie 3: Botão 11: Botão 10: Botão 9: Botão 8: Unidade1: Unidade2: Unidade 3: Unidade 4: