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ARTHUR TANURE SERVIO 
BRUNA ALVES JARDIM 
DEBORAH GONÇALVES DE OLIVEIRA 
LUCA SANTI ENGEL 
MARCELA DANTAS CUNHA 
 
 
 
 
 
 
SÍNDROME PARANEOPLÁSICA EM PEQUENOS 
ANIMAIS 
(REVISÃO DE LITERATURA- FORMATO ARTIGO 
CIENTÍFICO) 
 
 
 
 
 
 
 
 
BELO HORIZONTE/MG, NOVEMBRO DE 2023 
 
 
ARTHUR TANURE SERVIO 
BRUNA ALVES JARDIM 
DEBORAH GONÇALVES DE OLIVEIRA 
LUCA SANTI ENGEL 
MARCELA DANTAS CUNHA 
 
 
 
 
SÍNDROME PARANEOPLÁSICA EM PEQUENOS 
ANIMAIS 
(REVISÃO DE LITERATURA- FORMATO ARTIGO 
CIENTÍFICO) 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso 
apresentado ao Curso de Medicina 
Veterinária do Centro Universitário de 
Belo Horizonte UNI-BH como requisito 
parcial à obtenção do título de bacharel 
em Medicina Veterinária. 
Orientador: Renata Avancini Fernandes 
 
 
BELO HORIZONTE/MG, NOVEMBRO DE 2023 
SÍNDROME PARANEOPLÁSICA EM PEQUENOS ANIMAIS 
ARTHUR TANURE SERVIO, BRUNA ALVES JARDIM, DEBORAH 
GONÇALVES DE OLIVEIRA, LUCA SANTI ENGEL, MARCELA DANTAS 
CUNHA 
 
Resumo 
A Síndrome Paraneoplásica(SPN) está cada dia mais frequente na clínica 
de pequenos animais. Trata-se de um conjunto de sintomas e sinais clínicos que 
o sistema imune do animal expressa quando está acometido por algum tumor. 
Essa síndrome não é causada apenas pela presença do tumor e suas 
metástases, em contrapartida tem relação com a liberação de hormônios 
oriundos de neoplasias, que produzem citocinas, componentes celulares e 
bioquímicos que são liberados pela neoplasia na circulação. Sendo assim, o 
reconhecimento precoce da SPN se torna de grande valor, visto que estas 
alterações podem ser o primeiro sinal de malignidade do tumor, podendo 
influenciar no prognóstico e tratamento do paciente. Portanto, a SPN é um forte 
aliado para o diagnóstico precoce do paciente e acomete diversos sinais em 
outras localidades no corpo no animal, sendo assim esse trabalho tem o intuito 
de revisar os principais e mais frequentes sistemas acometidos que são o 
gastrointestinal, endócrino, osteomuscular, dermatológico, hematológico e 
neurológico para que assim os Médicos Veterinários consigam pontuar os 
principais sintomas e sinais podendo diagnosticar e tratar esse paciente mais 
precocemente possível para que assim aumente a longevidade dessa paciente. 
Palavras- chave: neoplasia, oncologia veterinária, tumor em animais 
 
 
 
 
 
PARANEOPLASTIC SYNDROME IN SMALL ANIMALS 
Abstract 
Paraneoplastic Syndrome is increasingly common in small animal clinics. 
It is a set of symptoms and clinical signs that the animal's immune system 
expresses when it is affected by a tumor. This syndrome is not only caused by 
the presence of the tumor and its metastases, on the other hand, it is related to 
the release of hormones from neoplasms, which produce cytokines, cellular and 
biochemical components that are released by the neoplasm into the circulation. 
Therefore, early recognition of PNS becomes of great value, as these changes 
may be the first sign of tumor malignancy, potentially influencing the patient's 
prognosis and treatment. Therefore, the SPN is a strong ally for the early 
diagnosis of the patient and affects several signs in other locations in the animal's 
body, therefore this work aims to review the main and most frequent systems 
affected, which are the gastrointestinal, endocrine, musculoskeletal system. , 
dermatological, hematological and neurological so that Veterinarians can identify 
the main symptoms and signs and can diagnose and treat this patient as early as 
possible to increase the patient's longevity. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
Devido ao atual crescimento da expectativa de vida dos animais de 
estimação, doenças que antes eram incomuns em cães, como as neoplasias, 
hoje são grandes causas de mortalidade nesses pacientes (NAKAJIMA, 2010). 
As síndromes paraneoplásicas não são causadas de forma direta pela presença 
de tumor no tecido afetado, mas através de substâncias anormais liberadas pelo 
tumor, que pode produzir substâncias imunomoduladoras ou que alterem o 
metabolismo orgânico, como, por exemplo hipoglicemia em um insulinoma, 
hiperglobulinemia em um mieloma múltiplo ou hiperestrogenismo de um tumor 
testicular (Chun, 2010). 
Essas substâncias podem ser divididas em dois grupos principais : 
⚫ Eutópicas: na qual a substância produzida é normalmente sintetizada 
pelo tecido, de forma excessiva. Desse modo é caracterizada por uma 
Síndrome neoplásica falsa. 
⚫ Ectópicas: na qual a substância é produzida pela neoplasia, ou a 
neoplasia estimula a produção da substância pelo tecido. 
Caracterizando uma síndrome neoplásica verdadeira. 
 (Mangieri, 2016) 
As síndromes podem se manifestar em diversos tecidos como hematológico, 
dermatológico, neurológico, endócrino e osteomuscular (Mangieri, 2009). 
Muitas manifestações da síndrome paraneoplásica na veterinária tem etiologia 
desconhecida (Chun,2010; Bergman, 2013). A suspeita clínica pode ocorrer de 
forma imediata em alguns casos, já em outros pacientes o diagnóstico é 
demorado e a suspeita é levantada após a falta de responsividade ao tratamento 
empregado inicialmente para tratar os sintomas do diagnóstico presumido 
(Henry, 2019). 
As síndromes paraneoplásicas são os primeiros sinais de malignidade de um 
tumor e são de grande importância no diagnóstico precoce de neoplasias, o 
tratamento da neoplasia caso bem-sucedido leva ao desaparecimento da 
síndrome (Bergman, 2013). Segundo Mangieri (2016) as síndromes podem se 
manifestar antes mesmo da neoplasia. Além disso, Chun (2017) complementa 
que as manifestações clínicas podem causar maior morbidade e mortalidade que 
o tumor primário, exercendo grande impacto na qualidade de vida do paciente. 
O que torna o estudo para melhor reconhecimento da síndrome e manejo 
terapêutico de grande valor para a veterinária e para os pacientes oncológicos. 
 
2. MATERIAIS E MÉTODOS 
Esta atualização de revisão da literatura foi elaborada a partir de uma 
busca eletrônica randomizada nas bases de dados PUBMED, GOOGLE 
ACADÊMICO, John Wiley & Sons e SciELO. As palavras-chave utilizadas foram 
“SÍNDROME”, “NEOPLASIA”, “CÃES E GATOS”, “PARANEOPLASIA” e 
“COMPLICAÇÕES EM PACIENTES ONCOLÓGICOS” e suas correspondentes 
em inglês, “SYNDROME”, “NEOPLASY”, “DOGS AND CATS”, 
“PARANEOPLASY” and “COMPLICATIONS IN ONCOLOGY PATIENTS”. Foi 
feita também uma busca a partir da lista de publicações disponível no site da 
“VETERINARY CANCER SOCIETY” (VCS). 
Foram encontrados 29. Os estudos foram selecionados por graduandos de 
medicina veterinária, considerando o grau de evidência, a atualidade e a 
credibilidade do artigo perante a comunidade científica. 
Cada pesquisador realizou o processo da seleção dos estudos individualmente, 
buscando por artigos que satisfizesse a elegibilidade diante dos pré-requisitos 
citados acima. 
Nos estudos incluídos, foram extraídos os seguintes dados: Referência (título, 
autores e ano); População (país, cidade ou região, faixa etária, sexo), critério de 
diagnóstico, Método (coleta de dados e análise estatística); Resultados 
(prevalência, parciais e estratificados); Discussão e conclusão dos respectivos 
artigos selecionados. 
 
 
3. REVISÃO DE LITERATURA 
a. MANIFESTAÇÕES GASTROINTESTINAIS 
i. Caquexia 
 Refere-se a uma síndrome paraneoplásica que promove a perda 
progressiva de peso que é resultado de alterações no metabolismo 
de carboidratos, lipídeos e proteínas de cães e gatos com 
neoplasias fazendo que o gasto energético seja maior que o 
consumo do paciente ocasionando a perda de peso, mesmo que o 
animal esteja se alimentando (Bergman, 2007). Sendo assim, faz 
que o animal perca massa corporal e fique abaixo do seu escore 
corporal ideal, tendo bastante influência no tratamento oncológico 
desse animal e o seu tempo de sobrevida (Antunes, M I.P.P., & 
Moreno, K., 2009) 
As células tumorais metabolizam a glicosepara obtenção de 
energia diferente das células normais (NAKAJIMA, 2010) através da 
glicólise anaeróbica, levando à formação de lactato como produto 
final (VAIL et al., 1990; OGILVIE et al. 1993). Os animais que 
apresentam neoplasias ainda necessitam gastar energia para 
converter novamente esse lactato em glicose pelo Ciclo de Cori 
(KERN; NORTON, 1988). Esse ciclo consiste em transportar esse 
lactato que está presente na corrente sanguínea até o fígado para 
que assim por meio da gliconeogênese este lactato seja convertido 
em glicose e será liberada na corrente sanguínea. 
Alguns fatores ainda favorecem para com que essa SPN aconteça 
como, por exemplo, estágio que a doença do paciente se encontra, 
baixa quantidade de carboidratos e proteínas presentes na 
alimentação dos pacientes, o uso de quimioterápicos que podem 
causar êmese, diarreia, vômito, anorexia contribuindo ainda mais 
com o quadro clínico ruim desses animais (Gould, 2003) 
Mesmo após a cura do paciente essas alterações metabólicas 
ainda persistem por algum tempo. Por isso demora um pouco até 
que o animal normalize seu peso e se enquadre dentro do seu 
escore corporal adequado (Bergman, 2007). 
Portanto, primeiramente é necessário tratar a causa base que 
provê essa alteração, que é o tumor do paciente. Sendo assim, o 
acompanhamento frequente com oncologista veterinário para o 
melhor tratamento para cada tipo de tumor é de extrema 
importância. Em segundo plano, é necessário acompanhamento do 
animal com um veterinário nutricionista para que assim prescreve 
uma dieta adequada e singular de acordo com cada paciente, que 
seja mais rica de lipídeos do que carboidratos, suplementação de 
arginina e ácidos graxos da série ômega-3 para que assim reduza a 
carcinogênese, a perda de peso e melhore a vida e prognóstico 
deste paciente (ANTUNES; MORENO, 2009). 
 
ii. Ulcerações Gastrointestinais 
Muito comum em animais que têm mastocitoma, é um tipo de tumor 
cutâneo (Bergman, 2007). Os mastócitos no geral apresentam 
aminas vasoativas como heparina e histamina (ROGERS, 1986). A 
grande quantidade de histamina liberada pelos mastócitos 
neoplásicos estimula os receptores H2 das células gástricas a 
aumentarem a liberação de ácido clorídrico com isso danifica as 
mucosas das paredes dos órgãos gastrointestinais ocasionando as 
ulcerações gastrointestinais (WELLE et al., 2008; BERGMAN, 
2013). Outro tumor que pode causar essa patologia é o gastrinoma. 
É um tipo de tumor pancreático que secreta gastrina, que também 
favorece para o aumento de ácido clorídrico fazendo que cause 
ainda mais alterações no animal gerando essas lesões nas mucosas 
gástricas. Ambos podem ocasionar sintomas como náuseas, 
vômitos, diarreias, melena, hematoquezia, anorexia, animal com 
bastante sensibilidade e dor em cavidade abdominal (Oliveira, K. M., 
Horta, R., Silva, C. M., & Lavor, M. S. (2013). Portanto, o 
acompanhamento com o oncologista e gastroenterologista 
veterinário é imprescindível para tratamento sintomático do paciente 
e assim fazer o uso de bloqueadores de H2, inibidores da bomba de 
sódio e potássio, sucralfato e reidratação do mesmo para favorecer 
prognóstico e longevidade desse animal (Bergman, 2007) 
 
b. MANIFESTAÇÕES ENDÓCRINAS 
i. Hipercalcemia maligna 
Hipercalcemia é definida por uma concentração de cálcio sérica 
maior que 12 mg/dl (Mangieri, 2016) valores acima de 18 mg/dl 
devem ser considerados uma emergência médica (Bergman, 2013) 
podendo apresentar convulsões e arritmias cardíacas com risco de 
vida (Nakajima, 2010). Em cães, a principal causa de hipercalcemia 
maligna ocorre pela produção de um peptídeo associado à produção 
de um hormônio da paratireoide (PTH-rp) . Já nos felinos as causas 
não neoplásicas são predominantes. É comumente associada a 
linfomas, adenocarcinomas de glândula perianal, mieloma múltiplo, 
timoma, apesar de outros tumores serem associados a 
hipercalcemia maligna (Chun 2010, Elliot 2014). Hipercalcemia 
também pode ser causada por hipoparatireoidismo primário e 
produção excessiva de hormônio paratireoide (Chun, 2010). 
Os pacientes são assintomáticos até que a concentração atinja 
15mg/dL, o paciente, então passa a apresentar certos sinais 
inespecíficos como poliúria/polidipsia, letargia, diminuição do 
apetite, desidratação e fraqueza (Nakajima, 2010). 
Pacientes com cálcio total elevado devem ser submetidos à 
mensuração de cálcio ionizado, uma vez que este constitui a porção 
ativa no organismo. Também devem ser submetidos a exames de 
PTH-rp e PTH. Se o valor de PTH estiver alto, hiperparatireoidismo 
é provável, se o valor de PTH-rp estiver alto, malignidade é mais 
provável. (Chun, 2010). 
Animais clinicamente doentes devem ser tratados com 
fluidoterapia diurética (três vezes os valores de manutenção, exceto 
caso contraindicado), com uma solução que não possua cálcio em 
sua composição preferencialmente, como por exemplo NaCl 0,9%, 
dessa forma promovendo um aumento da taxa de filtração 
glomerular e excreção de cálcio e sódio pela urina (Elliot, 2014, 
Bergman, 2013). O tratamento com corticóides irá ajudar a reduzir 
os níveis séricos de cálcio, mas deve ser instituído apenas após o 
diagnóstico para evitar de mascarar o diagnóstico, além de interferir 
induzindo resistência a outros quimioterápicos (Bergman, 2013). O 
uso de Furosemida irá ajudar a reduzir a concentração de cálcio, 
mas é recomendado evitar seu uso durante as primeiras 24 horas 
de avaliação, e é contraindicado para pacientes desidratados (Elliot, 
2014, Bergman, 2013). Em casos em que os animais não 
responderem ao tratamento sintomático, podem ser utilizados 
calcitocina e difosfonatos, a calcitonina diminui a reabsorção óssea 
através da inibição da atividade osteoclástica (Nakajima, 2010 apud. 
Renwick & Argyle, 2008) 
 
ii. Hipoglicemia 
A hipoglicemia é comum em casos de SPN, e pode ocorrer pelos 
altos níveis de utilização de glicose pelo metabolismo tumoral, 
falência hepática induzida por neoplasia e liberação de fatores de 
crescimento semelhantes à insulina pelas células neoplásicas. 
(BOARI et al. 1995; BATAGGLIA et al. 2005). O insulinoma é o 
tumor mais comum de se encontrar a hipoglicemia em cães e gatos, 
sendo, nessa situação, uma SPN eutópica, ou seja, falsa já que a 
SPN está diretamente relacionada ao crescimento desse tumor 
(OGILVIE, 2004). Outros tumores que podem ser relacionados a 
hipoglicemia como SPN são hemangiossarcoma, tumores 
pancreáticos, tumores hepáticos, tumores salivares, linfoma, 
leiomioma, leiomiossarcoma, tumores de plasmócitos, carcinoma 
pulmonar, jejunal, mamário e adrenal (MORRISON, 2007). 
Os sinais clínicos que indicam uma hipoglicemia seria a glicemia, 
permanecendo nos valores abaixo de 45 a 50 mg/dL, em conjunto 
de sinais neurológicos, já que os níveis de carboidrato do cérebro 
são limitados, mesmo sendo necessária uma quantidade 
considerável para uma função normal (OGILVIE, 2004). 
Logo, os sinais clínicos podem ser variados, como desorientação, 
fraqueza, paresia, reflexos anormais, incoordenação muscular, 
cegueira, convulsões, demência, tremores, comas, taquicardia, 
taquipneia, letargia, ataxia, dilatação da pupila (KINTZER, 2009). 
Como tratamento, é importante que o tumor causador da SPN seja 
retirado cirurgicamente. Em casos que os tumores estão em 
posições sensíveis, sendo difícil a retirada cirúrgica e o animal esteja 
apresentando sintomas neurológicos, é importante que esse animal 
receba reposição glicêmica. Outra opção, é a realização de 
corticoide oral, como a prednisona em baixas doses, já que um dos 
seus efeitos em pacientes em tratamento é a hiperglicemia. Além 
disso, é importante a mudança da dieta deste animal, sendo a 
alimentação natural uma boa opção, com oferecimento de alimentos 
de alto teor de fibras e carboidrato complexo, para absorção lenta, 
como, batata, vegetais e proteína, com quantidadesreduzidas de 
gordura e açúcares simples. (MANGIERI, 2016). 
 
iii. Hiperestrogenismo 
O hiperestrogenismo é comum em cães com neoplasia 
reprodutiva, que são manifestados por meio da síndrome da 
feminização e aplasia de medula (SCOTT et al. 2001; COOLEY e 
WATERS, 2001). 
Os sinais clínicos encontrados em cães que apresentam esse tipo 
de SPN são, ginecomastia, prepúcio pendular e atrofia peniana 
(COOLEY e WATERS, 2001). Entretanto, o sinal mais visível nesses 
cães é dermatológico, sendo a alopecia, progressiva, simétrica e 
bilateral (SCOTT et al. 2001). 
É importante que esses cães façam o acompanhamento 
hematológico, já que o hiperestrogenismo pode causar aplasia 
medular, e alguns dos sinais que são demonstrados no hemograma 
são a anemia, a leucopenia e a trombocitopenia (SCOTT et al. 
2001). 
O diagnóstico dessa SPN pode ser realizado pela clínica do 
paciente, hemograma, onde pode ser reparado a redução de 
precursores da hematopoiese, biópsia de testículo acometido pela 
neoplasia e dosagem hormonal (SCOTT et al. 2001; COOLEY e 
WATERS, 2001). 
O tratamento indicado é a cirurgia de orquiectomia, sendo assim 
os sintomas clínicos deverão desaparecer em alguns meses. Caso 
as células sanguíneas não se recuperem, será necessário a 
transfusão sanguínea (SCOTT et al. 2001; COOLEY e WATERS, 
2001). 
 
c. MANIFESTAÇÕES DERMATOLÓGICAS 
Na medicina veterinária, são bastante incomum os casos de síndromes 
paraneoplásicas cutâneas documentados comparados à medicina humana. 
Podendo ser devido à menor ocorrência nos animais do que em seres humanos 
ou dificuldade de reconhecer uma associação entre certas lesões cutâneas e 
neoplasia ( Turek, 2003). 
i. Alopecia 
A origem da alopecia paraneoplásica ainda é desconhecida 
(BERGMAN, 2013) e é uma condição pouco comum em animais de 
estimação. Caracteriza-se por alopecia não inflamatória que inicia 
na região abdominal e torácica ventral. Se manifesta de forma 
simétrica, sem presença de prurido e progressiva, com fácil remoção 
dos pelos da região, pele brilhante e fina. (TUREK, 2003). 
Sobre o tratamento pouco se sabe, pois a maioria dos gatos 
acabam indo a óbito pelo caso avançado da neoplasia, porém seria 
indicado a retirada do tumor, pois de acordo com um caso 
documentado, após a remoção de um carcinoma pancreático, foi 
observado o crescimento total dos pelos de um gato, porém animal 
continuou apresentando sinais clínicos devido à metastização 
hepática, peritoneal, pancreática e esplênica (Tasker et al, 1999). 
 
ii. Dermatite esfoliativa 
A dermatite esfoliativa associada a timoma é uma síndrome rara 
onde ocorre a descamação cutânea não pruriginosa com escamas 
grandes e secas que se desprendem da pele em forma de caspas. 
É uma doença que afetam gatos com timoma a partir da meia idade. 
Esta dermatite inicia-se como uma descamação não pruriginosa na 
região de cabeça e orelhas, mas também pode se acumular entre 
os dígitos, no leito ungueal e no conduto auditivo. (Turek,2003; 
Rottemberg et al. 2004) 
Acredita-se que a relação entre o timoma e a dermatite esfoliativa 
possa ser através de um processo imunomediado induzido pelo 
tumor (Turek, 2003). 
Para o tratamento, uma pesquisa relata a completa resolução de 
dermatite esfoliativa complicada com Malassezia onde seis meses 
após a remoção cirúrgica do tumor. Catorze meses após a cirurgia, 
não houve recorrência do timoma nem das lesões cutâneas. 
Mostrando a importância do reconhecimento da dermatite esfoliativa 
como indicador de timoma em felinos, obtendo uma detecção 
precoce e tratamento oportuno que pode impactar de maneira 
significativa o prognóstico (Turek, 2003). 
Em um estudo sobre os desfechos da remoção do timoma em vinte 
casos de cães e gatos, observou-se que os animais com timoma 
apresentaram melhora após a remoção, indicando que essa pode 
ser uma opção de tratamento eficaz para cães e gatos com timoma 
(Zitz et al, 2008). A idade dos animais, o grau de invasão do tumor, 
a porcentagem de linfócitos na composição da massa na avaliação 
histológica e o índice mitótico como fatores que afetam o 
prognóstico. Foi constatado que a porcentagem de linfócitos na 
composição da massa foi o único fator que apresentou correlação 
com a sobrevida. Portanto, quanto maior a porcentagem de linfócitos 
na massa tumoral, maior o tempo de vida (Zitz et al. 2006). 
 
d. MANIFESTAÇÕES HEMATOLÓGICAS 
i. Anemia 
A anemia é quando as células sanguíneas têm valores baixos por 
perda intensa, destruição dessas células ou quando não são 
produzidas a mesma quantidade que são descartadas, quanto grau 
pode ser considerada leve, moderada e severa. É uma SPN muito 
frequente em pequenos animais, sendo associada a diversos tipos 
de tumores (Abbo e Lucroy, 2007; Bergman, 2013). 
As causas da anemia em pacientes oncológicos podem estar 
associadas à perda de sangue intensa ou crônica, sendo dividida 
como forma direta, ou seja, por alguma ulceração ou ruptura de 
tumor e quando a neoplasia se localiza em medula óssea, e de 
forma indireta, que assim, poderia ser classificada como uma 
síndrome paraneoplásica, por conta de doença crônica ou 
hemólises imuno mediadas. Também pode ser observada, a anemia 
causada por conta do tratamento do tumor pela mielossupressão 
causada pela quimioterapia ou quando na cirurgia para retirada do 
tumor ocorre perda de sangue significativa (Mangieri, 2016). 
Quando a anemia ocorre por conta de doença crônica significa que 
os eritrócitos estão com o tempo de vida reduzido e da insuficiência 
de ferro no organismo, a retirada do tumor corrige essa situação com 
o tempo (Dobson e Lascelles, 2003; Bergman, 2013). 
A anemia hemolítica resultada da SPN tem duas origens, 
imunomediada, ela é desencadeada por alguns mecanismos que 
levam a destruição precoce dos eritrócitos (Finora, 2003; Bergman, 
2013), e a outra origem é a anemia hemolítica microangiopática, 
capaz de causar defeitos ou fragmentações morfológicos dos 
eritrócitos, fazendo com que esses não sejam capazes de realizar 
com sucesso suas funções (Gaschen e Teske, 2005). 
Na primeira e na segunda a melhor forma de combater esses 
sintomas é com a retirada completa dessas neoformações, mas 
quando isso não é possível, na anemia hemolítica imunomediada 
deve ser realizada a imunossupressão como tentativa para que o 
organismo pare de atacar suas próprias células sanguíneas 
(Gaschen e Teske, 2005). Enquanto na anemia hemolítica 
microangiopática a transfusão deve ser realizada após a retirada do 
tumor para que as células sanguíneas sejam renovadas com a 
morfologia intacta (Dobson e Lascelles, 2003; Bergman, 2013). 
 
ii. Eritrocitose 
A eritrocitose, também chamada de policitemia, é uma condição 
rara na medicina veterinária (Dobson e Lascelles, 2003; Bergman, 
2013). Em situações paraneoplásicas, pode ocorrer da produção 
ectópica de eritropoetina, hormônio liberado pelos rins ,estimulador 
para produção de eritrócitos, isso pode acontecer por uma resposta 
à hipóxia ou liberação de fatores indutores de hipóxia, causada pela 
neoplasia em rins (Dobson e Lascelles, 2003; Durno et al. 2011, 
Villanueva-Gimeno et al. 2013). 
Os principais sintomas da eritrocitose é a viscosidade do sangue, 
diminui a perfusão em vasos sanguíneos, gerando fraqueza, 
náusea, diarreia, poliúria, polidipsia, anorexia, esplenomegalia e 
enrugitação dos vasos (Gaschen e Teske, 2005; Durno et al. 2011). 
A eritrocitose foi mais relatada em tumores renais, linfomas, 
neoplasias nasais entre outros (Bergman, 2013; Mangieri, 2016). 
Para controle terapêutico a remoção desses tumores é a principal 
forma de controle desse achado hematológico (Bergman, 2013). 
iii. Leucocitose 
A leucocitose é o aumento dos leucócitos no hemograma do 
paciente, como os neutrófilos, leucócitos, linfócitos e monócitos. É 
uma condição rara em pacientes oncológicos (Chun, 2010). 
A leucocitose neutrofílicapode ser confundida com inflamações e 
infecções, necrose de tecido ou estresse. Mas em caso de pacientes 
oncológicos pode acontecer quando as neoplasias são localizadas 
em medula óssea ou células de metástase chegam nesse local. Isso 
ocorre pela produção de fatores estimuladores de colônia 
granulocítica pela neoplasia (Lappin e Latimer, 1988; Chun, 2010). 
Normalmente, estes pacientes não apresentam sinais clínicos e 
estes sinais desaparecem após a retirada do tumor, e podem ser 
associados a tumores como hemangiossarcoma, linfoma, leucemia, 
mastocitoma, timoma, adenocarcinoma, entre outros. (Bergman, 
2013; Jark et al. 2015). 
 
iv. Trombocitopenia 
A trombocitopenia é comum em pacientes paraneoplásicos sendo 
30% dos animais que apresentam tumores sólidos e 50% dos 
animais com linfoma (Grindem et al. 1994; Bergman, 2013). 
As causas associadas a esse achado hematológico podem ser a 
redução da vida das plaquetas, por conta de microagregação 
estimuladas pelo tumor, ou pelo revestimento dessas plaquetas por 
proteínas tumorais (Gaschen e Teske, 2005; Mangieri, 2016). 
Em cães, é comum esse achado está associado aos 
hemangiossarcomas, mastocitomas, carcinomas, entre outros 
(Bergman, 2013; Mangieri, 2016). Enquanto em gastos é 
comumente interligada aos linfomas (Bergman, 2013). 
O tratamento mais indicado é a retirada do tumor causador da 
síndrome paraneoplásica, podendo também se utilizar em conjunto 
fármacos imunossupressores para auxiliar na melhora mais rápida 
do paciente (Shaw e Ihle, 1999; Ogilvie, 2004). 
v. Coagulação intravascular disseminada (CID) 
As alterações de coagulação são comuns nas síndromes 
paraneoplásicas, e estão associadas a tumores que podem causar 
trombocitopenia, trombocitose e alterações nas funções 
plaquetárias. (North e Banks, 2009; Bergman, 2013). 
Os principais sinais clínicos listados por conta do CID são 
sangramentos espontâneos, petéquias e equimoses (Jaillardon et 
al., 2012). E a CID pode ocorrer por conta da redução dos níveis 
séricos de antitrombina III, causado pelo tumor (Bergman, 2013). 
Está mais associada em cães ao hemangiossarcoma de forma 
mais comum, carcinomas inflamatórios, mamários, de tireóide, 
pulmonar e inte-abdominais também (Gaschen e Teske, 2005; 
North e Banks, 2009; Bergman, 2013). Enquanto em gatos, é 
comum em linfomas e diversos tipos de carcinomas, como os cães 
(Estrin et al. 2006). 
Como terapia esse tumor deve ser retirado cirurgicamente, mas 
também podem ser realizadas transfusão sanguínea e terapia com 
heparina, pode ser utilizado com protocolo de escolha para apoio ao 
paciente (Mangieri, 2016). 
 
vi. Hipergamaglobulinemia 
A hipergamaglobulinemia acontece pela excessiva produção de 
proteínas de uma linhagem monoclonal de imunoglobulinas 
produzidas por linfócitos e plasmócitos (Bergman, 2013; Mangieri, 
2016). 
Os sinais clínicos encontrados nessa situação são: 
hiperviscosidade sanguínea, como ataxia, depressão, demência, 
crises convulsivas, coma, cardiomegalia, nefropatia, hemorragia e 
descolamento de retina (Chun 2010; Boyle et al. 2011; Bergman, 
2013). 
Os tumores mais associados no acometimento desse sintoma são 
mieloma múltiplo, linfomas, leucemias linfocíticas e plasmocitomas 
extramedulares (Chun, 2010; Mangieri, 2016). 
A terapêutica seguida é a retirada da neoplasia que causa esse 
sintoma, mas também pode ser realizada a transfusão de 
hemocomponentes, para que o paciente tenha tempo de recuperar 
a produção de células sanguíneas normais enquanto o corpo 
normaliza após a retirada do tumor (Bergman, 2013). 
 
e. MANIFESTAÇÃO NEUROMUSCULARES E ÓSSEAS 
i. Osteopatia Hipertrófica 
A osteopatia hipertrófica (OH) costuma ser mais presente em cães 
e humanos do que em gatos (WITHERS et al. 2015), ela nada mais 
é do que um aumento de volume muito doloroso, que se inicia, 
normalmente, em ossos da extremidade de maneira simétrica e 
bilateral, podendo ser acompanhada pelo espessamento da cápsula 
articular fibrosa (DOBSON e LASCELLES, 2003; MANGIERI, 2016; 
BERGMAN, 2013). 
A OH pode apresentar outros nomes como, osteopatia hipertrófica 
pulmonar, osteoartropatia pulmonar, acropaquia ou doença de 
Pierre-Marie, por conta de normalmente ser uma síndrome 
paraneoplásica adjacente de tumores torácicos, logo é muito 
comum sintomas respiratórios em conjunto da osteopatia 
hipertrófica e em gatos podem estar associados ao carcinoma 
papilar renal (JOHNSON & WATSON, 2005; BERGMAN, 2007). 
Os mecanismos neurais e humorais são capazes de aumentar o 
fluxo sanguíneo, estimulados pelas células cancerígenas, induzindo 
a proliferação de células cancerígenas, ósseas e de tecido 
conjuntivo, que são depositados nas extremidades de ossos 
longos.(FILGUEIRAS et al. 2002; DOBSON e LASCELLES, 2003). 
 
 
Figura 1. Corte longitudinal do úmero de um canino, apresentando 
neoproliferação óssea periosteal difusa (setas), características de OH, 
secundária a neoplasia pulmonar primária (imagem cedida pelo Laboratório de 
Patologia Veterinária da UFMS). 
 
Os sinais clínicos ortopédicos mais presentes dessa alteração são, 
dor intensa no membro acometido, claudicação, febre, aumento da 
temperatura das extremidades, febre e em casos extremos os 
membros podem se encontrar deformados ou espaçados, os quatro 
membros costumam ser acometidos em conjunto. Mas como foi 
citado que, o OH normalmente pode ser uma consequência de 
tumores torácicos, também são observados tosse, dispneia, 
ausculta pulmonar alterada, produção de líquido em cavidade 
torácica como edema e efusões, entre outros sintomas (SHAW & 
IHLE, 1999; BERGMAN, 2001; OGILVIE, 2004; JOHNSON & 
WATSON, 2005). 
O tratamento indicado para esses casos costuma ser cirúrgico, 
com a retirada da massa torácica e a partir da biópsia ser discutido 
tratamento quimioterápico, dessa forma os aumentos tendem a 
diminuir com o tempo. Em casos de pacientes que os tumores não 
são cabíveis de cirurgia, também pode ser realizado o tratamento 
com corticóide, prednisolona de dose entre 1 a 2 mg/Kg/dia por via 
oral, que será capaz de amenizar os sintomas de dor e calor do 
membro em até duas semanas, enquanto os achados radiográficos 
e a claudicação podem demorar de três a quatro meses 
(BERGMAN, 2013). 
 
 
 
Figura 2. Imagem ilustrando a presença de proliferação periosteal em porção 
distal de rádio e ulna direita e metacarpos ipsilaterais. 
ii. Miastenia gravis 
A miastenia gravis ou MAG, nada mais é, do que uma doença 
autoimune em que o paciente reduz os números de receptores de 
colinérgicos presentes na membrana pós sináptica e na junção 
neuromuscular. Dessa forma, o organismo deforma os próprios 
receptores, podendo causar uma apresentação clínica focal, que se 
apresenta por meio de sinais clínicos em laringe, faringe, esôfago 
ou músculos faciais, generalizada, quando ocorre fraqueza 
completa dos músculos do paciente, e por fim a aguda fulminante, 
sendo a fraqueza muscular ocorrendo de forma rápida, severa e 
generalizada, podendo progredir para alguma parada respiratória, 
pela fraqueza em músculos intercostais e do diafragma (Meeking et 
al. 2008; Ridyard et al. 2000; Bergman, 2013; Hague et al. 2015). 
Para o diagnóstico, além da clínica do paciente, também pode ser 
requisitado um exame para detecção de anticorpos para receptores 
de acetilcolina e assim poder comprovar o diagnóstico (nAChRs) 
(Sanders e Evoli, 2010). 
Essa SPN não tão comum, pode ser vista no acometimento de 
timomas (CHUN, 2010). Sendo uma área muito sensível, envolta de 
muitos vasos e nervos importantes, os casos de indicação de 
cirurgia são poucos. Logo, para se combater esse sintoma, pode-se 
também realizar um tratamento medicamentoso com corticóide, 
prednisona em dose imunossupressora em conjunto do diagnóstico 
precoce, o paciente pode obter boas respostas terapêuticas 
(LAINESSE et al. 1996; ZITZ et al. 2008; SANDERS e EVOLI,2010; 
(KHORZAD et al. 2011). 
 
iii. Neuropatía periférica 
Os sinais clínicos dessa alteração são diversos, pode ocorrer 
desde uma neuropatia periférica, até uma paralisia geral. Mas os 
principais sintomas vistos são fraqueza, intolerância ao exercício, 
paresias, atrofia muscular e reflexos reduzidos (DEWEY, 2006; 
BRAUD, et al., 1990; RODIGHERI, 2008). 
Essas lesões nos nervos podem ocorrer devido à desmielinização, 
remielinização e degeneração axonal, por conta de processo 
autoimune, ou seja, o próprio organismo do paciente é capaz de 
destruir esses nervos por conta dos crescimentos neoplásicos 
(Mariani et al. 1999; Bergman, 2013). 
O diagnóstico da neuropatia periférica como síndrome 
paraneoplásica é complexa sendo possível ser realizado apenas 
com a ajuda de histórico, anamnese, exame físico e neurológico e 
exclusão de diagnósticos diferenciais (Mariani et al., 1999, apud 
RODIGHERI, 2008). 
O tratamento dessa SPN pode ser realizado apenas com a retirada 
desses tumores, podendo ocorrer a recuperação total quando 
diagnosticado precocemente (Cuddon, 2002). Os tumores 
associados a neuropatia periférica na SPN costumam ser mieloma, 
linfoma, carcinoma brônquico, adenocarcinoma mamário e tireoide, 
melanoma, osteossarcoma, insulinoma e mastocitoma (Cuddon, 
2002; Morrison, 2007; Rodigheri et al. 2008). 
 
f. OUTROS 
i. Febre 
É um sintoma de SPN que pode ocorrer por conta de tumores 
diversos (BERGMAN, 2013). Mas, as neoplasias comumente 
associadas são os linfomas e as leucemias (MANGIERI, 2016; 
CHUN, 2010). 
Ela ocorre pela produção de citocinas IL-1, IL-6 e TNF-alfa, que 
podem acontecer pelo tumor ou sistema imune. Essas citocinas são 
capazes de atuar no centro de termorregulação localizado no 
hipotálamo anterior, redefinindo a temperatura corporal. (DOBSON 
e LASCELLES, 2003; CHUN, 2010). 
A retirada cirúrgica do tumor deve ser realizada para que esse pare 
de produzir essas citocinas, mas enquanto o procedimento não é 
realizado, o hospedeiro pode ser medicado com antipiréticos e 
antiinflamatórios não esteroidais, para controle dessa temperatura 
(MANGIERI, 2009). 
4. CONCLUSÃO 
Atualmente, por conta do aumento da expectativa de vida desses animais de 
estimação, o número de casos de neoplasias em clínicas e hospitais está cada 
vez maior, e a síndrome paraneoplásica é uma consequência desses achados 
na rotina. Portanto, a cada dia que se passa, a identificação e o diagnóstico 
precoce e eficaz da SPN contribuem para mais pacientes curados e tutores 
satisfeitos. 
Entretanto, ainda existe um longo caminho pela frente dos pesquisadores, já que 
nem toda fisiopatologia das SPN foram completamente desvendadas, e pelas 
poucas diversidades de tratamento, na maioria das vezes, o paciente oncológico 
se torna refém da retirada obrigatória do tumor, sendo que em algumas vezes 
sua localização torna a cirurgia impossível. Logo, é importante que a ciência 
continue realizando pesquisas para terapêuticas cada vez mais conservadoras 
e eficazes para a cura do paciente. 
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
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