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ARTHUR TANURE SERVIO BRUNA ALVES JARDIM DEBORAH GONÇALVES DE OLIVEIRA LUCA SANTI ENGEL MARCELA DANTAS CUNHA SÍNDROME PARANEOPLÁSICA EM PEQUENOS ANIMAIS (REVISÃO DE LITERATURA- FORMATO ARTIGO CIENTÍFICO) BELO HORIZONTE/MG, NOVEMBRO DE 2023 ARTHUR TANURE SERVIO BRUNA ALVES JARDIM DEBORAH GONÇALVES DE OLIVEIRA LUCA SANTI ENGEL MARCELA DANTAS CUNHA SÍNDROME PARANEOPLÁSICA EM PEQUENOS ANIMAIS (REVISÃO DE LITERATURA- FORMATO ARTIGO CIENTÍFICO) Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário de Belo Horizonte UNI-BH como requisito parcial à obtenção do título de bacharel em Medicina Veterinária. Orientador: Renata Avancini Fernandes BELO HORIZONTE/MG, NOVEMBRO DE 2023 SÍNDROME PARANEOPLÁSICA EM PEQUENOS ANIMAIS ARTHUR TANURE SERVIO, BRUNA ALVES JARDIM, DEBORAH GONÇALVES DE OLIVEIRA, LUCA SANTI ENGEL, MARCELA DANTAS CUNHA Resumo A Síndrome Paraneoplásica(SPN) está cada dia mais frequente na clínica de pequenos animais. Trata-se de um conjunto de sintomas e sinais clínicos que o sistema imune do animal expressa quando está acometido por algum tumor. Essa síndrome não é causada apenas pela presença do tumor e suas metástases, em contrapartida tem relação com a liberação de hormônios oriundos de neoplasias, que produzem citocinas, componentes celulares e bioquímicos que são liberados pela neoplasia na circulação. Sendo assim, o reconhecimento precoce da SPN se torna de grande valor, visto que estas alterações podem ser o primeiro sinal de malignidade do tumor, podendo influenciar no prognóstico e tratamento do paciente. Portanto, a SPN é um forte aliado para o diagnóstico precoce do paciente e acomete diversos sinais em outras localidades no corpo no animal, sendo assim esse trabalho tem o intuito de revisar os principais e mais frequentes sistemas acometidos que são o gastrointestinal, endócrino, osteomuscular, dermatológico, hematológico e neurológico para que assim os Médicos Veterinários consigam pontuar os principais sintomas e sinais podendo diagnosticar e tratar esse paciente mais precocemente possível para que assim aumente a longevidade dessa paciente. Palavras- chave: neoplasia, oncologia veterinária, tumor em animais PARANEOPLASTIC SYNDROME IN SMALL ANIMALS Abstract Paraneoplastic Syndrome is increasingly common in small animal clinics. It is a set of symptoms and clinical signs that the animal's immune system expresses when it is affected by a tumor. This syndrome is not only caused by the presence of the tumor and its metastases, on the other hand, it is related to the release of hormones from neoplasms, which produce cytokines, cellular and biochemical components that are released by the neoplasm into the circulation. Therefore, early recognition of PNS becomes of great value, as these changes may be the first sign of tumor malignancy, potentially influencing the patient's prognosis and treatment. Therefore, the SPN is a strong ally for the early diagnosis of the patient and affects several signs in other locations in the animal's body, therefore this work aims to review the main and most frequent systems affected, which are the gastrointestinal, endocrine, musculoskeletal system. , dermatological, hematological and neurological so that Veterinarians can identify the main symptoms and signs and can diagnose and treat this patient as early as possible to increase the patient's longevity. 1. INTRODUÇÃO Devido ao atual crescimento da expectativa de vida dos animais de estimação, doenças que antes eram incomuns em cães, como as neoplasias, hoje são grandes causas de mortalidade nesses pacientes (NAKAJIMA, 2010). As síndromes paraneoplásicas não são causadas de forma direta pela presença de tumor no tecido afetado, mas através de substâncias anormais liberadas pelo tumor, que pode produzir substâncias imunomoduladoras ou que alterem o metabolismo orgânico, como, por exemplo hipoglicemia em um insulinoma, hiperglobulinemia em um mieloma múltiplo ou hiperestrogenismo de um tumor testicular (Chun, 2010). Essas substâncias podem ser divididas em dois grupos principais : ⚫ Eutópicas: na qual a substância produzida é normalmente sintetizada pelo tecido, de forma excessiva. Desse modo é caracterizada por uma Síndrome neoplásica falsa. ⚫ Ectópicas: na qual a substância é produzida pela neoplasia, ou a neoplasia estimula a produção da substância pelo tecido. Caracterizando uma síndrome neoplásica verdadeira. (Mangieri, 2016) As síndromes podem se manifestar em diversos tecidos como hematológico, dermatológico, neurológico, endócrino e osteomuscular (Mangieri, 2009). Muitas manifestações da síndrome paraneoplásica na veterinária tem etiologia desconhecida (Chun,2010; Bergman, 2013). A suspeita clínica pode ocorrer de forma imediata em alguns casos, já em outros pacientes o diagnóstico é demorado e a suspeita é levantada após a falta de responsividade ao tratamento empregado inicialmente para tratar os sintomas do diagnóstico presumido (Henry, 2019). As síndromes paraneoplásicas são os primeiros sinais de malignidade de um tumor e são de grande importância no diagnóstico precoce de neoplasias, o tratamento da neoplasia caso bem-sucedido leva ao desaparecimento da síndrome (Bergman, 2013). Segundo Mangieri (2016) as síndromes podem se manifestar antes mesmo da neoplasia. Além disso, Chun (2017) complementa que as manifestações clínicas podem causar maior morbidade e mortalidade que o tumor primário, exercendo grande impacto na qualidade de vida do paciente. O que torna o estudo para melhor reconhecimento da síndrome e manejo terapêutico de grande valor para a veterinária e para os pacientes oncológicos. 2. MATERIAIS E MÉTODOS Esta atualização de revisão da literatura foi elaborada a partir de uma busca eletrônica randomizada nas bases de dados PUBMED, GOOGLE ACADÊMICO, John Wiley & Sons e SciELO. As palavras-chave utilizadas foram “SÍNDROME”, “NEOPLASIA”, “CÃES E GATOS”, “PARANEOPLASIA” e “COMPLICAÇÕES EM PACIENTES ONCOLÓGICOS” e suas correspondentes em inglês, “SYNDROME”, “NEOPLASY”, “DOGS AND CATS”, “PARANEOPLASY” and “COMPLICATIONS IN ONCOLOGY PATIENTS”. Foi feita também uma busca a partir da lista de publicações disponível no site da “VETERINARY CANCER SOCIETY” (VCS). Foram encontrados 29. Os estudos foram selecionados por graduandos de medicina veterinária, considerando o grau de evidência, a atualidade e a credibilidade do artigo perante a comunidade científica. Cada pesquisador realizou o processo da seleção dos estudos individualmente, buscando por artigos que satisfizesse a elegibilidade diante dos pré-requisitos citados acima. Nos estudos incluídos, foram extraídos os seguintes dados: Referência (título, autores e ano); População (país, cidade ou região, faixa etária, sexo), critério de diagnóstico, Método (coleta de dados e análise estatística); Resultados (prevalência, parciais e estratificados); Discussão e conclusão dos respectivos artigos selecionados. 3. REVISÃO DE LITERATURA a. MANIFESTAÇÕES GASTROINTESTINAIS i. Caquexia Refere-se a uma síndrome paraneoplásica que promove a perda progressiva de peso que é resultado de alterações no metabolismo de carboidratos, lipídeos e proteínas de cães e gatos com neoplasias fazendo que o gasto energético seja maior que o consumo do paciente ocasionando a perda de peso, mesmo que o animal esteja se alimentando (Bergman, 2007). Sendo assim, faz que o animal perca massa corporal e fique abaixo do seu escore corporal ideal, tendo bastante influência no tratamento oncológico desse animal e o seu tempo de sobrevida (Antunes, M I.P.P., & Moreno, K., 2009) As células tumorais metabolizam a glicosepara obtenção de energia diferente das células normais (NAKAJIMA, 2010) através da glicólise anaeróbica, levando à formação de lactato como produto final (VAIL et al., 1990; OGILVIE et al. 1993). Os animais que apresentam neoplasias ainda necessitam gastar energia para converter novamente esse lactato em glicose pelo Ciclo de Cori (KERN; NORTON, 1988). Esse ciclo consiste em transportar esse lactato que está presente na corrente sanguínea até o fígado para que assim por meio da gliconeogênese este lactato seja convertido em glicose e será liberada na corrente sanguínea. Alguns fatores ainda favorecem para com que essa SPN aconteça como, por exemplo, estágio que a doença do paciente se encontra, baixa quantidade de carboidratos e proteínas presentes na alimentação dos pacientes, o uso de quimioterápicos que podem causar êmese, diarreia, vômito, anorexia contribuindo ainda mais com o quadro clínico ruim desses animais (Gould, 2003) Mesmo após a cura do paciente essas alterações metabólicas ainda persistem por algum tempo. Por isso demora um pouco até que o animal normalize seu peso e se enquadre dentro do seu escore corporal adequado (Bergman, 2007). Portanto, primeiramente é necessário tratar a causa base que provê essa alteração, que é o tumor do paciente. Sendo assim, o acompanhamento frequente com oncologista veterinário para o melhor tratamento para cada tipo de tumor é de extrema importância. Em segundo plano, é necessário acompanhamento do animal com um veterinário nutricionista para que assim prescreve uma dieta adequada e singular de acordo com cada paciente, que seja mais rica de lipídeos do que carboidratos, suplementação de arginina e ácidos graxos da série ômega-3 para que assim reduza a carcinogênese, a perda de peso e melhore a vida e prognóstico deste paciente (ANTUNES; MORENO, 2009). ii. Ulcerações Gastrointestinais Muito comum em animais que têm mastocitoma, é um tipo de tumor cutâneo (Bergman, 2007). Os mastócitos no geral apresentam aminas vasoativas como heparina e histamina (ROGERS, 1986). A grande quantidade de histamina liberada pelos mastócitos neoplásicos estimula os receptores H2 das células gástricas a aumentarem a liberação de ácido clorídrico com isso danifica as mucosas das paredes dos órgãos gastrointestinais ocasionando as ulcerações gastrointestinais (WELLE et al., 2008; BERGMAN, 2013). Outro tumor que pode causar essa patologia é o gastrinoma. É um tipo de tumor pancreático que secreta gastrina, que também favorece para o aumento de ácido clorídrico fazendo que cause ainda mais alterações no animal gerando essas lesões nas mucosas gástricas. Ambos podem ocasionar sintomas como náuseas, vômitos, diarreias, melena, hematoquezia, anorexia, animal com bastante sensibilidade e dor em cavidade abdominal (Oliveira, K. M., Horta, R., Silva, C. M., & Lavor, M. S. (2013). Portanto, o acompanhamento com o oncologista e gastroenterologista veterinário é imprescindível para tratamento sintomático do paciente e assim fazer o uso de bloqueadores de H2, inibidores da bomba de sódio e potássio, sucralfato e reidratação do mesmo para favorecer prognóstico e longevidade desse animal (Bergman, 2007) b. MANIFESTAÇÕES ENDÓCRINAS i. Hipercalcemia maligna Hipercalcemia é definida por uma concentração de cálcio sérica maior que 12 mg/dl (Mangieri, 2016) valores acima de 18 mg/dl devem ser considerados uma emergência médica (Bergman, 2013) podendo apresentar convulsões e arritmias cardíacas com risco de vida (Nakajima, 2010). Em cães, a principal causa de hipercalcemia maligna ocorre pela produção de um peptídeo associado à produção de um hormônio da paratireoide (PTH-rp) . Já nos felinos as causas não neoplásicas são predominantes. É comumente associada a linfomas, adenocarcinomas de glândula perianal, mieloma múltiplo, timoma, apesar de outros tumores serem associados a hipercalcemia maligna (Chun 2010, Elliot 2014). Hipercalcemia também pode ser causada por hipoparatireoidismo primário e produção excessiva de hormônio paratireoide (Chun, 2010). Os pacientes são assintomáticos até que a concentração atinja 15mg/dL, o paciente, então passa a apresentar certos sinais inespecíficos como poliúria/polidipsia, letargia, diminuição do apetite, desidratação e fraqueza (Nakajima, 2010). Pacientes com cálcio total elevado devem ser submetidos à mensuração de cálcio ionizado, uma vez que este constitui a porção ativa no organismo. Também devem ser submetidos a exames de PTH-rp e PTH. Se o valor de PTH estiver alto, hiperparatireoidismo é provável, se o valor de PTH-rp estiver alto, malignidade é mais provável. (Chun, 2010). Animais clinicamente doentes devem ser tratados com fluidoterapia diurética (três vezes os valores de manutenção, exceto caso contraindicado), com uma solução que não possua cálcio em sua composição preferencialmente, como por exemplo NaCl 0,9%, dessa forma promovendo um aumento da taxa de filtração glomerular e excreção de cálcio e sódio pela urina (Elliot, 2014, Bergman, 2013). O tratamento com corticóides irá ajudar a reduzir os níveis séricos de cálcio, mas deve ser instituído apenas após o diagnóstico para evitar de mascarar o diagnóstico, além de interferir induzindo resistência a outros quimioterápicos (Bergman, 2013). O uso de Furosemida irá ajudar a reduzir a concentração de cálcio, mas é recomendado evitar seu uso durante as primeiras 24 horas de avaliação, e é contraindicado para pacientes desidratados (Elliot, 2014, Bergman, 2013). Em casos em que os animais não responderem ao tratamento sintomático, podem ser utilizados calcitocina e difosfonatos, a calcitonina diminui a reabsorção óssea através da inibição da atividade osteoclástica (Nakajima, 2010 apud. Renwick & Argyle, 2008) ii. Hipoglicemia A hipoglicemia é comum em casos de SPN, e pode ocorrer pelos altos níveis de utilização de glicose pelo metabolismo tumoral, falência hepática induzida por neoplasia e liberação de fatores de crescimento semelhantes à insulina pelas células neoplásicas. (BOARI et al. 1995; BATAGGLIA et al. 2005). O insulinoma é o tumor mais comum de se encontrar a hipoglicemia em cães e gatos, sendo, nessa situação, uma SPN eutópica, ou seja, falsa já que a SPN está diretamente relacionada ao crescimento desse tumor (OGILVIE, 2004). Outros tumores que podem ser relacionados a hipoglicemia como SPN são hemangiossarcoma, tumores pancreáticos, tumores hepáticos, tumores salivares, linfoma, leiomioma, leiomiossarcoma, tumores de plasmócitos, carcinoma pulmonar, jejunal, mamário e adrenal (MORRISON, 2007). Os sinais clínicos que indicam uma hipoglicemia seria a glicemia, permanecendo nos valores abaixo de 45 a 50 mg/dL, em conjunto de sinais neurológicos, já que os níveis de carboidrato do cérebro são limitados, mesmo sendo necessária uma quantidade considerável para uma função normal (OGILVIE, 2004). Logo, os sinais clínicos podem ser variados, como desorientação, fraqueza, paresia, reflexos anormais, incoordenação muscular, cegueira, convulsões, demência, tremores, comas, taquicardia, taquipneia, letargia, ataxia, dilatação da pupila (KINTZER, 2009). Como tratamento, é importante que o tumor causador da SPN seja retirado cirurgicamente. Em casos que os tumores estão em posições sensíveis, sendo difícil a retirada cirúrgica e o animal esteja apresentando sintomas neurológicos, é importante que esse animal receba reposição glicêmica. Outra opção, é a realização de corticoide oral, como a prednisona em baixas doses, já que um dos seus efeitos em pacientes em tratamento é a hiperglicemia. Além disso, é importante a mudança da dieta deste animal, sendo a alimentação natural uma boa opção, com oferecimento de alimentos de alto teor de fibras e carboidrato complexo, para absorção lenta, como, batata, vegetais e proteína, com quantidadesreduzidas de gordura e açúcares simples. (MANGIERI, 2016). iii. Hiperestrogenismo O hiperestrogenismo é comum em cães com neoplasia reprodutiva, que são manifestados por meio da síndrome da feminização e aplasia de medula (SCOTT et al. 2001; COOLEY e WATERS, 2001). Os sinais clínicos encontrados em cães que apresentam esse tipo de SPN são, ginecomastia, prepúcio pendular e atrofia peniana (COOLEY e WATERS, 2001). Entretanto, o sinal mais visível nesses cães é dermatológico, sendo a alopecia, progressiva, simétrica e bilateral (SCOTT et al. 2001). É importante que esses cães façam o acompanhamento hematológico, já que o hiperestrogenismo pode causar aplasia medular, e alguns dos sinais que são demonstrados no hemograma são a anemia, a leucopenia e a trombocitopenia (SCOTT et al. 2001). O diagnóstico dessa SPN pode ser realizado pela clínica do paciente, hemograma, onde pode ser reparado a redução de precursores da hematopoiese, biópsia de testículo acometido pela neoplasia e dosagem hormonal (SCOTT et al. 2001; COOLEY e WATERS, 2001). O tratamento indicado é a cirurgia de orquiectomia, sendo assim os sintomas clínicos deverão desaparecer em alguns meses. Caso as células sanguíneas não se recuperem, será necessário a transfusão sanguínea (SCOTT et al. 2001; COOLEY e WATERS, 2001). c. MANIFESTAÇÕES DERMATOLÓGICAS Na medicina veterinária, são bastante incomum os casos de síndromes paraneoplásicas cutâneas documentados comparados à medicina humana. Podendo ser devido à menor ocorrência nos animais do que em seres humanos ou dificuldade de reconhecer uma associação entre certas lesões cutâneas e neoplasia ( Turek, 2003). i. Alopecia A origem da alopecia paraneoplásica ainda é desconhecida (BERGMAN, 2013) e é uma condição pouco comum em animais de estimação. Caracteriza-se por alopecia não inflamatória que inicia na região abdominal e torácica ventral. Se manifesta de forma simétrica, sem presença de prurido e progressiva, com fácil remoção dos pelos da região, pele brilhante e fina. (TUREK, 2003). Sobre o tratamento pouco se sabe, pois a maioria dos gatos acabam indo a óbito pelo caso avançado da neoplasia, porém seria indicado a retirada do tumor, pois de acordo com um caso documentado, após a remoção de um carcinoma pancreático, foi observado o crescimento total dos pelos de um gato, porém animal continuou apresentando sinais clínicos devido à metastização hepática, peritoneal, pancreática e esplênica (Tasker et al, 1999). ii. Dermatite esfoliativa A dermatite esfoliativa associada a timoma é uma síndrome rara onde ocorre a descamação cutânea não pruriginosa com escamas grandes e secas que se desprendem da pele em forma de caspas. É uma doença que afetam gatos com timoma a partir da meia idade. Esta dermatite inicia-se como uma descamação não pruriginosa na região de cabeça e orelhas, mas também pode se acumular entre os dígitos, no leito ungueal e no conduto auditivo. (Turek,2003; Rottemberg et al. 2004) Acredita-se que a relação entre o timoma e a dermatite esfoliativa possa ser através de um processo imunomediado induzido pelo tumor (Turek, 2003). Para o tratamento, uma pesquisa relata a completa resolução de dermatite esfoliativa complicada com Malassezia onde seis meses após a remoção cirúrgica do tumor. Catorze meses após a cirurgia, não houve recorrência do timoma nem das lesões cutâneas. Mostrando a importância do reconhecimento da dermatite esfoliativa como indicador de timoma em felinos, obtendo uma detecção precoce e tratamento oportuno que pode impactar de maneira significativa o prognóstico (Turek, 2003). Em um estudo sobre os desfechos da remoção do timoma em vinte casos de cães e gatos, observou-se que os animais com timoma apresentaram melhora após a remoção, indicando que essa pode ser uma opção de tratamento eficaz para cães e gatos com timoma (Zitz et al, 2008). A idade dos animais, o grau de invasão do tumor, a porcentagem de linfócitos na composição da massa na avaliação histológica e o índice mitótico como fatores que afetam o prognóstico. Foi constatado que a porcentagem de linfócitos na composição da massa foi o único fator que apresentou correlação com a sobrevida. Portanto, quanto maior a porcentagem de linfócitos na massa tumoral, maior o tempo de vida (Zitz et al. 2006). d. MANIFESTAÇÕES HEMATOLÓGICAS i. Anemia A anemia é quando as células sanguíneas têm valores baixos por perda intensa, destruição dessas células ou quando não são produzidas a mesma quantidade que são descartadas, quanto grau pode ser considerada leve, moderada e severa. É uma SPN muito frequente em pequenos animais, sendo associada a diversos tipos de tumores (Abbo e Lucroy, 2007; Bergman, 2013). As causas da anemia em pacientes oncológicos podem estar associadas à perda de sangue intensa ou crônica, sendo dividida como forma direta, ou seja, por alguma ulceração ou ruptura de tumor e quando a neoplasia se localiza em medula óssea, e de forma indireta, que assim, poderia ser classificada como uma síndrome paraneoplásica, por conta de doença crônica ou hemólises imuno mediadas. Também pode ser observada, a anemia causada por conta do tratamento do tumor pela mielossupressão causada pela quimioterapia ou quando na cirurgia para retirada do tumor ocorre perda de sangue significativa (Mangieri, 2016). Quando a anemia ocorre por conta de doença crônica significa que os eritrócitos estão com o tempo de vida reduzido e da insuficiência de ferro no organismo, a retirada do tumor corrige essa situação com o tempo (Dobson e Lascelles, 2003; Bergman, 2013). A anemia hemolítica resultada da SPN tem duas origens, imunomediada, ela é desencadeada por alguns mecanismos que levam a destruição precoce dos eritrócitos (Finora, 2003; Bergman, 2013), e a outra origem é a anemia hemolítica microangiopática, capaz de causar defeitos ou fragmentações morfológicos dos eritrócitos, fazendo com que esses não sejam capazes de realizar com sucesso suas funções (Gaschen e Teske, 2005). Na primeira e na segunda a melhor forma de combater esses sintomas é com a retirada completa dessas neoformações, mas quando isso não é possível, na anemia hemolítica imunomediada deve ser realizada a imunossupressão como tentativa para que o organismo pare de atacar suas próprias células sanguíneas (Gaschen e Teske, 2005). Enquanto na anemia hemolítica microangiopática a transfusão deve ser realizada após a retirada do tumor para que as células sanguíneas sejam renovadas com a morfologia intacta (Dobson e Lascelles, 2003; Bergman, 2013). ii. Eritrocitose A eritrocitose, também chamada de policitemia, é uma condição rara na medicina veterinária (Dobson e Lascelles, 2003; Bergman, 2013). Em situações paraneoplásicas, pode ocorrer da produção ectópica de eritropoetina, hormônio liberado pelos rins ,estimulador para produção de eritrócitos, isso pode acontecer por uma resposta à hipóxia ou liberação de fatores indutores de hipóxia, causada pela neoplasia em rins (Dobson e Lascelles, 2003; Durno et al. 2011, Villanueva-Gimeno et al. 2013). Os principais sintomas da eritrocitose é a viscosidade do sangue, diminui a perfusão em vasos sanguíneos, gerando fraqueza, náusea, diarreia, poliúria, polidipsia, anorexia, esplenomegalia e enrugitação dos vasos (Gaschen e Teske, 2005; Durno et al. 2011). A eritrocitose foi mais relatada em tumores renais, linfomas, neoplasias nasais entre outros (Bergman, 2013; Mangieri, 2016). Para controle terapêutico a remoção desses tumores é a principal forma de controle desse achado hematológico (Bergman, 2013). iii. Leucocitose A leucocitose é o aumento dos leucócitos no hemograma do paciente, como os neutrófilos, leucócitos, linfócitos e monócitos. É uma condição rara em pacientes oncológicos (Chun, 2010). A leucocitose neutrofílicapode ser confundida com inflamações e infecções, necrose de tecido ou estresse. Mas em caso de pacientes oncológicos pode acontecer quando as neoplasias são localizadas em medula óssea ou células de metástase chegam nesse local. Isso ocorre pela produção de fatores estimuladores de colônia granulocítica pela neoplasia (Lappin e Latimer, 1988; Chun, 2010). Normalmente, estes pacientes não apresentam sinais clínicos e estes sinais desaparecem após a retirada do tumor, e podem ser associados a tumores como hemangiossarcoma, linfoma, leucemia, mastocitoma, timoma, adenocarcinoma, entre outros. (Bergman, 2013; Jark et al. 2015). iv. Trombocitopenia A trombocitopenia é comum em pacientes paraneoplásicos sendo 30% dos animais que apresentam tumores sólidos e 50% dos animais com linfoma (Grindem et al. 1994; Bergman, 2013). As causas associadas a esse achado hematológico podem ser a redução da vida das plaquetas, por conta de microagregação estimuladas pelo tumor, ou pelo revestimento dessas plaquetas por proteínas tumorais (Gaschen e Teske, 2005; Mangieri, 2016). Em cães, é comum esse achado está associado aos hemangiossarcomas, mastocitomas, carcinomas, entre outros (Bergman, 2013; Mangieri, 2016). Enquanto em gastos é comumente interligada aos linfomas (Bergman, 2013). O tratamento mais indicado é a retirada do tumor causador da síndrome paraneoplásica, podendo também se utilizar em conjunto fármacos imunossupressores para auxiliar na melhora mais rápida do paciente (Shaw e Ihle, 1999; Ogilvie, 2004). v. Coagulação intravascular disseminada (CID) As alterações de coagulação são comuns nas síndromes paraneoplásicas, e estão associadas a tumores que podem causar trombocitopenia, trombocitose e alterações nas funções plaquetárias. (North e Banks, 2009; Bergman, 2013). Os principais sinais clínicos listados por conta do CID são sangramentos espontâneos, petéquias e equimoses (Jaillardon et al., 2012). E a CID pode ocorrer por conta da redução dos níveis séricos de antitrombina III, causado pelo tumor (Bergman, 2013). Está mais associada em cães ao hemangiossarcoma de forma mais comum, carcinomas inflamatórios, mamários, de tireóide, pulmonar e inte-abdominais também (Gaschen e Teske, 2005; North e Banks, 2009; Bergman, 2013). Enquanto em gatos, é comum em linfomas e diversos tipos de carcinomas, como os cães (Estrin et al. 2006). Como terapia esse tumor deve ser retirado cirurgicamente, mas também podem ser realizadas transfusão sanguínea e terapia com heparina, pode ser utilizado com protocolo de escolha para apoio ao paciente (Mangieri, 2016). vi. Hipergamaglobulinemia A hipergamaglobulinemia acontece pela excessiva produção de proteínas de uma linhagem monoclonal de imunoglobulinas produzidas por linfócitos e plasmócitos (Bergman, 2013; Mangieri, 2016). Os sinais clínicos encontrados nessa situação são: hiperviscosidade sanguínea, como ataxia, depressão, demência, crises convulsivas, coma, cardiomegalia, nefropatia, hemorragia e descolamento de retina (Chun 2010; Boyle et al. 2011; Bergman, 2013). Os tumores mais associados no acometimento desse sintoma são mieloma múltiplo, linfomas, leucemias linfocíticas e plasmocitomas extramedulares (Chun, 2010; Mangieri, 2016). A terapêutica seguida é a retirada da neoplasia que causa esse sintoma, mas também pode ser realizada a transfusão de hemocomponentes, para que o paciente tenha tempo de recuperar a produção de células sanguíneas normais enquanto o corpo normaliza após a retirada do tumor (Bergman, 2013). e. MANIFESTAÇÃO NEUROMUSCULARES E ÓSSEAS i. Osteopatia Hipertrófica A osteopatia hipertrófica (OH) costuma ser mais presente em cães e humanos do que em gatos (WITHERS et al. 2015), ela nada mais é do que um aumento de volume muito doloroso, que se inicia, normalmente, em ossos da extremidade de maneira simétrica e bilateral, podendo ser acompanhada pelo espessamento da cápsula articular fibrosa (DOBSON e LASCELLES, 2003; MANGIERI, 2016; BERGMAN, 2013). A OH pode apresentar outros nomes como, osteopatia hipertrófica pulmonar, osteoartropatia pulmonar, acropaquia ou doença de Pierre-Marie, por conta de normalmente ser uma síndrome paraneoplásica adjacente de tumores torácicos, logo é muito comum sintomas respiratórios em conjunto da osteopatia hipertrófica e em gatos podem estar associados ao carcinoma papilar renal (JOHNSON & WATSON, 2005; BERGMAN, 2007). Os mecanismos neurais e humorais são capazes de aumentar o fluxo sanguíneo, estimulados pelas células cancerígenas, induzindo a proliferação de células cancerígenas, ósseas e de tecido conjuntivo, que são depositados nas extremidades de ossos longos.(FILGUEIRAS et al. 2002; DOBSON e LASCELLES, 2003). Figura 1. Corte longitudinal do úmero de um canino, apresentando neoproliferação óssea periosteal difusa (setas), características de OH, secundária a neoplasia pulmonar primária (imagem cedida pelo Laboratório de Patologia Veterinária da UFMS). Os sinais clínicos ortopédicos mais presentes dessa alteração são, dor intensa no membro acometido, claudicação, febre, aumento da temperatura das extremidades, febre e em casos extremos os membros podem se encontrar deformados ou espaçados, os quatro membros costumam ser acometidos em conjunto. Mas como foi citado que, o OH normalmente pode ser uma consequência de tumores torácicos, também são observados tosse, dispneia, ausculta pulmonar alterada, produção de líquido em cavidade torácica como edema e efusões, entre outros sintomas (SHAW & IHLE, 1999; BERGMAN, 2001; OGILVIE, 2004; JOHNSON & WATSON, 2005). O tratamento indicado para esses casos costuma ser cirúrgico, com a retirada da massa torácica e a partir da biópsia ser discutido tratamento quimioterápico, dessa forma os aumentos tendem a diminuir com o tempo. Em casos de pacientes que os tumores não são cabíveis de cirurgia, também pode ser realizado o tratamento com corticóide, prednisolona de dose entre 1 a 2 mg/Kg/dia por via oral, que será capaz de amenizar os sintomas de dor e calor do membro em até duas semanas, enquanto os achados radiográficos e a claudicação podem demorar de três a quatro meses (BERGMAN, 2013). Figura 2. Imagem ilustrando a presença de proliferação periosteal em porção distal de rádio e ulna direita e metacarpos ipsilaterais. ii. Miastenia gravis A miastenia gravis ou MAG, nada mais é, do que uma doença autoimune em que o paciente reduz os números de receptores de colinérgicos presentes na membrana pós sináptica e na junção neuromuscular. Dessa forma, o organismo deforma os próprios receptores, podendo causar uma apresentação clínica focal, que se apresenta por meio de sinais clínicos em laringe, faringe, esôfago ou músculos faciais, generalizada, quando ocorre fraqueza completa dos músculos do paciente, e por fim a aguda fulminante, sendo a fraqueza muscular ocorrendo de forma rápida, severa e generalizada, podendo progredir para alguma parada respiratória, pela fraqueza em músculos intercostais e do diafragma (Meeking et al. 2008; Ridyard et al. 2000; Bergman, 2013; Hague et al. 2015). Para o diagnóstico, além da clínica do paciente, também pode ser requisitado um exame para detecção de anticorpos para receptores de acetilcolina e assim poder comprovar o diagnóstico (nAChRs) (Sanders e Evoli, 2010). Essa SPN não tão comum, pode ser vista no acometimento de timomas (CHUN, 2010). Sendo uma área muito sensível, envolta de muitos vasos e nervos importantes, os casos de indicação de cirurgia são poucos. Logo, para se combater esse sintoma, pode-se também realizar um tratamento medicamentoso com corticóide, prednisona em dose imunossupressora em conjunto do diagnóstico precoce, o paciente pode obter boas respostas terapêuticas (LAINESSE et al. 1996; ZITZ et al. 2008; SANDERS e EVOLI,2010; (KHORZAD et al. 2011). iii. Neuropatía periférica Os sinais clínicos dessa alteração são diversos, pode ocorrer desde uma neuropatia periférica, até uma paralisia geral. Mas os principais sintomas vistos são fraqueza, intolerância ao exercício, paresias, atrofia muscular e reflexos reduzidos (DEWEY, 2006; BRAUD, et al., 1990; RODIGHERI, 2008). Essas lesões nos nervos podem ocorrer devido à desmielinização, remielinização e degeneração axonal, por conta de processo autoimune, ou seja, o próprio organismo do paciente é capaz de destruir esses nervos por conta dos crescimentos neoplásicos (Mariani et al. 1999; Bergman, 2013). O diagnóstico da neuropatia periférica como síndrome paraneoplásica é complexa sendo possível ser realizado apenas com a ajuda de histórico, anamnese, exame físico e neurológico e exclusão de diagnósticos diferenciais (Mariani et al., 1999, apud RODIGHERI, 2008). O tratamento dessa SPN pode ser realizado apenas com a retirada desses tumores, podendo ocorrer a recuperação total quando diagnosticado precocemente (Cuddon, 2002). Os tumores associados a neuropatia periférica na SPN costumam ser mieloma, linfoma, carcinoma brônquico, adenocarcinoma mamário e tireoide, melanoma, osteossarcoma, insulinoma e mastocitoma (Cuddon, 2002; Morrison, 2007; Rodigheri et al. 2008). f. OUTROS i. Febre É um sintoma de SPN que pode ocorrer por conta de tumores diversos (BERGMAN, 2013). Mas, as neoplasias comumente associadas são os linfomas e as leucemias (MANGIERI, 2016; CHUN, 2010). Ela ocorre pela produção de citocinas IL-1, IL-6 e TNF-alfa, que podem acontecer pelo tumor ou sistema imune. Essas citocinas são capazes de atuar no centro de termorregulação localizado no hipotálamo anterior, redefinindo a temperatura corporal. (DOBSON e LASCELLES, 2003; CHUN, 2010). A retirada cirúrgica do tumor deve ser realizada para que esse pare de produzir essas citocinas, mas enquanto o procedimento não é realizado, o hospedeiro pode ser medicado com antipiréticos e antiinflamatórios não esteroidais, para controle dessa temperatura (MANGIERI, 2009). 4. CONCLUSÃO Atualmente, por conta do aumento da expectativa de vida desses animais de estimação, o número de casos de neoplasias em clínicas e hospitais está cada vez maior, e a síndrome paraneoplásica é uma consequência desses achados na rotina. Portanto, a cada dia que se passa, a identificação e o diagnóstico precoce e eficaz da SPN contribuem para mais pacientes curados e tutores satisfeitos. Entretanto, ainda existe um longo caminho pela frente dos pesquisadores, já que nem toda fisiopatologia das SPN foram completamente desvendadas, e pelas poucas diversidades de tratamento, na maioria das vezes, o paciente oncológico se torna refém da retirada obrigatória do tumor, sendo que em algumas vezes sua localização torna a cirurgia impossível. Logo, é importante que a ciência continue realizando pesquisas para terapêuticas cada vez mais conservadoras e eficazes para a cura do paciente. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. BERGMAN, P. J. Paraneoplastic syndromes. In: WITHROW, S. J.; MACEWEN, E. G. (eds.). Small Animal Clinical Oncology. 4ª edição. WB Saunders Company, 2007. 2. CHUN R. 2010. Paraneoplastic Syndromes. In: Henry CJ, Higginbotham ML. Cancer management in small animal practice. Canada: Saunders. p. 94-100. 3. CUDDON PA. 2002. Acquired canine peripheral neuropathies. Veterinary Clinics of North America: Small Animal Practice. 32(1):207-249. 4. DALECK, C. R.; DE NARDI, A. 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