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Operações 
Portuárias
Vilmar José Zaccaron
Operações Portuárias
2
Introdução
O conteúdo trabalhado explora dois temas importantes: as operações portuárias e a 
logística portuária.
Nesse momento do conteúdo, o foco é entender o que são e como se comportam as 
operações portuárias desenvolvidas rotineiramente nos portos. Nesse sentido, para 
oportunizar o entendimento claro de tudo que envolve as operações portuárias, serão 
apresentadas as principais operações realizadas, com destaque para a capatazia, a 
estiva, a conferência de carga, o conserto de carga, a vigilância de embarcações e o 
trabalho em bloco. O desenvolvimento dessas operações implica em todo o processo 
de movimentação de mercadorias, seja para importação ou exportação, com isso 
precisa ficar bem compreendido o cenário de cargas a serem transportadas e os tipos 
de navios indicados para cada uma delas.
Essa contextualização das operações portuárias serve para introduzir o assunto 
logística portuário. Nesse conteúdo, o objetivo é destacar as principais funções 
desempenhadas, discutir a importância da logística estar integrada ao modal 
marítimo, caracterizando a existência do transporte multimodal. Além disso, tratar 
da eficiência portuária, pois o fator tempo é um item de custo muito importante a ser 
administrado no dia a dia da logística portuária.
Objetivos da Aprendizagem
Ao final do conteúdo, esperamos que você seja capaz de:
• Analisar as principais operações portuárias.
• Conhecer a logística portuária, suas principais funções, integração com o 
modal marítimo e a eficiência portuária.
3
Operações Portuárias
A logística administra o fluxo e a armazenagem de produtos, serviços e informações 
na relação entre fornecedores e clientes, bem como ao longo de toda a cadeia de 
abastecimento, fazendo o uso racional dos recursos para que o resultado final seja 
a satisfação dos clientes. A operação portuária representa uma das mais complexas 
atividades logísticas do país. Normalmente, as operações portuárias englobam três 
pontos estruturais importantes: o complexo físico, a administração e a operação.
Conceito de Operações Portuárias 
Entende-se por operação portuária a movimentação de mercadorias que ocorre 
dentro do porto organizado, sendo realizada por empresas, chamadas operadores 
portuários, devidamente habilitadas pela Companhia Docas. Uma operação portuária 
representa o somatório de tarefas interrelacionadas, por exemplo, a movimentação 
manual da mercadoria, seu içamento, sua conferência e sua arrumação nos porões 
do navio (ROJAS, 2014).
Neste contexto, é necessário citar a infraestrutura portuária, a qual compreende 
vários itens, sendo a sua maioria interligados e, consequentemente, isso impacta no 
tipo de navio que pode atracar em determinado porto, bem como determina o tipo de 
mercadoria que pode transitar por ele (DAVID, 2016).
A partir do surgimento dos navios cargueiros pós-Panamax, com 
maiores dimensões, os portos passaram a enfrentar inúmeros 
desafios, ou seja, o tamanho desses navios passou a exigir 
muito mais capacitação dos portos, pelo fato de que são mais 
largos, maiores, mais profundos e têm um calado mais profundo 
(DAVID, 2016).
Atenção
4
Rojas (2014), para facilitar o entendimento completo das operações portuárias de 
embarque e desembarque de mercadorias, apresenta um fluxograma, conforme 
figura a seguir.
Autorização
Embarque
Carregamento
Armazenagem
Navio
Operação
Pátio
Navio
Exportador
Despachante
Agente
Importador
Despachante
Agente
Descarga
P
ré
-P
la
n
ej
am
en
to
Recebimento
Pátio
Vistoria
Armazenagem
Liberação
Embarque
Planejamento
Vistoria
Expurgo
Troca Un.
Abertura
Vistoria
Expurgo
Desova
Abertura
Vazio House
Entrega 
Contêiner
Carga
Recebimento
Pátio Estufagem Planejamento
de Pátio
Expedição
Carga
Figura 1 - Fluxograma completo das operações portuárias de 
embarque e desembarque de mercadorias
Fonte: Rojas (2014) adaptado de Ballou (2006).
Este fluxograma demonstra todas as atividades que fazem parte das operações 
portuárias, detalhando minuciosamente o que é feito e em qual sequência acontece. 
Assim, fica claro todo o ciclo envolvido em cada operação portuária, desde a chegada 
da mercadoria ao porto, via modal de transporte mais adequado ao contexto logístico, 
até o processo de expedição. 
Para entender melhor as operações portuárias, leia as páginas 
91 a 94 do capítulo 5 do livro: Introdução à logística portuária e 
noções de comércio internacional, de Pablo Rojas.
Saiba mais
5
Principais Operações Portuárias
De acordo com Rojas (2014), são considerados trabalhos portuários as atividades de: 
capatazia, estiva, conferência de carga, conserto de carga, vigilância de embarcações 
e trabalho em bloco. 
Rojas (2014) descreve a capatazia e os trabalhos que são executados:
Capatazia: é a atividade de movimentação de mercadorias nas instalações 
portuárias executada no costado ou em parte do casco do navio que fica 
acima da linha d’água. Os trabalhos executados pela capatazia são:
• Recebimento de cargas
• Transporte interno de cargas
• Abertura de volumes de cargas para conferência aduaneira
• Manipulação de mercadorias que compõem as cargas
• Conferência de carga
• Arrumação de cargas
• Entrega de cargas aos transportadores
• Carregamento e descarregamento de embarcações quando efetuados 
por aparelhos portuários. (ROJA, 2014, p. 88, grifo do autor)
Figura 2 - Transporte interno de cargas
Fonte: Plataforma Deduca (2021).
#PraCegoVer: A imagem mostra o transporte de um contêiner dentro do porto, 
o qual é acompanhado por um responsável.
6
A atividade de estiva corresponde à movimentação de mercadorias nos conveses 
ou nos porões das embarcações. A lista de trabalhos executados pela estiva são: 
arrumação da carga; rechego (que envolve juntar, espalhar ou distribuir a carga a 
granel); carregamento ou descarregamento da mercadoria do navio quando a 
execução acontece por equipamentos de bordo; peação (fixação da carga nos porões 
dos navios) e despeação (liberação da carga nos porões dos navios) (ROJAS, 2014, 
grifo nosso).
De acordo com Rojas (2014, grifos do autor), as denominações funcionais recebidas 
pelos estivadores variam de acordo com o trabalho que executam, dentre elas estão:
• Contramestre geral ou do navio: é a maior autoridade da estiva a bordo. Ele 
é responsável pela coordenação dos trabalhos em todos os porões do navio, 
levando em consideração as instruções do operador portuário e do coman-
dante do navio.
• Contramestre de terno ou de porão: é quem dirige e orienta o serviço de esti-
va em todos os porões, respeitando as instruções dadas por cinco agentes: o 
operador portuário, o comandante do navio, o representante no porto, o planis-
ta e/ou o contramestre geral ou do navio.
• Sinaleiro ou “Portalo ́”: tem a responsabilidade de orientar o trabalho dos ope-
radores de guindastes por meio de sinais, por isso ele fica em uma posição 
que lhe permita ver bem o local onde a lingada é engatada e onde é deposi-
tada, e também precisa ter cuidado para se posicionar onde possa ser visto 
pelo guincheiro ou guindasteiro.
• Motorista: profissional que dirige o veículo quando este é embarcado ou de-
sembarcado por meio do sistema roll on /roll off, o chamado ro/ro. 
O motorista da estiva deve retirar o veículo do navio e, ao chegar 
ao cais, repassa para o motorista da capatazia, que conduz o 
mesmo até o pátio de armazenagem (ROJAS, 2014).
Atenção
7
Além dessas denominações funcionais, Rojas (2014, grifos do autor) apresenta 
outras três:
• Operador de equipamentos: trata-se do estivador habilitado para operar a em-
pilhadeira, a pá carregadeira ou outro equipamento de movimentação de car-
ga a bordo do navio.
• Estivador: este trabalhador, durante o carregamento, desfaz as lingadas, 
transportando os volumes para as posições que foram determinadas onde 
vão ser estivados. No ato do descarregamento, é responsável por trazer os 
volumes das posiçõesonde estão estivados e prepara as lingadas.
• Peador – Despeador ou conexo: corresponde ao trabalhador que faz a chama-
da peação – despeação. Devido ao fato que muitos trabalhos empregam téc-
nicas de carpintaria (escoramento da carga com madeira), este profissional 
precisa possuir uma certa especialização.
Figura 3 - Exemplo de atividade da estiva
Fonte: Plataforma Deduca (2021).
#PraCegoVer: Na imagem, temos um navio atracado no porto em processo de 
movimentação de mercadorias.
8
Rojas (2014) ainda explica:
Conferência de carga é a contagem de volumes e a anotação de suas 
características (espécie, peso, número, marcas e contramarcas), 
procedência ou destino, a verificação do estado das mercadorias, a 
assistência à pesagem, a conferência do manifesto e demais serviços 
correlatos nas operações de carga e descarga de embarcações. Os 
conferentes de carga atuam em uma operação por vez, não sendo 
possível atuar simultaneamente na carga ou descarga de mais de uma 
embarcação. (ROJA, 2014, p. 89)
Tanto a atividade de conferência de carga quanto a de descarga são feitas pelo 
interesse do operador portuário e dos trabalhadores avulsos. O documento resultante 
dela é o tallie. Este serve de base para a apuração da produção e, consequentemente, 
para calcular a remuneração do trabalho (ROJAS, 2014).
Conforme o trabalho executado pelos conferentes de carga e descarga, as 
denominações dadas a eles são: conferente-chefe, conferente de lingada ou porão, 
conferente-rendição, conferente ajudante, conferente de balança, conferente 
controlador, conferente de manifesto de carga e conferente de plano – planista 
(ROJAS, 2014).
Para Rojas (2014), é importante definir também o conserto de carga:
Conserto de carga é a atividade de reparo e de restauração das 
embalagens de mercadorias a bordo do navio ou em terra, nas operações 
de carregamento e descarga de embarcações, reembalagem, marcação, 
remarcação, carimbagem, etiquetagem e abertura de volumes para 
vistoria e posterior recomposição. (ROJA, 2014, p. 89)
Com a necessidade cada vez menor de reparos, devido à unitização da carga em 
contêineres, os consertadores de carga são uma categoria em extinção. 
É também crescente a necessidade de produtividade, o que gera estadias 
portuárias cada vez menores para os navios, inviabilizando o conserto 
da carga. Para que não haja prejuízo na qualidade, por vezes prefere-se 
inutilizar as cargas danificadas ou devolvê-las para reparo ao fabricante. 
(ROJAS, 2014, p. 90)
9
Figura 4 - Utilização de contêiner
Fonte: Plataforma Deduca (2021).
#PraCegoVer: Na imagem, temos um exemplo de carga de contêiner sendo 
transportada por um caminhão.
A atividade de vigilância de embarcações corresponde a fazer fiscalização de entrada 
e saída de pessoas a bordo das embarcações, que estejam atracadas ou fundeadas, 
bem como fiscalizar a movimentação de mercadorias em diversos locais, como: 
rampas, portalós, porões, conveses, plataformas e em outros pontos da embarcação 
na área do porto organizado. Sua contratação acontece junto ao OGMO, feito pelo 
agente de navegação (ROJAS, 2014).
De acordo com Rojas (2014), outra atividade desenvolvida é o trabalho em bloco, a 
qual corresponde à limpeza e conservação de embarcações mercantes e de seus 
tanques, englobando o batimento de ferrugem, a pintura, os reparos de pequena 
monta e os serviços correlatos. Por causa da rapidez que existe na estadia dos navios 
nos portos, esses serviços são efetuados, frequentemente, com a embarcação em 
viagem – extra rol.
10
1. Tallie:
Documento em que consta toda a mercadoria ou os contêineres embarcados 
ou desembarcados, com as informações das suas características, pesos e 
volumes.
2. Extra rol: 
Refere-se às pessoas embarcadas em navios, mas que não são integrantes 
da tripulação. Esta contém o documento denominado rol de equipagem, daí o 
termo extra rol.
3. OGMO: 
Órgão de Gestão de Mão de Obra do Trabalho Portuário Avulso.
Rojas (2014) complementa a explicação, afirmando:
As operações portuárias que envolvem embarque e desembarque 
de mercadorias demandam diferentes atividades, uma vez que os 
procedimentos adotados nessas operações, apesar de utilizarem as 
mesmas pessoas e equipamentos, são planejados em separado. Em um 
porto, são constatadas as seguintes situações:
• Navios que aportam para desembarque de mercadorias: trazem 
mercadorias do exterior (importação), de outros portos (cabotagem) 
e de locais de produção (petróleo e gás).
• Navios que aportam para embarque de mercadorias: recebem 
mercadorias destinadas à exportação ou a outros portos 
(cabotagem).
• Navios que aportam para embarque e desembarque de mercadorias: 
para importação, exportação e cabotagem. (ROJAS, 2014, p. 90)
Para qualquer uma dessas situações relatadas, as operações de embarque e 
desembarque de mercadorias acabam se repetindo com pequenas variações nos 
procedimentos, respeitando o planejamento feito e as necessidades de controle 
(ROJAS, 2014).
11
Tipos de Navios
A carga é uma forma de classificar os navios mercantes em várias categorias, por 
isso, primeiro, há necessidade de fazer uma distinção entre os navios que carregam 
carga líquida a granel e os navios que carregam carga seca a granel. Segundo, tanto 
cargas secas quanto líquidas podem ser embarcadas a granel ou unitizadas – em 
caixas, engradados ou contêineres (DAVID, 2016).
No mundo, há milhares de navios comerciais, com capacidade 
superior a 500 toneladas brutas registradas e tonelagem 
combinada de 1,5 bilhão de toneladas de cargas, como a maioria 
desses navios é projetada de diversas maneiras, é difícil ter 
uma classificação melhor do que aquela baseada nos grupos 
existentes. Há de se considerar que vários navios não se encaixam 
em determinada categoria (DAVID, 2016).
Atenção
De acordo com Rojas (2014), o mais comum é encontrar os navios classificados 
segundo a sua finalidade e atividade. Mundialmente, utiliza-se uma classificação 
composta por quatro grupos de navios destinados a atividades predeterminadas, tais 
como: militar, comércio, carga e indústria.
Rojas (2014, grifos do autor) detalha melhor estas classificações:
O grupo Militar corresponde aos navios destinados a operações militares, sendo 
controlados e geridos pelo Ministério da Marinha.
No Comércio (segundo grupo), os navios são destinados a atividades comerciais para 
transporte de passageiros (Cruzeiro), sendo navios de luxo que navegam em rotas 
marítimas bem planejadas, as quais são procuradas intensamente pelos viajantes e 
turistas durante os seus períodos de férias.
A terceira classificação, Carga, é dividida em três grandes grupos:
• Graneleiros: nesse grupo, encontram-se os petroleiros, graneleiros sólidos, ga-
ses liquefeitos, químicos e combustíveis.
12
• Carga unitizada: envolve os porta-contentores, os porta-barcaças e o tipo Ro-
-Ro-roll-on/roll-off (onde a carga entra e sai dos porões do navio na horizontal 
ou quase horizontal e geralmente sobre rodas, como os automóveis, autocar-
ros e caminhões).
• Carga geral: é dividido em tipos: a) Multi Purpose (que são navios que alcançam 
uma velocidade de aproximadamente 15 nós e possuem um arranjo de porões 
que permite várias combinações de carga); b) Box type (navios adaptados ao 
transporte de cargas unitizadas como paletes, contentores, fardos e produtos 
siderúrgicos; c) Heavy lift (para peso excessivo); e o Reefer (refrigerado).
Figura 5 - Exemplo de navio de carga geral
Fonte: Plataforma Deduca (2021).
#PraCegoVer: Nesta imagem, há um navio carregado de contêineres que 
navega em alto mar.
O quarto grande grupo é a Indústria, que é dividido entre: a) Pesca; b) FPSO (Floating 
Production, Storage and Offloading), que é um navio flutuante usado na exploração 
de petróleo e gás em alto mar, fazendo o processamento de hidrocarbonetos e o 
armazenamento de óleo; c) Shuttle tankers: navio planejado para fazer o transporte 
do petróleoque foi extraído em alto mar; d) as Dragas; e e) os Lança-cabos.
13
Para conhecer outros tipos de classificação de navios leia o 
subcapítulo 10.3 do livro: Logística internacional: gestão de 
operações de comércio internacional. 
Saiba mais
Ainda há uma classificação complementar, os Auxiliares: que envolvem os navios 
rebocadores, pilotos, Supply (navio que dá apoio a plataformas marítimas), 
salvamentos, combate a incêndios, combate à poluição, quebra-gelos e pesquisa 
(ROJAS, 2014, grifos do autor).
Logística Portuária
A logística portuária abrange todas as transações que estão ligadas ao movimento 
de cargas, seja no processo de transporte, de carregamento e descarregamento das 
embarcações, seja na gestão marítima e, até mesmo, entre outros processos.
Importante destacar que a logística portuária representa uma das mais complexas 
atividades do nosso país, pelo fato de que as instituições responsáveis e os 
órgãos regulamentadores adotam uma postura altamente exigente e solicitam a 
discriminação de muitos dados, fato que tem reflexo direto no prazo de entrega e no 
custo das mercadorias.
Principais Funções 
A maioria das transações que ocorrem nos portos brasileiros são relacionadas às 
atividades de comércio exterior. Ou seja, importação e exportação de produtos e 
insumos voltados à produção. Sendo assim, a logística portuária tem papel fundamental 
no crescimento da economia do Brasil em nível internacional.
https://www.comexblog.com.br/logistica/logistica-portuaria-um-novo-marco-regulatorio/
https://www.comexblog.com.br/logistica/logistica-portuaria-um-novo-marco-regulatorio/
14
Figura 6 - Porto com o pátio cheio de contêineres
Fonte: Plataforma Deduca (2021).
#PraCegoVer: A imagem mostra um porto em pleno funcionamento, 
com o pátio lotado de contêineres esperando o momento de 
serem carregados nos navios.
Segundo Rojas (2014), é importante conhecer as operações envolvidas desde a 
chegada (atracação) até a saída (desatracação) da embarcação do porto. Estas 
atividades são:
• Recepção do aviso de chegada do navio por comunicação via rádio 
à administração do porto.
• Execução da praticagem, com envio do prático ao navio, seguido 
da condução da embarcação ao interior do porto, com ou sem 
rebocagem.
• Inspeção, pelos representantes dos órgãos de controle, do 
cumprimento das exigências legais por parte do navio.
• Manobra de aproximação na bacia de evolução.
• Atracação ao berço designado.
• Preparação da operação de carga ou descarga.
• Operação de movimentação da carga.
• Preparação para o zarpe.
• Liberação do navio para o zarpe pela Capitania.
• Desatracação. (ROJAS, 2014, p. 90)
15
Como citado, resumidamente, nos portos acontecem processos, como: embarque, 
desembarque, estocagem, armazenamento, movimentação, empilhamento de 
produtos e mercadorias. Todas essas atividades são praticadas com o objetivo de 
fazer com que os processos de importação e exportação aconteçam efetivamente, 
colocando em funcionamento a logística portuária.
Logística Integrada com o Modal Marítimo 
O modal marítimo é o mais utilizado no transporte de cargas do comércio internacional, 
pois ele oportuniza transportar diferentes tipos de cargas e em grandes quantidades. 
Está dividido em cabotagem e navegação de longo curso (ROJAS, 2014).
Rojas (2014, p. 5, grifo do autor) explica sobre a cabotagem:
Cabotagem: segundo a Lei n. 10.893, de 13 de julho de 2004, “navegação 
de cabotagem é aquela realizada entre portos brasileiros, utilizando 
exclusivamente a via marítima ou as via navegáveis interiores”. Esta é 
dividida em:
• Grande cabotagem: é realizada entre os portos brasileiros e entre 
estes e os portos da Costa Atlântica da América do Sul, das Antilhas 
e da Costa Leste da América Central, excluídos os portos de Porto 
Rico e Ilhas Virgens.
• Pequena cabotagem: é realizada entre os portos brasileiros. A 
embarcação não se afasta mais de 20 milhas náuticas da costa e 
faz escala em portos cuja distância não exceda 400 milhas náuticas. 
Nela está inclusa a navegação realizada com fins comerciais entre a 
costa brasileira e as ilhas oceânicas brasileiras. (ROJAS, 2014, p. 5)
As atividades de cabotagem são classificadas em: alto mar, costeira e apoio 
marítimo (ROJAS, 2014).
16
1. Alto Mar:
Realizada fora da visibilidade da costa.
2. Costeira:
Realizada ao longo do litoral brasileiro, dentro dos limites de visibilidade da costa.
3. Apoio Marítimo:
Realizada entre os portos ou terminais marítimos e as plataformas tripuláveis.
Já a navegação de longo curso, para Rojas (2014, grifos do autor), de acordo com a 
Lei n. 10.893/2004, “é aquela realizada entre portos brasileiros e portos estrangeiros, 
sejam marítimos, fluviais ou lacustres”. Este tipo de navegação é realizada por navios 
que fazem tráfego regular, pertencentes a Conferências de Frete, Acordos Bilaterais e 
outsiders.
Considera-se que nesse contexto de funcionamento do modal marítimo é fundamental 
compreender alguns outros aspectos que, juntos, impactam na logística da cadeia 
produtiva e na integração com este modal.
De acordo com Novaes (2021), há dois fatores importantes a considerar, de um lado do 
processo produtivo há o distanciamento espacial entre as indústrias e os mercados 
consumidores, do outro lado, a distância entre a fábrica e os pontos de origem das 
matérias-primas e dos componentes necessários à fabricação dos produtos.
17
Figura 7 - Modal marítimo
Fonte: Plataforma Deduca (2021).
#PraCegoVer: A imagem mostra o modal marítimo sendo utilizado.
Quando o produto sai da fábrica, ele já tem um valor intrínseco agregado, mas esse valor 
ainda está incompleto para o consumidor final. Para que o consumidor possa usufruir 
completamente o produto que necessita, é necessário que o mesmo seja colocado no 
lugar desejado. É quando entra o sistema logístico, mesmo o mais primitivo, com o 
papel de agregar um valor de lugar ao produto. Este depende, obviamente, do transporte 
do produto da fábrica ao depósito, do depósito até à loja, e desta ao consumidor final 
(NOVAES, 2021).
Novaes (2021) complementa dizendo:
Hoje, em função da grande preocupação das empresas com a redução 
de estoques e com a busca da satisfação plena do cliente, o que implica 
a entrega do produto rigorosamente dentro dos prazos combinados, o 
fator tempo passou a ser um dos elementos mais críticos do processo 
logístico. (NOVAES, 2021, p. 12)
A partir desse entendimento fica claro que o desafio é grande para todos os elementos 
envolvidos nestes processos. O fator que contribui para aproximar os elementos da 
cadeia produtiva é a integração dos serviços logísticos.
18
Rojas (2014) define que serviços logísticos integrados são aqueles que fazem uso 
de mais de um modal de transporte na mesma operação, caracterizando então o 
transporte intermodal. Um fator marcante nos serviços logísticos integrados é a troca 
de equipamentos entre os diversos modais, onde, por exemplo, uma carreta rodoviária 
pode ser embarcada tanto num trem quanto num navio. Nesse tipo de operações, 
acontece a intermodalidade.
Figura 8 - Exemplificando a intermodalidade
Fonte: Plataforma Deduca (2021).
#PraCegoVer: Na imagem, temos um exemplo do transporte multimodal, carga 
sendo transportada por caminhão, chegando no porto, para ser posteriormente 
embarcada no navio.
“O transporte multimodal é realizado sob um enfoque sistêmico, 
e é muito importante para um país de dimensões continentais 
como o Brasil, além de ser um modelo indispensável no comércio 
internacional” (ROJAS, 2014, p. 18). 
Atenção
As principais vantagens presentes no transporte multimodal são: melhor desempenho 
operacional; risco de avarias e danos diminuídos; mais rapidez e agilidade; e melhor 
qualidade no processo de transporte (ROJAS, 2014).
19
No desenvolvimento das operações integradas, o contêiner é o principal equipamento 
utilizado, pois ele permite vários tipos de combinaçõesmultimodais. Uma vantagem 
é que a carga acondicionada em contêineres não necessita de manuseios custosos 
e oportuniza o serviço porta a porta quando a combinação de modais faz uso de 
caminhões. Sendo assim, os serviços logísticos integrados são oferecidos por diversas 
empresas de navegação que operam navios porta-contêineres (ROJAS, 2014).
Figura 9 - Movimentação de carga em contêiner
Fonte: Plataforma Deduca (2021).
#PraCegoVer: A imagem mostra a movimentação de carga intermodal 
acontecendo via contêiner.
Valente et al. (2015) explicam, de forma simplificada, que o processo de produção do 
modal marítimo pode observar as seguintes etapas:
1. Coleta das mercadorias por meio rodoviário ou ferroviário.
2. Descarregamento de caminhões ou vagões.
3. Armazenagem das mercadorias no porto de origem.
4. Embarque do navio.
5. Desembarque do navio.
6. Armazenagem das mercadorias no porto de destino.
7. Carregamento de caminhões ou vagões.
8. Distribuição por meio rodoviário ou ferroviário.
20
Valente et al. (2015) explicam que quando se trata de comércio exterior, deve-se 
acrescentar, para as exportações, os procedimentos aduaneiros antes do embarque 
no porto de origem, e para as importações o desembarque no porto de destino. O 
sistema envolve inúmeras operações, todas elas estão interrelacionadas, exigindo um 
balanceamento das atividades quanto ao sincronismo (tempo) e também em relação 
a capacidades (fluxos e armazenagens).
Eficiência Portuária 
O porto é um local para transbordo de mercadorias e produtos de vários tipos, com 
maior destaque para os granéis sólidos e líquidos; bens de capital; e contêineres. Este 
transbordo pode ocorrer de um navio para outro, ou então, de um trem para um navio 
ou ainda de um caminhão para um navio; e vice-versa. Portanto, trata-se de uma 
estrutura intermodal por excelência. Para que ocorra o funcionamento adequado de 
um porto os dois elementos necessários são: as pessoas para executar os serviços 
de carga e descarga e o manuseio e controle de estoque temporário e as instalações 
adequadas ao movimento de pessoas e de cargas (ROJAS, 2014).
Em um sistema logístico que envolve a movimentação portuária, para conseguir a 
maximização da produtividade e a segurança operacional é preciso dispor de um 
monitoramento e um controle remotos em tempo integral, tudo operacionalizado 
por softwares de gestão específicos. Essas informações precisam ser reunidas em 
uma sala de Controle, que também é conhecida como Sala de Situação (ALFREDINI; 
ARASAKI, 2014).
Figura 10 - Gestão de indicadores via software
Fonte: Plataforma Deduca (2021).
#PraCegoVer: Na imagem, vemos os indicadores sendo analisados de maneira 
conjunta e integrada.
21
Para David (2016), a questão da produtividade tem relação direta com as práticas 
trabalhistas, pois, por exemplo, enquanto os portos japoneses manuseiam 45 
movimentos de contêineres por hora por guindaste, nos Estados Unidos, a maioria dos 
portos está estagnada em 25 movimentos por hora. A conclusão é de que, à medida que 
a produtividade aumenta nos portos, diminui a necessidade de investimentos adicionais 
de capital. Em muitos portos, que, de um lado, são fisicamente limitados pelo mar, e 
do outro, por uma grande cidade, o aumento de produtividade torna-se a única forma 
possível para manusear o crescimento no volume de carga que eles estão enfrentando.
As leis trabalhistas presentes nos portos, frequentemente são ditadas por 
poderosos sindicatos. Por exemplo: alguns portos, como o de Long Beach, na 
costa do Pacífico dos Estados Unidos, só operam 8 horas por dia, ao contrário 
dos portos da Ásia, no Pacífico, que são bem mais eficientes, os quais operam 
24 horas por dia, 7 dias por semana. Atualmente, os estivadores portuários 
podem carregar e descarregar um navio em qualquer momento, mas os 
portões dos terminais para os caminhões só abrem nos dias úteis, das 7h 
às 17h, aparentemente para acomodar as horas de trabalho das empresas 
de transporte de mercadorias de e para o porto. No entanto, uma vez que a 
imensa maioria das mercadorias que transitam pelos portos de Long Beach 
e Los Angeles é destinada a áreas muito além do sul da Califórnia, a regra é 
muito constrangedora. 
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Conclusão
O conteúdo foi dedicado ao entendimento das operações portuárias e da logística 
envolvida no processo portuário como um todo. Foi possível compreender o que são as 
operações portuárias e como elas se desenvolvem no cotidiano de um porto.
Durante o estudo ficou claro que a movimentação de mercadorias que envolve 
o comércio internacional (importação e exportação) passa por um fluxo amplo e 
complexo e que sua efetividade se dá pelo uso do transporte marítimo, especificamente 
os navios. Nesse sentido, foi possível identificar que os tipos de navios são inúmeros 
e que sua utilização depende da finalidade e atividade envolvidas.
Avançando no conteúdo, pudemos entender que a logística portuária precisa ser 
bem administrada devido à sua complexidade e aos elementos envolvidos. Um fator 
preponderante tratou da integração da logística com o modal marítimo, caracterizando 
assim os serviços logísticos integrados e, consequentemente, o uso do transporte 
intermodal.
Finalizando, evidenciou-se a importância de conquistar uma boa eficiência portuária 
para que os resultados presentes em toda essa logística sejam condizentes com as 
demandas estabelecidas.
23
Referências
ALFREDINI, P.; ARASAKI, E. Engenharia portuária: a técnica aliada ao enfoque logístico. 
São Paulo: Blucher, 2014. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/
books/9788521208129. Acesso em: 19 jun. 2021.
DAVID, P. A. Logística internacional. São Paulo: Cengage Learning, 2016. Disponível 
em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522124244. Acesso 
em: 20 jun. 2021.
NOVAES, A. G. Logística e gerenciamento da cadeia de distribuição: estratégia, 
operação e avaliação.5. ed., rev. e atual. São Paulo: Atlas, 2021. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595157217. Acesso em: 20 
jun. 2021.
ROJAS, P. Introdução à logística portuária e noções de comércio internacional. Porto 
Alegre: Bookman, 2014. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/
books/9788582601945. Acesso em: 16 jun. 2021.
VALENTE, A. M. et al. Qualidade e produtividade nos transportes. 2. ed. São Paulo: 
Cengage Learning, 2015. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.
br/#/books/9788522124121. Acesso em: 20 jun. 2021.
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