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Introdução à 
Ergonomia
Sumário
 
CLIQUE NO CAPÍTULO PARA SER REDIRECIONADO
Histórico e significado social da ergonomia 
 Histórico da ergonomia
	 Significado	social	da	ergonomia
Conceito e princípios da ergonomia, o papel do ergonomista, 
valor econômico e aplicações coletivas e individuais da 
ergonomia 
 Conceito e princípios da ergonomia
	 O	papel	do	ergonomista	
	 Valor	econômico
	 Aplicações	coletivas	e	individuais	da	ergonomia	
Ergonomia física, cognitiva e organizacional
 Ergonomia física
 Ergonomia	cognitiva
 Ergonomia	organizacional
Classificações e custo-benefício da ergonomia
 Classificações	da	ergonomia
 Custo-benefício	da	ergonomia
Referências 
5
14
24
33
41
Objetivos Definição
Explicando Melhor Você Sabia?
Acesse Resumindo
Nota Importante
Saiba Mais Reflita
Atividades Testando
Para o início do 
desenvolvimento	de	uma	
nova	competência;
Se	houver	necessidade	
de	se	apresentar	um	novo	
conceito;
Algo	precisa	ser	melhor	
explicado	ou	detalhado;
Curiosidades	indagações	
lúdicas	sobre	o	tema	em	
estudo,	se	form	necessarias;
Se	for	preciso	acesar	um	
ou	mais	sites	para	fazer	
dowload,	assistir	videos,	ler	
textos,	ouvir	podcast;
Quando	for	preciso	se	fazer	
um	resumo	acumulativo	
das	últimas	abordagens;
quando	forem	necessárias	
observações	ou	
complementações	para	o
seu	conhecimento;
As	observações	escritas	
tiveram	que	ser	priorizadas	
para	você;
Textos,	referências	
bibliográficas	e	links	para	
aprofundamento	do	seu	
conhecimento;
Se	houver	a	necessidade	
de	chamar	a	atenção	
sobre	algo	a	ser	refletido	ou	
discutido	sobre;
Quando	alguma	atividade	
de	autoaprendizagem	for	
aplicada;
Quando	o	desenvolvimento	
de	uma	competência	for	
concluído	e	questões	forem	
explicadas.	
@faculdadelibano_
1
Histórico e 
significado social 
da ergonomia
Introdução	à	Ergonomia Capítulo	1
Histórico e significado social 
da ergonomia
Objetivos
Ao término deste capítulo você será capaz de entender como surgiu a 
ergonomia, seus principais fatos históricos e qual o significado social 
da ergonomia. E então? Motivado para desenvolver essa competência? 
Então vamos lá. Avante!
Histórico da ergonomia
Antes de entendermos o que é a ergonomia, vamos compreender como tudo começou?
Segundo Iida e Buarque (2018), a ergonomia possui uma data oficial de nascimento que 
é 12 de julho de 1949, pois foi nessa data que, pela primeira vez, um grupo de cientistas 
e pesquisadores se reuniram na Inglaterra com o objetivo de debater e formalizar a 
existência desse novo ramo de aplicação interdisciplinar da ciência. Contudo, Corrêa e 
Boletti (2015) afirmam que os preceitos que hoje em dia conduzem a ergonomia tiveram 
início nos primórdios da história da humanidade.
Presume-se que na pré-história o homem tenha ajustado a pedra às suas necessidades, 
respeitando a anatomia da mão para que o seu manuseio fosse mais seguro e eficaz, 
sendo essa suposição fundamentada no formato dos utensílios daquela época, como 
as ferramentas empregadas para caça e defesa pessoal, esclarecem Corrêa e Boletti 
(2015).
Existem evidências de que o homem das cavernas já tinha a preocupação de produzir 
artefatos cada vez mais adequados às suas necessidades e características, destaca 
Abrahão et al. (2009).
A palavra ergonomia também foi utilizada no ano de 1857 no artigo Ensaios de ergonomia 
ou ciência do trabalho, apoiada nas leis objetivas da ciência sobre a natureza, do polonês 
Introdução	à	Ergonomia Histórico e significado social da ergonomia Capítulo	1
Wojciech Jastrzebowski, lembram Iida e Buarque (2018).
O surgimento da ergonomia como uma disciplina científica, para Corrêa e Boletti (2015), 
ocorreu nos anos de 1940, como resultado da crescente complexidade dos equipamentos 
técnicos, assim, começou-se a notar que as vantagens derivadas do emprego dos 
novos equipamentos não estavam se concretizando, uma vez que as pessoas não 
conseguiam entendê-los e utilizá-los.
 
Observe, então, que os primeiros passos sobre a ergonomia existem desde os primórdios 
da civilização, porém ela, como disciplina científica, só surgiu na década de 1940.
A ergonomia como ciência apresentou suas origens em estudos e pesquisas no campo 
da Fisiologia do Trabalho, de forma mais específica na fadiga (Figura 1) e no consumo 
energético causado pelo trabalho, relata Oliveira (2015).
De início, esses problemas eram mais notórios na esfera militar, em que era exigido 
muito dos operadores, tanto física quanto cognitivamente, pois, de acordo com a 
evolução tecnológica da Segunda Guerra Mundial que era empregada no dia a dia, 
verificaram-se as dificuldades encontradas nas pessoas de lidar com os equipamentos, 
gerando um fraco desempenho e aumentando a possibilidade de erros humanos. Essa 
preocupação levou acadêmicos e psicólogos militares a realizarem pesquisas na área 
e, depois, investigações sobre a interação entre pessoas, equipamentos e ambientes, 
informam Corrêa e Boletti (2015).
FIGURA 1
Fadiga
FONTE
Pixabay
Introdução	à	Ergonomia Histórico e significado social da ergonomia Capítulo	1
Dessa forma, pode-se dizer que nas origens da história da ergonomia a preocupação 
se baseava em desenvolver pesquisas e projetos orientados para a aplicação de 
conhecimentos já disponíveis em fisiologia e psicologia, assim como para o estudo do 
dimensionamento humano, custo energético, buscando a concepção e definição de 
controles, painéis, arranjo do espaço físico e dos ambientes de trabalho, afirma Abrahão 
et al. (2009).
Iida e Buarque (2018) ainda explicam que a ergonomia só ganhou status de uma disciplina 
mais formalizada a partir do início da década de 1950, por causa do desempenho da 
Ergonomics Research Society (ERS), que foi considerada a primeira sociedade mundial 
de ergonomia, assim, vários pesquisadores ligados a essa sociedade começaram a 
espalhar seus conhecimentos, buscando a sua aplicação industrial e não apenas militar, 
como ocorria na década passada.
Com o passar dos anos, o emprego da expressão ‘ergonomia’ já estava presente nos 
principais países europeus em substituição a designações passadas, como fisiologia 
e psicologia do trabalho. Nos Estados Unidos utilizou-se a nomeação human factors 
(fatores humanos), entretanto, a palavra ergonomia já é acolhida como seu sinônimo, 
explicitam Iida e Buarque (2018).
Nos Estados Unidos foi fundada, em 1957, a Human Factors Society, que, posteriormente, 
no ano de 1992, mudou o nome para Human Factors and Ergonomics Society (IIDA e 
BUARQUE, 2018).
No Brasil, com o desenvolvimento dos movimentos sociais, especificamente dos 
sindicatos dos trabalhadores, muitas demandas em ergonomia buscavam respostas 
para os problemas associados às más condições de trabalho (Figura 2) e à recusa da 
divisão das tarefas, derivada da divisão do trabalho em excesso, tendo como apogeu 
desses movimentos o final dos anos 1960 e os anos 1970, menciona Abrahão et al. (2009).
Importante
Ainda que o foco inicial tenha sido ambientes de trabalho, a importância 
da ergonomia foi pouco a pouco se tornando reconhecida em outras 
áreas, como, por exemplo, no projeto de produtos para consumidores, 
como carros, computadores etc. (CORRÊA; BOLETTI, 2015).
Introdução	à	Ergonomia Histórico e significado social da ergonomia Capítulo	1
Conforme Corrêa e Boletti (2015), as pesquisas 
brasileiras na área da ergonomia são mais ou 
menos recentes, ainda que existam registros de 
pesquisas efetivadas no século XIX, foi apenas 
a partir da década de 1970 que pesquisadores 
de várias universidades brasileiras iniciaram a 
inclusão da ergonomia no escopo de várias áreas 
do conhecimento, sendo o primeiro trabalho 
acadêmico no ano de 1973 intitulado de Ergonomia 
— notas de classe, escrito por Itiro Iida e Henry A. J. 
Wierzbicki.
Essa década de 1970 foi caracterizada por uma 
expansão da visão da ergonomia, pois múltiplos 
aspectos de projetos, que eram solucionados 
apenas tecnicamente, foram reconhecidos 
FIGURA 2
Más condições do trabalho
FONTE
Freepikcomo fontes de problemas ergonômicos e, desse modo, deveriam fazer jus a análises 
mais cuidadosas. Dessa forma, os estudos passaram a abranger as variáveis do meio 
ambiente (iluminação, temperatura, ruído,) como elementos do sistema humano–
máquina–ambiente, elucidam Iida e Buarque (2018).
A partir da década de 1980, o bojo da relevância dos ergonomista voltou-se para a 
investigação dos sistemas automáticos e informatizados com destaque na natureza 
cognitiva do trabalho. Essa mudança aconteceu, sobretudo, por causa dos insucessos na 
implantação desses sistemas que eram organizados com uma lógica que não abrangia 
os processos cognitivos compreendidos na ação e, desse modo, apresentavam muitas 
dificuldades na operação do sistema, informa Abrahão et al. (2009).
Saiba Mais
Quer se aprofundar nesse tema? Recomendamos o acesso à seguinte 
fonte de consulta e aprofundamento: artigo: A evolução histórica da 
ergonomia no mundo e seus pioneiros. (SILVA e PASCHOARELLI) acessível 
pelo link https://bit. ly/31gZ3K6 (Acesso em: 27/07/2020).
Introdução	à	Ergonomia Histórico e significado social da ergonomia Capítulo	1
Iida e Buarque (2018) lembram que, com a propagação da informática, a partir da década 
de 1980, foram inseridos postos de trabalho informatizados e máquinas programáveis 
(Figura 3) em todos os setores de atividades humanas, ocasionando novos desafios à 
ergonomia. 
Esses processos de automação determinaram uma nova relação do ser humano com o 
seu trabalho, assim, ele deixa de ser um cumpridor direto e passa a desempenhar o papel 
de controlador do processo. Mesmo com essa mudança, não existiu uma modificação 
de todas as situações de trabalho, pois mesmo em situações nas quais existe um grau 
elevado de automação, encontram-se tarefas altamente repetitivas e intensivas no 
gesto de produção que convivem com essas ações de controle de processo, ilustra 
Abrahão et al. (2009).
Com a introdução de novas máquinas informatizadas, foram exigidas também muitas 
pesquisas na área da ergonomia, principalmente sobre apresentação e percepção de 
informações, memória e tomada de decisões, descrevem Iida e Buarque (2018).
Durante os anos de 1980, a ênfase do projeto industrial era a otimização das interações 
entre o homem e seus ambientes imediatos de atividade, assim, por sua finalidade 
restrita, a ação ergonômica era chamada de microergonomia, explanam Corrêa e 
Boletti (2015).
Mas o que seria a microergonomia?
Corrêa e Boletti (2015, p. 8) explicam que:
FIGURA 3
Máquinas programáveis
FONTE
Freepik
Introdução	à	Ergonomia Histórico e significado social da ergonomia Capítulo	1
Em uma conjuntura micro, a ergonomia se preocupa com os meios 
peculiares a cada circunstância de trabalho, isto é, o posto de 
trabalho em si, uma situação específica, como os níveis de ruídos de 
determinado equipamento.
No ano de 1983 surgiu a Associação Brasileira de Ergonomia (ABERGO), “uma entidade 
sem fins lucrativos, cujo objetivo é o estudo, a prática e a divulgação das interações 
das pessoas com a tecnologia, a organização e o ambiente, considerando as suas 
necessidades, habilidades e limitações” (CORRÊA e BOLETTI, 2015, p. 7).
Com o passar dos anos, foi notável o aumento do reconhecimento da importância 
da ergonomia dentro das empresas, assim, o seu propósito foi ampliado de forma 
significativa, passando a abranger aspectos organizacionais, como o trabalho em 
grupo e gerenciais do trabalho, colaborando de forma constante e integral ao sistema 
produtivo.
Já na década de 1990, os especialistas começaram a trabalhar em equipe, incorporando-
se aos demais especialistas e contribuindo para a criação e projeto de novos sistemas, 
desde a fase inicial, vindo, assim, a influenciar na própria caracterização dos sistemas 
FIGURA 4
Sistema de produção universal
FONTE
Freepik
e na definição de sua configuração total, 
afirmam Iida e Buarque (2018).
”A ergonomia passou a estudar o 
desenvolvimento e aplicação da tecnologia 
da interface humano–máquina–ambiente 
em nível macro” (IIDA e BUARQUE, 2018, p. 13).
Como assim?
Em uma organização macro, a ergonomia 
está associada aos sistemas de produção 
universal (Figura 4), à união entre o ser 
humano e a máquina, operando de 
maneira simultânea e indicando para um 
objetivo comum, esclarece Corrêa e Boletti 
(2015).
Introdução	à	Ergonomia Histórico e significado social da ergonomia Capítulo	1
Dessa forma, a ergonomia passou a cooperar com o projeto global e gerência de 
organizações em nível estratégico, expandindo suas colaborações e gerando resultados 
mais expressivos, menciona Iida e Buarque (2018).
A ergonomia se tornou uma ferramenta que pode ser empregada pelos mais diversos 
sujeitos, como “os profissionais diretamente ligados às questões do trabalho, engenheiros, 
médicos, psicólogos, administradores, sociólogos, enfermeiros, fisioterapeutas, terapeutas 
ocupacionais, dentre outros”, relata Abrahão et al. (2009, p. 24).
Significado social da ergonomia
Consoante Abrahão et al. (2009), da mesma forma que ocorreram mudanças nas 
tecnologias e nas maneiras de ordenar o trabalho, verificou- se, também, uma evolução 
expressiva do conceito de saúde e da luta para que o mundo do trabalho não constitua 
fonte de sofrimento, doenças, lesões e mortes.
A saúde deixa de ser um estado, uma obtenção, e passa a ser encarada como um 
propósito, como um processo associado ao potencial de vida, como uma composição 
individual e coletiva. (ABRAHÃO, 2009).
Para Dul e Weerdmeester (2012), a ergonomia pode colaborar para resolver um grande 
número de problemas sociais pertinentes à saúde, segurança, conforto e eficiência.
Muitos acidentes podem ser motivados por erros humanos, como, por exemplo, acidentes 
com aviões, carros, guindastes, tarefas domésticas, dentre outros; e avaliando-os pode-
se concluir que são provocados pelo contato indevido entre os operadores e suas 
tarefas, explica Dul e Weerdmeester (2012). Assim, os autores afirmam que a possibilidade 
de acontecimento dos acidentes pode ser diminuída quando se avaliam de forma 
adequada as capacidades e limitações humanas e as características do ambiente 
durante o projeto do trabalho.
Há também muitas situações de trabalho e da vida diária que são lesivas à saúde, pois 
as doenças do sistema musculoesquelético (sobretudo dores nas costas) e aquelas 
psicológicas (como o estresse) estabelecem o mais importante motivo de absenteísmo 
e de incapacidade para o trabalho. Esses acontecimentos podem ser concedidos ao 
Introdução	à	Ergonomia Histórico e significado social da ergonomia Capítulo	1
projeto ruim e ao uso incorreto de equipamentos, sistemas e tarefas, desse modo, a 
ergonomia pode colaborar para diminuir esses problemas (DUL e WEERDMEESTER, 2012).
A ergonomia pode colaborar para a prevenção de falhas, aumentando o funcionamento.
A colaboração da ergonomia não se limita às indústrias, pois atualmente os estudos 
ergonômicos são muito vastos, podendo cooperar para aperfeiçoar as residências, a 
circulação de pedestres em locais públicos, auxiliar pessoas idosas, crianças, pessoas 
com deficiência, e assim por diante, lembra Iida e Buarque (2018).
Resumindo
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? 
Neste capítulo você deve ter compreendido que a ergonomia teve início 
nos primórdios da história da humanidade, contudo, como disciplina 
científica ela surgiu em 12 de julho de 1949 em um debate realizado 
entre cientistas e pesquisadores no qual formalizaram esse novo ramo 
de aplicação interdisciplinar. Viu que os problemas mais notórios foram 
observados na esfera militar e com a evolução tecnológica ocorrida com 
a Segunda Guerra Mundial e o fraco desempenho diante dessas novas 
tecnologias, e que no Brasil buscavam-se respostas para os problemas 
associados às más condições de trabalho, além do reconhecimento 
de fontes de problemas ergonômicos. Que a ação ergonômica foi 
chamada de microergonomia, que se preocupava apenas com o posto 
de trabalho em si,mas posteriormente passou a ser em nível macro, 
sendo associada aos sistemas de produção universal, à união entre o 
ser humano e a máquina, operando de maneira simultânea e buscando 
um objetivo comum. Por fim, você conheceu o significado social da 
ergonomia, onde ela pode colaborar para resolver um grande número de 
problemas sociais pertinentes à saúde, segurança, conforto e eficiência.
@faculdadelibano_
2
Conceito e princípios 
da ergonomia, o papel 
do ergonomista, 
valor econômico e 
aplicações coletivas 
e individuais da 
ergonomia
Introdução	à	Ergonomia Capítulo	2
Conceito e princípios 
da ergonomia, o papel 
do ergonomista, valor 
econômico e aplicações 
coletivas e individuais da 
ergonomia
Objetivos
Neste capítulo identificaremos o conceito de ergonomia, esclareceremos 
os princípios, descreveremos o papel do ergonomista e discutiremos o 
valor econômico e as aplicações coletivas e individuais da ergonomia.
Conceito e princípios da ergonomia
Corrêa e Boletti (2015) explicam que conforme as circunstâncias em que as tarefas são 
cumpridas e o tempo em que o homem se mantém na mesma posição desempenhando 
determinadas atividades, podem aparecer problemas como desconforto e fadiga.
Esforços feitos de forma recorrente e postura de maneira imprópria acabam provocando 
danos, e, para que isso não aconteça, é preciso avaliar a adaptação do trabalho ao 
homem. Essa avaliação tornou-se a essência da origem da ergonomia, ciência que 
basicamente fazia parte da biologia e da engenharia, mas que hoje em dia encontra-se 
de forma mais ampla, abrangendo inúmeras áreas do conhecimento e sendo adotada 
não apenas no ambiente de trabalho, mas em qualquer produto que o homem possa 
aproveitar, esclarece Corrêa e Boletti (2015).
Introdução	à	Ergonomia Conceito e princípios da ergonomia, o papel do ergonomista, valor 
econômico e aplicações coletivas e individuais da ergonomia
Capítulo	2
A ergonomia se fundamenta em informações de outras áreas, como a antropometria, 
biomecânica, fisiologia, psicologia, toxicologia, engenharia mecânica, desenho industrial, 
eletrônica, informática e gerência industrial, reunindo, separando e incorporando os 
conhecimentos pertinentes dessas áreas (DUL e WEERDMEESTER, 2012).
Mas o que significa ergonomia?
Iida e Buarque (2018, p. 4) informam que encontram-se várias definições de ergonomia 
onde se busca evidenciar a natureza interdisciplinar e o seu objeto de estudo, que é “a 
interação entre o ser humano e o trabalho no sistema humano–máquina–ambiente ou, 
mais precisamente, as interfaces desse sistema”, onde acontecem transferências de 
informações e de energias entre o ser humano, a máquina e o ambiente, tendo como 
consequência a concretização do trabalho.
O vocábulo ergonomia (Figura 5) é formado pelas palavras gregas ‘ergon’, que significa 
trabalho; e ‘nomos’, que significa regras, descreve Abrahão et al. (2009).
A Associação Brasileira de Ergonomia adota a definição oficial apresentada pela 
Associação Internacional de Ergonomia (IEA) na qual:
A ergonomia (ou fatores humanos) é a disciplina científica que estuda 
as interações entre os seres humanos e outros elementos do sistema 
de trabalho, aplicando os princípios teóricos, dados e métodos, a fim de 
FIGURA 5
Ergonomia
FONTE
Elaborado pela autora com 
informações de Abrahão et al. (2009).
Introdução	à	Ergonomia Conceito e princípios da ergonomia, o papel do ergonomista, valor 
econômico e aplicações coletivas e individuais da ergonomia
Capítulo	2
realizar projetos para otimizar o bem-estar humano e o desempenho 
geral desse sistema. (Disponível em: https://bit.ly/3lYCFx7.).
Dul e Weerdmeester (2012, p. 13) resumem o significado da ergonomia como sendo uma 
“ciência aplicada ao projeto de máquinas, equipamentos, sistemas e tarefas, com o 
objetivo de melhorar a segurança, saúde, conforto e eficiência no trabalho”.
Moraes (2014) descreve a ergonomia como sendo o estudo da adaptação do trabalho 
às características dos indivíduos de forma que lhes ofereça o máximo de conforto, 
segurança e bom desempenho de suas atividades no trabalho.
Ela analisa diversos pontos, conforme Dul e Weerdmeester (2012), como:
• a postura e os movimentos corporais — que compreendem os movimentos sentados, 
em pé, empurrando, puxando e levantando cargas;
• fatores ambientais — dos quais fazem parte os ruídos, vibrações, iluminação, clima, 
agentes químicos;
• informação — que inclui as informações capturadas pela visão, audição e outros 
sentidos;
• relações entre mostradores e controles, assim como cargos e tarefas — que abrangem 
as tarefas apropriadas, interessantes. 
A reunião apropriada desses fatores permite desenvolver ambientes seguros, saudáveis, 
confortáveis e eficientes, tanto no trabalho quanto na vida diária (DUL e WEERDMEESTER, 
2012).
Os principais objetivos da ergonomia, segundo Corrêa e Boletti (2015), são que as pessoas 
se sintam satisfeitas e confortáveis, assim como existir a garantia de que a atividade no 
trabalho e o emprego do equipamento ou produto não estejam acarretando problemas 
à saúde do usuário. Para isso, não se limita a avaliar a interação entre o operador e o 
produto ou equipamento, a atividade e o ambiente laboral, mas também compreende 
o contexto organizacional, psicossocial e político de um sistema, relata Corrêa e Boletti 
(2015).
Iida e Buarque (2018) afirmam que a ergonomia possui uma atuação bastante extensa, 
compreendendo as atividades imprescindíveis para que o trabalho possa alcançar os 
resultados almejados, tais como:
Introdução	à	Ergonomia Conceito e princípios da ergonomia, o papel do ergonomista, valor 
econômico e aplicações coletivas e individuais da ergonomia
Capítulo	2
• planejamento e projeto, que acontecem antes do trabalho a ser efetivado;
• monitoramento, avaliação e correção, que acontecem durante o cumprimento desse 
trabalho;
• análises decorrentes das consequências do trabalho.
A ergonomia se preocupa em assegurar que o projeto, seja do produto, do equipamento 
ou de qualquer outro que se deseja, complemente as forças e habilidades do homem, 
reduzindo as consequências de suas limitações, no lugar de forçá-lo a se adequar, 
elucida Corrêa e Boletti (2015).
Iida e Buarque (2018) ainda esclarecem que o objetivo principal da ergonomia não é a 
eficiência, pois esta, de forma isolada, poderia justificar o cumprimento de práticas que 
induzam ao aumento dos riscos, tornando-se inadmissível, já que a ergonomia propõe-
se (Figura 6) a resguardar a saúde e segurança, satisfação, eficiência e produtividade 
dos trabalhadores.
FIGURA 6
Ergonomia propõe
FONTE
Elaborado pela autora 
com informações de 
Iida e Buarque (2018).
Introdução	à	Ergonomia Conceito e princípios da ergonomia, o papel do ergonomista, valor 
econômico e aplicações coletivas e individuais da ergonomia
Capítulo	2
A saúde e segurança do trabalhador são conservadas quando as condições impostas 
do trabalho e do ambiente se encontrarem dentro das capacidades e limitações do 
trabalhador; a satisfação é o resultado do atendimento das necessidades e perspectivas 
do trabalhador, criando uma sensação de bem-estar e conforto; e a eficiência e 
produtividade verificam os resultados alcançados, em comparação com os recursos 
aplicados e o uso do tempo, explicita Iida e Buarque (2018).
O papel do ergonomista
Para Corrêa e Boletti (2015), os ergonomistas colaboram para o planejamento, o projeto 
e a avaliação de tarefas, os postos de trabalho, os produtos, os ambientes e os sistemas 
para transformá-los, deixando-os compatíveis com as necessidades, as habilidades e 
as limitações das pessoas.
Esses profissionais fazem análises e avaliações (Figura 7) de tarefas, trabalhos, produtos, 
organizações e ambientes, assim como desenvolvem propostas e projetos para resolver 
os problemas descobertos e cooperam para a sua concretização, explana Iida e Buarque 
(2018).
FIGURA 7
Análises e avaliações
FONTE
Freepik
Introdução	à	Ergonomia Conceito e princípios da ergonomia,o papel do ergonomista, valor 
econômico e aplicações coletivas e individuais da ergonomia
Capítulo	2
Suas atividades podem se modificar de acordo com a área de atuação, como saúde 
e segurança, transporte, ambiente de trabalho, projeto de produtos etc. Contudo, as 
atividades terão sempre seu foco na garantia de que um sistema ou produto se encontre 
de acordo com as necessidades dos usuários, informa Corrêa e Boletti (2015).
Muitos ergonomistas operam em empresas trabalhando na área de interação, de 
um lado, com projetistas e, de outro, com os operadores ou usuários dos sistemas de 
produção, buscando guiar os projetistas, compradores, gerentes e trabalhadores sobre 
os problemas ergonômicos, adaptando os trabalhos relativos às características e 
limitações do ser humano, menciona Dul e Weerdmeester (2012).
Você percebe a importância que o ergonomista possui?
Os profissionais da área de ergonomia devem dar prioridade à compreensão de todo 
o domínio de ação da disciplina, tanto em seus aspectos físicos e cognitivos quanto 
sociais, organizacionais, ambientais etc. (CORRÊA e BOLETTI, 2015).
O ergonomista pode atuar em diferentes dimensões: as condições 
ambientais, como iluminação, ventilação e temperatura; a altura das 
prateleiras; os equipamentos; os carrinhos utilizados para transporte 
de materiais. Da mesma forma, pode analisar o sistema de estoque 
das mercadorias, informatizado ou manual, de modo a minimizar o 
tempo e o erro na procura de uma mercadoria. Pode identificar se a 
organização do trabalho é compatível com as atividades realizadas 
na loja; se a comunicação entre o vendedor e o estoquista interfere 
no tempo de espera do cliente; se o rodízio entre postos favorece 
a aquisição de novas competências e se a realização de tarefas 
concorrentes contribui para aumentar os erros no caixa (ABRAHÃO et 
al., 2009, p. 29).
Corrêa e Boletti (2015) ainda lembram que, para cumprir com as suas atividades, 
o ergonomista deve possuir um aprendizado avançado em múltiplos campos do 
conhecimento, como a antropometria e biomecânica, anatomia e fisiologia humana, 
psicologia, engenharia e qualquer outra esfera que seja indispensável ao seu exercício.
Introdução	à	Ergonomia Conceito e princípios da ergonomia, o papel do ergonomista, valor 
econômico e aplicações coletivas e individuais da ergonomia
Capítulo	2
Valor econômico
Dul e Weerdmeester (2012) esclarecem que a ergonomia deve acolher os objetivos 
sociais (o bem-estar) e econômicos (o desempenho). No nível social, a ergonomia pode 
colaborar para a diminuição dos custos, precavendo problemas de saúde, como, por 
exemplo, a redução dos distúrbios musculoesqueléticos por causa do trabalho, pelo 
aperfeiçoamento das situações laborais.
Nas empresas, a ergonomia pode colaborar para aprimorar a competitividade, pois com 
uma boa adequação ergonômica (Figura 8) dos postos de trabalho e dos sistemas, a 
atuação laboral poderá melhorar, aumentando-se a qualidade e produtividade, tendo 
como consequência a redução dos custos, relata Dul e Weerdmeester (2012).
FIGURA 8
Boa adaptação ergonômica
FONTE
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Segundo Oliveira (2017), todos são favorecidos com a ergonomia, pois, sejam empresas 
ou trabalhadores, recebem como vantagens:
• Para a empresa: qualidade satisfatória dos produtos e forma operacional; otimização 
do tempo; mais produção, mais lucro; diminuição de absenteísmo (afastamento de 
trabalhadores por motivo de dores, doenças, acidentes etc.).
• 
Introdução	à	Ergonomia Conceito e princípios da ergonomia, o papel do ergonomista, valor 
econômico e aplicações coletivas e individuais da ergonomia
Capítulo	2
• Para o trabalhador: coopera para melhores condições de trabalho; maior proveito no 
trabalho; menor esforço efetivado; diminuição de trabalhos repetitivos; redução da 
carga física e mental; menor possibilidade de erro; menos acidentes e doenças.
Aplicações coletivas e individuais da ergonomia
A ergonomia aconselha, conforme Dul e Weerdmeester (2012), que os equipamentos, 
sistemas e trabalhos devem ser planejados para a utilização de muitas pessoas, ou seja, 
coletivo, contudo, sabe-se que encontram diferenças individuais em uma população, 
assim, os projetos, em geral, devem responder a 95% da população, isso quer dizer que 
existem 5% dos extremos dessa população (indivíduos muito gordos, muito altos, muito 
baixos, mulheres grávidas, idosos ou deficientes físicos) para os quais os projetos de uso 
coletivo não se adequam de forma satisfatória.
Nessas situações é preciso que se produzam concepções especiais para essas pessoas.
Iida e Buarque (2018) afirmam que muitos dos grandes problemas de produção, tanto na 
indústria quanto no setor de serviços, já estão razoavelmente resolvidos para a maioria 
da população, pelo menos nos países mais desenvolvidos. 
Diante disso, os pesquisadores em ergonomia passaram a evidenciar seus estudos em 
certas minorias, como as pessoas idosas, obesas e aquelas com deficiência.
Tudo isso acarreta uma necessidade de constituir novos conhecimentos sobre essas 
minorias, que distinguem daqueles conhecimentos tradicionais da ergonomia, pois 
esses novos conhecimentos são fundamentais para se requerer projetos adaptados a 
elas, elucida Iida e Buarque (2018).
Introdução	à	Ergonomia Conceito e princípios da ergonomia, o papel do ergonomista, valor 
econômico e aplicações coletivas e individuais da ergonomia
Capítulo	2
Resumindo
Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema 
de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve 
ter aprendido que a ergonomia é formada pelas palavras ‘ergon’, que 
quer dizer trabalho; e ‘nomos’, que significa regras, e é uma ciência 
aplicada ao projeto de máquinas, equipamentos, sistemas e tarefas, 
objetivando melhorar a segurança, saúde, conforto e eficiência no 
trabalho; que estuda a postura e os movimentos corporais, fatores 
ambientais, informação e relações entre mostradores e controles, tendo 
como objetivos a satisfação e o conforto das pessoas e a garantia de 
que a prática laboral e o emprego do equipamento ou produto não 
acarretem problemas à saúde do usuário e propondo resguardar 
a saúde e segurança, satisfação, eficiência e produtividade dos 
trabalhadores. Viu também que o ergonomista tem o papel de analisar 
e avaliar as tarefas, trabalhos, produtos, organizações e ambientes, 
como também desenvolver propostas e projetos para resolver os 
problemas descobertos, cooperando para sua concretização. Por fim, 
você conheceu o valor econômico da ergonomia, devendo acolher 
os objetivos sociais e econômicos, trazendo benefícios para todos 
os envolvidos; e as aplicações coletivas e individuais da ergonomia, 
demonstrando a necessidade de observação dos conhecimentos sobre 
as minorias.
@faculdadelibano_
3
Ergonomia física, 
cognitiva e 
organizacional
Introdução	à	Ergonomia Capítulo	3
Ergonomia física, cognitiva e 
organizacional
Objetivos
Neste capítulo explicaremos a ergonomia física, cognitiva e organizacional, 
destacando as principais características de cada uma delas. Vamos 
juntos?
Ergonomia física
Corrêa e Boletti (2015) explicam que a ergonomia física versa sobre a observação 
das características da anatomia, antropometria, fisiologia e biomecânica humanas 
relacionadas com a atividade física, possuindo como temas pertinentes o estudo 
da postura no ambiente de trabalho, do manuseio de ferramentas, de movimentos 
repetitivos, de distúrbios musculoesqueléticos que possuam relação com o trabalho, do 
projeto de postos de trabalho e segurança e saúde dos usuários. https://bit.ly/2IIj9qk
É indispensável que o ergonomista possua entendimentos mínimos sobre a estrutura do 
nosso organismo e como ele atua (CORRÊA e BOLETTI, 2015).
Vejamos de uma forma mais prática.
Vidal (2010) aborda a ergonomia física com o foco voltado para a ergonomia sobre 
os aspectos físicos de uma situação de trabalho, demonstrando-os como reais, pois 
trabalhar envolve o corpo do trabalhador,requisitando-o de várias maneiras no decorrer 
da jornada de trabalho. Assim, a ergonomia física procura adaptar essas exigências aos 
limites e capacidades do corpo, por meio do projeto de interfaces apropriadas para 
o relacionamento físico homem–máquina: as interfaces de informação (displays) as 
interfaces de acionamentos (controles).
 
Introdução	à	Ergonomia Ergonomia física, cognitiva e organizacional Capítulo	3
Para isso, são imprescindíveis vários conhecimentos sobre o corpo e o ambiente físico 
onde a atividade se desenvolve, explica o autor.
O sistema esquelético concede ao corpo suas dimensões antropométricas (estatura, 
comprimento dos membros, capacidades de movimentação limitadas, alcance mínimo 
e máximo), dessa forma, a falta de adequação antropométrica origina desequilíbrio 
postural estático, fator que causa a LER/DORT, como também lombalgias ciáticas e 
outros problemas fisiátricos, ilustra Vidal (2010).
Um dos pontos mais importantes da ergonomia é que o posto de trabalho, seus utensílios 
e elementos encontram-se conforme as dimensões da pessoa que está ocupando esse 
posto de trabalho (VIDAL, 2010).
Para executar as suas atividades laborais, o indivíduo realiza trabalho muscular (Figura 
9), podendo ser estático, quando ele segura um peso com o braço esticado; ou dinâmico, 
quando ele gira uma roda, assim, um processo biológico essencial para a execução do 
trabalho muscular é o consumo de nutrientes através de comidas e bebidas para que 
se converta energia química em energia mecânica e calor, informa Corrêa Boletti (2015).
FIGURA 9
Trabalho muscular
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Desse modo, as atividades laborais devem estar apropriadas às capacidades e limitações 
esqueléticas e musculares do homem, como também devem observar o metabolismo 
humano, pois solicitam liberação de calor e energia mecânica, demonstrando, assim, 
a importância da fisiologia humana para a ergonomia, complementa Corrêa e Boletti 
Introdução	à	Ergonomia Ergonomia física, cognitiva e organizacional Capítulo	3
(2015).
Por fim, o organismo musculoesquelético, dotado de um sistema de transformação 
de energia, exerce interação com o ambiente em que se encontra, efetuando uma 
homeostase e esboçando reações diante de temperaturas, ruídos e iluminações não 
apropriadas, estabelecendo, assim, um domínio de conhecimento de ergonomia 
ambiental, também chamada de ecologia humana, elucida Vidal (2010).
Com o propósito de promover uma postura corporal que cause o menor desgaste 
musculoesquelético possível, frequentemente é estudado sobre a possibilidade de se 
adquirirem melhorias nas posturas mais usadas nos ambientes de trabalho, sendo uma 
das prioridades da ergonomia a promoção do conforto do trabalho, expõe Corrêa e 
Boletti (2015).
Nesse contexto, o conforto é visto como a sensação de bem-estar físico, alívio e 
comodidade, explica Corrêa e Boletti (2015).
Vidal (2010) ainda explica que a utilidade da ergonomia física está no apoio categórico 
que oferece a muitos problemas identificados nos sistemas de trabalho, pois no âmbito 
dos postos de trabalho, problemas antropométricos e posturais realmente são verificados 
numa grande quantidade, sejam eles industriais, agrícolas ou de serviços.
Ergonomia cognitiva
Abrahão et al. (2009) definem a ergonomia cognitiva como sendo aquela que se 
interessa pelos processos mentais, como a percepção, memória, raciocínio e resposta 
motora, e seus efeitos nas interações entre seres humanos e outros elementos de um 
sistema.
Os tópicos mais pertinentes possuem relação com o estudo da “carga mental de trabalho, 
tomada de decisão, desempenho especializado, interação homem–computador, 
confiabilidade humana, estresse profissional e a formação” quando conservem projetos 
que envolvam seres humanos e sistemas, destaca Abrahão (2009, p. 30).
A ergonomia cognitiva é “uma disciplina científica que estuda os aspectos de condutas 
Introdução	à	Ergonomia Ergonomia física, cognitiva e organizacional Capítulo	3
e cognitivos da relação entre o homem e os elementos físicos e sociais do ambiente, 
quando essa relação está mediada pelo uso de artefatos” (CAÑAS & WAERNS, 2001, p. 4).
Com isso, instrui-se que os trabalhadores não são apenas simples cumpridores de tarefas, 
são capazes de revelar sinais e indícios importantes, são operadores competentes e são 
organizados entre si para trabalhar, podendo até cometer falhas (VIDAL, 2010).
A ergonomia cognitiva tem como escopo compreender a expressão da cognição do 
indivíduo no seu ambiente de trabalho, além de desenvolver estudos que possibilitem 
criar novas metodologias de análise e exemplos explicativos de atividade cognitiva 
(Figura 10) em contexto laboral, menciona Abrahão et al. (2009).
Abrahão et al. (2009) ainda esclarecem que, nessa concepção, em ergonomia estuda-
se a cognição de forma situada e finalística, associando-a a um referencial teórico e às 
características do trabalhador, ou seja, centrada na atividade; com particularização de 
conhecimentos e o conhecimento criado pela e para a ação.
Esse termo complicado explica a forma de aplicar nossos processos 
mentais ao projeto de interface de um software. A “ciência cognitiva” 
refere-se ao estudo de nossa atividade mental: pensamento, 
aprendizado, compreensão, memória, resolução de problemas, razão 
e criação… Assim, a ergonomia cognitiva é um ramo especializado da 
ergonomia (ou da ciência cognitiva, dependendo do ponto de vista) 
FIGURA 10
Atividade cognitiva
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Introdução	à	Ergonomia Ergonomia física, cognitiva e organizacional Capítulo	3
que se apoia nas potencialidades das duas áreas para conseguir 
um projeto melhor daqueles elementos do ambiente de trabalho que 
interagem com nossas mentes, em vez de com nosso físico (BAWA, 
1997 p. 44).
O objetivo da ergonomia cognitiva, de acordo com Marmaras e Kontogiannis (2001), é 
transformar as soluções tecnológicas compatíveis às características e necessidades 
dos usuários.
A ergonomia cognitiva possui interdisciplinaridade com as ciências cognitivas, contudo, 
não é o mesmo caso, pois o centro das ciências cognitivas é o estudo da capacidade 
e processos de formação e produção de conhecimento em sistemas em geral, já a 
ergonomia se sustenta de estudos de inteligência natural e procura trazê-los para a 
tecnologia de interfaces homem–máquina, descreve Vidal (2010).
Vidal (2010, p. 20) explica que “a ergonomia cognitiva tem como assunto a mobilização 
operatória das capacidades mentais do ser humano em situação e trabalho”, e possui 
como programa mínimo:
• Inovações nos equipamentos, especialmente no que se refere à usabilidade das 
interfaces entre o operador e os equipamentos;
• Confiabilidade humana no comando de processos, evitando as consequências dos 
erros humanos no controle de sistemas complexos e perigosos;
• Otimização na operação de equipamentos informatizados e seus softwares, evitando 
seu funcionamento inadequado ou bloqueios;
• A construção e desenvolvimento de novos empregados na introdução de novas 
tecnologias e novos sistemas organizacionais;
• Estabelecimento e conservação de sistemas seguros, confiáveis e eficientes de 
comunicação e colaboração.
Saiba Mais
Aprofunde-se mais nesse tema lendo o artigo: Ergonomia, cognição 
e trabalho informatizado (ABRAHÃO, SILVINO E SARMET). Disponível em: 
https://bit.ly/3kmhMva (Acesso em: 30/07/2020).
Introdução	à	Ergonomia Ergonomia física, cognitiva e organizacional Capítulo	3
Conforme Kroemer e Grandjean (2005), as atividades mentais (Figura 10) que são 
importantes na ergonomia incluem a capacitação da informação, a memória e 
manutenção do estado de alerta.
As atividades mentais precisam do fornecimento da informação e emprego da memória 
de curta e longa duração para que as decisões sejam tomadas, assim, o projeto 
ergonômico apropriado de sistemas de trabalho impede sobrecargas mentais, assim 
como a perda ou a falsa interpretação de sinais, e torna as ações mais fáceis, corretas 
e rápidas, esclarece Corrêae Boletti (2015).
Ergonomia organizacional
A ergonomia organizacional versa, consoante Corrêa e Boletti (2015), sobre a otimização 
de sistemas sociais e técnicos, as políticas estratégicas empresariais e os processos 
industriais seguidos nas organizações, tratando da comunicação entre os profissionais 
da organização, dos projetos de trabalho e da programação do trabalho em grupo, 
assim como compreende o projeto participativo, o trabalho cooperativo (Figura 11), a 
cultura organizacional, a gestão da qualidade e as organizações em rede.
FIGURA 11
Atividades mentais
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Introdução	à	Ergonomia Ergonomia física, cognitiva e organizacional Capítulo	3
Esses elementos acabam gerando como resultado a garantia da efetividade do 
sistema, abrangendo “os aspectos de produtividade, qualidade, saúde e segurança do 
empregado, fatores psicossociais de conforto, motivação intrínseca, compromisso e 
percepção da qualidade de vida no trabalho” (HENDRICK e KLEINER, 2006, p. 49).
Vidal (2010) destaca que as aplicações que a ergonomia pode oferecer para o plano 
organizacional se baseiam na conhecida determinação da tecnologia física sobre a 
organização do trabalho e as condições de trabalho, subsídios que constituirão a 
equação dos resultados da empresa.
Refere-se à otimização dos sistemas sociotécnicos, compreendendo suas estruturas 
organizacionais, regras e processos. (ABRAHÃO, 2009).
As maiores aplicações da ergonomia no âmbito organizacional, de acordo com Vidal 
(2010), compreendem:
• Modelagem de processos para a construção de cenários e roteiros para as mudanças 
organizacionais;
• Análise das condições de novas propostas organizacionais relacionadas com a 
capacidades, limitações e demais características, explicitando necessidades de 
treinamento e de novas competências;
• Construção de roteiros de implementação para impedir a descapitalização ou 
desaproveitamento do capital de competência (know-how) existente, principalmente 
FIGURA 12
Trabalho cooperativo
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Introdução	à	Ergonomia Ergonomia física, cognitiva e organizacional Capítulo	3
no nível operacional;
• Perícia e prevenção de acidentes.
Corrêa e Boletti (2015) afirmam que um ponto principal da ergonomia organizacional 
é identificar como os trabalhadores mensuram o seu ambiente de trabalho, pois 
compreender, tratar e avaliar as representações que os indivíduos fazem do seu 
ambiente de trabalho pode ser um diferencial, em certa medida uma condição central 
para a implantação de mudanças que busquem propiciar o bem-estar no trabalho, 
a eficiência e a eficácia dos processos produtivos, assim como é uma forma eficaz de 
entender a raiz de problemas ergonômicos, que muitas vezes possuem relação com a 
cultura organizacional.1’
Resumindo
Neste capítulo você deve ter compreendido que a ergonomia física se 
refere à observação das características da anatomia, antropometria, 
fisiologia e biomecânica humanas relacionadas com a atividade física e 
que o ergonomista deve possuir entendimentos mínimos sobre o nosso 
organismo para compreender o funcionamento da ergonomia física. 
Viu também que a ergonomia cognitiva se interessa pelos processos 
mentais, como a percepção, memória, raciocínio e resposta motora, e 
seus efeitos nas interações entre seres humanos e outros elementos 
de um sistema, possuindo como escopo compreender a expressão da 
cognição do indivíduo no seu ambiente de trabalho, além de desenvolver 
estudos que possibilitem criar novas metodologias de análise e exemplos 
explicativos de atividade cognitiva em contexto laboral. Por fim, você 
conheceu a ergonomia organizacional, que aborda a otimização de 
sistemas sociais e técnicos, as políticas estratégicas empresariais e os 
processos industriais seguidos nas organizações, tendo como ponto 
principal diagnosticar como os trabalhadores avaliam o seu ambiente 
de trabalho.
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4
Classificações e 
custo-benefício da
ergonomia
Introdução	à	Ergonomia Capítulo	4
Classificações e custo-
benefício da ergonomia
Objetivos
Neste capítulo conheceremos as classificações da ergonomia, as 
subdivisões e as principais características de cada uma delas, assim 
como o custo-benefício da ergonomia.
Classificações da ergonomia
A classificação da ergonomia difere segundo alguns autores, assim, adotaremos as 
classificações propostas por Vidal (2010), Oliveira (2018) e Corrêa e Boletti (2015).
Segundo Vidal (2010), devido ao escopo da ergonomia ser bastante amplo, foram 
desenvolvidas várias maneiras de resolver os problemas que surgem em sua vida 
profissional, assim, essas maneiras se diferenciam quanto à abordagem, ou seja, a forma 
de atacar os problemas; quanto às perspectivas, a forma de encaminhar soluções; e 
quanto à finalidade, que é a forma de agir em uma realidade efetiva. Essa classificação 
ainda possui uma subdivisão.
Vejamos como cada uma dessas classificações se subdivide:
Quanto à abordagem, essa se subdivide em ergonomia de produto e ergonomia de 
produção.
A ergonomia do produto é a criação de um determinado objeto baseado nas normas e 
especificações ergonômicas que já foram definidas. Está direcionada para o projeto de 
produtos, utensílios, artefatos etc., menciona Oliveira (2018).
Exemplo: No âmbito doméstico, pode-se observar a preocupação específica que se tem 
com o design ergonômico da maioria dos eletrodomésticos, exemplifica Vidal (2010).
Introdução	à	Ergonomia Classificações e custo-benefício da ergonomia Capítulo	4
Já a ergonomia de produção é direcionada para o entendimento das condições reais 
da atividade de produção, ou seja, orientada para o projeto dos sistemas de trabalho 
(Figura 12), descreve Vidal (2010). Oliveira (2018) lembra que a ergonomia de produção 
se atenta com os procedimentos e regulamentações cabíveis no ambiente de trabalho, 
objetivando considerar as dificuldades e as facilidades no cumprimento das atividades 
laborais nos postos de trabalho.
• A subdivisão quanto à perspectiva se baseia em ergonomia de concepção e 
ergonomia de intervenção.
A ergonomia de concepção, de acordo com Moraes (2014), é a intervenção ergonômica 
na fase de planejamento e concepção dos locais, postos ou instrumentos de trabalho, 
apresentando-se como uma das melhores aplicações da ergonomia e é usada em 
situações não reais, simuladas em computadores e modelos virtuais, isto é, em projetos, 
dessa forma, exige maior conhecimento e experiência.
É a área da ergonomia que se ocupa da preparação de novos produtos, processos, 
métodos de trabalho ou sistemas e tem como essência a criação e uma nova 
concepção ou uma nova tecnologia, disponibilizando alternativas para o cumprimento 
dos processos, explicita Oliveira (2018).
Na ergonomia de concepção as decisões são baseadas em situações hipotéticas sobre 
um sistema que ainda não existe, lembra Iida e Buarque (2018).
A ergonomia de intervenção nada mais é que a resposta a uma questão do cliente que 
FIGURA 13
Postos de trabalho
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Introdução	à	Ergonomia Classificações e custo-benefício da ergonomia Capítulo	4
deverá ser trabalhada e uma solução deverá ser conduzida para implementação de 
uma situação que conservará muitos aspectos comuns com a situação atual, esclarece 
Vidal (2010). O autor ainda explica que os métodos de ergonomia de intervenção são 
os procedimentos básicos da ergonomia: métodos e técnicas de análise ergonômica 
do trabalho adequadamente combinados com as listas de verificação, métodos 
alternativos e criativos para responder a situações ou passagens inusitadas e com 
soluções que agrupem tanto as recomendações do diagnóstico situado como as dos 
manuais de fatores humanos.
Na ergonomia de intervenção devem-se tomar providências úteis, práticas e aplicadas 
ao caso (VIDAL, 2010).
• Na finalidade, a subdivisão é mais ampla, sendo a ergonomia de correção, ergonomia 
de enquadramento, ergonomia de remanejamento e ergonomia de modernização.
A ergonomia de correção para Iida e Buarque (2018) é utilizada emsituações reais, ou 
seja, que já existem, para solucionar problemas que representam na segurança, fadiga 
excessiva, doenças do trabalhador ou quantidade e qualidade da produção. Corrêa e 
Boletti (2015) descrevem como a promoção de mudança no ambiente ou produto de 
acordo com a solicitação do usuário, realizada a partir de uma análise do problema, 
que comumente deriva de algum erro de projeto ou execução.
Agir na correção é mais fácil do que na concepção, pois já se sabem quais os problemas 
a se resolver (Figura 13), contudo a solução a ser seguida não é totalmente satisfatória, 
pois pode demandar custo elevado de implantação, explana Iida e Buarque (2018).
FIGURA 13
Problemas a se resolver
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Introdução	à	Ergonomia Classificações e custo-benefício da ergonomia Capítulo	4
Exemplo: Nas situações em que é necessário se fazer recall de produtos defeituosos, que 
podem abranger custos elevados e prejuízos à imagem da empresa, exemplifica Iida e 
Buarque (2018).
Na ergonomia de enquadramento existe a busca pelo acolhimento a uma normatividade, 
um padrão a ser atendido, seja ele situado internamente à empresa em situações, por 
exemplo, de um programa de qualidade, reestruturação ou melhoria de processos; seja 
ele determinado pelo nível estratégico, atribuído por alguma disposição legal ou pressão 
de algum acordo com trabalhadores ou entidades representativas,
demonstra Vidal (2010). Enquadrar representa constituir um padrão de trabalho a ser 
atendido, descreve Oliveira (2018).
Já na ergonomia de remanejamento, Vidal (2010) explica que ocorre o aproveitamento 
de mudanças para corrigir defeitos antigos, ou seja, são casos em que deverão ser 
realizadas mudanças (Figura 13) por alguma razão, e aproveitam-se essas situações 
para consertar problemas já existentes. Remanejar em ergonomia está vinculado às 
mudanças a serem efetivadas para a correção de defeitos nos processos e nos postos 
de trabalho, afirma Oliveira (2018).
FIGURA 14
Mudanças
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Introdução	à	Ergonomia Classificações e custo-benefício da ergonomia Capítulo	4
Exemplo: Em uma reforma, foi idealizada a construção de um mezanino, contudo, 
lembrou-se de um problema existente de manutenção de climatização, assim, junto ao 
mezanino foi acoplada uma passarela para facilitar a passagem dos aparelhos, assim 
o defeito que antes existia foi corrigido através dessa nova construção, exemplifica Vidal 
(2010).
A ergonomia de modernização acontece quando o remanejamento advém num contexto 
de mudança na base técnica do processo de produção e se refere às mudanças muitas 
vezes suspensivas, como, por exemplo, a troca de um software que admite gerenciar 
todo um processo de produção por outro, elucida Corrêa e Boletti (2015).
• A ergonomia de modernização se importa com a adequação do usuário à nova 
tecnologia (CORRÊA e BOLETTI, 2015).
Alguns autores ainda trazem outras duas classificações, que são a ergonomia de 
conscientização e a ergonomia de participação.
Vejamos quem são elas:
A ergonomia de conscientização procura habilitar os próprios trabalhadores para a 
identificação e a correção dos problemas cotidianos ou até mesmo os emergenciais, 
descreve Iida e Buarque (2018). Frequentemente os problemas ergonômicos não são 
resolvidos nem na fase de concepção nem na de correção, assim como poderão 
aparecer novos problemas a qualquer momento, como desgastes naturais das máquinas 
e equipamentos, alterações inseridas pelos serviços de manutenção, modificações 
de produtos e da programação de produção, introdução de novos equipamentos, 
dentre outros; dessa forma, diante desses inesperados, os trabalhadores devem estar 
capacitados para encará-los, informa Iida e Buarque (2018).
Na ergonomia de conscientização os colaboradores são habilitados através de 
treinamentos e reciclagem individual ou coletiva, a constatar ou consertar os problemas 
laborais cotidianos (MORAES, 2014).
A ergonomia de participação, segundo Moraes (2014), procura abranger o usuário do 
sistema na solução de problemas ergonômicos, podendo esse usuário ser o trabalhador 
com correção do posto de trabalho ou o próprio consumidor quando se refere a produto 
de consumo.
Introdução	à	Ergonomia Classificações e custo-benefício da ergonomia Capítulo	4
A ergonomia de participação é baseada na ideia de que os usuários têm um 
conhecimento prático, no qual os detalhes podem passar despercebidos ao analista ou 
projetista (IIDA e BUARQUE, 2018).
A ergonomia de conscientização busca fazer com que os trabalhadores possuam as 
informações necessárias, a de participação os abrange de maneira mais dinâmica, na 
procura de solução para o problema, fazendo a “realimentação de informações para 
as fases de conscientização, correção e concepção”, relata Iida e Buarque (2018, p. 19).
Custo-benefício da ergonomia
Conforme Iida e Buarque (2018), a ergonomia, para ser recepcionada, deverá expressar 
que é economicamente viável, isto é, precisará apontar uma relação custo-benefício 
pertinente, tal qual as atividades que possuem relação com o setor produtivo.
A verificação do custo-benefício demonstra, de um lado, o investimento ou custo, 
essencial para concretizar um projeto ou uma recomendação ergonômica, constituído 
“pelos custos com os consultores, custo de elaboração do projeto, aquisição de máquinas, 
materiais e equipamentos, treinamento de pessoal e queda da produtividade durante a 
implantação”, informa Iida e Buarque (2018, p. 23).
Do outro lado, são calculados os benefícios (Figura 14), isto é, quanto vai se obter com 
os resultados do projeto, podendo serem compreendidos elementos como economias 
de material, mão de obra e energia, redução de acidentes, absenteísmo, rotatividade 
e custos jurídicos, aumento da qualidade de produtos e processos e da produtividade, 
destaca Iida e Buarque (2018).
FIGURA 15
Benefícios
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Introdução	à	Ergonomia Classificações e custo-benefício da ergonomia Capítulo	4
Iida e Buarque (2018) lembram que o projeto, para ser apontado como economicamente 
viável, deverá apresentar custos inferiores aos benefícios relacionados, não obstante, 
geralmente, os custos normalmente incidem a curto prazo, ao passo que os benefícios, 
isto é, o retorno do investimento, podem demorar bem mais.
• Aprofunde-se mais nesse tema lendo o artigo Metodologia de custeio para a 
ergonomia (MAFRA). Disponível em: https://bit.ly/2FDGSqo (Acesso em 31/07/2020).
• 
Os projetos que possuem menor índice de custo-benefício e retorno em menor prazo são 
classificados como mais interessantes pelas empresas, explicita Iida e Buarque (2018).
Resumindo
Neste capítulo você deve ter compreendido que a ergonomia possui 
várias classificações, podendo ser quanto à abordagem, que se 
subdivide em ergonomia de produto e ergonomia de produção; 
quanto à perspectiva, que se baseia em ergonomia de concepção e 
ergonomia de intervenção; e quanto à finalidade, que se subdivide em 
ergonomia de correção, ergonomia de enquadramento, ergonomia 
de remanejamento e ergonomia de modernização. Viu também que 
existem, ainda, segundo alguns autores, a ergonomia de conscientização 
e a ergonomia de participação. Por fim, você entendeu que a ergonomia 
deverá comprovar que é economicamente viável, demonstrando seu 
custo-benefício e apresentando custos inferiores aos benefícios.
Introdução	à	Ergonomia
Referências
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teoria. São Paulo: Blucher. 2009.
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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ERGONOMIA. O que é ergonomia. Disponível em: http://www.
abergo.org.br/internas.php?pg=o_que_e_ ergonomia acesso em: 28 jul. de 2020.
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BRASIL. Decreto-Lei nº 5.452 de 1º de maio de 1943. Consolidaçãodas Leis do Trabalho. 
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CORRÊA, V. M.; BOLETTI, R. R. Ergonomia: fundamentos e aplicações.
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CORREIA. H. Direito do Trabalho. 11. ed. Salvador. Ed Juspodvm, 2018. DUL, J.; WEERDMEESTER, 
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Introdução	à	Ergonomia Referências
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