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BOTÂNICA FANEROGÂMICA 
AULA 3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Dayane May 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Estudos de anatomia e histologia vegetal levam a conhecimentos 
importantes para melhor compreensão e entendimento dos grupos taxonômicos, 
da evolução dos mesmos e da funcionalidade dos diferentes tecidos vegetais. 
Ademais, eles são importantes para identificação de caracteres ecológicos e 
adaptativos, pois refletem as pressões ambientais geradas por fatores bióticos e 
abióticos às quais as espécies estão submetidas. 
Apesar de sua aparente diversidade, o corpo de todas as plantas com 
sementes apresenta o mesmo plano básico: os tecidos primários estarão 
presentes na raiz, no caule e nas folhas desempenhando as funções de 
revestimento, preenchimento e condução. 
Nesta etapa, estudaremos os principais pontos referentes à anatomia e 
histologia das fanerógamas. 
Objetivos: 
• Identificar a composição da célula vegetal, com ênfase na parede celular, 
plastos e vacúolo celular e como unidade funcional e de crescimento; 
• Conhecer o desenvolvimento inicial das plantas, as células 
meristemáticas e sua importância no crescimento e desenvolvimento 
vegetal; 
• Reconhecer os diversos tipos de tecidos de revestimento e suas funções; 
• Entender a importância dos tecidos fundamentais na constituição do 
organismo vegetal; 
• Validar a importância dos tecidos de condução para o pleno 
funcionamento dos vegetais. 
TEMA 1 – CÉLULA VEGETAL COMO UNIDADE BÁSICA E DE CRESCIMENTO 
DO VEGETAL 
A célula vegetal consiste em parede celular ou membrana celulósica mais 
ou menos rígida e um protoplasto. Protoplasma, protoplasto ou citoplasma 
fundamental é um coloide gelatinoso que contém no seu interior o núcleo e as 
organelas citoplasmáticas (Evert, 2013). É diferenciada da célula animal 
principalmente pela presença de parede celular e plastos ou plastídios, conforme 
apresenta a Figura 1. 
 
 
3 
Figura 1 – Estrutura da célula vegetal e suas diferenças em relação à célula 
animal 
 
Créditos: Ldarin/ Shutterstock 
1.1 Parede celular 
A parede celular ou membrana celulósica é exclusiva das células vegetais 
e visível ao microscópio óptico. Ela consiste em uma parede que envolve o 
protoplasto, dando-lhe proteção e sustentação, podendo variar em espessura de 
acordo com a idade da célula e com sua função na planta (Reece et al., 2015). 
Apresenta várias características importantes: é resistente à tensão e à 
decomposição por ação de organismos vivos; é permeável, ou seja, substâncias 
podem atravessar, entrar ou sair da célula; pode ser morta, com os materiais 
componentes da parede celular inertes; é dotada de certa elasticidade. Além 
disso, atua na resistência às pressões de turgescência e participa da adesão 
celular, da sinalização célula a célula, da interação com o ambiente e em 
processos de diferenciação e desenvolvimento celular (Raven; Evert; Eichhorn, 
2016). A ampla diversidade das formas dos órgãos vegetais, de tecidos, bem 
como o desenvolvimento das plantas, está relacionada às propriedades da 
parede celular (Reece et al., 2015). 
A parede celular é composta de três camadas: lamela média (faz a união 
entre as células), parede primária e secundária. É formada externamente à 
membrana plasmática. As primeiras camadas formam a parede primária e as 
demais camadas desenvolvidas durante o desenvolvimento celular formam a 
parede secundária. Estando localizada internamente à parede primária, pode 
apresentar até três camadas: S1, S2 e S3, as quais se diferem pela organização 
estrutural das microfibrilas de celulose e hemicelulose. As paredes primárias 
contêm campos primários de pontoação e plasmodesmas, enquanto as paredes 
 
 
4 
secundárias apresentam pontoações de dois tipos: simples ou areoladas. As 
pontoações são comuns nas gimnospermas (Raven; Evert; Eichhorn, 2016; 
Evert, 2013). A Figura 2 ilustra a estrutura da parede celular. 
Figura 2 – Parede celular 
 
Fonte: elaborado com base em Raven; Evert; Eichhorn, 2016. 
Crédito: Ramos, [S.d.]; Excellent Dream/Shutterstock. 
 
 
5 
O principal componente da parede celular é a celulose. Os polímeros de 
celulose agrupados formam as microfibrilas. Essas moléculas entrelaçadas 
conferem resistência à parede celular. Outras moléculas estão presentes na 
estrutura: hemicelulose, pectinas (polissacarídeos) e proteínas estruturais 
(glicoproteínas) (Evert, 2013). A Figura 3 apresenta esquematiza a estrutura e 
composição da parede celular primária. 
Figura 3 – Estrutura da parede celular primária 
 
Crédito: Vectormine/ Shutterstock. 
A lignina é outro constituinte da parede celular, que, quando depositada, 
fornece rigidez e resistência à compressão, permitindo a sustentação. Ademais, 
impermeabiliza a parede celular, o que facilita o transporte de água nas células 
condutoras do xilema. Acredita-se que o processo de lignificação (deposição de 
lignina) teve um papel primordial na evolução das plantas terrestres. 
Dependendo da função que a célula vai exercer na planta, a parede 
celular pode sofrer modificações em consequência da deposição de várias 
substâncias como suberina, cutina, sílica e ceras (Reece et al., 2015). A cutina 
e suberina são lipídeos (gorduras) impermeáveis à água, as quais são frequentes 
principalmente quando a planta necessita proteger as paredes celulares contra 
a perda de água. A cutina forma a película que reveste as folhas e frutos e a 
suberina aparece no tecido chamado súber (cortiça) (Raven; Evert; Eichhorn, 
2016). 
 
 
6 
1.2 Plastos ou plastídeos 
São organelas exclusivas de células vegetais, capazes de realizar várias 
funções. Os plastídios pigmentados (cromoplastos) são classificados de acordo 
com o pigmento predominante. Por exemplo, cloroplasto (clorofila) e xantoplasto 
(xantofila). Os plastídios não pigmentados são denominados leucoplastos e 
estão normalmente associados à função de reserva. São eles: amiloplastos 
(amido), elaioplastos (óleos ou gorduras) e proteinoplastos (proteínas) (Raven; 
Evert; Eichhorn, 2016). 
Os plastídios têm origem nos proplastídios (precursor) presentes nas 
células meristemáticas. Após diferenciados, alguns plastídios podem se 
transformar em outro (Figura 4). Os cloroplastos são dotados de clorofila e 
relacionados com a função de fotossíntese, mas só se desenvolvem na presença 
de luz. Caso isso não ocorra, os pigmentos não se tornam ativos, sendo 
chamados de etioplastos, ocorrentes em plantas que se desenvolvem no escuro 
(Evert, 2013). 
Figura 4 – Diferentes tipos de plastos 
 
Crédito: Sakurra/ Shutterstock 
 
 
 
 
7 
1.3 Vacúolo 
São grandes cavidades encontradas no interior das células vegetais e 
separadas do protoplasto por uma membrana lipoprotéica denominada 
tonoplasto. O interior do vacúolo é preenchido pelo suco vacuolar ou suco celular 
(solução de várias substâncias). 
As substâncias ergásticas são os componentes não protoplasmáticos que 
incluem os materiais de reserva e outros produtos do metabolismo vegetal, 
dentre os quais podemos citar: amido, lipídeos, proteínas, taninos, cristais de 
oxalato de cálcio, carbonato de cálcio, entre outros (Raven; Evert; Eichhorn, 
2016). As formas mais comuns dos cristais de oxalato de cálcio são monocristais 
prismáticos (prismas), ráfides (cristais em forma de agulha) e drusas (agregados 
esféricos) (Evert, 2013). A Figura 5 representa algumas formas desses cristais. 
Figura 5 – Representação de cristais de oxalato de cálcio presentes nos 
vacúolos, oriundos do metabolismo secundário das plantas 
 
Créditos: Morphart Creation/Shutterstock. 
1.4 Outros componentes da célula vegetal 
• Mitocôndrias: corpúsculos que realizam a respiração, processo que 
libera energia dentro da célula; 
 
 
8 
• Retículo endoplasmático: representa um conjunto de canalículos 
delimitados por membranas, que permitem uma rápida circulação de 
nutrientes no interiorda célula; 
• Dictiossomos: representam o complexo de Golgi difuso de uma célula 
vegetal; têm função de secretar várias substâncias, entre os quais os 
materiais que formam a parede celular; 
• Ribossomos: corpúsculos relacionados com a síntese de proteínas; 
• Peroxissomos: atuam na reserva de lipídeos e no metabolismo do 
carbono; 
• Núcleo: As células vegetais contêm, normalmente, apenas um núcleo, 
mas podem existir estruturas polinucleadas (cenocíticas). O núcleo está 
separado do citoplasma pelo envoltório nuclear. Internamente à 
membrana, encontra-se a matriz conhecida por matriz nuclear ou 
nucleoplasma, dentro do qual encontramos os cromossomos e o nucléolo. 
Os cromossomos são filamentos que contêm o material genético (DNA). 
O nucléolo é um corpúsculo rico em RNA. 
TEMA 2 – EMBRIOGÊNESE E TECIDOS MERISTEMÁTICOS 
Para compreensão da estrutura e desenvolvimento do corpo vegetal, 
estudaremos a formação do embrião ou embriogênese, início do 
desenvolvimento da planta, bem como a atividade dos meristemas, regiões com 
células embrionárias com potencial para se dividir após a embriogênese ter 
terminado. 
2.1 Embriogênese 
A formação do embrião ou embriogênese é acompanhada pelo 
desenvolvimento da semente. Começa com a divisão do zigoto no interior do 
saco embrionário do óvulo, estabelecendo a polaridade apical-basal, ainda de 
forma assimétrica e transversal. O polo superior (calazal) dará origem a maior 
parte do embrião maduro. O polo inferior (micropilar) produzirá o suspensor, uma 
estrutura que ancora o embrião junto à micrópila (abertura do óvulo). A começar 
desse ponto, ocorrem divisões celulares progressivas até formar o embrião 
esférico (estágio globular) (Raven; Evert; Eichhorn, 2016). 
 
 
9 
Inicialmente, as células do embrião em estágio globular são 
indiferenciadas. O primeiro tecido a ser formado é a protoderme, que dará origem 
à epiderme, por divisões periclinais, ou seja, paralelas à superfície. 
Posteriormente, as divisões anticlinais (verticais) no interior do embrião resultam 
na separação de meristema fundamental precursor do tecido fundamental, que 
circunda o procâmbio, que dará origem ao tecido vascular. Protoderme, 
meristema fundamental e procâmbio são os tecidos meristemáticos primários 
(Evert, 2013; Taiz et al., 2017). 
As primeiras folhas da planta são os cotilédones. Nas eudicotiledôneas, 
desenvolvem-se dois cotilédones; então, o embrião globular adquire a forma 
bilobada ou cordiforme. Nas monocotiledôneas, o embrião globular se torna 
cilíndrico. O eixo do embrião, no padrão apical-basal, fica evidenciado com as 
subdivisões em: meristema apical do sistema caulinar, cotilédone, hipocótilo, raiz 
embrionária e seu meristema apical (Raven; Evert; Eichhorn, 2016; Taiz et al., 
2017). 
A próxima etapa consiste no alongamento do eixo do embrião e do(s) 
cotilédone(s) (estágio de torpedo), com extensão dos meristemas primários. As 
divisões celulares ocorrem por todo o esporófito jovem até a formação de um 
embrião maduro, o qual contém um sistema caulinar embrionário com um eixo 
acima dos cotilédones (epicótilo) com uma ou mais folhas e um meristema apical; 
e um eixo caulinar abaixo dos cotilédones (hipocótilo), estando presente uma 
raiz embrionária ou radícula (Evert, 2013). Os estágios sucessivos da 
embriogênese estão representados na Figura 6. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
Figura 6 – Padrão de formação de uma plântula durante a embriogênese – 
Representação esquemática da embriogênese. 
 
Crédito: Ramos, [S.d.]. 
2.2 tecidos meristemáticos 
Numa planta em crescimento, a capacidade de divisão e de produção de 
novas células está limitada a regiões denominadas meristemáticas. Os 
meristemas apresentam características citológicas típicas como: células com 
paredes delgadas, citoplasma denso, núcleo grande e poucos vacúolos (Evert, 
2013). 
Os meristemas podem ser apicais (ápice de caule e raiz) responsáveis 
pelo crescimento longitudinal; intercalares (na base dos entrenós de gramíneas) 
promovem o crescimento longitudinal do entrenó e os laterais (paralelos a 
circunferência do órgão) responsáveis pelo crescimento em espessura, 
conforme apresenta a Figura 7. 
 
 
 
11 
Figura 7 – Diferentes meristemas na estrutura da planta (meristemas apicais, 
laterais e intercalares) 
 
Créditos: Vectormine/ Shutterstock. 
Os meristemas oriundos de células pró-meristemáticas são denominados 
primários e os que se originam de células já diferenciadas são denominados 
secundários. 
Na região apical, encontra-se o promeristema ou meristema apical com 
suas iniciais e derivadas. Próximo ao promeristema, situa-se uma zona 
meristemática parcialmente diferenciada, composta de três meristemas 
primários: a protoderme, o meristema fundamental e o procâmbio. O meristema 
apical do caule se mostra mais complexo do que o da raiz, por estar envolvido 
na formação de primórdios foliares (Evert, 2013). A Figura 8 mostra os 
meristemas apicais de caule e raiz. 
Na formação de órgãos vegetativos (caule, folha e raiz) e reprodutivos 
(flor, fruto e semente), a protoderme irá originar a epiderme; do meristema 
fundamental, podem ser originados o parênquima, colênquima e esclerênquima; 
 
 
12 
e, do procâmbio, são originados xilema e floema primários. O primórdio foliar 
formará uma folha; o traço foliar se constitui de células de procâmbio e originará 
xilema e floema primários nas folhas; a gema axilar originará um ramo. 
Na formação da raiz, o caliptrogênio é responsável pela formação 
(renovação) da coifa, que tem a função de reduzir o atrito do solo e proteger a 
região meristemática (Evert, 2013). 
Figura 8 – Meristemas apicais (primários): ápice de caule, com evidência dos 
primórdios floliares e ápice de raiz, com destaque da coifa 
 
Créditos: Jubal Harshaw/ Shutterstock; Choksawatdikorn/Shutterstock. 
Os meristemas secundários são câmbio vascular e felogênio. O câmbio 
vascular forma, para o lado externo, floema secundário e, para o lado interno, 
xilema secundário. Esse meristema é responsável pelo crescimento em diâmetro 
(engrossamento) de caules e raízes que apresentam crescimento secundário. O 
felogênio forma súber para o lado externo e feloderme para o lado interno. O 
conjunto de súber, felogênio e feloderme gera a periderme (tecido de proteção 
ou revestimento secundário) (Raven; Evert; Eichhorn, 2016). A Figura 9 
apresenta o panorama dos crescimentos primário e secundário. 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
Figura 9 – Panorama dos crescimentos primário e secundário 
 
Crédito: Jefferson Schnaider. 
 
TEMA 3 – TECIDOS DE REVESTIMENTOS 
A epiderme constitui o sistema dérmico (de revestimento) do corpo da 
planta. Origina-se da protoderme e reveste todo o corpo primário dos vegetais. 
Suas células variam em forma e tamanho. Todavia, estão sempre reunidas 
formando uma camada compacta, desprovida de espaços intercelulares. Entre 
as funções, estão: proteção contra a herbivoria, diminuição da transpiração, 
secreção de substâncias e trocas gasosas (Reece et al., 2015). 
As células epidérmicas são vivas, vacuoladas e normalmente desprovidas 
de cloroplastos (exceto algumas plantas ombrófilas ou aquáticas e células 
estomáticas ou células-guarda). As células epidérmicas em secção transversal 
aparecem geralmente com aspecto tabular: a parede tem espessura variável e 
apresenta impregnação de cutina na parede periclinal externa (Raven; Evert; 
Eichhorn, 2016). 
Pode-se distinguir na epiderme vários tipos de células: células 
epidérmicas propriamente ditas, células estomáticas, tricomas (Figura 10), 
idioblastos, células buliformes, células suberificadas e silicificadas (Evert, 2013). 
Diferentes tipos de apêndices denominados tricomas podem ocorrer: 
tricomas uni ou pluricelulares, simples, ramificados, glandulares ou não-
glandulares, papilas e escamas (Raven; Evert; Eichhorn, 2016). 
 
 
14 
A periderme reveste caules e raízesmaduros, substitui a epiderme e tem 
função de proteção. É a união do felogênio, feloderme e o súber (casca). 
Figura 10 – Células epidérmicas propriamente ditas; células estomáticas e 
tricomas 
 
Créditos: Kallayanee Naloka/ Shutterstock; Gleti/Shutterstock. 
TEMA 4 – TECIDOS FUNDAMENTAIS 
O sistema fundamental consiste em três tipos de tecidos – o parênquima, 
o colênquima e o esclerênquima e são responsáveis pelo preenchimento e 
sustentação do corpo da planta. 
4.1 Parênquima 
O parênquima é o tecido mais abundante de todos os órgãos vegetais 
adultos, sendo constituído por células vivas, fisiologicamente ativas, originadas 
do meristema fundamental. As células parenquimáticas variam em forma, 
tamanho e conteúdo celular (Raven; Evert; Eichhorn, 2016). 
Podemos diferenciar os seguintes tipos de parênquimas: parênquima 
clorofiliano paliçádico, esponjoso ou lacunoso (e plicado em algumas 
gimnospermas), parênquima de reserva (aquífero, amilífero e aerífero) e 
parênquima fundamental (Evert, 2013). 
 O parênquima clorofiliano ocorre nos órgãos aéreos dos vegetais, 
principalmente, nas folhas. Suas células apresentam paredes primárias 
delgadas, numerosos cloroplastos e são intensamente vacuoladas. O tecido está 
envolvido com a fotossíntese, convertendo energia luminosa em energia 
química, armazenando-a sob a forma de carboidratos. Quando heterogêneo, 
 
 
15 
podem ser observadas camadas distintas: parênquima clorofiliano paliçádico e 
parênquima clorofiliano lacunoso. No primeiro, as células são cilíndricas, 
dispostas perpendicularmente à epiderme, com função de fotossíntese e evitar 
a perda excessiva de água; no segundo, o parênquima clorofiliano lacunoso, as 
células são de formato irregular se dispõem de maneira a deixar numerosos 
espaços intercelulares (lacunas) e tem função de fotossíntese e absorção de 
água. Quando homogêneo, o parênquima clorofiliano possui a função de 
fotossíntese (Raven; Evert; Eichhorn, 2016). A Figura 11 mostra o parênquima 
clorofiliano em corte transversal. 
Figura 11 – Parênquima clorofiliano (folha) 
 
Crédito: Oliveira, [S.d.]. 
 O parênquima aerífero ou aerênquima é um tecido cujas células 
apresentam grandes espaços intercelulares, facilitando a circulação de gases, 
fazendo com que principalmente os vegetais aquáticos flutuem. São comuns em 
 
 
16 
plantas de solo encharcado ou ambiente aquático. Os espaços intercelulares são 
excepcionalmente bem desenvolvidos, para ter reserva de oxigênio para 
respiração e flutuação. O parênquima fundamental é um tecido constituído por 
células relativamente grandes, com um notável vacúolo, envolvido por uma fina 
camada de citoplasma. O parênquima aquífero tem a função de armazenamento 
de água, com característica de poucos ou nenhum cloroplasto, típico de plantas 
suculentas. O parênquima amilífero ocorre nos tecidos vegetais contendo células 
com plastos responsáveis por armazenar substâncias de reserva (amido, neste 
caso) (Evert, 2013). A Figura 12 remete às características dos diferentes 
parênquimas. 
Figura 12 – Diferentes parênquimas: fundamental (preenchimento), aerífero 
(flutuação), aquífero (armazenamento de água) e amilífero (reserva) 
 
Crédito: Pecker/Shutterstock; Natalya Yudina/Shutterstock; D. Kucharski K. 
Kucharska/Shutterstock. 
4.2 Colênquima e esclerênquima 
O colênquima e o esclerênquima são oriundos do meristema fundamental. 
O colênquima consta de células vivas, frequentemente alongadas, com 
cloroplastos, paredes primárias espessadas com aspecto brilhante. O 
esclerênquima consta de células com paredes secundárias espessadas, 
frequentemente lignificadas, com pontoações simples e, na maioria dos casos, 
sem protoplasto ativo na maturidade (Raven; Evert; Eichhorn, 2016). 
O colênquima sustenta órgãos em crescimento ou órgãos maduros de 
plantas herbáceas. Normalmente, situa-se próximo à epiderme em caules, folhas 
e raízes aéreas. De acordo com o tipo de espessamento da parede, podemos 
 
 
17 
distinguir os seguintes tipos de colênquima: angular, lacunar e lamelar (Evert, 
2013). 
O esclerênquima consta de dois tipos de células: esclereídes e fibras. Os 
esclereídes são usualmente definidos como elementos curtos e as fibras como 
elementos longos com extremidades afiladas. As fibras podem ser classificadas 
quanto à localização, como xilemáticas e extraxilemáticas. Os esclereídes 
ocorrem em camadas, grupos ou isoladamente e são classificados de acordo 
com sua forma: braquiesclereídes, macroesclereídes, osteoesclereídes, 
tricoesclereídes e astroesclereides (Evert, 2013). A Figura 13 apresenta o 
colênquima, com depósito de celulose na parede celular e fibras 
esclerenquimáticas, com lignina na constituição do tecido. 
Figura 13 – Colênquima e fibras do esclerênquima em corte transversal. Na 
primeira foto, fica evidente o espessamento da parede celular pela celulose, 
enquanto, na segunda, o espessamento da parede celular secundária é feito com 
a lignina 
 
Crédito: Rattiya Thongdumhyu/Shutterstock; Pissamai Boonkane/Shutterstock. 
TEMA 5 – TECIDOS DE CONDUÇÃO 
O xilema e o floema geralmente estão associados formando um sistema 
vascular contínuo que percorre a planta inteira, incluindo todas as ramificações. 
O xilema realiza a condução de água e sais minerais, além de atuar na 
sustentação e armazenamento de substâncias alimentares. O tecido floemático 
é responsável por transportar as substâncias orgânicas nas plantas vasculares, 
como açúcares, aminoácidos, lipídios, micronutrientes, hormônios, proteínas e 
RNA (Raven; Evert; Eichhorn, 2016). 
Os tecidos vasculares se dividem em primário (oriundo do procâmbio) e o 
secundário (oriundo do câmbio vascular). O tecido secundário tem maior 
 
 
18 
desenvolvimento nas partes axiais da planta (caule e raiz). Tanto o xilema como 
o floema apresentam diferentes tipos de células, que estão presentes tanto no 
sistema primário como no secundário, sendo o secundário organizado no 
sistema axial e radial (Judd et al., 2009). 
O xilema é composto de elementos traqueais de dois tipos: traqueídes, 
encontrados na maioria das gimnospermas, e elementos de vaso, encontrados 
em angiospermas. Ambos são células alongadas, com parede secundária e não 
apresentam protoplasto na maturidade, sendo células ocas. A comunicação 
entre as células ocorre por meio das pontoações (traqueídes – gimnospermas) 
e perfurações (elementos de vaso – angiospermas) (Judd et al., 2009), conforme 
mostra a Figura 14. 
Figura 14 – Feixe vascular do caule de uma angiosperma e elementos traqueais 
(elementos de vasos – angiospermas; traqueídes – gimnospermas) 
 
Crédito: Dahlke, [S.d.]. 
 
 
19 
Os elementos do xilema podem combinar a função de condução com a de 
sustentação, pois, no cerne (xilema central e inativo), têm a função de 
sustentação e no alburno (xilema periférico e ativo) têm como principal função a 
condução; porém, secundariamente, fazem a sustentação também (Evert, 2013). 
O xilema secundário, também chamado de lenho, possui atividade 
cambial muito intensa durante a primavera e o verão, diminuindo 
progressivamente no outono até cessar por completo no inverno; é chamado de 
lenho estival e primaveril. No fim do verão, quando está encerrando mais um 
ciclo de atividade, o câmbio produz vasos lenhosos de paredes grossas e lúmen 
estreito, que constituem o lenho estival. Na primavera, ao retomar o seu 
funcionamento depois do repouso invernal, o câmbio produz vasos lenhosos de 
paredes delgadas e lúmen grande, que constituem o lenho primaveril (Raven; 
Evert; Eichhorn, 2016). 
O floema apresenta elementos crivados: células crivadas (maioria das 
gimnospermas) e elementos de tubo crivados com células companheiras (em 
angiospermas), células de esclerênquima (fibras e 19sclereides) e células 
parenquimáticas (Reece et al., 2015), conforme a Figura 15. 
 
 
 
20 
Figura 15 – Células estruturais do tecidofloemático 
 
 
Créditos: Dahlke, [S.d.]. Fonte: Reece et al., 2015. 
NA PRÁTICA 
Faça a leitura do capítulo 22 – Desenvolvimento Inicial do Corpo da planta, 
da obra “Biologia vegetal”, entre as páginas 526 a 557. 
• RAVEN, P. H.; EVERT, R. F.; EICHHORN, S. E. Biologia vegetal. 8. ed. 
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. 856 p. 
Após a leitura, construa um quadro comparativo com as características 
que distinguem o sistema dérmico, sistema fundamental e sistema vascular, 
considerando os tipos de tecidos, tipos de células, características, localização e 
função. 
 
 
21 
FINALIZANDO 
• As células vegetais são as unidades básicas e são constituídas pelo 
protoplasto (membrana, citoplasma com organelas e núcleo) e a parede 
celular, característica que difere da célula animal, junto com a presença 
de plastos ou plastídios; 
• A embriogênese estabelece o plano do corpo da planta com polaridade 
apical-basal. Com as divisões celulares, o embrião se desenvolve até 
adquirir uma estrutura globular. Surgem os meristemas primários, 
protoderme, meristema fundamental e procâmbio, precursores dos 
tecidos de revestimento, preenchimento, sustentação e condução, 
respectivamente, os quais farão parte do crescimento e desenvolvimento 
da planta; 
• A epiderme reveste o corpo da planta, conferindo proteção mecânica, 
redução da perda de água e aeração dos tecidos internos. Pode ter 
células especializadas como tricomas ou células estomáticas. A 
periderme é formada da células do súber, feloderme e do felogênio, 
substitui a epiderme e garante proteção nas raízes e caules; 
• Os tecidos de preenchimento (parênquima) e sustentação (colênquima e 
esclerênquima) constituem os tecidos fundamentais. Consiste em células 
metabolicamente ativas, que fazem respiração, secreção, fotossíntese, 
armazenamento e cicatrização de ferimentos e regeneração. Podem ter 
adaptações de acordo com o ambiente, com armazenamento de água, 
oxigênio ou tecidos de reserva. Os tecidos de sustentação têm a parede 
celular bastante desenvolvida, com ou sem lignina; 
• O sistema vascular consiste em dois tecidos de condução: o xilema e o 
floema. O primeiro realiza a condução de água e sais minerais, enquanto 
o segundo transporta substâncias orgânicas para toda a planta. 
 
 
 
 
 
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REFERÊNCIAS 
EVERT, R. F. Anatomia das plantas de Esaú: meristemas, células e tecidos do 
corpo da planta. São Paulo: Blucher, 2013. 726 p. 
JUDD, W. S.; CAMPBELL, C. S.; KELLOGG, E. A.; STEVENS, P. F.; 
DONOGHUE, M. J. Sistemática vegetal: um enfoque filogenético. 3. ed. Porto 
Alegre: Artmed, 2009. 612 p. 
RAVEN, P. H.; EVERT, R. F.; EICHHORN, S. E. Biologia vegetal. 8. ed. Rio de 
Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. 856 p. 
REECE, J. B.; URRY, L. A.; CAIN, M. L.; WASSERMAN, S. A.; MINORSKY, P. 
V.; JACKSON, R. B. Biologia de Campbell. 10.ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2015. 
1488 p. 
TAIZ, L.; ZEIGER, E; MOOLER, I. M.; MURPHY, A. Fisiologia vegetal. 6. ed. 
Porto Alegre: Artmed, 2017. 858 p.

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